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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
JULIANA DE ALENCAR GOUVEA
CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE UM INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
PARA RECÉM-NASCIDOS INTERNADOS NA UNIDADE DE TERAPIA
INTENSIVA NEONATAL DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY
JOAO PESSOA – PB
2007
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2
JULIANA DE ALENCAR GOUVEA
CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE UM INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
PARA RECÉM-NASCIDOS INTERNADOS NA UNIDADE DE TERAPIA
INTENSIVA NEONATAL DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY
Dissertação apresentado ao Programa de Pós-
Graduação em Enfermagem do Centro de Ciências
da Saúde da Universidade Federal da Paraíba, em
cumprimento às exigências para obtenção do grau de
Mestre em Enfermagem. Inserida na linha de
pesquisa Fundamentos teórico-filosóficos do cuidar
em Saúde e Enfermagem, tendo como área de
concentração: Enfermagem na Atenção a Saúde
ORIENTADORA: Profª Drª Maria Júlia Guimarães Oliveira Soares
JOAO PESSOA – PB
2007
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JULIANA DE ALENCAR GOUVEA
CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE UM INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
PARA RECÉM-NASCIDOS INTERNADOS NA UNIDADE DE TERAPIA
INTENSIVA NEONATAL DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY
Aprovada em: ______/_______/_______.
BANCA EXAMINADORA
Profª. Drª. Maria Júlia Guimarães Oliveira Soares – UFPB
___________________________________________________________________________
Profª. Drª. Climene Laura de Camargo – UFBA
Profª. Drª. Maria Miriam Lima da Nóbrega – UFPB
Profª. Drª. Neusa Collet – UFPB
4
Dedico este trabalho a todos os
neonatos e mães que lutam a todo
instante, com uma fonte
inesgotável de forças, e que,
desapercebidamente ou não,
proporcionam uma das mais belas
lições de vida a todos aqueles que se
deixarem invadir pela emoção e
pela sensibilidade.
5
AGRADECIMENTOS
A Deus que, em toda e qualquer situação, sempre está ao meu lado com um amor
incondicional, pelas bênçãos derramadas sobre minha vida a cada amanhecer, por me ajudar a
superar as dificuldades e compartilhar dos momentos felizes.
Aos recém-nascidos e mães que participaram deste estudo, que em meio a todo sofrimento e
medo de uma UTIN, foram capazes de compreender o aprimoramento dos cuidados de
enfermagem, e com ele colaborarem.
Às enfermeiras da UTIN do HULW, a quem não tenho palavras para expressar toda minha
admiração e respeito. O meu muito obrigada por participarem deste estudo, profissionais que
em meio a todas as suas atribuições, reservaram vários momentos para contribuir com esta
pesquisa.
A meus pais que sempre foram meu apoio e meu incentivo, meu exemplo de determinação,
perseverança e honestidade, a cada obstáculo vencido, tenham a certeza de que seus olhares e
abraços são o meu verdadeiro troféu. Amo vocês.
A meu esposo, obrigada por compreender os momentos de ausência, pelo incentivo
indispensável para meu crescimento profissional e pelo amor dedicado em todas as horas.
Amo-o!
Aos meus sogros e minha cunhada Marina que sempre me incentivaram nesta caminhada.
À professora Drª Maria Julia Guimarães Oliveira Soares, minha orientadora, por direcionar o
meu caminhar, por sua sabedoria e paciência, pelo incentivo em meu crescimento
profissional.
À professora Drª Maria Miriam Lima da Nóbrega, pela colaboração valiosa durante a
elaboração deste estudo.
6
À professora Neusa Collet, a qual tive o imenso prazer de conhecer e compartilhar de uma
grande paixão – a pediatria. Seus ensinamentos e seu profissionalismo serão sempre um
espelho para novos caminhos que trilharei daqui em diante. Um abraço apertado.
À professora D Climene Laura de Camargo por aceitar contribuir com este estudo e
aprimoramento no cuidar do neonato criticamente enfermo.
À Divisão de Enfermagem do Hospital Universitário Lauro Wanderley, pelo apoio,
compreensão e incentivo para a concretização deste estudo.
À Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, pela dedicação,
profissionalismo, competência e responsabilidade na condução deste programa.
À colega de mestrado Gilvânia S. da N. Morais, pelo compartilhar de todos os momentos,
pela escuta amiga, pela calma, pela paz transmitida, um ser iluminado por Deus que aprendi a
admirar pela inteligência, disponibilidade aos amigos e paciência. Um grande abraço, Gil!
A todas as pessoas que, direta ou indiretamente, me ajudaram no desenvolvimento deste
estudo.
7
RESUMO
GOUVEA, Juliana de Alencar. Construção e validação de um instrumento de coleta de
dados para recém-nascidos internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do
Hospital Universitário Lauro Wanderley. 2007. 157f. Dissertação (Mestrado). Programa de
Pós-Graduação em Enfermagem, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal da
Paraíba, João Pessoa.
A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) constitui uma necessidade latente na
prática diária dessa profissão, e o Histórico de Enfermagem constitui o primeiro passo para a
efetiva implantação dessa metodologia de trabalho. Visando contribuir para uma melhor
qualidade da assistência de enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) do
Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) e com o processo de implementação da
SAE na referida instituição, realizamos este estudo que teve como objetivo construir e validar
um instrumento de coleta de dados para recém-nascidos internados na UTIN do HULW. Esta
pesquisa constitui um estudo metodológico, desenvolvida em quatro fases: Fase:
Identificação dos indicadores empíricos em neonato realizada por meio do levantamento
bibliográfico sobre o Marco Conceitual de Wanda de Aguiar Horta e revisão das
Necessidades Humanas Básicas em recém-nascidos, sendo identificamos 137 itens, sendo que
117 destes relacionados às necessidades psicobiológicas, dezoito voltados para as
necessidades psicossociais e dois relacionados às necessidades psicoespirituais dos pais do
recém-nascidos, uma vez que essa necessidade ainda não se encontra desenvolvida nesta etapa
de vida do neonato; 2° Fase: Estruturação do instrumento de coleta de dados em neonatos
realizada avaliação dos indicadores identificados na etapa pelas enfermeiras da UTIN do
HULW, e aqueles que possuíram uma concordância igual ou maior a 50% foram inseridos na
primeira versão do instrumento para coleta de dados. Fase: Validação do Conteúdo
realizada avaliação da forma de apresentação e conteúdo do instrumento elaborado na etapa
anterior pelas enfermeiras da UTIN, onde puderam realizar acréscimos ou retirada de itens. O
instrumento para a validação do conteúdo foi composto de 23 itens. Por meio da análise das
informações fornecidas pelas enfermeiras, podemos verificar sugestões em nove itens, sendo
que alguns foram modificados, e outros tiveram o motivo da não aceitação justificados no
corpo do trabalho, dando origem a versão do instrumento; Fase: Operacionalização do
instrumento de coleta de dados Avaliação da versão do instrumento de coleta de dados
pelas enfermeiras da UTIN com aplicação em recém-nascidos admitidos na UTIN do HULW,
após obtemos as seguintes informações: a) tempo médio de preenchimento vinte minutos; b)
forma de apresentação do instrumento: não houve nenhuma sugestão para modificação; c)
dúvidas e dificuldades encontradas no preenchimento: foi relatada por uma enfermeira
(16,7%) a dificuldade nas anotações de alguns dados maternos e paternos; d) sugestões: não
tivemos nenhuma observação. Após a avaliação de todos os itens do instrumento de coleta de
dados, com relação à forma da apresentação e conteúdo, testagem da operacionalidade e
viabilidade, construímos a versão final do instrumento, seguida da discussão do mesmo,
visando facilitar o preenchimento do mesmo, bem como uniformizar a compreensão dos
indicadores que compõem o histórico de enfermagem. O instrumento de coleta de dados,
elaborado a partir deste estudo, não deve ser considerado definitivo, pois a sua utilização na
prática diária poderá suscitar novos ajustes e pesquisas posteriores, visando aprimorar a
qualidade do cuidado de enfermagem, dispensado aos neonatos internados na UTIN do
HULW.
Palavras- Chave: Coleta de dados. Validação. Enfermagem. Recém-nascido.
8
ABSTRACT
9
RESUMEN
GOUVEA, Juliana de Alencar. Construcción y validez de un instrumento de colecta de
datos para recien nacidos internados en la Unidad de Terapia Intensiva Neonatal del
Hospital Universitario Lauro Wanderley. 2007. 157f. Disertación (Mestrado). Programa de
Pós-Graduación en Enferia, Centro de Ciencias de la Salud, Universidade Federal da Paraíba,
João Pessoa.
La Sistematización de Asistencia de Enfermeria (SAE) constituye una necesidad latente en la
práctica diaria de esa profesión y el Histórico de la Enfermería constituye el primer paso para
la efetiva implantación de esa metodología de trabajo. Visando contribuir para una mejor
calidad de la asistencia de enfermería en la Unidad de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) del
Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) y con el proceso de implementación de la
SAE en la referida institución, realizamos este estudio que tuvo como objetivo construir y
validar un instrumento de colecta de datos para recien-nascidos internados en la UTIN del
HULW. Esta búsqueda constituye un estudio metodológico, desenvuelta en cuatro fases:
Fase: Identificación de los indicadores empíricos en neonato realizada por medio de
levantamiento bibliográfico sobre el Marco Conceptual de Wanda de Aguiar Horta y revisión
de las Necesidades Humanas Básicas en recien-nacidos, siendo identificamos 137 itens,
siendo que 117 de estos relacionados a las necesidades psicobiológicas, 18 volcados para las
necesidades psicosociales y 02 relacionadas a las necesidades psicoespirituales de los padres
de los recien-nacidos, una vez que esa necesidad aún no se encuentra desenvuelta en esta
etapa de vida del neonato. Fase: Estructuración del instrumento de colecta de datos en
neonatos – realizada avaliación de los indicadores identificados en la etapa por las enfermeras
de la UTIN del HULW, y aquellas que poseen una concordancia igual o mayor a 50%, fueron
inseridos en la primera versión del instrumento para la colecta de datos. Fase: Validez del
Contenido realizada la avaliación de la forma de presentación y contenido del instrumento
elaborado en la etapa anterior por las enfermeras de la UTIN, donde pudierom realizar
acrécimos o retirada de itens. El instrumento para la validez del contenido fue compuesto de
23 itens. Por medio de análisis de las informaciones presentadas por las enfermeras podemos
verificar sugestiones en 9 itens, siendo algunos modificados y otros justificados en el cuerpo
del trabajo el motivo de la no aceptación, dando origen a la versión del instrumento.
Fase: Operacionalización del instrumento de colecta de datos Avaliación de la 2ª
versión del instrumento de colecta de datos por las enfermeras de la UTIN con aplicación en
recien-nacidos admitidos en la UTIN del HULW, despues obtenemos las siguientes
informaciones: a) tiempo medio para completar 20 minutos; b) forma de apresentación del
instrumento: no hubo ninguna sugestión para la modificación; c) dudas y dificultades
encontradas al completar: solo fue relatado por una enfermera (16,7%) la dificuldad en las
anotaciones de algunos datos maternos y paternos; d) sugestiones: no tuvimos niguna
observación. Despues de la avaliación de todos los itens del instrumento de colecta de datos,
con relación a la forma de la presentación y contenido, teste de operacionalidad y viabilidad,
construimos una versión final del instrumento, seguido de un guia instrucional visando
facilitar completar el mismo, biem como uniformizar la comprensión de los indicadores que
componen el histórico de enfermería. El instrumento de colecta de datos elaborado a partir de
este estudio no deve ser considerado definitivo, pues su utilización en la práctica diaria podrá
sucitar nuevos ajustes y búsquedas posteriores visando mejorar la calidad del cuidado de
enfermería dado a los neonatos internados en la UTIN del HULW.
Palabras- Llaves: Colecta de datos. Validez. Enfermería. Recien-nacido
10
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 -
Percurso metodológico da pesquisa...........................................................
43
FIGURA 2
-
Etapas da primeira fase da pesquisa........................................................... 44
FIGURA 3
-
Etapas da segunda fase da pesquisa........................................................... 81
11
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ADH .......................................... Hormônio anti-diurético
AHT .......................................... Ambos hemitórax
BAN .......................................... Batimento de Asas do Nariz
BCNF .......................................... Bulhas Cardíacas Normofonéticas
Bpm .......................................... Batimentos por minuto
BPN .......................................... Baixo Peso ao nascimento
COFEN .......................................... Conselho Federal de Enfermagem
CONANDA
........................................... Conselho Nacional dos Direitos da Criança
e do Adolescente
COREN ............................................
Conselho Regional de Enfermagem
CPAP ............................................
Pressão Positiva Continua nas Vias Aéreas
DO ............................................
Declaração de Óbito
DN ............................................
Data de nascimento
DNV ............................................
Declaração de Nascido Vivo
ECA ............................................
Estatuto da Criança e do Adolescente
FC ............................................
Freqüência cardíaca
FiO
2
............................................
Fração de oxigênio inspirada
FR ............................................
Freqüência Respiratória
HE ............................................
Histórico de Enfermagem
HTD ............................................
Hemitórax Direito
HTE ............................................
Hemitórax Esquerdo
HULW ............................................
Hospital Universitário Lauro Wanderley
IG ............................................
Idade Gestacional
MV ............................................
Murmúrios Vesiculares
NHB ............................................
Necessidades Humanas Básicas
OMS ............................................
Organização Mundial de Saúde
P ............................................
Pulso
Pa ............................................
Perímetro Abdominal
PA ............................................
Pressão Arterial
PC ............................................
Perímetro Cefálico
PE ............................................
Processo de Enfermagem
12
PT ............................................
Perímetro Torácico
RA ............................................
Ruídos Adventícios
RH ............................................
Ruídos Hidroaéreos
RN ............................................
Recém-nascido
RNPT ............................................
Recém-nascido Pré-termo
RNs ............................................
Recém-nascidos
SAE ............................................
Sistematização da Assistência de
Enfermagem
SO
2
............................................
Saturação de Oxigênio
SOG ............................................
Sonda orogástrica
SSVV ............................................
Sinais Vitais
TS ............................................
Tipo sanguíneo
UNICEF ............................................
Fundo das Nações Unidas para a Infância
USP ............................................
Universidade de São Paulo
UTI ............................................
Unidade de Terapia Intensiva
UTIN ............................................
Unidade de Terapia Intensiva Neonatal
UTINs ............................................
Unidades de Terapia Intensiva Neonatais
13
SUMÁRIO
1 -
INTRODUÇÃO...................................................................................................... 15
2 -
OBJETIVOS............................................................................................................ 20
3 -
3
CUIDADOS INTENSIVOS NEONATAIS: O RECÉM-NASCIDO, A
FAMÍLIA E O AMBIENTE...................................................................................
21
4
4 -
4
MARCO CONEITUAL DAS NECESSIDADES HUMANAS
BÁSICAS..................................................................................................................
29
5 -
5
PROCESSO DE ENFERMAGEM........................................................................ 34
6 -
CAMINHO METODOLÓGICO........................................................................... 42
6.1 - PRIMEIRA FASE: Identificação dos Indicadores Empíricos em
neonatos.....................................................................................................................
44
6.2 - SEGUNDA FASE: Estruturação do instrumento de coleta de dados em
neonatos.....................................................................................................................
81
6.3 - TERCEIRA FASE: Validação do conteúdo..................................................... 93
6.4 - QUARTA FASE: Operacionalização do instrumento de coleta de dados........
100
7
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................
118
REFERÊNCIAS......................................................................................................
121
APÊNDICES
APÊNDICE A - Termo de consentimento livre e esclarecido (enfermeiras da
UTIN do HULW - verificação dos indicadores)....................................................... 131
APÊNDICE B - Carta de esclarecimento.................................................................
133
APÊNDICE C - Instrumento da pesquisa – Identificando os indicadores das
Necessidades Humanas Básicas dos recém-nascidos internados na UTIN do
Hospital Universitário Lauro Wanderley.................................................................. 135
APÊNDICE D - Termo de consentimento livre e esclarecido (enfermeiras da
UTIN do HULW - validação de conteúdo)............................................................... 142
APÊNDICE E- Carta de esclarecimento – validação de conteúdo..........................
144
APÊNDICE F – Instrumento de validação de conteúdo..........................................
145
APÊNDICE G - Termo de consentimento livre e esclarecido (enfermeiras da
UTIN do HULW - avaliação da operacionalização da 2ª versão do instrumento de
coleta de dados)......................................................................................................... 149
APÊNDICE H - Termo de consentimento livre e esclarecido (pais ou
responsáveis pelos recém-nascidos).......................................................................... 151
APÊNDICE I - Avaliação da operacionalidade do instrumento de coleta de
dados em pacientes internados na UTIN do HULW................................................ 153
14
ANEXOS
ANEXO A Certidão de aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em
Pesquisa do HULW.................................................................................................. 156
ANEXO B Autorização da PDAMED para utilização do símbolo mãe-
bebê........................................................................................................................... 157
15
1 INTRODUÇÃO
n03(T)-5585(a)3sOmOeT t0.52o03(T)-5585()55(c)3o03(T)-5585(m)1.57442(OpO)-0.3015(r)2.80561Oed03(T)-3363eu03(T)-5585(m)1.57442(O)43(m)1.57442(Oo03(T)-5585(m)1.57442(Oe)3n03(T)-5585(t0.52)336(o03(T)-5585()43e)3sO)-2.312OpOT eavOT i0.52d0 d03-0.3015(e)3qOT u03(T)-5585(a)3l0.52qOT u03(T)-5585(e)-6.26595rsOhOT u03(T)-5585(m)1.576239aRu03(T)-6720.mTo03(T)-5585(6832(r)2.80561Oe)3pOT l0.52eo03(T)-5585(6832(d03(T)-5585(e)-6.265956832(e)3x03-0.3015(pO)(T)-5585(e)31225c)3t0.52)558(a)3t0.52i0.52v03(T)-5585(a)3sORd03-0.3015(e)3682(sO)-2.312Oo03(T)-5585(n03(T)-5585(hO)(T)-5585(o03(T)-5585(sO)-2.312O,6(R)1.6571682(u03(T)-5585(m)11.57659 a)36796(m)1.57442(Oi0.52)336(s( )-2764.576.140.67 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16
dias). Com relação à idade gestacional o recém-nascido pode ser classificado como a termo
se, ao nascer, tiver entre 37 e 42 semanas; pós-termo, se nascido após 42 semanas e pré-termo
se,ao nascer, tiver menos de 37 semanas. Na prematuridade, a divisão por faixas de peso pode
ser classificada em baixo peso (entre 1.500 / 2.000 g), muito baixo peso (1.000 / 1.500) e
muito muito baixo peso ou prematuridade extrema (menos de 1.000g). Para esses recém-
nascidos, as primeiras 24 horas de vida representam o período de maior risco de morte.
A atenção à saúde do recém-nascido deve ser estruturada e organizada no sentido de
atender uma população sujeita a riscos, sendo necessária a presença de recursos materiais e
humanos especializados (ROLIM; CARDOSO, 2006).
Nas últimas décadas, as inovações tecnológicas no campo das ciências médicas e
biológicas, correspondendo aos recursos materiais, resultaram em importantes benefícios para
o ser humano no que diz respeito às condições dos cuidados de saúde, principalmente nos
cuidados intensivos neonatais, o que tem levado à progressiva melhora no atendimento e
decréscimo da mortalidade neonatal, principalmente em recém-nascidos de baixo peso, que
correspondem a aproximadamente 65% da clientela das Unidades de Terapia Intensiva
Neonatais UTINs (GAIVA, 2006; LEE. et al., 2000 apud MENDES; CARVALHO;
ALMEIDA, 2005).
Com relação aos recursos humanos, acredita-se que o cuidado a ser implementado nas
UTINs necessita ser exercido e vivenciado na sua totalidade (GAIVA, 2006). Essa totalidade
é expressa pelo autor em relação aos cuidados dispensados ao RN, visando atender às suas
necessidades psicobiológicas, psicossociais e psicoespirituais, envolvendo, no processo de
cuidar, a família como um elemento ativo no restabelecimento da criança.
A enfermeira possui um papel indispensável nas UTINs, pois ela deve unir o
conhecimento científico à realidade e à prática, o que exige conhecimento e responsabilidade,
competência, integração, construção de julgamentos e estabelecimento de prioridades,
visando atender às necessidades psicobiológicas do ser humano (ZIIN; SILVA; TELLES,
2003).
Segundo Rolim e Cardoso (2006), a importância da qualidade da assistência de
enfermagem em uma unidade de terapia intensiva baseia-se no planejamento e organização do
serviço.
Na Enfermagem, o planejamento da assistência de enfermagem pode ser realizado
com a implementação do processo de enfermagem que, de acordo com Iyer, Taptich e
Bernocchi-losey (1993), é o método através do qual a estrutura teórica que embasa a ciência
da Enfermagem é aplicada à prática dessa profissão. Trata-se de uma abordagem deliberativa
17
de soluções de problemas que exige habilidades cognitivas, técnicas e interpessoais e está
voltada para a satisfação das necessidades do cliente/família.
Além dos benefícios para o paciente, a enfermeira também é favorecida quando seu
trabalho se torna mais visível através do registro de suas ações, e o seu cuidado é
documentado, além de organizar as atividades, priorizar as ações e possibilitar uma
comparação da evolução clínica do paciente. Em suma, o processo de enfermagem é uma
ferramenta de trabalho de que a enfermeira lança mão em busca da qualidade da assistência e
valorização profissional.
A preocupação em tornar as atividades de enfermagem com respaldo no método
científico teve como marco o desenvolvimento e divulgação do PE, inicialmente expresso na
literatura norte-americana em 1950 e 1960 (IYER, TAPTICH E BERNOCCHI-LOSEY,
1993). No Brasil, a grande precursora foi Wanda de Aguiar Horta que, em 1979, publicou seu
livro intitulado O Processo de Enfermagem (HORTA, 1979).
Acreditando no processo de enfermagem como método de trabalho que possibilita
uma melhor qualidade da assistência de enfermagem, uma vez que promove um cuidado
individualizado, organizado, planejado e refletido, buscando minimizar ou solucionar
problemas potenciais ou reais, despertou em mim a necessidade de torná-lo concreto na UTIN
do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) da Universidade Federal da Paraíba
(UFPB), local onde desempenho minhas atividades profissionais.
Na unidade citada anteriormente, a Sistematização da Assistência de Enfermagem
(SAE) não está implementada, mas percebo, através da prática profissional, que o interesse
em torná-la uma realidade. Atualmente, na unidade em que foi realizado o estudo, não há um
instrumento para coleta de dados em recém-nascidos; dispomos da evolução de enfermagem,
onde a enfermeira registra o exame-físico e julgamentos clínicos realizados, porém observo
que algumas evoluções contemplam todos os sistemas orgânicos, mas outras não; ao mais,
percebo que a maior parte dos registros contemplam aspectos biológicos, deixando muitas
vezes de serem contemplado os aspectos psicossociais tão importantes na recuperação do
neonato, além do registro do balanço hídrico (local que se destina a anotações sobre ganhos e
perdas) e livros de admissão e alta, relatório de enfermagem e dados maternos.
Portanto, compreendendo que o processo de enfermagem é um método que orienta
nosso trabalho profissional, e o instrumento de coleta de dado constitui o primeiro passo para
adentrarmos nesta realidade, foi que busquei realizar este estudo. Por meio do instrumento de
coleta de dados, será possível concentrar informações familiares e do neonato imprescindíveis
para um planejamento das ações de enfermagem adequado e coerente com as necessidades do
18
binômio família-neonato. Posteriormente, as informações contidas neste instrumento poderão
ser utilizadas na construção de um banco de dados e serem úteis para pesquisas futuras.
Outro fator que me impulsionou a estudar essa temática foi contribuir com o Projeto
da SAE, no HULW, que constitui um projeto integrado de pesquisa de campo (envolve o
desenvolvimento e testagem de instrumentos para levantamento de dados significativos para a
prática de enfermagem, identificação de diagnósticos de enfermagem, bem como o
planejamento, implementação e avaliação da assistência) e extensão (integram enfermeiras
docentes e assistenciais para desenvolver conjuntamente uma metodologia de trabalho). Este
Projeto é apoiado pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Fundamentação da Assistência de
Enfermagem (GEPFAE) do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade
Federal da Paraíba (UFPB).
O Projeto da SAE, no HULW, possui o objetivo de efetivamente implementar o
processo de enfermagem em todas as unidades de internação. Para um melhor
desenvolvimento, o mesmo foi subdividido em três subprojetos, estando este estudo inserido
no Subprojeto 2: Implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem na
Unidade do Centro de Terapia Intensiva do Hospital Universitário Lauro Wanderley.
Portanto, partindo do pressuposto de que o primeiro passo para organizar e orientar o
cuidado é uma anamnese bem realizada, englobando, além dos sistemas biológicos, fatores
maternos influenciadores na saúde do recém-nascido, é que estou empenhada em realizar esta
atividade: desenvolver um histórico de enfermagem (instrumento para coleta de dados) para
recém-nascidos em uma UTIN, acrescido de um enfoque sobre os aspectos psicossociais,
envolvendo a família.
Trabalhar com pediatria sempre foi meu grande sonho, uma meta que, com o caminhar
profissional, se tornou uma realização pessoal. Ainda, enquanto acadêmica do curso de
Graduação em Enfermagem, busquei caminhos que pudessem me aproximar dessa realidade,
advindo-me a oportunidade de ser monitora da disciplina Enfermagem em Pediatria. Após a
graduação, continuei seguindo a trilha que me conduziria à realização profissional, foi
inserindo-me no Programa de Residência de Enfermagem em Pediatria no Hospital Instituto-
Materno Infantil de Pernambuco (IMIP), instituição de referência e reconhecida
nacionalmente pelo excelente trabalho na área de Saúde da Criança. A partir desse momento,
a criança ocupou definitivamente o centro da minha assistência profissional, de forma que
procuro realizá-la da melhor forma possível.
Após o término do Programa de Residência, citado anteriormente, no ano de 2004,
adentrei no serviço público federal, sendo locada no HULW. Inicialmente, fui designada para
19
atuar na Clínica Cirúrgica; a seguir, na Unidade de Terapia Intensiva Adulta; depois, no
berçário patológico, até que, em outubro de 2005, houve a abertura de uma UTIN e, desde
então atuo neste setor.
A UTIN caracteriza-se por prestar um serviço especializado, cuja clientela é
basicamente formada por recém-nascidos de alto risco, sendo a enfermeira detentora de
diversas atribuições, como, prestar assistência direta ao neonato, bem como aos pais; priorizar
as ações; providenciar exames e transportes; preparar leitos para admissões; garantir insumos
(equipamentos, recursos humanos, medicamentos) suficientes para que o trabalho possa ser
desempenhado adequadamente, além de coordenar toda a equipe de enfermagem, entre outras.
Diante das atribuições expostas, podemos perceber que é essencial uma organização do
trabalho de enfermagem, ou seja, a utilização de uma metodologia de trabalho que facilite a
atuação das ações de enfermagem e garanta a assistência ao neonato e familiares, bem como
possibilite à instituição um grau de qualidade de serviço satisfatório.
E, para contribuir com essa organização, faz-se necessária a implantação do processo
de enfermagem na unidade do estudo. Mas, qual o primeiro passo para que seja concretizado
esse método de trabalho? Entendendo que o primeiro passo para a concretização da
Sistematização da Assistência de Enfermagem na UTIN do HULW consiste na elaboração de
um instrumento de coleta de dados com a participação coletiva dos enfermeiros envolvidos no
processo de cuidar dessa clientela, é que nos propomos a realizar esse estudo
Através de estudos, pesquisas e até mesmo da prática profissional, vivenciada na
UTIN, entendo que a aplicação do Processo de Enfermagem responde a esse questionamento,
possibilitando grandes benefícios aos profissionais, à clientela e à instituição de saúde.
A importância do presente estudo consiste em colaborar com o serviço por meio da
construção e da validação de um instrumento de coleta de dados para recém-nascidos
internados na UTIN do HULW. Devido à grande importância da implementação da SAE na
UTIN na referida instituição e diante da necessidade de as enfermeiras utilizarem um método
que forneça condições de cuidar do neonato de forma planejada, é que estamos fornecendo
subsídios, através da construção de um instrumento de coleta de dados, que permitam a
implementação da primeira fase do processo de enfermagem na UTIN do HULW.
20
2 OBJETIVOS
Construir um instrumento de coleta de dados para os recém-nascidos internados na
UTIN do HULW;
Fazer a validação do instrumento de coleta de dados construído anteriormente, com a
participação das enfermeiras da UTIN do HULW;
Verificar a operacionalidade do instrumento de coleta de dados, construído e validado
anteriormente, em recém-nascidos internados na UTIN.
21
3 CUIDADOS INTENSIVOS NEONATAIS: O RECÉM-NASCIDO, A FAMÍLIA E O
AMBIENTE
A UTIN constitui um ambiente físico dotado de aparelhos e equipamentos altamente
sofisticados e profissionais qualificados, destinado ao atendimento de recém-nascidos em
situações anormais de nascimento, como prematuridade, baixo peso ao nascer, anóxia,
malformações e outras situações clínicas que predispõem os recém-nascidos (RNs) a
tratamentos especializados para conseguirem sobreviver (ALMEIDA et al., 2005). Enfim, a
UTIN é um ambiente destinado aos recém-nascidos de risco, definido por Kenner (2001)
como sendo aqueles que têm maior chance de morrer durante ou logo após o nascimento e
necessitam de intervenção imediata.
Aproximadamente, 65% dos recém-nascidos admitidos em Unidades de Terapia
Intensiva Neonatais (UTINs) são prematuros (LEE et al., 2000 apud MENDES;
CARVALHO; ALMEIDA et al., 2005). Os internamentos dos recém-nascidos pré-termos
(RNPT) representam um número expressivo nas unidades neonatais principalmente pelo alto
risco de adaptação dessas crianças à vida extra-uterina, devido à imaturidade anátomo-
fisiológica dos órgãos e sistemas e do próprio processo de diagnóstico e terapêutica, e esta
internação, muitas vezes, é prolongada. Após o nascimento, o recém-nascido prematuro pode
apresentar uma série de complicações, e um fator associado à prematuridade é o baixo peso ao
nascimento (BPN), podendo aumentar os riscos de morbimortalidade infantil (UNICEF, 1996;
ARAUJO; BOZZETTI, 2000; OLIVEIRA, 2001; GAIVA; FERRIANI, 2001).
A prematuridade e o baixo peso constituem importantes causas básicas ou associadas
da mortalidade perinatal, neonatal e infantil. O risco de morbimortalidade é inversamente
proporcional à idade gestacional e ao peso de nascimento (SCOCHI et al., 2003).
Portanto, podemos perceber que cuidar de recém-nascidos é um grande desafio,
principalmente quando estes neonatos se encontram em circunstâncias de prematuridade ou
doença e, por estes motivos, necessitam de uma assistência de alta complexidade, como a
UTIN (ANDRIOLA; OLIVEIRA, 2006).
De acordo com os Indicadores dos Dados Básicos (IDB), a mortalidade neonatal
precoce (número de óbitos de 0-6 dias de vida completos, por mil nascidos vivos, na
população residente no Brasil) entre 1997 2004 (dados mais recentes disponíveis no
momento) apresentou uma pequena redução na média nacional, de 15,62 para 11,49
respectivamente. Com relação à mortalidade neonatal tardia (número de óbitos em crianças de
7 a 27 dias de vida completos, por mil nascidos vivos, na população do Brasil), também
22
houve uma redução dos índices nacionais: em 1997, a taxa era de 4,2/1000 nascidos vivos e,
em 2004, houve uma redução para 3,51/1000 nascidos vivos. Da mesma forma, ocorreu com a
taxa de mortalidade pós-natal (número de óbitos na idade de 27 a 364 dias por mil nascidos
vivos) que, em 1997, apresentava uma taxa de 12,08/1000 nascidos vivos, e em 2004 houve
uma redução desse índice para 7,58/1000 nascidos vivos (BRASIL, 2006).
Scochi et al. (2003) relatam que a instalação de modernas unidades neonatais constitui
um marco na redução da mortalidade perinatal e neonatal que tem diminuído a cada ano,
especialmente entre prematuros. Essas unidades neonatais são compostas por recursos
humanos e tecnologias complexas e especializadas. Nos países subdesenvolvidos e em
desenvolvimento, os serviços especializados são escassos e carentes de tecnologias complexas
de apoio ao diagnóstico e terapêutico, comprometendo a qualidade da assistência.
Corroborando Scochi et al. (2003), outros autores relatam a evolução nos cuidados
neonatais na atualidade, representado pela introdução de novas tecnologias, inclusive
melhoria tecnológica das unidades de terapia intensiva neonatais, criando ambientes extra-
uterinos favoráveis a sua sobrevivência, além da administração do corticoide antenatal na
gestante, visando à maior maturação pulmonar no momento do nascimento, o uso do
surfactante e a ventilação mecânica foram fatores determinantes para a redução das taxas de
mortalidade neonatal precoce e tardia, e, conseqüentemente, da mortalidade infantil
(MENDES; CARVALHO; ALMEIDA, 2005; SALES et al., 2006).
Diante dessas informações e considerando as inúmeras contribuições da tecnologia na
área de saúde, é inegável a importância dos avanços tecnológicos e do aprimoramento das
técnicas em saúde, principalmente em se tratando do cuidado em unidades neonatais de
tratamento intensivo. Porém, apesar de todas essas conquistas, esse avanço tecnológico tem
merecido críticas, no tocante à supervalorização de máquinas e equipamentos que ocorre,
muitas vezes, em detrimento do ser humano (GAIVA, 2006).
Segundo Rolim e Cardoso (2006), a UTIN é um local que enfatiza os recursos
materiais e a tecnologia, levando a uma valorização dos aspectos tecnológicos, contribuindo
para comportamentos automatizados, onde a subjetividade, a solidariedade, o toque e a
interação humana são subjugados e, dessa forma, podemos prestar uma assistência centrada
na máquina, na doença e não no ser humano que deveria ser o foco da atenção. Outros autores
acrescentam que a especialização tecnológica está expulsando a preocupação com as
necessidades humanas, o que constitui a essência no processo de cuidar. Necessitamos de um
cuidado em UTIN que evidencie uma preocupação com o biopsicoemocional do neonato e de
23
sua família, em que o diálogo e a reflexão crítica encontrem espaços (OLIVEIRA, 2001;
ROLIM; CARDOSO, 2006).
Merhy et al. (1997) classificam a tecnologia em três níveis: a tecnologia representada
por máquinas e aparelhos (tecnologia dura), na qual nos debruçamos até o momento; a
tecnologia que engloba o saber profissional que é estruturado e protocolizado (tecnologia
leve-dura) e, por fim, a tecnologia leve que engloba a responsabilização e o vínculo
manifestados na relação entre usuário e trabalhador de saúde.
Não podemos esquecer a tecnologia dura (aparelhos e máquinas) evidentemente, mas
necessitamos de que ela esteja articulada com as demais, numa perspectiva de
interdependência; dessa forma, estaremos nos aproximando de uma assistência focada nas
necessidades da tríade pais-filho-família em que o saber profissional (tecnologia leve-dura) e
o estabelecimento de vínculos (tecnologia leve) sejam parceiros indissociáveis no processo
natural de respeito e valorização à vida.
Gaiva (2006) afirma que a assistência neonatal não deve se limitar a evitar a alta
mortalidade de seres naturalmente frágeis e predispostos a tantos riscos (não negando sua
importância), mas deve se preocupar com as repercussões tardias dos problemas perinatais
nos sobreviventes, assumindo atitudes não apenas curativas, mas ampliando suas ações aos
aspectos físicos e psicossociais, na perspectiva da promoção da saúde e da qualidade de vida.
