Download PDF
ads:
ROSA GABRIELLA VARGAS
Resistência de variedades de Citrus sp à Xanthomonas axonopodis pv.
citri em condições de campo na região Noroeste do Estado do Paraná.
MARINGÁ
PARANÁ – BRASIL
FEVEREIRO - 2008
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
ii
ROSA GABRIELLA VARGAS
Resistência de variedades de Citrus sp à Xanthomonas axonopodis pv.
citri em condições de campo na região Noroeste do Estado do Paraná.
Dissertação apresentada à
Universidade Estadual de Maringá,
como parte das exigências do
Programa de Pós-graduação em
Agronomia, área de concentração
em Proteção de Plantas para
obtenção do título de Mestre.
MARINGÁ
PARANÁ - BRASIL
FEVEREIRO – 2008
ads:
iii
“Tudo tem seu tempo e até certas manifestações mais
vigorosas e originais entram em voga ou saem de moda.
Mas a sabedoria tem uma vantagem: é eterna."
Baltasar Gracián
À DEUS.
Aos meus pais Roberto (in memorian)
e Denira e meus irmãos Renata e
Roberto pelo apoio, incentivo, amor
dedicado e confiança em mim
depositada.
Ao Matheus.
DEDICO
iv
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela vida e por ter tornado tudo possível.
A todos que participaram direta e indiretamente para realização deste
trabalho.
Ao meu orientador, Professor Doutor William Mário de Carvalho Nunes,
pela orientação, incentivo, confiança e amizade ao longo destes anos.
Ao Dr. Sérgio Alves de Carvalho, pelo apoio, colaboração e atenção
demonstrados para o desenvolvimento deste trabalho.
Aos professores do Departamento de Fitopatologia (UEM), por
contribuírem para minha formação e aprendizado.
A CAPES, pela concessão de bolsa de estudos durante o curso.
Ao técnico José Alcides Remolli, funcionário do Núcleo de Pesquisa em
Biotecnologia Aplicada (NBA) da Universidade Estadual de Maringá, pela sua
colaboração em todo desenvolvimento do trabalho.
À querida amiga, Fernanda Meira pelo carinho e pela ajuda essencial na
realização deste trabalho.
Aos amigos de todos os dias, membros do NBA/UEM: Rúbia Molina,
Alexandre Zanutto, Alessandra Costa, Walter Temporal, Marilda Caixeta,
Rosângela, Inaiara, Clara Ueda, Akemi Yamamoto.
v
Aos amigos de Pós-graduação: Francielli Gasparotto, Ronilda Aguiar,
Bárbara Aguiar, Tatiane Albuquerque, Fernanda Marcuz, Andressa Mott e
Solange Bonaldo que estiveram sempre presentes com muita alegria não só
nos momentos de estudo, mas principalmente na minha vida.
Às amigas, Telma Pelizer e Taciane Zamperlini, pela amizade sincera e
constante.
Aos amigos, Marcos Rodovalho e Jefferson Fernandes, pela amizade,
apoio e disposição para ajudar a resolver dúvidas durante as análises.
Aos amigos conquistados ao longo do curso de mestrado, pela amizade
e companheirismo durante todo tempo.
Aos professores, funcionários e colegas da Pós-graduação do Centro de
Treinamento de Irrigação (CTI), pela harmoniosa convivência de todos os dias
de trabalhos.
A todos Muito Obrigada por tudo!
vi
BIOGRAFIA
ROSA GABRIELLA VARGAS, filha de Roberto Vargas e Denira
Cavalheiro Vargas, nascida na cidade de Curitiba, Estado do Paraná, no dia
dezesseis de abril de 1980.
Graduada em Agronomia, pela Universidade Estadual de Maringá, em
maio de 2004.
Iniciou, em março de 2006, o curso de mestrado no programa de Pós-
Graduação em Agronomia, da Universidade Estadual de Maringá.
vii
ÍNDICE
RESUMO--------------------------------------------------------------------------------------------viii
ABSTRACT-------------------------------------------------------------------------------------------x
1. INTRODUÇÃO -----------------------------------------------------------------------------------1
2. REVISÃO DE LITERATURA------------------------------------------------------------------3
2.1. O Cancro Cítrico: Origem e distribuição-------------------------------------------------3
2.2. Etiologia e sintomatologia-------------------------------------------------------------------4
2.3. O cancro cítrico no Paraná -----------------------------------------------------------------6
2.4. Avaliação de doenças------------------------------------------------------------------------8
2.5. Epidemiologia -------------------------------------------------------------------------------10
2.6. Resistência Varietal-------------------------------------------------------------------------14
3. MATERIAL E MÉTODOS--------------------------------------------------------------------20
3.1. Instalação e condução do experimento------------------------------------------------ 20
3.2. Origem do material-------------------------------------------------------------------------- 21
3.3. Avaliação e análise dos dados-----------------------------------------------------------21
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO------------------------------------------------------------ 26
4.1. Avaliação das variedades quanto à resistência ao cancro cítrico--------------26
4.2. Avaliação do comportamento das variedades em diferentes épocas de
avaliação --------------------------------------------------------------------------------------------33
5. CONCLUSÕES---------------------------------------------------------------------------------39
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS------------------------------------------------------- 40
viii
RESUMO
VARGAS, ROSA GABRIELLA, Universidade Estadual de Maringá, fevereiro de
2008. Resistência de variedades de Citrus sp à Xanthomonas axonopodis
pv. citri em condições de campo na região noroeste do Estado do Paraná.
Professor orientador: Dr. William Mário de Carvalho Nunes.
O cancro cítrico, causado pela bactéria Xanthomonas axonopodis pv. citri, é um
dos maiores problemas fitossanitários da produção de citros em todo o mundo.
Encontra-se distribuído em dezenas de países localizados nos continentes
oceânico, asiático e americano, infectando plantas da família Rutaceae. No
Paraná, foi introduzido em 1957, no município de Lupionópolis, mesmo ano da
primeira constatação da doença no País na região de Presidente Prudente, SP,
sendo rapidamente disseminado para as regiões Norte, Noroeste e Oeste do
Estado. A identificação de cultivares com características agronômicas e
comerciais desejáveis possuindo níveis de resistência ao cancro cítrico assume
grande importância para o manejo desta doença, tanto para áreas citrícolas
onde a erradicação de plantas não é a principal medida de controle, como no
Estado do Paraná, quanto para regiões onde a prática da erradicação vem
sendo adotada como principal medida de controle da doença, como no Estado
de São Paulo. Desenvolvido em pomar experimental no município de Maringá,
região Noroeste do Estado do Paraná, este trabalho buscou avaliar, em
condições de campo, variedades de laranjeiras doces, tangerineiras e seus
híbridos quanto à resistência ao cancro cítrico e o comportamento dessas
variedades em diferentes épocas de avaliação. O delineamento experimental foi
em blocos casualizados com duas repetições com 81 variedades de citros.
Realizou-se quatro avaliações mensais utilizando-se escala diagramática. Os
dados foram submetidos à análise de variância, sendo as médias comparadas
pelo teste de agrupamento de Scott-Knott (P=0,05). Foram constatadas
diferenças significativas entre os tratamentos para Severidade e a Área Abaixo
da Curva de Progresso da Doença (AACPD), sendo que o número de
agrupamentos de similaridade foi diferente conforme a variável. A severidade do
cancro cítrico variou de 0,25% a 4,88% e 49,80 a 742,65 para AACPD, sendo as
ix
variedades distribuídas em três grupos de similaridade. Com base numa escala
de severidade para classificação da reão dos genótipos, cultivares foram
divididos em 5 grupos: Resistentes, Moderadamente Resistentes,
Moderadamente Suscetíveis, Suscetíveis e Altamente Suscetíveis. Dados
climáticos foram correlacionados com a doença. Observou-se que a severidade
da doença aumentou durante os meses de janeiro a abril, correspondente aos
períodos em que a temperatura média alcançou na maior parte dos dias 25°C a
30°C com decréscimo nos níveis de infecção nos meses de maio e junho
quando as temperaturas médias alcançaram valores abaixo de 20°C. O
percentual máximo de severidade foi alcançado entre os meses de março e
abril, reflexo das chuvas e elevação da temperatura nos meses de janeiro e
fevereiro. Durante os seis meses de avaliações foi possível observar diferentes
padrões de comportamento da doença entre as variedades. Aplicando-se o teste
de agrupamento Scott-Knott, foram constatadas diferenças significativas
(P=0,05) entre as variedades e o número de agrupamentos de similaridade
variou conforme a época. A menor variação foi encontrada no mês de janeiro
quando as variedades foram agrupadas em 5 grupos de similaridade enquanto a
maior variação foi observada no mês de fevereiro, com 9 grupos. Houve
variações nos níveis de resistência e no comportamento das variedades
conforme a época de avaliação. A tangerina Ponkan apresentou alta resistência
ao cancro cítrico e as variedades Rosehaugh Nartjee, Harris, De Wildt, Dekopon
e África do Sul comportaram-se como resistentes, apresentando baixos níveis
de doença em todas as avaliações.
Palavras chave: Citrus sinensis, cancro cítrico, resistência varietal.
.
x
ABSTRACT
VARGAS, ROSA GABRIELLA, Universidade Estadual de Maringá, fevereiro de
2008. Resistance of varieties of Citrus sp to Xanthomonas axonopodis pv.
Citri at field conditions in the northwest of State of Paraná. Professor
orientador: Dr. William Mário de Carvalho Nunes
The citrus canker caused by Xanthomonas axonopodis pv. citri, is one of the
higher phytosanitary problems of citrus production in the world. It is distributed
in several countries located in Oceanic, Asia and America continents, infecting
plants of the Rutaceaes family. In Paraná State it was introduced in 1957, in the
municipality of Lupionópolis, and quickly spread to the North, Northwest and
West of the state. The identification of cultivars with desirable agronomic and
commercial characteristics with levels of resistance to citrus canker its off great
importance for the management of the disease. This is observed for citrus areas
where plants eradication is not adapted as mesuare of control, which occurs in
the Paraná State, and to regions where the practice of eradication has been
adopted as the main measure of controlling the disease, what happens in the
São Paulo State. Developed in a experimental area of the county Maringa, in
the Northwest region of Parana State, this study seeked to evaluat, at field
conditions, varieties of sweet orange, tangerine tree and its hybrids on the
resistance to citrus canker and behaviour of these varieties at different times for
evaluation. The experimental design was randomized in blocks with two
replicates with 81 varieties of citrus. Six monthly assessments using a
diagrammatic scale. Were performed to the analysis of variance, with the
averages compared by test group of Scott-Knott (P=0,05). There were found
significant differences between treatments when considered as variables such
as severity and area under the disease progress curve (AUDPC), being the
number of clusters of similarity different according variable. The severity of the
citrus canker ranged from 0.25% to 4.88% and 49.80 to 742.65 for AUDPC
varieties being distributed in three groups of similarity. Basead on a scale of
severity for classification of the reaction to the disease, the varieties were
divided into 5 groups: Resistant, Moderately Resistant, Moderately Susceptible,
xi
Susceptible and Highly Susceptible. Climatic data were correlated with the
disease. It was observed that the severity of the disease increased from of
period January to April, corresponding to the periods in which the average
temperature reached in most of the days to 25°C to 30°C with decrease in the
levels of infection in the months of May and June when average temperatures
reached values below 20°C. The maximum percentage of severity was reached
between the months of March and April, reflecting the increase in temperature
and rainfall in the months of January and February. During the six months of
evaluation was possible to observe different patterns of behavior of the disease
among varieties. Applying it is the test of grouping Scott-Knott, were found
significant differences between the varieties and the number of groups of
similarity varied according to age. The smallest variation was found in the
month of January where the varieties were grouped into 5 groups of similarity
as the largest variation was observed in the month of February, with 9 groups.
There were variations in the levels of resistance and the behaviour of varieties
as the time of evaluation. The tangerine Ponkan be highly resistant to citrus
canker and the varieties Rosehaugh Nartjee, Harris, De Wildt, Dekopon and
South Africa behaved themselves as resistant, showing low levels of disease in
all assessments.
Keywords: Citrus sinensis, citrus canker, variety resistance
1
1. INTRODUÇÃO
Um dos setores mais competitivos e de maior potencial de crescimento do
agronegócio é a citricultura. O Brasil detém 30% da produção mundial de laranja
e 59% da de suco de laranja. São Paulo e Flórida dominam a oferta mundial e
um caso raro em se tratando de commodities agrícolas. O sistema agroindustrial
citrícola movimenta 9 bilhões por ano e gera mais de 400 mil empregos diretos e
indiretos. Inovações em pesquisas, tecnologia e logística estão na base da
eficiência e liderança do Brasil (NEVES, JANK, 2008)
Do ponto de vista fitossanitário, a vulnerabilidade da citricultura brasileira
é bastante grande, seja pelos fatores do meio, seja pela gama de pragas e
doenças que afetam sua produtividade. Dentre estes, destaca-se o cancro cítrico
causado pela bactéria Xanthomonas axonopodis pv. citri. Este encontra-se
distribuído em dezenas de países localizados nos continentes oceânico, asiático
e americano, infectando plantas da família Rutaceae (CIVEROLO, 1984). No
Brasil, a primeira constatação foi em 1957, no município de Presidente Prudente,
Estado de São Paulo (BITANCOURT, 1957). Atualmente, está presente nos
Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Roraima
(BARBOSA et al., 2001; FEICHTENBERGER et al., 2005; MACIEL et al., 1998;
NASCIMENTO et al., 2003).
Apesar do Estado do Paraná apresentar condições edafoclimáticas
adequadas para a produção de citros (IAPAR, 1987), as regiões Norte e
Noroeste do estado estiveram impedidas por mais de 30 anos de cultivar citros
em função da interdição das áreas devido à ocorrência de Cancro Cítrico
(CROCE-FILHO, 2005).
A implantação de pomares cítricos, em regiões de ocorrência de Cancro
Cítrico, foi viabilizada através da adoção de medidas de manejo integrado da
doença no final da década de 80 (IAPAR, 1992; LEITE JUNIOR, 1990).
