Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
ESTUDO DA HELMINTOFAUNA DO LAGARTO Tupinambis merianae DUMÉRIL E
BIBRON, 1839 (REPTILIA: SQUAMATA, TEIIDAE) PROCEDENTE DO ARQUIPÉLAGO
DE FERNANDO DE NORONHA, PERNAMBUCO, BRASIL E RELAÇÃO COM A
FAUNA ENDÊMICA DE LAGARTOS DO ARQUIPÉLAGO
ANA CAROLINA DE OLIVEIRA RAMALHO
Botucatu – SP
2008
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
ESTUDO DA HELMINTOFAUNA DO LAGARTO Tupinambis merianae DUMÉRIL E
BIBRON, 1839 (REPTILIA: SQUAMATA, TEIIDAE) PROCEDENTES DO
ARQUIPÉLAGO DE FERNANDO DE NORONHA, PERNAMBUCO, BRASIL E
RELAÇÃO COM A FAUNA ENDÊMICA DE LAGARTOS DO ARQUIPÉLAGO
ANA CAROLINA DE OLIVEIRA RAMALHO
Dissertação apresentada junto ao Programa
de Pós-Graduação em Medicina Veterinária
para obtenção do título de mestre
Orientador: Prof. Dr. Reinaldo José da Silva
ads:
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
DIVISÃO TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - CAMPUS DE BOTUCATU
- UNESP
BIBLIOTECÁRIA RESPONSÁVEL:
Selma Maria de Jesus
Ramalho, Ana Carolina de Oliveira.
Estudo da helmintofauna do lagarto Tupinambis merianae Duméril e
Bibron, 1839 ( Reptilia: Squamata, Teiidae) procendentes do Arquipélago de
Fernando de Noronha, Pernambuco, Brasil e relação com a fauna endêmica de
lagartos do Arquipélago / Ana Carolina de Oliveira Ramalho. – Botucatu :
[s.n.], 2008
Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia, Botucatu, 2008.
Orientador: Reinaldo José da Silva
Assunto CAPES: 50502034
1. Helmintofauna 2. Lagarto - Parasito 3. Parasitologia veterinária
CDD 636.0896
CDD 597.98
Palavras-chave: Amphisbaena ridleyi; Fernando de Noronha; Helmintofauna;
Trachylepis atlântica; Tupinambis merianae
ii
Nome do autor: Ana Carolina de Oliveira Ramalho
Título: Estudo da helmintofauna do lagarto Tupinambis merianae Duméril e Bibron,
1839 (Reptilia: Squamata, Teiidae) procedentes do Arquipélago de Fernando de
Noronha, Pernambuco, Brasil e relação com a fauna endêmica de lagartos do
arquipélago.
COMISSÃO EXAMINADORA
Prof. Dr. Reinaldo José da Silva
Presidente e Orientador
Instituto de Biociêcias, Departamento de Parasitologia
FMVZ – UNESP – Botucatu
Profa. Dra. Lucia Helena O’Dwyer de Oliveira
Membro
Instituto de Biociêcias, Departamento de Parasitologia
FMVZ – UNESP – Botucatu
Profa. Dra. Mônica Regina Vendrame Amarante
Membro
Instituto de Biociêcias, Departamento de Parasitologia
FMVZ – UNESP – Botucatu
Data da Defesa: 13 de março de 2008.
iii
Dedico essa dissertação com muito
amor à Hilda, Geraldo e Rodrigo.
iv
AGRADECIMENTOS
À Deus e aos meus guias,
Aos meus pais Geraldo e Hilda e meu irmão Rodrigo que me apóiam com tanto amor,
Ao por me acompanhar durante o processo desse mestrado com muito amor e
paciência,
Ao meu orientador Reinaldo por ser um profissional que no avançar da sua carreira
brilhante, permite que nós orientandos cresçamos junto com ele,
À estagiária do projeto, Helena,
Às Dras. Lucia Helena O’Dwyer de Oliveira e Mônica Regina Vendrame Amarante por
me concederem a honra de participarem da minha banca de mestrado,
À minha família de São Paulo por me darem a sensação de que eu estava mais perto de
casa durante o mestrado,
À toda família Ramalho e ao pessoal do Porto do Sol em Brasília por me transmitirem
sempre muito carinho e alegria,
Às minhas amigas de Botucatu: Camila, Aninha e Charli, e Dani, e Jú, Marcella,
Adriana e Veruska, Eriquinha Zica, Satie e Karina,
Ao pessoal da parasito: Nilza, Márcia, Bicho,
À FAPESP por ter financiado a pesquisa viabilizando a coleta,
À Equipe do “Projeto Teju”: Dr. Ayrton Klier Peres Jr., Felipe Lago, Daniel Velho, Ruy e
Damião e Ban do IBAMA.
Ao grande amigo Ricardo Miyasaka de Almeida por ter nos acompanhado na coleta e
por ter ajudado muito!,
Aos amigos de Noronha: Rafa, Wllysses, Chará (e Águas Claras) e Lisandro,
Ao IBAMA Sede e IBAMA em Fernando de Noronha pela receptividade e grande
colaboração,
À Administração de Fernando de Noronha,
v
LISTA DE TABELAS
Tabela 1
-
Lista de espécies de nematódeos de lacertíleos e anfisbenídeos
brasileiros, segundo Vicente et al. (1993)
...............................................................................................................................................
16
Tabela 2 - Lista de espécies de trematódeos de lacertíleos e anfisbenídeos
brasileiros, segundo Travassos et al. (1969)
.............................................................................................................................
19
Tabela 3 - Lista de espécies de cestódeos de lacertíleos e anfisbenídeos
brasileiros, segundo Rego (1973)
...............................................................................................................................................
20
vi
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1
........................................................................................................................................................
1
1.INTRODUÇÃO
.....................................................................................................................................
2
2.REVISÃO DE LITERATURA
...........................................................................................................
3
2.1.Ordem Squamata (lagartos e serpentes)
.............................................
3
2.2.Lagartos da família Scincidae
..........................................................................
5
2.3.Lagartos da família Teiidae
.................................................................................
6
2.4.Família Amphisbaenidae (“cobra de duas cabeças”)
...........
9
2.5.Helmintologia de Lacertíleos e Anfisbenídeos do Brasil
...........
10
2.6.Helmintos de lagartos da família Scincidae
.......................................
11
2.7.Helmintos de lagartos da família Teiidae
...........................................
12
2.8.Helmintos de lagartos da família Amphisbaenidae
...................
13
CAPÍTULO 2
...................................................................................................................................................
18
TRABALHO CIENTÍFICO
.................................................................................................................
19
Resumo
............................................................................................................................................
19
Introdução
...............................................................................................................................
20
Material e métodos
..........................................................................................................
22
Resultados
..............................................................................................................................
23
Discussão
.................................................................................................................................
25
Referências bibliográficas
..........................................................................................
32
CAPÍTULO 3
....................................................................................................................................................
37
CONCLUSÕES GERAIS
....................................................................................................................
38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
................................................................................................
39
vii
RAMALHO, A.C.O. Estudo da helmintofauna do lagarto Tupinambis merianae Duméril e
Bibron, 1839 (Reptilia: Squamata, Teiidae) procedentes do Arquipélago de Fernando
de Noronha, Pernambuco, Brasil e relação com a fauna endêmica de lagartos do
arquipélago. Botucatu, 2008. 38p. Dissertação (Mestrado) Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia. Campus de Botucatu. Universidade Estadua Paulista.
RESUMO
O presente estudo relata a ocorrência de helmintos na espécie exótica Tupinambis
merianae, e nas espécies endêmicas Trachylepis atlantica e Amphisbaena ridleyi
procedentes do arquipélago de Fernando de Noronha, Estado do Pernambuco, Brasil.
Ao todo nove espécies de helmintos foram identificadas, principalmente, no trato
digestivo e órgãos acessórios, com as seguintes prevalências (P) e intensidade média
de infecção (IMI): T. merianae - Diaphanocephalus galeatus (P=96%; IMI=20,5),
Spinicauda spinicauda (P=100%; IMI=197,8) e Oochoristica iguanae (P=20%; IMI=4,4);
T. atlantica - Moaciria alvarengai (P=20%; IMI=1,0), S. spinicauda (P=92%; IMI=22,1),
Mesocoelium monas (P=4%; IMI=3,0), Platynosomum sp. (P=8%; IMI=7,0) e
Oochoristica travassosi (P=24%; IMI=1,7); e A. ridleyi - Aplectana albae (P= 96%; IMI=
143,4), Thelandros alvarengai (P=8%; IMI=1,0), M. monas (P=44%; IMI=2,8),
Platynosomum sp. (P=36%; IMI= 13,8) e Oochoristica travassosi (P=56%; IMI=2,6). Em
T. merianae foi observado que mais de 80% dos animais possuíam associação entre
duas espécies de helmintos. Em T. atlântica o parasitismo foi monoespecífico em 50%
dos animais, mas a associação entre dois parasitas também foi alta (41.7%). Em A.
ridleyi houve maior dispersão de associação, foi observado desde parasitismo
monoespecífico até associação entre 5 parasitas. A helmintofauna observada neste
trabalho permite concluir que helmintos podem ser carreados com seus hospedeiros
quando introduzidos numa nova localidade, e também que os helmintos introduzidos
podem infectar os animais endêmicos dessa nova localidade.
Palavras-chave: Helmintofauna, Tupinambis merianae, Fernando de Noronha,
Trachylepis atlântica, Amphisbaena ridleyi
viii
RAMALHO, A.C.O. Helminth parasites from Tupinambis merianae Duméril e Bibron,
1839 (Reptilia: Squamata, Teiidae) from Fernando de Noronha archipelago,
Pernambuco, Brasil and relationship with archipelago endemic lizard fauna. Botucatu,
2008. 61p. Dissertação (Mestrado) Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia.
Campus de Botucatu. Universidade Estadua Paulista.
ABSTRACT
This study reports the occurrence of helminths in the introduced specie Tupinambis merianae,
and in the endemic species Trachylepis atlantica and Amphisbaena ridleyi from Fernando de
Noronha archipelago, State of Pernambuco, Brazil. Nine species of helminths were found
mainly in the digestive tract and accessory organs, with the follow prevalence (P) and mean
infection intensity (MII): T. merianae - Diaphanocephalus galeatus (P=96%, IMI=20.5),
Spinicauda spinicauda (P=100%, IMI=197.8) and Oochoristica iguanae (P=20%, MII=4.4); T.
atlantica - Moaciria alvarengai (P=20%, MII=1.0), S. spinicauda (P=92%, MII=22.1),
Mesocoelium monas (P=4%, MII=3.0), Platynosomum sp. (P=8%, MII=7.0) and Oochoristica
travassosi (24%, MII=1.7); and A. ridleyi - Aplectana albae (P= 96%, MII= 143.4), Thelandros
alvarengai (P=8%, MII=1.0), M. monas (P=44%, MII=2.8), Platynosomum sp. (P=36%; MII= 13.8)
and O. travassosi (P=56%; MII=2.6). In T. merianae was observed that more than 80% of the
animals had association between 2 helminth species. In species T. atlantica the parasitism was
monospecific in 50% of specimens, but association between 2 parasites also was high (41.7%).
