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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PENAMBUCO
DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
Comportamento Ingestivo de Caprinos Moxotó e Canindé,
Submetidos à Alimentação à Vontade e Restrita
Orientador (a): Ângela Maria Vieira Batista, Drª.
Co-orientadores: Francisco Fernando R de Carvalho, Dr.
Marcílio de Azevedo, Dr.
Recife - PE
Fevereiro - 2006
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Zootecnia, da Universidade Federal
Rural de Pernambuco, como parte dos requisitos
para obtenção do título de Mestre em Zootecnia
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VALÉRIA LOURO RIBEIRO
Comportamento Ingestivo de Caprinos Moxotó e Canindé,
Submetidos à Alimentação à Vontade e Restrita
RECIFE - PE
FEVEREIRO – 2006
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14
INTRODUÇÃO
Os caprinos pertencem à ordem dos Artiodactyla, subordem Ruminantia,
família Bovidae, e gênero Capra, existindo seis espécies correspondentes a este
gênero, sendo a cabra doméstica denominada Capra hircus.
Esses animais são encontrados em quase todas as regiões, por terem grande
capacidade de adaptação e flexibilidade para viver nos diversos ambientes, sendo
que algumas raças demonstram melhor desenvolvimento em determinadas
localidades.
Os Caprinos em regiões tropicais semi-áridas têm potencial para
contribuírem significativamente para o aumento da disponibilidade de produtos
(carne, leite, pele, etc) que geram renda, desde que seja explorada racionalmente
(Simplício, 2004). Os animais das raças Moxotó e Canindé caracterizam-se por
possuir pequeno porte, atingindo altura média de 62 e 55 cm, respectivamente, e
apresentam boa prolificidade. Ambas as raças são produtoras de carne, sendo que a
Canindé possui aptidão leiteira acima da média nacional (Jardim, 1986).
A alimentação é um dos fatores que apresenta maior dificuldade para a
criação, devido aos custos elevados e a estacionalidade das forragens, sendo o
comportamento ingestivo um dos meios utilizados para se avaliar as respostas desses
animais a determinados alimentos e que garanta o desempenho dos animais.
O comportamento é descrito por Lehner (1979), citado por
Animalbehaviour (2005), como uma resposta do animal a um determinado estímulo,
15
através da expressão de um esforço em adaptar-se ou ajustar-se às diferentes
circunstâncias, internas ou externas.
De acordo com Petryna (2002), o comportamento dos animais pode ser
estudado sistematicamente através da descrição de padrões de comportamento, os
quais são específicos a cada espécie; e que a domesticação não tem produzido novos
padrões e sim modificado os antigos. Esses padrões possuem dois princípios
básicos, sendo que o primeiro os animais devem se conduzir de acordo com suas
capacidades básicas e organização comportamental e o segundo, que os animais se
ajustam a uma ampla variedade de novas condições quando criados em condições
semelhantes as dos animais jovens.
Mesmo criado em sistema de confinamento, o caprino expressa sua
característica seletiva dedicando a maior parte do tempo à atividade relacionada à
alimentação, com uma constante procura pelo alimento e exercício acentuado de
seleção, apresenta também comportamento inquieto em relação às instalações
referentes ao cocho e ao bebedor, entre outras (Santos,1994).
Segundo Morand-Fehr 1991, citado por Borges (2003), quando o volumoso
é fornecido no cocho, a refeição da cabra é dividida em três fases, tendo início com a
exploração, quando a cabra examina o alimento oferecido, uma segunda fase de
consumo intenso, satisfazendo grande parte da fome, e por fim a fase de seleção,
quando a cabra seleciona as partes do alimento a serem ingeridas.
Segundo Fischer et al. (1998), quando o alimento é distribuído duas vezes
ao dia, as refeições que se seguem à distribuição do alimento são mais importantes e
16
duram de 1 a 3 horas cada, esses períodos gastos com alimentação são intercalados
com um ou mais períodos de ruminação ou de ócio, sendo mais prolongada a
ruminação durante a noite, podendo variar de acordo com o indivíduo, quanto à
duração e a divisão das atividades de ingestão de alimento.
Quanto ao consumo diário de água pelos caprinos, varia de acordo com o
tipo de alimento oferecido, com o sistema de criação, intensivo ou extensivo, e com
a temperatura local. Dietas à base de alimentos secos e com elevadas temperaturas o
consumo de um animal adulto pode atingir seis litros de água ao dia, e dietas a base
de forragens verdes, reduz o consumo para dois a três litros por dia (Medeiros et al.,
1994).
Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da raça e dos
níveis de alimentação, sobre o comportamento ingestivo de caprinos das raças
Moxotó e Canindé.
A dissertação segue as normas da revista Acta Scientiarum.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Animalbehaviour.net.Comportamento animal - recurso para ethology aplicada.
http://animalbehaviou.net/JudithKBla
Acesso em: 16/01/2005.
BORGES, P.H.C. Manejo e alimentação de cabras em lactação - Treinamento em
Gado Leiteiro. PURINA, Agriculturas do Brasil. Belo Horizonte - MG. 17 a
21/03/2003.
