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AVALIAÇÃO DE PRODUTO KERMA-ÁREA EM EXAMES
RADIOLÓGICOS DE UROGRAFIA
Alessander Sá do Carmo
DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS
PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS
NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS EM
ENGENHARIA NUCLEAR.
Aprovada por:
_____________________________________
Prof. Delson Braz, D.Sc
_____________________________________
Prof
a.
Regina Cely Rodrigues Barroso, D.Sc
_____________________________________
Prof. Edgar Francisco Oliveira de Jesus, D.Sc
_____________________________________
Dr
a
. Cláudia Lúcia de Pinho Maurício, D.Sc
RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL
MARÇO DE 2007
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CARMO, ALESSANDER SÁ DO
Avaliação de Produto Kerma-Área em
Exames Radiológicos de Urografia [Rio
de Janeiro] 2007
XVII, 94 p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ,
M.Sc., Engenharia Nuclear, 2007)
Dissertação – Universidade Federal do
Rio de Janeiro, COPPE
1. Urografia
2. Dosimetria
3. Medidor de Produto Kerma-Área
I. COPPE/UFRJ II. Título ( série )
ii
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À minha avó Serafina da Conceição (in memorian).
iii
Into the distance a ribbon of black
Stretched to the point of no turning back
A flight of fancy on a windswept field
Standing alone my senses real
A fatal attraction holding me fast how
Can I escape this irresistible grasp?
Can't keep my eyes from the circling skies
Tongue-tied and twisted just an earth-bound misfit, I
Ice is forming on the tips of my wings
Unheeded warnings I thought I thought of everything
No navigator to find my way home
Unladened, empty and turned to stone
A soul in tension that's learning to fly
Condition grounded but determined to try
Can't keep my eyes from the circling skies
Tongue-tied and twisted just an earth-bound misfit, I
Above the planet on a wing and a prayer,
My grubby halo, a vapour trail in the empty air,
Across the clouds I see my shadow fly
Out of the corner of my watering eye
A dream unthreatened by the morning light
Could blow this soul right through the roof of the night
There's no sensation to compare with this
Suspended animation, a state of bliss
Can't keep my mind from the circling skies
Tongue-tied and twisted just an earth-bound misfit, I
Learning to Fly (Pink Floyd)
iv
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a DEUS, pela FORÇA e VONTADE de aceitar este desafio com
HUMILDADE dando-me a LUZ para percorrer esta longa jornada.
Aos meus pais Roberto e Maria Angélica, ao meu irmão Anderson e a minha cunhada
Bárbara, pelo apoio, carinho, compreensão e incentivo constante.
Ao meu sobrinho João Pedro, cujo seu nascimento proporcionou momentos de alegria e
paz.
Ao Professor e Orientador Delson Braz, pela orientação acadêmica, disponibilidade,
atenção e paciência durante todo o desenvolvimento desta Dissertação.
Aos Professores Ricardo Tadeu Lopes, Vergínia Reis Crispim e Edgar Francisco
Oliveira de Jesus, pelas suas valorosas contribuições acadêmicas que foram muito
importantes para minha formação profissional.
Ao Professor Lucas Gomes Padilha Filho e ao Dr. Hilton Augusto Koch, pela ajuda
logística e disponibilidade em atender este trabalho.
Aos amigos Caetano, Larissa, Simone e Sielso, que começamos juntos a jornada da
Física Médica a partir da nossa formação acadêmica pela Fundação Técnico-
Educacional Souza Marques.
À minha amiga Márcia, pela sua valorosa ajuda em acompanhar as avaliações
experimentais que foram imprescindíveis para o desenvolvimento deste trabalho.
Aos médicos radiologistas e técnicos de radiologia, pela compreensão e paciência, sem
as quais não seria possível a realização deste trabalho.
Ao Programa de Engenharia Nuclear (PEN/COPPE/UFRJ), pela oportunidade de
realização deste trabalho.
v
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.).
AVALIAÇÃO DE PRODUTO KERMA-ÁREA EM EXAMES
RADIOLÓGICOS DE UROGRAFIA
Alessander Sá do Carmo
Março/2007
Orientador: Delson Braz
Programa: Engenharia Nuclear
A proposta deste estudo foi de realizar as medições de produto kerma-área
(PKA) com 47 pacientes durante os exames de urografia em dois hospitais situados no
Município do Rio de Janeiro (Alpha e Bravo) com o emprego de um medidor de
produto kerma-área, sendo que 16 pacientes estavam dentro das variações biométricas
definidas como pacientes adultos típicos pela Portaria Nº 453, do Ministério da Saúde
de 01°/06/1998. Os valores médios de PKA obtidos pelo medidor para exames de
urografia excretora para todas as projeções radiográficas e projeções AP foram de
3937,71 cGycm
2
e de
3596,56 cGycm
2
no Hospital Alpha. No Hospital Bravo, os
valores médios de PKA para o mesmo exame para todas as projeções radiográficas e
projeções AP foram de 641,81 cGy cm
2
e de 586,44 cGy cm
2
e, para exames de
uretrocistografia, os valores médios de PKA foram de 576,32 cGycm
2
para todas as
projeções radiográficas e de 288,16 cGycm
2
para projeções AP. Com um programa de
computador, foram registrados os valores de dose efetiva e de dose nos órgãos a partir
dos valores de PKA. Este estudo mostra a adequação desta metodologia para realização
destes exames uma vez que o medidor de PKA é uma ferramenta muito simples e
importante para medições de dose em pacientes, para fins de estabelecimento e/ou
comparação com níveis de referência e para o controle de qualidade.
vi
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M. Sc.).
EVALUATION OF KERMA-AREA PRODUCT IN RADIOLOGICAL
EXAMINATIONS OF UROGRAPHY
Alessander Sá do Carmo
March/2007
Advisor: Delson Braz
Department: Nuclear Engineering
The proposal of this study was to carry out measurements of kerma-area product
(KAP) with 47 patients during urography examinations in two hospitals in Rio de
Janeiro - Alpha and Bravo Hospitals- employing a measurer of kerma-area product. 16
out of 47 patients were within the biometric variations defined by the Decree Nº 453 of
the Ministry of Health of Brazil on June 1
st
, 1998, as typical adult patients. The average
values of KAP obtained through the measurer for intravenuous urography examinations
for all radiographic projections and AP projections were 3,937.71 cGy cm
2
and
3,596.56 cGy cm
2
in Alpha Hospital. In Bravo Hospital, the average values of KAP for
the same examination for all radiographic projections and AP projections were
641.81 cGy cm
2
and of 586.44 cGy cm
2
, and for uretrocistography examinations the
average values of KAP were of 576.32 cGy cm
2
for all radiographic projections and of
288.16 cGy cm
ÍNDICE
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO................................................................................ ......1
1.1 Apresentação.................................................................................................................1
1.2 Objetivos........................................................................................................................5
CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTOS TEÓRICOS.............................................................6
2.1 Raios X - Definição.......................................................................................................6
2.2 Produção dos Raios X ..................................................................................................6
2.2.1 Raios X Característicos.................................................................................7
2.2.2 Raios X de Freamento (ou Bremsstrahlung)...............................................8
2.3 Interação da Radiação com a Matéria........................................................................9
2.3.1 Efeito Fotoelétrico.........................................................................................10
2.3.2 Efeito Compton.............................................................................................11
2.4 Grandezas para Radiações Ionizantes.......................................................................12
2.4.1 Definição das Grandezas Dosimétricas e de Radiodiagnóstico ................14
2.4.1.1 Grandezas Dosimétricas...................................................................14
2.4.1.1.1 Exposição (X) ....................................................................14
2.4.1.1.2 Kerma (k) ..........................................................................15
2.4.1.1.3 Dose Absorvida (D)...........................................................15
2.4.1.2 Grandezas Limitantes de Radiação ................................................15
2.4.1.2.1 Dose Equivalente (H
T
)......................................................15
2.4.1.2.2 Dose Efetiva (E).................................................................16
2.4.1.3 Grandezas Dosimétricas Especiais para Radiodiagnóstico ..........16
2.4.1.3.1 Kerma no Ar Incidente (k
a,i
)............................................16
2.4.1.3.2 Kerma no Ar na Superfície de Entrada (k
a,e
).................16
2.4.1.3.3 Produto Kerma no Ar-Área (PKA).................................17
2.4.2 Relação entre o Produto Kerma-Área e a Dose Efetiva............................17
2.5 Medidores de Produto Kerma-Área..........................................................................19
viii
2.6 Princípios de Proteção Radiológica ...........................................................................20
2.6.1 Justificação....................................................................................................21
2.6.2 Otimização.....................................................................................................21
2.6.3 Limitação de Doses Individuais...................................................................21
2.7 Detectores de Radiações Ionizantes...........................................................................21
2.7.1 Detectores a Gás............................................................................................21
2.7.2 Regiões de Operação para Detectores a Gás..............................................22
2.7.3 Câmaras de Ionização ..................................................................................23
2.8 Sistema Urinário..........................................................................................................24
2.9 Urografia......................................................................................................................25
2.9.1 Introdução.....................................................................................................25
2.9.2 Contrastes Radiológicos...............................................................................26
2.9.3 Efeitos Colaterais aos Contrastes................................................................27
2.9.4 Principais Indicações dos Métodos de Imagem em Urografia..................28
2.9.5 Urografia Excretora .....................................................................................29
2.9.5.1 Definição...........................................................................................29
2.9.5.2 Metodologia Padrão da Urografia Excretora ...............................29
2.9.5.2.1 Preparação do Paciente...................................................29
2.9.5.2.2 Cuidados com as Gestantes.............................................30
2.9.5.2.3 Preparação da Sala de Exames.......................................30
2.9.5.2.4 Seleção da Veia.................................................................31
2.9.5.2.5 Etapas de Execução do Exame .......................................32
2.9.6 Uretrocistografia...........................................................................................35
2.9.6.1 Definição...........................................................................................35
2.9.6.2 Metodologia Padrão da Uretrocistografia.....................................36
2.9.6.2.1 Preparação do Paciente...................................................36
2.9.6.2.2 Preparação da Sala de Exames.......................................36
2.9.6.2.3 Etapas de Execução do Exame.......................................38
ix
CAPÍTULO 3 – MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................40
3.1 Avaliação do Controle de Qualidade dos Equipamentos de Radiodiagnóstico
Médico ................................................................................................................................40
3.2 Medidor de Produto Kerma-Área .............................................................................45
3.2.1 Recalibração do Medidor de Produto Kerma-Área..................................47
3.3 Metodologia para Dosimetria dos Pacientes.............................................................50
CAPÍTULO 4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................53
4.1 Resultados da Avaliação do Controle de Qualidade dos Equipamentos de
Radiodiagnóstico Médico..................................................................................................53
4.2 Características dos Pacientes Avaliados....................................................................56
4.3 Medições Dosimétricas em Pacientes.........................................................................61
4.3.1 Resultados dos Valores de Produto kerma-Área (PKA) Obtidos com
Medidor PTW DIAMENTOR M2.......................................................................61
4.3.2 Resultados dos Valores de Dose Efetiva e Dose nos Órgãos Registrados
com Programa DiaSoft 5.0....................................................................................68
CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES E SUGESTÕES......................................................... 75
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 77
x
ANEXOS
ANEXO A – FATORES DE PONDERAÇÃO DA RADIAÇÃO E CONVERSÃO
DE GRANDEZAS ..............................................................................................................81
ANEXO B – MÉTODOS DE DESEMPENHO DOS APARELHOS DE RAIOS X ....83
ANEXO C – FICHA DE AVALIAÇÃO DOSIMÉTRICA EM PACIENTES
SUBMETIDOS A EXAMES RADIOLÓGICOS DE UROGRAFIA ............................93
xi
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 2.1 – Produção dos Raios X (MAZZILLI et al., 2002)
7
Figura 2.2 – Em A, produção do raio X característico (CARMO, 2004); em B, seu
espectro discreto (KNOLL, 1989).
8
Figura 2.3 – Em A, produção do raio X de freamento (CARMO, 2004); em B, seu
espectro contínuo (KNOLL, 1989).
9
Figura 2.4 Esquema do processo de interação pelo efeito fotoelétrico
(TAUHATA et al., 2001).
11
Figura 2.5 – Esquema do processo de interação pelo efeito Compton (KNOLL,
1989).
12
Figura 2.6 – Princípio de medidas de PKA e os fatores que influenciam a
exposição do paciente, tendo a relação entre a distância, a área e a dose
(CANEVARO, 2000).
20
Figura 2.7 – Regiões de operação para detectores a gás (TAUHATA et al., 2001).
23
Figura 2.8 – À esquerda, o aparelho urinário e seus componentes; à direita, as
principais estruturas anatômicas de um dos rins (GUYTON, 1988).
25
Figura 2.9 – Carro de parada/emergência (BONTRAGER, 2001).
28
Figura 2.10 – Materiais usados para urografia excretora (BONTRAGER, 2001).
31
Figura 2.11 – Possíveis veias a serem puncionadas para injeção do contraste
iodado (BONTRAGER, 2001).
32
Figura 2.12 – Radiografia simples de uma urografia excretora (BONTRAGER,
2001).
34
Figura 2.13 – Aplicação do contraste iodado na veia (BONTRAGER, 2001).
34
Figura 2.14 – À esquerda, compressão uretral com velcro e um molde de espuma
no abdômen; à direita, um filme radiografado com 10 minutos após a aplicação do
contraste (BONTRAGER, 2001).
34
Figura 2.15 – À esquerda, posição em decúbito ventral (ou póstero-anterior – PA);
à direita, posições oblíquas dependentes (direita/esquerda, em detalhe acima)
(BONTRAGER, 2001).
35
Figura 2.16 – Radiografia de uma bexiga cheia em posição AP (BONTRAGER,
2001).
35
xii
Figura 2.17 – Em A, pinça de quatro garras; em B, pinça de Knutsen de duas
garras.
37
Figura 2.18 – À esquerda, uso de um avental plumbífero; à direita, protetor de
tireóide.
37
Figura 2.19 – Anéis dosimétricos.
38
Figura 2.20 – Uretrocistografia miccional em posição oblíqua direita de um
paciente do sexo masculino. As letras identificam as estruturas anatômicas: A –
Ureter distal; B – Bexiga urinária; C – Trígono vesical; D – Área da próstata; E –
Uretra (BONTRAGER, 2001).
39
Figura 3.1 – Câmara de ionização, da m
a
Figura 3.9 – Em A, medidor de kerma no ar CONNY II, da marca PTW Freiburg;
em B, câmara de ionização de referência do medidor de kerma no ar usada durante
a recalibração do medidor de PKA; em C, medidor de exposição da marca
VICTOREEN, modelo Rad-Check Plus 06-526.
49
Figura 3.10 – À esquerda, câmara de ionização posicionada sob o sistema de
colimação do feixe do tubo de raios X. À direita, indicação por uma seta da cruzeta
com o ponto central da câmara coincidindo com o centro da cruz do sistema de
colimação do tubo para passagem do feixe principal dos raios X.
51
Figura 3.11 – Acima, layout para montagem do sistema de medidas de PKA
(MATSUBARA et al., 2004); abaixo, montagem do sistema de medidas de PKA
em ambiente real para exames radiológicos.
51
Figura 4.1 – Gráfico tensão x PKA para exames de urografia excretora (Hospital
Alpha).
58
Figura 4.2 – Gráfico tensão x PKA para exames de urografia excretora (Hospital
Bravo).
58
Figura 4.3 – Gráfico tensão x PKA para exames de uretrocistografia (Hospital
Bravo).
59
Figura 4.4 – Gráfico mAs x PKA para exames de urografia excretora (Hospital
Alpha).
59
Figura 4.5 – Gráfico mAs x PKA para exames de urografia excretora (Hospital
Bravo).
60
Figura 4.6 – Gráfico mAs x PKA para exames de uretrocistografia (Hospital
Bravo).
60
Figura 4.7 – Gráfico paciente x exposições de PKA para exames de urografia
excretora (Hospital Alpha).
61
Figura 4.8 – Gráfico paciente x exposições de PKA para exames de urografia
excretora (Hospital Bravo).
62
Figura 4.9 – Gráfico paciente x exposições de PKA para exames de
uretrocistografia (Hospital Bravo).
62
Figura 4.10 – Gráfico percentual de filmes empregados para exames de urografia
nos Hospitais Alpha e Bravo.
63
xiv
Figura 4.11– Gráfico pacientes x valores de PKA para exames de urografia
excretora (Hospital Alpha). A linha vermelha indica o valor médio de PKA.
64
Figura 4.12 – Gráfico pacientes x valores de PKA para exames de urografia
excretora (Hospital Bravo). A linha vermelha indica o valor médio de PKA.
64
Figura 4.13 – Gráfico pacientes x valores de PKA para exames de
uretrocistografia (Hospital Bravo). A linha vermelha indica o valor médio de PKA.
65
Figura 4.14 – Gráfico dose efetiva x PKA para exames de urografia excretora
(Hospital Alpha).
70
Figura 4.15 – Gráfico dose efetiva x PKA para exames de urografia excretora
(Hospital Bravo).
71
Figura 4.16 – Gráfico dose efetiva x PKA para exames de uretrocistografia
(Hospital Bravo).
71
Figura B.1 – Teste de fuga de cabeçote do tubo de raios X (LIMA, 2002).
92
xv
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 2.1 – Coeficientes de conversão (dose efetiva E por unidade de PKA)
calculados para exames de abdômen, e os correspondentes parâmetros de radiação
(PETOUSSI-HENSS et al., 1995).