Baseado nas primeiras pesquisas do IAPAR adotou-se um plano de ação que
consistiu em saneamento de imóveis rurais através da erradicação de focos da
2
doença. Essas ações seguiram as determinações das portarias ministeriais e a
implantação de pomares foi feita com variedades recomendadas pelo IAPAR,
através de resolução específica e adotando-se práticas culturais, tais como:
quebra-ventos e pulverizações preventivas com produtos cúpricos, visando
proteger brotações novas de infecções (KHUARA, 1978; LEITE JUNIOR,
MOHAN, 1990). No entanto essa doença ainda é fator limitante por ser
endêmica na região e, desse modo, exigir medidas adicionais de manejo para
obtenção de uma produção econômica evoluindo positivamente. Para maior
eficácia dessas ações, pesquisas com a finalidade de obter maiores
informações sobre a epidemiologia da doença e medidas alternativas de
controle ao Cancro Cítrico são necessárias. A utilização de variedades
resistentes é a alternativa mais econômica e de menor impacto ambiental.
Em estudos realizados por Croce-Filho (2005), para avaliar resistência ao
cancro cítrico em condições de campo, constatou-se que das 213 variedades de
Citrus sp. avaliadas, apenas 84 variedades apresentaram sintomas da doença
durante todo o período de avaliação (janeiro a novembro de 2004). Segundo
esse autor, mesmo em condições paranaenses onde o Cancro Cítrico é
considerado endêmico, o número de variedades suscetíveis foi baixo.
Nesse contexto, o objetivo desse trabalho foi avaliar em condições de
campo, variedades de laranjeiras doces, tangerineiras e seus híbridos quanto à
resistência ao Cancro Cítrico, a partir da quantificação da severidade da
doença com auxílio de escalas diagramáticas e o comportamento dessas
variedades em diferentes épocas de avaliação.
3
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. O Cancro Cítrico: Origem e distribuição
O Cancro Cítrico é um dos maiores problemas fitossanitários da
produção mundial de citros. Encontra-se distribuído em dezenas de países
localizados nos continentes oceânico, asiático e americano, infectando plantas
da família Rutaceae (CIVEROLO,1984).
Originário do Sudoeste da Ásia, mesmo centro de origem dos citros, foi
disseminado principalmente pelo transporte de material propagativo
contaminado atingindo países como Japão, Austrália, Nova Zelândia, Ilhas do
Pacífico, sul e centro da África, América do Sul e EUA. Em muitas dessas
regiões, a doença ocorre endemicamente, como na Argentina, Paraguai e
Uruguai (LEITE JUNIOR, 1990).
A doença foi constatada pela primeira vez na Índia entre 1827 e 1831,
em folhas herbarizadas de cidra (Citrus medica) (BITANCOURT, 1957). Em
1910 foi feita a primeira constatação da bactéria, nos Estados Unidos, em
mudas de citros provenientes do Japão (STALL, SEYMOUR, 1983).
No Brasil, a doença foi constatada em 1957 na região de Presidente
Prudente, SP, em mudas provenientes de material importado por imigrantes
japoneses (AMARAL, 1957; BITENCOURT, 1957). Sendo disseminada
rapidamente para outras regiões do Estado de São Paulo e também para os
outros Estados como Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande
do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais (AMARAL, 1957; BARBOSA et al., 2001;
FEICHTENBERGER et al., 2005; MACIEL et al., 1998) e mais recentemente
Roraima (NASCIMENTO et al., 2003).
4
2.2. Etiologia e sintomatologia
O agente causal do Cancro Cítrico é a bactéria Xanthomonas
axonopodis pv. citri, pertencente ao grupo das Xanthomonas, apresenta reação
gram-negativa, respiração aeróbica, formato baciliforme e motilidade por um
flagelo polar (monotríquia). A temperatura ótima para o desenvolvimento da
doença está em torno de 28 e 30° C (FEICHTENBERGER et al., 2005).
A bactéria cresce na maioria dos meios usados em laboratório e é
facilmente isolada de tecido cítrico infectado. Colônias da bactéria são visíveis
após 2-3 dias de incubação a 28°C em meio de cultura com agar (ROSSETTI,
1981). Sobrevive por poucos dias em materiais inertes e por até três meses em
solo ou em plantas invasoras, mas podem sobreviver por vários anos em
tecidos do hospedeiro, mesmo quando estes se encontram desidratados
(FEICHTENBERGER et al., 2005). Polissacarídeos extracelulares são
produzidos pelas células bacterianas, ajudando na sua dispersão e
sobrevivência (GOTO, HYODO, 1985).
Por existir outros patovares e variantes, X. axonopodis patogênicas ao
gênero Citrus foram classificados em cinco grupos diferenciados basicamente
pela patogenicidade e sintomatologia (GABRIEL et al., 1989;
FEICHTENBERGER et al., 2005). O Cancro Cítrico, também conhecido por
Cancro Cítrico Asiático ou Cancrose A é o grupo mais importante e severo,
afeta grande número de espécies da família Rutaceae (STALL, SEYMOUR,
1983) e está disseminado em muitas regiões da Ásia, África, Oceania e
América. No Paraná, somente esse tipo da doença já foi relatado (LEITE
JUNIOR, 1990). O Cancro Cítrico B ou Cancrose B, causada pela estirpe B de
X. axonopodis pv. citri, atualmente denominada como X. axonopodis pv.
aurantifolii, afeta um menor número de hospedeiros que a cancrose A. É mais
agressivo em limões verdadeiros (Citrus limon) e lima ácida ‘Galego’ (Citrus
aurantifolia) e sua distribuição está restrita à Argentina, Paraguai e Uruguai. A
Cancrose C ou Cancrose do limoeiro ‘Galego’ causada pela estirpe C de X.
axonopodis pv. citri, denominada atualmente como X. axonopodis pv.
aurantifolii, ocorre principalmente em lima ácida ‘Galego’ e está restrita a
algumas regiões do estado de São Paulo (FEICHTENBERGER et al., 2005).
5
A Cancrose D, causada pela estirpe D de X. axonopodis pv. citri,
denominada como X. axonopodis pv. aurantifolii não está muito bem
caracterizada e foi relatada somente no México, causando lesões em folhas e
ramos de lima ácida ‘Galego’. Por fim, a mancha bacteriana dos citros, causada
pela estirpe E de X. axonopodis pv. citri, atualmente classificada como X.
axonopodis pv. citrumelo tem patogenicidade limitada e ocorrência restrita à
Flórida, afetando principalmente porta-enxertos de citrumelo ‘Swingle’
(GABRIEL et al., 1989; SCHOUTIES et al., 1987)
A taxonomia relacionada ao gênero Xanthomonas apresenta bastante
controvérsia (SCHAAD et al., 2000). Novas propostas de reclassificação são
sugeridas (SCHAAD et al., 2000; BRUNINGS, GABRIEL, 2003) levantando
polêmicas e indefinições quanto à nomenclatura do agente causal do Cancro
Cítrico. O nome científico Xanthomonas axonopodis pv. citri ainda é aceito
sendo a doença do patógeno referida, na literatura mundial, como Cancro
Cítrico Asiático, enquanto que no Brasil, por ser a principal e a mais severa do
grupo cancro, é denominado como Cancro Cítrico.
O Cancro Cítrico apresenta sintomas característicos em toda parte aérea
da planta, incluindo folhas ramos e frutos, que podem variar em função do tipo e
idade do órgão afetado pela bactéria (LEITE JUNIOR, 1990). Os sintomas
constituem-se de lesões eruptivas, corticosas, levemente salientes, puntiformes,
de cor creme ou parda (FEICHTENBERGER et al., 2005). Nas folhas, a doença
aparece primeiramente como manchas claras que depois ficam com o centro
necrosado. Nos frutos, são de aspecto pardo, salientes; em estágio avançado,
parecem crostas escuras com fissuras, por onde exuda a bactéria (ROSSETTI,
2001). O tamanho das lesões nas folhas depende muito da suscetibilidade do
hospedeiro, podendo atingir até 10 mm de diâmetro em cultivares suscetíveis de
laranja e pomelo (LEITE JUNIOR, 1990; STALL, SEYMOUR, 1983).
6
2.3. O Cancro Cítrico no Paraná
O Cancro Cítrico foi relatado no Paraná em 1957, no município de
Lupionópolis (AMARAL, 1957), mesmo ano da primeira constatação da doença
no país, sendo rapidamente disseminado para as regiões Norte, Noroeste e
Oeste do Estado. Em 1961, sua presença já havia sido constatada em 12
municípios paranaenses, e apesar dos esforços para conter a doença, em
1980, o número de municípios afetados já havia saltado para 182. Neste
período, a disseminação da bactéria ocorreu em direção às regiões Central e
Sudoeste do Estado, seguindo basicamente as principais direções de
colonização durante as décadas de 50 e 60 (LEITE JUNIOR, 1990; LEITE
JUNIOR, MOHAN, 1990).
Visando conter o rápido avanço da doença, em 1972 foi regulamentada
a Campanha Nacional de Erradicação do Cancro Cítrico (CANECC), que
estabeleceu a adoção de medidas de exclusão e erradicação como medidas
básicas para o controle da doença. Além disso, foi estabelecida a interdição
para cultivo de plantas cítricas durante vários anos em áreas localizadas nas
Regiões Norte, Noroeste, e Oeste do Estado do Paraná devido à ocorrência da
doença (IAPAR, 1987; SILVA, 1990).
Em 1978, foi iniciado um programa de pesquisa no Estado, com o
objetivo de estudar o Cancro Cítrico nas condições paranaenses e, assim,
desenvolver e avaliar medidas apropriadas para a sua prevenção e controle.
Baseado nos resultados obtidos em pesquisas conduzidas no Instituto
Agronômico do Paraná (IAPAR) e também em informações adicionais
provenientes de outros países foi desenvolvido um programa de manejo
integrado para efetivamente prevenir a ocorrência e controlar a doença em
novos plantios de citros (LEITE JUNIOR, 1990; LEITE JUNIOR, MOHAN,
1990).
Até o inicio da década de 80, as medidas regulatórias de quarentena
eram aplicadas ao nível de município, onde a constatação do Cancro Cítrico
em pomares de uma única propriedade implicava na interdição de todas as
outras propriedades do município para o cultivo de citros (LEITE JUNIOR,
1990). No entanto, no final dos anos 80, os critérios adotados pela campanha
de erradicação foram revisados e as medidas regulatórias de quarentena e de
7
erradicação passaram a ser aplicadas ao nível de propriedade (LEITE JUNIOR,
MOHAN, 1990). Conforme esses autores, essas medidas foram consideradas
para todas as plantas cítricas, doentes ou não. Posteriormente, com o
estabelecimento de modificações dos critérios de erradicação, somente as
plantas doentes e aquelas adjacentes num raio de até um quilômetro passaram
a ser eliminadas. Após a erradicação, a propriedade deveria ficar em
quarentena por no mínimo um ano; período em que ficava proibido o cultivo ou
a propagação de plantas cítricas na área. Foi a partir de então que somente
implantações de pomares com cultivares de citros recomendados para o
Estado passaram a ser permitidas (LEITE JUNIOR, MOHAN, 1990).
Em 1994, através da resolução n°198/94 da SEAB, as únicas variedades
permitidas ao cultivo foram as laranjeiras doces (Citrus sinensis Osbeck): Lima
verde, Sanguínea de Mombuca, Pêra, Folha Murcha, Moro, Valência, Navelina,
Double Cálice, Iapar 73; as tangerineiras (Citrus reticulata): Dancy, Ponkan,
Satsuma, Mexerica, Loose Jaket, Batangas e Tankan; Fortunella sp.;
Calamondim e Limeira ácida (Citrus latifolia) Tahiti (SEAB,1994). Essas
medidas, juntamente com a adoção de práticas culturais adicionais como
quebra-ventos e pulverizações preventivas com produtos cúpricos, visando
proteger brotações novas de infecções, têm propiciado um crescimento
gradativo no cultivo de citros nas regiões Norte e Noroeste do Estado
(KHUARA, 1978; LEITE JUNIOR, MOHAN, 1990).
Em 1990, com pouco mais de 4 mil hectares cultivados, o Estado
apresentou uma produção de aproximadamente 1,7 milhões de caixas de 40,8
kg (FNP CONSULTORIA & COMÉRCIO, 1997). Em 2004, foram colhidas dos
pomares paranaenses, cerca de 14,5 mil hectares cultivados,
aproximadamente 9 milhões de caixas de laranja (FNP CONSULTORIA &
COMÉRCIO, 2005). Paralelamente, o surgimento de indústrias extratoras de
suco também colaborou para a ascendência da cultura no Estado. A superação
das restrições de ordem fitossanitária e a eficiência apresentada pelas medidas
integradas de controle do Cancro Cítrico foram os principais fatores que
alavancaram a citricultura paranaense a partir do início da década de 90
(BEHLAU, 2006).
Em 1994, foi instalada a primeira indústria extratora de suco do Paraná
no município de Paranavaí. Acompanhando a expansão da cultura, em 2001,
8
mais duas indústrias foram construídas, uma no município de Rolândia e outra
em Paranavaí. Atualmente, essas indústrias possuem em conjunto uma
capacidade instalada para o esmagamento de mais de 10 milhões de caixas de
laranja por ano. Assim, considerando que a produção do Estado está próxima
de atingir nove milhões de caixas produzidas (FNP CONSULTORIA &
COMÉRCIO, 2005), a expansão da cultura deve continuar nos próximos anos.
Embora o Paraná tenha grande potencial para a produção de citros,
problemas fitossanitários são fatores limitantes para a citricultura. Dessa forma,
estudos sobre o patógeno e a epidemiologia da doença são essenciais para a
definição de medidas de controle mais eficientes.
2.4. Avaliação de doenças
A quantificação de doenças é fundamental para estudos epidemiológicos
e para avaliação de estratégias de controle. A quantificação de uma variável que
expresse a intensidade de doença é necessária, tanto para descrever o
progresso da epidemia e sua relação com o clima ou com medidas de controle,
quanto para validação de modelos de previsão ou para aplicação do manejo
integrado. Portanto, erros na quantificação da doença podem ser magnificados
na análise epidemiológica subseqüente, interferindo em maior ou menor grau,
nas conclusões alcançadas (CAMPBELL, MADDEN, 1990).
A fitopatometria é uma das mais importantes áreas da fitopatologia. Sua
importância pode ser comparada até mesmo à etiologia, uma vez que conhecer
o agente causal, mas não quantificar a extensão dos seus danos no hospedeiro,
não faz muito sentido (AMORIM, 1995). Os termos mais comumente utilizados
nas avaliações da intensidade da doença são incidência e severidade. O
primeiro refere-se à porcentagem de plantas doentes ou partes de plantas
doentes em uma amostra ou população. O segundo refere-se à proporção do
volume ou área do tecido com sintomas (NUTTER, SCHULTZ, 1995).
Várias técnicas modernas podem ser usadas para avaliar a severidade da
doença com precisão: imagens de vídeo, fotografia infravermelha, termógrafo
infravermelho, reflectância espectral de copa e imagem de ressonância
magnética nuclear. Tais técnicas requerem equipamentos sofisticados e caros.
Devido a essas inconveniências, a severidade de doenças foliares é avaliada,
9
em geral, visualmente, gerando assim, estimativas subjetivas da severidade.
Neste caso, escalas diagramáticas se tornaram a principal ferramenta de
avaliação, pois contribuem para reduzir a subjetividade de cada avaliação
(NORONHA, 2002).
A estimativa da severidade consiste em um método direto de avaliação de
doenças, sobretudo doenças foliares, onde a porcentagem da área de tecido
foliar coberta por sintomas retrata melhor a intensidade da doença que a
incidência (AMORIM, 1995). Embora a estimativa da severidade da doença seja
um método subjetivo de avaliação de doença, esta variável é a que melhor se
relaciona ao dano causado pelos patógenos. Dentre as várias estratégias
propostas para facilitar a avaliação da severidade de doenças, diversas escalas
diagramáticas têm sido adotadas como padrões de comparação, representativos
da área foliar lesionada (ANDRADE et al., 2005).
A primeira escala diagramática descrita na literatura foi proposta por
Cobb, em 1892, para avaliação da ferrugem do trigo. Hoje, já existem escalas
para avaliação da severidade de doenças em várias culturas agronômicas, como
feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) (DÍAZ et al., 2001), inhame (Discorea
cayennensis Lam.) (MICHEREFF et al.,2000), cana-de-açúcar (Saccharum
officinarum L.) (AMORIM et al.,1997), tomateiro (Lycopersicum esculentum)
(BOFF et al., 1991), abacaxi (Ananas comosus) (ROHRBACH, SCHIMITT,
1994), alface (Latuca sativa L.) (O’ BRIEN, VAN BRUGGEN, 1992), cereais
(DUVEILLER,1994) entre outras.
Para a cultura dos citros (Citrus spp) várias escalas já foram
desenvolvidas para avaliação da severidade de diversas doenças como da
Clorose Variegada dos Citros (AMORIM et al. ,1993), da Mancha Preta em
folhas (NORONHA, 2002) e frutos cítricos (SPÓSITO et al., 2004), da Leprose
dos Citros (RODRIGUES et al., 2002) e, destacando-se, a escala diagramática
para avaliação da severidade do Cancro Cítrico desenvolvida por Belasque
Junior et al. (2005).
Escalas diagramáticas são representações ilustradas de uma série de
plantas ou parte de plantas com sintomas em diferentes níveis de severidade
(AMORIM, 1995). Sua elaboração deve levar em consideração os seguintes
aspectos: as quantidades mínima e máxima de doença observadas no campo e
representadas na escala, a representação dos sintomas da maneira mais
10
próxima possível da realidade e os níveis de severidade respeitando as
limitações da acuidade da vista humana, definidas pelas leis de estímulo-
resposta de Weber e de Fechner, também conhecidas como lei de Weber-
Fechner (NUTTER, SCHULTZ, 1995). Além da boa qualidade de uma escala
diagramática, as estimativas de severidade dependem da percepção visual e da
experiência de cada indivíduo na avaliação de doenças (SPÓSITO et al., 2004).
Escalas diagramáticas devem ser de fácil uso, aplicáveis a uma ampla
série de diferentes condições, e devem produzir resultados reprodutíveis, além
de apresentar níveis suficientes que representem todos os estágios de
desenvolvimento de escalas diagramáticas, o sucesso na sua utilização
depende também da experiência e percepção visual de cada indivíduo
(BERGAMIN FILHO, AMORIM, 1996).
Devido à estimativa direta da área lesionada ser subjetiva, variações
quanto à precisão e acurácia, normalmente são comuns, sendo necessário
proceder às análises estatísticas de regressão linear simples para mensurá-la.
Acurácia descreve o quanto a média de uma estimativa é próxima do valor real
da quantidade de doença avaliada. Precisão descreve a repetibilidade ou
variações associadas com uma estimativa, desconsiderando a média do valor.
A acurácia e precisão na avaliação de doenças são requeridas para avaliar
corretamente estratégias de manejo da doença, para quantificar e modelar
progresso da doença no tempo e no espaço, para predizer quantidades futuras
de doenças, elucidar a relação entre injúria e dano (NORONHA, 2002).
2.5. Epidemiologia
Existem poucos estudos em relação ao comportamento epidemiológico
do Cancro Cítrico em condições naturais de epidemia devido às restrições dos
grandes países produtores a pesquisas de campo com a doença em seu
território. Os aspectos temporal e espacial de epidemias de Cancro Cítrico
foram investigados na Argentina, na década passada, em viveiros de mudas
(GOTTWALD et al., 1988). Os resultados conseguidos, apesar de únicos,
guardam pouca relação com o que acontece em plantios comerciais,
especialmente quando a disseminação da bactéria é considerada. Os trabalhos
de Danós et al. (1984), Gottwald et al. (1992), Gottwald e Timmer (1995) e
11
Pruvost et al. (1999) também não são esclarecedores. Informações precisas
sobre esse aspecto do ciclo da doença são indispensáveis para que uma
estratégia racional de controle da doença possa ser proposta, seja para tornar
a erradicação mais eficiente, seja para tornar o convívio com o patógeno
menos oneroso ao produtor (AMORIM, BERGAMIN FILHO, 2001).
A principal fonte de inóculo de X. axonopodis pv. citri (Xac) são plantas
de citros infectadas pela bactéria, que sobrevive de uma estação para outra em
lesões nos ramos e nas folhas da planta hospedeira. A viabilidade das lesões
dependerá da longevidade das células hospedeiras. Lesões de Cancro em
ramos podem ser fontes de inóculo durante vários anos (LEITE JUNIOR,
1990). Na ausência de citros, a Xac possui um período relativamente curto de
sobrevivência. Em materiais de metal, de plástico, tecido ou madeira, a bactéria
sobrevive no máximo até 72 horas (GRAHAM et al., 2000). No solo, Xac pode
persistir por meses na rizosfera de gramíneas (GOTO et al., 1975) e de 1 a 2
meses em folhas e frutos em decomposição (GRAHAM et al., 1989; LEITE
JUNIOR, 1990).
Segundo Timmer et al. (1991), em condições de alta umidade, as lesões
de Cancro Cítrico exsudam bactérias na superfície. Em lesões novas, na
presença de filme de água, a exsudação é instantânea, liberando de 10
4
a 10
5
UFC/mL. Com o tempo, as lesões tornam-se suberizadas e a liberação de Xac
ocorre lentamente.
Células bacterianas são disseminadas principalmente através da água
de chuva para plantas mais próximas. As gotas de água quando se chocam
com lesões de Cancro dispersam o inóculo para ramos e plantas ao redor por
meio de gotículas, as quais podem atingir maiores distâncias na presença de
vento (GOTTWALD et al, 1988; GOTTWALD, TIMMER, 1995).
A doença normalmente adquire proporções severas quando as chuvas
são acompanhadas por ventos com velocidade média superior a 8 m.s
-1
(STALL, SEYMOUR, 1983). A longas distâncias, além da disseminação por
meio de aerossóis, durante a ocorrência simultânea de chuva e vento, a
bactéria também pode ser levada a outras áreas por meio de materiais vegetais
infectados, como frutos, material propagativo e mudas, assim como por meio
de ferramentas, caixas de colheita e veículos (LEITE JUNIOR, 1990).
12
A infecção da parte aérea da planta cítrica não ocorre uniformemente
durante todo o ano, estando associada com as fases de crescimento das
plantas (STALL, SEYMOUR, 1983). A infecção pelo patógeno ocorre
normalmente em tecidos imaturos, sob condições climáticas favoráveis,
principalmente na primavera e início de verão, durante períodos chuvosos. O
Cancro Cítrico é normalmente mais severo no início do verão, quando a
temperatura e chuvas são comumente ótimas para a infecção e
desenvolvimento da doença (LEITE JUNIOR, 1990). No Brasil, o verão
favorece a disseminação e a severidade do Cancro Cítrico, devido a altas
temperaturas associadas com chuvas intensas e ventos durante o fluxo de
brotações dos pomares. Na ocorrência simultânea de chuva e vento, aerossóis
podem ser formados levando células bacterianas a longas distancias
(PALAZZO et al., 1984).
A bactéria penetra no hospedeiro por aberturas naturais, principalmente
estômatos, e por ferimentos causados por espinhos, grão de areia, pelo
homem ou por insetos. A penetração natural por estômatos normalmente é
mais freqüente na face abaxial das folhas. Isso ocorre porque a concentração
destas aberturas é maior na face abaxial do que na adaxial (GRAHAM et al.,
1992). A concentração do inóculo para causar infecção varia de acordo com a
via de penetração, sendo suficiente às concentrações de 10
4
a 10
5
UFC/mL e
10
2
UFC/mL para infecções via estômato e ferimento, respectivamente
(ZUBRZYCKI, ZUBRZYCKI, 1987). Porém, duas células de Xac são suficientes
para causar infecção quando inoculadas no interior da câmara sub-estomática
(GOTTWALD, GRAHAM, 1992).
A colonização por Xac é restrita à área infectada. As lesões são
formadas por hipertrofia e hiperplasia de células do hospedeiro, resultando em
calos salientes sobre a superfície foliar. Geralmente halos cloróticos contornam
as lesões. A taxa de expansão de lesões em folhas é aproximadamente de 1
mm por mês até 6 a 8 meses. Em ferimento mecânico (agulha histológica) as
lesões crescem rapidamente até os 30 dias após a inoculação. Dos 30 aos 40
dias, as lesões expandem-se lentamente e a partir dos 40 dias a taxa de
expansão decresce a próximo de zero (GRAHAM et al., 1990).
A infecção natural em folhas e ramos ocorre até seis semanas após o
início do desenvolvimento desses órgãos e os frutos são suscetíveis, de um
13
modo geral, de seis a oito semanas após o florescimento, podendo ser mais
prolongado na ocorrência de ferimentos. Folhas são mais suscetíveis até
atingirem aproximadamente 85 % do tamanho normal (LEITE JUNIOR, 1990) e
tornam-se mais resistentes quando completam total expansão. A maior
suscetibilidade dos frutos ocorre quando estes apresentam de 2 a 4 cm de
diâmetro e se prolonga, porém de forma menos acentuada, até o seu completo
crescimento (GRAHAM, GOTTWALD, 1991).
A distribuição espacial do Cancro Cítrico, nas condições brasileiras,
desde 1957, era altamente agregada devido ao seu mecanismo de
disseminação por respingos de chuva e ventos (BERGAMIN FILHO et al.,
2001). A partir de 1997, constatou-se dramática mudança no número de focos
e no padrão espacial do Cancro Cítrico em São Paulo. O número de focos da
doença aumentou drasticamente de 25 focos em 1995 para 4180 em 1999
(FUNDECITRUS, 2007). A acentuada agregação de plantas afetadas, típica
para os anos anteriores de 1996, deu lugar a padrões de agregação
intermediários e distribuição ao acaso, como demonstrado pela análise
espacial em diferentes regiões do Estado de São Paulo (BERGAMIN FILHO et
al., 2001).
Essa mudança na distribuição espacial do Cancro Cítrico está
provavelmente relacionada com a introdução no país, em 1996, da lagarta
minadora dos citros (Phyllocnistis citrella). O patossistema citros -
XanthomonasPhyllocnistis apresenta características epidemiológicas
bastante diferentes do patossistema que existiu no Brasil de 1957 a 1996
(ZAMBOLIM et al., 2002). Estudos realizados por Croce-Filho (2005) quanto à
epidemiologia do Cancro Cítrico em condições de campo no Noroeste
paranaense, confirmam o proposto por Zambolim et al. (2002), no qual o
padrão espacial do Cancro Cítrico dentro da área do experimento apresentou
distribuição ao acaso em função dos ferimentos causados pela larva minadora
dos citros e onde os aerossóis, atuando como mecanismos de disseminação
mais eficientes, distribuíram aleatoriamente na área o patógeno oriundo das
áreas perifocais ao experimento.
Durante a alimentação as larvas rompem a cutícula e a epiderme e
expõem o mesófilo foliar, tornando-o mais predisposto a infecção pela bactéria
causadora do Cancro Cítrico (GOTTWALD et al.; 1997; SCHUBERT et al.,
14
2001). Desta forma, apesar de não ser vetor da bactéria, este inseto facilita a
infecção e o desenvolvimento do patógeno nas plantas.
2.6. Resistência Varietal
No estudo das doenças de plantas, um dos princípios de entendimento
do fenômeno é o de que a instalação e a multiplicação de um patógeno em um
hospedeiro qualquer, ou seja, a ocorrência da moléstia é limitada a uma série
de fatores que devem ser considerados conjuntamente para que ocorra
infecção. É preciso que haja a interação entre a suscetibilidade da planta, a
capacidade do microrganismo em infectá-la e condições ambientais que
favoreçam a colonização do tecido vegetal por esse patógeno (AMARAL,
2004). A resistência de plantas a patógenos é considerada uma regra dentro do
complexo das interações patógeno-hospedeiro, enquanto que a suscetibilidade
é uma exceção (BALARDIN, 2008).
Resistência pode ser conceituada como a capacidade da planta em
alterar o curso normal da patogênese, ou seja, sua capacidade em evitar ou
atrasar o estabelecimento do patógeno nos seus tecidos. É um processo
extremamente dinâmico composto de diversos sistemas capazes de atuar
integrada ou isoladamente. O nível de resistência é uma conseqüência da
velocidade e eficácia da ativação destes sistemas. Neste sentido destaca-se a
variabilidade genética das plantas como um reservatório de genes envolvidos
na resistência específica ou na resistência geral. Mudanças ontogênicas na
resistência observadas entre diferentes tecidos ou entre partes de plantas
geneticamente idênticas, porém com idades diferentes, constituem-se em fonte
adicional de resistência das plantas. Os patógenos apresentam-se igualmente
diversos quanto a suas características morfo-genético-fisiológicas. Raças,
espécies, isolados ou mutantes, com níveis variáveis de virulência,
demonstram claramente a habilidade que os patógenos possuem em adaptar-
se aos diversos componentes da resistência expressas pelas plantas
(BALARDIN, 2008).
