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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA
CELSO SUCKOW DA FONSECA – CEFET/RJ
DIRETORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
COORDENADORIA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
TECNOLOGIA
DISSERTAÇÃO
A GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA INDUSTRIAL NO BRASIL FACE A
OUTRAS ENGENHARIAS E ÀS ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS
Marllos Martins de Vasconcelos
DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO PROGRAMA DE
PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA COMO PARTE DOS
REQUISITOSeNECESSÁRIOS PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE
EM TECNOLOGIA
Carlos Henrique Figueiredo Alves, D. Sc.
José Antônio Assunção Peixoto, D. Sc.
Orientadores
RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL
NOVEMBRO / 2007
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ii
SUMÁRIO
P.
INTRODUÇÃO
1
I – TRANSFORMAÇÃO DO CONCEITO DE INDÚSTRIA
11
I.1 – Transformação do Conceito de Indústria no Mundo 11
I.1.1 A Influência da Relação entre Técnica e Ciência na Origem e
Desenvolvimento do Conceito de Indústria
12
I.1.2 Transformação do Conceito de Indústria a Partir do Século XVIII 15
I.1.3 Modificação do Paradigma Técnico-Econômico do Mundo Globalizado
e o Conceito de Indústria
18
I.2 – Transformação do Conceito de Indústria no Brasil 22
II - JUSTIFICATIVA PARA A CRIAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA
INDUSTRIAL NO BRASIL
28
II.1 - Breve Histórico da Engenharia Nacional 28
II.2 - Especializações Setoriais 30
II.3 - A Criação do Curso de Engenharia Industrial no Brasil 38
III
CARACTERÍSTICAS DO CURSO DE ENGENHARIA INDUSTRIAL NO
BRASIL
45
III.1 - Características do Curso de Engenharia Industrial no Brasil 45
III.2 - Os Cursos de Graduação em Engenharia Industrial e as Outras Opções de
Formação em Engenharia no Brasil
52
III.2.1 - A Engenharia Industrial e a Engenharia de Produção 52
III.2.2 - A Diferenciação das Opções de Formação em Engenharia no Brasil 56
IV ANÁLISE
DA OFERTA ATUAL DE CURSOS DE GRADUAÇÃO EM
ENGENHARIA INDUSTRIAL NO BRASIL
66
IV.1 - Identificação dos Cursos de Graduação em Engenharia Industrial Ofertados
pelas IES no Brasil
66
IV.2 - Identificação e Análise da Localização e dos Anos de Criação dos Cursos de
Graduação em Engenharia Industrial
70
IV.2.1 -
Identificação e Análise da Localização dos Cursos de Graduação
em Engenharia Industrial .
70
IV.2.2 - Identificação e Análise dos Anos de Criação dos Cursos de
Graduação em Engenharia Industrial
73
IV.3 - Identificação das IES que Oferecem Cursos de Graduação em Engenharia
Industrial
79
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iii
IV.4 - Análise dos Campos de Atuação Profissional e das Atividades Profissionais
Previstos pelo CONFEA para os Egressos dos Cursos de Graduação em
Engenharia
83
CONSIDERAÇÕES FINAIS
94
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
104
iv
V331 Vasconcelos, Marllos Martins de.
A graduação em engenharia industrial no Brasil face as outras e
ngenharias e às
atribuições profissionais/ Marllos Martins de Vasconcelos – 2007.
xii,108f. : il. Color. , grafs, ,tabs.;enc.
Dissertação (Mestrado) Centro Federal de Educação T
ecnológica Celso Suckow da
Fonseca, 2007.
Bibliografia: f. 104-108.
1. Engenharia industrial-Brasil 2. Engenheiros Atribuições profissionais
3.Formação profissional I. Título.
CDD 006.6
v
À Minha Família
vi
Agradecimentos
A toda a minha família e pessoas próximas pelo apoio e compreensão.
Sem vocês, eu não teria concluído este trabalho;
Ao Professor Carlos Henrique Figueiredo Alves (D. Sc.) e ao Professor
Jose Antonio Assunção Peixoto (D. Sc.), pelo empenho no trabalho de
orientação que muito contribuiu para elaboração desta dissertação.
A todos que diretamente e indiretamente contribuíram para a elaboração
deste trabalho.
vii
Resumo da dissertação submetida ao PPTEC/CEFET/RJ como parte dos
requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre em Tecnologia
(M. T.).
A GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA INDUSTRIAL NO BRASIL FACE A
OUTRAS ENGENHARIAS E ÀS ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS
Marllos Martins de Vasconcelos
Novembro de 2007
Orientadores: Carlos Henrique Figueiredo Alves, D. Sc.
Jose Antonio Assunção Peixoto, D.Sc.
Programa: PPTEC
Dentre as opções de formação de engenheiros no Brasil, são oferecidos
em algumas Instituições de Ensino Superior (IES), cursos de graduação
em engenharia industrial. Esses cursos, assim como os engenheiros
industriais neles formados, se diferenciam daqueles que não recebem o
qualificativo em questão. No entanto, cabe ressaltar, que independente-
mente da designação industrial ou não, os cursos de engenharia no Brasil
são regidos pela Resolução CNE/CES Nº11/02, do Conselho Nacional de
Educação, que determina as diretrizes curriculares dos mesmos e as
atribuições profissionais dos engenheiros são estabelecidas pela
Resolução Nº1010/05 do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia. Nesse contexto, o presente trabalho, tendo como objetivo
alcançar uma representação dos cursos de graduação em engenharia
industrial, faz o levantamento e a análise de informações que
caracterizam os cursos em questão, contextualizando-os no espectro de
opções de formação em engenharia no Brasil e mapeia a oferta atual dos
cursos de engenharia industrial no país, tendo como metodologia de
pesquisa, precipuamente, a extração de dados de trabalhos científicos, da
legislação e de endereços eletrônicos de instituições oficialmente ligadas
a este tipo de formação profissional. Em suas considerações finais,
sugere a permanência da diferenciação entre os cursos de graduação em
engenharia industrial daqueles que não recebem o qualificativo em
questão, e também, propõe caminhos a serem percorridos em pesquisas
posteriores.
Palavras-chave: Engenharia industrial, Ensino de engenharia, Atribuições
profissionais.
viii
Abstract of dissertation submitted to PPTEC/CEFET/RJ as partial
fulfillment of the requirements for the degree of Master in Technology
(M. T.).
THE GRADUATION IN INDUSTRIAL ENGINEERING IN BRAZIL FACED
WITH OTHER ENGINEERINGS AND PROFESSIONAL ATRIBUTIONS
Marllos Martins de Vasconcelos
November 2007
Supervisors: Carlos Henrique Figueiredo Alves, D. Sc.
Jose Antonio Assunção Peixoto, D.Sc.
Program: PPTEC
Among the graduating options for engineers in Brazil, graduation
courses in industrial engineering are offered by some institutions of
superior studies (ISS). These graduation courses in engineering, so as the
industrial engineers graduated by them, differ from those which do not
receive the qualifying in matter. Although, we underline the fact that the
National Educational Council Resolution CNE/CES Nº11 and CONFEA
Resolution 1010/05 rule, respectively, both courses and professionals,
whether industrial or not. So the present work objectives to reach a
representation of the graduation courses in industrial engineering,
surveys and evaluates the information that characterize the courses in
matter and locate them within the range of graduation options in
engineering in Brazil; maps the national offer of these courses,
u
sing as
essential method, the extraction of relevant data for the subject in matters
of scientific publications, legislation and official institutions websites tied
in this kind of professionals formation. In its final considerations, the
present work recommends the permanence of the differentiation between
industrial engineering graduation courses from those which do not
receive the qualifying in matter and also proposes paths to be trailed in
further investigations.
Key-words: Industrial engineering, Engineering teaching, Professional
attributions.
ix
Lista de Figuras
P.
Figura IV.1 – Gráfico do Número de Cursos de Graduação em Engenharia
Industrial Habilitação Elétrica Ênfase(s) em Eletrônica e
Telecomunicações Versus Anos de Criação Destes Cursos .
74
Figura IV.2 – Gráfico do Número de Cursos de Graduação em Engenharia
Industrial Habilitação Madeireira Versus Anos de Criação Destes Cursos.
75
Figura IV.3 – Gráfico do Número de Cursos de Graduação em Engenharia
Industrial Habilitaçãoxtil Versus Anos de Criação Destes Cursos.
75
Figura IV.4 – Gráfico do Número de Cursos de Graduação em Engenharia
Industrial Habilitação Mecânica Versus Anos de Criação Destes Cursos.
76
Figura IV.5 - Gráfico do Número de Cursos de Graduação em Engenharia
Industrial Habilitação Química Versus Anos de Criação Destes Cursos
77
Figura IV.6 - Gráfico do Número de Cursos de Graduação em Engenharia
Industrial Habilitação Controle e Automação Versus Anos de Criação
Destes Cursos
77
Figura IV.7 - Gráfico do Número de Cursos de Graduação em Engenharia
Industrial Habilitação Elétrica Ênfase em Eletrotécnica Versus Anos de
Criação Destes Cursos
78
Figura IV.8 Gráfico da Discriminação Percentual das IES Baseada nos
Critérios de Organização Acadêmica
80
x
Lista de Tabelas
P.
Tabela I.1 – Eventos Significativos no Conceito e Desenvolvimento da
Indústria.
17
Tabela I.2 Comparação das Características de Produção da Sociedade
Industrial com a da Sociedade Pós-Industrial.
21
Tabela I.3 – Síntese das Transformações das Características da Industri-
alização Brasileira
26
Tabela II.1 - Terminologia Referente às Especializações Setoriais
Utilizada na Legislação
37
Tabela III.1 - Diferenciação das Opções de Formação em Engenharia no
Brasil.
65
Tabela IV.1 – Cursos de Graduação em Engenharia Industrial Ofertados
no Brasil.
67
Tabela IV.2 – Discriminação dos Cursos de Graduação em Engenharia
Industrial.
70
Tabela IV.3 – Localização dos Cursos de Graduação em Engenharia
Industrial por Área e/ou Habilitação.
71
Tabela IV.4 – Habilitações e/ou Áreas dos Cursos de Graduação em
Engenharia Industrial por Estado Brasileiro.
72
Tabela IV.5 – Número de Cursos de Graduação em Engenharia Industrial
por Estado Brasileiro.
73
Tabela IV.6 Discriminação das IES Baseada no Critério de Organização
Acadêmica.
79
Tabela IV.7 – Habilitações dos Cursos de Graduação em Engenharia
Industrial Ofertados por cada IES.
81
Tabela IV.8 – Número de Cursos de Graduação em Engenharia Industrial
Ofertado por cada IES.
82
Tabela IV.9 - Comparação da Resolução Nº218/73 com a Resolução
Nº1010/05 no que se Refere aos Campos de Atuação Profissional e às
Atividades Profissionais Previstos pelo CONFEA para os Egressos dos
Cursos de Graduação em Engenharia
93
xi
Abreviaturas e Símbolos.
Abreviatura /
Símbolo
Significado Unidade
ABENGE Associação Brasileira de Ensino de Engenharia -
ABEPRO Associação Brasileira de Engenharia de
Produção
-
ABMES Associação Brasileira de Mantenedoras do
Ensino Superior
-
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas -
CEEEnG Comissão de Especialistas em Ensino de
Engenharia
-
CFE Conselho Federal de Educação -
CNE Conselho Nacional de Educação -
CONFEA Conselho Federal de Engenharia,Arquitetura e
Agronomia
-
CREA Conselho Regional de Engenharia,Arquitetura e
Agronomia
-
ENADE Exame Nacional de Desempenho de Estudantes
ETFCSF Escola Técnica Federal Celso Suckow da
Fonseca
-
GT/ICEO Grupo de Trabalho Para Implantação dos Cursos
de Engenharia de Operação
-
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -
IES Instituição(ões) de Ensino de Superior -
INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira
-
INMETRO Instituto Nacional de Metrologia,Normalização e
Qualidade Industrial
-
ISO
International Organization for
Standardization
-
LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação -
MEC Ministério da Educação e Cultura -
MRP Material Requirements Planning
PNB Produto Nacional Bruto
SINAES Sistema Nacional de Avaliação da Educação
Superior
xii
UFF Universidade Federal Fluminense -
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro -
UFSCar Universidade Federal de São Carlos -
1
INTRODUÇÃO
Antes dos reflexos da Revolução Industrial chegarem ao Brasil, os problemas
que exigiam soluções tecnológicas mais complexas apareciam, quase que por
completo, na área militar. Com os impactos da Revolução Industrial chegando ao
Brasil, a demanda por profissionais que possuíssem conhecimentos tecnológicos mais
complexos cresceu, abrindo oportunidades de trabalhos para engenheiros em campos
profissionais não-militares, estes últimos denominados engenheiros civis.
(NOVAES,1985)
Assim, as primeiras escolas de engenharia
1
no Brasil surgiram, no final do
século XIX, numa tentativa de suprir a necessidade de mão-de-obra qualificada para
atuar no novo cenário tecnológico que emergia.
No entanto, entre outros fatores,para que se conseguisse maiores gerações de
economia de escala nos empreendimentos tecnológicos e também devido à
complexidade e ao aumento do conhecimento tecnológico, houve uma tendência de
especialização entre os profissionais de engenharia. Assim, de forma independente,
tanto a engenharia militar quanto a engenharia civil foram “se abrindo em novos
campos, surgindo a engenharia mecânica, a naval, a engenharia metalúrgica, de
minas, etc.” (NOVAES,1985)
Cabe ressaltar que; incldo no processo de abertura de novos campos, acima
citado; estava a percepção da necessidade de criação de uma especialização dentro
da engenharia que fosse específica para a indústria. A necessidade em questão pode
ser justificada ao se constatar que a crescente demanda por engenheiros, não se deu
apenas na construção da infra-estrutura (portos, ferrovias, rede de eletricidade, etc.)
necessária à instalação de indústrias no país, mas também, nos processos industriais
propriamente ditos.
1 Segundo Novaes (1985), as três primeiras escolas de engenharia brasileiras foram: a Politécnica do Rio de Janeiro,
que começou a funcionar em 1874;a Escola de Minas de Ouro Preto, iniciando suas atividades em 1876 e, finalmente,
em 1894, a Escola Politécnica de São Paulo.
2
Desta forma, a especialização em questão é oficialmente criada em 1933,
quando Getúlio Vargas assinou o Decreto Federal Nº23569, regulamentando o
exercício da profissão de engenheiro no Brasil e especificamente, reconhecendo
oficialmente o profissional denominado por engenheiro industrial.
No Art. 31 do Decreto Nº23569 estavam estabelecidas as competências que o
engenheiro industrial deveria possuir, abaixo transcritas:
“Art. 31. São da competência do engenheiro industrial:
a) trabalhos topográficos e geodésicos
2
;
b) a direção, fiscalização e construção de edifícios;
c) o estudo, projeto, direção, execução e exploração de instalações
industriais, fábricas e oficinas;
d) o estudo e projeto de organização e direção das obras de caráter
tecnológico dos edifícios industriais;
e) assuntos de engenharia legal
3
, em conexão com os mencionados
nas alíneas a e d deste artigo;
f) vistorias e arbitramentos relativos à matéria das alíneas
anteriores.”
Destaca-se o fato de que no decreto em questão, a engenheira industrial não se
apresentava vinculada a nenhuma outra especialização da engenharia, o que pode
levar à conclusão de que o engenheiro industrial, até então, estava habilitado ao
exercício profissional em indústrias de qualquer natureza (indústria química,indústria
au4(u)1.321.32101( )3984( )277.998]TJ-2T7(e)1.57(e)1.3bt77.998]TJ-257.434 -29ã1(i)4.47815(o)1.32101(n)1.32101(a)147815(o)1.32101(n)1.3210-14257.300048( )-14s(s)-0.300048(t)6.0992(4.47815(o)11(i)4.47815(o)1.32101(n)1.32101(a))]TJ251.67 0 Td[(o1957(r)-4.15818( )-1462.29872(t)-4.77819)1.15818c8oí3ia tza4(u)1.321.32101( 2.96.96 24.96 24.966G7819)1.15818c8oí9.55639(e)13(a)1.32101( 6( )-4.776315(o)126315(o)126à)1.32101( 1.1.32101(2.244.05(e)1.31968(n)1.3ç26à)1.32101( 1.17819)1.15818(t)-.32101(s)-0.29872(t)62.1957(g)-9.55639(e)19íbe101( )-)-9.5567(g)-9.556(t)-4.7456(t)-4F032101(ç)-0.29872(ã)1.32(r)-4.172(t)62.195ettttge q tsnas1957(r)-4.15818( )-187( )-4.710.101(1957(r)-4.158187t)-49.5R9.70101(n)1.7(r)-4.1 qa47(i)-61.31(u)1.321.32101( )394.12049(-)-4.15818(s)-0.29872(e)1.32101( )-37.4064(o)1.32101( )-26.534A qissi4(u)1.321.3210.300.94.478uA 0.29872(s)-0.298729(n)1.32101(e)1.32101(a.172(t)61.31968( )-4.77687(d)1.31968( )i)4.478 qà87(d)1.319287(d)1.31968( )i9-4.78044( )8 q qà7(o)122(t)61.18(a)1.()-41.31968(t)-4.968( )iintã
3
das atribuições das diferentes especializações profissionais presentes no Decreto
Nº23.569 com as das resoluções do próprio CONFEA.Em outras palavras, poder-se-ia
esperar que as competências do engenheiro industrial estabelecidas no Art. 31 do
4
1933, e posteriormente, quando foi mencionada na Resolução Nº218 de 1973.
No entanto, a Resolução Nº218 de 1973 também citava a chamada engenharia
operacional,sendo esta última criada com a finalidade de suprir uma demanda
específica da industria.
Schiefler Filho (2006) afirma que, na segunda metade do
século XX, com a continuidade do processo de industrialização do Brasil, apesar dos
esforços das escolas de engenharia existentes, não havia oferta de formação
específica de profissionais de nível superior para atender a demanda da indústria
automobilística que se instalava no país.
Desta forma, conforme será detalhado em capítulo posterior, pode-se concluir
que os engenheiros industriais, reconhecidos inicialmente pelo Decreto Federal
Nº23569 de 1933 e posteriormente mencionados pela Resolução do CONFEA Nº218
de 1973, não atendiam satisfatoriamente a demanda da indústria automobilística
citada anteriormente. Alegre (1997) afirma que para o atendimento desta demanda,
precisava-se de “um técnico com nível pouco acima do técnico de nível médio, que
há decênios estava sendo formado pelas Escolas Técnicas.
Assim, tiveram a iniciativa de criação de um Curso de Engenharia Operacional
que, com um tempo de formação dos profissionais inferior aos cursos de Engenharia
oferecidos até então, visavam suprir esta demanda específica. (SCHIEFLER
FILHO,2006)
Segundo Alegre (1997), a concepção do engenheiro operacional advinda deste
contexto, que será detalhada posteriormente, foi de um técnico preparado em curso de
nível superior, com duração de três anos, capacitado a utilizar as ciências
matemáticas e físicas à serviço da tecnologia, “habilitado na área da produção, apto a
analisar e pronto para criar, nos limites de seu domínio.”
No entanto, os Cursos de Engenharia Operacional foram extintos no final da
década de setenta, devido, segundo Schiefler Filho (2006), à recusa
5
pelo mercado de
trabalho e pelos demais engenheiros (com formação de cinco anos) aos profissionais
5
A recusa em questão será detalhada em capítulo posterior
.
5
formados pelos cursos em questão.
Segundo Alegre (1997), com a extinção dos Cursos de Engenharia de Operação,
as escolas que possuíssem tais cursos poderiam transformar os mesmos em Cursos
de Graduação em Engenharia Industrial. Em outras palavras, um novo curso foi criado
em substituição ao Curso de Engenharia Operacional, sem esbarrar, no entanto, nas
limitações deste último. Desta forma, segundo Schiefler Filho (2006),em 1977, o
Conselho Federal de Educação criava os Cursos de Engenharia Industrial através da
Resolução CFE Nº4.
No entanto, conforme mencionado anteriormente, o profissional denominado
por engenheiro industrial era, inicialmente, reconhecido desde 1933 e,
posteriormente, já com as mudanças citadas anteriormente, mencionado pela
Resolução Nº218 de 1973 do CONFEA.
Desta forma, pode-se concluir que a partir de 1977, dois tipos de cursos de
graduação em engenharia industrial eram oficialmente reconhecidos. O primeiro; cujos
6
quanto àqueles que se encontrassem matriculados nas escolas de engenharia na
época em que a Resolução Nº4 /77 entrou em vigor.
Independentemente da unicidade ou não da engenharia industrial, no presente
trabalho será considerada a engenharia industrial a partir de 1977, ou seja,aquela
regida pela Resolução Nº4 do Conselho Federal de Educação.Isto se deve ao fato de
que os cursos de graduação em engenharia industrial atualmente existentes têm como
referência esta última resolução.
Desta forma, a partir de 1977, baseando-se em Alegre (1997), pode-se concluir
que a diferenciação da engenharia, em industrial e não industrial,é um resultado das
demandas, das necessidades do trabalho do Engenheiro, porque um espectro
muito grande de atividades a serem exercidas. A citação a seguir elucida este
conceito:
“Cabe esclarecer que a Eng. Industrial não é um sucedâneo
propriamente dito da Eng. de Operação, fica mais claro que o Eng.
Industrial não é um Eng. de Operação transformado, ele é no novo
espectro da formação dos Engenheiros que está mais orientado para
os processos, para as execuções, ao passo que o engenheiro que não
tem o qualificativo industrial,...,de uma forma geral, estaria mais
ligado a área da concepção.” (ALEGRE,1997)
Cabe ressaltar, conforme será detalhado em capítulo posterior; que em 1983, o
CONFEA, através da Resolução Nº288,determinava que os profissionais egressos dos
cursos de graduação em engenharia industrial teriam os mesmos títulos e atribuições
dos profissionais egressos dos outros cursos de engenharia, determinados através da
Resolução Nº 218/73.
Das informações acima mencionadas, chega-se à conclusão que os
profissionais egressos dos cursos de graduação em engenharia industrial devem
possuir perfis mais adequados para atuações em processos industriais de
determinada área ou campo, quando comparados com aqueles profissionais cujos
7
cursos de graduação em engenharia dos quais são egressos não possuem o
qualificativo em questão.
Assim, ainda hoje, baseando-se na Resolução Nº4/77 do Conselho Federal de
Educação, nos cursos de graduação em engenharia industrial passou-se a ter uma
abordagem diferenciada, conforme será detalhado em capítulo posterior, enfatizando-
se mais a orientação do ensino do que o conteúdo. Isto pode ser exemplificado,
mencionando-se que nestes cursos das escolas de engenharia em questão, ganham
destaque tanto as atividades práticas quanto a maior carga horária de estágio
supervisionado do que aquela prevista em lei.
Atualmente, estes cursos de engenharia, assim como aqueles que não
recebem o qualificativo industrial, são regidos pela Resolução CNE/CES Nº11, de 11
de março de 2002; do Conselho Nacional de Educação (substituto do Conselho
Federal de Educação); que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de
Graduação em Engenharia. os engenheiros industriais, sem distinção dos demais,
são fiscalizados de acordo com a Resolução Nº1010/05 do Conselho Federal de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA). Esta última substituiu a Resolução
Nº218, que vigorou desde 29 de junho de 1973; ou seja, por mais de trinta anos.
Com a entrada em vigor destas duas resoluções, que não mais mencionam
qualquer diferenciação da engenharia industrial daquela sem o qualificativo em
questão, acaba-se por interpretar que os únicos fatores relevantes na concessão dos
títulos e atribuições profissionais aos formados nos cursos de engenharia consistem
na análise dos seguintes itens:perfis profissionais e currículos integralizados dos
diplomados, além, dos projetos pedagógicos dos cursos regulares dos mesmos,
independentemente de se tratar de engenheiros industriais ou não.
