provocando infecções sintomáticas ou assintomáticas (Rao et al., 2003; Hayashi et
al., 2006).
Os sintomas atribuídos à infecção gastrointestinal por Blastocystis sp. em
humanos são geralmente pouco específicos e incluem diarréia, dor abdominal,
náuseas e flatulência, usualmente sem febre (Stenzel & Boreham 1996; Tan et al.,
2002; Kaya et al., 2007). Outras manifestações associadas à infecção
gastrointestinal por Blastocystis sp. incluem hemorragia retal, leucócitos nas fezes,
eosinofilia, hepatomegalia, esplenomegalia, dermatite cutânea, angioedema e
prurido (Stenzel & Boreham 1996; Kaya et al., 2007; Salinas e Gonzales, 2007).
Alguns trabalhos sugerem uma correlação entre Blastocystis e a síndrome do
cólon irritável, embora não haja comprovação de uma correlação causal (Stark et
al., 2007; Tungtrongchitr et al., 2004).
A infecção por Blastocystis sp. é frequentemente diagnosticada pelo achado
da forma vacuolar que é reconhecida pela sua aparência característica e diâmetro
variando entre 4 e 15 µm (Amato Neto et al., 2003; Nascimento & Moitinho, 2005).
Além desta, há outras três formas – a granular, a amebóide e a cística – que
combinando o pequeno tamanho com uma morfologia diferenciada, tornam sua
identificação complexa mesmo para técnicos laboratoriais experientes (Stenzel &
Boreham, 1996; Salinas & Gonzales, 2007). Os métodos rotineiramente utilizados
no exame parasitológico de fezes, como centrífugo-flutuação em sulfato de zinco e
sedimentação em água, são desaconselhados para a pesquisa de Blastocystis
sp., pois a adição de água lisa as formas vacuolares deste parasito (Amato Neto et
al., 2003; Nascimento & Moitinho, 2005). Deste modo, costuma-se identificar
amostras positivas para Blastocystis sp. pelas técnicas de exame direto,