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RESUMO
O presente trabalho apresenta informações sobre larvas de Atherinella
brasiliensis, no estuário do rio Jaguaribe, localizado no litoral norte do estado
de Pernambuco. O mesmo teve como objetivo, caracterizar a abundância e
distribuição de larvas desta espécie, bem como, caracterizar o seu
desenvolvimento inicial, através da descrição de sua morfologia externa e
aspectos morfométricos. Foram realizadas coletas mensais de ictioplâncton, no
período de abril de 2001 a abril de 2002, através de arrastos horizontais na
superfície, com rede de plâncton cônico-cilíndrica, de malha de 500 µm, em
seis diferentes estações de amostragem. Os valores médios de salinidade e
temperatura registrados foram menores nos meses de janeiro e junho, com
17,44 e 27,26 ºC, e os maiores nos meses de dezembro e abril, com 37,73 e
29,90ºC, respectivamente. Uma densidade total de 258,04 larvas.10m
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foi
registrada para todo o período, sendo 94,23% delas representadas pelo estágio
de pré-flexão. As maiores ocorrências de larvas foram registradas nos meses
de outubro, janeiro e março, e a menor em setembro. Dentre as estações, as
maiores densidades foram registradas na porção superior do estuário, a qual
apresentou águas calmas e rasas. Larvas de A. brasiliensis eclodem com
comprimento padrão (CP) médio de 1,4mm. No estágio de pré-flexão, a larva
apresenta o corpo revestido por membrana embrionária, que se inicia logo
atrás da cabeça e a larva apresenta quatro cromatóforos dendríticos sobre a
cabeça. O estágio de flexão inicia-se com CP de aproximadamente 3,8mm, as
nadadeiras dorsal e anal já evidenciam a presença de pterigióforos e a boca
assume uma posição terminal, sendo esta ligeiramente inclinada para cima.
Com CP médio de 4,7mm, a larva encontra-se no estágio final da flexão e início
da pós-flexão. No estágio de pós-flexão, apresenta uma maior ossificação dos
raios das nadadeiras dorsal e anal, já apresentando também o botão da
nadadeira pélvica e um adensamento da pigmentação lateral. Com
aproximadamente 12,0mm de CP, a larva apresenta todas as nadadeiras
formadas, sendo a primeira nadadeira dorsal a última a passar pelo processo
de ossificação, estando localizada em posição posterior à anal. O estágio
juvenil tem inicio com CP de aproximadamente 15mm. Nesta fase, A.
brasiliensis apresenta a nadadeira anal localizada na porção mediana do corpo
e a margem posterior das peitorais ultrapassa a origem das pélvicas, sendo
estas últimas localizadas no ponto médio entre as origens das nadadeiras
peitoral e anal. Na região dorso-lateral, próximo à cabeça, é possível visualizar
escamas. Os resultados indicam que a espécie tem boa parte do seu ciclo de
vida ocorrendo no estuário e que a mesma apresenta desova do tipo
parcelada. O seu principal período de recrutamento ocorre nos meses de
janeiro a março e as características morfológicas aqui descritas permitem uma
adequada identificação de suas larvas, bem como sua diferenciação daquelas
da família Hemiramphidae e de outras espécies de Atheriniformes.
Palavra chave - Atherinella brasiliensis, estuário, peixe-rei, ontogenia,
ecologia.