8
Cabe ressaltar, conforme mencionado anteriormente, que pelo fato dos
engenheiros industriais possuírem, ao menos teoricamente, perfis mais adequados
para atuações em processos industriais de determinada área ou campo quando
comparados com os engenheiros que não possuem o qualificativo em questão, faz
com que as transformações do conceito de indústria ganhem destaque; uma vez que
as atuações em questão estariam intimamente ligadas a este conceito.
No entanto, o próprio surgimento do conceito de indústria é de difícil
estimativa, pois é questionável se na produção de qualquer bem, desde os primórdios
da humanidade, não se tem intrínsecos os elementos que caracterizam o processo
industrial. (CARVALHO,2003)
Ainda neste sentido, a própria estabilidade do conceito de indústria também se
torna questionável, uma vez que mudanças ao longo d
9
engenharia, enfatizando a diferenciação destes cursos das outras opções de formação
na área já mencionadas;
2º) Apresentar um mapa atual da oferta de cursos de graduação em engenharia
industrial no Brasil;
METODOLOGIA DE PESQUISA
Nesta dissertação, optou-se por, precipuamente, extrair dados e/ou
informações pertinentes ao tema em questão:
1ª) fazendo uma revisão bibliográfica sobre o assunto;
2ª) utilizando ferramental disponível em sítio na Internet;
A revisão bibliográfica foi concretizada através da utilização das seguintes
fontes: legislação, trabalhos científicos e endereços eletrônicos de organizações
oficiais.
Esta revisão foi a responsável pela aquisição de dados e/ou informações que
permitiram a inserção no presente trabalho da(s):transformações da indústria;
justificativa para a criação dos cursos de graduação em engenharia industrial no Brasil
e caracterização destes mesmos cursos.
No que se refere à utilização do ferramental disponível em sítio na Internet,
pode-se mencionar, em essência, a ferramenta de busca disponibilizada no sítio oficial
do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, INEP.
Através da ferramenta de busca acima mencionada foi possível apresentar um
mapa atual da oferta nacional de cursos de graduação em engenharia industrial.
10
Complementou-se tal fato através da geração de gráficos e tabelas que auxiliaram na
análise do mapeamento em questão.
Desta forma, no Capítulo I, é feita uma revisão bibliográfica abordando as
transformações do conceito de indústria, sejam as mesmas realizadas em âmbito
nacional ou internacional.
No Capítulo II, a justificativa para a criação dos cursos de graduação em
engenharia industrial no Brasil é descrita; começando com um breve histórico da
engenharia nacional, passando pela origem das especializações setoriais e finalizando
com a criação dos cursos de engenharia industrial propriamente dita.
No Capítulo III, além da caracterização dos cursos de graduação em engenha-
ria industrial, é feita a comparação destes cursos com outras opções de formação em
engenharia, tornando inequívoca a identificação das semelhanças e diferenças entre
as diversas opções de formação na área em questão no Brasil.
No Capítulo IV, é apresentado um mapa atual da oferta de cursos de graduação
em engenharia industrial no Brasil;
Considerações finais são apresentadas, que dentre outros aspectos, permitirão
sintetizar o conteúdo desta dissertação, verificando o atendimento ou não aos
objetivos propostos e sugerir caminhos a serem percorridos em pesquisas posteriores,
concluindo desta forma, o presente trabalho.
11
CAPÍTULO I – TRANSFORMAÇÃO DO CONCEITO DE INDÚSTRIA
Inicia-se esta seção com um breve histórico da transformação do conceito de
indústria no mundo; compreendendo desde a influência da relação entre técnica e
ciência até a contribuição da atual modificação do paradigma técnico-econômico do
mundo globalizado, na origem e desenvolvimento do conceito em questão; sem deixar
de mencionar as peculiaridades da transformação deste conceito que ocorreram a
partir do século XVIII. Finaliza-se esta seção com um breve histórico da transformação
do conceito de indústria no Brasil.
I.1 – Transformação do Conceito de Indústria no Mundo
O surgimento do conceito de indústria é de difícil estimativa, pois é
questionável se na produção de qualquer bem, desde os primórdios da humanidade, já
não se tem intrínsecos os elementos que caracterizam o processo industrial.
(CARVALHO,2003)
Outro aspecto a ser considerado, em consonância com as informações acima
mencionadas, é a determinação de quais são estes elementos que caracterizam o
processo industrial, uma vez que também o conceito de indústria pode não ser estável
ao longo do tempo. Isto pode ser exemplificado quando, atualmente, expressões como
“indústria cinematográfica” ou indústria do turismo” são de utilização freqüente,
mesmo quando, tradicionalmente, estas atividades fazem parte do setor de serviços.
Ainda neste sentido, pode-se afirmar, segundo Carvalho (2003), que “muitos
produtos foram produzidos ao longo dos séculos e certamente algumas técnicas foram
então desenvolvidas e usadas para melhorar a eficiência da sua produção.” Pode-se
concluir então que, mais do que a origem, precisar o próprio desenvolvimento do
conceito de indústria apresenta dificuldades, uma vez que os dados e/ou informações
13
“Aos poucos, técnica e arte foram se distanciando, pois o artista via
em cada pedaço de matéria uma única maneira de realizar um
modelo idealizado por ele, ao passo que a técnica foi evoluindo num
sentido de eliminação de todas as diferenças, objetivando tornar-se
a mais repetitiva possível, isto é, a mais capaz de ser reproduzida
por qualquer uma quem fosse dado o conhecimento das medidas e
das regras de execução.”(RODRIGUEZ,2001)
O conceito de reprodutibilidade ganha ênfase quando o fazer automático, um
dos objetivos no caso da técnica e que ainda hoje reflete no estereotipo de algumas
atividades industriais, é conseqüência da transmissão e incorporação dos
conhecimentos associados à técnica. Cardoso (2001) afirma que para Aristóteles (384-
322 A.C.), primeiro aprendia-se a técnica, adquirindo-se a consciência do que se
fazia, depois incorporava-se essa aprendizagem, que assim tornava-se um fazer
mecânico automático.
Ressalta-se o fato de que, até a Renascença, o conhecimento teórico era mais
valorizado do que a técnica. Esta última, desprezada, era reservada aos pertencentes
das classes sociais mais baixas. O desprezo pela técnica e, conseqüentemente pelo
trabalho prático, refletiu e talvez ainda reflita em preconceito por alguns tipos de
trabalho realizados nas indústrias.
“Após o fim do Império Romano, coube a Idade Média européia
manter a tradição grega de valorizar o conhecimento teórico em
detrimento da pesquisa empírica, sendo que o trabalho manual
continuou desprezado e restrito aos servos da
gleba.”(CARDOSO,2001)
No entanto, segundo Rodriguez (2001), um novo tipo de conhecimento,
conseqüência da aplicação de três elementos inovadores (a busca do conhecimento
com o objetivo de dominar a natureza em benefício do homem, a aplicação de cálculo
matemático ao objeto estudado e um método a ser seguido sistematicamente), fez
com que o homem, na Renascença, tivesse uma nova concepção de vida, uma vez
que abalou e até mesmo rejeitou idéias até então vigentes. É a chamada Revolução
Científica.
14
15
movimento conhecido por Iluminismo. Este último, por sua vez, estimulou a aplicação
prática do conhecimento científico disponível até então.
No entanto, a principal influência do Iluminismo na origem e desenvolvimento
do conceito de Indústria foi a modificação do paradigma até então vigente,
representado pelo controle da sociedade pela Igreja Católica, oferecendo, desta forma,
oportunidade para ascensão da classe burguesa e, conseqüentemente, do
capitalismo. Este último, por sua vez, ao se tornar o sistema econômico vigente,
permitiu que a classe burguesa pudesse acumular capital suficiente para a aquisição
dos recursos necessários (matéria-prima,máquinas,contratação de empregados,etc.) à
instalação e operação das fábricas, iniciando assim a Revolução Industrial.
A Revolução Industrial marca, inequivocamente, uma ruptura na forma de
realização das atividades produtivas, que passa da manufatura para a maquinofatura.
A primeira tem sua base na força e habilidade do trabalhador, na segunda, “ocorre
radical redução da dependência do processo de trabalho em relação à habilidade e
força do operário”, uma vez que, caracteriza-se por ser um modo de organização da
produção baseado na utilização de máquinas. (CABRAL JUNIOR,2003)
Ainda neste sentido,é com a chegada da Revolução Industrial, a partir do
século XVIII, que tanto os elementos caracterizadores do conceito de indústria, quanto
o próprio desenvoelãsãs elema
16
da indústria a partir do século XVIII. Consiste no ganho de competitividade das
organizações através da redução dos custos e do aumento da produtividade das
mesmas ao ofertarem seus bens e serviços à sociedade.
Especificamente, conseguiu-se a redução dos custos e o aumento da
produtividade em questão , de acordo com Cabral Junior (2003), através da supressão
dos “tempos mortos” na produção de bens e/ou serviços, feita com base em metódico
estudo dos tempos e movimentos da ação dos homens no trabalho. No entanto, para
que tal racionalização dos processos de produção fosse atingida, eram ofertados, em
grande quantidade, produtos e/ou serviços com pouca ou nenhuma variabilidade.
17
seja, para cada comprador individual. Em outras palavras, as tecnologias existentes
(computadores, sistemas de telecomunicações, fábricas automatizadas, etc.) passam
cada vez mais a permitir que os produtos e/ou serviços possam ser feitos e/ou
prestados sob medida para um cliente em um curto período de tempo.(KOTLER,1997)
Tabela I.1 – Eventos Significativos no Conceito e Desenvolvimento da Indústria
3
Ênfase no Custo
Ênfase na
Qualidade
Ênfase na
Personalização
Conceitos Iniciais
1776 – 1880
Era da Produção em
Massa
1910 – 1980
Era da Produção
Magra
1980 – 1995
Era da
Personalização em
Massa
1995 - 2010
Especialização do
Trabalho (Smith e
Babbage)
Linha de Montagem
(Ford)
Just-in-Time Globalização
Padronização de
Peças (Whitney)
Controle Estatístico
(Shewhart)
Computer Aided
Design
Internet
Era da Gestão
Científica
(1880 – 1910)
Encomenda
Econômica (Harris)
Electronic Data
Interchange
Enterprise Resource
Planning
Gráficos de Gantt
(Gantt)
Programação Linear Total Quality
Management
Learning
Organization
Estudo de tempos e
movimentos
(Gilbreth)
PERT/CPM (DuPont) Baldrige Award
Empowerment
International Quality
Standards
Análise de Processo
(Taylor)
MRP Kanbans Finite Scheduling
Teoria de Filas de
Espera (Erlang)
Supply Chain
Management
Agile Manufacturing
E-Commerce
Virtual Enterprises
A Era da Personalização em Massa é conseqüência do dinamismo e da
flexibilidade da indústria, fruto da tentativa da mesma de se adaptar à volatilidade das
condições externas que a cerca. Neste sentido, pode-se afirmar que, atualmente, a
sociedade passa por um desses processos de consolidação de novas condições
externas, resultado da modificação do paradigma técnico-econômico do mundo
globalizado, tendo estas últimas, impacto não só no conceito de indústria, conforme
3
Detalhar as informações contidas na Tabela I.1, elaborada por Heizer e Render (2001) e citada por Carvalho (2003),
acabaria por estender demasiadamente esta revisão bibliográfica com o risco de se desviar do objetivo do presente
trabalho. Desta forma, maiores informações sobre o assunto podem ser obtidas nas referências bibliográficas citadas.
18
mencionado anteriormente, mas também nas próprias características desta
sociedade;. Este é o assunto da próxima seção.
I.1.3 Modificação do Paradigma Técnico-Econômico do Mundo Globalizado e o
Conceito de Indústria
Acredita-se que a cada duzentos ou trezentos anos ocorra uma transformação
intensa na história. A sociedade modifica seus valores básicos, sua visão de mundo,
sua estrutura social e política, suas artes e suas instituições mais importantes.
Segundo Peter Drucker (2001), atualmente atravessa-se uma dessas transformações
intensas, originando-se a Sociedade Pós-Capitalista, também chamada, por Masi
(1999), de Sociedade Pós-Industrial
4
.
Masi (1999) procura descrever esta transformação defendendo que a fase que
se atravessa atualmente caracteriza-se por uma grave crise dos modelos teóricos,
vistos como insuficientes para explicar o presente. Não é a realidade que está em
crise e sim o modo de compreendê-la e de avaliá-la. A passagem da Sociedade Rural
para a Sociedade Industrial deu-se de modo lento e gradual, enquanto da Sociedade
Industrial para a Pós-Industrial dá-se de modo muito rápido.
Segundo Drucker (2001), na Sociedade Industrial, os capitalistas, possuindo e
controlando os meios de produção, e os trabalhadores, alienados, explorados e
dependentes formavam a base da sociedade capitalista.
Segundo Masi (1999), a Sociedade Industrial (metade do século XVIII à metade
do século XX) possui as seguintes características essenciais:
1. Concentração de grandes massas de trabalhadores assalariados nas fábricas;
2. Setor secundário prevalece sobre os outros setores;
4
Detalhar as informações contidas nesta seção acabaria por estender demasiadamente esta revisão bibliográfica com
o risco de se desviar do objetivo do presente trabalho. Desta forma, maiores informações sobre o assunto podem ser
obtidas nas referências bibliográficas citadas.
19
3. Predomínio da contribuição industrial à formação da renda nacional;
4. Aplicação das descobertas científicas ao processo produtivo na indústria;
5. Racionalização progressiva e aplicação da ciência na organização do trabalho;
6. Divisão social do trabalho e sua fragmentação técnica cada vez mais capilar;
7. Separação do lugar onde se vive do lugar onde se trabalha;
8. Progressiva urbanização e escolarização das massas;
9. Redução das desigualdades sociais;
10. Espaços reformados em função da produção e do consumo dos produtos
industriais;
11. Maior mobilidade geográfica e social;
12. Aumento da produção de massa e crescimento do consumo;
13. Fé em um progresso irreversível e um bem-estar crescente;
14. Difusão da idéia de que o homem, em conflito com a Natureza, deve dominá-la;
15. Tempo do homem igual ao tempo das máquinas;
16. Produtividade e eficiência como únicos critérios para otimização dos recursos;
17. Convicção de que na prática existe um único caminho ótimo;
18. Cada produto tem um local (a fábrica) e tempos precisos (padrão) de produção;
19. Conflito entre empregados e empregadores;
20. Os vários sistemas industriais possuem uma dimensão nacional;
21. Hierarquia entre os países baseada: PNB, matéria-prima e nos meios de
produção;
Percebe-se que em algumas das características acima enumeradas não a
Sociedade Industrial é refletida; mas também, alguns elementos do próprio conceito de
indústria que predominava no paradigma vigente da época em questão.
20
De acordo com Drucker (2001), atualmente, o recurso controlador, equivalente
ao fator de produção da sociedade capitalista, não é o capital, a terra ou a mão-de-
obra. É o conhecimento, que está formando as duas classes predominantes da
Sociedade Pós-Industrial: os trabalhadores do conhecimento e os trabalhadores em
serviços.
O mesmo autor continua explicando que hoje o valor é criado pela
produtividade e pela inovação, que são aplicações do conhecimento ao trabalho. Os
trabalhadores do conhecimento profissionais que sabem alocar conhecimento para
os recursos produtivos - estarão empregados em organizações, desta forma, a
produtividade do trabalhador do conhecimento será o desafio econômico da
Sociedade Pós-Industrial, gerando um desafio social,que será a dignidade dos
trabalhadores em serviços nesta nova sociedade. De acordo com Masi (1999), “o
cerne da nova sociedade se encontra na produção científica e o processo fundamental
não é a produção de bens, mas a programação da inovação”.
Cinco aspectos, segundo Masi (1999), definem a Sociedade Pós-Industrial:
1. Passagem da produção de bens para a economia de serviços;
2. Preeminência da classe dos profissionais e dos técnicos;
3. Caráter central do saber teórico, gerador de inovações e das idéias diretivas
nas quais a coletividade se inspira;
4. Gestão do desenvolvimento técnico e o controle normativo da tecnologia;
5. Criação de uma nova tecnologia intelectual
5
;
Analogamente ao que foi mencionado para a Sociedade Industrial, percebe-se
que em algumas das características acima enumeradas não a Sociedade Pós-
Industrial é refletida; mas também, alguns elementos do próprio conceito de indústria
5
A tecnologia intelectual é a substituição por regras para a solução de um problema dos julgamentos intuitivos. Essas
regras podem ser incorporadas a uma máquina automática, a um programa de computador ou a um conjunto de
fórmulas estatísticas, por exemplo. Informações disponíveis no endereço eletrônico
<http://www.cibersociedad.net/textos/articulo.php?art=52>
21
que tende a predominar no paradigma que se consolida atualmente.
Constituindo-se apenas numa tentativa de comparação de algumas
características de produção da Sociedade Industrial com a da Sociedade Pós-
Industrial, Masi (1999), elabora a tabela a seguir:
Tabela I.2 - Comparação das Características de Produção da Sociedade
Industrial com a da Sociedade Pós-Industrial. (Masi,1999)
Sociedade Industrial Sociedade Pós-Industrial
Existência de um local preciso (a fábrica)
onde ocorre a produção
Torna-se extremamente mais complicado
identificar o local da produção
Empregadores e dirigentes X Classe operária Difícil identificação. Pode-se ser explorador e
explorado ao mesmo tempo
Sistema tem uma dimensão nacional própria Difícil identificar o país ou o organismo
(público ou privado) o qual deve ser atribuída
a verdadeira paternidade
Hierarquia das nações baseada no Produto
Interno Bruto
Cada país está na vanguarda em certos
setores e atrasado em outros
Desta forma, pode-se compreender melhor a Era da Personalização em
Massa, descrita na seção anterior, ao analisá-la no contexto da Sociedade Pós-
Industrial. Isto se deve à constatação do fato das necessidades dos clientes serem
ilimitadas, exigindo, para o atendimento das mesmas, constante esforço de inovação
por parte da indústria.
Especificamente, considerando que as inovações podem ser caracterizadas
como a busca, descoberta, experimentação, desenvolvimento, imitação e a adoção de
novos produtos, novos processos e novas técnicas organizacionais (DOSI,1988 apud
LEMOS,1999), percebe-se assim, que as mesmas podem representar “uma ruptura
estrutural com o padrão tecnológico anterior, originando novas indústrias , setores e
mercados. Também significam redução de custos e aumento de qualidade em
produtos já existentes.” (LEMOS,1999)
Assim, em outras palavras, a capacidade de inovar representa,
inequivocamente, um dos principais fatores de competitividade das organizações na
Sociedade Pós-Industrial, pois pode não melhorar a forma como produtos e/ou
22
serviços existentes atendem as necessidades dos clientes, como também, podem
provocar a substituição destes mesmos produtos e/ou serviços por outros, estes
últimos baseados em um novo padrão tecnológico.
Dadas as considerações acima a respeito da transformação do conceito de
indústria, percebe-se o dinamismo do mesmo ao incorporar, com o passar do tempo,
características que dão a este conceito uma complexidade crescente, passível de
interpretações diversas, o que, conseqüentemente, reflete nas ações necessárias para
adequação dos cursos de graduação em engenharia industrial à indústria.
I.2 – Transformação do Conceito de Indústria no Brasil
Nesta seção, buscar-se-á descrever brevemente a história da industrialização
brasileira, enfatizando-se as transformações das características desta industrialização
ao longo da história.
Segundo informações disponíveis no sítio oficial do CEFET/RJ, foi durante o
Período Colonial que as primeiras organizações de natureza industrial surgiram no
Brasil. No entanto, como Portugal fazia restrição ao desenvolvimento de atividades
industriais no Brasil Colônia, uma vez que pelas regras da política econômica
mercantilista, não podia ser implantada no Brasil nenhuma atividade produtiva que
competisse com as atividades da metrópole ou que prejudicasse seus interesses
comerciais, foi, sobretudo no Período Imperial, que se observou um aumento do
número de unidades fabris em território nacional. Cabe ressaltar que, o Brasil, devido
à extrema dependência da economia externa, teve seu desenvolvimento industrial
inicial patrocinado, precipuamente, pelo capital estrangeiro.
Além da restrição acima mencionada, outro fator que dificultou o processo de
industrialização brasileira foi a abertura dos portos nacionais ao comércio com outras
nações.
23
“A chegada de D.João VI e da família real portuguesa ao Brasil,em
1808, traz a abertura dos portos brasileiros ao comércio com as
nações amigas, o que acaba provocando baixo desenvolvimento
industrial brasileiro, em virtude da concorrência dos produtos
ingleses.”
(CEFET/RJ)
No entanto, por outro lado, a proibição do tráfico de negros africanos para o
Brasil favoreceu o desenvolvimento da indústria nacional, uma vez que o capital
aplicado na compra de escravos passa então a ser empregado no setor da
indústria.Desta forma, segundo informações disponíveis no sítio oficial do CEFET/RJ,
é a partir da “década de 1880 que ocorrerá o primeiro surto industrial no país, quando
a quantidade de estabelecimentos amplia-se,passando de 200, em 1881,para 600,em
1889.”
A crescente industrialização pode ser melhor compreendida,ressaltando-se
também que, além da proibição do tráfico de negros africanos para o Brasil, outras
transformações internas facilitaram este processo de desenvolvimento industrial no
país no período compreendido entre o final do século XIX e o início do século XX.
Dentre estas outras transformações, destaca-se o fato da cafeicultura ter
estimulado a entrada de um número expressivo de imigrantes, que ao receberem
salários, fizeram com que ocorresse uma monetização da economia, estimulando a
produção de manufaturados para o mercado interno. Em outras palavras, os
imigrantes constituíram mão-de-obra assalariada no Brasil, criando um mercado
consumidor necessário ao desenvolvimento industrial. (OLIVEIRA,2007)
Entre 1914 e 1918, período em que ocorreu a Primeira Guerra Mundial,fatores
como a exportação de café, que ficou prejudicada, e as “dificuldades dos países
europeus para manter o fluxo das exportações com destino ao Brasil” levaram “à
abertura de uma série de indústrias,cujos produtos iriam substituir os comprados fora
do país.” (CHIOCHETTA ET AL,2004)
24
“Contudo, vale ressaltar, nesse período não ocorre apenas o
surgimento de um núcleo industrial no país. Aliadas a esses
processos são forjadas aquelas que se constituiriam as principais
características da industrialização brasileira, até o início dos anos
de 1930:predomínio da produção de bens de consumo
(tecido,vestuário,bebidas,alimentos,móveis),inexistênciaedeeindús-
trias de base, dependência de tecnologia importada e concentração
de boa parte do setor produtivo na Região Sudeste, sobretudo no
eixo Rio-São Paulo.”(CEFET/RJ)
A partir de 1930, durante o governo de Getúlio Vargas, a industrialização
nacional transforma-se tanto no aspecto qualitativo quanto no quantitativo, através da
adoção de uma série de medidas, com destaque para a atuação direta do Estado na
economia. Pode-se exemplificar tal atuação direta através da “a criação de impostos e
taxas para financiar o processo de industrialização, o favorecimento de importação de
máquinas com o objetivo de modernizar o parque industrial, a construção de
hidrelétricas para atender as demandas, além da constituição de várias estatais...”
(CEFET/RJ)
É desta forma, segundo informações disponíveis no tio oficial do
CEFET/RJ,com a intenção de retirar o país de uma condição de dependência de
importação de insumos e de matérias-primas básicas, o governo procurou beneficiar o
empresariado, barateando o custo da produção de tais insumos e matérias-primas,
implantando uma indústria nacional de base, exemplificada pela fundação de
empresas estatais como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em 1941,a
Companhia Vale do Rio Doce,em 1942,a Fábrica Nacional de Motores e a Fábrica
Nacional Álcalis, em 1943.