18
Tabela 4.1 – Resultado dos testes de controle de qualidade para o aparelho de
raios X do Hospital Alpha (marca: CGR, modelo: triplunix 5).
54
Tabela 4.2 – Resultado dos testes de controle de qualidade para o aparelho de
raios X do Hospital Bravo (marca: GE, modelo: Proteus XR/a).
55
Tabela 4.3 – Dados médios pessoais de pacientes para os exames de urografia no
Hospital Alpha (entre parênteses, variações mínima e máxima).
56
Tabela 4.4 – Dados médios pessoais de pacientes para os exames de urografia no
Hospital Bravo (entre parênteses, variações mínima e máxima).
56
Tabela 4.5 – Parâmetros técnicos dos exames de urografia para o Hospital Alpha
(entre parênteses, variações mínima e máxima).
57
Tabela 4.6 – Parâmetros técnicos dos exames de urografia para o Hospital Bravo
(entre parênteses, variações mínima e máxima).
57
Tabela 4.7 – Valores médios e 3º quartil de PKA para exames de urografia
excretora e uretrocistografia.
66
Tabela 4.8 – Valores médios de dose efetiva para exames de urografia excretora e
uretrocistografia.
69
Tabela 4.9 – Valores médios de dose nos órgãos registrados pelo DiaSoft 5.0 para
urografia excretora nos Hospitais Alpha e Bravo para pacientes adultos típicos.
72
Tabela 4.10 – Valores médios de dose nos órgãos registrados pelo DiaSoft 5.0
para uretrocistografia no Hospital Bravo para pacientes adultos típicos.
73
Tabela A.1 – Fator de Peso da Radiação w
R
(ICRP 60, 1991).
81
Tabela A.2 – Fator de Peso para o Tecido ou Órgão
w
T
(ICRP 60, 1991).
82
Tabela B.1 – Fatores de uso (U).
85
Tabela B.2 – Fatores de ocupação (T).
85
Tabela B.3 – Exemplos de carga de trabalho semanal máxima (W)
86
Tabela B.4 – Fatores multiplicativos para conversão de dose externa.
86
Tabela B.5 – Níveis de restrição de dose (Portaria Nº 453, SVS/MS, 1998).
87
xvi
Tabela B.6 – Valores mínimos de camadas semi-redutoras em função da fase e
tensão do tubo (Portaria Nº 453, SVS/MS, 1998).
91
xvii
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1.1 Apresentação
A Humanidade vem desenvolvendo tecnologias seguras para o uso do átomo em
diversos campos, tanto científico, como econômico e o social. O emprego de qualquer
processo tecnológico é precedido pela demonstração de que os riscos são suplantados
pelos benefícios da tecnologia. No que diz respeito às radiações ionizantes, a proteção
radiológica vem desenvolvendo, dentro do escopo de uma cultura de segurança, os
parâmetros para nortear as ações de engenharia para a obtenção de um padrão de
segurança compatível com sua utilização pela sociedade (CUNHA, 1997).
Dentro deste contexto, a Física das Radiações teve o seu início a partir do final
do século XIX com a descoberta dos raios X por Wilhelm Conrad von Röentgen em
1895, da radioatividade por Henry Becquerel em 1896 e do rádio pelo casal Pierre e
Marie Curie em 1898 (ATTIX, 1986). Já em 1904, cerca de 20 (vinte) elementos
naturalmente radioativos eram conhecidos. Apesar de muitos pesquisadores estarem
envolvidos no processo de busca do entendimento do fenômeno radioativo, as
contribuições mais significativas durante os 30 (trinta) primeiros anos do Século XX
foram feitas por Ernest Rutherford e seus colaboradores.
A Radiologia é a área da Medicina que utiliza raios X para a realização de
exames de radiodiagnóstico, prevenção e tratamento de doenças. Na área de
radiodiagnóstico, os equipamentos de raios X clínicos são produzidos na faixa de tensão
do tubo entre 50 kV e 150 kV para geração de imagens estáticas ou dinâmicas de
órgãos, tecidos e ossos constituintes do corpo humano que ajudam o médico
radiologista no seu diagnóstico.
Os raios X empregados na Medicina constituem a principal fonte de radiação
ionizante produzida pelo Homem. As vantagens médicas dos raios X são indiscutíveis;
contudo, é importante o seu controle. Os profissionais que atuam na área de
radiodiagnóstico compartilham entre si as responsabilidades de reduzir as doses de
1
radiação recebidas pelos médicos, pacientes e demais profissionais da área
(BUSHONG, 1998).
Para KOTSUBO (2002), a eficiência e o sucesso dos exames radiológicos
dependem principalmente da produção de uma boa imagem radiológica, com
visibilidade nítida e detalhada dos órgãos a serem diagnosticadas. A Portaria N° 453
(SVS/MS, 1998) estabelece as diretrizes de radioproteção e está diretamente relacionada
com a disciplina na prática em radiodiagnóstico médico e do público em geral. Portanto,
os recursos técnicos utilizados, assim como as áreas físicas disponibilizadas, devem ser
corretamente planejados ou adequados, de tal forma que a informação do diagnóstico ou
do rendimento terapêutico seja a melhor possível, com o menor risco para pacientes,
trabalhadores e indivíduos do público.
Ao entrar em vigor em 1998 a Portaria N° 453 “Diretrizes de Proteção
Radiológica em Radiodiagnóstico Médico e Odontológico” do Ministério da Saúde, o
Brasil passou a introduzir programas de proteção radiológica que vêm sendo cumpridos
por alguns hospitais. Nos países desenvolvidos, esses programas são rotinas nos
serviços de radiodiagnóstico. Na União Européia, foi desenvolvida progressivamente
uma ampla cultura de proteção e segurança radiológica na Medicina relacionada ao
emprego das radiações ionizantes. Esta consistência contribuiu para a melhoria da
proteção radiológica e o estabelecimento dos requisitos legais para a proteção
radiológica de pacientes submetidos a exames radiológicos (COMISSÃO EUROPÉIA,
1999).
Com os avanços tecnológicos da radiografia diagnóstica, têm-se realizado
inúmeras pesquisas voltadas para a avaliação de dose dos raios X nos pacientes
submetidos a todos os exames de radiodiagnóstico, com a finalidade minimizar a
possibilidade de ocorrência dos efeitos biológicos resultantes das exposições aos raios X
(LIMA, 2002).
Em 1991, a Comissão Internacional de Proteção Radiológica (ICRP, sigla em
inglês) publicou a Resolução Nº 60 “1990 Recommendations of the International
Commission on Radiological Protection” com a introdução de novos conceitos a
respeito dos princípios de proteção radiológica. Em 1996, a ICRP publicou a Resolução
Nº 73 “Radiological Protection and Safety in Medicine”, introduzindo os níveis de
2
referência para pacientes. A definição de nível de referência de diagnóstico se dá como
uma forma de nível de investigação, aplicável a uma grandeza facilmente medida,
usualmente a dose absorvida no ar, ou em um material equivalente ao tecido humano na
superfície de um fantoma padrão ou em um paciente representativo (ICRP, 1996).
Apesar das publicações da ICRP 60 e 73 gerarem dificuldades na interpretação
destes novos conceitos introduzidos, o termo nível de referência de diagnóstico foi
adotado na área de radiodiagnóstico pelos físicos médicos (CANEVARO, 2000).
Em 2001, a Comissão Européia, através da publicação do livreto Radiation
Protection Nº 109 “Guidance on Diagnostic Reference Levels for Medical Exposure”,
orienta aos Estados-Membros a expressar os níveis de referência em radiodiagnóstico
convencional em duas grandezas: a dose de entrada na pele (DEP), que pode ser
calculada ou medida com uso de dosímetros termoluminescentes (TLDs), e o produto
kerma-área (PKA), que pode ser facilmente medido com uma câmara de ionização
colocada sob o sistema de colimação do tubo de raios X (EUROPEAN COMMISSION,
2001).
DELICHAS et al. (2004) recomendaram a realização da dosimetria para avaliar
o potencial de otimização de dose das radiações recebida pelos pacientes. Variações de
dose significativas foram observadas em vários exames, as quais foram atribuídas à
experiência dos profissionais radiologistas, às características complexas de alguns
exames, às diferenças dos procedimentos de exame e ao desempenho dos aparelhos de
raios X.
A dose efetiva, introduzida pela ICRP 60 (1991), vem sendo amplamente
utilizada como um fator relacionado a risco para avaliação de danos causados pela
radiação. Uma estimativa de dose efetiva pode ser obtida através das medidas do
produto kerma-área (PKA) (DELICHAS et al., 2004).
CANEVARO (2000) desenvolveu, pela primeira vez no Brasil, uma
metodologia de otimizar a proteção radiológica com emprego de sistemas de medidores
de produto kerma-área para que fossem medidas rotineiramente as doses em pacientes, a
fim de investigar os níveis de referência e o controle de qualidade. O produto kerma-
área (PKA), está especificamente relacionado à exposição de pacientes, sendo
3
4
recomendado como o método mais aconselhado de acompanhamento do exame
radiográfico, para amenizar os riscos de lesão causados pelas radiações. Por sua vez,
esta grandeza fornece uma informação mais completa a respeito das irradiações sendo,
portanto, um sistema de medidas recomendado para todos os exames quando não se têm
todos os parâmetros de irradiação conhecidos (RASSOW, 1998).
A Urologia é a especialidade médica que trata as doenças do trato urinário e
genital que acometem pacientes de ambos os sexos (SBU, 2007). Por sua vez, a
urografia é um exame de diagnóstico realizado com raios X para o estudo do aparelho
urinário através da medida da opacidade dos rins, dos néfrons, dos ureteres, da uretra e
da bexiga graças a administração de um meio de contraste radiopaco injetável a fim de
descobrir eventuais anomalias, uma vez que o referido contraste é eliminado do
organismo através da micção após permanecer no sistema circulatório por um dado
intervalo de tempo.
Os exames de urografia permitem aos médicos radiologistas fazer a
interpretação dos resultados, sendo posteriormente analisados pelos médicos
urologistas, que são responsáveis pelo tratamento das principais doenças causadas nos
aparelhos urinário e genital. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e
o Instituto Nacional de Câncer (INCa), dentre estas doenças, têm-se:
doenças da próstata: cerca de 2/3 dos homens terão alguma patologia prostática
durante a sua vida, sendo o câncer de próstata o que tem maior importância
(SBU, 2007). O câncer de próstata é a segunda causa de óbitos por câncer em
homens, com estimativa de 47.280 casos para o ano de 2006, sendo superado
apenas pelo câncer de pulmão (INCa, 2005);
doenças nos ovários: câncer de ovário, sendo o mais difícil de ser diagnosticado,
com cerca de 3/4 dos tumores malignos apresentam-se em estágio avançado no
momento do diagnóstico inicial. É o câncer ginecológico de maior letalidade,
embora seja menos freqüente que o câncer de colo do útero (INCa, 2005);
doenças do colo do útero: o câncer de colo do útero é a terceira neoplasia
maligna mais comum entre as mulheres, com 19.260 casos, sendo superado pelo
câncer de pele e pelo câncer de mama (INCa, 2005);
5
doenças dos rins: tumores benignos ou malignos, trauma renal, cálculo renal
(SBU, 2007);
doenças na bexiga: tumores malignos, bexiga neurogência e incontinência
urinária (SBU, 2007);
doenças dos testículos: tumores malignos e infecções (SBU, 2007).
1.2 Objetivos
O objetivo neste estudo foi de realizar a avaliação de produto kerma-área em
pacientes submetidos a exames radiológicos de urografia excretora e de
uretrocistografia dentro dos Serviços de Radiologia de dois Hospitais situados no
Município do Rio de Janeiro, e comparar os valores representativos de dose de acordo
com a Portaria Nº 453, do Serviço de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, de
1998.
As medidas dosimétricas em pacientes avaliados neste estudo foram realizadas
com o emprego de um medidor de produto kerma-área (PKA), cujas regiões anatômicas
de interesse para as medições foram, respectivamente, no abdômen para exames de
urografia excretora e na sífice pubiana para exames de uretrocistografia. Além disso, foi
empregado um programa de computador que registrava os valores de dose efetiva e
dose nos órgãos a partir de uma exposição radiográfica para obtenção do valor de PKA.
6
CAPÍTULO 2
FUNDAMENTOS TEÓRICOS
2.1 Raios X – Definição
A natureza desconhecida e misteriosa dos raios fez com que o físico alemão
Wilhelm Conrad von Röentgen (Ë1845 - g 1923) descobrisse de forma quase acidental,
o que passou a denominar raios X.
Os raios X são emissões de natureza eletromagnética, produzidos pela
desaceleração de partículas carregadas ou pela transição de elétrons nos átomos. O
comprimento de onda dos raios X varia de 0,05 a centenas de angströns (símbolo Å),
onde 1 Å equivale a 10P
–10
P
m. Como outras formas de radiação, entre elas os raios gama,
ultravioleta, a luz visível e as ondas de rádio, os raios X apresentam fenômenos
associados com sua natureza ondulatória, tais como interferência, difração e
polarização.
2.2 Produção dos Raios X
Nos equipamentos, os raios X são produzidos a partir da colisão de um feixe de
elétrons oriundos do filamento (cátodo, de carga negativa) contra um alvo metálico
(ânodo, de carga positiva), normalmente constituído de tungstênio (Figura 2.1-A).
Quando estes elétrons se chocam contra o alvo, sofrem um processo de desaceleração e
liberam sua energia cinética na forma de calor (99 %) e raio X (1 %) (Figura 2.1-B).
As máquinas geradoras de radiação X são equipamentos elétricos de alta tensão
que podem ser desligadas, deixando de produzir os raios X. Esta característica distingue
os raios X das fontes radioativas como, por exemplo, as fontes emissoras de radiação
gama que emitem radiação espontânea e constante (MAZZILLI et al., 2002).
Figura 2.1 Produção dos Raios X (MAZZILLI et al., 2002).
2.2.1 Raios X Característicos
Quando um átomo é bombardeado por radiação eletromagnética ou partículas
carregadas com energia suficiente para remover um elétron das camadas mais internas,
um elétron proveniente das camadas mais externas pode se deslocar para ocupar o
estado de energia liberado, ocorrendo em seguida a emissão dos raios X característicos
(Figura 2.2-A). Ao passar de um estado menos ligado para outro mais ligado (por estar
situado na parte mais interna na estrutura eletrônica), o excesso de energia do elétron
pode ser liberado por meio de uma radiação eletromagnética, cuja energia é igual à
diferença de energia entre o estado inicial e o estado final. A denominação
característico se deve ao fato de que os fótons emitidos, por transição, em função da
estrutura de energia dos elétrons que só função de cada elemento químico. Desse modo,
a energia emitida permite a identificação do elemento de origem.
Os raios X característicos são, portanto, dependentes dos níveis de energia da
eletrosfera e, dessa forma, seu espectro de distribuição de energia é discreto
(Figura 2.2-B).
7
Figura 2.2 – Em A, produção do raio X característico (CARMO, 2004); em B, seu
2.2.2. Raios X de Freamento (ou Bremsstrahlung)
Quando os elétrons acelerados interagem com o campo elétrico do núcleo do
omo
A energia dos raios X de freamento depende fundamentalmente da energia da
partícu
espectro discreto (KNOLL, 1989).
át de número atômico elevado, ou a sua eletrosfera, eles reduzem a sua energia
cinética, ocorrendo uma mudança de direção e, em seguida, a emissão da diferença de
energia cinética sob a forma de ondas eletromagnéticas. Este fenômeno é responsável
pela geração de raios X de freamento ou Bremsstrahlung (Figura 2.3-A).
la incidente, que é função de tensão de aceleração dos elétrons. A energia dos
raios X gerados para uso médico e industrial não passa dos 500 keV. O processo
depende da energia e da intensidade de interação das partículas incidentes com o núcleo
e de seu ângulo de saída, e a energia da radiação produzida pode variar de zero a um
valor máximo, sendo contínuo o seu espectro de distribuição de energia (Figura 2.3-B).
8
Figura 2.3 – Em A, produção do raio X de freamento (CARMO, 2004); em B, seu
2.3 Interação da Radiação com a Matéria
As radiações eletromagnéticas (ou fótons) podem penetrar em um dado material
percorr
Embora um número maior de possíveis mecanismos de interação seja conhecido
espectro contínuo (KNOLL, 1989).
endo grandes espessuras antes de sofrer a primeira interação. Isto se deve pelo
seu caráter ondulatório, da ausência de carga e de massa de repouso. Este poder de
penetração depende da seção de choque de interação para cada evento que pode
absorver ou espalhar a radiação incidente. A penetrabilidade e o alcance dos fótons são
muito maiores do que a das partículas alfa e beta, e a probabilidade de interação
depende muito do valor de sua energia, e do número atômico do material (TAUHATA
et al., 2001).
para interação de fótons na matéria, há três principais tipos de interação que têm um
papel importante nas medidas da radiação: Efeito Fotoelétrico, Efeito Compton e
Produção de Pares. Todos estes processos de interação levam à transferência total ou
parcial da energia do fóton incidente para a energia do elétron orbital (KNOLL, 1989).
Para radiodiagnóstico médico, apenas os dois primeiros efeitos são relevantes devido à
faixa de energia dos raios X, uma vez que a produção de pares ocorre apenas para
interação de fótons com energia maior ou igual a 1.022 keV.
