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Avaliação da resistência à fratura de dentes
endodonticamente tratados, reconstruídos com
pinos intra-radiculares, quando submetidos à
ciclagem dinâmica.
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Dissertação apresentada à Faculdade de
Odontologia de Bauru, da Universidade de São
Paulo, como parte dos requisitos para a
obtenção do título de Mestre em Odontologia -
Área de Reabilitação Oral.
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Avaliação da resistência à fratura de dentes
endodonticamente tratados, reconstruídos com
pinos intra-radiculares, quando submetidos à
ciclagem dinâmica.
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Dissertação apresentada à Faculdade de
Odontologia de Bauru, da Universidade de São
Paulo, como parte dos requisitos para a
obtenção do título de Mestre em Odontologia -
Área de Reabilitação Oral.
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Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos
e científicos, a reprodução total ou parcial desta
dissertação, por processos fotocopiadores e
outros meios eletrônicos.
Bauru, de de 2007.
Assinatura:_____________________________
Fernando Furtado Antunes de Freitas
Freitas, Fernando Furtado Antunes de
F884a Avaliação da resistência à fratura de dentes
endodonticamente tratados, reconstruídos com pinos
intra-radiculares, quando submetidos à ciclagem
dinâmica. / Fernando Furtado Antunes de Freitas -
Bauru, 2007.
95 p.: il.; 30 cm.
Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Odontologia
de Bauru. USP.
Orientador: Prof. Dr. Paulo Martins Ferreira.
Data de aprovação pelo Comitê de Ética da FOB/USP: 28-
02-2007
Número de
p
rotocolo: 77/2006.
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23 de fevereiro de 1978
Nascimento em Bauru - SP.
Filiação Deolinda Furtado de Freitas e César Antunes
de Freitas.
1997-2001 Curso de Graduação em Odontologia na
Universidade do Sagrado Coração (USC) -
Bauru.
2001 - Clínica particular, em Bauru.
2002-2003 Curso de Aperfeiçoamento em Odontologia
Estética Contemporânea “Metal Free”, na
Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas -
APCD - Regional de Bauru.
2003 Estágio no Departamento de Prótese da
Faculdade de Odontologia de Bauru -
Universidade de São Paulo - Brasil.
2005-2007 Curso de Pós-Graduação em Odontologia, na
área de Reabilitação Oral, da Faculdade de
Odontologia de Bauru, da Universidade de
São Paulo (FOB-USP), em nível de Mestrado.
Associações APCD - Associação Paulista de Cirurgiões-
Dentistas (APCD), Brasil.
SBPqO - Sociedade Brasileira de Pesquisa
Odontológica.
vi
“O segredo de qualquer conquista é a coisa mais simples do mundo: saber o que
fazer com ela
””.
(Paulo Coelho – O diário de um Mago)
vii
Dedicatória
“É, também, no momento da escrita desta
singela homenagem que me dou conta de que
tudo em minha vida não tem sentido sem a
presença de vocês”.
Fernando F. A. de Freitas
Dedico esta obra aos meus Pais, Deolinda
e César, exemplos de Sabedoria, Competência
e Educação, cada um a seu modo. Na qualidade
de educadores, me ensinam a buscar a
excelência em todos os aspectos, sem nunca
deixar a Ética de lado. Muito obrigado pela
ajuda, apoio e confiança em todas as minhas
conquistas. Os amo, em toda a plenitude do
Amor. E como sou orgulhoso de ser uma parte
de Vocês.
Ah... se no mundo houvesse mais de
Vocês!
Aos meus Irmãos, Márcia e Vitor, Amigos
confidentes. A cada momento aprendo, com
Vocês, os prazeres da vida. Brigas
viii
intermináveis de dois minutos; carinhos e
risadas de meia hora que se vão num segundo;
olho no olho... sempre! Vocês são lindos! E
sei que o são pela transparência das almas.
Por tudo e por todos esses anos de alegria,
muito obrigado. Amo Vocês!
À minha linda noiva, amiga, filha e mãe,
Paola. Você me faz melhor, realiza meus
sonhos. Sempre esteve ao meu lado, é meu
apoio, me faz rir, flutuar. Brava, desde o
primeiro momento! É um doce! Intensa,
inteligente, romântica e carinhosa. Tua
ausência nunca te levou pra longe de mim,
mas sim pra perto, pra dentro deste coração.
Sou teu... e só tenho a agradecer por Você
fazer parte desta minha história. Muito
obrigado por tudo!
Te adoro y te amo.
Ao meu avô Walter e à minha tia
Marisa, companheiros de profissão, embora em
diferentes épocas. Estou certo de que a Arte
está no nosso sangue. Obrigado pela
transmissão hereditária de seus
ensinamentos, de alguma forma.
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Agradecimentos especiais
À toda Família Furtado, que sempre me
apoiou e me incentivou. Aos tios Antônio,
Carlos, Pina, Adilson, Silvio, Hermínia,
Céu, Lídia, Meire, Lena e Chris. Aos primos
Sérgio, Fábio, Adriana, Pérsio, Eliana,
Bruna, Diego, Silvio, Carlos Alexandre,
Juliana e Pedro.
À toda Família Antunes de Freitas,
sempre na torcida, compartilhando cada
momento. Aos tios Sérgio, Marisa, José
Alberto, Cleide, Sinhana, Leta, Zezo, Daici,
Marina e Geraldo. Aos primos Marina e José
Henrique.
À minha Família Colán Guzmán, por toda a
amizade, simpatia e carinho que tenho e que
recebo de Vocês, Sr. Lúcio, Sra. Haydée e
Karina. Muito obrigado por tudo o que sempre
fizeram por mim, quando necessitei.
xi
Obrigado, também, pelo carinho de todos de
Tacna e Huaral. Los quiero mucho!
Ao meu irmão, amigo e cunhado José
Sergio, companheiro para todas as horas.
Muito obrigado por sua amizade plena e
verdadeira e, também, pela Família carinhosa
e acolhedora que sempre me recebeu tão bem.
Aos meus irmãos, amigos e afilhados,
Raquel e Aldrey, por todos os momentos
vividos, desde muito tempo e que ainda são
recordados, mesmo estando longe, o que torna
nossa amizade cada vez mais plena. Muito
obrigado pelo carinho das suas Famílias.
Aos grandes amigos Lili, Henrique e
Miguel (
Tutu) pela amizade, companheirismo e
momentos agradáveis sempre que estamos
juntos. Que nossa amizade envelheça como um
bom vinho.
Ao grande amigo Breno, pela amizade
recente, porém intensa. Por sempre estar
xii
presente e em prontidão para ajudar a
qualquer momento. Já faz parte da Família.
Aos grandes amigos e cúmplices Gianina,
Juan Carlos e Gonzalito. Sempre solícitos me
dando apoio, conselhos, carinho e momentos
inesquecíveis. E por me ajudar naquelas
“mentiras brancas” sempre que precisei.
Agradeço, de coração.
Aos amigos PC, Lucas, Érico, Kátia,
Lívia, Luciana Rezende, Filipe e Cris,
Rodrigo, Jeferson e Janaína, Paty, Leandro e
Luciana, Fabiane e Rickson, Heraldo e Ana
Paola, André e Cláudia, Alex e Rita, Dariel
e Karen, Vinicius, Marcelo, Jarbas e
Elisabeth, pelos bons momentos,
confidências, gargalhadas, churrascos,
festas, jogos de bola, ou aqueles simples
momentos onde somente estarmos juntos faz
valer a pena. Muito obrigado.
xiii
Agradecimentos
À Faculdade de Odontologia de Bauru, da
Universidade de São Paulo, representada pelo
Prof. Dr. Luiz Fernando Pegoraro.
Ao Meu Orientador, Prof. Paulo Martins
Ferreira, por me ensinar a arte se ensinar e
pesquisar! Pelos conselhos amigos e pela
saudável convivência. Pelo dom de transmitir
toda sua Sabedoria com excelência. Muito
Obrigado!
Aos professores do Departamento de
Prótese, Accácio Lins do Valle, Carlos dos
Reis Pereira de Araújo, Gerson Bonfante,
José Henrique Rubo, Lucimar Falavinha
Vieira, Luiz Fernando Pegoraro, Milton
Carlos Gonçalves Salvador, Paulo César
Rodrigues Conti, Prof. Dr. Pedro César
Garcia de Oliveira, Renato Freitas, Vinícius
Carvalho Porto, Wellington Cardoso
Bonachela, pelos ensinamentos, pela amizade
xiv
e postura nos ensinando como ser um
Professor.
Aos funcionários do Departamento de
Prótese Cláudia, Reivanildo, Marcelo e
Walquiria pela atenção e carinho em todos os
momentos.
Ao Prof. Dr. César Antunes de Freitas,
pelos conhecimentos e conselhos que levarei
sempre em minha vida profissional e pessoal.
São Professores como Você que tornam o
estudo mais prazeroso.
À Disciplina de Materiais Dentários,
lugar onde foram realizadas algumas partes
deste estudo. Pelo carinho de todos que lá
trabalham e estudam. Um lugar onde sempre
encontramos as “portas abertas” e somos bem-
vindos. Agradeço aos Profs. Paulo Afonso
Silveira Francisconi, Paulo Amarante de
Araújo e aos funcionários exemplares Sandra,
Alcides e Lourisvalda. Muito obrigado pelo
carinho e apoio.
xv
Ao Prof. Dr. José Mondelli, pela ajuda,
convivência, pelos ensinamentos e pela
amizade. Muito obrigado.
Ao Prof. Dr. José Roberto Pereira
Lauris, pela orientação e confecção da
análise estatística deste trabalho.
Aos funcionários do CIP-1, Prof. Dr.
Vinícius de Carvalho Porto, Paulo Rosseti,
Marcelo e dona Neusa, pela convivência fácil
e agradável durante meus estudos. Muito
Obrigado.
Aos Torneiros Mecânicos Renato e Ademir,
Muito obrigado pela eficiência e precisão no
trabalho realizado por vocês.
À minha Turma de Mestrado, Adriana
Oshiro, Ana Paula Pedreira, Daniel Bayardo,
Daniel Castro, Flora Freitas, Gabriela
Vedolin, Jeferson Tomio, Luciana Rezende,
xvi
Luis Eduardo, Rafael Moretti, Romão Mansano,
Thiago Pegoraro e Valeria Lobato, pela
convivência e pelo aprendizado, em todos os
sentidos. Obrigado!
A todos os colegas de outras áreas, pela
alegria de compartilharmos os bons e
difíceis momentos do curso. Flaviane,
Melaine, Karen, Milton, Erika, Carol, Dafna,
Gianina, Rachele, Luis Felipe, Douglas,
Ismar, Gustavo, Ian, Cristiane, Ronan,
Marcio Taga, Mikaela, Cláudio, Thânia,
Rafael Santos e Renato. Obrigado!
Aos novos mestrandos Davi, Marcelo,
Paulo, Gustavo, Fabio, Daniel , Osvaldo e
Aline, por sempre ajudarem nas clínicas.
Sucesso e muito obrigado.
Aos Amigos latinos, Gabriel, Gregory,
Aldo, Fernando, Vladimir, Ramiro, Gina,
Alba, Lina, Tati Lafuente e Esmeralda.
Muchas gracias.
xvii
Aos funcionários da Biblioteca pela
solicitude e profissionalismo.
Aos funcionários da Pós Graduação da
FOB, pela atenção e sempre disponibilidade,
em particular à Giane, Letícia, Meg, Eduardo
e Hebe.
Às empresas 3M ESPE, representada pela
Mara,
e Ângelus, pela disponibilidade, por
atenderem prontamente meus pedidos e por me
facilitar os seus produtos odontológicos
para a confecção deste trabalho. Seu apoio
foi fundamental para a concretização deste
trabalho. Muito obrigado.
A todos os meus pacientes, pela
convivência saudável, pela amizade cultivada
durante o tempo e pela tolerância no período
em que estive cursando o Mestrado. Muito
obrigado.
A todos aqueles que me ajudaram, de
alguma maneira, a concluir esta etapa da
minha vida. Muito obrigado!
xviii
Sumário
Resumo .......................................................................................................
1 - Introdução ...............................................................................................
2 - Revisão de literatura ...............................................................................
3 - Proposição ..............................................................................................
4 - Materiais e métodos ...............................................................................
5 - Resultados ..............................................................................................
