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ANDRESSA SASAKI VASQUES PACHECO
EVASÃO: ALISE DA REALIDADE DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM
ADMINISTRAÇÃO A DISTÂNCIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA
CATARINA
FLORIANÓPOLIS
2007
DISSERTAÇÃO apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Administração da Universidade Federal
de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do
título de Mestre em Administrão.
Professor Orientador: Pedro Antônio de Melo, Dr.
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ANDRESSA SASAKI VASQUES PACHECO
Esta dissertão foi julgada adequada para obtenção de tulo de Mestre em Administração e
aprovada, em sua forma final pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da
Universidade Federal de Santa Catarina.
Prof. Rolf Hermann Erdmann, Dr.
Coordenador
Apresentada à Banca Examinadora integrada pelos professores:
Prof. Pedro Antônio de Melo, Dr.
Orientador
Prof.Luís Moretto Neto, Dr.
Co-orientador
Prof. Marcos Baptista Lopez Dalmau, Dr.
Membro
Ymiracy Nascimento de Souza Polak, Dra.
Membro
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3
AGRADECIMENTOS
A DEUS, por ter me guiado pelo caminho que proporcionou conhecer as pessoas que
venho aqui agradecer.
À minha família, por tudo que fizeram para que eu sempre tivesse ótimos estudos e
recursos para tudo que eu fizesse, em especial ao meu irmão e estagiário, Anderson.
A minha família UFSC, meus pais Professor Luis Moretto Neto e a Professora Liane
Carly Hermes Zanella, aos irmãos professores Alexandre Marino Costa e Marcos Baptista
Lopez Dalmau. Obrigada pela confiança, amizade e apoio.
Ao professor Pedro Antônio de Melo e ao INPEAU, pelo acolhimento, apoio e
compreensão que tiveram comigo durante meu mestrado.
Aos professores do CAD que trabalharam comigo nesse período.
Aos meus colegas de mestrado, principalmente Raphael Schlickmann, companheiro de
trabalhos, artigos, histórias e risadas.
A tutoria do EAD, por proporcionar meu crescimento profissional, acadêmico e
pessoal. Aos tutores, amigos e colegas de trabalho que não posso deixar de mencionar nesse
trabalho: Thiago, Germano, Douglas, Maurício, Luciano, Alexandre e Francisco. Em especial
a Gabriela Coto, por toda a ajuda na aplicão dos questionários.
A uma grande amiga que conheci na tutoria, Juliana Vital (Peste), por todo apoio,
discussões, reuniões e besteiras que falamos nesse um ano de trabalho!
A minha amiga-irmã Kelly, pelo apoio, ajuda, carinho e amizade incondicional
durante todo o mestrado e pelos anos que ainda estão por vir.
OBRIGADA A TODOS!
4
"Se vo quer ser bem sucedido, precisa ter dedicação
total, buscar seu último limite e dar o melhor de si
mesmo."
Ayrton Senna
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RESUMO
PACHECO, Andressa Sasaki Vasques. Evasão: análise da realidade do curso de graduão
em Administração a distância da Universidade Federal de Santa Catarina. 2007. 136 f.
Dissertação (Mestrado em Administrão) Programa de Pós-Graduão em Administrão,
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2007.
Orientador: Dr. Pedro Antônio de Melo
A educação é uma das principais bases para o crescimento econômico e social de um país. A
expansão da educação superior no Brasil, devido a sua extensão territorial, é um desafio para
os governantes. Para isso, o Governo brasileiro vem incentivando ões para o
desenvolvimento da Educão a Distância nas IES, tendo como um dos pontos principais
dessa ação da UAB/MEC o projeto piloto do curso de Administração a distância. Em busca de
informações para uma das IES participante desse projeto, este trabalho objetivou analisar os
fatores dificultadores à permanência dos alunos e seus reflexos no processo de evasão no
curso de graduão em Administrão a distância da Universidade Federal de Santa Catarina.
Quanto aos procedimentos metodológicos caracteriza-se como: teórico-empírico, descritivo,
ex-post-facto, aplicado, bibliográfica, participante e estudo de caso, com abordagem
predominantemente quantitativa. Foram coletados dados junto aos alunos freentes e
evadidos ao curso. Conclui-se que não há um fator preponderante para a evasão, apresenta-se
sim um conjunto de fatores, sendo a maioria característicos da modalidade a distância, como
os relacionados com contato ou com a tutoria. Pôde-se perceber também que muitos dos
fatores citados como dificultadores e contribuintes a evasão, advêm de uma carência oriunda
de um modelo mental da modalidade presencial, ou seja, fatores como a falta de contato direto
com professores, colegas e tutores traz dificuldades aos alunos, podendo assim levá-los ao
abandono do curso. Ressalta-se também que alguns fatores contribuintes à evasão podem ser
minimizados com uma divulgão prévia do curso mais eficiente. Além disso, faz-se
necessária a desmistificação de que na modalidade a distância não há cobrança, ou que a
qualidade dessa é inferior ao presencial, tendo assim um compromisso de todos os agentes do
processo em angariar confiança e credibilidade à EaD. Por fim, recomenda-se o
monitoramento connuo dos fatores de evasão, bem como dos fatores dificultadores aos
alunos, podendo assim criar prognósticos consistentes sobre a realidade desse fenômeno.
Palavras-chaves: Evasão. Educação a distância. Instituições de Ensino Superior.
6
ABSTRACT
Education is one of the main bases for the economic and social growth of a country. The
superior education expansion at Brazil, because of its territorial extension, is a challenge for
the governing. For this, Brazilian Government comes in stimulating actions for the
development of Distance Education in the institutions of superior education, having as one of
the main points of this action the UAB/MEC pilot project of the Administration course by
distance. In a search of information for one of the participant institutions of this project, this
work objectified to analyze the factors that difficult the permanence of the students and its
consequences in the process of evasion in the graduation course of Administration of the
Universidade Federal de Santa Catarina by distance. About the methodological procedures it
is characterized as: theoretician-empiricist, description, ex-post-facto, applied,
bibliographical, participant and case study, with predominantly quantitative boarding. Data
had been collected with the frequent and run away students of the course. It is concluded that
it does not have a preponderant factor for the evasion, but a set of factors, being the majority
of them characteristic of the distance modality, as the ones related to contact or the
guardianship. It could also be perceived that many of the cited as factors that difficult and
contributors for the evasion, come from a lack derived of a mental model of the presential
modality, or either, factors as the lack of direct contact with professors, colleagues and tutors
bring difficulties to the students, thus being able to make them to abandon the course. It is
also standed out that some contributing factors to the evasion can be minimized with a most
efficient previous spreading of the course. Although, the demystification of that in the
distance modality there is no charging becomes necessary, or that the quality of this is inferior
to the presential one, thus having a commitment of all the agents of the process in get
confidence and credibility to the EaD. Finally, it is recommended the continuous monitoring
of the evasion factors, as well as the factors that difficult for the students, being able to create
consistent prognostics on the reality of this phenomenon.
Key-words: Evasion. Distance education. Universities.
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Instrumento das causas de evasão........................................................................37
Figura 2: Educão a distância............................................................................................44
Figura 3: Fatores dificultadores ao aprendizado e contribuintes à evasão.............................79
8
LISTA DE GFICOS
Gráfico 1: Gênero dos alunos..............................................................................................80
Gráfico 2: Estado civil dos estudantes.................................................................................81
Gráfico 3: Número de filhos dos estudantes........................................................................82
Gráfico 4: Renda dos estudantes.........................................................................................83
Gráfico 5: Escolaridade dos estudantes no início do curso...................................................84
Gráfico 6: Residência dos estudantes em relação aos pólos.................................................85
Gráfico 7: Realização de outro curso a distância.................................................................86
Gráfico 8: Posse de computador com internet.....................................................................87
Gráfico 9: Acesso ao computador com internet no local de trabalho....................................88
Gráfico 10: Freqüência de acesso à Internet e e-mails.........................................................89
Gráfico 11: evasão por categoria funcional.........................................................................91
Gráfico 12: evasão por gênero.............................................................................................92
Gráfico 13: Análise das médias...........................................................................................93
Gráfico 14: evasão por lo................................................................................................94
Gráfico 15: Categoria Sócio-político-econômica fatores dificultadores............................97
Gráfico 16: Categoria Vocão Pessoal fatores dificultadores..........................................98
Gráfico 17: Características individuais fatores dificultadores...........................................98
Gráfico 18: Categoria Conjuntural fatores dificultadores..................................................99
Gráfico 19: Categoria Atitude Comportamental fatores dificultadores............................100
Gráfico 20: Categoria Motivos Institucionais fatores dificultadores................................102
Gráfico 21: Categoria Requisitos didático-pedagógicos fatores dificultadores................103
Gráfico 22: Categoria Sócio-político-econômica fatores contribuintes à evasão.............105
Gráfico 23: Categoria Vocão Pessoal fatores contribuintes à evasão...........................106
Gráfico 24: Características individuais fatores contribuintes à evasão............................107
Gráfico 25: Categoria Conjuntural fatores contribuintes à evasão...................................108
Gráfico 26: Categoria Atitude Comportamental fatores contribuintes à evasão...............109
Gráfico 27: Categoria Motivos Institucionais fatores contribuintes à evasão...................110
Gráfico 28: Categoria Requisitos didático-pedagógicos fatores contribuintes à evasão...111
Gráfico 29: Categoria Sócio-político-econômica Alunos freqüentes X Alunos evadidos114
Gráfico 30: Categoria Vocão Pessoal Alunos freentes X Alunos evadidos..............115
Gráfico 31: Características individuais Alunos freentes X Alunos evadidos...............116
Gráfico 32: Categoria Conjuntural Alunos freentes X Alunos evadidos......................116
9
Gráfico 33: Categoria Atitude Comportamental Alunos freqüentes X Alunos evadidos..117
Gráfico 34: Categoria Motivos Institucionais Alunos freqüentes X Alunos evadidos......118
Gráfico 35: Categoria Requisitos didático-pedagógicos Alunos freqüentes X Alunos
evadidos...........................................................................................................................120
10
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Categorias internas as IES..................................................................................35
Quadro 2: Categorias externas as IES..................................................................................36
Quadro 3: Gerações da educão a distância.......................................................................41
Quadro 4: comparão entre características dos estudantes.................................................47
Quadro 5: comparão características dos docentes/tutor....................................................50
Quadro 6: comparão características dos recursos e comunicação.....................................51
Quadro 7: comparão entre as características da estrutura e da gestão...............................52
Quadro 8: Categorias externas as IES..................................................................................70
Quadro 9: Categorias internas as IES..................................................................................71
Quadro 10: valores da média ponderada..............................................................................72
Quadro 11: Fatores dificultadores ao aprendizado e contribuintes à evasão.........................78
11
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Índice de titulação...............................................................................................31
Tabela 2: Comparão entre as evasões totais nas IES do Brasil, por categoria administrativa
...........................................................................................................................................32
Tabela 3: Gênero dos alunos...............................................................................................80
Tabela 4: Estado civil dos estudantes..................................................................................81
Tabela 5: Número de filhos dos estudantes..........................................................................82
Tabela 6: Renda dos estudantes...........................................................................................82
Tabela 7: Escolaridade dos estudantes no início do curso....................................................83
Tabela 8: Residência dos estudantes em relação aos pólos..................................................84
Tabela 9: Realização de outro curso a distância...................................................................85
Tabela 10: Posse de computador com internet.....................................................................86
Tabela 11: Acesso ao computador com internet no local de trabalho...................................87
Tabela 12: Freqüência de acesso à Internet e e-mails...........................................................88
Tabela 13: categoria funcional dos alunos evadidos............................................................90
Tabela 14: evasão por categoria funcional...........................................................................90
Tabela 15: gênero dos alunos evadidos...............................................................................91
Tabela 16: evasão por gênero..............................................................................................91
Tabela 17: Análise dos alunos geral e evadidos...................................................................92
Tabela 18: Evasão por pólo.................................................................................................93
Tabela 19: Evasão e desempenho dos tutores......................................................................95
Tabela 20: Correlação entre alunos evadidos e desempenho dos tutores..............................95
Tabela 21: Categoria Sócio-político-econômica fatores dificultadores..............................96
Tabela 22: Categoria Vocão Pessoal fatores dificultadores............................................97
Tabela 23: Características individuais fatores dificultadores.............................................98
Tabela 24: Categoria Conjuntural fatores dificultadores...................................................99
Tabela 25: Categoria Atitude Comportamental fatores dificultadores...............................99
Tabela 26: Categoria Motivos Institucionais fatores dificultadores.................................100
Tabela 27: Categoria Requisitos didático-pedagógicos fatores dificultadores.................102
Tabela 28: Categoria Sócio-político-econômica fatores contribuintes à evasão...............104
Tabela 29: Categoria Vocão Pessoal fatores contribuintes à evasão............................105
Tabela 30: Características individuais fatores contribuintes à evasão..............................106
12
Tabela 31: Categoria Conjuntural fatores contribuintes à evasão....................................107
Tabela 32: Categoria Atitude Comportamental fatores contribuintes à evasão................108
Tabela 33: Categoria Motivos Institucionais fatores contribuintes à evasão....................109
Tabela 34: Categoria Requisitos didático-pedagógicos fatores contribuintes à evasão....110
Tabela 35: Média das categorias fatores contribuintes à evasão.....................................112
Tabela 36 : Foi a sua primeira experiência em EaD?.........................................................112
Tabela 37: Você tentaria fazer outro curso de EaD?.........................................................112
Tabela 38: O EaD é:.........................................................................................................113
Tabela 39: Categoria Sócio-político-econômica Alunos freqüentes X Alunos evadidos..113
Tabela 40: Categoria Vocão Pessoal Alunos freentes X Alunos evadidos................114
Tabela 41: Características individuais Alunos freentes X Alunos evadidos.................115
Tabela 42: Categoria Conjuntural Alunos freentes X Alunos evadidos.......................116
Tabela 43: Categoria Atitude Comportamental Alunos freqüentes X Alunos evadidos...117
Tabela 44: Categoria Motivos Institucionais Alunos freqüentes X Alunos evadidos.......118
Tabela 45: Categoria Requisitos didático-pedagógicos Alunos freqüentes X Alunos
evadidos...........................................................................................................................119
13
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................15
1.2 OBJETIVOS.................................................................................................................19
1.2.1 Geral..........................................................................................................................19
1.2.2 Específicos.................................................................................................................19
1.3 JUSTIFICATIVA.........................................................................................................20
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO..................................................................................21
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-EMPÍRICA............................................................23
2.1 EDUCAÇÃO SUPERIOR............................................................................................23
2.1.1 Qualidade e avaliação nas IES.................................................................................26
2.2 EVASÃO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR.....................................................................29
2.2.1 Tipos de evasão.........................................................................................................33
2.2.2 Fatores contribuintes à evasão nas IES...................................................................34
2.3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - EAD...........................................................................38
2.3.1 Histórico...................................................................................................................38
2.3.2 Discussão conceitual de EaD....................................................................................42
2.3.3 Vantagens e desvantagens da EaD..........................................................................45
2.3.4 Características da EaD............................................................................................47
2.3.5 EaD no Brasil e em países em desenvolvimento......................................................54
2.3.5.1 Universidade Aberta do Brasil.................................................................................56
2.3.6 Pressupostos para Qualidade da educação a distância...........................................57
2.4 EVASÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA...............................................................59
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.................................................................66
3.1 ABORDAGEM E TIPO DE ESTUDO.........................................................................66
3.2 COLETA DE DADOS..................................................................................................67
3.2.1 População da pesquisa.............................................................................................68
3.2.2 Instrumento de coleta de dados...............................................................................69
3.3 TRATAMENTO E ANÁLISE DE DADOS..................................................................72
3.4 LIMITAÇÕES..............................................................................................................73
4 RESULTADOS DA PESQUISA...................................................................................74
14
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO..................................................................74
4.2 FATORES CONTRIBUINTEs À EVASÃO NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO NA
MODALIDADE A DISTÂNCIA........................................................................................77
4.3 PERFIL DOS ESTUDANTES......................................................................................80
4.4 CARACTERÍSTICAS DA EVASÃO NO CURSO.......................................................89
4.5 ANÁLISE DOS FATORES DIFICUTALDORES À APRENDIZAGEM DOS ALUNOS
A DISTÂNCIA...................................................................................................................96
4.6 ANÁLISE DOS FATORES CONTRIBUINTES À EVASÃO DOS ALUNOS...........104
4.7 COMPARAÇÃO ENTRE FATORES DIFICULTADORES À APRENDIZAGEM E
CONTRIBUINTES À EVASÃO DOS ALUNOS.............................................................113
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES...................................................................121
5.1 CONCLUSÕES..........................................................................................................121
5.2 RECOMENDAÇÕES.................................................................................................125
REFERÊNCIAS..............................................................................................................127
APÊNDICE A Questionário alunos freentes..........................................................132
APÊNDICE B Questionário alunos evadidos.............................................................133
ANEXO A Comunicado do Coordenador do curso para rematrícula.......................135
ANEXO B - Comunicado da Diretora DEaD UFSC para rematrícula........................136
15
1 INTRODUÇÃO
Os recentes e constantes avanços das tecnologias de informação e comunicação
relativizaram os conceitos de espo geográfico e tempo, reduzindo virtualmente as distâncias
territoriais e otimizando o tempo gasto para acessar o vasto acervo da produção cultural da
humanidade que ora é disponibilizado na rede internacional de computadores.
Semelhantemente ao impacto ocorrido com a invenção da imprensa, de Gutemberg,
na Idade Média, a emergência das chamadas sociedades da informação cristalizou profunda
revolução no campo da divulgação do conhecimento (ABRAED, 2007, p.18).
Corroborando com essa afirmação, a UNESCO (1997) destaca que a aceleração
vertiginosa no desenvolvimento das tecnologias de informação e de comunicão passou a
configurar um desafio e até um questionamento da adequão dos sistemas tradicionais de
ensino, mas, simultaneamente, passou a oferecer também parcerias na criação de uma ampla
gama de novas oportunidades de aprendizagem sem restrições de tempo e espaço.
Nesse sentido, percebe-se cada vez mais a necessidade prioritária de formão
continuada, pois, é menor o ciclo de vida útil dos conhecimentos e habilidades que um
trabalhador qualificado requer para seu trabalho (ARIAS, 2005).
Aretio (2002) complementa essa reflexão ao afirmar que as ânsias por aprender são
hoje enormes em boa parte dos extratos do tecido social. Procura-se saber mais para ampliar
oportunidades; dialogar mais e melhor com o entorno; estar interado com outros seres
humanos; adquirir conhecimentos, habilidades e formas de comportamento adequados às
necessidades próprias e às demandas da sociedade. Saber mais, sem ter que abandonar o posto
de trabalho; aprender sem ter de seguir ritmos e formas rotineiras para um grupo; aprender e
saber mais, mas sem necessidade de ir a um lugar determinado em um momento concreto
(ARETIO, 2002).
Neste contexto, a modalidade de educação a distância foi potencializada, culminando
em uma educação cada vez mais próxima e personalizada, além de privilegiar a troca de
conhecimentos em rede e, com isso, instigar o surgimento de comunidades de aprendizagem
(ABRAED, 2007). Complementa-se ainda que
a Educação a Distância - EaD tende doravante a se tornar cada vez mais um
elemento regular dos sistemas educativos, necessário não apenas para atender a
demandas e/ou grupo específicos, mas assumindo funções de crescente importância,
especialmente no ensino pós-secundário, ou seja, na educão da população adulta, o
que inclui o ensino superior regular e toda a grande e variada demanda de formação
connua gerada pela obsolesncia acelerada da tecnologia e do conhecimento
(BELLONI, 2006, p.4-5).
16
Dentre os benefícios decorrentes da modalidade a distância, pode-se citar os
oferecidos aos empregadores, os quais oferecem alta qualidade de ensino e, muitas vezes
também, a promoção profissional ao menor custo possível, no próprio local de trabalho.
Permite ainda o aperfeiçoamento de habilidades, o aumento da produtividade e a promoção de
uma nova cultura de aprendizagem, além de significar, para o empregador, uma divisão de
custo, de tempo de treinamento e mobilidade maior do treinamento (UNESCO, 1997).
Para os governos, o potencial da EaD reside no aumento da capacidade dos sistemas
de educação e treinamento, na possibilidade de alcançar grupos-alvo com acesso limitado à
educação e ao treinamento convencional, na possibilidade de apoiar e melhorar a qualidade e
relevância de estruturas educacionais existentes, na possibilidade de obter maior eficiência
financeira na educação e no treinamento e de promover inovões e oportunidades de
aprendizagem permanente (UNESCO, 1997).
Também há as vantagens para o estudante, que passa a ter um acesso mais fácil e uma
maior flexibilidade na educação, bem como a possibilidade de conciliar trabalho e educação.
Pode significar ainda, um enfoque mais centrado no aprendizado, no seu aprimoramento, na
maior qualidade e em novas maneiras de interão (UNESCO, 1997).
Destaca-se que boa parte do público da EaD é formada pela populão adulta, que se
beneficia de diversas das vantagens dessa modalidade de ensino. Corroborando com essa
afirmação, Pereira (2003, p.20) ressalta que
o ensino a distância é adequado aos adultos que, por razões de ordem social,
ecomica ou educacional, não podem freentar cursos regulares e, também, para
aqueles que desejam apressar a conclusão de cursos ou simplesmente desejam
estudar por interesse ou prazer pessoal. Quaisquer que sejam as razões por não
poderem freqüentar cursos presenciais, porque trabalham ou precisam permanecer
no lar -, os adultos podem considerar os cursos a distância mais práticos do que
freqüentar cursos de tempo parcial, diurnos e noturnos. Para alguns, não há
alternativa possível. Outros podem preferir estudar a distância. Qualquer que seja a
razão, muitos adultos buscam o ensino a distância e estudam diferentes conteúdos
por razões variadas.
Diante do crescimento dessa modalidade e de um futuro otimista para a EaD, percebe-
se que nem todas as instituições estão conseguindo obter resultados favoráveis, visto que o
planejamento de cursos com tais características não é tão parecido com o do meio presencial.
O desafio é usar a educão à distância de forma mais sistemática, integrada à estrutura
educacional da região, de modo a melhorar a qualidade, a eficácia e a eficiência da educão e
do treinamento, provendo oportunidades educacionais mais amplas e variadas (UNESCO,
1997).
O estudo da Gestão Universitária vem corroborar com esse panorama, buscando
atender essas lacunas e preparar qualificadamente profissionais para atuar nas Instituições de
17
Ensino Superior (IES). Com isso, destaca-se a importância de um estudo da gestão dos cursos
dessa modalidade. Ao encontro dessas idéias, Rumble (2003, p.13) apresenta que
a gestão não se limita a certas categorias de empresa. A gestão é um exercício
comum a todas as organizões, quer tenham finalidade lucrativa ou não, quer sejam
grandes ou pequenas, pública ou privadas. O ensino não é uma exceção. É
fundamental, para os diferentes atores do processo, que a gestão do ensino seja
eficiente (que garanta o equibrio entre os gastos e os produtos do processo
educativo, de forma a diminuir os custos ao máximo) e eficaz (que atinja os
objetivos).
A UNESCO (1997) complementa essa reflexão ao afirmar que ainda que a gerência e
a administração eficiente requer não apenas uma equipe competente, mas também sistemas e
rotinas administrativas bem definidas e eficientes, além de sistemas de planejamento e
monitoramento, de planejamento orçamentário e de prestação de contas que levem em
consideração critérios de desempenho. Muitas vezes serão bastante diferentes dos sistemas
correspondentes à gestão de outras formas de educação.
Ressalta-se ainda a importância de profissionais com ênfase em gestão de cursos na
modalidade a distância, pois estes não estão isentos dos mesmos desafios encontrados no
sistema tradicional de ensino. Devem dotar-se das mesmas competências comuns a
quaisquer gestores, mas o cenário no qual exercem suas atividades é bastante diferente
(RUMBLE, 2003, p.14).
Um dos problemas enfrentados pelos gestores das IES é a evasão nessas instituições.
A UNESCO (1997) destaca que em muitos países ainda há acesso limitado ao ensino e altas
taxas de evasão escolar.
Quanto a essa realidade no sistema educacional brasileiro, segundo Souza (1999), a
evasão é apontada por vários pesquisadores como uma das suas maiores deficiências. Afirma
ainda que são poucas, no entanto, as pesquisas no Brasil sobre o fenômeno. Contudo, a
preocupação dos estudiosos é descobrir as principais causas da evasão, para proporem
alternativas de solução visando elevar o número de estudantes que concluam seus cursos.
Corroborando com essa afirmação, Biazus (2004) destaca que é importante verificar e
levantar as razões (causas) contribuintes à evasão, com o intuito de minimizar o número dos
acadêmicos que abandonam o ensino superior. Para o autor, isso poderia levar o curso a
realizar uma avaliação constante, e, em especial, nas suas inter-relações com a comunidade,
tendo em vista a busca da qualidade do ensino-aprendizagem e da sua responsabilidade com a
sociedade de forma a diminuir os desperdícios. Complementa que esta avaliação da evasão
por meio da implantação de um sistema de informação facilitaria ao curso e ao colegiado do
18
curso revisar e detectar os aspectos falhos eventualmente existentes na busca da melhoria do
seu planejamento pedagógico e do processo de ensino-aprendizagem.
Outra deficiência encontra no sistema educacional brasileiro, diz respeito ao seu
alcance, principalmente tratando-se de ensino superior. A UNESCO (1997) ressalta que para
minimizar essas deficiências, as instituições terão de estabelecer novas parcerias e alianças,
para que possam atender as necessidades da sociedade de forma efetiva do que a maioria delas
está conseguindo atender hoje. A experiência e a competência já adquiridas em instituições de
aprendizagem aberta e a distância precisam ser aproveitadas ao máximo em futuras estruturas
educacionais.
Para enfrentar esses desafios, o conjunto das instituições participantes do Fórum das
Estatais da Educão propôs a criação do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), que
congrega instituições públicas de educação superior para ofertar cursos e programas da
modalidade a distância, tendo como ponto de partida a consolidação e a diversificação de
experiências, em variados níveis de ensino, que vêm gradativamente tomando forma no país
(ABRAED, 2007).
O Sistema Universidade Aberta do Brasil, implantado em 2005, representa assim a
convergência de esforços das instituições participantes do Fórum das Estatais pela Educão
para o estabelecimento das bases da primeira UAB do país e tem se consolidado por meio de
amplos e democráticos debates, particularmente por meio da interlocução do Governo Federal
com empresas públicas, estatais e a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições
Federais de Ensino Superior (Andifes).
Essa parceria apresenta um quadro promissor, tendo em vista o desafio de combater o
cenário brasileiro desfavorável: o país ainda figura entre as nações mais excludentes do
mundo, no que diz respeito ao acesso ao ensino superior, pois dados do INEP Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira de 2005 indicam que apenas
em torno de 10,9% dos jovens com idade entre 18 e 24 anos têm acesso à educação superior
presencial (ABRAED, 2007).
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) é uma das instituições que aderiram
a essa parceria. Com uma experiência nacionalmente reconhecida e responsável por 52% da
publicação nacional sobre EaD (ABRAED, 2007) a UFSC tem ampliado o contingente de
estudantes por meio do ensino a distância.
Inserido nessa ampliação do ensino, tem-se o projeto piloto de um curso de graduão
em Administração a distância. Este projeto está presente em mais de 20 estados brasileiros e
19
é resultado de uma parceria entre a UAB Universidade Aberta do Brasil (projeto pertencente
ao Ministério da Educação - MEC) e Banco do Brasil.
Em Santa Catarina, este curso teve início no dia 10 de julho de 2006, e é destinado aos
funcionários do Banco do Brasil, servidores da UFSC e outros servidores públicos da esfera
federal, estadual e municipal. O curso iniciou suas atividades com 654 alunos, em dez los
espraiados pelo Estado de Santa Catarina: Araranguá, Canoinhas, Chapecó, Criciúma,
Florianópolis, Joinville, Lages, Laguna, Palhoça e Tubarão.
Foi constatado ao final do primeiro dulo, um índice de evasão preocupante, que
após algumas ações corretivas da coordenão do curso chegou ao percentual de 16,8% ou
seja, 110 alunos do público atendido.
Como já ressaltado, a evasão do curso é uma preocupação constante dos gestores
universitários, não sendo diferentes com os gestores desse curso bem como do projeto piloto
nacionalmente. Com isso, apresenta-se este estudo, o qual tem como problema de pesquisa
Quais são os fatores dificultadores a permanência dos alunos e seus reflexos no processo de
evasão no curso de graduação em Administração a distância da Universidade Federal de
Santa Catarina?”
1.2 OBJETIVOS
Com o intuito de responder o problema de pesquisa, foram delimitados os objetivos a
seguir.
1.2.1 Geral
Analisar os fatores dificultadores à permanência dos alunos e seus reflexos no
processo de evasão no curso de graduação em Administrão a distância da Universidade
Federal de Santa Catarina.
1.2.2 Específicos
a) Identificar fatores dificultadores à permanência dos alunos nos cursos de
graduão e na modalidade a distância, a partir do estado da arte;
b) delinear o perfil dos estudantes do curso de Administração a distância da UFSC;
20
c) identificar e analisar os fatores dificultadores do processo de aprendizagem dos
alunos do curso;
d) identificar os fatores contribuintes à evasão dos alunos no curso;
e) comparar os fatores dificultadores ao processo de aprendizagem com os fatores
contribuintes a evasão dos alunos.
1.3 JUSTIFICATIVA
O desenvolvimento da modalidade a distância nos últimos anos serviu para
implementar os projetos educacionais mais diversos em distintas e complexas situações. As
ltiplas possibilidades oferecidas pela educação a distância estão diretamente relacionadas à
flexibilidade que caracteriza todos os programas (LITWIN, 2001).
Nesta perspectiva faz-se importante verificar os fatores contribuintes à evasão e as
dificuldades dos alunos freqüentes, com o intuito de minimizar o número dos acadêmicos que
abandonam o ensino superior, o que poderia levar o curso a realizar uma avalião constante.
Esta avaliação da evasão por meio da implantação de um sistema de informão facilitaria ao
curso e ao colegiado do curso revisar e detectar os aspectos falhos eventualmente existentes
na busca da melhoria do seu planejamento pedagógico em sinergia com o processo de ensino-
aprendizagem (BIAZUS, 2004).
Justifica-se também a opção de trabalhar o tema no âmbito da Gestão Universitária,
pois poucos trabalhos na área de EaD focam a gestão dessa modalidade. Corroborando com
essa afirmação, resgata-se a afirmação de Rumble (2003, p.15) que ressalta que
não existe ainda uma documentação abundante tratando especificamente dos
sistemas de gestão do ensino a distância. A quantidade de pessoas que buscam esse
tipo de ensino, assim como instituições em diversos países que recorrem aos seus
todos, justificam a magnitude dos recursos destinados ao ensino a distância. Para
que os dirigentes utilizem esses recursos com eficiência e eficácia, é necessário que
desenvolvam competências no campo da gestão do ensino a distância.
De acordo com Castro (1978), devem ser consideradas três categorias de análise a fim
de justificar um estudo: importância, originalidade e viabilidade.
A importância da pesquisa abrange várias partes, primeiramente em relação à
contribuição para a gestão do curso de Administração na modalidade a distância, que por
meio desta pesquisa poderá delinear ações para corrigir possíveis problemas que possam
mitigar a evasão nesse curso. Destaca-se também que esse é um projeto piloto da UAB, o qual
serve de base para pesquisas e orientões para futuros cursos, sendo assim importante um
estudo de causas de evasão para que possam ser compartilhadas essas informações para cursos
21
subseqüentes. Complementa-se que pesquisas prévias do MEC e do Banco do Brasil sobre o
projeto piloto sugerem o estudo sobre evasão nas universidades participantes desse projeto.
Além disso, busca-se cooperar com a instituição e o projeto piloto, a fim de minimizar
o fenômeno evasão além de buscar a melhoria da qualidade do processo de ensino-
aprendizagem. Complementa-se ainda a relevância do estudo com o fato de que por meio de
seus resultados, seja possível desenvolver um sistema de diagnóstico de prevenção da evasão.
Com isso, apresenta-se a originalidade da pesquisa visto que não foi efetuado estudo
semelhante no curso de graduão de Administração de Universidade Federal de Santa
Catarina na modalidade a distância. Ainda, ressalta-se o fato de o curso estar no segundo
módulo, em um total de 9 dulos, podendo assim gerar informações que possam minimizar
a evasão nos semestres subseentes.
Já em relação a viabilidade da pesquisa, na questão que tange o acesso às informões,
o projeto tornou-se viável por ser concebido no próprio Departamento de Ciências da
Administrão da Universidade Federal de Santa Catarina, com a atuão participante da
pesquisadora no referido curso, bem como contar com o apoio e auxílio dos professores e da
coordenação do curso.
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO
Apresentando-se a estrutura do trabalho, no Capítulo 2 tem-se um resgate de conceitos
relevantes para a execução deste trabalho, contando com uma abordagem sobre ensino
superior e EAD. Quanto ao ensino superior, abordou-se os seguintes tópicos: Educão
Superior, qualidade e avaliação nas IES, evasão na Educação Superior, tipos de evasão e
possíveis causas da evasão. Em relação a abordagem de Educão a distância, utilizou-se a
seguinte estrutura: histórico, definições de EaD, vantagens e desvantagens EaD,
características da EaD, EaD no Brasil e em países em desenvolvimento, Universidade Aberta
do Brasil (UAB), pressupostos para qualidade da educação a distância, evasão na EaD.
O Capítulo 3 consiste nos procedimentos metodológicos, neste caso composto por:
abordagem e tipo de estudo, coleta de dados, universo e amostra da pesquisa, instrumento de
coleta de dados, tratamento e análise de dados, limitações.
Quanto ao Capítulo 4, passando-se para os resultados da pesquisa, faz-se inicialmente
uma apresentação do Curso Administração a Distância da UFSC. São expostos também os
fatores de evasão nos cursos de graduação na modalidade a distância, ferramenta norteadora
desta pesquisa.
22
Tem-se, a seguir neste capítulo, a análise dos dados obtidos, divididos em: perfil dos
estudantes, características da evasão no curso, fatores dificultadores para a aprendizagem dos
alunos a distância, fatores contribuintes à evasão no curso, comparação entre os fatores
dificultadores do estudo e contribuintes à evasão.
No Capítulo 5, apresentam-se as considerões finais, com o resgate do problema de
pesquisa, bem como seus objetivos e as recomendões para próximos trabalhos.
23
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-EMPÍRICA
Neste Capítulo, aborda-se o estado da arte sobre Educão Superior e Educação a
distância. Quanto a educação superior, abordou-se os seguintes tópicos: Educão Superior,
qualidade e avaliação nas IES, evasão na Educão Superior, Tipos de evasão e Possíveis
causas da evasão. Em relação a abordagem de Educação a distância, utilizou-se a seguinte
estrutura: histórico, definições de EaD, vantagens e desvantagens EaD, características da EaD,
EaD no Brasil e em países em desenvolvimento, Universidade Aberta do Brasil (UAB),
pressupostos para qualidade da educação a distância, evasão nos cursos a distância.
Segundo Tomanik (1994), esta etapa pretende aprofundar os conhecimentos teóricos
sobre o tema, tomar conhecimento, com detalhes, das várias posições existentes sobre o
mesmo, levantar os pontos de concordância e discordância das várias posições, confrontando
as colocões de vários autores entre si, com as próprias conclusões do pesquisador,
estabelecendo, dessa maneira, a base teórica para a pesquisa.
Apresenta-se a seguir a discussão sobre o ensino superior.
2.1 EDUCAÇÃO SUPERIOR
Quando se trata da educão, não se pode concebê-la sem considerar sua correlão
com o desenvolvimento econômico, social e cultural global.
A maioria dos analistas ecomicos reconhece a importância do capital humano
como componente essencial da economia. Esta constatação tem influenciado o
interesse crescente dos governos no desenvolvimento de recursos humanos nas
últimas décadas. Observa-se esta tendência tanto nos países em desenvolvimento
como nos países desenvolvidos, embora as circunstâncias, prioridades e desafios
sejam diferenciados. O desenvolvimento dos recursos humanos através da educão
inicial, extensiva e continuada se considera crucial para o desenvolvimento, o
crescimento e a competitividade (UNESCO, 1997, p.19).
Corroborando com essa afirmação, Almeida (2001) afirma que a vida em sociedade,
especificamente a qualidade de vida, depende de conhecimento e, sobretudo, da
transformação de conhecimento em condutas concretas das pessoas entre si e com a natureza
ou com o resultado das transformações dessa natureza feita pelo homem. Complementa ainda
que a produção do conhecimento é tarefa da ciência, enquanto transformar o conhecimento
em bens e produtos é encargo da pesquisa aplicada e da produção de tecnologia. Porém
transformar o conhecimento em condutas novas, principalmente das novas gerações, é missão
do ensino de nível superior na sociedade.
24
Ao encontro dessas idéias, destaca-se que a Universidade é uma instituição de
relevada importância para a sociedade. São organizações baseadas no saber, responsáveis pela
educação superior. Educão, conforme salientado por Ferreira (1998, p.234), é o processo
de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral do ser humano em geral, visando
a sua melhor integrão individual e social.
A produção e a disseminão do conhecimento na Universidade deve ser voltada para
a educação com foco na formão profissional, de alta qualidade, em diversas áreas do
conhecimento de modo que atenda às necessidades do setor produtivo e da comunidade.
Compactuando com esta idéia, Buarque (1994) evidencia que o caminho da humanidade passa
pela universidade, a qual reage e se transforma em busca do desenvolvimento de uma
educação de qualidade.
Para Almeida (2001, p.285)
em contexto de acelerado e crescente fluxo de transformações, as instituições são
desafiadas a assumir novas funções sociais e não podem mais ficar alheias a que se
passa, porque desconhecer tal desafio e não se atualizar pode significar entropia e
morte institucional. Se isso é valido para todas as instituições sociais, vale ainda
mais para as instituições universitárias sob os auspícios das quais esteve, durante
muitos séculos, o papel de vanguarda na condução das transformações e na indicação
das tendências de desenvolvimento social e cultural.
Salienta Jacobsen (1996) que a sociedade brasileira vive momentos de grandes
dificuldades e convive acompanhada de crises de ordem econômica, social e política, e que,
de modo geral, essas organizações sociais apresentam-se bastante desorientadas.
Complementando-se essa reflexão, Melo (2002) afirma que as universidades estão
inseridas em contextos especialmente ricos, que ensejam ltiplas possibilidades de
contribuição à sociedade, desde suas necessidades básicas e vitais, até o desenvolvimento de
tecnologias de ponta gerando assim a melhoria da qualidade de vida da população brasileira.
Contudo, Jacobsen (1996) ressalta que o mercado de trabalho já está saturado com
excesso de graduados oriundos das muitas IES, as quais também passam por dificuldades de
ordem econômica, sendo obrigadas a funcionar com um quadro de pessoal técnico bastante
reduzido ou de forma inadequada. Complementa ainda que o simples diploma hoje não
garante mais que o seu portador alcance com facilidade posições de destaque no mercado de
trabalho. Ao contrário, o grau de competição é intensamente superior ao de tempos atrás,
exigindo, deste modo, que a disputa seja em grande parte derivada da qualidade do ensino
transmitido.
Essa situação gerou crescente interesse por parte da sociedade no sentido de que haja
educação superior de melhor qualidade, e os recursos utilizados pelas IES, no caso das IES
25
públicas provenientes dos contribuintes, sejam investidos de uma forma mais condizente.
Verifica-se, assim, que a maioria dos setores da sociedade concorda que não é possível manter
o status quo das IES, daí o porquê de tanto a comunidade acadêmica como a sociedade
entenderem que é necessário mudar a imagem negativa da aludida organizão (JACOBSEN,
1996).
Complementando o comentário sobre os custos da IES, enfatiza-se que enquanto a
maioria dos estudos usam métodos derivados da produção de bens, a educação faz parte do
setor de serviços. Os estudantes não devem ser compreendidos apenas como clientes, mas
como participantes ativos na produção deste serviço neste caso, a aprendizagem (UNESCO,
1997).
As transformações geradas pelo processo de globalização chegaram à educão
superior impondo novas posturas. A Universidade como produtora de futuros profissionais
precisa estar atenta à adaptação constante de seus sistemas educativos e às competências
exigidas pelo mercado. Para Dias Sobrinho (1999, p. 25), o futuro de uma não se projeta
cada vez mais, sobretudo em base de seu capital educativo. Ele é o principal motor das
transformações e deve ser o instrumento da compreensão das mudanças. Para o autor, as
profissões se alteram com muita velocidade, por esta razão as IES devem acompanhar as
transformações da sociedade.
Dentro dessa ótica a Universidade deve buscar caminhos para se atualizar e oferecer
uma formação adequada aos seus estudantes e professores. Autores como Batista e Souza
Pinto (2004) ao analisarem o processo inferem que cabe às Instituições de Ensino Superior,
pelo seu caráter milenar e pelas suas funções de acesso, produção e disseminação do
conhecimento, participar e analisar todas as transformões, procurando se adaptar e, ao
mesmo tempo, por meio da formão e capacitação de profissionais, da realização de
pesquisas e de sua interação com a sociedade, intervir nos vários aspectos desse processo, por
meio de uma avaliação reflexiva e consistente que permita sugerir caminhos alternativos, e
entre um destes apresenta-se o ensino a distância.
Melo (2002) destaca que a universidade precisa rediscutir sua trajetória e preparar-se
para uma readaptação ao ambiente em que está inserida. Para isso, vem crescendo nos últimos
anos, modelos de universidade que visam atingir um maior número de pessoas, como é o caso
da Universidade Virtual, ou para atender os interesses de segmentos específicos da sociedade,
como a Universidade Empreendedora e a Universidade Corporativa.
Colaborando com essa afirmação, Belloni (2006) lembra que a demanda de ensino
superior não cessa de crescer na maioria dos países desenvolvidos, enquanto em países como
26
o Brasil tende a crescer ainda mais significativamente em virtude da expansão do ensino
secundário. A autora ressalta ainda que as mudanças deverão então ocorrer no sentido de
aumentar a oferta de oportunidade de acesso e ao mesmo tempo diversificar esta oferta de
modo a adaptá-las às novas demandas.
Um dos exemplos dessa adaptação é a transformão de universidades tradicionais em
universidades duomodais (presencial e a distância) constituem contribuições importantes para
a diversificação e o desenvolvimento dos sistemas de educão superior. Há uma tendência
crescente de universidades tradicionais oferecerem seus programas também à distância
(UNESCO, 1997).
Universidades tradicionais muitas vezes adotam os mesmos currículos para
estudantes à distância e locais, e os estudantes, em geral, mas nem sempre, precisam
a se submeter aos mesmos procedimentos de ingresso e exames. Universidades
monomodais em geral conferem seus próprios graus e elaboram os respectivos
currículos, muitas vezes similares aos currículos e graus conferidos por qualquer
universidade convencional. A formação em universidades à distância, portanto,
amplia a capacidade de sistemas de educação superior e atende principalmente à
população adulta. A similaridade dos currículos e da conferição de graus pode ser
vista como demonstração de qualidade equivalente e torna, mas fácil o
reconhecimento da educação a distância no nível terciário (UNESCO, 1997, p.34).
Com isso, apresenta-se um panorama do atual cenários das IES (UNESCO, 1997): de
um lado, surgiram numerosas universidades abertas que absorvem largo número de novos
estudantes enquanto, de outro lado, um número crescente de universidades tradicionais
começaram a oferecer seus programas também a distância. Com isso, tende a diminuir a
distinção antes clara entre estes dois tipos de universidades.
As essa breve reflexão sobre o ensino superior, destaca-se a seguir a discussão da
qualidade nas IES.
2.1.1 Qualidade e avaliação nas IES
Para Melo (2002) com o advento do computador e sua massificação, surge a terceira
onda, denominada era da informação. Na década de 90 surge a realidade virtual e
significativos avanços na engenharia genética. A partir desses fatos, a era da informão
começa a declinar dando espo a um novo tempo.
Neste cenário, uma das discussões provenientes da IES trata de sua gestão, avaliação e
da qualidade.
Para Brong (apud PEREIRA, 2003) os agentes envolvidos com as IES esperam
serviços de qualidade. Os educadores devem olhar além da sala de aula quando dizem que a
27
Instituição tem qualidade. Para isso, é necessário que a Instituição proporcione, além da aula,
melhores serviços de apoio ao aluno e lembre que, se os alunos evadem, o esforço
empreendido está comprometido.
Verifica-se dessa forma que as IES necessitam de uma administrão competente,
comprometida com a melhoria da qualidade dos serviços prestados. Para Rumble (2003, p.15)
“a gestão é um processo que permite o desenvolvimento de atividades com eficiência e
eficácia, a tomada de decisões com, respeito às ações que se fizerem necessárias, a escolha e
verificação da melhor forma de executá-las.
Complementa-se que a administração universitária competente não implica apenas
estratégias audaciosas, mas também estrutura organizacional adequada. Exige que a
universidade tenha consciência do significado da competitividade, capaz de derrotar a inércia
(MARCOVITH, apud PEREIRA, 2003).
A sociedade brasileira exige que produtos e serviços sejam de qualidade, como
também, no que diz respeito ao ensino superior, a qual tem reclamado
intensivamente por uma prestação de contas das atividades que as IES desenvolvem
com os recursos que lhe são destinados. Neste caso, nada melhor que o instrumento
de avalião para que os alcances desses anseios sejam satisfeitos e que os resultados
dos processos estejam ao alcance dessa sociedade (BIAZUS, 2004, p.27).
Ao encontro dessa afirmão, Jacobsen (1996) destaca a importância que a avaliação
tem para as IES no sentido de restaurar a reputação da organização universitária, sua
seriedade e confiabilidade diante da comunidade acadêmica. Além disso, a avalião tem
também como finalidade colocar em prática o princípio da transparência e da protão ao
discente, na medida em que se tem condições de revelar resultados em função dos recursos
investidos.
Para implantar um sistema de qualidade para as IES, é necessário antes adotar algumas
estratégias específicas, a fim de se obter êxito no processo. O êxito do processo da qualidade
do ensino depende das formas de avaliação do ensino superior, como um instrumento capaz
de gerar transformões naquilo que estiver errado, ineficiente ou ineficazmente (BIAZUS,
2004).
De acordo com Mayer (1993), a grande função da avalião das IES é o exame da
eficácia organizacional, isto é, verificar o cumprimento dos objetivos organizacionais em
função da missão institucional e o aperfeiçoamento dos sistemas internos, em que se faz o
exame do desempenho das diversas atividades que formam o grande tripé da educão
(ensino, pesquisa e extensão), assim como as atividades administrativas, para, após,
comparar-se com os padrões já conhecidos e existentes de avaliação.
28
Complementa-se que a avaliação deve constituir um dos componentes, de modo a
prover informação relevante para a adequação das atribuições e da operacionalização de
outros componentes do sistema, a fim de assegurar a excelência de sua contribuição e de seu
desenvolvimento (UNESCO, 1997).
Para a Comissão Nacional de Avaliação, no ano de 1994 (MEC, 1996), o processo de
avaliação deve ser o contraponto da proposta institucional: deve buscar avaliar, num processo
connuo, o desempenho acadêmico; deve ser uma ferramenta de gestão universitária e um
processo sistêmico de prestação de contas à sociedade.
Com isso, pode-se observar movimentos com relão à utilização da gestão da
qualidade em instituições educacionais. Os conceitos, ferramentas e abordagens de qualidade
têm sido utilizados em escolas do ensino fundamental e médio como também em instituições
de ensino superior. Biazus (2004) afirma que há relatos de aplicações das abordagens de
qualidade na gestão de escolas, no comportamento do professor em sala de aula, na gestão de
departamentos escolares, nos currículos escolares e, crescentemente, nos demais processos
educacionais.
De modo considerável, verifica-se continuamente uma tendência em anunciar que as
IES públicas têm qualidade superior às privadas. Os indicadores comumente usados
para esta argumentação consistem na melhor titulação dos docentes das IES
públicas, regime de trabalho dos docentes, publicações, acervo bibliográfico, entre
outros. Consiste, portanto, na utilização de indicadores de insumo e produto a fim de
mensurar a qualidade das instituições (PEREIRA, 2003, p.75).
Como exemplo, pode-se citar os programas de auto-avaliação nas universidades, como
o Programa de Auto-Avaliação Institucional (PAAI) da UFSC, o qual se fundamenta na
necessidade de promover a melhoria da qualidade da educação superior, na orientação quanto
à expansão da sua oferta, no aumento permanente da eficácia institucional e na efetividade
acadêmica e social e, em especial, na busca da promoção do aprofundamento das
responsabilidades sociais das instituições de educão superior.
O princípio da Responsabilidade Social com a Qualidade da Educão Superior
considera que a educação é um direito social e dever do Estado. Devido ao seu caráter social,
uma instituição educacional deve prestar contas à sociedade do cumprimento de suas
responsabilidades, especialmente no que se refere à formação acadêmico-científica,
profissional e ética, suportes à produção de conhecimentos e à promoção do avanço da ciência
e da cultura (UFSC, 2006, p.8).
A avalião institucional constitui condição básica para o necessário aprimoramento
do planejamento e gestão da Instituição, uma vez que propicia a constante reorientação de
suas ões (UFSC, 2006).
29
Como objetivo principal desse programa propõe-se: Realizar a auto-avalião
institucional, com base nos princípios do Sistema Nacional de Avaliação da Educão
Superior SINAES, visando à melhoria contínua das atividades de ensino, pesquisa, extensão
e gestão da Instituição (UFSC, 2006, p.12).
Mais especificamente, o que se proe é:
a) promover ões de sensibilização para a efetiva participação de toda a comunidade
no processo de auto-avaliação;
b) identificar as potencialidades e as limitações da Instituição;
c) propor ões visando à melhoria da qualidade de ensino, pesquisa, extensão e
gestão;
d) socializar as informões para subsidiar a tomada de decisões nas unidades e na
Instituição;
e) desenvolver um processo contínuo de auto-avaliação na UFSC em ciclos bienais.
Um dos índices discutidos na avaliação das IES, diz respeito a evasão, tema que será
tratado no próximo tópico desta pesquisa.
2.2 EVASÃO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR
Considerando a realidades das IES, são considerados desperdícios: a evasão, a
repetência, o abandono, o uso inadequado dos recursos físicos e tecnológicos, o custo
excessivo da educação, a sub-utilização das pessoas, inclusive de professores.
Apresenta-se assim a conceituação da evasão, que segundo Biazus (2004) é a saída do
aluno da universidade ou de um de seus cursos, definitiva ou temporariamente, por qualquer
motivo, exceto a diplomação.
Quanto ao impacto da evasão, Pereira (2003) ressalta que
a evasão destes alunos gera custos sociais e privados para o país. Os primeiros são
mais difíceis de mensuração, pois sinalizam de um lado que os trabalhadores
brasileiros permanecem com uma baixa qualificação e, de outro, que a
disponibilidade de vagas nas instituições públicas, apesar de gratuitas, não contribui
eficazmente para a formação de pesquisadores e técnicos capacitados que o país
tanto almeja, visto que muitos interrompem definitivamente seus estudos
(PEREIRA, 2003, p.44).
Com isso, Souza (1999) destaca que o fenômeno evasão preocupa as instituições
universitárias do Brasil e do exterior, fazendo com que sua complexidade e abrangência seja
objeto de estudos e análises pelos pesquisadores do mundo inteiro. Pereira (2003)
complementa que a evasão é um fenômeno indesejável em qualquer universidade pública,
pois gera vagas ociosas e desperdício do dinheiro público investido.
30
Sobre o abandono de alunos das IES, Paul e Wolynec (apud BIAZUS, 2004) salientam
que cada aluno que desaparece representa dois anos e meio de investimentos sem retorno.
Contudo, este desperdício não é só financeiro para a sociedade que a custeia -
principalmente no caso das IES públicas, como também pode resultar no inadequado preparo
do aluno para a cidadania. Neste sentido, a qualidade para as IES tem como meta a melhoria
do processo ensino-aprendizagem com o objetivo de atender e satisfazer às necessidades e
desejos de seus clientes, ou seja, os graduandos, futuros profissionais, e a sociedade
(BIAZUS, 2004, p.18).
Resgatando a discussão acerca da qualidade, na visão de Mezomo (apud BIAZUS,
2004), a qualidade abrange o valor de quem trabalha, respeita o cliente/consumidor da
legitimidade social da organização produtora. Devido ao fenômeno evasão, os recursos gastos
com os acadêmicos evadidos são praticamente desperdiçados e cabe à instituição prestar
contas à sociedade desse desperdício. Toda a instituição que detêm conhecimento como
matéria-prima, em qualquer país e circunstância, deve ter o compromisso do retorno social.
No Brasil, houve uma intensificação nos estudos sobre evasão por meio do Programa
de Avaliação das Universidades Brasileiras PAIUB, implantado pelo Ministério da
Educação. Mas estes estudos não tiveram sua prioridade continuada em governos posteriores,
inibindo as pesquisas sobre o fenômeno por parte dos pesquisadores brasileiros (SOUZA,
1999).
Dentre as pesquisas internacionais sobre evasão destaca-se a de Latiesa (apud
SOUZA, 1999) a qual estudou a evasão nas universidades européias e norte-americanas no
período de 1960 a 1986. Neste estudo foi constatado que os melhores rendimentos do sistema
universitário são apresentados pela Finlândia, Alemanha, Holanda e Suíça, enquanto os piores
resultados se verificam nos Estados Unidos, Áustria, França e Espanha. Nos EUA, as taxas de
evasão estão em torno de 50%, como acontece em média nas universidades brasileiras.
Em um país em que o sonho da maioria da população é ter acesso ao ensino superior
parece difícil imaginar que alguém abra mão do privilégio do diploma. Mas, com a
expansão do setor a maior oferta de vagas, alguns problemas começam a aparecer.
Entre eles, o aluno que percebe, no meio do caminho, não ter mais motivação para
continuar os estudos até o esperado momento de vestir a beca (HOLANDA, 2007,
p.29).
Pesquisa realizada pelo Instituto Lobo com base nos dados do Censo 2005, divulgados
pelo Ministério da Educação no final do ano passado, revela que quase metade dos
universitários não conclui o curso no período médio de quatro anos. Os motivos são muitos,
mas o principal é a decepção com o ensino superior (HOLANDA, 2007).
31
A pesquisa do Instituto Lobo para o Desenvolvimento da Educão, da Ciência e da
Tecnologia comparou o número de concluintes auferidos pelo Censo 2005 com o de
ingressantes de quatro anos antes. A taxa de titulação, ou seja, aqueles que se formaram no
período, foi de 51%. Os 49% restantes representariam os estudantes que, por um motivo ou
outro, não se formaram no período.
Holanda (2007) complementa que o alto índice de evasão no ensino superior não é
característica apenas do Brasil. A taxa de titulação brasileira está próxima de países como
Itália (42%) e França (59%), mas longe de nações com índices tradicionalmente altos como
Japão (93%) e Reino Unido (83%). Pode-se conferir estes dados conforme a tabela 1.
Tabela 1: Índice de titulação
País Índice de titulação
Japão 93%
Turquia 88%
Reino Unido 83%
Coréia 78%
Alemanha 70%
México 69%
EUA 66%
França 59%
Brasil 51%
Suécia 48%
Itália 42%
Fonte: OECD (apud HOLANDA, 2007)
Para Lobo (apud HOLANDA, 2007), são vários os caminhos que levam à evasão.
Destaca-se que a questão financeira não é o principal motivo para alimentar os maiores
índices de desistência nas instituições particulares. A primeira causa é o despreparo dos
alunos, que chegam ao ensino superior com deficiências do ensino fundamental e médio.
Consequentemente vem o desânimo para continuar a estudar. Também é alto o número de
alunos que, por fazer uma escolha precoce, tem vidas quanto ao curso escolhido. Em
terceiro lugar está a questão econômica.
Complementa-se ainda que o primeiro e o segundo ano são os mais difíceis,
justamente porque o estudante se depara com uma nova realidade para a qual nem sempre está
preparado (HOLANDA, 2007).
Ressalta-se ainda a diferença entre os índices de evasão conforme as categorias
administrativas da IES, de acordo com a tabela 2.
32
Tabela 2: Comparação entre as evasões totais nas IES do Brasil, por categoria administrativa
2000 2001 2002 2003 2004 2005 Média
Públicas 13% 14% 9% 10% 15% 12% 12%
Federais 9% 14% 11% 9% 14% 10% 11%
Estaduais 11% 12% 9% 10% 15% 11% 12%
Municipais 40% 18% 2% 6% 19% 20% 17%
Privadas 22% 26% 27% 28% 28% 25% 26%
Particulares 9% 24% 27% 29% 29% 27% 24%
Comum. e
Conf.
31% 28% 27% 26% 26% 24% 27%
TOTAL 19% 22% 21% 24% 24% 22% 22%
Fonte: Instituto Lobo (apud HOLANDA, 2007)
Corroborando com essas informações, apresenta-se a pesquisa de Bordas (1996) a qual
revelou que o índice geral da evasão dos cursos superiores no Brasil seria em torno de 50%,
alarmantemente alto. Com isso, se supõe que as IES não estão dando atenção devida ao
fenômeno, desperdiçando grande parte de seus recursos orçamentários com a evasão, não
sabendo administrá-la e sub-avaliado pelos próprios gestores dessas IES que indicam causas
que nem sempre são relevantes. Todas as causas que provocam evasão devem ser
identificadas com o prosito de se buscar políticas para tratamento do fenômeno, essa deve
ser preocupão dos gestores universitários, que têm zelo pela coisa pública (BIAZUS, 2004).
Destaca-se também a pesquisa realizada por Souza (1999), o qual analisou as causas
da evasão nos cursos de graduão da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),
chegando-se assim a alguns resultados pertinentes:
a) mais da metade dos cursos de graduação da UFSC apresenta índice de evasão
superior a 50%;
b) o curso de graduação em Administrão presencial da UFSC apresenta índice de
evasão em torno de 50%;
c) os índices de evasão são inversamente proporcionais aos índices de
candidatos/vaga dos cursos; e
d) os alunos evadidos apresentavam índices de aproveitamento menores do que os
alunos regulares.
Em relação aos principais fatores de evasão dos cursos, Souza (1999) destaca os de
natureza interna e externa às IES. Quanto aos fatores externos às IES, pode-se citar os de
maior ocorrência, na pesquisa de Souza (1999) como: necessidade de trabalhar (45%),
mudança de interesse pessoal ou profissional (43%), aprovado em outro vestibular (31%),
dificuldades econômico-financeiras (31%), insatisfação com o curso (29%) e pouca
valorização do diploma no mercado de trabalho (27%).
33
Já quanto aos fatores internos relacionados a evasão na UFSC, pode-se destacar de
acordo com Souza (1999): falta de concentração da grade curricular em um só horário (21%),
cadeia rígida de pré-requisitos (16%), currículo inadequado ao mercado de trabalho (15%),
pouca formação prática (14%) e carga horária em excesso (10%).
A apresentação dessas pesquisas corrobora com as idéias de Biazus (2004) que afirma
que seria importante a prática de uma permanente reavaliação que pudesse auxiliar na
identificão das razões que levam os alunos a abandonarem os cursos, podendo trazer uma
queda no índice de evasão, reduzindo os custos orçamentários da instituição.
2.2.1 Tipos de evasão
Faz-se necessário classificar os tipos de evasão para melhor compreensão desse
fenômeno. De acordo com Costa (apud BIAZUS, 2004) classifica-se a evasão quanto aos
seguintes tipos: evasão definitiva, temporária e de curso.
A evasão definitiva é a saída decisiva da universidade, ou seja, é aquela pela qual o
aluno se afasta da instituição, por abandono, desistência definitiva do curso ou transferência
para outra universidade.
O abandono pode ser definido como o caso do aluno que não compareceu à matrícula
nem requereu o trancamento nos prazos previstos no calendário escolar; ou, ainda, a do aluno
que não requereu a readmissão ou renovação do trancamento. Já a desistência definitiva
ocorre quando se tem o desligamento do curso em que está matriculado mediante pedido
formal do aluno à instituição.
Caracteriza-se como transferência para outra IES o desligamento do aluno da
instituição, mediante pedido formal, com a finalidade de ingressar em outra IES.
A segunda tipologia apresentada por Costa (apud BIAZUS, 2004) é a evasão
temporária, sendo que esta é toda e qualquer saída temporária da instituição; considerando-se
todo o tipo de trancamento, isto é, a interrupção do curso de um até dez semestres. Pode-se
classificar a evasão temporária em trancamento voluntário e ex-officio.
O trancamento voluntário é o afastamento temporário do curso, solicitado pelo aluno,
deferido pelo curso, não podendo a soma dos períodos de afastamento ultrapassar o prazo
estipulado pela IES; o aluno com matrícula trancada poderá requerer renovação do
trancamento desde que obedecido o limite máximo citado.
34
Já a evasão ex-officio é o caso do aluno já integrante do corpo discente de um dos
cursos da instituição que, aprovado em novo vestibular, não solicita o desligamento do curso
em que estava matriculado no prazo estabelecido para a pré-matrícula.
Finalmente tem-se o conceito de evasão de curso, sendo esta a passagem de um curso
para outro da mesma instituição, ou seja, a transferência interna.
Para a consecução dessa pesquisa, e delimitação de seu público, utilizou-se como
elemento estruturante os conceitos de evasão definitiva, com a análise de seus três tipos:
abandono, desistência definitiva e transferência para outra IES.
2.2.2 Fatores contribuintes à evasão nas IES
Com a intenção de promover melhorias tanto no planejamento pedagógico quanto no
processo ensino-aprendizagem, foi criada pelo MEC em 1994, uma comissão especial para
estudar a evasão nas IES. Após dois anos de estudo, essa comissão encerrou suas atividades
com a elaborão do documento denominado Prováveis fatores determinantes do
desempenho da graduação, conforme as categorias (MEC, 1996): fatores referentes a
características individuais do estudante, fatores internos às IES, fatores externos às IES.
Pode-se citar como exemplos de fatores referentes a características individuais do
estudante: relativos à habilidade de estudo; relacionadas à personalidade; decorrentes da
formão escolar anterior; vinculados à escolha precoce da profissão; relacionados à
dificuldades pessoais de adaptação à vida universitária; decorrentes do desencanto ou da
desmotivação dos alunos com cursos escolhidos em segunda ou terceira opção; decorrentes de
dificuldades na relação ensino-aprendizagem, traduzidas em reprovações constantes ou na
baixa freqüência às aulas; decorrentes da desinformação a respeito da natureza dos cursos;
decorrente da descoberta de novos interesses que levam à realização de novo vestibular
(MEC, 1996).
Já os principais fatores internos às IES são: peculiares a questões acadêmicas;
currículos desatualizados, alongados; rígida cadeia de pré-requisitos, além da falta de clareza
sobre o próprio projeto pedagógico do curso; relacionados a questões didático-pedagógicas,
como por exemplo, critérios impróprios de avaliação do desempenho discente; relacionados à
falta de formação pedagógica ou ao desinteresse do docente; vinculados à ausência ou ao
pequeno número de programas institucionais para o estudante, como Inicião Cienfica,
Monitoria, programas PET (Programa Especial de Treinamento), etc.; decorrentes da cultura
institucional da desvalorizão da docência na graduação; decorrentes de insuficiente
35
estrutura de apoio ao ensino de graduão (laboratórios de ensino, equipamentos de
informática, etc.); inexistência de um sistema publico nacional que viabilize a racionalização
da utilizão das vagas, afastando a possibilidade de matrícula em duas universidades (MEC,
1996).
Por fim, tem-se os fatores externos às instituições: relativos ao mercado de trabalho;
relacionados ao reconhecimento social da carreira escolhida; afetos à qualidade da escola de
primeiro e segundo graus; vinculados a conjunturas econômicas específicas; relacionados à
desvalorização da profissão, por exemplo, o caso das Licenciaturas; vinculados a
dificuldades financeiras do estudante; relacionados às dificuldades de se atualizar a
universidade frente aos avanços tecnológicos, econômicos e sociais da contemporaneidade.
Relacionados à ausência de políticas governamentais consistentes e continuadas, voltadas ao
ensino de graduão (MEC, 1996).
Esse estudo do MEC (1996) foi determinante para que pesquisas e análises pontuais
ao processo de evasão viessem a ser empreendidas por outras IES.
Ao empreender estudo afim, Biazus (2004) identificou um conjunto de fatores
determinantes para o processo de evasão, apresentando-se assim uma sistemática de avalião
do processo de ensino-aprendizagem para o ensino superior com ênfase em Cursos de
Ciências Contábeis. Esse modelo divide os fatores em externos e internos às IES.
A categoria interna é formada por três componentes: atitude comportamental; motivos
institucionais e requisitos didático-pedagógicos, os quais podem influenciar nas prováveis
causas da evasão. Os três componentes das categorias internas identificam 19 indicadores
considerados significativos para o modelo proposto, apresentados no quadro a seguir:
Atitude comportamental Motivos institucionais Requisitos didático-pedagicos
falta de respeito dos professores
para com os alunos
laboratórios insuficientes com relão aos
equipamentos de informática e conexão com
a Internet
currículo inadequado às
exigências/interesses do mercado de
trabalho
impontualidade dos professores
existência de greves, com prejuízos do
calendário escolar
pouca ênfase nas disciplinas
profissionalizantes
didática dos professores
ineficiente
falta de programa de apoio mais amplo aos
alunos carentes
cadeia rígida de pré-requisitos
forma inadequada com que os
professores falam do Curso
aspectos inadequados das salas de aulas ao
ensino (físicos, didáticos, recursos
audiovisuais)
sistema de avaliação das disciplinas
inadequado
orientação insuficiente da
Coordenação do Curso, quando
solicitadas informões
biblioteca insuficiente com relão a livros,
periódicos, revistas.
falta de associação entre a teoria e a
prática nas disciplinas
falta da empresa Junior para a prática do
curso
pouca motivação por parte dos
professores
inadequação entre os conteúdos das
disciplinas
concentração da grade curricular em um
único turno
Quadro 1: Categorias internas as IES
Fonte: adaptado de Biazus (2004)
36
Ainda de acordo com Biazus (2004) apresenta-se a seguir a dimensão externa,
formada por quatro componentes, que identificam dezoito (18) indicadores considerados
relevantes para o estudo do modelo proposto pelo pesquisador, e conforme os estudos
existentes sobre as causas da evasão. Os quatro componentes externos identificados são:
vocação pessoal; características individuais; conjunturais e sócio-político-econômicas, cujas
categorias tem por finalidade detectar problemas de ordem pessoal, vocacional, mercado de
trabalho, financeira, dificuldades ambientais e sócio-culturais.
Neste caso, a instituição (curso) deve estar acompanhando e tomando providências,
continuamente, no sentido de interagir com as oportunidades e ameas ambientais, levando
em consideração sempre atividades da instituição e nunca esquecendo sua missão e seus
objetivos, porque o papel da universidade também é de garantir a qualidade do curso, como a
de sua conclusão por parte do aluno (BIAZUS, 2004).
Conjunturais
Características
individuais
Vocação pessoal
Sócio-potico-
econômicos
mudança de
residência/domicílio;
por não ter atendido as
expectativas do aluno;
estar cursando
paralelamente outro curso
superior;
carga horária semanal de
trabalho;
mudança do estado civil; discriminação racial; e
desconhecimento prévio
sobre o curso; e
falta de apoio da
organização onde
trabalha;
pressão familiar sobre a
indicação do curso; e
problemas de saúde ou
falecimento.
mudança de interesse,
opção de vida e/ou
indecisão profissional.
trancamento total do
curso;
responsabilidade
econômica no sustento da
família.
falta de tempo para
estudar;
mudança no horário de
trabalho;
inadequão ao trabalho
do aluno;
não existe integração
entre a universidade e as
empresas (estágio
supervisionado); e
dificuldades de
acompanhamento do
curso.
Quadro 2: Categorias externas as IES
Fonte: adaptado de Biazus (2004)
Para que se possa melhor organizar e entender a importância de cada dimensão,
componentes e indicadores do instrumento proposto, estes foram organizados conforme
Figura 1. Acrescenta-se ainda que para se chegar à definição deste instrumento, buscou-se
mediante discussões com os grupos focais sobre suas opiniões a respeito da estrutura,
principalmente no que se refere às dimensões, chegando assim aos componentes e aos
indicadores a este sistema proposto (BIAZUS, 2004).
37
Figura 1: Instrumento das causas de evasão
Fonte: Biazus (2004)
38
2.3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - EAD
Dando continuidade ao estado da arte, tem-se as considerações acerca da EaD.
De acordo com Barberá (2006) até recentemente, a educação a distância nacional não
apresentava credibilidade por parte de sociedade brasileira, tendo assim que reverter este
quadro, já que é um mercado crescente.
Russel (apud BARBERÀ, 2006) corrobora com essa afirmação ao salientar que não há
uma diferença significativa entre a aprendizagem a distância e a aprendizagem tradicional em
uma sala de aula. Em outras palavras, a aprendizagem a distância pode ser considerada tão
efetiva como a aprendizagem presencial.
Nesse sentido, a EaD apresenta-se como um importante instrumento de intercâmbio e
articulação de conhecimento e informações entre diferentes comunidades virtuais de
aprendizagem.
Apresenta-se, a seguir um breve histórico, conceitos, vantagens e desvantagens desse
sistema, suas características, seu panorama no Brasil, referenciais de qualidade e a evasão em
EAD.
2.3.1 Histórico
Quanto ao histórico da EAD, apresenta-se um breve relato da obra de Simonson
(2006).
Os conceitos foram sistematizados há mais de um século. Sem vida houve um
crescimento e uma mudança na educação a distância recentemente, mas são as tradições
amplas do campo as que continuam guiando para o futuro.
Entre 1830 e 1840 começam a aparecer registros de oferta de cursos de redão na
Suécia e de taquigrafia na Inglaterra por correspondência. Posteriormente, o ensino por
correspondência se difundiu na Alemanha e nos Estados Unidos, onde, por volta de 1890,
começou a ser autorizada a emissão de títulos acadêmicos para esta modalidade de estudos.
Neste mesmo período começam a aparecer escolas formais por correspondência nos
Estados Unidos, na Inglaterra e na Suécia. Ao mesmo tempo, um movimento de extensão
universitária de um departamento da americana Universidade de Chicago na Inglaterra,
impulsionou o ensino por correspondência por meio da oferta de tulos de licenciatura,
mestrado e doutorado nesta modalidade, seguindo o modelo inglês de Oxford, Cambridge e
Londres. Essa divisão da Universidade de Chicago obteve êxito com relação aos números: a
39
cada ano, 125 instrutores ensinavam 3.000 estudantes matriculados em 350 cursos. Mesmo
assim, as preocupações com a qualidade impulsionaram uma recomendação para que o
movimento acabasse em 1906 e o entusiasmo pelo programa decaiu em virtude de problemas
de financiamento.
Outras iniciativas como o Moody Bible Institute e o Ministério da Educação da França
despontaram no ensino por correspondência e se converteram em instituições sólidas que até
hoje formam grande número de estudantes na modalidade a distância.
Na Europa houve uma expansão constante da educação a distância, sem mudanças
radicais na estrutura, mas com métodos gradualmente mais sofisticados. As gravações de
áudio utilizadas antes para instrução dos cegos e no ensino de idiomas entre outras
tecnologias já utilizadas em laboratórios de rádio e eletrônica foram inseridas no ensino por
correspondência. Assim como, por volta de 1930, foi inserida a televisão no processo de
ensino.
A tecnologia por satélite, desenvolvida na década de 1960, passou a ser rentável
durante os anos oitenta, permitiu a expansão rápida da televisão educativa com financiamento
dos Estados Unidos e do Canadá.
Ao final da década de 1980 e princípio dos anos 90, o desenvolvimento de sistemas de
comunicação de fibra ótica permitiu a expansão no âmbito educativo de sistemas de áudio e
vídeo ao vivo, bidirecionais e de alta qualidade. Ainda que os custos iniciais dos sistemas de
fibra ótica fossem elevados, a economia e os benefícios a longo prazo trazidos pela tecnologia
superavam os custos iniciais.
Com a introdução do uso de computadores e da Internet, ampliam-se as oportunidades
de estudar a distância. A aparição das funções de conferência por computador tiveram um
impacto no enfoque tradicional da educação a distância, pois aumentaram o potencial para
interação e o trabalho de colaboração entre os estudantes. As redes informáticas foram
também uma maneira cômoda de distribuir os materiais do curso.
Em 1962, quando a Universidade da África do Sul se converteu em uma IES de ensino
a distância deu-se início a uma transformação de proporções mundiais. Foi criada em 1971 a
Open University do Reino Unido, que aportou um aumento de presgio à educão a
distância e estimulou o estabelecimento de instituições similares em nações industriais como a
Alemanha, o Japão e o Canadá.
As Universidades mais influentes foram a Open University na Inglaterra e a Fern
Universität na Alemanha.
40
A crião dessas IES se justifica por inúmeras razões políticas, econômicas e
educacionais, citadas por Holmberg (apud SIMONSON, 2006):
a) a necessidade que há em muitos países de aumentar a oferta da educão
universitária em geral;
b) a idéia de que os adultos que tem trabalho, responsabilidades familiares e
compromissos sociais formam um grupo maior e potencial de estudantes
universitários em tempo parcial;
c) um desejo de dar serviço tanto à pessoa quanto à sociedade oferecendo
oportunidades de estudar para adultos entre os quais se incluem grupos
desfavorecidos;
d) a necessidade de muitas profissões de receber formação adicional de nível
avançado;
e) um desejo de dar apoio à inovação educativa; e
f) uma crença na viabilidade de um uso econômico dos recursos educativos por ensino
mediado.
A tecnologia, aliada à globalização, é uma das principais causas desse novo paradigma
da educão, criando novas possibilidades de dinâmicas de informão e comunicação. A
educação a distância, a cada dia, ganha novos adeptos, com o desenvolvimento de novas
formas de comunicação, tornando possível a metodologia de ensino em lugares e tempos
distintos.
Na realidade, hoje os interesses sociais e, portanto, de caráter político no campo
educativo se dirigem para formas educativas rentáveis socialmente falando, e por isso, a
educação a distância suscita tanto interesse. No entanto, cada região, país ou instituição vem
desenvolvendo programas ou cursos com suas próprias singularidades e formas, de acordo
com os recursos disponíveis, os grupos destinatários, a filosofia e pressupostos teóricos dos
quais faz parte (UNESCO, 1997).
A missão do sistema de aprendizagem a distância define o papel do sistema dentro
de um contexto específico da política da educação. Pode visar a finalidades
específicas, dirigir-se a grupos-alvo especiais, determinadas regiões, setores ou
níveis de educação e de treinamento e guiar-se por determinados valores e filosofias
de aprendizagem e de educação. A formulação da missão por parte de uma
instituição governamental fará parte de uma política nacional a longo prazo na
educação pública, enquanto que organizações particulares devem atender às
necessidades de segmentos de mercado específicos, especificamente no mercado de
trabalho, de forma rápida e eficiente (UNESCO, 1997, p.27).
Complementa-se, de acordo com a UNESCO (1997), que vários governos
introduziram programas de educação à distância com a finalidade de: facilitar o acesso às
41
oportunidades de estudos e treinamento; propiciar melhores oportunidade de atualização,
reciclagem e enriquecimento pessoal; proporcionar maior eficiência em termos de custos;
apoiar a qualidade e variedade de estruturas educacionais existentes; reforçar e consolidar a
capacidade existente.
Apresenta-se também um quadro resumo, com o histórico da EAD, com o intuito de
facilitar a compreensão do processo de evolução dessa modalidade.
Primeira geração Segunda geração Terceira geração Quarta geração
Característica
principal
Uma tecnologia
predominantemente
Múltiplas
tecnologias sem
computadores
Múltiplas tecnologias
incluindo os computadores
e as redes de computadores
Múltiplas tecnologias incluindo
o como das tecnologias
computacionais de banda larga
Período de
tempo
1850s a 1960 1960 a 1985 1985 a 1995 1995 a 2005 (estimado)
Meios
· Papel impresso
(1980+)
· Rádio (1930s)
· Televisão
(1950-1960)
· Fitas de áudio
· Televisão
· Fitas de vídeo
· Fax
· Papel impresso
· Correio eletrônico,
sessões de chat e tabelas
de ancios mediante o
uso de computadores e
redes de computadores
· Programas de
computador e recursos
armazenados em discos,
CD e Internet
· Audioconferências
· Seminários e
videoconferências em
salas grandes mediante
tecnologias terrestres, por
satélite, cabo ou telefone
· Fax
· Papel impresso
· Correio eletrônico, sessões
de chat e tabelas de anúncios
mediante o uso de
computadores e redes de
computadores além de
transmissões em banda larga
para experiências de
aprendizagem individualizadas,
personalizadas e interativas por
vídeo e ao vivo
· Programas de computador e
recursos armazenados em
discos, CD e Internet
· Audioconferências
· Videoconferências mediante
tecnologias terrestres, por
satélite, cabo ou telefone
· Fax
· Papel impresso
Características
da
comunicação
· Comunicação
em um sentido
principalmente
· Interação entre a
instituição e o
estudante por
telefone ou correio
· Ocasionalmente
apoiada por ajudas
presenciais e
tutores de alunos
· Comunicação
em um sentido
principalmente
· Interão entre a
instituição e o
estudante por
telefone, fax e
correio
· Ocasionalmente
apoiada por
reuniões cara-a-
cara
· Significativa
comunicação de banda
larga desde a instituição
para os estudantes via
papel impresso,
programas de computador
e videoconferências
· Possibilidades de
comunicação interativa
em dois sentidos, síncrona
e assíncrona, entre a
instituição e os estudantes
e entre os estudantes
· Internet facilita o acesso
a textos, gráficos e
pequenos vídeos
· Possibilidades de interação
bidirecional em tempo real
mediante áudio e vídeo
· Comunicação assíncrona e
síncrona entre a instituição e os
estudantes e entre estudantes
· Transmissão completa
mediante vídeo digital de 30
tramas por segundo com bases
de dados de recursos com
conteúdos disponíveis na
Internet e na World Wide Web
· Ampla programação de
vídeos digitais disponíveis a
pedido
Quadro 3: Gerações da educação a distância
Fonte: Sherron e Boettcher (apud ARETIO, 2002, p.53)
42
Em relão ao cenário atual, destaca-se ainda que:
quando se observa a situão em nível mundial, constatam-se grandes diferenças
entre as diversas regiões, embora haja também uma série de similaridades entre
elas. A aprendizagem aberta e a distância já existe há aproximadamente cem anos
nas regiões mais desenvolvidas e há uma ou duas gerões nas regiões em
desenvolvimento. Nos países em desenvolvimento, a aprendizagem aberta e a
distância experimenta muitos dos problemas enfrentados também pela educação
convencional. Além disso, há a carência em termos de infra-estrutura e
competência profissional neste tipo de aprendizagem, o que impõe importantes
barreiras. No entanto, tais formas de ensino vieram para ficar, e muitos países
compreendem a aprendizagem aberta e à distância como uma importante estratégia
para expandir o acesso e aprimorar a qualidade da educação (UNESCO, 1997,
p.10).
Com as informações de seu histórico e evolução apresentados, passa-se a
caracterização da modalidade a distância.
2.3.2 Discussão conceitual de EaD
Muitas são as definições possíveis e apresentadas, mas há um consenso mínimo em
torno da idéia de que EaD é a modalidade de educação em que as atividades de ensino-
aprendizagem são desenvolvidas majoritariamente (e em bom número de casos
exclusivamente) sem que alunos e professores estejam presentes simultaneamente no mesmo
lugar (ABRAED, 2006).
De acordo com Moore e Kersley (1996, p. 2) a EAD pode ser entendida como:
o aprendizado planejado que normalmente ocorre em diferentes locais através do
ensino e os resultados provém de técnicas especiais no design do curso, técnicas
instrucionais especiais, métodos especiais de comunicação através da eletrônica, bem
como uma organização especial e arranjos administrativos.
A aprendizagem aberta também representa uma abordagem mais centrada no
estudante, permitindo maior flexibilidade e opção de conteúdo como também de organização
do programa e aprendizagem (UNESCO, 1997).
Destaca-se o conceito de EaD norteador dessa pesquisa, que define que a educação a
distância se define como: educação formal, baseada em uma instituição na qual o grupo de
aprendizagem se separa e na qual se utilizam sistemas de telecomunicações interativos para
conectar estudantes, recursos e instrutores (SIMONSON, 2006).
Essa definição tem quatro componentes principais, de acordo com Simonson, (2006).
O primeiro, o conceito de que a educação a distância se baseia em uma instituição. Essa
característica diferencia a educação a distância do auto-estudo. Ainda que a instituição à qual
se faz referência nessa definição poderia ser uma escola ou um colégio educativo tradicional,
cada vez surgem mais instituições não-tradicionais que oferecem educão aos estudantes a
43
distância. Muitos educadores e formadores estão advogando pelo credenciamento de
instituições que oferecem educação a distância para adicionar credibilidade, melhorar a
qualidade e eliminar as fábricas de diplomas.
O segundo componente da definição de educação a distância é o conceito de separão
entre professor e estudante. Em geral, se pensa na separão em termos geográficos: os
professores estão em um lugar e os estudantes em outro. A definição também implica a
separação de professores e estudantes no tempo. A educação a distância assíncrona faz
referência à instrução que é oferecida e os estudantes a acessam em momentos diferentes ou
em qualquer momento que lhes seja cômodo. Finalmente, cabe destacar a importância da
separação intelectual entre os professores e os estudantes. Obviamente, os professores
compreendem os conceitos apresentados em um curso que os estudantes não possuem. Neste
caso, a redução da separação é um objetivo do sistema de educão a distância (SIMONSON,
2006).
Em seguida, tem-se as telecomunicações interativas que representam o terceiro
componente da definição de educação a distância. A interão pode ser síncrona ou
assíncrona, ou seja, pode produzir-se ao mesmo tempo ou em tempos diferentes. A interação é
crítica, mas não às custas do conteúdo. Dito de outra maneira, é importante que os estudantes
possam interagir entre eles, com os recursos didáticos e com seu professor. A interão, no
entanto, não teria que ser a característica primária da instrução, ainda que deveria estar
disponível de maneira habitual e relevante. As telecomunicões se definem como
“comunicante a distância. Essa definição inclui a comunicação com o sistema postal como
no estudo por correspondência e outros métodos não eletrônicos para a comunicão.
Obviamente, à medida que os sistemas de telecomunicões eletrônicos melhorem e estejam
cada vez mais generalizados, é provável que passem a ser pilares dos sistemas modernos de
educação a distância. No entanto, os sistemas de telecomunicação mais antigos e menos
sofisticados continuarão sendo importantes (SIMONSON, 2006).
Finalmente está o conceito de conectar os estudantes, recursos e instrutores. Esse
ponto faz referência que há instrutores que interagem com os estudantes e que há recursos
disponíveis que permitem que haja aprendizagem. Os recursos deveriam estar sujeitos aos
procedimentos de desenho didático que os organizem em experiências de aprendizagem, as
quais incluem os recursos que se pode observar, ouvir, falar e aprenderar (SIMONSON,
2006). Essas categorias podem ser visualizadas na figura 2.
44
Baseada em
uma instituição
Telecomunicações
interativas
Separação entre
professor e aluno
Se compartilham
dados, voz e vídeo
(experncias de
aprendizagem)
Figura 2: Educação a distância
Fonte: adaptado de Simonson (2006)
Rumble (apud SIMONSON, 2006, p.29) ofereceu a seguinte definição da educação a
distância:
Em qualquer processo de educação a distância é necessário que haja: um professor,
um ou mais estudantes; um cursou ou currículo que o professor seja capaz de
ensinar e o estudante esteja tentado a aprender; e um contrato, implícito ou
explícito, entre o estudante e o professor ou a instituição que contratou o professor
que reconhece os papéis respectivos de ensino-aprendizagem.
Já Keegan (apud SIMONSON, 2006) identificou cinco elementos principais destas
definições, que utilizou para formar uma definição integral da educação a distancia:
a) a separão quase permanente de professor e aluno durante toda a duração do
processo de aprendizagem (essa característica a distingue da educação presencial
convencional);
b) a influência de uma organização educativa no planejamento e preparação de
materiais de aprendizagem e na oferta de serviços de apoio ao estudante (isso o
distingue dos programas de ensino particular e autodidatas);
c) o uso de meios técnicos (material impresso, áudio, vídeo ou material informático)
para unir professor e aluno e fazer chegar o conteúdo do curso;
d) a provisão de comunicação bidirecional para que o estudante possa beneficiar ou
inclusive iniciar o diálogo (isto o distingue de outros usos da tecnologia na educão);
e
e) a ausência quase permanente do grupo de aprendizagem durante a duração do
processo de aprendizagem de maneira que os estudantes sejam normalmente ensinados
45
de modo individual e não em grupos, com a possibilidade de fazer reuniões ocasionais
com objetivos didáticos e de socialização.
As a exposição dos conceitos, faz-se necessário analisar as vantagens e
desvantagens dessa modalidade, como apresentadas no próximo tópico.
2.3.3 Vantagens e desvantagens da EaD
No que diz respeito às vantagens da EaD, Rodriguez e Caro (2002) apresentam que
esta modalidade permite superar: as barreiras de índole geográfica na medida em que não é
necessário deslocar-se a nenhum lugar; os problemas de tempo, em face do aluno compaginar
o estudo com as obrigações e pelo fato do aluno poder escolher o seu próprio horário; e os
problemas de demanda visto que é possível compartilhar interesses de pessoas e lugares
distintos, otimizando recursos de produção, além de que estas têm um maior leque de ofertas
de formação. Em sua definição, acesso a cidadania, na medida que oferece formão
continuada.
Outra vantagem apresentada pela modalidade a distância diz respeito ao seu alcance,
mais democratizado, pois pelo fato de serem mais flexíveis e mais individualizados à
diversidade da demanda, oferecem oportunidade de continuação de estudo aos alunos situados
em regiões distantes dos centros de ensino ou portadores de necessidades especiais,
temporárias ou permanentes, e também aos adultos (RUMBLE, 2003).
Completa-se ainda sobre as vantagens de EaD com as diferentes virtudes para os
estudantes, para as empresas e para os governos (UNESCO, 1998):
a) para o estudante, possibilidade de:
· um acesso mais aberto com um maior leque de possibilidades para aprender
saberes, competências, atitudes e relações;
· superar barreiras de natureza geográfica, restrições pessoais, barreiras sociais
e culturais ou de infra-estruturas educativas;
· compaginar o estudo com as obrigões laborais e familiares;
· ser autêntico protagonista da aprendizagem ao centrar esta na pessoa; e
· eleger conteúdos e a própria organização de sua aprendizagem.
b) para as empresas, possibilidade de:
46
· organizar as ões formativas encaminhadas à aquisição de novas
competências profissionais, no próprio centro de trabalho, o que supõe maior
flexibilidade;
· economizar custos relativos aos formadores, viagens, manutenção, abandono
do posto de trabalho, etc.;
· compartilhar o investimento, de dinheiro por parte da empresa e de tempo por
parte do empregado, na busca de objetivos comuns o que incrementará a
produtividade e facilitará a comunicação e outras habilidades laborais;
· fornecer formação idêntica a todos os empregados de um determinado nível,
ainda que trabalhem em diferentes localizações geográficas da mesma empresa; e
· formar a todos de um mesmo nível, de uma só vez e simultaneamente à
formão que puderam adquirir mediante outros cursos, trabalhadores de níveis e
necessidades diferentes.
c) para os governos, possibilidade de:
· permitir o acesso à educação a setores e grupos que apresentam restrição por
meios convencionais;
· oferecer aos cidadãos mais oportunidades para a formação permanente, a
reciclagem, a promoção cultural e o enriquecimento pessoal;
· racionalizar os custos da educão; e
· diversificar as ofertas educativas; aumentar e consolidar a capacitão
permanente.
Em complemento às vantagens para as empresas, Rumble (2003) afirma que estas
podem economizar com a adoção de parcerias na modalidade a distância, porque os custos de
formão, como o tempo do funcionário, são transferidos da empresa ao empregado, como
por exemplo o fato de que os funcionários podem estudar sem a necessidade de se afastar do
trabalho.
A aprendizagem aberta e a distância cumpre a função de compartilhamento de custos
porque pode estar correlacionada com o trabalho e aumentar a produtividade e, até certo
ponto, possibilita o aproveitamento do tempo disponível fora do horário de trabalho ou, em
alguns casos, parte do horário de expediente que, de outra forma, teria pouco valor produtivo.
Por fim, é relevante tanto para a sociedade como para as empresas considerarem as
possibilidades de aproveitar a infra-estrutura tecnológica já disponível ou prevista para a
47
aprendizagem aberta e à distância. Esta atitude pode gerar valor agregado pelo múltiplo uso
de organizações e da infra-estrutura existentes (UNESCO, 1997).
Apresenta-se ainda algumas desvantagens como: pouca interatividade entre
professores e alunos, a retro alimentação pode ser muito lenta, é mais difícil a retificação de
erros nos materiais, avaliações, há mais abandonos que no ensino presencial, entre outros.
(RODRIGUEZ; CARO, 2002).
As esta exposição das vantagens e desvantagens em EAD, procurou-se analisar as
características dessa modalidade, bem como suas diferenças com a modalidade presencial,
apresentados a seguir.
2.3.4 Características da EaD
Quanto as diferenças entre o ensino presencial e o a distância, Aretio (2002) apresenta
em sua obra quadros comparativos entre essas modalidades. O autor ressalta que os docentes e
estudiosos podem refletir sobre os distintos aspectos que deveriam mudar ou melhorar em sua
função, na estrutura e organizão da instituição educativa na qual intervém e em sua
percepção sobre as próprias pessoas adultas que estudam, últimas destinatárias de todas as
tarefas educativas.
O primeiro ponto a ser discutido são as características dos alunos a distância, podendo
ser percebidas conforme o quadro 2.
Estudante
Presencial A distância
Homogêneos na idade Heterogêneos na idade
Homogêneos em competências Heterogêneos em competências
Homogêneos em nível Heterogêneos em nível
Lugar de estudo único Lugar de estudo em casa, no trabalho, etc.
Residência geralmente na mesma cidade Diferentes cidades
Aprendizagem fortemente controlada
(dependente)
Aprendizagem livre (independente)
Geralmente dedicado aos estudos (jovem) Principalmente trabalha (adulto)
Tem mais interão social Menor interação social
Estudo como atividade primaria Estudo como atividade secundária
O currículo é determinado pela instituição O currículo é determinado pelo estudante
Quadro 4: comparação entre características dos estudantes
Fonte: Aretio (2002)
Para o estudante, a aprendizagem aberta e a distancia significa maior facilidade de
acesso e com isto uma gama mais ampla de oportunidades para estudar e se qualificar. As
barreiras que podem ser suplantadas pela aprendizagem a distância incluem não apenas
48
distâncias geográficas, mas também circunstâncias confinadoras, como limitões pessoais,
barreiras culturais e sociais e falta de infra-estrutura educacional. Muitas vezes acaba sendo
mais barato para o estudante buscar meios alternativos de estudos do que se matricular em
algum curso convencional. Com isso, destaca-se a importância da possibilidade de conciliar
estudo e trabalho, já que muitos não podem se dar o luxo de abandonar o emprego (UNESCO,
1997).
Percebe-se que uma das características mais importantes nos estudantes de EaD é sua
idade, sendo a população adulta, o principal público alvo dessa modalidade. Quanto ao estudo
na idade adulta, Aretio (2002) afirma que está demonstrado que a capacidade do adulto para
aprender continua vigente, não ficou minguada em sua juventude. Convém, no entanto,
identificar quais são as dificuldades, os problemas e os obstáculos, mais significativos para
este aprender, que nascem de sua idade, de seu status e, evidentemente, de suas próprias
características biopsicosociológicas.
Por outro lado, parece que o adulto se sente mais confortável seguindo cursos a
distância, já que lhe custa voltar à sala de aula tradicional. Na educação a distância vai
enfrentar situações diferentes daquelas que enfrentou quando era criança ou adolescente na
modalidade presencial (MORGAN, apud ARETIO, 2002).
Complementa-se essa afirmação ao trazer alguns obstáculos apresentados por esse
público (ARETIO, 2002):
a) o leque de expectativas se reduz. A perspectiva de lograr as altas metas sonhadas
na adolesncia ficou longe. O adulto pretende uma formação mais utilitária e
pragmática. Tem a impressão de que os conhecimentos formais valem pouco na vida
profissional. Os conhecimentos que aprende estão compartimentados e a vida
profissional é complexa e interdisciplinar;
b) a insaciável curiosidade de conhecer coisas novas, característica da criança,
diminui. A inteligência se estanca e a meria não aumenta. Está menos acostumado
à utilização de idéias abstratas e teóricas. Interessam-lhe mais as situações e problemas
da vida real;
c) o auto-conceito quanto às próprias capacidades intelectuais muda. A
aprendizagem tende a ser mais lenta que em idades anteriores, sobretudo naquelas
aquisições que suponham interferir hábitos já consolidados. Também se dificulta esta
aprendizagem quando se carece de técnicas de trabalho intelectual ou se abandonou o
estudo há tempos atrás.
49
d) este adulto acredita ser menos dotado para o alcance de determinadas metas de
tipo intelectual porque tem pouca experiência no estudo. Teme o esquecimento, a sua
limitação para aprender o novo e tende a comparar-se com outros mais jovens que
levam a cabo a mesma tarefa;
e) o cansaço e a escassez de tempo para se dedicar ao esforço intelectual serão
conseências próprias de seu status sócio-laboral.
No entanto, é verdade que a ampla experiência das pessoas adultas vai possibilitar em
maior medida uma aprendizagem significativa, porque não se deve esquecer que: de todos os
fatores que influenciam na aprendizagem, o mais importante consiste no que o aluno já sabe
(AUSUBEL, apud ARETIO, 2002).
De acordo com Aretio (2002), nem todos os alunos têm maturidade suficiente para
enfrentar sozinhos a série de responsabilidades que a educão a distância comporta. É
importante destacar, em primeiro lugar, que a aprendizagem do adulto não está subordinada a
exigências legais de presencialidade como acontece com os jovens e as crianças. Em segundo
lugar, sabe-se que muitos dos adultos que iniciam esse tipo de formão a distância, há muito
tempo abandonaram o sistema formal de educação.
Em muitos casos, os estudantes só pretendem aumentar seu status ou nível de
conhecimentos, mas a realidade é que muitos deles chegam a produzir, ao finalizar com êxito
os estudos, uma mudança positiva nos âmbitos pessoal, familiar, profissional, social e
inclusive econômico (ARETIO, 1987). Essas mudanças normalmente não são intencionais,
embora o adulto saiba que sua perspectiva de vida, suas relações, interesses, trabalho e metas
podem mudar.
Em relação ao impacto no aprendizado, para Sparkes (apud RUMBLE, 2003) é fácil
transmitir conhecimentos, mas estes só serão absorvidos por aqueles que estão motivados, o
que não é, geralmente, um problema para os adultos, as as primeiras semanas do curso. É
preciso que os estudantes contem com boa memória, o que pode ser um problema para os
mais velhos, e uma base suficiente para encontrar um sentido para a informação. Nesse
sentido, o método de apresentação deve ser adaptado ao tipo de conhecimento.
Um segundo ponto a ser analisado na modalidade a distância diz respeito ao papel do
professor e do tutor, principais agentes de contato com os alunos. Pode-se constatar as
características desse público conforme quadro a seguir.
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Docente/ Tutor
Presencial A distância
Um só tipo de docente rios tipos de docentes
Principal fonte de informação Suporte, facilitador, orientador
Juiz supremo do rendimento do aluno Motivador do rendimento do aluno
Basicamente educador Basicamente produtor de materiais ou tutor
Habilidades e competências conhecidas Habilidades e competências pouco conhecidas
Se envolve em desenho, desenvolvimento e
avaliação curricular superficiais
Se envolve em desenho, desenvolvimento e
avaliação curricular mais profundos
Problemas dependentes do professor Problemas dependentes do sistema
Quadro 5: comparação características dos docentes/tutor
Fonte: Aretio (2002)
O professor tem como função principal elaborar as metodologias utilizadas na sua
disciplina, de forma que esta contempla a criação, o armazenamento, a disseminação e o
controle do conhecimento. O tutor é o responsável pelo acompanhamento dos estudantes,
sendo o elo entre o aluno e o professor.
No que se refere ao sistema de apoio ou tutoria, ressalta-se que os mesmos
normalmente trabalham em tempo parcial e precisam ser recrutados, treinados e
acompanhados, por sua vez, por outros professores (UNESCO, 1997).
Ressalta-se, de acordo com a UNESCO (1997) que o estudo individualizado sem
nenhuma comunicação com algum professor e serviço de apoio não costuma ser considerado
educação à distância. Sistemas de aprendizagem aberta, por outro lado, muitas vezes,
baseiam-se intensamente no estudo individualizado. A importância atribuída à interão
professor aluno pode variar consideravelmente entre os diferente sistemas e está intimamente
vinculada às estratégias educacionais adotadas.
Complementa-se ainda, de acordo com a UNESCO (1997), que na maioria dos casos a
educação a distância procura mostrar-se aberta e flexível, mas as definições de seu conceito
tendem a enfocar a possibilidade de comunicação entre os participantes no processo de
aprendizagem através do tempo e/ou espaço, particularmente com auxílio de novas (e algumas
antigas) tecnologias.
O terceiro ponto a ser analisado é a comunicação e os recursos em EaD. Como já
explicitado no histórico dessa modalidade, a evolução das mídias eletrônicas pode ser
considerada uma das maiores responsáveis pela maximização do uso de sistemas a distância.
Desta forma, o atendimento ao aluno tornou-se possível em qualquer localidade do mundo,
desde que este tenha como acessar a tecnologia e, principalmente, em tempo real, fazendo
51
com que a utilização da EaD em programas educacionais venha aumentando
consideravelmente com o passar dos anos.
A comparação entre a comunicação e os recursos nas modalidades presencial e a
distância podem ser percebidas no quadro 6.
Comunicação/recursos
Presencial A distância
A aula é o principal espaço de interação
A interação pode se dar em qualquer lugar e
em qualquer momento
O processo de ensino-aprendizagem é cara-a-
cara
O processo de ensino-aprendizagem é
mediado
Comunicação direta Comunicação diferida em espaço e tempo ou
síncrona através de meios eletrônicos
Oficinas e laboratórios da instituição Oficinas e laboratórios de outras organizações
Uso reduzido de meios Uso massivo de meios
Quadro 6: comparão características dos recursos e comunicação
Fonte: Aretio (2002)
Corroborando, Rodriguez e Caro (2002) apresentam que a interão das tecnologias de
informação na educação permitem: flexibilidade nas formas de aprender; processos de
aprendizagem os quais se apliquem de forma mais direta aos alunos; melhora e inovão da
cultura tradicional; acesso aos melhores recursos didáticos disponíveis; desenho do ritmo de
aprendizagem; acesso à formação desde casa, tornando compatível a vida profissional e
familiar.
Outro componente crucial é a interação entre os aprendizados. Em algumas formas
de educação a distância praticamente não existe, mas na maioria dos casos é
considerada importante. Tal interão entre aprendizado pode ocorrer de várias
formas. Muitas vezes os estudantes se reúnem em grupos num determinado local, às
vezes se conectam entre si através de outras formas de apoio local. Há tecnologias
que permitem a organização de grupos virtuais em que os estudantes interagem a
distância, por exemplo através da comunicação mediada pelo computador
(UNESCO, 1997, p.28).
Agrega-se que quanto aos recursos utilizados, a EaD pode envolver o uso de vários
meios, como material impresso, correspondência escrita, áudio, vídeo e mídia e redes
baseadas no computador, bem como multimídia, tanto para apresentar a informação bem
como para estabelecer a comunicação entre os participantes (UNESCO, 1997).
Em relão à importância das tecnologias, destaca-se que
as tecnologias adotadas na educação e no treinamento obviamente não constituem
fins em si. São usadas para estender as oportunidades de estudo a grupos novos, para
tornar a aprendizagem mais eficiente e flexível e para enriquecer o processo de
aprendizagem. Neste contexto, tecnologias diferentes podem servir ao mesmo
propósito ou a prositos bem diferentes. Quando uma variedade de tecnologias está
disponível, não se trata, em geral, de escolher apenas uma tecnologia, mas selecionar
uma combinação apropriada de tecnologias que sirvam ao objeto geral visado
(UNESCO, 1997, p.61-62).
52
O último ponto a ser destacado em EaD, ressalta sua estrutura e Gestão, conforme
quadro a seguir.
Estrutura/gestão
Presencial A distância
Unidades e funções limitadas Múltiplas unidades e funções
Os cursos se concebem, produzem e
proporcionam de maneira simples
Os cursos requerem processos mais sofisticados
para desenho, produção e provisão
Problemas administrativos por horários fixos
Os problemas surgem na coordenação da
produção e provisão
Muitos docentes e poucos administrativos e
técnicos
Menos docentes e mais administrativos e técnicos
Pouca interação entre docentes, administrativos e
técnicos
Intensa relação entre docentes, administrativos e
técnicos
Se pode prescindir parcialmente dos
administrativos e técnicos
Não se pode prescindir dos administrativos e
técnicos nunca
Os mecanismos de filtro são fortes. Mais elitista e
seletiva
Tende a ser mais democrática no acesso
Muitos cursos com poucos estudantes Muitos estudantes por curso
Custos iniciais baixos, mas se incrementam com o
número de estudantes
Custos iniciais altos, mas se reduzem com o
número de estudantes e com o tempo
Quadro 7: comparação entre as características da estrutura e da gestão
Fonte: Aretio (2002)
Quanto a gestão da EaD, a UNESCO (1997) destaca que é necessária uma equipe com
dedicação integral ou que preste consultoria externa, para planejar, elaborar instruções,
desenvolver e produzir programas, realizar pesquisar, prestar assessoria como especialistas de
mídia, marketing ou para integrar a equipe administrativa.
Em complemento, destaca-se que para que se concretize um curso a distância é
necessária a implementação de uma infra-estrutura adequada, profissionais capacitados para a
realização das atividades de planejamento, elaboração de materiais, avaliação e serviços de
apoio aos alunos e professores (MORAES, 2004).
De acordo com Pretti (2005, p.19)
confundimos a modalidade com a metodologia, seu alcance com falta de qualidade e
seus aspectos democratizantes com otimização da relação custo/benefício. Daí,
cada vez mais ser necessário compreendermos os fundamentos dessa modalidade,
suas especificidades, de maneira que possamos constituir práticas educativas e de
gestão que tenham a finalidade de promover a aprendizagem antes de intensificar
usos de tecnologias e a venda de produtos educativos como sendo produtos que,
por si só, propiciam aprendizagem.
Quanto ao desenho dos cursos, suas estratégias e técnicas de ensino e aprendizagem
irão depender do tipo de programa proposto e das necessidades que pretendem atender. Além
disso, são influenciadas pela filosofia e pelos valores educacionais de cada sistema particular
e pelas características educacionais e potencial das tecnologias utilizadas. Com isso, pode se
53
estabelecer uma conexão entre estratégias de ensino, economia e opção tecnológica escolhida
(UNESCO, 1997).
Uma reflexão necessária da gestão em EaD, diz respeito ao binômio custo e benefício
gerados por esta modalidade. Muitos custos de sistemas de aprendizagem aberta e a distância
são simplesmente estudos da eficiência em termos de custos do ponto de vista da instituição e
não costumam levar em conta aspectos qualitativos e sociais mais abrangentes. Quando
comparam a aprendizagem aberta e a distância com a educão e o treinamento convencional,
simplesmente partem do pressuposto de que o conteúdo e a qualidade dos resultados sejam os
mesmos. Mas sistemas de aprendizagem aberta e a distância muitas vezes se dirigem a outros
grupos-alvo, sem acesso fácil às instituições convencionais (UNESCO, 1997).
Devido à diferença do público alvo, as condições e os processos de aprendizagem
também são bem diferentes. Como já visto, na educação a distância, não há necessidade de o
aluno se locomover e de permanecer em um campus ou deixar o emprego enquanto estuda.
Por outro lado, o estudo a distância pode demandar ou desenvolver habilidades e
competências diferentes do que a educação convencional. Há possibilidade de tirar proveito
da experiência mais ampla e de aplicar de forma mais imediata o conhecimento adquirido no
trabalho ou em situões vivenciais.
Corroborando com essa reflexão, Rumble (2003) traz a tona uma contradição presente
na maior parte dos países: atender à demanda crescente pelo ensino s-obrigatório, em
destaque o superior, enquanto recursos são cada vez mais escassos. O ensino a distância, ao
facilitar o atendimento a numerosos estudantes utilizando número limitado de professores,
parece abrir caminho para a economia de escala e, aparentemente, para a redução de custos
(RUMBLE, 2003, p.11).
Um elemento são os custos de oportunidade no que se refere ao tempo de estudo.
Deve ser pesado contra os custos e a perda de renda que teriam caso estivessem
estudando em tempo integral. A possibilidade de aumentar sua renda após
completarem os estudos depende dos programas de estudo e também do mercado de
trabalho, de sua idade, etc. E, além disso os aspectos qualitativos da aprendizagem e
da aquisição de novos conhecimentos e habilidade são difíceis de serem calculados
(UNESCO, 1997, p.67).
Complementa-se com isso, que é relevante considerar os efeitos para a sociedade
quando se proporciona educação e treinamento a diferentes grupos-alvo. A teoria do capital
humano enfatiza bastante a educação e o treinamento como fatores no desenvolvimento social
e econômico.
As essa reflexão, passa-se a análise da EaD nos países em desenvolvimento e no
Brasil.
54
2.3.5 EaD no Brasil e em países em desenvolvimento
Inicia-se a apresentação do EaD nos países em desenvolvimento, com relato da
UNESCO (1997, p.42):
em muitos países em desenvolvimento, o ensino a distância representa um método
muito importante de oferecer educação superior. Universidades abertas e outras
universidades de ensino a distância são instituições de destaque e representam uma
importante complementação para as universidades convencionais, particularmente
em muitos países asiáticos, mas também em alguns países da África, América Latina
e do Mundo Árabe. Contribuem decisivamente para a expansão das oportunidades de
educação bem como para estabelecer-se maior equidade e desenvolvimento regional
Destaca-se, contudo, que há nos paises em desenvolvimento algumas barreiras comuns
que dificultam a implantão efetiva da aprendizagem aberta e a distância. Falta de recursos
financeiros, problemas de alocação de recursos e apoio continuado talvez sejam os mais
importantes. Interferem negativamente sobre a qualidade e os resultados obtidos. Outro
problema é a carência de recursos humanos suficientemente qualificados e motivados. Mais
um grande problema é a infra-estrutura tecnológica deficiente que impede o uso efetivo de
tecnologias apropriadas. Por último, falta muitas vezes, planejamento estratégico e
coordenação, bem como ocorrem flutuões no volume de doações e lucros, o que igualmente
pode reduzir o nível dos resultados alcançados (UNESCO, 1997).
Quanto à presença da modalidade a distância nos países da América Latina, Aretio
(2002) destaca que o material impresso, o radio e o áudio são os meios de comunicação mais
usados, mas há também diversos projetos que usam a televisão, o vídeo e outro meios de
comunicação. Um exemplo é o programa Telesecundaria Mexicana, que usa televisão e
videocassetes para estudantes de escolas secundárias em áreas rurais, onde há professores
menos qualificados.
Aretio (2002) complementa ainda que a partir de 1977, foram implantadas
universidades abertas na Venzuela e na Costa Rica. E, na última década, foi estabelecido por
universidades convencionais um amplo leque de programas em nível de terceiro grau. Há na
região um crescente conhecimento da educação a distância, baseado em pesquisas ali mesmo
desenvolvidas. Mesmo assim, recursos humanos competentes ainda representam um elemento
escasso, embora crucial, para o desenvolvimento futuro dessa modalidade.
Quanto à introdução dessa modalidade no Brasil, foi fundado, em 1939, o Instituto
Rádio Monitor e depois o Instituto Universal Brasileiro, em 1941, voltados a cursos
55
profissionalizantes a distância. A partir de então se sucederam algumas experiências de ensino
a distância, levadas a cabo com relativo êxito.
O Movimento de Educação de Base (MEB) se preocupava em alfabetizar e apoiar a
aprendizagem de milhares de brasileiros por meio das escolas radiofônicas. A situão
política, gerada a partir de 1964, acabou com esse projeto (GUARANYS; CASTRO, apud
ARETIO, 2002).
A Fundão Educacional e Cultural Padre Landell de Moura (FECPLAM), nascida em
1972, teve sua origem no desenvolvimento dos movimentos de educação não formal da
América Latina. O início da FECPLAM se deu por meio de programas de rádio (Colégio do
Ar) e de uma série de cursos profissionalizantes (MALHEIROS apud ARETIO, 2002).
Outra experiência brasileira digna de resenha é a que se refere ao Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (SENAI) de São Paulo que criou o programa Auto-instrução com
Monitoria (AIM) que procurava inserir, mediante o ensino a distância, uma série de
programações auto-instrutivas. Também a Companhia de Petróleos Brasileiros
(PETROBRÁS) experimentou programas para a auto-aprendizagem de seus empregados, a
partir de 1975 (ARETIO, 2002).
No mesmo período, a Fundação Brasileira de Educação (FUBRAE) desenvolveu uma
experiência brasileira de formação de professores, a partir de 1973. Destaca-se também uma
das experiências universitárias de educão a distância, iniciada pela Universidade de Brasília
(UnB) em 1976, e retomada posteriormente (ARETIO, 2002).
Diante desse histórico no Brasil, de acordo com Palhares (2007), a EaD só surgiu
oficialmente no país em dezembro de 1996, ao ser instituída pela Lei n.9.394, com mais de
cem anos de defasagem em relação a outras iniciativas mundiais.
Atualmente, a EaD no Brasil é regida pelas seguintes leis, decretos e portarias: Lei nº
9.394, de 20 de Dezembro de 1996, Decreto 2.494, de 10 de Fevereiro de 1998, Decreto Nº
5.622, de 19 de dezembro de 2005, Portaria normativa n.1 de 10 de janeiro de 2007, Portaria
normativa n.2 de 10 de janeiro de 2007.
Quanto a cursos de Administrão, de acordo com Barros (2007), a Associão
Internacional de Educação Continuada (AIEC), a qual possui como objetivo manter e
incentivar o ensino a distância, foi a primeira a obter o credenciamento para graduação a
distância de curso de Administração. Mantenedora da Faculdade de Administração de
Brasília, em parceria com instituições nacionais e internacionais, buscando apoio logístico e
estratégico de infra-estrutura física, tecnológica e de pessoal para implantão do curso de
Administrão a distância em todo o território nacional.
56
É destacado pela UNESCO (1997) que um número crescente de países têm
desenvolvido políticas nacionais relativas à educação aberta e a distância ou têm incorporado
estratégias de aprendizagem a distância em documentos recente sobre a política de educação e
treinamento. A inclusão em documentos de cunho político é pré-requisito para um
planejamento efetivo em âmbito nacional e a utilizão da aprendizagem aberta e a distância
como parte integrante de uma estratégia consistente de educão e treinamento.
Com isso, apresenta-se a seguir a experiência brasileira da Universidade Aberta do
Brasil, de acordo com entrevista de Ronaldo Mota, ex-secretário de Educação a Distância do
MEC, de 2005 a 2007 (ABRAED, 2007).
2.3.5.1 Universidade Aberta do Brasil
O Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), implementado em 2005 (Decreto n.
5.800, de 8 de junho de 2006), representa assim a convergência de esforços das instituições
participantes do Fórum das Estatais pela Educão para a criação das bases da primeira UAB
do país e tem se consolidado por meio de amplos e democráticos debates, particularmente da
interlocução entre Governo Federal, empresas públicas, estatais e a Andifes.
O projeto faz parte do atual conjunto de políticas públicas para a área de educação,
especialmente na área de programas voltados para a expansão da educação superior com
qualidade e promoção de inclusão social. Assim, o projeto se caracteriza por meio da
reafirmação do caráter estratégico da educação superior e do desenvolvimento científico,
tecnológico e de inovação para o crescimento sustentado do país.
As potencialidades da UAB proporcionam uma alternativa para o atendimento às
demandas reprimidas pela educação superior, as quais têm gerado um cenário nacional de
assimetrias educacionais, seja em relão à oferta de formação inicial, seja em relão às
possibilidades de oferta de formação continuada ao longo da vida, já que, no Brasil, apenas
11% dos jovens entre 18 e 24 anos têm acesso ao ensino superior.
Entretanto, os desafios educacionais citados, ainda que considerados os dados atuais
de exclusão educacional, podem ter, na educão a distância, uma possibilidade de
indiscuvel eficácia e que aponta para impactos positivos no tocante à acessibilidade à
educação superior, principalmente nas instituições federais de ensino superior e demais
universidades públicas estaduais as quais apresentam potencialidades rumo à
democratização do acesso, o que se comprova pela existência de um parque universitário
robusto e malha consolidada de pesquisa. Dessa forma, a modalidade a distância pode
57
contribuir significativamente com o atendimento de demandas educacionais urgentes, dentre
as quais destacam-se: a necessidade de formação ou capacitação de mais de um milhão de
docentes para a educão básica, bem como a formação continuada, em serviço, de um grande
contingente de servidores das empresas públicas.
A oferta de cursos de educação a distância por meio da UAB já está em curso.
Experiências como o Programa Pró-Licenciatura, o qual atende hoje quase 20 mil estudantes
de licenciatura, prioritariamente professores em exercício da rede pública da educação básica
sem título superior , contribuem para que se dominem as experiências em âmbito nacional e a
logística envolvida, além de propiciar formão de recursos humanos na modalidade
educação a distância, ingredientes fundamentais para o sucesso em empreendimentos, de
acordo com as necessidades do país.
Outro programa em destaque é um projeto piloto iniciado em 2006 em mais de 20
estados, com o curso de graduação em Administração em parceria especial com empresas
estatais, principalmente o Banco do Brasil.
Assim, a UAB procura articular as intenções e experiências das instituições de ensino
superior, as quais, isoladamente, não teriam como ganhar a desejável escala nacional em sua
atuação. Dessa forma, esta iniciativa ajuda a complementar a agenda do governo federal ao
consolidar a educação a distância como modalidade importante no processo de amplião do
acesso ao ensino superior por parte de segmentos excluídos do cenário nacional e para a
formão de professores para a educação básica, de forma a buscar cumprir, com
racionalidade e eficiência, no gasto público, as metas do Plano Nacional de Educão (PNE).
Além disso, a UAB tem como compromisso de expandir e interiorizar a oferta de
cursos e programas de educação superior no país, notadamente nas regiões desprovidas dessa
possibilidade. Seja para a formação de professores para a educação básica ou superior,
previsto no Plano Nacional de Educação, na busca da racionalização e eficácia do gasto
público por meio da capacitação de capital humano nas instituições governamentais.
O pressuposto básico deste conjunto de atividades programadas é o da inclusão social
e conseqüentemente do acesso à cidadania social, pela via da educão superior, observados
os critérios de qualidade e competitividade.
2.3.6 Pressupostos para Qualidade da educação a distância
58
A avaliação da qualidade do ensino a distância é um problema complexo. Escotet
(apud RUMBLE, 2003) ressalta que o ensino a distância é um processo de instrução, mais que
de educação.
Alguns dos problemas mais comuns são: infra-estrutura tecnológica inadequada,
deficiências no planejamento e na programão, ausência de recursos humanos qualificados e
de assessoria profissional, falta de recursos financeiros e do reconhecimento de sua
equivalência educacional (UNESCO, 1997).
Agrega-se que a adequação dos sistemas de controle é condição fundamental para a
gestão eficiente e eficaz de uma instituição. Durante a concepção dos sistemas, é necessário
atentar para os seguintes aspectos (RUMBLE, 2003):
a) delegar competências, permitindo que os dirigentes se concentrem sobre o que é
realmente importante, não se sobrecarregando com muita informação; e
b) fornecer informações sobre os resultados atuais e a precisão da instituição. Não é
aconselhável concentrar-se excessivamente sobre os principais dados financeiros, em
prejuízo das informões sobre o funcionamento da instituição, especialmente no que
tange à demanda de matrículas, taxas de evasão e qualidade do serviço.
No Brasil, o MEC emitiu um relatório com referencias de qualidade para cursos a
distância. De acordo com o MEC (2003), o objetivo desse relatório é orientar alunos,
professores, técnicos e gestores de instituições de ensino superior que podem usufruir dessa
forma de educação ainda pouco explorada no Brasil e se empenharem por maior qualidade em
seus processos e produtos.
A base principal das práticas de qualidade nos projetos e processos de educação
superior é garantir continuamente melhorias na criação, aperfeiçoamento, divulgão
de conhecimentos culturais, científicos, tecnológicos e profissionais que contribuam
para superar os problemas regionais, nacionais e internacionais e para o
desenvolvimento sustentável dos seres humanos, sem exclusões, nas comunidades e
ambientes em que vivem (MEC, 2003, p.1).
São dez os itens básicos que devem merecer a atenção das instituições que preparam
seus programas de graduão a distância (MEC, 2003):
a) integrão com políticas, diretrizes e padrões de qualidade definidos para o ensino
superior como um todo e para o curso específico;
b) desenho do projeto: a identidade da educão a distância;
c) equipe profissional multidisciplinar;
d) comunicação/interatividade entre professor e aluno;
e) qualidade dos recursos educacionais;
f) infra-estrutura de apoio;
59
g) avaliação de qualidade connua e abrangente;
h) convênios e parcerias;
i) edital e informações sobre o curso de graduão a distância; e
j) custos de implementação e manutenção da graduão a distância.
Ainda nesse documento sobre qualidade, estão expostas algumas preocupões
relacionadas a evasão como: taxas de evasão elevadas que muitas vezes decorrem da falta de
informação prévia e são prejudiciais tanto para os alunos como para as instituições que
oferecem cursos; desenvolvimento de uma projão de custos e de receitas realista, levando
em consideração o tempo de duração do programa, todos os processos necessários à
implementação do curso e uma estimativa de evasão; e divulgação de qual a política e
procedimentos a serem adotados pela instituição em caso de evasão elevada, de modo a
garantir a continuidade e a qualidade do curso para os alunos que permanecem no processo.
Com isso, as a apresentação desses referenciais para a qualidade do curso, passa-se
à discussão sobre a evasão em EaD.
2.4 EVASÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Inicialmente, resgata-se os conceitos norteadores dessa pesquisa quanto evasão e EaD.
A evasão definitiva é a saída definitiva da universidade, ou seja, é aquela pela qual o aluno se
afasta da instituição, por abandono, desistência definitiva do curso ou transferência para outra
universidade. Já educação a distância é a educação formal, baseada em uma instituição na
qual o grupo de aprendizagem se separa e na qual se utilizam sistemas de telecomunicações
interativos para conectar estudantes, recursos e instrutores (SIMONSON, 2006).
Em complemento considera-se evasão a desistência do curso, incluindo os que, as
terem se matriculado, nunca se apresentaram ou se manifestaram de alguma forma para os
colegas e mediadores do curso, em qualquer momento (FÁVERO; FRANCO, 2006). Outro
conceito é apresentado por Maia e Meirelles (2005), para os quais a evasão dos cursos
consiste em estudantes que não completam cursos ou programas de estudo, podendo ser
considerado como evasão aqueles alunos que se matriculam e desistem antes mesmo de
iniciar o curso.
Na modalidade a distância, conforme Rumble (2003), em geral, as taxas de conclusão
são bastantes fracas e os índices de evasão altos, mas a comparão entre os índices das IES é
prejudicado pelos diferentes lculos aplicados. Para algumas IES, são contabilizados como
alunos regulares somente aqueles que as a matrícula freqüentam pelo menos dois meses de
60
curso, ou seja, os alunos que apenas se matriculam e os que só participam das aulas por um
período inferior a esse não são inclusos como alunos dessa IES, não sendo contabilizados
assim como alunos evadidos da mesma. Como exemplo pode-se citar a British Open
University, a qual elimina aqueles que não seguem o curso regularmente e só matriculam
novos alunos as dois ou três meses de freqüência.
Aretio (1987) corrobora com esta visão, afirmando que muitos simplesmente se
matriculam sem chegar a realmente participar do curso. Por isso, algumas instituições só
contabilizam os alunos que se apresentam aos exames. Estes índices, comparados com os da
universidade convencional, são mais aproximados e mais reais.
Complementa ainda que nas instituições a distância, muitos dos alunos se matricula,
adquirem o material didático obrigatório e nada mais se volta a saber deles. Estes alunos
abandonam o curso sem ter provado sua capacidade ou o alcance de sua possível dedicação ao
estudo, ao menos sem que isso conste. Um aviso para a detecção de um possível aluno a
evadir do curso é o não cumprimento de alguma prova ou exame das matérias (ARETIO,
2002).
Portanto, de acordo com Aretio (2002), tem-se dois tipos de abandonos em EaD:
abandono sem começar e abandono real. Fala-se de abandono sem começar quando refere-se
a aqueles estudantes dos quais não existe registro avaliador algum mesmo tendo estado
matriculados um ou mais anos. Abandono real seria aquele em que os estudantes que chegam
a ter um registro de avaliação e depois abandonam sem terminar os estudos. Este tipo de
abandono vem sendo mais próximo, em porcentagem, ao dos cursos presenciais.
De acordo com Rumble (2003), a evasão é encarada como um fracasso para as IES,
mas salienta que alguns estudantes decidem freentar um curso sem a preocupação de
cumprir todos os requisitos ou de passar nos exame, fazendo com que se considerar somente
índices de conclusão e abandono não sejam uma boa medida para avaliar o sucesso individual
dos estudantes.
Essa afirmação é rebatida pela UNESCO (1997), ao se tratar dos custos da IES, ao
afirmar que um elemento muito relevante na comparão de custos é o índice de formandos
ou taxa de estudantes que completam os estudos. Destaca ainda que muitos estudos de custos
deixam de levar em considerão este detalhe, tanto na educação convencional como na
aprendizagem aberta e a distância.
Resgata-se essa discussão por considerar a evasão não somente como um problema de
custo de uma IES, mas também como um problema social. Os aspectos qualitativos da
61
aprendizagem e da aquisição de novos conhecimentos e habilidades são intangíveis, fazendo
com que as perdas advindas da evasão para as IES e para a sociedade sejam imensuráveis.
Quanto à análise de algumas pesquisas em EaD, inicia-se a apresentação desses dados
por em estudo desenvolvido por Woodley e Mclntosh (apud GARCIA ARETIO, 1987) , os
quais objetivaram levantar os motivos para a não realização da matrícula definitiva (depois do
1º ano) nos cursos que estavam interessados . Dentre os motivos apontados, 77% estavam
relacionados a problemas de caráter familiar e situões de trabalho; 21% referiram-se a
problemas causados pela forma e o conteúdo dos cursos e 2% por motivos de caráter
administrativo.
Outra pesquisa sobre evasão em EaD remete as seguintes causas de abandono: 61%
em função de problemas de caráter laboral e familiar; 27% por problemas relacionados ao
próprio curso e 12% por questões de motivação (PHYNTHIAN; CLEMENTS, apud
ALONSO; PRETI, 2005).
Já o estudo realizado por Tannous e Ropoli (2005) em cursos de extensão da Unicamp
(Universidade Estadual de Campinas), apresentou os seguintes índices de evasão: o primeiro
curso oferecido contou com a participão de doze inscritos, dos quais cinco desistiram
(índice de evasão = 41,7%), o segundo curso estiveram presentes onze inscritos, dos quais
seis desistiram (índice de evasão = 54,5%), o terceiro curso houve oito inscritos, dos quais
quatro desistiram (índice de evasão = 50%).
Quanto ao cenário nacional, a pesquisa do Anuário Brasileiro Estatístico de Educão
Aberta e a distância ABRAED (2007) aponta algumas informões sobre a Evasão em
EaD no Brasil. Quanto aos fatores que influenciaram na evasão destes alunos destacam-se: a
falta de tempo e a situão financeira. Outra informação importante aponta que nos cursos de
graduão, 96% da evasão ocorre nos primeiros semestres do curso, o que mostra a
importância de pesquisas sobre a evasão dos alunos desde o como do curso.
Já Fávero e Franco (2006) apresentam uma pesquisa realizada pela FGV-EAESP -
Escola de Administrão de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, em 2005,
sobre o índice de evasão em educação superior a distância, alcançando-se os seguintes
resultados:
a) os cursos totalmente a distância têm maior evasão (30%) que os cursos
semipresenciais (8%) ;
b) os cursos de extensão e especialização têm 25% de evasão;
c) enquanto nas públicas ocorre 11% de evasão, nas privadas o percentual é de 23%;
62
d) a maior diferença existente está entre os cursos certificados pelo MEC (21%) e os
cursos com certificação própria (62%). Este percentual de 62% de evasão em cursos
com certificação própria pode indicar que existe pouca credibilidade e confiabilidade
nesta certificação, uma vez que, se o certificado for emitido pelo MEC, este índice cai
para 21%; e
e) o índice de evasão em cursos totalmente a distância é de 30%.
Outros elementos que não podem deixar de ser analisados são os fatores contribuintes
à evasão. Aretio (2002) apresenta alguns desses fatores de acordo com as seguintes
categorias: fatores atribuíveis a instituição, circunstâncias sócio-familiares dos alunos e
fatores psicopedagógicos.
Quanto aos fatores atribuíveis à instituição podem-se destacar algumas características
como: o material didático não é o apropriado; as Unidades Didáticas, os textos recomendados,
o áudio, o vídeo e a hipermídia não são adequados para a metodologia de estudo; não há
suficiente coerência entre objetivos, conteúdos, atividades; a carga acadêmica é excessiva ou
o nível é inadequado; os autores dos materiais e as equipes docentes não planejam
corretamente as atividades para desenvolver o aluno e para a aprendizagem buscada; o acesso
aos meios tecnológicos é deficiente; deficiências no suporte de tutorias; poucas sessões de
tutoria (presenciais ou a distância) e difícil comunicação com os professores e tutores.
Já as circunstâncias sócio-familiares dos alunos de acordo com Aretio (2002) são: as
ocupões laborais exigem muita dedicação física e mental; a dificuldade de ânimo para
realizar atividades de estudo; a responsabilidade familiar; a atenção à família; os problemas
familiares; entorno pouco favorável; falta de apoio do entorno laboral e, sobretudo, familiar.
Como exemplo dos fatores psicopedagógicos tem-se: o não conhecimento da
instituição, de sua metodologia e de seu nível de exigência; acessos ao centro de estudos sem
a preocupão de que a aprendizagem supõe um esforço que, a distância, é superior; falta de
técnicas e hábitos de estudo; não se está habituado a utilizar as novas tecnologias que agora
são uma ferramenta importante para a obtenção de informação e as interações formativas a
distância; falta de esmulo e motivação; desalento pelo recebimento de qualificações baixas
de uma avaliação e medo de apresentar-se nas provas presenciais.
Aretio (2002) complementa ainda que essa é uma seleção de causas de abandono ou de
baixo rendimento. Mas as pesquisas estabeleceram uma ordem de prioridade entre os
diferentes fatores conforme se segue:
a) atenção às obrigações laborais;
b) atenção à família;
63
c) falta de dedicação ao estudo;
d) falta de motivação;
e) equivocada imagem que se tem sobre a instituição e seu nível de exigência;
f) dificuldade de superar as provas presenciais;
g) falta de hábitos, técnicas de estudo e adaptação às tecnologias;
h) falta de preparão prévia; e
i) materiais didáticos deficientes.
Para Maia e Meirelles (2005), um dos fortes fatores que influenciam a evasão é o fato
de o curso ser distribuído totalmente a distância, podendo ocasionar que os alunos sintam-se
desestimulados a se manterem cursando por não se considerarem integrantes de uma turma.
Os autores ressaltam que este é um forte traço cultural; o de encontrar pessoalmente o
professor e ter aula presencial. Quando isso ocorre, o aluno se sente como participante de um
grupo e mais disposto a interagir a distância, não abandonando o curso.
Outros fatores analisados por Maia e Meirelles (2005), são os Ambientes Virtuais de
Ensino e Aprendizagem (AVEA) e a forma de desenho do curso. O desenho do curso
relaciona-se à forma como o curso está estruturado considerando a tecnologia computacional,
sendo as principais: a videoconferência, a teleconferência, a internet e o CD-ROM. Dessa
maneira, destacam que o índice de evasão mantém relação com a tecnologia utilizada no curso
a distância.
Corroborando com os autores, Fávero e Franco (2006) ressaltam também a
importância de um AVEA interativo, pois os alunos que fazem cursos a distância, na sua
grande maioria, tem uma característica em comum, que é a solidão, isto é, uma sensão de
abandono que os cercam durante todo o curso, principalmente quando não ocorre uma maior
interação entre os atores deste processo.
Em continuidade, Maia e Meirelles (2005) destacam que o índice de evasão pode ser
justificado também por variáveis exógenas ao curso a distância, como questões particulares
dos alunos.
Outra pesquisa, realizada nos cursos de extensão da Unicamp, apresenta os seguintes
motivos como fatores mais relevantes para a evasão (TANNOUS; ROPOLI, 2005):
a) priorizão de outras atividades profissionais não previstas no início do curso;
b) interesse apenas em conhecer as características do ambiente de EaD sem ter um
projeto educacional definido;
c) falta dos pré-requisitos necessários para acompanhar o curso;
d) problemas de saúde; e
64
e) problemas técnicos de acesso, precisamente de conexão.
Em complemento sobre os fatores de evasão na modalidade a distância, destaca-se que
se for considerado que a maioria dos estudantes é formada por adultos entre 25 e 40 anos, que
trabalham e estudam, percebe-se que uma das grandes causas da evasão é o cansaço que as
pessoas sentem ao final do dia, impossibilitando-as de aprender na sua totalidade,
independente do local onde esteja ocorrendo a aula. (FÁVERO; FRANCO, 2006).
Segundo Coelho (apud MAIA; MEIRELLES, 2005) as principais conjecturas sobre a
evasão nos cursos são:
a) a falta da tradicional relação face-a-face entre professor e alunos, pois neste tipo de
relacionamento julga-se haver maior interação e respostas afetivas entre os envolvidos
no processo educacional;
b) insuficiente domínio técnico do uso do computador, principalmente da Internet, ou
seja, a inabilidade em lidar com as novas tecnologias cria dificuldades em acompanhar
as atividades propostas pelos cursos a distância como: receber e enviar e-mail,
participar de chats, de grupos de discussão, fazer links sugeridos, etc;
c) ausência de reciprocidade da comunicação, ou seja, dificuldades em expor idéias
numa comunicação escrita a distância, inviabilizando a interatividade; e
d) a falta de um agrupamento de pessoas numa instituição física, construída
socialmente e destinada muitas vezes, à transmissão de saberes, assim como ocorre no
ensino presencial tradicional, faz com que o aluno de EaD não se sinta incluído num
sistema educacional.
Já a pesquisa realizada por Tresman (apud MAIA; MEIRELLES, 2005) na Open
University, na Inglaterra, a qual entrevistou em um ano meio milhão de potenciais estudantes
de cursos a distância, as principais razões citadas que os levariam a abandonar um curso a
distância seriam: custo do curso, incerteza de ter tempo em se comprometer com o curso,
mudanças na vida pessoal e dificuldade de fazer a escolha entre diversas opções.
Também cabe destacar que muitos alunos se surpreendem com a consistência dos
cursos, pois há uma sensão, geralmente frustrada, que os cursos a distância são mais fáceis
que os presenciais (ABRAED, 2007).
Em relação às ões para minimizar a evasão em EaD, Rumble (2003) cita alguns
itens, como:
a) fornecimento de excelente material pedagógico;
65
b) prestão de informações rápidas e corretas aos estudantes, para evitar que um
aluno escolha incorretamente o curso que deseja seguir ou para o qual não esteja ainda
preparado;
c) informação rápida aos estudantes e assistências àqueles que já estão no sistema,
ajudando-os a superar problemas nos estudos; e
d) crião de um clima estimulante para que os alunos busquem orientão junto aos
tutores, conselheiros e mesmo com outro estudantes. Enfim, trata-se de preparar um
ambiente que estimule a participação em um grupo de estudos, de forma a incentivar a
motivão e o interesse.
De acordo com Maia e Meirelles (2005), o sucesso de um curso pode ser influenciado
por fatores como: uma definição clara do programa, a utilizão adequada do material
didático, o uso de meios apropriados que facilitem a interatividade entre membro da
comunidade acadêmica, capacitação dos professores, necessidades individuais e regionais e
pela avalião do curso. Portanto, ao se fazer uma avaliação constante desses fatores nos
cursos, pode-se obter uma análise preventiva para identificar fatores que possam refletir na
evasão.
Apresenta-se ainda estratégias destacadas pela Open University para aumentar a
retenção dos alunos, como: fornecer conselheiros e guias qualificados para auxiliar os
estudantes a fazerem escolhas bem informados, para saberem o que podem esperar dos cursos,
sem frustrar suas expectativas; proporcionar informações relevantes e pré-cursos para os
estudantes quando eles tiverem que escolher entre uma variedade de cursos para que a sua
expectativa seja condizente com a realidade; estimular e proporcionar relacionamentos.
Complementa ainda que as instituições devem focar em estabelecer relacionamentos com os
novos e com os estudantes regressos; fazer o design de cursos, produzindo cursos de acordo
com a necessidade dos estudantes; manter um bom serviço de suporte ao estudante a fim de
medir o sucesso de medidas tomadas e ouvir as críticas dos estudantes; desenvolver senso de
comunidade que é relevante em um cenário de Educão a Distância e desenvolver programas
de Bônus de Retenção tendo formas de financiar e incentivar a persistência do estudante
(MAIA; MEIRELLES, 2005).
Com base na nessas teorias apresentadas, buscou-se a sistematização de um
instrumento para análise dos fatores contribuintes a evasão, apresentado nos procedimentos
metodológicos, capítulo subseente.
66
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Concluída a etapa anterior, a qual serve de base teórica para consecução dos objetivos
propostos, passa-se para a apresentação dos procedimentos metodológicos adotados neste
trabalho. Por ser geralmente uma parte complexa merece um maior cuidado por parte do
pesquisador.
Apresenta-se a seguir quanto aos procedimentos metodológicos dessa pesquisa os
seguintes tópicos: abordagem e tipo de estudo, coleta de dados, populão da pesquisa,
instrumento de coleta de dados, tratamento e análise de dados e limitações.
3.1 ABORDAGEM E TIPO DE ESTUDO
Quanto ao tipo de estudo, caracteriza-se como teórico-empírico, descritivo, ex-post-
facto, aplicado, bibliográfica, participante e estudo de caso. Em relação à abordagem desta
pesquisa, classifica-se como predominante quantitativa.
Caracteriza-se como descritiva, na medida em que expõe características de
determinada população ou de fenômeno (VERGARA, 1997). Mattar (1999) apresenta a
pesquisa descritiva, quando se procura o fenômeno em estudo. Nesta foram respondidas
questões como: quem, o quê, quanto, quando, e onde. Procurou-se, portanto, descrever os
fatores que influenciam na evasão dos alunos e quais fatores dificultam o estudo e a
aprendizagem dos alunos freqüentes do curso de Administrão a distância da UFSC.
Mattar (1999), apresenta a denominação ex-post-facto, a qual corresponde a não
possibilidade de controle sobre as variáveis em estudo. Como neste caso, foi feita a análise
com os alunos já evadidos do curso de Administração na modalidade a distância da UFSC,
pode-se considerar a pesquisa como ex-post-facto.
Por pesquisa aplicada entende-se como o tipo de estudo sistemático motivado pela
necessidade de resolver problemas (CASTRO, 1978). A pesquisa aplicada é
fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos (VERGARA,
1997, p.45). Com isso pode-se caracterizar a pesquisa como sendo teórico-empírica, pois
agregará os conhecimentos teóricos no estudo de campo da pesquisa, a fim de solucionar o
problema.
Outra classificação apresentada foi a pesquisa bibliográfica, que conforme Mattar
(1999) caracteriza-se pela utilização de materiais publicados, como livros, revistas ou meios
eletrônicos, através de sua identificação, selão e análise. Para Martins (1994, p.28) o estudo
67
bibliográfico trata-se de estudo para conhecer as contribuições científicas sobre determinado
assunto. Tem como objetivo recolher, selecionar, analisar e interpretar as contribuições
teóricas já existentes sobre determinado assunto.
Na pesquisa participante, segundo Cruz Neto (2002), há o contato direto entre o
observador e o fenômeno observado objetivando a obtenção de informações. A pesquisadora
faz parte da supervisão da tutoria do curso, participando assim ativamente das atividades do
mesmo. Ressalta-se, no entanto, que a coleta de dados não foi participante, sendo proferida
por meio de instrumento de coleta de dados detalhado posteriormente.
Roesch (1999) afirma que o estudo de caso pode ser compreendido como uma
estratégia de pesquisa, pois o mesmo estuda fenômenos em profundidade dentro do seu
contexto; tem capacidade de explorar os processos sociais a medida que eles se desenrolam
nas organizações; e explora fenômenos sob vários ângulos, permitindo desta forma considerar
um maior número de variáveis.
De acordo com Chizzotti (2001), o estudo de caso é uma caracterização abrangente
para designar uma diversidade de pesquisas que coletam e registram dados de um caso
particular ou de vários casos a fim de organizar um relatório ordenado e crítico de uma
experiência, ou avalia-se analiticamente, com o objetivo de tomar decisões a seu respeito ou
propor uma ação transformadora.
Em relão à abordagem desta pesquisa, classifica-se como predominante quantitativa.
A pesquisa apresenta a forma de abordagem quantitativa, pois utiliza dados numéricos e
estasticos para garantir sua representatividade. Tem ainda caráter qualitativo, pois a
pesquisadora compreende e interpreta os dados coletados na pesquisa a partir da percepção
dos sujeitos de pesquisa e de documentos oficiais (CHIZZOTTI, 2001).
Quanto ao tipo de corte, esta pesquisa é transversal ou cross-sectional, que de acordo
com Babbie (1998) é feita em um determinado momento, neste caso, com os alunos evadidos
do primeiro módulo do curso no ano de 2006 e com os alunos freqüentes ao curso no segundo
semestre do mesmo.
3.2 COLETA DE DADOS
De acordo com Cruz Neto (2002), a coleta de dados, ou trabalho de campo, deve estar
ligada ao tema estudado de modo a identificá-lo e permitir a melhor realizão da pesquisa.
Trata-se de um confronto entre a teoria e a realidade dos atores sociais.
68
Em relão às unidades de análise, foram feitas duas pesquisas. Uma com o os alunos
evadidos do curso no primeiro semestre e outra com os alunos freentes no segundo
semestre do curso.
Foram coletados tanto dados primários quanto secundários. Os dados primários
caracterizam-se por terem sido coletados pelo próprio pesquisador, enquanto os secundários
estão relacionados com dados coletados em pesquisas já existentes (MATTAR, 1998).
Os dados primários foram coletados junto aos alunos evadidos e freqüentes do curso
de Administrão a distância da UFSC. Lembra-se que o conceito utilizado para caracterizar
aluno evadido foi o da evasão definitiva, sendo que esta é a saída definitiva da universidade,
ou seja, é aquela pela qual o aluno se afasta da instituição, por abandono, desistência
definitiva do curso ou transferência para outra universidade.
Os principais dados secundários coletados dizem respeito a fatores de evasão no
ensino superior, características de cursos a distância, índices de evasão em diversos cursos.
Esses dados balizaram a formulão do instrumento de coleta de dados junto ao público alvo.
Também se utilizou de dados do perfil dos alunos a partir de banco de dados da
Comissão Permanente de Vestibular da UFSC (Coperve) e de dados da coordenação do curso
sobre o perfil dos alunos.
Nesta pesquisa também foram coletadas informões do curso a distância em
documentos institucionais do Departamento de Ciências da Administração da Universidade
Federal de Santa Catarina. Lakatos e Marconi (1990) caracterizam a pesquisa documental pela
fonte de coleta de dados restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que se
denomina de fontes primárias.
3.2.1 População da pesquisa
De acordo com Barbetta (2005, p.25) populão alvo é o conjunto de elementos que
pretende-se abranger no estudo. Complementa ainda com o conceito de população acessível,
sendo o conjunto de elementos da população alvo passíveis de serem observados.
Com isso, destaca-se que a populão alvo da pesquisa quanto aos fatores
contribuintes para a evasão foram todos os alunos evadidos no primeiro módulo do curso de
Administrão a distância da UFSC.
Foram aplicados questionários com os alunos evadidos, tendo como universo de
pesquisa 110 pessoas. Essa aplicação deu-se por meio de correio eletrônico e telefone com os
69
alunos evadidos, obtendo-se assim a resposta de 54 alunos evadidos, sendo essa a populão
acessível da pesquisa.
Já em relação aos fatores dificultadores ao processo de aprendizagem, a populão
alvo foram os alunos freqüentes ao curso, sendo a população acessível aos alunos que
comparecem a primeira chamada da prova presencial de Processo Decisório do curso de
Administrão a distância da UFSC.
Quanto a aplicação com os alunos freqüentes ao curso, fez a aplicação do instrumento
de coleta de dados durante uma prova presencial, alcançando-se um número de 259
respondentes.
3.2.2 Instrumento de coleta de dados
O questionário é um método de coleta de dados muito utilizado, o qual tem a função
de descrever as características e medir determinadas variáveis de um grupo social
(RICHARDSON, 1985, p.189).
O questionário é constituído por uma série ordenada de perguntas, sem haver
necessariamente a presença do pesquisador. Para Lakatos e Marconi (1990), o processo de
elaboração de um questionário é longo e complexo, deve ser limitado em extensão e
finalidade, as questões devem ser codificadas, deve haver indicação da entidade ou
organização patrocinadora da pesquisa, deve estar acompanhado por instruções definidas e o
aspecto do material e a estética também devem ser observados.
De acordo com Chizzotti (2001), os questionários são as questões elaboradas pelos
pesquisadores, distribuídas por itens, através do qual os entrevistados respondem de acordo
com sua experiência.
Foram aplicados questionários com os sujeitos de pesquisa envolvidos diretamente
com os objetivos específicos. Essa aplicação deu-se por meio de um questionário, aplicado
por e-mail e telefone com os alunos evadidos e presencialmente, com os alunos freqüentes.
Com isso, por meio da utilizão de uma escala de avaliação verbal, foi possível
classificar os itens como: não contribuiu para o abandono do curso, contribuiu pouco para o
abandono do curso, contribui muito para o abandono do curso e contribuiu decisivamente para
o abandono do curso.
Quanto ao questionário para a avalião dos fatores que dificultam os estudos dos
alunos, utilizou-se a seguinte escala verbal: não dificulta meus estudos e aprendizado,
dificulta pouco meus estudos e aprendizado, dificulta muito meus estudos e aprendizado.
70
Para a análise dos fatores, utilizou-se a divisão por categorias de análise propostas por
Biazus (2004), sendo que tem-se duas dimensões de análise, as categorias internas às IES e as
externas às IES.
Além disso, cada uma das categorias é composta por indicadores, os quais foram
utilizados para compor o instrumento de coleta de dados (apêndice A e B) tanto para os
alunos evadidos, quanto para os alunos freentes ao curso.
As categorias e seus indicadores estão expostos conforme os quadros a seguir:
CATEGORIAS EXTERNAS ÀS IES
Sócio-potico-
econômicos
Vocação Pessoal
Características
Individuais
Conjunturais
Apoio da empresa
que trabalha para
fazer este curso
Aptidão para a profissão Problemas de Saúde
Situação econômica e
financeira
Valorização do
diploma no
mercado de
trabalho
Possuir outro curso
superior
Atendimento do
curso às
expectativas prévias
Influência familiar
Tempo para estudar
Adaptação ao sistema
universitário
Adaptão à
modalidade a
distância
Mudança de
residência ou cidade
Carga horária
Semanal de
trabalho
Mudança de interesse
pessoal ou profissional
Mudança de estado
civil
Deslocamento ao
lo de ensino
Estar cursando
paralelamente outro curso
Responsabilidade
econômica no
sustento da família
Acesso a
computador e ou
internet para estudo
Desconhecimento prévio
a respeito do curso de
administração a distância
Compreensão das
matérias
Adequão do
conteúdo com o
trabalho
Quadro 8: Categorias externas as IES
Fonte: adaptado de Biazus (2004)
71
CATEGORIAS INTERNAS ÀS IES
Atitude comportamental Motivos institucionais
Requisitos didático-
pedagógicos
Didática dos professores
Ausência de tutores nos
pólos
Carga horária curricular do
curso
Orientação da Coordenação
do curso
Acesso a bibliotecas
Relão do Currículo com o
mercado de trabalho
Motivação e incentivo por
parte do tutor
Estrutura dos pólos de ensino
Critérios de avaliação do
aluno
Relacionamento com o tutor
Laboratório de informática
nos los de ensino
Associação entre a teoria e a
prática
Contato com professores
Interatividade do ambiente
virtual de ensino-
aprendizagem
Relão entre conteúdos das
disciplinas
Meios de comunicação
oferecidos para contato
Encontros presenciais
Grau de dificuldade dos
exercícios e provas
Contato entre colegas de
cursos
Reprovação em mais de duas
disciplinas no semestre
Prazos de entrega das
atividades
Avaliação dos exercícios
Avaliações das provas
Material didático oferecido
Qualidade do curso de
administrão a distância
Quadro 9: Categorias internas as IES
Fonte: adaptado de Biazus (2004)
O instrumento de coleta de dados foi composto de 74 indicadores. Também foi
inserida três questões contidas em avaliações sobre EaD da ABRAED (2007), sendo elas:
a) Essa foi sua primeira experiência em EaD;
b) Você faria outro curso de EaD;
c) O EaD é:
· Pior que o presencial;
· Igual ao presencial; ou
· Melhor que o presencial.
72
3.3 TRATAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
As a coleta de dados inicia-se a seção de tratamento e análise de dados. Os dados
obtidos foram tratados estatisticamente por meio da análise descritiva, com a exposição de
medidas como freqüência, média, mediana e moda. Também se utilizou o cruzamento de
dados para análises mais completas. Essas análises foram feitas por meio de softwares
estasticos como Minitab e SPSS.
De acordo com Barbetta (2005), o conceito de média é a soma dos valores dividida
pelo número de valores observados. Já a mediana procura avaliar o centro de um conjunto de
valores, no sentido de ser o valor que divide a distribuição ao meio, deixando os 50% menores
valores de um lado e os 50% maiores valores do outro lado (BARBETTA, 2005).
O conceito de média ponderada foi utilizado nos indicadores de cada uma das
categorias (interna e externa). Para isso atribui-se valores para os itens da escala verbal de
cada um dos questionários conforme o quadro a seguir. Com isso, obteve-se valores entre 1 a
4, sendo que quanto mais próximo de 4, maior será o fator decisivo para a evasão ou
dificultador para os alunos.
Escala para alunos freqüentes
Escala para alunos evadidos Valor
Não dificulta Não contribuiu 1
Dificulta pouco Contribuiu pouco 2
Dificulta Contribuiu muito 3
Dificulta muito Contribuiu decisivamente 4
Quadro 10: valores da média ponderada
Fonte: dados pririos
Outro método estastico utilizado foi a correlação. Conforme Barbetta (2005), o
conceito de correlação refere-se a uma associação numérica entre duas variáveis, não
implicando, necessariamente, uma relação de causa-e-efeito, ou mesmo em uma estrutura com
interesses práticos. Duas variáveis X e Y, estão correlacionadas positivamente quando
caminham num mesmo sentido, ou seja, elementos com valores pequenos de X tendem a ter
valores pequenos de Y e elementos com valores grandes de X tendem a ter valores grande de
Y.
A análise de dados para verificar correlões é usualmente feita em termos
exploratórios, onde a verificação de uma correlão serve como um elemento auxiliar na
análise do problema em estudo. Ou seja, o estudo da correlação numérica entre as
observões de duas variáveis é geralmente um passo intermediário na análise de um
73
problema. Para este trabalho, foi feita a correlação entre o índice de evasão por tutor e a
avaliação dos tutores feita pelos próprios alunos.
Destaca-se também o uso do cruzamento entre os dados dos fatores que dificultam os
alunos freqüentes com os fatores que contribuíram para o abandono do curso dos alunos
evadidos. Para isso, utilizaram-se as últimas escalas da avalião verbal proposta em cada
questionário, ou seja, dificulta e dificulta muito com os alunos freentes e contribuiu muito e
decisivamente para os alunos evadidos. Fez-se o uso somente dos valores da freência
relativa de cada indicador, ou seja, seu percentual.
Destaca-se que para cada análise utilizou-se a freência absoluta e relativa de cada
indicador, destacando-se os percentuais nas análises de cada categoria.
Para uma melhor compreensão e visualização, os indicadores foram agrupados em
categorias, de acordo com o modelo proposto por Biazus (2004) agregando outros indicadores
provindos de pesquisas de EaD sobre evasão.
3.4 LIMITAÇÕES
Este estudo apresenta as limitões inerentes ao estudo de caso. De acordo com o
problema de pesquisa, o estudo limita-se ao Curso de Administração a distância da UFSC.
Portanto, limita-se ao estudo deste caso, não se podendo generalizar os resultados deste
estudo.
Apresenta-se limitações também quanto a população acessível da pesquisa. Quanto
aos alunos evadidos ressalta-se que os telefones e e-mails utilizados foram os fornecidos na
inscrição para o vestibular, podendo em alguns casos terem mudados, impossibilitando a
comunicação com esses estudantes.
74
4 RESULTADOS DA PESQUISA
Neste capítulo são apresentados os resultados dessa pesquisa, em resposta aos seus
objetivos. Inicia-se com a caracterização da UFSC e do curso de Administração a distância da
UFSC, passa-se para apresentação do instrumento de análise de fatores dificultadores ao
estudo e contribuintes a evasão. A seguir tem-se o perfil dos estudantes desse curso, a
caracterização da evasão neste curso, os fatores dificultadores a aprendizagem, os fatores
contribuintes a evasão e a comparação entre esses fatores.
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
Criada em 1960, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) consolidou-se
como uma das melhores instituições de ensino superior do Brasil e da América Latina. É
protagonista de muitas ações no campo da pesquisa e produção cienfica, nos intermbios e
projetos de mobilidade acadêmica e nas trocas constantes de experiências com investigadores
e organismos de alta competência.
Atualmente são oferecidos 62 cursos de Graduação, 48 cursos de Mestrado e 33 de
Doutorado, além do Ensino Básico no Colégio de Aplicação. Seu corpo docente alcança o
invejável índice de mais de 90% de Mestres e Doutores. A UFSC conta com 32.286
estudantes na modalidade presencial.
Reconhecendo a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, e a importância
da divulgão e popularização da ciência, a instituição persegue, nos seus 47 anos, os
objetivos de estimular a reflexão crítica e de colaborar com a qualidade de vida da sociedade
em geral. Para isso, desenvolve também atividades de extensão junto a outras universidades,
prefeituras, governo estadual, órgãos federais, instituições nacionais e internacionais e
movimentos sociais.
A UFSC é uma das instituições que aderiram a modalidade a distância. Com o
incentivo de um projeto da Universidade Aberta, a UFSC tem ampliado o contingente de
estudantes atingidos por meio do ensino a distância.
Desde 1995, a UFSC vem oferecendo cursos que beneficiam diversos profissionais
atuantes em todo o país. Inicialmente, ofertando cursos de extensão para a Secretaria de
Estado da Educão de Santa Catarina, cursos de s graduação em nível de mestrado e
também formação de professores com cursos de complementação em Química, Física,
Matemática e Biologia.
75
Atualmente, uma das políticas do Governo Federal é a amplião do acesso ao ensino
superior, incluindo-se aí a formação dos servidores públicos. O Curso de Graduão em
Administrão foi um dos escolhidos devido a sua importância para a formão de agentes de
mudança, sobretudo no processo de desenvolvimento sócio-econômico do país.
Nesse contexto e em resposta à demanda motivada pelo Ministério de Educação, com
a finalidade de atender às necessidades das empresas estatais em termos de qualificação dos
seus servidores públicos, a Universidade Federal de Santa Catarina UFSC, juntamente com
outras instituições de ensino superior, participou do projeto de crião do Curso de Graduão
em Administração, na modalidade a distância, como um programa da Universidade Aberta do
Brasil UAB/MEC.
Tal projeto segue o que está disposto no Decreto Nº 5707, de 23 de fevereiro de 2006,
que instituiu a Política e as Diretrizes para o Desenvolvimento de Pessoal da administração
pública federal direta, autárquica e fundacional, e regulamenta dispositivos da Lei Nº 8.112,
de 11 de dezembro de 1990.
Cabe destacar que a Universidade Federal de Santa Catarina já conta com a oferta de
um Curso de Graduação em Administrão na forma presencial reconhecido pela resolução
10063/2003. A adoção da oferta de um curso na modalidade a distância é resultante tanto da
necessidade de atender aos estudantes residentes em regiões sem instituições de ensino
superior, como também profissionais em serviço que necessitam de formão em nível
universitário.
De acordo com o projeto pedagógico, o objetivo geral do curso de graduão em
Administrão a Distância ministrado pela UFSC é o de formar o profissional administrador
para atuar na micro, pequena e média empresa (pública e privada) dotado de capacidade
empreendedora, capacidade anatica para elaborar diagnósticos, propor mudanças, visão
sistêmica e, que conduza dentro da ética as empresas a atenderem as necessidades da
sociedade.
A formão em Administrão exige das atividades do Curso de Graduação ter como
orientão fundamental seu inter-relacionamento e uma natureza, preponderantemente,
sistemática, procurando ultrapassar os limites da mera formação profissional, abrangendo,
inclusive, conteúdos informativos sobre as ações administrativas no setor público e privado.
As o concurso vestibular realizado em março de 2006, realizado pela Coperve
(Comissão Permanente de vestibular) alcançando-se um número de 654 matriculados, as
sete chamadas. Entre eles encontram-se funcionários do Banco do Brasil (50% dos
76
estudantes) e servidores públicos federais, estaduais e municipais atuando em órgãos situados
no Estado de Santa Catarina e portadores de diploma de ensino médio.
O curso conta com dez los de ensino em todo o Estado de Santa Catarina:
Araranguá, Criciúma, Laguna, Palhoça, Florianópolis, Tubarão, Joinville, Canoinhas, Lages e
Chapecó. Nesses municípios, a UFSC disponibiliza aos estudantes los de estudo com infra-
estrutura técnica e pedagógica (coordenador de lo e monitor) que são utilizados para as
atividades presenciais e como base de apoio para os estudos, durante todo o curso. Ressalta-se
que durante o primeiro semestre os pólos de Chapecó, Canoinhas, Palhoça e Joinville ainda
estavam em fase de estruturação, fazendo com que esses tivessem como atividades presenciais
somente as provas.
O currículo do Curso de Graduão em Administrão na modalidade a distância tem
como pressuposto a concepção de educação connua e permanente, que possa ser oferecida
pelas instituições educativas de forma aberta, sem restrições, exclusões ou privilégios.
A carga horária total do curso é de 3000 (três mil) horas / aula, sendo a maior parte
ministrada a distância e não mais que 20% presencial. As atividades presenciais constituem-se
de encontros, seminários temáticos e exames. O curso terá duração de no mínimo quatro anos
e meio e no máximo cinco anos, organizados em nove módulos.
Quanto à dinâmica do curso, estabeleceu-se que cada ano é composto de dois
módulos, sendo um por semestre. Os estudos têm como referência básica o material impresso,
o ambiente virtual de aprendizagem, as vídeo-aulas, as videoconferências com os professores
e o sistema de acompanhamento ao estudante (tutoria).
Ressalta-se que as disciplinas têm sua data de início e término já estipuladas
previamente pela coordenação do curso, ficando ao encargo do professor o planejamento do
cronograma e a produção das atividades realizadas dentro deste período de tempo.
O curso conta com a seguinte equipe de apoio: 3 Tutores Supervisores, 21 Tutores, 1
Coordenador do Curso e 1 Coordenador da tutoria, além de uma Comissão Coordenadora (7
professores) e o Conselho Editorial (4 professores).
Destaca-se a função dos tutores os quais são facilitadores da aprendizagem, motivando
e estimulando os estudantes a realizarem as atividades, esclarecendo dúvidas, reforçando a
aprendizagem e também coletando informações sobre os estudantes (desempenho, notas,
atividades realizadas, opiniões e sugestões). São eles os responsáveis pelo envio, recebimento
e corrão de atividades ao seu grupo de estudantes, para tanto, vale ressaltar que cada tutor é
responsável por um grupo de 25 alunos.
77
Ao final do primeiro módulo, o curso apresentou um índice de evasão próximo a 30%
(199 estudantes), preocupando assim a coordenação deste curso. Com isso, foram delineadas
pela coordenação do curso e da UFSC algumas ações para o resgate desses alunos, juntamente
com um sistema de apoio para que esses estudantes pudessem recuperar as disciplinas que por
ventura não tivessem cursado.
Foi concedido então um período de reajuste para matrícula em caráter excepcional,
sendo os alunos comunicados por e-mail. Esse fato foi justificado devido ao curso ser um
projeto piloto, estando ainda em fase de organização e aperfeiçoamento.
Um dos parceiros desse curso, o Banco do Brasil, atuou ativamente nesse processo,
fazendo contato direto com todos os seus funcionários que por ventura tivessem abandonado o
curso.
Obteve-se como resultado o retorno de 89 estudantes, sendo que foi formada uma
equipe de tutores para o atendimento e acompanhamento desses alunos. As essas ações
corretivas, o curso passou a um índice de evasão de 16,82%, ou seja, 110 alunos.
Aborda-se a seguir, a partir do estado da arte, os fatores contribuintes à evasão e os
dificultadores aos alunos freentes.
4.2 FATORES CONTRIBUINTES À EVASÃO NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO NA
MODALIDADE A DISTÂNCIA
Como discutido na fundamentação teórico-empírica, vários são os fatores que podem
levar a evasão de um aluno em um curso. Cabe também verificar que vários fatores podem
dificultar a permanência do aluno no curso, culminando assim em sua desistência.
Com o intuito de verificar quais os fatores que dificultam os alunos freqüentes e quais
os contribuintes na evasão, buscou-se elencar um conjunto de fatores em comum dessas
categorias.
Utilizou-se como base, o modelo proposto por Biazus (2004), que diz respeito aos
fatores de evasão nos cursos de graduação, principalmente de Ciências Contábeis. A partir
desse modelo, fez-se uma adaptão para os cursos de graduação na modalidade a distância,
de acordo com o estado da arte, bem como depoimentos recolhidos de alunos evadidos do
curso de graduação em Administração da UFSC na modalidade a distância.
Destaca-se também que o indicador “Valorizão do diploma no mercado de trabalho
não foi utilizado na análise de fatores dificultadores, somente no contribuinte a evasão, por
este não ser considerado fator dificultador a aprendizagem.
78
Obteve-se assim, o quadro com as categorias e seus respectivos indicadores (quadro
11). A fim de se obter uma melhor visualização das categorias e indicadores dos quadros 11,
utilizou-se o modelo gráfico proposto por Biazus (2004), resultando assim na figura 3.
CATEGORIAS EXTERNAS CATEGORIAS INTERNAS
Sócio-político-econômicos Atitude comportamental
· Apoio da empresa que trabalha para fazer este
curso
· Didática dos professores
· Valorização do diploma no mercado de
trabalho
· Orientão da Coordenação do curso
· Tempo para estudar · Motivação e incentivo por parte do tutor
· Carga horária semanal de trabalho · Relacionamento com o tutor
· Deslocamento ao lo de ensino · Contato com professores
· Acesso a computador e ou internet para estudo
· Compreensão das matérias
· Adequação do conteúdo com o trabalho
Vocação Pessoal Motivos institucionais
· Aptidão para a profissão · Ausência de tutores nos pólos
· Possuir outro curso superior · Acesso a bibliotecas
· Adaptão ao sistema universitário · Estrutura dos pólos de ensino
· Mudança de interesse pessoal ou profissional · Laboratório de infortica nos pólos de ensino
· Estar cursando paralelamente outro curso
· Interatividade do ambiente virtual de ensino-
aprendizagem
· Desconhecimento prévio a respeito do curso de
administração a distância
· Meios de comunicação oferecidos para contato
Características Individuais Requisitos didático-pedagógicos
· Problemas de Saúde · Carga horária curricular do curso
· Atendimento do curso às expectativas prévias · Relão do Currículo com o mercado de trabalho
· Adaptão a modalidade a distância · Critérios de avaliação do aluno
· Associação entre a teoria e a prática
Conjunturais · Relão entre conteúdos das disciplinas
· Situação ecomica financeira · Encontros presenciais
· Influência familiar · Grau de dificuldade dos exercícios e provas
· Mudança de residência ou cidade · Contato entre colegas de cursos
· Mudança de estado civil
· Reprovão em mais de duas disciplinas no
semestre
· Responsabilidade ecomica no sustento da
família
· Prazos de entrega das atividades
· Avaliação dos exercícios
· Avaliações das provas
· Material didático oferecido
· Qualidade do curso de administrão a distância
Quadro 11: Fatores dificultadores ao aprendizado e contribuintes à evasão
Fonte: adaptado de Biazus (2004)
79
Figura 3: Fatores dificultadores ao aprendizado e contribuintes à evasão
Fonte: adaptado de Biazus (2004)
80
4.3 PERFIL DOS ESTUDANTES
Aborda-se a seguir o perfil dos estudantes do curso de Administração a distância da
UFSC. Resgata-se que para a análise deste perfil, foram utilizados dados do vestibular do
curso e de pesquisas realizadas pela coordenação do curso. Essas pesquisas são realizadas
após o término de cada disciplina, com o intuito de verificar eventuais problemas, bem como
avaliar o curso como um todo.
Foram utilizados os dados da primeira pesquisa do curso, realizada após o termino da
primeira disciplina, sendo que no referido questionário, foram feitas aos alunos algumas
questões para verificar o perfil sócio-econômico dos mesmos.
Apresenta-se assim a análise do perfil geral dos alunos.
Tabela 3: Gênero dos alunos
Freq. Absoluta Freq. Relativa
Feminino 196 30,96%
Masculino 437 69,04%
Total 633 100,00%
Fonte: dados pririos
Iniciando-se as análises, percebe-se que a grande maioria dos estudantes do curso a
distância são do sexo masculino, com 69%, enquanto as mulheres totalizam 31% dos alunos.
Já na realidade do curso de graduação presencial de Administrão da UFSC, o panorama é
outro, sendo que o percentual do gênero feminino em relação ao masculino são mais
aproximados.
31%
69%
Feminino
Masculino
Gráfico 1: Gênero dos alunos
Fonte: dados pririos
81
A próxima análise a ser feita diz respeito ao estado civil dos estudantes.
Tabela 4: Estado civil dos estudantes.
Freqüência
Absoluta
Freqüência
Absoluta
Acumulada
Freqüência
Relativa
Freqüência
Relativa
Acumulada
Casado 320 320 59,5% 59,5%
Solteiro 170 490 31,6% 91,1%
Viúvo 7 497 1,3% 92,4%
Divorciado 32 529 5,9% 98,3%
Não respondeu 9 538 1,7% 100,0%
Total 538 100,0%
Fonte: dados pririos.
Quanto ao estado civil dos alunos do curso, 59% são casados, 32% são solteiros, 1%
são viúvos e 6% são divorciados.
59,50%
31,60%
1,30%
5,90%
1,70%
Casado Solteiro Viúvo Divorciado Não respondeu
Gráfico 2: Estado civil dos estudantes.
Fonte: dados pririos.
A próxima característica a ser analisada, é sobre o número de filhos dos estudantes,
conforme tabela a seguir.
82
Tabela 5: Número de filhos dos estudantes.
Freqüência
Absoluta
Freência
Absoluta
Acumulada
Freqüência
Relativa
Freência
Relativa
Acumulada
1 Filho 113 113 21,0% 21,0%
2 Filhos 152 265 28,3% 49,3%
3 Filhos 51 316 9,5% 58,7%
Mais de 3 Filhos 8 324 1,5% 60,2%
Nenhum Filho 212 53. 39,4% 99,6%
Não respondeu 2 538 0,4% 100,0%
Total 538 100,0%
Fonte: dados pririos.
Complementando-se a informão sobre a estrutura familiar dos estudantes, quanto ao
número de filhos dos estudantes do EaD, pôde-se perceber que 49,3% possuem de um a dois
filhos e 39,4% não possuem filhos.
21,00%
28,30%
9,50%
1,50%
39,40%
0,40%
1 Filho 2 Filhos 3 Filhos Mais de 3 Filhos Nenhum Filho Não respondeu
Gráfico 3: Número de filhos dos estudantes.
Fonte: dados pririos
Tabela 6: Renda dos estudantes.
Freqüência
Absoluta
Freqüência
Absoluta
Acumulada
Freqüência
Relativa
Freqüência
Relativa
Acumulada
Menos de 2 salários mínimos 6 6 1,1% 1,1%
De 2 a 4 salários mínimos 124 130 23,0% 24,2%
De 4 a 6 salários mínimos 131 261 24,3% 48,5%
De 6 a 8 salários míninos 128 389 23,8% 72,3%
Mais de 8 salários mínimos 146 535 27,1% 99,4%
Não respondeu 3 538 0,6% 100,0%
Total 538 100,0%
Fonte: dados pririos.
83
Na análise da renda dos alunos, pode-se constatar que em torno de 25% concentra-se
em cada uma das categorias, respectivamente, 2 a 4 salários mínimos (23%), 4 a 6 salários
mínimos (24,30%), 6 a 8 salários mínimos (23,80%) e mais de 8 salários mínimos (27,10%).
Percebe-se, portanto que não há uma categoria predominante quanto aos salários dos
estudantes, lembrando que todos são funcionários públicos da esfera municipal, estadual ou
federal ou funcionários do Banco do Brasil.
23,00%
24,30%
23,80%
27,10%
1,10%
0,60%
Menos de 2 salários mínimos De 2 a 4 salários mínimos
De 4 a 6 salários mínimos De 4 a 8 salários míninos
Mais de 8 salários mínimos Não respondeu
Gráfico 4: Renda dos estudantes.
Fonte: dados primários
Tabela 7: Escolaridade dos estudantes no início do curso.
Freqüência
Absoluta
Freqüência
Absoluta
Acumulada
Freência
Relativa
Freqüência
Relativa
Acumulada
Ensino Médio 170 170 31,6% 31,6%
Superior Incompleto 249 419 46,3% 77,9%
Superior Completo 60 479 11,2% 89,0%
Especialização Incompleto 9 488 1,7% 90,7%
Especialização Completo 35 523 6,5% 97,2%
Mestrado Incompleto 3 526 0,6% 97,8%
Mestrado Completo 6 532 1,1% 98,9%
Doutorado Incompleto 2 534 0,4% 99,3%
Doutorado Completo 2 536 0,4% 99,6%
Não respondeu 2 538 0,4% 100,0%
Total 538 100,0%
Fonte: dados pririos
84
Em relação à escolaridade dos alunos no início do curso, 31,6% disseram possuir
ensino médio, 46,3% têm superior incompleto, 21,9% no mínimo com superior completo.
Pode-se destacar assim o número expressivo de estudantes que já tiveram algum contato com
o ensino superior, 68,2%, sendo que alguns desses concluíram o curso 21,9%.
Não se pode, no entanto, esquecer que quase um terço dos alunos nunca tiveram
contato com o ensino superior, o que pode dificultá-los na adaptão no sistema universitário.
31,60%
46,30%
11,20%
1,70%
6,50%
0,60%
1,10%
0,40%
0,40%
0,40%
0,00% 5,00%10,00%15,00%20,00%25,00%30,00%35,00%40,00%45,00%50,00%
Ensino Médio
Superior Incompleto
Superior Completo
Especialização Incompleto
Especialização Completo
Mestrado Incompleto
Mestrado Completo
Doutorado Incompleto
Doutorado Completo
Não respondeu
Gráfico 5: Escolaridade dos estudantes no início do curso.
Fonte: dados primários
Tabela 8: Residência dos estudantes em relação aos pólos.
Freqüência
Absoluta
Freqüência
Absoluta
Acumulada
Freqüência
Relativa
Freência
Relativa
Acumulada
Reside na própria cidade do pólo 262 262 48,7% 48,7%
Reside a até 100 km de distância do pólo
159 421 29,6% 78,3%
Reside a mais de 100 km do pólo 115 536 21,4% 99,6%
Não respondeu 2 538 0,4% 100,0%
Total 538 100,0%
Fonte: dados pririos
Dos alunos entrevistados, 48,7% residem na mesma cidade que seu pólo está
localizado, 29,6% residem em até 100 quilômetros de distância do pólo e 21,4% residem a
mais de 100 quilômetros do lo de ensino.
Pôde-se assim verificar que o deslocamento ao pólo de ensino pode ser um fato
complicador para metade dos alunos do curso. Quanto à obrigatoriedade da presença, não são
85
cobradas nas videoconferências, sendo que o aluno pode acompanhá-las ao vivo pelo
ambiente virtual, mas é obrigatória a presença nas provas presenciais, que ocorrem em torno
de uma vez ao mês.
Salienta-se ainda que não foi exigido no ato da inscrição que os alunos fossem do
Estado de Santa Catarina, tendo assim alunos de outros Estados, como São Paulo, Paraná, Rio
de Janeiro e Rio Grande do Sul, que optaram por fazer o curso na UFSC, cientes da
necessidade de deslocamento ao seu lo de ensino.
48,70%
29,60%
21,40%
0,40%
Na cidade do seu pólo Até 100 km de distância do lo
Mais de 100 km do pólo Não respondeu
Gráfico 6: Residência dos estudantes em relação aos pólos.
Fonte: dados pririos
Tabela 9: Realização de outro curso a distância.
Freqüência
Absoluta
Freqüência
Absoluta
Acumulada
Freqüência
Relativa
Freqüência
Relativa
Acumulada
Sim 172 172 32,0% 32,0%
Não 365 537 67,8% 99,8%
Não respondeu 1 538 0,2% 100,0%
Total 538 100,0%
Fonte: dados pririos
Outra questão analisada foi quanto à realização prévia de outro curso a distância,
sendo que 32% dos alunos já realizaram outro curso a distância.
Destaca-se nesse ponto que uma das dificuldades apresentadas pelo estado da arte é a
não adaptão à modalidade a distância, podendo assim inferir que a adaptação a esta não
86
deveria ser um problema para a maioria dos alunos deste curso, devido a experiências
anteriores.
Complementa-se ainda que a alta representatividade do percentual de alunos que já
realizam um curso a distância pode ser explicada pelo fato de metade dos alunos serem
vinculados ao Banco do Brasil. Esta organização oferece cursos de aperfeiçoamento e
capacitação a distância, por meio de sua Universidade Corporativa, desta forma, seus
colaboradores já estão familiarizados a esta modalidade de ensino.
32,00%
67,80%
0,20%
Sim Não Não respondeu
Gráfico 7: Realização de outro curso a distância.
Fonte: dados pririos
Tabela 10: Posse de computador com internet.
Freência
Absoluta
Freqüência
Absoluta
Acumulada
Freqüência
Relativa
Freqüência
Relativa
Acumulada
Sim 446 446 82,9% 32,9%
Não 92 538 17,1% 100,0%
Total 538 100,0%
Fonte: dados pririos
Quanto à posse de computador com acesso a internet, 82,90% dos estudantes possui
esse equipamento.
Ressalta-se a importância desse ponto, pois quase toda a interação do curso é feita por
meio do Ambiente Virtual de Ensino e Aprendizagem (AVEA), sendo que neste são
disponibilizadas as vídeo-aulas, a entrega das atividades bem como o seu feedback, as
sessões de chat e fórum, entre outras ferramentas.
87
Mas, deve ser destacada também a preocupão dos 17,1% que não possuem esse
equipamento, podendo levá-los a uma desmotivação e abandono do curso por não
conseguirem acompanhar suas atividades.
82,90%
17,10%
Sim Não
Gráfico 8: Posse de computador com internet.
Fonte: dados primários
Tabela 11: Acesso ao computador com internet no local de trabalho.
Freqüência
Absoluta
Freência
Absoluta
Acumulada
Freqüência
Relativa
Freqüência
Relativa
Acumulada
Sim 360 360 66,9% 66,9%
Não 175 535 32,5% 99,4%
Não respondeu 3 538 0,6% 100%
Total 538 100,0%
Fonte: dados pririos
Já o acesso a computador com acesso a internet no trabalho foi respondido
positivamente por 66,9% dos alunos entrevistados.
Esses dados complementam as informões sobre a posse de computadores com
acesso a internet em casa.
Ressalta-se nesse ponto que mesmo que tenham acesso a esse equipamento, não
necessariamente terão acesso ao AVEA, devido ao fato de trabalharam em organizações
públicas, muitas utilizam de sistemas de bloqueios à maioria das páginas na internet, podendo
este ser o caso do AVEA do curso.
88
66,90%
32,50%
0,60%
Sim Não Não respondeu
Gráfico 9: Acesso ao computador com internet no local de trabalho.
Fonte: dados primários
Tabela 12: Freqüência de acesso à Internet e e-mails.
Freqüência
Absoluta
Freência
Absoluta
Acumulada
Freqüência
Relativa
Freência
Relativa
Acumulada
Todos os dias 353 353 65,6% 65,6%
5 vezes por semana 72 425 13,4% 79,0%
4 vezes por semana 62 487 11,5% 90,5%
2 vezes por semana 35 522 6,5% 97,0%
Esporadicamente 15 537 2,8% 99,8%
Nunca acessa 0 537 0,0% 99,8%
Não respondeu 1 538 0,2% 100,0%
Total 538 100,0%
Fonte: dados pririos
Quanto à freência do acesso à Internet e aos e-mails, 65,6% dos acadêmicos acessa
todos os dias, 13,4% acessa cinco vezes por semana.
Em complemento à posse de computador em casa e acesso no trabalho, destaca-se a
importância das informões sobre a freência de acesso para a pesquisa, pois ainda que nem
todos os alunos possuírem computadores ou terem acesso aos mesmos no trabalho, 97%
acessa a internet ou e-mail no mínimo 2 vezes por semana.
89
65,60%
13,40%
11,50%
6,50%
2,80%
0,00%
0,20%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00%
Todos os dias
5 vezes por semana
4 vezes por semana
2 vezes por semana
Esporadicamente
Nunca acessa
Não respondeu
Gráfico 10: Freência de acesso à Internet e e-mails.
Fonte: dados pririos
4.4 CARACTERÍSTICAS DA EVASÃO NO CURSO
Este capítulo aborda informações relativas à evasão nesse curso, como gênero e
categoria funcional, evasão por lo e por desempenho de tutores, bem como período que
ocorreu a evasão no curso.
Iniciando-se essas análises, 20% dos evadidos somente efetuaram a matrícula no
curso, não cursando nenhuma das disciplinas, este dado vem corroborar com o estado da arte,
que indica que muitos alunos só efetuam a matrícula e não participam do curso. Em algumas
pesquisas, esses estudantes não são considerados evadidos, pois não participaram ativamente
do curso. Por este ser um projeto piloto, responsável por gerar informações para futuros
cursos, foram considerados também como população alvo os alunos que somente efetuaram
sua matrícula.
Quanto ao desempenho dos alunos evadidos, resgata-se as informações de Souza
(1999) que apresenta que os alunos evadidos têm desempenho menor do que os alunos
freentes. Na primeira disciplina (Introdução a Educação a Distância), 40,90% dos alunos
evadidos reprovaram. Já na segunda disciplina (Administrão Introdução e Teorias), 99%
dos alunos evadidos reprovaram.
90
Somente 20,9% desses alunos evadidos começaram a terceira disciplina (Ciência
Política), sendo que todos reprovaram. Na última disciplina do módulo (Sociologia), este
índice caiu para 13,63%, sendo que novamente todos os alunos evadidos reprovaram nesta
matéria. Esses dados corroboram com as pesquisas empíricas analisadas, as quais destacam
que a evasão dos alunos tende a acontecer mais expressivamente nas primeiras disciplinas,
além de resultados negativos constantes virem a desmotivar o aluno, contribuindo ao seu
abandono do curso.
Dando continuidade à análise das características da evasão no curso de Administração
a distância da UFSC, apresenta-se informações relativas a categoria funcional dos alunos em
geral e dos evadidos.
Tabela 13: categoria funcional dos alunos evadidos
Alunos que iniciaram o curso
Alunos Evadidos
Freq. Absoluta Freq. Relativa
Freq. Absoluta Freq.
Relativa
Funcionários do Banco do Brasil 350 53,52% 53 48,18%
Servidores Públicos da UFSC 65 9,94% 12 10,91%
Servidores Públicos em SC 239 36,54% 45 40,91%
Total 654 100,00% 110 100,00%
Fonte: dados pririos
Tabela 14: evasão por categoria funcional
Categoria funcional Evasão (%)
Funcionários do Banco do Brasil 15,14%
Servidores Públicos da UFSC 18,46%
Servidores Públicos em SC 18,83%
Fonte: dados pririos
Em se tratando da categoria funcional dos alunos evadidos, pôde-se perceber um
percentual de 18,46% para funcionários da UFSC, 18,83% para outros servidores públicos em
Santa Catarina e 15,14% do Banco do Brasil. Ressalta-se que, como já descrito, a UFSC
promoveu uma rematrícula para os alunos que haviam evadido no primeiro semestre, sendo
que o Banco do Brasil atuou ativamente nesse processo a fim de que seus funcionários que
não estivessem freentando o curso voltassem a fazê-lo, acarretando assim nesses
percentuais menores de evasão para esta categoria funcional.
91
15,14%
18,46%
18,83%
0,00%
2,00%
4,00%
6,00%
8,00%
10,00%
12,00%
14,00%
16,00%
18,00%
20,00%
Funcionários do
Banco do Brasil
Servidores
Públicos da
UFSC
Servidores
Públicos em SC
Gráfico 11: evasão por categoria funcional
Fonte: dados pririos
A próxima categoria a ser analisada diz respeito ao gênero dos alunos evadidos.
Tabela 15: gênero dos alunos evadidos
Alunos que iniciaram o curso
Alunos evadidos
Freq. Absoluta
Freq. Relativa
Freq. Absoluta
Freq.
Relativa
Feminino 196
30,96%
38
34,55%
Masculino 437
69,04%
72
65,45%
Total 633
100,00%
110
100,00%
Fonte: dados pririos
Tabela 16: evasão por gênero
Gênero Evasão
Feminino 19,39%
Masculino 16,48%
Fonte: dados pririos
Quanto à análise da evasão por gênero, percebe-se uma maior concentrão no gênero
feminino, com 19,39%, enquanto o masculino teve percentuais de 16,48%. Esses dados
corroboram com a pesquisa realizada por Aretio (1987), que indica uma maior evasão das
mulheres em relação aos homens.
92
19,39%
16,48%
15,00%
15,50%
16,00%
16,50%
17,00%
17,50%
18,00%
18,50%
19,00%
19,50%
Feminino Masculino
Gráfico 12: evasão por gênero
Fonte: dados pririos
Buscou-se também informões relativas à idade dos estudantes, o tempo que concluiu
o ensino médio e a sua nota final do vestibular.
Tabela 17: Análise dos alunos geral e evadidos
Alunos que iniciaram o
curso Alunos evadidos
nimo
Máximo
Média nimo Máximo
Média
IDADE 21
60
36
21
53
37
Tempo de Conclusão do Ensino Médio 2
40
17
3
35
17
Nota Final do vestibular 14
37
27
14
37
27
Fonte: dados pririos
Analisando os itens das tabelas 17, pôde-se constatar que quanto à idade dos alunos
entrantes do curso e dos evadidos não há uma diferença significativa, obtendo-se valores de
média de idade de 37 anos para os alunos evadidos e 36 para os alunos em geral do curso.
Outras análises feitas foram em relação a quanto tempo os alunos haviam concluído o
Ensino Médio e qual sua nota no vestibular deste curso. Não houve diferença entre os valores
dos alunos evadidos e de todos os alunos entrantes do curso.
É necessário destacar também a idade e o tempo de conclusão do Ensino Médio.
Quanto à idade, corroborando com as informações de Aretio (2002) os estudantes a distância
são adultos, neste caso, com uma média de 36 anos. Outra informão pertinente é o tempo de
conclusão do ensino médio, podendo constar que em média os alunos terminaram essa etapa
há 17 anos atrás, podendo com isso gerar dificuldades na sua aprendizagem. Este ponto, ainda
que relevante, não pode ser conclusivo, pois alguns alunos deram continuidade aos seus
93
estudos, como as informações apresentadas na escolaridade dos alunos, fazendo com que as
dificuldades advindas do longo período de conclusão do ensino médio possam ser
minimizadas.
36
17
27
37
17
27
0
5
10
15
20
25
30
35
40
IDADE Tempo de Conclusão
do Ensino Médio
Nota Final do vestibular
Alunos que iniciaram o curso Alunos evadidos
Gráfico 13: Análise das médias
Fonte: dados pririos
O próximo tópico a ser analisado é a distribuição da evasão pelos pólos de ensino do
curso. Antes de iniciarmos, cabe destacar o conceito utilizado para pólo estruturado, sendo
que se entende este como: pólo com infra-estrutura adequada (sala de videoconferência,
biblioteca, sala de informática), bem como estrutura administrativa de apoio (coordenador de
lo e monitor).
Tabela 18: Evasão por pólo
Pólo Número de alunos Alunos Evadidos Freq. Relativa de Evadidos
Araranguá 42 7 16,67%
Canoinhas 37 8 21,62%
Chapecó 57 10 17,54%
Criciúma 42 11 26,19%
Florianópolis
198 32 16,16%
Joinville 110 18 16,36%
Lages 52 5 9,62%
Laguna 34 4 11,76%
Palhoça 52 10 19,23%
Tubarão 30 5 16,67%
Total 654 110 16,82%
Fonte: dados pririos
94
Quanto à análise da evasão por lo de ensino pôde-se constatar que o pólo com maior
índice de evasão foi o de Criciúma (26,19%). Os pólos de Canoinhas (21,62%), Palhoça
(19,23%) e Chapecó (17,54%) tiveram índices acima da média, podendo este fato ser causado
por não terem o lo estruturado durante o primeiro semestre do curso. O pólo de Joinville
(16,36%) também apresentou problemas quanto a sua estrutura, mas não teve índices acima
da média.
Os pólos de Laguna (11,76%) e Lages (9,62%) tiveram os menores índices de evasão
do curso.
16,67%
21,62%
17,54%
26,19%
16,16%
16,36%
9,62%
11,76%
19,23%
16,67%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
Araranguá
Canoinhas
Chape
Criciúma
Florianópolis
Joinville
Lages
Laguna
Palhoça
Tubarão
Gráfico 14: evasão por lo
Fonte: dados pririos
Os fatores ligados à tutoria devem ter atenção especial, pois em muitos cursos a
evasão está estreitamente ligada com o desempenho dos tutores (ARETIO, 2002; RUMBLE,
2003).
Com isso, foi realizada uma análise comparativa entre o desempenho dos tutores, por
meio de avaliação de desempenho respondida pelos alunos do curso, e o número de alunos
evadidos por tutor. Essa avaliação de desempenho foi realizada com os alunos as a primeira
disciplina do curso e as a última disciplina do primeiro módulo, por meio de um
questionário.
9
5
Tabela 19: Evasão e desempenho dos tutores
Alunos
evadidos
Desempenho
inicial
Desempenho
Final
Média do
Desempenho
Tutor 1 5 9,00 9,57 9,29
Tutor 2 2 8,97 9,50 9,23
Tutor 3 2 8,72 9,36 9,04
Tutor 4 6 8,28 9,17 8,72
Tutor 5 1 8,78 9,00 8,89
Tutor 6 4 8,83 8,82 8,83
Tutor 7 5 8,49 8,57 8,53
Tutor 8 5 8,54 8,52 8,53
Tutor 9 7 8,85 8,50 8,68
Tutor 10
10 8,04 8,50 8,27
Tutor 11
8 8,01 8,50 8,26
Tutor 12
2 8,41 8,44 8,43
Tutor 13
5 8,94 8,43 8,68
Tutor 14
6 8,70 8,38 8,54
Tutor 15
2 8,33 8,36 8,35
Tutor 16
5 7,61 8,31 7,96
Tutor 17
3 8,73 8,29 8,51
Tutor 18
4 8,32 8,25 8,28
Tutor 19
5 8,75 8,00 8,38
Tutor 20
5 8,42 7,86 8,14
Tutor 21
4 7,90 7,85 7,88
Tutor 22
6 8,60 7,50 8,05
Tutor 23
4 7,78 7,50 7,64
Tutor 24
4 7,69 6,22 6,95
Fonte: dados pririos
Tabela 20: Correlação entre alunos evadidos e desempenho dos tutores
Alunos evadidos Desempenho tutor inicial Desempenho tutor final
Alunos evadidos 1
-0,223
-0,125
Desempenho tutor inicial -0,223
1
Desempenho tutor final -0,125
0,591
1
Fonte: dados pririos
A média de evasão por tutor foi de 4,58 alunos, e o desempenho médio dos mesmos
foi de 8,44 inicialmente, e 8,39 ao final do primeiro módulo.
Mesmo apresentando índices não conclusivos, com a correlação em torno de - 0,2,
percebe-se que o resultado (negativo) apresenta uma tendência de que há uma ligação inversa
entre os fatores, ou seja, quanto maior o desempenho do tutor, menor será seu índice de
alunos evadidos.
Com isso, ressalta-se a importância de um sistema de acompanhamento (tutoria)
adequado e supervisionado. Além disso, recomenda-se a avalião periódica desse sistema,
como por exemplo por meio de uma avalião de desempenho dos tutores.
96
4.5 ANÁLISE DOS FATORES DIFICUTALDORES À APRENDIZAGEM DOS ALUNOS
A DISTÂNCIA
Iniciando-se a análise dos fatores dificultadores a aprendizagem dos alunos a distância,
resgata-se as informações apresentadas na metodologia. Realizou-se essa análise por meio da
aplicação de um questionário com os alunos freentes ao curso, com o intuito de verificar
suas dificuldades, para que se possa posteriormente analisar essas informações com os fatores
contribuintes à evasão, gerando assim um diagnóstico sobre a situão do curso.
A análise desses fatores está dividida em sete categorias e seus indicadores,
apresentadas no capítulo 4.2 desta pesquisa.
Apresenta-se a seguir os resultados quanto às categorias externas às IES.
Tabela 21: Categoria Sócio-político-econômica fatores dificultadores
Não dificulta Dificulta pouco Dificulta Dificulta muito Total
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Apoio da empresa que trabalha
para fazer este curso 203 63,84% 73 22,96% 26 8,18% 16 5,03% 318 100,00%
Tempo para estudar 94 28,92% 124 38,15% 57 17,54%
50 15,38% 325 100,00%
Carga horária Semanal de
trabalho 150 46,58% 124 38,51% 31 9,63% 17 5,28% 322 100,00%
Deslocamento ao pólo de ensino 206 63,98% 62 19,25% 36 11,18%
18 5,59% 322 100,00%
Acesso a computador e ou
internet para estudo
259 79,94% 45 13,89% 13 4,01% 7 2,16% 324 100,00%
Compreensão das matérias 161 50,16% 135 42,06% 19 5,92% 6 1,87% 321 100,00%
Adequação do conteúdo com o
trabalho
157 48,91% 117 36,45% 33 10,28%
14 4,36% 321 100,00%
Fonte: dados pririos
Quanto às dificuldades citadas pelos estudantes quanto à categoria sócio-político-
econômica, pode-se observar que tempo para estudar foi o indicador mais citado com
71,08% de respostas, sendo 15,38% na escala dificulta muito. Outro fator correlacionado é a
carga horária semanal de trabalho, na qual 53,42% dos estudantes apresentaram-na como fator
que dificulta os estudos.
Já em relação à compreensão das matérias, 49,84% disseram ter alguma dificuldade,
ainda que este não seja um fator preponderante. A adequação do conteúdo com o trabalho
também apresentou índices próximos a 50%, com 36,45% dos respondentes afirmando que
este item dificulta um pouco seus estudos e aprendizagem.
97
0 50 100 150 200 250 300
Apoio da empresa que trabalha
para fazer este curso
Tempo para estudar
Carga horária Semanal de trabalho
Deslocamento ao pólo de ensino
Acesso a computador e ou
internet para estudo
Compreensão das matérias
Adequação do conteúdo com o
trabalho
Dificulta muito
Dificulta
Dificulta pouco
Não dificulta
Gráfico 15: Categoria Sócio-político-econômica fatores dificultadores
Fonte: dados pririos
Tabela 22: Categoria Vocão Pessoal fatores dificultadores
Não dificulta Dificulta pouco Dificulta Dificulta muito Total
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Aptidão para a profissão 249 77,09% 62 19,20% 9 2,79% 3 0,93% 323 100,00%
Possuir outro curso superior 259 90,88% 18 6,32% 4 1,40% 4 1,40% 285 100,00%
Adaptação ao sistema universitário 240 74,30% 64 19,81% 14 4,33% 5 1,55% 323 100,00%
Mudança de interesse pessoal ou
profissional 244 80,79% 43 14,24% 7 2,32% 8 2,65% 302 100,00%
Estar cursando paralelamente outro
curso 212 73,10% 51 17,59% 17 5,86% 10 3,45% 290 100,00%
Desconhecimento prévio a respeito do
curso de administração a distância
231 73,57% 67 21,34% 9 2,87% 7 2,23% 314 100,00%
Fonte: dados pririos
A segunda categoria externa à IES analisada foi a vocão pessoal. Analisando os
dados desta, constata-se que nenhum indicador apresentou percentual relevante quanto à
dificuldade de estudos, sendo que o maior índice foi o de estar cursando paralelamente outro
curso, com 26,90% das respostas.
Outro fator a ser destacado foi o desconhecimento prévio a respeito do curso de
Administrão a distância, com 26,43%, o que pode indicar uma má divulgação do curso
durante seu processo seletivo, que pode ter levado a uma imagem errônea do mesmo.
98
0 50 100 150200250300
Aptidão para a profissão
Possuir outro curso superior
Adaptação ao sistema universitário
Mudança de interesse pessoal ou profissional
Estar cursando paralelamente outro curso
Desconhecimento prévio a respeito do curso de administração
a distância
Dificulta muito
Dificulta
Dificulta pouco
Não dificulta
Gráfico 16: Categoria Vocação Pessoal fatores dificultadores
Fonte: dados pririos
Tabela 23: Características individuais fatores dificultadores
Não dificulta Dificulta pouco Dificulta Dificulta muito Total
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Problemas de Saúde 211 69,41% 50 16,45% 23 7,57% 20 6,58% 304 100,00%
Atendimento do curso às expectativas
prévias
221 68,63% 78 24,22% 19 5,90% 4 1,24% 322 100,00%
Adaptação a modalidade a distância 195 60,37% 100 30,96% 20 6,19% 8 2,48% 323 100,00%
Fonte: dados pririos
Quanto aos indicadores da categoria características individuais, destaca-se o item
adaptação à modalidade a distância, com 39,63% dos alunos apresentando-se como fator que
atrapalha seus estudos.
Os outros indicadores desta categoria, como problemas de saúde e atendimento do
curso às expectativas prévias tiveram resultados semelhantes, com cerca de 30% dos
entrevistados, apresentando-se como fatores que dificultam seu estudo e aprendizado.
0 50 100 150 200 250
Problemas de Sde
Atendimento do curso às
expectativas prévias
Adaptação a modalidade a
distância
Dificulta muito
Dificulta
Dificulta pouco
Não dificulta
Gráfico 17: Características individuais fatores dificultadores
Fonte: dados pririos
99
Tabela 24: Categoria Conjuntural fatores dificultadores
Não dificulta Dificulta pouco Dificulta Dificulta muito Total
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Situação econômica financeira 209 65,93%
71 22,40%
27 8,52% 10 3,15% 317 100,00%
Influência familiar 237 73,83%
56 17,45%
17 5,30% 11 3,43% 321 100,00%
Mudança de residência ou cidade 241 80,87%
38 12,75%
8 2,68% 11 3,69% 298 100,00%
Mudança de estado civil 256 88,28%
17 5,86% 9 3,10% 8 2,76% 290 100,00%
Responsabilidade econômica no sustento da
família
202 64,95%
73 23,47%
27 8,68% 9 2,89% 311 100,00%
Fonte: dados pririos
Apresentando a última categoria externa à IES, tem-se finalmente a categoria
conjuntural, na qual se pôde destacar dois indicadores correlacionados, a situão econômica
financeira e a responsabilidade ecomica no sustento da família. Estes apresentam cerca de
35% das respostas indicando dificuldades dos estudantes.
0 50 100 150 200250300
Situação econômica financeira
Influência familiar
Mudança de residência ou cidade
Mudança de estado civil
Responsabilidade econômica no sustento da
família
Dificulta muito
Dificulta
Dificulta pouco
Não dificulta
Gráfico 18: Categoria Conjuntural fatores dificultadores
Fonte: dados pririos
Tabela 25: Categoria Atitude Comportamental fatores dificultadores
Não dificulta Dificulta pouco Dificulta Dificulta muito Total
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Didática dos professores 218 67,70% 80 24,84% 19 5,90% 5 1,55% 322 100,00%
Orientação da Coordenação do curso 260 83,07% 47 15,02% 6 1,92% 0 0,00% 313 100,00%
Motivação e incentivo por parte do tutor 220 69,18% 71 22,33% 21 6,60% 6 1,89% 318 100,00%
Relacionamento com o tutor 240 75,47% 64 20,13% 10 3,14% 4 1,26% 318 100,00%
Contato com professores 139 43,71% 130 40,88% 30 9,43% 19 5,97% 318 100,00%
Fonte: dados pririos
Iniciando-se a análise das categorias internas as IES, tem-se a atitude comportamental.
Como destaque nessa categoria, apresentam-se os índices do contato com o professor, visto
pela maioria dos alunos (56,29%) como limitador ao seu estudo e aprendizagem. Mesmo esta
sendo uma característica da EaD, podem-se projetar algumas ões para amenizar essa falta
100
de contato, como encontros presenciais, a visita de professores aos los, chats e
videoconferências. O curso em estudo realiza algumas dessas ões, mas pode intensificar
esse contato, visto o percentual de alunos que indicou esse fator.
Outro fator relacionado com os docentes é a didática dos professores, apontada por
32,30% dos entrevistados. Uma ação que pode melhorar este item é a intensificação de
capacitação de docentes para o trabalho na modalidade a distância, pois muitos apresentam
dificuldades principalmente com o uso de novas tecnologias, como videoconferências, e
outras ferramentas dos AVEAs.
Quanto aos indicadores relativos à tutoria, motivação e incentivo por parte do tutor e
relacionamento com este, destaca-se que a maioria indicou que esses fatores não dificultam ou
dificultam pouco os estudos e aprendizagem. Ressalta-se que a tutoria é um dos elementos
chaves de um curso de EaD, e com esses resultados indica-se um trabalho satisfatório desses
agentes do processo de ensino-aprendizagem.
0 50 100 150 200 250 300
Didática dos professores
Orientação da Coordenação
do curso
Motivação e incentivo por
parte do tutor
Relacionamento com o tutor
Contato com professores
Dificulta muito
Dificulta
Dificulta pouco
Não dificulta
Gráfico 19: Categoria Atitude Comportamental fatores dificultadores
Fonte: dados pririos
Tabela 26: Categoria Motivos Institucionais fatores dificultadores
Não dificulta Dificulta pouco Dificulta Dificulta muito Total
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Ausência de tutores nos pólos 162
51,10%
98
30,91%
32
10,09%
25
7,89%
317
100,00%
Acesso a bibliotecas 177
55,66%
94
29,56%
30
9,43%
17
5,35%
318
100,00%
Estrutura dos pólos de ensino 220
70,29%
60
19,17%
19
6,07%
14
4,47%
313
100,00%
Laboratório de informática nos pólos de
ensino 211
74,04%
43
15,09%
17
5,96%
14
4,91%
285
100,00%
Interatividade do ambiente virtual de ensino-
aprendizagem
244
76,49%
64
20,06%
6
1,88%
5
1,57%
319
100,00%
Meios de comunicação oferecidos para
contato 261
81,31%
50
15,58%
9
2,80%
1
0,31%
321
100,00%
Fonte: dados pririos
101
Os motivos institucionais, próxima categoria a ser analisada, tiveram alguns destaques
em seu resultado. Primeiramente a ausência de tutores nos los, citada por 48,90% dos
entrevistados. Mesmo representando um percentual expressivo, deve-se enfatizar que se tem
feito constantes avaliações do desempenho da tutoria, obtendo-se resultados favoráveis, como
os observados na categoria atitude comportamental. Vale ressaltar que o desenho do curso foi
projetado para a concentrão da tutoria na sede da IES, prevendo nos los uma tutoria de
cunho administrativo e não de conteúdo. A tutoria na sede conta com 21 tutores, em três
turnos, tendo horário de atendimento das 8:00h às 20:00h, de segunda a sexta-feira.
O próximo item analisado foi o acesso a bibliotecas, citado por 44,34% dos estudantes.
Com o intuito de melhorar este quadro, o curso vem mantendo contato com a Diretoria da
Biblioteca Central da UFSC. Como resultado desse contato, obtiveram-se as seguintes ações:
a) comprou-se mais de 200 exemplares para bibliotecas setoriais, localizadas nos
los de ensino, para consulta local;
b) qualquer aluno a distância pode solicitar os livros do acervo da biblioteca central,
sendo que a mesma arca com os custos de postagem do envio pro aluno, e, após o
período de empréstimo, o aluno posta este exemplar de volta à biblioteca;
c) está sendo desenvolvida pela equipe do curso uma página dentro do AVEA com
conexão para a página da Biblioteca Central, bem como explicões sobre
empréstimos e consultas; e
d) foi solicitada a gravão de aulas explicativas para a consulta dos alunos a banco
de dados e bibliotecas virtuais, com convênio com a UFSC.
Quanto à estrutura dos pólos de ensino e o laboratório de informática nos los de
ensino, mais de 70% dos entrevistados afirmaram que esses itens não interferem
negativamente em seu estudo e aprendizagem.
A interatividade do AVEA também não obteve índices preocupantes, visto que sua
implementação ocorreu dois meses antes da realização desta pesquisa e os alunos estão se
adaptando a esse novo ambiente.
O último fator analisado foi os meios de comunicação oferecidos pelo curso, no qual
poucos respondentes afirmaram dificultar seus estudos (18,69%). Ressalta-se que o curso
utiliza-se dos seguintes meios de comunicação: telefone, fax, e-mail, chat, fórum e mensagem
instantânea. Recentemente foram adquiridas webcams, que serão utilizadas também para a
comunicação entre aluno-tutor.
102
0 50 100 150 200 250 300
Ausência de tutores nos pólos
Acesso a bibliotecas
Estrutura dos los de ensino
Laboratório de informática nos
los de ensino
Interatividade do ambiente
virtual de ensino-
aprendizagem
Meios de comunicação
oferecidos para contato
Dificulta muito
Dificulta
Dificulta pouco
Não dificulta
Gráfico 20: Categoria Motivos Institucionais fatores dificultadores
Fonte: dados pririos
Tabela 27: Categoria Requisitos didático-pedagógicos fatores dificultadores
Não dificulta Dificulta pouco Dificulta Dificulta muito Total
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Carga horária curricular do curso 227
70,94%
77
24,06%
12
3,75%
4
1,25%
320
100,00%
Relação do Currículo com o mercado de
trabalho 258
83,50%
40
12,94%
6
1,94%
5
1,62%
309
100,00%
Critérios de avaliação do aluno 195
61,90%
95
30,16%
21
6,67%
4
1,27%
315
100,00%
Associação entre a teoria e a prática 167
51,54%
118
36,42%
31
9,57%
8
2,47%
324
100,00%
Relação entre conteúdos das disciplinas 243
77,64%
55
17,57%
12
3,83%
3
0,96%
313
100,00%
Encontros presenciais 198
62,66%
76
24,05%
25
7,91%
17
5,38%
316
100,00%
Grau de dificuldade dos exercícios e provas 157
48,91%
136
42,37%
22
6,85%
6
1,87%
321
100,00%
Contato entre colegas de cursos 156
48,60%
115
35,83%
39
12,15%
11
3,43%
321
100,00%
Reprovação em mais de duas disciplinas no
semestre 187
65,16%
34
11,85%
25
8,71%
41
14,29%
287
100,00%
Prazos de entrega das atividades 157
49,22%
122
38,24%
26
8,15%
14
4,39%
319
100,00%
Avaliação dos exercícios 216
67,08%
79
24,53%
26
8,07%
1
0,31%
322
100,00%
Avaliações das provas 197
61,37%
92
28,66%
23
7,17%
9
2,80%
321
100,00%
Material didático oferecido 254
79,13%
56
17,45%
10
3,12%
1
0,31%
321
100,00%
Qualidade do curso de administração a
distância
253
80,57%
43
13,69%
9
2,87%
9
2,87%
314
100,00%
Fonte: dados pririos
A última categoria interna às IES a ser analisada foram os requisitos didático-
pedagógicos. Primeiramente destaca-se que o indicador que obteve maior percentual quanto a
dificultar muito para os alunos, foi a reprovão em mais de duas disciplinas no semestre,
com 14,29% das respostas. Essa ão consta no Plano Pedagógico do curso que prevê que os
alunos que reprovarem em mais de duas disciplinas no semestre estão automaticamente
desligados do curso.
103
Outro item, o contato com os colegas do curso, foi citado por 51,4% dos entrevistados,
como limitador ao seu estudo e aprendizagem. Para isso, proe-se o esmulo a mais grupos
de estudos, a encontros entre os alunos e comunidades virtuais, podendo essas ões ficar a
cargo dos monitores dos los.
Quanto às atividades do curso, dois itens foram citados pelos alunos como
dificultador, o prazo de entregas das atividades (50,78%) e o grau de dificuldade dos
exercícios e provas (51,09%). Em relação aos prazos das atividades, tem-se normalmente uma
semana para a realização de cada atividade, lembrando-se que uma disciplina de 60 horas tem
a duração de um mês. Já as provas presenciais correspondem a 60% da nota final do aluno em
cada disciplina. O grau de dificuldade dos exercícios e provas tem como objetivo manter um
grau de qualidade pretendido pela coordenão do curso e do projeto piloto.
A associação entre teoria e prática também foi citado por 48,46% como podendo
dificultar seus estudos. Para isso recomenda-se a utilizão de estudos de casos, seminários,
indicação de filmes e artigos nos quais os alunos possam observar a teoria aplicada nas
organizões e em seu dia a dia.
Também se ressalta o desempenho favorável de dois indicadores, a qualidade do curso
de Administrão a distância e a relação do currículo com o mercado de trabalho, os quais
foram citados por poucos alunos como dificultadores do processo de ensino e aprendizagem.
0 50 100 150 200 250 300
Carga horária curricular do curso
Relação do Currículo com o mercado de trabalho
Critérios de avaliação do aluno
Associação entre a teoria e a prática
Relação entre conteúdos das disciplinas
Encontros presenciais
Grau de dificuldade dos exercícios e provas
Contato entre colegas de cursos
Reprovação em mais de duas disciplinas no semestre
Prazos de entrega das atividades
Avaliação dos exercícios
Avaliações das provas
Material ditico oferecido
Qualidade do curso de administração a distância
Dificulta muito
Dificulta
Dificulta pouco
Não dificulta
Gráfico 21: Categoria Requisitos didático-pedagógicos fatores dificultadores
Fonte: dados pririos
104
4.6 ANÁLISE DOS FATORES CONTRIBUINTES À EVASÃO DOS ALUNOS
Apresenta-se a seguir os resultados da pesquisa com a análise dos fatores contribuintes
à evasão e seus indicadores. Como descrito, esta pesquisa foi realizada com os alunos
evadidos no primeiro semestre do curso, tendo ao final uma população acessível de 54
entrevistados.
Novamente utilizaram-se as categorias propostas no capítulo 4.2 deste trabalho. O
questionário aplicado com esse público encontra-se no Apêndice B.
Inicialmente têm-se a análise das categorias externas às IES.
Tabela 28: Categoria Sócio-político-econômica fatores contribuintes à evasão
Não contribuiu
Contribuiu
pouco
Contribuiu
muito
Contribuiu
decisivamente Total
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Apoio da empresa que trabalha
para fazer este curso 44 81,48%
4 7,41% 1 1,85% 5 9,26% 54
100,00
%
Valorização do diploma no
mercado de trabalho 48 88,89%
4 7,41% 2 3,70% 0 0,00% 54
100,00
%
Tempo para estudar
23 42,59%
4 7,41% 9 16,67%
18 33,33%
54
100,00
%
Carga horária Semanal de
trabalho 40 74,07%
5 9,26% 4 7,41% 5 9,26% 54
100,00
%
Deslocamento ao lo de ensino
39 73,58%
4 7,55% 4 7,55% 6 11,32%
53
100,00
%
Acesso a computador e ou
internet para estudo 39 72,22%
5 9,26% 4 7,41% 6 11,11%
54
100,00
%
Compreensão das matérias
43 79,63%
7 12,96%
2 3,70% 2 3,70% 54
100,00
%
Adequação do conteúdo com o
trabalho
44 81,48%
5 9,26% 3 5,56% 2 3,70% 54
100,00
%
Fonte: dados pririos
Quanto aos indicadores da categoria sócio-político-econômica, percebe-se um maior
destaque para o indicador tempo para estudar, o qual foi o fator citado como decisivo para o
abandono do curso por 33,33% dos entrevistados. Outros 24% citaram este indicador como
contribuinte para a decisão de abandonar o curso. Este resultado vem corroborar com diversas
pesquisas realizadas sobre evasão, tanto na modalidade presencial como a distância. A
pesquisa mais recente realizada pela ABRAED (2007) o fator tempo também foi o mais
citado pelos entrevistados.
Outros indicadores que tiveram resultados mais significativos foram o deslocamento
ao lo de ensino e o acesso a computador ou internet para estudo, sendo que os mesmos
obtiveram cerca de 30% de respondentes afirmando que estes contribuíram para o abandono
do curso. Vale destacar que este resultado quanto ao deslocamento ao pólo de ensino é
105
necessário devido ao fato das provas finais de cada disciplina serem realizadas
presencialmente, representando 60% da nota final do aluno.
Já o acesso ao computador ou internet é essencial para a realização deste curso, pois
quase todas as atividades são cobradas por meio do Ambiente Virtual de Ensino e
Aprendizagem (AVEA), o qual contém os exercícios, fóruns, chats, bem como outras
ferramentas necessárias para a comunicação com o tutor. Mesmo sendo citado como fator
contribuinte à evasão, resgata-se os resultados quanto à posse de computador e acesso a
internet e e-mails, destacando-se assim que 82,90% possuem computadores com acesso a
internet em sua residência e 97% acessa a internet pelo menos duas vezes por semana.
0 10 20 30 40 50 60
Apoio da empresa que
trabalha para fazer este curso
Valorização do diploma no
mercado de trabalho
Tempo para estudar
Carga horária Semanal de
trabalho
Deslocamento ao pólo de
ensino
Acesso a computador e ou
internet para estudo
Compreensão das matérias
Adequação do conteúdo com
o trabalho
Contribuiu decisivamente
Contribuiu muito
Contribuiu pouco
Não contribuiu
Gráfico 22: Categoria Sócio-político-econômica fatores contribuintes à evasão
Fonte: dados pririos
Tabela 29: Categoria Vocão Pessoal fatores contribuintes à evasão
o contribuiu
Contribuiu
pouco
Contribuiu
muito
Contribuiu
decisivamente Total
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Aptio para a profissão 41 75,93%
6 11,11%
3 5,56% 4 7,41% 54 100,00%
Possuir outro curso superior 37 68,52%
9 16,67%
5 9,26% 3 5,56% 54 100,00%
Adaptação ao sistema
universitário 36 66,67%
14 25,93%
2 3,70% 2 3,70% 54 100,00%
Mudança de interesse pessoal ou
profissional 38 70,37%
5 9,26% 4 7,41% 7 12,96%
54 100,00%
Estar cursando paralelamente
outro curso 39 72,22%
4 7,41% 3 5,56% 8 14,81%
54 100,00%
Desconhecimento prévio a
respeito do curso de
administração a distância 37 68,52%
7 12,96%
4 7,41% 6 11,11%
54 100,00%
Fonte: dados pririos
106
Outra categoria analisada foi a vocação pessoal dos alunos evadidos do curso. Dentre
os indicadores analisados, constatou-se que os que apresentaram os maiores valores quanto à
contribuição decisiva para o abandono do curso foram a mudança de interesse pessoal ou
profissional (12,96%) e estar cursando paralelamente outro curso (14,81%).
As categorias adaptação ao sistema universitário, possuir outro curso superior e
desconhecimento prévio a respeito do curso a de Administrão a distância, apresentam
freqüências em destaque para o abandono do curso. Cabe destacar o fato da categoria de
desconhecimento prévio a respeito do curso ter sido classificada como externa ao curso, pode
também ser um problema interno da instituição, pois pode ser considerado um indicador de
que a seleção e divulgação do curso não foram suficientes ou eficientes.
0 10 20 30 40 50
Aptidão para a profissão
Possuir outro curso superior
Adaptação ao sistema universitário
Mudança de interesse pessoal ou profissional
Estar cursando paralelamente outro curso
Desconhecimento prévio a respeito do curso de
administração a distância
Contribuiu decisivamente
Contribuiu muito
Contribuiu pouco
Não contribuiu
Gráfico 23: Categoria Vocação Pessoal fatores contribuintes à evasão
Fonte: dados pririos
Tabela 30: Características individuais fatores contribuintes à evasão
o contribuiu
Contribuiu
pouco
Contribuiu
muito
Contribuiu
decisivamente Total
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Problemas de Saúde 44 83,02%
2 3,77% 3 5,66% 4 7,55% 53 100,00%
Atendimento do curso às
expectativas prévias 32 59,26%
9 16,67%
7 12,96%
6 11,11%
54 100,00%
Adaptação a modalidade a
distância 23 42,59%
14 25,93%
8 14,81%
9 16,67%
54 100,00%
Fonte: dados pririos
Quanto à categoria características individuais, destaca-se que o indicador adaptação à
modalidade a distância, citado por 57,41% dos entrevistados como fator contribuinte para o
abandono do curso, teve o percentual mais expressivo desta pesquisa juntamente como fator
tempo, já analisado anteriormente. Como visto no estado da arte, a modalidade a distância
107
exige dos seus participantes algumas características, principalmente disciplina, que faz com
que nem todos se adaptem ao seu sistema.
Já o fator atendimento do curso às expectativas prévias também obteve um índice
significativo, com em torno de 40% dos participantes citando como fator contribuinte ao
abandono do curso.
0 10 20 30 40 50
Problemas de Sde
Atendimento do curso às
expectativas prévias
Adaptação a modalidade a
distância
Contribuiu decisivamente
Contribuiu muito
Contribuiu pouco
Não contribuiu
Gráfico 24: Características individuais fatores contribuintes à evasão
Fonte: dados pririos
Tabela 31: Categoria Conjuntural fatores contribuintes à evasão
Não contribuiu
Contribuiu
pouco
Contribuiu
muito
Contribuiu
decisivamente Total
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Situação econômica
financeira 44 81,48%
7 12,96%
2 3,70% 1 1,85% 54 100,00%
Influência familiar 44 81,48%
5 9,26% 4 7,41% 1 1,85% 54 100,00%
Mudança de residência ou
cidade 51 94,44%
1 1,85% 1 1,85% 1 1,85% 54 100,00%
Mudança de estado civil 51 94,44%
2 3,70% 0 0,00% 1 1,85% 54 100,00%
Responsabilidade econômica
no sustento da família 45 83,33%
6 11,11%
3 5,56% 0 0,00% 54 100,00%
Fonte: dados pririos
A última categoria externa à instituição a ser analisada foi a conjuntural. Nenhum
indicador desta categoria teve destaque para os fatores de evasão do curso, sendo que
ponderadamente, o indicador influência familiar teve os resultados mais expressivos desta
categoria quanto à avaliação contribuiu muito para o abandono do curso com 7,41% das
respostas.
108
0 10 20 30 40 50 60
Situação econômica financeira
Influência familiar
Mudança de residência ou cidade
Mudança de estado civil
Responsabilidade econômica no
sustento da família
Contribuiu decisivamente
Contribuiu muito
Contribuiu pouco
Não contribuiu
Gráfico 25: Categoria Conjuntural fatores contribuintes à evasão
Fonte: dados pririos
Apresenta-se a seguir a análise das categorias internas às IES.
Tabela 32: Categoria Atitude Comportamental fatores contribuintes à evasão
Não contribuiu
Contribuiu
pouco
Contribuiu
muito
Contribuiu
decisivamente
Total
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Didática dos professores
35 64,81%
14 25,93%
3 5,56% 2 3,70% 54 100,00%
Orientão da
Coordenação do curso
39 72,22%
9 16,67%
4 7,41% 2 3,70% 54 100,00%
Motivação e incentivo por
parte do tutor
36 66,67%
8 14,81%
6 11,11%
4 7,41% 54 100,00%
Relacionamento com o
tutor
39 72,22%
7 12,96%
3 5,56% 5 9,26% 54 100,00%
Contato com professores
34 62,96%
6 11,11%
9 16,67%
5 9,26% 54 100,00%
Fonte: dados pririos
Iniciando a análise das categorias internas à IES, tem-se a atitude comportamental.
Como resultado mais relevante, tem-se o contato com os professores, com 37,04% das
respostas. No curso em análise o contato entre professor-aluno acontece principalmente nas
videoconferências, as quais têm como objetivo a interação entre essas partes. Como são
gravadas vídeo-aulas com o conteúdo das disciplinas, as videoconferências são destinadas a
perguntas e dúvidas que possam surgir. Também são realizados chats com os professores.
Mesmo com a utilização dessas ferramentas, muitos alunos ainda sentem falta de um contato
mais direto com os professores.
Dois fatores que foram citados como decisivos para o abandono do curso foram a
motivão e o incentivo por parte do tutor (7,41%) e o relacionamento com o tutor (9,26%).
109
0 10 20 30 40 50
Didática dos
professores
Orientação da
Coordenação do curso
Motivação e incentivo
por parte do tutor
Relacionamento com o
tutor
Contato com
professores
Contribuiu decisivamente
Contribuiu muito
Contribuiu pouco
Não contribuiu
Gráfico 26: Categoria Atitude Comportamental fatores contribuintes à evasão
Fonte: dados pririos
Tabela 33: Categoria Motivos Institucionais fatores contribuintes à evasão
o contribuiu
Contribuiu
pouco
Contribuiu
muito
Contribuiu
decisivamente
Total
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Ausência de tutores nos
pólos 35 64,81%
6 11,11%
5 9,26% 8 14,81%
54 100,00%
Acesso a bibliotecas 42 79,25%
6 11,32%
2 3,77% 3 5,66% 53 100,00%
Estrutura dos pólos de
ensino
37 68,52%
7 12,96%
7 12,96%
3 5,56% 54 100,00%
Laboratório de informática
nos pólos de ensino 40 75,47%
5 9,43% 5 9,43% 3 5,66% 53 100,00%
Interatividade do ambiente
virtual de ensino-
aprendizagem 37 68,52%
9 16,67%
5 9,26% 3 5,56% 54 100,00%
Meios de comunicação
oferecidos para contato 42 77,78%
6 11,11%
4 7,41% 2 3,70% 54 100,00%
Fonte: dados pririos
Quanto à análise dos motivos institucionais, tem-se como fator mais relevante a
ausência de tutores nos pólos, citado por 14,81% como fator decisivo para o abandono, por
9,26% como contribuiu muito e 11,11% como contribuiu pouco para a evasão do curso. O
desenho estrutural adotado pelo curso em análise apresenta sua tutoria concentrada na sede da
IES, com uma equipe em torno de 21 tutores, utilizando uma relão de 25 alunos por tutor. A
tutoria funciona doze horas por dia (8:00h às 20:00h) de segunda a sexta-feira, atendendo por
meio de telefone, fax, e-mail e ambiente virtual de aprendizagem. Todos os questionamentos
dos alunos são respondidos em até 48 horas. Nos los de ensino têm-se os coordenadores de
lo e os monitores, os quais são responsáveis por questões administrativas.
110
Outros indicadores mais citados pelos entrevistados foram a estrutura dos pólos de
ensino e a interatividade do ambiente virtual de ensino e aprendizagem (AVEA). Quanto à
estrutura do pólo, no início do curso, 4 pólos ainda não estavam constituídos, o que pode ter
levado a esse índice de respostas negativas. Já o AVEA do curso foi substituído no segundo
semestre, devido à constatão da pouca interatividade do mesmo, utilizando-se atualmente a
plataforma Moodle.
0 10 20 30 40 50
Ausência de tutores nos
pólos
Acesso a bibliotecas
Estrutura dos pólos de
ensino
Laboratório de informática
nos pólos de ensino
Interatividade do ambiente
virtual de ensino-
aprendizagem
Meios de comunicação
oferecidos para contato
Contribuiu decisivamente
Contribuiu muito
Contribuiu pouco
Não contribuiu
Gráfico 27: Categoria Motivos Institucionais fatores contribuintes à evasão
Fonte: dados pririos
Tabela 34: Categoria Requisitos didático-pedagógicos fatores contribuintes à evasão
Não contribuiu
Contribuiu pouco
Contribuiu muito
Contribuiu
decisivamente Total
Freq.
Abs.
Freq.
Rel.
Freq.
Abs.
Freq. Rel.
Freq.
Abs.
Freq. Rel.
Freq.
Abs.
Freq. Rel.
Freq.
Abs.
Freq. Rel.
Carga horária curricular do
curso 24 44,44% 12 22,22% 6 11,11% 12 22,22% 54 100,00%
Relação do Currículo com o
mercado de trabalho 42 77,78% 8 14,81% 1 1,85% 3 5,56% 54 100,00%
Critérios de avaliação do
aluno 37 68,52% 8 14,81% 4 7,41% 5 9,26% 54 100,00%
Associação entre a teoria e a
prática 40 74,07% 10 18,52% 4 7,41% 0 0,00% 54 100,00%
Relação entre conteúdos das
disciplinas
42 77,78% 8 14,81% 4 7,41% 0 0,00% 54 100,00%
Encontros presenciais 28 52,83% 11 20,75% 9 16,98% 5 9,43% 53 100,00%
Grau de dificuldade dos
exercícios e provas 35 66,04% 9 16,98% 7 13,21% 2 3,77% 53 100,00%
Contato entre colegas de
cursos
37 68,52% 9 16,67% 5 9,26% 3 5,56% 54 100,00%
Reprovação em mais de duas
disciplinas no semestre 37 68,52% 6 11,11% 8 14,81% 3 5,56% 54 100,00%
Prazos de entrega das
atividades 35 64,81% 5 9,26% 7 12,96% 7 12,96% 54 100,00%
Avaliação dos exercícios 33 61,11% 6 11,11% 9 16,67% 6 11,11% 54 100,00%
Avaliões das provas 37 68,52% 6 11,11% 8 14,81% 3 5,56% 54 100,00%
Material didático oferecido 47 87,04% 3 5,56% 3 5,56% 1 1,85% 54 100,00%
Qualidade do curso de
administrão a distância 44 81,48% 5 9,26% 3 5,56% 2 3,70% 54 100,00%
Fonte: dados pririos
111
A última categoria analisada na pesquisa foi a correspondente aos requisitos didático-
pedagógicos, a qual apresenta o maior número de indicadores desta pesquisa. Destacam-se os
resultados do indicador carga horária do curso, citado por mais de 55% dos entrevistados
como fator relevante para o abandono. Como já citado, a carga horária do curso de
Administrão a distância da UFSC é de 3000 horas e tem 4 anos e meio de durão,
obedecendo as diretrizes curriculares nacionais. Cabe destacar que as disciplinas do curso não
são simultâneas, tendo em torno de uma disciplina por mês. Outro indicador citado por
35,19% dos entrevistados foi o prazo de entrega dos exercícios, sendo que o curso utiliza uma
sistemática de cobrança de uma atividade por semana.
Ressalta-se também os índices dos encontros presenciais, citado por 47,17%. Como já
explicitado, os encontros presenciais são compostos por videoconferências e provas
presenciais, sendo que se têm duas videoconferências e uma prova por mês. Ao final de cada
semestre é realizado um seminário, apresentado pelos alunos e que os professores avaliam nos
los de ensino.
Outro fator citado por 38,89% dos entrevistados foi a avalião de exercícios. Essa
avaliação é feita pelos tutores, de acordo com um gabarito e indicões dadas pelos
professores da disciplina.
0 10 20 30 40 50
Carga horária curricular do curso
Relação do Currículo com o mercado de trabalho
Critérios de avaliação do aluno
Associação entre a teoria e a prática
Relação entre conteúdos das disciplinas
Encontros presenciais
Grau de dificuldade dos exercícios e provas
Contato entre colegas de cursos
Reprovação em mais de duas disciplinas no semestre
Prazos de entrega das atividades
Avaliação dos exercícios
Avaliações das provas
Material ditico oferecido
Qualidade do curso de administração a distância
Contribuiu decisivamente
Contribuiu muito
Contribuiu pouco
Não contribuiu
Gráfico 28: Categoria Requisitos didático-pedagógicos fatores contribuintes à evasão
Fonte: dados pririos
Com o intuito de fazer uma análise comparativa entre as categorias, utilizou-se o
calculo da média ponderada de todas as categorias, sendo que esta apresenta um intervalo
112
entre 1 e 4, com o valor 1 sendo o que menos contribuiu e o 4 com o que contribuiu
decisivamente para o abandono do curso.
Tabela 35: Média das categorias fatores contribuintes à evasão
Categoria externa Média
Sócio-político-ecomicos 1,53
Vocação Pessoal 1,55
Características Individuais 1,73
Conjunturais 1,20
Total 1,50
Categoria Interna Média
Atitude comportamental 1,55
Motivos institucionais 1,50
Requisitos didático-pedagógicos 1,55
Total 1,53
Fonte: dados pririos
Com isso, pôde-se constatar que todas as médias ficaram entre os valores 1 e 2, sendo
que a média mais alta diz respeito às características individuais, com 1,73. Conclui-se com
esses valores que não há uma categoria que predomine sobre a outra, sendo que são vários os
fatores que influenciam na decisão de abandono do curso.
Uma última análise realizada, diz respeito à avaliação dos alunos evadidos quanto à
modalidade a distância. Apresenta-se assim uma comparão entre a avalião feita na IES
em estudo (UFSC) e a pesquisa da Associação Brasileira de Educação a distância (ABRAED,
2007).
Tabela 36 : Foi a sua primeira experiência em EaD?
Pesquisa UFSC Pesquisa ABRAED
Freq. Abs. Freq. Rel. Freq. Rel.
Sim 43 87,76% 95%
Não 6 12,24% 5%
Total 49 100,00% 100%
Fonte: dados pririos
Tabela 37: Você tentaria fazer outro curso de EaD?
Pesquisa UFSC Pesquisa ABRAED
Freq. Abs. Freq. Rel. Freq. Rel.
Sim 38 77,55% 78,90%
Não 11 22,45% 21,10%
Total 49 100,00% 100,00%
Fonte: dados pririos
113
Tabela 38: O EaD é:
Pesquisa UFSC Pesquisa ABRAED
Freq. Abs. Freq. Rel. Freq. Rel.
Melhor 7 14,58% 29,60%
Igual 17 35,42% 25,90%
Pior 24 50,00% 45%
Total 48 100,00% 100,00%
Fonte: dados pririos
Quanto à avalião se foi a primeira experiência em EaD dos entrevistados, 87,76%
disseram que foi a primeira experiência, sendo que esse índice na pesquisa nacional foi de
95%. Em relação à questão se tentaria fazer outro curso de EaD, esta pesquisa obteve 77,55%
de respostas positivas, com índices bem próximos da pesquisa da ABRAED, com 78,90%.
Por último tem-se a avaliação da modalidade a distância em comparação com a presencial,
obtendo-se os seguintes resultados: melhor que o presencial 14,58% (ABRAED 29,60%),
igual ao presencial 35,42% (ABRAED 25,90%) e pior que o presencial 50% (ABRAED
45%).
4.7 COMPARAÇÃO ENTRE FATORES DIFICULTADORES À APRENDIZAGEM E
CONTRIBUINTES À EVASÃO DOS ALUNOS
Neste capítulo, tem-se uma análise comparativa entre fatores dificultadores à
aprendizagem e contribuintes à evasão dos alunos. Esta análise tem como objetivo detectar
possíveis problemas que por meio de uma intervenção posterior, possam vir a minimizar
evasões futuras no curso.
Utilizou-se as 7 categorias propostas no capítulo 4.2, conforme as interpretações a
seguir.
Tabela 39: Categoria Sócio-político-econômica Alunos freqüentes X Alunos evadidos
Alunos freqüentes Alunos Evadidos
Dificulta
Dificulta
muito
Freq. Rel.
Acumulada
Contribuiu
muito
Contribuiu
decisivamente
Freq. Rel.
Acumulada
Apoio da empresa que trabalha para
fazer este curso 8,18% 5,03% 13,21% 1,85% 9,26% 11,11%
Tempo para estudar 17,54% 15,38% 32,92% 16,67% 33,33% 50,00%
Carga horária Semanal de trabalho 9,63% 5,28% 14,91% 7,41% 9,26% 16,67%
Deslocamento ao pólo de ensino 11,18% 5,59% 16,77% 7,55% 11,32% 18,87%
Acesso a computador e ou internet
para estudo 4,01% 2,16% 6,17% 7,41% 11,11% 18,52%
Compreensão das matérias 5,92% 1,87% 7,79% 3,70% 3,70% 7,41%
Adequação do conteúdo com o
trabalho 10,28% 4,36% 14,64% 5,56% 3,70% 9,26%
Fonte: dados pririos
114
Iniciando a análise comparativa entre os fatores dificultadores e fatores de evasão,
pôde-se constatar na categoria sócio-político-econômica que o acesso a computador e internet
para estudo foi um fator determinante para a evasão (18,52%), mas não é limitador para os
alunos freqüentes (6,17%). O tempo para estudo também foi mais citado pelos alunos
evadidos (50%) do que pelos alunos freqüentes ao curso (32,92%).
Os outros indicadores deram próximos em relação aos alunos evadidos e freqüentes,
mas nenhum deles obtiveram índices acima de 20%.
13,21%
11,11%
32,92%
50,00%
14,91%
16,67%
16,77%
18,87%
6,17%
18,52%
7,79%
7,41%
14,64%
9,26%
0,00% 5,00% 10,00%15,00% 20,00%25,00%30,00%35,00%40,00%45,00% 50,00%
Apoio da empresa que
trabalha para fazer este
curso
Tempo para estudar
Carga horária Semanal de
trabalho
Deslocamento ao lo de
ensino
Acesso a computador e ou
internet para estudo
Compreensão das matérias
Adequação do contdo
com o trabalho
Alunos evadidos
Alunos freqüentes
Gráfico 29: Categoria Sócio-político-econômica Alunos freentes X Alunos evadidos
Fonte: dados pririos
Tabela 40: Categoria Vocão Pessoal Alunos freentes X Alunos evadidos
Alunos freentes Alunos Evadidos
Dificulta
Dificulta
muito
Freq. Rel.
Acumulada
Contribuiu
muito
Contribuiu
decisivamente
Freq. Rel.
Acumulada
Aptidão para a profissão 2,79% 0,93% 3,72% 5,56% 7,41% 12,96%
Possuir outro curso superior 1,40% 1,40% 2,81% 9,26% 5,56% 14,81%
Adaptação ao sistema
universitário 4,33% 1,55% 5,88% 3,70% 3,70% 7,41%
Mudança de interesse pessoal ou
profissional 2,32% 2,65% 4,97% 7,41% 12,96% 20,37%
Estar cursando paralelamente
outro curso 5,86% 3,45% 9,31% 5,56% 14,81% 20,37%
Desconhecimento prévio a
respeito do curso de
administrão a distância 2,87% 2,23% 5,10% 7,41% 11,11% 18,52%
Fonte: dados pririos
115
Quanto à análise da categoria vocação pessoal, pode-se destacar que esta foi relevante
para a evasão dos alunos no primeiro dulo, mas seus indicadores não representam
dificuldades significativas para os alunos freqüentes ao curso.
3,72%
12,96%
2,81%
14,81%
5,88%
7,41%
4,97%
20,37%
9,31%
20,37%
5,10%
18,52%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00%
Aptidão para a profissão
Possuir outro curso superior
Adaptação ao sistema universitário
Mudança de interesse pessoal ou profissional
Estar cursando paralelamente outro curso
Desconhecimento prévio a respeito do curso de
administração a distância
Alunos evadidos
Alunos freqüentes
Gráfico 30: Categoria Vocação Pessoal Alunos freqüentes X Alunos evadidos
Fonte: dados pririos
Tabela 41: Características individuais Alunos freentes X Alunos evadidos
Alunos freentes Alunos Evadidos
Dificulta
Dificulta
muito
Freq. Rel.
Acumulada
Contribuiu
muito
Contribuiu
decisivamente
Freq. Rel.
Acumulada
Problemas de Saúde 7,57% 6,58% 14,14% 5,66% 7,55% 13,21%
Atendimento do curso às
expectativas prévias 5,90% 1,24% 7,14% 12,96% 11,11% 24,07%
Adaptação a modalidade a
distância 6,19% 2,48% 8,67% 14,81% 16,67% 31,48%
Fonte: dados pririos
A terceira categoria externa à IES analisada diz respeito às características individuais.
Ressaltam-se os resultados dos indicadores adaptão à modalidade a distância e atendimento
do curso às expectativas prévias, os quais tiveram os resultados discrepantes no cruzamento
analisado, ou seja, os alunos evadidos apresentaram índices muito maiores do que os alunos
freqüentes ao curso, indicando assim, uma possível característica para o abandono do curso.
116
14,14%
13,21%
7,14%
24,07%
8,67%
31,48%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00%
Problemas de Saúde
Atendimento do curso às
expectativas prévias
Adaptação a modalidade
a distância
Alunos evadidos
Alunos freqüentes
Gráfico 31: Características individuais Alunos freentes X Alunos evadidos
Fonte: dados pririos
Tabela 42: Categoria Conjuntural Alunos freentes X Alunos evadidos
Alunos freentes Alunos Evadidos
Dificulta
Dificulta
muito
Freq. Rel.
Acumulada
Contribuiu
muito
Contribuiu
decisivamente
Freq. Rel.
Acumulada
Situação econômica financeira 8,52% 3,15% 11,67% 3,70% 1,85% 5,56%
Influência familiar 5,30% 3,43% 8,72% 7,41% 1,85% 9,26%
Mudança de residência ou cidade 2,68% 3,69% 6,38% 1,85% 1,85% 3,70%
Mudança de estado civil 3,10% 2,76% 5,86% 0,00% 1,85% 1,85%
Responsabilidade econômica no
sustento da família 8,68% 2,89% 11,58% 5,56% 0,00% 5,56%
Fonte: dados pririos
A última categoria externa às IES é a conjuntural, na qual se constata que a maioria
dos índices foi mais apontada como dificultador pelos alunos freqüentes do que como
contribuinte ao abandono do curso pelos alunos evadidos. Com isso, pode-se destacar que esta
categoria não apresenta resultados preocupantes para futuras evasões no curso.
11,67%
5,56%
8,72%
9,26%
6,38%
3,70%
5,86%
1,85%
11,58%
5,56%
0,00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00% 10,00%12,00%
Situação econômica financeira
Influência familiar
Mudança de residência ou cidade
Mudança de estado civil
Responsabilidade econômica no sustento da família
Alunos evadidos
Alunos freqüentes
Gráfico 32: Categoria Conjuntural Alunos freqüentes X Alunos evadidos
Fonte: dados pririos
117
Tabela 43: Categoria Atitude Comportamental Alunos freqüentes X Alunos evadidos
Alunos freentes Alunos Evadidos
Dificulta
Dificulta
muito
Freq. Rel.
Acumulada
Contribuiu
muito
Contribuiu
decisivamente
Freq. Rel.
Acumulada
Didática dos professores 5,90% 1,55% 7,45% 5,56% 3,70% 9,26%
Orientão da Coordenação do
curso 1,92% 0,00% 1,92% 7,41% 3,70% 11,11%
Motivação e incentivo por parte
do tutor 6,60% 1,89% 8,49% 11,11% 7,41% 18,52%
Relacionamento com o tutor 3,14% 1,26% 4,40% 5,56% 9,26% 14,81%
Contato com professores 9,43% 5,97% 15,41% 16,67% 9,26% 25,93%
Fonte: dados pririos
Iniciando-se a análise das categorias internas às IES, pôde-se destacar que todos os
indicadores da categoria atitude comportamental tiveram resultados mais expressivos entre os
alunos evadidos do que entre os alunos freqüentes ao curso, podendo com isso analisar que
esses são possíveis indicadores para a evasão dos alunos. Ressalta-se o indicador contato com
os professores, citado por 25,93% dos alunos evadidos como contribuinte ao seu abandono, e
por 15,41% como dificultador ao seu estudo, pois, ainda que com a diferença entre esses
percentuais, sugere-se uma possível ação para minimizar essa dificuldade, podendo evitar
assim futuros abandonos no curso.
7,45%
9,26%
1,92%
11,11%
8,49%
18,52%
4,40%
14,81%
15,41%
25,93%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00%
Didática dos professores
Orientação da Coordenação do
curso
Motivação e incentivo por parte
do tutor
Relacionamento com o tutor
Contato com professores
Alunos evadidos
Alunos freqüentes
Gráfico 33: Categoria Atitude Comportamental Alunos freqüentes X Alunos evadidos
Fonte: dados pririos
118
Tabela 44: Categoria Motivos Institucionais Alunos freqüentes X Alunos evadidos
Alunos freentes Alunos Evadidos
Dificulta
Dificulta
muito
Freq. Rel.
Acumulada
Contribuiu
muito
Contribuiu
decisivamente
Freq. Rel.
Acumulada
Ausência de tutores nos pólos 10,09% 7,89% 17,98% 9,26% 14,81% 24,07%
Acesso a bibliotecas 9,43% 5,35% 14,78% 3,77% 5,66% 9,43%
Estrutura dos pólos de ensino 6,07% 4,47% 10,54% 12,96% 5,56% 18,52%
Laboratório de infortica nos
pólos de ensino
5,96% 4,91% 10,88% 9,43% 5,66% 15,09%
Interatividade do ambiente virtual
de ensino-aprendizagem 1,88% 1,57% 3,45% 9,26% 5,56% 14,81%
Meios de comunicação oferecidos
para contato 2,80% 0,31% 3,12% 7,41% 3,70% 11,11%
Fonte: dados pririos
Na categoria motivos institucionais, pode-se destacar alguns indicadores, como os
meios de comunicação e a interatividade do AVEA, com grande diferença entre os resultados
dos alunos freqüentes com os evadidos. Esse fato pode ser explicado pela mudança de
plataforma promovida no início do segundo módulo, a qual trouxe novos meios de
comunicação mais eficientes para o curso, como chat e fórum, além da maior interatividade
do mesmo.
Também se tem a preocupação quanto à estrutura dos pólos, bem como o acesso a
bibliotecas, que mesmo não apresentando percentuais elevados, devem receber atenção por
parte da coordenação para não prejudicar o aprendizado do aluno e levá-lo ao abandono do
curso.
Já a ausência de tutores dos pólos apresentou índices de 17,98% entre os alunos
freqüentes e 24,07% entre os alunos evadidos, indicando assim um alerta quanto aos seus
resultados. Caso não seja possível a mudança de desenho do curso, recomenda-se uma maior
atividade dos monitores e coordenadores dos pólos, com incentivo a grupo de estudos e
atividades de integrão. Essas ões podem ser iniciativas dos pólos, mas contando com a
participação da tutoria da sede, de acordo com os meios de comunicação disponíveis.
17,98%
24,07%
14,78%
9,43%
10,54%
18,52%
10,88%
15,09%
3,45%
14,81%
3,12%
11,11%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00%
Ausência de tutores nos los
Acesso a bibliotecas
Estrutura dos los de ensino
Laboratório de informática nos los de ensino
Interatividade do ambiente virtual de ensino-aprendizagem
Meios de comunicação oferecidos para contato
Alunos evadidos
Alunos freqüentes
Gráfico 34: Categoria Motivos Institucionais Alunos freentes X Alunos evadidos
Fonte: dados pririos
119
Tabela 45: Categoria Requisitos didático-pedagógicos Alunos freqüentes X Alunos
evadidos
Alunos freqüentes Alunos Evadidos
Dificulta
Dificulta
muito
Freq. Rel.
Acumulada
Contribuiu
muito
Contribuiu
decisivamente
Freq. Rel.
Acumulada
Carga horária curricular do curso 3,75% 1,25% 5,00% 11,11% 22,22% 33,33%
Relão do Currículo com o mercado
de trabalho 1,94% 1,62% 3,56% 1,85% 5,56% 7,41%
Critérios de avalião do aluno 6,67% 1,27% 7,94% 7,41% 9,26% 16,67%
Associão entre a teoria e a prática 9,57% 2,47% 12,04% 7,41% 0,00% 7,41%
Relão entre conteúdos das
disciplinas 3,83% 0,96% 4,79% 7,41% 0,00% 7,41%
Encontros presenciais 7,91% 5,38% 13,29% 16,98% 9,43% 26,42%
Grau de dificuldade dos exercícios e
provas 6,85% 1,87% 8,72% 13,21% 3,77% 16,98%
Contato entre colegas de cursos 12,15% 3,43% 15,58% 9,26% 5,56% 14,81%
Reprovação em mais de duas
disciplinas no semestre 8,71% 14,29% 23,00% 14,81% 5,56% 20,37%
Prazos de entrega das atividades 8,15% 4,39% 12,54% 12,96% 12,96% 25,93%
Avaliação dos exercícios 8,07% 0,31% 8,39% 16,67% 11,11% 27,78%
Avaliações das provas 7,17% 2,80% 9,97% 14,81% 5,56% 20,37%
Material didático oferecido 3,12% 0,31% 3,43% 5,56% 1,85% 7,41%
Qualidade do curso de administrão
a distância 2,87% 2,87% 5,73% 5,56% 3,70% 9,26%
Fonte: dados pririos
Como a última categoria a ser analisada, os requisitos didático-pedagógicos
apresentaram os seguintes resultados: a maioria dos índices foi apontada com mais freência
pelos alunos evadidos do que por aqueles que estão no curso. Dentre esses fatores pode-se
explicar a diferença de percentuais no indicador encontros presenciais por uma mudança feita
a partir do final do primeiro módulo, na qual introduziram-se vídeo-aulas gravadas no curso,
deixando assim as videoconferências para a interação entre os alunos e os professores.
Outro fator preponderante para os alunos evadidos foi a carga horária do curso, com
33,33% de respostas, contra 5% das respostas dos alunos freqüentes.
As avaliações tiveram diferenças em torno de 20% entre os percentuais de alunos
freqüentes e evadidos.
Por fim analisa-se a reprovação em mais de duas disciplinas, a qual foi citada por 23%
dos alunos freentes e 20,37% dos alunos evadidos. Recomenda-se uma análise por parte da
coordenação do curso sobre esse item, pois o mesmo pode vir a aumentar o índice de evasão
do referido curso.
120
5,00%
33,33%
3,56%
7,41%
7,94%
16,67%
12,04%
7,41%
4,79%
7,41%
13,29%
26,42%
8,72%
16,98%
15,58%
14,81%
23,00%
20,37%
12,54%
25,93%
8,39%
27,78%
9,97%
20,37%
3,43%
7,41%
5,73%
9,26%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00%
Carga horária curricular do curso
Relação do Currículo com o mercado de trabalho
Critérios de avaliação do aluno
Associação entre a teoria e a prática
Relação entre conteúdos das disciplinas
Encontros presenciais
Grau de dificuldade dos exercícios e provas
Contato entre colegas de cursos
Reprovação em mais de duas disciplinas no semestre
Prazos de entrega das atividades
Avaliação dos exercícios
Avaliações das provas
Material ditico oferecido
Qualidade do curso de administração a distância
Alunos evadidos
Alunos freqüentes
Gráfico 35: Categoria Requisitos didático-pedagógicos Alunos freentes X Alunos
evadidos
Fonte: dados pririos
Tendo analisado todas as categorias propostas, apresenta-se a seguir um resgate das
principais conclusões desta pesquisa e recomendações advindas desses resultados.
121
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Este capítulo apresenta as considerões finais deste trabalho, com o resgate de seus
objetivos e resultados alcançados. Além disso, faz-se a recomendação de pesquisas futuras, a
partir destes resultados.
5.1 CONCLUSÕES
A educação é uma das principais bases para o crescimento econômico e social de um
país. A expansão da educação superior no Brasil, devido à sua extensão territorial, é um
desafio para os governantes. A educação a distância vem ao encontro deste desafio, podendo
minimizar os problemas territoriais e democratizar a educação superior no país.
Para isso, o Governo brasileiro vem incentivando ações para o desenvolvimento da
EaD nas IES, tendo como um dos pontos principais dessa ação a Universidade Aberta do
Brasil (UAB) na qual está inserida o projeto piloto do curso de Administrão a distância.
Os projetos pilotos são experiências para futuros cursos, devendo assim ser fonte de
informação e pesquisas. Uma das preocupões dos gestores das IES é o índice de evasão dos
alunos dessas instituições, devendo monitorar também este fato em projetos pilotos.
Em busca de informações para uma das IES participante do projeto piloto da
UAB/MEC, este trabalho objetivou analisar os fatores dificultadores à permanência dos
alunos e seus reflexos no processo de evasão no curso de graduação em Administração a
distância da Universidade Federal de Santa Catarina.
Para isso, identificaram-se, de acordo com o estado da arte, os fatores dificultadores à
permanência dos alunos nos cursos de graduação e na modalidade a distância, chegando-se
assim a duas dimensões de análise: categorias externas às IES e categorias internas às IES.
Quanto às categorias externas, obteve-se a seguinte classificação: sócio-político-
econômico, vocão pessoal, características individuais e conjunturais. Já as categorias
internas às IES foram: atitude comportamental, motivos institucionais e requisitos didático-
pedagógicos.
A partir dessas categorias foram traçados indicadores, os quais serviram de base para a
formulação do instrumento de coleta de dados desta pesquisa (Apêndice A e B).
As essa etapa, buscou-se delinear o perfil dos estudantes do curso de Administrão
a distância da UFSC, apresentando os seguintes resultados preponderantes: sexo masculino
(69%); casados (59%); um a dois filhos (49,3%); já tiveram algum contato com o ensino
122
superior (68,2%); residem na mesma cidade que seu pólo (48,7%); não realizaram outro curso
a distância (67,8%); possuem computador com acesso a internet (82,90%); acessam a internet
no trabalho (66,9%) e acessam a internet ou e-mail no mínimo 2 vezes por semana (97%).
Em relação a identificar e analisar os fatores dificultadores do processo de
aprendizagem dos alunos do curso pôde-se destacar, quanto às categorias externas às IES,
alguns indicadores como: tempo para estudar, carga horária semanal de trabalho, adaptação à
modalidade a distância, situão econômica financeira e responsabilidade ecomica no
sustento da família.
Já os indicadores da categoria interna às IES mais presentes foram: contato com o
professor, a ausência de tutores nos pólos, acesso a bibliotecas, reprovação em mais de duas
disciplinas no semestre, contato com os colegas do curso, prazo de entregas das atividades e
grau de dificuldade dos exercícios e provas.
A próxima etapa da pesquisa teve o intuito de identificar os fatores contribuintes à
evasão dos alunos no curso, quanto às dimensões internas e externa às IES.
Em relação às categorias externas à instituição, obtiveram-se os seguintes fatores
como indicadores mais relevantes:
a) sócio-político-econômico - tempo para estudar, deslocamento ao pólo de ensino e
acesso a computador ou internet para estudo;
b) vocão pessoal - mudança de interesse pessoal ou profissional, estar cursando
paralelamente outro curso, desconhecimento prévio a respeito do curso a de Administração;
c) características individuais - adaptão a modalidade a distância; e
d) conjuntural - influência familiar.
Quanto às categorias internas, os principais fatores foram:
a) atitude comportamental - contato com os professores, motivação e incentivo por
parte do tutor, relacionamento com o tutor;
b) motivos institucionais - ausência de tutores nos los, estrutura dos pólos de ensino
e interatividade do ambiente virtual de aprendizagem; e
c) requisitos didático-pedagógicos - carga horária do curso, prazo de entrega dos
exercícios, encontros presenciais.
Posteriormente à identificação e análise desses fatores, buscou-se realizar uma
comparão entre os fatores dificultadores ao processo de aprendizagem com os fatores
contribuintes à evasão dos alunos.
Iniciando a análise comparativa entre os fatores dificultadores e fatores de evasão,
pode-se constatar na categoria sócio-político-econômica que o acesso a computador e internet
123
para estudo foi um fator determinante para a evasão (18,52%), mas não é limitador para os
alunos freqüentes (6,17%). O tempo para estudo também foi mais citado pelos alunos
evadidos (50%) do que pelos alunos freqüentes ao curso (32,92%).
Pôde-se destacar quanto à análise da categoria vocão pessoal que esta foi relevante
para a evasão dos alunos no primeiro módulo, mas seus indicadores não representaram
dificuldades significativas para os alunos freqüentes ao curso.
Em relação às características individuais, ressaltam-se os resultados dos indicadores
adaptação à modalidade a distância e atendimento do curso às expectativas prévias, os quais
tiveram os resultados discrepantes no cruzamento analisado, ou seja, os alunos evadidos
apresentaram índices muito maiores do que os alunos freqüentes ao curso, indicando assim,
uma possível característica para o abandono do curso.
Quanto à categoria conjuntural, constatou-se que a maioria dos índices foi apontada
com mais freência como dificultador pelos alunos regulares do que como contribuinte ao
abandono do curso pelos alunos evadidos. Com isso, pôde-se enfatizar que esta categoria não
apresentou resultados preocupantes para futuras evasões no curso.
Apresentando-se a análise das categorias internas às IES, destacou-se que todos os
indicadores da categoria atitude comportamental tiveram resultados mais expressivos entre os
alunos evadidos do que entre os alunos freentes ao curso, analisando-se assim que esses são
possíveis indicadores para a evasão dos alunos. Ressalta-se o indicador contato com os
professores, citado por 25,93% dos alunos evadidos como contribuinte ao seu abandono, e por
15,41% como dificultador ao seu estudo. Ainda com a diferença entre esses percentuais,
sugere-se uma possível ação para minimizar essa dificuldade, podendo evitar assim futuros
abandonos no curso.
Na categoria motivos institucionais, pôde-se salientar alguns indicadores, como os
meios de comunicação e a interatividade do AVEA, com grande diferença entre os resultados
dos alunos freqüentes com os evadidos. Explicou-se esse fato devido à mudança de
plataforma promovida no início do segundo módulo, a qual trouxe meios de comunicação
mais eficientes para o curso, como o chat e o fórum, além da maior interatividade do mesmo.
Releva-se também a preocupão quanto à estrutura dos los, bem como as
bibliotecas, que mesmo não apresentando percentuais elevados, devem receber atenção por
parte da coordenação para não prejudicar o aprendizado do aluno e levá-lo ao abandono do
curso.
A ausência de tutores dos los apresentou índices de 17,98% entre os alunos
freqüentes e 24,07% entre os alunos evadidos, indicando assim um alerta quanto aos seus
124
resultados. Recomenda-se uma maior atividade dos monitores e coordenadores dos pólos, em
conjunto com a tutoria do curso, incentivando a formação de grupos de estudo e atividades de
integrão.
Como última categoria a ser analisada, os requisitos didático-pedagógicos apresentam
os seguintes resultados: a maioria dos índices foi apontada com mais freqüência pelos alunos
evadidos do que por aqueles que estão no curso. Dentre esses fatores pôde-se explicar a
diferença de percentuais no indicador encontros presenciais por uma mudança feita a partir do
final do primeiro módulo, na qual introduziu-se vídeo-aulas gravadas no curso, deixando
assim as videoconferências para a interão entre os alunos e os professores.
Outro fator preponderante para os alunos evadidos foi a carga horária do curso, com
33,33% de respostas, contra 5% das respostas dos alunos freqüentes. As avaliações tiveram
diferenças em torno de 20% entre os percentuais de alunos freqüentes e evadidos.
Por fim, analisa-se a reprovação em mais de duas disciplinas, a qual foi citada por
23% dos alunos freqüentes e 20,37% dos alunos evadidos. Recomenda-se uma análise por
parte da coordenação do curso sobre esse item, pois o mesmo pode vir a aumentar índice de
evasão do referido curso.
Para que as informações advindas dessas pesquisas sejam utilizadas efetivamente,
enfatiza-se a necessidade de uma estrutura adequada para a equipe de gestão do curso. Isso
implica em apoio institucional e governamental no caso deste projeto, com o repasse dos
recursos necessários.
A expansão da EAD no Brasil deve vir acompanhada de uma política governamental
de comprometimento com as IES, ou seja, a garantia de que os recursos necessários sejam
repassados de forma suficiente e nos prazos estipulados. Este fato é imperativo, pois não se
pode deixar que os profissionais que estão comprometidos e motivados com essa modalidade
tenham suas expectativas não atendidas por divergências de qualquer natureza.
Complementa-se que a gestão destes cursos deve estar comprometida com a qualidade.
A ampliação quantitativa da educão superior brasileira por meio dessa modalidade precisa
vir acompanhada da qualidade do ensino, para gerar assim o desenvolvimento sócio-
econômico do país.
Releva-se também que muitos profissionais das IES ainda têm um certo receio a EaD,
bem como uma resistência à adoção de novas modalidades de ensino. Esse quadro poderá ser
revertido com o incentivo à pesquisa e a sua divulgação, com o compartilhamento das
experiências nessa área e a instigação a projetos pilotos.
125
Quanto a projetos pilotos é necessário desenvolver uma conotação de sinergia, pois de
nada adianta desenvolver um projeto em diversas IES, se as mesmas não se comunicam e
tratam suas informações como sigilosas e impassíveis de divulgação e crescimento conjunto.
As a identificação e apresentação destes resultados e percepções, quanto a evasão,
proe-se uma análise detalhada e um acompanhamento dos atuais alunos para que se tenha
controle dos fatores que possam levar os mesmo ao abandono do curso.
Conclui-se, portanto, que não se apresenta um fator preponderante para a evasão, mas
sim um conjunto de fatores, sendo a maioria característicos da modalidade a distância, como
os relacionados com contato ou com a tutoria.
Pôde-se perceber também que muitos dos fatores citados como dificultadores e
contribuintes a evasão, advêm de uma carência oriunda de um modelo mental da modalidade
presencial, ou seja, fatores como a falta de contato direto com professores, colegas e tutores
trazem dificuldades aos alunos, podendo assim levá-los ao abandono do curso.
Para tanto, faz-se necessário uma política mais ativa de atividades presenciais e
utilização de recursos que permitam atividades em grupo entre os estudantes, para que os
mesmo não se sintam sozinhos e desmotivados.
Ressalta-se, também, que alguns fatores contribuintes a evasão podem ser
minimizados com uma divulgão prévia do curso mais eficiente. Além disso, faz-se
necessária a desmistificação de que na modalidade a distância não há cobrança, ou que a
qualidade dessa é inferior ao presencial, tendo assim um compromisso de todos os agentes do
processo em angariar confiança e credibilidade à EaD.
Além disso, para uma melhor adaptão à modalidade, recomenda-se iniciar o curso
com disciplinas que envolvam o aluno nessa modalidade, não necessariamente cobrando sua
participação, mas sim estimulando-a para que o aluno sinta-se motivado e apto a realizar suas
atividades a distância.
Por fim, recomenda-se o monitoramento connuo dos fatores de evasão, bem como
dos fatores dificultadores aos alunos, podendo assim criar prognósticos consistentes sobre a
realidade desse fenômeno.
5.2 RECOMENDAÇÕES
A partir desta pesquisa, proe-se a realização de estudos qualitativos sobre a evasão e
sobre a relação entre o sistema de acompanhamento ao estudante (tutoria) e a evasão.
Recomenda-se ainda uma sistematização de um instrumento de avaliação de desempenho para
126
o sistema de tutoria, a fim de monitorar a qualidade do atendimento aos alunos, evitando
assim que o desempenho dos tutores venha a ser um fator contribuinte à evasão.
Além disso, outro agente importante envolvido no processo é o professor, fazendo-se
necessária a capacitão adequada do mesmo para um melhor desenvolvimento de suas
competências nessa modalidade.
Pode-se ainda analisar a evasão em vários cursos a distância com os recursos
utilizados por esses, como AVEA, videoconferências, chat, vídeo-aulas, fóruns, material
didático, entre outros.
Também se ressalta a importância da extensão dessa pesquisa para as outras IES
participantes do projeto piloto, a fim de delinear um panorama geral sobre a evasão deste
projeto nacionalmente, com o intuito de gerar informações para as experiências futuras.
127
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131
VERGARA, Sylvia Maria. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. São
Paulo: Atlas, 1997.
132
APÊNDICE A QUESTIONÁRIO ALUNOS FREQÜENTES
Com o intuito de verificar quais são as dificuldades dos alunos quanto ao estudo e a aprendizagem, de
acordo com a escala a seguir, assinale os itens:
1 Não dificulta meus estudos e minha aprendizagem
2 Dificulta pouco meus estudos e minha aprendizagem
3 Dificulta meus estudos e minha aprendizagem
4 Dificulta muito meus estudos e minha aprendizagem
1 2 3 4
Acesso a bibliotecas
Acesso a computador e ou internet para estudo
Adaptação a modalidade a distância
Adaptação ao sistema universitário
Adequação do conteúdo com o trabalho
Apoio da empresa que trabalha para fazer este curso
Aptidão para a profissão
Associação entre a teoria e a prática
Atendimento do curso às expectativas prévias
Ausência de tutores nos los
Avaliação dos exercícios
Avaliação das provas
Carga horária curricular do curso
Carga horária Semanal de trabalho
Compreensão das matérias
Contato com professores
Contato entre colegas de cursos
Critérios de avalião do aluno
Desconhecimento prévio a respeito do curso de administrão a distância
Deslocamento ao pólo de ensino
Didática dos professores
Encontros presenciais
Estar cursando paralelamente outro curso
Estrutura dos pólos de ensino
Grau de dificuldade dos exercícios e provas
Influência familiar
Interatividade do ambiente virtual de aprendizagem
Laboratório de infortica nos pólos de ensino
Material didático oferecido
Meios de comunicação oferecidos para contato
Motivação e incentivo por parte do tutor
Mudança de estado civil
Mudança de interesse pessoal ou profissional
Mudança de residência ou cidade
Orientão da Coordenação do curso
Possuir outro curso superior
Prazos de entrega das atividades
Problemas de Saúde
Qualidade do curso de administração a distância
Relão do Currículo com o mercado de trabalho
Relão entre conteúdos das disciplinas
Relacionamento com o tutor
Reprovação em mais de duas disciplinas no semestre
Responsabilidade econômica no sustento da família
Situação econômica financeira
Tempo para estudar
133
APÊNDICE B QUESTIONÁRIO ALUNOS EVADIDOS
Prezado Sr. (a),
Sou mestranda do curso de Pós Graduação em Administração da UFSC, na área de Gestão
Universitária e também atuo como tutora supervisora do curso de Administrão a distância
da UFSC.
Estou realizando uma pesquisa para minha dissertação, a qual possui como objetivo analisar
os fatores que influenciam na evasão dos estudantes no curso de Administração a distância da
UFSC. Com isso, espero apresentar subsídios para o melhor conhecimento do curso e das
dificuldades dos alunos.
Todas as informões aqui apresentadas serão sigilosas, não havendo identificação em
momento algum da pesquisa.
Agradeço desde já a atenção dispensada e enfatizo a importância de sua resposta para o
sucesso desta pesquisa.
Atenciosamente,
Andressa Pacheco
andressa@EaD.ufsc.br
Favor preencher as questões abaixo até o dia 10 de maio de 2007
e enviar por e-mail para andressa@EaD.ufsc.br ou por fax por meio do número (48)
3721-9374 Ramal 4 A/C de Andressa.
De acordo com a escala a seguir, assinale os itens:
1 Não contribuiu para o abandono do curso
2 Contribuiu pouco para o abandono do curso
3 Contribuiu muito para o abandono do curso
4 Contribuiu decisivamente para o abandono ao curso
1 2 3 4
Didática dos professores
Orientação da Coordenação do curso
Carga horária curricular do curso
Relão do Currículo com o mercado de trabalho
Critérios de avaliação do aluno
Apoio da empresa que trabalha para fazer este curso
Valorizão do diploma no mercado de trabalho
Situão econômica financeira
Aptidão para a profissão
Possuir outro curso superior
Adaptação ao sistema universitário
Mudança de interesse pessoal ou profissional
Estar cursando paralelamente outro curso
Problemas de Saúde
Influência familiar
134
Mudança de residência ou cidade
Atendimento do curso às expectativas prévias
Associação entre a teoria e a prática
Adequão do conteúdo com o trabalho
Tempo para estudar
Relão entre conteúdos das disciplinas
Carga horária Semanal de trabalho
Mudança de estado civil
Responsabilidade ecomica no sustento da família
Motivação e incentivo por parte do tutor
Encontros presenciais
Deslocamento ao pólo de ensino
Acesso a computador e ou internet para estudo
Relacionamento com o tutor
Adaptação a modalidade a distância
Grau de dificuldade dos exercícios e provas
Ausência de tutores nos pólos
Acesso a bibliotecas
Contato entre colegas de cursos
Contato com professores
Reprovação em mais de duas disciplinas no semestre
Estrutura dos pólos de ensino
Laboratório de informática nos los de ensino
Prazos de entrega das atividades
Avaliação dos exercícios
Avaliações das provas
Desconhecimento prévio a respeito do curso de administração a distância
Interatividade do ambiente virtual de ensino-aprendizagem
Material didático oferecido
Compreensão das matérias
Meios de comunicação oferecidos para contato
Qualidade do curso de administrão a distância
Foi a sua primeira experiência em EAD?
Sim
Não
Você tentaria fazer outro curso de EAD?
a) sim
b) não
O EAD é:
a) melhor que o presencial
b) igual ao presencial
c) pior que o presencial
OBRIGADA J
135
ANEXO A COMUNICADO DO COORDENADOR DO CURSO PARA
REMATRÍCULA
REMATRÍCULA EM CARÁTER EXCEPCIONAL
Comunico a todos os estudantes, os quais não apresentam a devida matrícula neste semestre
2007.1, que esta Coordenão apresentou à Diretora do Departamento de Ensino de
Graduação a Distância da UFSC, breve relato do andamento das atividades do primeiro
semestre do curso de graduação em Administrão, na modalidade a distância, o qual contou
com o feedback de estudantes que não apresentavam freqüência regular às atividades do
primeiro semestre.
As a análise do caso, a Diretora encaminhou a esta Coordenação memorando
Nº13/DEaD/07, em anexo, o qual orienta o processo de rematrícula em caráter excepcional.
Diante dos fatos, venho por meio deste divulgar que durante o período de 14 a 20 de março,
do presente exercício, os estudantes interessados em regularizar a sua situação no presente
curso, deverão encaminhar, aos cuidados desta Coordenão (e-mail
coordenador.EaDadm@cse.ufsc.br), justificativa pela não freqüência regular às atividades
promovidas no primeiro semestre, os quais deverão compor grupo de dependência das
disciplinas do primeiro dulo, assim como deverão obter o acesso aos conteúdos das
disciplinas do dulo seguinte. Em caso de vidas, contactar Andressa, Juliana ou Maurício
(48 37216686)
Aos estudantes não interessados será aplicado o que dispõem no Projeto Pedagógico do Curso
da UFSC, o qual considerada que o aluno com não freência regular será automaticamente
desligado do curso e conseqüentemente da Universidade Federal de Santa Catarina.
Saudações acadêmicas,
Prof. Dr. Alexandre Marino Costa
Coordenador do Curso de Graduação em Administrão UFSC
136
ANEXO B - COMUNICADO DA DIRETORA DEAD UFSC PARA REMATRÍCULA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO
DEPARTAMENTO DE ENSINO DE GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA
Campus Universitário Trindade CEP 88040-900 Florianópolis SC
Centro de Cultura e Eventos Sala Ingá, Araçá e Abricó
Tel: (48)3721 8325
Data: 13.03.2007 013/DEaD
De: Prof.ª Araci Hack Catapan Diretora do DEaD
Para: Alexandre Marino Costa
Coordenador do Curso de Administração (Projeto piloto)
Senhor Coordenador
Em relão a sua solicitação de esclarecimento sobre a possibilidade de se conceder
rematrícula, no período de reajuste, para os estudantes do curso de Administração na
modalidade a distância, que não obtiveram rendimento suficiente nas disciplinas deste
primeiro período, considerando que:
a) Neste primeiro período o curso teve início, ainda em fase de organização;
b) A existência de um grupo de estudantes que estão compondo calendário especial em
função da sétima chamada.
Recomendamos que seja permitido aos solicitantes, rematrícula em caráter excepcional, no
período de reajuste, mediante justificativa pela não freqüência regular às atividades
promovidas, para comporem com o grupo de alunos da sétima chamada, ficando os mesmos
com a responsabilidade de cumprir todas as disciplinas em débito neste próximo período
(semestre).
Att,
Araci Hack Catapan
Diretora do DEaD/PREG
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