Entre os anos de 1945 e 1964, duas linhas de pensamento sobre o
desenvolvimento econômico predominavam no Brasil. Ambas exaltavam a importância
do desenvolvimento industrial para o crescimento econômico, no entanto, divergiam
sobre a participação do capital estrangeiro neste processo.
No período compreendido entre os anos de 1951 e 1954,durante o governo de
Getúlio Vargas, predominou a implantação de um modelo de medidas de cunho
25
nacionalista, que culminou na proteção do petróleo nacional através da criação da
Petrobrás.(CEFET/RJ)
no governo Juscelino Kubtischek (1956 a 1961) o crescimento econômico
do país foi associado ao capital estrangeiro, possibilitando a entrada de empresas
estrangeiras,principalmente,no setor automotivo.Neste modelo, segundo informações
disponíveis no sítio oficial do CEFET/RJ, o Estado atua como agente fomentador ao
investir em infra-estrutura,captar recursos financeiros e agir principalmente na indústria
de base.Desta forma, a indústria nacional atua em bens de consumo e prestação de
serviços às multinacionais, estas últimas, responsáveis pela produção de bens de
consumo duráveis.
De 1964 a 1985, os militares governam o país. Durante o regime militar,
mantêm-se e aprofunda-se o modelo iniciado no governo Juscelino Kubtischek,
formado pelo Estado, indústria nacional e estrangeira. Neste período, as políticas
públicas voltadas para o setor industrial favorecem a internacionalização da economia
brasileira e também o crescimento e a diversificação do parque industrial instalado no
país, consolidando o processo de industrialização do Brasil. (CEFET/RJ)
Na década de 1990 e início da década de 2000,segundo informações
disponíveis no sítio oficial do CEFET/RJ, com o fim do regime militar, os governos
subseqüentes, exemplificados aqui pela gestão do presidente Fernando Collor de
Mello (1990 a 1992) e pela gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995 a
2002), adotam a ideologia neoliberal e o processo de globalização como referenciais
centrais para a formulação de políticas públicas pelo Estado brasileiro. A flexibilização
das leis trabalhistas, a desregulamentação da economia, a privatização, a maior
abertura ao capital estrangeiro,a liberdade para o mercado e as modificações em
direitos sociais,historicamente reconhecidos, são exemplos de medidas adotadas pelo
Estado durante este período.
Assim, no âmbito industrial, incluindo aqui a gestão do presidente Luís Inácio
Lula da Silva (2003 a 2010), com a influência dos novos paradigmas tecnológicos e
26
organizacionais emergentes, chega-se à conclusão de que o modelo de produção
deveria estar fundamentado no processo de inovação mencionado na seção anterior
levando grande parte das empresas a se adaptarem ao novo modelo para se tornarem
competitivas frente ao mundo globalizado.(CEFET/RJ)
Ainda segundo a mesma fonte,outro aspecto a ser considerado na fase
histórica em questão é o crescimento do denominado terceiro setor. Com a tendência
da indústria de substituição do trabalho feito por pessoas por forças mecânicas, o
número de postos de trabalho na indústria decresce, cedendo lugar ao setor de
serviços.
A Tabela I.3 sintetiza as transformações das características da industrialização
brasileira ao longo da história.
Tabela I.3 Síntese das Transformações das Características da Industrialização
Brasileira
Período Características
Período Colonial Portugal fazia restrição ao desenvolvimento de atividades
industriais no Brasil Colônia.
Período Imperial Desenvolvimento industrial inicial patrocinado,
precipuamente, pelo capital estrangeiro.
Final do século XIX e o
início do século XX
Predomínio da produção de bens de consumo
(tecido,vestuário,bebidas,alimentos,móveis),inexistência de
indústrias de base, dependência de tecnologia importada e
concentração de boa parte do setor produtivo na Região
Sudeste, sobretudo no eixo Rio-São Paulo.
A partir de 1930
(Governo de Getúlio
Vargas)
Destaque para a atuação direta do Estado na economia com
a intenção de retirar o país de uma condição de
dependência de importação de insumos e de matérias-
primas básicas.
Entre os anos de 1951
e 1954,durante o
Governo de Getúlio
Vargas
Predominou a implantação de um modelo de medidas de
cunho nacionalista
Governo Juscelino
Kubtischek (1956 a
1961)
O crescimento econômico do país foi associado ao capital
estrangeiro. O Estado atua como agente fomentador ao
investir em infra-estrutura,captar recursos financeiros e agir
principalmente na indústria de base
.
27
Tabela I.3 Síntese das Transformações das Características da Industrialização
Brasileira (Continuação)
De 1964 a 1985,
durante o regime
militar.
Mantêm-se e aprofunda-se o modelo iniciado no Governo
Juscelino Kubtischek , com ênfase na internacionalização da
economia brasileira e também no crescimento e a
diversificação do parque industrial instalado no país.
Década de 1990 e de
2000, compreendida
pela gestão do
presidente Fernando
Collor de Mello (1990 a
1992),pela gestão do
presidente Fernando
Henrique Cardoso
(1995 a 2002) e pela
gestão do presidente
Luís Inácio Lula da
Silva (2003 a 2010)
Através da influência dos novos paradigmas tecnológicos e
organizacionais emergentes, chega-se à conclusão de que o
modelo de produção deveria estar fundamentado no proces-
so de inovação, levando grande parte das empresas a se
adaptarem ao novo modelo para se tornarem competitivas
frente ao mundo globalizado. Ainda neste sentido, constata-
se o crescimento do denominado terceiro setor. Com a ten-
dência da indústria de substituição do trabalho feito por pes-
soas por forças mecânicas, o número de postos de trabalho
na indústria decresce, cedendo lugar ao setor de serviços.
28
CAPÍTULO II -
JUSTIFICATIVA PARA A CRIAÇÃO DO CURSO DE ENGENHA-
RIA INDUSTRIAL NO BRASIL
Inicia-se esta seção com um breve histórico da engenharia nacional. Em
seguida, um breve histórico da origem das especializações setoriais é apresentado e
posteriormente, finaliza-se esta seção; com a justificativa, propriamente dita, para a
criação do curso de engenharia industrial no Brasil.
II.1 - Breve Histórico da Engenharia Nacional
As primeiras escolas de engenharia no Brasil surgiram no final do século XIX;
pois quando os impactos da Revolução Industrial chegaram ao país, necessitou-se de
mão-de-obra qualificada para atuar no novo cenário tecnológico que emergia.
Segundo Novaes (1985), as três primeiras escolas de engenharia brasileiras
foram: a Politécnica do Rio de Janeiro, que começou a funcionar em 1874;a Escola de
Minas de Ouro Preto, iniciando suas atividades em 1876 e, finalmente, em 1894, a
Escola Politécnica de São Paulo.
Pode-se acrescentar que é a partir dos impactos da Revolução Industrial no
Brasil que a engenharia, no âmbito civil, passa a se desenvolver de forma integrada
com a tecnologia. Antes disso, a economia do país era essencialmente dependente do
setor primário, importando-se os produtos manufaturados e os tecnologicamente mais
complexos. Ainda neste sentido; pode-se afirmar,conforme será detalhado em seção
posterior, que até fins do século XIX; ou seja, antes dos referidos impactos, a
engenharia se confundia mais com a técnica militar do que propriamente com
problemas de natureza civil.(NOVAES,1985)
29
“A chegada da indústria ao Brasil fez com que aumentasse a
demanda por outras atividades necessárias para dar suporte à mesma.
Estas atividades acabaram por contribuir no aumento da procura por
engenheiros no país.Isto pode ser exemplificado pela: exploração dos
serviços de transportes (principalmente ferrovias e portos),
construção de barragens hidrelétricas e implantação das redes de
eletricidade e gás encanado.” (NOVAES,1985)
Assim, já com a formação da primeira geração de engenheiros do Brasil
concluída, observa-se que o trabalho realizado pelos engenheiros da mesma era de
natureza autônoma, em grande parte, devido ao pioneirismo do trabalho técnico que
realizavam.(NOVAES,1985) A natureza autônoma da primeira geração de engenheiros
pode ser melhor compreendida quando,em gerações posteriores, os motivos que
levaram à formação de equipes com engenheiros especializados são elucidados.
Desta forma, baseando-se em Novaes(1985), pode-se afirmar que o aumento
da complexidade dos empreendimentos tecnológicos, acabou por induzir à formação
de equipes técnicas, constituindo-se assim no primeiro motivo. Além disso, a própria
estrutura empresarial das firmas de engenharia procurou utilizar mão-de-obra
repetitiva, constituindo-se assim no segundo motivo, uma vez que proporcionou a
geração de maiores economias de escala e maiores margens de lucro. O terceiro
motivo para a formação das equipes em questão deve-se ao próprio aumento do
conhecimento tecnológico que acabou por inviabilizar que um único profissional de
engenharia possuísse todo conhecimento disponível na área em questão. O último
motivo, ainda segundo Novaes (1985), para a mencionada formação de equipes com
engenheiros especializados, está na restrição do espaço profissional deixado para
aqueles engenheiros que desejassem seguir carreira autônoma, uma vez que a
concentração das atividades de engenharia nas grandes empresas consultoras e nas
empreiteiras não lhes deixava espaço profissional, obrigando muitos deles a fechar o
escritório para empregar-se numa empresa estatal, numa firma de consultoria ou
construtora.
30
II.2 - Especializações Setoriais
Antes dos reflexos da Revolução Industrial chegarem ao Brasil,no final do
século XIX,os problemas que exigiam soluções tecnológicas mais complexas
apareciam, quase que por completo, na área militar. A citação abaixo detalha este
fato:
“No tempo do Brasil-Colônia, a engenharia propriamente dita era
realizada pelos engenheiros-militares. Nessa época, a construção
civil, envolvendo a edificação de casas, edifícios, etc,tinha
características puramente artesanais. Não havia bases tecnológicas
bem desenvolvidas. As atividades de projeto e supervisão de obras
eram executadas por pessoas com conhecimentos práticos, obtidos
junto a profissionais mais velhos e mais experimentados. Os
problemas técnicos mais complexos apareciam na área militar:
construção de pontes, estradas, portos, obras de contenção,etc.”
(NOVAES,1985)
Com os impactos da Revolução Industrial chegando ao Brasil, a demanda por
profissionais que possuíssem conhecimentos tecnológicos mais complexos cresceu,
abrindo oportunidades de trabalhos para engenheiros em campos profissionais não-
militares, estes últimos sendo chamados de engenheiros civis. Estes últimos,além da
indústria, trabalhavam principalmente nas áreas de topografia, construção de estradas
e de portos, uma vez que, com o advento da era industrial, exigiu-se esforços
tecnológicos crescentes para o atendimento das necessidades de transporte, seja este
último marítimo ou terrestre. (NOVAES,1985)
Conforme mencionado na seção anterior, a polivalência da geração inicial de
engenheiros foi substituída pela especialização dos mesmos. Assim, de forma
independente, tanto a engenharia militar quanto a engenharia civil foram “se abrindo
em novos campos, surgindo a engenharia mecânica, a naval, a engenharia
metalúrgica, de minas, etc.” (NOVAES,1985)
Em 1933, Getúlio Vargas assinou o Decreto Federal Nº23569, regulamentando
o exercício da profissão de engenheiro no Brasil. Conforme visto na seção anterior,
Novaes (1985) afirma que a engenharia nacional, encarada em termos modernos, data
31
de fins do século XIX, quando, em 1874, começou a funcionar a Politécnica do Rio de
Janeiro. Desta forma, conforme o decreto em questão, quase seis décadas depois,
sete especializações setoriais da engenharia existiam (ou eram oficialmente
reconhecidas), com os respectivos títulos profissionais mencionados a seguir:
engenheiro civil, arquiteto ou engenheiro-arquiteto, engenheiro industrial, engenheiro
mecânico-eletricista, engenheiro eletricista,engenheiro de minas e agrimensor ou
engenheiro agrônomo.
Segundo Giorgetti (1997), em 1961, quando da assinatura da Lei de Diretrizes
e Bases (LDB), foi estabelecida “a obrigatoriedade da observância de requisitos
mínimos de conteúdo e duração dos cursos superiores, para que seus diplomas
assegurassem privilégios para o exercício de profissões regulamentadas.” Eram os
chamados currículos mínimos. Em outras palavras, a partir da entrada em vigor da
LDB/61, os egressos dos cursos superiores poderiam exercer as profissões nas
quais estavam se formando se os cursos superiores que concluíram respeitassem os
requisitos mínimos de conteúdo e duração estabelecidos pela legislação em questão.
Os cursos de graduação em engenharia não foram exceções à regra e tiveram seus
currículos mínimos fixados pelo Conselho Federal de Educação (CFE).
Em 1962, o Conselho Federal de Educação fixou os currículos mínimos dos
cursos de engenharia civil, mecânica, elétrica (especialização em Eletrônica e
Eletrotécnica), de Minas, Metalúrgica, Química e Naval. Embora nem todas as
especializações da engenharia existentes à época tivessem seus respectivos
currículos mínimos fixados pelo CFE no ano de 1962, o que se pretende demonstrar é
o dinamismo do processo de criação de especializações dentro da engenharia, uma
vez que as especializações existentes em 1962 não eram as mesmas daquelas
mencionadas no Decreto Federal Nº23569, de 1933.
32
Este mesmo dinamismo pode ser ainda exemplificado quando foi aprovada a
Lei Nº5194/66, regulamentando o exercício da profissão de engenheiro, em
substituição ao Decreto de 1933. Segundo esta lei, cabe ao CONFEA determinar quais
especializações da engenharia são oficialmente reconhecidas através da
discriminação das atividades das mesmas.Desta forma, em 29 de junho de 1973, o
CONFEA publicou a Resolução Nº218, definindo as diferentes modalidades do
exercício da engenharia, com suas respectivas competências: engenheiro aeronáutico,
agrimensor,agrônomo,cartógrafo,civil,eletricista,eletrônico, deecomunicação, florestal,
geólogo, mecânico, metalurgista, de minas, naval, de petróleo, químico, industrial,
sanitarista, tecnólogo de alimentos, têxtil e de operação.(GIORGETTI,2006) Nota-se
assim, a diferenciação quantitativa e qualitativa das especializações profissionais de
1973 quando comparadas com as especializações existentes em 1933.
Segundo Giorgetti (1997), na década de setenta do século XX, observou-se
um enorme crescimento infra-estrutural e industrial, demandando engenheiros e outros
profissionais da linha tecnológica. A demanda, mais do que numérica, era inspiradora
de novas modalidades profissionais. Assim, em 1976, a Resolução 48 do Conselho
Federal de Educação (CFE) entrou em vigor, substituindo o modelo de currículos
mínimos mencionado anteriormente por um novo modelo, que apesar de também ser
caracterizado por possuir currículos mínimos, apresentava nova estrutura.
O processo de criação de novas habilitações baseado na Resolução CFE
Nº48/76, poderia ter,opcionalmente, uma nova abordagem, enfatizando-se mais a
orientação do ensino do que o conteúdo. Em outras palavras, o processo de criação
de novas habilitações de cursos de graduação em engenharia pode ser feito de duas
formas independentes. A primeira, com ênfase no conteúdo, caracterizada por quais
matérias de formação específica serão incluídas na nova habilitação e a segunda,
exemplificada pelas habilitações em engenharia industrial e em engenharia de
33
produção, com ênfase na orientação de ensino, caracterizada pela forma
1
nas quais as
matérias de formação específica serão abordadas.
“A estrutura matricial da resolução Nº48/76 era muito
interessante.Todos os cursos de engenharia deveriam satisfazer a
aprendizagem correspondente a determinadas Matérias de
Formação Básica. Estavam definidos na Resolução Nº48/76, sem
prejuízo de alterações futuras, quando necessidades de
desenvolvimento assim o exigissem, seis grandes áreas:
Civil,Mecânica, Elétrica, Metalurgia,Minas e Química. Cada área
ficava caracterizada por um conjunto de Matérias de Formação
Profissional Geral. A resolução previa também a existência de um
conjunto de Matérias de Formação Profissional Específica. Se este
terceiro conjunto apenas repetisse o conjunto de Matérias de
Formação Profissional Geral, as disciplinas correspondentes apenas
aprofundariam conhecimentos próprios da área; isto levaria à
formação de um profissional graduado com título homônimo ao da
área. Mas as Matérias de Formação Profissional Específica
poderiam trazer novidades, capazes de caracterizar uma nova
habilitação da mesma área. Assim foi definida,por exemplo, a
Engenharia Sanitária, inserida na área Civil, ou a Engenharia Naval,
34
habilitação, o enfoque a ser dado. Cabe ressaltar que a Resolução 50/76 trata de
habilitações criadas com ênfase no conteúdo.
Posteriormente, o texto da Resolução 48/76 foi modificado com a inclusão
de uma sétima grande área, a Ambiental, instituída pela Portaria Ministerial
Nº1693/94,suspensa posteriormente pelo Conselho Federal de Educação.
Com a aprovação,em 1996, da Lei 9394, a Nova Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional LDB, revogou-se a resolução em questão e introduziu-se um
novo conceito, mais flexível, o das Diretrizes Curriculares. Este conceito deixa claro
que são as Instituições de Ensino Superior (IES) as responsáveis não pela
educação de graduação, mas também, pela concessão de diplomas relativos à
formação acadêmica respectiva. Assim, concluiu-se que as IES possuem plena
liberdade para definição dos títulos acadêmicos, o que acabou por determinar o
surgimento de um número muito grande de títulos acadêmicos diferentes.
(GIORGETTI,2006)
“Um dos fatores que contribui para explicar esse aumento de
número de cursos, de modalidades e de ênfases, é a flexibilização
da atual legislação no que se refere à organização de cursos,
conforme se pode observar na CNE/CES 11/2002, que estabelece
as diretrizes para o curso de engenharia. Quando se observa o
crescimento de determinadas modalidades verifica-se que ocorre,
também, uma mudança no perfil para formação profissional em
engenharia, apesar da maioria das modalidades tradicionais como
Civil, Elétrica, Mecânica e Química também apresentarem
crescimento. Este novo perfil pode ser verificado com o crescimento
de modalidades como Computação, Controle e Automação,
Telecomunicações, dentre as principais que representam novas
tecnologias...De outro lado Alimentos, Ambiental, Florestal,Materiais
e o surgimento no presente século da Engenharia de Bioprocessos,
Bioquímica, Biomédica, indicam uma mudança de postura na
utilização dos recursos naturais e com relação à saúde de uma
maneira em geral”(OLIVEIRA,2005)
Segundo Giorgetti (2006),”simultaneamente, houve a partir de então, um
aumento significativo na taxa temporal de criação de novos cursos de engenharia (de
17 por ano até 1996 passou a perto de 80 por ano até 2006)” Segundo Oliveira (2005)
35
contabilizou-se 35 modalidades diferentes de cursos de engenharia em 1996 e 50
modalidades diferentes em 2005.
Desta forma, o CONFEA precisava se adaptar ao conceito das diretrizes
curriculares e, conseqüentemente, à crescente taxa de criação de novas
especialidades na engenharia. Assim, substituindo a Resolução Nº218/73 , o CONFEA
criou a Resolução Nº1010/05, tendo a mesma entrado em vigor em de julho de
2007. Acrescenta-se à esta seção a observação que Giorgetti (2006) faz à respeito
desta nova resolução do CONFEA, transcrita a seguir:
“Uma nova sistemática para concessão de atribuições profissionais
pode ser estruturada ,de forma harmoniosa e funcional, com base na
estrutura matricial definida pela Resolução CONFEA 1010. Ressalta-
se o potencial desta nova sistemática para atender de modo prático e
objetivo à diversidade de perfis profissionais que passaram a existir
em decorrência da flexibilização introduzida pelas diretrizes
curriculares nos cursos de formação,garantido ao egresso desses
cursos a possibilidade de recebimento de atribuições iniciais, assim
como, de extensões de suas atribuições à medida que avançarem na
vida profissional.”(GIORGETTI,2006)
Percebe-se assim, conforme será detalhado em capítulo posterior, que a
Resolução Nº1010/05 não busca se adaptar à diversidade de títulos profissionais
existentes, que foram emitidos pelas IES que ofertam cursos de engenharia, ma 0 Td[(r)-4.15818(e)1.3199(e)1.31968(3196(E)14.4368(T)1.9)4.4768237.47947(o)1.31968(n.15818(o)1.32101(f)-15.6543(i)4.47815(s)-0.29872(s)-0.29872(i)4.47815(o)1.7854(R)4.17943(e)1.3v)10.5773(i)4.47815[7815(s)-0.29872(s)-q47(o)1.31968(n.15811319685767(i)4.47881(s)-0.29.32101811(e)12.1957049(-)-4.15818(s)-0.21.7854(R)4.3(e)1.322981.32034(i)4.31968(n()4.47815818(a)1.32107(r)-4.10929(e)1.32101(n).298(o)12.19840929(e)1.32101(n).298(o)12.19848(o)12.19848(o)12.52.32101(u)1.31968(s04(s)-0.299384(o)1.32034(.48(o)12.19848(o)31968(n.1585( )277.2.1957(r)-4.15818(s)-0.300048(o)1.1.7854(R))4.4794-124.414(p)1.31968(r)-4.300048( )-4.300048( )-4.300048( )-6 -25.32 Td[(e)1.m421968(s)-0.300048(t)-4.77687(e)12.1957(r)-4.15818(i)4.47278 -1 )-5R)4.17947278 -1 )-5R)4.179(l)4.47947(u-809.603(p)1.31968(2.1957( )-3.319211.4257( )-))4.4794-126n6ade0.2n()4..32101(s)-0.29872( )-233.177(p)1.31968(e)1.31968(l)4.47947(a)1.31968(s)-0.300 rsEA
36
disciplinas essenciais desta especialidade, desprovendo de conhecimentos básicos, o
profissional egresso destes cursos.Contesta-se a crítica em questão, alegando-se que
o CONFEA permite a ampliação das atribuições profissionais iniciais após rigorosa
análise das disciplinas cursadas e do perfil do egresso; este último estipulado pela IES
que oferece o curso de pós-graduação.
2
Finalizando-se esta seção; a seguir, será feito um levantamento da
terminologia utilizada referente às especializações setoriais.
Inicia-se com o Decreto Federal Nº23569, de 11 de dezembro de 1933, que
refere-se às especializações setoriais através do termo especializações profissionais .
Já a Resolução Nº 218, do CONFEA, de 29 de junho de 1973, utiliza o termo
modalidades para se referir às especializações setoriais. Prossegue-se com a
Resolução Nº48/76 do Conselho Federal de Educação, que utiliza o termo habilitações
profissionais para se referir às especializações em questão. Ainda na Resolução
Nº48/76, tem-se a possibilidade,conforme visto anteriormente, de criação de
habilitações caracterizadas mais pela orientação do ensino do que pelo conteúdo.É o
caso das Engenharias de Produção e Industrial.
Esta última resolução é complementada pela Resolução Nº50/76 do CFE que se
destaca pelo estabelecimento das ênfases dentro das habilitações,conforme
mencionado anteriormente, mas sem permitir “desdobramento de matérias que
caracterizem qualquer subhabilitação que venha a receber formalmente a
denominação de opção ou modalidade.”(Resolução Nº50/76 do CFE)
Em 2002, com a entrada em vigor da Resolução Nº11 do Conselho Nacional de
Educação, novamente o termo modalidades passa a ser utilizado para se referir às
especializações setoriais.
Em julho de 2007 entrou em vigor a Resolução Nº1010 do CONFEA. Esta Re-
2
No presente trabalho optou-se por não investigar detalhadamente se a crítica em questão procede, limitando-se
apenas a descrevê-la, assim como a contestação da mesma.
37
-solução não se refere ao termo habilitação e significação diferente do da
Resolução Nº218/73 ao termo modalidade profissional ,definindo este último como um
“conjunto de campos de atuação profissional da Engenharia correspondentes à forma-
ções básicas afins, estabelecidos em termos genéricos pelo CONFEA”.A tabela II.1
sumariza esta análise:
Tabela II.1 - Terminologia Referente às Especializações Setoriais Utilizada na
Legislação
LEGISLAÇÃO TERMINOLOGIA
Decreto Federal Nº23569/33 especializações profissionais
Resolução Nº 218/73 do CONFEA Modalidades
Resolução Nº48/76 do CFE habilitações profissionais
Resolução Nº50/76 do CFE ênfases dentro das habilitações
Resolução 11/02 do CNE Modalidades
Resolução 1010/05 do CONFEA - não se refere ao termo habilitação
- significação diferente ao termo
modalidade profissional
Desta forma, com base no breve levantamento acima realizado sobre a
terminologia referente às especializações setoriais da engenharia, chega-se à
conclusão que, atualmente, tanto por parte do sistema educacional; representado
através da Resolução CNE Nº11, de 2002; quanto pelo sistema profissional;
representado pela Resolução Nº1010/05 do CONFEA; constata-se uma tendência à
flexibilização da utilização da terminologia referente às especializações setoriais.
Do ponto de vista educacional;embora a legislação representativa, acima
mencionada, utilize o termo modalidade ;as IES têm liberdade de atribuição formal de
nomes aos cursos de graduação em engenharia por estas oferecidos.
Do ponto de vista profissional, a legislação representativa, acima mencionada,
reconhece a liberdade de atribuição formal de nomes aos cursos de graduação em
38
engenharia pelas IES e; não pelos nomes; mas sim,precipuamente, pelo perfil
profissional estabelecido por estas IES para cada curso de graduação em engenharia
por estas ofertados, designa e/ou atribui os títulos,atividades e campos profissionais
que os egressos dos mencionados cursos têm o direito a utilizar,exercer e atuar
respectivamente.
Assim, no presente trabalho, optou-se pela não utilização rigorosa dos termos
aqui em discussão, e sim, pela aplicação rigorosa dos conceitos que os mesmos
representam.
II.3 A Criação do Curso de Engenharia Industrial no Brasil
3
Segundo Schiefler Filho (2006), já na segunda metade do século XX, com a
continuidade do processo de industrialização do Brasil, apesar dos esforços das
escolas de engenharia existentes, não havia oferta de formação específica de
profissionais de nível superior para atender a demanda da indústria automobilística
que se instalava no país.
Segundo Alegre (1997), a indústria automobilística não demandava somente “o
engenheiro pensante, o que hoje nós chamamos de Engenheiro de Concepção”, mas
também,“um técnico com nível pouco acima do técnico de nível médio, que já a
decênios estava sendo formado pelas Escolas Técnicas, conhecidas como as Escolas
Técnicas Federais (ETF).”
Segundo Silveira (2007), esta demanda pode ser explicada através da ocorrência
de “um processo de desqualificação da mão-de-obra à medida que as empresas
investiam em novas máquinas.”Em outras palavras, os técnicos industriais existentes
não estavam suficientemente qualificados para o preenchimento da demanda em
questão.
3
No presente trabalho será considerada a engenharia industrial a partir de 1977, ou seja,aquela regida pela Resolução
Nº4 do Conselho Federal de Educação.
39
Desta forma, numa tentativa de preenchimento da lacuna formada pela
demanda mencionada anteriormente, não só engenheiros buscavam ocupar postos de
trabalho que seriam adequados à ocupação por técnicos industriais, mas também,
operários estavam sendo forçosamente obrigados ao preenchimento da lacuna em
questão. Assim, dois tipos de deslocamento de função estavam ocorrendo, o primeiro
no sentido de cima para baixo, uma vez que os engenheiros estavam ocupando vagas
que seriam melhor ocupadas por técnicos industriais e o segundo, no sentido de baixo
para cima, uma vez que tais vagas também eram ocupadas pelos operários
industriais.
Assim, o Curso de Engenharia Operacional foi criado; cujo tempo de formação
dos profissionais era inferior aos dos cursos de Engenharia oferecidos até então;
visando suprir, assim, esta demanda específica por profissionais de nível superior.
Segundo Alegre (1997), a concepção do engenheiro operacional advinda deste
contexto foi de um técnico preparado em curso de nível superior, com duração de três
anos, capacitado a utilizar as ciências matemáticas e físicas à serviço da tecnologia,
“habilitado na área da produção, apto a analisar e pronto para criar, nos limites de seu
domínio.”
A citação a seguir detalha não a função básica dos engenheiros operacionais
como também, a colaboração destes com os engenheiros plenos:
‘A função básica do engenheiro de operação abrangeria raios de
ação relativamente grandes e que requerem nível matemático,
científico e competência em tecnologia aplicada relativamente alta.
Trabalham diretamente com os Engenheiros, e sob sua orientação
em atividades como planejamento de peças específicas de
máquinas, controle de qualidade do produto, planejamento de
processos de produção, operação de unidades experimentais,
organização dos cálculos necessários aos engenheiros. Além
destas tarefas, o engenheiro de operação teria atribuições de
gerência, orientação, manutenção e superintendência das unidades
produtoras, responsabilizando-se também pela gestão técnica do
pessoal e da produção’ (extraído da publicação do Ministério da
Educação e Cultura/Departamento de Assuntos Universitários
(MEC/DAU) “Nova Concepção do Ensino de Engenharia no Brasil”,
abril, 1977 apud ALEGRE, 1997)
40
Em 1965, aconteceu o primeiro simpósio nacional de escolas de Engenharia no
Rio de Janeiro, patrocinado pelo Ministério da Educação. Segundo Alegre (1997), este
último almejava executar o que fosse decidido neste simpósio. No entanto, este
Ministério esperava que houvesse forte adesão à criação dos cursos de Engenharia
Operacional, fato este não ocorrido. Mesmo com as críticas ocorridas neste simpósio,
o Ministério da Educação decidiu-se pela implantação do Curso de Engenharia de
Operação no Brasil criando uma comissão especial, denominada Grupo de Trabalho
para Implantação dos Cursos de Engenharia de Operação GT/ICEO. Esta comissão
foi presidida pelo Professor Edmar Oliveira Gonçalves, na época diretor da Escola
Técnica Federal Celso Suckow da Fonseca (ETFCSF atual CEFET/RJ) com a
finalidade de implantar os referidos cursos nas Escolas Técnicas Federais de São
Paulo, Paraná, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e na própria ETFCSF.
De acordo com Silveira (2007), a partir deste momento, o ensino técnico, “com
nova roupagem, até então restrito ao ensino dio é elevado ao ensino superior”.
Desta forma, diferenciando-se de outras instituições de ensino por oferecer formação
profissional integrada à formação de cultura geral, as instituições da Rede Federal de
Escolas Técnicas passaram também a oferecer o ensino superior.
Segundo Alegre (1997), a composição dos currículos adotados nas Escolas
Técnicas Federais era coerente com a finalidade do respectivo curso, ou seja,
“oferecer uma formação suficientemente especializada no campo tecnológico (que
possibilitaria aos seus graduados ocuparem posições na área de produção);
possibilitar experiência prática que lhes proporcione condições de progredir e
ocuparem postos de responsabilidade e finalmente dar preparação que lhes sirva de
base a estudos mais avançados nos campos da engenharia e da tecnologia.”
Ainda segundo Alegre (1997), o currículo do curso em questão era
especializado e ao mesmo tempo, suficientemente amplo, permitindo a adaptação do
profissional formado pelo mesmo “às necessidades da indústria, aos seus interesses
41
pessoais e as modificações tecnológicas inevitáveis.” A autora prossegue
mencionando que o curso era de natureza teórica, porém suficientemente prático,
possibilitando ao aluno “a compreensão e aplicação dos princípios científicos e de
engenharia envolvidos no curso”. Desta forma, destaca-se o fato de que uma das
principais características do Curso de Engenharia de Operação é a aplicação destes
princípios anteriormente citados.
Cabe ressaltar que, apesar dos cursos de Engenharia Operacional terem sido
criados devido ao estímulo dado com a chegada da indústria automobilística ao Brasil,
os mesmos não se restringiram a esta indústria, visando ‘suprir gradativa e
crescentemente as necessidades de dirigentes, supervisores e condutores de
operações industriais’. ( Parecer N
o
25/65 do Conselho Federal de Educação (CFE)
apud SCHIEFLER FILHO, 2006).
No entanto, conforme mencionado na Introdução do presente trabalho, os
Cursos de Engenharia Operacional foram extintos no final da década de setenta. Uma
das justificativas para a extinção em questão foi o apoio dado pelo MEC, no início da
década de setenta, à criação de cursos superiores de curta duração que tinham como
objetivo a formação de tecnólogos. A citação a seguir elucida a questão:
“..., porque havia desde então o Tecnólogo e o Engenheiro de
Operação. As duas figuras se equivaliam nos perfis, nos objetivos,
etc. mas o aluno que se formasse como Tecnólogo, não se
contentaria com o título de Tecnólogo, porque ao se comparar a
outro aluno que fez curso mais ou menos com a mesma duração,
com a mesma carga horária e com o mesmo conteúdo teria o título
de engenheiro (embora sendo engenheiro de operação, rejeitado
pela classe e com todas as outras dificuldades)” (ALEGRE,1997)
No presente trabalho descarta-se a interpretação de total equivalência entre o
Tecnólogo e o Engenheiro de Operação, uma vez que as grades curriculares dos
cursos de graduação em engenharia de operação eram similares às dos cursos de
graduação em engenharia plena, com compactação ou retirada de algumas disciplinas
básicas. Isto possibilitou a criação de cursos de complementação para os engenheiros
42
operacionais que desejassem se tornar engenheiros plenos. Isto não ocorreu com os
cursos superiores de tecnologia.
Outra justificativa, baseando-se em Alegre(1997), para a extinção dos Cursos
de Engenharia de Operação, era a resistência do CONFEA para registrar nos CREAs
os profissionais de Eng. de Operação como Engenheiros. Embora, efetivamente, os
registros em questão terem sido feitos, havia uma certa rejeição da classe de
Engenheiros aos profissionais de Eng. de Operação no que se refere ao
reconhecimento destes últimos como pertencentes da classe em questão.
A resistência do CONFEA pode ser exemplificada pela Resolução Nº218/73 do
conselho em questão, onde o Engenheiro de Operação é colocado junto com o
Tecnólogo. Ainda no sentido de confirmar a posição do CONFEA sobre a questão,o
presente trabalho baseia-se em Alegre (1997), que afirma que uma vez que o auge
das necessidades da indústria automobilística havia passado, passou a existir “um
grande contingente de Engenheiros de Operação formados e descontentes porque
não estavam sendo reconhecidos pela classe.
Desta forma, devido às dificuldades encontradas, os Cursos de Engenharia
Operacional foram extintos no final da década de setenta. Segundo Filho (2006),
“esses cursos (de três anos) tiveram vida curta, após um período evidente de recusa
desse profissional pelo mercado de trabalho e pelos demais engenheiros (com
formação de cinco anos), alcunhados de “plenos”.”
“Chega-se finalmente a corajosa decisão pela extinção da Eng. de
Operação, com o argumento também de que os tecnólogos
estariam fazendo o papel do que se pretendia com o Engenheiro de
Operação e dos problemas pragmáticos. Para se chegar a esta
conclusão foi feita uma aproximação pelos especialistas
responsáveis pelo estudo com o setor produtivo de uma maneira
geral e se viu que a grande maioria não estava vendo com “bons
olhos” para o Engenheiro de Operação.” (ALEGRE,1997)
Com a extinção da Engenharia de Operação, as escolas que possuíam os
Cursos de Engenharia Operacional tiveram três opções, segundo Alegre (1997):
1ª) acabar com o curso sem substituí-lo;
43
2ª) poderiam transformar os Cursos de Engenharia de Operação em cursos de
formação de tecnólogos, hoje conhecidos como cursos superiores de
tecnologia;
3ª) transformação destes cursos em Engenharia Industrial, ficando então
caracterizado o fato de serem cursos de Engenharia.
Desta forma, um novo curso foi criado em substituição do curso de engenharia
operacional, sem esbarrar nas limitações deste último. A citação a seguir detalha o
fato:
‘Quem então desempenhava as funções daquele profissional?
Acabava sendo o engenheiro ‘pleno’, formado nas outras Escolas,
com currículos muito sobrecarregados, que não davam atenção à
parte prática, às aplicações, à parte experimental, e que tinham,
bem ou mal, de assumir as posições daqueles Engenheiros de
Operação. O que se quis fazer foi colocar as coisas em seu devido
lugar: extinguir a Engenharia de Operação e fazer com que surgisse
um tipo de profissional que fosse um engenheiro, e tão Engenheiro
quanto todos ou outros Engenheiros, para se evitar qualquer
problema de ‘status’, qualquer problema de diminuição, de ordem
psicológica ou até sociológica, e que fosse formado de tal maneira,
que viesse a atender aquelas necessidades que ainda estavam
existindo e irão continuar a existir na sociedade mais industrializada,
que corresponde à nossa sociedade brasileira atual.
(ABENGE -
Associação Brasileira de Ensino de Engenharia, “Formação do
Engenheiro Industrial”, São Paulo, Junho de 1982, 224p. apud
FILHO,2006)
Assim, cabe ressaltar, que o conceito de Engenharia Operacional é distinto do
conceito de Engenharia Industrial. Embora ambas estejam relacionadas com o setor
industrial, a Engenharia Industrial é mais ampla. Isto pode ser exemplificado através
da diferenciação entre os profissionais dos respectivos cursos no que se refere ao
número de atividades que, na Resolução Nº218/73 do CONFEA, permitia-se exercer.
Enquanto o Engenheiro Industrial tinha a possibilidade de exercício das dezoito
atividades previstas na resolução em questão, o Engenheiro Operacional estava
limitado ao exercício de treze destas atividades (da Atividade 6 à Atividade 18 do
Artigo 1º da resolução em questão)
44
Alegre (1997) afirma que o Engenheiro sem o qualificativo industrial (o Eng. de
Concepção) seria formado pelas Universidades e o “Eng. Industrial passaria a ser o
Engenheiro formado pelas Instituições isoladas de ensino
5”
. Desta forma, a
diferenciação em Engenharia Industrial e Engenharia de Concepção seria um
resultado das diferentes necessidades de trabalho dentro da
Engenharia.
Cabe ressaltar,conforme será detalhado em capítulo posterior, que tanto o
engenheiro industrial de uma determinada especialização quanto aquele que embora
não possua o qualificativo em questão, compartilha com o primeiro a
especialização;estão legalmente habilitados ao exercício de atividades ligadas tanto à
concepção quanto aos processos da especialização em questão.
5
O conceito de “instituições isoladas de ensino” não possui significação precisa na citação em questão. Desta forma,
baseando-se em informações a serem apresentadas em capítulos posteriores, chega-se à interpretação de que os cen-
tros federais de educação tecnológica são exemplos das referidas instituições.
45
CAPÍTULO III -
CARACTERÍSTICAS DO CURSO DE ENGENHARIA INDUSTRIAL
NO BRASIL
III.1 - Características do Curso de Engenharia Industrial no Brasil
Conforme mencionado anteriormente, na Introdução desta dissertação,o
presente trabalho somente considerará o Curso de Engenharia Industrial criado a
partir de 1977, não sendo, portanto, objeto de estudo deste trabalho, a Engenharia
Industrial regulada por qualquer tipo de legislação anterior à data em questão.
Segundo Schiefler Filho (2006), em 1977, o Conselho Federal de Educação,
através da Resolução N
o
4, criava os cursos de Engenharia Industrial com cinco
características.
A primeira característica consistia em seguir a Resolução Nº48/76
1
do
Conselho Federal de Educação, que definia os currículos mínimos dos cursos de
Engenharia.
Desta forma, que os cursos de Engenharia Industrial seguiam esta
resolução, não havia razão para que os mesmos fossem considerados inferiores aos
cursos de Engenharia que não possuíam o qualificativo em questão.Este fato ganha
ênfase quando o CONFEA designa o título e fixa as atribuições das habilitações em
Engenharia de Produção
2
e Engenharia Industrial através da Resolução Nº288 de 07
de dezembro de 1983. Segundo esta resolução do CONFEA, os cursos de Engenharia
Industrial e de Engenharia de Produção, cujos currículos escolares obedecessem às
novas estruturas e que tivessem sido originados das seis grandes áreas da engenha-
1
Substituída pela Resolução N
o
11/2002-CNE.
2
No que se refere à Engenharia de Produção, cabe ressaltar a diferença entre a Resolução Nº288/83 do CONFEA e a
Resolução Nº10/77 do CFE. A primeira se refere às atribuições profissionais dos egressos dos cursos de Engenharia
pertencentes a uma das seis grandes áreas anteriormente mencionadas,mas, com habilitação em Engenharia de
Produção.Já a segunda se refere às disciplinas relacionadas à Engenharia de Produção que deveriam fazer parte
destes mesmos cursos de Engenharia. A diferenciação em questão será melhor detalhada posteriormente.
46
47
diferenciar,essencialmente, estes cursos dos outros Cursos de Engenharia, ao
destacar o que é necessário para que um produto ou serviço tecnológico esteja à
disposição da sociedade. Em outras palavras, não basta o produto ou serviço em si,
os meios utilizados para a produção e/ou prestação de um produto e/ou serviço,
respectivamente, devem ser ressaltados.Assim, é proposto que, nos Cursos de
Engenharia Industrial, os aspectos relativos aos processos tecnológicos e à tecnologia
dos materiais sejam destacados.
Neste sentido, segundo informações disponíveis no tio oficial do CEFET/RJ,
processos tecnológicos é o conjunto de atividades abrangendo desde as raízes
puramente científicas e os laboratórios industriais de P&D até a engenharia prática e a
experiência de manufatura, resultando na “transformação de matérias-primas num
produto ou serviço tecnológico colocado à disposição da sociedade”.
a tecnologia dos materiais, também baseando-se no sítio oficial do
CEFET/RJ , compreende a seleção e o processamento de materiais de acordo com
os processos tecnológicos onde os mesmos serão utilizados, considerando nesta
utilização os aspectos econômicos, sociais e ambientais envolvidos, assim como as
relações entre a microestrutura e propriedades destes materiais, estabelecendo-se
assim, as possíveis aplicações dos mesmos.
A terceira característica dos Cursos de Engenharia Industrial é a ênfase nas
atividades práticas. Esta característica pode ser elucidada da seguinte forma: a
Resolução Nº11/2002-CNE,que institui as diretrizes curriculares nacionais do curso de
graduação em engenharia, determina no artigo 6º, a obrigatoriedade de existência de
um núcleo de conteúdos básicos, um núcleo de conteúdos profissionalizantes e um
núcleo de conteúdos específicos que caracterizem a modalidade do curso em questão.
Desta forma, os parágrafos primeiro e segundo do artigo determinam,
respectivamente, que cerca de 30% da carga horária mínima do curso de graduação
48
em engenharia será preenchida com o núcleo de conteúdos básicos e que devem ser
previstas, em alguns casos de forma obrigatória, atividades práticas e de laboratórios.
o parágrafo terceiro do artigo determina que cerca de 15% da carga
horária mínima do curso de graduação em engenharia será preenchida com o núcleo
de conteúdos profissionalizantes, não existindo menção à respeito de atividades
práticas e de laboratórios.
Prosseguindo, o parágrafo quarto do artigo determina que a carga horária
restante do curso de graduação em engenharia, cerca de 55% da carga horária
mínima, será preenchida com o núcleo de conteúdos específicos, também não
existindo menção à respeito de atividades práticas e de laboratórios. No entanto, a
Resolução N
o
4/77-CFE, que criou os cursos de Engenharia Industrial, determina que
uma característica do curso de graduação em Engenharia Industrial seja que a ênfase
nas atividades práticas não pode ser inferiores à metade da carga horária das
disciplinas de formação específica. Desta forma, a própria legislação diferencia o curso
de engenharia industrial dos outros cursos de engenharia, obrigando o primeiro a
possuir uma carga horária determinada de atividades práticas referentes ao conteúdo
específico que caracteriza a modalidade do curso de engenharia em questão.
A quarta característica dos Cursos de Engenharia Industrial consiste na
inclusão de um estágio supervisionado com carga horária superior àquela determinada
pela Resolução Nº11/2002-CNE, que institui as diretrizes curriculares nacionais do
curso de graduação em engenharia. Esta última determina, no artigo 7º, a
obrigatoriedade do estágio supervisionado com carga horária mínima de 160 (cento e
sessenta) horas.
“Art. A formação do engenheiro incluirá, como etapa integrante
da graduação, estágios curriculares obrigatórios sob supervisão
direta da instituição de ensino, através de relatórios técnicos e
acompanhamento individualizado durante o período de realização
da atividade. A carga horária mínima do estágio curricular deverá
atingir 160 (cento e sessenta) horas.” (Resolução Nº 11/2002-CNE)
49
a Resolução N
o
4/77-CFE, conforme mencionado anteriormente,
responsável pelas diretrizes dos cursos de Engenharia Industrial, determina, segundo
Filho (2006), que os estágios supervisionados dos cursos em questão tenham uma
carga horária com 360 (trezentos e sessenta horas) horas.
Desta forma, a legislação específica da Engenharia Industrial estabelece que
os cursos da mesma devam exigir de seus futuros engenheiros uma carga horária de
estágio supervisionado que ultrapassa o dobro da diretriz estabelecida pela legislação
que regulamenta os cursos de Engenharia (sejam os mesmos Industriais ou não).
A quinta característica dos Cursos de Engenharia Industrial é a inclusão de
uma disciplina e de tópicos especificados pela Resolução N
o
4/77-CFE (que criou os
cursos de Engenharia Industrial). A disciplina e os tópicos em questão visam contribuir
na diferenciação do curso de Engenharia Industrial dos outros cursos de Engenharia
uma vez que enfatizam os meios que permitem que produtos e serviços tecnológicos
possam ser disponibilizados à sociedade.
Inicia-se pela inclusão da disciplina Psicologia do Trabalho na grade curricular
dos cursos de Engenharia Industrial, numa tentativa de prover estes engenheiros com
conhecimentos fundamentais que permitam uma eficiente e eficaz gestão dos recursos
humanos presentes nos processos industriais/tecnológicos.Este fato pode ser
elucidado mencionando que no início do estudo dos processos
industriais/tecnológicos, as teorias da época eram centradas na estrutura e na
máquina. Colocou-se ênfase no estudo da gestão das pessoas, ao perceber “que
existia para além da máquina, um universo a ser descoberto, relacionado com o
comportamento humano e a sua influência nos processos organizacionais”
(CARVALHO, 2003).
Prossegue-se com a inclusão de tópicos de manutenção de equipamentos na
grade curricular dos cursos de Engenharia Industrial. Isto pode ser justificado,
baseando-se em Muassab (2002), que busca explicitar a importância da manutenção
no contexto das organizações (incluindo assim o setor industrial) na citação a seguir:
50
“É neste contexto que emerge a manutenção, pois, para atender as
exigências de seus clientes quanto à qualidade, custos,
entrega,segurança e preservação do meio ambiente, as empresas
dependem de equipamentos e instalações compatíveis com os níveis
dos produtos a serem produzidos”(MUASSAB,2002)
Ainda de acordo com Muassab (2002), “a manutenção é definida na concepção
industrial como sendo a atividade de fazer com que o patrimônio físico da empresa
seja mantido de forma a assegurar sua funcionalidade operacional”. segundo a
ABNT
5
, na norma NBR 5462/1981, “ manutenção é o conjunto de ações destinadas a
manter ou recolocar um item em um estado no qual ele pode executar a função
requerida”
Dadas as considerações acima, justifica-se o fato da obrigatoriedade de
inclusão de tópicos de manutenção de equipamentos nos cursos de graduação em
Engenharia Industrial, atendendo a Resolução Nº4/77 do CFE.
Outros tópicos incluídos na grade curricular dos cursos de Engenharia
Industrial foram os relativos à normalização de produtos e/ou processos.
Segundo Anexo I da Resolução Nº1010, de 22 de agosto de 2005, do
CONFEA, Normalização é o mesmo que Padronização, sendo esta última definida no
anexo em questão por “atividade que envolve a determinação ou o estabelecimento de
características ou parâmetros, visando à uniformização de processos ou produtos”.
segundo a ABNT, normalização é a "atividade que estabelece, em relação a
problemas existentes ou potenciais, prescrições destinadas à utilização comum e
repetitiva com vistas à obtenção do grau ótimo de ordem em um dado contexto.”
Ainda neste sentido,segundo o INMETRO
6
, tanto o mercado interno quanto às
perspectivas de exportação de bens manufaturados foram ampliados com a expansão
da produção industrial, necessitando que fossem adotadas medidas para que esta
ampliação não ocorresse apenas do ponto de vista quantitativo, mas também do ponto
5
ABNT é a sigla para Associação Brasileira de Normas Técnicas. Informações encontradas no sitio oficial da
organização disponível no endereço eletrônico <www.abnt.org.br>
6
INMETRO é a sigla para Instituto Nacional de Metrologia,Normalização e Qualidade Industrial. Informações
encontradas no sítio oficial da organização disponível no endereço eletrônico <www.inmetro.gov.br>
51
de vista qualitativo.Cita-se a seguir informações disponíveis no site oficial deste
instituto visando o detalhamento do assunto em questão :
“Em primeiro lugar é necessário disciplinar, do ponto de vista
qualitativo, a produção e comercialização de bens manufaturados
entregues ao consumidor brasileiro, inclusive aqueles importados, os
quais nem sempre atendem a requisitos mínimos e razoáveis de
qualidade e segurança. Em segundo lugar, torna-se necessário
estabelecer normas e procedimentos, técnicos e administrativos, que
promovam a melhoria e regulamentem a verificação da qualidade dos
produtos industriais destinados à exportação, visto que a sua
reputação e competitividade no mercado internacional dependerão,
cada vez mais, da sua qualidade dimensional, material e funcional. Ao
mesmo tempo, é necessário estudar de forma sistemática as
dificuldades e as potencialidades do mercado externo no que diz
respeito às normas e especificações de qualidade, internacionais,
peculiares a cada mercado nacional, propondo as medidas adequadas
para assegurar a defesa dos interesses do nosso comércio exterior.”
7
Ainda de acordo com o INMETRO, estes argumentos acima citados tornaram
necessário, entre outros fatores, o desenvolvimento da normalização em todo o
território nacional.
Justifica-se assim, o fato da obrigatoriedade da inclusão de tópicos de
normalização nos cursos de graduação em Engenharia Industrial,
atendendo a
Resolução Nº4/77 do CFE.
Prosseguindo, outros tópicos que foram incluídos na grade curricular dos
cursos de Engenharia Industrial foram àqueles relativos ao controle de qualidade dos
materiais e produtos.
Embora não haja consenso sobre a definição de qualidade, o INMETRO é
referência quando o assunto é qualidade industrial no Brasil. Desta forma, no presente
trabalho, optou-se pela utilização da definição deste Instituto, conforme transcrito a
seguir: “qualidade é entendida como o atendimento a requisitos especificados em
Normas e Regulamentos Técnicos especialmente no que diz respeito aos aspectos de
saúde, segurança e meio-ambiente.”
7
Informações encontradas no sítio oficial do INMETRO, disponível no endereço eletrônico <www.inmetro.gov.br>
52
No entanto, no ambiente organizacional, conforme mencionado anteriormente
8
,
destaca-se a ênfase crescente dada à questão da qualidade ligada à expansão das
atividades comerciais.
Independentemente do motivo que leve a uma maior atenção por parte das
organizações à questão da qualidade, a ISO
9
,em 1996, cita em seu sítio oficial que,
“através de um consenso internacional sobre as práticas que uma empresa pode
tomar a fim de atender plenamente os requisitos de qualidade do cliente”, elaborou a
série ISO 9000
9
, que devido à repercussão da mesma internacionalmente, consolidou
de forma inequívoca a importância da qualidade nos ambientes organizacionais.
Justifica-se assim, o fato da obrigatoriedade da inclusão de Tópicos de
Controle de Qualidade dos Materiais e Produtos nos cursos de graduação em
Engenharia Industrial
10
, atendendo a Resolução Nº4/77 do CFE.
III.2 – Os Cursos de Graduação em Engenharia Industrial e as Outras Opções de
Formação em Engenharia no Brasil
Nesta seção será analisada, inicialmente, a relação da Engenharia Industrial
com a Engenharia de Produção, buscando identificar a origem, semelhanças e
diferenças destes cursos. Em seguida, outros cursos de graduação em engenharia
integrarão esta análise, de forma a tornar inequívoca, a diferenciação das diversas
opções de formação em Engenharia no Brasil.
III.2.1 – A Engenharia Industrial e a Engenharia de Produção
Segundo Projeto Pedagógico Preliminar do Curso de Graduação em Engenha-
8
Ver item “Tópicos de Normalização”.
9
Para maiores informações ver sítio oficial da ISO disponível no endereço eletrônico <http://www.iso.org>
10
Cabe ressaltar que, conforme mencionado anteriormente, a legislação que trata da criação dos cursos de graduação
em engenharia industrial data de 1977, enquanto a elaboração da série ISO 9000 data de 1996. Desta forma, o
objetivo do presente trabalho ao citar a série ISO 9000 foi de explicitar a crescente ênfase dada às questões referentes
à qualidade mesmo depois de terem sido estipuladas as características que os cursos de engenharia Industrial
devem possuir.
53
-ria de Produção da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) realizado em 2005,
“o surgimento e a consolidação da Engenharia de Produção no país está intimamente
ligada ao desenvolvimento da indústria e da economia brasileira.” Uma vez que a
Engenharia Industrial também teve a sua origem e desenvolvimento relacionados à
demanda da indústria nacional por profissionais de nível superior, de se questionar
se Engenharia Industrial e Engenharia de Produção constituem-se no mesmo curso ou
se possuem essências diferenciadas.
As atividades e conhecimentos que viriam a fazer parte do escopo da
Engenharia de Produção eram praticadas e utilizados, respectivamente, antes da
mesma ter esta denominação e estar inserida no campo da Engenharia.
Especificamente, a prática da Engenharia de Produção tem sua origem no final do
século XVIII, quando os sistemas de produção na Revolução Industrial estavam se
estruturando.
“Nessa época, fábricas na Inglaterra empregavam métodos de
custeio, de estudo do arranjo físico das máquinas e de programação
da produção.Destacam-se os trabalhos de R. Arkwight, M.R. Bulton e
J.Watt Jr. No início do século XIX, mais precisamente em 1832,
Charles Babbage escreveu o primeiro livro abordando temas da
Engenharia de Produção.” (Projeto Pedagógico do Curso de
Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de
São Carlos – Versão Preliminar - (2005).)
Ainda segundo Projeto Pedagógico Preliminar do Curso de Graduação em
Engenharia de Produção da Universidade Federal de São Carlos (2005), autores como
F.W.Taylor, o casal Gilbreth, H.L. Gantt e H.Emerson também contribuíram de forma
significativa no estudo dos sistemas de produção. Além destes, autores como H.P.
Gillete e J.C.L. Fish também contribuíram na estruturação da Engenharia de
Produção, uma vez que desenvolveram trabalhos na área da Engenharia Econômica;
propondo métodos e técnicas para custeio, avaliação de investimentos, aplicações de
matemática financeira e economia aos equipamentos. Ainda neste sentido, durante a
Segunda Guerra Mundial, a Pesquisa Operacional se consolidou na Grã-Bretanha e
54
nos Estados Unidos, passando a fazer parte da Engenharia de Produção.
11
Segundo a mesma fonte, “a difusão dos métodos e técnicas propostos ocorreu
pelo trabalho de empresas de consultoria, cujos profissionais se intitulavam
engenheiros industriais (do inglês, industrial engineers).” Desta forma, nos Estados
Unidos, a Engenharia de Produção é conhecida pelo termo Engenharia Industrial (do
inglês, Industrial Engineering).
“Contudo, o que marcou o desenvolvimento da Engenharia de
Produção
12
no Brasil foi a instalação de empresas multinacionais que
trouxeram no seu organograma funções tipicamente desempenhadas
por engenheiros industriais
12
, tais como tempos e métodos,
planejamento e controle da produção, controle de qualidade, por
exemplo. Isto influenciou o mercado de trabalho que passou a
demandar profissionais que ainda não eram formados pelas
faculdades e escolas de engenharia da época....Além da instalação
das multinacionais, o crescimento das empresas nacionais e estatais
criou uma maior demanda por administradores e engenheiros
industriais
12
”(Projeto Pedagógico do Curso de Graduação em
Engenharia de Produção da Universidade Federal de São Carlos
Versão Preliminar - (2005).)
A citação acima, que faz referência ao desenvolvimento da Engenharia de
Produção no Brasil, também utiliza os termos Engenharia de Produção e Engenharia
Industrial como sinônimos.
Conforme descrito anteriormente, numa tentativa de suprir a demanda por
profissionais de nível superior que estivessem aptos a trabalhar nos processos
industriais, as escolas de engenharia nacionais, inicialmente, criaram os cursos de
Engenharia Operacional. Como o mercado de trabalho “rejeitou” os profissionais
formados por estes cursos, as escolas de engenharia criaram os cursos de graduação
que receberam a denominação de Cursos de Engenharia Industrial. A Resolução N
o
4,
do Conselho Federal de Educação, que permitiu a criação dos Cursos de Engenharia
Industrial, data de 1977, no entanto, há relatos de criações de Cursos de Engenharia
11
Segundo a ABEPRO, questões relativas à gestão ambiental,gestão do conhecimento organizacional,ergonomia e
segurança do trabalho,entre outras, também constituem, atualmente, áreas da Engenharia de Produção.
12
Grifo meu.
55
de Produção e de Cursos de Engenharia Industrial anteriores à esta data, fato este
exemplificado na citação a seguir:
“...depois foi criado o primeiro curso de graduação de Engenharia de
Produção
13
do país, na Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo (USP). Inicialmente, o curso era uma opção do curso de
Engenharia Mecânica. Posteriormente foi criado o curso de
graduação em Engenharia de Produção
13
...Essa iniciativa foi seguida,
no estado de São Paulo, pela criação, em 1959
13
, do curso de
Engenharia de Produção no Instituto Tecnológico da Aeronáutica
(ITA). Entretanto, esse curso foi descontinuado. Em 1963
13
, na
Faculdade de Engenharia Industrial (FEI)
13
, em São Bernardo do
Campo, um dos primeiros pólos industriais do estado de São Paulo,
foi criado o curso de graduação em Engenharia Industrial
13
...Durante
a década de setenta e oitenta
13
, várias instituições públicas de ensino
e poucas de caráter privado criaram cursos de graduação em
Engenharia de Produção
13
. Esse quadro ficou estável até meados da
década de noventa
13
quando várias instituições de ensino, na sua
grande maioria privadas, criaram cursos de graduação em EP
13
.
”(Projeto Pedagógico do Curso de Graduação em Engenharia de
Produção da Universidade Federal de São Carlos – Versão Preliminar
- (2005).)
Assim, nota-se na citação acima, que um curso de graduação em Engenharia
Industrial foi criado no ano de 1963 e portanto, anteriormente à entrada em vigor da
Resolução N
o
4/77 do Conselho Federal de Educação. Esta expressão “curso de
graduação em Engenharia Industrial” utilizada nesta citação possui significação
equivalente à expressão ““curso de graduação em Engenharia de Produção” e
consequentemente,difere do conceito da Engenharia Industrial criado a partir de 1977.
Cabe ressaltar que, atualmente, a expressão “Engenharia Industrial” ainda é
utilizada como sinônimo da expressão Engenharia de Produção”, fato este
exemplificado pela expressão “Departamento de Engenharia Industrial (DEI)” utilizada
para nomear o departamento que “tem como centro de suas competências aquelas
relativas à Engenharia de Produção.”
14
13
Grifo meu
14
Informações disponíveis no sítio oficial do Departamento de Engenharia Industrial da Escola Politécnica da UFRJ,
disponível no endereço eletrônico <http://www.poli.ufrj.br/departamentos_engenharia_industrial.html>
56
III.2.2 - A Diferenciação das Opções de Formação em Engenharia no Brasil.
57
profissional dos engenheiros, mas também definir quais atividades e campos
profissionais estes engenheiros podem executar e atuar,respectivamente.
É desta forma, que o CONFEA, em 29 de junho de 1973, através da Resolução
Nº218, discriminou atividades das diferentes modalidades profissionais da engenharia,
arquitetura e agronomia para fins de fiscalização do exercício profissional. Esta
resolução utiliza o termo “engenharia industrial”,o que pode ser exemplificado pelas
seguintes referências extraídas da resolução em questão: “engenheiro industrial
modalidade mecânica”, “engenheiro industrial e de metalurgia”, “engenheiro industrial
modalidade química”.
O artigo 25 da Resolução Nº218/73 do CONFEA determinava que é o currículo
escolar que define em última instância quais atividades o engenheiro pode exercer.
“Art. 25 - Nenhum profissional poderá desempenhar atividades além
daquelas que lhe competem, pelas características de seu currículo
escolar, consideradas em cada caso, apenas, as disciplinas que
contribuem para a graduação profissional, salvo outras que lhe
sejam acrescidas em curso de pós-graduação, na mesma
modalidade.
Parágrafo único - Serão discriminadas no registro profissional as
atividades constantes desta Resolução.”
Desta forma, ressalvado o disposto neste artigo, as atribuições destes
engenheiros industriais eram as mesmas dos engenheiros “não-industriais” que
compartilhavam com os primeiros as mesmas modalidades. Assim, a título de
exemplificação, o engenheiro industrial modalidade mecânica tinha as mesmas
atribuições do engenheiro mecânico, assim como o engenheiro industrial modalidade
química tinha as mesmas atribuições do engenheiro químico.
No entanto, como a Resolução Nº218 do CONFEA data de 1973 e a
Resolução N
o
4 do CFE, que cria os cursos de Engenharia Industrial objetos de estudo
do presente trabalho, data de 1977, conclui-se que a utilização do termo “Engenharia
58
Industrial” na primeira possui significação distinta da Engenharia Industrial de que trata
esta dissertação.
15
Já em 1974, foi fixado o currículo mínimo do Curso de Engenharia de Produção
pelo CFE e assim, em 9 de outubro de 1975, o CONFEA publicou a Resolução Nº 235,
discriminando as atividades profissionais do engenheiro de produção modalidade
plena, ou seja, sem estar vinculado a nenhuma outra especialização da engenharia.
16
No entanto, segundo a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino
Superior (ABMES), já no início da década de 70, passados dez anos com a legislação
dos currículos mínimos em vigor, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) decidiu,
segundo a mesma fonte, revisar o assunto, atribuindo a sua Comissão de
Especialistas de Ensino de Engenharia (CEEEng), a missão de realizar os estudos
necessários que culminassem na formulação de uma nova proposta para os cursos de
engenharia. Esta comissão terminou sua tarefa no ano de 1974, encaminhando os
estudos em questão ao CFE. Este último, com pequenas modificações, aprovou os
estudos enviados pela CEEEng, transformando-os na Resolução Nº48, de 1976, que
conforme mencionado em capítulo anterior, também era baseada em currículos
mínimos, mas com uma nova estrutura e,assim, passou a ser a única a vigorar no país
a partir de 1982.
Assim um novo currículo mínimo foi estabelecido, diferenciando-se do antigo
por não ter sido estabelecido para cada habilitação da engenharia, e sim para
conjuntos de habilitações com afinidades, pertencentes à mesma grande área da
Engenharia.
15
A utilização do termo Engenharia Industrial na Resolução Nº218 do CONFEA, conforme elucidado na Introdução
desta dissertação, pode ter referência ao termo em questão utilizado no Decreto 23569 de 1933 ou referir-se à uma
nova concepção de Engenharia Industrial. Em qualquer caso, não é a mesma concepção da Engenharia Industrial
originada através da Resolução Nº 4 do CFE de 1977.
16
Cabe ressaltar que a Resolução Nº235 está vinculada a Resolução Nº218/73 do CONFEA. Esta última foi substituída
pela Resolução Nº1010/05.
59
Assim, os Cursos de Graduação em Engenharia de Produção foram
reformulados para obedecerem a Resolução 48/76 do Conselho Federal de
Educação. Isto foi regulamentado através da Resolução Nº10/77 - CFE. Desta forma,
segundo a ABMES, até 1977, “os cursos de graduação em Engenharia de Produção
tinham a possibilidade de formar engenheiros de produção ou engenheiros de uma
certa habilitação com opção produção.” Com o estabelecimento do novo currículo
mínimo, a formação em engenharia de produção não poderia estar desvinculada de
uma das seis grandes áreas da engenharia e sim constituir-se em uma habilitação de
uma destas áreas.
A Resolução 10/77 CFE, além de determinar as matérias que deveriam estar
incluídas na formação em engenharia de produção vinculada a uma das seis grandes
áreas, estabelecia legalmente o fato descrito no parágrafo anterior, conforme pode ser
observado no Art. 6º da mesma, transcrito abaixo:
“Art. 6
o
– Os mínimos de conteúdo desta habilitação terão vigência a
partir do ano letivo de 1978.
§ 1
o
As instituições de ensino de Engenharia, que oferecem a
habilitação Engenharia de Produção, poderão fazer adaptações
curriculares, a seu critério, mantidas as exigências do currículo
mínimo anterior, para os alunos admitidos à matrícula inicial antes
de 1978.
§ 2
o
No decorrer do ano de 1977, as instituições de ensino
correspondentes encaminharão à apreciação do CFE os anexos de
seus Regimentos, devidamente adaptados a esta Resolução.”
Adicionalmente, em 1983, o CONFEA através da Resolução Nº288 designou o
título e fixou as atribuições das habilitações em Engenharia de Produção e Engenharia
Industrial, estabelecendo que, desde que obedecessem às novas estruturas e que
tivessem sido originados das seis grandes áreas da engenharia (Civil, Mecânica,
Elétrica, Metalúrgica, Minas e Química), estas duas habilitações se equivaleriam à
anteriormente citada “Engenharia de Concepção” no que se refere às atribuições e à
60
titulação
17
determinadas através da Resolução Nº218/73 do CONFEA. Cabe ressaltar
que, por ser originada das seis grandes áreas da engenharia e a Resolução Nº288 do
CONFEA ser posterior à Resolução N
o
4/77-CFE, o termo “Engenharia Industrial”
utilizada na primeira faz referência à Engenharia Industrial que é objeto de estudo do
presente trabalho.Ainda neste sentido,no que se refere à engenharia de produção,
segundo a ABEPRO, “recomenda-se que nos casos de cursos onde habilitação,
esclareça ao aluno que na verdade sairá com a titulação relativa a uma das seis
grandes áreas da engenharia, mas não como engenheiro de produção”
No entanto, apesar da Resolução Nº10/77 considerar somente a engenharia de
produção como habilitação, os cursos de graduação em engenharia de produção
plena continuaram a existir, exemplificados pelos Cursos de Graduação em
Engenharia de Produção Plena ofertados pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ) e pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Segundo a ABEPRO,a
Resolução 235 do CONFEA, que discrimina as atividades profissionais do
engenheiro de produção na modalidade plena, continuou em vigor e foi com base
nesta resolução que o engenheiro de produção pleno continuou a ter a sua titulação e
conseqüente registro no CONFEA.
Segundo a ABEPRO, com a entrada em vigor da Lei nº9394/96 (conhecida
como a nova LDB), que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, foram
iniciados “debates acerca das diretrizes curriculares dos cursos, dentre eles o da
engenharia de produção.”Desta forma, com a aprovação da nova LDB, revogou-se a
Resolução N°48/76 e introduziu-se um novo conceito, mais flexível, o das Diretrizes
17
Em 2002, o CONFEA, através da Resolução 473, instituiu Tabela de Títulos Profissionais. Nesta tabela,
diferenciação entre os títulos dados aos profissionais egressos dos cursos de graduação em engenharia industrial de
uma determinada habilitação e àqueles egressos dos cursos de graduação em engenharia que compartilham a
habilitação dos primeiros, mas não possuem o qualificativo industrial. Como a obrigatoriedade de utilização dos
mencionados títulos pelo CONFEA se deu a partir de 1º de janeiro de 2003 e ,para fins desta dissertação, o destaque a
ser dado refere-se as atribuições dos engenheiros e não aos títulos dos mesmos, no presente trabalho, optou-se por
não aprofundar o assunto em questão.
61
Curriculares, que, segundo Giorgetti (2006), deixa claro que são as instituições de
educação superior (IES) as responsáveis pela educação de graduação e pela
concessão de diplomas relativos à formação acadêmica respectiva. Desta forma,
entendeu-se que havia plena liberdade para definição dos títulos acadêmicos pelas
IES.
Com base nas informações acima, no caso das engenharias, observou-se um
aumento do número de cursos,de modalidades e de ênfases ofertadas pelas IES.
Estas instituições se basearam na Resolução CNE/CES Nº11/02, que estabelece as
mencionadas diretrizes para os cursos da área em questão.
Nesse sentido,cabe ressaltar não a possibilidade de existência de: cursos
de graduação em engenharia de produção como habilitação, cursos de graduação em
engenharia de produção plena e cursos de graduação em engenharia de produção
plena com ênfase em determinada área. No último caso, a título de exemplificação, o
CEFET/RJ ofereceu até o ano de 2005, o Curso de Graduação em Engenharia de
Produção Plena com Ênfase em Mecatrônica. Embora o curso oferecesse disciplinas
pertencentes ao campo profissional da Mecatrônica, a titulação e conseqüente registro
profissional no Sistema CONFEA/CREA para este curso eram referentes ao
Engenheiro de Produção Pleno, não podendo ser considerado, de forma inequívoca,
Engenheiro Mecatrônico com Opção em Produção.
Em julho de 2007 entrou em vigor a resolução 1010, de 2005, que dispõe
sobre a regulamentação da atribuição de títulos profissionais, atividades,
competências e caracterização do âmbito de atuação dos profissionais inseridos no
Sistema CONFEA/CREA, para efeito de fiscalização do exercício profissional.
Segundo o autor do presente trabalho, esta resolução busca completar disposições,
dirimir dúvidas e preencher omissões da Resolução Nº218 do CONFEA, de 29 de
junho de 1973, que ao discriminar atividades das diferentes modalidades profissionais
62
da engenharia, arquitetura e agronomia, teve como finalidade servir como diretriz à
fiscalização do exercício profissional.
Assim, de forma semelhante a estabelecida no Art. 25 da Resolução Nº218/73
do CONFEA, o Art.8 da Resolução Nº 1010 ,em seu § 2º, determina que:
“§ A atribuição inicial de título profissional, atividades e
competências decorrerá, rigorosamente, da análise do perfil
profissional do diplomado, de seu currículo integralizado e do
projeto pedagógico do curso regular, em consonância com as
respectivas diretrizes curriculares nacionais.
