Download PDF
ads:
A INTERNET NA PROMOÇÃO DO
AUTO-EXAME DA PELE E DA FOTOPROTEÇÃO
NA ADOLESCÊNCIA
CRISTIANE BENVENUTO-ANDRADE
Tese apresentada ao corpo docente do Programa
de Pós-Graduação em Dermatologia, da Faculdade
de Medicina da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, como parte dos requisitos necessários à
obtenção do grau de Doutor.
Orientadores: Profa. Dra. Tania Ferreira Cestari
Profa. Dra. Marcia Ramos-e-Silva
Rio de Janeiro
Março de 2008
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
ii
A INTERNET NA PROMOÇÃO
DO AUTO-EXAME DA PELE E DA FOTOPROTEÇÃO
NA ADOLESCÊNCIA
CRISTIANE BENVENUTO-ANDRADE
Orientadores: Profa. Dra. Tania Ferreira Cestari
Profa. Dra. Marcia Ramos-e-Silva
Aprovado por:
______________________________________________________________
Prof. Dr. Absalom Lima Filgueira
______________________________________________________________
Profa. Dra. Beatriz Moritz Trope
______________________________________________________________
Prof. Dr. Célio Abdalla
______________________________________________________________
Profa. Dra. Magda Blessmann Weber
______________________________________________________________
Profa. Dra. Sueli Coelho da Silva Carneiro
Rio de Janeiro, Março de 2008
ads:
iii
Andrade, Cristiane Maria Benvenuto
A internet na promoção do auto-exame da pele e da
fotoproteção na adolescência / Cristiane Maria Benvenuto
Andrade. - Rio de Janeiro: UFRJ / Faculdade de Medicina, 2008.
xiv, 122 f. ; 31 cm.
Orientadores: Tania Ferreira Cestari e Marcia Ramos e Silva
Tese (doutorado) – UFRJ / Faculdade de Medicina /
Programa de Pós-Graduação em Dermatologia, 2008.
Referências bibliográficas: f. 88-103
1. Fotoproteção. 2. Adolescência. 3. Educação. 4. Auto-
exame da pele. 5. Internet. I. Cestari, Tania Ferreira. II. Ramos-
e-Silva, Marcia. III.Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Faculdade de Medicina, Programa de Pós-Graduação em
Dermatologia. IV. Título.
iv
À Carolina
v
AGRADECIMENTOS
________________________________________________
À Dra. Marcia Ramos-e-Silva, uma pessoa que me acolheu de braços abertos, e
tem me mostrado que as fronteiras deste mundo são apenas desafios a serem
vencidos.
A Dra. Tania Ferreira Cestari, inicialmente uma orientadora zelosa e, agora, uma
amiga com a qual tenho muito prazer em partilhar meus projetos pessoais e
profissionais.
Ao Dr. Absalom Lima Filgueira, coodernador do Programa de Pós-Graduação
em Dermatologia, pela sua dedicação e grande receptividade.
À Sra. Gilsara Jacoud da Costa, que encurtou distâncias e nunca poupou
energia para garantir a realização desta tese.
Ao Dr. Alberto Abeche, com o qual tive o prazer de descobrir o universo do
adolescente e que foi de grande influência nessa minha paixão.
Ao Dr. Chao Lung Wen, que mostrou que as grandes caminhadas iniciam-se com
o primeiro passo.
Às Dras. Adriana Motta e Claudia Poziomczyk pela ajuda inestimável na
condução desta tese.
Ao Daniel, pelo cuidado e o carinho dispensados durante a execução desta tese.
Aos meus pais, Rosa e Antonio, que me oferecem o amor e a dedicação
necessários para que todos os meus projetos se tornem realidade.
vi
Aos meus irmãos Antonio Carlos e Marcia, por trazerem ao mundo a Clara e me
acompanharem e incentivarem nessa jornada acadêmica.
Aos meus irmãos Rejane e Daniel, por trazerem ao mundo o Theo, pela revisão
cuidadosa do meu Português e pelo incentivo a viver a vida de forma equilibrada.
À Vera Lapol, uma pessoa que estará sempre em meu coração.
À Margot Marchand, por cuidar com tanto carinho da Carolina e da nossa família,
enquanto eu me debruçava nesta tese e na vida.
Aos meus sogros e cunhados por terem me dado sempre muita força e muito
carinho.
Aos Professores do Programa de Pós-Graduação em Dermatologia da UFRJ.
Ao Programa de Pós-Graduação em Dermatologia e a CAPES, pelo apoio
financeiro dispensado para este trabalho.
À Sra. Bernadete Hahmeyer, que me ofereceu atenção e cuidado durante a
preparação desta tese.
Agradeço especialmente aos adolescentes e professores que participaram da
pesquisa, por terem colaborado com este trabalho e terem nos recebido com tanto
carinho.
vii
“A informação não substitui a educação”
- Earl Kiole, um filósofo virtual
SUMÁRIO
________________________________________________
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS XII
LISTA DE TABELAS XIII
RESUMO XIV
ABSTRACT XV
1 INTRODUÇÃO 16
2 REVISÃO DA LITERATURA 19
2.1 CARACTERÍSTICAS DA RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA SOLAR 19
2.2 FATORES QUE INFLUENCIAM OS EFEITOS BIOLÓGICOS DA RUV 19
2.3 EFEITOS BIOLÓGICOS DA RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA 21
2.3.1 ERITEMA E BRONZEAMENTO 21
2.3.2 EFEITOS NO SISTEMA IMUNOLÓGICO 23
2.3.3 PRODUÇÃO DE VITAMINA D 24
2.3.4 FOTOENVELHECIMENTO 25
2.3.5 CÂNCER DA PELE NÃO-MELANOMA 25
2.3.6 MELANOMA 26
2.4 CÂNCER DA PELE NO BRASIL 27
2.5 MEDIDAS GERAIS DE FOTOPROTEÇÃO E FILTROS SOLARES 29
2.6 AUTO-EXAME DA PELE 33
ix
2.7 EXPOSIÇÃO SOLAR E FOTOPROTEÇÃO NA ADOLESCÊNCIA 35
2.7.1 ASPECTOS PSICOSSOCIAIS DA ADOLESCÊNCIA 35
2.7.2 O COMPORTAMENTO DO ADOLESCENTE 37
2.8 O AUTO-EXAME DA PELE NA ADOLESCÊNCIA 40
2.9 EDUCAÇÃO SOBRE FOTOPROTEÇÃO E AUTO-EXAME DA PELE 40
2.10 A INTERNET NA EDUCAÇÃO E NA COMUNICAÇÃO 42
3 OBJETIVOS 46
3.1. OBJETIVO GERAL 46
3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 46
4 METODOLOGIA 47
4.1 JUSTIFICATIVA 47
4.2 MÉTODOS 48
4.2.1 DELINEAMENTO 48
4.2.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO 48
4.2.3 RECRUTAMENTO 48
4.2.4 INTERVENÇÃO 49
4.2.5 VARIÁVEIS 50
4.2.6 HIPÓTESE 51
4.2.7 CÁLCULO AMOSTRAL 51
4.2.8 QUESTIONÁRIO 51
4.2.9 DINÂMICA 52
4.2.10 ANÁLISE DOS DADOS 53
x
4.2.11 CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 54
5 RESULTADOS 56
5.1 CARACTERÍSTICAS DA POPULAÇÃO ESTUDADA 56
5.2 RESULTADOS DAS AVALIAÇÕES 58
5.2.1 CONHECIMENTO SOBRE AUTO-EXAME DA PELE 58
5.2.2 CONHECIMENTO SOBRE FOTOPROTEÇÃO 60
5.2.3 OPINIÃO SOBRE ESTÉTICA E BRONZEAMENTO 62
5.2.4 REALIZAÇÃO DO AUTO-EXAME DA PELE 64
5.2.5 QUEIMADURAS SOLARES NO VERÃO 64
5.2.6 USO DE FILTRO SOLAR 65
5.2.7 USO DE MEDIDAS DE FOTOPROTEÇÃO COMPLEMENTARES AO
FILTRO SOLAR 70
6 DISCUSSÃO 72
6.1 CONHECIMENTO SOBRE FOTOPROTEÇÃO E AUTO-EXAME DA PELE
73
6.2 OPINIÃO SOBRE ESTÉTICA E BRONZEAMENTO 75
6.3 REALIZAÇÃO DO AUTO-EXAME DA PELE 77
6.4 QUEIMADURAS SOLARES NO VERÃO 78
6.5 USO DE FOTOPROTETOR E MEDIDAS GERAIS DE PROTEÇÃO SOLAR
79
6.6 ACHADOS NÃO RELACIONADOS AOS OBJETIVOS PRINCIPAIS 80
xi
7 CONCLUSÕES 82
8 SUGESTÕES E PERSPECTIVAS 83
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 88
10 ANEXOS 104
10.1 QUESTIONÁRIO 105
10.2 TERMO DE CONSENTIMENTO 107
10.3 ROTEIRO DA PALESTRA INICIAL SOBRE FOTOPROTEÇÃO E AUTO-
EXAME DA PELE 109
10.4 PUBLICAÇÕES RELACIONADAS À TESE 111
xii
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
CPNM
Câncer da pele não-melanoma
DNA
Ácido desoxirribonucleico
DP
Desvio padrão
EUA
Estados Unidos da América
FPS
Fator de proteção solar
IL
Interleucina
INCA
Instituto Nacional do Câncer
nm
Nanômetro
RR
Risco relativo
RUV
Radiação ultravioleta
SBD
Sociedade Brasileira de Dermatologia
UFRJ
Universidade Federal do Rio de Janeiro
UNICEF
United Nations Children's Fund ou, em português, Fundo das
Nações Unidas para a Infância
UVA
Ultravioleta A
UVA I
Ultravioleta A na faixa de 400 – 340 nm
de comprimento de onda
UVA II
Ultravioleta A na faixa de 340 – 320 nm
de comprimento de onda
UVB
Ultravioleta B
UVC
Ultravioleta C
LISTA DE TABELAS
Tabela 2-1:
Classificação dos fototipos cutâneos segundo Fitzpatrick........................23
Tabela 5-1:
Características demográficas da população, distribuídas por casos e
controles....................................................................................................57
Tabela 5-2:
Conhecimento referido da técnica do auto-exame da pele nas quatro
fases do estudo.........................................................................................60
Tabela 5-3:
Médias obtidas por casos e controles no questionário sobre proteção
solar nas quatro fases do estudo..............................................................63
Tabela 5-4:
Frequência de alunos que referiam concordar ou concordar fortemente
que o bronzeado aumenta a beleza nas quatro fases do estudo.............63
Tabela 5-5:
Alunos referindo uso regular de protetor solar entre casos e controles, nas
quatro fases do estudo..............................................................................66
Tabela 5-6:
Uso referido do protetor solar no inverno entre casos e controles, nas
quatro fases do estudo..............................................................................67
Tabela 5-7:
Motivos referidos por casos e controles para não usar filtro solar no
inverno.......................................................................................................68
Tabela 5-8:
Conhecimento da necessidade de usar o protetor solar no inverno entre
casos e controles, nas quatro fases do estudo.........................................69
xiv
RESUMO
Introdução: os cânceres da pele vêm aumentando em incidência em todo o
mundo. Ao mesmo tempo, a internet está cada vez mais presente no cuidado à
saúde e adolescentes gastam horas por dia navegando o seu conteúdo. Mesmo
assim, poucos estudos avaliaram o uso da internet como ferramenta educacional
na promoção da fotoproteção e do auto-exame entre adolescentes.
Objectivos: desenvolver e avaliar uma intervenção utilizando a internet para
promover a fotoproteção e o auto-exame da pele entre adolescentes.
Material e métodos: 85 alunos (12 a 15 anos) foram expostos a uma palestra
sobre auto-exame da pele e fotoproteção. Esse grupo foi convidado a
desenvolver páginas de internet contendo informações sobre esses tópicos. Eles
foram comparados com 99 controles que receberam apenas a palestra inicial. Os
dois grupos preencheram questionários contendo informações sobre o seu
comportamento e conhecimento sobre fotoproteção e auto-exame da pele em
quatro fases: antes (linha de base) e logo depois da palestra, ao final da
intervenção de dois meses e seis meses após o final da intervenção.
Resultados: houve aumento significativo do conhecimento dos dois grupos após
a palestra, com relação à linha de base, sem influência significativa no
comportamento de casos e controles ao longo do tempo. O grupo sob
intervenção teve aumento significativo no conhecimento sobre auto-exame e
fotoproteção, quando comparado aos controles, mas essa diferença tendeu a
diminuir depois que a intervenção foi suspensa.
Conclusões: embora o uso da internet e a produção de páginas eletrônicas
tenha contribuído para o aumento do conhecimento sobre a radiação solar e os
riscos da exposição solar, não foram observadas alterações significativas no
comportamento dos adolescentes e na percepção de que o bronzeado é um sinal
de beleza. Portanto, o fornecimento de informações não deve ser o único objetivo
de campanhas educativas na área de fotoproteção. Novas abordagens devem ser
experimentadas com o objetivo de mudar o comportamento e as percepções da
população adolescente.
xv
ABSTRACT
Background: Internet applications are increasingly part of health care and
teenagers spend hours per day navigating its content. Yet, there have been few
studies exploring the use of internet as a tool to enhance skin cancer awareness,
especially targeting adolescents.
Objective: to develop and evaluate an Internet-based approach to increasing
photoprotection awareness and promoting regular skin self-examination among
adolescents.
Design and Participants: 85 school students (12 to 15 yo) were exposed to a
lecture on skin self examination and photoprotection and were then invited to
develop websites containing information on these topics. They were compared to
99 matching controls who received only the initial lecture. Students were asked to
complete a questionnaire with information on self-reported behaviors and their
knowledge about photoprotection in four different periods: before (baseline) and
right after the lecture, after the two-month intervention and six months after the
intervention.
Results: There was a significant increase in post intervention knowledge for both
groups when compared to the baseline assessments, with no significant
difference in behavior among cases and controls. There were still changes in
reported knowledge, especially among the Internet group after 6 months, but the
overall differences tended to decrease after the intervention was finished.
Conclusion: although guided internet use resulted in increased knowledge on
the risks of sun exposure, no significant behavioral changes were observed in this
adolescent population and the notion of tanning as a sign of beauty was not
altered. Thus, information should not be the only objective of educational
campaigns on photoprotection. New types of interventions are necessary to
change behaviors and perceptions among adolescents.
16
1 INTRODUÇÃO
A exposição excessiva ao sol ou a fontes artificiais de radiação ultravioleta
(RUV), principalmente em horários de maior intensidade de irradiação, pode
determinar diversas alterações cutâneas: queimaduras, bronzeados, reações
fotoalérgicas e fototóxicas, cânceres da pele, mutações genéticas, supressão
imunológica, aceleração do envelhecimento e doenças oculares, como a catarata
(Kochevar et al. 1999; Godar et al. 2001; Fisher et al. 2002; Murphy 2002). Por
outro lado, os benefícios comprovados da exposição à RUV vão desde as
aplicações em fototerapia, até a síntese de pro-vitamina D3 e o ajuste do relógio
biológico humano (Kochevar et al. 1999; Godar et al. 2001).
A radiação no espectro de 290-320 nm (UVB) é capaz de atuar em vários
estágios da carcinogênese, da iniciação à promoção e progressão dos tumores,
sendo um dos mais completos carcinógenos conhecidos (Kripke 1999; Bastuji-
Garin et al. 1999 Aug; Lucci et al. 2001).
A exposição crônica da pele aos raios ultravioleta parece ser o mais
importante fator de risco ambiental para o desenvolvimento dos cânceres da pele
não-melanoma (CPNM) e tem sido implicada em mais de 95% das neoplasias
cutâneas (Gruijl 1999). Os CPNM são os tipos de cânceres mais comuns no Brasil
e a sua incidência tem aumentado nos últimos anos (INCA 2007).
As exposições intermitentes e intensas que resultam em queimaduras,
como no caso das exposições recreativas, costumam ter maior associação com o
desenvolvimento do melanoma e do carcinoma basocelular do que as exposições
continuadas (Glanz et al. 2002). Exposições crônicas, duradouras, como as que
17
ocorrem em agricultores e moradores de balneários, costumam se associar ao
carcinoma epidermóide (Kricker et al. 1999). Nesse caso, quanto maior a dose de
RUV recebida, maior a probabilidade de tumores (Vitasa et al. 1990).
A detecção precoce das neoplasias cutâneas pode ser facilitada pela
realização regular do auto-exame da pele, principalmente nos pacientes sob maior
risco para o desenvolvimento de neoplasias. No caso do melanoma, esse hábito
está associado à maior freqüência de diagnóstico de lesões em estágios iniciais
de desenvolvimento (razão de chances: 0,65), aumentando a possibilidade de
cura e reduzindo as mortes em até 63% (Robinson et al. 2002; Carli et al. 2003). O
bom conhecimento da técnica e o estímulo de um dermatologista aumentam muito
a chance do indivíduo aderir à prática do auto-exame (Robinson et al. 2002).
O público adolescente, principalmente o mais jovem, é um alvo importante
para programas educacionais na área de fotoproteção e prevenção dos cânceres
da pele por três razões principais: a exposição precoce ao sol tem impacto crucial
na incidência de câncer da pele (Koh e Geller 1998); hábitos solares adquiridos no
início da vida provavelmente modificam hábitos futuros; e os pais podem sofrer
grande influência de seus filhos (Reynolds et al. 1996 Dec; Lower et al. 1998;
Robinson et al. 1998; Jackson et al. 1999; Bastuji-Garin et al. 1999 Aug).
Diversas pesquisas sobre a exposição solar na adolescência evidenciaram
baixa prevalência do uso de protetor solar e das demais medidas gerais de
fotoproteção nessa etapa da vida, além de extensos períodos de exposição solar
ao longo do ano, principalmente no verão (Kuhl 1998; Robinson et al. 1998;
Monfrecola et al. 2000; Glanz et al. 2001; Cokkinides et al. 2006). Da mesma
forma, um estudo realizado na cidade de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do
Sul, em 2002, demonstrou que cerca de 90% dos adolescentes têm conhecimento
18
da relação entre a exposição solar e os cânceres da pele, embora apenas 47%
deles refira o uso de fotoprotetores no verão, e somente 3% no inverno
(Benvenuto-Andrade et al. 2005).
O presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de utilizar a internet
como ferramenta educacional para o fornecimento de orientações sobre
fotoproteção e auto-exame da pele para o público adolescente. O foco principal
desse projeto foi a criação de um canal de comunicação virtual sobre fotoproteção
com os adolescentes, estimulando a busca de informações sobre o assunto para o
desenvolvimento de páginas de internet. Posteriormente, foi a avaliada a
influência dessa atividade no estímulo à realização do auto-exame da pele.
19
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 CARACTERÍSTICAS DA RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA SOLAR
A RUV é responsável pela maior parte dos efeitos biológicos relacionados à
20
são prontamente absorvidas pela atmosfera terrestre (Banks et al. 1992). Apesar
de ser responsável apenas por 1% da radiação solar total que atinge a Terra, a
radiação UVB é o comprimento de onda mais ativo biologicamente e também o
que sofre maiores variações ao longo do dia e do ano (Godar et al. 2001). Seu
fluxo é máximo no verão e no intervalo compreendido entre 10 e 14 horas, sendo
importante a influência dos constituintes atmosféricos (nuvens e poluentes) nas
variações desse fluxo ao longo do dia.
Embora os comprimentos de onda mais energéticos (UVAII, 320-340nm) da
radiação UVA também sejam absorvidos pela atmosfera, essa absorção não é
suficiente para anular seus efeitos biológicos, sendo seu fluxo constante ao longo
de todo o dia, sem sofrer variações sazonais (Godar et al. 2001).
Apesar ter sido considerada pouco nociva no passado, sabe-se hoje que a
radiacão UVA tem efeito aditivo sobre os fenômenos provocados pela radiação
UVB, age no sistema imune, nos tecidos de sustentação da pele, na rede vascular
cutânea e contribui na indução de reações fototóxicas e fotoalérgicas (Pathak
1996).
A melanina exerce uma função fotoprotetora na pele, por absorção direta
da RUV (Gilchrest et al. 1999). O resultado disso é que a incidência do melanoma
chega a ser 20 vezes maior nos indivíduos brancos do que nos de pele negra
(Glanz et al. 2002).
O outro fator importante na carcinogênese se relaciona à quantidade e ao
tipo de RUV acumulados ao longo da vida. Devido às diferenças determinadas
pelas variações ambientais já discutidas aqui, populações que vivem em baixas
latitudes são mais afetadas pela exposição crônica à RUV, tendo índices maiores
de CPNM (Kricker et al. 1999).
21
Entretanto, mesmo entre membros de uma população razoavelmente
homogênea etnicamente, em uma mesma região geográfica, diferenças no padrão
individual de exposição solar e diferenças geneticamente determinadas na
susceptibilidade ao UVB podem resultar em variações no risco de câncer da pele
em diferentes indivíduos (Kricker et al. 1999; Nasser 2003). Pessoas com
exposições intermitentes apresentam risco aumentado de desenvolver o
melanoma, enquanto exposições contínuas se relacionam mais ao carcinoma
epidermóide (Loria e matos 2001; Lucci et al. 2001).
É importante salientar que, em maior ou menor grau, todos os tipos de pele
podem sofrer os efeitos da RUV e apresentar, além dos cânceres da pele,
fotoenvelhecimento precoce, dano ocular e ao sistema imune (Etzel et al. 1999).
Pessoas de pele mais pigmentada, embora apresentem menos queimaduras
subseqüentes à exposição solar, também apresentam alterações imunológicas
quando expostas à RUV (Taylor 2002). Como o sistema imunológico é uma das
maiores proteções do organismo contra neoplasias, sugere-se que pessoas de
pele mais pigmentada também tomem precauções com relação ao sol (Taylor
2002).
2.3 EFEITOS BIOLÓGICOS DA RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA
2.3.1 ERITEMA E BRONZEAMENTO
Quando a pele é exposta agudamente ao sol, diversas citocinas e
mediadores inflamatórios (eucosanóides, histamina, cininas e outros fatores
quimiotáxicos) são sintetizados e liberados. Estas substâncias agem sobre o
endotélio vascular e os ceratinócitos, fazendo o recrutamento e a ativação de
22
células mononucleares e de neutrófilos na pele, causando vasodilatação e
inflamação (eritema solar) (Farr e Diffey 1985). A dose mínima de RUV para
causar eritema depende de fatores como a intensidade da exposição,
comprimento de onda da radiação, tipo de pele e sua espessura, quantidade de
melanina na epiderme e a capacidade do indivíduo de produzir melanina após a
exposição solar (Etzel et al. 1999). Além disso, a geração do eritema parece
diminuir rapidamente com o aumento do comprimento de onda da RUV, sendo
muito mais proeminente nas exposições à radiação UVB do que à radiação UVA
(Farr e Diffey 1985).
O bronzeamento (aumento da pigmentação melânica) ocorre como uma
reação protetora à exposição solar. Imediatamente após a exposição, há alteração
transitória da cor da pele por redistribuição de melanina pré-formada, induzida
pela radiação UVA e algumas faixas de luz visível. Cerca de 48 a 72 horas depois,
ocorre o bronzeado mais tardio, secundário à neoformação de melanina, com pico
em 7 a 10 dias, e podendo persistir por semanas a meses (Soter 1990).
Uma das abordages mais utilizadas para a avaliação do risco de um
paciente desenvolver câncer da pele e para a seleção de subpopulações
especialmente susceptíveis aos efeitos agudos e crônicos da radiação solar é a
Classificação dos Fototipos de Fitzpatrick (Fitzpatrick 1988) descrita abaixo:
23
Tabela
2
-
1. Classificação dos fototipos cutâne
o
s segundo Fitzpatrick
Fototipo Descrição
I Queima com facilidade, nunca bronzeia
II Queima com facilidade, bronzeia muito pouco
III Queima moderadamente, bronzeia moderadamente
IV Queima pouco, bronzeia facilmente
V Queima raramente, bronzeia facilmente
VI Nunca queima, bronzeia facilmente
Como pode-se perceber pela descrição dos fototipos na tabela 1, a
categorização clássica da sensibilidade à radiação solar se baseia na tendência a
queimaduras e brozeados relatada pelo paciente e independe da cor da pele ou
origem étnica do indivídio. A validade dessa classificação em estudos
populacionais tem sido muito discutida por se basear em informações subjetivas.
Alguns autores, porèm, vêm demonstrando que os fototipos de Fitzpatrick
apresentam correlação com as medidas direta de colorimetria cutânea e
sensibilidade a RUV (Dornelles et al. 2004) . Com isso, a colorimetria e a medida
da sensibilidade a RUV podem ser utilizadas como complemento aos fototipos de
fitzpatrick na avaliação da susceptibilidade aos efeitos agudos e crônicos da
radiação solar em estudos populacionais.
2.3.2 EFEITOS NO SISTEMA IMUNOLÓGICO
Os efeitos da RUV sobre sistema imunológico podem ser percebidos de
diversas formas (Murphy 2002). A exposição causa diminuição da função das
células apresentadoras de antígenos por ação direta nas células de Langerhans e
24
pela indução da liberação de citocinas imunomoduladoras pelos ceratinócitos.
Como resultado, há aumento de macrófagos na epiderme e ativação preferencial
de linfócitos T supressores, diminuindo a ativação linfocitária e a produção de
interleucinas (principalmente IL-10, que tem atividade supressora) (Serre et al.
1997).
A exposição à radiação UVB, com produção de eritema, provoca a
diminuição imediata dos linfócitos T circulantes, aumento da circulação de
polimorfonucleares, enquanto a proporção de linfócitos B permanece inalterada.