9
10
2.3.1 Efeito Fotoelétrico
No efeito fotoelétrico (Figura 2.4), um fóton incidente transfere toda a sua
energia EB
f
B para um elétron orbital o qual é ejetado do átomo com uma energia cinética
EcB
é
B (considerando as condições não relativísticas), sendo igual à Tw[(etaa e4To 1.é 1 Tf16f7.98 020.Tc0.25)50.0te menos 9.895 0 TDde ligEBEB
11
Figura 2.4 – Esquema do processo de interação pelo efeito fotoelétrico (TAUHATA
et al., 2001).
2.3.2 Efeito Compton
O efeito Compton é o processo de interação de um fóton incidente, de
comprimento de onda λ, com
um dos elétrons situados na camada mais externa do
átomo. Isto significa que a energia do fóton incidente
EB
f
B deve ser grande comparada à
energia de ligação do elétron.
Neste processo, o fóton incidente
EB
f
B é desviado por um ângulo θ em relação a
sua direção original após interagir com o elétron orbital, cedendo parte de sua energia e
o seu comprimento de onda passa a ser maior, ou seja, λ
. Já o elétron ejetado se desloca
com um ângulo φ
em relação à direção original do fóton, tendo uma energia EB
é
B(Figura 2.5). Como todos os ângulos de espalhamento são possíveis, a energia
transferida do fóton ao elétron varia de zero até um valor máximo.
12
Figura 2.5 – Esquema do processo de interação pelo efeito Compton (KNOLL, 1989).
A expressão que relaciona a transferência de energia do fóton incidente para o
elétron orbital e o ângulo de espalhamento para qualquer interação pode ser derivada
pelas equações simultaneamente escritas para a conversão de energia e momento.
Usando as simbologias definidas na Figura 2.5, pode-se demonstrar que:
)cos-(1
cm
h
1
h
h
2
o
'
θ
ν
ν
ν
+
=
(2-5)
onde
mB
o
BcP
2
P
é o produto da massa do elétron em repouso com o quadrado da velocidade
da luz no vácuo (m
B
o
BcP
2
P
= 0,511 MeV).
A probabilidade do efeito Compton por átomo depende da densidade eletrônica
do alvo e do número atômico
Z do material absorvedor (KNOLL, 1989).
2.4 Grandezas para Radiações Ionizantes
Uma das questões iniciais na utilização da radiação ionizante é como realizar
uma medição de quantidades utilizando a própria radiação ou os efeitos e subprodutos
de suas interações com a matéria (TAUHATA et al., 2001).
Uma abordagem intuitiva seria medir as radiações emitidas, por exemplo, num
intervalo de tempo ou as radiações que atravessam uma dada seção. São grandezas
radiológicas associadas ao campo de radiação, que contabilizam o número de radiações
relacionado com alguma outra grandeza do sistema de medição tradicional, como tempo
e área.
Outra maneira seria avaliar os efeitos da interação da radiação com a matéria,
utilizando algum efeito ou subproduto como, por exemplo, a utilização da carga elétrica
dos elétrons ou íons produzidos pela ionização, a energia transferida ao material pela
radiação, a energia absorvida pelo material, a luminescência, a alteração da
condutividade elétrica, o calor produzido, etc. De modo semelhante, utilizando relações
com a massa ou volume, podem se definidas grandezas radiológicas como
kerma (k),
exposição (X) ou dose absorvida (D). São grandezas dosimétricas pois estão associadas
à interação da radiação com um material (TAUHATA et al., 2001).
Na área de radiodiagnóstico médico e odontológico, a grandeza fundamental na
qual os padrões nacionais são calibrados é o
kerma no ar. A partir do kerma no ar
podem-se determinar todas as demais grandezas de uso prático (TAUHATA &
RAMOS, 2002).
As medições de radiação, nesta área, são fundamentais para os programas de
controle de qualidade dos equipamentos de raios X e para medir ou estimar doses a que
estão submetidos os pacientes, ou seja, na dosimetria do paciente. A grandeza
kerma no
ar
é suficiente para a caracterização e controle da fonte (campo de radiação incidente no
paciente) e para a avaliação do desempenho do sistema de captação e registro da
imagem (campo de radiação pós-paciente).
A dosimetria do paciente é um pouco mais complexa devido à diversidade de
técnicas para obtenção da imagem e das diferentes intensidades, durações e energias dos
campos utilizados. Como agravante, tem aparecido uma abundância de grandezas para
cada técnica.
Enquanto que em algumas situações a grandeza dosimétrica de interesse pode
ser medida diretamente, em outras, a medição direta não é de todo possível como, por
exemplo, na medição de dose em um órgão ou tecido interno. Neste caso, obtém-se o
valor de dose no órgão ou no tecido indiretamente através da aplicação de coeficientes
de conversão tabelados, a partir de uma grandeza medida diretamente, para condições
de referência.
13
14
Até o momento, as diferentes grandezas utilizadas na área de radiodiagnóstico
partem da definição de grandezas dosimétricas básicas (
kerma no ar ou exposição), mas
levam em conta as condições em que as medições são realizadas (livre no ar, no
paciente ou no simulador) e o meio em que são expressos os valores da grandeza (no ar,
na pele ou no tecido mole).
Organismos internacionais como a Agência Internacional de Energia Atômica
(IAEA, sigla em inglês) e a Comissão Internacional de Unidades e Medidas de Radiação
(ICRU, sigla em inglês), nestes últimos anos, têm-se esforçado para estabelecer um
sistema harmonizado de grandezas, símbolos e unidades, a fim de preencher esta lacuna
numa das áreas mais antigas de aplicação de raios X, mas ainda não existe um consenso
internacional.
2.4.1 Definição das Grandezas Dosimétricas e de Radiodiagnóstico
2.4.1.1 Grandezas Dosimétricas
2.4.1.1.1 Exposição (X)
É o quociente entre dQ por dm, onde dQ é o valor absoluto da carga total de
íons produzidos por um feixe de radiação eletromagnética no ar, quando todos os
elétrons (negativos e positivos, como os pósitrons) liberados pelos fótons no ar, em uma
massa
dm, são completamente freados no ar.
d
m
dQ
X = (2-6)
Unidade no SI: C * kg
P
–1
P
.
15
2.4.1.1.2 Kerma (k)
É o quociente entre dEB
tr
B por dm, onde dEB
tr
Bé a soma de todas as energias
cinéticas iniciais de todas as partículas carregadas liberadas por partículas neutras ou
fótons incidentes em um material de massa
dm.
d
m
dE
k
tr
= (2-7)
Unidade no SI: Gray (Gy), onde 1 Gy = 1 J * kg
P
–1
P
.
2.4.1.1.3 Dose Absorvida (D)
É o quociente de
ε
d por dm, onde
ε
d é a energia média depositada pela
radiação ionizante na matéria de massa
dm, num ponto de interesse.
d
m
d
D
ε
= (2-8)
Unidade no SI: Gray (Gy), onde 1 Gy = 1 J * kg
P
–1
P
.
2.4.1.2 Grandezas Limitantes de Radioproteção
2.4.1.2.1 Dose Equivalente (HB
T
B)
É o valor médio da dose absorvida DB
T,R
B obtido sobre todo o tecido ou órgão T,
devido à radiação
R.
=
R
RRT,T
w*D H
(2-9)
onde
wB
R
B é o fator de peso da radiação cujo tipo de radiação é definido pela Comissão
Internacional de Proteção Radiológica (ICRP, sigla em inglês), a partir da Resolução
Nº 60 “
1990 Recommendations of the International Commission on Radiological
16
Protection” (ICRP, 1991). No Anexo A, a Tabela A.1 apresenta os valores de wB
R
B para
cada partícula ou radiação com sua respectiva faixa de energia.
Unidade no SI: Sievert (Sv), onde 1 Sv = 1 J * kg
P
–1
P
.
2.4.1.2.2 Dose Efetiva (E)
É definida como a soma ponderada das doses equivalentes
HB
T
B em todos os
órgãos ou tecidos do corpo.
TT
T
H * w E
Σ
=
(2-10)
onde
wB
T
B é o fator de peso do órgão ou tecido T relevante e seus valores estão associados
à radiosensibilidade do órgão. No Anexo A, a Tabela A.2 apresenta os valores de
wB
T
B
definidos pela Resolução Nº 60 da ICRP para cada órgão ou tecido.
Unidade no SI:
Sievert (Sv), onde 1 Sv = 1 J * kg P
–1
P
.
2.4.1.3 Grandezas Dosimétricas Especiais para Radiodiagnóstico
2.4.1.3.1 Kerma no Ar Incidente (kB
a,i
B)
É o kerma no ar no eixo central do feixe incidente à distância foco-superfície da
pele, isto é, no plano de entrada da pele. Inclui apenas o feixe primário incidente no
paciente ou simulador e nenhuma radiação retroespalhada.
Unidade no SI: Gray (Gy), onde 1 Gy = 1 J * kg
P
-1
P
.
2.4.1.3.2 Kerma no Ar na Superfície de Entrada (k
B
a,e
B)
É o kerma no ar no eixo do feixe de raios X no ponto onde ele entra no paciente
ou no simulador. A contribuição da radiação retroespalhada é incluída.
17
Unidade no SI: Gray (Gy), onde 1 Gy = 1 J * kg
P
-1
P
.
2.4.1.3.3 Produto Kerma no Ar-Área (PKA)
É a integral do kerma no ar livre sobre a área A, do eixo dos raios X em um
plano perpendicular ao seu eixo.
dA (A)k PKA
A
a
= (2-11)
Unidade no SI: 1 Gy cm
P
2
P
= 1 J * kgP
-1
P
cmP
2
P
.
Nesta definição, é excluída a radiação espalhada pelo paciente.
Com relação à grandeza produto kerma-área (PKA), não se tem ainda, no Brasil,
uma definição dos níveis de referência para diversos exames de radiodiagnóstico
médico junto com os dados relativos a dose de radiação administrada e aos tipos de
aparelhos de radiodiagnóstico empregados. A Portaria Nº 453 (SVS/MS, 1998), no item
4.49, letra b, estabelece que o valor representativo de dose dada aos pacientes pode ser
determinado em fantoma padronizado ou pelo 3° quartil da distribuição de dose em
pacientes, para cada tipo de exame, ou por outro método apropriado. O 3° quartil é o
termo da série procedido por 75 % dos termos estatísticos seguido pelos restantes 25 %.
2.4.2 Relação entre o Produto Kerma-Área e a Dose Efetiva
Existem programas de computador que estimam doses em órgãos e de dose
efetiva a partir de medições do PKA em procedimentos radiológicos.
A partir destes programas são gerados coeficientes de conversão que dependem
principalmente da tensão de pico aplicada no tubo, da região anatômica irradiada, da
projeção e incidência e, em menor grau, da qualidade do feixe. Estes fatores são
calculados para um paciente padrão e não devem ser considerados de forma absoluta
para os pacientes individuais. A Tabela 2.1 apresenta os coeficientes de conversão de
PKA para dose efetiva para exames radiológicos de abdômen em incidência antero-
posterior (AP) e póstero-anterior (PA) e os correspondentes parâmetros de radiação.
Tabela 2.1 – Coeficientes de conversão (dose efetiva E por unidade de PKA)
calculados para exames de abdômen, e os correspondentes parâmetros de radiação
Exame
Tensão
(kVp)
Filtração
(mm Al)
Distância
Foco-
Distância
Foco-
Campo de
Radiação
Fator de
Conversão
(m
)
(PETOUSSI-HENSS et al, 1995).
Filme
(cm)
Superfície
(cm)
(cm
2
)
Sv/Gycm
2
30x40 0,27
40x40 0,22
Abdômen AP 80 2,5 115 85
35x35 0,24
30x40 0,16
40x40 0,13
Abdômen PA 80 2,5 115 85
35x35 0,13
fato de dispor de coeficientes que permitem estimar doses efetivas em
pacientes a partir da medida do PKA deve ser tratado cautelosamente. A aplicação do
conceit
O
o de dose efetiva em pacientes individuais apresenta diversas limitações. Ao
estimar-se a dose da população em termos de dose efetiva a partir do PKAs medidos,
não deveria confiar-se incondicionalmente no resultado numérico, devido às incertezas
relativamente altas dos valores medidos de PKA, da ordem de 30 %, com instrumentos
devidamente calibrados, e nos fatores de conversão aplicados, além das limitações da
aplicação do conceito de dose efetiva em radiodiagnóstico (CANEVARO, 2000).
18
2.5 Medidores de Produto Kerma-Área
Nos anos 60 do século XX, houve diversas propostas para medição dosimétrica
de pacientes. Todavia, as medidas de dose nos pacientes são mais complexas, pois
ostos às radiações, bem como a variação de
dose ao
ão de efeitos
radioin
tância
focal n
devem considerar os tipos de tecidos exp
longo da estrutura anatômica irradiada. Por outro lado, quando se mede dose em
um dado ponto, não se tem a noção da área ou do volume irradiado. A fim de superar
estes problemas, foram desenvolvidos vários instrumentos integradores com indicações
de grandezas distintas, entre elas a grandeza produto kerma-área (PKA).
O produto kerma-área é a grandeza mais adequada para medição do grau de
exposição do paciente em radiodiagnóstico e para expressar os níveis de referência. O
PKA é uma grandeza que está relacionada com o risco de induç
duzidos, porque considera, além do kerma no ar, a área irradiada que dá uma
indicação da quantidade de energia ministrada ao paciente (CANEVARO, 2000).
No medidor de produto kerma-área avalia-se, a partir da aplicação de uma dada
tensão e corrente no tubo de raios X com uma dada filtração, a taxa de dose gerada
multiplicada pelo tempo e pelo tamanho do campo de radiação (Figura 2.6). A dis
ão é considerada porque a dose diminui com a Lei do Inverso do Quadrado e o
tamanho do campo de radiação aumenta com o quadrado da distância de modo que o
produto permanece constante. Vale ressaltar que os medidores de PKA são projetados
de tal forma que a sua resposta é independente da energia para feixes dos raios X na
faixa das qualidades de radiodiagnóstico.
19
Figura 2.6 – Princípio de medidas de PKA e os fatores que influenciam a exposição do
paciente, tendo a relação entre a distância, a área e a dose (CANEVARO, 2000).
A partir de 1969, a ICRP passou a incluir nas suas recomendações o emprego
dos medidores de PKA com a consideração da sua importância para o treinamento de
profissionais de radiodiagnóstico restringindo o tamanho do campo de radiação ou do
tempo de exposição (CANEVARO, 2000).
2.6 Princípios de Proteção Radiológica
O principal objetivo da proteção radiológica é proteger os indivíduos, seus
descendentes e a Humanidade como um todo dos efeitos danosos das radiações
ionizantes permitindo, desta forma, o desempenho seguro das atividades que fazem uso
das radiações (MAZZILLI et al., 2002).
A Portaria N° 453 (SVS/MS, 1998) adota os princípios básicos de um Sistema
de Proteção Radiológica, que são a
Justificação, a Otimização e a
2.6.1 Justificação
É o princípio básico de proteção radiológica que estabelece que nenhuma prática
ou fonte ligada a uma prática deve ser autorizada a menos que produza suficiente
benefício para o indivíduo exposto ou para a sociedade, de modo a compensar o dano
que possa ser causado. Ou seja, qualquer atividade envolvendo o uso de radiação deve
ser sempre justificado em relação a outras alternativas de modo a trazer um benefício
líquido real para o indivíduo e a sociedade.
2.6.2 Otimização
É o princípio básico que estabelece que todas as instalações e as suas práticas
devem ser planejadas, implantadas e executadas de modo que a magnitude das doses
individuais, o número de pessoas e a possibilidade de exposições sejam tão baixas
quanto razoavelmente exeqüíveis (Princípio ALARA -
As Low As Reasonably
Achievable), levando-se em conta fatores sociais e econômicos, além das restrições de
dose aplicáveis.
2.6.3 Limitação de Doses Individuais
Os limites de doses individuais são valores de dose efetiva ou de dose
equivalente, estabelecidos para exposição ocupacional e exposição do público
decorrentes de práticas controladas, cujas magnitudes não devem ser excedidas.
2.7 Detectores de Radiações Ionizantes
2.7.1 Detectores a Gás
Os detectores de radiação mais antigos e amplamente empregados são baseados
nos efeitos produzidos quando uma partícula carregada passa por um meio gasoso. Os
modos primários de interação envolvem a ionização e a excitação das moléculas do gás
21
ao longo da trajetória da partícula. Embora as moléculas excitadas possam, às vezes, ser
usadas para produzir um sinal apropriado (como nos cintiladores a gás), a maioria dos
detectores a gás é baseada na coleta dos elétrons e íons positivos formados pela
ionização direta criada pela passagem da radiação. Os detectores a gás, como as
câmaras de ionização, contadores proporcionais e detectores Geiger-Müller, geram de
diferentes modos, um sinal eletrônico de saída proveniente dos pares de íons formados
no gás que preenche o detector (KNOLL, 1989).
2.7.2 Regiões de Operação para Detectores a Gás
A probabilidade de interação da radiação com o gás, resultando na formação de
pares de íons, varia com o tipo de radiação, com a pressão e o tipo de gás interior do
detector. Quando um campo elétrico é aplicado, esses íons serão coletados e podem se
multiplicar em função do campo elétrico, gerando diferentes tipos de detectores a gás. A
Figura 2.7 ilustra a variação do número de pares de íons em relação à variação do
campo elétrico, para duas radiações de mesmo tipo e energias diferentes. Pode-se
separar o intervalo de variação do campo elétrico em seis regiões, pelas características
específicas de geração e coleta de carga. Essas regiões são:
-
Região inicial não-proporcional;
-
Região de saturação iônica;
-
Região proporcional;
-
Região de proporcionalidade limitada;
-
Região do Geiger-Müller; e
-
Região de descarga contínua.
22
Figura 2.7 – Regiões de operação para detectores a gás (TAUHATA et al, 2001).
Na região inicial não-proporcional, a velocidade dos íons e elétrons é pequena,
possibilitando a ocorrência de recombinação e, desta forma, o número de cargas
coletadas é menor que o número de cargas produzidas, não sendo uma região indicada
para a operação dos detectores de radiação.
À medida que a intensidade do campo elétrico aumenta, a taxa de recombinação
diminui e alcança-se a região de saturação onde todos os pares de íons produzidos são
coletados, sendo esta a faixa de operação dos detectores denominada
câmaras de
ionização
. Esta região se estende até um limite em que os elétrons livres alcançam
energia cinética superior à energia de ligação dos elétrons das camadas mais afastadas
do núcleo.
2.7.3 Câmaras de Ionização
A câmara de ionização é o mais simples entre os detectores a gás existentes, uma
vez que se baseiam na coleta simples, sem multiplicação de pares de íons produzidos na
interação primária da radiação com o gás. Por causa disso, a carga coletada é muito
baixa, normalmente com corrente elétrica de 10
–12
Ampères e precisam ser utilizados
eletrômetros para que o sinal seja convenientemente processado. Também é menos
23
sensível, porém mais estável (da ordem de 0,1 %), já que não é afetada por flutuações
de tensão, com uma resposta linear mais ampla.
Em função de ser um dosímetro absoluto e possuir grande estabilidade, as
câmaras de ionização são muito utilizadas como instrumentos de referência bastando
estar rastreada ao sistema metrológico e ser utilizada corretamente.
2.8 Sistema Urinário
Os exames radiológicos do sistema urinário estão entre os procedimentos
contrastados mais comuns realizados nos serviços de radiologia (BONTRAGER, 2001).
Por sua vez, o sistema urinário remove dos organismos os resíduos metabólicos
presentes no sangue através de um sistema de tubos. É composto pelos rins, que são
dois órgãos cujas suas anatomias são do tamanho de um punho fechado com formato de
um grão de feijão. As principais funções dos rins são de filtrar e remover os produtos
finais contidos no sangue e controlar as concentrações da maior parte das substâncias
iônicas no líquido extracelular, inclusive de íons como os de sódio, potássio e
hidrogênio. Há, ainda, os ureteres que têm a função de drenar a urina dos rins, a bexiga
que armazena a urina até que ela seja eliminada do organismo, e a uretra, em forma de
canal, que permite que a urina seja expelida para fora do corpo. Os resíduos químicos
são produzidos no organismo pela decomposição de tecidos gastos, nutrientes e
remédios. As artérias renais têm a função de levar o sangue até os rins, onde o sangue é
coletado pelas veias renais após a filtragem. Cada rim possui cerca de 1 milhão de
pequenas unidades, chamadas de
néfrons (GUYTON, 1988). A Figura 2.8 apresenta,
respectivamente, as constituições estruturais do aparelho urinário e de um dos rins.
24
Figura 2.8 – À esquerda, o aparelho urinário e seus componentes; à direita, as
principais estruturas anatômicas de um dos rins (GUYTON, 1988).
2.9 Urografia
2.9.1 Introdução
As técnicas de exames radiológicos de urografia incluem a
simples radiografia
do abdômen
, a urografia excretora (ou urografia intravenosa), a urografia venosa com
nefrotomografias
, a uretrocistografia e a cistografia (TRINDADE, 1999; CARMO,
2004). Porém, a radiografia do aparelho urinário como um todo está baseada
fundamentalmente em dois processos básicos: a
urografia excretora e a
uretrocistografia (ILHA, 1968).
Antes do advento dos novos métodos de imagem, isto é, da ultra-sonografia, da
tomografia computadorizada, da ressonância magnética e das técnicas da medicina
nuclear, o simples exame de raios X e a urografia eram os pontos de partida no
diagnóstico por imagem do trato urinário. Com isso, nos últimos 20 anos, houve a
redução do emprego da radiologia convencional em exames de urografia.
A solicitação e a ordem da realização dos exames de urografia vão depender da
hipótese diagnóstica principal, dos diagnósticos diferenciais a serem eliminados, do
provável tratamento para que o paciente seja submetido e do valor informativo dos
diferentes métodos de imagem diagnóstica disponíveis nos dias de hoje.
25
26
2.9.2 Contrastes Radiológicos
O desenvolvimento das técnicas radiológicas está diretamente relacionado com o
aperfeiçoamento dos meios de contraste radiopacos que, uma vez administrados por
injeção, devem ser rapidamente excretados por filtração glomerular, tendo que transitar
ao longo dos néfrons até serem eliminados do organismo através dos cálices. No caso da
aplicação do contraste injetado, a sua concentração representa cerca de 50 vezes,
ocasionando uma produção de pielogramas relativamente densos, responsáveis pela
visualização das vias excretoras.
Atualmente, os contrastes empregados em exames radiológicos de urografia são
os de iodetos orgânicos, onde o elemento químico, o iodo, é o componente que confere
a radiopacidade. Quanto aos meios radiopacos para os contrastes, existem dois tipos: os
iônicos e os não-iônicos.
Nos últimos quarenta anos, os contrastes iônicos apresentam uma alta
osmolaridade e são representados por diatrizoatos ou iotalamatos (ânions) juntamente
com o sódio ou meglumina (cátion) (BONTRAGER, 2001). Já os contrastes não-iônicos
apresentam baixa osmolaridade, onde estão disponíveis o iopamidol e o ioexol, que são
indicados para uso mielográfico e intravascular, respectivamente.
No que diz respeito à experiência clínica com os dois tipos de contraste, os não-
iônicos apresentam vantagens em relação aos iônicos, tais que:
os contrastes não-iônicos provocam de 20 % a 30 % menos reações que os iônicos
(respectivamente 3,13 % x 12,66 %);
quanto à incidência de reações graves, os não-iônicos têm 0,04 % e os iônicos,
0,22 %;
quanto à taxa de mortalidade, os não-iônicos apresentam uma proporção de
1:160.000 enquanto que os iônicos apresentam uma proporção de 1:40.000.
Apesar destas vantagens seguras, os contrastes não-iônicos apresentam um fator
limitante ao seu emprego generalizado devido ao seu elevado custo.
2.9.3 Efeitos Colaterais aos Contrastes
Os efeitos colaterais ocorrem em muitas pacientes como um resultado esperado à
administração do contraste iodado. Eles são breves e autolimitados. Dois efeitos
colaterais comuns após a injeção intravenosa do contraste são as sensações breves de
calor e de gosto metálico na boca. A explicação desses efeitos ao paciente e a cuidadosa
descrição do exame ajudam a reduzir a ansiedade e a preparar o paciente
psicologicamente.
Às vésperas de um exame de urografia excretora, por exemplo, é feito pela
equipe médica um questionário cuidadoso com o paciente a fim de alertar sobre uma
possível reação ao contraste. Pacientes com história de alergia são mais propensos a
sofrer reações adversas. Devem ser incluídas perguntas quanto às eventuais alergias ao
paciente, tais como alergia a algum medicamento, alergia ao iodo, alergia a algum
alimento (por exemplo, camarão), se apresenta febre no feno, asma ou urticária, etc.
Uma resposta positiva a qualquer dessas perguntas alerta a equipe para um aumento na
probabilidade de reações.
Como a reação é possível e imprevisível, deve-se ter sempre à mão todo o
equipamento de emergência necessário. Além das medicações de emergência, o carro de
parada deverá conter equipamentos de reanimação cardiopulmonar, oxigênio portátil,
aparelhos de sucção (vácuo) e de pressão, um desfibrilador e um monitor (Figura 2.9).
Vale ressaltar que o médico radiologista é responsável por garantir que o carro de
parada esteja completo e disponível na sala de exames. Todos os equipamentos devem
ser periodicamentos de
Figura 2.9 – Carro de parada/emergência (BONTRAGER, 2001).
2.9.4 Principais Indicações dos Métodos de Imagem em Urografia
Na avaliação das diversas patologias do trato urinário, é necessária a utilização
de diferentes métodos de imagem para o estabelecimento de um diagnóstico definitivo.
A definição de uma ordem racional de solicitação desses exames auxiliares deve
levar em consideração o valor informativo do método, a disponibilidade do mesmo em
um ambiente de trabalho, o grau de invasibilidade da técnica utilizada e a relação
custo/benefício para o paciente.
O estabelecimento dessa rotina de investigação é extremamente complexo, e
existem inúmeros aspectos adversos na área de conhecimento. Deve-se acrescentar a
essa dificuldade o acelerado avanço tecnológico ocorrido nos últimos anos no campo da
imagenologia, determinando que os valores relativos desses métodos investigatórios se
alterem em intervalos relativamente curtos, antes mesmo que conceitos anteriormente
firmados estejam totalmente sedimentados.
28
29
2.9.5 Urografia Excretora
2.9.5.1 Definição
A urografia excretora, também conhecida como urografia intravenosa, é o exame
radiológico básico do trato urinário e o seu principal objetivo é avaliar a forma, a
estrutura e a função dos rins. Porém, nos últimos anos, com o avanço da tecnologia de
diagnóstico por imagem como tomografia excretora, ressonância magnética e ultra-som,
estes exames vêm sendo freqüentemente empregados para compensar as limitações da
urografia excretora na avaliação da doença do trato urinário. Mesmo assim, o exame
considerado ideal para a avaliação global do aparelho urinário permanece polêmico
(DYER et al., 2001).
Não obstante, a urografia excretora continua sendo muito importante para avaliar
as diversas alterações urológicas. Ainda constitui como o mais adequado exame
radiológico para a investigação do sistema coletor (dutos coletores, cálices, sistema
coletor intra-renal, ureteres). Este exame também é indicado para a avaliação de
anormalidades congênitas, seguimentos cirúrgicos e terapêuticos e do estudo da função
renal. Ao se realizar corretamente, a urografia excretora pode fornecer detalhes mais
precisos no diagnóstico sem interferir em outras modalidades de imagem.
Vale ressaltar a validade da urografia excretora a fim de manter, sobretudo, o seu
aprimoramento técnico e interpretativo (NACIF et al., 2004).
2.9.5.2 Metodologia Padrão da Urografia Excretora
2.9.5.2.1 Preparação do Paciente
A preparação do paciente para o exame de urografia excretora deve ser feita com
o trato intestinal livre de gases e fezes para facilitar a visualização do aparelho urinário
(BONTRAGER, 2001). Com isso, a sua preparação geral inclui:
Jantar leve na noite anterior ao exame;
Laxante para limpeza intestinal;
30
Jejum após a meia-noite (mínimo de 8 horas);
Um enema na manhã do exame.
Antes da execução do exame, todas as roupas (exceto calçados e meias) devem
ser substituídas por um avental de mangas curtas fornecido pelo hospital. O avental
deve ser fechado por trás com um laço.
O paciente deverá urinar poucos minutos antes do exame pelas seguintes razões:
A bexiga muito cheia pode romper, especialmente se for comprimido o abdômen,
durante o exame;
A urina já presente na bexiga dilui o contraste que ali se acumula.
2.9.5.2.2 Cuidados com as Gestantes
Deve ser obtida a história menstrual em se tratando de uma paciente do sexo
feminino. A irradiação no início da gravidez é uma das situações mais desastrosas em
radiologia. Exames com raios X, como a urografia excretora que inclui a pelve e o útero
no raio central, só devem ser realizados em gestantes quando absolutamente necessário
e quando os benefícios excedem os riscos. Radiografias abdominais de uma gestante
devem ser retardadas até o terceiro trimestre, se for o caso. Em certos casos, uma
urografia excretora em uma gestante pode ser necessária. Freqüentemente, quer-se
afastar a obstrução urinária. Nessa situação, o técnico deve comunicar-se com o
radiologista para saber se é possível diminuir o número de filmes a serem realizados
durante o exame, o que pode reduzir a dose de irradiação sobre o feto. O uso de maior
valor de tensão, com menor fator de exposição em mAs, também reduz a exposição total
(BONTRAGER, 2001).
2.9.5.2.3 Preparação da Sala de Exames
Os equipamentos e suprimentos necessários durante a urografia, além de uma
sala preparada para exames (Figura 2.10), são os seguintes:
31
Tipo e quantidade certos do meio de contraste, tendo uma seringa apropriada;
Frasco vazio do meio de contraste para mostrar ao médico, ou ao assistente, que
vai aplicar a injeção;
Agulhas e escalpes (tamanho 19) com circuito acoplado, todos estéreis;
Gaze ou algodão com álcool;
Torniquete;
Toalha ou esponja para apoiar o cotovelo;
Escudo gonadal para os homens;
Bacia para vomitar (em caso de reação ao contraste após ser injetado no
paciente);
Números de chumbo, cronômetro, marcadores direita/esquerda (D/E);
Carro de parada (emergência);
Epinefrina pronta para injeção;
Dispositivo de compressão ureteral (se usado pelo centro);
Compressa fria para a testa e uma quente para o sítio de punção, se necessário.
Esses itens devem estar preparados e prontos para uso antes do paciente ser
levado à sala de exames.
Figura 2.10 – Materiais usados para urografia excretora (BONTRAGER, 2001).
2.9.5.2.4 Seleção da Veia
Para a maioria das urografias excretoras contrastadas, são recomendadas as veias
de fossa antecubital. Geralmente são grandes, de fácil acesso e duráveis o suficiente
para suportar a injeção do contraste sem extravasamento. As veias comumente usadas
durante a punção incluem a cubital mediana, a cefálica e a basílica. O profissional em
radiodiagnóstico deve estar preparado para problemas com qualquer tipo de punção em
virtude da flexão do cotovelo podendo a agulha se desalojar ficando solta durante o
procedimento. Em alguns casos, as veias de fossa antecubital podem ficar desgastadas
pelo uso para outros fins, uma vez que as demais veias devem ser selecionadas. As veias
posteriores da mão, ou do antebraço inferior, também podem ser confiáveis para infusão
do contraste iodado. A Figura 2.11 ilustra as possíveis indicações das veias a serem
puncionadas.
Figura 2.11 – Possíveis veias a serem puncionadas para injeção do contraste iodado
(BONTRAGER, 2001).
2.9.5.2.5 Etapas de Execução do Exame
A seguir são apresentadas as etapas de execução do exame radiológico de
urografia excretora realizadas dentro de uma sala de exames de raios X:
1 – Radiografia panorâmica do abdômen antero-posterior (AP), para otimizar a
visualização das lesões contendo cálcio e origem potencial no trato urinário
(Figura 2.12);
32
2 – Aplicação do meio contrastado injetável, dando uma seqüência de imagens para
otimizar a detecção de porções específicas do trato urinário durante a opacidade máxima
do contraste (Figura 2.13);
3 – Radiografia colimada da loja renal entre 1 e 3 minutos após a injeção do contraste,
para visualização do parênquima renal;
4 – Após 5 minutos da aplicação do contraste, realiza-se uma radiografia panorâmica
para incluir todo o aparelho urinário, sendo a posição AP é a mais indicada;
5 – Após 10 minutos da aplicação do contraste, realiza-se uma radiografia colimada da
loja renal, que é uma membrana que reveste o néfron, através da compressão uretral
com velcro e um molde de espuma no abdômen do paciente, o que permite reter o
contraste iodado no aparelho urinário por um tempo maior, obtendo um estudo mais
completo para avaliação dos cálices renais e sistemas coletores (Figura 2.14);
6 – Após 15 minutos da aplicação do contraste, realiza-se uma radiografia panorâmica
sem a compressão uretral, o qual uma grande concentração de contraste iodado
preenche os ureteres. Caso não seja suficiente para visualização, pode-se tentar
mudanças de posicionamento do paciente como o decúbito ventral (ou póstero-anterior
– PA) ou posições oblíquas dependentes (direita/esquerda), afim de proporcionar uma
perspectiva diferente dos rins e projetar os ureteres longe da coluna (Figura 2.15);
7 – Radiografia na bexiga cheia antes do paciente ser conduzido ao banheiro para
micção em posição AP (Figura 2.16);
8 – Radiografia na bexiga vazia após a micção em posição AP.
33
Figura 2.12 – Radiografia simples de uma urografia excretora (BONTRAGER, 2001).
Figura 2.13 – Aplicação do contraste iodado na veia (BONTRAGER, 2001).
Figura 2.14 – À esquerda, compressão uretral com velcro e um molde de espuma no
abdômen; à direita, um filme radiografado com 10 minutos após a aplicação do
contraste (BONTRAGER, 2001).
34
Figura 2.15 – À esquerda, posição em decúbito ventral (ou póstero-anterior – PA); à
direita, posições oblíquas dependentes (direita/esquerda, em detalhe acima)
(BONTRAGER, 2001).
Figura 2.16
– Radiografia de uma bexiga cheia em posição AP (BONTRAGER, 2001).
2.9.6 Uretrocistografia
2.9.6.1 Definição
A uretrocistografia, também conhecida como uretrocistografia miccional, é o
exame radiológico que fornece um estudo da uretra e avalia a capacidade do paciente
urinar. Dessa forma, trata-se de um estudo funcional da bexiga e da uretra, sendo este
exame universalmente indicado tanto em crianças como em adultos (BONTRAGER,
2001; TRINDADE, 1999).
35
36
2.9.6.2 Metodologia Padrão da Uretrocistografia
Embora os princípios técnicos sejam os mesmos, existem peculiaridades na
realização da uretrocistografia em crianças e em adultos. Por exemplo, nas meninas, a
partir dos 3 anos de idade, a capacidade vesical é até 250 ml e aumenta ao completar 12
anos enquanto que, nos meninos, a capacidade vesical é menor, em torno de 150 ml
com idade entre 5 e 6 anos, passando a ter 250 ml em idades mais avançadas. Já nos
adultos, a capacidade vesical é de até 500 ml.
