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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
MESTRADO MULTIDISCIPLINAR EM
PATOLOGIA TROPICAL
FATORES DE RISCO ASSOCIADOS A DOENÇA ARTERIAL
OBSTRUTIVA DE MEMBROS INFERIORES EM PACIENTES
ATENDIDOS NO CENTRO DE ATENÇÃO A MELHOR
IDADE DR. PAULO LIMA NA CIDADE DE MANAUS
MÔNICA REGINA HOSANNAH DA SILVA E SILVA
MANAUS
2005
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
MESTRADO MULTIDISCIPLINAR EM
PATOLOGIA TROPICAL
MÔNICA REGINA HOSANNAH DA SILVA E SILVA
FATORES DE RISCO ASSOCIADOS A DOENÇA ARTERIAL
OBSTRUTIVA DE MEMBROS INFERIORES EM PACIENTES
ATENDIDOS NO CENTRO DE ATENÇÃO A MELHOR
IDADE DR. PAULO LIMA NA CIDADE DE MANAUS
Dissertação apresentada ao Programa de s-
Graduação em Patologia Tropical da Universidade
Federal do Amazonas, como parte do requisito
para obtenção do título de Mestre em Medicina,
na área de concentração “Diagnóstico e Controle”
e na linha de pesquisa Etiopatogênese, Clinica e
Ações Básicas de Saúde”.
Orientador: Prof. Dr. Nelson Abrahim Fraiji
MANAUS
2005
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DEDICATÓRIA
Ao meu Pai, que mesmo ausente fisicamente, está presente em mim.
Aos meus avôs, Dagmar, Joaquina e Hosannah, co-responsáveis pela minha formação,
exemplos de vida e doadores de amor incondicional.
As minhas mães Enedina, Maria Jo e Maria Matilde, sempre presentes, amando,
apoiando, lutando, torcendo, repreendendo, preocupando-se, mas sempre incansavelmente
ensinando.
Aotio” Evandro pelo carinho, preocupação e ajuda.
Ao Beto, pela presença, mesmo que algumas vezes ausente, e companheirismo a seu
modo.
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AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Nelson Fraiji, pela paciência e apoio e confiança.
À Profa. Dra. Dagmar Kiesslich, responsável por despertar meu interesse pela
pesquisa, incentivadora e solicita a conceder uma palavra de esclarecimento e compreensão.
Ao Feliciensquez, pela ajuda em momentos difíceis.
À Profa. Dra Graça Alecrim, pelos conselhos, apoio e facilitação neste período.
As diretoras Sras. Mary Jane Queiroz e Verônica pela colaboração.
Aos colegas de trabalho no CAIMI, pela paciência e colaboração.
As meninas Rafaela e Lídia, pelo companheirismo e auxílio.
Aos colegas da turma de s-graduação do Mestrado, Andréa, João, Cacau, Rossi,
Heliana, Chiquinho, Davi, Antonio, Socorro, Ana Paula, Carla, Adriana e nossa representante
Vic, companheiros de jornada, vencedores em várias batalhas.
Aos indivíduos incluídos neste estudo, por terem tornado possível a realização desta
pesquisa.
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RESUMO
A Doença Arterial Obstrutiva Periférica é conseqüência do processo aterosclerótico,
provocando estreitamento e enrijecimento da luz arterial. Muitos fatores de risco responsáveis
ou relacionados à instalação e progressão da aterosclerose sistêmica (cerebral, coronariana e
artérias periféricas) são modificáveis através de medidas adequadas. O envelhecimento
populacional tem sido um dos fatores responsáveis pela maior prevalência da doença arterial
obstrutiva periférica. A presença de marcadores subclínicos de aterosclerose como o índice
tornozelo-braquial abaixo de 0,90 demonstrou sua capacidade preditiva para o diagnóstico de
DAC e correlacionou-se com taxas de mortalidade mais alta. A pesquisa foi desenhada para
identificar a presença da doença arterial obstrutiva periférica e sua associação com os fatores
de risco cardiovascular nos idosos atendidos no Centro de Atenção à Melhor Idade (CAIMI)
Dr. Paulo Lima. O estudo teve um delineamento do tipo caso-controle. Os casos eram
pacientes com índice tornozelo-braquial igual ou abaixo de 0,90, os controles eram indivíduos
com índice acima de 0,90. Foram incluídos 62 casos e 125 controles. Os fatores de risco
avaliados foram: hipertensão arterial, diabetes, obesidade, tabagismo, atividade sica,
presença de angina (relato clínico e alteração eletrocardiográfica), história familiar de doença
cardiovascular, níveis séricos de colesterol total, LDL-colesterol, HDL-colesterol,
triglicerídeos, consumo de álcool. As variáveis coletadas foram comparadas entre casos e
controles de acordo com critérios previamente estabelecidos. A análise estatística foi realizada
por meio da análise univariada. Os seguintes fatores apresentaram associação com a doença
obstrutiva periférica: angina (OR 2,7 IC 95% 1,3-5,4), angina por esforço sico (OR 2,4 IC
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95% 1,2-4,9), angina por estresse (OR 15,8 IC 1,9-131,4), angina em repouso (OR 9,7 IC
95% 3,0-30,6), eletrocardiograma alterado (OR 2,6 IC 95% 1,5-5,4), inversão de onda T (OR
2,8 IC95% 1,5 5,4), sobrecarga ventricular esquerda (OR 2,7 IC 95% 1,3-5,2), glicemia >
126 mg/dl (OR 4,1 IC 95% 1,3 12,7). O sintoma angina, alterações eletrocardiográficas
sugestivas de doença coronariana crônica e diabetes encontram-se associados a doença arterial
obstrutiva periférica em idosos atendidos no CAIMI em Manaus.
Palavras chaves: doença arterial obstrutiva periférica, fatores de risco, idosos.
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ABSTRACT
Peripheral obstructive arterial disease is a consequence of atherosclerosis, leading to
obstruction and thickening arterial wall. Many risk factors responsible or related to beginning
or progression of systemic atherosclerosis (cerebral, coronary or peripheral) are modifiable by
adequate management. The aging of population has been appointed as a factor of increasing
the prevalence of peripheral arterial disease. The presence of subclinical marker, as an ankle-
brachial index below 0,90, showed a predictive value for coronary arterial disease and
increased mortality. The research was designed to identify the presence of peripheral artery
disease and its association with cardiovascular risk factors in elderly from Centro de Atenção
a Melhor Idade (CAIMI) Dr. Paulo Lima. It was a case-control study. Cases were patients
with an ankle-brachial index equal or below 0,90 and controls were individuals with an ankle-
brachial index above 0,90. A total of 187 individuals were included (62 cases and 125
controls). The risk factors evaluated were: hypertension, diabetes, overweight, smoking,
physical activity, angina (symptom and ECG alterations), family history of cardiovascular
disease, total cholesterol, LDL-cholesterol, HDL-cholesterol, triglycerides, alcohol intake.
The collected variables were compared between cases and controls according to previously
established criteria. The statistical analysis was performed using univariate analysis. The
following risk factors were associated with peripheral arterial disease: angina (OR 2,7 IC 95%
1,3-5,4), exertional angina (OR 2,4 IC 95% 1,2-4,9), psychological stress angina (OR 15,8 IC
1,9-131,4), angina at rest (OR 9,7 IC 95% 3,0-30,6), electrocardiogram abnormalities (OR 2,6
IC 95% 1,5-5,4), t-wave inversions (OR 2,8 IC95% 1,5 5,4), left ventricular hypertrophy
(OR 2,7 IC 95% 1,3-5,2), serum glucose > 126 mg/dl (OR 4,1 IC 95% 1,3 12,7). Angina,
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electrocardiogram abnormalities suggesting coronary heart disease and diabetes were
associated with peripheral arterial disease in elderly patients from CAIMI, Manaus.
Palavras chaves: peripheral arterial disease, risk factors, elderly.
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SUMÁRIO
1.1.
A
D
OENÇA
A
RTERIAL
C
ORONARIANA
11
1.2.
A
D
OENÇA
A
RTERIAL
C
ORONÁRIA EM
I
DOSOS
14
1.3.
A
D
OENÇA
A
RTERIAL
O
BSTRUTIVA
P
ERIFÉRICA
16
1.4.
Í
NDICE
T
ORNOZELO
-B
RAQUIAL
17
1.4.
O
Q
UESTIONÁRIO
R
OSE
19
1.5. O ELETROCARDIOGRAMA 20
1.6.
O
P
ANORAMA
A
TUAL
21
2. OBJETIVOS 24
2.1 GERAL 24
2.2
E
SPECÍFICOS
24
3. METODOLOGIA 25
3.1
M
ODELO DE
E
STUDO
25
3.2 U
NIVERSO DE
E
STUDO
25
3.2.1 P
OPULAÇÃO DE
R
EFERÊNCIA
25
3.2.2 P
OPULAÇÃO DE
E
STUDO
26
3.2.3 P
ARTICIPANTES
26
3.3
P
ROCEDIMENTOS
I 28
3.4 PROCEDIMENTOS II 29
3.5
A
NÁLISE DOS
R
ESULTADOS
34
4. RESULTADOS 35
5. DISCUSSÃO 45
5.1
D
IFERENÇAS ENTRE GRUPO DE MULHERES E HOMENS
46
5.2
A
NGINA E
A
LTERAÇÕES
E
LETROCARDIOGRÁFICAS
46
5.3
D
IABETES
M
ELLITUS
48
5.4
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA 49
5.5
D
ISLIPIDEMIA
51
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5.6
O
BESIDADE
53
5.7
T
ABAGISMO
55
5.8
H
ISTÓRIA
F
AMILIAR DE
D
AC
56
5.9
C
ONSUMO DE
Á
LCOOL
56
6. LIMITAÇÕES DO ESTUDO 58
7. CONCLUSÃO 60
8. BIBLIOGRAFIA 61
8.1 R
EFERÊNCIAS
B
IBLIOGRÁFICAS
61
8.2
B
IBLIOGRAFIA
77
9. ANEXOS 78
9.1
ANEXO
01-
T
ERMO DE
C
ONSENTIMENTO
L
IVRE E
E
SCLARECIDO
79
9.2 A
NEXO
02
-
C
ÁLCULO DA
A
MOSTRA
81
9.3
A
NEXO
03
-
Q
UESTIONÁRIO
82
9.4
A
NEXO
04
-
C
LASSICAÇÃO
F
UNCIONAL DA
CCS 85
9.5
A
NEXO
05
-
C
LASSIFICAÇÃO DA
P
RESSÃO ARTERIAL SEGUNDO A
IV
D
IRETRIZES
B
RASILEIRAS DA
H
IPERTENSÃO
A
RTERIAL
S
ISTÊMICA
86
9.6
A
NEXO
06
T
ÉCNICA PARA REALIZAÇÃO DO
E
LETROCARDIOGRAMA
87
9.7
A
NEXO
07
T
ÉCNICA DA
M
EDIDA DO
Í
NDICE
T
ORNOZELO
-B
RAQUIAL
88
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1. INTRODUÇÃO
1.1.
A
D
OENÇA
A
RTERIAL
C
ORONARIANA
A Doença Arterial Coronariana (DAC) é responsável pela maior taxa de morbidade e
mortalidade no mundo ocidental, tanto pela maior longevidade, permitindo a manifestação da
doença, quanto pela atuação ineficaz na prevenção primária (no indivíduo e/ou população sem
sintomas de DAC) e/ou secundária (indivíduos que já tenham tido alguma manifestação da
doença) (BARTH et al, 1991; SCHULMAN, 1999).
No estudo de Framingham foi usada pela primeira vez a expressão “fator de risco”
para denominar os atributos que estatisticamente contribuíam para o desenvolvimento da
DAC. Seus resultados demonstraram interação entre esses fatores e potencialização do risco
de DAC, na medida em que mais de um fator estivesse presente (BRAUNWALD, 1999;
CASTRO et al, 1999).