A assistência ao recém-nascido de risco internado em UTIN, equipada com tecnologia
de ponta, pode ter como foco primordial a assistência nos aspectos biológicos do RN. Porém,
nos dias atuais, esse tema vem sendo discutido freqüentemente entre os profissionais e as
instituições de saúde, com a finalidade de transformar essa realidade, ampliando e focalizando
a assistência à tríade mãe-filho-família (VASCONCELOS; LEITE; SCOCHI, 2006).
Acreditamos que, com uma assistência voltada para a tríade pais-filho-família,
poderemos respeitar a criança em sua totalidade e assisti-la na integralidade, de forma a
buscar minimizar ou solucionar suas necessidades em todas as suas dimensões:
psicobiológicas, psicossociais e/ou psicoespirituais. Isso implica compreender os sentimentos
e a realidade vivenciada por esses seres durante o processo de internamento em uma unidade
de terapia intensiva, pois, quando um neonato é admitido nessa modalidade de serviço, uma
gama de sentimentos inesperados surge nos pais e na família dessa criança, tornando-se difícil
de ser aceita e enfrentada.
O nascimento de uma criança doente, com alguma deformidade, defeito congênito ou
prematuridade, desfaz o sonho de uma gestação inteira, pois provavelmente imaginava-se um
bebê saudável, causando desapontamento, sentimento de incapacidade, culpa e o medo da
24
perda, constituindo um momento de dor e de grandes conflitos (ALMEIDA et al., 2005). Os
traços familiares que os pais buscam no filho recém-nascido são difíceis de serem
identificados quando nascem prematuros, frágeis e pequeninos (FERRAZ; CHAVES, 1996).
Stern (1997) afirma que, antes de o bebê existir de forma real nos braços da mãe,
existe o bebê imaginário, formado a partir das fantasias e dos sonhos. Além deste fato, existe
o medo da doença, do desconhecido, do ambiente hospitalar dotado de aparelhos e
equipamentos sofisticados que contribuem para uma possível crise emocional (ALMEIDA et
al., 2005).
Apesar das transformações sociais relacionadas ao papel da mulher ao longo do
tempo, esses sentimentos de culpa, dor e sofrimento, vivenciados pelas mães que possuem
seus filhos internados em uma UTIN, são fortalecidos pelo peso de algumas representações
sociais consideradas socialmente corretas sobre o papel da mulher na sociedade como o de ser
mãe de um recém-nascido forte e saudável. Durante toda a gestação, uma expectativa de
toda a família de um bebê saudável, e, quando a gestação é interrompida, a rede familiar
recebe o impacto e tenta se adaptar a essa nova situação (GAIVA; FERRIANI, 2001).
A chegada de uma criança é o estágio que provoca as mais profundas mudanças no
ciclo familiar. E, quando nasce uma criança doente ou prematura, a família vivencia uma
experiência desgastante e desafiadora, o que ocasiona profundas mudanças na dinâmica
familiar. Acrescido a este fato, o tempo de internação do neonato nas condições citadas
anteriormente, geralmente prolongado, podendo durar meses, provoca profundas mudanças na
vida da família, principalmente da mãe que, sem que esteja preparada para essas
transformações, se tornará a acompanhante de seu filho (VASCONCELOS; LEITE, SCOCHI,
2006).
Kaplan e Mason (1960 apud Oliveira, 2006) relatam as reações maternas ao
nascimento de um bebê prematuro, ou na vigência do nascimento de filhos enfermos e
apresentam o processo vivido por essas mães em quatro momentos: em um primeiro
momento, a mãe se prepara para uma possível perda do filho, pretende retirar a relação
estabelecida com a criança; num segundo momento, a mãe enfrenta a sensação de fracasso ao
gerar uma criança prematura ou doente; no terceiro momento, caso o recém-nascido melhore,
o problema está em retomar o relacionamento interrompido, pois já havia sido preparada para
a perda, e, no quarto e último momento, a mãe começa a compreender que seu filho é
diferente de um bebê a termo ou sem patologia, em termos de desenvolvimento e
necessidades, demonstrando interesse de adquirir conhecimentos especiais para atendê-lo.
25
Ao evidenciarmos os aspectos maternos envolvidos durante o internamento de seu
filho recém-nascido em uma UTIN, de forma alguma estamos subjugando os aspectos
paternos também envolvidos. Infelizmente, na revisão bibliográfica, percebemos que esse
tema não recebe a devida importância à medida que referências sobre esse assunto são
escassas.
Tronchin e Tsunechiro (2006) relatam que ainda existem poucos estudos que
focalizam a experiência paterna, especialmente, quando se trata de nascimento de crianças
prematuras. Acreditamos, conjuntamente com os autores citados anteriormente, que devem
ser desmistificados os aspectos culturais impostos pela sociedade de que cabe aos homens a
virilidade e que, render-se aos sentimentos e ao aprendizado, significa um sinal de fraqueza
ou perda da masculinidade, além do mais toda forma de participação paterna no processo de
internamento do filho prematuro é fundamental, seja um toque, a visita, a conversa, a
comunicação, os incentivos e a acolhida.
Portanto, os pais (mãe e pai) de um recém-nascido prematuro enfermo, internado em
uma UTIN, vivenciam uma situação de incerteza, não possuem a garantia de melhora do
estado de saúde de seu filho, e, ainda, enfrentam a possibilidade da morte. Dessa forma, o
apoio aos pais e familiares deve abranger os aspectos informativos, emocionais, de
fortalecimento e de capacitação (BUARQUE et al., 2006).
A maioria dos pais, ao adentrar a uma unidade de terapia intensiva pela primeira vez,
depara-se com seu filho coberto por fios, além de aparelhos brilhantes e sonoros, e esse
cenário pode amedrontar. Portanto, cabe a nós, profissionais de saúde, acolhê-los de forma a
minimizar os sentimentos negativos e fortalecer o nculo entre pais-filho-família; isso pode
ser alcançado à medida que nos dispomos a ouvi-los sobre suas dúvidas e anseios, fornecemos
as informações necessárias naquele momento e incentivamos uma relação de amor e carinho
através do toque e da conversa com o recém-nascido.
Nesse primeiro contato com o filho, os pais de prematuro enfrentam a diferença entre
a imagem do esperado e a imagem real, vivenciando um estado de luto pelo ideal perdido e
buscando estratégias de adaptação a uma realidade imbuída de muitas frustrações. Diante
dessa situação, esses pais necessitam de apoio para reconciliar a imagem mental idealizada
com a realidade e aceitar as diferenças entre ambas, um novo caminho a ser percorrido,
mas ainda permanece a incerteza sobre a sobrevivência, crescimento normal e saudável de seu
filho (KLAUS, M.; KENNELL; KLAUS, P. 2000; BELLI; SILVA, 2002).
Sabemos que o internamento de um neonato em uma UTIN constitui uma mudança
brusca não apenas para a família, mas também para o RN, que poderá ter seu
26
desenvolvimento físico e psíquico afetado, pois, além do trauma causado pelo nascimento,
acontece a separação com as únicas pessoas com quem estabelecia vínculo durante toda a
gestação: os pais (LIMA, H et al., 2004). Dessa forma, fica evidenciado que o fortalecimento
do vínculo filho-pais-família é primordial para um restabelecimento dessa criança.
Santana (2003) escreve que o contato inicial mãe-filho, uma vez prejudicado pelas
circunstâncias, como seu internamento em UTIN, pode influenciar negativamente a
construção do vínculo e o ambiente familiar, podendo deflagrar aumento do estresse na
família e prejudicando o estabelecimento do vínculo entre filho-pais e família.
A respeito desse vínculo, Almeida et al. (2005) e Lima, H. et al. (2004) apontam que a
manutenção do mesmo é primordial, pois, durante o período de internação, a presença da mãe
proporciona segurança, equilíbrio emocional e recuperação do bebê. Atitudes como estar
presente, falar, acariciar e tocar o neonato significa muito para ele, contribuindo na sua
recuperação e desenvolvimento afetivo. Ainda que o processo de crescimento e
desenvolvimento da criança prematura esteja condicionado às condições sociais e biológicas
da concepção, gestação, parto e período neonatal, o modo de vida da mãe e da família é
essencial, conjuntamente com suas redes de relacionamento, para favorecer esses processos
no RNPT (GAIVA; FERRARI, 2001).
As relações iniciais entre o recém-nascido e seus pais são consideradas protótipos de
todas as relações sociais futuras. Cabe à equipe de saúde apoiar e promover condições para
que os pais possam ver e tocar seu bebê, promovendo um ambiente acolhedor (BRASIL,
2003). Segundo Lohr (2001), os pais constituem o primeiro núcleo social da criança.
Segundo Bowbly (1995), a privação materna é a situação na qual uma criança não
encontra uma relação calorosa, íntima e continua com a mãe natural ou substituta, e
acrescenta, enfatizando que a separação da criança será suavizada quando a mesma passa a ser
cuidada por alguém em que ela confia, mas pode ser acentuada se a mãe substituta, embora
amorosa, for alguém estranha para ela.
Portanto, promover a ligação afetiva do neonato com os pais é mais do que um dever,
é uma responsabilidade social da equipe de saúde. Os efeitos perniciosos da privação variam
de acordo com o grau da mesma. A privação parcial traz consigo a angústia, uma exagerada
necessidade de amor, fortes sentimentos de vingança e, conseqüentemente, culpa e depressão,
resultando em distúrbios nervosos e numa personalidade estável. A privação total tem efeitos
maiores sobre o desenvolvimento da personalidade e pode mutilar totalmente a capacidade de
estabelecer relações com outras pessoas. Portanto, relações insatisfatórias na primeira infância
27
predispõem posteriormente a criança com reações anti-sociais diante das tensões (BOWBLY,
1995).
Esse mesmo autor relatou em suas experiências que crianças que sofrem privação
materna prolongada podem deixar de sorrir para um rosto humano ou de reagir quando
alguém brinca com eles, ficando inapetentes ou, apesar de serem bem nutridos, não engordam.
Dormem mal e não apresentam iniciativa, podendo apresentar susceptibilidade à infecções e
atraso no desenvolvimento da fala (BOWBLY, 1951).
Portanto, o amor materno de que uma criança necessita é encontrado no núcleo
familiar e extremamente difícil fora dela (BOWBLY, 1989). Estimular o apego, como sendo
um vínculo imprescindível entre o neonato e sua família, inclusive no desenvolvimento
mental e emocional dessa criança, é uma atividade prioritária em uma UTIN.
As pesquisas sobre o apego entre mãe-filho em unidade de tratamento intensivo
começaram no início da década de 70, quando os profissionais que trabalhavam nessas
unidades começaram a observar uma realidade assustadora: que algumas crianças voltavam
para unidades de pronto-socorro vítimas de espancamento pelos próprios pais (KLAUS;
KENNEL, 1982)
Diante disso, entendemos que a família possui várias funções que extrapolam a
dimensão biológica que consiste em assegurar a sobrevivência de seus membros, atendendo
necessidades como higiene e alimentação. Na família, também nos deparamos com as funções
psicossociais, nas quais encontramos o alimento afetivo como indispensável para a
sobrevivência do ser humano, tanto quanto a água, o oxigênio e os nutrientes de que
precisamos para sobreviver. Na ausência do afeto oferecido pelos pais ou outros cuidadores, o
ser humano pode apresentar grandes dificuldades nas relações interpessoais (OSÓRIO, 1996;
OLIVEIRA et al., 2005). Além disso, existe um agravante, segundo Ferraz e Chaves (1996) e
Klaus e Kennel (1982): em crianças prematuras, maior incidência de abandonos,
espancamentos, abusos e ocorrência da síndrome de failure to thrive, na qual o neonato não
ganha peso e não se desenvolve sem uma causa orgânica aparente.
Portanto, os profissionais de saúde possuem uma grande responsabilidade, não apenas
técnica-profissional (relacionadas aos aspectos biológicos), mas uma responsabilidade social,
assumindo condutas que promovam o fortalecimento desse vínculo mãe-filho-família.
Levando em consideração a importância dos pais na recuperação dos filhos
hospitalizados, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), pela Lei 8.069 de 13 de junho
de 1990, estabelece o direito de os pais acompanharem seu filho durante toda a hospitalização
da criança e legaliza a permanência integral de um dos pais ou responsável (BRASIL, 1991).
28
Além do ECA, o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente
CONANDA, através da resolução 44 de 1995, aprova direitos da criança e do adolescente
hospitalizados, estando presente na mesma: “4- Direito de ser acompanhado por sua mãe, pai
ou responsável, durante todo o período de sua hospitalização, bem como receber visitas; 5-
Direito a não ser separado de sua mãe ao nascer”. Mas, mesmo a presença dos pais sendo
garantida por lei, e sabendo da sua importância na recuperação das crianças, no nosso caso,
dos neonatos especificamente, Lima, H. et al. (2004) destacam que muitas vezes nos
deparamos com pais que têm medo de tocar o bebê e prejudicá-lo, levados pela figura frágil
desse ser, impressionam-se com tantos fios, tubos, sondas e aparelhos, não se sentindo à
vontade para tocar o filho.
Nesse sentido, a Enfermagem, como sendo a equipe que mais tempo permanece junto
ao neonato e à família, deve agir de forma a reduzir os medos, favorecer o toque, apoiar os
pais, enfim, agir de modo a facilitar as oportunidades de contato precoce entre pais e filhos
prematuros, visando estabelecer o nculo e o apego, sabendo que esse processo é gradual,
podendo levar tempo, dias ou semanas.
Corroborando Gaiva (2006), o nosso grande desafio, enquanto profissionais que
assistem os bebês, é cuidar deles como seres humanos em sua totalidade, com competência
técnica, científica e humana, sempre valorizando sua dimensão subjetiva, de forma a resgatar
o sentido humanitário nas relações interpessoais entre sujeitos, voltados para o acolhimento,
autonomia, participação dos pais no cuidar objetivando a promoção da saúde.
Uma vez entendendo a humanização como o resgate da importância dos aspectos
emocionais, indissociáveis dos aspectos humanos na intervenção em saúde, bem como adoção
de uma prática profissional em que profissionais e pacientes são considerados em sua
subjetividade, aspectos físicos e sociais, a assistência ao neonato será humanizada a partir do
momento em que a tríade pais-filho-família for inserida no processo cuidativo, onde haja uma
relação, com estabelecimento de vínculos e diálogo entre estes (ROLIM; CARDOSO, 2006).
29
4 MARCO CONCEITUAL DAS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS
A Enfermagem, ao longo de sua história, vem buscando autonomia, reconhecimento,
crescimento profissional e aprimoramento de habilidades, além da construção de um
conhecimento cientifico que facilite sua prática, enfrentando desafios e buscando caminhos
para se firmar e estabelecer seu papel profissional.
Segundo Cianciarullo et al. (2001, p.15), “há mais de cinqüenta anos, as enfermeiras
vêm se preocupando com as questões relativas ao desenvolvimento do conhecimento na área
específica da enfermagem”. Podemos perceber sua veracidade, partindo do desenvolvimento
de teorias e modelos próprios de enfermagem que revelam o grande objetivo da profissão: o
cuidado humano.
A Enfermagem é uma profissão que se desenvolve a cada dia, buscando concentrar-se
num corpo de conhecimentos próprios, baseados em uma filosofia científica. Hoje, a
Enfermagem passa por reformulações, afirmações, construção de novos modelos de prática,
baseados em marcos conceituais e teorias. Na realidade, é uma ciência que, a cada dia adianta
um passo e hoje caminha a passos largos na construção de seu conhecimento próprio.
Nas últimas décadas, a Enfermagem tem evoluído, e seus participantes têm procurado
estabelecer as bases para uma ciência da Enfermagem e, durante essa busca, segundo
Angerami (1994), passou por três momentos históricos: no primeiro momento, com o intuito
de contar os recursos humanos existentes na profissão, preocupou-se em levantar questões:
Quem somos? Quanto custamos? O que produzimos?; no segundo momento, preocupou-se
em dar cunho científico ao trabalho da enfermeira, explicando os fenômenos da Enfermagem
através da aplicação dos princípios científicos; no terceiro momento, que se iniciou no final da
década de 1950 e se intensificou na década de 1960, preocupou-se em elaborar um corpo de
conhecimento próprio da Enfermagem que fornecesse sustentação à sua prática. Assim, deu-
se origem às teorias dessa profissão e o processo de enfermagem como método de trabalho.
Segundo Pires (1990), a grande importância das teorias reside em sua capacidade de
estas introduzirem, no nosso campo de atuação profissional, a necessidade da utilização de um
instrumento metodológico capaz de nos possibilitar entender o indivíduo ou grupos sociais
que são o nosso objeto de trabalho, e de identificar seus problemas ou necessidades que
exijam uma intervenção profissional de enfermagem.
Horta (1979) se preocupava com a afirmação da Enfermagem enquanto profissão, e
trouxe contribuições importantíssimas através da construção do Marco Conceitual das
Necessidades Humanas Básicas. Segundo Vasconcelos (1998), Wanda de Aguiar Horta foi a
30
primeira enfermeira a realizar um enfoque na literatura brasileira de enfermagem, propondo
uma metodologia de assistência baseada nas Necessidades Humanas sicas. Ela foi a
primeira enfermeira que, no Brasil, na década de 1970, iniciou a construção de uma Teoria.
Este fato possui tamanha relevância para a evolução da Enfermagem a ponto de representar
para alguns estudiosos um divisor de épocas – a Enfermagem antes e depois de Horta (DIAS,
1988). É basicamente a partir dessa estudiosa que a Enfermagem brasileira introduz a
organização da assistência de enfermagem fundamentada no conhecimento (PORTO, 2004).
Segundo Leopardi (1999), apesar de todo esforço dirigido para a construção de uma
teoria, Horta não consegue concluir seu trabalho, devido ao seu estado de saúde e morte
prematura. Porém, Horta avançou na definição de alguns conceitos, princípios e pressupostos
na construção do processo de enfermagem, além da classificação e identificação de várias
necessidades humanas básicas. Mas, isso não significa que sua contribuição à comunidade
científica da Enfermagem possa ser desqualificada; ao contrário, a sua contínua utilização na
prática tem afirmado a sua importância.
Durante o XXII Congresso Brasileiro de Enfermagem, realizado em São Paulo, em
1970, Wanda de Aguiar Horta demonstra, em seu trabalho intitulado Contribuição a uma
teoria sobre enfermagem, a necessidade urgente de desenvolvimento de teorias que
explicassem a Enfermagem e contribuíssem para dar sistematização e organização (HORTA,
1970).
Foi desta forma que Horta (1979) realizou a construção do modelo conceitual baseado
nas Necessidades Humanas Básicas, após anos de estudo e observação. A autora desenvolveu
este marco baseado na teoria de Maslow – a da motivação humana, utilizando a denominação
de João Mohana para os três níveis de vida psíquica (psicobiológica, psicossocial e
psicoespiritual), e criou o seu próprio sistema de classificação de necessidades humanas
básicas.
Dessa forma, Horta elaborou o seu marco conceitual, partindo de leis gerais que regem
os fenômenos universais, como as leis do equilíbrio (homeostase e hemodinâmica), da
adaptação (interação com o meio) e a .20.64 Td[()-0.29556(i) ddueiac2( )-300.324(u)-0.295585(i)0(c2( )-300.0.295585( )-0.144(s)-1.2312( )-3085(d)-0.24(u)-0.295585(i)0(295585( )-150.236(X)1.0.289(p)-0.295585(r)215(m)-2.45873( )-10.v)-0.295585(e)3.74(r4(o)-0.295574(o)-0.295585(n)-0.29558))-2.16926436(,)]TJ2gu ecçogem2312(u)-0.293142(p)-0.293142(o)j
31
[...] é a ciência e a arte de assistir o ser humano no atendimento de suas
necessidades básicas, de torná-lo independente dessa assistência, quando possível,
pelo ensino do autocuidado; de recuperar; manter e promover a saúde em
colaboração com outros profissionais (HORTA, 1979, p. 29).
A partir do conceito de Enfermagem, Horta (1979, p. 30) definiu assistir em
enfermagem da seguinte forma: “fazer pelo ser humano aquilo que ele não pode fazer por si
mesmo, ajudar ou auxiliar, quando parcialmente impossibilitado de se autocuidar, orientar ou
supervisionar e encaminhar a outros profissionais”.
O ser humano é definido por Horta (1979, p. 28) como indivíduo, família ou
comunidade “[...] parte integrante do universo dinâmico, e como tal sujeito as leis que o
regem, no tempo e no espaço [...], estando em [...] constante interação com o universo, dando
e recebendo energia”. A dinâmica destas inter-relações provoca “[...] mudanças que o levam a
estados de equilíbrio e desequilíbrio no tempo e no espaço".
Para Horta, o ser humano possui características próprias de unicidade, autenticidade e
individualidade, fazendo parte integrante do universo, interagindo com esse universo e
recebendo dele as influências no tempo e no espaço. E ressalta que, em meio a toda essa
dinâmica, o ser humano fica sujeito a mudanças e desequilíbrios que geram as necessidades
no ser humano e, caso essas necessidades não sejam atendidas, ou sejam atendidas
inadequadamente, resultam em desconforto e, caso persistam, geram a doença.
Saúde, para a autora, é: “[...] estar em equilíbrio dinâmico no tempo e no espaço”
(HORTA, 1979, p. 29). Para Horta, esse estado de equilíbrio dinâmico refere-se ao período de
latência das necessidades, desse modo, dependendo do desequilíbrio instalado, as
necessidades são afetadas em maior ou menor grau. Enquanto que o ambiente é, para Horta,
o “[...] universo dinâmico [...]” no qual o ser humano está “[...] sujeito a todas as leis que o
regem no tempo e no espaço”. Para a teórica, o ambiente pode ser classificado como
favorável, semi-favorável, difícil e desfavorável (HORTA, 1979, p. 28).
Para Horta (1979), o principal objetivo da Enfermagem é atender às necessidades
humanas básicas afetadas, aquelas que, consciente ou inconsciente, se encontram em estado
de tensão decorrentes do desequilíbrio dos fenômenos vitais, portanto, exigem uma resolução.
Essas necessidades têm características, como, são vitais, latentes, flexíveis, cíclicas,
dinâmicas, inter-relacionadas, energéticas, infinitas, hierarquizadas, apresentam
peculiaridades individuais, são universais por serem comuns a todos os seres humanos,
podendo ser verbalizadas ou não, aparentes, conscientes, diferenciando-se apenas por sua
maneira de manifestar-se e de satisfazê-la. Diversos fatores podem interferir na manifestação
32
e no atendimento, como sexo, cultura, escolaridade, ciclo saúde-doença, fatores
socioeconômicos e ambientais e, nos estados de equilíbrio dinâmico, elas não se manifestam,
podendo surgir quando estão em estado latente, conforme o desequilíbrio instalado.
Horta (1979), no desenvolvimento de seu marco conceitual, criou uma nova
classificação para as necessidades humanas básicas, preferindo a denominação de João
Mohana para os níveis psíquicos, denominando-as em três níveis: psicobiológicos,
psicossocial e psicoespiritual. Dessa forma, foram apresentadas trinta e seis necessidades
(Quadro 1), que se manifestam no ser humano através de sinais e sintomas, as quais foram
denominadas por Horta como sendo problemas de enfermagem.
NECESSIDADES
PSICOBIOLOGICAS
NECESSIDADES
PSICOSSOCIAIS
NECESSIDADES
PSICOESPIRITUAIS
Oxigenação;
Hidratação;
Nutrição;
Eliminação;
Sono e repouso;
Exercícios e atividades
físicas;
Sexualidade;
Abrigo;
Mecânica corporal;
Motilidade;
Cuidado corporal;
Integridade cutâneo-
mucosa;
Integridade física;
Regulação: térmica,
hormonal, neurológica,
hidrossalina, eletrolítica,
imunológica,
crescimento celular e
vascular;
Locomoção;
Percepção: olfativa,
visual, auditiva, tátil,
gustativa, dolorosa;
Ambiente;
Terapêutica.
Segurança;
Amor;
Liberdade;
Comunicação;
Criatividade;
Aprendizagem
(educação e saúde);
Gregária;
Recreação;
Lazer;
Espaço;
Orientação no tempo
e no espaço;
Aceitação;
Auto-realização;
Auto-estima;
Participação;
Auto-imagem;
Atenção.
Religiosa ou
teológica, ética ou
de filosofia de
vida.
Quadro 1 - Classificação das Necessidades Humanas Básicas segundo Horta (1979).
33
Os pesquisadores que utilizam em seus estudos a classificação apresentada acima
encontram uma grande dificuldade que é a falta de definições para essas necessidades, pois
Horta apresentou definições de algumas necessidades em seus trabalhos. Devido a este
fato, nesse estudo foram utilizadas definições para as necessidades encontradas na literatura
científica da Enfermagem.
34
5 PROCESSO DE ENFERMAGEM
Processo de enfermagem consiste de um “método organizado que proporciona uma
estrutura lógica em que se fundamenta a assistência de enfermagem” (CROSSETTI, 1995, p.
151). É uma combinação das habilidades de reflexão crítica, que propicia um método de
resolução de problemas ao mesmo tempo dinâmico e cíclico (DOENGES; MOORHOUSE;
GEISSLER, 2003).
Garcia e Nóbrega (2001) afirmam que o processo de enfermagem é também um
instrumento metodológico de que lançamos mão tanto para favorecer o cuidado, quanto para
organizar as condições necessárias para que este seja realizado. Referindo-se ao PE, Rossi e
Casagrande (2001) o definem como uma série de passos que focalizam a individualização do
cuidado, através de uma abordagem de solução de problemas, orientado por teorias, modelos
conceituais, conhecimentos científicos e experiências individuais.
Diversos autores discorrem sobre esse assunto, cada qual acrescenta uma visão
enriquecedora. Para Alfaro-Lefreve (2000), o PE é um método que sistematiza a assistência
de enfermagem de forma mais humanizada, uma vez que sua realização segue uma seqüência
de etapas interligadas, visando à eficiência e ao alcance de resultados benéficos para o cliente,
observando os seus interesses, expectativas e desejos.
Leopardi (1999) enfatiza que a metodologia da assistência de enfermagem constitui
uma atividade unificadora da profissão, mediante o uso da ciência e da arte, unindo teoria,
tecnologia e interação. Resgata na Enfermagem seu primeiro compromisso, que é o de cuidar
das pessoas numa base personalizada, humana e técnica.
Portanto, o processo de enfermagem é uma ferramenta de trabalho que aproxima o
cuidador do ser cuidado, podendo ser utilizado como uma forma de resgatar o cuidar
holístico, voltando-se ao ser humano, tendo como preocupação não a patologia, e sim o
indivíduo vivenciando seu processo saúde-doença, enfocando a promoção do bem-estar e da
saúde. O PE na realidade combate o modelo biomédico atual. Percebemos que Capra (2001)
se preocupava com a temática do olhar cartesiano e mecanicista do mundo quando relatava
que o avanço dos estudos e da tecnologia vem a reforçar o poder da cura relacionado à
medicina, ocasionando a separação entre o profissional e os clientes como pessoas.
Carraro e Westphalen (2001) afirmam que atualmente houve uma acentuada
modificação nas relações entre a pessoa que é cuidada e o profissional de saúde. O
profissional não é mais aquele que sabe de tudo, tornou-se um facilitador, um parceiro, uma
pessoa que ajuda, a quem se passa um contrato explícito ou implícito e a pessoa que é
35
cuidada, assistida, não é mais um ser dependente, mas um parceiro, tendendo em geral à
autonomia.
Alicerçado no conhecimento técnico e científico do profissional, buscando a
participação do indivíduo, respeitando sua autonomia e sua individualidade, o processo de
enfermagem surge como uma proposta de trabalho, embasada em teorias de Enfermagem,
No processo de enfermagem, podemos encontrar três grandes dimensões: propósito,
organização e propriedades.
Segundo Iyer, Taptich e Bernocchi-Losey (1993), o propósito principal do processo de
enfermagem consiste em oferecer uma estrutura na qual as necessidades individuais do
cliente, da família e comunidade possam ser satisfeitas. Quanto à organização, o processo de
enfermagem atualmente é composto por cinco fases: histórico de enfermagem (levantamento
de dados), diagnóstico de enfermagem, planejamento, implementação e evolução.
Um fato importante a ser relatado é que podemos encontrar outras denominações para
as fases do processo de enfermagem a depender do autor. De acordo com Doenges,
Moorhouse e Geissler (2003), o processo de enfermagem é apresentado em cinco fases:
histórico, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação.
A primeira fase é o histórico de enfermagem; outros autores também a denominam de
levantamento de dados. Doenges, Moorhouse e Geissler (2003) descrevem-no como um
processo organizado e sistemático de coleta de dados sobre diversos aspectos do cliente
(dados subjetivos, objetivos, pregressos e atuais) que são necessários à identificação de
evidências de disfunções ou fatores de risco para problemas de saúde, incluindo entrevista
(anamnese), exame físico e os exames diagnósticos.
A segunda fase é a que se processa após a coleta de dados, denominada de diagnóstico
de enfermagem. Nessa fase, os dados coletados são analisados e interpretados criteriosamente.
Conclusões importantes são resultantes dessa etapa quanto às necessidades, problemas,
preocupações e respostas humanas do cliente. É descrita como atividade intelectual na qual se
realiza o julgamento clínico a partir das respostas do indivíduo, família ou da comunidade aos
problemas reais ou de riscos para a saúde/processos vitais (IYER; TAPTICH; BERNOCCHI-
LOSEY 1993; DOENGES; MOORHOUSE; GEISSLER, 2003).
O planejamento é a terceira fase, consistindo na elaboração de um plano de cuidados
contendo os resultados esperados e as intervenções de enfermagem com o objetivo de
prevenir, corrigir ou reduzir os problemas identificados. É imprescindível, nessa etapa, o
estabelecimento dos diagnósticos prioritários, definindo critérios para os resultados esperados
36
e prescrições das intervenções de enfermagem dirigidas para cada diagnóstico (DOENGES;
MOORHOUSE; GEISSLER, 2003).
A quarta fase corresponde à implementação, na qual ocorre a execução do plano de
cuidados, observando as respostas iniciais do cliente em direção ao alcance dos resultados
esperados (DOENGES; MOORHOUSE; GEISSLER, 2003).
A realização do registro das intervenções realizadas e das respostas do indivíduo a
essas ações é imprescindível, pois é uma forma de comunicação com todos os profissionais da
área de saúde com relação à conduta terapêutica adotada e do estado de saúde do cliente, além
de constituir um importante instrumento para realização de pesquisas e melhoria da qualidade
da assistência prestada, bem como vem a constituir um instrumento legal frente a
circunstâncias especiais, a qual subsidiará para justiça, a avaliação do tipo de cuidado
prestado (DOENGES; MOORHOUSE; GEISSLER, 2003).
As ações da prescrição de enfermagem propostas são executadas pela enfermeira, pelo
auxiliar de enfermagem e pelo técnico de enfermagem, de acordo com a habilidade de cada
um e com a competência exigida pela estratégia prescrita; isso não significa dizer que o
paciente e a família sejam desarticulados desse processo, ao contrário (CARRARO;
WESTPHALEN, 2001).
A quinta e última fase é a de evolução, também denominada de etapa de avaliação da
eficácia do plano de cuidados, parte da verificação do alcance dos resultados esperados e da
necessidade de estabelecer mudanças, caso os resultados pretendidos não tenham sido
alcançados. Neste último caso, faz-se necessária uma nova investigação, com a retomada das
fases iniciais do processo. Logo, mesmo se constituindo a última fase do processo de
enfermagem, a avaliação não deve ser considerada como sendo seu fim (DOENGES;
MOORHOUSE; GEISSLER, 2003).
Segundo Iyer, Taptich e Bernocchi-Losey (1993), o processo de enfermagem
apresenta seis propriedades: intencionalidade, sistematicidade, interatividade, dinamismo,
flexibilidade, e embasamento teórico. A intencionalidade reflete que o processo de
enfermagem está voltado para uma meta que na realidade é a de proporcionar cuidados de
qualidade aos clientes; a sistematicidade pressupõe que, para alcançar este propósito, é
necessária uma abordagem organizada das fases; é interativo porque se baseia nas relações
recíprocas que se dão entre a enfermeira e o cliente, família e outros profissionais de saúde; é
dinâmico uma vez que permite que haja mudanças contínuas durante a sua utilização; possui
garantida a sua flexibilidade, pois permite que o processo seja utilizado em qualquer local ou
área de especialização que trabalhe com pessoas, grupos ou comunidades, e, por fim, é
37
indispensável o embasamento teórico, fornecendo a cientificidade ao processo, pois esse é
elaborado a partir de uma base de conhecimentos das ciências físicas, biológicas e humanas,
sendo aplicável a todos os modelos teóricos de enfermagem.
Diante dessa explanação a respeito da SAE, torna fácil compreender sua importância.
A aplicação do PE tem apresentado uma série de vantagens na qualidade do cuidado de
enfermagem, que é o principal responsável pela sobrevivência, manutenção, reabilitação e
prevenção da saúde do paciente. A utilização do processo determina prioridade na assistência
de enfermagem através da situação atual do paciente com o objetivo de manter a continuidade
e a avaliação da assistência (DOENGES; MOORHOUSE; GEISSLER, 2003).
As vantagens da utilização do PE estendem-se principalmente aos indivíduos, família
e comunidades que vão se beneficiar de um cuidado individualizado, qualificado e
participativo, mas, também, as próprias enfermeiras, a profissão de enfermagem e as
instituições de saúde também são beneficiadas uma vez que podem utilizá-lo como recurso
para avaliação da qualidade de seus serviços (DOENGES; MOORHOUSE; GEISSLER,
2003; SILVA, 2004).
Para as enfermeiras, o processo de enfermagem propicia um pensamento crítico
acurado, uma vez que o julgamento clínico perpassa por todo o processo, permite uma
assistência baseada em uma seqüência de prioridades, facilitando o desenvolvimento das
ações seguindo uma ordem prioritária, bem como promove uma maior interação com o
cliente, tendo como momento inicial a coleta de dados indo até a alta do indivíduo.
O cliente também é beneficiado, à medida que a assistência que lhe é dispensada
possui uma qualidade mais elevada, uma vez que será direcionada para o atendimento de suas
necessidades afetadas, sendo sempre motivado para o autocuidado que lhe permite participar
ativamente do seu processo de restabelecimento.
A enfermeira que assume a Metodologia da Assistência o faz de forma ética e com
competência técnica. Desenvolvendo uma ação sistematizada, colabora com a Lei 7498/86
que dispõe sobre o Exercício Profissional da Enfermagem que reza, em seu artigo 11º, como
atividades privativas da enfermeira, como integrante da equipe de saúde, o planejamento,
organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços de assistência de enfermagem
,
consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre a matéria de enfermagem e prescrição da
assistência de enfermagem (BRASIL, 1986). Portanto, registrar as informações pertinentes à
assistência de enfermagem e à evolução clínica do paciente é indispensável na vigência de
auditorias e pesquisas que possam proporcionar ainda mais benefícios à comunidade assistida.
O Conselho Federal de Enfermagem COFEN, em 27 de agosto de 2002, publicou a
38
Resolução 272, que determina a obrigatoriedade da implementação da Sistematização da
Assistência de Enfermagem - SAE em toda instituição de saúde, pública ou privada, onde se
desenvolvam ações de enfermagem, a qual deveser registrada formalmente no prontuário
do paciente/cliente/usuário (COFEN, 2002).
Além da Lei 7498/96 e da Resolução 272, referentes a órgãos de Enfermagem, o
Ministério da Saúde, através do Programa Brasileiro de Acreditação Hospitalar dentro do
Programa de Garantia e Aprimoramento da Qualidade de Saúde, criado pela portaria GM/MS
nº 1107, de 14 de junho de 1995 (BRASIL, 2001), exige, para o alcance do nível 3, o nível de
excelência para as instituições de saúde, que estas procurem melhorar sistematicamente a
qualidade de seu atendimento. Para o alcance desse terceiro nível, é exigido algumas
atividades, tais como, o registro dos cuidados de enfermagem através de planos de cuidados e
prescrições de enfermagem.
Dessa forma, percebemos que as etapas do processo de enfermagem encontram-se
inseridas nesse Programa de Qualidade em Saúde, mesmo que não explicitamente, uma vez
que, para se realizarem os planos de cuidados e prescrições, torna-se indispensável a coleta de
dados (histórico de enfermagem), o julgamento clínico sobre as prioridades (planejamento) e,
se o cuidado é registrado, podemos dizer que ele foi realizado (implementação). Portanto, o
processo de enfermagem pode se tornar uma ferramenta para melhorar a qualidade do serviço
prestado, proporcionando maior credibilidade às instituições que a possuem.
Atualmente, um crescimento ascendente com relação à produção científica
relacionada ao processo de enfermagem, porém não podemos negar que nos deparamos com
inúmeras dificuldades para sua implementação nas instituições de saúde, tais como, falta de
tempo devido à sobrecarga de trabalho, excesso de apego às rotinas, falta de fundamentação
científica para elaboração das prescrições de enfermagem, o fato dos cuidados de enfermagem
constarem na prescrição médica, alegação que as prescrições são feitas verbalmente,
direcionamento gerencial das unidades prestadoras de assistência de enfermagem, sua
organização interna, dotação de recursos humanos insuficientes, ausência de protocolos
definidos para a atuação das enfermeiras, visão administrativa das diretorias institucionais, e
até da própria dinâmica de trabalho das equipes de enfermagem, bem como a visão da
enfermeira sobre a importância da utilização do processo de enfermagem como instrumento
metodológico para uma prática científica (VIRGINIO, 2003; ARAUJO,1996).
As justificativas para a não implementação da SAE são muitas, mas Cunha (1989)
enfatiza que a SAE é necessária para um bom funcionamento do serviço de enfermagem de
um hospital e permite uma avaliação eficaz dos cuidados prestados ao paciente, pois faz uso
39
de um planejamento específico para cada indivíduo. Além disso, Ferreira (1990) enfatiza que
a SAE enriquece a prática, direciona o ensino e conduz a uma forma prática de avaliação.
Portanto, para que a enfermeira possa estabelecer a Sistematização da Assistência de
Enfermagem é primordial que a mesma abandone muitos dos pressupostos teórico-práticos do
modelo biomédico, de forma abandonar preconceitos antigos e realmente lutar por um modelo
desafiador, que permita a visualização de seu cuidado baseado em princípios científicos
(TOLEDO, 2004).
Araújo (1996) acreditam que as enfermeiras, principalmente aquelas que trabalham em
instituições ligadas à formação de novos profissionais (como os hospitais de ensino e as
escolas de enfermagem), possuem um papel importantíssimo em tentar superar essas
dificuldades, por meio de propostas que possibilitem tornar a SAE uma atividade realmente
incorporada às atividades cotidianas da Enfermagem.
De forma que faço minhas as palavras de Carraro e Westphalen (2001) quando dizem
que, para praticar a Enfermagem como proposta metodológica, necessita-se de conhecimento,
habilidade e apoio, mas, acima de tudo, vontade para mudar e ousadia para mudar sem medo.
A primeira fase do processo de enfermagem é a etapa da construção de um
instrumento para a coleta de dados, objeto deste estudo. A coleta de dados é o primeiro
componente do processo de enfermagem e pode ser definida como um processo permanente,
começando com o primeiro contato com o paciente e continuando em cada encontro até que o
mesmo receba alta (ALFARO-LEFEVRE, 2000). No processo de enfermagem, denominamos
de Histórico de Enfermagem – HE o instrumento formulado para coleta dessas informações.
Para Horta (1979, p. 41), o histórico de enfermagem “é o roteiro sistematizado para o
levantamento de dados do ser humano, significativos para a enfermeira, que torna possível a
identificação de seus problemas”.
No Brasil, o histórico de enfermagem, embora bastante simplificado, foi construído,
organizado e introduzido na prática pela primeira vez, em 1965, com alunos de enfermagem
da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP). Naquele momento, recebeu o
nome de anamnese de enfermagem. Após anos de estudos, testagens e modificações, em 1969
surgiu o primeiro histórico de enfermagem, sendo este mais complexo, possuindo quatro
páginas, o qual compôs o material da disciplina Fundamentos de Enfermagem da Escola de
Enfermagem da USP (HORTA, 1979).
Segundo Cianciarullo (1975), o Histórico de Enfermagem é um guia sistematizado
para levantamento de dado, visando conhecer os problemas de enfermagem vivenciados pelo
40
paciente e proporcionar uma assistência direcionada ao atendimento de suas necessidades, em
sua globalidade cujo atendimento contemple sua individualidade como ser humano.
O instrumento para coleta de dados atualmente vem sendo discutido, reformulado e
adaptado às várias realidades investigadas. Mas, sua construção e consolidação é um processo
que demanda tempo e estudos, visando inseri-lo na prática assistencial como instrumento
indispensável no auxílio do cuidar (SILVA, 2004).
Horta (1979) descreve algumas características que devem estar contempladas no
histórico de enfermagem. Segundo a autora, o mesmo deverá ser conciso, capaz de obter
informações que permitam oferecer um cuidado imediato, ser individualizado (respeitando as
características particulares de cada paciente, tais como, patologia, especialidade, faixa etária
*
)
e não duplicar informações.
Acreditamos que o primeiro passo na construção da sistematização da assistência
consiste na elaboração de um instrumento de coleta de dados (histórico de enfermagem), mas
esse instrumento necessita ser direcionado para uma clientela específica, uma vez que um
instrumento único para todas as especialidades e faixas etárias não estaria atendendo às
especificidades inerentes a essas questões.
Segundo Porto (2004) e Barros e col. (2002), no momento da aplicação do histórico de
enfermagem, são registrados os dados do indivíduo, família ou comunidade. Nesse
instrumento, serão anotadas as informações específicas do paciente e, para que isso aconteça,
é importante dispor de um instrumento apropriado que forneça uma base sólida para dar
continuidade às demais etapas.
Esse instrumento de coleta de dados proporcionará à enfermeira o conhecimento de
hábitos individuais e biopsicossociais, através do exame físico (anamese) que compreende as
técnicas de inspeção, palpação, ausculta, percussão e mensuração; a entrevista que visa obter
informações específicas e é o momento que exige da enfermeira habilidade de comunicação e
interação; a observação que envolve a utilização dos sentidos (visão, olfato, audição e tato)
para a aquisição de informações sobre o paciente, pessoas mais próximas, o ambiente e
interações entre essas variáveis. Os dados serão coletados com o paciente ou com a família
visando identificar as necessidades afetadas (IYER; TAPICH; BERNOCCHI-LOSEY, 1993;
MARQUES; CARVALHO, 2005).
A enfermeira, ao aplicar o HE, está assumindo uma responsabilidade profissional por
meio da utilização do saber e do fazer. Para tanto, a sua utilização exige da profissional ões
*
Palavras adicionadas pela autora dessa dissertação.
41
reflexivas que demandem compromisso e envolvimento com a assistência prestada
(GUTIERREZ et al., 2002). A mesma deve utilizar do bom senso para aplicar todas as
técnicas da melhor maneira possível a fim de obter dados significativos e fidedignos.
Visando buscar o conhecimento disponível na literatura acerca de instrumentos
para coleta de dados em neonatos, foi realizada uma revisão da literatura em diversos
periódicos nas versões impressas e eletrônicas, mas não foi encontrado nenhum instrumento
de coleta de dados especificamente para recém-nascidos, muito menos em recém-nascidos
internados em UTIN. Na busca, encontramos estudos que abordam a criança, porém não na
especificidade desejada; alguns abordam a construção e validação de instrumentos de coleta
de dados para crianças de 0-5 anos (SILVA, 2004); outros em cardiologia pediátrica (SILVA,
1990); outro especificamente, para o período perioperatório de cirurgia cardíaca
(GALDEANO; ROSSI, 2002), e ainda outro mais abrangente à criança hospitalizada
(COLLET; OLIVEIRA, 2002).
Corroborando Collet e Oliveira (2002) que, para o planejamento e implementação da
SAE em pediatria, é necessária uma abordagem processual que fundamente a tomada de
decisão acerca do cuidado. Desta forma, através deste estudo, buscamos contribuir com um
cuidado de enfermagem individualizado, contextualizado com a faixa etária dessa criança,
acreditando na inserção da família no processo de cuidar ao recém-nascido, o que propomos
neste estudo, uma vez que fornecerá subsídios para identificar as necessidades do neonato e,
dessa forma, proporcionar um cuidado mais qualificado ao recém-nascido e sua família.
42
6 CAMINHO METODOLÓGICO
Buscando contribuir com a melhoria da qualidade de assistência de enfermagem ao
recém-nascido de alto risco, bem como melhor operacionalizar as atividades desenvolvidas
pela enfermeira em UTIN, proponho essa investigação visando à construção, validação e
aplicação de um instrumento para coleta de dados em recém-nascidos internados na UTIN do
HULW.
Esse estudo é considerado do tipo metodológico que, segundo Polit e Hungler (1995)
consiste de uma pesquisa que se refere às investigações dos métodos de obtenção,
organização e análise dos dados, discorrendo sobre a elaboração, validação e avaliação dos
instrumentos e técnicas de pesquisa, tendo como objetivo a construção de um instrumento que
seja confiável, preciso e utilizável para que possa ser aplicado por outros pesquisadores.
Essa pesquisa foi desenvolvida na UTIN do HULW, localizado no Campus I da
Universidade Federal da Paraíba, no município de João Pessoa PB. A unidade referida
funciona três anos e encontra-se localizada no primeiro andar do hospital, possui cinco
leitos para o atendimento de neonatos de alto risco, procedentes de regiões urbanas e rurais do
Estado da Paraíba.
O HULW é um hospital-escola, campo de atuação prática da pesquisadora e
enfermeira, cuja vivência, dentro do contexto assistencial, permitiu verificar a necessidade da
aplicação do Processo de enfermagem no planejamento da assistência de enfermagem aos
neonatos internados naquele serviço. Para atendimento de enfermagem, essa unidade dispõe
de oito enfermeiras, sendo sete plantonistas e uma diarista, além de quinze técnicos de
enfermagem, sendo que cada técnico responsável por dois leitos, sendo quatorze plantonistas
e um diarista no turno da manhã, ficando este último responsável pelo abastecimento de
materiais.
A população foi definida em cada fase da pesquisa, sendo composta pelas enfermeiras
da unidade citada anteriormente, excluindo a pesquisadora, e pelos neonatos internos na
UTIN do HULW. Ao iniciarmos esse estudo, tínhamos a intenção de envolver todas as
enfermeiras no processo de construção dessa pesquisa e, ao final da mesma, percebemos que
obtivemos êxito uma vez que todas essas profissionais deram seu aceite.
Para a construção do instrumento de coleta de dados, foram consideradas as quatro
fases demonstradas esquematicamente a seguir (Figura 1).
Fig. 1 – Percurso Metodológico da pesquisa
1ª Fase:
Identificação dos
Indicadores
Empíricos em
neonatos
Revisão de Literatura no Marco
Conceitual das NHB
Revisão das Necessidades Humanas
Básicas em recém
-
nascidos
Pesquisa de Instrumentos de coleta de
dados para recém-nascidos.
Sinais /Sintomas
em neonatos
Indicadores
empíricos em
neonatos
2ª Fase:
Estruturação do instrumento
de coleta de dados em
neonatos
Verificação dos indicadores
empíricos nos neonatos pelos
enfermeiros da UTIN do
HULW
Indicadores com
maior freqüência
de surgimento
50%
1ª versão do
Instrumento
3 ª Fase:
Validação do
conteúdo
Avaliação do conteúdo da 1ª
versão do
instrumento de coleta de
dados em neonatos pelos enfermeiros
da UTIN do HULW
2ª Versão do
Instrumento
4ª Fase:
Operacionalização do
instrumento de coleta
de dados
Avaliação da
apresentação do
instrumento
Discussão do
instrumento
formulado na
pesquisa
Aplicação do
instrumento de
coleta de dados
em neonatos
Versão Final
do
instrumento
O desenvolvimento desse estudo seguiu uma seqüência de quatro fases, a saber:
identificação dos indicadores empíricos em neonatos; estruturação do instrumento de coleta
de dados em neonatos; validação do conteúdo e operacionalização do instrumento.
6.1 Primeira fase: Identificação dos indicadores empíricos em neonatos.
Fig. 2: Etapas da primeira fase da pesquisa
Segundo Denser (2003), os indicadores mostram alterações em situações consideradas
normais ou esperadas, e é por meio da sua identificação que é possível evitar a instalação de
problemas,
Nesta primeira etapa, foi realizada uma revisão da literatura sobre o Marco Conceitual
das Necessidades Humanas sicas (NHB) proposto por Horta, um levantamento
bibliográfico sobre as NHB dos recém-nascidos, com ênfase em neonatos de alto risco. A
pesquisadora também realizou uma vasta pesquisa nos periódicos on-line e edições impressas
de livros e revistas, buscando instrumentos de coleta de dados para recém-nascidos em UTIN,
porém não conseguiu identificar nenhum, portanto foram utilizados os indicadores
encontrados na literatura pertinente aos recém-nascidos internados em UTIN em suas
dimensões psicobiológicas, psicossociais e psicoespirituais.
Nas necessidades psicobiológicas, predomina o comportamento humano,
impulsionando o mecanismo que mantém a homeostase, que é o equilíbrio das forças
orgânicas (SILVA, 2004). Portanto, podemos dizer que as necessidades psicobiológicas são
ações e reações que o indivíduo expressa de forma involuntária, atendendo a solicitações
físicas e psicológicas do organismo (MOHANA, 1978).
1ª Fase:
Identificação
dos Indicadores
Empíricos em
neonatos
Revisão de Literatura do
Marco Conceitual das NHB
Revisão das Necessidades
Humanas Básicas em recém-
nascidos
Pesquisa de Instrumentos de
coleta de dados para recém-
nascidos
Sinais
/Sintomas
em
neonatos
Indicadores
empíricos em
neonatos
45
Com relação às necessidades do nível psicossocial, essas são manifestas através de
instintos do nível psicossocial, como a tendência de conversar, conviver socialmente, afirmar-
se diante dos outros, tornar seus valores visíveis, sentir-se amado e aceito pelos outros
(MOHANA, 1978).
as necessidades psicoespirituais se manifestam através da tendência de indagar o
porquê, o para quê pessoal e alheio, de pensar sobre o sentido da vida, de se ultrapassarem as
linhas que limitam sua vivência neste mundo (MOHANA, 1978).
As necessidades do nível psicobiológico e psicossociais são comuns a todos os seres
vivos nos diversos aspectos de sua complexidade orgânica, mas o nível psicoespiritual é uma
manifestação específica do homem (HORTA, 1979; MOHANA, 1978; VASCONCELOS,
1998).
As pessoas têm as mesmas necessidades básicas durante todo o seu ciclo de vida,
porém a natureza dessas necessidades e sua importância para o bem-estar individual variam
conforme a idade da pessoa, seu estágio de desenvolvimento físico e psicossocial (DU GAS,
1988). O neonato, principalmente nas primeiras 24 horas de vida, vivencia um momento de
intensas mudanças fisiológicas para se adaptar a um novo ambiente: o extra-uterino. Algumas
dificuldades de adaptação, principalmente respiratórias, podem ocorrer. Diante disto, surge a
importância de termos profissionais capacitados para auxiliá-lo neste momento único de sua
vida. A partir deste momento, deter-nos-emos a apresentar as necessidades psicobiológicas,
psicossociais e psicoespirituais do recém-nascido, buscando compreender os aspectos
peculiares dessa faixa etária, de modo que a forma em que apresentaremos as necessidades
psicobiológica, psicossociais e psicoespirituais é meramente didática, visando oferecer uma
riqueza de detalhes imprescindíveis para ampliar nossa visão do todo.
6.1.1 NECESSIDADES PSICOBIOLÓGICAS
Essas necessidades são intrínsecas a qualquer ser humano, embora possam se
apresentar de forma diferente de acordo com a etapa de crescimento e desenvolvimento em
que se encontra. Nos recém-nascidos, as necessidades psicobiológicas diferem das
necessidades dos lactentes, dos pré-escolares, escolares, adolescentes, adultos e idosos. Nesta
fase da vida, esse ser é completamente dependente dos pais ou daquelas pessoas que serão
responsáveis pelo cuidado que lhe será prestado. O período neonatal consiste de uma fase de
profundas modificações para o neonato: o ambiente externo possui uma temperatura e sons
diferentes de quando era um feto, as sensações (frio, fome, dor, calor), a respiração, a
nutrição, tudo isso é algo novo para esse ser.
46
Horta (1979) cita, no nível psicobiológico, as seguintes necessidades: oxigenação,
hidratação, nutrição, eliminação, sono e repouso, exercício e atividade física, sexualidade,
abrigo, mecânica corporal, motilidade, cuidado corporal, integridade cutâneo-mucosa,
integridade física, regulação (térmica, hormonal, neurológica, hidrossalina, eletrolítica,
imunológica, crescimento celular, vascular), locomoção, percepção (olfativa, visual, auditiva,
tátil, gustativa, dolorosa), ambiente e terapêutica.
6.1.1.1 Necessidade de oxigenação
Segundo Horta (1979), a necessidade de oxigenação consiste no processo de utilização
do oxigênio nos fenômenos de oxi-redução das atividades vitais, as quais podem ser
evidenciadas através dos seguintes problemas de enfermagem: cianose, dispnéia, ortopnéia,
lentidão, cansaço, fadiga, insegurança, agitação, irritabilidade, ansiedade, medo, euforia,
tontura, coriza, tosse, hemorragia, sangramento, obstrução das vias respiratórias, estase
circulatória, modificações no ritmo, freqüência e demais características dos movimentos
respiratórios.
A alteração fisiológica mais profunda exigida de um recém-nascido é a transição da
circulação fetal ou placentária para a respiração independente, um momento complexo de
adaptação respiratória em que um feto, imerso em quido e totalmente dependente da
placenta para as trocas gasosas, nutrição e excreção, passa a necessitar do ar para respirar e a
desenvolver suas funções orgânicas de forma independente. A perda da conexão placentária
significa a perda do suporte metabólico completo, especialmente o suprimento de oxigênio e
retirada de carbono. Os estresses naturais do trabalho de parto e do parto promovem
alterações dos padrões de troca gasosa placentária, do equilíbrio ácido-básico no sangue e da
atividade cardiovascular no neonato. Alguns fatores, tais como, hipoxemia (diminuição de
oxigênio no sangue), hipercapnia (aumento de gás carbônico no sangue) e acidose (distúrbio
do desequilíbrio acidobásico com predominância de acidez) podem interferir nesta transição
normal ou aumentarem a asfixia fetal, afetando a adaptação do feto à vida extra-uterina
(BRAGA, 2004; MANUILA, A; MANUILA, L.; NICOULIN, 1997; WONG, 1999).
Os estímulos que ajudam a deflagrar a primeira respiração são, basicamente, químicos
e térmicos. Os fatores químicos no sangue (oxigênio baixo, dióxido de carbono alto e pH
baixo) iniciam impulsos que excitam o centro respiratório da medula. O estímulo térmico
primário é o súbito calafrio do recém-nascido, que deixa um ambiente aquecido e enfrenta
uma atmosfera relativamente mais fria. Essa rápida alteração na temperatura deflagra
47
impulsos sensoriais na pele os quais são transmitidos para o centro respiratório (WONG,
1999).
Com relação à estimulação tátil, a descida através do canal de parto e o manuseio
normal durante a expulsão apresentam algum efeito sobre o início da respiração (WONG,
1999).
A entrada do ar dentro dos pulmões sofre resistência pela tensão superficial do líquido
que preencheu os pulmões fetais e os alvéolos. Porém, o líquido pulmonar fetal é removido
por meio dos vasos linfáticos e capilares pulmonares, além de ser removido pelas forças
normais do trabalho de parto e do parto, de forma que, à medida que o tórax emerge do canal
de parto, o líquido é comprimido dos pulmões através do nariz e da boca. Com a expulsão
completa do tórax, ocorre um súbito recolhimento deste. O ar penetra as vias aéreas
superiores para substituir o líquido expelido. No parto cirúrgico, o tórax não é comprimido, e
o recém-nascido pode necessitar de suporte respiratório adicional. Nos alvéolos, a tensão
superficial do líquido é reduzida pelo surfactante (substância que reveste a superfície alveolar,
facilitando a expansão pulmonar, bem como auxiliando na sua manutenção). A produção
deficiente do surfactante provoca insuflação desigual dos alvéolos na inspiração e seu colapso
no final da expiração, resultando em sofrimento respiratório e necessitando de intervenção
terapêutica. Esse acontecimento é observado quase que exclusivamente em recém-nascidos
prematuros (WONG, 1999).
Estima-se que 5 a 10% dos recém-nascidos necessitam de alguma intervenção ao
nascimento (BRAGA, 2004).
Segundo Nettina (1998) e Wong (1999), o recém-nascido começa a vida com intensa
atividade; movimentos difusos e sem propósitos alternam-se com períodos de relativa
imobilidade. As respirações são rápidas, a freqüência normal para um recém-nascido
encontra-se entre trinta/sessenta incursões/minuto, porém, durante o primeiro período de
reatividade (seis a oito horas de vida), a freqüência pode alcançar oitenta incursões/minuto. É
considerado taquipnéia quando a freqüência respiratória estiver acima de sessenta
incursões/minuto e apnéia, se houver ausência de incursões respiratórias por mais de vinte
segundos; se for menor que vinte segundos, esse evento é denominado de pausa respiratória.
Vale ressaltar que o choro aumentará a freqüência respiratória, enquanto que o sono diminuirá
a mesma.
Segundo Silva (2004) e Miura e Procianoy (1997), inúmeros fatores podem afetar o
processo da respiração, entre eles as patologias, em especial as que atingem o sistema
respiratório e cardiovascular, a posição corporal, medicação, exercício, temperatura, dor, entre
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outros. Quando esses fatores, sejam eles internos ou externos, conseguem atingir o processo
de trocas gasosas, podemos observar os seguintes sinais: taquipnéia, taquidispnéia,
bradipnéia, cianose, batimento de asas de nariz, angústia respiratória, murmúrios vesiculares
aumentados ou diminuídos, roncos, sibilos, estertores, apnéia, pausa respiratória, entre outros.
Com relação ao tipo de respiração nos neonatos, elas são predominantemente
abdominais; o reflexo da tosse torna-se ausente até aproximadamente 48 horas de vida, e o
murmúrio respiratório brônquico deve ser bilateralmente igual, porém podemos encontrar
algumas variações comuns como a freqüência e a profundidade das respirações que podem ser
irregulares, além disso, estertores podem estar presentes logo após o nascimento. É relevante
atentarmos para sinais potenciais de angústia ou anormalidades importantes: estridor
inspiratório, gemido expiratório, retrações, respiração irregular persistente, respiração
periódica com surtos apnéicos repetidos, respiração em gangorra (paradoxal), a ausculta
respiratória podemos observar estertores finos persistentes, sibilância, murmúrio vesicular
diminuído e ruídos peristálticos em um lado, com murmúrio vesicular diminuído no mesmo
lado. Ao se instalar um quadro de insuficiência respiratória, quando o RN não consegue
respirar espontaneamente e necessita de ventilação artifical, procede-se a intubação,
colocação de uma cânula através da traquéia, o que pode ocasionar sangramento e necessita
de aspirações freqüentes para retirar possíveis secreções de via aérea inferior e via aérea
superior (WONG, 1999).
Diante das dificuldades de adaptação do recém-nascido, a necessidade de oxigenação
representa a primeira causa de internamento em UTIN. Miura e Procianoy (1997) citam, em
primeiro lugar, as insuficiências respiratórias. Portanto, respirar é o primeiro grande desafio
do bebê, e devemos estar atentos para auxiliá-lo nesta nova etapa de sua vida, seja através de
uma simples suplementação de oxigênio, seja ele através de Hallo, CPAP nasal ou mesmo
através de uma entubação.
INDICADORES EMPÍRICOS IDENTIFICADOS: taquipnéia, apnéia, pausa
respiratória, bradipnéia, cianose, batimento de asas de nariz (BAN), angústia respiratória,
murmúrios vesiculares aumentados, murmúrios vesiculares diminuídos, roncos, sibilos,
estertores, estridor, gemido expiratório, retrações subscostais, retrações intercostais,
respiração irregular, respiração periódica com surtos apnéicos, respiração em gangorra
(paradoxal), respiração espontânea, respiração artificial, secreção, sangramento, aspiração,
secreções de via aérea superior e secreção de via aérea inferior, Hallo, CPAP (Pressão
Positiva Contínua nas Vias Aéreas) nasal, suplementação de oxigênio.
49
6.1.1.2 Necessidade de hidratação
Segundo Potter e Perry (2002), manter-se hidratado é deixar em equilíbrio os líquidos
que são ingeridos ou eliminados. Benedet e Bub (2001) ressaltam a necessidade de
manutenção de um nível ótimo de líquidos corporais, compostos principalmente pela água, de
forma que haja o favorecimento ao metabolismo corporal.
A água é um elemento indispensável à vida na Terra, inclusive ao organismo humano,
que necessita tanto de água quanto de elementos como eletrólitos para a manutenção do
metabolismo orgânico. Segundo Araújo (2004), a manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico
constitui um grande desafio na assistência ao recém-nascido, principalmente aos prematuros.
As necessidades hídricas vão depender do peso e da idade pós-natal e influenciam a evolução
clínica dos neonatos.
Durante o desenvolvimento fetal, o líquido extracelular é desviado para o intracelular.
A água corpórea total e o líquido extracelular decrescem à medida que progride a idade
gestacional. Com 24 semanas de idade gestacional, 86% do peso corpóreo fetal corresponde a
água, chegando a 76% no RN a termo. Após o nascimento, uma diminuição do líquido
extracelular e da água corpórea total na primeira semana de vida (perda fisiológica do peso).
No recém-nascido a termo, pode haver uma perda de até 10% do peso ao nascer, e no recém-
nascido prematuro essa perda pode chegar a 15%, devido a uma maior perda insensível (perda
de quidos que ocorre através da pele e da respiração) de água nestes neonatos. Nos recém-
nascidos pré-termo extremo, a desidratação ocorre com maior freqüência do que nos neonatos
a termo devido à grande perda insensível de água através de fototerapia, taquipnéia,
hipertermia, além da possibilidade de perdas para o terceiro espaço nos casos de peritonite e
septicemia, das perdas pela drenagem gástrica por sondas, uso de diuréticos e doenças
cirúrgicas. O quadro clínico é caracterizado por perda de peso maior que 2% dia, oligúria
(volume urinário < 1ml/Kg/hora), enchimento capilar lento, depressão da fontanela,
elasticidade da pele diminuída, saliva escassa e, nos casos graves, apnéia, hipotensão e choque
(ARAÚJO, 2004).
Para monitorização do controle hídrico e eletrolítico, é necessário controle diário do
peso, débito urinário e sinais vitais. Com relação ao peso, uma perda maior que 20% do peso
ao nascer, nos primeiros 5 dias indica perda hídrica insensível não controlada. Porém, se a
perda de peso for menor que 2% dia, nos primeiros 5 dias de vida, um indicativo de
retenção hídrica. No que diz respeito ao débito urinário, quando este for menor que
1ml/Kg/hora pode ser indício de uma necessidade de aumento da oferta hídrica e, se for maior
50
que 3ml/Kg/hora, pode ser um indicativo de hiperidaratação (MIURA; PROCIANOY, 1997;
ARAUJO, 2004).
A quota hídrica máxima para recém-nascido pré-termo é de 150ml/Kg/ dia e para os
recém-nascido a termo é de 120 ml/Kg/dia após 72 horas de vida. uma variação da oferta
hídrica a depender do peso e dos dias de vida (ARAÚJO, 2004).
A finalidade da terapêutica hidroeletrolítica é restaurar as perdas de água e eletrólitos
resultantes da patologia subjacente e manter o equilíbrio hidroeletrolítico através de cálculos
adequados da administração parenteral e/ou oral (AVERY, 1999). Quando administrado por
via parenteral, deve-se puncionar um acesso venoso periférico ou central, a depender das
condições fisiológicas da criança, sempre observando a presença de sinais flogísticos, pois as
drogas podem danificar facilmente a rede venosa.
Nos neonatos, devemos realizar uma avaliação criteriosa das fontanelas (bregmática e
lambdóide), presença ou não de saliva, além da elasticidade da pele, ausculta cardíaca
(registrando a mesma) e determinando as bulhas se hiperfonética, hipofonéticas e o ritmo
cardíaco, se regular ou irregular, além de uma avaliação quantitativa da freqüência cardíaca
(taquicardia ou bradicardia) quando falamos em necessidade de hidratação, pois todos esses
itens podem ser afetados diretamente quando alguma alteração na capacidade hídrica no
neonato (AVERY, 1999).
O mecanismo do equilíbrio hidroeletrolítico fisiológico depende da função renal e do
controle endócrino. Nos neonatos, a capacidade de concentrar a urina encontra-se diminuída
devido a uma baixa filtração glomerular, principalmente nos recém nascidos pré-termo < 34
semanas, o que resulta numa maior dificuldade em reabsorver o sódio e o bicarbonato e
dificuldade em concentrar a urina. Quanto maior a idade gestacional, melhor será a função
renal. Com relação à função dos hormônios que participam da regulação de água e eletrólitos,
é o hormônio antidiurético (ADH) que regula a excreção de água, e a aldosterona que regula a
excreção do sódio. O recém-nascido pré-termo tem menor resposta à ação desses hormônios
fato que predispõe o RNPT freqüentemente a distúrbios hidroeletrolíticos (ARAÚJO, 2004).
INDICADORES EMPÍRICOS IDENTIFICADOS: peso, perda hídrica pela
fototerapia, taquipnéia, hipertermia, drenagem por sonda gástrica, enchimento capilar,
fontanelas, elasticidade da pele, diurese, hipotensão, saliva escassa, rede venosa (preservada e
prejudicada), perfusão sanguínea, sinais flogísticos, ausculta cardíaca, bulhas cardíacas, ritmo
cardíaco, taquicardia, bradicardia, acesso venoso periférico e central.
51
6.1.1.3 Necessidade de nutrição
A nutrição corresponde a um processo básico da vida, consistindo no processo
metabólico do organismo para obter alimentos, controlar a digestão e o armazenamento destes
para manter a vida do indivíduo (BATISTA, 2004; BENEDET; BUB, 2001; POTTER;
PERRY, 2002).
A idéia de que a nutrição, durante o período precoce da vida (período crítico para a
formação e o desenvolvimento orgânicos), pode influenciar ou "programar" a saúde do adulto
vem sendo confirmada por diversos estudos clínicos e epidemiológicos. Através desta
informação, percebemos a importância de uma nutrição neonatal adequada, uma vez que uma
nutrição inadequada em períodos precoces do desenvolvimento humano pode determinar ou
"programar" doenças, agudas ou crônicas (GIANINI; VIEIRA; MOREIRA, 2005).
Durante o período de vida intra-uterina, o feto, ligado à mãe pela circulação
placentária, recebe dela todos os nutrientes em forma imediatamente utilizável, garantindo-lhe
um adequado desenvolvimento. Após o nascimento, essa ligação é rompida, e o recém-
nascido passa a adquirir seus nutrientes através da ingestão de alimentos, digerindo e
assimilando-os na medida do necessário à manutenção da vida. O alimento ideal para as
necessidades do recém-nascido nesta fase inicial é o leite materno, devendo ser exclusivo até
o sexto mês, ou no mínimo até o quarto mês de vida, além de ser preconizado pela
Organização Mundial de Saúde (OMS) que o mesmo seja ofertado à criança até os dois anos
de idade (MELLO; ARRUDA, 2004).
São raras as situações, tanto maternas quanto neonatais, que contra-indicam a
amamentação. Entre as maternas, encontram-se as mulheres com câncer de mama que foram
tratadas ou estão em tratamento, mulheres HIV+ (só podem dar o próprio leite se for
pasteurizado), mulheres com distúrbios da consciência ou comportamento grave, entre outras.
As contra-indicações neonatais incluem alterações da consciência da criança de qualquer
natureza, baixo peso com imaturidade para a sucção ou deglutição (dar leite materno por
sonda orogástrica) e fenda palatina que impossibilite o ato de sugar (oferecer leite materno
ordenhado). A puérpera que estiver amamentando não deverá fazer uso de medicamentos sem
orientação médica (MELLO; ARRUDA, 2004).
O aleitamento materno exclusivo possui a vantagem fisiológica de conter uma
composição nutricional perfeita para as necessidades nutritivas dos neonatos, ser de fácil
digestão e absorção, evitando distensão abdominal e, além disso, confere proteção
imunológica por possuir em sua composição imunoglobulinas e outras substâncias protetoras.
52
Do ponto de vista psicológico, a amamentação fortalece o nculo mãe-filho, benéfica tanto
para a saúde psíquica da mãe como do recém-nascido (MELLO; ARRUDA, 2004).
Segundo Wong (1999), a nutrição adequada é crítica no recém-nascido prematuro
(RNPT) e de baixo peso, pois os vários mecanismos de ingestão e digestão dos alimentos
ainda não estão completamente desenvolvidos. Embora alguma atividade de sucção e
deglutição antes do nascimento em recém-nascidos pré-termo possa ser demonstrada, a
coordenação desses mecanismos não ocorre antes de 32-34 semanas de gestação e se
tornam sincronizadas por volta das 36-37 semanas de gestação. A sucção inicial não é
acompanhada de deglutição, e as contrações esofágicas são incordenadas. O reflexo do
engasgo geralmente se encontra desenvolvido após 36 semanas de gestação. Isso significa
que os neonatos têm uma probabilidade maior de aspiração da alimentação e suas
conseqüências.
A dieta normalmente é iniciada precocemente, via de regra nas primeiras três a seis
horas após o nascimento (em RN clinicamente estável), visando evitar complicações como
hipoglicemia, desidratação e hiperbilirrubinemia. A dieta pode ser administrada por via
enteral (instalando-se uma sonda orogástrica, até que o RN se adapte à vida extra-uterina),
parenteral (em recém-nascidos agudamente enfermos), por via oral (RN saudáveis) ou, até
mesmo, através do seio materno, tendo sempre cuidado com o decúbito que deve ser elevado
durante e após a administração da dieta, visando evitar regurgitação e, conseqüentemente, a
broncoaspiração da dieta (WONG, 2004).
Durante a administração da dieta pela via enteral, a enfermeira deve atentar para a
presença de resíduo gástrico e secreções, a quantidade e suas características, como grumos e
raios de sangue; caso o RN esteja sendo amamentado, observar a pega correta, capacidade de
sucção e tentar perceber a interação entre o bebê e sua mãe. Se a dieta estiver suspensa, a
sonda orogástrica, eventualmente gastrostomia, deverá permanecer aberta e registrado débito
e características. Pesar o recém-nascido criticamente enfermo diariamente é indispensável
para acompanhar o ganho ou a perda ponderal.
INDICADORES EMPÍRICOS IDENTIFICADOS: peso, leite materno, leite artificial,
leite materno pasteurizado, reflexo de sucção, reflexo de deglutição, vias de administração de
dieta parenteral, oral, enteral (sonda orogástrica), gastrostomia, seio materno, interação mãe-
filho, decúbito elevado, resíduo gástrico, dieta suspensa, regurgitação, broncoaspiração,
abdome.
53
6.1.1.4 Necessidade de eliminação
Segundo Potter e Perry (2002), a necessidade de eliminação é o processo metabólico
do organismo capaz de eliminar os resíduos metabólicos e substâncias desnecessárias ou
excedentes.
A eliminação de mecônio ocorre nas primeiras 24 a 36 horas de vida e consiste de um
material viscoso, de cor marrom esverdeada, composta por sais biliares, células epiteliais de
descamação, sucos digestivos, lanugo, contidas no intestino do feto e que o recém-nascido
expulsa pelo ânus durante três a quatro dias após o nascimento, seguindo-se das fezes de
transição, de coloração amarelo-esverdeada, liquefeitas, que são confundidas com diarréia. O
reflexo gastrocólico, quando presente, representa o relaxamento do esfíncter anal com
distensão do estômago, aumentando o número de evacuações diárias. No primeiro mês, o
bebê evacua praticamente depois de todas as mamadas (cerca de oito vezes por dia). Por esta
razão, recomenda-se proteger a área de fraldas com creme, evitando assaduras e irritações da
pele (LIMA. G, 2004).
Outros autores relatam que a falta de eliminação do mecônio não deve ultrapassar as
24 horas de vida e a não ocorrência dessa eliminação nesse período pode sugerir existência de
doenças do trânsito intestinal, tais como atresia e paralisia. Para verificação de imperfuração
anal, o ânus é obrigatoriamente examinado no primeiro exame físico do recém-nascido
visando verificar se o mesmo é imperfurado ou não. Em alguns casos, é necessária a
realização de cirurgias no trato gastrintestinal, sendo realizada uma ostomia, seja ela uma
ileostomia ou colostomia (TARALLI, 1989; RAMOS, 1978).
Um fator que pode influenciar no retardo da eliminação do mecônio ou mesmo uma
eliminação em quantidade inferior ao padrão normal é o jejum prolongado ou uma redução na
freqüência das mamadas pelo RN, pois resulta na redução do reflexo gastrocólico. Como o
mecônio possui em sua composição uma quantidade considerável de bilirrubina direta, sua
permanência prolongada no intestino proporciona uma maior atuação da enzina β-
glicuronidase sobre ela, transformando-a em bilirrubina não-conjugada que será reabsorvida
pela circulação êntero-hepática, resultando em icterícia tardia (após 24 horas de vida)
associada ao aleitamento materno. Portanto, na suspeita desse quadro clínico, a amamentação
deve ser estimulada com mais freqüência, ficando a fototerapia para os casos em que os
valores de bilirrubina se encontram mais elevados (CUNHA; VILARIN; BRAGA, 2004).
Com relação à diurese, normalmente o primeiro episódio acontece ainda na sala de
parto ou nas primeiras 48 horas. Nas primeiras 24 horas, a diurese é de 15/20 ml/dia,
seguindo-se 1-2ml/Kg/ h. A coloração avermelhada, freqüentemente observada, deve-se à
54
presença de uratos (cristais decorrente da degradação do ácido úrico).
Se houver dúvida, basta
molhar a fralda em água. Se a mancha desaparecer, está descartada a possibilidade de ser
sangue (MANUILA, A.; MANUILA, L.; NICOULIN, 1997; LIMA, G., 2004).
INDICADORES EMPÍRICOS IDENTIFICADOS: mecônio, fezes de transição, fezes
lácteas, ânus, diurese, sangue, ostomia, ileostomia e colostomia.
6.1.1.5 Necessidade de sono e repouso
Todo o organismo humano precisa de um período de repouso absoluto, seja da mente
como do corpo, com o objetivo de proporcionar uma reorganização psíquica e funcional do
sistema nervoso, conseqüentemente atuando em outras funções corporais pela diminuição do
metabolismo, visando restaurar tais funções (STEFANE, 2000; BENEDET; BUB, 2001).
Os recém-nascidos iniciam a vida com um esquema de sono (períodos de repouso) e
vigília (período em que permanece acordado), o qual se torna evidente durante os períodos de
reatividade. Após esse período, é comum que o recém-nascido durma quase que
constantemente durante os próximos dois ou três dias, de modo a recuperar-se do exaustivo
processo de nascimento (WONG, 1999).
A necessidade diária de sono varia de acordo com a idade e a forma individual. O
neonato dorme cerca de 80% do período das 24 horas de um dia, intercalando a vigília de
acordo com o período alimentar, mais ou menos a cada três ou quatro horas (FERNANDES,
2006).
A fase inicial no recém-nascido prematuro é o sono leve e possui duração de
aproximadamente trinta minutos até atingir o sono profundo, o qual é mantido em torno de
vinte minutos. O ciclo completo leva de 55 a 90 minutos. O sono profundo é o que representa
maior nível de oxigenação, aumentando de duração com a maturação do neonato. Tem a
finalidade de repousar e organizar o sistema nervoso imaturo o qual é facilmente
sobrecarregável e pode influenciar na cura de patologias. Neonatos pré-termo no primeiro mês
de vida dormem mais horas por dia que os recém-nascidos a termo (BRASIL, 2002).
A literatura apresenta diferentes classificações para o estado do sono. Segundo Wong
(1999), o sono pode ser classificado em cinco estágios distintos: sono regular, sono irregular,
sonolência, inatividade alerta e vigília e choro. O ciclo desses estados do sono é altamente
variável e baseia-se no número de horas que o neonato dorme por dia, o que pode variar desde
10,5 a 23 horas. Os estados de sono e os períodos de atividade são altamente influenciados
55
pelos estímulos ambientais. Logo após o nascimento, estes estados são influenciados pelo
tipo de cuidados.
No estado do sono regular, o neonato normalmente se encontra com os olhos fechados,
a respiração é regular e não esboça nenhum movimento, exceto por contrações corporais
súbitas. Possui uma duração de 4-5 horas/dia. No sono irregular, os olhos do neonato
continuam fechados, porém a respiração torna-se irregular e apresenta algumas contraturas
musculares discretas no corpo. Sua duração é de 12-15 horas/dia. O estado de sonolência é
caracterizado pelos olhos abertos, respiração irregular e movimento corporal ativo. Sua
duração é variável. No período de inatividade ativa, o neonato responde ao ambiente por
movimentos corporais ativos e por olhar os objetos a curtas distâncias (recém-nascidos a
termo saudáveis), possuindo uma durabilidade de 2-3 horas. E, por último, o estado de vigília
e choro, quando o neonato apresenta inicialmente agitação e movimentos corporais isolados
progredindo para o choro forte e raivoso, atingindo uma movimentação descoordenada dos
movimentos (WONG, 1999).
Os recém-nascidos que necessitam de internamento em uma UTIN freqüentemente são
manuseados por uma necessidade clínica e submetidos a uma gama de procedimentos
terapêuticos, sejam eles dolorosos, como coleta de material orgânico para exames, punções
venosas e arteriais, entubação, aspiração de vias aéreas; ou não dolorosos, como
administração de dieta, verificação dos sinais vita
56
avaliá-los em hipoativos ou ativos, reativos ao manuseio e/ou reativos aos estímulos
dolorosos. Os reflexos encontrados no RN são os de preensão palmar e plantar, sucção, moro,
marcha reflexa e cutaneoplantar. A movimentação passiva é realizada com o auxilio dos pais
ou responsáveis, e, segundo Conceição (1992), essa contribuição ajudará na aquisição da
locomoção. Entretanto, na prematuridade esses reflexos podem estar prejudicados,
principalmente o reflexo da marcha reflexa e cutaneoplantar. Esses reflexos podem estar
prejudicados em RN que necessitam de sedação.
INDICADORES EMPÍRICOS IDENTIFICADOS: reflexos de preensão palmar e
plantar, reflexo de sucção, reflexo de moro, ativo, hipoativo, reativo ao manuseio, reativo ao
estímulo doloroso, sedação.
6.1.1.7 Necessidade de locomoção
Segundo Silveira (1976), a necessidade de locomoção é resultado de um conjunto
harmônico e sinérgico, executado pelos membros e troncos sob o comando ou controle do
sistema nervoso central.
No período neonatal, encontramos o primeiro sinal da locomoção: o reflexo da
marcha. Para sua avaliação, o examinador segura a criança de modo que a sola dos pés da
mesma toque uma superfície rígida, resultando em flexão e extensão recíproca das pernas,
simulando a deambulação. Desaparece depois de 3-4 semanas de idade, sendo substituída pelo
movimento deliberado. Isto ocorre em recém-nascidos a termo; nos recém-nascidos pré-
termo, esse reflexo se encontra ausente pela maior imaturidade do sistema nervoso em relação
ao neonato a termo (WONG, 1999).
Contudo, a locomoção se desenvolve quando a criança adquire a capacidade de
suportar seu peso, o que ocorre em torno dos seis a sete meses. Ao atingir nove meses, o
lactente é capaz de se manter em e engatinhar. Quando atinge um ano, é capaz de andar
com auxílio apenas de uma das mãos. E, finalmente, aos quinze meses, a capacidade de
locomoção ereta é adquirida, e o lactente é capaz de locomover-se sem ajuda das mãos
(WONG, 1999). Algumas crianças antecipam essas fases e iniciam a caminhar antes de
completarem um ano de idade.
A locomoção consiste de um processo de aprendizado decorrente da maturação do
sistema nervoso, e essa atividade vai sendo adquirida no decorrer do desenvolvimento do
recém-nascido, uma vez que, ao nascimento, o sistema nervoso não está completamente
57
integrado, apenas suficientemente desenvolvido para sustentar a vida extra-uterina (WONG,
1999).
INDICADORES EMPÍRICOS IDENTIFICADOS: nenhum indicador relevante foi
identificado no RNPT.
6.1.1.8 Necessidade de mecânica corporal
Potter e Perry (2002) relatam que a necessidade de mecânica corporal é o esforço
coordenado dos sistemas músculo-esquelético e nervoso, com o objetivo de manter o
equilíbrio adequado, postura, alinhamento corporal.
O desenvolvimento do sistema músculo-esquelético é iniciado na sua vida intra-
uterina. Ao nascer, todos os músculos e ossos do RN estão formados, porém o
desenvolvimento da massa, o tamanho e a força muscular são paulatinamente adquiridos com
o crescimento e desenvolvimento do recém-nascido, além de sofrer influência direta da
estimulação física. A maturação óssea também ocorre após o nascimento; os ossos dos recém-
nascidos são imaturos, e, com o seu crescimento, eles vão sendo substituídos pelo osso
maduro, o qual possui em sua composição mais mineral, conferindo-lhe uma maior resistência
do que o osso imaturo que possui uma composição mais celular (SALTER, 1985).
INDICADORES EMPÍRICOS IDENTIFICADOS: nenhum indicador relevante foi
identificado no RNPT.
6.1.1.9 Necessidade de Motilidade
Horta (1979) define motilidade como “a capacidade de movimentar os segmentos
corporais, visando atender suas necessidades básicas”. Segundo a mesma autora, a motilidade
pode ser classificada como total, parcial, mínima ou nenhuma.
Silveira (1976) acrescenta que mobilidade é uma habilidade do ser humano em
movimentar-se livremente e, através dela podemos medir seu estado de saúde e sua condição
física, constituindo também uma forma de expressar gestos, hábitos e a comunicação não-
verbal, através das expressões faciais.
Nos neonatos, a necessidade de motilidade é expressa através de sua capacidade de
movimentação e flexão dos membros, além das expressões faciais que constituem uma forma
58
de comunicação tão importante que originou várias escalas para avaliação da dor no neonato
que utiliza a face como indicativo maior. Qualquer alteração, como flacidez muscular ou
hipotonia, tremores e movimentos bruscos, deve ser investigada (KENNER, 2001).
INDICADORES EMPÍRICOS IDENTIFICADOS: expressões faciais, movimentação
e flexão dos membros, flacidez muscular, hipotonia, hipertonia, tremores e movimentos
bruscos.
6.1.1.10 Necessidade de sexualidade
Para Benedet e Bub (2001), a necessidade de sexualidade consiste em integrar os
aspectos somáticos, emocionais, intelectuais e sociais do ser, com o objetivo de obter prazer e
consumar o relacionamento sexual com um parceiro ou parceira e procriar.
muito tempo, tem-se estudado a sexualidade humana. Freud declarou que o
primeiro prazer sexual da criança vem de seu próprio corpo ou do corpo de sua mãe. O
neonato gosta de sentir e de desfrutar o calor, o gosto, o tato e o ritmo do corpo de sua mãe.
Quando o relacionamento entre mãe e filho é bom, o recém-nascido poderá desenvolver um
sentimento de amor, de confiança e de afirmação, enquanto ser sexual (DU GÁS, 1988).
Segundo Lamy (2005), a presença contínua da mãe junto ao bebê, além de garantir
calor e leite materno, traz inúmeras outras vantagens dentre as quais a promoção do vínculo
mãe-filho, condição indispensável para a qualidade de vida e sobrevivência do recém-nascido
após a alta da Unidade Neonatal.
INDICADORES EMPÍRICOS IDENTIFICADOS: a sucção está contemplada no
item relacionado à necessidade de nutrição, portanto não listaremos essa necessidade para
evitar duplicidade de informação, compreendendo que a sucção possui duas finalidades: a de
satisfazer uma necessidade biológica e a de atender a uma necessidade relacionada à
sexualidade.
6.1.1.11 Necessidade de abrigo
Consiste na necessidade de um ambiente protegido, ideal para a moradia de cada tipo
de pessoa. Quando ainda é um feto, o líquido amniótico protege o futuro recém-nascido que
se encontra dentro do útero. Após seu nascimento, deve ser protegido, pois ele possui uma
59
capacidade muito limitada de autodefesa, é altamente dependente das pessoas que cuidam
dele no que diz respeito a manter o ambiente seguro (DU GÁS, 1988).
O recém-nascido, principalmente o prematuro, deve ser mantido em ambiente térmico
neutro a fim de minimizar as perdas energéticas necessárias à manutenção da temperatura
corporal e às complicações decorrentes principalmente da hipotermia. Para tanto, a
incubadora e o berço aquecido são equipamentos indispensáveis em uma UTIN. A incubadora
assume a função de proteção contra ruídos, manutenção da temperatura corpórea adequada,
além de servir como barreira contra possíveis infecções. Desenvolvida na segunda metade do
século XIX, a incubadora foi considerada um equipamento revolucionário no cuidado ao
recém-nascido prematuro (RODRIGUES; OLIVEIRA, 2004).
Na UTIN do HULW, dispomos de incubadora aquecida e berço aquecido, não sendo
permitida a permanência de neonatos que não estiverem acomodados em um desses
equipamentos citados acima.
INDICADORES EMPÍRICOS IDENTIFICADOS: ambiente térmico, incubadora,
berço aquecido.
6.1.1.12 Necessidade de cuidado corporal
Cuidado corporal é a necessidade do indivíduo para deliberada, responsável e
eficazmente, realizar atividades com o objetivo de preservar seu asseio corporal” (BENEDET;
BUB, 2001, p.117).
Nesta fase da vida, um adulto responsável, geralmente os pais, se apropria do cuidado
ao recém-nascido, uma vez que o mesmo não possui condições para tal. Os cuidados são
diversos, desde a alimentação, a higiene corporal até cuidado com o coto umbilical, Nos
neonatos prematuros, a pesagem diária constitui um cuidado a mais e é realizado por
profissionais capacitados.
O banho do recém-nascido é um excelente momento para observações do
comportamento do neonato, bem como, irritabilidade, estado de acordar, vigília e atividade
muscular, devendo ser utilizado apenas água morna (para que não haja perda de calor por
condução, evitando a hipotermia) e deve ser céfalo-caudal (WONG, 1999). Durante o banho,
pode-se iniciar o exame físico, utilizando-se da inspeção e palpação. Além disso, é um
momento de estabelecer vínculos de carinho e proporcionar conforto.
60
Quanto ao coto umbilical, este constitui um excelente meio para o crescimento
bacteriano, portanto vários métodos são utilizados para que isso não aconteça. Segundo Brasil
(2002), imediatamente após o parto, o cordão umbilical do recém-nascido é branco-azulado.
Entre 7 e 21 dias após o nascimento, o coto escurece, cicatriza e cai espontaneamente, sendo
possível ajudar o processo de cicatrização, mantendo a área do umbigo limpa e seca e
limpando a base do cordão de duas a três vezes por dia, utilizando hastes flexíveis ou uma
bola de algodão embebida no anti-séptico, como o álcool a 70%. Ao trocar a fralda do bebê,
deve-se mantê-la abaixo do coto umbilical para arejar e facilitar a cicatrização.
A troca de fraldas freqüentes é um procedimento importante para evitar o
aparecimento de assaduras através da remoção de resíduos de fezes e urina, pois a
decomposição da urina, a uréia, e a umidade podem provocar assaduras (BRASIL, 2002).
No serviço da UTIN do HULW, a pesagem diária é realizada logo a seguir do banho
corporal, inclusive para evitar manuseio excessivo dos neonatos, portanto achamos
interessante adicionar a pesagem diária como indicador, mesmo não estando diretamente
relacionado às necessidades de cuidado corporal, de forma a facilitar o registro do profissional
e evitar perda de dados.
INDICADORES EMPÍRICOS IDENTIFICADOS: coto umbilical (branco-azulado,
escuro), cicatriz umbilical, pesagem diária, banho.
6.1.1.13 Necessidade de integridade cutâneo-mucosa e de integridade física
A necessidade de integridade cutâneo-mucosa consiste na obrigação do organismo na
manutenção das funções de proteção, regulação da temperatura, sensação e excreção da pele e
das mucosas, enquanto que a necessidade de integridade física consiste na capacidade do
organismo em manter suas características de sensibilidade, elasticidade, vascularização e
umidade do tecido epitelial, subcutâneo e mucoso, tendo como objetivo a proteção do corpo
(BEBEDET; BUB, 2001; POTTER; PERRY, 1999). Diante das definições dessas
necessidades, podemos perceber que elas estão intrinsecamente relacionadas ao ponto de
discuti-las em conjunto.
A necessidade de manter a integridade cutâneo mucosa facilita a integridade física,
pois uma pele bem cuidada, mantida na temperatura adequada, com ausência de excretas,
previne uma ruptura da integridade cutânea, da irritabilidade que pode ser um fator
61
predisponente para uma lesão posteriormente; a higiene corporal é essencial para essas duas
necessidades citadas anteriormente.
Ao nascimento, todas as estruturas da pele estão presentes, mas muitas de suas funções
estão imaturas. As duas camadas da pele, a epiderme e a derme, estão frouxamente ligadas
entre si e são muito delgadas. Uma fricção discreta através da epiderme, como acontece na
retirada rápida de uma fita adesiva, pode ocasionar a separação dessas camadas e o
surgimento de bolhas, principalmente nos prematuros (WONG, 1999).
A pele do neonato pode variar muito de características, desde muito lisa e brilhante
nos recém nascidos pré-termo, à grosseira, com descamação, nos pós-termo. A palidez
acentuada pode ser um dado importante para o diagnóstico de hemorragia, isoimunização; em
caso de icterícia precoce, esta deve ser investigada, e podemos encontrar pletora
(superabundância de sangue) em recém-nascidos policitêmicos (hematócrito venoso acima de
65% e hemoglobina acima de 22g/dl), hiperoxigenados (LIMA, G., 2004).
Um sinal comum no RN é a presença de cianose de extremidade, sendo mais
acentuada nos membros inferiores. Este problema é decorrente da instabilidade vasomotora e
pode ser resolvido com o aquecimento dos membros. As equimoses também são observadas
com freqüência, principalmente nos prematuros, cuja localização vai depender da
apresentação fetal durante o trabalho de parto, e serão absorvidas pelo organismo, o que pode
contribuir para o aumento da icterícia (LIMA, G., 2004).
As glândulas sebáceas são muito ativas no final da vida fetal e no recém-nascido,
devido aos veis elevados de andrógenos maternos. Elas se localizam mais densamente no
couro cabeludo, na face e nos órgãos genitais, produzindo o verniz caseoso gorduroso (possui
funções primordiais na proteção da pele e atua como isolante térmico) que reveste o recém-
nascido ao nascer, desaparecendo nas primeiras doze horas. O tamponamento dessas
glândulas provoca míliuns que desaparecem em poucas semanas. Com relação às glândulas
écrinas, que produzem o suor em resposta ao estímulo térmico ou emocional, as quais estão
funcionando ao nascimento, são responsáveis pela sudorese palmar, constituindo um
indicativo valioso na avaliação da dor. Por fim, as glândulas apócrimas permanecem pequenas
e afuncionais até a puberdade (WONG, 1999; LIMA, G., 2004).
Wong (1999) relata que as fases de crescimento dos folículos pilosos ocorrem
simultaneamente ao nascimento e comenta também que a quantidade de melanina é baixa no
recém-nascido, podendo-se concluir que os neonatos, ao nascer, apresentam a pele com a
coloração mais clara do que possuirão quando crianças.
62
A pele dos recém-nascidos prematuros é caracteristicamente imatura com relação aos
recém-nascidos a termo; por causa disso, possui uma maior sensibilidade e fragilidade. Ela é
menos espessa, tem menos fibras elásticas e possui menor coesão entre as camadas finas da
pele, podendo facilmente sofrer escoriação e se soltar. Portanto, é necessário o máximo de
cuidado para manter essa pele íntegra (WONG, 1999).
Segundo Lima G. (2004), os achados mais comuns e que não possuem significado
patológico são os míliuns sebáceos (pequenos pontos brancos, localizados geralmente na base
do nariz e na região geniana, desaparecendo em poucas semanas); a mancha mongólica rea
azul-esverdeada, localizada no dorso e nas regiões glútea e lombossacra, podendo ser
disseminada e traduz a imaturidade da pele na migração dos melanócitos, os quais estão
relacionados aos fatores raciais); o eritema tóxico (aparece geralmente nos primeiros dias de
vida e constitui-se de lesões eritemopapulosas esparsas que regridem espontaneamente; trata-
se de uma reação alérgica ao ambiente); o hemangioma capilar (formas extensas ou
verrucosas de hemangioma, freqüente principalmente na nuca, nas pálpebras superiores e na
fronte, desaparece em poucos meses); a lanugem (pêlos finos que cobrem o corpo;
encontrados principalmente nos prematuros; caem em poucos dias) e o edema (nos
prematuros é duro e localizado nos membros inferiores e região genital; regredindo em alguns
dias).
A Enfermagem possui um papel importantíssimo na prevenção e detecção precoce de
lesões de pele, distinguindo o que é patológico do que não é. Uma avaliação detalhada do
tegumento do recém-nascido deve ser realizada a cada exame físico, devendo incluir a
inspeção do local da punção venosa (devido aos adesivos utilizados, pode ocorrer hiperemia
em decorrência de alergia à fita adesiva ou mesmo ocorrência de flebites), do sensor do
oxímetro ou eletrodos do monitor, fixação dos tubos e sondas, genitália (irritabilidade por
excretas). Todos esses são locais críticos e devem ser inspecionados com freqüência visando à
manutenção da integridade cutânea.
INDICADORES EMPÍRICOS IDENTIFICADOS: ruptura da integridade da pele,
irritabilidade da pele, bolhas, pele lisa, pele brilhante, pele grosseira, pele com descamação,
palidez, icterícia, pletora, cianose, equimose, verniz caseoso, sudorese palmar, escoriação,
pele íntegra, mílium sebáceo, mancha mangólica, eritema tóxico, hemangioma capilar,
lanugem, edema, flebite, hiperemia.
63
6.1.1.14 Necessidade de regulação (térmica, hormonal, neurológica, hidrossalina, eletrolítica,
imunológica, crescimento celular, vascular)
A necessidade térmica está relacionada à capacidade do organismo em manter a
temperatura central (interna) entre 36° e 37°C, através do equilíbrio entre o calor que o
organismo produz e a perda(c)3.74244(a)3.é(o)-10.299( 5( )-220.276(e)3.74e )-0.147792rrda(térmic e5(a)36885( )-60.18BE E
64
Miura e Procianoy (1997) relatam que a temperatura do recém-nascido pode variar
muito, na dependência da temperatura ambiental, peso e maturidade do recém-nascido. Em
recém-nascido sem problemas térmicos ou estresse, a temperatura axilar é um método
adequado de aferição.
Como foi comentado anteriormente, a maior fonte de produção de calor nos recém-
nascidos ocorre através da gordura marrom, mas, nos primeiros dias de vida, ela é insuficiente
principalmente nos recém-nascidos pré-termo ou de baixo peso. Os depósitos de gorduras são
altamente vascularizados e inervados pelos neurônios do sistema nervoso simpático. Quando
recém-nascidos são submetidos ao frio, eles respondem com uma vasoconstrição periférica
por liberação de noradrenalina, levando ao metabolismo anaeróbico e acidose metabólica,
podendo ocorrer vasoconstrição pulmonar e hipoxemia, agravando a acidose. Neste momento,
os depósitos de glicogênio são depletados rapidamente, podendo resultar em hipoglicemia
(MELO; SILVEIRA, 1997).
A hipotermia é um importante fator de risco para a mortalidade neonatal. Segundo a
Organização Mundial de Saúde, a temperatura corpórea normal do recém-nascido está entre
36,5° e 37,5°C, considerando hipotermia quando a temperatura axilar está abaixo de 36,5°C e
hipertermia quando a mesma se encontra acima de 37,5°C, sendo esta menos freqüente que a
hipotermia (MELO; SILVEIRA, 1997).
Com relação à necessidade hormonal, encontra-se relacionada à capacidade do corpo
em manter em equilíbrio todo o sistema endócrino, ou seja, de regular todas as secreções das
glândulas endócrinas, denominadas de hormônios e atuam como mensageiros químicos com a
finalidade de alterar a atividade de vários órgãos. Os hormônios regulam os processos
metabólicos que controlam a produção de energia, equilíbrio de fluídos e eletrólitos,
crescimento e desenvolvimento, reprodução e lactação e ainda auxiliam na manutenção da
homeostase, regulam a pressão sanguínea e a contração neuromuscular, dentre outras (HOOD;
DINCHER, 1995).
O sistema endócrino no recém-nascido encontra-se adequadamente desenvolvido, mas
suas funções são imaturas. Podemos citar, como exemplo, o lobo posterior da hipófise que
produz uma quantidade limitada do hormônio antidiurético (ADH) ou vasopressina, o qual
leva a uma inibição da diurese. Os recém-nascidos podem apresentar os efeitos de hormônios
maternos, como dos hormônios sexuais, onde, nas meninas, os grandes lábios podem
apresentar-se hipertrofiados, as mamas ingurgitadas e até secretar leite, isso a partir dos
primeiros dias de vida até um período razoavelmente longo, por volta dos dois meses de
idade. Também podemos encontrar, nos neonatos do sexo feminino uma pseudomenstruação
65
(observada mais como uma secreção leitosa do que sangue verdadeiro), decorrente de uma
queda súbita nos níveis de progesterona e de estrogênio (WONG, 1999).
A necessidade neurológica é traduzida pela “necessidade do indivíduo de preservar
e/ou restabelecer o funcionamento do sistema nervoso com o objetivo de controlar e
coordenar as funções e atividades do corpo e alguns aspectos do comportamento”
(BENEDET; BUB, 2001, p. 62).
Ao nascimento, o sistema nervoso não está integrado, mas suficientemente
desenvolvido para sustentar a vida extra-uterina. A grande maioria das funções neurológicas é
formada por reflexos primitivos. O sistema nervoso autônomo é importantíssimo durante a
transição do meio intra-uterino para o meio extra-uterino, pois ele estimula as respirações
iniciais, ajuda a manter o equilíbrio ácido-básico e regula parcialmente o controle da
temperatura (WONG, 1999).
A mielinização do sistema nervoso segue as leis do desenvolvimento cefalocaudal-
proximodistal (da cabeça para o do centro para a periferia), estando intimamente
relacionado ao domínio percebido das habilidades motoras grossas e finas. A mielina é
necessária para a transmissão rápida e eficiente de alguns impulsos nervosos, mas não de
todos, ao longo da vida neural. Os tratos que desenvolvem a mielina mais precocemente são o
trato sensorial, cerebelar e extrapiramidal, contribuindo para as sensações aguçadas de
paladar, olfato e audição no recém-nascido, bem como na percepção da dor. Todos os nervos
cranianos estão presentes e mielinizados, exceto os nervos óptico e olfatório (WONG, 1999).
Segundo Wong (1999), os reflexos primários mais examinados são os reflexos de
Moro, reflexo de preensão palmar e plantar e reflexo tônico-cervical assimétrico.
Vários autores relatam a necessidade hidrosalina e eletrolítica como sendo aquela que
busca o equilíbrio entre a capacidade funcional de todos os órgãos e sistemas corporais,
visando à manutenção do ambiente físico-químico estável. A manutenção dos fluidos e
eletrólitos em movimento no corpo humano ocorre através dos sistemas de transporte passivo
e ativo, mudando os compartimentos intercelulares e extracelulares. E, para manter saudável o
organismo, são necessários os equilíbrios hidroeletrolíticos e o ácido-básico, sendo esses
equilíbrios mantidos pela ingestão, distribuição e excreção de eletrólitos e da água, e o
sistema pulmonar e renal é responsável pela regulação (SMELTZER; BARE, 2002; POTTER;
PERRY, 2002; DU GAS, 1988).
Os recém nascidos estão muito propensos ao distúrbio hidroeletrolítico uma vez que
70 a 80% de sua constituição é de quido, além da imaturidade de alguns órgãos, como os
rins e pulmão (WONG, 1999).
66
A literatura descreve a necessidade imunológica como sendo a capacidade que o
organismo possui de reconhecer substâncias estranhas, diferenciando-as dos seus próprios
componentes, o que desencadeia uma rie de processos fisiológicos, os quais agem sobre o
corpo estranho, buscando destruí-lo, eliminá-lo ou neutralizá-lo (ATKINSON; MURRAY,
1989; DU GAS, 1988).
Segundo Miura e Procianoy (1997), o bom funcionamento do sistema imunológico no
feto e no recém-nascido é de fundamental importância para a diminuição de sua
susceptibilidade a infecções, sejam elas bacterianas, virais, parasitárias ou fúngicas.
O neonato nasce com diversas defesas contra essas infecções. A primeira linha de
defesa é formada pela pele e pelas mucosas, que protegem o corpo contra agentes invasores,
portanto, a grande importância de manter íntegro o tegumento do recém-nascido encontra-se
neste fato. A segunda linha de defesa é constituída pelos elementos celulares do sistema
imunológico, que produzem vários tipos de células capazes de atacar um patógeno, como por
exemplo, os neutrófilos e os monócitos que são células fagocitárias que podem englobar,
ingerir e destruir os agentes estranhos; provavelmente os eosinófilos também possuem essa
função. Os linfócitos (células T e B) são capazes de ser convertidos em outros tipos de
células, como monócitos e anticorpos. Embora as propriedades fagocitárias do sangue estejam
presentes nos recém-nascidos, a resposta inflamatória dos tecidos para localizar uma infecção
é imatura. E, finalmente, a terceira linha de defesa que é a formação de anticorpos específicos
para um antígeno, mas para isso é necessária a exposição a diversos corpos estranhos para que
ocorra a produção de anticorpos (WONG, 1999).
Em geral, os recém-nascidos não são capazes de produzir suas próprias
imunoglobulinas (anticorpos) até o início do segundo mês de vida, mas eles recebem
imunidade passiva considerável através de IgG, a partir da circulação materna e do leite
humano. Eles estão protegidos contra a maioria das doenças infantis, como difteria, sarampo,
poliomielite, hepatite infecciosa e rubéola por cerca de três meses, desde que a mãe tenha
desenvolvido anticorpos para essa doença (WONG, 1999).
Com relação à necessidade de crescimento celular, Benedet e Bub (2001) descrevem-
na como sendo a necessidade que o organismo tem para manter a multiplicação das células e
o crescimento dos tecidos dentro dos padrões de normalidade, tendo como objetivo o crescer e
o desenvolver-se.
O crescimento é a modificação física do peso, do volume, do tamanho dos tecidos e
dos órgãos do organismo em decorrência de alterações no número ou no volume das células.
O crescimento embriofetal é resultante de divisões celulares e crescimento, sem interferências
67
adversas, que resultam no recém-nascido a termo a plena expressão do potencial genético
(SAMICO et al., 2004).
Ao nascimento, é indispensável à aferição de parâmetros físicos, tais como, peso,
comprimento, perímetro cefálico, torácico e abdominal. Para o estudo adequado da relação
peso ao nascimento e idade gestacional, utiliza-se a curva apropriada à classificação do recém
nascido em pequeno, adequado ou grande para a idade gestacional (WONG, 1999; SAMICO
et al., 2004).
Destacamos também a necessidade vascular que consiste na atividade imprescindível
que o organismo possui de transportar nutrientes através do sangue, distribuí-los para os
tecidos e fazer remoção dos resíduos metabólicos com objetivo de manter a homeostase dos
líquidos corporais e a sobrevivência do ser humano em condições ótimas (GUYTON, 1988).
Segundo Atkinson e Murray (1989), nos recém-nascidos a necessidade metabólica é
extremamente elevada devido ao seu crescimento; o coração, bomba que controla a regulação
vascular, trabalha com uma freqüência alta, em média 120-160 bpm (batimentos por minuto).
Conforme a criança vai crescendo, seu metabolismo basal vai diminuindo, devido ao seu
crescimento mais lento, o que fará com que a freqüência cardíaca também diminua. Com o
aumento da área corpórea, o alongamento dos vasos sanguíneos e da resistência periférica,
além do aumento da musculatura da câmera cardíaca esquerda, resultando em aumento da
pressão arterial como estratégia de manter uma distribuição sanguínea adequada.
INDICADORES EMPÍRICOS IDENTIFICADOS: hipotermia, hipertermia,
temperatura corpórea; hipertrofia de grandes lábios, mamas ingurgitadas, pseudomenstruação,
reflexo de moro, reflexo de preensão palmar-plantar; pele íntegra; peso, comprimento,
perímetro cefálico, perímetro torácico e abdominal.
6.1.1.15 Necessidade de percepção (visual, auditiva, olfativa, gustativa, tátil e dolorosa).
Consiste na necessidade do organismo de perceber o meio através de estímulos
nervosos visando interagir com o outro e a perceber o ambiente (BENEDET; BUB, 2001).
Segundo Wong (1999), as funções de percepção sensoriais do recém-nascido estão
notadamente bem desenvolvidas e possuem um efeito significativo sobre o crescimento e o
desenvolvimento e, inclusive, influenciando o processo de estabelecimento de vínculo. As
funções são visual, auditiva, olfativa, gustativa, tátil e dolorosa.
68
No sentido visual, ao nascimento, o olho do recém-nascido encontra-se
estruturalmente incompleto, ele pode seguir e acompanhar objetos, mas não consegue
focalizá-los. Possui o reflexo de piscar, reage a um estímulo mínimo e é ativado por um
estímulo luminoso. O neonato demonstra preferências visuais: coloração mediana (amarelo,
verde e rosa) em relação às brilhantes (vermelho, laranja e azul).
Com relação à audição, o recém-nascido possui acuidade auditiva semelhante a de um
adulto, reage a um som alto de cerca de noventa decibéis com um reflexo de estremecimento.
A resposta do recém nascido aos sons de baixa freqüência é diferente daqueles de alta
freqüência: os primeiros, como o som do batimento cardíaco, canção de ninar, tendem a
diminuir a atividade motora e o choro, ao passo que os últimos provocam um aumento da
freqüência cardíaca. Os neonatos, com cerca de três dias, podem distinguir a voz de sua
mãe da voz de outras mulheres e, ao atingir duas semanas, ele pode parar de chorar ao
escutar o som de uma voz.
Podemos descrever o olfato do recém-nascido como sendo sensível, uma vez que eles
reagem aos odores fortes, como o álcool, virando a cabeça para o lado. Eles são capazes de
sentir o odor do leite materno e choram por suas mães, quando os seios ficam ingurgitados e
extravasando. Também são capazes de diferenciar o leite materno de sua mãe do leite materno
de outras mulheres. Acredita-se que os odores influenciam o processo de vínculo e o
aleitamento materno bem sucedido.
Com relação à função gustativa, os recém-nascidos possuem a capacidade de
diferenciar entre os paladares. Vários tipos de soluções provocam reflexos gusto-faciais
distintos: uma solução doce gera uma sucção ávida e um olhar de satisfação, enquanto que
uma solução azeda provoca um pregueamento usual dos lábios, e um líquido amargo produz
uma expressão raivosa e aborrecida.
No neonato, a função tátil é evidenciada pela capacidade de perceber a sensação tátil
em qualquer parte do corpo, embora possua uma maior sensibilidade na face (especialmente
na boca), nas mãos e nas regiões plantares dos pés.
No que diz respeito à percepção dolorosa, evidências de que os recém-nascidos são
providos da capacidade neurológica para perceber a dor, até mesmo os recém-nascidos
prematuros. O sistema neurobiológico necessário à nocicepção encontra-se formado entre a
24ª e 28ª semana de gestação, ou seja, as estruturas periféricas e centrais necessárias à
percepção da dor estão presentes e funcionais nos pré-termos ao nascimento. Os recém-
nascidos podem perceber a dor mais intensamente do que as crianças mais velhas e os adultos,
69
porque os mecanismos de controle inibitório são imaturos, limitando sua capacidade para
modular a experiência dolorosa (GRUNAU, 2000).
Os recém-nascidos prematuros que necessitam de UTIN vivenciam muitos
procedimentos que, apesar de serem necessários, são dolorosos, tais como punção venosa,
entubação, aspiração de vias aéreas superiores e inferiores, coleta de exames, gasometrias,
dentre outras.
O indicador estímulo da dor encontra-se inserido na necessidade de exercício e
atividade física, porém, por entender que a dor faz parte da percepção do indivíduo, este
indicador foi remanejado para essa necessidade, evitando duplicidade de informação.
INDICADORES EMPÍRICOS IDENTIFICADOS: reflexo de piscar os olhos ao
estímulo luminoso, reage ao som de alta freqüência (por exemplo: alarmes de bombas de
infusão, de ventiladores mecânicos), atividade motora, choro, reage ao som de baixa
freqüência (por exemplo: canções, batimentos cardíacos), sucção ávida e reage ao estimulo da
dor.
6.1.1.16 Ambiente
A necessidade de possuir um local para interagir e manter uma qualidade de vida é
uma necessidade básica de todo ser humano. O ambiente envolve o espaço físico da pessoa e
seus riscos em potenciais, seu relacionamento interpessoal e seu sistema de apoio
(SMELTZER; BARE, 2002).
Os neonatos que necessitam de cuidados intensivos e que são admitidos numa unidade
de terapia intensiva podem ter essa necessidade alterada. É relevante o fato de que o recém-
nascido sadio é privilegiado com o calor do corpo materno, o que lhe confere segurança. o
recém-nascido prematuro ou mesmo o neonato a termo, mas que evidenciou algum
desequilíbrio biológico que necessita de internamento na UTIN, além de se encontrar no
período de adaptação ao ambiente extra-uterino, são introduzidos em um local que
proporciona benefícios no sentido de estabilização de desequilíbrios biológicos e no aumento
da sobrevida dos recém-nascidos, mas que, segundo Carvalho, Pedreira e Aguiar (2005), é
física e psicologicamente agressivo.
Atualmente, o ambiente de terapia intensiva neonatal tem sido objeto de vários estudos
que têm apontado graves problemas, pois consiste de um ambiente superestimulante,
comprometendo o processo de desenvolvimento e crescimento dos recém-nascidos,
70
especialmente dos prematuros, uma vez que os receptores sensoriais são extremamente
sensíveis ao ambiente. Desta forma, um dos problemas detectados de maior impacto é a
poluição sonora intensa presente neste local, decorrente da circulação de pessoas na unidade,
dos equipamentos de suporte à vida, tais como respiradores mecânicos, incubadoras, berços
aquecidos, bombas de infusão, monitores cardiorespiratórios, vozes, alarmes, rádios entre
outros. Todos esses fatores contribuem para danos auditivos e para alterações fisiológicas e
comportamentais, tais como, hipóxia, aumento da pressão intracraniana e da pressão
sanguínea, predispondo à hemorragia craniana intraventricular nos prematuros; apnéia;
bradicardia; alteração no estado de sono e repouso, levando à fadiga, agitação, irritabilidade e
choro, aumento do consumo de oxigênio e da freqüência cardíaca, tendo como conseqüência
aumento do consumo calórico e ganho de peso lento. Somando-se a estes fatos, os níveis
elevados de ruídos podem induzir a uma redução global na resposta auditiva e no
desenvolvimento (RODARTE et al., 2005; TAMEZ; SILVA, 1999; SCOCHI et al., 2001).
No ambiente da UTIN, o manuseio da incubadora ou berço aquecido e todo
equipamento de suporte tecnológico deve ser um fator de preocupação do profissional, de
forma que este ambiente se torne o mais favorável possível para o desenvolvimento do
neonato, incluindo seus aspectos físicos e psicológicos, não esquecendo que o comportamento
dos profissionais de saúde é imprescindível para minimizar os ruídos neste ambiente.
INDICADORES EMPÍRICOS IDENTIFICADOS: incubadora aquecida e berço
aquecido.
6.1.1.17 Terapêutica
Consiste na necessidade de participar de atividades e receber cuidados dirigidos para a
promoção, manutenção e recuperação da saúde. É algo que vai além da terapia
medicamentosa, é o desejo pelo bem-estar proporcionado por energia, vitalidade e satisfação
com a vida (ARAÚJO, 1996).
Segundo Araújo (1996) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância - UNICEF
(2000), os internamentos nas unidades de terapia intensiva neonatais são representados
principalmente por recém-nascidos pré-termos (RNPT), em conseqüência da imaturidade
anátomo-fisiológica e do próprio processo de diagnóstico e da terapêutica, um fator
intrinsicamente relacionado à prematuridade é ao baixo peso ao nascer, acentuando o risco de
morbimortalidade infantil.
71
Devido às características da clientela das unidades de terapia intensiva neonatais, o
tempo de internação pode se estender por vários meses e, em meio a esta circunstância, a vida
da família, especialmente das mães, passa por mudanças súbitas sem que haja preparação para
este evento, tornando-se um momento de muito sofrimento (LEITE, VASCONCELOS,
SCOCHI, 2006). Portanto, necessitamos utilizar várias estratégias que favoreçam o
fortalecimento do vínculo mães-filho, proporcionando benefícios para ambos.
Oliveira (2001) relata que práticas que favoreçam o relacionamento caloroso entre mãe
e filho devem sempre ser estimuladas e oportunizadas, uma vez que facilitam o
desenvolvimento natural da relação e proporcionam tranqüilidade a esse binômio,
fortalecendo os vínculos. Dentre essas práticas, podemos citar o livre acesso dos pais à UTIN,
incentivar as mães a tocar seu filho, acariciá-lo, pegá-lo no colo e, assim que o recém-nascido
esteja apto à amamentação, que esta seja incentivada.
Essa ligação afetiva é importantíssima para a formação do recém-nascido. Conforme
Biaggio (1996), esta ligação afetiva consiste no vínculo que uma pessoa forma com outro
individuo específico, sendo a formação das primeiras relações entre mãe e bebê os protótipos
de todas as relações sociais futuras.
Enfim, os profissionais de saúde, compartilhando da vivência do processo saúde-
doença do neonato, desempenham um papel fundamental no incentivo ao vínculo familiar e,
em especial, ao binômio mãe-filho, fornecendo apoio, atenção, informação, de forma a
minimizar os efeitos nocivos do internamento, contribuindo para uma melhor adaptação nesta
fase crítica da vida do neonato e da família.
INDICADORES EMPÍRICOS IDENTIFICADOS: vínculo mãe-filho, visitas dos pais
ao recém-nascido, toque do pais, carícia dos pais, ligação afetiva, apoio, atenção e
informação.
6.1.2 NECESSIDADES PSICOSSOCIAIS
Todo ser humano possui suas características físicas, sociais, psicológicas e espirituais.
Porém, diante do modelo de saúde vigente predominante o curativo, o aspecto físico tem sido
tema de muitos estudos e, através de uma busca na literatura disponível sobre as necessidades
psicobiológicas do recém-nascido, foi possível encontrar um vasto arsenal de conteúdo, o que
não aconteceu no momento da pesquisa relacionada com as necessidades psicossociais e
psicoespirituais dos recém-nascidos.
72
Segundo Andriola e Oliveira (2006), cuidar de recém-nascidos é uma responsabilidade
muito grande, principalmente quando, por algum motivo, seja por prematuridade ou doença,
se encontrara em UTIN. Portanto, devemos estar atentos a todos os aspectos deste ser, pois,
segundo as mesmas autoras, o desenvolvimento físico e emocional dos recém-nascidos de alto
risco (os que se encontram em unidades de terapia intensiva neonatais) depende das relações
humanas e vínculos do neonato com o seu cuidador (equipe de saúde e família).
Corroboramos Bowlby (1995), quando diz que a base para o desenvolvimento humano
adequado é uma sensação de confiança na disponibilidade das pessoas com quem
estabelecemos os primeiros laços afetivos, confiança que se desenvolve lentamente desde a
infância até a adolescência. Esta disponibilidade consiste em uma resposta constante às nossas
necessidades afetivas, carícias, compreensão, companhia, comunicação e atenção. Portanto,
acreditamos que o desenvolvimento de laços afetivos seja essencial para o desenvolvimento
emocional do ser humano, devendo este ser estimulado e favorecido no ambiente de terapia
intensiva neonatal, o qual consistirá num poderoso instrumento para o bem-estar dessa
família.
Diante do que foi exposto, percebemos que cuidar da dimensão psicossocial, da
subjetividade do ser humano é tão importante quanto cuidar da dimensão psicobiológica, do
corpo humano. Horta, em 1979, concatenava com essa afirmação, prova é que classificou
as seguintes necessidades psicossociais: Segurança, Amor e aceitação, Liberdade,
Comunicação, Criatividade, Aprendizagem, Gregária, Recreação, Lazer, Espaço, Orientação
no tempo e no espaço, Auto-realização, Auto-estima, Participação, Auto-imagem e Atenção
(HORTA, 1979).
Neste estudo, serão apresentadas as necessidades mais evidentes em neonatos, que por
suas particularidades decorrentes de seu nível de desenvolvimento físico e cognitivo não
apresentam claramente algumas das necessidades psicossociais, sendo estas suprimidas.
Percebemos também que, embora sejam apresentadas separadamente, as necessidades
psicossociais do recém-nascido apresentam-se intrinsecamente relacionadas, fato que o leitor
poderá notar, pois muitas vezes se torna quase impossível separá-las, sendo necessário citar
uma necessidade associada a outra.
6.1.2.1 Necessidade de segurança
Segundo Benedet e Bub (2001), o desenvolvimento de segurança no ser humano
possui o objetivo de fazer com que o mesmo se sinta seguro emocionalmente, ou seja,
73
proporcionar elementos necessários para garantir sua estabilidade emocional através da
confiança nos sentimentos e emoções dos outros em relação a si.
A Necessidade de Segurança, segundo Atkinson e Murray (1989), possui dois níveis: o
físico (proteção contra injúrias físicas), e, em um vel mais complexo, encontra-se a
segurança emocional (representada pelo sentimento de tranqüilidade, livre dos sentimentos de
medo, ansiedade e apreensão). A segurança física é atendida no âmbito das necessidades
psicobiológicas, como manutenção em incubadora, proteção da pele, redução do nível de
ruídos, dentre outros citados anteriormente.
Com relação à segurança emocional, o recém-nascido é um ser muito dependente de
outros seres humanos, como os pais e, principalmente sua mãe, pessoa com quem manteve
seu principal vínculo durante toda a sua vida intra-uterina. Essas pessoas são essenciais no
estabelecimento da segurança, pois são pessoas significativas para o neonato. Du Gás (1988)
comenta que a necessidade de segurança se desenvolve desde o nascimento através da
qualidade do toque que os pais lhe proporcionam, ressaltando que a relação do som da voz e
do toque de pessoa significativa é o que determina a sua segurança emocional.
Segundo Reichert e Costa (2002, p.13) “[...], os prematuros são capazes de ver, ouvir,
cheirar e responder ao toque. Ao serem estimulados, respondem ao manuseio e mostram-se
tranqüilos quando alguém conversa com eles”.
O toque e a conversa com o recém-nascido favorecem ao estabelecimento do vínculo
afetivo entre o bebê e a família. Lima H. (2004) confirma este fato ao dizer que, tocando e
conversando com o bebê, os pais acreditam que estão transferindo amor e proteção. Neste
momento, o sentimento de impotência é substituído pelo sentimento de colaboração com a
recuperação do filho. Ainda, segundo este autor, os profissionais de saúde confirmam os
efeitos benéficos do toque e da comunicação entre família e recém-nascido, pois os bebês que
recebem constantemente a visita dos pais ganham mais peso, respiram sozinhos com maior
rapidez, tendo uma melhor resposta ao tratamento e, ao perceber a presença dos pais, os bebês
aceleram os batimentos cardíacos ao ouvir a voz da mãe e retribuem a atenção, demonstrando
afeto e gratidão, abrindo os olhos e sorrindo.
Portanto, cabe à equipe da UTIN proporcionar um ambiente acolhedor e seguro para
que os pais possam estabelecer este contato constante como o recém-nascido e fortalecer o
vínculo afetivo familiar, favorecendo um restabelecimento mais rápido do bebê.
74
INDICADORES EMPÍRICOS IDENTIFICADOS: toque no recém-nascido, conversa
com o recém-nascido, redução do nível de ruídos (tais como alarmes e manuseio cuidadoso da
incubadora) e proteção da pele.
6.1.2.2 Necessidade de amor e aceitação
De acordo com Benedet e Bub (2001), a necessidade de amor e aceitação consiste na
necessidade de ter sentimentos e emoções em relação às pessoas em geral, visando ser aceito
e integrado aos grupos, bem como ter amigos e família. Para Horta (1979, p. 41), a
necessidade de amor “é o processo dinâmico de troca de energia emocional positiva entre os
seres vivos”.
É fato notório que toda criança necessita de amor para se desenvolver de forma
harmônica. Segundo Bowlby (1989), esse amor é facilmente encontrado no seio da família e
muito dificilmente será encontrado fora dela. Não outro tipo de relacionamento no qual
um ser humano se coloque de forma irrestrita e contínua à disposição do outro.
Wong (1999) acredita que a necessidade emocional mais importante para a criança é a
de sentir-se amada; dessa forma, podemos amenizar as manifestações de carência afetiva, a
irritabilidade ao ser submetido ao procedimento doloroso, substituindo o choro pela
serenidade, sempre que uma pessoa significativa para ela estiver próxima. O amor deve ser
transmitido através de palavras e ações, além disso, quando seguras desse amor, as crianças
são capazes de superar as crises normais associadas ao desenvolvimento, bem como as crises
inesperadas, como doença e perdas. Esse mesmo autor enfatiza que a relação amorosa nos
primeiros anos de vida poderá influenciar nas suas relações interpessoais futuras. Essa
necessidade de amor e aceitação encontra-se presente em qualquer fase da vida, e os pais ou
as pessoas significativas devem deixar claro que as crianças são importantes, aceitas e
desejadas.
INDICADORES EMPÍRICOS IDENTIFICADOS: manifestações de carências
afetivas, choro, irritabilidade, serenidade.
6.1.2.3 Necessidade de liberdade
Segundo Potter e Perry (1999), é a necessidade que cada pessoa possui de realizar
escolhas e agir conforme sua própria determinação dentro de uma sociedade organizada.
75
Essa necessidade na realidade nos reporta a um dos princípios da bioética: o princípio
da autonomia, entendido como sendo um direito nato, através do qual o cliente pode agir de
acordo com sua vontade, fazer escolhas do que é melhor para si como um sujeito sócio-
individual, histórico e não esperar, não ficar à mercê da benevolência e da vontade dos outros.
Ser autônomo significa ter liberdade de pensamento, poder optar e decidir (SOARES;
LUNARDI, 2002).
Acrescentando ao conceito anterior, Gaiva (2006) aponta outros elementos em sua
elaboração do conceito de autonomia, relatando como sendo o grau de poder da pessoa de
tomar decisões que afetam a sua vida, sua integridade e suas relações sociais. As pessoas que
apresentam autonomia diminuída (dependentes/vulneráveis) devem ser protegidas contra
danos ou abusos.
Segre (1995) afirma que a autonomia do sujeito é um dos pontos básicos que alicerça
toda e qualquer relação entre os seres humanos e acrescenta dizendo que a criança sofre de
uma violação consciente e aceita socialmente no que diz respeito a sua autonomia. Gaiva
(2006) nos remete a uma reflexão importante, quando afirma que esse é um comportamento
esperado numa sociedade, em que a mãe proteja o seu filho criança/recém-nascido e decida
por ele enquanto ele precisar, e lança um questionamento sobre quem determina a escolha do
que é o melhor ou mais apropriado ao recém-nascido hospitalizado, os profissionais ou os
pais. Na perspectiva da integralidade do ser humano em sua teia de relações, entendemos que
a melhor conduta para a criança deverá ser acordada entre os profissionais e os pais.
Diante do fato de que os recém-nascidos não são capazes de exercitar sua autonomia,
são os pais as pessoas legalmente autorizadas a dar consentimento para que um tratamento
seja realizado. Muitas vezes o uso da tecnologia, sempre presente em cuidados intensivos,
impede que os familiares manifestem sua autonomia, isso acontece quando não lhes é dada a
oportunidade ou por falta de informação ou esclarecimento. Portanto, para que esse direito
não seja infringido, isto é, seja respeitada a autonomia da família, deve-se buscar ao máximo
o envolvimento dos pais, oferecendo-lhes todas as informações disponíveis visando prepará-
los para a tomada de decisão. A equipe de saúde deve estar preparada, ser sensível ao diálogo,
buscando um trabalho conjunto entre profissionais e familiares (GAIVA, 2006).
INDICADORES EMPÍRICOS IDENTIFICADOS: respeito à autonomia dos pais,
informação, esclarecimento.
76
6.1.2.4 Comunicação
Benedet e Bub (2001, p. 146) relatam que a “comunicação é a necessidade de enviar e
receber mensagens utilizando linguagem verbal e não verbal, com o objetivo de interagir com
os outros”. Para Potter e Perry (1999), a comunicação é considerada o elemento básico de
interação humana, permitindo as pessoas estabelecer, manter e aumentar sua rede de contato
com demais indivíduos.
Um fato importante na formação do vínculo mãe-filho é a ocorrência dos movimentos
fetais. Na fantasia materna, o feto está começando a se comunicar através da variedade de
seus movimentos (MALDONADO, 1997).
Dentre as formas de comunicação, como o bebê não possui a comunicação verbal
estabelecida, é através da expressão facial, do choro, do franzir da testa, do sorriso que
mantém sua comunicação com as demais pessoas, ou seja, utiliza a linguagem não-verbal
como processo de interação. Conforme Wong (1999), o recém-nascido possui como forma de
expressão significativa o choro para chamar a atenção das pessoas, isso devido a sua
imaturidade física e psíquica.
Santana (2003) relata que o toque materno assume uma forma de comunicação
terapêutica no processo de recuperação do recém-nascido quando afirma que a comunicação
mãe-filho acontece através do toque, em que o mesmo ajuda no restabelecimento da criança
como algo com poder curativo. Mesmo que a mãe não consiga colocar seu bebê no colo,
como muitas vezes acontece em unidades de terapia intensiva neonatal devido à instabilidade
clínica do mesmo, o simples fato de estar presente, conversar, acariciar e tocar o bebê
significa muito para a recuperação do recém-nascido.
INDICADORES EMPÍRICOS IDENTIFICADOS: expressão facial, choro, franzir da
testa, sorriso.
6.1.2.5 Necessidade de criatividade
A necessidade de criatividade “é a necessidade de ter idéias e produzir novas coisas
com o objetivo de realizar-se (vir a ser)” (BENEDET; BUB, 2001, p. 191). Acreditamos que
devido à imaturidade psíquica do recém-nascido, não foi encontrada na literatura pesquisada
essa abordagem das necessidades psicossociais.
Alguns serviços de saúde já possuem normatizadas algumas ações maternas e paternas
que visam satisfazer essa necessidade dos pais, como por exemplo, o uso de brinquedos de
77
plástico laváveis dentro da incubadora e uso de redes para os neonatos. Mas, como essas
ações fazem parte de uma normatização do serviço, não poderíamos incluí-las em nosso
estudo.
INDICADORES EMPÍRICOS IDENTIFICADOS: nenhum indicador relevante foi
identificado no RNPT.
6.1.2.6 Necessidade de aprendizagem (educação em saúde)
Com relação à necessidade de aprendizagem, Benedet e Bub (2001) conceituam como
sendo a necessidade de aquisição de conhecimentos e/ou habilidades para responder a uma
nova situação ou conhecida, visando adquirir comportamentos saudáveis e manter a saúde.
Segundo Smeltzer e Bare (2002), a capacidade de apreender e adquirir novas informações e
habilidades pode ser influenciada por diversos fatores, tais como, a motivação, o desempenho,
a velocidade, o distúrbio da saúde, os déficits de memória e o estado físico.
O recém-nascido, logo após o nascimento, mesmo que
78
intrinsecamente relacionada com a necessidade de estabelecimento de vínculos afetivos. O
primeiro grupo que uma criança passa a integrar, mesmo antes do seu nascimento e que
perpetuará posteriormente, é a família, onde realiza trocas sociais e afetivas, que irão
influenciar todas as suas relações interpessoais futuras.
Bowlby (1989) afirma que a criança não é um organismo vivo independente, portanto
necessita de uma instituição social especial que o ajude durante o período de imaturidade.
Esse auxílio será realizado de duas formas: primeiramente, ajudando-a a satisfazer suas
necessidades orgânicas imediatas, como alimentação, calor, abrigo e proteção e, em segundo
lugar, proporcionando um ambiente adequado onde possa desenvolver suas capacidades,
sejam físicas, mentais ou sociais, indispensáveis para lidar de forma eficaz com o seu meio
físico ou social. Portanto, precisa-se de um ambiente com uma atmosfera de afeição e
segurança. Lorh (2001) explica que o primeiro núcleo social da criança são os pais. Estes, por
sua vez, possuem um papel importantíssimo no desenvolvimento social da criança uma vez
que as relações iniciais entre o recém-nascido e seus pais são consideradas protótipos de todas
as relações sociais futuras (BRASIL, 2002).
A satisfação da necessidade gregária é primordial para que a criança tenha segurança,
conforto, calor e adquira habilidades para experiências novas, contribuindo para o seu
desenvolvimento e crescimento (MONTAGU, 1988).
INDICADORES EMPÍRICOS IDENTIFICADOS: nenhum indicador relevante foi
identificado no RNPT.
6.1.2.8 Necessidade de recreação e lazer
“É a necessidade de utilizar a criatividade para produzir e reproduzir idéias e coisas
com o objetivo de entreter-se, distrair-se e divertir-se” (BENEDET; BUB, 2001, p. 152).
O recém-nascido internado em uma unidade de terapia intensiva, seja devido a sua
prematuridade ou processo patológico, encontra-se com essa necessidade latente, pois muitas
vezes se encontra sedado e possui dificuldade em manter-se em estado de alerta.
A partir do princípio que a diversão, o entretenimento e a distração são fontes de
prazer, apesar dos recém-nascidos apresentarem uma imaturidade psíquica que torne
consciente essas necessidades, Wong (1999) apresenta as etapas de desenvolvimento
psicossexual segundo Freud: o recém-nascido encontra-se no estágio oral (nascimento até um
ano de idade) quando relata que a principal fonte de procura de prazer está centrada nas
79
atividades orais, como sucção, vocalização, mordedura e mastigação. Podemos perceber que o
aleitamento materno em neonatos que coordenam sucção e deglutição, por volta da 32-34
semanas, é algo importante não apenas para a questão nutricional, mas também para o
desenvolvimento emocional da criança.
INDICADORES EMPÍRICOS IDENTIFICADOS: nenhum indicador relevante foi
identificado no RN.
6.1.2.9 Necessidade de atenção
Benedet e Bub (2001, p. 161) apresentam essa necessidade conjuntamente com a
necessidade de amor e estabelecem o mesmo conceito, ou seja, como sendo “a necessidade de
ter sentimentos e emoções em relação às pessoas em geral com o objetivo de ser aceito e
integrado aos grupos, de ter amigos e família”. Para Silva (2004, p. 50), “é a necessidade que
sente o ser humano de ser querido, saber que é valorizado e que as pessoas significativas se
importam com ele e com o que ele faz”.
O recém-nascido constitui um ser humano frágil, necessitando de amor, carinho,
cuidado, acolhimento, delicadeza, compreensão, mas também necessita de atenção. Segundo
Matos e Madeira (2000), a atenção / dedicação encontra-se intimamente relacionada ao amor
materno, sendo através do toque, da voz, do carinho, que a relação mãe-filho vai se
construindo e se cristalizando, tornando os laços afetivos mais fortes entre eles.
Através da atenção contínua, da rotina cotidiana, as mães são capazes de identificar e
agir frente às necessidades do filho (WONG, 1999).
INDICADORES EMPÍRICOS IDENTIFICADOS: amor, carinho, acolhimento,
delicadeza.
6.1.3 NECESSIDADES PSICOESPIRITUAIS
A necessidade psicoespiritual infantil constitui um tema ainda pouco abordado na
literatura. Nos poucos livros encontrados, trata-se mais da espiritualidade materna e voltado
para a família. Silva (2004) relata que a necessidade psicoespiritual é inerente ao ser humano,
mas, quando direcionada à criança, pouco se conhece. Reconhecendo a importância dessa
80
necessidade na vida da criança, pais e familiares, abordaremos, embora sucintamente, este
assunto.
6.1.3.1 Necessidade religiosa ou teológica, ética ou filosofia de vida
Benedet e Bub (2001, p. 192) conceituam como sendo “uma necessidade inerente aos
seres humanos e está vinculada àqueles fatores necessários para o estabelecimento de um
relacionamento dinâmico entre a pessoa e um ser ou entidade superior com o objetivo de se
sentir espiritual”.
Segundo Wong (1999), é confortante para a família, que possui uma criança internada,
ter essa necessidade reconhecida e respeitada, bem como é importante determinar os desejos
da família em relação ao batismo. A religião oferece à família a compreensão e o suporte
espiritual, constituindo um valioso instrumento para os cuidados em saúde. Para as crianças, a
espiritualidade supre a necessidade que a criança possui de ter significado, propósito e
esperança em suas vidas. Da mesma forma, a necessidade de perdão e confissão está presente
até mesmo nas crianças mais jovens.
De acordo com a classificação de Fowler, identificaram-se sete estágios de
desenvolvimento da , entretanto apenas quatro destes se encontram associados intimamente
com o desenvolvimento cognitivo e psicossocial na infância. Os recém-nascidos encontram-se
no estágio 0 - indiferenciado, em que a criança não possui o conceito de certo e errado,
nenhuma crença e nenhuma convicção para orientar seus comportamentos. Contudo, seus
primórdios da estão estabelecidos com o desenvolvimento da confiança básica por meio de
suas relações com o primeiro fornecedor de cuidados (WONG, 1999).
Pehler (1997 apud SILVA 2004) relata que a espiritualidade é um processo interativo
que se desenvolve paulatinamente conforme o crescimento e desenvolvimento físico e
psicológico da criança. Segundo esta mesma autora, na literatura não é possível identificar
circunstâncias ou situações em que possamos perceber claramente esta necessidade nas
crianças, mas podemos encontrar nos trabalhos de Peaget e Erickson referência ao
desenvolvimento espiritual da criança que se dá por volta dos sete anos de idade.
INDICADORES EMPÍRICOS IDENTIFICADOS: religião e batismo.
81
6.2 Segunda fase: Estruturação do instrumento de coleta de dados em neonatos
Fig. 3: Etapas da segunda fase da pesquisa.
Após a aprovação do Comitê de Ética do HULW (ANEXO A), iniciou-se, no mês de
maio de 2007, a segunda fase deste estudo, tendo como objetivo verificar os indicadores
empíricos com maior freqüência nos neonatos internados em UTIN, visando à elaboração da
primeira versão do instrumento para coleta de dados direcionados para essa clientela.
A pesquisadora, de posse dos indicadores empíricos identificados na literatura
científica, solicitou a participação voluntária das enfermeiras da UTIN através da assinatura
do termo de consentimento livre e esclarecido (APÊNDICE A), e, neste mesmo momento,
essas enfermeiras receberam uma carta de esclarecimento (APÊNDICE B), bem como o
instrumento de verificação dos indicadores empíricos (APÊNDICE C). A população do
estudo, nesta fase da pesquisa, foi constituída por sete enfermeiras da UTIN. Vale salientar
que o número de enfermeiras que concordaram em participar deste estudo corresponde a
100% das enfermeiras que trabalham na referida unidade, excluindo a pesquisadora. Portanto,
na etapa de verificação dos indicadores empíricos, com o objetivo de estabelecer a freqüência
dos mesmos na UTIN do HULW, o instrumento foi respondido por toda a população da
referida unidade.
Para a operacionalização dessa etapa, foram entregues sete instrumentos, um para cada
enfermeira que compõe a equipe da UTIN, incluindo um item sobre dados demográficos,
visando caracterizar nossa população. Vejamos na tabela a seguir:
82
Tabela 1 – Distribuição das enfermeiras segundo características demográficas. João Pessoa,
2007.
CARACTERÍSTICAS DEMOGRÁFICAS
N F
(%)
IDADE
20-30 anos 4 57,1
31-40 anos 2 28,6
41-50 anos 1 14,3
SEXO
Feminino 7 100
ANOS DE EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL COMO
ENFERMEIRA
1- 5 anos 4 57,1
6-10 anos 1 14,3
11-15 anos 2 28,6
ANOS DE EXPERIÊNCIA EM NEONATOLOGIA
1-5 anos 6 85,7
6 -10 anos 1 14,3
NÍVEL DE EDUCAÇÃO EM ENFERMAGEM
Graduação 2 28,6
Especialização:
Saúde Pública 1 14,3
Saúde da Família 1 14,3
Educação Profissional na Área de Saúde – Enfermagem 1 14,3
Administração e Saúde da Família 1 14,3
Residência de Enfermagem em Pediatria 1 14,3
POSIÇÃO NA ENFERMAGEM
Enfermeira assistencial 4 57,1
Enfermeira assistencial e docente 2 28,6
Enfermeira assistencial e gerente 1 14,3
Fonte: pesquisa, 2007.
Conforme a tabela acima, podemos observar que a maioria das enfermeiras desta
unidade, representando 57,1%, possui idade entre 20-30 anos; 28,6% possuem idade entre 31-
40 anos; 14,3% tinham idade entre 41-50 anos. Quanto ao sexo, 100% são do sexo feminino.
No que se refere aos anos de experiência profissional como enfermeira, 57,1% tinham
experiência de 1-5 anos; 28,6% afirmaram ter entre 16-20 anos; 14,3% das enfermeiras
relataram que possuíam entre 6-10 anos de atividades profissionais em Enfermagem. Também
foi solicitado que respondessem quanto aos anos de experiência profissional em neonatologia,
e obtivemos 85,7% da população com experiência de 1-5 anos e 14,3% entre 6-10 anos de
83
atividades nesta especialidade. Com relação ao nível de educação em Enfermagem, 71,4% das
enfermeiras são especialistas, sendo que deste total apenas 14,3% possuem especialidade em
pediatria, sendo as demais em Saúde blica (14,3%), Saúde da família (14,3%), Educação
Profissional na área de Saúde e Enfermagem (14,3%) e Administração e Saúde da Família
(14,3%); 28,6% possuem a graduação; nenhuma enfermeira relatou mestrado ou doutorado.
Através desta tabela, também podemos verificar que todas as enfermeiras exercem atividades
assistenciais, porém duas destas, além das atribuições assistenciais, também exercem a
docência, e uma, além das atividades assistenciais, exerce atividades gerenciais.
Após a avaliação das enfermeiras da UTIN sobre os indicadores empíricos
identificados na literatura a partir de cada necessidade do recém-nascido, foi possível realizar
a freqüência para cada item do instrumento (APENDICE C). Essa fase teve como objetivo
verificar os indicadores considerados significativos, ou seja, aqueles tiveram um percentual de
aceitação 50%. Esses foram incluídos na primeira versão do instrumento de coleta de dados,
bem como houve o acréscimo de alguns indicadores provenientes das sugestões registradas
pelas enfermeiras.
Tabela 2 – Distribuição dos indicadores que apresentaram freqüência 50%, de acordo com
as necessidades humanas básicas. João Pessoa, 2007.
NECESSIDADES
INDICADORES Freqüência (%)
PSICOBIOLÓGICAS
Oxigenação
Taquipnéia 85,7
Apnéia 85,7
Pausa respiratória 71,4
Bradipnéia 71,4
Batimento de asas de nariz 100,0
Murmúrios vesiculares normais 100,0
Murmúrios vesiculares diminuídos 85,7
Roncos 85,7
Sibilos 85,7
Estertores 100,0
Gemido expiratório 100,0
Retração subcostal 100,0
Retração intercostal 100,0
Respiração irregular 71,4
Vias aéreas superiores 85,7
Vias aéreas inferiores 85,7
Sangramento 100,0
Aspiração 100,0
Ausculta respiratória 100,0
84
Secreção 100,0
Cianose 100,0
Taquidispnéia 71,4
Respiração espontânea 100,0
Respiração artificial 100,0
Eupnéico 100,0
Suplementação de oxigênio 100,0
Hallo 100,0
CPAP 100,0
Cateter nasal 71,4
Dispnéia 100,0
Hidratação
Depressão de fontanela bregmática 100,0
Perfusão sanguínea 85,7
Elasticidade da pele 85,7
Perdas insensíveis (fototerapia, hipertermia
e taquipnéia)
85,7
Saliva 100,0
Diurese 100,0
Rede venosa 100,0
Acesso venoso 100,0
Bradicardia 100,0
Taquicardia 100,0
Sinais flogísticos 100,0
Ausculta cardíaca 100,0
Ritmo cardíaco 100,0
Drenagem de sonda orogástrica 100,0
Nutrição
Peso 100,0
Leite materno ordenhado 85,7
Leite materno pasteurizado 85,7
Leite artificial 71,4
Via oral 100,0
Via enteral 100,0
Via parenteral 100,0
Amamentação 100,0
Dieta 85,7
Regurgitação 100,0
Resíduo gástrico 100,0
Broncoaspiração 57,1
Gastrostomia 100,0
Abdome 85,7
Sucção 85,7
Deglutição 85,7
Eliminação
Mecônio 100,0
Fezes 100,0
Ânus 71,4
85
Diurese 100,0
Sangue 100,0
Sono e repouso
Sono irregular 71,4
Sono regular 71,4
Choro 85,7
Agitação 100,0
Movimentação descoordenada dos
movimentos
57,1
Vigília 85,7
Exercício e atividade
física
Reflexo de moro
100,0
Reflexo de preensão palmar e plantar 100,0
Reflexo de sucção 100,0
Hipoativo 100,0
Ativo 100,0
Reativo ao manuseio 100,0
Reativo ao estímulo doloroso 100,0
Sedado 100,0
Motilidade
Expressão facial 85,7
Movimentação e flexão dos membros 100,0
Hipotonia 100,0
Tremores 100,0
Movimentos bruscos 71,4
Abrigo
Incubadora aquecida 100,0
Berço aquecido 100,0
Cuidado corporal
Coto umbilical 100,0
Cicatriz umbilical 100,0
Banho 100,0
Integridade cutâneo-
mucosa e integridade
física
Pele íntegra
100,0
Ruptura da integridade da pele 100,0
Irritabilidade da pele 100,0
Bolhas 85,7
Pele lisa 100,0
Pele brilhante 100,0
Pele grosseira 85,7
Pele com descamação 100,0
Palidez 100,0
Icterícia 100,0
Pletora 100,0
Equimose 100,0
Verniz caseoso 100,0
86
Escoriação 71,4
Milium sebáceo 85,7
Mancha mongólica 71,4
Eritema tóxico 100,0
Hemangioma 71,4
Lanugem 71,4
Edema 100,0
Flebite 100,0
Hiperemia 100,0
Regulação térmica
Hipotermia 100,0
Hipertermia 100,0
Normotermia 100,0
Regulação endócrina
Hipertrofia de grandes lábios 71,4
Mamas ingurgitadas 85,7
Pseudomenstruação 85,7
Percepção
Reflexo de piscar os olhos ao estímulo
luminoso
100,0
Reage ao som de alta freqüência (tais como:
alarmes de bombas de infusão e
ventiladores mecânicos)
100,0
Atividade motora 100,0
Choro 100,0
Reage ao som de baixa freqüência (tais
como: canções e voz materna)
100,0
Terapêutica
Vínculo mãe-filho 100,0
Visita dos pais 100,0
Toque dos pais 100,0
Ligação afetiva 100,0
Informações sobre o estado de saúde do RN 100,0
PSICOSSOCIAIS
Segurança
Redução do nível de ruído (tais como:
alarmes, manuseio cuidadoso com a
incubadora).
100,0
Proteção da pele 85,7
Som da voz materna 100,0
Toque materno 100,0
Amor e aceitação
Manifestações de carências afetivas 71,4
Choro 85,7
Irritabilidade 100,0
Serenidade 100,0
Respeito à autonomia dos pais 57,1
Informação e esclarecimento dos pais sobre:
ambiente, rotina, normas, patologia do RN
100,0
87
Comunicação
Expressão facial 100,0
Choro 100,0
Franzir da testa 85,7
Sorriso 85,7
Atenção
Amor 100,0
Carinho 100,0
Acolhimento 100,0
Delicadeza 100,0
PSICOESPIRITUAIS
(relacionado aos pais)
Religião
100,0
Batismo 100,0
Fonte: pesquisa, 20007.
O instrumento para determinar os indicadores das Necessidades Humanas sicas dos
recém-nascidos internados na UTIN do HULW possuía 137 itens, sendo que 117 destes
relacionados às necessidades psicobiológicas, dezoito voltados para as necessidades
psicossociais e dois relacionados às necessidades psicoespirituais dos pais dos recém-
nascidos, uma vez que essa necessidade ainda não se encontra desenvolvida nessa etapa de
vida do neonato. Como sugestões das enfermeiras houve o acréscimo de dezessete itens
relacionados às necessidades psicobiológicas (oxigenação: retração esternal e respiração
periódica; eliminação: gastrostomia, fístula, colostomia, ileostomia, estimulação retal e
resíduo gástrico; motilidade: espasticidade e hipertonia; abrigo: método canguru; cuidado
corporal: mobilização no leito; integridade cutâneo-mucosa e integridade física: petéquias;
regulação térmica: técnicas para aquecimento (luvas, botas e gorro); percepção: reflexo de
busca. Com relação às necessidades psicossociais tivemos como sugestões o acréscimo de
dois itens relacionados à necessidade de segurança: posição fetal e toque durante os
procedimentos dolorosos. Nenhuma sugestão foi realizada com relação às necessidades
psicoespirituais dos pais. Vejamos o Quadro 2 a seguir:
88
NECESSIDADES
INDICADORES
PSICOBIOLÓGICAS
Oxigenação
Retração esternal
Respiração periódica
Eliminação
Gastrostomia
Fístula
Colostomia
Ileostomia
Estimulação retal
Resíduo gástrico
Motilidade
Hipertonia
Espasticidade
Abrigo
Método canguru
Cuidado corporal
Mobilização no leito
Regulação térmica
Técnicas para aquecimento (luvas, botas e gorro)
Integridade cutâneo-
mucosa e integridade
física
Petéquias
Percepção
Reflexo de busca
PSICOSSOCIAIS
Segurança
Posição fetal
Toque durante os procedimentos dolorosos
Quadro 2: Indicadores sugeridos pela população do estudo de acordo com cada
necessidade do recém-nascido.
Com relação às sugestões registradas no instrumento de coleta de dados, pertinente a
esta fase da pesquisa, algumas foram aceitas e, portanto, incluídas na primeira versão do
instrumento de coleta de dados; algumas foram aceitas, mas sendo remanejadas para outras
necessidades, onde ficariam mais adequadas, e outras não foram aceitas, sendo justificadas a
seguir.
Em relação às necessidades de oxigenação, as sugestões de retração esternal e
respiração periódica, foram aceitas e adicionadas ao instrumento nessa necessidade. Porém, os
indicadores gastrostomia e resíduo gástrico que foram sugeridos para serem acrescentados nas
necessidades de eliminação foram adicionados à necessidade de nutrição, uma vez que estão
89
intrinsecamente relacionados a questões alimentares. O indicador fístula não foi adicionado
uma vez que não é detectado no exame físico e, na maioria das vezes, necessita de exames
radiológicos para ser identificado, e este tipo de procedimento não faz parte das ações da
enfermagem. As demais sugestões para as necessidades de eliminação (colostomia,
ileostomia, e estimulação retal) foram aceitas e adicionadas.
Os indicadores sugeridos para as necessidades de motilidade (hipertonia e
espasticidade) foram aceitas e adicionas. Com relação a sugestão realizada para a necessidade
de abrigo (método canguru), o mesmo não foi incluído por entender que o método canguru
deve ser aplicado a crianças com estabilidade clínica, nutrição enteral plena (peito, sonda
gástrica ou copo), peso mínimo de 1250 g e ganho de peso diário maior que 15g (BRASIL,
2002), o que não corresponde, na prática, ao perfil de admissão do recém-nascido internado
na UTIN do HULW.
Para as necessidades de cuidado corporal, foi sugerido adicionar o indicador
mobilidade no leito, mas como os cuidados de enfermagem são realizados no mínimo a cada 3
horas, sendo verificados os sinais vitais (SSVV) e troca de fraldas, e além desse manuseio,
existem os dos demais profissionais: enfermeiras, médicos, fisioterapeutas, e também o
contato dos pais, não foi incluído este item por acreditar que esse RN é manipulado várias
vezes, além de sua movimentação ativa. A maior preocupação com relação à mobilidade no
leito será em pacientes sedados ou com distúrbios neurológicos, cuja capacidade de se
movimentar está prejudicada. Além disso, acreditamos que mobilidade no leito seja uma ação
de enfermagem e não um indicador propriamente dito. O mesmo aconteceu com a
necessidade de regulação térmica sendo sugerido adicionar técnicas para aquecimento (luvas,
botas e gorro). Porém, como técnica de enfermagem deverá fazer parte das ações de
enfermagem e não ser considerada um indicador, o indicador será a hipotermia, e a ação será
desenvolver as técnicas de enfermagem para reverter esse problema, ou seja, na presença de
hipotermia (indicador), as técnicas de aquecimento (ação) serão implementadas corretamente.
Na necessidade de Integridade cutâneo-mucosa e integridade física foi sugerido inserir
o indicador petéquias; o mesmo foi aceito e adicionado.
Com relação à necessidade de percepção, foi sugerido adicionar o reflexo de busca, o
mesmo foi aceito e adicionado ao instrumento para coleta de dados.
Após a análise dos indicadores pelas enfermeiras, quatro itens relacionados às
necessidades psicobiológicas foram excluídas da primeira versão do instrumento para coleta
de dados, pois todos, abaixo citados, atingiram uma freqüência de 42,8 (menor que 50%). Na
necessidade de hidratação foi excluída a hipotensão; na necessidade de sono e repouso, a
90
raiva; na necessidade de motilidade, foi retirado o item flacidez muscular e, na integridade
cutâneo-mucosa e integridade física, foi a sudorese palmar.
Diante desses fatos, apresentamos abaixo a primeira versão do instrumento para coleta
de dados em recém-nascidos internados na UTIN do HULW, instrumento esse que será
avaliado pelas enfermeiras da referida unidade na fase a seguir.
Durante a construção da primeira versão do instrumento, sentimos a necessidade de
inserir um símbolo que pudesse traduzir o sentimento de valorização do binômio família-
filho, revelando nossa intenção de promover e facilitar o vínculo e o apego entre pais e filhos,
e de tentar superar o olhar essencialmente biológico e tecnológico. Foi nessa busca que
encontramos no site da PDAMED, empresa que desenvolve softwares médicos, a imagem
intitulada “mãe e bebê”. Após solicitação formal para uso e autorização da mesma (ANEXO
B), a imagem intitulada “mãe e bebê” foi adicionada ao instrumento. Após todos esses
procedimentos, veremos abaixo a primeira versão do instrumento para coleta de dados em
91
5- Necessidades Humanas Básicas / Exame Físico
T incubadora
°C
T axilar
°C
P
bpm
FC
bpm
FR
irpm
PA
mmHg
Necessidade de Abrigo
Incubadora aquecida ( ) berço aquecido ( )
Obs.:
Necessidade de regulação térmica
Hipotermia ( ) hipertermia ( ) normotermia ( )
Obs.:
Necessidade de Oxigenação
Ausculta respiratória MV+ s/ RA AHT -
normais ( ) MV+ c/RA HTD ( ) H.TE ( ) roncos( )
Sibilos ( ) estertores ( ) MV ( ) HT_______ MV ausente ( ) _____
Tipo de respiração espontânea: artificial ( ) eupnéico ( ) dispnéico ( ) apnéico ( ) pausa
respiratória ( ) taquipnéico ( ) taquidispnêico ( ) bradipneíco ( ) BAN ( ) Tiragem subcostal
( ) Tiragem intercostal ( ) Tiragem esternal ( ) Respiração irregular ( ) Respiração periódica ( )
Gemido expiratório ( ) Cianose ( ) Sangramento ( ) onde?________________.
Suplementação de O
2
92
Integridade da pele: íntegra ( ) ruptura ( ) Local e características____________________________
Características da pele: lisa ( ) brilhante ( ) grosseira ( ) descamação ( )
palidez ( )
icterícia ( ) Até zona: _____ palidez ( ) pletora ( ) equimose ( ) Onde?___________________
verniz caseoso ( ) escoriação ( ) Onde?_______________mílium sebáceo ( ) lanugem ( )
mancha mongólica ( ) eritema tóxico ( ) hemangioma ( ) Onde?___________________________
edema ( ) Onde?_____________ flebite ( ) Onde?____________ Hiperemia. Onde?____________
petéquias ( ) Onde?__________________________________________________________________
Coto umbilical: ( ) gelatinoso ( ) desidratação ( ) mumificado
Cicatriz umbilical ( )
Higiene corporal: satisfatória ( ) precária ( )
Obs.:
Necessidade de exercício, atividade física, motilidade, sono e repouso
Reflexos: moro ( ) preensão palmar e plantar ( )
Atividade: ativo ( ) hipoativo ( ) reativo ao manuseio ( ) reativo ao estímulo doloroso ( )
sedado ( )
Motilidade: Movimentação e flexão dos membros ( ) movimentos bruscos ( ) hipotonia ( )
tremores ( ) espasticidade ( ) hipertonia ( )
Expressão facial: tranqüilo ( ) inquietação ( ) dor ( )
Sono e repouso: sono irregular ( ) sono regular ( ) choro ( ) agitação ( ) movimento
descoordenado dos membros ( ) vigília ( )
Obs.:
Necessidade de Percepção
Reflexo de piscar os olhos ao estímulo luminoso ( )
Reage ao som de alta freqüência (Ex.: bombas de infusão e ventiladores mecânicos) ( )
Reage ao som de baixa freqüência (Ex.:canções e voz materna) ( )
Atividade motora: preservada ao manuseio ( ) diminuída ( )
Choro ( )
Reflexo de busca ( )
Obs.:
Regulação endócrina
Hipertrofia de grandes lábios ( ) mamas ingurgitadas ( ) pseudomestruação ( )
Obs.:
Necessidade de eliminação
Eliminação intestinal: mecônio ( ) fezes de transição ( ) fezes lácteas ( ) sangue ( )
Diurese: não ( ) sim ( )
características:_______________________________________________________________________
Ânus pérvio: sim ( ) não ( ) estimulação retal ( )
Ostomias: ileostomia ( ) colostomia ( )
Obs.:
Necessidade Terapêutica
Vínculo mãe-filho: estabelecido ( ) frágil ( )
Ligação afetiva: incentivada através do toque dos pais ( ) visita dos pais ( )
Informação: patologia ( )
Obs.:
Necessidade de Segurança
Redução do nível de ruído: manuseio cuidadoso da incubadora ( )
atendimento pronto dos alarmes ( )
Incentivo: som da voz materna ( ) toque materno ( )
Proteção da pele: mínimo uso de fitas/esparadrapos ( )
Posicionamento: posição fetal ( )
Procedimentos dolorosos: toque ( ) sucção não-nutritiva ( )
Obs.:
Necessidade de amor e aceitação
Serenidade ( ) irritabilidade ( ) choro ( )
Manifestações de carências afetivas ( ) Quais? _____________________________________________
Respeito a autonomia dos pais: informação e esclarecimento sobre: ambiente ( ) rotina ( )
normas ( )
Obs.:
93
Necessidade de comunicação
Expressão facial ( ) Choro ( ) franzir da testa ( ) Sorriso ( )
Obs.:
Necessidade de atenção
Estimular nos pais os sentimentos de amor, carinho, acolhimento e delicadeza ( )
Obs.:
Necessidades Psicoespirituais dos pais
Religião: católica ( ) evangélica ( ) Testemunha de Jeová ( ) Outra ( )
especificar__________________________________________________________________________
Batismo: pais expressão o desejo do batismo sim ( ) não ( )
Obs.:
ANOTAÇÕES SUPLEMENTARES DA ENFERMEIRA
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
João Pessoa, _____de _______de _________
________________________________________
Enfermeira / COREN
6.3 Terceira fase: Validação do conteúdo
Fig. 4: Etapas da terceira fase da pesquisa.
Após a elaboração da primeira versão do instrumento de coleta de dados em neonatos
internados em UTIN, iniciamos a terceira fase - validação do conteúdo - que corresponde ao
momento em que as enfermeiras da UTIN do HULW, população deste momento da pesquisa,
foram convidadas (APÊNDICE D) a avaliarem o instrumento, propondo sugestões quanto ao
conteúdo e forma de apresentação (APÊNDICE F). Para tanto, foi explicado como o mesmo
deveria ser preenchido através de uma carta de esclarecimento (APÊNDICE E).
3 ª Fase:
Validação do
conteúdo
Avaliação do conteúdo da
1ª versão do instrumento
de coleta de dados em
neonatos pelos enfermeiros
da UTIN do HULW
2ª Versão do
Instrumento de
coleta de dados em
neonatos internados
na UTIN
94
O objetivo desta fase da pesquisa é a validação do conteúdo do instrumento de coleta
de dados. Nesse momento, todas as enfermeiras dessa unidade aceitaram participar dessa fase
da pesquisa.
O instrumento para a validação do conteúdo foi composto de 23 itens, sendo todos
aprovados com um percentual maior que 50%. Contudo, constatamos que as enfermeiras
realizaram sugestões em nove itens, sendo estes: identificação materna, identificação do
recém-nascido, necessidades humanas básicas/Exame físico, necessidade de oxigenação,
necessidade de hidratação, necessidade de nutrição, necessidade de integridade cutâneo
mucosa, integridade física e cuidado corporal, necessidade de percepção, necessidade de
regulação endócrina e necessidade de eliminação.
Dos 23 itens analisados pelos enfermeiros quatorze foram aprovados por 100% da
população, sendo estes: forma de apresentação; dados antropométricos; motivo de
internamento; necessidade de abrigo; necessidade de regulação térmica; necessidade de
hidratação; necessidade de exercício, atividade física, motilidade, sono e repouso; necessidade
de terapêutica; necessidade de segurança; necessidade de amor e aceitação; necessidade de
comunicação; necessidade de atenção, necessidades psicoespirituais dos pais; e anotações
suplementares da enfermeira.
A partir deste momento, comentaremos as sugestões das enfermeiras, que foram
restritas a nove itens do instrumento de validação.
Com relação a identificação materna, 42,9% da população, correspondendo a três
enfermeiras, realizaram sugestões neste item, sendo elas: adicionar o nome do pai (28,6%);
acrescentar profissão e escolaridade do pai e da mãe (14,3); acrescentar dados referentes a
doenças durante a gestação atual da mãe, bem como de anteriores (28,6%); acrescentar o item
aborto (42,9%); acrescentar número de nascidos vivos (14,3%), número de natimortos e
abortos (14,3%), bem como dados referentes ao uso de álcool, drogas e medicações durante a
gravidez (28,6%); acrescentar o número de consultas do pré-natal e história de mal-formações
em gestações anteriores (42,9%). Todas as sugestões foram acatadas e incluídas na segunda
versão do instrumento, inclusive o título deste item foi modificado para refletir as alterações,
resultando em identificação materna e paterna.
Duas enfermeiras (28,6%) também realizaram sugestões correspondendo ao item
identificação do recém-nascido. Foram elas: retirar o número da Declaração de Nascidos
Vivos (DNV), correspondendo a 14,3%; retirar a data de nascimento e substituir pela idade
(14,3%) e trocar o termo “condições” referente a condições de transporte por “tipo” de
transporte (14,3%). Mas, compreendemos que, apesar de não ser a enfermeira da UTIN quem
95
preenche a DNV, este dado é importante e propicia agilidade durante uma necessidade, como,
facilitando o preenchimento da declaração de óbito (DO), uma vez que a enfermeira da UTIN
não necessitará desprender tempo, telefonando para outro setor ou hospital para tentar
conseguir essa informação. No que diz respeito a retirar a data de nascimento e substituí-lo
pela idade, acreditamos que a data de nascimento é um dado fundamental para avaliação do
recém-nascido, inclusive é utilizado como um direcionador para condutas, como avaliação do
fundo de olho (prevenção de retinopatias), fracionamento de medicamentos, avaliação da
icterícia, além de ser uma informação que constará em todos os documentos da criança. Com
relação à terceira sugestão, a de trocar o termo “condições” por “tipo” de transporte, também
não foi aceita uma vez que acreditamos que, ao descrever as condições de transporte do
recém-nascido, o tipo de transporte encontra-se incluído, sendo o termo “condições” mais
amplo, referindo-se não apenas ao tipo de transporte, se em incubadora aquecida, ou nos
braços de um profissional, uma vez que relata como a criança chegou à unidade, desde suas
condições clínicas, aos dispositivos venosos utilizados, forma correta de aquecimento e o tipo
de transporte.
No item necessidades humanas básicas/exame físico, foi sugerido por 14,3% da
população, acrescentar o termo saturação de oxigênio, o que foi aceito e adicionado à
segunda versão do instrumento de coleta de dados.
Com relação à necessidade de oxigenação, 42,9% das enfermeiras realizaram
sugestões, entre elas, o acréscimo de um espaço para a colocação da modalidade da ventilação
artificial (14,3%) e a retirada do item cateter nasal (42,9%); ambas foram aceitas e
modificadas na nova versão do instrumento. Além dessas, outras sugestões foram realizadas,
tais como, o acréscimo do termo “creptos” (14,3%), porém o mesmo se encontrava
contemplado no instrumento quando nos referimos a estertores, pois, segundo Manuila, A.,
Manuila, L. e Nicoulin (1997) estertores são ruídos anormais percebidos na ausculta pulmonar
devido à passagem do ar pelas vias brônquicas estreitadas, ou contendo secreção mais ou
menos espessa, ou ao vel de uma caverna pulmonar, e os estertores podem ser úmidos
(bolhosos) ou creptantes. Ao mais, uma enfermeira (14,3%) solicitou adotar apenas um dos
termos a seguir: dispnéia, taquipnéia ou taquidispnéia, argumentando que esses termos são
interligados e não existem isoladamente, porém não será possível, pois nenhum deles é
sinônimo, cada termo representa algo diferente. Vejamos a definição destes termos: dispnéia
consiste na dificuldade no ato de respirar acompanhada de uma sensação de opressão e de
incômodo; taquipnéia é a aceleração da freqüência respiratória e a taquidispnéia é a junção
dos dois termos citados anteriormente, havendo uma dificuldade respiratória concomitante
96
com a aceleração da freqüência respiratória (MANUILA, A.; MANUILA, L.; NICOULIN,
1997).
A alteração proposta por uma enfermeira (14,3%) para a necessidade nutricional
relacionada à substituição do termo “visíveis”, no item alças intestinais visíveis, pelo termo
“delimitada”, foi considerada pertinente e adequada, sendo aceita e incorporada ao novo
instrumento, uma vez que as alças intestinais não são normalmente visíveis, exceto na
vigência de patologias relacionadas ao mal fechamento da parede abdominal, como a
gastrosquise.
No item denominado necessidade de integridade cutâneo mucosa, integridade física e
cuidado corporal, uma enfermeira (14,3%) sugeriu acrescentar, no subitem referente ao coto
umbilical, presença de sinais flogísticos, hiperemia e de odor fétido, as quais foram acatadas e
adicionadas à nova versão do instrumento.
Com relação à necessidade de percepção, 14,3% da população, propuseram retirar o
subitem “choro”, uma vez que o mesmo está presente em outra necessidade; essa sugestão
foi aceita, e, portanto, este item foi retirado desta necessidade para não haver duplicidade de
registro dessa informação.
Na necessidade de regulação endócrina, uma enfermeira sugeriu retirar esse item,
alegando que as alterações desse sistema são pouco freqüentes e que a enfermagem possui um
campo de atuação pequeno com relação a essas alterações, porém optamos por manter esse
item, acreditando que a vigência dessas alterações pode suscitar nos genitores sentimentos de
angústia, além do fato de que durante a realização do exame clínico completo, não podemos
menosprezar nenhum sinal e sintoma que o neonato possa apresentar.
Foi na necessidade de eliminação que foi sugerida a última modificação. No item
diurese, foi solicitado, por 14,3% das enfermeiras, acrescentar se a mesma é realizada
espontaneamente ou através de cateterismo vesical. Essa sugestão foi acatada e acrescentada
na segunda versão do instrumento de coleta de dados para os recém-nascidos internados na
UTIN do HULW.
Após todos esses ajustes, teremos a seguir a segunda versão do instrumento acima
citado.
UTI – NEONATAL
Histórico de Enfermagem
1- Dados de identificação materna e paterna
DADOS MATERNOS
Nome da mãe:
Data nascimento Escolaridade: Profissão::
Dados obstétricos:
Pré- natal: não ( ) sim ( ) Quantas consultas? __________Onde?_____________________
_________________
Gesta:________ Para: _____ Natimorto: não ( ) sim ( ) Quantos? ______ Quando?_______________________
Aborto: não ( ) sim ( ) Quantos?__________ Quando?______________________________________________
Filho com mal-formação: não ( ) sim ( ) Qual?______________________________________________________
Uso de drogas: não ( ) sim ( ) Qual?_____________________________________________________________
Uso de álcool: não ( ) sim ( )
Uso de medicações durante a gestação: não ( ) sim ( ) Qual?_____________________________________________
Doenças nesta última gestação:______________________________________________________________________
Doenças de gestações anteriores:____________________________________________________________________
Tipo Sanguíneo: Religião:
Local: Maternidade ( ) UTI ( ) Motivo: Outro ( )
Endereço:
Telefone:
Pessoa significativa: Telefone
Obs.:
DADOS PATERNOS
Nome do pai:
Escolaridade: Profissão:
Obs.:
2- Identificação do recém-nascido
Nome: Data de admissão: Hora:
Procedência: N° DNV:
Condições de transporte:
DN: Hora: Sexo: Tipo de parto:
Apgar 1° minuto: Apgar 5°minuto: Idade Gestacional: Tipagem Sanguínea:
Obs.:
3- Dados Antropométricos
Peso: Estatura: PC: PT: Pa:
4- Motivo do Internamento
5- Necessidades Humanas Básicas / Exame Físico
T inc °C T °C P bpm
FC
bpm
FR irpm Sat O2
PA mmHg
Necessidade de Abrigo
Incubadora aquecida ( ) berço aquecido ( )
Obs.:
Necessidade de regulação térmica
98
Hipotermia ( ) hipertermia ( ) normotermia ( )
Obs.:
Necessidade de Oxigenação
Ausculta respiratória MV+ s/ RA AHT - normais ( ) MV+ c/RA HTD ( ) H.TE ( )
roncos( )
Sibilos ( ) estertores ( ) MV ( ) HT_______ MV ausente ( ) ______________________________
Tipo de respiração espontânea ( ) artificial ( ) Modalidade:_____________ eupnéico ( ) dispnéico ( )
apnéico ( ) pausa respiratória ( ) taquipnéico ( ) taquidispnêico ( ) bradipneíco ( )
BAN ( )
Tiragem subcostal ( ) Tiragem intercostal ( ) Tiragem esternal ( ) Respiração irregular ( )
Respiração periódica ( ) Gemido expiratório ( ) Cianose ( ) Sangramento ( ) onde?_____ _____.
Suplementação de O
2
não ( ) sim ( ) Qual modalidade? CPAP nasal
( ) FiO
2
________
Hallo ( ) FiO
2
________ outros ( ) _____________________________________________________
Aspiração de Secreções: não ( ) sim ( ) Onde?
Vias aéreas superiores ( ) características________________________________________________________
Vias aéreas inferiores ( ) características:_______________________________________________________
Obs.:
Necessidade de Hidratação
Rede venosa preservada ( ) prejudicada ( )
perfusão sangüínea: venosa preservada ( ) prejudicada ( )
Aceso venoso: não ( ) sim ( ) periférico ( ) central ( ) Local_____________________________
Presença de sinais flogísticos ( ) Quais? _______________________________________________________
Ausculta cardíaca BCNF ( ) BC hiperfonéticas ( ) BC hipofonéticas ( ) normocárdico ( )
taquicárdico ( ) bradicárdico ( )
Ritmo cardíaco regular ( ) irregular ( ) regular ( )
Perdas insensíveis: fototerapia ( ) hipertermia ( ) taquipnéia ( )
Fontanelas: bregmática normotensa ( ) características: deprimida ( ) abaulada ( )
Lambdóide ( ) presente. ( ) ausente Obs.:__________________________________________
Saliva ( ) características_____________ drenagem de SOG ( ) características _________________________
Elasticidade da pele: _______________________________________________________________________
Obs.:
Necessidade de Nutrição
Dieta: não ( ) sim ( ) Como? Via oral ( ) via enteral ( ) via parenteral ( ) SOG ( )
gastrostomia ( )
Resíduo Gástrico: não ( ) sim ( ) Características:______________________________________________
Regurgitação: não ( ) sim ( ) Características:__________________________________________________
Broncoaspiração: não ( ) sim ( ) Características:_______________________________________________
Tipo de leite: materno ordenhado ( ) materno pasteurizado ( ) leite artificial ( )
Reflexo de sucção: não ( ) sim ( ) Reflexo de deglutição: não ( ) sim ( )
Amamentação: genitora orientada: não ( ) sim ( ) presença de leite suficiente: não ( ) sim ( )
Características do abdome: flácido ( ) globoso ( ) semi-globoso ( ) tenso ( ) dor ( ) presença de
ostomias ( ) Qual?_______________Alças intestinais delimitadas: não ( ) sim ( ) RH: não ( ) sim ( ).
Obs.:
Necessidade de integridade cutâneo-mucosa, integridade física e cuidado corporal
Integridade da pele: íntegra ( ) ruptura ( ) Local e características_________________________________
Características da pele: lisa ( ) brilhante ( ) grosseira ( ) descamação ( ) palidez ( )
icterícia ( ) Até zona: _____ palidez ( ) pletora ( ) equimose ( ) Onde?________________________
verniz caseoso ( ) escoriação ( ) Onde?__________________ milium sebáceo ( ) lanugem ( )
mancha mongólica ( ) eritema tóxico ( ) hemangioma ( ) Onde?________________________________
edema ( ) Onde?_____________ flebite ( ) Onde?____________ Hiperemia. Onde?_________________
petéquias ( ) Onde?_______________________________________________________________________
Coto umbilical: gelatinoso ( ) desidratação( ) mumificado ( ) sinais flogísticos ( )
Quais?_____________________________________ Cicatriz umbilical ( )
Higiene corporal: satisfatória ( ) precária ( )
Obs.:
Necessidade de exercício, atividade física, motilidade, sono e repouso
99
Reflexos: moro ( ) preensão palmar e plantar ( )
Atividade: ativo ( ) hipoativo ( ) reativo ao manuseio ( ) reativo ao estímulo doloroso ( ) sedado ( )
Motilidade: Movimentação e flexão dos membros ( ) movimentos bruscos ( ) hipotonia ( )
tremores ( ) espasticidade ( ) hipertonia ( )
Expressão facial: tranqüilo ( ) inquietação ( ) dor ( )
Sono e repouso: sono irregular ( ) sono regular ( ) choro ( ) agitação ( ) movimento descoordenado
dos membros ( ) vigília ( )
Obs.:
Necessidade de Percepção
Reflexo de piscar os olhos ao estímulo luminoso ( )
Reage ao som de alta freqüência (Ex.: bombas de infusão e ventiladores mecânicos) ( )
Reage ao som de baixa freqüência (Ex.:canções e voz materna) ( )
Atividade motora: preservada ao manuseio ( ) diminuída ( )
Reflexo de busca ( )
Obs.:
Necessidade de regulação endócrina
Hipertrofia de grandes lábios ( ) mamas ingurgitadas ( ) pseudomestruação ( )
Obs.:
Necessidade de eliminação
Eliminação intestinal: mecônio ( ) fezes de transição ( ) fezes lácteas ( ) sangue ( )
Diurese: não ( ) sim ( ) características:_____________________________________________________
Ânus pérvio: sim ( ) não ( ) estimulação retal ( )
Ostomias: ileostomia ( ) colostomia ( )
Obs.:
Necessidade Terapêutica
Vínculo mãe-filho: estabelecido ( ) frágil ( )
Ligação afetiva: incentivada através do toque dos pais ( ) visita dos pais ( )
Informação: patologia ( )
Obs.:
Necessidade de Segurança
Redução do nível de ruído: manuseio cuidadoso da incubadora ( ) atendimento pronto dos alarmes ( )
Incentivo: som da voz materna ( ) toque materno ( )
Proteção da pele: mínimo uso de fitas/esparadrapos ( )
Posicionamento: posição fetal ( )
Procedimentos dolorosos: toque ( ) sucção não-nutritiva ( )
Obs.:
Necessidade de amor e aceitação
Serenidade ( ) irritabilidade ( ) choro ( )
Manifestações de carências afetivas ( ) Quais? __________________________________________________
Respeito a autonomia dos pais: informação e esclarecimento sobre: ambiente ( ) rotina ( )
normas ( )
Obs.:
Necessidade de comunicação
Expressão facial ( ) Choro ( ) franzir da testa ( ) Sorriso ( )
Obs.:
Necessidade de atenção
Estimular nos pais os sentimentos de amor, carinho, acolhimento e delicadeza ( )
Obs.:
Necessidade
s Psicoespirituais dos pais
Religião: católica ( ) evangélica ( ) Testemunha de Jeová ( ) Outra ( )
especificar_______________________________________________________________________________
Batismo: pais expressão o desejo do batismo sim ( ) não ( )
Obs.:
ANOTAÇÕES SUPLEMENTARES DA ENFERMEIRA
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
101
Vale ressaltar que foi respeitada a Resolução n° 196/96 do Conselho Nacional de
Saúde (BRASIL, 2000) que trata de pesquisas envolvendo seres humanos, portanto os pais
dos recém-nascidos, bem como os profissionais que foram convidados a participar desse
estudo, foram esclarecidos sobre a pesquisa conforme explicitado no Apêndice G e H.
Essa etapa da pesquisa teve início no dia 15/08 e término do dia 10/09 do corrente ano.
Nesse período, foi possível aplicar a 2ª versão do instrumento em apenas seis neonatos devido
às características específicas de uma UTIN do HULW, como longa permanência dos
pacientes e uma pequena quantidade de leitos disponíveis (cinco leitos), além do fato de que
alguns recém-nascidos internados na unidade em estudo serem procedentes de outros
municípios e também de outros serviços e, nesses casos, nem sempre possuímos um
responsável presente para autorizar a inclusão do RN neste estudo.
Durante o período da coleta de dados, houve oito admissões na UTIN do HULW,
porém destas uma foi referente a um paciente procedente de outro município, e outra foi
procedente de outro serviço de João Pessoa; em ambos os casos não tivemos acesso aos pais
ou responsáveis pelos recém-nascidos, sendo esses excluídos de nossa amostra.
Diante dessas informações, obtivemos um total de seis instrumentos de coleta de
dados preenchidos e avaliados; não obtivemos nenhuma recusa por parte das sete enfermeiras
da unidade, porém uma delas não teve a oportunidade de aplicar o histórico de enfermagem;
as demais seis enfermeiras, cada uma aplicou um instrumento e seguiu com sua avaliação.
Para a avaliação da operacionalidade do instrumento de coleta de dados, foi solicitado
às enfermeiras, após seu aceite em participar da pesquisa, que inicialmente solicitasse aos pais
ou responsáveis pelos recém-nascidos internados na UTIN a autorização da inclusão do RN
na pesquisa, em caso de aceite proceder com o preenchimento do histórico de enfermagem,
construído anteriormente com a participação de todos as enfermeiras desta unidade,
observando o tempo de coleta dos dados, forma de apresentação do instrumento, dúvidas e
dificuldades encontradas no preenchimento, bem como sugestões, conforme explicitado no
apêndice I.
Com relação ao tempo de preenchimento, as enfermeiras relataram um tempo médio
de vinte minutos, porém alguns dados de identificação materna e paterna ficaram em aberto
para serem preenchidos posteriormente com a presença de um dos pais, uma vez que, quando
o recém-nascido chega à unidade, geralmente chega sozinho, desacompanhado dos genitores
ou familiares, devido a vários motivos, tais como, parto cirúrgico, recém-nascido transferido
de outro serviço de saúde ou de outro município.
102
Com relação à forma de apresentação do instrumento, nenhuma sugestão para
modificação foi relatada, tendo um aceite de 100% das enfermeiras.
No terceiro item da avaliação, referente às vidas e dificuldades encontradas no
preenchimento, foi relatada por uma enfermeira (16,7%) a dificuldade nas anotações de
alguns dados maternos e paternos, mas, como explicado, alguns desses dados serão
preenchidos posteriormente com a presença dos pais, portanto resolvemos não retirá-los por
considerar esses dados importantes para subsidiar pesquisas posteriores.
No quarto item da avaliação, não tivemos nenhuma observação, representando um
aceite por 100% da população.
Após esse momento, realizamos uma análise da segunda versão do instrumento para
coleta de dados, e realizamos algumas alterações que visam torná-lo ainda mais
compreensível, completo e sem repetições desnecessárias.
No primeiro item do instrumento, denominado de dados maternos e paternos, havia
um subitem denominado “uso de drogas” e um outro denominado “uso de álcool”. Para
facilitar a compreensão desse item, resolvemos reescrevê-lo de forma mais clara, sendo então,
os subitens citados anteriormente alterados respectivamente para “uso de drogas durante a
gestação”, e “uso de álcool durante a gestação”. Neste mesmo tópico, no subitem “local”, que
se refere à localização da genitora, foi modificado para “Local onde está a genitora” e
acrescentamos a informação se os pais vivem ou não juntos.
