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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
DÉBORA RAQUEL NEUENFELD
CAPITAL SOCIAL E DESENVOLVIMENTO: UM ESTUDO
EXPLORATÓRIO A PARTIR DA DIMENSÃO CONFIANÇA E
DO ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
FLORIANÓPOLIS
2008
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1
Débora Raquel Neuenfeld
CAPITAL SOCIAL E DESENVOLVIMENTO: UM ESTUDO
EXPLORATÓRIO A PARTIR DA DIMENSÃO CONFIANÇA E
DO ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
Dissertação apresentada como requisito parcial à
obtenção do grau de Mestre em Administração.
Universidade Federal de Santa Catarina.
Curso de Pós-Graduação em Administração.
Área de concentração em Política e Gestão
Institucional
Orientador: Hans Michael Van Bellen, Dr.
FLORIANÓPOLIS
2008
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2
Catalogação na fonte por: Onélia Silva Guimarães CRB-14/071
N481c Neuenfeld, Débora Raquel
Capital social e desenvolvimento : um estudo exploratório a partir da dimensão
confiança e do índice de desenvolvimento humano / Débora Raquel Neuenfeld ;
orientador Hans Michael Van Bellen. Florianópolis, 2008.
151 f.
Dissertação (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina,
Curso de Pós-Graduação em Administração, 2008.
Inclui bibliografia
1. Índice de desenvolvimento humano. 2. Desenvolvimento regional Santa
Catarina. 3. Capital social. 4. Confiança. I. Bellen, Hans Michael Van.
II. Universidade Federal de Santa Catarina. Curso de Pós-Graduação em
Administração. III. Título.
CDU: 65
3
Débora Raquel Neuenfeld
CAPITAL SOCIAL E DESENVOLVIMENTO: UM ESTUDO
EXPLORATÓRIO A PARTIR DA DIMENSÃO CONFIANÇA E DO ÍNDICE
DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do Grau de Mestre em
Administração na área de concentração em Política e Gestão Institucional do Curso de Pós-
Graduação em Administração da Universidade Federal de Santa Catarina e aprovada, em sua
forma final, em 25 de março de 2008.
_________________________________
Prof. Rolf Hermann Erdmann, Dr.
Coordenador do Curso
Apresentada à Comissão Examinadora composta pelos professores:
_________________________________
Prof. Hans Michael Van Bellen, Dr.
Universidade Federal de Santa Catarina
_________________________________
Profa. Maria Ester Menegasso, Dra.
Universidade do Estado de Santa Catarina
_________________________________
Prof. João Benjamim da Cruz Júnior, Dr.
Universidade Federal de Santa Catarina
4
A Deus, que em seu infinito
amor possibilitou-me a vida
5
AGRADECIMENTOS
Sou imensamente grata...
À minha família, em especial ao meu irmão Matheus por sua ternura e por espalhar
amor pelos meus dias.
Ao meu namorado João, por seu amor e compreensão.
Ao Prof. Hans Michael Van Bellen, não só pelo apoio e pelas preciosas contribuições,
mas também pela confiança depositada.
A todos os professores que direta ou indiretamente contribuíram para a minha
formação ao longo de todos esses anos;
À Banca Examinadora, meus agradecimentos e respeito.
À Universidade Federal de Santa Catarina e ao Programa do Curso de Pós
Graduação em Administração, pelo ensino de excelente qualidade.
Enfim, agradeço a todos que têm me incentivado, que acreditam e torcem por mim.
Muito obrigada...
6
"A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original."
(Albert Einstein)
7
RESUMO
NEUENFELD, Débora Raquel. Capital social e desenvolvimento: um estudo exploratório a partir
da dimeno confiança e do índice de desenvolvimento humano. 2008. 151 f. Dissertação (Mestrado
em Administração) - Curso de Pós-Graduação em Administração, Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis, 2008.
Orientador: Hans Michael Van Bellen
Defesa: 25/03/08
O presente trabalho teve como objetivo principal analisar como se apresentam os indicadores de
desenvolvimento humano em dez regiões do Estado de Santa Catarina que expressam diferentes
níveis de confiança. Trata-se de um estudo de cunho exploratório e descritivo que utilizou uma
abordagem qualitativa. Em relação aos dados, estes foram coletados de fontes secundárias,
utilizando-se dos dados do índice de desenvolvimento humano municipal das regiões e dos
resultados da pesquisa intitulada Diagnóstico do Capital Social em dez regiões de Santa
Catarina” realizado pelo Grupo Politéia, grupo de pesquisa do Centro de Ciências da
Administração da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Para a análise dos
dados utilizou-se da análise de conteúdo. A presente dissertação, além de apresentar reflexões a
respeito da noção de desenvolvimento e desenvolvimento sustentável, também apresentou uma
análise da evolução do conceito de capital social e do entendimento dos autores sobre sua
possível associação ao conceito de desenvolvimento. Ainda, procura-se discutir o conceito de
indicadores e sua utilização nas ciências sociais. Com base nos dados da pesquisa, foram
analisados os índices de desenvolvimento humano das dez regiões do Estado de Santa Catarina
separadamente de forma a obter um panorama da situação de cada região no que se refere a este
índice. Verificou-se também o capital social das regiões por meio da análise do nível de
confiança expresso pelos pesquisados pelo Grupo Politéia. Tal análise possibilitou a constatação
de que diferenças consideráveis entre o vel de confiança atribuído pelos pesquisados aos
diversos agentes institucionais em todas as regiões estudadas. Por fim, foram analisadas as
possíveis relações entre o índice de desenvolvimento humano e o nível de confiança das regiões.
A análise do IDHM das regiões e dos veis de confiança expressos pelos dirigentes das
organizações sociais analisadas permitiu afirmar que uma relação positiva entre o índice de
desenvolvimento humano e o capital social na maioria as regiões. Contudo, a análise das
informações referentes às pessoas da comunidade o permitiu afirmar que relação entre eles.
Destaca-se também que este trabalho busca colaborar na evolução das produções de cunho
acadêmico relacionadas ao desenvolvimento humano e ao capital social, uma vez que se entende
que tais estudos possam trazer importantes contribuições para o estabelecimento de ações que
visem o desenvolvimento sustentável da sociedade.
Palavras-chave: Desenvolvimento, Capital Social, Confiança
8
ABSTRACT
NUNES, Nilce. Avaliação da eficiência produtiva de organizações educacionais: uma aplicação
do todo de Alise Envoltória de Dados sobre a produção científica de departamentos de ensino da
Universidade Federal de Santa Catarina. 1998. 151 f. Dissertação (Mestrado em Administração) -
Curso de Pós-Graduação em Administração, Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 1998.
Orientador: Jair Santos Lapa
Defesa: 21/10/98
The present work has as its main objective analyzing how human development indicators are
present in ten regions of the State of Santa Catarina which express different levels of confidence.
Therefore, it is about an exploratory and descriptive study which made use of a qualitative
approach. The data has been collected through secondary sources, making use of municipal
human development index of the regions, and the results of a research called “Social Capital
Diagnosis in ten regions of Santa Catarina”, performed by Politéia Group, a research group from
the Management Science Center of the University of the State of Santa Catarina (UDESC). Data
analysis has been performed making use of content analysis. The research, besides presenting
reflections concerning the notion of development and sustainable development, has also brought
up an analysis of the social capital concept evolution and the authors understanding about its
possible association with the development concept. Still, an attempt is made in discussing the
concept of indicators and its use in social sciences. Based on the research data, human
development indexes of those ten regions of the State of Santa Catarina have been analyzed
separately to obtain a panorama of the situation in each region concerning such index. The social
capital of those regions has also been verified through the analysis of confidence level expressed
by those surveyed by Politéia Group. Such analysis has permitted the recognition of considerable
differences between the confidence level assigned by surveyed people to various institutional
agents in all studied regions. Finally, the possible relations between human development index
and the confidence levels in the regions have been analyzed. The analysis of MHDI of regions
and the confidence level expressed by the leaders of researched social organizations allows to
state there is a positive relation between human development index and social capital in most
regions. Nevertheless, the analysis of information concerning people of the community did not
allow stating such relationship. It is important to make clear that this work focuses on
collaborating with the evolution of academic production related to human development and social
capital, since such studies can bring important contributions to establish actions which aim
sustainable development of society.
Keywords: Development, Social Capital, Confidence
9
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1 Pirâmide de informações .......................................................................................... 62
GFICO 1 - Evolução do IDH Brasileiro de 1975-2005 em comparação com países latino-
americanos ...................................................................................................................................... 79
GFICO 2 - IDHM, IDHM-E, IDHM-L e IDHM-R das regiões em estudo .............................. 99
GFICO 3 - IDHM e nível de confiança dos dirigentes das organizações ............................... 132
GFICO 4 - IDHM e nível de confiança das pessoas da comunidade ...................................... 134
10
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 - Relacionamento entre as categorias de capital social ............................................. 45
QUADRO 2 - Características da confiança .................................................................................... 52
QUADRO 3 - Natureza da confiança ............................................................................................. 53
QUADRO 4 - Componentes da atitude de confiança ..................................................................... 54
QUADRO 5 - Resumo das dimensões da confiança ...................................................................... 55
QUADRO 6 - Municípios das regiões catarinenses pesquisadas pelo Grupo Politéia ................... 69
QUADRO 7 - Organizações, dirigentes e pessoas pesquisadas ..................................................... 70
QUADRO 8 - Evolução dos indicadores de desenvolvimento humano no Brasil ......................... 78
QUADRO 9 - Índice de desenvolvimento humano Renda de Santa Catarina ............................ 85
QUADRO 10 - Índice de desenvolvimento humano Longevidade de Santa Catarina ................ 86
QUADRO 11 - Índice de desenvolvimento humano Educação de Santa Catarina ..................... 87
QUADRO 12 - IDHM 2000 dos municípios da região de Araranguá ........................................... 89
QUADRO 13 - IDHM 2000 dos municípios da região de Brusque ............................................... 90
QUADRO 14 - IDHM 2000 dos municípios da região de Chapecó .............................................. 91
QUADRO 15 - IDHM 2000 dos municípios da região de Dionísio Cerqueira .............................. 92
QUADRO 16 - IDHM 2000 dos municípios da região de Itajaí .................................................... 93
QUADRO 17 - IDHM 2000 dos municípios da região de Joaçaba ................................................ 94
QUADRO 18 - IDHM 2000 dos municípios da região de Joinville .............................................. 95
QUADRO 19 - IDHM 2000 dos municípios da região de Lages ................................................... 96
QUADRO 20 - IDHM 2000 dos municípios da região de Rio do Sul ........................................... 97
QUADRO 21 - IDHM 2000 dos municípios da região de São Miguel do Oeste ........................... 98
QUADRO 22 - IDHM das regiões em estudo ................................................................................ 99
QUADRO 23 - vel de confiança dos dirigentes das organizações sociais da região de
Araranguá ..................................................................................................................................... 102
QUADRO 24 - Nível de confiança dos dirigentes das pessoas das comunidades da região de
Araranguá ..................................................................................................................................... 103
QUADRO 25 - Nível de confiança dos dirigentes das organizações sociais da região de
Brusque ......................................................................................................................................... 104
QUADRO 26 - Nível de confiança dos dirigentes das pessoas das comunidades da região de
Brusque ......................................................................................................................................... 105
11
QUADRO 27 - Nível de confiança dos dirigentes das organizações sociais da região de
Chapecó ........................................................................................................................................ 106
QUADRO 28 - Nível de confiança dos dirigentes das pessoas das comunidades da região de
Chapecó ........................................................................................................................................ 107
QUADRO 29 - Nível de confiança dos dirigentes das organizações sociais da região de Dionísio
Cerqueira ...................................................................................................................................... 108
QUADRO 30 - Nível de confiança dos dirigentes das pessoas das comunidades da região de
Dionísio Cerqueira ........................................................................................................................ 109
QUADRO 31 - Nível de confiança dos dirigentes das organizações sociais da região de
Itajaí .............................................................................................................................................. 110
QUADRO 32 - Nível de confiança dos dirigentes das pessoas das comunidades da região de Itajaí
...................................................................................................................................................... 111
QUADRO 33 - Nível de confiança dos dirigentes das organizações sociais da região de
Joaçaba.......................................................................................................................................... 113
QUADRO 34 - Nível de confiança dos dirigentes das pessoas das comunidades da região de
Joaçaba.......................................................................................................................................... 114
QUADRO 35 - Nível de confiança dos dirigentes das organizações sociais da região de
Joinville ........................................................................................................................................ 115
QUADRO 36 - Nível de confiança dos dirigentes das pessoas das comunidades da região de
Joinville ........................................................................................................................................ 116
QUADRO 37 - Nível de confiança dos dirigentes das organizações sociais da região de
Lages ............................................................................................................................................. 118
QUADRO 38 - Nível de confiança dos dirigentes das pessoas das comunidades da região de
Lages ............................................................................................................................................. 119
QUADRO 39 - Nível de confiança dos dirigentes das organizações sociais da região de Rio do
Sul ................................................................................................................................................. 120
QUADRO 40 - Nível de confiança dos dirigentes das pessoas das comunidades da região de Rio
do Sul ............................................................................................................................................ 121
QUADRO 41 - Nível de confiança dos dirigentes das organizações sociais da região de São
Miguel do Oeste............................................................................................................................ 122
QUADRO 42 - Nível de confiança dos dirigentes das pessoas das comunidades da região de São
Miguel do Oeste............................................................................................................................ 123
QUADRO 43 - Percentual de o confiança nos agentes institucionais na percepção dos
dirigentes das organizações sociais .............................................................................................. 125
12
QUADRO 44 - Percentual de pouca confiança nos agentes institucionais na percepção dos
dirigentes das organizações sociais .............................................................................................. 126
QUADRO 45 - Percentual de muita ou total confiança nos agentes institucionais na percepção
dos dirigentes das organizações sociais ........................................................................................ 127
QUADRO 46 - Percentual de não confiança nos agentes institucionais na percepção das pessoas
das comunidades ........................................................................................................................... 128
QUADRO 47 - Percentual de pouca confiança nos agentes institucionais na percepção das
pessoas das comunidades.............................................................................................................. 129
QUADRO 48 - Percentual de muita ou total confiança nos agentes institucionais na percepção
das pessoas das comunidades ....................................................................................................... 130
QUADRO 49 - IDHM e nível de confiança nas regiões em estudo ............................................. 131
13
LISTA DE ABREVIATURAS
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
CEPAL Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe
DLIS Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável
IDH Índice de Desenvolvimento Humano
IDHM Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
IDHM-E Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - Educação
IDHM-L Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - Longevidade
IDHM-R Índice de Desenvolvimento Humano Municipal Renda
ONU Organização das Nações Unidas
PIB Produto Interno Bruto
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
RDH Relatório de Desenvolvimento Humano
UDESC Universidade do Estado de Santa Catarina
UFSC Universidade Federal de Santa Catarina
14
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 16
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA NA ADMINISTRAÇÃO ............................................ 18
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA .................................................................................................. 19
1.3 OBJETIVOS ............................................................................................................................. 21
1.3.1 Objetivo geral ........................................................................................................................ 21
1.3.2 Objetivos específicos ............................................................................................................. 21
1.4 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................................... 21
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................................. 23
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................................. 24
2.1 DESENVOLVIMENTO ........................................................................................................... 24
2.1.1 Desenvolvimento sustentável ................................................................................................ 32
2.1.2 Desenvolvimento local .......................................................................................................... 37
2.2 CAPITAL SOCIAL .................................................................................................................. 39
2.2.1 Dimensões do capital social .................................................................................................. 46
2.2.2 Confiança ............................................................................................................................... 51
2.2.3 Confiança como componente do capital social ..................................................................... 56
2.2.4 Capital social e desenvolvimento .......................................................................................... 57
2.3 INDICADORES ....................................................................................................................... 59
2.3.1 Indicadores sociais ................................................................................................................. 63
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................................................ 66
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ................................................................................... 66
3.2 TÉCNICA DE COLETA DE DADOS ..................................................................................... 67
3.3 PROCEDIMENTOS DE ALISE DE DADOS ................................................................... 72
3.4 DEFINIÇÃO DOS TERMOS DA PESQUISA........................................................................ 72
3.4.1 Definições constitutivas das variáveis ................................................................................... 73
3.4.2 Definições operacionais das variáveis ................................................................................... 74
3.5 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ............................................................................................... 75
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................ 76
4.1 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO ................................................................... 76
15
4.1.1 Índice de desenvolvimento humano do Brasil ....................................................................... 78
4.1.2 Índice de desenvolvimento humano municipal ..................................................................... 79
4.1.2.1 Educação ............................................................................................................................. 80
4.1.2.2 Longevidade ....................................................................................................................... 81
4.1.2.3 Renda .................................................................................................................................. 82
4.1.3 Índice de desenvolvimento humano dos Estados da Federação ............................................ 83
4.1.4 Índice de desenvolvimento humano do Estado de Santa Catarina ........................................ 84
4.1.5 Índice de desenvolvimento humano das regiões de estudo ................................................... 89
4.2 CAPITAL SOCIAL ................................................................................................................ 100
4.2.1 Nível de confiança por região .............................................................................................. 101
4.2.2 Nível de confiança das regiões por tipo de público pesquisado .......................................... 124
4.3 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO E CAPITAL SOCIAL ............................ 131
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ................................................................................. 137
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 141
16
1 INTRODUÇÃO
As sociedades modernas vêm gradualmente percebendo os problemas inerentes ao modelo
de desenvolvimento vigente. O aumento do nível das desigualdades e de exclusão, além do
agravamento de vários problemas sociais e ambientais, tem mostrado de forma clara que o
desenvolvimento econômico por si só não é suficiente para produzir uma sociedade mais justa.
Neste contexto, um dos maiores desafios da sociedade atual é promover o
desenvolvimento centrado no homem. Pensar neste tipo de desenvolvimento pode ser
aparentemente simples, mas encerra uma revolução de idéias e práticas sociais.
Para Furtado (2004) e Sen (2000) o desenvolvimento deve permitir em primeiro lugar a
satisfação das necessidades básicas do homem, que é o acesso à alimentação, saúde, educação,
segurança e moradia. Neste tipo de desenvolvimento deve haver a participação da população nas
tomadas de decisão e na propositura de soluções para as principais mazelas da humanidade,
tomando partido e influenciando a destinação dos recursos públicos. Este tipo de
desenvolvimento deve oferecer garantias de uma vida melhor, mais autônoma, com segurança
social e redução drástica das desigualdades sociais.
Em resposta à crescente necessidade de conciliar o crescimento econômico, o
desenvolvimento social e a preservação do meio ambiente surgiu o conceito de desenvolvimento
sustentável. Segundo Peres (2001), desenvolvimento sustentável é um termo abrangente que
incorpora as diversas dimensões da realização pessoal dos membros dos diferentes grupos
populacionais. Ele vai muito além do crescimento econômico, embora este seja um pré-requisito
fundamental para se alcançar aquele. Inclui dimensões como liberdade de expressão e direitos às
diversas formas de dignidade nas relações sociais, associadas a um nimo de acesso a bens e
serviços disponíveis a outros grupos populacionais ou a outros membros de seu grupo, além da
preservação do meio ambiente.
Para Jardim (2005) o desenvolvimento sustentável é a equação que deve ter, como
alicerce, a preservação do meio ambiente e, como pilar, o desenvolvimento econômico, na
tentativa de buscar satisfazer a melhor relação entre progresso, meio e homem. Traduz-se,
ademais, em harmonia na convergência do desenvolvimento científico, tecnológico, cultural para
que o homem alcance a dimensão das liberdades, isto é, a liberdade material e a imaterial. Para o
autor, o ser humano deve ser o elo importante da coesão social para a real medida do
17
desenvolvimento da cidadania em todas as possibilidades, para que o indivíduo saia da qualidade
de objeto para a qualidade de sujeito capaz de redimensionar a idéia de existência na obtenção do
título de cidadão planetário e da autonomia consistente, sem a negação da subjetividade.
Nas discussões sobre como alcançar o desenvolvimento sustentável tem se destacado, nos
últimos anos, o conceito de capital social. Putman (1996) define o capital social como sendo a
confiança, as normas que regulam a vida em comum, as redes de associações civis, os elementos
que aperfeiçoam a eficácia da organização social por meio da promoção de iniciativas tomadas
em comum acordo.
Para Coleman (1988) o capital social é uma espécie de resposta à idéia que a sociedade é
um conjunto de indivíduos independentes, cada um agindo para alcançar objetivos a que chegam
independentemente uns dos outros e o funcionamento do sistema social consistindo na
combinação destas ações dos indivíduos independentes.
Dotto et al. (2003) afirma que o capital social depende das relações sociais estáveis e
duráveis estabelecidas entre pessoas e grupos numa determinada sociedade. Tal afirmação é
baseada no trabalho de Franco (2001), que atribui ao capital social as seguintes características: a
qualidade de ser um fator ou variável do desenvolvimento; a natureza de ser algo que pode
ser produzido, acumulado e reproduzido e, portanto, de uma forma ou tipo de „capital‟; e uma
origem „social‟, ou seja, de algo que é produzido, acumulado e reproduzido socialmente, em
função do tipo de relações sociais estabelecidas.
A importância do capital social para o desenvolvimento é exposta por Paula (2001), que
argumenta que quanto maior a capacidade das pessoas de se associarem em torno de interesses
comuns, ou seja, quanto maiores os indicadores de organização social, tanto melhores as
condições de desenvolvimento. Para Riedl e Vogt (2003) o capital social é essencial ao
desenvolvimento endógeno, que exige a cooperação permanente entre os atores regionais para
criar e manter um ambiente econômico competitivo.
Da possível associação entre desenvolvimento e capital social expressa pelos autores a
presente pesquisa dedica-se a verificar de que forma se apresentam os índices de
desenvolvimento humano em regiões com diferentes níveis de confiança.
18
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA NA ADMINISTRAÇÃO
Vários autores têm apontado o capital social e a participação social como elementos
importantes para o fortalecimento da democracia, ao desenvolverem a capacidade das pessoas
envolverem-se com e se responsabilizarem pelo desenvolvimento social, resolvendo
problemas comuns e possibilitando o controle dos resultados. Desde a década de 80, observa-se a
implantação de programas federais e locais que privilegiam estratégias participativas. A
participação social é essencial ao desenvolvimento quando os vínculos sociais contribuem para
melhorar a qualidade de vida da comunidade, gerando capacidades de ão coletiva que
permitem às pessoas influir e intervir sobre processos sociais (FERRAREZI, 2003).
Nesse sentido, recebem destaque as políticas públicas com arranjos participativos na
elaboração e/ou execução, ou em iniciativas como conselhos e fóruns. Um arranjo institucional
que contemple a democracia participativa, por meio de políticas públicas, é fator decisivo ao
oferecer estímulos à participação, fornecer complementaridade de capacidades e recursos e
ampliar o diálogo entre atores e interesses conflitivos, inserindo a população local e suas redes
nas decisões políticas sobre os assuntos públicos (FERRAREZI, 2003).
Segundo Menegasso (2006), no âmbito do poder público, pesquisas sobre o capital social
podem subsidiar decisões governamentais, no sentido da formulação e implantação de políticas
públicas e planos políticos voltados a transformar e dinamizar as comunidades que anseiam por
um desenvolvimento local sustentável.
A noção do capital social tem muito a oferecer tanto aos propósitos da academia quanto
aos gestores públicos, pois, segundo inúmeros autores, o conceito de capital social oferece
instrumentos precisos e operacionalmente úteis para explicar o grande desafio empírico, político
e teórico do século XXI: a ão do Estado (políticas públicas) coordenando e dependendo da
interação com as comunidades politicamente articuladas (MENEGASSO, 2006).
Neste contexto, segundo Araújo (2002), os modelos de gestão pública, cuja essência se
baseia na Administração Científica e nas Teorias Clássicas da gestão, necessitam evoluir para
novos estilos e novas formas de abordar os problemas e encontrar soluções num contexto em que
a incerteza, a mudança e o conhecimento são cada vez mais os elementos que caracterizam o
ambiente em que os administradores públicos atuam.
19
Para o autor, na administração tradicional as soluções que são apresentadas nem sempre
são as melhores ou mesmo aceitas porque não é permitido aos atores que são afetados por essas
decisões participar na busca de soluções. A nova Administração requer estratégias que permitam
a participação das partes que são afetadas ou envolvidas na solução e no qual o papel do
administrador público está mais voltado para a promoção da discussão e do monitoramento do
processo de debate para que os participantes integrem a informação que está disponível na
procura de uma solução.
Este envolvimento requer uma nova forma de atuação dos cidadãos e dos administradores
públicos. Os primeiros passam a participar e a ter um papel mais ativo no processo
governamental e os segundos a criar as condições para a participação atuante como facilitadores
deste processo. O papel dos administradores públicos o se resumirá às preocupações com a
eficiência e eficácia, mas terá de compreender a reconciliação de expectativas, as necessidades
coletivas, as considerações sociais e econômicas de forma a encontrar soluções que lhe permitam
resolver os problemas (DENHARDT e DENHARDT, 2000).
O acesso à informação através de novos meios, como por exemplo a internet, e a rapidez
com que ela circula alarga as oportunidades para as organizações públicas promoverem a
participação e o conhecimento. A questão que se coloca consiste em encontrar uma ligação entre
a preocupação com o desempenho das organizações e a sua eficiência e simultaneamente a
participação dos cidadãos (ARAUJO, 2002).
Compete aos administradores públicos desenvolver o tipo de relacionamento que favoreça
a concretização dos objetivos e satisfaça os atores envolvidos. A mudança no papel de liderança
dos administradores públicos contribuirá para o estabelecimento e consolidação desta ligação
com os cidadãos.
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA
Entre setembro de 2005 e março de 2006 o Grupo Politéia, grupo de pesquisa do Centro
de Ciências da Administração da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC),
sob a coordenação da Professor Maria Ester Menegasso, realizou uma pesquisa intitulada
20
“Diagnóstico do Capital Social em dez regiões de Santa Catarina”. Foi um estudo exploratório
em que foram aplicados questionários, tanto para os dirigentes das organizações sociais quanto
para a comunidade atendida por tais organizações, que visavam aferir o nível de capital social em
cada comunidade considerando seis dimensões: grupos e redes; confiança e solidariedade; ação
coletiva e cooperação; informação e comunicação; coesão e inclusão social; e, poder e ação
política.
Para a realização do presente estudo, o capital social foi analisado segundo a dimensão
confiança. Desta forma, foram estudadas as informações referentes ao nível de confiança
expresso pelos pesquisados no estudo do Grupo Politéia. Esta análise justifica-se porque, segundo
Fukuyama (1996), confiança é o componente mais importante do capital social. Para o autor, o
capital social é uma capacidade social cuja emergência se deve à prevalência do fator confiança
numa dada sociedade ou em parte dela.
O desenvolvimento foi analisado a partir do índice de desenvolvimento humano de cada
comunidade estudada. O índice de desenvolvimento humano (IDH) foi criado em 1990 pelo
Programa de Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com o objetivo de ser uma medida
indicativa e não exaustiva do desenvolvimento humano. Este índice é composto pela expectativa
de vida, o grau de escolarização e os rendimentos de uma sociedade, sendo assim um contraponto
ao indicador Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que considera apenas a dimensão econômica
do desenvolvimento. Desde que foi criado o IDH tem sido aceito como uma das formas mais
confiáveis de comparação do desenvolvimento humano dos mais diversos países ao longo do
tempo.
Com base nas informações referentes ao nível de confiança dos pesquisados e nos índices
de desenvolvimento humano dos municípios catarinenses do ano de 2000, ano do último censo
demográfico realizado cujos dados estão disponíveis, levantou-se o seguinte problema de
pesquisa:
Como se apresentam os indicadores de desenvolvimento humano em regiões do
Estado de Santa Catarina que expressam diferentes níveis de confiança?
21
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo Geral
Analisar como se apresentam os indicadores de desenvolvimento humano em dez regiões
do Estado de Santa Catarina que expressam diferentes níveis de confiança.
1.3.2 Objetivos Específicos
No sentido de alcançar o objetivo geral, alguns objetivos específicos são definidos para o
trabalho:
a. Identificar e analisar o índice de desenvolvimento humano em dez regiões do Estado
de Santa Catarina;
b. Verificar o capital social das regiões por meio da análise do nível de confiança;
c. Analisar as possíveis relações entre o índice de desenvolvimento humano e o nível de
confiança das regiões.
1.4 JUSTIFICATIVA
Para Lakatos e Marconi (1991) um trabalho de investigação científica deve ser: viável, o
trabalho pode ser eficazmente resolvido através da pesquisa; relevante, deve ser capaz de trazer
22
conhecimentos novos; novo, estar adequado ao estádio atual da evolução científica; exeqüível,
pode chegar a uma conclusão válida; e, oportuno, atender a interesses particulares e gerais.
Neste estudo é analisado o capital social expresso pelos os níveis de confiança
manifestados por dirigentes de organizações sociais e pessoas das comunidades de regiões do
Estado de Santa Catarina, e a possível relação destes níveis com os índices de desenvolvimento
humano (IDH) das referidas regiões. A importância desta discussão está embasada na idéia de
Putman (1996) de que o estudo do tema capital social é importante para o desenvolvimento de
uma sociedade onde as associações civis contribuem para a eficácia e a estabilidade dos governos
democráticos, em decorrência das externalidades positivas, produzidas sobre o individuo e sobre
a sociedade.
Ainda, segundo Menegasso e Salm (2004), o levantamento do capital social é essencial
para o conhecimento do potencial de articulação e de sustentabilidade de uma região, bem como
importante instrumento potencial para elaboração de um plano de desenvolvimento local.
Salienta-se também que este trabalho busca colaborar na evolução das produções de
cunho acadêmico relacionadas ao desenvolvimento humano e ao capital social, uma vez que se
entende que tais estudos possam trazer importantes contribuições para o estabelecimento de ações
que visem o desenvolvimento sustentável da sociedade.
Além disso, este trabalho procura contribuir para o desenvolvimento de novas formas de
Administração Pública que tenham como base o envolvimento e a participação da comunidade.
Isto porque, segundo muitos autores, a colaboração entre o poder público e a sociedade civil é um
importante mecanismo de aumento de estoque de capital social e do nível de confiança, bem
como um fator decisivo para eficácia das ações públicas.
A originalidade do trabalho consiste no fato de buscar possíveis relações entre o capital
social e o índice de desenvolvimento humano tendo como foco de análise o nível de confiança. A
execução deste projeto é viável, pois pesquisador possui os meios para realizar a pesquisa.
Por fim, busca-se com este trabalho colaborar na evolução das produções de cunho
acadêmico relacionadas ao desenvolvimento humano e ao capital social, além de atender a
interesses do pesquisador em melhor compreender as relações sociais e o desenvolvimento da
sociedade a qual pertence.
23
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO
De acordo com os objetivos propostos, o trabalho foi estruturado em cinco capítulos. O
primeiro capítulo e presente capítulo é introdutório. Nele são apresentados a contextualização do
tema e o problema da pesquisa, juntamente com os objetivos e a justificativa do estudo e a
estrutura do trabalho.
O segundo capítulo diz respeito à fundamentação teórica. Ele inclui considerações sobre o
desenvolvimento, o desenvolvimento sustentável e o desenvolvimento local. Ainda, é abordado o
tema capital social, conceitos e dimensões e finalmente é apresentado uma discussão a respeito de
indicadores.
O terceiro capítulo dedica-se a descrição da metodologia utilizada para a realização da
pesquisa, é onde são apresentados a caracterização da pesquisa, a técnica de coleta de dados, os
procedimentos de análise de dados, a definição dos termos da pesquisa e as limitações da
pesquisa. É importante ressaltar que é este capitulo que dá confiabilidade ao trabalho.
O capítulo quatro descreve a análise dos dados coletados. É onde são analisados os
índices de desenvolvimento humano, o capital social das regiões e as possíveis relações entre
eles. O quinto capítulo relata as conclusões da pesquisa.
24
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste capítulo buscou-se abordar, utilizando-se do esclarecimento de alguns autores,
assuntos pertinentes à temática deste trabalho, dando assim subsídios para a resolução do
problema proposto.
Sendo assim, apresentam-se temas como desenvolvimento, desenvolvimento sustentável,
desenvolvimento local, capital social, indicadores, indicadores sociais, dentre outros, que se
fazem importante para o desenvolvimento desta pesquisa.
2.1 DESENVOLVIMENTO
O estudo do desenvolvimento já era tratado, ainda que de maneira tangencial e com
conotação da atual, pelos economistas clássicos nos séculos XVIII e XIX. Esses autores
analisavam as perspectivas para áreas que naquele tempo eram denominadas de atrasadas, ou
seja, as colônias. No entanto, pode-se constatar que, em verdade, os estudos eram voltados não
para o crescimento das colônias, a parte menos desenvolvida, mas para o desenvolvimento das
metrópoles que tinham como função explorar as colônias (BUSTELO, 1999).
Adam Smith via na divisão do trabalho, que impulsionou o avanço da produtividade, e na
sua especialização, o elemento essencial para a geração de riqueza. Buscando entender como
cresce a riqueza das nações, concluiu que o crescimento econômico ocorre por intermédio do
liberalismo, que a expansão dos mercados leva ao aumento da renda e do emprego (SMITH,
1988). Para o autor, a liberdade total para os agentes econômicos, a presença mínima do Estado e
o individualismo são condições necessárias ao crescimento econômico.
As constatações de Adam Smith tiveram tal importância que vieram a influenciar outros
estudiosos também de renome, como é o caso de David Ricardo. O economista David Ricardo
(1988) defendia o controle populacional para o crescimento econômico além de preconizar o
estado estacionário que teria como características o controle da natalidade, a livre importação de
alimentos, a livre negociação de salários e o combate a Lei dos Pobres (FILLIPIM, 2005).
25
Ricardo aperfeiçoou a teoria do livre comércio internacional, introduzindo o princípio das
“vantagens comparativas”. Isso quer dizer que, mesmo que um país seja mais produtivo na
produção de todos os bens, ele deve concentrar sua produção apenas naqueles em que a diferença
de produtividade e de custos seja maior, quando comparados com seus parceiros comerciais. Com
isso, não apenas seus ganhos de comércio serão maiores, mas todos sairão ganhando. O autor
defendia também o liberalismo econômico e a presença mínima do Estado na economia, inclusive
no que se refere às questões sociais.
Outro autor que tratou do tema desenvolvimento foi John Keynes. Keynes (2002), por sua
vez, se preocupou com os problemas de desenvolvimento das economias atrasadas no fim de
sua vida; mesmo assim, ele abriu as portas à Economia do Desenvolvimento ao dizer que o
existe uma única análise econômica apta a estudar qualquer tipo de situação real. Ele determinou
que as circunstâncias alteram não os casos, mas também as teorias econômicas. Mas como
havia ocorrido com as idéias de outros autores, a teoria keynesiana também acaba sendo de uso
limitado para países subdesenvolvidos, visto que possuía um enfoque voltado mais para as
economias desenvolvidas (SILVA, 2007).
O neoclássico Marshall (1988) ressaltava sua crença na capacidade de trabalho e nas
possibilidades do crescimento oriundo do avanço tecnológico. Para o autor o crescimento da
riqueza é gradativo e harmonioso, fomentado por soluções crescentes que a tecnologia seria
capaz de gerar. Marshall previa uma saída industrialista para o crescimento econômico e defendia
a formação de mercado de trabalho especializado e investimentos na melhoria da infra-estrutura.
As alternativas para o desenvolvimento são vistas pelos neoclássicos sob a ótica de
otimização de recursos que pode gerar crescimento econômico não envolvendo outras dimensões
tais como a social, a ambiental e a política. Refere-se a uma visão antropocêntrica, em que o
homem é o senhor da natureza, designado a dominá-la e convertê-la em seu próprio proveito
(FILLIPIM, 2005).
Nessa vertente economicista da trajetória do conceito de desenvolvimento, encontra-se
Joseph Schumpeter. Para Schumpeter (1982) considera-se como desenvolvimento somente as
mudanças da vida econômica que não lhe forem impostas de fora, mas que surjam de dentro, por
sua própria iniciativa.
26
... desenvolvimento econômico não é um fenômeno a ser explicado economicamente,
mas que a economia, em si mesma sem desenvolvimento, é arrastada pelas mudanças
do mundo á sua volta, e que as causas e portanto a explicação do desenvolvimento
devem ser procuradas fora do grupos dos fatos que são descritos pela teoria econômica
(SCHUMPETER, 1982).
Schumpeter (1982) mesmo não sendo socialista assumia que seu pensamento era
influenciado por Marx. Foi o precursor da utilização do termo empreendedor e via seu significado
não como o difundido atualmente, mas como aquele individuo que utilizava seu capital humano
na busca de atividades inovadoras.
Contudo, a preocupação com o tema desenvolvimento aparece após a Segunda Guerra
Mundial quando a crise econômica ocasionou o questionamento do paradigma do progresso
linear visto como uma virtude natural. Os estudos referentes ao desenvolvimento passaram a ser
orientados por duas principais correntes de pensamento: a liberal e a estruturalista. Os liberais
defendem o mercado como regulador por excelência e do individualismo como motivador da
ação social, adota os termos crescimento econômico e desenvolvimento como sinônimos, cujo
caráter evolutivo indicava, em termos gerais, reproduzir modelos e experiências dos países
desenvolvidos para que essa situação fosse atingida pelos demais (GOULART, 2006).
O foco de análise dos estruturalistas são as relações econômicas de dependência centro-
periferia, os problemas concernentes à inserção da industrialização nos países em
desenvolvimento e à formação do capital. A corrente estruturalista encontrou seu ponto de apoio
nos estudos desenvolvidos pela CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o
Caribe), tendo em Raúl Prebisch seu marco doutrinário principal, também seguido por Celso
Furtado, Osvaldo Sunkel e Helio Jaguaribe, entre outros.
Segundo Prebisch (1983) apud Melo (2006) a principal característica da economia é a
coexistência de um centro, que comanda o desenvolvimento tecnológico, e uma vasta e
heterogênea periferia. O tipo de relações que existem entre o centro e a periferia estaria na base
do fenômeno de concentração de renda em escala mundial, que se realiza principalmente por
meio da deterioração persistente dos termos do intercâmbio com os países periféricos. Nesse
sentido, Ricupero (2004) destaca que um dos aspectos fundamentais do legado intelectual de
Prebisch foi sua atitude frente ao mundo: a busca por um caminho latino-americano próprio,
baseado na realidade local, como um dos critérios fundamentais para avaliar e adaptar
criticamente as teorias e terapias importadas.
27
É certo que as idéias defendidas pelos intelectuais do pensamento cepalino foram
suplantadas pela corrente liberal, em consonância com a onda ditatorial que correu o continente
sul-americano entre as cadas de 60 e 80. É valido afirmar que foi nesse período que o Brasil
alcançou seus melhores índices de crescimento, entretanto a repercussão na estrutura social
brasileira se deu na forma acelerada “modernização dos padrões de consumo e o de uma
efetiva transformação, nos termos propostos por (FURTADO, 2000, p.27 apud GOULART,
2006).
Nos trabalhos de Celso Furtado encontra-se grande reflexão sobre a situação de periferia
ocupada pelos países latino-americanos, especialmente o Brasil, tendo o estudioso discorrido
vastamente sobre o assunto e destacado, assim como o fez seu contemporâneo Raúl Prebisch, a
especificidade da realidade econômica da América Latina (FURTADO, 2003).
De acordo com Furtado (1994) o desenvolvimento é visto com restrições por muitos
analistas sociais, que apontam novos caminhos para política desenvolvimentista. O
desenvolvimento situa os subdesenvolvidos em estado subordinado de subjugação e
discriminação. Mas, ainda assim, é um conceito moderno que guarda grande significado,
influindo na forma de pensar e de agir das pessoas. A idéia de desenvolvimento está no centro da
visão de mundo e prevalece na época atual. O homem é visto a partir dela, como um fator de
transformação tanto no contexto social e ecológico em que está inserido como de si mesmo.
Segundo Furtado (1974) o subdesenvolvimento seria fruto dos aumentos da produtividade
do trabalho, decorrentes da simples realocação de recursos visando obter vantagens comparativas
estáticas no comércio internacional. O progresso técnico e a correspondente aceleração no
processo de acumulação, verificado nos países em que a industrialização penetrou primeira (os
centrais), permitiu que a produtividade do trabalho crescesse em outras áreas. Naquelas regiões
em que o desenvolvimento da agricultura era à base da economia, como no Brasil, por exemplo, o
incremento da produtividade se deu sem maiores modificações nas técnicas de produção, já que a
transformação de uma agricultura de subsistência para a uma de caráter comercial não significa,
necessariamente, o abandono dos métodos tradicionais de produção.
O excedente criado por essa transformação da produtividade (nos países periféricos
eminentemente agro-exportadores) destinou-se ao financiamento de uma rápida diversificação
dos hábitos de consumo das classes dirigentes, mediante a importação de novos artigos, não
tendo se destinado ao processo de formação de capital. É dizer, nos países periféricos, o
28
excedente criado pelo aumento da produtividade não se transformava em novos investimentos
produtivos, mas na importação de produtos destinados ao consumo de uma reduzida classe de
beneficiários. Eis a origem das formações sociais identificadas como economias
subdesenvolvidas (FURTADO, 1974).
Para Furtado (1974) a idéia de desenvolvimento econômico é um simples mito. Graças a
ela foi possível desviar as atenções da tarefa básica de identificação das necessidades
fundamentais da coletividade e das possibilidades que abre ao homem o avanço da ciência, para
concentrá-las em outros objetivos abstratos.
Como negar que essa idéia tem sido de grande utilidade para mobilizar os povos da
periferia e levá-los a aceitar enormes sacrifícios, para legitimar a destruição de formas
de cultura arcaicas, para explicar e fazer compreender a necessidade de destruir o meio
físico, para justificar formas de dependência que reforçam o caráter predatório do
sistema produtivo? (Furtado, 1974 p. 75).
Para Furtado (1974), a literatura sobre o desenvolvimento econômico nos um exemplo
desse papel diretor dos mitos nas ciências sociais: pelo menos noventa por cento de seu conteúdo
se funda na idéia, que se por evidente, segundo a qual pode ser universalizado o
desenvolvimento econômico, tal qual vem sendo praticado pelos países que lideraram a revolução
industrial.
O mais importante é que a idéia de desenvolvimento está no cerne da visão de mundo que
prevalece em nossa época. Nela se funda o processo de invenção cultural que permite ver o
homem como um agente transformador do mundo. Existe evidência de que a invenção cultural
tende a ocorrer em torno de dois eixos: a busca da eficácia na ação e a busca de propósito para a
própria vida. A primeira tem sido chamada de racionalidade instrumental ou formal e a segunda
de racionalidade substantiva, ou dos fins. A invenção diretamente ligada à ação supõe a
existência de objetivos previamente definidos. Ela gera a técnica. Já a invenção ligada aos
desígnios últimos gera valores, que podem ser morais, religiosos, estéticos, etc. (VEIGA, 2005).
Segundo Furtado (2000) o gênio inventivo do homem foi canalizado nos últimos duzentos
anos para a criação técnica, o que explica sua extraordinária capacidade expansiva. E é a esse
quadro histórico que se deve atribuir o fato de que a teoria do desenvolvimento tenha ficado
circunscrita à lógica dos meios, tendendo a se confundir com a explicação do sistema produtivo
que emergiu com a civilização industrial. No entanto, o desenvolvimento deve ser entendido
29
como processo de transformação da sociedade não em relação aos meios, mas também aos
fins.
Para Furtado (1984) a idéia de desenvolvimento refere-se diretamente à realização das
potencialidades do homem é natural que ela contenha, ainda que apenas implicitamente, uma
mensagem de sentido positivo. As sociedades são consideradas desenvolvidas na medida em que
nelas o homem mais cabalmente logra satisfazer suas necessidades, manifestar suas aspirações e
exercer seu gênio criador. A preocupação com a metamorfose social deriva dessa outra idéia
simples de que é mediante as invenção e implementação de novas estruturas sociais que se
cumpre o processo de desenvolvimento.
O que diferencia o desenvolvimento de crescimento é essencialmente a mudança
qualitativa que é impregnada no processo. Segundo Celso Furtado:
o crescimento econômico, tal qual o conhecemos, vem se fundando na preservação dos
privilégios das elites que satisfazem seu afã de modernização; o desenvolvimento se
caracteriza pelo seu projeto social subjacente. Dispor de recursos para investir está
longe de ser condição suficiente para preparar um melhor futuro para a massa da
população. Mas quando o projeto social prioriza a efetiva melhoria das condições de
vida dessa população, o crescimento se metamorfoseia em desenvolvimento (Furtado,
2004 p. 484).
Quando se admite que é errado reduzir o desenvolvimento ao aumento da renda per
capita, é muito comum que imediatamente surja à idéia de que o desafio fundamental, então, seria
o da distribuição de renda. Isto é, que o desenvolvimento poderia ser facilmente definido pela
combinação do crescimento com a distribuição de renda. Infelizmente o problema não é o
simples. O papel da renda e da riqueza, ainda que seja de extrema importância, tem de ser
integrado a um quadro mais amplo e completo de êxito e privação. A pobreza deve ser vista
como uma privação de capacidades básicas, e não apenas como baixa renda (VEIGA, 2005).
Apesar de pobreza ser uma idéia essencialmente econômica, não como entendê-la sem
sua dimensão cultural. Foi Adam Smith quem estabeleceu essa estreita ligação entre privação
cultural e pobreza econômica. Não disse apenas que a pobreza assume a forma bruta de fome e
privação física, mas também que ela pode surgir nas dificuldades que alguns segmentos
encontram para participar da vida social e cultural da comunidade. Para ele, os chamados “bens
de primeira necessidade” não são apenas aqueles indispensáveis para o sustento, mas todos os
que o país considera indigno que alguém não possua. A cultura estabelece uma importante
30
relação entre rendimentos relativos e capacidades humanas absolutas, afirma o Relatório de
Desenvolvimento Humano de 2004 (VEIGA, 2005).
De acordo com o referido relatório, o desenvolvimento humano é o processo de
alargamento das escolhas das pessoas, através da expansão das funções e capacidades humanas.
Deste modo, o desenvolvimento humano também reflete os resultados nestas funções e
capacidades. Representa um processo, bem como um fim (PNUD, 2008).
Aí está uma mudança fundamental no modo de se entender o desenvolvimento. Essa
mudança é claramente exposta pela definição que Sen dá ao desenvolvimento: “consiste na
eliminação de privações de liberdades que limitam as escolhas e as oportunidades das pessoas de
exercer ponderadamente sua condição de agente” (SEN, 2000, p. 10). Sob este enfoque as
liberdades não são apenas os fins primordiais do desenvolvimento, mas também os meios
principais com oportunidades sociais adequadas os indivíduos podem efetivamente moldar seu
próprio destino (SEN, 2000). As pessoas passariam a ser agentes e não beneficiários passivos do
processo de desenvolvimento.
Sen (2000) diferencia dois papéis da liberdade no desenvolvimento. O papel constitutivo
que diz respeito as liberdades substantivas, que compreendem capacidades elementares como ter
condições de evitar privações, ter participação política e liberdade de expressão. Já o papel
instrumental refere-se a liberdade global que as pessoas têm de viver do modo como desejarem.
Para Sen (2000) o desenvolvimento econômico o pode ser o fim em si mesmo. Não é
possível desfrutar a liberdade tendo qualquer privação. Toda forma de privação de liberdade é a
negação da liberdade de sobreviver. É a compreensão de desigualdade de oportunidade na
ausência de condições mínimas de existência tais como o acesso a saúde, saneamento sico,
educação funcional, emprego remunerado, que isola e nega a condição de agentes dos indivíduos
impossibilitando-os de atuar livremente e de construir o futuro como queiram, ou seja, na
transcendência de si mesmo.
Sendo assim, quando os indivíduos passam a contar com oportunidades sociais adequadas
eles podem efetivamente dirigir o seu próprio destino e ajudar uns aos outros. Neste contexto,
eles deixam de serem vistos como beneficiários passivos de engenhosos programas de
desenvolvimento.
31
Sen (2000, p.49) declara que:
O processo de desenvolvimento, nessa visão, não difere em essência da hisria do
triunfo sobre essas privações de liberdade. Embora essa história não seja de modo algum
desvinculada do processo de crescimento econômico e de acumulação de capital físico e
humano, seu alcance e abrangência vão muito além dessas variáveis.
Na concepção de Sen (2000), só há desenvolvimento quando os benefícios do crescimento
servem à ampliação das capacidades humanas, entendidas como o conjunto das coisas que as
pessoas podem ser, ou fazer, na vida. E são quatro as mais elementares: ter uma vida longa e
saudável, ser instruído, ter acesso aos recursos necessários a um nível de vida digno e ser capaz
de participar da vida da comunidade. Na ausência destas quatro, estarão indisponíveis todas as
outras possíveis escolhas. E muitas oportunidades na vida permanecerão inacessíveis. Além
disso, um fundamental pré-requisito que precisa ser mais explicitado: as pessoas têm que ser
livres para que suas escolhas possam ser exercidas. Para que garantam seus direitos e se
envolvam nas decisões que afetarão suas vidas.
A gama de capacidades que os indivíduos podem ter e as escolhas que podem ajudar a
expandir essas capacidades são potencialmente infinitas, embora varie muito conforme a pessoa.
Porém, a política pública trata de fixar prioridades e dois critérios úteis na identificação das
capacidades mais importantes para avaliar o progresso mundial na realização do bem-estar
humano. Em primeiro lugar, essas capacidades devem ser universalmente valorizadas. Em
segundo, devem ser básicas para a vida, no sentido de que sua ausência impediria muitas outras
escolhas (VEIGA, 2005).
Furtado (2000), ao estudar profundamente a estrutura política e econômica do Brasil,
revela que nos encontramos diante de um impasse, que poderá ser superado pela criatividade
política impulsionada pela vontade coletiva
O ponto de partida do processo de reconstrução que temos que enfrentar deverá ser uma
participação maior do povo no sistema de decisões. Sem isso, o desenvolvimento futuro
não se alimentará de autêntica criatividade e pouco contribuipara a satisfação dos
anseios legítimos da nação. Ime formular a política de desenvolvimento a partir de
uma explicitação dos fins substantivos que almejamos alcançar, e não com base na
lógica dos meios imposta pelo processo de acumulação comandado pelas empresas
transnacionais. A superação do impasse com o qual nos confrontamos requer que a
política de desenvolvimento conduza a uma crescente homogeneização de nossa
sociedade e abra espaço à realização das potencialidades de nossa cultura (Furtado,
2000, p. 07).
32
Promover o verdadeiro desenvolvimento, melhoria nas condições de reprodução e
manutenção, com qualidade de vida, de todos os seres humanos, implica em mexer nas estruturas
sociais e diminuir os privilégios das elites capitalizadas (MAZZINI, 2005).
Para Mazzini (2005) poucas ações foram feitas objetivando essencialmente o
desenvolvimento. Mesmo quando houve, ou a intenção, salvo algumas exceções, é na
produtividade que se pensa. Conseqüentemente são a partir destes parâmetros que são justificadas
as políticas públicas.
Esta realidade deve-se, entre outros fatores, ao fato de que idéias defendidas pela corrente
liberal foram intensivamente utilizadas como base para a busca do desenvolvimento econômico
por muitos países. No Brasil, assim como em muitos outros países, ainda prevalece à hipótese
contida no pensamento desenvolvimentista e modernista segundo a qual o processo de
desenvolvimento da economia poderia carrear consigo, por livre e espontânea vontade, a
resolução dos grandes problemas do país (PAIXÃO, 2006). Tal como relata César Benjamin:
tivemos, até período recente, uma grande utopia, a da industrialização e do
desenvolvimentismo. Ela conquistou os corações dos nossos pais, que experimentaram
a sensação de que o Brasil era o país do futuro que estava sendo construído: daquele
desenvolvimento industrial resultaria a superação do subdesenvolvimento e da pobreza
(BENJAMIN, 1994, p.47 apud PAIXÃO, 2006).
Ou seja, sob esta ótica, ao se associar a industrialização à ruptura com os termos da antiga
divisão internacional do trabalho, esta transição produtiva se faria acompanhar pela redução do
peso relativo dos resquícios do antigo sistema colonial, tal como o latifúndio monocultor ou
mesmo a dependência externa das praças internacionais. Assim, de acordo com tal hipótese, a
modernização do país, por si só, poderia trazer a superação de nossas antigas mazelas sociais
(PAIXÃO, 2006).
2.1.1 Desenvolvimento sustentável
O conceito de desenvolvimento sustentável é resultado, segundo Van Bellen (2007), de
um relativamente longo processo histórico de reavaliação crítica da relação existente entre a
33
sociedade civil e seu meio natural. Desta forma, por se tratar de um processo contínuo e
complexo, verifica-se atualmente que existe uma variedade de abordagens que procura explicar o
conceito de sustentabilidade. Esta variedade pode ser mostrada pelo enorme número de
definições relativas a este conceito.
A International Union for the Conservation of Nature (IUCN) foi a primeira a discutir o
termo desenvolvimento sustentável no documento intitulado World´s Conservation Strategy
(IUCN ET AL., 1980). Este documento afirma que para que o desenvolvimento seja sustentável
devem-se considerar aspectos referentes às dimensões social e ecológica, bem como fatores
econômicos, dos recursos vivos e não vivos e as vantagens de curto e longo prazo de ações
alternativas. Neste sentido o foco do conceito está centrado na integridade ambiental e apenas a
partir da definição do Relatório Brundtland o destaque desloca-se para o elemento humano,
gerando um equilíbrio entre as dimensões econômica, ambiental e social (VAN BELLEN, 2007).
O Relatório Brundtland traz uma das definições mais difundidas do desenvolvimento
sustentável, ele afirma é aquele desenvolvimento que atende às necessidades das gerações
presentes sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem suas próprias
necessidades (WCED, 1987).
Conforme Souza (2000), os princípios e as estratégias que derivam do conceito de
desenvolvimento sustentável devem estar baseados na eqüidade social, com veis populacionais
e padrões de consumo sustentáveis; na mudança de qualidade do crescimento; na conservação e
no fortalecimento da base dos recursos; nas tecnologias limpas e na administração dos riscos; na
reformulação das relações econômicas, que buscam a cooperação internacional; na integração do
meio ambiente e da economia nos processos decisórios; e na distribuição territorial equilibrada.
Para tanto, devem-se buscar novas formas de associação entre a sociedade civil, as empresas e as
autoridades públicas (ALBERTON, 2003).
Segundo o International Council for Local Environmental Initiatives (ICLEI) apud
Barbieri e Lage (2001), o desenvolvimento sustentável é um programa de ação para reformar a
economia global e regional, com o desafio de desenvolver, testar e disseminar meios para mudar
o processo de desenvolvimento econômico de tal forma que ele não destrua os ecossistemas e os
sistemas comunitários e que o desenvolvimento econômico local apóie a vida e o poder da
comunidade, usando os talentos e os recursos locais. Para ICLEI existem três diferentes tipos de
desenvolvimento: o desenvolvimento econômico, o comunitário e o ecológico, cada qual com
34
seus diferentes imperativos. Sendo assim, para se ter o desenvolvimento sustentável é necessário
conduzir esses tipos de desenvolvimento com equilíbrio, o que é representado pela interseção
desses três processos de desenvolvimento e não se confunde com o conservacionismo, com o
desenvolvimento econômico comunitário e com o utopismo, cada um representando uma
interseção com apenas dois desses processos (ALBERTON, 2003).
Para Barbieri e Lage (2001), qualquer política de desenvolvimento sustentável regional ou
local não pode perder de vista os problemas globais, isto é, ela deve ser formulada também com o
objetivo de contribuir para a solução ou redução desses problemas no seu nível de atuação
espacial. Esse é o sentido da expressão „pensar globalmente e agir localmente‟, que se tornou
uma espécie de axioma do desenvolvimento sustentável.
Assim, a idéia de sustentabilidade implica na premissa de que é preciso definir uma
limitação nas possibilidades de crescimento e um conjunto de iniciativas que levem em conta a
existência de interlocutores e atores sociais relevantes e ativos através de práticas educativas e de
um processo de diálogo informado, o que reforça um sentimento de co-responsabilização e de
constituição de valores éticos. Isso também implica, que uma sociedade sustentável o pode
ignorar nem as dimensões culturais, nem as relações de poder existentes e muito menos, o
reconhecimento das limitações ecológicas, sob pena de manter um padrão predatório de
desenvolvimento, uma forma de governança centralista e autoritária (JACOBI, 1999).
Trata-se de superar a visão economicista de desenvolvimento. Guimarães (1997, p. 18-
19), afirma:
que superar com extrema urgência o economicismo que contamina o pensamento
contemporâneo sobre o processo de desenvolvimento... Infelizmente, com a aceleração
dos tempos s-modernidade, a economia deixou de estudar os meios para o bem-estar
humano e converteu-se num fim em si mesmo, numa ciência em que tudo aquilo para o
qual não se pode estabelecer preço carece de valor... A cegueira economicista do estilo
de desenvolvimento ainda dominante encobre imensas disparidades regionais não no
bem-estar das populações como na própria eficiência econômica no uso da riqueza.
No economicismo a exploração dos recursos naturais em larga escala é a base de
sustentação do crescimento econômico, independentemente dos danos causados ao meio. A
natureza é dimensionada como uma espécie de reserva de valor que dependendo das necessidades
e viabilidades econômicas será explorada. Quaisquer prejuízos colaterais são encarados como
inevitáveis perante os benefícios do progresso (VALLEJO, 1988).
35
Merico (1996, p. 49), alerta:
Crescimento econômico através do desperdício, abundância e consumismo podem ser
interessantes para aqueles que desfrutam desses padrões de consumo, mas são
definitivamente contra a humanidade como um todo e contra as futuras gerações... Esta
fantástica crise civilizatória é uma crise de transição. A humanidade necessita, agora,
ajustar-se e mover-se em direção a fase climática, através da minimização do transfluxo
energético nos processos sociais/econômicos humanos. Se não o fizer, certamente
trilhará o mesmo caminho de outras espécies que, no passado, não foram capazes de
fazer a transição.
O projeto de uma sociedade sustentável está na construção de uma sustentabilidade
democrática no país, reivindicando e fazendo com que as camadas populares tornem-se sujeitos
políticos de seu ambiente material, territorial, social, econômico e ambiental. A sociedade
sustentável é aquela em que o desenvolvimento está integrado à natureza, com respeito à
diversidade biológica e sócio-cultural, exercício responsável e conseqüente da cidadania,
distribuição eqüitativa das riquezas e condições dignas de desenvolvimento (ACSERALD e
LEROY, 1999).
Sachs (1993, p. 11-55) identifica no modelo cinco dimensões de sustentabilidade de que,
segundo ele, todo planejamento de desenvolvimento precisa levar em conta:
a) a sustentabilidade social, que se entende como criação de um processo de
desenvolvimento que seja sustentado por um outro crescimento e subsidiado por uma
outra visão do que seja uma sociedade boa. A meta é construir uma civilização com
maior eqüidade na distribuição de renda e de bens, de modo a reduzir o abismo entre
os padrões de vida dos ricos e dos pobres;
b) a sustentabilidade econômica, que deve ser tornada possível através da alocação e do
gerenciamento mais eficiente dos recursos e de um fluxo constante de investimentos
públicos e privados. Nessa dimensão, a eficiência econômica deve ser avaliada em
termos macrossociais, sistêmicos na relação com as partes, e não apenas através do
critério da rentabilidade empresarial de caráter macroeconômica;
c) a sustentabilidade ecológica, que pode ser melhorada se seguidos os seguintes
princípios: ampliar a capacidade de renovação dos ciclos ecológicos da Terra,
intensificando o uso do potencial de recursos dos diversos ecossistemas, com um
mínimo de danos aos sistemas de sustentação da vida; limitar o consumo desordenado
dos recursos naturais e respeito à biodiversidade ecológica; intensificar a pesquisa
36
para a obtenção de tecnologias de baixo teor de resíduos e eficientes no uso de
recursos para o desenvolvimento urbano, rural e industrial; definir formas de uma
adequada proteção ambiental;
d) a sustentabilidade espacial, que deve ser dirigida para a obtenção de uma configuração
rural-urbana mais equilibrada e uma melhor distribuição territorial dos assentamentos
humanos e das atividades econômicas; e,
e) sustentabilidade cultural, incluindo a procura de raízes endógenas de processos de
modernização e de sistemas agrícolas integrados, processos que busquem mudanças
dentro da continuidade cultural e que, traduzam o conceito normativo de
ecodesenvolvimento como conjunto de soluções específicas para o ecossistema, a
cultura e o espaço de vida local, respeitando a diversidade biológica e cultural.
Segundo Sachs (1986), a questão central é de se encontrar as modalidades de crescimento
que tornem compatíveis o progresso social e o gerenciamento sadio dos recursos e do meio.
Assim, o desenvolvimento deve considerar a autonomia de decisões e a pesquisa de modelos
endógenos, próprios a cada contexto histórico, cultural e ecológico, bem como a prudência
ecológica, ou seja, a busca de um desenvolvimento em harmonia com a natureza.
A noção de desenvolvimento sustentável não é apenas uma nova forma de adjetivação,
mas implica considerar e assumir novos padrões de competitividade e eqüidade, significando uma
nova racionalidade pragmática de gestão, incluindo a incorporação no processo de
desenvolvimento daquilo que é público.
Isto quer dizer, que a gestão é acima de tudo, um conceito de como deve ser feita a
administração de um sistema, de tal forma que fique assegurado um funcionamento adequado; o
seu melhor rendimento, como também, sua perenidade e seu funcionamento. A gestão pressupõe
uma utilização racional do potencial dos recursos naturais e humanos disponíveis, subutilizados
ou simplesmente ignorados; bem como, a criação e adaptação de recursos tecnológicos,
metodológicos e formas de organização social e política (TAVARES, 2005).
37
2.1.2 Desenvolvimento local
Difundido inicialmente a cerca de 40 anos, o conceito de desenvolvimento local tem sido
cada vez mais colocado em pauta nos debates a respeito do desenvolvimento.
Segundo Buarque (2004) o desenvolvimento local pode ser conceituado como um
processo endógeno de mudança, que leva ao dinamismo econômico e à melhoria da qualidade de
vida da população em pequenas unidades territoriais e agrupamentos humanos.
Para Franco (2000) desenvolvimento local é entendido como uma proposta de
desenvolvimento promovido a partir das bases, com a participação ativa da população na
identificação das necessidades e priorização de ações, a fim de garantir resultados que
demonstrem melhoria na qualidade de vida dessa população.
O desenvolvimento local pressupõe atores locais unidos por uma vontade solidária, que
tomam a cargo o desenvolvimento de sua localidade, município ou região, em função das
necessidades e dos recursos locais. Seu projeto cultural global supera considerações
economicistas e cria relações sociais, um “ser” em um “ser melhor”, que envolve melhor
qualidade de vida (NICÁCIO, 2002). Nesse desenvolvimento, também se atribui importância às
experiências de organizações e ações populares, que permitem definir conceitos, inclusive do
próprio desenvolvimento, dando uma importância fundamental a sua história e cultura, pois
incentiva o desenvolvimento por dinâmicas sociais endógenas, em que os próprios habitantes de
uma comunidade conseguem potencializar uma série de recursos, forças e capacidades próprias
(KIECKHÖFER, 2005).
Para ser consistente e sustentável, o desenvolvimento local deve mobilizar e explorar as
potencialidades locais e contribuir para elevar as oportunidades sociais, a viabilidade e
competitividade da economia local. Simultaneamente, deve assegurar a conservação dos recursos
naturais existentes. O desenvolvimento local sustentável resulta da interação e sinergia entre a
qualidade de vida da população local (redução da pobreza, geração de riqueza e distribuição de
ativos), da eficiência econômica (com agregação de valor na cadeia produtiva) e da gestão
pública eficiente (BUARQUE, 2004).
O desenvolvimento local sustentável resulta desta forma, da interação e sinergia entre três
conjuntos (BUARQUE, 2004):
38
a) a elevação da qualidade de vida e a eqüidade social constituem objetivos centrais do
modelo de desenvolvimento, orientação e propósito final de todo esforço de
desenvolvimento a curto, médio e longo prazos;
b) a eficiência e o crescimento econômicos constituem pré-requisitos fundamentais, sem
os quais o é possível elevar a qualidade de vida com eqüidade de forma
sustentável e continuada -, representando uma condição necessária, embora não
suficiente, do desenvolvimento sustentável;
c) a conservação ambiental é um condicionante decisivo da sustentabilidade do
desenvolvimento e da manutenção em longo prazo, sem o qual não é possível
assegurar qualidade de vida para as gerações futuras e a eqüidade social de forma
sustentável e contínua no tempo e no espaço.
O desenvolvimento local sustentável é, portanto, um processo e uma meta a ser alcançada
em médio e longo prazos, gerando uma (re)orientação do estilo de desenvolvimento, redefinindo
a base estrutural de organização da economia, da sociedade e das suas relações com o meio
ambiente natural (BUARQUE, 2004).
Como uma evolução do conceito de desenvolvimento local surgiu o desenvolvimento
local integrado e sustentável (DLIS), descrito como uma forma de desenvolvimento focada na
sustentabilidade das comunidades, capazes de suprir suas necessidades imediatas, diagnosticar e
incentivar suas vocações locais e fomentar o intercâmbio externo, tendo em vista suas vocações
(MOURA et al, 2002).
Para Santiago (2002) o DLIS é um modo de promover o desenvolvimento que possibilita
o surgimento de comunidades mais sustentáveis, capazes de suprirem suas necessidades
imediatas, descobrirem ou despertarem suas vocações locais e desenvolverem suas
potencialidades específicas, além de fomentarem o intercâmbio externo, aproveitando-se de
suas vantagens locais.
Franco (2002) define DLIS como uma forma de indução ao desenvolvimento que utiliza a
participação popular e mobiliza recursos da sociedade civil em parceria com o Estado e o
mercado. Tal método passa pelo diagnóstico da situação de cada local, que identifica suas
necessidades específicas, suas potencialidades, escolhe suas vocações e prepara os planos
integrados de desenvolvimento. Para o autor o DLIS é uma estratégia de desconstrução da cultura
pública vigente e, sendo assim, possui as seguintes características que devem ser modificadas:
39
a) a cultura pública vigente dissolve a criatividade e a inovação;
b) desestimula o enfrentamento coletivo dos problemas comuns, transformando as
pessoas em beneficiárias passivas de programas assistenciais que já vêm prontos;
c) substitui a cooperação que alavanca recursos da própria comunidade pela competição
por recursos de fora, que serão conseguidos por algum benfeitor e oferecidos em troca
de algum tipo de apoio;
d) impede que essa cooperação amplie-se e se reproduza socialmente, alimentando a
desconfiança entre as pessoas;
e) verticaliza as relações e desestimula as conexões horizontes entre pessoas, grupos e
organizações, isolando-os, deixando-os à mercê de favores de algum político
poderoso;
f) exclui as pessoas das decisões e as impede de participarem dos assuntos políticos que
dizem respeito aos destinos da comunidade.
g) Sendo assim, o DLIS deve incentivar práticas contrárias às listadas, favorecendo a
cooperação às redes e à participação democrática.
Segundo Buarque (2001) um programa ou projeto de desenvolvimento local busca a
ampliação de discussões, nas quais, todos os setores da sociedade possam participar para que
consigam atingir um patamar mínimo de renda e qualidade de vida. Dentro desse processo, os
atores sociais constroem uma visão coletiva da realidade local e de todo o contexto, dirigindo-se
para um futuro desejado e visualizando as ações necessárias para alcançá-lo.
2.2 CAPITAL SOCIAL
A literatura existente sobre capital social” é diversa, o próprio termo é ambíguo pela
união dos opostos: capital e social. A genealogia de ambos é longa e ilustre. Um paralelo de
capital social pode ser encontrado dentro da noção de Machiavelli (século XVI) como virtude
cívica”. Durante todo o século XX, desenvolveram-se vários termos distintos relacionados ao
capital social (FERREIRA, 2003).
40
A maioria dos especialistas contemporâneos atribui a Tocqueville um dos primeiros
trabalhos que deram origem as bases para o conceito de capital social. Em uma viagem aos
Estados Unidos, Tocqueville realizou um estudo sobre o sistema penitenciário americano que o
levou a publicar o livro “Democracia na América”. Neste livro Tocqueville procurou demonstrar
a relação existente entre a democracia e a sociedade civil. Segundo Tocqueville (1987), os
americanos de todas as idades, de todas as condições, de todos os espíritos, estão
constantemente a se unir.
De acordo com Higgins (2003), para Tocqueville as associações políticas foram a escola
na qual os norte-americanos apreenderam a ciência mãe da associação. A política lhes permitiu
criar o bito de associar-se para os grandes empreendimentos, por serem fiéis no muito seriam
fiéis no pouco.
Segundo Araújo (2003), a expressão capital social foi mencionada pela primeira vez
cerca de um século. Em 1916, Lyda Judson Hanifan, um jovem educador, usou o conceito para
descrever centros comunitários de escolar rurais, nos quais detectava que a pobreza crescente se
fazia acompanhar pelo decréscimo da sociabilidade e das relações de vizinhança entre a
população local. Segundo ele, a comunidade se beneficiaria da cooperação de todos e quando as
pessoas criam o bito de se relacionar, por razões sociais, de lazer ou econômicas, esse “capital
social”, ou seja, essa rede de relações pode ser dirigida para o bem-estar da comunidade.
A primeira análise contemporânea do capital social foi feita por Bourdieu (1980) apud
Melim (2007) que o definiu como o conjunto de recursos atuais ou potenciais que estão ligados à
participação em uma rede durável de relações, mais ou menos institucionalizada de inter-
conhecimento e inter-reconhecimento. Ou seja, relacionado à situação de pertencer a um grupo,
entendido como um conjunto de agentes que não são somente dotados de características comuns
(suscetíveis de serem percebidas por um observador, pelos outros ou por eles próprios), mas,
também, unidos por ligações permanentes e úteis.
Para Bourdieu (1980), estas ligações não se reduzem apenas às relações de proximidade
no espaço sico geográfico, ou mesmo, no espaço econômico e social, porque elas são baseadas
nos intercâmbios materiais e simbólicos, cuja instauração e perpetuação pressupõem o
reconhecimento desta proximidade.
O volume de capital social que tem um agente particular depende da extensão da rede de
relações que ele pode efetivamente mobilizar e do volume do capital (econômico, cultural ou
41
simbólico) possuído pelos integrantes do grupo ao qual é ligado. Isto significa que, embora não
possa ser reduzido unicamente ao capital econômico e cultural (possuído pelo agente ou mesmo
pelo grupo ao qual está ligado), o capital social não é completamente independente do fato de que
mudanças instituindo o inter-reconhecimento supõem o reconhecimento de um nimo de
homogeneidade objetiva e que ele exerce um efeito multiplicador sobre o capital próprio
possuído (BOURDIEU, 1980).
De maneira completa e sistemática, Coleman (1988) também se ocupou sobre o conceito,
o qual caracterizou por lealdade, fidelidade, reciprocidade, compromisso e outros elementos
decorrentes das relações entre as pessoas de um grupo. Para o autor o capital social é uma espécie
de resposta à idéia que a sociedade é um conjunto de indivíduos independentes, cada um agindo
para alcançar objetivos a que chegam independentemente uns dos outros e o funcionamento do
sistema social consistindo na combinação destas ações dos indivíduos independentes. (BARBI,
2007)
Para Coleman (1990), o capital social se apresenta tanto no plano individual como no
coletivo. No primeiro tem a ver com o grau de integração social de um indivíduo, com sua rede
de contatos sociais, implica relações, expectativas de reciprocidade, comportamentos confiáveis.
Melhora a eficácia privada. Mas é também um bem coletivo. Por exemplo, se em uma vizinhança
todos seguem normas tácitas de cuidar do outro e de o agressão, as crianças poderão ir a
para a escola em segurança, e o capital social estará produzindo ordem pública (KLISBERG,
2002).
Coleman também define capital social por sua função: como qualquer capital, permite a
criação de certos bens que sem a sua presença seriam impossíveis. Mas chama também atenção
para o fato de que sociedades ou grupos ricos em capital social podem promover melhor
desenvolvimento das pessoas, ou seja, promover o crescimento do capital humano (ARAUJO,
2003).
O passo seguinte foi dado por Robert Putman. A análise empírica desenvolvida por
Putman (1996), produto de uma pesquisa multidisciplinar de vinte anos, iniciada em 1970, e que
visou a acompanhar o processo de implantação pioneira da descentralização administrativa na
Itália, forneceu a matriz das idéias mais difundidas em torno do conceito de capital social. Esse
autor buscou compreender quais os fatores de distinção entre o desempenho dos governos
regionais no Sul e no Norte da Itália, de 1970 a 1989, período do estabelecimento dos governos
42
regionais pelo governo central. Tal iniciativa tivera o intuito de reduzir as desigualdades
regionais entre o Norte desenvolvido e o Sul empobrecido, para que a Itália alcançasse sua
eficiência econômica através do desempenho mais eficaz dos governos regionais.
Putman constatou que o impacto das tradições vicas foi maior no desenvolvimento
socioeconômico (medido em termos de industrialização e saúde pública), do que o deste no
civismo. O civismo mostrou-se um poderoso determinante dos atuais níveis de desenvolvimento
socioeconômico, mesmo mantendo constantes os níveis anteriores de desenvolvimento. Já o
impacto do desenvolvimento socioeconômico (medido em termos de emprego na agricultura e
emprego na indústria) foi praticamente nulo nas tradições cívicas. Mesmo mantendo-se
constantes as tradições culturais mostra ser um melhor indicador que os níveis de emprego
(NASCIMENTO, 2000).
a economia não serve para prognosticar o civismo, mas o civismo serve para
prognosticar a economia, mais até do que a própria economia. (...) [Portanto], as
possibilidades de desenvolvimento sócio-econômico de uma região neste século
dependem menos do seu potencial sócio-econômico do que seu potencial cívico.
(PUTMAN, 1996, p.166)
Putnam (1996) afirma que na comunidade cívica os seus membros se mantêm unidos por
relações horizontais de reciprocidade e cooperação, e não por relações verticais de autoridade e
dependência. Seus membros, portadores de virtude cívica,
... são prestativos, respeitosos e confiantes uns nos outros, mesmo quando divergem em
relação a assuntos importantes. A comunidade cívica não está livre de conflitos, pois
seus cidadãos têm opiniões firmes sobre as questões públicas, mas são tolerantes com
seus oponentes.
As relações de confiança existente entre os membros da comunidade vica permitem
superar mais facilmente o oportunismo, no qual os interesses comuns não prevalecem porque o
indivíduo, por desconfiança, prefere agir isoladamente e o coletivamente. Reforça que certas
estruturas e práticas sociais incorporam e reforçam as normas e os valores da comunidade cívica,
referindo-se ao papel das entidades associativas no seio da sociedade. As entidades associativas
incutem em seus membros hábitos de cooperação, solidariedade e espírito público, no âmbito
interno, e estimulam a articulação de interesses e a agregação de interesses, no externo
(PUTNAM, 1996).
43
Sendo assim, o capital social para Putman refere-se a aspectos da organização social, tais
como redes, normas e confiança, que facilitam a coordenação e a cooperação para beneficio
mútuo. Para o autor a dimensão política se sobrepõe a dimensão econômica: as tradições cívicas
permitem-nos prever o grau de desenvolvimento e não o contrário (SAPELLI, 2006).
Schmidt (2003) apud Cruz (2007) esclarece que apesar dos enfoques propostos por
Coleman e Putnam serem tidos como referências centrais para um grande número de pesquisas,
autores como Peter Evans e Jonathan Fox, vinculados ao neo-institucionalismo, apontam
conseqüências indesejáveis do enfoque teórico culturalista de Coleman e Putnam, afirmando que
este condena os países em desenvolvimento ao atraso, ao diagnosticar que suas culturas são
carentes de capital social e ao estabelecer que é necessário um grande período de tempo para a
formação de um estoque de capital social. Evans e Fox apresentam uma abordagem alternativa,
onde o Estado é tido como um ator relevante na mobilização e potencialização do capital
social de uma determinada sociedade; esse capital social pode ser ativado ou destruído pela ação
do Estado (CRUZ, 2007).
Para Abu-el-Haj (1999) as grandes conclusões de Putnam que comprovaram o seu
culturalismo são que a especificidade cultural é a chave para se explicar o nível de capital social e
o influência do elemento cultural no grau de avanço do associativismo horizontal e a
complementação de ações junto às instituições públicas. É importante ressaltar que tais
conclusões se referem ao seu estudo sobre a Itália.
Segundo ainda Abu-el-Haj (1999), no pólo neo-institucional, liderado por Evans e Fox,
rejeita-se as conclusões culturalistas, defendendo-se que a ausência de horizontalidade social,
entendida como capital social, na grande maioria dos países em desenvolvimento é fruto de ações
políticas preteridas pelos regimes autoritários.
Schmidt (2003) apud Cruz (2007), esclarece o enfoque de Coleman e Putnam e o
enfoque de Evans e Fox não são excludentes. Para Schmidt é possível e necessário reconhecer
a relevância que um alto estoque de capital social possui para o sucesso econômico e a
qualidade democrática de um país, e ao mesmo tempo, assinalar a importância da mobilização
de capital social através da ação sinergética entre o poder público, a sociedade civil e o mercado.
Tão importante quanto Putnam tem sido a contribuição do economista nipo-americano
Francis Fukuyama, que dedicou vários livros ao tema das relações entre prosperidade econômica,
44
cultura e capital social. Para isso fez longas análises dos processos de desenvolvimento industrial
nos Estados Unidos e em países da Europa e da Ásia.
Para Fukuyama (1999), capital social é um padrão atuante e informal que promove a
cooperação entre dois ou mais indivíduos. Os padrões que constituem o capital social variam de
uma norma de reciprocidade entre dois amigos até doutrinas complexas e elaboradamente
articuladas como o Cristianismo ou Confuncionismo. Os padrões de reciprocidade podem existir
potencialmente em todos os negócios ou relacionamentos das pessoas entre si, mas somente são
autênticos e verdadeiros em relacionamentos ou trocas com aqueles com quem mantém laços de
amizade. Assim sendo, considera que confiança, redes, sociedade civil e outros parâmetros que
têm sido associados com o conceito são na realidade um resultado do capital social, mas não o
constituem por si só (MELIM, 2007).
Para Fukuyama (2001) o capital social pode ser definido como um conjunto de valores ou
normas informais partilhados por membros de um grupo que lhes permite cooperar entre si. Se
espera que os outros se comportem confiável e honestamente, os membros do grupo acabarão
confiando uns nos outros. A confiança é o lubrificante, levando qualquer grupo ou organização a
funcionar com maior eficiência.
Segundo Fukuyama (1999) um conjunto qualquer de padrões atuantes não constitui
capital social, eles devem induzir à cooperação em grupos e ser relacionados à virtudes
tradicionais como: honestidade, cumprimento de compromissos, desempenho confiável das
obrigações, reciprocidade e outros.
Segundo Araujo (2003), ao fazer uma ampla defesa da confiança como base de
desenvolvimento Fukuyama faz também a defesa do livre mercado. Essa seria para ele uma
associação virtuosa. No mundo atual, a crescente ação do Estado na vida social e econômica
estaria destruindo a capacidade da sociedade e do mercado, ao mesmo tempo em que a
incompetência dos governos geraria mais desconfiança dos indivíduos em relação ao Estado.
Capital social, capitalismo, liberalismo econômico e político seriam, para ele, uma
combinação ideal para a promoção do desenvolvimento. Contudo, mais importante que suas
apologias ideológicas é a defesa que faz de uma maior atenção às interações entre governo e
sociedade, quando ele examina o desenvolvimento econômico. E, no exame dessas relações, o
papel da cultura ganha uma notoriedade desconhecida quer pelos neoliberais, quer pelos estatistas
(ARAUJO, 2003).
45
Neste contexto pode-se destacar ainda o trabalho de Alejandro Portes (1998). Para Portes
(1998), o conceito de capital social enfoca as conseqüências positivas da sociabilidade. Incorpora
múltiplos elementos teóricos, tais como Marx disputa analítica entre sujeitos sociais atomizados
ou, a unidade coesiva do social, em Durkheim. As fontes do capital social são indivíduos ou
instituições. O capital social atua em vel micro quando se refere à família e, no macro, quando
se refere às organizações, classes e à coletividade política. O autor introduz a discussão sobre o
contexto sócio-cultural na formação do capital social, por meio de motivações de caráter cultural
e normativa, pela intromissão de valores, constituindo o que denominou de “solidariedade
fronteiriça”.
Por fim, é importante destacar ainda a definição para capital social apresentada por outros
autores freqüentemente citados na literatura atual sobre esse assunto.
Para Franco (2001) o conceito capital social não é um conceito econômico (como poderia
sugerir o termo „capital‟), nem sociológico (como poderia sugerir o termo „social‟). É um
conceito político, que tem a ver com os padrões de organização e com os modos de regulação
praticados por uma sociedade.
Segundo Granovetter (1985) as ações econômicas dos agentes estão inseridas em redes de
relações sociais, que são potencialmente criadoras de capital social, podendo contribuir na
redução de comportamentos oportunistas e na promoção da confiança mútua entre os agentes
econômicos. O autor critica as duas visões do comportamento econômico: visão neo-clássica
(sub-socializada), pois percebe os indivíduos apenas como forma atomizada, desconectado das
relações sociais; e a estruturalista e marxista (super-socializada), em que os indivíduos são
considerados dependentes total de seus grupos sociais e do sistema social a que pertencem.
Para Jacobi (2004) o capital social refere-se à habilidade que os atores desenvolvem em
garantir benefícios através de associação em redes de relações sociais ou outras estruturas sociais
sustentadas por confiança recíproca, normas e costumes. O capital social é a argamassa que
mantém as instituições coesas e as vincula ao cidadão visando à produção do bem comum.
De acordo com Menegasso (2006), o capital social é o patrimônio resultante da
articulação política e social de uma comunidade, que a torna capaz de promover o auto-
desenvolvimento sustentável e o bem comum para todos os seus membros. Essa articulação
acontece dentro de grupos e redes cujos integrantes se orientam pelas dimensões da confiança e
46
solidariedade, ação coletiva e cooperação, comunicação e acesso a informações, “empowerment”
e ação política, coesão e inclusão social.
Estabelecer o conceito de capital social em um determinado ponto da história é uma tarefa
delicada, todavia importante para a elaboração do conceito. Sendo assim, é importante citar a
hipótese elaborada por Coleman (2000) de que existe uma complementação entre capital físico-
econômico (insumos, infra-estrutura e financiamento), capital humano (educação e preparação
técnica) e capital social (relações de confiança), ou seja, o Capital Social é alcançado e
otimizado, quando contém um conjunto de laços e normas de confiança e reciprocidade numa
comunidade, onde essas relações se tornam tão essenciais para o desenvolvimento da comunidade
quanto o capital físico e capital humano.
2.2.1 Dimensões do capital social
Com o intuito de alcançar algum progresso na teoria e na prática, duas categorias inter-
relacionadas do fenômeno do capital social são propostas: a estrutural e a cognitiva. A dimensão
cognitiva provém dos processos mentais e idéias resultantes, reforçados pela cultura e ideologia,
especificamente as normas, valores, atitudes e crenças que contribuem para o comportamento
cooperativo e para ação coletiva mutuamente benéfica. A dimensão estrutural está associada às
várias formas de organização social, particularmente papéis, regras, precedentes e procedimentos,
bem como uma variedade de redes que contribuem para a cooperação e especificamente para a
ação coletiva mutuamente benéfica, que é a corrente de benefícios que resulta do capital social
(UPHOFF, 2000).
Esses dois domínios do capital social são intimamente ligados, pois os elementos da
dimensão social advêm dos processos cognitivos. O capital social estrutural é externo e
observável, ao passo que o capital social cognitivo é intangível. O comportamento cooperativo se
baseia em rotinas e repertórios que criam uma cultura eficaz, com confiança compartilhada nos
métodos e viabilidade de empreendimentos cooperativos e coletivos, que são reforçados pela
eficiência e eficácia no desempenho de tais empreendimentos (idéias instrumentais). E também,
em valores, normas, atitudes e crenças que criam uma cultura afetiva com sentimentos de
47
confiança e solidariedade que encorajam empreendimentos cooperativos e coletivos, reforçados
pelas idéias de legitimação, altruísmo dever e comportamento ético (idéias normativas). As
motivações que perpassam o capital social se baseiam nas combinações dessas duas categorias
(UPHOFF, 2000).
Jacobi (2004) procurando relacionar as duas categorias apresenta um quadro em que
define as características dos grupos em termos de capital social e de seus principais
desafios.
Aspectos Cognitivos
Fortes
Fracos
Aspectos estruturais
Fortes
(1)
Alto capital social
Desafio: estender o escopo das
atividades.
(2)
Organizações fortes
Desafio: legitimação, estruturação
das relações.
Fracos
(3)
Associações tradicionais
Desafio: introdução de regras,
normas e procedimentos.
(4)
Anêmico, amoral, atomizado
Desafio: auxiliar no estabelecimento
de normas e estruturas.
Segundo Jacobi (2004), na abordagem clássica das ciências econômicas, o significado
central de capital é a existência de um estoque de bens que irão gerar um fluxo de benefícios. O
capital social está associado ao estoque e ainda que possa ser medido ou identificado pelo fluxo,
ele não deve ser equiparado a este. O fluxo está associado aos benefícios gerados pelo estoque de
capital social.
Os elementos estruturais do capital social compõem a organização social e a ação
coletiva. Dentre os elementos da organização social, as redes são consideradas por muitos como
fonte de capital social, pois este é essencialmente relações entre indivíduos e grupos e as redes
são as representações dos padrões estabelecidos de comunicação e cooperação, que reduzem os
custos transacionais e fazem a ação coletiva mais viável e lucrável. As redes podem significar a
interação cara a cara informal ou a filiação às associação cívicas ou clubes sociais. As interações
são caracterizadas pelo fechamento e laços que facilitam as várias formas de capital social como
Quadro 1 Relacionamento entre as categorias de Capital Social
Fonte: Jacobi (2004)
48
obrigação, canais de informação, confiança, normas e sanções efetivas. As redes influenciam o
capital social de um ator em foco através dos seus laços diretos e indiretos e são esses laços que
provêm acesso tanto às pessoas que podem dar apoio quanto aos recursos que essas pessoas
mobilizam através dos seus próprios laços de rede. As relações inter-pessoais que agregam nas
redes sociais precisam ser sustentadas pelas contribuições que as pessoas fazem ao seu bem-estar
e do próximo. Para tanto, as redes requerem investimentos (de tempo, dinheiro, informação e
prestigio) que podem render um fluxo de benefícios (de emprego, renda, sociabilidade,
conhecimento e outros) (COLEMAN, 1990; OSTROM, 1990; PUTMAN, 1996; ADLER &
KWON, 2000; UPHOFF, 2000; apud BARBI, 2007).
As instituições formais e as regras (também organização formal) moldam a estrutura da
rede e o conteúdo dos laços, exercendo influência direta e indireta no capital social, ao afetarem
as normas e as crenças. Além disso, é a aceitação de papéis que vai padronizar o comportamento
das pessoas de maneira previsível e produtiva. De acordo com Uphoff (2000), um papel existe
quando expectativas mútuas e compartilhadas sobre o que uma pessoa desempenhando certo
papel deva ou não fazer sob diversas condições. Essas expectativas precisam ser compartilhadas
pelo incumbidos dos papéis e também pelos que interagem com esse papel.
Segundo Barbi (2007) a ação coletiva é empreendida não apenas para o bem de uma
pessoa, mas porque além dela, as outras também podem se beneficiar da ação. A existência de
relações „sociais‟ implica que as pessoas estão, até certo ponto, investidas umas nas outras, ou
seja, elas não são indiferentes ao bem-estar do próximo, ao contrário, dão certo valor para isso.
Para Ostrom (2004) apud Barbi (2007), a ação coletiva ocorre quando é preciso mais de um
individuo para colaborar na tentativa de alcançar um resultado. Ainda, as pessoas se empenham
numa ação coletiva, por exemplo, quando usam um recurso comum.
Os papéis, as regras, os procedimentos, os precedentes e as relações são elementos da
organização social que se agregam em redes e associações que estabelecem padrões para as
pessoas agirem juntas de maneira mutuamente vantajosa. Uphoff (2000) destaca quatro
atividades básicas de organização: tomada de decisão, mobilização de recursos, comunicação e
resolução de problemas. Essas quatro atividades são essenciais para a ação coletiva mutuamente
vantajosa, abaixando os custos transacionais, aumentando a probabilidade que esforços
individuais em conjunto com os dos outros sejam eficazes (BARBI, 2007).
49
Dentre os elementos cognitivos, as crenças possuem um papel importante na geração de
capital social, nas formas de visões estratégicas compartilhadas, interpretações e sistemas de
significado. Elas permitem que visões de mundo, afirmações e expectativas se manifestem entre
as pessoas e facilitem sua ação conjunta. Afinal, não é possível a existência de capital social entre
pessoas que não se entendem e, na ausência de significados ou objetivos compartilhados é difícil
ver porque ou como as pessoas colaborariam. (ADLER & KWON, 2000; PORTES, 2000; apud
BARBI, 2007).
Ostrom (1990), Putnam (1996) e Adler & Kwon (2000) também consideram as normas
como fontes de capital. Para os autores elas são componentes socioculturais de capital social que
provém o contexto dentro do qual ele adquire significado e se torna disponível para os indivíduos
e os grupos, facilitando uma ação individual ou coletiva não possível até então.
A reciprocidade também é um elemento do capital social cognitivo. Para Putnam (1996) a
reciprocidade generalizada caracterizada pela troca de favores constitui uma norma que resolve
problemas de ão coletiva, pois transforma indivíduos de agentes egocêntricos em membros de
comunidade com interesses compartilhados e um senso de vem comum.
As relações sociais criam valores por meio da reciprocidade, que também está
intimamente relacionada à confiança. As interações recíprocas podem acontecer na base do
próprio interesse, mas sua duração e estabilidade e, conseqüentemente, sua produtividade,
somente ocorrerão quando houver confiança (BARBI, 2007).
Para Uphoff (2000), as relações sociais, políticas e até econômicas são mais produtivas
quando as pessoas se relacionam como amigas, pois isso reflete e reforça a confiança, que em
todas as descrições de capital social e reconhecida como a „cola‟ essencial para a sociedade.
Outro elemento observável do capital social cognitivo é a solidariedade, considerada a
essência das relações sociais, é uma criação subjetiva, uma questão de escolha, e pode ser
verificada independente do tamanho do grupo, se as pessoas se identificarem o bastante como o
bem-estar do próximo. Conforme observado por Uphoff (2000) as formas (estrutura) da
sociedade existem mesmo sem a solidariedade (normas), porém, o poder e a durabilidade das
conexões sociais são maiores quando as pessoas estão „investidas‟ nas outras.
A solidariedade social entre dois ou mais indivíduos depende da presença de certo grau de
confiança mútua e comprometimento entre eles, independente de qualquer transação especifica; é
um produto emergente de uma situação particular. Sandefur & Laumann (2000) detectam o
50
surgimento da solidariedade a partir de interações repetidas entre os mesmos atores por um
tempo, durante o qual, se acumulam formas de capital social como confiança e obrigações
compartilhadas. A solidariedade existe em circunstâncias de reciprocidade generalizada, quando
uma ação útil é praticada, não em resposta a algum benefício recebido, mas pela própria relação
de interação social (BARBI, 2007).
Menegasso (2006) tomando por base trabalhos anteriores sobre capital social, recolhidos
da literatura pertinente e nas contribuições do grupo de pesquisa, conceitua seis dimensões:
a) Grupos e Redes: formam a categoria mais comumente associada a capital social. As
questões aqui se referem à natureza e à extensão da participação dos membros de
um domicílio, em vários tipos de organizações sociais e redes informais, como
também tratam das várias modalidades de contribuição dada e recebida por eles
nessas relações. Em suas questões, também são considerados a diversidade de
associações dos membros de um determinado grupo, o modo como suas
lideranças são escolhidas e a forma como tem evoluído o envolvimento das
pessoas com o grupo ao longo do tempo.
b) Confiança e Solidariedade: formam uma categoria por meio da qual se busca levantar
dados sobre a confiança que inspiram vizinhos, prestadores de serviços essenciais e
pessoas estranhas e sobre como essas percepções têm evoluído ao longo do tempo.
c) Ação Coletiva e Cooperação: podem ser identificadas por intermédio da participação
dos membros de um domicílio em trabalhos com outras pessoas, em sua comunidade,
em projetos conjuntos e/ou em resposta a crises. Por meio dessas categorias, busca-se
conhecer as conseqüências do o-cumprimento, ou da frustração, das expectativas
associadas à participação.
d) Informação e Comunicação: são categorias que permitem constatar que o acesso à
informação tem sido cada vez mais reconhecido como sendo essencial para ajudar as
comunidades empobrecidas a terem voz mais ativa nos assuntos relativos a seu
bem-estar. Com elas, pretende-se explorar os meios ou canais pelos quais os
domicílios pobres recebem informação sobre as condições de mercado e serviços
públicos, e seu grau de acesso às infra-estruturas de comunicação.
e) Coesão e Inclusão Social: partem do princípio de que as “comunidades” não são
entidades coesas; antes, caracterizam-se por divisões e diferenças que podem
51
acarretar conflitos. Questões levantadas com essa categoria permitem identificar a
natureza e o tamanho dessas diferenças, os mecanismos pelos quais elas são
gerenciadas e os grupos que são excluídos dos serviços públicos essenciais. Também
se consideram aqui questões relativas às formas cotidianas de interação.
f) Poder e Ação Política: apontam uma dimensão por meio da qual se reconhece que os
indivíduos têm “autoridade” ou detêm poder, na medida em que mantêm certo
controle sobre as instituições e os processos que afetam diretamente seu bem-estar.
Com essas questões, busca-se averiguar o sentimento de eficácia pessoal e capacidade
que anima os membros da unidade doméstica a exercerem influência sobre os eventos
locais tanto quanto sobre as respostas políticas mais amplas.
Por fim, cabe ressaltar que o conceito de capital social reforça a importância de práticas
sociais que valorizam a organização social e a constituição de redes sociais, enquanto uma
dinâmica coordenada e cooperativa entre atores. A noção de capital social reforça o fenômeno da
proximidade social, que permite uma forma de coordenação entre os atores capaz de valorizar o
conjunto do espaço em que atuam e, convertê-lo em base para empreendimentos inovadores.
Pode ser visto como um importante instrumento conceitual e prático para a consolidação de
políticas públicas e revitalização da sociedade civil e da democracia (BARBI, 2007).
2.2.2 Confiança
Segundo Locke (2001), nos últimos anos houve um súbito interesse a respeito de
confiança e dos diversos fatores que a promovem (isto é, capital social, associativismo e a
existência de determinadas instituições chaves). Segundo o autor, de acordo com essa literatura,
confiança é um fator importante para a prosperidade econômica (FUKUYAMA, 1995, apud
LOCKE, 2001), para o desenvolvimento econômico (HUMPHREY E ECHMITZ, 1996, apud
LOCKE, 2001) e para a eficiência dos arranjos organizacionais internos e entre firmas (MILLER,
2001; GIBBONS, 2001, apud LOCKE, 2001). Confiança e capital social também são vistos
como os principais ingredientes subjacentes ao bom governo (PUTNAM, 1993, vários textos
presentes em BRAITHWAITE E LEVI, 1998, apud LOCKE, 2001), à boa escola (COLEMAN,
52
1988; SCHNEIDER, TESKE E MARSCHALL, 1997, apud LOCKE, 2001), ao fornecimento de
assistência médica de qualidade (CATTELL, 2001, apud LOCKE, 2001) e até a resolução de
conflitos étnicos (VARSHNEY, 2001, apud LOCKE, 2001).
Segundo Romano (2003, tradução nossa), algumas teorias referem-se à confiança como
um construto comportamental enquanto outras afirmam que ela é uma atitude. Além disso, alguns
pesquisadores freqüentemente confundem confiança com credibilidade (BUTLER, 1991, apud
ROMANO, 2003), com lealdade (RICH, 1997, apud ROMANO, 2003), com risco (SHEPPARD
& SHERMAN, 1998, apud ROMANO, 2003), outros com confidência (McALLISTER, 1995,
apud Romano, 2003), ou ainda com cooperação (BURT & KNEZ, 1996, apud ROMANO, 2003).
Devido a essa variedade, o termo confiança é freqüentemente aplicado de forma inconsistente e
inapropriada, gerando dificuldade mesmo entre pesquisadores no momento de decidir sobre seu
significado e quando ele ocorre (CLARK & PAYNE, 1997, apud ROMANO, 2003).
Conforme apropriadamente ilustrado por Hardin (2001, apud LOCKE, 2001), as
definições e concepções de confiança são numerosas e muitas vezes contraditórias. De acordo
com o Webster Dictionary, o termo trust significa “crença firma na honestidade e confiabilidade
de outrem” (1984:641). Em outras palavras, trata-se de um atributo pessoal. Algumas pessoas são
“confiáveis” e outras o. Gambetta (1988, apud LOCKE, 2001) oferece uma definição
alternativa. De acordo com ele, confiar em uma pessoa significa acreditar que, uma vez oferecida
a chance, ela não se comportará de forma a nos prejudicar. Confiança, nessa definição, é
situacional e/ou relacional, algo que se desenvolve entre dois ou mais atores em um contexto ou
relacionamento particular (LOCKE, 2001).
Para Romano (2003, tradução nossa), o conceito de confiança precisa ser visto de acordo
com sua natureza, especificamente, de acordo com a definição das características do construto,
apresentadas nos quadros a seguir.
53
Características da confiança
Natureza da Confiança
Atitudinal
Social
Adaptável
Funcional
Define o fenômeno sobre o qual a
confiança se refere
Componentes da Confiança
Hipotética
Conseqüêncial
Motivacional
Define os sentimentos que a confiança
contém
Dimensões da Confiança
Simétrica
Incremental
Condicional
Define os julgamentos que os níveis de
confiança provocam
A primeira coisa a esclarecer, segundo Romano (2003, tradução nossa), é que a confiança
refere-se a eventos comportamentais ou psicológicos e para a compreensão de cada uma das
categorias apresentadas: natureza, componentes e dimensões da confiança. A autora nos
apresenta ainda em sua pesquisa, os resumos de cada uma delas, caracterizando o que a confiança
“é” e o que “não é”.
Natureza da confiança
Confiança é
Confiança não é
Atitudinal
Uma experiência psicológica que consiste
de pensamentos, sentimentos e intenções
comportamentais
Cooperação ou assumir
riscos
Social
A influência percebida na interação social
de uma característica sobre a outra
Um recurso específico, um
objetivo ou características
contextuais
Adaptável
Um construto simples que varia de nível,
de acordo com a situação
Construtos múltiplos que
variam de acordo com o
significado da situação
Funcional
Um conjunto de influências que promove
um sendo de controle que torna mais
produtiva a interação das decisões
A quantidade de controle
(muito ou pouco)
percebido em uma dada
situação
Até aqui a confiança tem sido definida como uma atitude que representa algo funcional,
influenciada por uma dada situação. Para compreender a natureza dessa atitude é necessário
definir seus componentes que são: pensamentos, sentimentos e intenções comportamentais
Quadro 2 Características da confiança
Fonte: Romano (2003, tradução nossa)
Quadro 3 Natureza da confiança
Fonte: Romano (2003, tradução nossa)
54
(CLARK & PAYNE, 1997; CUMMINGS & BROMILEY, 1996, apud ROMANO, 2003),
embora alguns autores discordem de tal definição. Os pensamentos, os sentimentos e a intenção
comportamental daquele que confia, refletem recursos de controle hipotéticos, conseqüenciais e
motivacionais, respectivamente, conforme quadro a seguir.
Componentes da atitude de confiança
Componente
Elemento
Sentimento
Função
Hipotético
Cognitivo
Expectativa da
influência em termos
de predição
Orientação para o futuro em
termos de controle sobre as
incertezas dos eventos que
estão por ocorrer
Sentimental
Afetivo
Abertura para as
influências em termos
de percepção das
conseqüências
Controle afetado e orientado
sobre a aderência dos eventos
em relação aos valores
Motivacional
Comportamental
Inclinação das
influências em termos
das preferências que
foram manifestadas
Controle orientado para
objetivos sobre os quais se tem
preferência
Em resumo, a natureza hipotética da confiança define um componente cognitivo como
uma expectativa da influência em termos de predição. Essa expectativa supre uma orientação
para o futuro em termos de controle sobre as incertezas dos eventos futuros. A natureza de
conseqüência da confiança é como um reflexo dos sentimentos daquele que confia no sentido de
estar aberto à influências em termos de percepção de oportunidades e riscos associados com o
que está por vir. Esses sentimentos suprem um controle orientado para os valores e os próprios
eventos. Finalmente, a confiança é motivacional, porque o comportamento daquele que confia
apresenta uma inclinação para as preferências manifestadas de acordo com situações específicas,
o que gera um controle orientado para objetivos a ela ligados. Por fim, é importante registrar que
cada componente da confiança (cognitivo, afetivo e comportamental) varia de acordo com três
dimensões e faz-se ainda necessário definir tais dimensões à luz dos sentimentos daquele que
confia. Cada sentimento expressa três julgamentos a respeito da influência: simétrico,
incremental e condicional.
Quadro 4 Componentes da atitude de confiança
Fonte: Romano (2003, tradução nossa)
55
Resumo das dimensões da confiança
Dimensão
Elemento
Julgamento
Simétrica
Direção
A percepção da qualidade do poder percebido que se
tem em relação ao valor do impacto que este pode
gerar (positivo ou negativo)
Incremental
Magnitude
A percepção que se tem sobre a significância do poder
possuído em termos dos níveis de impacto
Condicional
Força
A intensidade dos sentimentos em termos da extensão
que podem provocar sobre a expectativa de confiança
gerada
Segundo Romano (2003, tradução nossa), uma vez que as três dimensões da confiança
refletem diferentes influências sobre as decisões de um determinado indivíduo, é necessário
diferenciar os vários níveis da atitude. Para ilustrar como as dimensões de confiança combinam
de várias maneiras para refletir diferentes avaliações de influência elaborou-se os exemplos a
seguir. Especificamente, os pensamentos, sentimentos e intenções comportamentais de um
indivíduo podem variar em termos de direção (em negrito), magnitude (Sublinhado), e força (em
itálico), como segue:
Eu muito pouco espero que esta influência será muito útil.
Eu pouco espero que esta influência será moderadamente nociva.
Eu espero firmemente que esta influência será muito pouco útil.
Estou com muito pouco medo dos graves inconvenientes desta influência.
Estou pouco esperançoso com relação as moderadas vantagens desta influência.
Estou com muito medo dos ligeiros inconvenientes desta influência.
Estou muito ligeiramente inclinado a incentivar fortemente essa influência.
Estou pouco inclinado a desencorajar um pouco essa influência.
Estou muito inclinado a incentivar essa influência.
Cada um destes exemplos de sentimentos compreende três juízos sobre influência. Cada
sentença reflete uma dimensão de atitude do indivíduo, e cada dimensão pode variar
independentemente dos impactos ao nível de confiança em uma determinada situação. Por
exemplo, a direção da atitude de um indivíduo pode diferir de situação para situação, enquanto
que a magnitude e a força não pode. Como tal, todas as três dimensões são necessárias para se
diferenciar os níveis de confiança (ROMANO, 2003, tradução nossa).
Quadro 5 Resumo das dimensões da confiança
Fonte: Romano (2003, tradução nossa)
56
2.2.3 Confiança como componente básico do capital social
De acordo com Cunha (2000), existe um grande debate sobre capital social e confiança
devido a estreita relação que entre eles. Neste contexto, segundo o autor, surgem algumas
divergências entre pesquisadores, como no caso de Fukuyama (1996) e Putnam (2000).
Para Fukuyama (1996), capital social e confiança são indissociáveis. Segundo o autor, a
capacidade de associação de uma comunidade depende fundamentalmente do grau de confiança
de seus membros entre si. Ele afirma que o capital social é uma capacidade que decorre da
prevalência de confiança numa sociedade ou em certas partes dessa sociedade.
Por outro lado, Putnam (1996) considera que a confiança é um componente básico do
capital social, mas não o único, embora seja o ponto fundamental. Para o autor o capital social diz
respeito a características da organização social, como confiança, normas e sistemas, que
contribuem para aumentar a eficiência da sociedade, facilitando as ações coordenadas
(PUTNAM, 2000).
De acordo com Putnam (2000) nas comunidades em que as pessoas acreditam que a
confiança será retribuída, sem que dela venham abusar; existe maior probabilidade de haver
trocas positivas. E podem essas trocas positivas gerar ações para solução dos dilemas de ação
coletiva. Tais relações sociais estimulam a confiança e diminuem as ações oportunistas ou
pessoais. De acordo com Putnam (2000, p.128), em uma comunidade vica “Confiam em que
todos procedam corretamente e obedeçam à lei. [...] As redes sociais e políticas se organizam
horizontalmente e não hierarquicamente. A comunidade valoriza a solidariedade, o engajamento
cívico, a cooperação e a honestidade. O governo funciona.”
Segundo Barbi (2007), para alguns autores, capital social inclui confiança enquanto para
outros, capital social é fonte de confiança. De acordo com Adler e Kwon (2000) os dois conceitos
são diferentes; a confiança é uma fonte e um efeito do capital social, é um estado psicológico dos
indivíduos enquanto o capital social é uma característica da estrutura social. Ambos se reforçam
mutuamente, o capital social gera relações de confiança e a confiança gerada vai produzir capital
social.
Para Araujo (2003) confiança é a expectativa de reciprocidade que pessoas de uma
comunidade, baseada em normas partilhadas têm acerca do comportamento dos outros. Quem
57
sente e sabe confiar, recebe mais colaboração e aproveita melhor as oportunidades que aparecem.
Por isso, poder confiar nos outros é um importante fator de desenvolvimento econômico.
Para Fukuyama (1996, p.19) a relação entre confiança e desenvolvimento é central, tendo
em vista que ele procura mostrar que
uma das lições mais importantes que podemos extrair de uma observação da vida
econômica é a de que bem-estar de uma nação, bem como a sua capacidade de competir,
são condicionados por uma única e subtil característica cultural: o nível de confiança
inerente à sociedade em causa.
A confiança tem um papel importante para a prosperidade de uma nação, pois, segundo
Putnam (1996), ela é a expectativa de reciprocidade que as pessoas de uma comunidade baseada
em normas compartilhadas têm acerca do comportamento dos outros. Confiar e usufruir as
vantagens de confiar produz mais confiança, pois quanto mais os cidadãos participam nas suas
comunidades, mais eles aprendem a confiar uns nos outros; e quanto mais confiança tiverem uns
nos outros, mais provável que eles sigam participando. É uma relação recíproca (BARBI, 2007).
2.2.4 Capital social e desenvolvimento
Estudos de economistas do Banco Mundial distinguem quatro formas básicas de capital:
financeiro, físico, humano e social. O estoque de capital natural é relativamente fixo para cada
economia. Poucos casos, como os que envolvem cursos d‟água de regiões de fronteira ou as
conquistas territoriais, podem resultar em mudanças de seus estoques. Uma outra maneira é
através da incorporação de conhecimentos científicos, que trazem novos valores para recursos
cujas utilidades eram, até então, desconhecidas. Os capitais físico e financeiro são percebidos
pelas populações como os mais importantes na promoção do crescimento. Novos investimentos
nesses estoques geram empregos imediatos e melhorias facilmente percebíveis na qualidade de
vida das populações. O problema com esses investimentos é que seus efeitos podem ser
efêmeros, uma vez esgotada a fonte de novos recursos. Quando os investimentos o estão
associados a novas atividades econômicas viáveis, ou competitivas, no mundo que tende para a
58
globalização, seus efeitos são rapidamente dissipados e a tendência é o retorno para a situação
anterior (PERES, 2001).
Putnam (1996) relaciona a prosperidade econômica de uma comunidade à presença de
reservas importantes de capital social. As redes sociais fomentam a confiança, diminuindo os
custos das transações e facilitando a informação e a inovação. Investimentos em capitais
humanos e sociais estão mais intimamente ligados ao crescimento de médio e longo prazo. Isto
porque estes investimentos têm mais longo prazo de maturação.
No entanto, seus resultados são mais estáveis, garantindo taxas de crescimento
duradouras. Um aspecto interessante quanto aos investimentos em capitais humanos e sociais é
que eles dependem menos de bens e serviços importados que os investimentos em capital sico,
por exemplo. De fato, os investimentos mais importantes nesses estoques são conseguidos por
iniciativas das próprias comunidades, as chamadas grass root ou de baixo para cima (PERES,
2001).
As comunidades podem promover ações que visem alavancar significativamente os
estoques de capital humano e social sem a interferência do governo. Desta forma, elas passam a
atrair novos investimentos privados sem depender dos financiamentos governamentais. Grandes
estoques de capital social asseguram a estabilidade institucional reduzindo assim os riscos de
novos investimentos. Em situações contrárias, em que instituições instáveis um aumento
considerável dos riscos de mercados o que acaba por inibir os novos investimentos.
Para Peres (2001), altos estoques de capital social dependem, fundamentalmente, de
confiança entre as pessoas. A confiança tem o atributo da transitividade: por confiar em alguém
que por sua vez confia em outro, eu posso também confiar nessa terceira pessoa. Onde é grande a
confiança entre as pessoas, os custos das transações e da informação são baixos. Um interessante
exemplo desta redução de custos é dado pelo sucesso dos programas de microcrédito em certas
regiões rurais, onde é muito caro para o sistema bancário obter informações cadastrais
tradicionais.
Em localidades em que altos estoques de capital social as iniciativas grupais são
facilitadas e o espírito cívico é aguçado. Portanto, para promover o aumento desses estoques é
preciso estimular as ações grupais através da criação de grupos horizontais para enfrentar os
problemas e melhorar a qualidade de vidas das comunidades.
59
Por fim, torna-se importante mencionar, segundo Peres (2001) as implicações da ausência
de democracia nos estoques de capital social. Regimes não democráticos necessitam, por
condição de sobrevivência, quebrar as relações de confiança entre os indivíduos. Com baixos
graus de confiança, os grupos não se formam e, conseqüentemente, não constituem ameaça aos
dominadores. Uma importante medida dos governos autoritários é a criação de polícias secretas
que espalham a desconfiança entre os indivíduos, impedindo que os grupos se formem e venham,
futuramente, a ameaçar o poder daqueles governos. Desenvolver a democracia é, portanto, uma
importante forma de investimento em capital social.
2.3 INDICADORES
Para que fosse possível analisar os índices de desenvolvimento humano das regiões em
estudo buscou-se na literatura existente sobre indicadores e indicadores sociais base teórica que
fundamentasse a análise.
O termo indicador é originário do latim indicare, que significa descobrir, apontar,
anunciar, estimar. Os indicadores podem comunicar ou informar sobre o progresso em direção a
uma determinada meta, como, por exemplo, o desenvolvimento sustentável, mas também podem
ser entendidos como um recurso que deixa mais perceptível uma tendência ou femeno que não
seja imediatamente detectável (HAMMOND et al., 1995, apud VAN BELLEN, 2007).
A definição de McQueen e Noak (1988) trata indicador como uma medida que resume
informações relevantes de um fenômeno particular ou substituto dessa medida, semelhante ao
conceito de Holling (1978) de que um indicador é uma medida do comportamento do sistema em
termos de atributos expressivos e perceptíveis.
Para a OECD (1993), um indicador deve ser entendido como um parâmetro, ou valor
derivado de parâmetros que apontam e fornecem informações sobre o estado de um fenômeno,
com uma extensão significativa.
Um indicador é uma ferramenta que permite a obtenção de informações sobre uma dada
realidade. Tem como principal característica a de poder sintetizar um conjunto complexo de
informações, retendo apenas o significado essencial dos aspectos analisados (HATCHUEL e
60
POQUET, 1992; BOUNI, 1996). É visto ainda como uma resposta sintomática às atividades
exercidas pelo ser humano dentro de um determinado sistema (DPIE, 1995).
Segundo o documento do DPIE (1995), indicadores são medidas da condição, processos,
reação ou comportamento que fornecem confiável resumo de sistemas complexos. Se são
conhecidas as relações entre os indicadores e o padrão de respostas dos sistemas, pode-se permitir
a previsão de futuras condições. As medidas devem evidenciar modificações que ocorrem em
uma dada realidade (DPIE, 1995; BROWN Jr., 1987), principalmente aquelas mudanças
determinadas pela ação antrópica (MARZALL, 1999). BENBROOK e GROTH III (1996)
afirmam que muitos aspectos (matéria orgânica, qualidade da água, qualidade do solo etc.)
podem ser medidos de diferentes formas.
Os indicadores são dados que permitem quantificar, qualificar ou mensurar algum
elemento desejado, facilitando a compreensão dos dados, melhorando a qualidade de pesquisas.
Os indicadores são fundamentais para tomadores de decisão e para a sociedade, pois permitem
tanto criar cenários sobre o estado do meio quanto aferir ou acompanhar os relutados de uma
decisão tomada (FRANCA, 2001; SANTOS, 2004).
Algumas definições colocam um indicador como uma variável que está relacionada
hipoteticamente com outra variável estudada, que não pode ser diretamente observada
(CHEVALIER et al., 1992) Essa também é a opinião de Gallopin (1996), que afirma que os
indicadores, num nível mais concreto, devem ser entendidos como variáveis.
Uma variável é uma representação operacional de uma tributo (qualidade, característica,
propriedade) de um sistema. Ela não é o próprio atributo real mas uma representação, imagem ou
abstração dele. Quanto mais próxima a variável se coloca do atributo em si ou reflete o atributo
ou realidade, e qual o seu significado ou as suas significância e relevância para a tomada de
decisão, é conseqüência da habilidade do investimento e das limitações e propósitos da
investigação.
Aqui, qualquer variável e, conseqüentemente, qualquer indicador, descritivo ou
normativo, têm uma significância própria. A mais importante característica do indicador, quando
comparado com os outros tipos ou formas de informação, é a sua relevância para política e para o
processo de tomada de decisão. Para ser representativo, o indicador tem de ser considerado
importante tanto pelos tomadores de decisão quanto pelo público (GALLOPIN, 1996).
61
Segundo Gallopin (1996), os indicadores mais desejados são aqueles que resumam ou, de
outra maneira, simplifiquem as informações relevantes, façam com que certos fenômenos que
ocorram na realidade se tornem mais aparentes, aspecto que é particularmente importante na
gestão ambiental. Nessa área é necessário especificamente que se quantifiquem, se meçam e se
comuniquem ações relevantes. Como já observado, a emergência da temática ambiental está
fortemente relacionada à falta de percepção da relação existente entre ação humana e suas
conseqüências.
Tunstall (1994) observa os indicadores a partir de suas funções que são: avaliação de
condições e tendências; comparação entre lugares e situações; avaliação de condições e
tendências em relação às metas e aos objetivos; prover informações de advertência; antecipar
futuras condições e tendências.
O objetivo dos indicadores é agregar e quantificar informações de modo que sua
significância fique mais aparente. Eles simplificam as informações sobre fenômenos complexos
tentando melhorar com isso o processo de comunicação. Indicadores podem ser quantitativos ou
qualitativos, existindo autores que defendem que os mais adequados para avaliação de
experiências de desenvolvimento sustentável deveriam ser mais qualitativos, em função das
limitações explicitas ou implícitas que existem em relação a indicadores simplesmente
numéricos. Entretanto, em alguns casos, avaliações qualitativas podem ser transformadas numa
notação quantitativa. Os indicadores qualitativos, para Gallopin (1996), são preferíveis aos
quantitativos em pelo menos três casos específicos: quando não foram disponíveis informações
quantitativas; quando o atributo de interesse é inerentemente o-quantificável; quando
determinações de custo assim o obrigarem.
Embora muitas vezes os indicadores sejam apresentados na forma gráfica ou estatísticas,
são basicamente distintos dos dados primários. Dados são medidas, ou observações no caso de
dados qualitativos, dos valores da variável em diferentes tempos, locais, população ou a sua
combinação (GALLOPIN, 1996).
A partir de um certo nível de agregação ou percepção, indicadores podem ser definidos
como variáveis individuais ou uma variável que é função de outras variáveis. A função pode ser
mais simples como: uma relação, que mede a variação da variável em relação a uma base
especifica; um índice, um número simples que é uma função simples de duas ou mais variáveis;
ou complexa, como o resultado de um grande modelo de simulação.
62
A relação entre dados primários e indicadores no que denominada pirâmide de
informações.
Indicadores podem adotar diferentes significados. Algumas termos normalmente
utilizados são norma, padrão, meta e objetivo. Nos indicadores de desenvolvimento sustentável
pode-se afirmar que os conceitos de padrão e norma são semelhantes. Eles referem-se
fundamentalmente a valores estabelecidos ou desejados pelas autoridades governamentais ou
obtidos por um consenso social, são utilizados dentro de um senso normativo, um valor técnico
de referência. As metas, por outro lado, representam uma intenção, valores específicos a serem
alcançados. Normalmente são estabelecidos a partir do processo decisório, dentro de uma
expectativa que seja de alguma maneira alcançável. Os processos no sentido do alcance das metas
devem ser observáveis ou mensuráveis. Muito embora alguns usem os termos metas e objetivos
de uma forma intercambiável, de maneira geral os objetivos são usualmente qualitativos
indicando mais uma direção do que um estado específico.
Meadows (1998) afirma que a utilização de indicadores de uma maneira intuitiva de
monitorar complexos sistemas, que a sociedade considera importantes e precisa controlar. Ela
também usa a analogia do termômetro utilizado para medir a temperatura do paciente e, mesmo
não medindo um sistema especifico do corpo humano, é capaz de transmitir uma informação
sobre a saúde. Existem muitas palavras para denominar indicadores, sinal, sintoma, diagnóstico,
informação, dado, medida. Eles são elementos importantes da maneira como a sociedade entende
o mundo, toma suas decisões e planeja a sua ação. Para a autora os valores, e logicamente os
indicadores, estão inserindo dentro de culturas específicas. Indicadores podem ser ferramentas de
Índice
Indicadores
Dados analisados
Dados primários
Figura 1 Pirâmide de informações
Fonte: Hammond et al. (1995) apud Van Bellen (2007)
63
mudança, de aprendizado e de propaganda. Sua presença afeta o comportamento das pessoas. A
sociedade mede o que ela valoriza e aprende a valorizar aquilo que ela mede. Essa
retroalimentação é comum, inevitável e útil, mas também cheia de armadilhas, ainda segundo a
autora.
Os indicadores são de fato um modelo da realidade, mas não podem ser considerados a
própria realidade, entretanto devem ser analiticamente legítimos e construídos dentro de uma
metodologia coerente de mensuração. Eles são, segundo Hardi e Barg (1997), sinais referentes a
eventos e sistemas complexos. São pedaços de informações que apontam para características do
sistema, realçando o que está acontecendo. Os indicadores são utilizados para simplificar
informações sobre femenos complexos e para tornar a comunicação entre eles mais
compreensível e mensurável.
O objetivo principal dos indicadores é o de agregar e quantificar informações de uma
maneira que sua significância fique mais aparente. Os indicadores simplificam as informações
sobre fenômenos complexos tentando melhorar com isso o processo de comunicação (VAN
BELLEN, 2007).
2.3.1 Indicadores sociais
Os indicadores sociais, da forma como os conhecemos atualmente, surgiram em meados
da década de 1960 nos EUA, procurando atender a demanda por informações que
representassem os impactos sociais alcançados por diferentes ões governamentais. Nesse
período, de acordo com Costa (1975), houve uma crescente consciência de que a abordagem
predominantemente econômica do planejamento não daria conta por si só do real a ser controlado
e planejado. Desta maneira, buscou-se na teoria sociológica uma conceituação teórica que
agrega-se significado as estatísticas sociais normalmente produzidas.
Para Januzzi (2001) o indicador social é uma medida em geral quantitativa dotada de um
significado social substantivo, usado para substituir, quantificar ou operacionalizar um conceito
social abstrato, de interesse teórico (pesquisa acadêmica) ou programático (formulação de
64
políticas públicas). É um recurso metodológico, empiricamente referido que informa algo sobre
um aspecto da realidade social ou sobre mudanças que estão ocorrendo.
Para Fontes (2004), os indicadores surgem na pesquisa social como uma mediação entre
teoria e evidência empírica, ou seja, como instrumentos que permitam identificar e, se possível,
medir algum tipo de fenômeno social, estabelecido a partir de uma concepção teórica. Os
indicadores permitem a identificação de determinados processos sociais e a sua mensuração. O
seu processo de construção tem, portanto, como premissas básicas uma formulação teórica
prévia, que qualifique o problema e as hipóteses relevantes e, ainda, uma adequação rigorosa
entre o quadro conceitual e a informações disponíveis ou a serem coletadas.
O indicador social, para a pesquisa acadêmica, é o elo entre os modelos explicativos da
teoria social e a evidência empírica dos fenômenos sociais observados. Em uma perspectiva
pragmática, o indicador social é um instrumento operacional para monitoramento da realidade
social, para fins de formulação e reformulação de políticas públicas (CARLEY, 1985; MILES,
1985).
Nesse sentido, indicadores sociais usados de forma responsável, inteligível e transparente
podem estabelecer parâmetros concretos para discussão da natureza, conteúdo e prioridades das
políticas governamentais, dos programas públicos e dos projetos de ação social. Indicadores
sociais são instrumentos para efetivo empoderamento da sociedade civil, de controle e
direcionamento das atividades do poder público (JANNUZI, 2001).
Segundo Jannuzzi (2001) um dos cririos utilizados para classificar os indicadores
sociais refere-se a sua complexidade metodológica, considerando a quantidade de informações
utilizadas para a sua definição. Dentro deste critério, os indicadores sociais podem ser
divididos em indicadores simples ou compostos.
Os indicadores simples são aqueles construídos a partir de uma estatística social
específica, considerando uma dimensão social. Em contrapartida, os indicadores compostos,
também chamados índices sociais ou indicadores sintéticos, são aqueles elaborados através da
aglutinação de dois ou mais indicadores sociais simples, considerando uma mesma
dimensão social ou diferentes dimensões sociais (JANNUZZI, 2001).
A construção legitima-se pela simplicidade e capacidade de síntese em revelar situações
onde é preciso uma avaliação geral de bem-estar, condições de vida ou sócio-econômicas de uma
localidade. A sintetização oriunda da aglutinação dos indicadores necessários para formar o
65
índice, pode incorrer na perda de transparência para sua finalidade ou mesmo costumam perder a
proximidade entre seu conceito e sua medida. Contudo, os índices sociais permitem orientar de
forma mais objetiva a priorização de recursos e ações de política sociais (JANNUZZI, 2001).
66
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Neste capítulo são apresentados os procedimentos metodológicos que tornaram possível o
delineamento das ações a serem desenvolvidas para a realização da pesquisa e que garantiram a
cientificidade do trabalho. Como afirma Gil (1999), para que um conhecimento possa ser
considerado cientifico, torna-se necessário identificar as operações mentais e técnicas que
possibilitam sua verificação. Ou, em outras palavras, determinar o método que possibilitou
chegar a esse conhecimento.
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
Em relação aos fins a que se propõe, este trabalho é de cunho exploratório e descritivo. As
pesquisas exploratórias, de acordo com Gil (1999), são desenvolvidas com o objetivo de
proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato. Esse tipo de pesquisa
é realizado especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele
formular hipóteses precisas e operacionalizáveis. Essas pesquisas envolvem na maioria dos casos,
levantamento bibliográfico e análise de exemplos que estimulam a compreensão (GIL, 2002).
Sampieri, Collado e Lucio (1994) justificam o uso do estudo exploratório quando o objeto
é examinar um determinado tema que tenha sido pouco ou nada estudado anteriormente,
permitindo que se obtenha um maior grau e familiaridade com os fenômenos envolvidos no
estudo.
A pesquisa descritiva, define Rudio (2001), é aquela em que o pesquisador procura
conhecer e interpretar a realidade, sem nela interferir para modificá-la. Para Sampieri et al.
(apud SCHUTER, 2003, p. 78), “os estudos descritivos medem ou avaliam diversos aspectos,
dimensões ou componentes do fenômeno a ser pesquisado (...)”.
O estudo descritivo, segundo Triviños (1987), pretende descrever com exatidão os fatos e
fenômenos de determinada realidade. Para o autor este tipo de estudo exige do pesquisador uma
série de informações sobre o que se deseja pesquisar.
67
A perspectiva do estudo será do tipo transversal, que permite analisar o objeto de estudo
em um dado momento sem considerar possíveis mudanças através do tempo (RICHARDSON,
1985).
A abordagem de estudo foi predominantemente qualitativa. De acordo com Richardson
(1985) os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade
de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar
processos dinâmicos vividos por grupos sociais, contribuir no processo de mudança de
determinado grupo e possibilitar, em maior nível de profundidade, o entendimento das
particularidades do comportamento dos indivíduos.
Quanto ao delineamento da pesquisa optou-se pelo tipo levantamento. Segundo BABBIE
(1999), pesquisas de levantamento em ciências sociais podem ser desenvolvidas com os seguintes
objetivos: descrição, explicação e exploração, sendo costumeira a realização de levantamentos
em que dois objetivos sejam contemplados concomitantemente.
Para Selltiz et al (1987) pesquisas de levantamento são utilizadas com a finalidade de
descrever ou entender as relações observadas em uma população e quando as variáveis de análise
estão dispostas naturalmente no ambiente e não podem ser manipuladas ou submetidas à
experimentação em laboratório. Logo, o delineamento pretendido (pesquisa de levantamento)
parece adequado aos objetivos e pretensões do estudo proposto.
3.2 TÉCNICA DE COLETA DE DADOS
Para a realização deste trabalho foi feita uma pesquisa exploratória de dados secundários,
que se constituem de dados existentes, registrados e trabalhados. Esses dados foram coletados
através de consulta às bibliografias existentes sobre o tema da pesquisa, bem como, documentos
oficiais, artigos e fontes digitais.
Foram utilizados dois tipos de dados secundários. O primeiro refere-se aos dados do
índice de desenvolvimento humano municipal, disponível no software Atlas do Desenvolvimento
Humano do Brasil versão 1.0.0 (PNUD, 2008).
68
O segundo tipo de dados secundários que foram utilizados para o desenvolvimento do
presente trabalho são os resultados da pesquisa intitulada “Diagnóstico do Capital Social em dez
regiões de Santa Catarina” realizado pelo Grupo Politéia, grupo de pesquisa do Centro de
Ciências da Administração da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Esta
pesquisa é integrante do PROJETO MEU LUGAR/Governo do Estado de Santa Catarina e foi
realizada mediante contrato celebrado entre o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento PNUD e a Secretaria de Planejamento e Gestão do Governo do Estado de
Santa Catarina.
A metodologia empregada foi estruturada pelo grupo de pesquisa Politeia/ESAG e
aplicada primeiramente em dois projetos pilotos nas Regiões de São Joaquim e Concórdia. Em
termos conceituais e metodológicos, ela se diferencia de outras da mesma natureza, por ampliar o
entendimento do capital social na perspectiva política e social. O estudo foi realizado para
alcançar o cidadão a partir das organizações sociais em que atua ou que para ele se voltam.
Considerando que fomentar as formas associativas em redes sociais pode ser um dos pilares para
o desenvolvimento sustentável de qualquer comunidade (MENEGASSO, 2006).
Tal pesquisa tinha como objetivo principal levantar o capital social nos municípios que
integram as Secretarias Regionais do Estado de Santa Catarina. Também tinha como objetivo
oferecer subsídios para a implementação das ões decorrentes do processo de elaboração do
Plano de Desenvolvimento Regional.
A pesquisa de campo deu-se no período compreendido entre setembro de 2005 e março de
2006, sendo que a coleta de dados via questionários foi realizada de outubro de 2005 a março de
2006. Os questionários foram aplicados nos municípios que compõem as dez regiões do Estado
de Santa Catarina conforme quadro a seguir:
69
Municípios das regiões catarinenses pesquisadas pelo Grupo Politéia
Região de
Brusque
Região de
Chapecó
Região de Dionísio
Cerqueira
Região de Joinville
Região de Itajaí
Municípios
pesquisados
Municípios
pesquisados
Municípios
pesquisados
Municípios
pesquisados
Municípios
pesquisados
Botuverá
Águas Frias
Anchieta
Araquari
Balneário Camboriú
Brusque
Caxambu do Sul
Dionísio Cerqueira
Balnerário Barra do
Sul
Bombinhas
Canelinha
Chapecó
Guaruja do Sul
Barra Velha
Camboriú
Guabiruba
Cordilheira Alta
Palma Sola
Garuva
Ilhota
Major Gercino
Coronel Freitas
Princesa
Itapoá
Itajaí
Nova Trento
Guatambu
São José do Cedro
Joinville
Itapema
São João Batista
Nova Erechim
São Francisco do Sul
Luis Alves
Tijucas
Nova Itaberaba
São João do Itaper
Navegantes
Planalto Alegre
Penha
Serra Alta
Piçarras
Sul Brasil
Porto Belo
Região de
Araranguá
Região de Lages
Região de São
Miguel do Oeste
Região de Joaçaba
Região de Rio do
Sul
Municípios
pesquisados
Municípios
pesquisados
Municípios
pesquisados
Municípios
pesquisados
Municípios
pesquisados
Araranguá
Anita Garibaldi
Bandeirante
Água Doce
Agronômica
Balneário Arroio
Silva
Bocaina do Sul
Barra Bonita
Capinzal
Braço do Trombudo
Balneário
Gaivota
Campo Belo do
Sul
Belmonte
Catanduvas
Laurentino
Ermo
Capão Alto
Descanso
Erval Velho
Mirim Doce
Jacinto Machado
Cerro Negro
Guaraciaba
Herval do Oeste
Pouso Redondo
Maracajá
Correia Pinto
Iporã do Oeste
Ibicaré
Rio do Campo
Meleiro
Lages
Itapiranga
Joaçaba
Rio do Oeste
Morro Grande
Otacílio Costa
Paraíso
Lacerdópolis
Rio do Sul
Passo de Torres
Painel
Santa Helena
Luzerna
Salete
Praia Grande
Palmeira
São João do Oeste
Ouro
Santa Terezinha
Santa Rosa do
Sul
Ponte Alta
São Miguel do
Oeste
Treze Tílias
Taió
São João do Sul
São José do
Cerrito
Tunápolis
Vargem Bonita
Trombudo Central
Sombrio
Timbé
Turvo
Quadro 6 Municípios das regiões catarinenses pesquisadas pelo Grupo Politéia
Fonte: Adaptado de Menegasso (2006)
70
Primeiramente foi feito um levantamento para identificar as organizações sociais formais
que atuam nos municípios que compõem a Região, elaborando-se então um banco de dados com
o cadastro das organizações identificadas. Após a identificação das organizações, partiu-se para a
coleta de dados por meio de questionários.
O quadro a seguir apresenta a quantidade de organizações sociais, de dirigentes
organizacionais e de pessoas das comunidades pesquisadas.
Organizações, dirigentes e pessoas pesquisadas
Região
Quantidade de
organizações
sociais
pesquisadas
Quantidade de
dirigentes
organizacionais
pesquisadas
Quantidade de
pessoas das
comunidades
pesquisadas
Araranguá
1.028
293
393
Brusque
609
269
424
Chapecó
1.386
322
503
Dionísio Cerqueira
423
206
389
Itajaí
979
269
386
Joaçaba
1.030
262
315
Joinville
1.139
289
428
Lages
1.908
324
441
Rio do Sul
932
82
126
São Miguel do Oeste
946
261
384
Total
10.380
2577
3789
Foram pesquisadas 10.380 organizações sociais, destas 1.908 (18,38%) eram da região de
Lages, 1.386 (13,35%) da região de Chapecó e 1.139 (10,97%) da região de Joinville. Um total
de 2.577 dirigentes organizacionais foram pesquisados, destes 324 (12,57%) eram da região de
Lages, 322 (12,50%) da região de Chapecó e 293 (11,37%) da região de Araranguá. Das 3.789
pessoas das comunidades pesquisadas, 503 (13,28%) eram da região de Chapecó, 441 (11,64%)
da região de Lages e 428 (11,30%) da região de Joinville.
O questionário do tipo Q.01 foi aplicado junto aos dirigentes das organizações sociais e o
questionário do tipo Q.02 foi aplicado junto a população-participante de cada comunidade
identificada, ou seja, selecionada de acordo com uma amostra representativa.
Quadro 7 Organizações, dirigentes e pessoas pesquisadas
Fonte: Adaptado de Menegasso (2006)
71
O questionário Q.01 teve como objetivo levantar um conjunto de informações capazes de
revelar a visão que os dirigentes das organizações têm sobre o capital social, a partir de suas
dimensões. Com 31 perguntas, divididas em três blocos, abordando a organização interna e o seu
funcionamento, o relacionamento com as demais organizações e as formas de relacionamento
com a comunidade. Por meio desse instrumento verificou-se a intensidade das interações
existentes entre as organizações formais das comunidades e, a partir de suas realizações, o
estabelecimento da rede social e sua contribuição para o desenvolvimento sustentável e o bem
comum da comunidade (MENEGASSO, 2006).
O questionário Q.02 teve como objetivo conhecer a imagem e o entendimento que as
pessoas m das organizações formais de sua região, bem como a confiança que depositam nas
diversas instituições que a compõem (MENEGASSO, 2006).
Os resultados mostram o diagnóstico sobre o capital social no território das regiões
pesquisadas, a partir da análise das seis dimensões: grupos e redes; confiança e solidariedade;
ação coletiva e cooperação; informação e comunicação; coesão e inclusão social; poder e ação
política.
Entretanto, para fins desta pesquisa será analisada apenas a dimensão confiança. Isto
porque, segundo Putnam (2000) e Fukuyama (1996) confiança é a base para o capital social.