17
FICHER, V.et al. Padrões Nictemerais do Comportamento Ingestivo de Ovinos.
Revista Brasileira De Zootecnia, v.27, n.2, p. 362-369, 1998.
JARDIM, W.R. Criação de caprinos. São Paulo: Nobel, 1986, 239 p.
MEDEIROS, L.P. et al. Caprinos: Princípios básicos para sua exploração.
Brasília:EMBRAPA, 1994, 177 p.
PETRYNA, A.; Etologia: Curso de Introducción a la Producción Animal y p Animal
l. cap. 11. Faculdade de Agronomia e Veterinária – FAV, Universidade Nacional
Del rio Cuarto- UNRC, 2002. Disponível em
http://www.produccionbovina.com/informaciontecnica/etologia/07-etologia.htm
.
Acesso em 2004.
SANTOS, L.E. Hábitos e manejo alimentar de caprinos. In: Desenvolvimento da
Espécie Caprina, Anais... III Encontro Nacional. PROCAPRI, p.1-27, 1994.
SIMPLÍCIO, A.A. Manejo reprodutivo de caprinos e ovinos em regiões tropicais
semi-áridas. Recife. Anais... I Simpósio Internacional de Conservação de Recursos
Genéticos Raças Nativas para o Semi-Árido, p. 117-137.2004.
Comportamento Ingestivo de Caprinos Moxotó e Canindé Submetidos à
Alimentação à Vontade e Restrita
Ingestive Behavior of Moxotó and Canindé Goats Fed at Two Levels of Feeding
Valéria Louro Ribeiro
2
, Ângela Maria Vieira Batista
3
, Francisco Fernando Ramos de
Carvalho
3
, Marcílio de Azevedo
4
, Carla Wanderley Mattos
2
, Maria Josilaine Matos
dos Santos Silva
2
, Kaliandra Souza Alves
2
, Alessandra Oliveira de Araújo
5
, Suellen
Brandão de Miranda
5
, Rodrigo Mascarenhas Jordão de Vasconcelos
5
, Luiz Carlos
Leal Torres
5
, Rinaldo José de Souto Maior
Filho
5
, Tiago Ferreira Pinto
5
18
RESUMO - O trabalho teve por objetivo avaliar o comportamento ingestivo de
caprinos das raças Moxotó e Canindé, submetidos a dois níveis de alimentação.
Foram utilizados 24 cabritos inteiros (12 Moxotó e 12 Canindé) com idade média de
quatro meses e peso vivo inicial médio de 15 kg, alojados em baias individuais,
distribuídos no delineamento inteiramente casualizado, em um arranjo fatorial 2x2
(duas raças e dois níveis de alimentação) e seis repetições. Os níveis de alimentação
foram: à vontade (T1) e 30% de restrição (T2- em relação ao animal que recebia
alimentação à vontade). As observações comportamentais foram realizadas em
intervalos de cinco minutos durante 24h. Os animais das raças Moxotó e Canindé,
não apresentaram diferença significativa (P>0,05) para as variáveis
comportamentais observadas. Alimentação à vontade proporcionou maior atividade
de alimentação e ruminação, e menor tempo em ócio. As atividades de micção,
defecação e procura por água foram influenciadas pela hora do dia.
Palavra chave: mastigação, ócio, raças nativas, ruminação
1
Dissertação de Mestrado do Primeiro Autor,
2
Alunos do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia
/UFRPE,
3
Professores Adjunto do Departamento de Zootecnia Bolsistas do CNPq,
4
Professor do
Departamento de Zootecnia,
5
Alunos do Curso de Graduação em Zootecnia /UFRPE, Autor para
correspondência:
lelalouro@gmail.com.br. Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento
de Zootecnia, AV Dom Manuel de Medeiros S/N, Dois Irmãos, Recife-PE, CEP: 52.171-900
19
ABSTRACT - The objective of this study was to evaluate the intake behavior of
Moxotó and Canindé breed goats when offered a diet at two levels of intake.
Twenty-four intact male kids (12 Moxotó and 12 Canindé) were used with an
average age of four months and an initial average weight of 15kg. The kids were
housed in individual pens, distributed using completely randomized design, and
treated with a 2x2 factorial arrangement (two breeds and two levels of intake) in six
repetitions. The levels of intake offered were: ad libitum (T1) and 30% restriction
(T2 – where the level of restriction was determined in relation to the amount
consumed by animals on ad libitum intake). Behavioral observations were made at
five minute intervals during a 24hr period. Between animals of the Moxotó and
Canindé breeds, there was no significant difference (p>0.05) in the observed
behavioral variables. Feeding at the level of free-choice intake resulted in greater
feeding and rumination activity, and less idle time. Urination, defecation, and time
spent for water consumption were influenced by the time of day.
Key words: idle, mastication, native breeds, rumination
INTRODUÇÃO
O rebanho caprino da Região Nordeste do Brasil, que compreende 90 % do
rebanho nacional (IBGE, 2004), é constituído por raças exóticas, animais Sem
20
Padrão Racial Definido (SRD), e as raças tidas como nativas. As raças nativas e os
animais SRD possuem potencial genético e produtivo compatíveis com o ambiente
semi-árido próprio da região Nordeste do Brasil (Medeiros, 2004); entretanto,
somente nos últimos anos têm sido avaliadas adequadamente nos aspectos genéticos
e nutricionais.
