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ao etileno um dos mais importantes. Essa exposição ocorre principalmente
durante o transporte e comercialização, onde as plantas são submetidas a várias
situações de estresse como baixa luminosidade e altas temperaturas (Hoyer,
199
6).
O transporte é um dos principais fatores que influenciam na qualidade e
longevidade das plantas. Sabe-se que no Brasil as condições de transporte de
produtos hortícolas em geral e das flores e plantas ornamentais são ainda
precárias, sendo geralmente, realizado em caminhões baú sem isolamento
térmico, sem ventilação e iluminação e, geralmente, sob condições de elevada
temperatura, sem refrigeração. Em muitos casos, flores e plantas ornamentais
são transportadas junto a hortaliças e frutos, aumentando, com isso, a
concentração de etileno no interior dos caminhões. Além disso, o tempo médio de
transporte, das principais regiões produtoras, Sul e Sudeste, via terrestre, para
abastecimento de regiões como Pará, Estados do Mato Grosso, Tocantins,
Maranhão e Piauí, pode levar de 36 a 48 horas. Mesmo com uso de caminhões
refrigerados, estes são geralmente abertos durante o trajeto, quebrando a cadeia
do frio, gerando problemas fisiológicos, como abscisão, amarelecimento e
amadurecimento das folhagens, além da ocorrência de doenças fúngicas e
bacterianas (Junqueira e Peetz, 2002).
O etileno é um fitormônio produzido em baixa concentração por todos os
órgãos da planta (Verdugo et al., 2003), e que regula uma série de processos de
desenvolvimento e está associado a resposta a estresses. O etileno age
induzindo abscisão de folhas, amadurecimento de frutos, senescência de órgãos,
germinação de sementes e crescimento de plântulas. Geralmente a taxa de
produção de etileno, pelas células, aumenta com a maturação, as injúrias físicas,
a incidência de doenças, o aumento da temperatura, até 35 °C, e o estresse
hídrico (Kader, 1992). Em diversas espécies ornamentais o etileno exerce
importante papel na aceleração da senescência, resultando na deterioração dos
tecidos e conseqüente redução da vida pós-colheita. A resposta do tecido vegetal
ao etileno é acompanhada pela indução autocatalítica do próprio hormônio, ou
seja, a exposição do tecido ao etileno estimula a sua própria biossíntese, devido
ao aumento das enzimas sintase do ACC e oxidase do ACC. Um dos possíveis
mecanismos que contribuem para a indução da biossíntese do etileno é a