Embora no trabalho de Putnam a relação entre confiança e desenvolvimento seja apenas
sugerida, na medida em que ele não faz referência a esta relação, mas utiliza o conceito de capital
social, é inegável que para o autor a confiança é o ponto fundamental, pois a análise das fontes de
confiança permeia toda a sua pesquisa.
Para Fukuyama (1996) a relação entre confiança e desenvolvimento é central, tendo em
vista que ele procura mostrar que “uma das lições mais importantes que podemos extrair de uma
observação da vida econômica é a de que bem-estar de uma nação, bem como a sua capacidade
de competir, são condicionados por uma única e subtil característica cultural: o nível de confiança
inerente à sociedade em causa” (FUKUYAMA, 1996, p. 19).
72
3.3 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS
Segundo Kerlinger (1980) a análise é a categorização, ordenação, manipulação e
sumarização de dados. Seu objetivo é reduzir grandes quantidades de dados brutos passando-os
para uma forma interpretável e manuseável de maneira que características de situações,
acontecimentos e de pessoas possam ser descritas sucintamente e as relações entre as variáveis
estudadas e interpretadas.
Baseando-se na exploração analítica dos dados quantitativos, obtidos nas pesquisas em
fontes secundárias e na análise dos dados do relatório de pesquisa Diagnóstico do Capital
Social em dez regiões de Santa Catarina”, foram desenvolvidas tabelas que permitiram o
cruzamento de informações.
Vencida esta etapa a análise dos dados recebeu tratamento qualitativo, utilizando-se da
análise de conteúdo. A análise técnica de conteúdo, utilizada nesta pesquisa é, segundo Bardin
(2004) um conjunto de técnicas de análise das comunicações, visando obter, por procedimentos
sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou
não), que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção
(variáveis inferidas) destas mensagens.
3.4 DEFINIÇÃO DOS TERMOS DE PESQUISA
Segundo Lakatos e Marconi (1991), o objetivo da definição dos termos de pesquisa
é torná-los claros, compreensíveis, a fim de não deixar margem de erro no momento de
interpretar os elementos. Para fins de pesquisa este tópico é fundamental por ser um referencial
de orientação para todo o trabalho. Ela esclarece e delimita os conceitos utilizados,
constitutivamente e operacionalmente (DELLAGNELO, 2000).
73
3.4.1 Definições constitutivas das variáveis
Para Vieira e Zouain (2004) a definição constitutiva refere-se ao conceito dado por algum
autor da variável ou termo que se vai utilizar. Sendo assim, apresentam-se a seguir os principais
termos mencionados na pesquisa:
Capital social - o capital social pode ser definido como um conjunto de valores ou normas
informais partilhados por membros de um grupo que lhes permite cooperar entre si. Espera-se
que os outros se comportem confiável e honestamente, os membros do grupo acabarão confiando
uns nos outros. A confiança é o lubrificante, levando qualquer grupo ou organização a funcionar
com maior eficiência (FUKUYAMA, 2001).
Desenvolvimento - a idéia de desenvolvimento refere-se diretamente à realização das
potencialidades do homem é natural que ela contenha, ainda que apenas implicitamente, uma
mensagem de sentido positivo. As sociedades são consideradas desenvolvidas na medida em que
nelas o homem mais cabalmente logra satisfazer suas necessidades, manifestar suas aspirações e
exercer seu gênio criador. A preocupação com a metamorfose social deriva dessa outra idéia
simples de que é mediante as invenção e implementação de novas estruturas sociais que se
cumpre o processo de desenvolvimento (FURTADO, 1984).
Desenvolvimento sustentável - desenvolvimento sustentável é aquele que atende as
necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem
as suas próprias necessidades (CMMAD, 1988, p.46).
Desenvolvimento local - desenvolvimento local é entendido como uma proposta de
desenvolvimento promovido a partir das bases, com a participação ativa da população na
identificação das necessidades e priorização de ações, a fim de garantir resultados que
demonstrem melhoria na qualidade de vida dessa população (FRANCO, 2000).
Desenvolvimento humano - O desenvolvimento humano é o processo de alargamento das
escolhas das pessoas, através da expansão das funções e capacidades humanas. Deste modo, o
desenvolvimento humano também reflete os resultados nestas funções e capacidades. Representa
um processo, bem como um fim (PNUD, 2008).
74
Indicador - um indicador deve ser entendido como um parâmetro, ou valor derivado de
parâmetros que apontam e fornecem informações sobre o estado de um fenômeno, com uma
extensão significativa (OECD, 1993).
Indicador social - o indicador social é uma medida em geral quantitativa dotada de um
significado social substantivo, usado para substituir, quantificar ou operacionalizar um conceito
social abstrato, de interesse teórico (pesquisa acadêmica) ou programático (formulação de
políticas públicas) (JANUZZI, 2001).
3.4.2 Definições operacionais das variáveis
Para ter-se efetivamente um trabalho científico não basta que as variáveis sejam
definidas constitutivamente. É necessário operacionalizá-las, buscando atribuir-lhe um
significado que especifique atividades ou operações necessárias para objetivá-las na prática
(DELLAGNELO, 2000).
Neste sentido, torna-se necessária a operacionalização das duas definições importantes
deste estudo: desenvolvimento humano e capital social.
Desenvolvimento humano: Para fins desta pesquisa a o desenvolvimento humano foi
operacionalizado através do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) que embora
procure medir os mesmos fenômenos que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM), utiliza
indicadores diferentes que são considerados mais adequados para avaliar as condições de núcleos
sociais menores.
Capital social: Como forma de operacionalizar o capital social foi utilizada a dimensão
confiança que, conforme abordado anteriormente, é vista como sendo a base para o capital social.
75
3.5 LIMITAÇÕES DA PESQUISA
Os limites desta pesquisa se referem ao fato de nela serem tratados fenômenos complexos,
sempre presentes na realidade política e social. Sendo assim, os resultados e conclusões dessa
pesquisa são aplicáveis apenas ao contexto pesquisado.
Outro limite refere-se referencial teórico adotado e aos todos e às técnicas
predominantemente utilizados, pois estes influenciaram na abordagem adotada no estudo.
Além disso, o presente estudo limita-se aos dados informados no trabalho realizado pelo
Grupo Politéia intitulado “Diagnóstico do Capital Social em dez regiões de Santa Catarina”, pois
se utilizou destes como dados secundários.
Por fim, e igualmente importante, considerando a diversidade de conceitos de capital
social e o caráter complexo e dinâmico dos sistemas sociais, o estudo o permite maiores
inferências sobre outras formas de capital.
76
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
4.1 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
O economista paquistanês Mahbub ul Haq (1934-1998) foi o arquiteto do Relatório de
Desenvolvimento Humano (RDH), publicado anualmente pelo Programa das Nações Unidas para
o Desenvolvimento (PNUD) desde 1990 (VEIGA, 2006). O RDH propõe uma agenda sobre
temas relevantes ligados ao desenvolvimento humano e reúnem tabelas estatísticas e informações
sobre o assunto
Segundo Veiga (2006), os estudos de Mahbub ul Haq estavam voltados a criação de um
indicador sintético capaz de fornecer a seus usuários uma espécie de hodômetro do
desenvolvimento. Com a colaboração de Amartya Sen e de outros dez consultores internacionais,
Mahbub ul Haq criou em 1990 o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Além de incluir o PIB per capita, depois de corrigi-lo pelo poder de compra da moeda de
cada país, o IDH também considera dois outros componentes: longevidade e educação. Para
aferir a longevidade, o indicador utiliza números de expectativa de vida ao nascer. O item
educação é avaliado pelo índice de analfabetismo e pela taxa de matrícula em todos os níveis de
ensino. A renda é mensurada pelo PIB per capita, em dólar PPC (paridade do poder de compra,
que elimina as diferenças de custo de vida entre os países).
O IDH varia de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano
total). Países com IDH até 0,499 têm desenvolvimento humano considerado baixo; os países com
índices entre 0,500 e 0,799 são considerados de dio desenvolvimento humano; países com
IDH maior que 0,800 têm desenvolvimento humano considerado alto. Atualmente o IDH é
cálculo pelo PNUD para 177 países.
Transcreve-se a seguir o depoimento de Amartya Sen a respeito do IDH.
Devo reconhecer que não via no início muito mérito no IDH em si, embora tivesse tido o
privilégio de ajudar a idealizá-lo. A princípio, demonstrei bastante ceticismo ao criador
do Relatório de Desenvolvimento Humano, Mahbub ul Haq, sobre a tentativa de
focalizar, em um índice bruto deste tipo - apenas um número -, a realidade complexa do
desenvolvimento e da privação humanos. (...) Mas, após a primeira hesitação, Mahbub
convenceu-se de que a hegemonia do PIB (índice demasiadamente utilizado e valorizado
que ele queria suplantar) o seria quebrada por nenhum conjunto de tabelas. As pessoas
77
olhariam para elas com respeito, disse ele, mas quando chegasse a hora de utilizar uma
medida sucinta de desenvolvimento, recorreriam ao pouco atraente PIB, pois apesar de
bruto era conveniente. (...) Devo admitir que Mahbub entendeu isso muito bem. E estou
muito contente por não termos conseguido desviá-lo de sua busca por uma medida crua.
Mediante a utilização habilidosa do poder de atração do IDH, Mahbub conseguiu que os
leitores se interessassem pela grande categoria de tabelas sistemáticas e pelas análises
críticas detalhadas que fazem parte do Relatório de Desenvolvimento Humano (Amartya
Sen, Prêmio Nobel da Economia em 1998, no prefácio do RDH de 1999.)
Segundo PNUD (2007), simultaneamente ao processo de difusão do IDH nos anos 90,
uma nova ênfase em políticas sociais descentralizadas, focalizadas e que envolvem a participação
de atores não governamentais. Isso reforça a demanda por diferentes tipos de indicadores ao nível
nacional e local. Com o advento do IDH, um crescimento significativo na produção de
indicadores sintéticos para países, estados, municípios e até distritos ou bairros em diferentes
países em desenvolvimento.
Uma vez que, com o avanço da descentralização, a mensuração do desenvolvimento
tornou-se mais central para os governos locais e nacionais que pretendem introduzir políticas de
desenvolvimento social e econômico no local. O principal motivo desse comportamento parece
ser o fato de que os indicadores são vistos como poderosas ferramentas, o somente para o
planejamento, mas também como formas dos governos democráticos se relacionarem com a
opinião pública e a mídia e com as pressões vindas dos políticos tradicionais e demais forças
locais (PNUD, 2007).
Apesar das limitações dos indicadores compostos, conforme discutido
anteriormente, parece haver um consenso entre as organizações produtoras de dados quanto a
possibilidade destes indicadores de transformar-se em mensagens fortes e, nesta condição,
tornarem-se aliadas na criação de uma cultura de responsabilidade e na realização efetiva dos
direitos humanos, ambos comportamentos indispensáveis para a construção de sociedades que
anseiam por um desenvolvimento sustentável e com a democratização da sociedade do
conhecimento
78
4.1.1 Índice de desenvolvimento humano do Brasil
De acordo com o RDH de 2007 que foi desenvolvido com base nos dados do ano de 2005,
o Brasil entrou pela primeira vez no grupo dos países de Alto Desenvolvimento Humano. Desta
forma, ao atingir o IDH de 0,800 o país passou a ocupar o 70º lugar no ranking de 177 países e
territórios.
O progresso nos indicadores de desenvolvimento humano básico para o Brasil se deu de
maneira consistente em todas as dimensões, ou seja, a melhora do IDH brasileiro, além de
constante é harmônica, como ilustra a tabela a seguir.
Evolução dos indicadores de desenvolvimento humano do Brasil
Ano
Expectativa de
vida no
nascimento
Taxa de
alfabetização dos
adultos (% com
mais de 15 anos)
Taxa de
matrícula
combinada
(%)
PIB per
capita
(2005 PPC
US$)
IDH
1990
66,1
82,0
67,3
7,219
0,723
1995
68,2
84,7
74,4
7,798
0,753
2000
70,3
86,9
90,2
8,085
0,789
2004
71,5
88,6
87,5
8,325
0,798
2005
71,7
88,6
87,5
8,402
0,800
Entre os anos de 1990 e 2005, a expectativa de vida cresceu em pouco mais de cinco anos
e meio, o PIB per capita cresceu 16,39% e a taxa de alfabetização de adultos cresceu sete pontos
percentuais. Contudo, o grande destaque está para a taxa de matrícula que registrou um
crescimento de vinte pontos percentuais. É importante ressaltar que os dados da educação do
Brasil de 2005 não foram disponibilizados pelo Instituto de Estatística da UNESCO, razão pela
qual foram usados os dados de 2004 atualizados para 2005.
Apesar da importante conquista brasileira em 2005, o resultado do país foi inferior ao do
conjunto de países latino-americanos. Paises como a Argentina, o Chile, o Uruguai e o México
apresentam, historicamente, indicadores de desenvolvimento humano melhores que os
brasileiros.
*As estatísticas apresentadas em diferentes edições do RDH podem o ser comparáveis devido a revisões dos dados
ou mudanças na metodologia. Os índices dos anos de 1990, 1995, 2000 e 2004 apresentados na tabela foram
atualizados e não necessariamente são iguais aqueles publicados em RDH anteriores. Fonte: PNUD, 2007
Quadro 8 Evolução dos indicadores de desenvolvimento humano do Brasil
Fonte: Adaptado de PNUD (2007)
79
Apesar de ter diminuído a distância dos demais paises nos últimos 25 anos, o país
permaneceu em 2005 com o IDH 0,029 pontos inferior ao do México, 0,052 pontos inferior ao do
Uruguai, 0,067 inferior ao do Chile e 0,069 pontos inferior ao da Argentina.
Entrar, pela primeira vez, para o grupo de países com alto desenvolvimento humano foi
um importante marco para a história brasileira. Contudo, cabe ressaltar que o Brasil ainda tem
um longo caminho a percorrer para melhorar efetivamente as condições de vida de sua
população.
4.1.2 Índice de desenvolvimento humano municipal
O Índice de Desenvolvimento Humano também é utilizado para aferir o nível de
desenvolvimento humano em municípios, denominando-se IDH-Municipal ou IDHM. Para o
cálculo do IDHM são utilizadas as mesmas dimensões educação, longevidade e renda -, mas
alguns dos indicadores usados são diferentes. Embora meçam os mesmos fenômenos, os
Gráfico 1 Evolução do IDH Brasileiro de 1975-2005 em comparação com países latino-americanos
Fonte: Adaptado de PNUD (2007)
80
indicadores levados em conta no IDH Municipal (IDHM) são mais adequados para avaliar as
condições de núcleos sociais menores.
4.1.2.1 Educação
Segundo PNUD (2007) para medir o acesso à educação da população de uma localidade,
o IDHM considera dois indicadores: a porcentagem de pessoas alfabetizadas entre os moradores
com mais de 15 anos de idade daquele lugar (com peso dois no cálculo final) e a taxa de
freqüência bruta a salas de aula (peso um).
Para medir o acesso à educação em grandes sociedades, como um país, a taxa de matrícula
nos diversos níveis do sistema educacional é um indicador suficientemente preciso. Quando o
que se pretende medir está em núcleos sociais menores, como municípios, esse indicador é menos
eficaz, pois os estudantes podem morar em uma cidade e estudar em outra, distorcendo as taxas
de matrícula. Daí a opção pelo indicador de freqüência à sala de aula, que é baseado em dados
censitários. O que se pretende aferir é a parcela da população daquela cidade que vai à escola em
comparação à população municipal em idade escolar (PNUD, 2007).
A2005, segundo o calendário do Ministério da Educação, o ensino fundamental ia da
a 8ª série e era cursado por crianças entre 7 e 14 anos. A partir de 2006 com a inclusão de um ano
no início do ciclo, o ensino fundamental passou a ter nove anos e a ser cursado por crianças de 6
a 14 anos. Para o ensino médio e superior não houve alteração. Os adolescentes entre 15 e 17
anos devem cursar o ensino médio e aos 22 anos, concluir o ensino superior.
Para avaliar o acesso das pessoas ao conhecimento, divide-se o total de alunos nos três
níveis de ensino pela população total dessa faixa etária. A esse indicador se o nome de taxa
bruta de freência escolar.
O outro critério para a avaliação da educação de uma população é o percentual de
alfabetizados maiores de 15 anos. Ele se baseia no direito constitucional de todos os brasileiros
de terem acesso aos oito séries do ensino fundamental. Ao final desse período, que, pelo
calendário normal se encerraria aos 14 anos de idade, espera-se que o indivíduo seja capaz de ler
e escrever um bilhete simples. Daí a opção por se medir essa capacidade na população com 15
81
anos de idade ou mais. A taxa de alfabetização é obtida pela divisão do total de alfabetizados
maiores de 15 anos pela população total de mais de 15 anos de idade do município pesquisado
(PNUD, 2007).
Considerando que as taxas de alfabetização e de freqüência variam entre 0 e 1 (0% a
100%), não é necessário convertê-las em um índice, basta aplicar os pesos de cada indicador para
se chegar a uma média. Por exemplo: se o município tem uma taxa bruta de freência à escola
igual a 80% e uma taxa de alfabetização de 86%, o cálculo será [0,80 + (2 x 0,86)] / 3 => (0,80 +
1,72) / 3 => 2,52 / 3 = 0,84. Logo, o IDHM de Educação (IDHM-E) será 0,89.
4.1.2.2 Longevidade
Segundo PNUD (2007) para avaliar o desenvolvimento humano no que diz respeito à
longevidade o IDH nacional e o IDHM usam a esperança de vida ao nascer. Esse indicador
mostra qual a média de anos que a população nascida naquela localidade no ano de referência
deve viver - desde que as condições de mortalidade existentes se mantenham constantes. Quanto
menor for a mortalidade registrada em um município, maior será a esperança de vida ao nascer. O
indicador é uma boa forma de avaliar as condições sociais, de saúde e de salubridade por
considerar as taxas de mortalidade das diferentes faixas etárias daquela localidade. Todas as
causas de morte são contempladas para chegar ao indicador, tanto as ocorridas em função de
doenças quanto as provocadas por causas externas (violências e acidentes).
No Brasil os censos são a base de cálculo de todo o IDHM. Para se chegar ao número
médio de anos que uma pessoa vive a partir de seu nascimento são utilizados os dados do
questionário expandido dos censos. O resultado dessa amostra é expandido para o restante da
população daquele município.
O cálculo da esperança de vida ao nascer é complexo e envolve várias fases. No caso da
esperança de vida por município, as estatísticas do registro civil são inadequadas. Por isso, para o
cálculo do IDHM opta-se por técnicas indiretas para se chegar às estimativas de mortalidade. A
base são as perguntas dos censos sobre o número de filhos nascidos vivos e o número de filhos
ainda vivos na data em que o censo foi feito. A partir daí são calculadas proporções de óbitos.
82
Aplica-se, então, uma equação que transforma essas proporções em probabilidade de morte. A
próxima etapa é transformar essas probabilidades em tábuas de vida, de onde é extraída a
esperança de vida ao nascer (PNUD, 2007).
Para transformar esse número de anos em um índice, usa-se como parâmetro ximo de
longevidade, 85 anos, e, como parâmetro mínimo, 25 anos. Assim, por exemplo, se o município
tem uma esperança de vida ao nascer de 65 anos, seu IDHM de Longevidade (IDHM-L) será (65
- 25) / (85 - 25) => 40 / 60 => IDHM-L = 0,666. Logo, o IDHM-L será 0,666.
4.1.2.3 Renda
O Produto Interno Bruto (PIB) de um país é o valor agregado na produção de todos os
bens e serviços ao longo de um ano dentro de suas fronteiras. O PIB per capita é a divisão desse
valor pela população do país. Trata-se de um indicador eficaz para a avaliação da renda de um
universo amplo, como países e unidades da Federação. Esse é o critério usado pelo PNUD
mundialmente para o cálculo do IDH de Renda (IDH-R) dos países e dos Estados. (PNUD,
2007).
Na avaliação da renda dos habitantes de um município, o uso do PIB per capita torna-se
inadequado. Por exemplo: nem toda a renda produzida dentro da área do município é apropriada
pela população residente. A alternativa adotada é o cálculo da renda municipal per capita. Ela
permite, por exemplo, uma desagregação por cor ou gênero da população, o que seria inviável de
outra maneira.
A renda dia municipal per capita indica a renda média dos indivíduos residentes no
município expressa em reais, pela cotação do dia 1 agosto de 2000. Os valores são extraídos do
questionário da amostra do Censo. A partir da pesquisa do IBGE soma-se todo tipo de renda
obtida pelos moradores daquele município (inclusive salários, pensões, aposentadorias e
transferências governamentais, entre outros). E a somatória é divida pelo número total de
habitantes do município. O resultado é a renda municipal per capita (PNUD, 2007).
Para transformar a renda municipal per capita em um índice é feito uma série de cálculos.
Primeiro convertem-se os valores anuais máximo e mínimo expressos em dólar PPC (Paridade do
83
Poder de Compra), adotados nos relatórios internacionais do PNUD (US$ PPC 40.000,00 e US$
PPC 100,00, respectivamente), em valores mensais expressos em reais: R$ 1.560,17 e R$ 3,90.
Em seguida, são calculados os logaritmos da renda média municipal per capita e dos
limites ximo e mínimo de referência. O logaritmo é usado porque ele expressa melhor o fato
de que um acréscimo de renda para os mais pobres é proporcionalmente mais relevante do que
para os mais ricos. Ou seja: R$ 10,00 a mais por mês para quem ganha R$ 100,00 proporciona
um maior retorno em bem-estar do que R$ 10,00 para quem ganha R$ 10.000,00 (PNUD, 2007).
Por fim, para se chegar ao IDHM de Renda (IDHM-R) aplica-se a seguinte a fórmula:
IDH-R = (log de renda média municipal per capita - log do valor de referência mínimo) / (log do
valor de referência máximo - log do valor de referência mínimo). Para um município com renda
municipal per capita de R$ 827,35, o cálculo será: IDHM-R = (log R$ 827,35 - log R$ 3,90) /
(log R$ 1.560,17 - log R$ 3,90) => IDHM-R = 0,894.
Uma vez escolhidos os indicadores, são calculados os índices específicos de cada uma das
três dimensões analisadas: IDHM-E, para educação; IDHM-L, para longevidade; IDHM-R, para
renda. Para isso, são determinados os valores de referência mínimo e máximo de cada categoria,
que serão equivalentes a 0 e 1, respectivamente, no cálculo do IDHM. Os sub-índices de cada
município serão valores proporcionais dentro dessa escala: quanto melhor o desempenho
municipal naquela dimensão, mais próximo o seu índice estará de 1. O IDHM de cada município
é fruto da média aritmética simples desses três sub-índices: somam-se os valores e divide-se o
resultado por três (IDHM-E + IDHM-L + IDHM-R / 3). (PNUD, 2007).
4.1.3 Índice de desenvolvimento humano dos Estados da Federação
O IDHM no Brasil entre os anos 1991 e 2000 aumentou 10,06%, passando de 0,696 para
0,766. O IDHM-R aumentou 6,17% alcançando o índice de 0,723, o IDHM-L aumentou 9,82%
passando para 0,727 e o IDHM-E aumentou 13,96% atingido 0,849. Em todas as Unidades da
Federação a educação foi o indicador que mais registrou crescimento, no Estado do Maranhão,
por exemplo, o aumento foi de 29,02%. A longevidade variou de um aumento de 3,42% no
Distrito Federal até um aumento de 18,44% no Estado do Rio Grande do Norte. O indicador
84
relativo a renda foi o que mais apresentou variações entre os estados, de -2,01% em Roraima até
12,74% no Piauí.
Os estados brasileiros que no ano 2000 registraram o IDHM superior a 0,800, ou seja, que
se enquadraram na faixa de alto desenvolvimento humano foram o Distrito Federal (0,844), Santa
Catarina (0,822), São Paulo (0,820), Rio Grande do Sul (0,814) e Rio de Janeiro (0,807). Por
outro lado os estados com os menores IDHM foram Maranhão (0,636), Alagoas (0,649), Piauí
(0,656) e Paraíba (0,661).
Os estados que mais aumentaram o índice, entre 1991 e 2000, foram Alagoas (18,43%),
Ceará (18,04%), Paraíba (17,83%), Maranhão (17,13%) e Rio Grande do Norte (16,72%). Já os
estados em que houve menor crescimento foram São Paulo (5,40%), Distrito Federal (5,63%),
Rio de Janeiro (7,17%), Amazonas (7,38%) e Roraima (7,80%).
4.1.4 Índice de desenvolvimento humano do Estado de Santa Catarina
De 1991 a 2000, o IDHM de Santa Catarina passou de 0,748 para 0,822, registrando um
crescimento de 9,89%. o crescimento da população no mesmo período foi de 18%, alcançando
mais de 5.300.000 habitantes e representando 3,15% da população brasileira.
A seguir são analisadas as três dimensões do IDHM do estado de Santa Catarina nos anos
de 1991 e 2000.
85
a) IDHM-R;
O quadro a seguir apresenta a análise da dimensão renda do IDHM do Estado de Santa
Catarina
Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - Renda de Santa Catarina
IDHM
1991
2000
Municípios
%
População
%
Municípios
%
População
%
0,000 a 0,499
7
2,39%
26.312
0,58%
0
0,00%
0
0,00%
0,500 a 0,799
285
97,27%
4.257.341
93,73%
289
98,63%
4.906.747
91,61%
0,800 a 1,000
1
0,34%
258.383
5,69%
4
1,37%
449.613
8,39%
Total
293
100,00%
4.542.036
100,00%
293
100,00%
5.356.360
100,00%
Em 1991, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal-Renda (IDHM Renda) do
Brasil era 0,681 e o do Estado de Santa Catarina era 0,682. Dentre os municípios do Estado de
Santa Catarina, o município com o melhor índice era Florianópolis, com 0,803, seguido por
Balneário Camboriú com 0,782, Blumenau com 0,762, Joaçaba com 0,752 e por Jaraguá do Sul
com 0,750. Os municípios com o piores índices eram Entre Rios com 0,468, Santa Terezinha do
Progresso com 0,474, Cerro Negro com 0,479, São Bernardino com 0,482 e Bandeirante com
0,493.
Dos 293 municípios do Estado, 2,39% tinham o IDHM Renda considerado baixo, ou seja,
entre 0,000 e 0,499. Com o IDHM Renda considerado médio, entre 0,500 e 0,799, haviam 285
municípios, ou seja, 97,27% do municípios do Estado. Apenas Florianópolis alcançava o IDHM
Renda considerado alto, entre 0,800 e 1,000.
Em termos de população, 26.312 pessoas (0,58%) viviam em municípios com um IDHM
Renda entre 0,000 e 0,499. A grande maioria da população, 4.257.341 pessoas (93,73%), viviam
em municípios com IDHM Renda entre 0,500 e 0,799. Um total de 258.383 pessoas viviam na
cidade de Florianópolis que tinha o melhor IDHM Renda do Estado.
Em 2000, o IDHM Renda do Brasil passou a ser 0,723, registrando uma melhora em 6,2%
com relação a 1991, e o IDHM Renda do Estado de Santa Catarina passou a ser 0,750,
registrando uma melhora de 9,9% em relação a 1991. Dentre os municípios do Estado de Santa
Catarina, o município com o melhor valor era Florianópolis, com 0,867, seguido por Balneário
Camboriú com 0,859, Luis Alves com 0,813, Itapema com 0,806 e por Blumenau com 0,797. Os
Quadro 9 Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - Renda de Santa Catarina
Fonte: Adaptado de PNUD (2007)
86
municípios com o piores índices eram Entre Rios com 0,554, Cerro Negro com 0,560, Calmon
com 0,565, Timbó Grande com 0,752 e por Bela Vista do Toldo com 0,577.
Dos 293 municípios do Estado, nenhum tinha o IDHM Renda considerado baixo, ou seja,
entre 0,000 e 0,499. Com o IDHM Renda considerado médio, entre 0,500 e 0,799, haviam 289
municípios, ou seja, 98,63% do municípios do Estado. As cidades de Florianópolis, Balneário
Camboriú, Luiz Alves e Itapema alcançaram o IDHM Renda considerado alto, entre 0,800 e
1,000.
Em termos de população, 4.906.747 pessoas (91,61%) viviam em municípios com IDHM
Renda entre 0,500 e 0,799. Além destas, 449.613 pessoas viviam nas cidades com IDHM Renda
entre 0,800 e 1,000.
b) IDHM-L;
O quadro a seguir apresenta a análise da dimensão longevidade do IDHM do Estado de
Santa Catarina
Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - Longevidade de Santa Catarina
IDHM
1991
2000
Municípios
%
População
%
Municípios
%
População
%
0,000 a 0,499
0
0,00%
0
0,00%
0
0,00%
0
0,00%
0,500 a 0,799
278
94,88%
3.977.683
87,57%
178
60,75%
1.895.696
35,39%
0,800 a 1,000
15
5,12%
564.353
12,43%
115
39,25%
3.460.664
64,61%
Total
293
100,00%
4.542.036
100,00%
293
100,00%
5.356.360
100,00%
Em 1991, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal-Longevidade (IDHM
Longevidade) do Brasil era 0,662 e o do Estado de Santa Catarina era 0,753. Dentre os
municípios do Estado de Santa Catarina, o município com o melhor índice era Biguaçu, com
0,816, seguido por Luzerna com 0,814, Joaçaba com 0,814, Iomerê com 0,814, Blumenau com
0,810 e por Guabiruba com 0,810. Os municípios com o piores índices eram Capão Alto com
0,642, Flor do Sertão com 0,645, Bela Vista do Toldo com 0,653, Timbó Grande com 0,653,
Itaiópolis com 0,653 e Três Barras com 0,653.
Do total de municípios do Estado, nenhum tinha o IDHM Longevidade considerado
baixo, entre 0,000 e 0,499. Com IDHM Longevidade considerado dio, ou seja, entre 0,000 e
Quadro 10 Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - Longevidade de Santa Catarina
Fonte: Adaptado de PNUD (2007)
87
0,499, haviam 278 municípios (94,88%). Com o IDHM Longevidade entre 0,800 e 1,000,
considerado alto, haviam 15 municípios (5,12%).
Com relação a população, 3.977.683 pessoas (87,57%) viviam em municípios com um
IDHM Longevidade entre 0,500 e 0,799. Um total de 564.353 pessoas viviam na nos municípios
que tinham o melhor IDHM Longevidade do Estado, entre 0,800 e 1,000.
Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal-Longevidade (IDHM
Longevidade) do Brasil passou a ser 0,727 registrando uma melhora em 9,8% com relação a
1991, e o do Estado de Santa Catarina passou a ser 0,811 registrando uma melhora de 7,7% em
relação a 1991. Dentre os municípios do Estado de Santa Catarina, o município com o melhor
índice era Antônio Carlos, com 0,882, seguido por Massaranduba com 0,880, Planalto Alegre
com 0,880, Luzerna com 0,879 e por Cunhataí com 0,879. Os municípios com o piores índices
eram Bela Vista do Toldo com 0,682, Timbó Grande com 0,682, Capão Alto com 0,700, Campo
Belo do Sul com 0,700 e Bom Retiro com 0,717.
Do total de municípios do Estado, nenhum tinha o IDHM Longevidade considerado
baixo, entre 0,000 e 0,499. Com IDHM Longevidade considerado médio, ou seja, entre 0,000 e
0,499, haviam 178 municípios (60,75%). Com o IDHM Longevidade entre 0,800 e 1,000,
considerado alto, haviam 115 municípios (39,25%).
Com relação a população, 1.895.696 pessoas (35,39%) viviam em municípios com um
IDHM Longevidade entre 0,500 e 0,799. Um total de 3.460.664 pessoas viviam na nos
municípios que tinham o melhor IDHM Longevidade do Estado, entre 0,800 e 1,000.
c) IDHM-E;
O quadro a seguir apresenta a análise da dimensão educação do IDHM do Estado de
Santa Catarina
Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - Educação de Santa Catarina
IDHM
1991
2000
Municípios
%
População
%
Municípios
%
População
%
0,200 a 0,499
0
0,00%
0
0,00%
0
0,00%
0
0,00%
0,500 a 0,799
225
76,79%
1.854.104
40,82%
6
2,05%
27.954
0,52%
0,800 a 1,000
68
23,21%
2.687.932
59,18%
287
97,95%
5.328.406
99,48%
Total
293
100,00%
4542036
100,00%
293
100,00%
5356360
100,00%
Quadro 11 Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - Educação de Santa Catarina
Fonte: Adaptado de PNUD (2007)
88
Em 1991, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal-Educação (IDHM Educação)
do Brasil era 0,745 e o do Estado de Santa Catarina era 0,808. Dentre os municípios do Estado de
Santa Catarina, o município com o melhor índice era Florianópolis, com 0,898, seguido por
Joaçaba com 0,881, Blumenau com 0,867, São José com 0,863, São João do Oeste com 0,860 e
por Jaragdo Sul com 0,860. Os municípios com o piores índices eram Entre Rios com 0,615,
Cerro Negro com 0,625, Brunópolis com 0,631, Timbó Grande com 0,642 e por Campo Belo do
Sul com 0,656.
Do total de municípios do Estado, nenhum tinha o IDHM Educação considerado baixo,
entre 0,000 e 0,499. Com IDHM Educação considerado médio, ou seja, entre 0,000 e 0,499,
haviam 225 municípios (76,79%). Com o IDHM Educação entre 0,800 e 1,000, considerado alto,
haviam 68 municípios (23,21%).
Em termos de população, 1.854.104 pessoas (40,82%) viviam em municípios com IDHM
Renda entre 0,500 e 0,799. Além destas, 2.687.932 pessoas viviam nas cidades com IDHM
Renda entre 0,800 e 1,000.