A alimentação é um dos fatores mais limitantes para obtenção de bons
resultados na criação desses animais, devido ao custo de produção e a
estacionalidade de produção das forragens e o comportamento ingestivo é um dos
meios utilizados para se avaliar as respostas dos animais. De acordo com Lehner
(1979), citado por Animalbehaviour (2005), ele é a expressão de um esforço em
adaptar-se ou ajustar-se às diferentes circunstâncias, internas ou externas, sendo o
comportamento descrito como uma resposta do animal a um determinado estímulo,
envolvendo não somente o que o animal está fazendo, mas também quando, como,
por que e onde.
O comportamento ingestivo envolve o consumo de alimento ou de
substâncias nutritivas, incluindo sólidos e líquidos, e as diferentes espécies
apresentam características particulares quando se refere a comer e beber (Petryna,
2002). De acordo com Abijaoude et al. (2000), de uma forma geral, caprinos, ovinos
e bovinos consomem em dois períodos longos por dia, um chamado de principal e
outro, separado por várias alimentações, secundário. Segundo Baumont et al. (2000),
normalmente são ofertadas duas refeições por dia e cerca de 60 a 80% do consumo
diário ocorre durante essas duas principais refeições.
21
Um completo entendimento do comportamento alimentar dos caprinos pode
ser obtido através do estudo das atividades de consumo, ruminação e ócio
(Abijaoude et al., 2000). Segundo Dulphy et al., (1980) e Forbes, (1995) citados por
Bürger (2000), parâmetros como tempo de alimentação ou ruminação, número de
alimentações, períodos de ruminação e eficiência e alimentação e ruminação, são
estudados para descrever o comportamento ingestivo.
A ruminação compreende a soma da regurgitação, mastigação, salivação e
deglutição do bolo. Os processos de remastigação e salivação levam
aproximadamente 50 a 60 segundos. Durante esses processos ocorre à mastigação
merícica, que é a mastigação do bolo ruminal, realizada durante a ruminação. Já a
mastigação total, compreende a mastigação merícica e a mastigação realizada
durante a alimentação, com 50 a 70 movimentos por minuto, dependendo das
características do alimento (Pereyera & Leiras, 1991).
Segundo Kaufmann (1976), dietas ricas em volumoso (60% a 100%)
proporcionam maior tempo de ruminação, 40 a 50 min por kg de matéria seca
ingerida (MSI), maior produção salivar (12 a 14 l/kg MSI), e baixa produção de
ácidos graxos voláteis (AGV), enquanto com dietas ricas em concentrado (40% a
65%) o tempo de ruminação será de 25 a 30 min/kg/MSI, com baixa produção
salivar (10 a 12 l/kg MSI) e alta concentração de AGV.
A ruminação pode ser influenciada pelo conteúdo nutricional da dieta,
principalmente pelo teor de parede celular (Van Soest, 1994), como observado por
Carvalho et al. (2001), que ao elevar os níveis de FDN (feno de Tifton) na ração de
22
cabras Alpinas em lactação verificaram aumento no tempo de ingestão e ruminação
e diminuição no tempo de ócio.
O tempo gasto na alimentação e a velocidade com que ela é efetuada estão
relacionados com a morfologia da forragem, o tempo despendido na apreensão e
redução do bolo; como também com as características do concentrado. Entretanto, a
freqüência da alimentação e ruminação está relacionada com o hábito alimentar de
cada espécie.
De acordo com Fischer et al. (1998), os períodos gastos com a ingestão de
alimento são intercalados com um ou mais períodos de ruminação ou de ócio; e o
fornecimento de alimento influencia o ritmo da ruminação, o qual é mais elevado
durante a noite, existindo diferenças entre os indivíduos quanto à duração e a divisão
das atividades, podendo ser condicionadas pelo apetite dos animais, sua anatomia e
o suprimento das exigências energéticas que seriam influenciadas pela relação
volumoso: concentrado.
Gangyll et al. (2000) observaram que caprinos da raça Boer, machos e
fêmeas com diferentes idades, alimentavam-se por longos períodos durante o dia,
ocorrendo dois picos de alimentação, e que os cabritos se alimentavam mais durante
a noite, enquanto as fêmeas adultas permaneceram mais tempo em ócio do que os
cabritos.
Abijaoude et al. (2000) observaram que cabras Alpinas em lactação
adaptaram seu comportamento alimentar, como a mastigação durante a alimentação
e ruminação, de acordo com o tipo da dieta, quando foram utilizadas as seguintes
23
combinações: concentrado (C), amido rapidamente degradado no rúmen (R), amido
lentamente degradado (S) e forragem (F): CR, CS, FR e FS.
Em animais confinados, os períodos de alimentação podem variar em função
da dieta: se o alimento for rico em energia pode durar de uma a duas horas, e de seis
ou mais para alimentos com baixos teores energéticos (Van Soest, 1994, Bürger et al
,2000).
