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RESUMO
A área de pesquisa, o campo petrolífero Canto do Amaro, compreende uma área de
aproximadamente 127,37 km
2
, concentra mais de 1.600 poços de petróleo em exploração no
município de Mossoró-RN e encontra-se inserida na Microrregião Geográfica de Mossoró, na
porção mais oriental do Nordeste do Brasil, a Bacia Potiguar. O município de Mossoró tem
uma área de 2.108,9 km
2,
com uma população de 213.841 habitantes, com temperaturas,
mínimas de 22,5
o
C, média e máxima 33,3
o
C. O relevo é caracterizado por uma superfície
plana com altitude média de 16 metros e a pluviometria média é de 600 mm/ano. A
metodologia do trabalho baseou-se na analise e descrição das condições de toda infra-
estrutura da PETROBRÁS para extração do óleo, definindo-se os riscos ao meio ambiente e à
população local. Foram utilizadas imagens de satélite LANDSAT, IKONOS e SPOT para a
avaliação da degradação das terras. Na área observaram-se fortes marcas da atividade humana
no processo da degradação das terras onde a dinâmica natural tem sido negligenciada. Na
avaliação das imagens definiram-se três níveis de degradação das terras: Moderado, Grave e
Muito Grave. As exposições de solos nus são, no geral, áreas de empréstimo de terras usadas
para construção das bases das estruturas de exploração do petróleo, de estradas, de aterros e
outras construções, onde não existem trabalho de conservação e recuperação, e os processos
erosivos progridem rapidamente formando-se desde sulcos até voçorocas profundas. Apesar
de ser uma área de uso agrícola, com predominância da pecuária extensiva, o principal agente
degradador das terras tem sido a exploração petrolífera. Através das imagens de satélite
IKONOS foi avaliado a erosão na margem do estuário dos rios Apodi/Mossoró. O processo
de erosão observado na área envolve não somente as questões da mudança climática global e
geológica, mas mostra ter uma relação direta com as atividades humanas na região, como a
exploração do petróleo. Foram coletadas 7 amostras de solos para analise dos riscos à
infiltração de óleo, para as quais foram determinados os valores da DTA, que para 57% solos
está acima da média de 1,41 mm/cm, e apresentando uma textura franco-arenosa e areia
franca para os 43% restantes, cujas DTA foram menores que 0,86 mm/cm. Os testes de
infiltração de água/óleo nesses solos mostraram que a VIB da água é alta a muito alta e a do
óleo foi de baixa a média. Foram aplicados questionários a 10% das famílias da comunidade
para caracterizar o perfil socioeconômico e ambiental da população local. A região está
submetida à intensa pressão antrópica em conseqüência das atividades das indústrias
petrolífera e salineira e atividades agropastoris. As análises dos diagnósticos mostraram que a
vulnerabilidade social global da população é da ordem de 66%, índice considerado
inaceitável, que traduz a baixa escolaridade, as precárias condições de moradia, baixa renda,
deficiência da infra-estrutura hídrica, a baixa capacidade da percepção ambiental, a
degradação das terras, etc. Essa vulnerabilidade é ocasionada pela falta de políticas públicas
para o desenvolvimento ambientalmente sustentável, que vise à diminuição dos riscos, com
inclusão social e proteção ambiental. Entre outras a pesquisa concluiu que a indústria
petrolífera precisa urgentemente tomar medidas para a diminuição dos riscos, pois os solos
com textura franco-arenosa e areia franca deixam o lençol freático vulnerável a derrames de
óleo, que não são pouco freqüentes na área, como também ser mais rigorosa na observação
das normas de proteção na exploração petrolífera. Com relação ao estuário Apodi/Mossoró as
estruturas devem ser construídas de modo a não desequilibrar a dinâmica do mesmo.
Palavras-chave: Riscos e vulnerabilidades, degradação das terras, exploração petrolífera.