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HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
MÔNICA CALIXTO RIBEIRO DE HOLANDA
Avaliação da produção de leite do rebanho da raça
holandesa da Estação Experimental de São Bento do Una
- IPA
UFRPE - RECIFE
AGOSTO – 2005
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HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
MÔNICA CALIXTO RIBEIRO DE HOLANDA
Avaliação da produção de leite do rebanho da raça holandesa da Estação
Experimental de São Bento do Una - IPA
Tese apresentada ao Programa de
Doutorado Integrado/UFRPE em Zootecnia,
do qual participam a Universidade Federal
Rural de Pernambuco, Universidade Federal
do ceará e Universidade Federal da Paraíba,
como requisito parcial para obtenção do
grau de Doutor em Zootecnia.
Orientador: Severino Benone Paes Barbosa
Conselheiros: Adriana Guim
Marcelo de Andrade Ferreira
UFRPE - RECIFE
AGOSTO – 2005
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HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
Ficha Catalográfica
Setor de processos Técnicos da Biblioteca Central – UFRPE
H641a Holanda, Mônica calixto Ribeiro de
Avaliação da produção de leite do rebanho da raça
holandesa da Estação Experimental de São Bento do
Uma - IPA / Mônica Calixto Ribeiro de Holanda. –
2005.
77f.:il.
Orientador: Severino Benone Paes Barbosa
Tese (Doutorado em Zootecnia) – Universidade Federal
Rural de Pernambuco. Departamento de Zootecnia.
Inclui Bibliografia.
H641a Holanda, Mônica calixto Ribeiro de
Avaliação da produção de leite do rebanho da raça
holandesa da Estação Experimental de São Bento do
Uma - IPA / Mônica Calixto Ribeiro de Holanda. –
2005.
77f.:il.
Orientador: Severino Benone Paes Barbosa
Tese (Doutorado em Zootecnia) – Universidade Federal
Rural de Pernambuco. Departamento de Zootecnia.
Inclui Bibliografia.
CDD 636.23
1. Gado Holandês
2. Produção leiteira
3. Fatores ambientais
4. Curva de lactação
5. Intervalos de controle
I. Barbosa, Severino Benone Paes
II. Título
“Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte - A autora.”
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
MÔNICA CALIXTO RIBEIRO DE HOLANDA
AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE LEITE DO REBANHO
DA RAÇA HOLANDESA DA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL
DE SÃO BENTO DO UNA - IPA
Tese defendida e aprovada pela banca examinadora em 26 de agosto de 2005.
Orientador: _________________________
Severino Benone Paes Barbosa
Banca Examinadora
___________________________________________
Ângela Maria Viera batista – D. Sc - UFRPE
___________________________________________
Elisa Cristina Modesto – D. Sc – UFRPE
___________________________________________
Kleber Régis Santoro – D. Sc – UNIVASF
___________________________________________
Marcelo de Andrade Ferreira – D. Sc - UFRPE
___________________________________________
Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira – D. Sc – UFRPE
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
BIOGRAFIA DA AUTORA
Mônica Calixto Ribeiro de Holanda, filha de Marcos Calixto Ribeiro e Helena
Maria Calixto Ribeiro, natural de Recife, PE, graduou-se em Zootecnia e em Licenciatura
em Ciências Agrícolas na Universidade Federal Rural de Pernambuco, UFRPE. Em 1998
obteve o grau de Mestre em Produção Animal pelo Programa de Pós-Graduação em
Zootecnia pela mesma instituição e em 2001 ingressou no Programa de Doutorado
Integrado em Zootecnia da Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE, na área
de Produção Animal.
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
Aos meus pais Marcos e Helena,
Ao meu marido Marco Holanda e
Aos meus filhos Marco Aurélio e Gabriela
Pelo imenso amor, paciência e incentivo, por
acreditam no amor de Deus e em sua providência,
e por vislumbrarem na educação a única forma de
modificarem o futuro dos filhos.
D
edico.
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
AGRADECIMENTOS
A Deus, por despertar em mim, a cada dia, esperança, coragem e perseverança
para transpor os obstáculos surgidos em minha vida ao longo dessa jornada;
Aos meus pais pelo apoio constante e pela base de toda minha educação, sempre
me provando que nunca é tarde para começar;
Ao meu amado marido e companheiro Marco, que também assumiu o papel de mãe
em minhas ausências, agradeço pela compreensão, paciência, amor incomensurável, pelo
apoio e incentivo para que eu pudesse realizar todos os meus sonhos e planos para
enriquecimento pessoal e aprimoramento profissional;
Aos meus filhos queridos Marco Aurélio e Gabriela, bênçãos de Deus em nossa
vida e razão do nosso viver, pelas demonstrações sinceras de amor e de respeito, pela
paciência, compreensão e amadurecimento diante dos momentos de ausência no lar, dando-
me incentivo para continuar;
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
A minha irmã Cristina, ao meu cunhado Wilson e aos meus sobrinhos Juliana,
Carina e Rafael, pelo amor e por acreditarem que eu seria capaz de concluir meu curso,
mesmo quando tudo parecia não contribuir para que isto se concretizasse;
A Universidade Federal Rural de Pernambuco pela oportunidade de cursar o
Doutorado Integrado em Zootecnia propiciando-me uma formação digna, capacitando-me
para a inserção definitiva na pesquisa científica deste país;
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela
concessão da bolsa de estudo durante parte de meu doutorado, dando-me a oportunidade de
aprimoramento;
Ao orientador Severino Benone Paes Barbosa, por acreditar em meu potencial, que
sempre com impecável conduta como orientador e amigo, soube ouvir e calar, assim como
ouvir e falar, nunca duvidando de minha capacidade profissional, dando-me a liberdade de
expressar minhas idéias sem restrições, além de força, incentivo e apoio necessários para a
realização da pesquisa e continuação do curso;
À Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária – IPA, e em especial, à pessoa
do Dr. Mário de Andrade Lira, Dr. Iderval Farias e Sr.Luiz Evandro de Lima pela cessão e
concessão gentil do uso dos dados produtivos do rebanho Holandês da Estação
Experimental de São Bento do Una-PE, base para a realização dessa pesquisa;
Ao colega e professor Kleber Régis Santoro pela inestimável ajuda na elaboração
da análise estatística dos dados;
À Escola Superior de Ciências Humanas, Físicas e Biológicas do Sertão (ESSER)
em especial à pessoa do Diretor Prof. Eraldo Saturnino de Almeida, pela amizade e pela
liberação nos momentos mais cruciais para a concretização do curso de Licenciatura de
Ciências Agrícolas e do Doutorado Integrado em Zootecnia;
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
Aos colegas funcionários Nicácio Teixeira da Silva e Maria Cristina da Silva pela
amizade, respeito, presteza e carinho com que sempre me trataram;
A todos os professores, sem exceção, do Programa de Doutorado Integrado em
Zootecnia por terem proporcionado uma convivência sempre amigável, respeitosa e
democrática;
A Iran Alves Torquato, Roosevelt Tarsis de Paula Lima e Fábio Monteiro de
Rezende, alunos do Programa Especial de Treinamento (PET), pela inestimável
colaboração na digitação e correção dos dados de produção;
À Capelania Hospitalar de Pernambuco, pela acolhida carinhosa e aos meus
queridos irmãos em Cristo, Salete, Sóstenes, Jô, Ana Dirce, Newton e Deuzerrer pelos
ensinamentos, pelas incessantes orações e compreensão pelo meu afastamento temporário
do serviço prestado ao Senhor, para que eu pudesse levar a termo minha qualificação e
minha tese;
A todos os irmãos em Cristo da “Célula Harmonia” da Igreja Episcopal Anglicana
(Paróquia Espírito Santo) e ao irmão e colega da Pós-Graduação Lucimauro pelos
momentos gratificantes e edificantes de reflexão na Palavra e pelas orações;
A querida e inestimável amiga Ednéia de Lucena Vieira pelos momentos de
consolo e incentivo constantes, nunca desistindo de me fazer crer eu era capaz de concluir
tudo o que eu quisesse realizar;
A todos os colegas (de A a Z - são tantos que não dá para citar sem esquecer de
alguém) da pós-graduação, mestrado e doutorado que ao longo desses anos se mantiveram
solidários dando prova de união e companheirismo durante todo o curso e pela verdadeira
terapia nos momentos dos intervalos;
A todos, de coração, deixo aqui as minhas melhores recordações e toda minha
gratidão.
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
Ainda que as figueiras não produzam frutas e as parreiras não dêem uvas.
Ainda que não haja azeitonas para apanhar, nem trigo para colher.
Ainda que não haja ovelhas nos campos nem gado nos currais.
Mesmo assim eu darei graças ao SENHOR e louvarei a Deus, o meu
Salvador.
O SENHOR Deus é a minha força Ele torna meu andar firme como o de uma
corça e me leva para as montanhas, onde estarei seguro.
Habacuque 3:17-19
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 9
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 19
CAPÍTULO 1 - Fatores ambientais influentes na produção diária de um rebanho
experimental holandês, no agreste de Pernambuco ..................................................
27
Resumo ..................................................................................................................... 27
Abstract .................................................................................................................... 28
Introdução ................................................................................................................. 29
Material e Métodos ................................................................................................... 31
Resultados e Discussão ............................................................................................ 36
Conclusões ............................................................................................................... 42
Literatura Citada ....................................................................................................... 42
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
CAPÍTULO 2 - Estimativa do melhor intervalo entre controles leiteiros para
produção de leite em um rebanho experimental Holandês ......................................
46
Resumo ..................................................................................................................... 46
Abstract .................................................................................................................... 47
Introdução ................................................................................................................. 48
Material e Métodos ................................................................................................... 50
Resultados e Discussão ............................................................................................ 55
Conclusões ............................................................................................................... 63
Literatura Citada ....................................................................................................... 64
Anexos ...................................................................................................................... 68
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
INTRODUÇÃO
A produção de leite e de seus constituintes é bastante variável em vacas da raça
holandesa (ALMEIDA et al., 1995). Oriunda de clima temperado, esta raça enfrenta, a
princípio, em regiões tropicais, problema adaptativos por encontrar uma diversidade de
fatores ambientais como clima, manejo, nutrição, problemas sanitários e reprodutivos que
influenciam de forma negativa seu pleno desempenho produtivo (TEODORO et al., 1994).
Toda situação ambiental que provoca uma resposta adaptativa é considerada
estressora, cuja intensidade é variável, provocando mudanças fisiológicas que interferem
na produção de leite e de gordura do leite. Segundo BAÊTA e SOUZA (1997), por longo
tempo, houve grande preocupação, por parte dos produtores, com a queda produtiva do
animal, relacionada com determinado ambiente considerado adverso. Porém, já é evidente
que mesmo em condições adversas, é possível promover a adaptação do animal ao
ambiente e, conseqüentemente, conservar seu desempenho produtivo, embora isto seja
tarefa complexa.
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
Vivencia-se a era da informação e o mercado, agora globalizado, tem exigido
aumentos na eficiência de produção nos mais diversos setores da economia, inclusive no
setor primário, com o objetivo primordial de maximizar a produção animal com o menor
custo possível. Ocupando o sexto lugar na produção de leite no mundo, o Brasil cresce a
uma taxa anual de 4%, respondendo por 66% do volume total de leite produzido nos países
que compõem o Mercosul (EMBRAPA, 2005).
Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
mostra que o Brasil está alcançando a auto-suficiência de seu mercado de lácteos,
dependendo cada vez menos das importações. Ao longo de 14 anos a quantidade de leite
produzida no país passou de 14 bilhões para quase 23 bilhões de litros de leite até 2003.
Apesar desse crescente aumento, a produção informal de leite no Brasil ainda possui
expressiva participação na produção, sendo responsável por 38,77% do total produzido no
País.
É comum encontrar-se nas mais variadas literaturas, inclusive na científica
produzida na região, afirmação de que, no cenário nacional, o Nordeste tem pequena
expressão em volume de leite produzido e em níveis de produtividade, sendo isso
conseqüência das limitações climáticas e estruturais, agravadas pelo baixo uso de
tecnologias apropriadas.
De acordo com a Pesquisa Agropecuária Municipal – IBGE (2004), o estado de
Minas Gerais ainda detém a liderança com 28,4%, seguido por Goiás, Rio Grande do Sul,
Paraná, São Paulo e Santa Catarina que, juntos, produziram 73,7% do total de leite.
Pernambuco se mantém no ranking em décimo terceiro lugar, com uma produção acima de
375 milhões de litros/ano.
As produções de leite no estado de Pernambuco e na meso-região do agreste
pernambucano (Bom Conselho, Garanhuns, São Bento do Una, Lajedo e Caruaru), em
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2001, era na ordem de 203 e 141 milhões de leite, respectivamente (SEBRAE/PE, 2002),
muito abaixo das observadas nos maiores centros produtores do País. Entretanto, segundo
LIRA et al. (2004), em termos de produtividade (litros/vaca/ano), Pernambuco é bastante
competitivo quando comparado às tradicionais regiões produtoras no País.
De acordo com SEBRAE (SEBRAE/PE, 2002), a produtividade de 1.201
litros/vaca/ano, encontrada na meso-região do agreste pernambucano, chega a estar muito
próxima da observada em Minas Gerais, com 1.237 litros/vaca/ano.
Grande diferença na produção de rebanhos de vacas leiteiras tem sido observada,
de modo geral, como resultado de diferenças na genética entre os animais e o manejo do
rebanho (ALMEIDA et al., 1995). A fim de tornar o sistema de produção mais
competitivo, há necessidade do produtor adotar técnicas que minimizem o custo de
produção, associadas a uma maior produtividade, tais como alternativas mais baratas de
alimentação, cuidados com a sanidade do rebanho, seleção dos melhores genótipos, a partir
do descarte de animais menos eficientes para a exploração zootécnica, e proporcionar ao
animal condições de bem-estar. Para tanto, faz-se necessária a identificação de fatores
ambientais que interferem na produção animal.
Muitos são os trabalhos que reportam a influência significativa de diversos
fatores não genéticos ou ambientais sobre a produção de leite dentre os quais vale destacar:
ano de parição (GABRIEL et al., 1998; GONÇALVES et al., 1999; MARION et al., 2001),
época de parto (GONÇALVES et al., 1999; ARAÚJO et al., 2000; MARION et al., 2001),
idade da vaca e, ou, ordem de parição (BARBOSA et al., 1999; DURÃES et al., 2000;
VERNEQUE et al., 2001; MARION et al., 2001) e grupo genético ou grau de sangue
(DURÃES et al., 2000; MARION et al., 2001; HAYGERT et al., 2001), além de período
de lactação (NEIVA et al., 1992; BARBOSA et al., 1994).
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
A seleção de vacas de aptidão leiteira é convencionalmente baseada na produção
total de leite, porém, a mesma quantidade de leite pode ser produzida por diferentes formas
de curva de lactação e com diferentes eficiências (SILVESTRE et al., 1998).
De acordo com COBUCI et al. (2001), os primeiros estudos a cerca da curva de
lactação tiveram início em 1923, quando Brody propôs o primeiro modelo matemático com
o objetivo de descrever a curva de lactação. O estudo sobre curvas de lactação pode
contribuir para o melhor entendimento do sistema de produção, pois o conhecimento da
forma da curva e suas implicações sobre a produção de leite podem auxiliar o produtor na
previsão da produção de leite dos animais do rebanho em determinado estádio de lactação
e, também, na tomada de decisões quanto ao descarte ou manejo a ser adotado.
O estudo da curva de lactação de uma vaca ou de grupos de vacas é importante
porque ao se descrever uma curva, as produções de leite, de gordura e do teor de gordura
no leite podem ser previstas em qualquer estádio da lactação (LOPES et al., 1995; MOTA
et al., 1996).
A curva de lactação é a representação gráfica da produção de leite ao longo do
tempo, ou seja, no decorrer da lactação (KELLOGG et al., 1977), podendo representar a
lactação de apenas um animal, a lactação média de um rebanho, de uma raça ou até de uma
espécie. É possível descrevê-la por modelos matemáticos (BATRA, 1986), cujo objetivo
fundamental é estimar a produção diária de leite, detectar anormalidades durante a lactação
dos animais controlados e quantificar a produção total nas lactações incompletas.
De modo geral, segundo COSTA et al. (1982), a produção de leite das vacas
aumenta do parto até o pico de produção em um período de poucas semanas, declinando
gradualmente até a secagem e seu estudo permite conhecer melhor o desenvolvimento
deste processo fisiológico, favorecendo a tomada de decisões em relação ao manejo das
vacas lactantes com base no estádio da lactação em que se encontram.
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
A importância da curva de lactação está na ampla caracterização da produção do
animal durante toda a lactação, podendo ser identificados o tempo de ascensão ao pico; o
pico de produção; o tempo de queda ou persistência de produção ou da lactação; a duração
da lactação; a duração do período seco e a duração da gestação, além de quedas bruscas de
produção, respostas a dietas e manejo (FERREIRA e BEARZOTI, 2003).
A curva de lactação sofre influência de fatores genéticos e não genéticos
(SHANKS et al., 1981; QUEIROZ et al., 1991; GADINI et al., 1998) e dentre os fatores
não genéticos estão os efeitos de ambiente que podem influenciar significativamente a
produção inicial, a taxa de declínio da produção e a produção de leite total e,
conseqüentemente, alterar o formato da curva de lactação, destacando-se: rebanho, ano de
parto, estação de parto e idade da vaca ao parto ou ordem de parto, período seco, período
de serviço e de gestação e duração da lactação (GROSSMAN et al., 1986; BATRA, 1986;
DURÃES et al., 1991; JUNQUEIRA et al., 1997).
A forma ideal da curva de lactação tem sido debatida e deve ser ponderada não
apenas do ponto de vista genético, nutricional e fisiológico, mas do ponto de vista
ambiental, pois estes de maneira inter-relacionada respondem aos objetivos econômicos do
sistema de produção. Segundo MOLENTO et al. (2004), já há algum tempo as curvas de
lactação e os parâmetros calculados a partir delas, como pico e persistência da lactação,
vêm sendo utilizados para auxiliar o manejo de fazendas leiteiras. Portanto, o estudo sobre
curvas de lactação pode contribuir para o melhor entendimento do sistema de produção,
pois através do conhecimento da forma da curva e suas implicações sobre a produção de
leite podem auxiliar o produtor na previsão da produção de seus animais em determinado
estádio de lactação, assim como na tomada de decisões quanto ao descarte.
A partir de controles diários obtidos em 403 lactações completas entre junho de
1964 e outubro de 1967, em um rebanho Holandês da Universidade de Cornell, EUA,
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
Everett e Carter, citados por MORAIS JÚNIOR et al. (2002), estimaram o total de leite
produzido através de equação matemática contendo fatores de correção para minimizar
distorções, pois na maioria das vezes, não é possível iniciar o controle logo após o parto.
Assim, nessa equação os fatores de correção permitem estimar a produção de leite da vaca
do parto até o dia da realização do primeiro controle. Essa correção é realizada
multiplicando-se a produção de leite no primeiro controle pelo número de dias que o separa
do parto e pelo fator de ajuste para o mesmo.
A medida padrão convencionada de produção de leite é o rendimento em 305 dias
de lactação (PL305) e a seleção de reprodutores de raças leiteiras tem sido baseada neste
critério produtivo. A produção de leite no dia do controle (PLDC) tem sido, também,
utilizada para estimar parâmetros genéticos e ambientes visando auxiliar a seleção em gado
de leite. Os estudos sobre a viabilidade de utilização da PLDC para estimar parâmetros
genéticos, fenotípicos e ambientes das características produtivas visando auxiliar a seleção
não são recentes (MADDEN et al., 1959; SEARLE, 1961; LAMB e McGILLIARD, 1967;
KEOWN e VAN VLECK, 1971).
A produção de leite no dia do controle (PLDC) é o somatório das quantidades de
leite de cada ordenha durante um período de 24 horas (SCHAEFFER e JAMROZIK, 1996;
FIRAT et al, 1997). Esta produção no dia do controle tem sido definida como um
procedimento estatístico que leva em consideração diretamente todos os efeitos genéticos e
de ambiente (VARGAS, et al. 1998).
As ordenhas podem ser realizadas duas ou três vezes ao dia a depender do nível
de produção dos animais e manejo adotado pelo produtor, mas, em geral, considera-se a
produção de leite de duas ordenhas diárias. Segundo FERREIRA et al. (2002), quando a
produção não for de duas ordenhas ela deve ser ajustada para tal, de maneira que todos os
animais fiquem em um mesmo nível para se tecer qualquer comparação. De acordo com
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
estes autores, o leite é geralmente pesado uma vez ao mês, combinando-se as amostras das
ordenhas de um dia e a produção de determinado mês é calculada e acumulada com o total
de meses anteriores para a estimação da produção até 305 dias.
A seleção para a produção de leite em bovinos ainda é amplamente realizada com
base na produção acumulada durante a lactação, ajustada para 305 dias, calculada a partir
das produções tomadas em controles individuais, geralmente realizados em intervalos
mensais. Porém, a visualização das curvas reais, ou seja, curvas em que se utilizam médias
não ajustadas, é de grande interesse para os propósitos de manejo, pois a variação
fisiológica da produção de leite ao longo da lactação pode, de acordo com MOLENTO et
al. (2004), confundir a tomada de decisão no que tange à expectativa de produção para um
dado animal em determinado estádio de lactação.
De acordo com MELO (2003), a utilização de produção ajustada para 305 dias de
lactação engloba efeitos tais como raça, rebanho, região, número de lactação, grupo de
manejo dentro do rebanho, idade da vaca ao parto e número de ordenhas entre outros.
Entretanto, esses efeitos são considerados em termos médios face ao ajustamento, pois são
definidos tomando-se como base a data do parto da vaca. Isto seria perfeito se estes fatores
fossem imutáveis ao longo da lactação de uma fêmea, ou seja, agissem da mesma maneira
e com a mesma intensidade sobre a produção, mas eles mudam a cada controle e são
ignorados nos modelos para a produção até 305 dias de lactação.
Para corrigir esta distorção, HILL et al. (1995) afirmam que uma alternativa seria
a utilização de modelos para ajuste das produções no dia do controle leiteiro por permitir
uma descrição mais precisa dos efeitos de ambiente a eles associados e porque os modelos
para ajuste da produção de leite no dia do controle possibilitam ainda o uso de mais
informações de um mesmo animal nas avaliações, um melhor ajuste para as lactações de
diferentes durações, ajustar para as diferenças individuais na forma da curva de lactação
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
das vacas permitindo avaliar a persistência da lactação e, talvez, até a inclusão de animais
com lactações em curso ou parciais, viabilizando a realização de avaliações mais
freqüentes e, com isso, a redução do intervalo de gerações.
De acordo com PTAK e SCHAEFFER (1993) e FERREIRA et al. (2000), a falta de
recursos computacionais era fator limitante para a realização destes estudos, pois após o
cálculo da produção na lactação, os controles parciais mensais eram eliminados por falta de
espaço computacional para armazenamento destas informações.
Com os avanços ocorridos na área da informática, principalmente com relação aos
equipamentos e desenvolvimento de softwares estatísticos, foi possível aumentar a
velocidade dos processadores, aumentar a capacidade de armazenamento, além de reduzir
consideravelmente os custos (WIGGANS e GODDARD, 1997), viabilizando a retomada
dos trabalhos que propunham a utilização da produção de leite no dia do controle em
estudos de seleção para gado leiteiro. Assim, retomaram-se os estudos das características
produtivas de bovinos leiteiros, visto que não é mais necessário eliminar controles mensais
de produção coletados ao longo da lactação.