6 - Discussão ...............................................................................................
7 - Conclusões .............................................................................................
8 - Referências bibliográficas .......................................................................
Abstract.........................................................................................................
Apêndice.......................................................................................................
xvii
3
9
21
25
43
49
57
61
69
73
xix
Resumo
Neste estudo, foi avaliada a resistência à fratura de dentes que, já
tratados endodonticamente, foram reconstruídos proteticamente com uma
coroa de liga de NiCr (Verabond II), a qual era apoiada sobre núcleos
compostos por diferentes materiais, obtidos por diferentes técnicas, cimentados
no remanescente radicular com o ionômero de vidro Rely X Lutting 2, o qual é
acrescido de resina composta. Esses núcleos eram do tipo metálico fundido, no
grupo NMF; no grupo ANATO, a resina composta Filtek Z250 (3M ESPE, St.
Paul-MN, USA) constituía o núcleo, contendo um pino de fibra de vidro
(Reforpost Fibra de Vidro RX, Ângelus Indústria de Produtos Odontológicos
Ltda.,Londrina-PR); este mesmo tipo de pino era utilizado no grupo PFFV,
sendo diretamente cimentado, sem acréscimo de resina; finalmente, no grupo
PFM, um pino metálico (n
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064, FKG Dentaire S. A., La Chaux-de-Fonds,
Swiss) era cimentado da mesma maneira descrita para o grupo anterior. Os
remanescentes radiculares eram provenientes de dentes caninos superiores
humanos, distribuídos aleatoriamente, compondo assim os quatro grupos, cada
um com 10 espécimes: Os espécimes, após 24 horas da cimentação, foram
submetidos a esforços cíclicos, em uma Máquina Eletro-Mecânica de Fadiga,
aplicados no sentido do longo eixo dental, com carga de 20 N, na freqüência de
2,0 Hz, assim perfazendo um total de 250.000 ciclos. Excetuando-se 2 corpos-
de-prova cujos núcleos soltaram-se da raiz, durante a carga cíclica, todos os
demais foram submetidos a uma carga de compressão, numa máquina
universal de ensaios (Kratos - Dinamômetros Ltda. São Paulo–SP), regulada
na velocidade de 0,5 mm/min, com a força aplicada na face palatina da coroa,
num ângulo de 45º em relação ao longo eixo dental, até a ocorrência da fratura
radicular. Os valores de resistência encontrados foram os seguintes, em ordem
decrescente: 47,677 kgf para o grupo NMF, 34,921 kgf para o PFM, 31,354 kgf
para o PFFV e, 27,172 kgf para o ANATO. A análise de variância aplicada aos
valores originais apontou diferença entre os grupos estudados e um
subseqüente teste de Tukey (p<0,05) permitiu verificar semelhanças entre
todos eles, com diferença significante apenas entre os grupos NMF e ANATO.
Palavras-chave: Raíz Dentária, Dente não-Vital, Pinos Dentários, Fadiga,
Força Compressiva, Fratura dos Dentes.
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Em Odontologia Restauradora, devem ser seguidos os princípios de
manutenção e de restabelecimento da saúde bucal, para a promoção de uma
condição saudável a um indivíduo. A manutenção deve ser realizada frente a
um quadro de aparente normalidade, ocasião na qual o profissional deve
efetuar tarefas simples e rotineiras, como profilaxia ou remoção de placa
bacteriana. Qualquer tipo de tratamento somente deverá ser realizado quando
existirem nítidas alterações da normalidade, ocasião na qual haverá a
necessidade de serem efetuados procedimentos restauradores e/ou cirúrgicos,
administração de drogas etc.
Intervenções restauradoras devem ser realizadas quando existirem, por
exemplo: (a) lesões cariosas, as quais englobam desde alterações da cor ou da
textura do esmalte, até a presença de cavidades nitidamente detectáveis; (b)
fraturas do material restaurador, causadas pela perda de suporte dentinário,
por erosão, por abfração ou ainda por enfraquecimento do remanescente
coronário, em função da remoção desnecessária de estrutura sadia, durante a
realização de procedimentos restauradores; ou (c) fraturas do remanescente
dentário, causadas por algum dos motivos acima citados, por associação
destes, ou ainda pelo enfraquecimento da estrutura dentária, em função de
tratamento endodôntico ou de traumas, segundo BOTTINO et al.
8
, 2001.
Restaurar um elemento dentário significa devolver-lhe a forma, a
função e a estética, sendo de suma importância, para que se consiga alcançar
os objetivos citados, o profundo conhecimento das técnicas envolvidas e dos
materiais nelas empregados e no desenvolvimento destes.
MONDELLI et al.
47
, 1980, acreditavam que ”dentes despolpados
apresentam menor resistência à fratura, em relação a dentes vitais,
principalmente pela perda de dentina removida durante o tratamento
endodôntico, a qual confere elasticidade ao dente”. Por esta razão, devem ser
preservadas, ao máximo possível as estruturas dentárias, assim melhorando a
sua capacidade de reter peças protéticas, assim como a de absorver e
distribuir as forças da mastigação.
4
Em muitas situações clínicas, há grande perda de estrutura coronária,
com eventual envolvimento do tecido pulpar. A necessária recomposição do
dente, caso a polpa esteja íntegra, pode ser alcançada através de
procedimentos diretos, quando são, por exemplo, utilizados pinos rosqueáveis
à dentina para a confecção de um núcleo de preenchimento. Caso o dente
tenha sido endodonticamente tratado, sua restauração também pode ser
realizada por meios indiretos, como quando são utilizados pinos fundidos em
metal. Em quaisquer desses casos, devem ser adequadamente analisadas
todas as características dos remanescentes radiculares e das estruturas
adjacentes, para se alcançar um resultado final adequado, segundo
BOTTINO
8
, 2001, e PEGORARO
52
, 1998.
No ano de 1746, FAUCHARD
18
relatou empregar um pino de madeira,
no interior do conduto radicular, para promover a retenção de uma coroa ao
remanescente radicular. Os pinos de madeira foram muito utilizados no
decorrer do século XIX, sendo que, em 1869, BLACK
7
preferia utilizar a técnica
que empregava o uso de um parafuso metálico para fixar coroas de porcelana
ao conduto radicular, segundo MORGANO e BRACKETT
49
, 1999.
Muitos autores, que serão citados posteriormente, relataram que, a
partir dessa data, houve uma grande evolução dos tipos de pinos utilizados nos
tratamentos restauradores protéticos, passando-se a buscar não apenas uma
adequada retenção das coroas, mas também um reforço da estrutura dentária
remanescente.
Um determinado tipo de pino metálico foi rotineiramente utilizado, a
partir do final do ano 1800, sendo obtido através do processo de fundição e
conhecido pelo nome “pivot”. Este era composto por um pino intra-radicular e
uma coroa, conformando uma única peça, segundo DEMAS
14
, 1957, e
HAMPSON e CLARK
32
, 1958. Por ser uma difícil técnica para sua confecção,
aliada a uma eventual necessidade de sua remoção do interior do conduto,
desenvolveu-se um pino intra-radicular, separado da porção coronária, o qual
recebeu o nome de “núcleo metálico fundido”, por apresentar íntima adaptação
ao conduto radicular, uma alta resistência à fratura e fácil técnica de
cimentação. Suas qualidades estão amplamente documentadas na bibliografia
pertinente dos trabalhos de ASSIF e GORFIL
02
, 1994, HU et al.
37
, 2003,
5
SORENSEN e ENGELMAN
59
, 1990, AL-HAZAIMEH e GUTTERIDGE
1
, 2001,
dentre outros.
No início da década de 1970, iniciou o uso de pinos metálicos pré-
fabricados, cuja porção radicular era provida de roscas, para facilitar sua
retenção ao remanescente radicular, na associação às resinas compostas e
amálgama, para a confecção da porção coronária, como uma alternativa de
tratamento, de acordo com SPALTEN
61
, 1971 e BARABAN
4
, 1972.
Pinos não-metálicos à base de compósitos reforçados com fibras
associam um elemento de alta resistência (fibras de carbono, vidro, quartzo ou
polietileno e cerâmico de zircônia) com matrizes resinosas, relatados nos
trabalhos de FREEDMAN
24
, 1996 e FREILICH
25
, 2000.
LOWELL
41
, na data de 1983, fez a primeira referência literária onde
citou o uso de fibra de carbono para reforço. Mas isto era realizado
artesanalmente e sem nenhuma comprovação científica.
DURET et al.
15,16
, em 1990, introduziam os pinos reforçados com fibra
de carbono nas pesquisas de restauração de dentes que sofreram tratamento
endodôntico.
VIRGIL e LAU
65
, 1976, LUI
42,43
, 1987 e 1994, respectivamente,
MENDOZA
46
, 1997, afirmaram que a utilização destes pinos intra-radiculares
aumenta a resistência à fratura do remanescente radicular, além de promover
suporte à coroa.
GOLDBERG e BURSTONE
26
, em 1992, relataram que os pinos de
fibras de vidro, especificamente, foram introduzidos no mercado, neste mesmo
ano. Como estes foram recentemente desenvolvidos, há poucos estudos
clínicos e/ou laboratoriais acerca de seu desempenho e longevidade, como
relataram FERRARI et al.
20
, 2000, MONTICELLI et al.
48
2003 e NAUMANN et
al.
50
, 2006.
Para a utilização de pinos reforçados por fibras de vidro ou de carbono,
tem se a necessidade de preencher o espaço restante do conduto radicular
com resina.
GRANDINI e FERRARI
29
, em 2000, baseados nesses princípios,
utilizaram uma raiz de dente, na qual não se encontrara nenhuma área que
promovesse algum tipo de retenção mecânica no seu interior. O conduto
radicular foi lubrificado com glicerina líquida, preenchido com resina composta
6
e, posteriormente, introduzido um pino de fibra e a fotoativação realizada
durante 20 segundos. O conjunto, então removido do interior do conduto, era
fotoativado, novamente, durante 20 segundos. Com isso, conseguiu-se o
denominado pino anatômico bem adaptado às paredes internas da raiz dental.
GRANDINI et al.
30
, em 2003, e GRANDINI
31
, em 2003, relataram que o
pino anatômico deve ser utilizado rotineiramente nas clínicas e devem ser
indicados para condutos alargados. Foi verificado, através de microscopia
eletrônica de varredura que, pinos anatômicos apresentam espessura da
película de cimento seis vezes menor do que as dos pinos pré-fabricados,
havendo redução significativa do número e dimensão de bolhas na massa de
cimento. A eficácia da técnica deve ser avaliada em estudos clínicos
longitudinais, inexistentes até o momento.
STOCKTON
63
, em 1999, em seu estudo, relatou que o aumento no
comprimento do pino tem um efeito significante na sua retenção mecânica.
HUDIS e GOLDSTEIN
38
, em 1986, relataram que o aumento no
comprimento do pino tem um efeito significante na sua resistência à fratura.
HOLMES et al.
36
, em 1996, afirma que o aumento no comprimento do
pino tem um efeito significante causando a diminuição da concentração das
tensões de cisalhamento.
BUTZ
11
, em 2001, KOVARIK et al.
40
, em 1992 e PONTIUS e
HUTTER
54
, em 2002, utilizaram uma carga cíclica afirmando que, desta forma,
haveria uma simulação mais próxima da encontrada no ambiente oral do que a
aplicação de uma carga progressiva, até que ocorra alguma falha, como é
comumente realizado nos ensaios de resistência à fratura. Isto ocorre porque o
padrão de carga cíclica muitas vezes é comparável à função fisiológica,
podendo desta maneira, prever resultados de ensaios clínicos, ao longo do
tempo.
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Devido à quantidade de trabalhos a respeito do assunto estudado,
dividiremos este trabalho em tópicos, na intenção de facilitar o entendimento de
cada uma das partes, porém, não respeitando uma ordem cronológica.
Diagnóstico, indicação e seleção dos pinos para restauração.
Segundo HEYDECKE e PETERS
35
, em 2002, BOUILLAGUET et al.
9
,
em 2003 e NAUMANN; PREUSS; FRANKENBERGER
50
, em 2006, na
Odontologia atual nos deparamos, rotineiramente, com situações onde um
remanescente radicular sofreu um excessivo desgaste durante seu tratamento
endodôntico. Para que se tenha êxito neste tipo de tratamento, deve ser
indicada e realizada uma adequada restauração, onde se utilize um
determinado tipo de pino intra-radicular. Porém, a maioria dos odontólogos,
nesses casos, encontra dificuldades em eleger um, dentre tantos. Sabemos
que a função de um pino intra-radicular constituído de qualquer um dos
materiais é servir de suporte para a reconstrução da porção coronária do dente,
e não reforçar a estrutura radicular remanescente.
BARABAN
5
, em 1967, estudou a influência de determinados fatores na
escolha de um método para a restauração de dentes que sofreram tratamento
endodôntico. A quantidade de estrutura dentária coronal restante, a função que
o dente exerce no arco dental e a oclusão (hábitos funcionais do indivíduo)
seriam estes fatores. Quando indicado o uso de um pino intra-radicular, este
deveria possuir um comprimento de, no mínimo, metade do comprimento da
raiz. Se o dente tratado endodonticamente for submetido às forças oclusais
excessivas (por exemplo, no bruxismo), este deve ser restaurado com pino,
independentemente da quantidade da estrutura dentária remanescente.
STANDLEE; CAPUTO; HANSON
62
, em 1978, realizaram um estudo
clínico onde estudaram quatro fatores importantes para a retenção do pino: o
formato, o diâmetro e comprimento do pino, e o cimento. Segundo eles, duas
seriam as funções dos pinos, sendo elas a de proteger o dente enfraquecido
por razão do tratamento endodôntico e a de fornecer uma retenção adequada
10
para a restauração da porção coronária. Os autores concluíram que os
principais fatores de influência na retenção de um pino são o formato e
comprimento do pino. O tipo de cimento e o diâmetro do pino parecem ter
pouco efeito. Isto pode ser atribuído às variações na morfologia dos canais
radiculares. O tipo de cimento pareceu importante apenas no uso de pinos
cônicos.
SCOTTI e FERRARI
58
, em 2002, estudaram o efeito do tratamento
endodôntico sobre os elementos dentários e concluíram que há o
enfraquecimento dental em torno de 5% no geral, sendo que as alterações
físico-mecânicas como a desidratação da dentina por razão da perda da
irrigação sanguínea e a variação da disposição das fibrilas de colágeno
aumentariam para 14 essa porcentagem.
FERNANDES; SHETTY; COUTINHO
19
, em 2003, realizaram uma
revisão de literatura observando as variáveis que poderiam ser favoráveis ou
não na indicação de um determinado tipo de pino na restauração de um
remanescente radicular, quando existem diversos fatores determinantes para a
sua seleção. Fatores relacionados ao indivíduo e sua estrutura dentária
remanescente, anatomia dental (comprimento e largura da raiz) e do conduto,
altura de estrutura coronária remanescente e força mastigatória. Entre os
fatores relacionados à restauração propriamente dita, o desenho e material de
constituição do pino (tanto na sua porção radicular quanto coronária),
biocompatibilidade, possibilidade de remoção e/ou re-tratamento, capacidade
de adesão ao cimento, material de reconstrução da porção coronária e material
da coroa definitiva.
BATEMAN; RICKETTS; SAUNDERS
6
, em 2003, realizaram uma
revisão sistemática sobre os diferentes tipos de pinos de fibra. Através do
banco de dados MEDLINE, no período decorrente entre janeiro do ano de 1966
a julho de 2002. Encontraram 264 artigos relacionados ao assunto pertinente,
dos quais 59 deles se adequavam aos critérios de inclusão que abrangiam
artigos sobre pinos endodônticos pré-fabricados a base de fibras; apenas
aqueles publicados em revistas de Odontologia; que apresentavam resumo em
língua Inglesa. Os autores concluíram que, a maioria dos trabalhos
relacionados envolve ensaios laboratoriais onde encontraram mais evidências
científicas para os estudos de pinos de fibra de carbono em comparação aos
11
de fibra de vidro; muitas das conclusões dos estudos são contraditórias;
poucos estudos clínicos foram realizados embora sugiram que os pinos de fibra
apropriados para o uso clínico em dentes que sofreram tratamento
endodôntico.
GRANDINI
31
, em 2003, relatou que seria possível realizar uma
moldagem anatômica com resina composta fotopolimerizável que apresentasse
pouca quantidade de carga, utilizando-se um pino pré-fabricado de fibra de
quartzo obtendo-se, assim, um denominado “pino anatômico”, o qual copiaria
fielmente a forma interna de um conduto radicular. Com este estudo, pode-se
concluir que a eficácia da descrita técnica deverá ser avaliada através de
estudos clínicos e laboratoriais.
GRANDINI; SAPIO; SIMONETTI
30
, em 2003, relataram em seu trabalho
que o “pino anatômico” deveria ser utilizado de maneira rotineira nas clínicas,
indicado ao tratamento de remanescentes radiculares que apresentassem
condutos alargados. A descrita técnica anularia uma fase laboratorial, como
quando da confecção de um núcleo fundido em metal, sendo então realizada
em somente uma fase clínica.
GOTO et al.
28
, em 2005, NAUMANN; PREUSS; FRANKENBERGER
50
,
em 2006 e PEROZ et al.
53
, 2005 relataram que o uso de pinos em
reconstruções de remanescentes radiculares não aumenta sua resistência à
fratura, mas deve-se levar em consideração que a quantidade de estrutura
remanescente coronária promove uma maior resistência à fratura ao conjunto.
Mantendo-se a maior quantidade possível de estrutura e realizando-se técnicas
de preparo mais conservadoras, podemos conseguir um possível efeito de
férula, favorecendo o sucesso da restauração.
SALVI et al.
57
, em 2007, realizaram uma avaliação clínica para avaliar a
taxa de sobrevivência ocorrida com 325 remanescentes radiculares,
submetidos a tratamento endodôntico, sendo eles restaurados ou não com
sistemas de pinos intra-radiculares, durante um período igual ou maior a 4
anos. Houve uma perda de 17 elementos dentários no decorrer desse estudo.
Os elementos que receberam algum tipo de pino constituíam 80,5% do total
dos dentes examinados e, os restantes 19,5%, não receberam pinos. A taxa de
sobrevivência dos elementos foi, em média, de 6,2 anos para àqueles
restaurados com pinos pré-fabricados em fibra de vidro e metal, 5,2 anos para
12
os restaurados com pinos de titânio e, 4,4 anos para os que não receberam
nenhum tipo de pino. Pode-se concluir, por meio desta avaliação que os
elementos que receberam pinos intra-radiculares têm uma taxa de
sobrevivência maior que àqueles que não receberam nenhum pino, em sua
reconstrução.
As prováveis causas de insucesso nas restaurações.
MATTISON
45
, em 1982, estudou várias técnicas de restauração
utilizando-se pinos. Alguns fatores predisponentes como quantidade de
estrutura dentária remanescente, tipo de oclusão, suporte periodontal, espaço
inter-oclusal, morfologia da raiz e do canal pulpar, foram analisados. O
presente estudo demonstrou que, utilizando-se pinos com diâmetros de maior
calibre e/ou de maior comprimento, somente seria possível realizando uma
remoção excessiva de estrutura dentária remanescente. Isso causaria uma
diminuição no volume dentário das paredes circundantes, na região apical do
pino, onde ali se concentrariam tensões provenientes da mastigação. Portanto,
estes procedimentos fragilizam a raiz, podendo ainda ocasionar uma
perfuração desta.
BACHICHA et al.
3
, em 1998, SCOTTI e FERRARI
58
, em 2002, GOTO
et al.
28
, em 2005, SAHAFI et al.
56
, em 2005 estudaram que, desde seu
surgimento até meados dos anos 80, o núcleo metálico fundido era
considerado o melhor reforço, na reconstrução de dentes desvitalizados,
quando cimentado com policarboxilato, fosfato de zinco ou ionômero de vidro.
Porém, muitos estudos demonstram que, um elevado número de restaurações
deste tipo fracassa com o passar do tempo, por razão das forças mastigatórias
que são recebidas pela coroa são transmitidas à raiz, ocorrendo um efeito do
tipo “cunha”, no qual ocorre uma fratura radicular muitas vezes descrita como
desfavorável, quando esta se propaga no sentido do longo eixo dental, em
direção apical.
FERRARI e MANNOCCI
22
, em 2000, GORACCI et al.
27
, em 2005,
CURY et al.
13
, em 2006, relataram que, uma das fases mais importantes para o
sucesso de uma restauração, seria a cimentação adesiva realizada de forma
13
passiva, absorvendo e distribuindo, assim, as tensões geradas a partir do atrito
do pino a ser cimentado com as paredes do conduto.
FERRARI et al.
20
, em 2000, HEYDECKE e PETERS
35
, em 2002,
ROBBINS
55
, em 2002, MONTICELLI et al.
48
, em 2003, TORBJORNER e
FRANSSON
64
, em 2004, PEROZ et al.
53
, em 2005, HAYASHI et al.
33
, em 2006,
analisaram as falhas clínicas que foram supostamente associadas aos dentes
que sofreram tratamento endodôntico e restaurações que utilizaram pinos intra-
radiculares. Ao mesmo tempo, existem inúmeros materiais e métodos
empregados e, muitas vezes, um critério para as falhas não está bem
estabelecido, o que torna praticamente impossível justificar a indicação de um
determinado sistema baseado apenas em estudos laboratoriais. Por essa
razão, também é necessária a realização de estudos in vivo, mesmo sabendo-
se que nesta situação, a variáveis encontradas no meio bucal são inúmeras.
FERNANDES; SHETTY; COUTINHO
19
, em 2003 estudaram a
intensidade e a direção das forças oclusais, que são fatores muito importantes
e não podem ser negligenciados, para que se consiga sucesso as
restaurações.
TORBJORNER e FRANSSON
64
, em 2004, analisaram os principais
sinais que poderiam levar o conjunto ao insucesso durante a restauração de
um dente tratado endodonticamente, utilizando-se pinos. São eles: condutos
radiculares excessivamente alargados, paredes circundantes delgadas e área
de contato pequena, que resultaram em altos níveis de tensão sobre o cimento,
sendo reportada como a mais freqüente causa de falhas, quando se há perda
de retenção.
CHEN et al.
12
, em 2006, estudaram, através de uma análise de
elemento finito, a correlação entre a quantidade desgastada de paredes
circundantes de um remanescente radicular, sua resistência a fratura e a
distribuição de tensões. As espessuras estudadas foram de 1,00 mm, 0,75 mm
e 0,50 mm respectivamente quando comparadas com uma raiz que
apresentava espessura normal de 1,2 mm. Verificaram que com o aumento do
diâmetro do conduto radicular, e quando estes eram submetidos a cargas,
tanto verticais como laterais, eram geradas tensões nas paredes circundantes
radiculares, diminuindo sua resistência á fratura. Eles concluíram que quando
14
da necessidade de um tratamento endodôntico, deve-se remover apenas as
porções de dentina infectada e eliminar áreas onde haja retenção mecânica.
Técnica e materiais utilizados para cimentação de pinos.
FERRARI et al.
21
, em 2000, estudaram o desempenho clínico de pinos
de fibra cimentados, associados a 4 diferentes combinações sistema
adesivo/cimento, durante períodos de 1 a 6 anos, realizando exames clínicos e
radiográficos a cada seis meses. Eles observaram a soltura (ou de cimentação)
dos pinos, por razão da necessidade de remoção da coroa provisória, e a
presença de lesões periapicais, comprovadas através de exames radiográficos,
porém não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos
estudados, sendo considerada como aceitável a cimentação de pinos de fibra
com resinas compostas.
SCOTTI e FERRARI
58
, em 2002, estudaram remanescentes radiculares
reconstruídos utilizando-se pinos do tipo rígido (tendo como exemplo um pino
fundido em metal ou um constituído por dióxido de zircônio), sendo estes
fixados às raízes com um cimento resinoso. Os autores relataram que, quando
o conjunto restaurado era submetido a forças oclusais maiores que o limite
elástico do remanescente, haveria a perda de adesão entre o cimento resinoso
e as paredes do conduto causando, assim, a soltura do pino garantindo a
integridade do remanescente radicular.
HEYDECKE e PETERS
35
, em 2002, relataram que, o surgimento dos
pinos intra-radiculares pré-fabricados em fibras de vidro, polietileno e dióxido
de zircônio facilitou os procedimentos clínicos por possibilitar a restauração de
um remanescente radicular em sessão única e, o surgimento dos pinos
translúcidos permitiu a utilização de cimentos de polimerização dupla, pela
razão da sua capacidade de transmissão da luz.
Ensaios realizados e tipos de fratura encontrados.
ESHELMAN e SAYEGH
17
, em 1983, estudaram a influência de
diferentes tipos de pinos, constituídos de diferentes materiais, numa eventual
fratura radicular. Os pinos utilizados eram constituídos de resina, aço inoxidável
15
e ouro. Foram aplicadas cargas progressivas formando ângulos de 90 e 130º,
em relação ao longo eixo dental. Relataram, neste estudo que, a carga
aplicada em ângulo de 130º simula uma situação mais natural, como o
encontrado em pacientes portadores de oclusão do tipo classe I de Angle. Não
foram encontradas diferenças significantes entre os diferentes tipos de material
estudados, porém, houve diferença entre os ângulos de aplicação da carga. A
carga no momento da fratura, nos ensaios em ângulo de 90º foram de 52,8L
para os pinos de resina, 74,5L para os de aço e 64,9L para os de ouro. Nos
ensaios em 130º, as cargas eram de 11,1L para os de resina, 116,8L para os
de aço e 104,1L para os de ouro. Relataram, também, que a área que
apresentou menor resistência foi o terço apical da raiz, para as duas
angulações estudadas, sendo que em 130º, a fratura estava localização na
porção inferior do pino e, em 90º, estava localização numa área mais apical em
relação à porção inferior do pino.
SORENSEN e ENGELMAN
60
, em 1990, estudaram a relação
adaptação do pino/ resistência à fratura de dentes tratados endodonticamente,
quando restaurados com pinos fundidos em metal e cimentados com fosfato de
zinco. Uma íntima relação pino/conduto aumentou significantemente a
resistência dos remanescentes ensaiados. Porém, essas fraturas não
permitiam que esses remanescentes fossem restaurados. Pinos com formatos
cônicos resultaram em linhas de fraturas direcionadas nos sentidos apicais e
linguais. Pinos paralelos apresentavam linhas de fraturas envolvendo um
menor volume de dentina.
MANNOCCI; FERRARI; WATSON
44
, em 1999, compararam o
desempenho de dentes restaurados com pinos constituídos de fibra de quartzo,
fibra de carbono-quartzo e de dióxido de zircônia, sendo que todos eram
cobertos por coroas totais de cerâmicas, quando submetidos à aplicação de
uma carga cíclica. Os pinos foram cimentados com “cimento resinoso” e a
porção coronária confeccionada em resina composta recebendo então a coroa
cerâmica. Após aplicação de uma carga cíclica de 250N a uma freqüência de 2
Hz, formando ângulo de 45º em relação ao longo eixo dental, foram
observadas as falhas. Através da análise estatística, a taxa de sobrevivência
dos pinos constituídos de dióxido de zircônia foi significantemente menor que
16
as dos pinos de fibra, confirmando a necessidade de um pino quando toda a
estrutura coronária do dente tratado endodonticamente estivesse perdida.
HEYDECKE et al.
34
, em 2002, estudaram a resistência à fratura de
dentes quando restaurados utilizando-se pinos intra-radiculares de titânio, de
zircônia e de zircônia. Pinos fundidos de ouro foram utilizados para o grupo-
controle devido seu excelente desempenho, amplamente comprovado na
literatura. Os pinos foram fixados com cimento resinoso e receberam com
coroas totais. Foi aplicada uma carga cíclica de 30N, a uma freqüência de 2
Hz, perfazendo um total de 1.200.000 ciclos. Não houve diferença significante
entre os grupos estudados e, com isso, os autores puderam concluir que os
pinos de zircônia são tidos como uma adequada opção, quando comparados
aos núcleos fundidos.
NEWMAN et al.
51
, em 2003, relataram em seu estudo que, quando
ocorresse uma fratura e esta se localizasse abaixo do nível ósseo biológico, ou
simulado quando em um estudo laboratorial, esta era caracterizada como
desfavorável; e, quando localizada acima ou ao mesmo nível ósseo, seria
caracterizada como favorável, mantendo-se então o remanescente dental para
futuro reparo.
HU et al.
37
, em 2003, estudaram a resistência à fratura de dentes
tratados endodonticamente, que apresentavam remanescente coronário com
altura de 1 mm, quando restaurados com quatro tipos de pinos, sendo eles
núcleos metálicos fundidos, pré-fabricados paralelos e serrilhados, pré-
fabricados em fibra de carbono e cerâmicos, recebendo, finalmente uma coroa
total metálica. Os elementos foram submetidos à aplicação de carga
compressiva, formando um ângulo de 45º em relação a seu longo, até que
ocorresse sua fratura. Os autores relataram não haver diferença
estatisticamente significante entre os grupos sendo as piores fraturas àquelas
observadas no grupo dos pinos cerâmicos. Fraturas desfavoráveis foram
encontradas em todos os grupos havendo um maior número de fraturas
radiculares, porém, conclui-se no presente estudo que, o fator mais importante
para o aumento da resistência à fratura seria o uso de coroas totais e não a
rigidez dos pinos intra-radiculares utilizados.
GOTO et al.
28
, 2005, estudaram a influência da ciclagem dinâmica,
variando o número de ciclos utilizados, até que ocorresse algum tipo de falha
17
na união entre a restauração e o remanescente radicular. Através deste estudo,
relataram que as restaurações realizadas utilizando-se pinos de fibra de vidro
cimentados com resina composta, sendo a porção coronária também
reconstruída com resina apresentaram maior resistência em relação àquelas
reconstruídas com núcleo fundido em ouro e pré-fabricados em liga de titânio.
JUNG et al.
39
, em 2007, compararam a infiltração e a classificação dos
padrões de fratura de dentes submetidos a tratamento endodôntico,
restaurados com diferentes sistemas de pinos intra-radiculares, quando
submetidos a uma carga dinâmica de 98 N, a uma freqüência de 1 Hz, durante
50.000 ciclos, em ângulo de 135º, estando imersos em solução de fucsina
básica a 0,5%. Foram utilizados pinos pré-fabricados em resina reforçados por
fibra de vidro Postec (que já eram cimentados aos remanescentes diretamente
utilizando a resina composta fotopolimerizável Light-Core), em metal
(ParaPost), e cerâmicos (Cosmopost), sendo estes últimos, cimentados com a
resina composta de polimerização dupla DuoLink. Os autores concluíram que o
grupo que recebeu pinos reforçados por fibra de vidro apresentou maiores
níveis significantes de infiltração, quando comparados aos outros grupos.
Ambos os grupos Postec e Cosmopost apresentaram menores índices de
infiltração, quando submetidos à carga dinâmica e padrões de fraturas que
favoreciam sua restauração.
Assim, todavia restam dúvidas a respeito da indicação de um
determinado tipo de pino para a restauração de um remanescente radicular ou
um sistema adesivo adequado e cimento ideal para este conjunto. Por essas
razões, é importante que se conheça como ocorreu a evolução desses
materiais e, principalmente, quais as características que os consolidaram como
alternativa viável e aceitável à sua indicação.
3
3
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Diante da necessidade de desenvolverem-se técnicas capazes de
restaurar, de forma adequada, raízes que apresentam condutos medianamente
alargados, bem como da investigação das propriedades mecânicas destas
raízes quando reconstruídas com diferentes tipos de pinos (fundido em metal,
pré-fabricado em fibra de vidro, pino anatômico e pré-fabricado metálico), o
presente estudo teve como objetivos:
1. Avaliar a resistência à fratura de dentes tratados endodonticamente
com condutos medianamente alargados, reconstruídos com diferentes
sistemas de núcleos;
2. Avaliar o padrão de fratura ocorrido nestes dentes, quando
submetidos à carga compressiva oblíqua (135° com o longo eixo da raiz).
22
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4.1. Coleta e limpeza dos dentes.
No presente estudo, foram utilizados 40 dentes humanos (caninos
superiores), com dimensões muito similares entre si, doados pelo Posto de
Saúde da cidade de Agudos - SP, os quais não apresentavam qualquer tipo de
restauração, lesão cervical (cárie, erosão, abrasão ou abfração), defeitos
radiculares ou tratamento endodôntico prévio. Com os dentes selecionados,
foram compostos 4 grupos de 10 elementos; cada grupo foi armazenado num
recipiente plástico, imerso em solução antifúngica isotônica de cloreto de sódio
com 0,1 % de timol. Os elementos dentários foram lavados, esterilizados em
autoclave (a 121
o
C, por 15 minutos, sob efeito de 1,5 atm de pressão) e
recolocados na solução antifúngica. Cada elemento foi então raspado (com o
auxílio de uma cureta periodontal), polido (com pasta utilizada para profilaxia,
aplicada com uma escova de cerdas tipo Robinson) e recolocado na solução.
Para que os dentes escolhidos tivessem dimensões tão semelhantes
quanto possível, a estratégia foi confeccionar, nas suas raízes, marcas nas
alturas de 5, 10 e 15 mm, a partir do ápice, em direção coronária, nas quatro
faces externas de cada dente. Cada raiz apresentava, em média, o
comprimento de 17 mm; no sentido mesio-distal, sua espessura era de 3,2
mm, 4,2 mm e 5 mm, respectivamente, nas alturas referidas; no sentido
vestíbulo-palatino, estas dimensões eram 5 mm, 6,8 mm e 7,5 mm. Todas
estas mensurações foram efetuadas com o auxílio de um paquímetro digital
Modelo 727–6/150 (Starrett Indústria e Comércio Ltda., Itu - SP).
4.2. Molde para as futuras coroas metálicas.
A porção coronária de um dos dentes coletados foi moldada com a
silicona Optosil Confort (Heraeus Kulzer, do Brasil), apresentada na forma de
massa. A porção coronária do referido dente foi verticalmente introduzida no
interior da massa de silicona colocada em um pote de vidro tipo Dappen, como
mostra a figura 1a; após 10 minutos de polimerização da silicona, o dente era
dela removido e o molde apresentava-se como mostra a figura 1b. Neste,
foram confeccionados, com a menor espessura possível, 40 casquetes em
26
a b c
resina acrílica DuraLay (Reliance Dental Mfg. Co. Worth - Illinois, USA),
utilizando a tradicional técnica do pincel; um destes está apresentado na figura
1c.
Figura 1 - Coroa dental sendo moldada (a); o respectivo molde (b) e um casquete de resina (c).
Em seguida, cada elemento dentário sofreu tratamento endodôntico e
teve sua coroa eliminada, como será detalhadamente descrito a seguir.
4.3. Tratamento endodôntico.
A abertura da câmara coronária, para terapia endodôntica, foi executada
da forma convencional. Para a instrumentação, utilizaram-se limas de aço
inoxidável comuns, sob abundante irrigação efetuada com líquido de Dakin,
uma solução de hipoclorito de sódio a 0,5% (Biodinâmica Química e
Farmacêutica Ltda., Ibiporã - PR), sendo a secagem dos condutos realizada
com cones de papel absorvente comuns.
Os condutos foram preparados, de modo que seu limite ficasse 1 mm
aquém do ápice radicular; para tanto, foram utilizadas limas comuns dos
diferentes calibres existentes, até a de n° 60, da 1
a
série, como estabelecido
pela International Standartization Organization (ISO); a obturação foi efetuada
com cones de guta-percha de n
o
60; o cimento utilizado foi o Sealer 26
(Dentsply Industria e Comércio Ltda., Petrópolis - RJ).
4.4. Eliminação da porção coronária.
Cada dente foi seccionado com disco adiamantado de dupla face, sob
refrigeração por aerossol de ar/água, na junção cemento-esmalte, de forma
perpendicular ao seu longo eixo. Este corte foi realizado numa altura acima da
marca de 15 mm, para permitir o posterior rebaixamento da superfície oclusal
27
do remanescente radicular e seu subseqüente aplainamento, após sua fixação
num cilindro de resina, como será explicado a seguir.
4.5. Fixação das raízes em cilindros de resina.
Usando um molde de silicona, cuja cavidade cilíndrica apresentava 20
mm de diâmetro interno e profundidade de 25 mm, foram confeccionados 40
cilindros em resina acrílica auto-polimerizável incolor (Clássico Artigos
Odontológicos S.A., Campo Limpo Paulista - SP). Após sua polimerização,
cada cilindro era adaptado a um torno mecânico comum, no qual seus
extremos foram aplainados (de modo que ficassem paralelos entre si),
passando a altura para 20 mm, mas mantendo-se o diâmetro original. A seguir,
também no torno, confeccionou-se no cilindro um orifício central com 10 mm
de diâmetro e 15 mm de profundidade, onde seria fixada uma raiz; nesta, para
possibilitar a padronização de uma determinada distância, uma nova marca foi
feita na altura de 12 mm, partindo de seu ápice.
Uma broca de Largo n
o
1 (Dentsply Maillefer, Ballaigues, Switzerland) foi
então aquecida e introduzida na guta-percha do conduto obturado, com o
cuidado de mantê-la alinhada com o longo eixo da raiz. Após o esfriamento, a
broca presa à raiz foi fixada à haste vertical de um Delineador B2 (Bio-Art
Equipamentos Odontológicos, São Carlos - SP). Esta haste era então
abaixada, para posicio nar a raiz no interior do cilindro, em posição central e
perpendicularmente à sua base, até que a marca estivesse na mesma altura
da face superior do cilindro. A haste era então levantada e o orifício do cilindro
era preenchido (até 2/3 de sua altura) por resina acrílica, em sua fase arenosa.
Abaixou-se novamente a haste, até que a raiz ficasse imersa na resina em
seus 12 mm apicais, como está ilustrado pela figura 2.
Figura 2 - Raiz centralizada no cilindro, com a marca de 12 mm na mesma altura da face superior
do cilindro.
28
Após 10 minutos de polimerização, o conjunto broca / raiz era removido
do delineador e a broca era dele removida; cada um dos 4 conjuntos
compostos por 10 raízes era numerado de 1 a 10, com uma caneta de tinta
indelével.
O aplainamento da face oclusal de cada raiz era promovido através de
um conjunto micromotor / peça reta, o qual era acoplado à haste do delineador,
com o auxílio de uma peça denominada Suporte para micromotor (Bio-Art -
Equipamentos Odontológicos, São Carlos - SP); na peça reta era fixado um
mandril com um disco adiamantado Dupla Face n
o
7020 (KG Sorensen do
Brasil, São Paulo - SP). Um cilindro acrílico era então colocado na base do
delineador, como ilustrado pela figura 3a, onde era manualmente imobilizado
pelo operador. Com o motor acionado, o disco era encostado na superfície
oclusal da raiz, desgastando-a, como está ilustrado na figura 3b, até que
restassem 3 mm, verticalmente contados a partir da face superior do cilindro,
medidos com o auxílio de uma régua milimetrada, ilustrado pela figura 3c. Com
isso, a referida superfície ficava perpendicularmente posicionada, em relação
ao longo eixo do conduto radicular.
Figura 3 - Um cilindro fixo pelas mãos do operador (a); o aplainamento da face oclusal (b) e a
medição da altura do remanescente radicular (c).
4.6. Preparo dos condutos radiculares.
O material obturador de cada raiz foi parcialmente removido com pontas
Rhein aquecidas; a seguir, foi utilizada uma broca de Largo de n° 3, adaptada
numa peça reta que, girando em baixa-rotação, promoveu um desgaste até a
profundidade de 10 mm, servindo de guia de penetração. Em seguida,
executou-se um desgaste semelhante, agora com uma broca de Largo n
o
6, a
qual possuía 1,8 mm de diâmetro; a aparência do conduto, nesta ocasião, está
ilustrada pela figura 4a. A seguir, era usada uma ponta adiamantada 3017HL
(KG Sorensen do Brasil, São Paulo - SP), com 2,5 mm de diâmetro na sua
parte ativa, penetrando 5 mm no interior do conduto, em condições
a b c
29
semelhantes às já descritas; a aparência do conduto, nesta ocasião, está
ilustrada pela figura 4b.
Figura 4 - Representação dos preparos intra-radiculares: primeiro desgaste (a) e segundo (b).
Uma vista oclusal do conduto de uma das raízes assim preparadas está
ilustrada pela figura 5.
Figura 5 - Vista incisal após o preparo, onde se podem observar seus diferentes diâmetros.
Uma sonda periodontal milimetrada foi utilizada para controlar a
profundidade de penetração das referidas pontas, juntamente com limitadores
de borracha. Assim, considerava-se a raiz pronta para receber um núcleo;
todos os futuros espécimes teriam seus núcleos cimentados com Rely X Luting
2 (3M ESPE, St. Paul - MN, USA), um ionômero de vidro modificado por resina,
assim compondo os quatro grupos experimentais esquematizados na figura 6 e
caracterizados a seguir, de forma sintética.
a
b
30
Figura 6 - Representação esquemática dos quatro grupos experimentais. [Desenho modificado do
original de Kaiser, 2003.]
No primeiro grupo, denominado NMF, o núcleo seria do tipo metálico
fundido. No segundo, denominado ANATO, este seria constituído por um pino
de resina epóxica (reforçado por fibra de vidro) acrescido de resina composta,
referido na literatura como “anatômico”. No terceiro, denominado PFFV, este
seria constituído pelo mesmo pino utilizado no segundo grupo, porém sem o
acréscimo de resina composta. No quarto, denominado PFM, este seria
constituído por um pino de metal inoxidável. Em todos estes grupos, o núcleo
ainda apresentaria uma porção coronária de forma e dimensões semelhantes;
adicionalmente, a espessura da película de cimento seria menor nos dois
primeiros grupos e maior nos demais; a porção coronária dos núcleos nos três
últimos grupos seria basicamente constituída por resina composta; todos esses
aspectos serão detalhadamente descritos mais à frente, pois é necessário que
antes seja explicado como foi confeccionado um núcleo-padrão, para que
existisse uma padronização da porção coronária dos demais núcleos do
presente estudo.
4.7. Confecção do núcleo-padrão.
No conduto de uma raiz tomada ao acaso, foi aplicado o lubrificante
hidrossolúvel K-Y Gel (Johnson e Johnson Comércio e Distribuição Ltda, São
Paulo - SP), com o auxílio de uma ponta aplicadora (Microbrush Corporation,
Grafton – WI, USA), aguardando-se 2 minutos para seu secamento. Utilizando-
se a tradicional técnica do pincel, o conduto foi preenchido por resina acrílica
auto-polimerizável DuraLay, na qual introduziu-se um pino (também de resina
31
acrílica) do conjunto Pin-Jet (Ângelus - Indústria de Produtos Odontológicos
Ltda – Londrina - PR). Após 10 minutos, com o auxílio de uma pinça
hemostática, removeu-se o pino do conduto e seus excessos foram eliminados,
com o auxílio de uma broca de carbeto de tungstênio Maxicutt
(Edenta/Labordental, São Paulo - SP). Após aferição visual do pino, uma
régua milimetrada foi usada para conferir o comprimento de sua porção
radicular, nos seus dois segmentos, de diferentes diâmetros. Após tal
confirmação, este foi recolocado no conduto. Uma matriz coronária do conjunto
Pin-Jet, também constituída por resina acrílica vermelha, foi preenchida com
DuraLay e levada sobre o pino, com suas faces vestibulares (da matriz e da
raiz) voltadas para o mesmo lado. Após 10 minutos, esse núcleo de resina era
retirado do conduto; após a eliminação de seus excessos, ele ficava com a
aparência ilustrada pela figura 7a e era considerado pronto para ser o modelo-
padrão no subseqüente procedimento de fundição. Neste processo, utilizando a
técnica da cera perdida, utilizou-se a liga de NiCr Verabond 2 (AalbaDent Inc.,
Califórnia, USA), seguindo-se as recomendações do fabricante. Assim foi
obtido o núcleo-padrão ilustrado pela figura 7b.
Figura 7 - Modelo-padrão (a) e núcleo-padrão (b).
Usando-se uma lupa (Bio-Art Equipamentos Odontológicos. Ltda São
Carlos - SP), com aumento linear de 4 vezes, nódulos existentes no núcleo-
padrão foram eliminados com auxílio de uma broca esférica, de carboneto de
tungstênio, girando em alta-rotação. Em seguida, uma fina camada de solução
evidenciadora de contatos Arti-Spot 2 (Bausch Articulating Papers Inc., Nashua
- NH, USA) era aplicada na sua porção radicular, para permitir uma adequada
adaptação à raiz. A seguir, com o objetivo de padronizar suas dimensões
coronárias, foram usadas pontas adiamantadas para desgastá-lo, reduzindo
sua altura para 5,5 mm e suas espessuras para 4,5 mm, no sentido vestíbulo-
lingual, e 3,0 mm, no mesio-distal, ficando com a aparência e respectivas
a b
32
dimensões ilustradas na figura 8. Ele era então usado para auxiliar a confecção
de uma matriz que permitisse a padronização das dimensões da porção
coronária dos núcleos futuramente construídos.
Figura 8 - Ilustração da porção coronária de um núcleo e suas respectivas dimensões.
4.8. Confecção da matriz coronária incolor.
O núcleo-padrão foi então acoplado a uma raiz e, sobre sua porção
coronária, foi confeccionada uma peça denominada matriz coronária,
constituída pela resina acrílica incolor já referida. Ela apresentava uma face
inferior plana e, na sua vertente inferior foram feitas 4 marcas, referentes às
faces vestibular, lingual e cada uma das proximais, como ilustra a figura 9a.
Estas marcas serviriam de referência para o alinhamento da matriz sobre as
raízes, nas quais também foram feitas marcas semelhantes. Este era efetuado
nos sentidos mesio-distal e vestíbulo-lingual, como ilustrado pelas figuras 9b e
9c, respectivamente, nas quais a letra V indica a face vestibular.
Figura 9 - Matriz coronária: vista por sua face inferior (a), por vestibular (b) e por proximal (c).
4.9. Confecção dos núcleos do grupo NMF.
O núcleo-padrão foi aproveitado como sendo o primeiro dos núcleos
deste grupo, pareado com a raiz usada em sua confecção. Para a confecção
dos 9 núcleos restantes, foram seguidos basicamente os mesmos passos,
porém, ao invés da matriz coronária do conjunto Pin-Jet, foi agora utilizada a
matriz coronária incolor, para a construção da porção coronária, obtendo,
assim, os modelos-padrão restantes. Os subseqüentes procedimentos de
5,5 mm
4,5 mm
3,0 mm
a
b
c
33
fundição e de adaptação foram realizados da maneira já descrita. Todas as
dimensões dos 9 núcleos assim obtidos eram conferidas com as do núcleo-
padrão, compondo com aquele os 10 elementos constituintes do grupo,
estando prontos para a cimentação.
4.10. Confecção dos núcleos do grupo ANATO.
Neste grupo, foi utilizado o pino Reforpost Fibra de Vidro RX n
o
03,
(Ângelus Indústria de Produtos Odontológicos Ltda, Londrina - PR), constituído
por fibra de vidro imersa em uma matriz de resina epóxica; cujas dimensões
constam no esquema da figura 10a. Um desses pinos era introduzido no
conduto radicular de uma das raízes (tomada ao acaso), até tocar a porção
apical do conduto. Sua extensão extra-radicular de 10 mm era diminuída para
5,5 mm, através de corte efetuado com um disco adiamantado, sob irrigação
abundante com aerossol ar-água. Sua centralização no conduto era
visualmente verificada e sua altura confirmada com uma régua milimetrada,
como mostrado pelas figuras 10b e 10c, respectivamente.
Figura 10 - Dimensões do pino Reforpost (a); sua centralização no conduto (b) e altura final (c).
O pino era desengordurado, durante 1 minuto, pela fricção de uma gaze
embebida com álcool etílico, sendo manipulado, a partir de então, com o auxílio
de uma pinça hemostática comum. Uma camada do agente Silano (Ângelus
Indústria de Produtos Odontológicos Ltda, Londrina - PR), era nele aplicada
com auxílio de uma nova ponta e, conforme indicação do fabricante, secada
após um minuto com suaves jatos de ar, a uma distância de 5 a 6 cm. A seguir,
eram aplicados os componentes do sistema adesivo Scotchbond Multi-Uso
Plus (Dentsply Ind e Com. Petrópolis - RJ), que apresenta dupla polimerização.
Inicialmente, foi aplicado o ativador nos interior dos condutos, com o auxílio de
uma ponta aplicadora própria, seguido da secagem, efetuada com suaves jatos
de ar, a uma distância de 5 a 6 cm. Em seguida aplicou-se o primer, seguido
a
b
c
34
pelo catalisador do citado sistema, sendo a fotoativação realizada durante 50
segundos, através de um aparelho XL1500 (3M ESPE, St. Paul - MN, USA).
Sobre o pino era então acomodada uma porção de resina composta
Filtek Z-250 (3M ESPE, St. Paul - MN, USA), com o auxílio de uma espátula de
inserção comum, de modo que a resina cobrisse a extensão dele a ser
introduzida no conduto, o qual já havia sido lubrificado. Estando o pino em
posição adequada, realizava-se a fotoativação durante 5 segundos, em cada
uma das suas faces. Removia-se então este conjunto do conduto e
complementava-se a fotoativação por 10 segundos, também em cada face.
Detectada por análise visual, a falta de material era corrigida, repetindo-se o
procedimento, até que se obtivesse uma perfeita “moldagem” do conduto. A
aparência da porção radicular de um pino considerado adequado está ilustrada
na figura 11.
Figura 11 - Porção radicular de um pino considerado adequado.
Para a subseqüente confecção da porção coronária, a face oclusal da
raíz era lubrificada e o pino era introduzido no conduto, quando então
realizava-se, na porção coronária do pino, o tratamento adesivo já descrito.
Após a lubrificação do interior e da face inferior da matriz coronária incolor, ela
era preenchida por resina composta, ficando com a aparência ilustrada pela
figura 12a. Após aplicar a resina também sobre o pino, esta era posicionada
sobre aquele, tomando-se o cuidado em alinhar suas marcas, como descrito
anteriormente; nesta ocasião, a aparência do conjunto está ilustrada pelas
figuras 12b e 12c. Realizava-se então a fotoativação (a qual está ilustrada na
figura 12d), durante 5 segundos, em cada uma das faces. A matriz era então
removida da porção coronária do agora denominado núcleo anatômico, o qual
era removido do conduto, para a eliminação dos excessos; pequenos defeitos
eram corrigidos da forma já descrita. Eram igualmente conferidas suas
dimensões; a extremidade superior do pino de fibra, visível na figura 12e,
encontrava-se então na mesma altura da massa de resina, vindo a tocar na
35
porção interna da futura coroa metálica; a aparência final de um dos núcleos
deste grupo, pronto para a cimentação, pode ser vista na figura 12f.
Figura 12 - Matriz com resina no seu interior (a); seu alinhamento numa vista por lingual (b) e por
proximal (c); momento da fotoativação inicial (d); pino no interior da resina (e) e um pino
anatômico (f).
4.11. Cimentação dos núcleos dos grupos NMF e ANATO.
Cada um dos núcleos destes grupos era inicialmente limpo, da forma já
descrita, com álcool etílico e manipulado através de uma pinça desde então.
Após a limpeza, toda a superfície radicular de cada núcleo do grupo
ANATO foi submetida ao tratamento adesivo com o sistema Scotchbond Multi-
Uso Plus, na forma já referida.
O conduto de cada raiz foi preenchido completamente com solução
aquosa de EDTA a 24% (Biodinâmica Química e Farmacêutica Ltda, Ibiporã -
PR), ali mantida durante 3 minutos, para desengorduramento e limpeza; a
seguir foi feita a lavagem com água destilada, durante um minuto. A secagem
foi iniciada por sucção, através de uma cânula comumente usada para tanto, e
complementada com o auxílio de cones de papel absorvente comuns. Então,
promoveu-se o condicionamento de sua superfície, com sol de ácido fosfórico a
37% denominado Acid Gel (Dentsply Industria e Comércio Ltda, Petrópolis -
RJ), aplicado durante 20 segundos, seguido de lavagem e secagem, efetuadas
da forma já descrita. A seqüência de passos do tratamento adesivo do conduto
foi realizada da mesma forma descrita para o núcleo do grupo ANATO e está
ilustrada pelas Figuras 13a, 13b, 13c e 13d.
f
e
d
c
a b
36
Figura 13 - Passos do tratamento adesivo do conduto: aplicação do sol (a), secagem do conduto
(b), aplicação do adesivo (c) e fotoativação sendo realizada (d).
Em seguida, foi utilizado o Rely X Luting 2, para cimentar os núcleos nas
respectivas raízes. Para cada espécime, foram dispensadas quantidades iguais
das respectivas pastas componentes do material (base e catalisadora),
acionando-se uma única vez a alavanca do dispensador. Era então realizada a
mistura delas, com o auxílio de uma espátula comum, até a obtenção de uma
massa de cor uniforme, durante 30 segundos, de acordo com as orientações
do fabricante. Uma pequena porção do cimento era aplicada, com auxílio de
um pincel, na porção radicular do núcleo, e no interior do conduto, com uma
broca Lentulo comum, adaptada a um contra-ângulo e girando em baixa
rotação, no sentido anti-horário. O núcleo era então assentado no conduto, sob
pressão digital, sendo então levado a uma prensa estática (figura 14a), onde
era submetido à uma carga estática de 5 kgf, situação esta ilustrada pela figura
14b. Após cinco minutos, contados do início da mistura das pastas, eram
eliminados seus excessos, com o auxílio de uma lâmina comum de bisturi;
após mais cinco minutos, o conjunto era removido da prensa e realizava-se
uma aferição da altura da porção coronária do núcleo (como está ilustrado pela
Figura 14c), a qual deveria continuar com 5,5 mm. Assim, este conjunto estava
apto para que sua coroa metálica fosse confeccionada.
Figura 14 - Vista da prensa estática (a); um núcleo sendo cimentado (b) e a aferição da altura (c).
a b
c d
a
b
c
37
Assim, os conjuntos estavam prontos para a confecção das respectivas
coroas metálicas.
4.12. Confecção dos núcleos do grupo PFFV.
Neste grupo, existiram várias semelhanças com o anterior: foi utilizado o
mesmo tipo de pino, tratado de forma idêntica, assim como a porção coronária
foi confeccionada da mesma maneira. Entretanto, o pino era diretamente
cimentado à raiz (numa posição central em relação ao conduto) com Rely X
Lutting 2, já no início da confecção do núcleo, após a limpeza e tratamento
adesivo, tanto do conduto quanto do pino. Após a confecção da sua porção
coronária, este era então considerado como núcleo e pronto para a etapa da
fabricação da respectiva coroa.
4.13. Confecção dos núcleos do grupo PFM.
Nesse grupo, os procedimentos foram basicamente os mesmos
descritos para o grupo anterior, porém com a utilização do pino de metal de n
o
064 (FKG Dentaire S. A., La Chaux-de-Fonds, Swiss), que têm 15 mm de
comprimento e 1,3 mm de diâmetro, o qual não sofreu a aplicação do sistema
adesivo.
4.14. Confecção e cimentação das coroas totais metálicas.
Estando prontos todos os núcleos dos 4 grupos, efetuava-se a fase de
obtenção das respectivas coroas metálicas.
A porção coronária de cada núcleo era então lubrificada para que um
dos casquetes de DuraLay, confeccionado previamente na cavidade do molde
de silicona, fosse preenchido com esse mesmo material, em sua fase arenosa,
sendo então pressionado sobre o núcleo, de forma a se obter um modelo para
fundição. Após 10 minutos, o modelo era removido do núcleo e tinha seus
excessos eliminados; este apresentava, em média, uma espessura de 2 mm,
em todas as suas regiões, e altura de 7 mm. Nesta fase, cada modelo de
resina recebeu um número de 1 a 10, dentro de cada um dos 4 grupos.
Após o processo de fundição, a face interna de cada coroa era usinada,
da forma já referida, até que se mostrasse adequadamente adaptada ao
respectivo núcleo, formando assim um espécime.
38
Em cada uma das respectivas coroas foram então confeccionados 2
sítios de apoio, cada um deles com uma função diferente, como será descrito a
seguir. Para tanto, um espécime era colocado na base do delineador, para que,
na ponta da cúspide de sua coroa, uma faceta fosse criada, de maneira
semelhante à do aplainamento da face superior das raízes dentárias (como
está ilustrado pela figura 15a); este primeiro sitio serviria para aplicação de
carga cíclica, no sentido do longo eixo dental.
A seguir, com o auxílio de uma ponta adiamantada esférica comum,
penetrando metade do seu diâmetro na face lingual da coroa, foi confeccionado
um nicho (da forma ilustrada pela figura 15b) que serviria para aplicação de
carga progressiva, no sentido com inclinação de 45º em relação ao longo eixo
dental. Estes sítios (visíveis na figura 15c) permitiram padronizar o ponto de
aplicação das cargas, nos diferentes espécimes.
Figura 15 - Confecção da faceta incisal (a) e do nicho lingual (b); vista, por lingual, dos referidos
sítios (c).
A limpeza da porção coronária de todos os núcleos foi efetuada, com
álcool etílico, da forma já descrita. A seguir, com exceção dos espécimes do
grupo NMF, todos os demais tiveram esta porção submetida ao tratamento com
Scotchbond Multi-Uso Plus, já referido. A cimentação de cada coroa foi feita
com Rely X Lutting 2 (como está ilustrado pela figura 16), de maneira
semelhante àquela descrita para a cimentação dos núcleos dos grupos NMF e
ANATO. Cada espécime foi então recolocado em seu respectivo frasco, onde
permaneceu por um período de 24 horas, até ser submetido à ação da carga
cíclica.
Figura 16 - Uma coroa, durante sua cimentação.
a b
c
39
4.15. Aplicação da carga cíclica.
Visando fazer com que cada espécime se aproximasse do estado de
fadiga, foi utilizada a Máquina Eletro-Mecânica de Fadiga, localizada no Centro
de Investigação e Pesquisa (CIP-1), da Faculdade de Odontologia de Bauru -
USP, para aplicar, na faceta incisal de cada coroa, uma carga que ia até 20 N
(2 kgf), voltando a 0, ciclo este repetido numa freqüência de 2 Hz, por 250.000
vezes, num período de aproximadamente 35 horas. Como ilustrado pela figura
17a, o aparelho permitia que esta aplicação fosse efetuada simultaneamente
em 5 corpos-de-prova, os quais encontravam-se em posição vertical (formando
um ângulo de 90° com o plano horizontal), totalmente imersos em água
deionizada, a uma temperatura de 37 ± 1
o
C. Ao final desse tratamento,
nenhum componente (coroa ou núcleo), poderia ter se soltado de seus
respectivos substratos, o que era aferido visualmente, com o auxílio de uma
sonda clínica comum.
Figura 17 - Máquina utilizada para aplicação da carga cíclica (a), com detalhe da ponta aplicadora
incidindo sobre a faceta incisal do corpo-de-prova.
4.16. Ensaio de resistência à compressão.
Finalmente, cada espécime foi submetido ao ensaio de compressão, até
a fratura, em uma máquina universal de ensaios Kratos® (Kratos -
Dinamômetros Ltda. São Paulo - SP) recentemente calibrada, munida de uma
célula de carga de 500 Kg e regulada para desenvolver velocidade de 0,5
mm/min. A carga foi aplicada no nicho da face palatina da coroa, estando o
espécime posicionado de forma que seu longo eixo recebesse a força de
compressão incidindo a 45º, em relação ao longo eixo da raiz. Para tanto, um
dispositivo metálico próprio permitia que o corpo-de-prova ficasse posicionado
da forma referida, como está ilustrado pela figura 18. A máquina foi
programada para que a aplicação da carga automaticamente cessasse, quando
ocorresse alguma falha (soltura e/ou fratura) de qualquer uma das partes
componentes do espécime.
40
Figura 18 - Detalhe da máquina de ensaios, mostrando a ponta aplicadora da carga incidindo no
nicho de um espécime fixado no dispositivo metálico posicionador.
Os valores da resistência à fratura ficavam registrados em arquivos do
computador acoplado à máquina de ensaios, com os quais eram criados os
respectivos gráficos. Os valores de carga de fratura foram submetidos ao
tratamento estatístico, que consistiu numa análise de variância (a um critério,
modelo fixo), seguida de um teste de Tukey, sempre com p<0,5. Numa planilha
própria também era registrado o modo de fratura apresentado por cada
espécime, anotando-se a localização e profundidade máxima da linha de
fratura, medida esta última, com o auxílio de uma sonda periodontal comum;
também era registrada a possibilidade do espécime fraturado vir a ser
recuperado; o tipo de fratura era denominado como favorável, quando a linha
se localizava desde 0 até 1 mm abaixo de um nível ósseo hipotético, ou
desfavorável, quando ela ultrapassava este nível.
5
5
R
R
e
e
s
s
u
u
l
l
t
t
a
a
d
d
o
o
s
s
43
5
5
-
-
R
R
e
e
s
s
u
u
l
l
t
t
a
a
d
d
o
o
s
s
Os valores verificados (expressos em kgf) para cada espécime, dentro de cada
grupo, no ensaio de resistência à fratura, são apresentados na Tabela 5.1,
acompanhado da média, do desvio-padrão e do coeficiente de variância.
Tabela 5.1 - Valores da resistência (em kgf) de cada espécime dos 4 grupos
estudados, com a média (m), desvio-padrão (dp) e coeficiente de variância (cv), este
expresso em porcentagem.
Grupos
Espécime
NMF ANATO PFFV PFM
1 62,25 28,15 54,05 > 46,50
2 58,40 53,20 > 34,68 51,55 >
3 41,90 38,35 24,75 < 33,85
4 62,45 25,35 26,33 45,50
5 73,75 > 38,85 28,20 20,25
6 29,57 13,80 28,20 18,42
7 48,05 14,22 46,20 14,30 <
8 27,77 33,60 43,15 29,55
9 24,95 < 10,15 < 33,40 22,27
10 (ne) 16,05 30,25 (ne)
m 47,68 27,17 34,92 31,35
dp 17,68 13.92 9,73 13,74
cv 0,37 0,51 0,28 0,44
ne - espécime não ensaiado, pois o conjunto coroa-núcleo se soltou da raiz, no ensaio
cíclico.
> - espécime com maior valor do grupo, neste ensaio.
< - espécime com menor valor do grupo, neste ensaio.
A respectiva análise de variância mostrou existir diferença significante entre os
grupos estudados, com f = 3.74, para p<0,5. A aplicação subseqüente de um teste de
Tukey, também para p<0,5, permitiu a montagem da tabela 5.2; foi assim detectado
que existiram diferenças significantes apenas entre os grupos NMF e ANATO.
Tabela 5.2 - Valores da resistência (em kgf) dos 4 grupos estudados, com a média (m)
e a comparação entre os grupos.
Grupo Média
Comparação
ANATO 27.17
a
PFFV 31.35
a b
PFM 34.92
a b
NMF 47.68
b
Letras iguais na última coluna indicam semelhança entre os grupos.
44
Tabela 5.3 - Valores (expressos em mm) referentes à profundidade da linha de
fratura, em cada espécime dos 4 grupos estudados.
Grupos
Espécime
NMF
ANATO
PFFV
PFM
01
-1 -2 -1 -2
02
-2 -1 -2 +1
03
-2
0
+1 -1
04
-2 -2 -2 -1
05 0
+1 +1 -2
06
-1 -2 -1 +1
07
-2 -1 -2 -2
08
-1
0 0
-2
09 0
-2 -2 -2
10
ne -1 -2 ne
+ - localizada acima do nível ósseo simulado.
0 - nível ósseo simulado.
- - localizada abaixo do nível ósseo simulado
ne - espécime não ensaiado, pois o conjunto coroa-núcleo se soltou da raiz, no ensaio
cíclico.
O grupo NMF apresentou linhas de fraturas que se localizavam desde o nível
ósseo simulado até a profundidade de 2 mm. Os grupos restantes apresentaram as
mesmas profundidades em quase todas as fraturas, porém apresentaram, em média,
2 espécimes onde a fratura ocorreu 1 mm acima do nível ósseo simulado.
Considerando-se que a fratura seja desfavorável quando a linha da fraturas está
localizada abaixo do nível ósseo simulado, e como favorável quando localizada ao
nível ou acima do nível ósseo simulado, onde seja possível manter o remanescente
dentário na arcada.
Tabela 5.4 - Valores (em porcentagem) referentes à profundidade da linha de fratura,
em cada espécime dos 4 grupos estudados.
NMF ANATO PFFV PFM
+1 mm
0 10
20 20
0 mm
20 20 10 0
-1 mm
30 30 20 20
-2 mm
40 40
50 50
45
1 2 2
2 2 1
3 3 2 2
4 4 5 5
Nível ósseo simulado + 1 + 1 + 1
- 1 - 1 - 1 - 1
- 2 - 2 - 2 - 2
Figura 19 - Representação esquemática dos quatro grupos experimentais com seus respectivos
níveis de fraturas (à partir da esquerda: NMF, ANATO, PFFV E PFM).
Figura 20 - Aparência de três remanescentes radiculares após o ensaio de fratura, já sem o núcleo,
sem a coroa metálica e sem o fragmento fraturado, onde pode-se observar a profundidade da
fratura localizada exatamente ao nível ósseo (a), 1 mm abaixo do nível (b) e 2 mm abaixo (c), sendo
que estes dois últimos remanescentes, foram descritos na literatura como impossíveis de serem
reparados.
46
6
6
-
-
D
D
i
i
s
s
c
c
u
u
s
s
s
s
ã
ã
o
o
49
6
6
-
-
D
D
i
i
s
s
c
c
u
u
s
s
s
s
ã
ã
o
o
Aspectos gerais.
As técnicas utilizadas na restauração de dentes que sofreram a perda da sua
porção coronária têm sido modificadas e melhoradas com o passar do tempo, de
acordo com pesquisas realizadas in vitro e in vivo. Estes dentes necessitam,
inevitavelmente, de tratamento endodôntico que deve ser realizado de forma a
preservar estrutura, sendo removida somente a dentina infectada e eliminadas as
áreas de retenção mecânica, segundo
CHEN et al.
12
. O uso de pinos intra-
radiculares é indicado após tratamento endodôntico, quando se tem uma grande
quantidade de estrutura remanescente coronária, na ausência desta ou quando os
condutos radiculares foram mediana ou excessivamente alargados, segundo
GOTO
et al.
28
, NAUMANN; PREUSS; FRANKENBERGER
50
, PEROZ
et al.
53
e
SALVI
et al.
57
. Porém, como há um grande número de pinos de diferentes materiais no
mercado, a sua indicação deve ser muito bem estudada, assim como as técnicas que
serão empregadas, o cimento utilizado para a fixação dos pinos, a confecção da
porção coronária e da coroa, segundo
HU
et al.
37
, os diferentes materiais utilizados
para cada uma dessas partes e, quando da realização de estudos em laboratório, a
seleção do tipo de ensaio relacionado à resistência à fratura.
A razão de se utilizar coroas totais se dá pela modificação da distribuição das
cargas funcionais, sendo que estas se concentram na porção cervical do
remanescente radicular
, de acordo com ASSIF e GORFIL
2
. Possivelmente, o início
de uma fratura ocorra numa das regiões cervicais proximais, pela razão de um preparo
inadequado do conduto e/ou protético, fratura essa que estende-se para uma região
do terço médio radicular da face vestibular, como o ocorrido em todos os corpos-de-
prova ensaiados.
Padronização do preparo intra-radicular.
Os dentes tratados endodonticamente apresentam uma diminuição da sua
capacidade de absorção e transmissão das tensões, provenientes dos contatos
oclusais. A remoção excessiva de dentina durante a instrumentação causa o
enfraquecimento das paredes, tornando o dente mais susceptível à fratura, segundo
CHEN et al.
12
. Pela razão de neste estudo ser analisado o desempenho dos condutos
descritos como medianamente alargados, o preparo destes foi realizado de forma
padronizada,
utilizando-se brocas semelhantes àquelas utilizadas nos estudos
50
anteriores de ZOGHEIB
66
E FRANCO
23
, fixadas a um motor, sendo então este
conjunto broca/motor adaptado a um delineador (ou paralelômetro) que impedia a
movimentação horizontal deste conjunto, prevenindo a ocorrência de desgaste nesse
sentido (ou de forma sinuosa), anulando assim a possibilidade de se confeccionar
áreas de retenção mecânica. O preparo, já descrito anteriormente, foi desenvolvido
para este estudo, pois nenhum outro descreveu alguma técnica que permitisse
padronizar as dimensões dos condutos.
Tipos de pinos.
Muitos trabalhos afirmam que o uso de núcleos fundidos em metal, por razão
de seu baixo módulo de elasticidade, pode causar eventuais fraturas do remanescente
radicular levando à perda do elemento. Essas fraturas ocorrem nos terços médios e
apicais das raízes, muitas vezes acompanhando o sentido do longo eixo dental. Tal
fato também é relatado, quando do uso de pinos constituídos por cerâmicas, como os
de dióxido de zircônio. Por isso, a remoção excessiva de estrutura dentária para se
conseguir um melhor acesso ao conduto ou pela aplicação de uma técnica, quando se
utiliza um conjunto de instrumentos de um determinado fabricante, onde não se pode
desgastar menos estrutura sadia, por utilizar-se um pino bastante volumoso, segundo
MATTISON
45
, pode causar o afinamento das paredes circundantes radiculares,
tornando-as susceptíveis à fratura.
Contrariando alguns autores (
BACHICHA et al.
3
, SCOTTI e FERRARI
58
,
GOTO et al.
28
e SAHAFI
et al.
56.
) que contra-indicam a utilização dos núcleos
fundidos em metal na restauração de raízes que apresentem condutos medianamente
alargados, o presente trabalho apresentou resultados favoráveis ao uso deste tipo de
pino, principalmente pela razão de que, mesmo apresentando fraturas consideradas
desfavoráveis, semelhantes àquelas encontradas em todos os grupos estudados, a
carga necessária para que se ocorresse tal fratura foi considerada a mais alta de
todas, com média de 47 kg, sendo a máxima registrada em 73 kg. Cargas
semelhantes àquela encontrada como a média, foram observada, em um estudo sobre
força de mordida, quando do apertamento realizado por dentes molares antagonistas,
encontrando-se uma média de 40 kg para mulheres e 58 Kg para homens, de acordo
com um estudo realizado por BREKHUS et al.
10
. Com base neste estudo, os
resultados do presente trabalho são considerados como aceitáveis.
Os pinos pré-fabricados metálicos, reforçados por fibra de vidro, fibra de
carbono, quartzo, polietileno e dióxido de zircônio, associados aos atuais sistemas
adesivos, permite o profissional realizar os procedimentos restauradores de um
51
remanescente dental em uma só sessão clínica. Porém, aqueles constituídos por
polietileno sempre apresentaram resultados inferiores, quando comparados com
qualquer outro tipo de pino, nos ensaios de resistência à fratura. Já os pinos
constituídos por quartzo e dióxido de carbono apresentam extrema rigidez,
transmitindo toda e qualquer tensão diretamente ao remanescente radicular, sendo
encontrados relatos de fraturas do tipo desfavorável, quando do uso destes, embora
ainda utilizados em estudos. Os constituídos de fibra de carbono e de vidro têm sido
os mais estudados na atualidade, segundo
BATEMAN; RICKETTS; SAUNDERS
6
,
porém, o de fibra de vidro reúne muitas características descritas como ideais, sendo
algumas delas uma adequada adesão ao cimento e às resinas (como na cimentação
diretamente à raiz ou na confecção de um “pino anatômico”, segundo
GRANDINI
31
),
o módulo de elasticidade semelhante ao da dentina, a facilidade de realizar a técnica
empregada em seu uso, possibilidade de se realizar a restauração em sessão única
(
HEYDECKE e PETERS
35
) e, caso ocorra algum comprometimento do conjunto
coroa/porção coronária/pino/raiz, sua remoção é facilitada pela baixa resistência ao
desgaste, permitindo a resolução do problema de forma rápida e fácil, sendo então
restaurado posteriormente (
FERNANDES; SHETTY; COUTINHO
19
, GRANDINI
31
,
GRANDINI; SAPIO; SIMONETTI
30
). Com base nos resultados encontrados, a
restauração dos remanescentes pode ser realizada de forma tradicional, sendo o pino
pré-fabricado metálico ou o reforçado por fibra de vidro cimentado diretamente no
conduto, o que torna o procedimento mais rápido, por ser realizado em sessão única e
confiável, por apresentarem as médias, respectivamente, de 34 e 31 kg. A utilização
de um “pino anatômico” na restauração de um remanescente, além de ser mais
trabalhosa pela razão da necessidade de se moldar o conduto com a resina,
apresentou ou resultados mais baixos deste estudo, com a média de 27 kg,
contrariando estudos anteriores de
GRANDINI
31
e GRANDINI; SAPIO;
SIMONETTI
30
.
Cimentação.
O propósito deste estudo não foi o de avaliar os diferentes tipos de cimentos
encontrados no mercado, embora
STANDLEE; CAPUTO; HANSON
62
terem
relatado que somente há necessidade da se estudar vários tipos de cimento quando
da utilização de pinos de formato cônico, porém, o cimento de ionômero de vidro
modificado por resina, que apresenta dupla polimerização foi o selecionado pela razão
dos relatos de vários autores que a fotoativação não é efetiva, ou seja, a luz não
consegue atingir, com intensidade necessária, o terço médio e apical do conduto
52
radicular, não polimerizando o cimento de maneira adequada. Este cimento
demonstrou ser aceitável para o presente de estudo, pois dos 40 corpos-de-prova
ensaiados, somente 2 conjuntos pino/coroa se soltaram do seu remanescente
radicular, sendo que nenhuma dessas coroas se soltou de seu respectivo pino.
SCOTTI e FERRARI
58
, relataram que quando as forças oclusais ultrapassam o limite
elástico do remanescente, há perda de adesão entre o cimento e as paredes do
conduto causando a soltura do pino.
Utilizou-se somente uma combinação sistema adesivo/cimento para todos os
corpos-de-prova deste estudo, pois segundo o trabalho de
STANDLEE; CAPUTO;
HANSON
62
, a variação do tipo de cimento utilizado parece ter uma influência muito
pequena, quase que desprezível, quando se estuda resistência à fratura.
Confecção da porção coronária
A confecção desta porção também foi realizada de forma padronizada, com o
auxílio de uma matriz de resina acrílica, confeccionada sobre a porção coronária do
primeiro núcleo fundido em metal, permitiu que, após a confecção da porção coronária
de todos os corpos-de-prova, todas elas apresentassem as mesmas dimensões
daquela primeira. O uso desta matriz foi baseado nos recentes trabalhos realizados
por ZOGHEIB
66
e FRANCO
23
, onde se estudou a resistência à fratura de raízes
que sofreram tratamento endodôntico, porém a técnica de confecção desta foi
modificada, sendo a matriz confeccionada com um material rígido, não permitindo
nenhuma distorção quando da confecção desta porção.
Não houve nenhuma fratura envolvendo a porção coronária de nenhum corpo-
de-prova, tampouco a perda de adesão desta em relação à face oclusal do
remanescente radicular ou em relação ao pino.
Ensaios.
O carregamento realizado de forma cíclica é relatado, por vários autores como
ESHELMAN e SAYEGH
17
, MANNOCCI; FERRARI; WATSON
44
, JUNG et al.
39
,
como sendo uma situação mais próxima daquela encontrada no meio bucal, quando
realizado na face palatina das coroas formando um ângulo de 45º em relação ao longo
eixo dental. Porém, por motivos de conveniência, neste estudo foi realizada a
aplicação da carga cíclica em um nicho incisal, de forma que esta incidisse no sentido
do longo do eixo dental. Os critérios para a seleção da quantidade de ciclos foram
baseados nos trabalhos de
MANNOCCI; FERRARI; WATSON
44
, HEYDECKE et
al.
34
, GOTO et al.
28
, JUNG, et al.
39
sendo selecionado o total de 250.000 ciclos,
53
pois não se tem a intenção de que os corpos-de-prova sejam fraturados durante a
ciclagem e sim, a intenção de uma simulação de mastigação, promovendo ou não
algum enfraquecimento destes. Esta simulação podia ser realizada por razão da
freqüência de 2 Hz programada na máquina de ensaios a qual corresponde,
aproximadamente, à freqüência média encontrada em uma mastigação natural,
segundo
MANNOCCI; FERRARI; WATSON
44
, HEYDECKE et al.
34
.
Nos ensaios onde uma carga vertical era progressivamente aumentada até que
se ocorresse a fratura do corpo-de-prova, os dentes foram posicionados em ângulo de
45º para a possível simulação do ângulo de contato encontrado no padrão oclusal de
Classe I de Angle, entre os dentes ântero-superiores e inferiores, de acordo com os
estudos de
ZOGHEIB
66
e FRANCO
23
.
Dos resultados.
Com base nos resultados de resistência à fratura de todos os corpos-de-prova,
aqueles pertencentes ao grupo NFM apresentaram a maior média do estudo, sendo
ela de 47,68 kg, onde o maior registro (deste grupo e do estudo, em geral) foi de
73,75 kg e o menor de 24,95 kg. As fraturas encontradas em 2 dos espécimes neste
grupo estavam localizadas no mesmo nível daquele ósseo simulado; em 4 espécimes
a fratura estava 1 mm abaixo desse e, nos 4 restantes, 2 mm abaixo. Somente os 2
corpos-de-prova em que as fraturas ocorram ao mesmo nível da simulação óssea
foram caracterizados como favoráveis, ou reparáveis. Os outros 8 foram
caracterizados como desfavoráveis, ou irreparáveis, pois a profundidade das fraturas
alcançou níveis de 1 mm abaixo daquele da simulação, em 4 destes espécimes, e 2
mm abaixo para os outros 4.
O grupo ANATO apresentou a média de 27,17 kg, sendo a mais baixa dentre
todos os grupos. A maior carga registrada foi a de 53,20 kg e a menor (deste grupo e
do estudo, em geral) foi a de 10,15 kg. Somente 1 dos corpos-de-prova apresentou
a fratura do tipo favorável. Em 2 deles, foram encontradas fraturas ocorridas ao
mesmo nível do simulado ósseo. Nos 7 restantes, foram encontradas fraturas
desfavoráveis, sendo que 3 delas estavam 1 mm abaixo do nível ósseo e, 4 estavam 2
mm abaixo deste.
No grupo PFFV a média encontrada foi a de 34,92 kg, sendo que a máxima
carga registrada foi de 54,05 kg e a mínima foi de 24,75 kg. Em relação às fraturas, 2
espécimes apresentaram fraturas favoráveis, localizadas 1 mm acima do nível ósseo e
1 apresentou a fratura ao mesmo deste. Foram encontradas 7 fraturas desfavoráveis,
sendo 2 ocorridas a 1 mm abaixo do nível ósseo e 5 delas ocorridas 2 mm abaixo
deste.
54
O grupo PFM apresentou a média de 31,35 kg, sendo muito próxima daquela
encontrada no grupo PFFV. A maior carga registrada foi de 51,55 kg e a menor foi de
14,30 kg. Foram encontradas fraturas favoráveis em 2 espécimes, localizadas 1 mm
acima do nível ósseo. As fraturas desfavoráveis foram encontradas em 8 espécimes,
sendo 3 delas localizadas 1 mm abaixo do nível ósseo e, 5 delas localizadas 2 mm
abaixo do nível ósseo.
Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos NMF, PFFV
e PFM. Tampouco houve diferença entre os grupos PFFV, PFM e ANATO. Porém,
houve diferença entre os grupos NMF e ANATO.
Com base neste estudo, a quantidade de carga necessária para que ocorra a
fratura do remanescente radicular de um elemento canino superior (quando seu
conduto sofrer mediano alargamento e, for restaurado com os tipos de pinos
estudados, a exceção dos “pinos anatômicos”) é maior do que aquela suportada por
eles. Portanto, seria indicada a restauração de remanescentes radiculares de dentes
ântero-superiores e inferiores com núcleos fundidos em metal, pinos pré-fabricados
em fibra de vidro e em metal. Pode-se dizer, também que, em restaurações onde se
utilizem pinos “anatômicos” e os pré-fabricados em fibra de vidro, caso ocorra alguma
fratura, temos 30% de chance de que essas ocorram acima do nível ósseo,
possibilitando assim seu reparo.
Ainda estamos distantes de uma solução 100% confiável, no que diz respeito a
restaurações de elementos com condutos medianamente alargados. Quando um
conjunto suporta grandes forças, geralmente, quando se ocorre algum tipo de fratura,
esta é desfavorável. Quando as características (como módulo de elasticidade,
coeficientes de expansão e contração térmica) dos materiais empregados neste
estudo foram semelhantes àquelas dos elementos dentários, os conjuntos não
suportaram grandes cargas compressivas. Porém, procedimentos clínicos, como
extrusão dentária ortodôntica e/ou aumento de coroa, nos permitem restaurar
elementos que sofreram a perda de suas distâncias biológicas. Cada um destes
procedimentos deve ser muito bem indicado, por razão de áreas onde a estética seja
necessária, não havendo, assim, nenhum desequilíbrio da harmonia natural
Por isso, se faz necessária a realização de novos estudos comparando as
técnicas e materiais encontrados no mercado, na tentativa de reparar adequadamente
os remanescentes radiculares que se tornaram frágeis por algum motivo.
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Através da realização deste estudo e após aplicação da análise estatística
sobre os valores obtidos, pôde-se concluir que:
1. A resistência à fratura sob carga compressiva não mostrou diferença
estatisticamente significante entre os remanescentes reconstruídos com núcleos
metálicos fundidos, pinos pré-fabricados em fibra de vidro e em metal. Houve
diferença estatisticamente significativa somente entre os remanescentes reconstruídos
com núcleos metálicos fundidos e com “pinos anatômicos”. Os remanescentes
reconstruídos com núcleos metálicos fundidos suportaram as maiores cargas,
enquanto que os que receberam “pinos anatômicos” foram os menos resistentes.
2. Os remanescentes reconstruídos com núcleos metálicos fundidos e pinos
pré-fabricados em metal, apresentaram 80% das fraturas desfavoráveis. Os
remanescentes reconstruídos com “pinos anatômicos” e pinos pré-fabricados em fibra
de vidro, apresentaram 30% das fraturas favoráveis ao reparo.
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Abstract
Evaluation of the fracture strength of endodontically treated teeth, reconstructed with
post and cores, when submitted to the dynamic loading.
In this study, was evaluated the strength of endodontically treated teeth, had
been reconstructed with a crown of NiCr alloy (Verabond II), which was supported by a
post and core for different materials, gotten for different techniques, cemented in the
root with the glass ionomer Rely X Lutting 2, which is increased of composed resin.
These diferents post and cores were of the casting metallic type, in group NMF; in
group ANATO, the composed resin Filtek Z250 (3M ESPE, St. Paul-MN, USA) was the
core, contend a glass fiber post (Reforpost Fibra de Vidro RX, Ângelus Indústria de
Produtos Odontológicos Ltda., Londrina - PR); this exactly type of post was used in
group PFFV, being directly cemented, without resin addition on the core; finally, in
group PFM, a metallic post (064, FKG Dentaire S. , La Chaux-of-Fonds, Swiss) were
cemented in the same way described for the previous group. All the roots were
proceeding from maxillary human canines, randomly distributed, thus composing the
four groups, each one with 10 specimens: The specimens, after 24 hours of the
cimentation, had been submitted the cyclical efforts, in an Electromechanical Machine
of Fatigue, applied in the direction of the long dental axle, with load of 20 N, in the
frequency of 2 Hz, thus occuring a total of 250.000 cycles. Excepting 2 body-of-test
whose post and cores had been freed of the root, during the cyclical load, all
excessively had been submitted to a compression load, in a universal machine of
assays (Kratos – Ltda. Dinamômetros. São Paulo - SP), regulated in the speed of 0,5
mm/min, with the force applied in the lingual face of the crown, in an angle of 45º in
relation to the long dental axle, until the occurrence of the any root fracture. The joined
values of resistance had been following, orderly the decreasing one: 47,677 kgf for
group NMF, 34.921 kgf for the PFM, 31,354 kgf for the PFFV and, 27,172 kgf for the
ANATO. The analysis of variance applied to the original values pointed difference
between the studied groups and a subsequent Tukey test (p<0,05) it allowed to verify
similarities between all they, with significant difference only between groups NMF and
ANATO.
Keywords: Tooth Root, Tooth Endodontically-Treated, Dental Pins, Fatigue,
Compressive Strength, Tooth Fractures.
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Apêndice
1 – Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa.
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2 – Declaração de doação dos dentes.
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