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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEA
EDNA MARIA CAMELO CHAVES
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ADMINISTRAÇÃO DE
ANTIMICROBIANOS EM UMA UNIDADE NEONATAL:
possibilidades de otimização da terapêutica
FORTALEZA CEA
2006
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2
Edna Maria Camelo Chaves
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ADMINISTRAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS EM
UMA UNIDADE NEONATAL: possibilidades de otimização da terapêutica
Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação
em Enfermagem do Curso de Mestrado de Cuidados
Clínicos de Saúde (CMACCLIS) da Universidade
Estadual do Ceará, como requisito parcial para obtenção
do titulo de Mestre.
Área de Concentração: Cuidados Clínicos em
Enfermagem
Orientadora: Profª. D. Silvânia Maria Mendes Vasconcelos.
Fortaleza – Ceará
2006
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3
Universidade Estadual do Ceará
Curso de Mestrado Cuidados Clínicos em Saúde
Título do Trabalho: ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ADMINISTRAÇÃO DE
ANTIMICROBIANOS EM UMA UNIDADE NEONATAL:
possibilidades de otimização da terapêutica
Autora: Edna Maria Camelo Chaves.
Data da Aprovação: 23/11/2006
Conceito Obtido: satisfatório
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________
Prof.ª Dr.ª Silvânia Maria Mendes Vasconcelos
Universidade Estadual do Ceará – UECE
(Orientadora)
______________________________________________
Prof.ª Dr.ª Maria Veraci Oliveira Queiroz
Universidade Estadual do Ceará – UECE
(1º Membro Efetivo)
______________________________________________
Prof. Dr. Paulo César de Almeida
Universidade Estadual do Ceará – UECE
(2º Membro Efetivo)
______________________________________________
Prof.ª Dr.ª Thereza Maria Magalhães Moreira
Universidade Estadual do Ceará – UECE
(Membro Suplente)
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos recém-nascidos que, no
anonimato contribuíram para a realização deste
estudo.
5
AGRADECIMENTOS
A DEUS, fonte divina de luz, sabedoria e amor, por me haver guiado e iluminado
nesta caminhada, infiltrando de energias o meu ser.
Aos meus pais, Antônio Camelo e Maria Darci, pela oportunidade de viver e de
poder lutar para atingir meus objetivos.
A minha amiga Tereza Cristina, pela amizade sincera, incentivo e apoio na execução
deste projeto.
Aos meus irmãos, em particular a Davina Camelo, pela contribuição que possibilitou
a realização deste trabalho.
A minha orientadora, Profª.drª. Silvânia Maria Mendes Vasconcelos, meus sinceros
agradecimentos, pelo apoio, incentivo, amizade, diálogo franco e confiança em mim
depositada durante todos os momentos desta jornada.
Aos professores Dr. Paulo sar Almeida, Drª. Maria Veraci de Oliveira Queiroz e
Thereza Maria Moreira Magalhães pelas contribuições dadas ao trabalho.
À professora Drª. Maria Salete Bessa Jorge pelo incentivo para que eu não
desistisse dos meus objetivos.
À professora Drª. Maria Vera cia Moreira Leitão Cardoso pelo carinho e
ensinamentos que têm contribuído para o meu crescimento profissional.
Às amigas, Sônia Campos, Silvana Sousa e Fernanda Sherida pela compreensão
durante os momentos ausentes na trajetória deste estudo.
Às amigas do mestrado Mazé, Albertisa, Fátima, Elidiana, Ana Célia, Natália,
Larissa, Adriana e Islane pela convivência carinhosa e amigável durante o mestrado.
Aos professores do Mestrado Acadêmico Cuidados Clínicos em Saúde pelo zelo,
compromisso e responsabilidade com que conduziram suas atividades em prol do
nosso crescimento profissional.
Às amigas do Serviço de Neonatologia do Hospital Geral de Fortaleza pelo incentivo
e apoio nessa caminhada.
Aos funcionários das Bibliotecas dos Centros de Ciências da Saúde da Universidade
Federal do Ceará, da Universidade Estadual do Ceará e do Hospital Geral de
Fortaleza, pela importante colaboração na indicação e procura de referências
bibliográficas.
Aos recém-nascidos que, apesar da fragilidade, possuem dentro de si uma grande
fortaleza, meu afeto, carinho e eterna gratidão.
A todos aqueles que, direta ou indiretamente, colaboraram com esta pesquisa, meus
sinceros agradecimentos.
6
RESUMO
A utilização de antimicrobianos no período neonatal é uma das medidas adotadas
como terapêutica e preventiva, em decorrência do risco de infecção a que o recém-
nascido está submetido durante a hospitalização. Dentre os vários papéis da
Enfermagem nessa unidade, o planejamento para administração dos
antimicrobianos é uma das atribuições que envolvem o aprazamento, a diluição, o
acondicionamento, o conhecimento, a via de administração para executar a
medicação e supervisão direta da equipe de Enfermagem durante a instauração da
terapêutica. O objetivo do estudo foi verificar a atuação do enfermeiro na
administração de antimicrobianos na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Trata-
se de um estudo descritivo, realizado com 94 recém-nascidos internados em
unidade neonatal do serviço blico, no período de janeiro a junho de 2006. Os
dados foram coletados dos prontuários por meio de um formulário que
contemplavam a identificação e as variáveis do estudo. O projeto foi aprovado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa da referida instituição. Os dados foram analisados com
o emprego do programa de estatística SPSS-13.0. apresentados em tabelas e
gráficos. Adotou-se o nível de significância de 5% para os testes. Nos resultados, o
nascimento de neonatos do sexo feminino foi de 51(54,3%), sendo a média de idade
gestacional de 34 semanas, a do peso de 1.999,3g, com média de internação de 34
dias. Os antimicrobianos mais utilizados foram a amicacina 84(89,3%) seguida da
ampicilina, com 81(86,1%). As alterações no horário do aprazamento das
prescrições ocorreram em 39(41%). Em relação ao uso do antimicrobiano
associação com a idade gestacional e indicação do antibiótico foram significantes
com p-0,0001. Nos recém-nascidos menores de 37 semanas as alterações no
aprazamento e tempo de uso de antibiótico foram significantes p-0,0001 para
oxacilina, cefepime e meropenem. Concluímos que o enfermeiro tem um papel
importante no planejamento da administração dos antimicrobianos na unidade
neonatal, pois a terapêutica adequada contribuirá para o restabelecimento do
recém-nascido, minimizando o risco de complicações relacionadas a alterações de
dosagem das substancias administradas.
Descritores: Recém-Nascido, Enfermagem, Esquema de Medicação .
7
ABSTRACT
The use of antimicrobes in the neonatal period is one the measures adopted as
therapeutic and preventative, due to the risk of infection that the newborn is exposed
to during the period in hospital. Among the several roles of nursing in this unit, the
plan for the administration of antimicrobes is one of the attributions that involve the
period, dilution, storage, knowledge, application via to apply the medicine and direct
supervision of the Nursing team during the application of the therapy. The aim of this
study was to verify the action of the nurse in the administration of antimicrobes in the
Neonatal Intensive Care Unit. It is a descriptive study, conducted with 94 newborns
taken into the neonatal unit of the public service, from January through June, 2006.
The data were collected from medical records by means of a form that contemplated
the identification and the variables of the study. The project was approved by the
Committee of Ethics in Research of the institution mentioned. The data were
analyzed using the program of statistics SPSS-13.0 presented in charts and
graphics. One adopted the level of significance of 5% for all the tests. In the results,
the birth of female newborns were of 51 (54.3%), being the average gestational age
of 34 weeks, and the weight of 1,999.3g, with hospitalization period of 34 days. The
antimicrobes more used were amicacine 84 (89.3%) followed by ampicillin, with 81
(86.1%). The changes in the time of the prescription occurred in 39 (41%).
Concerning the use of antimicrobes in association with the gestational age and
indication of antibiotic were significant with p-0, 0001. In the newborns smaller than
37 weeks the changes in period and time of use of antibiotics were significant p-0,
0001 for oxacilin, cefepime and meropenem. We concluded that the nurse has an
important role in the planning of the administration of antimicrobes in the neonatal
unit, as the adequate therapy can contribute to the recovering of the newborn,
diminishing the risk of complications related to dose alterations in the substances
used.
Keywords: Newborn, Nursing, Medicine Arrangement.
8
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Antibióticoterapia endovenosa em recém-nascidos com peso
ao nascer < 1.200g (SÁEZ-LLORENS; MCCRACKEN,
2001)...................................................................
32
Tabela 2. Antibióticoterapia endovenosa em recém-nascidos com peso
ao nascer de 1.200 a 2000g (SÁEZ-LLORENS; MCCRACKEN,
2001)...................................................................
33
Tabela 3. Antibióticoterapia endovenosa em recém-nascidos com peso
ao nascer < 1.200g maior do que sete dias (SÁEZ-LLORENS;
MCCRACKEN, 2001)...................................................................
33
Tabela 4. Antibióticoterapia endovenosa em recém-nascidos com peso
ao nascer superior a 2000g (SÁEZ-LLORENS; MCCRACKEN,
2001)............................................................................................
34
Tabela 5. Descrição das características dos recém-nascidos de uma
unidade neonatal. Fortaleza-CE, jan./jun. 2006…………………..
45
Tabela 6. Descrição da associação das variáveis dos recém-nascidos
com o uso de antimicrobianos. Fortaleza-CE, jan./jun. 2006……
67
Tabela 7. Associação do uso de antimicrobianos em RN com idade
gestacional menor do que 37 semanas de idade gestacional.
Fortaleza-CE, jan./jun. 2006………………………………………...
68
Tabela 8. Associação do uso de antimicrobianos em RN com idade
gestacional maior do que 37 semanas de idade gestacional.
Fortaleza-CE, jan./jun. 2006………………………………………...
69
Tabela 9. Descrição do motivo de alteração do aprazamento de acordo
com o antimicrobiano em recém-nascidos de uma unidade
neonatal. Fortaleza-CE, jan./jun. 2006…………………………….
79
Tabela 10.
Descrição dos sinais e sintomas que geraram a mudança no
esquema de antimicrobiano em uma unidade neonatal.
Fortaleza-CE, jan./jun. 2006………………………………………...
83
Tabela 11.
Descrição das alterações clinicas apresentadas de acordo com
o esquema de antimicrobiano utilizado por recém-nascidos
internados em uma unidade neonatal.
Fortaleza-CE, jan./jun.
2006……………………………………………………………………
85
9
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1.
Descrição do destino dos recém-nascidos do estudo. Fortaleza-
CE, jan./jun. 2006…………………………………………………….
50
Gráfico 2.
Descrição dos diagnósticos clínicos na admissão de recém-
nascidos internados em uma unidade neonatal. Fortaleza-CE,
jan./jun. 2006………………………………………………………….
52
Gráfico 3.
Descrição da indicação do antimicrobiano para recém-nascidos
internados em unidade neonatal. Fortaleza-CE, jan./jun. 2006..
54
Gráfico 4.
Descrição dos antimicrobianos utilizados em uma unidade
neonatal. Fortaleza-CE, jan./jun. 2006…………………………….
57
Gráfico 5.
Descrição dos esquemas de antimicrobianos utilizados nos
recém-nascidos internados na unidade neonatal. Fortaleza-CE,
jan./jun. 2006………………………………………………………….
59
Gráfico 6.
Descrição das alterações ocorridas no aprazamento dos
antimicrobianos de recém-nascidos internados na unidade
neonatal. Fortaleza-CE, jan./jun. 2006…………………………….
62
Gráfico 7.
Descrição do resultado das hemoculturas de recém-nascidos
internados em uma unidade neonatal. Fortaleza-CE, jan./jun.
2006……………………………………………………………………
78
10
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
CCIH Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
CDC Centers for Disease Control
CIM Concentração inibitória mínima
CIVD Coagulação intravascular disseminad
11
SUMÁRIO
RESUMO............................................................................................
6
ABSTRACT........................................................................................
7
LISTA DE TABELAS..........................................................................
8
LISTA DE GRÁFICOS........................................................................
9
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS.......................................
10
1 INTRODUÇÃO................................................................................
12
2 OBJETIVOS....................................................................................
19
2.1 GERAL........................................................................................................... 19
2.2 ESPECÍFICOS............................................................................................... 19
3 REVISÃO DA LITERATURA..........................................................
20
3.1 ENREDO HISTÓRICO DOS ANTIMICROBIANOS...................................... 20
3.2 ANTIMICROBIANOS NO PERÍODO NEONATAL......................................... 22
3.3 A ENFERMAGEM E ADMINISTRAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS............... 34
4 MATERIAL E MÉTODO.................................................................
38
4.1 TIPO DE ESTUDO......................................................................................... 38
4.2
LOCAL DO ESTUDO......................................................................................
38
4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA...........................................................................
38
4.4 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS.................................................
39
4.5 VARIÁVEIS DO ESTUDO.............................................................................. 40
4.6 ASPECTOS ÉTICOS..................................................................................... 43
4.7 ANÁLISE DOS DADOS................................................................................. 44
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS DADOS...............................
45
6 REFLEXÕES/ CONCLUSÕES.......................................................
89
7 REFERÊNCIAS..............................................................................
91
APÊNDICES.......................................................................................
99
APÊNDICE A – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS................................. 100
APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO 103
ANEXO...............................................................................................
106
ANÊXO A OFÍCIO DE SOLICITAÇÃO PARA ENTRADA NO CAMPO DE
PESQUISA......................................................................................
107
ANEXO B – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA........................ 108
12
1 INTRODUÇÃO
A administração de medicamentos no recém-nascido (RN) é uma
atividade da equipe multiprofissional que envolve m
13
inespecíficos, são hemograma completo, dosagem de proteína C reativa e avaliação
do líquor cefalorraquidiano pela punção lombar (KOPELMAN et al., 2004).
O controle das infecções no período neonatal ainda representa um grande
desafio à Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Dentre os fatores que
contribuem para a infecção neonatal, citamos a idade gestacional que contribui para
o aumento do tempo de permanência destes na Unidade. Neste caso, quanto menor
for a idade gestacional, maiores serão os números de procedimentos invasivos
realizados para assegurar o bem-estar do recém-nascido prematuro. Estes
procedimentos, todavia, quebram as barreiras naturais, favorecendo o precoce uso
dos antimicrobianos (RITCHMAN, 2002).
Dentre os microrganismos mais freqüentes no ambiente da UTIN,
encontramos os estafilococos, que são cocos Gram-positivos, responsáveis pelo
aumento das bacteremias nosocomiais nos recém-nascidos de baixo peso, seguidos
dos Gram-negativos, em particular a Klebsiela pneumonae, o enterobacter e as
psedomonas.
Os rmacos antimicrobianos são indicados na profilaxia das infecções
bacterianas e no tratamento de infecções, e constituem no momento atual, os
medicamentos mais receitados. As estimativas são de que 30% dos pacientes
hospitalizados fazem uso de antimicrobianos. As infecções que, no século passado
eram potencialmente fatais, hoje são curadas em virtude da sua ação. Sua toxidade
deve ser baixa a fim de o provocar efeitos colaterais durante o tratamento
(SCHENKEL; MENGUE; PETROVICK, 2004).
O antimicrobiano é uma substância de origem natural ou semi-sintética,
que tem a capacidade de inibir o crescimento de microorganismos ou de destruí-los.
De acordo com a função, podem ser bacteriostáticos, quando capazes de impedir a
reprodução de determinadas espécies bacterianas, geralmente pela inibição da
síntese protéica bacteriana, enquanto os bactericidas provocam a destruição dos
agentes patógenos, inibindo a parede celular da bactéria ou a replicação do DNA
(LIMA, 2003; SCHENKEL; MENGUE, PETROVICK, 2004; ANTHONY, 2005).
14
Estes medicamentos são utilizados para o tratamento de processos
infecciosos e requerem alguns cuidados na sua administração para minimizar os
efeitos adversos produzidos de tais substâncias.
A administração medicamentosa no período neonatal é cercada de
particularidades, uma vez que o RN se encontra em plena fase de maturação
orgânica e funcional (WALLACE et al., 1992; KEE; HAVES, 2000; GILMAN;
HARDMAN; LIMBIRD, 2003; KARCH, 2004; KATZUNG, 2006). Sua capacidade de
absorção, metabolização e excreção das drogas exigem da equipe de neonatologia
cuidados extremos no cálculo da dose e nas diluições dos fármacos que serão
administrados (WONG, 1997; LEONE; TRONCHIN, 2001; FIGUEREDO, 2003).
Existem fatores que podem afetar a resposta do medicamento administrado como a
idade, peso, área de superfície corporal, formulação do medicamento e via de
administração, (LEONE; TRONCHIN, 2001; CABRAL, 2002; PETERLINI; CHAUD;
PEDREIRA, 2003; ANTHONY, 2005).
Na unidade neonatal, o emprego de antimicrobianos ocorre com
freqüência e faz-se necessário a observação direta do RN pela equipe de
enfermagem que administra o medicamento, a fim de detectar as reações adversas,
que alteram a homeostase, desequilibrando todo o organismo.
Os efeitos indesejáveis dependem da via de administração, dose, tempo
de uso, tipo de antibiótico e organismo de cada indivíduo. Destacam-se os efeitos
sobre o sistema nervoso, tais como cefaléia, tontura, vertigem e hipertermia, além de
outros efeitos evidenciados, como nefrotoxidade, alterações sanguíneas que podem
afetar a capacidade de defesa do organismo, causar anemia ou alterar o sistema de
coagulação e ototoxidade (SCHENKEL; MENGUE, PETROVICK, 2004). Além dos
efeitos colaterais, outro aspecto a preocupar os profissionais de saúde que lidam
com esses RNs a que se administra antimicrobianos é a resistência bacteriana.
A preocupação com a resistência dos antimicrobianos deve estar presente
em todos os profissionais de saúde, pois o aparecimento de microorganismos
multirresistentes nos serviços é uma preocupação constante. O uso contínuo e
excessivo destes fármacos promove a indução, seleção e disseminação de
microorganismos multirresistentes, responveis por infecções graves, aumentando
15
o tempo de internação, custos hospitalares e principalmente a mortalidade neonatal
(KOPELMAN et al., 2004; SCHENKEL; MENGUE; PETROVICK, 2004).
O interesse pelo tema surgiu a partir de nossa vivência dentro da UTIN
como enfermeira assistencial, preocupada com a administração de medicamentos, e
centra-se nas alterações ocorridas no aprazamento durante a terapia antimicrobiana.
Esta é uma visão fracionada do problema, pois neste sistema complexo, cabe ao
profissional de enfermagem o planejamento adequado da administração
antimicrobiana para uma terapêutica satisfatória, com menor risco de complicações
advindos da administração destes medicamentos.
A unidade neonatal deverá padronizar seus esquemas antimicrobianos,
pois a emergência de bactérias resistentes a múltiplos antibióticos continua numa
escalada preocupante, porque alguns dos principais fatores responsáveis pelo
problema permanecem sem controle adequado. O uso indiscriminado de antibióticos
concorre para a multirresistência dos microrganismos nas unidades neonatais
(ANTHONY, 2005).
Além desses aspectos vale ressaltar que no recém-nascido a capacidade
de absorção, metabolização e excreção das drogas exige da equipe de neonatologia
cuidados extremos no lculo da dose e nas diluições dos fármacos a subministrar
(LEONE; TRONCHIN, 2001). Existem fatores como idade, peso, área de superfície
corporal, formulação do medicamento e via de administração que podem afetar a
resposta do medicamento administrado (CABRAL, 2002).
Cabe ao médico a prescrição dos fármacos na dosagem correta para
atingir o efeito terapêutico desejado sem submeter a risco a saúde do recém-
nascido. Ao enfermeiro cabe o processo de administração junto a equipe de
cuidadores que se inserem na enfermagem (técnicos e auxiliares de enfermagem).
Dentre os medicamentos mais utilizados na UTIN, destacam-se os antimicrobianos
administrados no tratamento dos processos infecciosos.
A falta de formulações destinadas aos recém-nascidos e crianças, no que
diz respeito à forma, à concentração e à quantidade de droga comercializada, leva
alguns autores a classificar as crianças como órfãs de medicamentos (KUHN, 1998;
PETERLINI; CHAUD; PEDREIRA, 2003). Os fármacos produzidos pela industria
16
farmacêutica são fabricados para adulto, e adequados, no ambiente nosocômial ou
domiciliar para o uso em neonatos, precisando muitas vezes ser reconstituídos e
diluídos para se obter a concentração adequada (mg /kg de peso). Esta relação
deve ser cuidadosamente observada.
O sistema enzimático do fígado imaturo, onde a maior parte das
substâncias são clivadas e detoxificadas, além de apresentarem concentrações
plasmáticas menores de proteínas para a ligação com as substâncias e rins com
imaturidade funcional por onde a maioria das substâncias é eliminada. Isso faz com
que o neonato se torne vulnerável aos efeitos nocivos das substâncias (FUNCHS;
WANNCEHZ; FERREIRA, 2004).
A otimização da eficácia dos antimicrobianos está associada a vários
fatores, incluindo-se diretamente aos procedimentos de preparo e administração.
Portanto, Os antimicrobianos devem ser administrados em doses corretas, intervalos
apropriados e tempo conveniente. Deve ser eficaz, ter garantia de qualidade e ser
inócuo. Os efeitos farmacológicos de um medicamento dependem tanto de sua
absorção quanto de sua excreção. Os antibióticos não se apresentam muito eficazes
se não forem ingeridos de acordo com o horário determinado. Os medicamentos
permanecem no organismo durante certo período de tempo, devendo ser
administrados consoantes à dose estabelecida. Tomar antibióticos de forma irregular
faz com que as bactérias se adaptem e se multipliquem, aumentando a resistência
aos antibióticos (KATZUNG, 2006).
