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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
DEPARTAMENTO DE PESCA E AQÜICULTURA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS PESQUEIROS E
AQÜICULTURA – PPG-RPAq
SUSANA MENEZES LUZ DE SOUZA
AVALIAÇÃO LIMNOLÓGICA EM RESERVATÓRIOS: ESTUDO DE
CASO DO CULTIVO DE TILÁPIAS EM RACEWAYS, PAULO AFONSO
- BAHIA
Recife, PE
Junho, 2007
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
DEPARTAMENTO DE PESCA E AQÜICULTURA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS PESQUEIROS E AQÜICULTURA – PPG-
RPAq
SUSANA MENEZES LUZ DE SOUZA
AVALIAÇÃO LIMNOLÓGICA EM RESERVATÓRIOS: ESTUDO DE
CASO DO CULTIVO DE TILÁPIAS EM RACEWAYS, PAULO AFONSO
- BAHIA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Recursos Pesqueiros e Aqüicultura da
Universidade Federal Rural de Pernambuco,para a
obtenção do título de Mestre em Recursos Pesqueiros
e Aqüicultura.
Orientador: Dr. José Milton Barbosa
Recife, PE
Junho, 2007
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
DEPARTAMENTO DE PESCA E AQÜICULTURA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS PESQUEIROS E AQÜICULTURA – PPG-
RPAq
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Ficha catalográfica
CDD 574. 929
1. Limnologia
2. Variáveis Físico-Químicas
3. Tilápia
4. Bioindicadores
5. Efluentes
6. Eutrofização
I. Barbosa, José Milton
II. Título
S729a Souza, Susana Menezes Luz de
Avaliação limnológica de reservatórios: estudo de caso
do cultivo de tilápias em raceways, Paulo Afonso – Bahia /
Susana Menezes Luz de Souza. -- 2007.
49 f. : il.
Orientador : José Milton Barbosa
Dissertação (Mestrado em Recursos Pesqueiros e Aqüi -
cultura) - Universidade Federal Rural de Pernambuco. De –
partamento de Engenharia de Pesca.
Inclui bibliografia
AVALIAÇÃO LIMNOLÓGICA EM RESERVATÓRIOS: ESTUDO DE CASO DO
CULTIVO DE TILÁPIAS EM RACEWAYS, PAULO AFONSO - BAHIA
Por: Susana Menezes Luz de Souza
Esta Dissertação foi julgada adequada para obtenção do título de Mestre em Recursos
Pesqueiros e Aqüicultura e aprovada em 22 de junho de 2007 pelo Programa de Pós-Graduação
em Recursos Pesqueiros e Aqüicultura, em sua forma final.
_____________________________
Prof. Dr. Paulo Eurico Travassos (UFRPE)
Coordenador do Programa
BANCA EXAMINADORA:
_____________________________________________
Prof. Dr. José Milton Barbosa – Orientador
Universidade Federal Rural de Pernambuco
_____________________________________________________
Profa. Dra. Tâmara de Almeida e Silva – Membro externo
Universidade do Estado da Bahia
______________________________________________________
Profa. Dra. Maria do Carmo F. Soares – Membro interno
Universidade Federal Rural de Pernambuco
____________________________________________________
Prof. Dr. Athiê Jorge Guerra – Membro interno
Universidade Federal Rural de Pernambuco
____________________________________________________
Prof. Dr. Paulo de Paula Mendes – Suplente
Universidade Federal Rural de Pernambuco
A Deus, por me conceder mais esta “
benção”;
As minhas filhas Rebeka e Rachel, razão da
minha vida, obrigada pela compreensão
durante minha ausência e pelo amor
incondicional;
A minha mãe Maria do Carmo e meus irmãos
pelo orgulho.
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. José Milton Barbosa, meu orientador, pela amizade e contribuições;
Ao mestre e Co-Orientador, José Patrocínio Lopes, Chefe da Estação de Piscicultura da
CHESF/Paulo Afonso-BA, pelo carinho, paciência e pela colaboração na execução deste trabalho;
A Prefeitura Municipal de Canindé, em especial as Profas. Acácia Aguiar, Adriana Honorato,
Josefa e demais colegas, pela disponibilização das atividades durante a realização do Curso;
Ao Prof. e amigo, Fábio Castelo Branco Costa e todos os meus colegas do Instituto Xingó,
pela confiança, amizade e apoio;
A Empresa AAT/MPE, na pessoa do gerente Macial, das Engenheiras de Pesca, Karine e
Jéssica Tatiane e dos funcionários Valmir Simplício, Sr. Sebastião, Sr. Assis, pelo livre acesso às
instalações, fornecimento das informações e realização das coletas;
A Bióloga Eliane Nogueira UNEB/Campus VIII e sua equipe;
Aos engenheiros de pesca, Sandra Soares, Luciana, Miguel Arcanjo, Nei e equipe da
Estação de Piscicultura de Paulo Afonso;
Aos meus amigos “especiais” e companheiros da UNEB, pela amizade, incentivo e
por dividir momentos difíceis em minha vida;
Ao meu amigo Ivo Thadeu, pela amizade, apoio na concretização desta vitória;
Aos colegas da turma 2005 do Programa de Pós-Graduação, em especial, Ana Patrícia,
Cristiane, Sérgio, Ricardo, Ana Helena, Marília, Roseli, Aureliano, Sérgio Catunda e tantos outros;
Aos professores do Programa de Pós-Graduação, Eudes, Emiko, Paulo de Paula, Alfredo,
Maria do Carmo, Athiê e William Severi, e sua equipe do laboratório de Limnologia da UFRPE;
A Selma secretária da Pós-Graduação, pela amizade e disponibilização dos seus serviços
com presteza;
Em fim, agradeço a DEUS a vida, as boas amizades e a oportunidade de aprender.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................................ 12
2. REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................... 16
2.1 Reservatórios ............................................................................................. 16
2.2 A potencialidade dos reservatórios do rio São Francisco para aqüicultura 16
2.3 Caracterização dos ambientes aquáticos .................................................. 18
2.3.1 Reservatório Delmiro Gouveia .............................................................. 18
2.3.2 Reservatório Moxotó ............................................................................. 20
2.2 A tilápia Oreochromis niloticus (Linnaeus, 1758) e sua importância para aqüicultura
..........................................................................................................
21
2.3 Caracterização do sistema de cultivo em raceways .................................. 22
2.4 Cultivo de tilápias em tanques tipo raceways ............................................ 24
2.5 Qualidade da água na produção de tilápias ............................................... 26
3. ARTIGO CIENTÍFICO 29
3.1 Avaliação limnológica em reservatórios: estudo de caso do cultivo de
tilápias em raceways, Paulo Afonso – Bahia ..................................................... 30
* a ser submetido ao Boletim do Instituto de Pesca de São Paulo – Revista
científica de Pesca, Aqüicultura e Limnologia
INTRODUÇÃO ............................................................................................. 31
MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................. 32
Variáveis físico-químicas .......................................................................... 33
Variáveis biológicas .................................................................................. 33
RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 34
Variáveis. físico-químicas ......................................................................... 34
Variáveis biológicas .................................................................................. 37
CONCLUSÕES ............................................................................................ 41
REFERÊNCIAS ............................................................................................ 41
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 45
REFERENCIAS .................................................................................................. 46
RESUMO
Mesmo não sendo possível praticar Aqüicultura sem provocar alterações
ambientais, pode-se reduzir o impacto ao meio ambiente monitorando variáveis
físicas, químicas e biológicas do corpo de água. Este trabalho teve como objetivo
identificar e avaliar as alterações físicas, químicas e biológicas na qualidade da água
da área do cultivo de tilápias em raceways. O estudo foi conduzido nos reservatórios
Moxotó (fonte de captação de água) e Delmiro Gouveia (local de lançamento de
efluentes) no município de Paulo Afonso-BA. As amostras foram coletadas em
pontos estabelecidos nos reservatórios em estudo e submetidas às análises As
variáveis físicas foram mensuradas in situ a partir de um aparelho digital da marca
YSI F-1. 055. As variáveis químicas e biológicas foram analisadas através de
amostras de água enviadas aos laboratórios de Limnologia da Universidade Federal
Rural de Pernambuco e de biologia da Universidade do Estado da Bahia
respectivamente. Para análise dos resultados aplicou-se ANOVA complementada
pelo teste de Tukey (α=0,05). Os resultados mostraram que as variáveis físicas e
químicas, temperatura e sólidos totais dissolvidos apresentaram homogeneidade
entre os pontos. As demais variáveis indicaram melhor qualidade de água nos
pontos de captação e nos eqüidistantes 50 m do lançamento de efluentes.
Constatou-se maiores concentrações de amônia ocorrendo no canal de drenagem
dos raceways, reservatório Delmiro Gouveia e a direita da descarga de efluentes. Os
resultados sugerem uma contribuição constante do projeto de cultivo com aporte de
fósforo nos reservatórios e um afloramento de algas ao longo dos anos.
Palavras chaves: Limnologia, variáveis físico-químicas; bioindicadores, efluentes, eutrofização
ABSTRACT
Same not being possible to practice Aquaculture without provoking environmental alterations, it can be
reduced the impact to the environment monitoring physical variables, chemistries and biological of the
body of water. This work had as objective identifies and to evaluate the physical alterations,
chemistries and biological in the quality of the water of the area of the tilapia cultivation in raceways.
The study was driven in the reservoirs Moxotó (source of reception of water) and Delmiro Gouveia
(place of effluents release) in the municipal district of Paulo Afonso-BA. The samples were collected in
established points in the reservoirs in study and submitted to the analyses. The physical variables in
situ were measured starting from a digital apparel of the mark YSI F-1. 055. The chemical and
biological variables were analyzed through samples of water sent to the laboratories of Limnology of
the Rural Federal University of Pernambuco and of biology of the University of the State of Bahia
respectively. For analysis of the results ANOVA was applied complemented by the test of Tukey
(α=0,05). The results showed that the physical variables and chemistries, temperature and dissolved
total solids presented homogeneity among the points. The other variables indicated better quality of
water in the reception points and in halfway 50 m of the effluents release. It was verified larger
concentrations of ammonia happening in the channel of drainage of the raceways, reservoir Delmiro
Gouveia and the right of the effluents discharge. The results suggest a constant contribution of the
cultivation project with match contribution in the reservoirs and a blooming of algae along the years.
Key words: Limnology, physiochemical variables; bioindicators, effluents, eutrofization
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Dados sobre os reservatórios do submédio do rio São Francisco, com
potencial para a aqüicultura ............................................
Artigo
Tabela 1. Média das variáveis físico-químicas nas estações de coleta (E1 a E5)
durante os meses de novembro a dezembro/2006, Paulo Afonso/Bahia
.............................................................................................
Tabela 2. Abundância relativa (%) e Freqüência de ocorrência (%) do fitoplâncton nos
reservatórios estudados .................................................
Tabela 3. Abundância relativa (%) e efreqüência de ocorrência (%) do zooplâncton
nos reservatórios estudados ................................................
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Vista aérea das estações de coleta .................................................
g
ura 2. Ditribuição das baterias de tanques tipo raceways (Fonte MPE, 2000)
...............................................................................................................
Artigo
Figura 1. Comunidade fitoplanctônica nos reservatórios estudados ..............
Figura 2. Comunidade zooplânctonica nos reservatórios estudados .............
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AAT - Advance Aquaculture Tecnology
ANA - Agência Nacional das Águas
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente
CHESF - Companhia Hidro Elétrica do São Francisco
DNOCS - Departamento Nacional de Obras Contra as Secas
FADURPE - Fundação Apolônio Salles de Desenvolvimento Educacional
FAO – Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação
GPS - Global Position Systens
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
MPE - Montagem de Projetos Especiais
QAAT1- Qualidade AAT1.
12
1. INTRODUÇÃO
A Aqüicultura depende fundamentalmente dos ecossistemas nos quais está
inserida. Visto que é impossível produzir organismos aquáticos sem provocar
alterações ambientais. No entanto, é possível reduzir esses impactos ao mínimo
aceitável, de modo que não haja redução da biodiversidade, esgotamento ou
comprometimento negativo de qualquer recurso natural e alterações significativas na
estrutura e funcionamento dos ecossistemas.
A aqüicultura utiliza recursos naturais manufaturados e humanos, tais como:
terra, água, energia, ração, fertilizantes, equipamentos, mão-de-obra etc. Portanto,
estes devem ser usados de forma racional para que a atividade seja perene e
lucrativa, sem causar danos ao meio ambiente (VALENTI et al., 2000).
Recentemente, busca-se a prática da aqüicultura responsável, visando
produzir organismos aquáticos, sem degradar o meio ambiente, com lucro e com
benefícios sociais. A aqüicultura moderna envolve três componentes: a produção
lucrativa, a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento social. Estes são
essenciais e indissociáveis para que a atividade seja perene (ASSAD & BURSZTYN,
2002).
Martins (2000), afirma que, desenvolvimento sustentável pode ser entendido
como a melhoria das condições de existência dos povos, utilizando recursos naturais
para a produção de bens de tal modo que estes continuem disponíveis para as
futuras gerações. A única maneira efetiva de se garantir a sustentabilidade dos
recursos naturais utilizados pelo homem é através da preservação das
características naturais dos ecossistemas aquáticos.
13
Segundo Arana (1999), sustentabilidade, é o gerenciamento e a
conservação da base de recursos naturais e a orientação tecnológica e institucional,
de modo que assegure a contínua satisfação das necessidades humanas para as
gerações presentes e futuras.
O ecossistema tem sofrido influência direta e/ou indireta do homem,
destacando-se a contaminação dos ambientes aquáticos, desmatamentos,
contaminação de lençol freático e introdução de espécies exóticas, resultando na
diminuição da diversidade de hábitats e perda da biodiversidade. O desenvolvimento
gerado retorna capital para o sistema produtivo que devolve rejeitos e efluentes,
além da degradação, muitas vezes irreversível, do meio ambiente. O que se observa
é uma forte pressão do sistema produtivo sobre os recursos naturais, através da
obtenção de matéria prima, utilizada na produção de bens que são utilizados no
crescimento (GOULART & CALISTTO, 2003).
Neste sentido, o monitoramento ambiental funciona como uma ferramenta
fundamental, através do qual se pode avaliar o estado de preservação e/ou grau de
degradação dos ecossistemas, fornecendo subsídios para a implementação de
estratégias de conservação de áreas naturais e planos de recuperação do
ecossistema degradado.
Impacto ambiental pode ser definido como qualquer alteração das
propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente resultante de
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem a saúde, a segurança e o
bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições
estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais
(CONAMA, 1986).
14
A avaliação de impactos ambientais em ecossistemas aquáticos tem sido
realizada através da medição de alterações nas concentrações de variáveis físicas,
químicas e biológicas.
Historicamente, a avaliação de impacto ambiental tem se concentrado nos
efeitos de substâncias tóxicas emitidas por fontes pontuais sobre a saúde humana
(KARR & CHU, 1997). Entretanto, existem outras fontes de risco que pode afetar
direta e/ou indiretamente as populações. Os riscos ecológicos, definidos como a
probabilidade de que efeitos ecológicos adversos possam ocorrer como resultado da
exposição dos ecossistemas naturais a um ou mais agentes estressores, que podem
causar riscos severos à saúde humana e das demais comunidades biológicas
(USEPA, 1996).
A avaliação preliminar de riscos ecológicos deve ser realizada através do
monitoramento ambiental preventivo dos ecossistemas em risco, em função da
grande diversidade de impactos ambientais sobre os ecossistemas aquáticos, o
controle ambiental de riscos ecológicos deve envolver uma abordagem integrada,
através do monitoramento da qualidade da água, bem como a avaliação da
qualidade estrutural de habitats para garantir a sustentabilidade da atividade
(USEPA, 1996).
De acordo com Arana (2004), a qualidade da água em aqüicultura é o
conjunto de características ótimas que devem ser mantidas no ambiente, para
garantir o sucesso dos cultivos. Este conjunto refere-se ao equilíbrio dinâmico de
todas as variáveis físicas, químicas, biológicas e tecnológicas que fazem possível o
cultivo de organismos aquáticos sob uma forma sustentável, isto é, capaz de se
manter ao longo do tempo atendendo aos objetivos sociais, ambientais e
15
econômicos da realidade conjuntural em que o empreendimento encontra-se
inserido.
Sendo a aqüicultura uma atividade que implica no controle de diferentes
aspectos da vida dos organismos aquáticos e das instalações de cultivo, é
necessário um controle mais extensivo da qualidade da água usada, através do
monitoramento das variáveis: temperatura, salinidade, transparência, pH, amônia
total, nitrito, nitrato e outros.
A produção de peixes em cultivos intensivos, resulta na produção de rejeitos
diversos que podem alterar as características abióticas e bióticas do corpo d´água. A
deterioração da qualidade da água irá estressar ou causar mortalidade dos estoques
pesqueiros, podendo desencadear o desenvolvimento de organismos patogênicos,
deste modo afetando a própria lucratividade ou mesmo a viabilidade do sistema de
produção (FADURPE, 2000).
Segundo CONAMA, (2005), monitoramento é a medição ou verificação de
variáveis de qualidade e quantidade de água que pode ser contínua ou periódica,
utilizada para acompanhamento da condição e controle da qualidade do corpo
d` água.
Assim, o monitoramento, deve ser valorizado como uso sistemático de
respostas, seja ela, física, química e biológica, a fim de avaliar mudanças
ambientais, com o objetivo de utilizar essa informação em um programa de controle
de qualidade, dentro de um sistema de gestão integrada, sendo um recurso
científico que mereça destaque na agenda dos indicadores que norteiam políticas de
recursos hídricos.
Neste contexto o presente trabalho teve como objetivo identificar e avaliar as
alterações limnológicas nos Reservatórios Moxotó e Delmiro Gouveia, um estudo de
caso do cultivo de tilápias (Oreochromis niloticus) em raceways, Paulo Afonso-Bahia.
