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somente seis foram utilizados para a análise. Quando combinações de 64 primers
para AFLP foram testadas por Upadhyay et al. (2007) para analisar três porta-
enxertos de uvas da Índia, somente 10 deles amplificaram todos os porta-enxertos,
conferindo um aproveitamento de 15,6%. Assim, a efetividade dos primers para
diferentes marcadores testados e selecionados para Vitis parece ser baixa.
Os primers selecionados no presente trabalho foram aqueles que
apresentaram maior número de bandas com maior polimorfismo (Figura 4); outra
qualidade para a escolha dos primers foi a reprodutibilidade dos fragmentos
amplificados. Para estudar a diversidade genética dos 65 indivíduos selecionados das
seis variedades de porta-enxerto de uva, foram selecionados e utilizados os primers
OPB–01, OPB–03, OPB–04, OPB–05, OPB–07, OPB–08, OPB–10, OPB–11, OPB–
15, OPB–17, OPB–18, OPC–02, OPC–04, OPC–07, OPP–08, OPP–11 e OPP–17.
As reações de amplificações resultaram em 247 fragmentos amplificados,
com uma média de 14,5 fragmentos amplificados por primer. Dos fragmentos
obtidos, 32 foram monomórficos e 215 polimórficos, conferindo, assim, um
polimorfismo total para as variedades estudadas de 87,04%. Os primers OPB–03,
OPB–04, OPB–08, OPC–07 e OPP–08 apresentaram 100,00% de polimorfismo,
produzindo cada um 15, 17, 14, 17 e 14 fragmentos, respectivamente. O primer
OPB–15 foi o que apresentou menor polimorfismo (36,36%), gerando 11 fragmentos
dos quais somente 4 foram polimórficos (Quadro 3).
O polimorfismo obtido para as seis variedades de porta-enxerto no presente estudo
foi mais alto (87,04%) do que o verificado para quatro variedades de Vitis vinifera,
utilizando também o marcador RAPD (Zequim-Maia, 2003). O polimorfismo de
65% encontrado para as quatro cultivares também foi considerado alto. Orasmo et al.
(2007) trabalhando com as mesmas cultivares de Vitis vinifera L. observaram um
polimorfismo de 61,7% para alelos nulos para a carboxilesterase EST-3. A
ocorrência de crossing-over somático, induzido por elementos genéticos
transponíveis que promovem rearranjos cromossomais, tem sido descrita por
Oliveira-Collet et al. (2005) como o mecanismo responsável pelo alto polimorfismo
em variedades de uvas de cor (Vitis vinifera L.). Esses rearranjos somáticos descritos
para Vitis vinifera podem também explicar o alto nível de polimorfismo observado