Quando se toma o antibiótico em tempo inferior ao prescrito, a bactéria a
ser combatida pode se tornar resistente. Assim, aumentam os riscos de essa
bactéria espalhar-se por todo o organismo, sem que existam muitas opções de
combate e cura. O uso racional do antimicrobiano consiste de um planejamento que
leve a cura da infecção, proporcionando uma forma de controle para evitar a
multirressistência dos microorganismos. O planejamento envolve o conhecimento do
tipo de antimicrobiano a ser utilizado (LEONE; TRONCHIN, 2001; KATZUNG, 2006).
A administração do antimicrobiano na UTIN deve ser feita rigorosamente
no horário pré estabelecido e padronizado de acordo com normas, não podendo ser
esquecido ou atrasado, de modo que não possa quebrar a meia vida da droga e, com
17
isto favorecer a necessidade do uso de medicamentos cada vez mais potentes
(PHILLIPS, 2001).
As alterações ocorridas no aprazamento são descritas como ocorrências
adversas, que podem causar efeitos indesejáveis no paciente. Em estudo realizado
sobre a análise da administração de soluções e antimicrobianos, os autores
comprovaram que as soluções hidroeletrolíticas (60,2%) foram administradas em
um tempo menor que o prescrito e que os antibióticos (85%) tiveram redução no
número de doses(MANETTI et al., 1998).
Em recém-nascidos, a interrupção do tratamento pelo fato de
encontrarem-se com rede venosa explorada por múltiplas punções, bem como pela
falta de conhecimento sobre o aprazamento correto e seqüenciado pode ser
considerada uma iatrogênia, por possibilitar prejuízo ao cliente e à instituição
mantenedora.
Para que a terapêutica seja adequada, é necessário que os horários do
aprazamento sejam respeitados, a fim de manter nível de medicação sanguínea
satisfatória. Quando um horário é mudado o recém-nascido pode ficar com o nível
do antimicrobiano abaixo ou acima do desejado (CABRAL, 2002).
O planejamento adequado tem como finalidade o uso racional do
antimicrobiano, bem como a segurança e eficácia da droga. É importante considerar
o tempo de uso, horário, posologia e a escolha adequada do medicamento para o
recém-nascido. Seguir as normas de controle da Comissão de Controle de Infecção
Hospitalar (CCIH) quanto ao uso do esquema terapêutico é uma forma de uso
racional do antimicrobiano. O conhecimento do aspecto farmacodinâmico e
farmacocinético são importantes para aperfeiçoar a terapêutica antimicrobiana,
favorecendo uma condição adequada para o tratamento (FIGUEREDO, 2003).
Para administrar medicamentos com segurança e eficácia, o enfermeiro
deve ter conhecimento técnico-científico no que se refere aos cuidados relacionados
ao armazenamento, diluição e acondicionamento das soluções diluídas para
assegurar as complicações advindas de erros inerentes a este procedimento (SILVA;
NOGUEIRA, 2004; KATZUNG, 2006).
18
Dentre os vários papéis da enfermagem na UTIN uma das atividades mais
importantes é a administração de antimicrobianos, pois envolve o planejamento,
aprazamento, diluição, acondicionamento, conhecimento da via de administração a
execução da medicação e supervisão direta da equipe de enfermagem que também
subministra medicação.
A preocupação com o aprazamento dos antibióticos e sua relação com a
eficácia emergiu do quotidiano, pois as alterações nos despertaram para a
necessidade de investigação dos motivos que ocasionavam a mudança de horário,
bem como as repercussões ocorridas com o recém-nascido durante a terapêutica.
Todo esse contexto levou-nos a questionar: será que as alterações ocorridas no
aprazamento influenciam na terapêutica medicamentosa?
Por vivenciarmos situações que levam à alteração dos horários dos
antimicrobianos, procuramos aprofundar estes aspectos relevantes à saúde do
recém-nascido. Como enfermeira envolvida com a administração de medicamentos,
com muita freqüência, observamos a dificuldade relacionada a tal fato, uma vez que
cabe ao enfermeiro o aprazamento e a manutenção dos horários nas prescrições
subseqüentes, a fim de assegurar que o nível sanguíneo necessário da droga seja
satisfatório.
Diante da relevância da temática, resolvemos aprofundar aspectos que
envolvem o cuidado de enfermagem sobre à administração medicamentosa, pois
esta não se restringe ao preparo, mas envolve também cuidados que vão desde o
planejamento, execução do aprazamento, até a avaliação do recém-nascido após
administração medicamentosa, transitando pelo campo do conhecimento e da ética
profissional nesse sistema complexo de assistência neonatal. Acreditamos que
quaisquer ações efetivas que venham a contribuir para a melhoria do cuidado na
administração de antibióticos no período neonatal seguramente trarão benefícios
para a otimização da terapêutica.
19
2 OBJETIVOS
2.1 GERAL
Analisar a atuação do enfermeiro na administração de antimicrobianos
em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) e a otimização da
terapêutica.
2.2 ESPECÍFICOS
Identificar os esquemas de antimicrobianos mais utilizados na Unidade de
Terapia Intensiva Neonatal (UTIN);
Analisar a associação entre administração antimicrobiana e as alterações
clínicas no recém-nascido;
Comentar os fatores farmacocinéticos e farmacodinâmicos dos
antimicrobianos;
Verificar a existência de associação entre o estado clínico dos recém-
nascidos e alterações no aprazamento dos antimicrobianos;
Identificar a existência de associação entre o número de alterações ocorridas
durante a terapêutica e as alterações nos antimicrobianos.
20
3 REVISÃO DA LITERATURA
3.1 ENREDO HISTÓRICO DOS ANTIMICROBIANOS
cerca de 3000 anos, os médicos chineses usavam bolores para tratar
processos inflamatórios e feridos infectadas, enquanto os sumérios utilizavam
emplastros com uma mistura de vinho, cerveja, zimbro e ameixas. Hipocrátes (460-
370 a.C.) utilizava água fervida e vinho para o tratamento de feridas, limpeza das
mãos e unhas e recomendava o uso de esporos de mofo para tratamento de
doenças genitais femininas. Durante a Idade Média as doenças eram explicadas
como decorrentes dos maus espíritos, e a “medicina” de então se confundia com
magia. A partir do século XVI, a humanidade saiu de um longo período de
obscurantismo, porquanto surgiu a alquimia e iniciou-se o processo laboratorial das
drogas medicinais (LIMA, 2003; RANGE; DALE; RITTER, 2004).
Os primeiros conhecimentos acerca dos antibióticos, devem-se a Pasteur
e Jouber, em 1877. O primeiro antibiótico a ser descoberto foi a penicilina, em 1928
pelo escocês Alexander Fleming,ele trabalhava no Hospital St. Mary, em Londres, a
e observou o crescimento de microrganismos em placas de cultura. O tal estudo
deu a Fleming, e seus colaboradores Ernest Boris Chain e Haward Florey, o Nobel
de Fisiologia e Medicina em 1945. Uma das placas foi contaminada por um fungo
do gênero Penicillium notatum, não ocorrendo crescimento bacteriano em sua volta,
Fleming chamou-o de “humilde cogumelo”, que repousou na lâmina do experimento
com culturas de estafilococos. Este fato é dos mais conhecidos acasos ocorridos
para o bem da ciência e da humanidade (MESQUITA, 1996). O fungo foi isolado e
Fleming demonstrou que ele produzia umas substâncias bacterianas, que recebeu o
nome de Penicilina (RANGE; DALE; RITTER, 2004).
No início do século XX, Paul Ehrlich criou o termo quimioterapia para
descrever o uso de substâncias químicas sintéticas capazes de destruir ou inibir o
crescimento de agentes infecciosos. Os trabalhos culminaram com a produção do
Salvarsan, composto arsenical, utilizado em 1910 para o tratamento da sífilis e da
febre recorrente (RANGE; DALE; RITTER, 2004).
21
Os medicamentos são utilizados através dos séculos para curar doenças,
aliviar e combater a dor. Independentemente da cultura, história, posição econômica
ou social do indivíduo, a utilização medicamentosa permeia os conceitos associados
à saúde e à doença (CASTRO, 2000).
A quimioterapia microbiana moderna tem como base os trabalhos
realizados por Paul Ehrlich que sugeriu que as drogas antimicrobianas poderiam ser
encontradas e seriam quimicamente associadas a locais moleculares de ação nos
organismos parasitas. O termo antibiótico normalmente se refere a substâncias
produzidas por microrganismos para impedir o crescimento de outros
microrganismos. A expressão agente antimicrobiano tem um significado mais amplo,
pois abrange os medicamentos fabricados por laboratórios, bem como os
antibióticos naturais produzidos por microrganismos (BRODY et al., 1997).
Nos anos seguintes, os cientistas passaram a desenvolver o método para
purificar a penicilina a partir deste bolor. Ficaram demonstradas a sua eficácia com
baixa toxicidade para o homem. No início da década de 1940 a penicilina estava
sendo utilizada nos diversos âmbitos da saúde. Uma nova era se iniciava na luta
contra as bactérias. Observou-se, todavia, desde o início, que algumas cepas
apresentavam sensibilidade diferenciada. Pouco tempo depois, a indústria
farmacêutica passou a estimular cientistas em diversas áreas. Foram descobertos
outros antibióticos, que passaram a ser produzidos de forma sintética para o
tratamento das infecções (LIMA, 2003).
O uso de antimicrobianos na prática clínica, apesar de recente no
tratamento das infecções, representa enorme diferença nas taxas de mortalidade
por infecções letais como pneumonia, escarlatina, sífilis, febre reumática, tétano e
tuberculose. Para os profissionais de saúde, a euforia com o uso destas
substâncias como símbolo da saúde, não permitiu ao longo dos anos, que a
sociedade tivesse consciência dos riscos de sua manipulação (COIMBRA, 2004).
O uso indiscriminado desses medicamentos repercute na comunidade,
com o problema da resistência microbiana. No meio hospitalar este problema torna-
se mais grave, pois, com os métodos invasivos utilizados para assegurar a sobrevida
de neonatos prematuros, aumentam os riscos de infecção hospitalar.
22
A utilização dos antimicrobianos para tratar uma infecção deve obedecer
a princípios importantes, como a identificação do microrganismo infectante bem
como a determinação de sua sensibilidade aos agentes antibacterianos. Além disso,
devem-se considerar alguns aspectos do paciente como exposição prévia a
antibióticos, idade, função hepática e renal, o local da infecção, a administração de
outras drogas simultaneamente que possam interagir com o antibiótico e
comprometimento do sistema imunológico (RANGE; DALE; RITTER, 2004).
Os antimicrobianos podem ser classificados em cinco grupos, de acordo
com o ponto nas vias bioquímicas celulares onde o rmaco exerce seus
mecanismos primários de ação. Assim eles podem levar à: 1- inibição da síntese e
dano à parede celular de peptidoglicano;2- inibição da síntese ou dano à membrana
citoplasmática; 3-modificação na síntese ou metabolismo dos ácidos nucléicos; 4-
inibição ou modificação da síntese de proteínas e 5-modificação no metabolismo
energético (RANGE; DALE; RITTER, 2004).
3.2 UTILIZAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS NO PERÍODO NEONATAL
O período neonatal é cercado de peculiaridades. Após o nascimento, em
situação de normalidade, a colonização dos microrganismos começa a se
desenvolver a partir da flora normal proveniente da mãe e do meio ambiente.
Quando o RN é encaminhado à UTIN a colonização ocorre com os microorganismos
presentes na unidade. Para o recém-nascido prematuro, a imaturidade dos órgãos e
sistemas acarreta problemas especiais em decorrência da baixa imunidade celular,
que propicia maior vulnerabilidade às infecções bacterianas e viróticas.
Estas podem ser de início precoce, quando ocorrem na primeira semana
de vida, e são resultados da exposição a microorganismos de origem materna. As
infecções tardias ocorrem após sete dias de vida e podem ser de origem materna ou
ambiental (PINHATA; NASCIMENTO, 2001).
Um dos maiores problemas enfrentados em uma unidade neonatal está
relacionado com a prematuridade, haja vista que prematuros menores que 1.500
g e, até de menos de 1.000g. Hoje, um recém-nascido de 500 g, chega a passar
23
três meses na UTI a morrer ou ter condições de receber alta. Neste período, o RN
nem pode se defender, pois seu sistema imunológico é imaturo, deixando-o
vulnerável aos microrganismos (RICTHMAN, 2002).
Diz-se que a sepse de início precoce ocorre com o nascimento, é
fulminante, multissistêmica, com predomínio das alterações respiratórias e com
elevado índice de mortalidade. A sepse tardia ocorre com maior freqüência nos
recém-nascidos de baixo peso (p < 1.500g), submetidos a procedimentos invasivos
com sistema imunológico debilitado (MIURA, 1997; KOPELMAN et al., 2004).
No período neonatal, a infecção sistêmica é uma das situações que
submetem a risco o recém-nascido. fatores que contribuem para aquisição de
infecção hospitalar, como baixo peso, prematuridade, internação prolongada,
inadequação do número de profissionais prestando assistência, uso indiscriminado
de antibiótico, redução da acidez gástrica e uso de bloqueadores H
2
(PINHATA;
NASCIMENTO 2001).
Neste peodo, a antibioticoterapia é cercada de particularidades na
farmacocinética, que o da absoão até a excrão das subsncias utilizadas, em
decorncia da falta do desenvolvimento de muitos processos metabólicos no rem-
nascido. À medida que ele cresce, suas funções fisiológicas vão se desenvolvendo
(LIMA, 2003; FUNCHS; WANNCHEZ; FERREIRA, 2004).
Nos rem-nascidos, os fatores peculiares que alteram a absorção dos
medicamentoso o fluxo sangneo no local da administrão, o estado fisiológico e a
fuão gastrintestinal, que se modifica rapidamente as o nascimento. A restrição de
uso na administrão intramuscular e subcunea está relacionada com o pouco
desenvolvimento da massa muscular, pois a perfusão peririca encontra-se diminda,
tornando a absorção dormaco irregular e difícil (KATZUNG, 2006).
Em decorrência das mudanças ocorridas durante o desenvolvimento do
RN, a administração de medicamentos apresenta aspectos que podem interferir
indo desde a capacidade da absorção e ligação protéica, distribuição, metabolização
até a excreção das drogas. No caso de drogas aplicadas no RN prematuro e
lactente, grande percentagem encontrada na circulação é não ligada, porque a
quantidade e a afinidade de ligação das proteínas em circulação apresentam-se
24
reduzidas. Estas concentrações em níveis terapêuticos para o adulto e para criança
podem resultar em concentrações de drogas livres em níveis considerados tóxicos
(AVERY; FLECTHER; DONALD, 1999).
A imaturidade do sistema renal faz com que o RN se torne mais propenso
a alterações. Em decorrência das condições de nascimento quando ocorre hipóxia,
a função renal pode encontrar-se alterada. Desde o nascimento acerca de três
anos o rim encontra-se imaturo e apresenta capacidade reduzida de concentrar
urina, em decorrência de uma elevada resistência ao fluxo sanguíneo, que reduz a
perfusão (AVERY; FLETCHER; DONALD, 1999; CABRAL, 2002).
O fígado é o principal responsável pelas reações de biotransformação,
que podem ser aceleradas ou diminuídas por intermédio de um órgão deficiente,
interações com drogas, nutrição ou doenças. Até um ano, este órgão encontra-se
imaturo, interferirindo na capacidade de metabolizar medicamentos. A distribuição
das drogas ocorre nos vários compartimentos orgânicos, e está relacionada ao fluxo
de sangue do órgão, ao Ph e à composição dos fluídos corporais, propriedades
físicas e químicas da droga e à extensão da ligação com plasma e tecidos protéicos
(AVERY; FLETCHER; DONALD, 1999; FUNCHS; WANNCHEZ; FERREIRA, 2004).
Ao entrar na corrente sanguínea, o medicamento é distribuído para os
tecidos e líquidos corporais por meio do sistema circulatório. A distribuição do
fármaco no organismo depende do fluxo sanguíneo, e da capacidade da substância
atravessar a membrana lipídica. A distribuição ainda pode ser afetada quando o
medicamento se liga a proteínas plasmáticas, em especial, a albumina. Apenas a
substância livre, não ligada, tem a capacidade de produzir um efeito no local
receptor do medicamento, de forma que a ligação influencia muito na eficácia e na
duração ativa do medicamento (CABRAL, 2002).
A antibioticoterapia tem como objetivo favorecer a destruição dos agentes
infecciosos nos tecidos acometidos. Deve-se observar se os patógenos são
susceptíveis às concentrações atingidas nos tecidos. A dose e a via devem propiciar
níveis teciduais adequados por tempo suficiente até a próxima dose. Os fatores
locais não devem interferir na atividade microbiana. A resposta imunitária do
hospedeiro deve ser adequada e os tratamentos adjuvantes, como a drenagem de
25
abscessos, devem ser utilizados (SCHENKEL; MENGUE; PETROVICK, 2004;
KATZUNG, 2006).
A concentração inibitória mínima é a concentração de antimicrobiano
necessária para haver a parada na replicação bacteriana, ou seja, o início do efeito
bacteriostático sem a morte da bactéria. É importante lembrar que um antibiótico é tão
mais potente quanto menor for a concentração inibitória mínima (CIM) ocasionando a
morte (lise) bacteriana. O espectro de antimicrobiano esrelacionado ao número de
diferentes patógenos, inibidos por ele, independentemente da CIM, que apresenta
para tais microorganismos (GOODMAN; GILMAN, 2003).
A concentração bactericida mínima é a concentração na qual ocorre lise
bacteriana, já a concentração protetora ao surgimento de mutantes é a concentração
que leva à lise da bactéria. A morte da bactéria tecidual o ocorre de imediato, ela
é gradual ao longo das várias doses. Se não houver intervalo adequado entre as
doses, o repovoamento bacteriano volta aos níveis iniciais do início do tratamento,
com potencial falha terapêutica e surgimento de resistência bacteriana (SCHENKEL;
MENGUE; PETROVICK, 2004; GOODMAN; GILMAN, 2003).
O antimicrobiano pode ter uma concentração fármaco-dependente ou
pode ser tempo dependente. Os medicamentos não são isentos de riscos, portanto
sua utilização deve proporcionar ao cliente o máximo benefício e o mínimo de efeitos
colaterais e reações adversas. O uso racional de antimicrobianos, de acordo com a
Organização Mundial de Saúde (OMS), consiste no acesso da população a
medicamentos seguros, eficazes e de qualidade, ao menor custo possível. Exige
prescrição apropriada do medicamento, disponibilidade e um preço acessível à
população (FIGUEREDO, 2003; GOODMAN; GILMAN, 2003; KATZUNG, 2006).
Os antimicrobianos utilizados na UTIN são determinados pela Comissão
de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) a partir do monitoramento dos
microrganismos presentes nos resultados das hemoculturas. Os agentes são
classificados em gram-positivos e negativos e apresentam diferenciação na estrutura
de sua parede celular, implicando na ação do antibiótico. Os gram-positivos
apresentam estrutura relativamente simples com 15 a 50 nanômetros (nm) de
espessura, com 50% de peptidoglicanos, 40 a 50% de polímeros ácidos, 5 a 10% de
26
proteínas e polissacarídeos. Os gram-negativos apresentam uma parede celular
mais complexa. A membrana plasmática contém enzimas e outros componentes,
uma camada de peptidoglicanos de 2nm de espessura que compreende 5% de
parede celular ligada a moléculas de lipoproteínas. A membrana externa consiste de
uma dupla camada de lipídeos, na face interna encontram-se lipoproteinas ligadas
ao peptidiglicano. Os polissacarídeos são componentes de sua face externa e
determinante da antigenicidade das diferentes cepas antibacterianas. Estas
constituem as endotoxinas, subprodutos que desencadeiam diversos aspectos da
reação inflamatória (BRODY et al., 1997; RANGE; DALE; RITTER, 2004).
As reações adversas são respostas indesejáveis ou perigosas a um
determinado medicamento e podem acontecer com qualquer paciente. As reações
podem ser previsíveis ou imprevisíveis. As reações previsíveis estão relacionadas
com uma dose excessiva do medicamento ou subdose, podendo levar a um efeito
terapêutico indesejado. As reações imprevisíveis ocorrem quando o paciente é
exposto pela primeira vez a um medicamento e o sistema imune identifica esta
substância como estranha e perigosa (CABRAL, 2002).
O trânsito gastrintestinal e a acidez gástrica aumentam à medida que a
criança cresce e atinge os três anos. A absorção recebe influência da peristalse,
irregular nas primeiras semanas de vida e o pH gástrico atingem a acidez do adulto
quando a criança chega aos três anos.
O metabolismo aumenta na fase de lactente e na infância em relação ao
peso corporal. A relação entre a área e a superfície corporal se modifica à medida
que a criança cresce (CABRAL, 2002; KOPELMAN, 2004).
Os neonatos têm maior percentual de água corporal, total e extracelular, que
dilui as substâncias hidrossolúveis, reduzindo o vel sangneo dos medicamentos. Em
decorncia disso, as dosagens são mais elevadas para alcançar os níveis terapêuticos
desejados no sangue, bem como o intervalo e o mero de doses a serem
administradas (RUGOLO, 2000; CABRAL, 2002; SCHENKEL; MENGUE; PETROVICK,
2004).
