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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BOTÂNICA
A FAMÍLIA EUNOTIACEAE KÜTZING (EUNOTIALES,
BACILLARIOPHYTA) NAS ÁREAS DA LAGOA DO CASAMENTO E
DOS BUTIAZAIS DE TAPES, PLANÍCIE COSTEIRA DO RS:
TAXONOMIA E DISTRIBUIÇÃO
Aline Brugalli Bicca
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
2007
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2
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BOTÂNICA
A família Eunotiaceae Kützing (Eunotiales, Bacillariophyta) nas
áreas da Lagoa do Casamento e dos Butiazais de Tapes, Planície
Costeira do RS: Taxonomia e Distribuição
Aline Brugalli Bicca
Orientadora: Prof
a
Dr
a
Lezilda Carvalho Torgan
Porto Alegre, 2007
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Botânica do
Instituto de Biociências da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, como
parte dos requisitos para obtenção do
título de Mestre em Botânica.
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AGRADECIMENTOS
À minha orientadora, Prof
a
Dr
a
Lezilda Torgan, pela dedicação e
disponibilidade em ajudar e ensinar sempre.
Aos professores Dr
a
Luciana Cardoso e Dr. João Prado pela atenção e
auxílio durante o estágio docência.
Às minhas amigas e colegas de núcleo Andréa Weber, Daniela Bes, Viviane
Juliano, Saionara Salomoni, Cristiane dos Santos, Carolina Domingues e Emily
Segaspini pelos ótimos momentos (e também os ruins) que compartilhamos.
Às pesquisadoras da Fundação Zoobotânica Sandra Alves da Silva, Vera
Werner e Zulanira Rosa pela convivência e ajuda.
À minha amiga Fabiana Schneck pela amizade e pelo valioso auxílio com a
análise de agrupamento.
Ao meu namorado, Luis Felipe Rhoden Freitas, pelo amor, carinho e apoio e
pela revisão final da dissertação.
Aos meus amigos e colegas de mestrado Adriana Leonhardt, Alexandre
Rücker, Carla Korndörfer, Eduardo Giehl e Marcelo Rother, pela ajuda, amizade e
companheirismo durante as aulas, saídas de campo, congressos e momentos
extracurriculares.
À Priscila Tremarin, pelo apoio através de bibliografia.
À bibliotecária da Fundação Zoobotânica Elga Barbedo, pela atenção
dispensada na correção das referências.
Ao Dail Laughinghouse pela ajuda na elaboração do abstract.
Ao Diego Vicente, Renato Trusz e Renato Zolet, do setor de informática da
Fundação Zoobotânica, pelo auxílio prestado.
Aos funcionários da Fundação Zoobotânica Nilson Bittencourt, George
Cunha, Manuel Nunes e Maurília Corrêa pelo apoio técnico prestado.
Ao fotógrafo Eduardo Nick pela revelação e cópias das fotomicrografias.
4
Ao Ricardo Aranha e Arlete Pasqualetto do geoprocessamento da Fundação
Zoobotânica pelos dados fornecidos e pelo auxílio na elaboração do mapa.
Aos funcionários e técnicos do Centro de Microscopia Eletrônica da UFRGS,
pelo auxílio na obtenção de imagens no microscópio eletrônico de varredura.
Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Botânica da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul João Jarenkow, Jorge Mariath, Jorge
Waechter, Lúcia Dillenburg, Maria Luisa Lorscheitter, Maria Luiza Porto, Rosa
Mara da Silveira, Rinaldo dos Santos e Silvia Miotto, pelo ensino de qualidade
prestado.
À direção do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio
Grande do Sul, pela utilização de material e espaço físico concedido.
À Coordenação de Auxílio à Pesquisa de Ensino Superior pela bolsa
concedida.
Aos meus irmãos, Letícia e Daniel, pela amizade e companheirismo sempre.
E ao Daniel pela ajuda nos problemas com o computador.
Aos meus pais, Ismael e Vânia, pela minha formação emocional e intelectual,
pelo apoio e dedicação incansáveis e por fazerem de todos os meus sonhos,
realidade.
E de uma maneira geral a todos que eu amo, humanos e não humanos, que
de uma forma ou outra tiveram influência positiva na minha vida durante esses
dois anos.
5
SUMÁRIO
1 Introdução ...................................................................................................... 1
1.1 Antecedentes e justificativas ....................................................................... 3
1.2 Objetivo geral .............................................................................................. 6
1.3 Objetivos específicos .................................................................................. 6
2 Material e métodos ......................................................................................... 7
2.1 Área de estudo ............................................................................................ 7
2.2 Técnicas de amostragem ............................................................................ 8
2.3 Técnicas de preparação e análise das diatomáceas ..................................11
3 Resultados e Discussão .................................................................................13
3.1 Composição taxonômica .............................................................................13
3.2 Distribuição e riqueza dos táxons nas áreas de estudo ............................. 86
3.3 Relação entre os ambientes da área de estudo ......................................... 87
3.4 Distribuição das espécies no Estado........................................................... 89
4 Considerações finais ...................................................................................... 93
5 Referências .................................................................................................... 95
6
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivos efetuar o estudo taxonômico da
família Eunotiaceae e averiguar a distribuição das espécies nas áreas da Lagoa
do Casamento e dos Butiazais de Tapes, na Planície Costeira do Rio Grande do
Sul. O estudo baseou-se em amostragens efetuadas em 21 estações
georreferenciadas, abrangendo diferentes ambientes (lagoas isoladas, lagoas
interligadas, banhados, açude e canal), nas zonas pelágica e litorânea. As coletas
foram efetuadas na estação de outono (maio e junho de 2003) e de primavera
(outubro a dezembro de 2003). Como resultado, a família esteve representada por
42 espécies (sendo nove ainda não identificadas) e cinco variedades pertencentes
ao gênero Eunotia e uma espécie de Actinella. Eunotia bilunaris, E. schwabei, E.
tridentula var. tridentula, E. vumbae, E. yberai e E. zygodon são citadas pela
primeira vez para a Região Litoral, enquanto que E. batavica, E. genuflexa, E.
herzogii, E. pileus, E. pirla, E. subarcuatoides, E. deficiens, E. hepaticola, E.
mucophila, E. pseudosudetica, E. transfuga e E. yanomami o registradas pela
primeira vez no estado do Rio Grande do Sul. Cerca de 2% das espécies foram
consideradas constantes, 14,8% freqüentes, 34% comuns e 48,9% raras, sendo
que a única espécie constante, E. flexuosa, teve grande representatividade na
área da Lagoa do Casamento, ocorrendo em 100% dos ambientes amostrados.
Nas duas áreas a riqueza de escies foi alta com número de escies
aproximado, 34 encontradas na área da Lagoa do Casamento e 36 na área dos
Butiazais de Tapes. O banhado entre a lagoa do Capivari e lagoa do Casamento e
o banhado com Sphagnum foram os ambientes que apresentaram maior riqueza,
com 25 e 19 espécies, respectivamente, por apresentarem condições favoráveis
ao desenvolvimento dos organismos desta família, quais sejam águas ácidas e
vegetação aquática abundante.
7
ABSTRACT
The present study aimed to taxonomically analyze the family Eunotiaceae
and investigate the distribution of the species in Lake Casamento and Butiazais de
Tapes, in the Coastal Plains of Rio Grande do Sul. The study was based on
samples from 21 georeferred stations, covering different environments (isolated
lakes, interconnected lakes, swamps, ponds, and canals), in pelagic zones and
shoreline. The samples were taken in the fall (May and June 2003) and spring
(October to December 2003). As a result, the family was represented by 42
species (where nine are still not identified) and five varieties pertaining to the
genus Eunotia and one to the species Actinella. Eunotia bilunaris, E. schwabei, E.
tridentula var. tridentula, E. vumbae, E. yberai, and E. zygodon are cited for the
first time in the Coastal Region; while E. batavica, E. genuflexa, E. herzogii, E.
pileus, E. pirla, E. subarcuatoides, E. deficiens, E. hepaticola, E. mucophila, E.
pseudosudetica, E. transfuga and E. yanomami are reported for the first time in Rio
Grande do Sul. 2% of the species were considered constant, 14,8% frequent, 34%
common, and 48,9% rare, where within the constant, E. flexuosa were highly
representative in Lake Casamento, being found in 100% of the sampled areas. In
both areas, the species richness was high, where 34 species were found in Lake
Casamento and 36 in Butiazais de Tapes. The swamp between Lake Capivari and
Lake Casamento and the swamp with Sphagnum were the environments that
presented the highest richness, with 25 and 19 species, respectively, by presenting
favorable conditions for the development of organisms from this family, which are
acidic waters and abundant aquatic vegetation.
1 INTRODUÇÃO
As diatomáceas (Bacillariophyta) constituem um grupo de algas
2
somente a terminação distal encontra-se na face valvar, próxima às extremidades
(Kociolek & Spaulding, 2003).
Dentre as diatomáceas com rafe, Eunotiaceae é o único grupo que ainda
possui rimopórtula. Trata-se de uma abertura como fenda, localizada nas
extremidades valvares, com a borda engrossada internamente, semelhante a
lábio, sendo por esse motivo referida inicialmente como processo labiado ou poro
gelatinoso. Parece ser uma característica primitiva e homóloga ao sistema de rafe
e acredita-se que es envolvida na secreção de mucilagem (Hasle, 1973). Devido
à presença simultânea da rimopórtula e da rafe, a família Eunotiaceae constitui um
grupo intermediário entre as arrafídeas primitivas e as rafídeas derivadas, as
naviculóides (Novitski & Kociolek, 2005).
Segundo Kociolek & Spaulding (2003), a família inclui cinco gêneros:
Eunotia Ehrenberg, Actinella Lewis, Semiorbis Patrick, Amphicampa (Ehrenberg)
Ralfs e Eunophora Vyverman, Sabbe & Mann.
Semiorbis e Amphicampa são neros raros e monoespecíficos [S.
hemicyclus (Ehrenberg) Patrick e A. eruca (Ehrenberg) Ralfs], cuja distribuição
limita-se a ambientes montanhosos da América do Norte (Round et al., 1990) e
águas alcalinas do centroeste e oeste dos Estados Unidos (Kociolek, 2000),
respectivamente. Eunophora é endêmico da Tasmânia e o número de espécies
ainda é desconhecido (Kociolek & Spaulding, 2003).
Actinella caracteriza-se por apresentar formas solitárias ou coloniais que se
encontram aderidas ao substrato pela extremidade basal. As valvas são
alongadas, levemente curvadas, assimétricas e heteropolares, sendo a
extremidade apical geralmente mais dilatada. As estrias são unisseriadas e
paralelas em quase toda a extensão valvar, formada por aréolas arredondadas. A
rafe é curta, restrita às extremidades. Possui uma rimopórtula em cada
extremidade valvar, cuja abertura externa não se difere das aréolas (Round et al.,
1990). A maioria das espécies apresenta espinhos na junção da superfície valvar
com o manto (Bicudo & Menezes, 2005). É um gênero encontrado principalmente
em águas ácidas de regiões tropicais, sendo praticamente exclusivo da América
do Sul. A região de maior diversidade é a Amazônica, onde parece ser o centro de
3
dispersão do gênero (Kociolek et al., 2001). Atualmente, são conhecidas em torno
de 35 espécies, destas, 18 ocorrem no Brasil (Kociolek et al., 2001, Metzeltin &
Lange-Bertalot, 1998).
O gênero Eunotia Ehrenberg também apresenta formas solitárias e
coloniais. Caracteriza-se por possuir valvas isopolares dorsiventrais, sendo
assimétricas em relação ao eixo apical. As estrias são unisseriadas, formadas por
aréolas geralmente arredondadas e a rafe é curta, restrita às extremidades
valvares. Possui uma o
4
Colômbia, o trabalho de Sala et al. (2002) e para o Uruguai, o trabalho de
Metzeltin et al. (2005).
As investigações no Brasil tiveram início em meados do século XIX, com os
trabalhos de Ehrenberg na zona costeira e em rios do estado do Rio de Janeiro
(Menezes et al., 2001). Atualmente, os estudos se concentram nas regiões
sudeste e sul, onde se encontra o maior número de pesquisadores e especialistas
em diatomáceas. Para o estado de São Paulo, Magrin (1998) apresenta em sua
tese de doutorado as diatomáceas encontradas na lagoa do Diogo, interior do
Estado, na qual grande riqueza de escies do gênero Eunotia; Bicudo et al.
(1999) realizaram um levantamento das Eunotiales do Parque Estadual das
Fontes do Ipiranga, em São Paulo; Morandi (2002) apresenta em sua dissertação
de mestrado as Eunotiales encontradas em ambientes lacustres do Estado; e
Souza (2002), em sua tese de doutorado, apresenta o estudo da comunidade de
diatomáceas epilíticas de um rio impactado no município de São Carlos, onde
Eunotia foi bastante comum. No Paraná, destacam-se o trabalho de Ludwig &
Valente-Moreira (1989), sobre as Eunotiaceae do Parque Regional do Iguaçu,
Curitiba, e as dissertações de Brassac (1999) na Bacia do Rio Iguaçu; de Neiva
(2005), realizada em áreas úmidas do Estado e de Bigunas (2005) no rio
Guaraguaçu, litoral do Estado, nas quais o nero Eunotia apresentou grande
diversidade. No Rio Grande do Sul, os estudos tiveram início no começo do século
XX, com o trabalho de Zimmermann (1916), no qual o registro de duas
espécies de Eunotia. Desde a cada de 70, foram realizados vários trabalhos
taxonômicos envolvendo o gênero Eunotia, na sua maioria desenvolvidos em
ambientes lênticos na região da Depressão Central. Podemos citar os trabalhos de
Torgan & Aguiar (1978) no lago Guaíba, onde foi encontrado 21 táxons
específicos e infra-específicos de Eunotia; o de Aguiar & Martau (1979) realizado
em cinco lagos do Parque Zoológico, onde foram registradas 21 espécies; o de
Callegaro (1981), na Lagoa Negra, município de Viamão, onde foram encontradas
18 espécies e variedades de Eunotia; o de Torgan (1985), na represa de Águas
Belas, também em Viamão, onde constatou que Eunotia foi um dos gêneros mais
diversificados, com 19 representantes; o de Torgan & Delani (1988), no complexo
5
Banhado Grande, uma área pantanosa entre os municípios de Viamão e Santo
Antônio da Patrulha, verificando a presença de 35 espécies do referido gênero; o
de Torgan et al. (1993), no Parque Estadual de Itapuã, onde identificaram 13
espécies de Eunotia associadas a Sphagnum recurvum P. Beauv.
Na Planície Costeira do Rio Grande do Sul, estudos que abordem a família
Eunotiaceae são relativamente escassos. Buselato & Aguiar (1979), em um
levantamento das diatomáceas encontradas no rio Mampituba, Torres, registraram
em desenhos a ocorrência de Eunotia camelus Ehr. var. denticulata Breb.,
6
Eunotia. Callegaro e Salomoni (1988) registraram a presença de E. parallela Ehr.
como nova ocorrência para lagoas da mesma região.
Na área de estudo do presente trabalho, Lobo et al. (1991, 1994)
identificaram, no Banhado Capivari e lagoa dos Gateados, 25 táxons pertencentes
a Eunotia, com a indicação de que E. alpina e E. tenella destacaram-se pela
abundância. Entretanto, no Workshop de Avaliação de ões Prioritárias para as
Zonas Costeira e Marinha, realizado em outubro de 1999, os ecossistemas
aquáticos envolvendo o complexo de lagoas e áreas úmidas adjacentes à região
norte da Laguna dos Patos foram indicados como áreas insuficientemente
conhecidas e prioritárias para estudo. Para atender a essa demanda desenvolveu-
se, na Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, o projeto PRÓBIO,
objetivando o inventariamento da biodiversidade desta região. O levantamento da
microflora (Torgan et al., no prelo) demonstrou que a família Eunotiaceae se
destacou pela riqueza de espécies do gênero Eunotia, não tendo sido possível a
identificação de todos os táxons, justificando um estudo da taxonomia e da
distribuição desses organismos.
1.2 Objetivo geral
Este trabalho tem como objetivo efetuar o estudo taxonômico das espécies
da família Eunotiaceae, avaliando as variações morfológicas e métricas dos
organismos e a distribuição das espécies nas áreas da Lagoa do Casamento e
dos Butiazais de Tapes, na Planície Costeira do Estado.
1.3 Objetivos específicos
Ø Determinar as escies e verificar suas variações morfológicas e métricas;
Ø Avaliar a distribuição dos táxons nos diferentes ambientes (açude, lagoas
isoladas, lagoas interligadas, canal e banhados) das áreas de estudo;
Ø Averiguar possíveis relações entre a ocorrência dos táxons e os diferentes
ambientes;
Ø Ampliar o conhecimento da distribuição geográfica dos táxons no Estado.
