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Adriana Almeida Silva
Campina Grande PB
Novembro de 2005
Universidade Federal de Campina Grande
Centro de Ciências e Tecnologia
Pós Graduação em Engenharia Química
Programa de Recursos Humanos da ANP para
o Setor de Petróleo e Gás
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Adriana Almeida Silva
“Estudo de argilas organofílicas
destinadas à separação óleo/água”
Dissertação de Mestrado
Campina Grande PB
Novembro de 2005
Universidade Federal de Campina Grande
Centro de Ciências e Tecnologia
Pós Graduação em Engenharia Química
Programa de Recursos Humanos da ANP para
o Setor de Petróleo e Gás
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Estudo de argilas organofílicasdestinadas à separação óleo/água
Adriana Almeida Silva
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Engenharia Química do Centro de
Ciências e Tecnologia da Universidade Federal de Campina
Grande, como parte dos requisitos para obtenção
do título de Mestre em Engenharia Química.
Área de concentração: Materiais Não Metálicos
Orientadores: Dra. Meiry Gláucia F. Rodrigues
Dr. Francisco Rolando Valenzuela-Diaz
Campina Grande PB
Novembro de 2005
Estudo de argilas organofílicasdestinadas à separação óleo/água
Adriana Almeida Silva
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Química do Centro de Ciências e Tecnologia da Universidade Federal de Campina
Grande, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em
Engenharia Química.
JULGADO EM ____________________
BANCA EXAMINADORA:
Profa. Dra. Meiry Gláucia F. Rodrigues
(DEQ/UFCG/CCT)
(Orientadora)
Prof. Dr. Francisco Rolando Valenzuela-Diaz
(PMT/EPUSP)
(Orientador)
Profa. Dra. Maritza Montoya Urbina
(Engenheira Química)
(Examinadora externa)
Profa. Dra. Laura H.Carvalho
(DEMA/UFCG/CCT)
(Examinadora interna)
DEDICATÓRIA
Este trabalho dedico,
A Deus pelo equilíbrio e força;
Ás pessoas que dão razão à minha existência:
meu pai , minha mãe, aos meus irmãos e
a todos os membros da minha família.
AGRADECIMENTOS
Principalmente a Deus, pelo amparo, pela saúde e força que obtive para
vencer todos os obstáculos. Obrigada Senhor porque tu preparaste tudo isto para
mim!
Em especial, aos meus pais (Egidio e Miriam), meus irmãos (Adriano e
Alisson), meus avós (José Pedro e Inácia; José Egidio e Maria do Karmo), tios,
primos e Zilma que sempre acreditaram no meu potencial, agradeço, pelo amor,
estímulo, paciência, apoio incondicional e por me estimularem sempre nos
momentos mais difíceis.
Aos professores/orientadores/colaboradores Dra. Meiry Gláucia F.
Rodrigues, Dr. Francisco Rolando Valenzuela-Diaz e Dr. Hélio Wiebeck, pela
oportunidade de realizar este trabalho, pela orientação competente, espírito
científico, pelo estímulo, pela amizade, compreensão, pelo incentivo, críticas
construtivas, análise e revisão do texto, bem como, pelo apoio durante o
desenvolvimento dessa dissertação e acima de tudo pela contribuição direta para o
sucesso de minha carreira acadêmica.
À Agência Nacional do Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis, ANP/
PRH-25 pela concessão da bolsa de estudo, viabilizando a realização dessa
pesquisa.
Aos membros do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais
integrantes do LPMSol (Laboratório de Matérias Primas Particuladas e Sólidos
Não Metálicos) da EPUSP (Escola Politécnica de São Paulo) que gentilmente
colaboraram para as análises de microscopia eletrônica de varredura e
espectroscopia por dispersão de energia.
Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química
do Centro de Ciências e Tecnologia da Universidade Federal de Campina Grande,
pelo repasse de conhecimentos necessários pra conclusão desta.
Ao professor Dr. Pérsio de Souza Santos pelos valorosos ensinamentos em
alguns momentos de conversa em sua sala.
A Maricé, secretária da pós-graduação em Engenharia Química, pela total
atenção desde do início do curso.
À empresa Dolomil Industrial Ltda, nas pessoas do Sr.Marcelo Arruda, Sra.
Rose Arruda, Sr. Renato Lago e Sr. George Arruda, que gentilmente nos forneceu
as matérias-primas (argilas esmectíticas naturais e comerciais) para realização
dessa dissertação, contribuindo de forma direta para o desenvolvimento da
pesquisa no Brasil.
Aos técnicos e amigos do laboratório de análises da EPUSP, Valquíria e
Wilson, que facilitaram e me auxiliaram em toda a parte experimental desta.
Aos queridos amigos da EPUSP, Alfredo, Kleberson, Ricardo, Shirley,
Marilda, Carol, Kelly, Alexandre, Nelson, Nathascha, Filipe, Nilton, Socorro e Fábio
Ésper, da pela grande colaboração na realização da parte experimental desta
dissertação.
A todos meus colegas de pós-graduação da UFCG, que de alguma forma
contribuíram para realização deste.
Aos queridos amigos da UFCG: Alfredina, Marina, Jaqueline, Vanessa,
Railda, Mary, Josileudo, Andréia, Isabel, Kassandra, Roseane, Cleide, Enivlado,
Gracy, Wesley, Rodrigo, Roberto, Marta Lígia, Kassie, Renata, Elisângela, Kika,
Héber, Klebson, Saulo, Guevson, Edlúcio, Lamarck meus sinceros
agradecimentos pela ajuda prestada nas mais diversas ocasiões, pela amizade e
pelo companheirismo.
A minha grande e querida amiga Kaline, agradeço pela fiel e eterna
amizade, pelo companheirismo, pela dedicação, paciência e pela importante ajuda
para conclusão dessa dissertação.
A Nivson , pelo carinho e apoio incondicional em todas as fases da minha
vida.
Às minhas queridas irmãs em Cristo: Germana, Magda, Aline, Valbamar,
Vanessa, Andezza, Mariana e Jacinta pelas orações.
Aos pastores, irmãos e amigos da minha amada igreja INSEJEC, agradeço
pelo amor, pelas orações e intersessões.
Aos meus amados Samuel e Gabriel pelas orações , pelo amor e por toda
alegria que trouxeram para minha vida nesses últimos tempos.
A todos os meus amados alunos de reforço, que mesmo reclamando da
minha falta de tempo para eles, devido as minhas inúmeras atividades acadêmicas,
permaneceram sempre fieis e ao meu lado, incentivando e apoiando-me em todos
os momentos difíceis.
A todos que me acolheram em São Paulo: Rosa, Maninha, Madrinha,
Blanca, Margarethi, Peu, Alzira, Duda, Vanessa, Andréia, Dú, Margarida, Stephane
e Lara agradeço pelo amor e carinho com o qual vocês me receberam.
A todos que de alguma forma contribuíram na execução desta dissertação.
...Um dia você aprende que...
Aprende que pode suportar, que realmente é forte e que
pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.
E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida.
William Shakespeare
“Tudo posso naquele que me fortalece...”
Filipenses 4:13
RESUMO
Um grande problema enfrentado pela indústria petrolífera é o descarte das
águas oleosas que são provenientes da extração do petróleo, uma vez que para o
descarte e/ou reuso desta água são necessários tratamentos para a melhoria de
sua qualidade. As Legislações ambientais cada vez mais rigorosas obrigam as
indústrias a limparem toda esta água desperdiçada. O tratamento com os
processos convencionais quando não são economicamente viáveis não
apresentam uma eficiência muito boa na separação. Nesse contexto, estudos vêm
sendo realizados com o intuito de desenvolver processos de separação mais
baratos e eficientes. Para remediar esse problema temse dado bastante destaque
ao estudo de argilas organofílicas utilizadas como sorventes. Este trabalho faz
parte de uma série que tem como objetivo a obtenção e caracterização de argilas
organofílicas, visando seu uso na indústria petrolífera. Para tal finalidade foram
transformadas em organofílicas argilas esmectíticas nacionais e importadas,
oriundas respectivamente do município de Boa-Vista (PB) e Wyoming (EUA) e de
dois sais quaternários de amônio comerciais brasileiros denominados: cloreto de
hexadecil trimetil amônio (GENAMIN-CTAC50) e cloreto de alquil dimetil benzil
amônio (DODIGEN-2808). Também foi realizado um estudo com uma amostra de
argila organofílica comercial importada visando fazer uma análise comparativa do
potencial de separação óleo/água dessas argilas organofílicas comerciais com as
preparadas em laboratório. Os materiais em estudo foram caracterizados tanto
físico-químicamente quanto respeito a sua capacidade de adsorção de óleo.
Através dos resultados da difração de raios-X foi possível verificar que o sal
quaternário de amônio foi efetivamente incorporado nas camadas das argilas.
Também verificou-se que a presença do sal quaternário de amônio (cloreto de
hexadecil trimetil amônio) nos espaços interlamelares foi evidenciada por analise
térmica diferencial.O processo de organofilização não causou modificações
significativas na morfologia das partículas da montmorilonita. Baseados nos
resultados da capacidade de adsorção das argilas organofílicas em solventes
orgânicos observou-se que as amostras chocolate 80G (0,8 meq/g), fluid gel 100G
(1,0 meq/g) e sigma 80G (0,8 meq/g), apresentaram uma maior eficiência de
adsorção em óleo lubrificante quando comparadas as demais amostras. Com
relação ao potencial de separação óleo/água apresentados pelas argilas
organofílicas chocolate 80G (0,8 meq/g), fluid gel 100G (1,0 meq/g) e sigma 80G
(0,8 meq/g), observou-se que essas amostras apresentaram um comportamento
similar ao do carvão ativado, pois as mesmas evidenciaram uma concentração de
óleo no permeado inferior a 0,01 ppm. Portanto, foi possível comprovar que as
argilas organofílicas tratadas com o sal quaternário de amônio GENAMIN CTAC-50
apresentam um desempenho satisfatório de adsorção de óleo e uma eficiência de
separação óleo/água que garante uma concentração de óleo no permeado bem
inferior ao exigido pelo CONAMA para descarte de água no meio ambiente.
ABSTRACT
Oiled waters thrown into the environment is a huge problem faced by the
petroleum industry. This kind of water turns into a problem of how to be purified,
and how to improve its quality. The environmental legislations are extremely strict,
and they request the industry to clean this kind of water that is wasted. The
treatment with conventional processes when they are economically inaccessible,
they are not efficient in the right separation. So, researches have been developed in
order to find out processes that will be cheaper and more effective. One of the
processes has been the use of organophilic clay utilized as a solver. This research
paper is part of series of researches, which has the purpose to obtain and
characterize the organophilic clay, seeking its use in the petroleum industry. To this
happen, it was transformed into organophilic clay esmectite national and imported,
coming from respectively the city Boa-Vista in the state of Paraíba, Brazil and from
Wyoming a city in the United States. And also it was used two kinds of salts
commercialized in Brazil: clorite of hexadecil trimetil ammonium (GENAMIN-
CTAC50) e clorite de alquil dimetil benzil ammonium (DODIGEN-2808). Also, a
study was done with the imported commercial organophilic clay seeking to develop
a comparative analysis to show the different degrees of separation of the oil/water
from these organophilic clay and those prepared at laboratory. The materials were
characterized according to their physicochemical characteristics as well as their
capacity to absorb oil. By using the result of X rays diffraction, it was made possible
to verify that the quaternary salt it was effectively incorporated into the different
levels of the clay. Also it was verified that the presence of the quaternary
ammonium salt (chloride of trimetil hexadecil ammonium) in the spaces
interlamelares was evidenced by analyzes thermal diferencial.O organofilização
process did not cause significant modifications in the morphology of particles of the
montmorilonita. Based in the results of the capacity of absorption of the organophilic
clay in organic solvers, it was observed that the samples chocolate 80G (0,8
meq/g), fluid gel 100G (1,0 meq/g) e sigma 80G (0,8 meq/g), presented a greater
efficiency of absorption in lubricant oil when compared to the others samples. When
looked closer, the potential separation of oil/water presented by organophilic clay
chocolate 80G (0,8 meq/g), fluid gel 100G (1,0 meq/g) e sigma 80G (0,8 meq/g), it
could be found that those samples have a similar behavior of the active coal,
because both showed a concentration of oil in the inferior permeable of 0,01 ppm.
So it was possible to prove that the organophilic clay when treated with quaternary
salt of ammonia GENAMIN CTAC-50 presented a satisfactory of oil/water that
indicates a potential to obtain, in industrial processes of separation, of a
concentration of oil in the inferior permeable requested by CONAMA to be
discarded into the environment.
ÍNDICE GERAL
CAPÍTULO
1
1.0-INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO II
4
2.0 -REVISÃO DA LITERATURA 4
2.1 ARGILAS 4
2.1.1 DEFINIÇÃO 4
2.1.2- ARGILOMINERAIS 5
2.2.BENTONITA 8
2.2.1.ORIGEM 8
2.2.2.DEFINIÇÃO 8
2.2.3. TIPOS DE BENTONITAS 9
2.2.4. BENTONITAS DA PARAÍBA 10
2.2.5. OCORRÊNCIAS DE BENTONITAS 11
2.3. ESMECTITAS 13
2.3.1. ARGILOMINERAIS ESMECTÍTICOS 13
2.3.2.O MUNICÍPIO DE BOA VISTA-PARAÍBA 16
2.3.3.DESCOBERTA DAS ARGILAS DE BOA VISTA (HISTÓRICO) 16
2.3.4. ARGILAS ESMECTÍTICAS DE BOA VISTA (PARAÍBA) 17
2.3.5. DEPÓSITOS DE ARGILAS ESMECTÍTICAS DE BOA VISTA
(PARAÍBA) 19
2.3.6. CORES DAS ARGILAS ESMECTÍTICAS 21
2.3.7. CAMPOS INDUSTRIAIS DAS ARGILAS 21
APLICAÇÃO INDUSTRIAL
23
2.3.9. INTERAÇÃO ENTRE MINERAIS ARGILOSOS E POLUENTES
ORGÂNICOS
24
2.4- ARGILAS ORGANOFÍLICAS 25
2.4.1- DEFINIÇÃO 25
2.4.2
- SAIS QUATERNÁRIOS DE AMÔNIO 27
2.4.3- ESTUDOS REALIZADOS NO PAÍS UTILIZANDO ARGILAS
ORGANOFÍLICAS
29
2.4.4.ADSORÇÃO 30
2.5.ARGILAS ORGANOFÍLICAS E MEIO AMBIENTE 31
2.5.1.O PROBLEMA DOS EFLUENTES INDUSTRIAIS 32
2.5.2- O IMPACTO AMBIENTAL DOS EFLUENTES OLEOSOS 34
2.5.3.PROCESSOS DE TRATAMENTOS DE EFLUENTES
36
2.5.4.EFLUENTES DAS REFINARIAS DE PETRÓLEO
38
2.5.5.ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE EFLUENTES DA PETROBRÁS
39
2.5.6. IMPORTÂNCIA DO USO DE ARGILAS ORGANOFÍLICAS NO
PROCESSO DE SEPARAÇÃO ÓLEO/ÁGUA 41
CAPÍTULO III 43
3.0 - PARTE EXPERIMENTAL 43
3.1 MATERIAIS 43
3.1.1- ARGILAS ESMECTÍTICAS. 43
3.1.1.1 A EMPRESA FORNECEDORA DAS ARGILAS ESMECTÍTICAS
NACIONAIS
44
3.1.2 SAIS QUATERNÁRIOS DE AMÔNIO 46
3.1.3 CARVÃO ATIVADO 47
3.2- METODOLOGIA 47
3.2.1- ETAPA 1 48
3.2.1.1- MÉTODO PARA A PREPARAÇÃO DAS ARGILAS
ORGANOFÍLÍCAS
48
3.3.2- CARACTERIZAÇÃO DAS AMOSTRAS 51
3.3.2.1- TÉCNICAS DE CARACTERIZAÇÃO 52
A) DIFRAÇÃO DE RAIOS-X 52
B) ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL E ANÁLISE
TERMOGRAVIMÉTRICA.
52
C) MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA (MEV) /
ESPECTROSCOPIA POR ENERGIA DISPERSIVA (EDS) 52
D) CAPACIDADE DE ADSORÇÃO EM SOLVENTES ORGÂNICOS 53
3.2.2- ETAPA 2 54
3.2.2.1- SISTEMA DE SEPARAÇÃO ÓLEO/ÁGUA 54
3.2.2.2- TESTE EM ESCALA DE LABORATÓRIO REALIZADOS NO
SISTEMA DE SEPARAÇÃO ÓLEO/ÁGUA. 55
CAPÍTULO IV 58
4.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES 58
4.1- CARACTERIZAÇÃO DAS ARGILAS HIDROFÍLICAS E
ORGANOFÍLICAS
58
4.1.1- DIFRAÇÃO DE RAIOS-X 58
4.1.2-ANÁLISE TERMICA DIFERENCIAL E ANALISE
TERMOGRAVIMÉTRICA
64
4.2 - CAPACIDADE DE ADSORÇÃO EM SOLVENTES ORGÂNICOS 90
4.3- ANÁLISE DO TEOR DE ÓLEO / ÁGUA 96
4.1.3 - MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA (MEV) 71
4.1.4- ESPECTROMETRIA POR DISPERSÃO DE ENERGIA (EDS) 71
4.2 - CAPACIDADE DE ADSORÇÃO EM SOLVENTES ORGÂNICOS 90
4.3- ANÁLISE DO TEOR DE ÓLEO / ÁGUA 96
CAPÍTULO V 100
5.0 CONCLUSÕES 100
5.1 CARACTERIZAÇÃO 100
5.2 - CAPACIDADE DE ADSORÇÃO 102
5.3- ANÁLISE DO TEOR DE ÓLEO / ÁGUA 102
5.4 CONCLUSÃO FINAL 102
PERSPECTIVAS PARA NOVOS TRABALHOS
103
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
104
ANEXOS
114
ANEXO I - LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 114
Índice de Figuras
Figura 1: Folhas tetraédricas (compostas de tetraedros individuais compartilhados
por três ou quatro oxigênios)...............................................................................................28
Figura 2: Folhas de octaedros (compostas de octaedros individuais que compartilhas
lados compostos de oxigênio e ânions hidroxila, tendo geralmente Al, Mg, Fe
3+
e
Fe
2+
como cátions)................................................................................................................29
Figura 3: Estrutura cristalina dos argilominerais esmectíticos.......................................36
Figura 4: Mapa de localização de Boa Vista.....................................................................38
Figura 5:Mapa Geológico da região de bentonita, PB....................................................40
Figura 6: Localização esquemática dos depósitos de argilas de Boa Vista................41
Figura 7: Posição relativa , nos depósitos de Bravo, Lages e Juá................................41
Figura 8: Esquema da disposição das argilas..................................................................42
Figura 9: Esquema da Mina Lages.....................................................................................42
Figura 10: Esquema da Mina Juá.......................................................................................43
Figura 11: Bentonitas que incham em água são transformadas em organofílicas por
meio de reações de troca catiônica com sais quaternários de amônio........................48
Figura 12: Cátions de alguns sais quaternários de amônio...........................................50
Figura 13: Esquema da unidade de tratamento de efluentes da Petrobrás/Guamaré-
RN............................................................................................................................................61
Figura 14: Esquema da unidade de tratamento de efluentes da Petrobrás/RELAN-BA
..................................................................................................................................................62
Figura 15: Amostras da argila esmectítica Chocolate. (a) na forma bruta e (b) na
forma moída (#200)...............................................................................................................64
Figura 16: Complexo Industrial Tecnológico da Empresa DOLOMIL Industrial Ltda.66
Figura 17: Amostra do carvão ativado na sua forma granulada....................................68
Figura 18: Fluxograma 01 - Preparação de argilas organofílicas na sua foram
natural......................................................................................................................................70
Figura 19: Fluxograma 02 - Preparação de argilas organofílicas utilizando argilas
sódica comerciais..................................................................................................................71
Figura 20: Comportamento das argilas.............................................................................72
Figura 21: Ilustração do teste da cesta..............................................................................74
Figura 22: (a) pipeta de plástico com lã de vidro; (b) pipeta de plástico com lã de
vidro e amostra ;(c) detalhamento da pipeta de plástico com lã de vidro....................75
Figura 23: Visão geral do sistema de separação óleo/água ..........................................76
Figura 24: Preparação da emulsão....................................................................................77
Figura 25: Ilustração dos pontos de coleta das amostras no sistema de separação
óleo/água ................................................................................................................................77
Figura 26:Ilustração detalhada da coleta da água...........................................................78
Figura 27: Ilustração detalhada das vinte amostras coletadas para análise...............78
Figura 28: Difratogramas da argila Chocolate sem tratamento e Chocolate
modificada com o sal HDTMA-Cl (cloreto de haxadeciltrimetilamônio GENAMIN-
CTAC50) com diferentes concentrações...........................................................................80
Figura 29: Distância basal d(001) das argila esmectítica Chocolate e as argilas com
tratamento sal HDTMA-Cl - cloreto de haxadeciltrimetilamônio GENAMIN-
CTAC50), com diferentes concentrações.........................................................................81
Figura 30: Difratogramas da argila Fluidgel sem tratamento e Fluidgel modificada
com o sal HDTMA-Cl (cloreto de haxadeciltrimetilamônio GENAMIN-CTAC50)
com diferentes concentrações. ...........................................................................................81
Figura 31: Distância basal d(001) das argila Fluidgel e as argilas com tratamento sal
HDTMA-Cl - cloreto de haxadeciltrimetilamônio GENAMIN-CTAC50), com
diferentes concentrações.....................................................................................................82
Figura 32: Difratogramas da argila Sigma sem tratamento e Sigma modificada com o
sal HDTMA-Cl (cloreto de haxadeciltrimetilamônio GENAMIN-CTAC50) com
diferentes concentrações.....................................................................................................83
Figura 33: Distância basal d(001) das argila Sigma e as argilas com tratamento sal
HDTMA-Cl - cloreto de haxadeciltrimetilamônio GENAMIN-CTAC50), com
diferentes concentrações.....................................................................................................84
Figura 34: Difratograma da argila Spectrogel organofílica.............................................84
Figura 35: Curvas de análises térmicas, (a)ATD e (b)TG, da amostra Chocolate.....86
Figura 36: Curvas de análises térmicas, (a)ATD e (b)TG, da amostra Fluidgel.........88
Figura 37: Curvas de análises térmicas, (a)ATD e (b)TG, da amostra Sigma............90
Figura 38: Curvas de análises térmicas, (a)ATD e (b)TG, da amostra Spectrogel....91
Figura 39: Microscopia eletrônica de varreduras para a amostra Chocolate sem
tratamento, com aumentos de: (a) x 50, (b) x 500 e (c) x 1000.....................................93
Figura 40: Microscopia eletrônica de varreduras para a amostra Chocolate
modificada com o sal HDTMA-Cl (cloreto de hexadeciltrimetilamônio na proporção
0,8meq/g de argila (80G), com aumentos de: (a) x 50, (b) x 500 e (c) x 1000...........94
Figura 41: Microscopia eletrônica de varreduras para a amostra Chocolate
modificada com o sal HDTMA-Cl (cloreto de hexadeciltrimetilamônio na proporção
1,0meq/g de argila (100G), com aumentos de: (a) x 50, (b) x 500 e (c) x 1000.........95
Figura 42: Microscopia eletrônica de varreduras para a amostra Chocolate sem
tratamento, com aumentos de: (a) x 50, (b) x 500 e (c) x 1000.....................................97
Figura 43: Microscopia eletrônica de varreduras para a amostra Fluidgel modificada
com o sal HDTMA-Cl (cloreto de hexadeciltrimetilamônio na proporção 0,8meq/g de
argila (80G), com aumentos de: (a) x 50, (b) x 500 e (c) x 1000...................................98
Figura 44: Microscopia eletrônica de varreduras para a amostra Fluidgel modificada
com o sal HDTMA-Cl (cloreto de hexadeciltrimetilamônio na proporção 1,0meq/g de
argila (100G), com aumentos de: (a) x 50, (b) x 500 e (c) x 1000................................99
Figura 45: Microscopia eletrônica de varreduras para a amostra Sigma sem
tratamento, com aumentos de: (a) x 50, (b) x 500 e (c) x 1000...................................100
Figura 46: Microscopia eletrônica de varreduras para a amostra Sigma modificada
com o sal HDTMA-Cl (cloreto de hexadeciltrimetilamônio na proporção 0,8meq/g de
argila (80G), com aumentos de: (a) x 50, (b) x 500 e (c) x 1000.................................101
Figura 47: Microscopia eletrônica de varreduras para a amostra Sigma modificada
com o sal HDTMA-Cl (cloreto de hexadeciltrimetilamônio na proporção 1,0meq/g de
argila (100G), com aumentos de: (a) x 50, (b) x 500 e (c) x 1000..............................102
Figura 48: Microscopia eletrônica de varreduras para a amostra Spectrogel, com
aumentos de: (a) x 50, (b) x 500 e (c) x 1000.................................................................104
Figura 49: Espectroscopia por energia dispersiva das argila esmectítica Chocolate.