In A. ridleyi there was greater dispersion of association, and monospecific parasitism until
association among 5 parasites were observed. The helminth fauna observed allowed to
conclude that helminthes can be carried together with their host when they are introduced in
a new geographical place and also that these introduced helminthes can infect endemic or
native hosts.
Key words: Helminthofauna, Tupinambis merianae, Fernando de Noronha, Trachylepis
atlântica, Amphisbaena ridleyi
VtÑ•àâÄÉ D
2
1. Introdução
Helmintos são parasitas de vários grupos de vertebrados e compreendem
quatro classes Trematoda, Cestoda, Nematoda e Acanthocephala. Estudos sobre
helmintos são importantes não por sua relevância para a saúde humana e animal,
mas também para o entendimento de como se tornaram parasitas e como foi sua
radiação para certos grupos de hospedeiros durante sua evolução (Anderson, 2000).
Além do mais, estudos da biologia dos helmintos são necessários para o entendimento
dos efeitos causados na estrutura e dinâmica das populações de seus hospedeiros
(Pough et al., 2004).
As histórias de vida complexas dos parasitos envolvem diversas interações com
os hospedeiros e diferentes conjuntos de fatores afetam cada estágio de seu ciclo de
vida (Ricklefs, 1996). Tais interações causam sérios efeitos em seus hospedeiros, que
vão desde mudanças etológicas (Wikelski, 1999), fisiológicas (Schall et al., 1982;
Heideman, 1997) e morfológicas (Johnson et al., 1999), podendo inclusive ser agentes
na regulação do tamanho populacional e da distribuição geográfica em diversas classes
de vertebrados (Goater e Ward, 1992; Goater, 1994; Ricklefs, 1996).
Dentre todos os vertebrados, os lagartos são os mais vantajosos para estudos
ecológicos, por serem abundantes, de fácil captura e com taxonomia bem resolvida
(Araújo, 1985; Pianka e Vitt, 2003). De fato, o número de estudos com lagartos tem
crescido nos últimos anos, principalmente com respeito à reprodução (Vitt, 1990; Colli
et al., 1997), dieta (Vitt e Carvalho, 1995), uso do habitat e ecologia termal (Huey e
Pianka, 1977; Huey, 1982).
Apesar de serem hospedeiros para uma ampla variedade de parasitas e
sofrerem graves efeitos dessa interação, o conhecimento das espécies de parasitas e
os respectivos impactos nas espécies e/ou populações de lagartos é escasso (Schall et
al., 1982). Além disso, uma concentração de estudos em regiões temperadas
(Schall, 1983; Goldberg e Bursey, 2001; Schall e Marghoob, 1995), o que torna
impossível a extrapolação dos resultados para regiões tropicais, principalmente devido
às diferenças climáticas e menor depauperação das comunidades de lagartos nessa
região.
3
Com relação aos trabalhos realizados na região Neotropical, pode-se também
notar uma concentração de estudos em algumas áreas, particularmente as de fácil
acesso e mais povoadas, como a Austrália (Goldberg e Bursey, 2001). No Brasil, as
pesquisas limitam-se basicamente às áreas de restinga do sudeste (Rocha e Vrcibradic,
2003; Rocha et al., 2003) e algumas listas taxonômicas (Travassos et al., 1969; Vicente
et al., 1993). Outros biomas, que possuem uma diversidade maior de lagartos, quando
comparados às restingas, como o Cerrado, Pantanal e ambientes de ilha, carecem de
informações. Além disso, muitos dados são baseados em espécies com ampla
distribuição geográfica e/ou sinantrópicas, como Ameiva ameiva (Telford, 1973;
Lainson et al,. 2003) e Hemidactylus mabouia (Simonsen e Sarda, 1985; Rivera et al.,
2003).
As ilhas oceânicas possuem várias características que tornam suas
comunidades bem distintas das encontradas nos continentes. Muitos desses fatores
estão ligados à dificuldade de dispersão dos organismos, visto que ilhas de origem
vulcânica se situam a grandes distâncias do continente. Além disso, a alta taxa de
endemismo e a ocorrência de espécies consideradas relíquias, aumentam as chances
de extinções. De fato, outra característica de ilhas oceânicas é o grande número de
extinções que nelas ocorrem. Acredita-se que ecossistemas de ilhas oceânicas são
frágeis e vulneráveis às alterações ambientais (Williamson, 1981).
Porém, Rocha e Vrcibradic (2003), em um estudo comparativo com lagartos do
gênero Mabuya (família Scincidade) de regiões continentais e insulares não
encontraram diferenças significativas entre os lagartos estudados, sugerindo a
necessidade de mais pesquisas para verificação da ecologia de parasitas de populações
que sofreram processos de isolamento.
2. Revisão da Literatura
2.1. Ordem Squamata (lagartos e serpentes)
Os membros da classe Reptilia praticamente limitam-se às regiões mais
quentes do mundo, em decorrência da ausência de mecanismos termorreguladores
internos. Sendo ectotérmicos, eles dependem muito do ambiente externo para a
4
manutenção da temperatura do corpo, fazendo uso da radiação solar e da radiação do
substrato (Orr, 1986).
O corpo dos répteis é tipicamente coberto por escamas secas que lhes
fornecem proteção. Existem duas categorias de escamas, as epidérmicas que são
superficiais e são trocadas periodicamente ao longo da vida, que são encontradas na
maioria dos répteis, e as dérmicas que são placas ósseas permanentes aprofundadas
na pele e mantidas durante toda a vida. Por causa destas escamas epidérmicas secas
que nas serpentes e nos lagartos são trocadas periodicamente, os répteis não possuem
glândulas na pele (Orr, 1986).
A ordem Squamata é um grande grupo da classe Reptilia. Possui duas
subordens: lagartos e serpentes, que são parte de uma mesma linhagem evolutiva.
Isso significa que evolutivamente, os animais conhecidos como serpentes originaram-
se de lagartos que se especializaram com o passar do tempo. Essa Ordem inclui répteis
marinhos e de água doce, terrestres, fossoriais e arborícolas, incluindo espécies que
habitam desde o topo de árvores a desertos e oceanos. São encontrados no mundo, e
são mais abundantes em regiões mais quentes. O tamanho varia de pequeno a médio-
grande (40 a 3000 mm de comprimento total) com corpos alongados, membros pares
geralmente presentes, corpo recoberto por escamas epidérmicas e órgãos
copulatórios pares (Pough et al., 2004; Orr, 1986).
cerca de 3000 espécies de lagartos no mundo. Eles variam de tamanho que
vai desde uma pequena lagartixa de 3 cm de comprimento, até o dragão de Komodo,
que na maturidade atinge 3 m e pesa cerca de 75 Kg. Porém, cerca de 80% dos lagartos
atuais pesam, quando adultos, cerca de 20 g e o insetívoros. lagartos norte-
americanos e australianos que se alimentam de formigas (Pough et al., 1999).
Os lagartos são animais adaptáveis que ocupam habitats que variam de
pântanos a desertos a até mesmo acima da faixa de florestas, em algumas montanhas.
Muitas espécies são harborícolas. A maioria dos lagartos de grande porte é herbívora.
Uma exceção a regra são os lagartos-monitor (família Varanidae) que são predadores
ativos e se alimentam de uma variedade de vertebrados e invertebrados incluindo
aves e mamíferos. Muitas espécies de lagartos vivem em praias, mas poucas espécies
realmente entram na água. O iguana marinho das Ilhas Galápagos é uma exceção, seu
5
hábito alimentar é único, alimenta-se de algas mergulhando 10 metros de
profundidade ou mais para forragear na vegetação que cresce abaixo da faixa da maré
(Pough et al., 1999, 2004).
No Arquipélago de Fernando de Noronha, duas espécies endêmicas de répteis
estão presentes: uma anfisbena vulgarmente chamada de cobra-de-duas-cabeças
(Amphisbaena ridleyi) e o pequeno lagarto (Trachylepis atlantica). Além disso, o teiú
(Tupinambis merianae) e a lagartixa (Hemidactylus mabouia) foram introduzidos pelos
humanos (Olson, 1981; Oren, 1984).
2.2. Lagartos da família Scincidae
Os membros desta família são caracterizados por possuírem escamas circulares
brilhosas sobrepostas à uma camada de osteoderma, que provê uma superfície
externa corporal muito rígida. Os osteodermas desses lagartos são compostos por um
mosaico de pequeninos ossos. O formato do corpo é extremamente variável, e vai
desde o formato clássico dos lagartos com membros robustos e corpos curtos a
lagartos sem pernas e com corpos alongados. Conseqüentemente, a diversidade de
habitats é também grande embora lagartos terrestres e fossoriais sejam mais
frequentes que as espécies arborícolas e aquáticas. O tamanho também varia
bastante, existem pequenas espécies com menos de cinco centímetros até espécies
com mais de 32 centímetros de comprimento ventro-cloacal.
A maioria é ovípara e as meas é que cuidam dos ovos, porém
aproximadamente 45% dos Scincídeos são vivíparos. Muitos são diurnos, mas existem
também os de hábito noturno e crepuscular. Em consequência dos seus corpos rígidos
e roliços os Scincídeos são lagartos difíceis de serem capturados por predadores, por
isso possuem predadores especializados, como as serpentes Liophidium,
Scaphiodontophis e Psammodynastes que desenvolveram fileiras de dentes com
dobradiças ou com fendas (diastema) para facilitar a captura (Pough et al., 2004).
Existem aproximadamente 115 gêneros e 1260 espécies nessa família. São
cosmopolitas, com exceção das altas latitudes do hemisfério norte. Essa família existe
em muitas ilhas oceânicas do Pacífico e Índico. Existem quatro subfamílias, são elas:
Feyliininae (Feylinia, África tropical central); Acontiinae (Acontias, Acontophiops,
6
Typhlosaurus, no sul da África e no Kênia); Scincinae, com mais de 30 gêneros,
incluindo Amphiplossus, Chalcides, Eumeces, Neosep e Scincus, na América Central e
do Norte, África e Madagascar, sul da Europa e Ásia a no Japão e nas Filipinas;
Lygosominae, com mais de 80 gêneros, incluindo Corucia, Cterotus, Emoia,
Leiolopisma, Lerista, Lipinia, Lygosoma, Mabuya, Scicella e Tiliqua, são cosmopolitas
com exceção do norte da Europa e norte da Ásia e norte da América do Norte (Pough
et al., 2004).