No período neonatal, a resposta a medicamentos pode apresentar
alterações na criança, especialmente em tratamentos longos, em função das
27
mudanças no crescimento e desenvolvimento. fatores que causam alterações na
absorção dos medicamentos, tais como vômito, diarréia, constipação, hipertermia,
desnutrição, desidratação, edema e insuficiência cardíaca (CABRAL, 2002).
Os medicamentos à base de sulfametoxazol têm efeito tóxico sobre o
sistema nervoso, causando cefaléia, tontura, vertigem e hipertermia, em mais de
10% dos pacientes que os utilizam; Os aminoglicosídeos causam nefrotoxidade; o
cloranfenicol afeta o mecanismo de defesa do organismo; a anfotericina B causa
anemia; a carbenicilina afeta o sistema de coagulação; a gentamicina e os
aminoglicosídeos causam disfunções auditivas podendo levar a surdez (SCHENKEL;
MENGUE; PETROVICK, 2004; KATZUNG, 2006).
Em decorrência da baixa acidez gástrica ocorre maior absorção das
penicilinas ácido-beis, como a penicilina G, até os três anos de idade. A fuão renal
da criança durante todo o primeiro ano de vida é bastante inferior, quando comparada
com o adulto.3(.)17.84683(.)17.846835.6813(o)15.8369(-)12.6546(l)21.887432(i)21.8821(d12.65162(ç)9.712153(G)17.5519(,)17.8454( )-22.1762()5.67229s(r)22.8174(e)156813( )-72.2081(vo)5.6722(n)15.6813e(,)17.8454( )-22.17p(e)156813( )-72.208n)21.883(c)19.7138(ai)21.883(cv(s)19.717 )-62.201(a)o oi[(d)15.68.52 0 Td[(r()5.67229i)11.8759([(d)15.12r)22.8156(o)5.67596()22.8156(9(,)17.845( a)15.67.04(b)15.6792(r)22.8174(e)15.6794()15.6813( )12.65162(o)15.6794(m)12.51356( )-22.1762(o)5.6164(o)5.67596áa)15.6794( )2781711(a)15.6794[(c)19.71c7(t)-2.0089 ao ritrdao
28
Em virtude da eliminação renal, alguns antibióticos não são
recomendados para crianças, entre os quais mencionamos a tetraciclina, que se liga
aos dentes em desenvolvimento e aos ossos; as sulfonamidas deslocam a bilirrubina
da albumina sérica e podem produzir kernicterus (CABRAL, 2002).
Os antibióticos administrados por via endovenosa produzem picos de
absorção de 20 a 30 minutos ao final da infusão. A quantidade de antibiótico que
atinge os tecidos intravasculares e líquidos depende do gradiente de concentração
entre o plasma e o tecido-alvo, do grau de ionização e solubilidade lipídica da droga
e da taxa de eliminação ou metabolismo do medicamento.
A função renal sofre influência da idade. Os recém-nascidos prematuros
podem ter uma filtração inadequada, fazendo com que a medicação se acumule no
corpo e cause graves reações tóxicas, sem o apropriado ajuste do regime
posológico. Os aminoglicosídeos, vancomicina e algumas penicilinas precisam ser
ajustados para compensar a função renal. A função diminuída pode levar a
hipoalbuminemia causada por nutrição e produz substâncias no sangue que
diminuem a ligação de drogas à albumina no sangue, resultando em maiores
concentrações da droga livre. Os aminoglicosídeos levam ao aumento da
ototoxidade, as penicilinas interferem na função plaquetária, enquanto as penicilinas,
imipenem, quinolonas e polimixinas podem levar à neurotoxidade (FUCHS, 2004).
No recém-nascido a monitorização sérica dos fármacos, em particular dos
antibióticos é uma atividade desenvolvida no meio hospitalar, com a finalidade de
otimizar a terapêutica. Na dosagem dos níveis séricos de gentamicina
(aminoglicosídeo) realizada com 49 recém-nascidos, foi observada grande
variabilidade relacionada a fatores como idade gestacional, idade pós-natal e peso
de nascimento (ROCHA et al., 2003).
A resistência aos antibticos é foco de preocupação nos últimos anos, pois
se sabe que a duplicação das bactérias pode ser de apenas 20 minutos, resultando na
produção de muitas gerações em apenas algumas horas. A compreensão dos
mecanismos envolvidos na resisncia é importante para o uso criterioso na prática
clínica. A resisncia aos antibióticos ocorre em três veis, sendo por transfencia de
bactérias entre pessoas, por transferência de genes de resisncia entre bacrias e por
29
transferência de genes de resistência entre elementos genéticos no interior das
bactérias, em transposons (RANGE; DALE; RITTER, 2004).
Outras situações são citadas por apresentarem risco de resistência aos
antimicrobianos: o uso prévio de antibiótico profilático ou terapêutico; residir em
áreas em que exista alta prevalência de microrganismos resistentes; infecção
respiratória aguda em criança de baixa idade; viver em ambiente aglomerado;
infecção adquirida em ambiente hospitalar; imunodeficiência; hospitalizações
anteriores e falhas na resposta ao tratamento habitual (BRICKS, 2003).
A associão de antimicrobianos a seguir constitui os medicamentos mais
usados no peodo neonatal (RABELO, 2002; FUNCHS; WANNCHEZ; FERREIRA,
2004; BONFIM; BONFIM, 2005; KATZUNG, 2006; GOODMAN; GILMAN, 2003).
Primeiro esquema de antibióticos
Ampicilina 500mg é indicada nas infecções por bactérias gram-positivas e
certos bacilos gram-negativos, bactericida, agindo na síntese da membrana
celular da bactéria durante a multiplicação. Pode ser reconstituída em água
destilada, mantida sob refrigeração por um período de 6h. No período
neonatal, a preferência é via endovenosa. As reações adversas são
hipersensibilidade, exantema maculopapular, prurido, febre, eosinofilia,
diarréia, quadro de superinfecção, náuseas e dor abdominal. As reações raras
são elevação das transaminases, leucopenia e candidíase bucal e vaginal;
Amicacina 100mg aminoglicosídeo, age inibindo a síntese de proteína em
organismo gram-negativo, desintegrando a membrana da lula da bactéria,
levando-a a morte. Pode ser feita por via endovenosa e intramuscular, e deve
ser usada com cautela. As reações mais freqüentes são nefrotoxicidade,
ototoxicidade, disfunção vestibular, bloqueio neuromuscular, vertigem,
lassidão, fraqueza muscular e parestesia. As reações raras são
hipersensibilidade, náuseas, dor abdominal, diarréia, quadro de
superinfecção, hipertermia, náuseas, vômitos, neurite óptica e periférica,
aumento das transaminases e fosfatase alcalina sérica. A diluição pode ser
feita com água destilada, soro fisiológico e soro glicosado. A estabilidade é
24h em temperatura ambiente, em refrigeração após diluição até 21 dias;
30
Penicilina G potássica 1.000.000 indicada para o tratamento de infecções
causadas por estreptococos, estafilococos, antrax, clostrídios, sífilis
congênitas. É administrada por via endovenosa e intramuscular. As reações
adversas freqüentes o dor no local da injeção, induração, abscessos,
flebites, convulsão, anemia, erupções maculares, urticária e calafrio. Como
reação rara, cita-se os quadros de superinfecção;
Gentamicina de 20 ou 40mg antimicrobiano que inibe a síntese proteica da
bactéria. Bactericida. Tratamento de infecções causadas por gram-negativos
pode ser intramuscular profunda ou endovenosa; é contra-indicada em casos
de hipersensibilidade ao medicamento e aos aminoglicosídeos As reações
freqüentes são hipersensibilidade, nefrotoxicidade, oligúria, proteinúria,
ototoxicidade, disfunção vestibular, vertigem, cefaléia, fraqueza muscular,
parestesias periféricas. As reações raras são náuseas, dor abdominal, neurite
óptica, diarréia, vômitos, rusch cutâneo.
Segundo esquema de antibióticos:
Oxacilina 500mg/ml ação bactericida, inibe a síntese da parede celular de
organismos sensíveis, levando à morte da bactéria. È indicada no tratamento
das infecções por estafilococcos produtores de penicilinase sensíveis à droga.
No período neonatal a via de escolha é a endovenosa. È reconstituída em
água destilada (AD) com estabilidade de sete dias sob refrigeração. As
31
reações raras mais freqüentes são tontura, constipação, dor abdominal,
dispnéia, tosse, visão turva, sudorese, anemia, taquicardia.
Terceiro esquema de antibióticos:
Vancomicina 500mg – é um antibiótico bactericida, com ação resultante,
principalmente, da inibição da biossíntese da parede celular, alteração da
impermeabilidade da membrana citoplastica e a síntese do ácido
ribonucléico (RNA), levando à morte bacteriana. Indicada para infecção grave
contra estafilococos e estreptococos. A reconstituição deve ser feita com soro
fisiológico a 0,9%, soro glicosado a 5% ou água destilada; mantida sob
refrigeração por 14 dias. A via é endovenosa. As reações adversas são
ototoxicidade e nefrotoxicidade, flebite, hipertermia, síndrome do homem (ou
pescoço vermelho), erupções cutâneas, náuseas, superinfecção, exantema
cutâneo maculares, anafilaxia, tromboflebite, hipotensão, calafrios. As
reações raras são choque, leucopenia, eosinofilia, danos hepáticos;
Meropenem 500mg – é um antibiótico de amplo espectro, de ação bactericida
em anaeróbios e aeróbios, agindo na síntese da parede celular bacteriana.
Apresenta alto nível de estabilidade a todas as beta lactamase. As reações
adversas mais freqüentes são o exantema maculopapular, tromboflebite,
prurido, inflamação, urticária, cefaléia, vômito, diarréia e convulsões. As
reações raras são elevação das transaminases séricas TGO e TGP,
fosfatase alcalina, desidrogenase láctica, candidíase oral e vaginal.
Quarto esquema de antibiótico:
Vancomicina 500mg – Descrita anteriormente.
Imipenem + Cilastina (sódica) 500mg Antibiótico de amplo espectro sobre
os gram-negativos, gram-positivos, aeróbios e anaeróbios. A via de escolha é
a endovenosa. Inibe a síntese da parede celular das bactérias. Bactericida. As
reações mais freqüentes são náuseas, vômitos, irritação no local da
aplicação, tromboflebite, manifestações alérgicas, eosinófilia, leucopenia e
trombocitopenia. As reações raras são hipotensão, febre, diarréia, convulsão,
nefrotoxicidade, superinfecção e colite pseudomembranosa.
32
Outros esquemas utilizados
Teicoplamina 200mg. antibiótico glicopeptídeo, que age na biossíntese da
parede celular, tendo ação sobre os gram-positivos aeróbiocos e anaeróbicos.
È administrada por via intramuscular ou endovenosa. As reações mais
freqüentes são erupções maculares, exantema urticriforme, hipertermia,
leucopenia, perda auditiva, rusch, dor, tromboflebite, hipotensão, calafrios. As
reações raras são nefrotoxicidade, ototoxicidade, síndrome do homem (ou do
pescoço vermelho) e danos hepáticos.
Tabela 1. Antibióticoterapia endovenosa em recém-nascidos com peso ao nascer
igual ou inferior a 2000g (SÁEZ-LLORENS; MCCRACKEN, 2001).
Antimicrobiano Dose (mg/kg) e intervalo de administração
PN < 1.200g de zero a quatro semanas
Aminoglicosídeos *
Amicacina
Gentamicina
Tobramicina
Aztreomam
7,5
2,5
2,5
30
12-12h
18-18h
18-18h
12-12h
Cefalosporinas
Cefotaxima
Ceftazidima
Cefotriaxona **
50
50
50
12-12h
12-12h
24-24h
Carbapenens ***
Imipenem/ cilastatina
Meropenem
-
-
Clidamicina 5 12-12h
Oxacilina 25 12-12h
Penicilinas
Ampicilina **
Penicilina G **
25
25.000U
12-12h
12-12h
Vancomicina * 15 24-24h
* Necessita de nível sérico para adequação da dose.
** Dobrar a dose se suspeita de meningite.
***Não aprovado pelo FDA para uso em recém-nascido.
33
Tabela 2. Antibióticoterapia endovenosa em recém-nascidos com peso ao nascer
igual ou inferior a 2000g (SÁEZ-LLORENS; MCCRACKEN, 2001).
Antimicrobiano Dose (mg/kg) e intervalo de administração
PN 1.200g -2000g de zero a sete dias
Aminoglicosídeos *
Amicacina
Gentamicina
Tobramicina
Aztreomam
7,5
2,5
2
30
12-12h
12-12h
12-12h
12-12h
Cefalosporinas
Cefotaxima
Ceftazidima
Cefotriaxona **
50
50
50
12-12h
12-12h
24-24h
Carbapenens ***
Imipenem/ cilastatina
Meropenem
20
20
12-12h
12-12h
Clidamicina 5 12-12h
Oxacilina 25 12-12h
Penicilinas
Ampicilina **
Penicilina G **
25
25.000U
12-12h
12-12h
Vancomicina * 10 12-12h
* Necessita de nível sérico para adequação da dose.
** Dobrar a dose se suspeita de meningite.
***Não aprovado pelo FDA para uso em recém-nascido.
Tabela 3. Antibióticoterapia endovenosa em recém-nascidos com peso ao nascer
igual ou inferior a 2000g (SÁEZ-LLORENS; MCCRACKEN, 2001).
Antimicrobiano Dose (mg/kg) e intervalo de administração
PN < 1.200g maior do que sete dias
Aminoglicosídeos *
Amicacina
Gentamicina
Tobramicina
Aztreomam
7,5
2,5
2
30
8-8h
8-8h
8-8h
8-8h
Cefalosporinas
Cefotaxima
Ceftazidima
Cefotriaxona **
50
50
50
8-8h
8-8h
24-24h
Carbapenens ***
Imipenem/ cilastatina
Meropenem
20
20
12-12h
12-12h
Clidamicina 5 8-8h
Oxacilina 25 8-8h
Penicilinas
Ampicilina **
Penicilina G **
25
25.000U
8-8h
8-8h
Vancomicina * 10 12-12h
* Necessita de nível sérico para adequação da dose.
** Dobrar a dose se suspeita de meningite.
***Não aprovado pelo FDA para uso em recém-nascido.
34
Tabela 4. Antibióticoterapia endovenosa em recém-nascidos com peso ao nascer
superior a 2000g (SÁEZ-LLORENS; MCCRACKEN, 2001).
Antimicrobiano Dose (mg/kg) e intervalo de
administração
Zero a sete dias
Dose (mg/kg) e intervalo de
administração
Acima de sete dias
Aminoglicosídeos *
Amicacina
Gentamicina
Tobramicina
Aztreomam
10
2,5
2
30
12-12h
12-12h
12-12h
8-8h
10
2,5
2
30
8-8h
8-8h
8-8h
6-6h
Cefalosporinas
Cefotaxima
Ceftazidima
Cefotriaxona **
50
50
50
12-12h
8-8h
24-24h
50
50
75
8-8h
8-8h
24-24h
Carbapenens ***
Imipenem/ cilastatina
Meropenem
20
20
12-12h
12-12h
20
20
8-8h
8-8h
Clidamicina 5 8-8h 5 6-6h
Oxacilina 25 8-8h 37,5 6-6h
Penicilinas
Ampicilina **
Penicilina G **
25
25.000U
8-8h
8-8h
25
25.000U
6-6h
6-6h
Vancomicina * 10 8-8h 10 8-8h
* Necessita de nível sérico para adequação da dose.
** Dobrar a dose se suspeita de meningite.
***Não aprovado pelo FDA para uso em recém-nascido.
Apesar da falta de aprovação para uso pediátrico e neonatal de alguns
medicamentos, não implica que estes sejam contra-indicados para uso nessa faixa
etária, apenas o existem evidências suficientes para garantir riscos e benefícios.
Os antimicrobianos são os medicamentos mais utilizados sem aprovações prévias,
seguidas dos antiasmáticos e analgésicos. A Academia Americana de Pediatria
estima que três quartos do que é prescrito nos Estados Unidos não tem informações
pediátricas adequadas (FUNCHS; WANNCHEZ; FERREIRA, 2004).
3.3 A ENFERMAGEM E ADMINISTRAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS
A administração de medicamentos no período neonatal requer
conhecimento, uma vez que o RN se encontra em plena fase de maturação
orgânica e funcional. Para sua execução, faz-se necessária a aplicação de vários
princípios científicos que norteiam a ação profissional, contribuindo para minimizar
erros que comprometem o paciente e o profissional.
35
Para a equipe de enfermagem responsável pela administração de
medicamentos, é importante conhecer o paciente, pois em cada faixa etária existem
peculiaridades próprias, sendo importante compreender os efeitos e ações dos
medicamentos e administrá-lo corretamente (ZANETTI et al., 2003).
Ao lidar com o processo de administração medicamentosa o enfermeiro
deverá trabalhar os pontos fundamentais, como medir dose certa; usar o
medicamento correto; administrar o medicamento corretamente ao recém-nascido;
fazer o medicamento na hora exata, conforme aprazamento determinado na
prescrição; utilizar a via correta e registrar as reações apresentadas pelo paciente
(KEE; HAVES, 2000; LEONE; TRONCHIN, 2001; TAMEZ; SILVA, 2006).
No neonato a via de escolha para administração dos antibióticos é a
endovenosa, em virtude da pouca massa muscular e da absorção inadequada por
via oral (TAMEZ; SILVA, 2002; FUNCHS; WANNCHEZ; FERREIRA, 2004). Quando o
medicamento entra na corrente sanguínea, ele se liga em grau variável às proteínas
plasmáticas, para não ser rapidamente eliminado. Com isso, o medicamento
desempenha seu efeito terapêutico (FIGUEREDO, 2003).
O conhecimento acerca do antibiótico administrado é essencial para uma
administração segura, pois o sucesso da terapêutica não depende apenas da droga
selecionada, faz-se necessária atenção na dose, e via, intervalo adequado entre as
doses, permitindo manter a concentração adequada do medicamento nos tecidos e
sítios receptores. Quantidades insuficientes de medicamentos, ainda que certas,
podem ser ineficazes, no entanto o excesso pode levar a toxicidade (LIMA, 2003).
Os antimicrobianos utilizados em Pediatria apresentam riscos aos efeitos
adversos que, muitas vezes, se encontram implícitos. Dentre estes, foram estudados
penicilina sódica cristalina, metronidazol, amicacina, trimetropin sulfametoxazol e a
dicloxacilina. Dos 395 crianças do estudo, 13 apresentaram alguma alteração
relacionada ao medicamento utilizado (RIVIERA et al., 1996).
Existem aspectos no cotidiano que podem levar a situações de estresse,
contribuindo para erros. Quando lidamos com vidas, não espaço para incertezas.
Assim, Medicamentos devem ser oferecidos com precisão.
36
As alterações no horário dos medicamentos encontram-se descritas na
37
temperatura corporal; doenças; variação de cunho genético e adesão ao tratamento
(FUNCHS; WANNCHEZ; FERREIRA, 2004).
Nos últimos anos, a preocupação dos enfermeiros com o uso correto,
seguro e científico de medicamentos tem despertado para a importância da
farmacocinética e da farmacodinâmica na clínica. Os antibióticos, ao serem
administrados, devem ser feitos um por vez, checando-se a quantidade
administrada, a diluição mínima, o tipo de solução administrada, o intervalo de
tempo, a velocidade de infusão do medicamento e a interação e observando se
ocorre alguma alteração após a medicação.
O conhecimento sobre a farmaconcinética e farmacodinâmica nos dà uma
fundamentação teórica para planejar as atividades a serem desenvolvidas durante a
administração medicamentos. Vale ressaltar que os recém-nascidos não são
capazes de tolerar doses maiores de medicamentos, uma vez que a sua capacidade
de metabolizar e excretar, encontram-se em pleno desenvolvimento.
Ao ministrar uma medicação, ato em que, planejamento, o que se
espera é produzir uma concentração efetiva da droga com ação terapêutica para um
local específico, atingindo efeitos desejados, com o menor risco de toxidade para o
RN (TAMEZ; SILVA, 2006).
Ao administrar medicamentos, o enfermeiro deve ser cuidadoso,
conferindo com atenção a prescrição médica, verificando o nome do RN, a data da
prescrição, o nome do medicamento, a dose a ser administrada, a via de
administração, procurando manter atenção durante o procedimento. Esta é uma das
muitas responsabilidades do enfermeiro da terapia intensiva neonatal, pois o nosso
cliente é totalmente dependente dos nossos cuidados.
38
4 MATERIAL E MÉTODO
4.1 TIPO DE ESTUDO
Este é um estudo exploratório, descritivo, onde procuramos analisar a
atuação do enfermeiro na administração de antimicrobianos em recém-nascidos
internados na UTIN e a relação com a atuação da terapêutica.
Wood e Haber (2001) relatam que este tipo de estudo coleta e descreve
detalhadamente variáveis existentes e usam os dados para avaliar e justificar
condições práticas correntes ou fazer projetos inteligentes para melhorar as práticas
de atenção à saúde.
4.2 LOCAL DO ESTUDO
Para campo da pesquisa, selecionamos uma Unidade de Terapia
Intensiva de uma instituição pública, credenciada junto ao Sistema Único de Saúde,
referência para o atendimento de recém-nascidos de alto risco. A unidade é
composta por 25 leitos, sendo 12 para assistência intensiva e 13 para assistência
semi-intensiva. A clientela é assistida nas 24 horas pela equipe de enfermagem,
médicos neonatologistas e atendentes operacionais de serviços diversos
fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais e psicólogos.
