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Quadro 1: Sociedade Industrial X Sociedade do Conhecimento
Sociedade Industrial Sociedade do Conhecimento
1. Antes de implantar uma
incubadora numa região, exigiam-se
extensos estudos para demonstrar a
existência de mercado para as suas
futuras possíveis empresas.
1. A velocidade da evolução da tecnologia não concede tempo
para exaustivas pesquisas de mercado. Oportunidades podem
ser perdidas enquanto as pesquisas acontecem. Assim, para
justificar uma nova incubadora, a capacidade de perceber
oportunidades de negócios num mundo mutável se tornou
mais importante do que extensos estudos.
2. A incubadora estava centrada nas
vocações naturais da região.
2. Embora respeitando as vocações locais, a incubadora
focaliza seu trabalho nas oportunidades oferecidas pela
Sociedade do Conhecimento.
3. Para ser admitida numa
incubadora, uma empresa emergente
tinha que demonstrar exaustivamente
a sua viabilidade econômica.
3. Nessa perspectiva, o critério para admitir empresas numa
incubadora é inovador, buscando oferecer oportunidade à
virtualmente todas as propostas.
4. O primeiro passo para implantar
uma incubadora era construir um
prédio.
4. Com a escassez de recursos, a construção de um prédio é
autorizada apenas se não houver alternativa de espaço em
universidades, fábricas desativadas ou prédios semelhantes.
5. O gerente de uma incubadora se
limitava a publicar editais e esperar
que os candidatos surgissem.
5. Os gerentes das incubadoras devem ser empreendedores e
capazes de identificar oportunidades de negócios para a
região, transformando-as em empresas viáveis.
6. A incubadora estava limitada a
algumas dezenas de empresas
residentes.
6. Maior o número, maior a possibilidade de haver diversidade,
fertilizações cruzadas e uma elevada taxa de criação de novos
empreendimentos dentro da própria incubadora.
7. As incubadoras costumavam
aceitar apenas os empreendimentos
ditos “de base tecnológica”.
7. Com o propósito de estimular a inovação, as incubadoras
admitem empresas que são intensivas em conteúdo
intelectual, propiciando um inédito convívio de profissionais
em áreas diversas como engenharia, biotecnologia, artes e
ciências humanas.
Fonte: Adaptado pelo autor, a partir de Spolidoro e Fisher, 2001.
O Quadro 1 indica que a análise da estrutura híbrida de uma incubadora deve começar
pelas demandas e objetivos que regem a sua concepção, além dos papéis que universidade,
indústria e governo assumem para operar e ampliar a capacidade da incubadora para inovar,
dentro das premissas básicas de uma sociedade baseada em conhecimento.
No paradigma de “Sociedade Industrial”, uma incubadora costumava atuar dentro de um
universo relativamente restrito. Dentro do paradigma da “Sociedade do Conhecimento”, a
incubadora atua em rede, por meio de sistemas cada vez mais amplos e complexos, como os
sistemas de incubação de negócios e sistemas regionais de inovação (SPOLIDORO e FISHER,