Sabe-se que muitos fatores de risco responsáveis ou relacionados à instalação e
progressão da aterosclerose sistêmica (cerebral, coronariana e artérias periféricas) são
modificáveis através de medidas adequadas. Tal fato contribuiu para a diminuição do risco de
eventos cardiovasculares fatais e não-fatais, demonstrando a enorme importância de
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intervenções preventivas para a doença aterosclerótica (BRAUNWALD, 1999; CASTRO et
al, 1999; FRICK et al, 1987; MANFROI et al, 1999; MANSON et al, 1990; NIH
CONSENSUS, 1989 e 1996).
Em 1995, foi sugerida uma nova classificação dos fatores de risco baseada em estudos
controlados, com evidências cnicas, havendo real diminuição do risco de DAC em resposta
ao tratamento preventivo. Surgiu o grupo dos fatores modificáveis maiores: fumo,
dislipidemia, hipertensão arterial sistêmica, hipertrofia de ventculo esquerdo, femenos
trombóticos; modificáveis menores: diabetes mellitus, sedentarismo, obesidade, menopausa,
altas taxas de triglicerídeos e redução do HDL-colesterol, fatores psicológicos, lipoproteína a,
álcool, vitaminas antioxidantes e, não – modificáveis: idade, sexo e antecedente familiar
(BETHESDA CONFERENCE, 1996).
Os fatores de risco modificáveis maiores ficaram no grupo denominado grau I em
resposta ao tratamento preventivo, nos quais os trabalhos de observação clínica randomizados
demonstraram que, quando presentes, aceleram o aparecimento de eventos cardíacos e quando
combatidos, diminuem os mesmos eventos. Os modifiveis menores foram subdivididos em
dois grupos, dependendo da sua resposta à terapêutica clínica: em grau II (diabetes mellitus,
sedentarismo, obesidade, menopausa, altas taxas de triglicerídeos e redução do HDL
colesterol) com comprovação de que quando tratados diminuem o risco; pom sem a mesma
importância clínico-epidemiológica que os modificáveis maiores. Os fatores de risco grau III
constituem os demais fatores modificáveis menores, provavelmente, irão acelerar o
aparecimento de eventos e, quando combatidos, possivelmente, contribuem para redução dos
eventos cardíacos. Os não-modificáveis são os de grau IV (BRAUNWALD, 1999; CASTRO
et al, 1999; BETHESDA CONFERENCE, 1996).
A Aterosclerose é um processo patológico da parede arterial caracterizado pelo
depósito de lipoproteína de baixa densidade (LDL – colesterol) na camada subendotelial
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(ASCHERIO et al, 2001; FACHINI et al, 2002; HAIDARI et al, 2001; KRAML et al, 2000;
VALK et al, 1999).
Sabe-se que radicais livres atuam tanto na membrana endotelial permitindo mudanças
em seus mecanismos de defesa como na peroxidação do LDL colesterol, facilitando seu
depósito. Foi demonstrado que in vivo, em ph fisiológico, radicais livres são produzidos
através da reação de Haber Weiss. Esta reação pode ser acelerada quando catalisada pelo
ferro e isto, é uma das explicações para a maior incidência de eventos isquêmicos em homens,
comparados às mulheres pré-menopausa (ANDREWS, 2002; VALK et al, 1999).
Muitos estudos clínicos e epidemiológicos têm demonstrado que além desses fatores,
associação entre níveis elevados de ferro e aumento do risco cardiovascular (ASCHERIO
et al, 2001; FACHINI et al, 2002; HAIDARI et al, 2001).
Além desses fatores acima referidos, têm-se aventado a possibilidade do excesso de
ferro como fator catalisador de maior peroxidação lipíca e, conseqüentemente, maior
aterosclerose (BUETTNER et al, 1993).
O conhecimento sobre a função da célula endotelial vascular mudou muito nas últimas
duas décadas, quando Furchgott e Zawadzki, em 1980, demonstraram que a célula endotelial
modula o tônus vascular (FURCHGOTT et al, 1980).
Inúmeras evidências sugerem que a peroxidação de componentes da lipoproteína de
baixa densidade (LDL) é um evento relevante na gênese do ateroma a denominada teoria
da aterogênese”. Além disso, observações em pacientes sugerem que a imunorreatividade para
LDL oxidada está associada a maior probabilidade de instabilização da placa e eventos
isquêmicos agudos. In vitro, o iniciador clássico da oxidação de LDL é a exposição a metais
de transição, p.ex., ferro ou cobre. Estes metais funcionam como catalisadores da
decomposição de lipoperóxidos (=LOOH), conforme a reação:
LOOH + Fe 3+ ( ou Cu 2+) = Fe +2 ( ou Cu +) + LOO. (radical peroxil) + H+
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LOOH + Fe 2+ ( ou Cu +) = Fe +3 ( ou Cu 2+) + LO. (radical alcoxil) + OH-
Outras vias não enzimáticas podem ser tão ou mais importantes na peroxidação
lipídica in vivo, porém não há evidências conclusivas sobre o fato (SAWAMURA et al, 1997;
HILL et al,2003 ).
1.2. A DOENÇA ARTERIAL CORONÁRIA EM IDOSOS
A partir de dados mundiais colhidos por ensaios cnicos e estudos multicêntricos
sobre a Doença Arterial Coronariana, observou-se que a prevenção é a arma escolhida para o
combate aos eventos coronarianos. Doenças cardiovasculares, por exemplo, aterosclerose,
hipertensão, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral, alcançam proporções
epidêmicas entre pessoas idosas e, com relão a isso, são indicativos de uma falha na
medicina e cardiologia modernas (GEBARA et al, 2004).
O envelhecimento populacional tem sido um dos fatores responsáveis pela maior
prevalência da doença arterial coronariana (ARMAGANIJAN et al, 2005). No Brasil,
segundo dados do DATASUS (2002), 30,1% dos diagnósticos de doença cardiovascular,
foram devidos a Doença Isquêmica do coração na população idosa.
Em indivíduos com idade mais avançada, a DAC não assume as mesmas
características clínicas, diagnósticas e terapêuticas comparadas à que acomete os indivíduos
mais jovens. Observa-se a presença de múltiplos fatores de risco e o comprometimento
multiarterial, na maioria das vezes, levando a disfunção ventricular esquerda; portanto, a
primeira manifestação clínica é a insuficiência caraca congestiva (GERSH et al, 1983).
Segundo Elveback et al (1984), as autópsias em indivíduos idosos demonstraram que
72% dos homens e 54% das mulheres falecidas tinham doença coronária sem diagnóstico
clínico prévio. O autor verificou que um elevado número de casos de DAC não
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diagnosticados, sendo necessária a melhoria dos métodos diagnósticos diante da prevalência
alta dessa entidade nosológica.
O diagnóstico clínico de DAC torna-se mais difícil pela diminuição da prevalência de
angina de esforço nesse grupo devido à co-morbidades (como as doenças osteo-articulares)
impedindo a atividade sica. Segundo estudos, os equivalentes anginosos podem ou não ser
resultantes de DAC, estando à dispnéia, como uma das queixas mais freqüentes (GERSH et
al, 1983).
O exame sico auxilia com a suspeição diagnóstica quando se observa a presença de
xantomas, níveis elevados de pressão arterial, obstruções periféricas e aneurisma de aorta,
aumentando a probabilidade de DAC (NOGUEIRA et al, 2003).
Segundo Armaganijan et al (2005), estudos demonstraram que na oitava cada de
vida, a metade das autópsias realizadas demonstraram DAC, porém, somente 20% desses
indivíduos possuíam relato de sintomas de cardiopatia isquêmica. Os mesmos autores
sugerem que 20 a 50% da população acima de 65 anos são portadores de isquemia miocárdica
silenciosa.
Uma forma de explicar porque as manifestações clínicas e o prognóstico dessas
doenças pioram com a idade, é que, em indivíduos idosos, os mecanismos fisiopatológicos
específicos que causam distúrbios clínicos são superpostos nos substratos cardíacos e
vasculares que são modificados pelo envelhecimento (BRAUNWALD et al, 1999; KULLER
et al, 1999; SCHULMAN, 1999).
As alterações cardíacas e vasculares que surgem com o envelhecimento são: aumento
da pressão sistólica, aumento da massa do ventrículo esquerdo, espessamento e rigidez
arterial, alterações bioquímicas e funcionais no endotélio e presença de lesões aterosclerótica.
Essas alterações associadas à idade, tornam o organismo mais suscetível ao desenvolvimento
de doenças cardiovasculares e podem alterar as manifestações e apresentação de doenças
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cardíacas comuns. Tal fato é encontrado nos infartos agudos do miocárdio, que em idosos,
assume manifestações atípicas resultando no diagnóstico e tratamento tardios da patologia
(BRAUNWALD, 1999; KULLER et al, 1999; SCHULMAN, 1999).
1.3. A DOENÇA ARTERIAL OBSTRUTIVA PERIFÉRICA
A Doença Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP) ou doença arterial oclusiva de
membros inferiores (DAOMI) é conseqüência do processo aterosclerótico, provocando
estreitamento e enrijecimento da luz arterial (CRIQUI et al, 1997). Esse processo é
semelhante ao que se instala nas artérias coronárias, com capacidade de evolução para doença
arterial coronariana. A presença de um único leito vascular ocluído, aumenta a chance de
ocluo em outro leito vascular (NEWMAN et al, 1997; NEWMAN et al, 1999).
A presença de marcadores subclínicos de aterosclerose como: anormalidades
eletrocardiográficas, índice tornozelo-braquial abaixo de 0,90 e estenose carotídea pelo ultra-
som, demonstraram sua capacidade preditiva para o diagnóstico de DAC e
correlacionaram-se com taxas de mortalidade mais alta (NEWMAN et al, 1997).
Inúmeros estudos demonstraram que a chance de desenvolvimento da doença
aterosclerótica aumenta com a idade, podendo atingir de 12 a 20 % dos indivíduos com idade
acima de 50 anos (NEWMAN et al, 1997; HIRSH et al, 2001; ÖSTERGREN et al, 2004).
Dados do estudo EPIDOSO, realizado no Brasil, demonstraram que a prevalência da DAOP
pode chegar até 32,5%, em pacientes com idade acima de 75 anos (MAKDISSE et al, 2004).
A DAOP associa-se com a presença de doença arterial obstrutiva em outros tios
arteriais (coronário, cerebral e carotídeo), indicando que os pacientes portadores dessa
condição, possuem um risco maior de desenvolver um evento cardiovascular fatal e não-fatal
(morte, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral isquêmico). O estudo multicêntrico
SHEP ( The Systolic Hypertension in the Elderly) demonstrou um risco relativo 2 a 3,6 vezes
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maior, nos pacientes portadores de DAOP, em desenvolver eventos cardiovasculares do que a
população geral (NEWMAN et al, 1997).
A DAOP e a DAC possuem o mesmo substrato fisiopatológico, a aterosclerose. Logo,
compartilham os mesmos fatores de risco que são: idade, tabagismo, diabetes, dislipidemia,
hipertensão arterial, sedentarismo, insuficiência renal crônica (em tratamento hemodialítico) e
presença de outras obstruções arteriais (WEITZ et al, 1996; VAN DER MEER et al, 2004)
1.4. ÍNDICE TORNOZELO-BRAQUIAL
A maior longevidade da populão idosa tem se acompanhado da elevação progressiva
da prevalência de doença arterial coronariana (WAJNGARTEN et al, 2004). Uma das formas
de reconhecimento da presença de aterosclerose sistêmica nessa população é o diagnóstico de
doença arterial oclusiva de membros inferiores (DAOMI) (MAKDISSE, 2004).
Para realizar o diagnóstico precoce de DAOMI, pode-se utilizar a medida do Índice
Tornozelo-Braquial (ITB) que consiste em um método não-invasivo, de baixo custo, alta
sensibilidade e especificidade. Valores menores ou iguais a 0,90 são compatíveis com o
diagnóstico de DAOMI e estão relacionados de forma independente à morbidade e
mortalidade cardiovascular (CRIQUI et al, 1992).
O ITB é preditor independente de eventos cardiovasculares subseqüentes. Vários
estudos demonstraram a associão entre o valor do ITB e o risco de morbidade e mortalidade
cardiovascular. O aumento do risco cardiovascular tem sido associado a valores de ITB menor
ou igual a 0,90 (NEWMAN et al, 1993; ÖSTERGREN et al, 2004).