Prosseguindo a análise, tem-se que no Anexo II desta resolução procura-se
sistematizar os campos de atuação das profissões pertencentes ao Sistema
CONFEA/CREA , conforme trecho do anexo em questão transcrito a seguir
“Este Anexo (passível de revisão periódica, conforme disposto no
art.11, § da Resolução 1.010, de 2005, do Confea) tem a
finalidade de formular a sistematização dos Campos de Atuação das
profissões inseridas no Sistema Confea/Crea, partindo das
legislações específicas que regulamentam o exercício profissional
respectivo, tendo em vista também a realidade atual do exercício
das profissões e a sua possível evolução a médio prazo, em função
do desenvolvimento tecnológico, industrial, social e econômico
nacional, e ainda considerando as respectivas Diretrizes
Curriculares atualmente estabelecidas pelo Conselho Nacional de
Educação”
A definição de campo de atuação profissional está presente na própria
Resolução Nº 1010 ,em seu Art. 2º, conforme transcrito a seguir:
V - campo de atuação profissional: área em que o profissional
exerce sua profissão, em função de competências adquiridas na sua
formação;
Observa-se no anexo em questão que o Sistema CONFEA/CREA definiu
campos de atuação profissional para cada habilitação da engenharia. No entanto,
somente nas habilitações Mecânica, Metalúrgica, Naval e Oceânica, Aeronáutica e
Espacial, Mecatrônica e Produção, foi anexado o termo “Industrial” posteriormente ao
termo Modalidade”. Assim, a título de exemplificação, encontrada no Anexo II da
63
Resolução Nº1010, tem-se as seguintes expressões Campo de Atuação Profissional
da Modalidade Elétrica” e “Campo de Atuação Profissional da Modalidade Industrial
Engenharia de Produção”.Assim, na primeira expressão, “Elétrica” é uma modalidade,
enquanto na segunda “Industrial” é que se constitui na modalidade, compreendendo
as seguintes habilitações da Engenharia: Mecânica, Metalúrgica, Naval e Oceânica,
Aeronáutica e Espacial, Mecatrônica e Produção
18
.
Desta forma, a Resolução 1010 diferencia modalidade de habilitação, ao definir
em seu Art.2º que:
VIII - modalidade profissional: conjunto de campos de atuação
profissional da Engenharia correspondentes a formações básicas
afins, estabelecido em termos genéricos pelo Confea;
Assim, pode-se assegurar que o termo “Industrial” incluído na expressão
“Modalidade Industrial” encontrada na referida resolução não possui significado
equivalente ao termo “Industrial” utilizado para caracterizar os cursos de graduação
em Engenharia que seguem a Resolução N
o
4/77 do Conselho Federal de Educação.
Desta forma, pode-se sintetizar as diferenças dos cursos em questão da
seguinte forma: os Cursos de Graduação em Engenharia Industrial, objetos de estudo
do presente trabalho, foram criados a partir da Resolução N
o
4/77, do Conselho
Federal de Educação, portanto, os Engenheiros Industriais egressos destes cursos
não são os mesmos Engenheiros Industriais formados por cursos estabelecidos com
base em legislação diferente da Resolução Nº4/77 – CFE
19
.
Tanto os profissionais egressos dos Cursos de Graduação em Engenharia
Industrial, criados a partir da Resolução Nº4/77 CFE, quanto àqueles provenientes
de cursos de graduação em engenharia sem o qualificativo em questão, terão as suas
18
É a Engenharia de Produção Plena que teve seu campo de atuação profissional definido e inserido na Modalidade
Industrial.
19
Maiores informações ver Introdução do presente trabalho.
64
atribuições estabelecidas pela Resolução Nº1010/05 do CONFEA, considerando o
disposto no § do Art.8º desta mesma resolução, que define a atribuição inicial de
título profissional, atividades e competências baseando-se, rigorosamente, na análise
do perfil profissional do diplomado, de seu currículo integralizado e do projeto
pedagógico do curso regular, em consonância com as respectivas diretrizes
curriculares nacionais.
A Engenharia de Produção pode se apresentar como habilitação (vinculada à
uma outra habilitação da engenharia) ou como plena (sem estar vinculada a nenhuma
outra habilitação da engenharia). Os profissionais egressos dos cursos de graduação,
cuja Engenharia de Produção seja uma habilitação, receberão os títulos e terão as
atribuições relativas às habilitações nas quais estes cursos estejam vinculados, não
sendo considerados pelo Sistema CONFEA/CREA como Engenheiros de Produção.
Somente os profissionais egressos dos Cursos de Graduação em Engenharia de
Produção Plena são reconhecidos como Engenheiros de Produção por este mesmo
sistema.
A Engenharia Industrial de determinada habilitação (e.g. Engenharia
Industrial Mecânica) se diferencia da Engenharia de determinada modalidade com
opção em Produção (e.g. Engenharia Mecânica com opção Produção), uma vez que a
primeira tem suas características determinadas pela Resolução N
o
4/77-CFE (atual
CNE), enquanto a última, teve suas características determinadas através da
Resolução 10/77 do Conselho Federal de Educação, que estabeleceu o currículo
mínimo dos cursos de engenharia de produção como habilitação.No site oficial da
ABMES, cita-se trecho extraído da publicação Nova Concepção do Ensino de
Engenharia no Brasil, de abril de 1977, do Ministério da Educação e
Cultura/Departamento de Assuntos Universitários (MEC/DAU), que sem esgotar o
assunto, exemplifica esta distinção mencionando que na “engenharia industrial o
enfoque principal deverá ser dado ao trabalho prático, às técnicas e aos processos de
65
operação que caracterizam a atividade industrial” e que na engenharia de produção “ o
enfoque do ensino deve ser dirigido para os métodos que, calcados em sólida base
matemática, permitem especificar,avaliar e prever os resultados que devem ser
obtidos dos sistemas de engenharia,quaisquer que sejam suas naturezas”.
Cabe ressaltar, desta forma, que o fato da Engenharia de Produção estar
relacionada aos sistemas de engenharia, independentemente da natureza dos
mesmos, é mais um fator de diferenciação desta Engenharia quando comparada com
a Engenharia Industrial, uma vez que a primeira não tem mais seu perfil definido
para, precipuamente, realizar atividades de natureza industrial.
A Tabela III.1 sintetiza a diferenciação das opções de formação em engenharia
no Brasil.
Tabela III.1 - Diferenciação das Opções de Formação em Engenharia no Brasil
Curso de Graduação em Engenharia Legislação/Informação
Cursos de Graduação em Engenharia
Industrial, objetos de estudo do presente
trabalho
Resolução CFE N
o
4/77
Todos os cursos de graduação em
engenharia, sejam os mesmos
industriais ou não
Resolução Nº1010/05 do CONFEA e
Resolução CNE/CES Nº11/02
Cursos de Graduação em Engenharia
de Produção (habilitação)
Receberão os títulos e terão as
atribuições relativas às habilitações nas
quais estes cursos estejam vinculados,
não sendo considerados pelo Sistema
CONFEA/CREA como Engenheiros de
Produção
Cursos de Graduação em Engenharia
de Produção (Plena)
Reconhecidos como Engenheiros de
Produção pelo Sistema
CONFEA/CREA.
Cursos de Graduação em Engenharia
Industrial de Determinada Habilitação
(e.g. Engenharia Industrial Mecânica)
Resolução CFE N
o
4/77
Cursos de Graduação em Engenharia
de Determinada Modalidade com Opção
em Produção (e.g. Engenharia Mecânica
com opção Produção),
Resolução CFE Nº10/77
66
CAPÍTULO IV – ANÁLISE
DA OFERTA ATUAL DE CURSOS DE GRADUAÇÃO
EM ENGENHARIA INDUSTRIAL NO BRASIL
No presente capítulo são apresentadas e analisadas informações que fazem com
que a oferta atual de cursos de graduação em engenharia industrial no Brasil seja
mapeada.
Inicia-se com a identificação dos cursos de graduação em engenharia industrial
ofertados pelas IES no Brasil.Prossegue-se com a identificação e análise não da
localização dos cursos de graduação em engenharia industrial,mas também,dos anos
de criação destes cursos.Em seguida, identifica-se as IES que oferecem cursos de
graduação em engenharia industrial.Por último, os campos de atuação profissional e
as atividades profissionais previstos pelo CONFEA para os egressos dos cursos de
graduação em engenharia industrial são identificados e analisados.
Cabe ressaltar que o presente trabalho não se propõe a explicar a(s) causa(s)
das informações contidas neste mapeamento, limitando-se apenas a organizar os
dados e/ou informações acima mencionados.
IV.1 - Identificação dos Cursos de Graduação em Engenharia Industrial
Ofertados pelas IES no Brasil
Utilizando a ferramenta disponibilizada no site oficial do Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, INEP, foi possível a elaboração da
tabela a seguir, que além de identificar os cursos de graduação em engenharia
industrial ofertados pelas IES no Brasil, também identifica quais são estas IES, assim
como as datas de início de oferta dos cursos em questão e em que estados brasileiros
os mesmos são ofertados.
67
Tabela IV.1 – Cursos de Graduação em Engenharia Industrial Ofertados no
Brasil
CURSO/HABILITA-
ÇÃO
INSTITUIÇÃO DATA DE
INÍCIO DO
CURSO
ESTADO
1 Engenharia Industrial
Mecânica
Centro Universitário
Feevale – Feevale
1999 RS
2 Engenharia Industrial
Química
Centro Universitário Feevale
– Feevale
1999 RS
3 Engenharia Industrial
Mecânica
Universidade do Vale do
Itajaí - UNIVALI
1998 SC
4 Engenharia Industrial
Elétrica –Eletrotécnica
CEFET/RJ 1979 RJ
5 Engenharia Industrial
Elétrica –Eletrônica
CEFET/RJ 1979 RJ
6 Engenharia Industrial
Elétrica –
Telecomunicações
CEFET/RJ 1979 RJ
7 Engenharia Industrial -
Mecânica
CEFET/RJ 1979 RJ
8 Engenharia Industrial
de Controle e
Automação
CEFET/RJ 2004 RJ
9 Engenharia Industrial –
Modalidade Mecânica
Universidade São Francisco
- USF
1985 SP
10 Engenharia Industrial
da Madeira
Universidade Vale do Rio
Doce - UNIVALE
2006 MG
11 Engenharia Industrial
da Madeira
Centro Universitário de
União da Vitória - UNIUV
2003 PR
12 Engenharia Industrial
Elétrica (em extinção)
Universidade do Estado do
Amazonas - UEA
1985 AM
13 Engenharia Industrial
Mecânica (em
extinção)
Universidade do Estado do
Amazonas - UEA
1985 AM
68
Tabela IV.1 – Cursos de Graduação em Engenharia Industrial Ofertados no
Brasil (Continuação)
14 Engenharia Industrial
Elétrica –Eletrotécnica
Universidade Tecnológica
Federal do Paraná - UTFPR
1979 PR
15 Engenharia Industrial
Elétrica –Eletrônica
Universidade Tecnológica
Federal do Paraná - UTFPR
1979 PR
16 Engenharia Industrial
Mecânica
Universidade Tecnológica
Federal do Paraná - UTFPR
1992 PR
17 Engenharia Industrial
Elétrica (em extinção)
Centro Universitário do
Leste de Minas Gerais -
UnilesteMG
1977 MG
18 Engenharia Industrial
Mecânica (em
extinção)
Centro Universitário do
Leste de Minas Gerais -
UnilesteMG
1977 MG
19 Engenharia Industrial
Elétrica- Sistemas
Eletrônicos e de
Telecomunicações
Centro Federal de Educação
Tecnológica de Minas
Gerais - CEFET/MG
1979 MG
20 Engenharia Industrial
Elétrica- Sistemas
Elétricos de Potência
Centro Federal de Educação
Tecnológica de Minas
Gerais - CEFET/MG
1979 MG
21 Engenharia Industrial
Elétrica- Sistemas
Elétricos Industriais
Centro Federal de Educação
Tecnológica de Minas
Gerais - CEFET/MG
1979 MG
22 Engenharia Industrial
Mecânica
Centro Federal de Educação
Tecnológica de Minas
Gerais - CEFET/MG
1979 MG
23 Engenharia Industrial
Elétrica- Ênfase
Eletrônica
Centro Federal de Educação
Tecnológica da Bahia –
CEFET/BA
1998 BA
24 Engenharia Industrial
Elétrica- Ênfase
Eletrotécnica
Centro Federal de Educação
Tecnológica da Bahia –
CEFET/BA
1998 BA
25 Engenharia Industrial
Elétrica- Ênfase
Automação
Centro Federal de Educação
Tecnológica da Bahia –
CEFET/BA
1998 BA
26 Engenharia Industrial
Mecânica
Centro Federal de Educação
Tecnológica da Bahia –
CEFET/BA
1998 BA
27 Engenharia Industrial
Elétrica (Eletrotécnica)
Universidade Federal de
São João Del Rei - UFSJ
1978 MG
28 Engenharia Industrial
Mecânica
Universidade Federal de
São João Del Rei - UFSJ
1978 MG
29 Engenharia Industrial
Madeireira
Universidade Federal de
Pelotas - UFPel
2005 RS
69
Tabela IV.1 – Cursos de Graduação em Engenharia Industrial Ofertados no
Brasil (Continuação)
30 Engenharia Industrial
Madeireira
Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mesquita
Filho - UNESP
2003 SP
31 Engenharia Industrial
Madeireira
Universidade Federal do
Paraná - UFPR
1999 PR
32 Engenharia Industrial
Madeireira
Universidade do Planalto
Catarinense - UNIPLAC
2001 SC
33 Engenharia Industrial
Madeireira
Universidade Federal do
Espírito Santo - UFES
2006 ES
34 Engenharia Industrial
Mecânica
Universidade Regional
Integrada do Alto Uruguai e
das Missões - URI
1979 RS
35 Engenharia Industrial
Mecânica
Centro de Tecnologia e
Ciência - Cetec - ETEP
1968 SP
36 Engenharia Industrial
Mecânica
Universidade Metodista de
Piracicaba - UNIMEP
1981 SP
37 Engenharia Industrial
Mecânica
Universidade Santa Cecília -
UNISANTA
1978 SP
38 Engenharia Industrial
Mecânica
Universidade de Itaúna - UI 1979 MG
39 Engenharia Industrial
Química
Universidade de São Paulo -
USP
1977 SP
70
Tabela IV.2 – Discriminação dos Cursos de Graduação em Engenharia Industrial
nº de cursos Mecânica
Eletrotécnica
Eletrônica
e/ou
Telecomunica-
ções
Automa-
ção
71
Tabela IV.3 - Localização dos Cursos de Graduação em Engenharia Industrial por
Área ou Habilitação
CURSOS ESTADOS
Engenharia Industrial Mecânica RS(2),SC,RJ,SP(4),AM,PR,MG(4),BA
Engenharia Industrial Madeireira MG,PR(2),RS,SP,SC,ES
Engenharia Industrial Elétrica –Eletrotécnica
RJ,AM,PR,MG(4),BA
Engenharia Industrial Elétrica –Eletrônica
e/ou Telecomunicações
RJ(2),PR,MG,BA
Engenharia Industrial Química RS,SP
Engenharia Industrial de Controle e
Automação
RJ,BA
Engenharia Industrial Têxtil RJ
Percebe-se na tabela acima que a habilitação em Mecânica está presente em
oito estados; seguida pela habilitação Madeireira , presente em seis estados;
posteriormente têm-se a habilitação em Elétrica com ênfase em Eletrotécnica,
presente em cinco estados; depois a(s) habilitação(ões) em Elétrica com ênfase(s) em
Eletrônica ou(e) Telecomunicações, presentes em quatro estados; em seguida a
habilitação em Química e a habilitação em Elétrica com ênfase em Controle e
Automação encontram-se empatadas, com presença em dois estados brasileiros e por
último a habilitação Têxtil, presente em um único estado brasileiro.
No segundo caso, tornou-se explícito quais e quantos cursos de graduação em
engenharia industrial são ofertados por estado brasileiro, conforme sumarizado na
Tabela IV.4.
Neste sentido, percebe-se na Tabela IV.4 que a ordem decrescente dos
estados brasileiros por quantidade de habilitações ou áreas dos cursos de graduação
em engenharia industrial é: Rio de Janeiro (5 habilitações ou áreas); Bahia, Paraná e
Minas Gerais empatados (4 habilitações ou áreas);Rio Grande do Sul e São Paulo
empatados (3 habilitações ou áreas); Amazonas e Santa Catarina empatados (2
habilitações ou áreas) e Espírito Santo (1 habilitação ou área).
Cabe ressaltar que a Tabela IV.4 mostra a variedade de habilitações e/ou
áreas nos estados brasileiros. a Tabela IV.5 mostra quantos cursos de graduação
72
em engenharia industrial estão presentes nos estados brasileiros, independentemente
das habilitações ou áreas dos mesmos.
Tabela IV.4- Habilitações ou Áreas dos Cursos de Graduação em Engenharia
Industrial por Estado Brasileiro
ESTADO CURSOS
RJ Engenharia Industrial Mecânica
Engenharia Industrial Elétrica -
Eletrotécnica
Engenharia Industrial Elétrica -Eletrônica
e/ou Telecomunicações
Engenharia Industrial de Controle e
Automação
Engenharia Industrial Têxtil
BA Engenharia Industrial Mecânica
Engenharia Industrial Elétrica -
Eletrotécnica
Engenharia Industrial Elétrica -Eletrônica
e/ou Telecomunicações
Engenharia Industrial de Controle e
Automação
PR Engenharia Industrial Mecânica
Engenharia Industrial Elétrica -
Eletrotécnica
Engenharia Industrial Elétrica -Eletrônica
e/ou Telecomunicações
Engenharia Industrial Madeireira
MG Engenharia Industrial Mecânica
Engenharia Industrial Elétrica -
Eletrotécnica
Engenharia Industrial Elétrica -Eletrônica
e/ou Telecomunicações
Engenharia Industrial Madeireira
RS Engenharia Industrial Mecânica
Engenharia Industrial Química
Engenharia Industrial Madeireira
SP Engenharia Industrial Mecânica
Engenharia Industrial Química
Engenharia Industrial Madeireira
AM Engenharia Industrial Mecânica
Engenharia Industrial Elétrica -
Eletrotécnica
SC Engenharia Industrial Mecânica
Engenharia Industrial Madeireira
ES Engenharia Industrial Madeireira
73
Tabela IV.5 – Número de Cursos de Graduação em Engenharia Industrial por
Estado Brasileiro
ESTADO Nº de CURSOS
MG 10
RJ 6
SP 6
PR 5
BA 4
RS 4
AM 2
SC 2
ES 1
Ao analisar a Tabela IV.5 em conjunto com a Tabela IV.4, percebe-se a não
existência de uma relação direta entre a variedade de habilitações ou áreas dos
cursos em questão disponibilizadas nos estados brasileiros com a quantidade destes
cursos ofertados nestes mesmos estados. Isto pode ser exemplificado pelo fato de que
enquanto o estado do Rio de Janeiro possui a maior variedade nacional de
habili.32233(i)4.928(a) na ddddddpelo fatosmoa3333 0 0 338.67 4 68(n)1.31968(e)1.31968(i)4.479475i a a ae ae
74
procedimento foi repetido até que todas as áreas ou habilitações de todos os cursos
de graduação em engenharia industrial fossem contempladas.
Na Figura IV.1 tem-se o gráfico do número de cursos de graduação em
engenharia industrial habilitação elétrica ênfase(s) em Eletrônica e Telecomunicações
versus anos de criação destes cursos. Percebe-se que quatro dos cinco cursos
existentes, foram criados no ano de 1979, representando 80% do total. Um único
curso, representando os 20% restantes, foi criado no ano de 1998, aproximadamente
duas décadas depois dos quatro primeiros.
Figura IV.1 - Gráfico do Número de Cursos de Graduação em Engenharia Indus-
trial Habilitação Elétrica Ênfase(s) em Eletrônica e Telecomunicações Versus Anos
de Criação Destes Cursos
Na Figura IV.2 tem-se o gráfico do número de cursos de graduação em
engenharia industrial habilitação Madeireira versus ano de criação destes cursos.
Percebe-se que os cursos com esta ênfase são recentes, quando comparados com
cursos de graduação em engenharia industrial de outras ênfases, uma vez que os
primeiros tiveram suas origens a partir do final da década de noventa, enquanto os
últimos foram criados a partir das décadas de sessenta ou setenta.
ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA - ELETRÔNICA E
TELECOMUNICAÇÕES
0
1
2
3
4
5
1979 1982 1985 1988 1991 1994 1997 1998 1999 2000
Anos de Criação
Nº de Cursos
75
ENGENHARIA INDUSTRIAL
MADEIREIRA
0
1
2
3
4
5
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Ano de Criação
Nº de Cursos
Figura IV.2 - Gráfico do Número de Cursos de Graduação em Engenharia
Industrial Habilitação Madeireira Versus Anos de Criação Destes Cursos
ENGENHARIA INDUSTRIAL
TÊXTIL
0
1
2
3
4
5
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Ano de Criação
Nº de Cursos
Figura IV.3 - Gráfico do Número de Cursos de Graduação em Engenharia Indus-
trial Habilitação Têxtil Versus Anos de Criação Destes Cursos
Na Figura IV.3 tem-se o gráfico do número de cursos de graduação em
engenharia industrial habilitação Têxtil versus anos de criação destes cursos. Duas
características da ênfase em questão são percebidas: a primeira é que, assim como
76
no caso dos cursos com habilitação Madeireira, a habilitação Têxtil é recente, uma vez
que ao se comparar com cursos de graduação em engenharia industrial de outras
ênfases, verifica-se que o primeiro teve sua origem a partir do final da década de
noventa, enquanto os últimos foram criados a partir das décadas de sessenta e
setenta. a segunda característica consiste na existência de um único curso
representando a ênfase em questão.
Na Figura IV.4 tem-se o gráfico do número de cursos de graduação em
engenharia industrial habilitação mecânica versus anos de criação destes cursos.
Percebe-se que dos quinze cursos criados a partir do final da década de sessenta,
quatro tiveram suas origens no ano de 1979. Além disso, os cursos desta habilitação
se destacam não por serem os presentes em maior quantidade, mas também por
terem sido criados ao longo de mais de três décadas.
ENGENHARIA INDUSTRIAL MECÂNICA
0
1
2
3
4
5
1968 1977 1978 1979 1981 1985 1992 1998 1999
Ano de Criação
Nº de Cursos
Figura IV.4- Gráfico do Número de Cursos de Graduação em Engenharia Indus-
trial Habilitação Mecânica Versus Anos de Criação Destes Cursos
77
ENGENHARIA INDUSTRIAL QUÍMICA
0
1
2
3
4
5
1968 1977 1978 1979 1981 1985 1992 1998 1999
Ano de Criação
Nº de Cursos
Figura IV.5 - Gráfico do Número de Cursos de Graduação em Engenharia Indus-
trial Habilitação Química Versus Anos de Criação Destes Cursos
Na Figura IV.5 tem-se o gráfico do número de cursos de graduação em
engenharia industrial habilitação química versus anos de criação destes cursos.
Ressalta-se o fato de que entre os dois únicos cursos existentes, um período de
mais de vinte anos compreendido entre a criação dos mesmos.
ENGENHARIA INDUSTRIAL
CONTROLE E AUTOMAÇÃO
0
1
2
3
4
5
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Ano de Criação
Nº de Cursos
Figura IV.6 - Gráfico do Número de Cursos de Graduação em Engenharia
Industrial Habilitação Controle e Automação Versus Anos de Criação Destes
Cursos
78
Na Figura IV.6 tem-se o gráfico do número de cursos de graduação em
engenharia industrial habilitação controle e automação versus anos de criação destes
cursos. Percebe-se que, de forma semelhante a encontrada nos cursos de graduação
em engenharia industrial habilitação Madeireira, os cursos com esta ênfase são
recentes, quando comparados com cursos de graduação em engenharia industrial de
outras ênfases, uma vez que os primeiros tiveram suas origens a partir do final da
década de noventa, enquanto os últimos foram criados a partir das décadas de
sessenta e setenta. No entanto, enquanto existem sete cursos de graduação em
engenharia industrial habilitação madeireira,apenas dois representam a ênfase em
controle e automação.
Na Figura IV.7 tem-se o último gráfico desta subseção, que relaciona o número
de cursos de graduação em engenharia industrial habilitação elétrica com ênfase em
eletrotécnica com os anos de criação destes cursos. De forma semelhante às dos
cursos de graduação em engenharia industrial habilitação mecânica, percebe-se que
dos oito cursos da ênfase em questão criados a partir do final da década de setenta,
quatro tiveram suas origens no ano de 1979.
ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA - ELETROTÉCNICA
0
1
2
3
4
5
1968 1977 1978 1979 1981 1985 1992 1998 1999
Ano de Criação
Nº de Cursos
Figura IV.7 - Gráfico do Número de Cursos de Graduação em Engenharia
Industrial Habilitação Elétrica Ênfase em Eletrotécnica Versus Anos de Criação
Destes Cursos
79
IV.3 Identificação das IES que Ofertam Cursos de Graduação em Engenharia
Industrial
Com as informações, obtidas na seção IV.1, a respeito da identificação das IES
que ofertam cursos de graduação em engenharia industrial, pôde-se discriminar estas
instituições qualitativamente e quantitativamente.
Do ponto de vista qualitativo,inicialmente, identificou-se a organização
acadêmica destas IES, classificando-as entre: faculdades, centros universitários,
centros de educação tecnológicas e universidades.
2
Esta classificação qualitativa foi
necessária para que uma das discriminações quantitativas pudesse ser realizada.
A discriminação quantitativa mencionada no parágrafo anterior é a que, em
termos absolutos e percentuais, verificou a quantidade de IES inseridas em cada um
dos tipos de organização acadêmica mencionados anteriormente. A Tabela IV.8
sumariza a discriminação em questão:
Tabela IV.6 Discriminação das IES Baseada no Critério de Organização
Acadêmica
Organização
Acadêmica
Números de IES / Porcentagem
Nº de Cursos de Engenharia
Industrial Ofertados/
Porcentagem
Faculdade 2 / 8,33% 2 / 5%
Centro Universitário 3 / 12.5% 5 / 12,5%
Centro de Educação
Tecnológica
3 / 12.5% 13 / 32,5%
Universidade 16 / 66,66% 20 / 50%
Total 24 / 100% 40 / 100%
Para melhor visualização e comparação dos dados da Tabela IV.8, foi gerado
um gráfico da discriminação percentual das IES baseada nos critérios de organização
acadêmica, conforme pode ser observado na Figura IV.8.
2
Maiores informações sobre organizações acadêmicas podem ser encontradas no endereço eletrônico
<http://www.inep.gov.br/>
80
Figura IV.8 – Gráfico da Discriminação Percentual das IES Baseada nos Critéri-
os de Organização Acadêmica
Ao se analisar os dados da Tabela IV.8 e da Figura IV.8, percebe-se que mais
da metade (66,66%) das IES que oferecem cursos de graduação em engenharia
industrial foram classificadas como pertencentes à organização acadêmica
denominada por universidade. Estas universidades são responsáveis pela oferta de
50% dos cursos em questão.
Desta forma, a presente dissertação visa descartar, na literatura disponível
sobre o tema, a possível interpretação de exclusividade de oferta de cursos de
graduação em engenharia industrial pelas instituições isoladas de ensino.
Em outras discriminações, de naturezas qualitativa e quantitativa, realizadas
no presente trabalho, buscou-se determinar não somente quais habilitações, ênfases
e/ou áreas dos cursos de graduação em engenharia industrial são ofertados por cada
IES, mas também, quantos destes cursos são ofertados pelas instituições em questão.
As tabelas IV.9 e IV.10 sumarizam estas discriminações.
A Tabela IV.9 mostra quais cursos de graduação em engenharia industrial são
oferecidos por cada uma das vinte e quatro Instituições de Ensino Superior. Ressalta-
ORGANIZAÇÃO ACADÊMICA
0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
Faculdade Centro
Universitário
Centro de
Educação
Tecnológica
Universidade
Organização Acadêmica
Quantidade (%)
de Organizações
81
se o fato de que os centros federais de educação tecnológica e a UTFPR (antigo
Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná) são as IES que ofertam não
somente o maior número de habilitações,ênfases e/ou áreas dos cursos em questão,
mas também o maior número de cursos propriamente ditos, conforme mostra a Tabela
IV.10.
Tabela IV.7 – Habilitações dos Cursos de Graduação em Engenharia Industrial
Ofertados por cada IES
IES CURSOS DE ENGENHARIA
INDUSTRIAL
1 Faculdade Senai-Cetiqt – SENAI-CETIQT Engenharia Industrial Têxtil
2 Universidade de São Paulo - USP Engenharia Industrial Química
3 Centro Universitário Feevale - Feevale Engenharia Industrial Mecânica
Engenharia Industrial Química
4 Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI Engenharia Industrial Mecânica
5 Universidade Regional Integrada do Alto
Uruguai e das Missões - URI
Engenharia Industrial Mecânica
6 Centro de Tecnologia e Ciência - Cetec -
ETEP
Engenharia Industrial Mecânica
7 Universidade Metodista de Piracicaba -
UNIMEP
Engenharia Industrial Mecânica
8 Universidade Santa Cecília - UNISANTA Engenharia Industrial Mecânica
9 Universidade de Itaúna - UI Engenharia Industrial Mecânica
10 Universidade Federal de Pelotas - UFPel Engenharia Industrial Madeireira
11 Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho - UNESP
Engenharia Industrial Madeireira
12 Universidade Federal do Paraná - UFPR Engenharia Industrial Madeireira
13 Universidade do Planalto Catarinense -
UNIPLAC
Engenharia Industrial Madeireira
14 Universidade Federal do Espírito Santo -
UFES
Engenharia Industrial Madeireira
15 CEFET/MG -Engenharia Industrial Elétrica-
Sistemas Eletrônicos e de -
Telecomunicações
-Engenharia Industrial Elétrica-
Sistemas Elétricos de Potência
-Engenharia Industrial Elétrica-
Sistemas Elétricos Industriais
-Engenharia Industrial Mecânica
16 CEFET/BA -Engenharia Industrial Elétrica-
Ênfase Eletrônica
-Engenharia Industrial Elétrica-
Ênfase Eletrotécnica
-Engenharia Industrial Elétrica-
Ênfase Automação
-Engenharia Industrial Mecânica
82
Tabela IV.7 – Habilitações dos Cursos de Graduação em Engenharia Industrial
Ofertados por cada IES (Continuação)
17 CEFET/RJ -Engenharia Industrial Elétrica –
Eletrotécnica
-Engenharia Industrial Elétrica –
Eletrônica e/ou
Telecomunicações
-Engenharia Industrial -Mecânica
- Engenharia Industrial de
Controle e Automação
18 Universidade Tecnológica Federal do Paraná -
UTFPR
-Engenharia Industrial Elétrica –
Eletrotécnica
-Engenharia Industrial Elétrica –
Eletrônica
-Engenharia Industrial Mecânica
19 Universidade do Estado do Amazonas - UEA -Engenharia Industrial Elétrica
(em extinção)
-Engenharia Industrial Mecânica
(em extinção)
20 CENTRO UNIVERSITÁRIO DO LESTE DE
MINAS GERAIS - UNILESTEMG
-Engenharia Industrial Elétrica
(Em Extinção)
-Engenharia Industrial Mecânica
(Em Extinção)
21 Universidade Federal de São João Del Rei -
UFSJ
-Engenharia Industrial Elétrica
(Eletrotécnica)
-Engenharia Industrial Mecânica
22 Universidade Vale do Rio Doce - UNIVALE Engenharia Industrial da Madeira
23 Centro Universitário de União da Vitória -
UNIUV
Engenharia Industrial da Madeira
24 Universidade São Francisco - USF Engenharia Industrial –
Modalidade Mecânica
Tabela IV.8 – Número de Cursos de Graduação em Engenharia Industrial Ofertado
por Cada IES
IES Nº de Cursos de Engenharia Industrial
Centro de Tecnologia e Ciência - Cetec -
ETEP
1
Centro Universitário de União da Vitória -
UNIUV
1
Faculdade Senai-Cetiqt - SENAI-CETIQT 1
Universidade de Itaúna - UI 1
Universidade de São Paulo - USP 1
Universidade do Planalto Catarinense -
UNIPLAC
1
Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI 1
Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho - UNESP
1
Universidade Federal de Pelotas - UFPel 1
Universidade Federal do Espírito Santo -
UFES
1
Universidade Federal do Paraná - UFPR 1
83
Tabela IV.8 – Número de Cursos de Graduação em Engenharia Industrial Ofertado
por Cada IES (Continuação)
IES Nº de Cursos de Engenharia Industrial
Universidade Metodista de Piracicaba -
UNIMEP
1
Universidade Regional Integrada do Alto
Uruguai e das Missões - URI
1
Universidade Santa Cecília - UNISANTA 1
Universidade São Francisco - USF 1
Universidade Vale do Rio Doce - UNIVALE 1
Centro Universitário do Leste de Minas
Gerais - UnilesteMG
2
Centro Universitário Feevale - Feevale 2
Universidade do Estado do Amazonas -
UEA
2
Universidade Federal de São João Del Rei -
UFSJ
2
Universidade Tecnológica Federal do
Paraná - UTFPR
3
CEFET/BA 4
CEFET/MG 4
CEFET/RJ 4
IV.4 - Análise dos Campos de Atuação Profissional e das Atividades Profissionais
Previstos pelo CONFEA para os Egressos dos Cursos de Graduação em
Engenharia Industrial
Nesta seção buscou-se, inicialmente, identificar os campos de atuação profis-
sional e as atividades profissionais previstos pelo Sistema CONFEA/CREA para os
egressos dos cursos de graduação em engenharia,sejam estes últimos de natureza
industrial ou não, baseando-se,para isso, na Resolução Nº218/73 e na Resolução
Nº1010/05, ambas pertencentes ao sistema em questão.
Posteriormente, buscou-se comparar entre os egressos dos cursos de
graduação em engenharia industrial e os egressos dos cursos de graduação em
engenharia que não recebem o qualificativo em questão,os campos e atividades acima
mencionados.
84
A Resolução Nº218/73; substituída em de julho de 2007 pela Resolução
Nº1010/05; designava dezoito atividades para efeito de fiscalização do exercício
profissional correspondente às diferentes habilitações e/ou ênfases da Engenharia,
transcritas a seguir:
“Atividade 01 - Supervisão, coordenação e orientação técnica;
Atividade 02 - Estudo, planejamento, projeto e especificação;
Atividade 03 - Estudo de viabilidade técnico-econômica;
Atividade 04 - Assistência, assessoria e consultoria;
Atividade 05 - Direção de obra e serviço técnico;
Atividade 06 - Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e
parecer técnico;
Atividade 07 - Desempenho de cargo e função técnica;
Atividade 08 - Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e
divulgação técnica; extensão;
Atividade 09 - Elaboração de orçamento;
Atividade 10 - Padronização, mensuração e controle de qualidade;
Atividade 11 - Execução de obra e serviço técnico;
Atividade 12 - Fiscalização de obra e serviço técnico;
Atividade 13 - Produção técnica e especializada;
Atividade 14 - Condução de trabalho técnico;
Atividade 15 - Condução de equipe de instalação, montagem,
operação, reparo ou manutenção;
Atividade 16 - Execução de instalação, montagem e reparo;
Atividade 17 - Operação e manutenção de equipamento e
instalação;
Atividade 18 - Execução de desenho técnico.”
Ainda com referência à Resolução Nº218/73, para cada habilitação e/ou ênfase
da engenharia que possua cursos de graduação em engenharia industrial, serão
85
transcritas, a seguir, não somente as atividades que os profissionais de cada uma
destas habilitações e/ou ênfases estavam legalmente autorizados a exercer
(atividades estas selecionadas dentro do conjunto das dezoito atividades profissionais
acima mencionadas), mas também, os respectivos campos profissionais.
Desta forma, inicia-se com a habilitação Mecânica, transcrevendo-se, a seguir,
o Artigo 12 da Resolução Nº218/73 :
“Art. 12 - Compete ao ENGENHEIRO MECÂNICO ou ao
ENGENHEIRO MECÂNICO E DE AUTOMÓVEIS ou ao
ENGENHEIRO MECÂNICO E DE ARMAMENTO ou ao
ENGENHEIRO DE AUTOMÓVEIS ou ao ENGENHEIRO
INDUSTRIALeMODALIDADEeMECÂNICA:
I - o desempenho das atividades 01 a 18 do artigo desta
Resolução, referentes a processos mecânicos, máquinas em geral;
instalações industriais e mecânicas; equipamentos mecânicos e
eletro-mecânicos; veículos automotores; sistemas de produção de
transmissão e de utilização do calor; sistemas de refrigeração e de
ar condicionado; seus serviços afins e correlatos.”
Prossegue-se com a habilitação Química, transcrevendo-se, a seguir, o Artigo
17 da Resolução Nº218/73 :
“Art. 17 - Compete ao ENGENHEIRO QUÍMICO ou ao
ENGENHEIROeINDUSTRIALeMODALIDADEeQUÍMICA:
I - desempenho das atividades 01 a 18 do artigo desta
Resolução, referentes à indústria química e petroquímica e de
alimentos; produtos químicos; tratamento de água e instalações de
tratamento de água industrial e de rejeitos industriais; seus serviços
afins e correlatos.”
Coerente com o processo de identificação das atividades e campos
profissionais dos egressos das diferentes opções de formação em engenharia,
transcreve-se, a seguir, o Artigo da Resolução Nº218/73, que trata da habilitação
Elétrica com ênfase em Eletrotécnica :
86
“Art. - Compete ao ENGENHEIRO ELETRICISTA ou ao
ENGENHEIRO ELETRICISTA, MODALIDADE ELETROTÉCNICA:
I - o desempenho das atividades 01 a 18 do artigo desta
Resolução, referentes à geração, transmissão, distribuição e
utilização da energia elétrica; equipamentos, materiais e máquinas
elétricas; sistemas de medição e controle elétricos; seus serviços
afins e correlatos.”
Prossegue-se com a habilitação Elétrica com ênfase em Eletrônica e/ou
Telecomunicações. Ressalta-se o fato de que coube ao CONFEA/CREA, baseado no
perfil do egresso de cada um dos cursos com a habilitação e ênfases em questão
fornecido pelas IES que ofertam estes cursos, assim como através da análise dos
currículos escolares destes egressos; determinar as atividades e os campos
profissionais dentre aqueles pertencentes ao Artigo 9 da Resolução
Nº218/73,transcrito a seguir :
”Art. - Compete ao ENGENHEIRO ELETRÔNICO ou ao
ENGENHEIRO ELETRICISTA, MODALIDADE ELETRÔNICA ou ao
ENGENHEIROeDEeCOMUNICAÇÃO:
I - o desempenho das atividades 01 a 18 do artigo desta
Resolução, referentes a materiais elétricos e eletrônicos;
equipamentos eletrônicos em geral; sistemas de comunicação e
telecomunicações; sistemas de medição e controle elétrico e
eletrônico; seus serviços afins e correlatos.”
As atividades e campos profissionais que os formados pelos cursos de
graduação em engenharia de controle e automação e/ou cursos equivalentes estavam
autorizados legalmente a exercer estavam identificados pela Resolução Nº427, de 05
de março de 1999. Isto ocorreu por ter sido esta nova habilitação criada no ano de
1994, desta forma, não contemplada pela Resolução Nº218/73, mas, com referência à
esta última resolução, conforme transcrição a seguir do artigo da Resolução
Nº427/99:
87
“Considerando a Portaria nº 1.694, de 05 de dezembro de 1994, do
Ministério de Estado da Educação e do Desporto, publicado no
D.O.U.edee12edeedezembroedee1994,RESOLVE:
Art. - Compete ao Engenheiro de Controle e Automação, o
desempenho das atividades 1 a 18 do art. 1º da Resolução nº 218,
de 29 de junho de 1973 do CONFEA, no que se refere ao controle
e automação de equipamentos, processos, unidades e sistemas
deeprodução,seuseserviçoseafinseeecorrelatos.”
De forma semelhante à encontrada nos cursos de graduação em engenharia
de controle e automação, as atividades e campos profissionais que os formados pelos
cursos de graduação em engenharia química modalidade têxtil e/ou cursos
equivalentes estavam autorizados legalmente a exercer estavam identificados pela
Resolução Nº308, de 21 de março de 1986. Isto ocorreu por esta nova habilitação não
ter sido contemplada pela Resolução Nº218/73, mas, com refere-se à esta última,
conforme transcrição a seguir do artigo 1º da Resolução Nº308/86 do CONFEA:
d.31968(o)1968(4( ).77687(a)1.31968(ç)-0.300048(ã)1.31968(o)1.31968( )-4.77687( )-4.77952(n)1.32233(ã)1.32233(o)1.32233( )277.998]TJ-263.317 -18.962233(o)1.32233( )277.30001( )-4.77952 )-4.77687.78044( )]TJETQ0.2Qão8(o)1968(4( )..32233(o)1.3223( )277.998]TJ-263.3Q0.61.32101( )-4.779.3555(g)-5157.08 488.96 To.319s3968(4( ).77612.1957(t3.174(p)1.31702(e)7.31702(e)7.31702(e)7.3074(A)3.56074(:)-4.78)277.30001.1957( )-4.77687(d)1957( )-4.77687(d)1957(37(d)1957(7687(d)1(p)1.31702(e)7.317024(:1(o)1.321043(e)1.31968(s)-0.300048(p)1.31968(o)12.1957(r)-4.15818319s3968(4( ).7761 8(s)-0.300048(e)12.1.61.32101( ).(o)1..1.31968(s)3J.)-0.300048(o.31702(e)7.31702(e)7.377687(d)1957(37(d)1957(7687N299384(o968( )-124.414(g)-9.568(7T141( ).(o94.317 -1TLT*[(A)3.55942(r)-ã)1.31968(*.1957(º)6.08858( )-4.77687(d)1.31968(a)1.3e)7.3074(A)3.1ã)1.32233(o)J-168.461 -12.6 Td9”t)-4.77/R13 11.04 Tf1968(9)1.31/R13387( )-37.42101( ) .4295ç)-0.298.19BT/78.795(c)-L( )-4.77687(d)1.31968(o)1.034(s043(e)1(a)195(p)12.1971(e)1.323 0 0 8.33333 e71(e)1.323 0 0 8.33334 Tf1968(9)1.31/R13387( )-37.42101( ) .77.4210I1.32.323 0 0 275.l)4.47815(a)1.32101( )-178Tf1968(9)1.31/R1338s45é968 Tf1968(9)1.31/R13387( )-37.(21)i)4.47947(23 0 0 275.l)4.47815(a.31968( )-15.6529(1)1.31968(9)1.31968(7)1.31968(3)1.31968( )-26.529(d)1.31968(o)1.31968( )-15.652043(e)1(ah)1.31968(a)1.31968(b)17844 Tf1968(9)1.31/R13387( )-37.42101( ) .77.4210I6652043(e11(ah)1.31968(a)1.31968(b)1784/R136727(t)-4.77819(r)-4.15818(a01(o)1.32101(36728.461 -12.6 T1.32034( )-37.405.1o)1.32101(36728.4.32101(i)4.8.461 -12.6 Td94(t)6.09854(r)-4.15818(o)1.32101(l)4.47815(e)1.32101( )-37.4064(e)1.32101( )-37.4064(a)1.32101(u)12.1977(n)1.31968(o)1.3196m BT/R13 11.04 Tf0.9/1( )-37.46.31968(9)1.4(a)1.31968(b)1.31968(437(b)1.31968(437(b)721)i)4.4(e)1.32101( )-37.406213 ã02(e)7.308( )-124.414(g)-) .7Qc)-0.30004037(b)1.31937.401968( )-42(e)1.32101( )-37.4064(16ê153. 5193210R13387( )-4.77687.78044.32101( )-37.4064(1196b)72.317 -1TLT*]25é968 Tf1968(9)1.310)-4.77687.ê42101( ) .77.4210I7064(1196b)72.317 1968(o)1..31119955613387( )-37.42101( ) .4295ç7.46 196877.42101( ) .4295ç7.46 196877.42101( )h 064(1196b)72.317 1968(o)1..31119955613387( )-37.42101( ) .4295ç7.430004311199U7 Td9”t)-4.771.32101( )-37.406213 ã02(e)7.308(-18.962233(o)1.32233( lz62233(o)1.32233( lz62233(o)1.32233( lz6( )-4.77819(d)1.32101)-15.6529(4/R1338s45é968 Tf1968(9)6d)1.32034(e)(o)1.32233 8.33333 0ao)1.32233( lz61957(t3.174(p)1.31702(eR0ao)1.3223.77819(d)1.4068(o)1..31119955613387( )64(1196b5.l)4.47815(a.31968( )-15.6529(1)1.31m)-4.7768-9.55573(u)1.32034(e)1.32101( )-37.40621 7)(164644.411/R1368(a)1.31968(l)4.47947(i)4.47947(.77687(d)1957(37(f0.9/1( )-37.46.31968(705.6529(0.576( )-37.4024(p24(p24(p2469(m8 Tf1968(9.30 )-37.40622L01 gq8.33333 0 0 8.33333 0 0 cm B9)1.310)29”t)-4.7777687(a)1.31968( )-4.77687(n)1.31)(164644.411455613387( )-37.42101( ) .4295ç7.430004311199U7 Td9”t)-4-4-4-4-4-4-4-4-4-4-4-4-4-4-4-4-.5569.55é968 Tf1968(9)6d)1.32034lá(87(1)12.1.1ã)1.32233)T1(t)-4.7( )-37.40)7 Td9”t)-4-4-4-4-4-44-4-4-4-.5569.55é968 .67(E)3.56074(d)1.3196878.5569.55é96529(i)4.47947(c)-0.30776r)-42)d9”t)-4-4-4-4-4-44-4-4-4-.5569.55é968 .67(E)3.56074(d)1.3196878.5569.55é96529(i)4.47947(c)-0.30-4-4-4-4-4-4-4-4-7 5957(37(d)1ú)10.5773(a)1.32101(m)-4.4569( )-)1.4(a)10 0 cm BT/R.4(a)10BT32233)T1(t)-4.7( )-37.40)7 Td9”t.67( )-4.77687.78044.55é968 Tf196849)4.47947(.773 11.04 Tf0.999402 0uf0.999402 0uf0.9xd)17947(c)-0.30-4-4-4-4-4-4668( )-15.652043(e)1(ah)1.31968(a)1.31968(.)TjETQ0 G0 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.67(E)574)6u68(9569.5.(o)12.1984(,)-4.77952)1.531s569.55é18( )-4.77687(e7(N)4.17945823(e)968(9)1.)1(ah)1.m)-aa23 0 0 275.lç9a sid,l
88
título e atribuições das outras formações em engenharia, determinados através da
Resolução Nº218/73 do CONFEA, conforme transcrição a seguir dos Artigos 1º e 2º da
Resolução Nº288 de 07 de dezembro de 1983:
“Art. - Aos profissionais diplomados em Engenharia de Produção
ou Engenharia Industrial, cujos currículos escolares obedeçam às
novas estruturas, dar-se-á o título e atribuições de acordo com as
seis grandes áreas da Engenharia, de onde se originaram, e da
seguinteeforma:
a) Aos oriundos da área CIVIL, o título de Engenheiro Civil e as
atribuições do Art. da Resolução 218/73, do CONFEA;
b) Aos oriundos da área MECÂNICA, o título de Engenheiro
Mecânico e as atribuições do Art. 12 da Resolução 218/73, do
CONFEA;
c) Aos oriundos da área ELÉTRICA, o tulo de Engenheiro
Eletricista e as atribuições dos arts. e da Resolução 218/73,
doeCONFEA;
d) Aos oriundos da área METALÚRGICA, o título de Engenheiro
Metalúrgico e as atribuições do Art. 13 da Resolução 218/73, do
CONFEA;
e) Aos oriundos da área de MINAS, o título de Engenheiro de Minas
e as atribuições do Art. 14 da Resolução 218/73, do CONFEA;
f) Aos oriundos da área de QUÍMICA, o título de Engenheiro
Químico e as atribuições do Art. 17 da Resolução 218/73, do
CONFEA.
Art. - Aos profissionais a que se refere o artigo anterior aplicam-
se os demais dispositivos pertinentes da Resolução nº. 218/73, do
CONFEA.”
Assim, considerando as informações provenientes da citação anterior,
observava-se a coincidência entre as atividades e os campos profissionais com
exercícios legalmente autorizados por formados em cursos de graduação em
engenharia industrial e por formados em cursos de graduação em engenharia que
não recebem o qualificativo em questão.
Uma vez que a Resolução 218/73 regia tanto os egressos dos cursos de
graduação em engenharia industrial quanto àqueles oriundos dos cursos de
graduação em engenharia que não possuem o qualificativo em questão, estar-se-iam
89
identificados e comparados, com base na resolução em questão, as atividades e os
campos profissionais dos egressos destes cursos , se não fosse a ressalva oriunda do
Artigo 25 desta mesma resolução, que estipula o currículo escolar como o
determinante, em última instância, de quais destas atividades designadas poderia o
engenheiro desempenhar, conforme transcrito a seguir:
“Art. 25 - Nenhum profissional poderá desempenhar atividades
além daquelas que lhe competem, pelas características de seu
currículo escolar, consideradas em cada caso, apenas, as
disciplinas que contribuem para a graduação profissional, salvo
outras que lhe sejam acrescidas em curso de pós-graduação, na
mesma modalidade.”
Desta forma, independentemente dos cursos de graduação em engenharia
serem de natureza industrial ou não, o que determinava a autorização legal para o
exercício de uma ou mais das atividades acima mencionadas, eram as disciplinas que
contribuíam para a graduação profissional, ressalvadas, conforme citação acima,
outras disciplinas que eram acrescentadas ao currículo escolar,provenientes de cursos
de pós-graduação na mesma modalidade.
A interpretação do Art. 25 da Resolução 218/73 pelo próprio CONFEA era
90
profissionais inseridos no Sistema CONFEA/CREA, para efeito de fiscalização do
exercício profissional, substituindo a Resolução Nº218 do CONFEA, de 29 de junho de
1973.
Assim, de forma semelhante a estabelecida no Art. 25º da Resolução Nº218/73
do CONFEA, o Art.8º da Resolução Nº 1010 ,em seu § 2º, determina que:
“§ A atribuição inicial de título profissional, atividades e
competências decorrerá, rigorosamente, da análise do perfil
profissional do diplomado, de seu currículo integralizado e do
projeto pedagógico do curso regular, em consonância com as
respectivas diretrizes curriculares nacionais.
No entanto, a Resolução Nº 1010/05 se diferencia da Resolução Nº218/73,
uma vez que utiliza na citação acima a expressão atribuição inicial. Em outras
palavras, isto significa que na Resolução Nº1010/05 é permitida a extensão da
atribuição inicial, conforme Artigos 9º e 10º da resolução em questão.
O Artigo restringe a extensão da atribuição inicial ao âmbito da mesma
categoria profissional.Esta última compreende cada uma das três profissões
regulamentadas na Lei 5.194 de 1966 (que regula o exercício das profissões de
engenheiro, de arquiteto e de engenheiro agrônomo). Em outras palavras, os
engenheiros podem requerer extensão da atribuição inicial ao âmbito da própria
engenharia, ficando vetado tal procedimento ao âmbito da arquitetura e/ou da
engenharia agrônoma. o Artigo 10º se refere às disposições a serem observadas
na extensão das atribuições em questão, que de forma sumarizada, consistem na
decisão favorável das câmaras especializadas das modalidades envolvidas
4
; estas
últimas, inseridas na própria estrutura do Sistema CONFEA/CREA .
Conforme mencionado anteriormente, a Resolução Nº288/83 do CONFEA de-
4
No presente trabalho optou-se por não se aprofundar a questão relativa às câmaras especializadas, uma vez que ao
aprofundar este conteúdo estar-se-ia estendendo demasiadamente este capítulo com o risco de se desviar do objetivo
do presente trabalho.
91
-terminava que os mesmos títulos e atribuições fossem dados aos profissionais
egressos dos cursos de graduação em engenharia industrial e àqueles egressos de
cursos de graduação em engenharia sem o qualificativo em questão. A Resolução
Nº1010/05 não menciona tal fato, o que leva à interpretação de que o fator relevante
na concessão dos títulos e atribuições acima referenciados é a análise dos perfis
profissionais dos diplomados, de seus currículos integralizados e dos projetos
pedagógicos dos cursos regulares dos mesmos, independentemente de se tratar de
engenheiros industriais ou não.
Prosseguindo a análise, tem-se que no Anexo II da Resolução Nº1010/05,
procura-se sistematizar os campos de atuação das profissões pertencentes ao
Sistema CONFEA/CREA , conforme trecho do anexo em questão transcrito a seguir:
“Este Anexo (passível de revisão periódica, conforme disposto no
art.11, § da Resolução 1.010, de 2005, do Confea) tem a
finalidade de formular a sistematização dos Campos de Atuação das
profissões inseridas no Sistema Confea/Crea, partindo das
legislações específicas que regulamentam o exercício profissional
respectivo, tendo em vista também a realidade atual do exercício
das profissões e a sua possível evolução a médio prazo, em função
do desenvolvimento tecnológico, industrial, social e econômico
nacional, e ainda considerando as respectivas Diretrizes
Curriculares atualmente estabelecidas pelo Conselho Nacional de
Educação”
A definição de campo de atuação profissional está presente na própria
Resolução Nº 1010/05 ,em seu Art. 2, conforme transcrito a seguir:
V - campo de atuação profissional: área em que o profissional
exerce sua profissão, em função de competências adquiridas na sua
formação;
Desta forma, além do maior detalhamento do que se constituem os campos de
atuação profissional, a Resolução Nº1010/05 oferece a possibilidade de
interdisciplinaridade, situação esta que não acontecia na resolução anterior, conforme
citação abaixo extraída da resolução em questão:
92
“o exercício profissional terá sempre caráter interdisciplinar, e que
não deverão ser impostas barreiras arbitrárias que
compartimentalizem o exercício profissional, impedindo ou
dificultando a migração de profissionais entre eles, no âmbito de
suas respectivas categorias”
Finalizando esta seção, a Resolução Nº1010/05 designa dezoito atividades
para efeito de fiscalização do exercício profissional correspondente às diferentes
habilitações e/ou ênfases da Engenharia, transcritas a seguir :
“Atividade 01 – Gestão, supervisão, coordenação e orientação
técnica;
Atividade 02 – Coleta de dados, estudo, planejamento, projeto e
especificação;
Atividade 03 - Estudo de viabilidade técnico-econômica e ambiental;
Atividade 04 - Assistência, assessoria e consultoria;
Atividade 05 - Direção de obra e serviço técnico;
Atividade 06 - Vistoria, perícia, avaliação,monitoramento, laudo, pa-
recer técnico, auditoria e arbitragem;
Atividade 07 - Desempenho de cargo ou função técnica;
Atividade 08 – Treinamento,ensino, pesquisa,desenvolvimento,
análise, experimentação, ensaio,divulgação técnica; extensão;
Atividade 09 - Elaboração de orçamento;
Atividade 10 - Padronização, mensuração e controle de qualidade;
Atividade 11 - Execução de obra ou serviço técnico;
Atividade 12 - Fiscalização de obra ou serviço técnico;
Atividade 13 - Produção técnica e especializada;
Atividade 14 - Condução de serviço técnico;
Atividade 15 - Condução de equipe de instalação, montagem,
operação, reparo ou manutenção;
Atividade 16 - Execução de instalação, montagem,operação, reparo
ou manutenção;
Atividade 17 – Operação,manutenção de equipamento e instalação;
Atividade 18 - Execução de desenho técnico.”
5
5
Grifo Meu.
93
Ressalta-se a semelhança das atividades supracitadas quando comparadas
com aquelas pertencentes à resolução anterior, ressalvando-se as expressões
destacadas pelo autor do presente trabalho. Estas últimas; não sendo citadas em
1973;completam disposições e preenchem omissões da Resolução Nº218 do
CONFEA.
A tabela IV.11 compara a Resolução Nº218/73 com a Resolução Nº1010/05
no que se refere aos campos de atuação profissional e às atividades profissionais
previstos pelo CONFEA para os egressos dos cursos de graduação em engenharia.
Tabela IV.9 - Comparação da Resolução Nº218/73 com a Resolução Nº1010/05 no
que se Refere aos Campos de Atuação Profissional e às Atividades
94
Considerações Finais
O presente trabalho,abordou, inicialmente, a transformação do conceito de
indústria, com destaque para os impactos da modificação de paradigma técnico-
econômico do atual mundo globalizado sobre a transformação em questão.
No que se refere ao novo paradigma técnico-econômico do mundo globalizado;
base da chamada, segundo alguns autores, Sociedade Pós-Industrial, sumarizada no
presente trabalho;ressalta-se a existência tanto de características dos cursos de
graduação em engenharia industrial que levam à adequação à este novo paradigma
quanto de características que não levam à adequação em questão, consistindo, desta
forma, em desafio ao futuro desta engenharia.
Exemplifica-se a adequação em questão utilizando como base o Anexo II da
Resolução Nº1010, de 22 de agosto de 2005, que menciona a obrigatoriedade de
integração aos Campos de Atuação Profissional das categorias e modalidades
inseridas no Sistema CONFEA/CREA, tópicos que são, de certa forma, pertencentes
ao novo paradigma técnico-econômico aqui referenciado. Inovação Tecnológica e
Propriedade Industrial são exemplos dos tópicos em questão.
Exemplifica-se a não adequação em questão ao ser constatada uma
predominância do setor de serviços sobre o setor secundário da economia no
emergente paradigma técnico-científico, o que talvez leve a uma diminuição do
número de oportunidades de trabalho no setor secundário, sendo este último,
atualmente, o possuidor de características mais favoráveis à contratação de
engenheiros industriais. Amplia-se esta análise ao considerar o conhecimento teórico
como fator de geração de inovações, sendo estas últimas, o principal recurso
controlador da Sociedade Pós-Industrial. Assim, uma vez que os cursos de graduação
em engenharia industrial enfatizam o aspecto prático da área, isto pode acabar por
95
constituir uma desvantagem no novo paradigma técnico-econômico quando
comparados às outras opções de formação em engenharia; embora, os egressos dos
primeiros estejam legalmente autorizados às atividades de concepção dentro da área.
No que se refere à transformação do conceito de indústria, embora as
características definidas na Resolução N
o
4/77-CFE para os cursos de graduação em
engenharia industrial sejam necessárias para o que se objetiva com estes cursos,
como por exemplo, as referentes ao destaque a ser dado aos aspectos relativos à
psicologia do trabalho, à tecnologia dos materiais e aos processos tecnológicos; assim
como a inclusão de tópicos de normalização,qualidade e manutenção; esta resolução
deixa de considerar aspectos essenciais no que se refere ao conceito e
desenvolvimento da indústria, sumarizados no presente trabalho.
Em seguida, no presente trabalho, a história da indústria no Brasil foi
sumarizada; permitindo não o aproveitamento das informações sobre a
transformação do conceito de indústria no mundo; mas também, tornando-se explícitas
as especificidades das informações em questão no que se refere ao que ocorreu, e
ainda ocorre, em território brasileiro.
Neste sentido, destaca-se a influência dos paradigmas tecnológicos e
organizacionais emergentes nas indústrias aqui instaladas, donde se conclui que o
modelo de produção industrial nacional sofre a crescente pressão de estar
fundamentado no processo de inovação, levando grande parte das empresas aqui
instaladas a se adaptarem às exigências da pressão em questão para se tornarem
competitivas frente ao mundo globalizado. Ainda neste sentido, constata-se o
crescimento do denominado terceiro setor e a tendência da indústria nacional de
substituir o trabalho feito por pessoas por forças mecânicas, levando ao decréscimo do
número de postos de trabalho no setor secundário, que cede lugar ao setor de
serviços.
96
Desta forma, com as informações a respeito das transformações do conceito
de indústria apresentadas no presente trabalho,buscou-se o embasamento necessário
à facilitação do entendimento da descrição,propriamente dita, da justificativa para a
criação dos cursos de graduação em engenharia industrial no Brasil, também presente
nesta dissertação.
Esta última descrição, por sua vez, começou com um breve histórico da
engenharia nacional, passando pela origem das especializações setoriais e finalizando
com a criação dos cursos de engenharia industrial propriamente dita. Constatou-se,
em linhas gerais, que a justificativa para a criação destes cursos foi a necessidade de
substituição dos cursos de engenharia operacional, sem esbarrar nas limitações
destes últimos.
Em seguida, o presente trabalho identificou as características dos cursos de
graduação em engenharia industrial e comparou estes cursos com outras opções de
formação em engenharia, tornando inequívoca a identificação das semelhanças e
diferenças entre as diversas opções de formação na área em questão no Brasil.
Ainda em relação às informações contidas no parágrafo anterior, constatou-se
que as características,estando as mesmas ainda presentes, criadas pelo Conselho
Federal de Educação, através da Resolução N
o
4/77, são: seguir a Resolução N
o
48/76-CFE (substituída pela Resolução N
o
11/2002-CNE), que definia os currículos
mínimos dos cursos de engenharia; dar destaque aos aspectos relativos à tecnologia
dos materiais e aos processos tecnológicos, enfatizar as atividades práticas e incluir
não um estágio supervisionado com 360h, mas também, disciplina e tópicos
específicos.
no que se refere à comparação do curso de graduação em engenharia
industrial com outras opções de formação em engenharia, pôde-se resumir a mesma
pelos seguintes fatos: os cursos de graduação em engenharia industrial, objetos de
estudo do presente trabalho, foram criados a partir da Resolução N
o
4/77, do Conselho
97
Federal de Educação, portanto, os engenheiros industriais egressos destes cursos não
são os mesmos engenheiros industriais formados por cursos estabelecidos com base
em legislação diferente da resolução em questão.
Os profissionais egressos dos cursos de graduação em engenharia industrial,
criados a partir da Resolução Nº4/77 CFE,possuíam as mesmas atribuições,
estabelecidas pela Resolução Nº218/73 do CONFEA (ressalvado o disposto no Art.º25
desta mesma resolução), dos engenheiros que compartilham as mesmas modalidades
e/ou habilitações que os primeiros, mas não possuem o qualificativo Industrial. Com a
entrada em vigor da Resolução Nº1010/05, que não menciona tal fato, acaba-se por
interpretar que os únicos fatores relevantes na concessão dos títulos e atribuições
acima referenciados são a análise: dos perfis profissionais dos diplomados, de seus
currículos integralizados e dos projetos pedagógicos dos cursos regulares dos
mesmos, independentemente de se tratar de engenheiros industriais ou não.
A Engenharia de Produção pode se apresentar como habilitação (vinculada à
uma outra habilitação da engenharia) ou como plena (sem estar vinculada a nenhuma
outra habilitação da engenharia). Os profissionais egressos dos cursos de graduação,
cuja Engenharia de Produção seja uma habilitação, receberão os títulos e terão as
atribuições relativas às habilitações nas quais estes cursos estejam vinculados, não
sendo considerados pelo Sistema CONFEA/CREA como engenheiros de produção.
Somente os profissionais egressos dos cursos de graduação em engenharia de
produção plena são reconhecidos como engenheiros de produção por este mesmo
sistema.
A Engenharia Industrial de determinada habilitação (e.g. Engenharia Industrial
Mecânica) se diferencia da Engenharia de determinada modalidade com opção em
Produção (e.g. Engenharia Mecânica com opção Produção), uma vez que a primeira
tem suas características determinadas pela Resolução N
o
4/77-CFE (atual CNE),
98
enquanto a última, teve suas características determinadas através da Resolução
Nº10/77 do Conselho Federal de Educação, que estabeleceu o currículo mínimo dos
cursos de engenharia de produção como habilitação.
Uma vez finalizada a comparação do curso de graduação em engenharia
industrial com outras opções de formação em engenharia, fez-se, posteriormente;
utilizando-se a ferramenta de busca disponibilizada no site oficial do Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, INEP; a identificação dos
cursos de graduação em engenharia industrial ofertados atualmente no Brasil e a
discriminação dos mesmos tendo como critério as habilitações destes cursos.
Em seguida, foram apresentadas a identificação e a análise não da
localização dos atuais cursos de graduação em engenharia industrial, mas também,
dos anos de criação destes cursos.
No primeiro caso, foram utilizadas as informações a respeito da localização dos
atuais cursos de graduação em engenharia industrial, também obtidas através da
ferramenta de busca disponibilizada no site oficial do INEP.Com base nestas
informações, os cursos em questão foram classificados por área e por estado
brasileiro.
Na classificação por área, explicitou-se em quais estados brasileiros são
oferecidos cursos de graduação em engenharia industrial de uma determinada
habilitação.Já na classificação por estado brasileiro, tornou-se explícito quais e
quantos cursos de graduação em engenharia industrial são oferecidos por estado
brasileiro.
As informações geradas pelo método acima explicitado mapearam a oferta
atual de cursos de graduação em engenharia industrial no território brasileiro;
identificando, do ponto de vista quantitativo e qualitativo, a distribuição territorial da
oferta em questão.
99
No segundo caso, apenas para fins de levantamento de informações sobre a
discriminação temporal dos atuais cursos de graduação em engenharia industrial,
utilizou-se as informações a respeito dos anos de criação destes cursos, também
obtidas através da ferramenta de busca disponibilizada no site oficial do INEP,
gerando-se um gráfico do número de cursos de graduação em engenharia industrial
em uma determinada habilitação versus anos de criação destes cursos. Este
procedimento foi repetido até que todas as habilitações de todos os atuais cursos de
graduação em engenharia industrial fossem contempladas.
100
industriais ou não. Posteriormente, buscou-se comparar, entre os cursos de graduação
em engenharia industrial e os cursos de graduação em engenharia que não recebem o
qualificativo em questão, os campos e atividades previstos, pelo CONFEA, para os
egressos acima mencionados.
Com base na Resolução Nº218/73, conseguiu-se não a identificação acima
mencionada, como também, observou-se a coincidência entre as atividades e os
campos profissionais previstos pelo CONFEA para os formados tanto em cursos de
graduação em engenharia industrial quanto em cursos de graduação em engenharia
que não recebem o qualificativo em questão.
No entanto, a Resolução Nº218/73 foi substituída pela Resolução Nº1010/05 do
CONFEA desde o dia de julho de 2007, tendo esta substituição gerado as
conseqüências a seguir:
No que se refere aos títulos e atribuições, a nova resolução não menciona
equivalência de títulos nem a coincidência entre as atividades e os campos
profissionais previstos pelo CONFEA para os formados tanto em cursos de graduação
em engenharia industrial quanto em cursos de graduação em engenharia que não
recebem o qualificativo em questão.Desta forma, interpreta-se que a análise dos perfis
profissionais dos diplomados, de seus currículos integralizados e dos projetos
pedagógicos dos cursos regulares dos mesmos, são os únicos fatores que são
considerados na designação de títulos e atribuições, independentemente de se tratar
de engenheiros industriais ou não.
No que se refere aos campos profissionais, cabe ressaltar que se constata a
permissão da interdisciplinaridade entre os mesmos na nova resolução; permissão
esta não disponível na resolução anterior.
Cabe ainda destacar que,no que se refere à extensão das atribuições
profissionais iniciais, envolvendo mais de uma habilitação dentro da mesma categoria
profissional, constata-se a permissão da extensão das mesmas na nova resolução,
permissão esta não disponível na resolução anterior.
101
. Ainda neste sentido, no que se refere às atividades para efeito de fiscalização
do exercício profissional, constata-se que na nova resolução, algumas disposições
complementares que preenchem omissões da resolução anterior foram
acrescentadas, apesar das semelhanças encontradas entre as atividades em questão
quando as duas resoluções são comparadas.
Verificou-se o atendimento aos objetivos propostos nesta dissertação, optando-
se por precipuamente, extrair dados e/ou informações pertinentes ao tema em questão
das seguintes fontes: legislação, trabalhos científicos e endereços eletrônicos de
organizações oficiais.
Propõe-se para pesquisas posteriores sobre o tema a verificação da existência
ou não, no exterior, de cursos de graduação em engenharia industrial (ou
equivalentes), e conseqüentemente de profissionais desta área. Em caso afirmativo,
seriam as características dos cursos e profissionais em questão, no exterior,
semelhantes às encontradas no Brasil? Embora não haja obrigatoriedade de
existência das mencionadas semelhanças, o que se sugere aqui é a possibilidade de
aproveitamento de experiências bem-sucedidas na área em questão no exterior que
possam ser utilizadas e adaptadas às características do modelo brasileiro na
mencionada área.
Ainda sobre propostas para pesquisas posteriores sobre o tema, sugere-se a
verificação das seguintes hipóteses: as organizações fariam distinção, favorecendo o
engenheiro industrial em detrimento daquele que não possui o qualificativo em
questão, no momento de contratação de engenheiros para atuação no segmento
industrial? E quando a atuação fosse em segmentos distintos do industrial?
Pode-se extrapolar esta proposição, abrangendo-se também a identificação do
paradigma predominante na área social sobre o curso de graduação em engenharia
industrial, que, em outras palavras, pode ser exemplificado por: candidatos aos cursos
102
de graduação em engenharia fazem distinções ao fato destes cursos serem industriais
ou não?
Propõe-se ainda a comparação das grades curriculares dos cursos de
graduação em engenharia industrial com àquelas pertencentes às outras opções de
formação em engenharia no Brasil, buscando verificar se poderiam ser encontradas
nas grades em questão, as características de diferenciação entre as diversas opções
de formação em engenharia existentes, que aqui foram identificadas e descritas.
Ainda sobre propostas para pesquisas posteriores sobre o tema, sugere-se a
verificação da existência ou não, além de possíveis causas, de preconceito(s) e/ou
preferência(s), no momento de admissão dos engenheiros industriais em programas
de pós-graduação ofertados em território nacional e/ou no exterior.
Finaliza-se as proposições do presente trabalho sugerindo-se a verificação da
qualidade dos cursos de graduação em engenharia industrial e das IES que ofertam os
mesmos no Brasil, segundo critérios de avaliação da mesma estabelecidos pelo MEC
(SINAES,ENADE).
Assim, de forma geral, pode-se afirmar que a principal contribuição do presente
trabalho foi não revisar a justificativa para a criação dos cursos de graduação em
engenharia industrial e, posteriormente, as características dos mesmos, mas,
precipuamente, comparar estes cursos com outras opções de formação em
engenharia, tornando inequívoca a identificação das semelhanças e diferenças entre
as diversas opções de formação na área em questão no Brasil.
Neste sentido, considerando que o presente trabalho abordou os cursos de
graduação em engenharia industrial com base na Resolução CFE Nº4/77, ressalta-se
o fato de que não se passaram mais de trinta anos da criação da resolução em
questão, mas também, que tanto a sociedade, quanto a economia e a própria indústria
passaram por modificações estruturais posteriores à entrada em vigor desta resolução.
103
Desta forma, este trabalho sugere a permanência da diferenciação dos cursos
de engenharia industrial daqueles cursos de engenharia que não apresentam o
qualificativo em questão. Esta sugestão é baseada nos fatos de tal qualificativo ter
servido:
1º) No passado, para caracterizar um tipo de formação profissional orientada para
atuação na indústria; uma necessidade da época.
2º) Mais adiante, nos anos setenta, para superar as divergências entre as formações
orientadas para a engenharia de concepção ou para a engenharia de operação,
aproximando as duas expectativas de formação, de forma a atender a Resolução
Nº4/77 do Conselho Federal de Educação.
3º) Atualmente, possibilitando que se uma ênfase maior à atuação prática nos
projetos pedagógicos dos cursos, com conteúdos semelhantes aos cursos de
engenharia de concepção, sem perda de quaisquer das atribuições profissionais
mencionadas na Resolução Nº1010/05 do CONFEA.
104
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105
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