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concepções de formação presentes no PFCT, que é a legitimação das políticas de formação
continuada elaboradas e implantadas naquele espaço até aquele momento, ao viabilizar
recursos.
As concepções legitimadas no PFCT emergem das narrativas dos sujeitos históricos
reais entrevistados e seus sentidos são (re) construídos nas ações de formação implementadas
por esses sujeitos. As narrativas que as contemplam foram agrupadas no Quadro
6:
Quadro 6
CFPM como política do
s formadores: n
arrativas dos
sujeitos
[...] Em busca de construir uma identidade de formação local, regional, que a gente já tinha muitos programas
que vinham prontos do MEC, nós queríamos, sonhávamos de ter um programa de formação local porque
partindo da nossa realidade de Educação Municipal, já que nós vemos também a formação vinculada à pesquisa
teria, a articulação necessária para gente começar a investigar a realidade da educação no município e o
Programa de Formação Continuada Tapiri teria essa cara regional, mais local [...] O termo formação ele é mais
abrangente porque formar é alguma coisa que vai se constituindo, então remete mais a processos, então acho
que o professor, a professora, o formador, a formadora, são responsáveis pela sua própria formação. Nesse
sentido, sujeitos desse processo [...]
[...] Nós não queríamos tutelar os professores, como poderia
executar
numa prática de treinamento em que eles
iriam ficar dependentes sempre ali da nossa tutela. Mas a gente ousava assim, uma educação como prática
social de humanização, algo relacionado também com a idéia do professor reflexivo [...] (F1).
[...] a identidade local eu penso que tem que ficar registrado que a equipe que estava lá, ela foi se fortalecendo
no sentido de buscar esse programa de Formação Continuada, porque se nós fossemos pensar numa leitura mais
crítica nós podemos perceber que na verdade, a vontade política de um prefeito talvez estagnasse na vontade de
se projetar nacionalmente, mas se os atores sociais que foram chegando nesse centro não tivessem abraçado a
idéia da concepção da formação continuada, teria parado ali. Os programas teriam se limitado a projetos do
MEC, que ninguém despreza, mas ao mesmo tempo havia uma vontade, um desejo muito grande de estar
estudando e buscan
do uma identidade local [...] (F.2).
[...] Então, essa simbologia do Tapiri, além dessa questão da complexidade, tem essa questão do local onde
você encontra várias pessoas de regiões próximas e nessa reunião se troca conhecimentos, através da conversa,
a
través do diálogo, simbolizando aí a importância da construção coletiva do saber [...]
[...] Essa formação continuada, ela deixa de ser formação continuada por que ela termina não sendo efetivada.
Ela passou a ser formações pontuais porque não se tinha, dentro das condições dadas, condições efetivas para
os professores estarem ali presentes [...] (F.3)
[...] Ele recebe esse nome de Tapiri porque nós queríamos dar uma cara própria, dar uma identidade à formação
do município de Manaus [...] tendo em vista que embora nós tenhamos começado num programa ousado, toda
essa falta de condição e a não-visão do que poderia acarretar politicamente esse programa, os cortes que nós
tivemos, o fato de termos de implantar alguns programas que nós não gostaríamos de estar
à frente [...]
[...] O nosso objetivo não era atender toda rede, não era fazer um trabalho de massa, mas um trabalho mesmo a
longo prazo, que a gente pudesse ir desenvolvendo nos professores, nos educadores da rede, o gosto pelo
processo de formação tenta
ndo criar uma cultura de estudo nas escolas [...] (F.4).
Fonte:
Elabora
ção
da
pesquisadora
com base nas entrevistas, 2007