16
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Reservatórios
Odum (1998) denomina reservatórios, sistemas abertos que fazem parte de
um sistema: a bacia hidrográfica. O funcionamento desses sistemas e sua
estabilidade relativa dependem das taxas de entrada e saída de água de outras
áreas da bacia hidrográfica.
Segundo Prado (2002), reservatórios são sistemas aquáticos modificados,
extremamente complexos e dinâmicos, que apresentam as funções principais de
manutenção da vazão dos cursos da água e atendimento às variações da demanda
dos usuários. Estes sistemas são construídos pelo barramento de um vale natural ou
pela formação artificial de lagos associados a uma bacia de drenagem natural com
vazões defluentes sujeitos a controle (CRUZ & FABRIZY,1995).
2.2. A potencialidade dos reservatórios do rio São Francisco para
aqüicultura
Aproveitando o desnível natural do rio São Francisco, no local da cachoeira
foi construída a primeira Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso (PA-I), seqüenciada
pelas Usinas Paulo Afonso (PA-II e PA-III), utilizando o mesmo barramento
construído para a PA-I. O aumento do consumo de energia na região exigiu a
construção de reservatórios como é o caso de Moxotó e de Sobradinho, cuja
regularização plurianual garante uma vazão mínima de 2.060 m³/s nos períodos
críticos de estiagem (FADURPE, 2000).
Os recursos hídricos disponíveis na região de Paulo Afonso e Glória (BA),
representados pelos reservatórios de Xingó, Moxotó e Itaparica possuem uma área
total de 60 km², 834 km² e 89 km² , e volume de 3,4 10
6
.m³, 11.500 10
6
m³ e 8.900
17
10
6
. m³, respectivamente (FADURPE, 2000). Sendo o volume de água acumulada
de aproximadamente 60 bilhões de m³, onde Sobradinho é responsável por 50% do
volume total e o de Xingó representando apenas 6% do volume total (CODEVASF,
2001).
Devido ao grande potencial do rio São Francisco, muitos projetos de
piscicultura foram implantados ao longo deste rio. O acúmulo de água em diversas
represas favoreceu a implantação de cultivos intensivos de peixes, visto que suas
características físico-químicas alinhadas ao clima com temperaturas médias de 27
ºC são adequadas para peixes tropicais, como a tilápia.
As principais modalidades de cultivo de peixes na região são tanques-redes
e raceways, que permite alta produção em área e tempo reduzidos, propiciando
elevada produção de biomassa.
Segundo Silva & Siqueira (1997), raceways constitui uma modalidade que
pode ser fonte de impacto ambiental com possível perda da qualidade da água, em
decorrência do aporte de restos de alimentos e excrementos no ambiente, quando
não há controle dos mesmos. Podendo assim, desencadear um processo de
eutrofização do corpo hídrico e conseqüências danosas ao meio ambiente.
O cultivo intensivo de peixes em reservatórios tem contribuído para o
aumento considerável na produtividade de tilápia no Brasil, que conta além da
disponibilidade de água, áreas favoráveis,disponibilidade de ração e excelente
potencial de mercado.
Dados da FAO (2007) indicam que, a produção de peixes teve um
desenvolvimento exponencial no Brasil, chegando a 19.801 t/ano, gerando 20.794
milhões de dólares, sendo a tilápia, a espécie de água doce mais cultivada no país.
Nos últimos anos as taxas de crescimento foram superiores a 25% ano, na
18
aqüicultura brasileira. Em 2005, o Brasil contribuiu com cerca de 2,3% (179.748 t) da
produção mundial de pescado de água doce, dos quais 67.851 toneladas foram
tilápias e outros ciclídios.
2.3 Caracterização dos ambientes aquáticos
O trecho submédio do rio São Francisco, compreendido entre os municípios
de Belém do São Francisco (PE) e Barra do Tarrachil (BA) ao norte, e Piranhas (AL)
e Canindé do São Francisco (SE) ao sul, engloba cinco reservatórios, (CHESF,
2000). Estes reservatórios, cujas características físicas constam na Tabela 1,
apresentam potencial variável de utilização para a aqüicultura, dependente de suas
condições físicas, ambientais e de sua infra-estrutura.
Tabela 1 – Dados sobre os reservatórios do submédio do rio São Francisco, com
potencial para a aqüicultura.
Reservatório
Dados Itaparica Moxotó PA IV Xingó
D.Gouveia
(PAI-PAII-PAIII)
Área normal do reservatório (Km
2
) 828 98 12,9 60 05
Volume total do reservatório(10
6
m
3
) 10.780 1.200 128,5 3.800 26
Volume útil do reservatório (10
6
m
3
) 3.700 50 30 500 09
Fonte: CHESF (2000).
2.3.1 Reservatório Delmiro Gouveia
O reservatório Delmiro Gouveia abastece as usinas de PA - I, PA - II, PA - III
e a Usina Piloto. O segundo reservatório (Moxotó), situado a 3 km a montante do
conjunto de Usinas de Paulo Afonso, abastece a usina Hidrelétrica Apolônio Sales.
Na realidade, forma-se um conjunto sistêmico de geração de energia que deve ser
analisado como único, do qual também participa Usina PA - IV, turbinando água do
19
lago do mesmo nome. O reservatório PA-IV é abastecido por um canal escavado a
partir da margem direita do reservatório Moxotó (CHESF, 2004) (Figura 1).
Figura 1. Vista aérea das estações de coleta (E1, E2, E3, E4 e E5) respectivamente, (Reservatório Moxotó -tomada
de água de abastecimento dos raceways), E2 (Canal de drenagem dos raceways); E3 (Reservatório Delmiro Gouveia-
lançamento dos efluentes); E4 (esquerda da descarga do lançamento de efluentes) e E5 (direita da descarga do lançamento de
efluentes) (Fonte Gloogle Earth).
O reservatório Delmiro Gouveia é o menor dos reservatórios da CHESF,
com área de 480 hectares. Na realidade constitui um reservatório de regularização,
embora dele dependam as usinas PA-I, PA-II e PA-III, escavadas em cavernas
independentes. Em virtude da pequena extensão e proximidade da zona urbana de
Paulo Afonso (BA), praticamente não existem lugares fixos para desembarque. Os
pescadores, em sua maioria, praticam a pesca eventualmente e, portanto, têm nessa
atividade apenas um meio complementar de renda, ou pescam para o próprio
consumo (CHESF, 2003).
O reservatório Delmiro Gouveia não apresenta condições de aproveitamento
para empreendimentos aqüícolas em sistema de cultivo tipo tanques-rede,em função
de suas reduzidas dimensões, baixa profundidade (< 4 m), além de um problema
que esse reservatório vem enfrentando,constituído da acentuada proliferação da
macrófita aquática Egeria densa e das restrições técnicas impostas pela CHESF. No
20
entanto, existe o sistema de cultivo tipo raceways, isto foi possível em virtude de
uma área cedida pela CHESF para esse projeto.
2.3.2 Reservatório Moxotó
O reservatório Moxotó está situado a 3 km a montante do conjunto de
Usinas de Paulo Afonso, abastece a usina Hidrelétrica Apolônio Sales. Esta usina
está localizada no município de Paulo Afonso, distando cerca de 420 km da cidade
de Recife, através das BR’s 423 e 232, e cerca de 380 Km da cidade de Salvador,
através da BR 110.
A usina Hidrelétrica Apolônio Sales integra o Complexo de Paulo Afonso, de
modo que a água turbinada por suas máquinas, aciona também as Usinas de PA-I,
PA-II e PA-III (Delmiro Gouveia). Através de um canal escavado em sua margem
direita, o reservatório Moxotó fornece a água necessária ao funcionamento da Usina
Paulo Afonso IV (CHESF, 2000).
O reservatório Moxotó inundou áreas pertencentes aos municípios de Glória
e Paulo Afonso no Estado da Bahia; Petrolândia, no Estado de Pernambuco; e Água
Branca e Delmiro Gouveia, no Estado de Alagoas. Tem como principal tributário o rio
Moxotó, que serve de divisa entre os estados de Alagoas e Pernambuco, ao longo
de cujo vale inundado pelo reservatório estão localizados diversas vilas com projetos
de irrigação (CHESF, 2000).
Apesar de possuir 1366, 98 ha, apenas 46,9% desta área, isto é, 13,95%
das áreas alagadas deste reservatório, podem ser aproveitadas na implantação de
projetos de pisciculturas em tanques-rede (FADURPE, 2000). Encontra-se localizado
entre as coordenadas planas (UTM) de 57º30’00” e 59º50’00”W, e 89º88’00” e
89º63’00”S. Com o tempo as suas margens laterais foram ocupadas por chácaras e
sítios aproveitando assim a maior parte possível da área “ribeirinha” (CHESF, 2003).
21
A margem esquerda do reservatório Moxotó faz limite com os territórios dos
Estados de Alagoas e Pernambuco, com 39 meandros (incluindo aqueles
localizados no rio Moxotó), sendo 18 pertencentes ao Estado de Alagoas e 21
localizados no Estado de Pernambuco. A região desse reservatório localizada no
Estado da Bahia (toda sua margem direita) encontra-se delineada por 31 meandros,
dentre estes está incluindo o canal artificial que liga este reservatório ao reservatório
PA-IV formando a ilha de Paulo Afonso (TEIXEIRA, 2006).
A presença da macrófita aquática Egeria densa, também é marcante em
grande parte do lago e sua imponência é bem mais percebível na desembocadura e
por vasta área adentrando o rio Moxotó. Os bancos de Egeria densa marcam todo
perímetro submerso, sendo mais visíveis nas margens e em ilhotas quase emersas
no meio do lago, talvez por se tratar de um ambiente artificial.
2.2. A tilápia Oreochromis niloticus (Linnaeus, 1758) e sua importância para
aqüicultura
A tilapicultura é uma atividade recente no país com os primeiros resultados
positivos a partir de 1971, quando o Departamento Nacional de Obras Contra as
Secas (DNOCS) adquiriu um lote de tilápia-do-nilo (Oreochromis niloticus) que foi
aclimatada no Centro de Pesquisas Ictiológicas do DNOCS em Pentecostes (Ceará)
Porém o primeiro registro de introdução de tilápia no Brasil foi em 1953 com a
importação de tilápia-do-congo (Tilapia rendalli, Boulenger 1897) (NOGUEIRA et al.,
2003).
A tilápia apresenta melhores condições para a piscicultura nacional, o que se
verifica pelo aumento de sua produção no período de 1996 a 2001, com taxa média
de incremento anual de 20,2% o que corresponde a 145,4% em todo o período. Em
22
2001 o Brasil respondeu por 64,2% (665 as receitas geradas) da produção total de
tilápia na América do Sul e por 18,4% (28,4% em receitas) da produção mundial
(BORGHETTI et al., 2003).
Algumas qualidades tornam a tilápia um dos peixes com maior potencial
para a aqüicultura; como resistência às doenças, baixos teores de oxigênio, desova
durante todo o ano, responde com a mesma eficiência a ingestão de proteínas de
origem vegetal e animal, apresenta excelentes características organolépticas,
nutricionais, ausência de espinhos em forma de “Y”, e rendimento de filé entre de 35-
40% tendo contribuindo consideravelmente para o crescimento das estatísticas
pesqueiras do Brasil (BRUGGER, 2000).
Segundo Santos et al. (2005), várias linhagens de tilápia nilótica têm surgido
no mundo, dentre estas a tailandesa ou chitralada e a genomar Supreme, que vem
merecendo especial atenção graças ao seu comportamento dócil e elevado
potencial de produção. A tilápia tailandesa foi desenvolvida no Japão e melhorada
no palácio real de chitralada na Tailândia, sendo domesticada, há mais de trinta
anos. Esta linhagem foi introduzida no Brasil em 1996, a partir de alevinos doados
pelo Asian Institute of Technology (AIT) (ZIMMERMANN, 2003).
2.3 Caracterização do sistema de cultivo de tilápias em raceways
Segundo Huet (1983), “Raceway” é o nome dado aos tanques com alto fluxo
de água, podendo ser circulares, retangulares ou de outros formatos. O fluxo de
água geralmente possibilita de 1 a 20 trocas por hora, o que possibilita arrastar os
resíduos gerados (fezes e ração), mantendo adequada qualidade de água,
especialmente as concentrações de oxigênio dissolvido e amônia (LOVSHIN, 1997;
SILVA et al., 2002). A água de descarga geralmente é direcionada para um sistema
23
de decantação, para remoção de grande parte dos sólidos totais dos efluentes, o
restante dos sólidos é retido após a passagem da água por um filtro mecânico
(AGECOM, 2007), permitindo melhor manejo, controle da criação e máxima
produção por área.
Para Sodeberg (1995), raceway é um sistema que teve início há mais de
cem anos, nos Estados Unidos, com a criação de trutas. Posteriormente, a técnica
se estendeu para alguns países asiáticos, especialmente para a fase de alevinagem
(HANAFI, 1989). Em Israel e vários países da América Central e do Sul, Arábia
Saudita e África do Sul, algumas pesquisas estão sendo conduzidas pesquisas e
projetos comerciais desenvolvidos para viabilizar a produção de tilápias no sistema
de alto fluxo de água (VISSER & IOSIFOV, 1995).
Este sistema de cultivo de peixes é classificado como um sistema super-
intensivo e a densidade de estocagem é de até 300 peixes/m³. São mais utilizados
no Brasil em regiões montanhosas que dispõem de mananciais com grande vazão
de água de qualidade, este sistema apresenta grande dispêndio de água/kg de peixe
produzido. Assim, as exigências de caráter ambiental para a implantação podem se
tornar restritivas (VALENTI et al., 2000).
Silva et al. (2002), encontraram ótimo desempenho produtivo com tilápias
na fase de engorda, na densidade final de 67,8 Kg/m³. Esse sistema é mais
comumente empregado para a fase de engorda dos peixes apresentando algumas
vantagens como possibilidade de melhor controle alimentar (comedouros),
visualização direta dos animais, fácil desinfecção e limpeza dos tanques. Entretanto,
a construção dos tanques o custo é elevado, além de necessitar de grande volume
de água com qualidade (MAEDA, 2003).
24
Nos sistemas de cultivo o único alimento fornecido é o artificial, que deverá
atender as exigências nutricionais da espécie, para promover o crescimento
satisfatório durante o cultivo e mantê-lo saudável, livre de parasitas e doenças
(NOGUEIRA, 2003).
A alimentação no sistema raceways é feita exclusivamente com rações de
36 a 40% de PB, 3.200 a 3.600 Kcal/Kg de energia digestível, enriquecidas com
vitaminas e minerais e fornecidas de duas a três vezes ao dia (KUBITZA, 2000).
2.4 Cultivo de tilápias em tanques tipo raceways
O cultivo de tilápias na Bahia começou a ganhar expressividade na década
de 90, fomentando vários pólos produtores no estado, mas foi no ano de 1999, que
se consolidou o maior pólo de cultivo de tilápias em tanques-rede do estado no
município de Paulo Afonso (AGECOM, 2007).
Atualmente o submédio São Francisco é o maior produtor de tilápia cultivada
do estado da Bahia. A região produz cerca de 250 toneladas/mês, com capacidade
instalada de 56.000 toneladas/mês (TEIXEIRA, 2006).
Em 2001 foi implantada na região a primeira unidade de cultivo de tilápias
em regime superintensivo, modalidade raceways no município de Paulo Afonso-BA.
Projeto da AAT/MPE Internacional Ltda resultante de uma joint-venture entre a
empresa AAT (Advance Aquaculture Tecnology) e a brasileira MPE (Montagem de
Projetos Especiais - Valença da Bahia Maricultura S.A. e Maricultura da Bahia S.A.),
visando o mercado externo, considerado um projeto inédito no país, graças ao seu
grau de verticalização: produção de ração, alevinos, engorda, beneficiamento e
comercialização de tilápias (OLIVEIRA, 2003).
25
O cultivo de tilápias da AAT-MPE fica localizado na Unidade Moxotó que
abrange uma área de 33,47 ha e está localizados à jusante da barragem Moxotó,
compreendendo a administração, o centro de produção de alevinos, uma oficina, um
depósito de ração e duas baterias de raceways com 104 tanques cada, que se
destinam a engorda, ocupando um espaço de 0,7 ha. Cada bateria de raceways é
composta por seis blocos, sendo que o primeiro e o último bloco de cada bateria são
compostos por 20 tanques e os demais por 16 tanques cada (SILVA, 2004) (Figura
2).
A primeira etapa do projeto movimentou R$ 15 milhões para uma produção
de 100 milhões de alevinos/ano e 5.000 t anuais, incluindo também, uma unidade de
beneficiamento com capacidade para processar 40 mil t/ano e uma fábrica de ração
com capacidade de 10 t/dia (AGECOM, 2007).
Figura 2. Distribuição da bateria de tanques em tanques tipo raceways (Fonte MPE, 2000)
A água que abastece os raceways é captada do reservatório Moxotó, sendo
realizada por gravidade, com a utilização de uma bomba com sistema de vácuo,
captação e abastecimento de água. A tubulação inicia-se com oito tubos de 30 mm
de diâmetro providos com tela de aço inoxidável, para evitar a entrada de peixes
26
nativos do rio, materiais indesejáveis, outros animais, macrófitas aquáticas e
promover uma reoxigenação antes de abastecer os raceways (OLIVEIRA, 2003).
O sistema de raceways adotado na AAT Internacional Ltda é composto de
tanques retangulares (9,40 X 3,66 X 1,25) construídos em seqüência de desnível
apresentando um volume total de 34,64 m³ e destinados a engorda de tilália-do-nilo
variedade QAAT1 (SILVA, 2004). Os alevinos são estocados com peso médio de 5 g
e são despescados com peso médio final de 600-800 gramas. Os tanques de
engorda são divididos por uma tela de polietileno de alta densidade com 8 mm de
malha dividindo em duas áreas, a de estocagem com 30 m³ e a de decantação com
4,39 m³, respectivamente (OLIVEIRA, 2003).
2.5 Qualidade da água na produção de tilápias
Em cultivos intensivos e superintensivos, grande parte dos problemas de
qualidade de água se deve ao uso de alimentos de má qualidade e de estratégias de
alimentação inadequada, um manejo adequado e a manutenção de uma boa
qualidade de água, pode garantir a saúde e o bom desempenho produtivo dos
animais (KUBITZA, 2003).
O impacto dos efluentes desses sistemas de cultivos nos ecossistemas
aquáticos causa grandes preocupações no que se refere às modificações causadas
ao ambiente, sendo importante para elaboração de normas ambientais para a
aqüicultura (BOYD & QUEIRÓZ, 2001).
Qualidade da água em termos generalizados inclui todas as características
químicas, físicas e biológicas que influem no uso benéfico da água. Tratando-se
especificamente de aqüicultura continental, qualquer característica da água que de
alguma forma afeta a sobrevivência, reprodução, crescimento, produção ou manejo
de peixes é uma variável de qualidade da água. Existem muitas variáveis envolvidas
27
na qualidade da água, mas somente algumas delas têm papel importante para os
piscicultores (KUBITZA, 2000).
Segundo Sipaúba-Tavares (1994), a caracterização de um corpo d`água
precisa ser quantificada através de um conjunto de parâmetros que estejam
relacionados. As variações mais importantes que devem ser monitoradas são:
oxigênio dissolvido, pH, alcalinidade total, dureza, condutividade elétrica,
temperatura, transparência da água, os nutrientes e abundância de plâncton. Todos
os fatores físicos, químicos e biológicos são influenciados pelos aspectos
geomorfológicos, clima, localização geográfica, e todos estes influenciados pela
morfometria (forma) do viveiro, tanque ou reservatório a ser estudado.
Em lagos e reservatórios, o monitoramento do teor de clorofila é
particularmente importante uma vez que o nível de clorofila algal é um indicador de
condições tróficas e um indicador indireto de fertilizantes, pesticidas e herbicidas
(GOODIN et al.,1993).
Um dos principais processos causadores da degradação da qualidade das
águas em ambientes lênticos tem sido a eutrofização (VIEIRA et al.,1998), que
consiste no enriquecimento das águas por nutrientes que propiciam o crescimento
excessivo das plantas aquáticas, tanto plânctônicas quanto aderidas (bentônicas)
(TOLEDO et al.,1993)
Segundo ONEMA e ROSETI (1998), os condicionantes do processo de
eutrofização em um ambiente aquático são os lançamentos de efluentes domésticos
ou industriais ricos em nutrientes. Alguns efeitos indesejáveis podem ser provocados
pelo processo de eutrofização como: floração de algas, elevação da produção
primária, diminuição do oxigênio dissolvido entre outros.
28
O monitoramento limnológico de um corpo de água constitui um poderoso
instrumento que possibilita a avaliação da oferta hídrica e a minimização de
impactos ao ambiente (COIMBRA, 1991).
A Resolução CONAMA N°357/2005 dispõe sobre a classificação e diretrizes
ambientais para o enquadramento dos corpos de água, bem como estabelece as
condições e padrões de lançamento de efluentes de reservatórios. Para os corpos
d`água do Brasil, foi estabelecido quatro classes para água doce (classe 1; classe
2; classe 3 e classe 4) e três classes para água salina (classe 1; classe 2; classe 3).
No caso de ambientes lênticos como os reservatórios de Paulo Afonso-BA,
suas águas são classificadas como doces e enquadram-se na classe 2 desta
Resolução, que classifica as águas de acordo com seus usos preponderantes;
destinadas ao abastecimento humano, proteção das comunidades aquáticas,
recreação, irrigação, aqüicultura e atividades de pesca (COHIDRO,2005).
29
3. ARTIGO CIENTÍFICO
AVALIAÇÃO LIMINOLÓGICA EM RESERVATÓRIOS: ESTUDO DE CASO DO
CULTIVO DE TILÁPIAS EM RACEWAYS, PAULO AFONSO – BA
Artigo ser submetido ao
Boletim do Instituto de Pesca –
Revista Científica de Pesca,
Aqüicultura e Limnologia.
30
AVALIAÇÃO LIMNOLÓGICA EM RESERVATÓRIOS: ESTUDO DE CASO DO
CULTIVO DE TILÁPIAS EM RACEWAYS, PAULO AFONSO - BAHIA
Susana Menezes Luz de SOUZA
1
; José Milton BARBOSA
2
; José Patrocínio LOPES
3
; Tâmara
de Almeida e SILVA
4
; Ivo Thadeu Lira MENDONÇA
5
; Miguel Arcanjo dos SANTOS NETO
6
RESUMO
O monitoramento limnológico de mananciais aquáticos é uma ferramenta necessária para
subsidiar ações que visem minimizar os impactos ambientais, advindos da aqüicultura.
Neste contexto, objetivou-se identificar e avaliar as alterações físicas, químicas e biológicas
na qualidade da água da área do cultivo de tilápias em raceways. O estudo foi conduzido nos
reservatórios Moxotó (fonte de captação de água) e Delmiro Gouveia (local de lançamento de
efluentes) no município de Paulo Afonso-BA. As amostras foram coletadas em pontos
estabelecidos nos reservatórios em estudo e submetidas às análises. As variáveis físicas
foram mensuradas in situ a partir de multiparâmetro digital. As variáveis químicas e
biológicas foram analisadas através de amostras de água enviadas aos laboratórios de
Limnologia/UFRPE e de Biologia/UNEB. Para análise dos resultados aplicou-se ANOVA
complementada pelo teste de Tukey (α=0,05). As variáveis físicas e químicas, temperatura e
sólidos totais dissolvidos apresentaram homogeneidade entre os pontos estudados. As
demais variáveis indicaram melhor qualidade de água nos pontos de captação e nos pontos
eqüidistantes 50 m do lançamento de efluentes. Constatou-se maior concentração de amônia
no canal de drenagem dos raceways, na descarga dos efluentes e a direita da descarga de
efluentes. Ocorreram organismos indicadores de estado de trofia como, os rotíferos
Brachyonus calyciflorus e Asplanchna sieboldi, Cladocera, Bosmina longitroides destacando a
presença de Cyanophyta (Microcystis sp.), demonstrando alterações na qualidade da água
dos reservatórios. Os resultados sugerem uma contribuição constante dos raceways no aporte
de fósforo aos reservatórios, promovendo o afloramento de algas ao longo dos anos.
Palavras chaves: Limnologia, variáveis físico-químicas; bioindicadores, efluentes,
eutrofização
1
*Autor para correspondência: Departamento de Educação - Campus VIII Paulo Afonso, Universidade do Estado da Bahia/UNEB,
Rua da Gangorra, 503, CHESF, Paulo Afonso, Bahia, Brasil. CEP: 48600-000. Tel. (75) 32817364. Aluna de Pós-Graduação em
Recursos Pesqueiros e Aqüicultura, UFRPE; e-mail: susanaluz@hotmail.com;
2
Prof. Dr. do Departamento de Pesca e Aqüicultura, Universidade Federal Rural de Pernambuco/UFRPE; Laboratório de
Avaliação Ponderal de Animais Aquáticos; e-mail: [email protected];
3
Estação de Piscicultura CHESF, Paulo Afonso - Bahia, Brasil; e-mail: [email protected];
4
Prof. Dra. do Departamento de Educação - Campus VIII Paulo Afonso, Universidade do Estado da Bahia/UNEB;
5
Aluno de Pós-Graduação em Recursos Pesqueiros e Aqüicultura, UFRPE; e-mail: [email protected]m;
6
Estação de Piscicultura CHESF, Paulo Afonso - Bahia, Brasil; e-mail: [email protected]
31
LIMNOLOGICAL EVALUATION IN RESERVOIRS: CASE STUDY OF THE
CULTIVATION OF TILAPIAS IN RACEWAYS, PAULO AFONSO - BAHIA
ABSTRACT
The limnological monitoring of aquatic springs is a necessary tool to subsidize actions to
seek to minimize the environmental impacts, advents of the aquaculture. In this context, it
was aimed at to identify and to evaluate the physical alterations, chemistries and biological
in the quality of the water of the area of the tilapias cultivation in raceways. The study was
driven in the reservoirs Moxotó (source of reception of water) and Delmiro Gouveia (place of
effluents release) in the Paulo Afonso city. The samples were collected in established points
in the reservoirs in study and submitted to the analyses. The physical variables were
measured in situ starting from digital multiparameter. The chemical and biological variables
were analyzed through samples of water sent to the laboratories of Limnology/UFRPE and
of Biology/UNEB. For analysis of the results ANOVA was applied complemented by the test
of Tukey (α=0,05). The physical variables and chemistries, temperature and dissolved total
solids presented homogeneity among the studied points. The other variables indicated better
quality of water in the reception points and in the halfway points 50 m of the effluents
release. Larger concentration of ammonia was verified in the channel of drainage of the
raceways, in the discharge of the effluents and the right of the effluents discharge. They
happened indicative organisms of trophy state as: rotifers; Brachyonus calyciflorus and
Asplanchna sieboldi, Cladoceran; Bosmina longitroides, detaching the presence of Cyanophyta
(Microcystis sp.), demonstrating alterations in the quality of the water of the reservoirs. The
results suggest a constant contribution of the raceways in the match contribution to the
reservoirs, promoting the blooming of algae along the years.