(Morison et al. 1979). Além disso, a RUV suprime também a indução da
hipersensibilidade tardia e a formação de granulomas (Kochevar et al. 1999,
Cestari et al. 2005)
2.3.3 PRODUÇÃO DE VITAMINA D
Um benefício muito difundido da exposição solar é o efeito fotoquímico que
leva à produção de vitamina D3. Esta reação ocorre em nível epidérmico, onde o
7-dehidrocolesterol absorve radiação de comprimentos de onda menores que
320nm e se transforma em provitamina D3. Após, a pro-vitamina sofre diversos
processos até se transformar em 25-hidroxicalcidiol no fígado e 1,25-
dihidroxicalcitriol nos rins. Essa cascata de efeitos estimula a absorção de cálcio
no intestino, reabsorção nos rins, mobilização de cálcio e potássio nos ossos e
também a diferenciação de células do sistema imune e ceratinócitos na pele
(Bringhurst et al 2002). Atualmente, há uma grande discussão sobre o nível
mínimo de exposição solar necessário para a síntese de quantidade suficiente de
vitamina D3 (Moan et al. 2008). Futuros estudos nessa área terão grande
25
influência no conteùdo das campanhas de fotoproteção
(Jones e Dwyer 1998;
Kochevar et al. 1999; Godar et al. 2001; Davis e Dwyer 2007).
2.3.4 FOTOENVELHECIMENTO
Um dos principais efeitos da RUV em longo prazo é o fotoenvelhecimento,
termo utilizado para descrever as alterações clínicas e histológicas que ocorrem
na pele cronicamente exposta ao sol, adicionadas às decorrentes do
envelhecimento intrínseco ou cronológico (Fisher et al. 2002).
Clinicamente, o fotoenvelhecimento se caracteriza pela presença de rítides,
aumento da espessura cutânea, pigmentação irregular, elastose e telangiectasias
(Gilchrest 1989). Os mecanismos moleculares do fotoenvelhecimento são pouco
compreendidos, mas existem evidências crescentes implicando a geração de
radicais livres nas peles expostas à RUV. Sabe-se que fótons de luz contêm
energia suficiente para gerar espécies altamente reativas de oxigênio, que por sua
vez podem atacar a membrana celular e gerar espécies reativas adicionais. Essas
espécies reativas podem modificar as proteínas nos tecidos, o DNA nuclear e o
DNA mitocondrial, gerando as alterações secundárias a exposição solar (Sheldon
e Pinnel 2003).
2.3.5 CÂNCER DA PELE NÃO-MELANOMA
Os CPNM se originam de células epidérmicas e os tipos mais comuns são
os carcinomas epidermóide e basocelular (Gallagher et al. 1995; Gallagher et al.
1995). Essas neoplasias ocorrem em indivíduos cada vez mais jovens (Kripke
1999), raramente são letais, mas, se avançadas, podem levar a deformidades
26
físicas e ulcerações graves, além de onerar os serviços de saúde (Gallagher et al.
1995; Gallagher et al. 1995).
A exposição à RUV é o mais importante fator de risco ambiental para o
desenvolvimento dos CPNM e tem sido implicada em mais de 95% das neoplasias
cutâneas (Gruijl 1999). Embora a radiação UVB contribua com cerca de 80% dos
danos biológicos associados à exposição solar e seja reconhecida na indução de
tumores cutâneos, há evidências de que a associação UVB/UVA exerce um efeito
sinérgico na carcinogênese (Murphy 1999). Estudos in vitro e in vivo têm sugerido
também a influência da UVA na indução de tumores em modelos animais, embora
em menor escala do que a radiação UVB (Ruegemer et al. 2002).
Dados epidemiológicos reforçam a hipótese de que a maioria dos CPNM
parece ser resultante da exposição crônica da pele à RUV (Gallagher et al. 1995;
Kripke 1999). Pessoas que gastam a maior parte de seu tempo em atividades ao
ar livre têm incidência mais alta de carcinoma epidermóide do que aqueles que
permanecem em ambientes fechados (Gallagher et al. 1995; Kripke 1999). Um
estudo realizado em Maryland, publicado em 1990, demonstrou que a incidência
de carcinoma epidermóide se correlacionava diretamente com exposição
individual à RUV. Quanto maior a dose de RUV recebida, maior a probabilidade de
tumores (Vitasa et al. 1990).
2.3.6 MELANOMA
O melanoma se origina dos melanócitos e, embora seja menos freqüente
que os CPNM, ocorre relativamente cedo na vida e é altamente letal se
diagnosticado tardiamente (Glanz et al. 2002). Ao contrário da clara relação entre
27
a exposição à RUV e os carcinomas epidermóide e basocelular, o papel dessa
radiação na patogênese do melanoma ainda não está definido (Ivry et al. 2006).
Algumas evidências indiretas colocam a exposição solar no papel de
desencadeante ou coadjuvante na indução e patogênese de alguns tipos de
melanoma através de dano ao DNA celular (Vitasa et al. 1990; Reynolds et al.
1996 Dec; Lower et al. 1998; Bastuji-Garin et al. 1999 Aug; Lucci et al. 2001) .
Estima-se que dois terços dos casos de melanoma possam ser atribuídos à
exposição solar excessiva (Koh e Geller 1998). Contudo, entre as diferentes
apresentações clínicas, apenas o tipo lentigo maligno parece ter clara relação com
a exposição solar (Vitasa et al. 1990).
Características pessoais podem indicar um risco aumentado para
melanoma. Entre elas, são citadas a pele clara (risco relativo - RR - 1-3), cabelos
claros (RR 2-4), múltiplos nevos e a história familiar de melanoma (RR 2-2 para
um membro da família afetado) (Lucci et al. 2001). Múltiplas queimaduras solares
antes dos 18 anos triplicam a chance de melanoma e trazem risco maior do que
as exposições após os 30 anos de idade (Reynolds et al. 1996 Dec; Bastuji-Garin
et al. 1999 Aug; Lucci et al. 2001). Estes resultados reforçam indiretamente o
papel do sol na gênese do melanoma, principalmente em pessoas de pele mais
sensível e que tiveram queimaduras agudas repetidas.
2.4 CÂNCER DA PELE NO BRASIL
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o CPNM é o mais
incidente em nosso país na maioria das regiões, em ambos os sexos, com
estimativa de 115 mil casos novos em 2008 - 55.890 deles em homens e 59.120
28
em mulheres. Estes valores correspondem a um risco estimado de 59 casos
novos a cada 100 mil homens e 61 para cada 100 mil mulheres.
Devido ao fato de os CPNM serem neoplasias de bom prognóstico, com
taxas altas de cura se tratadas de forma adequada e oportuna, há um
considerável sub-registro de casos. Conseqüentemente, as estimativas das taxas
de incidência e dos números de casos novos devem ser consideradas como
estimativas mínimas.
O CPNM é o carcinoma cutâneo mais incidente em homens na maioria das
regiões do Brasil, exceto na região Centro-Oeste. O risco estimado é de
82/100.000 na região Sul, 68/100.000 na região Sudeste, 45/100.000 na região
Centro-Oeste, 47/100.000 na região Nordeste e 27/100.000 na região Norte. Nas
mulheres, é o mais freqüente nas regiões Sul (82/100.000), Centro-Oeste
(64/100.000), Nordeste (53/100.000) e Norte (28/100.000); na região Sudeste
(64/100.000) é o segundo mais freqüente, perdendo apenas para o câncer do colo
de útero (INCA 2007)
Quanto ao melanoma, embora sua letalidade seja elevada, sua incidência
estimada é baixa com 2.950 casos novos em homens e 2.970 casos novos em
mulheres no ano de 2005. As maiores taxas estimadas em homens e mulheres
encontram-se na região Sul (INCA 2007). Nos últimos anos, o INCA tem
observado um expressivo crescimento na incidência desse tumor em populações
de pele branca, independente da região geográfica (Peres 1998).
Embora os registros de câncer da pele no Brasil possuam muitas falhas,
devido a problemas na notificação e no registro dos dados, parece haver uma
tendência ao aumento na incidência e mortalidade por melanoma em nossa
população, assim como ocorre em diversas outras populações do mundo (Bakos
29
et al. 2002). No Rio Grande do Sul, os dados publicados também demonstram que
o coeficiente de mortalidade vem aumentando (Peres 1998).
Há muita discussão sobre as causas do aumento na incidência dos
cânceres da pele, principalmente do melanoma, nas diversas regiões do planeta.
Alguns autores atribuem o fato às mudanças no estilo de vida da população, com
aumento das atividades recreativas realizadas ao ar livre e a expansão do uso de
câmaras de bronzeamento (Angeli et al. 1997; Wang 2001). Outros, no entanto,
colocam em dúvida o papel da exposição solar na gênese dos novos casos de
melanoma (Berwick et al. 2005) e sugerem que a maior incidência se deve ao
número crescente da proporção de casos diagnosticados e notificados nos últimos
anos.
2.5 MEDIDAS GERAIS DE FOTOPROTEÇÃO E FILTROS SOLARES
As medidas de proteção solar devem ser adotadas de forma ampla e
abrangente, incluindo não apenas os fotoprotetores, mas também formas
adicionais de fotoproteção (Wright et al. 2001). As atividades familiares devem
priorizar a diminuição da exposição entre 10 e 14 horas, aumentando o cuidado
em locais com areia, neve ou concreto (Etzel et al. 1999). Mesmo em dias
nublados a fotoproteção deve ser mantida, pois as nuvens não conferem proteção
suficiente à RUV, reduzindo-a em cerca de 20 a 40% (Etzel et al. 1999). Além
disso, jovens que usam medicações orais ou tópicas com potencial
fotossensibilizante, tais como tetraciclinas, sulfas, psoralenos, prometazina e anti-
inflamatórios não-esteróides, devem evitar o sol em qualquer horário (Reid 1996;
Etzel et al. 1999; Buck).
30
As roupas, por exemplo, são um recurso mais simples para se obter a
proteção solar desejada, sem os inconvenientes citados com relação aos filtros
solares. Sua proteção depende do tipo de material, da estrutura, da cor e da
espessura do tecido (Etzel et al. 1999; Lim e Cooper 1999; Driscoll 2000). Tecidos
de trama apertada conferem maior proteção contra a RUV (Lim e Cooper 1999).
Devem ser usadas calças e camisetas longas e leves, mesmo no verão, sempre
que há possibilidade de queimaduras (Etzel et al. 1999). Roupas molhadas
perdem grande parte de seu potencial protetor e cores escuras são mais eficazes
(Etzel et al. 1999). A capacidade protetora dos tecidos pode ser acrescida também
por substâncias que aumentem a adesão das fibras, como resinas, ou por
métodos mais recentes, como fotoprotetores adicionados aos detergentes ou
amaciantes que se depositam nas fibras, absorvendo e dispersando a RUV(Rosen
2001; Wang et al. 2001).
Além das roupas, chapéus de abas largas oferecem ótima proteção para
a face, orelhas, pescoço e olhos. Bonés o são ideais, mas se usados com a
aba para frente podem evitar que até 50% da RUV chegue aos olhos (Etzel et al.
1999; Lim e Cooper 1999).
Para a proteção ocular, estão indicados também os óculos escuros. Eles
são muito bem aceitos pelos adolescentes, pois melhoram o status social e fazem
parte dos hábitos considerados como parte da moda. Os óculos devem bloquear
de 99 a 100% de todo o espectro UV, ter lentes largas e encaixar bem na face,
próximo aos olhos, bloqueando também a incidência lateral do sol.
Na adolescência, é muito delicada a questão do vestuário, pois os
adolescentes estão mais preocupados em agradar seus pares de mesma idade,
do que em proteger a pele ou qualquer outra parte do corpo. Usar mangas
31
compridas no verão pode causar verdadeiro isolamento social nesta faixa etária.
Para que as medidas gerais sejam incorporadas na rotina do adolescente, elas
devem se inserir em um contexto maior, e serem vistas como algo socialmente
aceito e até mesmo desejado para a faixa de idade. Para isso é fundamental o
papel da mídia e de pessoas admiradas por essa população, como cantores,
artistas e modelos.
Os filtros solares são substâncias que, quando incorporadas em
formulações adequadas, reduzem os efeitos da RUV sobre a pele, através da
absorção, reflexão ou espalhamento da luz incidente (Pathak 1996). O uso de
protetores solares pode auxiliar na prevenção de ceratoses actínicas, que são
lesões precursoras dos carcinomas epidermóides (Thompson et al. 1993; Lim e
Cooper 1999; Brand e Ackerman 2000). Essas substâncias também são
comprovadamente eficazes na prevenção da fotocarcinogênese em modelos
animais (Lim e Cooper 1999). Porém, não há estudos conclusivos em humanos
que provem a eficácia dos fotoprotetores na prevenção do melanoma ou do
carcinoma basocelular (Lim e Cooper 1999; Bastuji-Garin e Diepgen 2002; Murphy
2002).
Evidências indiretas, baseadas em estudos epidemiológicos, têm sido
usadas para demonstrar o benefício dos fotoprotetores para a prevenção das
neoplasias cutâneas (Tsao e Sober 1998; Gefeller e Pfahlberg 2002). A falta de
demonstração experimental, no entanto, não determina que o uso de
fotoprotetores seja desnecessário, já que a avaliação da eficácia dos
fotoprotetores na prevenção do melanoma normalmente é muito dificultada por
questões de ética na condução de experimentos, pela dificuldade de controle de
32
fatores de confusão nos diversos estudos analisados e pela heterogeneidade das
populações e produtos utilizados em cada estudo.
De forma geral, o uso de fotoprotetores deve ser sempre aliado a outras
medidas gerais de proteção. O filtro solar escolhido deve abranger os espectros
da UVA e da UVB (amplo espectro), sendo incorporado à rotina diária, ao longo de
todo o ano (Lim e Cooper 1999; Murphy 2002). A dose recomendada por
exposição é de 2mg/cm
2,
e não devem ser esquecidas áreas como orelhas, nuca
e dorso dos pés (Lim e Cooper 1999; Taylor e Diffey 2002). Para garantir uma
proteção adequada, a aplicação deve ocorrer 20 minutos antes da exposição solar
e são necessárias reaplicações a cada duas horas (Lim e Cooper 1999; Metry e
Hebert 2000).
Estudos têm demonstrado que os consumidores normalmente usam doses
de filtro solar muito inferiores às recomendadas para que o fator de proteção solar
(FPS) da embalagem seja atingido (Diffey 2001). Além disso, o filme do produto
costuma ser pouco uniforme, excluindo regiões como a nuca, as orelhas e os pés
(Diffey 2001). Por isso, Diffey et al. desenvolveram um modelo matemático
demonstrando que uma reaplicação de protetor FPS 15 após 20 minutos da
aplicação inicial resulta em uma dose cumulativa de RUV menor em um período
de seis horas de exposição do que apenas uma aplicação ou reaplicações com
intervalos de 2 horas (Diffey 2001). Esse efeito seria secundário à maior
uniformidade na distribuição do produto. Portanto, os autores sugerem que a
reaplicação do protetor deve ocorrer de 20 a 30 minutos após a primeira camada.
33
2.6 AUTO-EXAME DA PELE
O auto-exame da pele, realizado de forma freqüente e regular,
complementa de maneira eficiente o exame médico e deve ser estimulado,
principalmente naqueles pacientes com risco aumentado para o desenvolvimento
de tumores cutâneos (Weinstock 2006). Sua realização pode contribuir para o
diagnóstico precoce do melanoma, assim como de carcinomas (Titus-Ernstoff et
al. 1989; Marghoob et al. 2003; Weinstock 2006).
Os pacientes devem ser orientados a informar o seu médico sobre o
surgimento de qualquer lesão nova ou que tenha mudado de aparência nas
últimas duas semanas. Essa orientação é importante porque, atualmente, cerca
de 70% dos melanomas cutâneos são encontrados pelos próprios pacientes ou
familiares, enquanto os médicos são responsáveis pela identificação inicial de
apenas 24% dessas neoplasias (Epstein et al. 1999). As lesões identificadas no
consultório médico costumam ser menos espessas do que as detectadas pelos
pacientes (p=0.005) (Epstein et al. 1999). Mesmo assim, estudos sugerem que o
auto-exame da pele regular pode reduzir a mortalidade do melanoma em 63%,
justamente por aumentar a detecção precoce deste tumor (Berwick et al. 1996).
A técnica do exame consiste em inspecionar toda a superfície cutânea, do
couro cabeludo às regiões interdigitais dos pés, uma vez por mês, em um
ambiente bem iluminado e com o auxílio de espelhos. Nos pacientes com história
de melanoma, o auto-exame da pele pode ser complementado pela palpação de
linfonodos. Durante o exame, o paciente deve ser orientado a observar os
seguintes sinais e sintomas sugestivos do desenvolvimento de uma lesão maligna:
34
a) Assimetria em uma nova lesão ou alteração na simetria de uma lesão pré-
existente (Rhodes 1995);
b) Irregularidade das bordas, com áreas de interrupção abrupta do pigmento
(Rhodes 1995);
c) Múltiplas cores, ou tons de marrom, em uma mesma lesão (Rhodes 1995);
d) Lesões com mais do que 6 milímetros de diâmetro (Rhodes 1995);
e) Lesões que parecem estar aumentando de tamanho ou se modificando
(Bevona et al. 2003);
f) Lesões que pareçam diferentes das demais lesões presentes na pele (o
chamado “sinal do patinho feio” (Grob e Bonerandi 1998);
g) Os pacientes que apresentam muitos nevos displásicos devem atentar para o
surgimento de áreas eritematosas em lesões pre-existentes, sugestivas de
proliferação vascular (“sinal do chapeuzinho vermelho” ) (Mascaro e Mascaro
1998);
h) Dor local (Rhodes 1995);
i) Sangramento (Rhodes 1995);
j) Prurido (Rhodes 1995).
Naqueles indivíduos com fotodano intenso, múltiplos nevos ou diversas
lesões displásicas, o auto-exame pode ser facilitado pela comparação da pele
com fotografias tiradas durante a primeira visita ao dermatologista (Oliveria et al.
2004). O estudo realizado por Oliveria e colaboradores demonstrou que o uso de
fotografias pode aumentar a sensibilidade do auto-exame de 60.2% para 72.4%
(Oliveria et al. 2004).
35
Segundo Rhodes (Rhodes 2006), é muito importante enfatizar o auto-
exame da pele nas campanhas de prevenção do câncer da pele. Isso se deve ao
fato de que, embora a proteção solar pareça diminuir a incidência de ceratoses
actínicas e carcinomas epidermóides, as evidências relacionando fotoproteção e
melanoma ainda são muito contraditórias.
Finalmente, é preciso que fiquem claras também as limitações do auto-
exame. Certas áreas, como o couro cabeludo e a região interglútea, impõem
grandes dificuldades à realização do exame; pacientes idosos podem necessitar
do auxílio de familiares devido a dificuldades visuais e de movimentação; e alguns
pacientes se sentem inseguros diante da responsabilidade de avaliar sua própria
pele, preferindo delegar essa tarefa a um profissional experiente.
2.7 EXPOSIÇÃO SOLAR E FOTOPROTEÇÃO NA ADOLESCÊNCIA
2.7.1 ASPECTOS PSICOSSOCIAIS DA ADOLESCÊNCIA
A adolescência é uma das etapas do desenvolvimento psicossocial do ser
humano. É importante que seja feita inicialmente a diferenciação entre a
puberdade e a adolescência. Enquanto a primeira se reserva às modificações
biológicas que ocorrem por volta dos 12 anos de idade, a segunda relaciona-se às
transformações psicossociais que acompanham a puberdade (Osório 1992; Souza
1999). A Organização Mundial da Saúde definiu a adolescência como o período
da vida compreendido entre os 10 e os 19 anos, 11 meses e 29 dias de idade
(Souza 1999). Estimativas do UNICEF(2000) revelam que mais de 1 bilhão de
pessoas no mundo encontram-se na faixa etária entre 10 e 20 anos, o que
36
evidencia a relevância de temas relacionados aos adolescentes (Costa e Souza
2002).
O complexo psicossocial dessa fase da vida caracteriza-se por uma
redefinição da imagem corporal, elaboração de lutos da infância, busca de grupos
iguais, estabelecimento de valores próprios e culminação do processo de
separação do núcleo familiar de origem (Osório 1992). O término da adolescência
é difícil de ser determinado, pois é dependente de fatores socioculturais. Pode-se
dizer, porém, que ela chega ao fim quando o indivíduo estabelece sua identidade
sexual, tem possibilidade de estabelecer relações afetivas estáveis, capacidade
de assumir compromissos profissionais, adquirir sistema de valores pessoais e
obter relação de reciprocidade com a geração precedente (Osório 1992).
Na adolescência, o indivíduo crê que os outros estão tão obcecados quanto
ele por seu comportamento ou aparência, considerando únicos seus sentimentos
e refletindo o egocentrismo de uma forma peculiar (Souza 1999). Ele vacila entre
a vergonha e a auto-admiração, sentindo-se constantemente sob um minucioso
exame e com muita necessidade de impressionar a sociedade ao seu redor (Lewis
e Wolkmar 1993). Esse egocentrismo também colabora para o desenvolvimento
das chamadas “fábulas pessoais”, que refletem a convicção de ser imortal e
inatingível por doenças e situações indesejáveis, evitando pensar sobre o passado
ou o futuro distante (Lewis e Wolkmar 1993).
Os pais, embora muito criticados nessa fase, são como uma âncora para
que o adolescente possa ao menos ter a impressão de estar certo, separado e
independente (Lewis e Wolkmar 1993).
37
2.7.2 O COMPORTAMENTO DO ADOLESCENTE
Estudos epidemiológicos para avaliação de comportamento são um grande
desafio. Embora muitos comportamentos possam ser medidos por parâmetros
biológicos objetivos (como ingestão de drogas e dosagem de metabólitos na
urina), a avaliação dessas medidas é quase sempre impossível em um contexto
populacional (Neale e Green 2002). Quando o estudo avalia grupamentos
humanos, é preciso confiar nas informações prestadas pelos indivíduos,
normalmente na forma de questionários, aceitando suas limitações (Neale e
Green 2002).
As diversas pesquisas realizadas com adolescentes costumam evidenciar
baixa prevalência do uso de protetor solar e das demais medidas gerais de
fotoproteção, além de extensos períodos de exposição solar ao longo do ano,
principalmente nos períodos de verão (Kuhl 1998; Monfrecola et al. 2000;
Cokkinides et al. 2006).
Uma pesquisa realizada pela Academia Americana de Dermatologia com
500 adolescentes em 1996 demonstrou que 78% deles sabiam dos riscos da
exposição solar, mas 66% achavam que o bronzeado lhes conferia um aspecto
mais saudável (Robinson et al. 1998). Na França, um estudo de 1992 revelou que
60% dos adolescentes consideravam a exposição solar saudável (Lucci et al.
2001). De forma geral, o protetor é mais usado pelas meninas do que pelos
meninos, embora o sexo feminino costume se expor mais às câmaras de
bronzeamento e muitas das pessoas que usam protetor refiram o objetivo de
ajudar no bronzeado (Banks et al. 1992; Mawn 1993; Reynolds et al. 1996 Dec;
Acri e Bane 1998; Robinson et al. 1998).
38
Além do apelo social pela beleza e da impressão de que o bronzeado
confere uma aparência saudável, a tendência a negar o perigo e riscos em um
futuro distante costuma também influenciar o comportamento dos jovens com
relação ao sol. (Melia et al. 2000; Monfrecola et al. 2000). Exemplo disso é que em
uma amostra de estudantes do ensino médio nos EUA, vários entrevistados,
mesmo demonstrando conhecimento sobre os riscos da exposição à RUV e tendo
história familiar de câncer da pele, referiram uso regular de câmaras de
bronzeamento (Su 1997). De forma semelhante, adolescentes gaúchos gastavam
longos períodos do verão expostos ao sol, sem a devida proteção, apesar de bem
informados sobre os prejuízos da radiação solar (Angeli et al. 1997).
Estudo realizado no Brasil com 724 adolescentes entre 12 e 18 anos,
evidenciou que, assim como em outras regiões do mundo, estes jovens eram bem
informados sobre os riscos da exposição solar, principalmente com relação ao
câncer da pele, mas não cultivavam hábitos de fotoproteção (Benvenuto-Andrade
et al. 2005). Eles ainda se expõem ao sol em horários inadequados,
permanecendo por longos períodos em ambientes descobertos. Existe também
nessa população falta de informação sobre diversos aspectos relacionados à
exposição solar, como a existência de exposição à RUV também no inverno. Há
ainda a opinião difundida de que o bronzeado melhora o aspecto físico. A principal
fonte de informação sobre os efeitos da RUV nestes adolescentes, principalmente
entre os alunos de escolas públicas, é a mídia, destacando a importância dos
meios de comunicação na educação dessa população. Além disso, meninos e
meninas buscam diferentes tipos de atividades ao sol, sendo as meninas mais
propensas à exposição recreacional e os meninos à exposição por prática de
esportes.
39
Entre as diversas populações estudadas no mundo, os fatores que
estimulam a adoção de medidas de fotoproteção na adolescência são o fato de
conhecer pessoas com câncer da pele, ter amigos que usam fotoprotetores, ter
apresentado queimaduras solares dolorosas ou perceber a própria pele como
sensível ao sol (Reynolds et al. 1996 Dec; Koh e Geller 1998; Coogan et al. 2001).
As medidas, mesmo quando adotadas, costumam se restringir ao protetor solar,
usado de forma irregular (Glanz et al. 2002).