Além disto, para estimar os componentes de covariância de dados não balanceados
como os da PLDC, o método estatístico mais indicado é o de máxima verossimilhança
restrita (REML), exigindo processadores mais velozes e maior capacidade de Random
Access Memory (RAM), para execução dos algorítmos e processamento dos dados (PTAK
e SCHAEFFER, 1993; FIRAT et al., 1997; JAMROZIK et al., 1997; VARGAS et al.,
1998; FERREIRA, 1999).
Para analisar a produção de leite no dia do controle vários modelos estatísticos têm
sido propostos (STANTON et al., 1992; GADINI et al., 1997; MACHADO, 1997)
demonstrando que existem altas correlações entre os controles parciais e a produção total
de leite em 305 dias de lactação, tornando possível a utilização de um menor número de
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
controles por lactação como critério de seleção para características produtivas em gado de
leite.
De acordo com EL FARO e ALBUQUERQUE (2003) e ALBUQUERQUE
(2004) a produção de leite no dia do controle vem sendo proposta como um critério de
seleção alternativo à produção acumulada em até 305 dias, por meio de metodologia
denominada test-day model. Esta metodologia é um procedimento estatístico em que as
produções no dia do controle são analisadas como características distintas, consideradas
em análises unicaracterísticas ou multicaracterísticas.
A utilização do test day model possibilita que um animal seja avaliado mesmo
que este tenha apenas um único controle, diminuindo custos com o controle leiteiro, e
permite maior detalhamento na modelagem de efeitos sistemáticos que influenciam a
produção de leite em períodos específicos da lactação, impossíveis de serem considerados
quando a produção total acumulada é usada (EL FARO e ALBUQUERQUE, 2003).
Já é possível fazer uso apenas dos controles no meio da lactação para descrever
completamente uma curva, pois estes são correlacionados com a produção total de leite
(GADINI et al., 1997). De acordo com EL FARO e ALBUQUERQUE (2001b; 2003), os
controles no meio da lactação são mais herdáveis que as demais fases. Portanto, é viável
fazer uso destes controles em substituição à produção total, pois são também menos
influenciados pelas variações de meio ambiente (FERREIRA et al., 2000).
Pode-se dizer que são duas as grandes vantagens descritas para a utilização da
produção de leite, no dia do controle, para a descrição de curvas de lactação: primeiro,
possibilita avaliar vacas que encerram a lactação, sem necessidade da utilização de fatores
de ajustes ou projeção da produção e, segundo, obter maiores ganhos genéticos por meio
de seleção, visto que os animais poderão ser avaliados mais cedo (FERREIRA et al., 2000,
2001).
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
A escolha de uma função matemática que melhor ajusta a produção de leite de
bovinos e a estimação de parâmetros genéticos da curva de lactação foram motivos de
estudo por SHERCHAND et al. (1995), SWALVE (1995), GONÇALVES et al. (1996) e
SWALVE (2000), quando procuraram obter equações capazes de representar a curva de
lactação com maior nível de precisão.
Segundo SWALVE (1995, 2000), uma alternativa de avaliação genética seria a
utilização de modelos para ajuste dos controles individuais de produção, os quais permitem
uma definição mais precisa dos efeitos ambientais a eles associados e, portanto, uma
descrição mais específica destes efeitos sobre o estádio de lactação dos animais que
permita determinar o desempenho para produção de leite e de gordura.
Considerando a contribuição do estudo da curva de lactação para um sistema de
produção, os objetivos deste trabalho foram avaliar a produção de leite de vacas
holandesas, criadas na região agreste do estado de Pernambuco a partir de dados de
produção de leite no dia do controle.
Na elaboração dos capítulos subseqüentes foram utilizadas as normas da Revista
Brasileira de Zootecnia (Brasilian Journal of Animal Science).
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALBUQUERQUE, L.G., Regressão aleatória: nova tecnologia pode melhorar a qualidade
das avaliações genéticas. In: SIMPÓSIO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE
MELHORAMENTO ANIMAL, 5, Pirassununga, 2004. Anais. Pirassununga: Sociedade
Brasileira de Melhoramento Animal, 2004. CR.ROM.
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HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
CAPÍTULO 1
Estudo de intervalos de controle leiteiro para avaliação da produção de leite
em um rebanho experimental Holandês usando autocorrelação serial
1
Mônica Calixto Ribeiro de Holanda
2
, Severino Benone Paes Barbosa
3
Resumo: Foram avaliados intervalos de controle diário, semanal, a cada 20 dias e
mensal, para estimar a produção de leite, iniciadas no período de 1988 a 2003, a partir de
ordenhas da manhã (PLM), da tarde (PLT) e total do dia (PLDIA). Os dados são relativos a
117196 produções no dia do controle de 414 lactações de 188 vacas holandesas puras de
origem e de alto grau genético, de um rebanho criado no agreste de Pernambuco. Para as
análises estatísticas utilizou-se o modelo auto-regressivo de primeira ordem. Observou-se
que as autocorrelações preditas para os controles diário, semanal, a cada 20 dias e mensal
são superestimadas, principalmente entre dias mais próximos de duas produções no
intervalo de um a 30 dias em qualquer período da lactação. Independente do intervalo de
controle as correlações de Pearson entre PLM, PLT e PLDIA foram altas e significativas.
Entre os intervalos de ordenha estudados a PLT pode ser indicada para a avaliação genética
e fica a critério do produtor a definição entre PLM, PLT e PLDIA para estimar a produção
total de leite.
Palavras-chaves: produção de leite no dia do controle, controle leiteiro, intervalo entre
controles, vacas holandesas
1
Parte da tese de doutorado do primeiro autor
2
Pós-Graduando, Prog. Dout. Int. Zoot. – DZ/UFRPE. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n; Bairro de Dois
Irmãos; 52.171-900, Recife (PE) – E-mail: holandam[email protected]om.br
3
Professor DZ/UFRPE. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n; Bairro de Dois Irmãos; 52.171-900, Recife (PE)
– E-mail: sbarbosa@ufrpe.br
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
Chapter 1
Study of interval of milk control for evaluation of milk production in the Holstein
experimental herd using serial autocorrelation
1
Milk records were evaluate at daily, weekly, each 20 days and monthly intervals, to
extrapolate milk production totals in the years between 1988 and 2003. Daily observations
of milk production were analyzed in the morning (PLM), in the afternoon (PLT) and as
daily totals (PLDIA). The data are relative to 117196 daily record evaluations of 414
lactations of 188 Holstein cows, pure of origin and of high genetic degree, from agreste
region on Pernambuco state. For the statistical analyses the auto-regressive model of first
order was used. Observed that autocorrelations predict for controls daily, weekly, each 20
days and monthly they are overestimated, mainly among closer days of two productions in
the interval of one to 30 days in any period of the lactation. Independent of the control
interval the correlations of Pearson among PLM, PLT and PLDIA were high and
significant. Among the intervals of it milks studied PLT it can be indicated for the genetic
evaluation and it is to criterion of the producer the definition among PLM, PLT and
PLDIA to esteem the total production of milk.
Keywords: test day yields, milk control, interval among controls, Holstein cows.
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
Introdução
A falta de metodologias eficientes de seleção para produção de leite tem sido
reflexo do baixo número de animais submetidos ao controle leiteiro, especialmente, pelos
transtornos causados na rotina das propriedades pelo controle (Gonçalves et al, 1999, Berry
et al., 2005) e, principalmente, em virtude dos custos crescentes gerados por esses
controles (Costa et al., 2004).
O desconhecimento, por grande parte dos produtores, da importância que o controle
leiteiro tem para o gerenciamento da produção e determinação do manejo dos animais
também gera restrições para as pesquisas sobre produção de leite, as quais requerem um
número grande de animais com produções controladas. Além disso, o registro de produção
de cada ordenha implica em custo elevado, razão porque, na prática, são realizados em
intervalos periódicos.
Estudos têm sido realizados considerando os controles mensais de produção de leite
como características distintas, com a finalidade de determinar os fatores genéticos e de
meio ambiente que afetam a produção de leite ao longo da lactação. De acordo com
Swalve (1995), Vargas et al. (1998) e Albuquerque e Meyer (2001), existe a possibilidade
de verificar a utilização de um menor número de controles por lactação e determinar sua
viabilidade prática.
No estudo da produção de leite no dia do controle é necessário definir a ordem dos
controles ao longo da lactação, com base nos intervalos em dias entre eles, o que
possibilita uma melhor forma ou a modelagem da curva de lactação (Vargas et al., 1998).
Na maioria das vezes cada controle é considerado como sendo a produção diária em
intervalos fixos de 30 dias, aproximadamente (Gadini et al., 1997).
Desde 1946, a Associação Brasileira de Criadores (ABC) e, recentemente, a
Associação Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (ABCBRH),
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
organizações reconhecidas oficialmente pelo Ministério da Agricultura, vêm realizando o
controle supervisionado da produção de leite em animais da raça Holandesa (Machado,
1997). De acordo com Morais Júnior et al. (2002), o controle supervisionado tem como
finalidade aprimorar o potencial produtivo do rebanho, coletar dados estatísticos para teste
de progênie e melhoramento genético e promover a divulgação dos resultados atualizados
para os criadores.
O controle leiteiro oficial no Brasil é realizado mensalmente a partir de pesagens
efetuadas em intervalos regulares, entre controles consecutivos, sendo permitidos
intervalos de 15 a 45 dias. Oficialmente, o primeiro controle da lactação é realizado entre o
6
o
e 75
o
dia após o parto (Morais Júnior et al., 2002) e de acordo com Stanton et al. (1992),
Gadini et al. (1997) e Machado (1997) existem altas correlações entre os controles parciais
e a produção total de leite em 305 dias de lactação, o que torna possível o uso de menor
número de controles por lactação como critério de seleção para características produtivas.
De acordo com Guilhermino et al. (1999), cada país adota sistemas próprios com
metodologias diferentes para realizar os registros de produção de leite, demonstrando não
haver concordância em decidir qual tipo de controle e o método de estimativa devem ser
utilizados para estimar a produção.
A tendência atual é diminuir a freqüência dos controles como medida de economia
e facilitar o trabalho nas fazendas e associações de controle leiteiro, além de acelerar o
processo de avaliação genética, uma vez que não seria preciso completar a lactação, pois é
possível estimar a produção de leite a partir de um número de controles parciais com
previsão variável de acordo com a magnitude das associações encontradas (Silva e Medina,
1980; Nobre et al., 1985).
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
O espaçamento entre dias de controle pode ser estipulado de várias maneiras, com
sugestões para coletas de produções tomadas em intervalos diferentes, seja a cada 20, a
cada 30 dias ou em até oito informações por lactação (Schaeffer, et al., 1977).
Na literatura consultada não há concordância quanto a tomada de decisão do tipo de
controle e do método de estimativa que deve ser utilizado para estimar a produção de leite
e, portanto, planos alternativos de controle para as condições do agreste pernambucano que
possibilitem a redução do custo por animal e minimização de erros de anotação precisam
ser estudados quanto a sua precisão para a estimação da produção na lactação.
Face ao exposto, o objetivo do presente trabalho foi determinar qual intervalo de
controle leiteiro mais apropriado para estimação das produções de leite pela manhã, à tarde
e total diária em vacas holandesas sob as condições do agreste de Pernambuco.
Material e Métodos
A região agreste do estado de Pernambuco é uma região intermediária entre a zona
da mata e o sertão, ocupando uma área equivalente a 1.239.000 ha, envolvendo 27
municípios, onde se concentra grande parte da bacia leiteira do Estado. Os solos são rasos
e cascalhentos, de origem pré-cambriana, formados pela decomposição do granito e do
gneiss, classificado como areno-argiloso (ZAPE, 2001). A vegetação nativa encontra-se
muito alterada da sua composição inicial apresentando plantas características como as
cactáceas silvestres, palma forrageira, umbuzeiro, agave, aveloz e goiabeira (Duque, 1980).
