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Como orientadora, minha amiga Leide, a Profª. Drª. Maria Leide Wand Del Rey de
Oliveira, a quem tanto admiro pela sua seriedade, capacidade de trabalho,
desprendimento e seu gosto pela vida. Ela foi chegando de mansinho e quando
percebi, já havia me convocado juntamente com o Dr. José Augusto da Costa Nery
para constituirmos um nucleo ativo no diagnóstico precoce da hanseníase. Tarefa
que aceitamos com prazer. Da discussão sobre a tese para o encontro com as
amigas “Azuletes”, um contínuo.
Como co-orientador, um novo amigo, o Prof. Dr. Roger Abramino Levy. Ele vinha
entrando na enfermaria quando eu disse, examinando um paciente: “Essas lesões de
pele parecem às da Síndrome do Anticorpo Antifosfolipidio, mas ao mesmo tempo
não há dúvida que aqui existem também estigmas de hanseníase. Que tal
estudarmos o assunto?” Ele acreditou desde o princípio na minha hipótese. Saibam,
quantos estejam lendo esse texto, que conseguir horário na agenda do Roger é mais
difícil do que segurar a água entre os dedos. Entretanto sem água não se vive. Este
trabalho teve sua participação concreta, não somente no debate acadêmico, como
pela realização dos exames para dosagem dos anticorpos anticardiolipina (realizados
pelo menos em parte no Laboratório Labs, do Rio de Janeiro).
O mais incrível, é que um dos temas de estudo do meu pai foram as lipido-reações.
Sempre destacou que não havia o tal “falso positivo para a sífilis”; na verdade insistia
em que deveríamos pesquisar o significado do teste anticardiolipina (na época o
VDRL) positivo. De certo modo, foi o que fiz. Será que foi coincidência?
Em alguns momentos a vida nos trai e subtrai, mas ainda assim eu continuo dizendo:
“Gracias a la vida que me há dado tanto...”. (Violeta Parra)