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compatível com suas possibilidades físicas, mentais e organizacionais, o que faz
com que adoeça (LIPP, 2004; GOMES, 2002).
As repercussões deste modelo atingiram, simultaneamente, a escola e o
professor, que teve de enfrentar novos desafios, face às demandas sociais
emergentes. Hoje, sua atuação extrapolou a mediação do processo de
conhecimento do aluno, estendendo-se para além da sala de aula, aumentando
suas funções tradicionais. Além de ensinar, ele deve funcionar como mediador
entre os problemas da escola e da comunidade e participar da gestão e
planejamentos curriculares. Brito (apud SANTOMÉ, 2001) escreve ainda que o
professor deve servir de agente de saúde, prestar assessoramento psicológico e
educar para o trânsito (MALAGRIS, 2004; LIMA, 2004; NAUJORKS, 2003;
NUNES SOBRINHO et al, 2003; GOMES, 2002; LIPP, 2002, 2004; MALAGRIS,
2002; NUNES SOBRINHO, 2002; REINHOLD, 2002; GOMES, 2002; AMADO,
2000; ESTEVE, 1999; CODO, 1999).
Na tentativa de mudar esta situação, os professores enfrentam muitos
desafios, gerando maior tensão no exercício de suas funções e tornando seu
trabalho cruel e desgastante.
Outro aspecto que possivelmente tem levado nossos educadores a um
estado de exaustão física e mental está diretamente relacionado à dissociação
entre o trabalho prescrito e o trabalho real. Entende-se por trabalho prescrito,
aquele que é imposto ao profissional e por trabalho real, o que efetivamente
poderá ser realizado por ele. Este crescente desacordo tem se evidenciado como
determinante para o agravamento desta situação (MALAGRIS, 2004;
NAUJORKS, 2003; NUNES SOBRINHO, 2002; AMADO, 2000; ESTEVE, 1999;
LIMA, 2004; NUNES SOBRINHO, 2002).
Por meio das pesquisas, podemos comprovar os inúmeros fatores que
contribuem para a Síndrome de Burnout nos docentes (BOCCHI, 2002; CROMM
e MOORE, 2003; HO et al, 2003; NUNES SOBRINHO e CUNHA, 1999; FEIGIN et
al, 2005; WILLIAN e GRECH, 2004; NAUJORKS, 2003; FORLIN, 2002; REIS et
al, 2006; GASPARINI et al, 2005; LIMA, 2004,; KYRIACOU E CHIEN, 2004;
MARTINEZ, et al 2004; OGEDA et al, 2002; CARLOTTO, 2003; FARENHOF e
FARENROF, 2002; COLANGELO, 2004; MORIARTY et al, 2001; LOPES e
GASPARIM, 2003).