O clima situa-se em uma área de transição climática entre o tipo "A" tropical-
úmido, que aparece em alguns trechos ao sul do município, e o Bsh semi-árido, podendo-se
admitir que predominam em geral, condições atmosféricas que caracterizam um tipo
climático subúmido (FIDEPE, 1982).
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
O modelo físico de produção de leite encontra-se instalado na Estação
Experimental do IPA, localizada na região do Agreste Meridional do estado, a 196 km de
Recife (PE), na micro-região do Vale do Ipojuca, município de São Bento do Una. Com
área equivalente a 250 ha, está a 600 m acima do nível do mar, na latitude 8
o
31’ e
longitude 36
o
33’, a oeste (Encarnação, 1980), e tem um rio temporário, o Una.
Durante o período avaliado, as vacas foram ordenhadas mecanicamente e a
produção de leite monitorada a cada ordenha, pela manhã (às 7:00h) e à tarde (às 15:00h),
obtendo-se o registro da produção de leite por vaca por dia.
De maneira geral, o manejo adotado ao longo dos 16 anos de estudo na Estação
Experimental do IPA, mostra que as vacas eram estabuladas às 5:00h quando recebiam o
concentrado e o volumoso. O fornecimento do volumoso era feito de acordo com a época
do ano e disponibilidade de alimentos, consistindo na maioria das vezes, de capim elefante
(Pennisetum purpureum, Schum.), palma forrageira (Opuntia fícus incica, Mills), silagem
de milho (Zea mays), sorgo (Sorghum bicolor) e palhadas e o concentrado fornecido em
uma mistura de farelo de trigo, farelo de algodão, farinha de ossos e sal mineral. As
quantidades de concentrado fornecidas eram de acordo com cálculo tomando-se por base
as produções individuais das fêmeas, sendo este cálculo reavaliado mensalmente em
função da produção de cada animal.
Após a ordenha, as vacas eram levadas para piquetes, onde permanecem até às
12:00h. A partir daí, voltavam ao estábulo e recebiam novamente concentrado e volumoso,
sendo novamente ordenhadas sem a presença do bezerro.
Às 16:30h os animais voltavam aos piquetes de descanso, recebendo volumoso, sal
mineral, farinha de ossos e água à vontade, ali permanecendo até às 5:00h da manhã do dia
seguinte.
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
As vacas prenhes, nos dois meses que antecediam o parto, tinham sua ordenha
suspensa, assim como o fornecimento de concentrado. Duas semanas antes do parto eram
transferidas para a maternidade.
Após o parto as vacas recebiam os cuidados necessários, sendo reintegradas ao
estábulo das vacas em produção. As vacas eram ordenhadas para retirada do colostro, o
qual era fornecido ao bezerro em balde, por cinco dias, em média. A partir daí, as vacas
voltavam a fazer parte do controle leiteiro.
As vacas recém paridas ficavam em período de descanso de útero, por
aproximadamente 90 dias, para só então serem inseminadas.
Antes de se iniciar cada ordenha, era realizado o pre-dipping, e realizado o teste do
“caneco de fundo preto”, utilizando-se os primeiros jatos de leite de cada teto, para
detecção de mastite. Se diagnosticada a doença, as vacas eram ordenhadas ao final e
separadamente, tomando-se o cuidado para evitar contaminação dos outros tetos e de
outros animais, recebendo tratamento determinado pelo veterinário da própria Estação
Experimental.
Ao final da ordenha realizava-se o pos-dipping em que cada vaca tinha seus tetos
imersos em solução de iodo a 1% e as teteiras da ordenhadeira lavadas com água tratada
com hipoclorito de sódio e solução detergente a 0,5%.
As informações de produção leiteira constam do banco de dados da Associação
Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (ABCBRH) e foram obtidas na
Estação Experimental de São Bento do Una (PE), pertencentes à Empresa Pernambucana
de Pesquisa Agropecuária (IPA), vinculada à Secretaria de Agricultura de Pernambuco.
A análise dos dados foi realizada no Departamento de Zootecnia da Universidade
Federal Rural de Pernambuco, constando da digitação e verificação dos dados diários de
produção de leite, eliminando-se as observações com erros ou ausência de informações.
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
Após as inferências iniciais, os dados sofreram restrições estatísticas criadas na
medida em que foram sendo analisados, a fim de possibilitar uma melhor consistência das
informações, como a exclusão dos registros com informações anormais que poderiam
comprometer o estudo.
Foram analisadas observações diárias de produção de leite em duas freqüências de
ordenha, pela manhã (PLM) e à tarde (PLT), e produção de leite total diária (PLDIA)
tomadas em quatro diferentes intervalos (diário, semanal, a cada 20 dias e mensal),
provenientes de um total de 414 lactações de 188 vacas holandesas, variedade de pelagem
preta e branca, puras de origem e de alto grau genético (31/32 até a décima geração
controlada – PCOC), filhas de 42 touros (PAI) e 97 mães (MÃE), totalizando 117.196,
16955, 6062 e 4268 observações por variável nos controles diário, semanal, a cada 20 dias
e mensal, respectivamente (Tabela 1).
Tabela 1 – Resumo das observações de produção de leite utilizadas no estudo
Table 1 - Summary of the sample size of milk production used in the study
Número de observações
Sample size
Intervalo de observação
Interval of observations
Variável
Variable
Utilizadas
Used
Perdidas
Lost
Total
Total
PLM 100406 16790 117196
PLT 100232 16964 117196
Diário
Daily
PLDIA 100414 16782 117196
PLM 14804 2151 16955
PLT 14777 2178 16955
Semanal
Weekly
PLDIA 14805 2150 16955
PLM 5064 998 6062
PLT 5056 1006 6062
Cada 20 dias
Each 20 days
PLDIA 5064 998 6062
PLM 3433 835 4268
PLT 3431 837 4268
Mensal
Monthly
PLDIA 3433 835 4268
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
Para as análises estatísticas das observações utilizou-se o seguinte modelo auto-
regressivo de primeira ordem (Box et al., 1994):
Yi = µ + b
1
Di
1
+ b
2
Di
2
+ b
3
Di
3
,
o
nde Yi representa a observação de PLM, PLT e PLDIA diariamente, semanalmente, a
cada 20 dias e mensalmente; µ é uma constante geral comum a todas as observações; Di,
Di
2
e Di
3
os efeitos de grau um a três do tempo em lactação defasado em relação à média
anterior, cujo tempo foi tomado em dias desde o parto até a data da observação; b
1
, b
2
, b
3
,
são os coeficientes de regressão.
O modelo considerou também a heterocedasticidade presente nas observações.
Primeiramente, foi realizado o ajuste do modelo e cálculo dos parâmetros através
do método de Yule-Walker e depois o cálculo do autocorrelograma (Box et al., 1994).
Considerou-se para o correlograma um espaçamento máximo de 30 observações, por
aceitar que este seria o espaçamento máximo possível para uma freqüência de controle
mensal.
Para o cálculo da autocorrelação das produções de leite pela manhã, à tarde e total
do dia utilizou-se o PROC ARIMA, do Statistical Analysis System (SAS INSTITUTE,
2001) na análise e ajuste do modelo aos dados.
Para ajuste e seleção do melhor modelo foram utilizados como referência, de
acordo com Bozdogan (1987), os seguintes critérios: Teste de razão de verossimilhança –
LRT (-2 l l = -2 log verossimilhança); Critério de Informação de Akaike – AIC (-2 l l + 2
q) e Critério Bayesiano de Schwartz – BIC (-2 l l + 2 q log (n – p)), onde q é o número de
parâmetros de covariância, n é o número de observações e p é o posto de X.
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
Resultados e Discussão
As médias ajustadas de produção de leite, no dia do controle, tomada pela manhã
(PLM), à tarde (PLT) e durante o dia (PLDIA = PLM + PLT), os coeficientes de variação e
os coeficientes de determinação (R
2
), nos diferentes intervalos avaliados, estão dispostos
na Tabela 2.
Tabela 2. Médias ajustadas de produção de leite, no dia do controle, tomada pela manhã
(PLM), à tarde (PLT) e durante o dia (PLDIA = PLM + PLT), os coeficientes de
variação e os coeficientes de determinação (R
2
), nos diferentes intervalos
avaliados
Table 2. Adjusted means of milk production in milk production per the morning (PLM),
production of milk to the afternoon (PLT) and milk production in the day
(PLDIA),the variation coefficient, determination coefficient (R
2
), in the different
intervals of observations
Intervalo de observação
Interval of observations
Variável
Variable
Média
Mean
Coeficiente de variação (%)
Variation coefficient
R
2
(%)
PLM 8,3 31,26 26,73
PLT 5,6 33,38 25,53
Diário
Daily
PLDIA 14,0 32,78 26,11
PLM 8,3 31,30 26,20
PLT 5,7 33,56 25,07
Semanal
Weekly
PLDIA 14,6 32,78 25,69
PLM 8,2 31,44 26,03
PLT 5,6 33,44 25,01
Cada 20 dias
Each 20 days
PLDIA 14,0 32,98 25,46
PLM 8,2 31,68 25,13
PLT 5,7 33,70 24,43
Mensal
Monthly
PLDIA 14,1 33,25 24,57
Observa-se que as médias ajustadas de PLM, PLT e PLDIA são, praticamente, as
mesmas em quaisquer intervalos de controle avaliados e que os coeficientes de variação
(CV) flutuaram entre 31,26 a 33,70%, próximos dos 29,34% observados por Haygert et al.
(2000) e abaixo dos 38,32% encontrados por Zambianchi et al. (1996) para a produção de
leite no dia do controle leiteiro em vacas Jersey e Holandesas, respectivamente.
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
Na Tabela 3 estão apresentados os valores de ajuste dos modelos com base nos
critérios de Teste da Razão de Verossimilhança (LRT), de Informação de Akaike (AIC) e
Bayesiano de Schwartz (BIC).
Tabela 3. Ajustes estatísticos dos modelos para as observações de produção de leite pela
manhã (PLM), produção de leite à tarde (PLT) e produção de leite no dia
(PLDIA), em diferentes intervalos, em vacas puras e de alto grau genético em
fazenda experimental na região do agreste de Pernambuco
Table 3. Statistical adjustments models to the observations of milk production per the
morning (PLM), production of milk to the afternoon (PLT) and milk production
in the day (PLDIA), in different intervals, in pure cows and high genetic degree
for cross in an experimental farm in the region of the wasteland of Pernambuco
Intervalo de observação
Interval of observations
Variável
Variable
LRT AIC BIC
PLM 473609,8 473611,8 473621,3
PLT 411485,0 411487,0 411496,5
Diário
Daily
PLDIA 591536,6 591538,6 591548,2
PLM 70388,0 70390,0 70397,6
PLT 61363,7 61365,7 61373,3
Semanal
Weekly
PLDIA 87677,7 87679,7 87687,3
PLM 24159,5 24161,5 24168,0
PLT 20958,1 20960,1 20966,6
Cada 20 dias
To each 20 days
PLDIA 30079,6 30081,6 30088,1
PLM 16503,7 16505,7 16511,8
PLT 14386,3 14388,3 14394,4
Mensal
Monthly
PLDIA 20530,5 20532,5 20538,6
LRT = -2 Res Log Likewood; AIC = Critério de Informação de Akaike; BIC = Critério de Informação
Bayesiano de Schwartz.
De acordo com Nunez-Antón e Zimmerman (2000), estes critérios permitem a
comparação entre modelos que melhor se ajustam aos dados, sendo que os valores obtidos
para a LRT e o AIC tendem a favorecer modelos com maior número de parâmetros,
enquanto que o BIC penaliza esses modelos, tendendo a selecionar os mais parcimoniosos.
Entretanto, segundo Jamrozik et al. (1997), mesmo os modelos com menor número de
parâmetros podem ser tão eficientes que outros com vários parâmetros, além da diminuição
no tempo de análise e da redução da exigência computacional.
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
Apoiando-se na informação de Bozdogan (1987), o modelo escolhido deve ser
aquele que possuir menor valor para tais critérios, pois esses critérios estão ordenados em
aumento de preferência para parcimônia. Embora as diferenças existentes entre os critérios
utilizados sejam pequenas, tomando-se como referência o AIC, percebe-se clara diferença
a favor do controle mensal (Tabela 3). Assim, dentre os intervalos avaliados, diário,
semanal, a cada 20 dias e mensal, o melhor intervalo para tomada de dados de controle
leiteiro foi aquele realizado mensalmente.
Na Figura 1 são apresentados os gráficos referentes a autocorrelação serial da
produção de leite nos diferentes intervalos de ordenha (PLM, PLT e PLDIA) obtidos em
diferentes intervalos de controle leiteiro (diário, semanal, a cada 20 dias e mensal). As
correlações observadas entre quaisquer duas produções no intervalo de 30 dias em
qualquer estádio da lactação, foram altas e positivas, variando de 0,99 a 0,68, sendo mais
altas as produções mais próximas.
A partir das autocorrelações seriais das produções de leite observadas e estimadas
nos quatro intervalos estudados (Figura 1), constatou-se que ora subestima-se ora
superestima-se a produção de leite em um dado estádio da lactação. Estas situações são
mais pronunciadas nas PLT e PLM quando comparada a PLDIA.
A autocorrelação estimada para a PLM em intervalos de controles diário, semanal,
a cada 20 dias e mensal superestimam os valores de autocorrelação da PLM observada para
intervalos de zero a 14 dias entre duas produções quaisquer. Acima desse intervalo (entre
15 e 30 dias) os valores da autocorrelação preditos e observados estão mais próximos
(Figura 1).
Para a produção de leite da tarde (PLT), a autocorrelação estimada em intervalos de
controles diário, semanal, a cada 20 dias e mensal, superestimam os valores observados de
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
autocorrelação para intervalos de zero a 19 dias entre duas produções. Acima disso (entre
20 e 30 dias) os valores da autocorrelação preditos e observados se assemelham (Figura 1).
No caso da PLDIA a superestimação da autocorrelação em intervalos de controles
diário, semanal, a cada 20 dias e mensal, ocorre entre zero e sete dias entre duas produções.
Depois disso, os valores da autocorrelação são semelhantes (Figura 1).
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
0.65
0.7
0.75
0.8
0.85
0.9
0.95
1
0 5 10 15 20 25 30
Intervalo (Lag)
Autocorrelação
OBSERVADO
DIÁRIO
SEMANAL
CADA20
MENSAL
PLM
0.65
0.7
0.75
0.8
0.85
0.9
0.95
1
0 5 10 15 20 25 30
Intervalo (Lag)
Autocorrelação
OBSERVADO
DIÁRIO
SEMANAL
CADA20
MENSAL
PLT
0.65
0.7
0.75
0.8
0.85
0.9
0.95
1
0 5 10 15 20 25 30
Intervalo (Lag)
Autocorrelação
OBSERVADO
DIÁRIO
SEMANAL
CADA20
MENSAL
PLDIA
FIGURA 1. Autocorrelação serial da PLM, PLT e PLDIA, observada e predita, pelos
diferentes modelos.
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
Em se considerando o controle mensal como melhor modelo e, seguindo o mesmo
princípio de Bozdogan (1987) na determinação do melhor momento de ordenha (manhã,
tarde ou somatório manhã-tarde), pode-se indicar apenas a PLT como critério de seleção
dos melhores animais, visto que os indivíduos geneticamente superiores serão os melhores
qualquer que seja o horário de ordenha escolhido.
Como os intervalos entre as ordenhas neste trabalho não são eqüidistantes (da
manhã às 7:00h e da tarde às 15:00h), e o tempo desde a última ordenha constitui-se em
fator importante a influenciar a produção em cada ordenha (Hargrove, 1994), por questões
práticas e redução de custos sugere-se a adoção do fator de correção para sua estimação
ajustando-se para a tarde [FT = (PM + PT)/PT], como proposto por Everett e Wadell
(1970), pois a precisão da estimação da produção diária com este fator de correção é maior
que simplesmente duplicar a produção da manhã ou da tarde (Lee e Wardrop, 1984;
Cassandro et al. 1995). Teixeira et al. (2004) verificaram que o simples procedimento de
dobrar os controles da manhã foi o que mais subestimou a produção diária de leite,
sugerindo que o intervalo das ordenhas e o mês de lactação devem ser considerados.
Berry et al. (2005) avaliando a produção de leite em vacas holandesas com
alternância de esquemas de controles, afirmam que o esquema de coleta manhã-tarde ou
tarde-manhã, em intervalos mensais, ao invés de se tomar as duas amostras do dia, é uma
alternativa ao que é convencionalmente realizado para predizer a produção aos 305 dias
com grande precisão.
Teixeira et al. (2004), estimando a produção diária de leite em vacas Holandesas
usando controles de ordenhas da manhã e da tarde, verificaram que a alternância dos
controles, iniciando-se com o da manhã, em meses subseqüentes, foi o melhor sistema.
Além disso, de acordo com Putnam e Gilmore, citados por Gonçalves et al. (1996), o custo
do método alternado é 20% menor que o do controle mensal de duas ordenhas.
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
Na prática, a produção na lactação é estimada usando-se a produção diária de vacas,
controladas uma vez ao mês. Isto requer visitas mensais de um controlador oficial à
fazenda. Costa et al. (2004) afirmam que em virtude, principalmente, dos custos crescentes
deste controle, poucos rebanhos são controlados e que a alternância na freqüência do
controle poderia ser usada como estratégia para reverter tal situação. Além disso, há
redução do tempo de permanência do controlador na fazenda, menor interferência na rotina
do rebanho e maior número de rebanhos a serem controlados.
Entretanto, quaisquer das estratégias de ordenha pode ser adotada, visto que as
correlações de Pearson encontradas neste trabalho entre produções entre PLM, PLT e
PLDIA são altas, todas acima de r =
0,94, como se pode verificar na Tabela 4.
Tabela 4. Resumo das correlações para as observações de produção de leite pela manhã
(PLM), produção de leite à tarde (PLT) e produção de leite no dia (PLDIA), em
diferentes intervalos (diário, semanal, a cada 20 dias, mensal), em vacas puras e
de alto grau genético em fazenda experimental na região do agreste de
Pernambuco
Table 4. Resume of correlations to observations of milk production per the morning
(PLM), production of milk to the afternoon (PLT) and milk production in the day
(PLDIA), in different intervals (daily, weekly, to each 20 days, monthly), in pure
cows and high genetic degree for cross in an experimental farm in the region of
the wasteland of Pernambuco
Variável
Variable
Intervalo das observações
Interval of the observations
Número de
Observações
Sample size
PLM PLT PLDIA
102456 PLM 1,00000 0,90941** 0,95349**
102276 PLT 0,90941** 1,00000 0,94623**
Diário
Daily
102456 PLDIA 0,95349** 0,94632** 1,00000
15099 PLM 1,00000 0,90908** 0,95420**
12071 PLT 0,90908** 1,00000 0,94819**
Semanal
Weekly
15099 PLDIA 0,95420** 0,94819** 1,00000
5166 PLM 1,00000 0,90511** 0,95080**
5158 PLT 0,90511** 1,00000 0,94431**
Cada 20 dias
To each 20 days
5166 PLDIA 0,95080** 0,94431** 1,00000
3503 PLM 1,00000 0,91430** 0,95223**
3501 PLT 0,91430** 1,00000 0,94520**
Mensal
Monthly
3503 PLDIA 0,95223** 0,94520** 1,00000
** Significativo a 1% (P < 0,001).
** Significative at 1% (P < 0,001).
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
Conclusões
Para estimar a produção de leite em vacas holandesas nas condições do agreste
pernambucano, o intervalo mensal mostrou-se mais eficiente.
Para efeito de seleção de touros e vacas, pode-se utilizar qualquer intervalo de
ordenha, entretanto a produção de leite da tarde pode ser uma boa alternativa.
Para efeito de avaliação da produção de leite, a utilização de quaisquer intervalos de
ordenha (PLM, PLT ou PLDIA) fica a critério do produtor.
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35).
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
CAPÍTULO 2
Fatores ambientais influentes na produção diária de um rebanho experimental
holandês, no agreste de Pernambuco
1
Mônica Calixto Ribeiro de Holanda
2
, Severino Benone Paes Barbosa
3
Resumo: Foram analisadas observações diárias de produção de leite pela manhã
(PLM) e à tarde (PLT) e produção de leite total diária (PLDIA), provenientes de 414
lactações de 188 vacas holandesas, puras de origem e de alto grau genético, de um rebanho
criado no agreste de Pernambuco. No modelo foram incluídos os efeitos aleatórios de pai e
mãe, além do erro, e os fixos de ano-época de parto da vaca no dia do controle, idade da
vaca ao parto (IDP) e dias em lactação (DEL) e suas interações. Todos os efeitos foram
estatisticamente significativos sobre as produções de leite no dia do controle. Observou-se
que não houve tendência definida da produção de leite no dia do controle com a evolução
dos anos, apresentando flutuações em função de ano e estação de parição. Maiores médias
de PLM, PLT e PLDIA foram verificadas no ano de 1996 na estação de parição quatro
(agosto a outubro) em que se constata diminuição substancial da precipitação
pluviométrica acompanhada do aumento linear da temperatura média compensada. Os
efeitos de IDP (quadrático) e DEL (cúbico), assim como a interação no nível mais alto
indica que apesar da produção aumentar até certa idade, o DEL interfere na determinação
do volume total de leite produzido.
Palavras-chaves: Curva de lactação, fatores de ambiente, produção no dia do controle
leiteiro, vaca holandesa.
1
Parte da tese de doutorado do primeiro autor
2
Pós-Graduando, Prog. Dout. Int. Zoot. – DZ/UFRPE. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n; Bairro de Dois
Irmãos; 52.171-900, Recife (PE) – E-mail: holandam[email protected]om.br
3
Professor DZ/UFRPE. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n; Bairro de Dois Irmãos; 52.171-900, Recife (PE)
– E-mail:
sbarbosa@ufrpe.br
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
CHAPTER 2
Influents ambience factors on daily milk production in Holstein cattle in an
experimental herd, at agreste region on Pernambuco state, Northeastern Brazil.
Daily observations of milk production were analyzed in the morning (PLM) in the
afternoon (PLT) and as daily totals (PLDIA). Records were obtained from 414 lactations of
188 Holstein cows, pure of origin and high genetic degree, from a herd in Pernambuco.
The model included aleatory effects, besides the mistake, of the sire and dam, the season of
parturition of the cow during data recording, age of the cow at parturition (IDP), days in
milk (DEL) and their interactions. All the effects were statistically significant relating to
the milk production on day of data recording. It was observed the there was no defined
correlation between milk production on the days of data recording with an increase in age,
which presented flotation in year function and season of parturition. Larger averages of
PLM, PLT and PLDIA were found in 1996 in the season of parturition four (August at
October) in that a substantial decrease in precipitation accompanied by a linear increase of
the compensated medium temperature. The effects of IDP (quadratic) and DEL (cubic), as
well as the interaction in the highest level indicate that in spite of the increase of
production with age, the DEL interfere with the determination of the total volume of milk
produced.
Keywords: Lactation curve, environmental factors, test day yields, Holstein cow.
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
Introdução
A produção de leite é determinada pela constituição genética dos animais, a qual
reflete as aptidões genéticas de seus antecessores, e fatores não genéticos, ou ambientais,
que exercem influência na produção e na composição do leite, principalmente se estes
animais foram criados em um ambiente que se pronuncia de maneira bem mais forte, como
nas regiões tropicais.
O estudo dos fatores responsáveis pelas variações na produção de leite permite o
estabelecimento de métodos adequados de manejo e de ajuste dos dados utilizados no
processo de seleção dos animais (Quirino et al., 1998). Assim, o descarte de animais menos
eficientes para a exploração zootécnica, necessita da identificação de fatores ambientais
que interferem na produção animal. Efeitos ambientais, tais como rebanho, ano e época de
parto, idade da vaca ao parto e duração da lactação têm sido observados como fatores que
influenciam as produções de leite em vacas Holandesas nos estudos realizados por Barbosa
(1991), Gasparino (1996), Ribas et al. (2003), Teixeira et al. (2003), entre outros.
De acordo com Ptak e Schaeffer, (1993), os efeitos de ambiente que influenciam a
produção de leite no dia do controle são bem diferentes dos fatores que afetam a produção
aos 305 dias de lactação, pois na estimativa da produção de leite no dia do controle
incluem-se os efeitos associados a cada controle de produção, permitindo um ajuste mais
confiável desses efeitos sobre as estimativas de produção.
O efeito de rebanho sobre a produção de leite é explicado até mesmo em rebanhos
confinados, pois há diferenças de composição genética entre animais de diferentes
rebanhos. Além disso, cada rebanho adota um manejo nutricional, reprodutivo, sanitário e
de ordenha diferentes, seja em função da composição genética dos animais, do clima da
região ou até da perspectiva de redução de custos. Em revisão de literatura feita por
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
Gasparino (1996), o efeito de rebanho explica entre 11,4 e 13,8% da variação total da
produção de leite.
Outro efeito a exercer influência sobre a produção de leite é ano e época de parto e
muitos são os trabalhos encontrados na literatura científica que evidenciam este efeito
(Junqueira et al., 1997; Teixeira, 1998; Haygert et al., 2000; Ferreira et al., 2003). As
diferenças climáticas entre as estações do ano oferecem condições mais favoráveis ou não
de temperatura, luminosidade e precipitação pluviométrica, que podem afetar de forma
direta a qualidade e quantidade de forragem produzida e, conseqüentemente, a produção
animal.
A idade da vaca ao parto no dia do controle leiteiro também deve ser incluída nos
modelos que estimam a produção de leite, visto que tem afetado de forma significativa as
produções mensais e ou totais de leite (Meyer et al., 1989; Nunes Júnior, et al., 1996;
Balieiro et al., 1997; Vargas, et al., 1998; Ferreira e Fernandes, 2000; Freitas et al., 2000;
Schaeffer et al.2000; Morais Júnior et al., 2002; Teixeira et al. 2003).
De acordo com Stanton et al. (1992), a idade da vaca ao parto tem explicado maior
parte da variação na produção de leite no dia do controle e, segundo Gabriel et al. (1998) e
Gonçalves et al. (1999), isto é explicável pelo fato de que vacas mais novas, portanto,
ainda em crescimento, tendem a produzir menos leite que as vacas que atingiram o pleno
desenvolvimento fisiológico.
Outra fonte importante de variação que deve ser considerada ao se estimarem
produções de leite é o estádio de lactação (Barbosa et al., 1999; Ferreira et al., 2002;
Teixeira et al., 2003). Segundo Ferreira et al. (2002) a quantidade de leite produzida pelo
animal depende, em parte, do estádio de lactação que é determinado pelo número de dias
em produção.
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
Segundo Gabriel et al. (1998) o aumento da produção em função dos dias em
lactação de uma vaca ocorre pelo desenvolvimento e crescimento do sistema mamário até
o primeiro período seco, enquanto que o animal adulto possui capacidades digestiva,
circulatória e respiratória bem desenvolvidas, proporcionando-lhes melhores condições
para atingirem maior desempenho.
As vacas adultas podem chegar a produzir até 25% a mais de leite que as fêmeas
primíparas, sendo que o aumento do peso corporal responde, por aproximadamente, 5%
desse acréscimo, e o desenvolvimento do úbere pelos 20% restantes nas lactações
decorrentes (Lopes et al., 1996), com produção máxima ocorrendo por volta da quinta
lactação, o que corresponde a uma idade entre 69 e 105 meses (Balieiro et al., 1997;
Gabriel et al., 1998).
O estudo de rebanhos experimentais mantidos por entidades governamentais é de
grande valor para o estudo das influências ambientais, pois muitas vezes os dados obtidos
destes rebanhos refletem as políticas públicas de apoio aos produtores. A maioria desses
rebanhos apresenta registros produtivos bem administrados e por períodos de tempo
bastante longos, proporcionando a oportunidade de estudos de longo prazo, o que, muitas
vezes, não é possível em rebanhos comerciais, seja pela alta rotatividade em relação ao
aspecto de permanência dos animais no rebanho ou, inclusive, pela falta de conhecimento
da importância da realização do controle leiteiro para tomadas de decisões simples dentro
da propriedade.
Vislumbrando o potencial de se utilizar as produções de leite no dia do controle
(PLDC), o objetivo desse trabalho foi investigar os fatores de ambiente que podem
influenciar as produções diárias de leite da manhã, da tarde e total diária, em uma unidade
experimental com rebanho Holandês puro e de alto grau genético, no agreste de
Pernambuco.
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
Material e Métodos
O estudo foi conduzido no Departamento de Zootecnia da Universidade Federal
Rural de Pernambuco, cuja fase inicial constou da aquisição, digitação e verificação dos
dados diários de produção de leite, eliminando-se lactações com falhas ou alterações
drásticas de produção por motivos conhecidos como fêmeas sem datas de nascimento e de
parto ou sem identificação de pai e mãe. Para maior confiabilidade nos resultados
estabeleceu-se como critérios a idade ao parto mínima de 20 e a máxima de 180 meses.
Após as inferências iniciais, os dados sofreram restrições estatísticas criadas na
medida em que foram sendo analisados a fim de possibilitar melhor consistência das
informações. Assim, no arquivo inicial que continha 351588 observações, após a exclusão
dos registros com informações anormais que poderiam comprometer o estudo, restaram
307202 observações, representando uma perda de 12,62%.
As informações de produção leiteira constam do banco de dados da Associação
Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (ABCBRH) e foram obtidas na
Estação Experimental de São Bento do Una (PE), pertencentes à Empresa Pernambucana
de Pesquisa Agropecuária (IPA), vinculada à Secretaria de Agricultura de Pernambuco.
Foram analisadas observações diárias de produção de leite, em duas freqüências de
ordenha, pela manhã (PLM) e à tarde (PLT), e produção de leite total diária (PLDIA),
provenientes de um total de 414 lactações, de 188 vacas holandesas, variedade de pelagem
preta e branca, puras de origem e de alto grau genético (iniciando em 31/32 até a décima
geração, considerada GHB ou Holandês brasileiro), filhas de 52 touros (PAI) e 134 mães
(MÃE), totalizando 117.196 observações por variável (Tabela 1).
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
Tabela 1 – Resumo das observações de produção de leite utilizadas no estudo
Table 1 - Summary of the sample size of milk production used in the study
Número de observações
Sample size
Variável
Variable
Utilizadas
Used
Perdidas
Lost
Total
Total
PLM
102456 14740 117196
PLT 102282 14914 117196
PLDIA 102464 14732 117196
Total geral
General total
307202 44386 351588
As fêmeas avaliadas apresentaram ano de nascimento que variou de maio de 1975 a
abril de 2001, com partos entre janeiro de 1988 a agosto de 2003. Criaram-se grupos
contemporâneos (GCPARTO), constituídos pelo ano e mês de parto da vaca, definidos em
quatro épocas, sendo a época de parto 1, de novembro a janeiro, a 2, de fevereiro a abril, a
3, de maio a julho e a 4, de agosto a outubro, totalizando 53 grupos contemporâneos.
De acordo com dados meteorológicos do Instituto Nacional de Meteorologia, 3
o
Distrito de Meteorologia (3
o
DISME), na região do estudo distinguem-se duas estações
climáticas: uma seca, de agosto a janeiro e outra chuvosa, de fevereiro a julho, com
maiores médias de precipitação pluviométrica ocorrendo no mês de março (Figura 1).
Embora a região apresente duas estações bem definidas, adotaram-se quatro épocas para a
construção dos grupos contemporâneos, pelas variações observadas de precipitação, de
umidade relativa do ar e de temperatura ambiente e suas interações dentro de uma única
época.
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
0.00
10.00
20.00
30.00
40.00
50.00
60.00
70.00
80.00
90.00
Precipitação (mm)
62.00
64.00
66.00
68.00
70.00
72.00
74.00
76.00
78.00
80.00
82.00
Umidade Relativa do Ar (%)
18.00
19.00
20.00
21.00
22.00
23.00
24.00
25.00
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Mês
Temperatura Média Compensada (
o
C)
FIGURA 1. Dados de precipitação pluviométrica, umidade relativa do ar e temperatura
média compensada da estação meteorológica de Pesqueira-PE, em função do
mês, nos anos de 1988 a 2003.
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
A descrição da região e do manejo dispensado aos animais é idêntica à descrita no
Capítulo 1 desta tese.
Para as análises estatísticas das observações utilizou-se o seguinte modelo misto:
Yijkl = µ + PAIj+ MÃEk + CGPARTOl + b1 IDPi + b2 IDP
2
i + b3 Di + b4 D
2
i + b5 D
3
i + eijkl,
o
nde Yijkl representa as observações de PLM, PLT e PLDIA; µ é uma constante geral
inerente a todas as observações; PAI é o efeito aleatório do j-ésimo touro; MÃEk o efeito
aleatório da k-ésima vaca; IDPi e IDP
2
i os efeitos linear e quadrático da idade do animal ao
parto (em meses); Di, D
2
i e D
3
i os efeitos linear, quadrático e cúbico do tempo em lactação
tomado em dias desde o parto até a data da observação; b1, b2, b3, b4 5 b5 são os
coeficientes de regressão; eijkl é o erro, considerado aleatório, com distribuição normal [σ
N (0, R)], identicamente e independente distribuído (RESÍDUO).
Para estimar os componentes de variância e covariância necessários para a
estimativa dos parâmetros, o modelo foi ajustado utilizando a metodologia de Máxima
Verossimilhança Restrita (REML) através do PROC MIXED. A convergência do processo
iterativo foi definida quando a variância dos valores de -2 × logaritmo do valor da função
de máxima verossimilhança (- 2 Log(L
2
)) era inferior a 10
-9
, sendo as análises repetidas
com valores de convergência de análises anteriores até que o valor da terceira casa decimal
de -2 log l não se modificasse.
Para a estimativa dos efeitos fixos utilizou-se o método dos quadrados mínimos
ordinários para números desiguais de observações nas subclasses, através GLM do
Statistical Analysis System (SAS INSTITUTE, 2001). O estudo inicial das variáveis
incluiu efeitos fixos e aleatórios, e as interações entre os efeitos principais.
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
Resultados e Discussão
A partir dos resultados obtidos no primeiro trabalho, constatou-se que o controle
leiteiro mensal fornece uma melhor estimativa para avaliação da produção de leite. Assim,
no presente trabalho definiu-se pela utilização de tal controle.
As médias observadas no dia do controle para produção de leite pela manhã (PLM),
produção de leite à tarde (PLT) e produção de leite no dia (PLDIA), em intervalos mensais,
e seus respectivos devios-padrão podem ser observados na Tabela 2.
Levando-se em consideração o período estudado e a região onde a fazenda está
localizada, as produções observadas apresentam-se ligeiramente inferiores às verificadas
por Barbosa et al. (1994) quando avaliaram dados de vacas holandesas em Pernambuco nos
anos de 1978 a 1988, Nunes Júnior et al (1996), Matos et (1996), Ribas et al (1996),
Araújo et al. (2000), Ribas et al. (2003) e Molento et al. (2004), e semelhantes às de
Zambianchi et al. (1996).
Tabela 2. Número de observações de produção de leite pela manhã (PLM), produção de
leite à tarde (PLT) e produção de leite no dia (PLDIA), em intervalos mensais,
em vacas puras e de alto grau genético em fazenda experimental na região do
agreste de Pernambuco
Table 2. Number of the observations of milk production per the morning (PLM),
production of milk to the afternoon (PLT) and milk production in the day
(PLDIA), in monthly intervals, in pure cows and high genetic degree in an
experimental farm in the agreste region, Pernambuco state
Intervalo de
observação
Interval of
observations
Variável
Variable
Número de
observações
Sample size
Média
Mean
Desvio padrão
Standard dev.
Coeficiente de Variação
Coefficient of Variation (%)
PLM 3503 8,21 2,99 36,50
PLT 3501 5,66 2,19 38,65
Mensal
Monthly
PLDIA 3503 14,07 5,37 38,14
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
O fato de que alguns animais tenham apresentado produções muito baixas, como
conseqüência do prolongamento do período de lactação acima de 305 dias, não foi fator
decisivo para a eliminação dessas lactações nas análises. A despeito disso, esses animais
continuavam sendo mantidos em lactação e no controle leiteiro.
Apesar de não ter sido feita nenhuma restrição ao volume de leite produzido, esta
decisão não se mostrou imprudente, pois, pode-se observar que os coeficientes de variação
(CV) das PLM, PLT e PLDIA variaram de 36,50 a 38,65%. Esta amplitude de variação é
bastante semelhante às encontradas por Zambianchi et al (1996), Ferreira et al. (2003) e
Ledic et al. (2003), para a produção de leite.
O grupamento rebanho-ano-época de parto é muito utilizado em avaliações de gado
leiteiro para comparar as produções de animais sujeitos aos mesmos efeitos de meio
ambiente. De acordo revisão de literatura realizada por Ferreira et al. (2002), sobre a
utilização da produção de leite no dia do controle, os efeitos de rebanho, ano e época de
parto não devem ser considerados somente como efeitos simples nos modelos de análises,
mas também se devem avaliar suas interações, conduzindo à formação de grupos de
animais contemporâneos. De acordo com Jensen (2002), ao se utilizar a produção de leite
no dia do controle há melhor definição dos grupos contemporâneos e dos efeitos
ambientais associados a estes.
Por se tratar de um único rebanho considerou-se para a formação dos grupos
contemporâneos apenas os efeitos de ano e mês de parto tomados no dia controle leiteiro,
conforme sugestão apresentada por Stanton et al. (1992) e Ptak e Schaeffer (1993). A
substituição de “rebanho-ano-época” por “rebanho-ano-época no dia do controle leiteiro” é
mais conveniente por possibilitar a comparação de animais que têm produções controladas
no mesmo período, enfatizando a importância dos efeitos de ambiente na data do controle
(Swalve, 1995).
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
O efeito do agrupamento ano-época de parto influenciou significativamente
(P<0,01) as produções de leite pela manhã (PLM), à tarde (PLT) e a produção total no dia
(PLDIA) conforme pode ser visualizado na Tabelas 3. O resultado obtido foi semelhante
ao observado por outros autores (Mota et al., 1996; Teixeira, 1998; Haygert et al., 2000;
Ledic et al., 2003; Ferreira et al., 2003).
A variação da produção de leite nos grupos contemporâneos demonstra que, com a
evolução dos anos e da época de parto dentro de ano, não houve tendência definida dos
efeitos sobre a produção de leite no dia do controle, apresentando flutuações em função de
ano e época de parição, sugerindo uma condição de maior disponibilidade de alimento de
melhor qualidade em função da estação de parição e mudanças no manejo dos animais em
função do ano.
Mesmo observando a flutuação da produção em função de ano-época de parto,
maiores médias de PLM, PLT e PLDIA foram verificadas no ano de 1996 na estação de
parição quatro (agosto a outubro) em que se constata diminuição substancial da
precipitação pluviométrica acompanhada do aumento linear da temperatura média
compensada (Figura 1), indicando, possivelmente, alguma alteração no manejo destinado
ao plantel neste ano e provável suplementação alimentar, representada principalmente pelo
uso de silagens, em função da menor oferta em quantidade e qualidade das pastagens.
A influência de grupo contemporâneo já era esperada, visto que as oscilações
observadas nas produções de leite em função do ano-época de parto, possivelmente, são
reflexo das alterações climáticas que influenciam diretamente a disponibilidade e o valor
nutritivo das pastagens ao longo dos anos; das mudanças no manejo, no controle sanitário e
reprodutivo; nas variações sazonais de alimentos; nas variações na composição genética do
rebanho, seja por seleção seja por compra ou venda de animais e, até, da política
governamental relacionada à produção leiteira no decorrer dos anos. De acordo com
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
Teixeira (1998) os efeitos de ano e época de parto são responsáveis por 10 a 20% da
variação entre as produções e estão associados às estas condições a pouco citadas.
Tabela 3. Resumo das análises para efeitos aleatórios e análises de variância para a
influência de efeitos aleatórios e fixos sobre observações mensais da produção
de leite pela manhã (PLM), produção de leite à tarde (PLT) e produção de leite
no dia (PLDIA) em vacas puras e de alto grau genético em fazenda
experimental na região do agreste de Pernambuco
Table 3. Resume of analysis for random effects and analysis of variance for influence of
random and fixed effects on monthly observations of milk production at morning
(PLM), milk production at afternoon (PLT) and daily milk production (PLDIA),
in pure cows and high genetic degree in an experimental farm in the agreste
region, Pernambuco state
Efeitos aleatórios
Random effects
Efeitos fixos
Fixed effects
Variável
Variable
Parâmetro de
covariânica
Cov Parm
Estimativa
Estimate
Erro
padrão
Standard
Error
Valor
Z
Z Value
Efeito
Effect
GL
DF
Valor
F
F Value
PLM PAI 2,4825 0,6565 3,78 CG 45 4,59**
MÃE 2,0516 0,3573 5,74 IDP 1 0,00
NS
RESÍDUO 2,9872 0,07566 39,48 IDP2 1 102,89**
D 1 8,62**
D2 1 44,30**
D3 1 42,24**
IDP*CG 30 3,84
NS
IDP*D 1 33,75**
IDP2*D2 1 19,54**
IDP2*D3 1 14,75**
PLT PAI 1,1204 0,3017 3,71 CG 45 4,58**
MÃE 0,7119 0,1340 5,31 IDP 1 0,00
NS
RESÍDUO 1,6664 0,04222 39,47 IDP2 1 114,30**
D 1 8,24**
D2 1 48,63**
D3 1 49,12**
IDP*CG 30 3,90
NS
IDP*D 1 26,22**
IDP2*D2 1 17,27**
IDP2*D3 1 14,79**
PLDIA PAI 7,3172 1,9327 3,79 CG 45 5,34**
MÃE 5,4056 0,9464 5,71 IDP 1 0,00
NS
RESÍDUO 8,5071 0,2154 39,50 IDP2 1 130,26**
D 1 15,98**
D2 1 69,01**
D3 1 65,24**
IDP*CG 29 4,68**
IDP*D 1 34,51**
IDP2*D2 1 20,60**
IDP2*D3 1 15,16**
** Significativo a 1% (P < 0,001), * significativo a 5% (P < 0,05),
NS
Não significativo.
** Significative at 1% (P < 0,001), * significative at 5% (P < 0,05),
NS
Non significative.
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
A covariável idade da vaca ao parto exerceu influência significativa sobre as PLM,
PLT e PLDIA (P<0,001), de forma quadrática (Tabelas 3), evidenciando a perda da
capacidade produtiva em função da idade, concordando com os relatos de Cobuci et al.
(2000) quando estudou esse efeito sobre a produção de leite, de nove rebanhos Guzerá
distribuídos no Nordeste e Sudeste do Brasil, e com Ribas et al. (2003) quando avaliou os
fatores ambientais sobre a produção total de leite e o período de lactação em vacas
holandesas no estado do Paraná.
Os resultados observados são muito semelhantes ao descritos na literatura, onde a
produção de leite varia com a idade da vaca ao parto, aumentando desde a primeira
lactação até que a vaca atinja seu completo desenvolvimento corporal e maturidade
fisiológica (Nunes Júnior et al., 1996; Barbosa et al., 1999; Araújo et al., 2000; Cobuci et
al., 2000; Ferreira e Fernandes, 2000; Freitas et al., 2000; Morais Júnior et al., 2002; Ribas
et al., 2003).
A covariável dias em lactação (DEL), como efeitos linear, quadrático e cúbico,
mostrou-se significativa (P<0,001) sobre as PLM, PLT e PLDIA (Tabelas 3). Conforme
Ferreira et al. (2002), os trabalhos que envolvem produção de leite no dia do controle
utilizam normalmente o efeito DEL, considerado como fixo no modelo, sendo utilizado
como covariável e definindo-se os coeficientes de regressão linear, quadrático, cúbico e até
quártico.
Em função de que algumas vacas foram mantidas por um período muito longo em
lactação, decidiu-se não fazer nenhuma restrição a essas fêmeas quanto ao período de
lactação. Neste estudo constatou-se que a estação experimental, possivelmente, não adotou
critérios para retirada dessas fêmeas do controle leiteiro, sendo mantidas em lactação por
até 500 dias, com provável utilização de reforço no manejo nutricional, ultrapassando em
muito o período padrão de 305 dias de lactação.
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
O fato desses animais terem sido mantidos por mais tempo em lactação sugere um
manejo inadequado do rebanho, podendo ter acarretado, inclusive, em aumento indesejado
do intervalo de partos. A maioria das pesquisas publicadas relata apenas o efeito quadrático
da duração do período de lactação (Barbosa et al., 1999; Morais Júnior et al., 2002).
A forma da curva de lactação obtida neste trabalho não é típica para a raça
holandesa, sem pico de lactação pronunciado (Figuras 2, 3 e 4). Em parte, isso é devido à
baixa produção dos animais, assemelhando-se a curva de lactação de animais zebuínos
conforme observado por Ledic et al. (2003), cujo pico ocorreu no primeiro mês de parto.
Os resultados obtidos contrapõem-se aos encontrados por Stanton et al. (1992), Machado
(1997) e Ferreira (1999) em que o pico de produção é evidenciado entre o segundo e
terceiro controles.
A quantidade de leite produzida é dependente do estádio da lactação em que se
encontra o animal e é determinada pelo número de dias em produção, sendo a visualização
da curva de lactação de grande interesse, pois auxilia no manejo de fazendas leiteiras, visto
que as variações fisiológicas da produção de leite ao longo da lactação podem confundir na
tomada de decisões para determinadas vacas em função do seu nível de produção (Molento
et al., 2004). Assim, o estudo e a inclusão do efeito DEL é importante por determinar a
forma da curva de lactação (Jamrozik et al., 1997). Os ajustes da produção de leite para o
efeito DEL possibilitam a utilização de lactações curtas ou até incompletas, alargando a
base de dados a animais que, de outra forma, seriam excluídos da comparação.
A interação entre as variáveis idade da vaca ao parto (efeito quadrático) e dias em
lactação (efeito cúbico) foi estatisticamente significativa (P<0,001) para PLM, PLT e
PLDIA (Tabela 3). Partindo-se desse resultado pode-se deduzir que apesar da produção de
leite aumentar até a idade adulta para, em seguida, declinar, o efeito do estádio da lactação
em que estas fêmeas se encontram interferem na determinação do volume diário de leite
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
(Figuras 2, 3 e 4). Portanto, não apenas a idade isoladamente exerce efeito significativo,
mas também sua interação com o estádio de lactação que o animal se encontra.