Quanto à aplicação do contraste iodado, é feita a diluição com soro fisiológico a
30 % para crianças e de 50 % a 60 % para adultos (TRINDADE, 1999).
2.9.6.2.1 Preparação do Paciente
Como na urografia excretora, o paciente deve tirar todo seu vestuário, inclusive
sua peça íntima, estando apenas vestido com um avental de mangas curtas fornecido
pelo hospital, sendo fechado por trás com um laço.
2.9.6.2.2 Preparação da Sala de Exames
Os equipamento e suprimentos necessários durante a uretrocistografia, além do
preparo da sala de exames de raios X, são os seguintes:
Tipo e quantidade certos do meio de contraste iodado;
Seringas;
Frasco de soro fisiológico;
Vasilhame de aço inoxidável para diluição do contraste iodado com soro
fisiológico;
Gaze com polvedine e álcool;
Pinça para gaze;
Números de chumbo;
37
Pinça de 4 garras em latão cromado, acompanhada com uma caixa de
esterilização de aço inoxidável para exames de pacientes do sexo masculino
(Figura 2.17-A);
Pinça de Knutsen com 2 garras em latão cromado, acompanhada com uma caixa
de esterilização de aço inoxidável para exames de pacientes do sexo masculino
(Figura 2.17-B);
Sonda de borracha para aplicação do contraste iodado diluído, para pacientes do
sexo feminino;
Avental plumbífero e protetor de tireóide para médico radiologista (Figura 2.18);
Anel dosimétrico (Figura 2.19).
Figura 2.17 – Em A, pinça de quatro garras; em B, pinça de Knutsen de duas garras.
Figura 2.18 – À esquerda, uso de um avental plumbífero; à direita, protetor de tireóide.
Figura 2.19 – Anéis dosimétricos.
2.9.6.2.3 Etapas de Execução do Exame
São apresentadas as seguintes etapas de execução do exame radiológico de
uretrocistografia realizadas dentro da sala de exames de raios X:
1 – Radiografia AP em decúbito dorsal quando a bexiga estiver cheia;
2 – Aplicação do contraste diluído na uretra do paciente feito pelo médico radiologista
ao ser exposto pelos raios X, no qual deve portar o anel dosimétrico em um dos dedos
da mão, e usar o avental plumbífero com o protetor de tireóide;
3 – Durante a fase miccional, são feitas radiografias nas posições oblíquas (direita e
esquerda), enquadrando o abdômen, inclusive os rins, para verificar a existência de
refluxo vesicoureteral (Figura 2.20)
38
Figura 2.20
– Uretrocistografia miccional em posição oblíqua direita de um paciente do
sexo masculino. As letras identificam as estruturas anatômicas: A – Ureter distal; B –
Bexiga urinária; C – Trígono vesical; D – Área da próstata; E –Uretra (BONTRAGER,
2001).
39
CAPÍTULO 3
MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Avaliação do Controle de Qualidade dos Equipamentos de Radiodiagnóstico
Médico
Um Programa de Garantia da Qualidade é um conjunto de ações sistemáticas,
planejadas e periódicas que visa garantir a confiabilidade adequada quanto ao
funcionamento de uma estrutura, sistema, componente ou procedimentos, de acordo
com um padrão aprovado. Em
Radiodiagnóstico, estas ações devem resultar na
produção continuada de imagens de alta qualidade com mínimo de exposição para
pacientes.
Com o objetivo de conhecer e garantir uma produção contínua de imagens
radiográficas com qualidade e minimizando a exposição dos pacientes submetidos aos
exames radiológicos de urografia excretora e uretrocistografia neste estudo e, para
atender as recomendações da Portaria N° 453 (SVS/MS, 1998) e da Agência Nacional
de Vigilância Sanitária, sob o título
Radiodiagnóstico Médico: Desempenho de
Equipamentos e Segurança
(ANVISA/MS, 2005), sendo revogada com a Resolução
1016 em 03/04/2006, foram realizados os procedimentos do Controle de Qualidade
dos aparelhos de raios X convencionais utilizados para os exames acima citados em dois
hospitais localizados no Município do Rio de Janeiro, a fim de proporcionar uma
melhoria da qualidade dos mesmos. Foram avaliados os seguintes hospitais: um de nível
filantrópico e um de ordem universitário sob administração da União. Por questões de
ordem ética, foram denominados, respectivamente, Hospitais Alpha e Bravo.
41
2. exatidão da tensão no tubo, em kV;
3. exatidão da corrente no tubo, em mA;
4. exatidão do tempo de exposição, em ms ou s;
5. reprodutibilidade da exposição através da taxa de kerma no ar, em mGy;
6. linearidade da exposição da taxa de kerma no ar com o mAs, em mGy/mAs;
7. rendimento de saída a 1 m do ponto focal do tubo de raios X a uma tensão de
80 kV, em mGy m
P
2
P
/mA minuto;
8. exatidão do sistema de colimação;
9. perpendicularidade do feixe central;
10. avaliação da camada semi-redutora.
Abaixo é apresentada a relação dos instrumentos utilizados para a realização
deste processo:
Câmara de ionização utilizada para realização do levantamento radiométrico;
marca: Victoreen; modelo: 450P; n° de série: 4290; escala da taxa de exposição:
de 0 µR/h a 500 µR/h (Figura 3.1).
Detector semicondutor [Si(Li)] - medidor de tensão em kVp (cor: verde);
marca: Unfors Instruments; modelo: 9001; n° de série: 91596; faixa de
operação:de 55 kVp a 145 kVp; incerteza de ± 2 % (Figura 3.2 -A).
Detector semicondutor [Si(Li)] - medidor de tempo de exposição (cor: amarelo);
marca: Unfors Instruments; modelo: 8003; n° de série: 65150; faixa de operação:
de ms a s para tensões de 20 kV a 155 kV; incerteza de ± 2 % (Figura 3.2-B).
Detector semicondutor [Si(Li)] - medidor de dose (cor: azul); marca: Unfors
Instruments; modelo: 6003; n° de série: 55319; faixa de operação: µGy - µGy/s
para tensões de 50 kV a 150 kV; incerteza de ± 2 % (Figura 3.2 -C).
Chassi com um filme de 30 X 40 (Figura 3.3-A).
42
42󲩪󵍪󵕥󵥰󰝥󴰡󴡤󵧮󵍪󴩰󰝤󵙮󰝦󵩧󴱳󴡴󰝱󴡳󴠡󴡧󴱳󵁳󰝢󵍪󵕩󴡮󵕵󵘡󴭰󰝧󴱪󵽦󰝤󴱯󵭳󴡭󰝥=󵥢󴭪󴣨󼩰󱌡󴩰󰜳󱔹󵑮󰝥󴰡󴩰󵥪󵕵󵘡󵝰󵤯󱜱󱰺󵑮
Figura 3.3 – Esquema para testes de exatidão do sistema de colimação e
perpendicularidade do feixe: em A, chassi com filme de 30 X 40; em B, cilindro de
acrílico com esferas metálicas nas extremidades; em C, moedas novas de R$ 0,10 de
2 cm de diâmetro usadas para delimitação das bordas do campo de radiação.
Figura 3.4 – Filtros de alumínio empregados para realização do teste da camada semi-
redutora, da marca Victoreen - Nuclear Associates.
No que diz respeito ao teste do sistema de colimação, o instrumento ideal seria
uma placa milimetrada com dois retângulos de dimensões diferentes. Porém, devido a
falta do referido instrumento na sala de exames, foram utilizadas moedas novas de
R$ 0,10, com 2 cm de diâmetro, para delimitação das bordas do campo.
A seguir é apresentada a relação dos aparelhos de raios X instalados nas salas de
exames contrastados para urografia nos hospitais mencionados neste estudo:
43
44
Hospital Alpha.
* Aparelho de raios X; marca: CGR; modelo: triplunix 5; faixa de operação:
tensão de 0 kV a 150 kV; corrente de 50 mA a 500 mA; tempo de exposição de
0,008 s a 0,50 s; ano de fabricação: 1976 (Figura 3.5-A).
* Cabeçote e tubo; marca: CGR; modelo: CGR/433 OD 76.
* Sistema de colimação do feixe de raios X; marca: CGR; modelo: sem
identificação.
Hospital Bravo.
* Aparelho de raios X; marca: GE Medical System; modelo: Proteus XR/a; faixa
de operação: tensão de 36 kV a 125 kV; corrente de 40 mA a 500 mA; produto
corrente-tempo de 2 mAs a 500 mAs; ano de fabricação: 2002 (Figura 3.5-B).
* Cabeçote e tubo; marca: GE Company – Varian, Salt Lake City; modelo:
2271627; n° de série: 72074-3M; filtro inerente: 0,6 mm Al; filtro adicional:
1,3 mm Al; data de fabricação: Fev./2003.
* Sistema de colimação do feixe de raios X; marca: GE/Siemens; modelo:
ALO1F; tipo: 2261765; nº de série: 02358; nº de matrícula: 5892919; nº de
revisão: 05; filtro: 1,0 mm Al; data de fabricação: Dez./2002.
Figura 3.5 – Em A, aparelho de raios X do Hospital Alpha, da marca CGR, modelo
triplunix 5; em B, aparelho de raios X do Hospital Bravo, da marca GE Medical
Systems, modelo Proteus XR/a.
3.2 Medidor de Produto Kerma-Área
O medidor de produto kerma-área empregado neste estudo é da marca PTW
Freiburg, modelo PTW DIAMENTOR M2 (Figura 3.6), da Comissão Técnica de
Assessoramento à Reitoria para Atividades com Radiações Ionizantes do Hospital
Universitário Clementino Fraga Filho (COTAR-X/HUCFF/UFRJ), o qual apresenta as
seguintes características técnicas: dimensão de 262 mm x 157 mm x 147 mm, um visor
de leitura e uma impressora para registrar a data, a hora, o tempo de exposição aos raios
X e o valor de produto kerma-área (PKA), cuja unidade está calibrada em cGy cm
2
, e
dois canais, especificados como A e B (PTW Freiburg, 1998).
45
Figura 3.6 – Medidor de produto kerma-área PTW DIAMENTOR M2, da marca PTW
Freiburg.
A câmara de ionização padrão (marca PTW Freiburg) é do tipo 57523
(tamanho B), com dimensões de 17 cm x 18,5 cm x 1,7 cm (Figura 3.7). Os trilhos-guia
para o tamanho adequado são adaptados à câmara de ionização a fim de permitir ao
usuário de deslizá-la nas guias do sistema de colimação dos tubos de raios X. O material
da câmara é de acrílico, com 70 % de transparência à luz visível e não causa prejuízo ao
feixe de luz que sai do tubo. Apresenta, ainda, um filtro adicional na admissão do feixe
com uma espessura aproximada de 0,5 mm equivalente a de alumínio. A sua conexão
com o medidor é feita por um cabo do tipo K3S (Nº 5734/K3S), com um conector
interno de três camadas, sendo uma interna para conexão ao condutor potencial, uma no
meio para conexão a tensão de polarização de 475 V, e uma externa conectada a terra
(PTW Freiburg, 1998).
Figura 3.7 – À esquerda, câmara de ionização tipo 57523 (tamanho B) com conector; à
direita, apresentação da câmara em duas vistas (lateral e frontal) com dimensões cotadas
em milímetros (PTW Freiburg, 1998).
46
Foi usado neste estudo um programa de computador (DiaSoft 5.0, da PTW
Freiburg) instalado em um
laptop que, uma vez conectado ao medidor com a câmara de
ionização sob o sistema de colimação do tubo, foi capaz de fornecer automaticamente,
após a realização de uma exposição de raios X, valores de PKA, de dose efetiva e de
dose nos órgãos para o paciente ao longo de um exame radiológico (Figura 3.8).
Figura 3.8 – Programa de unidades dosimétricas DiaSoft 5.0.
Antes da realização dos exames de urografia, foram incluídos os seguintes
parâmetros de seleção do Programa DiaSoft 5.0: nome e sobrenome do paciente, massa
corporal, altura, sexo, número de identificação e data de nascimento. Para cada
exposição radiográfica, foram registrados os seguintes parâmetros técnicos: tipo de
posicionamento do exame, valor de tensão, distância foco-superfície da região
anatômica a ser radiografada e filtro. Seguindo o manual de instruções de uso do
programa, estes três últimos parâmetros foram pré-ajustados para 70 kV, 75 cm e 3 mm,
respectivamente.
3.2.1 Recalibração do Medidor de Produto Kerma-Área
Os medidores de PKA são originalmente calibrados pelo fabricante em um
laboratório de calibração, sendo rastreáveis a uma medida primária nacional de kerma
no ar e com uma incerteza de até 10% em um intervalo de confiança de 99% para as
qualidades e taxas de dose de raios X usualmente empregadas. Em virtude das eventuais
diferenças nas condições de calibração do medidor dadas pelo fabricante bem como o
47
48
seu uso, é necessário realizar a recalibração toda vez que o medidor de PKA for
instalado em vários aparelhos de raios X, ou quando se tem a necessidade de trocar o
eletrômetro e/ou a câmara de ionização, ou pelo menos uma vez por ano se a câmara
estiver permanentemente instalada no mesmo aparelho (IPSM, NRPB & CoR, 1992;
ICRU 74, 2005).
A grandeza avaliada nos medidores de PKA não é simplesmente em kerma no ar
mas ao produto kerma-área, em unidades de Gy cm
P
2
P
. A cadeia de rastreabilidade é
estabelecida através da calibração em kerma no ar do instrumento de referência, e pelo
uso de um método exato o suficiente para medir a área do feixe (ICRU 74, 2005).
Por este motivo, o medidor de PKA PTW DIAMENTOR M2 teve de ser
recalibrado toda vez que fosse instalado em cada um dos aparelhos de raios X usados
neste estudo. A distância entr
49
Figura 3.9 – Em A, medidor de kerma no ar CONNY II, da marca PTW Freiburg;
em B, câmara de ionização de referência do medidor de kerma no ar usada durante a
recalibração do medidor de PKA; em C, medidor de exposição da marca VICTOREEN,
modelo Rad-Check Plus 06-526.
Para uma dada exposição de raios X, o medidor de kerma no ar com a câmara de
ionização de referência PTW Freiburg CONNY II e o medidor de exposição
VICTOREEN Rad-Check Plus 06-526 registraram, cada um, os valores de kerma no ar
e de exposição, sendo este último convertido por meio de cálculo para kerma no ar. A
partir daí, foi calculada uma constante numérica
c obtida pela relação entre os valores
registrados pelos dois medidores, ou seja:
PlusCheck -RadVICTOREENmedidor do leitura
II CONNY Freiburg PTWmedidor do leitura
c = (3-1)
Deste modo, a expressão para o cálculo do fator de recalibração
FB
r
B do medidor
de PKA PTW DIAMENTOR M2 a ser usado para a correção dos valores de PKA a
partir da leitura média de exposição radiográfica com o medidor VICTORREN Rad-
Check Plus 06-526 aplicando a técnica radiográfica adotada por cada um dos hospitais
para os exames de urografia antes do início do expediente foi de:
10 * c *PlusCheck -Rad VICTOREENmedidor do média leitura Fr =
(3-2)
No Hospital Alpha, o fator de recalibração
D<0020>Tj/TT2 1 Tf12.0164 .5354 4109.2803 Tm0B
50
Para todos os exames de urografia excretora e de uretrocistografia, o tubo de
raios X encontrava-se acima da mesa de exames, sendo o seu fator de correção de
geometria
FB
g
B determinado pelos fabricantes dos dois aparelhos de raios X igual a 1,1
(CANEVARO, 2000). O fator de correção para pressão e temperatura
FB
p,t
B foi
considerado como sendo igual a 1 em função dos aparelhos de raios X serem instalados
em salas climatizadas (T 20 ºC) e pressão atmosférica de 1 atm (nível do mar,
Município do Rio de Janeiro). Portanto, todos os valores de PKA corrigidos neste
estudo, expressos em cGy cm
P
2
P
, foram calculados pela seguinte expressão:
tp,grcorrigido
F *F *F *PKA PKA = (3-3)
3.3 Metodologia para Dosimetria dos Pacientes
Neste estudo, foram avaliados 47 pacientes, sendo 24 pacientes para exames de
urografia excretora no Hospital Alpha, 17 pacientes para exames de urografia excretora
e 6 pacientes para exames de uretrocistografia no Hospital Bravo.
A duração dos exames de urografia excretora e uretrocistografia foi, em média,
de 1 hora. Porém, esta duração dependeu da experiência do médico radiologista e das
condições clínicas dos pacientes.
Quanto aos métodos de medição, a câmara de ionização foi posicionada sob o
sistema de colimação do feixe do tubo de raios X (Figura 3.10, à esquerda) para, em
seguida, ser conectada ao medidor de produto kerma-área PTW DIAMENTOR M2 por
um conector interno. A câmara apresentava em uma de suas fases uma cruzeta com um
ponto central para que pudesse coincidir com o centro do diafragma por onde se dava a
passagem do feixe principal dos raios X (Figura 3.10, à direita). Por sua vez, o medidor
foi conectado por meio de interface a um laptop com o programa de unidades
dosimétricas DiaSoft 5.0 instalado a fim de obter automaticamente os valores de PKA,
dose efetiva e dose nos órgãos (Figuras 3.11).
Figura 3.10 – À esquerda, câmara de ionização posicionada sob o sistema de colimação
do feixe do tubo de raios X. À direita, indicação por uma seta da cruzeta com o ponto
central da câmara coincidindo com o centro da cruz do sistema de colimação do tubo
para passagem do feixe principal dos raios X.
Figura 3.11 – Acima, layout para montagem do sistema de medidas de PKA
(MATSUBARA et al., 2004); abaixo, montagem do sistema de medidas de PKA em
ambiente real para exames radiológicos.
Para os exames radiológicos de urografia excretora e de uretrocistografia, a
tensão elétrica no tubo de raios X (em kV) foi selecionada a partir da técnica radiológica
adotada pelo hospital para cada exame, junto com o valor alto para corrente (em mA) e
o valor baixo para o tempo de exposição (em s). Contudo, esta seleção estava
51
relacionada principalmente com a espessura anatômica do paciente medida na sala de
exames com o espessômetro (abdômen, para urografia excretora; sífice pubiana, para
uretrocistografia). A expressão matemática para seleção de tensão no tubo de raios X é
dada por:
V = 2e + k (3-4)
onde
V é a tensão selecionada para o tubo dada em kV, e é a espessura anatômica do
paciente dada em cm e
k é a constante do aparelho de raios X fornecida pelo fabricante.
Neste estudo, o valor da constante
k foi igual a 30 para os dois aparelhos de raios X.
Como a câmara de ionização estava posicionada ao sistema de colimação do feixe,
havia a atenuação dos raios X que saíam do tubo ocasionando a diminuição gradativa do
fluxo radiante que se propagava no interior da câmara, decorrente da ação dos processos
de espalhamento (efeito Compton) e de absorção de radiação (efeito fotoelétrico). A fim
de compensar esta atenuação, foi elevada a tensão selecionada no tubo em até 5 % para
gerar boas imagens radiográficas, facilitando o trabalho de diagnóstico dos filmes
revelados por parte dos médicos radiologistas.
Ao longo neste estudo, foram registrados parâmetros importantes através do
preenchimento de uma ficha de avaliação do paciente (ver ANEXO C), tais como: data,
local e horário do exame, idade, sexo, altura, massa corporal e espessura anatômica do
paciente, tipo de exame, tensão, produto corrente-tempo de exposição empregados,
entre outros. Para cada exposição radiográfica, era registrado o valor de PKA no visor
do medidor o qual era anotado na ficha de avaliação e impresso no próprio medidor.
Antes da próxima exposição, o valor de PKA era ajustado no medidor para zero.
52
CAPÍTULO 4
RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Resultados da Avaliação do Controle de Qualidade dos Equipamentos de
Radiodiagnóstico Médico
O
s dois aparelhos de raios X apresentaram desempenhos satisfatórios na maioria
dos testes estabelecidos pela Portaria N° 453 (SVS/MS, 1998) e pela Resolução N°
1016 da ANVISA, de 03/04/2006.
Os resultados para o teste de exatidão do tempo de exposição para 16 ms para o
aparelho de raios X do Hospital Alpha e do teste de linearidade para 81 kV e 80 mA
para o aparelho de raios X do Hospital Bravo apresentaram resultados fora da faixa
reconendada.
O teste do sistema de colimação e perpendicularidade do feixe de radiação do
aparelho de raios X do Hospital Bravo não foi possível de ser realizado em virtude de
problemas de luminosidade no sistema de colimação que não puderam ser corrigidos a
tempo.
No que diz respeito ao rendimento médio a 1 m do ponto focal para uma tensão
de 80 kV no Hospital Alpha, os valores para cada técnica radiológica usada do aparelho
de raios X estavam fora da faixa estabelecida pela Portaria N° 453 (SVS/MS, 1998), de
4,8 a 6,4 mGy m
2
/mA min para os aparelhos de raios X trifásicos. Já para o aparelho do
Hospital Bravo, o valor para técnica radiológica de 81 kV e 200 mA foi de
4,72 mGy m
2
/mA, muito próximo da faixa estabelecida pela referida portaria. As
Tabelas 4.1 e 4.2 apresentam os resultados dos testes de desempenho para os aparelhos
de raios X avaliados neste estudo.
53
54
Tabela 4.1 – Resultado dos testes de controle de qualidade para o aparelho de raios X
do Hospital Alpha (marca: CGR, modelo: triplunix 5).
Descrição Aceitável Valores medidos Situação
Aparelho de raios X desligado:
0,0054 mSv/ano.
Aprovado.
Levantamento
Radiométrico
Nível de restrição de
dose anual em área
controlada
(5 mSv/ano)
Aparelho de raios X ligado:
0,0854 mSv/ano.
Aprovado.
Exatidão para 60 kV: 7,77 % Aprovado.
Exatidão para 80 kV: 4,10 % Aprovado.
Exatidão: ±10 %.
Exatidão para 90 kV: 6,42 % Aprovado.
Reprodut. para 60 kV: 9,70 % Aprovado.
Reprodut. para 80 kV: 6,31 % Aprovado.
Exatidão e
Reprodutibilidade
da Tensão do Tubo
(kV)
Reprodutibilidade:
±10 %.
Reprodut. para 90 kV: 7,41 % Aprovado.
Exatidão para 16 ms: 43,75 % Reprovado
Exatidão para 58 ms: 9,83 % Aprovado.
Exatidão: ±10 %.
Exatidão para 100 ms: 6,50 % Aprovado.
Reprodut. para 16 ms: 23,53 % Reprovado
Reprodut. para 58 ms: 0,76 % Aprovado.
Exatidão e
Reprodutibilidade
do Tempo de
Exposição (ms)
Reprodutibilidade:
±10 %.
Reprodut. para 100 ms: 0,21 % Aprovado.
Reprodut. com 100 mAs:
3,25 %
Aprovado.
Reprodutibilidade
para 80 kV: ±10 %.
Reprodut. com 200 mAs:
1,01 %
Aprovado.
Linearidade com 100 mAs:
13,33 %
Aprovado.
Reprodutibilidade
e Linearidade de
Exposição
Linearidade para
80 kV: ±20 %.
Linearidade com 200 mAs:
18,18 %
Aprovado.
Rendimento médio a 1 m para
80 kV, 100 mA:
1,77 mGy m
P
2
P
/mA min.
Reprovado.
Rendimento de
Saída a 1 m para
80 kV
Para gerador
trifásico: entre 4,8 e
6,4 mGy m
P
2
P
/mA min
Rendimento médio a 1 m para
80 kV, 200 mA:
1,24 mGy m
P
2
P
/mA min.
Reprovado.
Parte sup. do filme.: 0,5 cm Aprovado.
Sup. direita do filme: 0,4 cm Aprovado.
Parte inf. do filme: 0,0 cm Aprovado.
Exatidão do
Sistema de
Colimação
< 2 % Distância
Foco-Cilindro
(100 cm)
Inf. esquerda do filme: 0,6 cm Aprovado.
Perpendicularidade
do Feixe de
Colimação
< 3º 1,5° Aprovado.
Camada Semi-
Redutora (CSR)
2,60 mm Al p/ tensão
no tubo de 80 kV,
trifásico
CSR calculado: 4,3 mm Al. Aprovado.
55
Tabela 4.2 – Resultado dos testes de controle de qualidade para o aparelho de raios X
do Hospital Bravo (marca: GE, modelo: Proteus XR/a).
Descrição Aceitável Valores medidos Situação
Aparelho de raios X desligado:
0,0082 mSv/ano.
Aprovado.
Levantamento
Radiométrico
Nível de restrição de
dose anual em área
controlada
(5 mSv/ano)
Aparelho de raios X ligado:
0,0176 mSv/ano.
Aprovado.
Exatidão para 60 kV: -2,67 % Aprovado.
Exatidão para 81 kV: 0,93 % Aprovado.
Exatidão: ±10 %.
Exatidão para 90 kV: 1,33 % Aprovado.
Reprodut. para 60 kV: 2,30 % Aprovado.
Reprodut. para 81 kV: 0,56 % Aprovado.
Exatidão e
Reprodutibilidade
da Tensão do Tubo
(kV)
Reprodutibilidade:
±10 %.
Reprodut. para 90 kV: 1,01 % Aprovado.
Exatidão para 10 ms: -2,00 % Aprovado.
Exatidão para 50 ms: 0,60 % Aprovado.
Exatidão: ±10 %.
Exatidão para 100 ms: 0,70 % Aprovado.
Reprodut. para 10 ms: 0,99 % Aprovado.
Reprodut. para 50 ms: 0,20 % Aprovado.
Exatidão e
Reprodutibilidade
do Tempo de
Exposição (ms)
Reprodutibilidade:
±10 %.
Reprodut. para 100 ms: 0,00 % Aprovado.
Reprodut. com 100 mAs:
0,12 %
Aprovado.
Reprodutibilidade
para 81 kV: ±10 %.
Reprodut. com 200 mAs:
0,14 %
Aprovado.
Linearidade com 100 mAs:
103,45 %
Reprovado.
Reprodutibilidade
e Linearidade de
Exposição
Linearidade para
81 kV: ±20 %.
Linearidade com 200 mAs:
16,59 %
Aprovado.
Rendimento médio a 1 m para
81 kV, 100 mA:
3,87 mGy m
P
2
P
/mA min.
Reprovado.
Rendimento de
Saída a 1 m para
81 kV
Para gerador
trifásico: entre 4,8 e
6,4 mGy m
P
2
P
/mA min
Rendimento médio a 1 m para
81 kV, 200 mA:
4,72 mGy m
P
2
P
/mA min.
Reprovado.
Parte sup. do filme.: -x- Não avaliado.
Sup. direita do filme: -x- Não avaliado.
Parte inf. do filme: -x- Não avaliado.
Exatidão do
Sistema de
Colimação
< 2 % Distância
Foco-Cilindro
(100 cm)
Inf. esquerda do filme: -x- Não avaliado.
Perpendicularidade
do Feixe de
Colimação
< 3º 1,5° Aprovado.
Camada Semi-
Redutora (CSR)
2,60 mm Al p/ tensão
no tubo de 80 kV,
trifásico
CSR calculado: 4,3 mm Al. Aprovado.
4.2 Características dos Pacientes Avaliados
Como já foi mencionado no item 3.3, Capítulo 3, página 50, foram avaliados
neste estudo 47 pacientes, sendo 24 pacientes no Hospital Alpha e 23 pacientes no
Hospital Bravo. As Tabelas 4.3 e 4.4 apresentam os dados médios dos pacientes para
cada exame de urografia nos dois hospitais.
Tabela 4.3 – Dados médios pessoais de pacientes para os exames de urografia no
Hospital Alpha (entre parênteses, variações mínima e máxima).
Exame
Nº de
pacientes
Idade
(anos)
Altura (m)
Massa
corporal
(kg)
Espessura
(cm)*
Urografia
excretora
24
46,6
(23– 79)
1,66
(1,50 – 1,80)
67,8
(43 – 110)
21,4
(15 – 33)
Tabela 4.4 –
Dados médios pessoais de pacientes para os exames de urografia no
Hospital Bravo (entre parênteses, variações mínima e máxima).
Exame
Nº de
pacientes
Idade
(anos)
Altura (m)
Massa
corporal
(kg)
Espessura
(cm)*
Urografia
excretora
17
52,8
(19 – 81)
1,67
(1,56 – 1,86)
75,7
(52 – 100)
24,1
(17 – 29)
Uretrocistografia 6
61,5
(44 – 85)
1,70
(1,56 – 1,90)
75,2
(52 – 98)
22,3
(18 – 27)
* Nota: Para urografia excretora, a espessura de referência é o abdômen; para uretrocistografia,
é a sífice pubiana.
Com relação ao número de exposições radiográficas realizadas no Hospital
Alpha, o número médio de exposições para urografia excretora foi de 8,2. Para as
56
técnicas radiográficas, as médias de tensão e de produto corrente-tempo foram de 77 kV
e 61,4 mAs. No Hospital Bravo, a média de exposições radiográficas para urografia
excretora foi de 9,4 e, para uretrocistografia, foi de 8,3. Para as técnicas radiográficas,
as médias de tensão e de produto corrente-tempo foram de 81,2 kV e 32,3 mAs para
urografia excretora e 83,8 kV e 29,7 mAs para uretrocistografia. As Tabelas 4.5 e 4.6
apresentam os parâmetros técnicos utilizados para realização dos exames de urografia
nos dois hospitais.
Tabela 4.5 – Parâmetros técnicos dos exames de urografia para o Hospital Alpha (entre
parênteses, variações mínima e máxima).
Exame
Nº de
exposições
Tensão (kV)
Corrente x
tempo (mAs)
Urografia excretora
8,4
(5 – 14)
77
(60 – 100)
61,4
(60 – 200)
Tabela 4.6 – Parâmetros técnicos dos exames de urografia para o Hospital Bravo (entre
parênteses, variações mínima e máxima).
Exame
Nº de
exposições
Tensão (kV)
Corrente x
tempo (mAs)
Urografia excretora
9,4
(7 – 11)
81,2
(75 – 95)
32,3
(12,5 – 40)
Uretrocistografia
8,3
(4 – 10)
83,8
(75 – 98)
29,7
(8 – 40)
A seguir as Figuras 4.1, 4.2 e 4.3 apresentam a distribuição dos valores de PKA
para cada tensão, em kV, aplicada no tubo de raios X para os exames de urografia
realizados nos dois hospitais.
57
0
500
1000
1500
2000
2500
60 64 70 74 78 82 86 90 100
Tensão (kV)
PKA (cGy cm2)
Figura 4.1 – Gráfico tensão x PKA para exames de urografia excretora (Hospital
Alpha).
0
100
200
300
400
500
600
700
800
75 78 80 83 85 86 87 90 95
Tensão (kV)
PKA (cGy cm2)
Figura 4.2 – Gráfico tensão x PKA para exames de urografia excretora (Hospital
Bravo).
58
0
50
100
150
200
250
75 77 78 80 85 88 90 92 93 98
Tensão (kV)
PKA (cGy cm2)
Figura 4.3 – Gráfico tensão x PKA para exames de uretrocistografia (Hospital Bravo).
A seguir são apresentadas as Figuras 4.4, 4.5 e 4.6 que ilustram a distribuição
dos valores de PKA para cada produto corrente-tempo em mAs aplicada nos exames de
urografia realizados nos dois hospitais.
0
500
1000
1500
2000
2500
60 200
mAs
PKA (cGy cm2)
Figura 4.4 – Gráfico mAs x PKA para exames de urografia excretora (Hospital Alpha).
59
0
100
200
300
400
500
600
700
800
12,5 16 20 25 40
mAs
PKA (cGy cm2)
Figura 4.5 – Gráfico mAs x PKA para exames de urografia excretora (Hospital Bravo).
0
50
100
150
200
250
8 12,5 16 20 40
mAs
PKA (cGy cm2)
Figura 4.6 Gráfico mAs x PKA para exames de uretrocistografia (Hospital Bravo).
No gráfico da Figura 4.4, foi observado, ao longo dos exames de urografia
excretora no Hospital Alpha, a aplicação da técnica do produto corrente-tempo de
60 mAs uma vez que a mesma técnica para 200 mAs foi aplicada erroneamente por um
dos profissionais de radiologia no início do referido exame em um dos pacientes
avaliados. No Hospital Bravo, este parâmetro variou de 8 mAs a 40 mAs (Figuras 4.5 e
4.6) e as tensões utilizadas variaram entre 60 kV e 100 kV nos dois hospitais (Figuras
60
4.1 a 4.3). Assim, por este fato, observam-se os valores mais baixos de PKA para o
Hospital Bravo.
4.3 Medições Dosimétricas em Pacientes
4.3.1 Resultados dos Valores de Produto Kerma-Área (PKA) Obtidos com
Medidor PTW DIAMENTOR M2
Nesta etapa, todos os pacientes submetidos aos exames de urografia nos dois
hospitais foram avaliados com o emprego do medidor de produto kerma-área PTW
DIAMENTOR M2. O número total de exposições radiográficas realizadas nos pacientes
submetidos aos exames de urografia excretora no Hospital Alpha foi de 201 exposições.
No Hospital Bravo, o número total de exposições radiográficas para urografia excretora
foi de 159 exposições e, para uretrocistografia, foi de 50 exposições. As Figuras 4.7, 4.8
e 4.9 apresentam os gráficos referentes às exposições dos pacientes relacionadas a cada
um dos valores de produto dose-área nos exames avaliados neste estudo nos dois
hospitais.
0
500
1000
1500
2000
2500
F
1
F
2
F3
F
4
M
2
F
5
F6
M
3
M
4
M
5
F7
M6
M
7
F
1
3
M
1
1
M1
2
F
1
4
M
1
3
M
1
4
M
1
5
M
16
F
1
5
F
1
6
M
1
7
Pacientes
PKA (cGy cm2)
Figura 4.7 – Gráfico paciente x exposições de PKA para exames de urografia excretora
(Hospital Alpha).
61
0
50
100
150
200
250
300
350
FM
1
FM
3
F
M5
FF3
FM
6
F
M7
FF4
FM
8
F
M9
FM
1
0
FF7
FF
8
FF9
FF6
F
F10
FM
1
4
FF13
Pacientes
Analisando os gráficos apresentados, pode-se observar que os valores de PKA
para um mesmo paciente variam bastante, pois os parâmetros que interferem na
medição do PKA (área colimada, tensão e produto corrente-tempo) não são mantidos
constantes. Este mesmo comportamento também é observado quando analisamos os
diversos pacientes para um mesmo hospital.