Em Fernando de Noronha, existe o lagarto endêmico Trachylepis atlantica, esse
lagarto na ilha é muito abundante (Carleton e Olson, 1999). O nome científico
inicialmente era Mabuya atlantica, pela semelhança desses animais com os membros
do gênero Mabuya do continente brasileiro. Mausfeld et al. (2002) renomearam essa
espécie para Euprepis atlanticus após a análise molecular comparativa do material
7
espécies. Ocupam desde o norte dos EUA até a América Central e grande parte da
América do Sul e o Oeste da Índia. São observadas duas subfamílias: Teiinae (com 116
espécies incluídas nos gêneros Ameiva, Aspidoscelis, Cnemidophorus, Dicrodon,
Kentropyx, Teius) e Tupinambinae (com 9 espécies incluídas nos gêneros Callopistes,
Crocodilurus, Dracaena e Tupinambis) (Pough et al., 2004).
O gênero Tupinambis contém os maiores lagartos terrestres do Novo Mundo,
assim como os maiores membros da família Teiidae, caracterizados por membros
fortes e bem desenvolvidos, sendo que os machos de algumas espécies, que em média
são maiores que as fêmeas, podem ultrapassar 600 mm de comprimento rostro-anal.
São onívoros, com uma dieta bem diversificada incluindo ovos, frutas, invertebrados,
carcaças em decomposição e pequenos vertebrados (Fitzgerald et al., 1991; King et al.,
1994; Herrera e Robinson, 2000). Durante a noite procuram abrigos para minimizar a
perda de calor e pela maggrgdgu,c0dçdrijnp(0çrfjçndggrgdgu c0jpireãgupuec0 c0jpireãguac0duqc0pimççãpuuc0pimççãpuec0çijãnmmu c0rpiedgpuec0çijãnmmumc0ridppepu c0rpiejegumcgiãnmpçuéc0çijãnp(e(!& Õuoc0çimdgedu‘c0jpireçdãutc0niçãmmrurc0rinjãrmuacgijçngnuac0riçgeenurc0rinjãrmçrimd(!& Õufc0niergdgxinjçnedçpduqc0pimççãrurc0rirn‘
8
A espécie T. merianae tem como características marcantes o corpo cilíndrico e
robusto, membros e cauda longos e robustos e apresenta a seguinte combinação única
de caracteres: comprimento rostro-anal, nos machos adultos, podendo chegar a 420
mm, duas escamas loreais, 21 a 43 poros femorais e 106 a 148 escamas dorsais.
Possuem barras negras e faixas mais claras, que se alternam transversalmente no
dorso. Os flancos são claros, com barras negras e pequenos círculos brancos
espalhados. O ventre é de cor clara com barras negras transversais irregulares. As
fêmeas começam a colocar seus ovos em meados de novembro, atingindo o auge em
dezembro. Em ninhos de T. merianae foram encontrados de 29 a 39 ovos. O período
de incubação vai de 45 a 75 dias e a fêmea permanece no ninho durante todo esse
tempo, provavelmente para proteger a ninhada de possíveis predadores. Atingem a
maturidade sexual com aproximadamente três anos de idade e 300 mm de
comprimento rostro-anal, podendo viver por pelo menos 17 anos, o que significa 14
anos de atividade reprodutiva (Fitzgerald et al., 1991; Péres, 2003; Colli, 2004).
A distribuição geográfica dessa espécie é muito ampla podendo ser encontrada
na Argentina, Brasil, Uruguai, Bolívia, Paraguai, ocupando a maioria dos biomas sul
americanos: Caatinga, Cerrado, Chaco, habitats costeiros e de ilhas e áreas abertas do
sul da Amazônia e na Mata Atlântica. Provavelmente por causa dessa grande
distribuição e também por eventos históricos, observa-se uma leve variação
morfológica nas diferentes populações de T. merianae (Péres, 2003).
Em 1960, um casal de T. merianae foi introduzido pelos militares em Fernando
de Noronha com o objetivo de controlar outras espécies invasoras, como o roedor
Rattus rattus (Oren, 1984; Rangel et al., 1988).
Segundo Rangel et al. (1988), o lagarto T. merianae preda principalmente ovos
e filhotes da tartaruga verde (Chelonia mydas) e ovos das aves que nidificam no solo.
Por não ter predadores naturais (grandes mamíferos, gaviões, etc.) na Ilha de
Fernando de Noronha e por ter recursos em abundância, a população de T. merianae
continua crescendo. Um estudo da análise do conteúdo estomacal do lagarto T.
merianae de Fernando de Noronha, verificou que ele se alimenta principalmente de
frutos - possivelmente modificando a vegetação nativa através da dispersão de
sementes - de insetos, de aves marinhas, do lagarto endêmico T. atlantica e do
9
caranguejo Gecarcinus lagostoma, endêmico das ilhas oceânicas brasileiras (Fernando
de Noronha, Atol das Rocas e Trindade). Além disso, esse estudo estimou o tamanho
populacional da espécie em 2600 indivíduos apenas na ilha principal de Fernando de
Noronha (Péres, 2003).
2.4. Família Amphisbaenidae (“Cobra de duas cabeças”)
As anfisbenas são classificadas em quatro famílias. A família Amphisbaenidae é
a maior, a mais comum e com maior diversidade no grupo. Essa família possui
aproximadamente 19 gêneros e 135 espécies. É encontrada no Oeste da Índia, na
América do Sul, África e algumas áreas do Mediterrâneo. Seus gêneros mais
representativos são Amphisbaena, Anops, Aulura, Blanus, Bronia, Chirindia, Cynisca,
Leposternon, Mesobaena e Zygaspis. A família Rhineuridae possui apenas uma espécie
que habita o norte da Flórida. A família Trogonophidae possui quatro gêneros e seis
espécies, os gêneros (Agamodon, Diplometopon, Pachycalamus e Trogonophis)
habitam o norte da África e o Meio Leste. A família Bipedidae com apenas um gênero
(Bipes) e três espécies habitam o México (Pough et al., 2004).
Os anfisbenídeos diferem tanto dos outros Squamatas em vários aspectos que
são geralmente estudados como um grupo isolado. São alongados e não possuem
membros locomotores em sua maioria. Possuem caudas muito curtas e seus corpos
são anelados. O comprimento varia de 10 a 80 cm. O pulmão direito é reduzido, ao
contrário da maioria dos outros Squamatas que possuem o esquerdo menos
desenvolvido. Possuem o crânio altamente calcificado e modificado para escavar.
Somente entre os Squamatas o cérebro é totalmente envolto pelos ossos frontais do
crânio (Pough et al., 2004). A pele dos anfisbenídeos também é característica, os anéis
que envolvem a circunferência do corpo são bem visíveis em um exame externo e a
dissecção mostra que o tegumento é quase desprovido de conexões com o tronco.
Assim, a pele forma um tubo dentro do qual o corpo dos anfisbenídeos pode deslizar
para frente e para trás. Músculos tegumentares estendem-se, longitudinalmente, de
um anel a outro (Orr, 1986). Na maioria dos casos, a pele se move inteiramente
independentemente do tronco. Esta modificação está associada à escavação de túneis
10
subterrâneos. Elas possuem a capacidade de usar qualquer parte do corpo como local
de fixação para se ancorar contra as paredes dos túneis (Pough et al., 2004).
Os anfisbenídeos ocupam muitos ambientes, desde Florestas tropicais,
subtropicais e desertos extremamente áridos. Apesar de viverem nas camadas
subterrâneas do solo, ocasionalmente podem ser encontrados na superfície e embaixo
de objetos como pedras. A maioria das espécies é ovípara (Pough et al., 2004). A
estrutura dentária dos anfisbenídeos também é característica, estes possuem um
único dente mediano na maxila superior, uma característica exclusiva deste grupo de
vertebrados. O dente mediano é parte de um conjunto dentário especializado que faz
destes animais predadores formidáveis, capazes de dominar uma grande variedade de
invertebrados e pequenos vertebrados. O dente superior ajusta-se no espaço entre
dois dentes da mandíbula e forma um conjunto de pinças (Orr, 1986).
A espécie mais conhecida dessa família é a Amphisbaena alba, endêmica da
América do Sul é um dos maiores anfisbenídeos. Com grandes fêmeas chegando a
medir mais de 800 mm de comprimento. Essa espécie não possui o dimorfismo sexual
nos caracteres que diferem os outros Squamatas (proporção corporal, glândulas pré-
cloacais e escamação). No cerrado do Brasil central a dieta da A. alba consiste
principalmente em besouros, formigas, aranhas e cupins, embora outros artrópodes e
eventualmente lagartos, serpentes e pequenos roedores sejam alimentos ocasionais
(Colli e Zamboni, 1999).
A anfisbena endêmica de Fernando de Noronha, Amphisbaena ridleyi é
indubitavelmente a “cobra” que Américo Vespúcio viu em 1503. Amphisbaena ridleyi é
tão abundante no arquipélago que nas encostas do Morro do Pico, que é o ponto
culminante (321 m) da ilha principal, a abundância é maior do que das anfisbenas do
mesmo gênero no continente (Olson, 1981).
2.5. Helmintologia de Lacertíleos e Anfisbenídeos do Brasil
Os estudos helmintológicos envolvendo lacertíleos e anfisbenídeos no Brasil
têm sido realizados há muito tempo. Marcgrave (1648) mencionou o encontro de
pequenos nematóides de intestino de iguana (Iguana sp.), sendo esta a primeira
referência sobre nematóides parasitos de répteis encontrados no Brasil. No século
11
passado, vários helmintologistas europeus, como Rudolphi, Diesing e Molin estudaram
nematóides de répteis do Brasil. Travassos (1913), na sua revisão das espécies
brasileiras da subfamília Heterakinae, foi o primeiro brasileiro a se ocupar do estudo
de nematóides parasitos de répteis. Além de Travassos, vários outros pesquisadores
brasileiros e estrangeiros dedicaram-se ao estudo desse interessante grupo de
nematóides, atingindo em 1993 o marco de mais de 150 trabalhos científicos que
fazem referência a nematódeos de répteis no Brasil. Posteriormente, foram realizados
estudos com intuito de agrupar todas as informações referentes a infecções por
nematódeos (Vicente et al., 1993; Tabela 1) e trematódeos (Travassos et al., 1969;
Tabela 2) brasileiros.
Para os cestódeos, não existe no Brasil um inventário sobre as espécies
parasitas de répteis. O principal levantamento foi realizado por Rego (1973). As
espécies relatadas por esse autor estão apresentadas na Tabela 3.
A partir desses estudos, vários outros relatos foram publicados. A seguir
relataremos as bibliografias mais recentes envolvendo helmintos de lagartos das
famílias Scincidae e Teiidae e anfisbenas da família Amphisbaenidae.
2.6. Helmintos de lagartos da família Scincidae
Em estudo realizado com duas espécies de lagartos do nero Mabuya,
Mabuya agilis e Mabuya macrorhyncha, em duas diferentes restingas no sudeste do
Brasil, Praia das Neves no Espírito Santo e Grussaí no Rio de Janeiro, foram
encontrados 10 tipos de parasitas associados com esses lagartos nessas duas
localidades, a saber: uma larva de pentastomídeo (Raillietiella sp.), dois trematódeos
(Paradistomum parvissimum e Pulchrosomoides), um cestódeo (Oochoristica ameivae),
cinco nematódeos (Hexametra boddaertii, Parapharyngodon sceleratus,
Physalopteroides venancioi e Physaloptera sp.), e um acantocéfalo não identificado e
um nematóide da família Acuariidae não identificado (Vrcibradic et al., 2002).
Rocha et al. (2003), também em um estudo dos helmintos relacionados ao
Mabuya dorsivittata do Parque Nacional do Itatiaia, encontraram apenas duas espécies
de helmintos, os nematóides Physaloptera retusa e Skrjabinodon spinolosus. Os
12
autores consideraram a fauna de helmintos da espécie Mabuya dorsivittata pobre em
relação as outras espécies congenéricas estudadas.
Rocha e Vrcibradic (2003) realizaram um estudo comparativo de espécies do
gênero Mabuya (M. agilis, M. caissara e M. macrorhyncha) de três regiões do
continente brasileiro (Praia Massaguaçu, SP; Grumari, RJ e Trancoso, BA) e de três ilhas
próximas às regiões continentais estudadas (Ilha da Queimada Grande, SP; Ilha
Grande, RJ e Ilha Sueste, BA) Foram encontradas seis espécies de nematódeos, P.
sceleratus, Parapharyngodon largitor, Physalopteroides venancioi, uma larva de
Physaloptera sp., uma larva de Hexametra baddaertii e um cisto indeterminado na
parede do estômago.
O nematóide P. scleratus, sinonímia de Thelandros sceleratus e
Pseudothelandros sceleratus, foi descrito parasitando a espécie Mabuya bistrata no
Brasil (Vicente et al., 1993; Van Sluys et al., 1997; Ribas et al., 1998b; Vrcibradic et al.,
2002).
Parapharyngodon sceleratus ainda foi descrito parasitando Mabuya frenata
(Vrcibradic et al., 1999) e Mabuya macrorhyncha (Ribas et al., 1998b).
2.7. Helmintos de lagartos da família Teiidae
Em relação aos lagartos da família Teiidae no Brasil Rego e Chambrier (2000)
redescreveram o cestódeo Tejidotaenia appendiculata no T. teguixin procedentes da
Serra do Navio no Amapá e de Linhares no Espírito Santo.
Vrcibradic et al. (2000) observaram que o parasita Thubunaea dactyluris
encontrado na espécie Ameiva ameiva no levantamento feito por Fabio e Rolas (1974)
era o mesmo parasita P. venancioi (Lent et al., 1946) encontrado no sapo Bufo
paracnemis do Paraguai.
Ribas et al. (1998a) fizeram um estudo na restinga de Barra do Maricá (Rio de
Janeiro) e na análise de helmintos de A. ameiva eles encontraram os nematódeos P.
retusa no estômago, Physaloptera lutzi no estômago, P. sceleratus no intestino e
Strongyluris oscari no intestino.
Parapharyngodon sceleratus sinonímia de Thelandros sceleratus e
Pseudothelandros sceleratus, foi encontrado parasitando o intestino grosso do lagarto
13
Cnemidophorus ocellifer, e os nematóides P. retusa no estômago e P. lutzi no intestino
delgado, também foram encontrados parasitando este lagarto na Restinga da Barra de
Maricá (Ribas et al., 1995).
Ooschoristica ameivae, sinonímia Linstowia ameivae, Oochoristica brasiliensis e
Oochoristica fuhrmanni, foi relatada parasitando A. ameiva por Vrcibradic et al. (2002).
Uma amostra de 101 Cnemidophorus nativo do litoral da Bahia foi examinada
para presença de parasitos, seis espécies de helmintos foram encontradas, incluindo
os cinco nematódeos P. retusa, P. venancioi, Subulura lacertilia, Skrjabinelazia
intermedia and Parapharyngodon sp. e o cetódeo O. ameivae (Menezes et al., 2004).
2.8.Helmintos de lagartos da família Amphisbaenidae
Para a família Amphisbaenidae, os achados helmintológicos no Brasil são ainda
mais escassos. Após a revisão de Travassos et al. (1969) e Vicente et al. (1993),
nenhum artigo sobre nematódeo e cestódeo foi publicado para anfisbenídeos
brasileiros. Em relação aos trematódeos, foi encontrado por Ruiz e Pérez (1959) a
espécie Haplometroides buccicola no esôfago de A. alba.
14
Tabela 1. Lista de espécies de nematódeos de lacertíleos e anfisbenídeos brasileiros,
segundo Vicente et al. (1993).
FAMÍLIA/ESPÉCIE HOSPEDEIRO HABITAT
Família CosmocerccerDEIR
15
Oswaldofilaria brevicaudata Iguana tuberculata Cavidade geral
Oswaldofilaria petersi Tupinambis nigropunctatus Mesentério
Oswaldofilaria spinosa Mabuya mabouya mabouya Axila, aponeurose da
coluna e cavidade geral
Piratuba digiticauda Tropidurus spinulosos Cavidade abdominal
Piratuba digiticauda Tropidurus torquatus Cavidade abdominal
Piratuba lainsoni Anolis punctatus Cavidade geral
Piratuba lainsoni Polychrus marmoratus Cavidade geral
Piratuba scaffi Ameiva ameiva ameiva Cavidade geral
Piratuba shawi Kentropyx calcaratus Cavidade geral
Piratuba zeae Mabuya mabouya mabouya Mesentério abdominal
Família Oxyuridae
Gynaecometra bahiensis Polychrus acutirostris Intestino
Thelandros alvarengai Ameiva ameiva ameiva Intestino grosso
Thelandros alvarengai Mabuya maculata Intestino grosso
Thelandros largitor Ameiva ameiva ameiva Intestino grosso
Thelandros largitor Hemydactylus mabouia Intestino grosso
Thelandros sceleratus Ameiva ameiva ameiva Intestino grosso
Thelandros sceleratus Hemydactylus mabouia Intestino grosso
Thelandros sceleratus Tropidurus semitaeniatus Intestino grosso
Thelandros sceleratus Tropidurus sp. Intestino grosso
Thelandros sceleratus Tropidurus spinulosos Intestino grosso
Thelandros sceleratus Tropidurus torquatus Intestino grosso
Thelandros sp. Tropidurus spinulosos Intestino
Thelandros sp. Hemydactylus mabouia Intestino grosso
Thelandros sp. Ameiva ameiva ameiva Intestino delgado e
grosso
Thelandros sp. Tropidurus torquatus Intestino delgado e
grosso
Thelandros verrucosus Diploglossus lessonae Intestino delgado e
grosso
Typhlonema sp. Tropidurus spinulosos Intestino
Família Pharyngodonidae
Alaeuris caudatus Iguana iguana Intestino grosso
Alaeuris vogelsangi Iguana iguana Intestino grosso
Ozolaimus cirratus Iguana iguana Intestino grosso
Ozolaimus megatyphlon Iguana iguana Intestino grosso
Pharyngodon cesarpintoi Ameiva ameiva ameiva Intestino grosso
Pharyngodon cesarpintoi Cnemidophorus lemniscatus Intestino grosso
Pharyngodon sp. Tropidurus torquatus Intestino delgado
Pharyngodon travassosi Ameiva sp. Intestino grosso
Família Physalopteridae
Physaloptera lutzi Ameiva ameiva ameiva Estômago
Physaloptera lutzi Tropidurus spinulosos Estômago
Physaloptera lutzi Tropidurus torquatus Estômago
Physaloptera retusa Tropidurus spinulosos Estômago
16
Physaloptera retusa Tropidurus torquatus Estômago
Physaloptera retusa Tupinambis teguixim Estômago
Physaloptera sp. Polychrus acutirostris Estômago
Physaloptera sp. Tropidurus torquatus Estômago
Physaloptera sp. Ameiva ameiva ameiva Estômago
Physaloptera sp. Tupinambis teguixim Estômago
Physaloptera sp. Tropidurus spinulosos Estômago
Physalopterinae sp. Hemydactylus mabouia Estômago
Thumbunaea dactyluris Ameiva ameiva ameiva Estômago
Família Seuratidae
Skrjabinelazia galliardi Gonatodes humeralis Estômago
Skrjabinellazia intermedia Tropidurus spinulosos Intestino delgado e
grosso
Skrjabinellazia intermedia Tropidurus torquatus Intestino delgado e
grosso
Família Spiruridae
Spirurinae sp. Hemydactylus mabouia Estômago, intestino
delgado e pulmão
Família Strongyloididae
Strongyloides cruzi Hemydactylus mabouia Intestino delgado
Família Trichuridae
Capillaria freitaslenti Tropidurus torquatus Intestino
17
Tabela 2. Lista de espécies de trematódeos de lacertíleos e anfisbenídeos brasileiros,
segundo Travassos et al. (1969).
ESPÉCIE HOSPEDEIRO HABITAT
Família Brachycoeliidae
Brachycoelium mesocoeliiformis Anolis scypheus Intestino delgado
Família Dicrocoeliidae
Paradistomum rabusculum Gymnodactylus geckoides Fígado
Paradistomum parvissimum Hemidactylus mabouia Vesícula biliar e
canal colédoco
Paradistomum parvissimum Tropidurus torquatus
torquatus
Vesícula biliar e
canal colédoco
Paradistomum parvissimum Ameiva ameiva Vesícula biliar e
canal colédoco
Paradistomum parvissimum Tupinambis teguixim Vesícula biliar e
canal colédoco
Família Echinostomatidae
Pulchrosomoides elegans Iguana iguana Estômago
Família Liolopidae
Helicotrema asymmetricum Iguana iguana Intestino delgado
Helicometra magniovatum Iguana iguana Intestino
Helicotrema spirale Iguana iguana Intestino
Família Mesocoeliidae
Mesocoelium monas Diploglossus lessonae Intestino delgado
Mesocoelium monas Amphisbaena sp. Intestino delgado
Mesocoelium monas Leposternum microcephalum Intestino delgado
Mesocoelium monas Mabuya maculata Intestino delgado
Tabela 3. Lista de espécies de cestódeos de lacertíleos e anfisbenídeos brasileiros,
segundo Rego (1973).
ESPÉCIE HOSPEDEIRO HABITAT
Família Anoplocephalidae
Oochoristica ameivae Ameiva ameiva Intestino delgado
18
Oochoristica blesslaui Tropidurus torquatus
hispidus
Intestino delgado
Oochoristica vanzolinii Hemidactylus mabouia Intestino delgado
Semenoviella amphisbaenae
Amphisbaena fuliginosa alba Intestino delgado
Ooschoristica fuhrmanni Ameiva ameiva Intestino delgado
VtÑ•àâÄÉ E
19
Helminths from Tupinambis merianae from Fernando de Noronha archipelago,
Pernambuco State, Brazil and relationship with endemic archipelago lizard fauna
ABSTRACT
This study reports the occurrence of helminths in the introduced specie Tupinambis merianae,
and in the endemic species Trachylepis atlantica and Amphisbaena ridleyi from Fernando de
Noronha archipelago, State of Pernambuco, Brazil. Nine species of helminths were found
mainly in the digestive tract and accessory organs, with the following prevalence (P) and mean
infection intensity (MII): T. merianae - Diaphanocephalus galeatus (P=96%, IMI=20.5),
Spinicauda spinicauda (P=100%, IMI=197.8) and Oochoristica iguanae (P=20%, MII=4.4); T.
atlantica - Moaciria alvarengai (P=20%, MII=1.4), S. spinicauda (P=92%, MII=22.1),
Mesocoelium monas (P=4%, MII=3.0), Platynossomum sp. (P=8%, MII=7.0) and Oochoristica
travassossi (16%, MII=1.25); and A. ridleyi - Aplectana albae (P= 96%, MII= 143.4), Thelandros
alvarengai (P=4%, MII=1.0), M. monas (P=44%, MII=2.8), Platynosomum sp. (P=36%; MII= 13.8)
and O. travassossi (P=48%; MII=2.17). More than 80% of T. merianae demonstrated
associations between 2 helminth species. In the T. atlantica species, the parasitism was
monospecific in 50% of specimens, but the association between 2 parasites was also high
(41.7%). In A. ridleyi, there was a greater dispersion of association, and monospecific
20
INTRODUCTION
The introduction of lizards has received little attention with regard to the
species of helminthes that they harbor. Of the 137 species of lizards in the United
States and Canada, 32 have been introduced (Powell et al., 1998). Of these,
helmintological studies are available for 3 species: Anolis distichus, Anolis sagrei and
Hemidactylus turcicus (Pence e Selcer, 1988; McAllister et al., 1993; Goldberg et al.,
1994). Of the 4 lizard species in Bermuda, 3 species were introduced: Anolis
bimaculatus, Anolis grahami and Anolis roquet (Wingate, 1965), and 3 of these have
been examined for helminth
infections
(Goldberg et al., 1995). All 18 lizard species in
Hawaii were introduced (McKeown, 1996) and four of these have been examined for
helminths: Anolis carolinensis, Hemidactylus garnotti, Hemidactylus frenatus and
Lepidodactylus lugubris (Loo, 1971; Brown et al., 1995; Bursey & Goldberg, 1996a;
Hanley et al., 1998).
The Fernando de Noronha archipelago is situated in the Atlantic Ocean, three
degrees to the south of the line of Ecuador and 345 km northeast of Cabo de São
Roque. It is the point to the east end of the neotropics and comprises a main island of
approximately 16.9 Km² and 20 islands, islets and rocks (Olson, 1994; Carleton and
Olson, 1999), which have volcanic origin and have never been connected by land to the
South American continent. Consequently, all animals endemic in the archipelago came
to the island transported by air or by sea. Due to its oceanic nature, the archipelago
has a rich and unique genetic and ecological distribution, since it has been isolated
from other biomes for millennia (Rangel et al., 1988).
Two species of reptiles are endemic in the archipelago: the commonly-named
two-head-snake lizard (Amphisbaena ridleyi) and the small lizard (Trachylepis
atlantica). In addition, the teiú (Tupinambis merianae) and the gecko (Hemidactylus
mabouia) were introduced by humans (Olson, 1981; Oren, 1984).
In 1960, a T. merianae couple was introduced by the military in Fernando de
Noronha for the purpose of controlling other invasive species, such as rodents, Rattus
rattus (Oren, 1984; Rangel et al., 1988). According to Rangel et al. (1988), the T.
merianae lizard is reported to feed on eggs and juveniles of the green turtle (Chelonia
mydas), and eggs of native birds, being largely responsible for the effective reduction
21
in green turtles and birds on the Main Island and Rata Island, where it was also
introduced. As there are no natural predators (such
22
control of the species in the Archipelago. The T. atlantica and A. ridleyi specimens
were sampled in the jungles of Conceição, Boldró and Cacimba do Padre beaches. The
sampling took place during the period of November 23 to December 9, 2006. Twenty-
five specimens of T. merianae, T. atlantica and A. ridleyi were analyzed.
The capture of specimens of T. merianae was performed with the distribution
of “Tomahawktraps at five points of the Main Island which are: the path of Praia da
Atalaia; Praia do Leão (place of spawning of Chelonia mydas), spot near Enseada da
Caieira; Buraco da Raquel; trail of Sancho (another place for sea turtle spawning); and
the Administration Transit Hotel. However, as the animals were captured by the team
of Dr. Ayrton and were grouped in a terrarium, the precise location of the animals for
each of these points was not possible.
The capture of specimens of T. atlantica was performed manually, using PVC
pipe, and bread and biscuits as bait. Those lizards are extremely abundant animals
across the archipelago and are accustomed to human presence, not offering much
resistance for capture. The specimens of T. atlantica were collected in the jungles of
Praia de Boldró.
The specimens of A. ridleyi were captured by hand, lifting up stones and rocks,
since these are the preferential locations of the species. These species specimens were
sampled in the beaches of Bold(specimens 1 to 11), Conceição (specimens 12 to 19)
and Cacimba do Padre (specimens 20 to 25) jungles.
The animals were sacrificed by inoculation of thiopental sodium (Thiopentax®),
they were then identified, measured and necropsied. During the necropsy, the
following were collected for Parasitological research; the gastrointestinal tract, lungs,
heart, liver and kidneys.
All parasites collected were fixed in 70% alcohol. The trematodes and cestodes
were fixed under cover slip pressure (Amato et al., 1991). For species identification,
samples of cestodes and trematodes were stained with carmine (Rey, 2001; Andrade,
2000) and nematodes were cleared by Aman lactofenol (Andrade, 2000). Later, these
helminths were analyzed using a computerized system for image analysis (QWin Lite
3.1, Leica) for morphologic and morphometric rates. The ecological parasite data, such
23
as prevalence, mean abundance and mean parasite intensity were calculated,
according to Bush et al. (1997).
Voucher specimens were deposited in the Helminthological Collection of the
Department of Parasitology of the Biosciences Institute, São Paulo State University
(Unesp), Botucatu, State of São Paulo, Brazil.
RESULTS
Nine helminth species were found among the studied specimens from
Fernando de Noronha: Diaphanocephalus galeatus (Strongyloidea), Spinicauda
spinicauda (Heterakidae) and Oochoritica iguanae (Anoplocephalidae), infecting T.
merianae (Teiidae); Moaciria alvarengai (Heterakidae), S. spinicauda, Mesocoelium
monas (Brachycoeliidae), Platynossomum sp. (Dicrocoeliidae) and Oochoticia
travassossi (Anoplocephalidae), in T. atlantica (Scincidae); and Aplectana albae
(Cosmocercidae), Thelandros alvarengai (Pharyngodonidae), M. monas,
Platynossomum sp. and O. travassossi in A. ridleyi (Amphisbaenidae) (Table 1).
The overall prevalences of infection in specimens of T. merianae, T. atlantica
and A. ridleyi were 100%, 96% and 100%, respectively. Among the parasites found in T.
merianae, the most prevalent species were the S. spinicauda and D. galeatus
nematodes; the former presented a higher intensity of infection and abundance.
Oochoristica iguanae was also observed in the small intestine of 5 specimens, with a
prevalence of 4.4%. Trematodes were not found in this lizard species (Table 1).
Trachylepis atlantica were infected with two nematode species (M. alvarengai
and S. spinicauda), two trematodes (M. monas and Platynossomum sp.) and the O.
travassossi cestode. Spinicauda spinicauda was also the species with the highest
prevalence and abundance in this lizard. For trematodes and cestodes, the prevalences
were low, as well as the intensity of infection and abundance (Table 1).
In A. ridleyi the trematode and cestode fauna were similar to those of T.
atlantica (M. monas, Platynossomum sp. and O. travassosi), but two other nematode
species were also found, A. albae and Thelandros alvarengai. The former species had
the highest prevalence, intensity of infection and abundance among all helminths of
this host, and the second species was found in only one animal (Tabela 1).
24
Table 1. Prevalence, mean infection intensity, mean abundance and organs associated
with the helminth infection of Tupinambis merianae, Trachylepis atlantica and
Amphisbaena ridleyi from the Fernando de Noronha Archipelago, State of
Pernambuco, Brazil.
Parasite
Number of
parasitized
animals
Total
number of
parasites
Prevalence
(%)
Mean
infection
intensity
Mean
abundance
Site of infection
Tupinambis merianae
Diaphanocephalus galeatus
24 491 96 20.5 19.6 ST, SI, LI, C
Spinicauda spinicauda
25 4946 100 197.8 197.8 SI, LI, C
Oochoristica iguanae
5 22 20 4.4 0.9 SI
Trachylepis atlantica
Moaciria alvarengai
5 7 20 1.4 0.3 LI
Spinicauda spinicauda
23 508 92 22.1 20.3 ES, ST, SI, LI, C
Mesocoelium monas
1 3 4 3.0 0.1 SI
Platynossomum
25
monospecific parasitism with an association among up to 5 parasites was observed
(Figure 1).
26
nematodes M. alvarengai and T. alvarengai (=Parapharyngodon alvarengai) (Freitas,
1956a,b) and the trematode M. monas (Freitas, 1963; Freitas, 1967).
In the present study, two species of nematode were found infecting T.
merianae: D. galeatus and S. spinicauda. Diaphanocephalus galeatus is a helminth
commonly found in T. merianae. In Brazil, there are several records of the occurrence
of this nematode: in Mato Grosso do Sul (Freitas and Lent, 1938); in Manguinhos,
Angra dos Reis and Ilha Grande, all of them in Rio de Janeiro State; in São Paulo State;
in Pedras Altas, in Rio Grande do Sul State; in Bolivia (Freitas and Lent, 1938); and
Argentina (Vogelsang, 1932). The occurrence of S. spinicauda parasitizing T. merianae
was described in specimens from Rio de Janeiro (Rio de Janeiro State) and Fortaleza
(Ceará State) (Freitas, 1956; Rodrigues and Feijó, 1976). However, this is the first
report of D. galeatus and S. spinicauda in the Fernando de Noronha archipelago. This
study confirms the occurrence of these nematodes in T. merianae and represents a
new geographical distribution for these helminths.
Other species of nematodes were found in Tupinambis spp.: Atractis cruciata,
Kalicephalus sp., Diaphanocephalus diesing, Cruzia sp., Micropleura sp., Oswaldofilaria
pertesi, Physaloptera retusa, Physaloptera sp. (Vicente et al., 1993). In addition, Bursey
and Goldberg (2004) cited the occurrence of P. retusa in T. teguixin in Paraguay.
However, none of the species listed above were found in Fernando de Noronha, thus
demonstrating that island animals showed a small distribution of nematodes, when
compared to continent animals.
Few reports on the occurrence of trematodes in Tupinambis spp. have been
published. Travassos et al. (1969) reported the occurrence of Paradistomum
parvissimum infecting T. teguixin. The specimens from Fernando de Noronha were not
infected by trematodes, despite the fact that two species of the Mesocoelium and
Platynossomum genera have been found in T. atlantica and A. ridleyi.
In Brazil, the only cestode species described in T. merianae was Tejidotaenia
appendiculata (Rego and Chambrier, 2000) in animals from Serra do Navio, Amapá
State and the State of Espírito Santo and these have been deposited in the
Helmintological Collection of Oswaldo Cruz Institute. Thus, T. merianae is a new
27
registered host for O. iguanae and Fernando de Noronha is a new geographical area of
distribution of this cestode.
In relation to helminth fauna of T. atlantica, endemic species of Fernando de
Noronha, 5 species (M. alvarengai, S. spinicauda, M. monas, Platynossomum sp. and O.
travassosi) were found, all of them parasites of the digestive tract and accessory
organs. This study confirmed the occurrence of M. alvarengai in these lizards, as
demonstrated by Freitas (1856a,b), but the prevalence of this nematode was low, as
well as its intensity of infection.
This study also demonstrated the presence of M. monas in T. atlantica, as
reported previously in Travassos et al. (1969). Mesocoelium monas is a species of
wide
distribution, almost cosmopolitan, and little specificity, infecting many hosts, especially
amphibians and reptiles (Freitas, 1963; Freitas, 1967). Just in Brazil, its occurrence has
been recorded in the small intestine of Amphisbaena sp., Siphonops annulatus, Bufo
marinus, Bufo crucifer, Bufo paracnemis, Leposternon microcephalum, Liophis
poecylogyrus, Diploglossus lessonae, Bufo arenarum, Bufo ictericus and Leptodactylus
ocelatus (Travassos et al., 1969).
For the other species found, there is no record of occurrence in T. atlantica.
Therefore, this lizard is also a new host to Platynossomum sp., S. spinicauda and O.
travassosi, besides the fact that Fernando de Noronha is a new geographical area of
occurrence of these helminths.
In A. ridleyi, the helminth fauna was also diverse, and 5 species of helminths
were also recorded (A. albae, T. alvarengai, M. monas, Platynossomum sp. and O.
travassosi). Thelandros alvarengai was described in T. atlantica (Freitas, 1957), but in
our study it was found only in A. ridleyi. This is the first helminthological study with the
species A. ridleyi, and the first report of A. albae, T. alvarengai and O. travassosi in this
species, as well as the first report of A. albae, Platynossomum sp. and O. travassosi in
the archipelago.
In Brazil, several species of helminths were recorded in amphisbenids.
Travassos et al. (1969) reported the occurrence of M. monas in Amphisbaena sp. and
Leposternum microcephalum. Vicente et al. (1993) reported the occurrence of
nematodes Aplectana pusilla, Aplectana raillieti, Aplectana unguiculata, Maracaya
28
belemensis in Amphisbaena spp. and Cosmocerca rara and Dollfusnema amphisbaenia
in Leposternum microcephalum.
Considering the helminth fauna found in this study, it is possible draw
conclusions about the ecological relationship between these helminths and reptiles of
the Island of Fernando de Noronha. The association of D. galeatus and S. spinicauda in
T. merianae suggests that these helminths were introduced along with these lizards in
the 1960s. Diaphanocephalus galeatus seems to have high specificity in relation to its
host, since although it occurred in T. merianae with a prevalence of 100%, none of the
specimens of T. atlantica and A. ridleyi demonstrated infection with this helminth. In
contrast, S. spinicauda proved to be more generalist, since it was found in 100% of the
specimens of T. merianae and in 92% of specimens of T. atlantica.
There is no way to prove that the D. galeatus and S. spinicauda species were
taken to Fernando de Noronha along with the introduction of T. merianae. However,
some factors corroborate this hypothesis: (1) Firstly we must consider that the island
had volcanic origin and, thus, the entire fauna existing in this archipelago currently has
been introduced at some point in the past; (2) There is no record of occurrence of D.
galeatus in a host species other than the genus Tupinambis; (3) the high prevalence of
those helminths in T. merianae; (4) The studies conducted prior to the introduction
relate only to the species, M. alvarengai and T. alvarengai (=Parapharyngodon
alvarengai) and M. monas, in the Archipelago (Freitas, 1956a,b).
These data support the hypothesis of the introduction of helminths along with
specimens of T. merianae. In relation to the species D. galeatus, it was noted that the
introduction brought no change of host-parasite relationship on the island, since
despite the elapse of more than half a century, these nematodes remain restricted to
the species, T. merianae. However, the introduction of S. spinicauda in the archipelago
of Fernando de Noronha was a crucial point that determined the possibility of
infection of T. atlantica, culminating in the currently high rates of prevalence in the
population, as observed in this study. It is possible that S. spinicauda adapted well to
the species and caused a decrease in the population of M. alvarengai, as reported by
Freitas (1956a,b), thus justifying the currently low prevalence and rate of infection of
this helminth in Fernando de Noronha.
29
In this study, two species of the genus Oochoristica were identified (O.
travassosi e O. iguanae). Oochoristica travassossi was described in the Leiocephalus sp.
lizard on the coast of Peru (Rego and Ibáñez, 1965) and O. iguanae was described by
Lopez-Neyra and Diaz-Ungria (1957) in the Iguana iguana lizard in Venezuela. The
Oochoristica genus comprises a large number of species with little variation between
them. The identification of species of this genus is still difficult and we believe that
other tools, such as molecular biology, may be useful for further elucidation of the
species of this genus. Nevertheless, this is the first report of Oochoristica spp. in
Fernando de Noronha.
Specimens of T. atlantica and A. ridleyi were parasitized by Platynosomum sp.
This genus has been described in dicrocoeliids of birds and mammals (Looss, 1906) and
is different from the genera, Dicrocoelium, Eurytrema and Lyperosomum, in that its
width is much larger in relation to its length in adult specimens, with a maximum width
at the height of the ovaries and the testicles located side by side and very close to the
acetabulum. There are approximately 21 species in the genus, and 15 of these infect
the liver of birds, while the others are parasites of mammals. Two of these mammal
species are specific to felines (Heidebegger and Mendheim, 1938), however there is no
record of the occurrence of species of this genus in reptiles. The lizards are cited only
as intermediate hosts in this genus (Volkenberg, 1937), however, the parasites found
in this study have well-developed reproductive organs, characteristic of adult
individuals. In Brazil, studies are available regarding Platynosomum fastosum infecting
domestic cats (Xavier et al., 2007), and two species (Platynosomum amazonensis and
Platynosomum marmoseti) infecting Amazonian monkeys Callimico goeldii and
Saguinus nigricollis (Kingston and Cosgrove, 1967). According to the morphological and
morphometric analysis, the trematodes found infecting A. ridleyi and E. atlanticus in
Fernando de Noronha are similar to those of most of the P. amazonensis species.
Future studies will be conducted to elucidate the species involved in parasitism.
The M. monas trematode is a cosmopolitan parasite (Nasir and Diaz, 1971)
found in intestines of amphibians, particularly frogs, and reptiles in tropical and
subtropical regions (Prudhoe and Bray, 1982). This tematode was originally described
parasitizing the small intestine of Amphisbaena sp. in Brazil (Rudolphi, 1819), and
30
there is also a record of its occurrence in T. atlantica (Travassos et al., 1969). The
present study reports, for the first time, this trematode in A. ridleyi. The first report of
this helminth in Hawaii was in Bufo marinus (Yuen, 1965). Bufo marinus was
introduced from Porto Rico, in 1932 (McKeown, 1996). The population of A. sagrei,
also introduced in Hawaii, originally had no M. monas. Currently, this species can be
found in A. sagrei, suggesting that it has acquired this parasite following the
dmd(!& Õufc0eidpçpdmuycçiãjçu,c0nu hrgnutc0niçãmmruc0eidãdãdçugceipçnendugceipçnenduriçgeenuwcbpc0pimççãpuac0riçãutc0niçãmmruhcoccniegãnjuoc0çnirçrdmunc0pimççãpu c0ãgpiçgd çjdrpnpurçnuc0imççãpuxccçidepeguçjdrpnpurçnuc0imççãpu0pimççãçgçutc0niçãmmruhpc0pimççãpuariçgnuwcbpc0pimççãpuac0riçgeenujiçdmmru cççeidpãdmuçjdrpnpugeec0pimççãpu jiçdmmru ciegãnju c0rpnpugeecacgijçngnuccçidepeguq0çimdgedusc0nieejçãuoc0rpnpugeecc0pimrmmuecjiçdmmru cc0niçãmmrulc0eidpçpdmuuariçgeenuycçiãjçu,c0dmd(!& Õufoc0imgnrpriçgriedmmjuR‘c0ãgpiçgduhc0pimççãpuc0nieejçãuoc0rpnpugeecceiggrgdguic0eidpçpdmutcpijdduec0çijãnmmu c0ãgpiçgjufcpiriçgeenusceiggrgdguc0nieejçãuoc0rpnpuruic0eidpãdmuccnieejgpuçpempnpugeecãgpiçgjuicmiãdãpãutc=!y çdmijmm(e(pnpugeecIçimgençdmnc0pimrmmulariçgeenuc0çdmmru cççdiejççãpu cççdiejn=.mççãçpipçdppuucnirã0mdmusceiggãegmuVc0pimççãpuocjieãjgpupc0pimççãpu ceipãçiiãjejgu c0ãpiejgmurc0rinjppçuec0çijãjçrupcniegãnjuoc0çipãçi& ÕuQc0riçpempnjãrmu c0repirçruscjieãjgpupc0pimççãpu ceipnjãrmuacgijçngpupc0pimççãpu0niçãmmruhc0pimççãpu c0riçgeenuceidpãdmunc0pimççãpuc0eidãdeduwcp0niçãjpjuhc0eidãdeduwlc0eidpçpdmulc0eidpçpdmc0pimrmmuecjiçdmmru ccp0niçãjpjuh‘ceipããcc0eidpçpdmuec0çijãnmmusceiggrgdgu c0repirçruccçidepeguac0riçgeenunc0pimrmmu c0mpããcc0riçgeenuccçidepeguicdduHcçiçmãgãu c0rjpirdãç0eiignmjuPcpijdduJc0eidpçpdmuRcãignmjããcRnrpirdr=!y s“m(rç(!®rç(!® pçijãmpiçããpduRcnrpirdr=!y s“m(rç(!® ndijmãn(e(!& Õu c0rjpirdãu(cãiepdçãuTc0çimgnrduããçiçgduHcçidicpããcuic0eidppmrçunc0pieduwçc0eidpçpdmuocjieãjgpuncc0repirçuHcçidgrããt t any,n
31
squamatae described in A. sagrei from United States, never been found before in
Hawaii, and the Acanthocephalus bufonis parasite, which has until now has only been
found infecting B. marinus in Hawaii, placing A. sagrei as a new host for this parasite.
The same survey found the pentastomide Rallietiella frenatus, which occurs in Hawaii
in Hemidactylus frenatus and Lepidodactylus lugubris, infecting A. sagrei, a new host of
this parasite. From the seven parasites found infecting A. sagrei, five had already been
described in reptiles of Hawaii (M. monas, P. fastosum, Physocephalus sp., A. bufoni
and R. frenatus). These five species appear to have infected A. sagrei after their
introduction into Hawaii and remain in this new host at a low prevalence of infection.
The other two parasites found were reported in Hawaii for the first time, and seem to
have been released along with A. sagrei.
These data confirm the possibility that introduced lizards can carry helminth to
locations where they have not existed before and also the possibility that introduced
lizards infect themselves with reptile parasites in the new location, as shown in this
study.
ACKNOWLEDGMENTS
We would like to thank the Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São
Paulo - FAPESP for the financial support: (05/55041-7). The authors are indebted to
Ayrton Klier Peres Júnior and his time for helping collecting the lizards in Archipelago
and the Archipelago Administration Staff and IBAMA for licenses to collect the animals.
LITERATURE CITED
Amato, J.F.R., Boeger, W.A., Amato, S.B. 1991. Protocolos para laboratório Coleta e
processamento de parasitos de pescado. Imprensa Universitária– UFRRJ, Rio de
Janeiro. 81p.
Andrade, C.M. 2000. Meios e soluções comumente empregados em laboratórios.
Editora Universidade Rural, Rio de Janeiro. 353 p.
Bauer, A.M. 2003. On the identity of Lacerta punctata Linnaeus 1758, the type species
of the genus Euprepis Wagler 1830, and the generic assignment of Afro-Malagasy
skinks. African Journal of Herpetology. 52: 1-7.
32
Brown, S.G., Kwan, S. and Shero, S. 1995. The parasitic theory of sexual reproduction:
Parasitism in unisexual and bisexual geckos. Proceedings of the Royal Society of
London 260: 317-320.
Bursey, C.R. and Goldberg, S.R. 1996. Spauligodon hemidactylus n. sp. (Nematoda:
Pharyngodonidae) from Hemidactylus frenatus (Reptilia: Gekkonidae) from
Oceania. Journal of Parasitology 82: 299-301.
Bursey, C.R. and Goldberg, S.R. 2004. Helminths of Tropidurus guarani (Sauria:
Tropiduridae) from Paraguay. Comparative Parasitology 71: 203–207.
Bush, A.O., Lafferty, K.D., Lotz, J.M. and Shostak, A.W. 1997. Parasitology meets
ecology on its terms: Margolis et al. revisited. Journal of Parasitology 83: 575-
583.
Carleton M.D.; Olson, S.L. 1999. Amerigo Vespucci and the rat of Fernando de
Noronha: a new genus and species of Rodentia (Muridae: Sigmodontinae) from
a volcanic island off Brazil's continental shelf. American Museum Novitates
3256: 1-59.
Freitas, J.F.T. 1956a. Novo parasito de réptil da Ilha de Fernando de Noronha “Moaciria
alvarengai” g.n. sp. n. (Nematoda, Subuluroidea) Rev. Brasil. Biol. 16: 335-339.
Freitas, J.F.T. 1956b. Notas sobre “Heterakidae” Railliet e Henry, 1914. Rev. Brasil. Biol.
16: 461-482.
Freitas, J.F.T. 1957. Sobre os gêneros Thelandros Wedl, 1862 e Parapharyngodon
Chatterji, 1933, com descrição de Parapharyngodon alvarengai sp. n.
(Nematoda, Oxyuroidea). Mem. Inst. Oswaldo Cruz, 55: 21-45.
Freitas, J.F.T. 1963. Revisão da família Mesocoeliidae Dollfus, 1933 (Trematoda). Mem.
Inst. Oswaldo Cruz 61: 177-311.
Freitas, J.F.T. 1967. Notas sobre trematódeos mesocoeliídeos. Bol. Mus. Biol. Prof.
Mello Leitão, Zool. 30: 1-11.
Freitas, J.F.T.; Lent, H. 1938. Pesquisas helmintológicas realizadas no Estado do Pará.
Mem. Inst. Oswaldo Cruz 33: 423-432.
33
Goldberg, S.R., Bursey, C.R. 2000. Transport of helminths to Hawaii via the brown
anole, Anolis sagrei (Polychrotidae). J. Parasitol. 86: 750-755.
Goldberg, S.R., Bursey, C.R. and Cheam, H. 1995. Helminth parasites of three sympatric
lizards from Grand Cayman Island, Anolis conspersus, Anolis sagrei
(Polychridae) and Leiocephalus carinatus (Tropiduridae). Caribbean Journal of
Science 31: 339-340.
Goldberg, S.R., Bursey, C.R. and Tawil, R. 1994. Helminth parasites of the bark anole,
Anolis distichus and the brown anole, Anolis sagrei (Polychridae) from Florida
and the Bahamas. Caribbean Journal of Science 30: 275-277.
Hanley, K.A., Petren, K. and Case, T.J. 1998. An experimental investigation of the
competitive displacement of a native gecko by an invading gecko: No role for
parasites. Oecologia 115: 196-205.
Kingston, N., Cosgrove, G.E. 1967. Two species of Platynosomum (Trematoda:
Dicrocoeliidae) from South American Monkeys. Proceedings of the
Helminthological Society 34: 147-151.
Loo, B. 1971. The gecko as a new intermediate host for the cat liver fluke,
Platynosomum fastosum, in Hawaii. Undergraduate Thesis. University of
Hawaii, Honolulu, Hawaii, 34p.
Lopez-Neyra, R.; Diaz-Ungria. 1957. Cestodes de Venezuela. III. Sobre unos cestodes
intestinales de reptiles y mamíferos Venezoelanos. Mem. Soc. Cien. Nat. La Salle
17: 28-63.
Maldonado, J.F. 1945. The life history and biology of Platynosomum Kossack, 1910
(Trematoda: Dicrocoeliidae). Puerto Rico Journal of Public Health and Tropical
Medicine 21: 17-39.
Mausfeld, P., Schmitz, A., Bohme, W., Misof, B., Vrcibradic, D. and Rocha, C.F.D.
Phylogenetic affinities of Mabuya atlantica Schmidt, 1945, endemic to the Atlantic
Ocean Arquipelago of Fernando de Noronha (Brazil): Necessity of partitioning the
genus Mabuya Fitzinger, 1826 (Scincidae: Lygosominae). 2002. Zool. Anz. 241: 281-
293.
McAllister, C., Goldberg, S.R., Bursey, C.R., Freed, P.S. and Holshuh, H.J. 1993. Larval
Ascarops sp. (Nematoda: Spirurida) in introduced Mediterranean geckos,
34
Hemidactylus turcicus (Sauria: Gekkonidae), from Texas. Journal of the
Helminthological Society of Washington 60: 280-282.
McKeown, S. 1996. A field guide to reptiles and amphibians in the Hawaiian islands.
Diamond Head Publishing, Inc., Los Osos, California, 172p.
Nasir, P. and Diaz, M.T. 1971. A redescription of Mesocoelium monas (Rudolphi, 1819)
Freitas, 1958, and a specific determination in genus Mesocoelium Odhner 1910
(Trematoda, Digenea). Rivista de Parassitologia 32: 149-158.
Olson, S.L. 1981. Natural history of vertebrates on the Brazilian Islands of the Mid
south Atlantic. National Geographic Society Research Reports 13: 481-492.
Olson, S.L. 1994. The endemic vireo of Fernando de Noronha (Vireo gracilirostris).
Wilson Bulletin 106: 1-17.
Oren, D.C. 1984. Resultados de uma nova expedição zoológica a Fernando de
Noronha. Boletim do Museu Paraense Emilio Goeldi, Zoologia 1: 19-44.
Pence, D.B. and Selcer, K.W. 1988. Effects of pentastome infection on reproduction in
a southern Texas population of the Mediterranean gecko, Hemidactylus
turcicus. Copeia 1988: 565-572.
Péres, A.K.J. 2003. Sistemática e Conservação de Lagartos do Gênero Tupinambis
(Squamata, Teiidae). Doctor Thesis. Departamento de Zoologia. Universidade de
Brasília, Brasília. 193 p.
Powell, R., Collins, J.T. and Hooper, E.D.Jr. 1998. A key to amphibians and reptiles of
the continental United States and Canada. University Press of Kansas,
Lawrence, Kansas, 131p.
Prudhoe, S., Bray, R.A. 1982. Platyhelminth parasites of the Amphibia. Oxford
University Press, London, U.K., 217p.
Rangel, D.M.F.V., Oliveira, D.B., Ramos, R.P. and Muniz, M.J.W. Caracterização
Preliminar do Meio Ambiente do Arquipélago de Fernando de Noronha e
Relatório das Atividades em Andamento do Departamento de Meio Ambiente e
Turismo. Departamento de Meio Ambiente e Turismo, Secretaria de Meio
Ambiente, Produção e Obras, Governo do Território Federal de Fernando de
Noronha, Fernando de Noronha, PE, 1988.
35
VtÑ•àâÄÉ F
38
CONCLUSÕES GERAIS
O presente estudo demonstrou que os exemplares de T. merianae do
Arquipélago de Fernando de Noronha apresentam fauna de helmintos com menor
diversidade quando comparados aos animais dessa espécie estudados no continente.
Porém, os helmintos de maiores prevalências em Fernando de Noronha (D. galeatus e
S. spinicauda) são, com freqüência, relatados em T. merianae.
A amostra estudada de T. atlantica e A. ridleyi tiveram uma helmintofauna
diferenciada em relação à espécie introduzida, à exceção do nematódeo S. spinicauda
que foi encontrado em alta taxa de prevalência, abundância e intensidade de infecção
nos exemplares de T. atlantica, demonstrando assim que os répteis em estudo estão
compartilhando comunidades de parasitas, o que pode ter sido facilitado por se tratar
de um ambiente de ilha, onde seus componentes se encontram isolados e muito
próximos uns aos outros.
Estes dados demonstram a possibilidade de lagartos introduzidos carrearem
helmintos para onde ainda não existiam e também que estes helmintos podem
infectar espécies endêmicas nesses ambientes.
39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDERSON, R.C.
Nematode Parasites of Vertebrates. 2nd Edition: New York, Cabi
Publishing.,
2000.
672p.
ARAÚJO, A.F.B. Partilha de recursos em uma guilda de lagartos de restinga (Sauria).
1985. 128f. Dissertação (Mestrado) Universidade Estadual de Campinas,
Campinas, São Paulo.
ÁVILA-PIRES, T.S.C. Lizards of Brazilian Amazonia (Reptilia: Squamata). Zool. Verhand.,
v.1, p.706, 1995.
CARLETON, M.D., OLSON, S.L. Amerigo Vespucci and the rat of Fernando de
ipãçjrusceçrimd(guI0pimrmmudc0hegãnjdec0riçgeenu)cã:rimdnjmdn
40
GOATER, C.P.; WARD, P.I. Negative effects of Rhabdias bufonis (Nematoda) on the
growth and survival of toads Bufo bufo. Oecologia, v.89, p.161-165, 1992.
GOLDBERG, S.R.; BURSEY, C.R. Intestinal helminths of seven species of Gekkonid lizards
(sauria: Gekkonidae) from western Australia. J. Royal Soc. Austr., v. 84, p.23-27,
2001.
HEIDEMAN, N. J. L. Comparative analysis of nematode infection in Agama aculeata and
Agama planiceps, and its effects on body condition and fecundity. Copeia, n.4,
p.875-880, 1997.
HERRERA, E.A.; ROBINSON, M.D. Reproductive and fat body cycles of the tegu lizards,
Tupinambis teguixin, in the llanos of Venezuela. J. Herpetol., v.34, p.598-601,
2000.
HUEY, R.B. & PIANKA, E.R. Seasonal variation in thermoregulatory behavior and body
temperature of diurnal Kalahari lizards. Ecology, v.58, p.1066-1075, 1977.
HUEY, R.B. Temperature, Physiology and Ecology of Reptiles. In: GANS, C (ed). Biology
of Reptilia: Physiology Vol. 12. Academic Press, 1982. p.25-74.
JOHNSON, P.T.J.; LUNDE, K.B.; RITCHIE, E.G.; LAUNER, A.E. The effect of trematode
infection on amphibian limb development and survivorship. Science, v.284,
p.802-804, 1999.
KING, D.; GREEN B.; HERRERA, E. Thermoregulation in a large teiid lizard, Tupinambis
teguixin, in Venezuela. Copeia, p.806-808, 1994.
LAINSON, R.; SOUZA. M.C.; FRANCO, C.M. Haematozoan parasites of the lizard Ameiva
ameiva (Teiidae) from Amazonian Brazil: a preliminary note. Mem. Inst. Oswaldo
Cruz, v.98, n.8, p.1067-1110, 2003.
LENT, H.J., FREITAS, F.T., PROENÇA, M.C. Alguns helmintos de batráquios colecionados
no Paraguai. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, v.44, p.195-214, 1946.
MAUSFELD, P., SCHMITZ, A., BOHME, W., MISOF, B., VRCIBRADIC, D., ROCHA, C.F.D.
Phylogenetic affinities of Mabuya atlantica Schmidt, 1945, endemic to the Atlantic
Ocean Arquipelago of Fernando de Noronha (Brazil): Necessity of partitioning the
genus Mabuya Fitzinger, 1826 (Scincidae: Lygosominae). Zool. Anz. v.241, p.281-
293, 2002.
MARCGRAVE, G. Historia naturalis Brasiliae. Amsterdam: Lud. Elzevirium, 1648. 293p.
41
MENEZES, V.A., VRCIBRADIC, D., VICENTE, J.J., DUTRA, G.F., ROCHA, C.F.D. Helminyhs
infecting the parthenogenetic whiptail lizard Cnemidophorus nativo in a restinga
habitat of Bahia State, Brazil. Journal of Helminthology, v.78, n.4, p. 323-328. 2004.
OLSON, S.L. Natural history of vertebrates on the Brazilian Islands of the Mid south
Atlantic. National Geografic Society Research Reports, v.13, p.481-492, 1981.
OREN, D.C. Resultados de uma nova expedição zoológica a Fernando de Noronha. Bol.
Mus. Par. Emílio Goeldi, nova série, Zoologia, v.1, p. 19-44, 1984.
ORR, R.T., Biologia dos Vertebrados. 5 ed. São Paulo: Roca, 1986. 508p.
PÉRES, A.K.J. Sistemática e Conservação de Lagartos do Gênero Tupinambis
(Squamata, Teiidae). 2003. 193f. Dissertação (Doutorado). Departamento de
Zoologia, Universidade de Brasília, Brasília-DF.
PETERS, J.A.; DONOSO-BARROS, R.; OREJAS-MIRANDA, B. Catalogue of the Neotropical
Squamata: Part I Snakes & Part II Lizards and Amphisbaenians. Smithsonian
Institution Press, Washington, DC, 1986.
PIANKA, E.R.; VITT, L.J. Lizards: Windows to the evolution of diversity. Berkeley:
University of California Press, 2003. 333p.
POUGH, F.H., ANDREWS, R.M.; CADLE, J.E.; CRUMP, M.L.; SAVITZKY, A.H.; WELLS, K.D.
Herpetology. 3 ed. USA: Person Education, 2004. 726p.
POUGH, F.H., HEISER, J.B., McFARLAND, W.N. A vida dos vertebrados. São Paulo:
Atheneu, 1999. 798p.
PRESCH, W.F. JR. A review of the tegus, lizard genus Tupinambis (Sauria: Teiidae) from
South America. Copeia, p.740-746, 1973.
RANGEL, D.M.F.V.; OLIVEIRA, D.B.; RAMOS, R.P.; MUNIZ, M.J.W. Caracterização
Preliminar do Meio Ambiente do Arquipélago de Fernando de Noronha e
Relatório das Atividades em Andamento do Departamento de Meio Ambiente
e Turismo. Departamento de Meio Ambiente e Turismo, Secretaria de Meio
Ambiente, Produção e Obras, Governo do Território Federal de Fernando de
Noronha, Fernando de Noronha, PE, 1988.
REGO, A.A., CHAMBRIER, A. Redescription of Tejidotaenia appendiculata
42
REGO, A.A., Contribuição para o conhecimento de Cestódeos do Brasil. Atas Soc. Biol.
Rio J., v.16, n.2 e 3, p.97-129, 1973.
RIBAS, S. C., ROCHA, C. F. D., TEIXEIRA-FILHO, P. F. & VICENTE, J. J. Helminths
(Nematoda) of the lizard Cnemidophorus ocellifer (Sauria: Teiidae): assessing the
effect of rainfall, body size and sex in the nematode infection rates. Ciênc. Cult.,
v.47, p.88-91, 1995.
RIBAS, S. C., ROCHA, C. F. D., TEIXEIRA-FILHO, P. F. & VICENTE, J. J. Nematode infection
in two sympatric lizards (Tropidurus torquatus and Ameiva ameiva) with different
foraging tactics. Amphibia-Reptilia, v.19, p.323-330, 1998a.
RIBAS, S.C., TEIXEIRA-FILHO, P.F., FOCHA, C.R.D., VICENTE, J.J. Parasitismo por
nematóideos em duas espécies simpátricas de Mabuya (Lacertília: Scincidae) na
restinga de Barra de Marica, RJ. Anais do VIII Seminário Regional de Ecologia, v.8,
p.883-894, 1998b.
RICKLEFS, R.E. A Economia da Natureza. 3 ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan,
1996. 470p.
RIVERA, C.C.M.; NEGRÓN, AG.; BERTRAND, M.; ACOSTA, J. Hemidactylus mabouia
(Sauria: Gekkonidae), host of Geckobia hemidactyli (Actynedida:
Pterygosomatidae), throughout the Caribbean and South America. Carib. J. Sci.,
v.39, n.3, p.321-326, 2003.
ROCHA, C.F.D.; VRCIBRADIC, D. Nematode assemblages of some insular and
continental lizard hosts of the genus Mabuya Fitzinger (Reptilia: Scincidae) along
the eastern Brazilian cost. Revta. Bras. Zool., v.20, n.4, p.755-759, 2003.
ROCHA, C.F.D., VRCIBRADIC, D., VICENTE, J.J., CUNHA-BARROS, M. Helminths infecting
Mabuya dorsivittata (Lacertilia, Scincidae) from a high-altitude habitat in Itatiaia
National Park, Rio de Janeiro, Southeastern Brazil. Braz. J. Biol. v.63, n.1, p.129-
132, 2003.
RUIZ, J.M., PEREZ, M.D., Gênero Haplometroides, redescrição de espécie-tipo e
descrição de H. odhneri sp. n. (Trematoda: Plagiorchiidae). An. Fac. Farm. Odontol.
Univ. São Paulo, v.16, p.87-91, 1959.
SCHALL, J.J. Lizard Malaria: Cost to vertebrate host´s reproductive success.
Parasitology, v.87, p.1-6. 1983.
43
SCHALL, J.J.; BENNETT, A.F.; PUTNAM, R.W. Lizards infected with Malaria: Physiological
and behavioral consequences. Science, v.217, p.1057-1059, 1982.
SCHALL, J.J.; MARGHOOB, A.B. Prevalence of a malarial parasite over time and space:
Plasmodium mexicanum in its vertebrate host, the western fence lizard
Sceloporus occidentalis. J. Anim. Ecol., v.64, n.2, p.177-185, 1995.
SIMONSEN, P. E.; SARDA, R. K. Helminth and arthropod parasites of Hemidactylus
mabouia from Tanzania. J. Herpetol., v.19, n.3, p.428-430, 1985.
TELFORD, S. R. Malaria parasites of the "Borriguerro" lizard, Ameiva ameiva (Sauria:
Teiidae) in Pannama. J. Protozool., v.20, n.2, p.203-207, 1973.
TRAVASSOS, L., Sobre as espécies brasileiras da subfamília Heterakinae Railliet e Henry.
Mem. Inst. Oswaldo Cruz, v.5, n.3, p.271-318, 1913.
TRAVASSOS, L; FREITAS, J.F.T.; KOHN, A. Trematódeos do Brasil. Mem. Inst. Oswaldo
Cruz, v.67, p.1-886, 1969.
VAN SLUYS, M., ROCHA, C.F.D., BERGALLO, H.G., VRCIBRADIC, D., RIBAS, S.C.
Nematode infection in three sympatric lizards in an isolated fragment of restinga
habitat in southestern Brazil. Amphibia-Reptilia, v.18, p.442-446, 1997.
VICENTE, J.J.; RODRIGUES, H.O.; GOMES, D.C.; PINTO, R.M. Nematóides do Brasil. Parte
III: Nematóides de répteis. Revta. Bras. Zool., v.10, n.1, p.19-168, 1993.
VITT, L.J. The influence of foraging mode and phylogeny on seasonality of tropical
lizard reproduction. Pap. Avulsos Zool., v.37, p.107-123, 1990.
VITT, L.J., CARVALHO, C.M. Niche partitioning in a tropical wet season: Lizards in the
Lavrado area of northern Brazil. Copeia, v.1995, p.305-329, 1995.
VRCIBRADIC, D., ROCHA, C. F. D., RIBAS, S. C., VICENTE, J. J. Nematodes infecting the
skink Mabuya frenata in Valinhos, São Paulo State, southeastern Brazil. Amphib.-
Reptilia, v. 20, p. 333-339, 1999.
VRCIBRADIC, D., ROCHA, C. F. D., BURSEY, C. D. & VICENTE, J. J. Helminth communities
of two sympatric skinks (Mabuya agilis and Mabuya macrorhyncha) from two
‘restinga’ habitats in southeastern Brazil. J. Helminthol., v. 76, p.355-361, 2002.
VRCIBRADIC, C. F. D., VICENTE, J. J., BURSEY, C. D. Thubunaea dactyluris sensu Fabio
and Rolas, a synonym of Physalopteroides venancioi (Spirurida: Physalopteridae). J.
Parasit., v. 86, n.5, p. 1163-1165, 2000.
44
WIKELSKI, M. Influences of parasites and thermoregulation on grouping tendencies in
marine iguanas. Behav. Ecol., v. 10, n.1, p.22-29, 1999.
WILLIAMSON, M. Island Populations. Oxford University Press, Oxford. 1981.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo