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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE TECNOLOGIA E RECURSOS NATURAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS NATURAIS
DOUTORADO EM RECURSOS NATURAIS
TESE
RISCOS E VULNERABILIDADES – CAMPO PETROLÍFERO
CANTO DO AMARO, MOSSORÓ-RN
ANTONIO COSTA FILHO
CAMPINA GRANDE-PARAÍBA
SETEMBRO/2007
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RISCOS E VULNERABILIDADES – CAMPO PETROLÍFERO CANTO
DO AMARO, MOSSORÓ-RN
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ANTONIO COSTA FILHO
RISCOS E VULNERABILIDADES – CAMPO PETROLÍFERO CANTO
DO AMARO, MOSSORÓ-RN
Tese apresentada ao curso de Doutorado em
Recursos Naturais do Programa de Pós –
Graduação em Recursos Naturais da
Universidade Federal de Campina Grande, em
cumprimento às exigências para obtenção do
Grau de Doutor.
Área de Concentração: Sociedade e Recursos Naturais
Linha de Pesquisa: Gestão de Recursos Naturais
PROF. DR, MARX PRESTES BARBOSA,
ORIENTADOR – UFCG/UAEAg
PROF. DR REINALDO ANTÔNIO PETTA
ORIENTADOR – UFRN/DG
CAMPINA GRANDE – PB
SETEMBRO/2007
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA
BIBLIOTECA CENTRAL DA UFCG
C837r Costa Filho, Antonio.
2007 Riscos e vulnerabilidades – campo petrolífero Canto do
Amaro, Mossoró-RN / Antonio Costa Filho. Campina Grande,
2007.
166f. : il. Color.
Tese (Doutorado em Recursos Naturais) Universidade
Federal de Campina Grande, Centro de Tecnologia e Recursos
Naturais.
Referências.
Orientadores: Dr. Marx Prestes Barbosa, Dr. Reinaldo Antonio
Petta.
1. Riscos e vulnerabilidade. 2. Degradação das terras. 3.
Exploração petrolífera I. Título.
CDU - 528.88:502.5(043)
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE TECNOLOGIA E RECURSOS NATURAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS NATURAIS
DOUTORADO EM RECURSOS NATURAIS
Aos meus filhos Antonio Henrique, Cristine e Fernanda.
A minha família e principalmente ao meu pai
Antonio Bezerra da Costa (in memoriam)
e meu irmão Roberto Wagner da Costa (in memoriam).
i
AGRADECIMENTOS
À Deus pela sua bondade, misericórdia e amor, e pela capacidade que me concedeu de
elaborar este trabalho.
Ao meu orientador Prof. Dr. Marx Prestes Barbosa, pela competência, dedicação,
paciência, pela disposição, orientação acadêmica e principalmente pela amizade.
Ao Prof. Dr. Reinaldo Antônio Petta meu orientador externo, do Departamento de
Geologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pela sua amizade e contribuição
durante a realização desta pesquisa.
Ao Dr. Maurício de Oliveira (in memoriam) professor do Departamento de Solos da
Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) – Mossoró-RN (antiga ESAM), pela
sua amizade e contribuição para realização deste trabalho.
Ao Prof. Dr. José Dantas Neto pelos ensinamentos ministrados e contribuição durante
o presente trabalho
Aos professores Dr. Clodoaldo Roque Dalajustina. Bortoluzi, Dr. João Miguel de
Moraes Neto, Dr. Vishwamblar Nath Agrawal, Dr.Aarão Andrade Lima e Dr
a.
Annemarie
Kônig, pela colaboração e amizade.
Aos amigos Maridete Saraiva Correia, Maria de Fátima Fernandes, Miguel José da
Silva e Davi Oliveira dos Santos, Claudenor Araújo da Silva, pelo permanente incentivo,
colaboração, amizade e convívio profissional.
Aos colegas, Alexsandro Silva Falcão, Elisângela Soares Amaral, Tatiana Machado
Brandão, Tiago Sarmento Leite, Vinicius Nascimento Almeida, Daniele Câmara Alexandre
Morais, José Vinicius Carneiro da Costa, Mileide Almeida Borges de Freitas, Luciano
Barreto Mendes, José Sebastião Costa de Sousa, Regis Isael da Silva, José Nilton Silva,
alunos dos cursos de Engenharia de Minas, Agrícola, Elétrica e Química pela participação e
auxílio durante a execução deste trabalho.
A Unidade Acadêmica de Mineração e Geologia (UAMG), representados pelos seus
dedicados professores e funcionários, pela oportunidade que me concedeu na realização deste
trabalho, a Coordenação do Curso de Doutorado em Recursos Naturais do CTRN/UFCG por
tornar possível a realização do presente curso.
Á Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), ao Centro de Tecnologia e
Recursos Naturais (CTRN), ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq), a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), a Petróleo Brasileiro
ii
S.A. – PETROBRÁS, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES), à Fundação Parque Tecnológico da Paraíba (PaqTc), a Associação Técnica
Científica Ernesto Luiz de Oliveira (ATECEL), pelo apoio oferecido para execução desta
pesquisa científica.
A todos os demais que, de uma maneira ou de outra, contribuíram para que este
trabalho se concretizasse.
E, por fim, as duas mulheres extraordinárias que transformaram minha vida. Em
primeiro lugar minha mãe, Mariazinha Costa, que é um exemplo de mulher. E a minha
esposa, Inacilda, que é sem dúvida a mulher mais incrível que já conheci.
iii
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ............................................................................ xi
LISTA DE SÍMBOLOS ......................................................................................................... xv
RESUMO ................................................................................................................................ xvi
ABSTRACT .......................................................................................................................... xvii
CAPÍTULO I
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1
1.1 Justificativa e Relevância ............................................................................................. 4
1.2 Objetivos ....................................................................................................................... 5
1.2.1 Objetivos gerais ..................................................................................................... 5
1.2.2 Objetivos específicos ............................................................................................. 6
CAPÍTULO II
2 CARACTERARIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ......................................................... 7
2.1 O Município de Mossoró-RN ....................................................................................... 7
2.2 Localização e vias de acesso ...................................................................................... 10
2.3 Caracterizações Fisiográficas ..................................................................................... 11
2.3.1 Aspectos climáticos ............................................................................................. 11
2.3.2 Geomorfologia ..................................................................................................... 11
2.3.3 Cobertura vegetal ................................................................................................. 12
2.3.4 Vulnerabilidade ambiental e natural .................................................................... 13
2.3.5 Recursos hídricos ................................................................................................. 14
2.3.6 Solos .................................................................................................................... 16
CAPÍTULO III
3. CONTEXTO GEOLÓGICO ............................................................................................ 21
3.1 Geologia Regional ...................................................................................................... 21
3.2 Geologia Local ........................................................................................................... 28
CAPÍTULO IV
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 31
4.1 Riscos Ambientais ...................................................................................................... 31
4.1.1 Apresentação ....................................................................................................... 31
4.1.2 Conceituação ....................................................................................................... 32
4.2 Riscos e Vulnerabilidades .......................................................................................... 34
iv
4.2.1 Dos riscos às vulnerabilidades de dutovia ........................................................... 38
4.2.2 Riscos e vulnerabilidades da infra-estrutura exploratória do campo Canto do
Amaro ........................................................................................................................... 39
4.3 Degradação das Terras e Desertificação ..................................................................... 42
4.4 Geoprocessamento ...................................................................................................... 47
4.5 Sistema de Informações Geográficas (SIG) ............................................................... 49
4.5.1 Conceituação ....................................................................................................... 50
4.6 Sensoriamento Remoto ............................................................................................... 52
4.6.1 Conceituação ....................................................................................................... 54
4.6.2 Radiação eletromagnética (REM) ....................................................................... 56
4.6.3 Espectro eletromagnético .................................................................................... 59
4.6.4 Processamento Digital de Imagem (PDI) ............................................................ 63
4.7 Sistema de Posicionamento Global – GPS ................................................................. 68
CAPÍTULO V
5 MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................. 71
CAPÍTULO VI
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 79
6.1 Riscos na exploração de petróleo no campo Canto do Amaro ................................... 79
6.1.1 Riscos nas linhas de produção ............................................................................. 79
6.1.2 Risco a degradação das terras .............................................................................. 86
6.1.4 Risco de contaminação do solo ......................................................................... 106
6.1.4.1 Risco de contaminação do lençol freático por infiltração de óleo .............. 109
6.2 Vulnerabilidades no campo petrolífero Canto do Amaro ......................................... 113
6.2.1 Diagnóstico socioeconômico e ambiental ......................................................... 113
6.2.1.1 Vulnerabilidade Social ............................................................................... 114
6.2 1.2 Vulnerabilidade Econômica ....................................................................... 120
6.2.1.3 Vulnerabilidade Tecnológica ...................................................................... 122
6.2.1.4 Vulnerabilidade à Seca ............................................................................... 123
CAPÍTULO VII
7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ...................................................................... 126
7.1 Conclusões ................................................................................................................ 126
7.2 Recomendações ........................................................................................................ 128
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 130
APÊNDICES
Apêndice A – Tabelas da Infiltração Acumulada e da velocidade de infiltração de água e
óleo ................................................................................................................................. 141
v
ANEXOS
ANEXO A – Análise de Solo ......................................................................................... 150
ANEXO B – Questionário aplicado às famílias Rurais do Município de Mossoró - RN
........................................................................................................................................ 157
ANEXO C – Modelo do Certificado .............................................................................. 158
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 – Mapa das Microrregiões Homogêneas do Rio Grande do Norte. .......................... 8
Figura 2.2 – Mapa de localização da área de pesquisa e imagem Spot, mostrando o Campo de
Mossoró (RN), com áreas de concentração de poços de exploração de petróleo e dutos ........ 10
Figura 2.3 – Mapa da Bacia Hidrográfica Apodi – Mossoró. .................................................. 15
Figura 2.4 – Mapa das Zonas Homogêneas do Rio Grande do Norte ...................................... 17
Figura 2.5 – Mapa de solos da Zona Homogênea Mossoroense. ............................................. 18
Figura 3.1 – Bacia Potiguar ...................................................................................................... 22
Figura 3.2 – Mapa de localização e arcabouço tectônico do embasamento da Bacia Potiguar 23
Figura 3.3 – Carta Estratigráfica da Bacia Potiguar ................................................................. 24
Figura 3.4 – Sistema de rifts cretáceos do Nordeste brasileiro originados em resposta ao
processo de estiramento e afinamento crustal atuante na região durante a fragmentação do
Gondwana ................................................................................................................................. 26
Figura 3.5 – Mapa de arcabouço estrutural da Bacia Potiguar ................................................. 28
Figura 4.1 – Classificação de riscos ambientais (Cerri & Amaral, 1998) ................................ 34
Figura 4.2 – Arquitetura geral de Sistemas de Informação Geográfica ................................... 52
Figura 4.3 – Onda Eletromagnética .......................................................................................... 56
Figura 4.4 – Interações da Radiação Eletromagnética ............................................................. 58
Figura 4.5 – Interação básica da energia eletromagnética com uma feição da superfície
terrestre ..................................................................................................................................... 59
Figura 4.6 – Espectro Eletromagnético .................................................................................... 59
Figura 4.7 – Curvas características da reflectância espectral para os principais alvos da
Superfície terrestre: água, vegetação e solo .............................................................................. 61
Figura 4.8 – Etapas do processamento digital de imagens ....................................................... 64
Figura 4.9 – Representação gráfica do espaço de atributos de cores IHS ................................ 66
vi
Figura 4.10 – Etapas do processo de segmentação de imagens................................................ 67
Figura 4.11 – Constelação de satélites GPS ............................................................................. 69
Figura 5.1 – Cilindros infiltrômetro de anel ............................................................................. 75
Figura 5.2 – Aplicação dos questionários de avaliação sobre os diagnósticos socioeconômicos
e ambientais às famílias da região em estudo ........................................................................... 77
Figura 6.1 – Linhas de produção com sinalização precária ...................................................... 80
Figura 6.2 – Linhas de produção sem estar de acordo com as normas de segurança ............... 80
Figura 6.3 – Linha de produção ao longo de uma estrada da área em situação de risco .......... 81
Figura 6.4 – Risco observado no cruzamento das linhas de produção com as estradas e sem
sinalização ou de serviço .......................................................................................................... 81
Figura 6.5 – Risco das linhas de produção depositadas diretamente sobre o solo. Ponto
próximo ao poço CAM-490 (x = 699.207 ; y = 9.431.611) ..................................................... 81
Figura 6.6 – Linha de produção do poço CAM-268. Deterioração dos cavaletes de ferro pela
água do mar .............................................................................................................................. 82
Figura 6.7 – Aspectos de deteriorização dos cavaletes de sustentação e duto em risco de
corrosão pela água do mar ........................................................................................................ 82
Figura 6.8 – Alta vulnerabilidade da estrutura de exploração, observada às margem do
estuário dos rios Apodi-Mossoró .............................................................................................. 82
Figura 6.9 – Cabo de energia elétrica solto no o solo, sobre o qual há tráfico de veículos ..... 83
Figura 6.10 – O óleo jorrado atinge a instalação elétrica da estação automática de transmissão
de dados .................................................................................................................................... 84
Figura 6.11 – Equipe de emergência em ação no poço CAM - 514 ......................................... 84
Figura 6.12 – Cisterna entupida com acumulo de óleo, com risco de incêndio e de infiltração
no solo ...................................................................................................................................... 84
Figura 6.13 – As estações coletoras apresentam vulnerabilidades de suas estruturas e riscos a
acidentes. .................................................................................................................................. 84
Figura 6.14 – Poço CAM-197. Avanço do processo erosivo, pela erosão laminar e por sulcos
incipientes ................................................................................................................................. 85
Figura 6.15 – Poço CAM - 197. Detalhe da estrutura de segurança do poço. Nota-se que o
portão está trancado por um cadeado. A cisterna está limpa e a estrutura está bem conservada
.................................................................................................................................................. 85
Figura 6.16 – Poço que aparentemente está dentro das normas de segurança ......................... 85
Figura 6.17 – Detalhe da estrutura de segurança do poço ........................................................ 85
vii
Figura 6.18 – Caprinos pastam junto a um dos poços. Segundo relato de moradores é comum
acidentes com animais, pois os mesmos sobem nos cavalos .................................................... 86
Figura 6.19 – Área de pecuária, onde a estrutura do poço encontra-se fora das normas de
segurança .................................................................................................................................. 86
Figura 6.20 – Imagem SPOT Combinação RGB, mostra para toda a área, desenvolvimento de
uma vegetação +/- densa, com poucas áreas de solos expostos ............................................... 88
Figura 6.21 – Imagem SPOT Composição multiespectrais ajustada, mostrou também o
desenvolvimento de uma vegetação +/- densa em toda a área, porém realçõu um maior
número de ocorrências de solos expostos. ................................................................................ 89
Figura 6.22 – Imagem SPOT Componente Principal 1 (PC1) realçou as áreas de uso, áreas
urbanas, as áreas salinas e a rede viária. ................................................................................... 90
Figura 6.23 – Imagem SPOT Componente principal 2 (PC2), realçou as áreas de uso agricola
nos limites do campo Canto do Amaro. ................................................................................... 91
Figura 6.24 – Imagem SPOT componente Principal 3 (PC3) realçou, a localização dos poços,
as estradas e áreas de erosão dos solos dentro do campo. ........................................................ 92
Figura 6.25 – Imagem SPOT – RGB: PC1, PC2 e PC3, realçou uma diferençciação da
vegetação. ................................................................................................................................. 93
Figura 6.26 – Banda 5 do TM/Landsat-7 (A) e parte da imagem segmentada 5 x 5 (B). ........ 95
Figura 6.27 – Mapa da cobertura vegetal do campo Canto do Amaro ..................................... 96
Figura 6.28 – Exemplos de cobertura vegetal no campo Canto do Amaro: A - classe
semidensa a densa; B – classe semidensa; C – classe solo + vegetação rala; D – extensas
manchas de solo exposto com presença de uma rala cobertura por carnaúbas ........................ 97
Figura 6.29 – Áreas agrícolas. (A) – Fruticultura. (B) – Pecuária ........................................... 97
Figura 6.30 – Nível de degradação muito grave. (A) erosão laminar; (B) – voçoroca.
Proximidades da sub-estação Serra Vermelha e do poço CAM - 490...................................... 98
Figura 6.31 – Projeto “Recuperação de Áreas Degradadas” nas proximidades do poço AP-
012. Este projeto é de responsailidade da PETROBRAS, em convênio com a UFRN e a
CEMAD. Na foto (A) observa-se a delimitação do projeto. Na foto (B) observa-se vestígios
de queimada recente dentro do projeto ..................................................................................... 98
Figura 6.32 – Próximo ao poço CAM 490, em área de ocorrência do nível moderado de
degradação das terras, foi encontrada uma voçoroca profunda de +/- 10 metros de
profundidade ............................................................................................................................. 99
viii
Figura 6.33 – Aspecto geral da vegetação na área de ocorrência do nível de degradação das
terras com nível moderado. Nota-se que através da vegetação pode-se ver o solo exposto, com
tons avermelhado ...................................................................................................................... 99
Figura 6.34 – Aspecto de uma das áreas de ocorrência do nível de degradação das terras
grave. Vegetação pode variar de arbustiva semi-densa a rala até um tipo de capoeirão e
campos, com manchas de solo exposto. A erosão é laminar e por sulcos ................................ 99
Figura 6.35 – Mapa dos níveis de degradação das terras da região do campo do Canto do
Amaro. .................................................................................................................................... 101
Figura 6.36 – Em (A) estão indicados sobre a imagem IKONOS, banda 1, os principais
elementos que compõem as evidências da erosão da margem direita do estuário pelas águas
das marés altas, nos limites do campo petrolífero Canto do Amaro. Em (B) detalhe da área
estudada. ................................................................................................................................. 103
Figura 6.37 – Mapa fotointerpretativo da área afetada pela erosão da margem direita do
estuário dos rios Apodi e Mossoró nos limites do campo petrolífero Canto do Amaro......... 104
Figura 6.38 – Área do estuário dos rios Mossoró-Apodi durante a maré baixa. A ilhota que se
formou junto a margem (detalhe), com resquícios da vegetação de caatinga é uma das
evidências do avanço do mar sobre o continente. A linha de produção (duto) do poço CAM -
224 está vulnerável a este avanço e em risco de ser corroída pelo sal e provocar um desastre
por vazamento de óleo. ........................................................................................................... 105
Figura 6.39 – Outro aspecto do avanço do ............................................................................. 105
Figura 6.40 – Outro aspecto do avanço do mar na região do poço CAM - 268 ..................... 105
Figura 6.41 – Nas vizinhanças do poço CAM - 224. Detalhe da ação da água do mar na
vegetação de caatinga, onde está ocorrendo a erosão da linha de costa ................................. 105
Figura – 6.42 – Mapa fotointerpretativo das unidades de mapeamento de solo. do campo
petrolífero Canto do Amaro .................................................................................................... 108
Figura 6.43 – Ponto X-5 – Neossolos Litólicos. (A) Realização da coleta da amostra de solo
com trado. (B) Ensaio de infiltração (Infiltrômetro de anel). ................................................. 109
Figura 6.44 – Infiltração acumulada da água e óleo em função do tempo (Neossolos Flúvicos)
................................................................................................................................................ 110
Figura 6.45 – Velocidade de infiltração aproximada da água e óleo em função do tempo
(Neossolos Flúvicos) .............................................................................................................. 110
Figura 6.46 – Infiltração acumulada da água em função do tempo (Cambissolos Háplicos +
Neossolos Flúvicos) ................................................................................................................ 110
ix
Figura 6.47 – Velocidade de infiltração da água em função do tempo (Cambissolos Háplicos
+ Neossolos Flúvicos) ............................................................................................................ 110
Figura 6.48 – Infiltração acumulada da água e óleo em função do tempo (Gleissolos
Tiomórficos) ........................................................................................................................... 111
Figura 6.49 – Velocidade de infiltração aproximada da água e óleo em função do tempo
(Gleissolos Tiomórficos) ........................................................................................................ 111
Figura 6.50 – Infiltração acumulada da água e óleo em função do tempo (Cambissolos
Háplicos + Neossolos Litólicos) ............................................................................................. 111
Figura 6.51– Velocidade de infiltração aproximada da água e óleo em função do tempo
(Cambissolos Háplicos + Neossolos Litólicos) ...................................................................... 111
Figura 6.52 – Infiltração acumulada da água e óleo em função do tempo (Argissolos
Vermelho Amarelo + Neossolos Litólicos) ............................................................................ 112
Figura 6.53 – Velocidade de infiltração aproximada da água e óleo em função do tempo
(Argissolos Vermelho Amarelo + Neossolos Litólicos) ........................................................ 112
Figura 6.54 – Infiltração acumulada da água e óleo em função do tempo (Latossolos
Vermelho Amarelo + Neossolos Quartzarêmicos) ................................................................. 112
Figura 6.55 – Velocidade de infiltração aproximada da água e óleo em função do tempo
(Latossolos Vermelho Amarelo + Neossolos Quartzarêmicos) ............................................. 112
Figura 6.56 – Infiltração acumulada da água e óleo em função do tempo (Latossolos
Vermelho Amarelo) ................................................................................................................ 113
Figura 6.57 – Velocidade de infiltração aproximada da água e óleo em função do tempo
(Latossolos Vermelho Amarelo) ............................................................................................ 113
Figura 6.58 – Escolaridade das famílias ................................................................................. 114
Figura 6.59 – Tipos de habitação (A) e Tipo de consumo de energia para cozimento (B) ... 115
Figura 6.60 – Tipos de água consumida (A) e Tipo de saneamento utilizado (B) ................. 116
Figura 6.61 - Queima de lixo junto a um duto de produção ................................................... 116
Figura 6.62 – Formas de eliminação do lixo utilizadas (A), Tipo de piso utilizado (B) ........ 117
Figura 6.63 – Tipo de eletrodomésticos utilizados pelas famílias na comunidade rural Canto
do Amaro, Município de Mossoró-RN ................................................................................... 117
Figura 6.64 – Vulnerabilidade Social ..................................................................................... 119
Figura 6.65 – (A) Aspecto da população e das Moradias (B) Aspecto do interior das moradias
................................................................................................................................................ 119
Figura 6.66 – Lixo a céu aberto e casas de taipa .................................................................... 119
x
Figura 6.67 – Animais de Produção citados pelas famílias na zona rural .............................. 120
Figura 6.68 – Fator de Vulnerabilidade Econômica ............................................................... 122
Figura 6.69 – Fator de Vulnerabilidade Tecnológica ............................................................. 123
Figura 6.70 – Formas de armazenamento de água (A) Fontes de água utilizadas (B) pelas
famílias da comunidade rural Canto do Amaro, Município de Mossoró-RN. ....................... 123
Figura 6.71 – Formas de abastecimento domiciliar da comunidade rural .............................. 124
Figura 6.72 – Agricultura de sequeiro na comunidade rural .................................................. 124
Figura 6.73 – Fator de Vulnerabilidade as Secas ................................................................... 125
LISTA DE TABELAS
Tabela 4.1 – Sumário das principais aplicações de algumas regiões do espectro
eletromagnético ........................................................................................................................ 60
Tabela 5.1 – Classes de Vulnerabilidades ................................................................................ 78
Tabela 6.1 – Características interpretativas dos níveis de degradação das terras no campo
petrolífero Canto do Amaro ...................................................................................................... 86
Tabela 6.2 – Características fotomórficas das classes de cobertura vegetal no campo
petrolífero Canto do Amaro ...................................................................................................... 94
Tabela 6.3 – Classes de níveis de degradação das terras no campo Canto do Amaro ............. 98
Tabela 6.4 – Características físicas dos níveis de degradação das terras do campo petrolífero
Canto do Amaro ..................................................................................................................... 100
Tabela 6.5 – Características físicas dos solos analisados no campo Canto do Amaro ........... 106
Tabela 6.6 – Classificação textural dos solos analisados no campo Canto do Amaro ........... 107
xi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AL – Alagoas
ANP – Agencia Nacional de Petróleo
AP– Alto da Pedra
ASD – Áreas Susceptíveis à Desertificação
ATECEL – Associação Técnico Científica Ernesto Luiz de Oliveira
BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento
BIRD – Banco Internacional de Reconstrução e Fomento; World Bank – Banco Mundial
CAM – Canto do Amaro
CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
Cc – Capacidade de Campo
CCD – Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação
CE – Ceará
CEFET – Centro Federal de Educação Tecnológica
CEPAL – Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe
CNPq – Conselho Nacional de Pesquisa
CNUMA – Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente
COEX – Comitê Executivo de Fitossanidade do Rio Grande do Norte
CPRM – Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
CTA – Capacidade Total de Água no Solo
CTRM – Centro de Tecnologia e Recursos Naturais
CX – Cambissolo Háplico
Da – Densidade Aparente
DNOCS – Departamento Nacional de Obras Contra as Secas
DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral
DPI – Processamento Digital de Imagens
DSG – Divisão de Serviço Geográfico
DTA – Disponibilidade total de Água do Solo
EIAD – Estrategia Internacional para la Reducción de desastres
EIRD – Estratégia Internacional para a Redução de Desastres
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
xii
Eng
o
. – Engenheiro
ESAM – Escola Superior de Agricultura de Mossoró-RN
EUA – Estados Unidos da América
FAPEF – Fotografia Aéreas de Pequeno Formato
FAO – Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação
FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos
GASBOL – Gasoduto Brasil/Bolívia
GASFOR – Gasoduto do Ceará
GIS – Geographic Information System
GJ – Gleissolo Tiomórfico
GLP – Gás liquefeito de Petróleo
GPS – Global Positionimg System – Sistema de Posicionamento Global
IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBGE – Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ID – Índice de desenvolvimento
IDEMA – Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente
IDH - Índice de Desenvolvimento Humano
IHS – Intensity, Hue e Saturation (Intensidade, Matiz ou Cor e Saturação)
INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
IPH – Índice de Pobreza Humana
IV – Infravermelho
NDVI – Índice Normalizado de Diferença de Vegetação
LA RED – Rede de Estudos Sociais para a Prevenção de Desastres na América Latina
LANDSAT – Earth Resources Techlogy Satellite – Satélite de recursos Naturais
ERTS – Earth Resources Technology Satellite
LEGAL – Linguagem Espaço Geográfico
LVA – Latossolo Vermelho Amarelo
MD – Chernossolo Rêndzico
MMA – Ministério do Meio Ambiente
MME – Ministério de Minas e Energia
MMS – Multispectral Scanner – Sistema Imageador Multiespectral de Varredura
NAVSTAR – Navigation Satellite with Time and Ranging or Global Positioning System
xiii
NDVI – Índice de Diferenciação de Vegetação Normalizada
ONG – Organização Não-Governamental
ONU – Organização das Nações Unidas
PACD – Plano de Ação de Combate à Desertificação
PaqTcPB – Fundação Parque Tecnológico da Paraíba
PCA – Componentes Principais
PE – Pernambuco
PMM – Prefeitura Municipal de Mossoró-RN
Pm – Ponto de Murchamento
PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PRONAF – Programa Nacional de fortalecimento da Agricultura Familiar
PVA – Argissolo Vermelho Amarelo
RADAMBRASIL – Projeto do Ministério de Minas e Energia
REM – Radiação Eletromagnética
RGB – (Red, Green e Blue) Cores primárias (Vermelho, Verde e Azul)
RL – Neossolo Litólico
RJ – Rio de Janeiro
RN – Rio Grande do Norte
RQ – Neossolo Quartzarênico
RU – Neossolo Flúvico
SCARTA – Software de Produção Cartográfica (módulo de SPRING)
SE – Sudeste
SMS – Política de Segurança, Meio Ambiente e Saúde
SIG – Sistema de Informação Geográfica
SISCAV – Sistema de Cálculo de Vulnerabilidade
SITIM – Sistema de Tratamento de Imagens
SP – São Paulo
SPRING – Sistema de Processamento de Informações Georreferenciadas
SPOT – Satellite Pour l’Observation de la Terra
SR – Sensoriamento Remoto
SUDENE – Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste
TM – Thematic Mapper; Mapa Temático
UAEAg – Unidade Acadêmica de Engenharia Agrícola
xiv
UAMG – Unidade Acadêmica de Mineração e Geologia
UFCG – Universidade Federal de Campina Grande
UFPB – Universidade Federal da Paraíba
UFERSA – Universidade Federal Rural do Semi - Árido
UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UTM – Universal Transversa de Mercator
UV – Ultravioleta
VI – Velocidade de Infiltração
VIa – Velocidade de Infiltração da água
VIB – Velocidade de Infiltração Básica
E – Leste
N – Norte
NE – Nordeste
NW – Noroeste
S – Sul
SE – Sudeste
SW – Sudoeste
W – Oeste
xv
LISTA DE SÍMBOLOS
% – Porcentagem
(°) – Graus
– Minuto
– Segundo
°C. – Graus Celsius
µm – Micrômetro
0° K – Zero grau kelvin
c – Velocidade da luz
cm – Centímetro
E
a
– Energia absorvida
E
i
– Energia incidente
E
r
– Energia refletida
E
t
– Energia transmitida
f – Freqüência
G – giga
I – Infiltração da água no solo
I
0
– Infiltração da água no solo
km – Quilômetro
km² – Quilômetro Quadrado
M – mega
m – Metro
M.a. – Milhões de anos
– metros cúbicos
mm – Milímetro
nm – Nanômetro
nº. – Número
T – Tera
V – Volume
λ – Comprimento de onda
xvi
RESUMO
A área de pesquisa, o campo petrolífero Canto do Amaro, compreende uma área de
aproximadamente 127,37 km
2
, concentra mais de 1.600 poços de petróleo em exploração no
município de Mossoró-RN e encontra-se inserida na Microrregião Geográfica de Mossoró, na
porção mais oriental do Nordeste do Brasil, a Bacia Potiguar. O município de Mossoró tem
uma área de 2.108,9 km
2,
com uma população de 213.841 habitantes, com temperaturas,
mínimas de 22,5
o
C, média e máxima 33,3
o
C. O relevo é caracterizado por uma superfície
plana com altitude média de 16 metros e a pluviometria média é de 600 mm/ano. A
metodologia do trabalho baseou-se na analise e descrição das condições de toda infra-
estrutura da PETROBRÁS para extração do óleo, definindo-se os riscos ao meio ambiente e à
população local. Foram utilizadas imagens de satélite LANDSAT, IKONOS e SPOT para a
avaliação da degradação das terras. Na área observaram-se fortes marcas da atividade humana
no processo da degradação das terras onde a dinâmica natural tem sido negligenciada. Na
avaliação das imagens definiram-se três níveis de degradação das terras: Moderado, Grave e
Muito Grave. As exposições de solos nus são, no geral, áreas de empréstimo de terras usadas
para construção das bases das estruturas de exploração do petróleo, de estradas, de aterros e
outras construções, onde não existem trabalho de conservação e recuperação, e os processos
erosivos progridem rapidamente formando-se desde sulcos até voçorocas profundas. Apesar
de ser uma área de uso agrícola, com predominância da pecuária extensiva, o principal agente
degradador das terras tem sido a exploração petrolífera. Através das imagens de satélite
IKONOS foi avaliado a erosão na margem do estuário dos rios Apodi/Mossoró. O processo
de erosão observado na área envolve não somente as questões da mudança climática global e
geológica, mas mostra ter uma relação direta com as atividades humanas na região, como a
exploração do petróleo. Foram coletadas 7 amostras de solos para analise dos riscos à
infiltração de óleo, para as quais foram determinados os valores da DTA, que para 57% solos
está acima da média de 1,41 mm/cm, e apresentando uma textura franco-arenosa e areia
franca para os 43% restantes, cujas DTA foram menores que 0,86 mm/cm. Os testes de
infiltração de água/óleo nesses solos mostraram que a VIB da água é alta a muito alta e a do
óleo foi de baixa a média. Foram aplicados questionários a 10% das famílias da comunidade
para caracterizar o perfil socioeconômico e ambiental da população local. A região está
submetida à intensa pressão antrópica em conseqüência das atividades das indústrias
petrolífera e salineira e atividades agropastoris. As análises dos diagnósticos mostraram que a
vulnerabilidade social global da população é da ordem de 66%, índice considerado
inaceitável, que traduz a baixa escolaridade, as precárias condições de moradia, baixa renda,
deficiência da infra-estrutura hídrica, a baixa capacidade da percepção ambiental, a
degradação das terras, etc. Essa vulnerabilidade é ocasionada pela falta de políticas públicas
para o desenvolvimento ambientalmente sustentável, que vise à diminuição dos riscos, com
inclusão social e proteção ambiental. Entre outras a pesquisa concluiu que a indústria
petrolífera precisa urgentemente tomar medidas para a diminuição dos riscos, pois os solos
com textura franco-arenosa e areia franca deixam o lençol freático vulnerável a derrames de
óleo, que não são pouco freqüentes na área, como também ser mais rigorosa na observação
das normas de proteção na exploração petrolífera. Com relação ao estuário Apodi/Mossoró as
estruturas devem ser construídas de modo a não desequilibrar a dinâmica do mesmo.
Palavras-chave: Riscos e vulnerabilidades, degradação das terras, exploração petrolífera.
xvii
ABSTRACT
The study area, the petroliferous field Canto do Amaro, have an area of approximately 127,37
km
2
, concentrates more than 1.600 wells of oil exploration, is located in the municipality of
Mossoró-RN in the Geographic Micro region of Mossoró, in the most eastern portion of the
Northeast Brazil, the Potiguar Basin. The city of Mossoró has an area of 2.108,9 km
2
, with a
population of 213.841 inhabitants The average temperatures is of 33 °C with minimums of
22,5 °C. The relief is characterized by a plain surface with average altitude of 16 meters and
the rainfall average is of 600 mm/y. The methodology was based on the comment and
description of the conditions of all infrastructures of PETROBRÁS for oil exploration,
defining the risks to the environment and local population. Landsat, IKONOS and SPOT
images was used for the evaluation of the land degradation. In the area strong marks of the
human activity had been observed in the process of land degradation where the natural
dynamics has been neglected. In the evaluation of the images three levels land degradation
had been defined: Moderate, Serious and Very Serious. The soil exposed are, in general, areas
of extracting of material for construction of the bases of the exploration oil structures, roads
and other constructions, where works for conservation and recovery do not exist and the
erosive processes progress quickly. Although to be an area of agricultural use, with extensive
cattle raising, the main land degrading agent has been the petroliferous exploration. On bases
of the use of the images of satellite IKONOS the erosion in the edge of the estuary of the
Apodi/Mossoró rivers was evaluated. The process of erosion observed in the area, not only
involves the questions of the global climatic change and geologic, but it shows to have a
direct relation with the activities human beings in the region, as the oil exploration. 7 soils
samples had been collected for risks analyze to oil infiltration, for which the values of the
DTA had been determined. The DTA of 57% of the soils are above of the average of 1,41
mm/cm showing an loamy sand texture and sandy loam for 43% remains, whose DTA had
been minors of 0,86 mm/cm. The test of water/oil infiltration in these soils had shown that the
VIB for water is high to very high one for the oil was of low to medium. Questionnaires had
been applied to 10% of the families of the community to characterize the socioeconomic and
environmental profile of the local population. The region is submitted to the intense anthropic
pressure in consequence of the activities of the petroliferous and salt industries and agriculture
activities. The analyses of the diagnostic had shown that the social global vulnerability of the
population is of 66%, index considered unacceptable, that translates low education, the
precarious conditions of housing, low income, water infrastructure deficiency, low ambient
perception capacity, land degradation, etc. This vulnerability is caused by the lack of public
polices for the environmental sustainable development, that aims the risks reduction, with
social inclusion and environmental protection. Among others the research concluded that the
petroliferous industry urgently needs to take measures for the risks reduction, therefore the
soil with loamy sand and sandy loam texture leave the ground water vulnerable to oil spills,
that are not little frequent in the area, as also to be more rigorous in the comment of the norms
of protection in petroliferous exploration. With relation to the Apodi/Mossoró estuary the
structures must be constructed in order to not unbalance its dynamics.