Quanto aos filmes empregados para execução dos exames de urografia excretora
no Hospital Alpha, 64 % foram do tipo 30 x 40, 17 % para 24 x 30, 12,5 % para 18 x 24
e 6,5 % para 35 x 43, no total de 200 filmes. No Hospital Bravo, foram empregados ao
longo dos exames de urografia excretora 41 % do tipo 35 x 43, 27 % para 24 x 30,
22,6 % para 18 x 24 e 9,4 % para 30 x 40, no total de 159 filmes; para uretrocistografia,
foram empregados 64 % do tipo 24 x 30, 20 % para 35 x 43, 10 % para 30 x 40 e 6 %
para 18 x 24, no total de 50 filmes. A Figura 4.10 apresenta o gráfico com os tipos de
filmes empregados para os exames de urografia realizados nos Hospitais Alpha e Bravo.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
18 X 24 24 X 30 30 X 40 35 X 43
Tipos de Filmes
Filmes usados (%)
Uro-Alpha Uro-Bravo Uretro-Bravo
Figura 4.10 –
Gráfico percentual de filmes empregados para exames de urografia nos
Hospitais Alpha e Bravo.
A seguir são apresentadas as Figuras 4.11, 4.12 e 4.13 referentes aos gráficos
com valores acumulados de PKA de cada paciente em comparação com os valores das
63
médias indicadas por linhas vermelhas para os dois exames de urografia obtidos pelo
medidor PTW DIAMENTOR M2 nos dois hospitais.
Figura 4.11 – Gráfico pacientes x valores de PKA para exames de urografia excretora
(Hospital Alpha). A linha vermelha indica o valor médio de PKA.
Figura 4.12 – Gráfico pacientes x valores de PKA para exames de urografia excretora
(Hospital Bravo). A linha vermelha indica o valor médio de PKA.
64
Figura 4.13 – Gráfico pacientes x valores de PKA para exames de uretrocistografia
(Hospital Bravo). A linha vermelha indica o valor médio de PKA.
Na Figura 4.11, o valor médio de PKA para exames de urografia excretora no
Hospital Alpha foi de 3571,56 cGy cm
2
. Entre os 24 pacientes avaliados neste estudo,
10 apresentaram valores de PKA acima da média.
No Hospital Bravo, o valor médio de PKA para exames de urografia excretora
foi de 1015,08 cGy cm
2
, sendo que 6 dos 17 pacientes avaliados (Figura 4.12)
apresentaram valores de PKA acima da média. Para exames de uretrocistografia, o valor
médio foi de 684,80 cGy cm
2
, sendo que 3 dos 6 pacientes avaliados (Figura 4.13)
apresentaram valores de PKA acima da média.
No que diz respeito ao paciente adulto típico (para fins de avaliação de
exposição médica em adulto), a Portaria N° 453 (SVS/MS, 1998) define como
indivíduo com característica biométrica típica de adulto, com massa corporal entre
60 kg e 75 kg e altura entre 1,60 m e 1,75 m. A Tabela 4.7 apresenta a relação dos
valores médios e do 3° quartil de PKA para exames de urografia excretora e
uretrocistografia nos Hospitais Alpha e Bravo, tanto no grupo de todos os pacientes
avaliados quanto nos pacientes adultos típicos, bem como para todas as projeções
radiográficas (AP – antero-posterior, PA – póstero-anterior e oblíquas) e projeções AP.
65
Tabela 4.7 – Valores médios e 3° quartil de PKA para exames de urografia excretora e
uretrocistografia.
Valores de PKA (cGy cm
2
)
Todas as projeções Projeção AP
Hospital Exames Pacientes
Média
quartil
Média
quartil
Alpha
Urografia
excretora
Adultos em
geral (n = 25)
3571,56 4280,87 3210,92 3634,52
Adultos típicos
(n = 9)
3937,71 4812,61 3596,56 3637,83
Bravo
Urografia
excretora
Adultos em
geral (n = 17)
1015,08 1563,93 932,64 1418,85
Adultos típicos
(n = 5)
641,81 787,95 586,44 787,95
Uretrocist
o
grafia
Adultos em
geral (n = 6)
684,80 1038,18 544,16 909,07
Adultos típicos
(n = 2)
576,32 705,43 288,16 303,14
(n - número de pacientes avaliados; AP - antero-posterior).
No Hospital Alpha, entre os 24 pacientes avaliados nos exames de urografia
excretora, 9 pacientes estavam dentro das condições de um paciente adulto típico, cujo
valor médio de PKA obtido pelo medidor PTW DIAMENTOR M2 para todas as
projeções radiográficas foi de 3937,71 cGy cm
2
, com valor do 3° quartil igual a
4812,61 cGy cm
2
e, para as projeções AP, o valor médio foi de 3596,56 cGy cm
2
, com
valor do 3° quartil igual a 3637,83 cGy cm
2
. A diferença entre os valores médios de
PKA para todas as projeções e para as projeções AP foi de 8,66 %.
Porém, nos exames de uretrocistografia no Hospital Alpha, não houve a sua
avaliação ao longo das medidas dosimétricas com o referido medidor devido a
freqüência deste exame ser menor que a urografia excretora.
66
No Hospital Bravo, entre os 17 pacientes avaliados nos exames de urografia
excretora, 5 pacientes estavam dentro das condições de um paciente adulto típico, cujo
valor médio de PKA obtido pelo medidor PTW DIAMENTOR M2 para todas as
projeções radiográficas foi de 641,81 cGy cm
2
, com valor do 3° quartil igual a
787,95 cGy cm
2
e, para as projeções radiográficas AP, o valor médio foi de
586,44 cGy cm
2
, com valor do 3° quartil igual a 787,95 cGy cm
2
. A diferença entre os
valores médios de PKA para todas as projeções e para as projeções AP foi de 8,63 %.
Para exames de uretrocistografia no Hospital Bravo, 2 dos 6 pacientes avaliados
neste estudo estavam dentro das condições de um paciente adulto típico, cujo valor vo, 2 dos 0(fi77 4 0 0 12.0164 494.50378 69lor.31966d4489.16246 697.94031 Tm84283211378 69lor.31966d9 635.84088 Tm(é)Tj12.0 7.0 0 128 69lor.31966d17 6.84088 Tm(dios de PKA para todas as jeo 3° 576,037 igual a 787,95 cGy )Tj12.0414.1648528 69lor.31966d5 697.94209 Tm(cm)TjETEMC 0/Span <</MCID 7 >>BDC BT/TT0 1 Tf0 Tc 0 T164 78 0 0564 08324.60001 703.46027 Tm(2)TjET1 /Span <</MCID 1 >>BDográvalor vo, 2.0013 Tc 0.26559 Tw 12.0164 0378 69lo64 328.62al a 787,95 cGy )Tj12.040167806578 69lo64 328.6 697.94031 Tm(, com)Tj12.04 0 1065478 69lo64 328.6 697.94093 6777õ
exposição (33,3 %), erro de posicionamento do cassete da mesa de exames (33,3 %) e
erro de posicionamento do paciente (33,4 %), no total de 3 erros.
De acordo com os dados de PKA apresentados na Tabela 4.7, os valores do
quartil da distribuição de dose para os exames de urografia excretora e
uretrocistografia em pacientes adultos típicos para projeções AP no Hospital Bravo
podem servir como valores representativos de dose para expressar os níveis de
referência de radiodiagnóstico para fins de otimização, conforme descreve o item 4.49,
letra b, da Portaria N° 453 (SVS/MS, 1998), apesar do número de pacientes adultos
típicos avaliados neste estudo ser muito baixo.
Com relação ao Hospital Alpha, para que sejam otimizados os serviços de
radiologia, é necessário realizar as correções técnicas do aparelho de raios X, entre elas
a corrente, o tempo de exposição e o rendimento médio a 1 m para 80 kV, conforme os
resultados apresentados na Tabela 4.1, a fim de minimizar as doses nos pacientes
durante os exames de urografia excretora e orientar os profissionais de radiologia em
relação às práticas destes exames.
4.3.2 Resultados dos Valores de Dose Efetiva e Dose nos Órgãos Registrados com
Programa DiaSoft 5.0
Os valores de dose efetiva e dose nos órgãos foram registrados pelo programa
DiaSoft 5.0, da PTW Freiburg, a partir das exposições radiográficas detectadas pela
câmara de ionização do medidor de PKA PTW DIAMENTOR M2 situada sob o sistema
de colimação do tubo de raios X ao longo dos exames de urografia nos dois hospitais.
A Tabela 4.8 apresenta a relação dos valores médios de dose efetiva para exames
de urografia excretora e uretrocistografia nos Hospitais Alpha e Bravo para pacientes
adultos típicos, tanto para todas as projeções radiográficas quanto para as projeções AP.
68
Tabela 4.8 – Valores médios de dose efetiva para exames de urografia excretora e
uretrocistografia.
Média de dose efetiva (mSv)
Hospital Exames
Nº de pacientes
adultos típicos
Todas as
projeções
Projeção AP
Alpha
Urografia
excretora
9 7,10 6,59
Bravo
Urografia
excretora
5 1,27 1,16
Uretrocistografia 2 2,15 0,96
Para os exames de urografia excretora, os valores médios de dose efetiva
registrados pelo DiaSoft 5.0 para todas as projeções de pacientes adultos típicos foram,
respectivamente, de 7,10 mSv no Hospital Alpha e de 1,27 mSv no Hospital Bravo.
Quanto às projeções AP no referido exame, os valores médios de dose efetiva foram,
respectivamente, de 6,59 mSv no Hospital Alpha e 1,16 mSv no Hospital Bravo. As
diferenças entre os valores médios de dose efetiva para todas as projeções radiográficas
e para as projeções AP foram, respectivamente, de 7,18 % para o Hospital Alpha e
8,66 % para o Hospital Bravo.
Para os exames de uretrocistografia no Hospital Bravo, o valor médio de dose
efetiva registrado pelo DiaSoft 5.0 para todas as projeções de pacientes adultos típicos
foi de 2,15 mSv e, para as projeções AP, foi de 0,96 mSv, com uma diferença de
55,35 %.
A relação entre os valores de dose efetiva e de PKA para exames de abdômen
nas projeções AP (antero-posterior) e PA (póstero-anterior) encontra-se na Tabela 2.1,
página 18, Capítulo 2. Considerando todos os pacientes avaliados neste estudo para
exames de urografia excretora nos dois hospitais e comparando-os com os parâmetros
de radiação dados por PETOUSSI-HENSS et al. (1995), há exposições nesta região com
diferença de coeficientes de conversão em até 41 % para as duas projeções. As razões
para estas discrepâncias estão relacionadas à distância do ponto focal-superfície da pele
69
do abdômen, dos diferentes tamanhos dos filmes radiográficos empregados e das
diferentes tensões aplicadas no tubo de raios X. Por sua vez, os referidos autores não
mencionaram os exames de uretrocistografia.
As Figuras 4.14, 4.15 e 4.16 apresentam os gráficos que relacionam os valores
de PKA com os valores de dose efetiva em exames de urografia para todos os pacientes
avaliados neste estudo.
y = 360,37x + 1150,3
R
2
= 0,7828
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
0 2 4 6 8 10121416
Dose Efetiva (mSv)
PKA (cGy cm2)
Figura 4.14 – Gráfico dose efetiva x PKA para exames de urografia excretora (Hospital
Alpha).
70
y = 451,97x + 56,754
R
2
= 0,9803
0
500
1000
1500
2000
2500
01234
Dose Efetiva (mSv)
PKA (cGy cm2)
5
Figura 4.15 – Gráfico dose efetiva x PKA para exames de urografia excretora (Hospital
Bravo).
y = 272,4x + 25,281
R
2
= 0,9558
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
012345
Dose Efetiva (mSv)
PKA (cGy cm2)
6
Figura 4.16 – Gráfico dose efetiva x PKA para exames de uretrocistografia (Hospital
Bravo).
O gráfico da Figura 4.14 apresenta alguns pontos mais discrepantes em relação à
reta de calibração para exames de urografia excretora nos Hospitais Alpha, cujo fator de
correlação
R
2
foi de 0,7828. Os gráficos das Figuras 4,15 e 4.16 registraram um melhor
71
ajuste dos pontos com a reta de calibração para os exames de urografia no Hospital
Bravo, sendo seus respectivos fatores de correlação
R
2
iguais a 0,9803 (urografia
excretora) e 0,9558 (uretrocistografia).
Quanto às medições dos órgãos, foram avaliadas as médias de dose absorvida
nos rins e bexiga para pacientes de ambos os sexos, ovários e útero para as mulheres e
testículos para os homens. As Tabelas 4.9 e 4.10 apresentam os valores médios de dose
obtidos usando programa DiaSoft 5.0 para os exames de urografia em cada um dos
órgãos, considerando-se os pacientes adultos típicos para as projeções AP e para todas
as projeções radiográficas.
Tabela 4.9 – Valores médios de dose nos órgãos registrados pelo DiaSoft 5.0 para
urografia excretora nos Hospitais Alpha e Bravo para pacientes adultos típicos.
Média de dose nos órgãos (mGy)
Hospital Alpha Hospital Bravo
Órgãos
Todas as
projeções
Projeções AP
Todas as
projeções
Projeções AP
Rins 4,66 2,83 0,64 0,51
Bexiga 22,18 21,91 3,85 3,84
Útero 11,08 10,51 2,20 2,20
Ovários 8,64 8,01 1,67 1,67
Testículos 2,11 2,06 0,37 0,37
72
Tabela 4.10 – Valores médios de dose nos órgãos registrados pelo DiaSoft 5.0 para
uretrocistografia no Hospital Bravo para pacientes adultos típicos.
Média de dose nos órgãos (mGy) - Hospital Bravo
Órgãos
Todas as projeções Projeções AP
Rins 0,03 0,01
Bexiga 13,52 6,19
Útero 10,17 3,05
Ovários 6,17 1,81
Testículos 2,47 2,47
Analisando a Tabela 4.9 para os exames de urografia excretora, os valores
médios de dose nos órgãos obtidos no Hospital Alpha foram muito altos em relação ao
Hospital Bravo, com variação de 79 % até 86 %. Os motivos causados para esta
ocorrência são os mesmos observados para análise dos valores médios de PKA em
pacientes adultos típicos citados na página 67.
Quanto à diferença entre os valores médios de dose para todas as projeções
radiográficas e para as projeções AP de cada órgão, no Hospital Alpha os valores destas
diferenças para os rins, bexiga, útero, ovários e testículos foram, respectivamente, de
39,27 %, 1,22 %, 5,14 %, 7,29 % e 2,37 %. Para o Hospital Bravo, as diferenças para os
rins e bexiga foram, respectivamente, de 20,31 % e 0,26 %, uma vez que para útero,
ovários e testículos não houve diferenças, pois os pacientes (apenas duas mulheres e um
homem) foram avaliados apenas na projeção AP durante os exames de urografia
excretora.
Na Tabela 4.10 para os exames de uretrocistografia no Hospital Bravo, o valor
médio de dose para os rins foi muito baixo em função do posicionamento do tubo de
raios X na altura da região da sífice pubiana.
Quanto à diferença entre os valores médios de dose para todas as projeções
radiográficas e para as projeções AP de cada órgão, os valores destas diferenças para os
rins, bexiga, útero e ovários foram, respectivamente, de 66,67 %, 54,22 %, 70,01 % e
73
70,66 %, uma vez que para os testículos não houve diferença pois apenas um paciente
foi avaliado apenas na projeção AP durante o exame de uretrocistografia.
74
CAPÍTULO 5
CONCLUSÕES E SUGESTÕES
A grandeza produto kerma-área (PKA) é a mais adequada para medição do grau
de exposição dos pacientes durante os exames radiológicos. Para que isto seja possível,
o uso do medidor de produto kerma-área é uma ferramenta muito importante e simples
para medições de dose em pacientes, para fins de estabelecimento e/ou comparação com
níveis de referência e para o controle de qualidade, sendo uma tendência atual na área
de radiodiagnóstico geral, pois não atrapalha a rotina de trabalho dos profissionais de
radiologia.
A calibração do medidor de PKA tende a ser feita para cada equipamento de
raios X a ser usado e esta calibração é feita com emprego de uma câmara de ionização
de referência devidamente calibrada, seguindo as recomendações da Resolução Nº 74 da
ICRU.
Os valores médios de PKA, dose efetiva e dose nos órgãos obtidos para exames
de urografia excretora no Hospital Alpha foram maiores que no Hospital Bravo devido à
aplicação constante da técnica de mAs ao longo do exame, da data de fabricação do
aparelho de raios X ser mias antiga e da falta de treinamento dos profissionais de
radiologia. Além disso, o número de exposições radiográficas repetidas contribuiu para
o aumento de dose de radiação nos pacientes no Hospital Alpha. Para os exames de
uretrocistografia, os valores médios para as mesmas grandezas foram obtidos apenas no
Hospital Bravo uma vez que no Hospital Alpha não houve a sua avaliação devido a
freqüência deste exame ser menor em relação à urografia excretora.
Os dados de PKA para o 3° quartil da distribuição de dose em exames de
urografia para pacientes adultos típicos para projeções AP obtidos no Hospital Bravo
serviram como valores representativos dosimétricos para expressar os níveis de
referência de radiodiagnóstico para fins de otimização, conforme a Portaria N° 453
(SVS/MS, 1998).
75
Como a grandeza PKA é indicada para aquisição de dados dosimétricos mais
completos, os resultados obtidos neste estudo para os dois tipos de exames de urografia
serviram para avaliar os parâmetros de radiação adotados nos dois hospitais. É
importante salientar que a metodologia adotada para medição dos valores de PKA está
adequada para realização destes exames nos dois hospitais.
A utilização de um programa de computador dedicado a fornecer dados
estimativos da ordem de grandezas dosimétricas para cada exposição radiográfica
através do medidor de PKA torna-se possível fazer uma avaliação inteligente nos
exames radiológicos melhorando com precisão as avaliações de dose nos pacientes.
Com relação ao número de pacientes adultos típicos, cerca de 1/3 do número
total de pacientes avaliados neste estudo estava dentro das variações biométricas dadas
pela Portaria Nº 453 (SVS/MS, 1998). Contudo, o número destes pacientes adultos
típicos avaliados é muito baixo em termos estatísticos.
Como sugestão, este estudo possa servir de referência para realização de futuros
trabalhos com número maior de pacientes adultos típicos a serem avaliados nos exames
de urografia excretora e uretrocistografia utilizando medidores de PKA, a fim de
aumentar a estatística dos dois exames para obter resultados mais significativos das
medições, para que os níveis de referência sejam avaliados.
76
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80
ANEXO A
FATORES DE PONDERAÇÃO DA RADIAÇÃO E CONVERSÃO DE
GRANDEZAS
Tabela A.1 –
Fator de Peso da Radiação w
R
(ICRP 60, 1991).
Tipo de Radiação e Energia w
R
Fótons de todas as energias 1
Elétrons e muons de todas as energias 1
Nêutrons com energia
< 10 keV 5
10 keV a 100 keV 10
> 100 keV a 2 MeV 20
> 2 MeV a 20 MeV 10
> 20 MeV 5
Prótons e partículas com uma unidade de carga e com massa de repouso maior que
uma unidade de massa atômica e de energia desconhecida
10
Partícula alfa e demais partículas com carga superior a uma unidade de carga 20
81
Tabela A.2 – Fator de Peso para o Tecido ou Órgão w
T
(ICRP 60, 1991).
Tecido ou Órgão w
T
Gônadas 0,20
Medula óssea (vermelha) 0,12
Cólon 0,12
Pulmão 0,12
Estômago 0,12
Bexiga 0,05
Mama 0,05
Fígado 0,05
Esôfago 0,05
Tireóide 0,01
Pele 0,01
Superfície óssea 0,01
Restantes
(*)
0,05
(*)
Nota: este termo indica demais órgãos tais como cérebro, intestino grosso superior,
intestino delgado, rins, útero, pâncreas, vesícula, timo, adrenais e músculo.
82
ANEXO B
MÉTODOS DE DESEMPENHO DOS APARELHOS DE RAIOS X
a)
Levantamento Radiométrico: o objetivo deste teste é verificar se os níveis
de dose equivalente a que estão expostos os trabalhadores e o público, em geral, estão
de acordo com as restrições estabelecidas na legislação. A freqüência mínima para este
teste é a cada quatro anos quando se tem a instalação do aparelho de raios X.
Excepcionalmente, o levantamento radiométrico é feito após a realização de reformas
estruturais, modificações do aparelho ou da alteração do
layout da sala de exames.
Os instrumentos empregados para este teste são de um monitor de área com
tempo de resposta adequado e devidamente calibrado, um objeto espalhador (água ou
acrílico) com dimensões próximas às do abdômen de um adulto típico (massa corporal
entre 60 kg e 75 kg, altura entre 1,60m e 1,75 m), e uma trena.
Quanto à sua metodologia, se dá pela elaboração de um croqui da sala de exames
feito no interior da mesma, identificando as áreas adjacentes e anotando suas dimensões
ou definindo escala apropriada, seguido da identificação dos objetos existentes como
tubo de raios X, painel de comando, biombos, portas, janelas, mesa de exames,
bucky
vertical, e da seleção dos pontos de interesse para medições registrando os valores de
dose obtidos pelo monitor.
Os parâmetros de operação do aparelho de raios X são feitos a partir da seleção
da maior tensão do tubo (em kVp) adotada no exame de rotina, do tempo de exposição
(em s) e a corrente anódica (em mA) adequados ao tempo de resposta do monitor
escolhido, evitando atingir a carga limite do equipamento. Têm-se os registros dos
parâmetros técnicos selecionados, das seleções do maior tamanho de campo de radiação
permitido e do modo de detecção selecionado.
Quanto às barreiras primárias, têm-se as seguintes orientações:
83
a.1) direcionar o feixe do tubo de raios X para a barreira primária a ser avaliada
e colocar o objeto espalhador na posição onde é ocupada pelo pacientes, devendo
utilizar a distância foco-filme representativa do exame;
a.2) posicionar o monitor no primeiro ponto de medida, atrás da barreira
primária;
a.3) realizar uma exposição radiográfica e registrar a leitura do monitor;
a.4) deve-se repetir os itens a.1 a a.3 para os demais pontos de interesse, bem
como das demais barreiras primárias.
Quanto às barreiras secundárias, têm-se as seguintes orientações:
a.5) colocar o objeto espalhador na posição mais freqüentemente ocupada pelo
pacientes;
a.6) posicionar o tubo de raios X sobre o objeto espalhador, com a distância
foco-filme mais utilizada na rotina de exames e selecionar o maior campo de radiação
permitido;
a.7) posicionar o monitor no primeiro ponto de medição, atrás da barreira
secundária;
a.8) realizar uma exposição e registrar a leitura do monitor;
a.9) repetir os itens a.7 e a.8 para os demais pontos de interesse, bem como das
demais barreiras primárias.
Se julgar necessário, podem-se repetir os itens a.5 a a.8 para seleção de outros
possíveis posicionamentos de pacientes com uma ou mais barreiras secundárias.
Quanto aos cálculos, devem ser definidos por três tipos de fatores: fatores de uso
(
U), de ocupação (T) e de carga de trabalho máxima semanal do tubo de raios X (W).
O fator de uso (
U) é definido para cada uma das barreiras primárias de acordo
com a fração da carga de trabalho do feixe primário direcionado a referida barreira. A
84
Tabela B.1 apresenta os valores de
U a serem adotados na ausência de dados mais
realistas.
Tabela B.1 – Fatores de uso (U).
Barreira U
Piso 0,5
Parede 1 0,25
Parede 2 0,25
O fator de ocupação (
T) é definido a partir da estimativa da fração de
permanência do indivíduo que fica maior tempo na área em questão, ao longo do ano. A
Tabela B.2 apresenta os valores de
T a serem adotados na ausência de dados mais
realistas.
Tabela B.2 Fatores de ocupação (T).
Ocupação Local T
Integral Consultório, recepção 1
Parcial
Sala de espera, vestiário,
circulação interna
1/4
Eventual
Circulação externa, WC,
escadas
1/16
Rara
Jardins cercados, casas de
máquinas
1/32
O fator de carga de trabalho semanal do tubo de raios X (
W) é definido por meio
de entrevista com o técnico de raios X a partir do número aproximado de pacientes por
85
dia (ou por semana) e dos parâmetros operacionais mais empregados. A Tabela B.3
apresenta valores de
W a serem adotados na ausência de dados mais realistas.
Tabela B.3 – Exemplos de carga de trabalho semanal máxima (W).
W (mA min/sem)
Equipamento
Nº de
pacientes
W
(mA min/pacientes)
100 kVp 125 kVp 150 kVp
Radiografia
geral
24 2,67 320 160 80
Radiografia de
tórax
60 0,53 160 80 -x-
As leituras registradas pelo monitor devem ser corrigidas levando em conta o
tempo de resposta, o fator de calibração para o feixe atenuado e as condições ambientais
de temperatura e pressão. Estas leituras devem ser convertidas para unidades de dose
externa em mSv ou de taxa de dose externa em mSv/h usando o fator multiplicativo
correspondente à unidade de medida do monitor, conforme a Tabela B.4. Vale ressaltar
que a grandeza operacional dose externa foi criada pela Portaria Nº 453
(SVS/MS, 1998), nas Disposições Transitórias, para ser utilizada em medidas de
monitoração de ambientes de trabalho e de sua circunvizinhança.
Tabela B.4 – Fatores multiplicativos para conversão de dose externa.
Exposição (mR) Multiplicar por 0,01
Dose absorvida no ar (mrad) Multiplicar por 0,0114
Kerma no ar (mGy) Multiplicar por 1,14
Equivalente de dose ambiente Multiplicar por 1
= Dose externa (mSv)
86
87
As operações para obtenção dos valores em mSv/mA min devem ser feitas:
a.10) para medidas efetuadas em modo taxa de dose:
(mA) i * (min/h) 60
(mSv/h) externa dose de taxa
(B-1)
a.11) para medidas efetuadas em modo dose integrada:
(mAs) t * i
(s/min) 60 * (mSv/h) externa dose
(B-2)
Multiplique o resultado obtido em a.11 pelos fatores
W, U e T para obter a taxa
de dose externa em mSv/sm. Para expressar o valor encontrado em mSv/ano, basta
multiplicar o resultado por 50 semanas/ano.
Quanto à interpretação dos resultados, devem-se comparar os resultados obtidos
para dose externa com os níveis de restrição de dose estabelecidos na legislação,
conforme a Tabela B.5. Deve-se, ainda, registrar a conformidade com os níveis de
restrição de dose em cada ponto avaliado na sala de exames.
Tabela B.5 – Níveis de restrição de dose (Portaria Nº 453, SVS/MS, 1998)
Localidade
Restrição de dose semanal
(mSv/semana)
Restrição de dose anual
(mSv/ano)
Área controlada 0,10 5,0
Área livre 0,01 0,5
b)
Teste de Exatidão do Valor de Tensão de Pico (kVp): coloca-se o medidor
de kVp sobre a mesa, alinhando com o eixo do tubo de raios X, centralizado com o
campo luminoso de indicação, devidamente colimado. Nesta posição, o amostrador
(
display) fica voltado para a extremidade do tubo onde se encontra o ânodo.
Selecionam-se cinco leituras para cada um dos três valores de tensão fixos,
88
recomendados na faixa de 60 kV a 110 kV. Em seguida, obtêm-se as respectivas médias
e o desvio padrão.
O desvio máximo dos valores de tensão medidos em relação ao indicado pelo
equipamento deve ser menor ou igual a 10 % para qualquer dos valores de mA
selecionados. A sua expressão é dada por:
100 *
kV
kV - kV
(%) Máximo Desvio
sel
medsel
=
(B-3)
onde
kVB
sel
B é o valor da tensão nominal selecionado no equipamento e kVB
med
B é o valor
da tensão de pico máximo medido de maior discrepância.
Quanto à reprodutibilidade para tensão selecionada no equipamento, são
tomados os dois valores de tensão mais discrepantes
kVB
1
B e kVB
2
B entre os cinco valores
de tensão medidos para uma mesma tensão selecionada. A expressão que define melhor
esta descrição é dada por:
200 *
kV kV
kV - kV
(%) ilidadeReprodutib
21
21
+
=
(B-4)
c)
Teste de Exatidão de Tempo de Exposição (ms): posiciona-se o medidor na
mesma posição estabelecida para o teste anterior. Para este teste, são tomadas três
medidas para o tempo de exposição.
A condição para aceitação, prevista em norma, é a do desvio máximo ser menor
que 10 % do valor indicado pelo equipamento ou pelos parâmetros da técnica utilizada,
na faixa de 10 ms a 100 ms. A sua expressão é dada por:
100 *
T
T - T
(%) Máximo Desvio
ind
medind
=
(B-5)
onde
TB
ind
B é o valor do tempo de exposição nominal indicado no equipamento e TB
med
B é o
valor do tempo de exposição medido de maior discrepância.
89
Quanto à reprodutibilidade para tempo de exposição no equipamento, tem-se de
tomar os dois valores de tempo mais discrepantes
TB
máx
B e TB
mín
B entre os três valores
medidos para uma mesma tensão selecionada. A expressão que define melhor esta
descrição é dada por:
200 *
T T
T - T
(%) ilidadeReprodutib
mínmáx
mínmáx
+
=
(B-6)
d)
Teste da Reprodutibilidade: este teste verifica se o equipamento apresenta-
se reprodutível quanto à dose no ar entregue a 1 m do foco do tubo de raios X. Utiliza-
se o medidor de dose conforme descreve o item a. Para cada conjunto mA-mAs,
calcula-se a média das leituras. O resultado apresentado é o maior desvio em relação à
média.
O desvio máximo aceitável para este teste tem de ser menor que 10 %. A
expressão que define melhor a descrição acima é dada por:
200 *
L L
L - L
(%) ilidadeReprodutib
+
=
<>
<>
(B-7)
onde
LB
>
B é o valor da maior leitura do primeiro mAs selecionado e LB
<
B é o valor da menor
leitura do primeiro mAs selecionado.
e) Teste da Linearidade: este teste relaciona a dose entregue com o aumento
do mAs. Escolhem-se três combinações de mA e mAs para cada foco (dado pelo valor
de mA). Calcula-se para cada valor de mA a seguinte relação:
200 *
R R
R - R
(%) eLinearidad
21
21
+
=
(B-8)
onde
RB
1
B e RB
2
B são os valores de rendimento mais discrepantes.
f) Teste de Rendimento do Tubo de Raios X: este teste é definido como a
média dos valores de linearidade, expressa em mGy m
2
/mA min, a 1 m do ponto focal
do tubo de raios X, a uma tensão de 80 kV.
O valor do rendimento médio deve estar compreendido entre
2.4 mGy m
2
/mA min e 4.8 mGy m
2
/mA min para os equipamentos de raios X
monofásicos, e entre 4.8 mGy m
2
/mA min e 6.4 mGy m
2
/mA min para os equipamentos
de raios X trifásicos.
g) Teste de Exatidão do Sistema de Colimação: utiliza-se um chassi carregado
com um filme radiográfico convencional. Em seguida, irradia-se com uma dada abertura
de campo com os colimadores, cuja delimitação é marcada por pares de moedas, um
para cada lado. Aumenta-se a área do campo de radiação fazendo-se uma nova
exposição sobre o mesmo chassi. Escolhe-se a técnica radiológica mais baixa fornecida
pelo equipamento.
Recomenda-se que, para colimadores ajustáveis e com indicação visual do
campo, o desalinhamento entre as bandas do campo visual e do campo de radiação deve
ser menor que 2 % da distância foco-filme – D.F.F. = 100 cm.
h
) Teste de Perpendicularidade do Feixe Central: utiliza-se um cilindro de
acrílico com duas esferas metálicas, concêntricas numa visão da seção reta transversal
do objeto. O teste mede a inclinação dos raios do feixe de radiação em relação à mesa.
A base do cilindro possui três círculos distintos. O menor dos círculos indica o desvio
de 2 graus, o do meio, 3 graus, e o maior, 4 graus.
O nível aceitável indicado pela Portaria N° 453 (SVS/MS, 1998) é um desvio de
até 3 graus.
i) Teste da Camada Semi-Redutora (ou CSR): este teste tem por objetivo de
verificar a qualidade do feixe de raios X.
90
91
O cálculo para a obtenção do valor da camada semi-redutora é dado por:
L
L
ln
L
L
*2ln x-
L
L
*2ln x
CSR
b
a
o
b
a
o
a
b
= (B-9)
onde
LB
a
B e LB
b
B são, respectivamente, as leituras de exposição superior e inferior a LB
o
B/2; xB
a
B
e
xB
b
B são, respectivamente, as espessuras de alumínio para as leituras LB
a
B e LB
b
B.
Para a Portaria N° 453 (SVS/MS, 1998), o valor da camada semi-redutora do
feixe útil não deve ser menor que o valor mostrado na Tabela B.6, para uma dada tensão
do tubo e fase, de modo a demonstrar a conformidade com os requisitos de filtração
mínima. Quanto aos valores intermediários, eles podem ser obtidos por interpolação.
Tabela B.6 – Valores mínimos de camadas semi-redutoras em função da fase e tensão
do tubo (Portaria N° 453, SVS/MS, 1998).
CSR (mm Al)
Tensão (kV)
Equipamentos Monofásicos Equipamentos Trifásicos
70 2,1 2,3
80 2,3 2,6
90 2,5 3,0
100 2,7 3,2
110 3,0 3,5
120 3,2 3,9
130 3,5 4,1
j) Teste de Fuga de Radiação do Cabeçote do Tubo de Raios X: este teste tem
por objetivo de verificar as medidas dos níveis de radiação de fuga com emprego de
uma câmara de ionização que deve estar posicionada a 1 m de distância do ponto focal
do tubo de raios X, em seis orientações distintas, conforme estabelece a Portaria Nº 453
(SVS/MS, 1998). Porém, para efeitos neste estudo, foram realizadas apenas quatro
orientações para medição da fuga dos raios X.
Figura B.1 – Teste de fuga de cabeçote do tubo de raios X (LIMA, 2002).
92
ANEXO C
FICHA DE AVALIAÇÃO DOSIMÉTRICA EM PACIENTES SUBMETIDOS A
EXAMES RADIOLÓGICOS DE UROGRAFIA
Local: Data:
Sala de exames n°: Início: Término:
Idade do paciente (anos): Sexo: ( ) masculino ( ) feminino
Altura (m): Massa corporal (kg): Espessura (cm):
Tipo de exame: Dist. foco-superfície (cm):
Justificativa do exame:
Contraste:
Fabricante: N° lote:
Técnica aplicada
Ordem da
exposição
Hora da
exposição
Filme empregado
kV mAs
PKA (
cGy cm
2
)
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
93
Erros Radiográficos? ( ) Sim ( ) Não
Equipamento de raios X
Fabricante: Modelo: N° de série:
Registro – Min. Saúde: N° patrimônio:
rimrimFabr(r7) Nnio:
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
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Baixar livros de Psicologia
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Baixar livros de Saúde Coletiva
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Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
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