Diante do exposto, este trabalho teve por objetivo avaliar os efeitos da raça e
dos níveis de alimentação sobre o comportamento ingestivo de caprinos das raças
Moxotó e Canindé.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado no Setor de caprino-ovinocultura do
Departamento de Zootecnia da Universidade Federal Rural de Pernambuco,
localizada na cidade do Recife- PE, Brasil, durante o período de março a setembro
2004.
Segundo a classificação climática de Köppen, o clima predominantemente é
Am´s, quente e úmido (FIDEPE, 1982), e apresenta uma variação de temperatura
anual média de 24 – 27 ºC e umidade relativa de 70 – 80% (INMET, 2004).
Os dados de pluviosidade, temperatura máxima e mínima, e umidade
relativa, foram obtidos calculando-se a média do dia de cada observação, utilizando
24
os dados do INPE (2004). Asdias foram referentes aos meses de maio, junho,
julho, agosto e setembro (Apêndice 1).
Foram utilizados 24 cabritos inteiros, 12 Moxotó e 12 Canindé, com idade
média de quatro meses e peso vivo inicial médio de 15 kg. Os animais foram
inicialmente pesados e vermifugados contra endo e ectoparasitos, e alojados em
baias individuais medindo 1,00 x 2,80 m contendo cocho de madeira e balde
adaptado para bebedouro. A instalação era orientada no sentido nordeste-sudoeste,
coberta com telha de amianto, com piso em chão batido, pé direito 2,8 m,
comprimento 28,0 m e 7,0 m de largura.
No período pré-experimental os animais receberam alimentação à vontade
até que atingissem peso vivo de 15 kg, quando eram formados os grupos e dava-se
inicio ao período experimental. Para formação dos grupos, eram sorteados dois
animais homogêneos de cada raça, um para cada regime alimentar.
Os animais foram distribuídos no delineamento inteiramente casualizado
em um arranjo fatorial 2x2 (duas raças x dois níveis de alimentação). Os níveis de
alimentação foram: à vontade (T1) e 30% de restrição (T2 = em relação ao animal
que recebia alimentação à vontade).
A dieta consistia de feno de Tifton (Cynodon dactylon, (L) Pers), grão de
milho moído, farelo de soja, farelo de trigo, óleo vegetal, calcário calcítico e mistura
mineral (Tabela 1), elaborada para permitir ganho diário de 150g (NRC, 1981).
Tabela 1-Ingredientes e composição da dieta experimental
Table 1- Ingredients and composition of experimental diet
Ingredientes % na MS
25
(ingredients) (% of DM)
Feno de Tifton (Cynodon dactylon, (L) Pers)
Tifton hay (Cynodon dactylon, (L) Pers)
40,00
Grão de milho moído (Grounded Corn) 22,10
Farelo de soja
(Soybean meal) 18,35
Farelo de trigo
(Wheat meal) 14,94
Óleo vegetal
(Vegetable oil) 2,00
1,61 Calcário calcítico
(limestone)
Sal mineral * (mineral salt) 1,00
Composição
(composition)
Matéria Seca (Dry matter) (%) 94,00
Proteína Bruta (Crude protein) (%MS) 19,50
Extrato Etéreo
(Ether extrac) (% MS) 4,80
Fibra em detergente neutro
(Neutral Detergent Fiber) (%MS) 46,20
Energia Metabolizável
(Mcal de EM/kg/MS) (Metabolizable
energy, Mcal of ME/kg/DM)
2,60
Matéria Orgânica
(Organic matter) (% MS) 92,40
Material mineral
(Mineral matter) (%MS) 7,60
Ca (% MS)
(Ca % of DM) 0,90
P (% MS)
(P % of DM) 0,40
* Níveis de garantia/kg: Vit.A = 135.000 UI; Vit.D
3
= 68.000 UI; Vit. E = 450 mg; Ca = 240 g; P =
71 g; K = 28.2 g; S = 20 g; Mg = 20 g; Co = 30 mg; Cu = 400 mg; Cr = 10mg; Fé = 2.500 mg; I =
40 mg = 1.350 mg; Se = 15 mg; Zu = 1.700 mg; F (Max) = 710 mg; Solubilidade do fósforo em ac.
Cítrico a 2% (min) = 95%.
* Garanty leves/kg: Vit.A = 135.000 UI; Vit.D
3
= 68.000 UI; Vit. E = 450 mg; Ca = 240 g; P = 71
g; K = 28.2 g; S = 20 g; Mg = 20 g; Co = 30 mg; Cu = 400 mg; Cr = 10mg; Fé = 2.500 mg; I =
40 mg = 1.350 mg; Se = 15 mg; Zu = 1.700 mg; F (Max) = 710 mg; Phosphorus solubility in citric
acid at 2% (min) = 95%.
A ração foi fornecida duas vezes ao dia, as 8 e às 15 horas, na forma de
ração completa. O feno foi moído em forrageira com peneira de crivo 4 mm, e
misturando ao concentrado diretamente no cocho. Foi permitida sobra de 20% para
o grupo à vontade e o fornecimento era ajustado diariamente pelo consumo do dia
anterior.