7
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Área de estudo
As áreas da Lagoa do Casamento e dos Butiazais de Tapes estão
localizadas entre as coordenadas 30° 4S 30° 10´S e 50° 30´W 51° 30´W nas
margens leste e oeste, respectivamente, da porção norte da laguna dos Patos,
compreendendo os municípios de Palmares do Sul, Tapes, Capivari do Sul e
Mostardas (Fig. 1). Apesar de se encontrarem geograficamente próximas, as
áreas da Lagoa do Casamento e dos Butiazais de Tapes apresentam diferenças
quanto ao relevo, composição do ambiente e uso da terra, configurando paisagens
distintas (Becker et. al., no prelo).
A área da Lagoa do Casamento apresenta 235.600 ha de extensão e é
formada por grandes planícies, lagoas, banhados, floresta de restinga, campos
arenosos e áreas agrícolas. Nela se destaca a lagoa do Casamento, que possui
uma superfície alagada de 272 km² e profundidades de até 4,1 m, apresentando
areias finas nas margens e lama nas áreas mais profundas (Villwock, 1977). Na
sua porção norte, se conecta com a lagoa do Capivari através de uma extensa
área alagada denominada banhado entre lagoa do Capivari e lagoa do
Casamento. Na porção sul, a lagoa do Casamento recebe a drenagem da lagoa
dos Gateados, através do canal do Sangradouro. Embora não existam
levantamentos batimétricos para a lagoa dos Gateados, a presença de numerosas
ilhas de macrófitas emergentes sugere que as profundidades não ultrapassem
dois metros (Braun, 2005). Nesta área também um extenso banhado com
macrófitas e gramíneas nas margens denominado banhado Fazenda Rincão do
Anastácio. Na área da Lagoa do Casamento, há um fator de pressão antrópica
sobre as áreas naturais remanescentes que provém da orizicultura (Becker et. al.,
no prelo).
A área dos Butiazais de Tapes, com aproximadamente 83.174 ha é formada
por zonas fluviais e de planície, cortadas longitudinalmente pela Coxilha das
Lombas, com morros graníticos a noroeste e a Laguna dos Patos a leste. As
planícies, localizadas às margens da laguna dos Patos, são caracterizadas por
cordões arenosos, com a paisagem apresentando uma alternância de dunas
8
arenosas com pequenos banhados, lagoas naturais, turfeiras e formações
arbustivas. Nesta zona se localizam a lagoa das Capivaras, o banhado com
Sphagnum, a lagoinha entre Dunas e o banhado entre Dunas. Inserido na Coxilha
das Lombas estão a lagoa Redonda, lagoa do Charutão e o açude Fazenda São
Miguel.
Alguns dados físicos e químicos da água, medidos in locus através de
aparelhos marca HACH modelos 50150 e 50050, demonstraram que as águas das
áreas da Lagoa do Casamento (LC) e dos Butiazais de Tapes (BT) se
apresentaram em geral levemente ácidas, com pH entre 6,2 e 6,9. Valores de pH
mais baixo (4,3 e 5,4) foram observados somente no banhado com Sphagnum e
banhado entre Dunas, na área dos Butiazais de Tapes, e valores mais elevados
(8,4 e 8,8) foram observados no açude Fazenda São Miguel (BT) e lagoa do
Casamento (LC).
A condutividade da água foi bastante variável, com valores mais altos (> 80
µS. cm
-1
) nos ambientes da área da Lagoa do Casamento e mais baixos (< 70 µS.
cm
-1
) nos ambientes da área dos Butiazais de Tapes.
A temperatura da água variou entre 14 e 24,4°C, na estação de outono e
entre 20,0 e 34,0°C na estação de primavera, considerando todos os ambientes
amostrados.
2.2 Técnicas de amostragem
As coletas foram realizadas em duas épocas do ano, na estação de outono
(maio e junho/2003), e de primavera (outubro a dezembro/2003). As amostragens
foram efetuadas em 21 estações georreferenciadas, abrangendo diferentes
ambientes aquáticos: lagoas interligadas (LIN), banhados (B), canal (C), lagoas
isoladas (LIS) e açude (A). Nas tabelas 1 e 2 se encontram especificados os
ambientes amostrados e as coordenadas geográficas das estações de
amostragem das áreas da lagoa do Casamento e Butiazais de Tapes,
respectivamente.
9
Fig. 1. Localização das áreas de estudo Lagoa do Casamento (LC) e Butiazais de
Tapes (BT), Planície Costeira do RS, com as estações de amostragem.
10
Um total de 53 amostras foi obtido, sendo que as de plâncton foram
efetuadas com a passagem de frasco na subsuperfície da água e as de periton
através de espremido manual das raízes e caules de macrófitas aquáticas. As
amostras nas lagoas e canal foram coletadas em barco, nas zonas pelágica e
litorânea, enquanto que as amostras de banhados e ude foram efetuadas
somente na zona litorânea, em terra.
Tabela 1. Estações e ambientes amostrados nas áreas da Lagoa do Casamento,
com suas respectivas coordenadas geográficas.
Estações Ref. Ambientes Coordenadas geográficas
1 B banhado entre L. do Capivari e Casamento -30° 14' 29" e -50° 33' 55"
2 B banhado entre L. do Capivari e Casamento -30° 14' 32" e -50° 33' 59"
3 LIN lagoa do Capivari -30° 14' 38" e -50° 33' 15"
4 LIN lagoa do Casamento -30° 16' 40" e -50° 33' 25"
5 B banhado Fazenda Rincão Anastácio -30° 22' 26" e -50° 40' 48"
6 B banhado Fazenda Rincão Anastácio -30° 22' 26" e -50° 40' 48"
7 LIN lagoa dos Gateados Norte -30° 28' 18" e -50° 40' 4"
8 LIN lagoa dos Gateados Norte -30° 30' 19" e -50 39' 50"
9A LIN lagoa dos Gateados Norte -30° 30' 26" e -50° 39' 12"
9B LIN lagoa dos Gateados Norte -30° 30' 39" e -50° 39' 49"
10 C canal do Sangradouro -30° 26' 60" e -50° 39' 29"
11 LIN lagoa dos Gateados Sul -30° 32' 8" e -50° 39' 39"
12A LIN lagoa dos Gateados Sul -30° 31' 34" e -50° 39' 33"
12B LIN lagoa dos Gateados Sul -30° 31' 29" e -50° 38' 37"
As amostras de frasco foram fixadas com formaldeído (1:100) e as de
espremido com solução de Transeau (1:1) e encontram-se registradas e tombadas
no Herbário Prof Dr. Alarich Schultz (HAS), da Fundação Zoobotânica do Rio
Grande do Sul.
11
Tabela 2. Estações e ambientes amostrados nas áreas dos Butiazais de Tapes,
com suas respectivas coordenadas geográficas.
Estações Ref. Ambientes Coordenadas geográficas
13 LIS Lagoa do Charutão -30° 30' 58" e -51° 21' 17"
14 LIS lagoa do Charutão -30° 31' 14" e -51° 21' 25"
15 A açude Fazenda São Miguel -30° 31' 7" e -51° 22' 23"
16 LIS lagoa das Capivaras -30° 28' 11" e -51° 16' 30"
17 LIS lagoa das Capivaras -30° 28' 11" e -51° 16' 30"
18 B
banhado com Sphagnum
-30° 28' 24" e -51° 16' 38"
19 LIS lagoinha entre Dunas -30° 28' 25" e -51° 16' 36"
20 B banhado entre Dunas -30° 28' 20" e-51° 16' 30"
21 LIS lagoa Redonda -30° 31' 36" e -51° 21' 34"
2.3 Técnicas de preparação e análise das diatomáceas
Para a preparão das lâminas permanentes, o material foi colocado em
tubos de ensaio para realização da lavagem em centrífuga com o intuito de retirar
o fixador, descartando-se o sobrenadante. Utilizou-se 10 mL da amostra de
plâncton e 5 mL da amostra de espremido. Posteriormente, o conteúdo celular e a
matéria orgânica da amostra foram removidos através de oxidação com água
oxigenada (H
2
O
2
) e dicromato de potássio (K
2
Cr
2
O
7
). O material foi colocado em
copos de Becker e levado à chapa aquecedora até chegar a ponto de fervura,
quando foi acrescentada água oxigenada na proporção 1:1, agindo durante 10
minutos. Em seguida foi acrescentada uma pitada de dicromato de potássio,
mantendo-se a fervura por mais 30 minutos, com acréscimo de água destilada
quando necessário. Posteriormente, o material foi colocado novamente em tubos
de ensaio e centrifugado de oito a 10 vezes. Um total de 80 lâminas permanentes
foi preparado, com utilização da resina Naphrax (índice de refração de 1,74) como
meio de inclusão. Parte do material foi oxidado também com ácido trico (HNO
3
)
e colocado em placas de raio X, coladas com cimento de prata sobre suportes de
12
alumínio e levados à metalização com 20 nm de ouro para a observação ao
microscópio eletrônico de varredura (MEV).
A análise das diatomáceas foi realizada ao microscópio óptico (MO) Zeiss
Axioplan, equipado com contraste de fase e máquina fotográfica, em aumento de
1.250 vezes, localizado nas dependências da Fundação Zoobotânica e ao
microscópio eletrônico de varredura JEOL JSM-6060, do Centro de Microscopia
Eletrônica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em velocidade de 10 a
20 Kv e aumento de 650 a 25.000 vezes. A identificação das espécies foi efetuada
através das fotomicrografias e fotoeletromicrografias obtidas, tendo como base a
obra original (sempre que possível), obras clássicas da flora européia e
americana, e também artigos publicados em periódicos especializados como
Diatom Research, Bacillaria, Iconographia Diatomologica entre outros, disponíveis
na Seção de Botânica de Criptógamas do Museu de Ciências Naturais.
A partir dos dados de presença e ausência, foi calculado o índice de
constância das espécies (Dajoz, 1973) modificado de acordo com o seguinte
critério: foi considerada escie constante quando a mesma ocorreu em 70% ou
mais dos ambientes amostrados; espécie freqüente a que esteve presente em 40
a 70%; espécie comum aquela presente no intervalo de 20 a 40% e escie rara a
que ocorreu em menos de 20% dos ambientes amostrados. O cálculo foi feito
através da seguinte fórmula:
C = (p x 100) / P onde: C = Índice de constância
p = ¹ de ambientes contendo a espécie
P = ¹ total de ambientes
Com o objetivo de avaliar a similaridade das estações de amostragem em
relação à composição de espécies, foi realizada uma análise de agru
e
13
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Composição Taxonômica
Os táxons identificados estão referenciados a seguir, em ordem alfabética,
com a citação da obra original, do basônimo e/ou sinônimos. São apresentadas:
descrições, variações métricas (sendo R c/l=Relação comprimento:largura) , obras
consultadas para a identificação dos táxons e comentários, bem como o material
examinado e ilustrões com fotos ao MO e/ou MEV.
Gênero Actinella Lewis
1. Actinella guianensis Grunow, In Van Heurck, Synopsis des Diatomées de
Belgique, pl. 35, figs. 17, 20. 1880-1881.
Figs. 2-6
Valvas levemente arqueadas, com margens paralelas entre si; extremidade
apical dilatada, cuneado-apiculada; extremidade basal cuneado-arredondada;
espinhos proeminentes, contornando toda a valva; nódulos, quando visíveis,
afastados das extremidades valvares; estrias paralelas. Comprimento 113-154 µm;
largura 6,0-8,0 µm; R c/l 14,1-22,5; estrias 13 em 10 µm.
Obras consultadas para identificação: Van Heurck (1880-1881); Metzeltin &
Lange-Bertalot (1998); Kociolek et al. (2001).
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Tapes, lagoinha entre Dunas,
estação 19, zona litorânea, 04/VI/2003, UTM 473435-6628655 (HAS 104230, lâm.
5834A e 5955), lagoa Charutão, estação 14, zona pelágica, 02/XII/2003, UTM
465745-6623421 (HAS 104425, lâm. 5871).
14
Figs. 2-6. Actinella guianensis em vista valvar (MO). Escala=10 µm.
Gênero Eunotia Ehrenberg
Chave dicotômica para identificação dos táxons de Eunotia em MO
1. valvas levemente heteropolares.............................................. Eunotia sp. 4 (42)
1’. valvas isopolares................................................................................................ 2
2. valvas com margem dorsal ondulada....................................................... 3
2’. valvas sem margem dorsal ondulada..................................................... 17
3. margem ventral ncava.................................................................................... 4
3’. margem ventral reta a levemente côncava........................................................ 12
4. extremidades amplamente arredondadas................................................ 5
4’. extremidades não amplamente arredondadas........................................ 7
5. rimopórtula visível...................................................................... E.geniculata (8)
5’. rimopórtula inconspícua...................................................................................... 6
2 3 4 65
15
6. 10 estrias em 10 µm.............................................................. E. pileus (19)
6’. 14 estrias em 10 µm.......................................................... E. vumbae (35)
7. margem dorsal com duas ou mais ondulações..................................................... 8
7’. margem dorsal com até duas ondulações.......................................................... 11
8. margem ventral com ondulações...........................................E. didyma (6)
8’. margem ventral sem ondulações............................................................. 9
9. estrias paralelas................................................................................................ 10
9’. Estrias levemente radiadas nas extremidades................................... E. tecta (30)
10. extremidades afiladas........................................................ E. camelus (4)
10’. extremidades não afiladas......................................... E. subrobusta (29)
11. dulo terminal simples........................................................... E. yanomami (36)
11’. nódulo terminal trilobado............................................................ E. zygodon (38)
12. extremidades truncadas............................ E. praerupta var. bidens (21)
12’. extremidades com outro formato.......................................................... 13
13. extremidades amplamente arredondadas......................................................... 14
13’. extremidades não amplamente arredondadas................................................. 15
14. margem dorsal com uma ondulação....... E. rabenhorstii var. monodon (24)
14’. margem dorsal com três ondulações......... E. rabenhorstii var. triodon (25)
15. dulos terminais distantes das extremidades.............................. E. herzogii (11)
15’. nódulos terminais nas extremidades.................................................................. 16
16. margem dorsal com uma ondulação...... E. tridentula var. monodon (33)
16’. margem dorsal com três ondulações......... E. tridentula var. triodon (32)
17. extremidades destacadas do corpo valvar........................................................... 28
17’. extremidades levemente ou não destacadas do corpo valvar............................ 18
18. margens paralelas.................................................................................... 19
18’. margens não-paralelas............................................................................ 25
16
19. dulos terminais afastados das extremidades........................ Eunotia sp. 5 (43)
19’. nódulos terminais próximo ou nas extremidades............................................... 20
20. extremidades cuneado-arredondadas..................................................... 21
20’. extremidades arredondadas .................................................................. 22
21. linha hialina próxima à margem ventral ......................................... E. batavica (2)
21’. linha hialina ausente................................................................. Eunotia sp. 8 (46)
22. valvas fortemente arqueadas......................................... E. mucophila (15)
22’. Valvas levemente arqueadas.................................................................. 23
23. rafe estendendo-se do ápice........................................................... E. bilunaris (3)
23’. rafe não estendendo-se do ápice........................................................................ 24
24. relação comp/larg maior que 21........................................ E. genuflexa (9)
24’. relação comp/larg menor que 21....................................... E. naegelii (16)
25. estrias mais concentradas nas extremidades...................................................... 26
25’. estrias eqüidistantes......................................................... E. subarcuatoides (27)
26. nódulos terminais afastados das extremidades........................ E. deficiens (5)
26’. nódulos terminais próximo ou nas extremidades.......................................... 27
27. margem ventral levemente côncava......................... E. submonodon (28)
27’. margem ventral reta...................................................... Eunotia sp. 6 (44)
28. valvas com margens dotadas de espinhos.................................. E. transfuga (31)
28’. valvas com margens sem espinhos.................................................................... 29
29. extremidades atenuado-subagudas...................... E. pseudosudetica (23)
29’. extremidades com outro formato............................................................. 30
30. extremidades cuneadas a cuneado-arredondadas.............................................. 31
30’. extremidades com outro formato........................................................................ 33
31. nódulos terminais próximos das extremidades........................................ 32
31’. nódulos terminais nas extremidades.................................... E. yberai (37)
32. extremidades alongadas..................................................... E. pseudoindica (22)
32’. extremidades não alongadas........................................................... E. indica (12)
17
33. margem ventral côncava a levemente côncava............................................ 33
33’. margem ventral reta..................................................................................... 38
34. extremidadades arredondadas ou truncado-arredondadas................................ 35
34’ extremidades capitadas ou subcapitadas .......................................................... 36
35. 17-27 estrias em 10 µm......................................... E. asterionelloides (1)
35’. 10-12 estrias em 10 µm........................................................ E. maior (14)
36. 20 estrias ou mais em 10 µm.............................................................................. 37
36’. 13 estrias ou menos em 10 µm...........................................................................38
37. margem ventral côncava................................................ E. hepaticola (10)
37’. margem ventral levemente côncava................................ E. paludosa (17)
38. relação comp/larg menor ou igual a 7 ....................................... Eunotia sp. 7 (45)
38’. relação comp/larg maior que 7................................................... E. pectinalis (18)
39. rafe estendendo-se do ápice.............................................. E. flexuosa (7)
39’. rafe não estendendo-se do ápice........................................................... 40
40. margem dorsal fortemente convexa.................................................................... 41
40’. margem dorsal não fortemente convexa............................................................ 42
41. extremidades atenuado-arredondadas............................ E. schwabei (26)
41’. extremidades arredondadas
a truncado-arredondadas..................................................... Eunotia sp. 1 (39)
42. margem ventral com intumescimento próximo das extremidades........ E. pirla (20)
42’. margem ventral sem intumescimento.................................................................. 43
43. estrias mais concentradas nas extremidades.................... E. itapuana (13)
43’. estrias eqüidistantes................................................................................ 44
44. margem dorsal reta na região mediana da valva................................................. 45
44’. margem dorsal convexa na região mediana da valva......................................... 46
45. 13-14 estrias em 10 µm.................................................. Eunotia sp. 9 (47)
45’. 16-17 estrias em 10 µm................................................. Eunotia sp. 3 (41)
46. extremidades voltadas para a margem ventral........................... Eunotia sp. 2 (40)
18
46’. extremidades não voltadas par05 0 (o)T2727.41 Tm(s)Tj1 0 0 1 250.34Tj1 0 0 1 250.32 727.41727.41 Tm231,41 Tm(r)Tj1727 8427.400 g1 i 90 g11Tj1 0 0 1 2623r127.41 Tm(4)Tj1 0 0 1 103.66w2727.417m(p)Tj1 g19j1 0 0 1 103.n9j1 0 0 1 10u0 1 103.n9j1 0 02 g19j1 0 0 1 103..n9j1 0 0 11 0 0 1 221.04 727.41 Tm(t)T24.Tm(r)Tj1727 727.41 Tm62227.41 Tm(ã)Tj1 0 0 4327.41 Tm(û516430 g1 i BT/TT0 Tm(’)Tj1 0 0 1 112.0892 3 727.41 Tm(x)Tj1 0 0 1 1 Tm(t)T4Tj1 Tm(t)T441 39(o)T27209236 72092341 Tm(d)Tj1 0 0 1 235.68 2)905 0 (o)T2005 0 (o)T20404931430 g1 ,430404931n9j1 0 0 11 0708 0
19
zona litorânea, 03/XII/2003, UTM 473595-6629067 (HAS 104435, m. 5846);
lagoa Redonda, estação 21, zona litonea, 03/XII/2003, UTM 465503-6622735
(HAS 104455, lâm. 5867).
2. Eunotia batavica A. Berg, Botaniska Notizer, p. 462, pl. 5, fig. 186. 1939.
Fig. 30
Valvas com margem dorsal levemente convexa; margem ventral levemente
côncava; extremidades cuneado-arredondadas; nódulos terminais próximos das
extremidades; linha hialina junto à margem ventral da valva, quase imperceptível;
estrias transapicais paralelas a levemente radiadas nas extremidades.
Comprimento 58,5 µm; largura 7,5 µm; R c/l 7,8; estrias 13 em 10 µm.
Obras consultadas para identificação: Berg (1939); Bigunas (2005).
Comentários
Bigunas (2005) citou o táxon pela primeira vez para o estado do Paraná.
Comparando-os ao exemplar estudado, sua população apresentou dimensões um
pouco maiores (chegando a 100,3 µm de comprimento e 10,3 µm de largura) e
margem ventral mais nitidamente côncava.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Tapes, banhado com
Sphagnum, estação 18, zona litorânea, 04/VI/2003, UTM 473385-6628689 (HAS
104221, lâm. 5831).
3. Eunotia bilunaris (Ehrenberg) Souza, Bulletin du Jardin Botanique National
Belgique, v. 67, p. 265-266, fig. 13. 1999.
Figs. 12-16
20
Basônimo: Synedra bilunaris Ehrenberg, Physikalische Abhandlungen Akademie
der Wissenschaften zu Berlin, p. 87. 1831 (1832).
Sinônimos: E. curvata (Kütz.) Largerst; E. lunaris (Ehr.) Grun.
Valvas levemente arqueadas, com margem dorsal convexa; margem ventral
côncava; extremidades valvares atenuado-arredondadas, o destacadas do
corpo valvar; nódulos terminais nas extremidades; rafe estendendo-se do ápice
para a região central da valva; estrias transapicais paralelas e eqüidistantes.
Comprimento 50,9-147,4 µm; largura 2,5-5,0 µm; R c/l 17-50; estrias 12-20 em 10
µm; aréolas 40 em 10 µm. A abertura da rimopórtula, em vista externa, apresenta-
se alongada, no ápice do eixo apical. A rafe é curvada, com terminão distal
prolongando-se no eixo apical da superfície valvar, em direção ao centro da valva.
Obras consultadas para identificação: Lange-Bertalot & Metzeltin (1996); Souza &
Moreira Filho (1999).
Comentários
O material analisado apresentou grande variação trica, mas pouca
diferenciação quanto ao formato das valvas. No indivíduo de maior tamanho, foi
possível observar o formato peculiar da rafe, característica demonstrada por Le
Cohu (1993).
Citada como E. curvata (Kütz.) Lagerst var. curvata no Banhado Grande
por Torgan & Delani (1988); no Parque Estadual de Itapuã por Torgan et al. (1993)
e Oliveira et al. (2001) no Arroio Sampaio.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Capivari do Sul, banhado entre
lagoa do Capivari e lagoa do Casamento, estação 1, zona litorânea, 05/V/2003,
UTM 541719-6654246 (HAS 104096, lâm. 5811); Palmares do Sul, canal do
Sangradouro, estação 10, zona litorânea, 19/XI/2003, UTM 532831-6631257 (HAS
21
104386), 30/X/2003, UTM 532663-6630747 (HAS 104392, lâm. 5854); Tapes,
banhado com Sphagnum, estação 18, zona litorânea, 03/XII/2003, UTM 473385-
6628689 (HAS 104440, lâm. 5869), lagoa Redonda, estação 21, zona litorânea,
03/XII/2003, UTM 465503-6622735 (HAS 104455, lâm. 5867); Mostardas, lagoa
dos Gateados Sul, estação 12, zona pelágica, 31/X/2003, UTM 533600-6621912
(HAS 104403, lâm. 5874).
4. Eunotia camelus Ehrenberg, Physikalische Abhandlungen Akademie der
Wissenschaften zu Berlin, n. 125, pl. 211, fig. 1. 1841.
Figs. 17-29
Sinônimos: E. camelus Ehr. var. didymodon Grun.; E. camelus Ehr. var.
denticulata Grun.; E. camelus Ehr. var. undulata Freng.; E. camelus Ehr. var. juga
Freng.; E. camelus Ehr. var. arcuata Freng.
Valvas com margem dorsal convexa, apresentando de duas a quatro
ondulações; margem ventral côncava, às vezes apresentando uma leve
intumescência na porção mediana; extremidades valvares afiladas, arredondadas,
voltadas para a margem dorsal da valva; nódulos terminais nas extremidades;
estrias transapicais paralelas, com aréolas geralmente conspícuas. Comprimento
17,4-52,2 µm; largura 4,2-7,2 µm; R c/l 4,1-8,1; estrias 9-10 em 10 µm; aréolas 30
em 10 µm.
Obras consultadas para identificação: Schmidt (1972); Metzeltin & Lange-Bertalot
(1998).
Comentários
Os exemplares estudados apresentaram variação na forma e número de
ondulações da margem dorsal. De acordo com esta característica, Grunow (1865)
considerou os diferentes morfotipos como variedades da espécie, sendo que os
22
indivíduos que possuem duas ondulações foram denominados como pertencentes
à variedade típica, os que possuem quatro ondulações, var. denticulata e aqueles
que também apresentam quatro ondulações, porém com a depressão central mais
pronunciada, foram classificados como var. didymodon. Essas variedades
foram mantidas por Frenguelli (1931-1933), entretanto Schmidt (1972) não
considera o mero de ondulações como característica para separar em
variedades devido à ocorrência de formas intermediárias entre as mesmas. Essa
decisão foi adotada posteriormente por Ludwig (1987), Brassac (1999) e Morandi
(2002).
Levando-se em consideração caracteres mais estáveis, sem plasticidade,
tais como posição da rafe e formato dos nódulos, optou-se por incluir os
exemplares estudados como pertencentes à variedade típica da espécie, pois a
posição da rafe, que alcaa a margem dorsal da valva, bem como o formato dos
nódulos se mantiveram constantes nos diferentes morfotipos. Essas
características são confirmadas por Metzeltin & Lange-Bertalot (1998), em
exemplares oriundos da região Amazônica. Além do mais, os diferentes morfotipos
foram encontrados juntos em alguns ambientes, eliminando a hipótese das
variedades serem uma resposta à condição ambiental específica.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Capivari do Sul, banhado entre
lagoa do Capivari e lagoa do Casamento, estação 1, zona litorânea, 05/V/2003,
UTM 541719-6654246 (HAS 104096, lâm. 5811), UTM 541830-6654326 (HAS
104092, m. 5808); Tapes, lagoa das Capivaras, estação 16, zona pelágica,
04/VI/2003, UTM 473595-6629067 (HAS 104215, lâm. 5782), zona litorânea,
03/XII/2003, UTM 473595-6629067 (HAS 104435, lâm. 5846), lagoinha entre
Dunas, estação 19, zona litorânea, 04/VI/2003, UTM 473435-6628655, (HAS
104230, lâm. 5834A); Palmares do Sul, canal do Sangradouro, estação 10, zona
litorânea, 19/XI/2003, UTM 532831-6631257 (HAS 104386, lâm. 5851), banhado
Fazenda Rincão do Anastácio, estação 5, zona litorânea, 07/V/2003, UTM
530749-6639690 (HAS 104121, 104123, lâm. 5813, 5814, 5783 e 5789);
23
Figs. 7-11. Eunotia asterionelloides. 7-9. Vista valvar (MO). 10. Vista valvar interna
(MEV). 11. Detalhe da extremidade interna mostrando a rimopórtula (MEV).
Escalas: Figs. 7-9=10 µm; Fig. 10=5 µm; Fig. 11=1 µm.
Figs. 12-16. Eunotia bilunaris. 12-14. Vista valvar (MO). 15. Detalhe da
extremidade externa mostrando a rafe (MEV). 16. Detalhe da extremidade interna
mostrando a rimopórtula (MEV). Escalas: Figs. 12-14=10 µm; Figs. 15, 16=1 µm.
7 8 9 10 11
12 13 1614 15
24
Figs. 17-29. Eunotia camelus. 17-27. Vista valvar (MO). 28. Vista valvar externa
(MEV). 29. Vista valvar interna (MEV). Fig. 30. Eunotia batavica em vista valvar
(MO). Escalas: Figs. 17-28, 30=10 µm; Fig. 29=5 µm.
17 18
19 20 21 22 23 24 25 26
27
28 3029
27
25
Mostardas, lagoa dos Gateados Sul, estação 12, zona pelágica, 31/X/2003, UTM
533600-6621912 (HAS 104403, lâm. 5874).
5. Eunotia deficiens Metzeltin, Lange-Bertalot & García-Rodriguez, Iconographia
Diatomologica, v. 15, p. 48, pl. 22, fig. 5. 2005.
Figs. 31-34
Valvas com margem dorsal convexa; margem ventral reta a levemente
côncava; extremidades valvares arredondadas, não destacadas do corpo valvar;
nódulos terminais afastados das extremidades; estrias transapicais paralelas a
levemente radiadas, mais concentradas nas extremidades. Comprimento 27,0-
60,6 µm; largura 6-12,6 µm; R c/l 4,5-6,5; estrias 9-12 em 10 µm; aréolas 45 em
10 µm. Apresenta provavelmente uma rimopórtula por valva, centralizada no eixo
apical da superfície valvar, de posição obliqua em relação à helictoglossa
(estrutura localizada na terminação distal da rafe, junto às extremidades valvares).
Obras consultadas para identificão: Metzeltin & Lange-Bertalot (1998); Metzeltin
et al. (2005).
Comentários
Os caracteres apresentados, bem como os valores das medidas dos
indivíduos analisados conferem com o material analisado no Lago Calado,
Amazonas, Brasil (Metzeltin & Lange-Bertalot, 1998) o qual havia sido identificado
como Eunotia luna Ehr. var. aequalis Hustedt. Porém, analisando exemplares
encontrados no Uruguai, Metzeltin et al (2005) constataram que se tratava de uma
espécie nova, denominando-a de E. deficiens. Esta difere de E. luna var. aequalis
(Schmidt 1972) por não possuir a margem dorsal fortemente convexa.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Capivari do Sul, banhado entre
lagoa do Capivari e lagoa do Casamento, estação 1, zona litorânea, 05/V/2003,
26
UTM 541830-6654326 (HAS 104092, lâm. 5809); Tapes, banhado com
Sphagnum, estação 18, zona litorânea, 04/VI/2003, UTM 473385-6628689 (HAS
104221); Palmares do Sul, lagoa do Casamento, estação 4, zona litorânea,
19/XI/2003, UTM 542604-6650282 (HAS 104360, lâm. 5844).
6. Eunotia didyma Hustedt ex Zimmermann, Broteria, Serie Botanica, v. 13, n. 2,
p. 51, pl. 5, fig. 6, pl. 6, figs. 2-3, 7. 1915.
Figs. 35-42
Sinônimos: Eunotia didyma Grun. var. tuberosa Hust.; E. didyma Grun. var.
claviculata Hust. e E.didyma Grun. f. genuina Hust.
Valvas com margem dorsal convexa, apresentando de duas a cinco
ondulações; margem ventral côncava, com duas a cinco ondulações; às vezes
apresentam uma intumescência na região central de ambas as valvas;
extremidades valvares apiculadas, cuneado-apiculadas e atenuado-arredondadas;
nódulos terminais nas extremidades; estrias transapicais paralelas na porção
mediana e curvo-radiadas nas extremidades, interrompidas próximo à margem
ventral, formando uma área longitudinal estreita e hialina; aréolas conspícuas.
Comprimento 37-93 µm; largura 10,8-17 µm; R c/l 3,3-6,1; estrias 8-13 em 10 µm;
aréolas 22-25 em 10 µm. Uma rimopórtula presente na extremidade, no eixo apical
da superfície valvar, obliqua em relação à helictoglossa. Em vista externa, a rafe
estende-se em dirão à margem ventral.
Obras consultadas para identificação: Zimmermann (1915); Frenguelli (1931-
1933); Schmidt (1972).
Comentários
Os indivíduos analisados apresentaram variação no número de ondulões
e na presença ou ausência de intumescência na região central da valva. De
38
27
acordo com estas características, Zimmermann (1915), baseado nas ilustrações
de Hustedt in Schmidt (1972) descreveu diferentes variedades e formas, quais
sejam: var. tuberosa Hust. ex Zimm., que possui uma intumescência central (Fig.
37); var. claviculata Hust. ex Zimm., caracterizada por possuir as extremidades
mais alargadas (Fig. 36) e forma genuina Hust. ex Zimm., que apresenta duas
ondulações na margem dorsal e extremidades cuneado-apiculadas (Fig. 40).
Alguns espécimes (Figs. 38, 39) são semelhantes aos encontrados por
Torgan (1983) na represa de Águas Belas, Viamão, RS, descrito como var.
pseudogibbosa Torgan, que se caracteriza por possuir valvas trionduladas, com a
ondulação da região mediana menos saliente que as laterais e com extremidades
atenuado-arredondadas.
Observou-se também um exemplar que apresenta quatro ondulações (Fig.
35), além da intumescência na região central, que se assemelha a E. elongata
(Grunow) Metz. & L.-Bert., porém este táxon possui somente o intumescimento
central, sem ondulações.
Com base na gradual varião morfológica das populações observadas e
sua interrelação, consideramos tratar-se de morfotipos de E. didyma, excluindo a
possibilidade da ocorrência de variedades taxonômicas. Torgan & Delani (1988),
Flores (1997) e Bicudo et al. (1995) também adotaram essa linha.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Capivari do Sul, banhado entre
lagoa do Capivari e lagoa do Casamento, estação 1, zona litorânea, 05/V/2003,
UTM 541719-6654246 (HAS 104096, lâm. 5811), UTM 541830-6654326, (HAS
104092, lâm. 5808 e 5809); Mostardas, lagoa dos Gateados Norte, estação 8,
zona litorânea (sobre sedimento), 08/V/2003, UTM 532237-6625117 (HAS
104141, lâm. 5737 e 5738); Palmares do Sul, canal do Sangradouro, estação 10,
zona litorânea, 19/XI/2003, UTM 532831-6631257 (HAS 104386, lâm. 5851 e
5852), lagoa do Casamento, estação 4, zona litorânea, 19/XI/2003, UTM 542604-
6650282 (HAS 104360, lâm. 5844), banhado Fazenda Rincão do Anastácio,
estação 5, zona litorânea, 07/V/2003, UTM 530749-6639690 (HAS 104121, lâm.
5814), (HAS 104123, lâm. 5789); Tapes, lagoa das Capivaras, estação 16, zona
28
Figs. 31-34. Eunotia deficiens. 31-33. Vista valvar (MO). 34. Vista valvar interna
mostrando a rimopórtula (MEV). Escalas: Figs. 31-33=10 µm; Fig. 34=2 µm.
Figs. 35-42. Eunotia didyma. 35-41. Vista valvar (MO). 42. Detalhe da
extremidade interna mostrando a rimopórtula (MEV). Escalas: Figs. 35-41=10 µm;
Fig. 42=2 µm.
35
36
37 38 39 40 41
42
52
53
54
31 32 3433
29
litorânea, 03/XII/2003, UTM 473595-6629067 (HAS 104435, lâm. 5846), banhado
entre Dunas, estação 20, zona litorânea, 04/VI/2003, UTM 473603-6628803 (HAS
104234).
7. Eunotia flexuosa Brébisson ex Kützing, Species Algarum, p. 6. 1849.
Figs. 43-47
Valvas lineares, com margens paralelas entre si; extremidades valvares
dilatadas, com ápices cuneado-arredondados, destacadas do corpo valvar;
nódulos terminais próximos das extremidades; rafe estendendo-se do ápice para a
superfície da valva; estrias transapicais eidistantes, paralelas a levemente
radiadas nas extremidades, com aréolas geralmente conspícuas. Comprimento
96-184 µm; largura 3-6 µm; R c/l 19,2-61,3; estrias 15-22 em 10 µm; aréolas 40
em 10 µm. Apresenta uma rimopórtula por valva, em vista externa, a abertura é
alongada, localizada no ápice do eixo apical. A rafe é curvada, com terminação
distal prolongando-se na superfície em direção ao centro da valva.
Obra consultada para identificação: Patrick-Reimer (1966).
Comentários
O material analisado apresentou pouca variação morfológica. Este táxon
pode demonstrar varião em relação ao formato das extremidades, desde muito
dilatadas arredondadas, destacadas do corpo valvar até arredondadas não se
destacando do corpo valvar, como apresentado por Hustedt in Schmidt pl. 291,
figs. 9-14, 1972. Krammer & Lange-Bertalot (1991) e Metzeltin & Lange-Bertalot
(1998) também apresentam ess
30
104092, lâm. 5808 e 5809), estação 2, zona litorânea, 27/X/2003, UTM 541719-
6654246 (HAS 104342, lâm. 5772), Lagoa do Capivari, estação 3, zona pelágica,
05/V/2003, UTM 542910-6655896 (HAS 104101, lâm. 5764); Tapes, lagoinha
entre Dunas, estação 19, zona litorânea, 04/VI/2003, UTM 473435-6628655, (HAS
104230, lâm. 5834A e 5955), banhado entre Dunas, estação 20, zona litorânea,
04/VI/2003, UTM 473603-6628803 (HAS 104234, lâm. 5815 e 5818), 03/XII/2003,
UTM 473603-6628803 (HAS 104449, lâm. 5863), lagoa Redonda, estação 21,
zona litorânea, 03/XII/2003, UTM 465503-6622735 (HAS 104455, m. 5867);
Palmares do Sul, banhado Fazenda Rincão do Anastácio, estação 5, zona
litorânea, 07/V/2003, UTM 530749-6639690 (HAS 104121, lâm. 5813 e 5814, HAS
104123, lâm. 5789), lagoa dos Gateados Norte, estação 7, zona litorânea,
28/X/2003, UTM 531876-6628854 (HAS 104365, lâm. 5776), estação 8, zona
litorânea, 08/V/2003, UTM 532237-6625117 (HAS 104140, lâm. 5737 e 5738)
lagoa do Casamento, estação 4, zona litorânea, 19/XI/2003, UTM 542604-
6650282 (HAS 104360, lâm. 5844), canal do Sangradouro, estação 10, zona
litorânea, 19/XI/2003, UTM 532831-6631257 (HAS 104386, lâm. 5851 e 5852),
30/X/2003, UTM 532663-6630747 (HAS 104392, lâm. 5854); Mostardas, lagoa dos
Gateados Sul, estação 12, zona pelágica, 31/X/2003, UTM 533600-6621912 (HAS
104403, lâm. 5874).
8. Eunotia geniculata Hustedt In Schmidt, Atlas der Diatomaceen-Kunde, pl. 285,
fig. 2. 1972.
Figs. 52-59
Valvas com margem dorsal convexa, apresentando três ondulações;
margem ventral côncava; extremidades valvares arredondadas, fortemente
dilatadas; dulos terminais visíveis, nas extremidades valvares, junto à margem
ventral; rimopórtula visível, uma em cada extremidade dorsal. Comprimento 80,0-
197,5 µm; largura 12,5-22,5 µm; R c/l 4,4-9,6; estrias 11-12 em 10 µm; aréolas 28
em 10 µm. Uma rimopórtula em cada extremidade da valva, de posição oposta em
relação à helictoglossa. Em vista externa, a terminação distal da rafe alonga-se
31
em direção ao eixo apical. Apresenta depressões na face externa da valva,
característica até então não mencionada em literatura.
Obra consultada para identificação: Schmidt (1972); Simonsen (1987).
Comentários
A população analisada apresenta os limites métricos dentro da
circunscrição da espécie, mas difere pelo formato das extremidades e curvatura
da valva.
Analisando as ilustrações de Simonsen (1987), do material de Hustedt,
estas se assemelham morfologicamente aos nossos exemplares, possuindo a
margem ventral mais fortemente convexa.
Neiva (2005) encontrou indivíduos semelhantes no estado do Paraná,
porém de maior largura (24,9-28,08 µm).
Foi citada como E. triodon Ehr. var. triodon por Callegaro (1981) na Lagoa
Negra e Callegaro (1995) em turfeira em Águas Claras, porém, esta espécie
possui a largura das extremidades muito menor que a largura da região mediana
da valva e maior densidade de estrias, 15-20 em 10 µm (Hustedt, 1930; Schmidt
1972).
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Tapes, banhado com
Sphagnum, estação 18, zona litorânea, 04/VI/2003, UTM 473385-6628689 (HAS
104221, lâm. 5831 e 5832).
9. Eunotia genuflexa rpel-Schempp, In Lange-Bertalot & Metzeltin,
Iconographia Diatomologica v. 2, p. 50, pl. 9, figs. 14-17. 1996.
Figs. 48-51
32
Valvas lineares, levemente arqueadas; extremidades valvares
arredondadas, levemente destacadas do corpo valvar; nódulos terminais próximos
das extremidades; estrias transapicais paralelas e eidistantes. Comprimento
107-155 µm; largura 2,0-3,7 µm; R c/l 35,5-53,0; estrias 18-20 em 10 µm; aréolas
50 em 10 µm. Uma rimopórtula presente em uma das extremidades da valva, de
posição obliqua em relação à helictoglossa. Possui interrupção de estrias próximo
às extremidades.
Obra consultada para identificação: Lange-Bertalot & Metzeltin (1996).
Comentários
Alguns exemplares possuem maior largura que o limite apresentado na
circunscrição da espécie. Diferem um pouco também quanto ao formato das
valvas, pois alguns possuem margens mais retilíneas.
Apesar dos indiduos aqui analisados possuírem uma sobreposição de
medidas em relação à E. naegelii Migula, esta se diferencia por apresentar as
extremidades subcapitadas, voltadas para a margem dorsal da valva e menor
relação comprimento/largura. Em vista interna (MEV), as espécies se assemelham
em relação à posição e ao formato da helictoglossa e da rimopórtula.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Capivari do Sul, banhado entre
lagoa do Capivari e lagoa do Casamento, estação 1, zona litorânea, 05/V/2003,
UTM 541830-6654326 (HAS 104092, lâm. 5809); Tapes, banhado entre Dunas,
estação 20, zona litorânea, 04/VI/2003, UTM 473603-6628803 (HAS 104234, lâm.
5815), 03/XII/2003, UTM 473603-6628803 (HAS 104449, lâm. 5863), banhado
com Sphagnum, estação 18, zona litorânea, 04/VI/2003, UTM 473385-6628689
(HAS 104221, lâm. 5831).
33
Figs. 43-47. Eunotia flexuosa. 43, 44. Vista valvar (MO). 45. Detalhe da
extremidade mostrando a rafe (MO). 46. Detalhe da extremidade externa
mostrando a rafe (MEV). 47. Detalhe da extremidade interna mostrando a
helictoglossa (MEV). Escalas: Figs. 43-45=10 µm; Figs. 46, 47=2 µm.
Figs. 48-51. Eunotia genuflexa. 48-50. Vista valvar (MO). 51. Detalhe da
extremidade interna mostrando a rimopórtula (MEV). Escalas: Figs. 48-50=10 µm;
Fig. 51=1 µm.
48
49
61
43 44
45
46 47
50
51
34
Figs. 52-59. Eunotia geniculata. 52-55. Vista valvar (MO). 56. Vista valvar interna
(MEV). 57. Vista valvar externa (MEV). 58. Detalhe da extremidade interna
mostrando a rimopórtula (MEV). 59. Detalhe da extremidade externa mostrando as
depressões na face (MEV). Escalas: Figs. 52-56=10 µm; Fig. 57=20 µm; Figs. 58,
59=5 µm.
52
53
54
55
56 57
58 59
35
10. Eunotia hepaticola Lange-Bertalot & Wydrzycka In Wydrzycka & Lange-
Bertalot, Brenesia, n. 55-56, p. 8-9, figs. 1-9. 2001.
Figs. 60-67
Valvas com margem dorsal convexa; margem ventral ncava;
extremidades valvares dorsalmente capitadas, destacadas do corpo valvar;
nódulos terminais próximos das extremidades; estrias transapicais paralelas.
Comprimento 13,8-30,6 µm; largura 2,5-3,0 µm; R c/l 4,6-10,9; estrias 20-24 em
10 µm; aréolas 50 em 10 µm. Uma rimopórtula presente em uma das
extremidades da valva, próxima e obliqua em relação à helictoglossa, levemente
acima do eixo apical, próxima à margem dorsal.
Obra consultada para identificação: Wydrzycka & Lange-Bertalot (2001).
Comentários
Exceto por alguns valores pouco inferiores da largura (a tipo possui de 4 a
5,5 µm), o material analisado confere com a circunscrição da espécie.
Comparando-se com Eunotia exigua (Bréb.) Rabenh., esta difere por
possuir valvas mais fortemente arqueadas e estrias paralelas nos pólos (Klee,
2000).
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Tapes, banhado com
Sphagnum, estação 18, zona litorânea, 03/XII/2003, UTM 473385-6628689 (HAS
104440, lâm. 5869); lagoa Redonda, estação 21, zona litorânea, 03/XII/2003, UTM
465503-6622735 (HAS 104455, lâm. 5867); lagoa Charutão, estação 14, zona
pelágica, 02/XII/2003, UTM 465745-6623421 (HAS 104425, lâm. 5871), lagoa das
Capivaras, estão 16, zona litorânea, 03/XII/2003, UTM 473595-6629067 (HAS
104435, lâm. 5846).
36
11. Eunotia herzogii Krasske, Svensk Botanisk Tidskrift, v. 42, n. 4, p. 426, pl. 1,
fig. 20. 1948.
Fig. 68
Valvas com margem dorsal convexa, apresentando quatro ondulações e a
depressão central mais pronunciada; margem ventral reta; extremidades valvares
dorsalmente capitadas, destacadas do corpo valvar, levemente voltadas para a
margem ventral da valva; nódulos terminais distantes das extremidades; estrias
transapicais paralelas a levemente radiadas em direção às extremidades.
Comprimento 32,4 µm; largura 4,2 µm; R c/l 7,7; estrias 10 em 10 µm.
Obra consultada para identificação: Krasske (1948); Lange-Bertalot et al. (1996).
Comentários
Comparado-se ao iconotipo de Krasske, o exemplar analisado possui as
extremidades mais fortemente capitadas, enquanto que os caracteres
apresentados, bem como os valores de medidas concordam com o material
analisado por Lange-Bertalot et al. (1996), diferindo apenas na densidade de
estrias (14 em 10 µm).
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Tapes, lagoa Redonda,
estação 21, zona litorânea, 03/XII/2003, UTM 465503-6622735 (HAS 104455, lâm.
5867).
12. Eunotia indica Grunow In Rabenhorst Beiträge Näheren Kenntniss und
Verbreitung der Algen, v. 2, n. 5, pl. 1, fig. 7. 1865.
Figs. 69-72
37
Valvas com margem dorsal convexa; margem ventral levemente côncava;
extremidades valvar
38
Obra consultada para identificação: Torgan & Becker (1997).
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Capivari do Sul, banhado entre
lagoa do Capivari e lagoa do Casamento: estação 1, zona litorânea, 27/X/2003,
UTM 541830-6654326 (HAS 104341, lâm. 5771), estação 2, zona litorânea,
27/X/2003, UTM 541719-6654246 (HAS 104342, lâm. 5772); Tapes, banhado com
Sphagnum, estação 18, zona litorânea, 04/VI/2003, UTM 473385-6628689 (HAS
104221, lâm. 5831 e 5832), 03/XII/2003 (HAS 104440, lâm. 5869), lagoa
Charutão, estação 14, zona pelágica, 02/XII/2003, UTM 465745-6623421 (HAS
104425, lâm. 5871), lagoa Redonda, estação 21, zona litorânea, 03/XII/2003, UTM
465503-6622735 (HAS 104455); Mostardas, lagoa dos Gateados Sul, estação 12,
zona pelágica, 31/X/2003, UTM 533600-6621912 (HAS 104403, lâm. 5874);
Palmares do Sul, canal do Sangradouro, estação 10, zona litorânea, 30/X/2003,
UTM 532663-6630747 (HAS 104392, lâm. 5854).
14. Eunotia maior (Wm. Smith) Rabenhorst, Flora Europaea Algarum aquae
dulcis et submarine, sect 1, p. 72. 1864.
Figs. 73, 74
Basônimo: Himantidium majus Wn. Smith, Synopsis of British Diatomaceae, v. 2,
p. 14, pl. 33, fig. 286. 1856.
Valvas com margem dorsal reta a levemente convexa; margem ventral
levemente côncava, podendo apresentar um leve intumescimento central;
extremidades valvares arredondadas, destacadas do corpo valvar, nódulos
terminais nas extremidades; estrias transapicais paralelas à levemente radiadas
em dirão às extremidades. Comprimento 133-169 µm; largura 10,8-11 µm; R c/l
12,0-15,6; estrias 10-12 em 10 µm.
Obras consultadas para identificação: Patrick & Reimer (1966); Schmidt (1972).
39
Figs. 60-67. Eunotia hepaticola. 60-64. Vista valvar (MO). 65. Vista valvar interna
(MEV). 66. Vista valvar externa (MEV). 67. Detalhe da extremidade interna
mostrando a rimopórtula (MEV). Escalas: Figs. 60-64=10 µm; Fig. 65=2 µm; Fig.
66=5 µm; Fig. 67=1 µm.
Fig. 68. Eunotia herzogii em vista valvar (MO). Figs. 69-72. E. indica. 69-70. Vista
valvar (MO). 71. Detalhe da extremidade externa mostrando o espinho. 72.
Detalhe da extremidade interna mostrando a rimopórtula. Figs. 73, 74. E. maior
em vista valvar (MO). Escalas: Figs 68- 70, 73, 74=10 µm; Figs. 71, 72=2 µm.
60 61 62 63 64
65
66 67
68 69 70
71
72 73 74
40
Figs. 75-84. Eunotia itapuana. 75-81. Vista valvar (MO). 82. Vista valvar interna
(MEV). 83, 84. Detalhe das extremidades internas mostrando as rimopórtulas
(MEV). Escalas: Figs. 75-81=10 µm; Fig. 82=5 µm; Figs 83, 84=1 µm.
75 76 77 78 79 80 81
82
83
84
41
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Capivari do Sul, banhado entre
lagoa do Capivari e lagoa do Casamento, estação 1, zona litorânea, 05/V/2003,
UTM 541719-6654246 (HAS 104096, lâm. 5811), UTM 541830-6654326 (HAS
104092, m. 5809); Palmares do Sul; lagoa do Casamento, estação 4, zona
litorânea, 19/XI/2003, UTM 542604-6650282 (HAS 104360, lâm. 5844).
15. Eunotia mucophila (Lange-Bertalot, Nörpel-Schempp & Alles) Lange-Bertalot,
In Metzeltin et al., Iconographia Diatomologica, v. 15, p. 53. 2005.
Figs. 85-90
Valvas fortemente arqueadas, com margem dorsal convexa; margem
ventral côncava; extremidades valvares arredondadas, levemente destacadas do
corpo valvar; nódulos terminais nas extremidades; estrias transapicais
equidistantes. Comprimento 27,0-79,0 µm; largura 2,2-4,0 µm; R c/l 6,0-19,7;
estrias 18-24 em 10 µm; aréolas 50 em 10 µm. Em vista externa, a terminação
distal da rafe curva-se em direção ao eixo apical.
Obra consultada para identificação: Metzeltin et al. (2005).
Comentários
foi citada como E. bilunaris var. mucophila L.-Bert et al. por Salomoni et
al. (2006) no rio Gravataí.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Capivari do Sul, banhado entre
lagoa do Capivari e lagoa do Casamento, estação 1, zona litorânea, 05/V/2003,
UTM 541830-6654326 (HAS 104092, lâm. 5808); Palmares do Sul, banhado
Fazenda Rincão do Anastácio, estação 5, zona litorânea, 07/V/2003, UTM
530749-6639690 (HAS 104121, lâm. 5813 e 5814); Tapes, lagoinha entre Dunas,
estação 19, zona litorânea, 04/VI/2003, UTM 473435-6628655, (HAS 104230, lâm.
42
5834A e 5955), banhado entre Dunas, estação 20, zona litorânea, 04/VI/2003,
(HAS 104234, lâm. 5815 e 5818), 03/XII/2003, UTM 473603-6628803 (HAS
104449, lâm. 5863), lagoa das Capivaras, estação 16, zona litorânea, 03/XII/2003,
UTM 473595-6629067 (HAS 104435), lagoa Redonda, estação 21, zona pelágica,
04/VI/2003, UTM 465503-6622735 (HAS 104238, lâm. 5784), zona litorânea,
03/XII/2003, UTM 465503-6622735 (HAS 104455, lâm. 5867), lagoa do Charutão,
estação 14, zona pelágica, 03/VI/2003, UTM 465745-6623421 (HAS 104196, lâm.
5816).
16. Eunotia naegelii Migula, In Thomé, Flora von Deutschland, v. 2, n. 1, p. 203.
1907.
Figs. 91-94
Valvas com margem dorsal convexa; margem ventral levemente côncava;
extremidades valvares dorsalmente subcapitadas, levemente destacadas do corpo
valvar; nódulos terminais nas extremidades; estrias transapicais paralelas e
eqüidistantes. Comprimento 66,4-89,0 µm; largura 3,2-5,0 µm; R c/l 17,8-20,7;
estrias 12-20 em 10 µm.
Obra consultada para identificação: Patrick & Reimer (1966).
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Tapes, lagoa das Capivaras,
estação 16, zona litorânea, 03/XII/2003, UTM 473595-6629067 (HAS 104435, lâm.
5846); Palmares do Sul, lagoa dos Gateados Norte, estação 7, zona litorânea,
28/X/2003, UTM 531876-6628854 (HAS 104365, lâm. 5776), canal do
Sangradouro, estação 10, zona litorânea, 19/XI/2003, UTM 532831-6631257 (HAS
104386.
43
Figs. 85-90. Eunotia mucophila. 85-89. Vista valvar (MO). 90. Detalhe da
extremidade externa mostrando a rafe (MEV). Escalas: Figs. 85-89=10 µm; Fig.
90=1 µm.
Figs. 91-94. Eunotia naegelii. 91, 92. Vista valvar (MO). 93. Vista valvar interna
(MEV). 94. Detalhe da extremidade interna mostrando a rimopórtula (MEV).
Escalas: Figs. 91-93=10 µm; Fig. 94=1 µm.
91 92 93 94
105
85 86 87 89 9088
44
17. Eunotia paludosa Grunow, Verhandlungen der K. K. Zoologisch–Botanischen
Gesellschaft in Wien, n. 12, p. 315-472, 545-588, pl. 7. 1862.
Figs. 95-97
Valvas com margem dorsal levemente convexa; margem ventral levemente
côncava; extremidades valvares dorsalmente capitadas, destacadas do corpo
valvar, voltadas para a margem dorsal; nódulos terminais nas extremidades;
estrias transapicais paralelas. Comprimento 23,4 µm; largura 2,4 µm;
45
valvares dorsalmente capitadas, destacadas do corpo valvar; nódulos terminais
próximos das extremidades; estrias transapicais paralelas. Comprimento 51,2-82,5
µm; largura 6-7,8 µm; R c/l 8,8-13,3; estrias 8-13 em 10 µm; aréolas 30 em 10 µm.
Obra consultada para identificação: Patrick & Reimer (1966).
Comentários
Os exemplares analisados estão dentro dos limites encontrados por Patrick
& Reimer (1966) para o táxon (17-140 comp. x 5-10 larg. x 7-12 estrias em 10 µm).
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Capivari do Sul, banhado entre
lagoa do Capivari e lagoa do Casamento, estação 1, zona litorânea, 05/V/2003,
UTM 541830-6654326 (HAS 104092, lâm. 5808 e 5809); Palmares do Sul, canal
do Sangradouro, estão 10, zona litorânea, 19/XI/2003, UTM 532831-6631257
(HAS 104386, lâm. 5851 e 5852), banhado Fazenda Rincão do Anastácio, estação
5, zona litorânea, 07/V/2003, UTM 530749-6639690 (HAS 104121, lâm. 5814);
Tapes, banhado com Sphagnum, estação 18, zona litorânea, 04/VI/2003, UTM
473385-6628689 (HAS 104221, lâm. 5831), lagoinha entre Dunas, estação 19,
zona litorânea, 04/VI/2003, UTM 473435-6628655, (HAS 104230, lâm. 5834A),
banhado entre Dunas, estação 20, zona litorânea, 04/VI/2003, UTM 473603-
662
46
Figs. 95-97. Eunotia paludosa. 95. Vista valvar (MO). 96. Vista valvar interna
(MEV). 97. Detalhe da extremidade interna mostrando a rimopórtula (MEV).
Escalas: Fig. 95=10 µm; Fig. 96=5 µm; Fig. 97=1 µm.
Figs. 98-101. Eunotia pectinalis. 98-100. Vista valvar (MO). 101. Vista valvar
interna (MEV). Fig. 102. E. pileus em vista valvar (MO). Escala=10 µm.
98 99 101100
95
96 97
102
47
Valvas com margem dorsal convexa, apresentando duas ondulações;
margem ventral côncava; extremidades valvares amplamente arredondadas, não
destacadas do corpo valvar; dulos terminais inconspícuos; estrias transapicais
paralelas. Comprimento 11,4 µm; largura 4,2 µm; R c/l 2,7; estrias 10 em 10 µm.
Obras consultadas para identificação: Ehrenberg (1843); Metzeltin & Lange-
Bertalot (1998).
Comentários
O iconotipo de Ehrenberg difere um pouco do exemplar analisado por
possuir as extremidades atenuado-arredondadas, levemente destacadas do corpo
valvar.
Metzeltin & Lange-Bertalot (1998) observaram uma população com variação
quanto ao formato das extremidades, desde arredondadas, assemelhando-se
bastante ao exemplar estudado, a cuneado-apiculadas. As estrias apresentadas
pelos autores acima citados são distintamente areoladas e levemente radiadas, o
que não foi observado no indivíduo analisado.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Palmares do Sul, canal do
Sangradouro, estação 10, zona litorânea, 19/XI/2003, UTM 532831-6631257 (HAS
104386, lâm. 5852).
20. Eunotia pirla Carter & Flower, Diatom Research, v. 3, n. 1, figs. 1-8. 1988.
Figs. 103-107
Valvas com margem dorsal convexa; margem ventral reta, intumescida no
centro ou próximo das extremidades; extremidades valvares levemente voltadas
para a margem ventral, destacadas do corpo valvar, possuindo uma acentuada
reentrância; nódulos terminais nas extremidades; estrias transapicais, paralelas a
48
radiadas ej1 0 0 1 128386.69 Tm(s)Tj9 Tm(a)Tj1 026.698g27(4)Tj1 0 0 1 2
49
Comprimento 34,2-52,8 µm; largura 8,4-12 µm; R c/l 3,5-4,4; estrias 9-10 em 10
µm; aréolas 40 em 10 µm. As aréolas, em vista interna, parecem estar
interligadas, formando uma linha contínua. Somente na margem dorsal elas se
apresentam isoladas.
Obra consultada para identificação: Hustedt (1930); Patrick & Reimer (1966).
Comentários
A morfologia dos indivíduos analisados e os limites métricos encontrados
conferem com os reportados por Patrick-Reimer (1966) em indivíduos observados
nos Estados Unidos, porém apresentam as extremidades um pouco mais dilatadas
e as ondulações da valva mais proeminentes.
Hustedt (1930) apresenta um exemplar da flora da Europa cujas
ondulações são pouco proeminentes, assim como o indivíduo ilustrado na Fig.
124.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Capivari do Sul, banhado entre
lagoa do Capivari e lagoa do Casamento, estação 1, zona litorânea, 05/V/2003,
UTM 541719-6654246 (HAS 104096, lâm. 5811), UTM 541830-6654326 (HAS
104092, lâm. 5808 e 5809); Palmares do Sul, lagoa do Casamento, estação 4,
zona litorânea, 19/XI/2003, UTM 542604-6650282 (HAS 104360, lâm. 5844), canal
do Sangradouro, estão 10, zona litorânea, 19/XI/2003, UTM 532831-6631257
(HAS 104386, lâm. 5851).
22. Eunotia pseudoindica Frenguelli, Revista del Museo de La Plata (Nueva
Serie), v. 3, p. 307. 1941.
Figs. 118-123
50
Valvas com margem dorsal levemente convexa; margem ventral levemente
côncava; extremidades valvares alongadas, cuneadas a cuneado-arredondadas,
destacadas do corpo valvar; nódulos terminais próximos das extremidades; estrias
transapicais paralelas a radiadas em direção às extremidades. Comprimento 82-
125 µm; largura 8,1-11,4 µm; R c/l 10,0-13,7; estrias 10-16 em 10 µm; aréolas 30-
35 em 10 µm. Uma rimopórtula presente em uma das extremidades da valva, no
eixo apical, de posição obliqua em relação à helictoglossa. Em vista externa, a
rafe é curvada em direção ao eixo apical.
Obra consultada para identificação: Frenguelli (1931-1933; 1941).
Comentários
Frenguelli (1941), considera que exemplares encontrados no estuário de
Yberá (Frenguelli 1931-1933), identificados por ele como E. indica Grunow,
tratam-se na realidade de E. pseudoindica, por apresentar extremidades mais
prolongadas, característica esta observada nos exemplares estudados.
Foi citada como E. indica Grun. var. indica por Callegaro (1995) em turfeira
de Águas Claras.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Tapes, banhado com
Sphagnum, estação 18, zona litorânea, 04/VI/2003, UTM 473385-6628689 (HAS
104221, lâm. 5831 e 5832), 03/XII/2003, UTM 473385-6628689 (HAS 104440,
lâm. 5869), lagoa das Capivaras, estação 16, zona litorânea, 03/XII/2003, UTM
473595-6629067 (HAS 104435).
23. Eunotia pseudosudetica Metzeltin, Lange-Bertalot & García-Rodriguez,
Iconographia Diatomologica v. 15, p. 57, pl. 24, figs. 15-18. 2005.
Figs. 108-111
51
Valvas com margem dorsal convexa; margem ventral reta; extremidades
valvares atenuado-subagudas, destacadas do corpo valvar e voltadas para a
margem ventral; nódulos terminais próximos das extremidades; estrias
transapicais paralelas a levemente radiadas, mais concentradas nas
extremidades. Comprimento 41,4-42 µm; largura 5,4-6,0 µm; R c/l 6,6-7,0; estrias
13 em 10 µm (no centro) e 16-20 em 10 µm (nas extremidades); aréolas 40 em 10
µm. Uma rimopórtula presente em uma das extremidades da valva, de posição
obliqua em relação à helictoglossa.
Obra consultada para identificação: Metzeltin et al. (2005).
Comentários
Os caracteres apresentados circunscrevem-se na definição da espécie,
com exceção da largura da valva (6,3 a 7,3 µm) apresentado no material-tipo,
oriundo do Rio da Prata, Uruguai.
E. pseudosudetica difere de E. sudetica (Patrick & Reimer, 1966), pelo
formato das extremidades valvares e por esta última possuir estrias eqüidistantes,
com variação de 8 a 13 em 10µm.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Capivari do Sul, banhado entre
lagoa do Capivari e lagoa do Casamento, estação 1, zona litorânea, 27/X/2003,
UTM 541830-6654326 (HAS 104341), estação 2, zona litorânea, 27/X/2003, UTM
541719-6654246 (HAS 104342, lâm. 5772); Palmares do Sul, canal do
Sangradouro, estação 10, zona litorânea, 30/X/2003, UTM 532663-6630747 (HAS
104392, lâm. 5854).
24. Eunotia rabenhorstii var. monodon Cleve & Grunow In Van Heurck,
Synopsis Diatomées Belgique, pl. 35, fig. 12B. 1880-1881.
Figs. 129, 130
52
Figs. 103-107. Eunotia pirla em vista valvar (MO). Escala=10 µm.
Figs. 108-111. Eunotia pseudosudetica. 108, 109. Vista valvar (MO). 110. Vista
valvar interna (MEV). 111. Detalhe da extremidade interna mostrando a
rimopórtula (MEV). Escalas: Figs. 108, 109=10 µm; Fig. 110=5 µm; Fig. 111=1 µm.
103 104 105 106 107
108 109 111
110
53
Figs. 112-117. Eunotia praerupta var. bidens. 112-115. Vista valvar (MO). 116.
Vista valvar interna (MEV). 117. Detalhe da extremidade interna mostrando a
helictoglossa (MEV). Escalas: Figs. 112-115=10 µm; Fig. 116=5 µm; Fig. 117=1
µm.
112
113 114 115
116 117
54
Valvas com margem dorsal convexa, apresentando uma ondulação;
margem ventral levemente côncava; extremidades valvares arredondadas,
amplamente dilatadas, destacadas do corpo valvar; nódulos terminais nas
extremidades, quase imperceptíveis; estrias transapicais paralelas à levemente
radiadas em direção às extremidades. Comprimento 10,8 µm; largura 4,8 µm; R c/l
2,2; estrias 10 em 10 µm; aréolas 30 em 10 µm. Helictoglossa se encontra muito
próxima da extremidade valvar. As aréolas parecem estar interligadas, formando
uma linha contínua.
Obra consultada para identificação: Van Heurck (1880-1881).
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Capivari do Sul, banhado entre
lagoa do Capivari e lagoa do Casamento, estação 1, zona litorânea, 27/X/2003,
UTM 541830-6654326 (HAS 104341); Palmares do Sul, lagoa do Casamento,
estação 4, zona litorânea, 19/XI/2003, UTM 542604-6650282 (HAS 104360, lâm.
5844); Tapes, lagoa das Capivaras, estação 16, zona litorânea, 03/XII/2003, UTM
473595-6629067 (HAS 104435).
25. Eunotia rabenhorstii var. triodon Cleve & Grunow In Van Heurck, Synopsis
Diatomées Belgique, pl. 35, fig. 12A. 1880-1881.
Figs. 133-135
Valvas com margem dorsal convexa, apresentando três ondulações, sendo
a da região mediana mais pronunciada que as demais; margem ventral quase
reta; extremidades valvares arredondadas, amplamente dilatadas, destacadas do
corpo valvar; nódulos terminais nas extremidades, quase imperceptíveis; estrias
transapicais paralelas a levemente radiadas em direção às extremidades.
Comprimento 22-23,4 µm; largura 6,6-7,0 µm; R c/l 3,5; estrias 10-13 em 10 µm;
aréolas 40 em 10 µm. Helictoglossa se encontra muito próxima da extremidade
55
valvar. Em vista externa, a rafe encontra-se curvada, estendendo-se até o eixo
apical, na supercie valvar.
Obra consultada para identificação: Van Heurk (1880-1881).
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Capivari do Sul, banhado entre
lagoa do Capivari e lagoa do Casamento, estação 1, zona litorânea, 05/V/2003,
UTM 541719-6654246 (HAS 104096, lâm. 5811), UTM 541830-6654326 (HAS
104092, lâm. 5809).
26. Eunotia schwabei Krasske, Archiv für Hydrobiologie, v. 35, p. 366, pl. 10, figs.
24-25. 1939.
Figs. 131, 132
Valvas com margem dorsal fortemente convexa; margem ventral reta;
extremidades valvares atenuado-arredondadas, destacadas do corpo valvar;
nódulos terminais próximos das extremidades; estrias transapicais paralelas a
levemente radiadas em dirão às extremidades. Comprimento 19,8-31,5 µm;
largura 5,4-8,0 µm; R c/l 3,6-3,9; estrias 12-13 em 10 µm.
Obra consultada para identificação: Lange-Bertalot et al. (1996).
Comentários
Os exemplares estudados concordam morfologicamente com o material-
tipo, porém apresentam maior tamanho, pois os limites observados na descrição
original variam de 13-19 µm de comprimento e 4-5 µm de largura.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Capivari do Sul, banhado entre
lagoa do Capivari e lagoa do Casamento, estação 1, zona litorânea, 05/V/2003,
56
UTM 541719-6654246 (HAS 104096, lâm. 5811); Tapes, banhado com
Sphagnum, estação 18, zona litorânea, 03/XII/2003, UTM 473385-6628689 (HAS
104440, lâm. 5869).
27. Eunotia subarcuatoides Alles, Nörpel & Lange-Bertalot, Nova Hedwigia, v.
53, p. 188, pl. 4, figs. 1-36. 1991.
Figs. 124-128
Valvas com margem dorsal fortemente convexa; margem ventral reta;
extremidades valvares atenuadas, não destacadas do corpo valvar; nódulos
terminais próximos das extremidades; estrias transapicais paralelas a radiadas em
dirão às extremidades. Comprimento 7,2-19,2 µm; largura 3,0-5,6 µm; R c/l 2,4-
3,7; estrias 16-20 em 10 µm; aréolas 50 em 10 µm. Possivelmente apresenta uma
rimopórtula em cada extremidade da valva, localizadas no eixo apical, de posição
obliqua em relação à helictoglossa. Em vista externa, a rafe é curvada, na
superfície valvar, prolongando-se em dirão ao eixo apical.
Obra consultada para identificação: Alles et al. (1991).
Comentários
Os valores métricos e as características morfológicas encontradas nos
exemplares observados concordam com o material-tipo.
A espécie assemelha-se morfol
58
Figs. 118-123. Eunotia pseudoindica. 118-121. Vista valvar (MO). 122. Detalhe da
extremidade externa mostrando a rafe (MEV). 123. Detalhe da extremidade interna
mostrando a rimopórtula (MEV). Escalas: Figs. 116-121=10 µm; Fig. 123=5 µm;
Figs. 122, 125=2 µm; Figs. 124=1 µm.
Figs. 124-128. Eunotia subarcuatoides. 124-126. Vista valvar (MO). 127. Vista
valvar interna (MEV). 128. Vista valvar externa (MEV). Escalas: Figs. 124-126=10
µm; Fig. 127=2 µm; Fig. 128=1 µm.
136
153
118
119
120 121
122
123
124 125 126 127 128
59
Obra consultada para identificação: Schmidt (1972); Simonsen (1987).
Comentários
O exemplar estudado confere com o material-tipo ilustrado em desenho no
Schmidt (1972) bem como com as fotomicrografias contidas em Simonsen (1987,
v. III, pl. 38, figs. 1-4).
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Mostardas, lagoa dos
Gateados Sul, estação 12, zona litorânea, 09/V/2003, UTM 532703-6622801 (HAS
104183, lâm. 5769).
29. Eunotia subrobusta Hustedt In Schmidt, Atlas der Diatomaceen-Kunde, pl.
286, figs. 2-8. 1972.
Fig. 137
Valvas com margem dorsal fortemente convexa, apresentando quatro
ondulações; margem ventral fortemente côncava; extremidades valvares
arredondadas, levemente voltadas para a margem dorsal; dulos terminais nas
extremidades; estrias transapicais paralelas, com aréolas conspícuas.
Comprimento 57 µm; largura 7 µm; R c/l 8,1; estrias 10 em 10 µm.
Obra consultada para identificação: Schmidt (1972).
Comentários
O exemplar analisado concorda com a circunscrição da espécie, porém
possui a margem ventral mais fortemente ncava e as ondulações da margem
dorsal mais atenuadas.
Frenguelli (1931-1933) descreveu e ilustrou um exemplar de E. subrobusta
Hust., com morfologia e medidas semelhantes, porém com uma intumescência na
60
região mediana da margem ventral, o que não é claramente visível no indivíduo
analisado.
Metzeltin & Lange-Bertalot (1998) analisaram uma população na região da
Amazônia que é morfologicamente semelhante a tipo, oriunda do Rio Demerara,
entre as guianas francesa e inglesa, possuindo de três a nove ondulações na
margem dorsal da valva.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Palmares do Sul, banhado
Fazenda Rincão do Anastácio, estação 5, zona litorânea, 07/V/2003, UTM
530749-6639690 (HAS 104121, lâm. 5814).
30. Eunotia tecta Krasske, Archiv für Hydrobiologie, v. 35, p. 364, pl. 10, figs. 42-
43. 1939.
Figs. 151, 152
Valvas com margem dorsal convexa, apresentando três ondulações;
margem ventral ncava; extremidades valvares arredondadas a levemente
truncadas, levemente voltadas para a margem dorsal; nódulos terminais nas
extremidades; estrias transapicais paralelas a levemente radiadas em direção às
extremidades. Comprimento 32,5-35,2 µm; largura 7-8 µm; R c/l 4,4-4,6; estrias
10-13 em 10 µm.
Obra consultada para identificação: Lange-Bertalot et al. (1996).
Comentários
Os exemplares estudados diferem das ilustrações contidas na obra original
quanto ao formato das extremidades, que nestas encontram-se mais
arredondadas. Porém, analisando o trabalho de Lange-Bertalot et al. (1996), que
apresenta fotomicrografias do material-tipo da coleção de Krasske, oriundo do
61
Chile, nota-se que as populações chilenas são bastante semelhantes aos
exemplares analisados, dando condições para que o material fosse identificado
como pertencente ao táxon em questão.
Comparando-os ao material encontrado por Metzeltin et al. (2005) no Rio
Tacuari, Uruguai, este difere quanto à morfologia por possuir as ondulações da
margem dorsal com formato angular.
Neiva (2005) encontrou um indivíduo morfologicamente semelhante, porém
de dimensões menores (26,1 µm comp. X 6,6 µm larg.) e com maior número de
estrias (18 em 10 µm).
Citada como E. praerupta Ehr. var. tridentata (Ehr.) Frenguelli por Torgan &
Delani (1988) no Banhado Grande.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Tapes, lagoinha entre Dunas,
estação 19, zona litorânea, 04/VI/2003, UTM 473435-6628655 (HAS 104230, lâm.
5834A e 5955), banhado entre Dunas, estação 20, zona litorânea, 04/VI/2003,
UTM 473603-6628803 (HAS 104234).
31. Eunotia transfuga Metzeltin & Lange-Bertalot In Lange-Bertalot, Iconografia
Diatomologica, v. 5, p. 84, pl. 9, figs. 1-3. 1998.
Figs. 153, 154
Valvas lineares, levemente arqueadas, com margens dotadas de espinhos;
extremidades valvares dilatadas, cuneado-arredondadas, destacadas do corpo
valvar; nódulos terminais pequenos, nas extremidades; estrias transapicais
delicadas, paralelas a levemente radiadas em direção às extremidades.
Comprimento 142,5-199,0 µm; largura 7,8-9,0 µm; R c/l 18,8-22,1; estrias 13-20
em 10 µm.
Ob
62
Figs. 129, 130. Eunotia rabenhorstii var. monodon. 129. Vista valvar (MO). 130.
Vista valvar interna (MEV). Figs. 131, 132. E. schwabei em vista valvar (MO).
Escalas: Figs. 129, 131, 132=10 µm; Fig. 130=2 µm.
Figs. 133-135. Eunotia rabenhorstii var. triodon. 133, 134. Vista valvar (MO). 135.
Detalhe da extremidade externa mostrando a rafe (MEV). Fig. 136. E.
submonodon em vista valvar (MO). Fig. 137. E. subrobusta em vista valvar (MO).
Escalas: Figs. 133, 134, 136, 137=10 µm; Fig. 135=1 µm.
148
150
151
153
129 130 131
132
133 134 135 136 137
63
Citada como E. lineolata Hust. var. lineolata por Torgan & Delani (1988) em
Sphagnum e por Laudares-Silva (1987) no arroio Faxinai
64
Uma rimopórtula presente em uma das extremidades da valva, no eixo apical, de
posição obliqua em relação à helictoglossa.
Obras consultadas para identificação: Ehrenberg (1841- 1843), Lange-Bertalot et
al. (1996).
Comentários
A obra original de Ehrenberg não oferece condições de analisar as
características diacríticas da espécie, pois não se observa a posição dos nódulos,
além de não mencionar as dimensões valvares e número de estrias. Porém,
Lange-Bertalot et al. (1996) apresentam fotomicrografias de exemplares do táxon
das colões de Krasske e de Cleve & Möller, bem como do material-tipo,
facilitando assim, a identificação do material.
Posteriormente, Metzeltin et al. (2005), observaram populações que
ocorreram em fontes e arroios em diversas regiões do Uruguai, trazendo a
variação métrica e as características da espécie, que são semelhantes ao material
analisado.
O táxon foi citado para o Rio Grande do Sul como Eunotia pyramidata
Hustedt var. pyramidata por Torgan & Delani (1988) no Banhado Grande; Torgan
(1985) na represa de Águas Belas; Torgan & Aguiar (1978) no lago Guaíba;
Torgan et al. (1993) em Sphagnum no parque Estadual de Itapuã. Analisando o
material-tipo desta espécie, observa-se que se trata do mesmo táxon. Manteve-se
o nome de E. tridentula Ehr. por ser o epíteto mais antigo e válido de acordo com
as normas do Código Internacional de Nomenclatura Botânica.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Capivari do Sul, banhado entre
lagoa do Capivari e lagoa do Casamento, estação 1, zona litorânea, 05/V/2003:
UTM 541830-6654326 (HAS 104092, lâm. 5809), estação 2, zona litorânea,
05/VI/2003, UTM 541719-6654246 (HAS 104096, lâm. 5811); Tapes, lagoinha
entre Dunas, estação 19, zona litorânea, 04/VI/2003, UTM 473435-6628655 (HAS
65
104230, lâm. 5955), lagoa Redonda, estação 21, zona litorânea, 03/XII/2003, UTM
465503-6622735 (HAS 104455, lâm. 5867).
33. Eunotia tridentula var. monodon (Krasske) Nörpel-Schempp In Lange-
Bertalot et al., Iconographia Diatomologica v. 3, p. 332, pl. 65, figs. 16-23. 1996.
Figs. 142-145
Basônimo: E. pyramidata Hustedt var. monodon Krasske, Archiv für Hydrobiologie,
v. 35, p. 365, pl. 10, figs. 26-28, 35, 44. 1939.
Valvas com margem dorsal convexa, apresentando uma ondulação;
margem ventral levemente côncava; extremidades valvares arredondadas,
levemente destacadas do corpo valvar; nódulos terminais nas extremidades;
estrias transapicais paralelas. Comprimento 15,6-31,2 µm; largura 5,4-6,7 µm; R
c/l 2,8-5,2; estrias 10-17 em 10 µm; aréolas 30 em 10 µm. Helictoglossa se
encontra muito próxima da extremidade valvar.
Obra consultada para identificação: Lange-Bertalot et. al. (1996).
Comentários
Lange-Bertalot et al. (1996), analisando o lectotipo de E. pyramidata var.
monodon Krasske da coleção de Krasske, transferiu a variedade para o táxon em
questão.
A espécie já foi citada como E. pyramidata Hustedt var. monodon Krasske
por Laudares-Silva (1987) no arroio do Faxinal e Torgan et al. (1993) em
Sphagnum no Parque Estadual de Itapuã.
66
Figs. 138-141. Eunotia tridentula var. tridentula. 138, 139. Vista valvar (MO). 140.
Vista valvar interna (MEV). 141. Detalhe da extremidade interna mostrando a
rimopórtula (MEV). Escalas: Figs. 138, 139=10 µm; Fig. 140=5 µm; Fig. 141=1 µm.
Figs. 142-145. Eunotia tridentula var. monodon. 142, 143. Vista valvar (MO). 144.
Vista valvar interna (MEV). 145. Detalhe da extremidade interna mostrando a
helictoglossa (MEV). Escalas: Figs. 142, 143=10 µm; Fig. 144=5 µm; Fig. 145=1
µm.
144
143142
145
138 139 140
141
67
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Capivari do Sul, banhado entre
lagoa do Capivari e lagoa do Casamento, estação 1, zona litorânea, 05/V/2003,
UTM 541719-6654246 (HAS 104096, lâm. 5811), UTM 541830-6654326 (HAS
104092, lâm. 5808 e 5809); Tapes, lagoa Redonda, estão 21, zona litorânea,
03/XII/2003, UTM 465503-6622735 (HAS 104455, lâm. 5867).
34. Eunotia veneris (Kützing) De Toni, Sylloge Algarum omnium hucusque
cognitarum, v. 2, n. 2, p. 794. 1892.
Figs. 146-150
Basônimo: Himantidium veneris Kützing, Bacillarieae, p. 40, fig. 30: 7. 1844.
Valvas com margem dorsal convexa; margem ventral reta; extremidades
valvares dorsalmente subcapitadas, destacadas do corpo valvar; nódulos
terminais afastados das extremidades; estrias transapicais paralelas.
Comprimento 31,5-45,5 µm; largura 5,3-6,3 µm; R c/l 5,0-8,3; estrias 13-20 em 10
µm; aréolas 40 em 10 µm. Uma rimopórtula presente em uma das extremidades
da valva, acima do eixo apical, próxima à margem dorsal, de posição obliqua em
relação à helictoglossa.
Obras consultadas para identificação: Krammer & Lange-Bertalot (1991); Metzeltin
& Lange-Bertalot (1998).
Comentários
O material examinado assemelha-se tanto ao da flora da Europa (Krammer
& Lange-Bertalot, 1991) quanto aos espécimes tropicais, registrados no rio
Demerara, entre as Guianas Francesa e Inglesa, por Metzeltin & Lange-Bertalot
(1998).
68
Neiva (2005) e Morandi (2002) encontraram indivíduos semelhantes no
estado do Paraná e de São Paulo, respectivamente, sendo que o material de
Neiva apresentou maior densidade de estrias (18-25 em 10 µm).
Esta espécie é muitas vezes confundida com Eunotia incisa e E. pirla, o que
se faz necessário um estudo mais aprofundado em nível de microscopia eletrônica
envolvendo estes táxons.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Tapes, banhado com
Sphagnum, estação 18, zona litorânea, 04/VI/2003, UTM 473385-6628689 (HAS
104221, lâm. 5831), 03/XII/2003, UTM 473385-6628689 (HAS 104440, lâm. 5869),
lag
69
O exemplar analisado assemelha-se morfologicamente ao material-tipo,
diferindo apenas por apresentar menor tamanho, que o comprimento mínimo
observado pelo autor foi de 20 µm.
Na descrição original, Cholnoky (1953) compara o táxon a E. rabenhorstii
Cleve var. monodon Grunow et. Cleve, porém esta possui a ondulação na região
mediana da margem dorsal com formato angular. Este autor cita também que E.
chasei Cholnoky, difere de E. vumbae por apresentar três ondulações em formato
piramidal.
No trabalho realizado por Aguiar & Martau (1979) em lagos localizados no
Parque Zoológico do RS, é registrada a presença de indiduos com variação
métrica de 17-23 µm comp x 6-8 larg µm e 15 estrias em 10 µm.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Capivari do Sul, banhado entre
lagoa do Capivari e lagoa do Casamento, estação 1, zona litorânea, 05/V/2003,
UTM 541719-6654246 (HAS 104096, lâm. 5811).
36. Eunotia yanomami Metzeltin & Lange-Bertalot, Iconographia Diatomologica v.
5, p. 86, pl. 34-37, 45, fig. 6, 63, fig. 2. 1998.
Figs. 158-161
Valvas com margem dorsal convexa, apresentando duas ondulações;
margem ventral côncava; extremidades valvares cuneado-arredondadas; nódulos
terminais simples, nas extremidades; estrias transapicais paralelas a radiadas em
dirão às extremidades, com aréolas conspícuas. Comprimento 40-85 µm;
largura 10-22 µm; R c/l 5,0-5,9; estrias 11 em 10 µm; aréolas 24 em 10 µm.
Helictoglossa se encontra muito próxima da extremidade valvar. Em vista externa,
a rafe se apresenta na superfície valvar, curvada em direção ao eixo apical.
Obra consultada para a identificação: Metzeltin & Lange-Bertalot (1998).
70
Comentários
Os exemplares são semelhantes ao material-tipo das Guianas, porém,
apesar da sobreposição de medidas, a populão estudada é relativamente de
menor tamanho (a tipo possui 40-180 µm de comprimento), enquanto que a
largura é semelhante, já que a tipo possui (10)12-18 µm. E. yanomami assemelha-
se à E. zygodon Ehrenberg (Patrick & Reimer, 1966 pl. 11, fig. 8), contudo, difere
pelo formato do nódulo e por possuir aréolas conspícuas, em menor densidade.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Tapes, lagoinha entre Dunas,
estação 19, zona litorânea, 04/VI/2003, UTM 473435-6628655, (HAS 104230, lâm.
5833), banhado entre Dunas, estação 20, zona litorânea, 03/XII/2003, UTM
473603-6628803 (HAS 104449, lâm. 5863), lagoa das Capivaras, estação 16,
zona litorânea, 03/XII/2003, UTM 473595-6629067 (HAS 104435).
37. Eunotia yberai Frenguelli, Anales del Museo de Historia Natural, n. 37, p. 446,
pl. 8, fig. 12. 1931-1933.
Fig. 155
Valvas com margem dorsal levemente convexa; margem ventral reta;
extremidades valvares dorsalmente subcapitadas, cuneadas, destacadas do corpo
valvar; dulos terminais nas extremidades; estrias transapicais paralelas na
região mediana e levemente radiadas nas extremidades, algumas mais curtas que
as demais. Comprimento 65 µm; largura 13 µm; R c/l 5,0; estrias 8 (no centro) e
10 (nas extremidades) em 10 µm.
Obra consultada para identificação: Frenguelli (1931-1933).
Comentários
71
Os caracteres apresentados, bem como os valores de medidas do exemplar
analisado circunscrevem-se na definição da espécie.
O táxon é similar a E. indica Grunow, o que já foi mencionado por Frenguelli
(1931-1933), porém esta difere na estrião, que se apresenta mais densa e sem
estrias mais curtas e também pelos nódulos, que não estão nas extremidades, e
sim próximos a elas.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Mostardas, lagoa dos
Gateados Norte, estação 8, zona litorânea, 08/V/2003, UTM 532237-6625117
(HAS 104140, lâm. 5737).
38. Eunotia zygodon Ehrenberg, Physikalische Abhandlungen Akademie der
Wissenschaften zu Berlin, p. 415, pl. 2, fig. 6. 1843.
Figs. 162-165
Valvas com margem dorsal convexa, apresentando duas ondulações;
margem ventral côncava; extremidades valvares cuneado-arredondadas; nódulos
terminais trilobados, próximos das extremidades; estrias transapicais paralelas na
região mediana e nitidamente radiadas nas extremidades, com aréolas
inconspícuas. Comprimento 43,4-120 µm; largura 10-22 µm; R c/l 5,0-5,9; estrias
12-16 (no centro) em 10 µm; aréolas 25-30 em 10 µm. Em vista externa, a rafe se
apresenta inclinada em direção às extremidades, ultrapassando o eixo apical. A
helictoglossa possui espessamento lobado.
Obra consultada para identificação: Patrick & Reimer (1966).
Comentários
Os indivíduos analisados assemelham-se aos apresentados por Patrick &
Reimer (1966).
72
O material observado por Frenguelli (1931-1933) na Argentina possui
menor número de estrias (7-10 em 10 µm). O autor considera três variedades da
espécie: E. zygodon var. compacta, que difere do nosso material por possuir
menor relação comprimento/largura (R c/l = 3) e margem ventral acentuadamente
côncava; E. zygodon var. major e E. zygodon var. maxima, que possuem maior
tamanho (126-180 µm e 210µm respectivamente).
Outro táxon observado por Frenguelli (1931-1933) que se assemelha à E.
zygodon é E. indica var. bigibba, que possui menor mero de estrias (9-10 em 10
µm).
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Tapes, lagoa das Capivaras,
estação 16, zona pelágica, 04/VI/2003, UTM 473595-6629067 (HAS 104215, lâm.
5782), zona litorânea, 03/XII/2003, UTM 473595-6629067 (HAS 104435, lâm.
5846), lagoinha entre Dunas, estação 19, zona litorânea, 04/VI/2003, UTM
473435-6628655, (HAS 104230, lâm. 5833 e 5834A), banhado entre Dunas,
estação 20, zona litorânea, 04/VI/2003, UTM 473603-6628803 (HAS 104234, lâm.
5815 e 5818), 03/XII/2003, (HAS 104449, lâm. 5863); Mostardas, lagoa dos
Gateados Sul, estação 12, zona pelágica, 31/X/2003, UTM 533600-6621912 (HAS
104403, lâm. 5874).
39. Eunotia sp. 1
Figs. 166-169
Valvas com margem dorsal fortemente convexa; margem ventral reta a
levemente convexa; extremidades valvares arredondadas a truncado-
arredondadas, destacadas do corpo valvar; nódulos terminais afastados das
extremidades; estrias transapicais paralelas a levemente radiadas nas
extremidades. Comprimento 14,4-22,8 µm; largura 5,4 µm; R c/l 2,6-4,2; estrias
13-16 em 10 µm; aréolas 40-50 em 10 µm. Uma rimopórtula presente em uma das
73
extremidades da valva, no eixo apical, de posição obliqua em relação à
helictoglossa.
Comentários
Exemplares similares ao material analisado foram encontrados por
Metzeltin & Lange-Bertalot (1998) no rio Demerara, entre as Guianas Francesa e
Inglesa, porém sua identidade taxonômica ainda não é conhecida, tendo sido
referenciado como Eunotia spec. Nr. 61/16-17.
O exame de mais exemplares poderá confirmar a legitimidade de uma
espécie nova.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Tapes, banhado com
Sphagnum, estação 18, zona litorânea, 04/VI/2003, UTM 473385-6628689 (HAS
104221, lâm. 5831), 03/XII/2003, UTM 473385-6628689 (HAS 104440, lâm. 5869).
40. Eunotia sp. 2
Fig. 156
Valvas com margem dorsal convexa; margem ventral reta; extremidades
valvares dorsalmente capitadas, levemente voltadas para a margem ventral;
nódulos terminais afastados das extremidades; estrias transapicais paralelas a
levemente radiadas em direção às extremidades. Comprimento 29,4 µm; largura
4,24 µm; R c/l 7,0; estrias 14 em 10 µm.
Comentários
O espécime encontrado é semelhante ao material analisado no Brasil por
Metzeltin & Lange-Bertalot (1998), que foi registrado como Eunotia spec. Nr. 58/5-
10, com exceção das extremidades, que neste exemplar são voltadas para a
margem ventral.
74
Figs. 146-150. Eunotia veneris. 146-148. Vista valvar (MO). 149. Vista valvar
externa (MEV). 150. Detalhe da extremidade interna mostrando a rimopórtula
(MEV). Escalas: Figs. 146-148=10 µm; Fig. 149=5 µm; Fig. 150=1 µm.
Figs. 151, 152. Eunotia tecta em vista valvar (MO). Fig. 153, 154. E. transfuga em
vista valvar, mostrando os espinhos (MO). Fig. 155. E. yberai em vista valvar
(MO). Fig. 156. Eunotia sp. 2 em vista valvar (MO). Fig. 157. E. vumbae em vista
valvar (MO). Escala=10 µm.
146 147 148 149 150
152 153 154 155151 156
157
75
Figs. 158-161. Eunotia yanomami. 158, 159. Vista valvar (MO). 160. Detalhe da
extremidade externa mostrando a rafe (MEV). 161. Detalhe da extremidade interna
mostrando a helictoglossa (MEV). Escalas: Figs. 158, 159=10 µm; Figs. 160,
161=5 µm.
Figs. 162-165. Eunotia zygodon. 162, 163. Vista valvar (MO). 164. Detalhe da
extremidade externa mostrando a rafe, com nódulo lobado (MEV). 165. Detalhe da
extremidade interna mostrando a helictoglossa (MEV). Escalas: Figs. 162- 164=10
µm; Fig. 165=2 µm.
158 159 160 161
162 163 164 165
76
Bigunas (2005) encontrou exemplares similares no rio Guaraguaçu, estado
do Paraná, registrou como Eunotia sp. 6, embora seu material possua dimensões
maiores (56,3-113,4 µm comp. X 5,2-6,3 µm larg.).
Neiva (2005), analisando material associado a Sphagnum em áreas úmidas
no estado do Paraná, encontrou também espécime morfologicamente semelhante,
o qual foi registrado como E.17 Tm(c)Tj1225.6 623.25 Tm Tm(l)Tj.96 623.25 Tm(a)Tj1 0 Tm(e)Tj1 0
ta
77
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Tapes, lagoinha entre Dunas,
estação 19, zona litorânea, 04/VI/2003, UTM 473435-6628655, (HAS 104230),
banhado entre Dunas, estação 20, zona litorânea, 04/VI/2003, UTM 473603-
6628803 (HAS 104234, lâm. 5815).
42. Eunotia sp. 4
Figs. 173-177
Valvas lineares, levemente arqueadas, às vezes apresentando ondulações
na extensão das margens; extremidades valvares arredondadas, levemente
destacadas do corpo valvar; nódulos terminais afastados das extremidades;
estrias transapicais paralelas a levemente radiadas em direção às extremidades.
Comprimento 32,4-77 µm; largura 3,6-7,0 µm; R c/l 9,0-11,0; estrias 13-18 em 10
µm; aréolas 40 em 10 µm. Provavelmente uma rimopórtula por valva, acima do
eixo apical, em direção à margem dorsal, de posição obliqua em relação à
helictoglossa, que se encontra distante das extremidades. Apresenta, em vista
interna, interrupção das estrias em todo eixo apical.
Comentários
O material analisado aproxima-se dos espécimes de Eunotia pectinalis
(Kützing) Rabenhorst registrados em lagos de baixa alcalinidade nos Estados
Unidos (Camburn & Charles, 2000) e de uma forma da população de E. pectinalis
apresentada por Steinman & Sheat (1984). Porém, Eunotia sp. 4 diferencia-se por
não possuir as extremidades dorsalmente capitadas e pela posição dos nódulos,
que se encontram mais afastados das extremidades.
Bigunas (2005) encontrou no Para espécime morfologicamente similar,
que registrou como Eunotia sp. 1.
Sugere-se um estudo em cultivo de Eunotia sp. 4 para averiguar uma
possível relação com E. pectinalis.
78
Figs. 166-169. Eunotia sp. 1. 166, 167. Vista valvar (MO). 168. Vista valvar interna
(MEV). 169. Detalhe da extremidade interna mostrando a rimopórtula (MEV).
Escalas: Figs. 166, 167=10 µm; Fig. 168=2 µm; Fig. 169=1 µm.
Figs. 170-172. Eunotia sp. 3. 170. Vista valvar (MO). 171. Vista valvar interna
(MEV). 172. Detalhe da extremidade interna mostrando a rimopórtula (MEV).
Escalas: Figs. 170, 171=10 µm; Fig. 172=2 µm.
166 167
168 169
170
171 172
79
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Capivari do Sul, banhado entre
lagoa do Capivari e lagoa do Casamento, estação 1, zona litorânea, 05/V/2003,
UTM 541830-6654326 (HAS 104092, lâm. 5808); Tapes, banhado com
Sphagnum, estação 18, zona litorânea, 04/VI/2003, UTM 473385-6628689 (HAS
104221, lâm. 5831), lagoa das Capivaras, estação 16, zona litorânea, 03/XII/2003,
UTM 473595-6629067 (HAS 104435), lagoinha entre Dunas, estação 19, zona
litorânea, 04/VI/2003, UTM 473435-6628655 (HAS 104230).
43. Eunotia sp. 5
Figs. 178-182
Valvas lineares, levemente arqueadas; extremidades valvares dorsalmente
subcapitadas, cuneadas a arredondadas, levemente destacadas do corpo valvar;
nódulos terminais grandes, arredondados, afastados das extremidades; estrias
transapicais paralelas. Comprimento 21-47 µm; largura 3,0-4,0 µm; R c/l 6,0-14,3;
estrias 16-22 em 10 µm; aréolas 50 em 10 µm. Apresenta uma rimopórtula por
valva, no eixo apical, de posição obliqua em relão à helictoglossa, que se
encontra distante das extremidades.
Comentários
Não foram encontrados na literatura espécimes semelhantes ao material
analisado. Exemplar si
80
Figs. 173-177. Eunotia sp. 4. 173-175. Vista valvar (MO). 176. Vista valvar externa
(MEV). 177. Detalhe da extremidade externa (MEV). Escalas: Figs. 173-176=10
µm; Fig. 177=1 µm.
Figs. 178-182. Eunotia sp. 5. 178-180. Vista valvar (MO). 181. Vista valvar
interna (MEV). 182. Detalhe da extremidade interna mostrando a rimopórtula
(MEV). Escalas: Figs. 178-180=10 µm; Fig. 181=2 µm; Fig. 182=1 µm.
173 174
175
176 177
178 179 180 181 182
81
UTM 541830-6654326 (HAS 104092, lâm. 5808 e 5809); Tapes, banhado com
Sphagnum, estação 18, zona litorânea, 04/VI/2003, UTM 473385-6628689 (HAS
104221, lâm. 5831), banhado entre Dunas, estação 20, zona litorânea, 04/VI/2003,
UTM 473603-6628803 (HAS 104234, lâm. 5818), 03/XII/2003, UTM 473603-
6628803 (HAS 104449, lâm. 5863).
44. Eunotia sp. 6
Figs. 183-186
Valvas com margem dorsal convexa; margem ventral reta, às vezes
apresentando uma reentrância na região mediana; extremidades arredondadas,
levemente destacadas do corpo valvar; dulos terminais próximos das
extremidades; estrias transapicais paralelas a levemente radiadas nas
extremidades, mais concentradas nas extremidades. Comprimento 19-25 µm;
largura 3,0-5,2 µm; R c/l 4,6-8,3; estrias 12-16 em 10 µm.
Comentários
O material analisado assemelha-se morfologicamente a E. pseudosudetica
Metzeltin, Lange-Bertalot & García-Rodriguez, pom esta possui maiores
dimensões (26-84 µm de comp. X 6,3-7,3 µm larg.) e maior densidade de estrias
(16-20 em 10 µm). Assemelha-se também ao ilustrado por Metzeltin & Lange-
Bertalot (1998) como Eunotia cf. meridiana.
Comparando os indivíduos a E. submonodon, esta não apresenta as
extremidades destacadas do corpo valvar, possui maior largura e as estrias são
mais concentradas nas extremidades.
Os limites métricos de E. meridiana sobrepõem-se ao do material analisado,
porém difere deste quanto ao formato das valvas, visto que o material-tipo possui
a margem dorsal fortemente convexa e extremidades não destacadas do corpo
valvar.
82
Faz-se necessário uma análise comparativa das características estruturais
deste material com representantes de E. pseudosudetica para definir se são
táxons distintos.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Mostardas, lagoa dos
Gateados Norte, estação 8, zona litorânea, 08/V/2003, UTM 532237-6625117
(HAS 104140, lâm. 5737); Palmares do Sul, canal do Sangradouro, estação 10,
zona litorânea, 19/XI/2003, UTM 532831-6631257 (HAS 104386, lâm. 5852)
Capivari do Sul, banhado entre lagoa do Capivari e lagoa do Casamento, estação
1, zona litorânea, 27/X/2003, UTM 541830-6654326 (HAS 104341); Tapes, lagoa
das Capivaras, estação 16, zona litorânea, 03/XII/2003, UTM 473595-6629067
(HAS 104435).
45. Eunotia sp. 7
Figs. 187-189
Valvas com margem dorsal levemente convexa; margem ventral levemente
côncava; extremidades dorsalmente subcapitadas, destacadas do corpo valvar;
nódulos terminais próximos das extremidades; estrias transapicais paralelas, com
aréolas geralmente conspícuas. Comprimento 46,8-61,2 µm; largura 6,6-8,0 µm; R
c/l 6,2-7,0; estrias 8-12 em 10 µm; aréolas 100 em 10 µm. Helictoglossa localiza-
se muito próxima das extremidades.
Comentários
Os indiduos observados assemelham-se morfologicamente à E.
inspectabilis Metz. & L-Bert. e E. longicollis Metz. & L-Bert. (Metzeltin & Lange-
Bertalot, 1998), entretanto, difere da primeira pela menor densidade de estrias e
da segunda pelo menor comprimento e formato das extremidades.
Metzeltin et al. (2005) encontraram um exemplar morfometricamente
semelhante, no rio da Prata, o qual está registrado como Eunotia spec., o que leva
a crer que possivelmente a espécie em questão seja nova para a ciência.
83
Exemplar semelhante foi encontrado no Banhado Grande por Torgan &
Delani (1988) e identificado como E. fastigiata Hustedt, no entanto, de acordo com
o ilustrado no Schmidt (pl. 382, fig. 25, 1972), este táxon difere dos indiduos
analisados pela maior densidade de estrias.
Informação das características estruturais ao microscópio eletrônico de
varredura faz-se necessário para sua proposição como espécie nova.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Capivari do Sul, banhado entre
lagoa do Capivari e lagoa do Casamento, estação 1, zona litorânea, 05/V/2003,
UTM 541830-6654326 (HAS 104092, lâm. 5809); Palmares do Sul, Canal do
Sangradouro, estação 10, zona litorânea, 19/XI/2003, UTM 532831-6631257 (HAS
104386, lâm. 5851 e 5852).
46. Eunotia sp. 8
Fig. 190, 191
Valvas com margem dorsal convexa; margem ventral ncava;
extremidades cuneado-arredondadas, levemente destacadas do corpo valvar;
nódulos terminais nas extremidades; estrias transapicais paralelas a levemente
radiadas nas extremidades. Comprimento 75-88 µm; largura 8,0-11 µm; R c/l 6,8-
11,0; estrias 11-13 em 10 µm.
Comentários
Os indiduos analisados assemelham-se a E. monodon Ehrenberg, porém
esta apresenta as extremidades mais destacadas do corpo valvar e a margem
dorsal com concavidade mais acentuada.
Comparando-se a E. maior, esta apresenta as extremidades arredondadas
e visivelmente destacadas do corpo valvar e maior comprimento.
84
Metzeltin et al. (2005) observaram táxon morfologicamente semelhante,
cuja identidade taxonômica ainda não está bem definida, tendo sido referenciada
pelos autores como Eunotia cf. monodon ou E. major.
O cultivo do material talvez possa auxiliar na identificão do referido táxon.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Capivari do Sul, banhado entre
lagoa do Capivari e lagoa do Casamento, estação 1, zona litorânea, 05/V/2003,
UTM 541719-6654246 (HAS 104096, lâm. 5811); Palmares do Sul, Canal do
Sangradouro, estação 10, zona litorânea, 19/XI/2003, UTM 532831-6631257 (HAS
104386, lâm. 5851).
47. Eunotia sp. 9
Fig. 192
Valvas com margem dorsal reta e levemente convexa em direção às
extremidades; margem ventral reta; extremidades valvares dorsalmente
subcapitadas, destacadas do corpo valvar; nódulos terminais próximos das
extremidades; estrias transapicais paralelas a levemente radiadas nas
extremidades. Comprimento 53,4 µm; largura 4,8 µm; R c/l 11,0; estrias 13-14 em
10 µm.
Comentários
Não foi encontrado em literatura táxon semelhante. A análise de mais
indivíduos poderá constatar a legitimidade de uma nova espécie.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Tapes, banhado com
Sphagnum, estação 18, zona litorânea, 04/VI/2003, UTM 473385-6628689 (HAS
104221, lâm. 5831).
85
Figs. 183-186. Eunotia sp. 6 em vista valvar (MO). Escala=10 µm.
Figs. 187-189. Eunotia sp. 7. 187, 188. Vista valvar (MO). 189. Vista valvar
externa (MEV). Figs. 190, 191. Eunotia sp. 8 em vista valvar (MO). Fig. 192.
Eunotia sp. 9 em vista valvar (MO). Escala=10 µm.
183 184
185 186
211
212
187 188 189 190 191 192
86
3.2 Distribuição e riqueza dos táxons nas áreas de estudo
Com relação à ocorrência das espécies nas áreas de estudo, Eunotia
flexuosa e E. didyma foram consideradas constantes na área da Lagoa do
Casamento, enquanto que E. mucophila o foi na área dos Butiazais de Tapes. É
importante ressaltar que E. flexuosa foi bastante representativa, estando presente
em 100% dos ambientes amostrados na área da Lagoa do Casamento.
Observou-se que E. itapuana, E. pectinalis e E. transfuga foram freqüentes
em ambas as áreas, tendo sido encontradas nos diferentes ambientes: lagoas
isoladas, lagoas interligadas, banhados, canal e açude. E. deficiens. E. maior, E.
mucophila, E. pseudosudetica, E. rabenhorstii var. monodon, Eunotia sp. 7 e
Eunotia sp. 8 foram consideradas comuns na área da Lagoa do Casamento,
enquanto que Actinella guianensis, Eunotia asterionelloides, E. bilunaris, E.
camelus, E. didyma, E. genuflexa, E. indica, E. pseudoindica, E. subarcuatoides,
E. tecta, E. tridentula var. tridentula, E. vumbae e Eunotia sp. 3 foram comuns na
área dos Butiazais de Tapes.
Cabe mencionar que, dentre as espécies consideradas raras em cada área,
13 foram exclusivas de banhados: Eunotia asterionelloides, E. batavica, E.
deficiens, E. geniculata, E. paludosa, E. rabenhorstii var. triodon, E schwabei, E.
subrobusta, E. tridentula var. tridentula, Eunotia sp. 1, Eunotia sp. 4, Eunotia sp. 5
e Eunotia sp. 9. Na tabela 3 encontram-se especificados as espécies e os
ambientes em que elas ocorreram e na tabela 4, a constância dos táxons nas
áreas o14.85 Tm(a)Tj1893 j1 0 0 1 225.36Tm(p14.85 Tm(a)T1 390.72 314.6201.Tj1 0 0 1 324s)Tj1 0 0 1 1341 0 a
87
Gateados Norte (GTN), seis na lagoa do Casamento (LCS) e somente uma na
lagoa do Capivari (LCP).
Na área dos Butiazais de Tapes (Fig. 196), o banhado com Sphagnum teve
maior riqueza específica, com 19 espécies encontradas, porém, nos demais
ambientes, não houve grande variação, tendo sido registradas 14 escies na
lagoinha entre Dunas (LED) e lagoa das Capivaras (LCA), 11 na lagoa Redonda
(LRD), 10 no banhado entre Dunas (BED), cinco na lagoa do Charutão (LCH) e
apenas uma espécie no açude Fazenda São Miguel (ASM).
Esse resultado demonstra que os banhados foram ambientes que
apresentaram as condições ideais para o desenvolvimento da família Eunotiaceae,
ou seja, possuem águas estacionárias, de pH ácido e com vegetação aquática
abundante.
3.3 Relação entre os ambientes da área de estudo
Com base nos dados de presença e ausência das espécies nos ambientes,
foi realizada a análise de agrupamento das unidades amostrais, o que demonstrou
a similaridade entre os ambientes (Fig. 193). Reconheceu-se, pela distância
euclidiana no nível 50%, seis grupos (I - VI).
Os grupos I e VI foram os mais distintos e são formados pelo banhado entre
a lagoa do Capivari e lagoa do Casamento (BCC) e banhado com Sphagnum
(BSP), respectivamente. Esses dois ambientes, além de apresentarem maior
riqueza (25 e 19 espécies, respectivamente), diferem dos demais por possuírem o
maior número de espécies exclusivas (três no BSP e duas no BCC).
O grupo II é formado pelo maior número de ambientes, unindo tanto os da
área da Lagoa do Casamento como da área dos Butiazais de Tapes. Este grupo é
formado pela lagoa do Capivari (LCP), ude Fazenda São Miguel (ASM), lagoa
do Casamento (LCS), lagoa dos Gateados Norte (GTN), lagoa do Charutão (LCH),
lagoa dos Gateados Sul (GTS), banhado Fazenda Rino do Anastácio (BRA),
banhado entre Dunas (BED) e lagoinha entre Dunas (LED), tendo em vista o maior
88
número de espécies (12) em comum e pela presença de Eunotia yberai, E.
submonodon e E. subrobusta como espécies exclusivas.
O grupo III é formado pela lagoa Redonda (LRD), que possui 11 espécies,
sendo duas exclusivas (E. herzogii e Eunotia sp. 2).
O grupo IV é formado pelo canal do Sangradouro (CSN), com 15 espécies,
sendo somente uma exclusiva (E. pileus) e finalmente o grupo V constituído pela
lagoa das Capivaras (LCA), com 14 espécies, possuindo um número intermediário
de espécies em comum em relação ao CSN e à LRD.
Em síntese, as áreas da Lagoa do Casamento e dos Butiazais de Tapes
não se apresentaram totalmente distintas em relação à composição de espécies
de Eunotiaceae. Parte das lagoas isoladas e banhados da área BT se
assemelharam às lagoas interligadas e banhado da área LC. Esses resultados
devem-se ao fato de que grande parte das espécies (64,5%) foi encontrada nestes
ambientes.
Distance(ObjectiveFunction)
InformationRemaining(%)
1E+00
100
1.6E+01
75
3.2E+01
50
4.7E+01
25
6.2E+01
0
BCC
LCP
ASM
LCS
GTN
LCH
GTS
BRA
BED
LED
LRD
CSN
LCA
BSP
Fig. 193: Resultado da análise de agrupamento (distância euclidiana) dos ambientes
em função da composição das espécies.
I
II
III
IV
V
VI
89
3.4 Distribuição dos táxons no Estado
Segundo o checklist elaborado por Torgan et al. (1999), 96 espécies de
Eunotia e duas de Actinella foram registradas em ambientes de águas continentais
do estado do Rio Grande do Sul. Dentre estas, 21 Eunotia e uma Actinella foram
encontradas nas áreas de estudo e analisadas neste trabalho.
Eunotia camelus e E. pectinalis são as espécies com maior distribuição no
Estado, pois foram mencionadas em levantamentos realizados na região da
Depressão Central (Torgan, 1985; Torgan & Delani, 1988, entre outros), Litoral
(Laudares-Silva, 1987; Flores, 1997, entre outros), Alto Uruguai (Callegaro et al.,
1993) e Plataforma Continental (Rosa & Aguiar, 1975).
A grande maioria (Eunotia didyma, E. flexuosa, E. geniculata, E.
pseudoindica, E. itapuana, E. maior, E. naegelii, E. praerupta var. bidens, E.
tridentula var. monodon, E. rabenhorstii var. monodon, E. rabenhorstii var. triodon
e E. subrobusta) tinha sido registrada somente nas regiões da Depressão Central
e Litoral, onde os estudos foram mais intensamente realizados.
Eunotia bilunaris, E. schwabei, E. tridentula var. tridentula, E. vumbae, E.
yberai e E. zygodon foram citadas somente na Depressão Central (Aguiar &
Martau, 1979; Torgan & Delani, 1988) e Encosta Inferior do Nordeste (Oliveira &
Schwarzbold, 1998), sendo pela primeira vez registradas na região Litoral.
É importante ressaltar que Eunotia batavica, E. deficiens, E. genuflexa, E.
hepaticola, E. herzogii, E. mucophila, E. pileus, E. pirla, E. pseudosudetica, E.
subarcuatoides, E. transfuga e E. yanomami são primeira citão para o estado do
Rio Grande do Sul.
90
Tabela 3. Presença (1) e ausência (0) dos táxons nos ambientes da área da
Lagoa do Casamento e dos Butiazais de Tapes.
Áreas Lagoa do Casamento Butiazal de Tapes
Táxons/ambientes BCC LCP LCS GTN GTS CSN BRA BED LED LCA LCH LRD ASM BSP
Actinella guianensis
0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0
Eunotia asterionelloides
0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 1 0 0
E. batavica
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
E. bilunaris 1 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 1 0 1
E. camelus
1 0 0 0 1 1 1 0 1 1 0 0 0 0
E. deficiens
1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
E. didyma
1 0 1 1 0 1 1 0 1 1 0 0 0 0
E. flexuosa
1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 0 0
E. geniculata
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
E. genuflexa
1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1
E.hepaticola
0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 1
E. herzogii
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0
E. indica
0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
E. itapuana
1 0 0 0 1 1 0 0 0 0 1 1 0 1
E. maior
1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
E. mucophila
1 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 0 0
E. naegelii
0 0 0 1 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0
E. paludosa
1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
E. pectinalis
1 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 1 1
E. pileus
0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0
E. pirla
0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 1
E. praerupta var. bidens
1 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0
E. pseudoindica
0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
E. pseudosudetica
1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0
E. rabenhorstii var. monodon
1 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
E. rabenhorstii var. triodon
1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
E. schwabei
1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
E. subarcuatoides
1 0 0 1 1 0 1 1 0 0 0 0 0 1
E. submonodon
0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
E. subrobusta
0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0
E. transfuga
0 0 0 1 1 1 1 0 0 1 1 0 0 1
E. tecta
0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0
E. tridentula var. tridentula
1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0
E. tridentula var. monodon 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0
E. veneris
0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 1
E. vumbae
1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
E. yanomami
0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0
E. yberai
0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
E. zygodon
0 0 0 0 1 0 0 1 1 1 0 0 0 0
Eunotia sp1
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Eunotia sp2
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0
Eunotia sp3
0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0
Eunotia sp4
1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 1
Eunotia sp5
1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1
Eunotia sp6
1 0 0 1 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0
Eunotia sp7
1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0
Eunotia sp8
1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0
Eunotia sp9
0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1
91
Tabela 4. Consncia das espécies nas áreas da Lagoa do Casamento (LC) e nos
Butiazais de Tapes (BT).
Táxons LC BT
Actinella guianensis
constante >70%
Eunotia asterionelloides
freqüente 40 - 70%
92
Fig. 194: Riqueza de espécies nas áreas da Lagoa do Casamento (LC) e
dos Butiazais de Tapes (BT).
Fig. 195: Riqueza de espécies nos ambientes da Lagoa do Casamento.
Fig. 196: Riqueza de espécies nos ambientes dos Butiazais de Tapes.
Lagoa do Casamento
0
4
8
12
16
20
24
28
BCC CSN BRA GTS GTN LCS LCP
Ambientes amostrados
mero de espécies
30
35
40
BT LC
Áreas de estudo
Número de espécies
Butiazais de Tapes
0
5
10
15
20
BSP LCA LED LRD BED LCH ASM
Ambientes amostrados
mero de espécies
93
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base na análise taxonômica e da distribuição da família Eunotiaceae
nas áreas de estudo, na Planície Costeira do Rio Grande do Sul, considera-se
que:
A família Eunotiaceae foi bastante representativa nas áreas da Lagoa do
Casamento (LC) e dos Butiazais de Tapes (BT), com a presença de 32 espécies,
cinco variedades e nove táxons não identificados do nero Eunotia e uma
espécie de Actinella.
Quanto à análise morfológica, foi constatado polimorfismo em Eunotia
camelus e E. didyma, excluindo a possibilidade de variedades taxonômicas.
Também foi observada a presença de dois morfotipos em E. pseudoindica,
diferenciados pela dimensão, formato das valvas e presença ou ausência de
espinhos.
Faz-se necessário um estudo em cultivo de Eunotia sp. 4 e Eunotia sp. 6
para se efetuar uma análise comparativa e averiguar uma possível relação da
primeira com E. pectinalis e da segunda com E. pseudosudetica.
É indispensável estudo em nível populacional e de microscopia eletrônica
mais detalhados das demais espécies não identificadas para comprovar a
legitimidade de se constituírem espécies novas para a Ciência.
Quanto à distribuição dos táxons nos ambientes amostrados (lagoas
isoladas, lagoas interligadas, açude, canal e banhados), uma grande porcentagem
(48,9%) foi de ocorrência rara, limitando-se a banhados e lagoas isoladas. Eunotia
batavica, E. geniculata e Eunotia sp. 1 apresentaram distribuição exclusiva do
banhado com Sphagnum; E. rabenhorstii var. triodon e E. vumbae, do banhado
entre lagoa do Capivari e lagoa do Casamento e E. herzogii e Eunotia sp. 2, foram
exclusivas da lagoa Redonda.
Nas duas áreas a riqueza específica de Eunotia foi alta, com 34 táxons na
área da Lagoa do Casamento e 36 na área dos Butiazais de Tapes, sendo que
dentre os ambientes amostrados, o banhado entre a lagoa do Capivari e lagoa do
Casamento (LC) e o banhado com Sphagnum (BT) foram os que apresentaram o
maior número de espécies (25 e 19 táxons, respectivamente), por disporem de
94
condições favoráveis ao desenvolvimento dos organismos, quais sejam, águas
ácidas e vegetação aquática abundante.
Apesar das numerosas investigações realizadas sobre diatomáceas no
estado do Rio Grande do Sul e de grande parte destas terem sido efetuadas no
Litoral, um total de seis táxons (Eunotia bilunaris, E. schwabei, E. tridentula var.
tridentula, E. vumbae, E. yberai e E. zygodon) são pela primeira vez registrados
para esta Região.
O presente estudo revelou ainda uma porcentagem significativa (23,4%) de
táxons pioneiramente registrados para o estado do Rio Grande do Sul, quais
sejam: Eunotia batavica, E. genuflexa, E, herzogii, E. pileus, E. pirla, E.
subarcuatoides, E. deficiens, E. hepaticola, E. mucophila, E. pseudosudetica e E.
yanomami.
Estudos taxonômicos sobre a família Eunotiaceae ainda fazem-se
necessários a fim de abranger Regiões Fisiográficas do Estado como a
Campanha, Missões, Planalto Médio e Serra do Sudeste, onde carência de
informões sobre esta família.
95
REFERÊNCIAS
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