30
QUADRO 01 - EVOLUÇÃO DA REDE URBANA AMAZÔNICA E DO ESPAÇO URBANO DE BELÉM
Período
ELEMENTOS DO PROCESSO DE PRODUÇÃO
DO ESPAÇO REGIONAL
PRINCIPAIS ELEMENTOS DA CONFIGURAÇÃO
DA REDE URBANA
PRINCIPAIS ELEMENTOS DA CONFIGURAÇÃO
URBANA DE BELÉM
Exploratório
1499
a
1542
. Vicente Pinzon toca a foz do Amazonas.
. Diego de Lepe e diego de Ordaz e mais dez diferentes expedições tentaram penetrar na região.
. Expedição de Orellana constatou a extraordinária riqueza existente na região.
. Reconhecimento da Amazônia com vistas à sua ocupação imediata.
1ª Fase
1616
a
1655
. Início da conquista do território amazônico.
. Interesse em assegurar a defesa do território.
. Perspectiva de controle econômico.
- Fundação da cidade de Belém (1616): localização
estratégica de caráter político-militar.
- Criação dos núcleos de Souza do Caeté (Bragança)
1633; e Vila Viçosa de Sta. Cruz do Cametá (Cametá) -
1635, a partir de Belém.
Traçado urbano marcado pela espontaneidade.
Forte do Presépio (do Castelo) como foco do traçado urbano.
Inexistência de segregação ou de especialização funcional urbana.
Tendência inicial de evitar as áreas alagadas ou alagáveis.
2ª Fase
1655
a
1750
. Economia baseada no trabalho indígena e no sistema de
aviamento.
. Controle e gestão da vida econômica e social pelas
ordens religiosas.
. Economia voltada para a exportação das "drogas do
sertão"
- Surgimento de núcleos populacionais ao longo do vale
do Amazonas - embrião da rede urbana.
-Presença de fortins e aldeias missionárias ao longo dos
vales dos rios.
- Surgimento de aldeias missionárias - Ex. Surubiú
(Alenquer), Jamundas (Faro), Gurupatiba (Monte
Alegre), Mariuá (Barcelos) - próximas às aldeias
indígenas, ou sob a proteção de um fortim às margens do
Amazonas ou à foz de seus afluentes - Ex: Santarém
(Tapajós), Óbidos (Amazonas), Tefé (Japurá).
- Criação do Forte de São José do Rio Negro (1660) -
Aldeia Missionária de Manaus no Lugar da Barra
(próximo da embocadura do Rio Negro).
Reafirmação de Belém como centro regional.
- Expansão voltada para a apropriação de terras altas, reafirmando
a fuga ou transposição de áreas alagadas ou alagáveis.
- Configuração de dois bairros: o da Cidade (núcleo original) e o
da Campina (núcleo mais recente).
- Presença marcante dos edifícios religiosos (expressão espacial
da acumulação de riquezas), que contrastavam com o casario de
um pavimento.
- Presença de outras fortificações militares: fortes, baterias, etc.
- Incipiente especialização funcional do espaço devido às
atividades comerciais. Ex: Rua dos Mercadores e Rua da Praia.
- Segregação sócio-espacial inexpressiva.
- Projetar urbano voltado para arruamentos e concepções de
fortes, igrejas e conventos.
Colonial Português
3ª Fase
1750
a
1778
Expansão das atividades produtivas.
- A Cia Mercantil do Grão Pará e Maranhão assume o
controle econômico e mercantil.
- Doação de terras para colonos e soldados.
- Política pombalina de inserção da economia amazônica
no mercado mundial - expulsão dos jesuítas.
- Introdução da mão-de-obra escrava africana e estímulo
a uma agricultura comercial (cacau, café, fumo, anil,
baunilha, etc.) e a pecuária.
- Ratificação do sistema de aviamento - importação de
produtos manufaturados e produção exportável.
- Ratificação e reforço da rede urbana e da primazia de
Belém.
- As aldeias missionárias são transformadas em vilas,
recebendo outras denominações: Alenquer, Aveiro, Faro,
Óbidos, Santarém, etc.
- Belém passa a ser a capital do Grão Pará e Maranhão -
fator locacional.
- Criação de novos fortes. Ex: Tabatinga e São Joaquim
(limites das terras em disputa com a Espanha).
- Cria-se a Capitania de São José do Rio Negro, com
capital em Barcelos.
- Rápido crescimento devido às funções econômicas e político-
administrativas exercidas pela cidade.
- Maior diferenciação intra-urbana devido ao padrão heterogêneo
das edificações públicas e particulares.
- Presença de construções mais suntuosas concebidas pelo
arquiteto bolonhês Antônio José Landi.
- Projetos voltados para construções prediais em detrimento ao
espaço público.
- Problema higiênico-sanitários devido à centralização de áreas de
baixadas, como alagado do Piri entre o bairro da Cidade e o da
Campina.
- Presença de "rocinhas" (sítios, cuja residência principal possuía
uma concepção arquitetônica bastante peculiar) nas imediações
da cidade.