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Verônica Arns da Silva
ESTUDO ANATOMOPATOLÓGICO DA MIONECROSE INFECCIOSA
VIRAL (IMNV) NO CAMARÃO CULTIVADO, Litopenaeus vannamei, EM
PERNAMBUCO, BRASIL.
Recife
2007
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Verônica Arns da Silva
ESTUDO ANATOMOPATOLÓGICO DA MIONECROSE INFECCIOSA
VIRAL (IMNV) NO CAMARÃO CULTIVADO, Litopenaeus vannamei, EM
PERNAMBUCO, BRASIL.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Recursos Pesqueiros e
Aqüicultura da Universidade Federal Rural de
Pernambuco, como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do grau de Mestre em Recursos
Pesqueiros e Aqüicultura.
Orientadora: Profª Drª Emiko Shinozaki Mendes,
Depto. de Medicina Veterinária, da UFRPE.
Recife
2007
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Universidade Federal Rural de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação em Recursos Pesqueiros e Aqüicultura
Parecer da comissão examinadora da defesa de dissertação de mestrado de
Verônica Arns da Silva
ESTUDO ANATOMOPATOLÓGICO DA MIONECROSE INFECCIOSA
VIRAL (IMNV) NO CAMARÃO CULTIVADO, Litopenaeus vannamei, EM
PERNAMBUCO, BRASIL.
Área de concentração: Aqüicultura
A comissão examinadora, composta pelos professores abaixo, sob a presidência do primeiro,
considera a candidata Verônica Arns da Silva como aprovada.
Recife, 22 de Fevereiro de 2007
________________________________________________________
Profª. Drª Emiko Shinozaki Mendes (DSc, UFRPE)
Orientadora
________________________________________________________
Drª Alitiene Moura Lemos Pereira
(DSc, EMBRAPA)
Membro externo
________________________________________________________
Prof. Dr. Fernando Leandro dos Santos (DSc, UFRPE)
Membro externo
________________________________________________________
Prof. Dr. Paulo de Paula Mendes (DSc, UFRPE)
Membro interno
DEDICATÓRIA
A Deus, pai de infinito amor e bondade, pela sua presença constante em minha vida;
A minha mãe, Walburga Arns da Silva, por todo o amor, incentivo e dedicação,
sempre ao meu lado com sua ternura e por ser meu referencial.
Ao meu pai, José Paulino da Silva, por todo o amor, prestatividade e por sempre me
fazer sorrir nos momentos mais difíceis.
Ao meu noivo, Daniel Vivas da Silveira, por todo o amor, respeito, companheirismo,
sempre me fazendo acreditar que amanhã será um belo dia.
Ao meu irmão, Thiago Paulino da Silva, por todo carinho e amizade.
A todos meus familiares, amigos, professores que sempre acreditaram em mim e
sempre me deram força nos momentos mais difíceis. Espero encontrar melhor forma e melhor
momento para dizer a todos o quanto sou agradecida por mais uma etapa vencida.
AGRADECIMENTOS
A todos que contribuíram, direta ou indiretamente para a realização deste trabalho, fica
expressa aqui a minha gratidão, especialmente:
A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) – Departamento de Pesca e
Aqüicultura, Programa de Pós-graduação em Recursos Pesqueiros e Aqüicultura, pelos
conhecimentos na área da aqüicultura;
Ao Laboratório de Sanidade de Organismos Aquáticos, no Departamento de Medicina
Veterinária pela realização das análises laboratoriais;
Ao Laboratório de Oceanografia Pesqueira, no Departamento de Pesca e Aqüicultura
pelo uso do micrótomo no final do experimento;
Ao CNPq pelo fornecimento da bolsa de pesquisa e a FINEP pelo auxílio financeiro ao
projeto de pesquisa, através do programa RECARCINE;
A Professora Drª. Emiko Shinozaki Mendes, por toda orientação, incentivo, dedicação,
profissionalismo e compromisso com seus orientandos.
Ao Professor Dr. Fernando Leandro dos Santos, pela co-orientação, amizade,
prestatividade e principalmente por todos os ensinamentos adquiridos no decorrer da
pesquisa.
Ao Professor Dr. Paulo de Paula Mendes, pela disponibilidade, boa vontade e atenção,
contribuindo com seus valiosos conhecimentos na elaboração deste trabalho;
Aos professores da Área de Patologia, Mário Menezes e Márcia Figueiredo pela boa
convivência e apoio no decorrer da pesquisa;
Aos Médicos Veterinários Clécio Florêncio, Virgínia Pedrosa, Roseli Pimentel, Suely
Bezerra, Lílian Maria, Giana Bastos, Carlos André, Joana Dourado, Andréa Barreto e a
bióloga Beatriz Oliveira por toda ajuda e apoio durante as coletas e análise laboratoriais e
pelos momentos de convivência agradável;
Aos alunos de graduação João Guimarães, Simone Lira, Bruno Cerqueira e Paulo
Albuquerque por toda a ajuda durante o experimento.
A todos os amigos, funcionários, graduandos da UFRPE que contribuíram para a
execução desta pesquisa.
SUMÁRIO
Lista de tabelas ........................................................................................................................... 7
Lista de figuras ........................................................................................................................... 8
Lista de abreviaturas ................................................................................................................... 9
Resumo ..................................................................................................................................... 10
Abstract ..................................................................................................................................... 11
1. Introdução ............................................................................................................................. 12
2. Objetivos ............................................................................................................................... 13
3. Revisão da literatura ............................................................................................................. 14
3.1. Evolução da carcinicultura ............................................................................................ 14
3.2. Fatores relacionados à saúde do camarão ...................................................................... 16
3.3. Vírus da Mionecrose Infecciosa (IMNV) ...................................................................... 18
3.4. Métodos e técnicas de diagnóstico ................................................................................ 22
4. Artigo científico .................................................................................................................... 23
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 2
MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................... 3
RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................... 5
CONCLUSÕES .................................................................................................................... 12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 12
5. Referências bibliográficas .................................................................................................... 24
Anexos ...................................................................................................................................... 30
Questionário RECARCINE .................................................................................................. 30
Normas para Publicação no periódico Acta Scientiarum Biological Sciences ..................... 33
Lista de tabelas
Tabela 1: Ocorrências da IMNV ao longo dos ciclos de cultivo. ............................................... 5
Tabela 2: Demonstrativo de: densidade (Dens.), tempo de cultivo (TC), laboratório (Lab.),
Amostras positivas (IMNV), sobrevivência (Sobrev.). .............................................. 8
Tabela 3: Valores mínimos, máximos e médias de variáveis de manejo. .................................. 9
Tabela 4: Principais achados histopatológicos durante os anos de 2005 a 2006 nas quatro
fazendas pesquisadas. ............................................................................................... 10
Lista de figuras
Figura 1: Infiltração hemocítica focal entre as fibras musculares. ............................................. 6
Figura 2: Esferóide do órgão linfóide ectópico no coração com miocardite. ............................. 6
Figura 3: Relação entre sobrevivência e tempo de cultivo na presença ou ausência da IMNV. 9
Lista de abreviaturas
ABCC: Associação Brasileira dos Criadores de Camarão.
IMNV: Mionecrose Infecciosa Viral.
BMV: Baculovirus do Monodon.
B: Bacteriose.
FAO: Food and Agriculture Organization.
G: Gregarinas.
HH: Hepatopancreatite Hemocítica.
HPV: Parvovirus Hepatopancreatico.
MrNV: Nodavirus Macrobrachium rosenbergii .
NACA: Network of Aquaculture Centres in Asia-Pacific.
NIM: Necrose Idiopática Muscular.
Davidson’s AFA: fixador composto por Álcool, Formol, Ácido acético.
NHP: Hepatopancreatite Necrosante.
OIE: Organização Mundial de Saúde Animal.
PE: Protozoários Epicomensais.
RT-PCR: Reação em Cadeia da Polimerase com Transcriptase Reversa.
TSV: Vírus da Síndrome de Taura.
WSSV: White Spot Syndrome Virus.
IHHNV: Vírus da Necrose Infecciosa Hipodermal e hematopoiética.
PL: pós – larvas.
XSV : Vírus Extra Small.
Resumo
A Mionecrose Infecciosa Viral (IMNV), de ação restrita ao nordeste brasileiro até
2006, é a doença de maior impacto negativo na carcinicultura da região. Com objetivo de
verificar ocorrência e evolução da IMNV em Litopenaeus vannamei, cultivado no litoral de
Pernambuco, Brasil, procedeu-se ao exame histopatológico em 60 amostras, provenientes de
quatro fazendas, em dois períodos (estio e chuvoso). Os resultados histopatológicos foram
relacionados com os do exame a fresco e do inquérito. Em amostras das quatro fazendas
foram identificadas lesões sugestivas de IMNV (necrose de coagulação, infiltração hemocítica
na musculatura, esferóides ectópicos do órgão linfóide), havendo maior ocorrência de lesões
no período de estio. Entretanto, no período chuvoso houve redução da ocorrência, sendo
associada a mudança de manejo. O tempo de cultivo e a densidade de estocagem, foram
variáveis que influenciaram significativamente (P<0,05) na manifestação da IMNV.
Palavras-chave: histopatologia, IMNV, Litopenaeus vannamei.
Abstract
The Infectious Myonecrosis Viral (IMNV), restricted action to the Brazilian northeast
up to 2006, is disease of bigger negative impact in the shrimp cultured of the region. Having
the objective to verify occurrence and evolution of the IMNV in Litopenaeus vannamei
cultured on the coast of Pernambuco, Brazil, histopathological examination in 60 samples of
shrimps from four farms in two cycles of aquaculture was proceeded. The histopatological
findings had been correlated the data of the wet mount and the inquiry. Suggestive injuries of
IMNV (coagulation necrosis, muscular hemocitic infiltration, spheroid of the ectopic lynphoid
organ) were found in samples of the four studied farms with bigger occurrences in the first
cycle. However, in the rainy period it had reduction of the occurrence, being associated the
handling change. The raise time and the density were variables which influenced significantly
(P<0,05) in the manifestation of the IMNV.
Keywords: histopatological, IMNV, Litopenaeus vannamei.
12
1. Introdução
A carcinicultura, atividade de grande importância econômica e social, vem sendo
ameaçada seguidamente por doenças que acometem os camarões, representando as
enfermidades um aumento no custo de produção e decréscimo em produtividade. Diante
disso, há necessidade de ampliar medidas de biosseguridade visando impedir a introdução de
enfermidades e/ou garantir o controle daquelas já existentes.
O monitoramento da sanidade dos espécimes cultivados, por meio de técnicas
laboratoriais fornecendo informações relativas à presença ou não de patógenos, é de extrema
importância para o êxito da atividade. Neste contexto, cabe ressaltar a relevância da pesquisa
multidisciplinar em que equipes, através da união de conhecimentos técnico-científicos,
possam avançar na identificação e caracterização de doenças, suas causas e medidas de
saneamento adequadas.
Foi demonstrado que cerca de 90% das enfermidades, em geral, são veiculadas de um
cultivo ao outro por pessoas, equipamentos e/ou transportes (BARBIERI JR e OSTRENSKY
NETO, 2002). Deste modo, manejo deficiente, desequilíbrio ambiental, mão de obra não
qualificada, aquisição de pós-larvas não certificadas e medidas de biosseguridade deficientes,
são fatores determinantes para propiciar a ocorrência de enfermidades em camarões
cultivados.
Dentre as doenças que estão presentes nos camarões cultivados no nordeste do Brasil,
a Mionecrose Infecciosa Viral (IMNV) é a que tem causado maior impacto na carcinicultura
desde 2003. Essa doença, modifica o comportamento frente a condições de desequilíbrio
ambiental e/ou práticas inadequadas de manejo sanitário, situação em que apresenta grande
poder de ação (LIGHTNER, 2005). Manejo sanitário inadequado e desequilíbrio ambiental,
também podem causar baixo desempenho produtivo de camarões nas diversas etapas de
cultivo. Esses fatores que podem estar relacionados com a IMNV, devem portanto, ser
avaliados e monitorados para diminuir a possibilidade de ocorrência da enfermidade. Assim
sendo, procurou-se identificar, através de exames histopatológicos, lesões anatomopatológicas
associadas à IMNV, em camarões cultivados do estado de Pernambuco, durante o período de
estio e chuvoso e relacionar a ocorrência da doença com as práticas de manejo adotadas e com
os resultados do exame a fresco.
13
2. Objetivos
Objetivo geral
Caracterizar aspectos microscópicos compatíveis com a IMNV em camarões marinhos
cultivados no estado de Pernambuco.
Objetivos específicos
Verificar a ocorrência das lesões anatomopatológicas sugestivas de IMNV;
Caracterizar lesões que apontem a IMNV como provável agente etiológico;
Avaliar o desenvolvimento de lesões sugestivas de IMNV durante os ciclos de cultivo
desde o povoamento até a despesca;
Correlacionar os resultados obtidos no exame histopatológico com os resultados dos
exames a fresco e do inquérito;
Verificar a probabilidade de ocorrência da IMNV nos dois períodos do ano (estio e
chuvoso).
14
3. Revisão da literatura
3.1. Evolução da carcinicultura
O crescimento do mercado mundial de pescados vem sendo sustentado, cada vez mais,
pelo cultivo das espécies, sendo que a carcinicultura se afirma enquanto alternativa de
produção de alimento rápida e em grande escala. Segundo Rocha e Maia (1998), o cultivo de
camarão marinho iniciou-se na década de 30 na Ásia por pesquisadores japoneses com a
espécie Penaeus japonicus. Por isso, a carcinicultura mundial concentrava-se inicialmente no
Oriente. Dentre os países produtores são citados: China, Tailândia, Vietnã, Índia, Japão,
Filipinas e Indonésia. No Ocidente, além do Brasil, destacam-se o Equador que já foi o maior
carcinicultor sul-americano, México, Costa Rica, Guatemala, Panamá, Peru e os Estados
Unidos (ORMOND et al., 2004).
Um dos fatores determinantes para a expansão da carcinicultura foi a implantação da
larvicultura que substituiu a inicial coleta de pós-larvas e juvenis em ambientes naturais. A
dependência do uso de pós-larvas silvestres tornava o cultivo do camarão vulnerável à
introdução de patógenos (LIGHTNER e PANTOJA, 2001).
Segundo Machado (1998), a rápida, porém pouco planejada expansão de fazendas de
camarão criou problemas ambientais, a exemplo do Equador, onde mais de 2.500 hectares de
áreas de mangue foram destruídas para construção de viveiros o que afetou seriamente os
ecossistemas estuarinos. Tanto no Equador, Taiwan, Indonésia, como em outros, surtos de
epidemias associados à degradação ambiental resultaram em acentuada diminuição da
produção, chegando, em alguns casos, ao fechamento de fazendas nas décadas de 80 e 90 do
século passado (LENOCH, 2004). O controle das doenças infecciosas constitui o maior
desafio da carcinicultura mundial, já que elas se mostram capazes de exterminar populações
inteiras.
O cultivo de camarões no Brasil teve início tardio, se comparado a outros países
(ROCHA, 2003). A exploração empresarial iniciou-se na década de 70, cultivando-se
inicialmente, a espécie exótica Marsupenaeus japonicus, que, todavia, não se adaptou ao novo
ambiente (BARBIERI JR e OSTRENSKY NETO, 2002). No final da década de 80
(LENOCH, 2004), foi introduzido o Litopenaeus vannamei, espécie também exótica, que
devido a sua boa adaptação, tornou-se o principal camarão cultivado no país.
Simultaneamente, houve um progresso nas pesquisas relativas à carcinicultura, melhora na
qualidade das rações industrializadas e domínio da tecnologia de produção de pós-larvas,
15
circunstância essa que levou o Brasil a conquistar a auto-suficiência no setor. O impulso
tecnológico da carcinicultura, gerador de lucro, nem sempre se fez acompanhar da necessária
atenção à sustentabilidade desta atividade produtiva.
Segundo Ormond et al. (2004), o Brasil passou de 7250 toneladas de camarão, em
1998, para 90.000 toneladas, em 2003. A área cultivada passou de 4.320 ha em 1998, para
aproximadamente 17.000 ha em 2004. O Censo da Carcinicultura Nacional (ABCC, 2004a)
revela a existência de 997 produtores de camarão no país sendo 71,41% formados por
pequenos produtores (até 20 ha), 23,37% por médios e 5,22% por grandes produtores, (mais
de 50 ha). Estes últimos ocupam 8.744 ha, ou seja, 52,68% do total da área de carcinicultura
(16.598 ha).
A região nordeste é responsável por 93,1% da produção nacional de camarão
cultivado, sendo que o estado de Pernambuco, ocupante da 4ª posição em termos de produção,
forneceu em torno de 4.531 t/ano contribuindo com 6% da produção nacional de camarão
(RODRIGUES, 2005).
Os 98 produtores de camarão no estado de Pernambuco, exploram uma área de 1.108
ha de cultivo. Deste total, 88 são pequenos produtores que ocupam 110 ha, produzindo 468
toneladas, sete produtores são de médio porte e exploram uma área de 131 ha produzindo 763
toneladas de camarão e apenas três são considerados grandes produtores ocupando 867 ha e
cuja produção é de 3.300 toneladas (ABCC, 2004a).
Segundo Lisboa Filho e Carline Jr. (2004), a produtividade da carcinicultura marinha
no Brasil é a maior em termos mundiais. Este desempenho é resultado, em parte, de fatores
naturais favoráveis existentes no nordeste do país, tais como condições climáticas, existência
de áreas estuarinas bem como salinas desativadas as quais apresentam perfil adequado para a
criação de camarões.
O cultivo intensivo e a maior disponibilidade de produtos tecnológicos (equipamentos,
fertilizantes, medicamentos, ração, dentre outros), em busca de maior produtividade, no
entanto, se fizeram acompanhar da manifestação de enfermidades (LENOCH, 2004). Tal fato
preconiza a necessidade de implantar medidas preventivas, bem como um monitoramento
capaz de detectar e possibilitar o controle das doenças já presentes.
O avanço do cultivo de camarões no Brasil, segundo Frota (2005), se defronta hoje
também com outros problemas, como aqueles decorrentes do baixo preço do produto no
mercado internacional, consequência da concorrência da China no comércio do camarão,
achatamento dos preços agravados pela revalorização do real, além da necessidade de se
agregar valor ao produto.
16
3.2. Fatores relacionados à saúde do camarão
Os campos de estudo da anatomia patológica, dirigidos aos organismos aquáticos,
assim como a medicina veterinária preventiva, relativamente recentes, não possuem ainda o
mesmo volume de informações como aqueles dirigidos à criação de espécies terrestres,
principalmente dos mamíferos e das aves. Apesar do progresso nas últimas décadas, o cultivo
de animais aquáticos, entre eles o camarão, defronta-se com problemas típicos de início da
produção animal de forma intensiva.
Conforme Martins (2006), a carcinicultura pode ser caracterizada como uma cadeia de
elos interligados (o camarão, o ambiente de cultivo e os patógenos) que, quando quebrada,
propicia o surgimento da doença. Esta concepção, apoiada no esquema clássico de Sniesko
(1973), citado por Marques et al. (2006), tem o mérito de chamar atenção para a
complexidade e interdependência destes três fatores. No entanto, segundo Thrusfield (2004),
em se tratando do cultivo intensivo, seria indicado acrescentar o manejo como quarto
elemento a completar a tríade anteriormente mencionada. Esta observação é pertinente dada à
crescente importância atribuída à ação humana para a manutenção do equilíbrio dos
componentes citados. A maior atenção ao manejo evita o risco de superdimensionar a
influência de fatores naturais, tais como as chuvas, na carcinicultura. Por outro lado evita
minimizar determinantes decorrentes do manejo ou mesmo da intervenção do homem no
ambiente circundante.
Segundo Thrusfield (2004) o rompimento do equilíbrio nesta interação dos fatores
mencionados e a conseqüente resposta do peneídeo por meio da expressão da doença tem,
geralmente, além do determinante primário com maior ação na indução da doença (o vírus,
por exemplo), outros fatores que predispõem ou reforçam o desenvolvimento da enfermidade.
O mesmo autor, afirma ainda, que animais cultivados em sistemas intensivos, são alvos de
doenças por infecção simultânea com mais de um agente, seja infeccioso ou não.
O estresse é referido pelos epidemiologistas como sendo fator iniciante ou
predisponente ao surgimento de doenças em animais cultivados (LE MOULLAC e
HAFFNER, 2000). Especificamente na carcinicultura, o estresse tem sido citado com
freqüência, como esse fator predisponente relacionando-o ao desequilíbrio do meio ambiente,
a uma maior vulnerabilidade dos espécimes, culminando em debilidade, manifestação de
doenças e, conforme a severidade daquelas, em morte (LIGHTNER, 1997; NUNES et al.,
2002; RICHARD JR, 2006).
17
A enfermidade é resultante de uma resposta pouco eficiente do animal a agentes
lesivos, dentre os quais microrganismos patogênicos. Segundo Jones et al. (2000), a maioria
das respostas são mecanismos de defesa visando neutralizar ou eliminar o agente lesivo. Se a
resposta não é bem sucedida, instala-se a doença. Para Thrusfield (2004), o estresse abrange
uma grande variedade de respostas do animal a estímulos ou mudanças ambientais. Segundo
esse autor, apesar de não existir uma teoria geral do estresse aceita unanimamente, nem tão
pouco uma definição exata do papel da imunossupressão na predisposição dos animais a
doenças infecciosas, há evidências, a partir de estudos epidemiológicos, de sua relevância
funcional. Alerta ainda, para a possibilidade de o estresse tornar-se um “termo conveniente”
que poderá dificultar a compreensão de princípios e mecanismos ainda não explicados.
Devido à freqüente e complexa interação de vários fatores no surgimento de uma
doença, convém considerar a possibilidade levantada por Jones et al. (2000), de a
imunossupressão ser influenciada por deficiências nutricionais e pela exposição do animal a
agentes tóxicos inorgânicos ou orgânicos.
A estratégia básica de combate a doenças do camarão se dá através da ação de células
de defesa chamadas hemócitos, produzidas pelo tecido hematopoiético (CHING, 2005).
Quando um agente patogênico invade órgãos ou tecidos do camarão, há uma mobilização dos
hemócitos em direção à infecção. Entre os mecanismos de defesa do camarão se destacam a
fagocitose através da qual os hemócitos eliminam as partículas estranhas, ou mesmo células
envelhecidas, e a formação de granulomas quando os hemócitos englobam o microrganismo
estranho provocando a sua morte (BARRACO, 2004).
As doenças (alterações adversas na saúde ou no desempenho zootécnico dos camarões
cultivados) que acometem os camarões cultivados, apresentam etiologias diversas, podendo
estas serem ocasionadas por agentes biológicos ou não biológicos (COUCH, 1978; BELL e
LIGHTNER, 1987; JOHNSON, 1989). Grande parte das enfermidades detectadas na
carcinicultura está relacionada a microrganismos patogênicos oportunistas (MARTINS,
2006), que são encontrados tanto na água e sedimentos marinhos quanto nos espécimes
cultivados (LIGHTNER, 1983). Particularmente as doenças de origem viral desafiam
pesquisadores e produtores, pois têm sido a causa de maior impacto econômico negativo,
sendo responsáveis por perdas massivas (LIGHTNER, 1997; FLEGEL et al., 2004). Por outro
lado, as de origem bacteriana, como as vibrioses, são responsáveis por 100% das perdas na
larvicultura, podendo atingir todos os estágios de vida dos peneídeos (PEREIRA, 2002).
18
É imprescindível, em se tratando de doenças que atingem os peneídeos, conhecer a
anatomia, a fisiologia e como determinados órgãos ficam comprometidos quando são
acometidos por enfermidades.
O exoesqueleto é o revestimento externo que protege o crustáceo, funcionando como
barreira protetora. Na Síndrome de Taura (TSV), o exoesqueleto apresenta-se com múltiplas
erosões melanizadas, deixando o animal vulnerável a agentes externos. Já a musculatura
possibilita movimentos de fuga (para trás) que, quando lesionada, como na IMNV, apresenta
necrose muscular dificultando a locomoção do animal. As brânquias têm funções de
osmoregulação, fagocitose e respiração. Quando elas ficam afetadas, seja por sujidades,
presença de protozoários epicomensais ou colonizadas por bactérias como as vibrionáceas,
suas funções ficam prejudicadas, podendo o animal morrer de anóxia.
O hepatopâncreas, outro importante órgão, exerce função de digestão, absorção e
estocagem de alimentos. Na Hepatopancreatite Necrosante (NHP), este órgão apresenta-se
com necrose, processo inflamatório com presença de lesões granulomatosas, podendo esta
disfunção afetar o desenvolvimento e levar à morte dos espécimes (OSUMA, 2001). O
intestino desempenha além da absorção, a excreção de alimentos. Quando acometido por
infestações massivas de gregarinas, que disputam o alimento com o seu hospedeiro, o
camarão apresenta crescimento reduzido.
3.3. Vírus da Mionecrose Infecciosa (IMNV)
A Mionecrose Infecciosa Viral (IMNV) era inicialmente, denominada de Necrose
Idiopática Muscular (NIM) quando ainda não havia sido definida sua etiologia. Apesar do
vírus ter sido identificado apenas recentemente na espécie Litopenaeus vannamei, existem
dúvidas de sua ocorrência anterior já que há 35 anos vem sendo descritas doenças com
sintomas similares (SANTANA et al., 2004). Estes autores fizeram um levantamento
bibliográfico (décadas de 70 e 80) referentes às enfermidades que acometeram o camarão e
constataram que necroses musculares semelhantes àquela observada na IMNV foram descritas
desde 1970. Estas doenças denominadas Necrose Espontânea Muscular, foram diagnosticadas
no Penaeus aztecuz nos E.U.A em 1970, no México em 1978 e na espécie nativa
Farfantepenaeus subtilis na zona costeira do estado do Piauí na década de 80. No estudo
mencionado levanta-se a hipótese da IMNV ser uma reincidência de uma doença em um novo
hospedeiro, o L. vannamei. A presença do F. subtilis infectado no litoral próximo aos
19
criatórios do L. vannamei pode ter facilitada a disseminação da doença, pelas fazendas do
nordeste.
A IMNV foi inicialmente localizada no Piauí em 2002. Entre 2003 e 2004 ela se
disseminou pelos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, sendo
estimado em cerca de 20 milhões de dólares as perdas causadas pela doença em 2003 (OIE,
2006). No início de 2004, a origem viral da doença foi confirmada por Donald Lightner
através de microscopia eletrônica e análise genômica (NUNES et al., 2004). Apesar de
indícios da doença em outros países criadores de L. vannamei, o registro da IMNV ficou
restrito ao nordeste brasileiro até 2006 quando sua presença também foi confirmada na
Indonésia por Donald Lightner (SENAPIN et al., 2007).
Desde 1992 ao sul de Taiwan, tem sido observada epizootia semelhante a NIM em
camarões de água doce (TUNG et al., 1999). A enfermidade da Cauda Branca que afeta o
Macrobrachium rosenbergii apresenta lesões semelhantes a IMNV, como necrose muscular
multifocal e opacidade da cauda. Atualmente a etiologia viral da doença está confirmada
tendo sido isolados o Nodavirus Macrobrachium rosenbergii (MrNV) e o vírus extra small
(XSV) (OIE, 2006).
Outra enfermidade similar a IMNV foi estudada em camarões cultivados em Belize
que, além de sinais macroscópicos semelhantes a IMNV, apresentaram lesões microscópicas
como necrose muscular e esferóides do órgão linfóide ectópicos também presentes na IMNV.
Apesar da confirmação da origem viral da enfermidade, o resultado foi negativo para o vírus
da IMN (POULOS et al., 2006; LIGHTNER et al., 2006).
No estado de Pernambuco, Brasil, o vírus da IMN foi diagnósticado por Pinheiro
(2006) usando a técnica de Reação em Cadeia da Polimerase com Transcriptase Reversa (RT-
PCR).
Segundo Lightner et al. (2005), a IMNV se manifesta na fase inicial com elevada
mortalidade, passando para um estágio crônico com mortalidade mais baixa. É uma doença,
de acordo com Lightner e Pantoja (2004) associada a estresse físico e ambiental, causando
altas mortalidades em juvenis de L. vannamei.
O agente etiológico da IMNV é um RNA vírus pertencente à família Totiviridae, tem
formato esférico, medindo 40 nanômetros (HASSON et al., 2005). Graf et al. (2003),
concluiram que o maior meio de transmissão da doença, após experimento realizado com
camarões sadios seria a ingestão direta de tecidos contaminados.
No relatório da Associação Brasileira dos Criadores de Camarão (ABCC, 2004b) é
apontado o desequilíbrio ambiental como provável desencadeador da IMNV nos estados do
20
Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte. Desequilíbrio este, provocado por mudanças físico-
químicas e biológicas no meio aquático com alterações de salinidade e da flora e fauna
planctônicas em decorrência de La Niña que provocou precipitações pluviais acima do normal
em 2003 e 2004. Segundo o relatório citado, houve diminuição da sobrevivência dos
camarões nos meses que seguiram o período chuvoso. Nos meses de estiagem, com o
restabelecimento do equilíbrio, houve uma melhora da sobrevivência nos cultivos.
Estudo de Leça e Leitão (2004), revelou, entre outros organismos aquáticos, a
existência de 100% da cianobactéria Pseudanabaena cf limnetica nas regiões pesquisadas,
sendo sua presença menor na captação de água que nos viveiros, o que indicaria um processo
de eutrofização nos cultivos, característica de desequilíbrio aquático. Esse por sua vez, exige
dos camarões maior dispêndio energético na regulação osmótica provocando estresse e,
conseqüentemente, maior suscetibilidade a bactérias patogênicas, protozoários epicomensais e
à contaminação pelo vírus da IMN. Porém, segundo as autoras, os estudos ainda não podem
ser considerados conclusivos.
Odebrecht et al. (2003), também, referiram-se às cianobactérias como sendo os
organismos que apresentaram os mais altos valores na análise das amostras de plâncton e
camarão originárias do Piauí e Ceará, o que poderia representar riscos ao cultivo. Bittencourt-
Oliveira et al. (2003) associaram as florações de cianobactérias à poluição causada pela ação
humana e afirmam que as hepatotoxinas produzidas pelas cianobactérias são as toxinas com
mais freqüência relacionadas ao envenenamento humano e animal. Essas toxinas apresentam
efeitos deletérios aos espécimes cultivados.
Na complexa interação de fatores físicos, químicos, biológicos somados à intervenção
humana, a presença de cianobactérias é, no entanto, apenas uma das tantas possíveis variáveis
envolvidas no desequilíbrio do ambiente de cultivo. O manejo pode também ser o
desencadeante do estresse, sendo que a densidade elevada de estocagem adotada nos
criatórios do Brasil, pode ter contribuido para a expressão da doença (NUNES et al., 2004;
GESTEIRA, 2006). Densidades elevadas reduzem o espaço vital natural dos indivíduos
propiciando um contato maior e estressante entre eles, bem como o canibalismo e a ingestão
de partículas infectadas pelo vírus da IMN.
A ABCC (2004b) apresentou levantamento da “variação de sobrevivência em função
da densidade de povoamento” em fazendas do Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte, regiões
onde ocorreu a IMNV. Por este levantamento parece não ser possível estabelecer parâmetros
seguros para a relação destes dois fatores já que evidencia resultados diferenciados nas várias
fazendas estudadas. Apesar de que alta densidade, enquanto um dos determinantes
21
secundários para o desencadeamento e/ou agravamento de enfermidades, ser uma hipótese a
ser considerada, há necessidade de relacioná-la a outros fatores envolvidos no cultivo como,
por exemplo, a nutrição, a qualidade da água, a origem das pós larvas. Todavia, parece se
confirmar a IMNV, como tantas outras, ser uma doença multifatorial (THRUSFIELD, 2004),
onde vários fatores exercem o papel de determinantes secundários havendo, entretanto, um
agente principal, no caso o vírus da IMN.
Segundo Nunes et al. (2004), os camarões infectados por esta doença apresentam
necrose dos músculos estriados do abdômen e do cefalotórax. A cauda pode apresentar
aspecto leitoso, perdendo a transparência. Os músculos e os apêndices afetados exibem uma
coloração avermelhada, com aparência de camarão cozido. Na fase aguda, a mionecrose é de
coagulação, caracterizada pela presença de edema entre as fibras musculares, podendo as
lesões se concentrarem em uma ou em várias áreas. Conforme relatos de Lightner et al.
(2005), no estágio crônico a necrose evolui da forma coagulativa para a liquefação dos
músculos, ocorrendo fibrose e infiltração hemocítica na musculatura. Os espécimes infectados
por IMNV apresentam ainda hipertrofia do órgão linfóide, e a formação de esferóides
ectópicos do órgão linfóide (OIE, 2004).
Conforme Nunes et al. (2004), os peneídeos enfermos podem apresentar redução de
consumo alimentar. Anorexia, diminuição do volume do hepatopâncreas, diminuição de
lipídeos, nado desorientado, dificuldade para endurecer a carapaça, são outros sintomas
sugestivos desta doença. Os camarões afetados pela IMNV têm aparência muito debilitada e
apresentam, com facilidade, flexão do 3º segmento abdominal.
A taxa de sobrevivência apresenta-se baixa na fase aguda, sendo mais baixa em
indivíduos juvenis (6 g a 7 g) até sub adultos (9 g a 10 g). Para camarões apresentando 12 g
aqueles autores mencionaram taxas de sobrevivência final de 35% a 55% em viveiros afetados
pelo vírus da IMN. Entretanto, Hasson et al. (2005) estimaram em 60 a 95% a mortalidade em
juvenis de L. vannamei em decorrência da IMNV. Os prejuízos econômicos são elevados,
pois a mortalidade maior e/ou perda da biomassa acontecem após a fase de maior consumo de
ração do ciclo de engorda.
A mortalidade, segundo Nunes et al. (2004) inicia-se no berçário, podendo ocorrer ao
longo de todo ciclo de engorda, acentuando-se quando os camarões são submetidos a estresse.
Esses autores apontam algumas condições que proporcionam o surgimento e a proliferação da
doença:
Os períodos de muda quando o camarão se apresenta fisiologicamente mais frágil;
22
Os períodos de estímulo migratório (fases lunares, marés) associados à diminuição
de consumo alimentar;
Cultivo super-intensivo (alta densidade de estocagem), uso inapropriado e
irresponsável de fertilizantes, pouca oxigenação na água, elevada quantidade de
matéria orgânica, que de modo geral são condições que contrariam a natureza do
camarão e de suas relações com seu habitat natural.
3.4. Métodos e técnicas de diagnóstico
Sendo as doenças um dos maiores problemas da carcinicultura, torna-se necessário
aperfeiçoar e difundir métodos e técnicas que permitam um diagnóstico rápido e seguro,
detectando as lesões e os respectivos agentes causadores nos viveiros de camarão. Nos
camarões, assim como em outros animais aquáticos, agentes etiológicos diversos podem ser
responsáveis pela manifestação de sinais clínicos. Por isso, a fim de se obter um diagnóstico
seguro esse deve embasar-se, além de observações a campo, em análises laboratoriais
(PEREIRA e SANTOS, 2003). O diagnóstico deve ser efetuado o mais cedo possível, pois é
essencial para o controle das doenças e diminuição do impacto econômico. Os métodos
devem ser sensíveis, confiáveis, capazes de detectar a doença e estar acessíveis a técnicos e
pesquisadores (LIGHTNER e PANTOJA, 2001).
Nem sempre se consegue identificar as doenças que afetam camarões através de
exame clínico macroscópico, já que há lesões que são comuns a várias doenças, sendo
necessário o uso de técnicas mais confiáveis de diagnóstico. Por outro lado, animais que não
apresentam sinais visíveis da doença podem estar infectados . Em estudo realizado por Flegel
et al. (2004), 94% dos camarões aparentemente “normais”, submetidos à técnicas de
diagnóstico mais sensíveis, apresentaram resultado positivo para, ao menos, um dos seguintes
quatro vírus: Parvovirus Hepatopancreatico (HPV); Baculovirus do Monodon (MBV); Vírus
da síndrome da Mancha Branca (WSSV) e Vírus da Necrose Infecciosa Hipodermal e
Hematopoiética (IHHNV).
O exame histopatológico é tido como uma importante ferramenta que descreve os
tipos e a intensidade de lesões microscópicas presentes nos tecidos e órgãos dos animais de
uma forma geral. Alternativamente , a análise a fresco apenas possibilita monitorar o estado
de saúde dos camarões, sendo considerado um método de triagem rápido e econômico.
23
4. Artigo científico
O artigo intitulado “Estudo anatomopatológico da Mionecrose Infecciosa Viral
(IMNV) no camarão cultivado, Litopenaeus vannamei, em Pernambuco, Brasil”, será
submetido à revista Acta Scientiarum: Biological Sciences.
1
ESTUDO ANATOMOPATOLÓGICO DA MIONECROSE INFECCIOSA VIRAL (IMNV) 1
NO CAMARÃO CULTIVADO, Litopenaeus vannamei, EM PERNAMBUCO, BRASIL. 2
ANATOMOPATHOLOGICAL STUDY OF INFECTIOUS MYONECROSIS VIRAL (IMNV) IN THE CULTURED 3
SHRIMP, Litopenaeus vannamei, IN PERNAMBUCO, BRAZIL. 4
5
Verônica Arns da Silva
2
, Virgínia Fonseca Pedrosa², Suely Santos Bezerra², Emiko Shinozaki 6
Mendes
1
, Fernando Leandro dos Santos
1
, Paulo de Paula Mendes
1
. 7
1
Professores da UFRPE,
2
Pós-graduanda da UFRPE,
3
Médico Veterinário. 8
1
Depto de Medicina Veterinária/UFRPE. End. Av. Dom Manuel de Medeiros s/n, Dois 9
Irmãos. Recife/PE, Brasil (81) 3320-6419/3320-6421 (esmendes@dmv.ufrpe.br, 10
11
1
Depto de Pesca e Aqüicultura/UFRPE. End. Av. Dom Manuel de Medeiros s/n, Dois Irmãos. 12
Recife/PE, Brasil (81) 3320-6420 / 3320-65-07 ([email protected], 13
15
RESUMO 16
17
A Mionecrose Infecciosa Viral (IMNV), de ação restrita ao nordeste brasileiro até 18
2006, é a doença de maior impacto negativo na carcinicultura da região. Com objetivo de 19
verificar ocorrência e evolução da IMNV em Litopenaeus vannamei, cultivado no litoral de 20
Pernambuco, Brasil, procedeu-se ao exame histopatológico em 60 amostras, provenientes de 21
quatro fazendas, em dois períodos (estio e chuvoso). Os resultados histopatológicos foram 22
relacionados com os do exame a fresco e do inquérito. Em amostras das quatro fazendas 23
foram identificadas lesões sugestivas de IMNV (necrose de coagulação, infiltração hemocítica 24
na musculatura, esferóides ectópicos do órgão linfóide), havendo maior ocorrência de lesões 25
no período de estio. Entretanto, no período chuvoso houve a redução da ocorrência, sendo 26
associada a mudança de manejo. O tempo de cultivo e a densidade de estocagem foram 27
variáveis que influenciaram significativamente (P<0,05) na manifestação da IMNV. 28
PALAVRAS-CHAVE: histopatologia, IMNV, Litopenaeus vannamei. 29
30
ABSTRACT 31
32
The Infectious Myonecrosis Viral (IMNV), restricted action to the Brazilian northeast 33
up to 2006, is disease of bigger negative impact in the shrimp cultured of the region. Having 34
the objective to verify occurrence and evolution of the IMNV in Litopenaeus vannamei 35
cultured on the coast of Pernambuco, Brazil, histopathological examination in 60 samples of 36
shrimps from four farms in two cycles of aquaculture was proceeded. The histopatological 37
findings had been correlated the data of the wet mount and the inquiry. Suggestive injuries of 38
2
IMNV (coagulation necrosis, muscular hemocitic infiltration, spheroid of the ectopic lynphoid 39
organ) were found in samples of the four studied farms with bigger occurrences in the first 40
cycle. However, in the rainy period it had reduction of the occurrence, being associated the 41
handling change. The raise time and the density were variables which influenced significantly 42
(P<0,05) in the manifestation of the IMNV. 43
KEYWORDS: histopatological, IMNV, Litopenaeus vannamei. 44
45
INTRODUÇÃO 46
47
A ocorrência de doenças, particularmente de origem viral, desafia pesquisadores e 48
produtores, pois têm sido responsáveis por perdas massivas na carcinicultura (Flegel et al., 49
2004). A sustentabilidade da carcinicultura depende, dentre outros, do conhecimento 50
multidisciplinar para adoção de medidas preventivas e monitoramento das enfermidades. 51
A Mionecrose Infecciosa Viral (IMNV), inicialmente denominada de Necrose 52
Idiopática Muscular (NIM), é uma doença que causou grande impacto na carcinicultura do 53
nordeste brasileiro. Existem dúvidas de sua ocorrência anterior, já que há 35 anos vem sendo 54
descritas doenças com sintomas similares. Santana et al. (2004), em levantamento 55
bibliográfico relativo às décadas de 70 e 80, constataram que necroses musculares, 56
semelhantes àquelas observadas na IMNV, foram diagnosticadas no Penaeus aztecuz nos 57
EUA em 1970 (Rigdon e Baxter, 1970); no México em 1978 (Lakshmi et al., 1978) e na 58
espécie nativa Farfantepenaeus subtilis na zona costeira do Piauí na década de 80. Diante 59
dessas ocorrências, Santana et al. (2004) levantaram a hipótese da IMNV ser uma reincidência 60
de uma doença em um novo hospedeiro, o L. vannamei e que a presença do F. subtilis 61
infectado no litoral piauiense, próximo aos criatórios do L. vannamei, pode ter funcionado 62
como reservatório e facilitado a disseminação da doença por fazendas do nordeste. 63
Carvalho (2005) cita que há relatos de opacidade muscular em crustáceos de outros 64
países, não somente nas espécies citadas anteriormente, ocorrendo também em lagostas na 65
Austrália, lagostins na Escócia e no Pandalus borealis (camarão do Ártico), no Alaska. 66
A IMNV foi inicialmente localizada no Piauí em 2002. Em 2003, ela já se encontrava 67
disseminada pelos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e, em 2004, foi detectada também 68
na Paraíba e em Pernambuco. Em 2003, as perdas propiciadas por esta doença foram 69
estimadas em cerca de 20 milhões de dólares (OIE, 2006). O registro da IMNV ficou restrito 70
ao nordeste brasileiro até 2006, quando também foi confirmada sua presença na Indonésia por 71
Donald Lightner (Senapin et al., 2007). 72
3
Segundo Lightner et al. (2005), a mortalidade mais elevada ocorre na fase inicial da 73
IMNV, em juvenis de L. vannamei. A seguir, na fase crônica da doença, as taxas de 74
mortalidade apresentam-se mais baixas. É uma enfermidade associada a estresse físico e 75
ambiental (Carvalho, 2005). 76
Em relatório sobre a evolução da IMNV nos estados do Piauí, Ceará e Rio Grande do 77
Norte (ABCC, 2004), a doença também foi relacionada ao desequilíbrio do ambiente aquático 78
causando estresse nos espécimes, principalmente pelo dispêndio energético no processo de 79
osmoregulação. Tal fato provocou redução do crescimento, debilidade, redução da defesa 80
imunológica, suscetibilidade a infecções oportunistas e a enfermidades virais, como a IMNV 81
(Lima et al., 2004). Outro determinante negativo considerado na ocasião, foi a presença de 82
organismos aquáticos característicos de ambientes em desequilíbrio, tais como a cianobactéria 83
Pseudoanabaena cf limnetica. A sua presença teria possibilitado a ação de patógenos, 84
inclusive do vírus da IMN (Leça e Leitão, 2004). 85
O agente etiológico da IMN é um vírus pertencente à família Totiviridae, tem formato 86
esférico, medindo 40 nanômetros (Hasson et al., 2005). Após experimento realizado com 87
camarões sadios, Graf et al. (2003) chegaram à conclusão de que a ingestão direta de tecidos 88
contaminados seria o maior meio de transmissão da doença. 89
A IMNV apresenta como característica histopatológica a necrose dos músculos 90
estriados do abdômen e do cefalotórax. Anorexia, diminuição do volume do hepatopâncreas, 91
diminuição de lipídeos, nado desorientado, dificuldade para endurecer a carapaça, flexão do 92
3º segmento abdominal , são outros sintomas sugestivos desta doença (Nunes et al., 2004). 93
Diante do exposto e dada a importância da doença na carcinicultura, procurou-se 94
identificar, através de exames histopatológicos, lesões sugestivas de IMNV no L. vannamei 95
cultivado em fazendas do estado de Pernambuco e associá-las aos dados de cultivo. 96
97
MATERIAL E MÉTODOS 98
99
Foram avaliados camarões de quatro fazendas do estado de Pernambuco, Brasil. Duas 100
situadas no litoral sul (A e D) e duas no litoral norte (B e C), durante o período de estio 101
(novembro/2005 a março/2006) e chuvoso (abril a setembro de 2006). A partir de uma lista 102
fornecida pela Comissão de Carcinicultura da Federação da Agricultura do Estado de 103
Pernambuco (FAEPE) e considerando a concordância em participar da pesquisa, decidiu-se 104
trabalhar com uma amostra representativa das fazendas. 105
4
Inicialmente, aplicou-se um questionário (inquérito) para a obtenção de informações a 106
respeito do manejo de cultivo e sanitário, as quais foram utilizadas para correlacionar a lesões 107
sugestivas de IMNV. 108
As amostras foram mensalmente coletadas de dois viveiros de cada fazenda, desde o 109
povoamento do viveiro (tempo zero) até a despesca, contendo cada amostra 10 camarões, num 110
total de 60 amostras (30 no período de estio e 30 no chuvoso), perfazendo 600 camarões. Os 111
espécimes foram coletados com o uso de tarrafas e conduzidos vivos ao Laboratório de 112
Sanidade de Organismos Aquáticos (LASOA) do Departamento de Medicina Veterinária da 113
Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Os camarões foram transportados sob 114
aeração em baldes contendo água originária de tanques berçários ou dos viveiros de engorda. 115
Para o exame histopatológico, os camarões foram sacrificados por choque térmico, e 116
em seguida mergulhados ou infiltrados com solução Davidson´s AFA (Humason, 1972), 117
dependendo do tamanho dos espécimes. Pós-larvas permaneceram no fixador por 12 a 24 h e 118
indivíduos maiores permaneceram por 24 a 72 h. Após esse tempo foram transferidos ao 119
álcool a 50% até o momento de serem desidratados, diafanizados, incluídos em parafina e 120
cortados a uma espessura de 3 a 6 μm no micrótomo de parafina. As lâminas foram coradas 121
pelo método da hematoxilina e eosina (Luna, 1968) e analisadas a microscopia óptica. 122
No exame a fresco, tecidos e órgãos de dez camarões por amostra foram analisados 123
macro e microscopicamente segundo as recomendações de Pereira e Santos (2003). Na análise 124
de dados utilizou-se, para relacionar a probabilidade de ocorrência da IMNV em função das 125
variáveis de manejo e análises laboratoriais, o modelo abaixo: 126
127
128
Tox+ 129
130
Em que: Prob
(IMNVi)
- probabilidade de ocorrência da IMNV,
0
β
,
1
β
...
11
β
- parâmetros do 131
modelo; Faz - fazendas; EA - estação do ano; Viv - viveiro; TC - tempo de cultivo; Doenças - 132
ocorrência de outras doenças; EF- exame a fresco; Tox - toxinas; Dens - densidade; Ração - 133
ração utilizada; Lab - laboratório fornecedor de pós-larvas; Berc - berçário; e
i
- erro associado 134
a cada observação. 135
Where: Prob
(IMVNi)
– probability of occurrance of IMNV,
0
β
,
1
β
...
11
β
- parameters of the model; Faz – 136
farms; EA – Seasons; Viv – fishery; TC – raise time; diseases – occurrances of other diseases; EF – wet mount; 137
Tox – toxins; Dens – density; Ração – ration; Lab – supplier laboratory of postlarvae; Berc – (nursery); ei – 138
associated mistake to each observation. 139
140
As variáveis independentes foram inseridas no modelo sob forma de sistema binário, 141
exceto o tempo de cultivo e densidade de estocagem. Para correlacionar a variável 142
5
sobrevivência em função de algumas variáveis contidas no banco de dados, foi utilizado o 143
modelo abaixo: 144
145
146
Em que: Sobrev
λ
- sobrevivência dos cultivos, λ – fator transformação de Box e Cox;
0
β
,
1
β
. 147
4
β
- parâmetros do modelo; Faz - fazendas; TC- tempo de cultivo; IMNV - ocorrência da 148
IMNV; Dens – densidade; e
i
- erro associado a cada observação. 149
Where: Sobrev – survival of the raises; λ –transformation factor Box and Cox
0
β
,
1
β
...
4
β
- parameters of 150
the model; Faz – farms; TC – raise time; IMNV – IMNV occurrence, associated mistake to each observation. 151
152
Para selecionar as variáveis significativas nos modelos, utilizou-se o processo de 153
Stepwise Forward, como citado por Mendes (1999), estabelecendo-se, como padrão a 154
estatística “F” de Snedecor de entrada e saída em 4. Associado ao processo de Stepwise, 155
transformou o vetor resposta (sobrevivência) a: , de acordo com Mendes et 156
al.(2006), objetivando minimizar a soma dos quadrados dos resíduos e normalizar o referido 157
vetor. Todos os cálculos para ambos modelos foram estimados pelo programa computacional 158
Syseapro versão
β
assim como o programa Excel para obtenção do gráfico. 159
Afim de verificar uma possível relação entre período chuvoso e resultados indicativos 160
de IMNV, buscou-se o índice pluviométrico do período em que foram efetivadas as coletas. 161
162
RESULTADOS E DISCUSSÃO 163
164
No total de 60 amostras analisadas (Tabela 1) houve 31 ocorrências de lesões 165
sugestivas de IMNV, em que 20 ocorreram no período de estio e 11 no periodo chuvoso o que 166
aparentemente, contradiz ao que indica o relatório da ABCC (2004). Segundo esse, o 167
desequilíbrio ambiental, decorrente de fortes chuvas, é apontado como provável 168
desencadeador da IMNV. 169
170
Tabela 1: Ocorrências da IMNV ao longo dos ciclos de cultivo. 171
Table 1: IMNV occurrances throughout the raise cycle. 172
Período Amostras 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª Total
Estio
Total/IMNV 8/0 8/7 8/7 5/5 1/1 30/20
Chuvoso
Total/IMNV 7/0 8/0 8/5 6/6 1/0 30/11
173
O indice pluviométrico, referente à região onde se situam as fazendas pesquisadas, 174
registrou no litoral norte, precipitações acima de 100 mm entre fevereiro (154 mm) e agosto 175
6
(161 mm) de 2006, com pico em julho (319 mm). No litoral sul, as maiores precipitações 176
ocorreram a partir de janeiro de 2006 (112 mm), com pico em junho (362 mm) estendendo-se 177
até a última coleta efetuada em setembro com 146 mm de chuva (LAMEPE/ITEP, 2006). 178
Considerando-se que a maior ocorrência de lesões indicativas de IMNV se deu no período de 179
estio, época de menor quantidade de chuvas, não pode ser aventada uma relação causal entre 180
chuva (desequilíbrio ambiental decorrente da mesma) e a expressão da enfermidade. 181
Um aumento gradativo de amostras apresentando sinais positivos de IMNV ocorreu 182
entre a 2ª coleta (sete do total de 16 amostras), a 3ª coleta (12 do total de 16 amostras) e a 4ª 183
coleta. Nesta, em cinco viveiros já havia sido feito a despesca. Todas as amostras da 4ª coleta 184
(11) apresentaram lesões sugestivas de IMNV. 185
Nas amostras do tempo zero (1ª coleta) com pós-larvas que variavam de PL
9
a PL
27
, 186
tanto no 1º quanto no 2º ciclo de cultivo, não se evidenciou lesões indicativas de IMNV no 187
exame histopatológico. Isto pode ser sugestivo das seguintes hipóteses: não se conseguiu 188
detectar lesões em pós-larvas nos seus estágios iniciais devido ao pequeno tamanho ou as pós-189
larvas se apresentaram livres do IMNV infectando-se os camarões nas próprias fazendas, já 190
que a partir da 2ª coleta foram constatadas lesões sugestivas de IMNV. 191
Foram observados os seguintes achados histopatológicos sugestivos da IMNV: 192
necrose de coagulação caracterizada por edema entre as fibras musculares, tanto em 193
fragmentos do cefalotórax quanto nos 5° e 6° segmentos abdominais. Alguns espécimes 194
apresentaram áreas de fibrose e infiltração hemocítica entre as fibras musculares (Figura 1), 195
caracterizando uma miosite, o que conduz a um quadro sugestivo da fase crônica da doença 196
(Lightner et al., 2005). Esferóides do órgão linfóide ectópicos foram observados na glândula 197
antenal, tecido conectivo do coração, no miocárdio (Figura 2), localizados entre o 198
hepatopâncreas e o coração e na musculatura do 5° e 6° segmentos abdominais. 199
200
Figura 1: Infiltração hemocítica focal entre as
fibras musculares.
Figure 1: Focal hemocitic infiltration between muscle
fibers.
Figura 2: Esferóide do órgão linfóide
ectópico no coração com miocardite.
Figure 2: Spheroid of the ectopic lymphoid organ in
a heart with myocarditis.
7
Tang et al. (2003) citaram que a presença de esferóides do órgão linfóide é um achado 201
histopatológico típico da IMNV. Os esferóides resultam de um mecanismo de defesa realizada 202
no órgão linfóide através de englobamento do agente invasor por células de defesa, 203
objetivando expulsá-lo. 204
Convém observar que a necrose muscular, considerada típica da IMNV, foi constatada 205
também na doença da cauda branca do Macrobrachium rosenbergii (Tung et al., 1999), cuja 206
etiologia foi atribuída ao Nodavirus Macrobrachium rosenbergii (MrNV) (OIE, 2006). 207
Camarões cultivados em Belize, apesar de apresentarem necrose muscular e esferóides 208
ectópicos do órgão linfóide, obtiveram resultado negativo para o vírus da IMN (Poulus et al., 209
2006; Lightner et al., 2006). Entretanto, em Pernambuco, pesquisa utilizando RT-PCR 210
(Pinheiro, 2006) não deixa dúvidas quanto à presença da IMNV em animais de fazendas dos 211
mesmos municípios de onde se originaram as amostras analisadas no presente trabalho. Tal 212
fato corrobora a probabilidade de que as lesões aqui mencionadas possam ser realmente 213
atribuídas a IMNV. 214
Analisando a Tabela 2, convêm esclarecer que a fazenda C foi excluída do 215
demonstrativo, pelo fato de não ter sido possível obter dela as informações necessárias. 216
Para discutir os dados deste estudo, convém considerar, de acordo com Martins 217
(2006), que a carcinicultura é uma complexa cadeia de elos interligados: camarão-ambiente-218
patógeno. O rompimento do equilíbrio desses fatores e a conseqüente expressão da doença 219
pelo peneídeo, no caso, da IMNV, tem além do vírus como determinante de maior ação, 220
outros fatores que predispõem ou reforçam o desenvolvimento da doença. 221
Assim, a elevada densidade de estocagem praticada por ocasião da manifestação da 222
IMNV nos estados do Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte, foi considerada um dos estressores 223
favorecedores da doença (Gesteira, 2006). O uso de densidades maiores sem boas práticas de 224
manejo (Carvalho, 2005), pode levar à deterioração do ambiente aquático com acúmulo de 225
matéria orgânica que favorece a eutrofização. Elevadas densidades propiciam maior contato 226
entre os indivíduos, aumentando o risco de contaminação (Nunes et al., 2005) por meio da 227
ingestão de tecidos contaminados pelo IMNV (Graf et al., 2003). As densidades introduzidas 228
nas fazendas estudadas foram de 15 a 72, 44 camarões/m² (Tabela 2). 229
O tempo de cultivo é outra variável a ser considerada. Em se tratando de pós-larvas já 230
infectadas, adquiridas de laboratórios, quanto maior a duração do cultivo, tanto maior o risco 231
de surgimento de lesões da IMNV. Risco esse que poderá ser potencializado com falhas no 232
manejo. Em caso de presença de camarões ou tecidos contaminados por IMNV no ambiente 233
aquático, a probabilidade de ingestão de partículas virais e a consequente transmissão da 234
8
doença, também se tornam maiores em cultivos com duração maior. O tempo de cultivo nas 235
fazendas estudadas variou de 52 a 117 dias. 236
237
Tabela 2: Demonstrativo de: densidade (Dens.), tempo de cultivo (TC), 238
laboratório (Lab.), Amostras positivas (IMNV), sobrevivência (Sobrev.). 239
Table 2: Demonstrative of: density (Dens.), raise time (TC), 240
laboratory (Lab.) positive sample (IMNV), survival (Sobrev.). 241
Faz. Viv. Período Dens. TC(dias) Lab. IMNV Sobrev.(%)
A
V1
estio 31,0 117 L2 4 55
chuvoso 22,0 92 L4 2 46
V2
estio 17,6 96 L2 3 60
chuvoso 15,0 117 L4 2 62
B
V1
estio 43,3 60 L5 1 78
chuvoso 24,7 52 L5 0 95
V2
estio 25,0 65 L5 2 74
chuvoso 25,0 68 L5 0 82
D
V1
estio
70,87 70 L1 3 72,7
chuvoso 72,44 94 L3 1 62,2
V2
estio 68,84 88 L2 3 62,9
chuvoso 66,67 98 L4 2 52,7
242
Outro fator importante, aqui considerado, é a origem das pós-larvas. Pós-larvas 243
certificadas, originadas de laboratórios idôneos são importantes para minimizar a ocorrência 244
de enfermidades. Relacionando as variáveis incluídas na Tabela 2, constatou-se: 245
A fazenda A que empregou as mais baixas densidades (15 a 31 cam/m
2
), o tempo de 246
cultivo mais prolongado (92 a 117 dias), apresentou as mais altas ocorrências de 247
IMNV (11) e as mais baixas taxas de sobrevivência (46% a 62%); 248
A fazenda B com densidades (24,7 a 43,3 cam/m
2
), e o tempo de cultivo menor (52 a 249
68 dias), apresentou as mais baixas ocorrências de IMNV (3) e as mais altas taxas de 250
sobrevivência (74% a 95%), que estão acima das médias históricas no Brasil. É a 251
única fazenda que adquiriu pós-larvas do laboratório 5 nos dois ciclos de cultivo e 252
para ambos os viveiros; 253
A fazenda D que usou as mais altas densidades (66,67 a 72,44 cam/m
2
) e cujo tempo 254
de cultivo variou entre 70 a 98 dias apresentou 9 ocorrências de IMNV e taxas de 255
sobrevivência entre 52,7% a 72,7%. 256
A taxa de sobrevivência se apresentou mais alta que aquela citada na literatura 257
especializada para a IMNV (ABCC, 2004; Hasson et al., 2005;). 258
Valores mínimos, máximos e médios ± erro resultantes da sobrevivência dos cultivos e 259
densidades de estocagem durante o período pesquisado são apresentados na Tabela 3. 260
9
261
Tabela 3: Valores mínimos, máximos e médias de variáveis de manejo. 262
Table 3: Minimum values, maximum and averages of handling variables. 263
Variáveis Valor mínimo Valor máximo Média ± erro
Sobrev. 46 95 67,19 ± 8,74
Dens. 15 72,44 40,72 ± 6,66
264
Ao relacionar a probabilidade de ocorrência da IMNV com as demais variáveis 265
presentes no banco de dados da pesquisa, constatou-se que a densidade, o tempo de cultivo e a 266
interação entre ambas interferiram significativamente na ocorrência da IMNV, como 267
evidenciado no modelo abaixo: 268
269
270
Ao relacionar a sobrevivência dos camarões, em função de variáveis contidas no 271
banco de dados, constatou-se que o tempo de cultivo assim como a IMNV interferiram 272
significativamente na sobrevivência dos espécimes cultivados, como representado na função 273
abaixo: 274
Evidenciou-se que um maior tempo de cultivo, na presença da IMNV, representa 275
menor taxa de sobrevivência (Figura 3). 276
277
278
279
Figura 3: Relação entre sobrevivência e tempo de 280
cultivo na presença ou ausência da IMNV. 281
Figure 3: Relation between survival and raise time 282
at the presence or absence of IMNV. 283
284
Exemplificando com 120 dias de cultivo, na presença da doença, a sobrevivência 285
estimada é de aproximadamente 40%, sendo que, sem a doença e com o mesmo tempo de 286
cultivo, a sobrevivência estimada é de aproximadamente 60%. No entanto, uma melhora no 287
Tempo de cultivo (dias)
Sobrevivência (%)
Sem IMNV
Com IMNV
^
^
10
manejo sanitário dos espécimes cultivados poderia refletir em um aumento de sobrevivência. 288
De uma forma geral, a presença da IMNV gerou uma redução da sobrevivência de 20%. 289
Em situações não controladas, como as de cultivo de camarão, há muitos fatores que 290
podem interferir no desempenho a depender de cada realidade específica (fazendas, viveiros). 291
Uma alteração no desempenho dos espécimes cultivados pode ser fruto da combinação de 292
diferentes fatores, difícil de ser constatada. Nas fazendas estudadas, medidas de saneamento 293
podem ter contribuído para a diminuição da IMNV no 2º ciclo. Assim, em quatro dos seis 294
viveiros em que se obtiveram os dados (Tabela 2), houve diminuição da densidade do 1º para 295
o 2º ciclo de cultivo, o que pode caracterizar uma tentativa de controle da doença, sendo que 296
nos quatro viveiros citados houve diminuição de ocorrência da IMNV. Segundo dados do 297
inquérito são adotadas medidas de assepsia/desinfecção de berçários e viveiros entre os ciclos 298
de cultivos por ocasião de manifestação de doenças. O intervalo que foi de um a quatro meses 299
entre o período de estio e o chuvoso pode ter também influenciado na diminuição da IMNV 300
no 2º ciclo (período chuvoso). 301
Além de 31 amostras com lesões sugestivas de IMNV a análise histopatológica 302
(Tabela 4) apontou, entre outros, os seguintes achados: 44 amostras com lesões sugestivas de 303
Hepatopancreatite Hemocítica (HH), 37 de Necrose Infecciosa Hipodermal e Hematopoiética 304
(IHHN), 38 de Bacteriose (B), 33 protozoários epicomensais (PE) e 25 de gregarinas (G). O 305
número destes achados, com exceção de HH, diminuiu do 1º para o 2º ciclo, o que pode 306
indicar uma possível melhora no manejo influenciando no ambiente aquático e, em 307
