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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS
CURSO DE MESTRADO EM TECNOLOGIA DE ALIMENTOS
ANA MARIA ATHAYDE UCHÔA
ADIÇÃO DE PÓS ALIMENTÍCIOS OBTIDOS DE RESÍDUOS DE FRUTAS
TROPICAIS NA FORMULAÇÃO DE BISCOITOS
Fortaleza
2007
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ANA MARIA ATHAYDE UCHÔA
ADIÇÃO DE PÓS ALIMENTÍCIOS OBTIDOS DE RESÍDUOS DE FRUTAS
TROPICAIS NA FORMULAÇÃO DE BISCOITOS
Dissertação submetida à Coordenação do Curso de
Pós-graduação em Tecnologia de Alimentos, da
Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial
para obtenção do grau de Mestre em Tecnologia de
Alimentos.
Orientador: Prof. Dr. José Maria Correia da Costa
Co-orientador: Geraldo Arraes Maia
FORTALEZA
2007
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U19a Uchôa, Ana Maria Athayde
Adição de pós alimentícios obtidos de resíduos de frutas tropicais na
formulação de biscoitos / Ana Maria Athayde Uchôa. 2007
89 f. enc.
Orientador: Dr. José Maria Correia da Costa
Co-orientador: Dr. Geraldo Arraes Maia
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Ceará, Curso de Pós-
Graduação em Tecnologia de Alimentos, Fortaleza, 2007
1. Biscoitos 2. Pó alimentício 3. Resíduo – frutas I. Título
CDD 664
Dissertação submetida à Coordenação do Curso de Pós-graduação em Tecnologia
de Alimentos, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para
obtenção do grau de Mestre em Tecnologia de Alimentos.
A citação de qualquer trecho desta Dissertação é permitida, desde que seja feita de
conformidade com as normas da ética científica.
___________________________________
Ana Maria Athayde Uchôa
Dissertação aprovada em 04 de maio de 2007.
BANCA EXAMINADORA
___________________________ ___________________________
Prof. Dr. José Maria Correia da Costa. Prof. Dr. Geraldo Arraes Maia
Universidade Federal do Ceará Universidade Federal do Ceará
____________________________ __________________________
Prof. Dr. Paulo Henrique Machado Profª Drª. Elisabeth Mary Cunha
de Sousa da Silva
Pesquisador do CNPq- DCR Universidade Federal do Ceará
_______________________________________________
Profª Drª. Regilda Saraiva dos Reis Moreira Araújo
Universidade Federal do Piauí
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela sua presença constante em minha vida, conduzindo meus passos
razão pela qual consegui chegar até aqui.
A Nossa Senhora das Graças, pela sua inestimada presença e bênção emanada do
céu nos momentos em que recorri a vós.
Ao professor José Maria Correia da Costa, pelo apoio, incentivo, orientação e ensino
no decorrer do curso de mestrado e principalmente, pela dedicação, compreensão e
carinho que sempre teve comigo.
Ao professor Geraldo Arraes Maia, pelas contribuições durante o curso de mestrado,
na avaliação e conclusão deste trabalho.
Ao amigo Paulo Henrique Machado de Sousa, pela amizade, pela enorme paciência
e ajuda durante a realização e conclusão deste trabalho.
As professoras Regilda Saraiva dos Reis Moreira Araújo e Elisabeth Mary Cunha da
Silva pelo apoio e acompanhamento durante a conclusão final desse trabalho.
A professora Evânia Altina Teixeira de Figueiredo, pelas análises feitas no
Laboratório de Microbiologia.
A Professora Ana de Fátima Urano, pelo apoio na análise de fibra alimentar.
Ao Professor Fernando pelas as análises feitas no laboratório de solos.
Aos demais professores do curso de mestrado, por compartilharem seus
conhecimentos.
Ao Paulo Mendes, secretário do curso de mestrado, pela colaboração no decorrer do
curso e realização deste trabalho.
Ao meu pai, minha mãe, e meu irmão pelo apoio, paciência, e amor que me deram
durante todo esse período.
Ao José Celso, pelo incentivo, compreensão, carinho, saudade, força e amor
durante esse período.
Aos amigos Vandira, D. Hilda, Marina e Armando pela colaboração e apoio durante
a realização deste trabalho no Laboratório de Frutos, os meus sinceros
agradecimentos.
As amigas Aline, Gerusa, Daniele, Daniela, Ana Paula, Tatyane, Patrícia, Giovana,
Érica, Anália, Maria, Leiliane, Cyntia, Ana Valquíria, pela amizade verdadeira, força,
encorajamento, compreensão, apoio e perseverança durante o curso de mestrado,
assim como também, durante a realização e conclusão deste trabalho.
Aos amigos e amigas do curso de mestrado pela convivência fraterna e apoio
durante o período de mestrado.
Aos meus amigos, Julianna, Michelle, tio Weber e tia Lúcia, Fatinha, Luciana, Ivana
e Liana pela força, apoio, compreensão nos momentos de minha ausência e sobre
tudo, por suas orações.
A família Fernandes pelo apoio e ajuda nos momentos mais críticos da conclusão
desse trabalho.
À Fundação Cearense de Amparo a Pesquisa (FUNCAP) pela concessão da bolsa.
Ao Centro de Treinamento e Moagem e Panificação (CERTREM), pelo apoio na
formulação dos biscoitos.
A Fábrica de polpas Kipolpa, pelo material fornecido.
A todos os amigos do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde que compreenderam
todas as minhas ausências.
Aos demais amigos, que direta ou indiretamente também contribuíram para a
realização deste trabalho.
RESUMO
Durante as etapas do processamento da polpa de fruta, são recolhidos materiais
não-aproveitados, os chamados resíduos, tais como as frutas refugadas, cascas e
centros das frutas, as sementes, os caroços e o bagaço. O volume de perdas pós-
colheita é bastante considerável, e o aproveitamento dos resíduos de frutas
tropicais, é uma alternativa para a redução dessas perdas. Diante do exposto, o
presente trabalho objetivou desenvolver um novo produto alimentício, biscoito tipo
cookies, com adição de pós alimentícios de resíduos de frutas tropicais, além de
caracterizar a qualidade físico–química, mineral e microbiológica dos pós
alimentícios obtidos dos resíduos dessas frutas, adicionar estes pós em diversas
concentrações na formulação de biscoitos tipo cookies, avaliar a composição físico–
química dos biscoitos produzidos e verificar a aceitação por meio de análise
sensorial do produto nas diversas concentrações de pós adicionados
. O material
utilizado foi o bagaço de caju e o bagaço da goiaba, obtidos do processamento de
polpa de fruta congelada e, transformadas em pós alimentícios, pelo método de
secagem. Os biscoitos tipo cookies foram formulados com adição de
5%,10%,15%,20% de pós alim
SUMMARY
During the stages of the processing of the fruit pulp, they are collected material not-
used to advantage, the calls residues, such as the refugadas fruits, rinds and centers
of the fruits, the seeds, the caroços and the bagasse. The volume of losses after-
harvest is sufficiently considerable, and the exploitation of the residues of tropical
fruits, is an alternative for the reduction of these losses. Ahead of the displayed one,
the present work objectified to develop a new nourishing product, biscuit type
cookies, with addition of after nourishing of residues of tropical fruits, beyond
characterizing the quality physicist-chemistry, microbiological mineral and of the ones
after nourishing gotten of the residues of these fruits, to add these after in diverse
concentrations in the biscuit formularization type cookies, to evaluate the composition
physicist-chemistry of produced biscuits and to verify the acceptance by means of
sensorial analysis of the product in the diverse added concentrations of after. The
used material was the cashew bagasse and the bagasse of guava, gotten of the pulp
processing of frozen fruit e, transformed into after nourishing, for the drying method.
The biscuits type cookies had been formulated with addition of 5%, 10%, 15%, 20%
of after nourishing gotten of residues of cashew and guava (in relation to the all up
weight of the wheat flour) and the control (without dust). From the results gotten with
the analyses physicist-chemistries it can be considered that after nourishing of the
residues of cashew and goiaba they are good sources of vitamin C and reducing
sugar. Beyond they present high dietary staple fibre index. The mineral analysis
showed that after nourishing good principal sources of iron and zinc can be
considered. In relation to the microbiological determination, all the analyzed samples
had taken care of the hygienical-sanitary conditions established by the legislation in
vigor. The chemical characteristics and physicist-chemistries of biscuits formulated
with addition of after nourishing gotten of cashew residues had presented significant
variations in the parameter of pH. In the sensorial analysis a linear decrease with the
increase of the concentration of the nourishing dust gotten of cashew residue was
observed for all the evaluated attributes. The chemical characteristics and physicist-
chemistries of biscuits formulated with addition of after nourishing gotten of residues
of guava had presented significant variations in the parameters of pH and protein. In
the sensorial analysis a linear increase for the flavor attributes was observed, texture,
global impression and intention of purchase with the increase of the concentration of
the gotten nourishing dust of residue of guava. Thus it can be concluded that the
exploitation of the residues of tropical fruits (cashew and guava) becomes important
for the combat wastefulness, and the use of these residues for the development of
new nourishing products would be an option to add nutritional value to biscuits.
Word-key: Residue fruits; Nourishing dust; Biscuit
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01: Fluxograma geral de produção de polpa de fruta na indústria de frutas.
.............................................................................................................................. 24
FIGURA 02: Procedimento para obtenção do pó alimentício dos resíduos de frutas
tropicais................................................................................................................. 34
FIGURA 03: Procedimento para obtenção do biscoito tipo cookies com adição de
pós alimentícios obtidos de resíduos de frutas tropicais. ...................................... 43
FIGURA 04: Ficha de avaliação sensorial das amostras de biscoitos formulados com
adição dos pós alimentícios obtidos de resíduos de caju e goiaba....................... 45
FIGURA 05: Variação do pH do biscoito tipo cookies adicionado com resíduo de
caju........................................................................................................................ 57
FIGURA 06: Variação de umidade do biscoito tipo cookies adicionado com resíduo
de caju................................................................................................................... 58
FIGURA 07: Variação do percentual de cinzas do biscoito tipo cookies adicionado
com resíduo de caju.............................................................................................. 59
FIGURA 08: Variação do percentual de proteínas do biscoito tipo cookies adicionado
com resíduo de caju.............................................................................................. 60
FIGURA 09: Variação do percentual de lipídios do biscoito tipo cookies adicionado
com resíduo de caju.............................................................................................. 61
FIGURA 10 -Sabor, textura e impressão global nas amostras de biscoito tipo cookies
adicionados de pó alimentício obtido de resíduo de caju em diferentes
concentrações. ..................................................................................................... 62
FIGURA 11: Intenção de compra das amostras de biscoito tipo cookies adicionados
de pó alimentício obtido de resíduo de caju em diferentes concentrações. .......... 64
FIGURA 12: Variação do pH do biscoito tipo cookies adicionado com resíduo
de goiaba............................................................................................................... 66
FIGURA 13: Variação de umidade do biscoito tipo cookies adicionado com resíduo
de goiaba............................................................................................................... 66
FIGURA 14: Variação do percentual de cinzas do biscoito tipo cookies adicionado
com resíduo de goiaba.......................................................................................... 67
FIGURA 15: Variação do percentual de proteínas do biscoito tipo cookies adicionado
com resíduo de goiaba.......................................................................................... 68
FIGURA 16: Variação do percentual de lipídios do biscoito tipo cookies adicionado
com resíduo de goiaba.......................................................................................... 69
FIGURA 17: Sabor, textura e impressão global nas amostras de biscoito tipo cookies
adicionados de pó alimentício obtido de resíduo de goiaba em diferentes
concentrações....................................................................................................... 71
FIGURA 18: Intenção de compra nas amostras de biscoito tipo cookies adicionados
de pó alimentício obtido de resíduo de goiaba em diferentes concentrações. ...... 73
LISTA DE TABELAS
TABELA 01: Produção Agrícola de Caju e Goiaba no Brasil e no estado do Ceará.
Segundo IBGE (1996). .......................................................................................... 20
TABELA 02: Quantidade de castanha de caju produzida no Brasil e Regiões
Geográficas no ano de 2005. ................................................................................ 21
TABELA 03: Quantidade de goiaba produzida no Brasil e Regiões Geográficas no
ano de 2005. ......................................................................................................... 22
TABELA 04: Formulação básica dos biscoitos tipo cookies.................................. 41
TABELA 05: Formulação desenvolvida para elaboração de biscoitos tipo cookies
com adição de pós alimentícios de resíduo de frutas............................................ 41
TABELA 06: Distribuição granulométrica dos pós alimentícios obtidos dos resíduos
de caju e de goiaba. .............................................................................................. 47
TABELA 07: Valores de vitamina C, acidez, pH e sólidos solúveis dos pós
alimentícios obtidos dos resíduos de caju e goiaba .............................................. 48
TABELA 08: Parâmetros físico-químicos dos pós alimentícios obtidos dos resíduos
de caju e goiaba. ................................................................................................... 49
TABELA 09: Composição mineral dos pós alimentícios obtidos dos resíduos de caju
e de goiaba............................................................................................................ 52
TABELA 10: Qualidade microbiológica dos pós alimentícios obtidos dos resíduos de
caju e goiaba......................................................................................................... 55
TABELA 11: Resultados da análise de variância - Anova e da regressão para os
parâmetros físico-químicos biscoito do tipo cookies obtidos de resíduo de caju. . 56
TABELA 12: Resultados da análise de variância - Anova e da regressão para os
atributos sensoriais do biscoito do tipo cookies obtidos de resíduo de caju.......... 62
TABELA 13: Valores médios das avaliações sensoriais dos biscoitos tipo cookies
formulados com adição de pós alimentícios obtidos de resíduos de caju em
diferentes concentrações. ..................................................................................... 63
TABELA 14: Resultados da análise de variância - Anova e da regressão para os
parâmetros físico-químicos do biscoito do tipo cookies obtidos de resíduo de goiaba.
.............................................................................................................................. 65
TABELA 15: Resultados da análise de variância - Anova e da regressão para os
atributos sensoriais do biscoito do tipo cookies obtidos de resíduo de goiaba. .... 71
TABELA 16: Valores médios das avaliações sensoriais dos biscoitos tipo cookies
formulados com adição de pós alimentícios obtidos de resíduos de goiaba em
diferentes concentrações. ..................................................................................... 72
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................ 07
LISTA DE TABELAS ............................................................................................. 09
1.0 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 14
2.0 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................... 17
2.1 CAJU.......................................................................................................... 17
2.2 GOIABA ..................................................................................................... 18
2.3 PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE CAJU E GOIABA..................... 20
2.4 RESÍDUOS DA AGROINDÚSTRIA DE FRUTAS TROPICAIS.................. 22
2.5 BISCOITO TIPO COOKIES ....................................................................... 25
2.6 FIBRA ALIMENTAR................................................................................... 27
2.7 CONTROLE DE QUALIDADE ................................................................... 30
3.0 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................... 33
3.1 MATERIAIS................................................................................................ 33
3.1.1 INGREDIENTES DO BISCOITO TIPO COOKIES............................. 33
3.1.2 OBTENÇÃO DO AÇÚCAR INVERTIDO............................................ 33
3.2 METODOLOGIA ........................................................................................ 33
3.2.1 OBTENÇÃO E ANÁLISES DOS PÓS ALIMENTÍCIOS ..................... 33
3.2.1.1 ACONDICIONAMENTO DOS RESÍDUOS................................ 34
3.2.1.2 PREPARAÇÃO DOS RESÍDUOS PARA SECAGEM ............... 34
3.2.1.3 SECAGEM ................................................................................ 34
3.2.1.4 TRITURAÇÃO E PENEIRAMENTO DOS RESÍDUOS.............. 34
3.2.1.5 ACONDICIONAMENTO DOS PÓS ALIMENTÍCIOS................. 35
3.2.2 ANÁLISES GRANULOMÉTRICAS DOS PÓS ALIMENTÍCIOS ........ 35
3.2.3 ANÁLISES FÍSICO–QUÍMICAS DOS PÓS ALIMENTÍCIOS ............. 35
3.2.3.1 ACIDEZ ..................................................................................... 35
3.2.3.2 AÇÚCARES REDUTORES, NÃO REDUTORES E TOTAIS..... 35
3.2.3.3 pH.............................................................................................. 36
3.2.3.4 SÓLIDOS SOLÚVEIS (°BRIX) .................................................. 36
3.2.3.5 VITAMINA C.............................................................................. 36
3.2.3.6 LIPÍDEOS.................................................................................. 37
3.2.3.7 FIBRA BRUTA........................................................................... 37
3.2.3.8 FIBRA ALIMENTAR .................................................................. 38
3.2.3.9 UMIDADE.................................................................................. 38
3.2.3.10 CINZAS ................................................................................... 38
3.2.3.11 PROTEÍNA.............................................................................. 38
3.2.4 ANÁLISE DE MINERAIS DOS PÓS ALIMENTÍCIOS........................ 39
3.2.4.1 SÓDIO E POTÁSSIO ................................................................ 39
3.2.4.2 CÁLCIO, FERRO, MANGANÊS, COBRE E ZINCO.................. 39
3.2.5 ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS DOS PÓS ALIMENTÍCIOS........... 39
3.3 PROCESSAMENTO DOS BISCOITOS TIPO COOKIES .......................... 40
3.3.1 ANÁLISES FÍSICO–QUÍMICAS E SENSORIAL DOS BISCOITOS TIPO
COOKIES ................................................................................................... 43
3.3.1.1 ANÁLISES FÍSICO–QUÍMICAS DO BISCOITO TIPO COOKIES 43
3.3.1.1.1 pH................................................................................... 44
3.3.1.1.2 UMIDADE....................................................................... 44
3.3.1.1.3 CINZAS .......................................................................... 44
3.3.1.1.4 PROTEÍNAS................................................................... 44
3.3.1.1.5 LIPÍDIOS ........................................................................ 44
3.3.1.2 ANÁLISE SENSORIAL DOS BISCOITOS TIPO COOKIES...... 44
3.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA............................................................................ 45
4.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................... 47
4.1 PÓ ALIMENTÍCIO...................................................................................... 47
4.1.1CARACTERIZAÇÃO GRANULOMÉTRICA DOS PÓS ALIMENTÍCIOS
OBTIDO DE RESÍDUOS DE FRUTAS TROPICAIS................................... 47
4.1.2 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DOS PÓS ALIMENTÍCIOS
OBTIDO DE RESÍDUOS DE FRUTAS TROPICAIS................................... 48
4.1.3 CARACTERIZAÇÃO MINERAL DOS PÓS ALIMENTÍCIOS OBTIDO DE
RESÍDUOS DE FRUTAS TROPICAIS ....................................................... 52
4.1.4 QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DOS PÓS ALIMENTÍCIOS OBTIDO
DE RESÍDUOS DE FRUTAS TROPICAIS ................................................. 54
4.2 BISCOITO TIPO COOKIES FORMULADO COM PÓ DE RESÍDUO DE CAJU
......................................................................................................................... 56
4.2.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO–QUÍMICA DO BISCOITO TIPO COOKIES
COM ADIÇÃO DO PÓ OBTIDO DE RESÍDUO DE CAJU.......................... 56
4.2.1.1 PH ............................................................................................. 56
4.2.1.2 UMIDADE.................................................................................. 57
4.2.1.3 CINZAS ..................................................................................... 58
4.2.1.4 PROTEÍNAS.............................................................................. 59
4.2.1.5 LIPÍDIOS ................................................................................... 60
4.2.2 ANÁLISE SENSORIAL DO BISCOITO FORMULADO COM ADIÇÃO DO
PÓ DE RESÍDUO DE CAJU....................................................................... 61
4.3 BISCOITO TIPO COOKIE FORMULADO COM PÓ DE RESÍDUO DE
GOIABA ........................................................................................................... 65
4.3.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO–QUÍMICA DO BISCOITO TIPO COOKIES
COM ADIÇÃO DO PÓ OBTIDO DE RESÍDUO DE GOIABA ..................... 65
4.3.1.1 pH.............................................................................................. 65
4.3.1.2 UMIDADE.................................................................................. 66
4.3.1.3 CINZAS ..................................................................................... 67
4.3.1.4 PROTEÍNAS.............................................................................. 68
4.3.1.5 LIPÍDIOS ................................................................................... 69
4.3.2 ANÁLISE SENSORIAL DO BISCOITO FORMULADO COM ADIÇÃO
DO PÓ OBTIDO DE RESÍDUO DE GOIABA ........................................ 70
5.0 CONCLUSÃO ................................................................................................. 75
6.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 76
14
1.0 INTRODUÇÃO
A vasta extensão territorial e a diversidade de clima e de solo colocam o
Brasil em posição privilegiada em relação aos demais países do mundo, na
produção de frutas, possibilitando a exploração econômica de inúmeras espécies de
frutos de clima tropical, subtropical e temperado (PASSOS e SOUSA, 1994).
A importância econômica da fruticultura para as diversas regiões do Brasil
não pode ser medida apenas através de dados estatísticos. O segmento está entre
os principais geradores de renda, de empregos e de desenvolvimento rural. Os
excelentes índices de produtividade e os resultados comerciais obtidos nas últimas
safras são fatores que demonstram a vitalidade desse setor, que veio para ficar e
para se desenvolver (BELING, 2005).
A fruticultura mundial foi responsável pela produção de 504,966 milhões de
toneladas em 2005, sendo o Brasil o terceiro maior produtor de frutas, com uma
produção acima de 35 milhões de toneladas, cerca de 5% da mundial, ficando atrás
apenas da China e da Índia (FAO, 2006), sendo prioritariamente destinada a suprir o
mercado interno. Deste total, apenas 2,3% da colheita são exportados, o que
corresponde a 827.708 toneladas (ANUÁRIO, 2006).
O Nordeste brasileiro possui condições climáticas que proporcionam ampla
variedade de frutas tropicais. A conversão destas frutas em sucos, polpas e outros
produtos possibilitam a utilização do excedente destas frutas frescas. Estas frutas e
seus sucos, conhecidas pelos seus sabores exóticos e por serem ricas em
vitaminas, se firmaram no mercado externo graças às mudanças do hábito alimentar,
principalmente nos Estados Unidos e Europa (OLIVEIRA et al., 1998).
A importância do papel que as frutas desempenham na dieta humana reside
não somente no seu valor alimentício, como elemento necessário para o bom
funcionamento dos órgãos digestivos, age também, como fonte de sais minerais
indispensáveis à formação do corpo como ossos, dentes e o sangue. O que realça
nas frutas é que elas são fontes de vitaminas que regulam quase todas as funções
do organismo. Além disso, as frutas muito contribuem para a variação da
alimentação e, pela sua convidativa apresentação, aumenta a estética da mesa,
excitando desta forma, o apetite (MURAYAMA, 2000).
As frutas tropicais são utilizadas como matéria-prima para a fabricação de
diversos produtos alimentícios, destacando-se mais recentemente a polpa de fruta
15
congelada de ampla aceitação entre os consumidores, sendo utilizada para a
elaboração de sucos e refrescos comercializados em lanchonetes, escolas,
restaurantes, além do consumo doméstico. Ressalta-se ainda que o citado produto
substitui a fruta in natura no preparo de néctares, doces, geléias, sorvetes e
apresenta a vantagem de ser encontrado no mercado no período de entressafra das
frutas (EMBRAPA, 2003).
Uma das vantagens da industrialização da polpa das frutas é a possibilidade
de consumo, em todo o país, de frutas provenientes das regiões Norte e Nordeste,
algumas dessas já cobiçadas pelo mercado externo. Porém o nível tecnológico
empregado neste setor varia muito de acordo com o tipo de empresa, sendo que,
em muitos casos, a qualidade do produto fica comprometida pela falta de
informações básicas a respeito de como obter um produto de qualidade, levando-se
em conta aspectos físicos, químicos, físico-químicos, microbiológicos, nutricionais e
sensoriais (EMBRAPA, 2003).
Durante as etapas do processamento da polpa de fruta, são recolhidos
materiais não-aproveitados na produção industrial, os chamados resíduos, tais como
as frutas refugadas, cascas e centros das frutas, as sementes, os caroços e o
bagaço (EMBRAPA, 2003). Devido tanto ao crescimento deste mercado quanto ao
crescimento do mercado de frutas de uma maneira geral, houve um grande aumento
na produção de resíduos agro 6> indusis03)o 6>stomo pomo
16
destacando por possuírem vários atrativos, tais como: grande consumo, boa
aceitação pelos consumidores e relativamente longa vida de prateleira (VIEIRA,
2001).
Como a cada dia esses produtos são mais procurados no mercado
consumidor, cresce o interesse em formular biscoitos tipo cookies com adição de
pós alimentícios obtidos de resíduos de frutas tropicais, rico em fibras, objetivando a
redução das perdas desses resíduos, além de contribuir para o desenvolvimento de
novos produtos alimentícios.
Este trabalho teve como objetivo desenvolver produtos alimentícios,
biscoitos tipo cookies, com adição de pós alimentícios de resíduos de caju e goiaba,
visando o aproveitamento de subprodutos de frutas e o aumento do valor nutricional.
Além de caracterizar a qualidade físico–química, mineral e microbiológica dos pós
alimentícios obtidos dos resíduos de frutas, adicionar estes pós em diversas
concentrações na formulação de biscoitos tipo cookies, avaliar a composição físico–
química dos biscoitos produzidos e realizar análise sensorial de aceitabilidade do
produto nas diversas concentrações de pós adicionados
.
17
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. CAJU
O cajueiro é cultura de grande importância econômica, tanto pelo fato de
seus frutos serem consumidos in natura como pela sua industrialização, resultando
em sucos e outros produtos bastante consumidos nos mercados interno e externo.
Atualmente é cultivado em diversos países, destacando-se pela produção Índia,
Brasil, Moçambique e Tanzânia (PETINARI e TARSITANO, 2002). Associado ao
caráter social e econômico do cajueiro, existe ainda a característica de tolerância à
seca, credenciando-o como uma espécie capaz de gerar riquezas e ser importante
para fixar o homem no campo (SEAGRI/CE, 2002).
O cajueiro (Anacardium occidentale, L.), pertence à família Anacardiaceae,
que inclui árvores e arbustos tropicais e subtropicais. O fruto do cajueiro,
denominado de caju, é composto pela castanha, que é o verdadeiro fruto e o
pedúnculo, que é o pseudofruto (CRISÓSTOMOS et al., 2001).
De grande variabilidade genética, o cajueiro vem sendo estudado em dois
grupos, comum e anão, sendo definidos em função do porte das plantas. O tipo
comum, também conhecido como gigante, é o mais difundido, apresentando porte
elevado, altura entre 8 e 15 m e envergadura (medida da expansão da copa) que
pode atingir até 20 m. A capacidade produtiva individual é muito variável, com
plantas que produzem abaixo de 1 kg até próximo de 180 kg de castanha por safra.
O tipo anão caracteriza-se pelo porte baixo, altura inferior a 4 m, copa homogênea,
diâmetro do caule e envergadura de copa inferiores ao do tipo comum, precocidade
etária, iniciando o florescimento entre 6 e 18 meses (CRISÓSTOMO et al., 2001).
Além de ser consumido ao natural, o caju pode ser preparado em forma de
suco simples ou de sorvetes, cajuína (suco fresco, clarificado, engarrafado e cozido
em banho–maria), doces em calda ou pasta, licores, vinhos, xaropes e vinagres.
A composição do caju é bastante complexa e, se por um lado, a presença de
vitaminas, taninos, sais minerais, ácidos orgânicos e carboidratos tornam o caju um
alimento importante nestes aspectos, por outro lado é responsável pela sua alta
perecibilidade, exigindo cuidados especiais para a estocagem, transporte, limpeza e
processamento. Segundo Figueiredo (2000), ocorre uma série de transformações
18
físicas e químicas durante o desenvolvimento e maturação do pedúnculo de
cajueiro.
Cerca de 90% das necessidades de vitamina C do homem, advém de frutos
e hortaliças (AGUIAR, 2001). O pedúnculo de caju maduro apresenta valores que
variam de 156 a 455 mg / 100 mL de suco (FIGUEIREDO, 2000), valores
considerados altos quando comparados às doses recomendadas para ingestão
diária, que variam de 30 a 50 mg / dia (BRASIL, 2005).
O caju é uma das frutas que apresentam maior teor de vitamina C (ácido
ascórbico), sendo superada apenas pela acerola e mais recentemente pelo “Camu-
Camu”, fruto da região Amazônica (SOARES, 1996).
A composição dos frutos pode variar dependendo de vários fatores, como: a
variedade, solo, safra, grau de maturidade e condições climáticas. As características
químicas do pedúnculo de caju em 100g são compostas por energia (50,00 cal);
sólidos solúveis (11,60 ºBrix); acidez (0,35 % ac.cítrico); açúcares totais (8,00 %); pH
(3,90); cinzas (0,33 g); proteínas (0,80 g); lipídios (0,20 g); carboidrato (11,40 g)
(IBGE, 1999; FRANCO, 2001).
2.2. GOIABA
A goiaba (Psidium guajava, L.) é um dos frutos de maior importância nas
regiões subtropicais e tropicais, não só devido ao seu elevado valor nutritivo, mas
pela excelente aceitação do consumo in natura, sua grande aplicação industrial,
como também, porque pode se desenvolver em condições adversas de clima
(GONGATTI NETTO et al., 1996).
Os frutos quando maduros são muito aromáticos e variáveis em seu
tamanho, forma, sabor e peso. A cor da polpa dos frutos pode apresentar diversas
tonalidades: branca, creme, amarelada, amarelo-ouro, rósea, vermelha-escura. A
polpa é sucosa e doce, com numerosas sementes reniformes, duras, com tamanho
de 2 a 3 mm (NETO, 1995; ZAMBÃO, 1998).
A goiaba é uma fruta considerada muito importante dentro do contexto da
fruticultura brasileira e encontrando-se em expansão. Embora a sua produção no
Brasil represente aproximadamente 280 mil toneladas, concentradas nos meses de
fevereiro e março, a comercialização da fruta ocorre o ano todo. O aumento no
consumo está associado à grande divulgação das qualidades nutricionais da fruta.
19
Por se tratar de uma fruta altamente perecível, o conhecimento de sua fisiologia pós-
colheita é fundamental para o emprego adequado de tecnologias, visando aumentar
o período de conservação. Após a colheita de frutas e hortaliças inicia-se uma série
de processos degradativos que aceleram a senescência, causando perdas de
grande parte da produção. Diversas dessas perdas podem ser atribuídas à ação de
enzimas durante a pós-colheita (ZANATTA, 2006).
A goiaba pode ser consumida ao natural, mas também é excelente para
se preparar doces em pastas, sorvetes, coquetéis e a tão conhecida goiabada. Ao
natural contém bastante vitamina C e quantidades razoáveis de pró-vitamina A e do
complexo B, além de sais minerais, como cálcio, fósforo e ferro. De modo geral, não
tem muito açúcar e quase nenhuma gordura, sendo indicada para qualquer tipo de
dieta e, de preferência, deve ser comida crua, pois é a forma em que conserva todas
as suas propriedades nutritivas. É contra-indicada apenas para pessoas que tenham
o aparelho digestivo delicado ou com problemas intestinais (MEDINA et al., 1980).
Graças aos esforços da Associação Brasileira dos Produtores de Goiaba -
Goiabrás, muito tem sido descoberto a respeito da goiaba nos últimos tempos,
sobretudo em relação aos benefícios que o consumo da fruta pode trazer à saúde
humana. Dessa forma, sabemos agora que a goiaba constitui, das normalmente
consumidas, a fruta mais rica em licopeno, o carotenóide que tem recebido atenção
internacional pela possível capacidade de atuar na prevenção e combate a
diferentes tipos de câncer. Sabe-se também que a goiaba é uma fruta rica em zinco,
fibras, niacina e vitamina E, cada qual desempenhando papel significativo na
manutenção da saúde humana. Da mesma forma, a goiaba apresenta de três a
quatro vezes o teor de vitamina C da laranja. Além do mais, mostra teores elevados
também de selênio, cobre, fósforo, magnésio, cálcio, ferro, ácido fólico e vitaminas
A, B1, B2 e B6 (TODA FRUTA, 2003).
Dentre as frutas tropicais, a goiaba é uma das mais apreciadas, pelas suas
características de sabor e aroma e pelo seu elevado valor nutritivo, a goiaba contém
quatro vezes mais vitamina C do que a laranja, quatro vezes mais cálcio do que o
tomate. Além disso, é rica em fibras, vitamina E e licopeno, com o dobro da
quantidade presente no tomate (MATTIUZ, 2004).
Segundo a USDA (2006), a goiaba apresenta a seguinte composição
nutricional por 100 g da fruta: água (80,80 g), energia (68 Kcal); proteína (2,55 g);
20
lipídios (0,95 g); cinzas (1,39 g); carboidrato (14,32 g); fibra (5,4 g); vitamina C
(228,3 mg).
2.3 PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE CAJU E GOIABA
A integração das economias mundiais e a abertura comercial
proporcionaram o crescimento das exportações da maioria dos países
industrializados. Nos últimos anos a balança comercial brasileira apresentou
incrementos significativos, em razão, principalmente, do desempenho do
agronegócio (VIANA et al., 2006).
De acordo com dados do Anuário (2006), as exportações brasileiras de
frutas frescas tiveram um aumento de 19,3% em 2005, alcançando US$ 440,128
milhões, enquanto em 2004 o índice foi de US$ 369,755 milhões.
A fruticultura mundial foi responsável pela produção de 504,966 milhões de
toneladas em 2005, sendo o Brasil o terceiro maior produtor de frutas, com cerca de
7,5% da produção mundial, ficando atrás apenas da China e da Índia (FAO, 2006). A
produção brasileira de frutas é de 38 milhões de toneladas, cujo valor bruto situa-se
entre US$ 5,4 e 5,8 bilhões, sendo prioritariamente destinada a suprir o mercado
interno. Deste total, apenas 2,3% da colheita é exportada, o que corresponde a
827.708 toneladas (ANUÁRIO, 2006).
A Tabela 01 apresenta os dados referentes à produção agrícola dos frutos
selecionados para este trabalho no Brasil e no Estado do Ceará.
TABELA 01: Produção Agrícola de Caju e Goiaba no Brasil e no estado do Ceará.
Segundo IBGE (1996).
Quantidade Produzida
Frutos
Quantidade (ton.)
Caju (fruto) Goiaba
1.680.376 852.207
835.397 13.645
Brasil e Unidade de
Federação
Brasil
Ceará
Segundo IBGE (1996) o destino da produção de castanha de caju na forma
in natura foi de 15% e para a industrialização o percentual chegou a 85%. Já com
21
relação o direcionamento da produção de goiaba no ano de 1996, foi 57%
comercializado sob a forma in natura e 43% da produção de goiaba foi
industrializado.
O cajueiro é considerado uma das culturas de maior importância econômica
do Nordeste, sendo cultivada principalmente nos Estados do Ceará (68%), Rio
Grande do Norte (11%) e Piauí (8%) (MAIA et al., 2001).
Em anos normais o Ceará, oferece 85.000 t/ano de castanha, como matéria-
prima para as indústrias, enquanto que o estado do Piauí contribui com 50.000 t/ano
e o Rio Grande do Norte com 30.000 t/ano. Os maiores produtores em 2001 foram o
Ceará com 54,2% da produção nacional, seguido por Piauí e Rio Grade do Norte
com 22,4 e 20,8%, respectivamente. O Maranhão participou com apenas 2,6% do
total (SEAGRI/CE, 2002).
Embora o caju alcance preços elevados nos principais centros de consumo
brasileiros, o pedúnculo ainda não oferece retorno econômico para a maioria dos
produtores, estimando-se que somente 5% da produção sejam industrialmente
aproveitadas (ALVES e FILGUEIRAS, 2002), o que potencializa o desenvolvimento
de novos produtos para minimizar esta realidade na agroindústria.
A Tabela 02 apresenta o ranking do Brasil, região Nordeste e estado do
Ceará em relação à produção de castanha de caju, segundo dados coletados no
IBGE de produção agrícola municipal do ano de 2005.
TABELA 02: Quantidade de castanha de caju produzida no Brasil e Regiões
Geográficas no ano de 2005.
Brasil e Região Geográfica Tonelada
Brasil 152.751
Nordeste 150.679
Ceará 660.90
Fonte: IBGE, 2007 - Produção Agrícola Municipal
O Brasil situa-se entre os principais produtores mundiais de goiaba. A alta
perecibilidade juntamente com a baixa disponibilidade de armazenagem durante os
meses de pico de processamento contribui para grandes perdas pós-colheita deste
produto, contudo, estudos indicam que há um considerável potencial de exportação
para frutas tropicais e seus produtos, principalmente a expansão da demanda dos
22
denominados alimentos exóticos no qual a goiaba está inclusa (ARAÚJO et al.,
2002).
A área colhida com goiaba no ano de 2001 foi de 14.206 hectares no Brasil,
em 2005 a área colhida aumentou passou para 16.308 hectares. A área plantada no
ano de 2001 foi de 14.387 hectares e no ano de 2004 foi de 18.826 hectares, já o
ano de 2005 a área plantada com goiaba baixou para 16.399 hectares (IBGE, 2007).
A quantidade produzida em 2005 foi de 345.533 toneladas no Brasil, sendo
156.886 toneladas na região Nordeste (TABELA 3) e 5.073 toneladas no Ceará,
segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2007).
TABELA 03: Quantidade de goiaba produzida no Brasil e Regiões Geográficas no
ano de 2005.
Brasil e Região Geográfica Tonelada
Brasil 345.533
Nordeste 156.886
Sudeste 142.200
Centro-Oeste 31.586
Sul 10.429
Norte 4.432
Fonte: IBGE, 2007 - Produção Agrícola Municipal
2.4 RESÍDUOS DA AGROINDÚSTRIA DE FRUTAS TROPICAIS
Como sintoma de desorganização e desestruturação, o desperdício está
incorporado à cultura brasileira, ao sistema de produção, à engenharia do país,
provocando perdas irrecuperáveis na economia, ajudando o desequilíbrio do
abastecimento, diminuindo a disponibilidade de recursos para a população
(BORGES, 1991).
Segundo Melo (2006), o consumo brasileiro de frutas in natura ainda é baixo,
47 quilos per capita/ano, o que representa um percentual pequeno, considerando a
produção anual de 35 milhões de toneladas de frutas, o que dá uma sobra de pelo
menos 30 milhões de toneladas. Desse total, excluindo o que é usado para a
produção de suco e polpa, o resto é perda, na faixa de 30% a 40%.
23
Atualmente, a produção de frutas destina-se a atender à demanda por frutas
frescas, no entanto, existe uma tendência mundial para o mercado de produtos
transformados, como conservas, sucos, geléias e doces. Entretanto, segundo dados
da FAO, citados por Bartholo (1994), nos países em desenvolvimento, como é o
caso do Brasil, as perdas pós-colheita de frutas frescas são estimadas em torno de
20 a 50%. Em geral, calcula-se também que, do total de frutas processadas, sejam
gerados, na produção de sucos e polpas, 40% de resíduos agroindustriais para as
frutas manga, acerola, maracujá e caju. Constantemente, as agroindústrias investem
no aumento da capacidade de processamento, gerando grandes quantidades de
subprodutos, que, em muitos casos, são considerados custo operacional para as
empresas ou fonte de contaminação ambiental (LOUSADA et al., 2005).
Uma das maiores preocupações manifestadas pelos produtores se referem
ao aproveitamento do resíduo obtido como subproduto da utilização dos frutos
(extração de polpas). Este resíduo é composto, dependendo do tipo da fruta
processada, da casca, caroço ou sementes e bagaço. Com o crescimento desta
atividade, agravaram-se os problemas, devido ao acúmulo gerado por estes
resíduos que na maioria das fábricas é desperdiçado. Alguns produtores conscientes
tentam minimizar este impacto ambiental, destinando estes resíduos à produção de
fertilizantes ou ração animal (LIMA, 2001).
Os resíduos da agroindústria de frutas tropicais consistem em casca,
sementes e bagaços gerados como efluentes na produção de sucos, polpas e/ou
qualquer processamento utilizado.
As etapas da produção de uma polpa de frutas, onde são gerados estes
resíduos, variam muito de acordo com o tipo de fruta utilizada, mas um esquema
geral é mostrado na figura 01.
24
RECEPÇÃO E PESAGEM
LAVAGEM
SELEÇÃO
DESCASCAMENTO.
DESINTEGRAÇÃO/ CORTE.
DESPOLPAMENTO
Casca e/ou
sementes
Bagaço e/ou
sementes
EMBALAGEM
ARMAZENAMENTO
FIGURA 01: Fluxograma geral de produção de polpa de fruta na indústria de frutas.
O processamento de certos frutos como, por exemplo, do caju e da goiaba,
cultivados em larga escala em quase todo o Brasil, levam a uma grande quantidade
de resíduos (cascas, sementes e bagaços), produzidos por toneladas de suco e/ ou
polpas. Portanto, é muito importante que um número cada vez maior de soluções
para o aproveitamento dos mesmos seja proposto, o que somente será possível
incentivando-se o desenvolvimento de pesquisas, que ainda são em número
insuficiente. Essa grande quantidade de resíduos, segundo alguns autores, constitui-
se de 65-70% do peso total dos frutos, com algumas variações conforme a espécie
do fruto (RUGGIERO, 1987). Somente na agroindústria do caju é da ordem de 95%
do pedúnculo que chega aproximadamente 967.458 t/ano (EMBRAPA, 2003)
25
2.5 BISCOITO TIPO COOKIES
De acordo com Resolução RDC nº 263, de 22 de setembro de 2005 da
ANVISA, denomina-se biscoito ou bolacha como sendo o produto obtido pelo
amassamento e cozimento conveniente de massa preparada com farinhas, amidos,
féculas fermentadas, ou não, e outras substâncias alimentícias. Deve obedecer a
característica e composição de aspecto, massa torrada, com ou sem recheio ou
revestimento. cor, cheiro e sabor próprio. Apresentar acidez em solução normal,
máximo de 2,0 mL / 100 g, umidade, máxima de 14,0% p/p e resíduo mineral fixo:
máximo de 3,0% p/p (deduzido o sal) (BRASIL, 2005).
Embora não constitua um alimento básico como o pão, os biscoitos são
aceitos e consumidos por pessoas de qualquer idade. Sua longa vida-de-prateleira
permite que sejam produzidos em grande quantidade e largamente distribuídos. A
farinha de trigo constitui o principal ingrediente das formulações de biscoitos, pois
fornece a matriz em torno das quais os demais ingredientes são misturados para
formar a massa. A farinha para a elaboração de biscoitos deve apresentar taxa de
extração entre 70 e 75%, teor de proteínas entre 8 e 11% e glúten extensível
(GUTKOSKI, 2003).
De acordo com Labuschagne, Claassen e Deventer (1997), biscoitos de boa
qualidade são obtidos a partir da farinha de trigo mole, de baixo teor de proteína
bruta, alta taxa de extração de farinha de quebra e pequeno tamanho de partículas,
sendo a dureza a característica mais importante. Biscoito foi um termo usado para
descrever um pão endurecido de dimensões reduzidas que, guardado durante muito
tempo, se conservava sem se danificar. Seu nome deriva do latim BIS-COCTUS ou
do francês BESCOIT que significa “duas vezes cozido” (WADE, 1988).
Usualmente a palavra biscoito é adotada como um te
26
As dificuldades relacionadas com a produção de cookies são
freqüentemente atribuídas às variações nas propriedades da farinha. A qualidade
tecnológica do produto final depende do desenvolvimento mecânico da massa,
assim como de ser otimizados e devidamente controlados. A textura dos cookies
depende de dois fatores: o uso de uma gordura hidrogenada adequada e da farinha;
geralmente a farinha de trigo mole produz cookies macios (HOSENEY, 1991).
No preparo da massa para o fabrico de cookies, já na primeira etapa, deve-
se ter como preocupação central a uniformidade da massa, com a incorporação de
ar. Visando-se a boa qualidade do produto, propõe-se, como passo preliminar, o
preparo de um creme, misturando-se açúcar e gordura. Esta etapa tem como
objetivo a incorporação de ar na gordura. Em geral, não se deve deixar desenvolver
o glúten durante o amassamento, impedindo-se, assim a formação de produtos mais
duros, ao mesmo tempo em que se favorece a expansão dos cookies (HOSENEY,
1991).
Os ingredientes principais adicionados em maior proporção na formulação
de cookies são farinha, açúcar e gordura, além de água, posteriormente retirada
durante o cozimento. Os demais ingredientes são: açúcar invertido, sal refinado e
fermento químico.
Em muitas regiões onde o trigo cultivado não é suficiente para atender o
consumo da população, a incorporação de outras farinhas ao trigo é empreendida
por razões econômicas (NAVICKS, 1987), sem que se deixe de ressaltar, porém, a
importância da utilização de uma farinha que possa oferecer ao consumidor um
produto de boa qualidade organoléptica e nutricional. Os produtos suplementados
mais freqüentemente são pães, biscoitos e bolos (CHAVAN e KADAN, 1993).
A substituição de parte da farinha de trigo por farelo de arroz, fibra de milho,
resíduos da indústria de cerveja, sementes de girassol, farelo de trigo, casca de
batata e aveia tem sido relatado por vários autores na elaboração de cookies (SILVA
et al., 1998).
Os biscoitos tipo cookie possuem vários atrativos como: grande consumo,
relativamente longa vida de prateleira e boa aceitação, particularmente entre
crianças. Recentemente, os biscoitos tipo cookie têm sido formulados com a
intenção de implementar sua fortificação com fibra ou proteína, devido ao forte apelo
nutricional que existe hoje em dia com relação aos alimentos consumidos (SILVA et
al., 2001).
27
Entretanto, para que uma tecnologia adequada seja desenvolvida, é
necessário que os alimentos escolhidos para formulação de farinhas compostas
sejam pesquisados em relação à composição química, características físicas e
nutricionais. Também se deve considerar que o processo de desenvolvimento e
otimização do produto final envolva a realização de testes sensoriais afetivos (de
consumidores) de forma a se elaborar formulações competitivas e de grande
aceitação (SILVA et al., 2001).
2.6 FIBRA ALIMENTAR
A fibra alimentar é uma fração complexa composta por um conjunto de
componentes presentes nos alimentos vegetais, representados pela soma de lignina
e polissacarídeos (celulose, hemicelulose, pectina, mucilagem e goma), sendo estes
classificados segundo sua solubilidade em água, como solúveis e insolúveis (LOBO
e SILVA, 2001).
A fibra alimentar (fibra dietética), definida recentemente como o somatório de
polissacarídeos e substâncias relacionadas indigeríveis mais a lignina, é o
constituinte de alimentos e de produtos alimentícios que resiste à hidrólise dos sucos
digestivos do homem. A fibra ingerida na alimentação humana não é hidrolisada até
o intestino delgado, mas, já a partir da porção terminal do intestino delgado e,
principalmente, ao alcançar o intestino grosso, a fração solúvel é extensamente
fermentada pela flora natural microbiana, enquanto que a fração insolúvel
permanece quase que totalmente intacta. Em humanos, cerca de 70% da fibra
ingerida na dieta é fermentada. A evolução do conhecimento científico permitiu
concluir que a normalidade digestiva, bem como a prevenção e o tratamento de
doenças como a constipação, a diverticulite, a hipercolesterolemia, a hiperglicemia,
a obesidade, o câncer do intestino grosso e da mama, estão relacionados, em parte,
à ingestão de fibra alimentar (MIKKELSEN et al., 1979; BOLTON et al., 1981; SMITH
et al., 1981; ANDERSON e BRYANT, 1986; SCHNEEMAN, 1987; ROEHRIG, 1988;
SEVA-PEREIRA et al., 1991; SCHWEIZER e EDWARDS, 1992; HERNANDEZ et al.,
1995; RAUPP e SGARBIERI, 1997).
Do ponto de vista químico, os constituintes da fibra alimentar podem ser
divididos em componentes não-glicídicos, polissacarídios não-amidos e amido
resistente. Os componentes não-glicídios somados à celulose, hemiceluloses e
28
substâncias pécticas representam os componentes da parede celular vegetal.
Gomas, muscilagens, polissacarídios não-amido de origem vegetal e bacteriana,
juntamente com o amido resistente representam os demais componentes
(MENEZES e LAJOLO, 2003).
Em geral, as fibras solúveis em água (pectina, gomas, mucilagens e
algumas hemiceluloses) retardam a passagem intestinal, o esvaziamento gástrico e
a absorção da glicose, ajudando a reduzir o colesterol no soro sanguíneo. As fibras
não solúveis em água (lignina, celulose e algumas hemiceluloses) aceleram o
transito intestinal, aumentam o peso das fezes, desaceleram a hidrólise do amido e
retardam a absorção de glicose, contribuindo para a redução do risco de alguns
males do cólon. Embora os alimentos contenham quantidades variáveis dos diversos
tipos de fibras, as insolúveis encontram-se principalmente nos derivados de grãos
inteiros (como o farelo de trigo, alguns cereais matinais e pão integral) e também
nas verduras, enquanto a fibra solúvel é encontrada nos legumes, aveia e frutas,
particularmente as cítricas e a maçã. Uma alimentação convenientemente
balanceada deve incluir alimentos ricos em ambos os tipos de fibras (ALMEIDA,
1997).
As fibras têm diversas funções fisiológicas, tais como: regulação da função
intestinal, prevenção de constipação, melhoramento da flora bacteriana intestinal,
inibição da absorção de substâncias prejudiciais, prevenção de câncer de cólon,
imunoativação, regulação do conteúdo de açúcar no sangue, inibição de secreção
de insulina, inibição de secreção de glicogênio, prevenção de diabetes mellitus,
regulação do conteúdo de gordura no sangue, e do conteúdo de colesterol,
prevenção de formação de cálculo biliar, diminuição na gordura natural, prevenção
de obesidade, e efeito hipotensor (SOUSA et al, 2003).
Atualmente a fibra dietética é considerada alimento funcional, pois
desempenha no organismo funções importantes como intervir no metabolismo dos
lipídios e carboidratos e na fisiologia do trato gastrointestinal, além de assegurar
uma absorção mais lenta dos nutrientes e promover a sensação de saciedade, a
qual é arma contra obesidade (DUTRA e MARCHINI, 1998).
O consumo de alimentos ricos em fibra alimentar é essencial para manter a
saúde e reduzir os riscos de diversas doenças, conforme pesquisas realizadas por
alguns autores (SCHNEEMAN, et al., 1996; SCHIMDT, et al., 2000; MÁRQUEZ, et
al., 2001).
29
Estudos relatam que o consumo de fibra alimentar pode reduzir riscos de
doenças nas populações, destacando-se a prevenção de doenças cardiovasculares
e gastrointestinais, câncer de colón, hiperlipidemias, diabetes e obesidade, entre
outras. As fibras atuam na redução da absorção de glicose sérica. Assim, os
produtos ricos em fibras têm merecido destaque e encorajado pesquisadores da
área de alimentos a estudar novas fontes de fibras e a desenvolver produtos
funcionais (SCWEIZER e WÜRSCH, 1991; SILVA, MENDES e DERIVI, 1988;
SALGADO, GUERRA e MELO FILHO, 1999; TURANO, 2002; CHAU e HUANG,
2004).
As fibras possuem, também, a capacidade de complexar-se com outros
constituintes da dieta através de vários mecanismos, podendo arrastá-los em maior
quantidade na excreção fecal. Dessa forma, as substâncias tóxicas, mas também
nutrientes, podem ser excretados em maior ou menor quantidade, dependendo da
fibra presente na dieta (DAVIES et al., 1991; RAUPP e SGARBIERI, 1997).
É importante também conhecer o tipo de fibra presente em cada alimento,
pelo menos quanto a sua solubilidade em água, tendo em vista que embora hajam
efeitos fisiológicos relacionados com a fração fibra total, existem outros, como a
redução da colesterolemia e da glicemia, que têm sido mais relacionados com a
fração solúvel da fibra (ANDERSON, et al, 2000). Os produtos à base de cereais
apresentam grande variação quanto ao teor de fibra alimentar, pelo fato de que esta
se concentra, em sua maior parte, nas camadas externas do grão, as quais estão
presentes nos produtos integrais, mas ausentes ou muito reduzidas nos refinados.
Também há bastante variação quanto à proporção de fibra solúvel e insolúvel entre
os diferentes cereais e mesmo entre variedades diferentes de um mesmo cereal
(DERIVI, et al., 2001; MENEZES et al., 2001).
O incentivo para o consumo de fibras alimentares na dieta humana foi
marcante a partir da década de 1970 devido, principalmente, aos benefícios para a
saúde atribuídos às fibras. A despeito desse benefício e do crescente incentivo ao
consumo de fibras, estudo, como o citado a seguir, atribuiu a algumas fibras
alimentares efeitos adversos específicos, como o de interferir, a nível digestivo, no
processo da digestão-absorção de nutrientes conjuntamente ingeridos na dieta
(SCHWEIZER e EDWARDS, 1992; JOHANSSON et al., 1999).
Em pessoas saudáveis, foi avaliado o efeito das fibras dietéticas, inulina e de
beterraba, na utilização de nutrientes digestíveis da dieta (CASTIGLIA-DELAVAUD
30
et al., 1998). Ambas as fontes diminuíram entre 1-2% a digestibilidade do nitrogênio
protéico, do lipídeo e da energia da dieta. Não houve diferença entre grupos, que
receberam fibra e o grupo que não recebeu a fibra, para a excreção fecal do
nitrogênio ingerido e para o balanço de nitrogênio, no entanto, a excreção urinária de
nitrogênio foi claramente menor nos grupos que receberam fibra. Os grupos que
receberam fibra apresentaram valores altos para o número de defecações e peso
fecal, que os autores atribuíram ao aumento da hidratação da massa fecal e da
excreção de massa microbiana. A inulina comercial foi totalmente fermentada e a
fibra de beterraba teve um mínimo de fermentação.
2.7 CONTROLE DE QUALIDADE
As indústrias, os intermediários e os consumidores tratam de manter, avaliar
ou controlar a qualidade dos alimentos. Nos primórdios da industrialização, a
avaliação baseava-se em juízos individuais, quando o controle da qualidade era uma
verdadeira arte. Com o avanço tecnológico, a ciência começou a usar técnicas
relacionadas com a física, química, biologia e engenharia para dar suporte à análise
sensorial (MONTEIRO, 1984).
Com a globalização, o controle da qualidade adquiriu grande amplitude e a
produção de serviços e produtos precisou atender normas para garantir a eficiência
do sistema e por questões de mercado a certificação da série de Normas
Internacionais (ISO 9000 e 9004) na empresa tornou-se uma obrigatoriedade
(MONTEIRO, 1984).
O controle de qualidade dos alimentos pode ser efetuado por métodos
subjetivos e objetivos. Os métodos subjetivos são realizados pelos órgãos
sensoriais, ou seja, visão, tato, olfato e gustação, utilizando-se como instrumentos
testes específicos baseados na opinião dos provadores sobre as características dos
produtos, tais como aparência, cor, odor, textura, sabor e aspecto global. Os
métodos objetivos são todos aqueles em que não há interferência do fator individual.
Estão fundamentados em técnicas padronizadas que utilizam instrumentos
específicos para analisar as características de um produto alimentar. Para
determinar a qualidade de produtos alimentícios são empregadas, de acordo com as
normas mundiais, análises físicas, físico-químicas, macroscópicas, microscópica,
toxicológicas e sensoriais (BRASIL, 2005).
31
As medidas físico-químicas têm sido utilizadas para avaliar a composição
química e nutricional dos alimentos e são de grande importância para manter o
consumidor informado sobre os valores nutricionais e de composição dos alimentos,
além de ser usada como ferramenta para determinar o controle de qualidade dos
produtos elaborados.
As análises microbiológicas de alimentos são realizadas com o objetivo de
se diagnosticar um possível agente etiológico causador de surto de infecções e
intoxicações alimentares, para avaliar o grau de contaminação por microrganismos
deteriorantes, ou ainda como orientação, para monitoramento de medidas corretivas
em pontos críticos de controle (FERREIRA, 2002).
A indústria de alimentos tem buscado identificar e atender os anseios dos
consumidores em relação a seus produtos, pois só assim sobreviveram num
mercado cada vez mais competitivo. A análise sensorial tem-se mostrado importante
ferramenta neste processo, envolvendo um conjunto de técnicas diversas
elaboradas com o intuito de avaliar um produto quanto à sua qualidade sensorial, em
várias etapas de seu processo de fabricação. É uma ciência que objetiva,
principalmente, estudar as percepções dos produtos, incluindo sua aceitação ou
rejeição (MINIM, 2006).
A análise sensorial é utilizada para evocar, medir, analisar e interpretar
reações às características de alimentos e outros materiais da forma como são
percebidas pelos sentidos da visão, olfato, gosto, tato e audição (MINIM, 2006).
A análise sensorial pode ser um instrumento muito útil para definir o padrão
de identidade e qualidade do produto que está sendo adquirido, seja no
processamento, seja no produto acabado (FERREIRA, 2002).
A escolha do método para avaliação do produto, segundo Dutcosky, (1996)
está baseada nas respostas às questões relativas ao atendimento do cliente. Para
responder as questões podemos empregar o método de aceitação; testes
discriminativos ou de diferença e análises descritivas.
Os métodos discriminativos são métodos que estabelecem diferenças
qualitativas e/ou quantitativas entre as amostras. Neste grupo estão os testes de
diferença e os de sensibilidade (DUTCOSKI, 1996).
Os métodos descritivos são métodos que descrevem qualitativa e
quantitativamente as amostras. Têm como objetivo caracterizar as propriedades
sensoriais do produto. Os aspectos qualitativos podem ser caracterizados em função
32
do atributo a ser avaliado: características de aparência, de aroma, de sabor e de
textura oral.
33
3.0. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Materiais
Os resíduos selecionados para a realização deste trabalho foram de caju e
de goiaba, obtidos de uma indústria do Estado do Ceará. Os resíduos foram
transportados para o Laboratório de Frutos e Hortaliças do Departamento de
Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal do Ceará – UFC, onde foram
processados em etapas que envolvem acondicionamento à -18ºC, secagem,
trituração, peneiramento e acondicionamento à temperatura ambiente, para
posteriores análises físico–químicas, mineral e microbiológica.
3.1.1 Ingredientes do biscoito tipo cookies
Os ingredientes utilizados na formulação dos biscoitos tipo cookies foram:
farinha de trigo, água, açúcar, gordura vegetal hidrogenada, açúcar invertido, sal
refinado, fermento químico e pós de resíduos de caju e de goiaba. Os ingredientes
para a formulação dos cookies foram obtidos no comércio da cidade de Fortaleza,
Ceará.
3.1.2 Obtenção do açúcar invertido
Para formular o açúcar invertido foi necessário dissolver 1 Kg de açúcar
refinado em 650 g de água mineral e 2,5 g de ácido cítrico. A mistura foi levada ao
fogo e deixou-se ferver por 3 minutos, logo após, deixou-se esfriar em temperatura
ambiente.
3.2 Metodologia
3.2.1 Obtenção e Análises dos Pós Alimentícios
O procedimento experimental para obtenção dos pós alimentícios obtidos de
frutas tropicais está contido nas etapas descritas a seguir.
34
Acondicionamento dos
resíduos
Preparação dos resíduos
p
ara seca
g
em
Secagem dos resíduos
Trituração
Peneiramento
Resíduos em pó
FIGURA 02: Procedimento para obtenção do pó alimentício dos resíduos de frutas
tropicais.
3.2.1.1 Acondicionamento dos resíduos
Os resíduos recém chegados da indústria de frutas foram acondicionados
em freezer a uma temperatura de -18° C.
3.2.1.2 Preparação dos resíduos para secagem
Os resíduos foram colocados a temperatura ambiente (23º C) para serem
descongelados durante 1 hora.
3.2.1.3 Secagem
Os resíduos foram desidratados na forma in natura, em estufa a 65° C com
aplicação de vácuo por um período de 16h.
3.2.1.4 Trituração e peneiramento dos resíduos
A trituração foi realizada em um liquidificador da marca walita durante 20
minutos, em seguida os pós dos resíduos foram peneirados com peneira de
diâmetros variando de 50 a 315 µm.
35
3.2.1.5 Acondicionamento dos pós alimentícios
O acondicionamento dos pós alimentícios foi realizado em recipientes de
vidro previamente higienizados e protegidos com folha de papel alumínio.
3.2.2 Análises granulométricas dos pós alimentícios
Para determinar o tamanho das partículas (classificação granulométrica)
utilizou-se agitador de peneiras. Foram peneiradas 100 g de cada amostra durante
10 minutos em conjunto de peneiras com 10, 30, 40, 60, 80, 100, 200 “mesh Tyler”
(abertura de 2; 0,60; 0,42; 0,25; 0,18; 0,15; 0,075 mm, respectivamente) e a base.
Em seguida, as quantidades retidas em cada peneira e na base foram pesadas e
expressas em porcentagens, conforme Germani, Benassi e Carvalho (1997).
3.2.3 Análises Físico–químicas dos pós alimentícios
As análises físico-químicas dos pós alimentícios obtidos dos resíduos de
caju e goiaba foram realizadas no Laboratório de Frutas e Hortaliças da
Universidade Federal do Ceará. Todas as análises foram realizadas em triplicata.
3.2.3.1 Acidez
Para a realização da análise de acidez total titulável, foram pesados
aproximadamente 1 g da amostra em um erlenmeyer e acrescentados 100 mL de
água, colocando-os para agitar por 1 minuto. Após, titulou-se com solução de NaOH
0,1 N, usando 3 gotas da solução de fenolftaleína como indicador, conforme descrito
pelas normas de Brasil (2005). Os resultados foram expressos em g / 100 g de ácido
cítrico.
3.2.3.2 Açúcares redutores, não redutores e totais.
Os açúcares redutores, com valores expressos em % de glicose, foram
determinados segundo a técnica citada pelas normas de Brasil (2005).
36
Os açúcares não redutores foram determinados através da inversão ácida
de parte dos extratos obtidos acima (açúcares redutores), conforme descrito pelas
normas analíticas de Brasil (2005), com valores expressos em % de sacarose.
Para a determinação da análise de açúcares totais foi realizado o somatório
dos açúcares redutores e não redutores.
3.2.3.3 pH
As medidas de pH foram determinadas, pesando-se aproximadamente 10g
da amostra em um erlenmeyer, onde foram acrescentados 100 mL de água a 25° C,
recentemente fervida. Esta solução foi agitada por 30 minutos e, após, deixada em
repouso por 10 minutos. Posteriormente foi recolhido o liquido sobrenadante em um
béquer seco e, foi realizada a leitura através de um pHmêtro marca WTW pH 330i,
previamente calibrado em soluções tampão de pH 4,0 e 7,0, segundo as normas
analíticas de Brasil (2005) para amostras sólidas.
3.2.3.4 Sólidos solúveis (°Brix)
Inicialmente, o equipamento (refratômetro de bancada da marca ABBE
REFRACTOMETER) foi calibrado com água destilada e, em seguida, foram pesados
10 g dos pós alimentícios em um béquer, a esta quantidade foi adicionado 100 mL
de água destilada. Esta solução foi agitada por 30 minutos até formar uma pasta, a
qual foi colocada em uma gaze e posteriormente torcida para que as gotas da
solução caissem sobre o equipamento para realização da leitura em °Brix. O
resultado encontrado foi multiplicado pelo volume da diluição. Em seguida corrigiu-
se estes resultados para 20° C segundo as normas analíticas de Brasil (2005).
3.2.3.5 Vitamina C
A determinação do teor de vitamina C foi realizada, pesando-se 0,5 g da
amostra em um erlenmeyer e adicionando-se 50 mL da solução de ácido oxálico.
Em seguida, foi realizada a titulação com 2,6 diclorofenolindofenol sódio
padronizado até coloração rosa persistente, segundo metodologia descrita por
Pearson e Cox (1976).
37
3.2.3.6 Lipídeos
Para a determinação de lipídeos, o balão foi previamente aquecido por 1
hora em estufa a 105° C. Foram pesados aproximadamente 1,5 g da amostra em um
papel filtro previamente pesado o qual foi colocado no aparelho de Soxhlet. Para a
extração, foi utilizado como solvente o hexano por um período de 6 horas. Após,
este período, o balão, com o resíduo, foram colocados em estufa a 105° C para a
evaporação do solvente. Posteriormente, este foi deixado esfriar em dessecador.
Conforme as normas analíticas de Brasil (2005), as operações de aquecimento e
resfriamento foram repetidas até que se atingisse peso constante.
3.2.3.7 Fibra Bruta
Para a determinação de fibra bruta foi utilizada amostra desengordura. Esta
amostra foi pesada e, transferida para um erlenmeyer com o auxilio de 200 mL de
ácido sulfúrico, previamente aquecido até ebulição. Em seguida, foi realizada uma
adaptação do erlenmeyer a um refrigerante de refluxo com placa elétrica pré-
aquecida. Então, a solução foi aquecida até a ebulição e mantida neste estado por
30 minutos. Em seguida, a solução foi filtrada e o resíduo lavado com água fervente
até que a água de lavagem não apresentasse mais reação ácida no papel de pH. O
resíduo foi transferido para o erlenmeyer com o auxilio de 200 mL de solução de
hidróxido de sódio aquecida. A solução foi filtrada, desta vez em filtro previamente
pesado e, o resíduo foi lavado com água fervente até que a água de lavagem não
apresentasse mais reação básica. Por fim, o resíduo foi lavado com 20 mL de álcool
e, depois com 20 mL de éter, então o papel de filtro com o resíduo foi levado a
estufa à 105° C por 1 hora, resfriado em dessecador até temperatura ambiente e
pesado. Incinerou-se o resíduo em mufla a 550° C, resfriou-se em dessecador até
temperatura ambiente e pesou-se (BRASIL, 2005).
