3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Área estudada
A Região Metropolitana de Porto Alegre, situada nas regiões fisiográficas
Depressão Central e Encosta Inferior do Nordeste, é formada por 31 municípios –
Alvorada, Araricá, Arroio dos Ratos, Cachoeirinha, Campo Bom, Canoas, Capela de
Santana, Charqueadas, Dois Irmãos, Eldorado do Sul, Estância Velha, Esteio, Glorinha,
Gravataí, Guaíba, Ivoti, Montenegro, Nova Hartz, Nova Santa Rita, Novo Hamburgo,
Parobé, Portão, Porto Alegre, São Leopoldo, São Jerônimo, Santo Antônio da Patrulha,
Sapiranga, Sapucaia do Sul, Taquara, Triunfo e Viamão – ocupando uma área de 6906,41
km
2
(Figura 1). A vegetação corresponde à região fitoecológica da Floresta Estacional
Semidecidual (Teixeira et al., 1986). Sua fisionomia apresenta um relevo levemente
ondulado a plano (Brack et al., 1998). As partes baixas são representadas pelas ilhas do
Delta do Guaíba, banhados e mananciais, e as partes altas são constituídas pelos morros
areníticos ao norte e nordeste e pelos morros graníticos a leste e oeste (Fundação
Zoobotânica do Rio Grande do Sul, 1976), cuja maior elevação é o Morro Santana, com
314 m. O clima, de acordo com a classificação de Köppen, é do subtipo “Cfa”, com
temperatura média anual de 19,5
o
C e índice pluviométrico de 1.300 mm anuais.
As coletas foram realizadas em quatro morros: morro da Grota, situado no
Parque Estadual de Itapuã, município de Viamão, morro São Maximiano, situado no
município de Guaíba (morros graníticos); morro Sapucaia, situado no município de
Sapucaia do Sul e morro Morungava, no município de Gravataí (morros areníticos) (Figura
1). Na escolha desses morros foram levados em conta a área de cobertura da vegetação
arbórea, o grau de conservação da floresta e a acessibilidade a pontos situados nas
encostas norte, sul, leste e oeste.
Em conjunto, a vegetação dos morros graníticos da Região Metropolitana de
Porto Alegre apresenta uma unidade fitofisionômica em conseqüência das condições
edáficas especiais da área. De modo geral, a vegetação das encostas dos morros
graníticos encontra-se bastante alterada pela queima da vegetação original (Aguiar et al.,
1986). Esses autores consideram que a vegetação florestal das encostas dos morros é
antes um produto do solo do que do clima regional.
Os morros areníticos, localizados a norte e nordeste da Região Metropolitana de
Porto Alegre, possuem ecossistemas muito particulares, altamente especializados e
estranhos à formação geral da região da Depressão Central do Rio Grande do Sul. Nessa