Para assegurar a assistência aos RNs, a unidade encontra se equipada
com incubadoras, ventiladores mecânicos, bomba de infusão, monitora
multiparâmetros, aparelhos de fototerapia e materiais médicos-hospitalares.
4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA
A população do estudo foi de 244 recém-nascidos prematuros e de alto
risco, admitidos na UTIN no período do estudo. A amostra foi composta de forma
intencional por 94 recém-nascidos, que utilizaram antimicrobianos na internação. Os
dados foram coletados no peodo de janeiro a junho de 2006.
39
Como critério de inclusão, consideramos os recém-nascidos que
utilizassem antimicrobianos e permanecessem na UTIN pelo menos 48 horas. As
concentrações estáveis de um medicamento são atingidas após o intervalo de 5 a 6
doses administradas (LIMA, 2003). Este é o período mínimo necessário para
observar as alterações ocorridas com o recém-nascido, tais como as infecções, as
alterações sistêmicas que comprometem o sistema renal, hepático, tegumentar e
gastrintestinal.
A definição de infecção da corrente sangüínea utiliza os critérios
diagnósticos elaborados pelo Centers for Disease Control (CDC) para diagnóstico
de infecções hospitalares em recém-nascidos, para menores de um ano. As
manifestações clínicas são: hipertermia (t > 37.8ºC), hipotermia (t < 36.0 ºC), apnéia,
bradicardia, sem relação com outro local de infecção, exceto o vascular, e pelo
menos uma hemocultura positiva. Os sinais clínicos inespecíficos são desconforto
respiratório, apnéia, letargia, hipertermia ou hipotermia, icterícia, vômito, diarréia,
alterações da pele presentes no recém-nascido (CDC, 2002; KOLPEMAN et al.,
2004).
4.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS
Para a coleta dos dados, foi utilizado um formulário, contendo os dados
de identificação do recém-nascido, indicação do antimicrobiano, tipo de
antimicrobiano utilizado, as alterações do aprazamento, alterações clínicas ocorridas
no neonato durante a administração, sinais e sintomas presentes sugestivos de
infecção e resultados das hemoculturas.
Após a admissão do recém-nascido à unidade, utilizamos a ficha de
anamnese materna preenchida na sala de parto para identificação dos fatores de
risco para infecção. Ao transcorrer as seis primeiras horas de vida, o recém-nascido
é avaliado e os que apresentam risco para infecção submetem-se a hemograma,
dosagem de proteína C reativa e hemocultura.
Na vigência de alteração dos exames laboratoriais, aminiorrex prematura
por período superior a 12 horas, dá-se início à antibioticoterapia. A partir deste
40
momento, os RNs passam a ser monitorados diariamente para detecção dos sinais
sugestivos de piora da infecção da corrente sanguínea, das alterações clínicas
decorrentes do uso dos antimicrobianos, das modificações ocorridas no
aprazamento permanecendo por um período de 48 horas após a última dose.
O acompanhamento das hemoculturas foi feito pelos resultados que ficam
apensos aos prontuários. Na referida instituição é preconizada pela CCIH a coleta de
sangue para hemocultura antes do início ou troca de antimicrobianos.
7229(e)-4.332.16742(t)7.83971(r)2.805(o)3142(r)2.806833x(o)-4.33117( )7.3297(-n4.33025(e)5.67504(m)4(a)5.67229(3(i)1.8724(f)-2.167429(e)-4.33117( )-12333762(q)5.67229(u)5.3071(p)-4.3934(i)1.86878((ç)9.71215(ã)-4.33117(f)-2.167429(e)-4.33117( )-12326d[(n)-4.86878(a)-4173793117(4( )-2.08777(a)5.67(n)-4.33117(s)9.71215(t4( )-2.07( )-2.16558(h)5.67596(o)9311n)-4.331178(z)9.71398(a)5.67229eo)5.67229(s)-0.29314234(l518421(p)-4.33117(689( )-2.165587( )-12.169(f)-689c )-22.176939)1.86878( )-2.16742(é)5.33117(f)-2.71215(t4( ) -325(o)-4.33117( )-6365587( )-12.169(f)-689o)-4.33117(bt)-2.165et4( ) -325(o)-4.3311n)-4.33117(t)7.8294974(r)2.805(o9(e)-4.33117()-12.169(fe)5.675965n)-1.67504(u)-4.330(u)-4.33558(d)-4.392(2(o)-4.33025(s)-0.294974( )-19971(i)1.8683311( )-2.16742(4)5.675967( )-123)-4365d)5.67596(o)-4.33183311ld)-4.3293(o)-4.33117(c3)-4365d-4.33183311qeane6(a)5.67596(m)3 fam da ise v e d4 e
41
Estratificação do peso de nascimento em gramas.
A estratificação do peso adotada é a recomendada pela Organização
Mundial de Saúde (OMS, 1999). Este dado foi obtido do prontuário.
Idade Gestacional
A idade gestacional tem por finalidade estimar o grau de maturidade do
recém-nascido. Foram empregados os métodos de Capurro, considerando-se as
características somáticas e New Ballard, atentando--4.33117(t)-2.-2.
2(o)-4.254
42
Tipo de parto
O recém-nascido foi classificado de acordo com o tipo de parto normal,
cesárea. O parto fórceps fica dentro da classificação anterior. Este dado foi obtido do
prontuário do RN.
Sexo
Esta variável teve a seguinte categorização dicotômica: sexo masculino
ou sexo feminino. Este dado foi obtido no exame físico do RN.
Diagnóstico
É a determinação da doença de base a partir dos sintomas apresentados,
e serve de subsídio para orientação da terapêutica. Este dado consistiu do
diagnóstico que determinou a internação do RN na unidade neonatal.
Indicação do antimicrobiano
A indicação do antimicrobiano está relacionada com a condição clínica ou
laboratorial que culminou com o início da terapêutica. No período neonatal existem
os fatores maternos ou ambientais a que o RN se encontra exposto, tais como
aminiorrex prematura, corioamionite, risco para infecção, malformação congênita,
alterações clínicas e alterações laboratoriais.
Esquema de antimicrobianos
Na referida unidade, os antimicrobianos são padronizados de acordo com
as orientações da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). O primeiro
esquema é ampicilina e amicacina; o segundo é oxacilina e cefepime; o terceiro é
cefepime e cloridrato vancomicina ou cefepime e meropenem; o quarto é cloridrato
de vancomicina e imipenem. A penicilina cristalina e cefotriaxona são utilizadas em
43
situações espeficas. Outros antimicrobianos que não fazem parte da padronização
só podem ser introduzidos após o parecer da CCIH (RABELO, 2002).
Complicações clínicas durante o uso do antimicrobiano
As complicações utilizadas foram citadas na literatura relacionadas aos
antimicrobianos, sendo as alterações renais, hepáticas, dérmicas e tegumentares.
Alterações no aprazamento
Esta variável foi utilizada para identificar os erros relacionados com o
planejamento e aprazamento dos antimicrobianos durante a terapêutica.
Sinais e sintomas de infecção
Os sinais e sintomas de infecção no período neonatal, apesar de pouco
específicos, são valorizados, pois o diagnóstico de infecção não é fechado apenas
com os achados clínicos. Estes podem aparecer de forma abrupta, com alterações
hemodinâmicas, como hipotensão, colapso vascular, choque ptico e morte ou, de
maneira mais lenta, com sintomas inespecíficos como hipoatividade, letargia,
desconforto respiratório, apnéia, bradicardia, instabilidade térmica (hipotermia ou
hipertermia), perfusão periférica ruim, cianose, pele marrea, icterícia precoce,
resíduo gástrico, distensão abdominal, recusa alimentar, vômito, hipoglicemia ou
hiperglicemia (AVERY; FLETCHER; DONALD, 1999; MARCONDES, 2000;
RUGOLO, 2000; KOLPEMAN et al., 2004).
4.6 ASPECTOS ÉTICOS
O projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
da Universidade Estadual do Ceará, conforme Resolução 196/96, sobre pesquisas
que envolvem seres-humanos, do Conselho Nacional de Saúde/ Ministério da Saúde
do Brasil para aprovação. Solicitamos por escrito autorização do responsável legal,
em duas vias, para a participação do recém-nascido no estudo. Informamos ao
44
responsável legal que o RN poderá sair a qualquer momento do estudo, sem que
isto lhe traga qualquer prejuízo.
No que diz respeito aos aspectos éticos, objetivando assegurar os direitos
e deveres dos participantes, levamos em conta os pressupostos basilares da
Bioética, configurados na refrodita resolução, reguladora de pesquisas com seres
humanos que são: autonomia, não-maleficência, beneficência e justiça. Os dados
obtidos serão utilizados apenas com fins científicos.
4.7 ANÁLISE DOS DADOS
Os dados foram analisados por intermédio do programa de Estatística
SPSS-13.0. e apresentados em tabelas e gráficos. Os gráficos foram feitos no
programa excell e fundamentados à luz da literatura pertinente. As medidas
estatísticas utilizadas foram, média, desvio padrão e coeficiente de variação. Teste t
e F para médias, teste x
2
, Tukey e Ducan para associação entre variáveis. Para
todos os testes adotou-se o nível de significância de 5%.
45
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS DADOS
Os resultados das análises da administração de antimicrobianos
realizados em uma unidade neonatal encontram-se apresentados em forma de
gráficos e tabelas para melhor descrição.
Tabela 5. Descrição das características dos recém-nascidos de uma unidade
neonatal. Fortaleza-CE, jan./jun. 2006.
Características n. % Média
Desvio Padrão
1. Sexo
Masculino
Feminino
43
51
45,7
54,3
-
2. Parto
Normal
Cesárea
37
57
39,0
61,0
-
3. Idade gestacional (semanas)
26-31
32-37
38-42
19
54
21
20,2
57,5
22,3
Média =34 sem
DP = 4 sem
4. Peso de nascimento (gramas)
Menor de 1499
1500 – 2499
Acima de 2500
37
31
26
39,0
33,0
28,0
Média =1999,3g
DP = 981g
5. Apgar: 1 minuto
0-3
4-6
7-10
13
25
50
15,0
28,0
57,0
Média =2,4
DP = 0,4
6. Apgar: 5 minutos
0-3
4-6
7-10
2
10
76
2,0
12,0
86,0
Média =2,8
DP = 0,4
7. Tempo de permanência (dias)
1-30
31-60
> 60
48
29
17
51,1
30,9
18,0
Média =34
DP = 27 dias
Em relação ao nascimento de recém-nascidos 51(54,3%) foram do sexo
feminino enquanto 43(45,7%) do sexo masculino. O tipo de parto mais freqüente foi a
cesárea 57 (61,0%), seguido do normal, com 37(39,0%). Os recém-nascidos com
idade gestacional entre 32-37s 54(57,5%), seguidos dos 38-42s 21(22,3%), 26-31s
19(20,2) com média de 34 semanas e desvio-padrão de 4 semanas. O peso de
nascimento mais freqüente foi nos menores de 1499g 37(39,0%), seguido do 1500-
2499g 31(33,0%), acima de 2.500g 26(28,0%), com dia de 1999,3g e desvio-
46
padrão de 981g. Quanto ao Apgar no primeiro minuto no intervalo de 7-10 50(57,0%),
seguido de 25(28%) entre 4-6 e 13(15%) de 0-3 com índice baixo de vitalidade. No
quinto minuto, observamos um Apgar de 7-10 76(86,0%), seguido de 10(12,0%) entre
4-6 e 2(2,0%) entre 0-3. Os valores obtidos após o quinto minuto, mostra que a
maioria dos recém-nascidos respondeu as manobras feitas em sala de parto.
Dos 94 recém-nascidos do estudo só conseguimos obter o índice de
Apgar de 88, pois este escore é atribuído no momento do nascimento e muitas
vezes numa situação de urgência ou quando o recém-nascido nasce em condições
inadequadas, às vezes por não receber assistência de profissionais capacitados na
sala de parto, muitas vezes este valor não é atribuído.
As características dos recém-nascidos estudadas nos mostram uma
clientela com maior probabilidade de intercorrências durante a sua permanência na
UTIN, pois os dois fatores de risco citados na literatura, que são peso menor do que
1.500g e idade gestacional menor do que 37 semanas, encontram-se presentes.
O sexo feminino é apontado nos estudos baseados em evidências como
um fator de prognóstico melhor quando comparado com o sexo masculino, pois
estes têm de duas a três vezes mais incidência de sepse, por deficiência de
receptores da interleucina 8(IL-8). No momento atual, os estudos apresentados não
comprovam esta evidência (FRANZ et al., 2001; FRANZ et al., 2004). Em nossa
prática, observamos que os recém-nascidos do sexo feminino apresentam uma
evolução clínica melhor, com um menor número de complicações.
O nascimento de recém-nascidos prematuros é um dos grandes
problemas enfrentados no âmbito da saúde pública. Cada dia de prematuridade
representa milhões dentro do orçamento da saúde. Para prestar uma assistência
com qualidade, a unidade neonatal deve ter em seu arsenal equipamentos
sofisticados, materiais específicos e uma equipe interdisciplinar especializada, a fim
de conduzir a assistência prestada, melhorando o prognóstico de sobrevida destes
recém-nascidos.
A determinação da idade gestacional é de grande importância para o RN,
pois, mediante essa informação, os problemas próprios da prematuridade podem ser
detectados e tratados precocemente, minimizando complicações posteriores.
47
Os RNs são classificados, de acordo com a idade gestacional, em pré-
termo, por apresentarem idade gestacional menor do que 37 semanas; a termo entre
37-42 semanas; e pós-termo, acima de 42 semanas. Vale ressaltar que os
prematuros extremos, com idade gestacional entre 23-26 semanas por dia que
consegue sobreviver, aumentam em 2,0% a possibilidade de sobrevivência
(KOPELMAN et al., 2004; TAMEZ; SILVA, 2006).
Em nossos resultados, podemos observar que os recém-nascidos com
peso menor do que 1499g foram mais freqüentes. Isso implica maior risco para
morbimortalidade no período neonatal. Para uma assistência qualificada faz-se
necessário que a unidade neonatal tenha uma infra-estrutura adequada com
materiais, equipamentos e uma equipe qualificada para cuidar destes neonatos.
O peso e a idade gestacional são fatores importantes para determinar
tanto a sobrevida quanto a qualidade de vida de um recém-nascido prematuro, pois,
quanto menor a idade gestacional, maior será o período de internação e
48
O parto cesáreo foi freqüente nos nossos resultados, em virtude da
maternidade ser referência para partos de riscos. As gestantes ao serem admitidas,
são avaliadas e de acordo com as condições clínicas da mãe e do bebê recebem a
indicação do tipo de parto que será realizado.
O nascimento de recém-nascidos por parto normal tem sido estimulado,
pois os índices de parto cesárea no Brasil encontram-se superiores aos 35%,
percentual superior ao preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que
é de 15%. Atualmente existe um consenso de que o aumento das cesarianas
decorre de vários fatores como socioeconômicos, ético-legais, psicológicos e
culturais da paciente e dos médicos (FAISAL-CURY; MENEZES, 2006).
Observamos isso nos resultados, pois as distocias da cesárea para a mãe
são inúmeras tais como: infecção puerperal, endometrite, e complicações
hemorrágicas, que podem resultar em histerectomia. Para o recém-nascido,
aumenta a chance deste ter um retardo na reabsorção de quido pulmonar,
favorecendo os distúrbios respiratórios.
Nos recém-nascidos a termo, o parto operatório é menos freqüente,
enquanto nos prematuros, pela própria condição orgânica, faz-se necessária à
intervenção pelo risco de alterações durante o nascimento. Em nosso cotidiano,
observamos, que os recém-nascidos prematuros, quando bem conduzidos durante o
nascimento em sala de parto, são admitidos com mais tranqüilamente, pois muitos já
chegam com tubo orotraqueal, sendo ventilados com pressão positiva. Esta medida
reduz o estresse do RN, que consegue fazer suas trocas gasosas sem um esforço
respiratório maior.
O tipo de parto deve ser indicado de acordo com as condições do binômio
mãe-filho e o por conveniência. A cada dia o número de partos cesarianos e as
estatísticas mostram aumentos crescentes destes índices, que hoje são tidos como
marcadores de morbidade materna (LYDON-ROCHELLE et al., 2001; NOMURA;
ALVES; ZUGAIB, 2004).
Vale ressaltar que ocorrem situações merecedoras de avaliação do
profissional que está acompanhando a evolução do trabalho de parto, a fim de
detectar alterações que possam comprometer o nascimento.
49
Apesar da importância do trabalho de parto espontâneo, a maioria dos
pré-termos nasce de parto cirúrgico por necessidade materna, seguida da
necessidade fetal (TAEUSCH, AVERY, 2003).
O escore de Apgar, desde a sua criação em 1953, é ainda utilizado como
método para avaliar as condições de vitalidade do recém-nascido nos primeiros
minutos logo após o nascimento, a fim de identificar algum grau de asfixia perinatal.
No momento atual, alguns estudos demonstram que o grau de sensibilidade do
escore para diagnosticar asfixia é baixo, variando entre 10,7% a 78% e
especificidade de 75% a 98,7%. Um escore com valor pequeno pode apenas refletir
a evidência de um evento hipoxico, depressão cerebral ou imaturidade do recém-
nascido. Este método é ruim para detectar as complicações da asfixia neonatal que
são tardias, mas muito bom para descartá-la, pois os índices acima de sete, o
indicativos de que as trocas gasosas estão ocorrendo, mantendo a homeostase
orgânica (MARRIN; PAES, 1998; CARTER; HAVERKAMP; MERENSTEIN, 1993;
PEREIRA et al., 1996).
O índice de Apgar menor do que sete ao nascimento serve como
indicador de alerta para detecção precoce de alguma alteração que ocorra durante o
desenvolvimento da criança. No momento atual, o Apgar no quinto minuto tem sido
um indicador mais sensível para rastrear estas alterações.
A asfixia fetal é condição orgânica caracterizada por acidose metabólica
ou mista, onde o pH é menor do que 7, podendo estar associada ao índice de Apgar
de 0 a 3 por mais de cinco minutos. As intercorrências podem estar interligadas,
oriundas de alterações ocorridas durante a gravidez, o parto ou com o recém-
nascido (CUNHA et al., 2004).
Em um estudo realizado com 277 recém-nascidos, observou-se a
associação do risco fetal em recém-nascidos do sexo masculino, enquanto no sexo
feminino foi observado um efeito protetor (CUNHA et al., 2004). Estes dados
coincidem com o presente estudo.
O índice de Apgar no quinto minuto de vida inferior a sete é considerado
uma variável preditora para a mortalidade infantil, uma vez que este reflete as
condições de nascimento do recém-nascido. Para assegurar a sobrevida faz-se
50
necessária a utilização de medidas de suporte adequadas e continuadas após o
nascimento (SARINHO et al., 2001; SILVA et al., 2006).
A boa condução do acompanhamento da evolução do trabalho de parto
favorece uma condição adequada de nascimento. O RN sem anoxia tem menos
probabilidade de comprometimento neurológico, e mais chance de ter uma vida com
qualidade e saudável.
Gráfico 1. Descrição do destino dos recém-nascidos do estudo. Fortaleza-CE,
jan./jun. 2006.
Em relação ao destino dos recém-nascidos 81(86,0%) saíram de alta
hospitalar, seguida de 8(8,5%) que evoluíram para o óbito e 5(5,5%) que foram
transferidos para outra instituição hospitalar por necessidade de intervenção cirúrgica.
A assistência aos recém-nascidos prematuros ainda representa grande
desafio para a equipe multiprofissional, em virtude da complexidade necessária para
garantir a continuidade da sobrevida destas crianças após o nascimento.
A mortalidade infantil no Norte e Nordeste do Brasil ainda é o dobro da
registrada no Sul do País, segundo dados do Ministério da Saúde e Secretaria de
Saúde do município de Fortaleza, de cada mil crianças nascidas vivas no Ceará, 25,
Alta
- 81 (86,0%)
Óbito -8 (8,5%)
Transferência – 5 (5,5%)
Destino
51
em média, morrem no decorrer do primeiro ano de vida, 60% delas ainda no primeiro
mês. No Nordeste, esses números correspondem, respectivamente, a 20 mortes por
mil e 50% durante os primeiros 30 dias de vida (BRASIL, 2005; CEARÁ, 2006).
Com os avanços tecnológicos ocorridos nos últimos anos, à taxa de
mortalidade dos recém-nascidos tem diminuído, as unidades neonatais contam com
recursos humanos especializados, bem como materiais e equipamentos destinados
assistência neonatal. Vale ressaltar que as medicações que chegam hoje para os
neonatos têm contribuído para a melhorar o prognóstico de sobrevida em particular
dos prematuros, que necessitam de fármacos para melhorar a performance
orgânica.
A identificação de fatores prognósticos em mortalidade neonatal em
unidade de cuidados intensivos tem sido utilizada para definir estratégias de ações
preventivas, esquemas de organização e qualificação da atenção obstétrica e
neonatal na agenda de prioridades das políticas de saúde (CARVALHO; GOMES,
2005).
O coeficiente de mortalidade infantil é aplicado usado por organismos
internacionais e nacionais para avaliar as condições sensíveis da população, bem
como avaliar a qualidade de vida das crianças. O baixo peso ao nascer, o índice de
apgar inferior a sete no quinto minuto e a prematuridade apresentam forte
associação com a morte antes da criança completar o primeiro ano de vida, sendo
consideradas variáveis preditoras da mortalidade infantil (MARTINS; VELÁSQUEZ-
MELÉNDEZ, 2004; SILVA et al., 2006).