Nos últimos anos, alguns pesquisadores começaram a sugerir que o
advento de produtos como televisão, videogames, computadores e a internet pode
estar reduzindo a dose de RUV recebida ao longo das primeiras décadas de vida
pelo incentivo às atividades em ambientes fechados (Godar et al. 2001). Um
grande estudo, publicado em 2001, que procurou calcular a dose de RUV dos
americanos, demonstrou que homens acima de 40 anos passam muito mais
tempo ao sol hoje em dia do que pessoas entre 0 e 21 anos (Godar et al. 2001).
Em uma segunda publicação do mesmo estudo, onde a faixa entre 0 e 21 anos foi
dividida entre infância e adolescência, os autores demonstraram que as crianças
recebem a mesma quantidade de RUV que os adultos ao longo do ano, sendo os
adolescentes a população com a menor taxa de RUV anual (Godar 2001). Se esta
tendência se confirmar, a afirmação de que 80% da RUV de um indivíduo é
recebida antes dos 21 anos deverá ser repensada (Banks et al. 1992; Godar
2001).
40
2.8 O AUTO-EXAME DA PELE NA ADOLESCÊNCIA
Estudos sobre a realização do auto-exame da pele na adolescência são
escassos na literatura. Porém, o estudo realizado no Rio Grande do Sul por
Benvenuto-Andrade e colaboradores com 724 adolescentes entre 12 e 18 anos,
demonstrou que 27,5% deles nunca havia ouvido falar nesse exame, e que não
conheciam essa técnica de inspeção; uma porcentagem ainda menor, 5,8%,
referia ter realizado pelo menos um exame no último ano (Benvenuto-Andrade et
al. 2005). Ficou clara, nesse estudo, a necessidade de orientação sobre a técnica
a ser utilizada e a importância da regularidade na execução, principalmente entre
os alunos de escolas públicas. Foi muito comum o questionamento sobre as
características dos cânceres cutâneos, havendo grande confusão entre as lesões
benignas, como efélides e lentigos solares, e as potencialmente malignas.
Friedman demonstrou, porém, que fatores psicológicos, como auto-estima,
têm grande influência na freqüência do auto-exame (Friedman et al. 1993). A
pouca idade e a característica crise de auto-estima da adolescência podem
dificultar a promoção do auto-exame nessa população.
2.9 EDUCAÇÃO SOBRE FOTOPROTEÇÃO E AUTO-EXAME DA PELE
Partindo do princípio de que os efeitos da RUV sobre os CPNM são
cumulativos, parece lógico supor que a redução da exposição solar em qualquer
idade e, principalmente, nas populações mais jovens, possa retardar a taxa de
desenvolvimento de tumores (Howell 1999 Apr; Geller et al. 2002). Campanhas de
prevenção e promoção da saúde, porém, almejam modificações no
comportamento da população e, em geral, as mudanças de comportamento são
41
muito complicadas e lentas em qualquer faixa etária (Howell 1999 Apr; Melia et al.
2000; Jungers et al. 2003).
As estratégias dirigidas para a prevenção primária do câncer da pele
costumam buscar alterações nos conhecimentos, atitudes e hábitos com relação à
exposição solar. O problema é que podem ser necessários até 20 anos para que
essas estratégias, se efetivas, reduzam a morbi-mortalidade das neoplasias
cutâneas (Melia et al. 2000). Com isso, a avaliação dos efeitos em longo prazo
das intervenções é muito prejudicada e poucos estudos têm conseguido
demonstrar influências reais e duradouras das campanhas de fotoproteção na
incidência do câncer da pele (Mermelstein e Riesenberg 1992; Koh e Geller 1998;
Marks 1999; Melia et al. 2000).
Nos EUA e na Inglaterra, há diversos programas para aumentar os
cuidados de proteção solar em adolescentes, com efeitos significativos em curto
prazo em matéria de conhecimentos e atitudes, principalmente entre os
adolescentes mais jovens (Robinson et al. 1998; Melia et al. 2000; Glanz et al.
2001). A Austrália, país com a maior taxa de câncer da pele do mundo, instituiu
campanhas de prevenção e detecção dirigidas a essa faixa etária, obtendo
diagnósticos mais precoces dos tumores cutâneos (Lucci et al. 2001). Os projetos
de Queensland (Austrália), da Escócia e de Lawrence Livermore (EUA)
conseguiram demonstrar que as mortes por cânceres da pele podem ser
diminuídas através da educação para saúde (Davis et al. 1976; Smith 1979;
Doherty et al. 1988; Schneider et al. 1990; Mackie et al. 1992; Giles et al. 1996;
Robinson et al. 1997 Aug).
De forma geral, as medidas de maior impacto para o público adolescente
envolvem a mídia, com comerciais atraentes e convincentes, dirigidos diretamente
42
a essa população (Angeli et al. 1997; Santmyure et al. 2001; Peattie 2002). O
público adolescente é classicamente muito difícil de se orientar em mensagens de
educação oficiais e se interessa muito pouco pelas recomendações familiares
(Glanz et al. 2002). Celebridades, a moda e a indústria do entretenimento acabam
sendo influências importantes nessa época da vida (Santmyure et al. 2001).
O uso de adolescentes como “tutores” de seus colegas e multiplicadores da
informação tem demonstrado uma boa relação custo benefício (Reding et al.
1996) e por isso foi aplicado nesse estudo.
2.10 A INTERNET NA EDUCAÇÃO E NA COMUNICAÇÃO
A ligação entre a comunicação e a educação vem se estreitando cada vez
mais, num movimento impulsionado, em especial, pelas novas tecnologias.
Atualmente, uma das grandes questões que se impõem ao ser humano diz
respeito ao gerenciamento, à catalogação e à hierarquização das informações
recebidas no dia-a-dia, de forma eficiente e produtiva. Nesse processo, o indivíduo
é obrigado a discernir o que é relevante para seu cotidiano e decidir, finalmente,
como irá utilizar essa informação para aprender. Dessa maneira, o aprendizado
informal passa a se firmar como fonte de educação continuada, tornando-se uma
importante ferramenta social.
Como afirma o filósofo francês Michel Serres (Serres 1995), a sociedade
contemporânea caracteriza-se por ser uma “sociedade pedagógica”, isto é, por ser
educativa. Dentro e fora da escola, a informação e a educação estão presentes de
forma abundante. Adicionalmente, as escolas têm sido estimuladas a tornar o
ensino uma prática social concreta (Veiga 2005) , na qual a orientação sobre o
uso das novas tecnologias de informação e comunicação tem papel fundamental.
43
Por isso, ferramentas como a internet têm invadido as salas de aula, sendo
encaradas como um recurso didático indispensável.
A abundância de informações não se acompanha apenas da facilitação do
aprendizado, mas também da necessidade de uma “alfabetização” para seu uso.
Como a informação é constante e está presente em toda a parte, o conhecimento
se torna caótico, como bem representado pela Dra. Eliana Pougy (Pougy 2006).
Segundo a autora, vivemos a grande Biblioteca de Babel, um espaço tão grande
que não pode ser percorrido e onde toda a informação (e desinformação) do
mundo está à disposição de todos. A coleção dessa biblioteca é tão vasta e
avassaladora, que encontrar algo nela é quase impossível. Portanto, a criança e o
jovem devem ser educados a criticarem o conteúdo que lhes é apresentado e a
selecionarem aquilo que pode ser importante em seu cotidiano.
Nesse sentido, o professor e jornalista Ismar de Oliveira Soares propõe
que a relação educação-comunicação ganhe o status de um novo campo
epistemológico e de uma nova disciplina, a Educomunicação. Este conceito
sugere a construção de ecossistemas comunicativos abertos, dialógicos e
criativos, nos espaços educativos, quebrando a hierarquia na distribuição do
saber. Reconhece, ainda, que todas as pessoas envolvidas no fluxo da
informação são produtoras de cultura, independentemente de sua função
operacional no ambiente escolar (NCE-USP 2007). O autor justifica essa iniciativa
com o fato de que a união desses dois saberes pode se transformar em um novo
recurso de intervenção histórico-social, possibilitando o nascimento de uma nova
civilização, mais democrática e mais crítica.
Ao estimular o uso de tecnologias de produção de discurso na escola, a
educomunicação permite ao aluno a possibilidade de se transformar em sujeito da
44
fala, aumentando sua capacidade de expressão e estimulando-o a exercitar sua
crítica e autonomia.
Na teoria da comunicação, o modelo hipertextual é o que mais se aproxima
às navegações da internet. Ele descreve o processo de comunicação como uma
rede, onde o receptor tem a possibilidade de escolher as mensagens que estão
disponíveis e que foram colocadas na rede por inúmeros emissores. Um leitor
nunca poderá finalizar seu aprendizado, uma vez que a informação muda
constantemente e as mensagens são colocadas e retiradas do sistema a todo o
momento. Nesse caso, nem emissor, nem receptor têm controle ou
responsabilidade substanciais pela mensagem. Portanto, a educação em nossos
dias está sendo submetida a uma verdadeira revolução, seja nos ambientes
formais de ensino ou fora deles.
A tendência é de que o professor se torne um mediador, orientando o
processo de construção do aprendizado dentro e fora da escola, preparando o
aluno para construir suas próprias perguntas e para elaborar as respostas de
forma eficiente. Nesse sentido, é esperado que o professor apresente os
conteúdos através da problematização de questões e de situações baseadas na
realidade, no mundo do trabalho ou no cotidiano do aluno. A partir da situação-
problema, surge a busca pelas respostas. Tais respostas podem ser pesquisadas
em fontes bibliográficas, incluindo-se a bibliografia indicada, acervos de
bibliotecas, internet, mídia, em contato pessoal direto com especialistas ou
indireto, por correio eletrônico.
Nas palavras de Márcia Marques de Moraes, “diante desse contexto, nota-
se, com clareza, a mudança do foco daquele discurso professoral superado e
anacrônico; até mesmo o deslocamento do foco sobre o verbo ensinar para o
45
verbo aprender, privilegiando portanto a questão do sujeito. Seja ele professor,
seja ele aluno, será sempre sujeito responsável por aprender, por ser, por
conviver e por fazer; sujeitos, pois, ativos e participantes da construção dos
saberes e da contínua reconstrução social”(Morais 2005). Nesse processo,
incluem-se não apenas os alunos de instituições privadas, tradicionalmente
expostos aos avanços tecnológicos, mas também aqueles que freqüentam
estabelecimentos de ensino públicos.
Números do MEC de 2005 demonstram que a “Biblioteca de Babel” está
começando a ficar à disposição também dos alunos de escolas públicas. Em
2005, o Brasil tinha 52.039 escolas públicas com 308.539 computadores; 23719
dessas escolas acessavam a internet e 10.227 tinham mais de 10 computadores à
disposição (MEC 2007).
46
3 OBJETIVOS
3.1. OBJETIVO GERAL
Avaliar a efetividade do uso de instrumentos de internet (websites, correio
eletrônico e ferramentas de criação de páginas eletrônicas) no estímulo e na
promoção da realização do auto-exame da pele e no aprendizado sobre
fotoproteção.
3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) Comparar os conhecimentos sobre fotoprotecão e auto-exame da pele entre
estudantes expostos e não expostos antes e após a intervenção;
b) Comparar a freqüência de realização do auto-exame nos adolescentes
expostos e não expostos antes e após a intervenção;
c) Comparar o uso de medidas de fotoproteção entre os adolescentes expostos e
não expostos antes e após a intervenção;
d) Comparar o uso da internet para educação em fotoproteção a uma aula teórica
presencial, na qual os recursos disponíveis são quadro-negro e cartazes.
47
4 METODOLOGIA
4.1 JUSTIFICATIVA
A presente tese é a continuação do estudo apresentado na Dissertação de
Mestrado intitulada “Avaliação do conhecimento, atitudes e hábitos em relação à
exposição solar e à fotoproteção em adolescentes do Ensino Médio da cidade de
Porto Alegre” (Benvenuto-Andrade et al. 2005). O primeiro estudo evidenciou que
os adolescentes têm conhecimento dos efeitos a curto e longo prazo da exposição
solar (cerca de 90% referiram espontaneamente que o sol é causador de cânceres
da pele). Porém, observou-se que os adolescentes desconhecem a necessidade e
a técnica de realização do auto-exame da pele e têm grande dificuldade de adotar
as medidas de fotoproteção de forma adequada.
Entre os fatores que pareceram contribuir para esse comportamento
estavam o desconhecimento das características da radiação solar (52% acham
que no inverno não há necessidade de fotoproteção), a alegada falta de paciência
para aplicar protetores solares no verão (48% dos casos) e o fato de os
adolescentes considerarem o bronzeado um sinal de beleza (72% da amostra
referiu que as pessoas parecem mais bonitas bronzeadas). Além disso, a
imprensa leiga foi citada em 99,3% casos como fonte de informação sobre esse
assunto, enquanto os médicos e a escola foram referidos em apenas 23,2% e
15,1% dos casos, respectivamente. As instituições de ensino e os médicos têm
tido pouca influência nesse aspecto da saúde dos adolescentes, o que é pouco
48
desejável, já que nem sempre as fontes de informação e os padrões de
comportamento apresentados na mídia são os mais adequados.
Com base nesses achados, propusemos a criação de uma atividade
educativa baseada em internet, que busca orientar os adolescentes sobre as
características da RUV, a necessidade de fotoproteção e as suas técnicas, além
do auto-exame regular da pele. Nosso foco foram os alunos das escolas públicas
de Porto Alegre, por terem sido descritos na pesquisa anterior como os mais
desprovidos de apoio familiar e médico .
4.2 MÉTODOS
4.2.1 DELINEAMENTO
Estudo clínico randomizado aberto com oito meses de acompanhamento.
4.2.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Adolescentes de ambos os sexos entre 12 e 15 anos matriculados em
escolas municipais da cidade de Porto Alegre.
4.2.3 RECRUTAMENTO
Foi utilizada uma amostragem sistemática probabilística, através de sorteio,
pela lista de escolas da Secretaria Municipal da Educação. Casos e controles
foram pareados por tipo de escola, série e sexo. Para evitar a troca de
informações entre casos e controles, uma das escolas foi escolhida para abrigar o
grupo de intervenção e outras três escolas foram selecionadas para abrigar o
grupo controle. Foram recrutadas turmas inteiras até o preenchimento do total de
49
alunos necessários à pesquisa (n=160 – ver cálculo amostral). As escolas
selecionadas no sorteio foram inicialmente visitadas e receberam todas as
informações sobre o projeto e seus objetivos. Após essa visita, caso os
representantes da instituição concordassem em participar, eram então abordados
os alunos, professores e responsáveis para solicitação do consentimento
informado.
4.2.4 INTERVENÇÃO
A intervenção usada nesse estudo foi desenvolvida e modificada durante
um estudo piloto. Inicialmente, como previsto em nosso projeto, apresentamos um
website educativo e interativo a uma turma de estudantes de escola pública de
Porto Alegre. Foi solicitado aos alunos que opinassem sobre o site e nos
mostrassem como costumavam buscar informações sobre saúde na internet.
Posteriormente, as idéias trazidas pelos estudantes foram discutidas com
especialistas na área de educação à distância para ganharem um parecer de
viabilidade.
O estudo piloto mostrou que os estudantes preferiam ter um papel ativo no
aprendizado pela internet e estavam motivados a desenvolver suas próprias
páginas eletrônicas sobre fotoproteção e auto-exame da pele. Eles descreviam
essa abordagem como mais desafiante e divertida. Porém, não traziam o
conhecimento de inglês necessário para fazer uso da vasta literatura internacional
e possuíam algumas dificuldades técnicas na elaboração das páginas.
Com base nessa informação e no aconselhamento recebido dos
especialistas em educação à distância, a intervenção foi ajustada. Para o projeto
definitivo, os alunos foram convidados a montar páginas de internet sobre
50
proteção solar, câncer da pele e auto-exame da pele. Eles receberam dois meses
de prazo para desenvolver as páginas (agosto e setembro de 2004) com suporte
presencial de estudantes de medicina e informática a cada duas semanas. Depois
desse período, foram convidados a apresentar as páginas para os colegas de
turma e discutir seus achados. As páginas de internet foram desenvolvidas em
grupos de cinco a seis estudantes usando as ferramenta de produção de páginas
disponíveis no laboratório de informática da escola.
4.2.5 VARIÁVEIS
Preditora
Palestra sobre fotoproteção e auto-exame da pele, seguida por dois meses
de uso orientado de ferramentas de internet para obtenção de informações sobre
auto-exame da pele e fotoproteção e para a construção de páginas eletrônicas
sobre esses temas.
Os controles receberam apenas a palestra inicial sobre fotoproteção.
Desfecho
Nosso desfecho principal foi o número de alunos referindo o conhecimento
da técnica de auto-exame da pele, entre a linha de base e seis meses após a
intervenção.
Outras variáveis
Sexo, fototipo, queimadura solar no último verão e realização do auto-exame da
pele no último mês.
51
4.2.6 HIPÓTESE
Seis meses após o final da intervenção, haverá maior quantidade de alunos
referindo o conhecimento da técnica de auto-exame da pele no grupo que criou as
páginas de internet do que naquele que apenas assistiu à palestra presencial.
4.2.7 CÁLCULO AMOSTRAL
Foi usado teste de qui quadrado para o cálculo amostral, indicando que
cada braço do estudo deveria conter pelo menos 70 adolescentes. Para o cálculo
amostral utilizamos uma proporção inicial de 4% para o nosso principal desfecho –
conhecimento da técnica do auto-exame da pele (Benvenuto-Andrade et al. 2005)
- e proporção final esperada de 28% no grupo de intervenção e de 8% no grupo
controle (erro alfa de 0,05% - bidirecional - e poder de 80%). Acrescentando-se
20% de perdas e recusas (questionários incompletos, em branco, perda de
acompanhamento nos dois meses de intervenção direta), foram considerados
necessários 168 participantes, ou 84 em cada grupo.
Para evitar constrangimento por exclusão de alguns alunos durante a
atividade em sala de aula, todos os alunos foram convidados a participar, sendo
excluídos da avaliação estatística aqueles com idades menores de 12 anos e
maiores de 15 anos.
4.2.8 QUESTIONÁRIO
O questionário sobre fotoproteção e auto-exame da pele era constituído por
questões em cinco grandes áreas: dados de caracterização da amostra (sexo e
idade e fototipo, preenchido pelo entrevistador em entrevista padronizada com
52
cada aluno); conhecimento sobre as principais medidas de fotoproteção (uso
adequado do fotoprotetor, tipos de radiações ao longo do dia); realização do auto-
exame da pele; histórico de queimaduras solares (presença ou ausência no último
verão) e uso de medidas de fotoproteção (anexo 1). As respostas eram objetivas.
Na criação do questionário, procuramos usar o limite de uma página. Na
tese de mestrado, realizada com um grupo similar, o questionário de quatro
páginas foi visto como muito longo por professores e alunos, gerando uma perda
progressiva de adesão dos estudantes. Procuramos incluir no questionário apenas
as informações que nos pareceram relevantes após o estudo descritivo publicado
na Dissertação de Mestrado (Benvenuto-Andrade et al. 2005).
4.2.9 DINÂMICA
As escolas (diretores, orientadores) foram contactadas previamente pelo
pesquisador para receberem explicações sobre as intenções do trabalho e as
etapas da pesquisa. O horário da coleta de dados foi definido nesse momento,
conforme a disponibilidade da escola, de forma a não atrapalhar as atividades
didáticas.
Todos os alunos participantes da pesquisa, casos e controles, receberam
no primeiro dia de atividade uma palestra presencial padronizada sobre câncer da
pele, fotoproteção e auto-exame da pele. Os recursos utilizados nessa palestra
foram quadro-negro e cartazes.
Durante o andamento da pesquisa, os alunos do grupo de intervenção
tiveram dois meses de acompanhamento presencial quinzenal por estudantes de
informática e medicina (agosto e setembro de 2004). Esses estudantes atuaram
53
como orientadores no uso das ferramentas de internet e na busca de informações
sobre fotoproteção e auto-exame da pele na rede mundial de computadores. Os
alunos tinham também total liberdade para entrar em contato com os
pesquisadores para resolver dúvidas ou receber assistência na realização de seus
trabalhos.
Ao final dos dois meses de intervenção, os alunos haviam preparado
páginas de internet com informações sobre auto-exame da pele e fotoproteção.
No último dia de atividades, eles foram convidados a apresentar oralmente os
seus trabalhos para os colegas na sala de aula.
Os questionários foram aplicados nos casos e controles antes e após a
palestra inicial, ao final da intervenção (setembro de 2004) e seis meses após o
final da intervenção (março de 2005). Os pesquisadores fizeram todos os esforços
necessários para recuperar os estudantes que haviam trocado de turma ou
repetido de ano durante a pesquisa.
4.2.10 ANÁLISE DOS DADOS
Os dados coletados foram registrados em um banco de dados de Excel®
(Microsoft Corp, Palo Alto, Ca) e verificados por dois revisores independentes. A
análise estatística dos dados foi realizada através do programa JMP
©
(2007 SAS
Institute, Cary, NC, USA), com análise descritiva utilizando freqüências absolutas
(n) e relativas (%). A existência de associações entre as variáveis foi verificada
com a utilização do teste de χ2 para variáveis categóricas e analise de variância
para variáveis contínuas. O teste t de Student para amostras pareadas foi usado
nas comparações de médias entre as diferentes fases do estudo. Todos os dados
54
pesquisados foram comparados por sexo e fototipo. O nível de significância
escolhido foi menor ou igual a 0,05.
Para a avaliacão do conhecimento sobre fotoproteção, os estudantes
responderam a 10 questões do tipo "verdadeiro ou falso". Na análise dos
resultados, essas questões foram compiladas e formaram uma variável contínua
de conhecimento. Nessa variável, o conhecimento de cada aluno foi avaliado
como porcentagem de acertos, podendo variar de 0 a 100%, simulando o tipo de
avaliação normalmente aplicado em escolas.
As variáveis ordinais, usadas para opinião sobre bronzeamento e uso de
filtro solar (ex.: “Você se acha mais bonito bronzeado?” e “Você reaplica o protetor
solar?”) tinham repostas ordinais na forma de escala de Likert com quatro
graduações (ex.: “concordo fortemente, concordo, discordo, discordo fortemente”
e “sempre, muitas vezes, poucas vezes, nunca”). Na análise das respostas, os
resultados foram recodificados para variar entre -1 e + 1, dando maior significado
aos testes e parâmetros aplicados.
Os estudantes que se ausentaram de duas fases do estudo foram
eliminados da amostra.
4.2.11 CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Por se tratarem de sujeitos de pesquisa menores de 18 anos, foi solicitada
adicionalmente autorização por escrito de seus pais ou responsáveis. Os alunos
levaram para casa um texto dirigido aos pais, explicando a natureza do trabalho a
ser realizado, colocando o telefone do pesquisador à disposição para eventuais
dúvidas e comentários (anexo 2). Os alunos que não desejaram participar do
55
estudo, ou foram proibidos por seus pais, ficaram de fora da pesquisa, sem
prejuízo de seus rendimentos escolares.
O termo de consentimento utilizado nesse estudo, assim como o protocolo
de pesquisa, foram revisados e aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa do
Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de
Janeiro.
56
5 RESULTADOS
5.1 CARACTERÍSTICAS DA POPULAÇÃO ESTUDADA
A amostragem final foi composta por 85 casos e 99 controles. Os casos
freqüentavam turmas da mesma escola pública; os controles se originaram de três
diferentes escolas públicas. Na escola do grupo de intervenção, foram
entrevistadas três turmas, enquanto em cada escola de onde se originaram os
controles foram entrevistadas duas turmas. Cada turma se constituiu em uma
média de 17 estudantes (mediana 15, com variação de 4 a 36). As perdas foram
de 16% dos casos (n=16) e 23% (n=31) dos controles. Esses números elevados
parecem ser influenciados pelo fluxo estudantil na região sul do Brasil, onde as
taxas de abandono e reprovação, embora sejam as mais baixas do país, se
aproximam a 15% ao ano (Araújo e Luzio 2005).
A tabela 5.1 mostra as características demográficas da população com
relação à idade, sexo e fototipo.
57
Tabela
5
.1
. Características demográficas
da população,
distribuídas por casos e controles
Característica Casos
(N=85)
Controles
(N=99)
P
Idade (anos)* 12.27 (0.52) 12.72 (0.67) 0.01
Sexo (masculino)**
39 (45.8) 42 (42.4) 0.63
58
(60,25% dos casos e 53,57% dos controles) referiu grande sensibilidade ao sol,
sendo enquadrada nos fototipos 1 a 3.
5.2 RESULTADOS DAS AVALIAÇÕES
Nas sessões seguintes, os resultados serão apresentados de acordo com
as fases do estudo, sendo divididos em “Fase 1 - Avaliação pré-intervenção”, onde
serão apresentados os resultados dos questionários aplicados na linha de base
para todos os alunos; “Fase 2 - Avaliação pós-aula presencial”, onde serão
apresentados os resultados obtidos logo após a aula presencial aplicada em
ambos os grupos no mesmo dia da linha de base; e Fases 3 e 4 - Avaliações
realizadas após a intervenção de dois meses e seis meses após o final da
intervenção, onde serão apresentados os dados dos questionários aplicados ao
final dos dois meses de intervenção e ao final dos seis meses subsequentes de
observação dos dois grupos.
5.2.1 CONHECIMENTO SOBRE AUTO-EXAME DA PELE
Fase 1 - Avaliação pré-intervenção
Previamente à intervenção, quando perguntados se sabiam realizar o auto-
exame da pele, apenas 4,71% dos casos e 3,03% dos controles responderam
afirmativamente, sem diferença significativa entre casos e controles (p=0,55).
Fase 2 - Avaliação pós-aula presencial
Logo após a aula teórica presencial, o número de alunos que referiam
saber realizar o auto-exame da pele entre os casos passou para 77.65% (n=66) e
59
entre os controles para 63.16% (n=60). O aumento foi significativo nos dois grupos
e mais acentuado no grupo de intervenção (p=0,03).
Fases 3 e 4 - Avaliações realizadas após a intervenção de dois meses e seis
meses após o final da intervenção.
Após os dois meses de intervenção, houve novo aumento do conhecimento
sobre auto-exame da pele entre os casos, mas o conhecimento se estabilizou nos
seis meses posteriores, apresentando pequena queda (tabela 5.2). Os controles
apresentaram uma queda do conhecimento sobre auto-exame nos dois meses
que seguiram a aula presencial, mas houve uma tendência a aumento do
conhecimento no período posterior de seis meses (tabela 5.2). De forma geral,
porém, nas fases 3 e 4 uma porcentagem significativamente maior dos alunos do
grupo de intervenção referia o conhecimento da técnica do auto-exame da pele.
60
Tabela
5
.2
. Conhecimento
referido
da técnica do
auto-exame da pele nas quatro fases do estudo
Fase* Casos
n(%)
Controles
n(%)
P**
1 04 (04%) 03 (03%) 0,55
2 66 (77%) 60 (63%) 0,03
3 76 (89%) 39 (41%) <0,01
4 71 (83%) 48 (48%) <0,01
*Fase 1 se refere a linha de base; fase 2, posterior a aula teórica
convencional; fase 3, logo após os dois meses de intervenção; fase
4, seis meses após o final da intervenção
**Teste de qui quadrado
5.2.2 CONHECIMENTO SOBRE FOTOPROTEÇÃO
Fase 1 - Avaliação pré-intervenção
Ao responder o questionário composto por dez questões do tipo "verdadeiro
ou falso" sobre fotoproteção e características da radiação solar, a média de
acertos dos casos foi de 46,90% e dos controles foi de 39,09%, havendo diferença
significativa entre os dois grupos na linha de base (p<0,01).
Fase 2 - Avaliação pós-aula presencial
A média de acertos no questionário se elevou para 62,94% entre os casos
e para 51,11% entre os controles após a aula teórica presencial. O teste t para
61
comparação das médias demonstrou que a alteração média de conhecimento não
foi significativamente diferente entre casos e controles (p=0,23). Ou seja, o
aumento de acertos foi proporcionalmente semelhante entre casos e controles.
Fases 3 e 4 - Avaliações realizadas após a intervenção de dois meses e seis
meses após o final da intervenção.
Após os dois meses de intervenção a alteração das médias entre casos e
controles teve diferença significativa (p<0,01). Enquanto os casos apresentaram
uma média em torno de 6% superior à fase 2, os controles apresentaram redução
de cerca de 2% no escore médio (tabela 5.3).
Seis meses após o final da intervenção, os dois grupos ainda mantinham
um aumento significativo do conhecimento com relação ao período pré-
intervenção – fase 1 (p<0,01). Porém, enquanto os casos tiveram uma leve
diminuição absoluta da média de pontuação, os controles apresentaram aumento
médio de quatro pontos percentuais. A análise pareada demonstrou que essa
redução observada nos casos não foi significativa (p=0,75), assim como não foi
significativo o aumento observado entre os controles (p=0,06). Portanto, o nível de
62
Tabela
5
.3
.
Médias obtidas po
r casos e controles no
questionário sobre proteção solar nas quatro fases do estudo
Casos Controles P**
Fase*
µ (DP)
µ (DP)
1 46,90 (14,8) 39,09 (18,7) -
2 62,94 (17,0) 51.11 (21,0) 0,23
3 68,23 (12,8) 49,09 (18,0) 0,01
4 67,76 (12,8) 53,33 (17,6) 0,08
*Fase 1 se refere a linha de base; fase 2 posterior a aula teórica convencional;
fase 3 logo após a intervenção; fase 4 seis meses após o final da intervenção
**Teste t para amostras pareadas, comparando a variação das médias entre os
dois grupos nas diferentes fases
5.2.3 OPINIÃO SOBRE ESTÉTICA E BRONZEAMENTO
Fase 1 - Avaliação pré-intervenção
Quando perguntados se concordavam com a afirmação de que as pessoas
parecem mais bonitas bronzeadas, 76,89% dos casos (n=64) e 79,59% dos
controles (n=78) concordaram ou corcordaram fortemente. Não houve diferença
significativa entre os dois grupos (p=0,45), mesmo quando os achados foram
controlados para fototipo (p=0,07).
Fase 2 - Avaliação pós-aula teórica
Os resultados após a aula teórica também não apresentaram diferença
significativa entre os grupos (tabela 5.4)
63
Fases 3 e 4 - Avaliações realizadas após a intervenção de dois meses e seis
meses após o final da intervenção.
Logo após os dois meses de intervenção, 70.59% dos casos (n=60) e
84.53% dos controles (n=82) concordavam ou concordavam fortemente que as
pessoas pareciam mais bonitas bronzeadas. A diferença entre os grupos não foi
significativa e se manteve não significativa na avaliação final (tabela 5.4).
Tabela
5
.4
.
Frequência de alunos que
referiam
concordar ou concordar fortemente que o bronzeado
aumenta a beleza, nas quatro fases do estudo
Casos Controles P**
Fase*
n(%)
n(%)
1 64 (76,8) 78 (79,6) 0,45
2 53 (66,2) 78 (80,3) 0,29
3 60 (70,6) 82 (84.5) 0,07
4 60 (70,6) 85 (86,7) 0,07
*Fase 1 se refere a linha de base; fase 2 posterior a aula teórica
convencional; fase 3 logo após a intervenção; fase 4 seis meses
após o final da intervenção
**Teste de qui quadrado
64
5.2.4 REALIZAÇÃO DO AUTO-EXAME DA PELE
Fase 1 - Avaliação pré-intervenção
Na avaliação prévia à intervenção, apenas um caso e um controle referiam
realização do auto-exame da pele no mês anterior ao questionário.
Fase 2 - Avaliação pós-aula teórica
Após a aula teórica, houve um aumento de casos (n=6) e controles (n=4)
referindo terem realizado o auto-exame da pele no último mês, mas a diferença
entre os grupos permaneceu não significativa (p=0,33).
Fases 3 e 4 - Avaliações realizadas após a intervenção de dois meses e seis
meses após o final da intervenção.
Na fase 3 foram contabilizados apenas os alunos que referiram conhecer a
técnica do exame da pele (n=75 para os casos e n=39 entre os controles). Entre
eles, 11% dos casos e 33% dos controles referiram realização do auto-exame no
último mês (p<0,01).
Na fase 4 não houve diferença entre os grupos (p=0,69), embora as
porcentagens se mantivessem superiores às da linha de base (18%; n=13 entre
os casos e 21%; n=10 entre os controles).
5.2.5 QUEIMADURAS SOLARES NO VERÃO
Nossa pesquisa foi realizada logo após o verão na fase 1 e após o verão
subseqüente na fase 4. Portanto, consideramos pertinente comparar apenas os
65
resultados dessas duas fases com relação ao relato de queimaduras solares no
verão.
Na comparação entre as fases 1 e 3, a freqüência de queimaduras solares
diminuiu relativamente nos dois grupos, caindo de 50,5% (n=46) para 36,9%
(n=31) entre os casos e de 49,45% (n=45) para 39,39% (n=39) entre os controles.
Além disso, a comparação entre casos e controles não revelou diferença
significativa na porcentagem de alunos que referiu queimaduras na fase 1
(p=0,27) ou na fase 4 (p=0,73). Houve, porém uma tendência a maior número de
queimaduras com bolhas entre os controles na fase 4 (p=0,06; n=0 nos casos;
n=3 nos controles), mas esse tipo de comparação é limitado pelo pequeno número
de eventos observados nas duas amostras.
5.2.6 USO DE FILTRO SOLAR
Fase 1 - Avaliação pré-intervenção
Durante a primeira avaliação, 64,7% dos casos (n=55) e 51,02% dos
controles (n=50) referiram uso regular de filtro solar (ou seja, “sempre” ou “muitas
vezes”) – tabela 5.5. A diferença entre os grupos foi significativa na linha de base
(p<0,01).
O uso do filtro pareceu se associar à impressão de que o bronzeado não
influencia, ou até diminui a beleza, já que 70% (n=28) dos que concordaram com
essas afirmações revelaram usar o protetor, comparado a 54% (n=77) dos demais
(p=0,03).
66
Tabela
5
.
5
.
Alunos referindo uso regular de protetor
solar entre casos e controles, nas quatro fases do
estudo
Fase* Casos
n(%)
Controles
n(%)
P**
1 55 (64.7%) 50 (51.0%) <0,01
2 58 (73.4%) 50 (51.0%) <0,01
3 57 (67.0%) 52 (52.5%) 0,04
4 56 (65.9%) 43 (43.9%) 0,03
*Fase 1 se refere a linha de base; fase 2, posterior a aula teórica
convencional; fase 3, logo após os dois meses de intervenção; fase
4, seis meses após o final da intervenção
**Teste de qui quadrado
O uso de protetor solar no inverno (i.e. "sempre" e "muitas vezes") foi de
2,38% (n=2) entre os casos e 2,04% entre os controles (n=2), sem diferença
significativa entre os grupos (p=0,87). A distribuição do uso de protetor solar no
inverno nas quatro fases do estudo é apresentada na tabela 5.6 e os motivos mais
referidos para que o protetor solar não fosse usado no inverno estão descritos na
tabela 5.7.
67
Tabela
5
.
6
. Uso
referido do protetor solar no inverno
entre casos e controles, nas quatro fases do estudo
Fase* Casos
n(%)
Controles
n(%)
P**
1 02 (2.4%) 02 (2.0%) 0,87
2 03 (3.8%) 02 (2.0%) 0,48
3 08 (9.4%) 04 (4.1%) 0,14
4 05 (6.0%) 04 (4.0%) 0,53
*Fase 1 se refere a linha de base; fase 2, posterior a aula teórica
convencional; fase 3, logo após os dois meses de intervenção; fase
4, seis meses após o final da intervenção
**Teste de qui quadrado
Fase 2 - Avaliação pós-aula teórica
Logo após a intervenção (fase 2) a diferença de uso do protetor entre
aqueles que achavam o bronzeado bonito (70%;n=28) e aqueles que discordavam
dessa afirmação (57%;n=81) foi muito semelhante a relatada na fase 1. Da
mesma forma, casos e controles apresentaram resultados muito semelhantes nas
fases 1 e 2 com relação ao uso regular de protetor solar (tabela 5.5) .
Fases 3 e 4 - Avaliações realizadas após a intervenção de dois meses e seis
meses após o final da intervenção.
Não houve grande variação na porcentagem de casos e controles referindo
o uso regular de protetor solar nas fases 3 e 4, em comparação com as fases 1 e
68
2 (tabela 5.5). A diferença entre os dois grupos se manteve significativa em todas
as fases do estudo (tabela 5.5).
O uso de protetor solar no inverno se manteve estatisticamente semelhante
entre casos e controles nas fases 3 (p=0,14) e 4 (p=0,53). Devido ao pequeno
número de participantes referindo o uso de protetor solar no inverno, não foi
possível realizar testes estatísticos específicos para esse grupo com relação a
sexo e fototipo.
Tabela
5
.
7
.
Motivos referidos por casos e controles para não usar filtro solar
no inverno
razão
Fase
Não é
necessário
n (%)
Não se expõe
no inverno
n (%)
Não tem
paciência
n (%)
Outros
n (%)
Total
n (%)
1
Casos 19 (31,1) 09 (14,7) 23 (37,7) 10 (16,5) 61 (100)
Controles 56 (60,8) 27 (29,3) 02 (2,17) 07 (07,7) 92 (100)
2
Casos 16 (27,6) 13 (22,4) 21 (36,2) 08 (13,8) 58 (100)
Controles 57 (61,3) 27 (29,0) 02 (2,15) 07 (07,5) 93 (100)
3
Casos 13 (18,8) 05 (07,2) 34 (49,2) 17 (24,6) 69 (100)
Controles 42 (50,6) 13 (15,6) 11 (13,2) 17 (20,4) 83 (100)
4
Casos
10 (14,7) 04 (05,8) 40 (58,8) 14 (20,5) 68 (100)
Controles
42 (46,6) 18 (20,0) 18 (20,0) 12 (13,3) 90 (100)
69
É interessante observar que apesar do uso relatado de filtro solar no
inverno ter sido semelhante nos dois grupos nas quatro fases do estudo, o
conhecimento sobre a necessidade de uso de filtro solar no inverno apresentou
aumento maior no grupo que sofreu a intervenção. A porcentagem de alunos
referindo ser necessário usar filtro solar no inverno nesse grupo passou de 29,7%
(n=25) na linha de base para 72,9% (n=62) após a intervenção. Entre os controles
a alteração foi de 19,1% (n=18) para 36,4% (n=35) (tabela 5.8). A diferença entre
os grupos se manteve significativa nas fases 3 e 4.
Tabela
5
.
8
.
Conhecimento da necessidade de usar o
protetor solar no inverno entre casos e controles,
nas quatro fases do estudo
Fase* Casos
n(%)
Controles
n(%)
P**
1 25 (29.7%) 18 (19.1%) 0,05
2 52 (61.9%) 50 (53.2%) 0,07
3 62 (72.9%) 35 (36.4%) <0,01
4 60 (70.6%) 42 (43.3%) <0,01
*Fase 1 se refere a linha de base; fase 2, posterior a aula teórica
convencional; fase 3, logo após os dois meses de intervenção; fase
4, seis meses após o final da intervenção
*Teste de qui quadrado
70
5.2.7 USO DE MEDIDAS DE FOTOPROTEÇÃO COMPLEMENTARES AO
FILTRO SOLAR
Fase 1 - Avaliação pré-intervenção
O questionário apresentado aos estudantes continha uma lista de medidas
de fotoproteção complementares ao filtro solar (anexo 1). Os estudantes podiam
selecionar todas as medidas que costumavam usar, sem limite de escolhas. O
número médio de medidas adicionais selecionados pelos casos na fase 1 foi de
3,13 (SD:1,27) e o dos controles foi de 2,6 (SD:1,26), havendo diferença
significativa entre os dois grupos na linha de base (p<0,01). As maiores diferenças
percentuais foram encontradas no uso de guarda-sol (casos: 54,1%; controles:
39,4%) e na busca de sombra como medida de proteção (casos: 64,7%; controles:
47,5%).
Fase 2 - Avaliação pós-aula presencial
Após a aula presencial, o número médio de opções selecionadas pelos
casos se elevou para 3,17 (SD:1,37) e o número médio selecionado pelos
controles se manteve em 2,7(SD:1,36) . O teste t para comparação das variações
das médias demonstrou que não houve diferença significativa entre as alterações
observadas nos dois grupos (p=0,66).
Fases 3 e 4 - Avaliações realizadas após a intervenção de dois meses e seis
meses após o final da intervenção.
Após os dois meses de intervenção, houve aumento significativo do número
médio de opções selecionadas pelos controles (µ=2,8; p=0,02) e pelos casos
(µ=3,4; p=0,04) com relação a fase 1.
71
Seis meses após o final da intervenção, tanto os casos (µ=3,5; p=0,01),
quanto os controles (µ=3,0; p=0,01) mantiveram médias significativamente
maiores do que as do período pré-intervenção.
72
6 DISCUSSÃO
A internet e suas ferramentas estão redefinindo o processo educativo por
oferecerem canais dinâmicos e eficientes para a interação e transmissão de
informações entre indivíduos e instituições. Em particular, a internet é muito
atraente para a interação com o público adolescente (Peattie 2002). Um estudo
com a população americana demonstrou que adolescentes gastam cerca de 12
horas por semana, em média, no computador (Nelson et al. 2006). No Brasil,
mesmo os adolescentes das classes C e D (classes com menor poder aquisitivo)
estão aderindo à internet, com 10% deles referindo uso regular (JCOnLine 2006).
Ao mesmo tempo, grande parte das escolas, mesmo no Brasil, já incorporaram a
internet no seu currículo (MEC 2007).
A informação contida na internet é vasta, muito variada e está sendo
constantemente atualizada por seus usuários, sejam eles residenciais ou
institucionais. Por isso, é lógico inferir que os adolescentes podem encontrar
informação sobre qualquer assunto de seu interesse durante buscas na web. Além
disso, adolescentes costumam referir que preferem usar o computador para
pesquisar e discutir assuntos muito pessoais (ou com algum tipo de tabu
envolvido) do que participar de discussões diretas com educadores ou terapeutas
(Borzekowski e Rickert 2001).
Sob outro ângulo, usando os princípios de Piaget, em que as crianças
aprendem melhor quando podem manipular seu ambiente (Bringuier 1980), a
internet também parece ser uma otima ferramenta para o aprendizado escolar. A
73
interatividade as encoraja a terem um papel ativo no processo de aprendizagem,
aumentando a fixação do conteúdo.
Por outro lado, nem toda a informação disponível na internet pode ser
descrita como “confiável” ou gerada por pessoas credenciadas. Além disso, as
informações disponíveis podem ser muito contraditórias, de acordo com a fonte
74
Apesar dessa diferença inicial com relação a fotoproteção, foi possível
observar que tanto a aula teórica quanto o uso da internet para criar websites
foram eficazes em aumentar o conhecimento dos alunos. Nesse estudo, tanto a
aula presencial quanto o uso da internet tiveram grande influência no
conhecimento sobre fotoproteção e auto-exame da pele.
Após o período de intervenção uma porcentagem significativamente maior
dos alunos que utilizaram a internet reportou conhecimento da técnica de auto-
exame da pele em comparação com os controles. Essa diferença se manteve
após os seis meses de observação. Porém, com a suspensão do uso da internet
o conhecimento do grupo de intervenção tendeu a se estabilizar e depois
apresentar tendência a redução. Achados semelhantes foram obtidos nas
perguntas sobre fotoproteção, sendo observada uma estabilização e possível
tendência a redução do conhecimento depois da suspenção do estímulo
educativo.
Estudos anteriores já descreveram que a participação ativa do educando e
a manutenção do estímulo educativo são necessários para a retenção da
informação e a manutenção dos hábitos adquiridos (Milne et al. 2006). MacNeal
(MacNeal e Dinulos 2007) observou que pelo menos dois anos de intervenção
são necessários para que seja observada uma mudança positiva no
comportamento do adolescente com relação à exposição à RUV. Como
demonstrado em seu estudo, a alteração prolongada de comportamento é
possivel, mas exige muito mais tempo e investimentos do que as instituições em
geral estão prontas para oferecer. Isso não deve ser surpresa já que, mesmo na
Austrália, onde campanhas continuadas tem ocorrido nas últimas décadas e 60%
da população afirma checar a pele regularmente (Balanda et al. 1994), o uso de
75
proteção solar entre os adolescentes tem diminuído nos últimos anos (Livingston
et al. 2007).
Merece atenção também o fato dos controles terem demonstrado aumento
do conhecimento sobre auto-exame, mesmo após a fase 3 do estudo onde não
receberam mais informações sobre o assunto. Esses dados parecem sugerir que
algum fator externo, não controlado nesse estudo, teve grande influência na
população. O mesmo foi observado em outras variáves estudadas e que serão
discutidas adiante. Possíveis explicações para esse fenômeno são o fato de os
alunos estarem mais alertas para mensagens sobre fotoproteção após a aula
presencial e também o fato de a última fase do estudo ter ocorrido após um
verão. Normalmente os meios de comunicação se inundam com mensagens
educativas sobre os perigos da exposição solar no verão e nos meses que o
antecedem, épocas em que as fases 3 e 4 do estudo foram conduzidas.
6.2 OPINIÃO SOBRE ESTÉTICA E BRONZEAMENTO
Embora tanto a aula presencial, quanto a intervenção tenham gerado
significativo aumento do conhecimento sobre fotoproteção e auto-exame da pele,
esse conhecimento não foi suficiente para alterar a percepção dos adolescentes
de que o bronzeado melhora a aparência. Esse pode ser um dos motivos pelos
quais o aumento do conhecimento nao foi acompanhado por mudanças de
comportamento. Como discutido anteriormente, adolescentes têm grande
preocupação com a opinião de seus pares de mesma idade e dificilmente se
preocupam com riscos futuros. Esse achado está alinhado com o fato dos
76
adolescentes terem pouco interese em campanhas que visem eliminar riscos à
saúde de longo prazo (Lewis e Wolkmar 1993).
Mahler e colaboradores (Mahler et al. 1997) observaram que mensagens
baseadas no risco de envelhecimento causado pelo sol (e não no risco de câncer
da pele) aumentaram a intenção de usar fotoprotetores entre adultos. Além disso,
o estudo revelou que as pessoas que recebiam as informações sobre
fotoenvelhecimento tinham maior tendência a comentar o assunto com amigos do
que aquelas que recebiam informações sobre câncer da pele. Segundo o autor,
isso pode se dever ao fato desse tipo de informação ser menos discutido nos
meios de comunicação. Apesar desses dados serem significativos na população
adulta, para o público adolescente as discussões sobre o envelhecimento
cutâneo podem não ser suficientes para atrair o interesse e modificar opiniões, já
que o envelhecimento é observado pelo menos uma década mais tarde na vida.
Além das mensagens citando riscos a longo prazo, mensagens
assustadoras, com conteúdo negativo, ligado a doenças e morte também
costumam ter resultados muito pobres entre os adolescentes (Detweiler et al.
1999). O conteúdo das campanhas deve trazer ganhos relacionados
primariamente à aparência e não à saúde (Mahler et al. 1997).
Com base nessas informações, futuros estudos educacionais poderiam ter
como foco os efeitos estéticos a curto prazo da exposição solar intensa, como
queimaduras, descamação da pele, manchas e a perda de uniformidade da cor
da pele após a descamação.
É importante registrar também que durante conversas informais com os
adolescentes ficou clara a percepção negativa do grupo com relação à ausência
de bronzeado e ao uso de acessórios para a proteção solar. Eram muito comuns
77
expressões como “barata-branca” e a vergonha de “confessar” o uso do protetor
solar. Um dos alunos foi obrigado pelos colegas de forma jocosa a mostrar o
protetor que sua mãe o “obrigava” a carregar na mochila.
6.3 REALIZAÇÃO DO AUTO-EXAME DA PELE
A realização do auto-exame da pele parece ter sido influenciada tanto pela
aula presencial, quanto pela intervenção, sem alteração do resultado quando as
amostras foram controladas por fototipo. Era esperado que adolescentes
referindo maior sensibilidade ao sol tendessem a se preocupar mais com os
riscos da exposição solar, mas essa tendência não foi observada, mesmo com a
grande prevalência de fototipos I a III em nossa amostra.
De acordo com o comentário de alguns estudantes após a realização da
pesquisa, o aumento de alunos referindo a realização do auto-exame logo após a
aula presencial pode ser atribuído ao fato de que alguns já haviam realizado o
procedimento antes da aula, mas não o conheciam por esse nome.
O período de dois meses de pesquisa sobre cânceres da pele,
fotoproteção e auto-exame não pode ser apontado como causa do aumento da
realização do auto-exame no grupo de intervenção porque um aumento
significativamente maior foi observado no grupo controle. Além disso, não foi
encontrada diferença significativa entre os grupos na fase 4. A nossas hipóteses
são de que a aula presencial possa ter sido tão efetiva quanto o uso da internet
no estímulo a realização do auto-exame, ou que algum fator externo, não
controlado nesse estudo, possa ter influenciado os resultados, como discutido
78
anteriormente nos resultados sobre o conhecimento da técnica de auto-exame da
pele.
6.4 QUEIMADURAS SOLARES NO VERÃO
O monitoramento de queimaduras solares em levantamentos populacionais
permite que seja estimado o nível de adoção de medidas de proteção e o risco de
câncer da pele na população (do tipo melanoma e carcinoma basocelular), além
de fornecer uma medida para avaliação do sucesso de programas de prevenção
da exposição prolongada ao sol (Shoveller e Lovato 2001; Saraiya et al. 2004)
Estudos que objetivam aumentar o uso de medidas de fotoproteção
costumam usar o relato de queimaduras solares como um sinal da falta de
aderência ou do uso inadequado das medidas na população. Na nossa população
não houve diferença significativa na freqüência de queimaduras solares entre
casos e controles, apesar dos casos terem demonstrado um aumento maior do
conhecimento sobre as medidas de fotoproteção depois da intervenção (ver
“conhecimento sobre fotoproteção”). Portanto, a informação não se traduziu em
mudança significativa de comportamento.
A observação de uma tendência a menor número de queimaduras com
bolhas entre os casos foi um achado encorajador, porque queimaduras com
bolhas estão relacionadas à risco aumentado de câncer da pele do tipo melanoma
e carcinoma basocelular. Talvez uma amostra maior de estudantes, com maior
número absoluto de queimaduras, revelasse uma difença significativa entre casos
e controles.
79
6.5 USO DE FOTOPROTETOR E MEDIDAS GERAIS DE PROTEÇÃO SOLAR
O uso de protetor solar e de medidas gerais de fotoproteção não pareceu
se alterar de forma significativa como resuldado do estudo. Embora o
conhecimento sobre a necessidade de uso de filtro solar no inverno tenha
apresentado aumento significativamente maior entre os casos, não houve
diferença entre os casos e controles na utilização referida do protetor nessa época
do ano. Portanto, embora o grupo que teve acesso às informações da internet e
criou websites tivesse maior consciência da necessidade do protetor, isso não foi
suficiente para que alterasse seu comportamento. De acordo com Geller et al, até
mesmo filhos de profissionais de saúde com história pessoal ou familiar de câncer
da pele usam fotoproteção irregularmente, apresentam queimaduras freqüentes e
referem uso regular de camas de bronzeamento (Geller et al. 2006).
A observação de que ambos os grupos referiram aumento do uso de
medidas gerais de fotoproteção após o término da intervenção, sugere que fatores
não controlados no estudo parecem ter tido influência sobre essa variável.
Foi importante, porém, perceber que uma das influências negativas para o
uso de protetor na nossa população é a percepção do bronzeado como um sinal
de beleza. Os adolescentes parecem conscientemente buscar o bronzeado para
atender aos padrões de beleza da sociedade. Vries demonstrou que a auto-
confiança na adolescência tem grande correlação com o uso de filtro solar (de
Vries et al. 2006). Embora os adolescentes estejam cada vez mais emancipados,
articulados e conscientes das suas vontades e necessidades (Valkenburg 2000),
agradar ao grupo de amigos ainda é extremamente importante nessa faixa-etária,
assim como a necessidade de buscar identidade e a auto-afirmação. Portanto, é
80
esperado que o aumento do conhecimento sobre fotoproteção tenha pouca
repercussão no comportamento.
6.6 ACHADOS NÃO RELACIONADOS AOS OBJETIVOS PRINCIPAIS
Um dos achados desse estudo não relacionado aos objetivos principais,
mas que pode servir base para outros estudos, foi a grande quantidade de
indivíduos referindo sensibilidade ao sol (fototipos I a III). Esse achado já havia
sido descrito no estudo sobre essa população publicado em 2005 (Benvenuto-
Andrade et al. 2005).
Alguns autores apontam para o fato de que o uso de questões
padronizadas (como os fototipos de Fitzpatrick) para acessar a fotossensibilidade
da pele oferece dados subjetivos e tem pouca correlação com observações mais
objetivas, como a dose eritematosa mínima (Rampen et al. 1988; Weinstock
1992). Porém, a descrição mais objetiva dos fototipos requer o uso de medidas e
instrumentos que aumentam muito a complexidade de estudos populacionais
(Rampen et al. 1988; Harrison e Buttner 1999).
No entanto, é importante atentar para o fato da nossa população perceber
sua pele como “sensível ao sol”. Nesse contexto, a exposição parece ser feita de
forma consciente das suas possíveis consequências. Essa informação reforça a
noção de que o simples aumento do conhecimento sobre os riscos da
fotoexposição não deve ser suficiente para mudar o comportamento com relação
à exposição solar.
Informações desse tipo, que levam em conta percepções da população,
são importantíssimas para o planejamento de campanhas de fotoproteção. A
disciplina de “marketing social” (Weinreich 2006) lida exatamente com esse tipo
81
de situação. O marketing social promove idéas e comportamentos. Ele parte do
princípio de que ao invés de exigir que o paciente adote comportamentos
considerados adequados pela comunidade científica, é importante entender as
motivações e necessidades do paciente para produzir programas focados nas
necessidades e percepções dos diferentes segmentos da população. O conceito
foi criado em 1970 quando Marty Fishbein, um professor de Marketing, trabalhou
para o Centro para Controle de Doenças dos Estados Unidos. Seu desafio era
reduzir a transmissão de doenças pelo uso ilegal de drogas. Ele percebeu que
seria impossível simplesmente fazer com que as pessoas parassem de usar o
produto. Fishbein também percebeu que a prática de compartilhar seringas
estava muito arraigada nos usuários. Utilizando o conhecimento de atitudes do
consumidor, Fishbein criou uma campanha que incentivava o uso de substâncias
para a limpeza das agulhas antes do compartilhamento. Sua impressão era de
que esse objetivo era mais realístico e mantinha o foco principal da campanha:
diminuir a transmissão de doenças e não erradicar o uso de drogas. Conceitos
semelhantes podem ser aplicados para a diminuição de queimaduras solares e a
diminuição do tempo de exposição ao sol em indivíduos que se expõem por
períodos prolongados apesar de perceberem sua pele como sensível à RUV.
82
7 CONCLUSÕES
Nesse estudo, embora o uso da internet e a produção de páginas
eletrônicas tenha contribuído para o aumento do conhecimento sobre a radiação
solar e os riscos da exposição solar, não foram observadas alterações
significativas no comportamento dos adolescentes. Também se manteve
inalterada a percepção de que o bronzeado é um sinal de beleza.
Além disso, as diferenças encontradas durante a intervenção pareceram
tender a regredir no período em que a intervenção foi suspensa, exatamente
como observado por em estudos anteriores, com outras populações.
Algumas conquistas foram observadas com relação ao auto-exame da pele
e ao uso de medidas de fotoproteção, mas fatores externos ao estudo pareceram
ter grande infuência nos resultados observados, confundindo a análise.
O fornecimento de informações não deve ser o objetivo principal de
campanhas educativas na área de fotoproteção. Novas abordagens devem ser
experimentadas, com o objetivo de mudar o comportamento e as percepções da
população adolescente e/ou de adaptar as campanhas às percepções e
necessidades dessa população.
83
8 SUGESTÕES E PERSPECTIVAS
De acordo com a revisão da literatura apresentada aqui, embora
informação não tenha influência direta nas escolhas diárias de um indivíduo,
intervenções continuadas e prolongadas podem ter resultados de longo prazo em
comportamento e atitudes. Porém, devido às características de mobilidade da
população escolar brasileira, estudos maiores e mais prolongados, assim como
programas de prevenção continuados, são muito complicados de serem
executados no ambiente escolar e exigem grande investimento de recursos.
Algumas abordagens alternativas poderiam permitir um acompanhamento
mais eficiente dos adolescentes:
Uso de associações de bairro ou grupos de interesse (religioso,
musical) pode permitir um acompanhamento muito mais focado e
prolongado dos adolescentes.
Segmentação da população em níveis de sensibilidade a RUV. Essa
segmentação permite o investimento de recursos nos grupos mais
suscetíveis aos cânceres da pele. Esse abordagem é particularmente
importante em uma população onde os recursos para educação são
escarsos e devem ser utilizados de forma a atender prioridades. Em todo o
mundo, questões como uso de drogas, doenças sexualmente
transmissíveis e planejamento familiar têm grande prioridade na
adolescência por sua grande prevalência e seus efeitos sócio-econômicos
(Peattie 2002).
84
Utilização de formas criativas de incluir os cuidados com a exposição
solar nas mensagens direcionadas aos adolescentes de forma a
tornar as campanhas atraentes para essa população. Antes de uma
campanha de prevenção ser lançada, ela deve ser testada em amostras
do público alvo para que seus efeitos sobre os indivíduos sejam avaliados.
Para isso, existem diversas ferramentas de marketing disponíveis. Utilizar
releituras de campanhas antigas nem sempre é o método mais adequado.
Diminuir a complexidade das mensagens utilizadas em campanhas.
Alguns autores propõem que as campanhas atuais costumam usar
informações muito complexas (Weinstock 2006). Mensagens mais simples,
como “cuidado com sinais que estão mudando de aparência” poderiam ser
mais facilmente compreendidas e aplicadas. Embora essa pareça ser uma
abordagem interessante, é importante ressaltar que mensagens desse tipo
podem aumentar muito a sensibilidade e diminuir a especificidade do auto-
exame da pele. Com isso poderiam aumentar o número de visitas
desnecessárias ao dermatologista, a ansiedade da população e o número
de biópsias de lesões benignas (Jackson et al. 1998). A simplificação das
mensagens deve ser feita com muita cautela e merece estudos
específicos.
Reavaliar a grande atenção dispensada à importância do uso do
protetor solar em detrimento as outras medidas gerais de
fotoproteção. O filtro solar costuma ter um papel central nas campanhas e
estudos sobre fotoproteção, apesar das evidências sobre sua eficácia
serem contraditórias (Murphy 2002; Ivry et al. 2006). É importante observar
que vários estudos como os discutidos aqui têm demonstrado que é muito
85
difícil aumentar o uso de protetor entre adolescentes. Além disso, como
discutido anteriormente, mesmo entre aqueles que referem o uso regular
de filtro solar, a técnica utilizada normalmente é insuficiente para conferir
proteção uniforme. Apesar disso, Gritz et al, demonstraram que pediatras
americanos orientam regularmente o uso de filtros solares, mas apenas
metade costuma abordar a necessidade de roupas protetoras e outras
medidas gerais de fotoproteção (Gritz et al. 2003). É provável que os
achados sejam semelhantes no Brasil, já que a tese de mestrado realizada
com uma população semelhante demonstrou que os médicos não eram
uma fonte frequênte de informação sobre proteção solar (Benvenuto-
Andrade et al. 2005). Nesse contexto, é importante enfatizar nas atividades
educativas que o uso do filtro solar deve ser complementar ao uso das
outras medidas gerais de fotoproteção.
Engajar a população adulta (educadores, pais e profissionais da
saúde) na educação para a fotoproteção. Embora os pares de mesma
idade tenham grande influência nessa faixa etária e o futuro não seja uma
prioridade, evidência empírica demonstra que os adolescentes se
beneficiam do contato com adultos (Stern 2005) e, ao contrário de relatos
do passado, os adolescentes estão cada vez mais assumindo um papel
consciente e ativo nas questões sociais (McLeod 2000). Ramos-e-Silva e
Ribeiro de Castro discutiram amplamente em seu artigo “Women: Blame
them for the inadequate sun exposure of future generations!” a importância
do exemplo de comportamento oferecido pelos pais na educação para
fotoproteção (Ramos-e-Silva e Ribeiro de Castro 2005). Porém, além de
oferecerem aos jovens exemplos inadequados de exposição a fontes
86
naturais e artificiais de RUV, adultos tendem a apresentar visões negativas
da população adolescente. Filmes e seriados de televisão costumam
mostrar jovens envolvidos em atos de violência e criminalidade e essa
visão permeia o inconsciente coletivo. Dessa forma, adultos tendem a
considerar inútil qualquer tentativa de influenciar o comportamento de
adolescentes e perdem oportunidades de influenciar positivamente o
comportamento de futuras gerações (Stern 2005).
Entre os adultos com grande influência e importância no processo
educacional, devem ser citados também os professores. Desde o piloto
desse estudo, houve necessidade de apoio aos adolescentes na busca
pela informação, seja pelas dificuldades do idioma ou pela ambigüidade da
informação disponível na internet. Como citado por Peattie (Peattie 2002)
novas tecnologias, como a testada em nosso estudo, não devem ser vistas
como um substituto da educação formal ou do professor, mas como um
complemento. Como demonstrado em alguns resultados desse estudo, os
efeitos a curto e médio prazo de técnicas alternativas podem não ser muito
mais pronunciados do que os de uma aula presencial. Sua utilização como
suporte para o instrutor, porém, facilita o acompanhamento de um maior
número de pessoas por mais tempo e pode servir como um fator de
motivação para o aprendizado (Peattie 2002).
Em resumo, novos estudos são necessários para investigar estratégias que
efetivamente influenciem o comportamento e não apenas o conhecimento da
população adolescente. Até o momento, muitos recursos tem sido dispendidos,
estratégias inovadoras tem sido testadas e mesmo assim os resultados tem sido
87
questionáveis. Algumas sugestões discutidas aqui, como a mudança do tipo de
informação abordada nas campanhas e a melhor segmentação dos grupos de
intervenção podem ser usadas individualmente ou em combinação para gerar
diversas novas possibilidades de intervenção.
88
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Acri N e Bane M. Do you anticipate that you will be seeing a greater or lesser
amount of patients with melanoma due to the media blitz concerning sun
awareness and skin protection? Cutis 1998; 61(6): 318.
Aitken JF, Youl PH, Janda M, et al. Increase in skin cancer screening during a
community-based randomized intervention trial. Int J Cancer 2006; 118(4):
1010-6.
Angeli C, Mallmann L, Amoretti R, et al. Estudo comparativo sobre o conhecimento
e comportamento de adolescentes e adultos frente à exposição solar. An Bras
Dermatol 1997; 72(3): 241-5.
Araújo CH e Luzio N. Avaliação da Educação Básica - Em busca da qualidade e
eqüidade no Brasil. Brasília, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira, 2005.
Bakos L, Wagner M, Bakos R, et al. Sunburn, sunscreens, and phenotypes: some
risk factors for cutaneous melanoma in southern Brazil. Int J Dermatol 2002;
41: 557-62.
Balanda KP, Lowe JB, Stanton WR, et al. Enhancing the early detection of
melanoma within current guidelines. Aust J Public Health 1994; 18(4): 420-3.
Banks B, Silverman R, Schwartz R, et al. Attitudes of teenagers toward sun
exposure and sunscreen use. Pediatrics 1992; 89: 40-2.
89
Bastuji-Garin S e Diepgen TL. Cutaneous malignant melanoma, sun exposure, and
sunscreen use: epidemiological evidence. Br J Dermatol 2002; 146 Suppl 61:
24-30.
Bastuji-Garin S, Grob J, Grognard C, et al. Melanoma prevention: evaluation of a
health education campaign for primary schools. Arch Dermatol 1999 Aug;
135(8): 936-40.
Benvenuto-Andrade C, Zen B, Fonseca G, et al. Sun exposure and sun protection
habits among high-school adolescents in Porto Alegre, Brazil. Photochem
Photobiol 2005; 81(3): 630-5.
Berwick M, Armstrong BK, Ben-Porat L, et al. Sun exposure and mortality from
melanoma. J Natl Cancer Inst 2005; 97(3): 195-9.
Berwick M, Begg CB, Fine JA, et al. Screening for cutaneous melanoma by skin
self-examination. J Natl Cancer Inst 1996; 88(1): 17-23.
Bevona C, Goggins W, Quinn T, et al. Cutaneous melanomas associated with
nevi. Arch Dermatol 2003; 139(12): 1620-4; discussion 4.
Borzekowski DL e Rickert VI. Adolescent cybersurfing for health information: a new
resource that crosses barriers. Arch Pediatr Adolesc Med 2001; 155(7): 813-7.
Brand D e Ackerman B. Squamous cell carcinoma, not basal cell carcinoma, is the
most common cancer in humans. J Am Acad Dermatol 2000; 42(3): 523-6.
Bringhurst F, Demay M, Kronenberg H. Hormones and Disorders of Mineral
Metabolism. In: WB Saunders Co. Williams Textbook of Endocrinology, 2007.
Bringuier JC. Conversations with Jean Piaget. Chicago, University of Chicago
Press, 1980.
90
Buck ML. Pediatric Pharmacotherapy - Drug-induced Photosensitivity, Children's
Medical Center - University of Virginia Medical Center Website, Disponível em:
http://www.healthsystem.virginia.edu/internet/pediatrics/pharma-
news/JUN98.PDF. Ùltimo acesso em 07 de julho de 2004..
Carli P, De Giorgi V, Palli D, et al. Dermatologist detection and skin self-
examination are associated with thinner melanomas: results from a survey of
the Italian Multidisciplinary Group on Melanoma. Arch Dermatol 2003; 139(5):
607-12.
Cestari TF, Kripke ML, Baptista PL, Bakos L, Bucana CD. Ultraviolet radiation
decreases the granulomatous response to lepromin in humans. J Invest
Dermatol 1995;105:8-13.
Cokkinides V, Weinstock M, Glanz K, et al. Trends in sunburns, sun protection
practices, and attitudes toward sun exposure protection and tanning among US
adolescents, 1998-2004. Pediatrics 2006; 118(3): 853-64.
Coogan P, Geller A, Adams M, et al. Sun protection practices in preadolescents
and adolescents: A school-based survey of almost 25,000 Connecticut
schoolchildren. J Am Acad Dermatol 2001; 44: 512-9.
Costa MCO e Souza RP. Adolescência: Aspectos Clínicos e Psicossociais. Porto
Alegre: Artes Médicas, 2002.
Davis CD e Dwyer JT. The "sunshine vitamin": benefits beyond bone? J Natl
Cancer Inst 2007; 99(21): 1563-5.
Davis N, McLeod G, Beardmore G, et al. Primary cutaneous melanoma: a report
from the Queensland Melanoma Project. CA Cancer J Clin 1976; 26: 80-107.
91
de Vries H, Mesters I, Riet JV, et al. Motives of Belgian adolescents for using
sunscreen: the role of action plans. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev 2006;
15(7): 1360-6.
Del Mar CB, Stanton WR, Gillespie AM, et al. What use do people make of
physicians in checking their skin for cancer? Cancer Detect Prev 1996; 20(4):
325-31.
Detweiler JB, Bedell BT, Salovey P, et al. Message framing and sunscreen use:
gain-framed messages motivate beach-goers. Health Psychol 1999; 18(2): 189-
96.
Diffey B. When should sunscreen be reapplied? J Am Acad Dermatol 2001; 45:
882-5.
Doherty V, Kie M e Rona M. Experience of a public education programme on early
detection cutaneous malignant melanoma. Br Med J 1988; 297: 388-91.
Dornelles S, Goldim J e Cestari T. Determination of the minimal erythema dose
and colorimetric measurements as indicators of skin sensitivity to UV-B
radiation. Photochem Photobiol 2004; 79(6): 540-4.
Driscoll C. Clothing Protection Factor. Radiological Protection Bulletin 2000; 222.
Epstein DS, Lange JR, Gruber SB, et al. Is physician detection associated with
thinner melanomas? Jama 1999; 281(7): 640-3.
Etzel R, Balk S e Bearer C. Ultraviolet light: a hazard to Children. Pediatrics 1999;
104(2): 328-33.
Farr P e Diffey B. The erythemal response of human skin to ultraviolet radiation. Br
J Dermatol 1985; 113(1): 65-76.
92
Fisher G, Kang S e Varani J. Mechanisms of photoaging and chronological skin
aging. Arch Dermatol 2002; 138: 1462-70.
Fitzpatrick T. The validity and practicality of sun reactive skin type I through VI.
Arch Dermatol 1988; 124: 869-72.
Friedman LC, Bruce S, Webb JA, et al. Skin self-examination in a population at
increased risk for skin cancer. Am J Prev Med 1993; 9(6): 359-64.
Gallagher R, Hill G, Bajdik C, et al. Sunlight exposure, pigmentation factors, and
risk of nonmelanocytic skin cancer. II. Squamous cell carcinoma. Arch
Dermatol 1995; 131(2): 164-9.
Gallagher R, Hill G, Bajdik C, et al. Sunlight exposure, pigmentary factors, and risk
of nonmelanocytic skin cancer. I. Basal cell carcinoma. Arch Dermatol 1995;
131(2): 157-63.
Gefeller O e Pfahlberg A. Sunscreen use and melanoma:a case of evidence-based
prevention? Photodermatol Photoimmunol Photomed 2002; 18(3): 153.
Geller A, Cantor M, Miller D, et al. The Environmental Protection Agency's National
SunWise School Program: sun protection education in US schools (1999-
2000). J Am Acad Dermatol 2002; 46: 683-9.
Geller AC, Brooks DR, Colditz GA, et al. Sun protection practices among offspring
of women with personal or family history of skin cancer. Pediatrics 2006;
117(4): e688-94.
Gilchrest B. Skin aging and photoaging: an overview. J Am Acad Dermatol 1989;
21: 610-3.
Gilchrest B, Eller M, Geller A, et al. The pathogenesis of melanoma induced by
ultraviolet radiation. N Engl J Med 1999; 340(17): 1341-8.
93
Giles G, Armstrong B, Burton R, et al. Has mortality for melanoma stopped rising in
Australia? Analysis of trends between 1951 and 1994. BMJ 1996; 312: 1121-5.
Glanz K, Maddock J, Lew R, et al. A randomized trial of the Hawaii SunSmart
Program's impact on outdoor recreation staff. J Am Acad Dermatol 2001; 44(6):
973-8.
Glanz K, Saraiya M e Wechsler H. Guidelines for school programs to prevent skin
cancer. MMWR Recomm Rep 2002; 26(51): 1-18.
Godar D. UV doses of american children and adolescents. Photochem Photobiol
2001; 74(6): 787-93.
Godar D, Wengraitis S, Shreffler J, et al. UV Doses of Americans. Photochem
Photobiol 2001; 73(6): 621-9.
Gritz E, Tripp M, Moor C, et al. Skin cancer prevention counseling and clinical
practices of pediatricians. Pediatr Dermatol 2003; 20(1): 16-24.
Grob JJ e Bonerandi JJ. The 'ugly duckling' sign: identification of the common
characteristics of nevi in an individual as a basis for melanoma screening. Arch
Dermatol 1998; 134(1): 103-4.
Gruijl F. Skin Cancer and solar UV radiation. Eur J Cancer 1999; 35(14): 2003-9.
Harrison S e Buttner P. Do all fair-skinned caucasians consider themselves fair?
Prev Med 1999; 29: 349-54.
Hornung R, Lennon P, Garrett J, et al. Interactive computer technology for skin
cancer prevention targeting children. Am J Prev Med 2000 Jan; 18(1): 69-76.
Howell J. The power of prevention. J Am Acad Dermatol 1999 Apr; 40(4): 623-5.
94
INCA. Estimativas 2008: Incidência de Câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA,
2007.
Ivry GB, Ogle CA e Shim EK. Role of sun exposure in melanoma. Dermatol Surg
2006; 32(4): 481-92.
Jackson A, Wilkinson C e Pill R. Moles and melanomas--who's at risk, who knows,
and who cares? A strategy to inform those at high risk. Br J Gen Pract 1999;
49(440): 199-203.
Jackson A, Wilkinson C, Ranger M, et al. Can primary prevention or selective
screening for melanoma be more precisely targeted through general practice?
A prospective study to validate a self administered risk score. BMJ 1998;
316(7124): 34-8; discussion 8-9.
JC OnLine. Ibope investiga relação de adolescentes com a web, Jornal do
Comércio OnLine, 2006. Disponível em
http://jc.uol.com.br/2006/10/09/not_121314.php. Ùltimo acesso : 08 de março
de 2008.
Jones G e Dwyer T. Bone Mass in Prepubertal Children: Gender Differences and
the Role of Physical Activity and Sunlight Exposure. J Clin Endocrinol Metab
1998; 83(12): 4274-9.
Jungers EA, Guenthner ST, Farmer ER, et al. A skin cancer education initiative at
a professional baseball game and results of a skin cancer survey. Int J
Dermatol 2003; 42: 524–9.
Kochevar IE, Taylor CR. Photophysics, photochemistry, and photobiology.
Freedberg IM, Eisen AZ, Wolff K, et al., eds. Dermatology in General
Medicine. 6 ed. Nova Iorque: McGraw Hill; 2003:1627–1638.
95
Koh HK e Geller AC. Public health interventions for melanoma. Hematol Oncol Clin
North Am 1998; 12(4): 903-28.
Kricker A, Armstrong BK, English DR. Sun exposure and non-melanocytic skin
cancer. Cancer Causes and Control 5:367–392; 1994
Kripke M. Carcinogenesis: Ultraviolet Radiation. In: McGrawHill. Dermatology in
General Medicine, Fitzpatrick TB et al, 1999: 465-72.
Kuhl I. Fotoproteção na adolescência. An Bras Dermatol 1998; 73(1): 38.
Lewis M e Wolkmar F. Aspectos clínicos do desenvolvimento na infância e
adolescência. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
Lim H e Cooper K. The health impact of solar radiation and prevention strategies. J
Am Acad Dermatol 1999; 41: 81-99.
Livingston PM, White V, Hayman J, et al. Australian adolescents' sun protection
behavior: who are we kidding? Prev Med 2007; 44(6): 508-12.
Loria D e matos E. Risk factors for cutaneous melanoma: a case-control study in
Argentina. Int J Dermatol 2001; 40(2): 108-14.
Lower T, Girgis A e Sanson- Fisher R. The prevalence and predictors of solar
protection use among adolescents. Prev Med 1998; 27(3): 391-9.
Lucci A, Citro HW e Wilson L. Assessment of knowledge of melanoma risk factors,
prevention, and detection principles in Texas teenagers. J Surg Res 2001;
97(2): 179-83.
Mackie R, Hunter J, Aitchinson T, et al. Cutaneous malignant melanoma. Scotland
1979-89: the Scottish melanoma group. Lancet 1992; 339: 971-5.
MacNeal RJ e Dinulos JG. Update on sun protection and tanning in children. Curr
Opin Pediatr 2007; 19(4): 425-9.
96
Mahler HI, Fitzpatrick B, Parker P, et al. The relative effects of a health-based
versus an appearance-based intervention designed to increase sunscreen use.
Am J Health Promot 1997; 11(6): 426-9.
Marghoob AA, Swindle LD, Moricz CZ, et al. Instruments and new technologies for
the in vivo diagnosis of melanoma. J Am Acad Dermatol 2003; 49(5): 777-97;
quiz 98-9.
Marks R. Two decades of the public health approach to skin cancer control in
Australia: Why, how and where are we now? Australas J Dermatol 1999; 40(1):
1-5.
Mascaro JM, Jr. e Mascaro JM. The dermatologist's position concerning nevi: a
vision ranging from "the ugly duckling" to "little red riding hood". Arch Dermatol
1998; 134(11): 1484-5.
Mawn V. A survey of attitudes, beliefs, and behavior regarding tanning bed use,
sunbathing, and sunscreen use. J Am Acad Dermatol 1993; 29(6): 959-62.
McLeod JM. Media and civic socialization of youth. J Adolesc Health 2000; 27(2
Suppl): 45-51.
MEC. Portal da Educação - Secretaria de Educação a Distância. Brasília, 2005.
Disponível em
http://portal.mec.gov.br/seed/index.php?option=com_content&task=view&id=16
2&Itemid=300 . Último acesso: 8 de março de 2008.
Melia J, Pendry L, Eiser J, et al. Evaluation of primary intervention initiatives for
skin cancer: a review from a UK perpective. Br J Dermatolol 2000; 143: 701-8.
Mermelstein RJ e Riesenberg LA. Changing knowledge and attitudes about skin
cancer risk factors in adolescents. Health Psychol 1992; 11(6): 371-6.
97
Metry D e Hebert A. Topical therapies and medications in the pediatric patient.
Pediatr Clin North Am 2000; 47(4): 867-6.
Milne E, Jacoby P, Giles-Corti B, et al. The impact of the kidskin sun protection
intervention on summer suntan and reported sun exposure: was it sustained?
Prev Med 2006; 42(1): 14-20.
Moan J, Porojnicu AC, Dahlback A, et al. Addressing the health benefits and risks,
involving vitamin D or skin cancer, of increased sun exposure. Proc Natl Acad
Sci USA 2008; 105(2): 668-73.
Monfrecola G, Fabbrocini G, Posteraro G, et al. What do young people think about
the dangers of sunbathing, skin cancer and sunbeds? A questionnaire survey
among Italians. Photodermatol Photoimmunol Photomed 2000; 16: 15-8.
Morais MM. A Sala de Aula no Contexto da Educação do Século 21. Brasília:
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2005.
Morison W, Parrish J, Bloch K, et al. In vivoeffect of UV-B on lymphocyte function.
Br J Dermatol 1979; 101(5): 513-9.
Murphy GM. The acute effects of ultraviolet radiation on the skin. In: Chapman and
Hall. Photodermatology, J.L.M. Hawk, 1998: 43–52.
Murphy GM. Photoprotection: public campaigns in Ireland and the U.K. Br J
Dermatol 2002; 146 Suppl 61: 31-3.
Dermatology in General Medicine, Fitzpatrick TB et al, 1999: 465-72.
Murphy GM. An update on photoprotection. Photodermatol Photoimmunol
Photomed 2002; 18: 1-4.
Nasser, N. UVB Suscetibilidade no melanoma maligno. Tese de Doutorado.
UFRJ/Programa de Pós-graduação em Dermatologia, 2003.
98
NCE-USP. Educomunicação. São Paulo, USP, 2007. Disponível em
http://www.usp.br/nce/aeducomunicacao. Último acesso em 08 de março de
2008.
Neale RE e Green AC. Measuring behavioral interventions by questionnaires and
prospective diaries: an example of sunscreen use. Epidemiology 2002; 13: 224-
7.
Nelson MC, Neumark-Stzainer D, Hannan PJ, et al. Longitudinal and secular
trends in physical activity and sedentary behavior during adolescence.
Pediatrics 2006; 118(6): e1627-34.
Oliveria SA, Chau D, Christos PJ, et al. Diagnostic accuracy of patients in
performing skin self-examination and the impact of photography. Arch Dermatol
2004; 140(1): 57-62.
Olson AL, Gaffney C, Starr P, et al. SunSafe in the Middle School Years: a
community-wide intervention to change early-adolescent sun protection.
Pediatrics 2007; 119(1): e247-56.
Osório LC. Adolescente Hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
Pathak MA. Sunscreens: progress and perspectives on photoprotection of human
skin against UVB and UVA radiation. J Dermatol 1996; 23: 783-800.
Peattie S. Using the Internet to Communicate the Sun-safety Message to
Teenagers. Health Education 2002; 102(5): 210-8.
Peres M. Incidência e prevalência de melanoma no Estado do Rio Grande do Sul.
An Bras Dermatol 1998; 73(1): 6.
Pougy EGP. Educação e comunicação: pelas vias de uma didática da obra de
arte. Educação e Pesquisa 2007;33(3):485-98.
99
Ramos-e-Silva M e Ribeiro de Castro MC. Women: Blame them for the inadequate
sun exposure of future generations! G Ital Dermatol Venereol 2005; 140:599-
602
Rampen F, Fleuren B, Boo T, et al. Unreliability of self-reported burning tendency
and tanning ability. Arch Dermatol 1988; 124: 885-8.
Reding DJ, Fischer V, Gunderson P, et al. Teens teach skin cancer prevention. J
Rural Health 1996; 12(4 Suppl): 265-72.
Reid CD. Reid CD. Chemical photosensitivity: another reason to be careful in
the sun. Food and Drug Administration. Disponível em
http://www.fda.gov/fdac/features/496_sun.html. Último acesso: 7 de julho de
2004.
Reynolds K, Blaum J, Jester P, et al. Predictors of sun exposure in adolescents in
a southeastern U.S. population. J Adolesc Health 1996 Dec; 19(6): 409-15.
Rhodes AR. Public education and cancer of the skin. What do people need to
know about melanoma and nonmelanoma skin cancer? Cancer 1995; 75(2
Suppl): 613-36.
Rhodes AR. Cutaneous melanoma and intervention strategies to reduce tumor-
related mortality: what we know, what we don't know, and what we think we
know that isn't so. Dermatol Ther 2006; 19(1): 50-69.
Robinson J, Amonette R, Wyatt S, et al. Executive summary of the national "Sun
safety: protecting our future" conference: American Academy of Dermatology
and Centers for Disease Control and Prevention. J Am Acad Dermatol 1998;
38(5): 774-80.
100
Robinson J, Fisher S e Turrisi R. Predictors of skin self-examination performance.
Cancer 2002; 95(1): 135-46.
Robinson J, Rigel D e Amonette R. Trends in sun exposure knowledge, attitudes,
and behaviors: 1986 to 1996. J Am Acad Dermatol 1997 Aug; 37(2 Pt 1): 179-
86.
Rosen C. New agents in photoprotection. Abstracts of the 29th Annual Meeting of
the American Society of Photobiology, 2001. Disponível em
http://www.kumc.edu/POL/ASP_Home/Meetings/Annual2001/Monday/01abs08
9.htm. Último acesso: 8 de março de 2008.
Ruegemer J, Schuetz B, Hermann K, et al. UV-induced skin changes due to
regular use of commercial sunbeds. Photodermatol Photoimmunol Photomed
2002; 18(5): 223-7.
Santmyure B, Feldman S e Fleicher A. Lifestyle high-risk behaviors and
demographics may predict the level of participation in sun-protection behaviors
and skin cancer primary prevention in the United States. Cancer 2001; 92(5):
1315-24.
Saraiya M, Glanz K, Briss PA, et al. Interventions to prevent skin cancer by
reducing exposure to ultraviolet radiation: a systematic review. Am J Prev Med
2004; 27(5): 422-66.
Schneider J, Moore DI e Sagebiel R. Early diagnosis of cutaneous malignant
melanoma at Lawrence Livermore National Laboratory. Arch Dermatol 1990;
126: 767-9.
Schubiner H e Sikand A. Comparison of a computer interactive videodisc
program to teacher led sexuality education. J Adolesc Health 1994; 15(66): 66.
101
Serre I, Cano J, Picot M, et al. Immunosuppression induced by acute solar-
simulated ultraviolet exposure in humans. Prevention by sunscreen with a sun
protection factor of 15 and high UVA protection. J Am Acad Dermatol 1997;
37(2): 187-94.
Serres M. A Lenda dos Anjos. São Paulo: Aleph, 1995.
Sheldon R e Pinnel M. Cutaneous Photodamage, Oxidative stress and Topical
Antioxidant Protection. J Am Acad Dermatol 2003; 48(1): 1-19.
Shoveller JA e Lovato CY. Measuring self-reported sunburn: challenges and
recommendations. Chronic Dis Can 2001; 22(3-4): 83-98.
Smith T. The Queensland Melanoma Project: an exercise in health education. Br
Med J 1979; 1: 253-4.
Soter, NA. Acute effects of ultraviolet radiation on the skin. Semin Dermatol 1990;
9:11–5.
Souza RP. O Adolescente do terceiro milênio. Porto Alegre: Mercado Aberto,
1999.
Stern SR. Self-Absorbed, Dangerous, and Disengaged: What Popular Films Tell
Us About Teenagers. Mass Communication & Society 2005; 8(1): 23–38.
Su L. Sun awareness at Mayo High School. Cutis 1997; 60: 155-7.
Taylor S e Diffey B. Simple dosage guide for sunscreens will help users. BMJ
2002; 324: 1526.
Taylor SC. Understanding Skin of Color - Skin of color: Biology, structure, function,
and implications for dermatologic disease. J Am Acad Dermatol 2002; 46(2):
S41.
102
Thomas R, Cahill J e Santilli L. Using an interactive computer game to
increase skill and self-efficacy regarding safer sex negotiation: field test
results. Health Educ Behav 1997; 24: 71-86.
Thompson SC, Jolley D e Marks R. Reduction of solar keratoses by regular
sunscreen use. N Engl J Med 1993; 329(16): 1147-51.
Titus-Ernstoff L, Ernstoff MS, Kirkwood JM, et al. Usefulness of frequent skin
examination for the early detection of second primary cutaneous melanoma.
Cancer Detect Prev 1989; 13(5-6): 317-21.
Tsao H e Sober AJ. Ultraviolet radiation and malignant melanoma. Clin Dermatol
1998; 16: 67-73.
Valkenburg PM. Media and youth consumerism. J Adolesc Health 2000; 27(2
Suppl): 52-6.
Veiga IPA. Didática: uma retrospectiva histórica. In: VEIGA, IPA (coord.).
Repensando a didática. Campinas:Papirus, 2005:25-40.
Vitasa B, Taylor H, Strickland P, et al. Association of nonmelanoma skin cancer
and actinic keratosis with cumulative solar ultraviolet exposure in Maryland
watermen. Cancer 1990; 65(12): 2811-7.
Wang S. Ultraviolet A and melanoma: a review. J Am Acad Dermatol 2001; 44:
837-46.
Wang S, Kopf A, Marx J, et al. Reduction of ultraviolet transmission through cotton
T-shirt fabrics with low ultraviolet protection by various laundering methods and
dyeing: clinical implications. J Am Acad Dermatol 2001; 44(5): 767-74.
103
Weinreich, NK. What is Social Marketing? Em http://www.social-
marketing.com/Whatis.html, último acesso em 31 de janeiro de 2008.
Weinstock M. Assessment of sun sensitivity by questionnaire: validity of items and
formulation of a prediction rule. J Clin Epidemiol 1992; 45(5): 547-52.
Weinstock MA. Cutaneous melanoma: public health approach to early detection.
Dermatol Ther 2006; 19(1): 26-31.
Wright M, Wright S e Wagner R. Mechanisms of sunscreen failure. J Am Acad
Dermatol 2001; 44(5): 781-4.
104
10 ANEXOS
106
Responda com atenção cada uma das perguntas abaixo. Marque com um X o espaço
correspondente à resposta de sua escolha ou complete o espaço quando necessário.
Não responder aqui
Número:________ Série: ________
Escola:________ Fase: _________
1. Idade: _______ anos
2. Sexo: ( ) masculino ( ) feminino
3. Você sabe fazer auto-exame da pele?
( ) sim
( ) não (pule para a pergunta número 6)
( ) não sei o que é isso (pule para a pergunta número 6)
4. Se sim, fez no último mês?
( ) sim
( ) não
5. Se sim, fez aproximadamente quantas vezes nos últimos seis meses?
R: __________ vez(es)
6. Queimadura solar é qualquer vermelhão ou ardência na pele que dura mais de 12 horas
depois da exposição ao sol ou a câmaras de bronzeamento. No ultimo verão, alguma parte
do seu corpo teve queimadura solar?
( ) sim
( ) não
7. Se sim, alguma de suas queimaduras do último verão teve bolhas?
( ) sim
( ) não
8. Para cada frase abaixo, escolha a resposta que melhor representa a sua opinião.
Escolha apenas uma resposta para cada alternativa.
a) As pessoas ficam mais bonitas bronzeadas
( ) Concorda fortemente ( ) Concorda ( ) Indiferente ( ) Discorda ( ) Discorda fortemente
b) Você acha que fica mais bonito bronzeado
( ) Concorda fortemente ( ) Concorda ( ) Indiferente ( ) Discorda ( ) Discorda fortemente
9. Você usa protetor solar durante o dia no verão?
( ) Sempre ( ) Muitas vezes ( ) Poucas vezes ( ) Nunca (pule para a pergunta 11)
( ) Não sei o que é isso (pule para 11)
10. Quando você usa, costuma reaplicar no mesmo dia?
( ) Sempre ( ) Muitas vezes ( ) Poucas vezes ( ) Nunca
11. Assinale os outros tipos de proteção solar que você usa no verão:
( ) Chapéu ( ) Óculos escuros ( ) Manga comprida
( ) Boné ( ) Guarda sol ( ) Camiseta
( ) Procurar ficar na sombra ( ) Outros
12. Você usa protetor solar no inverno?
( ) Sempre ( ) Muitas vezes ( ) poucas vezes ( ) Nunca ( ) Não sei o que é isso
13. Se não usa, por quê (escolha apenas uma resposta)?
( ) No inverno não precisa ( ) Atrapalha o bronzeado ( ) Dá alergia
( ) Não pega sol no inverno ( ) É muito caro ( ) Tem vergonha
( ) Difícil de aplicar ( ) Dá espinhas ( ) Tem cheiro ruim
( ) Não paciência de aplicar ( ) É muito oleoso ( ) Outros. O que?___
14. Assinale verdadeiro (V) ou falso (F) (FPS significa Fator de Proteção Solar):
( ) O sol antes das 10hs e depois das 16hs não traz problemas à saúde
( ) O sol depois das 10hs e antes das 16hs não traz problemas à saúde
( ) O filtro solar deve ser escolhido pelo FPS de sua embalagem
( ) O filtro solar FPS 30 protege duas vezes mais do UVB do que o filtro solar FPS15
( ) A quantidade de raios UVB do sol que atinge a terra muda pouco ao longo do dia
( ) A quantidade de raios UVA do sol que atinge a terra muda pouco ao longo do dia
( ) O filtro solar deve ser usado diariamente no verão
( ) Acho importante o uso de filtro solar no inverno
( ) Uma aplicação bem feita do protetor na praia é suficiente
( ) Na praia, a parte do corpo que está dentro da água está protegida do sol, mas a parte
que está fora da água não está protegida do sol.
107
10.2 TERMO DE CONSENTIMENTO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Senhores pais ou responsáveis,
A turma de seu(sua) filho(a) foi convidada a participar de um estudo da
Universidade Federal do Rio de Janeiro que pretende orientar os adolescentes sobre os
principais CUIDADOS A SEREM TOMADOS DURANTE A EXPOSIÇÃO AO SOL e
sobre o modo mais adequado de realizar o AUTO-EXAME DA PELE (que é usado para
procurar alterações da pele que possam trazer danos á saúde).
Está previsto um encontro inicial onde ele será convidado a responder um
questionário e depois receberá uma aula sobre os assuntos acima. Metade dos alunos
que concordarem em participar receberá, depois da aula, uma senha para acessar um
SITE DA INTERNET com informações sobre PROTEÇÃO SOLAR e AUTO-EXAME DA
PELE por 6 meses. Nesse primeiro encontro haverá também a utilizão de um aparelho
que mede a cor da pele não bronzeada (sem machucá-la ou marcá-la), o que é útil na
avaliação da sensibilidade ao sol.
Logo após os 6 meses de uso da INTERNET por metade dos alunos, e mais 6
meses depois dessa segunda avaliação, todos serão convidados a responder novamente
ao questionário para que possamos saber se o uso da INTERNET trouxe algum
benefício adicional ao oferecimento exclusivo da palestra na escola. Estão previstos,
portanto, um total de 3 encontros.
Quando o estudo acabar, todos os alunos, dos dois grupos, poderão se cadastrar
no site para terem acesso ao seu conteúdo.
Nos resultados do estudo a identidade de seu filho será preservada e seu nome
não será citado, para evitar que seja reconhecido por outras pessoas. Seu filho poderá
108
também desistir de participar a qualquer momento, sem prejuízo de seu rendimento
escolar.
Qualquer dúvida sobre o andamento deste trabalho poderá ser respondida pelo
telefone: 3316-8570 (falar com Cristiane Benvenuto, Doutoranda em Dermatologia pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Muito obrigada por sua atenção!
Eu, _____________________________________________ , portador da carteira de
identidade nº___________________ , residente à
______________________________________________ no bairro de
__________________________ ,município __________________________ , declaro
que entendi tudo o que foi explicado acima e concordo que o estudante
____________________________ participe do estudo descrito.
Eu, ________________________________________________________, estudante da
escola ____________________________________________, declaro que entendi o
que foi explicado acima e concordo em participar do estudo descrito.
Porto Alegre, ______ de ______________ de 2004
_______________________________ ________________________________
Assinatura do Aluno Assinatura do responsável
_______________________________
Assinatura do pesquisador
109
10.3 ROTEIRO DA PALESTRA INICIAL SOBRE FOTOPROTEÇÃO E AUTO-
EXAME DA PELE
110
Roteiro da Palestra Inicial sobre Fotoproteção e Auto-exame da Pele
Atitudes a serem replicadas em todas as turmas:
O palestrante palestra deve usar apenas quadro negro e exposição oral;
Os alunos só podem fazer perguntas ao final da palestra e de forma
individual para evitar alterações significativas na forma como os conteúdos
são apresentados entre as diversas turmas;
Evitar usar tom de voz assustador, principalmente com relação aos
cânceres da pele;
o fazer inspeção dermatológica durante a palestra, mesmo que
solicitado por alunos.
Sequência dos tópicos abordados:
1) Tipos de radiação ultravioleta e horários de maior incidência na superfície
terrestre. Desenhar o sol no quadro e explicar sua movimentação ao longo
do dia e dos meses com relação a terra;
2) Efeitos da radiação ultravioleta, salientando queimadura solar e
envelhecimento. Abordar o comprimento de onda (UVA vs. UVB)
principalmente responsável por cada efeito;
3) Enfatizar a necessidade do uso do protetor solar no verão e no inverno;
4) Explicar o conceito de FPS. Escrever as letras no quadro em formato
transversal e depois escrever por extenso cada uma das palavras;
5) Explicar que FPS não descreve proteção UVA;
6) Abordar a necessidade da reaplicação do protetor solar;
7) Orientar a técnica do auto-exame da pele usando um aluno como exemplo.
Mostrar no aluno todas as áreas que devem ser avaliadas. Repetir o
procedimento pedindo que os alunos indiquem as áreas que devem ser
avaliadas;
8) Finalizar a aula com respostas a questões de forma individual.
111
10.4 PUBLICAÇÕES RELACIONADAS À TESE
Photochemistry and Photobiology, 2005, 81: 630–635
Sun Exposure and Sun Protection Habits Among High-school
Adolescents in Porto Alegre, Brazil
{
Cristiane Benvenuto-Andrade*
1
, Barbar a Zen
1
, Gisele Fonseca
2
, Dam ie
ˆ
De Villa
1
and Tani a Cestari
1
1
Hospital de Clı
´
nicas de Porto Alegre, Federal University of Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brazil
2
Pontifı
´
cia Universidade Cato
´
lica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brazil
Received 25 January 2005; accepted 10 February 2005
ABSTRACT
Adolescents constitute an important audience for photopro-
tection programs. Sun exposure and sun protection habits
acquired during adolescence have a significant impact on skin
cancer incidence. We administered a questionnaire to 724
students about ultraviolet radiation effects, opinions about
tanning, total time of sun exposure per day, photoprotection
and activities in the sun. About 90% were aware of the
association between sun exposure and skin cancer, and mass
media was the main source of information. However, the great
majority believed that tanning improved their appearance, and
that it was worth taking the risk. The most prevalent outdoor
activity among boys was sports; girls preferred walks and
sunbathing. Sun exposure was significantly longer in summer,
when 90% of the students went to the beach. About 47%
reported sunscreen use in summer and only 3% reported using
sunscreen during winter. These results emphasize the need for
the promotion of photoprotective habits in our population and
the importance of engaging physicians and schoolteachers in
developing campaigns directed at this issue to achieve effective,
long-lasting results. Adolescents are aware of the effects of
ultraviolet radiation on the skin but campaigns have not
successfully changed their sun exposure habits.
INTRODUCTION
Several studies (1–13) have stressed the importance of campaigns to
promote photoprotection among children and adolescents. Efficient
sun-protection measures include sunscreen use and, more impor-
tantly, avoiding sun exposure from 10:00 A.M. to 2:00 P.M.,
seeking shade and wearing long-sleeved clothing, wide-brimmed
hats and sunglasses (14,15). Excessive or repeated sun exposure,
especially during periods of more intense irradiation, may determine
skin damage (1) ranging from degenerative lesions and acceleration
of the aging process to the development of neoplasias (15).
Skin cancer is the most common type of cancer in the United
States with about 1.3 million new cases each year (10). The
incidence of this type of malignancy is rapidly growing in several
countries (3) although a significant number of cases could be
prevented. It is estimated that 45% of all preventable cancers in the
world have skin origin (16). According to the Brazilian National
Cancer Institute (INCA), skin cancer is also the most common type
of cancer in Brazil, accounting for 25% of all malignant tumors (17).
Of the 467 440 new cases of cancer recorded in 2005, nonmelanoma
skin cancer (NMSC) may have accounted for 113 020 diagnoses
(17). Despite this high incidence, NMSC is usually diagnosed at an
early stage and, therefore, the mortality rate associated with this type
of cancer is very low. Its morbidity, however, is high and can result
in disfigurement and costly therapeutic measures. In terms of
melanoma, which is a skin cancer with a poorer prognosis, the
INCA expected 5 820 cases in 2003 (17).
Brazilian territory extends from latitudes 58 North to 338 South.
Climate regions range from equatorial to tropical and subtropical
(18). Porto Alegre, the capital of the state of Rio Grande do Sul,
is located at 308 South, a zone of subtropical climate with four
well-defined seasons (18). Since immigration to this region was
predominantly from Europe, according to official statistics from the
Brazilian Institute of Geography and Statistics, 86.5% of the state
population is Caucasian (20). Therefore, it is estimated that the
incidence of skin neoplasias (melanoma and NMSC) in this region
of Brazil may be even greater than the average incidence for the
whole country, where people in general have more pigmented skin
due to African and Native ancestry (19,20).
Several factors make children and adolescents important targets
for healthy skin prevention programs: sun exposure at an early age
has a crucial impact on skin cancer incidence; children are more
receptive than adults to prevention messages; sun protection habits
acquired early in life may change future habits and parents may be
affected by their children’s attitudes (3,13,21,22).
Previous studies have shown that although knowledge concern-
ing the harmful effects of sun exposure is widespread among
adolescents, adherence to photoprotection measures is very low
(3,23,24). Adolescents seem to be more concerned with behaviors
that are accepted by their peers and that bring immediate benefits,
rather than with long-term preventive care (3,4). For this reason,
although aware of the long-term harmful effects of solar radiation,
adolescents often expose themselves to ultraviolet radiation (UVR)
for long periods in order to be suntanned, a practice that is socially
accepted and stimulated (23,24). Therefore, understanding how
children and adolescents behave in relation to sun exposure is
essential in designing more efficient campaigns to prevent skin
cancer (4,13,25), especially in a multiracial-inheritance population.
{Posted on the website on 18 February 2005
*To whom correspondence should be addressed: 160 East 53rd Street 2nd
floor, Dermatology Service, New York, NY 10022, USA. Fax: 212-308-
0530; e-mail: [email protected]
Abbreviations: INCA, Brazilian National Cancer Institute; NMSC, non-
melanoma skin cancer.
Ó 2005 American Society for Photobiology 0031-8655/05
630
MATERIALS AND METHODS
Study design. A cross-sectional study was designed, as described below.
Population and sample. Adolescents ranging from 12 to 19 years old
attending 25 high schools in Porto Alegre, Brazil from September to
November 2002 were invited to participate in the study. To reflect the
proportion of public (75%) to private (25%) schools in the city, 19 public
and six private institutions were randomly selected from the government’s
list of schools. One class at each school was visited. The sample was
uniformly distributed among different grades. The stratification according
to type of school (public or private), is justified in Brazil because these two
populations usually have different socioeconomic backgrounds, with
students from poorer families most often attending public schools.
Data collection. A questionnaire containing 38 multiple-choice and two
open-ended questions was filled out by 724 students during the school visits.
From the total of 730 adolescents in the classes, six students decided not to
participate. The questions covered four areas: demographic data (gender,
age, grade in high school, phototype, eye, hair and skin color), knowledge
of UVR effects (open-ended question), opinion about tanning and solar
habits (total time of sun exposure, photoprotection measures and outdoor
activities). The 5-point Likert scale (1) was used to assess attitudes and
opinions about such things as sunscreen use and tanning. (‘‘You think you
look better when tanned’’ is a typical statement to which student were asked
to respond.) Affirmative answers were defined by the sum of the ‘‘always’
and ‘‘many times’ responses and the ‘‘agree’ and ‘‘strongly agree’’
responses. Because a pilot study indicated that students behaved in distinct
ways according to the period of the year, the questions on habits were divided
into three different times: summer vacation, summer classes and winter. The
number of respondents to each question decreased throughout the course of
the questionnaire, which was perhaps due to the long questionnaire. This fact
has not significantly influenced the results presented here.
Statistical analysis. Data were entered into an Epi Info 6.0 (Center for
Disease Control and Prevention) database and checked by two different
people. Statistical analysis was carried out using the SPSS 8.0 (SPSS Inc.,
Chicago, IL) software and consisted of descriptive analyses of the absolute
and relative frequencies of the variables being considered. Means were used
for normally distributed data and medians for the data not normally
distributed (total time of sun exposure per day). Association between
variables was investigated by bivariate analyses with the chi-square test for
categorical data and the t-test for continuous variables. Students were also
divided in a high UV sensitivity group and low UV sensitivity group in an
attempt to estimate those with high risk vs low risk for skin cancer. Those
with blue and green eyes referring high sun sensitivity (Phototypes I and II),
were considered high risk (n 5 74, 10%) and all the remaining were
considered low-risk people for the analysis. The level of significance was
established at P , 0.05.
Ethical considerations. This study was approved by the Research Ethics
Committee at Hospital de Clı´nicas de Porto Alegre. Schools and parents
were informed about all the study procedures and participants were ensured
absolute anonymity. After questionnaires were filled out, students were
invited to discuss their doubts about sun protection with the authors.
RESULTS
The general characteristics of the sample are shown in Table 1.
Sources of information about sun effects on the skin
Of the 724 students interviewed, 718 (99.3%) reported having
already heard about sun exposure risks. The main sources of
information were media (89.1%) and family (44.6%). Physicians
were mentioned by only 23.2% of the students, and the school was
farther behind, mentioned by 15.1%. The analysis of responses by
type of school, either public or private, revealed that media played
an equally important role in both populations (P 5 0.92). The
references to school, physicians and the family, however, were
significantly higher in private school students (P , 0.01).
Table 1. Characteristics of the study population by gender and school type
Total Male Female
P
Public Private
PCharacteristic n ¼ 724 n ¼ 322 n ¼ 398 n ¼ 509 n ¼ 215
Age* 16.5 6 1.2 16.5 6 1.2 16.3 6 .2 0.01 16.6 6 1.1 15.9 6 1.2 <0.01
Boys 322 (44.4) 66.8 33.2
Hair color <0.01 0.13
blond 66 (9.2) 9.4 9.1 8.1 11.7
red 08 (1.1) 1.6 0.8 1.4 0.5
brown 489 (68.0) 57.8 76.2 67.2 70.0
black 156 (21.7) 31.3 13.9 23.3 17.8
Eye color 0.70 0.17
brown 511 (70.7) 71.4 70.3 69.7 72.9
green 108 (14.9) 13.7 16.1 14.5 15.9
blue 37 (5.1) 5.9 4.5 4.9 5.6
black 67 (9.3) 9.0 9.1 10.8 5.6
Skin color 0.99 <0.01
black 30 (4.2) 4.4 4.1 4.6 3.3
white 488 (68.3) 68.2 68.3 64.8 76.6
brown 175 (24.5) 24.3 24.6 27.9 16.4
yellow 22 (3.1) 3.1 3.0 2.8 3.7
Phototypeà 0.02 <0.01
I 86 (12.1) 10.2 13.5 12.4 11.4
II 214 (30.1) 31.4 29.1 31.4 27.0
III 165 (23.2) 20.3 25.8 23.4 22.7
IV 178 (25.0) 48.0 52.0 21.4 33.6
V 40 (5.6) 8.3 3.6 6.8 2.8
VI 28 (3.9) 2.9 4.6 4.6 2.4
*Data shown as means 6 standard deviation.
Data shown as frequencies and percentages: f (%).
àFitzpatrick’s classification.
Photochemistry and Photobiology, 2005, 81 631
Knowledge of sun-exposure benefits and risks
The most frequently mentioned sun-exposure risks were skin
cancer, in 630 questionnaires (88.6%) and sunburns, in 232 (32.6%)
(Table 2). When the responses that mentioned ‘skin cancer’ were
added to the responses using only the word ‘‘cancer,’’ the total went
up to 650 (91.7%). Girls mentioned skin cancer, sun spots and aging
significantly more frequently than did boys (P , 0.01).
The most frequently reported benefit was tanning, found in 312
questionnaires (47.7%).
Opinion and attitude toward sun exposure and
artificial sources of UVR
Opinions about sun exposure were evenly distributed between
genders and types of schools (Table 3). When asked whether people
look better when tanned, 75.5% agreed or strongly agreed (positive
answers), with no difference among the two risk groups (P 5 0.56).
However, 595 students (82.1%) answered that they were indifferent
to or disagreed with maintaining a suntan all year long and 686
(94.8%) denied having ever used a tanning bed. Of the 25 ado-
lescents who reported tanning-bed use, 80% were girls (P 5 0.02).
Sunburns
The question on sunburn was ‘Have you ever had sunburns with
blistering?’ Of the 18.7% (133) of the students who answered
affirmatively, most (114) were classified as Phototypes I to IV (data
not shown). In students classified as Phototype I, almost 50%
mentioned at least one sunburn, with a significant difference among
low-risk and high-risk individuals (P , 0.001). Among those who
had sunburns, only 19% had more than three occurrences. The total
number of sunburns was not significantly different for gender or
school type.
Skin self-examination
Only 5.8% (42) of the adolescents had performed skin self-
examination in the preceding 12 months and 27.5% (199) of the
students, particularly those from public schools, reported not
knowing how to perform this exam. There was no difference
among high-risk and low-risk students (P 5 0.44).
Activities in the sun
The questions on outdoor activities were distributed by weekdays
and weekends, summer and winter and during school classes and on
vacation. Sports, going to the beach and walks were the most
frequent activities and their frequency varied according to time of
the year and gender. During the school vacation period (which
happens in the summer in Brazil), 90.4% (644) of the students went
to the beach, as opposed to only 7.3% (49) in winter. Boys reported
going to the beach in winter at a significantly greater frequency than
girls (P , 0.01). They also practiced more sports, while girls
preferred outdoor walks and sunbathing in the summer (P , 0.01).
The analysis by type of school revealed that sunbathing and going
to the swimming pool and the beach in the summer were signifi-
cantly more frequent habits among private school students. Outdoor
school activities were more frequent among public school students.
Total time and initial time of sun exposure
The median amount of time spent outdoors per day ranged from 3
to 8 h throughout the year, depending on the period studied. During
schooltime, the median amount of time spent in the sun was half of
that observed during vacations, that is, 3 to 4 h per day for both
types of schools and both genders (Table 4).
Students usually spend time in the sun close to noon during
every period of the year (Table 4).
Sunscreen use
About 19.8% (143) of the students reported ‘‘always’ using
sunscreen in summer. When added to those who answered ‘‘many
times,’ the percentage was 47.5% (positive answers) (Table 5).
High-risk students were more prone to wear sunscreens (P , 0.001).
When evaluating only those who reported using sunscreens,
about 45% referred to applying it before leaving home. During
summer 48% reapplied it after swimming, with higher frequency
among girls (P , 0.01). In winter, reapplication after swimming
fell to 16.7%.
Sun protection factors (SPF) below 15 were chosen by 16% of
the students in the beginning of summer and by 27% of them later
in the season. Sunscreen use among parents was reportedly low,
with similar results found for the high-risk and low-risk students
(P 5 0.52).
Table 2. Teenagers’ knowledge of risks and benefits of sun exposure in
Porto Alegre, Brazil, by gender and school type
Total Male Female
P
Public Private
PRisks and benefits f (%)* % % % %
Alleged risks of SE
No risks 20 (2.8) 5.7 0.5 <0.01 3.0 2.3 0.78
Burn 232 (32.6) 32.5 33.1 0.93 34.7 27.9 0.09
Skin cancer 630 (88.6) 83.9 92.3 <0.01 89.1 87.4 0.60
Aging 130 (18.3) 10.1 25.1 <0.01 15.9 23.7 0.02
Spots 155 (21.8) 12.0 30.0 <0.01 21.4 22.8 0.74
Sunstroke 138 (19.4) 16.7 21.8 0.11 20.4 17.2 0.38
Alleged benefits of SE
No benefits 162 (24.8) 29.9 20.6 <0.01 26.9 20.0 0.07
Get a tan 312 (47.7) 43.2 51.6 0.04 46.0 51.5 0.23
Look better 54 (8.3) 8.6 7.7 0.78 7.9 9.0 0.76
Be healthier 35 (5.4) 5.0 5.7 0.80 5.5 5.0 0.94
Vitamin D 35 (5.4) 6.0 4.9 0.65 3.7 9.0 0.01
Strengthen
bones 36 (5.5) 4.0 6.9 0.15 5.1 6.5 0.58
*Data shown as frequencies and percentages: f (%).
SE 5 sun exposure.
Table 3. Opinions and attitudes toward tanning among adolescents in
Porto Alegre, Brazil, by gender and school type
Total Male Female
P
Public Private
POpinion/attitude f (%)* % % % %
People look better
tanned 545 (75.7) 74.5 76.6 0.57 75.2 76.7 0.73
‘You’ look better
tanned 521 (72.4) 66.1 77.4 <0.01 71.1 75.3 0.28
‘You’ try to keep
your tan all
along the year 123 (17.1) 17.8 16.7 0.77 16.0 19.8 0.26
*Data shown as frequencies and percentages: f (%).
‘Agree’ and ‘strongly agree’’ were considered positive answers.
632 Cristiane Benvenuto-Andrade et al.
When analyzing only those who referred to ‘‘never’ using
sunscreen or using it ‘‘a few times,’’ the main reason for their lack
of use was ‘‘lack of patience to apply it’ (48%, 96 students). In
winter, 52.2% (302) of the students thought filters were not
necessary and 31.1% (180) reported not going out in the sun. Girls
and private-school students seemed to be more concerned with the
fact that sunscreens might delay tanning (P , 0.01).
Caps were the physical protection most frequently used by boys
all year long (56.7% during summer and 50.0% during winter).
They use them significantly more than girls (P , 0.01). Girls used
umbrella tents (51.4%) and hats (14.2%) significantly more than
boys in summer (P , 0.01).
DISCUSSION
The findings of this study refer exclusively to adolescents attending
high schools in Porto Alegre. We are not sure whether they may be
extended to adolescents who do not attend school and to those who
live in other regions of Brazil and Latin America. Our choice of the
school population reflects the fact that teenagers out of school are
very difficult to reach because of their uncertain geographic dis-
tribution, demanding special approaches for prevention campaigns.
Distribution of phototypes
The prevalence of Phototypes I and II was higher than originally
expected, although no previous data were available for comparison.
The use of interviews and questionnaires to investigate skin photo-
sensitivity has often been criticized because of subjectivity and low
correlation to more objective data, such as minimal erythematous
dose (27,28). A more accurate description of phototypes requires
objective evaluations by means of instruments and techniques that
are difficult to adopt in population studies (28–30). Previous studies
reported that light-skinned populations tend to overestimate their
skin pigmentation and, consequently, underestimate sensitivity to
sun exposure (29,31). We are not sure if our population behaved
in the opposite manner and overestimated its skin sensitivity, but
it is an interesting aspect to be studied in the future.
Sources of information about the suns effects on the skin
Most adolescents mentioned media as their information source for
sun-exposure benefits and risks, followed by family members.
Relatives may also have acquired information through the media,
which makes this source much more important (6). Such a situation
is even more striking among public-school students, for whom
access to information seems to be restricted to campaigns by means
of mass communication, and who are little influenced by phy-
sicians, as described in other studied populations (6,32,33).
Knowledge of sun-exposure benefits and risks
Knowledge of the association between sun exposure and skin
cancers was clearly confirmed in this study, in agreement with
several others performed in Europe, the United States and Australia
with subjects belonging to the same age group (2,3,6,23,31,32).
Table 4. Total time and initial time of sun exposure per day in different periods of the year by gender and school type
Variable Total Male Female P Public Private P
Time spent outdoors*
Summer vacation 7 (5;10) 7 (5;10) 8 (5;10) 0.05 7 (5;10) 8 (6;10) <0.01
Summer classes
Week 3 (2;5) 3 (2;5) 3 (2;5) 0.89 3 (2;5) 3 (2;5) 0.35
Weekend 4 (2;6) 4 (2;6) 4 (2;6) 0.67 4 (3;6) 3 (2;6) 0.11
Winter
Week 3 (2;5) 3 (2;5) 3 (2;5) 0.90 3 (2;5) 3 (2;4) 0.01
Weekend 4 (3;6) 4 (3;6) 4 (3;5) 0.07 4 (3;6) 3 (2;5) 0.09
Initial time of sun exposure
Summer vacation 12.6 6 3.0 12.6 6 3.1 12.6 6 3.0 0.92 12.5 6 3.2 12.8 6 2.6 0.29
Summer classes
Week 12.4 6 3.1 12.6 6 3.2 12.2 6 3.1 0.13 12.2 6 3.3 12.9 6 2.8 <0.01
Weekend 10.9 6 2.7 10.9 6 2.8 10.7 6 2.6 0.44 11.0 6 2.7 10.7 6 2.5 0.19
Winter
Week 12.0 6 2.8 12.2 6 2.7 12.0 6 2.9 0.41 11.7 6 2.9 12.5 6 2.7 <0.01
Weekend 12.6 6 2.4 12.3 6 2.6 12.9 6 2.4 0.01 12.5 6 2.3 12.9 6 2.5 0.10
*Data shown as median (P25; P75).
Data shown as means 6 standard deviation.
Table 5. Sunscreen use among adolescents in Porto Alegre, Brazil, by
gender and school type
Total Male Female
P
Public Private
PVariable* f (%) % % % %
Sunscreen use
Winter 21 (3.0) 1.6 4.2 0.08 3.1 2.8 1.0
Summer 340 (47.5) 37.7 55.6 <0.01 46.9 48.8 0.70
Reapplication
Winter 15 (10.2) 10.4 10.1 1.0 10.1 10.4 1.0
Summer 220 (34.5) 23.3 42.9 <0.01 38.4 26.0 <0.01
Parents use of
sunscreen,
winter 40 (5.9) 5.3 6.1 0.78 5.3 7.2 0.41
Parents use of
sunscreen,
summer 514 (72.7) 72.8 72.3 0.94 66.7 86.7 <0.01
*Data shown as frequencies and percentages: f (%).
‘Always’ and ‘many times’’ were considered positive answers.
Photochemistry and Photobiology, 2005, 81 633
However, the perception of tanning as a sign of beauty and
consequent group acceptance is still very important and may
negatively affect decisions about photoprotection (1,3,13,23,32).
Adolescents that are aware of sun-exposure risks and do not see
tanning as a sign of beauty tend to protect themselves better (2).
Opinion and attitude toward sun exposure and
artificial sources of UVR
The fact that girls believed tanning gave them a better appearance at
a significantly higher rate than did boys may explain why 80% of
those who used tanning beds were girls and why a higher per-
centage of girls avoided using sunscreens because it might delay
tanning. However, it seems that these teenagers are not as engaged
as other populations in seeking artificial sources of tanning (with
only 3.5% reported having ever used tanning beds), which is
encouraging and may provide good chances for the establishment of
effective prevention campaigns directed at tanning-bed use (1,23).
A fair complexion during winter is socially accepted, since cold
weather demands clothes that cover large areas of the body. When
summer comes, body exposure and the need for a ‘‘healthy, tanned
appearance’ leads to the harmful habit of seasonal recreational
exposure.
Sunburns
Some studies have suggested that two or more sunburns with
blistering before the age of 18 may double the risk of melanoma in
adulthood, even after adjustment to recall bias (26,30). In a case-
control study conducted in southern Brazil by Bakos et al.,
a history of more than 30 sunburns was the most significant risk
factor for melanoma (19).
Of the individuals who reported high sun sensitivity (Phototype
I) 50% reported having had sunburns, a percentage that is much
higher than that of the whole population. In a country where
phototype distribution is heterogeneous and tanning is seen as a
sign of beauty, people with higher sensitivity to UVR may un-
successfully try to obtain the same tanning pattern as the rest of
the population.
Skin self-examination
A high percentage of the interviewed students did not know how to
perform skin self-examination and very few had performed it in the
preceding 12 months. Campaigns to teach the correct technique of
this exam and the importance of regular examination are needed
because such exams can enhance the early detection of skin cancers
(34). During discussions right after students answered the ques-
tionnaires, we often heard questions about skin cancer signs and
symptoms. They seemed to be really interested about this matter and
open to learning about it. General practitioners and other physicians,
such as pediatricians, could also contribute to spreading the self-
examination habit and even be formally trained and encouraged to
detect suspicious lesions during regular check-ups (33).
Activities in the sun
Among activities that expose adolescents to the sun, sports are
highly prevalent among boys, and walks and sunbathing among
girls. These characteristics differ from some recent studies pub-
lished in the United States that show a decrease in outdoor activities
during adolescence because of electronic games, television and
computers (35). In Porto Alegre, outdoor activities are still very
popular among teenagers.
Total time and initial time of sun exposure
According to literature, 13- to 19-year-old adolescents are the age
group with the most sun exposure before the age of 20, with longer
exposure times on weekends and during summer vacation
(2,7,8,12). This is also the case of this student sample, with most
of the students reporting going to the beach during summer
vacation. This intermittent exposure pattern is positively associated
with the development of melanoma and basal cell carcinoma (1,30).
Moreover, teenagers in this study begin outdoor activities close to
noon, when UVB radiation is more intense. Our findings for these
variables are similar to those reported in a study conducted with
South African students (7). That study showed, however, that the
total UV dose is not directly associated with the total time of sun
exposure, but rather with other factors such as the type of activity
performed when exposed, movements, body position and differ-
ences in behavior typical of each age group. In the future we may
perform studies focusing on the total dose of UVR received by this
population.
Use of sun protective measures
Sunscreen use tends to decrease from childhood to adolescence
and is more frequent among girls than among boys (2–
5,10,12,13,23,25). In this population sunscreen use during summer
is low, and minimal in winter. Reapplication is not routinely
performed. Even among those who seem to care about photo-
protection there are misconceptions about the correct use of
sunscreens that must be changed. Consequences may be even more
serious because it is well known that the amount of sunscreen
applied even by frequent users is usually below the amount required
to reach the SPF indicated on the product label (5). A recent study of
melanoma risk factors in our region showed that the use of
sunscreens with SPF higher than 15 provided a strong protection
against the development of melanoma, stressing the need for
campaigns that promote the correct use of these products (19).
Since lack of patience to apply sunscreen was frequently
mentioned by those who avoid its use, we need products that are
easier to apply and we should promote other forms of photo-
protection, such as seeking shade, wearing hats and protective
clothing and practicing indoor sports. The perception of total
absence of sun damage in winter suggests little knowledge of UVR
characteristics and should also be clarified.
CONCLUSIONS
Limiting exposure to natural (sun) and artificial (tanning beds)
sources of UVR is essential in the prevention of skin cancer,
particularly NMSC (2). The effects of UVR are cumulative and the
reduction of sun exposure at any age may delay the development
rate of tumors (10,26). The results of this study show that, similarly
to what occurs in other parts of the world, high school students in
Porto Alegre, in southern Brazil, have not yet acquired adequate
photoprotection habits, although they are well-informed about the
risks of sun exposure, particularly in relation to skin cancer. They
still remain outdoors for long periods and still have misconceptions
about several aspects of sun exposure, including the idea that sun
damage does not occur in winter and the widespread opinion that
tanning improves physical appearance. Moreover, boys and girls
634 Cristiane Benvenuto-Andrade et al.
prefer different activities in the sun. This should be taken into
consideration when planning campaigns directed to these two
populations.
The main source of information about UVR effects, especially
among public-school students, is the media, which demonstrates the
importance of campaigns to motivate schools and health profes-
sionals to routinely provide guidance about photoprotection.
Physicians should have a more active role, taking advantage of
office visits to discuss simple and efficient practices such as regular
skin self-examination and the use of sun-protective measures. It
also stresses the need to discuss and study the type of information
that is being provided by all means of communication in Brazil.
Media and entertainment resources should be incorporated in cam-
paigns directed at young people in an attempt to show them the
importance of sun-protective measures and change their positive
perceptions about being tanned.
Acknowledgements—This study was made possible by grants from Con-
selho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnologico (National
Council of Technologic and Scientific Development) and from Fundo de
Incentivo a Pesquisa e Eventos, Hospital de Clı´nicas de Porto Alegre
(Events and Research Incentive Fund, Hospital de Clı´nicas de Porto Ale-
gre). This paper is based on the Master’s thesis, Sun exposure and sun
protection habits among high-school adolescents in Porto Alegre, Brazil,
presented by Cristiane Benvenuto-Andrade to the Graduate Program in
Medical Sciences: Pediatrics, Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, Porto Alegre, Brazil.
REFERENCES
1. Lucci, A., H. W. Citro and L. Wilson (2001) Assessment of knowledge
of melanoma risk factors, prevention, and detection principles in Texas
teenagers. J. Surg. Res. 97(2), 179–183.
2. Cokkinides, V., K. Johnston-Davis, M. Weinstock, M. O’Connell,
W. Kalsbeek, M. Thun and P. Wingo (2001) Sun exposure and sun-
protection behaviors and attitudes among US youth, 11 to 18 years of
age. Prev. Med. 33(3), 141–151.
3. Lower, T., A. Girgis and R. Sanson-Fisher (1998) The prevalence and
predictors of solar protection use among adolescents. Prev. Med. 27(3),
391–399.
4. Banks, B., R. Silverman, R. Schwartz and W. Tunnenssen (1992)
Attitudes of teenagers toward sun exposure and sunscreen use.
Pediatrics 89, 40–42.
5. Autier, P., M. Boniol, G. Severi and J. Dore (2001) Quantity of sunscreen
used by European students. Br. J. Dermatol. 144(2), 1205–1266.
6. Weinstein, J., P. Yarnold and R. Hornung (2001) Parental knowledge
and practice of primary skin cancer prevention: gaps and solutions.
Pediatr. Dermatol. 18(6), 473–477.
7. Guy, C., R. Diab and B. Martincigh (2003) Ultraviolet exposure of
children and adolescents in Durban, South Africa. Photochem. Photo-
biol. 77(3), 265–270.
8. Parisi, A., L. Meldrum, J. Wong, J. Aitken and R. A. Fleming (2000)
Effect of childhood and adolescent ultraviolet exposures on cumulative
exposure in South East Queensland schools. Photodermatol. Photo-
immunol. Photomed. 16, 19–24.
9. Holme, S., J. Evans, C. Roberts and D. Roberts (2001) Everybody’s free
(to wear sunscreen): the power of pop. Br. J. Dermatol. 144(4), 918.
10. Geller, A., M. Cantor, D. Miller, K. Kenausis, K. Rosseel, L. Rutsch,
D. Brooks, Z. Zhang and M. Demierre (2002) The Environmental Pro-
tection Agency’s National SunWise School Program: sun protection edu-
cation in US schools (1999–2000). J. Am. Acad. Dermatol. 46, 683–689.
11. Moise, A., P. Buttner and S. Harrison (1999) Sun exposure at school.
Photochem. Photobiol. 70(2), 269–274.
12. Coogan, P., A. Geller, M. Adams, L. Benjes and H. Koh (2001) Sun
protection practices in preadolescents and adolescents: a school-based
survey of almost 25,000 Connecticut schoolchildren. J. Am. Acad.
Dermatol. 44, 512–519.
13. Reynolds, K., J. Blaum, P. Jester, H. Weiss, S. Soong and R.
Diclemente (1996) Predictors of sun exposure in adolescents in
a southeastern U.S. population. J. Adolesc. Health. 19(6), 409–415.
14. Berret, J., S. Liardet, C. Scaletta, R. Panizzon, P. Hohfeld and L. A.
Applegate (2002) Use of sunscreens in families living in Switzerland.
Dermatology 204, 202–208.
15. Phillips, T., J. Bhawan, M. Yaar, Y. Bello, D. LoPiccolo and J. Nash
(2000) Effect of daily versus intermitent sunscreen application on solar
simulated UV radiation-induced skin response in humans. J. Am. Acad.
Dermatol. 43, 610–618.
16. Glanz, K., J. Maddock, R. Lew and L. Murakami-Akatsuka (2001) A
randomized trial of the Hawaii SunSmart Program’s impact on outdoor
recreation staff. J. Am. Acad. Dermatol. 44(6), 973–978.
17. Brasil Ministerio da Saude. Estimativa 2005: Incidencia de Cancer No
Brasil Rio De Janeiro: INCA, 2004, p. 36–37 (In Portuguese).
18. Brasil Governo Federal (2004) Available at: Republica Federativa do
Brasil www.brasil.gov.br. Accessed on 5 April 2005.
19. Bakos, L., M. Wagner, R. Bakos, C. Leite, C. Sperhacke, K. Dzekaniak
and A. Gleisner (2002) Sunburn, sunscreens, and phenotypes: some risk
factors for cutaneous melanoma in southern Brazil. Int. J. Dermatol.
41, 557–562.
20. Brazilian Institute of Geography and Statistics (2004) Demographic
census 2000. Available at: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/
populacao/censo2000/primeiros_resultados_amostra/grandes_regioes/
pdf/tabela_2_1_1.pdf, accessed 19 March 2005.
21. Bastuji-Garin, S., J. Grob, C. Grognard and J. Grosjean (1999)
Melanoma prevention: evaluation of a health education campaign for
primary schools. Arch. Dermatol. 135
(8), 936–940.
22. Robinson, J., R. Amonette, S. Wyatt, B. Bewerse, W. Bergfeld and
P. Farris (1998) Executive summary of the national ‘‘Sun safety:
protecting our future’’ conference: American Academy of Dermatology
and Centers for Disease Control and Prevention. J. Am. Acad.
Dermatol. 38(5), 774–780.
23. Su, L. (1997) Sun awareness at Mayo High School. Cutis 60, 155–157.
24. Angeli, C. A. B., L. C. Mallmann, R. K. Amoretti, E. A. Oliveira, C. L.
Flamia, L. F. O. Blanco, E. Sukster and L. Bakos (1997) Estudo
comparativo sobre o conhecimento e comportamento de adolescentes e
adultos frente a` exposic¸a˜o solar. An. Bras. Dermatol. 72(3), 241–245.
[In Portuguese]
25. Hornung, R., P. Lennon, J. Garrett, R. DeVellis, P. Weinberg and
V. Strecher (2000) Interactive computer technology for skin cancer
prevention targeting children. Am. J. Prev. Med. 18(1), 69–76.
26. Howell, J. (1999) The power of prevention. J. Am. Acad. Dermatol.
40(4), 623–625.
27. Weinstock, M. (1992) Assessment of sun sensitivity by questionnaire:
validity of items and formulation of a prediction rule. J. Clin. Epidemiol.
45(5), 547–552.
28. Rampen, F. H., B. A. Fleuren, T. M. de Boo and W. A. Lemmens
(1988) Unreliability of self-reported burning tendency and tanning
ability. Arch. Dermatol. 124, 885–888.
29. Harrison, S. and P. Buttner (1999) Do all fair-skinned caucasians
consider themselves fair? Prev. Med. 29, 349–354.
30. Loria, D. and E. Matos (2001) Risk factors for cutaneous melanoma:
a case-control study in Argentina. Int. J. Dermatol. 40(2), 108–114.
31. Buller, D., M. Burgoon, J. Hall, N. Levine, A. Taylor, B. Beach,
C. Melcher, M. Buller, S. Bowen, F. Hunsaker and A. Bergen (2000)
Using language intensity to increase the success of a family intervention
to protect children from ultraviolet radiation: predictions from language
expectancy theory. Prev. Med. 30(2), 103–113.
32. Feldman, S., J. Dempsey, S. Grummer, J. Chen and A. Fleischer (2001)
Implications of a utility model for ultraviolet exposure behavior. J. Am.
Acad. Dermatol. 45(5), 718–722.
33. Gritz, E., M. Tripp, C. Moor, S. Eicher, N. Mueller and J. Spedale
(2003) Skin cancer prevention counseling and clinical practices of
pediatricians. Pediatr. Dermatol. 20(1), 16–24.
34. Masri, G. D., W. H. Clark Jr., D. Guerry 4th, A. Halpern, C. J.
Thompson and D. E. Elder (1990) Screening and surveillance of
patients at high risk for malignant melanoma result in detection of
earlier disease. J Am Acad Dermatol. 22, 1042–1048.
35. Godar, D. (2001) UV doses of American children and adolescents.
Photochem. Photobiol. 74(6), 787–793.
Photochemistry and Photobiology, 2005, 81 635
Review
ID: 4421
Photoprotection in Adolescence
Cristiane Benvenuto-Andrade, MD, MS; Tania Ferreira Cestari, MD, PhD; Adriana Mota; Claudia Poziomczyk; Marcia Ramos-e-
Silva, MD, PhD
click an author to search for more articles by that author
Physical changes and the establishment of personal values are characteristics of adolescence. Despite being well informed regarding sun
protection and the skin cancer risks related to sun exposure, teenagers usually make little use of sunscreens and remain out in the sun for
long periods. Besides the social appeal and the impression that a nice tan provides a healthy appearance, the tendency to deny long-term
risks seems to influence sun exposure behaviors in this life period. Due to the strong relation between skin cancer and sun exposure in
childhood and adolescence, it is important to encourage the adoption of photoprotection measures early in life. Adolescents have difficulty
accepting guidance through official educational messages, and very few of them follow family recommendations. Celebrities, fashion, and
the entertainment industry exert a greater influence on their choices. Thus, it is fundamental to incorporate photoprotection counseling into
the medical routine, in an adolescent-driven way. This article reviews peculiarities of sun protection in adolescence and discusses the type
of advice to be given to patients in this age group.
(SKINmed. 2005;4:229–233)
© Le Jacq.
Several studies indicate that cumulative sun exposure is the most important triggering factor for nonmelanoma skin cancers in humans.
1
Additionally, solar radiation is responsible for photoaging, immunologic disturbances, and increased incidence of ocular cataract, pterygium,
and macular degeneration—disorders that can occur in all skin types, even the most pigmented.
1, 2
Unfortunately, the exact relation
between UV radiation (UVR) exposure and pigmentary cell cancer (melanoma [MM]), is still unknown. Epidemiologic studies indicate that
excessive intermittent solar exposure in childhood and adolescence, usually recreational, is associated with a higher risk of MM.
1, 2
Although other risk factors, such as presence of precursor lesions, age, race, history of previous MM, and family history of MM are
recognized as associated with MM development, the unique thing about sunburn is the fact that it is preventable.
UVR Effects on the Skin
After sun exposure, several cytokines and inflammatory mediators, such as ecosanoids, histamine, kinins, and other chemotactic factors,
are synthesized and released by skin cells. These substances act on the vascular endothelium and on keratinocytes, promoting recruitment
and activation of mononuclear and polymorphonuclear cells, in addition to inducing vasodilation and inflammation (solar erythema), which
can be quite intense.
3
The minimum dose of UVR required to induce erythema (sunburn) depends on factors such as radiation intensity,
skin type and thickness, amount of melanin in the epidermis (constitutional pigmentation), and the amount of melanin production after sun
exposure (facultative pigmentation).
2
Tanning occurs as a protective reaction. Immediately after sun exposure, there is a transient skin color change induced by UV-A radiation
(UVA-R) and some ranges of visible light. This transient change occurs due to the release of preformed melanin. This effect is most intense
at the end of the exposure, remaining detectable for hours.
4
After 48–72 hours, late tanning occurs. This late color change follows melanin
synthesis and release, with a peak in 7–10 days, persisting for weeks or months.
4
Less visible are the UV-B radiation (UVB-R) effects on keratinocytes in the basal layer of the epidermis, and the effects of UVA-R in the
connective tissue. UVB-R is responsible for DNA damage and formation of DNA photoproducts, such as pyrimidine dimers.
5
Incorrect repair
of this damage may cause mutations that lead to carcinogenesis. UVA-R is much more abundant in the troposphere than UVB-R. It can
indirectly affect cellular DNA by oxidative damage, which is also potentially mutagenic.
5
In the dermal compartment, the long-term effects
of UVA-R on collagen are responsible for some aspects of photo aging.
6
UVR also affects the immune system,
7
triggering a decrease in antigen-presenting cell function and preferential activation of suppressor T-
lymphocytes, with decreases in lymphocyte activation and production of interleukins.
8
UVR also suppresses the induction of the late
hypersensitivity and granuloma formation.
4
A beneficial aspect of sun exposure is the photochemical effect that leads to vitamin D
3
production. Although no definitive information is
available, minimal amounts of sun exposure seem to be sufficient for maintenance of normal vitamin D levels.
9–11
Page
1
of
5
Article Detail
11/16/2007
https://www.lejacq.com/Search_articleDetail.cfm?aid=SM4421%2DRamos%2De%2DSil
...
Psychosocial Aspects of Adolescence
Adolescence is the stage of psychologic development that occurs during puberty.
12
The psychosocial complexity of adolescence is
characterized by body image redefinition, elaboration of childhood mourning, search for similar groups, establishment of personal values,
culmination of the process of separation from the original familial nucleus, and the attainment of new mental abilities.
12
In this period,
ego-centrism assumes a peculiar form. Adolescents believe they are special and unique, and that others, especially peers, are watching
them, and interested in all their thoughts and behaviors. This is due, in part, to emerging formal operational thought, which allows
adolescents to think about their own thinking and that of others.
12
This self-absorption also contributes to the development of the so-called
“personal fables” that reflect adolescents’ conviction of being immortal and unreachable by accidents and diseases. It is typical of this stage
to avoid thinking about the past or the distant future.
13
The Adolescent’s Solar Behavior
Studies performed in adolescent populations indicate inadequate use of sunscreens and other photoprotective measures, despite their
spending long periods in the sun.
14, 15
A significant proportion of that exposure occurs in the summer, in hours of intense radiation, with
boys being more susceptible to occupational exposure, and girls to recreational exposure.
16, 17
A study of 500 adolescents conducted by the American Academy of Dermatology showed that 78% of subjects were aware of the risks of
sun exposure, but 66% said that a suntan gave them a healthier appearance.
18
Similar findings were described in French and Brazilian
adolescents.
19, 20
In general, the use of sun-protective measures is higher among girls, but boys are less prone to use tanning beds.
18,
21–24
Besides the social appeal, the tendency to deny long-term risks influences adolescent behavior. Thus, despite being informed about the
risks of UVR exposure, and having a family history of skin cancer, some groups make regular use of tanning salons.
25
In recent years, some researchers have suggested that the profusion of indoor activities such as the use of video games, computers, and
the Internet, may be reducing the total UVR dose in the first and second decades of life.
10
Nowadays, in the United States, men over 40
years of age spend much more time in the sun than people from birth to 21 years of age,
10
and children receive as much UVR as adults
throughout the year.
26
Adolescents have the lowest UVR exposure.
26
If this proves to be a worldwide trend, in the future we may not be
able to state that 80% of an individual’s total UVR dose is received before the age of 21.
Solar Protection Campaigns for Adolescents
Disease prevention and health promotion campaigns aim at behavioral changes, but generally those changes are very complicated and
slowly assimilated at any age.
27–29
Primary prevention of skin cancer usually focus on changes in information, attitudes, and habits
regarding sun exposure. Some of these strategies are likely to take up to 20 years, if effective, to reduce the morbidity/mortality of
cutaneous neoplasias.
27
Nonetheless, there has already been considerable progress in this area, and several successful programs are being
conducted to increase solar protection awareness in ado-lescents.
18, 27, 30
In Australia, the country with the highest rate of skin cancer in
the world, prevention and detection campaigns directed at teenagers have been instituted, raising early diagnoses of skin tumors.
19
In general, measures of impact on adolescents involve the media, with attractive and convincing commercials aimed at them.
31
This group
is classically difficult to guide by official or familial educational messages.
32
Celebrities, fashion icons, and the entertainment industry can
influence their behaviors.
31
Photoprotection Measures in Adolescence
Sunscreens
It is estimated that regular photo-protection until the age of 18 can reduce the incidence of non-MM skin cancers up to 78%.
33
Some
groups deserve special attention, such as people with xeroderma pigmentosum, skin phototype I and II, blue eyes, blond or red hair, as
well as those presenting with familial dysplastic nevus syndrome, large number of melanocytic nevi, and family history of MM.
34
The sun protection factor (SPF) of a sunscreen indicates its capacity to delay erythema caused by UVB-R. Sunscreen use is effective in
preventing actinic keratoses and squamous-cell carcinoma.
1, 35
Although there are no conclusive studies proving the effectiveness of
sunscreens in preventing the development of MM or basal-cell carcinoma in humans, indirect evidence seems to suggest such action.
1, 2,
35, 36
The increasing concern about UVA-R effects on the skin, such as photoaging, oxidative damage to DNA, production of free radicals,
and the hypotheses of a relevant role in MM induction,
37
led to the development of products conferring protection for the longer UVR rays.
These products are called broad-spectrum filters, and are effective both in the UVB-R and UVA-R range.
37
Additionally, it is well
documented that most of the photo dermatoses and photosensitivity reactions induced by drugs are related to the UVA-R spectrum,
demanding the use of broad-spectrum filters.
37
Page
2
of
5
Article Detail
11/16/2007
https://www.lejacq.com/Search_articleDetail.cfm?aid=SM4421%2DRamos%2De%2DSil
...
Photo protectors should be part of the daily routine throughout the year.
2, 38, 39
Patients must be advised to apply a sunscreen of a least
SPF 15, ideally SPF 30, with broad spectrum, 20 minutes before sun exposure.
1, 40
Ideally, the application should occur out of the sun and
the patient should be wearing no clothes. Some authors suggest that the sunscreen should be reapplied about 15 to 30 minutes after the
first layer, to render uniformity. Reapplication is necessary every 2 hours, or after excessive perspiration and water immersion.
41
The ideal
dose of sunscreen to reach the SPF stated on the package is 2 mg/cm
2
, with special attention to areas like the ears, nape, and dorsa of the
feet.
1
Investigators have found that the amount of sunscreen applied by the population usually is well under the ideal requirement,
providing protection of only one third of that described on the product’s label.
42
Therefore, physician advice must include not only the ideal
SPF, but also the amount of product to be applied, regularity, and reapplication during the exposure period.
Formulas containing perfumes and dyes should be avoided at any age, because they increase risks of allergic reactions. When the sunscreen
is used in combination with an insect repellent containing diethyl methyl toluamide, its protection factor is reduced, requiring the use of
higher SPF filters.
40
Adolescents usually show great resistance to the use of sunscreens due to factors like cost, cosmetic aspect, and the lack of patience to
apply them.
20, 35
Thus, sunscreen application should be taught very early, and incorporated into the daily routine, just like toothbrush use.
Another important measure would be the development of products with pleasing cosmetic properties, low cost, and easy to apply.
General Photoprotective Measures
Family and school members are very important early sources of motivation for photoprotection. When protection becomes a habit, through
school rules and family habits, it is more likely to be incorporated in future attitudes.
43
Familial outdoor activities should be avoided
between 10 a.m. and 2 p.m.
2
Photo protection should be maintained on cloudy days, since clouds reduce UVR intensity by only 20%–40%.
2
Furthermore, youngsters using oral or topical medications with photosensitizing potential, such as tetracyclines, sulfonamides, psoralens,
promethazine, and nonsteroidal anti-inflammatory drugs, should be educated to avoid sun exposure during the entire day.
2, 44, 45
Clothes can confer sufficient protection without the previously mentioned inconveniences attributed to sunscreens. Their shield capacity
depends on the type of material, structure, color, and thickness of the fabric.
1, 2
Fabrics of tight mesh offer the greatest protection against
UVR.
1
Wet clothes lose a great part of their protecting potential.
2
The protecting capacity of fabrics can be enhanced by substances that
increase adhesion of the fibers, such as resins, or by more recent methods, such as substances added to detergents or softeners that
deposit into the fibers, absorbing and dispersing the UVR.
46, 47
Hats with large brims protect the face, ears, neck, and eyes. Caps are not ideal, but, if used with the brim facing forward, they can avoid up
to 50% of eye exposure to UVR.
1, 2
Dark glasses are suitable for eye protection and very well accepted by adolescents because they improve their status and are considered
fashionable. Sunglasses should block about 99% of the UVR spectrum and fit well on the face. Sunglass lenses must be wide and used close
to the eyes.
Applications in Medical Practice
General practitioners, pediatricians, and dermatologists have a fundamental role in education for sun protection from childhood to
adolescence.
34
A study of adolescents in southern Brazil revealed that the main information source on the effects of UVR is the media.
Schools and health professionals must be motivated to integrate consideration of photoprotection into their routine activities.
20
Physicians
can exercise an active role in their patients’ education, positively influencing the adolescents and their relatives’ attitude. Taking advantage
of the time spent in consultation to guide them on simple and effective practices, such as skin self-exam, is an easy way to start.
20
Although adolescent patients rarely develop cutaneous neoplasias, those at increased risk for skin cancer should have annual total body
examinations and should be encouraged to practice skin self-examination on a regular basis. Schools can help by adopting measures such
as covered playgrounds, concentrating outdoor activities before 10 a.m. and after 4 p.m., including caps as part of the uniform, and
educating about the risks of exposure to natural and artificial sources of UVR.
2
Conclusions
Behavioral changes occur slowly. But interventions addressed at increasing sun protection awareness should not be abandoned, so that in
the future we can effectively reduce the burden of skin cancer in our population.
References
1 Lim H, Cooper K. The health impact of solar radiation and prevention strategies. J Am Acad Dermatol. 1999;41:81–99.
2 Ultraviolet light: a hazard to children Pediatrics. 1999;104:328–333.
Page
3
of
5
Article Detail
11/16/2007
https://www.lejacq.com/Search_articleDetail.cfm?aid=SM4421%2DRamos%2De%2DSil
...
3 Farr P, Diffey B. The erythemal response of human skin to ultraviolet radiation. Br J Dermatol. 1985;113:65–76.
4 Kochevar IE, Taylor CR Photophysics, photochemistry, and photobiology. In: Freedberg IM, Eisen AZ, Wolff K, et al., eds. Dermatology in General
Medicine. 6th ed. New York, NY: McGraw Hill; 2003:1627–1638.
5 Gilchrest BA, Eller MS, Geller AC, et al. The pathogenesis of melanoma induced by ultraviolet radiation. N Engl J Med. 1999;340:1341–1348.
6 Pinnel SR. Cutaneous photodamage, oxidative stress and topical antioxidant protection. J Am Acad Dermatol. 2003;48:1–19.
7 Murphy GM. An update on photoprotection. Photodermatol Photoimmunol Photomed. 2002;18:1–4.
8 Serre I, Cano JP, Picot MC, et al. Immunosuppression induced by acute solar-simulated ultraviolet exposure in humans: prevention by sunscreen with a
sun protection factor of 15 and high UVA protection. J Am Acad Dermatol. 1997;37:187–194.
9 Larsen P. Hormones and disorders of mineral metabolism. In: Williams RH, Larsen PR, eds. Williams Textbook of Endocrinology. 10th ed. London,
England: WB Saunders Co; 2002:1317–1318.
10 Godar DE, Wengraitis S P, Shreffler J, et al. UV doses of Americans. Photochem Photobiol. 2001;73:621–629.
11 Jones G, Dwyer T. Bone mass in prepubertal children: gender differences and the role of physical activity and sunlight exposure. J Clin Endocrinol
Metab. 1998;83:4274–4279.
12 Vartanian LR. Revisiting the imaginary audience and personal fable constructs of adolescent egocentrism: a conceptual review. Adolescence.
2000;35:639–661.
13 Lewis M, Wolkmar F. Aspectos Clínicos do Desenvolvimento na Infância e Adolescência. 3rd ed. Porto Alegre, Brazil: Artmed; 1993.
14 Cokkinides VE, Johnston-Davis K, Weinstock M, et al. Sun exposure and sun-protection behaviors and attitudes among US youth, 11 to 18 years of
age. Prev Med. 2001;33:141–151.
15 Monfrecola G, Fabbrocini G, Posteraro G, et al. What do young people think about the dangers of sunbathing, skin cancer and sunbeds? A questionnaire
survey among Italians. Photodermatol Photoimmunol Photomed. 2000;16:15–18.
16 Coogan PF, Geller A, Adams M, et al. Sun protection practices in preadolescents and adolescents: a school-based survey of almost 25,000 Connecticut
schoolchildren. J Am Acad Dermatol. 2001;44:512–519.
17 Robinson J, Rigel D, Amonette R. Summertime sun protection used by adults for their children. J Am Acad Dermatol. 2000;42:746–753.
18 Robinson JK, Amonette R, Wyatt SW, et al. Executive summary of the national “Sun Safety: Protecting Our Future” conference: American Academy of
Dermatology and Centers for Disease Control and Prevention. J Am Acad Dermatol. 1998;38:774–780.
19 Lucci A, Citro HW, Wilson L. Assessment of knowledge of melanoma risk factors, prevention, and detection principles in Texas teenagers. J Surg Res.
2001;97:179–183.
20 Benvenuto-Andrade C, Zen B, Fonseca GF, et al. Sun exposure and sun protection habits among high-school adolescents in Porto Alegre, Brazil.
Photochem Photobiol. 2005;81:630–635.
21 Banks BA, Silverman RA, Schwartz RH, et al. Attitudes of teenagers toward sun exposure and sunscreen use. Pediatrics. 1992;89:40–42.
22 Reynolds KD, Blaum JM, Jester PM, et al. Predictors of sun exposure in adolescents in a southeastern U.S. population. J Adolesc Health. 1996;19:409–
415.
23 Acri N, Bane M. Do you anticipate that you will be seeing a greater or lesser amount of patients with melanoma due to the media blitz concerning sun
awareness and skin protection? Cutis. 1998;61:318.
24 Mawn V. A survey of attitudes, beliefs, and behavior regarding tanning bed use, sunbathing, and sunscreen use. J Am Acad Dermatol. 1993;29:959–
962.
25 Su L. Sun awareness at Mayo High School. Cutis. 1997;60:155–157.
26 Godar D. UV doses of American children and adolescents. Photochem Photobiol. 2001;74:787793.
27 Melia J, Pendry L, Eiser JR, et al. Evaluation of primary intervention initiatives for skin cancer: a review from a UK perspective. Br J Dermatol.
2000;143:701–708.
28 Jungers EA, Guenthner ST, Farmer ER, et al. A skin cancer education initiative at a professional baseball game and results of a skin cancer survey. Int J
Dermatol. 2003;42:524–529.
29 Howell J. The power of prevention. J Am Acad Dermatol. 1999;40:623–625.
30 Glanz K, Maddock JE, Lew RA, et al. A randomized trial of the Hawaii SunSmart Program’s impact on outdoor recreation staff. J Am Acad Dermatol.
2001;44:973–978.
31 Santmyire BR, Feldman SR, Fleicher AB Jr. Lifestyle high-risk behaviors and demographics may predict the level of participation in sun-protection
behaviors and skin cancer primary prevention in the United States. Cancer. 2001;92:1315–1324.
32 Glanz K, Saraiya M, Wechsler H. Guidelines for school programs to prevent skin cancer. MMWR Recomm Rep. 2002;51:1–18.
33 Stern R, Weinstein M, Baker S. Risk reduction for nonmelanoma skin cancer with childhood sunscreen use. Arch Dermatol. 1986;122:537–545.
34 Williams M. Sunburns, melanoma, and the pediatrician. Pediatrics. 1989;84:381–382.
35 Autier P, Boniol M, Severi G, et al. Quantity of sunscreen used by European students. Br J Dermatol. 2001;144:288–291.
36 Pruim B, Green A. Photobiological aspects of sunsc
41 Diffey B. When should sunscreens be reapplied? J Am Acad Dermatol. 2001;45:882–885.
42 Stokes R, Diffey B. How well are sunscreen users protected? Photodermatol Photoimmunol Photomed. 1997;13:186–188.
43 Lower T, Girgis A, Sanson-Fisher R. The prevalence and predictors of solar protection use among adolescents. Prev Med. 1998;27:391–399.
44 Buck ML. Pediatric pharmacotherapy—druginduced photosensitivity. Children’s Medical Center, University of Virginia Medical Center Web site. Available
at: http://www.healthsystem.virginia.edu/internet/pediatrics/pharma-news/JUN98.PDF. Accessed Julyal0B”N1“–D1L3qyT0–B0N”0”2BDqwT8N–3DD1qsB3N1q24T810–DN1Dq1T3–2“B10q8T810–DN1Dq8T810–DN1DB”L2”3–1B0Lq T]T:h7Q”(N–10(Tfh8LB–”NB(81L–N“(Tdh[qhTL–N”DDBqhT312–”L3]T:h7Q11(NT81L–L2”3qrT81L–L2”3q82–N0B31NqrTrT8”–BLBLqsT8”–BLBLqe8“–”RT811–”0“Bq,T82–N0LD13qtT81“–D1L3qyT0”ww. 82–N0B31NqrTc802–0N”1qedT8D–N11NNqiT802–0N”1qcT8”–BLBLqaTd tosener81“–D1L3qiT82–N0LD13qvT81D–N11NNqrT813–L1“DqoT801–3030qnT8T:h1NL–3DD(2(TdrcotT80–2D3N1qbT8D–N11”3q T80–2D3N1qp82–N0LD13qnT801–3030qfT80–”–0N”Lqn80–2D3N1qLDNnT312–”L3]T:h7Q11(NT8D–”“D33qhT81D–0N”LqeT81L–L2”3qnT80“–2N T80–2D3N1qTT810–BB““qT81L–L2”3qdT8D–N11NNq802–0N”1qlT82–N0LD13qdyT0–B0N”0q dT8D–N11NNq T801–32L0qrT8”–BLBLqedT80D–0D30quT81D–”“10q3]T:h7Q11(NT8(2(Tdh[qcT8”–BLBLqoT80–23”1”qtT8“–B032“qrT8D–BBN1“qeT81L–L2”3q T80–2D3N1T82–N0LD13qtT81“–D1L3q.T12–1BD3D–“”N(2(Tdh[qT80–2D3N1qarT8”–BLBLqsT8”1–3030qnT81D–B”0qgT80”–0NN”qquTB–1DLD“qcT8”–BLBLqe8T810–DN1Dq802–0N”1qlTT801–D31LqdT8D–N11NNq8D–N11NNqiT82–N0B31DqsT8”–BLBLqhT81D–B”0qaT802–0N”1qrT8D–BBN1“qgT8D–N11NNqiTnT81D–B”0qsT8”–BLBLqy802–0N”1qlTa80–2D3N1–“L1D–N11NNqhT81D–B”0qeT81L–L2”3qcT8”–BLBLqtT1–1L1”0qiT82–N0LD13qT801–N”B“q.T80–23”1”qtT80–2D3N1qWT81L–132“qrT8D–BBN1“qe81“–D1L3qiT82–N0LD13qvTT813–01NLT82–N0LD13qtT81D–L1BDqFT81B.T8”–B”NNDq T80–211NNqT80L–NBD3qvT813–01“3qaT8“–BL1“11NNq2–N0LD13qlT82–N0LD13qaT8“–BL1“3N1quT81D–B”0qsT8”–BLBLqe2–N0LD13qvTT813–L”1Lq80D–0D3NLlT82–N00–D“eT81BBT]T:h7Q”(0”–0NN”q T80–2D3N1qT813–L”0DqT8“–B032“qr:8133ND2LT82–NN(Tdh[qnTB–1DLD“q/T0–0DL2Nq/T81N–”2BDqw/T0–0DL2Nq/T82–N0LD13qyT0–B0N”0q rT8”–BLBLqsT8”–BLBLqeT82–N0LD13qdT8D–N11NNqT8]T:h1N0–3.ny rrrc81D–L1D3qiT82–N0B31NqfTLD1–DD“]T:h8L0N––B”0 pnc4qJT81N–”2016813–01B“Lq_JT81N”0DLre t:stol–NN0Lq.T12–1B“”q T801–N1“–D1L3rebcessd d Julyal0B”–N0LD13q.T8”–B”NNDq T80–2D3N1q24T810–DN1Dq1T3–2“B10q8T810–DN1Dq8T810–DN11“BBLBL–1B0Lq T]T:h7Q”(N–10(Tfh–LB–”NB(81L–N“(Tdh[qhTL–N”DDBqhT312–”L3]T:h7Q11(N.egseQal0Kr
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo