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regras ou normas, depois pela heteronomia, que é baseada na ação do outro,
construída na relação com os outros, para depois ter autonomia, isto é, agir por si
mesmo, decidir sobre algo, ter liberdade de tematizar exercendo sua autonomia. “A
autonomia refere-se, a um lado por um nível de desenvolvimento psicológico (...),
implicando desta forma uma dimensão individual, e, por outro lado, a uma dimensão
social. A autonomia pressupõe uma relação com os outros” (PCN/ 1 A 4 séries, vol
8, 1997).
Desta forma só é possível realizá-la coletivamente exercendo relações entre
aprendente e ensinante, de forma não autoritária, por meio do diálogo, da
cooperação, da troca e respeito mútuo entre outros.
Com a Lei de Diretrizes e Bases, Lei 9394/96, o tema autonomia ganhou
espaço no que diz respeito à autonomia da instituição escolar no planejamento e
execução de suas atividades pedagógicas e no enfrentamento de seus problemas.
Aqui nesse trabalho, o que se pretende analisar, é a questão da autonomia como um
ideal pedagógico no processo de aprendizagem.
Para PIAGET, numa abordagem construtivista, o desenvolvimento é a ação
do sujeito sobre o mundo e o modo pelo qual isto se converte num processo de
construção interna. O sujeito aprendente tem o papel principal no processo ensino-
aprendizagem e o professor é aquele que enriquece o ambiente, provoca situações
para que o aprendente possa se desenvolver de forma ativa, realizando suas
próprias descobertas, construindo suas estruturas intelectuais. Os estímulos de seus
esquemas mentais formulam hipóteses na tentativa de resolver situações, quando
não consegue resolvê-las passam por conflitos cognitivos que as levam a reformular
suas hipóteses, ampliando seus sistemas de compreensão de forma contínua na
busca do equilíbrio de suas estruturas cognitivas.
No livro do referido autor: O Julgamento Moral na Criança, ele apresenta
uma visão psicológica do desenvolvimento dos comportamentos e juízos morais na
criança, e a partir daí, discute temas em relação ao respeito à regra, do ponto de
vista da própria criança, partindo das regras do jogo social. A consciência da regra
pode ser dividida em três etapas: A anomia (não seguem regras coletivas), a
heteronomia (não concebe as regras como algo firmado entre os jogadores, mas sim
como algo imutável, criado por autoridade, e não se vê como inventora de regras) e,
por último, a autonomia (onde as crianças jogam seguindo as regras e o respeito às
regras é compreendido como decorrente de mútuos acordos entre os jogadores,