No estudo de Rotterdam, observaram que medidas não-invasivas para detecção de
aterosclerose, dentre elas o índice tornozelo-braquial, mostraram-se bons preditores de infarto
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do miocárdio, independentemente da presença de outros fatores de risco cardiovasculares
tradicionais (VAN DER MEER et al, 2004).
A presença de DAOMI, sintomática ou não, está associada à presença de doença
arterial oclusiva em outros leitos arteriais: artérias coronárias, carótidas e cerebrais
(ARONOW et al, 1994). Desta forma, a detecção de DAOMI deve ser interpretada como um
importante marcador de aterosclerose sistêmica e requer avaliação cardiovascular dos demais
territórios arteriais (MAKDISSE, 2004).
Os principais fatores de risco para doença arterial coronariana são, também, os fatores
de risco mais importantes para DAOMI. Os fumantes, os diabéticos, os portadores de doença
arterial oclusiva em qualquer território arterial ou com queixas sugestivas de claudicação
intermitente estão entre os pacientes de maior risco para desenvolver DAOMI (ORCHARD et
al, 2003).
O estudo realizado por Newman et al (1993) demonstrou que em indivíduos com
idade maior que 65 anos que possuíam ITB menor que 0,90, a chance de apresentar doença
cardiovascular clínica foi significativamente maior nos homens do que nas mulheres. Nesse
mesmo grupo, a maior taxa de mortalidade foi observada nos portadores de doença
cardiovascular associada à ITB menor que 0,90, assim como, naqueles indivíduos sem doença
cardiovascular clinicamente detectável, mas com ITB inferior a 0,90, sendo recomendada a
medida do ITB em todos os pacientes acima de 65 anos.
O estudo SHEP demonstrou que a taxa de mortalidade cardiovascular foi mais elevada
nos indivíduos com resultados de ITB menor que 0,90, independente da presença de
anormalidades eletrocardiográficas (NEWMAN et al, 1997)
Segundo Leng et al (1996), os valores de ITB basais iguais ou menores a 0,90 estavam
relacionados ao aumento de 38% no risco de infarto não-fatal, 98% no risco de acidente
vascular cerebral, 85% na mortalidade cardiovascular e de 58% na mortalidade por todas as
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causas cardiovasculares. Foi observado, também, que quanto menor o valor do ITB basal dos
pacientes, menor a probabilidade de sobrevida. O valor preditivo aumentou ao se combinar os
valores do ITB basal e outros fatores de risco cardiovascular.
No estudo OPUS-TIMI 16, um subestudo observou o impacto da doença vascular
extra-cardíaca (cerebrovascular ou DAOMI) na evolução de pacientes com doença coronária
aguda através da utilização do ITB. Evidenciou-se que pacientes com doença vascular extra-
cardíaca apresentaram aumento de duas vezes o risco de mortalidade e reinfarto e de 50% no
risco combinado de morte, infarto e reinternação por angina de repouso (COTTER et al,
2003).
No estudo HOPE (The Heart Outcomes Prevention Evaluation Study), a medida do
ITB, realizada pelo método palpatório, demonstrou que valores de ITB igual ou menor a 0,9
comportaram-se como um forte preditor da morbidade e mortalidade durante o seguimento de
4,5 anos, mesmo nos pacientes sem sintomas de Doença Arterial Oclusiva de Membros
Inferiores (DUPREZ et al, 2004).
Segundo Resnick et al (2004), valores de ITB iguais ou inferiores a 0,90 estavam
associados à presença de diabetes, microalbuminúria e hipertensão arterial sistêmica. Foi
observado que neste mesmo grupo, houve um aumento de 69% da mortalidade total (RR = 1,
69, IC 95% 1,34 2,14) e de 2,5 vezes o risco de mortalidade cardiovascular (RR = 2, 52, IC
95% 1,74 3,64). Logo, o ITB é uma ferramenta que possui aplicabilidade clínica, por ser
realizado de forma não-invasiva, simples e rápida, além de fornecer dados importantes para a
saúde cardiovascular.
1.4. O QUESTIONÁRIO ROSE
O questionário Rose foi criado na década de 60 com a finalidade de investigar a dor
torácica em estudos epidemiológicos de forma precisa e rápida (ROSE et al, 1977). Esse
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questionário é composto por questões fechadas para caracterizar a dor torácica de origem
anginosa, sendo, inicialmente, desenhado para ser aplicado em homens. Após mudanças nas
questões, sua aplicação foi estendida para as mulheres (LAWLOR et al, 2003).
É uma ferramenta de triagem epidemiológica, não sendo capaz de definir o
diagnóstico, porém seleciona os casos com maior probabilidade de dor torácica anginosa.
Atualmente, utiliza-se a versão curta do questionário com sensibilidade e especificidade
semelhantes ao da versão estendida (LAWLOR et al, 2003).
1.5. O ELETROCARDIOGRAMA
O eletrocardiograma é uma das formas de registro da atividade elétrica do coração.
Referindo-se ao órgão como um todo, reflete os eventos elétricos do conjunto de suas lulas
(CARNEIRO, 1997).
Durante o processo de insuficiência coronariana crônica (ICO), o coração sofrendo
pela isquemia, altera a capacidade de transmissão do impulso elétrico, podendo ser
identificado ao eletrocardiograma como uma acentuação da junção ST-T, sendo observado
uma horizontalização do segmento ST-T (LUEPKER et al, 2003).
Outro achado eletrocardiográfico na insuficiência coronariana crônica é a inversão da
onda T em derivações V5 e V6. A presença da onda U é sempre patológica, assim como o
bloqueio de ramo esquerdo (CARNEIRO, 1997; LUEPKER et al, 2003; DIRETRIZES DE
INTERPRETAÇÃO DO ELETROCARDIOGRAMA-SBC, 2003).
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1.6. O PANORAMA ATUAL
Considera-se como indivíduo idoso aquele acima de 60 anos, porém o momento em
que o indiduo se torna idoso é difícil de ser definido, pois o processo de envelhecimento é
contínuo não deixando limites definidos entre idade adulta e velhice (CHEITLIN et al, 2001).
A estimativa de idosos no mundo para o início desse século era de 590 milhões, sendo
que em 2025, a projeção para os idosos no mundo será de um bilhão e duzentos milhões de
indivíduos (OMS, 2005).
No Brasil, a expectativa de vida vem crescendo, sendo que no início do século XX, era
de 33 anos e sete meses, chegando a 68,5 anos em 2000. O contingente de idosos no nosso
país, apurado no censo de 2000, foi de 14,5 milhões de pessoas, com projeção para 2020 de
30,9 milhões (IBGE, 2000).
Apesar das medidas preventivas para o controle das doenças cardiovasculares,
observou-se, no último censo, um aumento do coeficiente de mortalidade das doenças
cardiovasculares no grupo de idosos (DATASUS, 2004).
Os estudos epidemiológicos demonstram que as doenças cardiovasculares aumentam
com a idade, expressando a importância do processo aterosclerótico no idoso, tornando
fundamental a sua detecção e prevenção (WILLIAMS et al, 2002).
O substrato fisiopatológico para o crescimento da placa aterosclerótica é a disfunção
endotelial, observando-se na histopatologia dos vasos, indícios de inflamação crônica. Caso
esse processo não seja combatido, evolução da placa levando a uma lesão complicada e
avançada na parede arterial (ROSS, 1999; LIBBY et al, 2002).
As principais causas para a disfunção endotelial incluem elevados níveis de LDL -
colesterol, tabagismo, hipertensão arterial, diabetes mellitus, fatores genéticos, concentrações
elevadas de homocisteína, microrganismos (Chlamydea pneumoniae e Herpesvirus) e
combinações de mais de um fator (ROSS, 1999).
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O endotélio disfuncional tende a ser mais ativo biologicamente, alterando suas
propriedades hemostáticas, levando a uma maior adesividade celular para leucócitos e
plaquetas, aumentando a sua atividade pró-coagulante ao invés de se manter anticoagulante,
produz uma maior quantidade de mediadores químicos da inflamação (moléculas de adesão,
citocinas e fatores de crescimento). Todo esse processo tem capacidade de auto-sustentação,
havendo maior migração de lulas inflamatórias e musculares lisas para o local agredido. A
esse aglomerado de núcleo lipídico, células musculares lisas e inflamatórias dá-se o nome de
placa aterosclerótica (ROSS, 1999; HANSSON, 2005).
A manutenção das agressões à parede arterial, faz com que a mesma reaja, adaptando-
se a esse ambiente hostil, sendo a dilatação arterial a principal modificação na tentativa de
manter a luz inalterada. Esse processo recebe o nome de remodelamento (ROSS, 1999;
LIBBY et al, 2002; HANSON, 2005).
Apesar de todas as modificações arteriais para manter a luz intacta, a inflamação
continua, com geração de substâncias biologicamente ativas, como citocinas, fatores de
Apesar do aumento da mortalidade e morbidade em idosos, não se observa aumento no
número de procedimentos (cateterismos cardíacos para diagnósticos, angioplastias e cirurgias
para revascularização). (SOCERJ, 2004)
Somam-se a essa tendência, as particularidades da doença aterosclerótica em idosos,
como maior probabilidade para o ateroembolismo, incidência aumentada para ateromas em
aorta, infartos periprocedimentos, acidentes vasculares cerebrais, presença de pseudo-
aneurismas e hematomas em artérias femurais, menor eficácia dos antiplaquetários, menores
frações de ejeção e associações entre doença cerebrovascular e carotídea. Associando-se a
essas características, há a insuficiência renal e o diabetes mellitus (AVEZUM et al, 2005).
Diante da magnitude da doença aterosclerótica aliada a ausência de dados referentes a
população idosa na cidade de Manaus, optou-se por realizar esse estudo do tipo caso-controle
para investigar quais os fatores estariam associados a doença aterosclerótica, evidenciada pela
presença da doença arterial oclusiva periférica.
A investigação e manejo dos fatores de risco na população acima de 60 anos, torna-se
necessária para evitar a manifestação ou agravamento das doenças cardiovasculares,
principalmente, à doença arterial coronariana.
Para se evidenciar quais riscos encontrados nessa amostra de idosos, examinou-se um
grupo de pessoas com idade igual ou maior que 60 anos, portadores de critérios para
aterosclerose sistêmica (ITB igual ou menor a 0,9) e testou-se a associação dos fatores de
risco evidenciados pela literatura mundial. Seriam os mesmos fatores observados nos estudos
mundiais? Quais as particularidades encontradas nos idosos observados? Qual a associação
da DAOP com evidências clínicas e eletrocardiográficas da doença arterial coronariana nesses
idosos?
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2. OBJETIVOS
2.1 GERAL
Estudar a presença da doença arterial obstrutiva periférica e sua associação com os
fatores de risco cardiovascular nos idosos atendidos no Centro de Atenção à Melhor Idade Dr.
Paulo Lima.
2.2
E
SPECÍFICOS
Identificar fatores de risco cardiovascular na população estudada;
Correlacionar os achados clínicos e eletrocardiográficos da doença arterial coronariana e a
doença arterial obstrutiva periférica;
Associar a doença arterial obstrutiva periférica e os fatores de risco cardiovascular na
amostra estudada.
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3. METODOLOGIA
3.1
M
ODELO DE
E
STUDO
Trata-se de um estudo observacional do tipo caso-controle de uma população
composta por pacientes de 60 a 79 anos, onde se assumiu como pacientes em risco de
aterosclerose sistêmica aqueles cuja medida do índice tornozelo-braquial (ITB) foi menor ou
igual a 0,90. Esses pacientes foram avaliados quanto à associação entre a doença arterial
obstrutiva periférica e o risco cardiovascular.
3.2 U
NIVERSO DE
E
STUDO
3.2.1 P
OPULAÇÃO DE
R
EFERÊNCIA
Nosso referêncial foi a população que reside na cidade de Manaus, constitda por
aproximadamente 1.527.314 habitantes, onde a população adulta acima de 60 anos, perfaz um
percentual de 25,21% (IBGE, 2003). As medidas preventivas para doenças, dentre elas a
aterosclerose, são pouco realizadas para este grupo etário.
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3.2.2 P
OPULAÇÃO DE
E
STUDO
A população de estudo foi constitda por idosos que se submeteram a tratamento no
Centro de Atenção Integrada a Melhor Idade (CAIMI) Dr. Paulo Lima, por demanda
espontânea ou encaminhados de outras unidades de saúde para realização de atendimento
cardiológico.
3.2.3 P
ARTICIPANTES
No período de julho de 2004 a janeiro de 2005, foram selecionados os participantes
com faixa etária entre 60 a 79 anos, de ambos os sexos, que procuraram o CAIMI por
demanda espontânea ou referidos para atendimento cardiológico. Esses pacientes foram
convidados a participar da pesquisa e, em aceitando, tomaram conhecimento e assinaram o
termo de consentimento (anexo 01). Essa pesquisa foi aprovada pelo Comitê de ética em
Pesquisa da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
Os pacientes constituíram dois grupos: o primeiro, foi composto por pacientes com
ITB igual ou menor que 0,90, grupo caso; e, o segundo, compôs-se por pacientes com medida
de ITB acima de 0,90, o grupo controle.
Foram incluídos no grupo caso, todos os indivíduos com resultados de ITB igual ou
menor que 0,90.
Os critérios de exclusão foram: a recusa a participar da pesquisa e os portadores de
algumas doenças que poderiam confundir a análise, descritas a seguir:
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1.Diabetes mellitus tipo I e aqueles em uso de insulina (CHACRA e DIB, 2003).
2.Acidente vascular isquêmico com seqüela motora;
3.Acidente vascular hemorrágico com seqüela motora e/ou confirmados por métodos
de imagem (tomografia computadorizada e/ou ressonância magnética);
4.Doença pulmonar obstrutiva crônica, confirmada por imagem radiológica e
espirometria;
5.Doenças inflamatórias que interferem com a resposta inflamatória engena, como
artrite reumatóide e doença inflamatória intestinal;
6.Portadores de câncer;
7.Portadores de hepatopatia e nefropatia crônicas.
Em relação ao grupo controle, foram incluídos os indivíduos com ITB igual ou maior
a 0,91 e ausência de diagnóstico conhecido de doença coronariana. Sendo excluídos:
1. Aqueles com eletrocardiograma sugestivo de doença coronariana;
2. Portadores de acidente vascular cerebral isquêmico ou hemorrágico;
3. Diabetes mellitus tipo I, em tratamento com insulina;
4. Doença pulmonar obstrutiva crônica;
5. Doenças inflamatórias;
6. Neoplasias em qualquer sítio;
7. Hepatopatia e nefropatia crônicas.
Para estimativa do cálculo da amostra, utilizou-se a seguinte fórmula:
n1=(Z√α(1+1/k)pq+Zßp1q1+p2q2)
2
(p1-p2)
2
Sendo: n1:número de casos; K: número de controles por caso; n2:número de controles = kn1;
p= (p1 + Kp2)/(1+k); q= 1-p; onde α = 5% e ß= 5% e OR= 2,7, assumindo a resposta de um
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teste de hitese monocaudal. Estimou-se como amostra para o grupo 1 (ITB igual ou menor
a 0,9) , 61 pacientes e, para o grupo 2 (aqueles com ausência destas evidências e ITB maior
que 0,9), 122 pacientes (http://www.lee.dante.br, 2004) (anexo 02).
3.3
P
ROCEDIMENTOS
I
A dissertação diz respeito a investigação da presença da Doença Arterial oclusiva de
membros inferiores (DAOMI) e sua associação com fatores de risco cardiovascular. Esses
fatores são os mesmo associados a DAC, pom, na população de idosos, perdem ou
diminuem sua importância. Como método para o diagnóstico de DAOMI utilizou-se o índice
tornozelo-braquial (ITB).
O estudo foi realizado no Centro de Atenção Integral a Melhor Idade (CAIMI) que é
composto por uma equipe multiprofissional, incluindo cardiologista, geriatra, oftalmologista,
clínico geral, ginecologista, psilogo, fisioterapeuta, assistente social e enfermeiro. O idoso
busca o CAIMI para atendimento direcionado a sua idade.
As a chegada a recepção, o mesmo é encaminhado a enfermeira e assistente social
para entrevista inicial. Independente da queixa, ele será encaminhado para todos os
profissionais de saúde, incluindo o cardiologista. Até o momento da consulta, o cardiologista
desconhece o diagnóstico do paciente.
A outra forma de chegada ao consulrio da cardiologista é através do
encaminhamento intra-CAIMI, para avaliação e/ou risco cirúrgico, ou extra-Caimi, quando
vem de outras unidades para avaliação ou risco cirúrgico. A cardiologista desconhece a
situação diagnóstica dos pacientes, ou seja, se são cardiopatas ou não.
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À chegada ao consultório, o paciente respondeu ao questionário para avaliar os fatores
de risco cardiovascular, incluindo a história cnica de dor torácica, porém como não tinham
teste comprobatório, não eram classificados como coronariopatas;
As essa etapa, procedia-se o exame sico e solicitava-se os exames laboratoriais e
ECG. Na 2a. consulta, caso o indivíduo retorna-se com resultados de exames , realizava-se a
medida do ITB. Índices menores que 0,90, eram classificados como casos, pois tais valores
indicavam DAOMI, se fosse maior que 0,90, eram os controles, pela ausência de DAOMI. A
partir do diagnóstico de DAOMI e que se definiu casos e controles.
3.4
P
ROCEDIMENTOS
II
As a chegada do indivíduo ao Centro de Saúde, o mesmo foi convidado a participar
da pesquisa. Aceitando a participar da pesquisa, o paciente passou pela consulta com o grupo
de enfermagem, onde foi realizada a mensuração do peso e altura.
Foram investigados os seguintes fatores: motivo da consulta, evidência clínica de
angina, presença de doenças crônico-degenerativas, hábito do tabagismo e etilismo, prática de
atividade física, parentes em grau portadores de doenças crônico-degenerativas
cardiovascular e/ou metabólicas (hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, doença
arterial coronariana, acidente vascular encefálico, dislipidemia, obesidade), dosagens
laboratoriais de glicemia, colesterol total, HDL-colesterolol (lipoproteína de alta densidade),
LDL-colesterol (lipoproteína de baixa densidade), VLDL-colesterol (lipoproteína de muito
baixa densidade), triglicerídeos, ferritina, presença de alterações isquêmicas na
eletrocardiografia.
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Os pacientes selecionados foram investigados através da aplicação de um questionário
em que constaram perguntas fechadas à cerca dos fatores de risco cardiovascular e, também,
respondiam o questionário Rose para investigação da presença de angina (LAWLOR et al,
2003) (anexo 03).
Os indivíduos que relataram dor torácica anginosa, foram classificados segundo os
critérios clínicos da Canadian Cardiovascular Society que define a angina como uma dor
deflagrada e dependente do esforço do esforço físico. Através dessa classificação, define-se a
quantidade de atividade física que estimula o quadro doloroso, quanto menor a atividade,
maior será a classe funcional do paciente, denotando maior gravidade (BRAUNWALD et al,
2003). (Anexo 04)
Todos os indivíduos selecionados foram submetidos ao exame físico, com ênfase no
aparelho cardiovascular, sendo avaliado: exame cardiológico, mensuração da pressão arterial
e medida do índice tornozelo-braquial (ITB).
O ITB é a razão entre as pressões sistólicas dos membros inferiores e superiores. A
pressão sistólica em membros inferiores é igual ou ligeiramente superior à dos membros
superiores. Em condições de obstrução em vasos arteriais periféricos, a pressão sistólica em
membros inferiores torna-se inferior quando comparada a dos membros superiores. Utiliza-se
como ponto de corte no valor do ITB, o resultado da razão igual a 0,90. Um valor igual ou
inferior a 0,90 apresenta sensibilidade e especificidade superiores a 95% para presença de
aterosclerose sistêmica em membros inferiores e foi associado a aumento de morbidade e
mortalidade cardiovascular na maioria dos estudos (HIRSCH et al, 2001; ORCHARD et al,
1993, MCDERMOTT et al, 2001).
Consideram-se como valores normais de ITB entre 0,91 a 1,3. Valores iguais ou
inferiores a 0,90, em qualquer dos membros, são compatíveis com doença arterial obstrutiva
em membros inferiores e maior risco cardiovascular.
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Foi coletada amostra de sangue venoso, dois tubos de 10 ml cada, para realização dos
testes laboratoriais. Essas amostras foram colhidas em jejum de 8 horas. Estes testes
avaliaram os níveis de ferro, rac das3c,p[( )]6(d(o)-20(sa)13g(e)-16(m)18( )-30do)-20de f313(err)340(i)38t ingoli,s (co)-36(l)38(a)-16(st)-13ero ,
colastocolastl, 130(t)-22r(i)1(go)-20(li)16ceras(RIDKi
por segundo. Após identificação do som que determina a pressão sistólica, aumentou-se a
velocidade para cinco a seis mmHg para evitar congestão venosa e desconforto para o
paciente; 6. determinou-se a pressão sistólica no momento do aparecimento do primeiro som
(fase I de Korotkoff), seguido de batidas regulares que se intensificam com o aumento da
velocidade de deflação. Determinou-se a pressão diastólica no desaparecimento do som (fase
V de Korotkoff). Auscultou-se cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar
seu desaparecimento e depois procedeu-se à deflação rápida e completa. Quando os
batimentos persistem até o nível zero, determinou-se a pressão diastólica no abafamento dos
sons (fase IV de Korotkoff), anotou-se em valores da sistólica/diastólica/zero; 7. registraram-
se os valores indicando a pressão sistólica, diastólica e o braço em que foi medida, não se
arredondou os valores para dígitos terminados em zero ou cinco; 8. esperou-se 1 a 2 minutos
para nova medida e se informou ao paciente o resultado. A classificação dos níveis
pressóricos em relação ao estágio da hipertensão foi a recomendada pela IV Diretrizes
Brasileiras de Hipertensão Arterial Sistêmica (2002). (anexo 05)
A medida do índice tornozelo-braquial foi realizada com o paciente em decúbito
dorsal, realizando-se a medida das pressões sistólicas em membros superiores e inferiores
utilizando-se um doppler vascular portátil, de alta freqüência, com transdutor de 5 a 10 MHz.
Considera-se como resultado preditivo de estenoses artérias os resultados iguais ou inferiores
a 0,9, tal valor apresenta sensibilidade de 90 a 97% e especificidade de 98 a 100% para
detecção de estenoses arteriais que comprometam 50% ou mais da luz de um ou mais vasos
de maior calibre dos membros inferiores (CRIQUI et al, 1996; SACKS et al, 2003). A técnica
está descrita no anexo 06.
Para o cálculo do índice de massa corpórea (IMC) fez-se a razão entre peso (Kg) e
altura (m) elevado a 2
a
potência.Consideraram-se como fator de risco cardiovascular aqueles
pacientes cujo resultado for maior do que 25 Kg/m
2
(KANNEL et al, 2002).
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Para estabeler o diagnóstico da dislipidemia, assumiu-se como níveis aumentados de
colesterol total valores iguais ou maiores que 200 mg/dl, lipoproteína de baixa densidade
(LDL-colesterol), igual ou maior que 100 mg/dl, lipoproteína de alta densidade (HDL-
colesterol) abaixo de 40 mg/dl e triglicerídeos com níveis maiores que 150 mg/dl
(DIRETRIZES BRASILEIRAS DE DISLIPIDEMIA, 2002).
O diabetes mellitus foi diagnosticado quando veis de glicose em jejum fora acima de
126 mg/dl, pelo menos em duas ocasiões diferentes, ou quando o paciente já estava em de
hipoglicemiante oral. As amostras de sangue foram obtidas dos pacientes com jejum de 10
horas (DIRETRIZES PARA CARDIOLOGISTAS SOBRE EXCESSO DE PESO, 2002).
Os níveis de ferritina foram analisados em se utilizando o ponto de corte de 60 ng/ml.
Tabagismo foi definido como uso de mais de 5 cigarros por dia, por pelo menos um ano
durante os últimos 5 anos ( MANFROI et al, 1999).
O eletrocardiograma de repouso foi realizado em paciente assumindo posição de
decúbito dorsal, em ambiente calmo e climatizado, aplicando-se no tórax eletrodos que
captam a atividade elétrica cardíaca e a imprimem em papel milimetrado. A técnica da
realização do exame é descrita no anexo 05. Esse exame foi realizado por técnico treinado
pela mestranda e em aparelho com três canais de leitura.
As leituras dessas inscrições definem o diagnóstico de doença arterial coronariana,
apesar de não ter alta sensibilidade nem especificidade.
As definições eletrocardiográficas sugestivas de DAC foram: 1. acentuação da junção
ST-T com horizontalização do segmento ST, com permanência na linha de base por período
igual ou maior que 0,12s; 2.Inversão da onda T em derivações como V5, V6, DI, AVL e DII;
3. presença de onda U invertida, qualquer um dos três critérios permitiu a inclusão do
participante no estudo (CARNEIRO,1997; BRAUNWALD et al, 2003).
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3.5
A
NÁLISE DOS
R
ESULTADO
S
Para fins de análises estatísticas, formaram-se dois grupos, um denominado caso, com
ITB igual ou inferior a 0,90 e, outro, controle, com ITB maior que 0,90. Os estudos caso-
controle partem do princípio de que se conhece a prevalência do fator de risco na população
geral, porém, a necessidade de se montar um grupo controle, livre da doença para se
realizar as comparações entre as variáveis.
A estrutura desse tipo de estudo é caracterizada por se observar retrospectivamente os
grupos de comparação, sendo que um dos grupos é o portador da doença. A partir daí,
investigam-se quais as variáveis que podem estar relacionadas com a doença.
Os estudos caso-controle fornecem informações descritivas sobre as características dos
casos e uma estimativa da magnitude da associação entre cada variável preditora e a presença
ou ausência da doença. Essas estimativas são expressas na forma de razão de chances (odds
ratio), que se aproxima do risco relativo se a prevalência da doença não for elevada.
Os dados obtidos foram codificados e armazenados no programa EPI-INFO,
plataforma windows, versão 3.3 para avaliação das associações entre os fatores de risco
cardiovascular e o resultado da medida do ITB.
A análise univariada foi utilizada como estratégia para verificar a associação da
doença com a exposição para as variáveis estudadas, permitindo o cálculo de risco na forma
de razão de chances (odds ratio) e intervalo de confiança.
Para as variáveis contínuas foram calculados as médias, os desvios padrão, as
medianas e os intervalos máximo e nimo. Para fins de análise, as variáveis contínuas
(antropométricas e laboratoriais) foram transformadas em categóricas de significância clínica,
divididas nos pontos de corte referidos no item 3.4 de procedimentos.
1
______________
1
Análise realizada em conjunto com o estatístico Felicien Gonçalves Vasquez, CONRE 7.760, 1ª. Região-AM.
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4. RESULTADOS
Foram entrevistados 330 indivíduos, excluídos 143 segundo os critérios de exclusão e
por não retornarem para o seguimento. O estudo contou com 187 idosos, divididos em dois
grupos: o grupo caso e o controle. O grupo caso foi composto por 62 indivíduos e o grupo
controle, com 125 participantes. Amostra foi composta por indivíduos de ambos os sexos,
sendo que 131 (70,5%), do sexo feminino e 56 (29,9%) do sexo masculino.
A média de idade do grupo caso e do controle foi de 68,4 anos, com desvio-padrão de
5,17 anos para o grupo caso e, 4,9 anos para o grupo controle. A distribuição quanto ao sexo
está demonstrada na tabela 01.
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Tabela 01. Distribuição amostral segundo o sexo em relação aos grupos
Sexo Caso
(n)
Controle
(n)
Total
Feminino 45 86 131
Masculino 17 39 56
Total 62 125 187
OR IC 95% : 1,2 (0,6 – 2,35)
p-value: 0,28 (MantelHaenszel)
Na análise realizada entre homens e mulheres, não foram encontradas diferenças
quando comparados ao grupo.
Os motivos que levaram os indivíduos a consulta foram: hipertensão arterial sistêmica
(85,6%), dor torácica ao repouso ou esforço (26,7%), diabetes (18,2%), dislipidemia (17,1%),
cansaço (16,6%), dispnéia (16,0%), palpitação (11,8%) e dor torácica atípica (11,2%).
Considerando o consumo médio de cigarros diário, ou mais de cinco cigarros ao dia ou
dez ou mais cigarros ao dia, não se observou significância estatística no grupo estudado.
(tabela 02)
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Tabela 02. Distribuição amostral segundo fumo e consumo médio de cigarros diários
Variáveis Caso
(n=62)
Controle
(n=125)
Total OR
IC 95%
n % n % n %
16 8,6 29 15,5 45 24,1
Fumo
Sim
Não
46 24,6 96 51,4 142 75.9
1,2
(0,6 – 2,3)
6 13,3 11 24,5 17 37,8
Consumo médio de cigarros
> 10 cigarros
< 10 cigarros
10 22,2 18 40,0 28 62,2
0,98
(0,27-3,46)
Sexo masculino
6 30 9 45 15 75
Consumo médio de cigarros
> 5 cigarros
< 5 cigarros
1 5 4 20 5 25
2,66
(0,23-30,06)
Consumo médio de cigarros Sexo feminino
> 5 cigarros 4 16 10 40 14 56
< 5 cigarros 5 20 6 24 11 44
0,48
(0,09-2,52)
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Demonstrou-se que 15% dos indivíduos praticavam atividade sica, sendo que 9,7%
eram do grupo caso, e 17,6% do grupo controle. A média e o desvio padrão semanal de
atividade física foram de 2,7 vezes no grupo caso com desvio padrão de 0,5; e, 3,2 vezes no
grupo controle, com desvio padrão de 1,2, porém a mediana foi igual nos dois grupo, sendo
igual a 3 vezes na semana, não se encontrando diferenças entre os grupos .
Quando inquiridos sobre a presença de doença cardiovascular ou metabólica em
parentes de primeiro grau, 34,2% dos participantes responderam a presença de tal fator, sendo
que a hipertensão arterial sistêmica foi a mais freqüente, perfazendo 57,8% do total. No
entanto, quando comparados os grupos casos e controle, não se observou diferença
estatisticamente significativa.
Os resultados das associações entre as variáveis descritas acima e os grupos estão
demonstrados na tabela 03.
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Tabela 03. Distribuição amostral segundo atividade física e presença de
doença crônico – degenerativa (cardiovascular e/ou metabólica) na família.
Variáveis Caso
(n=62)
Controle
(n=125)
Total OR
IC 95%
n % n % n %
6 3,2 22 11,8 28 15
Atividade Física
Sim
Não
56 30,0 103 55,0 159 85
0,5
(0,2 – 1,3)
19 10,2 45 24,1 64 34,3
Doença crônica na família
Sim
Não
43 23,0 80 42,7 123 85,7
0,8
(0,4 – 1,5)
A maioria dos indivíduos investigados apresentava angina segundo os critérios
definidos na metodologia e todas as manifestações da angina estiveram associadas ao ITB
menor que 0,90. Foi, também, significativo a informão da cessação da angina pelos
mecanismos de parada do esforço e uso de medicação anti-anginosa, conforme observado na
tabela 04.
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Tabela 04. Distribuição amostral segundo o mecanismo da angina e cessação da dor
em relação aos grupos.
Variáveis Caso
(n=62)
Controle
(n=125)
Total OR
IC 95%
n % n %
n %
49 26,2
73 39,0
122 65.2
Angina
Sim
Não
13 7,0 52 27,8
65 34,8
2,7
(1,3 – 5,4)
48 25,7
73 39,0
121 64,7
Angina por esforço físico
Sim
Não
14 7,5
52 27,8
66 35,3
2,4
(1,2 – 4,9)
7 3,7
1 0,54
8 4,24
Angina por estresse emocional
Sim
Não
55 29,4
124 66,36
179 95,76
15,8
(1,9 – 131,4)
15 8,0 4 2,2 19 10,2
Angina em repouso
Sim
Não
47 25,1 121 64,7
168 89,8
9,7
(3,0 30,6)
Mecanismos de cessação da dor
Parada do esforço > 10 minutos
Sim 20 10,7
14 7,5
34 18,2
Não
42 22,5
111 59,3
153 81,8
3,8
(1,74-8,2)
Uso de medicamento
Sim 14 7,5
5 2,7
19 10,2
Não 48 27,5
120 62,3
168 89,8
7,0
(2,4-20,5)
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Aqueles indivíduos com classes funcionais 2 e 3 da Canadian Cardiovascular Society
demonstraram associação estatisticamente significativa quando comparados aos que negaram
angina ou que se enquadraram na classe 1 em relação a doença arterial oclusiva periférica,
como observado na tabela 05.
Tabela 05. Distribuição amostral segundo a classificação da angina, pela CCS, em
relação aos grupos
Classificação CCS Caso
n %
Controle
n %
Total
n %
OR
IC 95%
34 20,0
47 27,6 81 47,6
Classe 2
Ausência de angina ou Classe 1
18 10,6
71 41,8 89 52,4
2,8
(1,4 5,5)
11 10,4
7 6,6 17 17,0
Classe 3
Ausência de angina ou Classe 1
18 17,0
71 66,0 89 83,0
5,6
(1,9 – 16,8)
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A presença de alterações eletrocardiográficas foi bastante freqüente (63,6%),
demonstrando uma razão de chance de 2,6 (IC 95% 1,3 – 5,2) de um indivíduo no grupo caso
ter alterações eletrocardiográficas associadas à doença arterial oclusiva periférica quando
comparados ao controle.
Em relação ao tipo de alteração eletrocardiográfica, observou-se que a inversão de
onda T e a sobrecarga de ventrículo esquerdo estavam associadas à presença de doença
arterial oclusiva periférica com OR (IC 95%) de 2,8 (1,5 5,4) e 2,7 (1,3 5,2),
respectivamente. (tabela 06)
Tabela 06. Distribuição segundo laudo do eletrocardiograma em relação aos grupos de
idosos
Variáveis Caso
n %
Controle
n %
Total
n %
OR
IC 95%
48 25,7
71 38,0 119 63,7
ECG
Alterado
Normal
14 7,5 54 28,8 68 36,3
2,6
(1,3 – 5,2)
30 16,0
31 16,6 61 32,6
Inversão de onda T
Sim
Não
32 17,1
94 50,3 126 67,4
2,8
(1,5 – 5,4)
Sobrecarga Ventricular
Esquerda
Sim 24 13,0
24 13,0
48 26,0
Não 38 20,3
101 53,7 139 74,0
2,7
(1,3 – 5,2)
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Não foi encontrada nenhuma diferença entre os grupos tendo como referência o índice
de massa corpórea e quaisquer das variáveis bioquímicas estudadas com exceção da glicemia
em que se observou associação estatística com a DAOMI. (tabela 07)
Tabela 07. Distribuição amostral segundo os resultados laboratoriais em relação aos
grupos.
Variáveis Caso
(n=62)
Controle
(n=125)
Total OR
IC 95%
9 4,8
5 2,7 14 7,5
Glicemia
> 126 mg/dl
< 126 mg/dl
53 28,3
120 64,2 173 92,5
4,1
(1,3 12,7)
27 14,4
57 30,5 84 44,9
Colesterol total
> 200 mg/dl
< 200 mg/dl
35 18,8
68 36,3 103 55,1
0,9
(0,5 – 1,7)
44 23,5
85 45,5 129 69,0
LDL- colesterol
> 100 mg/dl
< 100 mg/dl
18 9,6
40 21,4 58 31,0
1,15
(0,6 – 2,2)
17 9,0
41 22,0 58 31,0
HDL - colesterol
< 40 mg/dl
> 40 mg/dl
45 24,0
84 45,0 129 69,0
0,77
(0,4 1,51)
36 19,2
65 34,7 101 53,9
Triglicerídeos
> 150 mg/dl
< 150 mg/dl
26 14,0
60 32,1 86 46,1
1,3
(0,7 – 2,4)
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Em relação a HAS, foi observado uma associação entre forma mais grave , risco C, e a
DAOMI. Não se verificou associação entre os pacientes obesos e a s formas mais graves de
hipertensão. (tabelas 08 e 09)
Tabela 08. Distribuição amostral segundo a estratificação de risco da hipertensão
Variáveis Caso
n %
Controle
n %
Total
n %
OR
IC 95%
26 18,6
5. DISCUSSÃO
A expectativa de vida ao nascer vem aumentando com o passar dos anos devido a
inúmeras modificações na saúde como a descoberta dos antibióticos e vacinas, criação das
unidades de terapia intensiva, mudanças no estilo de vida, melhores condições de saneamento,
moradia e higiene pessoal (CAMARANO et al, 2004).
Os dados levantados pelo estudo GRACE, no Brasil, demonstram que haverá um
aumento da expectativa de vida para 81,3 anos, elevando o contingente de idosos acima de 65
anos de 5,6% para 18%. Nessa faixa etária, a DAC é mais prevalente, sendo o prognóstico da
doença mais reservado pela maior chance de evolução para insuficiência cardíaca, choque
cardiogênico, acidente vascular isquêmico, reinfarto, hemorragias graves e morte (AVEZUM
et al, 2005).
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5.1
D
IFERENÇAS ENTRE GRUPO DE MULHERES E HOMENS
Neste estudo, as diferenças entre os homens e mulheres não se mostrou significativa o
que é corroborado com a literatura nacional que indica que a diferença entre os sexos na DAC
é uma das menores (LOTUFO, 1998; MATHIAS et al, 2004).
Em relação à DAOMI, uma tendência a não se encontrar diferenças importantes
quanto ao seu diagnóstico e evolão clínica quando analisados isoladamente o grupo de
homens e mulheres. Porém, pela análise multivariada, o grupo feminino com DAOMI
assintomática pareceu possuir um maior risco para isquemia miocárdica não-fatal, enquanto
que os homens, na mesma condição clínica, pareceram possuir um risco maior para AVCi
(HOOI et al, 2004)
5.2
A
NGINA E
A
LTERAÇÕES
E
LETROCARDIOGRÁFICAS
A doença arterial coronariana é a principal causa de morte e disfunção em idosos. A
prevenção primária e secundária a fim de evitar maior dano à saúde foi comprovada por
vários estudos clínicos (LENG et al, 1996).
Inúmeros estudos de coorte demonstraram que a aterosclerose subclínica está
associada a um aumento do risco cardiovascular e, subseqüente, evento cardiovascular fatal e
não-fatal (KULLER et al, 1999; CRIQUI et al, 1992; KORNITZER et al, 1995; GALLOTTA
et al, 1997).
Como demonstrado, uma das formas não-invasiva de detecção da aterosclerose
sistêmica subclínica é a utilização do ITB. O resultado de ITB igual ou menor a 0,90 está
associado a aumento da mortalidade cardiovascular e quanto menor o índice, maior o risco
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cardiovascular (LENG et al, 1996; HOOI et al, 2004; NEWMAN et al,1999; ÖSTERGREN
et al, 2004; MURABITO et al, 2002).
No Cardiovascular Health Study, observou-se que, na população de meia-idade, no
grupo com índice tornozelo-braquial igual ou menor a 0,90, houve uma prevalência maior de
DAC e AVCi (NEWMAN et al,1993).
O Lipid Research demonstrou que o risco de morbidade cardiovascular entre pacientes
com DAOMI, detectada pelo ITB como sendo igual ou menor que 0,90, era 3 vezes maior que
o grupo controle ( LIPID STUDY GROUP, 1998; CRIQUI et al, 1992).
A angina pectoris demonstrou ser mais freqüente naqueles indivíduos com DAOMI
assintomática em cinco anos de seguimento (HOOI et al, 2004).
Foi observada, na análise realizada nos idosos do CAIMI, associação entre o
diagnóstico cnico de angina, demonstrado pelo relato do paciente, positividade no
questionário ROSE e alterações eletrocardiográficas, e a DAOMI. Observou-se que as
alterações eletrocardiográficas compatíveis com a doença arterial coronariana crônica,
descritas como alterações da repolarização da onda T e sobrecarga ventricular esquerda,
estavam associadas à DAOMI.
Sabe-se que a aterosclerose é uma doença generalizada e que indivíduos com DAOMI
sintomática ou assintomática estão sob maior risco de eventos cardiovascular fatal e não-fatal
(HOOI et al, 2004).
Segundo Taddei et al (1997), a insuficiência coronariana foi o segundo diagnóstico de
doença mais freqüente entre os idosos, correspondendo a 29% da amostragem. Desse grupo,
somente 30% mostraram-se sintomáticos, sendo que dados de autópsia revelaram DAC em
70% dos idosos com idade superior a 70 anos. Segundo Aronow e Ahn (1994), aqueles
pacientes com DAOMI sintomática que foram a óbito, possuíam uma prevalência de DAC
obstrutiva (acometimento de uma a três artérias) entre 76 a 100%.
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A presença de anormalidades eletrocardiográficas já foi estabelecida em estudos
epidemiológicos como forte preditor de morbidade e mortalidade cardiovascular. Nos
indivíduos com anormalidades eletrocardiográficas, a taxa de mortalidade por eventos
cardiovasculares era maior quando comparada aqueles sem alterações no eletrocardiograma
(NEWMAN et al, 1997; NEWMAN et al, 1993).
5.3
D
IABETES
M
ELLITUS
O DM é um dos principais fatores de risco para doença cardiovascular, causando
doença micro e macrovascular, conduzindo a complicações cardiovasculares. As
complicações macrovasculares incluem DAC, AVC e DVP, enquanto que as microvasculares
incluem nefropatia, retinopatia e cardiopatia diabéticas (SCHAAN et al, 2001).
O DM tipo 2 é a forma mais prevalente do diabetes, sendo caracterizada por
resistência insulínica e produção reduzida da insulina pelas células beta pancreáticas. A
resistência insulínica está associada com outros fatores de risco cardiovascular como
dislipidemia, hipertensão arterial sistêmica e fatores pró-trombóticos, gerando a Síndrome
metabólica (BLOOMGARDEN, 2004).
O DM tipo 2 confere risco para DAC cerca de duas vezes maior em homens e de três
vezes maior em mulheres. Além disso, há uma associação entre diabetes e hipertensão,
dislipidemia, tabagismo, hiperinsulinemia, idade avançada, obesidade, inatividade física e
microalbuminúria (SCHAAN et al, 2004; KO et al, 2003).
Vários estudos demonstraram que o DM é um fator preditor de risco independente
para DAC, tendência encontrado em estudos nacionais e mundiais (AVEZUM et al, 2002).
No estudo MRFIT, os pacientes diabéticos com controle ótimo da pressão arterial sistólica
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(<120 mmHg), nível sérico de colesterol total adequado (< 200 mg/dl) e ausência de
tabagismo, mantinham um risco relativo de óbito cardiovascular de 5,1 vezes mais alto
quando comparados aos controles não-diabéticos ( STAMLER et al, 1993).
Em grupo de idosos diabéticos, com diagnóstico de DAOMI, a taxa de incidência de
isquemia miocárdica em sete anos foi de 45% para aqueles com episódio isquêmico prévio e
20,2% para aqueles sem referência a isquemia miocárdica (ARONOW et al, 2003).
Nesse estudo, o diabetes comportou-se como fator de risco para DAOMI, associando-
se a presença de aterosclerose sistêmica. O comportamento foi reproduzido tanto na análise de
todo o grupo quanto na análise pareada por sexo.
Segundo Murabito et al (2002), o DM demonstrou ser um importante fator de risco
para DAOMI sintomática e assintomática. Porém, na análise multivariada, o diabetes não se
comportou como fator independente.
No estudo HOPE (2004), o diabetes comportou-se como fator independente associado
a DAOMI e DAC. Sendo o seu controle, a melhor forma para diminuir o risco de um evento
cardiovascular fatal ou não-fatal (HIRSH et al, 2001; PASQUALINI et al, 2001).
5.4
H
IPERTENSÃO
A
RTERIAL
S
ISTÊMICA
A HAS é um fator de risco maior para doença cardiovascular, sendo considerada a
causa mais comum de morbidade e mortalidade no mundo industrializado. É a principal causa
de DAC e doença cerebrovascular, a segunda causa de doença renal em fase final e a principal
causa de insuficiência cardíaca e AVCh nos EUA ( BURT, 1995; ZARNKE et al, 2003).
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Segundo Taddei et al (1997), no Estudo Multicêntrico do Idoso, a prevalência da HAS
foi de 67%, sendo maior no grupo de mulheres. Alencar et al (2000) observaram que a
pressão arterial elevada afetava 61,2% dos homens e 70,1% das mulheres, sendo está
diferença estatisticamente significativa. Tais valores foram corroborados pelos dados obtidos
no estudo NHANES II, onde foi observada na população de idosos a prevalência da HAS
variou de 59,2% a 66,2% em homens e mulheres caucasianos e 67,2% a 82,9% em homens e
mulheres negros.
No estudo Framingham, pacientes hipertensos demonstraram ter alta mortalidade e
morbidade por doenças cardiovasculares e cerebrovascular, porém o risco diminuiria na
população de idosos. Comparando idosos em relação a hipertensão e o sexo, observou-se que
com o mesmo nível de preso arterial, os homens detenteriam um risco maior para qualquer
evento cardiovascular do que as mulheres (MESSERLI et al, 1996; HALL et al, 1990).
Alencar et al (2000) demonstraram que na população de idosos a hipertensão e suas
complicações constituem um risco maior para DAC, além de ter sido observado alta
prevalência no grupo estudado.
O estudo SHEP (1997) revelou que idosos com índice tornozelo-braquial igual ou
inferior a 0,90 e hipertensos, tinham risco maior de evento cardiovascular fatal e não-fatal
(NEWMAN et al, 1997).
Belch et al (2003) observaram que o controle da hipertensão arterial, principalmente,
com inibidor da enzima conversora de angiotensina reduziria o risco de eventos
cardiovasculares (principalmente, o IAM) em idosos com DAOMI.
Em nosso estudo, foi observado que a hipertensão arterial sistêmica, quando analisada
de forma dicotômica, presença ou ausência, não demonstrou associação com a presença de
DAOMI, talvez porque o grupo estudado já estivesse em tratamento ou, em sendo a
prevalência da HAS alta entre a população idosa, a pequena amostra estudada não foi capaz
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de evidenciar diferenças entre os grupos. Esse comportamento foi evidenciado no estudo
HOPE (ÖSTERGREN et al, 2003).
Ao se analisar o grupo de estudo em relação ao risco da HAS, observou-se que o risco
C associavasse à presença de DAOMI. No risco B, incluem-se os pacientes com mais de dois
fatores de risco para aterosclerose sistêmica, com exceção do DM. No grupo C, incluem-se os
diabéticos e aqueles com três ou mais fatores de risco ou lesões em órgãos-alvo.
Nos estudos de Rotterdam(2003) e Cardiovascular Health (1993), a hipertensão
arterial sistêmica estava associada a uma maior prevalência de ITB < 0,90. O estudo de
Framingham demonstrou que a hipertensão aumenta o risco de claudicação 2,5 vezes (CUI et
al, 2003; NEWMAN et al, 1993; VAN DER MEER et al, 2003; MEIJER et al, 2000)
Segundo Resnick et al (2004), os indivíduos com ITB abaixo de 0,90 ou acima de 1,4
estavam associados a uma maior prevalência de hipertensão (em torno de 50%), mantendo-se
como preditor de maior mortalidade nesse referido grupo.
Diante do observado, o comportamento da pressão arterial deverá ser monitorado no
grupo de idosos, independente do índice tornozelo-braquial. Porém, no grupo cujo índice é
menor que 0,90, o controle eficaz da pressão arterial é uma das maneiras de se diminuir
mortalidade por causas cardiovasculares.
5.5
D
ISLIPIDEMIA
O papel dos lípides plasmáticos no desenvolvimento da aterosclerose já foi definido
em vários estudos. O aumento do colesterol total e LDL-colesterol e a diminuição do HDL-
colesterol, também, foram definidos na etiologia da DAC, assim como, o valor de suas
reduções na prevenção tanto primária como secundária (AVEZUM et al, 2002).
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Em nosso estudo, não foi observado a associação entre níveis séricos elevados de
colesterol total e a DAOMI. Os níveis médios de colesterol total no grupo foram de 220
mg/dl. Possivelmente, uma amostra maior poderia permitir uma análise mais acurada desta
associação. Foi demonstrado, por vários estudos realizados no Brasil, que os veis séricos de
colesterol total variam em média entre 179,25 + 38,41 mg/dl e 210 + 21,90 mg/dl ( 141
146), estando os níveis encontrados, em nosso estudo, dentro da variação populacional e
compatível com os estudos brasileiros (DUNCAN et al, 1988; NICOLAU et al, 1998).
Alencar et al (2000), a prevalência de dislipidemia foi maior em mulheres, porém, o
aumento dos níveis de colesterol total e fração LDL estão presentes em ambos os sexos.
Nesse grupo, os investigadores observaram que níveis de colesterol total acima ou iguais a
240 mg/dl e LDL-colesterol iguais ou maiores a 160 mg/dl comportavam-se como fatores de
risco para complicações ateroscleróticas entre homens.
O papel do colesterol e suas frações vem sendo estudo exaustivamente no grupo de
idosos. Muitos estudos chegaram à conclusão que tais variáveis são importantes fatores de
risco para aterosclerose, contudo, outros, demonstraram uma diminuição da sua importância
quando comparados a adultos em idades menos avançadas (ALENCAR et al, 2000; TADDEI
et al, 1997; MARAFON et al, 2003; GALLOTTA et al, 1997; MURABITO et al, 2002;
NEWMAN et al, 1999; ÖSTERGREN et al, 2003; HOOI et al, 2004; RIDKER et al, 2005).
Alguns autores justificam essa diminuição da força de associação do colesterol total e
a fração LDL como fatores de risco em idosos devido à morte prematura daqueles com níveis
mais altos de colesterol total e LDL-colesterol (TADDEI et al, 1997).
Outros autores, como Capurso (1992), acreditam que a dislipidemia, nessa faixa etária,
está relacionada ao hipotiroidismo e uso de diuréticos, ficando a dislipidemia genética como
forma secundária. Essas causas não-genéticas surgiriam em idades mais avançadas, havendo
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um estímulo aterogênico por um período de tempo menor quando comparado as dislipidemias
com substrato genético.
Em relação ao HDL colesterol, estudos demonstram uma associação entre níveis
elevados e um risco cardiovascular diminuído de DAOMI. Segundo Cui et al (2003), os
idosos japoneses com aumento da fração HDL, demonstraram uma redução de 40% da
prevalência de níveis de ITB iguais ou menores 0,90. Em contrapartida, níveis de HDL-
colesterol baixos estavam associados à DAOMI (KALOFOUTES et al, 1999).
No estudo LIPID (1998), foi demonstrado que a redução dos níveis de colesterol total
e LDL estavam relacionados a queda de eventos cardiovasculares fatal e não-fatal. Esse
comportamento, também, foi observado nos estudos 4S (1994) e MRC/BHF Heart Protection
Study (2002).
A redução da colesterolemia, através de medidas farmacológicas e não-
farmacológicas, reduziria o risco cardiovascular, demonstrando que a prevenção primária e
secundária devem ser realizadas, mesmo em indivíduos cujo papel do colesterol e suas frações
ainda não tenham sido bem estabelecidos (CIORLIA et al, 2005; STEFANICK et al, 1998).
A terapia com as estatinas reduz os níveis séricos de colesterol e o processo
inflamatório vascular, diminuindo a disfunção endotelial, permitindo uma redução na
progressão da doença oclusiva aterosclerótica. (HIATT et al, 2001; BlOOMGARDEN, 2004).
5.6
O
BESIDADE
A obesidade é um importante fator de risco para a doença cardiovascular, pois,
contribui induzindo resistência periférica à insulina e diabetes, permite o aumento dos ácidos
graxos com geração de triglicerídeos, colesterol total e LDL-colesterol e diminuição do HDL-
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jovens, mas esta condição teria evoluído em idades mais avançadas, enfraquecendo a carga
mórbida associada a obesidade. (ALENCAR et al, 2000; NYBO et al, 2003;WILSON et al,
2002; TAVARES et al,1999; ABRANTES et al, 2003)
Os estudos Intersalt e NHANES III demonstraram correlação entre o IMC e a pressão
arterial. Tal comportamento foi observado em nosso estudo, onde a grande maioria dos
indivíduos com IMC > 25 Kg/m2, demonstraram ser hipertensos (KUCZMARSKI et al,
1997).
5.7
T
ABAGISMO
Segundo dados do IBGE em 2002, os fumantes correspondiam a 24% da população
brasileira acima de cinco anos de idade com a maior concentração de fumantes entre 30 a 49
anos de idade.
Segundo a literatura, o tabagismo está fortemente associado a DAC, no grupo etário
abaixo dos 50 anos, independente do sexo (KANNEL et al, 2002; FOWLER et al, 2002).
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do hábito me idosos ou pela morte prematura daqueles mais suscetíveis (ALENCAR et al,
2000; TADDEI et al, 1997).
No grupo estudado, observou-se maior freqüência do hábito de mascar o tabaco do que
o tabagismo. Outra situação a ser considerada é que o hábito diário do fumo pode ter sido
subestimado visto que a informação sobre o hábito era referida ao investigador pelo sujeito da
amostra, podendo ter sido uma fonte de limitação na análise. Esse comportamento foi
observado no Estudo multicêntrico do idoso que observou uma prevalência do tabagismo de
6%, abaixo dos dados encontrados nos estudos americanos (TADDEI et al, 1997).
5.8
H
ISTÓRIA
F
AMILIAR DE
D
AC
Em jovens, foi observado que indivíduo com parentes com história familiar de DAC,
acrescentava-se um risco maior de desenvolvimento de um evento agudo, ocorrendo devido a
uma predisposição herdada ou familiar (MARAFON et al, 2003).
Nesse estudo realizado com idosos, não houve associação dessa variável com a
presença de DAOMI. Esse comportamento pode ser explicado pela dificuldade de recordação
de fatos passados (lapsos de memória) ou pelo desconhecimento por parte desses idosos das
doenças que ocorreram com seus pais.
5.9
C
ONSUMO DE
Á
LCOOL
Alguns estudos demonstraram que o consumo moderado de bebida alcoólica estava
associado a baixo risco cardiovascular, independente do tipo de bebida alcoólica. Em
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contrapartida, o consumo excessivo e episódico de bebida alcoólica está associado a alto risco
de aterosclerose (MUKAMAL et al, 2003).
No estudo MONICA (Monitoring of Trends and Determinants in Cardiovascular
Disease) observou-se que homens que consumiam nove ou mais doses de bebida alcoólica por
dia comparados com aqueles que não possuíam hábito do etilismo, possuíam um odds ratio
para evento cardiovascular duas vezes maior que aqueles que não faziam uso de bebida
alcoólica ou aqueles que faziam uso de bebida alcoólica em freqüência menor que 5 doses
(MCELDUFF et al, 1997).
No grupo estudado, observou-se que a freqüência do uso de bebida alcoólica era muito
baixa, não sendo possível a realização de comparações entre os grupos.
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6.
L
IMITAÇÕES DO
E
STUDO
As seguintes limitações podem ser consideradas neste estudo: viés de seleção em
relação à inclusão de controles e tamanho amostral.
Viés de seleção: A identificação apropriada dos casos e dos controles, por meio de definições
precisas permite reduzir a presença e a magnitude deste viés. A definição de casos envolvia
critérios bem estabelecidos para o diagnóstico de DAOMI. Portanto, a chance de viés de
seleção para casos torna-se remota. Apesar da definição de controles ter sido bem adequada,
existe a possibilidade de inclusão de indivíduos com doença cardiovascular sem diagnóstico
ou indivíduos com vários fatores de risco, contribuindo para diminuir a força de associação
entre os vários fatores.
Poder estatístico insuficiente: os estudos devem ser planejados por meio do cálculo nimo da
amostra para que diferenças ou associações significativas e clinicamente relevantes sejam
detectadas. Apesar do cálculo da amostra ter sido realizado adequadamente, devido ao fato de
se trabalhar com várias doenças com prevalências diferentes na população estudada, a amostra
pode ter sido insuficiente para se detectar diferenças significativas.
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Fatores de confusão: o termo fator de confusão refere-se a uma variável externa que, de modo
parcial ou total, torna-se responsável pela associação aparente da exposição do estudo.
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7.
C
ONCLUSÃO
A aterosclerose é a causa mais comum de doença arterial obstrutiva de membros
inferiores. Os pacientes portadores de DAOMI possuem um risco maior de desenvolver
qualquer evento cardiovascular. Os fatores de risco para DAOMI são os mesmo para DAC.
Este estudo caso-controle identificou como fatores associados à DAOMI as seguintes
variáveis: angina e qualquer uma de suas apresentações (esforço e repouso), alterações
eletrocardiográficas, como: alterações da onda T e sobrecarga ventricular esquerda, e
diabetes, considerado como glicemia de jejum igual ou maior a 126 mg/dl.
Tais achados são correlatos aos dados da literatura que afirmam um percentual de 28%
de DAC, nos portadores de DAOMI (WEITZ et al, 1996).
Novas investigações são necessárias a fim de elucidar o papel dos outros fatores de
risco para aterosclerose em pacientes idosos, qual o comportamento em grupos especiais,
como os muitos idosos, analisando os resultados para implementar medidas preventivas e
terapêuticas nessa população.
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8.
B
IBLIOGRAFIA
8.1 R
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2003.
LUZ, P. da; LAURINDO, F.R.M.; CHAGAS, A.C.P.. Endotélio & Doenças
Cardiovasculares. São Paulo: Atheneu, 2003.
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9. ANEXOS
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9.1
ANEXO
01-
T
ERMO DE
C
ONSENTIMENTO
L
IVRE E
E
SCLARECIDO
Universidade Federal do Amazonas
Comitê de Ética em Pesquisa
Investigadores Responsáveis: Mônica Regina Hosannah da Silva e Silva
Nelson Abrahim Fraiji
Instituição: Universidade Federal do Amazonas
Mestrado de Patologia Tropical
Título : “Fatores de risco associados a Doença Obstrutiva de Membros Inferiores em
pacientes do Centro de Atenção a Melhor Idade Dr. Paulo Lima na cidade de Manaus ”
Descrição e Objetivo do Estudo:
O estudo tem por objetivo verificar a associação entre a doença arterial obstrutiva de
membros inferiores (DAOMI) e o risco cardiovascular. Os participantes do estudo serão
informados da pesquisa no momento da consulta com o cardiologista, realizado pela médica
cardiologista, mestranda Mônica Regina Hosannah da Silva e Silva. Tais procedimentos serão
realizados no Centro de Atenção a Melhor Idade – CAIMI - Dr. Paulo Lima.
Caso o indivíduo aceite participar do estudo, serão colhidas informações, através da
utilização de questionário sobre o risco cardiovascular, seguida por exame sico do paciente.
As essa fase, será solicitada a realização de eletrocardiograma em repouso, que é um
procedimento indolor e sem riscos ao paciente, e coleta de amostras de sangue, dois frascos
com 10 ml cada, para as dosagens laboratoriais. O paciente ficará ciente que a coleta de
sangue pode causar dor pela utilização de agulha acoplada a seringa. Será realizada a medida
do índice tornozelo-braquial, que é a medida da pressão arterial sistólica em membros
superiores e inferiores com esfigmomanômetro e aparelho de doppler vascular. É um método
não-invasivo e indolor.
Justificativa do Estudo:
A população em estudo, que são idosos, é caracterizada por uma alta prevalência de
doenças crônico-degenerativas, como hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e
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dislipidemia. Apesar de o risco cardiovascular estar bem estabelecido em populações com
faixa etária mais jovem, desconhece-se o perfil do risco coronariano dessa população nesse
centro de atendimento.
Além disso, investigar-se-á a provável associação entre a DAOMI e o risco
cardiovascular, com intuito de se estabelecer associações nessa população e se iniciar a
utilização do método ITB como um marcador de risco.
Riscos Associados ao Estudo:
Os riscos serão ínfimos, a não ser no momento da coleta de sangue, onde o indivíduo
pode sentir dor e poderá haver surgimento de hematoma no local da coleta.
Benefícios Associados ao Estudo:
Participando do estudo, o sujeito da pesquisa será avaliado pelo cardiologista,
investigar-se-á o risco cardiovascular, terá acesso ao exames eletrocardiográfico, laboratoriais
e medida do ITB. Além disso, a pesquisa demonstrará o perfil cardiovascular do grupo
estudado.
Confidência e Avaliação dos Registros:
A equipe compromete-se, a partir desse, ao resguardo e confidencialidade dos dados,
assim como a identidade dos participantes. Esclarece que os resultados dos mesmos serão
publicados para melhorar o atendimento da população.
Direito à Retirada do Estudo:
O sujeito da pesquisa terá direito a fazer qualquer pergunta referente ao estudo. Será
notificado com referência a qualquer nova informação relacionada a pesquisa e será capaz de
entrar em contato com qualquer um dos responsáveis pela mesma.
Participação Voluntária:
A participação nesse estudo é voluntária. Recusando-se a participar, não haverá
nenhum tipo de retaliação ou perda de benefícios a que o paciente tenha direito.
Esse Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi elaborado em duas vias, sendo
entregue uma cópia ao paciente. Qualquer dúvida entrar em contato com os pesquisadores
Mônica Hosannah e Silva e Nelson Fraiji, no telefone 624-8182 (CAIMI).
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Consentimento Pós-informação:
Estando devidamente informado e esclarecido sobre o conteúdo desse termo, expresso
livremente meu consentimento para minha inclusão nesse estudo, concordando com o
conteúdo do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Participante
Data
Polegar direito do participante
Equipe Responsável:
9.2 ANEXO 02 - CÁLCULO DA AMOSTRA
TIPO DE ESTUDO: PAREADO
PROPORÇÃO DE EXPOSTOS ENTRE OS CASOS: 27%
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PROPORÇÃO DE EXPOSTOS ENTRE OS CONTROLES: 12%
ODDS RATIO CALCULADO: 2.7123
NÚMERO DE CONTROLES POR CASO
Tm 0X4N L633(ROL)25(E22 0 0 12 0 0 Tm0 0 1 Tf 20.52 60.44/F5 [(2)20(.)-10(7123)]TJ /F6 1 Tf 2.74 0 TD [(1 Tm /(.)-1ÍV 0 0 L0 0 9.6S6 0 ITJ 7(G)22(NIFI)19(CÂNCIA)36(RO D)-14(E )36(CO)119.86336.98)33(IO CAL)30(CUL)25(ADO)]TJ 12 0 017 [(1 Tm /(.)-104 60.42 TD [(:)]TJ 9.6 0 0 9.6 0 34336.98)33(IO5%2 0 0 12 0 0 Tm1.48 1 Tf 20.52 60.41.8 [(2)20(.)-12 TD [( )]TJ 12 0 0 12 0 0 Tm /69 0 1216 TD DER)22( 0 T19( T0 0 E Tm 0 E)36(RO D)-14(E )36(CO)1160 Tm55 L63 CO)20(NT)33(ROL)25(ES)]TJ 12f 21m /69 0 1216 TD.14 62.16 TD [(:)]TJ 9.6 0 0 9.6 17.1m55 L63 CO)280 TD [
5. Telefone:__________________________________________________________
6. Motivo da Consulta
( ) Dor no peito ( ) Desconforto no peito
( ) Falta de ar ( ) Dor no peito ao esforço físico
( ) Palpitação ou batedeira ( ) Dor no peito ao estresse emocional
( ) Dor ou dormência na face interna do braço esquerdo
( ) Cansaço na respiração durante esforçosico
( ) Outros _____________________________________________________
Já ficou internado pelo motivo da consulta? Realizou exames? Quais?
( ) Sim ____________________
( ) Não
7.Classificação do paciente segundo a Canadian Cardiovascular Society
Classe ______________
Questionário Rose (LAWLOR et al, 2001) – Questões 8 a 14.
8.Vo sentiu alguma vez dor ou desconforto no peito ?
( ) Sim
( ) Não
9.Onde você sentiu este desconforto ? Marque com um X o local
Lado Direito do paciente
10.Quando você anda devagar, no plano, você sente dor?
( ) Sim
( ) Não
( ) às vezes Quando? ___________________________________
11. Quando você sobe ladeiras ou 12.Quando você está com dor ou desconforto
anda depressa, isso produz dor? no peito na caminhada, o que você faz?
( ) Sim ( ) Para
( ) Não ( ) Anda mais devagar
( ) às vezes.Quando? _____________ ( ) Continua no mesmo passo
( ) outros ________________
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13. A dor ou desconforto no peito 14.Quanto tempo à dor demora em desaparecer?
desaparece se você ficar parado?
( ) Sim ( ) até 10 minutos
( ) Não ( ) mais de 10 minutos
15. Vo sofre de alguma doença 16. Você fuma ?
crônica?
( ) Sim. Qual? ______________ ( ) Sim
( ) Não ( ) Não
17. Se fuma, qual o tipo de fumo? 18. Qual a quantidade de fumo (unidades)
( ) cigarro ________________________
( ) fumo de corda
( ) cachimbo
( ) charuto
19.Faz uso de bebida alcoólica? 20. Se sim, que tipo de bebida?
( ) Sim ___________________
( ) Não
21. Qual a quantidade diária (aprox. em ml)
_____________________
22. Pratica atividade sica? 23. Qual o tipo de atividade? _________
( ) Sim 24. Quantas vezes na semana e qual a duração?
( ) Não _______________________
25.Tem algum familiar com problemas 26. Qual tipo de doença?
cardíacos (parentes de sangue, até 2º. _____________________
Grau de parentesco)?
( ) Sim 27. Comprovada pelo médico? Foi
( ) Não internado? _______________
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Dosagens Laboratoriais
Ht:____ HB:____ Ferritina:_____ Ur:_____ Cr:______ Na:_____ K:_______
CT:_____ LDL-C: _____ HDL-C:____ VLDL-C: _____ TG:_____ Glicemia: ____
Laudo do ECG:
Ritmo: _______________ FC:_________ Ang.QRS:_________
Alt. do ST-T : ___________________________________________________
Conclusão: _____________________________________________________
Resultado do ITB
MSD PAS ______ MSE PAS ________
MID PAS ______ MIE PAS ________
Resultado global _____________
9.4
A
NEXO
04
-
C
LASSICAÇÃO
F
UNCIONAL DA
CCS
Classificação Funcional da “Canadian Cardiovascular Society”
Classe
Funcional
Classificação Funcional
I
Atividades habituais, como caminhar e subir escadas, não causam
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angina. Angina com esforços intensos, rápidos ou prolongados no
trabalho ou na recreação.
II
Limitações discretas das atividades físicas habituais: subir escadas
ou caminhar rapidamente, subir em cadeiras ou escadas após
refeições, no frio, com o vento ou sob estresse emocional, ou nas
primeiras horas do dia. Caminhadas superiores a 2 quarteies em
área plana e em subidas a um lance habitual de escadas com passos
rítmicos e normais.
III
Limitações acentuadas de atividades físicas habituais. Caminhadas
até 1 ou 2 quarteies em área plana e em subidas a um lance
habitual de escadas.
IV
Incapacidade de execução de qualquer atividade física sem
desconforto-síndrome anginosa pode estar presente no idoso.
Fonte: Braunwald, E et al. Tratado de Medicina Cardiovascular. São Paulo: Ed. Roca,2003.
9.5
A
NEXO
05
-
C
LASSIFICAÇÃO DA
P
RESSÃO ARTERIAL SEGUNDO A
IV
D
IRETRIZES
B
RASILEIRAS DA
H
IPERTENSÃO
A
RTERIAL
S
ISTÊMICA
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ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO DA HAS
ASem fatores de risco e lesões em órgãos-alvo;
B – Presença de fatores de risco (não incluindo o diabetes) e sem lesões em órgãos-alvo;
C – Presença de lesões em órgãos-alvo, doença cardiovascular clinicamente identificável e/ou
diabetes mellitus.
9.6
A
NEXO
06
T
ÉCNICA PARA REALIZAÇÃO DO
E
LETROCARDIOGRAMA
a. O eletrocardiograma representa o registro da atividade elétrica do coração. È
inscrito em papel milimetrado, sendo que cada quadrado menor corresponde a
um milímetro.
PAS (mmHg)
PAD (mmHg)
Classificação
<120 80
Ótima
< 130 < 85
Normal
130-139 85-89
Limítrofe
HIPERTENSÃO
140-159 90-99
Estágio I (leve)
160-179 100-109
Estágio II (moderada)
>180 >= 110
Estágio III (grave)
>140 < 90
Hipertensão sistólica Isolada
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b. Come-se de 12 derivações separadas com a seguinte nomenclatura: 1.
derivações periféricas: DI, DII, DIII, AVR, AVL, AVF; e, 2. derivações
precordiais: V1, V2, V3, V4, V5 e V6.
c. Posiciona-se o paciente em decúbito dorsal, o paciente não deverá estar em
contato com partes de metal da maca, deve permanecer imóvel, confortável, a
fim de evitar tremores musculares. O local deve ser privativo com temperatura
ambiente adequada. O aparelho deverá estar apoiado em um console ou mesa.
d. Limpa-se a pele do tórax e membros com álcool, após aplica-se o gel condutor.
Cada eletrodo ficará sob pontos específicos do tórax (figuras 01 e 02).
e. Liga-se a máquina, procedendo-se o exame.
9.7
A
NEXO
07
T
ÉCNICA DA
M
EDIDA DO
Í
NDICE
T
ORNOZELO
-B
RAQUIAL
1. Medir a circunferência do braço direito, no ponto médio entre acrômio e o olecrano, e
selecionar a bolsa inflável apropriada;
2. Solicitar ao paciente que permaneça em decúbito dorsal por no nimo 5 minutos,
antes de iniciadas as medidas de pressão;
3. Localizar o pulso braquial, na fossa antecubital, através da palpação digital;
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4. Colocar o manguito no braço do paciente 2 a 3 cm acima da fossa antecubital,
cantralizando a bolsa inflavável e ajustando o meio da bolsa sobre o pulso braquial;
5. Aplicar o gel de ultra-sonografia sobre o pulso braquial;
6. Com o auxílio do Doppler, localizar o som arterial mais audível e a posição que
proporcione maior estabilidade e constância do som;
7. Medir a pressão sistólica do braço direito: insuflar o manguito 20 a 30 mmHg acima
do ponto de desaparecimento do ruído arterial, desinsuflar lentamente, cerca de 2
mmHg por segundo, para que o ponto exato no qual o fluxo é restaurado seja
detectado, o primeiro som audível durante a desinsuflação será registrado como a
pressão sistólica, realiza-se uma segunda medida, considerando-se normal a variação
de 6 mmHg;
8. Medir a pressão sistólica do braço esquerdo, assumindo-se como valor para lculo a
maior pressão;
9. Medir as pressões sistólicas do tornozelo direito: localizar os pulsos pedioso e tibial
posterior por meio da palpação digital deve-se medir a pressão sistólica em ambos os
pulsos, minimizando a possibilidade de erro.
10. Medir a pressão sistólica da artéria pediosa direita e esquerda, colocando-se o
manguito cerca de 3 cm acima do maléolo com a bolsa inflável centralizado na direção
do pulso pedioso, aplica-se o gel, localiza-se o melhor som audível, repetindo-se uma
segunda medida;
11. Medir a pressão sistólica da artéria tibila posterior direita e esquerda, colocando-se o
manguito cerca de 3 cm acima do maléolo com a bolsa inflável centralizado na direção
do pulso tibial posterior, aplica-se o gel, localiza-se o melhor som audível, repetindo-
se uma segunda medida;
12. O cálculo de ITB deverá ser realizado para cada membro inferior, utilizando-se a
seguinte fórmula:
ITB direito : Maior pressão sistólica do tornozelo direito
Maior pressão do braço
ITB esquerdo : Maior pressão sistólica do tornozelo esquerdo
Maior pressão do braço
13. Assume-se como ITB global o menor valor dos cálculos realizados (MAKDISSE,
2004).
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