Com a melhoria da assistência em sala de parto, o recém-nascido passou
a ser assistido por profissionais de saúde capacitados que conduzem o trabalho de
parto de uma forma bem-sucedida, minimizando as complicações decorrentes da
asfixia neonatal.
52
Diagnóstico
SDR
SDR/Prem.
Má Formação
Aminiorrex
INN
TTRN
Anóxia
Cardiopatia
Hidópsia fetal
5
46
10
9
10
3
8
2
2
Legenda: síndrome do desconforto respiratório (SDR); prematuridade (prem.); infecção neonatal (INN);
taquipnéia transitória do recém-nascido (TTRN).
Gráfico 2. Descrição dos diagnósticos clínicos na internação de recém-nascidos
internados em uma unidade neonatal. Fortaleza-CE, jan./jun. 2006.
De acordo com os dados acima os distúrbios respiratórios, em particular a
síndrome do desconforto respiratório ocorreu em 46(49,0%) dos recém-nascidos
prematuros com idade gestacional menor do que 37 semanas.
Os distúrbios respiratórios constituem importante causa de morbidade e
mortalidade no período neonatal. Neste contexto, ressaltamos a importância da
assistência respiratória como fator determinante para redução desses índices (LIMA
et al., 2004). Os resultados encontrados corroboram com outro estudo que avaliaram
os diagnósticos ocorridos em RN internados na referida unidade neonatal (CHAVES;
LIMA; CARDOSO, 2005).
Em nosso estudo, podemos observar que a prematuridade é uma das
principais situações encontradas em nosso serviço, que traz consigo a imaturidade
de órgãos e sistemas vitais para a sobrevivência do RN.
Para assegurar a sobrevida, faz-se necessário um suporte tecnológico
dentro da UTIN. Na casuística estudada, 68(72,3%) dos recém-nascidos fizeram
uso de algum tipo de suporte ventilatório, nas primeiras horas de vida, haja vista que
estavam se adaptando à vida extra-uterina, em decorrência das alterações
53
fisiológicas ocorridas após o nascimento. Dentre as modalidades mais utilizadas
podemos citar a ventilação mecânica, feita através de um tubo orotraqueal, a
ventilação por pressão positiva com prong nasal feita de maneira não invasiva, o
oxigênio em oxy-hood ou circulante.
A prematuridade é citada como um dos fatores importantes de
mortalidade perinatal e neonatal precoce, tendo a ruptura prematura das
membranas, o trabalho de parto prematuro e a interrupção precoce da gravidez (por
problemas maternos como a doença hipertensiva da gravidez ou sangramentos
vaginais) como os principais mecanismos relacionados (SILVA et al., 2006).
O acompanhamento da gestação durante o pré-natal, seguindo o
calendário de consultas estipulado pelo Ministério da Saúde pode contribuir para a
melhorar os índices de complicações maternas e fetais, uma vez que a detecção
precoce das alterações, podem ser referendadas para um serviço de atenção
terciária.
A aminiorrex prematura consiste na ruptura prematura das membranas
amnióticas antes do início do trabalho de parto independentemente da idade
gestacional. Apesar dos avanços ocorridos, a incidência permanece entre 4 e 7%
das gestações, sendo uma causa de morbimortalidade perinatal potencialmente
evitável (CAMILO; PONCE, 2002; KOPELMAN et al., 2004).
A infecção neonatal no recém-nascido pré-termo, em virtude da
imaturidade dos seus órgãos e sistemas, apresenta problemas especiais, em
decorrência da baixa imunidade celular que propicia maior vulnerabilidade às
infecções bacterianas e viróticas. A incidência de sepse varia de um a oito para mil
nascidos com peso inferior a 1.500g (FERNANDES; FERNANDES; RIBEIRO FILHO,
2002; ALVES FILHO; TRINDADE, 2005).
A malformação congênita esteve presente em 11% dos recém –nascidos
no presente estudo. Estas alterações podem comprometer a estrutura física ou
mental, tendo menor ou maior importância clínica. Os diagnósticos precisos de uma
anomalia específica e constituem condição fundamental para o prognóstico e
elaboração de um plano terapêutico para a criança comprometida (CASTRO et al.,
2006).
54
Em nosso serviço, observamos que os RNs cujo nascimento ocorreram
com aminiorrex prematura e infecção neonatal são mais propensos a apresentarem
complicações, necessitando de observação rigorosa por parte da equipe
multiprofissonal para detecção precoce de sinais clínicos que indiquem mudanças
fisiológicas, pois, quanto mais precoce for a intervenção, melhores serão as chances
de recuperação.
Legenda: Coroamionite (coroami.); Risco (ris); alteração (alt.)
Gráfico 3. Descrição da indicação do antimicrobiano para recém-nascidos internados
em unidade neonatal. Fortaleza-CE, jan./jun. 2006.
No que concerne à indicação para o uso de antimicrobianos no período
neonatal, podemos observar que o diagnóstico clínico na admissão do recém-
nascido na UTIN nem sempre é o indicador inicial, pois muitas vezes o RN é
admitido sem clínica de infecção, não havendo de imediato a necessidade de
antibioticoterapia.
No gráfico de nº3 a condição que mais levou à utilização do
antimicrobiano nas primeiras horas de vida do RN foi a aminiorrex prematura, com
32(34,0%), seguida do risco de infecção, com 23(24,0%), alterações clínicas,
15(16,0%), alteração dos exames laboratoriais, 13(13,8%), asfixia neonatal 8(8,5%)
e coroamionite, 3(3,2%).
32
(43,0%)
23
(24,0%)
15
(16,0%)
13
(13,8%)
8
(8,5%) 3
(3,2%)
0
10
20
30
40
Aminiorrex
Ris.
Infecção
Alt.
Clínica
Alt.
Exam
e
Asf.
Neonatal
Coroami.
Indicação do antimicrobiano
Freqüência
55
Após a admissão, se o recém-nascido apresentar algum sinal ou sintoma
sugestivo de infecção normalmente inespecíficos, ou se este apresentar algum fator
de risco durante o trabalho de parto ou anoxia neonatal, este será avaliado pelo
neonatologista, que iniciará a terapêutica antimicrobiana.
É importante destacar o fato de que o risco de infecção é uma das
grandes preocupações dos profissionais dentro de uma unidade neonatal. Os
recém-nascidos que ali se encontram, são totalmente dependentes dos cuidados. O
número de procedimentos invasivos realizados muitas vezes se fazem necessários
para assegurar a continuidade de vida do recém-nascido. Fazem parte deste
conjunto de procedimentos a intubação orotraqueal, a sondagem gástrica, o
cateterismo umbilical venoso e arterial, a coleta de sangue para gasometria arterial e
exames laboratoriais, a aspiração traqueal e de vias aéreas, entre outros
procedimentos nas primeiras horas de vida.
As infecções em recém-nascidos normalmente apresentam-se com sinais
clínicos inespecíficos. A sepse neonatal é uma das patologias mais graves. É uma
doença de repercussão sistêmica causada por bactérias e/ou seus subprodutos, que
são as toxinas presentes na corrente sangüínea. Os exames laboratoriais auxiliam
na confirmação do diagnóstico, todavia em se tratando de recém-nascidos, a clínica
é soberana quando suspeita de sepse. A hemocultura e a cultura dos fluídos
corporais positiva confirmam a presença do agente etiológico e norteiam a
antibioticoterapia (KOPELMAN et al., 2004; ALVES FILHO; TRINDADE, 2005).
Os exames laboratoriais utilizados para auxiliar no diagnóstico clínico são
hemograma completo, realizado com seis horas de vida, e dosagem de proteína C
reativa.
A infecção neonatal é uma causa importante de trombocitopenia neonatal.
Uma baixa na contagem de plaquetas pode ser um indício de infecção nesta
população. A leucometria peririca é o mais útil dos indicadores indiretos de
infecção bacteriana (AVERY; FLETCHER; DONALD, 1999). Apesar da pouca
sensibilidade da contagem global dos leucócitos e das plaquetas estas informações
são importantes e utilizadas, pois para a realização necessitamos de 0,4ml de
sangue por utilizarmos microdosagem. Marcondes (2000) cita que os grandes
56
desvios encontrados no leucograma, ou seja, leucopenia (5000 leucocitos/mm
3
) ou
leucocitose (20000 leucocitos/mm
3
) o sugestivo de infecção. A coagulação
intravascular disseminada (CIVD), sangramentos, petéquias, são elementos
sugestivos de infecção (KOLPEMAN et al., 2004).
A asfixia neonatal é importante causa de morbidade e mortalidade
neonatal e que pode ser minimizada com o acompanhamento adequado durante o
trabalho de parto. O nascimento de prematuros com asfixia moderada ou grave
implica maior probabilidade de morbidade em longo prazo ou óbito (TRIPATHY et al,
2002).
Os recém-nascidos internados com anoxia neonatal apresentam
alterações neurológicas com o comprometimento das funções básicas, como sucção
e deglutição, que resultam em internamento prolongado na unidade. Estas crianças
necessitam de acompanhamento de profissionais especializados para melhorarem o
padrão de crescimento e desenvolvimento.
Na aminiorrex prematura, a incidência de sepse ou meningite nos recém-
nascidos acima de 33 semanas é de 1 a 5%, enquanto nos recém-nascidos de 31 a
33 é de 14%, de 28 a 30% é de 24% e em menores de 28 semanas 44%. Portanto,
os recém-nascidos com idade gestacional menor do que 34 semanas constituem o
maior grupo de risco (KOPELMAN et al., 2004).
A corioamnionite pode ocorrer no início do trabalho de parto ou como
resultado da ruptura das membranas amnióticas, favorecendo a ascensão das
bactérias do trato genital materno até a cavidade amniótica. A incidência de
corioamnionite varia de 4 a 33%. Tão logo seja feito o diagnóstico clínico,
recomenda-se o uso do antimicrobiano de imediato, antes mesmo do parto. O
prognóstico destes recém-nascidos é reservado, pois ocorre aumento de incidência
de complicações, tais como SDR, hemorragia perintraventricular, sepse e morte
perinatal (ESCOBAR et al., 2000; HANNAH, 2001; KOPELMAN et al., 2004,
LACOSTE et al., 2006).
A utilização de antimicrobianos profiláticos para os recém-nascidos, em
particular os de muito baixo peso, ainda é controversa, uma vez que o tempo de
permanência destes é longa na unidade, e a manipulação excessiva, com
57
procedimentos invasivos aumentam os riscos de adquirir microrganismos oportunista
que fazem parte da microbiota da unidade.
O uso indiscriminado por tempo prolongado aumenta a probabilidade de
multirresistência dos germes. Em estudo realizado com 130 recém-nascidos de
muito baixo peso, que utilizaram antibióticoterapia ampicilina e meticiclina de forma
profilática em esquema com o tempo de tratamento entre sete e dez dias, onde
observou-se um aumento nas infecções por ndida albicans e desenvolvimento de
infecção com bactéria multirresistente (AURITI et al., 2005).
As infecções continuam representando grande desafio dentro das
unidades neonatais, pois assistir um ser com imaturidade imunológica requer
controle rigoroso na prevenção das infecções hospitalares e envolvimento dos
profissionais que prestam assistência. Acreditamos que o acompanhamento
adequado das gestantes no pré-natal é fator primordial para a redução do número
de nascimentos de recém-nascidos prematuros.
Gráfico 4. Descrição dos antimicrobianos utilizados em uma unidade neonatal.
Fortaleza-CE, jan./jun. 2006.
84 (89,3%)
81 (86,1%)
53 (56,3%)
53 (56,3%)
21 (22,3%)
20 (21,3%)
10
0
20 40
60
80 100
Amicacina
Amplacilina
Oxacilina
Cefepime
Vancomicina
Meropenem
Outros
Antimicrobianos
Freqüência
58
Em relação aos antimicrobianos utilizados, a amicacina foi usada por
84(89,3%) e a ampicilina por 81(86,1%), seguidos de oxacilina 53(56,3%), cefepime,
53(56,3%), vancomicina 21(22,3%) e meropenem 20(21,2%). Os demais
antimicrobianos que fazem parte do arsenal terapêutico da unidade são penicilina
cristalina, imipenem e cefotriaxona. O tazobactan no momento não faz parte da
padronização estabelecida na unidade. Este foi utilizado em RN com bactéria
multirresistente e a cefotriaxona empregada para tratamento de uma pneumonia.
A penicilina cristalina é indicada para o tratamento de sífilis, após
confirmação laboratorial. Neste caso faz-se a associação com um aminoglicosídeo.
A determinação dos antimicrobianos utilizados na unidade é um consenso entre
CCIH, e a rotina adotada pelos neonatologista que utilizam as normas da Escola
Paulista de Medicina (RABELO, 2002; KOLPEMAN et al., 2004).
O conhecimento da prevalência dos agentes bacterianos, bem como do
padrão de sensibilidade antimicrobiana, serve para nortear os médicos
neonatologistas na escolha do antimicrobiano mais apropriado e na utilização de
novos esquemas terapêuticos.
Os antibióticos mais utilizados em nosso estudo foram os
aminoglicosídeos, as penicilinas, as cefalosporinas de terceira e quarta geração e
vancomicina.
A associação dos esquemas de antibióticos em neonatologia para
patógenos não identificados por meio de hemocultura, juntamente com o perfil de
sensibilidade, é uma das estratégias adotadas dentro da unidade neonatal, pois se
sabe que a morbimortalidade está relacionada ao intervalo de tempo de detecção
dos sinais e sintomas do processo infeccioso e a introdução do antimicrobiano
adequado.
Um dos problemas que dificultam a indicação do antimicrobiano
adequado é a baixa incidência de hemoculturas positivas no período neonatal. Este
percentual é estimado em 20%, o que favorece a prática da administração de
antimicrobianos de forma empírica quando suspeita de infecção (CORDERO;
AYRES, 2005).
59
Outro aspecto farmacológico importante para a seleção dos
antimicrobianos a serem utilizados dentro da unidade diz respeito ao conceito de
potência. Um antibiótico é tão mais potente quanto menor for a concentração
inibitória mínima necessária para a morte da bactéria. Já o espectro está relacionado
com a capacidade do antimicrobiano destruir diferentes microrganismos (HOOG;
MOUTAN; ANKER, 2005; KATZUNG, 2006).
O ideal seria uma droga capaz de destruir os microrganismos, sem causar
tantas repercussões hemodinâmicas no recém-nascido, em particular no prematuro,
que se encontra em plena fase de crescimento e desenvolvimento.
Legenda: E1- ampicilina e amicacina; E-2 oxacilina e vancomicina; E-3 vancomicina e cefepime; E-4 vancomicina
e meropenem; E-5 Vancomicina e tienam.
Gráfico 5. Descrição dos esquemas de antimicrobianos utilizados nos recém-
nascidos internados na unidade neonatal. Fortaleza-CE, jan./jun. 2006.
No gráfico acima descrevemos a associação dos esquemas de
antimicrobianos mais utilizados em recém-nascidos. A normatização dos esquemas
segue a orientação do comitê estadual para normatização do uso de
antimicrobianos, rotinas de neonatologia, e comissão de controle e infecção
hospitalar da referida unidade (RABELO, 2002; KOPELMAN et al., 2004).
Em relação aos esquemas de antimicrobianos formamos dois grupos. O
primeiro utilizou apenas um dos esquemas de antimicrobianos e o segundo utilizou
34
(36,2%)
6
(6,4%)
2
(2,0%)
33 (35,1%)
18 (18,1%)
2 (2,1%)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
E1
Amic/
ampl
E2
Oxa/
cefep
E-3-
Vanco/
cefep
Esq.
Duplo
Esq.
Triplo
Acima
do
quarto
Esquema de Antimicrobianos
Freqü
ência de
Antimicrobianos
60
acima de dois esquemas antimicrobianos. O primeiro esquema na referida instituição
é ampicilina e amicacina (penicilina e aminoglicosídeos) respectivamente utilizados
por 34(36,2%) dos recém-nascidos, seguidos do segundo esquema oxacilina e
cefepime utilizados por 6(6,4%) e o terceiro utilizado por 2(2,0%) que foi
vancomicina e cefepime. Estes recém-nascidos utilizaram estes esquemas como
primeira opção de tratamento.
O segundo grupo fez uso de esquemas múltiplos de antibióticos, sendo que
a associão do primeiro com o segundo esquema que foram os seguintes antibióticos
ampicilina, amicacina, oxacilina e cefepime ocorreu em 33(35,1%) dos rem-nascidos,
seguidos de 18(18,1%) que utilizaram o esquema triplo queo ampicilina e amicacina,
oxacilina e cefepime e vancomicina e meropenem. O acréscimo de outros antibióticos
ao esquema triplo ocorreu em 2(2,1%) dos recém-nascidos.
A utilização de antimicrobianos deve ser criteriosa, pois além dos efeitos
adversos, convivemos com o risco da multiresistência dos microrganismos. Quanto
mais especializado o serviço, mais complexo é o tipo de assistência prestada. Neste
contexto estão inseridos os recém-nascidos prematuros que são frágeis,
susceptíveis as infecções tanto de origem materna quanto hospitalar, em virtude da
imaturidade do seu sistema imunológico.
O tempo do uso do antimicrobiano vai depender da evolução clínica do
recém-nascido bem como do resultado da hemocultura. Após a admissão o RN irá
se colonizar com germes prevalentes da unidade, que geralmente são
microrganismos bem mais agressivos como os gram-positivos e os gram-negativos
que possuem um alto poder de patogenicidade.
Na presença de um quadro clínico de sepse nas primeiras 48 horas de
vida, devem-se utilizar antibióticos que cubram microrganismos gram-negativos e
gram-positivos, recomenda-se uma associação de penicilina com aminoglicosídeos.
No tratamento da sepse tardia a oxacilina deve ser considerada como a primeira
escolha, exceto nos casos de resistência a este antimicrobiano, quando a indicação
passa a ser a vancomicina (KOLPEMAN et al., 2004).
De acordo com os resqltados em apenas um momento tivemos um
recém-nascido com sepse tardia que fez uso da vancomicina e cefepime, sem seguir
61
a orientação dos esquemas terapêuticos. Tal fato ocorreu na vigência de um quadro
clínico com plaquetopenia importante e sangramento no tubo orotraqueal. Apesar
das orientações da CCIH em alguns momentos a decisão de optar por um esquema
mais potente faz-se necessário dentro do contexto hospitalar.
O tempo de tratamento vai depender da evolução clínica e do resultado
da hemocultura. No caso da sepse com hemocultura positiva, recomenda-se manter
o antibiótico por 10 a 14 dias. Se houver meningite mesmo com hemocultura
negativa e cultura de líquor negativo, recomenda-se manter o tratamento por 21
dias. Nos casos de endocardite a recomendação do antibiótico é por quatro
semanas (KOLPEMAN et al., 2004).
As infecções por bactérias gram-negativas são responsáveis por 19% dos
quadros de sepse hospitalar e de mais de 30% das pneumonias. Estas infecções
são graves e com elevada taxa de letalidade (40 - 90%), pois podem apresentar
quadros fulminantes e persistentes em hospedeiros imunocomprometidos, como os
prematuros e os recém-nascidos com asfixia neonatal (FARAHT, 2000;
FERNANDES; FERNANDES; RIBEIRO FILHO, 2002).
A escolha adequada do antimicrobiano tem sido um desafio dentro das
unidades neonatais, pois sabemos da complexidade de fatores presentes que vão
desde o perfil de sensibilidade do microrganismo até as propriedades determinadas
pela farmacodinâmica e farmacocinética do antimicrobiano.
É importante lembrar que o uso simultâneo de dois ou mais
antimicrobianos pode se justificar para terapia empírica de uma infecção, onde a
causa não é conhecida; para o tratamento de infecções polimicrobianas; para
aumentar a atividade antimicrobiana e para prevenir o desenvolvimento de
resistência (GOODMAN; GILMAN, 2003).
Em neonatologia a terapia empírica é relativamente comum, pois não
podemos esperar apenas pelos os resultados das hemoculturas positivas com o
grau de sensibilidade aos antimicrobianos, pois um percentual muito pequeno de
exames é positivo, dificultado a escolha adequada do antimicrobiano.
62
Legenda: FU-Falta Unidade; AH-alteração do horário; S/ A – sem alteração; AD-alterações duplas.
Gráfico 6. Descrição das alterações ocorridas no aprazamento dos antimicrobianos
de recém-nascidos internados na unidade neonatal. Fortaleza-CE,
jan./jun. 2006.
Em relação ao gráfico acima consideramos o número de mudanças
ocorridas na alteração do horário de aprazamento dos antimicrobianos. Podemos
observar que 39(41,0%) dos aprazamentos foram alterados de seu horário inicial
para outro horário, seguidos de 18(19,0%) que tiveram alterações nos dois
esquemas de antimicrobianos utilizados durante a hospitalização. Os erros de
aprazamento ocorreram em 9(9,5%), sendo seus horários antecipados ou atrasados
por não observância do intervalo entre as medicações prescritas.
63
utilização de um horário rotulado como padrão, onde muitas vezes é conveniente
para a equipe multiprofissional. Quando os medicamentos estão em horários
diferentes, estes são reorganizados, não tendo o cuidado em observar se está
alteração, vai ser benéfica para o recém-nascido.
Conforme observamos as alterações de horário na administração de
antibióticos foram as que mais ocorreram dentro da unidade, este dado nos
preocupa, pois o RN encontra-se em processo de amadurecimento de seus órgãos e
sistemas e essa flutuação de horário pode levar a sobrecarga dos órgãos
responsáveis pela biotransformação e eliminação dos medicamentos.
Um dos problemas observados na prática é falta de conhecimento em
relação à farmacodinâmica e farmacocinética dos antimicrobianos pelos enfermeiros
responsáveis pelo aprazamento, em particular no período neonatal cercado de
mudanças orgânicas durante o crescimento e desenvolvimento.
A meia vida plasmática dos antimicrobianos é curta, e assim para uma
dose típica de 3 a 4 vezes por dia, cada dose é eliminada antes que a próxima seja
administrada. O microrganismo é considerado sensível à droga quando o MIC é um
quarto ou menos do pico de concentração plasmática prontamente obtido
(KATZUNGA, 2006).
Algumas substâncias apresentam efeito pós-antibiótico como os
aminoglicosídeos e a vancomicina, todavia este feito depende de alguns fatores
como o antibiótico adequado com capacidade para destruir o microrganismo, a
concentração do antibiótico usada, tempo de permanência do antibiótico na corrente
sanguínea, aumento do número de microorganismos e a resposta imune do
hospedeiro (RYBAK, 2006).
A manutenção das doses em horário contínuo, principalmente dos
antibióticos com anel betalactamico é um fator importante para manter a
concentração inibitória mínima durante o intervalo das doses (HOOG; MOUTON;
ANKER, 2005).
Os reajustes de doses na UTIN ocorrem em função da idade gestacional
e peso corporal. As alterações fisiológicas ocorridas, provavelmente levam a maior
64
variabilidade na farmacocinética dos medicamentos, sendo necessário reajustar a
dose e o intervalo de administração do antimicrobiano, que muitas vezes pode ser
auxiliado pela monitorização farmacológica. No neonato o ajuste da dose pode ser
feito com base no peso corporal (GOODMAN; GILMAN, 2003).
Os erros de posologia são comuns e podem levar a administração
incorreta com excesso de dose ou doses subterapêuticas. O uso da dose muito
pequena pode resultar em falha do tratamento e levar a seleção de microrganismos
resistentes (GOODMAN; GILMAN, 2003).
Os erros de administração podem ocorrer em todas as etapas do
processo de prescrição, transcrição, dispensação e administração. Os mais comuns
são prescrição de medicação errada, indicação errada do medicamento, medicação
certa para o paciente errado, dose errada, apresentação errada. Os erros de
transcrição estão relacionados à dose errada, droga errada, omissão de dose e
freqüência errada. Os erros relacionados a dispensação são erros de calculo, erros
no preparo, erros na dispensação e na distribuição propriamente dito. Quanto à
administração os erros mais comuns são paciente errado, dose errada e freqüência
errada, omissão, via imprópria, diluição errada, administração de medicação não
prescrita e dose duplicada da medicação (BOHOMOL; RAMOS, 2003).
Além dos riscos para o recém nascido, os problemas durante a
administração de medicamentos podem também trazer conseqüências econômicas
às instituições da saúde. Em estudo realizado estima-se um gasto de
aproximadamente 4.700 lares por evento adverso de medicamento evitável por
volta de 2,8 milhões anualmente, em um hospital de ensino com 700 leitos (SILVA;
CASSIANI, 2004).
Os antibióticos devem ser preparados e administrados por profissionais
capacitados a fim de reduzir os erros na dosagem solicitada e na concentração final
a ser administrada, pois os recém-nascidos necessitam de doses menores e os
medicamentos encontrados são produzidos em concentração adequada para
adultos.
Portanto quando se administra uma medicação, o que se espera é produzir
uma concentração efetiva da droga que terá ação terapêutica para um local
65
específico atingindo efeitos terapêuticos desejados, evitando a toxicidade (TAMEZ;
SILVA, 2006).
No cotidiano o que temos observado é que existem poucas pesquisas que
relacionem administração de medicamentos, erros e recém nascidos. Apesar da
concepção punitiva existente nos profissionais, pesquisar sobre esse assunto
favorece o crescimento intelectual e profissional, além de contribuir para melhoria da
assistência da equipe, e com isso minimizar os erros e conseqüente diminuição da
permanência do recém nascido na unidade hospitalar.
A padronização de horário na administração de medicamentos é visto
como uma forma de facilitar o trabalho dos funcionários da farmácia na dispensação
dos medicamentos e da enfermagem por permitir um planejamento de suas
atividqdes, pois o enfermeiro dentro do processo não tem uma atuação definida
(CASSIANI et al., 2004).
Em nosso estudo nos deparamos com alterações ocorridas no
aprazamento dos antimicrobianos que não estavam dentro dos horários pré-
estabelecidos, que são de 12/12h ás 10 e 22hs, de 8/8h às 10, 18, e 02, ou 14, 22 e
06hs, o que gerou várias mudanças no decorrer da terapêutica. Ressaltamos que ao
indagarmos sobre o porque das mudanças, obtivemos como respostas ser mais
segura a administração nos horários pré-estabelecidos; está economizando
antimicrobianos; a dificuldade de punção venosa no RN, pois antibióticos em
horários distintos, quando o acesso é periférico nem sempre consegue-se manter
pérvio com solução fisiológica ou água destilada uma vez que não parte da rotina da
unidade o uso de solução de heparina para manutenção do acesso.
As alterações ocorridas na administração de medicamentos vem sendo
estudada por outros autores, envolvidos com a melhoria da assistência em todas as
fases da vida do individuo. Em nosso cotidiano percebe-se a necessidade de
aprofundamento das questões que envolvem a farmacologia clínica no período
neonatal, visto que o recém-nascido possui particularidades inerentes a sua faixa
etária, que são importantes para a terapêutica proposta.
Ressaltamos que o enfermeiro em sua prática clínica para administrar um
medicamento com segurança, eficiência e responsabilidade deve conhecer a ação
66
dos medicamentos no organismo, as vias de administração, as reações colaterais, a
dose empregada e os efeitos adversos produzidos no organismo.
Os erros na administração de medicamentos podem ocorrer em alguma
fase do processo, sendo que o enfermeiro é responsável dentro da unidade. Em
estudo realizado com enfermeiros sobre uma definição de erros na administração de
medicamentos foram obtidas as seguintes respostas: dose errada, via de
administração errada, paciente errado, medicação dada em horário errado,
medicação errada, diluição errada, medicamentos incompatíveis no mesmo horário,
não administração de medicamentos, medicação vencida e administração de uma
medicação não prescrita (BUENO; CASSIANI; MIQUELIM, 1998).
Em outro estudo realizado os erros apontados relacionados ao tipo de
medicação foram: droga inapropriada, erro na prescrição, administração errada,
dose errada, local errado da administração, reação alérgica, erro na dispensação,
superdosagem do medicamento, droga não administrada ou recusada pelo paciente
(BRIGGS, 2006).
Os erros na administração de medicamentos que se relacionam com à
dinâmica mental automática o denominados deslizes ou lapsos, e estão ligadas
a fatores como fadiga, horas de sono insuficientes, uso de álcool e drogas,
frustrações pessoais, medo, ansiedade, raiva, estresse, barulho, calor excessivo,
podem desviar atenção do profissional, aumentando o risco de erros (ROSA;
PERINI, 2003).
A identificação das causas de erros nas unidades é uma das
preocupações dos enfermeiros, pois diante destes dados, podem-se propor
estratégias para reduzir os erros tais como: ter enfermeiros realizando o
aprazamento dos medicamentos manter-se concentrado durante o planejamento dos
horários, reduzir o barulho na unidade e promover cursos de capacitação sobre
farmacologia clínica.
67
Tabela 6. Descrição da associação das variáveis dos recém-nascidos com o uso de
antimicrobianos. Fortaleza-CE, jan./jun. 2006.
Antimicrobianos
Sim Não
Fator
% %
X
2
Teste p
1. Sexo
Masculino
Feminino
43
51
45,8
54,3
51
53
54,2
45,7
1,04
0,307
2. Idade Gestacional (s)
26 – 31
32 – 37
38 – 42
19
54
21
20,2
57,5
22,3
75
40
73
79,8
42,5
77,7
36,99
0,0001*
3. Peso
Menos de 1499
1500 – 2499
Acima de 2400
37
31
26
39,3
33
27,7
57
63
68
60,6
67
72,3
2,90
0,234
4. Indicação do ATB
Aminiorrex
Risco de infecção
Alteração clínica
Alteração laboratorial
Anóxia neonatal
Coriamionite
32
23
15
13
8
3
34
24,5
16
13,8
8,5
3,2
62
71
79
81
96
91
66
75,5
84
96,2
91,5
96,8
71,92
0,0001*
X
2
Qui-quadrado
* significante
Das características estudadas dos recém-nascidos com antimicrobianos o
sexo não apresentou significância estatística, apesar de observarmos em nossa
prática clínica uma evolução mais satisfatória dos recém-nascidos do sexo feminino.
Esta é uma evidencia observada no cotidiano.
A idade gestacional apresentou diferença estatística significante (p-
0,0001) dentro das faixas estabelecidas. Quanto menor for à idade gestacional do
RN maiores são as chances de utilização de antimicrobianos durante a internação,
pois muitos são os procedimentos invasivos realizados, aumentando a manuseio
destes pela equipe multiprofissional, que os expõe aos microorganismos presentes
tanto nas mãos, quanto aos presentes na flora hospitalar. O peso apesar de sua
importância para determinar as condições de prognóstico do RN não foi significante
em nosso estudo.
O baixo peso ao nascer é um dos a fatores associados à
morbimortalidade perinatal, pois nestes recém-nascidos o risco de meningite pode
68
ser três vezes maior do que a observada em RN com peso igual ou superior a
2.500g (KREBS; TARICCO, 2004).
A indicação clínica para uso do antimicrobiano foi estatisticamente
significante (p-0,0001). É importante ressaltar que a condução adequada do pré-
natal bem como do trabalho de parto é ponto importante para a detecção e
intervenção precoce nos casos de aminiorrex prematura, pois este foi um dos
problemas mais freqüentes detectados nos neonatos investigados.
Convém que ressaltar que os recém-nascidos prematuros e de baixo peso
estão mais expostos às seqüelas que são decorrentes de complicações ocorridas
tanto ao nascimento quanto durante o período de internação na UTIN.
Tabela 7. Associação do uso de antimicrobianos em RN com idade gestacional
menor do que 37 semanas de idade gestacional. Fortaleza-CE, jan./jun.
2006.
Idade Gestacional < 37 semanas
Sim Não
Antimicrobianos
% %
X
2
Teste p
Amicacina
Alteração no aprazamento
Duração do tratamento –1 a 7
8 a 15
31
35
30
47,6
53,8
46,2
34
30
35
2,4
46,2
53,8
0,86
0,650
Ampicilina
Alteração no aprazamento
Duração do tratamento 1 a 7
8 a 15
19
32
29
31,1
52,4
47,6
42
29
32
68,9
47,9
52,4
6,17
0,046
Oxacilina
Alteração no aprazamento
Duração do tratamento 1 a 7
8 a 15
22
13
33
47,8
28,2
71,2
24
33
13
52,2
71,2
28,2
17,45
0,0001
Cefepime
Alteração no aprazamento
Duração do tratamento 1 a 7
8 a 18
24
13
33
52,1
28,2
71,8
22
33
13
47,9
71,8
28,2
17,45
0,0001
Vancomicina
Alteração no aprazamento
Duração do tratamento 1 a 15
16 a 44
14
10
9
73,6
52,6
47,4
5
9
10
26,4
47,4
52,6
3,02
0,221
Meropenem
Alteração no aprazamento
Duração do tratamento 1 a 15
16 a 44
7
11
8
36,8
57,8
42,2
12
8
11
63,2
42,2
57,8
14,02
0,0001
X
2
Qui-quadrado
* significante
(1) Teste exato de Fisher.
69
Em relação ao uso de antimicrobianos associado à idade gestacional
menor do que 37 semanas, podemos perceber que as alterações ocorridas no
aprazamento e o tempo de administração dos antibióticos foram significantes para o
segundo esquema que é oxacilina e cefepime x
2
17,45 e p -0,0001 e o meropenem
x
2
41,92 e p-0,0001.
Nesta faixa etária encontramos uma clientela vulnerável as alterações das
penicilinas, cefalosporinas e meropenem, antibióticos potentes utilizados para o
tratamento das infecções neonatais.
Ressaltamos que a maioria dos fármacos não foi desenvolvida e nem
avaliada especificamente em crianças, são testados em adultos jovens e de meia
idade. O uso requer uma abordagem integrada de questões que envolvem a
farmacocinética, farmacodinâmica, e apresentação do medicamento utilizado
(GOODMAN; GILMAN, 2003). A falta de formulações direcionadas para a população
neonatal e pediátrica é um dos problemas vivenciados no cotidiano.
Tabela 8. Associação do uso de antimicrobianos em RN com idade gestacional maior
do que 37 semanas de idade gestacional. Fortaleza-CE, jan./jun. 2006.
70
Em relação ao uso de antimicrobianos nos recém-nascidos com idade
gestacionais maior do que 37 semanas, as alterações ocorridas e o tempo de
permanência não tiveram significância.
A amicacina é um aminoglicosídeos inibidor bactericida da síntese de
proteínas. È um derivado sintético da Kanamicina, senso indicado para o tratamento
de bacilos gram-negativos tais como Klebisiella, Enterobacter, Escherichia Coli,
Serratia e Proteus (KATZUNG, 2006; GOODMAN; GILMAN, 2003; 2006). Foram
administradas 516 doses de amicacina no período do estudo
Os aminoglicosídeos apresentam um efeito pós-antibiótico significativo,
mantendo a atividade antibacteriana além do período de tempo o qual o fármaco é
mensurável. Devido a essa propriedade o fármaco pode ser administrado em uma
dose grande e única. Convém lembrar que a monitorização deve ser cuidadosa bem
como o ajuste da dose para minimizar a toxidade (KATZUNG, 2006).
O rim é responsável pela depuração dos aminoglicosídeos, sua excreção
é diretamente proporcional à depuração da creatinina. Faz-se necessário a
monitorização da função renal para evitar qualquer superdosagem. A concentração
sérica para minimizar complicações como ototoxidade e nefrotoxidade devem ficar
abaixo de 2µg/ml (HOOG; MOUTON; ANKER, 2005; KATZUNG, 2006).
Como podemos observar os aminoglicosídeos devem ser administrados
com cautela e a duração do tratamento deve ser precisa, pois as complicações são
inúmeras e algumas irreversíveis. Dentre estas se destacam a insuficiência renal e a
lesão vestibular ou coclear que muitas vezes é irreversível. A monitorização do
débito urinário no recém-nascido através do registro no balanço hídrico é um dos
cuidados da equipe de enfermagem que se encontra prestando assistência, bem
como o aprazamento correta da medicação, mantendo o intervalo prescrito para
evitar o aumento nos níveis séricos da medicação.
Atualmente, uma das alternativas para minimizar o efeito tóxico dos
aminoglicosídeos é a utilização de uma dose única, feita diariamente no recém-
nascido, crianças e pacientes com neutropenia e que fazem uso de quimioterápicos,
uma vez que o efeito pós-antibiótico dos aminoglicosídeos justifica seu emprego em
dose única nas 24 horas, sem prejuízo de eficácia e com menor toxidade. A
71
dificuldade em estabelecer um esquema correta para administração está relacionado
com os efeitos tóxicos tais como: nefrotoxidade, ototoxidade vestibular e coclear,
rash cutâneo, febre náuseas, bloqueio muscular e neurite periférica (SKOPNIK;
HEIMANN, 1995; FUCHS, 2004; KATZUNG, 2006).
Em um estudo realizado no município de Fortaleza com recém-nascidos
de alto risco provenientes de três maternidades que são públicas para avaliar o
efeito de fármacos ototóxicos na audição dos recém-nascidos foram encontrados os
seguintes resultados em relação à ocorrência de perda auditiva sensorioneural que
utilizaram amicacina (OR 5,95), amicacina e cefotaxima (OR 5,35) (CÂMARA, 2005).
Esta medida pode ser definida como a razão entre a probabilidade de ocorrência do
evento sobre a probabilidade de não ocorrência do evento (ROUQUAYROL;
ALMEIDA FILHO; ROUQUAYROL, 1999).
Apesar dos efeitos tóxicos a utilização dos aminoglicosídeos continua a
fazer parte do arsenal terapêutico das unidades neonatais, pois sua eficácia é
comprovada no tratamento das infecções neonatais. Outro ponto importante diz
respeito à necessidade de novas estratégias em relação a multiresistência dos
microrganismos ocorridas nos últimos anos com uso indiscriminado e abusivo de
antimicrobianos (FUCHS, 2004; HERNÁNDEZ; RAMOS; FERRER, 2004).
No período neonatal devido a pouca massa muscular dos recém-nascidos
a amicacina é feita na maioria das vezes por via endovenosa, com intervalo mínimo
para infusão de 30 a 60 minutos. Os cuidados de enfermagem para uma terapêutica
adequada são observar o local de infusão pelo risco de alteração da integridade
tissular, monitorizar a função renal, observar sinais de reação alérgica, observar
nível de hidratação (KEE; HAVES, 2000; BONFIM; BONFIM, 2005).
Os sistemas de medicação devem ser bem estruturados com a finalidade
de promover condições que auxiliem na minimização e prevenção dos erros,
planejando os processos e implementando normas, regras e ações, uma vez que os
erros fazem parte da natureza humana (SILVA; CASSIANI, 2004).
Os erros relacionados ao horário de aprazamento culminam com doses
menores ou doses adequadas tomadas num intervalo de tempo irregulares, que pode
72
sobrecarregar o sistema renal e hepáticos, pois o RN não apresenta um metabolismo
bem desenvolvido, acentuando ou efeitos indesejáveis do medicamento.
Diante dos erros de aprazamento detectados na prescrição o enfermeiro
comunica ao plantonista da unidade, e conforme orientação é feito o reaprazamento
do antimicrobiano. Como estratégia no momento atual, para a dose feita de 48/48s
ou de 72/72s, o enfermeiro apraza a dose do dia e destaca na folha de prescrição o
dia da próxima dose em que a amicacina será administrada.
Na tentativa de otimizar a terapêutica o grupo de enfermeiros na unidade
onde ocorreu o estudo é responsável pelo aprazamento de todos os medicamentos
prescritos, bem como o preparo dos medicamentos e a supervisão direta dos
auxiliares e técnicos de enfermagem.
A ampicilina é uma aminopenicilina, estável em ácido e bem absorvida
após administração oral, com espectro de atividade sobre os microrganismos gram-
positivos e algumas cepas gram-negativos. A administração por via intramuscular leva
a concentrações plasmáticas máximas de cerca de 7 a 10µg/ml, dentro de uma hora.
Essas concentrações declinam de forma exponencial, com meia vida de
aproximadamente 80 minutos (KATZUNG, 2006; GOODMAN; GILMAN, 2003).
Nos recém-nascidos com insuficiência renal faz-se necessário o reajuste
da dose, pois a diálise peritoneal é ineficaz na remoção do fármaco do sangue. A
hemodiálise remove cerca de 40% das reservas corporais em cerca de sete horas
(GOODMAN; GILMAN, 2003).
Em conseência do uso indiscriminado em todo o mundo, a resisncia
bacteriana a ampicilina desenvolveu-se de maneira constante e ascendente, no
momento atual. Sua utilização encontra-se mais restrita nos serviços com alto potencial
tecnológico, em virtude da presença bacilos gram-negativos e estafilococos resistentes,
pois quanto maior o número de procedimentos invasivos, pacientes com doenças
rbidas, maioreso as chances de desenvolvimento de uma flora multiresistente.
As complicações mais freqüentes são os processos alérgicos, as
erupções de pele, podendo chegar à ocorrência de reações anafiláticas, com
broncoconstrição e hipotensão arterial, sendo que cerca de 9% pode desenvolver
73
exantemas não alérgicos, principalmente na presença de mononucleose. No campo
alérgico pode ocorrer ainda dermatite de contato, em profissionais envolvidos com o
preparo e administração do antibiótico (LIMA, 2003; BOMFIM; BOMFIM, 2005).
Os enfermeiros da unidade devem estar atentos às alterações do
aprazamento dos horários, pois a ampicilina não apresenta efeito pós-antibiótico e
tem uma meia vida curta. O não comprimento do horário é visto como falta de
adesão do profissional ao cumprimento da terapêutica.
Outro cuidado de enfermagem na administração da ampicilina, diz
respeito com a reconstituição do soluto que deve ser feito de preferência com soro
fisiológico a 0,9% para garantir a estabilidade da solução, que poderá ficar sob
refrigeração para ser usada posteriormente conforme orientação do fabricante
(BOMFIM; BOMFIM, 2005).
O cefepime é uma cefalosporina de quarta geração, possui boa atividade
contra Pseudomonas aeruginosa, Enterobacteriaceae, Staphilococus aureus e
pneumonae, sendo mais resistente à hidrólise por β-lactamase cromossômica e (-
lactamase de espectro ampliado. A droga é depurada pelos rins e possui meia vida
plasmática de 2 horas (KATZUNG, 2006; GOODMAN; GILMAN, 2003).
Em recém-nascidos recomenda-se a infusão do medicamento em 30
minutos, pois uma das complicações encontradas são as flebites, e sabe-se que
estas são um dos fatores de risco relacionados com a infecção de corrente
sangüínea.
A ocorrência de flebite está relacionada com a administração do
medicamento em uma veia periférica. Para minimizarmos estas complicações em
nosso serviço os neonatos recebem um cateter central de inserção periférica (PICC),
o que torna a terapia mais eficaz. Vale ressaltar que os cuidados com cateter são
rigorosos, para reduzirmos a probabilidade de infecção relacionada ao dispositivo.
Em estudo realizado sobre os erros na administração de cefepime o autor
cita os seguintes: erro na dose, erro no tempo de infusão, erro na técnica de
administração, erro no preparo com risco de contaminação (HOEFEL; LAUTERT,
2006). Em nosso estudo alterações no horário de aprazamento foi o erro mais
74
freqüente, dos 53 recém-nascidos que fizeram uso de cefepime, 26(49%)
apresentaram modificações nos horários de administração.
A oxacilina é uma penicilina, com ação bactericida, que inibe a síntese da
parede celular de organismos sensíveis. É indicado para infecções por estafilicocos
produtores de penicilinase sensíveis à droga, bacteremias, endocardites, meningites,
osteomielites, artrite séptica, pneumonia, empiema, epidermites, obsessos,
abscessos renais. A meia vida situa-se entre 30 e 60 minutos, sendo eliminada pelos
rins (GOODMAN; GILMAN, 2003).
Entre as reações de hipersensibilidade, citam-se as erupções cutâneas
maculopapulares, prurido, febre, artralgia, anafilaxia, síndrome de Stevens-Johnson.
As reações sistêmicas são as alterações hematológicas como trombocitopenia,
neutropenia, leucocitose, agranulocitose, eosinofilia, anemia hemolítica e anemia
aplástica, nefrite intersticial transitória, hiperatividade, nervosismo, distúrbios do
sono, confusãiG558(ú)-4.33117(r)2.8068025(o)-444.33025(o)02(a)-4.33025(r)2.8[(s)-0.295432(o)-342.368(h)-4.3212(m)-7.49527(16558(3(272(d)5.67412(39)9.993142(i)1.86878(t)-2.16504(a)-4.33974(i)1.87061(t)-2.165117(g)5.67596(r)2.8934(i)1.86878(s)-0.293142(39)9.967596(M)2.510n.33025(o)742(h)5.67596(o)-4.68(n)-4.331x42(i)1.87061(v)9.71117(i)11.8759(a)-484 )-2.16558(1398(e)-4.334á96(i)1.TJ58(a)]TJ204(f)-2.16467(u)-4.16558(s)-0.293596(i)1.87061(a)-4.33117(,0)9.993117(r)2.80ô58(r)2.80683(o)-4.3332934(r)2.142(i)1.86878(t)-2.16561(a)-4.33117(,0)9.993483(a)5.675229(m)-7.4971(i)1.87258(ú)-4.3358(ú)-4.33é)7(r)2.80683(b)-4.33229(m)-7.497(a)-4.33117(,0)9.993483(a)5.67573(p)-4.33483%)-1.52434())12.8.TJ58(8]TJ-310.023 -20.7591 Td[(a)-4.33067( )-582.508(d)5.67512(d)-4.32934(m)-r)2.32(o)-4.33025(i)1.86958( )-262.025(s)9.71032( )2.4(Â5(e)5.675l7(n)-4.33117(i)4.33117(u)-4.330025(l)1.86969(u)-4.3374(t)-2.1698(e)-4.334558(i)1.87061(c)-0.29497(t)-2.16558 )2.28805(s)-0.294974( )2.4(9061(n)-4.33117(d)-4.3367(u)-4.331158( )-732.5[( )-742.601(e)-4.33117(n)-4.33117(s)-0.293596(i)1.87061(a)-4.33117( )2.2880c42(i)1.87596(m)-7.4971(o))1.87061(l)1.87971(i)1.87244(t)-2.16517( )2.28808025(o)-4433127(-)2.805(s)-0.2949u[(a)-4.33067( )-582.508(d)5.675125( )7.8397(a)-4.62.12(r)]TJ2125( )7.83b3(p)-4.33483(a)-4.33483(r)2.16192(â)-4.33483(l)1.87244(o)-4.33117(c)-0..87061(a)-4.33117( )2.282558( )-402.67596(r)2.805(a)-4.33154( )-352.371(d)-4.3354( )-352.3í06(i)1.87244(t)7.84167(u)-4.16558(s)-0.29317( )2.282592(e)-4.33244(t)7.84159(ó)-4.33483(g)5.67878(i)1.87061(n)-5.67596(e)-4.33483(s)9.71398(,)7.841.62.12(8]TJ-257.192 Td[(r)2.805(i)1.870969(i)1.87061(t)-2.16558117(r)2.805(s)-0.294974(t)-2.1632(o)-4.33025(i)1.86958( )-262.29(o)-4.33117( )-2.33025(e)-4.330025(t)7.84063%)-1.124974(i)1.87061(a)-4.33495(N)1.57564(,)-2.5757(s)-0.294974((t)-2.1658( )-42.19974(i)1.87061(a)-4.33é)7(r)2.80683(n)-4.33117(i)11.8774(e)-4.32934( )-2.16705(e)-4.3342( )-322.355(a)-4.33117(l)1.87061(t)-2.16742(e)-4.32934(r)2.805(a)-4.33117(4(i)1.86878(p)5.67412(e)-4.32934(s)-0.294974( )-182.272(d)5.67412((l)1.87017(u)-4.33025(t)-2.805(g)5.67596(a)5.67571(a)-4.3333117(r)2.8051(l)1.9( )4(l)]TJ275.20-2.1632(o)-4124974(i)4.33117(a)-4.32934(s)-0.2949806(i)1.87248(s)-00899117(.)-2.04( )278)]TJ56.67156(O)-2.46012(e)-4.32934(s)e)5.71618(a)-4.33025(c)-0.2954(c)-0.294974(i)1.87044(n)-4.33483(a)51.8759(d)-4.33171(a)-4.33117o)-4.3329(o)-4.331171(o)-4.33117(l-4.3332(o)-342.368(h)-4.3242( )-322.353(c)-0..16467(u)-4.3311117o)-4.3374( )-2.16558(d)5.67596(e)-4.3334( )-2.16742(t)-2.1658( )-42.19878(p)5.67596(e)-4.125( )18244(c)-0.2968g4( )-2.16558(d)5.675125( )1824117oanpçãoaõentarausimaush (d)-4.33117(a)5.67224( 5978]TJ-335.957 -20.6409 Td7(ç)-0.293142(ã)-4.33025(e)-4.33002(5)-4.33117e)-4.330125( )7.83401(c)9.71032(n)-4.33117(d)-4.33142(i)1.86878(t)-2.16558(a)-4.33025(r)2.805( )7.83971(m)2.71032(n)-4.331974(i)1.87061(t)7.8394(s)-0.294974( )-182.117(i)11.87744(i)1.87117(o)5.675u05(g)5.67596(a)5.675ç7(u)-4.33117(7(i)11.87o7(t)-2.16558 )-4.33117(t)-2.16558(r)2.832(o)-342.3974(i)1.87061(a)-4.33494(i)1.877(s)-0.294974( )-21.8759(d)-4.33171(a)-4.33117o so ieisidis
75
Destacamos que 6% das alterações estão relacionadas com até três
mudanças de horário na prescrição. A média em dias da administração foi de 22,5
dias, pois os recém-nascidos que apresentaram reinfecção, foram tratados com
vancomicina, que foi o último esquema administrado.
A vancomicina é um glicopeptídeo tricíclico complexo, que inibe a ntese
da parede celular das bactérias. Tem espectro de ação sobre as bactérias gram-
positivas. É indicada para infecções graves causada
76
clínica e resultado dos exames laboratoriais (FEFERBAUM et al., 2001; MACHADO
et al., 2001).
Os recém-nascidos que apresentaram um quadro clínico de reinfecção no
decorrer da internação foram tratados também com meropenem por ter sido o
antibiótico utilizado no último esquema.
Meropenem é um antibiótico de largo espectro, interfere na síntese da
parede celular. A facilidade com que ele penetra nas células bacterianas, seu alto
índice de estabilidade a todas as betas lactamases e sua notável afinidade pelas
proteínas ligantes da penicilina explicam a potente atividade bactericida (KUTI et al.,
2004; KATZUNG, 2006; GOODMAN; GILMAN, 2003).
É indicado para o tratamento de infecções intra-abdominal, de pele,
tecidos moles, infecções urinarias, sepse e meningite.
A farmacocinética em crianças é similar ao adulto, sendo que a meia-vida
de eliminação do meropenem em crianças com idade de 3 a 5 meses, encontra-se
aumentada para aproximadamente 1,75. As concentrações de meropenem
aumentam com o aumento da dose na faixa de 10 a 40 mg /kg (SHAH; NARANG,
2004).
As alterações clínicas que podem ocorrer são diarréia, erupção cutânea,
náuseas, vômitos, flebite, prurido, reações no local de aplicação da injeção,
parestesia e cefaléia. Em raras ocasiões trombocitopenia, eosinofilia, alterações das
enzimas hepáticas. A administração de meropenem pode favorecer a candidíase
oral e vaginal. A colite pseudomembranosa é um risco a ser considerado na
administração prolongada de meropenem (BOMFIN, BONFIM, 2005).
Os cuidados de enfermagem relacionados à administração da droga que
deve ser infundida em um intervalo de 15 a 30 minutos; vigilância dos locais de
infusão bem como a monitorização dos exames para detecção de alterações
orgânicas decorrentes da medicação.
Outro aspecto importante diz respeito aos fatores cinéticos do meropenem
que tem sido estudas e foram descritas após análise cromatográfica, que registrou
os parâmetros de degradação em temperatura elevada. Os autores recomendam
77
que após a reconstituição é importante manter o antibiótico em temperatura
apropriada, se for ambiente por duas horas, sob refrigeração 8ºc por 18 horas
(MENDEZ, et al., 2006).
Em neonatologia a experiência com a utilização do meropenem ainda é
limitada, apesar das respostas positivas obtidas em recém-nascidos portadores de
bactéria multiresistentes tratados com a droga.
Negativa;
191
SEP; 3
S.aureus; 2
S.C.N; 1
Burkholdenia; 1
Enterobacter; 4
C
ândida alb.; 2
Klebisiela; 2
Pseudomonas;
1
Gráfico 7. Descrição do resultado das hemoculturas de recém-nascidos internados
em uma unidade neonatal. Fortaleza-CE, jan./jun. 2006.
Em relação ao resultado das hemoculturas no presente estudo
191(93,0%) foram negativas enquanto 16 (7,0%) foram positivas. Na referida
unidade, antes do inicio dos antimicrobianos é normatizada a coleta de sangue para
hemocultura, na suspeita de infecção hospitalar ou para avaliação do RN com clínica
de infecção.
Os agentes mais prevalentes foram os gram-negativos com destaque
para o enterobacter, klebisiela e pseudomonas 7(43,0%), seguidos dos estafilococos
que são gram-positivos com 6(37,0%). Registramos em nosso estudo a presença de
hemoculturas positivas para fungos. Este dado é preocupante pela dificuldade de
tratamento, pelo risco de disseminação e aumento da morbidade e mortalidade
neonatal.
78
Os dados do nosso estudo divergem do consenso mundial, onde os
microrganismos gram-positivos o os mais freqüentes (HERNÁNDEZ et al., 2003;
CIFUENTES et al., 2005; GARCIA-PRATS et al., 2000). Todavia nossos resultados
corroboram com outro desenvolvido na referida unidade, onde os agentes
prevalentes são os gram-negativos (CHAVES, 2003).
A confirmação do diagnóstico é feita a partir da confirmação laboratorial.
Em virtude da pouca sensibilidade encontrada nas hemoculturas, os sinais e
sintomas relacionados à infecção norteiam a clínica. Os enfermeiros que atuam em
unidades neonatais devem estar atentos às mudanças ocorridas nos recém-
nascidos, por mais simples que possam parecer. É importante o registro e a
comunicação da alteração detectada. Quanto mais precoce for a intervenção, melhor
será o prognóstico.
As questões que envolvem a infecção da corrente sangüínea são
complexas. No recém-nascido são várias as portas de entrada para os
79
A sensibilidade de única hemocultura na identificação do agente é de
somente 80%. A ausência de microorganismos não elimina a possibilidade de
infecção (GERDES, 1991). A hemocultura positiva ainda é o teste padrão ouro para
diagnóstico definitivo de infecção. Em recém-nascidos de baixo peso com um
comprometimento hemodinâmico muitas vezes é impossível realizar mais de uma
hemocultura.
Na literatura mundial o Streptococcus B-hemolítico do grupo B é tido
como um dos agentes mais presentes na sepse precoce (GAYNES et al., 1996;
SCHUCHAT et al., 2000). No Brasil este agente ainda não é descrito com freqüência
nos levantamentos epidemiológicos (PINHATA; NASCIMENTO, 2001). Nas
hemoculturas realizadas em nosso estudo esse agente etiológico não foi isolado.
Tabela 9. Descrição do motivo de alteração do aprazamento acordo com o
antimicrobiano em recém-nascidos de uma unidade neonatal. Fortaleza-
CE, jan./jun. 2006.
Antimicrobiano Motivo alteração
E1 E2 E3 ED ET EQ
Total
Falta Unidade 1 - - 1 - - 2
Horário alterado 16 2 - 12 9 - 39
Sem alteração 12 3 1 9 1 - 26
Erro no aprazamento 2 - 1 5 1 - 9
Alterações em esquemas duplos 3 1 - 6 6 2 18
Total 34 6 2 33 17 2 94
Legenda: E1- amplacilina e amicacina; E-2 oxacilina e vancomicina; E-3 vancomicina e cefepime; E-4
vancomicina e meropenem; E-5 Vancomicina e tienam. ED-esquema duplo; ET-esquema triplo; EQ acima do
quarto esquema.
A atuação do enfermeiro no planejamento da administração dos
antimicrobianos é importante, pois a dose e o intervalo destas medicações estão em
função da farmacocinética, farmacodinâmica, peso e idade pós-conceptual do
recém-nascido. Quando ocorrem alterações nos intervalos, estamos comprometendo
o resultado final da terapêutica, principalmente quando utilizamos antibióticos dose
dependente e que tenham efeito pós-antibiótico.
No período neonatal nos deparamos com a necessidade de administrar
doses muito fracionadas para os recém-nascidos, isso gera maior demanda de
tempo de trabalho de enfermagem, além necessidade de manipulação excessiva,
80
aumentando a probabilidade de uma maior incidência de erros neste processo.
(PETERLINI; CHAUD; PEDREIRA, 2003).
Não podemos esquecer que estas alterações estão registradas no
prontuário do RN, e esta é a principal forma de comunicação entre os profissionais
da equipe multiprofissional com o paciente e sua terapêutica em relação à
administração da medicação. Vale ressaltar que problemas como alterações de
horário sem justificativa, falta de checagem da medicação, erro de horário no
aprazamento e a falta do medicamento ficam registrados e podem comprometer o
profissional.
A responsabilidade jurídica para o profissional da enfermagem, encontra-se
descrita no Decreto Lei n. 94.409, artigo do Conselho Regional de Enfermagem
(COREN), onde consta que na administrão de medicamentos, se houver atuação
ernea por parte da enfermagem, seja uma ão ou omissão, que leve a um prejuízo
moral ou sico, em que a relão do ato ou omissão de administrar estejam presentes,
é cabível um processo civil (COIMBRA; CASSIANI, 2001).
A prematuridade e as infecções neonatais são um dos principais motivos
para a longa permanência do recém nascido na unidade neonatal. A infecção pode
ocorrer por transmissão transplacentária, ou seja, materno-fetal através dos vasos
placentários, ou quando a integridade da membrana foi alterada; transaminiótica
devido à ruptura precoce das membranas amnióticas; hospitalar em decorrência da
exposição ambiente e do manuseio excessivo a que os recém-nascidos são
submetidos.
A utilização de antimicrobianos no período neonatal é uma tarefa
complexa, pois os fatores de risco para infecção no RN tanto são de origem materna
quanto ambiental. Para sobreviver muitos procedimentos invasivos o realizados,
aumentando os riscos de infecção, as normas e rotinas de controle de infecção
hospitalar devem ser rigorosas, a equipe deve estar preparada para lidar com o RN
de risco, pois quanto mais tempo este permanecer, maior será o numero de
microrganismos a que ele estará exposto. As mãos dos profissionais dentro da
unidade são o melhor veículo de contaminação e disseminação dos germes quando
não lavadas adequadamente.
81
O que observamos no cotidiano é a utilização de esquemas múltiplos de
antimicrobianos empíricos para tratar processos infecciosos e assim assegurar a
sobrevida dos Rns. Nos estudos os autores citam uma predisposição no RN para
colonização e infecção das bactérias multiresistentes, bem como o risco de infecção
por fungos, quando utiliza-se de forma inadequada a terapia antimicrobiana empírica
(KOLLEF, 2000; APISARTHANARAK et al., 2004).
Ocorrências adversas estão relacionadas à não realização, a realização
em horário inadequado, devido a aprazamentos incorretos, redução ou aumento do
número de doses, tempo de infusão inadequado, via inadequada e medicamento
incorreto.
Para administração de medicamento é necessário um conhecimento mais
profundo sobre a interação entre drogas, ou seja, quando uma droga modifica o
efeito de outra. Uma droga pode potencializar ou diminuir o efeito de outras e alterar
a maneira pela qual outra droga é absorvida, metabolizada e eliminada do
organismo.
A vivência e a experiência da equipe de enfermagem na realização desta
tarefa é de significativa importância, pois se houver uma dosagem diferente do
medicamento, algo que não seja familiarizado, a medicação não deve ser
administrada, deve ser comunicada ao enfermeiro ou plantonista médico, pois o
responsável final pelo processo é o enfermeiro.
Quando duas drogas atuam sinergicamente, o efeito combinado das duas
é maior que aquele das duas drogas atuando separadamente. Algumas drogas
apresentam interações benéficas ao paciente. Outras apresentam efeitos prejudiciais
à saúde do paciente, por isso há uma crescente necessidade em realizar educações
em serviços com a equipe de enfermagem, para que a terapia medicamentosa
ocorra sem equívocos com a única finalidade de melhorar o estado de saúde do
recém nascido.
Competem ao enfermeiro as atividades de aprazamento das medicações.
Isso pode parecer simples, mas envolvem diversos aspectos relacionados à rotina
de cada serviço, outras ordens técnicas e econômicas. A aplicação de
medicamentos envolve precisão por parte do profissional. Para isso ele tem como
82
diretriz a aplicação de cinco certos que constituídos por: medicamento certo, dose
certa, paciente certo, via certa e hora certa.
É necessário que ao administrar um medicamento à enfermagem observe
se está de acordo com a prescrição. E ainda, se a diluição dessa medicação confere
com as referências farmacológicas em virtude de alguns medicamentos serem
irritantes às veias. necessidade que alguns medicamentos sejam realizados de
forma lenta, visto que uma administração rápida pode resultar em graves efeitos
colaterais. Devem-se avaliar as condições do paciente para perceber se tolera a
droga, avaliar se a agulha está realmente na veia, se há retorno de sangue e,
principalmente verificar o tempo de permanência do cateter e ficar sempre alerta aos
efeitos colaterais tais como: anafilaxia, angústia respiratória, taquicardia, bradicardia
ou convulsões, ou ainda vômitos, náuseas, rubor, erupções cutânea, para interromper
a medicação e avisar aos médicos.
Em neonatologia algumas medicações são nefrotóxica, hepatotóxicas e
como o recém-nascido não tem estas funções bem desenvolvidas, elas podem ser
prescritas de uma forma diferenciada, principalmente os antibióticos, com efeito,
pós-dose, como é o caso dos aminoglicosídeos, onde o intervalo das doses podem
ser a cada 18, 24, 36, 48 e 72 horas.
Em estudo realizado para identificar as causa de erros na administração
de medicamentos em um hospital universitário, observou-se que as falhas humanas
ocorreram por falta de atenção, habilidade, conhecimento, interesse, zelo e a pressa
na realização da atividade (SILVA; CASSIANI, 2004).
No cotidiano dos enfermeiros faz-se necessário um aprofundamento
acerca das medicações utilizadas dentro do serviço, pois o processo de execução
cabe a equipe de enfermagem, que na maioria das vezes desconhece os prejuízos
causadas por alterações ocorridas nos aprazamentos. Um dos pontos importantes
diz respeito ao conhecimento limitado à cerca da farmacodinâmica e da
farmacocinética das medicações utilizadas dentro da unidade.
83
Tabela 10. Descrição dos sinais e sintomas que geraram a mudança no esquema de
antimicrobiano em uma unidade neonatal. Fortaleza-CE, jan./jun. 2006.
Esquemas de Antimicrobianos
Sinais e sintomas
E1 E3 ED ET EQ
Total
Hipotermia 1 - 3 4 - 8
Hipertermia - - 1 1 - 2
Apnéia - - 1 2 - 3
Bradicardia - - - 2 - 2
Hipoatividade 1 - 2 1 - 4
Plaquetopenia - - 5 - - 5
DR - - 5 - - 5
Pneumonia - - 3 1 - 4
Infecção cirúrgica - - 1 2 - 3
Hipotermia/apnéia - - 1 - - 1
Hipotermia/bradicardia 1 - 1 - 1 2
Hipertermia/apnéia - - 1 1 - 2
Apnéia/bradicardia - - - 1 - 1
Hiperglicemia/ hipoatividade - - 1 - - 1
Hiperglicemia/ plaquetopenia - 1 - - - 1
Hipoatividade/ plaquetopenia - 1 - - 1 2
Total 3 1 25 15 2 46
Na tabela acima a descrição dos sinais e sintomas de infecção que foram
indicadores para as mudança dos antibióticos foram a hipotermia em oito momentos,
seguidos de plaquetopenia em cinco momentos detectada através do exame de
sangue, e cinco episódios de desconforto respiratório.
Em nosso estudo utilizamos os sinais e sintomas clássicos para infecção
de corrente sanguínea no RN que o apnéia, hipotermia, hipertermia e bradicardia
os indicados pelo CDC e os sinais inespecíficos foram os apresentados pelos recém-
nascidos no momento de agravamento do quadro clínico que norteou a mudança do
antimicrobiano.
O monitoramento dos sinais e sintomas para infecção deve ser rigoroso,
pois as manifestações clínicas apresentadas pelo recém-nascido são inespecíficos,
retardando muitas vezes o diagnóstico. Cabe a equipe de enfermagem registrar
todas as alterações clínicas apresentadas pelo recém-nascido, pois a antecipação
na terapêutica pode minimizar as seqüelas a que o RN está sujeito decorrente do
processo infeccioso.
Os sinais clínicos observados podem aparecer de forma abrupta com
alterações hemodinâmicas, como hipotensão, colapso vascular, choque séptico e
84
morte ou, de uma forma mais lenta, com sintomas inespecíficos como hipoatividade,
letargia, desconforto respiratório, apnéia, bradicardia, instabilidade térmica
(hipotermia ou hipertermia), perfusão periférica ruim, cianose, pele marmórea,
icterícia precoce, resíduo gástrico, distensão abdominal, recusa alimentar, vômito,
hipoglicemia ou hiperglicemia (AVERY; FLETCHER; DONALD, 1999; MARCONDES,
2000; RUGOLO, 2000; KOLPEMAN, 2004).
Em um estudo realizado em quatro centros de referência nos Estados
Unidos em recém-nascido com quadro clínico sugestivo de sepse, os sintomas mais
encontrados foram hipertermia, icterícia, desconforto respiratório, hepatomegalia,
anorexia, letargia, vômito, cianose, apnéia, distensão abdominal, irritabilidade,
hipotermia e diarréia (BRITT et al., 1978). Em nossos dados os sinais e sintomas
são diversificados, dificultando o diagnóstico final.
Em recém-nascidos com hemocultura positiva para estafilococos durante
os episódios de infecção de corrente sanguínea os sinais e sintomas clínicos
detectados foram hiposaturação, hipotermia e hipertermia, apnéia e bradicardia,
distensão abdominal, diarréia, letargia e irritabilidade (HEALY et al., 2004).
A presença de vários sinais e sintomas dificulta muitas vezes o
diagnóstico precoce, pois existem outras patologias que apresentam os mesmo
sinais e sintomas de origem não infecciosa. A hipotermia e a hipertermia podem
ocorrer em função do controle inadequado da incubadora que deve ser ajustada de
acordo com o peso do recém-nascido, sendo uma ocorrência freqüente dentro da
unidade neonatal.
A apnéia em recém-nascido pré-termo é definida como uma pausa com
tempo superior acompanhado de bradicardia, cianose ou palidez, sendo difícil de
distinguir da sepse e das complicações relacionadas à imaturidade pulmonar, que
não são infecciosas. O neonato prematuro é mais propenso a fazer apnéia por ter o
centro de controle da respiração imaturo e o coordenado (FALCÃO, 1998). Os
episódios de bradicardia estão associados à queda de saturação de oxigênio. A
bradicardia é possivelmente uma resposta quimio-receptora periférica a hipoxemia
(TAEUSCH; AVERY, 2003).
85
A sepse é uma causa importante de trombocitopenia neonatal. Uma baixa
na contagem de plaquetas menor do que 150.000 pode ser um indício de infecção
nesta população. A leucometria periférica é o mais útil dos indicadores indiretos de
infecção bacteriana (AVERY; FLETCHER; DONALD, 1999). A contagem de
leucócitos é considerada anormal se está for <5.000 ou > 25.000, relação neutrófilos
imaturos/ neutrófilos totais maior ou igual a 0,2 e neutropenia importante com
contagem inferior a 1.000/mm
3
(SIMÕES, 2002; TAMEZ; SILVA, 2006).
Os microrganismos na corrente sanguínea informam liberam endotoxinas
em níveis baixos, causando reação inflamatória e pirogênica, e em níveis elevados
leva à ocorrência de choque endotóxico irreversível e falência de ltiplos órgãos.
A presença de toxinas bacterianas ou produtos da parede celular bacteriana provoca
a liberação, principalmente do fator de necrose tumoral (TNF), interleucina 6 (Il-6) e
interleucina 1 (Il-1). A Il-1 tem efeito pirogênico, ativa as prostaglandinas E2 no
hipotálamo, que eleva o centro térmico, causando vasoconstrição periférica e
contração muscular, provocando a febre. O TNF e outros mediadores aumentam a
permeabilidade vascular, produzindo rupturas capilares difusas, reduzindo o tono
vascular que leva um desequilíbrio entre a perfusão e o aumento das necessidades
metabólicas teciduais. A hipotermia pode ser o início do colapso circulatório e a
hipertermia é uma resposta aguda à infecção, estimulada pelo TFN e principalmente
pela Il-1. A hipertermia é um sinal clínico de alerta para a presença de bacteremia
(WARDLE, 1986; MIURA, 1997; HERNÁNDEZ et al., 2003)
Tabela 11. Descrição das alterações clinicas apresentadas de acordo com o
esquema de antimicrobiano utilizado por recém-nascidos internados
em uma unidade neonatal.
Fortaleza-CE, jan./jun. 2006.
Antimicrobiano
Alterações clinicas
E1 E2 E3 ED ET EQ
Total
Renal - - - - - 1 1
Hepática - - - - - - -
Exantema 1 - - - - - 1
Extravasamento - - - 1 - - 2
Flebite - - 2 2 - 4
Renal/ hepática - - - 1 - - 1
Extravasamento e infiltração - - - 1 - 1
Sem alteração clínica 33 6 2 29 14 1 85
86
Na tabela acima podemos perceber pelos resultados que as alterações
mais detectadas estão relacionadas ao sistema tegumentar e vascular. Foram
detectadas nove alterações relacionadas ao uso dos antimicrobianos. Destas as
flebites foram as mais freqüentes com quatro ocorrências, seguidas de dois
extravasamentos com perda de tecido e uma infiltração e extravasamento
simultâneo. Em relação aos esquemas de antimicrobianos o esquema duplo que
consiste na associação de ampicilina e amicacina mais oxacilina e cefepime foram
os mais freqüentes seguidos do esquema triplo que é acrescido de vancomicina e
meropenem.
A detecção das alterações clínicas em RNs são difíceis de serem
percebidas, pois requer conhecimento, observação e monitorização continuam para
se possa fazer um julgamento clínico diante uma intercorrência.
Para avaliação da função renal e hepática nos recém-nascidos em
antibioticoterapia, faz-se necessário a utilização dos exames laboratoriais e
observação clínica durante o exame físico. O controle dos líquidos infundidos e
eliminados deve ser rigoroso, afim de que se possa mensurar a diurese horária.
Uma das dificuldades de relacionar a alteração hepática com os
antibióticos no prematuro, é o fato deste apresentar hiperbilirrubnemia nos primeiros
dias de vida, sendo que na maioria das vezes é fisiológica. A icterícia patológica
ocorre de uma forma mais abrupta e se manifesta até 48 horas de vida. O
tratamento é feito com fototerapia a fim de evitar os efeitos tóxicos sobre o sistema
nervoso central (ALVES FILHO; TRINDADE, 2005).
As flebites ocorreram em recém-nascidos fazendo uso do segundo ou
terceiro esquema, seguidos de ocorrências de infiltração e extravasamento que
levou a lesão dérmica importante. Convém lembrar que cada lesão ocorrida na pele
do RN é uma porta de entrada para os microorganismos, expondo a mais um risco
de infecção hospitalar.
No recém-nascido a rede venosa além de pouco visível é delicada,
apresenta fragilidade capilar maior, tornando mais propensa as complicações
associadas a terapia endovenosa.
87
A pele do prematuro com idade gestacional menor do que 32 semanas,
encontra-se imatura com sua função de barreira ineficiente. Outro aspecto
importante diz respeito ao pH da pele que deve ser ácido para proteger contra
infecção. No RN a termo após o nascimento o pH é de 6,3 com declínio para 4,9 em
quatro dias, enquanto no prematuro o pH médio é de 6,7 ao nascer e de 5,0
somente no oitavo dia de vida (HARADA; RÊGO, 2005).
Com as novas tecnologias em cateteres centrais de inserção periférica
(PICC), a terapia intravenosa tem se tornada mais segura para a infusão de fluídos e
antimicrobianos no período neonatal.
No recém-nascido as vias de depuração de fármacos hepática e renal são
limitadas, principalmente no prematuro. A depuração do rmaco se desenvolve de
um modo variável no primeiro ano de vida e podem ser influenciadas pela indução
de enzimas de metabolização. No momento atual ainda não foram determinados os
padrões de desenvolvimento exatos para maioria das isoformas do citocromo P450.
Para a CYP1A2, tem se observado uma depuração metabólica muito lenta para
alguns compostos no primeiro ano de vida tais como a teofilina e anticonvulsivantes
(GOODMAN; GILMAN, 2003).
A falência renal aguda em recém-nascidos tem uma incidência de 5 a
24% no período pós-neonatal e tem como causa hipóxia isquêmica e injúria tissular
resultante de substâncias tóxicas, tais como as associações de antibióticos com
aminoglicosídeos e antiinflamatórios não esteróides indicados para o tratamento do
fechamento do canal arterial (ANDREOLI, 2004).
Os efeitos indesejáveis apresentados pelas penicilinas consistem em
reações de hipersensibilidade causadas pelos produtos de degradação que se
combinam com o hospedeiro, tornando-se antigênicos. As erupções cutâneas e
febre são as ocorrências mais descritas na literatura (RANG et al., 2004). Em nosso
estudo a presença de exantema dérmico ocorreu após a administração de
ampicilina.
O uso de fármacos ototóxicos em recém-nascidos de alto risco quando
administrados em conjunto levam a perda auditiva neurosensorial, sendo amicacina
88
e cefotaxima (OR 5,35) cefotaxima e furosemida (OR 7,02) ceftazidima e
vancomincina (OR 9,12) (CÂMARA, 2005).
A detecção de complicações só é possível se houver monitorização antes,
durante após a administração dos medicamentos. Para que isso ocorra à equipe de
enfermagem, que é responsável pelo procedimento deve ter conhecimento para
relatar tal fato. No entanto, os que temos no nosso cotidiano são auxiliares e
técnicos de enfermagem administrando medicamentos sob a supervisão do
enfermeiro.
A monitorização das complicações é uns processos complexos, que deve
ser realizada por enfermeiro, pois envolve a monitorização dos sinais vitais com
checagem da pressão arterial, pulso, freqüência respiratória e cardíaca, a checagem
do ritmo cardíaco ao monitor para detecção de arritmias, a presença de
manifestações clínicas como erupções cutâneas e edema de glote (MANIAS;
AITKEN, 2004).
O processo que envolve administração de medicamentos é complexo e
requer a participação do enfermeiro na sua prática clínica, pois durante a sua
formação estes conteúdos são repassados, cabendo ao profissional o
aprofundamento dentro da sua área específica.
89
6 REFLEXÕES/CONCLUSÕES
O estudo realizado em 94 recém-nascidos internados na UTIN nos
permite considerar que:
O nascimento de recém-nascidos do sexo feminino ocorreu em maior
proporção que o masculino, sendo que os RNs prematuros com peso menor do que
1.499g foram mais freqüentes. A faixa de idade gestacional mais freqüente foi de 32-
37s, o que sugere maior risco em virtude da imaturidade dos órgãos e sistemas do
neonato. Quanto ao índice do Apgar, observamos que no primeiro e quinto minuto
que a faixa mais presente foi entre 7-10. Estes dados nos mostram que a assistência
prestada em sala de parto foi satisfatória para uma clientela de risco. Ressaltamos
que em situação de urgência este índice muitas vezes não registrado, pois as
manobras de reanimação neonatal, devem ser iniciadas 30 segundos após o
nascimento. A prematuridade e a síndrome do desconforto respiratório ocorreu em
uma grande parcela dos RNs. Este fato está relacionado com o tipo de gestante
atendida na instituição, que é um dos serviços de referência para gestação de alto
risco. Em relação ao destino dos neonatos obtivemos um percentual satisfatório de
alta hospitalar.
A indicação do antimicrobiano ocorreu em recém-nascidos cujas mães
apresentarem aminiorrex prematura durante o trabalho de parto, sendo está variável
significante no estudo. Dos antibióticos que compõem o primeiro esquema foram os
mais utilizados amicacina e ampicilina. Esta associação ainda é uma opção
terapêutica com resposta satisfatória nos RNs. Nas hemoculturas positivas os
agentes mais freqüentes foram os gram-negativos com destaque para o
Enterobacter que foi identificado em quatro hemoculturas. Os gram-positivos neste
estudo, não foram os agentes mais prevalentes.
Em relação à associação dos antimicrobianos nos recém-nascidos com a
idade gestacional, nos menores de 37 semanas destacamos o uso da oxacilina,
cefepime e meropenem que apresentaram associação estatística significante para o
número de alterações ocorridas no aprazamento e o tempo de uso do antibiótico.
90
Dentre as alterações ocorridas no aprazamento destacamos as mudanças
de horário como as mais freqüentes em todos os esquemas de antimicrobianos
durante a terapêutica. O primeiro esquema que é ampicilina e amicacina sofreu um
maior número de alterações, seguido do esquema duplo que consiste em amicacina
e ampicilina mais oxacilina e cefepime. Ressaltamos que estes esquemas
terapêuticos foram os mais utilizados.
Em relação aos sinais e sintomas qua nortearam a mudança dos
antimicrobianos nos recém-nascidos a hipotermia ocorreu em oito momentos,
seguidos de hipoatividade e plaquetopenia em cinco momentos. As alterações
clínicas detectadas foram às flebites em quatro ocasiões, seguido de
extravasamento em dois momentos. A vigincia rigorosa durante a administração
dos medicamentos é um dos aspectos importantes da assistência de enfermagem,
pois, quanto mais rápido for detectada a alteração, melhor será o prognóstico do RN.
O conhecimento a cerca das questões que envolvem a farmacologia
clínica no período neonatal é um fator diferencial no cuidado prestado, pois os
recém-nascidos que se encontram dentro das UTIN são em sua maioria prematuros,
com risco ou portadores de infecção que necessitam de antimicrobianos durante o
período de internamento. Estes são susceptíveis as alterações relacionadas à dose,
ao intervalo de administração, a via e as próprias condições de maturação do
sistema renal que é responsável pela excreção e o sistema hepático que faz
metabolização dos medicamentos administrados.
O enfermeiro dentro da UTIN tem um papel importante no planejamento
da administração dos antimicrobianos, pois a terapêutica adequada vai contribuir
para o restabelecimento do recém-nascido, minimizando o risco de complicações
relacionados com pequena dosagem ou superdosagem das substancias
administradas.
91
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99
APÊNDICES
100
APÊNDICE A – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
1.IDENTIFICAÇÃO
1.1Nº de registro no estudo RG-
1.2 Nº do prontuário PRON -
1.3 Data do Nascimento - V1.NAS-
1.4 Data da internação- INT-
1.5 Destino – data / /
(1) Alta (2) óbito (3) transferência
V2. DES –
1.6 Tempo de permanência V3. PER
1.7 Sexo (1) masculino (2) feminino V4. SEXO -
1.8 Idade gestacional (semanas) - V5.IG -
1.9 Tipo de Parto- (1) Normal (2) Cesárea V6.PAR-
1.10 Apgar 1’__________5’_________ V7.APG- 1’5
1.11 Peso (gramas) V8.PESO-
1.12 Diagnóstico V9. DIA
2. Indicação do antimicrobiano
(2.1) aminiorrex (2.2) corioamionite (2.3) asfixia perinatal (2.4)
alteração clínica (2.5) alteração laboratorial
V.10
3. Motivo da alteração do horário V11MOT.
(1) faltando na unidade
(2) faltando na fármacia
( 3) reajuste de dose
(4) reajuste para o horário padrão
(5) outros
4. Antimicrobianos V12 ATB
1º ESQUEMA
Amicacina (1) sim (2) não V12.ATB
Número de doses-
Horário inicial -
Alterações no horário - V13.ALTER -
Duração do tratamento -
Amplacilina (1) sim (2) não
Número de doses-
Horário inicial -
Alterações no horário - V13. ALT
Duração do tratamento -
2º ESQUEMA V.12 ATB
Oxacilina (1) sim (2) não
Número de doses-
Horário inicial -
Alterações no horário - V13. ALTER -
Duração do tratamento -
101
Cefepime (1) sim (2) não
Número de doses-
Horário inicial -
Alterações no horário - V13.ALTER -
Duração do tratamento -
3º ESQUEMA V.12 ATB
Cefepime - (1) sim (2) não
Número de doses-
Horário inicial -
Alterações no horário - V.13ALTER -
Duração do tratamento -
Vancomicina (1) sim (2) não
Número de doses-
Horário inicial -
Alterações no horário - ALTER -
Duração do tratamento -
4º ESQUEMA V14 ATB
Vancomicina (1) sim (2) não
Número de doses-
Horário inicial -
Alterações no horário - V. 15 ALT.
Duração do tratamento -
Imipenem (1) sim (2) não V16. ATB
Número de doses-
Horário inicial -
Alterações no horário - V.17 ALT.
Duração do tratamento -
Outros V.18
Número de doses-
Horário inicial -
Alterações no horário - V19 ALTER -
Duração do tratamento -
5. Sinais e sintomas de infecção da corrente sanguínea V20.ICS
Hipotermia (1) sim (2) não
Hipertermia ( 1) sim (2) não
Apnéia (1) sim (2)
Bradicardia (1) Sim (2) não
6. Complicações relacionadas aos antimicrobianos V21 COM
Insuficiência renal
Hepatite
Exantema
Flebite química
102
OUTROS
OUTROS
7. HEMOCULTURAS V22 HEM
(1) negativa
(2) positiva V23 HEM
(2.1) staphilococus aureus
(2.3)stapilococus coagulase negativo
(2.4) staphilococus epidermides
(2.5) klebsiela
(2.6) Pseudomonas
(2.7) acinetobacter
(2.8) serratia
(2.9) enterobacter
103
APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO
I – Identificação do examinado:
Rn de
Responsável Legal -
RG:
ENDEREÇO:
TELEFONE:
II – Dados sobre a pesquisa:
1. Título:Aprazamento de antimicrobianos: atuação do enfermeiro
2. Pesquisador Responsável: Edna Maria Camelo Chaves
3. Ocupação do pesquisador responsável: Enfermeira
4. Avaliação de risco da pesquisa: SEM RISCO
Objetivo da pesquisa: Verificar se as alterações ocorridas no aprazamento dos
antimicrobianos durante a terapêutica contribuem para as complicações clínicas.
III – Explicação sobre a pesquisa:
1. Instrumento de coleta de dados:
Protocolo de avaliação (APÊNDICE A), elaborado pelas pesquisadoras. Será
avaliado os prontuários para detecção das alterações no aprazamento dos
antibióticos, bem como as complicações que podem advir desta alteração.
2. Risco e desconforto aos pacientes:
A presente pesquisa, em quaisquer de suas fases, não representa risco ou danos às
dimensões física, psíquica, moral, intelectual, social, cultural ou espiritual dos
sujeitos pesquisados, da instituição ou de qualquer indivíduo relacionado aos
sujeitos da pesquisa.
104
3. Benefícios que poderão ser obtidos
Todos os dados significativos obtidos na pesquisa serão revertidos em informações
visando aprofundar conhecimentos acerca da terapia medicamentosa para o recém-
nascido.
IV – Garantias aos examinados:
1. Acesso a qualquer tempo às informações sobre procedimentos, benefícios
relacionados á pesquisa, inclusive para dirimir eventuais dúvidas.
2. Liberdade para retirar seu consentimento a qualquer momento e deixar de
participar do estudo, sem que isso lhe tragar qualquer prejuízo.
3. Salvaguarda da confidencial idade, sigilo e privacidade.
Em qualquer etapa de estudo, você terá acesso ao responsável pela pesquisa para
esclarecimentos de eventuais dúvidas. O meu nome é Edna Maria Camelo Chaves,
residente a rua Belos Portos, 425, Passaré. Telefone 32950345. A orientadora é
a professora Drª Silvânia Maria Mendes Vasconcelos.
V. Consentimento PÓS-ESCLARECIDO:
Declaro que após ter sido convenientemente esclarecido pelo examinador
e ter entendido o que me foi explicado, concordo em participar do presente protocolo
de pesquisa.
Fortaleza, ________, de ________________________ de 2005.
______________________________________
Assinatura do responsável legal
_____________________________________
Assinatura do examinador
Declaro ainda, que fui informado do objetivo e da metodologia da referida
pesquisa e que assim autorizo o pleno acesso da pesquisa.
105
Para fins de coleta de dados. Fui informado que os
106
ANEXOS
107
ANEXO A OFÍCIO DE SOLICITAÇÃO PARA ENTRADA NO CAMPO DE
PESQUISA
108
ANEXO B – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA
Livros Grátis
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