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FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
ESCOLA DE ECONOMIA DE SÃO PAULO
ARTUR DE BARROS LIMA
ESTIMADORES DE VOLATILIDADE NO MERCADO BRASILEIRO
Análise de desempenho de estimadores que usam valores extremos
SÃO PAULO
2008
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ARTUR DE BARROS LIMA
ESTIMADORES DE VOLATILIDADE NO MERCADO BRASILEIRO:
Análise de desempenho de estimadores que usam valores extremos
Dissertação apresentada à Escola de
Economia de São Paulo da Fundação Getúlio
Vargas, como requisito para a obtenção de título
de Mestre em Finanças e Economia Empresarial.
Campo de Conhecimento:
Investimentos
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Matone
SÃO PAULO
2008
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Lima, Artur de Barros.
Estimadores de Volatilidade no mercado brasileiro: Análise de
desempenho de estimadores que usam valores extremos / Artur de Barros
Lima. - 2008.
59 f.
Orientador: Ricardo Matone.
Dissertação (Mestrado em Finanças e Economia Empresarial) -
Escola de Economia de São Paulo.
1. Mercado financeiro - Brasil. 2. Investimentos - Análise - Brasil. 3.
Avaliação de ativos. I. Matone, Ricardo. II. Dissertação (mestrado
profissional) - Escola de Economia de São Paulo. III. Título.
CDU 336.76(81)
ARTUR DE BARROS LIMA
ESTIMADORES DE VOLATILIDADE NO MERCADO BRASILEIRO
Análise de desempenho de estimadores que usam valores extremos
Dissertação apresentada à Escola de
Economia de São Paulo da Fundação Getúlio
Vargas, como requisito para a obtenção de título
de Mestre em Finanças e Economia Empresarial.
Campo de Conhecimento:
Investimentos
Data de aprovação:
___/ ___/ _____
Banca examinadora:
_______________________________________
Prof. Dr. Ricardo Matone (Orientador)
FGV-EAESP
_______________________________________
Prof. Dr. Afonso de Campos Pinto
FGV-EAESP
_______________________________________
Prof. Dr. Nilson Teixeira
Banco Credit Suisse Brasil S/A
Dedico este trabalho à minha esposa Janaína,
à minha filha Lívia,
e aos meus pais,
Ernani e Roseli.
AGRADECIMENTOS
Expresso minha sincera gratidão àqueles que contribuíram para a elaboração desta
dissertação, em todas as suas fases.
Agradeço ao Prof. Dr. Ricardo Matone, pela confiança no meu trabalho quando acei-
tou orientar-me. Agradeço pelo tempo dedicado a esse trabalho quando da realização de réu-
niões e leituras. Agradeço por ter me orientado de forma a atingir o objetivo deste trabalho.
Aos membros da banca examinadora, Prof. Dr. Nilson Teixeira e Prof. Dr. Afonso de
Campos Pinto, pelo tempo dedicado ao exame desse trabalho e por sua valiosa contribuição
com o peso de toda sua experiência acadêmica e profissional.
Aos amigos Fausto Ferreira e Leonardo Ferreira pela obtenção de alguns dados para a
análise de desempenho dos estimadores, objeto deste trabalho.
À minha esposa Janaína, pelo amor, confiança e compreensão durante a realização do
curso e confecção da dissertação aqui apresentada.
Aos meus pais, Ernani e Roseli, pelo apoio dado sob todas as formas.
RESUMO
O objetivo deste trabalho é analisar o desempenho de estimadores de volatilidade que
utilizam valores extremos (máximo, mínimo, abertura e fechamento) para ativos no mercado
brasileiro. Discute-se o viés dos estimadores usando como referências o estimador clássico, a
volatilidade realizada e a volatilidade implícita de 1 mês da série de opções no dinheiro
(ATM - at the money); discute-se a eficiência quanto à previsibilidade da volatilidade futura
usando o estimador clássico e a volatilidade implícita defasados um período para frente como
variáveis dependentes e a eficiência em si, isto é, quanto ao tamanho da variância do estima-
dor. Como representantes de ativos brasileiros, foram escolhidos a paridade BRL/USD spot e
o Índice Bovespa. Além de bastante líquidos, esses dois ativos têm bastante importância no
mercado brasileiro, seja como benchmark para investimentos, bem como ativos-base para
muitos derivativos operados na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) e na Bolsa de Va-
lores de São Paulo (Bovespa). A volatilidade do ativo-base é uma das variáveis para o apre-
çamento de derivativos como opções; muitas estratégias são montadas, no mercado financei-
ro, utilizando-a como referência. A volatilidade também é bastante usada no gerenciamento
de riscos, em modelos como o Value at Risk (VaR), por exemplo.
Palavras-chave: volatilidade, valores extremos.
ABSTRACT
The objective of this work is to analyze the performance of estimators of volatility using
extreme values (maximum, minimum, opening and closing) for assets in the Brazilian
market. It is discussed the bias of estimators using classical estimator, the realized volatility
and the implied volatility of 1 month of the options at the money (ATM) as references, it is
discussed the efficiency about the predictability of future volatility using classical estimator
and implied volatility delayed for a period ahead as dependent variables and efficiency itself,
that is, about the size of the variance of the estimator. As representatives of Brazilian assets,
it was chosen the parity BRL/USD spot and the Bovespa index. Besides fairly liquid, these
two assets are very important in the Brazilian market as benchmark for investments and
underlying for many derivatives operated in the Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F)
and in the Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). The volatility of the underlying is one
of the variables for derivatives pricing such as options. Many strategies are built in financial
market volatility using it as a reference. The volatility is also used in the management of risk,
in models such as Value at Risk (VaR), for example.
Keywords: volatility, extreme values.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Gráfico 1 Preço do ativo no tempo 22
Gráfico 2 Preço do ativo no tempo 25
Gráfico 3 Evolução do Índice Bovespa de janeiro de 2000 até
setembro de 2007 30
Gráfico 4 Evolução da paridade BRL/USD spot de janeiro de
2000 até setembro de 2007 31
Gráfico 5 Retornos diários do índice Bovespa 50
Gráfico 6 Histograma dos retornos diários do índice Bovespa 50
Gráfico 7 Retornos diários da paridade BRL/USD spot 51
Gráfico 8 Histograma dos retornos diários da paridade BRL/USD spot 51
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Teste teórico de viés e eficiência para estimadores de volatilidade usando
valores extremos 28
Tabela 2 Teste empírico de viés para estimadores de volatilidade estimador
clássico como referência Índice Bovespa Dados de 1 Semana
Período 2000 a 2007 33
Tabela 3 Teste empírico de viés para estimadores de volatilidade estimador
clássico como referência Índice Bovespa Dados de 1 Mês Período
2000 a 2007 34
Tabela 4 Teste empírico de viés para estimadores de volatilidade estimador
clássico como referência Índice Bovespa Dados de 1 Semana
Período 2004 a 2007 34
Tabela 5 Teste empírico de viés para estimadores de volatilidade estimador
clássico como referência Paridade BRL/USD Dados de 1 Semana
Período 2000 a 2007 34
Tabela 6 Teste empírico de viés para estimadores de volatilidade estimador
clássico como referência Paridade BRL/USD Dados de 1 Mês
Período 2000 a 2007 35
Tabela 7 Teste empírico de viés para estimadores de volatilidade estimador
clássico como referência Paridade BRL/USD Dados de 1 Semana
Período 2004 a 2007 35
Tabela 8 Teste de eficiência relativa na previsão de volatilidade futura estimador
clássico como referência Índice Bovespa Dados de 1 Semana-
Período 2000 a 2007 36
Tabela 9 - Teste de eficiência relativa na previsão de volatilidade futura estimador
clássico como referência Índice Bovespa Dados de 1 Mês - Período
2000 a 2007 37
Tabela 10 - Teste de eficiência relativa na previsão de volatilidade futura estimador
clássico como referência Índice Bovespa Dados de 1 Mês - Período
2004 a 2007 37
Tabela 11 - Teste de eficiência relativa na previsão de volatilidade futura estimador
clássico como referência Paridade BRL/USD Dados de 1 Semana
Período 2000 a 2007 37
Tabela 12 - Teste de eficiência relativa na previsão de volatilidade futura estimador
clássico como referência Paridade BRL/USD Dados de 1 Mês -
Período 2000 a 2007 38
Tabela 13 - Teste de eficiência relativa na previsão de volatilidade futura estimador
clássico como referência Paridade BRL/USD Dados de 1 Mês -
Período 2004 a 2007 38
Tabela 14 Equações de previsão de volatilidade futura estimador clássico como
referência Índice Bovespa Dados de 1 Semana - Período 2000 a
2007 39
Tabela 15 Equações de previsão de volatilidade futura estimador clássico como
referência Índice Bovespa Dados de 1 Mês - Período 2000 a 2007
39
Tabela 16
Equações de previsão de volatilidade futura estimador clássico como
referência Índice Bovespa Dados de 1 Semana - Período 2004 a
2007 40
Tabela 17 Equações de previsão de volatilidade futura estimador clássico como
referência Paridade BRL/USD Dados de 1 Semana - Período 2000 a
2007 40
Tabela 18 Equações de previsão de volatilidade futura estimador clássico como
referência Paridade BRL/USD Dados de 1 Mês - Período 2000 a
2007 41
Tabela 19 Equações de previsão de volatilidade futura estimador clássico como
referência Paridade BRL/USD Dados de 1 Semana - Período 2004 a
2007 41
Tabela 20 Teste empírico de viés para estimadores de volatilidade volatilidade
realizada como referência Índice Bovespa Dados de 1 Dia 43
Tabela 21 Teste empírico de viés para estimadores de volatilidade volatilidade
realizada como referência Índice Bovespa Dados de 1 Semana 43
Tabela 22 Teste empírico de viés para estimadores de volatilidade volatilidade
realizada como referência Paridade BRL/USD Dados de 1 Dia 43
Tabela 23 Teste empírico de viés para estimadores de volatilidade volatilidade
realizada como referência Paridade BRL/USD Dados de 1 Semana
44
Tabela 24 Teste empírico de viés para estimadores de volatilidade volatilidade
implícita como referência Índice Bovespa 45
Tabela 25 Teste empírico de viés para estimadores de volatilidade volatilidade
implícita como referência Paridade BRL/USD 46
Tabela 26 Teste de eficiência relativa na previsão de volatilidade futura
volatilidade implícita como referência Índice Bovespa 46
Tabela 27 Teste de eficiência relativa na previsão de volatilidade futura
volatilidade implícita como referência Paridade BRL/USD 47
Tabela 28Equações de previsão de volatilidade futura volatilidade implícita como
referência Índice Bovespa 47
Tabela 29Equações de previsão de volatilidade futura volatilidade implícita como
referência Paridade BRL/USD 48
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 14
1.1 Introdução 14
1.2 Revisão Bibliográfica 16
1.3 Estrutura do Trabalho 19
2 TEORIA 21
3 ESTUDO DE CASO ÍNDICE BOVESPA E PARIDADE BRL/USD SPOT
28
3.1 Mercado local brasileiro 29
3.2 Descrição dos dados 31
3.3 Análise dos Resultados 33
3.3.1 Estimador Clássico como referência 33
3.3.2 Volatilidade Realizada como referência 42
3.3.3 Volatilidade Implícita como referência 44
3.4 Análise das diferenças entre a teoria e a verificação empírica 49
4 CONCLUSÃO 53
4.1 Conclusões 53
4.2 Sugestões para novos trabalhos 54
5 APÊNDICE 57
5.1 Gerador de números Aleatórios (Box – Muller) 57
REFERÊNCIAS 59
14
1. INTRODUÇÃO
1.1. Introdução
O mercado de derivativos no mundo desenvolveu-se bastante nas últimas décadas.
Entre seus principais produtos, estão as opções de ativos. Para se apreçar e construir estra-
tégias no mercado usando opções é preciso estimar a volatilidade do seu ativo-base. Também
a volatilidade dos ativos é bastante usada em gerenciamento de riscos. Vários estudos
teóricos têm sido feitos para melhor modelar, verificar e prever a volatilidade dos ativos.
É intuitivo imaginar que um estimador, utilizando valores extremos aqui definidos
como máximo, mínimo, abertura e fechamento, traduziria melhor a volatilidade observada no
mercado se comparado com o estimador tradicional, que usa apenas os valores de fecha-
mento. Isso se deve ao fato de o primeiro incorporar o comportamento da trajetória ao longo
do tempo e não apenas retratos do valor em momentos específicos (valores de abertura e
fecha-mento são meramente amostras do processo verificadas em determinado momento de
cada período). Valores máximos e mínimos contêm mais informação sobre a volatilidade do
que a abertura e o fechamento. Informações diárias de abertura, máximo, mínimo e
fechamento estão hoje disponíveis para o mercado, seja em jornais, sites e difusores de
informação como Reuters e Bloomberg.
Na recente teoria de finanças, é assumido freqüentemente que os preços dos ativos
seguem um processo estocástico, sendo o movimento geométrico Browniano o mais comu-
mente utilizado. A teoria de apreçamento de opções desenvolvida por Black e Scholes em
1973 assume este comportamento como base. O preço de um ativo S(t), então, segue a
equação diferencial abaixo:
SdzSdtdS
δ
µ
+
=
(I)
Em que:
µ é o parâmetro de drift
δ é o parâmetro de volatilidade
dz é um processo de Winner que tem por definição as seguintes características:
1) dz = ε(t) dt (passeio aleatório sem drift) ; ε(t) ~ N(0,1);
15
2) Para todo s < t a quantidade z(t) z(s) é uma variável estocástica normal com média
zero e variância t s;
3) Para qualquer 0< t
1
< t
2
, as variáveis z(t
1
) e z(t
2
) são não correlacionadas;
4) 0)(
0
=tz com probabilidade 1.
É também bastante aceito e usado que a variação dos preços segue uma distribuição
log-normal e, portanto, a transformação lnS, que é uma aproximação do retorno de S(t), segue
uma distribuição normal, ou seja, a variação dos preços em um intervalo é normalmente dis-
tribuída com média µ' e variância proporcional ao tamanho do intervalo. Verificações empí-
ricas corroboram este resultado. Pelo lema de Ito, temos que o processo X(t) = ln (S(t)) segue
um movimento geométrico Browniano com drift
2
'
2
δ
µµ =
e variância δ².
As fórmulas de apreçamento de opções são funções independentes do valor do drift
do processo e são, usualmente, funções não-lineares do parâmetro de volatilidade do movi-
mento geométrico Browniano. Como resultado disso, uma atenção especial se dá para a esti-
mação desse valor numérico. A volatilidade usada no modelo é a expectativa do mercado de
qual será a volatilidade realizada durante o resto de vida da opção e os agentes do mercado
usam todas as informações disponíveis para a melhor estimativa do seu valor. O valor da vo-
latilidade também tem grande importância atual no gerenciamento de risco de projetos e
portfólios. Modelos de gerenciamento de risco como o VaR (Value at Risk) utilizam vola-
tilidades e correlações entre os ativos para obterem estimativas de perdas potenciais, dado um
certo nível de confiança.
Vários métodos têm sido propostos para se estimar o parâmetro de volatilidade. O
mais comum é a estimação clássica, em que se define a constante de difusão D do passeio
aleatório como a variância dos valores X(t) após um intervalo de tempo. D é estimado como:
=
2
)(
)1(
1
mi
dd
nT
D
Em que n é o número de intervalos, T é o tamanho do intervalo, d
i
é o valor observado
para o final de cada intervalo i e d
m
é a média dos d
i
.(d
m
= • d
i
/n).
O estimador clássico atribui peso uniforme a todas as observações. Uma variação des-
se estimador é o exponential weighted moving average (EWMA), em que se atribui maior
peso às observações recentes, segundo constante de suavização. Uma desvantagem do
16
EWMA é a arbitrariedade na escolha dessa constante de suavização. As vantagens desses
estimadores são sua simplicidade, a não-dependência em relação à presença de tendência e
não-existência de viés na sua estimação; também os preços dos ativos são obtidos em mo-
mentos definidos, normalmente no fechamento dos negócios do dia. A grande desvantagem é
que esse estimador ignora outras informações que estão disponíveis no mercado, como os va-
lores máximo e mínimo atingidos no intervalo de tempo de análise e o valor de abertura de
cada intervalo.
Este trabalho tem por objetivo discutir o viés e a eficiência de estimadores de volati-
lidade que utilizam valores extremos (máximo, mínimo, abertura e fechamento) para ativos
no mercado brasileiro. Para isso, os testes são feitos considerando-se o estimador tradicional,
a volatilidade realizada e a volatilidade implícita como referências. Quer-se, nesse trabalho,
verificar se, de fato, os estimadores que usam valores extremos apresentam melhor perfor-
mance que o estimador clássico para ativos brasileiros, e se esse indicativo justifica seu uso
em mesas de operações e áreas de gerenciamento de risco no Brasil. Viés e eficiência são ter-
mos estatísticos: entende-se como viés a propriedade de um estimador de, à medida que o
número de observações aumenta (n • •), o valor do estimador não convirja para o valor real
da medida e, afirma-se, um estimador é mais eficiente que outro se o primeiro apresentar
variância menor do que o último. Tais estimadores foram propostos recentemente e, talvez
por isso, sejam ainda pouco utilizados no mercado financeiro.
1.2. Revisão Bibliográfica
O primeiro estudo a partir de valores extremos foi realizado por Michael Parkinson,
em 1980. Esse estudo, na teoria, mostrou que o uso dos valores máximos e mínimos atin-
gidos por uma variável, em um intervalo de tempo na estimação da volatilidade (constante de
difusão), geraria um parâmetro cerca de 5 vezes mais eficiente do que o da estimação clás-
sica. Parkinson (1980) considerou que a variável X(t) = ln(S(t)) não possui tendência (drift) e,
ao invés de usar o tamanho de cada intervalo, ele propôs o uso dos extremos de X(t) em cada
intervalo i. Definindo l
i
= max X(t) min X(t), o estimador não viesado obtido por Parkinson
foi:
=
22
)(
)2ln(4
1
i
l
Tn
δ
17
Em que T é o tamanho do intervalo e n é o número de intervalos.
Na teoria, tomando-se a variância do novo estimador e comparando-a com a variância
do estimador clássico, verificou-se que a variância do estimador clássico é cerca de 5 vezes
maior que a variância do estimador de Parkinson (1980). Isso significa que obteríamos um
estimador tão eficiente quanto o obtido com o método clássico usando cerca de 5 vezes
menos observações na estimação. Esse ganho de eficiência é de grande utilidade na estima-
ção de volatilidade para ativos em países emergentes, pois muitas vezes não há disponibili-
dade de dados para a estimação e é possível excluir períodos em que existe mudança na es-
trutura do mercado, como heterocedasticidade, que é a mudança da volatilidade ao longo do
tempo. Além disso, informações antigas podem ser pouco relevantes para explicar-se o mo-
mento atual.
No mesmo ano, Garman e Klass (1980) propuseram vários estimadores usando valo-
res extremos, também assumindo a não-presença de drift em X(t) = ln(S(t)) e que o contínuo
monitoramento dos preços. Um dos estimadores propostos possui, na teoria, uma variância
de cerca de 8 vezes inferior ao estimador clássico. Garman e Klass (1980) também
expuseram resultados de simulação feita usando os estimadores e verificaram que todos, à
exceção do clássico, apresentaram viés de baixa. Eles apontam que a principal razão para isso
é a discretização das observações no tempo. Quanto mais se aumentar a freqüência de obser-
vações, mais se reduz o viés. A discretização não gera viés no estimador clássico, mas se tem
perda de eficiência e gera viés e perda de eficiência para os estimadores que usam valores
extremos.
Com o objetivo de flexibilizar a restrição de que o processo não possui drift, Roger e
Satchell (1991) e Yang e Zhang (2000) propuseram novos estimadores tão eficientes quanto
os propostos por Garman e Klass (1980). Yang e Zhang (2000) basicamente complementam
o trabalho de Roger e Satchell (1991), propondo um estimador que contém esse último, mas
corrige o fato de haver um período do dia em que os preços não são observados, causando
um salto, ou seja, uma descontinuidade, no processo. Esse salto é a diferença entre o preço de
fechamento de um dia e o preço de abertura do dia seguinte.
Vários trabalhos foram feitos para se verificar empiricamente o viés e a eficiência dos
estimadores usando valores extremos.
Becker (1983) afirma que, muitas vezes, os preços máximo e mínimo não repre-
sentam o real comportamento da variável, pois eles seriam reflexos de operações feitas por
compradores/vendedores em desvantagens no mercado. Isso é muito freqüente em operações
18
com papéis ilíquidos devido à assimetria de informações. Também, após análise de regres-
sões feitas para previsão de volatilidade futura usando o estimador clássico como referência,
conclui-se que os estimadores que usam valores extremos possuem informações que o esti-
mador clássico não possui.
Mota e Fernandes (2004) concluíram que os estimadores gerados por Garman e Klass
(1980) têm desempenho semelhante aos gerados pelos modelos GARCH ao se comparar com
a volatilidade realizada pelo Ibovespa. A desvantagem dos modelos GARCH é que eles são
mais difíceis de serem estimados e possuem um alto custo computacional para imple-
mentação.
Toner (1997) também concluiu que os estimadores de Parkinson (1980) e Garman e
Klass (1980) são mais eficientes que o método clássico que usa os preços de fechamento.
Nesse trabalho foram feitos uma série de testes estatísticos de viés e eficiência para o contra-
to futuro do S&P 500.
Li e Weinbaum (2000) discutem a existência de viés em diversos estimadores, inclu-
sive no estimador clássico. É mostrado que, em certas circunstâncias, o estimador clássico
pode apresentar viés de alta. Para se verificar empiricamente tal viés, usou-se a volatilidade
realizada como referência. O estudo empírico de viés foi feito usando dados de 1989 a 1999
para o S&P 100, S&P 500 spot índices, Futuro do S&P 500 e para as paridades Deutsche
Mark/US Dollar, Japonese Yen/US Dollar e US Dollar/British Pound.
Wiggins (1991) compara a eficiência dos estimadores na previsão da volatilidade
futura e analisa o viés do estimador de Parkinson (1980) usando o estimador clássico como
referência. Este seria um trabalho complementar do trabalho de Becker (1983). Foram
escolhidas várias ações e estas foram divididas em 12 grupos, levando em consideração o
valor absoluto do preço e o volume de negócios intra-diários como critérios. É verificado que
a performance do estimador que usa valores extremos difere segundo os grupos.
Wiggins (1992) analisa o viés dos estimadores - usando o estimador clássico como
referência - e sua eficiência na previsão da volatilidade futura. O período de análise do S&P
500 foi de 1982 a 1989.
Duque e Paxson (1997) discutem uma série de hipóteses e questões envolvendo os
estimadores de volatilidade, utilizando valores extremos e a volatilidade implícita. Nesse es-
tudo, são analisadas hipóteses, como possível diferença entre os diversos estimadores de vo-
latilidade histórica e os diversos de volatilidade implícita; discute-se sobre qual é o melhor
para prever o futuro - a volatilidade histórica ou a implícita. Verifica-se, isto é, há evidências
de diferença entre os estimadores em que a volatilidade implícita explica melhor a
19
volatilidade futura e aqueles em que a volatilidade implícita é parcialmente explicada pela
volatilidade histórica.
1.3. Estrutura do Trabalho
Esse trabalho tem por objetivo discutir o viés e a eficiência de estimadores de vola-
tilidade que utilizam valores extremos (máximo, mínimo, abertura e fechamento) para ativos
do mercado brasileiro. Pretende-se verificar se, para ativos do mercado brasileiro, os estima-
dores que usam valores extremos apresentam performance melhor que o estimador clássico e,
desta forma, propor a sua utilização em mesas de operações e em gerenciamento de riscos.
