maneira mais útil e proveitosa”
430
. Para que esse método de ensino se tornasse prático e não
utópico, seria necessário que o governo federal tomasse algumas providências nos seus
programas concernentes à instrução popular:
1º a obrigatoriedade positiva do ensino, de cujas vantagens occupar-me-ei
opportunamente; 2º os exercícios destinados ao desenvolvimento physico do
alunno, como a gymnastica, a natação, a patinação, etc; .3º os elementos das
artes liberais mais próprias da juventude, quaes sejam: o desenho, a música, a
pintura, o desenho de machinas e outros tantos rudimentos de profissões de cujo
preliminar conhecimento dependerá, talvez a sobrevivência de muitos, que a
franqueza, a desgraça lançaram no caminho do infortúnio
431
.
Vale salientar que, no âmbito da formação profissional, a educação artística alçou o
primeiro vôo com a “criação da cadeira de Música, em 1818, e da Academia de Desenho e
Pintura precedida da chegada da Missão Artística Francesa Le Breton, em 1816, e que tanta
influência traria à nossa evolução artística”
432
. Constatou-se que o Desenho sempre teve a sua
aceitabilidade reconhecida. Havia um grupo que defendia a sua aplicação mesmo antes do Ensino
Primário, enquanto outros defendiam a experiência pari-passu. Diante da proposta de Porto, era
necessário motivar os alunos para os conhecimentos técnicos com vistas a uma
profissionalização que devia começar na infância. Inicialmente, havia a preocupação com a
caligrafia, visto que “aprendendo simultaneamente com o ABC..., a traçar retas e curvas, a formar
um polígono, uma linha transversal, etc., o menino consegue, à força de hábito, quanto menos a
firmeza da mão, necessária a beleza da escrita”
433
. Não estava Porto se referindo a um habitus
que se queria implantar com o novo modelo escolar?
Ao tratar dessa temática, ele deixava seus conterrâneos atualizados com o que havia de
mais moderno no país, na área educacional. As aulas de Desenho eram consideradas de grande
proveito para os educandos.
Aqui no Rio de Janeiro este méthodo de ensino tem dado os melhores
resultados, e collegios conheço onde os alumnos levam o gosto pelo desenho,
ao ponto de delinearem mimosos palácios, recortarem a madeira e o papelão
com tanta graça e perícia que duvida se ter tudo isso obra de creanças
434
.
430
Ladreyt, Casimiro apud PORTO. PORTO, Leonidio.
“Do Rio de Janeiro: ensino e trabalho (III).” IN: Revista
Litteraria. Maroim. Nº 24, 15 abr. 1891, p. 3.
431
PORTO, Leonidio. “Do Rio de Janeiro: ensino e trabalho (III)”. IN:
Revista Litteraria
. Maroim. Nº 24, 15 abr. 1891, pp. 2-3.
432
NUNES, Maria Thetis. Op. Cit 1984, p. 33.
433
PORTO, Leonidio. “Do Rio de Janeiro: ensino e trabalho (III)”. IN: Revista Litteraria. Maroim. Nº 24, 15 abr.
1891, p. 3.
434
PORTO, Leonídio. Op. Cit, p. 3.