Conforme as normas analíticas de Brasil (2005), as operações de
aquecimento e resfriamento foram repetidas até que se atingisse peso constante.
38
3.2.3.8 Fibra Alimentar
A fibra dietética total foi determinada no laboratório de Biologia, do
Departamento de Biologia, da Universidade Federal do Ceará, onde foi usado o
método enzímico-gravimétrico, descrito por Prosky et al (1988), através da ação das
enzimas α-amilase, protease e amiloglicosidase. Foram utilizadas amostras em
quatro replicatas, das quais duas foram destinadas à análise de nitrogênio para
correção de proteína e duas para análise de resíduo mineral fixo para correção de
cinzas.
3.2.3.9 Umidade
A análise de umidade seguiu as normas analíticas de Brasil (2005), onde foi
pesada aproximadamente 1 g dos pós alimentícios em cadinhos, previamente
aquecidos em estufa a 105° C por 1 hora, resfriado em dessecador a temperatura
ambiente e pesado. A diferença entre o peso inicial (amostra úmida) e o peso final
(amostra seca), dividido pelo peso inicial e multiplicado por 100, representou o
percentual de umidade.
3.2.3.10 Cinzas
A análises de cinzas foi realizada pesando-se, aproximadamente 5 g dos
pós alimentícios em cadinhos, previamente aquecido em mufla a 550° C por uma
hora, resfriados em dessecador e pesado. Estas amostras foram carbonizadas e,
então, levadas a mufla para incineração sob temperatura de 550° C, até ficarem
brancas ou cinzas. Depois foram resfriadas em dessecador e pesadas, repetindo-se
estas operações de aquecimento e resfriamento até as amostras atingirem peso
constante (AOAC, 1995).
3.2.3.11 Proteína
A análise de proteína seguiu a metodologia descrita pela A.A.C.C., (1995),
com a utilização da técnica de micro-Kjeldahl. Essa técnica foi realizada em três
etapas, que foram: digestão, destilação e titulação. A digestão consistiu em digerir a
39
amostra no balão digestor com ácido sulfúrico e mistura catalítica de sulfato de
potássio e sulfato de sódio. A segunda etapa consistiu em destilar a solução digerida
previamente com ácido bórico à 4% e solução indicadora de vermelho de metila e
verde de bromocresol, foi adicionado também durante a destilação hidróxido de
sódio à 40% e gotas de fenolftaleína. Na última etapa foi realizada a titulação com
solução de ácido clorídrico à 0,1 N até a viragem da cor verde para a cor rósea. Para
a conversão do nitrogênio em proteína utilizou-se o fator de 6,25.
3.2.4 Análise de Minerais dos Pós Alimentícios
As análises de minerais foram realizadas no Laboratório de solos da
Universidade Federal do Ceará e todas as análises foram realizadas em triplicata.
3.2.4.1 Sódio e Potássio.
Partindo da análise de cinzas (AOAC, 1995) e, sendo determinadas
quantitativamente com o emprego da fotometria de chama, foram obtidos os
resultados para as quantidades de sódio e potássio.
3.2.4.2 Cálcio, Ferro, Manganês, Cobre e Zinco.
Para a realização destas análises, a partir das cinzas (AOAC, 1995), foi
empregado à técnica de espectrofotometria de absorção atômica para a
determinação quantitativa de cálcio, ferro, manganês, cobre e zinco.
3.2.5 Análises Microbiológicas dos Pós Alimentícios
Foi realizada no Laboratório de Microbiologia da Universidade Federal do
Ceará, onde foi determinada contagem padrão de Bacillus cereus, Coliformes a 45º
C e Salmonella sp, segundo a metodologia descrita por APHA, (2002) e Silva et al.,
(2001).
Para a determinação de Coliformes a 45º C inoculou-se uma série de três
tubos de Caldo LST por diluição, adicionando-se 1,0 mL da diluição por tubo.
Incubou-se os tubos de LST a 35º C por 24 horas e não observou-se produção de
40
gás, reincubando-se os tubos por 24 horas adicionais. Observando-se ausência de
gás.
Na determinação de Bacillus cereus, inoculou-se 0,1 mL de cada diluição da
amostra em placas de ágar manitol gema de ovo polimixina (MYP), previamente
preparadas e secas. Espalhou-se o inóculo com alças de Drigalski. Aguardou-se que
as placas secassem completamente e incubaram-se as mesmas invertidas em
estufa a 30º C por 24 horas.
Para a determinação de Salmonella sp pesou-se 25 g da amostra e
transferiu-se para 225 mL de caldo lactosado, incubando-se a 35º C por 24 horas.
Agitou-se o frasco com o caldo de pré-enriquecimento e transferiu-se 1,0 mL para 10
mL de caldo Tetrationato, incubando-se em estufa a 35º C por 24 horas e 0,1 mL
para caldo Rappaport- Vassiliadis modificado (RV), incubando-se em banho maria a
42º C por 24 horas. Agitaram-se os tubos de enriquecimento seletivo e estriou-se
uma alçada do caldo tetrationato em placas de ágar entérico de hectoen (HE) e ágar
xilose lisina desoxiciolato (XLD). Repetiu-se esse procedimento com o caldo
Rappaport-Vassiliadis, e incubaram-se as placas invertidas a 35º C por 24 horas.
Os resultados das análises foram comparadas com o que a Resolução-RDC
n° 12, de 2 de janeiro de 2001 da ANVISA (BRASIL, 2001), define para o grupo de
alimentos farinhas, massas alimentícias, produtos para panificação, (industrializados
e embalados) e similares, com sub-grupo amidos, farinhas, féculas e fubá, em pó ou
flocados.
3.3 Processamento dos Biscoitos Tipo Cookies
Os biscoitos tipo cookies foram elaborados na Unidade de Confeitaria e de
Panificação do Centro Regional de Treinamento e Moagem e Panificação
(CERTREM), em Fortaleza, Ceará.
Foram desenvolvidas cinco formulações, partindo-se de uma formulação
padrão método 10-50D descrito pela A.A.C.C. (1995) e representada na tabela 04.
41
TABELA 04: Formulação básica dos biscoitos tipo cookies.
Ingredientes Quantidade (g)
Farinha de trigo (g) 225
Açúcar refinado (g) 130
Gordura vegetal hidrogenada (g) 64
Açúcar invertido (mL) 33
Água mineral (mL) 16
Fermento químico (g) 2,5
Sal refinado (g) 2,1
Os biscoitos tipo cookies foram formulados (Tabela 05) com adição de
5%,10%,15%,20% de pós alimentícios obtidos de resíduos de caju e de goiaba (em
relação ao peso total da farinha de trigo) e o controle (sem pó).
TABELA 05: Formulação desenvolvida para elaboração de biscoitos tipo cookies
com adição de pós alimentícios de resíduo de frutas.
Tipos de Formulação
Ingredientes
controle
5% pó
alimentício
10% pó
alimentício
15% pó
alimentício
20% pó
alimentício
Farinha de trigo (g) 225,00 213,75 202,50 191,25 180,00
Açúcar refinado (g) 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
A
çúcar invertido (mL) 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00
Gordura hidrogenada (g) 60,00 60,00 60,00 60,00 60,00
Água (mL) 40,00 40,00 40,00 40,00 40,00
Fermento químico (g) 4,50 4,50 4,50 4,50 4,50
Sal refinado (g) 2,10 2,10 2,10 2,10 2,10
Pó alimentício (g) - 11,25 22,50 33,75 45,00
A massa foi processada em batedeira elétrica da marca Arno planetária.
Inicialmente, todos os ingredientes foram pesados e posteriormente em velocidade
baixa da batedeira foi formado um creme com a mistura de açúcar, sal, gordura
vegetal hidrogenada e açúcar invertido e misturados por dez minutos. Em seguida,
foram adicionados água mineral e o fermento químico e misturou-se por cinco
minutos. Posteriormente, foi adicionada ao creme de forma lenta a farinha de trigo já
previamente acrescida do pó alimentício obtido do resíduo de frutas tropicais
batendo em velocidade baixa até formar uma massa homogênea. Colocou-se a
42
massa para descansar por um período de quinze minutos. A massa foi modelada e
cortada. Os biscoitos foram então assados a temperatura de 150º C variando o
tempo conforme o percentual de adição da farinha de resíduo de cada formulação:
os biscoitos com 5 e 10% de farinha de resíduo permaneceram por 15 minutos no
forno e os de 15 e 20%, 20 minutos.
Após assados, os biscoitos foram resfriados à temperatura ambiente,
acondicionados em sacos de polipropileno e posteriormente foram selados e
acondicionados em sacos maiores de polipropileno e conservados em caixa de
papelão lacrada até o momento das análises.
Os procedimentos para a produção das formulações do biscoito tipo cookies
estão apresentados na figura 03.
43
INGREDIENTES
PESAGEM DOS INGREDIENTES
1ª ETAPA
(Elaboração de um creme)
(Açúcar, gordura vegetal hidrogenada, açúcar invertido, sal refinado)
2ª ETAPA
(Adição da água e do fermento químico)
Adição de 5,10,15 e
20% dos pós
alimentícios
3ª ETAPA
(Adição da farinha de trigo)
FORMAÇÃO DOS COOKIES
COZIMENTO (150°C por 15 ou 20 minutos)
RESFRIAMENTO
EMPACOTAMENTO
FIGURA 03: Procedimento para obtenção do biscoito tipo cookies com adição de
pós alimentícios obtidos de resíduos de frutas tropicais.
3.3.1 Análises Físico–Químicas e Sensorial dos Biscoitos Tipo Cookies
A elaboração dos biscoitos tipo cookies foi realizada em triplicata, sendo
feitas às determinações em duplicata.
3.3.1.1 Análises Físico–químicas do biscoito tipo cookies
Foram realizadas as determinações de pH, umidade, cinzas, proteínas e
lipídeos, de acordo com o item 3.2.3.
44
3.3.1.1.1 pH
As medidas de pH foram determinadas de acordo com Brasil (2005),
descritas no item 3.2.3.3.
3.3.1.1.2 Umidade
A análise de umidade seguiu as normas analíticas de Brasil (2005), descrita
no item 3.2.3.9.
3.3.1.1.3 Cinzas
As análises de cinzas foram determinadas de acordo com AOAC (1995),
descrita no item 3.2.3.10.
3.3.1.1.4 Proteínas
Determinado pelo método de micro-kjeldahl n°. 46-11 da American
Association of Cereal Chemists (A.A.C.C., 1995), descrita no item 3.2.3.11.
3.3.1.1.5 Lipídeos
As determinações de lipídios foram realizadas de acordo com Brasil (2005),
descritas no item 3.2.3.6.
3.3.1.2 Análise Sensorial dos biscoitos tipo cookies.
As análises sensoriais foram realizadas no quarto dia após a confecção dos
biscoitos, com consumidores em um supermercado de médio porte da cidade de
Fortaleza, Ceará. Cada consumidor avaliou as cinco formulações de biscoito tipo
cookies, correspondentes respectivamente, à formulação controle e formulações
com adição de 5%, 10%,15% e 20% dos pós alimentícios. A análise foi realizada
com 102 provadores nos biscoitos com adição de resíduo de caju e 105 provadores
nos biscoitos com adição de resíduo de goiaba, através de teste de aceitação. Os
45
consumidores avaliaram as amostras quanto ao sabor, à textura e a impressão
global, utilizando teste de Escala Hedônica estruturada de nove pontos (9=gostei
muitíssimo; 5= nem gostei e nem desgostei; 1= desgostei muitíssimo) (PERYAM e
PILGRIM, 1957). A intenção de compra foi realizada através de uma escala de cinco
pontos (5= certamente compraria; 3= talvez comprasse, talvez não comprasse; 1=
certamente não compraria) (MEILGAARD et al., 1991).
A figura 04 mostra a ficha de avaliação sensorial aplicada aos provadores
FIGURA 04: Ficha de avaliação sensorial das amostras de biscoitos formulados com
adição dos pós alimentícios obtidos de resíduos de caju e goiaba.
NOME:____________________________________________ PRODUTO: BISCOITO DATA:
_____/______/_________
SEXO:________ GRAU DE ESCOLARIDADE:__________ IDADE: ( )<25 ( )25-35 ( )36-50 ( )>50
AMOSTRA______
1. Você está recebendo uma amostra de biscoito adicionado de fruta. Por favor, prove a amostra e indique o quanto
você gostou ou desgostou do SABOR, TEXTURA, e de modo geral (IMPRESSÃO GERAL), utilizando-se a
abaixo: escala
2. Baseado em sua IMPRESSÃO GERAL, marque um X, na escala abaixo, o grau de certeza com que você
COMPRARIA ou NÃO COMPRARIA, caso esta amostra estivesse à venda em supermercados.
5 ( ) Certamente compraria
4 ( ) Possivelmente compraria
3 ( ) Talvez comprasse, talvez não
comprasse
2 ( ) Possivelmente não compraria
1
(
)
Certamente não com
p
raria
SABOR
9 ( ) Gostei muitíssimo
8 ( ) Gostei muito
7 ( ) Gostei moderadamente
6 ( ) Gostei ligeiramente
5 ( ) Nem gostei, nem
desgostei
4 ( ) Desgostei ligeiramente
3 ( ) Desgostei
moderadamente
2 ( ) Desgostei muito
1 ( ) Desgostei muitíssimo
TEXTURA
9 ( ) Gostei muitíssimo
8 ( ) Gostei muito
7 ( ) Gostei moderadamente
6 ( ) Gostei ligeiramente
5 ( ) Nem gostei, nem
desgostei
4 ( ) Desgostei ligeiramente
3 ( ) Desgostei
moderadamente
2 ( ) Desgostei
46
A análise estatística foi realizada através do programa estatístico SAS
(Statistical Analyses System), versão 9.1 (SAS, 2006).
47
4.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 PÓ ALIMENTÍCIO
4.1.1 Caracterização granulométrica dos pós alimentícios obtido de
resíduos de caju e de goiaba.
A tabela 06 apresenta a caracterização granulométrica dos pós de resíduos
de caju, goiaba e farinha de trigo.
TABELA 06: Distribuição granulométrica dos pós alimentícios obtidos dos resíduos
de caju e de goiaba.
Mesh tyler Abertura
(mm)
pó caju
(%)
pó goiaba
(%)
Farinha de Trigo
(%)
10 2,00 - 0,94 -
30 0,60 29,17 68,86 27,85
40 0,42 15,77 12,63 13,57
60 0,25 20,60 0,81 0,75
80 0,18 9,80 0,09 17,10
100 0,15 4,50 1,23 3,80
200 0,075 10,90 - 16,70
Base >200 <0,075 3,25 - 22,80
Verificou-se que a granulometria dos pós alimentícios obtidos de resíduos de
caju e goiaba são compatíveis com a da farinha de trigo, havendo distribuição
relativamente homogênea das partículas entre os pós. Observou-se também que a
granulometria do pó obtido do resíduo de caju apresenta uma semelhança com a da
farinha de trigo, nas aberturas de 2,00; 0,60; 0,42 e 0,15 mm. O pó obtido do resíduo
de goiaba os grânulos são maiores que os da farinha de trigo e do pó de caju
(Tabela 06). Para Mohamed (1990), a irregularidade no tamanho das partículas
influencia negativamente as características físicas do produto final.
48
4.1.2 Caracterização físico-química dos pós alimentícios obtido de
resíduos de caju e de goiaba.
Pode-se verificar que apesar dos resíduos, bagaço do caju e bagaço de
goiaba, ter sido submetido à secagem em estufa a vácuo a 65º C ainda foi possível
observarmos altas concentrações de vitamina C presentes nos pós alimentícios
obtidos. Os teores de vitamina C encontrados nos pós alimentícios de caju e goiaba
foram de 34,72 mg/100 g e 21,55 mg/100 g (Tabela 07), respectivamente. Ao
comparar os valores encontrados nos pós alimentícios analisados com a ingestão
diária recomendada para adultos (BRASIL, 2005), que estabelece um teor de 45 mg,
todos os pós analisados podem ser considerados boas fontes de vitamina C.
TABELA 07: Valores de vitamina C, acidez, pH e sólidos solúveis dos pós
alimentícios obtidos dos resíduos de caju e goiaba.
Amostras
Parâmetros (% em base seca)
Pó caju Pó goiaba
Vitamina C (mg/100g)
34,72 ± 0,29 21,55 ± 1,66
Acidez (g/100g)
1,38 ± 0,12 1,21 ± 0,16
pH
4,52 ± 0,00 4,60 ± 0,08
Sólidos solúveis (ºBrix)
40,48 ± 0,00 10,48 ± 0,00
A acidez é um importante parâmetro na apreciação do estado de
conservação de um produto alimentício. Os valores de acidez encontrado nos pós
dos resíduos de caju e goiaba variaram de 1,21 g/100 g a 1,38 g/100 g (Tabela 07).
Felipe (2006), analisando os mesmos pós, encontrou valor de acidez para o pó de
resíduo de caju (1,36 g/100 g) e de goiaba (0,97 g/100 g).
Os valores de pH encontrados variaram de 4,52 a 4,60 (Tabela 07). Estes
valores de pH estão abaixo ou bem próximos de 4,5 (valor que delimita o
desenvolvimento de microorganismos) e, com isso, podem ser considerados como
pós alimentícios ácidos de difícil ataque microbiano. Lima et al., (2004), analisando o
produto obtido do caju encontrou para a fibra do pendúculo de caju valor de pH de
4,20 e para o suco de caju de 4,13.
Os sólidos solúveis totais (SST) têm sido utilizados como índice de
maturação para alguns frutos, e indicam a quantidade de sólidos que se encontram
dissolvidos onde o teor de açúcares normalmente constitui 65 a 85% do teor de
49
sólidos solúveis totais (CHITARRA e CHITARRA, 2005). Os valores de sólidos
solúveis totais (ºBrix) encontrados nos pós alimentícios obtidos do bagaço de caju e
bagaço de goiaba foram, respectivamente, 40,48 e 10,48 ºBrix (Tabela 07). Valores
elevados eram previsíveis, nos pós alimentícios obtidos dos bagaços, uma vez que
os teores de sólidos solúveis nas frutas correspondem praticamente aos açúcares
presentes nas mesmas. Esses teores podem variar com a quantidade de chuva
durante a safra, fatores climáticos, variedade, solo e diversos outros fatores.
A tabela 08 apresenta os parâmetros físico-químicos dos pós alimentícios
obtidos dos resíduos de caju e goiaba.
TABELA 08: Parâmetros físico-químicos dos pós alimentícios obtidos dos resíduos
de caju e goiaba.
Amostras Parâmetros (% em base
seca)
Pó caju Pó goiaba
Açúcar redutor (% de
glicose)
36,55 ± 0,65 5,31 ± 0,13
Açúcar totais (% de glicose)
36,55 ± 0,65 5,31 ± 0,13
Lipídeos (%)
3,01 ± 0,10 9,74 ± 0,10
Proteínas (%N* 6,25)
1,16 ± 0,50 1,16 ± 0,46
Cinzas (%)
1,78 ± 0,19 2,14 ± 0,32
Umidade (%)
6,99 ± 0,30 3,33 ± 0,11
Fibra Bruta (%)
9,92 ± 1,28 39,56 ± 0,46
Fibra Alimentar (%)
3,26 ± 0,01 24,29 ± 3,73
Normalmente, as frutas são bastante ricas em açúcares redutores (glicose e
frutose), cuja determinação é importante para se avaliar a potencialidade de
fermentação do produto. Foi encontrado uma maior concentração, no pó do bagaço
do caju (36,55%) e a menor quantidade, a encontrada no pó obtido do bagaço da
goiaba (5,31%) (Tabela 08). Na determinação de açúcar não-redutor realizada nos
pós alimentícios de resíduo de caju e de goiaba não foi encontrado teores desse
nutriente. Os teores de açúcar total variaram de 5,31% a 36,55%. Lima et al., (2004)
analisando os produtos derivados do caju verificou que na fibra de caju obtida do
pendúculo de caju, um percentual de açúcar redutor de 34,60%, para o açúcar não
redutor de 1,62%, e açúcar total de 36,22%.
50
Observando os resultados na análise de lipídios e, demonstrados na tabela
08, verificou-se que uma alta concentração de gordura foi encontrada no pó
alimentício obtido no bagaço de goiaba (9,74%). Felipe (2006), analisando os pós de
resíduo de caju e goiaba obteve os seguintes resultados 3,70% para o pó de caju e
14,05% para o pó de goiaba. Lima (2001), em seu estudo do aproveitamento de
bagaço de frutas tropicais, visando à extração de fibras, utilizou-se de bagaços in
natura de caju e abacaxi oriundos do processamento de polpa e, obteve valores
para lipídeos de 1,26 % e 0,17%, respectivamente. Já os estudos realizados por
Siqueira et al., (2002) analisando a fibra do caju, encontraram resultados de lipídios
inferiores ao encontrado neste estudo (1,42%).
Comparando os valores encontrados na análise de proteína, verificou-se que
as amostras analisadas obtiveram o mesmo teor protéico, 1,16% (Tabela 08). Dados
da literatura nos mostram diferentes teores de proteínas para vários tipos de rações.
Campos (1980) apresentou uma ração de farelo de trigo com 16% de proteínas.
Silva (1983) apresentou várias formulações de rações para bovinos com teores
protéicos variados: 38,68% no farelo de algodão, 14,94% no farelo de trigo, 10,38%
na algaroba, 10,06% no milho, 3,54% no melaço-de-cana. Ruiz et al (1984)
apresentou também um teor de proteína de farelo de trigo de 17,8%. Observa-se,
portanto que, caso estes pós alimentícios sejam utilizados como ingredientes para o
preparo de outro produto alimentício, seria necessária uma complementação no seu
valor protéico ou uma combinação com farinhas ricas em proteínas, pois como foi
confirmado pela analise realizada, as frutas não são consideradas boas fontes de
proteínas.
Os valores encontrados na análise de cinzas foram de 1,78% para o pó de
resíduo de caju e 2,14% para o de goiaba (Tabela 08). Comparando estes valores
com os teores presentes na polpa in natura destas mesmas frutas (USDA, 2004) que
preconiza valores de 0,33% para a polpa de caju e 1,39% para a polpa de goiaba,
podemos dizer que, houve um aumento na concentração de cinzas, e esta alta
concentração pode-se supor que seja devido à alta concentração de minerais
presentes nos pós alimentícios analisados. Felipe (2006) encontrou para o pó de
resíduo de caju 1,42% e para o pó de resíduo de goiaba 1,53%.
De acordo com os resultados encontrados, verificou-se que o teor de
umidade dos pós de resíduos de caju e de goiaba, variou entre 3,33% e 6,99%
(Tabela 08). Felipe (2006) ao analisar os mesmos pós encontrou para o pó de
51
resíduo de caju um valor de umidade de 6,52% e para o de goiaba 4,07%, valores
estes bem próximos ao encontrado na tabela 08. Isto mostra que o processamento
de desidratação aplicado para a realização deste trabalho foi muito eficiente. Perez
& Germani (2004), estudando farinha obtida de berinjela, encontrou teor médio de
umidade de 7,56 g/100 g.
SILVA et al., (1998), em seu estudo de utilização da farinha de jatobá
(hymenaea stigonocarpa mart.) na elaboração de biscoitos tipo cookie e avaliação
de aceitação por testes sensoriais afetivos univariados e multivariados encontrou
que a farinha de jatobá apresentou teores de umidade na faixa de 8,44 a 10,9 g/100
g e revelou a seguinte composição em base seca: proteínas 6,2 ± 0,1 g/100 g,
lipídios 4,04 ± 0,08 g/100 g, cinzas 3,38 ± 0,03 g/100 g.
De acordo com os resultados, podemos observar que os pós alimentícios
obtidos do bagaço de caju e do bagaço de goiaba apresentaram os seguintes teores
de fibra bruta, respectivamente, de 9,92 % e 39,56% (Tabela 08). Felipe (2006), em
seu estudo, analisou os pós de resíduos de frutas tropicais e os mesmos
apresentaram o teor de fibra bruta para o bagaço de caju o valor de 5,91% e para o
bagaço de goiaba 40,98% de fibra bruta, valores estes bem próximos dos
encontrados neste experimento. Valores encontrados pelo ENDEF (1999), nas frutas
in natura, caju 1,5% e goiaba 5,3%, podemos dizer que os resíduos (casca, bagaços
e caroços) dessas frutas, apresentam um maior teor de fibra bruta.
O teor de fibra alimentar encontrada nas amostras analisadas foi de: 3,26%
para o pó obtido de resíduo de caju e de 24,29% para o pó obtido de resíduo da
goiaba (Tabela 08). Silva et al., (1998), estudaram a farinha de jatobá como fonte de
fibra para ser adicionado a biscoitos tipo cookies, tendo a mesma, apresentado para
a fibra insolúvel um percentual de 36,4%. Ferrari, Colussi e Ayub (2004)
determinaram teor de fibras médio de 58,98 g/100 g para semente de maracujá,
valor próximo ao verificado para fibra alimentar total em base seca para a casca do
maracujá amarelo (CÓRDOVA et al, 2005). Perez & Germani (2004), analisando
farinha obtida de berinjela encontrou 44,12% de fibra alimentar total, nesta farinha.
Em seu estudo a adição de farinha de berinjela promoveu alteração significativa no
teor de fibra alimentar total das farinhas mistas com farinha de trigo, ocorrendo
acréscimo gradativo conforme se aumentou o teor de farinha de berinjela. Lima et
al., (2004) analisando os produtos obtidos a partir do caju encontraram teor médio
de 61,21% de fibra dietética.
52
O alto teor de fibra alimentar dessas farinhas permite apontá-las como
alternativa para serem utilizadas em vários produtos, como os de panificação
(biscoitos, pães e massas alimentícias), que são amplamente consumidos pela
população.
Considerando os resultados obtidos neste trabalho pode-se afirmar que o
bagaço de caju e o bagaço de goiaba apresentam alto índice de fibras alimentar. Tal
fato sugere que novos produtos a base de fibras, obtidos dos resíduos destas frutas,
podem ser formulados para prevenir doenças, principalmente, àquelas relacionadas
ao trato gastrointestinal e ao sistema cardiovascular.
O alimento com teor entre 2 a 3% de fibra pode ser considerado boa fonte
de fibra alimentar. Segundo o regulamento técnico referente à informação nutricional
complementar (Portaria nº27) de 13/01/1998 ANVISA-MS, o alimento pode ser
considerado fonte de fibra alimentar quando apresenta no produto acabado 3 g/100
g (base integral) para alimentos sólidos e 1,5 g/100 mL (base integral) para líquidos,
já com o dobro desse conteúdo pode ser tratado como alimento com elevado teor de
fibra alimentar (BRASIL, 1998).
4.1.3 Caracterização mineral dos pós alimentícios obtido de resíduos de
frutas tropicais.
Na tabela 09 estão apresentados os resultados dos minerais determinados
nas amostras de pós alimentícios obtidos de resíduos de caju e goiaba.
TABELA 09: Composição mineral dos pós alimentícios obtidos dos resíduos de caju
e de goiaba.
Amostras
Minerais
Pó caju Pó goiaba
Cálcio (mg/ 100g)
149,65 ± 1,06 287,25 ± 1,10
Sódio (mg/ 100g)
55,12 ± 0,96 58,55 ± 1,01
Potássio (mg/ 100g)
187,25 ± 1,25 555,36 ± 1,02
Ferro (mg/ 100g)
36,08 ± 1,11 13,30 ± 1,40
Manganês (mg/ 100g)
5,10 ± 0,64 5,34 ± 0,17
Cobre (mg/ 100g)
1,86 ± 0,53 2,63 ± 0,57
Zinco (mg/ 100g)
10,13 ± 0,69 16,95 ± 1,49
53
Analisando os resultados da determinação de cálcio podemos dizer que o
pó obtido do bagaço de caju representa 18,71% da ingestão diária recomendada
(IDR) para adultos que é de 800 mg, e observado a análise deste mineral realizada
no pó obtido do bagaço de goiaba, este representa 35,91% da IDR, para adultos
(BRASIL, 2005). Vale ressaltar a importância deste mineral em nosso organismo,
pois ele é fundamental para o fortalecimento dos ossos e dentes, também é
necessário para o funcionamento adequado do sistema nervoso e imunológico,
contração muscular, coagulação sanguínea e pressão arterial. E, segundo Brasil
(2005), as ingestões diárias de cálcio recomendadas são: 800mg para adultos, 400
mg para lactentes, 800 mg para crianças de 1 a 10 anos e, 1200 mg para gestantes.
Na análise de sódio, verificou-se uma concentração deste mineral no pó
obtido do bagaço de caju, de 55,12 mg/100 g e no pó obtido do bagaço de goiaba de
58,55 mg/100 g (Tabela 09). É importante salientar, que a ingestão deste mineral
pela população é normalmente alta devido ao consumo de sal e alimentos
processados. Segundo Soares et al., (2004), as faixas médias de ocorrência de
sódio para os sucos concentrados de caju e goiaba, são respectivamente de: 36,4
mg/100 g e 20,0 mg/100 g.
Os teores de potássio para os pós alimentícios obtidos de resíduo de caju e
de goiaba foram, respectivamente, de: 187,25 mg/100 g e 555,36 mg/100 g (Tabela
09). Felipe (2006), ao analisar os pós obtidos de bagaço de caju e de goiaba obteve
valores de 190,24 mg/100 g e 522,25 mg/100 g, respectivamente. Já Soares et al.,
(2004) encontrou para os sucos concentrado de abacaxi valor de potássio de 246,00
mg/100 g, para o de manga 140,0 mg/100 g, para o de maracujá 238,00 mg/100 g,
para o de caju 115,0 mg/100 g e para o de goiaba 140,00 mg/100 g.
O ferro, mineral de grande importância na manutenção da saúde, por ser
um componente fundamental da hemoglobina e de algumas enzimas do sistema
respiratório e, cuja deficiência do mesmo na alimentação resulta em anemia
apresentou grande concentração no pó obtido do bagaço de caju, ultrapassando o
valor recomendado pela IDR para adultos que é de 14mg. Já o pó obtido do bagaço
de goiaba verificou-se uma concentração de 13,30 mg/100 g (Tabela 09), o que
representa 95% da IDR para adultos (BRASIL, 2005). Porém, é importante
lembrarmos que nem todo o ferro presente no alimento é absorvido pelo organismo,
por isso, não podemos nos referir como pós-alimentícios ricos neste mineral, pois
precisamos verificar em que configuração apresenta-se este mineral e a quantidade
54
que nosso organismo consegue absorver deste mineral é muito pequena. Segundo a
USDA (2004), o teor de ferro para polpa in natura de goiaba é de 0,26 mg/100 g e na
polpa de caju de 5,00 mg/100 g.
O manganês também foi analisado e, verificou-se que a concentração
variou entre 5,10 e 5,34 mg/100 g (Tabela 09) nos teores presentes nos dois pós-
alimentícios. Vale ressaltar que a ingestão diária recomendada para este mineral é
de 5mg, para adultos (BRASIL, 2005). Segundo Soares et al., (2004) em seu estudo
da composição de sucos concentrados foram observadas as seguintes
concentrações para este mineral: 0,07 mg/100 g para o suco concentrado de caju e
0,09 mg/100 g para o suco concentrado de goiaba. Felipe (2006) encontrou no pó
obtido de resíduo de caju um teor de 0,78 mg/100 g e para o pó obtido de resíduo de
goiaba 1,07 mg/100 g, deste mineral.
Na análise de cobre, verificou-se uma concentração de 1,86 mg/100 g e
2,63 mg/100 g, respectivamente para o pó obtido de resíduo de caju e de goiaba
(tabela 08). Felipe (2006) encontrou teores de 0,72 mg/100 g para o pó obtido de
caju, 1,01 mg/100 g para o pó obtido de resíduo de goiaba, e 1,56 mg/100 g para o
pó obtido do bagaço de abacaxi. A ingestão diária recomendada para adultos do
mineral cobre é de 3 mg (BRASIL, 2005).
Por fim, na análise de zinco, obteve-se uma concentração deste mineral no
pó obtido do bagaço de caju de 10,13 mg/100 g e para o pó obtido do bagaço de
goiaba de 16,95 mg/100 g (Tabela 09). Esses valores representam 67,53% e 113%
da ingestão diária recomendada para adultos, que é de 15 mg (BRASIL, 2005).
4.1.4 Qualidade microbiológica dos pós alimentícios obtido de resíduos
de frutas tropicais.
A presença de Coliformes a 45º C sugere a possibilidade de demais
patógenos em um produto alimentício (ALMEIDA, et al., 2002). Os resultados das
análises microbiológicas realizadas para os pós alimentícios de resíduos de caju e
de goiaba encontraram-se adequados para o consumo, uma vez que as amostras
apresentaram contagem de Coliformes à 45° C inferior à 3 X 10
2
NMP/g (Tabela
10), indicando que as condições sanitárias apresentavam-se adequadas no
momento do processamento para a extração da polpa congelada dessas frutas e
55
durante o processamento de secagem para obtenção do pó alimentício (BRASIL,
2001).
TABELA 10: Qualidade microbiológica dos pós alimentícios obtidos dos resíduos de
caju e goiaba.
Coliformes a 45ºC Salmonela sp bacillos cereus
(NMP/g) (25g) (colônias)
Amostras
Pó caju
Pó goiaba
<3X10
2
AUSÊNCIA AUSÊNCIA
<3X10
2
AUSÊNCIA AUSÊNCIA
A presença de Salmonella sp sugere potencial risco à saúde de
consumidores e falta de processamento adequado durante a fabricação (MACHADO
et al., 2002). Das amostras de pós alimentícios de resíduos analisados, verificou-se
que as mesmas apresentaram ausência desse microorganismo estando de acordo
com a RDC n° 12 de 02 de janeiro de 2001 (BRASIL, 2001).
Não foram observadas colônias típicas de B. cereus nas amostras
analisadas dos pós alimentícios obtidos de resíduos de caju e de goiaba, estando às
amostras analisadas de acordo com a legislação vigente (BRASIL, 2001).
Em relação às determinações microbiológicas, todas as amostras analisadas
atendem as condições higiênico-sanitárias estabelecidas pela legislação em vigor,
sendo satisfatórias para o consumo humano, verificando que tanto o processamento
para a extração das polpas de fruta, quanto o processamento para a obtenção dos
pós alimentícios a partir dos resíduos de caju e de goiaba foi realizada de acordo
com as boas práticas de fabricação. Com isso podemos indicar os pós alimentícios
obtidos de resíduos de caju e de goiaba para o desenvolvimento de novos produtos.
56
4.2 Biscoito tipo cookies formulado com pó de resíduo de caju
4.2.1 Caracterização Físico–química do biscoito tipo cookies com adição
do pó obtido de resíduo de caju
Para todos os parâmetros analisados: pH, umidade, cinzas, proteínas e
lipídios, a análise de variância das características físico-químicas detectou efeito
significativo (p 0,05) somente para a característica de pH (Tabela 11).
TABELA 11: Resultados da análise de variância - Anova e da regressão para os
parâmetros físico-químicos biscoito do tipo cookies obtidos de resíduo de caju.
Fator de variação
Quadrado médio
GL
pH Umidade Cinza Proteína Lipídios
Linear 1 0,7680
ns
0,0077
*
0,0043
*
14,5603
ns
0,0320
*
Falta de ajuste 3 0,0071
*
1,1131
ns
0,0351
*
16,8852
ns
0,0125
*
Quadrático 2 0,7680
ns
0,5563
ns
0,0203
*
45,1779
ns
0,0430
*
Falta de ajuste 2 0,0106
ns
1,3954
ns
0,0447
*
10,0190
ns
0,0132
*
*significativo ao nível de 5% de probabilidade (p 0,05)
ns
não significativo ao nível
de 5% de probabilidade
GL - Grau de liberdade
4.2.1.1 pH
A análise estatística dos valores obtidos para variação do pH em função da
adição de concentrações crescentes dos pós alimentícios obtidos de resíduos de
caju (p0,05), mostrou que a regressão foi do tipo linear. O gráfico e a equação da
reta estão representados na figura 05.
57
ŷ = 7,11 - 0,032 .conc R
2
=
0,9730
6,0
6,2
6,4
6,6
6,8
7,0
7,2
0 5 10 15 20
Co n ce nt r ação ( % de d e caju )
pH
FIGURA 05: Variação do pH do biscoito tipo cookies adicionado com pó obtido de
resíduo de caju.
À medida que aumenta o percentual de adição da concentração do pó
alimentício obtido de resíduo de caju, ocorreu uma diminuição do pH. Isso era de se
esperar, pois o pó obtido de resíduo de caju apresentou-se com pH baixo tornando-
se ácido, e o aumento da concentração desse pó também baixou o pH do biscoito
formulado.
O pH constitui-se em fator determinante especialmente do sabor dos
biscoitos. Souza et al., (2001) no estudo de processamento de cookies com
castanha-do-Brasil, obteve valor de pH de 6,56; 6,32 e 6,45 para os cookies sem
adição da farinha de castanha-do-Brasil, cookies com castanha-do-Brasil e açúcar
cristal e cookies com castanha-do-Brasil e açúcar mascavo, respectivamente.
4.2.1.2 Umidade
O teor de umidade não apresentou diferença significativa (p>0,05) ao longo
do aumento da concentração do pó de resíduo de caju adicionados na formulação
dos biscoitos tipo cookies. A média dos valores estão representados na figura 06.
58
ŷ = 4,9
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
0 5 10 15 20
Co n ce nt r ação ( % de d e caju )
Um id ad e( % )
FIGURA 06: Variação de umidade do biscoito tipo cookies adicionado com o pó
obtido de resíduo de caju.
Na figura 06 pode-se observar que o teor de umidade dos biscoitos
formulados com adição do pó obtido de resíduo de caju apresentou-se constante na
medida em que se iria aumentando a concentração do pó alimentício de caju, com
média de 4,9%.
Kruger et al., (2003), analisaram a formulação de biscoito tipo cookies e
snack enriquecidos, respectivamente com caseína obtida por coagulação enzimática
e caseínato de sódio e obteve valores de umidade de 8,43% para o cookies e 5,38%
para o snack. A diferença de umidade obtida entre esses dois biscoitos foi atribuída
ao maior teor de fibras no biscoito tipo cookies, principalmente proveniente da aveia,
fibra esta com elevado poder de retenção de água.
4.2.1.3 Cinzas
O teor de cinzas não apresentou diferença significativa ao longo do aumento
da concentração do pó de resíduo de caju adicionados na formulação dos biscoitos
tipo cookies (p>0,05). A média apresentada foi de 1,1% e está representado na
figura 07.
59
ŷ = 1,1
0,00
0,50
1,00
1,50
0 5 10 15 20
Co n ce nt r ação ( % de p ó d e caju)
Cin z as ( % )
FIGURA 07: Variação do percentual de cinzas do biscoito tipo cookies adicionado
com pó obtido de resíduo de caju.
De acordo com Resolução RDC nº 263, de 22 de setembro de 2005 da
ANVISA, o resíduo mineral fixo de biscoitos e bolachas deve ser no máximo de 3,0
% p/p (deduzin Tm33al)p BRASIL,e 200())Tj-0.0002 Tc 0.1924 Tw 12 0 0 12 142.61997 500.47992 Tm. O grmficor ns mostra quDe ( aiação e 6)Tj-0.00011 Tc 0332031 Tw 12 0 0 12 85.07977.479.79985 Tmdiferceneso cnrcenriaç5eas dsm ps alimcensicis3 obtidso de ressíduo de d
60
ŷ = 12,6
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
0 5 10 15 20
Co n ce nt r ação ( % de d e caju )
Pro t eín as ( % )
FIGURA 08: Variação do percentual de proteínas do biscoito tipo cookies adicionado
com pó obtido de resíduo de caju.
Quanto ao percentual de proteína obtido a partir da análise dos biscoitos tipo
cookies adicionados de pó alimentício obtido de resíduo de caju, a figura nos mostra
que com o aumento da adição dos pós com concentrações diferentes, manteve
constante o percentual de proteínas, apresentando média de 12,6% (Figura 08).
Mostrando também que a adição do pó de resíduo de caju não alterou
significamente o teor de proteína dos biscoitos formulado sem adição do pó
(controle).
Brito et al., (2004) formulou uma barra de cereal caseira e obteve valor de
proteína em média de 6,67 g/100 g. A comparação da barra formulada com duas
barras comerciais, por porção do produto (25 g) mostra que a barra formulada
apresentou valores bem próximos aos das industrializadas no que se refere ao
aporte calórico, carboidratos e proteínas.
Kruger et al., (2003), analisaram a formulação de biscoito tipo cookies e
snack enriquecidos, respectivamente com caseína obtida por coagulação enzimática
e caseínato de sódio e obteve valores de percentual de proteína para o biscoito tipo
cookies de 17,59% e para o snack de 10,30%.
4.2.1.5 Lipídeos
O percentual de lipídeos não apresentou diferença significativa ao longo do
aumento da concentração do pó de resíduo de caju adicionados na formulação dos
biscoitos tipo cookies (p>0,05). A média apresentada foi de 15,4% (figura 09).
61
ŷ = 15,4
15,15
15,20
15,25
15,30
15,35
15,40
15,45
15,50
0 5 10 15 20
Co n ce n t r ação ( % de d e caju )
L ip isd io s ( % )
FIGURA 09: Variação do percentual de lipídios do biscoito tipo cookies adicionado
com pó obtido de resíduo de caju.
O teor de lipídios dos biscoitos tipo cookies formulados com adição de pó
alimentício obtido de resíduo de caju não variou entre as amostras analisadas, ao
comparar os biscoitos adicionados do pó de resíduo de caju com o controle (sem
adição do pó). Pode-se observar que o acréscimo do pó obtido de resíduo de caju
não alterou a composição lipídica do biscoito, sendo o teor de lipídios com média de
15,4% atribuída a gordura utilizada para a formulação dos biscoitos.
No estudo da Utilização da Farinha de Linhaça (linum usitatissimum L.) no
Processamento de Biscoito Tipo Cracker, realizada por Marciel (2006), observou-se
que com o aumento da adição de farinha de linhaça ocorreu um aumento do
percentual de lipídios nos biscoitos. A média do percentual de lipídio encontrado por
Marciel (2006), foi de 13,37%.
4.2.2 Análise sensorial do biscoito formulado com adição do pó de
resíduo de caju
A análise sensorial dos biscoitos tipo cookies adicionados de pós
alimentícios obtidos de resíduo de caju foi realizada com 102 provadores, destes, 72
eram do sexo feminino e 30 do sexo masculino. A faixa etária dos provadores variou
entre 18 anos e acima de 65 anos e a escolaridade dos provadores foi deste o
ensino fundamental a pós-graduação. Cada provador analisou biscoitos de
aproximadamente 2,30 g.
Na tabela 12 observa-se uma relação significativa entre a concentração do pó
alimentício de resíduo de caju e os atributos sensoriais dos produtos.
62
Para os atributos textura e impressão geral não foi possível ajustar a
equação, sendo então realizada a distribuição das médias.
TABELA 12: Resultados da análise de variância - Anova e da regressão para os
atributos sensoriais do biscoito do tipo cookies obtidos de resíduo de caju.
Quadrado Médio Fator de
variação
GL
Sabor Textura Impressão
Geral
Intenção de
compra
Linear
1 46,5921
ns
94,2157
ns
72,5333
ns
21,1853
ns
Falta de ajuste
3 5,4797
ns
8,6431
ns
7,2575
ns
1,5761
ns
Quadrático
2 47,3092
ns
96,5714
ns
72,7601
ns
21,6229
ns
Falta de ajuste
2 7,8610
ns
11,7868
ns
10,7728
ns
2,1454
ns
*significativo ao nível de 5% de probabilidade (p 0,05)
ns
não significativo ao nível
de 5% de probabilidade
GL - Grau de liberdade
A Figura 10 apresenta o comportamento dos valores médios para os
atributos sabor, textura e impressão global, sendo as médias ajustadas para estes
atributos entre os termos hedônicos “gostei moderadamente e gostei muito”.
ŷ = 7,5392 - 0,0428x R
2
= 0,739
ŷ = não ajustável
ŷ = não ajustável
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
0 5 10 15 20
Co n ce n t r ação ( % de p ó )
Notas Sensoriai s
Sabor
Textura
Impressão Global
FIGURA 10 - Sabor, textura e impressão global nas amostras de biscoito tipo cookies
adicionados de pó alimentício obtido de resíduo de caju em diferentes
concentrações.
Para os biscoitos adicionados do pó alimentício obtido de resíduo de caju,
observou-se um decréscimo linear para todos os atributos avaliados com o aumento
da concentração do pó alimentício obtido de resíduo de caju. A formulação com 15%
63
de pó desse resíduo obteve um leve aumento em relação aos biscoitos formulados
com adição de 5 e 10% do pó de resíduo de caju, em todos os atributos avaliados.
Silva et al., (2001) avaliou biscoitos com adição de farinha de jatobá da mata
e farinha de jatobá do cerrado e observou pela análise sensorial que os biscoitos
tiveram o nível de aceitação diminuído com o aumento da proporção das farinhas de
jatobá.
Galvão (2006) em seu estudo sobre aproveitamento da fibra de caju
(anacardium occidentale l.) na formulação de um produto tipo hambúrguer verificou
que, o hambúrguer de caju apresentou-se com características semelhantes às do
hambúrguer de carne bovina. Siqueira et al. (2002) também encontraram resultados
semelhantes aos encontrados neste estudo. Em amostras de hambúrguer bovino e
hambúrguer com 10% de fibra de caju foram encontrados valores da ordem de 7,58
e 6,60, respectivamente para o atributo aroma.
As médias das notas de sabor, textura, impressão global e intenção de
compra observada no teste de aceitação dos biscoitos tipo cookies com adição de
pó alimentício obtido de resíduo de caju estão dispostas na tabela 13.
TABELA 13: Valores médios das avaliações sensoriais dos biscoitos tipo cookies
formulados com adição de pós alimentícios obtidos de resíduos de caju em
diferentes concentrações
Concentração do
Sabor Textura
Impressão
Global
Intenção de
compra
0%
7,7 7,7 7,7 4,3
5%
7,1 6,9 7,1 3,9
10%
7,0 6,7 7,0 3,9
15%
7,2 6,9 7,1 3,9
20%
6,6 6,2 6,4 3,6
A concentração com 15% de pó alimentício obtido de resíduo de caju
apresentou média equivalente ao termo hedônico “gostei moderadamente” em
relação ao sabor, textura e impressão global, tendo seus valores médios diminuídos
com o aumento da concentração para 20% do pó adicionado, caindo às médias para
o equivalente ao termo hedônico “gostei ligeiramente” nos atributos textura e
impressão global (Tabela 13).
64
Até a concentração com 15% de pó alimentício obtido de resíduo de caju
observou-se boa aceitação sensorial pelos provadores nos três atributos avaliados,
tendo seus valores próximos ao encontrado para a amostra controle (sem adição do
pó), que obteve média de 7,7 nos três atributos avaliados e que no termo hedônico
significa “gostei muito” (Tabela 13).
A Figura 11 apresenta o comportamento dos valores médios para o atributo
intenção de compra. Nesse atributo foi possível ajustar a equação.
ŷ = 4,2157 - 0,0288x R
2
=0,817
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0 5 10 15 20
Co n ce n t r ação ( % d e )
N otas Inteã o de Com pra
Intenção de compra
FIGURA 11: Intenção de compra das amostras de biscoito tipo cookies adicionados
de pó alimentício obtido de resíduo de caju em diferentes concentrações.
Para os biscoitos adicionados do pó alimentício obtido de resíduo de caju,
observou-se um decréscimo linear para o atributo intenção de compra com o
aumento da concentração do pó alimentício obtido de resíduo de caju.
Para este atributo os valores variaram entre 3,6 e 4,3 o que corresponde na
escala hedônica a aproximadamente “possivelmente compraria”, levando a crer que
os resultados estão coniventes com os atributos anteriores.
65
4.3 Biscoito tipo cookie formulado com pó obtido de resíduo de goiaba
4.3.1 Caracterização Físico–química do biscoito tipo cookies com adição
de pó obtido de resíduo de goiaba
Para os parâmetros analisados: pH, umidade, cinzas, proteínas e lipídios, a
análise de variância das características físico-químicas detectou efeito significativo
(p 0,05) somente para as características de pH e proteínas (Tabela 14). Esses
parâmetros apresentaram variação significativa em função da concentração de
resíduo de goiaba adicionado ao biscoito, sendo ajustados a um modelo linear e
realizada a análise de regressão.
TABELA 14: Resultados da análise de variância - Anova e da regressão para os
parâmetros físico-químicos do biscoito do tipo cookies obtidos de resíduo de goiaba.
Fator de variação Quadrado médio
GL
pH Umidade Cinza Proteína Lipídios
Linear 1 0,3203
ns
1,7812
ns
0,0258
*
632,5939
ns
1,9355
ns
Falta de ajuste 3 0,0341
*
0,0637
ns
0,0193
*
39,3648
ns
0,2719
ns
Quadrático 2 0,3891
ns
1,7832
ns
0,0556
ns
633,7739
ns
2,0346
ns
Falta de ajuste 2 0,0168
*
0,0946
ns
0,0141
*
58,4572
ns
0,3584
ns
*significativo ao nível de 5% de probabilidade (p 0,05)
ns
não significativo ao nível
de 5% de probabilidade
GL - Grau de liberdade
4.3.1.1 pH
A análise estatística dos valores obtidos para variação do pH em função do
aumento da concentração dos pós alimentícios obtidos de resíduos de goiaba
(p0,05), mostrou que a regressão foi do tipo linear. O gráfico e a equação da reta
estão representados na figura 12.
66
ŷ = 7,00 - 0,0206.conc R
2
0,7579 =
6,2
6,4
6,6
6,8
7,0
7,2
0 5 10 15 20
Co n ce nt r ação ( % de d e go iab a)
pH
FIGURA 12: Variação do pH do biscoito tipo cookies adicionado com pó obtido de
resíduo de goiaba.
Com o aumento do percentual de concentração do pó alimentício obtido de
resíduo de goiaba, ocorreu uma diminuição do pH. Isso era de se esperar, pois o pó
obtido de resíduo de goiaba apresentou-se com pH ácido e com a adição de
concentrações crescentes desse pó baixou o pH do biscoito formulado.
4.3.1.2 Umidade
O teor de umidade não apresentou diferença significativa ao longo do
aumento da concentração do pó de resíduo de goiaba adicionados na formulação
dos biscoitos tipo cookies (p>0,05). A média dos valores está representada na figura
13.
ŷ = 4,1
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
0 5 10 15 20
Co n ce nt r ação ( % de d e go iab a)
Umidad e (%)
FIGURA 13: Variação de umidade do biscoito tipo cookies adicionado com pó obtido
de resíduo de goiaba.
67
De acordo com Resolução RDC nº 263, de 22 de setembro de 2005 da
ANVISA, a umidade de biscoitos e bolachas deve ser no máximo de 14,0 % p/p
(BRASIL, 2005). Os valores de umidade dos biscoitos formulados com a adição do
pó obtido de resíduo de goiaba encontram-se de acordo com o que é preconizado
pela legislação da Anvisa, pois os mesmos obtiveram média de 4,1% de umidade
(figura 13).
SILVA et al., (1998), em seu estudo de utilização da farinha de jatobá
(hymenaea stigonocarpa mart.) na elaboração de biscoitos tipo cookie e avaliação
de aceitação por testes sensoriais afetivos univariados e multivariados encontraram
que o teor de umidade dos biscoitos formulados variou entre 4,17 e 6,82 g/100 g.
Em geral os biscoitos produzidos na indústria apresentam umidade residual
na faixa de 3 a 4% (VITTI et al., 1988). O gráfico mostra que a adição de diferentes
concentrações de pó alimentício obtido de resíduo de goiaba não alterou
significamente (p>0,05) o percentual de umidade dos biscoitos tipo cookies
adicionados de pó de resíduo de goiaba.
4.3.1.3 Cinzas
O teor de cinzas não apresentou diferença significativa ao longo do aumento
da concentração do pó de resíduo de goiaba adicionados na formulação dos
biscoitos tipo cookies (p>0,05). A média apresentada foi de 1,2% e estar
representada na figura 14.
ŷ = 1,2
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
0 5 10 15 20
Co n ce nt r ação ( % de d e go iab a)
Cin z as ( % )
FIGURA 14: Variação do percentual de cinzas do biscoito tipo cookies adicionado
com pó obtido de resíduo de goiaba.
68
Kruger et al., (2003), em seu estudo analisaram a formulação de biscoito tipo
cookies e snack enriquecidos, respectivamente com caseína obtida por coagulação
enzimática e caseínato de sódio e obteve maior concentrção de cinzas nos snacks
(4,09%) que nos cookies (2,43%), a esse fato ele atribuiu à adição de sal na
elaboração do snack.
Silva et al (2001), em seu estudo com biscoitos elaborados com adição de
farinha de jatobá-da-mata e jatobá-do-cerrado, determinou a composição centesimal
e encontrou valor de cinzas de 4,60 g/100 g para o biscoito elaborado com farinha
de jatobá-da-mata e 5,48 g/100 g para o biscoito com farinha de jatobá-do-cerrado.
4.3.1.4 Proteínas
A análise estatística dos valores obtidos para variação da proteína em
função do aumento da concentração dos pós alimentícios obtidos de resíduos de
goiaba (p0,05), mostrou que a regressão foi do tipo linear. O gráfico e a equação da
reta estão representados na figura 15.
ŷ = 9,88 + 0,91.conc R
2
0,8427 =
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
0 5 10 15 20
Co n ce nt r ação ( % de d e go iab a)
Pr ot eín as ( % )
FIGURA 15: Variação do percentual de proteínas do biscoito tipo cookies adicionado
com pó obtido de resíduo de goiaba.
A adição do pó alimentício com concentrações aumentadas apresentou
diferença significativa no percentual de proteínas nos biscoitos tipo cookies (p<0,05).
A adição do pó alimentício obtido de resíduo de goiaba em concentrações
aumentadas mostrou que com adição de concentrações crescentes do pó com a
farinha de trigo favoreceu ao aumento do teor de proteína do biscoito tipo cookies.
Assim podemos sugerir o uso do pó alimentício obtido do resíduo de goiaba para
69
enriquecimento protéico de formulações como o biscoito tipo cookies, melhorando o
valor nutritivo desses e como conseqüência a diminuição do custo do biscoito
formulado.
No estudo da Utilização da Farinha de Linhaça (linum usitatissimum L.) no
Processamento de Biscoito Tipo Cracker, realizada por Marciel et al., (2006) também
ocorreu um aumento no teor de proteína nas formulações adicionadas de farinha de
linhaça, em relação à formulação sem adição de linhaça.
Galdeano e Grossmann (2006), em seu estudo com casca de aveia tratada
com peróxido de hidrogênio alcalino associado à extrusão como fonte de fibras em
biscoitos tipo cookies encontraram um teor protéico de 5,21%. Teor baixo se
comparado ao encontrado neste experimento.
Silva et al (2001), em seu estudo com biscoitos elaborados com adição de
farinha de jatobá-da-mata e jatobá-do-cerrado, determinou a composição centesimal
e encontrou valor de proteína de 7,60 g/100 g e 8,37 g/100 g, respectivamente.
4.3.1.5 Lipídeos
O percentual de lipídeos não apresentou diferença significativa ao longo do
aumento da concentração do pó de resíduo de goiaba adicionados na formulação
dos biscoitos tipo cookies (p>0,05). A média apresentada foi de 16,1% e está
representado na figura 16.
ŷ = 16,1
14,50
15,00
15,50
16,00
16,50
17,00
0 5 10 15 20
Co n ce nt r ação ( % de d e go iab a)
Lipídios (%)
FIGURA 16: Variação do percentual de lipídeos do biscoito tipo cookies adicionado
com pó obtido de resíduo de goiaba.
Silva et al (2001), em seu estudo com biscoitos elaborados com adição de
farinha de jatobá-da-mata e jatobá-do-cerrado, determinaram a composição
70
centesimal e encontraram valor de lipídeos de 3,03 g/100 g e 2,92 g/100 g,
respectivamente.
Brito et al., (2004) formulou uma barra de cereal caseira e obteveram teores
de lipídeos de 0,17 g/100 g, e revelaram teores de lipídeos (de 83,0% a 95,7%) mais
baixos que os das barras comerciais. Já Kruger et al., (2003), em seu estudo de
comparação entre biscoito tipo cookies e biscoito tipo snack, obteveram teor lipídeco
de 10,29% e de 14,04%, respectivamente.
Galdeano e Grossmann (2006), em seu estudo com casca de aveia tratada
com peróxido de hidrogênio alcalino associado à extrusão como fonte de fibras em
biscoitos tipo cookies, determinaram a composição centecimal destes biscoitos e
obteveram um valor de 15,65% de lipídeos, valor este próximo ao encontrado em
nosso estudo.
O teor lipídico não alterou com o acréscimo de concentrações variadas do
pó alimentício obtido de resíduo de goiaba. Apesar deste pó possuir em sua análise
um maior teor do que gordura que o pó obtido do resíduo de caju, que foi de 3,01%,
não influenciando assim na formulação dos biscoitos. O teor de lipídeos de 16,1%
pode ser atribuído à utilização desse componente na elaboração do biscoito.
4.3.2 Análise sensorial do biscoito formulado com adição do pó obtido de
resíduo de goiaba
A análise sensorial dos biscoitos tipo cookies adicionados de pós
alimentícios obtidos de resíduo de goiaba foi realizada com 105 provadores, destes
77 provadores eram do sexo feminino e 28 do sexo masculino. A faixa etária dos
provadores variou entre 18 a acima de 65 anos e a escolaridade dos provadores foi
deste o ensino fundamental a pós-graduação. Cada provador analisou biscoitos de
aproximadamente 2,23 g.
Na tabela 15 observa-se uma relação significativa entre a concentração do pó
alimentício de resíduo de goiaba e os atributos sensoriais dos produtos.
Para os atributos textura, impressão geral e intenção de compra não foi
possível ajustar a equação, sendo então realizada a distribuição das médias.
71
TABELA 15: Resultados da análise de variância - Anova e da regressão para os
atributos sensoriais do biscoito do tipo cookies obtidos de resíduo de goiaba.
Quadrado Médio Fator de
variação
GL
Sabor Textura Impressão
Geral
Intenção de
compra
Linear
1 182,786
ns
62,9038
ns
117,3343
ns
7,3752
ns
Falta de ajuste
3 7,1962
ns
26,3781
ns
9,4409
ns
19,6597
ns
Quadrático
2 192,1806
ns
94,9371
ns
132,8452
ns
61,4732
ns
Falta de ajuste
2 6,0582
ns
23,5505
ns
6,4059
ns
2,4405
ns
*significativo ao nível de 5% de probabilidade (p 0,05)
ns
não significativo ao nível de 5% de
probabilidade
GL - Grau de liberdade
A Figura 17 apresenta o comportamento dos valores médios para os
atributos sabor, textura e impressão global, sendo as médias ajustadas para estes
atributos entre os termos hedônicos “gostei moderadamente e gostei muito”.
ŷ = 6,0838 + 0,0834x R
2
= 0,894
ŷ = não ajustável
ŷ = não ajustável
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
0 5 10 15 20
Co n ce nt r ação ( % de p ó )
No t as Senso riais
Sabor
Textura
Impressão Global
FIGURA 17: Sabor, textura e impressão global nas amostras de biscoito tipo cookies
adicionados de pó alimentício obtido de resíduo de goiaba em diferentes
concentrações.
Para os biscoitos adicionados do pó alimentício obtido de resíduo de goiaba,
observou-se um acréscimo linear para todos os atributos avaliados com o aumento
72
da concentração do pó alimentício obtido de resíduo de goiaba. As formulações com
15% e 20% de pó desse resíduo obtiveram maiores notas na escala hedônica.
Marciel, et al., (2006) avaliou a utilização da farinha de linhaça (linum
usitatissimum L.) no processamento de biscoito tipo cracker e verificou que a
formulação com 15% de semente de linhaça foi a mais aceita em relação aos
atributos sabor, textura, aceitação geral e intenção de compra.
As médias das notas de sabor, textura, impressão global e intenção de
compra observada no teste de aceitação dos biscoitos tipo cookies com adição de
pó alimentício obtido de resíduo de goiaba estão dispostas na Tabela 16.
TABELA 16: Valores médios das avaliações sensoriais dos biscoitos tipo cookies
formulados com adição de pós alimentícios obtidos de resíduos de goiaba em
diferentes concentrações
Concentração do
Sabor Textura Impressão Geral
Intenção de
compra
0%
6,2 6,3 6,3 4,2
5%
6,6 6,8 6,6 3,6
10%
6,5 6,0 6,4 3,5
15%
7,4 6,8 7,1 4,0
20%
7,9 7,6 7,7 4,4
A concentração com 15% e 20% de pó alimentício obtido de resíduo de
goiaba apresentou média equivalente aos termos hedônico “gostei moderadamente
e gostei muito” em relação ao sabor, textura e impressão global (Tabela 16). Os
biscoitos com 10% de pó alimentício obtido de resíduo de goiaba obteve um leve
decréscimo em relação aos biscoitos com 5% deste mesmo pó. O menor valor
apresentado pelos biscoitos foi dado ao biscoito controle (com 0% de pó de resíduo
de goiaba), que teve nota média de 6,3 para os atributos avaliados (Tabela 16).
A Figura 18 apresenta o comportamento dos valores médios para o atributo
intenção de compra. Nesse atributo não foi possível ajustar a equação.
73
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0 5 10 15 20
Conce ntr ão (% de pó)
Nota s Inte nç ã o de
Comp ra
Intenção de compra
ŷ = não ajustável
FIGURA 18: Intenção de compra nas amostras de biscoito tipo cookies adicionados
de pó alimentício obtido de resíduo de goiaba em diferentes concentrações.
Para os biscoitos adicionados do pó alimentício obtido de resíduo de goiaba,
observou-se um acréscimo linear para o atributo intenção de compra com o aumento
da concentração do pó alimentício obtido de resíduo de goiaba.
Para este atributo os valores variaram entre 3,5 e 4,4 o que corresponde na
escala hedônica a aproximadamente “possivelmente compraria”, levando a crer que
os resultados estão coniventes com os atributos anteriores (Tabela 16).
As amostras formuladas com 15% e 20% do pó alimentício obtido de resíduo
de goiaba foram as mais aceitas. Isso mostra que os biscoitos tipo cookies
formulados com 15% e 20% de pó alimentício obtido de resíduo de goiaba poderiam
ser indicado para a produção em alta escala e venda para a população, devido a sua
alta aceitabilidade.
Kruger, et al., (2003) avaliaram biscoito tipo cookies e snack enriquecidos,
respectivamente com caseína obtida por coagulação enzimática e caseinato de
sódio e obteve como resultado uma maior aceitação global para os snacks que para
os cookies.
Em um estudo semelhante feito por Ramcharitar et al., (2006) com adição de
11,6 de farinha de linhaça em biscoito, o biscoito sem adição de semente de linhaça
foi o preferido pelos provadores. Alpers e Sawyer-Morse (1996) enriqueceram
cookies com percentuais altos de farinha de linhaça (30% e 50%) e obtiveram a
preferência dos provadores, em relação ao controle sem adição de farinha de
linhaça.
74
Ormenese et al. (2001), avaliaram o perfil sensorial de três marcas
comerciais de biscoito recheado de chocolate e obteveram que o biscoito da marca
B foi o mais bem aceito quanto a aceitação global do produto. Acima de 97% dos
provadores gostaram do produto. Já quanto à intenção de compra também o biscoito
da marca B alcançou 91% das intenções contra 67% do biscoito da marca A.
75
5.0 CONCLUSÃO
- Pode-se considerar que os pós alimentícios dos resíduos de caju e de goiaba são
boas fontes de vitamina C e de açúcar redutor.
- Foi observado que o pó alimentício obtido de resíduo de goiaba apresentou um
maior teor lipídico que o pó obtido de resíduo de caju.
- Os resultados obtidos neste trabalho indicaram que os pós alimentícios obtidos de
resíduos de caju e de goiaba apresentam alto índice de fibras dietéticas.
- Os resultados da determinação de minerais mostraram que os pós alimentícios
obtido dos resíduos de caju e de goiaba pode ser considerado boas fontes de
minerais, principalmente de ferro e de zinco.
- Todas as amostras analisadas atenderam as condições higiênico-sanitárias
estabelecidas pela legislação em vigor, sendo satisfatórias para o consumo humano.
- Na análise sensorial foi observado um decréscimo linear para os atributos de
sabor, textura, impressão global e intenção de compra com o aumento da
concentração do pó alimentício obtido de resíduo de caju.
- Os biscoitos tipo cookies com 15% de pó alimentício obtido de resíduo de caju
apresentou média equivalente ao termo hedônico “gostei moderadamente”, para
todos os atributos avaliados.
- Na análise sensorial foi observado um aumento linear para os atributos de sabor,
textura, impressão global e intenção de compra com o aumento da concentração do
pó alimentício obtido de resíduo de goiaba.
- Os biscoitos tipo cookies formulados com 15% e 20% de pó alimentício obtido de
resíduo de goiaba apresentou média equivalente ao termo hedônico “gostei
moderadamente e gostei muito”, para todos os atributos avaliados.
- Assim pode-se concluir que o aproveitamento dos resíduos de frutas tropicais (caju
e goiaba) torna-se bastante importante para o combate ao desperdício e o
desenvolvimento de novos produtos alimentícios.
76
6.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AACC - AMERICAN ASSOCIATION OF CEREAL CHEMISTS. Approved Methods
of American Association of Cereal Chemists, 9 ed. St. Paul: AACC, 1995, V.1 e 2.
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Dissertação (mestrado). Departamento de Tecnologia em alimentos, Universidade
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ALMEIDA, NG. A Importância das Fibras Alimentares. Dieta e Saúde. Volume 7.
nº 1. Segundo Semestre, 1997.
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77
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