60
Atualmente há três formas de classificação: manual, mecânica e eletrônica (FERRARI, 2006).
A primeira é feita no campo e as outras duas, nas chamadas packing houses, que são galpões
de classificação e beneficiamento que pertencem a grandes produtores e atacadistas;
atacadistas e produtores que não possuem galpão, instalam a máquina mecânica até no próprio
CEASA. Enfim, a classificação sempre é feita, de alguma forma. Mas não há um conjunto
único de parâmetros que todos utilizem e, como resultado, coexistem diversos padrões.
4.1.2 Estrutura do setor
A cadeia do tomate para indústria é organizada, integrada ao complexo industrial, e o número
de produtores é conhecido. Já a cadeia do tomate in natura funciona sem contratos e os
produtores não são organizados entre si (CAMARGO et al., 2006), embora, a maior parte da
produção brasileira seja destinada à mesa.
Para Camargo et al. (2006), o tomate in natura, como da maioria dos produtos olerícolas, seria
exemplo de concorrência perfeita: “um grande número de produtores (não organizados)
produz e entrega a agentes distribuidores, que abastecem grande número de consumidores, os
quais têm a opção de escolha entre diversos estabelecimentos varejistas para adquirir o
produto” (2006). Contudo, outra condição essencial para concorrência perfeita é a
homogeneidade do produto, que possibilita maior transparência no preço, refletindo as
características encontradas no produto. Não é o caso do tomate in natura. Uma vez que não há
padronização, a variabilidade inerente do produto resulta em heterogeneidade da oferta,
dificultando o reconhecimento das características e a relação com o preço que seria adequado.
O problema não afeta somente o consumidor final, mas também os vendedores. No entanto, a
devida homogeneização não incorre sem custos.
No ano de 2005, 222 atacadistas
30
do CEASA receberam tomate para salada de 318
municípios de 12
31
Estados. Dos 222, 19 representaram mais que 1% da participação total em
volume. Os 10 primeiros somam 50% do volume total. Esses atacadistas apresentam maior ou
quase total especialização em tomates in natura, detendo maior escala de comercialização.
Ainda que haja concentração no número de ofertantes com grande volume de comercialização
frente ao número total de comerciantes de tomate in natura, a existência de outros 203
30
Fonte: Sistema de Informação de Mercadoria, que registra todas as entradas de mercadoria dos caminhões,
com o volume, a cidade de origem e o atacadista ao qual se destina.
31
Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do
Norte, Santa Catarina, São Paulo.