Discute-se: o viés usando o estimador clássico, utilizando-se como referências a volatilidade
realizada e a volatilidade implícita de 1 mês da série de opções no dinheiro (ATM at the
money); a eficiência de tais estimadores quanto à previsibilidade da volatilidade futura,
utilizando-se como variáveis dependentes o estimador clássico e a volatilidade implícita
defasados um período para frente; e a eficiência em si, isto é, quanto ao tamanho da variância
do estimador. Os ativos escolhidos são o Índice Bovespa e a paridade BRL/USD spot.
No capítulo 2, faz-se uma revisão sobre a teoria usada no desenvolvimento dos
estimadores e apresentam-se alguns dos diversos estimadores propostos na literatura, que se-
rão utilizados nesse trabalho. Também são apresentados os resultados de um teste simulado
para confirmar as eficiências dos estimadores propostos por Parkinson (1980), Garman e
Klass (GK), Rogers e Satchell (RS) e Yang Zhang (YZ). Basicamente, é gerada uma série de
retornos aleatórios com distribuição normal de média 0 e desvio padrão conhecido e testa-se
a eficiência desses, comparando-os com o estimador clássico. O teste de eficiência será o
mesmo feito por Garman e Klass (1980), que é a razão entre a variância do estimador clás-
sico e a do novo estimador.
No capítulo 3, são analisados os dados usados no trabalho para o Índice Bovespa e a
paridade BRL/USD spot. Como motivação, para explicar o período de análise, apresenta-se
uma breve discussão sobre o mercado financeiro brasileiro e a razão da escolha do Índice
Bovespa e da paridade BRL/USD spot para verificar o viés e a eficiência dos estimadores
que usam valores extremos no mercado brasileiro. Também são apresentados os diversos re-
sultados de análise de viés e eficiência dos estimadores. Com o objetivo de explicar as
20
diferenças verificadas entre a teoria e a prática, realiza-se um teste estatístico para verificar a
distribuição dos retornos dos ativos analisados.
No capítulo 4, são apresentadas as conclusões do trabalho e sugestões para a reali-
zação de trabalhos futuros.
21
2. TEORIA
Toda a teoria vem do trabalho de Feller (1951). Tem-se como base X
k
(k=1, ...,
n), uma seqüência de variáveis aleatórias mutualmente independentes com média zero e
variância 1 e define-se S
n
= X
1
+
X
2
+
X
3
+
... +
X
n
, M
n
= max (0, S
1
, S
2
,..., S
n
), m
n
= min (0,
S
1
, S
2
,..., S
n
)
e a variável aleatória R
n
= M
n
- m
n
.
Em uma analogia à variável S(t), que representa os preços de um ativo ao
longo do tempo, X
k
representaria os retornos de S(t) ao longo do tempo, S
n
o retorno
acumulado ao longo do período, n seria o número de observações dentro do período e M
n
seria o máximo valor de S(t) em log no período e m
n
o valor mínimo de S(t) em log no
período.
Para o caso de presença de drift, a variável S
n
é reposta por
n
S
kSS
n
kk
=
*
(k = 1, ..., n) e definem-se as variáveis R*
n
, M*
n
e m*
n
em analogia às variáveis acima. S*
k
representaria as variações de S
n
em relação a uma linha que une a origem ao ponto (n, S
n
).
Dessa forma, a tendência é eliminada. O estimador de Naoto (KUNITOMO, 1992), que será
mencionado mais adiante, baseia-se nas propriedades da transformação S*
k
.
Feller (1951) discute as diversas propriedades da variável R
n
e comenta que o range
de R
n
é certamente não menor que o range de S(t) no período e que, para n muito grande, os
dois ranges seriam praticamente os mesmos. Daí, conclui-se que é possível usar R
n
para cal-
cular as propriedades da variável X
k
.
Os demais cálculos para a construção dos estimadores são feitos sob a forte
consideração de que os preços S(t) seguem o processo SdzSdtdS
δ
µ
+
=
como mencionado
em (I) e que a trajetória é contínua e constantemente monitorada. Para o desenvolvimento
dos estimadores, usa-se a teoria dos processos estocásticos.
Como citado nas referências bibliográficas, o primeiro trabalho proposto foi feito por
Parkinson (1980). Enquanto ele usou apenas o máximo e o mínimo da trajetória, vários au-
tores, em seguida, propuseram novos estimadores que usam mais informações e/ou flexibi-
lizam restrições de modelo.
Garman e Klass (1980) assumiram que a variável X(t) = ln(S(t)) não apresenta tem-
dência. Também foi assumido que a trajetória é contínua e que os preços estão mudando,
22
mesmo quando as bolsas estão fechadas e eles não são observáveis. A dinâmica dos preços
está representada no Gráfico 1, abaixo. Pelo gráfico, o período do dia é dividido em duas
partes, f e (1-f), e o mercado está inicialmente fechado, começando do preço de fechamento
de ontem C
0
. A trajetória dos preços é, então, não observável, até o mercado abrir em f com o
preço O
1.
No intervalo (1-f) assume-se que o preço é continuamente monitorado com valor
máximo de H
1
, valor mínimo de L
1
e valor de fechamento C
1
. A presença de f,
empiricamente, implica em um salto, ou seja, descontinuidade nas observações, que seria o
gap de C
0
a O
1
.
Em que:
H
1
= valor máximo atingido hoje por X(t);
L
1
= valor mínimo atingido hoje por X(t);
O
1
= valor de abertura de hoje de X(t);
Preço S(t)
Mercado
Fechado
Mercado
Aberto
H
1
C
1
O
1
C
0
L
1
Tempo t
0 f 1
Fechamento
de Ontem
Abertura de
Hoje
Fechamento
de Hoje
Gráfico 1 - Preço do ativo no tempo
Fonte: Elaboração própria.
23
C
1
= valor de fechamento de hoje de X(t);
C
0
= valor de fechamento de ontem de X(t);
f = fração dia (intervalo [0,1]) em que o mercado está fechado;
u = H
1
O
1
, valor máximo normalizado pela abertura;
d = L
1
O
1
, valor mínimo normalizado pela abertura;
c = C
1
O
1
, valor de fechamento normalizado pela abertura.
A utilização de variáveis normalizadas é feita, pois, para muitos estimadores, apenas
o valor do incremento em relação à O
1
é relevante.
Para analisar a eficiência dos estimadores, Garman e Klass (1980) usaram uma
medida de eficiência que seria a razão entre a variância do estimador clássico (
2
0
δ ) e a
variância do estimador proposto (
2
y
δ
):
)var(
)var(
)(
2
2
0
y
yEff
δ
δ
=
Os estimadores analisados por Garman e Klass (1980) foram:
1) Estimador Tradicional:
=
=
ii
C
N
CondeCC
N
1
,)(
1
1
22
0
δ
Este é o estimador clássico, que usa apenas os valores de fechamento. Esse estimador
independe do valor de f.
2) Garman e Klass 1 (GK1):
)1(2
)(
2
)(
2
11
2
01
2
1
f
OC
f
CO
+
=δ
24
Este estimador inclui o valor de abertura e depende do valor de f. O simples fato de se
incluir o valor de abertura já cria um estimador duas vezes mais eficiente que o estimador
clássico.
3) Parkinson (PK):
)2ln(4
)(
2
2
2
du
=δ
Este estimador captura somente os valores extremos normalizados pela abertura (u e
d). É o mesmo estimador proposto por Parkinson (1980) e possui uma eficiência cerca de cin-
co vezes superior ao estimador clássico, como já mencionado.
4) Parkinson Modificado (PKM):
)2ln()1(4
))(1()(
2
2
01
2
3
f
dua
f
COa
+
=δ
Este estimador captura os extremos normalizados e os preços de abertura e fecha-
mento. O valor para “a” que implica em mínima variância é a = 0.17, independente do valor
de f. Para esse estimador, na teoria, a eficiência é de 6.2. O estimador, em si, depende de f,
mas sua variância não.
5) Garman e Klass 4 (GK4):
(
)
[
]
222
4
383.02019.0)(511.0 cudducdu +=δ
6) Garman e Klass 5 (GK5):
[
]
222
5
1)2ln(2)(5.0 cdu =δ
25
Estes estimadores capturam os extremos e o fechamento normalizados (u, d e c). O
sexto estimador é uma forma simplificada do quinto. Para esses estimadores, a eficiência é de
7.4.
7) Garman e Klass 6 (GK6):
)1(
)1()(
2
4
2
01
2
6
f
a
f
COa
+
=
δ
δ
Este estimador captura todas as informações (abertura, fechamento e
extremos), e o valor para “a” que implica em mínima variância seria a = 0.12, também
independe do valor de f. Para esse estimador, a eficiência é de 8.4. Também aqui, o
estimador, em si, depende de f, mas sua variância não.
Kunitomo (1992) obteve um estimador mais eficiente ainda, cerca de dez
vezes, con-siderando a mesma medida de eficiência usada no trabalho de Garman e Klass
(1980). Kunitomo (1992) permitiu a presença de drift e utilizou valores extremos ajustados
na esti-mação. A figura 2 mostra os extremos ajustados C e E pela tendência, usados na
estimação:
26
Em que:
B e D são os extremos sem a presença do drift;
C e E são os extremos ajustados com presença de drift;
A e F são os preços de abertura e fechamento, respectivamente.
O estimador proposto é
(
)
( )
2
2
2
2
6
i
R
T
N
=
π
δ , em que T é o tamanho do intervalo, N é
o número de intervalos,
(
)
)()()( e )(min)(max TX
T
t
tXtYtYtYR
i
==
. Como se pode
observar, Y(t) seria X(t) = ln S(t) ajustado pela tendência.
Uma vez que os estimadores propostos por Parkinson (1980) e Garman e
Klass (1980) estão baseados no fato de não existir drift no processo de X(t) = d lnS e que,
empi-ricamente, isso não ocorre com freqüência, novos trabalhos foram feitos, propondo
estima-dores que permitem tendências (drift).
Rogers e Satchell (1991) propuseram o seguinte estimador:
8) Rogers Satchell (RS):
(
)
(
)
[
]
cddcuu +=
2
7
δ
Este estimador, usando a mesma medida de eficiência de Garman e Klass (1980),
seria cerca de 6 vezes mais eficiente que o estimador clássico. Neste trabalho, Rogers e
Satchell (1991) analisam duas características nos estimadores de Garman e Klass (1980). A
primeira delas é o embasamento, feito considerando a ausência de drift. Se o drift for
pequeno, comparado a variância, então os estimadores GK não sofrem grandes prejuízos na
estimação. A segunda é o fato de não se observar o real valor de máximo e mínimo, devido à
discretização. Mesmo diminuindo o tamanho do intervalo de observação, o viés é corrigido
apenas gradualmente, conforme comprovação empírica, contradizendo Garman e Klass
(1980), que afirmaram que a redução do intervalo eliminaria o efeito negativo de várias com-
siderações feitas no modelo. Então Rogers e Satchell (1991) propuseram uma correção aos
valores máximos e mínimos observados e realizaram uma série de testes simulados, com-
provando que os estimadores com correção conseguiram diminuir bastante o viés de baixa.
Outro estimador independente da presença de tendência foi proposto por Yang e
Zhang (2000):
27
9) Yang Zhang (YZ):
onde )1(
2
70
2
8
δδ kkVV
c
++=
( )
e
1
onde
1
1
2
0
=
=
ii
o
N
ooo
N
V
( )
=
=
iic
c
N
ccc
N
V
1
onde
1
1
2
(
)
( )
( )
+
+
=
1
1
1
n
n
K
α
α
• = 1.34 (sugerido no trabalho após estudos)
Como é possível verificar, este estimador nada mais é que a soma da variância do
período em que o mercado está fechado e de uma média ponderada (k é o ponderador) do
estimador clássico (período em que o mercado está aberto) e o estimador proposto por
Rogers e Satchell (1991). Esse estimador, também usando a mesma medida de eficiência de
Garman e Klass (1980), seria, dependendo do valor de n e •, cerca de 14 vezes mais eficiente
que o estimador clássico. Neste trabalho Yang e Zhang (2000) analisam os efeitos da presen-
ça de drift e da relevância do salto do preço na abertura do mercado. Eles afirmam que a
presença de drift e salto de abertura causam viés de baixa nos estimadores de Garman e Klass
(1980). Como esses ocorrem com freqüência na realidade, é importante ter um estimador
independente de µ e f. Também como em Rogers e Satchell (1991), eles afirmam que se o
drift é muito menor que a variância, os estimadores GK não têm grandes prejuízos quanto ao
viés. Empiricamente, os estimadores GK e YZ teriam praticamente o mesmo desempenho,
pois normalmente os drifts são pequenos. Para corrigir o efeito de f na estimação, Yang e
Zhang propõem a fixação dos valores de “a” dos estimadores GK iguais a f. Yang e Zhang
(2000) também propõem um estimador para corrigir o efeito de discretização.
Para se verificar os valores teóricos de eficiência dos estimadores usando valores
extremos na literatura, foi realizado um teste dirigido no qual gera-se uma série de retornos
que seguem um movimento geométrico browniano com desvio padrão 20% (variância 4%) e
media 0. Foram gerados 1.440 retornos intra-diários em 500 dias (o processo de geração
usado foi o Box-Muller. Gerador está apresentado no apêndice I). Os 1.440 retornos intra-
diários corresponderiam a observações a cada minuto, durante 24hs. O modelo assume que
os preços se movem o tempo inteiro, sendo que, em um período do dia, eles não são obser-
28
váveis. Nesse teste foi usado f = 0.5, ou seja, o mercado está fechado na metade do dia. Aqui
não se faz distinção entre a volatilidade do período em que o mercado está fechado e o perío-
do em que ele está aberto. Intuitivamente, seria correto considerar uma volatilidade menor
para o período em que o mercado está fechado, pois a ocorrência e a divulgação de novas
informações para o mercado durante esse período são bem menores do que no período em
que o mercado está aberto.
A Tabela 1 apresenta o viés dos estimadores e mostra uma comparação da eficiência
dos resultados obtidos com os resultados teóricos. A medida de eficiência usada é a mesma
de Garman e Klass (1980) mencionada anteriormente.
Tabela 1 - Teste teórico de viés e eficiência para estimadores de volatilidade usando
valores extremos
Valor Teórico 4%
Estimador Valor
Desvio-
Padrão
Eficiência
Eficiência
teórica
Tradicional
4.01%
0.38%
GK1 3.84%
0.27%
2.02
2.00
PK 3.84%
0.16%
5.55
5.20
PKM 3.81%
0.15%
6.97
6.20
GK4 3.77%
0.12%
9.98
7.40
GK5 3.77%
0.12%
9.97
7.40
GK6 3.84%
0.12%
9.93
8.40
RS 3.77%
0.14%
7.99
6.00
YZ 4.00%
0.22%
3.04
3.57
Fonte: elaboração própria
Pode-se verificar na Tabela 1 que para os estimadores GK4, GK5 e RS rejeita-se a
hipótese nula Valor = 4.0% com 95% de nível de confiança e para os demais não se rejeita.
Dentro desses, todos, com exceção de YZ, que não apresentou viés, apresentaram ligeiro viés
de baixa. Isso, conforme Garman e Klass (1980) comentaram, se deve à discretização das
observações no tempo. O viés de baixa deve-se ao fato de não observarmos o real valor de
máximo e mínimo. Estaria sendo feita a verificação de um máximo inferior ao máximo real e
um mínimo superior ao mínimo real. Como mencionado na teoria, se aumentássemos o
número de observações intra-diárias (n • •), o viés tenderia a zero e a eficiência tenderia ao
valor teórico.
29
3. ESTUDO DE CASO - ÍNDICE BOVESPA E PARIDADE BRL/USD SPOT
3.1. Mercado local brasileiro
Faz-se, nesta parte do trabalho, um breve resumo dos acontecimentos recentes no
mercado brasileiro, como motivação para justificar a escolha dos períodos analisados.
Para verificar a performance dos estimadores usando os valores extremos aplicados
ao mercado brasileiro, foram feitos alguns testes para a paridade BRL/USD spot e o Índice
Bovespa. A razão para a escolha do Índice Bovespa e da paridade BRL/USD spot é baseada
nos resultados obtidos no teste simulado, pois, para diminuir o efeito de discretização e/ou
dados não observáveis no tempo, temos que ter ativos com grande volume de negócios du-
rante o dia, ou seja, ativos bastante líquidos. Outra razão para a escolha desses ativos é a sua
importância no mercado financeiro brasileiro. As principais opções no mercado de deriva-
tivos na BM&F são do Índice Bovespa e de dólar. Desta forma, é muito importante a estima-
tiva da volatilidade para o apreçamento desses derivativos.
O Gráfico 3, abaixo, mostra a evolução do Índice Bovespa e o Gráfico 4 mostra a
evolução da paridade BRL/USD spot no período que começa em 2000 e segue até set./2007.
Verificam-se comportamentos bem diferentes das variáveis ao longo do tempo.
Para o Índice Bovespa, a partir de 2003 verifica-se uma tendência de alta nos preços
com alguns períodos de crise, como maio de 2006 e agosto de 2007. Em maio de 2006 ti-
vemos uma crise devida ao temor de que o FED pudesse aumentar consideravelmente a taxa
básica de juros da moeda norte-americana para conter uma possível pressão inflacionária.
Nesse momento, houve uma migração dos investimentos estrangeiros de ativos de alto risco,
como a bolsa brasileira, para ativos sem risco, como os títulos do governo norte-americano.
Em agosto de 2007, tivemos a crise no mercado imobiliário norte-americano com os chama-
dos subprimes. Muitos investidores tiveram grandes prejuízos, o que fez com que eles tives-
sem que vender posições em todo o mundo para cobrir chamadas de margem de posições
alavancadas. Vários hedge funds não permitiram saques de investidores e anunciaram gran-
des prejuízos após rever a metodologia de marcação a mercado dos chamados CDOs
(Collateralized Debt Obligation). Muitos bancos americanos e europeus também tiveram for-
tes prejuízos após reverem suas posições. Devido à forte presença de hedge funds nos merca-
dos mundiais, o alastramento da crise foi inevitável. Dada a alta liquidez de ativos no mer-
30
cado brasileiro, os investidores começaram as vendas por aqui. Houve, nessa época, uma
fuga considerável de capital da nossa bolsa de valores e forte depreciação do Real frente ao
Dólar.
Para a paridade BRL/USD também se verifica uma tendência de apreciação do Real a
partir de 2004. É possível ver claramente a crise de desconfiança dos investidores em relação
à eleição do presidente Lula, em 2002. Nesse momento, a paridade atingiu o seu máximo his-
tórico de 4 BRL para 1 USD desde 1994, com a implementação do Real. Também se verifica
aumento na volatilidade em maio de 2006 e em agosto de 2007 devido às crises já men-
cionadas.
Fica claro, pelos gráficos abaixo, que a partir de meados de 2003 o Brasil entrou em
um ciclo de valorização de ativos locais e apreciação da moeda BRL. Isso não ocorreu só no
Brasil, mas no mundo inteiro. Estávamos em um período de alta liquidez e otimismo no mer-
cado internacional e de redução de aversão ao risco pelos investidores.
Na primeira parte do trabalho, na qual se usa o estimador clássico como referência, é
analisado se existe diferença entre os resultados ao usarem-se dados desde 2000 até 2007 ou
ao usarem-se dados desde 2004 até 2007. Com isso, se pode verificar se a quebra de estrutura
no mercado, ou seja, o início desse ciclo de bonança no mercado mundial, afeta o resultado
quanto à performance dos estimadores que usam valores extremos.
Indice Bovespa
,0
10,000
20,000
30,000
40,000
50,000
60,000
70,000
3-jan-00
3-abr-00
3-jul-00
3-out-00
3-jan-01
3-abr-01
3-jul-01
3-out-01
3-jan-02
3-abr-02
3-jul-02
3-out-02
3-jan-03
3-abr-03
3-jul-03
3-out-03
3-jan-04
3-abr-04
3-jul-04
3-out-04
3-jan-05
3-abr-05
3-jul-05
3-out-05
3-jan-06
3-abr-06
3-jul-06
3-out-06
3-jan-07
3-abr-07
3-jul-07
Gráfico 3 - Evolução do Índice Bovespa de janeiro de 2000 até setembro de 2007.
Fonte: Elaboração própria.
31
Paridade BRL/USD
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
2.50
3.00
3.50
4.00
4.50
3-jan-00
3-abr-00
3-jul-00
3-out-00
3-jan-01
3-abr-01
3-jul-01
3-out-01
3-jan-02
3-abr-02
3-jul-02
3-out-02
3-jan-03
3-abr-03
3-jul-03
3-out-03
3-jan-04
3-abr-04
3-jul-04
3-out-04
3-jan-05
3-abr-05
3-jul-05
3-out-05
3-jan-06
3-abr-06
3-jul-06
3-out-06
3-jan-07
3-abr-07
3-jul-07
Gráfico 4 - Evolução da paridade BRL/USD spot de janeiro de 2000 até setembro de
2007.
Fonte: Elaboração própria.
3.2. Descrição dos Dados
Os estimadores escolhidos para a análise foram o tradicional, o PK, o PKM, o GK6, o
RS e o YZ. A não-escolha dos outros estimadores mencionados neste trabalho para a reali-
zação dos testes deve-se ao fato de muitos serem redundantes ou de difícil construção. Por
exemplo, da família GK, foram escolhidos PK, PKM e GK6, pois esses basicamente cobrem
todo o espectro, e não foi escolhido o estimador de Naoto (KUNITOMO, 1992) devido à di-
ficuldade na sua construção, dada a necessidade de informações intra-diárias por um período
mais longo do que o obtido para a análise usando a variância realizada.
Para os primeiros testes, em que se utiliza o estimador clássico como referência, os
dados foram obtidos da Bloomberg e o período de estudo começa em Janeiro de 2000 e ter-
mina em Setembro de 2007. Os dados são diários e foram capturados os valores de máximo,
mínimo, abertura e fechamento para calcular os estimadores de volatilidade. Antes de usá-los
foi verificada a consistência dos dados, isto é, se o máximo é de fato maior ou igual que o
mínimo, abertura e fechamento e se o mínimo é de fato menor ou igual que o máximo,
abertura e fechamento.
32
Foi calculada a volatilidade usando dados de 1 semana e 1 mês para o estimador tra-
dicional, Parkinson, Parkinson Modificado, Garman Klass 6, Rogers Satchell e Yang Zhang.
Tanto para 1 semana como para 1 mês, não se faz sobreposições de dados. Os estimadores
semanais e mensais são o somatório de dados diários. Desta forma, tem-se 384 períodos de 1
semana e 91 períodos de 1 mês. A escolha de dois períodos foi feita para se verificar se os
resultados são dependentes da janela de observação. Para análise dos resultados a partir de
2004, foram utilizados apenas os dados de 1 semana, pois há poucos pontos para dados de 1
mês. Nesse caso, tem-se 185 períodos de 1 semana.
Para a análise empírica usando a volatilidade realizada como referência (ver definição
no item 3.3.2), foram utilizadas observações de 5 em 5 minutos para o Índice Bovespa Futuro
e para a paridade BRL/USD, no período que começa em 06 de março de 2007 até 28 se
setembro de 2007. O período escolhido foi o máximo com freqüência de 5 em 5 minutos,
conseguido junto à Bloomberg. A escolha da freqüência de 5 em 5 minutos foi baseada no
trabalho de Andersen e Bollerslev (2003) que afirma que a freqüência para se analisar a vola-
tilidade realizada deve ser de, no mínimo, 30 em 30 minutos e, no máximo, de 5 em 5
minutos. Se for escolhida uma freqüência maior, podem-se introduzir erros, devido a feno-
menos de microestrutura, como falta de liquidez. Desta forma, há 143 observações diárias e
29 observações semanais. Também para os testes foram utilizados os estimadores tradicional,
Parkinson, Parkinson Modificado, Garman Klass 6, Rogers Satchell e Yang Zhang.