Em 2000, o IDHM Educação do Brasil passou a ser 0,849, registrando uma melhora em
13,9% com relação a 1991, e o IDHM Educação do Estado de Santa Catarina passou a ser 0,906,
registrando uma melhora de 12,2% em relação a 1991. Dentre os municípios do Estado de Santa
Catarina, o município com o melhor valor era Santo Amaro da Imperatriz, com 0,978, seguido
por Florianópolis com 0,960, Timbó com 0,953, Jaragdo Sul com 0,952 e por Pomerode com
0,952. Os municípios com o piores índices eram Cerro Negro com 0,740, Entre Rios com 0,767,
Campo Belo do Sul com 0,769, Timbó Grande com 0,787 e por Calmon com 0,790.
Dos 293 municípios do Estado, nenhum tinha o IDHM Educação considerado baixo, ou
seja, entre 0,000 e 0,499. Com o IDHM Educação considerado médio, entre 0,500 e 0,799,
haviam 6 municípios, ou seja, 2,05% dos municípios do Estado. Foram 287 municípios (97,95%)
que alcançaram o IDHM Educação considerado alto, entre 0,800 e 1,000.
Em termos de população, 27.954 pessoas (0,52%), viviam em municípios com IDHM
Educação entre 0,500 e 0,799. Um total de 5.328.406 pessoas (99,48%) em municípios que
tinham o IDHM Educação considerado alto, entre 0,800 e 1,000.
89
4.1.5 Índice de desenvolvimento humano das regiões de estudo
Pretende-se aqui analisar o IDHM dos municípios que compõem as regiões do Estado de
Santa Catarina objeto do presente estudo. Considerou-se como o IDHM das regiões é a média do
IDHM dos municípios que a compõem.
a) Região de Araranguá;
IDHM 2000 dos municípios da região de Araranguá
Município
População
IDHM
2000
IDHM-E,
2000
IDHM-L,
2000
IDHM-R,
2000
Araranguá
54.706
0,814
0,894
0,829
0,719
Balneário Arroio Silva
6.043
0,794
0,908
0,767
0,706
Balneário Barra do Sul
6.045
0,786
0,877
0,806
0,676
Ermo
2.057
0,769
0,854
0,767
0,687
Jacinto Machado
10.923
0,757
0,854
0,767
0,649
Maracajá
5.541
0,813
0,868
0,828
0,742
Meleiro
7.080
0,793
0,872
0,748
0,759
Morro Grande
2.917
0,790
0,849
0,856
0,665
Passo de Torres
4.400
0,789
0,877
0,816
0,673
Praia Grande
7.286
0,763
0,850
0,767
0,673
Santa Rosa do Sul
7.810
0,762
0,859
0,767
0,661
São João do Sul
6.784
0,758
0,849
0,767
0,658
Sombrio
22.962
0,804
0,876
0,829
0,707
Timbé do Sul
5.323
0,773
0,844
0,767
0,708
Turvo
10.887
0,821
0,889
0,821
0,753
Média
10.718
0,786
0,868
0,793
0,696
Com 10.887 habitantes a cidade de Turvo é a com maior IDHM (0,821) da região de
Araranguá. A cidade de Araranguá é a com o segundo maior IDHM (0,814), sendo também a
cidade com maior número de habitantes desta região. Maracajá, com 5.541 habitantes é a cidade
com o terceiro maior IDHM (0,813) da região. Balneário Arroio do Silva é a cidade com maior
Quadro 12 IDHM 2000 dos municípios da região de Araranguá
Fonte: Adaptado de PNUD (2007)
90
IDHM-E (0,908), Morro Grande é a cidade com maior IDHM-L (0,856) e Meleiro é a cidade com
maior IDHM-R (0,759).
A cidade de Jacinto Machado, com 10,923 habitantes, é a cidade com menor IDHM
(0,757) e menor IDHM-R (0,649) da região. São João do Sul, com 6,784 habitantes, é a cidade
com o segundo menor IDHM (0,758) da região. Com 7.810 habitantes a cidade de Santa Rosa do
Sul é a cidade com o terceiro menor IDHM (0,762) da região. Timbé do Sul é a cidade com
menor IDHM-E (0,844) e Meleiro é a cidade com menor IDHM-L (0,748).
Com um total de 15 municípios e 160.764 habitantes a região Araranguá tem o IDHM de
0,786 que é considerado de médio desenvolvimento humano.
b) Região de Brusque;
IDHM 2000 dos municípios da região de Brusque
Município
População
IDHM
2000
IDHM-E,
2000
IDHM-L,
2000
IDHM-R,
2000
Botuverá
3.756
0,795
0,866
0,824
0,695
Brusque
76.058
0,842
0,912
0,833
0,780
Canelinha
9.004
0,795
0,834
0,851
0,701
Guabiruba
12.976
0,829
0,897
0,850
0,741
Major Gercino
3.143
0,799
0,850
0,851
0,696
Nova Trento
9.852
0,815
0,877
0,851
0,716
São João Batista
14.861
0,819
0,887
0,845
0,725
Tijucas
23.499
0,835
0,892
0,845
0,769
Média
19.144
0,816
0,877
0,844
0,728
A cidade com o maior IDHM (0,842) da região de Brusque é a própria cidade de Brusque.
Com 76,058 habitantes a cidade de Brusque também é a que tem o maior IDHM-E (0,912) e
IDHM-R (0,780). Com 23.499 habitantes a cidade de Tijucas é a com o segundo maior IDHM
(0,835) da região. Guabiruba é a cidade com o terceiro maior IDHM (0,829) da região de
Brusque. As cidade com maior IDHM-L (0,851) são Canelinha, Nova Trento e Major Gercino.
Botuverá e Canelinha são as cidades com o menor IDHM (0,795) da região. Ainda,
Botuverá é a que tem o menor IDHM-L (0,824) e IDHM-R (0,695), e Canelinha é a que tem o
Quadro 13 IDHM 2000 dos municípios da região de Brusque
Fonte: Adaptado de PNUD (2007)
91
menor IDHM-E (0,834). Com 3,143 habitantes Major Gercino é a terceira cidade com menor
IDHM (0,799).
Com um total de 8 municípios e 153.149 habitantes a região Brusque tem o IDHM de
0,816 que é considerado de alto desenvolvimento humano.
c) Região de Chapecó;
IDHM 2000 dos municípios da região de Chapecó
Município
População
IDHM
2000
IDHM-E,
2000
IDHM-L,
2000
IDHM-R,
2000
Águas Frias
2.525
0,799
0,903
0,785
0,708
Caxambu do Sul
5.263
0,738
0,851
0,718
0,645
Chapecó
146.967
0,848
0,943
0,855
0,747
Cordilheira Alta
3.093
0,826
0,888
0,855
0,734
Coronel Freitas
10.535
0,811
0,887
0,855
0,690
Guatambu
4.702
0,737
0,851
0,757
0,604
Nova Erechim
3.543
0,810
0,898
0,796
0,735
Nova Itaberaba
4.256
0,759
0,849
0,747
0,681
Planalto Alegre
2.452
0,817
0,872
0,880
0,700
Serra Alta
3.330
0,810
0,895
0,855
0,679
Sul Brasil
3.116
0,771
0,856
0,830
0,627
Média
17.253
0,793
0,881
0,812
0,686
Da região de Chapecó a própria cidade de Chape, com 146.967 habitantes, é a que tem o
maior IDHM (0,848), maior IDHM-E (0,943), maior IDHM-R (0,747) e uma das que tem maior
IDHM-L (0,855). A cidade de Cordilheira Alta é a segunda com maior IDHM (0,826) e a cidade
de Planalto Alegre, a menor cidade da região, é a terceira com maior IDHM (0,817). Além de
Chapecó, as cidades que tem maior índice de IDHM-L (0,855) são Serra Alta, Coronel Freitas e
Cordilheira Alta.
Guatambu é a cidade com menor IDHM (0,737) e menor IDHM-R (0,604) da rego de
Chapecó. A cidade de Caxambu do Sul é a que tem o segundo menor IDHM (0,738) e também a
que tem o menor IDHM-L (0,718). Nova Itaberaba é a que tem o terceiro menor IDH (0,759) e o
menor IDHM-E (0,849).
Quadro 14 IDHM 2000 dos municípios da região de Chapecó
Fonte: Adaptado de PNUD (2007)
92
Com um total de 11 municípios e 189.782 habitantes a região Chapecó tem o IDHM de
0,793 que é considerado de médio desenvolvimento humano.
d) Região de Dionísio Cerqueira;
IDHM 2000 dos municípios da região de Dionísio Cerqueira
Município
População
IDHM
2000
IDHM-E,
2000
IDHM-L,
2000
IDHM-R,
2000
Anchieta
7.133
0,769
0,867
0,829
0,611
Dionísio Cerqueira
14.250
0,747
0,830
0,762
0,650
Guarujá do Sul
4.696
0,803
0,870
0,829
0,711
Palma Sola
8.206
0,757
0,855
0,769
0,648
Princesa
2.613
0,751
0,845
0,762
0,646
São José do Cedro
13.678
0,804
0,873
0,849
0,691
Média
8.429
0,772
0,857
0,800
0,660
Na região de Dionísio Cerqueira a cidade de São José do Cedro é a que tem o maior
IDHM (0,804), também é a que tem o maior IDHM-E (0,873) e maior IDHM-L (0,849). Guarujá
do Sul é a cidade com o segundo maior IDHM (0,803) e com o maior IDHM-R (0,711) desta
região. A cidade de Anchieta é a que tem o terceiro maior IDHM (0,769) e também a que tem o
menor IDHM-R (0,611).
A cidade de Dionísio Cerqueira, com 14.250 habitantes, é a que tem o menor IDHM
(0,747), o menor IDHM-E (0,830) e uma das que em menor IDHM-L (0,762). Princesa é a
segunda cidade com menor IDHM (0,751), além de ter também o menor IDHM-L (0,762). Palma
Sola é a terceira cidade com menor IDHM (0,757).
Com um total de 6 municípios e 50.576 habitantes a região Dionísio Cerqueira tem o
IDHM de 0,772 que é considerado de médio desenvolvimento humano.
Quadro 15 IDHM 2000 dos municípios da região de Dionísio Cerqueira
Fonte: Adaptado de PNUD (2007)
93
e) Região de Itajaí;
IDHM 2000 dos municípios da região de Itajaí
Município
População
IDHM
2000
IDHM-E,
2000
IDHM-L,
2000
IDHM-R,
2000
Balneário Gaivota
5.450
0,867
0,940
0,803
0,859
Bombinhas
8.716
0,809
0,889
0,808
0,731
Camboriú
41.455
0,764
0,841
0,765
0,686
Ilhota
10.574
0,795
0,873
0,816
0,696
Itajaí
147.494
0,825
0,906
0,803
0,767
Itapema
25.869
0,835
0,906
0,794
0,806
Luis Alves
7.974
0,840
0,884
0,824
0,813
Navegantes
39.317
0,774
0,862
0,774
0,685
Penha
17.678
0,791
0,861
0,808
0,703
Piçarras
10.911
0,799
0,887
0,774
0,737
Porto Belo
10.704
0,803
0,859
0,816
0,734
Média
29.649
0,809
0,883
0,799
0,747
Balneário Gaivota é a cidade com maior IDHM (0,867), maior IDHM-E (0,940) e maior
IDHM-R (0,859) da região de Itajaí. A cidade de Luis Alves, com 7.974 habitantes, é a que tem
o segundo maior IDHM (0,840) é, que também tem o maior IDHM-L (0,824). Itapema é a cidade
com o terceiro maior IDHM (0,835) da região.
Da região de Itajaí a cidade com menor IDHM (0,764), menor IDHM-E (0,841) e menor
IDHM-L (0,765) é Camboriú. Navegantes é a cidade com o segundo menor IDHM (0,774) e
menor IDHM-R (0,685) da região. A cidade de Penha é a que tem o terceiro menor IDHM
(0,791).
Com um total de 11 municípios e 326.142 habitantes a região Itajaí tem o IDHM de 0,809
que é considerado de alto desenvolvimento humano.
Quadro 16 IDHM 2000 dos municípios da região de Itajaí
Fonte: Adaptado de PNUD (2007)
94
f) Região de Joaçaba;
IDHM 2000 dos municípios da região de Joaçaba
Município
População
IDHM
2000
IDHM-E,
2000
IDHM-L,
2000
IDHM-R,
2000
Água Doce
6.843
0,809
0,886
0,832
0,709
Capinzal
19.955
0,813
0,925
0,812
0,703
Catanduvas
8.291
0,790
0,884
0,777
0,708
Erval Velho
4.269
0,794
0,876
0,818
0,688
Herval do Oeste
20.044
0,798
0,909
0,788
0,697
Ibicaré
3.587
0,804
0,899
0,818
0,696
Joaçaba
24.066
0,866
0,949
0,856
0,793
Lacerdópolis
2.173
0,854
0,909
0,856
0,796
Luzerna
5.572
0,855
0,943
0,879
0,742
Ouro
7.419
0,828
0,923
0,812
0,750
Treze Tílias
4.840
0,813
0,899
0,813
0,727
Vargem Bonita
5.158
0,791
0,908
0,797
0,667
Média
9.351
0,818
0,909
0,822
0,723
A cidade de Joaçaba, com 24.066 habitantes, é a que tem o maior IDHM (0,866) e o
maior IDHM-E (0,949) da região. Luzerna é a cidade com o segundo maior IDHM (0,855) e o
maior IDHM-L (0,879). Com o terceiro maior IDHM (0,854) está a cidade de Lacerdópolis, que
também tem o maior IDHM-R (0,796).
Catanduvas é a cidade com menor IDHM (0,790) e menor IDHM-L (0,777) da região de
Joaçaba. A cidade de Vargem Bonita é a que tem o segundo menor IDHM (0,791) e o menor
IDHM-R (0,667). Erval Velho é a cidade com o terceiro menor IDHM (0,794) e com o menor
IDHM-E (0,876).
Com um total de 12 municípios e 112.217 habitantes a região Joaçaba tem o IDHM de
0,818 que é considerado de alto desenvolvimento humano.
Quadro 17 IDHM 2000 dos municípios da região de Joaçaba
Fonte: Adaptado de PNUD (2007)
95
g) Região de Joinville;
IDHM 2000 dos municípios da região de Joinville
Município
População
IDHM
2000
IDHM-E,
2000
IDHM-L,
2000
IDHM-R,
2000
Araquari
23.645
0,767
0,874
0,784
0,644
Balneário Camboriú
73.455
0,807
0,900
0,824
0,698
Barra Velha
15.530
0,792
0,876
0,791
0,709
Garuva
11.378
0,787
0,860
0,813
0,687
Itapoá
8.839
0,793
0,887
0,765
0,728
Joinville
429.604
0,857
0,936
0,859
0,776
São Francisco do Sul
32.301
0,820
0,907
0,811
0,743
São João do Itaperiú
3.161
0,787
0,859
0,808
0,694
Média
74.739
0,801
0,887
0,807
0,710
A cidade com o maiores IDHM (0,857), IDHM-E (0,936), IDHM-L (0,859) e IDHM-R
(0,776) é Joinville, que também é a maior cidade da região com 429.604 habitantes. Com o
segundo maior IDHM está a cidade de São Francisco do Sul (0,820) e com o terceiro maior
IDHM está a cidade de Balneário Camboriú (0,807).
Com o menor IDHM (0,767) da região de Joinville está a cidade de Araquari, que também
tem o menor IDHM-R (0,644). A cidade de Garuva é a que tem o segundo menor IDHM (0,787).
São João do Itaperiú é a cidade com o terceiro menor IDHM (0,787) e com o menor IDHM-E
(0,859). A cidade com o menor IDHM-L (0,765) da região de Joinville é Itapoá.
Com um total de 8 municípios e 597.913 habitantes a região Joinville tem o IDHM de
0,801 que é considerado de alto desenvolvimento humano.
Quadro 18 IDHM 2000 dos municípios da região de Joinville
Fonte: Adaptado de PNUD (2007)
96
h) Região de Lages;
IDHM 2000 dos municípios da região de Lages
Município
População
IDHM
2000
IDHM-E,
2000
IDHM-L,
2000
IDHM-R,
2000
Anita Garibaldi
10.273
0,750
0,825
0,806
0,618
Bocaina do Sul
2.980
0,716
0,793
0,733
0,621
Campo Belo do Sul
8.051
0,694
0,769
0,700
0,614
Capão Alto
3.020
0,725
0,838
0,700
0,638
Cerro Negro
4.098
0,686
0,740
0,759
0,560
Correia Pinto
17.026
0,772
0,871
0,782
0,663
Lages
157.682
0,813
0,914
0,782
0,744
Otacílio Costa
13.993
0,804
0,882
0,826
0,703
Painel
2.384
0,753
0,819
0,782
0,659
Palmeira
2.133
0,755
0,813
0,799
0,653
Ponte Alta
5.168
0,727
0,810
0,730
0,641
São José do Cerrito
13.678
0,731
0,802
0,777
0,615
Média
20.041
0,744
0,823
0,765
0,644
Lages, a maior cidade da região com 157.682 habitantes, é a cidade com o maior IDHM
(0,813), com o maior IDHM-E (0,914) e maior IDHM-R (0,744). Com o segundo maior IDHM
(0,804) está a cidade de Otacílio Costa, que também em o maior IDHM-L (0,826). Correia Pinto
é a cidade com o terceiro maior IDHM (0,772).
Da região de Lages a cidade com o menor IDHM (0,686), menor IDHM-E (0,740) e
menor IDHM-R (0,560) é Cerro Negro. A cidade de Campo Belo do Sul tem o segundo menor
IDHM (0,694) e a cidade de Bocaina do Sul tem o terceiro menor IDHM (0,716), as duas cidades
têm o mesmo IHDM-L (0,700) que é o menor da região.
Com um total de 12 municípios e 240.486 habitantes a região Lages tem o IDHM de
0,744 que é considerado de alto desenvolvimento humano.
Quadro 19 IDHM 2000 dos municípios da região de Lages
Fonte: Adaptado de PNUD (2007)
97
i) Região de Rio do Sul;
IDHM 2000 dos municípios da região de Rio do Sul
Município
População
IDHM
2000
IDHM-E,
2000
IDHM-L,
2000
IDHM-R,
2000
Agronômica
4.257
0,811
0,878
0,850
0,706
Braço do Trombudo
3.187
0,799
0,868
0,844
0,686
Laurentino
5.062
0,825
0,887
0,850
0,738
Mirim Doce
2.753
0,790
0,855
0,796
0,718
Pouso Redondo
12.203
0,786
0,851
0,824
0,683
Rio do Campo
6.522
0,797
0,863
0,850
0,677
Rio do Oeste
6.730
0,827
0,915
0,798
0,769
Rio do Sul
51.650
0,799
0,880
0,805
0,713
Salete
7.163
0,800
0,881
0,837
0,683
Santa Terezinha
8.840
0,738
0,837
0,761
0,617
Taió
16.257
0,809
0,894
0,813
0,719
Trombudo Central
5.795
0,818
0,892
0,850
0,711
Média
10.868
0,800
0,875
0,823
0,702
Da região de Rio do Sul a cidade com o maior IDHM (0,827) é Rio do Oeste, que também
tem o maior IDHM-E (0,915) e maior IDHM-R (0,769). A cidade de Laurentino é a que tem o
segundo maior IDHM (0,825) e a cidade de Trombudo Central é a que tem o terceiro maior
IDHM (0,818). Além disso, Rio do Campo, Agronômica, Trombudo Central e Laurentino
registram juntas o maior IDHM-L (0,850) região de Rio do Sul.
A cidade com o menor IDHM (0,738), menor IDHM-E (0,837), menor IDHM-L (0,761) e
menor IDHM-R (0,617) é Santa Terezinha. Com o segundo menor IDHM (0,786) está a cidade
de Pouso Redondo e com o terceiro menor IDHM (0,790) está a cidade de Mirim Doce, que é a
menor cidade da região com 2.753 habitantes.
Com um total de 12 municípios e 130.419 habitantes a região Rio do Sul tem o IDHM de
0,800 que é considerado de alto desenvolvimento humano.
Quadro 20 IDHM 2000 dos municípios da região de Rio do Sul
Fonte: Adaptado de PNUD (2007)
98
j) Região de São Miguel do Oeste;
IDHM 2000 dos municípios da região de São Miguel do Oeste
Município
População
IDHM
2000
IDHM-E,
2000
IDHM-L,
2000
IDHM-R,
2000
Bandeirante
3.177
0,765
0,845
0,829
0,621
Barra Bonita
2.118
0,743
0,845
0,775
0,609
Belmonte
2.588
0,759
0,869
0,775
0,633
Descanso
9.129
0,796
0,894
0,823
0,671
Guaraciaba
11.038
0,785
0,888
0,801
0,667
Iporã do Oeste
7.877
0,780
0,922
0,762
0,655
Itapiranga
13.998
0,832
0,938
0,846
0,711
Paraíso
4.796
0,773
0,847
0,829
0,642
Santa Helena
2.588
0,787
0,871
0,829
0,661
São João do Oeste
5.789
0,811
0,949
0,823
0,661
São Miguel do Oeste
32.324
0,838
0,908
0,878
0,727
Tunápolis
4.777
0,821
0,926
0,874
0,662
Média
8.350
0,791
0,892
0,820
0,660
São Miguel do Oeste é a cidade com o maior IDHM (0,838), o maior IDHM-L (0,878) e
IDHM-R (0,727) da região. A cidade de Itapiranga é a que tem o segundo maior IDHM (0,832) e
a cidade de Tunápolis é a que tem o terceiro maior IDHM (0,821). São João do Oeste é a cidade
que tem o maior IDHM-E (0,949) da região.
Da região de São Miguel do Oeste a cidade com o menor IDHM (0,743) é Barra Bonita,
que também tem o menor IDHM-E (0,845) juntamente com a cidade de Bandeirante. Belmonte é
a cidade com o segundo menor IDHM (0,759) e Bandeirante é a cidade com o terceiro menor
IDHM (0,765). A cidade de Iporã do Oeste é a que tem o menor IDHM-L (0,762) da região.
Com um total de 12 municípios e 100.199 habitantes a região São Miguel do Oeste tem o
IDHM de 0,791 que é considerado de médio desenvolvimento humano.
Quadro 21 IDHM 2000 dos municípios da região de São Miguel do Oeste
Fonte: Adaptado de PNUD (2007)
99
Com o objetivo de analisar o IDHM das regiões elaborou-se o quadro e a figura a seguir.
IDHM das regiões de estudo
Região
Quantidade
de
municípios
IDHM
2000
IDHM-E,
2000
IDHM-L,
2000
IDHM-R,
2000
Araranguá
15
0,786
0,868
0,793
0,696
Brusque
8
0,816
0,877
0,844
0,728
Chapecó
11
0,793
0,881
0,812
0,686
Dionísio Cerqueira
6
0,772
0,857
0,800
0,659
Itajaí
11
0,809
0,883
0,799
0,747
Joaçaba
12
0,818
0,909
0,822
0,723
Joinville
8
0,801
0,887
0,807
0,710
Lages
12
0,744
0,823
0,765
0,644
Rio do Sul
12
0,800
0,875
0,823
0,702
São Miguel do Oeste
12
0,791
0,892
0,820
0,660
Total
107
0,793
0,875
0,808
0,695
Quadro 22 IDHM das regiões de estudo
Fonte: Adaptado de PNUD (2007)
Gráfico 2 IDHM, IDHM-E, IDHM-L e IDHM-R das regiões de estudo
Fonte: Adaptado de PNUD (2007)
100
Composta por 12 municípios a região de Joaçaba foi a que apresentou o maior IDHM
(0,818), bem como o maior IDHM-E (0,909). A região de Brusque apresentou o segundo maior
IDHM (0,816) e o maior IDHM-L (0,844). A região de Itajaí apresentou o maior IDHM-R
(0,747) e foi a terceira região com melhor IDHM (0,809).
Por outro lado a região de Lages foi a que apresentou o menor IDHM (0,744) e também o
menor IDHM-E (0,823), o menor IDHM-L (0,765) e o menor IDHM-R (0,644). A região de
Dionísio Cerqueira foi a segunda região com o menor IDHM (0,772) e a terceira região com
menor IDHM (0,786) foi Araranguá.
4.2 CAPITAL SOCIAL
Neste tópico são apresentados os dados da pesquisa realizada pelo Grupo Politéia
intitulada “Diagnóstico do Capital Social em dez regiões de Santa Catarina” referentes ao nível
de confiança expresso pelas dirigentes das organizações sociais entrevistadas e pelas pessoas da
comunidade.
É importante destacar que, segundo o Grupo Politéia, deve-se considerar o caráter
sistêmico das dimensões do capital social e que a análise precisa ser feita sob a perspectiva do
todo, dentro de uma abordagem política, sociológica e econômica, ou seja, dentro de uma
abordagem multidisciplinar.
Destaca-se também que na pesquisa realizada em Rio do Sul limites quanto a
inferência a partir dos dados obtidos. A equipe teve dificuldades para a aplicação dos
questionários durante a pesquisa de campo, visto que tanto os dirigentes como os participantes se
negaram a participar da pesquisa, impossibilitando dessa maneira a completa realização da
amostra prevista; apenas 31,90% do total previsto da pesquisa foram realizados. Esse fato
inusitado precisa ser mais bem compreendido, que em nenhuma outra região do Estado a
rejeição à pesquisa foi tão forte quanto na Região de Rio do Sul. Negar-se a responder a uma
pesquisa não é prática ou comportamento recomendável para organizações que procuram ajudar
resolver problemas comunitários (MENEGASSO, 2006).
101
São apresentadas, primeiramente, o vel de confiança por região; em seguida, são
estudados os níveis de confiança por tipo de público estudado e, por fim, são analisadas as
possíveis relações entre o IDHM e o do nível de confiança das regiões analisadas.
4.2.1 Nível de confiança por região
São apresentados aqui os veis de confiança nos diferentes agentes institucionais
demonstrados nas regiões analisadas.
a) Araranguá;
O quadro a seguir apresenta a o nível de confiança expresso pelos dirigentes da região de
Araranguá nos diferentes agentes institucionais.
102
NÍVEL DE CONFIANÇA DOS DIRIGENTES DAS ORGANIZAÇÕES
SOCIAIS DA REGIÃO DE ARARANGUÁ
AGENTES INSTITUCIONAIS
CONFIANÇA
Não confia
Confia
pouco
Confia
muito/
totalmente
Sem
resposta
Assembléia Legislativa
12,97%
59,04%
20,82%
7,17%
Câmara de Vereadores
11,95%
57,68%
24,23%
6,14%
Diretoria da entidade
1,71%
7,85%
82,93%
7,51%
Dirigentes entidades parceiras
2,39%
30,38%
49,83%
17,40%
Empresas privadas
5,12%
54,94%
30,71%
9,23%
Enfermeiros e atendentes do posto de saúde da
comunidade
3,75%
34,47%
54,26%
7,52%
Entidades de financiamento
4,44%
50,17%
23,55%
21,84%
Escolas públicas
3,41%
34,13%
54,95%
7,51%
Governo do Estado
6,83%
55,63%
30,04%
7,50%
Igrejas
5,80%
37,20%
50,52%
6,48%
Judiciário
6,14%
50,17%
37,20%
6,49%
Médicos dos hospitais da região
4,78%
47,44%
40,27%
7,51%
Médicos em geral
5,80%
42,66%
42,66%
8,88%
Padres e pastores
2,39%
38,91%
52,22%
6,48%
Pessoas da minha entidade
0,68%
8,88%
80,21%
10,23%
Polícia Civil
5,12%
53,58%
34,81%
6,49%
Polícia Militar
5,46%
50,51%
37,20%
6,83%
Política local
10,92%
57,34%
25,94%
5,80%
Prefeitura Municipal
3,75%
48,46%
41,64%
6,15%
Professores de escolas públicas
1,02%
22,18%
69,62%
7,18%
Técnicos em auditorias
4,44%
41,30%
32,43%
21,83%
Técnicos governamentais
3,07%
51,20%
29,35%
16,38%
Voluntários da entidade
1,02%
9,21%
79,18%
10,59%
MÉDIA
4,91%
41,01%
44,55%
9,53%
Nota-se que os dirigentes das organizações sociais tem uma percepção altamente
favorável de si mesmos e das pessoas com quem trabalham na organização, am das escolas
públicas e seus professores e dos enfermeiros e atendentes do posto da saúde da comunidade. Por
outro lado, esses dirigentes m uma percepção desfavorável dos agentes formais mais distantes
deles como a Assembléia Legislativa, Câmara de Vereadores, Governo do Estado e política local.
Cabe salientar o alto índice de não resposta que receberam as entidades de financiamento, os
técnicos em auditoria e os técnicos governamentais.
Quadro 23 Nível de confiança dos dirigentes das organizações sociais da região de Araranguá
Fonte: Adaptado de Menegasso (2006)
103
O quadro a seguir apresenta a o nível de confiança expresso pelas pessoas da comunidade
da região de Araranguá nos diferentes agentes institucionais.
NÍVEL DE CONFIANÇA DAS PESSOAS DAS COMUNIDADES DA
REGIÃO DE ARARANGUÁ
AGENTES INSTITUCIONAIS
CONFIANÇA
Não
confia
Confia
pouco
Confia
muito/
totalmente
Sem
resposta
Assembléia Legislativa
10,43%
69,47%
16,79%
3,31%
Câmara de Vereadores
12,98%
67,68%
18,32%
1,02%
Diretoria da entidade
1,53%
14,75%
81,68%
2,04%
Empresas Privadas
6,11%
56,99%
33,59%
3,31%
Enfermeiros e atendentes do posto de saúde da
comunidade
4,07%
40,20%
54,70%
1,03%
Governo do Estado
7,12%
61,07%
28,75%
3,06%
Igrejas
3,31%
34,60%
61,06%
1,03%
Judiciário
6,87%
58,27%
32,82%
2,04%
Médicos dos hospitais da região
1,78%
39,95%
55,98%
2,29%
Médicos em geral
2,29%
41,47%
53,18%
3,06%
Pessoas da minha entidade
0,76%
16,79%
78,37%
4,08%
Prefeitura Municipal
5,09%
57,25%
36,90%
0,76%
Professores de escolas públicas
2,29%
33,08%
62,85%
1,78%
Técnicos governamentais
3,82%
57,00%
32,83%
6,35%
Voluntários da entidade
0,51%
21,12%
73,79%
4,58%
MÉDIA
4,60%
44,65%
48,11%
2,65%
Verifica-se que as pessoas da comunidade avaliam de forma altamente favorável os
dirigentes, os voluntários e os demais participantes das organizações sociais, assim como as
igrejas e os professores de escolas públicas. No outro extremo, elas avaliam de forma altamente
desfavorável a Assembléia Legislativa, Câmara de Vereadores, Governo do Estado, o judiciário e
os técnicos governamentais.
Quadro 24 Nível de confiança das pessoas das comunidades da região de Araranguá
Fonte: Adaptado de Menegasso (2006)
104
b) Brusque
O quadro a seguir apresenta a o nível de confiança expresso pelos dirigentes da região de
Brusque nos diferentes agentes institucionais.
NÍVEL DE CONFIANÇA DOS DIRIGENTES DAS ORGANIZAÇÕES
SOCIAIS DA REGIÃO DE BRUSQUE
AGENTES INSTITUCIONAIS
CONFIANÇA
Não
confia
Confia
pouco
Confia
muito/
totalmente
Sem
resposta
Assembléia Legislativa
19,70%
52,04%
26,39%
1,87%
Câmara de Vereadores
21,19%
49,44%
28,63%
0,74%
Diretoria da entidade
1,12%
7,07%
90,34%
1,47%
Dirigentes entidades parceiras
2,60%
22,30%
56,51%
18,59%
Empresas privadas
2,97%
46,47%
47,58%
2,98%
Enfermeiros e atendentes do posto de saúde da
comunidade
3,72%
37,92%
56,50%
1,86%
Entidades de financiamento
8,18%
50,93%
33,45%
7,44%
Escolas públicas
2,97%
31,97%
63,94%
1,12%
Governo do Estado
8,55%
46,47%
43,87%
1,11%
Igrejas
4,83%
28,63%
65,42%
1,12%
Judiciário
9,67%
50,19%
38,29%
1,85%
Médicos dos hospitais da região
5,95%
46,47%
45,72%
1,86%
Médicos em geral
7,06%
42,00%
48,70%
2,24%
Padres e pastores
5,58%
30,48%
62,83%
1,11%
Pessoas da minha entidade
1,12%
6,32%
85,50%
7,06%
Polícia Civil
6,32%
52,42%
40,52%
0,74%
Polícia Militar
5,95%
49,44%
43,87%
0,74%
Política local
18,59%
51,30%
28,62%
1,49%
Prefeitura Municipal
14,50%
39,41%
44,98%
1,11%
Professores
1,49%
16,36%
80,67%
1,48%
Técnicos em auditorias
8,92%
41,64%
40,52%
8,92%
Técnicos governamentais
6,69%
49,44%
37,55%
6,32%
Voluntários da entidade
1,12%
5,58%
84,75%
8,55%
MÉDIA
7,34%
37,14%
51,96%
3,56%
Quadro 25 Nível de confiança dos dirigentes das organizações sociais da região de Brusque
Fonte: Adaptado de Menegasso (2006)
105
Observa-se que os dirigentes das organizações sociais tem uma percepção altamente
favorável de si mesmos, dos voluntários e das pessoas com quem trabalham na organização, além
dos professores das escolas públicas e das igrejas. Entretanto, esses dirigentes têm uma percepção
desfavorável da Assembléia Legislativa, da Câmara de Vereadores, do judiciário, da política local
e das entidades de financiamento.
O quadro a seguir apresenta a o nível de confiança expresso pelas pessoas da comunidade
da região de Brusque nos diferentes agentes institucionais.
NÍVEL DE CONFIANÇA DAS PESSOAS DAS COMUNIDADES DA
REGIÃO DE BRUSQUE
AGENTES INSTITUCIONAIS
CONFIANÇA
Não
confia
Confia
pouco
Confia
muito/
totalmente
Sem
resposta
Assembléia Legislativa
18,87%
65,33%
14,15%
1,65%
Câmara de Vereadores
17,69%
62,03%
18,16%
2,12%
Diretoria da entidade
1,89%
12,98%
82,31%
2,82%
Empresas Privadas
4,48%
50,48%
42,69%
2,35%
Enfermeiros e atendentes do posto da
comunidade
3,07%
35,61%
60,14%
1,18%
Governo do Estado
7,55%
53,06%
38,68%
0,71%
Igrejas
3,07%
28,54%
68,16%
0,23%
Judiciário
13,21%
58,49%
26,89%
1,41%
Médicos dos hospitais da região
4,48%
43,63%
50,00%
1,89%
Médicos em geral
6,60%
38,92%
52,12%
2,36%
Pessoas da minha entidade
0,94%
14,39%
82,55%
2,12%
Prefeitura Municipal
12,74%
48,59%
37,50%
1,17%
Professores de escolas públicas
1,42%
31,60%
65,09%
1,89%
Técnicos governamentais
5,19%
56,84%
33,02%
4,95%
Voluntários da entidade
0,94%
16,04%
80,42%
2,60%
MÉDIA
6,81%
41,10%
50,13%
1,96%
Percebe-se que as pessoas da comunidade avaliam de forma altamente favorável os
dirigentes, os voluntários e os demais participantes das organizações sociais, assim como as
igrejas e os professores de escolas públicas. No outro extremo, elas avaliam de forma altamente
Quadro 26 Nível de confiança das pessoas das comunidades da região de Brusque
Fonte: Adaptado de Menegasso (2006)
106
desfavorável a Assembléia Legislativa, Câmara de Vereadores, Governo do Estado, o judiciário e
a prefeitura municipal.
c) Chapecó
O quadro a seguir apresenta a o nível de confiança expresso pelos dirigentes da região de
Chapecó nos diferentes agentes institucionais.
NÍVEL DE CONFIANÇA DOS DIRIGENTES DAS ORGANIZAÇÕES
SOCIAIS DA REGIÃO DE CHAPECÓ
AGENTES INSTITUCIONAIS
CONFIANÇA
Não
confia
Confia
pouco
Confia
muito/
totalmente
Sem
resposta
Assembléia Legislativa
20,81%
60,87%
14,60%
3,72%
Câmara de Vereadores
15,53%
60,87%
21,74%
1,86%
Diretoria da entidade
1,24%
12,12%
83,85%
2,79%
Dirigentes entidades parceiras
2,17%
33,23%
50,93%
13,67%
Empresas privadas
4,97%
55,90%
33,85%
5,28%
Enfermeiros e atendentes do posto de saúde da
comunidade
2,17%
35,71%
59,31%
2,81%
Entidades de financiamento
10,56%
62,42%
21,12%
5,90%
Escolas públicas
2,17%
35,71%
57,77%
4,35%
Governo do Estado
13,66%
59,94%
23,60%
2,80%
Igrejas
5,90%
42,54%
48,13%
3,43%
Judiciário
13,66%
59,93%
23,29%
3,12%
Médicos dos hospitais da região
4,04%
41,30%
50,62%
4,04%
Médicos em geral
4,35%
37,89%
54,66%
3,10%
Padres e pastores
11,18%
39,13%
46,27%
3,42%
Pessoas da minha entidade
0,93%
13,04%
80,75%
5,28%
Polícia Civil
12,73%
55,59%
28,57%
3,11%
Polícia Militar
8,39%
55,59%
32,92%
3,10%
Política local
10,56%
57,76%
29,81%
1,87%
Prefeitura Municipal
9,63%
46,27%
41,00%
3,10%
Professores de escolas públicas
0,62%
22,98%
72,36%
4,04%
Técnicos em auditorias
2,80%
58,08%
27,95%
11,17%
Técnicos governamentais
4,35%
63,05%
25,46%
7,14%
Voluntários da entidade
1,24%
14,90%
73,61%
10,25%
MÉDIA
7,12%
44,56%
43,57%
4,75%
Quadro 27 Nível de confiança dos dirigentes das organizações sociais da região de Chapecó
Fonte: Adaptado de Menegasso (2006)
107
Nota-se que os dirigentes das organizações sociais têm uma percepção altamente
favorável dos professores das escolas públicas e dos enfermeiros e atendentes do posto de saúde
da comunidade, além de confiarem nas pessoas que trabalham com eles nas organizações sociais.
Contudo, esses dirigentes têm uma percepção desfavorável da Assembléia Legislativa, da Câmara
de Vereadores, do judiciário, do Governo do Estado e das entidades de financiamento.
O quadro a seguir apresenta a o nível de confiança expresso pelas pessoas da comunidade
da região de Chapecó nos diferentes agentes institucionais.
NÍVEL DE CONFIANÇA DAS PESSOAS DAS COMUNIDADES DA
REGIÃO DE CHAPECÓ
AGENTES INSTITUCIONAIS
CONFIANÇA
Não
confia
Confia
pouco
Confia
muito/
totalmente
Sem
resposta
Assembléia Legislativa
21,27%
60,23%
15,90%
2,60%
Câmara de Vereadores
12,92%
60,84%
25,25%
0,99%
Diretoria da entidade
1,79%
15,31%
81,12%
1,78%
Empresas Privadas
8,35%
60,24%
29,42%
1,99%
Enfermeiros e atendentes do posto de saúde da
comunidade
1,79%
36,78%
60,04%
1,39%
Governo do Estado
11,33%
58,85%
27,24%
2,58%
Igrejas
7,16%
38,37%
52,88%
1,59%
Judiciário
11,33%
60,24%
25,64%
2,79%
Médicos dos hospitais da região
3,38%
42,35%
52,69%
1,58%
Médicos em geral da minha comunidade
3,78%
45,53%
49,31%
1,38%
Pessoas da minha entidade
1,19%
13,72%
84,30%
0,79%
Prefeitura Municipal
10,34%
51,49%
36,78%
1,39%
Professores de escolas públicas
3,18%
34,19%
61,04%
1,59%
Técnicos governamentais
7,16%
61,43%
27,44%
3,97%
Voluntários da entidade
1,39%
20,08%
73,96%
4,57%
MÉDIA
7,09%
43,98%
46,87%
2,07%
Verifica-se que cinco grupos de agentes institucionais receberam votos de confiança
elevada ou máxima das pessoas da comunidade: as pessoas da entidade, os dirigentes da entidade,
os voluntários da entidade, os professores de escolas públicas e os enfermeiros e atendentes do
posto de saúda da comunidade. Por outro lado, segundo a opinião dos participantes os seguintes
Quadro 28 Nível de confiança das pessoas das comunidades da região de Chapecó
Fonte: Adaptado de Menegasso (2006)
108
agentes públicos e privados merecem pouca confiança: Assembléia Legislativa, da Câmara de
Vereadores, do judiciário, do Governo do Estado e técnicos governamentais.
d) Dionísio Cerqueira
O quadro a seguir apresenta a o nível de confiança expresso pelos dirigentes da região de
Dionísio Cerqueira nos diferentes agentes institucionais.
NÍVEL DE CONFIANÇA DOS DIRIGENTES DAS ORGANIZAÇÕES
SOCIAIS DA REGIÃO DE DIONÍSIO CERQUEIRA
AGENTES INSTITUCIONAIS
CONFIANÇA
Não
confia
Confia
pouco
Confia
muito/
totalmente
Sem
resposta
Assembléia Legislativa
30,58%
57,77%
9,71%
1,94%
Câmara de Vereadores
13,59%
58,25%
26,70%
1,46%
Diretoria da entidade
1,46%
8,74%
88,35%
1,45%
Dirigentes entidades parceiras
1,94%
26,22%
60,68%
11,16%
Empresas privadas
3,40%
51,46%
42,72%
2,42%
Enfermeiros e atendentes do posto de saúde da
comunidade
3,40%
42,24%
53,40%
0,96%
Entidades de financiamento
7,28%
51,94%
33,50%
7,28%
Escolas públicas
2,43%
35,44%
60,68%
1,45%
Governo do Estado
17,48%
64,57%
16,99%
0,96%
Igrejas
2,43%
32,53%
65,05%
-0,01%
Judiciário
13,11%
53,39%
32,52%
0,98%
Médicos dos hospitais da região
2,43%
41,75%
54,86%
0,96%
Médicos em geral
Não pesquisado
Padres e pastores
5,83%
38,35%
55,83%
-0,01%
Pessoas da minha entidade
0,49%
12,62%
83,01%
3,88%
Polícia Civil
7,77%
42,72%
49,03%
0,48%
Polícia Militar
8,25%
39,81%
50,97%
0,97%
Política local
17,48%
53,88%
27,67%
0,97%
Prefeitura Municipal
11,65%
50,97%
36,89%
0,49%
Professores de escolas públicas
2,43%
24,28%
73,30%
-0,01%
Técnicos em auditorias
8,25%
43,20%
30,10%
18,45%
Técnicos governamentais
5,83%
50,97%
32,53%
10,67%
Voluntários da entidade
0,49%
15,05%
80,10%
4,36%
MÉDIA
7,64%
40,73%
48,39%
3,24%
Quadro 29 Nível de confiança dos dirigentes das organizações sociais da região de Dionísio Cerqueira
Fonte: Adaptado de Menegasso (2006)
109
Observa-se que dentre os agentes listados os que merecem maior confiança, de acordo
com a opinião dos dirigentes das organizações sociais analisadas, são: as pessoas da entidade, os
dirigentes da entidade, os voluntários da entidade, os professores de escolas públicas e as igrejas.
Ainda, é possível verificar que os dirigentes expressaram pouca confiança nos seguintes agentes:
Assembléia Legislativa, da Câmara de Vereadores, do Governo do Estado, política local e
técnicos em auditorias.
O quadro a seguir apresenta a o nível de confiança expresso pelas pessoas da comunidade
da região de Dionísio Cerqueira nos diferentes agentes institucionais.
NÍVEL DE CONFIANÇA DAS PESSOAS DAS COMUNIDADES DA
REGIÃO DE DIONÍSIO CERQUEIRA
AGENTES INSTITUCIONAIS
CONFIANÇA
Não
confia
Confia
pouco
Confia
muito/
totalmente
Sem
resposta
Assembléia Legislativa
27,76%
57,29%
13,11%
1,84%
Câmara de Vereadores
13,37%
62,47%
22,62%
1,54%
Diretoria da entidade
1,03%
19,28%
78,66%
1,03%
Empresas Privadas
5,66%
51,67%
39,85%
2,82%
Enfermeiros e atendentes do posto de saúde da
comunidade
4,63%
34,71%
59,12%
1,54%
Governo do Estado
11,83%
61,96%
24,17%
2,04%
Igrejas
3,60%
32,90%
62,21%
1,29%
Judiciário
13,37%
56,81%
27,77%
2,05%
Médicos dos hospitais da região
1,80%
35,22%
61,18%
1,80%
Médicos em geral da minha comunidade
6,94%
44,98%
46,02%
2,06%
Pessoas da minha entidade
0,77%
18,00%
80,46%
0,77%
Prefeitura Municipal
9,00%
52,44%
37,28%
1,28%
Professores de escolas públicas
2,83%
30,07%
65,55%
1,55%
Técnicos governamentais
2,57%
45,76%
43,70%
7,97%
Voluntários da entidade
0,00%
19,80%
75,58%
4,62%
MÉDIA
7,01%
41,56%
49,15%
2,28%
Segundo a opinião das pessoas da comunidade as pessoas da entidade, os dirigentes da
entidade, os voluntários da entidade, os professores de escolas públicas e as igrejas merecem alta
confiança. Por outro lado, os agentes que foram apontados como pouco confiáveis foram:
Quadro 30 Nível de confiança das pessoas das comunidades da região de Dionísio Cerqueira
Fonte: Adaptado de Menegasso (2006)
110
Assembléia Legislativa, da Câmara de Vereadores, do Governo do Estado, o judiciário e a
prefeitura municipal.
e) Itajaí
O quadro a seguir apresenta a o nível de confiança expresso pelos dirigentes da região de
Itajaí nos diferentes agentes institucionais.
NÍVEL DE CONFIANÇA DOS DIRIGENTES DAS ORGANIZAÇÕES
SOCIAIS DA REGIÃO DE ITAJAÍ
AGENTES INSTITUCIONAIS
CONFIANÇA
Não
confia
Confia
pouco
Confia
muito/
totalmente
Sem
resposta
Assembléia Legislativa
18,77%
57,04%
20,94%
3,25%
Câmara de Vereadores
19,49%
55,60%
23,10%
1,81%
Diretoria da entidade
0,36%
7,94%
89,89%
1,81%
Dirigentes entidades parceiras
1,08%
15,17%
36,46%
47,29%
Empresas privadas
3,25%
53,07%
39,72%
3,97%
Enfermeiros e atendentes do posto de saúde da
comunidade
3,97%
33,21%
59,20%
3,61%
Entidades de financiamento
6,14%
26,71%
24,19%
42,96%
Escolas públicas
3,25%
37,54%
56,31%
2,89%
Governo do Estado
15,52%
55,96%
25,63%
2,89%
Igrejas
8,66%
35,02%
53,79%
2,53%
Judiciário
11,91%
49,10%
37,19%
1,81%
Médicos dos hospitais da região
6,14%
34,30%
54,51%
5,05%
Médicos em geral
4,33%
32,13%
61,01%
2,53%
Padres e pastores
9,75%
37,91%
48,73%
3,61%
Pessoas da minha entidade
0,36%
5,41%
91,33%
2,89%
Polícia Civil
11,91%
51,99%
32,85%
3,25%
Polícia Militar
10,47%
48,74%
38,99%
1,81%
Política local
18,05%
56,68%
23,46%
1,81%
Prefeitura Municipal
15,88%
47,29%
36,10%
0,72%
Professores de escolas públicas
1,08%
21,66%
73,65%
3,61%
Técnicos em auditorias
2,89%
36,10%
27,80%
33,21%
Técnicos governamentais
5,42%
46,21%
29,60%
18,77%
Voluntários da entidade
0,36%
7,22%
76,53%
15,88%
MÉDIA
7,78%
37,04%
46,13%
9,04%
Quadro 31 Nível de confiança dos dirigentes das organizações sociais da região de Itaj
Fonte: Adaptado de Menegasso (2006)
111
Verifica-se que os dirigentes das organizações sociais tem uma percepção altamente
favorável de si mesmos, dos voluntários e das pessoas com quem trabalham na organização, além
dos professores das escolas públicas e dos médicos em geral. Contudo, esses dirigentes têm uma
percepção desfavorável da Assembléia Legislativa, da Câmara de Vereadores, do Governo do
Estado, da política local e das empresas privadas.
Cabe destacar que por algum motivo não esclarecido pouco menos da metade dos
dirigentes o expressou seu grau de confiança nos dirigentes das entidades parceiras. O mesmo
fato ocorreu, embora com um percentual menor, com as entidades de financiamento, os técnicos
em auditorias, e os técnicos governamentais.
O quadro a seguir apresenta a o nível de confiança expresso pelas pessoas da comunidade
da região de Itajaí nos diferentes agentes institucionais.
NÍVEL DE CONFIANÇA DAS PESSOAS DAS COMUNIDADES DA
REGIÃO DE ITAJ
AGENTES INSTITUCIONAIS
CONFIANÇA
Não
confia
Confia
pouco
Confia
muito/
totalmente
Sem
resposta
Assembléia Legislativa
13,77%
65,98%
17,14%
3,11%
Câmara de Vereadores
16,10%
63,12%
19,22%
1,56%
Diretoria da entidade
0,78%
15,33%
82,33%
1,56%
Empresas Privadas
3,64%
52,21%
43,12%
1,03%
Enfermeiros e atendentes do posto de saúde da
comunidade
2,86%
30,65%
65,72%
0,77%
Governo do Estado
9,35%
62,60%
27,28%
0,77%
Igrejas
11,17%
37,14%
51,43%
0,26%
Judiciário
10,39%
58,71%
29,09%
1,81%
Médicos dos hospitais da região
1,82%
32,99%
63,12%
2,07%
Médicos em geral da minha comunidade
3,38%
33,24%
62,34%
1,04%
Pessoas da minha entidade
0,26%
16,10%
82,59%
1,05%
Prefeitura Municipal
10,91%
59,74%
29,09%
0,26%
Professores de escolas públicas
0,78%
28,31%
69,35%
1,56%
Técnicos governamentais
5,19%
48,83%
35,07%
10,91%
Voluntários da entidade
0,26%
12,73%
76,37%
10,64%
MÉDIA
6,04%
41,18%
50,22%
2,56%
Quadro 32 Nível de confiança das pessoas das comunidades da região de Itaj
Fonte: Adaptado de Menegasso (2006)
112
Percebe-se que as pessoas da comunidade avaliam de forma altamente favorável os
dirigentes, os voluntários e os demais participantes das organizações sociais, assim como os
enfermeiros e atendentes do posto de saúde da comunidade e os professores de escolas públicas.
Pro outro lado, elas avaliam de forma altamente desfavorável a Assembléia Legislativa, Câmara
de Vereadores, Governo do Estado, o judiciário e a prefeitura municipal.
f) Joaçaba
O quadro a seguir apresenta a o nível de confiança expresso pelos dirigentes da região de
Joaçaba nos diferentes agentes institucionais.
113
NÍVEL DE CONFIANÇA DOS DIRIGENTES DAS ORGANIZAÇÕES
SOCIAIS DA REGIÃO DE JOAÇABA
AGENTES INSTITUCIONAIS
CONFIANÇA
Não
confia
Confia
pouco
Confia
muito/
totalmente
Sem
resposta
Assembléia Legislativa
12,60%
54,96%
27,86%
4,58%
Câmara de Vereadores
9,92%
51,91%
35,88%
2,29%
Diretoria da entidade
0,00%
11,84%
83,97%
4,19%
Dirigentes entidades parceiras
0,38%
17,56%
46,18%
35,88%
Empresas privadas
4,20%
39,31%
52,29%
4,20%
Enfermeiros e atendentes do posto de saúde da
comunidade
1,15%
27,48%
65,65%
5,72%
Entidades de financiamento
2,67%
46,95%
32,06%
18,32%
Escolas públicas
1,53%
29,39%
66,03%
3,05%
Governo do Estado
9,54%
54,96%
33,59%
1,91%
Igrejas
3,82%
34,73%
59,16%
2,29%
Judiciário
4,58%
54,19%
35,88%
5,35%
Médicos dos hospitais da região
2,29%
37,78%
56,49%
3,44%
Médicos em geral
3,82%
37,02%
54,20%
4,96%
Padres e pastores
4,58%
35,88%
53,81%
5,73%
Pessoas da minha entidade
0,00%
13,36%
82,06%
4,58%
Polícia Civil
2,29%
38,94%
55,34%
3,43%
Polícia Militar
2,29%
37,78%
56,87%
3,06%
Política local
7,63%
51,53%
38,55%
2,29%
Prefeitura Municipal
4,96%
46,18%
46,95%
1,91%
Professores de escolas públicas
1,53%
20,23%
73,66%
4,58%
Técnicos em auditorias
1,15%
29,77%
33,97%
35,11%
Técnicos governamentais
2,29%
45,04%
37,02%
15,65%
Voluntários da entidade
0,38%
10,30%
68,70%
20,62%
MÉDIA
3,63%
35,96%
52,01%
8,40%
Nota-se que dentre os agentes listados os que merecem maior confiança, de acordo com a
opinião dos dirigentes das organizações sociais analisadas, são: as pessoas da entidade, os
dirigentes da entidade, os voluntários da entidade, as escolas públicas e seu os professores.
Ainda, é possível verificar que os dirigentes expressaram pouca confiança nos seguintes agentes:
Quadro 33 Nível de confiança dos dirigentes das organizações sociais da região de Joaçaba
Fonte: Adaptado de Menegasso (2006)
114
Assembléia Legislativa, da mara de Vereadores, do Governo do Estado e política local
técnicos em auditorias.
Ressalta-se que por algum motivo não esclarecido um percentual significativo de
dirigentes não expressou seu grau de confiança nos seguintes agentes: diretoria de entidades
parceiras, entidades de financiamento, os técnicos em auditorias, e os técnicos governamentais.
O quadro a seguir apresenta a o nível de confiança expresso pelas pessoas da comunidade
da região de Joaçaba nos diferentes agentes institucionais.
NÍVEL DE CONFIANÇA DAS PESSOAS DAS COMUNIDADES DA
REGIÃO DE JOAÇABA
AGENTES INSTITUCIONAIS
CONFIANÇA
Não
confia
Confia
pouco
Confia
muito/
totalmente
Sem
resposta
Assembléia Legislativa
10,16%
65,72%
19,36%
4,76%
Câmara de Vereadores
8,57%
60,96%
27,62%
2,85%
Diretoria da entidade
0,32%
10,80%
86,66%
2,22%
Empresas Privadas
3,49%
46,67%
46,04%
3,80%
Enfermeiros e atendentes do posto de saúde da
comunidade
1,59%
28,57%
68,26%
1,58%
Governo do Estado
8,89%
54,28%
34,28%
2,55%
Igrejas
1,59%
32,06%
65,40%
0,95%
Judiciário
6,35%
57,15%
31,11%
5,39%
Médicos dos hospitais da região
0,95%
32,38%
63,81%
2,86%
Médicos em geral da minha comunidade
2,22%
31,43%
64,44%
1,91%
Pessoas da minha entidade
0,00%
12,38%
85,71%
1,91%
Prefeitura Municipal
7,62%
53,01%
37,14%
2,23%
Professores de escolas públicas
1,59%
25,40%
69,84%
3,17%
Técnicos governamentais
2,54%
47,62%
34,60%
15,24%
Voluntários da entidade
0,63%
9,20%
77,46%
12,71%
MÉDIA
3,77%
37,84%
54,12%
4,28%
Segundo a opinião das pessoas da comunidade as pessoas da entidade, os dirigentes da
entidade, os voluntários da entidade, os professores de escolas públicas e os enfermeiros e
atendentes do posto de saúde da comunidade merecem alta confiança. Por outro lado, os agentes
Quadro 34 Nível de confiança das pessoas das comunidades da região de Joaçaba
Fonte: Adaptado de Menegasso (2006)
115
que foram apontados como pouco confiáveis foram: Assembléia Legislativa, da Câmara de
Vereadores, do Governo do Estado e os técnicos governamentais.
g) Joinville
O quadro a seguir apresenta a o nível de confiança expresso pelos dirigentes da região de
Joinville nos diferentes agentes institucionais.
NÍVEL DE CONFIANÇA DOS DIRIGENTES DAS ORGANIZAÇÕES
SOCIAIS DA REGIÃO DE JOINVILLE
AGENTES INSTITUCIONAIS
CONFIANÇA
Não
confia
Confia
pouco
Confia
muito/
totalmente
Sem
resposta
Assembléia Legislativa
19,38%
56,75%
17,64%
6,23%
Câmara de Vereadores
16,26%
60,90%
20,07%
2,77%
Diretoria da entidade
0,35%
7,26%
88,92%
3,46%
Dirigentes entidades parceiras
2,08%
14,88%
54,67%
28,37%
Empresas privadas
3,11%
41,87%
49,48%
5,54%
Enfermeiros e atendentes do posto de saúde da
comunidade
4,15%
37,37%
53,97%
4,50%
Entidades de financiamento
9,00%
47,75%
28,37%
14,88%
Escolas públicas
4,84%
26,99%
62,28%
5,88%
Governo do Estado
12,46%
51,56%
31,48%
4,50%
Igrejas
4,50%
34,26%
56,75%
4,50%
Judiciário
11,76%
49,13%
31,49%
7,61%
Médicos dos hospitais da região
4,50%
41,53%
46,02%
7,96%
Médicos em geral
5,54%
38,76%
49,48%
6,23%
Padres e pastores
4,50%
39,10%
51,90%
4,50%
Pessoas da minha entidade
0,00%
5,19%
84,09%
10,73%
Polícia Civil
8,65%
45,32%
43,25%
2,77%
Polícia Militar
6,23%
43,25%
46,72%
3,81%
Política local
14,19%
55,01%
27,34%
3,46%
Prefeitura Municipal
11,07%
53,63%
31,83%
3,46%
Professores de escolas públicas
1,04%
16,61%
76,47%
5,88%
Técnicos em auditorias
2,42%
43,25%
31,49%
22,84%
Técnicos governamentais
3,81%
48,79%
31,83%
15,57%
Voluntários da entidade
0,00%
9,34%
82,01%
8,65%
MÉDIA
6,51%
37,76%
47,72%
8,00%
Quadro 35 Nível de confiança dos dirigentes das organizações sociais da região de Joinville
Fonte: Adaptado de Menegasso (2006)
116
Observa-se que os dirigentes das organizações sociais têm uma percepção altamente
favorável das escolas públicas e seus professores, além de confiarem nas pessoas que trabalham
com eles nas organizações sociais. Contudo, esses dirigentes têm uma percepção desfavorável da
Assembléia Legislativa, da Câmara de Vereadores, do Governo do Estado e da política local.
Cabe ressaltar que por algum motivo não esclarecido um percentual significativo de
dirigentes não expressou seu grau de confiança nos seguintes agentes: diretoria de entidades
parceiras, entidades de financiamento, os técnicos em auditorias, e os técnicos governamentais.
O quadro a seguir apresenta a o nível de confiança expresso pelas pessoas da comunidade
da região de Joinville nos diferentes agentes institucionais.
NÍVEL DE CONFIANÇA DAS PESSOAS DAS COMUNIDADES DA
REGIÃO DE JOINVILLE
AGENTES INSTITUCIONAIS
CONFIANÇA
Não
confia
Confia
pouco
Confia
muito/
totalmente
Sem
resposta
Assembléia Legislativa
28,50%
60,28%
6,77%
4,45%
Câmara de Vereadores
26,40%
60,75%
9,57%
3,28%
Diretoria da entidade
1,40%
17,06%
78,74%
2,80%
Empresas Privadas
3,97%
61,68%
32,24%
2,11%
Enfermeiros e atendentes do posto de saúde da
comunidade
5,14%
38,08%
55,84%
0,94%
Governo do Estado
16,59%
65,88%
15,19%
2,34%
Igrejas
9,35%
36,22%
53,28%
1,15%
Judiciário
15,19%
64,95%
15,16%
4,70%
Médicos dos hospitais da região
3,97%
35,98%
56,78%
3,27%
Médicos em geral da minha comunidade
6,07%
39,96%
51,41%
2,56%
Pessoas da minha entidade
0,93%
16,82%
76,87%
5,38%
Prefeitura Municipal
14,72%
70,33%
13,32%
1,63%
Professores de escolas públicas
0,47%
32,01%
66,12%
1,40%
Técnicos governamentais
10,28%
63,55%
12,61%
13,56%
Voluntários da entidade
0,70%
17,29%
77,11%
4,90%
MÉDIA
9,58%
45,39%
41,40%
3,63%
Nota-se que cinco grupos de agentes institucionais receberam votos de confiança elevada
ou máxima das pessoas da comunidade: as pessoas da entidade, os dirigentes da entidade, os
Quadro 36 Nível de confiança das pessoas das comunidades da região de Joinville
Fonte: Adaptado de Menegasso (2006)
117
voluntários da entidade, os professores de escolas públicas e os médicos dos hospitais da região.
No outro extremo, segundo a opinião dos participantes os seguintes agentes públicos e privados
merecem pouca confiança: Assembléia Legislativa, da Câmara de Vereadores, do judiciário, do
Governo do Estado, técnicos governamentais e prefeitura municipal.
h) Lages
O quadro a seguir apresenta a o nível de confiança expresso pelos dirigentes da região de
Lages nos diferentes agentes institucionais.
118
NÍVEL DE CONFIANÇA DOS DIRIGENTES DAS ORGANIZAÇÕES
SOCIAIS DA REGIÃO DE LAGES
AGENTES INSTITUCIONAIS
CONFIANÇA
Não
confia
Confia
pouco
Confia
muito/
totalmente
Sem
resposta
Assembléia Legislativa
17,28%
61,11%
19,75%
1,86%
Câmara de Vereadores
17,28%
61,11%
19,13%
2,48%
Diretoria da entidade
0,93%
13,27%
83,95%
1,85%
Dirigentes entidades parceiras
1,54%
18,21%
41,66%
38,59%
Empresas privadas
2,47%
53,09%
41,67%
2,77%
Enfermeiros e atendentes do posto de saúde da
comunidade
6,17%
36,11%
54,32%
3,40%
Entidades de financiamento
4,32%
46,91%
25,31%
23,46%
Escolas públicas
3,09%
44,45%
50,31%
2,15%
Governo do Estado
10,49%
59,57%
28,71%
1,23%
Igrejas
8,33%
50,30%
39,51%
1,86%
Judiciário
8,95%
54,01%
33,03%
4,01%
Médicos dos hospitais da região
4,63%
45,07%
48,77%
1,53%
Médicos em geral
6,79%
44,14%
46,91%
2,16%
Padres e pastores
13,58%
44,14%
41,05%
1,23%
Pessoas da minha entidade
0,31%
8,95%
86,73%
4,01%
Polícia Civil
9,57%
57,40%
31,48%
1,55%
Polícia Militar
9,26%
57,40%
31,17%
2,17%
Política local
16,98%
60,80%
20,37%
1,85%
Prefeitura Municipal
8,33%
51,54%
39,20%
0,93%
Professores de escolas públicas
0,62%
30,25%
66,36%
2,77%
Técnicos em auditorias
4,94%
34,87%
32,41%
27,78%
Técnicos governamentais
6,17%
52,16%
31,18%
10,49%
Voluntários da entidade
0,62%
10,80%
71,91%
16,67%
MÉDIA
7,07%
43,29%
42,82%
6,82%
Observa-se que os dirigentes das organizações sociais têm uma percepção altamente
favorável de si mesmos, dos voluntários e das pessoas com quem trabalham na organização, além
dos professores das escolas públicas e dos enfermeiros e atendentes do posto da saúde da
comunidade. Entretanto, esses dirigentes têm uma percepção desfavorável da Assembléia
Quadro 37 Nível de confiança dos dirigentes das organizações sociais da região de Lages
Fonte: Adaptado de Menegasso (2006)
119
Legislativa, da Câmara de Vereadores, do judiciário, do Governo do Estado, da política local e
das entidades de financiamento.
Destaca-se ainda que por algum motivo não esclarecido um percentual significativo de
dirigentes não expressou seu grau de confiança nos seguintes agentes: diretoria de entidades
parceiras, entidades de financiamento e os técnicos em auditorias.
O quadro a seguir apresenta a o nível de confiança expresso pelas pessoas da comunidade
da região de Lages nos diferentes agentes institucionais.
NÍVEL DE CONFIANÇA DAS PESSOAS DAS COMUNIDADES DA
REGIÃO DE LAGES
AGENTES INSTITUCIONAIS
CONFIANÇA
Não
confia
Confia
pouco
Confia
muito/
totalmente
Sem
resposta
Assembléia Legislativa
15,42%
65,08%
2,72%
16,78%
Câmara de Vereadores
17,69%
61,90%
4,31%
16,10%
Diretoria da entidade
1,59%
16,78%
37,41%
44,22%
Empresas Privadas
3,17%
54,20%
7,48%
35,15%
Enfermeiros e atendentes do posto de saúde da
comunidade
3,17%
46,26%
13,83%
36,74%
Governo do Estado
9,07%
61,68%
5,67%
23,58%
Igrejas
12,24%
45,80%
18,59%
23,37%
Judiciário
11,11%
59,41%
6,58%
22,90%
Médicos dos hospitais da região
3,40%
51,02%
9,52%
36,06%
Médicos em geral da minha comunidade
3,63%
46,26%
14,06%
36,05%
Pessoas da minha entidade
1,36%
16,33%
34,01%
48,30%
Prefeitura Municipal
7,71%
55,78%
10,20%
26,31%
Professores de escolas públicas
3,40%
44,21%
13,15%
39,24%
Técnicos governamentais
5,22%
61,68%
6,35%
26,75%
Voluntários da entidade
1,59%
16,55%
27,21%
54,65%
MÉDIA
6,65%
46,86%
14,07%
32,41%
Percebe-se que as pessoas da comunidade avaliam de forma altamente favorável os
dirigentes, os voluntários e os demais participantes das organizações sociais, assim como dos
médicos em geral da minha comunidade e igrejas. Pro outro lado, elas avaliam de forma
Quadro 38 Nível de confiança das pessoas das comunidades da região de Lages
Fonte: Adaptado de Menegasso (2006)
120
altamente desfavorável a Assembléia Legislativa, Câmara de Vereadores, Governo do Estado, o
judiciário e técnicos governamentais.
i) Rio do Sul
O quadro a seguir apresenta a o nível de confiança expresso pelos dirigentes da região de
Rio do Sul nos diferentes agentes institucionais.
NÍVEL DE CONFIANÇA DOS DIRIGENTES DAS ORGANIZAÇÕES
SOCIAIS DA REGIÃO DE RIO DO SUL
AGENTES INSTITUCIONAIS
CONFIANÇA
Não
confia
Confia
pouco
Confia
muito/
totalmente
Sem
resposta
Assembléia Legislativa
9,76%
56,10%
23,17%
10,97%
Câmara de Vereadores
9,76%
57,32%
23,17%
9,75%
Diretoria da entidade
0,00%
13,41%
71,96%
14,63%
Dirigentes entidades parceiras
1,22%
31,71%
51,22%
15,85%
Empresas privadas
2,44%
39,03%
47,56%
10,97%
Enfermeiros e atendentes do posto de saúde da
comunidade
1,22%
32,93%
57,32%
8,53%
Entidades de financiamento
3,66%
58,53%
20,73%
17,08%
Escolas públicas
3,66%
28,05%
56,09%
12,20%
Governo do Estado
9,76%
48,78%
32,93%
8,53%
Igrejas
6,10%
36,58%
50,00%
7,32%
Judiciário
7,32%
52,43%
30,49%
9,76%
Médicos dos hospitais da região
1,22%
45,12%
41,47%
12,19%
Médicos em geral
1,22%
53,66%
36,59%
8,53%
Padres e pastores
8,54%
30,49%
52,44%
8,53%
Pessoas da minha entidade
0,00%
10,98%
74,39%
14,63%
Polícia Civil
9,76%
46,34%
35,37%
8,53%
Polícia Militar
8,54%
40,24%
39,03%
12,19%
Política local
14,63%
48,78%
28,05%
8,54%
Prefeitura Municipal
1,22%
58,53%
34,14%
6,11%
Professores de escolas públicas
1,22%
34,15%
54,88%
9,75%
Técnicos em auditorias
1,22%
47,56%
34,15%
17,07%
Técnicos governamentais
4,88%
50,00%
31,71%
13,41%
Voluntários da entidade
0,00%
10,98%
73,17%
15,85%
MÉDIA
4,67%
40,51%
43,48%
11,34%
Quadro 39 Nível de confiança dos dirigentes das organizações sociais da região de Rio do Sul
Fonte: Adaptado de Menegasso (2006)
121
Observa-se que dentre os agentes listados os que merecem maior confiança, de acordo
com a opinião dos dirigentes das organizações sociais analisadas, são: as pessoas da entidade, os
dirigentes da entidade, os voluntários da entidade, dos enfermeiros e atendentes do posto da
saúde da comunidade e as escolas públicas. Ainda, é possível verificar que os dirigentes
expressaram pouca confiança nos seguintes agentes: Assembléia Legislativa, da Câmara de
Vereadores, judiciário, entidades de financiamento e política local.
O quadro a seguir apresenta a o nível de confiança expresso pelas pessoas da comunidade
da região de Rio do Sul nos diferentes agentes institucionais.
NÍVEL DE CONFIANÇA DAS PESSOAS DAS COMUNIDADES DA
REGIÃO DE RIO DO SUL
AGENTES INSTITUCIONAIS
CONFIANÇA
Não
confia
Confia
pouco
Confia
muito/
totalmente
Sem
resposta
Assembléia Legislativa
6,35%
74,61%
18,26%
0,78%
Câmara de Vereadores
7,94%
71,43%
20,63%
0,00%
Diretoria da entidade
1,59%
20,63%
74,60%
3,18%
Empresas Privadas
1,59%
56,35%
40,47%
1,59%
Enfermeiros e atendentes do posto de saúde da
comunidade
3,97%
48,41%
46,82%
0,80%
Governo do Estado
3,17%
61,91%
34,93%
0,00%
Igrejas
3,17%
39,68%
57,15%
0,00%
Judiciário
4,76%
65,08%
27,78%
2,38%
Médicos dos hospitais da região
1,59%
57,14%
41,27%
0,00%
Médicos em geral da minha comunidade
1,59%
52,38%
44,44%
1,59%
Pessoas da minha entidade
1,59%
17,46%
77,78%
3,17%
Prefeitura Municipal
4,76%
53,17%
41,27%
0,80%
Professores de escolas públicas
2,38%
41,27%
55,56%
0,79%
Técnicos governamentais
2,38%
61,11%
34,92%
1,59%
Voluntários da entidade
1,59%
27,78%
66,67%
3,96%
MÉDIA
3,23%
49,89%
45,50%
1,37%
Segundo a opinião das pessoas da comunidade as pessoas da entidade, os dirigentes da
entidade, os voluntários da entidade, os professores de escolas públicas e as igrejas merecem alta
confiança. Por outro lado, os agentes que foram apontados como pouco confiáveis foram:
Quadro 40 Nível de confiança das pessoas das comunidades da região de Rio do Sul
Fonte: Adaptado de Menegasso (2006)
122
Assembléia Legislativa, Câmara de Vereadores, Governo do Estado, o judiciário e os técnicos
governamentais.
j) São Miguel do Oeste
O quadro a seguir apresenta a o nível de confiança expresso pelos dirigentes da região de
São Miguel do Oeste nos diferentes agentes institucionais.
NÍVEL DE CONFIANÇA DOS DIRIGENTES DAS ORGANIZAÇÕES
SOCIAIS DA REGIÃO DE SÃO MIGUEL DO OESTE
AGENTES INSTITUCIONAIS
CONFIANÇA
Não
confia
Confia
pouco
Confia
muito/
totalmente
Sem
resposta
Assembléia Legislativa
13,03%
29,89%
13,03%
44,05%
Câmara de Vereadores
9,58%
24,90%
29,12%
36,40%
Diretoria da entidade
0,77%
1,53%
86,21%
11,49%
Dirigentes entidades parceiras
1,53%
6,51%
55,94%
36,02%
Empresas privadas
2,68%
16,09%
31,80%
49,43%
Enfermeiros e atendentes do posto de saúde da
comunidade
1,15%
7,66%
63,98%
27,21%
Entidades de financiamento
4,21%
20,69%
27,59%
47,51%
Escolas públicas
1,92%
6,51%
64,76%
26,81%
Governo do Estado
11,88%
22,99%
21,08%
44,05%
Igrejas
2,68%
13,41%
48,66%
35,25%
Judiciário
9,58%
22,61%
24,91%
42,90%
Médicos dos hospitais da região
1,53%
7,66%
54,02%
36,79%
Médicos em geral
2,68%
10,73%
55,17%
31,42%
Padres e pastores
5,75%
9,20%
46,36%
38,69%
Pessoas da minha entidade
1,15%
1,53%
84,29%
13,03%
Polícia Civil
2,68%
16,86%
40,61%
39,85%
Polícia Militar
3,83%
13,03%
44,83%
38,31%
Política local
8,43%
22,99%
27,21%
41,37%
Prefeitura Municipal
5,36%
15,33%
41,00%
38,31%
Professores de escolas públicas
0,00%
3,83%
72,80%
23,37%
Técnicos em auditorias
2,30%
10,34%
32,19%
55,17%
Técnicos governamentais
6,51%
14,56%
32,95%
45,98%
Voluntários da entidade
0,77%
2,30%
75,48%
21,45%
MÉDIA
4,35%
13,09%
46,70%
35,86%
Quadro 41 Nível de confiança dos dirigentes das organizações sociais da região de São Miguel do Oeste
Fonte: Adaptado de Menegasso (2006)
123
Nota-se que os dirigentes das organizações sociais têm uma percepção altamente
favorável de si mesmos e das pessoas com quem trabalham na organização, am das escolas
públicas e seus professores. Por outro lado, esses dirigentes têm uma percepção desfavorável dos
agentes formais mais distantes deles como a Assembléia Legislativa, Câmara de Vereadores,
Governo do Estado, judiciário e política local. Cabe salientar o alto índice de não resposta que
receberam as entidades de financiamento, os técnicos em auditoria, as empresas privadas e os
técnicos governamentais.
O quadro a seguir apresenta a o nível de confiança expresso pelas pessoas da comunidade
da região de São Miguel do Oeste nos diferentes agentes institucionais.
NÍVEL DE CONFIANÇA DAS PESSOAS DAS COMUNIDADES DA
REGIÃO DE SÃO MIGUEL DO OESTE
AGENTES INSTITUCIONAIS
CONFIANÇA
Não
confia
Confia
pouco
Confia
muito/
totalmente
Sem
resposta
Assembléia Legislativa
13,28%
33,85%
10,64%
42,23%
Câmara de Vereadores
11,46%
25,26%
23,87%
39,41%
Diretoria da entidade
0,52%
2,86%
82,30%
14,32%
Empresas Privadas
4,95%
21,88%
23,18%
49,99%
Enfermeiros e atendentes do posto de saúde da
comunidade
2,08%
9,38%
55,73%
32,81%
Governo do Estado
8,59%
30,21%
12,76%
48,44%
Igrejas
4,17%
14,58%
49,48%
31,77%
Judiciário
12,76%
26,30%
16,92%
44,02%
Médicos dos hospitais da região
1,04%
7,03%
54,16%
37,77%
Médicos em geral da minha comunidade
3,91%
10,42%
51,82%
33,85%
Pessoas da minha entidade
0,78%
1,56%
82,29%
15,37%
Prefeitura Municipal
7,03%
21,35%
31,25%
40,37%
Professores de escolas públicas
1,56%
5,21%
56,77%
36,46%
Técnicos governamentais
2,86%
23,96%
19,54%
53,64%
Voluntários da entidade
0,52%
3,65%
70,58%
25,25%
MÉDIA
5,03%
15,83%
42,75%
36,38%
Quadro 42 Nível de confiança das pessoas das comunidades da região de o Miguel do Oeste
Fonte: Adaptado de Menegasso (2006)
124
Verifica-se que as pessoas da comunidade avaliam de forma altamente favorável os
dirigentes, os voluntários e os demais participantes das organizações sociais, assim como os
enfermeiros e atendentes do posto de saúde da comunidade e os professores de escolas públicas.
No outro extremo, elas avaliam de forma altamente desfavorável a Assembléia Legislativa,
Câmara de Vereadores, Governo do Estado, o judiciário e os técnicos governamentais.
4.2.2 Nível de confiança das regiões por tipo de público pesquisado
Para que fosse possível analisar de forma mais consistente o nível de confiança das dez
regiões do Estado de Santa Catarina as respostas dos dirigentes organizações e das pessoas da
comunidade foram divididas pelos três diferentes tipos de respostas possíveis: Não confia, Confia
pouco e Confia muito/totalmente.
a) Dirigentes organizacionais;
O quadro a seguir mostra o percentual de dirigentes organizacionais por rego do
Estado de Santa Catarina que não confiam nos agentes institucionais apresentados.
125
Observa-se que dos agentes institucionais apresentados os que são tidos como não
confiáveis pelos dirigentes das organizações sociais, de acordo com a média das regiões, a
Assembléia Legislativa, a Câmara de Vereadores, a Política Local, o Governo do Estado, o
Judiciário e a Prefeitura Municipal.
Referente as regiões estudadas, nota-se que a não confiança nos agentes institucionais é
maior na região de Itajaí que apresenta uma dia de 7,78%. Com percentual médio de não
confiança elevado está também a região de Dionísio Cerqueira (7,64%), de Brusque (7,34%), de
Chapecó (7,12%) e de Lages (7,07%).
Quadro 43 Percentual de o confiança nos agentes institucionais na percepção dos dirigentes das organizações
sociais
Fonte: Adaptado de Menegasso (2006)
126
O quadro a seguir mostra o percentual de dirigentes organizacionais por rego do
Estado de Santa Catarina que pouco confiam nos agentes institucionais apresentados.
Verifica-se que dos agentes institucionais apresentados os que são tidos como pouco
confiáveis pelos dirigentes das organizações sociais, de acordo com a média das regiões, a
Assembléia Legislativa, a Câmara de Vereadores, o Governo do Estado, a Política Local, o
Judiciário e os técnicos governamentais.
Com relação as regiões estudadas, percebe-se que a pouca confiança nos agentes
institucionais é maior na região de Chapecó que apresenta uma média de 44,56%. Com
percentual médio de pouca confiança elevado está também a região de Lages (43,29%), de
Araranguá (41,01%), de Dionísio Cerqueira (40,73%) e de Rio do Sul (40,51%).
Quadro 44 Percentual de pouca confiança nos agentes institucionais na percepção dos dirigentes das organizações
sociais
Fonte: Adaptado de Menegasso (2006)
127
O quadro a seguir mostra o percentual de dirigentes organizacionais por rego do
Estado de Santa Catarina que pouco confiam nos agentes institucionais apresentados.
Nota-se que dos agentes institucionais apresentados os que são tidos como muito ou
totalmente confiáveis pelos dirigentes das organizações sociais, de acordo com a média das
regiões, a diretoria da entidade, as pessoas da entidade, voluntários da entidade, os professores de
escolas públicas, as escolas públicas e os enfermeiros e atendentes do posto de saúde da
comunidade.
Referente as regiões estudadas, observa-se que a muita ou total confiança nos agentes
institucionais é maior na região de Joaçaba que apresenta uma média de 52,01%. Com percentual
Quadro 45 Percentual de muita ou total confiança nos agentes institucionais na percepção dos dirigentes das
organizações sociais
Fonte: Adaptado de Menegasso (2006)
128
médio de muita ou total confiança elevado está também a região de Brusque (51,96%), de
Dionísio Cerqueira (48,39%), de Joinville (47,72%) e de São Miguel do Oeste (46,70%).
b) Pessoas da comunidade
O quadro a seguir mostra o percentual de pessoas por região do Estado de Santa Catarina
que não confiam nos agentes institucionais apresentados.
Percebe-se que dos agentes institucionais apresentados os que o tidos como o
confiáveis pelas pessoas da comunidade, de acordo com a média das regiões, a Assembléia
Legislativa, a Câmara de Vereadores, o Judiciário, o Governo do Estado e a Prefeitura Municipal.
Com relação as regiões estudadas, verifica-se que a o confiança nos agentes
institucionais é maior na região de Joinville que apresenta uma média de 9,58%. Com percentual
Quadro 46 Percentual de o confiança nos agentes institucionais na percepção das pessoas das comunidades
Fonte: Adaptado de Menegasso (2006)
129
médio de não confiança elevado está também a região de Chapecó (7,09%), de Dionísio
Cerqueira (7,01%), de Brusque (6,81%) e de Lages (6,65%).
O quadro a seguir mostra o percentual de pessoas por região do Estado de Santa Catarina
que pouco confiam nos agentes institucionais apresentados.
Verifica-se que dos agentes institucionais apresentados os que são tidos como pouco
confiáveis pelas pessoas da comunidade, de acordo com a média das regiões, a Assembléia
Legislativa, a Câmara de Vereadores, o Governo do Estado, o Judiciário, os técnicos
governamentais e a Prefeitura Municipal.
Referente as regiões estudadas, observa-se que a pouco confiança nos agentes
institucionais é maior na região de Rio do Sul que apresenta uma média de 49,89%. Com
percentual médio de pouca confiança elevado está também a região de Lages (46,86%), de
Joinville (45,39%), de Araranguá (44,65%) e de Chapecó (43,98%).
Quadro 47 Percentual de pouca confiança nos agentes institucionais na percepção das pessoas das comunidades
Fonte: Adaptado de Menegasso (2006)
130
O quadro a seguir mostra o percentual de pessoas por região do Estado de Santa Catarina
que muito ou totalmente nos agentes institucionais apresentados.
Nota-se que dos agentes institucionais apresentados os que são tidos como muito ou
totalmente confiáveis pelas pessoas da comunidade, de acordo com a média das regiões, a
diretoria da entidade, as pessoas da entidade, voluntários da entidade, os professores de escolas
públicas, os enfermeiros e atendentes do posto de saúde da comunidade e as igrejas.
Com relação as regiões estudadas, percebe-se que a muita ou total confiança nos agentes
institucionais é maior na região de Joaçaba que apresenta uma média de 54,12%. Com percentual
médio de pouca confiança elevado está também a região de Itajaí (50,22%), de Brusque
(50,13%), de Dionísio Cerqueira (49,15%) e de Araranguá (48,11%).
Quadro 48 Percentual de muita ou total confiança nos agentes institucionais na percepção das pessoas das
comunidades
Fonte: Adaptado de Menegasso (2006)
131
4.3 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO E CAPITAL SOCIAL
O quadro a seguir visa demonstrar o IDHM e o do vel de confiança dos dirigentes das
organizações sociais e das pessoas da comunidade das regiões analisadas.
IDHM e nível de confiança nas regiões de estudo
Região
IDHM
2000
Dirigentes
Pessoas da comunidade
Não
confiança
Pouca
confiança
Muita ou
total
confiança
Não
confiança
Pouca
confiança
Muita ou
total
confiança
Araranguá
0,786
4,91%
41,01%
44,55%
4,60%
44,65%
48,11%
Brusque
0,816
7,34%
37,14%
51,96%
6,81%
41,10%
50,13%
Chapecó
0,793
7,12%
44,56%
43,57%
7,09%
43,98%
46,87%
Dionísio
Cerqueira
0,772
7,64%
40,73%
48,39%
7,01%
41,56%
49,15%
Itajaí
0,809
7,78%
37,04%
46,13%
6,04%
41,18%
50,22%
Joaçaba
0,818
3,63%
35,96%
52,01%
3,77%
37,84%
54,12%
Joinville
0,801
6,51%
37,76%
47,72%
9,58%
45,39%
41,40%
Lages
0,744
7,07%
43,29%
42,82%
6,65%
46,86%
14,07%
Rio do Sul
0,800
4,67%
40,51%
43,48%
3,23%
49,89%
45,50%
São Miguel
do Oeste
0,791
4,35%
13,09%
46,70%
5,03%
15,83%
42,75%
Média
0,793
6,10%
37,11%
46,73%
5,98%
40,83%
44,23%
a) Nível de confiança dos dirigentes das organizações sociais
Para melhor ilustrar o IDHM e o nível de confiança dos dirigentes organizacionais das
regiões em estudo elaborou-se o gráfico a seguir.
Quadro 49 IDHM e nível de confiança nas regiões de estudo
Fonte: Adaptado de Menegasso (2006) e PNUD (2007)
132
A região de Joaçaba, com o melhor IDHM entre as regiões analisadas, apresentou o
menor índice de não confiança, o segundo menor índice de pouca confiança e o melhor índice de
muita ou total confiança. Isso demonstra uma relação positiva entre o nível de confiança e o
indicador de desenvolvimento humano nesta região.
Com o segundo melhor IDHM, a região de Brusque demonstrou o terceiro maior índice
de não confiança, o quarto menor índice de pouca confiança e o segundo melhor índice de muito
ou total confiança. Esses dados revelam uma relação relativamente positiva entre o nível de
confiança e o indicador de desenvolvimento humano nesta região.
Uma relação relativamente negativa entre o nível de confiança e o indicador de
desenvolvimento humano é verificada na região de Itajaí, que apresentou o terceiro maior IDHM.
Gráfico 3 IDHM e nível de confiança dos dirigentes das organizações
Fonte: Adaptado de Menegasso (2006) e PNUD (2007)
133
Na referida região registrou-se o maior índice de não confiança, o terceiro menor índice de pouca
confiança e o quinto menor índice de muita confiança.
A região de Joinville, com o quarto maior IDHM entre as regiões analisadas, apresentou o
quinto menor índice de não confiança e de pouca confiança, e o quarto maior índice de muita ou
total confiança. Isso demonstra uma relação positiva entre o nível de confiança e o índice de
desenvolvimento humano.
Com o quinto maior IDHM, a região de Rio do Sul demonstrou o terceiro menor índice de
não confiança, o quinto maior índice de pouca confiança e o segundo menor índice de muita ou
total confiança. Esses dados revelam uma relação relativamente positiva entre o nível de
confiança e o indicador de desenvolvimento humano nesta região.
Uma relação relativamente negativa entre o vel de confiança e o indicador de
desenvolvimento humano também é verificada na região de Chapecó, que apresentou o sexto
maior IDHM. Na referida região registrou-se o quarto maior índice de não confiança, o maior
índice de pouca confiança e o terceiro menor índice de muita confiança.
A região de São Miguel do Oeste, com o sétimo maior IDHM entre as regiões analisadas,
apresentou o segundo menor índice de não confiança, o menor índice de pouca confiança e o
quinto maior índice de muita ou total confiança. Isso demonstra uma relação negativa entre o
nível de confiança e o índice de desenvolvimento humano na região.
Com o oitavo maior IDHM, a região de Araranguá demonstrou o quarto menor índice de
não confiança, o terceiro maior índice de não confiança e o quarto menor índice de muita ou total
confiança. Esses dados revelam uma relação relativamente positiva entre o nível de confiança e o
indicador de desenvolvimento humano nesta região.
Uma relação relativamente positiva entre o nível de confiança e o indicador de
desenvolvimento humano também é verificada na região de Dionísio Cerqueira, que apresentou o
nono maior IDHM. Na referida região registrou-se o segundo maior índice de não confiança, o
quarto maior índice de pouca confiança e o terceiro maior índice de muita confiança.
A região de Lages, com o menor IDHM entre as regiões analisadas, apresentou o sexto
maior índice de não confiança, o segundo maior índice de pouca confiança e o menor índice de
muita ou total confiança. Isso demonstra uma relação positiva entre o nível de confiança e o
índice de desenvolvimento humano na região.
134
A análise do IDHM das regiões e dos veis de confiança expressos pelos dirigentes das
organizações sociais analisadas permite afirmar que uma relação positiva entre o índice de
desenvolvimento humano e o capital social na maioria as regiões.
b) Nível de confiança das pessoas da comunidade
Para melhor ilustrar o IDHM e o nível de confiança das pessoas das comunidades das
regiões em estudo elaborou-se o gráfico a seguir.
Gráfico 4 IDHM e nível de confiança das pessoas da comunidade
Fonte: Adaptado de Menegasso (2006) e PNUD (2007)
135
As pessoas da comunidade da região de Joaçaba, que registrou o maior IDHM entre as
regiões analisadas, demonstraram o segundo menor índice de não confiança e de pouca
confiança, e também o melhor índice de muita ou total confiança. Sendo assim, na região de
Joaçaba há uma relação positiva entre o nível de confiança e o índice de desenvolvimento
humano.
Na região de Brusque, que registrou o segundo maior IDHM, as pessoas da comunidade
expressaram o sétimo maior índice de não confiança, o terceiro menor índice de pouca confiança
e de muita ou total confiança. Desta forma, verifica-se que na região de Brusque uma relação
relativamente positiva entre o nível de confiança e o índice de desenvolvimento humano.
Em Itajaí, a região que registrou o terceiro maior IDHM, observa-se uma relação
relativamente positiva entre o vel de confiança e o índice de desenvolvimento humano isto
porque, segundo as pessoas da comunidade, a região apresentou o quinto menor índice de não
confiança, o quarto menor índice de pouca confiança e o segundo maior índice de muita ou total
confiança.
As pessoas da comunidade da região de Joinville, que registrou o quarto maior IDHM
entre as regiões analisadas, demonstraram o maior índice de não confiança, o terceiro maior
índice de pouca confiança e o segundo menor índice de muita ou total confiança. Sendo assim, na
região de Joinville uma relação negativa entre o nível de confiança e o índice de
desenvolvimento humano.
Na região de Rio do Sul, que registrou o quinto maior IDHM, as pessoas da comunidade
expressaram o menor índice de não confiança, o maior índice de pouca confiança e de quarto
menor índice de muita ou total confiança. Desta forma, verifica-se que na região de Rio do Sul há
uma relação relativamente negativa entre o vel de confiança e o índice de desenvolvimento
humano.
Em Chapecó, a região que registrou o sexto maior IDHM, observa-se uma relação
relativamente positiva entre o vel de confiança e o índice de desenvolvimento humano isto
porque, segundo as pessoas da comunidade, a região apresentou o segundo menor índice de não
confiança, o sexto menor índice de pouca confiança e o sexto maior índice de muita confiança.
As pessoas da comunidade da região de São Miguel do Oeste, que registrou o sétimo
maior IDHM entre as regiões analisadas, demonstraram o quarto menor índice de não confiança,
o menor índice de pouca confiança e o oitavo menor índice de muita ou total confiança. Sendo
136
assim, na região de São Miguel do Oeste uma relação relativamente negativa entre o nível de
confiança e o índice de desenvolvimento humano.
Na região de Araranguá, que registrou o oitavo maior IDHM, as pessoas da comunidade
expressaram o terceiro menor índice de não confiança, o quarto maior índice de pouca confiança
e de quinto maior índice de muita ou total confiança. Desta forma, verifica-se que na região de
Araranguá há uma relação relativamente negativa entre o nível de confiança e o índice de
desenvolvimento humano.
Em Dionísio Cerqueira, a região que registrou o nono maior IDHM, observa-se uma
relação relativamente negativa entre o nível de confiança e o índice de desenvolvimento humano
isto porque, segundo as pessoas da comunidade, a região apresentou o terceiro maior índice de
não confiança, o quinto menor índice de pouca confiança e o quarto maior índice de muita ou
total confiança.
As pessoas da comunidade da região de Lages que registrou o menor IDHM entre as
regiões analisadas, demonstraram o quinto maior índice de não confiança, o segundo maior índice
de pouca confiança e o menor índice de muita ou total confiança. Sendo assim, na região de
Lages uma relação relativamente positiva entre o nível de confiança e o índice de
desenvolvimento humano.
Por fim, com base na análise acima realizada, pode-se afirmar que nas regiões de Joaçaba,
Brusque e Lages há uma relação positiva entre o IDHM e o capital social, expresso pelo nível de
confiança. Nas demais regiões não é possível fazer qualquer afirmação.
137
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
O intuito principal deste último capítulo é desenvolver a conclusão do trabalho, de
maneira a atender os objetivos iniciais da pesquisa e delinear recomendações para futuros estudos
sobre o tema
Este trabalho teve como objetivo principal analisar como se apresentam os indicadores de
desenvolvimento humano em dez regiões do Estado de Santa Catarina que expressam diferentes
níveis de confiança. Buscando atingir este objetivo, foram definidos quatro objetivos específicos,
que são: identificar o índice de desenvolvimento humano em dez regiões do Estado de Santa
Catarina; verificar o capital social das regiões por meio da análise do vel de confiança; e,
analisar as possíveis relações entre o índice de desenvolvimento humano e o nível de confiança
das regiões.
Primeiramente, foi feito um levantamento do referencial teórico sobre o desenvolvimento,
capital social e indicadores, como forma de orientar a pesquisa e dar ao pesquisador a base
teórica necessária para a análise de dados.
O desenvolvimento foi definido, para fins desta pesquisa, segundo o conceito utilizado
por Furtado (1984). Para o autor, a idéia de desenvolvimento refere-se diretamente à realização
das potencialidades do homem é natural que ela contenha, ainda que apenas implicitamente, uma
mensagem de sentido positivo. As sociedades são consideradas desenvolvidas na medida em que
nelas o homem mais cabalmente logra satisfazer suas necessidades, manifestar suas aspirações e
exercer seu gênio criador. A preocupação com a metamorfose social deriva dessa outra idéia
simples de que é mediante as invenção e implementação de novas estruturas sociais que se
cumpre o processo de desenvolvimento.
O conceito de capital social utilizado nesta pesquisa foi o atribuído por Fukuyama (2001).
Segundo o autor o capital social pode ser entendido como um conjunto de valores ou normas
informais partilhados por membros de um grupo que lhes permite cooperar entre si. Espera-se
que os outros se comportem confiável e honestamente, os membros do grupo acabarão confiando
uns nos outros. A confiança é o lubrificante, levando qualquer grupo ou organização a funcionar
com maior eficiência. Desta forma, para levantar o capital social existente no município foi
utilizada a dimensão confiança.
138
Com o intuito de cumprir o objetivo relacionado a identificação do índice de
desenvolvimento humano das regiões analisadas foi levantada, primeiramente, a origem do IDH e
a posição do Brasil perante os demais países neste índice. Em seguida, foi analisada a forma de
cálculo do IDHM e como se apresenta este índice nos estados brasileiros, e de maneira especial,
no Estado de Santa Catarina. Por fim, as regiões foram analisadas separadamente considerando o
IDHM dos municípios que as compõem.
Verificou-se que em 2005 o Brasil passou pela primeira vez a se enquadrar entre as
nações que te o IDH considerado alto (igual ou superior a 0,800) e que o Estado de Santa
Catarina está entre os estados brasileiros de melhor desenvolvimento humano. Percebeu-se
também que cinco das regiões analisadas apresentaram o índice de desenvolvimento humano
considerado alto, são elas: Joaçaba, Brusque, Itajaí, Joinville e Rio do Sul. as outras cinco
regiões apresentaram o desenvolvimento humano considerado médio, são elas: Chapecó, São
Miguel do Oeste, Araranguá, Dionísio Cerqueira e Lages. Neste contexto constatou também não
relação entre o IDHM-E e o IDHM-R nas regiões estudadas, ou seja, regiões com maior
IDHM-R não necessariamente apresentem maior IDHM-E, e vice e versa.
Dentre os três índices que compõem o IDHM percebeu-se que, em todas as regiões, o
IDHM-E foi o que apresentou melhor desempenho, o contrário é verificado com o IDHM-R que
permaneceu abaixo de 0,800 em todas as regiões.
Para cumprir o segundo objetivo específico, que está relacionado à verificação do capital
social das regiões por meio da análise do nível de confiança foi analisado, num primeiro
momento, o nível de confiança nos agentes institucionais dos dirigentes e das pessoas da
comunidade em cada região. Após, foi feita uma compilação dos dados que permitiu verificar o
nível de confiança por alternativa proposta aos respondentes não confio, pouco confio, confio
muito ou totalmente em cada região.
Esta análise demonstrou que tanto os dirigentes das organizações sociais quanto as
pessoas da comunidade, depositam grande confiança nas pessoas das organizações sociais
analisadas, nas escolas públicas e em seus professores, assim como nos enfermeiros e atendentes
do posto da saúde da comunidade. Por outro lado, verificou-se que os mesmos depositam pouco
ou nenhuma confiança na Assembléia Legislativa, na Câmara de Vereadores, no Governo do
Estado, na Política Local, no Judiciário e na Prefeitura Municipal.
139
Com relação o último objetivo, cuja finalidade foi a de analisar as possíveis relações entre
o índice de desenvolvimento humano e o nível de confiança das regiões, verificou-se que o nível
de confiança expresso pelos dirigentes organizacionais e o IDHM está positivamente relacionais
em sete das dez regiões analisadas. No entanto, na análise do nível de confiança expresso pelas
pessoas da comunidade e o IDHM não foi possível encontrar qualquer relação.
Cabe destacar o que é exposto por Baquero (2003). Segundo o autor, a confiança nas
instituições não é somente uma dimensão atitudinal de valor positivo do ponto de vista moral e
ético, é também imperativo para o fortalecimento da democracia. Em sociedades caracterizadas
pela desconfiança prevalecem as atitudes e comportamentos políticos tradicionais, em que o
clientelismo, o personalismo e o patrimonialismo são práticas do cotidiano político.
A confiança é um elemento fundamental para o bom funcionamento das comunidades e,
por conseqüência, para o seu desenvolvimento. Tal afirmação é facilmente percebida se tivermos
em vista as associações pessoais de maior proximidade, em que a ligação entre os seus membros
é marcada por relações pessoais diretas e afetivas a família, o trabalho, os círculos de amizades
ou de convívio habituais.
Mesmo que não de maneira tão direta, tal afirmação também é válida para as
comunidades maiores, em que a ligação entre uma multiplicidade de membros que, na sua
esmagadora maioria, se desconhecem pessoalmente é assegurada por uma identidade construída
com base em interesses, crenças e imaginários comuns, onde todos se reconhecem. É o caso de
comunidades em que seus membros se agregam com o intuito de desenvolver uma ação de
interesses comuns.
Neste contexto, entende-se que a confiança é, senão o mais valioso, um dos mais valiosos
bens intangíveis de qualquer sociedade e a base do seu capital social. Quanto maior o nível de
confiança, maior o estoque desse capital e, sendo assim, maior o potencial de progresso dos
demais fatores que influenciam no desenvolvimento das sociedades.
Ressalta-se também que a colaboração entre o poder público e a sociedade civil apresenta-
se como fator fundamental para mobilizar e liberar as forças criativas latentes para a luta por um
desenvolvimento sustentável em nossa sociedade.
Nesse sentido cabe aos gestores públicos locais e regionais criarem um ambiente propício
às práticas participativas, através de ações concretas como, por exemplo, o desenvolvimento de
práticas participativas na gestão cotidiana das organizações públicas. Mais efetivo ainda será o
140
respeito às decisões coletivas, analisando e discutindo as propostas em conjunto com a
comunidade, a fim de evidenciar que o que por ela for decidido consensualmente, o sofrerá
deturpações ou alterações pelos que estão incumbidos de executá-las.
É certo que a atual cultura impositiva permanecerá por muito tempo sendo a cultura
dominante e que isso ainda causará muitas frustrações dos atores sociais legitimamente
comprometidos com a construção da democracia brasileira e do desenvolvimento fundamentado
no respeito aos direitos de cidadania. Contudo, o importante é não desistir do propósito, apesar
das dificuldades, confiando que o desenvolvimento, a justiça e a solidariedade entre os brasileiros
justificam o esforço. Afinal, está claro nos dias de hoje, que o desenvolvimento é tarefa de toda a
sociedade e não apenas de especialistas econômicos e dirigentes políticos.
Destaca-se ainda que as conclusões deste estudo devem ser encaradas como um novo
caminho que pode ser trilhado, seja para futuras pesquisas sobre o tema, seja para criar espaços
democráticos para estimular novas formas de participação política dos atores sociais, ou seja para
ampliar a esfera de participação da sociedade civil.
Para futuros estudos sugere-se que sejam utilizados outros tipos de indicadores de capital
social, ou até mesmo, o mesmo indicador utilizado nesta pesquisa, mais em regiões diferentes das
estudadas e, ainda, que seja levantado o nível de confiança em outros agentes institucionais.
Outro aspecto que pode ser pesquisado é o baixo vel de confiança nos órgãos públicos
formas, como a Câmara de Vereadores e a Assembléia Legislativa.
141
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