regravação. Ela é essencial para o funcionamento dos gravadores de som e de vídeo, de
inúmeros equipamentos acionados por cartões magnéticos, e tornou-se muito importante
nos computadores.
As propriedades magnéticas das substâncias se devem a uma propriedade intrínseca
dos elétrons, seu spin (palavra em inglês que significa girar em torno de si mesmo). Como
o elétron tem carga, ao spin está associado um momento magnético, o qual se comporta
como uma minúscula agulha magnética, tendendo a se alinhar na direção do campo
magnético a que está submetida. Nos átomos mais comuns o spin total é nulo, pois os
elétrons ocupam os orbitais satisfazendo o princípio de Linus Pauling, ora com o spin num
sentido, ora no outro. Entretanto, para certos elementos da tabela periódica, o spin total é
diferente de zero, fazendo com que o átomo tenha um momento magnético permanente.
Este é o caso dos elementos do grupo de transição do ferro, como níquel, manganês, ferro e
cobalto, e vários elementos de terras raras, como európio, gadolínio, etc. Os materiais
formados por esses elementos ou suas ligas têm propriedades que possibilitam suas
aplicações tecnológicas. O mercado mundial de materiais magnéticos e seus dispositivos
compreendem, atualmente, cerca de 150 bilhões de dólares por ano. Por essa razão, a
pesquisa para seu aperfeiçoamento é muito intensa em todo o mundo. Mas não é apenas
por sua importância tecnológica e econômica que os materiais magnéticos concentram hoje
intensa atividade de pesquisa no mundo inteiro. O magnetismo dos materiais constitui um
dos campos de pesquisa mais férteis e ativos da física, dada à imensa diversidade das suas
propriedades e dos fenômenos que neles são observados.
As aplicações mencionadas são baseadas em propriedades e fenôme nos clássicos,
todos conhecidos e compreendidos desde o início do século XX. A evolução tecnológica
dessas aplicações ocorreu por causa da descoberta de novos ma teriais, aperfeiçoamento das
técnicas de preparação, etc. Porém, nos últimos 15 anos, a pesquisa em materiais
magnéticos ganhou um grande impulso por conta de descobertas feitas com estruturas
artificiais de filmes muito finos. Os filmes finos podem ser preparados por vários métodos
diferentes, dependendo da composição, espessura e aplicação. Todos eles se baseiam na
deposição gradual de átomos ou moléculas do material desejado sobre a superfície de outro
material que serve de apoio, chamado substrato. A fabricação de fil mes ultra-finos, com
espessuras da ordem ou fração de 1 nanômetro ( 1 nm = 10
-9
m), tornou-se possível graças
à evolução das técnicas de alto vácuo. Hoje é possível fabricar estruturas artificiais
controlando a deposição de camadas no nível atô mico, com alto grau de perfeição e pureza.
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