Para os testes usando a volatilidade implícita ATM de 1 mês como referência, foram
usados dados diários entre setembro de 2004 inclusive e setembro de 2007, inclusive. Para a
paridade BRL/USD foram usadas informações obtidas da base de dados do Banco Credit
Suisse e para o Índice Bovespa, da base de dados do Banco Santander.
A escolha do estimador clássico de volatilidade, da volatilidade realizada e da vola-
tilidade implícita como referências se deve a:
1) Estimador clássico: é o estimador mais usado na prática, pois é não viesado e de
fácil mensuração.
2) Volatilidade realizada: é uma medida livre de erros e é observável, isto é, não é
algo latente. Também se pode verificar o viés do estimador clássico mencionado
por Becker (BECKER, 1983).
3) Volatilidade implícita: é a que melhor representa a expectativa do mercado quanto
à volatilidade futura, sendo usada para apreçamento das opções no mercado.
Os resultados das análises são expressos em termos de volatilidade anualizada, ou
seja, Vol
ano
= (252^0.5) * Vol
dia,
em que 252 é o número de dias úteis no ano, e não em
33
termos de variância, apesar de todos os estimadores estarem escritos na forma de variância
no capítulo 2 deste trabalho.
3.3. Análise dos Resultados
3.3.1. Estimador Clássico como Referência
Supondo que o estimador tradicional seja um estimador não viesado, foram feitos
testes de viés para os outros estimadores usando-o como referência, testes de eficiência dos
estimadores quanto à previsão da volatilidade do próximo período e regressões, considerando
o estimador tradicional defasado de um período para frente como variável dependente e os
outros estimadores, individualmente, como variáveis independentes. Nas regressões foram
incluídos componentes MA (média móvel) e AR (auto-regressivo) para eliminar correlação
entre os resíduos segundo o teste estatístico Q de Ljung-Box. Para analisar parcimônia foram
usados os critérios de Akaike (AIC) e Schwartz (SBC). A heterocedasticidade foi corrigida
usando o parâmetro de White e a estimação foi feita usando o método dos mínimos
quadrados. O software usado para as regressões foi o EViews.
As tabelas de 2 a 7 mostram os testes de viés para os estimadores, usando o estimador
tradicional como referência.
Tabela 2 - Teste empírico de viés para estimadores de volatilidade – estimador
clássico como referência Índice Bovespa Dados de 1 Semana Período 2000 a 2007
Estimador Média
Desvio-
Padrão
Média
(Tradicional-
Estimador)
Desvio-
Padrão
(diferença)
Tradicional
26.77%
10.91%
PK 23.81%
7.67%
2.96%
0.68%
PKM 23.87%
7.69%
2.90%
0.68%
GK6 22.38%
7.32%
4.39%
0.67%
RS 21.96%
7.91%
4.81%
0.69%
YZ 22.81%
7.77%
3.96%
0.68%
Fonte: Elaboração própria.
34
Tabela 3 - Teste empírico de viés para estimadores de volatilidade – estimador
clássico como referência Índice Bovespa Dados de 1 Mês Período 2000 a 2007
Estimador Média
Desvio-
Padrão
Média
(Tradicional-
Estimador)
Desvio-
Padrão
(diferença)
Tradicional
27.74%
8.00%
PK 24.13%
6.29%
3.61%
1.07%
PKM 24.18%
6.31%
3.56%
1.07%
GK6 22.70%
5.90%
5.04%
1.04%
RS 22.40%
6.13%
5.34%
1.06%
YZ 23.27%
6.27%
4.47%
1.07%
Fonte: Elaboração própria.
Tabela 4 - Teste empírico de viés para estimadores de volatilidade estimador
clássico como referência Índice Bovespa Dados de 1 Semana Período 2004 a 2007
Estimador Média
Desvio-
Padrão
Média
(Tradicional -
Estimador)
Desvio-
Padrão
(diferença)
Tradicional
24.17%
9.92%
PK 21.73%
6.95%
2.44%
1.27%
PKM 21.73%
6.96%
2.44%
1.11%
GK6 20.41%
6.73%
3.76%
1.10%
RS 20.12%
7.41%
4.05%
1.14%
YZ 20.84%
7.17%
3.32%
1.13%
Fonte: Elaboração própria.
Tabela 5 - Teste empírico de viés para estimadores de volatilidade estimador
clássico como referência Paridade BRL/USD Dados de 1 Semana Período 2000 a 2007
Estimador Média
Desvio-
Padrão
Média
(Tradicional -
Estimador)
Desvio-
Padrão
(diferença)
Tradicional 13.25%
10.04%
PK 12.73%
7.60%
0.52%
0.64%
PKM 13.53%
7.89%
-0.27%
0.65%
GK6 13.28%
7.49%
-0.03%
0.64%
RS 12.35%
7.11%
0.90%
0.63%
YZ 13.34%
7.62%
-0.08%
0.64%
Fonte: Elaboração própria.
35
Tabela 6 - Teste empírico de viés para estimadores de volatilidade estimador
clássico como referência Paridade BRL/USD Dados de 1 Mês Período 2000 a 2007
Estimador Média
Desvio-
Padrão
Média
(Tradicional -
Estimador)
Desvio-
Padrão
(diferença)
Tradicional 14.01%
8.43%
PK 13.06%
7.02%
0.94%
1.15%
PKM 13.86%
7.29%
0.15%
1.17%
GK6 13.58%
6.92%
0.43%
1.14%
RS 12.65%
6.55%
1.35%
1.12%
YZ 13.64%
7.02%
0.37%
1.15%
Fonte: Elaboração própria.
Tabela 7 - Teste empírico de viés para estimadores de volatilidade estimador
clássico como referência Paridade BRL/USD Dados de 1 Semana Período 2004 a 2007
Estimador Média
Desvio-
Padrão
Média
(Tradicional -
Estimador)
Desvio-
Padrão
(diferença)
Tradicional 11.77%
7.33%
PK 11.85%
5.56%
-0.09%
0.67%
PKM 12.11%
5.61%
-0.34%
0.68%
GK6 12.02%
5.43%
-0.25%
0.67%
RS 11.68%
5.39%
0.08%
0.67%
YZ 12.04%
5.49%
-0.27%
0.67%
Fonte: Elaboração própria.
Pode-se verificar que com 95% de nível de confiança para o Índice Bovespa, rejeita-
se a hipótese nula de que a diferença entre o estimador tradicional e os estimadores usando
valores extremos é nula, ou seja, temos viés nos estimadores. O mesmo não ocorre para a
paridade BRL/USD. Pode-se também verificar que em todos os casos, a variância do estima-
dor tradicional é superior à dos estimadores em estudo. Como nos testes teóricos, é verificado
ligeiro viés de baixa para todos os estimadores. A razão para isso seria a mesma já
comentada no teste simulado acima. Utilizando dados a partir de 2004, não se verifica ne-
nhum resultado diferente para o Índice Bovespa e, para a paridade BRL/USD, o viés prati-
camente desaparece. Também para dados posteriores a 2004, verifica-se uma variância me-
nor para os estimadores usando valores extremos. Para os dados a partir de 2004, não se veri-
36
fica nenhuma diferença significativa nos resultados para o Índice Bovespa. Para a paridade
BRL/USD, verifica-se ligeiro viés de alta para alguns estimadores. Como se pode constatar,
os resultados são bem melhores para a paridade BRL/USD do que para o Índice Bovespa.
Para avaliar a relativa eficiência do estimador tradicional e os estimadores em estudo
quanto à previsão da volatilidade do próximo período, definem-se as seguintes medidas:
quadrático erro :)()(
2
1+
=
OTiTi
SE δδδ
[
]
absoluto erro :)(
2
1+
=
OTiTi
AE δδδ
Em que
iT
δ é a volatilidade do estimador i no período T e
1+OT
δ é a volatilidade do
estimador clássico em T+1.
Fazendo a diferença entre o SE do estimador tradicional e o SE do estimador em
questão, pode-se verificar a eficiência na previsão. A eficiência é conferida se a diferença
entre os SE’s for estatisticamente significantemente diferente de zero. Para se verificar qual
estimador é mais eficiente, a minimização do erro quadrático médio é equivalente a mini-
mizar a perda esperada associada à estimação. O mesmo é feito usando AE. A análise usando
o erro absoluto (AE) é feita para checar se outliers não estão prejudicando os resultados.
As tabelas de 8 a 13 mostram os resultados da análise de eficiência.
Tabela 8 - Teste de eficiência relativa na previsão de volatilidade futura estimador
clássico como referência Índice Bovespa Dados de 1 Semana - Período 2000 a 2007
Estimador
Média (SE Tradic.
SE Estimador)
x
10^6
Desvio-Padrão
(diferença dos
SE’s)
x
10^6
Média (AE Tradic.
AE Estimador)
x
10^6
Desvio-Padrão
(diferença dos
AE’s)
x
10^6
PK -2,848
1,374
12,891
4,869
PKM -2,808
1,373
12,958
4,861
GK6 -4,404
1,497
7,914
5,071
RS -5,984
1,659
2,956
5,260
YZ -4,468
1,532
8,073
5,094
Fonte: Elaboração própria.
37
Tabela 9 - Teste de eficiência relativa na previsão de volatilidade futura estimador
clássico como referência Índice Bovespa Dados de 1 Mês - Período 2000 a 2007
Estimador
Média (SE Tradic.
SE Estimador) x
10^6
Desvio-Padrão
(diferença dos SE’s)
x 10^6
Média (AE Tradic.
AE Estimador) x
10^6
Desvio-Padrão
(diferença dos
AE’s) x 10^6
PK 413
1,703
2,265
8,198
PKM 450
1,700
2,791
8,184
GK6 -664
1,836
-2,160
8,512
RS -1,390
1,925
-5,050
8,711
YZ -505
1,815
-1,390
8,478
Fonte: Elaboração própria.
Tabela 10 - Teste de eficiência relativa na previsão de volatilidade futura estimador
clássico como referência Índice Bovespa Dados de 1 Mês - Período 2004 a 2007
Estimador
Média (SE Tradic.
SE Estimador)
x
10^6
Desvio-Padrão
(diferença dos
SE’s)
x
10^6
Média (AE Tradic.
AE Estimador) x
10^6
Desvio-Padrão
(diferença dos
AE’s)
x
10^6
PK 3,290
1,676
14,612
6,430
PKM 3,291
1,676
14,615
6,430
GK6 2,210
1,813
11,251
6,680
RS 1,117
1,954
8,593
6,959
YZ 2,261
1,837
12,433
6,728
Fonte: Elaboração própria.
Tabela 11- Teste de eficiência relativa na previsão de volatilidade futura estimador
clássico como referência Paridade BRL/USD Dados de 1 Semana Período 2000 a 2007
Estimador
Média (SE Tradic.
SE Estimador)
x
10^6
Desvio-Padrão
(diferença dos
SE’s)
x
10^6
Média (AE Tradic,
AE Estimador) x
10^6
Desvio-Padrão
(diferença dos
AE’s)
x
10^6
PK 3,357
2,266
14,232
4,739
PKM 3,273
2,260
12,920
4,727
GK6 3,367
2,264
13,625
4,720
RS 3,308
2,245
14,599
4,762
YZ 3,302
2,253
13,348
4,730
Fonte: Elaboração própria.
38
Tabela 12 - Teste de eficiência relativa na previsão de volatilidade futura estimador
clássico como referência Paridade BRL/USD Dados de 1 Mês - Período 2000 a 2007
Estimador
Média (SE Tradic.
SE Estimador) x
10^6
Desvio-Padrão
(diferença dos
SE’s) x 10^6
Média (AE Tradic.
AE Estimador) x
10^6
Desvio Padrão
(diferença dos
AEs) x 10^6
PK 1,370
2,857
6,224
9,144
PKM 1,377
2,822
4,423
9,028
GK6 1,674
2,741
5,749
8,931
RS 1,629
2,754
6,512
9,006
YZ 1,582
2,754
5,319
8,960
Fonte: Elaboração própria.
Tabela 13 - Teste de eficiência relativa na previsão de volatilidade futura estimador
clássico como referência Paridade BRL/USD Dados de 1 Mês - Período 2004 a 2007
Estimador
Média (SE Tradic.
SE Estimador) x
10^6
Desvio-Padrão
(diferença dos
SE’s) x 10^6
Média (AE Tradic.
AE Estimador) x
10^6
Desvio-Padrão
(diferença dos
AE’s) x 10^6
PK 2,321
1,070
12,903
5,126
PKM 2,255
1,071
12,257
5,130
GK6 2,247
1,078
11,803
5,112
RS 2,119
1,081
11,383
5,158
YZ 2,108
1,080
11,185
5,154
Fonte: Elaboração própria.
Pelas tabelas de 8 a 13, para o Índice Bovespa não se verifica nenhuma eficiência na
previsão da volatilidade futura, mas para a paridade BRL/USD, verifica-se eficiência. No ca-
so de dados de 1 semana não se rejeita a eficiência com 85% de nível de confiança. Para o
período que começa em 2004, tanto para o Índice Bovespa como para a paridade BRL/USD
spot, os estimadores propostos são estatisticamente mais eficientes que o tradicional com
95% de confiança.
As tabelas de 14 a 19 mostram os resultados das regressões feitas considerando o es-
timador tradicional defasado 1 período para frente como variável dependente e os estima-
dores sem defasagem como variáveis independentes. Regressões significam modelos mais
sofisticados e custosos para se estimar a volatilidade futura. Os valores entre parêntesis nas
tabelas representam o desvio padrão dos coeficientes das regressões.
39
Tabela 14 - Equações de previsão de volatilidade futura estimador clássico como
referência Índice Bovespa Dados de 1 Semana - Período 2000 a 2007
Equação MA(1) AR(1) SE * 100 R^2 Ajustado
Tradicional (t+1) = 0.27 + 0.44 * Tradicional (t)
9.64
19.19%
(0.01) (0.06)
Tradicional (t+1) = 0.10 + 0.70 * PK
9.28
25.11%
(0.02) (0.08)
Tradicional (t+1) = 0.10 + 0.70 * PKM
9.28
25.21%
(0.02) (0.08)
Tradicional (t+1) = 0.15 + 0.52 * GK 0.19
9.46
22.23%
(0.02) (0.08) (0.07)
Tradicional (t+1) = 0.19 + 0.36 * RS 00.29
9.55
20.81%
(0.02) (0.07) (0.07)
Tradicional (t+1) = 0.16 + 0.46 * YZ 0.21
9.50
21.69%
(0.02) (0.08) (0.07)
Fonte: Elaboração própria.
Tabela 15 - Equações de previsão de volatilidade futura estimador clássico como
referência Índice Bovespa Dados de 1 Mês - Período 2000 a 2007
Equação MA(1) AR(1) SE * 100 R^2 Ajustado
Tradicional (t+1) = 0.27 + 0.77 * Tradicional (t) -0.50
7.32
15.95%
(0.02) (0.13) (0.17)
Tradicional (t+1) = 0.15 + 0.51 * PK 7.30
15.50%
(0.03) (0.11)
Tradicional (t+1) = 0.15 + 0.51 * PKM 7.29
15.61%
(0.03) (0.11)
Tradicional (t+1) = 0.16 + 0.53 * GK 7.35
14.38%
(0.03) (0.12)
Tradicional (t+1) = 0.17 + 0.47 * RS 7.45
12.04%
(0.03) (0.11)
Tradicional (t+1) = 0.17 + 0.48 * YZ 7.40
13.23%
(0.03) (0.11)
Fonte: Elaboração própria.
40
Tabela 16 - Equações de previsão de volatilidade futura estimador clássico como
referência Índice Bovespa Dados de 1 Semana - Período 2004 a 2007
Equação MA(1) AR(1) SE * 100 R^2 Ajustado
Tradicional (t+1) = 0.24 + 0.43 * Tradicional (t)
9.05
17.63%
. (0.01) (0.07)
Tradicional (t+1) = 0.08 + 0.75 * PK 8.49
26.97%
.(0.02) (0.09)
Tradicional (t+1) = 0.08 + 0.75 * PKM 8.49
26.96%
(0.02) (0.09)
Tradicional (t+1) = 0.09 + 0.73 * GK 8.66
24.26%
(0.02) (0.11)
Tradicional (t+1) = 0.15 + 0.44 * RS 0.26
8.71
23.81%
(0.02) (0.10) (0.09)
Tradicional (t+1) = 0.10 + 0.68 * YZ 8.69
23.71%
(0.02) (0.11)
Fonte: Elaboração própria.
Tabela 17 - Equações de previsão de volatilidade futura estimador clássico como
referência Paridade BRL/USD Dados de 1 Semana - Período 2000 a 2007
Equação AR(2) AR(7) SE * 100 R^2 Ajustado
Tradicional (t+1) = 0.14 + 0.46 * Tradicional (t)
0.25
8.13
35.05%
. (0.02) (0.05) (0.06)
Tradicional (t+1) = 0.03 + 0.83 * PK 0.18
7.48
45.02%
(0.01) (0.11) (0.08)
Tradicional (t+1) = 0.03 + 0.80 * PKM 0.16
7.51
44.49%
(0.01) (0.10) (0.07)
Tradicional (t+1) = 0.02 + 0.84 * GK 0.17
7.51
44.58%
(0.01) (0.11) (0.08)
Tradicional (t+1) = 0.03 + 0.87 * RS 0.19
7.50
44.63%
(0.01) (0.12) (0.08)
Tradicional (t+1) = 0.02 + 0.82 * YZ 0.17
7.53
44.27%
(0.01) (0.11) (0.08)
Fonte: Elaboração própria.
41
Tabela 18 - Equações de previsão de volatilidade futura estimador clássico como
referência Paridade BRL/USD Dados de 1 Mês - Período 2000 a 2007
Equação AR(2) AR(7) SE * 100 R^2 Ajustado
Tradicional (t+1) = 0.15 + 0.29 * Tradicional (t)
0.39
6.97
32.44%
(0.02) (0.10) (0.14)
Tradicional (t+1) = 0.09 + 0.40 * PK 0.37
6.99
31.99%
(0.03) (0.16) (0.16)
Tradicional (t+1) = 0.09 + 0.40 * PKM 0.36
7.00
31.73%
(0.02) (0.15) (0.16)
Tradicional (t+1) = 0.08 + 0.43 * GK 0.34
6.99
32.03%
(0.02) (0.17) (0.16)
Tradicional (t+1) = 0.09 + 0.45 * RS 0.36
6.97
32.32%
(0.02) (0.19) (0.16)
Tradicional (t+1) = 0.09 + 0.42 * YZ 0.35
7.00
31.86%
(0.02) (0.16) (0.16)
Fonte: Elaboração própria.
Tabela 19 - Equações de previsão de volatilidade futura estimador clássico como
referência Paridade BRL/USD Dados de 1 Semana - Período 2004 a 2007
Equação AR(2) AR(7) SE * 100 R^2 Ajustado
Tradicional (t+1) = 0.12 + 0.31 * Tradicional (t)
0.24
6.54
20.74%
(0.01) (0.09) (0.09)
Tradicional (t+1) = 0.03 + 0.71 * PK 6.12
29.12%
(0.01) (0.10)
Tradicional (t+1) = 0.03 + 0.70 * PKM 6.21
28.62%
(0.01) (0.10)
Tradicional (t+1) = 0.03 + 0.71 * GK 6.24
27.65%
(0.01) (0.10)
Tradicional (t+1) = 0.04 + 0.69 * RS 6.33
25.71%
(0.01) (0.10)
Tradicional (t+1) = 0.03 + 0.69 * YZ 6.31
26.12%
(0.01) (0.10)
Fonte: Elaboração própria.
Pelos resultados das Tabelas acima, mais uma vez não se pode inferir que os
estimadores usando valores extremos prevêem melhor a volatilidade futura que o estimador
42
tradicional, a não ser para o caso da paridade BRL/USD com observação semanal para o
período de 2000 a 2007. Nesse caso, o R^2 ajustado verificado para os estimadores usando
valores extremos é maior que o verificado na regressão usando o estimador tradicional. No
caso, usando dados a partir de 2004, pode-se afirmar que os estimadores usando valores ex-
tremos prevêem melhor a volatilidade futura tanto para o Índice Bovespa quanto para a pari-
dade BRL/USD. Também se verifica que o coeficiente dos estimadores é maior do que os
termos ARMA, mostrando que a maior parte da explicação da volatilidade futura vem destes
estimadores e não dos termos ARMA.
3.3.2 Volatilidade Realizada como referência
Define-se volatilidade realizada como a soma dos quadrados dos retornos ocorridos
em amostras contínuas de tamanhos iguais, durante um período t. Ela converge em proba-
bilidade para a variância do processo à medida que se diminui o tamanho da amostra.
A fim de se examinar empiricamente o viés e a eficiência dos estimadores, tem-se a
volatilidade realizada em uma data t definida como:
(
)
(
)
2
,
=
tjt
rδ
Em que r
j,t
significa o retorno do ativo no intervalo intra-diário j do dia t. Estudos
mostram que tal estimador usando alta freqüência, com fracas considerações, pode ser con-
siderado livre de medidas de erro. A utilização da volatilidade realizada como estimador de
volatilidade mostra-se bastante custosa, pelo fato de se precisar de dados intra-diários por
longos períodos.
As tabelas de 20 a 23 apresentam os resultados dos testes de viés usando a
volatilidade realizada como referência.
Tabela 20 - Teste empírico de viés para estimadores de volatilidade volatilidade
realizada como referência Índice Bovespa Dados de 1 Dia
43
Estimador Média
Desvio-
Padrão
Média
(Realizado -
Estimador)
Desvio-
Padrão
(diferença)
Realizado 24.40%
11.95%
Tradicional
21.38%
17.16%
3.02%
1.75%
PK 25.76%
13.89%
-1.35%
1.53%
PKM 29.81%
17.60%
-5.41%
1.78%
GK6 29.85%
17.62%
-5.45%
1.78%
RS 25.34%
15.76%
-0.94%
1.65%
Fonte: Elaboração própria.
Tabela 21 - Teste empírico de viés para estimadores de volatilidade volatilidade
realizada como referência Índice Bovespa Dados de 1 Semana
Estimador Média
Desvio-
Padrão
Média
(Realizado
Estimador)
Desvio-
Padrão
(diferença)
Realizado 25.24%
9.93%
Tradicional
25.89%
10.97%
-0.66%
2.75%
PK 26.98%
11.12%
-1.74%
2.77%
PKM 31.38%
14.40%
-6.14%
3.25%
GK6 31.22%
14.88%
-5.99%
3.32%
RS 26.80%
13.03%
-1.56%
3.04%
YZ 31.35%
14.90%
-6.12%
3.32%
Fonte: Elaboração própria.
Tabela 22 - Teste empírico de viés para estimadores de volatilidade volatilidade
realizada como referência Paridade BRL/USD Dados de 1 Dia
Estimador Média
Desvio-
Padrão
Média
(Realizado -
Estimador)
Desvio-
Padrão
(diferença)
Realizado 14.46%
8.58%
Tradicional
11.06%
10.25%
3.40%
1.10%
PK 12.19%
7.83%
2.27%
0.95%
PKM 12.54%
7.94%
1.93%
0.96%
GK6 12.50%
7.70%
1.97%
0.95%
RS 12.00%
7.80%
2.46%
0.95%
Fonte: Elaboração própria.
44
Tabela 23 - Teste empírico de viés para estimadores de volatilidade volatilidade
realizada como referência Paridade BRL/USD Dados de 1 Semana
Estimador Média
Desvio-
Padrão
Média
(Realizado
Estimador)
Desvio-
Padrão
(diferença)
Realizado 15.13%
7.27%
Tradicional
12.97%
8.73%
2.16%
2.11%
PK 12.86%
6.65%
2.27%
1.83%
PKM 13.19%
6.77%
1.94%
1.85%
GK6 13.13%
6.55%
2.00%
1.82%
RS 12.78%
6.45%
2.35%
1.81%
YZ 13.20%
6.68%
1.93%
1.83%
Fonte: Elaboração própria.
Pelas tabelas de 20 a 23 verifica-se que para o Índice Bovespa, os resultados são dife-
rentes para 1 dia e 1 semana. Para verificação diária, os estimadores PK e RS possuem
eficiência superior ao estimador tradicional, e não rejeitamos a hipótese nula de que volati-
lidade realizada é igual aos estimadores. Para verificação semanal, nenhum estimador apre-
senta-se mais eficiente que o estimador tradicional. Para a paridade BRL/USD, tanto para
verificação semanal quanto para verificação diária, os estimadores possuem eficiência supe-
rior ao estimador tradicional. Quanto ao viés, todos apresentam viés de baixa; rejeitamos a
hipótese nula de igualdade para verificação diária e não rejeitamos para nenhum estimador na
verificação semanal, com 95% de confiança. Os dados acima corroboram o fato de que a ve-
rificação empírica da volatilidade realizada é maior que a da volatilidade estimada da
maneira tradicional, mostrando que a volatilidade intra-diária é maior que a volatilidade diá-
ria. Isso explicaria o porquê da volatilidade implícita ser, na média, maior que a volatilidade
obtida pelo estimador clássico.
3.3.3 Volatilidade Implícita como referência
Volatilidade implícita é definida como aquela que, usada no modelo de apreçamento
de opções, atinge o valor de mercado da opção. Ela espelha a expectativa do mercado quanto
45
à volatilidade futura. Alguns problemas para se obter a volatilidade implícita do mercado são
levantados:
1) Dados não simultâneos para opções e ativo-base;
2) Inconsistência se o modelo de apreçamento usado para se obter a volatilidade im-
plícita não for o mesmo que o mercado utiliza.
3) Ineficiências de mercado que causam oportunidades de arbitragem.
Usando a volatilidade implícita ATM (at the money) de 1 mês como referência, foram
feitos testes de viés para os estimadores, testes de eficiência desses quanto à previsão da vo-
latilidade do próximo período e regressões considerando a volatilidade implícita defasada de
um período para frente como variável dependente e os outros estimadores, individualmente,
como variáveis independentes. Também nas regressões foram usados componentes MA
(média móvel) e AR (auto-regressivo) para eliminar correlação entre os resíduos segundo o
teste estatístico Q de Ljung-Box. Para analisar parcimônia foram usados os critérios de
Akaike (AIC) e Schwartz (SBC). A heterocedasticidade foi corrigida usando o parâmetro de
White e a estimação foi feita usando o método dos mínimos quadrados. O software usado
para as regressões foi o EViews.
As tabelas 24 e 25 apresentam os resultados dos testes de viés usando a volatilidade
implícita como referência.
Tabela 24 - Teste empírico de viés para estimadores de volatilidade volatilidade
implícita como referência Índice Bovespa
Estimador Média
Desvio-
Padrão
Média
(Tradicional -
Estimador)
Desvio Padrão-
(diferença)
Implícita 27.12%
3.58%
Tradicional
23.65%
6.13%
3.47%
0.26%
PK 21.08%
4.95%
6.04%
0.22%
PKM 21.08%
4.96%
6.04%
0.22%
GK6 19.98%
4.81%
7.14%
0.22%
RS 19.98%
5.21%
7.14%
0.23%
YZ 20.57%
5.16%
6.55%
0.23%
Fonte: Elaboração própria.
46
Tabela 25 - Teste empírico de viés para estimadores de volatilidade volatilidade
implícita como referência Paridade BRL/USD
Estimador Média
Desvio-
Padrão
Média
(Tradicional -
Estimador)
Desvio-Padrão
(diferença)
Implícita 12.77%
3.58%
Tradicional
12.55%
5.50% 0.22% 0.24%
PK 12.60%
4.95% 0.17% 0.22%
PKM 12.35%
4.92% 0.42% 0.22%
GK6 12.50%
4.85% 0.27% 0.22%
RS 12.22%
4.80% 0.55% 0.22%
YZ 12.53%
4.87% 0.24% 0.22%
Fonte: Elaboração própria.
Pelas tabelas 24 e 25 pode-se, considerando a volatilidade implícita como referência e
com 95% de nível de confiança, confirmar a presença de viés de baixa em todos os estima-
dores, inclusive o tradicional, para o Índice Bovespa, e afirmar que não há viés para todos os
estimadores no caso da paridade BRL/USD spot, com exceção para os estimadores RS e
PKM. Também é verificado que o desvio padrão dos estimadores usando valores extremos
são menores do que para o estimador tradicional.
As tabelas de 26 a 27 apresentam os resultados dos testes de eficiência usando a
volatilidade implícita como referência.
Tabela 26 - Teste de eficiência relativa na previsão de volatilidade futura
volatilidade implícita como referência Índice Bovespa
Estimador
Média (SE Tradic. SE
Estimador) x 10^6
Desvio-Padrão
(diferença dos SE’s) x
10^6
Média (AE Tradic.
AE Estimador) x 10^6
Desvio-Padrão
(diferença dos AE’s) x
10^6
PK -1,165
215
-11,616
1,593
PKM -1,170
215
-11,645
1,594
GK6 -2,442
225
-27,596
2,786
RS -2,688
229
-21,888
1,623
YZ -1,862
220
-16,569
1,603
Fonte: Elaboração própria.
47
Tabela 27 - Teste de eficiência relativa na previsão de volatilidade futura
volatilidade implícita como referência Paridade BRL/USD
Estimador
Média (SE Tradic. SE
Estimador) x
10^6
Desvio-Padrão
(diferença dos SE’s)
x
10^6
Média (AE Tradic.
AE Estimador) x
10^6
Desvio-Padrão
(diferença dos AE’s)
x
10^6
PK 310
84
5,187
989
PKM 321
82
4,817
972
GK6 293
85
5,050
997
RS 277
83
4,078
982
YZ 310
84
5,136
988
Fonte: Elaboração própria.
Pelas tabelas 26 e 27 verifica-se que, para o Índice Bovespa, os estimadores usando
valores extremos não apresentam maior eficiência que o estimador tradicional quanto à pre-
visibilidade da volatilidade implícita defasada um período para frente. Para a Paridade
BRL/USD spot, pode-se verificar tal eficiência com 95% de confiança.
As tabelas 28 e 29 mostram os resultados das regressões feitas considerando a
volatilidade implícita defasada um período para frente como variável dependente e os esti-
madores sem defasagem como variáveis independentes. Os valores entre parêntesis nas tabe-
las representam o desvio padrão dos coeficientes das regressões.
Tabela 28 - Equações de previsão de volatilidade futura – volatilidade implícita como
referência Índice Bovespa
Equação AR(1) MA(2) SE * 100 R^2 Ajustado
Implicita (t+1) = 0.27 + 0.01 * Tradicional (t) 0.94
1.14
89.66%
(0.01) (0.04) (0.01)
Implicita (t+1) = 0.24 + 0.16 * PK 0.93
1.14
89.77%
(0.02) (0.08) (0.02)
Implicita (t+1) = 0.24 + 0.16 * PKM 0.93
1.14
89.77%
(0.02) (0.08) (0.02)
Implicita (t+1) = 0.23 + 0.23 * GK 0.92
1.13
89.89%
(0.01) (0.07) (0.02)
Implicita (t+1) = 0.23 + 0.20 * RS 0.92
1.13
89.93%
(0.01) (0.05) (0.02)
Implicita (t+1) = 0.23 + 0.21 * YZ 0.92
1.13
89.90%
(0.01) (0.06) (0.02)
Fonte: Elaboração própria.
48
Nota: o coeficiente para o estimador Tradicional não é estatisticamente
significante a 90% de nível de confiança.
Tabela 29 - Equações de previsão de volatilidade futura volatilidade implícita como
referência Paridade BRL/USD
Equação AR(1) MA(2) SE * 100 R^2 Ajustado
Implicita (t+1) = 0.12 + 0.11 * Tradicional (t ) 0.98
-0.17
0.81
94.96%
(0.01) (0.04) (0.02) (0.11)
Implicita (t+1) = 0.10 + 0.21 * PK 0.97
-0.18
0.81
94.98%
(0.01) (0.09 (0.02) (0.11)
Implicita (t+1) = 0.10 + 0.22 * PKM 0.97
-0.19
0.81
94.99%
(0.01) (0.09) (0.02) (0.11)
Implicita (t+1) = 0.11 + 0.13 * GK 0.97
-0.18
0.81
94.93%
(0.01) (0.08) (0.01) (0.11)
Implicita (t+1) = 0.12 + 0.08 * RS 0.98
-0.17
0.81
94.90%
(0.01) (0.07) (0.01) (0.11)
Implicita (t+1) = 0.11 + 0.13 * YZ 0.98
-0.18
0.81
94.92%
(0.01) (0.08) (0.01) (0.11)
Fonte: Elaboração própria.
Nota: os coeficientes para os estimadores GK, RS e YZ não são
estatisticamente significantes a 90% de nível de confiança
Pelas tabelas 28 e 29, não se verifica nenhuma eficiência superior dos estimadores
usando valores extremos, comparando-os com o estimador tradicional. Verifica-se que o coe-
ficiente de AR (1) (Autoregressive) é próximo de 1, o que nos leva a acreditar na presença de
raiz unitária nas séries de volatilidade implícita. Ao fazer o teste de Dickey-Fuller, com 95%
de grau de confiança, não se verifica presença de raiz unitária para o Índice Bovespa, mas
sim para a paridade BRL/USD spot. A presença de raiz unitária compromete os resultados
das regressões, pois essas seriam regressões espúrias, que se caracterizam por R^2 alto, e isso
é exatamente o que se observa na tabela 29. Também se verifica que praticamente os termos
AR explicam a volatilidade implícita futura.
49
3.4. Análise das diferenças entre a teoria e a verificação empírica
As verificações empíricas não refletiram totalmente a teoria. Fatores de eficiência na
casa de 10 não foram verificados. As principais razões para a existência de viés são a
discretização das observações no tempo e o fato de os preços serem negociados com in-
crementos definidos (spreads). Outra razão para explicar a diferença da teoria para a rea-
lidade é o fato de que os estimadores usando valores extremos foram construídos assumindo
que os preços seguem o processo dS = µ S dt +
δ
S dz, em que dz é um passeio aleatório sem
drift. Os retornos então seguiriam dlnS = (µ - δ²/2) dt + δ dz. Em um mundo teórico onde se
tem verificação contínua da trajetória, seria esperado um excelente desempenho dos esti-
madores que usam valores extremos. No mundo discreto como na prática, os estimadores pó-
dem ser piores que o estimador clássico quanto ao viés e à eficiência. Desde que as fortes
considerações mencionadas não são verificadas na prática, o uso dos estimadores que usam
valores extremos passa a ser questionável. Mesmo para a paridade BRL/USD spot, que apre-
sentou melhores resultados, a eficiência verificada ficou longe dos valores teóricos. Em ou-
tros trabalhos realizados na literatura, nos quais se analisa empiricamente o desempenho de
estimadores que usam valores extremos, como Wiggins (1991), Wiggins (1992), Toner
(1997) e Becker (1983), também não se verificaram as eficiências obtidas na teoria.
Para se verificar se, de fato, os preços seguem o processo mencionado acima,
analisou-se o comportamento dos retornos diários do Índice Bovespa e da paridade
BRL/USD. Para a análise, foram usados os dados a partir de janeiro de 2003, que seria o
início do ciclo de bonança observado no mercado internacional e brasileiro.
50
-0.08
-0.06
-0.04
-0.02
0.00
0.02
0.04
0.06
200 400 600 800 1000
IBOV
Gráfico 5 - Retornos diários do Índice Bovespa
Fonte: Elaboração própria.
0
50
100
150
200
-0.06 -0.04 -0.02 0.00 0.02 0.04
Series: IBOV
Sample 1 1180
Observations 1180
Mean 0.001424
Median 0.001921
Maximum 0.051615
Minimum -0.068566
Std. Dev. 0.016148
Skewness -0.288229
Kurtosis 3.694868
Jarque-Bera 40.07794
Probability 0.000000
Gráfico 6 - Histograma dos retornos diários do Índice Bovespa
Fonte: Elaboração própria.
51
-0.04
-0.02
0.00
0.02
0.04
0.06
200 400 600 800 1000
BRLUSD
Gráfico 7 - Retornos diários da paridade BRL/USD spot
Fonte: Elaboração própria.
0
50
100
150
200
-0.0250 -0.0125 0.0000 0.0125 0.0250 0.0375
Series: BRLUSD
Sample 1 1180
Observations 1180
Mean -0.000558
Median -0.000840
Maximum 0.039499
Minimum -0.031319
Std. Dev. 0.008777
Skewness 0.528673
Kurtosis 5.330928
Jarque-Bera 322.1010
Probability 0.000000
Gráfico 8 - Histograma dos retornos diários da paridade BRL/USD spot
Fonte: Elaboração própria.
Pelo teste de normalidade de Jarque-Bera se rejeita a hipótese nula de normalidade
dos retornos com 95% de confiança. Portanto, a não-verificação empírica da teoria deve-se
ao fato de o preço dos ativos não seguir o processo dS = µ S dt +
δ
S dz, em que dz é um
processo de Winner. Apesar disso, verifica-se que os estimadores para a paridade BRL/USD
apresentaram melhor comportamento do que os do Índice Bovespa. Isso pode dever-se ao
fato de:
52
1) Retornos reais das ações não serem corretamente representados, pois não se consi-
derou efeitos de dividendos, juros de capital próprio, bonificação, direitos de
subscrição, etc.
2) Futuro de Ibovespa na BM&F possuir um limitador de queda intra-diário de 10%, ou
seja, se o preço cair 10% em um dia, o circuit break é acionado e o mercado pára por
alguns instantes. Dado que a volatilidade do Ibovespa é alta, esta limitação não é
desprezível para o modelo. Semelhante limitação existe para o futuro de Dólar na
BM&F, mas a volatilidade do spot é bem menor que a do Ibovespa. Em outras
palavras, o efeito desta limitação sobre o mercado de bolsa é maior do que para o
mercado de câmbio. Vale mencionar que essa limitação afeta os estimadores que
usam valores extremos, pois o máximo e o mínimo não seriam de fato observados, e
não afeta, ou afeta pouco, o estimador clássico.
53
4. CONCLUSÃO
4.1 Conclusões
O trabalho tem como objetivo analisar a performance dos estimadores de volatilidade
que usam valores extremos (máximo, mínimo, abertura e fechamento) para ativos no
mercado brasileiro. Testes estatísticos de viés e eficiência foram realizados para o Índice
Bovespa e a paridade BRL/USD spot utilizando o estimador clássico, a volatilidade realizada
e a volatilidade implícita como referências.
Os principais resultados encontrados foram:
1) Usando o estimador clássico como referência:
a) Teste de Viés:
i. Índice Bovespa: os estimadores usando valores extremos
apresentaram viés de baixa. Enquanto o valor médio de
volatilidade obtido para o estimador clássico é da ordem de 25%,
o valor médio para os estimadores usando valores extremos é da
ordem de 22%. O desvio-padrão da diferença é da ordem de 1%
e, portanto, com 95% de confiança rejeita-se a hipótese de não
existência de viés.
ii. Paridade BLR/USD spot: os estimadores usando valores extre-
mos não apresentaram viés. A diferença entre os estimadores é
da ordem de 0.50% e como o desvio padrão é da ordem de 1%,
com 95% de confiança, não se rejeita a hipótese de não-
existência de viés.
b) Teste de Eficiência:
i. Índice Bovespa: os estimadores usando valores extremos apre-
sentaram desvio padrão menor que o estimador clássico. A
eficiência, segundo medida descrita no capítulo 2, é da ordem de
2.0. A eficiência máxima observada foi 2.25. Nenhum estimador
apresentou eficiência estatisticamente significante, a 95% de
confiança, superior ao estimador clássico quanto à previsibili-
54
dade da volatilidade futura. Nas regressões, obtiveram-se R^2
maiores, cerca de 25%, utilizando os estimadores que usam
valores extremos.
ii. Paridade BLR/USD spot: os estimadores usando valores extre-
mos apresentaram desvio-padrão menor que o estimador clás-
sico. A eficiência, segundo medida descrita no capítulo 2, é da
ordem de 1.70. A eficiência máxima observada foi 2.0. Nenhum
estimador apresentou eficiência estatisticamente significante, a
95% de confiança, superior ao estimador clássico quanto à previ-
sibilidade da volatilidade futura. Nas regressões, obtiveram-se
R^2 maiores, cerca de 30%, utilizando os estimadores que usam
valores extremos.
2) Usando a volatilidade realizada como referência:
a) Teste de Viés:
i. Índice Bovespa: os resultados são divergentes, considerando o
período de análise. Para dados de um dia, o estimador clássico
apresenta viés de baixa e para 1 semana, não apresenta viés. Os
estimadores que usam valores extremos possuem comportamen-
tos diferentes entre si. Enquanto os estimadores PK e RS não
apresentam viés, os outros apresentam viés de alta.
ii. Paridade BLR/USD spot: todos os estimadores apresentam viés
de baixa para dados de 1 dia e não o apresentam para dados de 1
semana, com 95% de confiança.
b) Teste de Eficiência:
i. Índice Bovespa: os estimadores usando valores extremos diver-
gem entre si quanto à eficiência. Enquanto os estimadores PK e
RS apresentam eficiência de cerca de 1.50 para dados de 1 dia, a
eficiência é inferior a 1 para dados de 1 semana.
ii. Paridade BLR/USD spot: os estimadores usando valores extre-
mos apresentaram desvio-padrão menor que o estimador clás-
sico. A eficiência, segundo medida descrita no capítulo 2, é da
ordem de 1.70. A eficiência máxima observada foi 1.83.
55
3) Usando a volatilidade implícita em opções no dinheiro (ATM at the money) de 1
mês como referência:
a) Teste de Viés:
i. Índice Bovespa: todos os estimadores, incluindo o clássico, apre-
sentaram viés de baixa. Enquanto o valor médio de volatilidade
obtido para a volatilidade implícita é de 27%, o valor médio para
os estimadores é da ordem de 21%. O desvio padrão da diferença
é da ordem de 0.25% e, portanto, com 95% de confiança, rejeita-
se a hipótese de não-existência de viés.
ii. Paridade BLR/USD spot: a maioria dos estimadores usando valo-
res extremos não apresenta viés. Apenas os estimadores PKM e
RS apresentaram ligeiro viés de baixa. A diferença entre os esti-
madores é da ordem de 0.25% e, como o desvio-padrão é da or-
dem de 0.22%, com 95% de confiança, não se rejeita a hipótese
de não-existência de viés.
b) Teste de Eficiência:
i. Índice Bovespa: os estimadores usando valores extremos apre-
sentaram desvio padrão menor que o estimador clássico. A efi-
ciência, segundo medida descrita no capítulo 1, é da ordem de
1.40. A eficiência máxima observada foi 1.60. Nenhum estima-
dor apresentou eficiência estatisticamente significante, a 95% de
confiança, superior ao estimador clássico quanto à previsibi-
lidade da volatilidade futura. Nas regressões, obtiveram-se R^2
próximos a 1 e que o componente AR(1) explica cerca de 90%
da volatilidade implícita.
ii. Paridade BLR/USD spot: os estimadores usando valores extre-
mos apresentaram desvio-padrão menor que o estimador clás-
sico. A eficiência, segundo medida descrita no capítulo 1, é da
ordem de 1.20. A eficiência máxima observada foi 1.32. Todos
os estimadores apresentaram eficiência estatisticamente signifi-
cante, a 95% de confiança, superior ao estimador clássico quanto
à previsibilidade da volatilidade futura. Nas regressões, obtive-
ram-se R^2 próximos a 1 e que se tem a presença de raiz unitária.
56
Como se pode ver pelos resultados, de uma forma geral, os estimadores que usam
valores extremos apresentaram-se melhores que o estimador clássico. Eficiências superiores
a 5, que eram esperadas segundo a teoria, não foram verificadas. A principal razão para essa
diferença entre teoria e prática é que toda a teoria está baseada no fato de que os retornos dos
ativos seguem um processo estocástico com distribuição normal. Como foi verificado, para o
Índice Bovespa e Paridade BRL/USD, os retornos não têm tal comportamento. Após teste
estatístico, rejeita-se a hipótese nula de normalidade.
4.2 Sugestões para novos trabalhos
Atualmente, no mercado brasileiro, os estimadores que usam valores extremos não
são freqüentemente usados. Dados os resultados deste trabalho, fica a sugestão de que eles
sejam discutidos em congressos nacionais de finanças e em futuros trabalhos.
Como sugestão de novo trabalho, pode-se testar para o Índice Bovespa e a paridade
BRL/USD spot o estimador que usa a correção do efeito da discretização dos dados no tem-
po, que foi proposto por Rogers e Satchell (1991) e também por Yang e Zhang (2000). Como
mencionado anteriormente, um dos fatores de viés para os estimadores é a discretização das
observações no tempo. Então, pode-se verificar se a correção traz benefícios para os esti-
madores em termos de viés e eficiência e se ela faz com que a realidade se aproxime mais da
teoria.
Para tentar eliminar o efeito de limitação de queda intra-diária, pode-se fazer um
tratamento nos dados de forma a se eliminar outliers. Wiggins (1991) propôs a retirada de
outliers segundo critérios de variação intra-diários entre a abertura, o máximo, o mínimo e o
fechamento.
57
APÊNDICE
A seguir, é apresentado o gerador de números aleatórios utilizado neste trabalho para
verificar os valores teóricos de eficiência dos estimadores que usam valores extremos em
relação ao estimador tradicional. A rotina abaixo foi usada no Microsoft Excel.
5.1. Geração de números aleatórios (Box Muller).
Sub GenerateRandomNumbers()
Dim pi As Double, a As Double, c As Double
Dim n As Long, n_max As Long
Dim j As Integer
Dim i() As Double
‘Dim X() As Double
Dim k() As Double
pi = 4 * Atn(1)
a = 7 ^ 5
c = 2 ^ 31 - 1
n_max = 1440 '# random numbers
j = 251
ReDim i(n_max)
'ReDim X(n_max)
ReDim k(n_max)
k(0) = 0
For n = 1 To n_max
k(n) = n
Next n
58
While j < 501
i(0) = j 'seed for the linear congruential generator
For n = 1 To n_max 'I() divided by c is iid U(0,1)
i(n) = c * (a * i(n - 1) / c - Int(a * i(n - 1) / c)) 'a times I() modulo c
Next n
For n = 1 To n_max - 1 Step 2
'Box-Muller method: X() is iid N(0,1)
'X(n) = Sqr(-2 * Log(i(n) / c)) * Cos(2 * pi * (i(n + 1) / c))
'X(n + 1) = Sqr(-2 * Log(i(n) / c)) * Sin(2 * pi * (i(n + 1) / c))
Range("A1").Offset(k(n) - 1, j - 251).Value = Sqr(-2 * Log(i(n) / c)) * Cos(2 *
pi * (i(n + 1) / c))
Range("A1").Offset(k(n), j - 251).Value = Sqr(-2 * Log(i(n) / c)) * Sin(2 * pi
* (i(n + 1) / c))
Next n
j = j + 1
Wend
End Sub
59
REFERÊNCIAS
ANDERSEN, T. G. et al. Modeling and forecasting realized volatility. Econometric, v. 71,
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