Key-words: Limnology, physiochemical variables; bioindicators, effluents, eutrofization
INTRODUÇÃO
No Brasil houve um aumento acentuado na produção de peixes cultivados nos
reservatórios em tanques-redes e em raceways. A produção brasileira de peixes cultivados
vem crescendo desde 1990 chegando à cerca de 179.748t, contribuindo com 2,3% da
produção média do pescado de água doce no mundo. Dentre as espécies mais cultivas
destacam-se as tilápias com 67.851t seguidas das carpas (FAO, 2007).
A utilização de reservatórios, que permite alta produtividade de peixes em curto
espaço de tempo, pode causar efeitos deletérios na qualidade da água, ou a modificação da
32
estrutura trófica do mesmo. Segundo PROENÇA e BITTENCOURT (2002), a questão da
qualidade das águas ganhou evidência graças a sanção da Lei Federal Nº 9.433, de 8 de
janeiro de 1997, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, tendo como um dos
fundamentos gerir tais recursos, proporcionando uso múltiplo, em consonância com
objetivos que assegurem sua disponibilidade com qualidade adequada. Isso demonstra a
preocupação com a integração da gestão dos recursos hídricos com a gestão ambiental.
A avaliação dos mananciais aquáticos visando assegurar seus usos potenciais segue
a resolução Nº 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que
determina a caracterização físico-química e biológica da água, avaliação da sua qualidade,
através de monitoramento e das influências antrópicas e ambientais, capazes de alterá-la.
Outras medidas visam evitar ou minimizar os impactos ambientais da aqüicultura; tais
como: determinação da capacidade de suporte, incluindo simulação de sistemas e modelos;
estabelecimento de critérios de seleção de área, melhoria nas técnicas de aqüicultura, porém
é imprescindível o monitoramento da qualidade da água (ROSEENTHAL, 1994).
A legislação ambiental brasileira vem ampliando as exigências a serem cumpridas
pelas empresas no processo de implantação e operação de seus empreendimentos. Estas
exigências estão fazendo com que as empresas mudem sua cultura e evitem a formação de
passivos ambientais (CHESF, 2004). Preocupações têm sido manifestadas sobre o impacto de
efluentes da piscicultura nos ecossistemas aquáticos.
Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo identificar e avaliar as
alterações limnológicas nos Reservatórios Moxotó e Delmiro Gouveia, um estudo de caso do
cultivo de tilápias Oreochromis niloticus (Linnaeus, 1856) em raceways, Paulo Afonso-Bahia.
MATERIAL E MÉTODOS
As estações de coletas, cujas coordenadas geográficas foram determinadas com
utilização do Global Position Systens (GPS), foram denominadas de E1 (Reservatório Moxotó =
Latitude S 9º 22’ 23,7” Longitude W 38º 13’ 27,1”, refere-se a tomada de água de
abastecimento dos raceways), E2 (Canal de drenagem dos raceways = Latitude S 9 º 22’ 15,5”
Longitude W 38º 13’ 3,7”); E3 (Reservatório Delmiro Gouveia = Latitude S 9º22’ 23,7”
Longitude W 38º 13’ 4,1”, referente ao ponto de lançamento dos efluentes); E4, (ponto à
esquerda da descarga do lançamento de efluentes = Latitude S 9º 22’ 12,4” Longitude W 38º
13’ 0,52”) e E5 (ponto a direita da descarga do lançamento de efluentes = Latitude S 9º 22’
13” Longitude W 38º 13’ 2,8”).
33
As amostras utilizadas para análise das variáveis físicas, químicas e biológicas foram
realizadas através de quatro coletas mensais, durante o período seco, entre os meses de
novembro a dezembro de 2006, em três horários distintos: 06 h, 12 h e 18 h.
Variáveis físico-químicas
As variáveis: temperatura, OD, saturação de OD, pH, condutividade, foram
mensuradas in situ a partir de um eletrodo multiparâmetro digital, submergido a uma
profundidade de 0,40 m, em cada estação de coleta. Para determinação das variáveis: N-
amoniacal, nitrito, nitrato, fósforo total, ortofosfato, alcalinidade total e turbidez foram
coletadas água na camada superficial, posteriormente acondicionadas em recipientes
próprios, e conservadas sob refrigeração, para análise no Laboratório de Limnologia do
Departamento de Pesca da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
As análises referentes á qualidade da água foram obtidas através dos respectivos
métodos: Amônia - KOROLEFF (1976), Nitrito e Nitrato - MACKERETH et al. (1978), Fósforo
total, e Ortofosfato – STRICKLAND e PARSONS (1965), Alcalinidade total - GOLTERMAN
et al. (1978) e clorofila a - NUSCH (1980). Os resultados dessas variáveis foram enquadrados
de acordo com a Resolução 357/2005 do CONAMA. Aplicou-se os padrões desta resolução
para os parâmetros inorgânicos em seu valor máximo nos corpos d`água. Os limites segundo
CONAMA, para os parâmetros são: OD 5,00 mg/L; turbidez 100 UNT; pH 6-9; amônia 0,02
mg/L (20 µg/L); nitrato 10 mg/L (10.000 µg/L); nitrito 1,0 mg/L (1000 µg/L); fósforo total
20 µg/L; alcalinidade 20 mg/L CaCO
³
; clorofila 30 µg/L; condutividade 700 µS/cm.
Variáveis biológicas
As amostras para análise do plâncton foram coletadas na superfície da água, através
de uma rede cônico–cilíndrica (1 m de comprimento, malha de 30 µm) filtrando-se 60L de
água de cada estação. O material coletado foi transferido para recipientes plásticos de 250 mL
fixado em solução de formol neutralizado a 4% e encaminhado ao Laboratório da
Universidade do Estado da Bahia - Campus VIII em Paulo Afonso-BA. Foi realizado um
levantamento quali-quantitativo da comunidade fitoplanctônica. A análise qualitativa foi
realizada através da comparação das características morfológicas para cada grupo
taxonômico em microscópio óptico, até o menor nível taxonômico possível tomando-se por
base MIZUNO (1968) e ROUND (1971). Para a análise quantitativa foram utilizadas sub-
amostras de 0,064 mL com réplicas, utilizando uma câmara de contagem do tipo Palmer-
Maloney (PALMER e MALONEY, 1954).
Na análise quali-quantitativa do zooplâncton, foram utilizadas sub-amostras de 2
mL com réplicas, utilizando uma câmara de contagem do tipo “Sedgewick-Rafter”e
34
visualizadas em microscópio óptico, tomando-se por base bibliografias especializadas como:
MIZUNO (1968) e ELMOOR-LOUREIRO (1997). Taxonomicamente, as divisões foram
enquadradas segundo MARGULIS e SCHWARTZ (2001). A densidade foi expressa em
organismos por litro (org./L), através da expressão da American Publish Health Association
(APHA, 1975). A abundância relativa (Ar) foi calculada de acordo com a fórmula Ar =
N.100/Na, onde N é o número total de organismos de cada táxon na amostra e Na é o
número total de organismos. Foi utilizado o seguinte critério: <10% raro, 10-70% pouco
abundante, e >70% abundante. A freqüência de ocorrência (Fo) foi calculada pela fórmula Fo
= Fa.100/TA, onde, Fa é o número de amostras em que o táxon ocorreu e a TA é o total de
amostras. Os resultados foram expressos em percentagem, tendo utilizado a seguinte
classificação: < 10% esporádico, 10 -70% pouco freqüente, e >70%, muito freqüente.
Para determinação da clorofila a, as amostras foram filtradas (filtro GF/C
Whatman), acondicionadas em recipientes de cor âmbar com sílica-gel sendo mantidas a
baixa temperatura até o momento da extração, feita com etanol 80% aquecido a 75ºC
(NUSCH, 1980).
Para análise estatística das variáveis físico-químicas foi utilizada a Análise de
Variância (ANOVA) complementada pelo teste de Tukey (α=0,05).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Variáveis físico-químicas
As estações de amostragem denominados neste estudo, E1, E3 e E4, foram
correspondentes aos pontos SF15, SF22 e SF23 (FADURPE, 2000) e aos pontos P12a, P12d,
P12e, P12 (COHIDRO 2004 e 2005).
Observou-se que as variáveis físicas e químicas apresentaram melhores condições
de qualidade de água nas estações E1, E4 e E5, em relação às estações E2 e E3, conforme
resultados apresentados na Tabela 1.
35
Tabela 1. Média das variáveis físico-químicas nas estações de coletas E1 a E5 durante o
período experimental nos meses de novembro a dezembro/2006, Paulo Afonso/Bahia.
Pontos de coleta
Variáveis físicas e
químicas
E1 E2 E3 E4 E5
Temperatura (ºC) 27,59±0,4
a
27,77±,06
a
27,68±0,6
a
27,69±0,6
a
27,72±0,7
a
OD (mg/L) 5,45±0,4
a
3,70±0,6
c
4,32±0,4
bc
5,10±0,6
a
4,81±0,7
ab
Saturação de OD 67,73±5,1
a
47,40±7,6
c
56,29±4,7
bc
63,38±7,1
ab
61,43±10,2
ab
pH 7,50±0,3
a
7,16±0,2
b
7,18±0,2
b
7,33±0,3
ab
7,36±0,2
ab
Condutividade (µS/cm) 56,22±0,5
a
60,06±4,2
b
60,28±1,5
b
58,72±1,3
ab
58,83±0,8
ab
N-amoniacal (µg/L) 26,5±24,9
a
488,8±248,0
b
386,4±43,3
b
47,5±68,8
a
128,7±99,2
a
Nitrito (µg/L) 0,1±0,1
b
0,3±0,4
b
1,9±0,9
b
0,5±1,2
b
1,7±1,1
a
Nitrato (µg/L) 13,8±8,4
b
20,4±16,4
b
83,0±42,7
a
28,0±20,2
b
72,1±42,8
a
Ortofosfato (µg/L) 6,0±2,3
d
145,8±42,5
a
78,5±23,9
b
12,6±14,7
d
53,8±19,0
c
Fósforo total (µg/L) 42,2±31,8
c
221,9±48,8
a
138,5±50,1
b
53,3±25,2
c
107,2±37,7
b
Alcalinidade total
(mg/L)
30,6±2,4
b
34,5±1,8
a
32,6±3,2
ab
31,9±1,8
b
32,2±2,4
ab
Turbidez (UNT) 2,0±0,9
ab
1,9±0,7
ab
2,3±1,2
a
1,5±0,6
b
1,9±0,9
ab
E1 (Reservatório Moxotó), abastecimento dos raceways, E2 (Canal de drenagem dos raceways); E3 (Reservatório
Delmiro Gouveia, ponto de lançamento de efluentes); E4, (Reservatório Delmiro Gouveia, ponto à esquerda da
descarga do lançamento de efluentes) e E5 (Reservatório Delmiro Gouveia, ponto a direita da descarga de
lançamento de efluentes). Letras semelhantes, em mesma linha, não apresentam diferenças significativas (α>0,05).
A temperatura da água não apresentou diferença significativa ao longo do tempo e
entre as estações estudadas, mantendo-se dentro da faixa de tolerância descrita por BOYD
(1982). Segundo este autor nas regiões tropicais as temperaturas da água encontram-se
dentro de uma faixa de 25 ºC a 30 ºC. Estes resultados estão condizentes com os estudos
anteriores realizados nos mesmos reservatórios pela FADURPE (2000) e COHIDRO (2004,
2005), respectivamente 27,7 ºC; 25,5 30 ºC e 28,95 30 ºC.
Observaram-se diferenças significativas nas concentrações de OD entre as estações
E1, E2, E3 e E5, precisamente pela redução na taxa desse gás a partir da estação E2. Neste
estudo foram registrados valores abaixo de 5,0 mg/L em três estações de coleta, infringindo
os limites de referência da Resolução 357/05 para águas de classe 2, a qual pertence este
Reservatório. Em estudos anteriores nas mesmas estações, FADURPE (2000) encontrou
valores acima de 7,0 mg/L observando-se assim, que houve um decréscimo da concentração
OD ao longo dos anos. AGOSTINHO e GOMES (1997) e FERNANDES et al. (2005)
encontraram valores acima de 5 mg/L. AZEVEDO et al. (2005), encontraram médias de 0,8
mg/L valores fora dos padrões da resolução CONAMA 357/05. A faixa ideal para a maior
parte dos peixes cultivados no Brasil é acima de 5 mg/L segundo esta resolução.
36
Os valores de pH apresentaram-se ligeiramente alcalinos, com diferença significativa
entre as estações E2 e E3. O valor médio de pH foi de 7,30± 0,13, portanto, dentro de uma
faixa aceitável para cultivo de organismos aquáticos. CONAMA (2005) indica pH aceitável
entre 6,0 a 9,0.
Os resultados de condutividade elétrica nas estações E1, E4 e E5 foram menores em
relação a E2 e E3, sugerindo um menor número de íons livres na água, significando que
existe maior quantidade de resíduos nos últimos pontos. Nos estudos da COHIDRO (2004,
2005), os valores mantiveram-se instáveis ao longo dos anos, com acentuado crescimento no
ano de 2004 com média 68,6±0,88 µS/cm. AYERS e WESTCOT (1991) afirmaram que o limite
de valores de condutividade elétrica não deve ser superior a 700 µS/cm. Segundo CHESF
(2003), não há grandes diferenças entre a condutividade da superfície e o fundo, e ao longo
dos reservatórios pesquisados.
Os valores de amônia encontrados nas estações E2, E3 e E5 foram considerados
elevados segundo os padrões do CONAMA (2005), ocorrendo diferença significativa nas
estações E2 e E3. Registraram-se na estação E1, ponto de captação de água, níveis menores
aos demais. Em vista dos valores alterados nas estações E2 e E3 notou-se que há uma
contribuição do aporte de nutrientes alterando a qualidade da água dos reservatórios quanto
a esta variável. Segundo COHIDRO (2004), concentrações de amônia superiores a 250 mg/L
são tóxicas para peixes e invertebrados quando o pH 9. O mesmo estudo afirma que, nas
camadas superficiais dos reservatórios as concentrações de amônia são maiores no inverno e
início da primavera, podendo atingir 500 mg/L. LIN e CHEN (2003) afirmam que valores
acima de 150 mg/L e indicam decomposição de compostos orgânicos nitrogenados que
liberam a substância no reservatório. Neste estudo, os resultados foram obtidos no período
seco.
As concentrações de nitrito não exibem grandes alterações ao longo dos anos. Nas
estações E3 e E5 encontram-se as mais altas concentrações em relação às demais. A resolução
do CONAMA (2005) estabelece valores máximos de 1000 ug/L. Segundo FADURPE (2000),
em estudo realizado nos mesmos pontos, a concentração média de nitrito foi de 0,04±0,00
ug/L considerado baixo. Em estudos realizados por COHIDRO (2005), os valores médios de
nitrito nas mesmas estações foi 0,003±0,003 ug/L, considerado dentro da faixa aceitável para
cultivo de organismos aquáticos.
As concentrações de nitrato nas estações E3 e E5 apresentaram diferenças
significativas em relação as demais estações indicando alterações na qualidade da água do
reservatório Delmiro Gouveia. Nos resultados de FADURPE (2000), a média desta variável
37
foi de 240±15,52 ug/L. COHIDRO (2004) e COHIDRO (2005) encontraram valores na
descarga dos efluentes de 5200±627,16 ug/L e 46,5±15,28 ug/L respectivamente.
Com relação as concentrações de fósforo total, a estação E2 apresentou as maiores
médias, com valor 9 vezes maior que o limite estabelecido pelo CONAMA (2005), seguido
das estações E3 e E5, as quais apresentam diferenças significativas em relação as estações E4
e E1. Estudos anteriores por COHIDRO (2004) e COHIDRO (2005) assinalam dados de
fósforo total na descarga de efluentes respectivamente 258,75±36,17ug/L e 346,87±376,28
ug/L, sugerindo um constante aporte desta variável no reservatório Delmiro Gouveia,
possivelmente contribuindo para proliferação de macrófitas aquáticas precisamente na
estação E5. De acordo com o teor de fósforo das análises nas estações de coleta, os
reservatórios estudados podem ser classificados como oligomesotróficos ou mesotróficos
conforme critérios adaptados de LAMPARELLI (2004).
Neste trabalho os valores médios de ortofosfato nas estações E2, E3 e E5
apresentaram diferenças significativas em relação a E1. Apenas a estação E4 eqüidistante
50m à esquerda do local de lançamento de efluentes, não apresentou diferença em relação à
estação E1. Estudos realizados pela COHIDRO (2004) e COHIDRO (2005), encontraram
valores médio de 112±15,85 µg/L e 46,50±15,28 µg/L, respectivamente, valores superiores
aos encontrados no reservatório Delmiro Gouveia neste estudo.
A alcalinidade total não apresentou diferenças entre as estações E1 e E5, as demais
estações apresentaram diferenças significativas em relação à estação E1. Observando sempre
valores acima do estabelecido pelo CONAMA (2005), que é de no mínimo de 20 mg/L
CaCO
3
. Estudos de FADURPE (2000), COHIDRO (2004), COHIDRO (2005) encontraram
respectivamente, 26,44±1,75 mg/L, 26,66±1,75 mg/L e 35±4,08 mg/L, semelhantes aos
encontrados neste trabalho.
Nos valores de turbidez encontram-se diferenças significativas entre as estações E3 e
E4 em relação as demais. CONAMA (2005) estabelece valores máximos de 100 UNT. Estudos
anteriores realizados por COHIDRO (2004) e COHIDRO (2005) encontraram respectivamente
60,72±2,78 UNT e 3,15±1,73 UNT, semelhantes aos encontrados neste trabalho.
Variáveis biológicas
A comunidade fitoplanctônica foi representada por 79 espécies, distribuídas nas
divisões Chlorophyta, Bacillariophyta, Cyanophyta, Euglenophyta, Xanthophyta e
Chrysohyta (Figura 1). O número de táxons neste estudo foi considerado baixo, em relação a
estudos anteriores realizados nos mesmos reservatórios por (FADURPE, 2000), (COHIDRO,
2004) e (COHIDRO, 2005).
38
As divisões Chlorophyta e Bacillariophyta foram consideradas pouco abundantes e
as demais raras. No tocante a freqüência de ocorrência, Chlorophyta, Bacillariophyta e
Cyanophyta foram muito freqüentes, enquanto Euglenophyta, Xanthophyta e Chrysophyta
foram pouco freqüentes; Chrysophyta foi esporádica no P5 (Tabela 2).
45
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10
3
11
0
10
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30
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50
Chlorop
h
yta
Bacillari
o
ph
y
t
a
Cyanophyta
E
u
gleno
p
hy
t
a
X
a
nthop
h
yta
Chrysohyta
Divisões
de espécies
Figura 1. Comunidade fitoplanctônica das estações estudadas.
Tabela 2. Abundância relativa (%) e freqüência de ocorrência (%) do fitoplâncton nas
estações estudadas.
Estações de coleta
Divisões
E1 % E2% E3% E4% P5%
Bacillariophyta 23,9/100 22,3/94,4 29,8/94,4 27,4/100 23,1/83,3
Chlorophyta 68,3/100 66,5/94,4 63,9/94,4 66,0/100 69,3/83,3
Cyanophyta 7,8/100 10,0/88,9 4,6/77,8 6,6/94,4 6,3/78,8
Chrysophyta - 0,3/22,2 0,1/11,1 - 0,1/5,6
Euglenophyta - 0,6/33,3 1,6/55,6 - 1,2/11,1
Xanthophyta - 0,3/16,7 - - -
Foram encontradas as espécies de Cyanophyta, Anabaena spiroides e Microcystis
aeruginosa, ambas indicadoras de grau elevado de trofia. Na composição fitoplânctonica dos
reservatórios houve predominância de cianofícias. Segundo REYNOLDS (1984), a
Microcystis aeruginosa, é a espécie mais associada ao grau de trofia dos ambientes, sendo
comum em ambientes com elevada concentração de fósforo e grande disponibilidade de luz.
Resultados semelhantes foram encontrados por COHIDRO (2004) e COHIDRO (2005) nas
mesmas estações de coleta. Todas as cianofícias são espécies potencialmente produtoras de
toxinas dentre as encontradas, algumas podem causar problemas com níveis de ação tóxica
39
(neurotoxinas, hepatoxinas, dermatoxinas), também podem ocasionar morte dos peixes até a
contaminação humana. Porém, o grau de trofia é um índice dinâmico, ou seja, os
reservatórios podem mudar de classificação ao longo do tempo, tanto para classe de maior
trofia como para classe de menor trofia (CARLSON, 1977).
A comunidade de zooplâncton foi representada por 86 espécies, distribuídas nas
divisões Protoctista, Cnidaria, Plathyelminthes, Rotifera, Nematoda, Anellida, Insecta e os
Crustacea das classes Cladocera, Copepoda e Ostracoda (Figura 2). Destes, Cladocera,
Copepoda, Rotifera e Insecta foram citados pela FADURPE (2000) em estudos realizados nos
reservatórios Delmiro Gouveia e Moxotó.
Os Rotifera apresentaram a maior densidade, com variações de 2,52 a 80,92 org./L,
além de ser o mais abundante, com 691 organismos (Tabela 3), sendo a espécie Asplancna
priodonta (GOSE, 1850) a mais representativa, seguidos pelos Crustacea, sendo o Copepoda
Termocyclops decipiens (KIEFER, 1929) o mais representativo desta divisão, e Protoctista pouco
abundantes, as demais foram consideradas raras. Quanto a freqüência de ocorrência Rotifera,
Protoctista e Crustacea foram considerados muito freqüentes, Plathyelminthes e Insecta
frequaentes, as demais divisões esporádicos.
15
11
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1
3
19
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Anellida
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I
n
s
ect
a
Divisões
Nº de espécies
Figura 2. Comunidade zooplânctonica nas estações estudadas.
40
Tabela 3. Abundância relativa (%) e freqüência de ocorrência (%) de zooplâncton nas
estações estudadas.
Pontos de coleta
Divisões
E1 % E2 % E3 % E4 % E5 %
Protoctista 8,3/50,0 15,7/71,3 27,1/100,0 20,7/94,5 22,1/96,9
Cnidária 0,0/12,5 1,7/2,5 0,7/15,8 12,3/29,3 0,6/19,4
Plathyelminthes 2,9/25,0 6,1/45,0 2,4/51,3 2,5/35,8 2,9/35,6
Rotifera 29,5/100,0 39,9/87,5 28,3/90,4 12,5/100,0 19,8/85,6
Nematoda 10,5/50,0 3,5/32,5 6,8/60,8 13,3/49,5 3,3/55,0
Anellida - 10,2/50,0 11,5/80,4 4,5/66,2 4,4/68,1
Cladocera 20,2/100,0 3,9/36,3 2,7/45,0 5,4/55,1 11,9/90,6
Copepoda 21,3/75,0 12,0/60,0 12,0/77,5 18,0/100,0 27,0/93,8
Ostracoda - 0,7/7,5 1,0/28,8 - 50,0/60,0
Insecta 7,4/50,0 6,2/60,0 6,7/73,8 2,6/55,1 2,5/43,1
Segundo MATSUMURA-TUNDISI (1999), espécies de Rotifera como Brachionus
calyciflorus (PALLAS, 1776) e Asplanchna sieboldii (LEYDIG, 1854) e o Cladocera, Bosmina
longitrostris (O.F.M., 1785) são encontrados em reservatórios eutróficos constituindo
organismos indicadores de estado de trofia, sendo estas espécies identificadas neste estudo.
NOGRADY et al. (1993) afirmam que espécies como Aelosomatidae (Platyhelminthes)
e Cephalodella sp. (Rotifera) (RODEWALD, 1935), presentes em todas as estações de coleta,
indicam alterações na qualidade da água caracterizando este ambiente como eutrofizados.
Este platelminto foi encontrado em todas as estações de coleta apresentando uma densidade
de 18 a 54 org./L, o Cephalodella sp. é comum em corpos d’água ricos em matéria orgânica em
decomposição (NOGRADY et al., 1993).
Dos pontos estudados, P5 foi o que apresentou maior número de organismos (845)
correspondendo a 34,36% do total identificado. Estudos realizados por AGOSTINHO e
GOMES (1997), no reservatório de Segredo, no Estado do Paraná encontraram uma
comunidade zooplânctônica com 99 táxons: 60% táxons de rotíferos, 23% de cladóceros e
16% táxons de copépodos. Neste estudo, o maior número de táxons constituiu rotíferos, de
acordo com os resultados encontrados em outros reservatórios brasileiros por
(MATSUMURA-TUNDISI e TUNDISI, 1976; SENDACZ, 1984; ARCIFA, ESTEVES e
SENDACZ, 1988; BRANCO, 1991; ARCIFA et al., 1992; NOGUEIRA e MATSUMURA-
TUNDISI 1996; AGOSTINHO e GOMES, 1997).
41
Valores de clorofila-a na descarga de efluentes da AAT, segundo FADURPE (2000)
apresentaram 26,66±1,75 µg/L, muito acima dos valores encontrados neste trabalho,
2,42±1,21 µg/L. CONAMA (2005) estabelece valores máximos de 30 ug/L, portanto ainda
dentro da faixa aceitável.
CONCLUSÕES
Os níveis dos nutrientes, fósforo total e amônia, dissolvidos na coluna d`água, e a
presença de bioindicadores, a exemplo dos Rotifera,Brachionus calyciflorus e Asplanchna
sieboldii, o Cladocera, Bosmina longitrostris, o Platyhelminthes, Aelosomatidae e as
Cyanophytas (Microcystis aeruginosa e Anabaena spiroides), indicam um grau mediano de
trofia nos reservatórios, no entanto, as estações E2, E3,e E5, apresentaram-se eutrofizados.
O aporte de cargas de matéria orgânica oriunda das excretas e da ração, provenientes
do cultivo de tilápias em raceways vem contribuindo para alteração na qualidade da água no
reservatório Delmiro Gouveia.
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45
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Atualmente a maioria dos corpos d`água está sujeita a alterações. O
monitoramento constitui uma importante ferramenta para avaliar a qualidade
ambiental de um corpo hídrico bem como as condições de poluição,quer sejam, de
efluentes domésticos, industriais ou outros.
Nos reservatórios estudados, os resultados obtidos permitem identificar
pontos onde a água está mais degradada (estações E2 e E3), possibilitando ações
preventivas e de controle, evitando o agravamento da poluição, observadas pela não
conformidade nos padrões exigidos pelo CONAMA.
Pode-se inferir o crescimento excessivo de macrófitas aquática, observada no
reservatório de Delmiro Gouveia, ao grande aporte de nutrientes gerados pelos
raceways.
Ações de gerenciamento e manejo se fazem necessárias para reduzir o
aporte das descargas oriundas do cultivo de tilápias em raceways no reservatório
Delmiro Gouveia.
46
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