No caso do Cancro Cítrico, para que a bactéria possa expressar a sua
capacidade e, com isso, causar danos à planta, precisa utilizar várias
15
ferramentas durante o seu ciclo de vida. Além disso, até onde se conhece, ela
coloniza unicamente os citros, ou seja, a sua capacidade de causar danos a
uma planta é limitada a um hospedeiro apenas. E, finalmente, para que a sua
capacidade possa se expressar em citros é preciso que haja uma série de
circunstâncias ambientais propícias e que irão favorecer ou limitar a
manifestação de sua virulência (AMARAL, 2004).
A resistência ao Cancro Cítrico é mencionada como sendo poligênica,
sendo a reação das plantas um mecanismo complexo e condicionado por
diferentes fatores. Em condições de campo, estudos mostraram que a
resistência depende da freqüência e intensidade das brotações, caracteres
fisiológicos e, portanto relacionados com o caráter epidemiológico da doença, o
que sugere que o mecanismo de resistência possa ser do tipo horizontal
(ZUBRZYCKI, ZURBRZYCHI, 1986). Apesar do controle genético da
resistência à doença não ser bem conhecida, o grande número de caracteres
envolvidos na resistência pode indicar a ação de vários genes, mas o possível
efeito de um simples gene não pode ser totalmente descartado (DUAN et al.,
1999)
A expressão de um gene simples e específico de hospedeiros
suscetíveis estimula a divisão, aumento no tamanho e morte da célula (DUAN
et al., 1999). Dentre os genes encontrados no genoma da bactéria X.
axonopodis pv. citri, a partir do seqüenciamento, e que são potencialmente
envolvidos com virulência, destacam-se os que podem codificar para proteínas
de avirulência, hipersensibilidade e patogenicidade, produção de toxinas e para
desintoxicação, degradação de parede celular, produção de
exopolissacarídeos, para adaptação em condições ambientais atípicas
(AMARAL, 2004). Entre as proteínas de avirulência mais descritas está a PthA,
uma molécula específica para atuação em citros que induz a divisão celular e
está diretamente relacionada à ocorrência de doença, pois a sua “inativação”
leva à ausência de lesão (SWARUP et al., 1991, 1992). O PthA é também
responsável pela necrose da epiderme abaxial adjacente à área de infecção
(DUAN et al., 1999).
Diversos cultivares de citros de importância econômica têm sido citados
por apresentar níveis adequados de resistência ao Cancro Cítrico
FEICHTENBERGER et. al, 1997; LEITE JUNIOR, 1990). Além disso, ampla
16
variação nos níveis de resistência ao Cancro Cítrico entre espécies, híbridos e
cultivares de Citrus spp. tem sido relatada em diversos trabalhos (KOIZUME,
KUHARA, 1982; LEITE, MOHAN, 1984; GOTO, 1992; GOTTWALD et al., 1993;
GRAHAM, 2001).
Variações nas observações dos níveis de resistência podem ser
atribuídos a vários fatores, entre eles clone da cultivar, idade da planta, época
de avaliação, porta-enxerto, clima e nutrição, bem como critérios adotados para
avaliação (LEITE JUNIOR, 1990). A variabilidade na suscetibilidade é
influenciada por diferenças na facilidade de penetração através dos estômatos
(GRAHAM et al., 1992). Entretanto mesmo sendo quebradas barreiras
externas, a reação de hospedeiros dentro dos citros e grupos afins ao Cancro
Cítrico é determinado pelo mesófilo foliar (GOTTWALD et al., 1993). Diferenças
quanto a mudanças ultraestruturais nas membranas e espaços extracelulares
são também mencionados como responsáveis por variações na resistência
entre variedades (ZUBRZYCKI, ZUBRZYCKI, 1986).
Stall et al. (1982) mencionam que a diminuição da suscetibilidade em
folha de citros ao longo de sua maturação está associada com a resistência do
mesofilo foliar à multiplicação de Xac. Entretanto cultivares de citros resistentes
ao cancro, como Mandarin, comportam-se como suscetíveis quando inoculadas
via ferimento. Aparentemente, a suscetibilidade do mesofilo foliar é semelhante
entre cultivares resistentes e suscetíveis quando a infecção ocorre via
ferimento, como demonstrado em diversos trabalhos (LEE, 1922; PELTIER,
1924; LEITE JUNIOR, MOHAN, 1984; AGOSTINI et al., 1985; MATSUMOTO,
OKUDAI, 1988; GOTTWALD et al., 1993). Segundo McLean e Lee (1921), o
ferimento permite o contato direto da bactéria com o mesofilo da folha,
quebrando qualquer eventual resistência estrutural da planta à infecção
bacteriana.
O aumento na intensidade de Cancro Cítrico está provavelmente
relacionado com o aumento do número de lesões em ramos (KOIZUMI,
KUHARA, 1982; LEITE JUNIOR, MOHAN, 1984), que favorece o crescimento e
a perpetuação do inóculo na planta e também no pomar, servindo como fonte
de disseminação do patógeno para outras plantas (LEITE JUNIOR, 1990).
Segundo Gottwald et.al, (1990), espécies de citros suscetíveis ao Cancro
Cítrico normalmente apresentam uma quantidade de lesões inferior às
17
espécies resistentes. Entretanto, materiais suscetíveis podem conter um
número de lesões semelhante ou menor que a resistente, porém a população
bacteriana por lesão é significativamente superior.
A diferença de suscetibilidade entre variedades pode ser também
explicada pela coincidência ou não de brotações em alta intensidade em
períodos críticos de infecção (ZUBRZYCKI, ZUBRZYCKI, 1986). Esses mesmos
autores relatam também que a diferença de suscetibilidade entre variedades não
é influenciada pela aplicação de produtos cúpricos. Assim, apesar do produto
diminuir a infecção em todos os casos, o efeito é menor em variedades mais
suscetíveis.
A severidade da infecção pela bactéria em cada espécie e variedade varia
também de acordo com as condições de clima predominantes. Em regiões
asiáticas a ordem decrescente de suscetibilidade é para limas ácidas, algumas
variedades de limões, pomelos e laranjas doces. Tangerinas e limões são
resistentes e kumquats comerciais imunes, podendo servir como fonte de genes
em trabalho de melhoramento. Entretanto, em algumas regiões variações entre
tangerinas foram observadas. Laranja ‘Washington Navel’ (‘Bahía’) é
severamente afetada, enquanto ‘Valência’ muito resistente (REEDY; MURTI,
1990).
Segundo Agostini et al. (1985); Leite Junior e Santos (1988), a
suscetibilidade das variedades pode variar também conforme o porta enxerto.
Leite Junior e Santos (1988) constataram que em limoeiro ‘Cravo’ a incidência
de sintomas da doença em folhas e frutos foi acima de 60%, enquanto para o
limoeiro ‘Rugoso da África’, a incidência foi de 97%. Os sintomas em folhas de
‘Trifoliata’, foram menores que 9%, enquanto em ‘Volkameriano’ e laranja
‘Azeda’ foram menores que 34%.
Existem métodos de avaliação de resistência varietal através de infecções
artificiais e outros que avaliam a infecção natural em campo. Em muitos casos o
grau de resistência em uma variedade, avaliado pelos dois sistemas, não é
coincidente. Esta diferença pode ser devido às diferenças na metodologia de
avaliação ou a variações ambientais que influenciam na relação patógeno-
hospedeiro, e também pela existência de dois tipos de resistência que atuariam
independentemente, uma ligada às células do mesofilo e outra ao ambiente mais
externo, mais relacionada com a infecção natural (ZUBRZYCKI, ZUBRZYCKI,
18
1988). Conforme estes autores, a avaliação de resistência em campo pode ser
realizada com plantas jovens no campo, mas uma das maiores dificuldades
deste tipo de trabalho é conhecer a quantidade, densidade e potencial de
inóculo do ambiente, que pode ser muito variável no tempo e no espaço.
Zubrzycki e Zubrzycki (1988) avaliaram a resistência em campo em
plantas de um ano de idade, utilizando-se quatro mudas de cada variedade,
todas plantadas ao redor de plantas adultas já estabelecidas em campo que
serviram como fonte de inóculo. As plantas foram podadas e a infecção foi
realizada através da análise de 10 folhas coletadas ao acaso, sendo
determinado o número de pústulas por cm
2
. Através dos resultados obtidos, os
autores constataram que a quantidade de inóculo necessária para produzir uma
pústula em folhas de variedades resistentes é muito maior do que para
variedades suscetíveis.
De acordo com avaliações realizadas no Japão, a classificação da
resistência de cultivares ao Cancro Cítrico em relação a intensidade e tipo de
lesões em campo indicam alta susceptibilidade, com número abundante de
lesões de grande tamanho em pomelo ‘Anseikan’, tangelos ‘Mineola’, ‘Clement
Yalaha’, ‘Orlando’, tangerinas ‘Kara’ e ‘Clementina’. Em plantas consideradas
moderadamente resistentes o número de lesões é menor e estas são também
de menor tamanho. Plantas consideradas resistentes, como algumas toranjas,
tangerina ‘Ponkan’, satsuma ‘Early’ e tangor ‘Kiyomi’ apresentam número muito
pequeno de lesões de médio e pequeno tamanho, enquanto que materiais
considerados altamente resistente não apresentam lesões, como foi observado
para citrangequat, ‘Calamondim’, e ‘Fortunela’, entre outros (MIYAKAWA;
YAMAGUCHI, 1981).
Desde 1979, estudos têm sido conduzidos para avaliar a resistência de
cultivares comercial de citros nas condições do Estado do Paraná e com estirpes
locais da bactéria (LEITE JUNIOR, MOHAN, 1984; MOHAN et al., 1985). Grande
variabilidade para resistência ao Cancro Cítrico foi observada entre os materiais
avaliados, especialmente entre cultivares de laranjas doces, tangerinas e limas
ácidas. Quando as laranjas doces (Citrus sinensis) são consideradas como um
grupo, os resultados mostram reação variando de altamente suscetível a
resistente, não permitindo uma generalização do comportamento do grupo como
um todo. O mesmo pode ser observado para as tangerinas, cujo comportamento
19
ao cancro variou de altamente suscetível à resistente (LEITE JUNIOR, 1988,
1989, LEITE JUNIOR, MOHAN, 1984, 1990). Segundo Leite Junior (1990), de
um modo geral, as laranjas ‘Folha Murcha’ e ‘Moro’ podem ser consideradas
resistentes e ‘Navelina’, ‘Pêra premunizada’ e ‘Valência’ como moderadamente
resistentes. Por outro lado, lima ácida ‘Galego’ e limão ‘Siciliano’ apresentam
alta suscetibilidade à doença.
20
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Instalação e condução do experimento
O experimento foi instalado em um pomar de 4 anos de idade
implantado na Fazenda Experimental de Iguatemi (FEI) localizada no distrito de
Iguatemi, Município de Maringá, na região Noroeste do Estado do Paraná
(Latitude: 23º 25’ S; Longitude: 52º 10’ W; Altitude: 554,9 m). Em uma área
experimental ocupada por aproximadamente 5,0 hectares com 2.130 plantas.
Segundo a classificação de Köppen, trata-se de uma região de clima tropical
modificado pela altitude, com verão quente e temperatura do mês mais quente
acima de 22°C. A temperatura média anual é de 16,7°C; a média das mínimas
de 10°C e a média das máximas de 33°C e umidade relativa do ar 66%. A
precipitação média anual é de 1.500mm. As geadas são pouco freqüentes,
concentradas no período de inverno. Os ventos são de Nordeste. O relevo é
bastante suave (CROCE-FILHO, 2005).
O delineamento experimental foi de blocos casualisados, com duas
repetições, sendo 4 plantas de cada variedade por parcela, com espaçamento
de 3,5 x 5,0cm. Como fonte de inóculo para as contaminações naturais das
demais plantas do experimento, a cada 4 plantas foi intercalada uma da
variedade Bahia inoculadas com suspensão bacteriana de X. Axonopodis pv.
citri.. na concentração de 10
8
UFC/ml.
Além do preparo e correção da acidez e fertilidade do solo, as práticas
de manejo adotadas foram as mesmas utilizadas na condução das plantas em
pomares comerciais de citros, como controle de plantas invasoras e pragas,
adubações, retirada de brotações e podas. Exceção para tratamentos
fitossanitários com produtos à base de cobre, que não foram realizados para
não mascarar os resultados.
21
3.2. Origem do material
As mudas foram produzidas em viveiro telado do setor de matrizes do
Centro APTA Citros Sylvio Moreira (CACSM-IAC), enxertadas em limoeiro
‘cravo’, cultivar ‘Limeira’ (Citrus limonia Osbeck).
Foram 2.130 mudas, sendo 1.704 de laranjeiras, tangerineiras e seus
híbridos e mais 426 mudas de laranjeira ‘Bahia’.
A enxertia de variedades de laranjeira doce (Citrus sinensis L. Osbeck),
tangerineiras (C. reticulata Blanco) e híbridos obtidos do Banco Ativo de
Germoplasma de Citros (Bag – Citros) do CACSM foi realizada com borbulhas
de ramos com resultado negativo para o agente causal da clorose variegada dos
citros (CVC), a bactéria Xylella fastidiosa.
3.3. Avaliação e análise dos dados
Dentre as 213 variedades de citros (laranjeiras, tangerineiras e seus
híbridos) foram avaliadas 80 variedades (Quadro 1). Dentre os genótipos
avaliados, considerou-se a variedade Bahia como padrão de suscetibilidade
totalizando 81 tratamentos.
Para a avaliação de severidade do Cancro Cítrico foram considerados
quatro ramos por planta, amostrados em todos os quadrantes da porção
mediana da mesma. Notas de severidade foram atribuídas a dez folhas dos
ramos amostrados, utilizando quatro escalas diagramáticas com oito níveis que
levam em consideração a área percentual da folha afetada pelas lesões de
Cancro associadas ou não com galerias de larva minadora dos citros
(BELASQUE JUNIOR et al., 2005) (Figura 1). O processo de avaliação foi
realizado mensalmente no período de janeiro a junho de 2007.
22
Figura 1. Escalas diagramáticas para avaliação da severidade (%) de Cancro
Cítrico(Xanthomonas axonopodis pv. citri) em folhas para lesões pequenas (A), médias (B),
grandes (C) e associadas com o ataque da larva minadora dos citros (D).
As análises estatísticas foram feitas utilizando o programa Sisvar -
Sistema de Análise de Variância (FERREIRA, 2000). As médias foram
comparadas pelo teste de agrupamento de Scott-Knott adotando-se o nível de
5% de probabilidade. A área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD)
foi calculada utilizando-se o programa AACPD (BELAN et al., 2005). Os dados
climáticos de temperatura máxima e mínima do ar (
o
C), umidade relativa do ar
(%) e precipitação pluviométrica (mm), foram fornecidos pela estação
meteorológica da Fazenda Experimental de Iguatemi (FEI), local do
experimento
23
Quadro 1. Relação das variedades de citros avaliadas
Ident. Var. no
campo
N° da variedade Variedade
1
1 EMPRESS
3
2 VALÊNCIA MUTAÇÃO
6 3 BAIA NAVELINA
9 4 TAROCCO#27
11 5 SALUSTIANA SPA 11
12 6 DEKOPON
14 7 SZWUINKON X SZZINKON – TIZON
16 8 BAIA LENG
20 9 PÊRA OVO
21 10 LIMA (TERMOTERAPIA ESTAB. 12451)
22 11 PÊRA IAC
23 12 KHAILILY WHITE
24 13 WASHINGTON NAVEL
27 14 SOLID SCARLET
29 15 ORANGE BARILE SRA 559
33 16 NATAL ÁFRICA DO SUL CV
34 17 PÊRA OLÍMPIA
35 18 EARLY OBLONG
40 19 ORTANIQUE
43 20 ORANGE HALL SRA 394
44 21 GARDNER CV
45 22 SANGUINO
46 23 VALÊNCIA F. MURCHA
47 24 PÊRA BIANCHI
48 25 OURO
53 26 VALÊNCIA PRECOCE
54 27 D.JOÃO PROC. 49/97
55 28 SETUBAL
56 29 MAPO
62 30 TAROCCO#23
63 31 HARRIS
64 32 ORANGE PETIT PIERRE 1/2 SANGUINE SRA 570
66 33 VALÊNCIA CAMPBELL
67 34 BLOOD RED
68 35 BIDWELLS BAR
24
Continuação Quadro1.
Ident. Var. no
campo
N° da variedade Variedade
69 36 DO CÉU
71 37 PÊRA COMPRIDA
74 38 ORANGE NAVELINA SRA 332
79 39 ORANGE BARLERIN SRA 568
88 40 VALÊNCIA PRECOCE
91 41 C. SINENSIS 1342
92 42 PÊRA EEL
93 43 BAHIA CABULA
94 44 PÊRA OVALE
95 45 OLIVELANDS
96 46 TELDE
97 47 NAVELINA
99 48 LEE
101 49 BEMA IVIA 43
105 50 TANGERINA PONKAN
108 51 DE WILDT
113 52 SHAMOUTI
116 53 PAULISTA
117 54 PÊRA OVALE SIRACUSA
118 55 NATAL MURCHA 2
127 56 BAHIA CARA CARA
130 57 BERNA IVIA - 43 - I
132 58 ROSEHAUGH NARTJEE
139 59 CLEMENTINA OROGRAND
150 60 PÊRA PERÃO
151 61 LIMA VERDE (ESTAB. 12456)
152 62 VALÊNCIA TAQUARI
153 63 BERNA
154 64 STRAND
155 65 VANILLA
157 66 NOVA
158 67 BERNA FERET IVIA 336
159 68 TAROCCO#12
162 69 TANGERINA SATSUMA MIYAKAWAWASE
164 70 PÊRA DIBBERN
167 71 DIVA
172 72 PÊRA PIRANGI
180 73 SATSUMA OKITSU SPA 29
187 74 KYOMI
25
Continuação Quadro 1.
Ident. Var. no
campo
N° da variedade Variedade
194 76 HIB. CAL. X KANG
196 77 PÊRA MEL
198 78 VALÊNCIA LATE
204 79 CRISTALINA
207 80 ÁFRICA DO SUL
208 81 BAHIA
26
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Avaliação das variedades quanto à resistência ao cancro
cítrico.
A avaliação da resistência a doenças pode ser feita de vários modos.
Pode-se medir a incidência da doença, a severidade ou área abaixo da curva
de progresso da doença (AACPD) (PARLEVLIET, 1979). Vale salientar que a
utilização da AACPD tem sido recomendada por vários autores (BAILEY et al.,
1987; LEONARD, FRY, 1986) uma vez que, além de usar todos os dados
disponíveis das diferentes avaliações, a AACPD não é afetada por
transformações que podem influenciar a taxa de desenvolvimento da doença.
Foram constatadas diferenças significativas (P=0,05) entre os
tratamentos quando considerados as variáveis analisadas, tais como
Severidade e AACPD, sendo que o número de agrupamentos de similaridade
foi diferente conforme a variável (Tabela 1).
Tabela 1. Reação de variedades de citros ao cancro cítrico em relação à severidade
da doença e área abaixo da curva do progresso da severidade da doença (AACPSD).
Tratamento Variedade Severidade AACPD
50 Ponkan 0.25 a 49,80 a
58 Rosehaugh Nartjee 0.60 a 90,50 a
31 Harris 0.70 a 109,20 a
51 De Wildt 0.70 a 127,08 a
6 Dekopon 0.74 a 112,63 a
48 Lee 0.74 a 148,19 a
80 África do Sul 0.80 a 122,00 a
30 Tarocco#23 0.83 a 127,95 a
14 Solid Scarlet 0.86 a 136,03 a
73 Satsuma Oktsu SPA 29 0.91 a 144,21 a
79 Cristalina 0.94 a 144,34 a
52 Shamouti 0.99 a 151,85 a
17 Pêra Olímpia 1.06 a 162,23 a
68 Tarocco#12 1.10 a 185,86 a
16 Natal África do Sul cv 1.13 a 164,48 a
27
Continuação Tabela 1.
Tratamento Variedade Severidade AACPD
69 Satsuma Miyakawawase 1.15 a 175,95 a
9 Pêra Ovo 1.17 a 180,50 a
65 Vanilla 1.18 a 149,48 a
1 Empress 1.20 a 184,40 a
42 Pêra EEL 1.20 a 233,33 a
71 Diva 1.26 a 204,38 a
33 Valência Campbell 1.26 a 197,38 a
66 Nova 1.27 a 196,08 a
15 Orange Barile SRA 559 1.31 a 205,16 a
25 Ouro 1.31 a 208,75 a
36 Do Céu 1.33 a 185,55 a
11 Pêra IAC 1.36 a 212,29 a
44 Pêra Ovale 1.36 a 236,56 a
75 Moro 1.37 a 220,05 a
61 Lima Verde (Estab. 12456) 1.38 a 191,28 a
47 Navelina 1.38 a 197,94 a
53 Paulista 1.39 a 231,41 a
2 Bahia Navelina 1.40 a 219,42 a
45 Olivelands 1.43 a 376,03 a
12 Khilily Whaite 1.47 a 237,65 a
7 Szwuinkon x Szzinkon – Tizon 1.47 a 234,03 a
23 Valência Folha Murcha 1.48 a 236,00 a
72
Pêra Pirangi
1.50 a 249,91 a
56
Bahia Cara Cara
1.50 a 230,73 a
19
Ortanique
1.50 a 241,76 a
32
Orange P. Pierre ½ Sanguine
SRA 570
1.57 a 245,97 a
62
Valência Taquari
1.58 a 264,00 a
70
Pêra Dibbern
1.60 a 250,84 a
22
Sanguino
1.61 a 127,08 a
37
Pêra Comprida
1.61 a 320,41 a
54
Pêra Ovale Siracusa
1.62 a 148,19 a
34
Blood Red
1.62 a 260,67 a
35
Bidwells
1.65 a 247,71 a
77
Pêra Mel
1.66 a 257,21 a
5
Salustiana SPA 11
1.66 a 247,71 a
24
Pêra Bianchi
1.69 a 273,88 a
55
Natal Murcha 2
1.70 a 277,92 a
49
Bema Ivia 43
1.70 a 251,75 a
39
Orange Barlerin SRA 568
1.71 a 251,75 a
29
Mapo
1.72 a 263,95 a
10
Lima (Termot. Estab. 12451)
1.81 a 301,94 a
40
Valência Precoce
1.81 a 277,70 a
67
Berna Feret Ivia 336
1.83 a 278,49 a
18
Early Oblong
1.84 a 314,79 b
21
Gardner cv
1.87 a 314,79 b
28
Continuação Tabela 1.
Tratamento Variedade Severidade AACPD
4
Tarocco#27
1.87 a 292,89 b
63
Berna
1.91 a 305,79 b
8
Bahia Leng
1.92 a 305,24 b
3
Bahia Navelina
1.97 a 311,29 b
57
Bema Ivia- 43-I
1.97 a 303,99 b
60
Pêra Perão
2.05 b 333,50 b
78
Valência Late
2.13 b 331,09 b
41
Citrus sinensis 1342
2.17 b 312,51 b
74
Kyomi
2.26 b 376,03 b
46
Telde
2.33 b 329,55 b
43
Bahia Cabula
2.36 b 358,74 b
76
Hib. Cal. X Kang
2.44 b 401,50 b
28
Setúbal
2.46 b 410,45 b
27
D. João Proc. 49/97
2.50 b 401,75 b
64
Strand
2.68 b 429,31 b
20
Orange Hall SRA 394
2.68 b 419,15 b
13
Washington Navel
2.70 b 421,06 b
59
Clementina Orogrand
2.76 b 407,05 b
26
Valência Precoce
2.92 b 461,63 b
38
Orange Navelina SRA 332
2.95 b 454,90 b
81
Bahia
4.88 c 742,65 c
CV % 41.79 32.32
*Médias seguidas da mesma na coluna não diferem significativamente (P=0,05) entre si pelo
teste de Scott-Knott.
**Média de 6 avaliações
A severidade do cancro cítrico variou de 0,25% a 4,88% e as variedades
foram distribuídas em três grupos de similaridade (Tabela 1). O grupo A, com
severidade variando de 0,25% a 1,57%, incluiu as variedades Ponkan, De
Wildt, Shamouti, Dekopon, Roshaugh Nartjee, Satsuma Okitsu SPA 29,
Cristalina, África do Sul, Solid Scarlet, Tarocco #23, Harris, Lee, Empress,
Paulista, Pêra Ovale Siracusa, Baia Cara Cara, Szwuinko x Szzinkon – Tizon,
Lima Verde (Estab. 12456), Valência Taquari, Vanilla, Nova, Tarocco#12,
Satsuma, Miyakawawase, Pêra Dibbern, Diva, Pêra Pirangi, Pêra Ovo, Pêra
IAC, Khailily White, Orange Barile SRA 559, Valência Mutação, Natal África do
Sul cv, Pêra Olímpia, Ortanique, Sanguino, Valência F. murcha, Ouro, Do Céu,
Pêra EEL, Navelina, Salustiana, SPA 11, Natal Murcha 2, Berna, Berna Feret
Ivia 336, Bahia Leng, Kyomi, Hib. Cal. X Kang, Pêra Mel, Early Oblong, Pêra
Bianchi, Mapo, Orange Petit Pierre ½, Sanguine SRA 570, Valência Campbel,
29
Blood Red, Bidwells Bar, Orange Barlerin SR 568, Bahia Navelina, Tarocco#27,
Lima (Termoterapia Estab. 12451), Bahia Leng, Gardner cv, Moro 30, Pêra
Comprida, Bema Ivia 43. As variedades dos grupos B apresentaram
severidades variando de 2,05% a 2,95% compreendendo as variedades,
Washington Navel, Orange Hall SRA 394, Valência Precoce, D. João Proc.
49/97, Setúbal, Orange Navelina SRA 332, C. cinensis 1342, Bahia Cabula,
Olivelands, Teld, Pêra Perão, Clementina Orogrand, Strand, Valencia Late. O
grupo C incluiu a variedade Bahia que apresentou maior severidade da doença.
Os valores da área abaixo da curva do progresso da doença (AACPD)
variaram de 49,80 a 742,65, indicando diferenças de susceptibilidade entre as
variedades (Figura 1). Os menores valores foram apresentados pelas
variedades Ponkan e Roshaugh Nartjee, que formaram o grupo de similaridade
A, enquanto a variedade Bahia apresentou o valor mais elevado, constituindo
isoladamente o grupo C (Tabela 1). Esses dados confirmam a suscetibilidade
dessa variedade à doença demonstrada por Leite Junior (1989,1990).
30
Fig. 1- Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença para o Cancro Cítrico (AACPD), em folhas de variedades de Citrus sp.
31
Observou-se acentuada variação do nível de resistência dos genótipos
de citros à X. axonopodis pv. citri. Tal variação já foi relatada por outros autores
em ensaios com o mesmo objetivo (LEITE, MOHAN, 1984; MOHAN et al.,
1985). Grande variabilidade para resistência ao Cancro Cítrico foi observada
entre os materiais avaliados, especialmente entre cultivares de laranjas doces,
tangerinas e limas ácidas cujo comportamento ao Cancro variou de altamente
suscetível à resistente (LEITE JUNIOR, 1989).
Os maiores níveis de resistência foram observados nas variedades
Ponkan, Roshaugh Nartjee, Harris, De Wildt, Dekopon, Bahia Leng, Tarocco
#23, Lee, Solid Scarlet, Cristalina, Satsuma Okitsu SPA 29 e Shamouti, que
apresentaram valores de AACPD variando de 49,80 a 151,85 e 0,25% a 0,99%
de severidade. Dentre essas variedades as que apresentaram os menores
valores foram as do grupo das tangerinas, o que confirma dados obtidos por
outros autores de que as tangerinas apresentam maior grau de resistência ao
Cancro Cítrico (NAMEKATA et al., 1992; BUSQUET et al., 1984; LEITE
JUNIOR, 1989,1990).
Com base na classificação do germoplasma de citros em relação à
resistência ao Cancro Cítrico por Leite Junior (1989), foi estabelecida uma
escala para classificação dos genótipos estudados onde as variedades foram
classificadas em 5 níveis de resistência (Quadro 2); as que apresentaram
severidade entre 0-1% foram classificadas como resistentes, de 1,1% a 1,5%
como moderadamente resistentes, de 1,51% a 2,0% moderadamente
suscetíveis, de 2,1% a 3,0% foram classificadas como suscetíveis e por fim
acima de 3,1% foram classificadas como muito suscetível.
32
Quadro 2. Classificação das variedades de citros em relação à resistência ao cancro
cítrico
.
Níveis de resistência Variedades
Resistentes
Tangerina ponkan, De Wildt, Shamouti, Dekopon, Roshaugh
Nartjee, Satsuma Okitsu SPA 29, Cristalina, África do Sul,
Solid Scarlet, Tarocco #23, Harris e Lee
Moderadamente resistente
Empress, Paulista, Pêra Ovale Siracusa, Baia Cara Cara,
Szwuinko x Szzinkon – Tizon, Lima Verde (Estab. 12456),
Valência Taquari, Vanilla, Nova, Tarocco#12, Satsuma,
Miyakawawase, Pêra Dibbern, Diva, Pêra Pirangi, Moro 30,
Pêra Ovo, Lima (Termot. Estab. 12451), Pêra IAC, Khailily
White, Orange Barile SRA 559, Valência Mutação, Natal África
do Sul cv, Pêra Olímpia, Ortanique, Sanguino, Valência F.
murcha, Ouro, Do Céu, Pêra EEL e Navelina
Moderadamente suscetível
Salustiana SPA 11, Natal Murcha 2, Bema Ivia 43, Pêra Perão,
Berna, Berna Feret Ivia 336, Bhaia Leng, Kyomi, Hib. Cal. X Kang,
Pêra Mel, Early Oblong, Gardner cv, Pêra Bianchi, Mapo, Orange
Petit Pierre ½, Sanguine SRA 570, Valência Campbel, Blood Red,
Bidwells Bar, Orange Barlerin SR 568, Valência precoce, C. cinensis
1342 e Tarocco#27
Suscetível
Clementina Orogrand, Strand, Valencia Late, Washington Navel,
Orange Hall SRA 394, Valência Precoce, D. João Proc. 49/97,
Setúbal, Orange Navelina SRA 332 , Bahia Cabula, Olivelands e
Teld.
Muito suscetível Bahia
Vale ressaltar que a variedade Lee, apresentou baixos níveis de
severidade e AACPD indicando grau de tolerância ao cancro cítrico. Esses
dados confrontam com dados obtidos por outros autores (MOHAN, et al., 1985;
LEITE JUNIOR, 1989,1990) que inclui essa variedade dentro do grupo das
variedades suscetíveis. Isso pode ser explicado devido à variabilidade do
patógeno em relação ao hospedeiro. Em estudos conduzidos por Mohan et al.
(1985), foi constatado discordância no comportamento da Tangerina
Clementina, onde o clone empregado no estudo mostrou-se resistente,
enquanto o clone da mesma cultivar avaliada por Leite e Mohan (1984)
comportou-se como suscetível. O autor relata que esta discordância pode ser
explicada pelo fato de que a cultivar Clementina foi introduzida no Brasil, na
forma de sementes e os clones precedentes desses materiais como a
33
tangerina Clementina não apresentam sementes com embriões nucelares,
acredita-se que exista grande variabilidade nos clones desta cultivar.
4.2. Avaliação do comportamento das variedades em diferentes
épocas de avaliação.
Os resultados de avaliação dos dados de severidade em função da época
mostraram que o modelo que melhor se ajustou foi o modelo Quadrático (Figura
2). Observa-se que a severidade da doença aumentou durante os meses de
janeiro a abril, correspondente aos períodos em que a temperatura média
alcançou na maior parte dos dias 25° a 30°C com a presença concomitante de
chuvas e umidade relativa do ar acima de 70% (Figura 2). Esse resultado
confirma o relatado por Bebendo (1995) que considera elevado teor de umidade
e temperaturas entre 25°C e 35°C, condições favoráveis para o desenvolvimento
da doença. Segundo Palazzo et al. (1987), temperaturas médias iguais ou
superiores a 25ºC, acompanhadas de precipitações regulares e presença
constante de ventos, favorecem a disseminação do patógeno, aumentando
gradativamente os níveis de infecção.
Nos meses de maio e junho, houve um decréscimo nos níveis de
infecção, pois as temperaturas médias alcançaram valores abaixo de 20°C e
precipitação entre 54,4mm e 7,2mm, respectivamente, mesmo com umidade
relativa do ar acima de 70%. Resultados semelhantes foram encontrados em
estudo feito por Palazzo et al. (1984). Estes autores relatam que nos meses
onde as temperaturas médias permaneceram abaixo de 20°C, o percentual de
folhas afetadas pelo Cancro Cítrico continuou baixo mesmo com a presença de
chuvas e umidade relativa do ar acima de 70%.
O percentual máximo de severidade foi alcançado entre os meses de
março e abril, reflexo das chuvas e elevação da temperatura. Fálico de Alcaraz
(1979) observou que quando a precipitação atinge valores acima de 100 mm e
as temperaturas elevam-se acima de 20°C, verifca-se um aumento nos índices
de infecção em frutos, que, na região de Corrientes, Argentina, atinge um valor
máximo no mês de março.
34
*
Modelo ajustado, para a fonte de variação época.
Fig. 2- Curva de progresso da doença dentro das seis épocas de avaliação.
Durante os seis meses em que o experimento foi conduzido foi possível
observar diferentes padrões de comportamento da doença entre as variedades.
Foram constatadas diferenças significativas (P=0,05) entre as variedades e o
número de agrupamentos de similaridade variou conforme a época (Tabela 2).
As oscilações na incidência e severidade da doença estão relacionadas às
estações do ano e conseqüentemente às condições climáticas de cada
período, tanto em relação ao efeito sobre o hospedeiro, quanto aos efeitos
sobre a disseminação do patógeno (KOIZUMI, 1977; GOTTWALD et al. 1988).
Tabela 2. Dados climáticos dos meses de janeiro a junho de 2007.
Mês Temp.máx Temp. mín URA manhã URA tarde Precipitação
janeiro 28,7 20,6 85,6 75,7 313,3
fevereiro 30,2 20,2 85,8 62,4 163,7
março 31,4 20,7 81,8 51,4 69
abril 29,5 19 82,8 58,4 67,1
maio 24,4 14,2 81,3 60,1 54,4
junho 25,6 14,1 76,2 49,2 7,2
*média de temperaturas máx. e mín., umidade relativa do ar (URA) e precipitação dos meses de
janeiro a junho de 2007.
? = -0.0705x
2
+ 0.5776x + 0.6729
R
2
= 95.84%
0
0.5
1
1.5
2
2.5
0
1 23456 7
ŷ
= -0.0705x
2
+ 0.5776x + 0.6729
R
2
= 95.84%
1
1.5
2
2.5
1 23456
TEMPO
S
E
V
E
R
I
D
A
D
E
35
A menor variação foi encontrada no mês de janeiro, denominada época1,
onde as variedades foram agrupadas em 5 grupos de similaridade enquanto a
maior variação foi observada no mês de fevereiro, época 2, com 9 grupos,
conforme Tabela 3. Diferenças entre os tratamentos para cada época estudada
podem estar relacionadas com as condições climáticas de cada período e
também com a avaliação, uma vez que a estimativa da severidade da doença,
que é um método subjetivo e deste modo pode haver erros de avaliação. No
entanto, as maiores oscilações de agrupamento correspondem, na maior parte,
com as épocas onde as condições climáticas são mais favoráveis para
desenvolvimento da doença.
O grupo A compreende as variedades com menores taxas de severidade
da doença. Dentre estas, destacam-se as variedades Ponkan, Rosehaugh,
Nartjee, Harris, De Wildt, Dekopon e África do Sul (105, 132, 63, 108, 12, 207),
as quais apresentaram menores oscilações no comportamento da doença
durante as seis épocas de avaliação. A Tangerina Ponkan foi à única variedade
que se manteve durante todo o período de avaliação no grupo A, enquanto que
as variedades Rosehaugh, Nartjee e Harris permaneceram neste grupo durante
5 épocas e De Wildt Dekopon e África do Sul em 4 épocas de avaliação
(Tabela 3).
36
Tabela 3. Teste de Scott-Knott (1974) para o desdobramento de Tratamento (T) dentro
das épocas 1 a 6 (Jan a Jun).
Época 1 Época 2 Época 3 Época 4 Época 5 Época 6
T
g T
g T
g T
g T
g T
g
105 0.07 a 105 0.28 a 105 0.29 a 105 0.43 a 105 0.28 a 105 0.19 a
21 0.10 a 132 0.38 a 63 0.63 a 108 0.59 a 108 0.58 a 99 0.38 a
12 0.17 a 108 0.38 a 132 0.69 a 207 0.71 a 132 0.61 a 207 0.53 a
113 0.46 b 27 0.38 a 99 0.70 a 155 0.72 a 155 0.64 a 159 0.57 a
159 0.58 b 12 0.47 a 12 0.74 a 132 0.76 a 207 0.66 a 132 0.57 a
132 0.59 b 99 0.49 a 207 0.77 a 62 0.80 a 12 0.69 a 172 0.69 a
29 0.60 b 63 0.58 a 157 0.85 a 63 0.84 a 62 0.70 a 63 0.70 a
63 0.61 b 180 0.72 b 155 0.86 a 204 0.87 a 27 0.75 a 108 0.74 a
99 0.62 b 33 0.82 b 34 0.90 a 34 0.98 b 63 0.82 a 62 0.74 a
167 0.66 b 62 0.83 b 204 0.94 a 12 1.02 b 92 0.84 a 27 0.74 a
40 0.69 b 155 0.84 b 180 0.95 a 33 1.03 b 204 0.86 a 180 0.83 b
27 0.72 b 20 0.85 b 20 1.03 b 99 1.05 b 33 0.93 a 94 0.94 b
180 0.73 b 151 0.85 b 113 1.10 b 180 1.08 b 1 0.93 a 22 0.98 b
14 0.75 b 113 0.89 b 94 1.10 b 162 1.09 b 34 1.06 b 113 0.99 b
92 0.75 b 14 0.97 b 92 1.14 b 159 1.09 b 159 1.11 b 152 1.02 b
108 0.78 b 66 0.97 b 108 1.15 b 27 1.10 b 151 1.14 b 204 1.03 b
62 0.79 b 167 0.98 b 127 1.15 b 1 1.16 b 29 1.18 b 116 1.04 b
79 0.81 b 48 0.98 b 62 1.15 b 97 1.18 b 180 1.19 b 44 1.10 b
48 0.83 c 194 0.99 b 162 1.19 b 157 1.20 b 99 1.23 b 9 1.11 b
97 0.84 c 97 1.02 b 1 1.21 b 189 1.21 b 162 1.23 b 1 1.15 c
101 0.91 c 204 1.02 b 151 1.21 b 113 1.22 b 40 1.24 b 189 1.17 c
116 0.92 c 94 1.03 b 167 1.21 b 56 1.33 b 113 1.27 b 71 1.17 c
94 0.92 c 45 1.08 b 48 1.25 b 20 1.38 b 116 1.29 b 20 1.17 c
162 0.94 c 207 1.09 b 71 1.25 b 3 1.40 b 22 1.30 b 34 1.19 c
69 0.94 c 21 1.13 b 46 1.25 b 9 1.44 c 71 1.30 b 187 1.21 c
204 0.94 c 34 1.15 b 159 1.26 b 45 1.45 c 118 1.31 b 162 1.21 c
46 0.95 c 116 1.16 b 22 1.26 b 22 1.48 c 97 1.31 b 66 1.23 c
3 0.95 c 69 1.22 c 14 1.26 b 167 1.56 c 172 1.36 b 23 1.24 c
33 0.98 c 162 1.23 c 66 1.30 b 127 1.57 c 66 1.42 c 92 1.25 c
172 0.99 c 79 1.24 c 33 1.30 b 69 1.59 c 69 1.45 c 118 1.29 c
47 1.00 c 130 1.25 c 69 1.33 b 11 1.59 c 117 1.45 c 117 1.31 c
66 1.01 c 23 1.28 c 196 1.35 b 23 1.59 c 45 1.47 c 167 1.32 c
1 1.02 c 35 1.33 c 189 1.40 c 16 1.63 c 14 1.48 c 14 1.32 c
194 1.02 c 92 1.34 c 164 1.44 c 66 1.65 c 48 1.49 c 157 1.33 c
71 1.04 c 189 1.34 c 27 1.46 c 48 1.66 c 20 1.52 c 67 1.34 c
68 1.04 c 68 1.37 c 11 1.50 c 151 1.68 c 3 1.54 c 29 1.35 c
207 1.05 c 29 1.38 c 153 1.50 c 64 1.74 c 164 1.54 c 12 1.36 c
20 1.06 c 157 1.41 c 187 1.53 c 29 1.75 c 11 1.55 c 3 1.38 c
37
Continuação Tabela 2.
Época 1 Época 2 Época 3 Época 4 Época 5 Época 6
T
g T
g T
g T
g T
g T
g
157 1.07 c 187 1.44 c 64 1.53 c 187 1.75 c 127 1.58 c 40 1.43 c
155 1.07 c 164 1.44 c 68 1.54 c 172 1.78 c 189 1.60 c 69 1.45 c
34 1.09 c 46 1.44 c 3 1.57 c 101 1.79 c 88 1.63 c 16 1.45 c
151 1.10 c 152 1.45 c 29 1.59 c 35 1.85 d 9 1.64 c 46 1.46 c
67 1.10 c 6 1.46 c 47 1.62 c 92 1.90 d 16 1.67 c 47 1.46 c
23 1.10 c 88 1.56 d 23 1.62 c 46 1.97 d 64 1.70 c 164 1.48 c
45 1.12 c 3 1.59 d 117 1.63 c 196 1.97 d 157 1.77 c 45 1.50 c
152 1.15 c 67 1.60 d 79 1.66 c 67 2.00 d 196 1.81 d 68 1.51 c
164 1.15 c 117 1.60 d 158 1.68 c 158 2.00 d 56 1.83 d 153 1.54 c
35 1.16 c 64 1.60 d 116 1.73 d 94 2.02 d 46 1.83 d 101 1.58 d
95 1.20 c 22 1.61 d 67 1.77 d 40 2.07 d 167 1.84 d 6 1.63 d
196 1.21 c 44 1.62 d 152 1.81 d 198 2.07 d 21 1.89 d 64 1.65 d
150 1.22 c 127 1.64 d 43 1.82 d 130 2.08 d 150 1.91 d 48 1.69 d
64 1.24 c 40 1.65 d 95 1.84 d 152 2.09 d 67 1.93 d 55 1.71 d
88 1.25 c 91 1.65 d 56 1.85 d 68 2.10 d 152 1.97 d 127 1.72 d
24 1.29 d 96 1.69 d 118 1.88 d 88 2.12 d 23 1.97 d 158 1.73 d
44 1.30 d 158 1.72 d 198 1.88 d 47 2.17 d 44 2.05 d 33 1.74 d
91 1.33 d 1 1.72 d 44 1.89 d 116 2.19 d 6 2.06 d 54 1.77 d
127 1.35 d 47 1.73 d 88 1.90 d 117 2.23 d 35 2.08 d 97 1.79 d
56 1.35 d 95 1.75 d 35 1.92 d 79 2.28 e 101 2.11 d 196 1.80 d
117 1.43 d 11 1.81 d 91 1.92 d 118 2.31 e 187 2.13 d 21 1.82 d
153 1.47 d 196 1.82 d 40 1.94 d 6 2.37 e 153 2.15 d 11 1.90 d
130 1.48 d 101 1.84 d 45 1.95 d 93 2.40 e 79 2.16 d 150 1.91 d
189 1.51 d 118 1.86 d 101 1.96 d 55 2.41 e 94 2.18 d 194 1.92 d
158 1.53 d 172 1.93 e 9 2.05 d 150 2.51 e 47 2.19 d 56 1.95 d
22 1.53 d 153 1.95 e 93 2.06 d 164 2.53 e 54 2.31 e 198 2.11 e
96 1.54 d 159 1.97 e 130 2.18 e 21 2.65 e 158 2.33 e 79 2.11 e
118 1.54 d 71 1.99 e 97 2.18 e 96 2.70 e 68 2.35 e 96 2.17 e
55 1.58 d 56 2.03 e 172 2.22 e 153 2.88 f 91 2.41 e 130 2.27 e
43 1.61 d 43 2.16 e 53 2.25 e 95 2.89 f 130 2.61 e 151 2.28 e
11 1.62 d 198 2.18 e 16 2.42 f 71 2.91 f 194 2.70 f 93 2.29 e
187 1.67 d 150 2.29 e 24 2.47 f 54 2.94 f 93 2.81 f 91 2.38 e
198 1.71 d 55 2.34 e 150 2.49 f 139 2.97 f 198 2.83 f 88 2.45 f
74 1.75 d 16 2.35 e 6 2.53 f 14 3.04 f 154 2.94 f 154 2.52 f
6 1.76 d 93 2.35 e 54 2.61 f 43 3.18 f 139 2.98 f 95 2.58 f
53 1.83 e 139 2.39 e 96 2.61 f 74 3.18 f 24 3.03 f 35 2.71 f
154 1.95 e 24 2.49 f 74 2.63 f 44 3.28 f 53 3.25 g 53 2.77 f
54 2.02 e 154 2.54 f 139 2.68 f 154 3.30 f 55 3.28 g 74 2.92 g
16 2.03 e 9 2.82 g 154 2.83 f 91 3.33 f 96 3.29 g 155 2.99 g
38
Continuação Tabela 2.
Época 1 Época 2 Época 3 Época 4 Época 5 Época 6
T
g T
g T
g T
g T
g T
g
9 2.18 e 74 3.05 g 21 3.27 g 53 3.67 g 95 3.31 g 24 3.22 g
93 2.24 e 54 3.37 h 55 3.45 g 24 3.69 g 208 3.96 h 139 3.28 g
139 2.27 e 208 5.03 i 194 3.81 h 194 4.19 h 43 4.04 h 43 3.29 g
208 5.26 f 53 3.78 j 208 5.82 i 208 5.06 i 74 4.21 h 208 4.16 h
* Época 1: 17 de janeiro, época 2: 25 de fevereiro, época 3: 20 de março, época 4: 2 de abril,
época 5: 08 de maio, época 6: 12 de junho, ano de 2007.
39
5. CONCLUSÕES
Houve variações nos níveis de resistência e no comportamento das
variedades conforme a época de avaliação.
A tangerina Ponkan apresentou alta resistência ao cancro cítrico.
As variedades Rosehaugh Nartjee, Harris, De Wildt, Dekopon e África do
Sul comportaram-se como resistentes, apresentando baixos níveis de
doença em todas as avaliações.
Os resultados obtidos mostram que muito desses materiais avaliados
têm grande potencial para utilização em programas de melhoramento
genético e de manejo integrado do Cancro Cítrico. Contudo, esses são
testes preliminares e deve-se dar continuidade a pesquisa para
confirmação dos dados.
40
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGOSTINI, J.P.; GRAHAM, J.H.; TIMMER, L.W. Relationship between
development of citrus canker and roostock cultivars for young ‘Valência’ orange
tress in Misiones, Argentina. Proceedings... Flórida, Horticultural-Society, v.
98, p. 19-22, 1985.
AMARAL, S.F. Providências para a erradicação do cancro cítrico. O Biológico,
São Paulo, v. 23, p. 112-123, 1957.
AMARAL, A.M. O que torna o cancro cítrico uma doença? Laranja, v. 25, n. 2,
p. 375-387, 2004.
AMORIM, L. Avaliação de doenças. In.: BERGAMIM FILHO, A.; KIMATI, H.;
AMORIM, L. (Ed.). Manual de fitopatologia: princípios e conceitos. 3. ed. São
Paulo: Agronômica Ceres, v. 1, p. 647-671, 1995.
AMORIM, L.; BERGAMIN FILHO, A.; PALAZZO, D.; BASSANEZI, R.B.;
GODOY, C.V.; TORRES,G.A.M. Clorose variegada dos citros: uma escala
diagramática para avaliação da severidade da doença. Fitopatologia
Brasileira v.18, p. 174-180, 1993.
AMORIM, L.; BERGAMIN FILHO, A.; SANGUINI, A.; CARDOSO, C.O.;
MORAES, V.A.; FERNANDES, C.R. Metodologia de avaliação da ferrugem
da cana-de-açúcar (Puccinia melanocephala). Boletim Técnico, Copersucar,
v. 39, p. 13-16, 1997.
AMORIM, L; BERGAMIN FILHO, A. A epidemiologia do cancro cítrico. Summa
Phythopathologica, v. 27, n. 1, p. 151-156, 2001.
ANDRADE, G.C.G.; AFENAS, A.C.; MAFIA,R.G.; MAFIA, L.A.; GONÇALVES,
R.C. Escala diagramática para avaliação da severidade da mancha foliar do
eucalipto causadapor Quambalaria eucalypti. Fitopatologia Brasileira, v. 30,
p. 504-509, 2005.
BALARDIN, R. Fundamentos da resistência em plantas. Disponível em:<
www.balardin.com >Acesso em: fev. de 2008.
BARBOSA, J.C.; GIMENES-FERNANDES, N.; MASSARI, C.A.; AYRES, A.J.
Incidência e distribuição de cancro cítrico em pomares comerciais do Estado de
São Paulo e Sul do Triângulo Mineiro. Summa Phythopathologica, v. 27, p.
30-35, 2001.
41
BEDENDO, I. Manchas foliares. In.: BERGAMIM FILHO, A.; KIMATI, H.;
AMORIM, L. (Ed.). Manual de Fitopatologia. 3.ed. São Paulo: Agronômica
Ceres, v.1, p. 848- 858, 1995.
BEHLAU, F. Epidemiologia do cancro cítrico (Xanthomonas axonopodis
pv. citri) em laranja ‘Pêra’ (Citrus sinensis) sob condições de controle
químico e cultural. Piracicaba, 2006. 100 p.: il. Dissertação (Mestrado) -
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2006.
BAILEY, B. A.; SCHUH, W.; FREDERIKSEN, R.A.; BOCKHOLT, A. J.; SMITH,
J. D. Indentification of “slow rusting”resistance to Puccinia polysora in maize
inbreds and single crosses. Plant Disease, v. 71, n. 6, p. 518-521, 1987.
BELAN, H.C.; RITTER, R.A.O.; FÜRSTENBERGER, A. L. F.; CANTERI, M. G.
Win AACPD - Software para cálculo da área abaixo da curva de progresso da
doença no ambiente Windows. 2005.
BELASQUE JÚNIOR, J.; BASSANEZI, R.B.; SPÓSITO, M.B.; RIBEIRO, L.M.;
JESUS JUNIOR, W.C.; AMORIM, L. Escalas diagramáticas para avaliação da
severidade do cancro cítrico. Fitopatologia Brasileira, v. 30, p. 387-393, 2005.
BERGAMIN FILHO, A.; AMORIM, L. Doenças de Plantas Tropicais:
epidemiologia e controle econômico. São Paulo: Agronômica Ceres, 1996,
299p.
BERGAMIN FILHO, A.; AMORIM, L.; GOTTWALD, T.R.; LARANJEIRA, F.F.
Spatial distribution of citrus canker in São Paulo – Brazil. In: INTERNACIONAL
WORKSHOP ON PLANT DISEASE EPIDEMIOLOGY, 8., 2001, Ouro Preto.
Proceedings… Ouro Preto: Internacional Society of Plant Pathology. p. 28-29,
2001.
BITANCOURT, A.A. O cancro cítrico. O Biológico, v. 23, n. 6, p. 101-111,
1957.
BOFF, P.; ZAMBOLIM, L.; VALE, F.X.R. Escalas para avaliação de severidade
de estenfílio (Stemphylium solani) e da pinta preta (Alternaria solani) em
tomateiro. Fitopatologia Brasileira, v. 16, p. 280-283,1991.
BUSQUE, R.N.B.; DONALDIO, L.C.; MARTINEZ,J.A.; MALAVOLTA,V.A.
Avaliação da resistência de alguns híbridos de citros. In: Congresso Brasileiro
de Fruticultura. 7, Florianópolis, S.C. 1983. Anais... v.1, p. 301-319, 1984.
BRUNINGS, A.M.; GABRIEL, D.W. Xanthomonas citri: breaking the surface.
Molecular Plant Pathology, v.4, p. 141-157, 2003.
42
CAMPBELL, C.L.; MADDEN, L.V. Introduction to plant disease
epidemiology. New York: John Wiley, p.532, 1990
CIVEROLO, E.L. Bacterial canker disease of citrus. Journal of the Rio Grande
ValleyHorticultural Society, v. 37, p. 127-146, 1984.
CROCE FILHO, J. Avaliação do cancro cítrico em variedades de citros em
condições de campo no noroeste do Paraná. Maringá, 2005. 54 p.: il.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Maringá, 2005.
DANÓS, E.; BERGER, R.D.; STALL, R.E. Temporal and spatial spread of citrus
canker within groves. Phytopathology, v. 74, p. 904-908, 1984.
DÍAZ,C.G.; BASSANEZI, R.B.; BERGAMIM FILHO, A. Desenvolvimento e
validação de uma escala diagramática para Xanthomonas axonopodis pv
phaseoli em feijoeiro. Summa Phytopathologica, v. 27, p. 35-39, 2001.
DUAN, Y.P.; CASTANEDA, A; ZHAO, G.; ERDOS, G.; GABRIEL, D.
Expression of a single, host-specific, bacterial pathogenicity gene in plant cllls
elicits division, enlargement, and cell death. Molecular-Plant-Microbe-
Interactions, v.12, n.6, p. 556-560, 1999.
DUVEILLER, E.A. Pictorial series of disease assessment keys for bacterial leaf
streak of cereals. Plant Disease, v. 78, p. 137-141,1994.
FÁLICO DE ALCARAZ, L. Factores climáticos relacionados com lacancrosis de
los citrus (Xanthomonas citri (Hasse) Dow) em Corrientes. In: Jorn. Fitosan, v.
3, p. 647-659, 1979.
FEICHTENBERGER, E.; MÜLLER, G.W.; GUIRADO, N. Doenças dos citros
(Citrus spp.). In: KIMATI, H.; AMORIM, L.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO,
L.E.A. ; REZENDE, J.A.M. (Ed.). Manual de Fitopatologia: doenças das
plantas cultivadas. 3.ed. São Paulo: Agronômica Ceres, v. 2, p. 261-296, 1997.
FEICHTENBERGER, E.; BASSANEZI, R.B.; SPÓSITO, M.B.; BELASQUE Jr.,
J. Doenças dos citrus, in: KIMATI, H.; AMORIM, L.; REZENDE, J.A.M.;
BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A. Manual de Fitopatologia: Doenças
das Plantas Cultivadas. São Paulo, ed. Agronômica Ceres, 4ªed. v.2, p.239-
269, 2005.
FERREIRA, D.F. Programa SISVAR.exe: sistema de análise de variância.
Lavras: UFLA, 2000. Meio digital; http://www.dex.ufla.br/~danielff/sisvar.zip
FNP CONSULTORIA & COMÉRCIO. Agrianual, 1997: anuário da agricultura
brasileira. São Paulo, 1997. 435p.
43
FNP CONSULTORIA & COMÉRCIO. Agrianual, 2005: anuário da agricultura
brasileira. São Paulo, 2005. 520p.
FUNDECITRUS. Cancro Cítrico. Disponível em:
<http://www.fundecitrus.com.br/cancro.html>. Acesso em: março de 2007
GABRIEL, D.W.; KINGSLEY, M.T.; HUNTER, J.E.; GOTTWALD,T.R.
Reinstatement of Xanthomonas citri (ex Hasse) and X. phaseoli (ex Smith) to
species and reclassification of all Xanthomonas campestris pv. citri strains.
International Journal of Systematic Bacteriology, v. 39, p. 14-22, 1989.
GOTO, M. Citrus canker. In: KUMAR, J., CHAUBE, H.S., SINGH,
U.S.,MUKHOPADHYAY, A.N. Plant Diseases of International Importance.
Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1992, p.250-269.
GOTO, M., OHTA, K; OKABE, N. Studies on saprophytic survival of
Xanthomonas citri (Hasse) Dowson. 2. Longevity and survival density of the
bacterium on artificially infested weeds, plant residues and soils. Annual
Phytopathology Society Japan, v.41, p.141-147, 1975.
GOTO, M.; HYODO, H. Role of extracellular polysscharides of Xanthomonas
campestris pv. citri in the early stage of infection. Annual Phytopathology
Society of Japan, v. 51, p. 22-31, 1985.
GOTTWALD, T.R.; TIMMER, L.W. The efficacy of windbreaks in reducing the
spread of citrus canker caused by Xanthomonas campestris pv. citri. Tropical
Agriculture, v.72, n.3, p.194-201, 1995.
GOTTWALD, T.R.; McGUIRE, R.G.; GARRAM, S. Asiatic citrus canker: spatial
and temporal spread in simulated new planting situations in Argentina.
Phytopathology, v. 78, p. 739-745, 1988.
GOTTWALD, T. R.; GRAHAM, J.H.; EGEL, D.S. Analysis of foci of Asiatic citrus
canker in a Florida citrus orchard. Plant Disease, v.76, n.4, p.389-396, 1992.
GOTTWALD, T.R.; GRAHAM, J.H.; CIVEROLO, E.L.; BARRETT, H.C.;
HEARN, C.J. Differential host range reaction of citrus and citrus relatives to
citrus canker and citrus bacterial spot determinated by leaf mesophyll
susceptibility. Plant Disease, v. 77, n.10, p. 1004-1009, 1993.
GOTTWALD, T.R.; GRAHAM, J.H.; SCHUBERT, T.S. An epidemiological
analysis of the spread of citrus canker in urban Miami, Florida, and synergistic
interaction with the Asian leaf miner. Fruits, v.52, 383-390, 1997.
44
GRAHAM, J.H. Varietal susceptibility to citrus canker: Observations from
southern Brazil. Citrus Industry, v.82, n.6, p.15-17, 2001.
GRAHAM, J.H.; GOTTWALD, T.R. Research perspectives on eradication of
citrus bacterial diseases in Florida. Plant Disease, v. 75, p. 1193-1200, 1991.
GRAHAM, J.H., GOTTWALD, T.R.; FARDELMANN, D. Cultivar-specific
interactions for strains of Xanthomonas campestris from Florida that cause
citrus canker and citrus bacterial spot. Plant Disease, v.74, n.10, 753-756,
1990.
GRAHAM, J.H., GOTTWALD, T.R., CIVEROLO, E.L.; MCGUIRE, R.G.
Population dynamics and survival of Xanthomonas campestris pv. citri in soil in
citrus nurseries in Maryland and Argentina. Plant Disease, v.73, n.5, p.423-
427, 1989.
GRAHAM, J.H.; GOTTWALD, T.R.; RILEY, T.D.; ACHOR, Penetration through
leaf stomata and strains of Xanthomonas campestris in citrus cultivars varyng in
susceptibility to bacterial diseases. Phytopathology, v. 82, n. 11, p. 1319-1325,
1992.
GRAHAM, J.H.; GOTTWALD, T.R.; RILEY, T.D.; CUBERO, J.; DROUILLARD,
D.L. Survival of Xanthomonas campestris pv. citri (Xcc) on various surfaces and
chemical control of asiatic citrus canker (ACC). In: INTERNACIONAL CITRUS
CANKER RESEARCH WORKSHOP, 2000, Fort Pierce. Proceedings… Fort
Pierce: Florida Department of Agriculture and Consumer Services, 2000.
Disponível em: <http://www.docs.state.fl.us/canker>. Acesso em: agosto de
2006.
IAPAR, Londrina, PR. Regionalização da Citricultura para o Estado do
Paraná. Londrina, Iapar, 1987, 28p. (Iapar, Circular, 55).
IAPAR, Londrina, PR. A Citricultura no Paraná. Londrina, Iapar, 1992, 287p.
(Iapar,Circular,72).
KOIZUMI, M. Relation of temperature to the development of citrus canker
lesions in the spring. In: INTERNATIONAL CITRUS CONGRESS, 2., 1977,
Orlando. Proceedings... Riverside: International Society of Citriculture, 1977.
p.924-928.
KOIZUMI, M.; KUHARA, S. Evaluation of citrus plants for resistance to bacterial
canker disease in relation to lesion extension. Bulletin Tree Fruit Research,
v.4, p.73-92, 1982.
45
KUHARA, S. Present epidemic ststus and control of the citrus canker disease
(Xantomonas citri (Hasse) Dowson) Japan. Review of Plant Protection
Research, v.11, p. 132-42, 1978.
LEE, A. Relation of the age of citrus tissue to susceptibility to citrus canker.
Phillip. J. Sci. v.20, p. 331-339, 1922.
LEITE JUNIOR., R.P. Cancro Cítrico no Estado do Paraná. Laranja,
Cordeirópolis, v.10., p.489-502, 1989.
LEITE JUNIOR., R.P. Cancro Cítrico: prevenção e controle no Paraná.
Londrina, Iapar, 1990, 51 p. (Iapar, Circular, 61).
LEITE JUNIOR., R.P.; MOHAN, S.K. Evaluation of citrus cultivars for resistance
to canker caused by Xanthomonas campestris pv. citri (Hasse) Dye in the State
of Paraná, Brazil. Proceedings of the Internacional Society of Citriculture,
v. 1, p.385-389, 1984.
LEITE JUNIOR., R.P.; MOHAN, S.K. Integrate management of the citrus
bacterial cancker disease caused by Xanthomonas campestris pv. citri in the
State of Paraná. Crop Protection, v.9, p.3-7, 1990.
LEITE JR., R.P.; SANTOS, S.D. Suscetibilidade do limão Siciliano (Citrus
lemon), enxertado sobre diferentes porta enxertos, ao cancro cítrico causado
por Xanthomonas campestris pv citri. Fitopatologia Brasileira, v. 13; n. 4, p.
353-358, 1988.
LEONARD, K. J.; FRY, W. E. Plant diseases epidemiology New York:
Macmillan Publishing Company, 1986. 372.
MACIEL, J.L.N.; DUARTE, V.; AYUB, M.A.Z. Plasmid DNA restriction profile
and copper sensitivity of Xanthomonas axonopodis pv. citri from Rio Grande do
Sul, Brazil. Fitopatologia Brasileira, v. 23, p. 116-120, 1998.
MATSUMOTO, R.; OKUDAI, N. An early evaluation of citrus seedlings for the
resistance to bacterial canker disease Xanthomonas campestris pathovar citri
by a needle prick inoculation. Bulletin Fruit Tree Research, v.9, p.11-24, 1988.
MCLEAN, F.T.; LEE, A.H. The resistance to citrus canker of Citrus nobilis and a
suggestion as to the production of resitant varieties in other Citrus species.
Phytopathology, v.11, p.109-114, 1921.
MICHEREFF,S.J.; MAFFIA,L.A.; NORONHA, M.A. Escala diagramática para
avaliação da severidade da queima das folhas do inhame. Fitopatologia
Brasileira, v. 25, p. 612-619, 2000.
46
MOHAN, S.K., LEITE JR, R.P., PEREIRA, A.L.G.; CAMPACCI, C.A.
Comportamento de tangerinas ao cancro cítrico causado por Xanthomonas
axonopodis pv. citri. Fitopatologia Brasileira, v.10, p.549-558, 1985.
MOHAN, S.K.; LEITE JÚNIOR, R.P.; PEREIRA, A.L.G.; CAMPACCI, C.A.
Comportamento de cultivares de tangerinas ao cancro cítrico, causado por
Xanthomonas campestris pv. citri. Fitopatologia Brasileira, v. 10, n. 3, p. 549-
558, 1985.
MIYAKAWA, T. & UAMAGUCHI, A Citrus canker. In: Citrus diseases in Japan.
MIYAKAWA,T. & UAMAGUCHI, A (eds). Japan Plant Protection Association,
Tokio, p. 8-15, 1981.
NAMEKATA, T.; CERÁVOLO, L.C.; ROSSI, A.C.; POMPEU JUNIOR, J.;
FIGUEIREDO, J.O. Comportamento de uma coleção de citros submetida à
contaminação ao cancro cítrico, causado pela bactéria Xanthomonas
campestris pv. citri. Laranja, v. 13, p. 757-775, 1992.
NASCIMENTO, J.F., RODRIGUES NETO, J., ALVES, J.M.A., RÊGO, M.M. &
ARAÚJO, A.E.S. Ocorrência de cancro cítrico no estado de Roraima. Summa
Phytopathologica, v. 29, p. 81-82, 2003.
NEVES, M.F.; JANK, M.S. Perspectivas da cadeia produtiva da laranja no
Brasil: A agenda 2015. Disponivel em:
<www.fundacaofia.com.br/pensa/downloads/Agenda_Citrus_2015_PENSAIC
ONE.pdf> Acesso em: janeiro de 2008.
NORONHA, M.A. Escala diagramática para avaliação da mancha preta em
folhas de citros e efeito da temperatura e da duração do molhamento na
pré penetração de conídios de Guignardia citricarpa Kiely [Phyllosticta
citricarpa (McAlp) Van der Aa. Dissertação (mestrado) - Piracicaba. Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), 2002. 67p.
NUTTER JUNIOR, F.W. & SCHULTZ, P.M. Improving the accuracy and
precision of disease assessments: selection of methods and use of computer-
aided training programs. Canadian Journal of Plant Pathology, v. 17, p. 174-
184, 1995.
O’BRIEN, R.D.; VAN BRUGGEN, A.H.C. Accuracy, precision and correlation to
yield of disease severity scales for corky root of lettuce. Phytopathology, v. 82,
p. 91-96, 1992.
PALAZZO, D.A.; MALAVOLTA JUNIOR, V.A.; NOGUEIRA, E.M.C. Influência
de alguns fatores climáticos sobre o índice de infecção de cancro cítrico,
causado por Xanthomonas campestris pv. citri, em laranjeira Valência (Citrus
47
sinensis), em Bataguassu, MS. Fitopatologia Brasileira, v. 9, n. 2, p. 283-290,
1984.
PALAZZO, D.A.; NOGUEIRA, E.M.C.; CERAVOLO, L.C.; MONTOVANELLO,
C.M. Estudos epidemiológicos em cancro cítrico (Xanthomonas campestris pv.
citri): progresso da doença no tempo. Laranja, v. 1, n. 8, p. 133-140, 1987.
PARLEVLIET, J. E. Components of resistance that reduce the rate epidemic
development. Ann. Rev. Phytopathology, 17: 203-222, 1979.
PELTIER, G.L. Further studies on the relative susceptibility to citrus canker on
different species and hybrids of the genus Citrus, including the wild relatives.
Journal Agriculture Research, v.28, p.227-239, 1924.
PRUVOST, O.; GOTTWALD, T.R.; BROCHERIEUX, C. The effect of irrigation
practices on the spatio-temporal increase of Asiatic citrus canker in simulated
nursery plots in Reunion Island. European Journal of Plant Pathology, v.105,
p.23-27, 1999.
REEDY, G.S.; MURTI, V.D. Bacterial disease: Citrus Canker Xanthomonas
citri (Hasse) Dowson. In REEDY, G.S. & MURTI, V.D. (eds) Citrus Diseases
and their control Indian Council of Agricultural Research, New Delhi, 2 ed. Cap.
2, p. 24-30, 1990.
RODRIGUES, J.C.V.; NOGUEIRA, N.L.; MACHADO, M.A. Elaboração e
validação de uma escala diagramática para leprose dos citros. Summa
Phytopathologica, v. 28, p. 192-196, 2002.
RORHBACH, K.G.; SCHIMITT. Pineaple. In: Ploetz, R.C., Zentmyer, G.A.,
Nishijima,W.T., Rorhbach, K.G., Ohr, H.D. (Eds). Compendium of tropical fruit
disease, APS Press, St. Paul, 1994. pp. 45-55.
ROSSETTI, V. Identificação de cancro cítrico. Biológico, v. 47, n. 5, p. 145-
153, 1981.
ROSSETTI, V. Manual ilustrado de doenças dos citros. Piracicaba:
Fealq/Fundecitrus, 2001. 207p.
SEAB. Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná. Disponível em:
<www.pr.gov.br/seab/legislacao.shtml> Acesso em: fev de 2007.
SCHAAD, N.W.; VIDAVER, A.K.; LACY, G.H.; RUDOLPH, K.; JONES, J.B.
Evaluation of proposed amended names of several Pseudomonads an
Xanthomonads and recommendations. Phytopatology, v. 90, n. 3, p. 208-213,
2000.
48
SCHOULTIES, C.L.; CIVEROLO, E.L.; MILLER, J.W.; STALL, R.E.; KRASS,
C.J.; POE, S.R.; DUCHARME, E.P. Citrus canker in Florida. Plant Disease, v.
71, p. 388- 395, 1987.
SCHUBERT, T.S.; RIZVI, S.A.; SUN, X.; GOTTWALD, T.R.; GRAHAM, J.H.;
DIXON, W.N. Meeting the challenge of eradicating citrus canker in Florida –
again. Plant Disease, v. 85, p. 340-356, 2001.
SILVA, E.A. Saneamento e liberação de áreas. In: Encontro Paranaense de
Citricultura, 2., 1989, Maringá. Anais... Maringá: Associação dos engenheiros
agrônomos do Paraná. Núcleos de Maringá e Londrina, p. 57-63, 1990.
SPÓSITO,M.B.; AMORIM, L.; BELASQUE JUNIOR, J.; BASSANEZI, R.B.;
AQUINO, R. Elaboração e validação de escala diagramática para avaliação da
severidade da mancha preta em frutos cítricos. Fitopatologia Brasileira, v. 29,
p. 81-85. 2004.
STALL, R.E.; SEYMOUR, C.P. Canker, a threat to citrus in the Gulf-Coast
states. Plant Disease, v. 67, n.5, p.581-585, 1983.
STALL, R.E., MARCO, G.M., CANTEROS DE ECHENIQUE, B.I. Importance of
mesophyll in mature-leaf resistance to cancrosis of citrus. Phytopathology,
v.72, p.1097-1100, 1982.
SWARUP, S.; YANG, Y.; KINGSLEY, M.T.; GABRIEL, D.W. A Xanthomonas
citri pathogenicity gene, pthA, pleiotropically encodes gratuitous avirulence on
nonhosts. Molecular-Plant-Microbe-Interactions, v. 5, n. 3, p. 204-213, 1992.
TIMMER, L.W.; GOTTWALD, T.R.; ZITKO, S.E. Bacterial exudation from
lesions of Asiatic citrus canker and citrus bacterial spot. Plant Disease, v. 75, n.
2, p. 192-195, 1991.
ZAMBOLIN, L. Controle de doenças de plantas fruteiras, v.2, Viçosa-MG.
UFV, 2002.
ZUBRZYCKI, H.M.; ZUBRZYCKI, A D. DE. Analyses of factors involved in
the resistence to citrus canker. Boletin Genetico, v.14, p. 21-33, 1986.
ZUBRZYCKI, H.M.; ZUBRZYCKI, A D. DE. Evaluación de resistência a
Concrose en citros com diferentes niveles de inoculo em infecciones
naturales a campo. Boletin Genetico, Instituto de Fitotecnia, Castelar, v. 15, p.
21-29, 1988.
49
ZUBRZYCKI, H. M.; ZUBRZYCKI, A.D. Relationship between the amount of
inoculum and the infection caused by Xanthomonas campestris pv. citri on
citrus seedlings through natural infections in the field. In: INTERNATIONAL
SOCIETY OF CITRICULTURE; Tokyo, 1987. Proceeding. Tokyo: ISC, p.379-
382.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo