óleo, com peso específico a 0,9094 (g/cm
3
) e poder calorífico superior a 9,350 kcal/kg
(BRASIL, 1985), é incolor, muito fluido, porém se deixa precipitar ao frio e congela-se
a alguns graus acima de zero. É solúvel na benzina e seus homólogos, insolúvel no
álcool a 96 ºC e solúvel em água. Destrói-se a toxidez, aquecido a 100 ºC, em solução
aquosa com apenas 15 minutos de calor (BRAGA, 1976).
O pinhão manso (Jatropha curcas L.), apesar de ainda ser muito pouco estudado
e não domesticado, está sendo considerado uma possível opção agrícola para a região
nordeste, pois, com a possibilidade do uso do óleo do pinhão manso para a produção do
biodiesel, abrem-se amplas perspectivas para o crescimento das áreas de plantio com
esta cultura no semi-árido nordestino.
2.4.1. Utilizações da planta e viabilidade econômica
Conforme Brasil (1985), nos países importadores, basicamente Portugal e
França, as sementes de pinhão manso sofrem o mesmo tratamento industrial que as
bagas de mamona, isto é, cozimento prévio e esmagamento subseqüente em prensas tipo
“expeller”, para extração do óleo que, em seguida, é filtrado, centrifugado e clarificado,
resultando daí um produto livre de impurezas. A torta, que contém ainda
aproximadamente 8% de óleo, é reextraída com solventes orgânicos, em geral hexano,
sendo o farelo residual ensacado para aproveitamento como fertilizante natural, em
virtude dos teores elevados de nitrogênio, fósforo e potássio.
Até antes da segunda Guerra Mundial, em 1939, o principal uso do óleo de
pinhão manso era na saboaria e na fabricação de estearina mas, devido às necessidades
militares, outras possíveis utilizações começaram a ser estudadas. Ele não pode,
contudo, ser utilizado como lubrificante, haja vista a sua baixa viscosidade e grande
porcentagem de ácidos graxos impróprios, que podem provocar rápida resinificação. No
entanto, pesquisas levaram a hipótese de que este óleo pode também ser utilizado como
combustível nos motores Diesel, o qual se comporta bem sem qualquer tratamento
prévio especial e com potência quase igual às conseguidas com o gasoil, contudo, o
consumo é evidentemente maior, tendo em vista a diferença dos poderes caloríficos
(CORTESÃO, 1956). Apesar de também ser utilizado na indústria de fiação de lã, de
tinta para escrever, tinta de impressão e tintas para pintura, além de ser também
utilizado como óleo de lustrar e, quando cozido, misturado a óxido de ferro, utilizado
para envernizar móveis, seu maior emprego ainda é nas saboarias. Penido Filho e