(a) sem tratamento, (b) com tratamento com o sal HDTMA-Cl (cloreto de
hexadeciltrimetilamônio) na concentração de 0,8meq/g de argila e (c) com
tratamento com o sal HDTMA-Cl (cloreto de hexadeciltrimetilamônio) na
concentração de 1,0meq/g de argila................................................................................107
Figura 50: Espectroscopia por energia dispersiva das argila esmectítica Fluidgel. (a)
sem tratamento, (b) com tratamento com o sal HDTMA-Cl (cloreto de
hexadeciltrimetilamônio) na concentração de 0,8meq/g de argila e (c) com
tratamento com o sal HDTMA-Cl (cloreto de hexadeciltrimetilamônio) na
concentração de 1,0meq/g de argila................................................................................109
Figura 51: Espectroscopia por energia dispersiva das argila esmectítica Sigma. (a)
sem tratamento, (b) com tratamento com o sal HDTMA-Cl (cloreto de
hexadeciltrimetilamônio) na concentração de 0,8meq/g de argila e (c) com
tratamento com o sal HDTMA-Cl (cloreto de hexadeciltrimetilamônio) na
concentração de 1,0meq/g de argila................................................................................110
Figura 52: Espectroscopia por energia dispersiva das argila esmectítica organofílica
Spectrogel.............................................................................................................................111
Figura 53: Capacidade de Adsorção em óleo diesel.....................................................112
Figura 54: Capacidade de Adsorção em gasolina .........................................................112
Figura 55: Capacidade de Adsorção em etanol.............................................................113
Figura 56: Capacidade de Adsorção em tolueno...........................................................113
Figura 57: Capacidade de Adsorção em xileno..............................................................114
Figura 58: Capacidade de Adsorção em querosene .....................................................114
Figura 59: Capacidade de Adsorção em óleo lubrificante............................................115
Figura 60: Capacidade de adsorção em óleo lubrificante (g/g) das amostras Sigma
com tratamento com o sal HDTMA-Cl (cloreto de hexadeciltrimetilamônio) na
concentração de 0,8meq/g, Chocolate sem tratamento e Fluid gel com tratamento
com o sal HDTMA-Cl (cloreto de hexadeciltrimetilamônio) na concentração de
1,0meq/g...............................................................................................................................116
Figura 61: Ilustração das amostras coletadas através do sistema de separação
óleo/água (a) amostra coletada antes de passar pela argila organofílica; (b) amostra
coletada após ter passado pela argila organofílica........................................................119
Figura 62: Ilustração do conjunto de amostras coletadas através do sistema de
separação óleo/água..........................................................................................................119
Índice de Tabelas
Tabela 1: Empresas beneficiadoras de bentonita na Paraíba.......................................34
Tabela 2: Remoção de poluentes por argila organofílica...............................................54
Tabela 3: Concentração de óleo e graxa nos efluentes de algumas indústrias . .......56
Tabela 4: Fontes de descartes oleosos ............................................................................57
Tabela 5: Descrição das amostras de argilas esmectíticas fornecidas pela empresa
DOLOMIL Industrial Ltda......................................................................................................65
Tabela 6: Variação das dimensões dos aglomerados de partículas das argilas
hidrofílicas e organofílicas estudadas..............................................................................105
Tabela 7: Resultados da separação óleo/água..............................................................118
Revisão Bibliográfica
23
CAPÍTULO I
1.0-INTRODUÇÃO
Bilhões de metros cúbicos de água de descarte oleosa são gerados
diariamente no mundo. As legislações ambientais cada vez mais rigorosas vêm
obrigando as indústrias a tratarem esta água. O óleo presente na água descartada
pode apresentar-se basicamente de três formas: óleo livre, emulsões instáveis e
estáveis de óleo em água. O óleo livre e as emulsões instáveis podem ser
mecanicamente e quimicamente tratados por métodos relativamente simples, mas
as emulsões estáveis de óleo em água estáveis são as mais difíceis de serem
separadas. Os tratamentos com os processos convencionais quando não são
viáveis economicamente, não apresentam eficiência adequada de separação, além
de produzir grandes quantidades de lama que necessitam também de tratamento
(1).
Água misturada com óleo é produzida em grandes volumes em muitos
processos industriais inclusive na produção de petróleo e refino de óleo. Esta
mistura deve ser tratada para separar o óleo da água antes que possa retornar ao
meio ambiente ou mesmo ser reutilizada no processo. Geralmente são instalados
equipamentos de separação como coalescedores, sedimentadores por gravidade,
flotadores com ar dissolvido dentre outros, visando reduzir as concentrações do
óleo. Mas, em alguns casos estas tentativas não reduzem suficientemente o
conteúdo de óleo.
As argilas esmectíticas formam diversos complexos com substâncias
orgânicas. Desses complexos, os que tem encontrado maior uso são as argilas
organofílicas.
As argilas organofílicas são obtidas a partir de argilas esmectíticas e sais
quaternários de amônio, possuindo ao menos uma cadeia com doze ou mais
carbonos. Elas desfrutam de um grande número de aplicações nas diversas áreas
tecnológicas, sendo amplamente utilizadas como componentes tixotrópicos em
fluidos de perfuração de poços de petróleo à base de óleo, no refino de petróleo, na
adsorção e retenção de resíduos industriais perigosos e contaminantes sólidos, na
remoção de vários contaminantes orgânicos no tratamento de águas contaminadas,
tratamento de efluentes industriais, em tanques de óleo ou gasolina e em
Revisão Bibliográfica
24
revestimentos de aterros, tendo usos também, nas indústrias de fundição de metais,
lubrificantes, tintas, adesivos e cosméticos.
Assim, considerando-se que áreas contaminadas por hidrocarbonetos do
petróleo resultam em problemas ambientais sérios e muito comuns e visando a
remediação desse problema, temse dado bastante destaque ao estudo de argilas
organofílicas utilizadas como sorventes. O processo de separação de óleo/água
utilizando argilas organofílicas poderá oferecer uma nova opção para enfrentar-se
estes desafios.
Um dos grandes problemas das indústrias, em geral, é o tratamento dos seus
efluentes antes do descarte no meio ambiente.
Uma boa parcela destes efluentes é constituída de emulsões de óleo em
água. Estas emulsões são misturas de óleo e água caracterizadas principalmente
por terem gotículas na faixa de 20 micrômetros ou menos. De acordo com o
CONAMA 20/86 (Conselho Nacional do Meio Ambiente) (2), o teor de óleos e graxas
em efluentes não deve exceder 20mg/L. Em conseqüência disso, os diversos tipos
de indústria devem implantar sistemas de tratamento para permitir a disposição dos
seus efluentes no meio ambiente. A PETROBRAS, por exemplo, vem promovendo
diversos estudos no sentido de melhorar seus sistemas de tratamento de efluentes
em plataformas de extração de petróleo.
Os processos comuns para separação destas emulsões incluem métodos
químicos, centrifugação, ultracentrifugação, tratamentos térmicos dentre outros.
Cada um destes processos têm sérias limitações, seja de ordem energética, como
no caso de tratamentos térmicos e mecânicos ou seja de ordem química.
A crescente necessidade do desenvolvimento de processos de separações
óleo/água mais eficazes, gerada principalmente pelas legislações ambientais cada
vez mais rígidas, tem voltado à atenção para o uso de argilas organofílicas,
geralmente usadas em conjunto com carvões ativados, no processo de tratamento
de efluentes oleosos como uma nova tecnologia eficiente e economicamente viável.
Este trabalho faz parte de uma série que vem pesquisando a obtenção e
caracterização de argilas organofílicas, visando seu uso na indústria petrolífera, no
tratamento de substâncias contaminadas e na obtenção de nanocompósitos
silicato/polímeros. Levando-se em consideração que o Estado da Paraíba possui as
maiores reservas brasileiras de argilas esmectíticas e que praticamente não se
produzem argilas organofílicas no Brasil e que não existem, do nosso conhecimento,
Revisão Bibliográfica
25
estudos sobre a preparação e uso de argilas organofílicas na separação óleo/água,
o estudo proposto poderá ser considerado pioneiro no país. Portanto, o processo de
separação óleo/água com argilas organofílicas poderá oferecer às indústrias
petrolíferas, uma nova opção de tratamento de efluentes oleosos antes do seu
descarte ao meio ambiente.
Assim, o objetivo geral desta dissertação é colaborar com o estudo de
argilas organofílicas, preparadas a partir de matérias-primas nacionais e
importadas, destinadas à separação óleo/água.
Como objetivos específicos temos:
? Preparação de argilas organofílicas, partindo-se de uma argila
esmectítica nacional sem tratamento proveniente do município de Boa
Vista no Estado da Paraíba, denominada de Chocolate, uma argila
esmectítica sódicas comercial nacional, denominada por Fluidgel e uma
argila esmectítica sódica comercial importada (norte-americana)
denominada de Sigma.
? Caracterização de uma argila comercial norte-americana importada
organofílica denominada Spectrogel.
? Caracterização dos materiais sem tratamento e com tratamento
(organofilização) por técnicas de Difração de Raios-X (DRX), Análise
Térmica Diferencial (ATD), Análise Termogravimétrica (TG), Microscopia
eletrônica de varredura (MEV), Espectroscopia por Dispersão de Energia
(EDS), Capacidade de Adsorção em Solventes Orgânicos.
? Medida da capacidade de remoção de óleo das águas com tratamento
(organofilização) preparadas em laboratório, da argila organofílica
comercial importada e do carvão ativado como material de referencia.
Revisão Bibliográfica
26
CAPÍTULO II
2.0 -REVISÃO DA LITERATURA
2.1 -ARGILAS
2.1.1 DEFINIÇÃO
As argilas são rochas sedimentares formadas pela alteração dos silicatos de
alumínio de origem magmática, metamórfica ou sedimentar (3).
Souza Santos que, no seu livro “Ciência e Tecnologia de Argilas” (4),
apresenta os principais fundamentos e aspectos tecnológicos sobre as argilas,
define argila como uma rocha natural, de granulação fina, terrosa, que geralmente
quando umedecida com água adquire certa plasticidade, são essencialmente
formadas por silicatos hidratados de alumínio, ferro e magnésio. Também define
argila como sendo uma rocha finamente dividida, constituídas por argilominerais,
geralmente cristalinos, mas podendo também conter minerais que não são
considerados argilominerais (calcita, dolomita, quartzo e outros), matéria orgânica e
outras impurezas.
As argilas são caracterizadas por:
? Possuírem um elevado teor de partículas de diâmetro abaixo de 2 µm.
? Adquirirem geralmente propriedades plásticas quando pulverizadas e
umedecidas.
? Serem duras e rígidas, após a secagem e adquirirem a dureza do aço após
queima a temperaturas elevadas (acima de 800°C).
? Possuírem capacidade de troca de cátions entre 3 meq e 150 meq por 100 g
de argila (4).
Segundo Gomes (5) o termo argila, é de fato, utilizado com vários sentidos:
para o ceramista, a argila é um material natural que quando misturado com água,
em quantidade adequada, se converte numa pasta plástica; para o petrologista, a
argila é um agregado de partículas minerais muito finas e não identificáveis ao olho
nu; para o mineralogista, a argila designa mineral ou mistura de minerais em que
dominam os chamados argilominerais que são silicatos hidratados em que podem
Revisão Bibliográfica
27
participar cátions como Al, Fe, Mg, K, entre outros, apresentando uma granulometria
muito fina.
Em um conceito moderno, as argilas são compostas essencialmente de
partículas extremamente pequenas de um ou mais membros de um certo grupo de
substâncias denominadas argilominerais, que possuem uma estrutura relativamente
complicada gerando uma capacidade de troca reversível para cátions orgânicos,
inorgânicos e organometálicos (6).
Uma das muitas qualidades das argilas é a de reter e trocar cátions e ânions
afim de compensar uma deficiência de carga na estrutura. Essa deficiência pode ser
devido as substituições isomórficas que ocorrem em porcentagem moderada (até
cerca de 15%) de silício por alumínio e ferro nas posições tetraédricas e a população
das posições octaédricas pode ser formada por alumínio, ferro, magnésio, lítio, e
outros (6).
2.1.2- ARGILOMINERAIS
Segundo Souza Santos e Vieira Coelho (7), quimicamente os argilominerais
são considerados silicatos de alumínio hidratados, podendo conter certo teor de
elementos alcalinos e alcalinos-terrosos (como magnésio, ferro, cálcio, sódio,
potássio e outros) de estrutura cristalina em camadas lamelares ou de estrutura
fibrosa.
Os argilominerais são os minerais constituintes das argilas (4). Eles
pertencem à classe mineral dos silicatos, tendo arranjo dos tetraedros SiO
4
em
forma de folhas e com a relação Si:O de 2/5, sendo assim pertencentes à família dos
filossilicatos (do grego: phyllon = folha) (8), os filossilicatos podem ser definidos
como silicatos contendo folhas tetraédricas bidimensionais contínuas de composição
Si
2
O
5
, em que cada tetraedro individual está ligado aos tetraedros vizinhos por meio
de três vértices comuns. Os quatro vértices do tetraedro podendo apontar para
qualquer sentido e as folhas tetraédricas ligadas na “unidade estrutural” às folhas
octaédricas, a grupo de cátions coordenados ou a cátions individualizados (9).
Em uma definição mais recente de argilomineral como filossilicatos,
Valenzuela Diaz e Souza Santos (10), afirmaram que os argilominerais que
pertencem à família dos filossilicatos contém folhas tetraédricas bidimensionais
contínuas de composição T
2
O
5
, (onde T= Si, Al, Be...) com os tetraedros ligados por
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28
três vértices comuns e com o quarto vértice apontando para qualquer dIireção. As
folhas tetraédricas estão ligadas, na unidade estrutural, às folhas octaédricas ou
grupos de cátions coordenados ou a cátions individuais.
De forma geral, em um argilomineral os elementos químicos mais freqüentes
são: Si, O, Al, Fe, Mg, Ca, K e Na, em forma de íons (11) que se pode comparar
“geometricamente” com as esferas de arranjo em modelos tridimensionais de
estruturas, sendo estas esferas unidades construtoras de minerais argilosos (5). As
camadas existentes nos argilominerais são constituídas por folhas que
estruturalmente são de dois tipos: tetraédricas ou octaédricas (12). Nas tetraédricas
o cátion principal é o Si
4+
, podendo o Al
3+
substituir com freqüência e também o Fe
3+
mais raramente, como mostra a Figura 01.
Figura 1: Folhas tetraédricas (compostas de tetraedros individuais compartilhados
por três ou quatro oxigênios)
Já as folhas octaédricas, representadas através da Figura 2, podem ser
analisadas como dois planos de oxigênios empacotados e os cátions ocupando os
sítios octaédricos resultantes entre dois planos. Esses cátions geralmente são: Al
3+
,
Mg
2+
, Fe
2+
ou Fe
3+
(12).
Revisão Bibliográfica
29
Figura 2: Folhas de octaedros (compostas de octaedros individuais que compartilhas
lados compostos de oxigênio e ânions hidroxila, tendo geralmente Al, Mg, Fe
3+
e
Fe
2+
como cátions).
As folhas formam unidades estruturais denominadas camadas t-o ou t-o-t
(t=tetraédrica e o=octaédrica), que na ausência de substituições isomórficas seriam
eletricamente neutras e formam estruturas estáveis as quais as folhas estão unidas
somente pela ligação de Van der Waals. Sabendo-se que esta ligação é fraca,
podemos esperar que tais estruturas possuam clivagem excelente, deslizamento
cil e com sensação gordurosa ao manusear (8).
Segundo o Comitê Internacional para o Estudo de Argilas há a recomendação
de uma subdivisão em duas classes gerais para os argilominerais cristalinos. Na
primeira, leva-se em consideração os silicatos cristalinos estruturados em camadas
ou lamelas, e na segunda os silicatos cristalinos com estrutura fibrosa. No caso da
primeira classe ainda dividindo-se em dois grupos ou famílias: Camadas 1:1 ou
Difórmicos ou Camadas 2:1 ou Trifórmicos (13). Sendo assim, um argilomineral com
camada 1:1 simboliza ter uma folha tetraédrica e uma octaédrica. Já outro
argilomineral com camada 2:1 terá duas folhas tetraédricas e uma folha octaédrica
(14).
Segundo Valenzuela-Díaz et. al. (15) os argilominerais são classificados em
grupos, em função da composição química ou das características da estrutura
cristalina, ou seja, conforme se organizam as diferentes celas unitárias. Assim,
temos:
Revisão Bibliográfica
30
(a) Grupo da caulinita
(b) Grupo da serpentina
(c) Grupo das micas
(d) Grupo das esmectitas
(e) Grupo das vermiculitas
(f) Grupo da clorita
(g) Grupo da paligorsquita
(h) Camadas mistas
2.2.BENTONITAS
2.2.1.ORIGEM
Seu nome foi citado pela primeira vez pelo geólogo Knight em 1898,
referindo-se a uma argila de consistência plástica localizada em uma jazida nas
proximidades de Fort Benton, (Missouri EUA) (16). Esse nome foi dado em função
do depósito descoberto em folhelhos argilosos do Fort Benton, Wyoming (EUA),
onde essa argila foi pela primeira vez caracterizada como um tipo especial (14).
2.2.2.DEFINIÇÃO
A bentonita é um tipo de argila, tal como caulim, “ball clay”, talco ou
vermiculita. Sendo uma argila, é constituída essencialmente por um mineral que
recebe o nome de argilomineral (8).
A bentonita também pode ser considerada como uma rocha na qual os
argilominerais do grupo da esmectita (do grego: esmektos-deslizar) são dominantes.
Apresentam como característica, uma elevada expansão volumétrica quando em
contato com a água (20 a 30 vezes), possibilitando ainda a formação de um gel
tixotrópico em meio aquoso (16).
Há cerca de 40 argilominerais, por suas semelhanças nas estruturas
cristalinas e composições químicas, são classificados em grupos que recebem
nomes específicos. As bentonitas são constituídas pelos argilominerais do grupo das
esmectitas, são eles: montmorilonita propriamente dita, nontronita, beildelita,
hectorita, saponita e sauconita(8).
Revisão Bibliográfica
31
Ross e Sahronnon em 1926, apresentaram a seguinte definição de
bentonita: “Bentonita é uma rocha constituída essencialmente por um argilomineral
montmorilonítico formado pela desvitrificação e subseqüente alteração química de
um material vítreo, de origem ígnea, usualmente um tufo ou cinza vulcânico” (9).
Segundo Souza Santos (17), as bentonitas são argilas esmectíticas que
tenham, ou que nelas possam ser desenvolvidas, propriedades que as permitam ter
usos tecnológicos análagos às bentonitas tradicionais estrangeiras (caso da
bentonita de Wyoming, EUA) ou, mais precisamente, que já sejam utilizadas
comercialmente para essa finalidade, pode ser chamada bentonita, não importando
se é ou não originária de cinzas vulcânicas ácidas.
Segundo Abreu (3), as argilas bentoníticas possuem alta capacidade de
adsorção e alto teor de matéria coloidal, ou ainda, grande possibilidade de ativação.
Tem composição química muito variável e suas aplicações são numerosas. Todos
os tipos de bentonita têm alguns ou vários argilominerais do grupo das esmectitas
geralmente, com a montmorilonita propriamente dita como argilomineral
predominante (4).
2.2.3.TIPOS DE BENTONITAS
Existem dois tipos de bentonitas para uso industrial: o primeiro tipo são as
bentonitas que tem o sódio como principal cátion interlamelar e propriedade de
inchar em água. O segundo tipo refere-se as bentonitas que apresentam cálcio
como cátion predominante ou são policatiônicas e não incham em presença de água
(18).
As bentonitas que incham em água são aquelas caracterizadas por uma
propriedade específica de inchar até vinte vezes o volume de argila seca, quando
imersas em água. Em outras palavras, as argilas esmectíticas sódicas que incham
em água são altamente hidrofílicas, adsorvendo água na forma de esferas de
hidratação dos cátions Na
+
intercalados (18).
O comportamento de expansão das bentonitas sódicas, também chamado de
inchamento foi amplamente discutido por vários autores como Souza Santos,
Luckham e Rossi; Volzone et.al ; Pereira et. al.; Nunes e Airoldi . Esta expansão é
devido ao equilíbrio de ionização entre os cátions adsorvidos e a superfície das
Revisão Bibliográfica
32
partículas que ocorre quando a argila é dispersa em água, processo pelo qual a
distância interplanar basal (d
001
) se expande além do seu limite original (em torno de
9,5 ?) , como resultados da adsorção de moléculas de água nos espaços
interlamelares, podendo atingir até 40? (19).
Bentonitas que não incham em água diferem-se das bentonitas que incham,
nos cátions trocáveis, predominantemente Ca e Mg, e ainda por não evidenciar
tixotropia. Elas podem ter a composição mineralógica idêntica a das bentonitas que
incham. Apresentam como uso específico a capacidade de produzirem argilas
descorantes ativadas, por tratamento com ácidos inorgânicos concentrados, são
utilizadas no descoramento ou branqueamento de óleos minerais, vegetais e
animais (18).
2.2.3. BENTONITAS DA PARAÍBA
Os habitantes do então distrito de Boa Vista-PB conheciam um material, que
possuía cores diversas e certas propriedades interessantes. Suas partículas quando
molhadas eram escorregadias e assemelhavam-se a pedaços de sabão e até
mesmo podia ser utilizada como giz. Mais tarde, na década de 60, após
investigações científicas promovidas pelo DNPM (Departamento Nacional de
Produção Mineral), ficou constatado que, aqueles materiais, tratavam-se de argila
Bentonita (20).
As bentonitas de Boa Vista, são de origem continental, vulcano sedimentar,
(derrames de lavas basálticas) que preencheram lagos e canais. Ao contrário das
bentonitas americanas (bacias marítimas) as argilas brasileiras são
predominantemente cálcicas, sendo necessário transformá-las em sódicas (como
algumas bentonitas americanas, argentinas e alemãs) empregando-se o carbonato
de sódio (20).
Mineralogicamente essas bentonitas caracterizam-se pela presença dos
vários tipos de argilominerais e de seus respectivos teores e transformações
resultantes do seu aquecimento. Em condições idênticas a bentonita paraibana (Boa
Vista), quando comparada com a norte-americana (Wyoming), destaca-se em alto
grau pelo seu rendimento ou maior viscosidade aparente (16).
Revisão Bibliográfica
33
2.2.4. OCORRÊNCIAS DE BENTONITAS
Em nível mundial, as maiores reservas estão nos EUA, Rússia, Índia, Nigéria
e Grécia. Ocorrem também na Alemanha, Argentina, Peru e Espanha (20).
No Brasil, em 2000, as reservas de bentonita totalizaram cerca de 39 milhões
de toneladas, das quais 80% são reservas medidas (21).
Na Paraíba, nos municípios de Cubati e Boa Vista, estão concentrados 62%
das reservas nacionais. Em São Paulo, nos municípios de Taubaté e Tremembé,
com 28%, ficando os 10% restantes nos Estados da Bahia, Minas Gerais, Paraná e
Piauí (21-22).Segundo órgãos oficiais estima-se uma reserva de 20 milhões de
toneladas no estado da Paraíba (20).
O Estado da Paraíba tem sido o principal produtor desse bem mineral, tanto
na forma bruta quanto beneficiada, atuando nove empresas que operam em
quatorze minas (17). Os principais depósitos sedimentares que contém tais argilas
esmectíticas estão nos sítios Bravo, Lajes e Juá, no município de Boa Vista (23).
No ano de 2000, a quantidade de bentonita bruta e beneficiada produzida
na Paraíba representou 96% do total da produção brasileira, enquanto os 4%
restante ficando com o Estado de São Paulo. Toda a produção de bentonita é
oriunda do município de Boa Vista, Campina Grande e Pocinhos. O beneficiamento
consta, basicamente, de desagregação, ativação com carbonato de sódio,
homogeneização, extrusão, cura, secagem, moagem, classificação e ensacamento
(24).
As empresas paraibanas beneficiadoras de bentonita, estão listadas na
Tabela 1 abaixo (25):
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34
Tabela 1: Empresas beneficiadoras de bentonita na Paraíba.
EMPRESAS LOCALIZAÇAO
DOLOMIL- Dolomita Minérios Ltda Campina Grande
BUN Bentonit União Nordeste Campina Grande e Boa Vista
BENTONISA- Bentonita do Nordeste S/A Boa Vista
DRESCON S/A- Produtos de Perfuração Boa Vista
EBM- Empresa beneficiadora de Minérios Ltda Pocinhos
MIBRA Minérios Ltda Pocinhos
NERCON Boa Vista
PEGNOR-Pegmatitos do nordeste Ltda Soledade
MPL-Mineração de Pedra Lavrada Ltda Soledade
FONTE: Trindade, 2000.
Dentre as empresas citadas na Tabela 1, podemos enfatizar que as
empresas: BUN (Bentonit União Nordeste) representa 74%, a BENTONISA com
9,1%, a DRESCON com 3,9% e a DOLOMIL com 3,3% da produção beneficiada
nacional (21).
Segundo estimativas realizadas no início da década de 90 pelo “Bureau of
Mines” dos EUA, há no mundo cerca de 1,36 bilhões de toneladas de bentonita, com
os EUA possuindo mais da metade desse total, a ex-URSS cerca de 17% e a
América do Sul menos de 2%. Com relação à produção mundial, os EUA estão na
ordem de 4 milhões de toneladas de bentonita/ano, ficando o Brasil entre os dez
principais produtores com cerca de 100.000 toneladas/ano (21).
Os principais depósitos mundiais de bentonita estão localizados nos
seguintes países: EUA com reservas estimadas em 12 milhões de toneladas (sódica
advinda dos Estados de Wyoming, Dakota do Sul e Montana, e cálcicas
provenientes dos Estados do Mississípi, Texas e Arizona), Espanha, Argentina,
Grécia, Itália, Hungria, Rússia, Alemanha, Japão, Turquia, Índia, Brasil, Canadá,
México, dentre outros (21).
Tais argilas possuem ampla utilização industrial na indústria do petróleo, na
preparação de fluidos de perfuração, no refino de petróleo, ligante de areias de
fundição, na manufatura de catalisadores, descoramento de óleos, na peletização de
minérios de ferro e manganês (4), como bentonitas organofílicas no espessamento
de tintas, na preparação de lacas termo resistentes, no espessamento de diluentes e
solventes de tintas, em massas de moldagem em vernizes refratários, ceras, resinas
e fluidos hidráulicos. Ultimamente, as argilas vêm sendo aplicadas no
Revisão Bibliográfica
35
desenvolvimento dos nanocompósitos silicato/polímeros representando uma
alternativa racional para polímeros carregados convencionalmente (26).
A produção brasileira atual é suficiente para atender as necessidades de
consumo e considerando-se apenas as reservas de Boa Vista-PB e os níveis atuais
de consumo, estima-se uma disponibilidade suficiente para mais de 50 anos (27).
2.3. ESMECTITAS
As argilas esmectíticas antigamente conhecidas como montmorilonitas,
caracterizam-se por possuírem uma alta capacidade de troca catiônica e também
por apresentarem um intenso inchamento quando estão em suspensão. São
materiais interessantes para as indústrias, porque são encontrados em abundância
na natureza e, portanto, tem um baixo custo (4). Geralmente o termo “esmectitas” é
utilizado como sinônimo de bentonitas ou de argilas esmectíticas.
2.3.1. ARGILOMINERAIS ESMECTÍTICOS
Os argilominerais desse grupo são silicatos hidratados de alumínio e/ou
magnésio, contendo teores significativos de ferro, níquel, cromo e outros cátions na
estrutura cristalina em substituição isomórfica. A estrutura cristalina peculiar dos
argilominerais gera uma capacidade de troca reversível para cátions orgânicos,
inorgânicos e organo-metálicos. A troca por cátions específicos pode gerar centros
ativos nos argilominerais, tornando-os catalisadores para um grande número de
reações químicas de uso industrial (28).
Os microcristais dos argilominerais esmectíticos (antigamente denominados
montmoriloníticos) são constituídos pelo empilhamento de camadas lamelares de
silicatos metálicos hidroxilados (isto é não-hidratados), são, pois filossilicatos. O
aspecto de um microcristal de uma esmectita, quando observado em um
microscópio eletrônico, é o de um livro fechado, as folhas de livro representando as
camadas 2:1, mostrados através da Figura 3 (8).
Revisão Bibliográfica
36
Figura 3: Estrutura cristalina dos argilominerais esmectíticos
Fonte: Rodrigues-Franco modificada por Pereira (18).
Os argilominerais minerais esmectíticos apresentam uma subdivisão natural
em duas séries: esmectitas diocatédricos e trioctaédricas (29).
Os argilominerais minerais esmectíticos dioctaédricos são:
a) Montmorilonita propriamente dita: M
+
0,67
( Al
3,33
Mg
0,67
) ( Si
8
) O
20
(OH)
4
O argilomineral esmectítico dioctaédrico mais conhecido e abundante é a
montmorilonita propriamente dita (antigamente usada para dar nome ao grupo das
esmectitas). A fórmula teórica de cela unitária é a seguinte, sendo M
+
um cátion
trocável hidratado, ou hidratável reversivelmente em presença de água líquida ou na
forma de vapor, com carga +1, +2 ou+3 (29):
A carga negativa da camada 2:1 da montmorilonita propriamente dita é devida
à substituição isomórfica de Al
+3
por Mg
+2
na folha octaédrica.
b) Beidelita: M
+
0,67
( Al
4
) ( Si
7,33
Al
0,67
) O
20
(OH)
4
Um outro argilomineral esmectítico dioctaédrico é a beildelita, a qual não
contém Mg
2+
ou Fe
2+
na camada octaédrica; a carga negativa da camada 2:1 é
devida à substituição do Si
4+
por Al
3+
nas duas folhas tetraédricas. A fórmula teórica
da cela unitária contêm um grau de substituição isomórfica de 0,67 da CTC por cela
unitária.
As outras esmectitas são:
Revisão Bibliográfica
37
c) Nontronita: M
+
0,67
( Fe
3+
4
) ( Si
7,33
Al
0,67
) O
20
(OH)
4
As nontronitas apresentam alto conteúdo de ferro na camada octaédrica.
Os argilominerais esmectíticos triocaédricos são:
a) Saponita : M
+
0,67
( Mg
6
) ( Si
7,33
Al
0,67
) O
20
(OH)
4
b) Hectorita: M
+
0,67
( Mg
5,33
Li
0,67
) ( Si
8
) O
20
(OH)
4
c) Sauconita:M
+
0,67
( Zn
6
) ( Si
7,33
Al
0,67
) O
20
(OH)
4
Todos esses argilonimerais esmectíticos, dependendo do cátion trocável na
forma hidratada, apresentam geralmente a reflexão basal d(
001
) com o valor
oscilando entre 14,5 ? até 15,5 ? (29).
Os argilominerais do grupo da esmectita (montmorilonita propriamente dita,
beidelita, nontronita, volconscoita, saponita, sauconita, hectorita) são constituídos
pela família 2:1
Apresentam uma distância basal entre 10Å (forma anidra) e 15 Å (forma
hidratada), podendo assumir valores maiores por intercalação de moléculas polares
(30).
Muitas pesquisas desenvolvidas com as argilas esmectíticas do Brasil são
realizadas utilizando-se as argilas esmectíticas do Município de Boa Vista, das
localidades de Lages, Juá e Bravo por serem as mais utilizadas nas indústrias
beneficiadoras, onde essas argilas se apresentam em maior abundância (30).
2.3.2.O MUNICÍPIO DE BOA VISTA-PARAÍBA
O Município de Boa Vista encontra-se localizado na mesorregião do Agreste
da Paraíba, mais precisamente na microregião de Campina Grande. Faz fronteira ao
leste com o município de Gurjão e São João do Cariri, ao norte com os municípios
Revisão Bibliográfica
38
de Soledade e Pocinhos e ao sul com os municípios de Cabaceiras e Boquerão (30),
mostrados através da Figura 04.
Figura 4: Mapa de localização de Boa Vista.
Fonte:Gopinath 2003
Boa Vista possui uma área territorial de 446,3 km
2
, situada a cerca de 48 km
de Campina Grande e 173 km de João Pessoa. O acesso da sede desse município
à cidade polarizadora à capital do estado da Paraíba dá-se através de rodovias
federais pavimentadas, com a BR230 e a BR412 que se liga à primeira na localidade
Farinha, entre o seu território, o município de Pocinhos e o município de Campina
Grande, tais objetos se convertem em importantes articuladores de Boa Vista com o
estado da Paraíba, a região nordeste e o país. Certamente esses objetos são
utilizados para distribuir a bentonita extraída, beneficiada e processada em seu
território nos mercados de consumo em diversos pontos do país (30).
2.3.3.DESCOBERTA DAS ARGILAS DE BOA VISTA (HISTÓRICO)
As primeiras amostras de argilas esmectíticas de afloramento no município de
Boa Vista (Paraíba) foram levadas para São Paulo, em 1961, para ensaios
cerâmicos pelo Engº Químico Marcello Renato Arruda, nessa época aluno no
Departamento de Engenharia Química da EPUSP, e assistente-aluno da Secção de
Cerâmica do IPT. Essas argilas foram ensaiadas para fins cerâmicos e também foi
feita pelo autor a identificação mineralógica qualitativa por análise térmica diferencial
e por difração de Raios X. A presença de argilo-minerais montmoriloníticos foi
detectada nas amostras e comunicada ao Engº Marcello Renato Arruda para
conhecimento dos proprietários de jazidas, tendo sugerida a industrialização das
argilas (31).
Revisão Bibliográfica
39
Posteriormente, outras amostras foram trazidas por comerciantes de minérios
do Nordeste e as argilas começaram a ser extraídas das localidades de Lages e
Bravo, de propriedade dos senhores Jõao Paulo de Almeida e Antonio de Almeida. A
industrialização foi feita pelas Industrias Mendes, de Sorocaba e de São Paulo, que
já industrializavam a bentonita de Ponte Alta e a nontronita de Sacramento, Minas
Gerias e posteriormente se transferiu pela Bentonita União, também do Estado de
São Paulo e que posteriormente se transferiu para Campina Grande, Paraíba. As
argilas são também industrializadas pela Firma Proquima de Recife (Pernambuco) e
também industrializadas pela firma Argilas e Minérios Nordestinos S.A.- ARNOSA de
Campina Grande, para diluente de inseticidas, utilizando a camada superior do
depósito de coloração amarela, localmente designada com o nome de “bofe” (31).
A SUDENE fez um estudo geológico do depósito, apontando a natureza
sedimentar do mesmo, indicando a localização dos diversos afloramentos. O
departamento Nacional de Produção Mineral por iniciativa do Fleury da Rocha fez
um levantamento preliminar do depósito da localidade de Bravo, por meio de
sondagens. A reserva medida e inferida, cobria uma área sedimentar de 214.000m
2
,
com espessura média de 14 m, levando a um volume de 2989,580 m
3
ou cerca de 6
milhões de toneladas de argila esmectítica.
Em vista desses resultados e a pedido do Governo do Estado da Paraíba, o
DNPM iniciou um estudo sistemático do depósito de Boa Vista , sob a orientação do
Fleury da Rocha (31).
2.3.4. ARGILAS ESMECTÍTICAS DE BOA VISTA (PARAÍBA)
As argilas esmectíticas de Boa Vista (Paraíba) formam pequenos depósitos,
distribuídos numa distância de 10 Km. As rochas encaixantes são o derrame
basáltico do terciário no lado leste e os granitos e gnaisses do Pré-Cambriano a
oeste (30) mostrado na Figura 5.
Revisão Bibliográfica
40
Figura 5:Mapa Geológico da região de bentonita, PB.
Fonte: Gopinath, 1988.
Nas áreas de ocorrência das jazidas de esmectitas, localizadas a sul-sudeste
da sede dos municípios, preenchendo pequenas bacias circulares formadas em
paleodepressões isoladas no embasamento cristalino, formadas provavelmente ao
longo das zonas de fraqueza relacionadas aos falhamentos que cortam as unidades
litológicas do embasamento, apresentam-se litologicamente caracterizadas por uma
seqüência vulcano-sedimentar do terciário representado pelo vulcanismo
basaltico/diabasáltico e pelas argilas e arenitos (30).
As jazidas de argilas esmectíticas do município de Boa Vista (Paraíba) são as
únicas produtoras , em escala grande, de esmectitas sódicas sintéticas brasileiras.
Nas condições em que são encontradas na natureza são parcialmente sódicas
quanto aos cátions trocáveis e por reação química de troca catiônica, com carbonato
de sódio, transforma-se em esmectitas sódicas (32).
Revisão Bibliográfica
41
2.3.5. DEPÓSITOS DE ARGILAS ESMECTÍTICAS DE BOA VISTA (PARAÍBA)
A produção industrial de esmectitas no Brasil acha-se concentrada no
município de Boa Vista (Paraíba) nas minas em exploração nas localidades de
Bravo, Lages e Juá (29).
A localização esquemática dos depósitos de Boa Vista no mapa da Paraíba
pode ser ilustrada através da Figura 6 (33).
Figura 6: Localização esquemática dos depósitos de argilas de Boa Vista.
Fonte: Gopinath, 1988.
A Figura 7 mostra a posição relativa, nos depósitos de Bravo, Lages e Juá
(33).
Figura 7: Posição relativa , nos depósitos de Bravo, Lages e Juá
Fonte: Gopinath, 1988
MINA BRAVO- Dentre os depósitos de argilas esmectíticas de Boa Vista, Paraíba o
Sítio Bravo é o que apresenta maior diversificação de cores e tonalidades,
Revisão Bibliográfica
42
entretanto, as argilas que predominam , correspondem às que regionalmente, se
conhecem com o nome de “Bofe”. Essas argilas são leves de cores claras
(predominantemente creme-clara); fissuram-se facilmente quando expostas sol, e
estão posicionadas na base de perfil mostrada na Figura 8 (33).
Figura 8: Esquema da disposição das argilas.
Fonte: Gopinath, 1988
MINA LAGES- Na mina de Lages podem ser encontradas as argilas de cor “verde-
lodo” e as argilas de “cor chocolate” (clara e escura) como mostra a Figura 9 (33).
Figura 9: Esquema da Mina Lages.
Fonte: Gopinath, 1988
MINA JUÁ - O depósito de Mina Juá, que está situada aproximadamente a dois
quilômetros de Lages, é semelhante aos depósitos de argilas Chocolate dessa
localidade. Observa-se entretanto , uma maior predominância , em Juá, das argilas
Revisão Bibliográfica
43
de cor chocolate-escura, as quais são extraídas para usos industriais como mostra a
Figura 10 (33).
Figura 10: Esquema da Mina Juá.
Fonte: Gopinath, 1988.
2.3.6. CORES DAS ARGILAS ESMECTÍTICAS
As argilas em alguns depósitos ocorrem intercaladas com basalto alterando
em outros com areia, silte e calcedônia bem como ocorrem em várias tonalidades
das cores. As principais tonalidades das cores observadas são chocolate, verde,
vermelho e branco, embora nas jazidas classificam-se em cores de combinação
dessas principais cores mencionadas acima. As empresas mineradoras e
beneficiadoras locais de argila esmectítica demonstram uma certa dependência às
cores existentes (30).
As cores servem como guia para definir a qualidade e as especificações da
argila para as aplicações industriais tais como lama de perfuração de petróleo,
pelotização e outras durante a lavra de argila nas minas (30).
2.3.7. CAMPOS INDUSTRIAIS DAS ARGILAS
Em praticamente todos os campos industriais as argilas são utilizadas nos
processos de fabricação ou servem como matérias-primas fundamentais ou
alternativas para alguns segmentos das indústrias de processamento químico.
Também são objeto de estudo da engenharia química, da química e da ciência e
tecnologia dos materiais (15).
Revisão Bibliográfica
44
Grande número das argilas industriais utilizadas no mercado interno, provém
de jazimentos brasileiros, havendo entretanto, importações de argilas especiais.
Apesar de grande parte dessas argilas serem ainda importadas, já existe o emprego
parcial de argilas nacionais para alguns desses usos (puras ou misturadas), visando
diminuir o preço de custo do processo industrial da argila importada (34).
Existem produtos industriais em que entram argilas, quer como matéria-prima
fundamental, quer específica, ou então como componente acessório ou alternativo.
As argilas são materiais interessantes para as industrias porque são encontradas em
abundância na natureza e, portanto, tem um baixo custo.
O Brasil possui atualmente indústrias que utilizam argilas de diversos tipos
(34):
? Indústria cerâmica usa argilas na fabricação de cerâmica vermelha (tijolos,
telhas, ladrilhos de piso, lajes e material ornamental), argilas brancas
(material sanitário, louça doméstica, azulejos e pastilhas, porcelana
doméstica, de laboratório e técnica), material refratário (sílico- aluminosos e
aluminosos).
? Indústria de borrachas e plásticos que as utilizam como cargas ativas e
inertes.
? Indústria metalúrgica que usa as argilas como aglomerantes de areias de
modelagem para fundição de metais e para pelotização de minérios de ferro.
? Indústria agrícola (utiliza argilas como diluentes primários e secundários pós-
inertes) para inseticidas e pesticida.
? Indústria de óleos comestíveis e de derivados do petróleo - utiliza argilas
como agentes descorantes de óleos vegetais e minerais.
? Argilas utilizadas como agentes tixotrópicos em lamas para a perfuração de
poços de sondagem de petróleo e de água (artesianos).
Revisão Bibliográfica
45
? Argilas especiais utilizadas como catalisadores no craqueamento de petróleo
para a produção de gasolina.
? Argilas utilizadas com finalidades específicas, como por exemplo, na
manufatura de minas de lápis, como carga para sabão e tecidos, como
pigmentos para tintas, na fabricação de cimentos e de produtos
farmacêuticos.
2.3.8. IMPORTÂNCIA DAS PROPRIEDADES DAS ARGILAS PARA APLICAÇÃO
INDUSTRIAL
Algumas propriedades das argilas estão diretamente relacionadas com suas
aplicações, e segundo Abreu (3), são elas:
? Tamanho das partículas: as argilas são constituídas por partículas
fracamente agregadas, que se dispersam na água permitindo a separação
das partículas maiores (que sedimentam), das menores (que se mantêm em
suspensão coloidal).
? Plasticidade: é a propriedade que têm as argilas, quando molhadas, de se
deixarem moldar conservando as formas que lhe são dadas. A plasticidade
aumenta com a fineza da argila e com a presença de matéria húmica.
? Retração: a argila contrai-se pela secagem em função da perda de água e
conseqüentemente aproximação das partículas. O índice de contração varia
com a natureza das argilas; as de partículas mais finas sofrem maior
contração.
? Refratariedade: propriedade na qual a estrutura não é modificada quando
submetida a altas temperaturas. O ponto de fusão das argilas depende da
sua constituição química. As argilas de alto ponto de fusão são chamadas
refratárias e correspondem às de natureza caulínica; as montmorilonitas e as
ilitas têm menor ponto de fusão.
Revisão Bibliográfica
46
? Tixotropia: as argilas coloidais dispersas na água, numa adequada
concentração, adquirem o estado de gel, solidificando-se quando ficam em
repouso; se sofrerem uma agitação, passam novamente ao estado de sol.
Esse fenômeno está relacionado com as argilas de partículas extremamente
finas do grupo das esmectitas e tem grande importância prática no preparo de
lamas para uso em perfuração de poços de petróleo, destinadas a prevenir
desabamentos das paredes do poço em perfuração e a conduzir os detritos
de rochas para fora do poço e, ainda, para mantê-los em suspensão quando
ocorrer uma paralisação da sondagem (3).
2.3.9. INTERAÇÃO ENTRE MINERAIS ARGILOSOS E POLUENTES ORGÂNICOS
O termo poluente é considerado como qualquer composto que num
determinado ambiente possa ser deletério para os sistemas biológicos existentes.
Entre os materiais considerados poluentes da água, ar e solo merecem referência os
seguintes: pesticidas metais pesados, hidrocarbonetos halogenados, isótopos
radioativos e certos gases (5).
Nas duas últimas décadas a interação entre argilas e poluentes, intimamente
ligada à química de superfície dos minerais argilosos tem vindo a interessar um
número cada vez maior de investigadores, dada a sua reconhecida importância para
os sistemas naturais (5).
Os poluentes orgânicos, no meio ambiente, são adsorvidos pelos minerais
argilosos de solos e sedimentos. As respectivas moléculas orgânicas são
hidrofóbicas e, portanto, sem afinidade para as superfícies hidrofílicas dos minerais
argilosos. Mas, o caráter hidrofílico dos minerais argilosos pode ser alterado para
hidrofóbico e organofílico se os cátions inorgânicos trocáveis forem substituídos por
cátions orgânicos. Tudo isto sugere que nos sistemas naturais, os complexos argila
moléculas orgânicas possam atuar como meios adsorventes para alguns
compostos orgânicos poluentes (21).
Revisão Bibliográfica
47
2.4- ARGILAS ORGANOFÍLICAS
2.4.1- DEFINIÇÃO
Argilas esmectíticas organofílicas consistem basicamente das esmectitas as
quais foram modificadas com cátions de amina quaternária (35). As esmectitas
contêm geralmente argilominerais da série montmoriloníta-beidelita, os quais tem
capacidade de troca de cátions variando, geralmente, entre 70 e 90 meq/100g de
argila (36). A preferência quanto ao uso de esmectitas nessas sínteses deve-se às
pequenas dimensões dos cristais e à elevada CTC (capacidade de troca de cátions)
desses argilominerais, e isso faz com que as reações de intercalação sejam mais
rápidas (18).
No Brasil não se conhecem depósitos de argilas esmectíticas naturalmente
sódicas e, é prática industrial usual a transformação de parte das suas argilas
esmectíticas policatiônicas em argilas esmectíticas sódicas por meio de processos
de troca catiônica por sódio, adicionando-se carbonato de sódio. O Brasil usa
basicamente os depósitos de argilas esmectíticas situados no Município de Boa
Vista, no Estado da Paraíba (37).
Para propósitos técnicos, as argilas organofílicas têm sido sintetizadas a partir
de bentonitas sódicas, a qual são altamente hidrofílicas (38), com a adição de sais
quaternários de amônio (contendo pelo menos uma cadeia com 12 ou mais átomos
de carbono) em uma dispersão aquosa. Nestas dispersões aquosas, os cátions
orgânicos do sal substituem os cátions da bentonita sódica, passando de hidrofílica
para organofílica, como mostra a Figura 11 (38).
Revisão Bibliográfica
48
Figura 11: Bentonitas que incham em água são transformadas em organofílicas por
meio de reações de troca catiônica com sais quaternários de amônio
Fonte: Adaptada de José (18).
As argilas organofílicas apresentam a propriedade de inchar em solventes
orgânicos específicos. Também apresentam a propriedade de fornecer dispersões
tixotrópicas, a baixas concentrações de argila, nesses solventes específicos. Em que
tipo de solvente orgânico uma dada argila organofílica poderá inchar, irá depender
do tipo de bentonita sódica que serviu de matéria-prima, do tipo de sal quaternário
de amônio e do processo de obtenção da argila organofílica (18).
Segundo Laba (39), a parte catiônica das moléculas do sal quaternário de
amônio ocupa os sítios, onde anteriormente estavam os cátions de sódio e as longas
cadeias orgânicas se situam entre as camadas do argilomineral. Estando essa argila
na presença de um solvente orgânico adequado, adsorve continuamente moléculas
do solvente, inchando, aumentando de volume e fornecendo dispersões tixotrópicas
a baixas concentrações de argila. Freqüentemente o “desfolhamento” ou
delaminação das partículas do argilomineral só é obtido após forte agitação.
O emprego industrial de argilas organofílicas aumentou muito na América do
Norte e na Europa desde 1975 (17).
Atualmente, as argilas organofílicas desfrutam de um grande número de
aplicações nas diversas áreas tecnológicas e devido a afinidade que possuem por
orgânicos, as argilas organofílicas estão sendo largamente estudadas na adsorção e
retenção de resíduos perigosos, industriais e contaminantes sólidos (40,41).
Podendo ser usada no tratamento de águas contaminadas, sendo ainda indicadas
para revestimentos de reservatórios de disposição de resíduos (42), tratamento de
Revisão Bibliográfica
49
efluentes, derramamento controlado, em tanques de óleos ou gasolina e em
revestimentos de aterros (43). Entre as demais, podemos citar também como
componentes tixotrópicos em fluidos de perfuração de poços de petróleo à base de
óleo, nas indústrias de fundição de metais, lubrificantes, tintas, adesivos e
cosméticos. E mais recentemente as argilas organofílicas têm sido empregadas
como cargas de reforço em matrizes poliméricas, formando uma nova classe de
materiais, denominados nanocompósitos (18).
2.4.2- SAIS QUATERNÁRIOS DE AMÔNIO
As aminas, isto é, uma das funções orgânicas nitrogenadas em que
caracteriza todo composto orgânico derivado da amônia, NH
3
, pela substituição de 1
ou mais hidrogênios por cadeias carbônicas (radicais). As mais estudadas são os
compostos quaternários de amônio ou “quats” (44,45,46).
Sais de cátions quaternários de amônio (Figura 6), nos quais um ou dois
grupos de hidrocarbonetos de cadeia longa têm ligação direta com o átomo de
nitrogênio, são importantes produtos químicos industriais, sendo utilizado na
preparação de argilas organofílicas ou “colóides organofílicos”. São tão necessários
que o consumo médio americano é da ordem de 10
5
ton/ano. Além disso, por serem
atóxicos , biodegradáveis e tensoativos são empregados na composição de
amaciantes de tecidos, condicionadores de cabelo e ação germicida. Já as argilas
organofílicas provenientes destes sais têm aplicações na indústria de cosméticos,
graxas lubrificantes e tintas.
Segundo Reck citado por Diaz, os sais quaternários de amônio são aqueles
onde um ou dois grupos de hidrocarbonetos de cadeia longa estão ligados
diretamente ao átomo de nitrogênio. Estes compostos representam um fatia
importante da utilização de produtos químicos. O consumo nos EUA é maior que
40.000 t/a (47).
Revisão Bibliográfica
50
Figura 12: Cátions de alguns sais quaternários de amônio.
Os métodos de preparação dos sais quaternários de amônio são muitos e
variados, dependendo da estrutura do composto final. A reação mais utilizada
industrialmente é entre aminas e agentes alquilizantes. As aminas de cadeia longa
são produzidas industrialmente a partir de ácidos graxos (que por sua vez são
produzidos de óleos ou gorduras naturais como sebo, babaçu, coco e dendê), os
quais são misturas de ácidos com comprimentos diferentes de cadeia alquílica, por
tratamento com amônia, seguida de hidrogenação catalítica do nitrilo obtido;
obtendo-se amina primária, secundária ou terciária, segundo o ajuste das condições
da reação. A amina quaternária (sal quaternário de amônio) é obtida pela adição de
grupos metil ou benzil; as condições de conversão determinam se aminas
quaternárias mono, di ou trialquílicas são produzidas, se o processo visa produzir
uma delas, as outras duas sempre formam impurezas. Dada a variabilidade dos
possíveis radicais ligados ao nitrogênio pode-se obter um grande número de sais
quaternários de amônio. No Brasil, os principais fabricantes de sal quaternário de
amônio são Clariant, Henkel e a Akzo (48).
Quando um sal amina, como um sal quaternário é adicionado a uma
suspensão argila-água, o cátion orgânico do sal substitui os cátions que estavam
presentes nas superfícies da argila (49). Se for adicionado a dispersões aquosas de
bentonita sódica, os cátions orgânicos do sal substituem os cátions de sódio desta,
passando de hidrofílica para organofílica (43).
Revisão Bibliográfica
51
A adsorção de cátions orgânicos usualmente não é limitada para uma
quantidade equivalente da CTC (Capacidade de Troca de Cátions) da argila. Por
exemplo, quando temos um composto quaternário de amônio com uma longa cadeia
e três grupos metil, e uma argila montmorilonita, a adsorção de cerca de duas vezes
e meia da CTC da argila tem sido observada. O excesso de sal orgânico é
fisicamente adsorvido por ligações de Van der Waals entre as cadeias de
hidrocarbonetos (49).
2.4.3- ESTUDOS REALIZADOS NO PAÍS UTILIZANDO ARGILAS
ORGANOFÍLICAS
Alguns estudos, realizados no Brasil, na obtenção e uso de argilas
organofílicas estão citados a seguir (18):
? No Laboratório de Matérias-Primas Particuladas e Sólidos Não Metálicos do
Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da Escola Politécnica
da Universidade de São Paulo (LMPSol/PMT/EPUSP) tem sido sintetizadas e
caracterizadas diversas argilas organofílicas, usando-se várias argilas
esmectíticas brasileiras (47,50,51).
? Valenzuela-Díaz (50,52), em estudo tratando sobre a obtenção de argila
organofílica usando argila esmectítica policatiônica e sal quaternário Arquad
2HT-75, verificou com êxito a intercalação das moléculas do sal quaternário entre
as lâminas do argilomineral, após apresentar distância basal superior a 3nm.
? Silva et al. (37), após preparação de argilas organofílicas, a partir de bentonitas
de Campina Grande-PB e do sal quaternário cloreto de cetil trimetil amônio e
estudo de inchamento em etanol, tolueno e diesel, observou, através de difração
de raio-X (DRX) a efetiva intercalação dos cátions quaternários de amônio entre
os espaços interlamelares dos argilominerais. Os autores concluem ainda, que
para os solventes utilizados nesse estudo, o inchamento é inferior aos obtidos
anteriormente com outras argilas do Estado da Paraíba.
? Valenzuela-Díaz et. al. (31), realizaram estudo sobre a influência da
concentração de argila (de 0,5 a 6,0%), nas dispersões aquosas de partida, para
obtenção de argilas organofílicas e estudo de inchamento em três solventes e
Revisão Bibliográfica
52
verificaram que o material obtido desta preparação apresentou distâncias
interlamelares superiores a 3nm, e os materiais que apresentaram maiores
valores de inchamento, foram os obtidos usando concentrações inicias de argila
entre 1,0 e 3,0%.
? Ultimamente as argilas organofílicas vêm ganhando notoriedade, dado
estarem sendo utilizadas na obtenção de nanocompósitos bentonitas/polímeros,
um novo tipo de material com amplo potencial de uso, principalmente, nas
indústrias automotivas e de embalagens (53).
Através desses dados é possível constatarmos que praticamente não se
produzem argilas organofilica no Brasil, havendo uma mínima produção industrial e
apenas alguns estudos sobre sua preparação e propriedades, não sendo citados
estudos relacionados ao uso de argilas organofílicas na separação óleo/água. Dessa
forma, nosso estudo pode ser considerado pioneiro no país.
2.4.4.ADSORÇÃO
A adsorção é uma operação de transferência de massa do tipo sólido-fluido,
na qual se explora a habilidade de certos sólidos em concentrar, em suas
superfícies, determinadas substâncias existentes em solução líquidas ou gasosos
(54).
O processos de adsorção consiste na concentração seletiva de um ou mais
componente (adsorbato), de um meio gasoso ou liquido, na superfície de um sólido
poroso (adsorvente) (55).
Segundo McKay et al. existem essencialmente quatro estágios em um
processo de adsorção de sólidos em solução, por adsorventes porosos, sendo:
1.transporte do adsorbato do interior do liquido para a superfície externa do
adsorvente;
2.movimento do adsorbato através da interface e adsorção nos sítios de superfície;
3. migração de moléculas do adsorbato para dentro dos poros de adsorvente;
4. interação de moléculas do adsorbato com sítios ativos, no interior do adsorvente,
tais como : poros e capilares.
Revisão Bibliográfica
53
A adsorção em sólidos adsorventes de poluentes, orgânicos e inorgânicos,
tem despertado enorme interesse na área ambiental, pelo fato deste processo
permitir a remoção eficiente dos poluentes dissolvidos em baixas concentrações.
Entre estes sólidos adsorventes estão as bentonitas (19).
Devido à afinidade por compostos orgânicos as argilas organofílicas são
usadas na área de Tecnologia Ambiental para adsorção de poluentes orgânicos
(19).
2.5.ARGILAS ORGANOFÍLICAS E MEIO AMBIENTE
A argila organofílica é facilmente solvatada e expansível em diversos
solventes orgânicos, o que faz desta argila um ótimo sorvente seletivo em sistemas
orgânicos como: metanol, benzeno, tolueno, ortoxileno, hexana, ciclohexana, fenol e
outras, conforme relataram Shwindt e Souza Santos (56,17).
Segundo Sharmasakar et.al., a capacidade das argilas organofílicas na
adsorção e retenção de contaminantes orgânicos , sugere seu uso efetivo na
retenção de poluentes químicos que estão presentes em resíduos perigosos,
resíduos industriais e contaminantes sólidos (38).
A remoção de poluentes orgânicos e inorgânicos por argilas organofílicas vem
despertando enorme interesse na área ambiental (19).
Estudos mostraram que a eficiência na adsorção de moléculas orgânicas por
argilas organofílicas pode ser aumentada pelo uso de radicais alquilamônios de
cadeia longa. Conforme esses estudos, os radicais alquilamônios de partículas
longas, funcionam como dispersante e estabilizador da suspensão das partículas de
argila em solução, evitando que elas decantem, aumentando a área disponível para
adsorção da molécula orgânica (57,58).
Fatores como a escolha do cátion do sal quaternário de amônio, pH da
molécula a ser adsorvida e temperatura do sistema, influenciam diretamente a
eficiência na adsorção dos compostos orgânicos por argilas organofílicas (19).
A Tabela 2 mostra resumidamente alguns estudos publicados onde se
utilizam diferentes tipos de argilas organofílicas, obtidas a apartir de diferentes
substancias orgânicas (sufactantes), na remoção de diferentes resíduos orgânicos
perigosos (52).
Revisão Bibliográfica
54
Tabela 2: Remoção de poluentes por argila organofílica.
Autores Argila Surfactante Adsorção/Absorção/Sorção
Borisover, et al
2001
Bentonita-Na
Rhodamine
B
Sorção de fenol, atrazina e naftaleno em pH 5.
% de remoção: 80-96, sorção (ordem crescente):
fenol< naftaleno<atrazina
Brixie e Boyd
1994
Bentonita-Na
Wyoming
TMA
TMFA
BTMA
HDTMA
DODDMA
DITALLOW
DICOCO
Redução da letalidade inicial do pentaclorofenol
de 100 mg/L para 0,2 mg/L em
HDTMA,DODDMA,DITALLOW,DICOCO (pH 5)
Redução da letalidade inicial do pentaclorofenol
de 100 mg/L para 15-8 mg/L utilizando os demais
cátions em pH 5.
Buchler
1986
Bentonita-Na
Wyoming
TMA
Adsorção de 80% dos fenolatos presentes na
vizinhança a 20ºC.
Absorção : 40,30 e 20 ºC
Carrizosa, et al.
2001
Bentonita-Na
Wyoming
HDTMA
DODDMA
Sorção do herbicida dicamba. Sorção (ordem
crescente): DODMA<HDTMA em pH 4
Koh e Dixon
2001
Bentonita-Na BMTDA
Sorção de benzeno, tolueno e fenol.
Sorção (ordem crescente) 35% de fenol< 66% de
tolueno< 70% de benzeno.
Bentonita-Na = bentonita sódica
TMA = tetrametilamonio
TMFA =trimetilfenilamônio
BTMA =benziltrimetilamônio
HDTMA =hexadeciltrimetilamônio
DODDMA =dioctadeciltrimetilamônio
DITALLOW =ditallowdimetiolamônio (tallow=70% C
18
e 30% C
14
-C
16
)
DICOCO =dicocodimetilamônio (coco=70% C
12
e 30% C
8
-C
16
)
BMTDA = benzildimetiltetradecilamônio
Fonte: José 2003
2.5.1.O PROBLEMA DOS EFLUENTES INDUSTRIAIS
Minimizar os impactos ambientais causados pelos diversos processos
produtivos necessários a evolução da humanidade, vem se tornando uma
preocupação constante na atualidade, no tocante a diminuição de emissões e riscos
ao meio ambiente (59).
Revisão Bibliográfica
55
A mudança de postura em relação à visão do que é ecologicamente e
ideologicamente correto em relação à preservação do meio ambiente traz diversas
conseqüências benéficas tanto para a sociedade quanto para o meio ambiente.
Em termos de sociedade, as industrias são o foco das atenções e, portanto,
uma política de gestão ambiental pode trazer diversas conseqüências benéficas:
? Redução de custos produtivos
? Aumento da eficiência nos diversos processos
? Maior conscientização de funcionários e empresa
Existem diversas tecnologias empregadas no mercado para controle da
poluição, sendo que há controles para poluição atmosférica, resíduos e efluentes
industriais cada um com a tecnologia específica.
Aliados a estas tecnologias seguem como diretrizes para uniformização,
inserção de informações a sociedade e aplicação, normas, legislações, acordos,
educação e conscientização da sociedade para um maior equilíbrio entre homem e
meio ambiente.
Visando somente o controle da poluição proveniente de efluentes industriais,
chega-se as Estações de Tratamento de Efluentes (ETE). São unidades de
tratamento de todo o efluente industrial proveniente dos diversos processos
industriais de determinada planta.
As operações unitárias envolvidas na ETE têm como objetivo a remoção da
carga poluidora em meios líquidos a padrões aceitáveis pela legislação vigente com
emprego de tecnologias de tratamento cada vez mais avançadas sendo pré-requisito
para o início de qualquer atividade produtiva.
O gerenciamento adequado da operação de tratamento de efluentes se faz
necessário, pois exprime diversas atividades correlatas que interferem na eficiência
do processo de tratamento da ETE:
? Requisitos da produção: alternância de insumos produzidos, regimes de
operação (turnos, férias, manutenções)
? Manutenção preventiva e corretiva de equipamentos e unidades de
tratamento de efluentes
? Análises laboratoriais necessárias para o controle processual e averiguação
de eficiências de tratamento
? Recursos humanos: Mão-de-obra qualificada para operação (59).
Revisão Bibliográfica
56
2.5.2- O IMPACTO AMBIENTAL DOS EFLUENTES OLEOSOS
Durante os últimos anos uma atenção considerável tem sido dispensada aos
efluentes compostos por água contaminada com óleo e em seu impacto no meio
ambiente. A poluição da água por hidrocarbonetos oleosos é especialmente danosa
à vida aquática, conseqüentemente, remover o óleo da água é um aspecto
importante no controle de poluição em muitos campos da industria (60).
Os termos “óleo e graxa” são muito amplos, podendo incluir óleo de animais e
vegetais, ácidos gordurosos, hidrocarbonetos de petróleo, surfactantes, compósitos
fenólicos, ácidos naftênicos, etc (1).
O óleo e a graxa são os poluentes mais comuns em uma vasta série de
indústrias, como mostrado na Tabela 3.
Tabela 3: Concentração de óleo e graxa nos efluentes de algumas indústrias .
Fonte industrial Concentração de óleo e de graxa (mg/L)
Movimento rotatório a quente 20
Movimento rotatório a frio 700
Refrigeração do movimento rotatório a frio 2.088 48.742
Movimento rotatório do alumínio 5.000 50.000
Produção de latas (formação) 200.000
Processamento de alimentos 3.830
Processamento de alimentos (peixe) 520 13.700
Refinaria de petróleo 10 3.200
Acabamento do metal 4.000 6.000
Descarte no curtimento 40.200
Fonte: Adaptada por Silva (1)
Através dos dados da Tabela 3, é possível, observarmos que indústrias como
a de aço, alumínio, alimentos, têxtil, couro, petroquímicas e de metais são algumas
das relatadas com altos níveis de óleo e graxa em seus efluentes. E devido aos
regulamentos que governam a descarga permissível de óleo e graxa no sistema de
tratamento municipal e nas águas serem altamente rigorosos, pois na legislação
ambiental vigente no Brasil o teor de óleo e graxas na água descartada deve ser
menor que 20 mg/L , é possível verificarmos a necessidade do desenvolvimento de
um método eficaz para o tratamento desses efluentes oleosos (1).
A Tabela 4 abaixo mostra algumas fontes de descarte oleosos, além de citar
as respectivas indústrias geradoras e a natureza desses efluentes :
Revisão Bibliográfica
57
Tabela 4: Fontes de descartes oleosos .
Fontes de descartes
oleosos
Indústrias Natureza
Limpadores
Alcalinos/ácidos
Fabricação de metal, ferro e
aço, acabamento de metal,
lavanderias industriais
Normalmente altamente
emulsionado devido aos
surfactantes; difícil de tratar
Lavagens de chão Todas as indústrias
Mistura de vários tipos de óleos
derramados dos fluido hidráulicos
e dos equipamentos de corte, etc;
pode estar presente tanto livre
como em emulsões estáveis.
Refrigeração
de máquinas
Fabricação de metais
Normalmente emulsionado e de
difícil tratamento
Petróleo da lavagem de
navios-tanque, perfuração,
derramamentos, outros
processos
Refinamento de petróleo,
perfuração de poços
Ambas as formas, óleo livre ou
emulsionado; várias
dificuldades de tratamento
Fonte: Adaptada por Silva (1)
Das três amplas categorias de descarte oleosos, ilustrados na Tabela 4, óleo
livre flutuante, emulsões de óleo/água instáveis e emulsões de óleo/água altamente
estáveis, as argilas organofílicas poderão ser muito úteis com as emulsões estáveis,
particularmente descartes oleosos solúveis em água. O óleo livre, por outro lado,
pode ser removido prontamente por dispositivos de separação mecânicas que usam
a força gravitacional como força motriz. As emulsões de óleo/água instáveis podem
ser mecanicamente ou quimicamente quebradas e depois separadas por gravidade
(1).
2.5.3.PROCESSOS DE TRATAMENTOS DE EFLUENTES
Os processos de tratamento de efluentes são formados por diversas
operações unitárias que tem a finalidade de remover substancias indesejáveis ao
processo a padrões aceitáveis. Dentre as operações unitárias mais empregadas,
podem ser destacadas as seguintes (59):
Revisão Bibliográfica
58
? Gradeamento : processo de tratamento em que o material flutuante e matéria
em suspensão de tamanho maior que o espaçamento (abertura) das grades é
retido e removido.
? Sedimentação: processo de remoção de sólidos sedimentáveis através da
ação da gravidade sem que possam ser arrastados novamente pelo
escoamento do efluente.
? Coagulação química: processo de desestabilização de cargas dos sólidos
suspensos formando hidróxidos através da ação de coagulantes. Processo
extremamente rápido (na ordem de 5 segundos) e que demanda um alto
gradiente de velocidade. Formação de pequenos flocos, mas sem massa
suficiente para sedimentação.
? Floculação química: processo de aglutinação dos flocos formados na
coagulação química através da ação de floculantes facilitando a
sedimentação devido a união de vários flocos gerando um floco maior.
? Flotação: processo de remoção de sólidos suspensos a partir do aumento do
empuxo dos mesmos no efluente através da adição de agentes químicos
flotantes ou por pequenas bolhas de ar que quando sofrem expansão através
da diminuição de pressão (câmara pressurizada para pressão atmosférica)
sobem a superfície e são raspados.
? Decantação: processo que permite separar líquidos imiscíveis, ou um sólido
de um líquido;
? Trocas gasosas: transporte de massas entre fase líquida e gasosa para
inserção de substância na fase gasosa pra tratamento de efluentes (efluente
e ar, efluente e gás-cloro, etc) ou remoção de contaminantes (remoção de
amônia).
? Filtração: operação que visa a remoção de substâncias do efluente através de
material filtrante como areia, antracito e até membranas. As substancias
removidas podem ter diversos tamanhos: desde materiais em suspensão até
materiais que se encontram dissolvidos.
? Adsorção: processo de transferência de massa no qual o contaminante é
adsorvido em material poroso comumente utilizado carvão ativado em pó ou
granular.
Revisão Bibliográfica
59
? Neutralização química: adição de agentes alcalinizantes ou acidificantes no
efluente de forma a levar o pH a faixas aceitáveis para o descarte ou de
acordo com o pH necessário na etapa seguinte do processo de tratamento.
? Desinfecção: processo economicamente viável de eliminação de organismos
patógenos através de agentes desinfectantes.
? Oxidação Biológica: operação em que microorganismos aeróbios ou
anaeróbios oxidam a matéria orgânica biodegradável transformando-a em
produtos finais mais simples.
Para tratamento de efluentes, todas as operações unitárias mencionadas
contribuem para a obtenção da qualidade necessária ao efluente de acordo com sua
finalidade, seja ele para descarte em corpos dágua ou para fins industriais (águas de
processo).
? Métodos físicos de tratamento, consistindo na separação de sólidos
grosseiros (madeira, panos, estopas, sacos plásticos e demais materiais de
dimensões maiores) através de grades e peneiras, sólidos sedimentáveis
(principalmente areia) através de caixas de areia e separadores de óleos e
gorduras, que através da diferença de peso específico entre a água e óleos é
realizada a separação.
Estes principais métodos de separação visam proteger todo o sistema de
tratamento a sua jusante evitando entupimentos de tubulações e quebra dos
motores das bombas devido a presença de sólidos maiores e materiais com
viscosidade maior além de prevenir possíveis desgastes das tubulações e bombas
devido a abrasão de materiais , como areia.
? Métodos físico-químicos: processos de coagulação-floculação para remoção
de sólidos : material coloidal, cor , turbidez, odor, ácidos, álcalis, metais e
óleos. São processos destinados a dar um grau de esteticidade adequado ao
esgoto além de promover uma adequação de seu efluente para a etapa
biológica (caso seja um esgoto proveniente de um processo que descarte
metais).
? Métodos biológicos: processo de oxidação da matéria orgânica biodegradável
do efluente através de microorganismos aeróbios ou anaeróbios presentes no
próprio efluente. Tem como objetivo adequar o efluente para uma carga
Revisão Bibliográfica
60
orgânica satisfatória para descarte em corpos d’água ou para o processo
seguinte de tratamento (59).
2.5.4.EFLUENTES DAS REFINARIAS DE PETRÓLEO
Como anteriormente mencionado, um grande problema enfrentado pela
indústria petrolífera é o descarte das águas oleosas que são provenientes da
extração do petróleo, uma vez que para o descarte e/ou reuso desta água são
necessários tratamentos para a melhoria de sua qualidade.
As Legislações ambientais cada vez mais rigorosas obrigam as indústrias a
limparem toda esta água desperdiçada. Segundo o CONAMA (2), uma água para
ser descartada no meio ambiente não pode exceder em 20 mg/L o seu teor de óleos
e graxas.
Os despejos de refinarias de petróleo, geralmente, apresentam como
característica, média a alta concentração de óleo, variando de 1400 a 5000mg/L.
Apresentam-se em estado emulsionado, estabilizados por agentes emulsificadores,
tais como: sulfetos, sais de sódio, compostos asfálticos ou naftênicos, entre outros.
Refinarias de petróleo têm em geral, dois tipos de águas residuárias, uma
química e outra oleosa. O despejo químico é tratado biologicamente em sistemas
convencionais de lodos ativados. O efluente oleoso é previamente tratado por
separadores gravitacionais API, para remoção de óleos livres e depois,
quimicamente tratados e clarificados em unidades de flotação por ar dissolvido (61).
Atualmente, as refinarias de petróleo têm demonstrado interesse pelo
desenvolvimento de novas tecnologias para tratamento de seus efluentes oleosos, já
que há aproximadamente 40 anos não se tem desenvolvido uma tecnologia de
separação óleo/água economicamente viável e eficiente. É neste sentido, que tem
se dado bastante destaque ao estudo de argilas organofílicas utilizadas como
sorventes.
Revisão Bibliográfica
61
2.5.5.ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE EFLUENTES DA PETROBRÁS
A estação de tratamento de efluentes da unidade de Guamaré/RN Petrobrás,
está descrita através da Figura 13 abaixo:
Figura 13: Esquema da unidade de tratamento de efluentes da Petrobrás/Guamaré-
RN
O processo de tratamento de efluentes utilizado pela estação de
Guamaré/RN, consta basicamente de quatro operações. Inicialmente o efluente
oleoso é encaminhado para um tanque de decantação (onde todo processo de
separação ocorre por gravidade tanque 1), em seguida, é direcionado para um
tratamento térmico (tanque 2), seguido de um eletrostático (tanque 3). O efluente
segue para um dique e é encaminhado para um flotador (tanque 4), que com a ajuda
do sufactante, consegue diminuir consideravelmente a concentração de óleo em
água. A eficiência do processo de separação óleo/água atingida pela estação de
tratamento de efluentes da unidade de Guamaré/RN Petrobrás é de
aproximadamente 11 ppm, encontrando-se por tanto dentro dos valores exigidos
pela legislação ambiental para descarte ao meio ambiente.
A estação de tratamento de efluentes da unidade da RELAN/BA Petrobrás,
encontra-se descrita através da Figura 14 abaixo:
Revisão Bibliográfica
62
Figura 14: Esquema da unidade de tratamento de efluentes da Petrobrás/RELAN-BA
O processo de tratamento de efluentes utilizado pela unidade da RELAN/BA,
consta de oito operações. Inicialmente o efluente oleoso é encaminhado para 4
separadores (tanques 1,2,3,4) , em seguida, é direcionado para um decantador (
tanque 5), seguindo para um flotador (tanque 6), clarificador (tanque 7) e por fim um
tratamento biológico (tanque 8). A eficiência do processo de separação óleo/água
atingida pela estação de tratamento de efluentes da unidade de RELAN/BA
Petrobrás é de aproximadamente 4ppm, encontrando-se por tanto dentro dos
valores exigidos pela legislação ambiental para descarte ao meio ambiente.
2.5.6. IMPORTÂNCIA DO USO DE ARGILAS ORGANOFÍLICAS NO PROCESSO
DE SEPARAÇÃO ÓLEO/ÁGUA
Como anteriormente mencionado, as argilas organofílicas são materiais de
grande interesse industrial (17), sendo utilizadas como espessantes de líquidos
orgânicos nas indústrias de tintas, cosméticos, adesivos e outras. Nas indústrias do
petróleo e petroquímica elas são utilizadas, por exemplo, como componentes de
DEFESA DE ESTÁGIO INTEGRADO l JULHO - 2003
BRBR
SEPARADOR
BRBR
SEPARADOR
BRBR
SEPARADOR
BRBR
SEPARADOR
BRBR
REATOR
BIOLÓGICO
BRBR
CLARIFICADOR
BRBR
FLOTADOR
BRBR
DECANTADOR
MAR
ESQUEMA DA UNIDADE DE TRATAMENTO DE
EFLUENTES/PETROBRAS/RLAM/BA
33
Revisão Bibliográfica
63
fluídos de perfuração à base de óleo e na obtenção de lubrificantes para altas
temperaturas.
Ultimamente as argilas organofílicas têm apresentado destaque nos principais
centros mundiais de pesquisa por serem usadas como cargas nos nanocompósitos
argila/polímeros, materiais com expectativa de crescimento de consumo exponencial
nos próximos anos (62).
Devido às argilas organofílicas possuírem uma grande afinidade por
compostos orgânicos elas estão sendo largamente estudadas na adsorção e
retenção de resíduos industriais perigosos e contaminantes orgânicos (63). Elas são
utilizadas no tratamento de águas contaminadas, tratamento de efluentes industriais,
no revestimento de tanques de óleo ou gasolina e em revestimentos de aterros (64).
É, também, muito grande o número de sítios contaminados com petróleo e seus
derivados, tendo-se, assim, dirersos estudos sobre o uso de argilas organofílicas na
remediação desses sítios (65). Dada a dificuldade na separação de óleo de
correntes ou corpos de água as argilas organofílicas também são usadas,
geralmente em conjunto com carvões ativados, no refino dessas separações.
Alther (66), mostra que em sistemas comerciais de remoção de óleo o uso de
argilas organofílicas pode levar a reduções de 50% nos custos. Em artigo mais
recente, Alther (35), cita que o uso das argilas organofílicas vem aumentando como
pre-tratamento (anterior à passagem em colunas contendo carvão ativado), nas
separações óleo/ água.
Atualmente praticamente não se produzem argilas organofílicas no Brasil e
não existem, do nosso conhecimento, estudos, no Brasil, sobre a preparação e uso
de argilas organofílicas na separação óleo/água.
A crescente necessidade de eficientes processos de separação óleo/água,
por exemplo, nos processos de reinjeção, gerada principalmente pelas legislações
ambientais cada vez mais rígidas, tem voltado a atenção para uso de argilas
organofílicas no processo de tratamento de efluentes oleosos. O processo de
separação de óleo da água com argilas organofílicas poderá oferecer às industrias
petrolíferas, uma nova opção de tratamento de efluentes oleosos antes da sua
disposição ao meio ambiente.
Parte Experimental
64
CAPÍTULO III
3.0 - PARTE EXPERIMENTAL
3.1 - MATERIAIS
3.1.1- ARGILAS ESMECTÍTICAS
Para a realização desse trabalho foram utilizados vários tipos de argilas
esmectíticas:
? Uma argila esmectítica nacional sem tratamento proveniente do município
Boa Vista, Estado da Paraíba, denominada de Chocolate, fornecida pela
empresa DOLOMIL Industrial Ltda (descrita na Tabela 04) na sua forma bruta.
A mesma passou por um processo de moagem no LMPSol/PMT/USP
(Laboratório de Matérias-Primas Particuladas e Sólidos Não-Metálicos do
Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da EPUSP),
utilizando um moinho de facas da marca Thomas Wiley modelo 4, até atingir
granulometria #200 (Figura 15).
(a) (b)
Figura 15: Amostras da argila esmectítica Chocolate. (a) na forma bruta e (b) na
forma moída (#200).
? Uma argila esmectítica sódica comercial nacional, também fornecida pela
empresa DOLOMIL Industrial Ltda, denominada por Fluid gel (descrita na
Tabela 5).
Parte Experimental
65
Os dados sobre as amostras nacionais podem ser observados conforme
Tabela 5 abaixo:
Tabela 5: Descrição das amostras de argilas esmectíticas fornecidas pela empresa
DOLOMIL Industrial Ltda
AMOSTRAS
MINA
LOCAL
DESCRIÇAO DA AMOSTRA
DATA DA
AQUISIÇÃO
Chocolate
Juá Boa Vista-PB Sem tratamento 03/01/2005
Fluid gel
-
Boa Vista-PB
Comercial (Chocolate tratada com
carbonato de sódio)
07/01/2005
? Uma argila esmectítica sódica comercial importada (norte-americana)
denominada de Sigma, fornecida pela Sigma-Aldrich Chemical Corporation,
descrita na referência (19).
? Uma argila esmectítica comercial importada organofílica denominada de
Spectrogel , fornecida pela empresa Spectrochem .
3.1.1.1 A EMPRESA FORNECEDORA DAS ARGILAS ESMECTÍTICAS
NACIONAIS
Este estudo contou com o apoio da empresa DOLOMIL Industrial Ltda,
situada no município de Campina Grande (Paraíba), que nos forneceu amostras de
argilas esmectíticas (naturais e comerciais).
A referida empresa, possui um amplo complexo industrial no setor de
mineração ( Figura 16 ).
Parte Experimental
66
Figura 16: Complexo Industrial Tecnológico da Empresa DOLOMIL Industrial Ltda.
A DOLOMIL Industrial Ltda, teve início das suas atividades em 1966, tendo
tido um investimento contínuo em tecnologia nos processos de mineração, moagem
e controle de qualidade. Cumprindo uma extensa trajetória de consolidação técnica
e comercial, atingiuse um elevado de qualidade em todo processo, desenvolvendo
políticas organizacionais que fazem hoje com que a empresa usufrua de parcerias
constantes com seus clientes, buscando identificar soluções para as necessidades
específicas de cada setor.
A empresa conta com o apoio de um laboratório interno de alto padrão
técnico-laboratorial apresentando equipamentos específicos e de tecnologia
avançada. Durante todo o processo de produção, são realizadas análises
sistemáticas nas matérias-primas processadas, bem como nos lotes produzidos.
Garantindo desse modo, a monitorização permanente dos elevados níveis de
qualidade.
Com relação a extração de minérios a Dolomil extrai 10.000 t/ mês de calcário
e 4.500 t/ mês de bentonita. Com relação ao beneficiamento de minérios a Dolomil
beneficia 4.000 t/ mês de cal, 4.500 t/ mês de calcário e 3.500 t/ mês de bentonita
(16).
Parte Experimental
67
3.1.2 SAIS QUATERNÁRIOS DE AMÔNIO
Com base em trabalhos realizados por José (19) e Pereira (18), utilizou-se
dois tipos de sais quaternários de amônio comerciais denominados: Cloreto de
Hexadecil Trimetil Amônio (GENAMIN-CTAC50) e Cloreto de Alquil Dimetil Benzil
Amônio (DODIGEN-2808) fornecidos pela empresa Clariant, com duas relações
argila/sal: 1,0meq/g de argila e 0,8meq/g de argila, respectivamente.
As amostras estudadas nesse trabalho, após passarem pelo tratamento com
o sal quaternário de amônio são denominadas da seguintes forma:
? as argilas que foram tratadas com o sal GENAMIN-CTAC50 utilizando a
relação 1,0meq/100g de argila são chamadas de nome da argila 100 G (100
indica a relação argila/sal e o G indica o sal GENAMIN-CTAC50), por exemplo
Chocolate 100G .
? as argilas tratadas com o sal GENAMIN-CTAC50 utilizando a relação
0,8meq/100g de argila são chamadas de nome da argila 80 G (80 indica a
relação argila/sal e o G indica o sal GENAMIN-CTAC50), por exemplo
Chocolate 80G.
? de forma análoga, foi dado à nomenclatura para as amostras que forem
tratadas com o sal DODIGEN-2808, por exemplo Chocolate 100D e Chocolate
80D.
Especificações dos sais:
GENAMIN-CTAC50 - Cloreto de Hexadecil Trimetil Amônio
Solução em etanol a 50%
Fórmula: 94% de C
16
, 5% de C
14
e 1% de C
12
Fornecedor: Clariant
DODIGEN-2808 - Cloreto de Alquil Dimetil Benzil Amônio
Solução em etanol a 80%
Fórmula: 4% de C
16
, 26% de C
14
e 70% de C
12
Fornecedor: Clariant
Parte Experimental
68
3.1.3 CARVÃO ATIVADO
O carvão ativado é uma forma de carbono especificamente tratada para
aumentar significativamente as suas propriedades de adsorção. Este material
poroso é importante devido às propriedades adsortivas, sendo sua característica
mais importante a estrutura porosa bem desenvolvida, com conseqüente área
específica elevada (67). Devido ao alto custo dos processos de fabricação do carvão
ativado e às baixas resistências mecânicas que os mesmos apresentam, diversos
materiais adsorventes de baixo custo tem sido objetivo de estudos para remoção de
contaminantes orgânicos em soluções aquosas.
O carvão ativado utilizado nesse trabalho foi fornecido pela empresa Quimesp
Comercial Ltda, lote 18303 e encontrou-se na forma granulada Figura 17. O mesmo
foi utilizado nesse trabalho como material de comparação durante o ensaio de
remoção do óleo da água.
Figura 17: Amostra do carvão ativado na sua forma granulada.
3.2 - METODOLOGIA
A metodologia desse trabalho descreve o processo de preparação das argilas
organofílicas, realizada no laboratório do LMPSOL/PMT/EPUSP (Laboratório de
Matérias-Primas Particuladas e Sólidos Não Metálicos do Departamento de
Engenharia Metalúrgica e de Materiais da Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo), bem como, os primeiros testes em escala de laboratório realizados no
sistema de separação óleo/água desenvolvidos para este estudo.
Parte Experimental
69
3.2.1- ETAPA 1
3.2.1.1- MÉTODO PARA A PREPARAÇÃO DAS ARGILAS ORGANOFÍLÍCAS
De uma forma geral, o método para a preparação das argilas organofílicas
utilizado nesse trabalho consiste basicamente das seguintes etapas:
a) desagregação da argila em almofariz,
b)dispersão da argila em água com aquecimento e agitação mecânica
concomitantes,
c) transformação da argila natural em sódica (as comerciais não passaram por
esta etapa),
d)adição, após resfriamento natural, dos sais quaternários de amônio nas
proporções de 0,8 meq/g de argila e 1,0 meq/g de argila,
e) filtração,
f) secagem e
g) desagregação.
Os Fluxogramas 01 (Figura 18) e 02 (Figura 19) descrevem de forma
resumida os dois métodos de preparação das argilas organofílicas.
No Fluxograma 01 (Figura 18) está descrita a metodologia de preparação de
argilas organofílicas a partir argilas policatiônicas (Chocolate sem tratamento). Por
se tratarem de amostras policatiônicas, torna-se necessário antes de serem
transformadas em organofílicas, as mesmas passem primeiramente por um
tratamento com Na
2
CO
3
a quente, tornando-se sódicas e em seguida organofílicas.
Parte Experimental
70
Figura 18: Fluxograma 01 - Preparação de argilas organofílicas na sua foram
natural.
Segundo metodologia desenvolvida por Pereira, 2003 (18), podemos verificar
através do Fluxograma 01 que a preparação da argila organofílica dar-se seguindo a
seguinte metodologia: inicialmente prepara-se uma dispersão aquosa à
concentração de 4% em peso de argila desagregada e moída (47). A dispersão foi
preparada adicionando-se a argila, aos poucos e com agitação mecânica constante,
em recipiente de vidro contendo água destilada e após adição da amostra a agitação
foi permanecida por 30 minutos. Acrescentou-se à dispersão aquosa uma solução
de carbonato de sódio concentrado, sob agitação constante e aquecimento até 95ºC
por mais 30 minutos. Adicionou-se, então, a solução de sal quaternário de amônio a
25% e após adição completa do sal à agitação por 30 minutos. Em seguida, a
dispersão foi filtrada em funil de Büchner acoplado a bomba de vácuo, utilizando-se
um papel de filtro comum. O material foi lavado com 4L de água destilada. Ao
término da filtração, o material obtido foi seco em estufa a 60ºC ± 5ºC por 24 horas e
caracterizado (18).
Parte Experimental
71
O Fluxograma 02 (Figura 19) descreve a metodologia de preparação de
argilas organofílicas a partir das argilas sódicas comerciais (Fluid Gel e Sigma),
segundo metodologia desenvolvida por Pereira, 2003 (18).
Figura 19: Fluxograma 02 - Preparação de argilas organofílicas utilizando argilas
sódica comerciais
Analisando o Fluxograma 02 (Figura 19) percebe-se que por se tratarem de
amostras de argilas comerciais já previamente sódicas, torna-se desnecessário a
realização primeira etapa (tratamento com Na
2
CO
3
a quente) descrita pelo
Fluxograma 01.
Então, para a obtenção de argilas organofílicas partindo das argilas sódicas
comerciais, seguiu-se a mesma metodologia ilustrada através do Fluxograma 01,
exceto a etapa de ativação com o carbonato de sódio.
Ao término da preparação da argila organofílica podemos observar o seguinte
comportamento (Figura 20): a argila esmectítica deixou de ser hidrofílica e passou a
ser organofílica.
Parte Experimental
72
Figura 20: Comportamento das argilas.
3.2.1.2- CARACTERIZAÇÃO DAS AMOSTRAS
As caracterizações das argilas nacionais e importadas (sem tratamento,
comercias e organofílicas) foi efetuada utilizando as seguintes técnicas de
caracterização :
? Difração de raios-X (DRX).
? Análises térmicas: Análise Térmica Diferencial (ATD) e Análise
Termogravimétrica (TG).
? Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV).
? Espectroscopia por Energia Dispersiva (EDS).
? Capacidade de adsorção em etanol, xileno, querosene, óleo lubrificante,
tolueno, gasolina e óleo diesel.
ARGILA
HIDROFÍLICA
ARGILA
ORGANOFÍLICA
Parte Experimental
73
3.2.1.3- TÉCNICAS DE CARACTERIZAÇÃO
A) DIFRAÇÃO DE RAIOS-X
Foi utilizado o método de varredura, que consiste na incidência dos raios-X
sobre uma amostra em forma de pó, compactado sobre um suporte. O aparelho
utilizado é da marca Shimadzu, modelo XDR 6000 com radiação K? do cobre,
tensão de 40KV, corrente de 40mA, tamanho do passo de 0,020 2? e tempo por
passo de 1,000s. Estas análises foram realizadas no Laboratório de Química da
Universidade Federal de Goiás (UFG).
B) ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL E ANÁLISE TERMOGRAVIMÉTRICA
As análises térmicas foram realizadas no laboratório do Cento de Ciências e
Tecnologia do Gás (CTgás/Natal/RN), em um equipamento simultâneo de
termogravimetria (TG) e de análise térmica diferencial (ATD) da Shimadzu, com uso
de vazão de 100ml/min. de ar, desde da temperatura ambiente até 1000ºC,
utilizando uma razão de aquecimento de 10ºC/min. Alfa alumina foi utilizada como
material de referência para as análises de ATD.
C) MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA (MEV) / ESPECTROSCOPIA
POR ENERGIA DISPERSIVA (EDS)
O aparelho utilizado foi um microscópio eletrônico de varredura da marca
Philips, modelo XL30. As amostras receberam recobrimento em ouro
“SPUTTERING”. Esta análise foi realizada no Laboratório de Microscopia Eletrônica
do Departamento de Engenharia Metalúrgica e Materiais PMT da Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo EPUSP, e foram tiradas 3 micrografias
com aumento de 50X, 500X e 1000X para cada amostra.
D) CAPACIDADE DE ADSORÇÃO EM SOLVENTES ORGÂNICOS
Parte Experimental
74
O teste de avaliação da capacidade de adsorção em solventes orgânicos foi
baseado no método “Standard Methods of Testing Sorbent Performance of
Adsorbents” utilizando a norma ASTM F 726 99 (68). Este teste constou do
seguinte procedimento: em vasilha de Pyrex colocou-se o solvente a ser testado até
uma altura de 2 cm. Em uma cesta (fabricada manualmente a partir de tela de Aço
Inoxidável com abertura de 0,044mm) colocou-se 1,00 g do material adsorvente
(argila ou argila organofílica) a ser testado. Esse conjunto é pesado e colocado na
vasilha com o solvente, onde permanece por 15 minutos (Figura 21). Após esse
tempo, deixou-se escorrer o excesso por 15 segundos e realizou-se uma nova
pesagem. A quantidade de solvente adsorvido foi calculado a partir da seguinte
equação:
Ad= [(P
1
P
2
)/P
1
]*100
Sendo:
P
1
=peso do material adsorvido;
P
2
=peso do material adsorvente seco;
Ad= eficiência da adsorção para o fluído e o adsorvente testados
Os solventes utilizados nesse trabalho foram: óleo diesel, gasolina, etanol,
tolueno, xileno, querosene e óleo lubrificante. Os resultados da capacidade de
adsorção foram apresentados em gramas de solvente adsorvido por grama de
complexo.
Figura 21: Ilustração do teste da cesta.
Dentre os solventes utilizados para essa análise, optou-se por utilizar o óleo
lubrificante para simulação das emulsões em laboratório. Logo, após a realização do
Parte Experimental
75
ensaio da capacidade de adsorção em óleo lubrificante, foram selecionadas três
amostras principais (Sigma 80G, Chocolate 80G e Fluid gel 100G), ou seja, aquelas
que apresentaram uma maior capacidade de adsorção em óleo lubrificante. As
mesmas foram caracterizadas e submetidas aos testes de separação óleo/água.
3.2.2- ETAPA 2
3.2.2.1- SISTEMA DE SEPARAÇÃO ÓLEO/ÁGUA
O sistema em escala de bancada desenvolvido para esse projeto foi baseado
nos estudos realizados por Novickis (69). Esse sistema foi projetado para realizar o
ensaio de separação óleo/água, mantendo o fluxo de água contínuo e constante
durante todo o experimento.
Com o objetivo de simular, em escala de laboratório, uma coluna de
separação, utilizou-se pipetas plásticas transparentes, descartáveis, de 25 mL,
contendo cada qual quantidades iguais a 5,0 g de amostras das argilas organofílicas
selecionadas (Sigma 80G, Chocolate 80G e Fluid gel 100G). Foi utilizada a lã de
vidro como material inerte para sustentação das amostras, ou seja, para que durante
a realização do experimento, com um fluxo de água contínuo, não houvesse perda
de amostra (22).
(a) (b) (c)
Figura 22: (a) pipeta de plástico com lã de vidro; (b) pipeta de plástico com lã de
vidro e amostra ;(c) detalhamento da pipeta de plástico com lã de vidro
Na Figura 23 pode-se verificar o sistema de separação óleo/água durante a
realização do experimento com maiores detalhes.
Parte Experimental
76
Figura 23: Visão geral do sistema de separação óleo/água
A bomba utilizada nesse experimento foi do tipo submersa da marca Sarlo
Better 500, a mesma permitiu que a vazão fosse constante durante todo o
experimento (aproximadamente 21,11 L/h).
3.2.2.2- TESTE EM ESCALA DE LABORATÓRIO REALIZADOS NO SISTEMA DE
SEPARAÇÃO ÓLEO/ÁGUA
Os testes, em escala de laboratório, de desempenho do sistema de
separação óleo/água, desenvolvido para esse estudo, foram realizados no
laboratório do LMPSOL/PMT/EPUSP .
Baseados em trabalhos realizados por Silva (1), preparou-se emulsões com
concentrações de 50 ppm, 100ppm, 500ppm e 1000ppm (Figura 24). As emulsões
foram agitadas durante 5min, a temperatura ambiente, com uma velocidade de
aproximadamente 1000rpm.
Parte Experimental
77
Figura 24: Preparação da emulsão
Em seguida, com a ajuda de uma bomba submersa a emulsão foi lançada na
pipeta e coletou-se o permeado em dois pontos do sistema (Figura 25). No primeiro
ponto foi verificado a concentração de óleo/água inicial e no segundo ponto, a
concentração de óleo/água final, ou seja, foi coletado o permeado após passar
através das amostras.
Figura 25: Ilustração dos pontos de coleta das amostras no sistema de separação
óleo/água
A Figura 26 detalha a coluna de separação, evidenciando a coleta da água
após separação óleo/água.
Parte Experimental
78
Figura 26:Ilustração detalhada da coleta da água.
Ao final do experimento, obtivemos 20 amostras que foram encaminhadas
para análise no laboratório da empresa acqualab em Jundiaí SP (Figura 27).
Figura 27: Ilustração detalhada das vinte amostras coletadas para análise
Resultados e Discussões
79
CAPÍTULO IV
4.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS ARGILAS HIDROFÍLICAS E ORGANOFÍLICAS
Neste capítulo serão apresentados e discutidos os resultados das
caracterizações das argilas esmectíticas hidrofílicas (sem tratamento com o sal
quaternário de amônio HDTMA-Cl cloreto de hexadeciltrimetilamônio-GENAMIN
CTAC50) e organofílicas (com tratamento com o sal quaternário de amônio HDTMA-
Cl cloreto de hexadeciltrimetilamônio-GENAMIN CTAC50).
4.1.1 DIFRAÇÃO DE RAIOS-X
A caracterização das amostras por difração de raios-X, visa verificar a
existência de minerais acessórios e de argilominerais.
Com a troca do cátion sódio pelo cátion do sal quaternário HDTMA -Cl
(cloreto hexadeciltrimetilamônioGENAMIN CTAC50), a expansão da camada da
argila montmorilonita ocorre. Esta expansão é medida por difração de raios-x (76).
Os difratogramas das argilas: Chocolate, Fluidgel e Sigma sem tratamento
estão apresentados nas Figuras 28 a 33. As amostras apresentam reflexão do grupo
esmectítica que correspondem a distâncias basais (d
001
) a 12,6?, 15,8? e 14,8?,
para as amostras Chocolate, Fluidgel e Sigma sem tratamento, respectivamente.
Observa-se também, o seguinte pico principal que corresponde ao mineral não
esmectítico: quartzo (Q) (70-73).
Quando as argilas: Chocolate, Fluidgel, e Sigma são tratadas com o sal
HDTMA-Cl (cloreto de haxadeciltrimetilamônio GENAMIN CTAC50), ocorre
modificações nos espaçamentos basais das argilas. Na Figura 28, são apresentados
os DRX da argila esmectítica Chocolate sem tratamento e esmectítica Chocolate
com o surfactante a diferentes concentrações.
Resultados e Discussões
80
3 6 9 12 15 18 21 24 27 30
Q
Q
Q
Q
Q
Q
E
E
E
E (17,3 A)
E (18,1 A)
E (12,6 A)
2?
Chocolate sem tratamento
Chocolate 80 G
Chocolate 100 G
Figura 28: Difratogramas da argila Chocolate sem tratamento e Chocolate
modificada com o sal HDTMA-Cl (cloreto de haxadeciltrimetilamônio GENAMIN-
CTAC50) com diferentes concentrações.
A argila Chocolate apresenta uma distância basal de 12,6?, e é modificada
com a incorporação do HDTMA-Cl, o valor da distância basal aumenta para 18,1?,
quando a concentração do HDTMA-Cl é de 0,8meq/g (80G) e 17,3? quando a
concentração do HDTMA-Cl é de 1,0meq/g (100G). Estes resultados confirmam
nossa hipótese de que o HDTMA-Cl foi intercalado nos espaços lamelares da argila
Chocolate (74 e 75).
A Figura 29, mostra claramente o aumento da distância basal de 12,6? a
18,1? para a argila Chocolate sem tratamento e com o aumento da concentração do
sal HDTMA-Cl (cloreto de haxadeciltrimetilamônio GENAMIN-CTAC50).
Para a argila: Chocolate 80G (0,8meq/g) e Chocolate 100G (1,0meq/g), os
valores são de 18,1? e 17,3?, respectivamente, que reflete uma organização
bicamada. (77-79).
Resultados e Discussões
81
3 6 9 12 15 18 21 24 27 30
Q
Q
Q
Q
Q
Q
E
E
E
E (20,3 A)
E (19,7 A)
E (15,8 A)
2?
Fluidgel sem tratamento
Fluidgel 80 G
Fluidgel 100 G
Figura 29: Distância basal d(001) das argila esmectítica Chocolate e as
argilas com tratamento sal HDTMA-Cl - cloreto de haxadeciltrimetilamônio
GENAMIN-CTAC50), com diferentes concentrações.
Observa-se a partir da Figura 30, os DRX da argila Fluidgel sem tratamento e
esmectítica Fluidgel com o surfactante a diferentes concentrações.
Figura 30: Difratogramas da argila Fluidgel sem tratamento e Fluidgel modificada
com o sal HDTMA-Cl (cloreto de haxadeciltrimetilamônio GENAMIN-CTAC50)
com diferentes concentrações.
A argila Fluidgel apresenta uma distância basal de 15,8?, e é modificada com
a incorporação do HDTMA-Cl, o valor da distância basal aumenta para 19,7?,
0,0 0,5 1,0 1,5
12
13
14
15
16
17
18
19
d
CEC
Concentração
Resultados e Discussões
82
quando a concentração do HDTMA-Cl é de 0,8meq/g (80G) e 20,3? quando a
concentração do HDTMA-Cl é de 1,0meq/g (100G). Estes resultados podem ser
atribuídos à introdução dos cátions quaternários na estrutura da argila Fluidgel (74 e
75).
A Figura 31, apresenta claramente o aumento da distância basal de 15,8? a
20,3? para a argila Fluidgel sem tratamento e com o aumento da concentração do
sal HDTMA-Cl (cloreto de haxadeciltrimetilamônio GENAMIN-CTAC50).
Para as argilas: Fluidgel 80G (0,8meq/g) e Fluidgel 100G (1,0meq/g), os
valores são de 19,7? e 20,3?, respectivamente. Isto significa que a organização do
sal HDTMA-Cl (cloreto de haxadeciltrimetilamônio GENAMIN-CTAC50), está entre
bicamada e estrutura com camada pseudotrimolecular. (77-79).
Figura 31: Distância basal d(001) das argila Fluidgel e as argilas com
tratamento sal HDTMA-Cl - cloreto de haxadeciltrimetilamônio GENAMIN-
CTAC50), com diferentes concentrações.
São apresentados a partir da Figura 32, os DRX da argila Sigma sem
tratamento e argila Sigma com o surfactante a diferentes concentrações.
0,0 0,5 1,0 1,5
15
16
17
18
19
20
21
d
CEC
Concentração
Resultados e Discussões
83
3 6 9 12 15 18 21 24 27 30
Q
Q
Q
Q
Q
Q
E
E
E
E (17,8 A)
E (19,1 A)
E (14,8 A)
2?
Sigma sem tratamento
Sigma 80 G
Sigma 100 G
Figura 32: Difratogramas da argila Sigma sem tratamento e Sigma modificada com o
sal HDTMA-Cl (cloreto de haxadeciltrimetilamônio GENAMIN-CTAC50) com
diferentes concentrações.
A argila Sigma apresenta uma distância basal de 14,8?, e é modificada com a
incorporação do HDTMA-Cl, o valor da distância basal aumenta para 19,1?, quando
a concentração do HDTMA-Cl é de 0,8meq/g (80G) e 17,8? quando a concentração
do HDTMA-Cl é de 1,0meq/g (100G). Isto indica a incorporação do HDTMA-Cl nos
espaços lamelares da argila Sigma (74 e 75).
A Figura 33, apresenta claramente o aumento da distância basal de 14,8? a
19,1? para a argila Sigma sem tratamento e com o aumento da concentração do sal
HDTMA-Cl (cloreto de haxadeciltrimetilamônio GENAMIN-CTAC50).
Para as argilas: Sigma 80G (0,8meq/g) e Sigma 100G (1,0meq/g), os valores
são de 19,1? e 17,8?, respectivamente. Este comportamento pode ser atribuído às
organizações do sal entre bicamada e estrutura com camada pseudotrimolecular
(77-79).
Resultados e Discussões
84
5 10 15 20 25 30
Q
E
E (20,0 A)
2?
Spectrogel
Figura 33: Distância basal d(001) das argila Sigma e as argilas com
tratamento sal HDTMA-Cl - cloreto de haxadeciltrimetilamônio GENAMIN-
CTAC50), com diferentes concentrações.
É apresentado a partir da Figura 34, o DRX da argila organofílica Spectrogel.
Figura 34: Difratograma da argila Spectrogel organofílica.
A argila organofílica comercial Spectrogel (Figura 34), apresentou uma
distância interlamelar (20,0?), mostrando que todas as amostras de argilas que
foram tratadas com o sal quaternário de amônio apresentaram uma distância
interlamelar compatível com a amostra organofílica comercial.
0,0 0,5 1,0 1,5
15
16
17
18
19
20
d
CEC
Concentração
Resultados e Discussões
85
4.1.2 ANÁLISE TERMOGRAVIMÉTRICA (TG) E ANÁLISE TÉRMICA
DIFERENCIAL (ATD)
As Figuras de 35 a 38 mostram as curvas ATD (análise térmica diferencial) e
TG (termogravimétrica) das amostras Chocolate, Fluidgel e Sigma sem e com
tratamento com o HDTMA-Cl (cloreto de haxadeciltrimetilamônio GENAMIN-
CTAC50). e a argila organofílica Spectrogel
As análises térmicas das curvas das argilas Chocolate sem tratamento e
modificada com o sal HDTMA-Cl (cloreto de haxadeciltrimetilamônio GENAMIN-
CTAC50), estão apresentadas na Figura 35.
A análise térmica diferencial para a argila Chocolate sem tratamento na
Figura 35a exibe um pico endotérmico que ocorre entre 30ºC e 140ºC,
acompanhado pela perda de água livre e um pico endotérmico entre 490ºC e 550ºC
causado pela perda de hidroxila estrutural. O pico exotérmico a 850ºC é estrutural.
Este comportamento exotérmico pode ser atribuído à destruição da estrutura da
montmorilonita.
A curva de análise térmica diferencial obtida para a argila Chocolate tratada
com o sal HDTMA-Cl (cloreto de haxadeciltrimetilamônio GENAMIN-CTAC50),
com concentração de 0,8meq/g revela um pico endotérmico que ocorre entre 20ºC e
100ºC, acompanhado pela perda de água livre, um pico exotérmico que ocorre entre
200ºC e 400ºC, atribuído à decomposição do sal quaternário HDTMA-Cl (cloreto de
haxadeciltrimetilamônio GENAMIN-CTAC50). Após a etapa de liberação da água
residual e combustão da parte orgânica proveniente do sal quaternário de amônio,
ocorrem dois picos superpostos, o primeiro, deve-se à desidroxilação da argila
organofílica, e o segundo, à combustão do resíduo carbonoso da queima anterior,
caracterizada pelo largo pico de ATD exotérmico (80).
A análise térmogravimétrica para a argila Chocolate sem tratamento e
modificada com o sal quaternário HDTMA-Cl (cloreto de haxadeciltrimetilamônio
GENAMIN-CTAC50) está apresentada na Figura 35b.
O teor de água livre perdida é bem maior para a argila Chocolate sem
tratamento (aproximadamente 12,5%). Para a argila Chocolate 80G a perda de
massa é de aproximadamente 11,4% e para a argila Chocolate 100G a perda de
massa é de aproximadamente 11,7%. Podemos observar claramente que com o
tratamento das argilas com o sal a perda de massa é afetada no sentido de sua
Resultados e Discussões
86
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
-40
-35
-30
-25
-20
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
25
30
35
40
900ºC
550ºC
70ºC
300ºC
Diferença de Temperatura (%)
Temperatura (°C)
Chocolate sem tratamento
Chocolate 80 G
Chocolate 100 G
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
7,5
8,0
8,5
9,0
9,5
10,0
10,5
11,0
11,5
12,0
12,5
Perda de Massa (%)
Temperatura (ºC)
Chocolate sem tratamento
Chocolate 80 G
Chocolate 100 G
redução. De modo geral, o comportamento das curvas de TG serem tendências
negativas deve-se ao fato de que a queima dos radicais orgânicos fazem a amostra
diminuir a massa e, portanto, há uma variação negativa da massa na curva de TG.
(a)
(b)
Figura 35: Curvas de análises térmicas, (a)ATD e (b)TG, da amostra Chocolate
modificada com o sal HDTMA-Cl (cloreto de hexa deciltrimetilamônio) GENAMIM
CTAC50) com diferentes concentrações.
As análises térmicas das curvas das argilas Fluidgel sem tratamento e
modificada com o sal HDTMA-Cl (cloreto de haxadeciltrimetilamônio GENAMIN-
CTAC50), estão apresentadas na Figura 36.
A análise térmica diferencial para a argila Fluidgel sem tratamento encontra-
se apresentada na Figura 36a e mostra claramente que há um pico endotérmico que
Resultados e Discussões
87
ocorre entre 40ºC e 150ºC, acompanhado pela perda de água livre e um pico
endotérmico entre 500ºC e 550ºC causado pela perda de hidroxila estrutural. O pico
exotérmico a 800ºC é estrutural. Este comportamento exotérmico é devido
provavelmente à destruição da estrutura da montmorilonita.
A curva de análise térmica diferencial obtida para a argila Fluidgel tratada
com o sal HDTMA-Cl (cloreto de haxadeciltrimetilamônio GENAMIN-CTAC50),
com concentração de 0,8meq/g revela um pico endotérmico que ocorre entre 30ºC e
100ºC, acompanhado pela perda de água livre, um pico exotérmico que ocorre entre
230ºC e 410ºC, atribuído à decomposição do sal quaternário HDTMA-Cl (cloreto de
haxadeciltrimetilamônio GENAMIN-CTAC50). Após a etapa de liberação da água
residual e combustão da parte orgânica devida á presença do sal quaternário de
amônio, ocorrem dois picos superpostos, o primeiro, refere-se à desidroxilação da
argila organofílica, e o segundo, à combustão do resíduo carbonoso da queima
anterior, caracterizada pelo largo pico de ATD exotérmico (80).
A análise térmogravimétrica para a argila Fluidgel sem tratamento e
modificada com o sal quaternário HDTMA-Cl (cloreto de haxadeciltrimetilamônio
GENAMIN-CTAC50) está apresentada na Figura 36b.
O teor de água livre perdida é ligeiramente maior para a argila Fluidgel sem
tratamento com perda de massa de aproximadamente 10,7%. Para a argila Fluidgel
80G a perda de massa é de aproximadamente 10,5% e para a argila Fluidgel 100G
a perda de massa é de aproximadamente 10,3%. Podemos observar que com o
tratamento das argilas com o sal, a perda de massa foi ligeiramente afetada no
sentido de sua redução, assim como também com o aumento da concentração do
sal. De modo geral, o comportamento das curvas de TG apresenta-se
negativamente, isto devido ao fato de que a queima dos radicais orgânicos fazem a
amostra diminuir a massa e, portanto, há uma variação negativa da massa na curva
de TG.
Resultados e Discussões
88
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
-30
-25
-20
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
25
680ºC
300ºC
70ºC
Diferença de Temperatura (%)
Temperatura (ºC)
Fluidgel sem tratamento
Fluid Gel 80 G
Fluid Gel 100 G
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
7,0
7,5
8,0
8,5
9,0
9,5
10,0
10,5
11,0
Perda de Massa (%)
Temperatura (°C)
Fliudgel sem tratamento
Fluidgel 80 G
Fliudgel 100 G
(a)
(b)
Figura 36: Curvas de análises térmicas, (a)ATD e (b)TG, da amostra Fluidgel
modificada com o sal HDTMA-Cl (cloreto de hexa deciltrimetilamônio) GENAMIM
CTAC50) com diferentes concentrações.
Resultados e Discussões
89
As análises térmicas das curvas das argilas Sigma sem tratamento e
modificada com o sal HDTMA-Cl (cloreto de haxadeciltrimetilamônio GENAMIN-
CTAC50), estão apresentadas na Figura 37.
A análise térmica diferencial para a argila Sigma sem tratamento encontra-se
apresentada na Figura 37a e demonstra que há um pico endotérmico que ocorre
entre 50ºC e 150ºC, acompanhado pela perda de água livre e um pico endotérmico
entre 450ºC e 550ºC devido à perda de hidroxila estrutural. Ocorre ainda um pico
exotérmico a 830ºC que é estrutural. Este comportamento exotérmico refere-se à
destruição estrutural da montmorilonita.
A curva de análise térmica diferencial obtida para a argila Sigma modificada
com o sal HDTMA-Cl (cloreto de haxadeciltrimetilamônio GENAMIN-CTAC50),
com concentração de 0,8meq/g revela um pico endotérmico que ocorre entre 30ºC e
100ºC, acompanhado pela perda de água livre, um pico exotérmico que ocorre entre
230ºC e 410ºC, atribuído à decomposição do sal quaternário HDTMA-Cl (cloreto de
haxadeciltrimetilamônio GENAMIN-CTAC50). Após a etapa de liberação da água
residual e combustão da parte orgânica devida á presença do sal quaternário de
amônio, ocorrem dois picos superpostos, o primeiro, refere-se à desidroxilação da
argila organofílica, e o segundo, à combustão do resíduo carbonoso da queima
anterior, caracterizada pelo largo pico de ATD exotérmico (80).
A análise térmogravimétrica para a argila Sigma sem tratamento e modificada
com o sal quaternário HDTMA-Cl (cloreto de haxadeciltrimetilamônio GENAMIN-
CTAC50) está apresentada na Figura 37b.
O teor de água livre perdida é significativamente maior para a argila Sigma
sem tratamento com perda de massa em torno de 14,0%. Para a argila Sigma 80G a
perda de massa é de aproximadamente 10,5% assim como também para a argila
Sigma 100G. Podemos observar que com o tratamento das argilas com o sal, a
perda de massa foi afetada no sentido de sua redução, já com o aumento da
concentração do sal esta mesma tendência não foi verificada. Mais uma vez, o
comportamento das curvas de TG apresenta-se negativamente, isto devido ao fato
de que a queima dos radicais orgânicos fazem a amostra diminuir a massa e,
portanto, há uma variação negativa da massa na curva de TG.
Resultados e Discussões
90
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
-45
-40
-35
-30
-25
-20
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
25
30
780ºC
250ºC
300ºC
70ºC
Diferença de Temperatura (%)
Temperatura (°C)
Sigma sem tratamento
Sigma 80 G
Sigma 100 G
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
7
8
9
10
11
12
13
14
Perda de Massa (%)
Temperatura (ºC)
Sigma sem tratamento
Sigma 80 G
Sigma 100 G
(a)
(b)
Figura 37: Curvas de análises térmicas, (a)ATD e (b)TG, da amostra Sigma
modificada com o sal HDTMA-Cl (cloreto de hexa deciltrimetilamônio) GENAMIM
CTAC50) com diferentes concentrações.
Resultados e Discussões
91
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
-30
-20
-10
0
10
20
30
40
50
730ºC
500ºC
300ºC
250ºC
70ºC
Diferença de Temperatura (%)
Temperatura (ºC)
Spectrogel
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
6
7
8
9
10
11
Perda de Massa (%)
Temperatura (ºC)
Spectrogel
A análise térmica da curva da argila Spectrogel está apresentada na Figura
38.
A análise térmica diferencial para a argila Spectrogel encontra-se
apresentada na Figura 38a e revela um pico endotérmico que ocorre entre 40ºC e
110ºC, acompanhado pela perda de água livre e um pico endotérmico entre250ºC e
400ºC devido à perda de hidroxila estrutural. Ocorre ainda um pico exotérmico a
730ºC que é estrutural. Este comportamento exotérmico refere-se à destruição
estrutural da montmorilonita.
A análise térmogravimétrica para a argila Spectrogel está apresentada na
Figura 38b.O teor de água livre perdida é em torno de 10,5%. Novamente, o
comportamento da curva de TG apresenta-se negativamente, isto devido ao fato de
que a queima dos radicais orgânicos fazem a amostra diminuir a massa e, portanto,
há uma variação negativa da massa na curva de TG.
(a)
(b)
Figura 38: Curvas de análises térmicas, (a)ATD e (b)TG, da amostra Spectrogel.
Resultados e Discussões
92
4.1.3 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA (MEV)
Foram realizadas análises das imagens de microscopia eletrônica de
varredura nas amostras de argilas esmectíticas com e sem tratamento com o sal
quaternário de amônio HDTMA-Cl (cloreto de hexadeciltrimetilamônio): Chocolate,
Fluidgel e Sigma, e da argila organofílica Spectrogel. A morfologia das argilas pode
ser vista através das Figuras de 39 a 48.
Segundo Neaman et. al. (2003) (82) , uma argila lamelar seca pode ser
descrita por três unidades estruturais e pelo arranjo dessas unidades no espaço:
? A primeira unidade é a camada (partícula cristalina elementar), no caso
das esmectitas de espessura de 10? e de diâmetro entre 1 e 2 µm.
? A segunda unidade é o tactóide que é constituído pelo empilhamento
das camadas elementares.
? A terceira unidade é o aglomerado, constituído por vários tactóides. Os
aglomerados se organizam em “cachos” (clusters).
Para cada tipo de unidade estrutural existe um tipo correspondente de
porosidade. De acordo com Teixeira (2001) (83), existem os microporos
correspondentes ao empilhamento das camadas elementares, com diâmetro de até
20?. Há também , os mesoporos (20 a 400?), correspondentes aos poros
intertactóides, causados pelo arranjo das partículas dos tactóides. E finalmente os
macroporos (>500?), poros interaglomerados que podem existir nos “cachos”,
correspondentes aos espaços vazios deixados pelos aglomerados.
As micrografias eletrônicas de varredura para a amostra Chocolate sem
tratamento e Chocolate modificada com o sal HDTMA-Cl (cloreto de
hexadeciltrimetilamônio ), estão apresentadas nas Figuras 39 a 41.
Resultados e Discussões
93
Figura 39: Microscopia eletrônica de varreduras para a amostra Chocolate sem
tratamento, com aumentos de: (a) x 50, (b) x 500 e (c) x 1000.
(a)
(b)
(c)
Resultados e Discussões
94
(a)
(b)
(c)
Figura 40: Microscopia eletrônica de varreduras para a amostra Chocolate
modificada com o sal HDTMA-Cl (cloreto de hexadeciltrimetilamônio na
concentração 0,8meq/g de argila (80G), com aumentos de: (a) x 50, (b) x 500 e (c) x
1000.
Resultados e Discussões
95
Figura 41: Microscopia eletrônica de varreduras para a amostra Chocolate
modificada com o sal HDTMA-Cl (cloreto de hexadeciltrimetilamônio na
concentração 1,0meq/g de argila (100G), com aumentos de: (a) x 50, (b) x 500 e (c)
x 1000.
(a)
(b)
(c)
Resultados e Discussões
96
De forma geral, a partir de observações diretas das microscopias eletrônicas
de varredura (Figuras 39 a 41), é possível verificar que todas as amostras de argila
esmectítica Chocolate com e sem tratamento, por serem bentonitas, apresentam
morfologias similares. Portanto, observa-se que não há uma distribuição muito
homogênea de partículas, pois apresentam grãos de diversos tamanhos,
ocasionando, portanto, uma distribuição de partículas irregular. Observa-se ainda
que essas amostras são constituídas por aglomerados de perfil irregular (77-79).
Verifica-se a morfologia lamelar das camadas que formam as partículas
elementares, assim como os tactóides (19), formados pelo empilhamento dessas
partículas lamelares. Observam-se, também os tactóides ligados entre si, formando
aglomerados de diversas dimensões.
As microscopias eletrônicas de varredura para a amostra Fluidgel sem
tratamento e Fluidgel modificada com o sal HDTMA-Cl (cloreto de
hexadeciltrimetilamônio ), estão apresentadas nas Figuras 42 a 44.
A partir das micrografias da amostra Fluidgel mostrada na Figura 42 (a),
pode-se observar as partículas com diâmetros de aproximadamente 43,90 µm. Na
Figura 42 (b), se observa um aglomerado com superfície mais ou menos lisa, onde
não se distingue claramente a morfologia lamelar dos tactóides que o compõe.
Também é possível observar nesta Figura tactóides soltos. Na imagem ampliada
deste aglomerado (x1000), mostrada na Figura 42 (c), é possível distinguir os
contornos lamelares de partículas elementares dos tactóides que estão ligados entre
si (72).
Resultados e Discussões
97
Figura 42: Microscopia eletrônica de varreduras para a amostra Fluidgel sem
tratamento, com aumentos de: (a) x 50, (b) x 500 e (c) x 1000.
(a)
(b)
(c)
Resultados e Discussões
98
Figura 43: Microscopia eletrônica de varreduras para a amostra Fluidgel modificada
com o sal HDTMA-Cl (cloreto de hexadeciltrimetilamônio na concentração 0,8meq/g
de argila (80G), com aumentos de: (a) x 50, (b) x 500 e (c) x 1000.
(a)
(b)
(c)
Resultados e Discussões
99
Figura 44: Microscopia eletrônica de varreduras para a amostra Fluidgel modificada
com o sal HDTMA-Cl (cloreto de hexadeciltrimetilamônio na concentração 1,0meq/g
de argila (100G), com aumentos de: (a) x 50, (b) x 500 e (c) x 1000.
(a)
(b)
(c)
Resultados e Discussões
100
As microscopias eletrônicas de varredura para a amostra Sigma sem
tratamento e Sigma modificada com o sal HDTMA-Cl (cloreto de
hexadeciltrimetilamônio ), estão apresentadas nas Figuras 45 a 47.
(a)
(b)
(c)
Figura 45: Microscopia eletrônica de varreduras para a amostra Sigma sem
tratamento, com aumentos de: (a) x 50, (b) x 500 e (c) x 1000.
Resultados e Discussões
101
(a)
(b)
(c)
Figura 46: Microscopia eletrônica de varreduras para a amostra Sigma modificada
com o sal HDTMA-Cl (cloreto de hexadeciltrimetilamônio na concentração 0,8meq/g
de argila (80G), com aumentos de: (a) x 50, (b) x 500 e (c) x 1000.
Resultados e Discussões
102
(a)
(b)
(c)
Figura 47: Microscopia eletrônica de varreduras para a amostra Sigma modificada
com o sal HDTMA-Cl (cloreto de hexadeciltrimetilamônio na concentração 1,0meq/g
de argila (100G), com aumentos de: (a) x 50, (b) x 500 e (c) x 1000.
Resultados e Discussões
103
De forma resumida, a partir de observações diretas das microscopias
eletrônicas de varredura da argila esmectítica Sigma sem tratamento Figura 45,
Sigma com tratamento na concentração de 0,8meq/g de argila Figura 46 e Sigma
com tratamento na concentração de 1,0meq/g de argila Figura 47, observa-se que o
material é constituído de aglomerados de perfil irregular de contorno bem definido,
com diâmetro em torno de 37,27 µm. Pode-se observar também, a morfologia
lamelar das camadas 2:1 característica destes argilominerais (81).
As micrografias eletrônicas de varredura para a amostra Spectrogel estão
apresentadas na Figura 48.
Resultados e Discussões
104
(a)
(b)
(c)
Figura 48: Microscopia eletrônica de varreduras para a amostra Spectrogel, com
aumentos de: (a) x 50, (b) x 500 e (c) x 1000.
Resultados e Discussões
105
A amostra de argila organofílica importada Spectrogel, mostrada na Figura
48 (b), apresentou morfologia irregular e dimensões variando em torno de 53,81µm.
A partir da Figura 48 (c), podem ser observados claramente a morfologia lamelar das
camadas que os constituem, bem como aglomerados formados por tactóides (81).
De forma resumida a Tabela 6, mostra as dimensões das partículas para
todas as amostras de argilas esmectíticas hidrofílicas e organofílicas estudadas.
Tabela 6: Variação das dimensões dos aglomerados de partículas das argilas
hidrofílicas e organofílicas estudadas.
Diâmetro médio das partículas (µm)
Com tratamento
(Sal Genamim)
Amostra Sem
tratamento
0,8meq/g de
argila (80G)
1,0meq/g de
argila (100G)
Com
tratamento
(Sal
desconhecido*)
Chocolate
150,65 18,81 18,50 -
Fluidgel
43,90 15,83 15,50 -
Sigma
37,27 32,40 33,26 -
Spectrogel
- - - 53,81
*Por se tratar de uma amostra comercial, não foram fornecidos dados do sal quaternário de amônio
utilizado para o tratamento da referida amostra.
Através da análise dos dados da Tabela 6, podemos verificar que todas as
amostras de argilas esmectíticas sem tratamento com o sal quaternário de amônio
apresentaram uma distribuição média de partículas superiores as das respectivas
amostras tratadas com o sal quaternário de amônio. Este comportamento indica que
o tratamento com o sal HDTMA-Cl (cloreto de hexadeciltrimetilamônio), provoca uma
diminuição no tamanho das partículas.
Para concentrações do sal HDTMA-Cl (cloreto de hexadeciltrimetilamônio)
0,8meq/g e 1,0meq/g, verificou-se que não houve alteração significativa no tamanho
das partículas.
As amostras de argilas organofílicas obtidas em laboratório (Chocolate,
Fluidgel e Sigma) apresentaram tamanho de partícula inferior a amostra de argila
organofílica importada (Spectrogel).
Resultados e Discussões
106
4.1.4 ESPECTROSCOPIA POR ENERGIA DISPERSIVA (EDS)
No mesmo microscópio onde foram realizadas as microscopias eletrônicas de
varredura para as amostras Chocolate, Fliudgel, Sigma e Spectrogel (com e sem
tratamento), foram realizadas análises para a identificação dos elementos químicos
presentes através do acessório de EDS anexado ao equipamento.
A Figura 49 apresenta os resultados obtidos para a amostra Chocolate: (a)
sem tratamento, (b) com tratamento na concentração de 0,8meq/g de argila e (c)
com tratamento na concentração de 1,0meq/g de argila.
Através da análise de EDS verificou-se que a amostra Chocolate sem
tratamento apresenta em sua composição, basicamente, Si e Al, característico de
argilas esmectíticas da Paraíba. Traços de Na, Mg e Ca. Apresenta, também em sua
composição o Fe.
Ao observar as argilas Chocolate com tratamento com o sal HDTMA-Cl
(cloreto de hexadeciltrimetilamônio), independente da concentração (0,8meq/g e
1,0meq/g), é possível identificar qualitativamente os mesmos compostos presentes
na argila sem tratamento, alem do Cl, O e C, provenientes da composição do sal
HDTMA-Cl (cloreto de hexadeciltrimetilamônio).
Resultados e Discussões
107
(a)
(b)
(c)
Figura 49: Espectroscopia por energia dispersiva das argila esmectítica Chocolate.
(a) sem tratamento, (b) com tratamento com o sal HDTMA-Cl (cloreto de
hexadeciltrimetilamônio) na concentração de 0,8meq/g de argila e (c) com
tratamento com o sal HDTMA-Cl (cloreto de hexadeciltrimetilamônio) na
concentração de 1,0meq/g de argila
Resultados e Discussões
108
A Figura 50 apresenta os resultados obtidos para a amostra Fluidgel: (a) sem
tratamento, (b) com tratamento na concentração de 0,8meq/g de argila e (c) com
tratamento na concentração de 1,0meq/g de argila.
A Figura 51 apresenta os resultados obtidos para a amostra Sigma: (a) sem
tratamento, (b) com tratamento na concentração de 0,8meq/g de argila e (c) com
tratamento na concentração de 1,0meq/g de argila.
Comportamento análogo ao da argila Chocolate sem tratamento e com
tratamento com o sal HDTMA-Cl (cloreto de hexadeciltrimetilamônio), pode ser
verificado para as argilas Fluidgel e Sigma sem e com o tratamento com o sal
HDTMA-Cl (cloreto de hexadeciltrimetilamônio) com diferentes concentrações
(0,8meq/g e 1,0meq/g).
Resultados e Discussões
109
(a)
(b)
(c)
Figura 50: Espectroscopia por energia dispersiva das argila esmectítica Fluidgel. (a)
sem tratamento, (b) com tratamento com o sal HDTMA-Cl (cloreto de
hexadeciltrimetilamônio) na concentração de 0,8meq/g de argila e (c) com
tratamento com o sal HDTMA-Cl (cloreto de hexadeciltrimetilamônio) na
concentração de 1,0meq/g de argila
Resultados e Discussões
110
(a)
(b)
(c)
Figura 51: Espectroscopia por energia dispersiva das argila esmectítica Sigma. (a)
sem tratamento, (b) com tratamento com o sal HDTMA-Cl (cloreto de
hexadeciltrimetilamônio) na concentração de 0,8meq/g de argila e (c) com
tratamento com o sal HDTMA-Cl (cloreto de hexadeciltrimetilamônio) na
concentração de 1,0meq/g de argila
A Figura 52 apresenta os resultados para a argila esmectítica organofilica
Spectrogel.
Resultados e Discussões
111
Figura 52: Espectroscopia por energia dispersiva das argila esmectítica organofílica
Spectrogel.
Através do resultado de EDS , verifica-se a presença predominante do Si e
Al, devido à natureza esmectítica. A presença do C, O e Cl, deve-se a esta ser uma
argila organofílica. Percebe-se ainda a presença de Na, Mg e Fe em sua
composição.
4.2 - CAPACIDADE DE ADSORÇÃO EM SOLVENTES ORGÂNICOS
Com o objetivo de fazer a medida da capacidade de adsorção dos materiais
organofílicos, bem como, das cinco respectivas amostras naturais, utilizou-se a
metodologia baseada na norma ASTM F 726 99 (68).
Baseado nos trabalhos de Pereira (18), foram escolhidos os seguintes
solventes orgânicos: óleo diesel, gasolina, etanol, tolueno, xileno, querosene e óleo
lubrificante. Os resultados referentes a essas análises são apresentados através dos
gráficos em anexo.
Analisando as Figuras de 53 a 59 é possível verificar amostras organofílicas
apresentaram um melhor potencial de adsorção nos respectivos solventes. Fazendo
uma análise desses dados foi possível destacar as seguintes amostras:
Resultados e Discussões
112
Figura 53: Capacidade de Adsorção em óleo diesel
Figura 54: Capacidade de Adsorção em gasolina
Resultados e Discussões
113
Figura 55: Capacidade de Adsorção em etanol
Figura 56: Capacidade de Adsorção em tolueno
Resultados e Discussões
114
Figura 57: Capacidade de Adsorção em xileno
Figura 58: Capacidade de Adsorção em querosene
Resultados e Discussões
115
Figura 59: Capacidade de Adsorção em óleo lubrificante
? Para o óleo diesel: Spectrogel (7,32 ± 0,5% g/g), Chocolate 100G (4,46 ±
0,5% g/g).
? Para a gasolina: Chocolate 100G (14,53 ± 0,5% g/g), Fluid gel 100G (9,90 ±
0,5% g/g).
? Para a etanol: Sigma 80G (5,89 ± 0,5% g/g), Chocolate 100D (5,46 ± 0,5%
g/g).
? Para a tolueno: Sigma 100G (11,95 ± 0,5% g/g), Chocolate 100G (7,90 ±
0,5% g/g),.
? Para o xileno: Spectrogel (10,23 ± 0,5% g/g), Chocolate 100G (7,32 ± 0,5%
g/g),.
? Para o querosene: Spectrogel (5,37 ± 0,5% g/g), Fluid gel 100G (2,63 ±
0,5% g/g).
? Para o óleo lubrificante: Sigma 80G (3,35 g ± 0,5% /g), Chocolate 80G (2,50
± 0,5% g/g).
Tendo em vista que o solvente a ser utilizado no teste da separação
óleo/água seria o óleo lubrificante, decidiu-se escolher para realização desse ensaio
as três amostras que apresentou maior eficiência no teste de capacidade de
Resultados e Discussões
116
adsorção em solventes orgânicos. Foi então escolhida a melhor amostra dentre as
sem tratamento, a melhor amostra dentre as comercias e a melhor amostra dentre
as importadas.
Portanto, fazendo uma análise geral da Figura 59 observa-se que as
amostras que apresentaram um melhor potencial de adsorção foram: Chocolate
80G, Fluid gel 100G e Sigma 80G . Percebe-se ainda que todas as três amostras
selecionadas foram tratadas com o sal quaternário de amônio Genamim CTAC-50.
A Figura 60 mostra uma comparação do potencial de adsorção das três
amostras escolhidas:
Figura 60: Capacidade de adsorção em óleo lubrificante (g/g) das amostras Sigma
com tratamento com o sal HDTMA-Cl (cloreto de hexadeciltrimetilamônio) na
concentração de 0,8meq/g, Chocolate sem tratamento e Fluid gel com tratamento
com o sal HDTMA-Cl (cloreto de hexadeciltrimetilamônio) na concentração de
1,0meq/g.
Analisando a Figura 60 é possível observar que dentre as três amostras
escolhidas (Chocolate 80G, Fluid gel 100G e Sigma 80G), a amostra que apresentou
um melhor desempenho de adsorção em óleo lubrificante foi à amostra Sigma 80 G
(3,35 g/g).
Resultados e Discussões
117
4.3. - ANÁLISE DO TEOR DE ÓLEO/ÁGUA
Visando realizar uma análise do teor de óleo/água foram realizadas testes,
através de um sistema de separação óleo/água em escala de laboratório, com as
amostras, Chocolate 80 G, Fluid gel 100 G e Sigma 80 G e Carvão ativado.
Preparou-se emulsões com concentrações de 50 ppm, 100ppm, 500ppm e
1000ppm, de óleo em água.
Para avaliação da eficiência de separação foram coletadas em frascos Pirex,
200 mL da concentração de óleo no permeado e levadas para análise. Esses
resultados encontram-se descritos através da Tabela 11.
Através da análise da Tabela 11 é possível verificar que as amostras
(Chocolate, Fluidgel, Sigma e Carvão ativado) apresentaram um comportamento
similar, pois as mesmas evidenciaram uma concentração de óleo no permeado
inferior a 0,01 ppm ± 1%. Observa-se ainda que mesmo variando as concentrações
(50 ppm, 100ppm, 500ppm e 1000ppm) as amostras permaneceram na mesma faixa
de concentração (inferior a 0,01 ppm) apresentando, portanto um desempenho
satisfatório de adsorção de óleo e sugerindo que o processo é eficiente para
separação óleo/água dento das condicoes utilizadas. Esses valores encontram-se
de acordo com o exigido pelo CONAMA (2).
O carvão ativado foi utilizado como referência, uma vez que é utilizado na
separação óleo/água (35).
Resultados e Discussões
118
Tabela 7: Resultados da separação óleo/água.
Amostras
Concentração de
óleo inicial da
emulsão (ppm)
Concentração de óleo
no permeado (ppm)
50 Inferior a 0,01
100 Inferior a 0,01
500 Inferior a 0,01
CHOCOLATE
80G
1000 Inferior a 0,01
50 Inferior a 0,01
100 Inferior a 0,01
500 Inferior a 0,01
FLUID GEL
100 G
1000 Inferior a 0,01
50 Inferior a 0,01
100 Inferior a 0,01
500 Inferior a 0,01
SIGMA 80G
1000 Inferior a 0,01
50 Inferior a 0,01
100 Inferior a 0,01
500 Inferior a 0,01
CARVÃO
ATIVADO
1000 Inferior a 0,01
As Figuras 61 e 62 abaixo mostram as coletas do permeado realizadas antes
e após o experimento de separação óleo/água.
Resultados e Discussões
119
Figura 61: Ilustração das amostras coletadas através do sistema de separação
óleo/água (a) amostra coletada antes de passar pela argila organofílica; (b) amostra
coletada após ter passado pela argila organofílica
Figura 62: Ilustração do conjunto de amostras coletadas através do sistema de
separação óleo/água.
Através das Figuras 61 e 62, é possível verificar (visualmente) que realmente
ocorreu uma redução da concentração do teor de óleo na água. A variação das
concentrações de óleo em água de 50 ppm, 100ppm, 500ppm e 1000ppm não
50
100
500
1000
(a) (b)
Resultados e Discussões
120
afetou o desempenho de adsorção de óleo das argilas organofílicas, confirmando a
eficiência do sistema e do material utilizado para separação óleo/água.
Conclusões
121
CAPÍTULO V
5.0 CONCLUSÕES
5.1 CARACTERIZAÇÃO
Argila Chocolate
? As mudanças na distância basal sugerem a formação de bicamadas de
sais quaternários (HDTMA-Cl) nos espaços interlamelares. A argila
Chocolate sem tratamento apresenta uma distancia basal de 12,6?, e é
modificada com a incorporação do HDTMA-Cl, o valor da distancia
basal aumenta para 18,1?, quando a concentração do HDTMA-Cl é de
0,8meq/g (80G) e 17,3? quando a concentração do HDTMA-Cl é de
1,0meq/g (100G).
? A presença do sal quaternário de amônio (HDTMA-Cl) nos espaços
interlamelares foi confirmada por Análise Térmica Diferencial,
independente da concentração do sal.
? O processo de intercalação não causou modificações substanciais na
morfologia das partículas da montmorilonita, independente da
concentração do sal.
Argila Fluidgel
? As modificações na distância basal sugerem a formação de bicamadas
de sais quaternário de amônio (HDTMA-Cl) nos espaços lamelares e
estrutura com camada pseudotrimolecular. A argila Fluidgel sem
tratamento apresenta uma distancia basal de 15,8?, e é modificada
com a incorporação do HDTMA-Cl, o valor da distancia basal aumenta
para 19,7?, quando a concentração do HDTMA-Cl é de 0,8meq/g
Conclusões
122
(80G) e 20,3? quando a concentração do HDTMA-Cl é de 1,0meq/g
(100G).
? A presença do sal quaternário de amônio (HDTMA-Cl) nos espaços
interlamelares foi confirmada por Análise Térmica Diferencial
independente da concentração do sal.
? O processo de organofilização não causou modificações substanciais
na morfologia das partículas da montmorilonita, independente da
concentração do sal.
Argila Sigma
? As modificações na distância basal confirmam a formação de
bicamadas de sais quaternário de amônio (HDTMA-Cl) nos espaços
lamelares e estrutura com camada pseudotrimolecular. A argila Sigma
sem tratamento apresenta uma distancia basal de 14,8?, e é
modificada com a incorporação do HDTMA-Cl, o valor da distancia
basal aumenta para 19,1?, quando a concentração do HDTMA-Cl é de
0,8meq/g (80G) e 17,8? quando a concentração do HDTMA-Cl é de
1,0meq/g (100G).
? A presença do sal quaternário de amônio (HDTMA-Cl) nos espaços
interlamelares foi evidenciada por Análise Térmica Diferencial,
independente da concentração do sal.
? O processo de organofilização não causou modificações significativas
na morfologia das partículas da montmorilonita, independente da
concentração do sal.
Conclusões
123
5.2 CAPACIDADE DE ADSORÇÃO
? Através da análise da capacidade de adsorção, verificou-se que as
amostras organofílicas: Sigma 80G (0,8meq/g), Chocolate 80G
(0,8meq/g) e Fluid Gel 100G (1,0meq/g) apresentaram uma maior
capacidade de adsorção quando comparadas as demais amostras.
5.3 ANÁLISE DO TEOR DE ÓLEO/ÁGUA
? Através da análise do teor de óleo/água verificou-se que as amostras
apresentaram um comportamento similar, pois as mesmas evidenciaram uma
concentração de óleo no permeado inferior a 0,01 ppm ± 1%. Observa-se
ainda que mesmo variando as concentrações (50 ppm, 100ppm, 500ppm e
1000ppm) as amostras permaneceram na mesma faixa de concentração
(inferior a 0,01 ppm) apresentando, portanto um desempenho satisfatório de
adsorção de óleo e comprovando a eficiência do processo de separação
óleo/água, pois esses valores encontram-se de acordo com o exigido pelo
CONAMA .
5.4 CONCLUSÃO FINAL
As argilas organofílicas Chocolate (sal HDTMA-Cl com concentração
0,8 meq/g) (sal HDTMA-Cl com concentração 0,8 meq/g), Fluid Gel (sal
HDTMA-Cl com concentração 1,0 meq/g) e Sigma ((sal HDTMA-Cl com
concentração 0,8 meq/g) são materiais promissores para separação
óleo/água.
Perspectivas
124
PERSPECTIVAS PARA NOVOS TRABALHOS
1. Utilizar as amostras deste estudo na obtenção de argilas organofílicas a partir
de outros sais quaternário de amônio, realizando o teste de adsorção nos
mesmos solventes.
2. Testar todas as amostras obtidas, no sistema de separação óleo/água.
3. Verificar o tempo de vida útil das argilas organofílicas.
4. Verificar o tempo de saturação dessas argilas
5. Estudar métodos potenciais de regeneração das argilas saturadas.
6. Estudar o efeito de diferentes tempos e temperaturas de reação nas
propriedades dos materiais organofílicos obtidos.
7. Ampliar a gama de dados passíveis de serem obtidos com o sistema de mini
coluna, assim como implementar o aumento de escala utilizando-se colunas
de maior capacidade.
8. Verificar a intercalação destes sais quaternários em outras amostras de argila
esmectíticas.
9. Realizar estudos sobre a adsorção de outros derivados do petróleo que não
tenham sido utilizados na presente pesquisa.
Referências Bibliográficas
125
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
(1) SILVA, A.A, H.L.LIRA, Estudo de Membranas Cerâmicas na Separação de
Água/Óleo , Monografia UFCG/ANP/PRH-25, Campina Grande- PB, Julho de 2003.
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São Paulo-SP, 324p., 1973.
(4) SOUZA SANTOS, P. Tecnologia de Argilas, Vol. 1 - fundamentos, Ed. da
USP - Ed. Edgard Blücher Ltda 1975.
(5) GOMES, C. F. Argilas: o que são e para que servem. 1ª edição, Fundação
Calouste Gulbenkian, Lisboa, 457p., 1988.
(6) FREIRE, W. A., COSTA, A. C. F. M., NEVES, G.A., Preparação de Argilas
Organofílicas para serem usadas como cargas em Matrizes Polméricas de
Polipropileno, PET, Poliéster e Poliuretano Relatório parcial de iniciação científica
, Campina Grande- PB, FevereIRo de 2003.
(7) SOUZA SANTOS, P.; VIEIRA COELHO, A. C. Argilas como catalisadores
industriais - uma revisão 1ºparte - Revista Brasileira de Eng. Química, 11, (2), 35-
44 1988ª.
(8) DANA, J. D. Manual de mineralogia. Livros Técnicos e Científicos, Rio de
Janeiro, 642p., 1969.
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of national and international recommendations on clay mineral nomeclature,
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Anexos
135
ANEXOS
Legislação Ambiental
Segundo o Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA (2), em sua
resolução nº20, de 18 de julho de 1986, as águas doces, salobras e salinas do
Território Nacional são classificadas de acordo com os seus usos preponderantes,
da seguinte forma:
A) Águas Doces
I Classe Especial águas destinadas :
a) abastecimento doméstico sem prévia ou com simples desinfecção;
b) à prevenção do equilíbrio natural das comunidades aquáticas;
II Classe 1 águas destinadas :
a) ao abastecimento doméstico após tratamento simplificado;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à recreação de contato primário;
d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e as frutas que se
desenvolvem em solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de
película;
e) à criação animal ou intensiva de espécies destinadas a alimentação;
III Classe 2 águas destinadas :
a) ao abastecimento doméstico após tratamento convencional;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à recreação de contato primário;
d) à irrigação de hortaliças e plantas frutíferas;
e) à criação animal ou intensiva de espécies destinadas a alimentação;
IV Classe 3 águas destinadas :
Anexos
136
a) ao abastecimento doméstico após tratamento convencional;
b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras;
c) à dessedentação de animais;
V Classe 4 águas destinadas :
a) à navegação;
b) à harmonia paisagística;
c) aos usos menos exigentes;
B) Águas Salinas
V I Classe 5 águas destinadas :
a) à recreação de contato primário;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à criação animal ou intensiva de espécies destinadas a alimentação;
VII Classe 6 águas destinadas :
a) à navegação;
b) à harmonia paisagística;
c) à contatos secundários;
C) Águas Salobras
VIII Classe 7 águas destinadas :
a) à recreação de contato primário;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à criação animal ou intensiva de espécies destinadas a alimentação;
IX Classe 8 águas destinadas :
a) à navegação;
b) à harmonia paisagística;
c) à contatos secundários;
Anexos
137
No artigo 21 desta mesma resolução, o CONAMA ainda estabelece que: os
efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados, diretos ou
indiretamente, nos corpos de água desde que obedeça a seguinte condição:
a) pH entre 5 a 9;
b) temperatura inferior a 40ºC;
c) materiais sedimentáveis até 1 ml/litro;
d) vazão máxima de lançamento de até 1,5 vezes a vazão média do agente
poluidor;
e) óleos e graxas
- minerais, até 20 mg/L;
- vegetais e gorduras animais, até 50 mg/L;
e) ausência de materiais flutuantes.
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