FIGURA 2. PLM em função de idade da fêmea ao parto no dia do controle, em meses, e
dias em lactação, em intervalos mensais de controles.
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
FIGURA 3. PLT em função de idade da fêmea ao parto no dia do controle, em meses, e
dias em lactação, em intervalos mensais de controles.
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
FIGURA 3. PLDIA em função de idade da fêmea ao parto no dia do controle, em meses, e
dias em lactação, em intervalos mensais de controles.
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
Obtiveram-se equações de regressão para estimar as produções diárias de leite, em
intervalos de controles mensais, para vacas holandesas puras e de alto grau genético. Isto
possibilita adoção de tomada de decisão com relação à seleção, descarte e manejo das
vacas que estão abaixo ou acima dos valores estimados pelas equações.
As curvas de lactação médias para a produção de leite no dia do controle em
intervalos mensais (PLM, PLT e PLDIA) podem ser assim determinadas a partir das
equações:
PLM = 4,8693 + 0,1283*idp + 0,01624*del 0,00018*idp*del 0,00014*del
2
0,00067*idp
2
+ 5,49E-9*idp
2
*del
2
+ 2,503E-7*del
3
905E-14*idp
2
*del
3
PLT = 3,5055 + 0,08547*idp + 0,01230*del 0,00012*idp*del 0,00011*del
2
0,00045*idp
2
+ 3,731E-9*idp
2
*del
2
+ 1,993E-7*del
3
662E-14*idp
2
*del
3
PLDIA = 8,1068 + 0,2200*idp + 0,03783*del 0,00031*idp*del 0,00031*del
2
0,00115*idp
2
+ 8,98E-9*idp
2
*del
2
+ 5,351E-7*del
3
14E-12*idp
2
*del
3
Em função das equações de regressão foram construídas curvas de lactação que
podem ser visualizadas nas Figuras 2, 3 e 4.
Independente do intervalo de ordenha (PLM, PLT e PLDIA), máximas produções
diárias de leite ocorreram em fêmeas com, aproximadamente, 90 meses de idade, que
corresponde a 7,5 anos, e no início da lactação, por volta dos 30 dias de produção. Assim, à
medida que a vaca aumenta em idade pode apresentar uma maior ou menor produção em
função do estádio de lactação (DEL). Este resultado foi superior aos 78 meses (6,5 anos)
encontrados por Freitas et al. (2000) e aos 87 meses observados por Barbosa et al. (1999)
em vacas holandesas. Entretanto, a maioria dos trabalhos não avalia a interação entre idade
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
ao parto e dias de lactação, como realizado nessa pesquisa, estudando estes efeitos
isoladamente sobre a produção de leite.
Conclusões
Os efeitos de grupo contemporâneo, idade da vaca ao parto, dias em lactação e suas
interações mostraram-se significativos estatisticamente sobre as produções de leite no dia
do controle tomados em intervalos mensais e estas fontes de variação devem ser
consideradas no momento em que for avaliada a produção de leite.
A interação entre idade da vaca ao parto (efeito quadrático) e dias em lactação
(efeito cúbico) deve ser levada em consideração, pois se verificam produções distintas em
função da idade nos vários estádios de lactação. Assim, sugere-se que nos modelos
estatísticos sejam incluídos, além dos parâmetros isoladamente, as possíveis interações
entre eles.
Aconselha-se o descarte a partir dos 100 meses de idade quando, então, a produção
de leite diária começa a declinar.
Literatura Citada
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35).
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
ANEXOS
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
Normas para preparação de trabalhos científicos submetidos à publicação
na Revista Brasileira de Zootecnia
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RBZ (http://www.sbz.org.br/).
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editadas excedentes (a partir da nona). O Editor Chefe e o Conselho Científico, em casos
especiais, têm o direito de decidir sobre a publicação do artigo.
Língua: português ou inglês
Formatação de texto: times new roman 12, espaço duplo (exceto Resumo, Absract e
Tabelas), margens superior, inferior, esquerda e direita de 2,5; 2,5; 3,5; e 2,5 cm,
respectivamente. Pode conter até 25 páginas, numeradas sequencialmente em algarismos
arábicos. As páginas devem apresentar linhas numeradas.
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
Estrutura do artigo
Geral: o artigo deve ser dividido em seções com cabeçalho centralizado, em negrito, na
seguinte ordem: Resumo, Abstract, Introdução, Material e Métodos, Resultados e
Discussão, Conclusões, Agradecimento e Literatura Citada. Cabeçalhos de 3ª ordem
devem ser digitados em caixa baixa, parágrafo único e itálico. Os parágrafos devem iniciar
a 1,0 cm da margem esquerda.
Título: deve ser preciso e informativo. Quinze palavras são o ideal e 25, o máximo. Digitá-
lo em negrito e centralizado, segundo o exemplo: Valor nutritivo da cana-de-açúcar para
bovinos em crescimento). Quando necessário, indicar a entidade financiadora da pesquisa,
como primeira chamada de rodapé numerada.
Autores
Deve-se listar até seis autores. A primeira letra de cada nome/sobrenome deve ser
maiúscula (Ex.: Anacleto José Benevenutto), centralizado e em negrito. Não listá-los
apenas com as iniciais e o último sobrenome (Ex.: A.J. Benevenutto). Outras pessoas que
auxiliaram na condução do experimento e/ou preparação/avaliação do manuscrito devem
ser mencionadas em Agradecimento. Digitá-los separados por vírgula, com chamadas de
rodapé numeradas e em sobrescrito, que indicarão o vínculo profissional dos autores.
Informar somente o endereço eletrônico do responsável pelo artigo.
Ato da publicação: todos os autores devem estar em dia com a anuidade da SBZ, exceto
co-autores que não militam na área zootécnica, como estatísticos, químicos, biólogos, entre
outros, desde que não sejam o primeiro autor.
Resumo: deve conter entre 150 e 300 palavras. O texto deve ser justificado e digitado em
parágrafo único e espaço 1,5, começando por RESUMO, iniciado a 1,0 cm da margem
esquerda.
Abstract: deve aparecer obrigatoriamente na segunda página. O texto deve ser justificado
e digitado em espaço 1,5, começando por ABSTRACT, em parágrafo único, iniciado a 1,0
cm da margem esquerda. Deve ser redigido em inglês.
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
Palavras-chave e Key Words: apresentar até seis (6) palavras-chave e Key Words
imediatamente após o RESUMO e ABSTRACT, em ordem alfabética. Devem ser
elaboradas de modo que o trabalho seja rapidamente resgatado nas pesquisas
bibliográficas. Não podem ser retiradas do título do artigo. Digitá-las em letras minúsculas,
com alinhamento justificado e separado por vírgulas. Não devem conter ponto final.
Tabelas e Figuras: são expressas em forma bilíngüe (português e inglês), em que o
correspondente expresso em inglês deve ser digitado em tamanho menor e italizado.
Devem ser numeradas seqüencialmente em algarismos arábicos e apresentadas logo após a
chamada no texto. O título de tabelas e figuras deve ser curto e informativo, devendo-se
adotar as abreviaturas divulgadas oficialmente pela RBZ.
Citações no texto: as citações de autores no texto são em letras minúsculas, seguidas do
ano de publicação. Quando houver dois autores, usar & (e comercial) e, no caso de três ou
mais autores, citar apenas o sobrenome do primeiro, seguido de et al.
Literatura Citada
Geral: é normalizada segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT
(NBR 6023), à exceção das exigências de local dos periódicos. Em obras com dois e três
autores, mencionam-se os autores separados por ponto e vírgula e naquelas com mais de
três autores, os três primeiros vêm seguidos de et al. O termo et al. Não deve ser italizado e
nem precedido de vírgula. Deve ser redigida em página separada e ordenada
alfabeticamente pelo(s) sobrenome(s) do(s) autor(es). Os destaques deverão ser em negrito
e os nomes científicos, em itálico. Indica-se o(s) autor(es) com entrada pelo último
sobrenome seguido do(s) prenome(s) abreviado (s), exceto para nomes de origem
espanhola, em que entram os dois últimos sobrenomes. Digitá-las em espaço simples e
formatá-las segundo as seguintes instruções: no menu FORMATAR, escolha a opção
PARÁGRAFO... ESPAÇAMENTO...ANTES...6 pts.
Obras de responsabilidade de uma entidade coletiva (a entidade é tida como autora)
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALITICAL CHEMISTS - AOAC. Official methods of
analysis. 12.ed. Washington, D.C.: 1975. 1094p.
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
Livros
NEWMANN, A.L.; SNAPP, R.R. Beef cattle. 7.ed. New York: John Wiley, 1997. 883p.
Teses e Dissertações
Deve-se evitar a citação de teses, procurando referenciar os artigos publicados na íntegra
em periódicos indexados.
CASTRO, F.B. Avaliação do processo de digestão do bagaço de cana-de-açúcar auto-
hidrolisado em bovinos. Piracicaba: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 1989.
123p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz, 1989.
Boletins e Relatórios
BOWMAN,V.A. Palatability of animal, vegetable and blended fats by equine. (S.L.):
Virgínia Polytechnic Institute and State University, 1979. p.133-141 (Research division
report, 175).
Capítulos de livro
LINDHAL, I.L. Nutrición y alimentación de las cabras. In: CHURCH, D.C. (Ed.)
Fisiologia digestiva y nutrición de los ruminantes. 3.ed. Zaragoza: Acríbia, 1974. p.425-
434.
Periódicos
RESTLE, J.; VAZ, R.Z.; ALVES FILHO, D.C. et al. Desempenho de vacas Charolês e
Nelore desterneiradas aos três ou sete meses. Revista Brasileira de Zootecnia, v.30, n.2,
p.499-507, 2001.
Congressos, reuniões, seminários etc
CASACCIA, J.L.; PIRES, C.C.; RESTLE, J. Confinamento de bovinos inteiros ou
castrados de diferentes grupos genéticos. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE
BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 30., 1993, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro:
Sociedade Brasileira de Zootecnia, 1993. p.468.
Citar o mínimo de trabalhos publicados em forma de resumo, procurando sempre
referenciar os artigos publicados na íntegra em periódicos indexados.
HOLANDA, M. C. R., Avaliação da produção de leite do...
Citação de trabalhos publicados em CD ROM
EUCLIDES, V.P.B.; MACEDO, M.C.M.; OLIVEIRA, M.P. Avaliação de cultivares de
Panicum maximum em pastejo. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA
DE ZOOTECNIA, 36., 1999, Porto Alegre. Anais... São Paulo: Sociedade Brasileira de
Zootecnia/Gmosis, [1999] 17par. CD-ROM. Forragicultura. Avaliação com animais. FOR-
020.
Na citação de material bibliográfico obtido via internet, o autor deve procurar
sempre usar artigos assinados, sendo também sua função decidir quais fontes têm
realmente credibilidade e confiabilidade.
Citação de trabalhos em meios eletrônicos
Usenet News
Autor, < e-mail do autor, “Assunto”, “Data da publicação”, <newsgroup (data em que foi
acessado)
E.mail
Autor, < e-mail do autor. “Assunto”, Data de postagem, e-mail pessoal, (data da leitura)
Web Site
Autor [se conhecido], “Título”(título principal, se aplicável), última data da revisão [se
conhecida], < URL (data em que foi acessado)
FTP
Autor [se conhecido] “Título do documento”(Data da publicação) [se disponível],
Endereço FTP (data em que foi acessado)
Gopher
Autor [se conhecido] “Título do documento”, Qualquer informação sobre o documento
impresso [se aplicável], Endereço Gopher (data em que foi acessado).
Livros Grátis
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