As observações comportamentais foram feitas após 45 dias do inicio do
experimento, sendo realizadas visualmente pelo método de varredura instantânea em
26
intervalos de cinco minutos, utilizando-se a metodologia proposta por Jonhson &
Combs (1991), adaptada por um período de 24 horas. As observações foram
iniciadas às 6 da manhã indo até às 6 da manhã seguinte. O galpão foi mantido sob
iluminação artificial à noite, durante todo o período experimental.
As variáveis comportamentais observadas foram: em pé ruminando (EPR),
deitado ruminando (DR), ócio em pé (OEP) e ócio deitado (OD), e a preferência
quanto o lado ao se deitar. Também foi registrado o número de vezes que o animal
defecava, urinava e procurava por água, nos seguintes períodos: 6 às 12; 12 as 18 e
18 às 6 horas.
O tempo de mastigação merícica por bolo ruminal (MMtb, s/bolo), número
de mastigações merícicas (MMnd, nº/dia), número de mastigações merícicas por
bolo (MMnb, nº/bolo) e número de bolos ruminais (BOL, nº/dia) (Bürger et al.,
2000) foram registrados utilizando-se cronômetro digital em dois períodos: das 10 as
12 e das 4 às 6. Foram tomadas três amostras de 15 segundos durante a mastigação
merícica, e multiplicadas por 4 para obtenção da média de mastigação em minuto.
A eficiência de ruminação em função da MS (ERU, g/MS/h) e da FDN
(ERU
FDN
, g/FDN/h), a eficiência de alimentação (EAL g/MS/h), o tempo de
alimentação (TAL h/dia), o tempo de ruminação total (TRU h/dia) e o tempo de
mastigação total (TMT h/dia) foram avaliados seguindo a metodologia de Bürger et
al, (2000) e foram calculados pelas seguintes equações:
EAL = CMS/ TAL (g MS / h)
27
ERUMS = CMS/ TRU (g/MS/h)
ERUFDN = CFDN / TRU (g /FDN/h)
TMT = TAL + TRU (h / dia)
Os dados de tempo de alimentação, tempo de ruminação e de ócio, durante
as 24 horas, foram submetidos à análise de regressão, e as demais variáveis a análise
de variância sendo aplicado o teste de Tukey (p>0,05), quando necessário,
utilizando-se o programa General Linear Model do pacote Statistical Analysis
System Institute (SAS, 2000).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Tabela 2, são apresentados os resultados de consumo de matéria seca e
de FDN (g/dia), e das variáveis comportamentais, tempo de alimentação, tempo de
ruminação, tempo de ócio e tempo de mastigação total expressos em min/dia,
durante as 24 horas. As variáveis, consumo de matéria seca e de fibra em detergente
neutro foram analisadas para observar a possibilidade de influencia entre as raças,
sabendo-se que o grupo de alimentação restrita teria menor disponibilidade de
alimento e conseqüentemente apresentaria menor consumo.
Tabela 2 - Consumo médio de matéria seca (CMS) e fibra em detergente neutro
(CFDN), tempos de alimentação (TAL), ruminação (TRU) e ócio (TO),
28
mastigação total (TMT), eficiências de alimentação (EAL) e ruminação
(ERUMS e ERUFDN), deitado ruminado (DR), deitado em ócio (DO) e
coeficientes de variação (CV%) de caprinos Moxotó e Canindé
submetidos a dois níveis de alimentação
Table 2 - Means of the intakes of dry matter(DMI) and FDN (NDF), of times with
feeding (FT), rumination (RT), idle (IT) and the total chewing (TTC),
feeding efficiency of DM (FEF) and NDF (FEF
NDF
) and rumination
efficiency (RUE) and (NDFE), ruminating lying (RL), idle lying (IL)
according to feeding levels
Raça
(Breed)
Nível de Alimentação
(feeding level)
Variável
(variable)
Moxotó Canindé
À vontade
(ad libitum)
30% Restrição
(30% restriction)
CV (%)
VC (%)
CMS (DMI) (g/dia)
0,56 a 0,56 a 0,70 a 0,41 b 24,66
CFDN (NDF) (g/dia)
0,26 a 0,28 a 0,33 a 0,20 b 22,76
CMS (DMI
LW
) (%PV)
3,06 a 3,07 a 3,56 a 2,53 a 19,33
CFDN
(%PV)
1,43 a 1,53 a 1,68 a 1,25 a 18,20
TAL (FT) (min/dia)
188,46 a 225,10 a 229,66 a 176,81 a 28,13
TRU (RT) (min/dia)
496,38 a 456,00 a 482,08 a 475,27 a 22,57
TO
(IT) (min/dia)
755,76 a 768,20 a 720,00 a 806,09a 16,08
TMT (TTC) (min/dia)
685,23 a 661,60 a 711,75 a 634,81a 17,36
EAL (FEF) (g/MS/min)
3,07 a 2,81 a 3,16 a 2,74 a 39,25
ERU
MS
(RUE) (g/MS/min)
1,18 a 1,26 a 1,49 a 0,91 a 27,27
ERU
FDN
(RUE) (g/FDN/min)
0,54 a 0,63 a 0,70 a 0,45 a 25,88
DR (lying) (min/dia)
216,27 a 187,75 a 215,83 a 190,82 a 43,54
DO(lying) (min/dia)
237,88 a 234,50 a 235,83 a 237,05 a 36,68
a,b Médias na linha seguidas de letras diferentes diferem estatisticamente pelo teste de Tukey (p<
0,05)
a, b Means, within a row, followed by different letters are diferent by test Tukey (p<0,05)
Não houve efeito de raça, de regime alimentar e nem da interação raça x
regime alimentar (P>0,05) sobre as variáveis analisadas, exceto para consumo de
matéria seca, expresso em g/dia, que foi maior quando os animais receberam
alimentação à vontade, como era esperado.
