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música Religiosa, mas ao ser perguntado sobre as aulas curriculares pela pesquisadora
Rossi, argumentou da seguinte forma, sobre um trabalho desenvolvido com os alunos,
...nós fizemos um trabalho de História da Arte, agora nas turmas de final do ano
passado, turmas de segundos e terceiros anos. Falando, por exemplo, do início
da notação musical, da grafia musical, quando o Guido D’Arezzo cria as notas,
e quando surgem os primeiros cantos que foram o canto gregoriano. Aí eu
consegui uma partitura de canto gregoriano, e a gente trabalhou isso com eles.
Então foi um negócio interessante, foi uma atividade interessante, porque eles
conheceram uma música muito antiga, mas que se identificava com essa
música de hoje, no aspecto das notas musicais, dos sons musicais, e foi um
trabalho interessante (Professor de Arte. In Rossi, 2006, p. 209).
Nesta citação o professor que trabalha com atividade extracurricular de música
no colégio, demonstra inicialmente, como verificado anteriormente, que as aulas
curriculares de Arte são direcionadas para a História da Arte, mas ao perceber a apatia
dos alunos a aulas somente teóricas, desenvolveu uma proposta que abrange uma
forma de música modal, o canto gregoriano, (provavelmente marca do gosto do
professor pela música religiosa), relacionou com a música contemporânea ouvida pelos
jovens e segundo ele o trabalho foi muito bem recebido. Este exemplo demonstra que a
pesquisa capta o que está consolidado e tem um caráter de consenso nas práticas
escolares, mas os professores criam formas didáticas que ultrapassam estas
determinações mais gerais do sistema educacional, o que, sem sombra de dúvida,
constitui uma esperança de rompimento.
A resposta dos professores sobre o gosto musical dos alunos demonstra que os
mesmos, têm uma preferência musical mais diversificada do que os professores, sendo
que a maioria dos respondentes preencheu todas as alternativas para tentar explicitar a
referência dos seus alunos. Excetuando-se a música Erudita (9,2), a música Religiosa
(8,8) e a MPB (7,1) com poucas citações, as outras 07 opções tiveram uma média de
3,1 a 6,5 percentuais, sendo o mais citado o RAP (3,1), seguido da TECNO (3,9), POP
(4,4), Rock (4,7), Pagode (5,0), sertanejo (5,8) e Samba (6,5).
Para confrontar a opinião dos professores e a dita pelos alunos, podemos
exemplificar com uma pequena amostra, de uma pesquisa realizada por Chaves (2006),
sobre a preferência musical de jovens em um dos colégios pesquisadas por este
presente trabalho e pelo de Chaves. As preferências estão computadas em termos de