Keywords: Risks and vulnerabilities, land degradation, petroliferous exploration
1
CAPITULO I
1. INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas a preocupação com meio ambiente vem aumentando, não só a
nível mundial mais também no nosso país. Em 1992 realizou-se no Rio de Janeiro a
Conferência das Nações Unidas sobre meio ambiente e desenvolvimento sustentável, ocasião
em que o problema ambiental ocupou importante espaço nos meios de comunicação mundial.
Como resultado desta conferência foi elaborado a Agenda 21 Global, que representa um
compromisso político das Nações de agir em cooperação e harmonia na busca do
desenvolvimento sustentável. A Agenda 21 Global reconhece que os problemas do
crescimento demográfico e da pobreza são internacionais, para sua solução, devem-se
desenvolver programas específicos locais e regionais, nacionalmente e internacional.
A globalização da economia tem sido um retrocesso em relação ao caminho que a
Agenda 21 preconizou para humanidade, visando a sustentabilidade da vida no planeta,
qualidade de vida para a sociedade de consumo, com seus desperdícios e injustiças sociais e
degradação ambiental em níveis globais.
Em 2002, a Agenda 21 brasileira foi concluída e durante o encontro mundial sobre o
desenvolvimento sustentável “RIO + 10”, foi apresentado à comunidade internacional. A
referida Agenda é um processo e instrumento de planejamento participativo para o
desenvolvimento sustentável e que tem como eixo principal a sustentabilidade, conservação
do meio ambiente, a justiça social e o crescimento econômico. Trata-se, portanto de um
instrumento fundamental para a construção da democracia ativa e da cidadania participativa
no país.
A análise ambiental, parte da investigação de processos naturais visa estabelecer
relações com processos e estruturas sociais. Ela tem como objetivo diagnosticar e
prognosticar riscos e potencialidades ambientais em relação à sociedade.
2
Segundo Marandola Jr. & Hogan (2004), a incerteza, a insegurança e o medo
parecem ter invadido nossas vidas. Em todos os campos do dia-a-dia de nossa sociedade
contemporânea, nos sentimos indefesos e impotentes. Estamos constantemente em risco. O
risco é inerente a nossa vida diária e em todas as decisões que tomamos. No tempo do homem
da caverna, ele já tinha que levá-lo em conta cada vez que saía para caçar animais para o seu
alimento. Também nos planos estratégicos de guerra são levados em conta até a humilhação
das perdas das viúvas para os vencedores, há milhares de anos atrás.
A utilização do petróleo traz grandes riscos para o meio ambiente desde o processo
de extração, transporte, refino, até o consumo, com a produção de gases que poluem a
atmosfera. Os piores danos acontecem durante o transporte de combustíveis, com vazamentos
em grande escala de oleodutos. No Brasil, os dois últimos graves acidentes em oleodutos da
Petrobrás aconteceram no ano 2000 e causaram grandes vazamentos na Baía de Guanabara e
na Paraná.
Os riscos ambientais urbanos são riscos decorrentes do uso e ocupação do solo
urbano, com destaque para a ocupação desordenada, riscos industriais, contaminação química
e orgânica (Cortez, 2003). Reduzir a vulneralibidade urbana significa minimizar riscos. Entre
os fatores que mais contribuem para agravar a vulnerabilidade nas cidades, estão a pobreza, o
desflorestamento e o uso inadequado do solo, enfatizando a necessidade de ações preventivas,
como controle da expansão do espaço urbano e a universalização da educação ambiental.
Na redução das vulnerabilidades, o desenvolvimento precisa assumir uma postura
multidimensional, que abranja o aspecto ético, pela preocupação com a equidade, e que seja
capaz de incluírem variáveis dificilmente quantificáveis, mas qualitativamente indispensáveis
à configuração de novos padrões de vida para as atuais e futuras gerações.
A degradação ambiental em seus diversos níveis de intensidade tem sido objeto de
preocupação por parte de grupos de estudiosos e de instituições governamentais de todos os
países. Na América Latina, vastas áreas se encontram afetadas com diferentes níveis de
degradação, onde as principais causas apontadas sob o ponto de vista sócio-econômico é a
aplicação de modelos de desenvolvimento caracterizados pelo uso não sustentável dos
recursos naturais e práticas agrícolas inadequadas.
A região do Semi-Árido brasileiro é caracterizada por condições sociais e ambientais
bastante vulneráveis. A intervenção das atividades humanas nesse cenário tem propiciado a
degradação acentuada dos recursos naturais, originando em algumas áreas os denominados
3
“núcleos de desertificação” associados com o nível muito grave de degradação das terras
(Araújo et al, 2000).
O uso do geoprocessamento no estudo da degradação das terras, bem como dos
riscos a desastre resultante da interação ambiente semi-árido - sociedade permite uma maior
dinâmica do processo de geração de informações, possibilitando maior produtividade,
atualizações em tempo real e versatilidade no manuseio dos dados obtidos, conforme
constatado em alguns trabalhos, como os de Bender e Bello (1993), Medina (1994), Silva
Neto e Barbosa (1996), Barbosa (1997) Maskrey (1998), Barbosa e Santos (1998), Barbosa et
al. (1999), Cândido (2000), Silva (2002) e Araújo (2003). Contudo, o primeiro passo deve ser
a formação de uma equipe multi-interdisciplinar, que seja capaz de trabalhar em sintonia
(Barbosa, 1997a).
Maskrey (1998), afirma que nos últimos anos tem crescido o interesse na América
Latina pelo uso dos SIG’s, tanto por parte dos órgãos governamentais de gestão de desastres,
como por outras instituições. Entende ainda que as expectativas geradas pelo uso de SIG’s são
muito altas, sendo necessário às organizações investirem maciçamente na implementação de
aplicações apropriadas aos SIG’s. Apesar do enorme potencial das geotecnologias, Medina
(1994) adverte os pesquisadores e gestores para os seguintes perigos proporcionados pelo uso
indevido:
a) Os usuários, seduzidos pela qualidade dos objetos gráficos e cartográficos
produzidos, poderão adquirir sistemas que não necessariamente tenham a funcionalidade
esperada para as aplicações previstas;
b) O uso de SIG´s sem estar sustentado em metodologia de obtenção e análises de
dados adequadas à realidade da região, tenderá a produzir informações equivocadas, que uma
vez incorporadas ao processo decisório, poderão induzir a tomada de decisões também
equivocadas.
c) Geração de dificuldades no acesso às informações a cerca de riscos a desastres,
concentrando-se nas instituições que possuem os sistemas e impossibilitando sua verificação
pelos usuários, particularmente a população em geral e suas organizações.
4
Tentando monitorar e prevenir esses desastres (nacionais e mundiais) que trouxeram
enormes prejuízos para o meio ambiente, as empresas petroleiras atualmente aumentaram em
muito as medidas preventivas e a implementação de recursos técnicos avançados que visam
impedir que ocorram desastres de tal magnitude. A Gestão Ambiental em regiões de
atividades exploratórias de petróleo tem se tornado uma necessidade tão vital quanto à
descoberta de novas reservas.
A atual fronteira científica nesta área de investigação são os Sistemas de Informações
Georreferenciadas (SIG), criados para realizar o monitoramento e o planejamento da
distribuição espacial dos diversos objetos relacionados às atividades exploratórias, ao mesmo
tempo em que, utilizando modelagem matemática e quantificação de parâmetros relacionados
ao ambiente geográfico, modelam e ajudam a prevenir acidentes.
O avanço da Geoestatística e a integração de dados espacialmente referenciados
possibilita a análise de uma grande quantidade de informação armazenada em um ambiente
único. O uso de técnicas de análise espacial inseridos em um (SIG), e relacionada com a
interpretação e análise de produtos advindos do Sensoriamento Remoto (SR), possibilitaram
resultados significativos para se alcançar os objetivos deste trabalho
Outra ferramenta bastante utilizada no tratamento de análises ambientais é o
Sensoriamento Remoto (SR) cujo, o procedimento de extração de informação, é resultante da
interação da energia com a matéria. Nos diferentes componentes da superfície da terra, esta
interação ocorre de maneira diferenciada, com os objetos imageados refletindo uma resposta
espectral singular para cada objeto. O conhecimento prévio do comportamento espectral dos
alvos naturais ou artificiais, e o auxílio de algoritmos de Processamento de Imagens Digitais
(PDI), facilitam bastante à tarefa de interpretação e busca de novas informações a nível
espectral, o que justifica sua aplicação neste trabalho.
1.1 Justificativa e Relevância
A Bacia Potiguar, área alvo da exploração de petróleo no Rio Grande do Norte pela
PETROBRÁS - é uma região praticamente virgem, com uma taxa de ocupação humana
extremamente baixa e com a maioria de seu espaço ambiental totalmente preservado
naturalmente. Nas duas últimas décadas, a PETROBRAS aumentou consideravelmente suas
atividades exploratórias nesta bacia, tornando-a a primeira produtora nacional de óleo em
terra e, a segunda considerando-se a produção em terra e mar, ficando atrás somente da Bacia
de Campos (RJ). Dessa maneira houve uma expansão
5
de toda a sua infra-estrutura de exploração, aumentando consideravelmente o número de
poços em terra e conseqüentemente aumentando também sua estrutura de transporte do óleo
e/ou gás por dutos, a partir dos novos campos, além da instalação das lagoas de tratamento e
locais de descarte de efluentes, estações de bombeamento e de tratamento, infra-estrutura
(escritórios, galpões, garagens, almoxarifados, rede elétrica, hídrica, telefonia) e outras
subestruturas (Projeto Marisco, 2001).
O campo de Canto do Amaro compreende uma área de aproximadamente 127,37
km
2
, concentra mais de 1.600 poços de petróleo em exploração, juntamente com a malha de
condutos necessários para seu transporte até as estações coletoras da PETROBRÁS. Parte do
mesmo se localiza nas cercanias da cidade de Mossoró, às margens do Rio Mossoró, um dos
maiores rios e estuários do Rio Grande do Norte (BRASIL, 2001). No entanto não existe,
nesta área, qualquer levantamento de dados que possa embasar uma avaliação criteriosa dos
riscos ao meio-ambiente que estas instalações da PETROBRÁS possam oferecer ao
município de Mossoró e adjacências.
A partir dos conceitos básicos, onde se estabelece que os desastres são resultantes
das vulnerabilidades e dos riscos ligados às atividades humanas super ou sub dimensionadas,
constata-se que existe a necessidade premente de se desenvolver um trabalho de pesquisa
voltado ao estudo das condições físico-ambientais das principais áreas de risco, e o
levantamento das feições socioeconômicas da região, definindo suas vulnerabilidades frente
ao risco a desastres do sistema exploratório de óleo e gás da PETROBRÁS, nesta região,
visando-se a criação de uma cartografia temática e um banco de dados que reflitam as
condições ambientais vigentes, apóiem a tomada de decisões nos casos de acidentes e que
forneçam padrões de referência (background) para as correções ambientais, após possíveis
desastres.
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivos gerais
Georreferênciar o campo petrolífero do Canto do Amaro (Município de Mossoró,
RN), com enfoque nas vulnerabilidades e riscos a desastres relacionados com a estrutura
exploratória de petróleo.
6
1.2.2 Objetivos específicos
Avaliar os riscos e as vulnerabilidades da estrutura exploratória no campo
petrolífero Canto do Amaro;
Realizar um diagnóstico socioeconômico e ambiental, com uma completa
descrição e análise dos recursos sociais, naturais e ambientais e suas interações;
Criar a base plani-altimétrica georreferenciada a partir das cartas topográficas da
SUDENE e de dados de sensoriamento remoto;
Estudar as vulnerabilidades dos solos à contaminação por óleo;
Delimitar a área de influência, dentro da bacia hidrográfica pelos impactos
provocados pela exploração de petróleo no campo Canto do Amaro;
Identificar as medidas mitigadoras: aquelas capazes de diminuir os riscos
ambientais.
7
CAPITULO II
2 CARACTERARIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
2.1 O Município de Mossoró-RN
O município de Mossoró, com uma área de 2.116 km², está situado entre duas
capitais (Fortaleza e Natal). Pelo pregão turístico, é conhecida carinhosamente como “a terra
do sol, do sal e do petróleo”. Limita-se ao norte com Estado do Ceará e os municípios de
Grossos e Tibau, ao sul com os municípios de Governador Dix-Sept Rosado e Upanema, ao
leste com Areia Branca e Serra do Mel e ao oeste com Baraúna (Figura 2.1). Seu clima é
semi-árido, com temperaturas mínimas de 22,5
o
C e, médias máximas de 33.3
o
C. Pelo Censo
de 2000 a sua população é de 213.841 habitantes, sendo a população urbana de 199.181
habitantes e a rural de 14.760 habitantes. A população de mulheres é a maior com 111.018
indivíduos e a de homens de 102.823. O índice de IDH é de 0, 735 (considerado de médio
desenvolvimento). O esgotamento sanitário da cidade de Mossoró atinge somente 54% das
residências. Observou-se que 92% da população urbana são servidas por água tratada. Um dos
problemas cruciais é a poluição do rio Mossoró devido à má destinação dos resíduos sólidos
(PMM, 2006).
O município de Mossoró se destaca no Estado do Rio Grande do Norte como uma
das regiões de grande potencialidade econômica, tendo em vista que o mesmo detém dois
recursos naturais de grande valor econômico no atual mercado: o sal e o petróleo. Esses juntos
e com a agroindústria são referenciais da economia de Mossoró. O setor industrial tem vivido
ciclos diferenciados. A vocação industrial extrativista de Mossoró a coloca hoje no pódio
como principal produtora de sal e de petróleo (em área terrestre do país). Contribui com 50%
a 98% da produção salineira do país e mais de 3.500 poços de petróleo, produzindo 110 mil
barris/dia.
8
Figura 2.1 – Mapa das Microrregiões Homogêneas do Rio Grande do Norte.
Fonte: BRASIL - IBGE, 1996.
9
O relevo do município caracteriza-se por uma superfície de relevo essencialmente
plano com altitude média de 16 metros acima do nível do mar, representado por tabuleiros
sedimentares de origem Cretácea, cortados pelos vales dos rios Açu, Apodi e Umari, que
representam largas várzeas com lagoas residuais. Os solos são de medianamente profundos a
rasos, apresentando em geral boa porosidade, que fazem com que sejam moderadamente
drenados e são predominantes de origem sedimentar, com dominação dos cambisolos que se
apresentam com fertilidade natural alta (RIO GRANDE DO NORTE, 2005).
A região de Mossoró possui dois aqüíferos subterrâneos: o Açu, confinado no arenito
de mesmo nome, a 900-1200 m de profundidade, e o Jandaíra, em extratos calcários situados
a profundidades de 20 a 150 m. Ambos possuem grande significado econômico e social, por
permitirem a agricultura irrigada e o abastecimento d’água.
A agricultura é um forte segmento da economia do município, sendo a fruticultura
tropical irrigada um dos filões da economia de Mossoró. A região polarizada pela cidade é
reconhecida pelo Ministério da Agricultura, desde 1990, como Área Livre da praga
Anastrepha Grandis, mais conhecida como “mosca da fruta”. Essa condição facilita a entrada
dos produtos em mercados consumidores mais exigentes, como a Comunidade Européia,
Estados Unidos e Japão. O destaque fica com o melão, que em 2004 as exportações de melão
movimentaram um volume de recursos da ordem de US$ 64 milhões. O setor também é um
dos grandes geradores de emprego em Mossoró e região. De acordo com o Comitê Executivo
de Fitossanidade do Rio Grande do Norte (COEX) atualmente a fruticultura irrigada gera 24
mil empregos diretos e outros 60 mil de forma indireta. A apicultura também é um dos
segmentos que vem crescendo na economia do município (RIO GRANDE DO NORTE,
2001).
O município de Mossoró tem uma boa infra-estrutura de educação de 3º grau e
desenvolvimento e de produção científica, se destacando a Universidade Federal Rural do
Semi-Árido (UFERSA), antiga ESAM (Escola Superior de Agricultura de Mossoró), o
CEFET-RN/ Mossoró (Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte) e a
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), com relevante produção científica.
10
2.2 Localização e vias de acesso
A área da pesquisa está localizada no estado do Rio Grande do Norte, na
Microrregião Homogênea de Mossoró (Figura 2.1) e compreende uma área de
aproximadamente 127,37 km
2
delimitada pelos meridianos 37º22’35.12” e 37º00’53.7” de
longitude oeste e pelos paralelos 05º17’25.37” e 05º01’05.15” de latitude sul. O ponto central
da área de estudo tem o meridiano 37°10’34.64” de longitude oeste e o paralelo 5°07’22,78”
de latitude sul (Figura 2.2). O acesso à região se dá pela BR-304, a partir da cidade de Natal,
que dista 277 km da Cidade de Mossoró, podendo ser alcançada pela BR 405 e por diversas
outras rodovias estaduais. O acesso ao principal campo petrolífero da região, o Canto do
Amaro, se dá pela BR – 110, que liga Mossoró a cidade de Areia Branca (RN) num percurso
45 km. (Figura 2.2).
Figura 2.2 – Mapa de localização da área de pesquisa e imagem Spot, mostrando o Campo de
Mossoró (RN), com áreas de concentração de poços de exploração de petróleo e dutos
11
2.3 Caracterizações Fisiográficas
2.3.1 Aspectos climáticos
O clima da Zona Homogênea Mossoroense é predominantemente semi-árido, com
pluviometria média anual de 700 mm, evaporação de 1.760 mm e um déficit hídrico de 1.000
mm, durante 09 meses. (RIO GRANDE DO NORTE, 2005).
Estudo realizado por Hargreaves (1984) apud RIO GRANDE DO NORTE, (2005)
considera vários climas para esta região Mossoroense, como: semi-árido, semi-árido rigoroso,
sub-úmido e sub-úmido seco.
O clima da área em estudo é predominante segundo a classificação de Köppen do
tipo Bsw’h’ – Clima muito quente e semi-árido, tipo estepe e caracteriza-se por uma estação
chuvosa que se atrasa para o outono. O mês mais frio apresenta média superior a 18
o
C.
Considerando a classificação de Gaussen, o clima é do tipo 4aTh – Tropical quente de seca
acentuada e caracteriza-se por apresentar índice xerotérmico (n°. de dias biologicamente
secos) maior que 150 e menor que 200, com estação seca de 8 a 9 meses. Na maior parte da
bacia Apodi-Mossoró, as chuvas anuais médias de longo período situam-se em torno de
700 mm, havendo pequena área, nas proximidades da foz e na região a leste do trecho médio
do rio do Carmo, onde a média é de 600 mm. Na Zona Salineira a precipitação anual varia de
465,5 mm em Açu, até 575,4 mm em Areia Branca (RIO GRANDE DO NORTE, 2001a)
2.3.2 Geomorfologia
A geomorfologia da área foi caracterizada de forma descritiva por Brasil (1981) e por
observações de campo. O Município está inserido na Área Litorânea onde predomina o relevo
plano, que compreende a unidade geomorfológica denominada Chapada do Litoral Norte, cuja
continuidade é interrompida apenas pelos vales dos rios Piranhas e Apodi. Com uma largura
em torno de 45 km esta unidade ocupa todo o litoral norte do Estado, e apresenta declividades
pequenas entre 0% e 5%. Em pequenos trechos ocorre o relevo suave ondulado, formado por
conjunto de colinas com vertentes longas, declividades suaves e vales abertos, topos planos
ou ligeiramente arredondados. Nas proximidades da Serra do Carmo, na zona de contato do
Terciário com o Cretácico, e em alguns outros pontos verifica-se a ocorrência do relevo
12
ondulado, com colinas de vertentes convexas, declividade moderada, topos arredondados e
vales abertos. No extremo norte, junto à foz do rio Apodi, ocorre a Faixa Litorânea,
representada por uma planície flúvio-marinha, ladeada pelos Tabuleiros Costeiros, superfície
pediplanada, contígua à Superfície Cárstica (RIO GRANDE DO NORTE, 2001a).
2.3.3 Cobertura vegetal
A região de Mossoró apresenta-se coberta, predominantemente, pela vegetação da
caatinga. No período da seca (julho a dezembro) aparenta está totalmente morta, mais aos
primeiros sinais de chuva torna-se exuberante.
A vegetação está agrupada em 2 grandes grupos:
Floresta Ciliar de Carnaúba – ocorrem nas várzeas dos rios Apodi-Mossoró e
Piranhas-Açu. É formada por palmeiras do tipo Carnaúba. Esse tipo de vegetação se
adapta à salinidade dos solos de várzea.
Floresta Sub-Caducifólia – mata de transição entre a floresta litorânea (ou mata
atlântica) e a vegetação da caatinga hiperxerófila arbustivo-arbórea. Por essa razão,
apresenta plantas dos dois tipos de vegetação: aroeira, macaíba, baraúna, umbuzeiro e
angico.
No geral a vegetação que predomina é constituída pela caatinga hiperxerófila,
apresenta xerofitismo mais acentuado, característica da zona de clima semi-árido do Nordeste.
A vegetação é arbustiva de porte médio, alguns exemplares arbóreos, em alguns trechos se
tornam mais densa, mas no geral semidensa. As espécies mais comuns encontradas nas áreas
de caatinga hiperxerófila são: pereiro (Aspidosperma pyrifolium); imburana-de-cambão
(Bursera leptophlocos Mart.); mufumbo (Combretum leprosum); faveleiro (Cnidoscolus
phyllacanthus Hoffm); pinhão brabo (Jatropha pohliana Mull. Arg.); quixabeira (Bumelia
sertorum Mart.) xique-xique (Pilocereus gounellei Weber); coroa-de-frade (Melocactus sp.);
palmatória braba (Opuntia palmadora); macambira (Bromelia laciniosa Mart.); caroá
(Neoglaziovia variegata); jurema preta (Mimosa sp.); jurema branca (Pithecolobium
dumosum); mandacaru (Cereus jamacaru); aroeira (Astronium urundeuva); juazeiro (Ziziphus
juazeiro); marmeleiro (Croton sp); facheiro (Cereus squamosos); catingueira (Caesalpinia
pyramidalis), entre outras (RIO GRANDE DO NORTE, 2004).
13
Essa vegetação vem sofrendo fortes impactos ao longo do tempo, sendo destruída em
queimadas para dar lugar às áreas de pastagem ou plantação, bem como aproveitamento de
madeira das árvores, na construção civil, na produção de carvão, nos fornos das cerâmicas,
olarias, padaria, nos fogões das residências, ou está sendo morta nas áreas com atividades de
exploração de sal marinho. A cobertura vegetal está sendo substituída por cultivos
temporários e/ou permanentes.
2.3.4 Vulnerabilidade ambiental e natural
A vulnerabilidade ambiental da área de estudo encontra-se entre média a muito alta.
As áreas com maior pressão antrópica correspondem à planície de inundação do rio do
Carmo, provavelmente, em conseqüência da extração de óleo e gás praticamente às margens
deste rio. As áreas com vulnerabilidade média estão localizadas nas margens da BR 110 nos
povoados de Piquiri e Amaro. Os habitantes dessas comunidades, são os principais implicados
em caso de contaminação ambiental desta área, não estão treinados para um eventual acidente,
apesar de conviverem com o risco, não sabem a real dimensão do problema, esta área abriga
poços de petróleo e dutos de óleo/gás, muito próximo da planície de inundação do Rio do
Carmo e de comunidades. O rio do Carmo é o principal manancial de água do entorno do
complexo petrolífero de Canto do Amaro, podendo ser um possível poluidor em caso de
acidente com óleo nos poços localizados as suas margens. Ao norte da área de estudo, o alto
grau de vulnerabilidade ambiental, está relacionado com a presença de diversas estações
coletoras. As estações coletoras estão espalhadas por toda a área, sendo o campo de Canto do
Amaro que possui a maior quantidade desses reservatórios, e representam forte potencial de
contaminação ambiental, pela enorme quantidade de hidrocarboneto manipulado nesses
reservatórios, portanto se torna necessário o monitoramento constante destas instalações
(Teódulo, 2004).
A vulnerabilidade natural da área em questão mostra uma distribuição variada, que
corresponde a uma vulnerabilidade muito baixa a baixa localizada na porção central da área,
representada pela imensa planície de inundação, e áreas alagadiças próximas as margens do
Rio do Carmo. Além, da planície de inundação do Rio Apodi-Mossoró localizada a oeste da
área estudada. Os valores encontram-se de médio a muito alto, e estão espalhados por toda
área de estudo, estas áreas estão submetidas à intensa pressão antrópica em conseqüência das
atividades relacionadas à indústria petrolífera (Borges et al, 2006).
14
2.3.5 Recursos hídricos
O Sistema Apodi-Mossoró (Figura 2.3) ocupa uma superfície de 14.276 km
2
,
correspondendo à cerca de 26,8% do território estadual, e nasce a oeste do Estado – na Zona
Serrana – toma direção da costa norte, onde desemboca a altura da cidade de Areia Branca,
região grande produtora de sal. O curso principal do rio tem 200 km, seguindo em
direção à foz, no Oceano Atlântico. Nas áreas baixas, de sedimentos recentes não afetadas
pelas águas do mar, predominam os Solos Neossolos Flúvicos (Solos Aluviais Eutróficos). A
metade meridional desta bacia é composta pelas unidades Depressão Sertaneja e Planaltos
Residuais. (RIO GRANDE DO NORTE, 2003)
A vazão do rio segundo dados do plano diretor da cidade de Mossoró (RIO
GRANDE DO NORTE, 2001a), é de cerca de 360 milhões de m
3
/ano, e seu escoamento é
iniciado no mês de março, atingindo 74 milhões de m
3
, apresentando o seu volume máximo
em abril, atingindo 140 milhões de m
3
,
para diminuir drasticamente nos meses subseqüentes
até anular estes valores nos meses de novembro a fevereiro. Esses dados vão caracterizar o rio
Apodi-Mossoró como de regime temporário em seu alto e médio curso, e apresentando-se
perene em seu baixo curso, graças a pequenas represas no município de Governador Dix-Sept.
Rosado.
A influência flúvio-marinha que caracteriza o rio em sua foz como verdadeiro
estuário, permanece a montante por cerca de 25-30 km, alcançando as vizinhanças da cidade
de Mossoró.
15
Este rio cruza a cidade de Mossoró na direção SW/NE, possui aspecto sinuoso com
diversas lagoas nas proximidades de suas margens. A várzea do rio Apodi-Mossoró possui
Figura 2.3 – Mapa da Bacia Hidrográfica Apodi – Mossoró.
Fonte: (RIO GRANDE DO NORTE, 2003).
16
largura variável entre 500 a 1.000 metros, estreitando em direção ao centro da cidade de
Mossoró. O rio do Carmo constitui-se no principal afluente do rio Apodi-Mossoró.
A Zona Homogênea Mossoroense é banhada por duas importantes bacias
hidrográficas: a Leste – bacia do Piranhas – Açu, perenizado em todo trecho, e a Oeste – bacia
do Apodi-Mossoró, cujo rio principal (Do Carmo), ocupa um terço da área total desta bacia,
perene no seu curso inferior. Destacam-se nessas bacias, a Barragem Eng°. Armando Ribeiro
Gonçalves (bacia Piranhas-Açu), no município de Itajá com 2.400.000.000 m
3
de reserva
d’água e as barragens de Santa Cruz, no município de Apodi, com 560.000.000 m
3
e de
Umari, no município de Upanema, com 300.000.000 m
3
na bacia Apodi-Mossoró. (RIO
GRANDE DO NORTE, 2005).
Politicamente, o estado do Rio Grande do Norte está dividido em 167 municípios,
agrupado em 8 zonas homogêneas (Figura 2.4). Zona Homogênea do Litoral; Zona
Homogênea do Litoral Norte; Zona Homogênea do Agreste; Zona Homogênea de Currais
Novos; Zona Homogênea de Caicó; Zona Homogênea das Serras Centrais; Zona Homogênea
Alta Apodi; Zona Homogênea Mossoroense. (RIO GRANDE DO NORTE, 2005).
2.3.6 Solos
Os solos da Zona Homogênea Mossoroense, de modo geral, apresentam uma variedade
de classes de solos (Figura 2.5), são na maioria ocasionadas por grande diversidade litológica
ou de material originário, além de variação no relevo e no regime de umidade do solo. Foram
identificadas as principais classes de solos, (SUDENE, 1971, atualizado a partir da
EMBRAPA,1999 apud RIO GRANDE DO NORTE, 2005), encontradas na região são:
17
Figura 2.4 – Mapa das Zonas Homogêneas do Rio Grande do Norte
Fonte: (RIO GRANDE DO NORTE, 2005).
18
Figura 2.5 – Mapa de solos da Zona Homogênea Mossoroense.
Fonte: (RIO GRANDE DO NORTE, 2005).
19
Os solos tipo arenosos ou tabuleiros ocupam quase todo o litoral dessa área,
caracterizam-se por solos profundos maiores que um metro, bem drenados, porosos,
friáveis, com baixos teores de matéria orgânica e predominantemente ácidos,
conhecidos pela classificação de Neossolos Quartzarênicos – (RQ) e Latossolo
Vermelho Amarelo – (LVA).
Os solos argilosos, denominados de Argissolos Vermelho Amarelo, são solos
medianamente profundos, a profundo, fortemente a moderadamente drenados, com
baixos teores de matéria orgânica. Apresentam, normalmente, grande potencial
agropecuário.
Os solos tipo pedregosos, conhecidos cientificamente como Neossolos litólicos
Eutróficos – (RLe) e Luvissolos – (T) os antigos (Bruno Não Cálcico). São solos
rasos a pouco profundos, de relevo suave ondulado, moderadamente ácido a
praticamente neutros, que estão relacionados, principalmente, com os biotita-
gnaisses, bem providos de nutrientes, cujas alternativas de uso são restritas por
estarem localizados, sobretudo, na zona do sertão, onde as condições de umidade,
bem como de relevo e profundidade efetiva, são limitantes.
Os solos salinos, também chamados Planossolos – (S) são outros tipos, ocorrendo
em pequenas áreas. Rasos a poucos profundos, apresentam limitação moderada a
forte quanto ao uso agrícola, em decorrência, principalmente, das más condições de
drenagem e dos teores médios a altos em sódio trocável.
Os solos de terrenos sedimentares, conhecido como Cambissolos – (C) são solos
rasos a profundos, bem drenados, pouco evoluídos, desenvolvidos a partir de
diversas rochas, destacando-se os calcários, granitos e migmatitos, em áreas de
relevo plano a forte ondulado, sob vegetação de caatinga hipo e hiperxerófila.
Os solos de vázea, também conhecidos como Neossolos Flúvicos – (RU) (Solos
Aluviais), presentes também em quase todo o litoral e na margem dos principais rios,
são solos não hidromórficos, arenosos, desde ácidos até alcalinos e excessivamente
drenados.
20
Os solos derivados de calcários. São solos alcalinos também denominados de
Chernossolos Rêndzicos – (MD) especificamente encontrados nos terrenos da
Chapada do Apodi. São constituídos a partir de solos rasos moderados a
imperfeitamente drenados.
Os solos de mangues são solos salinos com grande quantidade de matéria orgânica
influenciados pelas águas do mar, conhecidos como Gleissolos Tiomórficos – (GJ)
solos que ocorrem principalmente nas desembocaduras dos rios, a exemplo do
Apodi-Mossoró. Classes de Terras para Irrigação.
No tocante ao uso agrícola, verificaram-se algumas áreas ocupadas com cajueiro,
outras preparadas para o plantio com cultura de subsistência, além da utilização em pecuária
extensiva.
2.3.7 Erodibilidade
Para Zuquette & Gandolei (1987) uma das condições do solo é denominada de
erodibilidade, ou seja, vulnerabilidade à erosão, sendo que tal vulnerabilidade é função das
características físicas do solo e do seu uso
Segundo Fontes (1999) a erodibilidade do solo mostra a resistência que o solo
apresenta contra a erosão.
As características de Erodibilidade do solo, estando ligadas aos aspectos topográficos
e granulométricos da distribuição dos solos superficiais, entre outros aspectos, determinam as
conhecidas formas de erosão por escoamento difuso (erosão laminar) e de erosão linear
(sulco, ravina e voçoroca). Porém para o meio ambiente, a erosão mais danosa localmente é
chamada de voçoroca, a qual, mais que a grande ravina, revela-se especialmente perigosa
quando se desenvolve junto à cidade, obras viárias ou outras obras civis (Prandini, 1976).
Admite-se que geralmente as voçorocas têm origem em um processo de modificação
ou retirada do solo superficial e vegetação, processo que acontece freqüentemente no campo
petrolífero Canto do Amaro, por ocasião de abertura de estradas ou passarelas.
21
CAPÍTULO III
3. CONTEXTO GEOLÓGICO
3.1 Geologia Regional
A bacia Potiguar situa-se no extremo leste da Margem Equatorial Brasileira,
compreendendo um segmento emerso e outro submerso, ao longo dos Estados do Rio Grande
do Norte e do Ceará, apresenta uma área de 48.000 km
2
, sendo que 21.500 km
2
correspondem
à parte emersa dos quais 8.000 km
2
correspondem à região da calha central de direção NE –
SW, e 26.500 km
2
na plataforma e talude continental. Esta bacia na parte emersa tem limite a
sul, leste e oeste com rochas do embasamento cristalino, a parte submersa limita-se ao norte
com Oceano Atlântico. O Alto de Fortaleza define seu limite oeste com a Bacia do Ceará,
enquanto que o Alto de Touros define seu limite leste com a Bacia de Pernambuco-Paraíba,
limitada pelas coordenadas geográficas de 35º e 38º de longitude oeste e 4º 50’ e 5º 50’ de
latitude sul (Figura 3.1),
A Bacia Potiguar se destaca pela sua expressiva importância na economia regional e
nacional por seus recursos naturais, pode ser medida pelas atividades exploratórias e de
extração de petróleo e gás natural. Apresenta uma produção diária de 110.000 barris de
petróleo, e gás natural quase seis milhões de metros cúbicos e pela salineira que respondem
cerca de 92% da produção nacional de sal, cujo índice pode chegar a 98,% no auge da
produção. A referida bacia é a segunda maior produção de óleo e é a maior produção de óleo
em terra atualmente no Brasil (RIO GRANDE DO NORTE, 2005).