29
Os animais de ambas as raças apresentaram comportamento ingestivo
semelhante, com TAL (188,46 e 225,10), TRU (496,38 e 456,00), TO (755,76 e
768,20) e TMT (685,23 e 661,60) min/dia, respectivamente, para os animais Moxotó
e Canindé (Tabela 2). Este resultado reflete, provavelmente, as semelhanças nas
características corporais das duas raças. Caprinos Moxotó e Canindé atingem, na
idade adulta, tamanho corporal muito próximo e possuem velocidade de crescimento
semelhante, além de serem animais que foram submetidos às mesmas condições de
ambiente no processo de adaptação ao semi-árido do nordeste do Brasil.
Carvalho et al. (2004) verificaram, em cabras Saanen lactantes sob
confinamento, valor médio superior para o tempo de alimentação de 5,05 h/dia, que
corresponde a 303 mim/dia. Gangyll et al. (2000) observaram que cabritos, fêmeas
jovens e adultas e machos da raça Boer, gastaram, respectivamente, 454, 291, 266 e
228 min/dia alimentando-se.
Os animais apresentaram o mesmo comportamento quanto ao
aproveitamento das frações de MS e FDN, expressos através da ERU (g/MS/h e
g/FDN/h). Pires et al. (2004) verificaram em cabras Saanen em lactação que o nível
de 30% de farelo de cacau na dieta, proporcionou redução na eficiência de
ruminação (g/MS/h e g/FDN/h), e no número de bolos ruminados, em comparação
aos níveis de 0 e 15%, provavelmente, ocasionada pelo aumento na densidade
energética da dieta. Ao contrário desta pesquisa, que apresentou mesma composição
nutricional da dieta diferindo apenas quanto ao nível de fornecimento
30
A restrição alimentar influenciou significativamente (P<0,05) o consumo de
MS e FDN expressos em g/dia e a eficiência de ruminação de matéria seca e fibra
em detergente neutro. Quando o consumo foi expresso em porcentagem do peso
vivo e em função do tamanho metabólico, os valores ficaram próximos aos dos
animais com alimentação à vontade, devido à redução do ganho de peso nos
caprinos que receberam alimentação restrita.
Com relação ao tempo de alimentação, o grupo com alimentação à vontade
apresentou média de 229 contra 176 min/dia, devido à restrição imposta ao grupo,
ambos com maior desenvolvimento da atividade durante o dia. Carvalho et al.
(2001) encontraram, para cabras em lactação da raça Alpina, médias de 258, 263,
271, 316, e 371 min/dia para o TAL, e 304, 357, 412, 433 e 465 min/dia para o
TRU, em relação aos diferentes níveis de FDN (20, 27, 34, 41 e 48 %),
respectivamente, correspondendo a valores intermediários para o TRU, comparados
ao encontrados nesta pesquisa.
Abijaoude et al. (2000) encontraram valores superiores para o TAL em
cabras leiteiras consumindo dieta à base de concentrado e amido rapidamente
degradado, ou feno e amido rapidamente degradado no rúmen (418 e 548 min/dia
para as respectivas dietas), provavelmente por esses animais necessitarem de maior
consumo de alimento devido à lactação. Quanto ao tempo de mastigação, durante
alimentação e ruminação, foi observado 740 min/dia em dietas com concentrado e
820 min/dia para dietas com feno de gramínea.
31
Neste trabalho, o nível de alimentação restrita proporcionou numericamente
maior tempo em ócio, como conseqüência do menor tempo despendido com
alimentação e ruminação, com médias de 806 min/dia em comparação com o grupo
com alimentação à vontade (720 min/dia). Diferente de Gangyll et al. (2000), que
encontraram para os grupos de cabritos, fêmeas jovens e adultas, e machos da raça
Boer, médias de 357,5; 478,5; 737,0 e 385,5 min/dia, respectivamente.
Para as variáveis comportamentais, deitado ruminando (DR) e deitado em
ócio (DO), não foi observado efeito (p> 0,05) da raça nem do regime alimentar
(Tabela 1). O mesmo comportamento foi observado quanto ao lado de preferência
ao se deitar durante a ruminação e no período de ócio, com médias de 221,39 e
186,35 min/dia e 244,57 e 228,26 min/dia para o lado esquerdo e direito,
respectivamente. Resultado semelhante foi encontrado por Tavares (2005),
trabalhando com caprinos mestiços da raça Alpina fistulados, que não verificou
diferença significativa quanto à preferência ao se deitar.
Na Figura 1, é apresentado o desenvolvimento das atividades de
alimentação, ruminação e ócio, dos animais Moxotó e Canindé ao longo do dia.
32
Ruminação Ócio alimentação
Figura 1 - Tempos de ruminação, ócio, e alimentação de caprinos Moxotó e Canindé
durante as 24 horas
Figura 1 - Times of rumination, idle and feeding of goats Moxotó and Canindé for
24 hours
Durante a noite, a ruminação foi à atividade mais freqüente, apresentando
dois picos, o primeiro entre 21 e 22 horas e o segundo, de maior intensidade, em
torno das 4 horas da manhã. O período de menor incidência de ruminação foi
observado durante o dia, principalmente nos horários de fornecimento da ração.
Os resultados estão de acordo com Tavares (2005), que observou, em
caprinos mestiços da raça Alpina, maior tempo de ruminação durante a noite e
Tem
p
o na atividade
(
minuto
)
33
madrugada, havendo dois períodos de maior atividade, o primeiro, entre 4 e 6 horas,
e o segundo das 20 às 22 horas.
Fischer et al. (1998) obtiveram respostas semelhantes ao observar em
ovinos uma consistente atividade de ruminação durante a madrugada e nas primeiras
horas do dia.
Entre a atividade de ruminação e alimentação, foi observado um longo
período de ócio para ambas as raças. Esse comportamento foi mais intenso durante à
tarde entre os horários de 16 e 20 horas. Entretanto, das variáveis observada, o
tempo em ócio foi o comportamento de maior expressão observado nos animais,
provavelmente, por serem animais confinados.
Quanto ao tempo de alimentação, ocorreram dois períodos principais, que
corresponderam aos horários de fornecimento da dieta entre 8 e 9 horas da manhã e
15 às 18 horas da tarde, apresentando também duas refeições com menor intensidade
nos horários de 22 e 24 horas e 1 as 2 da manhã.
Comportamento semelhante foi relatado por Fischer et al. (1998),
trabalhando com ovinos alimentados duas vezes ao dia (9 e 16 horas). Esses autores
observaram que a atividade de ingestão se concentrou em torno dos horários de
fornecimento da ração, entre 9 e 10 horas e, posteriormente, entre 15:30 min e 17
horas, com desenvolvimento no período diurno, e vários picos de ingestão foram
observados com duração inferior a 5-15 minutos, entre 11 e 15 h e 19 e 3 horas. Da
mesma forma, Tavares (2005) ao verificou, em caprinos mestiços da raça Alpina,
pico na atividade de alimentação no horário de fornecimento, às 8 horas,
34
permanecendo relativamente constante até o final da tarde e decrescendo durante a
madrugada.
O nível alimentar não influenciou na distribuição das atividades de
alimentação durante o dia, sendo observado o mesmo comportamento quanto aos
horários de maior ou menor freqüência para ambas às raças.
Na Tabela 3, são apresentados os resultados de mastigação merícica. As
raças expressaram comportamento semelhante para esta atividade, não diferindo
significativamente (p>0,05). Esse comportamento condiz com o que foi encontrado
para o TRU, o qual apresentou valores médios muito próximos entre as raças.
Tabela 3 - Número de bolos ruminais (NBR), número de mastigações merícicas
(MM
nd
), mastigações merícicas por bolo (MM
nb
), e tempo de
mastigações merícicas por bolo (MMtb) em função das raças e nível de
alimentação
Table 3 - Means of number of rumination boli (NRB), number of rumination chews
(RCnd), number of rumination chews per bolus (RCnb), and rumination
chews times per bolus (RCtb), according to breeds and feeding levels
Variável
(Variable)
Raça
(Breed)
Nível de Alimentação
(Feeding level)
CV (%)
VC (%)
Moxotó Canindé
Á vontade
(ad libitum)
30% de restrição
(30% restriction)
NBR (NRB) (nº/dia) 453,75 a 437,44 a 494,41 a 400,17 a 38,89
MMtb (RCtb) (s/bolo) 68,4a 70,8a 65,4 a 73,8 a 32,48
MMnd
(RCnd) (nº/dia) 37,044 a 29,265 a 34,587 a 31,518 a 38,24
MMnb
(RCnb)(nº/bolo) 83,50 a 76,18 a 75,20 a 83,80 a 41,25
a,b Médias na linha seguidas de letras diferentes diferem estatisticamente pelo teste de Tukey (p<
0,05)
a, b Means, within a row, followed by different letters are different by test Tukey (p<0,05)
Os números de bolos encontrados não diferiram estatisticamente (p>0,05),
em função das raças e níveis de alimentação. Estes valores estão próximos às médias
35
de 406,5; 410,5 e 431,5 bolo/dia, encontradas por Grandyll et al. (2000) para
cabritos, fêmeas e machos jovens da raça Bôer, respectivamente. Entretanto, os
valores encontrados por Carvalho et al. (2004) para cabras Saanen em lactação
foram superiores, com média de 667,59; 687,29; 817,39 e 753,60 NBR (n°/dia), para
os níveis de 15%, 30% de substituição de farelo de cacau e torta de dendê
respectivamente.
Bürger et al. (2000) encontraram valores de 482,60; 414,81; 356,80;
446,66; 308,42 nº/dia para bezerros Holandeses recebendo concentrado nos níveis
de 30, 45, 60 e 75% respectivamente. Entretanto, o nível de 60%, obteve valor
inferior ao encontrado nesta pesquisa, que trabalhou com a mesma relação 60% de
concentrado na dieta.
As médias de MM
tb
e MM
nb
encontradas para as duas raças estão próximas
aos valores obtidos por Grandyll et al. (2000) de 52 s/bolo e 72,2 nº/bolo, para
cabritos Boer e por Bürger et al. (2000), 69,35 s/bolo e 73,72 nº/bolo, para bezerros
Holandeses recebendo 60% de concentrado. Ao contrário dos valores observados
por Carvalho et al. (2004), em cabras Saanen em lactação, que apresentaram maior
NBR, mas com menor tempo e número de mastigações por cada bolo ruminado,
com médias de 39,28 s/bolo e 49,84 nº/bolo.
Na Tabela 4 são apresentados os resultado para as variáveis fisiológicas
fezes e urina, e procura por água. Os animais das raças Moxotó e Canindé tiveram
comportamento semelhante. Entretanto, para o grupo de alimentação à vontade foi
36
observado um maior número de defecação, micção e procura por água, devido à
maior quantidade de matéria seca ingerida.
Tabela 4 - Média das variáveis fisiológicas, fezes, urina e procura por água expressa
em número de vezes por dia
Table 4- Means of frequency of defecation, urination, and water seeking behavior as
noted by number of times of occurrence per day
Raça
(Breed)
Nível de alimentação
(feeding level)
Período (h/dia)
(Period)
Variável
(Variable)
Moxotó Canindé
À vontade
(ad libitum)
30% restrição
(30% restriction)
6-12 12-18 18-6
CV
(%)
VC (%)
Fezes 5,13 a 5,60 a 6,22 a 4,42 b 3,69 b 5,17 b 7,21 a 47,79
Urina 3,91 a 3,78 a 4,41 a 3,24 b 2,78 c 3,78 b 5,00 a 42,48
Água 1,30 a 1,54 a 1,94 a 0,84 b 2,26 a 1,60 a 0,39 b 136,47
a,b Médias na linha seguidas de letras diferentes diferem estatisticamente pelo teste de Tukey
(p<0,05)
a, b Means, within a row, followed by different letters are different by test Tukey (p<0,05)
O período de observação e o nível de alimentação influenciaram
significativamente (P<0,05) todas as variáveis, não havendo, entretanto, efeito de
raça (P>0,05).
Os caprinos defecaram e urinaram mais no período das 18 às 6 horas.
Enquanto a procura por água ocorreu com maior freqüência no peodo das 6 as 12
horas, o que pode ser justificado por ser este o período mais quente do dia e pelo
hábito desses animais em desenvolverem suas atividades de alimentação durante o
dia, estimulando a procura por água. Durante a noite, em decorrência dos processos
37
de digestão, ocorre maior eliminação do alimento que não foi absorvido e dos
metabólitos, através de fezes e urina.
Tavares (2005), ao avaliar a inclusão de feno (5, 15, 25, 35 e 45 %) em
substituição à palma na dieta de caprinos da raça Alpina, não encontrou diferença
significativa (p> 0,05) para as variáveis fisiológicas, fezes e urina.
CONCLUSÕES
Animais das raças Moxotó e Canindé possuem comportamento ingestivo
semelhantes.
O nível de alimentação não influencia o comportamento ingestivo de
caprinos Moxotó e Canindé, mas afeta a procura por água e a freqüência de
defecação e micção.
AGRADECIMENTOS
A Universidade Federal Rural de Pernambuco, e aos professores, pelo
desenvolvimento deste trabalho. A CAPES, pela concessão da bolsa, a todos os alunos da
Pós-Graduação e Graduação em Zootecnia, que contribuíram com esta pesquisa.
38
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40
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VAN SOEST, P.J. Nutritional Ecology of the Ruminant. 2 ed., Ithaca: Constock,
1994.
APÊNDICE 1
Tabela 5 - Média dos dados climáticos dos dias de observação de comportamento
DIA/ MÊS Pluvio TempMx (°C) TempMm (°C) UR (%)
30/5 314,5 29,93 22,15 93,87
16/6 193,65 25,07 19,25 100
5/7 58 29,5 21,78 85,75
3/8 15,21 29,5 21,5 84,37
6/9 6,5 29,5 21,35 81,75
As médias são referentes aos dias exatos de cada observação
comportamental, utilizando os dados meteorológicos de oito observações diárias
obtidas pelo INPE, (2004).
41
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