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AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE FEIJÃO-CAUPI DE PORTE SEMI-
PROSTRADO EM CULTIVO DE SEQUEIRO E IRRIGADO
RAIMUNDO NONATO BENVINDO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Agronomia do Centro de Ciências
Agrárias da Universidade Federal do Piauí, para a
obtenção do Título de Mestre em Agronomia, área
de concentração: Produção Vegetal.
TERESINA - PI
Maio – 2007
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AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE FEIJÃO-CAUPI DE PORTE
SEMI- PROSTRADO EM CULTIVO DE SEQUEIRO E IRRIGADO
RAIMUNDO NONATO BENVINDO
Engenheiro Agnomo
Orientador: Prof. Dr. José Algaci Lopes da Silva
Co-Orientador: Dr. Francisco Rodrigues Freire Filho
TERESINA - PI
Maio – 2007
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AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE FEIJÃO-CAUPI DE PORTE
SEMI- PROSTRADO EM CULTIVO DE SEQUEIRO E IRRIGADO
RAIMUNDO NONATO BENVINDO
Engenheiro Agrônomo
Aprovado em ___/____/_____
Comissão Julgadora:
________________________________________
Prof. Dr. José Algaci Lopes da Silva - Presidente
UFPI/CCA
________________________________________
Dr. Francisco Rodrigues Freire Filho - Titular
EMBRAPA MEIO-NORTE
________________________________________
Prof. Dr. José Walmar Setúbal - Titular
UFPI/CCA
À minha esposa Carmen
Aos meus filhos:
Benvindo Júnior,
Constancio Neto e
Lorena Benvindo
Aos meus netos:
Rayssa e
Guilherme
Dedico.
“Passos que aprendi ao longo de minha vida para alcançar vitórias”
5º Degrau: ter fé em Deus
4º Degrau: trabalhar em grupo
3º Degrau: gostar do que faço
2º Degrau: acreditar nas Instituições e nos Mestres
1º Degrau: acreditar em mim
AGRADECIMENTOS
A DEUS, pela minha existência e forças para alcançar vitórias.
À Universidade Federal do Piauí, por ter concedido a oportunidade de cursar o
mestrado em Agronomia e desenvolver todos os meus trabalhos;
Ao professor Dr. José Algaci Lopes da Silva, pela orientação neste trabalho, bem como
pelas ajudas para condução dos experimentos de campo.
Aos pesquisadores da Embrapa Meio-Norte: Dr. Francisco Rodrigues Freire Filho e Dr.
Valdenir Queiroz Ribeiro, pelas valiosas orientações e colaborações na condução dos
experimentos;
A toda a equipe do caupi e estagiários da Embrapa Meio-Norte, que muito contribuíram
para condução dos trabalhos;
Ao Colégio Agrícola de Bom Jesus, através de seu Diretor Professor Raimundo Falcão
Neto, pelo apoio durante a realização do mestrado;
Ao Colégio Agrícola de Teresina, através de seu Diretor Professor Francisco de Assis
Sinimbú Neto, pelo apoio durante minha permanência em Teresina.
Aos professores do Curso de Pós-Graduação, pelos ensinamentos científicos.
Ao professor Dr. Luiz Evaldo de Moura Pádua, pelo o apoio e incentivo, quando me
apelidou de “Trator” e pela maneira de acompanhar as aulas e dedicação aos estudos;
Ao colega Antonio Luis Galvão de Almeida, pelo apoio durante nossa jornada na
realização dos ensaios, caronas e convivência diária no mestrado;
A todos os colegas do curso de pós-graduação, em especial a José Tadeu Santos
Oliveira, Gilson Lages Fortes Portela e Ocimar de Alencar Alves Barbosa, pelo bom
convívio e respeito.
Ao Secretário do mestrado em Agronomia Vicente de Sousa Paulo, pelo respeito e bom
humor quando dizia ”fala, velho de Bom Jesus!”.
Ao amigo Raimundo de Araújo Negreiros, pelo apoio na realização das pesquisas
realizadas via Internet em sua residência.
Finalmente, a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste
trabalho.
SUMÁRIO
Página
LISTA DE FIGURAS .................................................................................................. v
LISTA DE TABELAS.................................................................................................. vi
RESUMO.......................................................................................,.............................. ix
SUMMARY................................................................................................................. xi
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................ 1
2. REVISÃO DE LITERATURA............................................................................... 3
2.1. Importância das espécies cultivadas e do melhoramento genético............... 3
2.2. Taxonomia do feijão-caupi............................................................................... 3
2.3. Produção do feijão-caupi no mundo................................................................ 4
2.4. Mercado do feijão-caupi................................................................................... 5
2.5. Melhoramento genético do feijão-caupi ......................................................... 7
2.6. Produtividade de grãos do feijão-caupi.......................................................... 10
2.6.1.Produtividade de grãos em cultivo de sequeiro .......................................... 10
2.6.2. Produtividade de grãos em cultivo irrigado ............................................... 12
2.7. Correlações entre caracteres .......................................................................... 13
3. MATERIAL E MÉTODOS...................................................................................... 15
3.1. Localização e caracterização da área experimental...................................... 15
3.2. Material genético............................................................................................. 15
3.3. Delineamento experimental ........................................................................... 16
3.4. Caracteres avaliados ..................................................................................... 16
3.4.1 . Caracteres relacionados ao ciclo e à arquitetura da planta.................... 16
3.4.2. Caracteres relacionados à produção de grãos............................................ 17
3.4.3. Análise estatística ......................................................................................... 18
3.5. Experimento em cultivo de sequeiro.............................................................. 19
3.6. Experimento em cultivo irrigado................................................................... 20
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................. 24
4.1. EXPERIMENTO EM CULTIVO DE SEQUEIRO.................................... 24
4.1.1. Caracteres relacionados ao ciclo e à arquitetura da planta.................... 24
4.1.2. Caracteres relacionados com a produção de grãos.................................. 26
4.1.3. Correlação entre caracteres ...................................................................... 29
4.1.4. Coeficientes de determinação genético, de variação genético e de variação
ambiental ...................................................................................................................... 30
4.2. EXPERIMENTO EM CULTIVO IRRIGADO........................................... 32
4.2.1. Caracteres relacionados ao ciclo e à arquitetura da planta.................... 32
4.2.2. Caracteres relacionados à produção de grãos.......................................... 34
4.2.3. Correlações entre caracteres...................................................................... 36
4.2.4. Coeficientes de determinação genético, de variação genética e de variação
ambiental...................................................................................................................... 39
5. CONCLUSÕES........................................................................................................ 40
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 41
v
LISTA DE FIGURAS
Figura
1 Zonas de comércio da África e seus países membros. (ECOWAS -
Economic Community of West African States; CFA Franc Zone –
Communauttè Financière Africaine Franc Zone e NCG – Nigeriana
Cawpea Graished)
Página
6
vi
LISTA DE TABELAS
Tabela
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Principais produtores de feijão-caupi no mundo (1999-2000);
Relação das linhagens e cultivares envolvidas no experimento em
cultivo de sequeiro e irrigado;
Escala para leitura do acamamento;
Escala para leitura do valor de cultivo;
Dados meteorológicos do período de realização do experimento em
cultivo de sequeiro;
Análise de solo da área experimental do cultivo em sequeiro;
Dados meteorológicos do período de realização do experimento em
cultivo irrigado;
Datas de aplicação das lâminas de água, número de horas de
aplicação, lâmina bruta aplicada e precipitação pluvial do período
de realização do experimento em cultivo irrigado;
Análise de solo da área experimental sob cultivo irrigado;
Página
4
15
17
17
19
20
21
22
23
10
11
12
13
14
15
16
17
18
Análise de variância dos caracteres relacionados com o ciclo e à
arquitetura da planta de feijão-caupi em cultivo de sequeiro
Comparação das médias dos caracteres relacionados com o ciclo e à
arquitetura da planta de feijão-caupi em cultivo de sequeiro
Análise de variância dos caracteres relacionados com a produção de
grãos de feijão-caupi em cultivo de sequeiro
Comparação das médias dos caracteres relacionados com a
produção de grãos de feijão-caupi em cultivo de sequeiro
Estimativas dos coeficientes de correlação fenotípica (rfe),
genotipica (rfg) e de ambiente (ra) entre os 11 caracteres avalizados
em 20 genótipos de feijão-caupi, sob sequeiro;
Coeficiente de determinação genético e coeficiente de variação
genético e ambiental dos caracteres relacionados ao ciclo,
arquitetura e à produtividade do feijão-caupi em cultivo de
sequeiro;
Análise de variância dos caracteres relacionados com o ciclo e à
arquitetura da planta de feijão-caupi em cultivo irrigado
Comparação das médias dos caracteres relacionados com o ciclo e à
arquitetura da planta de feijão-caupi em cultivo irrigado
Análise de variância dos caracteres relacionados com a produção de
grãos de feijão-caupi em cultivo irrigado
24
25
26
27
30
31
32
33
34
19
20
21
Comparação das médias dos caracteres relacionados com a
produção de grãos de feijão-caupi em cultivo irrigado
Estimativas dos coeficientes de correlação fenotípica (rfe),
genotípica (rfg) e de ambiente (ra) entre os 11 caracteres avalizados
em 20 genótipos de feijão-caupi, cultivados sob irrigação;
Coeficiente de determinação genético e coeficientes de variações
genético e ambiental dos caracteres relacionados ao ciclo,
arquitetura e à produtividade do feijão-caupi em cultivo irrigado.
35
38
39
ix
AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE FEIJÃO-CAUPI DE PORTE SEMI-
PROSTRADO EM CULTIVO DE SEQUEIRO E IRRIGADO
RESUMO
O presente trabalho teve por objetivo avaliar o potencial produtivo de genótipos
de feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.) de crescimento indeterminado e de porte
semi-prostrado sob sequeiro e irrigado. Foram realizados dois ensaios no campo
experimental do Centro de Pesquisa Agropecuária do Meio-Norte – Embrapa Maio-
Norte, em Teresina-Piauí, situado a 5º 5’ 12” de latitude Sul e 42º 48’ 42” longitude
Oeste, com 72 m de altitude, no período de abril a dezembro de 2006. Foram avaliadas
as linhagens MNC99-505G-11, MNC99-507G-1, MNC99-507G-8, MNC99-508G-1,
MNC99-510G-8, MNC99-510F-16, TE97309G-18, TE97-304G-4, TE97-304G-12,
TE97309G-24, TE96-290-12G, MNC99-541F-15, MNC99-541F-18, MNC99-541F-21,
MNC99-542F-5, MNC99-542F-7, MNC99-547F-2 e as cultivares BRS Paraguaçu, BR-
17 Gurguéia e BRS Marataoã como testemunhas. O delineamento experimental utilizado
foi de blocos completos casualizados, com quatro repetições. Cada parcela foi
representada por quatro fileiras de 5 m. O espaçamento entre fileiras foi de 0,75 m e
entre covas dentro da fileira de 0,25 m, cada cova com duas plantas. Foram avaliados os
seguintes caracteres: Florrescimento inicial (FI), Comprimento do ramo principal (CRP),
Número de nós no ramo principal (NNRP), Número de ramos laterais (NRL),
Acamamento (ACAM), Valor de cultivo (VC), Comprimento de vagem (COMPV),
Número de grãos por vagem (NGV), Peso de cem grãos (P100G), Índice de grãos (IG) e
Produtividade (PROD). As linhagens MNC99-541F-15, TE96290-12G, MNC99-547F-
2, MNC99-510F-16 e TE97-304G-12 e as cultivares BRS-Marataoã e BR-17 Gurguéia
apresentaram as melhores produtividades em cultivo de sequeiro. Por outro lado as
linhagens MNC99-542F-5, TE96-290-12G, TE97-304G-12, MNC99-541F-18, TE97-
309G-24, MNC99510F-16, TE97-304G-4, MNC99-547F-2, MNC99-510F-16 e a
cultivar BRS Paraguaçu se destacaram em cultivo irrigado. As linhagens TE96-290-
12G, MNC99-510F-16 e TE97-304G-4 apresentaram bons níveis de produtividade em
ambos os sistemas de cultivo. Esses resultados além de identificarem os genótipos de
maior potencial produtivo sugerem que é possível selecionar genótipos para cultivo de
sequeiro, irrigado e para ambos.
xi
EVALUATION OF YIELD OF SEMI-PROSTED COWPEA GENOTYPES IN
RAINY SEASON AND IN DRY SEASON WITH SPIKLER IRRIGATION
SUMMARY
This work aimed to evaluate the yield potential of cowpea genotypes (Vigna
unguiculata (L.) Waalp.) whit indeterminate habit and semi-prostrated port in two
experiments, one cultivated in rainy season and other in dry season irrigated with spikler
irrigation. The experiments, was carried out in the Embrapa Meio-Norte experimental
field in Teresina-Piauí, situated et 72 m of altitude, 5º 5’ 12” of latitude South and 42º
48’ 42” longitude West during the period of April to December of 2006. In both
experiments was evaluated the lines MNC99-505G-11, MNC99-507G-1, MNC99-
507G-8, MNC99-508G-1, MNC99-510G-8, MNC99-510F-16, TE97309G-18, TE97-
304G-4, TE97-304G-12, TE97309G-24, TE96-290-12G, MNC99-541F-15, MNC99-
541F-18, MNC99-541F-21, MNC99-542F-5, MNC99-542F-7, MNC99-547F-2 and the
cultivars were BRS Paraguaçu, BR-17 Gurguéia e BRS Marataoã. The experimental
design used was the random complete blocks, with four replications. The plot consisted
of four rows with 5 m. The space between rows was 0,75 m and between hill in the row
was 0,25 m, each hill with two plants. The following characters were evaluated: number
of days to start flowering (FI), length of the main branch (CRP), number of nods in the
mains branch (NNRP), number of secondary branches (NRL), lodging (ACAM), the
agronomic value (VC), pod length (COMPV), number of grains per pod (NGV), one
hundred grains weight (P100G), grains index (IG) and yield (PROD). The lines MNC99-
541F-15, TE96290-12G, MNC99-547F-2, MNC99-510F-16 and TE97-304G-12 and the
cultivars BRS-Marataoã e BR-17 Gurguéia presented the best yield in the rainy season.
