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das ONGs, principalmente a Fundação Viver Produzir e Preservar, que participa
significativamente (ENTREVISTADA A).
As madeireiras que tem aqui na região é um grupo muito forte, que não pensam no
futuro, isso dito por eles mesmos que quando a gente questiona aonde a gente vai
parar com esse desmatamento desenfreado pensando nas gerações futuras, eles
dizem que os pais deles não pensaram neles quando desmatavam, então porque que
eles vão pensar em geração futura, aí a gente fica um pouco preocupado, porque o
poder público é comprometido com esse grupo [...] inclusive alguns técnicos que
deveriam estar orientando os agricultores e familiares como aproveitar melhor a
pequena propriedade, eles dizem que não, que a saída pro agricultor é desmatar pra
vender a madeira e pra ter local pra criar gado, que o gado hoje que é o
fundamental. Então a gente fica um pouco preocupado apesar de a gente perceber
avanços, mas a gente sabe que vai demorar pra gente atingir o objetivo aqui na
nossa região.
Eu acredito, eu acho que teve avanço. Teve porque, depois desse trabalho os
próprios sindicatos passaram a discutir com os colonos, que são os pequenos
proprietários, hoje a gente vê que reduziu o número de desmatamento nas pequenas
propriedades [...] Ah, eu vejo, como por exemplo, as próprias madeireiras, que
trabalhava assim meio irregular aqui na região. Essas madeireiras que não se
legalizaram, praticamente, estão fechadas. Então várias delas procuraram se
legalizar e outra, a questão do desmatamento em termo geral, a gente viu que ele foi
limitado [...].
[...] o sindicato por falta de estrutura financeira e até mesmo pra poder manter uma
estrutura humana pra divulgar, e desenvolver melhores trabalhos mas mesmo assim
a gente já vê uma grande preocupação, principalmente na área que a gente atua que
são dos pequenos agricultores, a preocupação de recuperação das beiradas dos
igarapé, aonde foram desmatado, a onde corre o risco que tem muitos igarapés que
já morreram, estão discutindo a possibilidade de se recuperar, foi colocado na pauta
hoje, a questão da campanha de proteção das águas do rio Xingu, defesa das água
do rio Xingu, desde o Mato Grosso nas nascentes do rio Xingu, e a gente vê
também que muito colonos, ribeirinhos estão preocupados porque desmataram a
beira do rio Xingu e como recuperar isso, então eu acho que depois dessa discussão
que teve, essa conferência a respeito do meio ambiente, acho que as entidades estão
levando uma política de preocupação de recuperação [...]a gente vai avançar ainda
muito mais, agora, eu ainda acho que o poder público sofre influência do poder
econômico (ENTREVISTADO B).
Tenho certeza que houve muito avanço, porque se os movimentos sociais não
assumissem essa luta, as coisas aqui poderiam ter sido piores. Com todas essas
dificuldades que nós temos, mas nós avançamos muito nessa questão [...] nós
lutamos, principalmente, nós do movimento de mulheres, contra a barragem, nós
conseguimos parar várias vezes o processo da barragem da hidrelétrica na justiça,
tanto no senado como em Brasília como em Belém, fizemos várias caminhadas [...].
O outro avanço foi que a partir de nossas articulações, já foram escritos dois livros
sobre a região, dando orientação sobre o meio ambiente, especialmente, sobre a
“Mulher e as Águas” e esse outro livro, é um nome indígena, e na questão, por
exemplo, nas lutas contra o desmatamento, fizemos com que o IBAMA tomasse
mais providências nesses setores, especialmente, das madeireiras que, não fomos
nós, foi o governo federal que fez isso, más nós também contribuímos para que isso
acontecesse [...] (ENTREVISTADA C).
Houve, sim, avanços, porque as pessoas que participaram do processo, ficaram
mais esclarecidas, de como atuar, de como realmente proceder diante da situação,
depende da situação que acontece aqui no meio urbano, né? E também no meio
rural que realmente, antes a gente não tinha aquela segurança aquela firmeza e
aprofundamento de como proceder, hoje com o trabalho do meio ambiente aqui na