Na necessidade de nutrição acrescentamos o registro da quantidade do resíduo gástrico
(RG), pois havia a solicitação de registro das características do mesmo. Enquanto que, no
subitem necessidade de integridade cutâneo-mucosa, integridade física e cuidado corporal,
um subitem relacionado à localização da ictérica, retiramos uma palavra, onde lia-se “Até
zona”, foi modificado para “Zona”.
Em relação à necessidade de exercício e atividade física, acrescentamos alguns
reflexos presentes no neonato, uma vez que constituem informações importantes no processo
de avaliação neurológica do RN, os mesmos estarão presentes na versão final do instrumento
de coleta de dados a que se propõe esse estudo.
Os reflexos acrescentados foram: Babinski, que consiste em tocar na parte externa da
região plantar do pé, no sentido superior, a partir do calcanhar e através do arco do pé,
fazendo com que os dedos sofram hiperextensão, e o polegar, dorsiflexão. Tal reflexo
desaparece após um ano de idade; o reflexo nico assimétrico do pescoço, o qual podemos
verificar quando a cabeça da criança é virada para um lado, então o braço e a perna daquele
lado sofrem extensão, e o braço e a perna opostos flexionam-se. Esse reflexo desaparece em
103
torno de 3-4 meses, sendo substituído pelo posicionamento simétrico de ambos os lados do
corpo; o reflexo da marcha que podemos observar quando a criança é segurada de modo que a
sola dos pés toque em uma superfície rígida; então ocorre a flexão e a extensão recíprocas da
perna, assemelhando-se a uma deambulação, desaparecendo após 3-4 semanas de idade,
sendo substituído pelo movimento deliberado (WONG, 1999).
Nas necessidades de eliminação, havia outros dados importantes na avaliação
geniturinária dos neonatos, que não haviam sido contemplados inicialmente, tais como, a
localização do meato urinário (epispádia, hipospádia) e defeitos geniturinários (fimose,
hidrocele, hérnia inguinal), os quais devem ser pesquisados durante a realização do exame
físico. Portanto, essas informações foram acrescidas na versão final do instrumento de coleta
de dados.
O meato urinário, nos neonatos do sexo masculino, deve estar localizado na
extremidade do pênis, porém, se o mesmo estiver localizado na superfície dorsal do pênis, dá-
se o nome de epispádia. Quando o meato urinário está localizado atrás da glande peniana ou
em qualquer ponto ao longo da superfície ventral do corpo do pênis, denomina-se hipospádia.
Além desses defeitos relacionados ao meato urinário, existem outros defeitos genitorinário
que podemos encontrar nos RN do sexo masculino, tais como fimose (estreitamento ou
estenose da abertura prepucial), hidrocele (presença de líquido no escroto) e a hérnia inguinal
(protusão do conteúdo abdominal através do canal inguinal do escroto), esses são os
principais defeitos externos no trato genitorinário no RN do sexo masculino (WONG, 1999).
Com relação a genitália feminina, ao nascimento normalmente, os pequenos lábios, os
grandes lábios e o clitóris encontram-se edemaciados, especialmente após o nascimento com
apresentação de nádegas. Geralmente, o meato urinário, em um neonato do sexo feminino,
encontra-se localizado atrás do clitóris. Durante a primeira semana de vida, pode haver uma
secreção vaginal com características de uma pseudomenstruação resultante de uma redução
repentina dos hormônios maternos e, em geral, desaparece em torno de dois a quatro semanas
(WONG, 1999).
Outra modificação ocorreu no item necessidade de amor e aceitação, do qual foi
retirado o subitem choro para evitar duplicidade de registro de uma mesma informação, uma
vez que o mesmo também está localizado na necessidade de comunicação, onde melhor se
encaixa.
Também percebemos, após uma releitura das necessidades psicoespirituais dos pais,
que faltava um subitem que abordasse a necessidade de conforto espiritual dos pais, pois a
104
não está condicionada a uma religião. Portanto, o conforto espiritual foi adicionamos na
versão final do instrumento.
Após a avaliação de todos os itens do instrumento de coleta de dados, com relação à
forma da apresentação e conteúdo, testagem da operacionalidade e viabilidade, apresentamos
a seguir a versão final do instrumento de coleta de dados para recém-nascidos internados na
UTIN do HULW.
UTI – NEONATAL
Histórico de Enfermagem
1- Dados de identificação materna e paterno
DADOS MATERNOS
Nome da mãe:
105
5- Necessidades Humanas Básicas / Exame Físico
T incubadora
°C
T axilar
°C
P
bpm
FC
B
pm
FR
irpm
Sat O
2
PA
mmHg
Necessidade de Abrigo
Incubadora aquecida ( ) berço aquecido ( )
Obs.:
Necessidade de regulação térmica
Hipotermia ( ) hipertermia ( ) normotermia ( )
Obs.:
Necessidade de Oxigenação
Ausculta respiratória MV+ s/ RA AHT - normais ( ) MV+ c/RA HTD ( ) HTE ( ) roncos ( )
Sibilos ( ) estertores ( ) MV ( ) HT_______ MV ausente ( ) onde? _______________________
Tipo de respiração espontânea ( ) artificial ( ) Modalidade:______________________________
eupnéico ( ) dispnéico ( ) apnéico ( ) pausa respiratória ( ) taquipnéico ( )
106
Integridade da pele: íntegra ( ) ruptura ( ) Local e características___________________________
Características da pele: lisa ( ) brilhante ( ) grosseira ( ) descamação ( ) palidez ( )
icterícia ( ) zona: ________ palidez ( ) pletora ( ) equimose ( ) Onde?_________________
verniz caseoso ( ) escoriação ( ) Onde?_________________ mìlium sebáceo ( ) lanugem ( )
mancha mongólica ( ) eritema tóxico ( ) hemangioma ( ) Onde?__________________________
edema ( ) Onde?_____________ flebite ( ) Onde?____________ Hiperemia. Onde?__________
petéquias ( ) Onde?________________________________________________________________.
Coto umbilical: gelatinoso ( ) desidratação( ) mumificado ( ) sinais flogísticos ( )
Quais?________________________________ Cicatriz umbilical ( )
Higiene corporal: satisfatória ( ) precária ( )
Obs.:
Necessidade de exercício, atividade física, motilidade, sono e repouso
Reflexos: moro ( ) preensão palmar e plantar ( ) Babinski ( ) marcha ( )
tônico assimétrico do pescoço ( )
Atividade: ativo ( ) hipoativo ( ) reativo ao manuseio ( ) reativo ao estímulo doloroso ( )
sedado ( )
Motilidade: Movimentação e flexão dos membros ( ) movimentos bruscos ( ) hipotonia ( )
tremores ( ) espasticidade ( ) hipertonia ( )
Expressão facial: tranqüilo ( ) inquietação ( ) dor ( )
Sono e repouso: sono irregular ( ) sono regular ( ) choro ( ) agitação ( ) movimento
descoordenado dos membros ( ) vigília ( )
Obs.:
Necessidade de Percepção
Reflexo de piscar os olhos ao estímulo luminoso ( )
Reage ao som de alta freqüência (Ex.: bombas de infusão e ventiladores mecânicos) ( )
Reage ao som de baixa freqüência (Ex.:canções e voz materna) ( )
Atividade motora: preservada ao manuseio ( ) diminuída ( )
Reflexo de busca ( )
Obs.:
Necessidade de regulação endócrina
Hipertrofia de grandes lábios ( ) mamas ingurgitadas ( ) pseudomestruação ( )
Obs.:
Necessidade de eliminação
Eliminação intestinal: mecônio ( ) fezes de transição ( ) fezes lácteas ( ) sangue ( )
Diurese: não ( ) sim ( ) características:_______________________________________________
Ânus pérvio: sim ( ) não ( ) estimulação retal ( )
Ostomias: ileostomia ( ) colostomia ( )
Sexo masculino: Epispádia ( ) hipospádia ( ) fimose ( ) hidrocele ( ) hérnia inguinal ( )
Sexo feminino: pequenos e grandes lábios edemaciados ( )
Obs.:
Necessidade Terapêutica
Vínculo mãe-filho: estabelecido ( ) frágil ( )
Ligação afetiva: incentivada através do toque dos pais ( ) visita dos pais ( )
Informação: patologia ( )
Obs.:
Necessidade de Segurança
Redução do nível de ruído: manuseio cuidadoso da incubadora ( )
atendimento pronto dos alarmes ( )
Incentivo: som da voz materna ( ) toque materno ( )
Posicionamento: posição fetal ( )
Procedimentos dolorosos: toque ( ) sucção não-nutritiva ( )
Obs.:
Necessidade de amor e aceitação
Serenidade ( ) irritabilidade ( )
Manifestações de carências afetivas ( ) Quais? ___________________________________________
Respeito a autonomia dos pais: informação e esclarecimento sobre: ambiente ( ) rotina ( )
normas ( )
Obs.:
107
Necessidade de comunicação
Expressão facial ( ) Choro ( ) franzir da testa ( ) Sorriso ( )
Obs.:
Necessidade de atenção
Os pais demonstram sentimentos de amor, carinho, acolhimento e delicadeza ( )
Obs.:
Necessid
ades Psicoespirituais dos pais
Religião: católica ( ) evangélica ( ) Testemunha de Jeová ( ) Outra ( )
especificar________________________________________________________________________
Batismo: pais expressam o desejo do batismo sim ( ) não ( )
Necessidade de conforto espiritual: sim ( ) não ( )
Obs.:
ANOTAÇÕES SUPLEMENTARES DA ENFERMEIRA
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
João Pessoa, _____de _________de __________.
________________________________________
Enfermeira / COREN
Após a formulação final do instrumento de coleta de dados para recém-nascidos
internados na UTIN do HULW, discutiremos a seguir os dados encontrados nesta pesquisa,
visando ressaltar a importância do registro desses dados, facilitar o preenchimento do
instrumento, bem como uniformizar a compreensão dos indicadores que compõem o Histórico
de Enfermagem.
6.4.1 Discussão do instrumento de coleta de dados formulado na pesquisa
A aplicação do histórico de enfermagem (HE), como instrumento de coleta de dados,
constitui a primeira etapa para a implementação da SAE, permitindo à enfermeira obter
informações específicas sobre o paciente, visando facilitar o seu processo de trabalho, uma
vez que constitui um meio de detecção das necessidades latentes, e permite realizar um
planejamento da assistência direcionado para minimizar ou solucionar os problemas
identificados.
108
Por meio do HE, a enfermeira também conhece mais profundamente o neonato em
seus aspectos físicos, fisiológicos e comportamentais, permitindo compreendê-lo de uma
forma mais ampla, inserido em um contexto familiar. Esse Instrumento foi construído
segundo a Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Wanda de Aguiar Horta e foi
composto por: 1) Dados de identificação materna e paterna; 2) Identificação do recém-
nascido; 3) Dados antropométricos; 4) Motivo do internamento; 5) Necessidades Humanas
Básicas / Exame Físico (contemplando as necessidades psicobiológicas, psicossociais do RN
e as necessidades psicoespirituais dos pais). Podemos identificar as necessidades de abrigo,
de regulação térmica, de oxigenação, de hidratação, de nutrição, de integridade cutânea-
mucosa, integridade física e cuidado corporal; necessidades de exercício, atividade física,
motilidade, sono e repouso; necessidade de percepção, de regulação endócrina, de eliminação;
necessidade de terapêutica, de segurança, de amor e aceitação, de comunicação, de atenção e
necessidade psicoespirituais dos pais, uma vez que o RN não possui essa necessidade latente
devido a sua faixa etária. Logo abaixo de cada item, existe um espaço para possíveis
observações da enfermeira, algo que necessite ser registrado e que não tenha sido
contemplado nos itens existentes no instrumento.
Por meio da entrevista e do exame físico, técnicas utilizadas no preenchimento do
histórico de enfermagem, a enfermeira possui a oportunidade de realizar seu julgamento
clínico, empregando as técnicas básicas de inspeção, palpação, percussão, ausculta e
mensuração. A seqüência da realização do exame deverá ser definida pela enfermeira, apenas
recomendamos que os procedimentos dolorosos sejam os últimos a serem realizados.
1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO MATERNA E PATERNA
Constitui a primeira parte do histórico de enfermagem, devendo ser registrado de
forma legível o nome completo da mãe, sua data de nascimento, escolaridade e profissão. Os
dados obstétricos dizem respeito à realização ou não de pré-natal; caso tenha realizado pré-
natal, quantas consultas foram feitas durante a gestação e onde foram realizadas. Registrar
também a quantidade de gestações até o momento: quantos partos, se houve ou não algum
natimorto, se tem algum filho com mal-formação, em caso positivo, informar qual a mal-
formação. Registrar se fez uso de drogas, de álcool e medicamentos durante a gestação; em
caso de resposta afirmativa, especificar qual a droga, álcool ou medicamento. Indagar a
genitora sobre doenças na última gestação e em gestações anteriores. Informar tipo sanguíneo
materno, onde a genitora se encontra no momento, se na maternidade ou na UTI do serviço
(HULW), ou ainda se essa genitora se encontra em outro lugar; neste último caso, especificar
109
o mesmo. Anotar o endereço completo com um número de telefone para contato e solicitar o
nome e o número telefônico de uma pessoa significativa para ela. Com relação aos dados
paternos, os mesmos se restringem ao nome completo, escolaridade e profissão.
2 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO
Nesse momento, deve ser informado o nome do recém-nascido, caso o mesmo já tenha
sido registrado; caso contrário, repetir o nome da genitora. Registrar a data e hora da
admissão, sua procedência, o número da Declaração de Nascidos Vivos; este último, se
estiver disponível. Relatar detalhadamente as condições de transporte (se em incubadora
aquecida, berço comum, nos braços de um profissional, se chegou com oxigenoterapia ou não,
com ou sem acesso venoso, quais profissionais acompanharam a criança, havia presença ou
não de hipotermia e demais informações que julgar importantes). Além desses dados, registrar
a data e hora do nascimento, sexo do neonato, tipo de parto (cirúrgico ou eutócito), apgar no
1° e 5° minutos, idade gestacional e tipo sanguíneo.
3 DADOS ANTROPOMÉTRICOS
A enfermeira, ao admitir a criança, deverá verificar o peso (pesar a criança em balança
de braços, de tamanho apropriado, previamente desinfetada com álcool a 70%, que mede
pesos com precisão de 10g, e retirar toda roupa da criança (fralda, ataduras, tudo que possa
influenciar no peso e realizar a aferição); estatura (deitar a criança em uma superfície plana,
encostar a cabeça na parte fixa da régua antropométrica, esticar os membros inferiores,
colocar as próprias mãos sobre os joelhos e encostar a parte móvel da régua na planta dos pés,
realizar a leitura, e acomodar a criança); o perímetro cefálico (posicionar a criança em
decúbito dorsal, colocar uma fita métrica ao redor do osso frontal, logo acima dos supercílios,
passando pela parte mais saliente do occiptal, ler a medida que se apresenta no encontro das
duas partes da fita e registrar o procedimento); o perímetro torácico (posicionar a criança em
decúbito dorsal, colocar a fita métrica em volta do tórax, passando sobre os mamilos e realizar
a leitura) e o perímetro abdominal (posicionar a criança em decúbito dorsal, passar a fita
métrica ao redor do abdome da criança sobre a cicatriz umbilical ou coto umbilical. A medida
é dada pelo valor ao encontro das duas partes da fita) (WONG; 1999; COLLET; OLIVEIRA,
2002).
110
4 MOTIVO DE INTERNAMENTO
Registrar detalhadamente os motivos e os sinais e sintomas apresentados no momento
do internamento. A enfermeira, uma vez conhecendo esses dados, direcionará seus cuidados
às necessidades criticamente afetadas que deflagraram o internamento do RN na UTIN.
5 NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS /EXAME FÍSICO
A criança será avaliada dentro das necessidades psicobiológicas, psicossociais e
psicoespirituais, sendo estas últimas reservadas aos pais, devido às características da faixa
etária do paciente. Devemos coletar os dados a partir de uma visão ampliada das necessidades
humanas, entendendo o neonato como um ser inserido em um contexto social familiar;
portanto, os pais deverão ser sempre inseridos no processo de coleta de dados.
Inicialmente recomendamos verificar os sinais vitais os quais permitem a avaliação de
parâmetros respiratórios (a freqüência respiratória deverá ser contada em um minuto devido à
respiração irregular do neonato; saturação de oxigênio); cardiovasculares (o pulso, a
freqüência cardíaca, em sua avaliação quantitativa, deverão ser avaliados em um minuto
completo; verificação da pressão arterial em neonatos hemodinamicamente instáveis que
estejam fazendo uso de drogas vasoativas) e rmicos (registrar temperatura da incubadora ou
berço aquecido, bem como a temperatura axilar do neonato).
5.1 Necessidade de abrigo
Neste momento, registrar se a criança se encontra em incubadora aquecida ou berço
aquecido, as duas modalidades de acomodação disponíveis na UTIN do HULW.
5.2 Necessidade de regulação térmica
Para avaliação dessa necessidade, o profissional verificará a temperatura axilar cuja
técnica consiste em erguer o braço da criança e colocar o termômetro, segurar o braço e
ombro durante três a cinco minutos, para manter o termômetro em contato com a pele; após
esse tempo, retirá-lo e registrar o valor presente na coluna de mercúrio (COLLET;
OLIVEIRA, 2002). Após a verificação, avaliar se a criança está hipotérmica (temperatura
axilar inferior a 36,5°C), normotérmica (36,5° a 37,5°) ou febril (temperatura corpórea acima
de 37,5°C) (MELO; SILVEIRA, 1997).
111
5.3 Necessidade de oxigenação
A avaliação do sistema respiratório em neonatos internados em uma UTIN é de suma
importância, uma vez que grande parte das admissões desses pacientes nesta unidade se
por uma alteração na capacidade de manter uma ventilação pulmonar eficaz, necessitando de
auxílio da ventilação mecânica em suas diversas modalidades.
A enfermeira deverá proceder a ausculta respiratória, identificando assimetrias entre os
hemitórax, sons adventícios, tais como, roncos (que correspondem a um estertor seco), sibilos
(estertores de tonalidade aguda, lembrando o sopro de um vento), estertores (respiração
ruidosa que lembra o roncar), todo ruído anormal percebido na ausculta dos pulmões, devido
à passagem de ar pelas vias brônquicas estreitadas) (MANUILA. A; MANUILA. L.;
NICOULIN, 1997). Observar também se há diminuição dos sons respiratórios ou se os
mesmos estão ausentes.
Registrar o tipo de respiração, ou seja, se é espontânea (sem uso de aparelhos
ventilatórios) ou artificial. Avaliar se o mesmo encontra-se eupnéico (ausência de dificuldade
respiratória e freqüência respiratória dentro dos limites da normalidade, freqüência
respiratória normal para RN é de trinta a sessenta incursões respiratórias por minuto), porém,
durante o primeiro período de reatividade (seis a oito horas de vida), a freqüência pode
alcançar oitenta incursões/minuto; dispnéico (neste caso, a presença de dificuldade
respiratória, evidente por batimentos de asas de nariz, tiragem intercostal, tiragem subcostal,
tiragem esternal, dentre outros), apnéico (ausência de incursões respiratórias por mais de vinte
segundos), pausa respiratória (ausência de incursões respiratórias por até vinte segundos),
registrar se a respiração é irregular, se há presença de respiração periódica (períodos de
respiração regular com duração de vinte segundos seguido por períodos de pausa respiratória
inferiores a dez segundos, ocorrendo em pelo menos três vezes consecutivas), presença de
gemido expiratório, se cianose, presença de sangramento (em vias aéreas superiores ou
vias aéreas inferiores), taquidispnéico (quando aumento da freqüência respiratória
acompanhado de dificuldade respiratória) e taquipnéico (quando há aumento da freqüência
respiratória) (NETTINA, 1998; WONG, 1999).
É importante conhecer se o neonato faz uso de suplementação de oxigênio e, se
positivo, qual a modalidade, CPAP nasal, Hallo ou outro. Relatar a presença de secreção e
realização de aspiração seja em vias aéreas superiores ou inferiores (MANUILA. A.;
MANUILA, L.; NICOULIN, 1997).
112
5.4 Necessidade de Hidratação
Os sinais, no neonato, que indicam que essa necessidade está afetada incluem a
elasticidade da pele, depressão da fontanela bregmática e saliva espessa ou ausente. Com
relação à necessidade de hidratação, abordaremos neste item o aparelho cardiovascular, uma
vez que a hidratação no neonato se dá por via parenteral; a via oral destina-se ao oferecimento
de dieta, não é a via indicada para reposição drica no RN devido à capacidade gástrica
reduzida. Por esse motivo, também abordaremos neste tópico a rede venosa e acesso venoso,
além da ausculta cardíaca e avaliação da freqüência cardíaca.
A enfermeira deve realizar a inspeção da rede venosa, observando se a mesma se
encontra prejudicada ou preservada, se ou não presença de acesso venoso, se o mesmo é
periférico ou central e se presença de sinais flogísticos no mesmo. Observar também a
perfusão sanguínea, se está preservada ou prejudicada. Durante a ausculta cardíaca, observar a
fonética das bulhas e a freqüência cardíaca (FC); no neonato, é considerada normal a FC entre
130 a 160 bpm. Em relação ao peso, no recém-nascido a termo pode haver uma perda de até
10% do peso ao nascer, e no recém-nascido prematuro essa perda pode chegar a 15%, devido
a uma maior perda insensível (perda de líquidos que ocorre através da pele e da respiração) de
água nesses neonatos. Nos recém-nascidos pré-termo extremo, a desidratação ocorre com
maior freqüência do que nos neonatos a termo devido a grande perda insensível de água
através de fototerapia, taquipnéia, hipertermia, além da possibilidade de perdas para o terceiro
espaço nos casos de peritonite e septicemia, das perdas pela drenagem gástrica por sondas,
uso de diuréticos e doenças cirúrgicas (ARAUJO, 2004). Portanto, a observação freqüente
faz-se necessária. A fontanela é um parâmetro que deve ser avaliado nos neonatos, tanto a
bregmática, quanto a lambdóide, devendo ser medidas e avaliadas quanto à tensão
(normotensas, deprimidas ou abauladas). A saliva é outro parâmetro indicador do estado de
hidratação do neonato, portanto mucosa oral seca deve ser vigiada. A elasticidade da pele
também é um indicador importante para avaliar a necessidade de hidratação, devendo
verificar-se se a elasticidade está normal ou diminuída; quando está diminuída dizemos que há
a presença da prega cutânea.
5.5 Necessidade de Nutrição
A abordagem da nutrição é primordial no neonato gravemente enfermo, pois deverá
alimentar-se o mais precocemente possível, visando evitar outros problemas de saúde. A dieta
pode ser administrada por via enteral (instalando-se uma sonda orogástrica -SOG, até que o
RN se adapte à vida extra-uterina); parenteral (em recém-nascidos agudamente enfermos); por
113
via oral (RN estáveis) ou até mesmo através do seio materno, tendo sempre cuidado com o
decúbito que deve ser elevado durante e após a administração da dieta visando evitar
regurgitação e, uma possível broncoaspiração da dieta (WONG, 1999). Àqueles que são
alimentados através de SOG, a enfermeira deverá verificar o resíduo gástrico antes de
administrar a dieta e registrar a quantidade e a característica do mesmo. Se houver
regurgitação ou broncoaspiração, deverá ser relatado. O tipo de leite é outro fator importante
no restabelecimento do neonato, portanto deverá ser incentivado o aleitamento materno, sendo
avaliado no recém-nascido o reflexo de sucção e de deglutição, e características do abdome.
5.6 Necessidade de integridade cutâneo-mucosa, integridade física e cuidado corporal
Nesse item, serão avaliados a pele, o coto umbilical e a higiene corporal do recém-
nascido. Portanto, registrar se a pele do neonato está integra ou não, se houver ruptura do
tecido epitelial informar o local e características. A pele do neonato está relacionada com a
idade gestacional: neonatos prematuros possuem a pele lisa, brilhante e muito frágil, ao
contrário de neonatos pós-termo que apresentam a pele ressecada, áspera e descamativa.
Outros achados que podemos encontrar são icterícia (pele e olhos amarelados devido a
degradação da bilirrubina após 24 horas do nascimento. Se a icterícia é detectada no
nascimento, essa icterícia é patológica), palidez, pletora (pele bem avermelhada), equimose,
vernix caseoso (material branco, gorduroso e pegajoso que recobre o RN, principalmente a
partir da 36° semana gestacional, principalmente as dobras, ele é rico em substâncias
nutritivas), mancha mangólica (área azul-esverdeada, localizada no dorso e nas regiões glútea
e lombossacra, podendo ser disseminada. Traduz a imaturidade da pele na migração dos
melanócitos, os quais estão relacionados aos fatores raciais), eritema tóxico (aparece
geralmente nos primeiros dias de vida e constitui-se de lesões eritemopapulosas esparsas que
regridem espontaneamente; trata-se de uma reação alérgica ao ambiente), lanugem (pêlos
finos que cobrem o corpo; encontrados principalmente nos prematuros; caem em poucos
dias), hemangioma, edema (nos prematuros o edema é duro e localizado nos membros
inferiores e região genital; regredindo em alguns dias), flebite, hiperemia, petéquias. Todas as
anormalidades encontradas deverão ser registradas, bem como sua localização. Com relação
ao coto umbilical, podemos encontrá-lo gelatinoso, em desidratação ou mumificado, com ou
sem presença de sinais flogísticos. Na ausência do coto umbilical, avaliaremos a cicatriz
umbilical. Ao mesmo tempo, a higiene corporal deverá ser avaliada concomitante com a
avaliação da pele (WONG, 1999).
114
5.7 Necessidade de exercício, atividade física, motilidade, sono e repouso.
A avaliação da atividade física do neonato e da motilidade deverá envolver uma
abordagem dos reflexos neonatais, tais como, o de moro (normalmente quando fazemos um
ruído forte ou movimentamos bruscos, a criança joga os braços e as pernas para frente, abre
os dedos em leque. Desaparece por volta dos três ou quatro meses de idade), o de preensão
palmar e plantar (o recém-nascido fecha os dedos das mãos e dos pés ao encostar um objeto) e
o de sucção (faz-se estímulo, colocando o dedo na boca do RN; o mesmo deverá sugá-lo.
Persiste por toda infância, mesmo sem estímulo, quando está dormindo) (WONG, 1999). Com
relação à atividade, a mesma poderá sofrer influência de sedativos, porém podemos classificar
o neonato em ativo (quando possuir movimentação espontânea freqüente) hipoativo (quando
se movimenta esporadicamente), reativo ao manuseio, reativo ao estímulo doloroso. Com
relação a motilidade dos membros, podemos avaliar se movimentação e flexão dos
membros, movimentos bruscos, hipotonia, tremores, espasticiade ou hipertonia.
A expressão facial revela se o neonato se encontra tranqüilo, inquieto ou com dor.
Outro fator a ser avaliado é o sono e repouso do neonato, que poderá ter um sono regular,
irregular, quando o choro, a agitação, o movimento descoordenado dos membros podem
influenciar negativamente nessa necessidade básica para organização do sistema nervoso do
neonato; além disso, devemos observar se o mesmo se encontra em vigília.
5.8 Necessidade de Percepção
A enfermeira nesse momento deverá observar se o neonato pisca os olhos ao estímulo
luminoso, se reage ao som de alta freqüência (como bomba de infusão), se reage ao som de
baixa freqüência (como a voz materna), ao mesmo tempo observar a atividade motora e o
reflexo de busca; para tanto, a profissional de enfermagem deverá desenvolver ou aprimorar
sua capacidade de percepção e de observação sistemática.
5.9 Necessidade de regulação endócrina
Deverá ser observada a presença de hipertrofia dos grandes lábios e pseudomestruação
nos neonatos de sexo feminino e mamas ingurgitadas nos recém-nascidos de ambos os sexos.
5.10 Necessidade de eliminação
A avaliação das eliminações fisiológicas é realizada neste item, porém algumas
peculiaridades a que a enfermeira necessita estar atenta para poder realizar um julgamento
115
clínico detalhado, como a diferenciação da evacuação do recém-nascido de acordo com as
horas de vida.
A primeira evacuação do neonato denomina-se de mecônio, e é composta por quido
aminiótico, secreções intestinais, células descamativas e possivelmente sangue (sangue
materno ingerido ou sangramento mínimo de vasos do trato alimentar), possui uma coloração
escura, quase preta, pegajosa. A eliminação do mecônio deve ocorrer dento das primeiras 24-
48 horas. A seguir, apresentará as fezes de transição, geralmente após o terceiro dia após o
início da alimentação, verde-acastanhada e amarelo-acastanhada e menos viscosa que o
mecônio. Em torno do quarto dia, apresentará as fezes lácteas; se o RN mama, as fezes são
amareladas e pastosas na consistência, se não mama as fezes são amarelo pálido a castanho
claro e apresentam consistência mais firme (WONG, 1999). A presença de sangue deverá ser
investigada. Caso o recém-nascido não apresente evacuação nas primeiras 24 horas de vida
(eliminação do mecônio), deverá ser verificado se o ânus está pérvio ou não e pode ser
realizada uma estimulação retal. Alguns neonatos cirurgiados podem estar com ileostomias ou
colostomias, e, se presentes, devem ser registradas com suas características.
Com relação à diurese, a primeira micção deverá ocorrer nas primeiras 24 horas, sendo
que a bexiga esvazia voluntariamente quando apresenta um volume de 15 ml.
Com relação ao meato urinário, nos meninos o mesmo deverá estar localizado na
extremidade do pênis, mas alguns defeitos geniturinários podem estar presentes e modificar
essa localização. Quando o meato urinário estiver localizado na superfície dorsal do pênis, dá-
se o nome de epispádia; quando o meato urinário está localizado atrás da glande peniana ou
em qualquer ponto ao longo da superfície ventral do corpo do pênis, denomina-se hipospádia.
Outros defeitos genitorinário também podem estar presentes no neonato do sexo masculino,
tais como, fimose (estreitamento ou estenose da abertura prepucial), hidrocele (presença de
líquido no escroto) e a hérnia inguinal (protusão do conteúdo abdominal através do canal
inguinal do escroto). Esses são os principais defeitos externos no trato genitorinário no RN do
sexo masculino (WONG, 1999).
Com relação à genitália feminina, ao nascimento, normalmente os pequenos lábios, os
grandes lábios e o clitóris encontram-se edemaciados. Quanto ao meato urinário, o mesmo se
encontra localizado atrás do clitóris (WONG, 1999).
116
5.11 Necessidade Terapêutica
Nesse momento, deverá ser observado o vínculo mãe-filho, se há alguma dificuldade
na interação com o neonato. A enfermeira utilizará de sua sensibilidade para perceber a causa,
se houver algum comprometimento no pleno estabelecimento dessa interação mãe-filho,
estendendo-se ao genitor. Ao mesmo tempo, esta profissional poderá estar atuando no sentido
de aumentar a ligação afetiva, retirando dúvidas e proporcionando a oportunidade de
aproximação dos pais com o neonato através do toque e, a depender do estado clínico do
recém-nascido, auxiliar na realização do método canguru. A enfermeira deverá apoiar a
genitora e auxiliá-la na aproximação do filho, a fim de estabelecer, manter e fortalecer o
vínculo mãe-filho, além de ser um agente importante no processo de esclarecimento de
possíveis dúvidas, inclusive com relação à patologia do RN.
5.12 Necessidade de Segurança
A necessidade de segurança do neonato abrange tanto a esfera física (cuidado com a
pele, através da utilização mínima de esparadrapos e fitas adesivas) quanto a esfera
emocional, pois o neonato necessita de redução do nível de ruídos, incentivo do som materno,
acolhimento (toque) ou mesmo de sucção não nutritiva durante os procedimentos dolorosos,
até um posicionamento que lhe confira segurança como o posicionamento fetal. Portanto, o
registro desses dados nos proporciona uma visão mais ampla de como essa necessidade está
sendo atendida.
5.13 Necessidade de amor e aceitação
A enfermeira verificará o comportamento do neonato, quanto às suas necessidades de
amor, portanto a serenidade, a irritabilidade e o choro (sem estar associado a fatores
biológicos, como fome e dor) são manifestações de satisfação ou não dessa necessidade.
Algumas vezes, manifesta carências afetivas, como choro constante e alivio ao ser embalado
nos braços ou afagado. Os pais são importantíssimos parceiros na resolutividade dessas
necessidades, assim o profissional de enfermagem deve respeitar sua autonomia, valorizando
suas informações e fornecendo esclarecimentos sobre o ambiente, as normas e rotinas do
serviço, bem como esclarecer dúvidas sobre a patologia de seu filho.
5.14 Necessidade de comunicação
O neonato não possui desenvolvida a comunicação verbal, entretanto pode expressar-
se e ser compreendido através da expressão facial, do choro, do sorriso e do franzir da testa.
117
Essas expressões devem ser observadas e registradas a fim de se identificarem os fatores que
causam desconforto ao RN. Após essa identificação, solucionar o problema.
5.15 Necessidade de atenção
A família constitui o primeiro vínculo social do neonato, e necessitamos fortalecer
esse laço de amor, carinho, acolhimento e delicadeza entre o RN e a família. Os pais deverão
ser incentivados a demonstrar seu afeto para com o recém-nascido, o que facilitará inclusive a
recuperação de sua saúde. Para tanto, os pais também precisam ser cuidados para que se
sintam fortalecidos e estejam instrumentalizados a participar dos cuidados ao bebê, sentindo-
se, assim, co-participes no processo terapêutico.
5.16 Necessidades psicoespirituais dos pais
Essa é uma necessidade latente dos pais e não dos neonatos. Para melhor assistir essa
família e compreendê-la mais amplamente, necessitamos saber se possui ou não uma religião,
e se professam alguma fé. A enfermeira deverá registrar a religião dos pais e verificar se os
mesmos estão carentes de conforto espiritual.
6 ANOTAÇÕES SUPLEMENTARES DA ENFERMEIRA
Esse local é reservado para anotação de resultado de exames laboratoriais, exames
complementares, alergias medicamentosas, medicamentos em uso, bem como o registro de
alguma informação julgada importante pela enfermeira e que não tenha sido contemplada no
corpo do instrumento de coleta de dados.
O HE deve ser realizado no momento da admissão ou em até 48 horas após a
admissão, quando as necessidades humanas básicas afetadas ainda estão evidentes. E
relevante ressaltar que, ao cuidar de um neonato, não estamos nos aproximando de um único
ser, mas de um núcleo social chamado família e é nesta perspectiva (a de inclusão familiar)
que devemos realizar o nosso cuidado, de forma que este venha a romper com os limites
físicos de uma incubadora e estender-se à cadeira ao lado.
Após seu preenchimento, a enfermeira que procedeu ao exame físico e a entrevista
deverá registrar a data e hora, bem como assinar e registrar o número de seu Conselho
Regional de Enfermagem – COREN.
118
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Sistematização da Assistência de Enfermagem é uma necessidade latente na prática
diária dos profissionais dessa área, consiste em um método de trabalho que permite uma
maior visibilidade e organização das ações de enfermagem.
Considerando que o neonato gravemente enfermo possui peculiaridades que o
diferenciam de outros clientes, é que nos propomos a realizar esse estudo visando contribuir
para a melhoria da qualidade da assistência de enfermagem neonatológica na UTIN do
HULW, fornecendo subsídios para que o SAE comece a ser uma realidade neste serviço.
A clientela da UTIN possui particularidades que devem ser consideradas pelos
profissionais de saúde que exercem suas atividades profissionais no referido setor.
Entendemos que cuidar do RN se encontra intrinsecamente relacionado à família e temos a
percepção de que a terapêutica só será eficaz se conseguirmos envolver os pais no processo de
hospitalização, valorizando o vínculo entre o binômio família-neonato.
A realização deste estudo proporcionou o resgate de conhecimentos teóricos
relacionados ao recém-nascido e sua relação com a família, proporcionando uma visão
ampliada de suas necessidades psicobiológicas, psicossociais e psicoespirituais, bem como do
referencial teórico adotado neste estudo que foi proposto por Horta.
A elaboração desta pesquisa foi um processo longo, complexo e desafiador. Composto
por várias fases, cada qual com uma finalidade, mas todas direcionadas para responder aos
objetivos propostos.
Como se trata de um estudo metodológico, a coleta e análise dos dados foi realizada
em etapas: a primeira etapa constituiu o momento de identificação dos indicadores empíricos
em neonato; a segunda etapa da pesquisa, intitulada estruturação do instrumento de coleta de
dados em neonatos, na qual os indicadores identificadores na etapa anterior foram avaliados
pelas enfermeiras da UTIN do HULW, e aqueles que apresentaram uma concordância igual
ou maior a 50%, foram inseridos na primeira versão do instrumento para coleta de dados;
após, teve início a terceira etapa denominada: Validação do Conteúdo, através da qual as
enfermeiras da UTIN puderam avaliar a forma de apresentação, conteúdo, realizar acréscimos
ou retirada de itens e, finalmente, chegamos à quarta fase do estudo intitulada:
Operacionalização do instrumento de coleta de dados, na qual tivemos a participação das
enfermeiras e dos neonatos, uma vez que o instrumento de coleta de dados foi aplicado em
RN admitidos no setor da pesquisa.
119
Na construção do instrumento, tivemos a preocupação de torná-lo prático, conciso e o
mais completo possível. Caminhamos, buscando essas características e acreditamos que a
construção do mesmo respondeu satisfatoriamente ao que se propôs, porém, e diante da
complexidade das necessidades psicobiológicas, psicossociais e psicoespirituais do binômio
família-neonato, sugerimos a realização de pesquisas posteriores que possam enfocar mais
profundamente os aspectos psicossociais e psicoespirituais desse binômio, para o que
recomendamos a implementação de uma consulta de enfermagem aos pais de neonatos recém-
admitidos na UTIN do HULW.
Considerando os objetivos iniciais deste estudo, podemos perceber que todos foram
alcançados, culminando na formulação de um instrumento de coleta de dados para recém-
nascidos internados na UTIN do HULW, tendo o mesmo sido validado pelas enfermeiras da
UTIN e, posteriormente, verificada a sua operacionalidade, sendo considerado viável por
essas profissionais.
No decorrer deste estudo, encontramos algumas adversidades. A quantidade restrita de
leitos da UTIN do HULW (apenas cinco leitos), bem como o tempo prolongado de internação
dos neonatos (impedindo que novas admissões fossem realizadas) foram fatores que
inviabilizaram a aplicação do instrumento de coleta de dados formulado em um número maior
de bebês. Porém, esses fatores não comprometeram a veracidade dos resultados encontrados
uma vez que o objetivo foi construir um instrumento para coleta de dados em recém-nascidos
especificamente internados na UTIN do HULW, e sua validação envolveu todas as
enfermeiras, com exceção da pesquisadora, da unidade referida.
Acreditamos que este instrumento não seja a versão definitiva, pois a sua utilização
diária na assistência de enfermagem na UTIN pode suscitar ajustes com exclusão ou inclusão
de itens de avaliação não percebidos até o momento. Mas, entendemos que a sua aplicação
trará para a enfermagem da UTIN o estímulo para desenvolver novas pesquisas, inclusive as
fases subseqüentes da SAE, e uma melhor qualidade do cuidado aos recém-nascidos que
necessitarem deste serviço.
Esperamos que esse instrumento de coleta de dados, produto final desta pesquisa, seja
aceito e viabilizado pela instituição através de medidas administrativas adequadas.
Com relação à equipe de enfermeiras da UTIN, ressaltamos nossa admiração, pois em
todas as fases contribuíram sobremaneira para a construção do instrumento (foi solicitada a
colaboração de todas e, em nenhum momento, houve recusa, ou seja, 100% das profissionais
participaram deste estudo) evidenciando o compromisso profissional por um cuidado cada vez
mais qualificado, individualizado, o desejo de aperfeiçoar e atualizar seu conhecimento,
120
enfim, percebemos que o trabalho na UTIN é desenvolvido por uma equipe que busca um
único objetivo: cuidar com qualidade e responsabilidade. Esperamos que a SAE, em todas as
suas fases, em breve seja implementada neste setor.
Encerramos este trabalho, certas de que o grande desafio não termina por aqui. Este é
apenas um começo, o primeiro passo de um caminhar longo, mas gratificante, e que cada
passo dado será uma vitória, não nossa, mas de toda a categoria profissional da Enfermagem
e, mais ainda, será a conquista de um direito adquirido pela clientela que possa ser beneficiada
com os cuidados intensivos da UTIN do HULW.
121
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2003.
130
APÊNDICES
131
APÊNDICE A
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (ENFERMEIRAS DA
UTIN DO HULW - VERIFICAÇÃO DOS INDICADORES)
Prezada (o) colega,
Eu, Juliana de Alencar Gouvêa, mestranda do Programa de Pós-Graduação em
Enfermagem do Centro de Ciências da Saúde, da Universidade Federal da Paraíba, na área de
Fundamentos teórico-filosóficos do cuidar em saúde e enfermagem, pretendo desenvolver a
pesquisa intitulada: Construção e validação de um instrumento de coleta de dados para
recém-nascidos internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Hospital
Universitário Lauro Wanderley. Esse estudo têm o objetivo de construir um instrumento
para coleta de dados (Histórico de Enfermagem) para recém-nascidos internados na Unidade
de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW),
fundamentado no Marco Conceitual das Necessidades Humanas Básicas de Wanda de Aguiar
Horta; validar o instrumento de coleta de dados elaborado anteriormente com as enfermeiras
do setor citado anteriormente; aplicar o instrumento de coleta de dados em recém-nascidos
internados na UTIN visando confirmar sua operacionalidade. Portanto, solicito sua
colaboração na identificação dos indicadores que você considera importantes durante a
avaliação do recém-nascido em suas dimensões psicobiológicas, psicossociais e
psicoespirituais, objetivando construir a primeira versão do instrumento que esta pesquisa se
propôs a realizar para recém-nascidos internados na UTIN.
Informo que será garantido o seu anonimato e assegurada sua privacidade, assim como
o direito de desistir de participar deste estudo em qualquer momento da pesquisa. A critério
de esclarecimento, não há riscos previsíveis na realização deste estudo e ressalto, que não será
efetuada nenhuma forma de gratificação por sua participação. Os dados coletados farão parte
do nosso trabalho, podendo ser divulgados em eventos científicos e publicados em revistas
nacionais ou internacionais. A pesquisadora estará a disposição para qualquer esclarecimento
durante todo o processo de desenvolvimento deste estudo.
Após todas essas informações, agradeço antecipadamente sua atenção e colaboração.
Eu,___________________________________, concordo em participar desta
pesquisa, declarando, para os devidos fins, que cedo os direitos das informações coletadas
132
pela pesquisadora, estando ciente dos objetivos da pesquisa e aceito participar da mesma com
a liberdade de retirar o meu consentimento, sem que isso me traga prejuízo.
João Pessoa, ______/_______/_______.
__________________________________ _______________________________
Enfermeira Pesquisadora
Endereço:
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Universidade Federal da Paraíba – Centro de Ciências da Saúde
CEP 58059-900 João Pessoa – PB
Telefone (0XX83) -3216-7109
133
APÊNDICE B
CARTA DE ESCLARECIMENTO
Cara colega leia atentamente a definição das principais necessidades humanas básicas
encontradas em recém-nascidos e suas manifestações, selecionadas a partir da revisão da
literatura científica. Após leitura dos dados explicitados anteriormente, você deverá avaliá-lo.
Caso você considere essa manifestação importante na avaliação do neonato, assinale com um
“X” a alternativa “Concordo”, mas, se você considera essa manifestação dispensável assinale
um “X” na alternativa “Não concordo”. Por exemplo: na necessidade psicobiológica, temos a
necessidade de oxigenação com suas manifestações listadas abaixo; caso você concorde que a
taquipnéia, a apnéia, a pausa respiratória e a bradipnéia são manifestações freqüentes e que
devem ser avaliadas cuidadosamente nos neonatos internos na UTIN, você fará como o
exemplo abaixo, assinando um “X” na coluna da alternativa “Concordo”; caso vonão
concorde, deverá assinalar um “X” na coluna “Não concordo”.
NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS NO RECÉM-NASCIDO
NECESSIDADES PSICOBIOLÓGICAS
Concordo
Não
concordo
Oxigenação: processo de utilização do oxigênio nos fenômenos de oxi-redução das
atividades vitais (HORTA, 1979).
1- Taquipnéia X
2- Apnéia X
3-Pausa respiratória X
4- Bradipnéia X
Sugestão para acréscimo
134
unidade. Após o término do preenchimento deste instrumento, o mesmo deverá ser devolvido
à pesquisadora. Agradeço antecipadamente pela sua colaboração.
Atenciosamente,
_________________________________
Juliana de Alencar Gouvêa
Mestranda
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Universidade Federal da Paraíba – Centro de Ciências da Saúde
CEP 58059-900 João Pessoa – PB
Telefone (0XX83) -3216-7109
135
APÊNDICE C
INSTRUMENTO DA PESQUISA – Identificando os indicadores das Necessidades
Humanas Básicas dos recém-nascidos internados na UTIN do Hospital Universitário Lauro
Wanderley.
1- Prezada colega,
AbTJ20.64 TLT*[( )5585(i)-2.16436(t)-2.16436(a)3.74(l)-2.16436( )-0.146571(U16436( )-0.146571(U162.80439(i)-2.12)-0.293142(e)3171(-t46571(U164ã.147593( )]TJ20.639(i)-2.12))-0.147593( )]TJ-142(e)3171(-c]TJ-199.077(o)-146571(U164t46571(U16497( )-0.147792(r)-7.27)-2.91497701.74(A.14779287.639(i)-2.Td1(U)1.57564(4(u)-0.293142(r)2d)-0.295585(o)-01(i)-2.16436(n)-0.p4(l)-2.16436( )-0.146571()-0.(T)]TJ268.71i)-2.20.295585(o)-0-2701.74(A1(i)-2.-0.293142(e)3.74244(s)-1.2312( )250]TJ-188.8.16436( )-0.)-0.147593( )]TJ-142(e39 -20.79.2855( )-0.1h0.295585(d)u-0.147593( m26(E)-3.393.74(s)-1.22997(i)-2.16558(c)3.7268.71i)-2.65774(l)-2.1643á.16558(c)3.7268.74(s)-1.231285(l)-2.16558(e(T)]TJ268.71i)-2.2074( )-0.146571(U)1.57564(T)]TJ268.71i)-2.200.295581510-2701.74(A1(i)-2.3.74(i.16436(d2384(d)-0.46571(n88.871 -20.76 Td[(42(e39 -20.c.76 Td[(12( )250]TJ-188.871 -2-0.295585(d)m)-2.46056(a)3.74(n)79.28555(a)3.74(s)-c)3.74(a)3.74()3.740.147593( )]TJ)3.74a)3.74()3.74t46571(U164(c)3.74(6( )-0.)-0)-0.295585(a)3..147792(r)-7.217)-248(I)12.8103(N)1.57564( )17)-248(4 TLT*[( )146571(U164t46571(U164e]TJ-199.077(o)-1.57564t46571(U164u(U)1.57564(4(u)-0(o)-1.701.74(A( )17)-24701(i)-2.16436(nU164e]TJ-1.295585(o)-0.295585U164í295585U164f9.077(o)-146571(681s)-1.22997( )-0,r)2.80439(s( )17)-2470m)-2.46056e]TJ-1g)(1)-03d)u-0.147593( 12( )250]TJ-1)-0.295585(a)3.( )17)-2470)-0.147593( )]TJ-1( )17)-2470m)-2.46056u4)1.065( )-0.185(a)3.( )17)-2470
136
Hidratação: é a necessidade de manter um nível de quidos corporais, compostos
principalmente pela água, de forma que haja o favorecimento ao metabolismo corporal
(POTTER E PERRY, 2002; BENEDET; BUB, 2001).
23- Depressão de fontanela bregmática
24 - Enchimento capilar
25- Elasticidade da pele
26- Perdas insensíveis (fototerapia, hipertermia e taquipnéia)
27- Saliva
28- Diurese
29- Drenagem de sonda orogástrica
30- Hipotensão
Sugestão para acréscimo:
Nutrição: processo metabólico do organismo para obter alimentos, controlar a digestão e o
armazenamento destes para manter a vida do indivíduo (BATISTA, 2004; BENEDET; BUB,
2001; POTTER; PERRY, 2002).
31- Peso
32- Leite materno ordenhado
33- Leite materno pasteurizado
34- Leite Artificial
35- Via oral
36- Via enteral
37- Via parenteral
38- Amamentação
39- Dieta
40- Regurgitação
41- Resíduo gástrico
42- Broncoaspiração
43- Gastrostomia
44- Abdome
45- Sucção
46- Deglutição
Sugestão para acréscimo:
Eliminação: Processo metabólico do organismo capaz de eliminar os resíduos metabólicos e
substâncias desnecessárias ou excedentes (Potter e Perry, 2002).
47- Mecônio
48- Fezes
49- Ânus
50- diurese
51- Sangue
Sugestão para acréscimo:
137
Sono e repouso: Todo o organismo humano precisa de um período de repouso absoluto, seja da
mente como do corpo, com o objetivo de proporcionar uma reorganização psíquica e funcional
do sistema nervoso, conseqüentemente atuando em outras funções corporais pela diminuição do
metabolismo, visando restaurar tais funções (STEFANE, 2000; BENEDET; BUB, 2001).
52- Sono regular
53- Sono irregular
54- Choro
55- Agitação
56- Raiva
57- Movimentação descoordenada dos movimentos
58- Vigília
Sugestão para acréscimo:
Exercício e atividade física: consiste no mover-se intencionalmente sob determinadas
circunstâncias por meio do uso da capacidade de controle e relaxamento dos grupos musculares
(BENEDET E BUB, 2001).
59- Reflexo moro
60- Reflexo preensão palmar e plantar
61- Reflexo de sucção
62- Hipoativo
63- Ativo
64- Reativo ao manuseio
65- Reativo ao estímulo doloroso
66- Sedado
Sugestão para acréscimo:
Motilidade: é “a capacidade de movimentar os segmentos corporais, visando atender suas
necessidades básicas” (HORTA, 1979).
67- Expressão facial
68- Movimentação e flexão dos membros
69- Flacidez muscular
70- Hipotonia
71- Tremores
72- Movimentos bruscos
Sugestão para acréscimo:
Abrigo: necessidade de um ambiente protegido, ideal para a moradia de cada tipo de pessoa.
Após o nascimento o RN deve ser protegido, pois ele possui uma capacidade muito limitada de
autodefesa, é altamente dependente das pessoas que cuidam dele no que diz respeito a manter o
ambiente seguro (DU GÁS, 1988).
138
73- Incubadora
74- Berço aquecido
Sugestão para acréscimo:
Cuidado corporal: “é a necessidade do indivíduo para deliberada, responsável e eficazmente,
realizar atividades com o objetivo de preservar seu asseio corporal” (BENEDET; BUB, 2001,
p.117).
75- Coto umbilical
76- Cicatriz umbilical
77- Banho
Sugestão para acréscimo:
Integridade cutâneo-mucosa e integridade física: A necessidade de integridade cutâneo-
mucosa consiste na obrigação do organismo na manutenção das funções de proteção, regulação
da temperatura, sensação e excreção da pele e das mucosas, enquanto que a necessidade de
integridade física consiste na capacidade do organismo em manter suas características de
sensibilidade, elasticidade, vascularização e umidade do tecido epitelial, subcutâneo e mucoso,
tendo como objetivo a proteção do corpo (BEBEDET; BUB, 2001; POTTER; PERRY, 1999).
78- Pele íntegra
79- Ruptura da integridade da pele
80- Irritabilidade da pele
81- Bolhas
82- Pele lisa
83- Pele brilhante
84- Pele grosseira
85- Pele com descamação
86- Palidez
87- Icterícia
88- Pletora
89- Equimose
90- Verniz caseoso
91- Sudorese palmar
92- Escoriação
93- Milium sebáceo
94- Mancha mongólica
95- Eritema tóxico
96- Hemangioma
97- Lanugem
98- Edema
99- Flebite
100- Hiperemia
Sugestão para acréscimo:
139
Regulação (térmica, hormonal, crescimento celular):
Térmica: capacidade do organismo em manter a temperatura central (interna) entre
36° e 37°C, através do equilíbrio entre o calor que o organismo produz e a perda de
energia térmica (BENEDET; BUB, 2001; ATKINSON; MURRAY, 1989). Segundo
a Organização Mundial de Saúde, a temperatura corpórea normal do recém-nascido
está entre 36,5° e 37,5°C, considerando hipotermia quando a temperatura axilar está
abaixo de 36,5°C e hipertermia quando a mesma se encontra acima de 37,5°C, sendo
esta menos freqüente que a hipotermia (MELO; SILVEIRA, 1997).
101- Hipotermia
102- Hipertermia
103- Normotermia
Sugestão para acréscimo:
Endócrina: capacidade do corpo em manter em equilíbrio todo o sistema endócrino,
ou seja, de regular todas as secreções das glândulas endócrinas, denominadas de
hormônios e atuam como mensageiros químicos com a finalidade de alterar a
atividade de vários órgãos (HOOD; DINCHER, 1995).
104- Hipertrofia de grandes lábios
105- Mamas ingurgitadas
106- Pseudomestruação
Sugestão para acréscimo:
Percepção (auditiva, visual, olfativa, gustativa, tátil e dolorosa): Consiste na necessidade do
organismo de perceber o meio através de estímulos nervosos visando interagir com o outro e a
perceber o ambiente (BENEDET; BUB, 2001).
107- Reflexo de piscar os olhos ao estímulo luminoso
108- Reage ao som de alta freqüência (tais como: alarmes de bombas
de infusão e ventiladores mecânicos)
109- Atividade motora
110- Choro
111- Reage ao som de baixa freqüência (tais como: canções e voz
materna)
112- Sucção ávida
Sugestão para acréscimo:
Terapêutica: Consiste na necessidade de participar de atividades e receber cuidados dirigidos
para a promoção, manutenção e recuperação da saúde. É algo que vai além da terapia
medicamentosa, é o desejo pelo bem-estar proporcionado por energia, vitalidade e satisfação
com a vida (ARAÚJO, 1996).
113- Vínculo mãe-filho
114- Visitas dos pais
140
115- Toque dos pais
116- Ligação afetiva
117- Informações sobre o estado de saúde do RN
Sugestão para acréscimo:
NECESSIDADES PSICOSSOCIAIS
Concordo
Não
concordo
Segurança: o desenvolvimento de segurança no ser humano possui o objetivo de fazer com que
o mesmo se sinta seguro emocionalmente, ou seja, proporcionar elementos necessários para
garantir sua estabilidade emocional através da confiança nos sentimentos e emoções dos outros
em relação a si (BENEDET; BUB, 2001).
118- Redução do nível de ruídos (tais como: alarmes, manuseio
cuidadoso com a incubadora)
119- Proteção da pele
120- Som da voz materna
121- Toque materno
Sugestão para acréscimo:
Amor e aceitação: De acordo com Benedet e Bub (2001) a necessidade de amor e aceitação
consiste na necessidade de ter sentimentos e emoções em relação às pessoas em geral visando
ser aceito e integrado aos grupos, bem como ter amigos e família. Para Horta (1979, p. 41) a
necessidade de amor “é o processo dinâmico de troca de energia emocional positiva entre os
seres vivos”.
122- Manifestação de carências afetivas
123- Choro
124- Irritabilidade
125- Serenidade
126- Respeito à autonomia dos pais
127- Informação e esclarecimentos aos pais sobre: ambiente, rotina,
normas, patologia do RN.
Sugestão para acréscimo:
Comunicação: “é a necessidade de enviar e receber mensagens utilizando linguagem verbal e
não verbal, com o objetivo de interagir com os outros” (BENEDET; BUB, 2001, p. 146).
128- Expressão facial
129- Choro
130- Franzir de testa
131- Sorriso
Sugestão para acréscimo:
141
Atenção: é a necessidade que sente o ser humano de ser querido, saber que é valorizado e que
as pessoas significativas se importam com ele e com o que ele faz” (SILVA, 2004, p. 50).
132- Amor
133- Carinho
134- Acolhimento
135- Delicadeza
Sugestão para acréscimo:
NECESSIDADES PSICOESPIRITUAIS
Concordo
Não
concordo
Religiosa ou teológica, ética ou filosofia de vida: “uma necessidade inerente aos seres
humanos e está vinculada àqueles fatores necessários para o estabelecimento de um
relacionamento dinâmico entre a pessoa e um ser ou entidade superior com o objetivo de se
sentir espiritual” (BENEDET; BUB, 2001, p. 192).
Item Relacionado aos pais
136- Religião
137- Batismo
Sugestão para acréscimo:
2- Caracterizando os colaboradores:
Idade: 20-30 21-30 31-40 41-50 51-60 Mais de 60 anos
Sexo: Feminino Masculino
Anos de experiênica profissional como enfermeira:
Menos de 1 ano 1-5 anos 6-10 11-15 16-20 Mais de 20 anos
Nível de educação em Enfermagem:
Graduação
Especialização Especificar _______________________________________________.
Mestrado Especificar área de concentração:_________________________________.
Doutorado Especificar área de concentração:_________________________________.
Anos de experiência com neonatologia:
Menos de 1 ano 1-5 anos 6-10 11-15 16-20 Mais de 20 anos
Realiza atividades: Assistenciais Gerenciais Docente
Sua contribuição é muito valiosa na realização deste estudo. Obrigada pela
colaboração.
Juliana de Alencar Gouvêa
142
APÊNDICE D
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (ENFERMEIRAS DA
UTIN DO HULW - VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO)
Prezada colega,
Eu, Juliana de Alencar Gouvêa, mestranda do Programa de Pós-Graduação em
Enfermagem do Centro de Ciências da Saúde, da Universidade Federal da Paraíba, na área de
Fundamentos teórico-filosóficos do cuidar em saúde e enfermagem, venho desenvolvendo a
pesquisa intitulada: Construção e validação de um instrumento de coleta de dados para
recém-nascidos internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Hospital
Universitário Lauro Wanderley. Esse estudo tem o objetivo de construir um instrumento
para coleta de dados (Histórico de Enfermagem) para recém-nascidos internados na Unidade
de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW),
fundamentado no Marco Conceitual das Necessidades Humanas Básicas de Wanda de Aguiar
Horta; validar o instrumento de coleta de dados elaborado anteriormente com enfermeiras do
setor citado anteriormente; aplicar o instrumento de coleta de dados em recém-nascidos
internados na UTIN visando confirmar sua operacionalidade. Portanto, solicito sua
colaboração no sentido avaliar a primeira versão do instrumento de coleta de dados para
recém-nascidos, construído a partir dos indicadores empíricos encontrados na literatura e
avaliados pelas enfermeiras da UTIN do HULW, propondo sugestões quanto forma de
apresentação e conteúdo do instrumento. Sua contribuição é importantes para que a versão
do instrumento possa ser elaborado.
Informo que será garantido o seu anonimato e assegurada sua privacidade, assim como
o direito de desistir de participar deste estudo em qualquer momento da pesquisa. A critério
de esclarecimento, não há riscos previsíveis na realização deste estudo, e ressalto que não será
efetuada nenhuma forma de gratificação por sua participação. Os dados coletados farão parte
do nosso trabalho, podendo ser divulgados em eventos científicos e publicados em revistas
nacionais ou internacionais. A pesquisadora estará a disposição para qualquer esclarecimento
durante todo o processo de desenvolvimento deste estudo.
Após todas essas informações, agradeço antecipadamente sua atenção e colaboração.
Eu,___________________________________, concordo em participar desta
pesquisa, declarando, para os devidos fins, que cedo os direitos das informações coletadas
143
pela pesquisadora, estando ciente dos objetivos da pesquisa e aceito participar da mesma com
a liberdade de retirar o meu consentimento, sem que isso me traga prejuízo.
João Pessoa, ______/_______/_______.
______________________________________ ________________________________
Enfermeira Pesquisadora
Endereço:
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Universidade Federal da Paraíba – Centro de Ciências da Saúde
CEP 58059-900 João Pessoa – PB
Telefone (0XX83) -3216-7109
144
APÊNDICE E
CARTA DE ESCLARECIMENTO – VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO
João Pessoa, julho de 2007
Prezada colega, leia atentamente as instruções a seguir para o preenchimento deste
instrumento.
Essa primeira versão do instrumento de coleta de dados deve ser avaliado quanto a
forma de apresentação e conteúdo. Para cada item a ser avaliado será possível a escolha entre
duas opções concorda (caso você não queira fazer nenhuma alteração no item) e não concordo
(caso você queira propor alguma modificação no item), devendo justificar a modificação
sugerida no espaço reservado para esse fim. Veja exemplo abaixo:
1- Dados de identificação materna
Nome:
Data nascimento Gesta: Para: Pré-natal:
Tipo Sanguíneo: Religião:
Local: Maternidade ( ) UTI ( ) Motivo: Outro ( )
Endereço:
Telefone:
Pessoa significativa: Telefone
Obs.:
1- Dados de identificação materna
Concordo ( ) Não concordo ( X )
Justifique: Deveria ser acrescentado o nome do pai do recém-nascido.
Lembre-se que sua contribuição é muito valiosa, avalie com atenção cada item, faça as
sugestões que julgar necessárias. Obrigada!
145
APÊNDICE F
INSTRUMENTO DE VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO
1) Forma de apresentação:
Concorda ( )
Não concorda ( ) Justifique: _____________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
2) Identificação materna:
Concorda ( )
Não concorda ( ) Justifique: _____________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
3) Identificação do recém-nascido:
Concorda ( )
Não concorda ( ) Justifique: _____________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
4) Dados antropométricos:
Concorda ( )
Não concorda ( ) Justifique: _____________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
5) Motivo de Internamento
Concorda ( )
Não concorda ( ) Justifique: _____________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
6) Necessidades Humanas Básicas / Exame Físico
Concorda ( )
Não concorda ( ) Justifique: _____________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
146
7) Necessidade de Abrigo
Concorda ( )
Não concorda ( ) Justifique: _____________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
8) Necessidade de regulação térmica
Concorda ( )
Não concorda ( ) Justifique: _____________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
9) Necessidade de oxigenação
Concorda ( )
Não concorda ( ) Justifique: _____________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
10) Necessidade de hidratação
Concorda ( )
Não concorda ( ) Justifique: _____________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
11) Necessidade de nutrição
Concorda ( )
Não concorda ( ) Justifique: _____________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
12) Necessidade de Integridade cutâneo-mucosa, integridade física e cuidado
corporal
Concorda ( )
Não concorda ( ) Justifique: _____________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
147
13) Necessidade de exercício, atividade física, motilidade, sono e repouso
Concorda ( )
Não concorda ( ) Justifique: _____________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
14) Necessidade de percepção
Concorda ( )
Não concorda ( ) Justifique: _____________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
15) Necessidade de Regulação endócrina
Concorda ( )
Não concorda ( ) Justifique: _____________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
16) Necessidade de eliminação
Concorda ( )
Não concorda ( ) Justifique: _____________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
17) Necessidade Terapêutica
Concorda ( )
Não concorda ( ) Justifique: _____________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
18) Necessidade de segurança
Concorda ( )
Não concorda ( ) Justifique: _____________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
148
19) Necessidade de amor e aceitação
Concorda ( )
Não concorda ( ) Justifique: _____________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
20) Necessidade de comunicação
Concorda ( )
Não concorda ( ) Justifique: _____________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
21) Necessidade de atenção
Concorda ( )
Não concorda ( ) Justifique: _____________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
22) Necessidades psicoespirituais dos pais
Concorda ( )
Não concorda ( ) Justifique: _____________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
23) Anotações suplementares da enfermeira
Concorda ( )
Não concorda ( ) Justifique: _____________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
149
APÊNDICE G
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (ENFERMEIRAS DA
UTIN DO HULW- AVALIAÇÃO DA OPERACIONALIZAÇÃO DA VERSÃO DO
INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS)
Prezada (o) colega,
Eu, Juliana de Alencar Gouvêa, mestranda do Programa de Pós-Graduação em
Enfermagem do Centro de Ciências da Saúde, da Universidade Federal da Paraíba, na área de
Fundamentos teórico-filosóficos do cuidar em saúde e enfermagem, pretendo desenvolver a
pesquisa intitulada: Construção e validação de um instrumento de coleta de dados para
recém-nascidos internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Hospital
Universitário Lauro Wanderley. Esse estudo têm o objetivo de construir um instrumento
para coleta de dados (Histórico de Enfermagem) para recém-nascidos internados na Unidade
de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW),
fundamentado no Marco Conceitual das Necessidades Humanas Básicas de Wanda de Aguiar
Horta; validar o instrumento de coleta de dados elaborado anteriormente com enfermeiras do
setor citado anteriormente; aplicar o instrumento de coleta de dados em recém-nascidos
internados na UTIN visando confirmar sua operacionalidade. Portanto, solicito sua
colaboração no sentido de avaliar a operacionalidade da 2ª versão do instrumento de coleta de
dados, elaborado na fase anterior, sendo sua colaboração de suma importância para a
elaboração da versão final do instrumento de coleta de dados nos recém-nascidos internados
na UTI-NEO.
Informo que será garantido o seu anonimato e assegurada sua privacidade, assim como
o direito de desistir de participar deste estudo em qualquer momento da pesquisa. A critério
de esclarecimento, não há riscos previsíveis na realização deste estudo e ressalto, que não será
efetuada nenhuma forma de gratificação por sua participação. Os dados coletados farão parte
do nosso trabalho podendo ser divulgados em eventos científicos e publicados em revistas
nacionais ou internacionais. A pesquisadora estará à disposição para qualquer esclarecimento
durante todo o processo de desenvolvimento deste estudo.
Após todas essas informações, agradeço antecipadamente sua atenção e colaboração.
Eu,___________________________________, concordo em participar desta
pesquisa, declarando para os devidos fins, que cedo os direitos das informações coletadas pela
150
pesquisadora, estando ciente dos objetivos da pesquisa e aceito participar da mesma com a
liberdade de retirar o meu consentimento, sem que isso me traga prejuízo.
João Pessoa, ______/_______/_______.
______________________________________ ________________________________
Enfermeira Pesquisadora
Endereço:
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Universidade Federal da Paraíba – Centro de Ciências da Saúde
CEP 58059-900 João Pessoa – PB
Telefone (0XX83) -3216-7109
151
APÊNDICE H
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (PAIS OU
RESPONSÁVEIS PELOS RECÉM-NASCIDOS)
Prezada (o) senhora (o),
Eu, Juliana de Alencar Gouvêa, enfermeira, aluna do curso de curso de mestrado da
Universidade Federal da Paraíba, convido–a (o) a participar deste estudo que será
desenvolvido por mim, tendo como orientadora a professora Drª Maria Júlia Guimarães
Oliveira Soares, intitulado: Construção e validação de um instrumento de coleta de dados
para recém-nascidos internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Hospital
Universitário Lauro Wanderley. Esse estudo tem o objetivo de construir um instrumento
para coleta de dados para recém-nascidos internados no setor de terapia intensiva neonatal,
após validar o instrumento de coleta de dados elaborado anteriormente com enfermeiras da
UTIN do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), e por fim aplicar o instrumento
de coleta de dados em recém-nascidos internados na UTIN visando confirmar sua
operacionalidade. Portanto, será necessário realizar uma entrevista visando obter informações
específicas maternas e do bebê, além de um exame físico detalhado do recém-nascido. Esse
estudo busca contribuir para uma melhor qualidade na assistência de enfermagem voltada
para o bebê, os pais e família, uma vez que o instrumento de coleta de dados que se
elaborado possibilitará uma visão mais ampla do recém-nascido, desde seus aspectos físicos
aos seus aspectos sociais e emocionais. Informo que será garantido o seu anonimato e
assegurada sua privacidade, assim como o direito de desistir de participar deste estudo em
qualquer momento da pesquisa, sem nenhum prejuízo ao tratamento de seu filho. A critério de
esclarecimento, não riscos previsíveis na realização deste estudo e, ressalto que não será
efetuada nenhuma forma de gratificação por sua participação. Os dados coletados farão parte
do nosso trabalho podendo ser divulgados em eventos científicos e publicados em revistas
nacionais ou internacionais. A pesquisadora estará à disposição para qualquer esclarecimento
durante todo o processo de desenvolvimento deste estudo.
Após todas essas informações, agradeço antecipadamente por sua atenção e
colaboração.
Eu,___________________________________, concordo em participar desta
pesquisa, declarando para os devidos fins, que cedo os direitos das informações coletadas pela
152
pesquisadora, estando ciente dos objetivos da pesquisa e aceito participar da mesma com a
liberdade de retirar o meu consentimento, sem que isso me traga prejuízo.
João Pessoa, ______/_______/_______.
______________________________________ ________________________________
Pais ou responsáveis Pesquisadora
Endereço:
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Universidade Federal da Paraíba – Centro de Ciências da Saúde
CEP 58059-900 João Pessoa – PB
Telefone (0XX83) -3216-7109
153
APÊNDICE I
AVALIAÇÃO DA OPERACIONALIDADE DO INSTRUMENTO DE COLETA DE
DADOS EM PACIENTES INTERNADOS NA UTIN DO HULW
Prezada colega,
Estamos chegando ao final deste estudo, que está sendo possível realizar devido a
sua valiosa contribuição. Neste momento estamos na fase da pesquisa, sendo esta etapa
intitulada em: Operacionalização do instrumento, que possui como objetivo verificar a
viabilidade e operacionalidade do instrumento de coleta de dados em anexo, o qual foi
construído com a participação de todas as enfermeiras da UTIN do HULW. Portanto, venho
mais uma vez solicitar a sua colaboração no sentido de testagem clínica do mesmo. Antes da
aplicação do instrumento, a enfermeira que concordar em participar deste estudo deverá
solicitar a autorização dos pais ou responsável do recém-nascido internado, a seguir procederá
com a aplicação do instrumento no paciente. Após a aplicação do mesmo, será necessário que
a sua opinião seja emitida em relação a operacionalidade e viabilidade do instrumento,
dúvidas e dificuldades encontradas, bem como o tempo empregado para o preenchimento do
mesmo. Ressalto, mais uma vez, a importância de sua participação na construção deste estudo
e principalmente a sua colaboração para melhorar a qualidade da assistência de enfermagem
prestada na UTIN do HULW.
Atenciosamente,
Juliana de Alencar Gouvêa
OBSERVAÇÕES SOBRE A OPERACIONALIDADE E VIABILIDADE DO
INSTRUMENTO
1- Tempo utilizado na coleta dos dados:
Início:____________ Término: ______________ Total:____________
2- Forma de apresentação do instrumento:
Concordo ( )
Não concordo ( ) Justifique:_____________________________________________
154
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
3- Dúvidas e dificuldades encontradas no preenchimento:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
4- Sugestões:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Obrigada.
Juliana de Alencar Gouvêa
155
ANEXOS
156
ANEXO A
157
ANEXO B
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
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Baixar livros de Direitos humanos
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Baixar livros de Educação
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Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
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Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
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Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo