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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
FACULDADE DE VETERINÁRIA
Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Barbara Sucupira Pereira
Avaliação das atividades gastroprotetora e
hepatoprotetora dos extratos hexânico e etanólico das
folhas de Momordica charantia L. em modelo
experimental in vivo
Fortaleza - Ceará
2006
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
Barbara Sucupira Pereira
Avaliação das atividades gastroprotetora e
hepatoprotetora dos extratos etanólico e hexânico das
folhas de Momordica charantia L. em modelo
experimental in vivo
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ciências Veterinárias da
Faculdade de Veterinária da Universidade
Estadual do Ceará, como requisito parcial para
obtenção do grau de mestre em Ciências
Veterinárias.
Área de Concentração: Reprodução e Sanidade
Animal.
Orientadora: Diana Célia Sousa Nunes Pinheiro
Fortaleza Ceará
Dezembro, 2006
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P436a Pereira, Barbara Sucupira
Avaliação das
atividades gastroprotetora e
hepatop
rotetora dos extratos etanólico e hexânico das folhas de
Momordica charantia L. em modelo experimental in vivo /
Barbara
Sucupira Pereira. _ Fortaleza, 2006.
77p.
Pinheiro.
Dissertação ?Mestrado Acadêmico em Ciências
Veterinárias? -
Universidade Estadual do Ceará, Faculdade de
Veterinária.
1. Momordica charantia 2
Gastroproteção. 3.
Hepatoproteção. I Universidade Estadual do Ceará, Faculdade
de Veterinária.
CDD: 636.089
Ficha Catalográfica:
Universidade Estadual do Ceará
Curso de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Título do Trabalho: Avaliação das atividades gastroprotetora e hepatoprotetora dos
extratos etanólico e hexânico das folhas de Momordica charantia L. em modelo
experimental in vivo.
Autora: Barbara Sucupira Pereira Nota: 9,5
Aprovada em: 22/12/2006 Conceito obtido: Satisfatório
Banca Examinadora
____________________________________
Profa. Dra. Diana Célia Sousa Nunes Pinheiro
Orientadora
___________________________________
Profa. Dra. Adriana da Rocha Tomé
Membro da banca examinadora
__________________________________
Profa. Dra. Marilac Maria Arnaldo Alencar
Membro da banca examinadora
Dedicatória
Ao meu amado marido Saraiva Jr.,
e aos meus “filhotes”
Pedro Gabriel e Rafael.
DEDICO
Agradecimentos
Ao meu amado pai Francisco de Assis Pereira (in memoriam), tenho certeza que
esteve e ainda está ao meu lado. Saudades da tua filha que te ama incondicionalmente.
A minha querida mãe Risalva Gonçalves Sucupira Pereira por todo o afeto e
apoio. Parabéns pelo exemplo de matriarca que és!
Aos meus amados e queridos filhos Pedro Gabriel Sucupira Saraiva e Rafael
Sucupira Saraiva por terem sido a grande razão e “ração” da minha vida. Pedro Gabriel,
meu amorzinho obrigada por ser o meu filho maravilhoso, obrigada pelos momentos de
descontração e brincadeira. Obrigada pelo seu sorriso, beijos e abraços. Rafael, meu
pimpolhinho, obrigada por ter estado sempre junto a mim durante a primeira fase dessa
longa caminhada que foi o mestrado. Você mais do que ninguém sofreu junto a mim
todas as angústias e apreensões.
Ao meu amado marido Francisco Saraiva da Silva Júnior, por seu amor e
compreensão e por ter me ajudado de uma maneira ou de outra.
Ao meu irmão Cícero Ângelo Sucupira Pereira pela pessoa forte, corajosa,
determinada, verdadeira e acima de tudo pelo exemplo de vida que és. Te amo.
A Maria assunção Carneiro, minha mãe de criação por ter cuidado e protegido a
mim, meu lar e meus filhos.
A minha orientadora Profa. Dra. Diana Célia Sousa Nunes Pinheiro por seu
perfeccionismo nos trabalhos, pela sua orientação e acima de tudo por ter me acolhido
tão carinhosamente em seu lar. Obrigada por sua amizade e atenção.
A professora Selene Maia de Morais pela atenção e colaboração de extrema
importância para a execução dos procedimentos fitoquímicos.
Ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias: professores,
secretárias e pessoal de apoio.
Ao CNPq pelo apoio financeiro durante o mestrado e pelo investimento no meu
crescimento intelectual.
A companheira de laboratório, Ana Karinne Paiva Vasconcelos, por ter ajudado
nestes meses difíceis.
As “meninas” de iniciação científica do laboratório Juliana Furtado Lima Verde
e Renata Sá de Castro Pires pelos momentos de descontração, dicas, conversas e ajuda
durante o experimento. “Está tudo errado!”
Ao amigo e companheiro de turma Carlos Gabriel pelas conversas e conselho,
por compartilhar momentos de angústia, dificuldades, erros, acertos e alegrias. Você é
especial. Amigo, obrigada pelas balinhas de canela, fundamentais para aliviar os meus
enjôos.
A amiga “Tici”, Ticiana Franco Pereira da Silva, por todas as vezes que me
socorreu. Obrigada por todo apoio, amizade, pelas palavras de conforto e pelos
conselhos.
A minha amiga Patrícia Araújo Rodrigues, por todas as vezes que me ajudou nos
experimentos. Você é uma pessoa que está sempre pronta a ajudar os amigos e
principalmente por ser o exemplo de mãe. “Bichinha”, obrigada por tudo!
Aos meus companheiros de mestrado por todos os momentos que passamos
juntos.
RESUMO
A Momordica charantia L. (Curcubitaceae) é empregada na medicina
tradicional popular por suas diversas propriedades biológicas e farmacológicas, além se
ser encontrada em abundância na região nordeste do Brasil. O objetivo deste trabalho
foi avaliar a atividade gastroprotetora e hepatoprotetora dos extratos hexânico ?EH? e
etanólico ?EE? das folhas de M. charantia em um modelo de dano hepático e gástrico
induzidos pelo etanol. Foram utilizados camundongos Swiss, machos, pesando 30 ± 05
g, distribuídos em grupos de 5 a 10 animais cada. O EH e EE foram administrados aos
animais, durante 3 dias, uma vez ao dia, por via oral nas diferentes concentrações (25,
50 e 100 mg/Kg). Grupos controle receberam solução salina, 0,5% de Tween 20 ou
etanol. As lesões agudas gástrica e hepática foram induzidas por etanol (0,2 mL/animal)
no terceiro dia de administração dos extratos. O dano gástrico foi avaliado através de
um escore semi-quantitativo, variando de 0 a 5, sendo também aferido o pH do suco
gástrico. O dano hepático foi avaliado através da dosagem das enzimas aspartato
aminotransferase (AST), alanina aminotransferase (ALT) e lactato desidrogenase
(LDH). O efeito dos extratos sobre o trânsito gastrointestinal foi avaliado através do
teste de motilidade intestinal em camundongos. A atividade antioxidante foi medida
pela atividade antioxidante dos extratos pelo método de varredura dos radicais livres
(DPPH). O estudo fItoquímico dos extratos também foi realizado. Ambos os extratos
(EE e EH) foram associados a uma diminuição significativa de danos na mucosa
gástrica (p<0,001). O pré-tratamento com EH preveniu o aumento dos níveis séricos
tanto de AST como de ALT (p<0,05), enquanto o pré-tratamento com EE preveniu
apenas o aumento de ALT (p<0,05). Os extratos EE e EH levaram a um aumento
significativo do trânsito gastrointestinal em camundongos (p<0,05). A análise
fitoquímica demonstrou a presença de esteróides nos extratos, e uma maior atividade
antioxidante para o EH do que para EE (79,79 versus 39,75%). Pode-se concluir que
ambos EE e EH são gastroprotetores e hepatoprotetores neste modelo de lesão aguda
causada por etanol, e ambos estão associados com o aumento do peristaltismo intestinal.
Entretanto, o grau de proteção gástrico e hepático foi mais elevado com EH do que com
EE, e o maior potencial antioxidante do extrato hexânico pode ser parcialmente
responsável por esta diferença.
ABSTRACT
Momordica charantia L. (Curcubitaceae) is commonly used in popular medicine
based on its biological and pharmacological properties, beyond to have met in
abundance in the northeast region of Brazil. The aim of this work was to evaluate the
gastroprotective and hepatoprotective activity of hexanic (HE) and ethanolic (EE)
extracts of leaves of Momordica charantia in a model of hepatic and gastric damage
induced by ethanol. Swiss male mice, weighting 30 ± 05 g, distributed into groups of
five to ten animals each, were used throughout the experiments. The HE and EE were
administrated by gavage once daily for 3 consecutive days at three different
concentrations (25, 50 and 100 mg/Kg). Saline 0.9%, 0.5% Tween 20 and ethanol
(0.2mL/animal) were administered to control groups in the same manner. Acute gastric
and hepatic lesions were induced by ethanol (0,2 ml/mouse) in the third day. Gastric
damage was evaluated by a semi-quantitative score, ranging from 0 to 5, and gastric
juice pH measurement was also taken. Hepatic damage was evaluated by plasma levels
of alanine amino transferase (ALT), aspartate amino transferase (AST) and lactato
desydrogenase (LDH). The effect of the extracts at gastrointestinal transit was also
evaluated with the intestinal motility test in mice. Antioxidant activity of the extracts
was evaluated by the measurement of free radical scavenging (DPPH). A phytochemical
analysis of the extracts was also made. Both EE and EH were associated with
significant less damage to the gastric mucosa (p<0,001). The pretreatment with HE
prevented the increase in the levels of both AST and ALT (p<0,05), while the
pretreatment with EE prevented only the increase of the ALT (p<0,05). Both EE and
EH were associated with augmented intestinal transit in mice (p<0,05). Phytochemical
analyses showed only the presence of steroids in the extracts, and a higher antioxidant
activity for the EH than for EE (79,79 versus 39,75%). In conclusion, both EE and EH
are gastroprotective and hepatoprotective in the acute ethanol model of damage in mice,
and both are associated with augmented intestinal peristalsis. However, the degree of
gastric and hepatic protection was higher with EH than with EE, and the higher
antioxidant potential of the hexanic extract may be partially responsible for these
differences.
Sumário
página
1. Introdução 01
1.2- Revisão de Literatura 03
1.2.1- Anatomia e fisiologia do fígado 03
1.2.2- Mecanismos de hepatotoxicidade 03
1.2.3- Mecanismo de ação do etanol no fígado 04
1.2.4- Plantas medicinais com atividade hepatoprotetora 06
1.2.5- Anatomia e fisiologia estomacal 07
1.2.6--Lesões da mucosa gástrica 08
1.2.7- Mecanismo de ação do etanol sobre a mucosa gástrica 11
1.2.7- Plantas medicinais com atividade gastroprotetora 12
1.2.8 - Momordica charantia L. 13
1.3- Justificativa 16
1.4- Objetivos gerais 17
1.5- Objetivos específicos 17
2. Material e Métodos 18
2.1.- Coleta da planta 18
2.2.- Preparo dos extratos 18
2.3.- Estudo fitoquímico 18
2.4.- Animais 19
2.5.- Efeito gastroprotetor dos extratos hexânico e etanólico em modelo de
lesão aguda na mucosa gástrica induzida por etanol
19
2.6- Efeito do pré-tratamento com os extratos hexânico e etanólico em modelo
de lesões agudas na mucosa gástrica induzidas por etanol
20
2.7.- Efeito do pré-tratamento com os extratos hexânico e etanólico em modelo
de hepatotoxicidade aguda induzido por etanol sobre parâmetros enzimáticos
séricos
20
2.8.- Efeito dos extratos hexânico e etanólico sobre o trânsito gastrintestinal 21
2.9.- Determinação da atividade antioxidante in vitro extratos das folhas de
Momordica charantia pelo método de varredura do radical livre DPPH
22
2.11.- Análise estatística 22
3.- Resultados 23
3.1.- Estudo fitoquímico dos extratos etanólico (EE) e hexânico (EH) das folhas
de M. charantia
23
3.2.- Efeito dos extratos obtidos das folhas de M. charantia sobre as lesões
gástricas induzidas por etanol
23
3.2.1. - Efeito dos extratos obtidos das folhas de M. charantia sobre os escores
de lesão gástrica, inibição da lesão e o pH da secreção gástrica
23
3.2.2.- Efeito dos extratos etanólico (EE) e hexânico (EH) das folhas de M.
charantia sobre o peso animal e fígado após a indução de lesão hepática por etanol
28
3.3- Efeito dos extratos obtidos das folhas de M. charantia sobre a lesão hepática
antes e após indução da lesão por etanol
29
3.3.1- Efeito dos extratos obtidos das folhas de M. charantia sobre o nível
sérico da enzima aspartato aminotransferase (AST) antes e após indução de lesão
hepática por etanol
29
3.3.2- Efeito dos extratos obtidos das folhas de M. charantia sobre o valor sérico
da alanina aminotransferase (ALT) antes e após indução de lesão hepática por
etanol
32
3.3.3- Efeito dos extratos obtidos das folhas de M. charantia sobre o valor da
enzima sérica lactato desidrogenase (LDH) antes e após indução de lesão hepática
por etanol
35
3.2.5- Efeito dos extratos hexânico e etanólico sobre o trânsito gastrintestinal em
camundongos
39
3.2.6 Determinação da atividade antioxidante in vitro dos extratos das folhas de
Momordica charantia pelo método de varredura do radical livre DPPH
40
4.- Discussão 42
5.- Conclusões 47
6.- Perspectivas 48
7.- Referências Bibliográficas 49
8- Anexos
61
Lista de Abreviaturas e/ou Símbolos
% - por cento
Ach- acetilcolina
ADH- enzima álcool desidrogenase
ALDH- enzima aldeído desidrogenase
ALT/TGP- enzima alanina aminotransferase
AST/TGO- enzima aspartato aminotransferase
D.P- desviopadrão
D0- dia zero
D3- dia três
DAINEs- drogas antiinflamatórias não esteroidais
DPPH- método varredor de radical livre (1,1-difenil-2-picrihidrazil),
EE- Extrato etanólico de M. charantia
EH- Extrato hexânico de M. charantia
g- grama
GSH- glutationa hepática
HIV- vírus da imunodeficiência humana
IC
50
- concentração do material necessária para capturar 50% do radical
IV- índice de varredura de radicais livres
Kg- quilograma
LDH- lactato desidrogenase
M- molar
M. charantiaMomordica charantia
MEOS- enzimas do sistema de oxidação microssomal
mg- miligrama
mL- mililitro
NaCl- cloreto de sódio
NAD- nicotinamida adenina dinucleotídeo
NADP- nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato
NADPH- nicotinamida adenina dinucleótido fosfato oxidase
P.O.- via oral
pH Potencial de ionização
ppm- partes por milhão
SH- grupo sulfidril
UECE - Universidade Estadual do Ceará
UFC - Universidade Federal do Ceará
UI- unidade internacional
X- média
Lista de Figuras e Tabelas
página
Tabela 1: Efeito dos extratos etanólico (EE) e hexânico (EH) das folhas de M.
charantia após a indução da lesão gástrica por etanol
24
Tabela 2: Efeito dos extratos etanólico (EE) e hexânico (EH) das folhas de M.
charantia sobre o percentual de inibição das lesões gástricas após a indução
por etanol
27
Tabela 3: Efeito dos extratos etanólico (EE) e hexânico (EH) das folhas de M.
charantia sobre o peso animal e fígado após a indução de lesão hepática por
etanol
29
Tabela 4: Efeito dos extratos hexânico ?EH? e etanólico ?EE? das folhas de M.
charantia sobre o valor sérico da enzima aspartato aminotransferase (AST)
antes e após indução de lesão hepática por etanol
32
Tabela 5: Efeito dos extratos hexânico ?EH? e etanólico ?EE? das folhas de M.
charantia sobre o valor sérico da enzima alanina aminotransferase (ALT)
antes e após indução de lesão hepática por etanol
35
Tabela 6: Efeito dos extratos hexânico ?EH? e etanólico ?EE? das folhas de M.
charantia sobre o valor sérico da enzima lactato desidrogenase (LDH) antes e
após indução de lesão hepática por etanol
38
Tabela 7: Efeito dos extratos hexânico ?EH? e etanólico ?EE? das folhas de M.
charantia sobre o trânsito gastrintestinal em camundongos
40
Tabela 8: Determinação da atividade antioxidante in vitro dos extratos das
folhas de M. charantia pelo método de varredura do radical livre DPPH
41
1 - Introdução
No mundo 80% da população continua a usar plantas medicinais como
medicina tradicional popular em problemas médicos primários. Em vista disso, na
década passada, as pesquisas focaram o uso de drogas extraídas a partir de plantas
(GROVER & YADAV, 2004). Atualmente cerca de 25% das drogas prescritas provêm
dos vegetais (RATES, 2001).
A M. charantia pertence à família das Cucurbitaceae, é conhecida
popularmente pelos nomes de melão-de-são-caetano, erva de lavadeira, melãozinho
(COSTA et al., 1992) e fruta-da-cobra (SOUZA, 2001). Esta planta cresce em áreas de
clima tropical como Ásia, leste da África, Caribe (GROVER & YADAV, 2004) e
América do Sul (RAMAN & LAU, 1996). A M. charantia é tradicionalmente utilizada
na medicina popular de países como o Brasil, China, Colômbia, Cuba, Haiti, México,
Índia, Nova Zelândia, Nicarágua, Panamá e Peru (GROVER & YADAV, 2004).
Dentre as suas propriedades farmacológicas apresentada pela M. charantia
pode-se citar as ações: antidiabética (MANABE et al., 2003), antiviral (anti-HIV e anti-
herpes), anti-bacteriana, anti-cancerígena, abortiva (CONCEIÇÃO, 1982), anti-
helmintica, antimalária, antiinflamatória, analgésica, imunomoduladora e
gastroprotetora (GROVER & YADAV, 2004; LEITE, 2004).
Em relação à atividade hepatoprotetora das folhas de M. charantia esta é pouco
relatada, pois a maioria dos estudos tem por base os frutos, entretanto estes são
hepatotóxicos (EL BATRAN et al., 2006).
As hepatopatias representam um importante problema na saúde mundial. O
fígado é um órgão de grande importância, pois possui um papel essencial para a
manutenção do equilíbrio biológico dos vertebrados. Dentre as funções por ele
executadas tem-se: o metabolismo de produtos químicos (xenobióticos) ao qual o órgão
é exposto direta ou indiretamente; metabolismo dos lipídeos, dos carboidratos e das
proteínas; além da coagulação sanguínea e imunomodulação (RAJESH & LATHA,
2004).
Para o tratamento de desordens hepáticas utilizam-se drogas convencionais, ou
seja, sintéticas, entretanto a utilização destas drogas é às vezes inadequada e podem ter
efeitos adversos, como por exemplo, hepatotoxicidade aguda. Dessa forma, remédios
populares da origem vegetal e animal têm sido usados para nas doenças hepatobiliares e,
em estudos recentes, provaram ser benéficos (AKTAY et al., 2000; LATHA et al.,
1999).
Existem os problemas gástricos quando ocorre um desequilíbrio entre os
fatores ofensivos e defensivos (SAIRAM et al., 2002). Sendo assim, as lesões gástricas
ocorrem pela incapacidade da barreira mucosa gástrica em se proteger, não apenas do
ácido gástrico normal, mas também de ácidos gástricos biliares e outras substâncias
lesivas (FORSELL, 1988). Dentre as espécies animais acometidos podem citar os
caninos, felinos, eqüinos, suínos e ruminantes, em virtude da utilização de drogas
antiinflamatórias não esteroidais (DAINEs), do estresse e das infecções bacterianas.
Muitos fármacos com atividade gastroprotetora são utilizados para tratar úlceras
gástricas, porém podem causar efeitos adversos (ROBBINS et al., 1998).
Assim, surge uma necessidade de agentes antiulcerativos com um maior poder
protetor e com menor toxicidade ao organismo. Dessa forma, as plantas medicinais têm
estimulado pesquisas que visam o isolamento de novos princípios ativos, que possam ter
ação eficaz no tratamento de úlceras gástricas (ALKOFAHI & ATTA, 1999;
GONZALES et al., 2000).
Quanto à atividade citoprotetora da M. charantia, poucos estudos têm sido
conduzidos para comprovar a atividade gastroprotetora. LEITE (2004) demonstrou que
o pré-tratamento com os extratos hexânico e etanólico das partes aéreas de M.
charantia exercem atividade gastroprotetora em diferentes modelos experimentais de
úlcera. ALENCAR (2005) utilizou extrato etanólico das partes aéreas de M. charantia
em lesões gástricas induzidas experimentalmente em cães por Meloxicam
®
e evidenciou
efeito gastroprotetor deste extrato. Entretanto, não se sabe qual o mecanismo de ação e
quais os componentes químicos que poderiam estar envolvidos na atividade
gastroprotetora ou se esta planta possui efeito hepatotóxico. Sendo assim, esses
resultados poderão contribuir para o desenvolvimento de novos fitoterápicos.
Portanto, o presente estudo pretende avaliar os efeitos gastroprotetor e
hepatoprotetor através dos parâmetros gástricos e hepáticos após o pré-tratamento com
extratos de folhas de M. charantia e após exposição ao etanol, agente lesivo à mucosa
gástrica e ao tecido hepático.
1.2- Revisão de Literatura
1.2.1- Anatomia e fisiologia do Fígado
O fígado é o maior órgão do corpo. É responsável pelas funções metabólicas,
excretórias e secretórias. A injúria hepática está associada com a distorção de suas
funções metabólicas (BHANDARKAR & KHAN, 2004). Muitos medicamentos
empregados rotineiramente na clínica médica veterinária podem provocar como reação
colateral indesejável, a agressão ao fígado, limitando seu uso e os benefícios esperados.
Este órgão desempenha papel homeostático fundamental no equilíbrio de
numerosos processos biológicos (ETTINGER & FELDMAN, 1997). A depuração
hepática depende da eficácia das enzimas metabolizadoras, do fluxo sanguíneo hepático,
da ligação às proteínas plasmáticas e da “depuração intrínseca” dessa substância. Esta
última propriedade depende do grau de lipossolubilidade e do peso molecular da
substância. O objetivo da metabolização hepática é tornar o fármaco mais hidrossolúvel,
para a excreção renal ou biliar (MATOS & MARTINS, 2005).
1.2.2 - Mecanismos de hepatotoxicidade
A hepatotoxicidade associada às drogas e toxinas tem recebido grande atenção
nos últimos anos, particularmente após a constatação de que o acetaminofeno
(paracetamol), uma droga largamente utilizada, inclusive sem prescrição médica,
constitui-se na principal causa de insuficiência hepática aguda nos Estados Unidos da
América (JAMES et al., 2006). As lesões hepáticas podem ocorrer por inalação,
ingestão ou administração de vários agentes farmacológicos, químicos e também
derivados de plantas e cogumelos (HARRISON, 1998).
Acredita-se que, na maioria das vezes em que a agressão hepática ocorre, exista
a participação de mais de um mecanismo de lesão hepática (JAESCHKE et al., 2002;
LEE, 2003). Um dos principais efeitos observados é o aumento da atividade enzimática
sérica, a qual pode estar associada a alterações reversíveis ou irreversíveis da
permeabilidade da membrana, indução das enzimas microssômicas ou lesão estrutural
resultante de isquemia hepatobiliar, necrose, neoplasia ou colestase (MCNALLY,
1996).
A alanina aminotransferase (ALT/TGP) é uma enzima citosólica considerada
hepatoespecífica no cão e gato, embora também possa ser encontrada no coração, rins e
músculo. Observa-se que um aumento imediato na atividade sérica desta enzima segue-
se a lesão hepatocelular ou a alteração na permeabilidade da membrana celular
(ETTINGER & FELDMAN, 1997).
A aspartato aminotransferase (AST/TGO) é uma enzima que está presente em
grande concentração em vários tecidos, como coração, fígado, músculo esquelético,
rins, cérebro e plasma. O aumento da atividade sérica dessa enzima pode ser resultado
de alteração na permeabilidade da membrana, necrose e inflamação. Quando a elevação
de AST está relacionada à doença hepática esta é acompanhada de elevação também de
ALT.
A lactato desidrogenase (LDH), distribui-se amplamente pelos tecidos
(ETTINGER & FELDMAN, 1997). Os níveis séricos dessa enzima na circulação
funcionam como um marcador de danos hepáticos e são comumente utilizados como
marcadores sensíveis para o diagnóstico de doenças hepáticas (CHOI et al., 2006).
1.2.3- Mecanismos de ação do etanol no fígado
As lesões anatomopatológicas são características e reprodutíveis em modelos
experimentais. Exemplos clássicos para o estudo de plantas medicinais com atividade
hepatoprotetora são os modelos in vivo que utilizam para indução de lesões hepáticas as
drogas: etanol (PRAMYOTHIN et al., 2006), acetaminofeno (GILANI et al., 2005),
tetracloreto de carbono (VALCHEVA-KUZMANOVA et al., 2004; GILANI et al.,
2005), tricloroetileno, toxina de Amanita phalloides (MATOS & MARTINS, 2005).
A seguir será descrito o modelo do etanol rotineiramente utilizado para lesão
hepática na experimentação animal.
O fígado é um dos primeiros órgãos afetados pelo consumo abusivo de álcool,
tanto agudo como crônico, sendo responsável pelo metabolismo primário do álcool no
organismo (PONNAPPA & RUBIN, 2000). Entre 80 - 90% do álcool ingerido é
metabolizado no fígado (LIEBER, 1994; KIM & SHIN, 2002; PRONKO et al., 2002).
Muitos dos efeitos tóxicos do álcool no fígado foram atribuídos ao estresse
oxidativo causado pelo seu metabolismo na indução da metabolização sistêmica
microssomal e a oxidação do NADPH (CARDIN et al., 2002; LEE & JEONG, 2002),
pois, causam a auto-oxidação das células hepáticas, induzindo uma acentuada
hepatotoxicidade atuando como um agente auto-oxidativo ou reduzindo os níveis dos
antioxidantes (CRAWFORD & BALAKENHOAN, 1991).
O metabolismo hepático do álcool envolve reações químicas que são mediadas
por duas enzimas. A primeira enzima é o álcool desidrogenase (ADH) que converte o
álcool em acetaldeído, o qual é um composto altamente reativo e tóxico. Então, a
enzima aldeído desidrogenase (ALDH) converte o acetaldeído em acetato que pode ser
utilizado como um combustível pela célula. Durante cada uma dessas etapas átomos de
hidrogênio são transferidos do álcool e do acetaldeído para um uma molécula receptora
de hidrogênio chamada de adenina nicotinamida dinucleotídeo (NAD) que se
transforma então em NAD reduzido. Esta reação química é chamada de oxidação do
álcool e acetaldeído. A capacidade desta via não sofre influência significativa pelo
nível ou duração da exposição ao álcool (LIEBER & DECARLI, 1970).
A segunda via de metabolização do álcool envolve enzimas do sistema de
oxidação microssomal (MEOS), o qual ajuda a eliminar muitos compostos tóxicos do
organismo usando a enzima chamada de citocromo P 450 (CYP
2EI
). Esta enzima que
converte álcool em acetaldeido e utiliza adenina nicotinamida dinucleotídeo fosfatase
(NADP), como um receptor de hidrogênio, é induzida pela exposição crônica ao álcool
(LIEBER & DECARLI, 1970).
Entretanto, algum acetaldeído pode se combinar com as proteínas do fígado para
dar forma aos compostos prejudiciais que podem danificar a função de vários
componentes e enzimas celulares. Além disso, o álcool pode combinar com outras
moléculas na célula para formar compostos potencialmente perigosos, estes compostos
podem danificar a membrana celular contribuindo desse modo para a doença alcoólica
cardíaca (PONNAPPA & RUBIN, 2000).
O acetaldeído formado a partir da quebra do etanol, liga-se a glutationa hepática
(GSH), esgotando as reservas de antioxidantes (HOEK & PASTORINO, 2002).
Conseqüentemente, a remoção ineficaz dos radicais livres pode alterar a composição
lipídica das membranas celulares através da peroxidação lipídica e induzir a diminuição
dos antioxidantes celulares, resultado em danos das membranas e células hepáticas. As
enzimas antioxidantes circulantes e os antioxidantes não-enzimáticos desempenham
papéis importantes para diminuir os danos do tecido induzidos pela formação de
radicais livres (HUSAIN et al., 2001; MOLINA et al., 2003).
A peroxidação lipídica implica em efeitos deletérios tais como a rigidez
aumentada da membrana, fragilidade osmótica, diminuição da deformabilidade celular,
a sobrevivência reduzida dos eritrócitos e a fluidez lipídica (THAMPI et al., 1991). A
peroxidação lipídica e os danos relacionados da membrana são características chaves
das injúrias hepáticas alcoólicas (CARDIN et al., 2002; LEE & JEONG, 2002).
A ação protetora dos antioxidantes é devido à inibição da reação em cadeia
induzida pelos radicais livres, que conseqüentemente resulta da deterioração
peroxidativa da estrutura lipídica das membranas das organelas. Dentre os antioxidantes
circulantes podem-se citar principalmente as vitaminas C e E que apresentam um
importante papel em minimizar os danos teciduais e a formação dos radicais livres
(THAMPI et al., 1991).
Em vista disso, um composto com propriedade antioxidante pode
terapeuticamente melhorar a progressão da peroxidação lipídica e da injúria
hepatocelular induzida pela metabolização do álcool (CHOI et al., 2006).
O consumo crônico de álcool causa injúrias nas células hepáticas. A bilirrubina
sérica, AST e ALT são os testes os mais sensíveis empregados no diagnóstico das
doenças hepáticas (CHENOWETH & HAKE, 1962). Em ratos tratados com álcool, este
aumento é atribuído ao dano na integridade estrutural das células hepáticas, porque a
enzima fosfatase alcalina é localizada dentro do citoplasma e liberados na circulação
após o dano celular (SALLIE et al., 1991). Se o dano envolver outras organelas, tais
como as mitocôndrias, então as enzimas solúveis como AST estarão também liberadas,
o que indica que o consumo de álcool causa danos tanto a membrana plasmática como
as organelas celulares (RAJAGOPAL et al., 2003).
1.2.4- Plantas medicinais com atividade hepatoprotetora
Os remédios populares de origens animal e vegetal têm sido usados por muito
tempo para prevenir ou tratar doenças hepáticas e biliares, e em estudos recentes
provaram ser benéficas (AKTAY et al., 2000). Um grande número de preparações
baseadas em plantas medicinais encontra-se disponível no mercado. Algumas ervas
como Ambrosia marítima (AHMED & KHATER, 2001), Trianthema portulacastrum
(KUMAR, et al., 2004), Strychnos potatorum Linn (Sanmugapriya & Venkataraman,
2006), Hedyotis corymbosa (SADASIVAN et al., 2006) possuem efeito hepatoprotetor.
Entretanto, Serrenoa serrulata, erva utilizada para tratar hiperplasia prostática, pode
causar hepatite colestásica enquanto Morinda citrifolia causa diferentes tipos de injúria
hepática (MILLONIG et al., 2005).
As folhas de Cassia auriculata Linn são usadas na medicina tradicional indiana
para o tratamento de doenças hepáticas. O tratamento com extrato das folhas de C.
auriculata em ratos tratados com etanol reduziu as mudanças gordurosas e melhorou o
histomorfologia do fígado, sendo este efeito atribuído à atividade antioxidante
produzida pelos flavonóides presentes nas folhas e também foi observada a manutenção
dos níveis séricos da AST (RAJAGOPAL et al., 2003). Em outro estudo, o extrato
aquoso das folhas de Cassia occidentalis produziu grande proteção frente às alterações
induzidas pelo etanol (JAFRI et al., 1999). Utilizando o etanol como agente causador da
lesão verifica-se que outras plantas possuem potencial hepatoprotetor com o extrato de
Phyllantus emblica Linn (PRAMYOTHIN et al., 2006), a glicoproteína da casa da
Acanthopanax senticosus, em estudo agudo e crônico (CHOI et al., 2006), o extrato
aquoso das folhas de Cássia occidentalis frente ao etanol e ao paracetamol (JAFRI et
al., 1999).
A atividade hepatoprotetora de algumas plantas pode ser verificada ao ser
utilizada o acetaminofem, como por exemplo, o Berberis aristata (JANBAZ &
GILANI, 2000), Angelica sinensis (YE et al., 2001), o extrato de Ambrosia marítima
(toda a planta) (AHMED & KHATER, 2001), o extrato metanólico de Hedyotis
corymbosa (toda planta) (SADAVISAN et al., 2006), a resina crua de Protium
heptaphyllum (OLIVEIRA et al., 2005), extrato das sementes de Carum copticum
(GILANI et al., 2005) frente ao acetaminofem ou tetracloreto de carbono e o extrato
etanólico de Trianthema portulacastrum (folhas) contra acetaminofem ou tiacetamida
(KUMAR et al., 2004).
Outro modelo utilizado para se verificar a atividade hepatoprotetora é pela
administração do tetracloreto de carbono e posteriormente o suco da fruta de Aronia
melanocarpa (VALCHEVA-KUZMANOVA et al., 2004), o extrato das flores de
Nymphaea stellata willd (BHANDARKAR & KHAN, 2004), o extrato aquoso de
Emblica officialis (JOSE & KUTTAN, 2000), o extrato aquoso das sementes de
Strychnos potatorum (SANMUGAPRIYA & VENKATARAMAN, 2006), o extrato
etanólico de Pergularia daemia (partes aéreas) (SURESHKUMAR & MISHRA, 2006),
o extrato metanólico de Pittosporum neelgherrense (casca da haste) contra o tetracloreto
ou paracetamol (SHYAMAL et al., 2006).
1.2.1- Anatomia e Fisiologia Estomacal
O estômago é uma grande dilatação do canal alimentar, que se localiza caudal ao
diafragma (GETTY, 1996). Anatomicamente está dividido em cinco regiões: cárdia,
fundo, corpo, antro e piloro ?TWEDT ? MAGNE, 1992?. A cárdia é uma pequena
porção do estômago imediatamente dorsal a junção gastroesofágica. A porção proximal
do estômago que se estende abaixo do nível da junção gastroesofágica é o fundo, o
restante ao longo da menor curvatura ?incisuria angularis? é o corpo, e a porção distal a
este ângulo é o antro ?ROBBINS, 1994?. Localizado entre o antro e o duodeno existe
um esfíncter anatômico, o piloro ?TWEDT ? MAGNE, 1992?.
O epitélio da mucosa gástrica é glandular. Há células secretoras de muco em
toda a superfície do estômago. A mucosa do estômago pode ser dividida em três
regiões: mucosa cardíaca, mucosa gástrica própria e mucosa pilórica. A mucosa
cardíaca é responsável pela produção do muco. A mucosa gástrica própria secreta o
ácido clorídrico através das células parietais e pepsinogênio pelas células principais. A
mucosa pilórica secreta gastrina pelas células gástricas, para a circulação sangüínea, e
também possui células responsáveis pela produção de muco e pepsinogênio, entretanto
este em menor quantidade que a mucosa gástrica (DUKES, 1993).
A secreção gástrica é regulada por mecanismos nervosos e hormonais. Os
fatores básicos que estimulam a secreção gástrica pelas células parietais são:
acetilcolina, gastrina e histamina. A gastrina é liberada por células gástricas, também
denominadas células G. Então esta gastrina é absorvida pelo sangue e transportada
novamente para o estômago até as células parietais, potencializando a secreção do ácido
por essas células (GUYTON, 1992). A histamina é liberada pelos mastócitos
localizados próximos a célula parietal. A acetilcolina é liberada dos neurônios
colinérgicos (DUKES, 1993). A acetilcolina, gastrina e histamina ativadas
simultaneamente apresentam efeito multiplicador na estimulação da secreção ácida. Em
condições normais a histamina parece estar sempre presente em pequenas quantidades
no estômago (GUYTON, 1992).
1.2.2.-Lesões da mucosa gástrica
O estômago é exposto a uma série de substâncias que possuem capacidade de
causar danos ao epitélio, como o ácido clorídrico, enzimas digestivas e a bile.
Entretanto, danos significativos à mucosa raramente ocorrem em condições normais
(SPIRT, 2004; WALLACE, 2005).
A ulcerogênese ocorre em decorrência essencialmente de um desequilíbrio entre
a integridade da mucosa e seus fatores defensivos e os fatores agressivos, causando uma
falha na barreira da mucosa gástrica. Dentre os fatores ofensivos tem-se secreção de
ácido clorídrico, pepsina (SAIRAM et al., 2002), além da gastrina e histamina
(BRUNTON, 1996). Fatores extra estomacais também podem ser citados como a
presença da bactéria Helicobacter pylori (BRUNTON, 1996), deficiência nutricional
(TO et al., 2001), utilização de fármacos como as drogas antiinflamatórias não
esteroidais (DAINEs) (YETKIN et al., 2004), aspirina, cafeína, estresse (BRUNTON,
1996) e experimentalmente a utilização do ácido acético (OKABE & PFEIFFER, 1972),
piroxicam (AVILA et al., 1996), indometacina (SATOH et al., 1981; KONTUREK et
al., 1984; SAIRAM et al., 2002), etanol (AVILA et al., 1996; BRUNTON, 1996).
Dentre os fatores defensivos, ou seja, os que promovem a integridade da
mucosa têm-se: secreção de mucina, muco gástrico celular e proliferação celular,
(PIPER & STIEL, 1986; SAIRAM et al., 2002), bicarbonato, prostaglandinas
(BRUNTON, 1996) e o fluxo de sangue na mucosa (BRUNTON, 1996; PAI et al.,
1998). Essa circulação é a responsável pela nutrição e pela remoção dos resíduos,
particularmente radicais livres de oxigênio que possuem um papel importante na
formação da lesão gástrica (SPIRT, 2004). O muco representa a primeira linha de defesa
contra a ulcerogênese (WILLIAMS & TURNBERG, 1980).
As úlceras são escavações na mucosa gástrica ou nas camadas profundas do
estômago, que são provenientes de células epiteliais que sucumbiram aos efeitos
cáusticos do ácido clorídrico e pepsina presentes no lúmen gástrico que derrotam a
habilidade de resistência da mucosa (FELDMAN, 2002; LIPTAK et al., 2002). O
aumento dos fatores agressivos é relatado ser essencial para a úlcera gástrica
(WILLIAMS & TURNBERG, 1980), ou em conseqüência da redução do fluxo
sangüíneo da mucosa ou alteração da barreira de muco e bicarbonato (LIPTAK et al.,
2002).
A manutenção e o reparo da mucosa gástrica é um processo dinâmico associado
com a proliferação e migração de células epiteliais e tecido conectivo para manter e
regenerar a arquitetura da mucosa. Este processo envolve um complexo mecanismo que
trabalha para proteger a mucosa gástrica de danos, bem como de desencadear o
mecanismo de reparo para restaurar os defeitos da mucosa pela migração e proliferação
celular e tecido conectivo resultando em reconstrução da arquitetura da mucosa (TARIQ
& MOUTAERY, 2005).
Diversas drogas são utilizadas para tratar e prevenir as úlceras gastrintestinais
que atuam através de várias vias, seja farmacologicamente, através da redução da
secreção ácida, ou fisicamente formando uma barreira protetora para a mucosa
digestiva.
Em cães a úlcera é mais comum do que em gatos. As causas mais comuns da
doença em cães são as neoplasias, utilização das DAINEs, doença hepática e doença
inflamatória intestinal. Entretanto em gatos, a etiologia dessa patologia não está bem
esclarecida (LIPTAK et al., 2002).
Algumas drogas são consideradas indutoras de úlceras e lesões gástricas como
os DAINEs (RAINSFORD, 1999). Dentre as DAINEs pode citar-se o piroxicam
(KUSHIMA et al., 2005), e a indometacina (KONTUREK et al., 1984). Outros
modeloKONTUREKLIPTAK
resultando no aumento da produção de leucotrienos e outros produtos da via da 5-
lipoxigenase (RAO et al., 2000).
O ácido acético causa úlceras em conseqüência do aumento do volume do ácido
principal produto para uma obstrução pilórica e necrose da mucosa (OKABE &
PFEIFFER, 1972).
1.2.3- Mecanismo de ação do etanol sobre a mucosa gástrica
O etanol é amplamente utilizado para induzir experimentalmente úlceras
gástricas em animais (LOGUERCIO et al., 1993).
Estudos demonstram que o efeito do etanol na mucosa gástrica está relacionado
à produção de radicais livres, ao aumento do peroxidação lipídica e à diminuição dos
níveis de compostos que contêm os grupos sulfidril (SH) não protéicos na mucosa
gástrica (MIZUI & DOTEUCHI, 1986). Os compostos com grupo SH tais como a
glutationa e os agentes que modificam os grupos SH protegem a mucosa gástrica dos
fatores agressivos, pois, limitam a produção de radicais livres sendo relatado como
protetor celular (KONTUREK et al., 1990; AVILA et al., 1996). O papel protetor
destes grupos SH endógenos foi demonstrado em ferimento gástrico induzido por etanol
(AVILA et al., 1996).
Os danos causados pelo etanol na mucosa gástrica devem-se ao distúrbio na
microcirculação da mucosa, isquemia e ao aparecimento de radicais livres, degranulação
dos mastócitos, inibição das prostaglandinas e diminuição da produção de muco
(OATES & HAKKINEN, 1988; SAMONINA et al., 2004). A exposição da mucosa
gástrica ao etanol aumenta, de forma dose dependente, a formação de ânions de
superóxido e a extensão dos danos celulares (MUTOH et al., 1990).
A formação de radicais livres durante a vasoconstricção promove dramáticas
mudanças ao nível celular induzindo a morte celular. Como os radicais livres são
extremamente reativos eles atacam principalmente os constituintes celulares, como
ácido nucléico, proteínas ou lipídeos e também induz a peroxidação lipídica, levando a
formação de compostos tóxicos, como aldeído e novos radicais livres (GLAVIN &
SZABO, 1992). Ademais, promovem aumento da permeabilidade vascular, provocando
danos visíveis à mucosa, como congestão e hemorragia (WOODS et al., 1988).
A peroxidação lipídica resulta em produção e liberação de substâncias que
recrutam e ativa leucócitos polimorfonucleares (ZIMMERMAN & GRANGER, 1994).
Recentemente o grau de infiltração de neutrófilos tem sido relatado na gênese das lesões
(GRANGER & KOURTHUIS, 1995). Estes são atraídos para o capilar da mucosa após
a administração de DAINEs, onde estas células formam trombos e provocação à
obstrução da circulação. As prostaglandinas endógenas parecem evitar esse processo,
pela inibição da função dos neutrófilos (ETTINGER & FELDMAN, 1995). Os radicais
livres e a peroxidação lipídica representam um importante papel na patogênese nas
lesões gástricas induzida por etanol (KVIETYS et al., 1990; SALIM, 1990).
1.2.4-Plantas medicinais com atividade gastroprotetora
Embora muitos produtos sejam utilizados para tratar úlceras gástricas, muitos
dessas drogas produzem severos efeitos colaterais adversos. Por isso, há várias décadas,
observa-se uma tendência global no renascimento do sistema tradicional de medicina.
Simultaneamente a necessidade por investigações na ciência básica de plantas
medicinais utilizadas pela medicina indígena tem se transformado cada vez mais
interessante e relevante (SCHMEDA-HIRSCHMANN & YESILADA, 2005). A
utilização de testes biológicos para extratos de plantas está entre as pesquisas para o
desenvolvimento de novas drogas para o tratamento da úlcera gástrica (HIRUMA-
LIMA, 2000).
Neste sentido, verificou-se que algumas plantas possuem proteção contra os
danos causados por algumas drogas como a aspirina. O extrato de Anogeissus latifolia
protege a mucosa devido ao potencial antioxidante (GOVINDARAJAN et al., 2006) e o
extrato metanólico de Emblica officinalis (SAIRAM et al., 2002).
KUSHIMA et al., (2005) sugerem que o extrato da casca de Pradosia hubri é
potente contra o piroxicam, pois aumenta a secreção endógena de compostos
sulfidrílicos.
Os extratos de Coriandrum sativum (AL-MOFLEH et al., 2006) e de
Gynostermma pentaphyllum (RUJJANAWATE et al., 2004) protegem a mucosa
gástrica contra a ação da indometacina.
A administração oral do extrato dos frutos de Momordica Charantia associado
ou não ao mel de abelha, protege a mucosa gástrica dos danos causados pelo etanol
(GÜRBÜZ et al., 2000).
A atividade antiulceratogênica de várias plantas vem sendo estudada. AL-
HOWIRINY et al., (2005) relatam esse potencial no extrato de Commiphora
opobalsamum. SHEEBA & ASHA (2006) sugerem que possivelmente essa atividade
presente no extrato de Cardiospermum halicacabum seja devido à presença de
antioxidantes e a inibição da peroxidação lipídica. Fato comprovado histologicamente
pela inibição da úlcera causada por etanol; pela diminuição da congestão, edema,
hemorragia e necrose na mucosa gástrica.
Na Turquia, inúmeras espécies de plantas são utilizadas na medicina popular
para aliviar sintomas gástricos, com a Malva neglecta (partes aéreas ou folhas),
Potentilla reptans (folhas), Rumex patientia (frutos), Sanguisorba minor (partes aéreas),
Sideritis caesarea (partes aéreas) e Verbascum cheiranthifolium (flores) e segundo
GÜRBÜZ et al., (2005) apresentam atividade antiulcerogênica.
AKAH et al., (1998) demonstraram a atividade antiulcerogênica de quatro
plantas popularmente utilizadas Diodia sarmentosa (toda a planta), a Cassia nigricans
(folhas), a Ficus exasperata (folhas) e a Synclisia scabrida (folhas).
No Brasil, as folhas e os frutos da Sapindus saponaria, planta encontrada no
Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, demonstra um bom potencial
antiulceratogênico em úlcera induzidas por estresse (ALBIERO et al., 2002). LIU et al.,
(2001), utilizando o extrato de Calligonum comosum (partes aéreas) verificaram essa
atividade em modelo de indometacina.
1.2.5- Momordica charantia L.
A M. charantia L. é uma planta trepadeira pertencente à família Cucurbitaceae
sendo comumente conhecida no Inglês como “bitter melon”, melão amargo (GROVER
& YADAV, 2004). No Brasil foi denominada popularmente como melão-de-são-
caetano, erva-de-lavadeira, erva-de-são-vicente, fruta-de-cobra e melãozinho (SOUZA,
2001).
A M. charantia possui folhas com bordas pontiagudas que dão à impressão de
terem sido mordidas. Todas as partes da planta, incluindo os frutos, possuem sabor
amargo. Os frutos são de formato retangular e se assemelham a um pequeno pepino,
quando jovens são de coloração verde esmeralda e passando a amarelo alaranjado
quando maduros (GROVER & YADAV, 2004).
A M. charantia é encontrada nas áreas tropicais da Ásia, América do Sul,
África e Caribe, aonde vem sendo cultivada e utilizada para tanto para o consumo bem
como remédio popular. Muitos países em desenvolvimento como Brasil, China,
Colômbia, Cuba, Guiana, Haiti, Índia, México, Nova Zelândia, Nicarágua, Panamá e
Peru têm utilizado a planta tradicionalmente como medicamento (YESILADA et al.,
1999 a; GROVER & YADAV, 2004).
A M. charantia possui glicosídeos, saponinas, alcalóides, óleos fixos,
triterpenos, proteínas e esteróides que são os responsáveis por suas ações biológicas
(RAMAN & LAU, 1996). Vários constituintes fitoquímicos têm sido isolados de todas
as partes da planta, sendo estes momorcharins, momordicilin, momordenol,
momordicins, momordicinin, momordin, momordolol, charantin, charine,
cryptoxanthin, cucurbitins, cucurbitacins, cucurbitanes, cycloartenols, diosgenin, ácido
elaeostearico, erythrodiol, ácido galacturonico, ácido gentisico, goyaglycosides,
goyasaponins e multiflorenol (HUSAIN et al., 1994; XIE et al., 1998; YUAN et al.,
1999; MURAKAMI et al., 2001; PARKASH et al., 2002).
O fruto verde da planta é uma boa fonte de vitamina A e C, ferro e fósforo
(GROVER & YADAV, 2004?. Este apresenta também uma mistura de saponinas
esteroidais conhecidas como charantia, peptídeos semelhantes à insulina e alcalóides
(RAMAN & LAU, 1996) que são os responsáveis pela atividade hipoglicemiante e
antihiperglicêmica (ALI et al., 1993). Dos frutos da M. charantia foi isolada a proteína
MAP30, a qual foi atribuída à atividade anti-tumoral in vitro, observada em certas
linhagens celulares (RYBAK et al., 1994) e atividade anti-HIV (ROSS, 1999).
Observou-se in vitro uma atividade antibacteriana contra Helicobacter pylori quando se
utilizou o extrato obtido dos frutos de M. charantia (YESILADA et al., 1999 b).
As folhas apresentam vários esteróides e proteínas como constituintes, o
octasone, 1-triacontanol, 7-stigmasten-3?-ol, 7,25-stigmastadien-3?-ol, 5,25-
stigmastadien-3?-ol glucosideo, fitosfingosine, momordicine I, II, III ?SCARTEZZINI
? SPERONI, 2000?.
Os extratos das folhas (aquoso, etanólico e metanólico) de M. charantia têm
demonstrado clinicamente e experimentalmente uma atividade antimicrobiana de largo
espectro de ação (KHAN, 1998). In vitro, apresentou ação contra Escherichia coli,
Salmonella paratyphi, Shigella dysenterae e Streptomyces griseus (OMOREGBE et al.,
1996), observou-se também um aumento na resistência a infecções virais (CUNNICK et
al., 1990).
A M. charantia tem demonstrado uma boa atividade antiulceratogênica frente
a diferentes modelos de indução de úlceras. Em um estudo realizado onde foi utilizada a
momordin Ic (10 mg/ Kg, P.O.) verificou-se uma gastroproteção frente a indução por
etanol (MATSUDA et al., 1998). O extrato etanólico dos frutos demonstrou em ratos
uma atividade antiulceratogênica significativa contra úlceras induzido por etanol
sozinho ou associado ao ácido clorídrico (GÜRBÜZ et al., 2000).
No Nordeste brasileiro a M. charantia é encontrada em abundância e foram
descritas onze espécies que são próprias da região ?www.umbuzeiro.cnip.org.br?.
Muitas pesquisas têm sido feitas com essas espécies, suas folhas foram utilizadas
oralmente na forma de infusão e cozimento como antidiarréico e anti-reumático
(MATOS, 1997). O extrato etanólico das folhas demonstrou atividade contra o
Haemonchus contortus, nematóide comum em caprinos (BATISTA et al., 1999),
atividade antiinflamatória em modelos experimentais (FARIAS, 2003), antifúngica
contra Microsporum canis em camundongos e coelhos tratados durante cinco dias
consecutivos ?BRAGA, 2003?, atividade contra lesões gástricas induzidas
experimentalmente por etanol (LEITE et al., 2002, LEITE, 2004; ALENCAR, 2005).
Em relação à toxicidade, a M. charantia tem se demonstrado segura. Animais
que experimentalmente receberam baixas doses durante dois meses não apresentaram
nenhum sinal de nefrotoxicidade e nem de hepatotoxicidade, além de não acarretar
alteração no consumo de alimentos, no ganho de peso ou nos parâmetros hematológicos
(PLATEL et al., 1993; VIRDI et al., 2003). Entretanto, uma baixa toxicidade em todas
as partes da planta tem sido descrita. Altas doses dos extratos quando administradas por
via intravenosa ou intraperitoneal tem demonstrado toxicidade e levado a morte de
animais de laboratório (KUSAMRAN et al., 1998).
2. Justificativa
A M. charantia é uma planta abundante na região nordeste do Brasil.
Popularmente é utilizada para tratamento de diversas doenças, como no tratamento de
dores estomacais (RAMAN & LAU, 1996) e para auxiliar nos reparos de lesões
gástricas (GROVER & YADAV, 2004). Existem trabalhos que comprovam a atividade
hipoglicemiante, anti-tumoral, antioxidante, antilipolítica, citotóxica e até mesmo anti-
ulcerativa.
Dessa forma, fazem-se necessário comprovar o efeito gastroprotetor e
hepatoprotetor em pré-tratamento agudo com os extratos hexânico e etanólico das folhas
de M. charantia e indução de lesão gástrica e hepática por etanol. Avaliando ainda,
possíveis efeitos adversos in vivo.
1.4- Objetivos Gerais
1.4.1- Avaliar as atividades gastroprotetora e hepatoprotetora dos extratos
etanólico e hexânico das folhas de M. charantia em modelo de lesão aguda por etanol.
1.5- Objetivos Específicos
1.5.1- Avaliar a atividade gastroprotetora dos extratos etanólico e hexânico das
folhas de M. charantia sobre lesões agudas na mucosa gástrica induzidas por etanol.
1.5.2- Avaliar a atividade gastroprotetora dos extratos etanólico e hexânico das
folhas de M. charantia sobre o pH do suco gástrico em modelo de lesões agudas na
mucosa gástrica induzidas por etanol.
1.5.3- Avaliar a atividade hepatoprotetora dos extratos etanólico e hexânico das
folhas de M. charantia sobre as enzimas séricas, alanina aminotransferase (ALT/TGP) e
aspartato aminotransferase (AST/TGO) e lactato desidrogenase (LDH).
1.5.4- Avaliar o efeito sobre o trânsito gastrintestinal dos extratos etanólico e
hexânico das folhas de M. charantia em modelo do carvão ativado.
1.5.5- Avaliar a atividade antioxidante in vitro dos extratos etanólico e hexânico
das folhas de M. charantia pelo método de varredura dos radicais livres.
2 - Material e Métodos
2.1. - Coleta da planta
A planta M. charantia foi coletada pela manhã, no mês de Março de 2005, na
Avenida Raul Barbosa, próximo ao Aeroporto Internacional de Fortaleza, na cidade de
Fortaleza. A identificação botânica da planta foi realizada no Herbário Prisco Bezerra
do Departamento de Botânica e Biologia da Universidade Federal do Ceará - UFC, onde
foi depositada, recebendo o “voucher” de número 32441.
2.2. - Preparo dos extratos
Os extratos hexânico e etanólico foram preparados a partir das folhas de M.
charantia. As partes aéreas da planta foram mantidas em local fresco e arejado por
quinze dias para a secagem. Após este período, as folhas foram separadas das partes
aéreas da planta. Para o preparo do extrato hexânico, o material seco foi submerso em
hexano por sete dias. A solução obtida foi filtrada e evaporada em evaporador rotatório
a uma temperatura de 69?C, obtendo-se o extrato hexânico ?EH?. O resíduo do material
exposto ao hexano ficou três dias em repouso para evaporação do hexano residual e,
posteriormente, foi submerso em etanol por sete dias, para obtenção do extrato etanólico
?EE?, após filtração e evaporação completa do etanol em evaporador rotatório a 78,5?C.
Os extratos obtidos, EH e EE, foram diluídos em solução de NaCl 0,9% acrescida de
0,5% de Tween 20 e administrados aos camundongos por via oral nas concentrações de
25, 50 ou 100 mg/Kg de acordo com o protocolo experimental.
2.3- Estudo fitoquímico
Os testes fitoquímicos foram realizados para identificar ou não a presença de
fenóis, taninos, leucoantocianidinas, catequinas, flavonas, flavonóis, flavononas,
flavanonóis, xantonas, triterpenóides, saponinas, resinas, esteróides, alcalóides, nos EE
e EH das partes folhas de M. charantia de acordo com a metodologia descrita por
MATOS (1997).
2.4- Animais
Camundongos “Swiss”, machos, entre 2 e 4 meses, oriundos do Biotério Central
da Universidade Federal do Ceará, foram separados em grupos, mantidos em caixas
plásticas assépticas, submetidos a um regime de 12 horas de luz e alimentados com água
e ração ad libitum.
Antes de cada experimento os animais foram mantidos em jejum de 18 horas
recebendo água a vontade.
O protocolo de pesquisa foi conduzido segundo as normas do Colégio Brasileiro
de Experimentação Animal.
2.5- Efeito gastroprotetor dos extratos hexânico e etanólico em modelo de lesões
agudas na mucosa gástrica induzidas por etanol.
No teste farmacológico para a avaliação da atividade gastroprotetora, diferentes
grupos de camundongos (n=10) receberam previamente extrato hexânico (EH) ou
extrato etanólico (EE) das folhas de M. charantia nas concentrações de 25, 50 e 100
mg/Kg de peso vivo do animal. Os grupos controles receberam solução de NaCl 0,9%,
ou Tween 20 (veículo), sendo que o controle negativo não sofreu indução de lesão
enquanto o controle positivo recebeu o indutor de lesão de acordo com o protocolo
experimental. Todos os grupos receberam 0,2 mL dos tratamentos por via oral, 1 hora
antes da indução da úlcera. As lesões agudas da mucosa gástrica foram induzidas pela
administração de 0,2 mL do agente indutor, etanol 95% ?SAIRAM et al., 2002). Os
animais foram sacrificados, por deslocamento cervical, após 1 hora da administração do
etanol. O estômago foi removido e aberto na porção de curvatura maior, lavado em
salina. Cada estômago foi fixado entre duas lâminas de vidro e em seguida escaniado
(Scanner Jet HP) (GONZALEZ et al., 2001) e as imagens foram avaliadas no
visualizador de imagens e fax do windows xp no zoom de 50%. Foram atribuídos
escores de acordo com o grau das lesões: ?0? nenhuma alteração, ?1? áreas hiperêmicas,
?2? áreas hiperêmicas com presença de petéquias, ?3? áreas discretas de necrose e
hemorragia, ?4? necrose e hemorragia, ?5? amplas áreas de necrose com intensa
hemorragia.
2.6- Efeito do pré-tratamento com os extratos hexânico e etanólico em modelo de
lesões agudas na mucosa gástrica induzidas por etanol.
No teste farmacológico para a atividade gastroprotetora do pré-tratamento,
diferentes grupos de camundongos (n=10) receberam previamente extrato hexânico
(EH) ou extrato etanólico (EE) das folhas de M. charantia nas concentrações de 25, 50 e
100 mg/Kg de peso vivo do animal, uma vez ao dia, durante 3 dias consecutivos. Os
grupos controles receberam solução de NaCl 0,9%, ou solução de NaCl 0,9% acrescida
de 0,5% de Tween 20 (veículo). Previamente ao terceiro dia, os animais foram mantidos
em jejum por 18 horas (CHOI et al., 2006). Após esse período todos os grupos
receberam 0,2 mL dos tratamentos por via oral, 1 hora antes da indução das lesões por
etanol. As lesões agudas da mucosa gástrica foram induzidas pela administração de 0,2
mL do agente indutor, etanol 95% ?SAIRAM et al., 2002). Os animais foram
sacrificados após 1 hora da administração do etanol. O estômago foi removido para
medição do pH da secreção gástrico.
O pH foi medido usando um medidor de pH (Merck
®
) através do gotejamento de
uma alíquota do suco gástrico sobre a superfície da fita. O valor foi verificado através
da comparação da cor da fita em relação a um padrão de pH, que varia de 0 a14.
2.7- Efeito do pré-tratamento com os extratos hexânico e etanólico em modelo de
hepatotoxicidade aguda induzido por etanol sobre parâmetros enzimáticos séricos.
Os parâmetros séricos que avaliam a atividade hepática foram medidos através
das enzimas alamina aminotransferase e aspartato aminotransferase além da lactato
desidrogenase.
O sangue dos animais foi coletado através do plexo retro-orbital antes de iniciar
os tratamentos e no terceiro dia após o final dos tratamentos e indução de lesão por
etanol. Foi utilizado o soro individual dos animais de cada grupo teste e de cada grupo
controle em aparelho de automatização (BP 3000 PLUS
?
, WIENER) para a
determinação dos valores séricos. As dosagens de ALT/TGO e AST/TGP e LDH foram
expressas em unidades internacionais (UI).
O fundamento da reação para a dosagem da enzima sérica AST é baseada na
reação: L-aspartato + 2-oxalaceto
AST
oxalacetato + L-glutamato oxalacetato +
NADH + H
+
MDH
L-malato + NAD
+
(Conforme o método UV otimizado (IFCC)
para a determinação de aspartato aminotransferase em soro) (IFCC, 1976).
O fundamento da reação para a dosagem da enzima sérica ALT/TGP é baseada na
reação: L-alanina + 2-oxaglutarato
ALT
piruvato + L-glutamato piruvato + NADH
+ H
+
MDH
L-lactato + NAD
+
(Conforme o método UV otimizado (IFCC) para a
determinação de alanina aminotransferase em soro) (IFCC, 1976).
O fundamento da reação para a dosagem da enzima sérica LDH é baseada na
reação: piruvato + NADH + H
+
LDH
L-lactato + NAD
+
(Conforme o método UV
otimizado (SFBC) para a determinação de lactato desidrogenase em soro) (SFBC,
1982).
Todos os soros foram congelados a -20
0
C por no máximo 3 dias e ao serem
descongelados não mais foram utilizados.
2.8- Efeito dos extratos hexânico e etanólico sobre o trânsito gastrintestinal.
Os animais foram pesados e divididos em grupos (n=8) e tratados da seguinte
maneira: o grupo referência recebeu atropina 1 mg/Kg por via intramuscular, os grupos
controles receberam, por via oral, 0,1 mL de solução salina de NaCl 0,9%, e solução
salina de NaCl 0,9% acrescida de 0,5% de Tween 20 (veículo) (controle negativo), os
demais grupos foram tratados por via oral, com extrato hexânico (EH) ou extrato
etanólico (EE) das folhas de M. charantia nas concentrações de 50 e 250 mg/Kg de
peso vivo do animal. Transcorridos 45 minutos da administração dos tratamentos,
procedeu-se à administração do carvão ativado a 10% em solução salina, na dose de 0,1
mL/10g de peso vivo (ARBOS et al., 1993). Ou receberam a suspensão de carvão
ativado 10% em solução de goma arábica 5% (0,3 mL/animal) também por via oral,
através de agulha de gavage (MICHELIN & SALGADO, 2004).
Após 45 minutos da administração do carvão ativado, os animais foram
sacrificados por deslocamento cervical. O estômago e o intestino delgado foram
imediatamente removidos. O comprimento total do intestino foi medido em centímetros,
desde o piloro até a junção íleo-cecal, e juntamente foi medido a distância percorrida
pelo carvão desde o piloro até a última porção do intestino que continha pelo menos 1
centímetro contínuo do carvão. O resultado foi expresso em percentagem de carvão
ativado percorrido no trato intestinal e foi calculada em função do comprimento total do
comprimento total do intestino X 100 (ARBOS et al., 1993). A atividade sobre o
trânsito intestinal foi determinada segundo WONG & WAI (1981).
2.9.- Determinação da atividade antioxidante in vitro extratos das folhas de
Momordica charantia pelo método de varredura do radical livre DPPH
O método varredor de radical livre DPPH (1,1-difenil-2-picrihidrazil) é uma
técnica proposta por BONTED et al., (1987). Neste método, a eficiência antioxidante é
realizada à temperatura ambiente, eliminando o risco de degeneração térmica das
moléculas testadas.
Nesta técnica, uma solução fortemente corada de um radical livre foi tratada
com uma solução do composto químico. Em um tudo de ensaio, colocou-se 3,9 mL de
uma solução do radical livre DPPH a 6,5 x 10
-5
M em metanol. Em seguida foi
adicionado ao tubo 0,1 mL da solução etanólica ou hexânica do extrato (2000, 5000 ou
10.000 ppm) e a absorbância medida a 515 nm, que é o comprimento de onda ao qual o
DPPH apresenta absorbância máxima, foi determinada em vários tempos, desde 0 a 60
minutos, por espectofotometria. O teste foi realizado em triplicata e os resultados foram
considerados positivos se a absorbância decrescia com o tempo e foram expressos em
IV %, isto é, o índice de varredura de radicais livres (YEPÉZ et al., 2002).
2.10- Análise estatística
Para a análise dos escores das lesões, valores das enzimas séricas, alamina
aminotransferase e aspartato aminotransferase além da lactato desidrogenase e do pH
utilizou-se ANOVA seguido do teste de Tukey. As diferenças significativas foram
consideradas como P<0,05.
3- Resultados
3.1- Estudo fitoquímico dos extratos etanólico (EE) e hexânico (EH) das folhas de
M. charantia
O estudo fitoquímico dos EE e EH revelou a presença de esteróides, e a ausência
para alcalóides, saponinas, catequinas, taninos, fenóis, flavonas, flavonóis, flavononas,
flavanonóis, leucoantocianidinas, xantonas, triterpenóides, resinas e alcalóides. O EH
revelou a presença de carotenos.
3.2- Efeito dos extratos obtidos das folhas de M. charantia sobre as lesões gástricas
induzidas por etanol
3.2.1- Efeito dos extratos obtidos das folhas de M. charantia sobre os escores de
lesão gástrica, inibição da lesão e o pH da secreção gástrica.
Os resultados obtidos com três dias de tratamentos sobre os escores das lesões
gástricas, percentual de inibição da lesão no estômago e pH da secreção gástrica, após a
indução da lesão gástrica por etanol estão representados na Tabela 1 e 2.
Os animais do grupo que recebeu somente salina não apresentaram lesões
gástricas. O valor da mediana foi 0, sendo que o menor valor de escore 0 e o máximo 1.
Os animais do grupo que recebeu apenas o veículo, Tween 20 5%, não
apresentaram lesão gástrica, não diferindo do grupo que recebeu apenas salina
fisiológica. O valor da mediana foi 0, sendo que o menor valor de escore 0 e o máximo
1.
Em relação aos animais do grupo que recebeu apenas uma dose de etanol no
terceiro dia, apresentaram mediana de 5, sendo que o menor valor de escore 3 e o
máximo 5. O grupo que recebeu apenas etanol apresentou maior escore de lesão gástrica
diferindo significativamente do grupo salina, e do grupo Tween (p<0,001).
Quantos aos animais dos grupos tratados por três dias consecutivos com EE nas
doses 25, 50 e 100 mg/Kg e etanol no terceiro dia apresentaram os seguintes valores:
para o grupo EE na dose 25 mg/Kg valor da mediana 5, sendo o menor escore 3 e o
maior 5. Para o grupo EE na dose 50 mg/Kg valor de mediana 3 sendo o menor escore 1
e o maior 5. E para o grupo EE na dose 100 mg/Kg valor de mediana 2, sendo que o
menor escore 2 e o maior 5 (Tabela 1).
Tabela 1: Efeito dos extratos etanólico (EE) e hexânico (EH) das folhas de Momordica
charantia após a indução da lesão gástrica por etanol.
Tratamentos/
Grupos
Dose
(mg/Kg)
Dose
(mL/animal)
Número
animais
Escores
lesões
(mediana)
pH da
secreção
gástrica
(X ± D.P)
Salina - 0,2 10 0 (0-1)
A
3,40 ± 1,17
a
Tween 20 5% - 0,2 10 0 (0-1)
A
4,55 ± 0,89
b
Etanol - 0,2 10 5 (3-5)
B
6,00 ± 0,91
b
Extrato Etanólico
EE 25 0,2 05 - 4,40 ± 0,89
a
EE 50 0,2 05 - 3,80 ± 0,57
a
EE 100 0,2 05 - 3,70 ± 0,83
a
EE+Etanol 25 - 10 5 (3-5)
B
7,30 ± 0,48
b
EE+Etanol 50 - 10 3 (1-5)
B
7,00 ± 0,81
b
EE+Etanol 100 - 10 3 (2-5)
A
6,55 ± 1,38
b
Extrato Hexânico
EH 25 0,2 05 - 3,80 ± 1,25
a
EH 50 0,2 05 - 4,00 ± 0,35
a
EH 100 0,2 05 - 3,25 ± 1,19
a
EH+Etanol 25 - 10 2 (0-4)
A
5,00 ± 1,24
b
EH+Etanol 50 - 10 1 (0-3)
A
5,00 ± 1,15
b
EH+Etanol 100 - 10 1 (1-3)
A
4,90 ± 1,19
b
Letras diferentes diferem significativamente entre si. Letras maiúsculas comparação entre tratamentos na
mesma coluna, e letras minúscula comparação entre os tratamentos, na mesma coluna. Diferiu do grupo
controle positivo p<0,001
O EE nas doses de 25 e 50 mg/Kg não foi capaz de proteger a mucosa gástrica
das lesões causadas pelo etanol.
Os animais dos grupos tratados por três dias consecutivos com EH nas doses 25,
50 e 100 mg/Kg e etanol no terceiro dia apresentaram os seguintes valores: para os
animais do grupo tratado com EH na dose de 25 mg/Kg valor de mediana 2 sendo o
menor escore 0 e o maior 4. Para o grupo EH na dose 50 mg/Kg valor de mediana 1
sendo o menor escore de 0 e o maior 4. E para o grupo EH na dose 100 mg/Kg valor de
mediana 1, sendo o menor escore de 1 e o maior 3 (Tabela 1).
Os animais dos grupos tratados com EH em todas as doses estudadas
apresentaram os menores valores de escore de lesão gástrica dentre os grupos tratados
com os extratos das folhas de M. charantia por três dias consecutivos, diferindo
significativamente do grupo que recebeu apenas etanol (p<0,05).
No tocante ao pH, o grupo de animais que recebeu somente salina apresentou pH
de 3,40 ± 1,17, sendo este considerado o pH fisiológico dos camundongos, ou seja o pH
do controle negativo.
Os animais do grupo que receberam apenas o veículo, Tween 20 05%,
apresentaram pH de 4,55 ± 0,89, embora mais elevado que o grupo controle negativo,
não diferiu do pH do grupo que recebeu apenas salina fisiológica.
O pH do grupo de animais que recebeu apenas uma dose de etanol no terceiro
dia, controle positivo, uma hora antes do sacrifício foi de 6,00 ± 0,91, sendo este mais
básico que o fisiológico, contudo um pH neutro. Portanto, este grupo diferiu
significativamente do grupo salina, mas não diferiu do grupo Tween.
Os animais dos grupos tratados por três dias consecutivos com EE nas doses 25,
50 e 100 mg/Kg e etanol no terceiro dia apresentaram pH de 7,30 ± 0,48; 7,00 ± 0,81 e
6,55 ± 1,38, respectivamente. Os animais dos grupos tratados com EE foram capazes de
aumentar o pH do suco gástrico tornando-o mais básico, no entanto não diferiram
significativamente do grupo que recebeu somente etanol (Tabela 1).
Os animais tratados por três dias consecutivos com EH nas doses 25, 50 e 100
mg/Kg e etanol no terceiro dia apresentaram pH de 5,00 ± 1,24; 5,00 ± 1,15 e 4,90 ±
1,19, respectivamente. O pH do grupo EH não diferiu significativamente do grupo que
recebeu apenas etanol, apesar do pH estar mais ácido.
O pH observado nos grupos tratados previamente com EE ou EH, nas diferentes
doses utilizadas, não diferiu significativamente entre os grupos tratados. Contudo, vale
ressaltar que o grupo tratado com EH tendeu a apresentar pH mais ácido.
Os animais dos grupos tratados por três dias consecutivos com EE nas doses 25,
50 e 100 mg/Kg e etanol no terceiro dia apresentaram os seguintes valores para o
percentual de inibição gástrica 0; 34,8% e 30,2%, respectivamente, quando comparado
ao grupo controle etanol (Tabela 2).
Os animais tratados com EE na dose de 25 mg/Kg, apresentou o menor índice de
inibição das alterações da mucosa gástrica.
Os animais dos grupos tratados por três dias consecutivos com EH nas doses 25,
50 e 100 mg/Kg e etanol no terceiro dia apresentaram os seguintes valores 55,8%;
74,4% e 58,1%, respectivamente, quando comparado ao grupo controle etanol (Tabela
2).
Os animais dos grupos tratados com EH em todas as doses estudadas
apresentaram os melhores valores de percentual de inibição das lesões gástricas dentre
os grupos tratados com os extratos das folhas de M. charantia por três dias
consecutivos, diferindo significativamente do grupo que recebeu apenas etanol
(p<0,05). O grupo tratado com EH na dose de 50 mg/Kg apresentou o mais alto valor de
percentual de inibição das lesões gástricas.
Tabela 2: Efeito dos extratos etanólico (EE) e hexânico (EH) das folhas de Momordica
charantia sobre o percentual de inibição das lesões gástricas após a indução por etanol.
Tratamentos/
Grupos
Dose
(mg/Kg)
Dose
(mL/animal)
Número
animais
Média
escores
lesões
Percentual
Inibição
(%)
Salina - 0,2 10 0,3
A
-
Tween 20 5% - 0,2 10 0,3
A
-
Etanol - 0,2 10 4,3
B
-
Extrato Etanólico
EE 25 0,2 05 -
-
EE 50 0,2 05 - -
EE 100 0,2 05 - -
EE+Etanol 25 - 10 4,4
B
0
EE+Etanol 50 - 10 2,8
B
34,8
EE+Etanol 100 - 10 3
A
30,2
Extrato Hexânico
EH 25 0,2 05 - -
EH 50 0,2 05 - -
EH 100 0,2 05 - -
EH+Etanol 25 - 10 1,9
A
55,8
EH+Etanol 50 - 10 1,1
A
74,4
EH+Etanol 100 - 10 1,8
A
58,1
Letras diferentes diferem significativamente entre si. Letras maiúsculas comparação entre tratamentos na
mesma coluna. Diferiu do grupo controle positivo p<0,001
3.2.2- Efeito dos extratos etanólico (EE) e hexânico (EH) das folhas de Momordica
charantia sobre o peso animal e fígado após a indução de lesão hepática por etanol
Os resultados obtidos antes e após três dias de tratamentos com diferentes doses
de EE e EH sobre o peso vivo dos animais e peso relativo do fígado em relação ao peso
corporal total no terceiro dia de tratamento e após a indução de lesão hepática por etanol
estão representados na Tabela 3.
O peso vivo dos animais, em todos os grupos estudados, não apresentou
diferenças estatísticas significativa entre os dias D0 e D3 (p<0,05).
O peso relativo do fígado dos animais tratados somente com salina fisiológica
foi de 3,70 ± 0,90 g. Os animais tratados com o Tween 20 0,5%, veículo, apresentaram
peso relativo do fígado de 4,31 ± 0,49 g.
Os animais do grupo etanol que receberam apenas uma única dose de etanol ao
terceiro dia, uma hora antes do sacrifício, apresentaram peso relativo do fígado de 4,76
± 0,26 g. O grupo que recebeu somente etanol diferiu significativamente dos grupos
tratados com salina.
Os animais divididos em grupos após receberem os tratamentos com EE nas
doses de 25, 50 e 100 mg/Kg por três dias consecutivos e uma dose única de etanol no
terceiro dia (D3) apresentaram os seguintes valores para o peso relativo do fígado em
gramas 3,70 ± 0,30
;
3,63 ± 0,27
e 3,68 ± 0,25, respectivamente. Os pesos relativos dos
fígados dos animais tratados com EE em todas as doses estudadas apresentaram peso
inferior e diferiram significativamente em relação ao grupo que recebeu apenas etanol.
Os animais divididos em grupos após receberem os tratamentos com EH nas
doses de 25, 50 e 100 mg/Kg por três dias consecutivos e uma dose única de etanol no
terceiro dia (D3) apresentaram os seguintes valores relativo ao peso do fígado em
gramas de 3,61 ± 0,33, 3,55 ± 0,28 e 3,70 ± 0,27 , respectivamente. Os pesos relativos
dos fígados dos animais tratados com EH em todas as doses estudadas apresentaram
peso inferior e diferiram significativamente em relação ao grupo que recebeu apenas
etanol. Não houve diferença entre os animais dos grupos tratados com EE ou EH.
Os animais do grupo etanol apresentaram o peso relativo do fígado maior
diferindo significativamente dos demais grupos tratados. Os animais dos grupos salina,
EE e EH em todas as doses estudadas não diferiram.
Tabela 3: Efeito dos extratos etanólico (EE) e hexânico (EH) das folhas de Momordica
charantia sobre o peso animal e fígado após a indução de lesão hepática por etanol.
Tratamentos/
Grupos
Dose
(mg/Kg)
Número
animais
Peso inicial
animal
(g)
(X ± D.P)
Peso final
animal
(g)
(X ± D.P)
Peso
relativo
fígado(g)
(X ± D.P)
Salina - 10
31,78 ± 1,768
A
31,64 ± 1,74
A
3,70 ± 0,90
a
Tween 20 5% - 10
34,21 ± 2,78
A
33,09 ± 3,53
A
4,31 ± 0,49
b
Etanol - 10
33,57 ± 3,51
A
33,41 ± 3,48
A
4,76 ± 0,26
b
Extrato Etanólico
EE + Etanol 25 10
32,92 ± 2,00
A
30,69 ± 1,81
A
3,70 ± 0,30
a
EE + Etanol 50 10
33,63 ± 2,59
A
31,29 ± 2,47
A
3,63 ± 0,27
a
EE + Etanol 100 10
33,44 ± 1,97
A
31,71 ± 1,28
A
3,68 ± 0,25
a
Extrato Hexânico
EH + Etanol 25 10
33,99 ± 2,19
A
32,44 ± 1,51
A
3,61 ± 0,33
a
EH + Etanol 50 10
31,92 ± 2,79
A
31,06 ± 2,39
A
3,55 ± 0,28
a
EH + Etanol 100 10
34,00 ± 1,78
A
32,87 ± 2,29
A
3,70 ± 0,27
a
Letras diferentes diferem significativamente entre si. Letras maiúsculas comparação entre D0 e D3, na
mesma linha e letras minúscula comparação no D3 entre os tratamentos.
3.3- Efeito dos extratos obtidos das folhas de M. charantia sobre a lesão hepática
antes e após indução da lesão por etanol
3.3.1- Efeito dos extratos obtidos das folhas de M. charantia sobre o nível sérico da
enzima aspartato aminotransferase (AST) antes e após indução de lesão hepática
por etanol
Os resultados obtidos no primeiro dia (D0) antes do início do pré-tratamento e
após três dias (D3) de administração de diferentes doses de EE ou EH e posterior
indução da lesão hepática por etanol sobre o nível sérico da enzima aspartato
aminotransferase estão representados na Tabela 4.
Os animais tratados somente com salina fisiológica apresentaram valor de AST
para o D0 de 78,33 ± 23,02 e para o D3 de 80,63 ± 21,97.
Os animais tratados com o Tween 20 0,5%, veículo, apresentaram valores de
AST para os D0 e D3 de 87,10 ± 23,60 e 90,30 ± 16,15, respectivamente.
Os animais do grupo etanol que ainda não haviam recebido etanol, apresentaram
valores de AST de 94,20 ± 25,90 no dia zero (D0) e os mesmos animais no dia 3 (D3)
após receberem etanol apresentaram valores séricos de 142,12 ± 51,74. O grupo que
recebeu somente etanol diferiu significativamente dos grupos tratados com salina e
Tween, pois apresentou valor de AST mais elevado.
Os animais do grupo EE, no D0 apresentaram os seguintes valores de AST
sérica, 72,42 ± 16,60, 84,66 ± 15,26 e 71,42 ± 12,56. Em seguida esses animais foram
divididos em dois grupos, sendo EE sem administração de etanol e EE com
administração de etanol ao terceiro dia.
Os animais que não receberam etanol e que receberam o tratamento com EE nas
doses de 25, 50 e 100 mg/Kg por três dias consecutivos, apresentaram no D3 valores de
AST de 109,00 ± 10,95; 79,20 ± 12,53 e 98,00 ± 10,41, respectivamente. Os valores de
AST não aumentaram após os tratamentos em todas as doses utilizadas, sendo então
semelhantes ao grupo que recebeu apenas a solução salina.
Os animais pré-tratados com EE nas doses de 25, 50 e 100 mg/Kg por três dias
consecutivos que receberam única dose etanol no D3 apresentaram valores s de AST de
201,42 ± 53,41, 155,92 ± 46,03 e 119,61 ± 33,82, respectivamente. Os valores de AST
aumentaram após o pré-tratamento e indução da lesão por etanol em todas as doses
utilizadas, sendo semelhantes ao grupo que recebeu apenas o etanol.
Quando se compara o efeito do etanol em relação aos animais que receberam o
EE verificou-se que os animais que receberam apenas o EE em todas as doses estudadas
mantiveram os níveis de AST em relação ao D0, mas os animais dos grupos que
receberam EE em todas as doses estudadas seguido de etanol sofreram alteração nos
níveis de AST. Contudo, a dose de 25 mg/Kg de EE alterou significativamente o valor
de AST sérica.
Os animais divididos em grupos, antes de receberem o EH, no D0 apresentaram
os seguintes valores de AST sérica, 78,50 ± 33,37, 73,00 ± 14,76 e 90,50 ± 17,91. Após
receberem os tratamentos com EH nas doses de 25, 50 e 100 mg/Kg por três dias
consecutivos e no D3 apresentaram os valores de 90,00 ± 11,91, 113,00 ± 22,92 e
116,00 ± 21,00, respectivamente. Os valores de AST não aumentaram após os
tratamentos em todas as doses utilizadas, sendo então semelhantes ao grupo que recebeu
apenas a solução salina.
Os animais divididos em grupos, antes de receberem o tratamento com EH nas
doses de 25, 50 e 100 mg/Kg apresentaram valores séricos de AST para D0 de 78,50 ±
33,37, 73,00 ± 14,76 e 90,50 ± 17,91, respectivamente. Após o tratamento por três dias
consecutivos de EH nas doses de 25, 50 e 100 mg/Kg e ao terceiro dia receberam
apenas uma única dose de etanol apresentaram valores séricos de AST para D3 de 79,77
± 20,58; 75,30 ± 12,24 e 76,30 ± 21,44, respectivamente. Não houve diferença
significativa entre os dias D0 e D3, apesar de aparentemente inferior.
Quando se compara o efeito do etanol em relação aos animais dos grupos que
receberam EH, verificou-se que os animais que receberam apenas o EH em todas as
doses estudadas mantiveram os níveis de AST em relação ao D0, mas os animais que
receberam EH em todas as doses estudadas seguido de etanol não sofreram alterações
nos níveis de AST sérica, mantendo-os semelhantes aos animais do grupo salina.
Para D3, o menor e o maior valor da AST apresentado foi de 75,30 ± 12,24 para
o grupo tratado com EH na dose de 50 mg/Kg e de 201,42 ± 53,41 para o grupo tratado
com EE 25 mg/Kg.
Os grupos tratados com EH em todas as doses estudadas (25, 50 e 100 mg/Kg) e
que receberam etanol no D3, reduziram significativamente os níveis séricos de AST em
relação ao grupo que recebeu apenas etanol (p<0,05).
O grupo tratado com EE (25, 50 e 100 mg/Kg) apresentou o maior grau de lesão
hepática no D3 (p<0,05). Dessa forma o grupo que apresentou os menores valores de
AST após o tratamento e indução da lesão hepática foi o grupo tratado com EH (25, 50
e 100 mg/Kg).
Tabela 4: Efeito dos extratos hexânico ?EH? e etanólico ?EE? das folhas de M. charantia
sobre o valor sérico da enzima aspartato aminotransferase (AST) antes e após indução
de lesão hepática por etanol.
Grupo Dose
(mg/Kg)
Dose
(mL)
Número
animais
D0
X ± S.D.
D3
X ± S.D.
Salina 0,2 10 78,33 ± 23,02
a
80,63 ± 21,97
a, A
Tween 20 0,5% 0,2 10 87,10 ± 23,60
a
90,30 ± 16,15
a, A
Etanol 0,2 10 94,80 ± 25,90
a
142,12 ± 51,74
b, B
Extrato etanólico
EE 25 - 05 72,42 ± 16,60
a
109,00 ± 10,95
a,A
EE 50 - 05 84,66 ± 15,26
a
79,20 ± 12,53
a,A
EE 100 - 05 71,42 ± 12,56
a
98,00 ± 10,41
a,A
EE + Etanol 25 - 10 72,42 ± 16,60
a
201,42 ± 53,41
b,C
EE + Etanol 50 - 10 84,66 ± 15,26
a
155,92 ± 46,03
b,B
EE + Etanol 100 - 10 71,42 ± 12,56
a
119,61 ± 33,82
b,B
Extrato hexânico
EH 25 - 05 78,50 ± 33,37
a
90,00 ± 11,91
a,A
EH 50 - 05 73,00 ± 14,76
a
113,0 ± 22,92
a,A
EH 100 - 05 90,50 ± 17,91
a
116,0 ± 21,00
a,A
EH + Etanol 25 - 10 78,50 ± 33,37
a
79,77 ± 20,58
a,A
EH + Etanol 50 - 10 73,00 ± 14,76
a
75,30 ± 12,24
a,A
EH + Etanol 100 - 10 90,50 ± 17,91
a
76,30 ± 21,44
a,A
Os níveis séricos de AST estão expressos em UI.
Letras diferentes diferem significativamente entre si. Letras minúsculas comparação entre D0 e D3, na
mesma linha e letras maiúsculas comparação no D3 entre os tratamentos.
3.3.2- Efeito dos extratos obtidos das folhas de M. charantia sobre o valor sérico da
alanina aminotransferase (ALT) antes e após indução de lesão hepática por etanol
Os resultados obtidos dos pré-tratamentos, no D0 e D3 sobre o nível sérico da
enzima alanina aminotransferase antes e após indução de lesão hepática por etanol estão
representados na Tabela 5.
Os animais que receberam somente solução salina apresentaram 63,33± 17,44 e
50,27 ± 10,86 UI de ALT para o D0 e D3, respectivamente.
Os animais do grupo que receberam Tween apresentaram valores para D0 de
55,40 ± 12,50 e após três dias consecutivos de tratamento apresentaram 58,12 ± 17,70
UI de ALT no D3.
Os animais do grupo etanol que ainda não haviam recebido etanol, apresentaram
valores de TGP no D0 de 61,70 ± 16,15 e três dias depois os mesmos animais
receberam uma única dose de etanol e após uma hora apresentaram 86,40 ± 52,80 UI de
ALT sérica. Os níveis de ALT foram alterados significativamente em relação ao tempo
D0 e também em relação aos grupos que receberam apenas salina e Tween (p<0,01).
Os animais divididos em grupos, antes de receberem o EE, no dia zero (D0)
apresentaram os seguintes valores de ALT sérica, 45,77 ± 7,54; 48,16 ± 5,19 e 56,00 ±
16,35. Após receberem os tratamentos por três dias (D3) consecutivos com EH nas
doses de 25, 50 e 100 mg/Kg apresentaram os valores de 56,00 ± 6,97, 49,66 ± 9,97 e
50,60 ± 4,82, respectivamente. Os valores de ALT não aumentaram após os tratamentos
em todas as doses utilizadas, sendo então semelhantes ao grupo que recebeu apenas a
solução salina.
Os animais do grupo EE apresentaram os valores de ALT sérica no D0 de 45,77
± 7,54; 48,16 ± 5,19 e 56,00 ± 16,35 e após tratamento com EE nas doses de 25, 50 e
100 mg/Kg e uma dose única de etanol no terceiro dia (D3) apresentaram 39,54 ± 10,52;
38,30 ± 16,07 e 47,30 ± 15,09 UI de ALT, respectivamente. Não houve diferença
significativa entre os dias D0 e D3, ou seja, antes e após o tratamento, mostrando que
EE impediu a alteração do teor sérico de ALT pelo etanol.
Os animais divididos em grupos, antes de receberem o EH, no dia zero (D0)
apresentaram os seguintes valores de ALTrica, 47,88 ± 14,59, 43,12 ± 9,26 e 41,50 ±
4,53. Após receberem os tratamentos por três dias consecutivos com EH nas doses de
25, 50 e 100 mg/Kg e no terceiro dia (D3) apresentaram os valores de 50,40 ± 2,05,
67,60 ± 9,22 e 60,33 ± 9,03, respectivamente. Os valores de ALT não aumentaram após
os tratamentos em todas as doses utilizadas, sendo então semelhantes ao grupo que
recebeu apenas a solução salina.
Os animais dos grupos EH apresentaram valores de ALT sérica no D0 de 47,88
± 14,59, 43,12 ± 9,26 e 41,50 ± 4,53. Após o tratamento com EH nas doses de 25, 50 e
100 mg/Kg e uma dose única de etanol no terceiro dia apresentaram em D3, 48,80 ±
13,32; 42,30 ± 9,03 e 50,70 ± 20,27 UI de ALT, respectivamente. Não houve diferença
significativa entre os dias D0 e D3. O EH também impediu a alteração do teor sérico de
ALT pelo etanol.
No dia D3, o maior e menor valor da ALT apresentado foi 86,40 ± 52,80 e 38,30
± 16,07, para o grupo que recebeu apenas etanol e para os animais tratados com EE na
dose de 50 mg/Kg, respectivamente.
Os animais tratados com EE e EH em todas as doses estudadas (25, 50 e 100
mg/Kg), diferiram do grupo que recebeu apenas etanol no D3, pois os níveis de ALT
foram reduzidos com os tratamentos à base de extratos de folhas de M. charantia (p<
0,01).
No grupo tratado com EE nas doses de 25, 50 E 100 mg/Kg, no D3 houve uma
tendência à redução do nível da enzima, porém não foi significativa. O mesmo foi
observado com o grupo EH, nas doses 25, 50 e 100mg/Kg, que no D3 apresentou uma
tendência a reduzir ou até mesmo manter o valor do nível sérico da enzima alanina
aminotransferase em relação a D0.
Tabela 5: Efeito dos extratos hexânico ?EH? e etanólico ?EE? das folhas de M.
charantia sobre o valor sérico da enzima alanina aminotransferase (ALT) antes e após
indução de lesão hepática por etanol.
Grupo Dose
(mg/Kg)
Dose
(mL)
Número
animais
D0
X ± S.D.
D3
X ± S.D.
Salina - 0,2 10 63,60 ± 17,44
a,A
50,27 ± 10,86
a,A
Tween 20 0,5% - 0,2 10 55,40 ± 12,50
a,A
58,12±17,70
a,A
Etanol - 0,2 10 61,70 ± 16,15
a,A
86,40 ± 52,80
b,B
Extrato Etanólico
EE 25 - 05 45,57 ± 7,54
a
56,00 ± 6,97
a,A
EE 50 - 05 48,16 ± 5,19
a
49,66 ± 9,97
a,A
EE 100 - 05 56,00 ±16,35
a
50,60 ± 4,82
a,A
EE + Etanol 25 - 10 45,57 ± 7,54
a
39,54 ± 10,52
a,A
EE + Etanol 50 - 10 48,16 ± 5,19
a
38,30 ± 16,07
a,A
EE + Etanol 100 - 10 56,00 ±16,35
a
47,30 ± 15,09
a,A
Extrato Hexânico
EH 25 - 05 47,88 ± 14,59
a
50,40 ± 2,05
a,A
EH 50 - 05 43,12 ± 9,26
a
67,60 ± 9,22
a,A
EH 100 - 05 41,50 ± 4,53
a
60,33 ± 9,03
a,A
EH + Etanol 25 - 10 47,88 ± 14,59
a
48,80 ± 13,32
a,A
EH + Etanol 50 - 10 43,12 ± 9,26
a
42,30 ± 9,03
a, A
EH + Etanol 100 - 10 41,50 ± 4,53
a
50,70 ± 20,27
a, A
Os níveis séricos de TGP estão expressos em UI.
Letras diferentes diferem significativamente entre si. Letras minúsculas comparação entre D0 e D3, na
mesma linha e letras maiúsculas comparação no D3 entre os tratamentos.
3.3.3- Efeito dos extratos obtidos das folhas de M. charantia sobre o valor da enzima
sérica lactato desidrogenase (LDH) antes e após indução de lesão hepática por
etanol
Os resultados obtidos dos tratamentos, no D0 e D3 sobre o nível sérico da
enzima lactato desidrogenase antes e após a indução de lesão hepática por etanol estão
representados na Tabela 6.
Os animais que receberam somente salina apresentaram valor de LDH para o D0
e D3 de 1138,37 ± 239,55 e 1931,81 ± 383,64, respectivamente. Apesar da variação
entre os dias o aumento não foi significativo (p<0,05).
Os animais do grupo Tween apresentaram valores para D0 de 1343,00 ± 296,28
e após três dias consecutivos, D3, de tratamento apresentaram valores séricos de LDH
de 1935,88 ± 319,67. Apesar da variação entre os dias o aumento não foi significativo
(p<0,05).
Os animais que receberam somente etanol apresentaram valores para D0 de
1426,33 ± 395,24 e três dias depois os mesmos animais receberam uma única dose de
etanol e após uma hora apresentaram valores para o D3 de 1405,80 ± 364,73. Neste
caso, o etanol não alterou significativamente os níveis da lactato desidrogenase sérica. O
valor do LDH sérico dos animais do grupo que recebeu somente etanol não diferiu dos
animais dos grupos que receberam apenas salina ou Tween (p<0,05).
Os animais divididos em grupos, antes de receberem o EE, no dia zero (D0)
apresentaram os seguintes valores de LDH sérica, 1089,50 ± 251,91; 1096,14 ± 287,21
e 935,42 ± 153,05. Após receberem os tratamentos por três dias consecutivos (D3) com
EE nas doses de 25, 50 e 100 mg/Kg apresentaram os valores de 1810,00 ± 79,47; 1182
± 503,44 e 1464,00 ± 234,11, respectivamente. Os valores de LDH não aumentaram
após os tratamentos com EE nas doses de 25 e 50 mg/Kg. Entretanto no D3 na dose de
100 mg/Kg de EE houve aumento significativo da LDH sérica em relação ao D0.
Os animais dos grupos tratados com EE nas doses de 25, 50 e 100 mg/Kg
apresentaram os valores de LDH para D0 de 1089,50 ± 251,91; 1096,14 ± 287,21 e
935,42 ± 153,05, respectivamente. Quando os animais foram tratados com EE nas doses
de 25, 50 e 100 mg/Kg por três dias consecutivos e uma única dose de etanol (D3)
apresentaram os valores de LDH sérica de 1814,40 ± 479,27; 3113,44 ± 1709,64 e
3276,50 ± 1531,38. Houve diferença significativa entre os dias D0 e D3. O EE não
impediu a alteração do teor sérico de LDH pelo etanol.
Os animais divididos em grupos, antes de receberem o EH, no dia zero (D0)
apresentaram os seguintes valores de LDH sérica, 1330,50 ± 338,07; 1347,11 ± 281,04
e 1393,44 ± 313,64. Após receberem os tratamentos por três dias consecutivos com EH
nas doses de 25, 50 e 100 mg/Kg apresentaram os valores de 2337,50 ± 441,25; 2126,20
± 542,79 e 2287,00 ± 376,63, respectivamente. Os valores de LDH aumentaram
significativamente após os tratamentos em todas as doses de EH estudadas.
Os animais dos grupos tratados com EH nas doses de 25, 50 e 100 mg/Kg
apresentaram valores para o D0 1330,50 ± 338,07; 1347,11 ± 281,04 e 1393,44 ±
313,64, respectivamente. Os animais dos grupos tratados com EH nas doses de 25, 50 e
100 mg/Kg por três dias consecutivos e que receberam uma única dose de etanol ao
terceiro dia (D3) apresentaram LDH sérica de 1875,66 ± 648,53; 1334,30 ± 361,21 e
1638,00 ± 521,32, respectivamente. Não houve diferença significativa entre os dias D0
e D3. O grupo EH em todas as doses estudadas não alterou o teor sérico de LDH dos
animais.
No dia D3, o maior e menor valor da LDH apresentado foi de 3276,50 ± 1531,38
e 1182,80 ± 503,44, para os animais dos grupos tratados com EE 100 mg/Kg e EE 50
mg/Kg, respectivamente (p < 0,001).
Tabela 6: Efeito dos extratos hexânico ?EH? e etanólico ?EE? das folhas de M. charantia
sobre o valor sérico da enzima lactato desidrogenase (LDH) antes e após indução de
lesão hepática por etanol.
Grupo Dose
(mg/Kg)
Dose
(mL)
Número
animais
D0
X ± S.D.
D3
X ± S.D.
Salina - 0,2 10 1138,37 ± 239,55
a
1931,81 ± 383,64
a, A
Tween 20 0,5% - 0,2 10 1343,00 ± 296,28
a
1935,88 ± 319,67
a, A
Etanol - 0,2 10 1426,33 ± 395,24
a
1405,80 ± 364,73
a, A
Extrato Etanólico
EE 25 - 05 1089,50 ± 251,91
a
1810,00 ± 79,47
a, A
EE 50 - 05 1096,14 ± 287,21
a
1182,80 ± 503,44
a, A
EE 100 - 05 935,42 ±153,05
a
1464,00 ± 234,11
b, A
EE + Etanol 25 - 10 1089,50 ± 251,91
a
1814,40 ± 479,27
b, A
EE + Etanol 50 - 10 1096,14 ± 287,21
a
3113,44 ± 1709,64
b,B
EE + Etanol 100 - 10 935,42 ±153,05
a
3276,50 ± 1531,38
b,B
Extrato Hexânico
EH 25 - 05 1330,50 ± 338,07
a
2337,50 ± 441,25
b, B
EH 50 - 05 1347,11 ± 281,04
a
2126,20 ± 542,79
b, A
EH 100 - 05 1393,44 ± 313,64
a
2287,00 ± 376,63
b, B
EH + Etanol 25 - 10 1330,50 ± 338,07
a
1875,66 ± 648,53
a, A
EH + Etanol 50 - 10 1347,11 ± 281,04
a
1334,30 ± 361,21
a, A
EH + Etanol 100 - 10 1393,44 ± 313,64
a
1638,00 ± 521,32
a, A
Os níveis séricos de LDH estão expressos em UI.
Letras diferentes diferem significativamente entre si. Letras minúsculas comparação entre D0 e D3, na
mesma linha e letras maiúsculas comparação no D3 entre os tratamentos.
3.2.5- Efeito dos extratos hexânico e etanólico sobre o trânsito gastrintestinal em
camundongos.
Os resultados do efeito dos extratos hexânico e etanólico sobre o trânsito
gastrintestinal com e sem adição da goma arábica estão mostrados na tabela 7.
Os animais dos grupos sem adição de goma arábica e que receberam atropina na
dose de 1 mg/Kg, por via intramuscular, não diferiram significativamente dos animais
do grupo que receberam apenas solução salina e Tween (p>0,05).
Os animais dos grupos sem adição de goma arábica e que receberam atropina,
diferiu significativamente do grupo que recebeu EE na dose de 50 mg/Kg (p<0,001).
Entretanto, ao ser comparado atropina com EE na dose de 250 mg/Kg, verificou-se que
o aumento da dose não acelerou o esvaziamento do trato (p>0,05).
Comparando os tratamentos sem a adição da goma arábica, notou-se que EE nas
doses de 50 e 250 mg/Kg diferiram entre si, pois no grupo da dose de 50 mg/Kg induziu
aumento do trânsito gastrintestinal, enquanto que a dose de 250 mg/Kg manteve o
trânsito semelhante ao grupo que recebeu apenas atropina.
Avaliando-se os resultados dos animais tratados sem adição de goma arábica
verificou-se que EH na dose de 50 mg/Kg induziu diferença significativa (p<0,01) em
relação ao grupo que recebeu atropina, no entanto EH 250 mg/Kg, não acelerou o
esvaziamento do trato (p>0,05).
Comparando os tratamentos sem a adição da goma arábica, notou-se que tanto
EE quanto EH nas doses de 50 e 250 mg/Kg diferiram entre si, pois no a dose de 50
mg/Kg induziu aumento do trânsito gastrintestinal, enquanto que a dose de 250 mg/Kg
manteve o trânsito semelhante ao grupo que recebeu atropina (tabela 6).
No tocante aos animais dos grupos que receberam a adição da goma arábica e a
administração da atropina na dose de 1 mg/Kg, por via intramuscular, verificou-se que
este grupo não diferiu significativamente dos animais do grupo que recebeu Tween
(p>0,05).
Os animais dos grupos com adição de goma arábica e que receberam atropina,
não diferiu significativamente do grupo que recebeu EE na dose de 50 mg/Kg (p>0,05).
Entretanto, ao ser comparado o grupo atropina com EE na dose de 250 e 500 mg/Kg,
verificou-se que o aumento da dose acelera o esvaziamento do trato (p<0,001 e p<0,01,
respectivamente).
Os animais dos grupos com adição de goma arábica e que receberam atropina,
não diferiram significativamente do grupo que recebeu EH na dose de 50 mg/Kg
(p>0,05). Entretanto, ao ser comparado atropina com EH na dose de 250 e 500 mg/Kg,
verificou-se que o aumento da dose acelera o esvaziamento do trato (p<0,001).
Tabela 7: Efeito dos extratos hexânico ?EH? e etanólico ?EE? das folhas de M. charantia
sobre o trânsito gastrintestinal em camundongos.
Tratamentos Dose
(mg/Kg)
Dose
(mL/animal)
Número
animais
X ± S.D.
Salina - 0,2 08 55,48 ± 5,12
A
Tween - 0,2 08 84,20 ± 9,04
A
Tween + goma arábica - 0,2 08 65,10 ± 3,058ª
Atropina 1 - 08 67,37 ± 7,39
A
Atropina + goma arábica 1 - 08 52,11 ± 17,86ª
EE 50 - 08 91,50 ± 7,74
B
EE 250 - 08 64,12 ± 13,42
A
EE + goma arábica 50 - 08 55,61 ± 16,28
a
EE + goma arábica 250 - 08 85,87 ± 11,85
b
EE + goma arábica 500 - 08 72,76 ± 19,35
b
EH 50 - 08 88,328+9,042
B
EH 250 - 08 80,86 ± 15,08
A
EH + goma arábica 50 - 08 65,88 ± 18,88
a
EH + goma arábica 250 - 08 86,51 ± 13,94
b
EH + goma arábica 500 - 08 90,18 ± 10,24
b
Letras maiúsculas diferença entre atropina e grupos que receberam extratos das folhas de M.
charantia, sem adição da goma arábica.
Letras minúsculas diferença entre atropina e grupos que receberam extratos das folhas de M.
charantia, com adição da goma arábica.
3.2.6 - Determinação da atividade antioxidante in vitro dos extratos das folhas de
Momordica charantia pelo método de varredura do radical livre DPPH
Os resultados obtidos da atividade antioxidante in vitro dos extratos das folhas
de M. charantia pelo método de varredura do radical livre DPPH estão mostrados na
tabela 8.
Os resultados demonstraram que o EE das folhas de M. charantia nas doses de
2, 5 e 10 mg/mL apresentaram índice de varredura (IV) de 28,66%; 38,73% e 39,75%,
respectivamente. O EH das folhas de M. charantia nas doses de 2, 5 e 10 mg/mL
apresentaram IV de 40,07%; 76,64% e 79,79%, respectivamente. Os grupos controle
BHT e quercetina apresentaram IV de 90,89% e 90,32%, respectivamente.
Tabela 8: Determinação da atividade antioxidante in vitro dos extratos das folhas de
Momordica charantia pelo método de varredura do radical livre DPPH.
Amostras Dose
(mg/mL)
Índice de varredura
(IV%)
Extrato etanólico 2 28,66
5 38,73
10 39,75
Extrato hexânico 2 40,07
5 76,64
10 79,79
BHT (controle positivo) 0,5% 90,89
Quercetina (controle positivo) 0,5% 90,32
4- Discussão
Há muitos modelos utilizados para testar o efeito gastroprotetor de plantas,
dentre esses se destaca o modelo utilizando o etanol (GÜRBÜZ et al., 2000, LA CASA
et al., 2000). O etanol é amplamente utilizado para induzir experimentalmente úlceras
gástricas (LOGUERCIO et al., 1993) e toxicidade hepática em animais (PONNAPPA et
al., 2000).
Os danos causados pelo etanol na mucosa gástrica devem-se ao distúrbio na
microcirculação da mucosa, isquemia e ao aparecimento de radicais livres, degranulação
dos mastócitos, inibição das prostaglandinas e diminuição da produção de muco
(OATES & HAKKINEN, 1988; SAMONINA et al., 2004).
A formação de radicais livres durante a vasoconstricção promove dramáticas
mudanças ao nível celular induzindo a morte celular. Como os radicais livres são
extremamente reativos eles atacam principalmente os constituintes celulares, como
ácido nucléico, proteínas ou lipídeos e também induz a peroxidação lipídica, levando a
formação de compostos tóxicos, como aldeído e novos radicais livres (GLAVIN &
SZABO, 1992). Ademais, promovem aumento da permeabilidade vascular, provocando
danos visíveis à mucosa, como congestão e hemorragia (WOODS et al., 1988).
No presente trabalho, a administração do etanol provocou, macroscopicamente,
o aparecimento de amplas áreas de necrose e intensa hemorragia. Quando foram
avaliados os escores de lesões dos grupos tratados com EE, este não induziu
gastroproteção nas concentrações avaliadas, sendo a menor proteção conferida na dose
de 25 mg/Kg, diferindo significativamente dos animais tratados com EH, em todas as
doses estudadas, que conferiu o maior percentual de inibição de lesões gástricas, na
dose de 50 mg/Kg. Este resultado está de acordo com GÜRBÜZ et al., (2000), que
utilizou extrato dos frutos de M. charantia associado ou não ao mel de abelha, por via
oral, e este protegeu a mucosa gástrica dos danos causados pela administração aguda do
etanol.
Os resultados do presente trabalho vêm corroborar com experimentos
anteriormente desenvolvidos por LEITE (2004) quanto ao efeito citoprotetor de M.
charantia em modelo agudo de ulceração por etanol, onde foi observado que o EH
confere proteção frente à lesão gástrica observada microscopicamente e
macroscopicamente por aumentar a produção do muco. Além disso, apesar da não
realização da dosagem de proteínas totais, macroscopicamente pode-se inferir que há
aumento da quantidade de muco gástrico nos camundongos, principalmente quando é
utilizado o EH.
No tocante ao peso relativo do fígado do grupo que recebeu apenas o etanol este
foi maior que os grupos pré-tratados com os extratos EE ou EH das folhas de M.
charantia. Esse peso está associado à esteatose hepática, demonstrando o efeito tóxico
do etanol observado pela hepatomegalia.
O fígado desempenha papel homeostático fundamental no equilíbrio de
numerosos processos biológicos (ETTINGER & FELDMAN, 1997). A depuração
hepática depende da eficácia das enzimas metabolizadoras (MATOS & MARTINS,
2005). Um dos principais efeitos observados na lesão hepática é o aumento da atividade
enzimática sérica (LEWIS et al., 2006).
A alanina aminotransferase (AST, TGO) é uma enzima citosólica considerada
hepatoespecífica e tem seu aumento imediato após lesão hepatocelular ou a alteração na
permeabilidade da membrana celular (ETTINGER & FELDMAN, 1997).
Os níveis séricos desta enzima funcionam como um marcador que reflete tanto a
necrose hepatocelular como também está relacionada à sua liberação no sangue após o
dano na membrana da célula (CHOI et al., 2006; JANBAZ & GILANI, 2000).
Neste estudo, os valores de referência utilizados foram do grupo controle
negativo, tratado apenas com solução salina fisiológica. A utilização de uma única dose
de etanol provocou elevação dos níveis séricos de AST. A administração exclusiva de
EE por três dias consecutivos, nas doses de 25, 50 e 100 mg/Kg não diferiu
significativamente do grupo controle negativo, demonstrando que o pré-tratamento com
EE não é a causa de uma possível lesão hepática. Contudo, quando se avaliou o efeito
do pré-tratamento com EE das folhas de M. charantia seguida de etanol ao terceiro dia
verificou-se que o EE na diferentes doses não foi capaz de proteger o fígado de uma
possível lesão hepatocelular ou a alteração na permeabilidade da membrana celular
provocada pela administração do etanol.
Ainda neste trabalho, com relação aos animais que receberam EH nas doses de
25, 50 e 100 mg/Kg, por três dias consecutivos seguidos da administração de etanol ao
terceiro dia, este extrato demonstrou uma acentuada capacidade de proteção contra a
agressão do etanol, reduzindo significativamente os níveis séricos de AST em relação
ao grupo que recebeu apenas etanol, tendo sido mantido os níveis séricos de AST no D3
semelhantes ao do D0 (Tabela 4). Semelhante ao EE, no tratamento dos animais que
receberam somente EH, em todas as doses estudadas, não se verificou alteração
significativa nos níveis séricos de AST.
O efeito hepatoprotetor pode ser verificado em algumas plantas medicinais
através dos níveis séricos da AST. As folhas de Cassia auriculata demonstraram ter
ação hepatoprotetora, por ser capaz de manter os níveis séricos da AST constantes após
indução da lesão hepática por etanol (RAJAGOPAL et al., 2003). Outra planta que
também apresenta essa característica são as folhas da Cassia occidentalis (JAFRI et al.,
1999).
O aumento da enzima aspartato aminotransferase (AST, TGO) pode resultar da
alteração na permeabilidade da membrana celular, necrose e inflamação. Quando a
elevação da ALT está relacionada à doença hepática esta é acompanhada da elevação
também de AST. Sendo assim os níveis séricos desta enzima funcionam como um
marcador que reflete tanto a necrose hepatocelular como também está relacionada à sua
liberação no sangue após o dano na membrana da célula (CHOI et al., 2006; JANBAZ
& GILANI, 2000).
Neste trabalho, a administração exclusiva de EE ou EH por três dias
consecutivos, nas doses de 25, 50 e 100 mg/Kg não diferiu significativamente do grupo
controle negativo, tratado apenas com solução salina, demonstrando que a
administração dos respectivos extratos nestas doses, não causam lesão hepática.
Dando continuidade a análise deste trabalho, a utilização de uma única dose de
etanol provocou elevação dos níveis séricos de ALT. Quando se avaliaram os valores de
ALT sérica nos grupos dos animais tratados com o EE ou EH das folhas de M.
charantia e que receberam etanol verificaram-se que os extratos nas doses estudadas
não apresentaram elevação nos valores desta enzima. Dessa forma, sugere-se que EE e
EH, em todas as doses estudadas foram capazes de proteger o fígado das lesões
causadas pelo etanol. Este efeito possivelmente está associado a atividade antioxidante
dos extratos relacionada à presença de compostos esteróides.
PRAMYOTHIN et al., (2006) observaram o efeito do pré-tratamento do extrato
de Phyllanthus emblica na hepatoproteção em lesões causadas pelo etanol através dos
níveis séricos de ALT, que se mantiveram constantes. O mesmo foi verificado também
por CHOI et al., (2006), utilizando caule de Acanthopanax senticosus.
A lactato desidrogenase (LDH) é uma enzima hepática que se distribui
amplamente pelos tecidos (ETTINGER & FELDMAN, 1997). Os níveis séricos dessa
enzima na circulação funcionam como um marcador de danos hepáticos e são
comumente utilizados como marcadores sensíveis para o diagnóstico de doenças
hepáticas (CHOI et al., 2006).
Neste trabalho, a administração de EE, nas doses de 50 ou 100 mg/Kg, seguida
de etanol, diferiu significativamente do grupo que recebeu apenas etanol, apresentando
valores mais elevados que o grupo tratado com etanol. No entanto, a dose de 25 mg/Kg
manteve os valores encontrados no etanol. Sendo assim, a administração de EE não foi
capaz de manter os níveis séricos de LDH semelhantes aos valores fisiológicos.
Quando se estudou EH neste mesmo protocolo de lesão hepática, verificou-se
que nas diferentes doses estudadas ele foi capaz de manter os níveis séricos da LDH
semelhantes aos grupos controle, salina e veículo. Portanto, EH apresenta componentes
que tentam manter a integridade celular, que possivelmente estão relacionados à sua
elevada atividade antioxidante e a presença dos esteróides.
CHOI et al., (2006), utilizando caule de Acanthopanax senticosus em pré-
tratamento de lesão induzida pelo etanol, verificaram que esta planta possui o potencial
de hepatoproteção através da observação dos níveis séricos da enzima LDH.
A motilidade gastrintestinal refere-se aos movimentos que misturam e circulam
os conteúdos gastrintestinais e impulsionam-os ao longo do trato (BERNE et al., 2004).
A atropina é uma agonista competitivo das ações da acetilcolina (ACh) e outros
agonistas muscarínicos competem com estes agonistas por um local de ligação comum
no receptor muscarínico. Como o antagonismo da atropina é competitivo, pode ser
anulado se a concentração da ACh ou agonistas colinérgicos nos locais receptores do
órgão efetor for aumentado suficientemente (LEE et al., 2005).
O efeito laxativo dos extratos, EE ou EH, em altas doses, pode ser verificado
pelo aumento na velocidade do trânsito gastrintestinal. Este resultado confirma o uso
popular do extrato de água quente da raiz de M. charantia como um purgativo
(CONCEIÇÃO, 1982; YESILADA et al., 1999a). LI et al., (2000), atribuíram este
aumento da motilidade a presença de Momordicin Ic presente nos frutos desta planta
que estimulam a síntese de receptores aumentando a síntese de prostaglandinas.
ALENCAR (2005) utilizando EE das partes aéreas de M. charantia verificou que houve
aumento da motilidade em cães.
Outras plantas são utilizadas popularmente como laxativas, como a Operculina
macrocarpa (MICHELIN & SALGADO, 2004).
Quanto à atividade antioxidante esta proporciona benefícios à saúde por inibir a
peroxidação lipídica (SHOBANA & NAIDU, 2000). Nos dos extratos das folhas de M.
charantia, verificou-se que EH teve melhor desempenho que EE. O EH apresentou um
crescente poder antioxidante, que foi diretamente relacionado com o aumento da dose.
Sugere-se que o EH possua uma fração rica em compostos antioxidantes, fato
confirmado neste trabalho por sua ação antioxidante na mesma ordem de grandeza do
padrão quercetina e BHT.
Sendo assim, os efeitos gastroprotetor e hepatoprotetor dos extratos das folhas
de M. charantia devem estar relacionados à presença de antioxidantes que induzem a
inibição da lesão tecidual, fato particularmente observado pelo melhor desempenho de
EH.
5- Conclusões
1- Os extratos, EE e EH, das folhas de M. charantia apresentam esteróides e
carotenos.
2- O EH das folhas de M. charantia conferiu gastroproteção em modelo de etanol
associados aos escores lesão gástrica e ao pH. O EE apresentou efeito
gastroprotetor em menor proporção que EH.
3- O efeito gastroprotetor do EH parece está associado à presença de antioxidantes.
4- O EH conferiu hepatoproteção observada pelos níveis séricos das transaminases,
AST e ALT, e da LDH enquanto o EE apresentou efeito hepatoprotetor em
menor proporção.
5- O efeito hepatoprotetor do EH parece está associado à presença de compostos
antioxidantes.
6- Os extratos, EE e EH, provocam alteração no trânsito gastrintestinal,
apresentando efeito pró-cinético.
7- O elevado potencial antioxidante de EH poderá estar associado à presença de
esteróides e carotenos.
6- Perspectivas
A Momordica charantia demonstrou ter uma ação gastroprotetora e
hepatoprotetora, abrindo uma nova perspectiva para a sua utilização prática na medicina
veterinária. Além de ter demonstrado uma ação pró-cinética sobre o trânsito
gastrointestinal, abrindo perspectivas para sua utilização nas desordens de motilidade do
trato intestinal.
Entretanto é necessário o refinamento maior deste estudo através do isolamento
dos constituintes dos extratos EE e EH que podem estar envolvidos nos mecanismos de
gastroproteção e hepatoproteção, além da atividade pró-cinética dos extratos das folhas
de M. charantia para poder ter uma aplicação prática e confiável dessa planta.
Os resultados obtidos neste estudo são bastante promissores, porém, novas
pesquisas são necessárias utilizando pré e pós-tratamento crônico com os extratos, além
da histologia gástrica e hepática para comprovar a atividade protetora dos extratos EE e
EH. Seria também de grande valor avaliar os efeitos de EE e EH ao nível dos
hepatócitos.
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ANEXOS
Atividade hepatoprotetora dos extratos etanólico e hexânico das folhas de
Momordica charantia L.
Hepatoprotector activity of the hexanic and ethanolic extracts of Momordica charantia
L. leaves
Barbara Sucupira Pereira, Diana Célia Sousa Nunes-Pinheiro e Patrícia Araújo
Rodrigues
Trabalho originado da Dissertação de Mestrado do primeiro autor. Programa de Pós-
graduação em Ciências Veterinárias, Faculdade de Veterinária, Universidade Estadual
do Ceará, Fortaleza, Ceará, Brasil.
Artigo submetido à revista Acta Scientiae Veterinariae
Atividade hepatoprotetora dos extratos etanólico e hexânico das folhas de
Momordica charantia L.
Hepatoprotector activity of the hexanic and ethanolic extracts of Momordica charantia
L. leaves
Barbara Sucupira Pereira, Diana Célia Sousa Nunes-Pinheiro e Patrícia Araújo
Rodrigues
Trabalho originado da Dissertação de Mestrado do primeiro autor. Programa de Pós-
graduação em Ciências Veterinárias, Faculdade de Veterinária, Universidade Estadual
do Ceará, Fortaleza, Ceará, Brasil.
CORRESPONDENCIA D.C.S. Nunes-Pinheiro [[email protected] Fone Fax 85
31019840]
RESUMO
A Momordica charantia L. (Curcubitaceae) é empregada na medicina
tradicional popular por suas diversas propriedades biológicas e farmacológicas. O
objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade hepatoprotetora dos extratos hexânico
?EH? e etanólico ?EE? das folhas de M. charantia no modelo de lesão hepática induzida
pelo etanol. Camundongos Swiss machos foram pré-tratados com os EH ou EE (25, 50
ou 100 mg.kg
-1
), dissolvidos em salina e 0,5% Tween 20, por via oral, uma vez ao dia
durante 3 dias. Grupos controle foram pré-tratados com os mesmos volumes de salina
0,9% e 0,5% Tween 20 da mesma maneira. A lesão hepática aguda foi induzida por
etanol (0,2 mL/animal) no terceiro dia. A avaliação dos tratamentos foi feita quanto aos
parâmetros bioquímicos séricos das enzimas aspartato aminotransferase (AST), alanina
aminotransferase (ALT) e lactato desidrogenase (LDH). Foi medida a atividade
antioxidante de EE e EH por método de varredura de radicais livres, e realizado o
estudo fitoquímico dos extratos. A administração de etanol foi associada a aumento de
AST e ALT (p<0,01), mas não do LDH. O pré-tratamento com EH preveniu os
aumentos tanto dos níveis de AST quanto ALT (p<0,05), enquanto o pré-tratamento
com EE preveniu apenas o aumento da ALT. O estudo fitoquímico revelou a presença
de esteróides para ambos os extratos, e um maior potencial antioxidante para EH. O EH
é hepatoprotetor neste modelo, enquanto o EE apresenta efeito apenas parcial. O maior
potencial antioxidante do EH pode explicar os resultados observados.
Descritores: Momordica charantia, Cucurbitaceae, etanol, Alanina aminotransferase,
Aspartato aminotransferase, Lactato desidrogenase.
ABSTRACT
Momordica charantia L. (Curcubitaceae) is commonly used in popular medicine
based on its biological and pharmacological properties. The objective of this paper was
to evaluate hepatoprotective effects of hexanic (HE) and ethanolic (EE) extracts of the
leaves of M. charantia in the hepatic lesion induced by ethanol. Male Swiss mice were
pre-treated with EE or EH (25, 50 or 100 mg.kg-1) p.o. once a day for three days.
Control groups received saline and tween 20. Liver lesion was induced by the
administration of ethanol (0.2 ml/mice) in the third day. Evaluation of treatments was
based in the seric levels of alanine amino transferase (ALT), aspartate amino transferase
(AST) and lactato desydrogenase (LDH). Antioxidant activity of the extracts was
measured by free radical scavenging, and a phytochemical analysis of the extracts was
done. Ethanol administration was associated with elevations in the levels of ALT and
AST (p<0.01), but not with LDH. HE pre-treatment prevented both AST and ALT
elevation (p<0.05), while EE only prevented ALT elevation. Phytochemical analyses
showed only the presence of steroids in the extracts, and a higher antioxidant activity
for the HE. The HE is hepatoprotector in this model, while EE presents only partial
effect. Higher antioxidant activity of HE may explain this difference.
Key words. Momordica charantia, Cucurbitaceae, ethanol, Alanine amino transferase,
Aspartate amino transferase, Lactato desydrogenase.
INTRODUÇÃO
As hepatopatias representam um importante problema na saúde mundial. O
fígado é um órgão de grande importância, pois possui um papel essencial para a
manutenção do equilíbrio biológico dos vertebrados. Dentre as funções por ele
executadas tem-se: o metabolismo de produtos químicos; metabolismo dos lipídeos, dos
carboidratos e das proteínas; além da coagulação sanguínea e imunomodulação [18].
Para o tratamento de desordens do fígado utilizam-se drogas convencionais ou
sintéticas, entretanto são às vezes inadequadas e podem ter efeitos adversos sérios.
Dessa forma, remédios populares de origem vegetal têm sido usados para tratar doenças
hepatobiliares e estudos recentes mostraram seus benéficos [1].
No Nordeste brasileiro a M. charantia é encontrada em abundância e foram
descritas onze espécies que são próprias da região. Muitas pesquisas têm sido feitas com
essas espécies, suas folhas foram utilizadas oralmente na forma de infusão e cozimento
como antidiarréico e anti-reumático [14]. O extrato etanólico das folhas demonstrou
atividades contra o Haemonchus contortus [3], antiinflamatória [9], antifúngica contra
Microsporum canis em camundongos e coelhos [5] e gastroprotetora [13, 2]. Os
extratos das folhas (aquoso, etanólico e metanólico) têm demonstrado atividade
antimicrobiana [12] enquanto o extrato etanólico dos frutos demonstrou atividade
antiulceratogênica [10] e hepatotóxico [7]. Os extratos das folhas não são nefrotóxicos,
nem hepatotóxicos em baixas doses, não alteram o consumo de alimentos, o ganho de
peso ou os parâmetros hematológicos [15, 19].
Devido à carência de relatos quanto à atividade hepatoprotetora das folhas o
presente trabalho tem por objetivo avaliar a atividade hepatoprotetora dos extratos
etanólico e hexânico das folhas de M. charantia L. em modelo de lesão aguda por
etanol.
MATERIAIS E MÉTODOS
Preparo dos extratos e Estudo fitoquímico
A M. charantia foi coletada pela manhã no mês de Março de 2005, nas
proximidades do Aeroporto Internacional de Fortaleza, Fortaleza, Ceará. A planta foi
identificada no Herbário Prisco Bezerra do Departamento de Botânica e Biologia da
Universidade Federal do Ceará (UFC), onde foi depositada, recebendo o “voucher” de
número 32441.
Os extratos hexânico e etanólico foram preparados a partir das folhas de M.
charantia. Para o preparo do extrato hexânico, as folhas secas foram submersas em
hexano por sete dias. A solução obtida foi filtrada e evaporada a 69?C, obtendo-se o
extrato hexânico ?EH?. O resíduo do material ficou exposto ao hexano por três dias em
repouso para evaporação do hexano residual e, posteriormente, foi submerso em etanol
por sete dias, para obtenção do extrato etanólico ?EE?, que após filtração foi evaporado
a 78,5?C. Os extratos obtidos, EH e EE, foram diluídos em solução de NaCl 0,9%
acrescida de 0,5% de Tween 20 e administrados aos camundongos por via oral nas
concentrações de 25, 50 ou 100 mg.kg-1 de acordo com o protocolo experimental.
Os testes fitoquímicos foram realizados para identificar ou não fenóis, taninos,
leucoantocianidinas, catequinas, flavonas, flavonóis, flavononas, flavanonóis, xantonas,
triterpenóides, saponinas, resinas, esteróides e alcalóides [14].
Animais
Camundongos “Swiss”, machos, entre 2 e 4 meses, oriundos do Biotério Central
da Universidade Federal do Ceará, foram separados em grupos, mantidos em caixas
plásticas assépticas, submetidos a um regime de 12 horas de luz e alimentados com água
e ração ad libitum. Antes de cada experimento os animais foram mantidos em jejum de
18 horas recebendo água a vontade.
O protocolo de pesquisa foi conduzido segundo as normas do Colégio Brasileiro
de Experimentação Animal (COBEA).
Efeito do pré-tratamento com os extratos hexânico e etanólico em modelo de
hepatotoxicidade aguda induzido por etanol sobre parâmetros enzimáticos séricos.
Os parâmetros séricos que avaliam a atividade hepática foram medidos através
das enzimas alamina aminotransferase (AST) e aspartato aminotransferase (ALT) além
da lactato desidrogenase (LDH).
O sangue dos animais foi coletado através do plexo retro-orbital antes de iniciar
os tratamentos e no terceiro dia após o final dos tratamentos e indução de lesão por
etanol. Foi utilizado o soro individual dos animais de cada grupo em aparelho de
automação (BP 3000 PLUS
?
, WIENER) para a determinação dos valores séricos das
enzimas, seguindo as instruções dos fabricantes dos Kits. As dosagens de AST, ALT e
LDH foram expressas em unidades internacionais (UI).
Todos os soros foram congelados a -20
°
C por no máximo 3 dias e ao serem
descongelados não mais foram utilizados.
Determinação da atividade antioxidante in vitro
Para a avaliação da atividade antioxidante foi utilizado o método de varredura de
radical livre, DPPH (1,1-difenil-2-picrihidrazil) [4]. Nesta técnica, uma solução
fortemente corada de um radical livre foi tratada com uma solução do composto
químico. Em um tudo de ensaio, colocou-se 3,9 mL de uma solução do radical livre
DPPH a 6,5 x 10
-5
M em metanol. Em seguida foi adicionado ao tubo 0,1 mL da
solução etanólica ou hexânica do extrato (2000, 5000 ou 10.000 ppm) e a absorbância
máxima foi medida a 515 nm durante uma hora. O teste foi realizado em triplicata e os
resultados foram expressos em índice de varredura de radicais livres (IV %) [20].
Análise estatística
Para a análise dos resultados das dosagens séricas de AST, ALT e LDH foi
utilizado ANOVA seguido do teste de Tukey (P< 0,05).
RESULTADOS
Lesão hepática induzida pelo etanol
O grupo de animais que recebeu somente etanol (grupo etanol) apresentou
elevação significativa nos níveis séricos de ALT e AST (p<0,01) em relação aos grupos
salina e Tween não tratados com etanol (Tabelas 1 e 2).
Efeito do Extrato Etanólico (EE) sobre a lesão hepática
O pré-tratamento dos animais com EE nas três doses estudadas preveniu a
elevação de ALT associado ao etanol (p<0,05) (Tabela 2), porém não preveniu a
elevação de AST (Tabela1). A administração exclusiva de EE não foi associada à
elevação das aminotransferases.
Efeito do Extrato Hexânico (EH) sobre a lesão hepática
O pré-tratamento com EH nas três doses estudadas preveniu tanto o aumento da
AST (tabela 1) quanto da ALT induzidas pelo etanol (p<0,05) (Tabela 2). Da mesma
forma que o EE, a administração exclusiva do EH não foi associada à elevação das
enzimas.
Atividade antioxidante e análise fitoquímica dos extratos
Os resultados demonstraram que o EE das folhas de M. charantia nas doses de
2, 5 e 10 mg.mL
-1
apresentaram índice de varredura (IV) de 28,66%; 38,73% e 39,75%,
respectivamente. O EH das folhas de M. charantia nas doses de 2, 5 e 10 mg.mL
-1
apresentaram IV de 40,07%; 76,64% e 79,79%, respectivamente. Os testes fitoquímicos
realizados identificaram apenas a presença de esteróides em ambos os extratos.
DISCUSSÃO
As enzimas ALT e AST são consideradas hepatoespecífica e têm seu aumento
imediato após lesão hepatocelular ou a alteração na permeabilidade da membrana
celular [8], sendo assim funciona como um marcador sérico [6].
EE nas diferentes doses não foi capaz de proteger o fígado de uma possível
lesão hepatocelular ou de uma alteração na permeabilidade da membrana celular
provocada pela administração do etanol. Já o EH demonstrou uma acentuada
capacidade de proteção contra a agressão do etanol, reduzindo significativamente os
níveis séricos de ALT em relação ao grupo que recebeu apenas etanol, tendo sido
mantido os níveis séricos de ALT no D3 semelhantes ao do D0 (Tabela 1).
Neste trabalho, uma única dose de etanol provocou elevação dos níveis séricos
de TGP. Quando se avaliaram os valores de TGP sérica nos grupos dos animais tratados
com o EE ou EH das folhas de M. charantia e que receberam etanol verificaram-se que
os extratos nas doses estudadas não apresentaram elevação nos valores desta enzima.
Dessa forma, sugere-se que EE e EH, em todas as doses estudadas foram capazes de
proteger o fígado das lesões causadas pelo etanol. Este efeito possivelmente está
associado à atividade antioxidante dos extratos.
O efeito hepatoprotetor pode ser verificado em algumas plantas medicinais
através dos níveis séricos da AST e ALT. As folhas de Cassia auriculata demonstraram
ter ação hepatoprotetora, mantendo os níveis séricos da ALT constantes após indução da
lesão hepática por etanol [17]. Outra planta que também apresentou esse efeito foi a
Cassia occidentalis [11]. O pré-tratamento com o extrato de Phyllanthus emblica
apresenta hepatoproteção em lesões causadas pelo etanol verificado através dos níveis
séricos de AST, que se mantiveram constantes [16]. O mesmo foi verificado utilizando
extratos de caule de Acanthopanax senticosus [6].
A lactato desidrogenase (LDH) é uma enzima hepática que se distribui
amplamente pelos tecidos [8]. Os níveis séricos dessa enzima na circulação funcionam
como um marcador de danos hepáticos e são comumente utilizados como marcadores
para o diagnóstico de doenças hepáticas [6].
O uso de EH neste protocolo foi capaz de manter os níveis séricos da LDH
semelhantes aos grupos etanol, salina e 0,5% Tween 20 (Tabela 3). Portanto, EH
apresenta componentes que tentam manter a integridade celular, e que possivelmente
estão relacionados à sua elevada atividade antioxidante.
A utilização do extrato de caule de Acanthopanax senticosus em pré-tratamento
de lesão induzida pelo etanol, possui potencial de hepatoproteção, fato observado pelos
níveis séricos da enzima LDH [6].
Quanto à atividade antioxidante dos extratos das folhas de M. charantia,
verificou-se que EH teve o melhor desempenho. EH apresentou um crescente poder
antioxidante, que foi diretamente relacionado com o aumento da dose.
CONCLUSÃO
O efeito hepatoprotetor dos extratos (EH e EE) das folhas de M. charantia
avaliado pelas enzimas séricas (AST, ALT e LDH) deve estar relacionado à presença de
fortes substâncias antioxidantes que induzem a inibição da lesão tecidual,
principalmente o EH que apresentou um melhor desempenho neste modelo.
Agradecimentos. Ao CNPq pela bolsa de mestrado e ao Laboratório de Produtos
Naturais da UECE pelo suporte técnico.
REFERÊNCIAS
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13 Leite K.L. 2004. Atividade gastroprotetora de Momordica charantia em modelos
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Imprensa Universitária, Universidade Federal do Ceará. 139f .
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20 Yepéz B., Espinosa M., López S. & Bolamos G. 2002. Producing antioxidant
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Equilibria. 194: 879.
Tabela 1. Atividade da enzima sérica aspartato aminotransferase (AST) no inicio (D0) e
após três dias (D3) de tratamento com os extratos hexânico (EH) e etanólico (EE) das
folhas de M. charantia com e sem indução de lesão hepática por etanol no terceiro dia.
Os valores são expressos em media±dp.
Grupos Dose
(mg.kg-1 ou mL)
Número
animais
D0
D3
Salina 0,2 10 78,33 ± 23,02
a
80,63 ± 21,97
a,A
0,5% Tween 20 0,2 10 87,10 ± 23,60
a
90,30 ± 16,15
a,A
Etanol 0,2 10 94,80 ± 25,90
a
142,12 ± 51,74
b,B
EE 25 05 72,42 ± 16,60
a
109,00 ± 10,95
a,A
EE 50 05 84,66 ± 15,26
a
79,20 ± 12,53
a,A
EE 100 05 71,42 ± 12,56
a
98,00 ± 10,41
a,A
EE + Etanol 25 10 72,42 ± 16,60
a
201,42 ± 53,41
b,C
EE + Etanol 50 10 84,66 ± 15,26
a
155,92 ± 46,03
b,B
EE + Etanol 100 10 71,42 ± 12,56
a
119,61 ± 33,82
b,B
EH 25 05 78,50 ± 33,37
a
90,00 ± 11,91
a,A
EH 50 05 73,00 ± 14,76
a
113,0 ± 22,92
a,A
EH 100 05 90,50 ± 17,91
a
116,0 ± 21,00
a,A
EH + Etanol 25 10 78,50 ± 33,37
a
79,77 ± 20,58
a,A
EH + Etanol 50 10 73,00 ± 14,76
a
75,30 ± 12,24
a,A
EH + Etanol 100 10 90,50 ± 17,91
a
76,30 ± 21,44
a,A
Os níveis séricos de AST estão expressos em UI. Letras diferentes diferem
significativamente entre si (p<0,05). Letras minúsculas comparação entre D0 e D3, na
mesma linha e letras maiúsculas comparação no D3 entre os tratamentos.
Tabela 2. Atividade da enzima sérica alanina aminotransferase (ALT) no inicio (D0) e
após três dias (D3) de tratamento com os extratos hexânico (EH) e etanólico (EE) das
folhas de M. charantia com e sem indução de lesão hepática por etanol no terceiro dia.
Os valores são expressos em media±dp.
Grupos Dose
(mg.kg-1 ou mL)
Número
animais
D0
D3
Salina 0,2 10 63,60 ± 17,44
a,A
50,27 ± 10,86
a,A
0,5% Tween 20 0,2 10 55,40 ± 12,50
a,A
58,12±17,70
a,A
Etanol 0,2 10 61,70 ± 16,15
a,A
86,40 ± 52,80
b,B
EE 25 05 45,57 ± 7,54
a
56,00 ± 6,97
a,A
EE 50 05 48,16 ± 5,19
a
49,66 ± 9,97
a,A
EE 100 05 56,00 ±16,35
a
50,60 ± 4,82
a,A
EE + Etanol 25 10 45,57 ± 7,54
a
39,54 ± 10,52
a,A
EE + Etanol 50 10 48,16 ± 5,19
a
38,30 ± 16,07
a,A
EE + Etanol 100 10 56,00 ±16,35
a
47,30 ± 15,09
a,A ,8t9.75 A335.25 400.75 Tw (,8t9.75 A335.25 sA335.25 400.75 Tw (,8t975 0.75 re f 0.5 407.25 102.75 0.75 .75 re f5 re fBT84.75 396.75 Tf-0.0673 Tc 50.75 Tw 7.75 408 0.75 27.75 re f0 TD 0 Tc 0 T5 Tw (,8t975 0.75 re f40.75 27.75 re f0 Ta95 re fBT84.75 39642 TD/F1 TD 0.EH TD 0 Tc 0EE + Etanol) Tj62.25 0 119 Tj12 0 Tw ( ) Tj76.5 0 TD /F3 12 Tf(25) Tj12 0 TD ( ) Tj64.5 0 TD (050 Tj12 0 TD (25 TD /F3 12 Tf0.01488 Tc -0.4,57 Tw (47,30 ± 15,09) Tj66.75 5.25 TD /F3 8.25 Tf0.087 Tc 0 Tw (a) Tj3.75 0 TD 0 0.1875 Tw ( ) Tj19.5 -5.25 TD /F3 12 Tf0.0164 Tc -02,TD ( ) (50,60 ± 4,82) Tj60.75 5.25 TD /F3 8.25 Tf0.106 Tc 0 Tw (a,A) Tj12 -5.25 TD /F3 12 Tf3407.2 ) TjET78.75 407.23407.20.75 re f79.5 407.25 93407.2 ) TjET78.75 407.253407.2.75 re f178.5 407.25 103407.2 ) TjET78.75 407.3407.2 0.75 re f282 407.25 53407.2 ) TjET78.75 407.3407.2 0.75 re f 0.75 Tw (,3407.2 ) TjET78.75 Tw 3407.2 0.75 re f 0.75,8t975 0407.2
Tabela 3. Atividade da enzima sérica lactato desidrogenase (LDH) no inicio (D0) e
após três dias (D3) de tratamento com os extratos hexânico (EH) e etanólico (EE) das
folhas de M. charantia com e sem indução de lesão hepática por etanol no terceiro dia.
Os valores são expressos em media±dp.
Grupos Dose
(mg.kg-1 ou mL)
Número
Animais
D0
D3
Salina 0,2 10 1138,37 ± 239,55
a
1931,81 ± 383,64
a,A
0,5% Tween 20 0,2 10 1343,00 ± 296,28
a
1935,88 ± 319,67
a,A
Etanol 0,2 10 1426,33 ± 395,24
a
1405,80 ± 364,73
a,A
EE 25 05 1089,50 ± 251,91
a
1810,00 ± 79,47
a,A
EE 50 05 1096,14 ± 287,21
a
1182,80 ± 503,44
a,A
EE 100 05 935,42 ±153,05
a
1464,00 ± 234,11
b,A
EE + Etanol 25 10 1089,50 ± 251,91
a
1814,40 ± 479,27
b,A
EE + Etanol 50 10 1096,14 ± 287,21
a
3113,44 ± 1709,64
b,A
EE + Etanol 100 10 935,42 ±153,05
a
3276,50 ± 1531,38
b,A
EH 25 05 1330,50 ± 338,07
a
2337,50 ± 441,25
b,A
EH 50 05 1347,11 ± 281,04
a
2126,20 ± 542,79
b,A
EH 100 05 1393,44 ± 313,64
a
2287,00 ± 376,63
b,A
EH + Etanol 25 10 1330,50 ± 338,07
a
1875,66 ± 648,53
a,A
EH + Etanol 50 10 1347,11 ± 281,04
a
1334,30 ± 361,21
a,A
EH + Etanol 100 10 1393,44 ± 313,64
a
1638,00 ± 521,32
a,A
Os níveis séricos de LDH estão expressos em UI. Letras diferentes diferem
significativamente entre si (p<0,05). Letras minúsculas comparação entre D0 e D3, na
mesma linha e letras maiúsculas comparação no D3 entre os tratamentos.
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