RESUMO
Avaliaram-se os parâmetros reprodutivos relacionados à gestação e pós-parto de gatas
domésticas, submetidas ao fotoperíodo equatorial natural. Para tanto, foram utilizados 32
gatos (25 fêmeas e sete machos) adultos, sem raça definida provenientes do gatil experimental
da UECE. O tempo médio de intromissão peniana foi de 10,07 ± 17,10 segundos e o intervalo
de tempo para uma nova aceitação de 13,41 ± 9,74 minutos. Registrou-se que 86,83% das
cópulas seguiram-se de rolamento, 75,63% comportamento de bufar e 74,79% bater
direcionados ao macho, 61,06% de lambedura da área genital e 32,49% de outras regiões do
corpo, excluindo-se a área genital, 16,25% de prurido da região cervical dorsal, 4,48% não
exibiram sinais pós-coito e após uma cópula (0,28%) não houve exibição de sinais pós-coito.
Dos 15 diestros gestacionais, em apenas um (6,66%) foram observados sinais que
caracterizavam a aceitação de monta e cobertura no 2º intervalo. Em 20%, a ocorrência do
comportamento deu-se no 3º intervalo; em 40%,foi observado comportamento de aceitação de
monta e cobertura no 4º intervalo, sendo 20% na semana que precedeu o parto e em 40% dos
diestros não foi observado comportamento de monta e aceitação. A taxa de gestação foi de
75%. Três gatas reabsorveram as ampolas gestacionais, perfazendo uma taxa de parição de
64,29%. A prolificidade média foi de 4,82 ± 1,24 filhotes, com uma proporção macho:fêmea
de 1:1 e 7,32% de natimorto. O tempo médio de anestro pós-parto em gatas que tiveram seus
filhotes desmamados com 35 e 45 dias foi de 54,5 ± 15,21 e 58,8 ± 12,02 dias,
respectivamente. O tempo médio dedicado à amamentação na primeira semana foi superior às
demais semanas, não diferindo entre a segunda e a terceira, e ambas, superiores à quarta
semana. As gatas inseridas na categoria de famílias com 1 a 3 filhotes amamentaram seus
filhotes menos do que aquelas com ninhadas de 4 e 5 filhotes e 6 e 7 filhotes ao longo das
quatro semanas. Foram realizadas 3.627 observações da mãe amamentando pelo menos um
dos filhotes ao longo de quatro semanas; onde, 63,69% amamentaram em decúbito lateral
com suas patas e corpo englobando totalmente os filhotes, 29,39%, rotacionando seu corpo
levemente para expor mais seus tetos, o que em 0,14% culminou na amamentação em
decúbito dorsal e em 6,78%, observou-se a mãe amamentando enquanto estava sentada. Ao
longo da 1ª, 3ª e 4ª semanas, gatas com ninhadas de 1 a 3 filhotes amamentaram seus filhotes
em semicírculo em uma freqüência maior do que as gatas com ninhadas de 4 a 7 filhotes, que
no mesmo período apresentaram uma freqüência de amamentação, rotacionando levemente o
seu corpo. Ao longo das quatro semanas, gatas com ninhadas de 1 a 3 filhotes dedicaram mais
tempo lambendo seus filhotes do que gatas com ninhadas de 4 a 7 filhotes. Os parâmetros
reprodutivos de gatas domésticas durante a gestação e lactação mantidas sob fotoperíodo
equatorial natural assemelham-se àqueles relatas na literatura para gatas domésticas. O
presente trabalho apresentou resultados estatisticamente comprovados no tocante à
distribuição de freqüência das categorias comportamentais que compõe o comportamento
materno-filial.
Palavras chave: Gatas domésticas; características reprodutivas; gestação, pós-parto, relações materno-filiais.
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