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Resumo
ABREU, R.N.D.C. Adesão ao tratamento de pessoas com hipertensão arterial e
complicações associadas: espaço para o cuidado clínico de enfermagem. 2007. 93f.
Dissertação (Mestrado Acadêmico Cuidados Clínicos em Saúde) – Pró-reitoria de Pesquisa
e Pós-graduação. Universidade Estadual do Ceará. 2007.
A pesquisa tem como objetivo avaliar a adesão ao tratamento anti-hipertensivo em pessoas
com hipertensão e complicações associadas acompanhados em um centro de referência em
Fortaleza-Ceará. Trata-se de um estudo descritivo, de natureza quantitativa, realizado com
79 pessoas. Foi utilizado um formulário contendo questões relativas às características
sóciodemográficas, clínicas,
cumprimento do tratamento não-farmacológico e
farmacológico por essas pessoas e elementos intervenientes na sua adesão terapêutica. Os
resultados demonstraram predominância do sexo masculino (67,1%); idade igual ou
superior a 60 anos (64,1%); cor branca (77,2%) e 69,2% de aposentados ou pensionistas.
Cerca de 43 (57,3%) cursaram até o ensino fundamental; 67,7% das pessoas recebiam <1|-
|2 salários; 81% eram católicos; 67,1% eram formalmente casados ou viviam em união
consensual e 48,1% tiveram de 3 a 5 filhos. Do total, 78,5% residiam com 3 a 6 pessoas e
86,1% moravam na capital. Referente às características clínicas, temos que 55,7% pessoas
referiram tempo de diagnóstico da hipertensão entre 1|-|10 anos; 27 (34,2%) referiram
descobrir a doença por ocasião de suas complicações. Dentre as complicações associadas à
hipertensão encontradas, houve predominância do acidente vascular cerebral (38); e Infarto
do miocárdio (22). A maioria (87,3%) já havia se submetido a internações hospitalares e
tinha história familiar de hipertensão (72,2%), diabetes (44,3%), acidente vascular cerebral
(35,4%) e infarto agudo do miocárdio (30,4%). Apenas 19 pacientes apresentaram cifras
pressóricas controladas. Quanto à adesão ao tratamento não medicamentoso, 53 (78%)
pessoas se encontravam com sobrepeso ou obesidade e 43 (61,4%) apresentavam a
circunferência abdominal aumentada. Do total, 93,7% não acrescentavam sal à refeição.
Cerca de 57% eram sedentários e 51,3% julgavam se estressar com facilidade. Dentre os 79
participantes, 6,4% das pessoas declararam o uso atual de fumo e 17,7% afirmaram uso
atual de bebidas alcoólicas. O tratamento farmacológico foi indicado para todas as pessoas
com hipertensão arterial no estudo, sendo que em 40 pessoas a tomada medicamentosa
atual foi convergente com a prescrição médica, embora 46 (58,2%) pessoas já haviam
interrompido a tomada medicamentosa pelo menos uma vez. Foram identificadas
dificuldades no seguimento do tratamento da hipertensão arterial relacionadas ao paciente
(19=24,1%), à medicação (28=35,4%), ao tratamento não medicamentoso (25=31,6%) e
institucionais (35=44,3%). Cerca de 82,3% recebiam ajuda da família no seguimento ao
tratamento anti-hipertensivo. O estudo permitiu concluir que a não adesão ao tratamento
ainda representa um grande desafio aos profissionais de saúde e pacientes, fazendo com que
o desenvolvimento de complicações em pessoas com hipertensão arterial seja uma
realidade com repercussões negativas na vida dos acometidos e em todo o sistema de saúde.
UNITERMOS: Hipertensão, cooperação do paciente, enfermagem