decorrência, na diminuição da IMNV no 2º ciclo. 308
Tabela 4: Principais achados histopatológicos durante os anos 309
de 2005 a 2006 nas quatro fazendas pesquisadas. 310
Table 4: Main histopathological findings between the years of 311
2005 and 2006 on the four studied farms. 312
Período Amostras IMNV HH IHHN B PE G
Estio
30 20 19 20 20 20 14
Chuvoso
30 11 25 17 18 13 11
Total
60 31 44 37 38 33 25
Em que: IMNV- Mionecrose Infecciosa Viral, PE- protozoários epicomensais, IHHN- 313
Necrose Infecciosa Hipodermal e Hematopoiética, B- bacteriose, G- gregarina. 314
Where: IMNV- Infectious Myonecrosis Viral, PE- epicomensal protozoan, Infectious hypodermal and 315
haematopoietic necrosis, B- bacteriose, G- gregarine. 316
317
Comparando resultados do exame histopatológico com os do exame a fresco verificou-318
se que houve quatro amostras com indicação de alterações sugestivas de necrose muscular no 319
exame a fresco, confirmadas pelo exame histopatológico, porém em 27 amostras, o exame a 320
11
fresco não evidenciou alterações na musculatura, enquanto o exame histopatológico 321
identificou nas mesmas, lesões sugestivas de IMNV. Portanto, o exame a fresco, apesar de ser 322
muito utilizado por ser uma técnica rápida, pouco dispendiosa, necessita de complementação 323
com exames mais sensíveis como o histopatológico. 324
Do subtotal de 15 amostras, coletadas no tempo zero, dez amostras possibilitaram 325
visualização para o exame a fresco. Destas dez, nove apresentaram necrose nos túbulos do 326
hepatopâncreas o que pode ser correlacionado aos sete casos sugestivos de hepatopancreatite 327
hemocítica evidenciados pela histopatologia na primeira coleta, não havendo, em princípio, 328
suspeita da IMNV. 329
Apesar da redução alimentar e a ausência ou redução de lipídeos, entre outros, serem 330
citadas como sintomas da presença de IMNV já no berçário (Nunes et al., 2004), os dados 331
aqui obtidos pelo exame a fresco não foram suficientes para evidenciar a enfermidade naquela 332
ocasião. Confrontando os achados histopatológicos com os do exame a fresco, os dados 333
poderiam ser indicativos de baixa qualidade da água, pela detecção de protozoários 334
epicomensais (Lightner, 1997) nos camarões analisados. 335
Do total de 37 ocorrências de IHHN, 26 estavam conjugadas a IMNV. Conforme 336
Thrusfield (2004), animais cultivados em sistemas intensivos, são alvos de doenças por 337
infecção simultânea, com mais de um agente infeccioso. O vírus da IHHN é considerado 338
endêmico na carcinicultura brasileira e, apesar de não se atribuir ao mesmo, isoladamente, 339
grande impacto, ele representa um fator de risco a mais, pois provoca estresse e debilidade. A 340
desuniformidade do camarão é outra característica associada a IHHN (Barbieri Jr e Ostrensky 341
Neto, 2002), sendo que, nas amostras do 4º mês de cultivo, foi constatada pelo exame a 342
fresco, uma considerável variação dos pesos médios (4,07 g a 9,90 g). 343
A hepatopancreatite hemocítica (HH) teve a mais alta presença entre os achados 344
histopatológicos (44 no total de 60 amostras). Caracterizada por inflamação e necrose no 345
hepatopâncreas, ela pode ser ocasionada por etiologias diversas como: bactérias, toxinas, 346
rickétsias e vírus. A presença de HH, em conjunção com as outras ocorrências 347
histopatológicas pode ser indicativo de desequilíbrio do ambiente aquático. Esse desequilíbrio 348
é frequentimente apontado como causador de estresse nos camarões, tornando-os vulneráveis 349
ao IMNV (ABCC, 2004; Lima et al., 2004). 350
A presença de gregarinas, algumas vezes de forma massiva, pode agravar o estado de 351
saúde dos camarões, uma vez que, presentes no intestino destes indivíduos, competem com os 352
mesmos pelos nutrientes. A existência de lesões sugestivas de bacteriose detectadas em 38 353
amostras em conjunção a outros achados indica a necessidade de investigar a presença de 354
12
vibrionáceas. Cabe ressaltar que a presença de bactérias é comum tanto no camarão quanto na 355
água, sendo que em ambientes aquáticos equilibrados não costumam causar danos. 356
Os dados apresentados neste estudo parecem indicar a presença da IMNV associada à 357
interação de agentes infecciosos e fatores não infecciosos. A expressão da doença seria 358
portanto, uma provável consequência da conjunção de diferentes fatores (nem todos objeto 359
desse estudo), tais como: aqueles relacionados ao manejo: tempo de cultivo, alimentação, 360
qualidade de pós-larvas e outros, decorrentes de adversidades do meio ambiente. 361
362
CONCLUSÕES 363
364
Este estudo anatomopatológico caracterizou lesões que sugerem a presença da IMNV 365
em camarões cultivados das quatro fazendas estudadas. 366
Não há como afirmar se a doença foi adquirida na propriedade ou se as pós larvas já 367
vieram infectadas dos laboratórios. 368
O maior número de lesões sugestivas de IMNV, ocorreu, no 1° ciclo de cultivo 369
estudado, no período de estio. 370
O tempo de cultivo e a densidade de estocagem influenciaram significativamente 371
(P<0,05) na manifestação da IMNV; o tempo de cultivo e a ocorrência da IMNV interferiram 372
de forma significativa (P<0,05) na sobrevivência. 373
A aparente melhora de desempenho parece estar relacionada com a conjunção de 374
diferentes fatores de manejo e ambientais. 375
376
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promissora alternativa de diversificação econômica. Cadernos da FACECA, Campinas, v.
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NUNES, A.J.P; MARTINS, P. C. Avaliando o estado de saúde de camarões marinhos na
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em: 26 dez.2006.
ORMOND, J.G.P. et al. A carcinicultura brasileira. Rio de Janeiro: BNDES Setorial, n.19,
2004. p.91-118.
OSUMA, F.P. Camaronicultura y medio ambiente. México: Instituto de Ciencias del Mar
y Limnologia, 2001. p. 284-285.
PEREIRA, A. M. L.; SANTOS, M. L. Relatório do treinamento em patologias de camarões
marinhos realizado no instituto tecnológico de Sonora. Parnaíba: ITS, 2003.p. 19 - 29.
PEREIRA, A. R. Patologias de camarões marinhos. [S.l], 2002. p. 57. Apostila.
PINHEIRO, A. C. A. S. Investigação dos vírus da síndrome de taura e da mionecrose
infecciosa em cultivos de camarão marinho Litopenaeus vannamei em Pernambuco. 2006.
64f. Dissertação (Mestrado em Recursos Pesqueiros e Aqüicultura) – Universidade Federal
Rural de Pernambuco, Recife.
POULOS, B. T. et al. Different viruses cause myonecrosis in cultured Litopenaeus vannamei
from Brazil and Belize: characterization of the etiologic agents and molecular methods for
detection. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON AQUATIC ANIMAL HEALTH, 5.,
2006, San Francisco. Abstracts…, San Francisco: [s.n], 2006.
RICHARD JR, L. Modelo para implementação de sistema integrado de gestão ambiental
para a carcinicultura marinha. 2006. 179f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção)
– Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
ROCHA, I. P.; MAIA, E. P. Desenvolvimento tecnológico e perspectivas de crescimento da
carcinicultura marinha brasileira. Anais do Aquacultura Brasil. Recife, v.1, p. 213-235,
1998.
29
ROCHA, I. P. A indústria brasileira do camarão cultivado. Salvador, 2003. Palestra
apresentada no Seminário Internacional sobre a Indústria do camarão. Disponível em:
<http://www.mcraquacultura.com.br/arquivos/A%20Industria%20Brasileira%20Camarao%20
Cultivado.pdf> . Acesso em: 10 set.2005.
RODRIGUES, J. Carcinicultura marinha desempenho em 2004. Revista da ABCC, ano 7
n.2, p.38 – 44, jun.2005.
SANTANA, W. M. et al. O vírus da mionecrose infecciosa (IMNV): uma nova enfermidade?.
JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO DA UFRPE, 4., 2004, Recife. Anais...,
Recife: [s.n], 2004. 1 CD-ROM.
SENAPIN, S; PHEWSAIYA, K; BRIGGS, M; FLEGEL, T.W. Outbreaks of infectious
myonecrosis virus (IMNV) in Indonesia confirmed by genome sequencing and use of an
alternative RT-PCR detection method. Aquaculture, Amsterdam, fev. 2007. 7p.
SNIESKO, S.F. Diseases of fish and their control in the U.S. In: . The two lakes fifth
fishery management training course report. London: Jansen, 1973. p.55-66.
THRUSFIELD, M. Epidemiologia veterinária. São Paulo: Roca, 2004. 556 p.
TUNG, C.W; WANG, C.S; CHEN, S.N. Histological and electron microscopic study on
Macrobrachium muscle virus (MMV) infection in the grand freshwater prawn
Macrobrachium rosenbergii (the man), cultured in Taiwan. Journal of Fish Diseases,
Taiwan, v.22, p. 319-323, 1999.
30
Anexos
Questionário RECARCINE
RECARCINE – SUB-REDE ENFERMIDADES
Conjunção de fatores relacionados com a incidência da Infecção
Hipodermal e Necrose Hematopoiética em camarões marinhos cultivados.
1. IDENTIFICAÇÃO DA PROPRIEDADE
Nome
Propietário
Endereço
Localização
Tamanho
Estuário
Nível de Poluição
Tempo de funcionamento
Técnico responsável
2. MANEJO
2.1. Aquisição de pós-larvas
Local de aquisição
Idade
Época da aquisição
Teste de qualidade
Tempo de transporte
Detecção de anomalia
2.2. Tanque berçário
a) Tamanho
b) Densidade de estocagem
c) Alimento
d) Freqüência alimentar
e) Fertilizantes
f) Medicamentos
g) Tempo de cultivo
h) Sobrevivência
i) Aeração (HP/tanque)
31
2.3. Viveiro de engorda
a) Tamanho
b) Densidade de estocagem
c) Renovação de água (taxa)
d) Fertilizantes
Tipo/Freqüência
e) Calagem Tipo Freqüência
f) Alimento
g) Forma de arraçoamento
h) Freqüência alimentar
i) Comedouro/ha
j) Probiótico
k) Imunoestimulante
l) Medicamentos
m) Tempo de cultivo
n) Sobrevivência
o) Aeração (HP/viveiro)
2.4. Controle de parâmetros físico-químicos
Parâmetros Diário Semanal Quinzenal Mensal
a) Oxigênio
b) Temperatura
c) pH
d) Salinidade
e) Transparência
f) Amônia
g) Nitrito
h) Nitrato
i) Fósforo
j) N Total
k) DBO
l) Sólidos em suspensão
2.5. Controle de parâmetros biológicos
Parâmetros Diário Semanal Quinzenal Mensal
Fitoplâncton
Zooplâncton
Bacteriológico
2.6. Acompanhamento
2.6.1. Biometria
a) Freqüência
b) Destino amostrados
c) Método
32
2.6.2. Aspectos sanitários
a) Análise
b) Freqüência
c) Destino animais doentes
d) Muda
e) Mortalidade
2.6.3. Biosseguridade
a) Higienização dos equipamentos
b) Controle de fluxo
c) Presença de animais domésticos
d) Controle de pragas
e) Rodolúvio
f) Pedilúvio
g) EPI
2.7. Assepsia/Desinfecção
2.7.1. Berçário
a) Freqüência
b) Forma de aplicação
c) Produtos
2.7.2. Viveiro
d) Freqüência
e) Forma de aplicação
f) Produtos
2.8. Tratamento de água
2.8.1. Abastecimento
a) Captação ( ) Dependente da ma ( ) Independente da maré
b) Tratamento/tipo do afluente
c) Sistema (circuito) ( ) Aberto ( ) Fechado
2.8.2. Drenagem (Tratamento)
a) Lagoa de estabilização
b) Canal
2.9. Parâmetros Zootécnicos
a) Taxa de sobrevivência
b) Fator de conversão alimentar
c) Peso médio
d) Tempo médio de cultivo
33
e) Produtividade
f) Incidência de enfermidades
3. SANIDADE (IMNV)
a) Detecção de IMNV
b) Época do surgimento
c) Prejuízos causados
d) Viveiros afetados
e) Medidas adotadas
OBSERVAÇÕES
Normas para Publicação no periódico Acta Scientiarum Biological Sciences
Acta Scientiarum. Biological Sciences
INSTRUÇÕES PARA AUTORES
1. Acta Scientiarum. Biological Sciences ISSN
1679-9283, é publicada trimestralmente pela
Universidade Estadual de Maringá.
2. A revista publica artigos originais em todas as
áreas relevantes de Ciências Biológicas,
incluindo anatomia, bacterologia, biologia e
fisiologia dos microorganismos, biologia
geral, biologia molecular, bioquímica,
botânica, citologia e biologia celular,
comportamento animal, ecologia,
embriologia, fisiologia, genética, histologia,
microbiologia, morfologia, parasitologia e
zoologia.
3. Os autores se obrigam a declarar que seu
manuscrito, relatando um trabalho original,
não está sendo submetido, em parte ou no seu
todo, à análise para publicação em outra
revista.
4.Os relatos deverão basear-se nas técnicas
mais avançadas e apropriadas à pesquisa.
Quando apropriado, deverá ser atestado
que a pesquisa foi aprovada pelo Comitê
de Ética e Biossegurança da instituição.
5. Os artigos são publicados em português ou
inglês. Devem ser concisos e consistentes no
estilo. As idéias e os conceitos emitidos
34
representam unicamente as opiniões do(s)
autor(es).
6. Os artigos serão avaliados por dois
consultores da área de conhecimento da
pesquisa, de instituições de ensino e/ou
pesquisa nacionais e estrangeiras, de
comprovada produção científica. Após as
devidas correções e possíveis sugestões, o
artigo será aceito se tiver dois pareceres
favoráveis e será rejeitado quando dois
pareceres forem desfavoráveis. No caso de
um parecer favorável e um desfavorável, a
decisão sobre a publicação ou não do artigo
será do Conselho Editorial.
7. Estão listados abaixo a formatação e outras
convenções que deverão ser seguidas:
a) Os artigos deverão ser subdivididos
com os seguintes subtítulos: Resumo,
Palavras-chaves, Abstract, Key words,
Introdução, Material e Métodos, Resultados
e Discussão, Conclusão, Agradecimentos
(Opcional) e Referências. Esses itens
deverão ser em caixa alta e em negrito e
não deverão ser numerados.
b) O título, com no máximo vinte
palavras, em português e inglês, deverá ser
preciso. Também deverá ser fornecido um
título resumido com, no máximo, seis
palavras.
c) Deverão ser indicados os nomes completos
dos autores (sugere-se no máximo seis
autores), seus endereços e o autor para
correspondência (incluindo o e-mail deste).
d) O resumo (bem como o abstract), não
excedendo 200 palavras, deverá conter
informações sucintas sobre o objetivo da
pesquisa, os materiais experimentais, os
métodos empregados, os resultados e a
conclusão, não devendo ser carregados com
números. Até seis palavras-chave deverão
ser acrescentadas no final, tanto do resumo
como do abstract.
e) Os artigos não deverão exceder 15
páginas digitadas, incluindo figuras,
tabelas e referências bibliográficas.
Deverão ser escritos em espaço 1,5
linhas e ter suas páginas e linhas
numeradas. O trabalho deverá ser editado
no MS-Word, ou compatível, utilizando
Times New Roman fonte 12.
f) O trabalho deverá ser impresso em A4 e a
margens
inferior, superior, direita e
esquerda deverão ser de 2,5 cm.
g) Para serem submetidos aos consultores,
os artigos deverão ser enviados em três
cópias impressas, duas delas, sem a
identificação de autoria, acompanhados
de disquete (3
1/2
polegadas).
h) Tabelas, Figuras e Gráficos deverão ser
inseridos no texto, logo depois de
citados. Deverão ser bilíngües (português
e inglês), sendo a parte em inglês
35
digitada em itálico e em tamanho menor
(TNR 10-11).
i) As Figuras e as Tabelas deverão ter
preferencialmente 7,65 cm de largura, e não
deverão ultrapassar 16 cm.
j) As Figuras digitalizadas deverão ter 300
dpi de resolução. Ilustrações em cores
não serão aceitas para publicação.
k) Deverá ser adotado o Sistema
Internacional (SI) de medidas.
l) As equações deverão ser editadas
utilizando software compatível com o
editor de texto.
m) As variáveis deverão ser
identificadas após a equação.
n) As referências bibliográficas deverão
ser organizadas em ordem alfabética,
conforme os exemplos seguintes (ABNT).
Citação no texto
, usar o sobrenome e ano:
Lopes (1980) ou (Lopes, 1980). Para dois
autores, utilizar e (Lopes e Silva, 1990);
para mais de dois autores, utilizar et al.
Livro
FALCONER, D.S.; MACKAY, T.F.C.
Introduction to quantitative genetics.
Edinburgh: Addison Wesley Longman,
1996. 464p.
GALLO, D. et al. Manual de
entomologia agrícola. 2. ed. São Paulo:
Ceres, 1988.
Capítulo de Livros
PARRA, J.R.P. Consumo e utilização de
alimentos por insetos. In: PANIZZI,
A.R.P. (Ed.). Ecologia nutricional de
insetos e suas implicações no manejo de
pragas. São Paulo: Manole, 1991. cap. 3,
p. 9-65.
Monografia, Dissertação e Tese
ASSIS, M.A. Digestibilidade in vitro,
degradabilidade in situ e composição
química de gramíneas do gênero
Cynodon submetidas ou não a adubação
nitrogenada. 1997. Dissertação
(Mestrado em Zootecnia)–Universidade
Estadual de Maringá, Maringá, 1997.
COSTA, A.R.G. Parâmetros
bioquímicos do zooplâncton no
reservatório da Pampulha: comparação
de métodos de determinação protética.
1994. Monografia (Especialização em
Ciências Biológicas)-Universidade
Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte, 1994.
Artigos
Os artigos indexados devem ser
abreviados de acordo com a “World List
of Scientific Periodicals”.
RHOADES, M.M.; DEMPSEY, E. On the
mechanism of chromatin loss induced by B
chromosome. Genetic, Bethesda, v. 71, n. 1,
p. 73-96, 1970.
36
FIALHO, E.T. et al. Determinação dos
valores de composição química e de
digestibilidade de alguns ingredientes
nacionais para suínos. Rev. Soc. Bras.
Zootec., Viçosa, v. 12, n. 2, p. 337-356,
1983.
Anais
KUMAR, A. O milheto como cultura
granífera para ração. In: WORKSHOP
INTERNACIONAL DE MILHETO, 1,
1999. Brasília. AnaisBrasília: Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa/Planaltina), 1999. p. 113-130.
Jornais
COUTINHO, W. O Paço da cidade retorna
ao seu brilho barroco. Jornal do Brasil, Rio
de Janeiro, 6 mar. 1985. Caderno B, p. 6.
MINISTÉRIO proíbe fabricação e uso de
agrotóxico à base de organoclorados. Folha
de S.Paulo, São Paulo, 3 set. p. 25, 1985.
Documentos eletrônicos
ROUSH, W. Med student’s web diary
issues damning indictment of teaching
hospitals. [S.l.: s.n.], 2000. Disponível em:
<http://www.ebooknet.com/
story.jsp?id=911>. Acesso em : 21 jul.
2000.
É sugerido que seja feita consulta a uma
edição recente (2006) da Acta
Scientiarum.Biological Sciences, para
verificar o formato dos artigos.
8. Os artigos deverão ser enviados para:
Dr. Fábio Amodêo Lansac-Tôha
Editor-Chefe - Acta Scientiarum
Universidade Estadual de Maringá - Pró-
Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Avenida Colombo, 5790, 87020-900,
Maringá, Paraná, Brasil.
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