De acordo com Andrade (2005, p. 134-135), “em 1975, as pressões, dentro do
próprio governo federal, para interromper a experiência do INPE eram enormes e, embora
os objetivos e metas do SACI ainda não tivessem sido alcançados, o projeto foi
interrompido”.
“Em 1978 em uma co-produção da Fundação Padre Anchieta e da Fundação
Roberto Marinho teve início os programas de Telecurso 2º Grau” (CARNEIRO, 1999, p.
42). Este programa ainda estava no ar, quando estreava, em janeiro de 1995, na TV Globo,
o Telecurso 2000, uma produção da Fundação Roberto Marinho, com apoio da FIESP, e
que continua no ar ate hoje.
Atualmente, uma grande parte das Escolas trabalha com a Televisão, seja através do
uso de vídeo, seja através da programação da TV Escola
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. Dentro da sala de aula, porém, a
Televisão e o Vídeo ainda são utilizados mais como recursos didáticos do que como
objetos de estudos para a formação crítica dos educandos em relação ao meio.
2.7 EDUCAÇÃO PARA A MÍDIA
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A educação para a mídia defende uma leitura crítica das mídias: a mídia impressa, a
mídia visual e a sonora eletrônica, bem como as novas mídias interativas. É definida como
uma disciplina científica, interdisciplinar, que se insere entre a pesquisa de comunicação
tradicional e a pesquisa pedagógica. A utilização da mídia dentro do espaço escolar
depende, porém, do conhecimento sobre sua natureza e seu uso atual, bem como da forma
de como, quando e por que utilizá-la. De acordo com Andrade (2006), é preciso
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A TV Escola é um canal de Televisão, via satélite, destinado exclusivamente à Educação, que entrou no ar,
em todo o Brasil, em 4 de março de 1996, coordenado pela Secretaria de Educação à Distância, do Ministério
da Educação, dirigido à capacitação, atualização e aperfeiçoamento de Professores do Ensino Fundamental e
Médio da Rede Pública. Seus principais objetivos são a capacitação, atualização, aperfeiçoamento e
valorização dos Professores da Rede Pública de Ensino Fundamental e Médio e o enriquecimento do Processo
de Ensino-Aprendizagem.
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A palavra mídia, utilizada no Brasil, tem origem do termo medium (singular) e media (plural) que
significam meio e meios. Em inglês, os termos são usados para designar um meio (medium) e os meios
(media) de comunicação. A palavra mídia, sem s, antecedida do artigo feminino (a mídia) é mais comumente
empregada, tanto no jornalismo impresso, quanto nos meios eletrônicos em geral, como o rádio e a televisão
(SANTAELLA, 1996, p. 24). O termo educação para a mídia recebe diferentes nomeações que dependem
das diferentes tradições e teorias pedagógicas em diversos países. Tem sido chamada de “educação para a
compreensão da mídia”, “educação para a conscientização da mídia”, “compreensão visual da linguagem” e
“educação para a mídia” (CARLSSON; VON FEILITZEN, 2002, p. 235). Autores brasileiros utilizam o
termo “mídia-educação” ou “educação para as mídias”, que se refere à dimensão “objeto de estudo” e tem
importância crescente no mundo da Educação e da Comunicação. Corresponde a media education em inglês;
éducation aux médias, em francês; educación em los medios, em espanhol; educação e media, em português e
comunicação educacional, referente à dimensão “ferramenta pedagógica” (BELLONI, 2001, p. 9). O termo
midiático se refere à mídia, que significa a grafia aportuguesada da palavra latina media, pronunciada em
inglês (RABAÇA; BARBOSA, 2001, p. 490).