Capítulo 2 – Fundamentação Teórica 28
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número de instalações (68% das instalações), quanto em percentual da capacidade
instalada (44% da capacidade) (WATSON et al, 2003).
Conforme supracitado, mediante osmose inversa se tem a água dessalinizada
como produto, mas também um subproduto, ou seja, o concentrado. Em geral, nos
países desenvolvidos, o rejeito está sendo transportado para os oceanos ou injetados em
poços de grande profundidade; todavia, alternativas estão sendo estudadas, como:
bacias de evaporação, redução de volume do rejeito por plantas aquáticas, bacias de
percolação e irrigação de plantas halófitas (PORTO et al, 2001).
O devido tratamento do concentrado da dessalinização vem preocupando e
instigando os cientistas, que propõem soluções como a criação de peixes do tipo tilápias
e/ou plantas halófitas capazes de se desenvolverem em um meio salino. O concentrado
de unidades próximas à costa do mar normalmente é simplesmente lançado ao mar, não
causando, com isso, grandes impactos ambientais. Entretanto, o maior problema se
encontra em unidades de dessalinização de águas salobras instaladas no interior do
continente, onde o concentrado chega a possuir uma concentração até 10 vezes a da
água bruta original. Este concentrado é, muitas vezes, despejado novamente no poço de
origem, salinizando-o ainda mais. Em outras ocasiões, o concentrado é lançado sobre o
solo o que, em pouco tempo, pode esterilizá-lo.
A escolha da melhor opção para se dispor o rejeito da dessalinização deve
atender, dentre outros fatores, às disponibilidades locais (terra, compatibilidade das
águas receptoras e distância), às disponibilidades regionais (geologia, leis estaduais,
geografia e clima), ao volume de concentrado, aos custos envolvidos, à opinião pública
e à permissibilidade (MICKLEY, 2004b).
A emissão em águas superficiais é o método mais usado para destinação do
rejeito da dessalinização. Esta opção é usual para todos os tamanhos projetos, mas
pressupõe compatibilidade com as águas receptoras, podendo haver necessidade de
diluição (MICKLEY, 2004b). Ainda que os custos desta destinação sejam relativamente
baixos deve-se atentar para o impacto sobre a vida aquática, nos rios e mares receptores
(MICKLEY, 2004a).
No Brasil, o rejeito não está recebendo, na quase totalidade dos casos, qualquer
tratamento, mesmo assim, está sendo despejado no solo, propiciando alto acúmulo de
sais nas camadas superficiais do terreno (PORTO et al, 2001). A deposição deste rejeito
Ana Karla Crispim Soares