22
Figura 3.1 – Bacia Potiguar
Fonte: (Farias et al., 1990 apud Téodulo, 2004).
Segundo Soares et al. (2003), a bacia Potiguar desenvolveu-se sobre um substrato de
rochas pré-cambrianas pertencentes à Província Borborema, cujos trends estruturais
apresentam direção principal NE, além de um importante sistema de zonas de cisalhamento E-
W e NE-SW. O arcabouço estrutural é constituído basicamente de quatro feições morfo-
estruturais, relacionadas com grandes eventos que afetaram esta bacia: grabens e altos
internos, relacionados às fases de estiramento crustal (rift), e plataformas rasas do
embasamento e talude relacionados à fase de deriva continental.
A parte emersa da Bacia Potiguar apresenta estilo estrutural definido por um regime
tectônico preferencialmente extensional à semelhança de outras bacias tipo “rift” da costa
brasileira, e foi controlada às expersas zonas de fraqueza situadas na província Pré-cambriana
da Borborema. Apresenta uma grande calha central, alongada na direção SW-NE (Figura 3.2),
sendo mageadas por duas plataformas rasas denominadas de Aracati (a oeste) e Touros (a
leste) e duas plataformas rasas do embasamento: plataforma de baraúnas a NW e a plataforma
leste, além dos altos de Macau, Alto da Serra do Carmo e Quixaba, (Neves, 1989). Na porção
submersa a direção predominante das feições estruturais é NW-SE por efeito de uma tectônica
dextral em resposta ao processo de separação dos continentes América do Sul e África.
(Soares et al., 2003).
23
Figura 3.2 – Mapa de localização e arcabouço tectônico do embasamento da Bacia Potiguar
Fonte: (Cremonini et al., 1996 apud Soares & Rossetti, 2005).
O preenchimento sedimentar desta bacia está intimamente relacionado com
diferentes evoluções tectônica na fase “rift”, compreendendo as Formações Pendências e
Pescada, a fase transicional constituída da Formação Alagamar e a fase de deriva continental,
constituída pelas seqüências flúvio-marinhas transgressiva (formações Açu, Ponta do Mel,
Quebradas e Jandaíra) e regressiva (formações Urubarama, Guamaré, Tibau e Barreiras,
Figura 3.3).
24
Figura 3.3 – Carta Estratigráfica da Bacia Potiguar
Fonte: (Araripe & Feijo, 1994).
25
Françolin e Szatmari (1987) apud Soares & Rossetti (2005) admitem que a origem do
Rift Potiguar esteja inserida no contexto da evolução da margem equatorial atlântica, iniciado
ao final do Jurássico. Segundo estes autores, a rotação diferencial dextral entre a América do
Sul e a África gerou, na Província Borborema, um regime de esforços com distensão norte-sul
e compressão leste-oeste, o que propiciou o desenvolvimento de diversas bacias rifte sob
regimes transtensional (caso do Rift Potiguar) e transpressional (caso das bacias de Souza e
Rio do Peixe).
Segundo Soares et al. (2003) apud Soares & Rossetti (2005) a ocorrência de uma
grande quantidade de diques, Rio Ceará Mirim, presente na forma de diques de diabásio com
orientação E-W, no embasamento adjacente à borda sul da Bacia Potiguar (figura 4.4), e
interpretado por Françolin e Szatmari (1987) apud Soares & Rossetti, (2005) como situado
segundo o eixo de maior compressão, foi a responsável pela separação dos segmentos
transtensional a NE e transpressional a SW. Este evento magmático ocorre em dois pulsos
principais entre 145 e 130 Ma (Oliveira, 1998), sendo correlacionado por Anjos et al. (1990)
com as rochas vulcanoclásticas intercaladas aos sedimentos da porção basal da Formação
Pendência (Souza, 1982). Outros autores (Matos, 1987; Chang et al., 1988, apud Soares &
Rossetti, 2005) reconhecem pelo menos três importantes estágios, em resposta à dinâmica das
placas tectônicas durante o início da fragmentação do Gondwana, denominados de Sin-Rift I e
Sin-Rift II, desenvolvidos sob regime predominantemente distensional, e Sin-Rift III,
desenvolvido em regime transtensional. A abordagem de Matos (2000) apud Soares et al.,
(2003) admitiu uma divisão com base tanto no estágio de desenvolvimento das zonas
transformantes quanto no posicionamento das bacias em relação a elas, e propõe três estágios
principais denominados de Pré-, Sin- e Pós-Transformante.
O estágio Sin-Rift I (Neojurássico) refere-se ao início da deformação
distensional, com a deposição de clásticos em uma ampla depressão denominada de
Depressão Afro-Brasileira, seção esta sem registro na Bacia Potiguar.
O estágio Sin-Rift II (Neoberriasiano/Eobarremiano) caracteriza-se pelo
desenvolvimento de bacias rifte intracontinentais controladas por falhas de rejeito
preferencialmente normal, definindo meio-grábens assimétricos tendo sido, neste período,
gerado todo o sistema de riftes cretáceos do Nordeste brasileiro (Figura 3.4)
No estágio Sin-Rift III (Neobarremiano/Eoaptiano), o processo distensivo
começou a concentrar a deformação ao longo da futura margem continental causando grande
mudança na cinemática rift. Na Bacia Potiguar, este evento provocou um deslocamento do
26
eixo de rifteamento para a porção submersa da bacia, ao mesmo tempo em que causou um
levantamento e erosão (discordância do topo da seção neocomiana/ eobarremiana) na porção
emersa, que se comporta como uma ombreira do novo rift.
Figura 3.4 – Sistema de rifts cretáceos do Nordeste brasileiro originados em resposta ao
processo de estiramento e afinamento crustal atuante na região durante a fragmentação do
Gondwana
Fonte: (Soares et al., 2003).
A sua origem é relacionada à época da ruptura ou separação dos continentes africano
e sul americano, e teve inicio no Mesozóico, a partir do fraturamento do super continente
Gondwana, que resultou num Rifte no Neocomiano NE-SW, coberto por sedimentos
neocretâceos e terciários (Araripe & Feijó, 1994). Ponte, (1984); Farias, 1997) admitiram quer
27
a Bacia Potiguar pode ser dividida em quatro Megassequências representativas de episódios
tectônicos distintos:
1) Megassequência Mesozóica Rift (Formação Pendências), que é responsável por
10% da distribuição do óleo;
2) Grupo de Seqüências Mesozóica Transicionais (Formação Pescada e Alagamar
que responsável por 5% da distribuição de óleo);
3) Grupo de Seqüências Mesozóica fluviomarinhas transgressivas (Formação Açu
responsável por 85% da distribuição do óleo, Ponta do Mel, Uburama e Jandaíra);
4) Grupo de Seqüências Mesozóica fluviomarinhas regressivas (Formações
Guamaré, Tibau e Barreiras) e os sedimentos quaternários.
A primeira megassequência, de carácter continental foi depositada durante as
idades Rio da Serra e Aratu (Neocomiano), e é constituída por conglomerados, arenitos e
folhelhos de origem aluvial, fluvial, deltaica e lacustre, representando a Formação Pendência;
A segunda megassequência, de carácter transicional, foi depositada durante o Neo-
Aptiano, estando constituída por depósitos lagunares e deltaicos da Formação Alagamar, e
representa o primeiro registro da ingressão marinha da bacia;
A terceira megassequência apresenta carácter transgressivo, de idade Albino-
Campaniano, é constituída basicamente pelos arenitos da Formação Açu, interdigitados com,
e por sedimentos carbonáticos de plataforma das formações Ponta de Mel (plataforma rasa de
alta energia e fácies de mar aberto de baixa energia) e Jandaíra (sedimentos de lagunar rasa e
plataforma de maré), respectivamente;
A quarta e última megassequência, possui caráter regressivo, tendo registro
contínuo na porção submersa da bacia, sendo que o continente é representado por clásticos
terrígenos das formações Tibau e Barreiras, intercalados por basaltos da Formação Macau,
englobados no período Terciário. Completando esta Megassequência estão os sedimentos
quaternários recentes (leques aluviais, sedimentos de praia recente, dunas móveis, aluviões e
manguezais) e sub-recentes (Formação Potengi, areais de dunas fixas, cascalheiras e
colúvios).
Em termos lito-bio e cronoestratigráficos, a seqüência estratigráfica continental desta
bacia assemelha-se as outras bacias costeiras da margem atlântico brasileira, que podem gerar
e acumular carbonetos.
Os altos separam os grabens assimétricos de Apodi, Boa Vista, Umbuzeiro e
Guamaré, que constituem a calha da bacia. A borda SE dos grabens de Guamaré e Unbuzeiro
28
é limitado por um sistema de falhas normais denominado de Carnaubais, enquanto a linha de
charneira de Areia Branca limita a borda NW dos grabens de Boa Vista e Apodi (Figura 3.5).
Figura 3.5 – Mapa de arcabouço estrutural da Bacia Potiguar
Fonte: (Bertani et al., 1990).
3.2 Geologia Local
A área em apreço está contida na Microrregião Homogênea de Mossoró, mais
especificamente na Bacia Potiguar.
Esta Microrregião é composta por dois tipos de unidades geológicas: unidade
geológica composta por rochas cristalinas e terrenos antigos, com origem no período Pré-
cambriano e a outra unidade constituídas por rochas e terrenos sedimentares de idade
Mesozóica e Cenozóica, onde encontramos minérios importantes como: petróleo, água
subterrânea, calcário, argila, etc.
Segundo dados do DNPM (1998) e observações de campo, esta região em estudo
está representada por seis unidades litoestratigraficas:
Depósitos aluvionares (Qa): areia e cascalhos, com intercalações pelíticas,
associados aos sistemas fluviais atuais;
Depósitos de planícies e canais de maré (Qm): pelitos arenosos, carbonosos e
carbonáticos;
29
Depósitos de praias (Qp): areias finas a grossas, com níveis de cascalho,
associadas ás praias atuais e dunas móveis, arenitos e conglomerados com cimento
carbonático;
Paleocascalheiras (TQc): paraconglomerados com seixos de quartzo, sílex e
fragmentos líticos, matriz areno-argilosa avermelhadas;
Grupo Barreiras (TQb): arenitos finos a médios, ou conglomeráticos, com
intercalações de siltitos e argilitos, dominantemente associados a sistemas fluviais;
Formação Jandaíra (Ki) – calcarenitos e calcilutitos bioclásticos, cinza a
amarelados, com níveis evaporíticos na base, depositados em extensa planície de maré e numa
plataforma rasa, carbonática.
Geologicamente, a área está representada por: sedimentos Quaternários (Holoceno),
e encontram-se representados na área pelos aluviões, cuja constituição litológica é composta
por sedimentos de origem fluvial, não consolidados, de natureza variada, formando camadas
estratificadas sem disposição preferencial e por depósitos de material orgânico. Próximo à
desembocadura dos rios Mossoró, do Carmo, Piranhas ou Açu, nas áreas influenciadas pelas
águas do mar, os sedimentos deram origem a solos Gleissolos.
Nos Tabuleiros Costeiros expõem-se os sedimentos do Grupo Barreiras, onde
predominam rochas areno-argilosas, com colorações variadas, de esbranquiçadas a
avermelhadas.
Na Faixa Litorânea ocorrem Aluviões, constituídos por sedimentos de origem flúvio-
marinha, e as dunas móveis, associadas com as areias inconsolidadas de praias.
O Cretácico está representado no Rio Grande do Norte pelo Grupo Apodi que
compreende o calcário Jandaíra e o arenito Açu, sendo este inferior ao calcário. A área do
calcário Jandaíra estende-se por uma faixa paralela ao litoral norte e alarga-se na Chapada do
Apodi onde ocupa maior extensão. Em algumas partes o calcário encontra-se capeado pelo
Grupo Barreiras-Terciário.
Segundo Castro (1995), a presença do gás sulfídrico (H
2
S) no campo petrolífero
Canto do Amaro é comprovada por meio das análises feitas pelo Setor de Seguridade
Industrial da RPNS da PETROBRÁS no óleo produzido nas unidades de Açu. Os teores
variam de 200 ppm a 3.600 ppm de H
2
S. Dentre os problemas causados pelo H
2
S, o alto poder
corrosivo nos equipamentos e sua elevada toxicidade são os mais preocupantes.
Segundo Silva & Santos (2005), foi realizado um levantamento geoquímico visando
determinar possíveis anomalias de hidrocarbonetos em sedimentos ativos de correntes e
30
corpos de água na região de Canto do Amaro, a amostragem foi realizada em pleno verão, os
dados apresentados (análises de TPH/total em sedimentos de correntes e analises de
TPH/fingerprint em águas superficiais), quando comparadas com o Padrão Holandês de
Qualidade de Solos e Águas, mostraram que os valores obtidos estão dentro do que se pode
chamar de valores de “background” ou nível básico do local tanto para os solos quanto para as
águas. Portanto, do ponto de vista ambiental em relação a hidrocarbonetos, a área pode ser
considerada limpa.
31
CAPÍTULO IV
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1 Riscos Ambientais
4.1.1 Apresentação
No mundo inteiro, todos os anos são registrados milhões de vítimas, cujas mortes são
ocasionadas por desastres ambientais ou naturais como induzidos pela atividade antrópica, na
maioria das vezes essas mortes poderiam ser evitadas. Uma das causas desse aumento de
vítimas está relacionada com o crescimento dos centros urbanos e a conseqüente concentração
populacional. Destaca-se que o dano causado pelo maior acidente do mundo ocorreu em 1979
decorrente de uma plataforma semi submersa localizada a 80 km fora da costa leste do
México, devido a proporção do vazamento de grande porte, com 476 mil toneladas de
petróleo bruto derramado que causou grandes prejuízos ao turismo do Golfo do México e a
indústria de pesca, por eliminar muitas espécies de peixes em larga escala.
As perdas econômicas provocadas pelos desastres foram oito vezes maiores entre
1986 e 1995 do que na década de 1960. Durante os anos de 1990 a 1999, os grandes desastres
ambientais do mundo somaram um prejuízo de 480 bilhões de dólares, enquanto
representaram, somente no biênio 1997-98, um montante de 120 bilhões de dólares. Já no
Brasil, estima-se que os danos ambientais geram prejuízos da ordem de 700 milhões de
dólares ao ano, pois temos, em comparação com EUA, 50% mais acidentes no setor industrial
(Sarney Filho, 2003).
As catástrofes ambientais, uma das mais graves são os grandes derramamentos de
petróleo, fundamentalmente quando estes acontecem em regiões costeiras. Como exemplos
desses acidentes, destacam-se os derrames do Argo Merchant (17.000 m³) e Amoco Cadiz
32
(622.000 m³) acontecidos no Mar do Norte, Exxon Valdez no Alasca (40.000 m³) ou o
acontecido no Brasil, na Baía de Guanabara, em 2001, com 1.000 m³ (Paladini, 2000, apud
Castro et al., 2005). Por menor que seja um derramamento de óleo em áreas costeiras, ainda
sim possui conseqüências negativas, principalmente em nível ambiental e econômico.
Nos países em desenvolvimento a população mais pobre está frequentemente
assentada em locais inadequados, onde constroem precárias habitações em terrenos instáveis,
sujeitos as inundações, deslizamentos, atividade antrópica, enchentes, ou próximos a locais de
atividades industriais perigosas, que constituem os desastres ambientais nos verões no Brasil.
Desastres e pobreza se reforçam mutuamente. As implicações econômicas dos desastres são
constituídas pelos prejuízos diretos.
Os acidentes ambientais têm-se intensificado no Brasil, recentemente ocorreu um
vazamento de mais de um bilhão de litros de resíduos tóxicos da indústria Cataguazes de
papel, em afluentes do rio Paraíba do Sul, que atingiu Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito
Santo, afetando mais de quarenta municípios. No estado do Rio de Janeiro, onde foram
derramados 1,2 milhões de litros de óleo de um dos 14 dutos que ligam a refinaria Duque de
Caxias, na baixada Fluminense, ao terminal da Ilha D'água, na ilha do Governador.
Na Baia de Paranaguá um navio Chileno, em novembro de 2004, causou
derramamento de óleo, quando desembarcava uma carga de 14 milhões de litros de metanol
no Porto de Paranaguá. O navio afundou junto ao terminal e também derramou parte de sua
reserva de 1.350 toneladas de óleo diesel e óleo combustível pela baía, contaminando várias
áreas de preservação ambiental e de reprodução biológica.
4.1.2 Conceituação
O estudo de risco ambiental apareceu nos Estados Unidos de 1940 a 1950,
paralelamente ao lançamento da indústria nuclear e também para a segurança de instalações
de refinação de petróleo, indústria química e aeroespacial. No Brasil, especificamente em
Cubatão com o Plano de Controle da Poluição, em 1983, desencadeou-se uma série de
exigências para garantir a boa operação e manutenção de processos e tubulações e terminais
de petróleo e de produtos químicos, dando-se início ao uso institucional desse tipo de estudo
de risco. Para o risco ecológico podemos afirmar que o mesmo encontra-se na sua infância ao
nível internacional e praticamente inexistente aqui no Brasil. Entretanto, o significativo
aumento do seu interesse ao nível de toda a população do planeta, face aos riscos eminentes
33
que estão sendo mostrados, faz com que possamos tomar mais atenção e assumirmos mais
comprometimentos em função das valiosas reservas de recursos naturais ainda aqui existentes.
Segundo Page (1978) apud Egler (1997) a noção de risco ambiental foi originalmente
sistematizada quando se distinguiu claramente a visão tradicional de poluição do conceito de
risco, que está relacionado à incerteza e ao desconhecimento das verdadeiras dimensões do
problema ambiental. Page (1978) aponta características para sustentar esta separação radical,
algumas delas associadas à incerteza dos efeitos futuros de decisões tomadas no presente e
outras ligadas à gestão institucional.
No estudo ambiental é costumeiro observar os efeitos das substâncias químicas
consideradas poluentes sobre o homem ou mais amplamente, sobre o meio ambiente. Os
efeitos podem decorrer das emissões contínuas ou intermitentes provenientes das indústrias,
das diversas formas de transporte ou, genericamente, da atividade antrópica.
Uma das abordagens de risco bastante disseminada na área ambiental está associada
com a manipulação de substâncias químicas consideradas altamente perigosas, presentes na
atividade industrial, de armazenagem e nas diversas formas de transporte, com predominância
para o transporte por dutos. É possível estimar e avaliar o risco dessas atividades, bem como
propor formas de gerenciamento desse risco. Logo, risco é definido como a combinação entre
a freqüência de ocorrência de um acidente e a sua conseqüência (CESTEB, 2006).
Segundo Bolt et al. (1975):
“A possibilidade de ocorrência de uma erupção vulcânica ou de uma enchente em
ilha desabitada não caracteriza uma situação de risco. Uma situação de risco só se
caracteriza quando a informação geológica é combinada com circunstâncias sociais
e econômicas”.
O conceito de risco ambiental representa a conjugação da categoria de freqüência ou
probabilidade com a categoria de gravidade de um acidente de poluição por óleo (ou outro
agente estressou) provocada por um conjunto de situações e circunstâncias específicas, como
falhas operacionais, humanas e equipamentos. (Antunes, 2006). Portanto, entende-se que risco
é definido como a probabilidade que certo evento possa ocorrer e a dimensão quali-
quantitativa do dano que este possa derivar.
Os riscos ambientais se dividem em duas grandes categorias em riscos naturais e
antrópicos. Os riscos antrópicos são divididos em tecnológicos e sociais como apresentado na
Figura 4.1.
34
Figura 4.1 – Classificação de riscos ambientais (Cerri & Amaral, 1998)
Segundo Egler (1997) o risco natural, associado ao comportamento dinâmico dos
sistemas naturais, isto é considerando o seu grau de estabilidade/instabilidade expresso na sua
vulnerabilidade a eventos críticos de curta ou longa duração, tais como inundações,
desabamentos e aceleração de processos erosivos; o risco tecnológico
está relacionado com o
meio de transporte, com construção civil, com incêndios em instalações industriais,
explosões, vazamentos ou derramamentos de produtos tóxicos, como também a contaminação
em longo prazo dos sistemas naturais por lançamento e deposição de resíduos do processo
produtivo; o risco social, visto como resultante das carências sociais ao pleno
desenvolvimento humano que contribuem para a degradação das condições de vida. Sua
manifestação mais aparente está nas condições de habitabilidade, expressa no acesso aos
serviços básicos, tais como água tratada, esgotamento de resíduos e coleta de lixo.
4.2 Riscos e Vulnerabilidades
Os desastres são determinados pelos riscos e pelas vulnerabilidades, não se podendo
falar em vulnerabilidades, sem entendermos o que são riscos e desastres.
DESASTRE = RISCO x VULNERABILIDADE
Desastre é qualquer perda de vidas humanas, bens materiais e/ou ambientais causada
por um evento perigoso, de origem natural ou humana, que pode ter uma escala pessoal,
familiar, comunal, regional, nacional ou internacional e, por sua vez, têm a ver com alteração
ou interrupção da vida cotidiana de uma comunidade, devido à incapacidade de recuperação,
35
por meios próprios, pois os impactos destrutivos excedem a capacidade de adaptação e
ajustamento, em termos de resposta para absorver o efeito produzido (Cardona, 1993;
González et al., 2002).
Na análise dos desastres podem ser adotados dois enfoques: o fisicalista e o social. O
primeiro, mais difundido, tomou como ponto de partida a idéia de que os desastres são
característicos de fenômenos naturais perigosos que ocorrem irremediavelmente sobre o
homem e suas atividades. Assim, a magnitude de um desastre é considerada como função da
severidade, magnitude e intensidade do evento ou fenômeno físico (Lavell, 1996) e, ainda, são
categorizados como ‘imprevisíveis’, ‘não-manejáveis’, ‘inevitáveis, ‘atos de Deus’ ou, se não,
como produtos inevitáveis de forças naturais extremas (Maskrey, 1998). Já o enfoque social
considera que o elemento ativo é a vulnerabilidade e os processos e estruturas
socioeconômicas, políticas e culturais que a moldam, ou seja, é a vulnerabilidade que
determina o caráter dos desastres.
Os desastres humanos são provocados pelas ações ou omissões do homem. O homem
é ao mesmo tempo o agente e o ator. Estes desastres podem trazer sérias conseqüências e
rupturas ao meio ambiente, ao habitat humano e ao próprio homem como espécie.
Ameaça é definida como a probabilidade de ocorrência de um fenômeno físico,
potencialmente desastroso, de origem natural, tecnológica ou provocada pelo homem, que
pode manifestar-se em um local e durante um determinado tempo, frente ao qual uma
comunidade particular está exposta e é vulnerável. Por sua vez, o fenômeno natural é
caracterizado por sua dimensão e situação geográfica (Cardona, 1996).
A presença de um fenômeno natural ou antrópico, essencial para a ocorrência de um
desastre, não oferece uma explicação suficiente para entender a maioria dos desastres que se
sucedem. A transformação de uma ameaça em um desastre requer necessariamente que ocorra
impacto negativo numa matriz humana vulnerável (Lavell, 1994).
Os riscos a desastres são socialmente construídos e a gente contribui a exacerbá-los e
modificá-los (Cutter, 2001). Da combinação das ameaças e de como a população lhes enfrenta
é que surge o risco a desastre e, eventualmente, ocorre o desastre (Umaňa, 2002).
O risco a desastre – destruição ou perda esperada – corresponde ao potencial de
perdas que podem ocorrer ao sujeito ou sistema exposto, resultado da convolução da
probabilidade de ocorrência de ameaças e da vulnerabilidade dos elementos expostos a tais
ameaças:
36
RISCO A DESASTRE = AMEAÇA x VULNERABILIDADE
Matematicamente risco a desastre é a probabilidade de que ocorra um desastre ou, é a
probabilidade de que um evento ou fenômeno ameaçador, natural ou antrópico atue sobre um
sistema socioeconômico com certo nível de vulnerabilidade, resultando num desastre
(Maskrey, 1994).
Para estimar o risco a desastre é necessário, de acordo com sua definição, ter em
conta, desde o ponto de vista multidisciplinar,o somente o dano físico esperado, as vítimas
ou perdas econômicas equivalentes, mas também fatores sociais, organizacionais e
institucionais, relacionados com o desenvolvimento das comunidades.
A deficiente informação, comunicação e conhecimento entre os atores sociais, a
ausência de organização institucional e comunitária, as debilidades na preparação para a
atenção de emergências, a instabilidade política e a falta de saúde econômica contribuem, em
uma área geográfica, a ter um maior risco (Cardona, 2001).
A acumulação de riscos a desastres está relacionada à falta de políticas públicas, ou
de estratégias orientadas a sua gestão e, ainda, à inexistência de estruturas administrativas e
sistemas legislativos adequados, tanto em nível local, como nacional e regional (PNUD,
2002).
A vulnerabilidade é essencialmente uma condição humana, uma característica da
estrutura social e um produto de processos sociais históricos (Lavell, 1994). Implica uma
combinação de fatores que determinam o grau até o qual a vida e a sobrevivência de alguém
ficam em risco por um evento distinto e identificável da natureza ou da sociedade (Blaikie et
al., 1996). Podemos afirmar então, que vulnerabilidade é o mesmo que insegurança. Quando
alguém está em uma situação de vulnerabilidade, este alguém está inseguro.
A vulnerabilidade dos elementos expostos às ameaças está intimamente relacionada
às características dos membros da sociedade, em termos de sua capacidade para antecipar,
enfrentar, resistir e se recuperar do impacto negativo (Haque & Branco, 1998) ou à
incapacidade de uma comunidade para absorver, mediante o auto-ajuste, os efeitos de uma
determinada mudança em seu meio ambiente (Wilches-Chaux, 1993).
A vulnerabilidade não se determina por fenômenos perigosos, mas por certos
processos sociais, econômicos e políticos; daí que os mais vulneráveis são os países mais
pobres e dependentes, as regiões mais desfavorecidas e a população com menos recursos
(Gareis et al., 1997). De forma geral, o pobre sofre mais com os desastres que o rico, se bem
37
que pobreza e vulnerabilidade não são sinônimas, ainda que às vezes estejam estreitamente
relacionadas (Blaikie et al., 1996).
Os desastres naturais aceleram o processo de degradação e limitam ainda mais o uso
dos recursos naturais, (Narayan et al., 2003), muitos deles já gravemente deteriorados (Cutter,
2001). Os pobres para sobreviver se vêm obrigados a explorar os recursos ambientais,
aumentando assim, tanto o risco como a exposição aos desastres, especialmente aqueles
provocados por inundações, secas e deslizamentos (EIRD, 2002). Um paralelo pode ser
estabelecido com os desastres tecnológicos, como o que aconteceu na Vila Socó, no
município de Cubatão (SP) em 1984, quando um dos dutos da PETROBRAS, corroído pela
ferrugem, que passava sob a favela se rompeu e o combustível pegou fogo matando mais de
500 pessoas. Este pode ser considerado como um dos desastres tecnológicos de maior
magnitude da história do país. Outro desastre tecnológico envolvendo o petróleo, também
ocorreu no Rio Grande do Sul, em 1997, que foi o derramamento de óleo contaminado com
mercúrio líquido, que contaminou o rio Gravataí. Outro exemplo foi o do Osasco Plaza
Shopping, no Estado de São Paulo, em 1996, pelo vazamento de gás da instalação subterrânea
de canos para distribuir GLP, o vazamento, e o gás acumulado explodiu e matou mais de 40
pessoas, além de causar ferimentos diversos em inúmeras pessoas. Além do mais, inúmeros
desastres tecnológicos, de diferentes magnitudes, acontecem diariamente no país, desde os
rodoviários devido à precariedade das nossas rodovias, ao estado de conservação de grande
parte dos veículos que circulam por elas, e aos erros humanos na condução dos veículos até
industriais, que contaminam o meio ambiente, como os solos e as águas dos mananciais e dos
corpos d’água, colocando em risco a saúde e a vida da população.
Neste contexto, o pobre tem em grande parte de sua vida normal uma evidente luta
contínua, na qual suas condições podem assimilar-se a um desastre (Blaikie et al., 1996). As
principais inquietudes dos habitantes pobres não estão relacionadas com os problemas
ambientais, mas com as questões do campo social e econômico. As condições de vida são
muito penosas e monopolizam o interesse da população (Chardon, 1997).
A maior vulnerabilidade dos segmentos pobres da população também está associada
a sua escassa possibilidade de participar nas políticas públicas (CEPAL & BID, 2003). A falta
de poder e de voz também influi no aumento da sensação de vulnerabilidade e na
incapacidade da população pobre para se proteger das comoções (Narayan et al., 2003).
É necessário ressaltar que a vulnerabilidade em si mesma constitui um sistema
dinâmico, isto é, surge como conseqüência da interação de uma série de fatores e
38
características – internas e externas – que convergem em uma comunidade particular. O
resultado dessa interação é a incapacidade da comunidade para responder adequadamente ante
a presença de uma ameaça determinada. Wilches-Chaux (1993) denominou Vulnerabilidade
Global, a essa interação de fatores e características.
4.2.1 Dos riscos às vulnerabilidades de dutovia
O transporte em dutos por petróleo e seus derivados começou efetivamente a ser
utilizado em 1930. Este transporte deve-se principalmente a facilidade de interligar três
pontos importantes deste setor, fontes de produção, refinarias e centros de consumo.
No Brasil esta modalidade de transporte inicia-se em 1942, no Estado da Bahia, para
atender o escoamento das fontes de produção. Desde então, este serviço tem mostrado um
franco crescimento em todo o Brasil. (Bicalho, 2004).
Em 2000, a malha dutoviária de transporte já era de aproximadamente 15.000 km,
sendo 7.500 km de oleodutos ou polidutos e cerca de 7.500 km de gasodutos. Atualmente
foram construídos vários gasodutos: gasoduto Brasil/Bolívia, (GASBOL) hoje em operação,
subdivide-se em 13 trechos, desde Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, até Porto Alegre-RS
no Brasil apresentando uma extensão de 3.056 km, sendo 2.614 km em território brasileiro;
Pólo industrial de Guamaré – RN saem dois gasodutos o GASFOR que vai até Porto do
Pecém, no Estado do Ceará com 377 km e o gasoduto Nordestão, que vai até o estado de
Pernambuco; gasoduto Pilar (AL) / Cabo (PE) com extensão de 194 km; gasoduto João
Pessoa (PB) a cidade de Campina Grande (PB) com aproximadamente 130 km de extensão,
etc. Existe um projeto de construção de um grande gasoduto entre Venezuela/Brasil/Argentina
com cerca de 8.000 km.
Acidentes com este sistema de transporte têm mostrado a enorme complexidade e
extensão dos danos causados não só ao patrimônio das empresas, mas, principalmente, aos
ecossistemas e as comunidades do entorno destes eventos.
Uma explosão de um gasoduto, em Guadalajara, no México, matou 200 pessoas em
1992. No ano de 2000, houve ainda a ocorrência de vazamentos na Baia da Guanabara e no
estado do Paraná com grande efeito sobre o meio ambiente (Bicalho, 2004).
O caso de maior impacto no Brasil ocorreu na Vila Socó em Cubatão, em 1984, onde
uma das linhas que interliga a refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão, rompeu devido a
uma corrosão associado à falha operacional, seguido de incêndio, causando cerca de 500
39
vítimas, das quais 93 fatais. Em Barueri no ano 2001, houve um vazamento de GLP (Gás
liquefeito de Petróleo) devido a furo no duto. Houve o vazamento de gasolina em uma região
alagadiça de manguezal, onde estavam assentadas várias famílias em construções do tipo
palafitas. A liberação de um produto inflamável se espalhou com a movimentação das marés
e, ocorrendo ignição seguida de incêndio de grandes proporções, causou a morte de 38
pessoas e 53 vítimas além de cerca de quinhentos desabrigados, em pânico na comunidade de
Barueri, nas cidades vizinhas e interdição da Rodovia Anchieta, situada paralelamente à linha
do duto e contaminação de extensa área de manguezal (Bicalho, 2004).
A análise de vulnerabilidade para dutos de transporte consiste no conjunto de modelos e
técnicas usadas para estimativa das áreas potencialmente sujeitas aos efeitos danosos de liberações
acidentais de substâncias perigosas e/ou energia de forma descontrolada. Estas liberações
descontroladas geram os chamados efeitos físicos dos acidentes (sobrepressão, fluxo térmico e
incêndio em nuvem) que potencialmente podem gerar danos às pessoas e/ou instalações. A
extensão dos possíveis danos é determinada pela intensidade do efeito físico causador do dano. A
relação entre a intensidade do efeito físico e o dano correspondente é avaliada por meio dos modelos de
vulnerabilidade.
Nos gasodutos da Europa Ocidental, no período de 1972-76, houveram noventa e três
acidentes e no período 1987-91 diminuiu para um total de 50 acidentes (Oliveira et al., 1999
apud Bicalho, 2004).
4.2.2 Riscos e vulnerabilidades da infra-estrutura exploratória do campo Canto do Amaro
A PETROBRÁS tem suas próprias diretrizes de segurança, meio ambiente e saúde,
definidas em sua POLÍTICA DE SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE E SAÚDE (SMS).
Ao todo são 15 diretrizes (PETROBRÁS, 2005). A diretriz de número 3 – “Avaliação e
Gestão dos Riscos”, que versa “Riscos inerentes às atividades da empresa devem ser
identificados, avaliados e gerenciados de modo a evitar a ocorrência de acidentes e/ou
assegurar a minimização de seus efeitos”, tem os seguintes requisitos:
Implementação de mecanismos que permitam, de forma sistemática, identificar e
avaliar a freqüência e as conseqüências de eventos indesejáveis, visando a sua prevenção e/ou
máxima redução de seus efeitos.
40
Implementação de mecanismos para priorização dos riscos identificados, bem
como a documentação, a comunicação e o acompanhamento das medidas adotadas para
controlá-los.
Incorporação de processos de avaliação de risco a todas as fases dos
empreendimentos e produtos, incluindo os relacionados à proteção da força de trabalho,
comunidades vizinhas e consumidor final.
Realização de avaliações de risco periódicas ou à medida que se identifiquem
mudanças nos processos.
Implementação de gestão de riscos de acordo com sua natureza e magnitude, nos
diversos níveis administrativos.
A diretriz número 5, “Operação e Manutenção”, diz que:
“As operações da empresa devem ser executadas de acordo com procedimentos
estabelecidos e utilizando instalações e equipamentos adequados, inspecionados e
em condições de assegurar o atendimento às exigências de segurança, meio
ambiente e saúde” (PETROBRÁS, 2005).
Tem como requisitos os seguintes itens:
Adoção de práticas operacionais seguras, que preservem a saúde da força de
trabalho e reduzam ao máximo os riscos de acidentes.
Verificação e atualização sistemáticas de todos os procedimentos operacionais,
observadas as recomendações provenientes das avaliações de risco.
Implementação de mecanismos que permitam, com a máxima rapidez, a
identificação, caracterização e correção dos casos de não-conformidade com os
procedimentos estabelecidos.
Execução das atividades de inspeção e manutenção de acordo com os
procedimentos estabelecidos, de modo a manter o controle sobre seus riscos.
Execução de programas específicos de inspeção, teste e manutenção associados a
sistemas de segurança, integridade e proteção das instalações, de modo a assegurar sua
confiabilidade.
Identificação, análise e monitoramento de impactos causados pelas atividades da
empresa à saúde e ao meio ambiente, buscando a contínua redução de seus efeitos.
41
Implementação de mecanismos que preservem a saúde da força de trabalho,
buscando assegurar-lhe, sempre que necessário, diagnóstico precoce, atendimento imediato,
interrupção de exposição, limitação de dano e reabilitação.
A diretriz 11 “Contingência” diz que “As situações de emergência devem estar
previstas e ser enfrentadas com rapidez e eficácia visando à máxima redução de seus
efeitos”, e seus requisitos são:
Garantia de que os planos de contingência de cada unidade estejam avaliados,
revisados e atualizados, bem como integrados aos planos de contingência regionais e
corporativos da empresa.
Desenvolvimento de programas de esclarecimento e treinamento junto às
comunidades potencialmente expostas a riscos, visando sua incorporação aos planos de
contingência.
Adequação dos planos de contingência às variações de risco eventualmente
identificadas.
Consideração, nos planos de contingência, dos impactos sociais, econômicos e
ambientais decorrentes de possíveis acidentes.
Implementação de mecanismos que assegurem a atualização, divulgação e pronto
acesso aos planos de contingência por parte da força de trabalho, órgãos governamentais e não
governamentais, comunidades e demais partes interessadas.
Realização periódica de treinamentos e exercícios simulados com a participação de
todos os envolvidos e posterior avaliação dos resultados.
A diretriz número 12 “Relacionamento com a Comunidade” diz que “A empresa
deve zelar pela segurança das comunidades onde atua, bem como mantê-las informadas
sobre impactos e/ou riscos eventualmente decorrentes de suas atividades”, sendo os seus
requisitos:
Avaliação dos eventuais impactos que as atividades da empresa possam causar às
comunidades, tanto do ponto de vista de SMS como social e econômico, de modo a evitá-los
ou reduzir ao máximo seus efeitos indesejáveis.
Garantia de que essa avaliação acompanhe todo o ciclo de vida das atividades.
Manutenção de canais de comunicação com as comunidades vizinhas de modo a
mantê-las informadas sobre planos de contingência, considerando, nesse processo, opiniões,
sugestões e preocupações por elas manifestadas.
42
Implementação de programas de esclarecimento e treinamento junto às
comunidades potencialmente expostas a riscos, de modo a estimular seu comprometimento
com as medidas de prevenção e contingência.
Implementação de programas de saúde e educação ambiental junto às
comunidades vizinhas, bem como de ações que promovam seu desenvolvimento sustentável.
Quanto a Prevenção, um dos pontos a ser destacado enfatiza que “A prevenção
envolve ainda a avaliação das condições geotécnicas das faixas de terra por onde passam os
dutos, que podem ser afetadas pelas marés, chuvas e erosão”. No entanto não trata das linhas
de superfície, que transportam o óleo desde o poço até as estações coletoras, nos campos
petrolíferos.
4.3 Degradação das Terras e Desertificação
O tema Desertificação vem sendo discutido pela comunidade internacional desde
1977, quando da realização, em Nairobi, da Conferência Internacional das Nações Unidas
para Combate à Desertificação (CCD). A partir desta conferência, foi criado o Plano de Ação
de Combate à Desertificação – PACD, que visava desenvolver ações em âmbito mundial, com
adesão voluntária dos países que participaram da conferência.
“A desertificação não se refere à expansão dos desertos existentes. Ela sucede
porque os ecossistemas das terras áridas, que cobrem um terço do total das terras, é
extremamente vulnerável a exploração e ao uso inapropriado da terra. A pobreza, a
instabilidade política, o desmatamento e práticas incorretas de irrigação podem
minar a fertilidade das terras” (FAO, 2005).
A Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação nos países afetados
por seca grave e/ou desertificação, particularmente na África (CCD) seguindo os pressupostos
da Agenda 21, define a desertificação como sendo “a degradação das terras nas zonas
áridas, semi-áridas e subúmidas secas resultante de fatores diversos tais como as
variações climáticas e as atividades humanas”, sendo que por degradação da terra se
entende: a redução ou a perda da produtividade biológica ou econômica das terras agrícolas
de sequeiro, das terras de cultivo irrigado, dos pastos, das florestas e dos bosques em zonas
áridas, semi-áridas e subúmidas secas, pelos sistemas de utilização da terra ou por um
processo ou uma combinação de processos, incluídos os resultantes de atividades humanas e
padrões de povoamento, tais como:
43
(i) a erosão do solo causada pelo vento ou pela água,
(ii) a deterioração das propriedades físicas, químicas e biológicas ou das
propriedades econômicas do solo, e
(iii) a perda duradoura da vegetação natural.
Por terra se entende o sistema bioprodutivo terrestre que compreende o solo, a
vegetação, outros componentes da biota e os processos ecológicos e hidrológicos que se
desenvolvem dentro do sistema.
No prólogo do documento final da CCD destaca-se a consideração 6, que diz: “Nota-
se também que a desertificação é causada por uma complexa interação entre os fatores
físicos, biológico, político, social, cultural e econômico”.
A degradação das terras, como no processo da desertificação, é um sério problema
global, que afeta 33% das terras superficiais e cerca de 2,6 bilhões de pessoas, particularmente
na região sub-saariana, na África, onde vivem mais de 200 milhões de pessoas e de 20 a 50%
das terras estão degradadas e desertificadas. Na América Latina e no Caribe, mais de 306
milhões de hectares apresentam sérios problemas de degradação devido à erosão do solo,
perda da matéria orgânica, compactação e salinização, cujas causas se devem, principalmente,
as ações humanas como sobrepastoreio, superexploração da vegetação e uso inapropriado da
irrigação (UNCCD,1977).
A região do Semi-Árido brasileiro abriga uma população de aproximadamente de 21
milhões de habitantes, cobrindo uma área de 969.589 km
2
, numa extensão de 100 milhões de
hectares, onde alcança a maior parte do território de oito estados brasileiros (PI, CE, RN, PB,
PE, AL, SE e BA) e parte do norte de Minas Gerais, que abrange a Região Nordeste (INSA,
2007).
Segundo Lemos (2001), de acordo com estudo realizado no nordeste brasileiro, o
Índice de Degradação (ID) ambiental é muito alto. Com base nos resultados da pesquisa
estima-se que 62,6% dos nove municípios estudados do nordeste apresentam percentual de
degradação superior a 80% e que a Bahia é o estado com maior média em termos Índice de
Degradação. Foi também estimado que pelo menos 7,6 milhões de habitantes do nordeste
sobrevivem em áreas afetadas por níveis de degradação superiores a 60%. O estado do Rio
Grande do Norte, em particular apresenta 80,5% do seu território afetado por diversos níveis
44
de degradação ambiental dos quais 58% em estado grave notadamente no denominado
“Núcleo do Seridó”.
Estima-se que, como resultado da desertificação, no mundo todos os anos se percam
24 bilhões de toneladas de camada arável do solo, o que afeta negativamente a produção
agrícola e o desenvolvimento sustentável.
A severidade da desertificação depende de fatores que podem variar com a região,
país, ano. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação –
FAO, (2005) eles incluem:
(i) a severidade das condições climáticas durante o período considerado
particularmente em termos de precipitação anual;
(ii) a pressão populacional e o padrão de vida das pessoas envolvidas;
(iii) o nível de desenvolvimento do país, e a qualidade de medidas preventivas
tomadas.
A CCD, (1997) entende por combate à desertificação as atividades que fazem parte
de um aproveitamento integrado da terra das zonas áridas, semi-áridas e subúmidas secas para
o desenvolvimento sustentado e que tenham por objetivo:
(i) a prevenção ou a redução da degradação das terras,
(ii) a re-habilitação das terras parcialmente degradadas, e
(iii) a recuperação de terras desertificadas;
O combate à desertificação é uma batalha pela vida e deve estar envolvido de forma
integral nas políticas públicas de desenvolvimento sustentável das áreas afetadas, sendo que o
aspecto chave é a participação das pessoas diretamente afetadas, na elaboração dessas
políticas.
O processo de desertificação se manifesta de duas maneiras diferentes, de acordo
com PROJETO BRA/93/036 (1997):
1- Difuso no território, abrangendo diferentes níveis de degradação dos solos, da
vegetação e dos recursos hídricos,
2- Concentrado em pequenas porções do território, porem com intensa degradação
dos recursos da terra (predomínio dos núcleos de desertificação).
45
A CCD (1997) definiu os principais impactos provocados pela desertificação, tais
como os ambientais, os sociais e os econômicos.
Os impactos ambientais podem ser visualizados através da destruição da
biodiversidade (flora e fauna), da diminuição da disponibilidade de recursos hídricos, através
do assoreamento de rios e reservatórios, da perda física e química de solos. Todos estes
fatores reduzem o potencial biológico da terra, reduzindo a produtividade agrícola e, portanto,
impactando as populações.
Os prejuízos sociais podem ser caracterizados pelas importantes mudanças locais que
a crescente perda da capacidade produtiva provoca nas unidades familiares. As migrações
desestruturam as famílias e impactam as zonas urbanas, que quase sempre não estão em
condições de oferecer serviços às massas de migrantes que para lá se deslocam. É importante
lembrar que a população afetada caracteriza–se por alta vulnerabilidade, já que está entre os
mais pobres da região, com índices de qualidade de vida muito abaixo da média nacional.
As perdas econômicas causadas pela desertificação também são de grande
importância. No Brasil, conforme diagnóstico realizado pelo MMA, as perdas econômicas
podem chegar a US$ 800 milhões por ano devido à desertificação. Os custos de recuperação
das áreas mais afetadas alcançam US$ 2 bilhões para um período de vinte anos.
A carência de conhecimentos apropriados, aliada ao uso inadequado dos fatores
produtivos e ao desconhecimento do funcionamento integrado do meio-ambiente, tem sido
um dos agravantes da degradação e da perda do potencial produtivo das terras. Essa carência
profissional, aliada à própria falta de uma educação adequada de convívio com o semi-árido,
se constitui num fator agravante da agressividade das atividades produtivas, promovendo o
irracionalismo da produção e não permitindo o caminhamento em direção da sustentabilidade.
A adoção de modernas tecnologias que permitem maior eficiência, redução de perdas
garantia de produção e ganho de produtividade como a irrigação, uso de fertilizantes,
defensivos e biotecnologia, não tem sido suficiente para minimizar a questão alimentar no
mundo e, enquanto novas áreas de produção são incorporadas, outras são abandonadas ou se
tornam improdutivas, pelo uso inadequado e predatório dos recursos naturais (PAZ et al.,
2000).
46
Algumas culturas xerófilas (plantas adaptadas ao clima semi-árido e que perdem as
folhas durante a seca), possuem um enorme potencial comercial, faltando-lhe ainda o amparo
da ciência e tecnologia vinculada à comercialização, bem como uma extensão rural sensata e
um crédito adequado, como é o caso da carnaúba (presente na área de estudo) (DUQUE,
1980). O cultivo da carnaúba permite a exploração intercalada de culturas anuais adaptadas,
como o algodão e o gergelim, bem como a implantação de pastagens para pecuária. Outra
vantagem é que o período da safra ocorre na época das estiagens (agosto a dezembro), período
em que a escassez de serviços para a família rural é maior.
A exploração dessa cultura no semi-árido, no geral, ainda ocorre de forma
extrativista, e os donos dos carnaubais comercializam tanto a cera, como as vassouras com
atravessadores, reduzindo assim a margem de lucro dos produtos. Outras vezes o carnaubal é
arrendado a terceiros, que exploram as plantas de uma forma bastante predatória, utilizando
fogo e comprometendo a longevidade das mesmas. Vale ressaltar que a carnaúba que cresce
no semi-árido é a única no mundo que produz cera, e está sendo utilizada no revestimento dos
dutos da Petrobrás.
Pressupondo, que a cobertura vegetal presente numa área, tem grande influência
sobre o escoamento superficial e a produção de sedimentos. Santos et al,(2000) usaram
modelos matemáticos para relacionar o tipo de cobertura vegetal com a erosão do solo em
ambiente semi-árido, concluindo que as áreas desmatadas têm grande influência no processo
de erosão do solo, enquanto a produção de sedimentos diminui significativamente quando o
solo está protegido pela vegetação nativa e/ou pelos restos vegetais.
Ao propiciar maior escoamento superficial, o desmatamento também é responsável
pela redução da infiltração de água no solo, ocasionando uma menor quantidade de água para
o abastecimento do lençol freático, que aliado ao uso inadequado dessa água, ocasiona o
abaixamento do seu nível. O desmatamento aumenta a evaporação, pois o solo sob intensa
radiação solar absorve muito infravermelho próximo, e aumenta em muito sua temperatura, e
com isso aumenta a evaporação da água nele contida, e a destruição dos microorganismos
chamados de decompositores.
Todo esse processo de degradação tem trazido preocupações constantes, tanto aos
técnicos do setor, como as populações mais carentes, que dependem da vegetação como forma
de sobrevivência, seja na utilização imediata do produto para cozimento ou na venda da lenha
ou do carvão vegetal como opção de renda (Lins & Medeiros, 1992).
47
4.4 Geoprocessamento
O final do século XX tem assistido a um progresso generalizado na era do
gerenciamento de informações. A automatização dos métodos topográficos, a utilização da
aerofotogrametria no mapeamento e, recentemente os satélites tem permitido um melhor
conhecimento e mapeamento do nosso planeta.
Nosso tempo é marcado pela importância da informação. Estar informado é
importante. Mas, saber encontrar informações, organizá-las, processá-las, visualizá-las e tirar
proveito delas, isso é evoluir. Esse processo de evolução passa pela utilização de informações
mais ricas, mais completas, que são as geoinformações.
A Geoinformação é a união da
valiosa informação a um atributo geográfico. O que significa que ela tem um endereço e
carrega consigo as coordenadas (longitude, altitude e latitude) do local a que se refere.
Afinal, tudo acontece ou está em algum lugar e, com certeza, ajuda muito a localizar onde é
este lugar. Uma informação que tem aliada a sua posição geográfica é chamada de
informação georreferenciada, no sentido de ter referência através das coordenadas, com
algum ponto do nosso Geóide, a Terra. As coordenadas são convencionalmente dispostas
em um mapa, que também é uma geoinformação (gráfica), pois torna possível visualizar
com muito mais facilidade a posição das informações. Essa visualização, por si só, já
esclarece muito. Pois, dá uma noção espacial ao dado, o traz para o mundo real. Mas, além
de visualizar as informações, o mapa, aliado aos softwares e outros equipamentos, permite
trabalhar com elas, definir os melhores caminhos para ir de uma a outra, monitorá-las,
enfim, tirar das informações tudo o que elas podem dar com relação ao lugar a que se
referem (INFOGEO, 2000).
Para tornar possível a confecção dos mapas, o georreferenciamento das
informações, seu processamento, sua visualização e tudo o mais que for necessário, precisa-
se de tecnologia. Mas, tecnologia específica para isso, isto é, Geotecnologia também
conhecida como “Geoprocessamento” Entre o que se classifica como Geotecnologias estão:
sensoriamento remoto, aerofotogrametria, os Sistemas de Posicionamento Global (Global
Positioning Systems – GPS), geodésia, topografia clássica, cartografia digital, os SIG’s
(Sistemas de Informações Geográficas), os softwares de processamento de imagens e os
softwares de visualização (em 2D ou 3D).
48
Dominar a geoinformação significa garantir um diferencial econômico em diversos
projetos, que vão desde um simples cadastro de consumidores até a logística de veículos, o
controle do meio ambiente e o planejamento de cidades e de redes de infra-estrutura.
Com a evolução da geotecnologia vários termos surgiram na literatura
internacional. O sistema de informação geográfica (SIG) é muito utilizado em vários
campos de aplicações e é confundido com o geoprocessamento. O geoprocessamento é o
conceito mais abrangente e que representa qualquer tipo de processamento de dados
georreferenciados.
4.4.1 Conceituação
Pode-se citar algumas definições mais encontradas na literatura sobre
geoprocessamento:
“Conjunto de tecnologias voltada à coleta e tratamento de informações espaciais
para um objetivo específico. As atividades envolvendo o geoprocessamento são
executadas por sistemas específicos mais comumente chamados de Sistemas de
Informação Geográfica (SIG). O sistema de geoprocessamento é o destinado ao
processamento de dados referenciados geograficamente (ou georreferenciados),
desde a sua coleta até a geração de saídas na forma de mapas convencionais,
relatórios, arquivos digitais, etc.; devendo prever recursos para sua estocagem,
gerenciamento, manipulação e análise”
(SPRING, 1996).
Para Barbosa (2006) geoprocessamento “são todas as tecnologias da geoinformação:
GPS, SIG, Sensoriamento Remoto, Cartografia, etc. que permitem a aquisição, o
processamento e a análise de informações georreferenciadas”;
Geoprocessamento é o conjunto de tecnologias voltada para coleta, armazenamento,
processamento, tratamento, análise e disponibilizarão de informação com referência
geográfica (FATOR GIS, 1995).
Para Rocha (2000), geoprocessamento pode ser definido:
“Como uma tecnologia transdisciplinar, que, através da axiomática da localização e
do processamento de dados geográficos, integra várias disciplinas, equipamentos,
programas, processos, entidades, dados, metodologias e pessoas para coleta,
tratamento, análise, e apresentação de informações associadas a mapas digitais
georreferenciados”.
Segundo Moreira (2001) geoprocessamento:
49
“É um conjunto de técnicas matemáticas e computacionais relacionadas com a
coleta, armazenamento e tratamento de informações espaciais ou georreferenciadas,
para serem utilizadas em sistemas específicos a cada aplicação que, de alguma
forma, se utilizam o espaço físico geográfico”.
Câmara & Medeiros (1998) dizem que: “geotecnologia pode ser entendido como a
tecnologia que utiliza técnicas computacionais chamadas de sistemas para tratamento de
informações geográficas”. Esta tecnologia utiliza ferramentas computacionais chamadas de
SIG, as quais permitem realizar análises espaciais complexas ao interagir dado de diversas
fontes e ou criar banco de dados georreferenciados.
O princípio do geoprocessamento consiste em estabelecer-se um modelo lógico que
define as alternativas de conectividade entre os diferentes temas (camadas disponíveis de
informação em uma base de dados) abordados sobre o mesmo espaço geográfico, e associados
aos diversos sistemas de georreferência (sistemas de coordenadas geográficas). Em seguida,
definem-se equações (e executam-se as respectivas operações) de relacionamento entre as
informações “conectadas” para gerar outras informações (Barros, 1999).
4.5 Sistema de Informações Geográficas (SIG)
O SIG é a ferramenta que mudou a maneira de utilizar os mapas no final do nosso
século. Hoje, gestão municipal, empresas fornecedoras de serviços públicos, cientistas
ligados ao meio-ambiente, profissionais de marketing e agronégócios são apenas alguns dos
usuários que se beneficiam deste poderoso instrumento de análise de informação geográfica.
O SIG surgiu na América do Norte na década de 70 e logo se espalhou pelo mundo.
É difícil saber estatísticas precisas, mas alguns números dão noção do tamanho da indústria
atualmente, existem aproximadamente cerca de 2 (dois) milhões de usuários do SIG.
No Brasil a introdução ao SIG teve inicio na década de 80 com a chegado do Dr.
Roger Tomlinson responsável pela criação do primeiro SIG (Canadian Geographical
Information System). O Dr. Roger incentivou o aparecimento de vários grupos de pesquisa,
em várias instituições, a desenvolverem SIG’s. Em 1984, o INPE (Instituto Nacional de
Pesquisas Espacial Brasileiro) formou um grupo de pesquisa para desenvolvimento de
geotecnologia criando uma Divisão de Processamento de Imagens – DPI. De 1984 – 1990
esta divisão desenvolveu o SITIM (Sistema de Tratamento de Imagens) e o SIG, para
50
ambiente PC/DOS, e, a partir de 1991, o SPRING (Sistema de Processamento de
Informações Georreferenciadas) para ambiente UNIX e MS/Windows. (Moreira, 2001).
O SPRING unifica o tratamento de imagens de sensoriamento remoto (ópticas e
microondas), mapas temáticos, mapas cadastrais, redes e modelos numéricos de terrenos.
(Moreira op. cit.).
A princípio, os softwares de SIG eram muito pesados e exigiam máquinas de
grande porte para poderem funcionar. Hoje, os mainframes foram substituídos na maior
parte dos casos pelos PC’s, o que ajudou bastante na divulgação da tecnologia. Alguns
softwares hoje já são até mesmo distribuídos via internet, como é o caso do SPRING, que
pode ser usado gratuitamente por quem estiver interessado.
A principal utilidade do SIG é possibilitar análises de informação geográfica com
muito mais precisão e facilidade do que seria imaginável antes dos computadores. Antes do
SIG, para poder unir vários mapas de uma mesma região (informações sobre relevo
sobrepostas a informações sobre o uso do solo, pedologia e precipitação de chuvas, por
exemplo) era preciso sobrepor dois papéis vegetais e realizar a operação necessária
manualmente.
Os SIG’s realizam todos os cálculos necessários, relaciona todas as partes de um
mapa através de topologia, trabalha com várias camadas de informação simultaneamente e
permite simulações que seriam imagináveis se não existisse esta tecnologia.
Entre as principais aplicações do sistema, podem ser mencionados os estudos de
meio ambiente, mapeamentos de cidades (entre outras coisas para aumentar a arrecadação
do município), logística, segurança, marketing geográfico e agricultura de precisão.
4.5.1 Conceituação
Algumas definições conceituais encontradas na literatura sobre SIG são destacadas a
seguir:
“É um sistema computacional composto de softwares e hardwares, que permite a
integração entre bancos de dados alfanuméricos (tabelas) e gráficos (mapas), para o
processamento, análise e saída de dados georreferenciados. Os produtos criados são
arquivos digitais contendo Mapas, Gráficos, Tabelas e Relatórios convencionais
(FATOR GIS, 2006)”.
51
“SPRING é um SIG no estado-da-arte com funções de processamento de imagens,
análise espacial, modelagem numérica de terreno e consulta a bancos de dados espaciais”
(SPRING, 1996).
Sistema de Processamento de Informações Georreferenciadas – SPRING é um banco
de dados geográfico de 2º geração, para ambientes UNIX e Windows com as seguintes
características:
Opera como um banco de dados geográfico sem fronteiras e suporta grande
volume de dados (sem limitações de escala, projeção e fuso), mantendo a identidade
dos objetos geográficos ao longo de todo banco;
Administra tanto dados vetoriais como dados matriciais (“raster”), e realiza a
integração de dados de Sensoriamento Remoto num SIG;
Prove um ambiente de trabalho amigável e poderoso, através da combinação de
menus e janelas com uma linguagem espacial facilmente programável pelo usuário
(LEGAL – Linguagem Espaço-Geográfico baseada em Álgebra);
Consegue escalonabilidade completa, isto é, é capaz de operar com toda sua
funcionalidade em ambientes que variem desde microcomputadores a estações de
trabalho RISC de alto desempenho;
Adaptado a complexidade dos problemas ambientais, que requerem uma forte
capacidade de integração de dados entre imagens de satélite, mapas temáticos e
cadastrais e modelos numéricos de terreno. (SPRING, 1996).
Os SIG’s necessitam usar o meio digital, portanto o uso intensivo da informática é
imprescindível; deve existir uma base de dados integrados, estes dados precisam estar
georreferenciados e com controle de erro; devem conter funções de análises destes dados que
variam de álgebra cumulativa (operações tipo soma, subtração, multiplicação, divisão etc.) até
álgebra não cumulativa (operações lógicas), (Silva, 2003).
Segundo Câmara & Medeiros, (1998) a estrutura de um SIG tem os seguintes
componentes: Interface com usuário; Entrada e integração de dados; Funções de
processamento gráfico e de imagens; Visualização e plotagem; Armazenamento e recuperação
de dados (organizados sob a forma de um banco de dados geográficos). A interface homem-
máquina define como o sistema é operado e controlado. No nível intermediário, um SIG deve
ter mecanismos de processamento de dados espaciais (entrada, edição, análise, visualização e
52
saída). No nível mais interno do sistema, um sistema de gerência de bancos de dados
geográficos oferece armazenamento e recuperação dos dados espaciais e seus atributos.
Os dados são tratados de diversas fontes geradoras e de formatos apresentados, com
relações espaciais entre si (topologia – estrutura de relacionamentos espaciais que se pode
estabelecer entre objetos geográficos). Podem ser genericamente separados em mapas
temáticos, mapas cadastrais (mapas de objetos), redes, imagens e modelos numéricos de
terreno.
A figura 4.2 indica o relacionamento dos principais componentes. Cada sistema, em
função de seus objetos e necessidades, implementa estes componentes de forma distinta, mas
todos os subsistemas citados estão presentes num SIG.
Figura 4.2 – Arquitetura geral de Sistemas de Informação Geográfica
Fonte: (Câmara & Medeiros, 1998).
4.6 Sensoriamento Remoto
A origem de sensoriamento remoto está ligada às experiências de Newton em 1822,
o qual constatou que um raio luminoso (luz branca), ao atravessar um prisma, o mesmo
desdobrava-se num feixe colorido – um espectro de cores (SPRING, 1996)
O sensoriamento remoto (Remote Sensing) é antes de tudo a possibilidade de ver o
terreno de cima. É poder estar sobrevoando de alguma maneira a Terra e saber quais os
formatos e dimensões de uma área. Esta possibilidade é bastante recente, na verdade. As
53
primeiras vezes que um ser humano pôde vislumbrar o nosso planeta deste ponto de vista
datam do surgimento de balões.
Já em meados do século passado os aerolevantamentos fotográficos promoveram
importante salto na evolução do conhecimento geológico, ampliando as possibilidades da
observação das formas de relevo e sua correlação com o substrato, tanto na discriminação
litológica como na análise estratigráfica e estrutural. Forneceram também uma base visual,
sobre as quais muitos mapas geológicos foram gerados.
Mas, hoje, estar acima do solo é uma atividade normal para o ser humano,
principalmente graças ao desenvolvimento dos aviões no século XX. E a instalação de
sensores nestes aviões trouxe à cartografia uma nova ferramenta bastante poderosa. As
câmeras de fotogrametria aéreas são hoje indispensáveis para a construção de certos tipos de
cartografia.
O sensoriamento remoto constitui um recurso excelente para atualização de bases
cartográficas. É bastante comum a extração de feições cartográficas por sensoriamento
remoto a partir de imagens de satélites, para atualização ou complementação de cartas
topográficas (escalas médias). Normalmente, utilizam-se métodos de classificação de
imagem, complementada com amostragens de campo referentes aos temas em identificação.
Além da atualização da base cartográfica para o SIG, as imagens orbitais, pelo caráter de
repetitividade com que são geradas, permitem a realização de medições multi-temporais,
utilizadas para a detecção de mudanças relativamente a determinadas feições imageadas, ou
o monitoramento de determinados processos ocorridos na superfície terrestre, que poderão
ir sendo “informados” ao SIG (Figueira, 1999).
Com o advento do imageamento da Terra por sensores transportados por satélites
abriu-se a possibilidade da análise de grandes áreas em escalas regionais, além de, mais
recentemente, a alta resolução espacial de alguns deles permitir também estudos de detalhe,
com a vantagem de uma grande precisão cartográfica.
Os sensores ópticos multiespectrais, com bandas distribuídas nas regiões do visível e
infravermelho do espectro eletromagnético, permitem ainda a caracterização do
comportamento espectral de materiais terrestres de forma que significam um importante
avanço na discriminação de rochas, minerais, solos, vegetação e água. Os dados quantitativos
produzidos por estes sensores, na forma de números digitais proporcionais à refletância dos
materiais medidos em cada banda, podem ser processados através de rotinas computacionais
54
específicas em que a aplicação de técnicas de realce e classificação permite a distinção entre
alvos (Perrota, 2006).
As câmeras colocadas a bordo de aviões fazem fotos em formatos muito maiores do
que aquela a que estamos acostumados e a uma velocidade grande. Estas fotos são
escameadas e, depois de estarem em formato digital, vão para estações de restituição
fotogramétrica, onde são transformadas em mapas (INFOGEO, 2000).
A grande vantagem do processo talvez seja a possibilidade de se conseguir
informação bastante detalhada da região de uma só vez. Muitas vezes é necessário refazer
uma parte do vôo ou então recorrer à complementação de campo (feito com estações totais
ou GPS). Mas mesmo assim a aquisição da informação é muito mais rápida do que se fosse
feita a partir da terra.
O avanço da tecnologia trouxe ainda uma segunda possibilidade de obtenção de
imagens de sensoriamento remoto; as imagens feitas por satélites. Hoje existe no espaço um
grande número de sensores colocados em diferentes alturas e órbitas e que têm por principal
finalidade fazer imagens de nosso planeta.
A resolução das imagens de satélite sempre foi um problema para cartógrafos, no
entanto. Até há pouco tempo, não era possível enxergar do espaço objetos menores do que
dez metros, o que impossibilitava que se usasse este material para trabalhos de maior
precisão. Contudo, desde 1999, com o lançamento do Ikonos, já é possível ver trechos de
um metro de terreno. E oferta deste tipo de imagem deve aumentar bastante em breve, com
o lançamento de outros sensores que têm a mesma resolução (INFOGEO, 2000).
4.6.1 Conceituação
As definições de sensoriamento remoto encontradas na literatura variam pouco,
entre as quais destacam-se:
Para Rocha (2000), é “a aplicação de dispositivos que, colocados em aeronaves ou
satélites, nos permite obter informações sobre objetos ou fenômenos na superfície da Terra,
sem contato físico com eles”.
Barrett & Curtis (1976) refere-se “a qualquer objeto técnico de imageamento, sem
que o sensor esteja em contato direto com o próprio objeto ou cena”.
55
Segundo
Barrett e Curtis (1992) é “a ciência de observação à distância”, para
Novo
(1989) “é a utilização de sensores para aquisição de informações sobre objetos ou fenômenos
sem que haja contato direto entre eles”.
Para Richardson & Benjamin (1983) é “a observação de um objeto por um aparelho
separado dele por alguma distância”, e segundo Lintz Jr. & Siminettt (1976) é “a aquisição de
dados físicos de um objeto sem tocá-lo”.
Para Holz (1985) é “um ganho de informação sobre um objeto ou fenômeno,
enquanto guarda alguma distância dele e sem contatos físicos diretos com ele”,
Para Lillesand & Keifir (1995) é “a ciência e a arte de obter informações sobre um
objeto, área ou fenômeno através da análise de dados obtidos por um aparelho que não
esteja em contato com o objeto, área ou fenômeno sob investigação”.
Para (SPRING,1996) "utilização de sensores para aquisição de informações sobre
objetos ou fenômenos sem que haja contato direto entre eles".
Sensores “são equipamentos capazes de coletar energia proveniente do objeto,
convertê-la em sinal passível de ser registrado e apresentá-lo em forma adequada à extração
de informações” Conceito mais específico: “Conjunto das atividades relacionadas à aquisição
e a análise de dados de sensores remotos”.
Sensores remotos são “sistemas fotográficos ou óptico-eletrônicos capazes de
detectar e registrar, sob a forma de imagens ou não, o fluxo de energia radiante refletido ou
emitido por objetos distantes” (SPRING/INPE).
Os sensores que medem a radiação refletida e/ou emitidas pelos alvos, que provém
de uma fonte externa (e.x. do sol), são denominados de sensores passivos, porque eles não
possuem radiação própria, isto é, dependem de uma fonte de iluminação externa. Por outro
lado, se o sistema sensor possui uma fonte de radiação, isto é, não depende de uma fonte
externa para irradiar o alvo, ele é dito ativo. Neste caso, o sensor emite um fluxo de radiação
em determinada faixa espectral que interage com os alvos na superfície da Terra e a parte que
é refletida é, então, captada pelo sensor. Como exemplo de sistema ativo tem-se os radares, o
laser, radiômetros de microondas e câmaras fotográficas quando utilizam como fonte de
radiação o “flash” (Moreira, 2001).
Tudo na natureza está em constante vibração, emitindo ou modificando ondas
eletromagnéticas (energia) e apresentando “perturbações” dos campos magnéticos e
gravimétricos da Terra. Todos os instrumentos que captam e transformam essa energia
poderiam ser classificados como sensores: rádio, televisão, máquina fotográfica, etc.
56
Uma câmara fotográfica com flash poderia ser tomada como exemplo de um sistema
sensor:
“Quando o sistema da câmara é ativado, o flash é acionado e emite radiação. A
radiação flui para o alvo e é refletida deste para o sistema óptico da câmara. Então, a
radiação refletida é focalizada sobre o plano do filme, que constitui um detector
fotoquímico de radiação. Uma imagem latente do padrão de radiação é formada no
filme e depois desenvolvida quimicamente” (Moreira, 2001).
Sempre que se realiza um trabalho, algum tipo de energia deve ser transferido de um
corpo a outro, ou de um local para outro no espaço. De todas as possíveis formas de energia,
uma de especial importância ao sensoriamento remoto, e a única que não necessita de um
meio material para se propagar que é a energia radiante ou energia eletromagnética.
4.6.2 Radiação eletromagnética (REM)
Toda matéria a uma temperatura superior a zero absoluto (0º K ou -273º C) emite
radiação eletromagnética, como resultado de suas oscilações atômicas e moleculares
(SPRING, 1996).
A forma mais conhecida de energia radiante é a luz visível, embora outras formas
como raios X; raios ultravioletas; ondas de rádio e o calor, também nos sejam familiares, são
basicamente da mesma natureza e sua forma de propagação é explicada pela teoria
ondulatória da luz.
A Radiação eletromagnética pode ser considerada como energia pura, na forma de
campo magnético perpendicular a um campo elétrico, que oscilam perpendicularmente à
direção de propaganda da onda, de modo que o campo magnético gera um campo elétrico
(Figura 4.3).
Figura 4.3 – Onda Eletromagnética
Fonte: (Lillesand & Keifer, 1995, apud Barbosa, 2000).
Cam
p
o elétrico
Cam
p
o ma
g
nético
λ
f
c
p
icos
vales
Direção de propagação
57
Onde, (c = λ . f); c = (velocidade da luz); (λ = comprimento de onda – distância
entre dois picos ou dois vales consecutivos; f = freqüência – número de ciclos por segundo a
partir de um ponto fixo.
A velocidade de propagação da onda eletromagnética no vácuo é a velocidade da luz
(3 x 10
8
m/s). O número de ondas que passa por um ponto do espaço num determinado tempo
define a freqüência (f) da radiação.
A faixa de comprimentos de onda ou freqüências em que se pode encontrar a
radiação eletromagnética é ilimitada.
O parâmetro mais importante para identificação e medição das características físicas
e ambientais no sensoriamento remoto é a variação da distribuição da energia
eletromagnética. O principal modo de transferência é a radiação que é o processo de emissão
da energia radiante, sendo efetuada através de ondas eletromagnéticas. O exemplo de energia
radiante mais familiar e de maior importância é a energia solar, que se propaga pelo espaço
vazio desde o Sol até a Terra.
A principal fonte de energia eletromagnética pode ser dividida em naturais (Sol,
Terra, radioatividade) e artificial (radar, laser, etc.). O sol é o mais importante fonte natural,
pois sua energia ao interagir com as substâncias da superfície da Terra, origina uma série de
fenômenos (reflexão, absorção, transmissão, luminescência, aquecimento, etc.) investigados
pelo sensoriamento remoto. Durante a fase de aquisição de dados pelos sensores, podemos
distinguir os seguintes elementos básicos: energia radiante, fonte de radiação, objeto (alvo),
trajetória e sensor (sistema de imageamento óptico e detector). A figura 4.4 a seguir apresenta
estes elementos e exemplifica os vários caminhos que a radiação eletromagnética pode tomar
antes de atingir o sistema sensor.
58
Figura 4.4 – Interações da Radiação Eletromagnética
Fonte: (Lillesand & Keifer, 1995, apud Barbosa, 2000).
A atmosfera é um meio extremamente complexo através do qual a energia
eletromagnética proveniente do sol, percorre até atingir a superfície da Terra.
Quando um fluxo de
radiação eletromagnética emitido ao incidir sobre a superfície
ou de um objeto pode ser refletido, absorvido ou transmitido. Quando absorvido, a energia é
geralmente re-emitida, em diferentes comprimentos de onda (λ).
Os processos de emissão, absorção, reflexão e transmissão ocorrem simultaneamente
e suas intensidades relativas caracterizam a matéria em investigação. Dependendo das
características físicas e químicas da mesma, os processos ocorrem com intensidades diferentes
em diferentes regiões do espectro.
Esse comportamento espectral das diversas substâncias é denominado assinatura
espectral e é utilizado em sensoriamento remoto para distinguir diversos materiais entre si.
Qualquer fonte de energia eletromagnética é caracterizada pelo seu espectro de emissão, o
qual pode ser contínuo ou distribuído em faixas discretas.
As interações produzem modificações na energia incidente, essas modificações são
importantes em sensoriamento remoto. As interações básicas mais importantes são energias
incidente, transmitida, absorvida, emitida e a refletida como pode ser observada na Figura 4.5.
59
Figura 4.5 Interação básica da energia eletromagnética com uma feição da superfície
terrestre
Fonte: (Barbosa, 2000).
4.6.3 Espectro eletromagnético
O espectro eletromagnético é subdividido em faixas, representando regiões que
possuem características peculiares em termos dos processos físicos geradores de energia ou
dos mecanismos físicos de detecção desta energia (Fig. 4.6)
Figura 4.6 – Espectro Eletromagnético
Fonte: (SPRING, 1996)
Objeto
E
i
(λ) = Energia Incidente
E
R
(
λ
) = Ener
g
ia Refletida
E
T
(
λ
) = Energia Transmitida
E
A
(λ) = Energia Absorvida
E
i
(
λ
)
= E
R
(
λ
)
+ E
A
(
λ
)
+ E
T
(
λ
)
Superfície terrestre
60
As principais faixas do espectro eletromagnético estão representadas e descritas na
tabela 4.1.
Tabela 4.1 – Sumário das principais aplicações de algumas regiões do espectro
eletromagnético
Comprimento de
Onda
Aplicação Comprimento de
Onda
Aplicação
Raios
γ
Pesquisa Mineral 1.55-1.75 µm Umidade na vegetação
Raios X Medicina 2.04-2.34 µm Tipos de rochas, Pesquisa
mineral
Ultravioleta (UV) Detecção de
derrame óleo
10.5-12.5 µm Temperatura de superfície
0.4-0.45 µm Turbidez da água 3 cm – 15 cm Relevo e umidade do solo
0.7-1.1 µm vigor da vegetação 20 cm – 1 m Penetração no dossel e
biomassa arbórea
Fonte: (Barbosa, 2003).
A radiação refletida pelas feições da superfície terrestre é muito importante no
sensoriamento remoto (SR), pois contém informação espectral na forma da cor da superfície
que refletiu. Para o SR é muito importante medir as propriedades de refletância dos alvos
naturais. Essas propriedades podem ser quantificadas de refletância dos alvos naturais,
comparando-se a quantidade de energia que é refletida, com a quantidade total de energia
incidente. Esta relação é chamada “Refletância Espectral”.
Um gráfico que representa a refletância espectral de um objeto, em função do
comprimento de onda, é chamado Curva de Refletância Espectral. Esta curva é muito
importante na escolha da região do espectro para que possamos adquirir dados para uma
determinada aplicação.
A Figura 4.7 mostra as três principais feições terrestres: Água, Solo e Vegetação e
suas curvas de refletância espectral, que permitem algumas considerações.
61
Figura 4.7 – Curvas características da reflectância espectral para os principais alvos da
Superfície terrestre: água, vegetação e solo
Fonte: Lillesand e Kiefer (1995).
A curva de refletância da água é bastante simples (Figura 3.7). A água absorve toda
radiação eletromagnética abaixo de 0,38µm e acima de 0,7µm, isto é a refletância é zero de
absorção total. A água reflete energia apenas no comprimento de onda próximo a 0,6 µm, fora
dessa região praticamente transmite toda a radiação incidente, porém essa transmitância
depende de vários fatores, como a presença de material em suspensão, matéria orgânica como
algas e outros microorganismos. A presença de sedimentos em suspensão aumenta
consideravelmente a refletância da água na região do visível (Barbosa, 1997a).
A radiação infravermelha (IV) tem grande importância para o sensoriamento remoto.
A água tem alta absorção da energia do infravermelho próximo e médio Por isso é mais fácil
locar e delinear os corpos d água nas imagens infravermelhas do que nas imagens do visível.
Já na radiação com comprimento de onda de 0,75µm a 1,0mm. É um campo de luz branca
sensível aos órgãos de sentido em forma de calor.
A curva que representa a refletância espectral do solo (Figura 3.7), apresenta poucas
variações tipos “picos” e “Vales”, que depende de vários fatores: umidade, composição
granulométrica, rugosidade da superfície, presença de ferro, matéria orgânica, que são fatores
complexos, variáveis e intercalados. A umidade do solo diminui a sua refletância, e por isso
nas bandas de absorção da água a 1,4µm, 1,9µm, e 2,7µm, o solo apresenta vales na sua
refletância espectral. Quando os solos são bem drenados (grosseiros e areníticos), resultante
62
de baixa umidade e a refletância alta, enquanto solos mal drenados (granulação fina, como
argilitos) mais úmidos, apresentam menor refletância. (Barbosa, 1997a).
A curva de refletância espectral da vegetação na região do visível (Figura 3.7), os
“vales” estão relacionados ao pigmento que dá cor verde nas folhas das plantas. A clorofila
absorve a energia incidente sobre ela, em comprimentos de onda em 0,4 µm a 0,6 µm,
corresponde às cores azuis e vermelhas. Da mesma forma o “pico” na região de 0,5µm,
corresponde à cor verde, causada pela forte refletância. Quando a produção da clorofila
diminui ou cessa, a refletância do vermelho aumenta e a vegetação algumas vezes alcança o
“amarelamento” das folhas (verde + vermelho) perceptível aos nossos olhos. Muitas vezes
esta diferença de refletância é usada para detecta doenças, ataques de pragas, o estresse
hídrico, e muitas vezes permitindo a separação entre plantas sadias e doentes.
Ultravioleta (UV) – é uma faixa de luz branca não perceptível pelos órgãos do
sentido do ser humano.
Visível – é um campo da luz branca sensível ao olho humano. Os comprimentos de
onda de aproximadamente 0,45 a 0,50µm apresentam-se azuis, enquanto aqueles situados
entre 0,5 e 0,57µm apresentam-se verdes e entre 0,61 e 0,78µm, vermelhos.
Quando passa da região do visível para infravermelho refletido, nos comprimentos
de onda de 0,7µm, a 1,3µm, a refletância aumenta mais de 50%, e está relacionada à estrutura
interna das folhas, que variam de espécie para espécie vegetal.
Nos comprimentos de onda acima de 1,3µm, a energia incidente é absorvida nos
“vales” de 1,4µm,, 1,9µm e 2,7µm. Isto se deve pela presença de água nas folhas das plantas.
Devido a isto, essas regiões são chamadas “bandas de absorção da água”.
A faixa mais usada em sensoriamento remoto está entre 0,3µm a 15,0µm (conhecido
como espectro óptico), pois nesta faixa os componentes ópticos de reflexão e refração tais
como: lentes, espelhos, prismas, etc., são utilizados para coletar e reorientar a radiação.
Existem regiões do espectro eletromagnético para as quais a atmosfera é opaca, ou
seja, não permite a passagem da radiação eletromagnética. Essas regiões definem bandas de
absorção da atmosfera. Nas regiões do espectro em que a atmosfera é transparente, a radiação
proveniente do sol são conhecidas como “janelas atmosféricas”.
63
4.6.4 Processamento Digital de Imagem (PDI)
A análise digital de dados, mais especificamente, imagens digitais de sensoriamento
remoto, possibilitou, nos últimos trinta anos, um grande desenvolvimento das técnicas
voltadas para análise de dados multidimensionais, adquiridos por diversos tipos de sensores.
Estas técnicas têm recebido o nome de processamento digital de imagens.
O termo processamento digital de imagens refere-se à manipulação de imagens
digitais, com vista à obtenção de uma imagem final, em que se pode, com maior precisão,
discernir sobre temas constantes na imagem inicial. Assim, quando se processa uma imagem
digital, objetiva-se à inferência do conhecimento sobre aspectos temáticos qualitativos e
quantitativos existentes no alvo imageado, em uma imagem de saída.
Em meio à evolução das ferramentas de informática (hardware e software) e ao
refinamento tecnológico na obtenção de imagens por parte de vários tipos de sensores, o PDI
tem hoje importância considerável em vários campos de aplicações que vão desde a
biomedicina, passando pelo estudo de recursos naturais e aspectos relativos à dinâmica do
planeta e, ainda, setores de indústria, comunicação, etc.
O objetivo de se usar PDI é melhorar o aspecto visual de certas feições estruturais
para o analista humano, isto por que o olho humano não tem capacidade de discernir os
valores das tonalidades de cinza em uma imagem o que dificulta ao foto-intérprete realizar
simultaneamente análise numérica de uma imagem espectral, e fornecer outros subsídios para
sua interpretação, inclusive gerando produtos que possam ser posteriormente submetidos a
outros processamentos.
O uso de imagens multiespectrais registradas por satélites tais como: LANDSAT,
SPOT, IKONOS, CBERS, ERSI, NOAA ou similares, tem mostrado como uma valiosa
técnica para extração dos dados destinados as várias aplicações de pesquisa de recursos
naturais.
As técnicas de processamento digital de imagens, além de permitirem analisar uma
cena nas várias regiões do espectro eletromagnético, também possibilitaram a integração de
vários tipos de dados, devidamente registrados, geralmente são agrupadas em três etapas
distintas conforme a figura 4.8.
64
Figura 4.8 – Etapas do processamento digital de imagens
Fonte: (Fonseca, 2000).
O pré-processamento refere-se ao processamento inicial de dados, pois permite a
visualização das imagens multiespectrais em composição, de forma aditiva a três cores
primárias: o vermelho, o verde e o azul (RGB). As composições coloridas são formadas a
partir da atribuição de cores a cada banda espectral. A imagem resultante é colorida, porém
com cores que não correspondem às cores verdadeiras que se percebem em fotografias. Na
obtenção de composições coloridas podem-se combinar três bandas quaisquer, no entanto,
essas devem ser escolhidas em função do objetivo de trabalho.
O realce de contraste tem por fim possibilitar a melhor visualização da imagem sob
critérios subjetivos do olho humano. A necessidade de se realizar técnicas de realce em
imagens é oriunda da constatação de que processos de geração e visualização de imagens
promovem, muitas vezes, degradação do objeto a ser analisado. Neste caso, os valores de
níveis de cinza da imagem não estão espalhados por toda a extensão do histograma. A
operação de realce pontual de contraste promove o espalhamento dos valores do histograma
variando no intervalo máximo de obtenção da imagem pelos sensores, ou seja, de 0 a 255
níveis de cinza.
65
A operação de contraste resulta em um histograma de saída, de acordo com a função
de mapeamento utilizada, que, no SPRING, pode ser linear, quadrada, logaritmo ou, ainda,
negativo.
As operações de filtragem, diferentemente das operações de realce, promovem
alterações de níveis de cinza em pixels, considerando o valor do nível de cinza não só do pixel
em questão, como também de sua vizinhança. Nesses processos de matrizes, que se
constituem em máscaras, são aplicadas à imagem original, obtendo-se, como produto, uma
nova imagem, em que se eliminam as linhas e colunas iniciais e finais da imagem original.
Geralmente, utilizam-se em PDI espaciais filtros lineares e não-lineares. Os mais
utilizados são os filtros lineares passa - baixa e passa - alta. Esses filtros servem para suavizar
ou realçar detalhes da imagem, ou ainda, minimizar efeitos de ruído.
As propriedades de cores são distinguidas pelo olho humano a partir de três fatores:
(IHS) a intensidade, o matiz e a saturação.
A intensidade (I Æ Intensity) corresponde à medida total da energia envolvida em
todos os comprimentos de onda, responsável pela sensação de brilho advindo do objeto
mirado sobre o olho humano.
Por sua vez, o matiz ou cor (H Æ Hue) de um objeto corresponde ao comprimento de
onda média da luz refletida ou emitida e que define a cor do objeto.
A energia é transmitida ou emitida em um intervalo de comprimento, em torno do
comprimento médio. A esse intervalo de comprimento de emissão ou reflexão de energia
corresponde à saturação ou pureza (S Æ saturation).
Cada uma das componentes acima, que constituem o espaço de atributos de cores
IHS, podem ser individualmente manipuladas ou analisadas. A representação do espaço IHS
pode ser representada por um cone com duas pontas, como na Figura 4.9. Na figura 3.9, o
cone é construído atribuindo-se ao maior eixo a componente brilho (I), e, perpendicular a esse
eixo, define-se o plano em círculo, que contém os matizes (H) possíveis. Quanto mais
próximo ao eixo de brilho, menor a saturação (S); mais afastado, maior a saturação.
66
Figura 4.9 – Representação gráfica do espaço de atributos de cores IHS
Fonte: (Scuri, 1999)
A importância das transformações dos espaços de atributos de cores RGBÅÆIHS
em PDI é a obtenção de imagens, composições coloridas, apresentando reduzida correlação
inter-banda e com melhor utilização do espaço de cores. Através das transformações torna-se
ainda possível à combinação de tipos distintos de imagens e imagens de sensores diferentes.
As transformações são realizadas com uso de algoritmos que relacionam os dois espaços de
cores.
As componentes principais constituem técnica de realce, que a partir dos canais
originais obtém novos canais com o mínimo de informações redundantes em cada um. Tem
como objetivo aumentar a capacidade de discriminação dos elementos de uma imagem,
reduzir a dimensão, e melhorar o aspecto visual da imagem.
A similaridade visual e numérica entre bandas individuais de uma imagem,
provocada pelo efeito de sombras, pela sobreposição de janelas espectrais entre bandas
adjacentes e pelo comportamento espectral dos alvos provoca a obtenção de informação
redundante na análise de imagens. Para redução e mesmo remoção desse aspecto indesejável
pode-se recorrer à geração de componentes principais.
67
A geração de componentes principais produz um novo conjunto de imagens em que
cada banda individual e possui informações exclusivas. Os valores dos pixels das novas
imagens são resultantes de combinação linear dos valores originais, a partir de matriz de
covariância entre as bandas espectrais de entrada. Os componentes principais obtidos são em
mesmo número que o de bandas utilizadas e apresenta-se a partir do componente de maior
contraste até o de menor contraste.
A contribuição de cada banda de entrada, na obtenção dos componentes principais é
estabelecida por fatores de ponderação, os autovetores, que são vetores de módulo unitário
correspondentes ao comprimento dos eixos das componentes principais (autovalores). Os
autovalores correspondem a um conjunto de quantidades determinadas pelo coeficiente de
correlação. Os autovalores correspondem, em última instância, a parâmetros estatísticos para
análise, na forma percentual.
Segmentação de imagens é definida como o processo de separação de regiões
homogêneas de uma imagem, considerando parâmetros tais como o nível de cinza dos pixels,
a textura e o contraste. Entende-se como região, em uma imagem, um conjunto de pixels
contíguos, espalhados bidirecionalmente e apresentando uniformidade.
No processo de segmentação de imagens podem-se observar as etapas seguintes
(Figura 4.10):
Figura 4.10 – Etapas do processo de segmentação de imagens
Fonte: (Coutinho, 1997).
68
A classificação consiste em estabelecer correspondência entre as regiões ou pixels
existentes na imagem e os temas ou classes da área em estudo. Durante a classificação,
padrões são reconhecidos e associados aos diversos temas. Os classificadores utilizados no
processo podem ser pontuais (pixel a pixel) ou classificadores por regiões.
No primeiro caso, apenas a informação espectral isolada de cada pixel é utilizada
para achar regiões homogêneas. No segundo, a informação espectral da vizinhança de cada
pixel, além da informação individualizada também é considerada. Em ambos os casos, as
coordenadas dos pixels na imagem e a coordenada espectral do pixel (valor da radiância)
apresentada nas bandas em estudo, são considerados.
A classificação de padrões de imagem digital pode ser supervisionada ou não-
supervisionada. Na classificação supervisionada, o usuário detém informações que
identificam cada classe de interesse no processo. Na não-supervisionada, um algoritmo é
utilizado no reconhecimento das classes presentes na imagem.
4.7 Sistema de Posicionamento Global – GPS
O Sistema de Posicionamento Global – GPS, parecer natural para nós que um
aparelho simples, portátil, possa informar com precisão a posição geográfica em que nós
estamos a cada momento. Mas há menos de trinta anos, saber a localização exata de um ponto
era uma tarefa bem mais complicada. As viagens por mar, por exemplo, foi feita durante
vários séculos simplesmente com base na posição das estrelas. Apesar de ser uma maneira
bastante confiável para trabalhar, a orientação pelos astros traz inúmeros problemas; não é
sempre que se pode ver o céu com clareza, por exemplo. E, além disso, a precisão sempre
deixava a desejar.
A tecnologia atual permite que qualquer pessoa possa se localizar no planeta com uma
precisão nunca imaginada por navegantes e aventureiros há até bem pouco tempo. O
sofisticado sistema que tornou realidade esse sonho é chamado “GPS” – (Sistema de
Posicionamento Global) – e foi concebido pelo Departamento de Defesa dos EUA no início
da década de l960, sob o nome de 'projeto NAVSTAR'. O sistema foi declarado totalmente
operacional apenas em l995 (Gorgulho, 2006).
As intenções iniciais eram utilizá-la principalmente, para a navegação com
propósitos militares. Somente com a descoberta da grande precisão do sistema e com o
69
aumento da eficiência dos receptores é que ele passou a ser também utilizado pela
comunidade civil (Rocha, 2000).
A primeira fase de implantação do GPS foi a colocação de 24 satélites em órbita, os
quais estão distribuídos em 6 órbitas planas. (Figura 4.11). Cada plano possui uma
inclinação de 55° em relação ao plano do Equador. Todos os satélites estão de 20.000km
acima da Terra e completam uma volta inteira em torna da Terra, há aproximadamente cada
12 horas
e que enviam continuamente sinais de rádio. Em cada ponto da Terra estão sempre
visíveis quatro satélites e com os diferentes sinais desses quatro satélites o receptor GPS
calcula a latitude, longitude e altitude do lugar onde o operador se encontra. (Rocha, op cit).
Figura 4.11 – Constelação de satélites GPS
Fonte: (Dilão, 2006)
A rota e a disposição dos equipamentos foram planejadas de maneira que em
qualquer ponto do planeta, a qualquer momento, seja possível fazer contato com pelo menos
três satélites ao mesmo tempo. Depois dos satélites em órbita, foi preciso melhorar a
70
capacidade de recepção dos sinais em terra. Os primeiros receptores desenvolvidos eram
muito grandes e pouco eficientes. Com o tempo, foi possível torná-los menores e melhorar a
precisão oferecida. Hoje, por exemplo, existem receptores pequenos a ponto de poderem ser
embutidos em relógios. E é possível saber a posição de um lugar com poucos milímetros de
margem de erro.
Hoje, os receptores GPS estão se difundindo rapidamente e já são usados
na
determinação de coordenadas de pontos da superfície terrestre e que serão utilizados no
georreferenciamento das imagens digitais
para os mais diversos fins. Mapeamento,
topografia, agricultura de precisão são algumas das práticas que se beneficiam com o
sistema. Esportistas que precisam saber sua localização (como participantes de rali ou
alpinistas) também têm usado bastante o GPS.
O GPS é um sistema espacial de fornecimento de informações de posicionamento,
navegação e tempo, baseado em radio que opera continuamente sob quaisquer condições
meteorológicas em qualquer lugar sobre ou próximo a Terra. O sistema devera atender
plenamente a navegação em geral e vem oferecendo precisões cada vez maiores nos
posicionamento estático e cinemático (Blitzkow, 1998).
O sistema GPS pode fornecer precisa capacidade de navegação tridimensional, em
qualquer parte da Terra, mesmo para usuários submetidos à alta dinâmica. Velocidade e
atitude também podem ser obtidas. Utilizando técnicas diferenciais e minimizando erros, o
sistema pode oferecer a alta precisão requerida em algumas aplicações (Morais et al, 1994).
Segundo (Morais et al, op cit) os principais objetivos do GPS são:
a) auxílio a radio navegação em três dimensões com elevada precisão nos cálculos de
posição, mesmo com usuários sujeitos as altas dinâmicas;
b) navegação em tempo real;
c) alta imunidade a interferências;
d) cobertura global, 24 horas por dia;
e) rápida obtenção das informações transmitidas pelos satélites.
71
CAPITULO V
5 MATERIAIS E MÉTODOS
A elaboração deste trabalho foi utilizado, uma vasta consulta bibliográfica via
internet, livros, relatórios técnicos e ambientais, e publicações referentes ao assunto da área
em questão, além dos dados, regionais, locais e temáticos.
Na primeira etapa foi realizado um levantamento e a análise de todos os dados,
mapas, relatórios técnicos e ambientais, disponíveis na PETROBRÁS (sobre a sua estrutura
exploratória na Bacia Potiguar) e nos demais órgãos da esfera municipal, estadual e federal.
Localização das instalações petrolíferas do campo Canto do Amaro, dos reservatórios d’água,
drenagens, lagoas, povoados e cidades, com auxílio de imagens de satélite e reconhecimento
geográfico da área de trabalho. Estas informações primárias foram então catalogadas, por
setores, áreas de atividades, tipos de atividades, características de terreno e aspectos
ambientais.
Foram utilizados para desenvolvimento desta pesquisa produtos orbitais, material
cartográfico, mapas topográficos e geológicos, e materiais suplementares que serão abordados
a seguir:
Imagens TM/Landsat – 7, nº da órbita 216 – 63 de 05/09/1996.
Imagem orbital SPOT nº. da órbita 215-064; projeção UTM; Zona 24 Sul; Datum
WGS 84; de 05/09/1996.
Conjunto de três imagens orbitais do satélite IKONOS 2, obtidas no mês de agosto
de 2002; projeção UTM; zona 24 sul; Datun WGS 84; resolução espacial de 1 m.
Imagens SPOT HRVIR de 07/08/1996 do ponto de órbita 726-360.
Carta topográfica Folha SB-24-X-B-IV – Areia Branca; escala 1:100.000;
elaborada pela SUDENE (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste) impresso no
ano de 1976.
72
Carta topográfica Folha SB-24-X-D-I – Mossoró; escala 1:100.000; elaborada pela
SUDENE (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste) impresso no ano de 1979.
Carta topográfica Folha SB-24-X-D-I-1-2 MI-897-2 – Serra do Mel; escala
1:50.000; impressão 1990; elaborado pelo DSG (Departamento de Serviço Geográfico),
Ministério do Exército – Departamento de Engenharia e Comunicações.
Mapa Geológico do estado do Rio Grande do Norte, escala 1/500.000 executado
em conjunto pelo DNPM/UFRN/PETROBRÁS/CPRM (1988).
Mapa Geomofológico do estado do Rio Grande do Norte, executado pelo projeto
RADAM-BRASIL (1981) na escala de 1/1.000.000.
Além dos dados e materiais disponíveis na PETROBRÁS, foram catalogadas e
atualizadas também, todas as informações contidas nas cartas topográficas da SUDENE, em
escala 1:100.000, as fotos aéreas e as ortofotocartas (1:10.000) desta área, para preparação e
elaboração das bases topográficas e de referência.
Foram realizadas as avaliações preliminares destes dados visando se identificar às
equivalências de escalas, tipos de coordenadas geográficas, qualidade das digitalizações
(polígonos fechados, linhas em direção digital, Georreferenciamento, etc.) e principalmente as
compatibilidades dos arquivos, para se trabalhar em uma plataforma única de softwares.
A área de pesquisa foi procedida de um mapeamento preliminar de feições
geológicas, pedológicas, geomorfológicas, vegetação etc., com base em imagens de satélite
com resolução espacial de 10 m (Imagem SPOT com merge do pancromático e sintético com
o modo SX). O levantamento de pontos de controle em campo (GCP), para
georreferenciamento das cartas geradas, foi procedido com uma acurácia de aproximadamente
10 m, com o uso de GPS. Sobre as imagens foram aplicadas correções básicas (atenuação
atmosférica; correção radiométrica) e técnicas de realces por ampliação de contraste, razão de
bandas, composição colorida RGB (Vermelho, Verde e Azul) e IHS (Intensidade, Matiz ou
cor e Saturação), componentes principais-PC e por fim segmentação/classificação. A
geocodificação das imagens consistiu da retificação geométrica mediante superposição com a
carta topográfica base da área de estudos. As imagens resultantes do processamento digital
foram avaliadas como bandas individuais e composições coloridas, sendo selecionadas as
mais significativas para uso na geração dos produtos de interesse. O processamento, estudo e
georreferenciamento das imagens e elaboração dos mapas temáticos digitais foram realizados
no SPRING v. 4.2.
73
Criação da base de dados
1. Digitalização de pontos cartográficos de referência, tais como drenagem,
estradas, cidades, etc., obtidos das cartas topográficas do IBGE e da SUDENE, na escala
1:100. 000.
2. Elaboração de mapas temáticos preliminar a partir da análise e interpretação das
imagens do sensor Thematic Mapper (TM) do satélite LANDSAT - 7 e do SPOT,
considerando os padrões fotográficos identificados pela variação dos matizes de cores, e pelos
elementos texturais de relevo e drenagem, como também a partir dos dados do processamento
digital.
3. Mapeamentos de detalhe das áreas de riscos selecionadas na etapa anterior. No
caso destas áreas, foram usados como bases, os produtos de sensores remotos com uma
resolução espacial máxima de 4 m (imagens do satélite IKONOS Merge com Fusão Digital
Muti+Pan – 3 bandas) e submétricas (Fotografias Aéreas de Pequeno Formato-FAPEFs, que
foram processadas diretamente no computador).
4. Georreferenciamento dos dados verificados no campo.
O levantamento de dados contou com análise detalhada dos solos, geologia,
vegetação, uso agrícola, relevo, da degradação ambiental. Constou da observação e descrição
das condições da infra-estrutura do campo petrolífero Canto do Amaro para a extração do
óleo e gás, definindo-se as vulnerabilidades e riscos ao meio ambiente e a população local.
A metodologia baseou-se nas observações de campo, com visita e
georreferenciamento dos poços, das linhas de produção e das estações receptoras com ajuda
de um GPS e registro fotográfico.
O sistema utilizado para o processamento de informações georreferenciadas foi o
SPRING que é um banco de dados geográfico de segunda geração, para ambientes UNIX e
Windows. Para o cálculo de vulnerabilidade foi utilizado o SISCAV (Sistema de cálculo de
Vulnerabilidade) que é um software que calcula as vulnerabilidades de indivíduos, famílias,
grupos ou comunidades, como suporte a mitigação e ao desenvolvimento de políticas públicas
para o desenvolvimento sustentável (Barbosa et al., 2003).
O processamento de imagens digital focou as imagens SPOT, que permitiu através da
classificação mapear três níveis de degradação ambiental na área do campo.
74
Foi realizada interpretação da imagem multiespectral orbital do satélite IKONOS da
banda 1, região do azul – intervalo espectral de 445 a 516 nm. A faixa espectral do azul
apresenta grande penetração na água com elevada transparência, permitindo estudos do chão
de corpos d’água não muito profundos. Sofre absorção pela clorofila e pigmentos
fotossintéticos auxiliares (carotenóides). Apresenta sensibilidade a plumas de fumaça
oriundas de queimadas ou atividade industrial. Pode apresentar atenuação pela atmosfera e
apresenta alta refletância nas áreas de solo exposto.
O trabalho de campo foi realizado durante o período da maré vazante, o que permitiu
fazer uma avaliação mais criteriosa do processo erosivo que está ocorrendo na margem direita
do estuário dos rios Apodi e Mossoró nos limites do campo petrolíferos Canto do Amaro. O
trabalho constou de uma descrição detalhada da paisagem e de registro fotográfico.
Na etapa final de campo foram coletados dados para realizações das características
físicas do solo (ensaio de infiltração e coleta de amostra de solo) e aplicações de questionários
de fatores de vulnerabilidades: social, econômico, seca e tecnológica na comunidade rural.
Os dados das características físicas do solo são os parâmetros necessários para
definir a capacidade de infiltração da água e/ou do óleo no solo, na determinação da
capacidade de infiltração máxima ou acumulada (I). Ela é geralmente expressa em
milímetros/dia (mm/dia) ou centímetros/dia (cm/dia), em função das características do solo e
de coleta de amostras de solo, a profundidade de 30 cm com o objetivo de determinar a
capacidade máxima de retenção de água não gravitacional CAD (mm), na parcela de solo
contida nos 100 cm de profundidade. Os passos metodológicos dos trabalhos foram:
Ensaios de infiltração (Capacidade de infiltração máxima)
Foram realizados ensaios de infiltração em todas as 7 manchas de solos na área de
estudo, utilizando-se água e óleo, totalizando 13 ensaios. Dependendo do solo, cada ensaio
demorou em média de 3 a 5 horas para ser realizado. São realizadas 5 medidas de cada
intervalo (de 1 em 1 minuto; de 5 em 5 minutos; de 10 em 10 minutos; de 15 em 15 minutos;
de 30 em 30 minutos e de 1 em 1 hora). Para o georreferenciamento dos ensaios foi utilizado
o GPS.
Para a determinação da velocidade de infiltração (VI) da água e/ou óleo no solo. Foi
utilizada a metodologia de Bernardo (1980). Os cilindros foram enterrados de forma
concêntrica, à profundidade de 15 cm, cujas características são dadas na Figura 5.1. A altura
75
da lâmina infiltrada é constantemente medida com uma régua graduada fixa no recipiente
externo que alimenta o cilindro interno enquanto o cilindro externo é alimentado
manualmente para manter o nível constante para evitar o movimento lateral da lâmina
infiltrada. Os valores das lâminas infiltradas são registrados em uma planilha juntamente com
os respectivos tempos de coletas dos dados (Apêndice A).
Figura 5.1 – Cilindros infiltrômetro de anel
Fonte: (Silvino, 2000) – adaptada.
Segundo Bernardo et al (2005) um solo pode ser classificado para água, segundo sua
velocidade de infiltração básica (VIB), e os valores de VIB em função da textura de solo são
Coleta de amostras de solo
Para a determinação das características da capacidade de campo (Cc), ponto de
murchamento (Pm) e densidade aparente (Da) foram coletadas amostras de solo pelo método
usual para caracterização analítica completa para uma profundidade de 30 cm, com a
utilização de um trado especial, segundo a metodologia de Bernardo et al (2005) (Anexo A).
Solo de VIB muito alta ........ > 30 mm/h
Solo de VIB alta ................... 15 – 30 mm/h
Solo de VIB média................ 5 – 15 mm/h
Solo de VIB baixa................. < 5 mm/h
Arenosa ............................... 25 a 250 mm/h
Franco-arenosa ................... 13 a 76 mm/h
Franco-arenosa-argilosa ..... 5 a 20 mm/h
Franco-argilosa ................... 2,5 a 15 mm/h
76
As seguintes formas metodológicas para a determinação dos parâmetros de Cc, Pm,
Da, DTA foram adotadas:
a) Determinação da capacidade de campo (Cc) – foi realizada com base no método da
curva de tensão (curva característica) – a tensão, considerada como equivalente à (Cc), é de
1/10 de atmosfera, para solos de textura grossa e de 1/3 de atmosfera, para solos de textura
fina. Segundo Bernardo et al (2005), a tensão geralmente usada é de 1/3 de atmosfera, para
qualquer tipo de solo. Para a presente pesquisa, esta curva de tensão foi determinada em
laboratório com panela e membrana de pressão, para baixa tensão.
b) Determinação do Ponto de Murchamento (Pm) – foi utilizada a metodologia
adotada por Bernardo et al (2005). O solo é destorroado e submetido a uma tensão de 15
atmosferas em membrana de pressão (panela de pressão) colocando-a na câmara e
aumentando a pressão sobre a membrana ou prato, até atingir 15 atmosferas. Cada amostra
fica sob esta pressão até que dela não saísse mais água, ou seja, a água retida pelo solo es
com tensão igual ou superior a 15 atmosferas.
c) Determinação de Densidade Aparente (D
a
) – foi utilizada o método de proveta de
Bernardo et al (2005). Os seguintes procedimentos foram adotados: 1) Pesa-se uma proveta de
100 ml, com aproximadamente de 0,5 a 1 g; 2) enche-se a proveta com solo em estufa a
105ºC; 3) coloca-se, de cada vez, aproximadamente 35 ml, contidos em Becker de 50 ml,
deixando cair de uma só vez e em seguida, compacta-se o solo batendo a proveta 10 vezes
sobre o lençol de borracha de 5 mm de espessura com distância de queda de mais ou menos
10 cm, sendo esta operação repetida por mais duas vezes, até que o nível da amostra fique
nivelado com o traço do aferimento da proveta; 4) Pesa-se a proveta com a amostra e calcula-
se a densidade aparente pela fórmula abaixo:
d
a
= peso da amostra seca a 105 º C / volume da proveta (g / cm
3
)
Com os parâmetros de campo definidos, determinou-se a Disponibilidade Total de
Água do solo (DTA).
DTA = (Cc – Pm ) / 10 x d
a
A DTA define a vulnerabilidade dos solos frente aos riscos do derramamento de
óleo.
77
Vulnerabilidades
No estudo das condições socioeconômica e ambiental da área em estudo, foram
realizadas 35 entrevistas com aplicação de questionários de avaliação do diagnóstico
socioeconômico das famílias residentes na zona rural, nos limites do campo petrolífero Canto
do Amaro além de observações de campo e registros fotográficos (Figura 5.2). Os
questionários foram desenvolvidos na Universidade de Mérida na Venezuela, adaptados por
Rocha (1997), para o Rio Grande do Sul e adaptado por Silva (2002) e outros para o semi-
árido. As questões levantadas nos questionários encontram-se no Anexo B.
Figura 5.2 – Aplicação dos questionários de avaliação sobre os diagnósticos socioeconômicos
e ambientais às famílias da região em estudo
Para se realizar este diagnóstico socioeconômico consideraram-se alguns fatores e
suas variáveis:
Fator vulnerabilidade social: demografia, habitação, consumo de alimentos,
participação em organizações e salubridade rural.
Fator vulnerabilidade econômica: produção vegetal, produção de animais de
trabalho, verticalização, comercialização, crédito e rendimento.
Fator vulnerabilidade tecnológica: tecnologia e máquinas.
Fator vulnerabilidade à seca: recursos hídricos, produção, manejo de caatinga,
exploração de espécies nativas, armazenamento, redução do rebanho, previsão de chuvas,
educação e administração rural.
78
Os valores encontrados nas retas de vulnerabilidades podem variar de zero
(vulnerabilidade nula) até 100 (vulnerabilidade máxima) e são classificados de acordo com as
quatro classes constantes na Tabela 5.1.
Tabela 5.1 – Classes de Vulnerabilidades
Classes de Vulnerabilidades
Baixa Moderado Alta Muito alta
0 – 15 16 – 30 31 – 45 › 45
Fonte: (Barbosa, 1997b)
Os diagnósticos das vulnerabilidades permitem avaliar e identificar algumas
características da sociedade que são inerentes à construção social da degradação das terras e
dos riscos relacionados. Os questionários dos diagnósticos socioeconômico e ambiental foram
aplicados por amostragem (10% do total das famílias residentes na área do campo petrolífero
Canto do Amaro). Os 35 questionários foram aplicados a comunidade local por alunos dos
cursos de graduação em Engenharia de Minas e Engenharia Agrícola da UFCG (Anexo B).
Cada aluno atuou numa área pré-determinada e distribuindo-se por toda extensão da área,
permitindo assim uma avaliação de maneira uniforme na área em apreço.
Os alunos foram capacitados para o bom desempenho da tarefa, quando lhes foram
apresentados os objetivos desse trabalho, o método de seleção de famílias entrevistadas e a
explicação dos itens dos questionários, além dos objetivos gerais do projeto Marisco-Rede 5
(Anexo C).
79
CAPÍTULO VI
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
6.1 Riscos na exploração de petróleo no campo Canto do Amaro
6.1.1 Riscos nas linhas de produção
Os resultados da avaliação dos riscos e da vulnerabilidade do sistema exploratório do
campo petrolífero Canto do Amaro mostraram que as diretrizes da PETROBRÁS, no geral,
não estão sendo observadas.
A sinalização, principalmente das linhas de produção é muito precária, e nos locais
onde ela aparece está em má estado de conservação, e tomada pelo mato (Figura 6.1). Em
alguns pontos as linhas de produção estão sinalizadas, chamando atenção para o risco, como
esta observada nas proximidades do poço CJ-015. No entanto a conservação está muito ruim,
pois tanto as placas como os dutos estão envolvidos pelo mato seco.
A população na região é essencialmente rural. Na maioria são pequenos proprietários
rurais ou camponeses empregados nas propriedades maiores. A atividade agropecuária na
região está representada por algumas propriedades de médio a grande porte, como as fazendas
Frei Antônio e Canto do Amaro e por pequenas propriedades.
A atividade agropecuária, desenvolvida de forma extensiva, baseia-se na criação de
bovinos, ovinos e caprinos. A cultura agrícola basicamente é para o auto-consumo e as
principais culturas são o milho e feijão.
O acesso a estas linhas por animais e pela população é livre. Segundo o relato de
moradores locais, onde ocorrem conjuntos de linhas (várias linhas disponibilizadas de modo
paralelo) tem havido desastres com os animais de maior porte, como os bovinos, que ficam
80
presos entre elas, quebrando suas patas. Tal acidente também pode acontecer com os
humanos, ao tentar atravessá-las.
As linhas, na grande maioria dos casos parecem não receber a manutenção devida e
muitas vezes estão locadas diretamente sobre os solos, com risco de serem corroídas pela
ferrugem, além de estarem envoltas pela vegetação, que no período de estiagem está sob o
risco da autocombustão (Figura 6.2). As linhas de produção nem sempre estão de acordo com
as normas de segurança, ou seja, apoiadas sobre cavaletes de cimento armado ou de ferro,
com proteções laterais e com placas de sinalização. Na Figura 6.2 elas estão sobre cavaletes
de cimento armado e ferro, que as protegem da corrosão (umidade, salinização, etc.), no
entanto, a conservação fica a desejar, pois estão envolvidas pelo mato (vegetação herbácea,
gramíneas e pequenos arbustos), com alto risco de incêndio pela combustão natural no
período de seca. Pelo quadro que se apresenta, já faz tempo que não há um trabalho de
conservação, com retirada da vegetação que cresce entre as linhas. Também não existe
nenhuma placa de sinalização e nem cerca de proteção.
Figura 6.1 – Linhas de produção com
sinalização precária
Figura 6.2 – Linhas de produção sem estar
de acordo com as normas de segurança
Uma outra situação de risco e vulnerabilidade das linhas de produção, é que elas
estão depositadas diretamente sobre o solo, ao longo de diversas estradas de terra da região.
Próximo ao poço CAM-691, a linha de produção se encontra em situação de risco, por estar
depositada diretamente sobre o solo, ao longo de uma das estradas da área estando e
vulnerável a corrosão e à erosão do corte da estrada (Figura 6.3). Outra situação de risco
observada é o cruzamento das linhas de produção com as estradas, que às vezes as cruzam
sem estar sinalizadas, e enterradas muito próximas da superfície, o que acarreta uma situação
grave de risco e vulnerabilidade. Além de a linha estar praticamente na superfície, veículos
pesados, como se pode notar pelas marcas dos pneus, que transita diretamente sobre ela e, não
Linhas de produção
Linhas de produção
81
existe nenhuma placa de alerta. Esta linha deveria estar enterrada, e de preferência ter uma
estrutura de concreto por baixo da estrada, por dentro da qual a linha passaria. Na superfície
deveria estar sobre cavaletes, como a que passa ao largo (Figura 6.4).
Figura 6.3 – Linha de produção ao longo de
uma estrada da área em situação de risco
Figura 6.4 – Risco observado no
cruzamento das linhas de produção com as
estradas e sem sinalização ou de serviço
Outra situação de risco e vulnerabilidade foi verificada nas proximidades do poço
CAM-490, como mostrado na Figura 6.5. Cabe salientar que o trafego de veículos na região
não é pequeno e pelas estradas passam desde carroças puxadas por animais, automóveis,
ônibus escolares, caminhões pesados e tratores, etc.
Figura 6.5 – Risco das linhas de produção depositadas diretamente sobre o solo. Ponto
próximo ao poço CAM-490 (x = 699.207 ; y = 9.431.611)
Outra situação de risco e vulnerabilidade estudada foi à relação das estruturas de
exploração ao meio ambiente, mais precisamente com o estuário dos rios Apodi-Mossoró,
onde estão localizadas as salinas. Em alguns casos os cavaletes de sustentação dos dutos, que
transportam o óleo dos poços locados dentro do estuário para as estações receptoras no
Dutos sobre cavaletes
Linha de produção
Linha de produção
Linha de produção
82
continente, foram corroídos pela água do mar, que invade o estuário durante as marés cheias,
e as linhas jazem diretamente sob o fundo (Figuras 6.6, 6.7 e 6.8).
Figura 6.6 – Linha de produção do poço
CAM-268. Deterioração dos cavaletes de
ferro pela água do mar
Figura 6.7 – Aspectos de deteriorização dos
cavaletes de sustentação e duto em risco de
corrosão pela água do mar
Da mesma forma que o sal corroeu os cavaletes, ele pode corroer o duto, o que
coloca em risco o estuário – contaminação por vazamento de óleo, pois o duto apoiado
diretamente sob o fundo (Figura 6.8) está vulnerável à ação da água do mar, colocando em
risco o ambiente aquático do estuário dos rios Apodi-Mossoró e as salinas da região. Esta é
uma situação de extrema vulnerabilidade das estruturas de produção e de extremo risco para o
meio ambiente. O estuário é explorado por diversas companhias na extração de sal marinho,
além de ser a principal fonte de proteína para a população ribeirinha, através da pesca. O
principal risco a desastre é a corrosão das linhas de produção pelo sal do mar que pode
provocar derrames de óleo e comprometimento do ecossistema.
Figura 6.8 – Alta vulnerabilidade da estrutura de exploração, observada às margem do estuário
dos rios Apodi-Mossoró
Além das linhas de produção, a estrutura de exploração nos poços nem sempre está
bem conservada. As instalações elétricas que suprem de energia os motores dos cavalos-de-
Linha de produção
Linha de produção
Linha de produção
83
pau, nem sempre estão dispostas de forma segura. Geralmente eles estão enterrados,
protegidos por um tubo de borracha, no entanto é não raro encontrar os cabos diretamente
sobre o terreno (Figura 6.9), por cima do qual passam os veículos que fazem coleta de óleo
para análise, veículos de manutenção, e outros. Mesmo que a fiação esteja protegida por um
conduíte de borracha, na superfície do solo ela estará vulnerável ao desgaste pelo tempo, e até
mesmo a roedores.
Figura 6.9 – Cabo de energia elétrica solto no o solo, sobre o qual há tráfico de veículos
Durante os trabalhos de campo verificou-se que no poço CAM - 514 tinha havido um
vazamento de óleo, devido ao rompimento da caixeta. Na área estava trabalhando uma equipe
de emergência. Como o poço estava em funcionamento, à energia elétrica demorou a ser
desligada. O óleo jorrou sobre as áreas vizinhas e sobre toda a estrutura, inclusive sobre a
fiação elétrica de alimentação da estação automática de transmissão de dados (Figura 6.10),
caracterizando um risco a incêndio. Na Figura 6.11 se vê primeiro plano parte do solo
contaminado por óleo, raspado da superfície; as setas azuis mostram manchas de solos ainda
impregnadas por óleo; as setas vermelhas mostram monturos da vegetação que foi cortada por
ter sido impregnada por óleo, para evitar incêndio.
Vários poços apresentam as cisternas de proteção entupidas com areia e até mesmo
cheias de óleo que vazam dos poços, com risco de incêndio e de infiltração no solo (Figura
6.12).
Cabo de energia
elétrica
84
Os riscos e as vulnerabilidades não estão somente associados aos dutos e aos poços.
Durante os trabalhos de campo verificou-se que as estações coletoras também não estão
isentas dos riscos e das vulnerabilidades. No geral todas estão cercadas e exibem placas de
alertas e avisos, no entanto nem sempre as cercas estão em bom estado e os portões sempre
estão abertos. Isto facilita o acesso de pessoas e animais às instalações, como mostrado na
Figura 6.13. Este fácil acesso deixa as estações altamente vulneráveis, até mesmo a ações de
terroristas, embora de um modo geral esta possibilidade geralmente é descartada. Além disso,
este fácil acesso é um risco à população local, que adentra as estações, principalmente para
pastorar os animais. Em nenhuma delas foram encontrados seguranças.
Alguns poços apresentam-se aparentemente em conformidade com as normas de
segurança (Figuras 6.14, 6.15, 6.16 e 6.17). Na Figura 6.14 e 6.15 observa-se o poço CAM -
197. Este foi um dos poucos poços que encontramos durante os trabalhos de campo que pode
Figura 6.13 – As estações coletoras
apresentam vulnerabilidades de suas
estruturas e riscos a acidentes.
Figura 6.11 – Equipe de emergência em
ação no poço CAM - 514
Figura 6.10 – O óleo jorrado atinge a
instalação elétrica da estação automática
de transmissão de dados
Figura 6.12 – Cisterna entupida com
acumulo de óleo, com risco de incêndio e
de infiltração no solo
85
ser considerado estar dentro das normas de segurança, embora se possa notar que a área está
sob um processo erosivo pela erosão laminar e por sulcos incipientes.
.
Na Figura 6.16 e 6.17 observa-se detalhe da estrutura de segurança do poço. Embora
a estrutura esteja bem conservada, a segurança está falha, pois o portão está aberto, não tem
tranca e nem cadeado, possibilitando o fácil acesso ao seu interior.
A maioria dos poços não possui cercas de proteção. O acesso à estrutura é livre para
pessoas e animais, caracterizando uma situação de risco, e ao mesmo tempo uma situação de
vulnerabilidade da estrutura (Figuras 6.18; 6.19).
Figura 6.17 – Detalhe da estrutura de
segurança do poço
Figura 6.15 – Poço CAM - 197. Detalhe
da estrutura de segurança do poço. Nota-
se que o portão está trancado por um
cadeado. A cisterna está limpa e a
estrutura está bem conservad
a
Figura 6.14 – Poço CAM-197. Avanço do
processo erosivo, pela erosão laminar e por
sulcos incipientes
Figura 6.16 – Poço que aparentemente
está dentro das normas de segurança
86
6.1.2 Risco a degradação das terras
Na área de estudo foram observadas as fortes marcas da atividade humana no
processo de degradação das terras onde a dinâmica natural foi negligenciada. A vegetação
nativa praticamente não existe mais. Grande parte da área hoje é ocupada pelas invasoras,
como a jurema, a catingueira e o pereiro. As cactáceas são pouco representadas. Em vários
pontos os solos estão expostos sob influência da erosão hídrica e eólica, onde a fertilidade está
altamente comprometida não permitindo o desenvolvimento nem de gramíneas, e a rala
vegetação presente nestas áreas são caracterizadas pelo nanismo. Além da extração de
petróleo, na área de estudo foram observadas atividades agrícolas, principalmente a pecuária
extensiva, a exploração de calcário e dos solos como material de empréstimo e salinas.
Os principais procedimentos na identificação da degradação das terras usando-se
técnicas de Sensoriamento Remoto consistem na caracterização dos padrões do terreno
formadores das tonalidades de cinza de toda a área de trabalho da imagem, e em seguida
agrupados em níveis de degradação, segundo a Tabela 6.1. Os elementos vegetação, solo e
uso são à base de estudo da degradação das terras além dos processos sociais e políticos.
Tabela 6.1 – Características interpretativas dos níveis de degradação das terras no
campo petrolífero Canto do Amaro
Nível de Degradação das Terras
(Temas da classificação)
Textura Tonalidade de Cinza
Moderado Grosseira Médio
Grave Grosseira Claro
Muito Grave Fina Muito claro
Figura 6.19 – Área de pecuária, onde a
estrutura do poço encontra-se fora das
normas de segurança
Figura 6.18 – Caprinos pastam junto a um
dos poços. Segundo relato de moradores é
comum acidentes com animais, pois os
mesmos sobem nos cavalos
87
A avaliação da degradação das terras na região do campo petrolífero Canto do
Amaro foi realizada a partir de imagens SPOT, Landsat e IKONOS que foram tratadas no
SPRING v. 4.2, e processadas digitalmente. Para melhorar a visualização dos elementos das
imagens, foi aplicado o realce de contraste e a seguir foi realizada a transformação RGB das
bandas do infravermelho, do vermelho e do verde. A combinação RGB das imagens SPOT
(Figura 6.20) mostra que em boa parte da área de estudo se desenvolve uma vegetação mais
ou menos densa (em vermelho), principalmente na porção centro nordeste. As áreas de solo
expostos estão representadas por tons claros. A Composição multiespectrais ajustada obtida
pela composição banda 3, IVDN e banda 1 (Figura 6.21) mostrou melhor a distribuição da
vegetação (em verde) e realçou as ocorrências de solos expostos (em magenta).
Na Figura 6.22 apresenta-se o resultado do uso do algoritmo componente principal
(Principal componente 1 – PC1) que realçou as áreas de uso, a vegetação mais densa, as
salinas e a rede viária. A componente principal 2 (PC2) realçou as áreas de uso e de
ocorrência da vegetação semidensa (Figura 6.23). A Figura 6.24 mostra que a componente
principal 3 (PC3) deu um bom realce à localização dos poços e ao sistema viário. A Figura
6.25 mostra a combinação RGB PC1/PC2/PC3 que realçou uma diferenciação da vegetação.
As áreas onde predomina a vegetação mais densa estão representadas em verde mais escuro e
a vegetação menos densa, em verdes mais claros. Nas demais áreas, as cores ciano e magenta,
excetuando as várzeas (planícies de inundação dos rios) a vegetação apresenta-se rarefeita e
uma maior exposição dos solos.
88
Figura 6.20 – Imagem SPOT Combinação RGB, mostra para toda a área, desenvolvimento de
uma ve
g
eta
ç
ão +
/
-
d
ensa, com
p
oucas áreas de solos ex
p
ostos
89
Figura 6.21 – Imagem SPOT Composição multiespectrais ajustada, mostrou também o
desenvolvimento de uma vegetação +/- densa em toda a área, porém realçõu um maior número de
ocorrências de solos expostos.
90
Figura 6.22 – Imagem SPOT Componente Principal 1 (PC1) realçou as áreas
de uso, áreas urbanas, as áreas salinas e a rede viária.
91
Figura 6.23 – Imagem SPOT Componente principal 2 (PC2), realçou as áreas de uso
agricola nos limites do campo Canto do Amaro.
92
Figura 6.24 – Imagem SPOT componente Principal 3 (PC3) realçou, a localização dos poços,
as estradas e áreas de erosão dos solos dentro do campo.
93
Para o mapeamento das classes de vegetação foi selecionada a banda 5 do
TM/Landsat, que melhor representa a vegetação pelo teor de umidade. A imagem foi
Figura 6.25 – Imagem SPOT – RGB: PC1, PC2 e PC3, realçou uma
diferençciação da vegetação.
94
segmentada, usando-se a similaridade 5 e área pixel 5 (Figura 6.26 A e B) e posteriormente
classificada pelo método Bhattacharya. A medida da distância de Bhattacharya é usada neste
classificador por regiões, para medir a separabilidade estatística entre um par de classes
espectrais. Este classificador requer a interação do usuário, através do treinamento. Neste
caso, as amostras são as regiões formadas na segmentação de imagens. Após a classificação
os dados foram vetorizados e levados ao módulo SCARTA, onde foi elaborado o mapa digital
das classes de cobertura vegetal na escala de 1:100.000 (Figura 6.27).
Para o mapeamento da cobertura vegetal foram definidas 5 classes conforme a tabela
6.2.
Tabela 6.2 – Características fotomórficas das classes de cobertura vegetal no campo
petrolífero Canto do Amaro
Classes de cobertura vegetal Textura Tonalidade de Cinza
Semidensa a densa Fina Média escura a escura
Semidensa Fina Média escura a média
Semidensa a rala Fina a média Média a clara
Solo + vegetação rala Média a grosseira Clara
Solos agrícolas Média Média
Solo exposto Fina Muito clara
Além dessas classes também foram mapeados outros 4 temas: corpos de água; poços
de petróleo; nuvem e sombra (de nuvem e de relevo).
B
95
A
Figura 6.26 – Banda 5 do TM/Landsat-7 (A) e parte da imagem segmentada 5 x 5 (B).
B
96
Figura 6.27 – Mapa da cobertura vegetal do campo Canto do Amaro
97
Nas Figuras 6.28 e 6.29 são mostrados alguns exemplos das classes de cobertura
vegetal.
Figura 6.28 – Exemplos de cobertura vegetal no campo Canto do Amaro: A - classe semidensa
a densa; B – classe semidensa; C – classe solo + vegetação rala; D – extensas manchas de solo
exposto com presença de uma rala cobertura por carnaúbas
Figura 6.29 – Áreas agrícolas. (A) – Fruticultura. (B) – Pecuária
Com base no estudo da vegetação, dos solos e da ocupação das terras agrícolas foram
definidos para a região do campo petrolífero do Canto do Amaro três níveis de degradação
das terras. O mapeamento dos níveis de degradação das terras teve como base a principal
componente 1 (PC1) das imagens SPOT e dados de campo conforme Tabela 6.3 e as Figuras
A
B
C D
A
B
98
6.30 a 6.35. Na Tabela 6.4 são dadas as características físicas das classes mapeadas dos níveis
de degradação das terras.
Tabela 6.3 – Classes de níveis de degradação das terras no campo Canto do Amaro
Nível de Degradação das Terras ÁREA em Km²
Moderado 54,92
Grave 40,06
Muito Grave 19,82
Outras classes* 12.56*
Total 114,8
Outras classes (12,56 km
2
) referem-se às áreas ocupadas por corpos
De água, pelos poços e por nuvem e sombra (de nuvem e de relevo).
Figura 6.30 – Nível de degradação muito grave. (A) erosão laminar; (B) – voçoroca.
Proximidades da sub-estação Serra Vermelha e do poço CAM - 490.
Figura 6.31 – Projeto “Recuperação de Áreas Degradadas” nas proximidades do poço AP-012.
Este projeto é de responsailidade da PETROBRAS, em convênio com a UFRN e a CEMAD.
Na foto (A) observa-se a delimitação do projeto. Na foto (B) observa-se vestígios de queimada
recente dentro do projeto
A
B
A
B
99
Figura 6.32 – Próximo ao poço CAM 490,
em área de ocorrência do nível moderado de
degradação das terras, foi encontrada uma
voçoroca profunda de +/- 10 metros de
profundidade
Figura 6.33 – Aspecto geral da vegetação na
área de ocorrência do nível de degradação
das terras com nível moderado. Nota-se que
através da vegetação pode-se ver o solo
exposto, com tons avermelhado
Figura 6.34 – Aspecto de uma das áreas de ocorrência do nível de degradação das terras grave.
Vegetação pode variar de arbustiva semi-densa a rala até um tipo de capoeirão e campos, com
manchas de solo exposto. A erosão é laminar e por sulcos
100
Tabela 6.4 – Características físicas dos níveis de degradação das terras do campo
petrolífero Canto do Amaro
Nível de Degradação Moderado
Vegetação Densidade média, porte arbustivo, poucos
exemplares arbóreos.
Uso da terra Vegetação nativa, pecuária extensiva,
agricultura de auto-consumo, etc.
Erosão Moderada (laminar e solar)
Matéria orgânica no solo Pouca
Nível de Degradação Grave
Vegetação Rala, aberta, porte arbustivo
Uso da terra Pecuária extensiva, agricultura de auto-
consumo (pequena escala)
Erosão Intensa
Matéria orgânica no solo Muito pouca a ausente
Densidade populacional Baixa
Nível de Degradação Muito Grave
Vegetação Muito rala ou inexistente. Raquitismo
Uso da terra Terras abandonadas.
Erosão Muito intensa
Matéria orgânica no solo Ausente
Densidade populacional Muito baixa a nula
O melhor caminho para se evitar a desertificação é a prevenção por meio do uso
racional dos recursos naturais, não permitindo que situações tão extremas se tornem cada vez
mais comuns dentro da paisagem, o que tem sido diretamente relacionado às vulnerabilidades
das famílias, sobretudo à vulnerabilidade econômica, conforme alerta o MMA, por meio do
Plano Nacional de Combate à Desertificação (Projeto BRA/93/036, 1997).
101
Figura 6.35 – Mapa dos níveis de degradação das terras da região do campo do
Canto do Amaro.
102
6.1.3 Risco a erosão da margem direita do estuário dos rios Apodi e Mossoró
A localização de alguns dos poços do campo petrolífero Canto do Amaro dentro dos
limites do estuário dos rios Apodi-Mossoró, ligados ao continente por passarelas construídas
por aterramento, que servem de acesso aos poços, tem contribuído para a erosão marinha das
margens do referido estuário. Este fato, observado no campo, foi estudado nas imagens
IKONOS (Figura 6.36- A - banda 1, região do azul) onde se podem visualizar em tonalidades
de cinza claro as áreas afetadas pela erosão das águas das marés altas. Em tonalidades de
cinza escuro as áreas ocupadas pela vegetação. A tonalidade de cinza média escuro representa
a água do estuário dos rios Apodi e Mossoró. As áreas de tonalidades de cinza mais claro,
com formas geométricas mais ou menos definidas dentro da área do estuário, representam
bancos de sedimentos. As feições lineares de tonalidade cinza médio a claro representam as
passarelas de acesso aos poços de petróleo. As áreas de forma geométrica retangular, de
tonalidade cinza médio a cinza médio claro representam os poços petrolíferos.
Na região do estuário, nos limites do campo petrolífero Canto do Amaro, a direção
geral do fluxo de entrada da água durante a maré alta é NE-SO. O aterro encontra-se no
caminho do fluxo das águas da maré alta, formando uma barreira que muda a direção desse
fluxo em direção ao continente, e como resultado se tem a aceleração da erosão das margens
do estuário. Durante a vazão da água do mar, a forte corrente de escoamento erode a margem
laminarmente e por sulco (Figura 6.36 B).
Como resultado desta erosão está se formando ao longo da margem e associados aos
poços no estuário, bancos de sedimentos, que aos poucos vão assoreando o fundo do estuário.
Este assoreamento por sua vez acelera o processo da erosão das margens, pelo fato do fundo
do estuário se tornar mais raso e as águas das marés altas tendem a se espraiar para cima das
margens.
Este processo de erosão em alguns pontos está colocando em risco as estruturas de
exploração, como, por exemplo, as linhas de produção, montadas paralelas as passarelas de
acesso aos poços (Figura 6.38).
Este processo erosivo é bem visível pelo avanço das águas para as áreas de caatinga,
conforme mostrado nas Figuras 6.38, 6.39, 6.40 e 6.41.
Em alguns pontos (Figura 6.40) como este próximo ao poço CAM - 224, o avanço do
mar fica caracterizado pela abertura de avenidas (canais) que adentram a área de caatinga. A
vegetação que ocorre ao longo destas avenidas aos poucos vai morrendo, devido à presença
103
do sal na água. As raízes apodrecem não dando mais sustentação aos solos, e desta forma
facilita a erosão deste pela água.
A Figura 6.37 mostra o resultado da interpretação visual da imagem IKONOS.
Direção do fluxo das águas
da maré cheia
Áreas afetadas
pela erosão das
marés
Formação de bancos de
sed
im
e
n
tos
Estuário dos
rios Apodi e
Mossoró
Pequenas ilhotas formadas
pelo processo de erosão, ainda
com cobertura da caatinga
Desvio das águas pelas
estruturas de exploração
petrolífera
Figura 6.36 – Em (A) estão indicados sobre a imagem IKONOS, banda 1, os principais
elementos que compõem as evidências da erosão da margem direita do estuário pelas águas das
marés altas, nos limites do campo petrolífero Canto do Amaro. Em (B) detalhe da área estudada.
104
Figura 6.37 – Mapa fotointerpretativo da área afetada pela erosão da margem direita do
estuário dos rios A
p
odi e Mossoró nos limites do cam
p
o
p
etrolífero Canto do Amaro.
105
Figura 6.38 – Área do estuário dos rios Mossoró-Apodi durante a maré baixa. A ilhota que se
formou junto a margem (detalhe), com resquícios da vegetação de caatinga é uma das
evidências do avanço do mar sobre o continente. A linha de produção (duto) do poço CAM -
224 está vulnerável a este avanço e em risco de ser corroída pelo sal e provocar um desastre
por vazamento de óleo.
Figura 6.39 – Outro aspecto do avanço do
mar próximo ao poço CAM - 224
Figura 6.40 – Outro aspecto do avanço do
mar na região do poço CAM - 268
Figura 6.41 – Nas vizinhanças do poço CAM - 224. Detalhe da ação da água do mar na
vegetação de caatinga, onde está ocorrendo a erosão da linha de costa
Duto
Cavalete
Ilhota
Avenida Avenida
106
6.1.4 Risco de contaminação do solo
Durante o levantamento de campo foi realizada uma coleta de 7 amostras de solo
presentes na área do campo petrolífero Canto do Amaro, para determinação física, a uma
profundidade de 30 cm da superfície, das quais se realizou análise de laboratório, que
possibilitou a associação de um conjunto de informações referentes às características físicas
do solo de cada unidade mapeada e dos parâmetros: Capacidade de Campo (Cc), Ponto de
Murchamento (Pm), Densidade Aparente (Da) e Disponibilidade Total da Água do solo
(DTA). Foram georreferenciados todos os pontos de tomada das informações de determinação
dos parâmetros de campo e dos ensaios de infiltrações, onde cada ponto associado ao solo ou
teste de infiltrações contém informações básicas necessárias. Os valores obtidos em
laboratório e no campo são mostrados na Tabela 6.5. Simultaneamente, foram realizados
ensaios de infiltração de água e óleo nas referidas classes de solo, com objetivo de determinar
a capacidade de infiltração acumulada (I) e a velocidade de infiltração aproximada (VIa), em
função das características do solo (Apêndice A).
Tabela 6.5 – Características físicas dos solos analisados no campo Canto do Amaro
Solos -
Siglas
Cc
(%)
Pm
(%)
Da
(g/cm
3
)
DTA
(mm/cm)
Coordenadas Geográficas
Latitude S
Longitude
W
RU
21,77 11,26 1,46 1,53446 09’58.3” 37º14’29.2”
CX + RU
29,23 16,44 1,35 1,72665 5°09’11.0’’ 37°14’39.4’’
GJ
11,58 2,49 1,89 1,71801 5°07’21.6’’ 37°13’49.9’’
CX + RL
10,86 6,16 1,84 0,8648 5°05’40.0’’ 37°09’57.6’’
PVA + RL
31,12 12,22 1,40 2,646 5°06’59.7’’ 37°11’29.7’’
LVA+ RQ
6,33 1,71 1,74 0,80388 5°03’51.4’’ 37°07’9.7’’
LVA
5,19 1,97 1,83 0,58926 5°03’22.7’’ 37°06’9.2’’
RU- Neossolos Flúvicos; CX + RU – Cambissolos Háplicos + Neossolos Flúvicos; GJ – Gleissolos
Tiomórficos; CX + RL – Cambissolos Háplicos + Neossolos Litólicos: LVA + RQ – Latossolos
Vermelho Amarelo + neossolos Quartzarênicos; LVA – Latossolos vermelho Amarelo.
A Tabela 6.6 mostra a classificação textural dos solos determinada em laboratório,
que indica que a maioria dos solos tem alta porcentagem de areia, ou seja, alta
permeabilidade. A textura influi na capacidade de infiltração, adsorção e percolação dos
fluidos.
107
Tabela 6.6 – Classificação textural dos solos analisados no campo Canto do Amaro
Solos
RU CX+RU GJ CX+RL PVA+RL LVA+RQ LVA
Textura
AF F FA FA FAA AF FA
FAA – Franco argilo arenoso; F – Franco; FA – Franco arenoso; AF – Areia franca
A Figura 6.42 mostra o mapa de solo, cuja legenda está baseada na classificação dos
solos da EMBRAPA (1999) com a localização dos pontos onde foram coletadas as amostras
de solo e realizados os ensaios de infiltração e a Figura 6.43 mostra a coleta de amostra de
solo e o teste de infiltração de água.
A análise de risco de contaminação dos solos e do lençol freático por óleo em caso
de desastre (por exemplo, derrame de óleo) foi baseada nos dados de Disponibilidade Total da
Água (DTA)
A média dos valores de DTA foi igual a 1,41 mm/cm. Todos os solos com valor de
DTA acima desta média (Tabela 6.5) foram considerados de risco alto a infiltração e
armazenamento de óleo em caso de um derrame, sendo que o risco maior está associado ao
solo Cambissolos Háplico (CX) + Neossolo Litólicos (RL), cujo DTA calculado foi igual a
2,65 mm/cm. Por terem alta capacidade de armazenamento, alto risco de infiltração, estes
solos foram considerados de baixo risco de transmissão de óleo derramado ao lençol freático.
Quando presente, a matéria orgânica retém de duas a três vezes o seu peso em líquido,
aumentando assim a capacidade de infiltração e armazenamento (Salomão et al. 1995). Os
solos com valor de DTA abaixo da média (solos de textura arenosa, porosos, altamente
permeáveis que permitem uma rápida infiltração dos fluídos) foram considerados de risco
médio a baixo ao armazenamento (retenção) de óleo em caso de um derrame sendo que o
risco menor está associado ao solo Latossolos Vermelho Amarelo (LVA) cujo DTA foi igual
a 0,58 mm/cm. Por terem alta permeabilidade (baixa capacidade de retenção de fluídos) estes
solos foram considerados de alto risco de transmissão de óleo ao lençol freático.
108
Figura – 6.42 – Mapa fotointerpretativo das unidades de mapeamento de
solo. do cam
p
o
p
etrolífero Canto do Amaro
109
Figura 6.43 – Ponto X-5 – Neossolos Litólicos. (A) Realização da coleta da amostra de solo
com trado. (B) Ensaio de infiltração (Infiltrômetro de anel).
6.1.4.1 Risco de contaminação do lençol freático por infiltração de óleo
Os ensaios de infiltração de água e óleo nos 7 pontos amostrados tiveram uma
duração média de aproximadamente 3 horas. O maior tempo de ensaio para água foi
observado nos pontos X-1 (Neossolos Flúvicos - RU) e X-7 (Latossolos Vermelho Amarelo -
LVA) que, para ambos, foi igual às 4h 20min. Para óleo o maior tempo foi verificado no
ponto X-4 (Cambissolos Háplicos - CX + Neossolos Litólicos - RL) – 3h e 10 min. O menor
tempo de ensaio para água foi no ponto X-6 (Latossolos Vermelho Amarelo - LVA +
Neossolos Quartzarêmicos - RQ) – 2h e 30 min e para o óleo no ponto X-3 (Gleissolos
Tiomórficos - GJ) – 1h e 50 min.
As capacidades máximas de infiltrações tomadas como média I (mm/h) em função
do tempo de infiltração dos solos em estudos, foram determinadas através da construção das
curvas de infiltração acumulada e de velocidade de infiltração através da plotagem dos dados
de infiltração acumulada (mm) versus tempo (min) no Excel. As curvas estão apresentadas
nos gráficos das Figuras 6.44 a 6.57.
As Tabelas de A.1 a A.13 encontra-se no Apêndice A, apresentam os valores do
ensaio de infiltração acumulada (I) e a velocidade de infiltração aproximada (VIa) de água e
óleo obtidos no campo e em laboratório. (Apêndice A)
Infiltrômetro de anel
Trado
A
B
110
As Figuras 6.44 a 6.57 apresentam os valores de infiltração acumulada (I) e
velocidade de infiltração aproximada (VIa). Observa-se que, ao longo do teste, a (I) aumenta
com o tempo e a (VIa) diminui até a estabilidade, valor este denominado VIB (velocidade de
infiltração básica).
No ponto X-1 (Neossolos Flúvicos - RU) a VIB alcançou de 45 mm/h para água
(velocidade muito alta), o que classifica a textura deste solo como arenosa. Para o óleo,
devido a sua alta viscosidade a VIB foi de 3 mm/h, considerada baixa (Figuras 6.44 e 6.45).
y = 3,6449x
0,7418
R
2
= 0,9908
y = 10,681x
0,2571
R
2
= 0,9842
0
50
100
150
200
250
300
0 100 200 300
Tempo (min)
Infiltração acumulada I (mm)
Água
Óleo
y = 140,1x
-0,2213
R
2
= 0,516
y = 697,08x
-1,1016
R
2
= 0,897
0
50
100
150
200
0 100 200 300
Tempo (min)
VIa (mm/h)
Água
Óleo
Figura 6.44 – Infiltração acumulada da
água e óleo em função do tempo
(Neossolos Flúvicos)
Figura 6.45 – Velocidade de infiltração
aproximada da água e óleo em função do
tempo (Neossolos Flúvicos)
No ponto X-2 (Cambissolos Háplicos – CX + Neossolos Flúvicos - RU) o ensaio foi
realizado somente para água por falta de combustível fóssil (óleo). Para este solo a VIB foi
igual a 60 mm/h (velocidade muito alta) classificando sua textura como arenosa (Figuras 6.46
e 6.47).
y = 3,4339x
0,7674
R
2
= 0,9975
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
0 50 100 150 200
Tempo (min)
Infiltração acumulada I (mm)
Água
y = 148,71x
-0,1925
R
2
= 0,4287
0
50
100
150
0 25 50 75 100 125 150 175
Tempo (min)
VIa
(
mmh
)
Água
Figura 6.46 – Infiltração acumulada da
água em função do tempo (Cambissolos
Háplicos + Neossolos Flúvicos)
Figura 6.47 – Velocidade de infiltração da
água em função do tempo (Cambissolos
Háplicos + Neossolos Flúvicos)
111
No ponto X-3 (Gleissolos Tiomórficos - GJ) a VIB para água foi de 300 mm/h
(velocidade muito alta), que mostra uma textura arenosa para este solo. Para o óleo a VIB foi
igual a 4 mm/h (velocidade baixa) (Figuras 6.48 e 6.49).
y = 6,4939x
0,7157
R
2
= 0,9989
y = 20,972x
0,2258
R
2
= 0,8852
0
50
100
150
200
250
300
350
0 100 200 300
Tempo (min)
Infiltração acumulada I (mm
Água
Óleo
y = 440,96x
-0,0976
R
2
= 0,0826
y = 384,41x
-0,9673
R
2
= 0,792
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
1100
1200
0 50 100 150 200
tempo (min)
VIa (mm/h
)
Água
Óleo
Figura 6.48 – Infiltração acumulada da
água e óleo em função do tempo
(Gleissolos Tiomórficos)
Figura 6.49 – Velocidade de infiltração
aproximada da água e óleo em função do
tempo (Gleissolos Tiomórficos)
No ponto X-4 (Cambissolos Háplicos – CX + Neossolos Litólicos - RL) a VIB foi
igual a 840 mm/h para água (velocidade muito alta) que mostra uma textura arenosa e de 6
mm/h para óleo, velocidade média (Figuras 6.50 e 6.51).
y = 31,71x
0,8318
R
2
= 0,9948
y = 21,483x
0,2311
R
2
= 0,9942
0
500
1000
1500
2000
2500
0 50 100 150 200
Tempo (min)
Infiltração acumulada I (m
m
Água
Óleo
y = 1334x
-0,1028
R
2
= 0,4941
y = 986,28x
-1,0378
R
2
= 0,8883
0
300
600
900
1200
1500
1800
2100
2400
2700
3000
0 50 100 150 200
Tempo (min)
VIa (mm/h
)
Água
Óleo
Figura 6.50 – Infiltração acumulada da
água e óleo em função do tempo
(Cambissolos Háplicos + Neossolos
Litólicos)
Figura 6.51– Velocidade de infiltração
aproximada da água e óleo em função do
tempo (Cambissolos Háplicos + Neossolos
Litólicos)
Nas Figuras 6.52 e 6.53 são apresentados os gráficos da VIB para o ponto X-5
(Argissolos Vermelho Amarelo - PVA + Neossolos Litólicos - RL). Para a água a VIB foi de
30 mm/h (velocidade alta) que define uma textura Franco-arenosa e de 8 mm/h para o óleo
(velocidade média).
112
y = 5,3089x
0,9995
R
2
= 0,9189
y = 3,0515x
0,422
R
2
= 0,9539
0
200
400
600
800
1000
0 50 100 150 200
Te m po (m i n )
I
nfiltração acumulada I (mm
Água
Óleo
y = 347,04x
-0,5173
R
2
= 0,8006
y = 90,029x
-0,5341
R
2
= 0,5898
0
50
100
150
200
250
300
0 50 100 150 200
Tempo (min)
VIa (mm/h
)
Água
Óleo
Figura 6.52 – Infiltração acumulada da
água e óleo em função do tempo
(Argissolos Vermelho Amarelo +
Neossolos Litólicos)
Figura 6.53 – Velocidade de infiltração
aproximada da água e óleo em função do
tempo (Argissolos Vermelho Amarelo +
Neossolos Litólicos)
Nas Figuras 6.54 e 6.55 são apresentados os gráficos do ponto X-6 (Latossolos
Vermelho Amarelo - LVA + Neossolos Quartzarênicos - RQ) onde se observa uma VIB
muito alta que para a água chega a alcançar 900 mm/h. Para o óleo a VIB também é muito
alta no valor de 60 mm/h. Tanto a VIB para a água como para o óleo definem a textura desses
solos como arenosa.
y = 36,866x
0,8911
R
2
= 0,9953
y = 19,889x
0,4897
R
2
= 0,9607
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
0 50 100 150 200
Tempo (min)
Infiltração acumulada I (m
m
Água
Óleo
y = 1359,2x
-0,6797
R
2
= 0,8157
y = 2469,7x
-0,1744
R
2
= 0,3466
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
0 50 100 150 200
Tempo (min)
VIa (mm/h
)
Água
Óleo
Figura 6.54 – Infiltração acumulada da
água e óleo em função do tempo
(Latossolos Vermelho Amarelo +
Neossolos Quartzarêmicos)
Figura 6.55 – Velocidade de infiltração
aproximada da água e óleo em função do
tempo (Latossolos Vermelho Amarelo +
Neossolos Quartzarêmicos)
Nas Figuras 6.56 e 6.57 são apresentados os gráficos da VIB para o ponto X-7
(Latossolos Vermelho Amarelo - LVA). Para a apresentam a água a VIB alcança 420 mm/h
considerada por Bernardo (2005) como muito alta o que define a textura deste solo como
arenosa. Para o óleo a VIB foi de 8 mm/h, considerada média.
113
y = 12,158x
0,9041
R
2
= 0,999
y = 8,4188x
0,4559
R
2
= 0,9894
0
200
400
600
800
1000
1200
050100150
Tempo (min)
Infiltração acumulada I (m
m
Água
Óleo
y = 647,59x
-0,0846
R
2
= 0,5483
y = 531,06x
-0,7487
R
2
= 0,8041
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 50 100 150
Tempo (min)
VIa (mm/h)
Água
Óleo
Figura 6.56 – Infiltração acumulada da
água e óleo em função do tempo
(Latossolos Vermelho Amarelo)
Figura 6.57 – Velocidade de infiltração
aproximada da água e óleo em função do
tempo (Latossolos Vermelho Amarelo)
Pela análise das VIB (Tabela 6.7) dos solos e com base nos critérios da classificação
da textura dos solos de Bernardo (2005) na área do campo petrolífero de Canto do Amaro, o
solo com maior risco frente a um derrame de óleo é o do ponto X-6, classificado como
Latossolos Vermelho Amarelo (LVA) e o que apresenta o menor risco são os Neossolos
Flúvicos (RU) no ponto X-1.
6.2 Vulnerabilidades no campo petrolífero Canto do Amaro
6.2.1 Diagnóstico socioeconômico e ambiental
A aplicação dos questionários do diagnóstico sócio-econômico se baseou na coleta
de informações junto à população rural, que residem e desenvolvem suas atividades dentro
dos limites do campo petrolífero Canto do Amaro, cujo modelo encontra-se no anexo (B).
Apesar de a maioria ser de camponeses, a grande maioria não mora nos sítios e sim na Vila
Piquiri, uma comunidade que se estende ao longo da BR 110, dividida em 4 comunidades:
Piquiri I, II, II e IV, todas com a mesma característica de urbanização. A razão alegada pelas
famílias para morarem na vila Piquiri e não nos sítios está relacionada com a falta de água e
luz elétrica na zona rural. Como a maioria dos solos tem alta permeabilidade a açudagem
praticamente não existe. Os dados das entrevistas permitiram levantar e analisar os fatores
social, econômico, tecnológico e a secas e identificar algumas características da comunidade
que são inerentes à construção social da degradação do meio ambiente e dos riscos
114
relacionados. Foram entrevistadas 35 famílias (10% do total de famílias que moram na área de
estudo), com uma média de 5 pessoas por família.
Os dados dos questionários foram processados pelo Sistema de Cálculo de
Vulnerabilidade (SISCAV) que determina os valores das vulnerabilidades: Social,
Econômica, Tecnológica e à Seca.
6.2.1.1 Vulnerabilidade Social
A análise dos fatores que determinam a vulnerabilidade social mostrou o seguinte
resultado:
o Escolaridade:
A escolaridade das famílias está representada na Figura 6.58, que mostra um índice
de escolaridade muito baixo. O analfabetismo informal não foi levado em consideração nesta
pesquisa.
Analfabetas
20%
A
té a 4ª
Série
27%
Ensino
Médio
Incompleto
23%
Não
Informaram
13%
Até a 8ª Série
17%
Figura 6.58 – Escolaridade das famílias
o Residência
Com relação à residência fixa, trinta e quatro famílias (97%) responderam que
moram na área rural e 3% tem residência na cidade.
115
o Habitação e consumo energético
Cerca de 60% das casas são de alvenaria em bom estado de conservação; 28,6% das
casas são de taipa em bom estado e 11,7% são de taipa em mal estado de conservação.
Segundo informação da população, muitas casas estão construídas em terras de terceiros, dos
grandes proprietários de terra da região, e por esta razão as famílias que ocupam estas casas
não podem construir poço, plantar alimentos e nem criar animais, para não caracterizar nem o
vínculo empregatício e nem a posse da terra.
Em torno de 90% das famílias dispõem de energia elétrica e 10% não têm energia em
casa. Com relação ao uso de energia para cozimento dos alimentos 14,5% usa fogão a lenha
ou a carvão. 40% utilizam lenha/carvão/gás e 45,5% das famílias utilizam fogão a gás. (Figura
6.59 A e B).
A) B)
60,0%
28,6%
11,7%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
Alvenaria Taipa em
bom estado
Taipa em
mau estado
14,5%
40,0%
45,5%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
Lenha/
carvão
Lenha/
carvão/ gás
Gás
Figura 6.59 – Tipos de habitação (A) e Tipo de consumo de energia para cozimento (B)
o Salubridade doméstica
Quanto à água consumida, as condições são preocupantes, pois 48,6% das pessoas
ainda utilizam água não potável, o que acarreta riscos de contaminação e doenças. 51,4% das
famílias utilizam água potável. As condições de saneamento básico são precárias e não existe
rede de esgoto. 74% do esgoto são do tipo fossa e 26% das famílias citaram que a forma de
eliminação de esgoto é livre (Figura 6.60 A e B), problema que ainda persiste em quase todas
as zonas rurais deste país, e até mesmo em áreas urbanas, o que provoca doenças em crianças
e adultos. A infestação de piolhos e fungos é média.
116
u
aberto;
26%
Fossa;
74%
Não
p
otável;
48,6%
Potável;
51,4%
A) B)
Figura 6.60 – Tipos de água consumida (A) e Tipo de saneamento utilizado (B)
A eliminação do lixo é preocupante, onde. 72% das famílias citaram que o lixo é
jogado livremente (a céu aberto) no meio ambiente, e queimado posteriormente. Essa
queimada pode provoca um acidente de grandes proporções na dutovia da área, isto porque a
comunidade não está esclarecida dos riscos que a cerca. Durante os trabalhos de campo se
observou a queima de lixo junto a dutos de produção (Figura 6.61) Apenas 28% das pessoas
enterram o lixo. (Figura 6.62 A).
Figura 6.61 - Queima de lixo junto a um duto de produção
Com relação ao tipo de piso, 88% das pessoas entrevistadas responderam que o piso
da casa é de cimento, 6% responderam que o piso é de chão batido e 6% de cerâmica. 95%
das casas têm cobertura de telha cerâmica (Figura 6.62 B).
Duto
Queima de Lixo
117
A
r livre ou
queima;
72%
Enterra;
28%
Cimento;
88%
Cerâmica;
6%
Chão
batido; 6%
Figura 6.62 – Formas de eliminação do lixo utilizadas (A), Tipo de piso utilizado (B)
e) Salubridade rural
Na questão da variável salubridade rural as informações obtidas quanto à infestação
de nematóides, cupins, piolhos e fungos são de média infestação. Quanto à infestação de
formigas nos vegetais é alta. Na região as informações relativas às doenças vegetais,
vermes/carrapato, mosca de chifre, doenças nos animais, febre aftosa e cólera, variam de
inexistente a infestação média. O combate à praga na comunidade sempre é realizado pela
maioria das famílias.
o Eletrodomésticos
Quanto ao uso de eletrodoméstico (Figura 6.63), 85% das famílias possuem
geladeira, 89% televisão e 75% rádio e que 11% possuem vídeo cassete. Interessante observar
que o número de televisores nas casas ultrapassou ao rádio.
85%
89%
75%
11%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Geladeira Televisão Rádio Video
cassete
Figura 6.63 – Tipo de eletrodomésticos utilizados pelas famílias na comunidade rural Canto do
Amaro, Município de Mossoró-RN
(A)
(
B
)
118
g) Participação em organizações
Quanto à variável participação em organização ativa nas tomadas de decisões para o
bem estar da comunidade, 91% das famílias não participam de sindicatos e de associações,
com apenas 9% participando de organização sindical.
h) Assistência à comunidade
Com relação à assistência da PETROBRÁS a comunidade da região, 85% das
famílias entrevistadas responderam não receber nenhuma orientação quanto aos riscos e
desastres que por ventura venha a acontecer no campo petrolífero. Quanto à manutenção das
creches, escolas e assistência social não recebem nenhuma ajuda da referida indústria
petrolífera. Segundo informação da população local a Petrobrás disponibiliza água para
algumas residências, mas a água é de baixa qualidade, com cheiro de óleo, e que precisam
deixar alguns dias a água “descansando” para poder ser utilizada. A porção da população que
recebe esta água está proibida de usá-la para irrigação, caso contrário o serviço pode ser
cortado.
A Vulnerabilidade Social definida para a população da região foi igual 35,0%
(Figura 6.64), ou seja, a população residente na área do campo petrolífero Canto do Amaro
composto por camponeses sem terra empregada nas grandes propriedades rurais e por
pequenos proprietários rurais caracteriza-se pela baixa escolaridade, pela precariedade das
moradias (Figura 6.65), pelas formas de organizações da comunidade, pela precariedade da
organização do espaço geográfico, pelo pequeno tamanho de suas propriedades (quando
possuem), pela água não potável para o consumo humano, pela falta do saneamento básico,
pelo baixo consumo de proteínas, pela eliminação do lixo a céu aberto (Figura 6.66) o que
compromete e potencializa o alto grau de vulnerabilidade social da região. Cabe ressaltar que
muitos poucos habitantes locais são aproveitados, como mão de obras pela PETROBRÁS e
suas prestadoras de serviço, pela baixa escolaridade e falta de especialização.
119
Figura 6.64 – Vulnerabilidade Social
(A) (B)
Figura 6.65 – (A) Aspecto da população e das Moradias (B) Aspecto do interior das moradias
Figura 6.66 – Lixo a céu aberto e casas de taipa
120
6.2 1.2 Vulnerabilidade Econômica
O panorama da vulnerabilidade econômica analisada demonstra a precariedade da
vida da população local, o abandono em que se encontra pela falta de política pública para o
desenvolvimento ambientalmente sustentável. Para sobreviver às famílias exploram culturas
de auto-consumo como milho e feijão (32%), 18% somente exploram feijão e o restante não
respondeu. A grande maioria da população no inverno pratica a pesca para o consumo
próprio. Uma ínfima porcentagem possui precários estabelecimentos, como pontos de vendas
(bodegas) e restaurantes caseiros, que têm como comensais aqueles funcionários das firmas
prestadoras de serviço à PETROBRÁS.
a) Animais de produção e criação
A maioria das famílias, não dispõe de animais de trabalho como: boi, cavalo, mulas e
jumentos, para suas atividades domesticas.
No quesito criação de animais 75% das famílias não possui criação. Dos 25%
restantes, 58% criam aves; 23% - bovinos; 23% - ovinos; 17% - suínos; 11% - caprinos
(leiteiros); 9% caprino-ovinos e 9% pescam para comercialização (Figura 6.67).
Figura 6.67 – Animais de Produção citados pelas famílias na zona rural
121
b) Produção, verticalização e comercialização
Como matéria prima processado-melhorada na propriedade, 51% das famílias
respondeu o feijão e milho. Com relação à venda da produção agrícola, pecuária e
verticalização, 70% dos entrevistados não comercializam a produção, pois o que produzem
não é suficiente para o seu próprio consumo, e as demais não informaram.
c) Crédito
No tocante à fonte principal de crédito, os resultados da pesquisa evidenciaram que
80% das famílias não fazem transações bancárias, 10% citaram as cooperativas e 10%
afirmaram realizar este tipo de relação com banco oficial, através do PRONAF.
d) Renda e programas sociais
As 54,5% das famílias não informaram a renda familiar e/ou não a possuem.
Algumas famílias mencionaram que vivem de programas sociais como: aposentadoria, bolsa
alimentação, vale gás, fome zero e outros. Já 66% das famílias não recebem bolsa escola.
A Vulnerabilidade Econômica da população que vive na região do campo petrolífero
Canto do Amaro (Figura 6.68) foi de 90%. Este valor é considerado muito alto e inaceitável, e
mostra o alto grau de insegurança desta população e o abandono em que se encontra. Esta
cifra mostra um quadro de extrema pobreza desta população. Pode-se dizer que esta é uma
população invisível e marginalizada pela riqueza econômica da região, ou seja, excluída. A
exploração do petróleo na região não trouxe nenhum benefício a esta população. Como não
são donos das terras em que vivem, portanto não fazem parte daqueles que recebem royaltis,
que são os grandes proprietários. Das 350 famílias que moram na região, somente 52 delas
(15%) têm participação nos royaltis, que são os assentados do assentamento Vermelho. Esta
extrema vulnerabilidade desta população é reflexo da falta de políticas públicas para o
desenvolvimento ambientalmente sustentável, que promove a inclusão social, permitindo
assim que estas pessoas de fato possam exercer a cidadania e ser consideradas cidadãs do
Brasil.
122
O nível de educação na escola da comunidade é muito baixo, não havendo
disciplinas contextuais nem no ensino básico e nem no médio. O período de residências de
84% das famílias na área é superior a cinco anos.
Figura 6.68 – Fator de Vulnerabilidade Econômica
6.2.1.3 Vulnerabilidade Tecnológica
A análise da vulnerabilidade tecnológica mostrou que 50% das famílias se dizem
proprietárias de terra. 100% dessas propriedades são menores que 50 ha. e que em 80% delas
o aproveitamento é menor que 50%. 100% das famílias não usam irrigação e não tem
assistência técnica disponível.
No total, 100% dos proprietários não usam biocidas; 89% não usam
adubação/calagem e apenas 11% utilizam adubos orgânicos. Em termos de implementos
agrícolas, 90% dos proprietários utilizam técnicas rudimentares e apenas 10% usam máquinas
agrícolas. 100% dos entrevistados não possuem equipamentos adequados para transformação
de matéria prima.
Outro fator importante que foi observado é quanto à utilização do solo, 34% das
famílias entrevistadas ainda utilizam a terra segundo o declive e 66% utilizam em nível.
Os questionários mostraram que esta população não tem uma percepção correta do
meio ambiente, pois segundo ela na área não ocorrem conflitos ambientais.
A Vulnerabilidade Tecnológica igual a 77,0% (Figura 6.69) é considerada muito alta
de acordo com as classes propostas por Barbosa (1997). Ela esta relacionada com o elevado
123
Não
Possui;
68%
Cacimba;
20%
Poço
tubular;
12%
índice de pobreza das famílias e com a falta de políticas publicas adequadas para a região, que
é muito rica em Petróleo/gás e sal, e caracteriza o abandono do homem rural a sua própria
sorte. A pesquisa de campo revelou um total desinteresse das empresas do setor pelo homem
do campo.
Figura 6.69 – Fator de Vulnerabilidade Tecnológica
6.2.1.4 Vulnerabilidade à Seca
Como mitigação dos efeitos da seca, 51% das famílias faz armazenamento de água
por cisternas, 26% em caixa d água e 23% dos entrevistados não fazem qualquer tipo de
armazenamento de água. Em época de chuva, 75% das famílias fazem captação das águas de
chuvas (dos telhados). 68% não possuem fonte de água, 20% das famílias utilizam cacimbas e
12% fazem captação de água de poço tubular (Figura 6.70 A e B).
Cisternas
51%
Caixa
d'agua
26%
Não faz
23%
Figura 6.70 – Formas de armazenamento de água (A) Fontes de água utilizadas (B) pelas
famílias da comunidade rural Canto do Amaro, Município de Mossoró-RN.
a) Abastecimento
(A) (B)
124
Quanto ao abastecimento domiciliar, 66% das famílias são servidas por carros pipa,
20% são abastecidas por água do chafariz, 12% por latas, 2% por animais (Figura 6.71). 100%
das famílias não fazem racionamento de água e quanto ao aproveitamento das águas residuais,
95% das famílias responderam que não aproveitam.
b) Mitigação das secas
Em relação à variável produção durante os períodos de estiagem as famílias citaram
que não recebem orientação técnica para as secas. Quanto à agricultura de sequeiro, 79% não
pratica; 12% a praticam regularmente e 9% exploram esporadicamente (Figura 6.72).
Carros pipa;
66%
Chafariz;
20%
Latas; 12%
Animais; 2%
Exploram; 12%
Não Exploram;
72%
Exploram
esporadicamente;
9%
Figura 6.71 – Formas de abastecimento
domiciliar da comunidade rural
Figura 6.72 – Agricultura de sequeiro na
comunidade rural
c) Manejo da caatinga
O universo de 100% das famílias não faz manejo de caatinga na exploração de
espécies nativas, e 95% não fazem armazenamento de alimentos e redução do rebanho.
d) Prognóstico climático
As previsões de chuvas na região são feitas de modo empírico, pela experiência dos
agricultores rurais, e a maioria não acredita e/ou não observa as previsões climáticas oficiais.
A Vulnerabilidade à Seca foi igual a 63,0% (Figura 6.73) considerada muito alta.
Este valor alto é proveniente de um deficiente abastecimento da comunidade, e da falta de
assistência técnica. A população residente no campo petrolífero do Canto do Amaro e no seu
entorno possui um nível de qualidade de vida muito baixo, o que caracteriza praticamente
125
uma exclusão social total, conseqüente de um meio ambiente fragilizado pela construção
social dos riscos, o que deixa esta população vulnerável às mudanças climáticas e que por
falta de uma infra-estrutura adequada para a convivência com a seca, esta população vem ao
longo dos anos acumulando prejuízos pela perda da produção agrícola.
Figura 6.73 – Fator de Vulnerabilidade as Secas
A vulnerabilidade global da população que vive no campo petrolífero de Canto do
Amaro e entorno mostra uma cifra muito alta igual a 66%. Este valor é indicativo das
condições de extrema pobreza dessa população, que necessita urgentemente de assistência
social e econômica, como melhoria das residências e até mesmo a construção de outras dentro
das normas de técnicas, melhoria das escolas, do abastecimento de água, e criação de emprego
e renda, dentre outras, providências urgentes.
126
CAPÍTULO VII
7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
7.1 Conclusões
9 O principal agente degradador das terras tem sido a exploração petrolífera. Áreas de
onde foi retirado o solo como materiais de empréstimo não foram recuperados, e hoje
representam um estágio avançado do processo da desertificação.
9 Os níveis de degradação das terras encontradas neste trabalho foram moderados,
grave e muito grave, e deve ser dada uma especial atenção para o traçado de
estratégias de recuperação destas áreas e de proteção do meio ambiente, que
possibilite a exploração dos recursos naturais de modo sustentável, com diminuição
dos riscos.
9 A imagem IKONOS mostrou-se ser uma importante ferramenta no estudo da erosão
costeira de parte da margem direita do estuário dos rios Apodi/Mossoró, que tem
como catalisador as estruturas de exploração de óleo dentro dos limites do estuário.
9 O processo de degradação das terras observado na área de estudo, envolve não
somente as questões da mudança climática global e geológica é também resultado
das atividades humanas na região, como a exploração do petróleo, a do sal e das
atividades agropastoris.
127
9 O estudo dos riscos de contaminação do lençol freático por infiltração de óleo, nos
solos em caso de derrame mostrou que o solo Latossolo Vermelho Amarelo (LVA)
com DTA igual a 0,58 mm/cm é de alto risco de transmissão de óleo ao lençol
freático e que o solo Cambissolo Háplico (CX) + Neossolo Litólico (RL), cujo DTA
calculado foi igual a 2,65 mm/cm foram considerados de baixo risco de transmissão
de óleo derramado ao lençol freático.
9 Com relação à infiltração acumulada (I) e a velocidade de infiltração básica (VIB) da
água e óleo apresentaram valores significativos. Os resultados dos testes mostraram
que VIB do solo com maior risco frente a um derrame de óleo é o solo Latossolos
Vermelho Amarelo (LVA) e o que apresentou menor risco são os solos Neossolos
Flúvicos (RU).
9 Quanto à estrutura de exploração de óleo, o estudo concluiu que as normas de
segurança não estão sendo corretamente observadas, pois falta proteção dos poços,
permitindo o fácil acesso de pessoas e animais a eles; a falta de conservação e de
sinalização adequada tem proporcionado acidentes, conforme relatos locais.
9 A degradação das terras está se processando em níveis elevados desde o moderado
até o muito grave, e durante os trabalhos de campo não foi verificado nenhum
trabalho de recuperação das áreas degradadas, excetuando a área do Projeto de
Recuperação de Áreas Degradadas – convênio PETROBRÁS-UFRN-CEMAD, que
se encontra abandonado.
9 A falta de políticas públicas para o desenvolvimento ambientalmente sustentável,
com diminuição dos riscos, fica evidenciada pela falta de medidas concretas e
eficazes que garantam os meios de vida adequados à população local, que assegure a
capacidade produtiva e a melhoria das condições de vida.
9 As vulnerabilidades social, econômica, tecnológica e à seca mostraram uma
vulnerabilidade global muito alta, considerada inaceitável, o que mostra a extrema
pobreza da população local, que se traduz pela falta de políticas públicas, pela baixa
escolaridade, pela precariedade das moradias, pela baixa renda familiar; pelo
128
deficiente serviço de abastecimento da água para o consumo humano e animal; pela
falta do saneamento básico; mudanças climáticas responsáveis por baixas
precipitações provocando prejuízo a agricultura familiar.
9 A riqueza dada pela exploração do petróleo e do sal não trouxe nenhum benefício
social e econômico à população pobre da região, que continuam excluídos e
invisíveis à sociedade.
7.2 Recomendações
9 Há necessidade de a PETROBRÁS, juntamente com o poder público local, aplicar de
forma mais agressiva as diretrizes de segurança, meio ambiente e saúde, definidas
em sua POLÍTICA DE SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE E SAÚDE, para
melhorar as condições de segurança da infra-estrutura exploratória do campo Canto
do Amaro, que venham diminuir as vulnerabilidades desta infra-estrutura e as
condições de riscos.
9 Com relação aos processos de degradação das terras faz-se necessário que medidas
mitigadoras sejam implantadas urgentemente, pois o processo está avançando,
colocando em risco não somente as atividades agropecuárias da região, mas a própria
infra-estrutura de exploração.
9 Há uma necessidade de se ter um trabalho maior com a população local em termos
de educação ambiental e do uso sustentável dos recursos naturais, para evitar a
exploração indiscriminada destes, tanto dos solos como da vegetação, sem um
manejo adequado, pois algumas das áreas dentro do território do campo Canto do
Amaro, encontram-se desertificadas devido à retirada dos solos, como material de
construção, sem haver a recuperação devida do meio ambiente. Se não houver um
controle destas áreas a tendência é que elas se expandam.
9 Estudos dos impactos sobre o meio ambiente e social sobre a comunidade, onde se
insere as empresas, devem ser executados. A utilização do petróleo traz grandes
riscos para o meio ambiente e social desde o processo de extração, transporte, refino,
129
até o consumo, com a produção de gases que poluem a atmosfera. Os piores danos
acontecem durante o transporte de combustíveis, com vazamentos em grande escala
de oleodutos/gasodutos. Os danos provocam grandes prejuízos às empresas, mas
principalmente aos ecossistemas e as comunidades locais.
9 Análise de riscos para a comunidade e o meio ambiente deve ser executada em cada
fase do ciclo da atividade de uma instalação industrial, com diagnóstico das possíveis
falhas operacionais que possam ocorrer, para que sejam adotadas medidas
preventivas dos possíveis danos ambientais, sociais e econômicos e ao parque
industrial local.
9 Há necessidade de se desenvolver um trabalho de capacitação da população local em
termos da prevenção de desastre e da educação ambiental e do uso sustentável dos
recursos naturais, para evitar a exploração indiscriminada destes.
9 Implantação de um sistema de alerta, com o desenvolvimento de um programa
permanente para a população local em termos de segurança, e das atividades pré,
durante e pós-desastres.
130
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APÊNDICE
141
Apêndice A – Tabelas da Infiltração Acumulada e da velocidade de infiltração de água e
óleo
Tabela A.1 – Determinação da infiltração acumulada (I) e da velocidade de infiltração (VIa) da
água no pelo método de Infiltrômetro de anel (Ponto X-1-. Neossolos Flúvicos-RU).
Tempo Régua Infiltração
Acumulada (1)
(mm)
Velocidade de infiltração
(VIa)
(mm/h)
Hora
Intervalo (min)
Leitura
(mm)
Diferença
(mm)
Tempo
Real
Tempo acumulado
09:38 0 0 100 0 0 0
09:43 5 5 85 15 15 180
09:48 5 10 80 5 20 60
09:53 5 15 73 7 27 84
09:58 5 20 68 5 32 60
10:08 10 30 57 9 41 54
10:18 10 40 47/100 10 51 60
10:28 10 50 94 6 57 36
10:38 10 60 84 10 67 60
10:53 15 75 70 14 91 56
11:08 15 90 55/100 13 106 60
11:23 15 105 89 11 117 44
11:38 15 120 74 15 132 60
11:53 20 140 63 11 143 33
12:13 20 160 48/100 15 158 45
12:33 20 180 83 17 175 51
12:53 20 200 65 18 193 54
13:13 20 220 30/100 15 208 45
13:33 20 240 85 15 223 45
13:58 25 265 66 19 242 45
Tabela A.2 – Determinação da infiltração acumulada (I) e da velocidade de infiltração (VIa) do
óleo pelo método de Infiltrômetro de anel (Ponto X- I).
Tempo Régua Infiltração
Acumulada (1)
(mm)
Velocidade de infiltração
(VIa)
(mm/h)
Hora
Intervalo (min)
Leitura
(mm)
Diferença
(mm)
Tempo
Real
Tempo
acumulado
11:39 0 0 80 0 0 0
11:44 5 0 65 15 15 180
11:49 5 10 60 5 20 60
11:54 5 15 57 3 23 36
11:59 10 25 55 2 25 12
12:09 10 35 54 1 26 6
12:19 20 55 50 4 30 12
12:39 20 75 48 2 32 6
12:59 20 90 46 2 34 6
13:19 20 105 45 1 35 3
13:39 20 125 43 2 37 6
13:59 20 145 42 1 38 3
142
Tabela A.3 – Determinação da infiltração acumulada (I) e da velocidade de infiltração (VIa) da
água pelo método Infiltrômetro de anel (Ponto X- 2 -. Cambissolos Háplicos – CX + Neossolos
Flúvicos – RU).
Tempo Régua Infiltração
Acumulada (1)
(mm)
Velocidade de infiltração
(VIa)
(mm/h)
Hora
Intervalo (min)
Leitura
(mm)
Diferença
(mm)
Tempo
Real
Tempo
acumulado
10:39 0 0 100 0 0 0
10:44 5 5 87 13 13 156
10:49 5 10 80 7 20 84
10:54 5 15 74 6 26 72
11:04 10 25 60 14 40 84
11:14 10 35 50/100 10 50 60
11:24 10 45 90 10 60 60
11:39 15 60 70 20 80 80
11:54 15 75 55 15 95 60
12:09 15 90 45/100 10 105 40
12:24 15 115 75 25 130 100
12:39 15 130 60 15 145 60
12:54 15 145 45 15 160 60
13:09 15 160 30/100 15 175 60
13:24 15 175 85 15 190 60
Tabela A.4 – Determinação da infiltração acumulada (I) e da velocidade de infiltração (VIa) da
água pelo método Infiltrômetro de anel (Ponto X-3 -Gleissolos Tiomórficos –GJ).
Tempo Régua Infiltração
Acumulada (1)
(mm)
Velocidade de infiltração
(VIa)
(mm/h)
Hora
Intervalo (min)
Leitura
(mm)
Diferença
(mm)
Tempo
Real
Tempo
acumulado
08:40 0 0 100 0 0 0
08:42 2 2 62 38 38 1140
08:44 2 4 50 12 50 360
08:46 2 6 39 11 61 330
08:48 2 8 29 + (71) 10 71 300
08:50 4 12 90 10 81 150
08:54 4 16 67 23 104 345
08:58 4 20 47 20 124 300
09:02 4 24 28 + (72) 19 143 285
09:06 4 28 80 20 163 300
09:10 4 32 58 22 185 330
09:14 6 38 39 + (61) 19 216 190
09:20 6 44 69 31 247 310
09:26 6 50 38 31 278 310
09:34 6 56 59 + (41) 21 299 210
09:40 6 62 69 31 330 210
09:46 8 70 38 + (62) 31 361 232
09:54 4 74 58 42 403 630
09:58 8 82 37 + (63) 21 424 158
10:06 4 86 58 42 466 630
10:10 6 92 37 + (63) 21 487 210
10:16 6 98 67 33 520 330
10:22 6 104 37 + (63) 30 550 300
143
Tempo Régua Infiltração
Acumulada (1)
(mm)
Velocidade de infiltração
(VIa)
(mm/h)
Hora
Intervalo (min)
Leitura
(mm)
Diferença
(mm)
Tempo
Real
Tempo
acumulado
10:28 6 110 70 30 580 300
10:34 6 116 39 + (61) 31 611 310
10:40 6 122 69 31 642 310
10:46 6 128 39 + (61) 30 672 310
10:52 6 134 59 41 713 410
10:58 6 140 29 + (71) 30 743 300
11:04 6 146 69 31 774 310
11:10 6 152 39 30 804 300
Tabela A.5 – Determinação da infiltração acumulada (I) e da velocidade de infiltração (VIa)
do óleo pelo método Infiltrômetro de anel (Ponto X-3 ).
Tempo Régua Infiltração
Acumulada (1)
(mm)
Velocidade de infiltração
(VIa)
(mm/h)
Hora
Intervalo (min)
Leitura
(mm)
Diferença
(mm)
Tempo
Real
Tempo
acumulado
15:23 0 0 80 0 0 0
15:28 5 5 74 6 6 72
15:33 5 10 66 8 14 96
15:38 5 15 64 2 16 24
15:43 5 20 63 1 17 12
15:48 10 30 62 1 18 6
15:58 10 40 60 2 20 12
16:08 10 50 58 2 22 12
16:18 10 60 57 1 23 6
16:28 10 75 55 2 25 12
16:43 15 90 54 1 26 4
16:58 15 105 53 1 27 4
17:13 15 120 52 1 28 4
Tabela A.6 – Determinação da infiltração acumulada (I) e da velocidade de infiltração (VIa)
da água pelo método Infiltrômetro de anel (Ponto X-4 - Cambissolos Háplicos – CX +
Neossolos Litólicos – RL)..
Tempo Régua Infiltração
Acumulada (1)
(mm)
Velocidade de infiltração
(VIa)
(mm/h)
Hora
Intervalo (min)
Leitura
(mm)
Diferença
(mm)
Tempo
Real
Tempo
acumulado
10:25 0 0 80 0 0 0
10:30 5 5 60 20 20 240
10:35 5 10 50 10 30 120
10:40 5 15 45/80 5 35 60
10:50 10 25 72 8 43 48
11:00 10 35 65 7 50 42
11:10 10 45 57 8 58 48
11:25 15 60 47/80 10 68 40
11:40 15 75 74 6 74 24
11:55 15 90 61 13 87 52
12:15 20 110 51 10 97 30
12:35 20 130 41 10 107 30
12:55 20 150 31/80 10 117 30
13:15 20 170 70 10 127 30
144
Tabela A.7 – Determinação da infiltração acumulada (I) e da velocidade de infiltração (VIa)
Ido óleo pelo método Infiltrômetro de anel (Ponto X-4 – Cambissolos Háplicos – CX +
Neossolos Litólicos – RL)..
Tempo Régua Infiltração
Acumulada (1)
(mm)
Velocidade de infiltração
(VIa)
(mm/h)
Hora
Intervalo (min)
Leitura
(mm)
Diferença
(mm)
Tempo
Real
Tempo
acumulado
10:31 0 0 77 0 0 0
10:36 5 5 70 7 7 84
10:41 5 10 68 2 9 24
10:46 5 15 68 0 9 0
10:56 10 25 67 1 10 6
11:06 10 35 65 2 12 12
11:16 10 45 64 1 13 6
11:31 15 60 60 4 17 16
11:46 15 75 58 2 19 8
12:01 15 90 56 2 21 8
12:21 20 110 54 2 23 8
12:41 20 130 52 2 25 8
13:01 20 150 50 2 27 8
13:21 20 170 48 2 29 8
Tabela A.8 – Determinação da infiltração acumulada (I) e da velocidade de infiltração (VIa) da
água pelo método Infiltrômetro de anel (Ponto X-5 -. Argissolos Vermelho Amarelo – PVA +
Neossolos Litólicos – RL)..
Tempo Régua Infiltração
Acumulada (1)
(mm)
Velocidade de infiltração
(VIa)
(mm/h)
Hora
Intervalo (min)
Leitura
(mm)
Diferença
(mm)
Tempo
Real
Tempo
acumulado
11:50 0 0 100 0 0 0
11:51 1 1 57/100 43 43 2580
11:52 1 2 80 20 63 1200
11:53 1 3 60 20 83 1200
11:54 1 4 45 15 98 900
11:55 1 5 30/100 15 113 900
11:58 3 8 50/100 30 163 1000
12:01 3 11 55/100 45 208 900
12:04 3 14 55/100 45 253 900
12:08 4 18 38/100 62 315 930
12:12 4 22 40/100 60 375 900
12:16 4 26 40/100 60 435 900
12:20 4 30 40/100 60 495 900
12:25 5 35 30/100 70 565 840
12:30 5 40 20/100 80 645 960
12:35 5 45 30/100 70 715 840
12:40 5 50 25/100 75 790 900
12:45 5 55 30/100 70 860 840
12:50 5 60 25/100 75 935 900
12:55 5 65 30/80 70 1005 840
12:59 4 69 25/100 55 1060 825
13:04 5 74 25/100 75 1135 900
145
Tempo Régua Infiltração
Acumulada (1)
(mm)
Velocidade de infiltração
(VIa)
(mm/h)
Hora
Intervalo (min)
Leitura
(mm)
Diferença
(mm)
Tempo
Real
Tempo
acumulado
13:09 5 79 35/100 65 1200 780
13:14 6 85 30/110 70 1270 840
13:20 6 91 25/110 85 1355 850
13:26 6 97 30/110 80 1435 800
13:32 6 103 05/100 100 1535 1000
13:38 6 109 20/100 80 1615 800
13:43 5 114 25/100 75 1690 900
13:48 5 119 25/100 75 1765 900
13:53 5 124 30/100 70 1835 840
13:58 5 129 30/100 70 1905 840
14:03 5 134 30/100 70 1975 840
14:08 5 139 30/100 70 2045 840
14:13 5 144 30/100 70 2115 840
14:18 5 149 30/100 70 2185 840
14:23 5 154 30/100 70 2255 840
14:28 5 159 30/100 70 2325 840
Tabela A.9 – Determinação da infiltração acumulada (I) e da velocidade de infiltração (VIa) do
óleo pelo método Infiltrômetro de anel (Ponto X-5).
Tempo Régua Infiltração
Acumulada (1)
(mm)
Velocidade de infiltração
(VIa)
(mm/h)
Hora
Intervalo (min)
Leitura
(mm)
Diferença
(mm)
Tempo
Real
Tempo
acumulado
12:18 0 0 95 0 0 0
12:23 5 5 65 30 30 360
12:28 5 10 57 8 38 96
12:33 5 15 54 3 41 36
12:38 5 20 52 2 43 24
12:48 10 30 48 4 47 24
12:58 10 40 45 3 50 18
13:08 10 50 42 3 53 18
13:18 10 60 40 2 55 12
13:28 10 70 37 3 58 18
13:38 10 80 37 0 58 0
13:48 10 90 35 2 60 12
13:58 10 100 32 3 63 15
14:08 10 110 31 1 64 6
14:18 10 120 30/40 1 65 6
14:28 10 130 39 1 66 6
146
Tabela A.10 – Determinação da infiltração acumulada (I) e da velocidade de infiltração (VIa)
da água pelo método Infiltrômetro de anel (Ponto X-6 -. Latossolos Vermelho Amarelo –
LVA + Neossolos Quartzarênicos – RQ).
Tempo Régua Infiltração
Acumulada (1)
(mm)
Velocidade de infiltração
(VIa)
(mm/h)
Hora
Intervalo (min)
Leitura
(mm)
Diferença
(mm)
Tempo
Real
Tempo
acumulado
10:15 0 0 100 0 0 0
10:16 1 1 60/100 40 40 2400
10:17 1 2 75/100 25 65 1500
10:18 1 3 80/100 20 85 1200
10:19 1 4 75/100 25 110 1500
10:21 2 6 45/100 55 165 1650
10:23 2 8 50/100 50 215 1800
10:25 2 10 48/100 52 270 1650
10:27 2 12 40/100 60 330 1800
10:29 2 14 50/100 50 380 1500
10:31 2 16 48/100 52 432 1560
10:33 2 18 20/100 80 512 2400
10:36 3 21 25/100 75 587 1500
10:39 3 24 30/100 70 657 1400
10:42 3 27 15/100 85 742 1700
10:45 3 30 18/100 82 824 1640
10:48 3 33 15/80 85 909 1700
10:51 3 36 15/100 65 974 1300
10:53 2 38 22/100 78 1052 2340
10:56 3 41 24/80 76 1128 1520
10:59 3 44 35/100 65 1193 1300
11:01 2 46 1/100 99 1292 2970
11:03 2 48 20/50 80 1372 2400
11:04 1 49 2/100 48 1324 2880
11:08 4 53 100 0 1324 0
11:11 3 56 50 50 1374 1000
11:13 2 58 1/100 49 1423 1470
11:16 3 61 40/100 60 1483 1200
11:19 3 64 60/100 40 1523 800
11:22 3 67 55/100 45 1568 900
11:25 3 70 45/100 55 1623 1100
11:28 3 73 30/100 70 1693 1400
11:31 3 76 35/100 65 1758 1300
11:34 3 79 40/100 60 1818 1200
11:37 3 82 40/100 60 1878 1200
11:40 3 85 38/100 62 1940 1240
11:43 3 88 38/100 62 2002 1240
11:46 3 91 50/100 50 2052 1000
11:49 3 94 60/100 40 2092 800
11:53 4 98 43/100 57 2149 855
11:57 4 102 44/100 56 2205 840
12:01 4 106 40/100 60 2265 900
12:05 4 110 40/85 60 2325 900
12:09 4 114 30/100 55 2380 825
12:13 4 118 30/100 70 2450 1050
12:17 4 122 47/100 53 2503 795
12:21 4 126 35/100 65 2568 975
12:25 4 130 35/100 65 2633 975
147
Tempo Régua Infiltração
Acumulada (1)
(mm)
Velocidade de infiltração
(VIa)
(mm/h)
Hora
Intervalo (min)
Leitura
(mm)
Diferença
(mm)
Tempo
Real
Tempo
acumulado
12:29 4 134 40/100 60 2693 900
12:33 4 138 40/100 60 2753 900
12:37 4 142 40/100 60 2803 900
12:41 4 146 40/100 60 2863 900
12:45 4 150 40/100 60 2933 900
Tabela A.11 – Determinação da infiltração acumulada (I) e da velocidade de infiltração (VIa)
do óleo pelo método Infiltrômetro de anel (Ponto X-6 – Latossolos Vermelho Amarelo – LVA
+ Neossolos Quartzarênicos – RQ).
Tempo Régua Infiltração
Acumulada (1)
(mm)
Velocidade de infiltração
(VIa)
(mm/h)
Hora
Intervalo (min)
Leitura
(mm)
Diferença
(mm)
Tempo
Real
Tempo
acumulado
10:25 0 0 65 0 0 0
10:27 2 2 40 25 25 750
10:29 2 4 05/80 35 60 1050
10:37 8 12 80 0 60 0
10:42 5 17 72 8 68 96
10:47 5 22 58 14 82 168
10:52 5 27 48 10 92 120
10:57 5 32 38 10 102 120
11:02 5 37 28/80 10 112 120
11:07 5 42 73 7 119 84
11:12 5 47 63 10 129 120
11:17 5 52 57 6 135 72
11:22 5 57 47 10 145 120
11:27 5 62 39 8 153 96
11:32 5 67 30 9 162 108
11:37 5 72 24 6 168 72
11:47 10 82 34 10 178 60
11:57 10 92 22 12 190 72
12:07 10 102 18/80 4 194 24
12:17 10 112 73 7 201 42
12:27 10 122 61 12 213 72
12:37 10 132 51 10 223 60
12:47 10 142 41 10 233 60
12:57 10 152 31 10 243 60
Tabela A.12 – Determinação da infiltração acumulada (I) e da velocidade de infiltração (VIa)
da água pelo método Infiltrômetro de anel (Ponto X-7 - Latossolos Vermelho Amarelo –
LVA).
Tempo Régua Infiltração
Acumulada (1)
(mm)
Velocidade de infiltração
(VIa)
(mm/h)
Hora
Intervalo (min)
Leitura
(mm)
Diferença
(mm)
Tempo
Real
Tempo
acumulado
15:36 0 0 100 0 0 0
15:38 2 2 75 25 25 750
15:40 2 4 55 20 45 600
15:42 2 6 40/100 15 60 450
148
Tempo Régua Infiltração
Acumulada (1)
(mm)
Velocidade de infiltração
(VIa)
(mm/h)
Hora
Intervalo (min)
Leitura
(mm)
Diferença
(mm)
Tempo
Real
Tempo
acumulado
15:44 2 8 85 15 75 450
15:46 2 10 65/100 20 95 600
15:50 4 14 70 30 125 450
15:54 4 18 35/100 35 160 520
15:58 4 22 68 32 192 480
16:02 4 26 35/100 33 225 495
16:07 5 31 55/100 45 270 540
16:12 5 36 60/100 40 310 480
16:17 5 41 60/100 40 350 480
16:22 5 46 60/100 40 390 480
16:32 10 56 25/100 75 465 450
16:42 10 66 25/100 75 540 450
16:52 10 76 25/100 75 615 450
17:02 10 86 25/100 75 690 450
17:12 10 96 25/100 75 765 450
17:22 10 106 25/100 75 830 450
17:32 10 116 30/100 70 910 420
17:42 10 126 25/100 75 985 450
17:52 10 136 30/100 70 1055 420
Tabela A.13 – Determinação da infiltração acumulada (I) e da velocidade de infiltração (VIa)
do óleo pelo método Infiltrômetro de anel (Ponto X-7).
Tempo Régua Infiltração
Acumulada (1)
(mm)
Velocidade de infiltração
(VIa)
(mm/h)
Hora
Intervalo (min)
Leitura
(mm)
Diferença
(mm)
Tempo
Real
Tempo
acumulado
15:26 0 0 75 0 0 0
15:31 5 5 57 18 18 216
15:36 5 10 51 6 24 73
15:41 5 15 47 4 28 48
15:51 10 25 40/80 7 35 42
16:01 10 35 747 6 41 36
16:11 10 45 67 7 48 42
16:26 15 60 58 9 57 36
16:41 15 75 50 8 65 32
16:56 15 90 45 5 70 20
17:11 15 105 43 2 72 8
17:26 15 120 43 0 72 0
17:41 15 135 43 0 72 0
ANEXOS
150
ANEXO A – Análise de Solo
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE TECNOLOGIA E RECURSOS NATURAIS
UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA AGRÍCOLA
LABORATÓRIO DE IRRIGAÇÃO E SALINIDADE
CAMPINA GRANDE-PB
Interessado: Antonio Costa
Filho e Max Prestes Barbosa
Município: Mossoró – RN
Localidade: X - 1
No. da Amostra: 26470
Data: 04.05.2006
ANÁLISE DE SOLO
Características Físicas
Profundidade ( cm )
Granulometria (%)
Areia 55,80
Silte 21,00
Argila 23,20
Classificação Textural
Franco Argilo
Arenoso
Densidade Aparente g/cm
3
1,46
Densidade Real g/cm
3
2,60
Porosidade %
43,97
Umidade - %
Natural 5,32
0,10 atm
Cc 0,33 atm 21,77
1,00 atm
5,00 atm
10,0 atm
Pm 15,0 atm 11,26
Água Disponível 10,51
Observação:
Neossolos Flúvicos - RU
Hugo Orlando Carvallo Guerra
Chefe do LIS
151
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA
LABORATÓRIO DE IRRIGAÇÃO E SALINIDADE
CAMPINA GRANDE-PB
Interessado: Antonio Costa Filho e
Marx Prestes Barbosa
Município: Mossoró – RN
Localidade: X - 2
No. da Amostra: 26471
Data: 04.05.2006
ANÁLISE DE SOLO
Características Físicas
Profundidade ( cm )
Granulometria (%)
Areia 45,80
Silte 34,00
Argila 20,20
Classificação Textural
Franco
Densidade Aparente g/cm
3
1,35
Densidade Real g/cm
3
2,63
Porosidade %
48,76
Umidade - %
Natural 2,67
0,10 atm
0,33 atm 29,23
1,00 atm
5,00 atm
10,0 atm
15,0 atm 16,44
Água Disponível 12,79
Observação:
Cambissolos Háplicos – CX + Neossolos Flúvicos - RU
Hugo Orlando Carvallo Guerra
Chefe do LIS
152
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA
LABORATÓRIO DE IRRIGAÇÃO E SALINIDADE
CAMPINA GRANDE-PB
Interessado: Antonio Costa Filho e
Marx Prestes Barbosa
Município: Mossoró – RN
Localidade: X - 3
No. da Amostra: 26472
Data: 04.05.2006
ANÁLISE DE SOLO
Características Físicas
Profundidade ( cm )
Granulometria (%)
Areia 78,80
Silte 6,00
Argila 15,20
Classificação Textural
Franco Arenoso
Densidade Aparente g/cm
3
1,89
Densidade Real g/cm
3
2,72
Porosidade %
30,31
Umidade - %
Natural 0,81
0,10 atm
0,33 atm 11,58
1,00 atm
5,00 atm
10,0 atm
15,0 atm 2,49
Água Disponível 9,09
Observação:
Gleissolos Tiomórficos - GJ
Hugo Orlando Carvallo Guerra
Chefe do LIS
153
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA
LABORATÓRIO DE IRRIGAÇÃO E SALINIDADE
CAMPINA GRANDE-PB
Interessado: Antonio Costa Filho e
Marx Prestes Barbosa
Município: Mossoró – RN
Localidade: X - 4
No. da Amostra: 26476
Data: 04.05.2006
ANÁLISE DE SOLO
Características Físicas
Profundidade ( cm )
Granulometria (%)
Areia 83,80
Silte 2,00
Argila 14,20
Classificação Textural
Areia Franca
Densidade Aparente g/cm
3
1,74
Densidade Real g/cm
3
2,67
Porosidade %
35,04
Umidade - %
Natural 1,16
0,10 atm
0,33 atm 6,33
1,00 atm
5,00 atm
10,0 atm
15,0 atm 1,71
Água Disponível 4,62
Observação:
Cambissolos Háplicos – CX + Neossolos Litólicos - RL
Hugo Orlando Carvallo Guerra
Chefe do LIS
154
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA
LABORATÓRIO DE IRRIGAÇÃO E SALINIDADE
CAMPINA GRANDE-PB
Interessado: Antonio Costa Filho e
Marx Prestes Barbosa
Município: Mossoró – RN
Localidade: X - 5
No. da Amostra: 26474
Data: 04.05.2006
ANÁLISE DE SOLO
Características Físicas
Profundidade ( cm )
Granulometria (%)
Areia 78,80
Silte 8,00
Argila 13,20
Classificação Textural
Franco Arenoso
Densidade Aparente g/cm
3
1,84
Densidade Real g/cm
3
2,68
Porosidade %
31,28
Umidade - %
Natural 0,76
0,10 atm
0,33 atm 10,86
1,00 atm
5,00 atm
10,0 atm
15,0 atm 6,16
Água Disponível 4,70
Observação:
Argissolos Vermelho Amarelo – PVA + Neossolos Litólicos - RL
Hugo Orlando Carvallo Guerra
Chefe do LIS
155
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA
LABORATÓRIO DE IRRIGAÇÃO E SALINIDADE
CAMPINA GRANDE-PB
Interessado: Antonio Costa Filho e
Marx Prestes Barbosa
Município: Mossoró – RN
Localidade: X - 6
No. da Amostra: 26476
Data: 04.05.2006
ANÁLISE DE SOLO
Características Físicas
Profundidade ( cm )
Granulometria (%)
Areia 83,80
Silte 2,00
Argila 14,20
Classificação Textural
Areia Franca
Densidade Aparente g/cm
3
1,74
Densidade Real g/cm
3
2,67
Porosidade %
35,04
Umidade - %
Natural 1,16
0,10 atm
0,33 atm 6,33
1,00 atm
5,00 atm
10,0 atm
15,0 atm 1,71
Água Disponível 4,62
Observação:
Latossolos Vrmelho Amarelo – LVA + Neossolos Quartzarênicos - RQ
Hugo Orlando Carvallo Guerra
Chefe do LIS
156
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA
LABORATÓRIO DE IRRIGAÇÃO E SALINIDADE
CAMPINA GRANDE-PB
Interessado: Antonio Costa Filho e
Marx Prestes Barbosa
Município: Mossoró – RN
Localidade: X - 7
No. da Amostra: 26477
Data: 04.05.2006
ANÁLISE DE SOLO
Características Físicas
Profundidade ( cm )
Granulometria (%)
Areia 83,80
Silte 3,00
Argila 13,20
Classificação Textural
Areia Franca
Densidade Aparente g/cm
3
1,83
Densidade Real g/cm
3
2,67
Porosidade %
31,41
Umidade - %
Natural 1,21
0,10 atm
0,33 atm 5,19
1,00 atm
5,00 atm
10,0 atm
15,0 atm 1,97
Água Disponível 4,22
Observação:
Latossolos vermelho Amarelo - LVA
Hugo Orlando Carvallo Guerra
Chefe do LIS
157
ANEXO B – Questionário aplicado às famílias Rurais do Município de Mossoró - RN
MODELO DO QUESTIONÁRIO APLICADO NAS ENTREVISTAS
FATOR VULNERABILIDADE SOCIAL
a) Variável Demográfica
1.1. Número total de pessoas na família ___________sexo masculino ________ sexo
feminino ________
1.2. Número total de pessoas economicamente ativa na família___ sexo masculino ___
sexo feminino ___
1.3. Faixa etária 0-7__ 8-14__ 15-18__ 19-25____ 26-35__ 36-45__ 46-45__ >65 ______
1.4. Escolaridade até a 4ª série ___até a 8ª série___ ensino médio incompleto___ ensino
médio completo___
analfabeto___superior incompleto__superior completo___escolaridade do produtor
_________
1.5. Residência do produtor casa rural__ cidade__ distrito___ capital___
1.6. Área da propriedade __________________
1.7. Número de famílias/pessoas na propriedade _____________
b) Variável Habitação
2.1. Tipo de habitação: taipa em mau estado___bom estado___alvenaria em mau
estado___bom estado__
2.2. Fogão lenha/carvão ___ lenha/carvão + gás___ gás___ elétrico___
2.3. Água consumida: potável(filtro, poço tubular ou encanada)___ não potável ___
2.4. Esgotos: rede de esgotos ___ fossa________ eliminação livre___
2.5. Eliminação de lixo: coleta ___ enterra ou queima ___livre___
2.6. Eliminação de embalagens de agrotóxicos: comercialização com as próprias
firmas___
devolução aos revendedores___ reutilização para o mesmo fim ___colocada em
fossa especial__ queimada___ reaproveitada para outros fins ou deixada em
qualquer lugar__
2.7. Tipo de piso: chão batido__ tijolo__ cimento___ cerâmica___
2.8. Tipo de teto: palha___ telha cerâmica___
outros_________________________________
2.9. Energia: não tem elétrica monofásica elétrica bifase______
elétrica trifásica solar__ eólica_____
2.10. Geladeira: tem ___ não tem ___
Dados de Identificação
Número do questionário:
Nome da propriedade:
Localidade:
Nome do produtor:
Propriedade: própria_______ Arrendada_________
Empregado_________Morador________
Diagnóstico Sócio-Econômico e Ambiental aplicado às
famílias Rurais do Municí
p
io de Mossoró - RN.
158
2.11. Televisão tem ___ não tem ___ Antena Parabólica: Sim ______ Não: ________
2.12. Vídeo cassete tem__ não tem __
2.13. Rádio: tem ___ não tem ___
2.14. Periódicos: tem ___ não tem ___ Qual(ais)____________________________
c) Variável Consumo de Alimentos
3.1. Consumo de leite em dias da semana_____
3.2. Consumo de carne bovina em dias da semana______
3.3. Consumo de carne caprina/ovina em dias da semana ______
3.4. Consumo de carne de porco em dias da semana_____
3.5. Consumo de legumes em dias da semana_____
3.6. Consumo de verduras em dias da semana ______
3.7. Consumo de frutas em dias da semana_____
3.8. Consumo de batata-doce em dias da semana ____
3.9. Consumo de ovos em dias da semana ______
3.10. Consumo de café em dias da semana_____
3.11. Consumo de massas em dias da semana_____
3.12. Consumo de feijão em dias da semana ______
3.13. Consumo de aves(guiné, galinha, peru, pato) em dias da semana_____
3.14. Consumo de peixe em dias da semana_____
3.15. Consumo de caça em dias da semana_____
3.16. Consumo de derivados do milho (cuscuz, angu, polenta, mugunzá) em dias da
semana _____
3.17. Consumo de farinha de mandioca em dias da semana_____
d) Variável Participação em Organização
4.1. Pertence sim__ não qual__________________________
e) Variável Salubridade Rural
5.1. Infestação de nematóides: inexistente
baixa____ média alta__
5.2. Infestação de cupins: inexistente
baixa média alta___
5.3. Infestação de formigas: inexistente baixa média___ alta__
5.4. Infestação de doenças vegetais: inexistente
baixa média alta qual (is)
5.5.Infestação de vermes/carrapato nos animais: inexistente baixa média alta
5.6. Infestação de mosca do chifre: inexistente___ baixa___ média alta__
5.7. Infestação de doenças nos animais: inexistente
baixa média alta
qual (is)________
5.8. Surtos de febre aftosa sim__ não__
5.9. Infestação de doenças nas pessoas: inexistente___ baixa___ média alta
qual (is) _________
5.10. Infestação de piolhos/fungos nas pessoas: inexistente___ baixa__ média__ alta__
qual (is)________
5.11. Combate às pragas domésticas sim___ não___ qual (is)_____________________
159
FATOR VULNERABILIDADE ECONÔMICA
a) Variável Produção Vegetal
6.1. Cultivo _______________produção __________área ________produtividade ____
6.2. Cultivo _______________produção __________área ________produtividade ____
6.3. Cultivo _______________produção __________área ________produtividade ____
6.4. Cultivo _______________produção __________área ________produtividade ____
6.5. Cultivo _______________produção __________área ________produtividade ____
6.6. Cultivo _______________produção __________área ________produtividade ____
6.7. Área de pastejo: não tem___ abandonada conservada____
6.8. Florestamento/mata nativa não tem___<25% da área___ 25% da área___ > 25%
da área____
b) Variável Animais de Trabalho
7.1. Bois: tem ___ não tem ___
7.2. Cavalos: tem ___não tem
7.3. Muares: tem ___não tem
7.4. Jumentos: tem ___ não tem ___
c) Variável Animais de Produção
8.1. Garrotes: tem _____não tem ___
8.2. Vacas: tem ______não tem ___
8.3. Aves: tem _____ não tem ___
8.4. Bodes / carneiros: tem _____não tem ___
8.5. Ovelhas: tem ______ não tem ___
8.6. Cabras: tem _____não tem ___
8.7. Porcos: tem ______não tem___
8.8. Peixes: tem______ não tem___
8.9.
d) Variável Verticalização
9.1 Matéria prima processada/melhorada na propriedade sim
qual ____fonte____
9.2 Matéria prima processada/melhorada na propriedade sim
qual ____fonte____
9.3 Matéria prima processada/melhorada na propriedade sim_____qual
fonte ___
e) Variável Comercialização, Crédito e Rendimento
10.1 Venda da produção agrícola: não faz__ atravessador__ varejista__
cooperativa__ agroindústria ___ consumidor___
10.2 Venda da produção pecuária: não faz__ atravessador__ varejista__
cooperativa__ agroindústria__ consumidor__
10.3 Venda da produção verticalizada: não faz__ atravessador__ varejista__
cooperativa__ agroindústria__ consumidor ____
10.4 Fonte principal de crédito: não tem__ agiota__ banco particular__ cooperativa__
banco oficial____
10.5 Renda bruta aproximada da propriedade por ano(R$)______________
10.6 Outras rendas(R$) ______________ Qual _________________________
10.7 Renda total(R$)
160
FATOR VULNERABILIDADE TECNOLÓGICA
a) Variável Tecnologia
11.1 Área da propriedade (ha): <50 (aproveitamento de até 50%)__<50
(aproveitamento >50%)__
51-100 (aproveitamento de até 50%)__ 51-100 (aproveitamento >50%)__
101-200 (aproveitamento de até 50%) __ 101-200(aproveitamento >50%)__
11.2 Tipo de posse: proprietário__ arrendatário__ meeiro__ ocupante__
11.3 Uso de Biocidas(veneno caseiro): regular__ ocasional__ não usa__ controle
biológico__
11.4 Uso de adubação/calagem: regular__ ocasional__ não usa__ adubação
orgânica__
11.5 Tração das ferramentas: máquina__ manual__ animal__
11.6 Uso do solo: segue o declive__ em nível__
11.7 Práticas de conservação: não usa__ usa__quais____________________________
11.8 Conflitos ambientais: sim__ quais_______________________________não__
11.9 Irrigação: regular__ ocasional__ não usa__
11.10 Assistência técnica: regular__ ocasional__ não tem__ quem?_______________
11.11 Exploração da terra: intensiva irracional__ extensiva irracional__ racional__
11.12 Capacitação para exploração: instituições governamentais e/ou ONG__ técnicos
particulares__ sozinho__ não faz___quais___________________
11.13 Sabe executar obras de contenção: sim__ quais______________________ não__
b) Variável Máquinas e Verticalização
12.1 Possui máquinas agrícolas e/ou implementos: nenhum__ alguns__ principais__
todos__
12.2 Possui equipamentos adequados para transformação de matéria prima: sim__
não__
FATOR VULNERABILIDADE A SECA
a) Variável Recursos Hídricos
13.1 Armazenamento de água: não faz__ caixa d’água__ cisternas__ barreiros__
açudes (2 anos sem secar)__
açudes (+ de 2 anos sem secar)__ outras opções de armazenamento____________
13.2 Água armazenada seca nas pequenas estiagens: sim__ não__
13.3 Captação de água das chuvas(telhado): não faz__ faz__
13.4 Fonte de água: não possui__ cacimba__ poço amazonas__ poço tubular__ outras_
13.5 Fonte de água seca nas pequenas estiagens: sim__ não__
13.6 Periodicidade da oferta hídrica dos reservatórios e fontes: temporária__
permanente__
13.7 Água das fontes permite abastecimento humano todo o ano: sim__ não__
13.8 Água das fontes permite abastecimento animal todo o ano: sim__ não__
13.9 Água das fontes permite irrigação todo o ano: sim__ não__
13.10 Forma de abastecimento domiciliar: lata_ animais__ carros pipas__ encanada__
13.11 Racionamento: não faz__ faz durante as estiagens__ faz permanentemente__
13.12 Aproveitamento das águas residuais: não__ sim__ como___________________
13.13 Observação de alguma fonte/barragem que não secava e passou a secar: sim__
não__ qual__________
161
b) Variável Produção
14.1 Orientação técnica para as secas: tem__ não tem _________________________
14.2 Pecuária: não explora__ explora raças não adaptadas_________ explora raças
adaptadas___________
14.3 Agricultura de sequeiro: não faz__ faz sempre__ faz com chuvas suficientes__
14.4 Cultivo de vazantes: não faz__ faz ocasionalmente__ faz sempre__ Espécies_____
14.5 Irrigação: não faz__ faz ocasionalmente__ faz sempre__ Espécies ___Método____
c) Variável Manejo da Caatinga
15.1 não faz__ faz ocasionalmente__ faz sempre__ Como_____________________
d) Variável Exploração de Espécies Nativas
16.1 faz sem replantio__ não faz__ faz com replantio__ Espécies/Finalidades_______
e)Variável Armazenamento
17.1 Alimentação humana: não faz__ faz (estoque para um ano)__ faz (para mais de
um ano)__ Forma________________________________________________
17.2 Armazenamento da alimentação animal: não faz__ faz (estoque para um ano)__
faz (para mais de uni ano) ____Forma_______________________________
f)Variável Redução do Rebanho
18.1 não faz__ faz antes das estiagens__ faz durante as estiagens__
Critérios de descarte ___________________
g)Variável Observação das Previsões De Chuvas
19.1 não faz__ faz pela experiência__ faz por instituições__Quais_____
h)Variável Ocupação nas Estiagens
20.1 abandona a terra__ frentes de emergência__ presta serviços a outros
produtores__ se mantém na atividade__
j)Variável Educação
21.1 Disciplinas contextuais no ensino básico: não possui__ até a 4
a
série__
da 5
a
à 8
a
série__ em todas__ Qual (is)_____________
21.2 Disciplinas contextuais no ensino médio: não possui__ possui em uma série__
mais de uma série__
l)Variável Administração Rural
22.1 Planejamento da produção: não faz__ faz empiricamente__ acompanhamento
técnico__
22.2 Oferta contínua dos produtos: não__ sim__ por que___________________
não comercializa__ comercializa o excedente__ produz para comercialização__
22.3 Comercialização: não comercializa_____comercializa o excedente____produz
para comercialização____
22.4 Fontes de renda: exclusivamente da propriedade__ outras ______________
162
E. Histórico das Secas
23.1 Secas acontecidas: ano_____ duração_____(meses)
Perdas e impactos(comentários e quantificações)
____________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_______________________________________
23.2 Secas acontecidas: ano_____ duração_____(meses)
Perdas e impactos(comentários e quantificações)
________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_______________________________________
23.3 Secas acontecidas: ano_____ duração_____(meses)
Perdas e impactos(comentários e quantificações)
________________________________________________
___________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
F. FATOR MIGRAÇÃO
24.1 A família reside a quantos anos?_____
24.2 Quantas pessoas da família deixaram a propriedade nos últimos anos?______
a dois anos ____ a quatro anos ____ a seis anos ____ a oito anos ____ a dez anos
____ ou mais___
24.3 Quantas pessoas da família regressaram e se fixaram? ____
24.4 Quantas famílias regressaram e se fixaram na: própria propriedade___ em outra
propriedade —
24.5 Destino dos que saíram: zona urbana do município__ outras localidades na
Paraíba__ outros Estados__
G. Exploração de Minérios
Sim Tipo Qual(is) minérios ________________________Não__
163
ANEXO C – Modelo do Certificado
164
165
166
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
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Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
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Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
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Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
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Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
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