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A matemática copiada, além de revelar um professor-cópia, nega sua
função propedêutica de saber pensar; vira ‘ decoreba” desvairada, como é
uso no vestibular; é muito mais importante passar pouca matéria, mas
compreendê-la em seu raciocínio completo, do que entupir o aluno
extensivamente; não basta também aplicar o que não se compreendeu, a
peso de exercícios repetidos que, no fundo, apenas, treinam.
As aulas deveriam ser questionadoras, voltadas à pesquisa, despertar o
espírito crítico incluindo a interpretação do aluno e novas modalidades de interação
com o professor. A pesquisa passa a ser profissão.
Destaca-se ainda a precariedade dos cursos noturnos, considerados
nivelamento por baixo, atendendo aos jovens que estudam à noite. Inventou-se a
licenciatura curta. Algo que não qualifica. De outro lado, reduze-se o tempo de
estudo. Com esses dados, a educação fica precária, convalescente, com jogo de
sentimentos e aumento do despreparo, sem condições de considerar um ensino de
qualidade.
O docente universitário deve ser um pesquisador propedêutico, permitindo
ao aluno a participação e uso do questionamento reconstrutivo. O educando deve
trabalhar junto com o docente.
Na relação professor-aluno, foram citados aspectos sobre humor, irritabilidade,
indisponibilidade para explicações e ameaças.
No processo de ensino-aprendizagem da matemática, assim como de
outras disciplinas, um dos aspectos de extrema importância é a relação
professor-aluno que nessa disciplina específica, talvez por se tratar de uma
ciência exata vista por muitos como um conhecimento frio, distante e difícil,
repassa esta frieza e distância para relação professor-aluno e esta
realidade aparece nas falas dos pesquisados. Existem muitos aspectos em
comum nos depoimentos dos entrevistados sobre a relação professor-
aluno no processo ensino-aprendizagem da matemática. Dentre ele, é bem
destacada a distância que este professor mantém de seus alunos,
dificultando uma relação dialógica, democrática e harmoniosa. Geralmente
professor e alunos estão muitos distantes, não existe uma inter-relação.
(THOMAZ, 1999, p.201)