Therefore the lines MNC99-542F-5, TE96-290-12G, TE97-304G-12, MNC99-541F-18,
TE97-309G-24, MNC99510F-16, TE97-304G-4, MNC99-547F-2, MNC99-510F-16 and
BRS Paraguaçu had the best yield in dry season under irrigated condition with a higher
yield than BRS Marataoã e BR-17 Gurguéia. The lines TE96-290-12G, MNC99-510F-
16 e TE97-304G-4 presented a satisfactory yield in both cultivation systems. These
results indicate that it is possible to select cultivars for specific cultivation rainy season
or dry season with spikler irrigation and for dual-purpose.
1
1. INTRODUÇÃO
O crescimento da população mundial acarreta maior demanda de bens de
consumo, o que requer, a cada ano, que sejam incorporadas novas áreas aos sistemas de
exploração agrícola e que sejam usadas cultivares mais produtivas (Freire Filho et al.,
1988). A pesquisa vem procurando espécies e desenvolver genótipos adaptados às
condições adversas de clima e solo.
O feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.) adapta-se razoavelmente bem às
condições de solo, clima e sistemas de cultivo em relação a outras leguminosas, porém,
nem sempre com bons níveis de rendimento. No entanto, altas produtividades de grãos
podem ser alcançadas com o uso da irrigação (Cardoso et al., 1996). Estudos de
adaptabilidade e estabilidade têm mostrado que é possível se obter materiais com
adaptação ampla e estável com bons níveis de produtividade (Santos et al., 2000; Freire
Filho et al., 2001 e 2002).
Cultivares melhorados e linhagens elites de feijão-caupi têm apresentado
produtividades superiores a 2.600 kg/ha (Bezerra, 1997), demonstrando que esta
característica pode ser aumentada por meio do uso do melhoramento genético.
Atualmente, além da melhoria com vistas à produtividade e resistência a doenças e
pragas, a pesquisa com o feijão-caupi está voltada também para a melhoria da qualidade
do grão, para atender os diversos setores da cadeia produtiva da agricultura familiar e
empresarial, bem como para a arquitetura da planta, objetivando facilitar as colheitas
manual e mecanizada. Com este esforço objetiva-se conquistar novos mercados e
expandir o agronegócio do feijão-caupi no Brasil (Freire Filho et al., 2005).
Nas regiões Norte e Nordeste predominam o uso de cultivares de feijão-caupi
tradicionais, geralmente misturas varietais, porém com boas características culinárias.
Esses materiais são susceptíveis às pragas e doenças que ocorrem nessas regiões, o que
geralmente impede que elas expressem ao máximo seus potenciais produtivos. Além
disso, na região Nordeste do Brasil, o cultivo de feijão-caupi está sempre sujeito às
incertezas da agricultura de sequeiro e submetido ao sistema de produção de subsistência
2
em consórcio com outras culturas como milho (Zea mays L.), a mandioca (Manihot
esculenta Watz) e, mais recentemente, com a mamona (Ricinus comunis L.), resultando
em baixas produtividades de grãos (em torno de 300 kg/ha) que se deve também a outros
fatores como o baixo nível tecnológico. Entretanto, vem se tornando crescente a
utilização de cultivares melhoradas e o plantio com uso de irrigação, o que tem elevado
o nível tecnológico da cultura e possibilitado maiores produtividades.
Este trabalho teve como objetivo avaliar genótipos de feijão-caupi de porte semi-
prostrado, com alto potencial de rendimento, em cultivo de sequeiro e irrigado, nas
condições edafoclimatológicas de Teresina, PI.
3
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Importância das espécies cultivadas e do melhoramento genético
A seleção de espécies, a mecanização e a quimificação na agricultura, conjugadas
com o avanço” industrial baseado em fontes de energia poluentes e dos subprodutos do
consumismo desenfreado da humanidade detentora da riqueza têm provocado a extinção
crescente de espécies animais e vegetais. O Worldwatch Institute estima que na virada
para o terceiro milênio 35% de todas as espécies vivas terão desaparecido (Zamberlam,
2001).
Com a abertura de novas áreas a vegetação nativa é dizimada. Nas regiões que
são centros de diversidade genética de espécies cultivadas isto representa uma perda
substanciavel de germoplasmas. Também em áreas de agricultura tradicional, a
substituição das cultivares locais por cultivares melhoradas mais produtivas representa
um grande risco de perda de genes importantes e ou genótipos. Esse talvez seja,
atualmente, o caso mais freqüente em várias regiões do mundo (Freire Filho et al.,
1988).
Por outro lado, o uso de cultivares mais produtivas significa a possibilidade de
utilização de uma área menor para a obtenção de um mesmo volume de produção.
Conseqüentemente, significa menos horas de trabalho de máquina e menor uso de
adubos e defensivos. Essa é uma das grandes contribuições do melhoramento genético
de plantas para a manutenção do equilíbrio ecológico.
2.2. Taxonomia do feijão-caupi
O feijão-caupi é uma planta Dicotyledonea que, segundo Verdcourt (1970),
Marechal et. al. (1978) e Padulosi & Ng (1997), apresenta a seguinte classificação
taxonômica:
Ordem - Fabales;
Família - Fabaceae;
Subfamília - Faboideae;
Tribo - Phaseoleae;
4
Subtribo - Phaseolinea;
Gênero - Vigna;
Subgênero - Vigna;
Secção - Catjang;
Espécie - Vigna unguiculata (L.) Walp.;
Subespécie - unguiculata Verdc.
2.3. Produção do feijão-caupi no mundo
Estimam-se que são cultivados em todo mundo 11,2 milhões de hectares de
feijão-caupi, com uma produção anual de grãos de 3,6 milhões de toneladas (Tabela 1).
Aproximadamente 64% dessa produção é proveniente da África Ocidental e Central. O
feijão-caupi é também uma cultura importante em áreas marginais da África Oriental e
do Sul, no Sudão, na Somália, em Moçambique e no sul do Zimbabwe (FAO, 1999). Os
únicos mercados de exportação importantes para o feijão-caupi são o de Níger e Nigéria,
sendo este último o maior produtor e o maior consumidor de feijão-caupi do mundo. O
fejão-caupi também é uma cultura importante na América do Sul, América Central, Sul
dos Estados Unidos, Ásia, Oceania e Sudeste da Europa (Langyintuo et al., 2005).
Tabela 1. Principais produtores mundiais de feijão-caupi.
País Área (ha) Produção (t) Rendimento
(kg/ha)
Nigeria
Níger
Brasil
Mali
Tanzânia
Myanmar
Uganda
Haiti
USA
Sri Lanka
África do Sul
Total
5.050.100
3.800.000
1.500.000
512.455
145.455
105.000
64.000
55.000
40.000
15.000
13.000
11.229.555
2.108.00
650.000
491.558
113.000
46.000
100.000
64.000
38.500
45.000
12.120
5.600
3.669.778
417
171
324
220
317
952
1.000
700
1.000
808
430
324
Fonte: Singh et al. (2002).
5
2.4. Mercado do feijão-caupi
O agronegócio do feijão-caupi estende-se por quase todos os continentes,
predominando na África Ocidental e Central, Sul da Ásia e Nordeste da América do Sul.
O comércio entre esses mercados ainda é incipiente, entretanto, revela-se de grande
potencial.
O feijão-caupi é o principal artigo no comércio regional dentro da África
Ocidental e Central, onde representa aproximadamente 80% do comércio mundial dessa
espécie (Langyintuo et al., 2003). Para milhões de agricultores das áreas semi-áridas da
África Ocidental e Central é uma cultura importante tanto na geração de recursos quanto
para suas subsistências. Dos 11,2 milhões de hectares cultivados com feijão-caupi no
mundo, estimam-se que 8 milhões estejam na África Ocidental e Central, onde a
produção é consumida por 200 milhões de pessoas (Langyintuo et al., 2005).
O comércio na África está organizado em zonas comerciais. Os países se
agruparam em três organizações principais: Economic Community of West African
States – ECOWAS, Communautè Financière Africaine Franc Zone – CFA Franc Zone e
Nigerian Cawpea Graished – NCG. Além dessas três organizações tem a West African
Economic and Monetary Union – WEAMU, que faz parte da ECOWAS e CFA Franc
Zone e a Central African Economic and Monetary Cooperation – CAEMEC, que faz
parte da CFA Franc Zone. Essas organizações têm por finalidade facilitar os negócios
entre os países membros onde grande parte do comércio do feijão-caupi é realizada.
Oficialmente, em torno de 300.000 toneladas de feijão-caupi são negociadas
todos os anos dentro do Nigerian Cowpea Grainshed - NCG (Figura 1), mas o comércio
real é, provavelmente, bem maior (Langyintuo et al., 2005).
6
Figura 1. Zonas de comércio da África e países membros. (ECOWAS - Economic
Community of West African States, CFA Franc Zone - Communautè Financière
Africaine Franc Zone, NCG - Nigerian Cawpea Graished). Fonte: Langyintuo et al.,
(2005).
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de feijão-caupi, sendo precedido
pela Nigéria e Níger. A produção oscila em torno de 491 mil toneladas, com
aproximadamente 30 milhões de consumidores (
Singh et al. 2002).
As regiões Nordeste e Norte do Brasil, em volume de produção, constituem o
segundo mercado de feijão-caupi fora da África. Vale ressaltar que, geralmente, grande
parte da produção da região Norte é comercializada na região Nordeste. Como nas
diferentes áreas de produção os períodos de safra não coincidem, há uma grande
movimentação do produto entre e dentro dessas regiões, principalmente na região
Nordeste. A produção brasileira, semelhante à africana, é consumida nas propriedades e
comercializada no varejo, em feiras, e no atacado por intermediadores, que revendem o
produto para mercearias e para empacotadoras, que por sua vez revendem para as redes
7
de supermercados. Mesmo apresentando boa qualidade, o feijão-caupi é muito pouco
comercializado fora das regiões produtoras.
Outros países produtores de feijão-caupi são o Peru, que tem uma estrutura de
exportação muito bem organizada, os Estados Unidos da América, que têm uma
agroindústria de processamento estruturada, e tanto produz para consumir como para
exportar, e a Ásia, com uma produção significativa de feijão-caupi no Myanmar e no Sri
Lanka.
2.5. Melhoramento genético do feijão-caupi
O feijão-caupi é uma das culturas alimentares mais importantes das
regiões Norte e Nordeste, principalmente nas áreas semi-áridas, onde outras culturas
alimentares anuais não se desenvolvem satisfatoriamente. Nessas áreas, a adaptabilidade
e a estabilidade são caracteres muito importantes, que podem determinar o sucesso ou
insucesso de uma cultivar, principalmente em cultivo de sequeiro, quando as condições
de ambiente são muito influenciadas pela quantidade e distribuição de chuvas, que
variam com o local e com o a época do ano (Freire Filho et al., 2001).
O Estado do Piauí é um dos principais produtores, entretanto, apresenta uma
baixa produtividade de grãos, 207,10 kg/ha em cultivo de 1ª safra e 623,10 kg/ha em
safra (LSPA 1997-2006). Essas baixas produtividades estão relacionadas a vários
fatores, podendo-se citar: precipitação pluviométrica irregular, cultivares locais
susceptíveis a pragas e doenças e de baixo potencial de rendimento, além da utilização
de consórcio com arranjos espaciais de plantas freqüentemente inadequados (Cardoso et
al., 1996). Além disso, ao longo de muitos anos, o feijão-caupi não tem recebido a
atenção merecida, principalmente no que se refere à assistência técnica e transferência
de tecnologia. A grande conseqüência disso é a não inclusão de novas tecnologias nos
sistemas produtivos e baixas produtividades. Vale ressaltar que o feijão-caupi é bem
adaptado às condições de clima e solo do Estado e que já existem cultivares melhoradas
disponíveis no mercado. Resultados obtidos em diversas regiões do Estado sugerem que
com a adoção de um nível de tecnologia compatível com a utilização da irrigação,
correção do solo, adubação, controle de ervas e controle de pragas e doenças um hectare
8
de feijão-caupi pode alcançar rendimentos médios superiores a 2.500 kg/ha,
independentemente da época do ano e do local do Estado onde ocorra o cultivo
(Mousinho, 2006).
O melhoramento genético do feijão-caupi no Brasil começou a ser feito desde
sua introdução no país, em meados do século XVI. Como ocorre ainda hoje, acredita-se
que os agricultores selecionavam os tipos mais produtivos, com aparência, sabor e
outros caracteres que mais lhes agradavam. Depois de quase cinco séculos de seleção
chegou-se às cultivares atuais.
No Brasil, felizmente, houve uma preocupação em preservar os germoplasmas
locais, ou seja, aqueles introduzidos na época da colonização. A exemplo, grande parte
das cultivares locais antigas estão sendo preservadas em coleções de base da Embrapa
Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília – DF, e em bancos ativos como os
da Universidade Federal do Ceará, Embrapa Meio-Norte, em Teresina-PI e do IPA -
Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária.
O melhoramento genético convencional do feijão-caupi começou na década de
60, explorando a variabilidade genética existente entre e dentro de cultivares locais.
Desse melhoramento surgiram as cultivares Seridó e Pitiúba, obtidas pela Universidade
Federal do Ceará, e a cultivar IPEAN-V-69, obtida pelo Instituto de Pesquisa
Agropecuária do Norte – IPEAN, além de outras cultivares obtidas pelo Instituto de
Pesquisa Agropecuária do Nordeste – IPEANE.
No fim da década de 60 e início da década de 70 começaram a serem
identificados problemas sérios de viroses no feijão-caupi, principalmente nos perímetros
irrigados sob a jurisdição do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas –
DNOCS. As cultivares locais até então recomendadas não tinham resistência a viroses.
Por esse motivo, o DNOCS fez convênios com a Universidade Federal do Ceará. As
cultivares selecionadas no programa de pesquisa foram introduzidas nos perímetros
irrigados e depois foram levadas para o cultivo de sequeiro. No Estado do Piauí foi
introduzida primeira a cultivar, Pitiúba, que depois de alguns anos passou também a ser
infectada por vírus. Não sendo encontrada fontes de resistências ao(s) vírus nos bancos
de germoplasmas locais, passou-se a procurá-las em genótipos originários de outros
9
países. Foi identificada a cultivar CE-315, desenvolvida pelo International Institute of
Tropical Agricultura - IITA, Nigéria, com código TVU2331, a qual foi logo
recomendada para os perímetros irrigados no Brasil. Em seguida, a cultivar CE-315
também foi lançada para cultivo de sequeiro (Cardoso et al, 1987). Atualmente essa
cultivar, também conhecida com o nome de Serrinha, ainda hoje é cultivada. Após a CE-
315, foram lançadas as cultivares Vita-3 e Vita-7 (Freire Filhe et al., 1983), CNC0434
(Embrapa, 1986) e BR9-Longá (Cardoso et al, 1987a).
A partir da década de 80 começaram a serem lançados as primeiras cultivares
obtidas dos cruzamentos entre cultivares locais e cultivares introduzidas. A primeira foi
a cultivar BR1-Poty (Freire e Filho et al., 1989), produtiva e altamente resistente aos
vírus CPSMV(Cowpea severe mosaic vírus) e CABMV(Cowpea aphid borne mosaic
vírus). A partir da cultivar BR1-Poty foram lançadas outras cultivares para as regiões
Norte e Nordeste, tais como: as cultivares BR 4-Rio Branco ( Embrapa, 1985b) e BR 5–
Cana Verde, Embrapa, 1985b) no Acre; as cultivares Amapá (Cavalcante & Freire
Filho, 1997) e Mazagão (Cavalcante et al.,2000) no Amapá; as cultivares Manaus e
BR-8 Caldeirão no Amazonas; as cultivares BR 2 – Bragança e BR 3 – Tracuateua no
Pará e Roraima; as cultivares EPACE 10 (Barreto et al., 1988), Setentão (Paiva et al.,
1988), João Paulo II (UFC, ca, 1989) e EPACE 11 (EPACE ca, 1990) e Patativa
(Listagem nacional de cultivares protegidas e registradas 2000) no Ceará; as cultivares
BR-13 Caicó (Souza e Fernandes, 1990), BR-14 Asa Branca (Souza e Fernandes, 1990),
Riso do Ano (Fernandes et al., 1990a), BR-16 Chapéu-de-couro (Fernandes et al.,
1990b) no Rio Grande do Norte; a cultivar EMEPA-1 (EMEPA, 1994) na Paraíba; as
cultivares IPA-204, IPA 1988a), IPA-205, IPA 1988b) e IPA-206, IPA 1989) em
Pernambuco; as cultivares BRS Paraguaçu (Alcântara et al., 2002) e BRS Rouxinol na
Bahia (Alcântara et al.,2001a,b EBEDA, 2002); e no Piauí as cultivares BR-10 Piauí
(Santos et al., 1987), BR 12- Canindé (Cardoso et al., 1988), BR-14 Mulato (Cardoso et
al., 1990), BR-17 Gurguéia (Freire Filho et al.1994), BRS-Marataoã (Freire Filho et
al.2004a) e BRS-Guariba (Freire Filho et al., 2004b).
Atualmente, dentre as cultivares lançadas para o Estado do Piauí, a cultivar BR-
17 Gurguéia vem se apresentando como a mais cultivada. Por ser altamente resistente ao
10
vírus CPSMV e moderadamente resistente ao CABMV, esta cultivar ocupou áreas novas
e parte da área cultivada pela CE-315, inclusive ultrapassando as fronteiras do Piauí.
Outra cultivar que vem se destacando é a BRS-Guariba, que além de ser recomendada
para os Estados do Piauí e Maranhão vem se expandido para os Estados do Pará, Bahia,
Tocantins e Mato Grosso do Sul.
Frota et al. (2000), utilizando cultivares melhoradas, encontraram taxas de
retorno de 2,04 para o feijão-caupi cultivado em sucessão ao arroz, em área de cerrado
(safrinha), e de 1,45 quando cultivado sob irrigação por aspersão convencional.
Evidencia-se, portanto, que o feijão-caupi é uma cultura rentável e que o uso de
cultivares melhorado é um fator preponderante para essa rentabilidade.
2.6. Produtividade de grãos do feijão-caupi
2.6.1. Produtividade de grãos em cultivo de sequeiro
A produtividade do feijão-caupi é fortemente dependente da cultivar utilizada, que
sofre influências direta do clima, solo, dentre outros fatores. Os rendimentos médios
obtidos nos Trópicos são da ordem de 324 kg/ha. Nos países maiores produtores
mundiais a produtividade do feijão-caupi varia com o local, ou seja: Nigéria: 417 kg/ha;
Níger: 171 kg/ha; Brasil: 324 kg/ha; Mali: 220 kg/ha; Tanzânia: 317 kg/ha; Myanmar:
952 kg/ha; Uganda: 1000 kg/ha; Haiti: 700 kg/ha; USA: 1000 kg/ha; Sri Lanka: 808
kg/ha e África do Sul com 430 kg/ha ( Singh et al., 2002).
No Brasil, o cultivo de feijão-caupi é realizado predominantemente sob o regime
de sequeiro, com baixo uso de tecnologia, além do uso de solos de baixa a média
fertilidade, com chuvas geralmente mal distribuídas. Embora o feijão-caupi seja
considerado uma espécie adaptada à seca, sua capacidade de adaptação varia dentro da
espécie, ou seja, entre cultivares (Turk & Hall, 1980; Ziska & Hall, 1982; Summerfield
et al., 1985). Costa et al. (1997) ressaltaram que as cultivares desenvolvidas para cultivo
de sequeiro devem também ser avaliadas em cultivo irrigado. Com base nesse
conhecimento, o agricultor pode escolher aquelas mais apropriadas às suas condições de
11
cultivo. Bezerra et al. (2003) relataram que o déficit hídrico é mais prejudicial quando
ocorre na fase de enchimento de grãos.
A produção do feijão-caupi se concentra em áreas com alto índice de incidência
de veranicos e secas, desse modo, o estudo do comportamento produtivo dos genótipos
em diferentes ambientes e condições de cultivo tem recebido muita atenção nos
trabalhos de seleção de cultivares. Muitos estudos têm mostrado que a escolha de uma
cultivar bem adaptada pode elevar consideravelmente o rendimento da lavoura. Miranda
et al. (1979) obtiveram produtividades de 1.200 kg/ha e de 1.500 kg/ha, respectivamente,
com as cultivares Careta e Seridó. Fernandes et al. (1990), com as cultivares Serrano e
Santos, obtiveram, respectivamente, produtividades de 838 kg/ha e de 867 kg/ha. Em
outro ensaio obtiveram a produtividade de 1.024 kg/ha com a cultivar Riso do Ano.
Fernandes et al. (1993) obtiveram a produtividade de 1.511 kg/ha com a linhagem
CNCx 658-18E. Freire Filho e Ribeiro (1996), com as cultivares BR 17-Gurguéia e BR
14-Mulato, obtiveram produtividades de 914,0 kg/ha e 881,4 kg/ha, respectivamente. No
semi-árido paraibano, Belarmino Filho et al. (2001b) obtiveram produtividades que
variaram de 1.053 a 1.648 kg/ha, sobressaindo-se as linhagens EVx 63-4E com (1.648
kg/ha). Santos et al. (2001) obtiveram produtividades que variaram de 1.250 a 1.874
kg/ha, sobressaindo-se as linhagens Canapu-RV-1 (1.874 kg/ha), Paulista (1.799 kg/ha)
e TE93-214-11F (1.669 kg/ha).
No Estado da Bahia, Alcântara et al. (2001a), com materiais de porte ereto e semi-
ereto, obtiveram médias de produtividade de 897 kg/ha em cultivo de sequeiro e de
1.596 kg/ha em cultivo irrigado. Com base nesses resultados, a linhagem TE90-180-10E,
com produtividades de 892 kg/ha em cultivo de sequeiro e 1.509 kg/ha em cultivo
irrigado, foi lançada com o nome de BRS 202 Rouxinol (Alcântara et al. 2001b).
Alcântara et al. (2001c), testando materiais de porte semi-prostrado, obtiveram
produtividades médias de 890 kg/ha em cultivo de sequeiro e de 1.296 kg/ha, em cultivo
irrigado. Nesse ensaio sobressaiu-se a linhagem TE 87-98-8G, com produtividades de
890 kg/ha em sequeiro e de 1.087 kg/ha em cultivo irrigado, a qual foi lançada com o
nome BRS Paraguaçu (Alcântara et al., 2002).
12
Muitos melhoristas afirmaram que o feijão-caupi tem potencial genético para
alcançar produtividades superiores às tradicionais e que sempre há um ganho de
produtividade quando em cultivo irrigado. Portanto, a seleção de genótipos bem
adaptados concomitante ao aprimoramento do manejo da cultura constituem importantes
alternativas para se aumentar a produtividade desta espécie.
2.6.2. Produtividade em cultivo irrigado
A deficiência de água é um dos fatores mais limitantes da produção de grãos do
feijão-caupi, sendo que a duração e época de ocorrência do déficit hídrico afetam em
maior ou menor intensidade o rendimento dessa cultura (Andrade Júnior et al., 2002).
Comparada a outras culturas, o feijão-caupi tem seu potencial genético muito
pouco explorado. Entretanto, em condições experimentais, já foram obtidas
produtividades de grãos secos acima de 3 t/ha. Há uma expectativa de que seu potencial
genético ultrapasse 6 t/ha (Bezerra, 1997).
A finalidade básica da irrigação na cultura do feijão-caupi é oferecer o
suprimento hídrico necessário que possibilita altos rendimentos de grãos e de boa
qualidade. Os métodos de irrigação mais utilizados são aspersão e irrigação por sulco,
cada um apresentando suas vantagens e desvantagens, com base nos custos de
implantação, no manejo da água e na operacionalização. Como em qualquer cultura, a
irrigação precisa ser bem manejada para evitar problemas de salinização, como sugere
Bernardo (1995).
A maioria das culturas possui períodos críticos quanto à deficiência hídrica
durante os quais a falta de água causa sérios problemas, implicando decréscimos na
produção. Os prejuízos causados dependem da sua duração, da severidade e do estádio
de desenvolvimento da planta (Folegatti et al., 1997).
A obtenção de altos rendimentos do feijão-caupi requer adoção de boas práticas
de manejo que visem melhorar a irrigação, o que é possível com o conhecimento das
necessidades hídricas das culturas (Cordeiro et al., 1998).
Silva (1978), nas condições edafoclimáticas de Petrolina-PE, analisou os efeitos
da aplicação de cinco lâminas de água (235, 285, 378, 466 e 471 mm) e quatro doses de
13
adubação nitrogenada (0, 40, 80 e 120 kg. ha
-1
) sobre a produção e seus componentes. O
pesquisador verificou que as lâminas de irrigação aumentaram linearmente a
produtividade de grãos, alcançando maiores valores (1.070 e l.376 kg. ha
-1
) com a
aplicação de uma lâmina de 466mm associada a 80 kg. ha
-1
de N, e uma lâmina de
471mm, com 120 kg. ha
-1
de N, respectivamente. Entre os componentes de produção, o
número de vagens por planta apresentou efeito linear para a aplicação das lâminas de
irrigação.
Lima et al., (1999), trabalhando com um solo Neossolo Flúvico, avaliaram o
efeito de cinco lâminas de irrigação (291,8; 251,7; 219,0; 175,7; 141,2 mm) sobre a
produtividade de grãos de três cultivares de feijão-caupi (João Paulo II, Pitiuba e
Setentão). Na pesquisa, os valores máximos de produtividade estimados e as respectivas
lâminas de água foram: 1.420 kg. ha
-1
/240,27 mm (cv. João Paulo II); 970,99 kg.
ha
-1
/225,88 mm (cv. Pitiúba) e 1.271 kg. ha
-1
/250,64 mm (cv. Setentão).
Para as condições de Teresina-PI, uma produtividade de grãos secos acima de
2.000 kg. ha
-1
só foi obtida com a cultivar BR 17-Gurguéia, com aplicação de lâmina de
irrigação entre de 362 a 426 mm, observando-se também que o limite inferior desse
intervalo proporcionou maior eficiência de utilização da água para a produção de grãos
(6,30 kg. ha
-1
/mm) (Andrade Júnior et al., 2005).
O feijão-caupi sendo amplamente cultivado pelos pequenos agricultores, tem
experimentado uma expansão na sua área em cultivos comerciais irrigados (Cardoso et
al., 1991); no entanto, a produtividade média alcançada neste regime (1.200 kg ha
-1
) está
aquém da que poderia ser obtida com um manejo adequado, notadamente durante as
fases vegetativa e reprodutiva, buscando-se maximizar a eficiência do uso da água pela
cultura (Andrade Júnior et al., 2002).
2.7. Correlação entre caracteres
Falconer (1989) relata que a correlação entre caracteres tem duas causas
principais, uma de origem genética e outra de origem ambiental. As causas genéticas são
a pleiotropia e a ligação gênica. A correlação de ambiente ocorre quando os caracteres
são influenciados pelas mesmas diferenças de condições de ambiente.
14
A correlação mede o nível de associação entre caracteres, ou seja, como a seleção
para um caráter influencia na expressão de outro caráter. No melhoramento de plantas,
além de se avaliar um caráter principal, se busca também manter ou melhorar a
expressão de outros caracteres. Desse modo, o estudo das correlações entre caracteres
torna-se muito importante na seleção de cultivares.
Para conseguir um aumento da produtividade é necessário entender melhor as
suas correlações entre os componentes morfológicos e fisiológicos, considerando
também os que se referem à qualidade do grão e à resistência a doenças e pragas (Lopes
et al., 2001).
Muitos trabalhos têm sido realizados para estudar correlações entre carcteres em
feijão-caupi (Singh & Menhdiratta, 1969; Kheradnam & Niknejad, 1974; Barriga &
Oliveira, 1982; Damarany, 1994; Bezerra et al., 2001; Lopes et al., 2001; Rocha et al.,
2003). Na maioria desses trabalhos tem predominado o estudo de correlação entre os
componentes de produtividade. Entretanto, devido ao aumento do interesse na obtenção
de cultivares de porte ereto, semi-ereto e semi-prostrado, em alguns trabalhos, além dos
componentes de produção, também têm sido incluídos caracteres relacionados à
arquitetura da planta (Teófilo, 1982; Lopes et al. 2001; Bezerra et al., 2001; Oliveira et
al., 2003.b).
Teófilo (1982) constatou que o número de nós no ramo principal e o número de
folhas por planta têm correlação positiva e significativa com a produção. Lopes et al.
(2001) observaram correlação genética positiva e significativa entre número de ramos
secundários e valor de cultivo com a produção. Por outro lado, Oliveira et al. (2003a), ao
contrário de Teófilo (1982), observaram correlações genéticas negativas e significativas
entre estes caracteres e número de folhas por planta e a produção. Ao contrário de Lopes
et al. (2001), observaram correlações genéticas negativas e significativas entre número
de ramos secundários e a produção. Além desses dados, Oliveira et al. (2003a)
observaram correlações genéticas negativas e significativas entre número nós no ramo
principal e a produção.
15
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Localização e caracterização da área experimental
Foram realizados dois experimentos, um em cultivo de sequeiro e outro em
cultivo irrigado, por aspersão convencional. Os experimentos foram conduzidos no
município de Teresina, Piauí, na área experimental da Embrapa Meio-Norte, localizada a
05º05’ de latitude Sul, 42º48’ de longitude Oeste, com 72m de altitude, clima
classificado como Tropical Sub-Úmido Quente.
3.2. Material genético
O material genético constituiu-se de 3 cultivares e 17 linhagens de feijão-caupi,
originárias do Programa de Melhoramento Genético de Feijão-caupi da Embrapa Meio-
Norte. Os tratamentos foram constituídos pelos 20 genótipos, sendo as três cultivares
considerados como testemunhas (Tabela 2).
Tabela 2. Relação das linhagens e cultivares de porte semi-prostrado utilizadas nos
experimentos em cultivo de sequeiro e irrigado
Código da
Linhagem
Parentais Classe
comercial
Subclasse
comercial
Cor do grão
MNC99-505G-11 Canapuzinho x Br 17-Gurguéia Cores Mulato Marrom Claro
MNC99-507G-1 BR 14-Mulato x Canapuzinho Cores Mulato Marrom Claro
MNC99-507G-8 BR 14-Mulato x Canapuzinho Cores Mulato Marrom Claro
MNC99-508G-1 TE90-180-88F x Canapuzinho Cores Mulato Marrom Claro
MNC99-510G-8 Paulista x TE90-180-88F Cores Sempre-verde Esverdeado
MNC99-510F-16 Paulista x TE90-180-88F Cores Mulato Marrom Claro
TE97-309G-18 CNCx 405-24f x CNCx 689-128G Cores Mulato Marrom Claro
TE97-304G-4 CNCx 405-17F x TE94-268-3D Cores Mulato Marrom Claro
TE97-304G-12 CNCx 405-17F x TE94-268-3D Cores Mulato Marrom Claro
TE97-309G-24 CNCX 405 –24F x CNCx 689-128G Cores Mulato Marrom Claro
TE96-290-12G TE97-108-6G x TE97-98-8G Cores Branco Branco
MNC99-541F-15 TE93-210-13F x TE96-282-22G Cores Branco Branco
MNC99-541F-18 TE93-219-13F x TE96-282-22G Cores Branco Branco
MNC99-541F-21 TE93-210-13F x TE96-282-22G Cores Branco Branco
MNC99-542F-5 TE96-282-22Gx TE93-210-13F Cores Branco Branco
MNC99-542F-7 TE96-282-22G x TE93-210-13F Cores Branco Branco
MNC99-547F-2 (TE97-406-1F x IT87D-611-3) x
TE97-404-1F
Cores Sempre-verde Esverdeado
BRS Paraguaçu BR10-Piauí x Aparecido Moita Cores Branco Branco
BR 17-Gurguéia BR 10-Piauí x CE-315 Cores Sempre-verde Esverdeado
BRS Marataoã Seridó x TVx 1836-013J Cores Sempre-verde Esverdeado
16
3.3. Delineamento experimental
O delineamento experimental adotado foi o de blocos completos casualizados,
com 20 tratamentos e quatro repetições. As parcelas tiveram as dimensões de 3,0m x
5,0m, com quatro fileiras de 5,0m de comprimento e área útil 1,5m x 5m (7,50m
2
),
correspondendo às duas fileiras centrais. O espaçamento entre fileiras foi de 0,75 m e
dentro da fileira foi de 0,25 m entre covas. No ato da semeadura foram colocadas quatro
sementes por cova. O desbaste foi realizado 20 dias após plantio, com compensação das
falhas, deixando-se em média duas plantas por cova, o que resultou em uma população
de 106,6 mil plantas por hectare.
3.4. Caracteres avaliados
3.4.1. Caracteres relacionados ao ciclo e à arquitetura da planta
Para a avaliação dos genótipos foram observados os seguintes caracteres:
a) Florescimento Inicial (FI)
mero de dias transcorridos do plantio à antese das primeiras flores;
b) Comprimento do Ramo Principal (CRP)
Comprimento, em cm, entre o colo da planta e o ápice do ramo principal;
c) Número de Nós no Ramo Principal (NNRP)
Número de nós desde o nó de inserção das folhas unifolioladas até o ultimo nó do
ramo principal;
d) Número de Ramos Laterais (NRL)
mero de ramos inseridos no ramo principal;
e) Acamamento (ACAM)
Leitura realizada na fase de maturidade das vagens, com base em uma escala de
notas, sendo considerada planta acamada aquela com o ramo principal acamado ou
quebrado (Tabela 3).
17
Tabela 3. Escala para leitura do acamamento.
Escala Característica
1 Nenhuma planta acamada ou com ramo principal quebrado
2 De 1 a 5% das plantas acamadas ou com o ramo principal quebrado
3 De 6 a 10% das plantas acamadas ou com o ramo principal quebrado
4 De 11 a 20% das plantas acamadas ou com o ramo principal quebrado
5 Acima de 20% das plantas acamadas ou com o ramo principal quebrado
Fonte: Embrapa Meio-Norte (planilha de acompanhamento de ensaios, 2006).
3.4.2. Caracteres relacionados à produção de grãos
Relacionados à produção foram observados os seguintes caracteres:
a) Valor de Cultivo (VC)
O valor de cultivo foi determinado a partir da leitura realizada no início da
maturidade das vagens, considerando o aspecto geral da planta, vigor, arquitetura,
carrego e as características da vagem, dos grãos e o aspecto fitossanitário (Tabela 4).
Tabela 4. Escala para leitura do valor de cultivo.
Escala Característica
1 Planta sem características adequadas ao cultivo comercial
2 Planta com poucas características apropriadas ao cultivo comercial
3 Planta com boa parte das características adequadas ao cultivo comercial
4 Planta com a maioria das características adequadas para o cultivo comercial
5 Planta com todas as características adequadas ao cultivo comercial
6 Planta com excelentes características para o cultivo comercial
7 Planta com excepcionais características para o cultivo comercial
Fonte: Embrapa Meio-Norte (planilha de acompanhamento de ensaios, 2006).
b) Comprimento de Vagem (CPV)
Comprimento, em cm, de cinco vagens tiradas ao acaso de cada parcela;
c) Número de Grãos por Vagem (NGV)
mero de grãos de cinco vagens tiradas ao acaso;
d) Peso de 100 Grãos (P100G)
Peso de 100 grãos secos, expresso em gramas, calculado com base nas cinco
vagens colhidas ao acaso a partir da seguinte fórmula:
18
P100G = (PG5V/NG5V) 100; onde:
PG5V = peso dos grãos de 5 vagens e NG5V = número de grãos das 5 vagens.
e) Índice de Grãos (IG)
. Mede a porcentagem do peso dos grãos em relação ao peso total da vagem,
obtido pela seguinte fórmula:
IG(%) = (PG5V/P5V).100; onde,
PG5V = peso dos grãos de 5 vagens
P5V = peso das 5 vagens.
f) Produtividade (PROD)
Determinada pela produção total de grãos na área útil da parcela, transformada
de g.parcela
-1
para kg.ha
-1
.
3.4.3. Análise estatística
Os dados foram submetidos à análise de variância, aplicando-se o teste Scott &
Knott (1974) às médias de tratamentos e análise de correlação simples entre os diversos
caracteres.
As análises de variâncias dos caracteres florescimento inicial, acamamento, valor
de cultivo e produtividade foram realizadas com as observações feitas em cada
parcela, todavia, nos três primeiros caracteres as análises foram feitas com dados
transformados por raiz quadrada de x (
x
). Nos caracteres comprimento do ramo
principal, número de nós no ramo principal, número de ramos laterais, comprimento de
vagem, número de grãos por vagem e índice de grãos as análises foram realizadas com
base na média de dados coletados em cinco plantas, tomadas ao acaso na parcela. Em
todos os caracteres foi realizado o teste de resíduo para melhorar a precisão da análise.
Para a estimativa das correlações foram utilizados os dados originais dos
caracteres coletados em toda a parcela e a média das observações para os caracteres
obtidos por meio de amostras dentro da parcela. As análises de variâncias, covariâncias e
a estimativa dos coeficientes de correlação foram estimados segundo Kempthorne
(1973), e foram realizadas utilizando-se o aplicativo computacional Genes-UFV (Cruz,
2003).
19
3.5. Experimento em cultivo de sequeiro
O ensaio foi realizado no período de abril a junho de 2006. Os dados de
temperatura, umidade relativa do ar, insolação e pluviometria coletados durante a
realização do experimento, estão apresentados na Tabela 5.
Tabela 5. Temperaturas médias, mínimas e máximas (ºC), umidade relativa do ar (%),
insolação (h), evapotranspiração (mm) e valores totais de precipitação mensal (mm) do
período. Teresina-PI. 2006.
Mês/Ano Temperatura (ºC)
Méd
ia
Mínim
Máxim
Umidade
relativa
(%)
Insolação
(horas)
Evapo-
transpiração
(mm)
Precipi-
tação
(mm)
04/2006 26,3
6
23,18 32,03 89,20 215,83 38,58 152,50
05/2006 26,6
0
22,80 31,90 86,80 543,22 103,03 149,00
06/2006 26,4
0
21,40 32,30 78,70 555,26 112,59 9,20
Total -- -- -- -- 1314,31 254,2 310,7
Fonte: Estação Meteorológica da Embrapa Meio-Norte, Teresina, Piauí.
O solo da área onde foi conduzido o ensaio foi classificado como Latossolo
Vermelho Amarelo, textura areia franca (Embrapa, 1999). Foram coletadas amostras
simples de solo da camada de 0 a 20 cm para análise. Os resultados encontram-se na
Tabela 6.
20
Tabela 6. Resultado da análise do solo da área do experimento em cultivo de sequeiro
1
.
Macronutrientes
2
PH
(CaCl
2
)
PH
(H
2
O)
PH
(SMP)
H+Al
(cmol)
Al
(cmol)
Ca
(cmol)
Mg
(cmol)
K
(cmol)
P
(mg/dm
3
)
C
(g/dm
3
)
M.O
(%)
SB
(cmol)
CTC
(cmol)
V
(%)
5,4 6,1 7,3 1,1 ALD 3,0 0,6 0,08 21,0 10,0 1,7 3,68 4,78 76,99
Micronutrientes
2
Enxofre
(mg/dm
3
)
Sódio
(mg/dm
3
)
Boro
(mg/dm
3
)
Ferro
(mg/dm
3
)
Manganês
(mg/dm
3
)
Cobre
(mg/dm
3
)
Zinco
(mg/dm
3
)
11,4 1,0 0,3 55,0 2,8 0,2 1,0
Complexo adservente
Potássio
(%da CT)
lcio
(%da CT)
Magnésio
(%da CT)
Hidrogênio
(%da CT)
Alumínio
(%da CT)
1,7 62,8 12,6 23,0 0,0
Granulometria
Cascalho
(%)
Areia
grossa (%)
Areia
fina (%)
Argila
(%)
Silte
(%)
Densidade
aparente (%)
Densidade
real (%)
Classe textural
0,0 48,6 37,8 11,0 2,6 1,5 2,7 Areia franca
1
Análise relializada pelo Laboratório Unital, Campinas, São Paulo.
2
cmol= cmolc/dm3; Res(mmolc)-> Res(cmolc)x10; ALD=Abaixo Limite Detecçäo ;
Mehlich 1:10=K, Na, Fe, Mn, Cu, Zn; Enxofre=Fosfato Monocálcico
Realizaram-se os tratos culturais de modo a manter um bom padrão de cultivo.
Desse modo, para o controle de ervas daninhas foi realizada uma capina com cultivador
a tração animal e acabamento manual. Para controle de pragas foram realizadas duas
pulverizações: uma com Dimetoato, na dosagem de 1,0 litro/ha, para o controle de
cigarrinha verde (Empoasca kraemeri Ross e Moore) e pulgão (Apis cracyvora Koch); e
outra com Chlorpirifos, para o controle da vaquinha (Cerotroma arcuata Oliver),
cigarrinha verde (Empoasca kraemeri Ross e Moore) e tripes (Ordem Thysanoptera).
A colheita foi realizada manualmente, quando 90 % das vagens encontravam-se
secas. Na maioria dos tratamentos foram necessárias duas colheitas. A secagem foi
complementada ao sol e a debulha feita mecanicamente. Após a debulha foi determinada
a umidade dos grãos, que variou entre 10% e 12% e em seguida realizada a pesagem.
3.6. Experimento em cultivo irrigado
O ensaio foi conduzido no período de setembro a novembro de 2006. Os dados
de temperatura, umidade relativa do ar, insolação e pluviometria do período estão
apresentados nas Tabela 7, e as lâminas brutas de água aplicadas e as precipitações do
período na Tabela 8.
21
Neste ensaio o solo foi classificado como Neossolo-Flúvico Moderado, textura
franco argilo-arenoso (Embrapa, 1999). Os resultados da análise do solo são
apresentados na Tabela 9.
Tabela 7. Temperaturas médias, mínimas e máximas, umidade relativa do ar, insolação
e evapotranspiração do período de realização do experimento em cultivo irrigado.
Teresina-PI. 2006.
Mês/
Ano
Temperatura (ºC)
Média Mínima Máxima
Umidade
Relativa
(%)
Insolação
(horas)
Evapotrans-
piração.
(mm)
04/2006 29,4 22,5 38,1 62,2 428,79 102,20
05/2006 30,1 23,6 37,3 60,2 669,81 161,05
06/2006 29,1 23,8 36,0 67,2 455,9 98,99
Total -- -- -- -- 1554,5 362,24
Fonte: Estação Meteorológica da Embrapa Meio-Norte, Teresina.
22
Tabela 8. Data da aplicação da lâmina de água, número de horas de aplicação, lâmina
bruta aplicada e precipitação pluvial do período de realização do experimento em cultivo
irrigado. Teresina-PI. 2006.
Data da
aplicação
Número de horas
de aplicação
Lâmina bruta aplicada
(mm)
Precipitação
(mm)
1
11/09 2:30 25
13/09 1:30 13
16/09 3:00 30
19/09 2:00
20
21/09 2:00
20
22/09 3:00
30 3,6
25/09 3:00
30
26/09
0,4
27/09
1,7
29/09 2:00
20
03/10 3:00
30
07/10 3:00
30
11/10 3:00
30
16/10 3:00
30
21/10 3:00
30
22/10
0,1
23/10
3,5
24/10
2,3
26/10 2:00
20
30/10
27,2
31/10
5,1
05/11
1,0
10/11
18,7
11/11
4,5
Total
340 68,1
1
Fonte: Estação Meteorológica da Embrapa Meio-Norte, Teresina
23
Tabela 9. Resultado da análise do solo da área utilizada no experimento em cultivo
irrigado por aspersão
1
.
Macronutrientes
2
PH
(CaCl
2
)
PH
(H
2
O)
PH
(SMP)
H+Al
(cmol)
Al
(cmol)
Ca
(cmol)
Mg
(cmol)
K
(cmol)
P
(mg/dm
3
)
C
(g/dm
3
)
M.O
(%)
SB
(cmol)
CTC
(cmol)
V
(%)
5,2 6,0 7,15 1,3 ALD 4,0 1,6 0,35 37,0 12,0 2,1 5,35 6,65 80,45
Micronutrientes
2
Enxofre
(mg/dm
3
)
Sódio
(mg/dm
3
)
Boro
(mg/dm
3
)
Ferro
(mg/dm
3
)
Manganês
(mg/dm
3
)
Cobre
(mg/dm
3
)
Zinco
(mg/dm
3
)
13,6 7,0 0,3 69,0 5,5 0,2 3,0
Complexo adsorvente
Potássio
(%da CT)
lcio
(%da CT)
Magnésio
(%da CT)
Hidrogênio
(%da CT)
Alumínio
(%da CT)
5,3 60,28 15,0 19,5 0,0
Granulometria
Cascalho
(%)
Areia Grossa
(%)
Areia
Fina (%)
Argila
(%)
Silte
(%)
Densidade
aparente (%)
Densidade
real (%)
Classe Textural
0,0 4,8 68,4 21,3 5,5 1,2 2,7 Franco argilo-arenoso
1
Análise relializada pelo Laboratório Unital, Campinas, São Paulo.
2
cmol= cmolc/dm3; Res(mmolc)-> Res(cmolc)x10; ALD=Abaixo Limite Detecçäo ;
Mehlich 1:10=K, Na, Fe, Mn, Cu, Zn; Enxofre=Fosfato Monocálcico
Como no primeiro experimento, foram realizados os tratos culturais necessários
para manter um bom padrão de cultivo. Realizou-se uma capina com cultivador a tração
animal com acabamento manual. Para o manejo de pragas foram realizadas três
pulverizações com Agritoato na dosagem de 1,0 litro/ha, para o controle de cigarrinha
verde (Empoasca kraemeri Ross e Moore) pulgão (Apis cracyvora Koch) e tripes
(Ordem Thysanoptera).
A colheita foi realizada manualmente, quando praticamente todas as vagens
encontravam-se secas. Em alguns tratamentos, foram feitas duas colheitas. A debulha foi
feita mecanicamente. Após a debulha, os grãos foram uniformizados quanto a umidade
que variou entre 10% e 12%, em seguida feita a pesagem.
24
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Experimento em cultivo de sequeiro
4.1.1. Caracteres relacionados ao ciclo e à arquitetura da planta
Os resumos das análises de variâncias dos caracteres relacionadas ao ciclo e à
arquitetura da planta são apresentados na Tabela 10.
Tabela 10. Resumos das análises de variâncias dos caracteres relacionados ao ciclo e à
arquitetura da planta no experimento em cultivo de sequeiro. Teresina-PI, 2006.
Quadrados Médios Fonte de
Variação
GL
Floração
inicial
(dia)
Comprimento do
ramo principal
(cm)
Número de
nós no ramo
principal
Número
de ramos
laterais
Acama-
mento
Genótipos
Blocos
Resíduo
19
3
57
2,79
*
1,17
1,35
22,85
**
5,74
7,90
6,73
ns
140,35
6,26
1,00
ns
6,56
0,60
0,98
*
1,10
0,48
(ns, *,**)Não significativo, significativo a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo teste F.
O efeito de genótipos foi significativo para os caracteres floração inicial
(P<0,05), comprimento do ramo principal (P<0,01) e acamamento (P<0,05). Lopes et
al.,(2001) e Rocha et al.,(2003) também obtiveram resultados significativos para
floração inicial, o que sugere ser esse um caráter para o qual há variabilidade. Os
coeficientes de variação para os dois primeiros caracteres foram baixos, mas para
acamamento foram altos. Isso reflete a dificuldade de avaliação precisa desse caráter em
materiais semi-prostrados. O coeficiente de variação também foi alto, porém, dentro dos
limites aceitáveis, para os caracteres número de nós no ramo principal e número de
ramos laterais, nos quais o efeito de genótipo não foi significativo.
25
Tabela 11. Valores médios dos caracteres relacionados ao ciclo e à arquitetura da planta
de 20 genótipos de feijão-caupi cultivados em regime de sequeiro. Teresina-PI, 2006.
Genótipos
(1)
Floração
inicial
(dia)
Comprimento
do ramo
principal
(cm)
Número de nós
no ramo
principal
Número
de ramos
laterais
Acamamento
Média Geral
40,4 40,9 10,7 2,60 2,90
CV(%)
2,87 6,86 23,40 30,14 23,82
(1)
Genótipos com médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem pelo teste de Scott & Knott (1974) ao nível
de 5% significância.
O teste de Scott & Knott (1974), utilizado para o agrupamento e comparação de
médias (Tabela 11), discriminou dois grupos de genótipos no caractere floração inicial,
um com número de dias para a floração inicial inferior a 40 dias e outro superior a 40
dias. As linhagens MNC99508G-1, TE97-304G-12, TE 96-290-12G e MNC99-547F-2 e
a cultivar BRS-Paraguaçu foram as mais precoces, com médias inferiores a 40 dias para
a floração inicial. No caráter comprimento do ramo principal, os genótipos também
foram divididos em dois grupos, um com ramo principal com comprimento superior a 40
cm e outro com comprimento inferior. Os maiores comprimentos de ramos principais
foram apresentados pelas linhagens MNC99-505G-11 e TE97-304G-4, ambas com ramo
superior a 44 cm, todavia não diferiram estatisticamente, das linhagens e das cultivares
MNC99-505G-11
MNC99-507G-4
MNC99-507G-8
MNC99-508G-1
MNC99-519G-8
MNC99-510F-16
TE97-309G-18
TE97-304G-4
TE97-304G-12
TE97-309G-24
TE96-290-12G
MNC99-541F-15
MNC99-541F-18
MNC99-541F-21
MNC99-542F-5
MNC99-542F-7
MNC99-547F-2
BRS Paraguaçu
BR 17-Gurguéia
BRS Marataoã
41,0 A
41,5 A
40,2 A
38,7 B
41,0 A
40,2 A
41,5 A
40,2 A
39,5 B
40,2 A
39,5 B
41,0 A
41,0 A
41,0 A
40,2 A
41,0 A
39,5 B
38,7 B
41,0 A
41,0 A
44,7 A
42,8 A
40,9 A
43,3 A
41,6 A
43,5 A
40,6 A
44,3 A
42,8 A
38,9 B
39,3 B
40,3 A
42,3 A
38,3 B
35,8 B
36,5 B
41,2 A
40,9 A
40,2 A
40,5 A
11,80 A
10,45 A
11,15 A
11,95 A
9,70 A
10,70 A
9,90 A
10,0 A
11,35 A
8,60 A
10,75 A
12,20 A
7,85 A
11,40 A
9,60 A
10,70 A
11,90 A
12,65 A
12,10 A
9,05 A
3,73 A
3,16 A
2,26 A
2,26 A
1,80 A
2,80 A
2,65 A
2,43 A
3,19 A
3,00 A
2,55 A
2,32 A
3,05 A
2,11 A
1,62 A
2,56 A
2,37 A
2,57 A
2,20 A
2,85 A
3,50 A
3,25 A
3,25 A
2,75 A
2,75 A
3,25 A
3,75 A
3,00 A
3,25 A
3,25 A
2,75 A
2,50 A
2,25 A
2,00 A
1,75 A
2,75 A
3,00 A
3,25 A
2,75 A
3,00 A
26
testemunhas, todas com comprimento médio do ramo principal superior a 40 cm. O
caráter número de nós no ramo principal e o número de ramos laterais apresentaram
média geral de 10,7 nós e de 2,6 ramos, respectivamente. Nestes caracteres, porém, não
houve diferenças significativa entre os genótipos. Para o caráter acamamento que
também não apresentou efeito significativo pelo teste Scott & Knott (1974), observou-se
índice médio de acamamento de 2,9 numa escala de 1 a 5, o que resultaria em 6 a 10%
de plantas acamadas ou com ramo principal quebrado. Destaca-se a linhagem MNC99-
542F-5 com o mais baixo escore de acamamento (1,75).
4.1.2. Caracteres relacionados com a produção de grãos
Os resumos das análises de variâncias dos caracteres relacionados à produção de
grãos são apresentados na Tabela 12.
Tabela 12. Resumo das análises de variâncias dos caracteres relacionados com a
produção de grãos no experimento em cultivo de sequeiro. Teresina – PI, 2006.
Quadrados Médios Fonte de
variação
GL
Valor
de
cultivo
Comprimento
de vagem
(cm)
Número
de grãos
por
vagem
Peso de
100
grãos
(g)
Índice
de
grãos
(%)
Produtividade
(kg/ha)
Genótipos
Blocos
Resíduo
19
3
57
1,78
**
6,00
0,44
5,45
**
1,74
0,95
6,02**
1,63
2,00
34,12**
6,80
2,63
0,42**
0,26
0,14
64258,49**
33559,72
22153,05
(*,**) Significativo ao nível de significância de 5% e 1% respectivamente, pelo teste F.
O efeito de genótipos mostrou-se altamente significativo para todos os caracteres.
Isso indica que os genótipos apresentaram uma grande variabilidade para esses,
corroborando com os trabalhos de Rocha et al. (2003) e Freire Filho et al. (2001, 2002,
2003) também detectaram efeito de genótipo significativo para produtividade de grãos.
Os valores do coeficiente de variação também foram relativamente baixos, exceção feita
27
aos do valor de cultivo e da produtividade, porém sem afetar fortuitamente a precisão do
experimento.
As médias dos caracteres relacionados com a produtividade de grãos submetidas
ao teste Scott & Knott (1974) estão apresentados na Tabela 13. O teste aplicado permitiu
detectar diferenças entre os genótipos para todos os caracteres, confirmando a existência
de variabilidade genética para todos eles.
Tabela 13. Médias dos caracteres relacionados com a produtividade de grãos de 20
genótipos de feijão-caupi cultivados em regime de sequeiro. Teresina – PI, 2006.
Genótipo
(1)
Valor de
cultivo
Compri-
mento de
vagem
(cm)
Número
de grãos
por
vagem
Peso de
100 grãos
(g)
Índice de
grãos (%)
Produtivi-
dade
(kg/ha)
MNC99-505G-11
MNC99-507G-4
MNC99-507G-8
MNC99-508G-1
MNC99-519G-8
MNC99-510F-16
TE97-309G-18
TE97-304G-4
TE97-304G-12
TE97-309G-24
TE96-290-12G
MNC99-541F-15
MNC99-541F-18
MNC99-541F-21
MNC99-542F-5
MNC99-542F-7
MNC99-547F-2
BRS Paraguaçu
BR17-Gurguéia
BRS- Marataoã
3,50 B
3,00 B
3,25 B
3,75 B
3,00 B
3,75 B
3,75 B
3,75 B
2,75 B
4,50 A
3,25 B
4,25 A
4,75 A
4,25 A
3,50 B
4,25 A
3,25 B
2,50 B
4,00 A
5,00 A
20,6 A
20,5 A
19,1 B
20,6 A
20,3 A
21,2 A
20,0 A
21,0 A
20,4 A
18,6 B
19,1 B
20,0 A
21,8 A
18,4 B
18,3 B
17,6 B
19,6 B
19,3 B
17,8 B
18,9 B
15,8 A
15,0 A
14,1 A
14,4 A
14,6 A
15,3 A
13,4 B
15,8 A
14,9 A
13,9 B
14,6 A
13,6 B
12,7 B
13,1 B
11,5 B
12,1 B
14,4 A
14,9 A
15,5 A
15,2 A
20,6 B
19,0 B
17,6 C
16,9 C
17,7 C
17,7 C
20,6 B
19,5 B
17,4 C
17,3 C
15,3 D
20,1 B
25,8 A
21,3 B
20,9 B
22,5 B
18,7 C
16,7 C
12,7 E
15,0 D
0,732 B
0,751 A
0,725 B
0,718 B
0,728 B
0,753 A
0,707 B
0,754 A
0,660 B
0,707 B
0,780 A
0,788 A
0,768 A
0,774 A
0,751 A
0,794 A
0,761 A
0,765 A
0,734 B
0,718 B
668,7 B
722,1 B
790,4 B
786,5 B
792,1 B
1001,1A
658,2B
878,0B
909,6A
848,0B
1.020,5A
1.070,3A
864,8 B
739,5 B
747,2 B
723,8 B
1.002,7A
831,3 B
950,8 A
1.025,4A
Média Geral 3,70 19,68 9,88 8,66 0,752 851,59
CV(5%) 19,90 4,96 14,26 18,71 5,02 17,47
(1)
Genótipos com médias não seguidas pela mesma letra diferem pelo teste de Scott & Knott (1974) ao nível de
significância de 5%.
A média geral para o valor de cultivo foi de 3,70. O teste de médias separou os
genótipos em dois grupos, um grupo que apresentou os maiores valores, com destaque
para a cultivar BRS-Marataoã com valor de cultivo igual a 5 e para a linhagem MNC99-
541F-18 com 4,75. Embora não tenha diferido estatisticamente de outros 5 genótipos,
28
seus valores de cultivo indicam que estes genótipos têm a grande maioria de suas
características adequadas ao cultivo comercial.
O caráter comprimento de vagem teve média geral de 19,68 cm e os genótipos
também foram separados em dois grupos, um grupo com média de comprimento de
vagem acima de 20 cm, englobando metade dos genótipos, e outro com vagens de
comprimento inferior a 20 cm. No grupo dos genótipos com comprimento de vagens
superior a 20 cm destacou-se a linhagem MNC99-541F-18, com 21,8 cm.
No caráter número de grãos por vagem a média foi de 14,26 grãos/vagens e foram
formados dois grupos. No primeiro grupo, sobressaíram-se às linhagens MNC99-505C-
11 e TE97-304G-4, com uma média de 15,85 grãos por vagem, igualando-se
estatisticamente aos outros 18 genótipos. Vale ressaltar que para a colheita manual,
quanto maior a vagem maior é o número de grãos por vagem. Para as colheitas semi-
mecanizadas e mecanizadas, vagens grandes e número de grãos não são tão importantes.
Atualmente, para esses dois tipos de colheita, vagens menores com menor número de
grãos e, conseqüentemente mais leves, são preferidas, pois permitem uma melhor
sustentação, reduzindo a possibilidade de dobramento e quebra do pedúnculo. Sendo
mais leves, as vagens ficam menos sujeitas a encostarem-se ao chão, o que reduz a
possibilidade de ocorrência de perdas por apodrecimento.
O caráter peso de 100 grãos apresentou uma amplitude de 12,79g a 25,88g, com
uma média de 18,71g. Neste Caráter foram formados cinco grupos de genótipos, com
destaque para dois deles. Um grupo que teve apenas a linhagem MNC99-541F-18, com
o peso de 25,88g/100grãos e outro com sete genótipos, com peso de 100 grãos superior a
20g. Vale ressaltar que o tamanho do grão, assim como a cor, constituem uma
preferência de mercado e são importantes na formação do preço do produto, sendo
caracteres que não devem ser marcantemente alterados com o processo de seleção.
O índice de grão apresentou média geral de 0,752 ou 75,2%. Mereceram destaque
às linhagens MNC99-542F-7, MNC99-541F-15 e TE96-290-12G que apresentaram
índices superiores a 78%.
A produtividade de grãos variou de 658,2 a 1.070,3 kg/ha, formando grupos acima
de 900 kg/ha, com destaque para as linhagens MNC99-510F-16 (1.000,1 kg/ha), TE96-
29
290-12G (1.020,5 kh/ha), MN99-541F-15 (1.070,3 kg/ha) e a MNC99-547F-2 (1.002,7
kg/ha) e a cultivar BRS-Marataoã (1.025,4kg/ha), todas superando os 1000 kg/ha. Para
cultivo de sequeiro esses resultados foram bastante promissores uma vez que a média
geral do ensaio foi maior que a obtida por Feire et al., (2001 e 2002), respectivamente,
794 e 846 kg/ha, embora se igualando à média obtida por Feire et al., (2002), com 1.061
kg/ha.
4.1.3. Correlações entre caracteres
Para o estudo das correlações foram reunidos os caracteres relacionados ao ciclo,
arquitetura da planta e produtividade de grãos, visando verificar a associação entre estes.
A maioria das correlações apresentou valores relativamente baixos e não foram
significativas. Entretanto, foram semelhantes em sinal e direção (Tabela 14). Em geral,
as correlações genotípicas apresentaram valores superiores às suas correspondentes
correlações fenotípicas e de ambiente.
O caráter valor de cultivo apresentou correlação genotípica negativa e significativa
com o número de nós no ramo principal (-1,176). O acamamento mostrou correlação
genotípica positiva e significativa com o número de grãos por vagem (0,982) e número
de ramos laterais (0,159) e correlação negativa com o índice de grãos (-0,725). O
número de grãos por vagem mostrou correlação genotípica negativa e significativa com
o peso de 100 grãos (-0,665). Resultados semelhantes foram obtidos por Lopes et al.
(2001), Oliveira et al. (2003) e Rocha et al. (2003). Por outro lado, o número de grãos
por vagem apresentou correlação genotípica positiva e significativa com o número de
nós no ramo principal (0,999). O comprimento do ramo principal correlacionou-se
positiva e significativamente com o número de nós no ramo principal (0,999). Este
resultado está em acordo com o obtido por Oliveira et al. (2003). O caráter peso de 100
grãos apresentou correlação negativa e significativa com a produtividade (-0,464). Lopes
et al. (2001) obtiveram resultado semelhante, entretanto, Rocha et al. (2003) e Oliveira
et al. (2003) obtiveram correlações positivas e significativas para esses caracteres.
30
Tabela 14. Estimativa dos coeficientes de correlação fenotipica ( rf), genotípica (rg) e de
ambiente (ra) entre caracteres de feijão-caupi, avaliados em 20 genótipos cultivados e
regime de sequeiro. Teresina – PI, 2006.
Caráter
1
r
VC ACAM COMPV NGV IG P100G CRP NNRP NRL PROD
FI rf
rg
ra
0,405
0,602
0,041
-0,015
-0,102
0,086
-0,118
-0,132
-0,093
-0,318
-0,429
-0,113
0,117
0,132
0,090
0,349
0,454
0,119
0,003
-0,021
0,039
-0,134
-0,492
0,009
0,306
0,623
-0,074
-0,318
-0,487
0,111
VC rf
rg
ra
-0,314
-0,323
-0,326
-0,177
-0,212
0,004
-0,315
-0,450
0,122
0,172
0,207
0,084
0,257
0,316
-0,050
0,138
0,154
0,107
-0,369
-1,176**
0,438
0,074
-0,062
0,334
0,149
0,134
0,235
ACAM rf
rg
ra
0,246
0,447
-0,352
0,529*
0,982*
-0,275*
-0,480*
-0,725*
-0,132*
-0,312
-0,504
0,184
-0,406
-0,790
0,101
0,246
0,616
-0,031
0,562**
0,159**
-0,086**
-0,205
-0,308
0,015
COMPV rf
rg
ra
0,423
0,409
0,612
-0,222
-0,333
0,283
0,273
0,316
-0,290
-0,182
-0,230
-0,038
-0,204
-0,518
-0,058
0,327
0,415
0,199
0,040
0,025
0,190
NGV rf
rg
ra
-0,390
-0,700
0,423
-0,632**
-0,665**
-0,540**
0,031
-0,004
0,096
0,474*
0,999*
0,089*
0,270
0,305
0,231
0,247
0,265
0,176
IG rf
rg
ra
0,362
0,390
0,343
0,399
0,632
-0031
-0,001
0,279
-0,168
-0,154
-0,325
-0,101
0,097
0,168
-0,168
P100G rf
rg
ra
0,150
0,158
0,182
-0,384
-0,854
-0,279
0,163
0,250
-0,062
-
-0,440*
-0,464*
-0,219*
CRP rf
rg
ra
0,456*
0,999*
0,588*
-
-0,080
-0,141
0,002
-0,028
-0,083
-0,166
NNRP rf
rg
ra
-0,141
-0,352
-0,053
0,067
0,021
0,175
NRL rf
rg
ra
-0,073
-0,206
0,296
(*,**) Significativo a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo teste t.
1
FI- Florescimento Inicial; VC- Valor de Cultivo; ACAM – Acamamento; COMPV- Comprimento da Vagem; NGV – Número de
Grãos por Vagem; IG – Índice de Grãos: M100G – Massa de 100 Grãos; CRP – Comprimento do Ramo Principal; NNRP- Número
de Nós no Ramo Principal; NRL – Número de Ramos Laterais e PROD – Rendimento por hectare.
4.1.4. Coeficientes de determinação genético e de variação genética e ambiental
Os coeficientes de determinação genético, de variação genético e de variação
ambiental são apresentados na (Tabela 15). O coeficiente de determinação genético
variou de médio a alto. Os maiores valores foram obtidos para comprimento de vagem
(93,29%), peso de 100 grãos (92,29%) e produtividade (88,54%). Mesmo os menores
31
valores foram superiores a 50%. Lopes et al. (2001) também obtiveram valores
relativamente altos para os parâmetros comprimento de vagem e peso de 100 grãos.
O coeficiente de variação genética apresentou valores que variaram de 1,62%
para floração inicial a 22,16% para comprimento do ramo principal. Para produtividade
o coeficiente de variação genético foi de 15,05%, abaixo de 23,90 e 19,55 % obtidos por
Lopes et al. (2001) e Rocha et al. (2003), respectivamente.
O coeficiente de variação ambiental variou de 3,00% no caráter comprimento de
vagem a 33,34% no número de ramos secundários. Esses coeficientes foram mais
elevados para os caracteres com maior dificuldade de avaliação como: comprimento do
ramo principal e acamamento, contudo, os valores se apresentaram dentro do esperado.
Os valores do coeficiente b em sua maioria foram menores que um, indicando que o
ambiente teve uma forte influência na estimação dos parâmetros.
Tabela 15. Coeficiente de determinação genético
e coeficientes de variação genética e
ambiental dos caracteres relacionados ao ciclo, à arquitetura e à produtividade de grãos
do feijão-caupi em regime de sequeiro. Teresina-PI, 2006.
Parâmetro FI VC ACAM COMPV NGV IG P100G CRP NNRP NRL PROD
Coeficiente de
determinação
genético (%)
56,07 75,34 51,51 93,29 77,29 67,27 92,29 62,78 14,53 77,14 88,54
Coeficiente
de variação
genética (%)
1,62 15,64 12,27 5,88 8,06 3,59 14,99 22,16 3,31 17,64 15,05
Coeficiente
de variação
ambiental (%)
2,86 17,89 23,82 3,00 8,73 5,01 8,66 34,14 15,76 19,17 10,82
b 0,57 0,87 0,52 1,96 0,92 0,72 1,73 0,65 0,21 0,92 1,39
1
FI- Florescimento Inicial; VC- Valor de Cultivo; ACAM – Acamamento; COMPV- Comprimento da Vagem; NGV – Número de
Grãos por Vagem; IG – Índice de Grãos: P100G – Peso de 100 Grãos; CRP – Comprimento do Ramo Principal; NNRP- Número de
Nós no Ramo Principal; NRL – Número de Ramos Laterais e PROD – Rendimento por hectare: b – razão entre os coeficientes de
variação genética e ambiental.
32
4.2. Experimento em regime irrigado
4.2.1. Caracteres relacionados ao ciclo e arquitetura da planta
A Tabele 16 mostra que o efeito de genótipo para ciclo e arquitetura foi
significativo para todos os caracteres, exceto para número de ramos laterais. Os
coeficientes de variações apresentaram valores de baixo a médio, indicando boa precisão
experimental. Na Tabela 17, são apresentadas as médias dos caracteres relacionados ao
ciclo e à arquitetura da planta do experimento conduzido em cultivo irrigado por
aspersão.
Tabela 16. Resumo das análises de variâncias dos caracteres relacionados ao ciclo e à
arquitetura da planta do experimento em cultivo irrigado. Teresina-PI, 2006.
Quadrados Médios Fonte de
Variação
GL
Floração
inicial
(dia)
Comprimento
do ramo
principal
(cm)
Número de
nós no ramo
principal
Número
de ramos
laterais
Acama-
mento
Genótipos 19 6,93
**
2849,69** 6,91* 3,67
ns
1,29
**
Blocos 3 1,17 6315,79 22,22 109,54 0,17
Resíduo 57 0,94 729,62 3,45 2,17 0,17
(ns, *, **) Não significativo, significativo a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo teste F.
33
Tabela 17. Médias dos caracteres relacionados ao ciclo e à arquitetura da planta de 20
genótipos de feijão-caupi cultivados sob irrigação. Teresina-PI, 2006.
Genótipos
(1)
Floração
inicial
(dia)
Comprimento
do ramo
principal
(cm)
Número de
nós no ramo
principal
Número
de ramos
laterais
Acama-
mento
MNC99-505G-11 37,2 B 211,5 A 15,50 A 9,40 A 4,00 B
MNC99-507G-8 37,5 B 182,7 B 16,20 A 10,55 A 3,50 C
MNC99-508G-1 37,2 B 204,8 A 14,60 A 9,80 A 4,00 B
MNC99-519G-8 38,0 B 196,5 A 15,20 A 8,80 B 5,00 A
MNC99-510F-16 37,7 B 197,6 A 16,70 A 10,25 A 4,00 B
TE97-309G-18 38,5 A 137,2 B 13,30 B 9,45 A 4,00 B
TE97-304G-4 37,5 B 164,5 B 15,20 A 9,55 A 4,00 B
TE97-304G-12 36,0 C 207,5 A 14,75 A 9,50 A 5,00 A
TE97-309G-24 35,0 C 151,5 B 15,90 A 10,15 A 4,00 B
TE96-290-12G 35,0 C 162,1 B 13,25 B 8,80 B 5,00 A
MNC99-541F-15 37,0 B 167,2 B 15,00 A 11,05 A 4,00 B
MNC99-541F-18 36,0 C 172,4 B 13,65 B 8,80 B 4,00 B
MNC99-541F-21 35,7 C 206,7 A 15,25 A 9,75 A 4,00 B
MNC99-542F-5 34,7 C 141,0 B 14,20 B 10,15 A 4,00 B
MNC99-542F-7 37,2 B 223,5 A 15,90 A 10,15 A 4,00 B
MNC99-547F-2 37,0 B 198,1 A 17,05 A 8,40 B 4,00 B
BRS Paraguaçu 35,7 C 166,2 B 12,50 B 7,95 B 5,00 A
BR 17-Gurguéia 38,5 A 177,0 B 12,50 B 7,95 B 3,00 D
BRS Marataoã 39,0 A 217,3 A 14,40 B 7,45 B 4,00 B
Média Geral 36,99 185,33 14,86 9,40 4,08
CV(%) 2,62 14,52 12,51 15,69 3,17
(1)
Genótipos com médias não seguidas pela mesma letra diferem pelo teste de Scott & Knott (1974) ao nível de
significância de 5%.
Na comparação das médias pelo teste de Scott & Knott (1974) detectaram-se
diferenças entre os genótipos em todos os caracteres, até mesmo no número de ramos
laterais, o qual não apresentou significância ao nível de 0,05 de probabilidade pelo teste
F. Os genótipos tiveram sua floração inicial média aproximadamente aos 37 dias. Boa
parte dos genótipos apresentou média do inicio da floração entre 34,7 e 36,0 dias, com
destaque para linhagem MNC99-542F-5 que foi a mais precoce. Para o caráter
comprimento do ramo principal os genótipos apresentaram média geral de 183,33 cm.
Parte dos genótipos apresentou amplitude de 137,2 cm a 182,7cm e outra parte de 196,5
cm a 223,5. Quanto ao número de nós no ramo principal observou-se média de 14,86
nós, oscilando de 12,5 nós nas cultivares BRS-Paraguaçu e BR17-Gurguéia a 17,5 nós
na linhagem MNC99-547F-2. O caráter número de ramos laterais, que não apresentou
efeito significativo para genótipos, apresentou valores relativamente altos, com uma
34
média geral de 9,40 ramos. Nesse ensaio o número de ramos laterais variou de 7,45 na
cultivar BRS-Marataoã a 15,05 ramos na linhagem MNC99-541F-15. Quanto ao
acamamento os genótipos apresentaram média geral de 4,08. Dois genótipos se
destacaram nessa característica, a linhagem MNC99-507G-4 e a cultivar BR17-
Gurguéia, ambas com o escore 3. Também se destacou a linhagem MNC99-507G-8,
com escore 3,5. Os demais genótipos apresentaram escores relativamente altos para esse
caráter, condição indesejável principalmente quando se objetiva colheitas mais
concentradas e mecanizadas.
4.2.2. Caracteres relacionados à produção de grãos
Os resumos das análises de variâncias dos caracteres relacionados à produção de
grãos são apresentados na Tabela 18. O efeito de genótipo foi significativo para todos os
caracteres. Os valores dos coeficientes de variações variaram de baixo a médio,
indicando boa precisão experimental.
Tabela 18. Resumos das análises de variâncias dos caracteres relacionados à produção
de grãos no experimento em cultivo irrigado. Teresina-PI, 2006.
Quadrados Médios Fonte de
variação
GL
Valor
de
cultivo
Comprimento
de vagem
(cm)
Número
de grãos
por
vagem
Peso de
100 grãos
(g)
Índice
de
grãos
(%)
Produtivi-
dade
(kg/ha)
Genótipos
Blocos
Resíduo
19
3
57
2,24
**
0,20
0,12
3,58
**
1,32
1,08
3,38*
2,48
1,61
16,00
**
7,68
0,90
0,49
**
0,27
0,11
219156,9
**
124448,9
60478,6
(*, **) significativo a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo teste F.
As médias dos caracteres relacionados à produtividade de grãos do experimento
conduzido em cultivo irrigado são apresentados na Tabela 19. O teste de Scott & Knott
(1974), aplicado às medias dos genótipos, detectou diferenças entre os genótipos em
todos os caracteres.
4
35
Tabela 19. Médias dos caracteres relacionados à produção de grãos de 20 genótipos de
feijão-caupi cultivados sob irrigação. Teresina-PI, 2006.
Genótipo
(1)
Valor
de
cultivo
Compri-
mento de
vagem
(cm)
Número de
grãos por
vagem
Peso de
100 grãos
(g)
Índice
de
grãos
(%)
Produtividade
(kg/ha)
MNC99-505G-11
MNC99-507G-4
MNC99-507G-8
MNC99-508G-1
MNC99-519G-8
MNC99-510F-16
TE97-309G-18
TE97-304G-4
TE97-304G-12
TE97-309G-24
TE96-290-12G
MNC99-541F-15
MNC99-541F-18
MNC99-541F-21
MNC99-542F-5
MNC99-542F-7
MNC99-547F-2
BRS Paraguaçu
BR17-Gurguéia
BRS- Marataoã
2,00 C
3,00 B
3,00 B
2,00 C
1,25 D
1,75 C
3,00 B
3,00 B
2,00 C
3,00 B
2,00 C
2,00 C
3,00 B
3,00 B
3,00 B
3,00 B
2,00 C
1,00 D
4,00A
3,00 B
20,2 A
20,1 A
18,8 B
20,6 A
20,9 A
20,7 A
19,4 B
21,7 A
20,6 A
19,4 B
20,8 A
20,6 A
21,2 A
19,3 B
19,4 B
19,1 B
19,8 B
19,8 B
17,9 B
18,9 B
15,3 B
16,0 A
16,0 A
16,9 A
16,5 A
16,5 A
15,4 B
15,8 A
17,0 A
16,3 A
16,3 A
14,9 B
14,6 B
15,5 B
13,8 B
15,0 B
15,3 B
16,4 A
16,9 A
17,4 A
19,2 B
21,1 A
17,7 C
16,6 C
17,7 C
15,0 D
16,7 C
19,2 B
18,4 B
17,2 C
16,7 C
18,8 B
19,0 B
17,6 C
20,5 A
19,5 B
17,4 C
17,1 C
12,2 E
15,6 D
0,797 A
0,819 A
0,777 B
0,737 B
0,771 B
0,739 B
0,732 B
0,820 A
0,819 A
0,797 A
0,803 A
0,777 B
0,827 A
0,832 A
0,822 A
0,836 A
0,792 A
0,852 A
0,787 B
0,757 B
1.412,8B
1.349,4B
982,0B
1.438,8B
1.057,3B
1.518,1A
1.589,4A
1.495,2A
1.670,7A
1.590,1A
1.694,5A
1.361,0B
1.656,0A
1.323,6B
1.831,9A
1.289,4B
1.092,9B
1.763,2A
1.298,8B
1.311,3B
Média Geral 2,50
19,98
15,91 17,70 0,795 1.436,356
CV(%) 13,92
5,20
7,98 5,37 4,25 17,12
(1)
Genótipos com médias não seguidas pela mesma letra diferem pelo teste de Scott & Knott (1974) ao nível de
significância de 5%.
A cultivar BR17-Gurguéia foi a que apresentou o maior escore para o valor de
cultivo, 4,0. Outros sete genótipos, entre eles a cultivar BRS-Marataoã e a linhagem
TE97-309G-24, apresentaram escore 3. Os demais genótipos tiveram escores abaixo da
média do caráter . Os genótipos apresentaram média geral para o comprimento de vagem
de 19,98 cm. Dez genótipos tiveram comprimento de vagens acima de 20 cm,
merecendo destaque as linhagens TE97-304G-4 e MNC99-541F-18, com comprimento
de vagem superior a 21 cm. A média geral para o caráter número de grãos por vagem foi
de 15,91 grãos. A maioria das linhagens teve o número de grãos por vagem superior 16,
com destaque para a linhagem TE97-304G-12 e para a cultivar BRS-Marataoã, com
uma média de 17 e 17,4 grãos por vagem, respectivamente. Neste contexto, vagens
grandes e com muitos grãos favorecem a colheita manual. Todavia, para as colheitas
semi-mecanizadas e mecanizadas esses dois caracteres não são favoráveis. Nesses dois
36
tipos de colheitas, vagens menores, com menor número de grãos e, conseqüentemente
mais leves, que reduzam a possibilidade de dobramento e quebra do pedúnculo são
desejáveis. Essas características reduzem a possibilidade da vagem encostar-se ao solo e,
conseqüentemente, a ocorrência de perdas por apodrecimento de vagens e de grãos. No
caráter peso de 100 grãos, a média geral foi de 17,70g. Nesse caráter merecem destaque
as linhagens MNC99-507G-4 e MNC99-542F-5, com peso de 100 grãos superiores a
20g, seguidas de outras cinco, com médias variando entre 18 e 20g. Os demais genótipos
apresentaram médias inferiores a 18g. O tamanho do grão, assim como a cor, atende a
uma preferência de mercado e são importantes na formação do preço do produto,
portanto, o peso de 100 grãos é um caráter que não deve ser marcantemente alterado
com o processo de seleção. O caráter índice de grãos apresentou uma média geral
relativamente alta, 0,795 ou 79,5%. Doze genótipos, entre os quais se destacaram a
cultivar BRS-Paraguaçu e as linhagens MNC99-541F-18 e MNC99-542F-7,
apresentaram índice superior a 83%. Quanto a produtividade os genótipos produziram
em média 1.436,35 kg.ha
-1
, variando de 982,02 kg.ha
-1
, na linhagem MNC99-507G-4, a
1.831,90 kg.ha
-1
na linhagem MNC99-542F-5. Nove genótipos apresentaram média
acima de 1.600 kg.ha
-1
. Destacaram-se as linhagens MNC99-542F-5 (1.831,90 kg.ha
-1
),
TE97-304G-12 (1.670,72 kg.ha
-1
), TE96-290-12G (1.694,53 kg.ha
-1
) e MN99-541F-18
(1.656,08 kg.ha
-1
) e a cultivar BRS-Paraguaçu (1.763,21 kg.ha
-1
).
4.2.2. Correlações entre caracteres
A exemplo do que foi feito no ensaio de sequeiro, os caracteres relacionados ao
ciclo, arquitetura da planta e à produção de grãos foram reunidos para o estudo das
correlações, de modo que se pudessem avaliar todas as combinações entre os mesmos.
De um modo geral, as correlações apresentaram valores baixos e na maioria não
significativas. As correlações genéticas, embora não significativas, geralmente
apresentaram valores maiores que as correlações fenotípicas e de ambiente (Tabela 20).
O caráter floração inicial apresentou correlações fenotípica, genética e de ambiente
negativas e significativas com acamamento e índice de grãos. Entretanto, as correlações
de ambiente foram de baixa magnitude. A partir desses resultados observaram-se que as
37
linhagens mais tardias tiveram maior tendência ao acamamento e apresentaram casca da
vagem mais espessa. O valor de cultivo teve correlações fenotípica, genotípica e de
ambiente negativas e significativas com acamamento e comprimento de vagem. Rocha
et al. (2003) também obtiveram correlações negativas e significativas entre valor de
cultivo e comprimento de vagem. O caráter número de grãos por vagem apresentou
correlações fenotípica, genotípica e de ambiente negativas e significativas com o peso de
100 graõs. Este resultado está de acordo com o obtido por Rocha et al. (2003), contudo,
difere dos obtidos por Lopes et al. (2001) e Oliveira et al. (2003), que não detectaram
significância nessas correlações. O índice de grãos mostrou correlações fenotípica,
genotípica e de ambiente positiva e significativa com o peso de 100 grãos. Isso significa
que grãos maiores tendem a apresentar a casca da vagem mais delgada.
38
Tabela 20. Estimativas dos coeficientes de correlação fenotipica (rf), genotipica (rg) e
de ambiente (ra) entre caracteres de feijão-caupi, avaliados em 20 genótipos cultivados
sob irrigação por aspersão. Teresina-PI, 2006.
Caráter
1
r
VC ACAM COMPV NGV IG M100G CRP NNRP NRL PROD
FI rf
r
g
r
a
0,222
0,254
-0,086
-0,483*
-0,531*
0,148*
-0,079
-0,080
-0,081
0,348
0,450
-0,117
-0,543*
-0,715*
0,199*
-0,270
-0,290
-0,100
0,367
0,404
0,221
0,187
0,255
0,051
-0,159
-0,310
0,044
-0,433
-0,452
-0,298
VC rf
r
g
r
a
-0,743**
-0,768**
-0,039**
-0,507*
-0,575*
0,091*
-0,069
0,075
-0,039
0,060
0,089
-0,138
-0,083
-0,085
-0,045
-0,156
-0,166
-0,137
-0,092
-0,137
0,040
0,054
0,028
0,205
-0,053
-0,056
0,001
ACAM rf
r
g
r
a
0,431
0,474
-0,076
0,079
0,086
0,075
0,158
0,180
0,019
0,060
0,066
-0,161
-0,074
-0,088
0,045
-0,289
-0,386
-0,079
-0,199
-0,320
-0,085
0,232
0,238
0,026
COMPV rf
r
g
r
a
-0,147
-0,311
0,585
-0,047
0,046
-0,447
0,340
0,406
-0,251
-0,017
0,005
-0,110
0,157
0,231
-0,001
0,231
0,527
-0,196
0,252
0,293
-0,153
NGV rf
r
g
r
a
-0,376
-0,351
-0,465
-0,635**
-0,644**
-0,742**
0,342
0,415
0,094
-0,084
-0,137
0,016
-0,226
-0,247
-0,254
-0,206
-0,246
0,073
IG rf
r
g
r
a
0,502*
0,547*
0,319*
0,018
-0,030
0,177
-0,184
-0,282
-0,007
-0,097
-0,235
0,066
0,215
0,262
-0,098
M100G rf
r
g
r
a
0,089
0,110
-0,037
0,328
0,453
0,020
0,384
0,571
0,264
0,101
0,107
-0,021
CRP rf
r
g
r
a
0,454
0,449
0,500
-0,158
-0,492
0,257
-0,390
-0,444
-0,102
NNRP rf
r
g
r
a
0,536
0,548
0,544
-0,420
-0,572
-0,054
NRP rf
r
g
r
a
0,052
0,037
0,186
(*,**) Significativo a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo teste t.
1
FI- Florescimento Inicial; VC- Valor de Cultivo; ACAM – Acamamento; COMPV- Comprimento da Vagem; NGV – Número de
Grãos por Vagem; IG – Índice de Grãos: P100G – Peso de 100 Grãos; CRP – Comprimento do Ramo Principal; NNRP- Número de
Nós no Ramo Principal; NRL – Número de Ramos Laterais e PROD – Produtividade.
39
4.2.4. Coeficientes de determinação genético, de variação genética e de variação
ambiental.
Na Tabela 21 são apresentados os coeficientes de determinação genéticos, de
variação genético, de variação ambiental e a razão entre os coeficientes de variação
genético e ambiental (b). O coeficiente de determinação genético apresentou valores
relativamente altos, destacando-se o acamamento (98,7%), a produtividade (95,8%) e o
valor de cultivo (94,6%). O coeficiente de variação genética foi bastante amplo, variou
de 3,13% no caráter floração inicial a 29,09% no valor de cultivo. O coeficiente da
variação ambiental variou de 2,54% no caráter floração inicial a 17,31% no caráter
número de ramos laterais. Os valores de b variaram de 0,38 no número de ramos laterais
a 4,37 no acamamento. Os valores das estimativas desses parâmetros nesse ensaio foram
maiores que os valores do ensaio de sequeiro. Isso se deve ao melhor controle do
ambiente no cultivo irrigado, o que se reflete na redução dos efeitos aleatórios do
ambiente nas estimativas dos parâmetros.
Tabela 21. Coeficiente de determinação genético e coeficientes de variação genética e
ambiental dos caracteres relacionados ao ciclo, à arquitetura e à produtividade do feijão-
caupi em cultivo irrigado.Teresina-PI. 2006.
Parâmetro FI VC ACAM COMPV NGV IG P100G CRP NNRP NRL PROD
Coeficiente de
determinação
genético (%)
85,9 94,6 98,7 84,9 78,2 76,5 94,4 76,3 54,4 36,1 95,8
Coeficiente
de variação
genética (%)
3,13 29,09 13,85 4,68 5,12 3,83 10,98 14,61 6,88 6,51 15,20
Coeficiente
de variação
ambiental (%)
2,54 13,91 3,16 3,96 5,38 4,25 5,38 16,41 12,62 17,31 6,33
b 1,23 2,09 4,37 1,18 0,95 0,90 2,04 0,89 0,55 0,37 2,40
(*,**) Significativo a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo teste t.
1
FI- Florescimento Inicial; VC- Valor de Cultivo; ACAM – Acamamento; COMPV- Comprimento da Vagem; NGV – Número de
Grãos por Vagem; IG – Índice de Grãos: M100G – Peso de 100 Grãos; CRP – Comprimento do Ramo Principal; NNRP- Número de
Nós no Ramo Principal; NRL – Número de Ramos Laterais , PROD – Produtividade e b – Razão entre os coeficientes de variação
genético e ambiental.
40
5. CONCLUSÕES
1. As linhagens TE96-290-12G, TE97-304G-12, MNC99-510F-16, MNC99-541F-15 e
MNC99-547F-2 apresentaram bom padrão de campo e tiveram produtividades no
mesmo nível das cultivares BR17-Gurgéia e BRS-Marataoã no cultivo de sequeiro.
2. As linhagens TE96-290-12G, TE97-304G-4, TE97-304G-12, TE97-309G-18, TE97-
309G-24, MNC99-510F-16, MNC99-541F-18, MNC99-542F-5 e a cultivar BRS
Paraguaçu foram as mais produtivas no sistema de cultivo irrigado.
3. As linhagens TE96-290-12G, TE97-304G-12 e MNC99-510F-16 sobressaíram-se em
produtividade nos sistemas de cultivo de sequeiro e irrigado, embora não sendo as mais
produtivas.
41
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