Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS
MESTRADO EM TECNOLOGIA DE ALIMENTOS
ALINE GURGEL FERNANDES
ALTERAÇÕES DAS CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS E FÍSICO-QUÍMICAS
DO SUCO DE GOIABA (Psidium guajava L.) DURANTE O
PROCESSAMENTO
FORTALEZA
2007
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
ALINE GURGEL FERNANDES
ALTERAÇÕES DAS CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS E FÍSICO-QUÍMICAS
DO SUCO DE GOIABA (Psidium guajava L.) DURANTE O
PROCESSAMENTO
Dissertação submetida à Coordenação
do Curso de Pós-Graduação em
Tecnologia de Alimentos, da
Universidade Federal do Ceará, como
requisito para obtenção do grau de
Mestre em Tecnologia de Alimentos.
Orientador: Prof. Dr. Geraldo Arraes
Maia
Co-orientador: Prof. Dr. José Maria
Correia da Costa
FORTALEZA
2007
ads:
Ficha catalográfica elaborada pelo Bibliotecário Hamilton Rodrigues Tabosa CRB-3/888
F398a Fernandes, Aline Gurgel
Alterações das características químicas e físico-químicas do suco de goiaba
(Psidium guajava L.) durante o processamento [manuscrito] / Aline Gurgel
Fernandes
84 f. enc.
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2007
Orientador: Dr. Geraldo Arraes Maia
Co-orientador: Dr. José Maria Correia da Costa
1. Suco de goiaba – Processamento industrial 2. Suco de goiaba – Valor nutritivo
I. Maia, Geraldo Arraes (orient.) II. Universidade Federal do Ceará – Mestrado em
Tecnologia de Alimentos III. Título
CDD 664
Dissertação submetida à Coordenação do Curso de Pós-Graduação
em Tecnologia de Alimentos, da Universidade Federal do Ceará, como
requisito para obtenção do grau de Mestre em Tecnologia de Alimentos.
A citação de qualquer trecho desta dissertação é permitida, deste
que seja feita de conformidade com as normas da ética científica.
Dissertação aprovada em: 27 de fevereiro de 2007.
____________________________
Aline Gurgel Fernandes
BANCA EXAMINADORA:
_____________________________
Prof. Geraldo Arraes Maia
(Orientador)
_______________________________ _____________________________
Prof. José Maria Correia da Costa Prof. Raimundo Wilane de Figueiredo
________________________________ _____________________________
Paulo Henrique Machado de Sousa Edy Sousa de Brito
A Deus.
Aos meus pais, Sílvio e Lenir, pelo amor e ensinamentos durante minha vida.
Ao meu amado marido Ivonildo, pelo carinho, dedicação e companheirismo.
Aos meus irmãos Alexandre, Alessandra e Amanda, pela força e incentivo.
Aos meus sobrinhos Alex e Marcela, pelo amor sincero e alegria constante.
Dedico.
AGRADECIMENTOS
A Deus, que esteve sempre comigo e me concedeu a graça de
concluir mais uma etapa em minha vida.
Ao Professor Geraldo Arraes Maia, pela orientação, incentivo e
confiança durante a realização deste trabalho.
Ao Professor José Maria Correia da Costa, pelo apoio e
ensinamentos durante o mestrado e, principalmente na graduação.
Ao Professor Raimundo Wilane de Figueiredo, pelas contribuições
durante o curso de mestrado e na avaliação deste trabalho.
Ao pesquisador da EMBRAPA Agroinústria Tropical, Edy Sousa de
Brito, que gentilmente aceitou o convite para participação da banca da defesa
de dissertação.
Ao grande amigo Paulo Henrique Machado de Sousa pela amizade
sincera, paciência, valiosa ajuda e imensa colaboração e orientação na
realização deste trabalho.
A todos os Professores do Departamento de Tecnologia de
Alimentos da UFC, pelo aprendizado no decorrer do curso.
Ao Secretário do Departamento de Tecnologia de Alimentos, Paulo
Mendes, pela ajuda quando necessária ao longo do curso.
Aos meus cunhados, Cláudia e Matheus, pelas sempre valiosas
palavras de apoio e incentivo.
Aos amigos do Laboratório de Frutos Tropicais, Anália, Cyntia, Ilane,
Patrícia, Sandra, Andréa, Joélia, Marília, Patrícia, D. Hilda, Marina, Armando e
Vandira, pelos anos de convivência e parceria.
Às amigas Giovana, Valquíria e Tatyane que transformaram meu
trabalho em algo mais suave devido à valiosa ajuda e dedicação durante a
realização das análises.
A todas as colegas do curso de mestrado, Daniela, Gabriela,
Tatiana, Maria, Leiliane, Vitória, em especial, Ana Maria, Ana Paula, Daniele e
Gerusa, pela fundamental ajuda e amizade sincera, sem a qual não teria
chegado onde cheguei.
À Jandaia Agroindústria Ltda, pelo fornecimento das amostras para
a realização desta pesquisa.
À Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e
Tecnológico FUNCAP, pela bolsa de pesquisa concedida para realização
deste trabalho.
A todos aqueles que colaboraram de forma direta ou indireta para a
realização deste sonho que graças ao Senhor Jesus foi realizado. Deus
abençoe todos vocês.
RESUMO
Os sucos de frutas são importantes fontes de vitaminas, sais minerais, ácidos
orgânicos e fibras, e incluídos na dieta da população podem ajudar a manter a
saúde. Durante as etapas de processamento de sucos, podem ocorrer
modificações nos componentes dos frutos, afetando suas propriedades
sensoriais e nutritivas. Estudos sobre os efeitos do processamento nos
constituintes nutricionais dos sucos tropicais são escassos. Geralmente, são
avaliadas somente as perdas de vitamina C. Este trabalho objetivou determinar
as possíveis alterações químicas e físico-químicas em suco tropical de goiaba
durante as etapas de processamento (extração, formulação / homogeneização
e pasteurização) e armazenamento (30 dias). Foram efetuadas determinações
de sólidos solúveis, pH, acidez, úcares redutores, açúcares totais, atividade
de água, cor, vitamina C, antocianinas, carotenóides, compostos fenólicos e
atividade da pectinametilesterase. Ao final do estudo, constatou-se que
somente os parâmetros de pH, carotenóides e atividade da
pectinametilesterase apresentaram variações significativas, du
ABSTRACT
LISTA DE TABELAS
Página
TABELA 1 - Características das principais variedades de goiaba.................... 16
TABELA 2 - Composição físico-
química de goiabas em três estádios de
maturação, no momento da colheita.................................................................
19
TABELA 3 - Composição nutricional da goiaba em 100 g de polpa.................. 21
TABELA 4 - Quantidade de licopeno encontrado em várias frutas....................
23
TABELA 5 - Distribuição percentual do número de ind
ústrias segundo o
produto final.......................................................................................................
27
TABELA 6 -
Geográficas no ano de 2005.............................................................................
32
TABELA 7 - Análises de variância das determinações químicas e físico-
químicas com relação ao efeito do processamento..........................................
50
TABELA 8 - Médias dos resultados das análises de pH, sólidos solúveis
(ºBrix), acidez, atividade de água, úcares totais e açúcares redutores do
suco de goiaba em função do processamento..................................................
50
TABELA 9 - Médias dos resultados das análises de vitamina C, carotenóides
totais, antocianinas totais, cor, fenólicos totais
e pectinametilesterase (PME)
durante as etapas de produção de suco tropical de goiaba..............................
53
TABELA 10 - Análises de variância das determinações químicas e físico-
químicas com relação ao efeito do armazenamento.........................................
63
TABELA 11 - Médias dos resultados das análises de pH, sólidos solúveis
(ºBrix), acidez, atividade de água, úcares totais e açúcares redutores do
suco de goiaba em função do armazenamento.................................................
63
TABELA 12 - Médias dos resultados das análises de vitamina C,
carotenóides totais, antocianinas totais, cor, fenólicos totais e
pectinametilesterase (PME) durante o armazenamento do produto.................
64
LISTA DE FIGURAS
Página
FIGURA 1: Evolução das exportações brasileiras de frutas frescas, 1998 -
2005..................................................................................................................
28
FIGURA 2: Mercado de bebidas não alcóolicas: Total no Brasil em 2003....... 29
FIGURA 3: Evolução de produção de suco, néctar e drinques a base de
frutas no Brasil..................................................................................................
30
FIGURA 4: Fluxograma de produção do suco tropical de goiaba obti
do pelo
processo de enchimento à quente (Hot fill).......................................................
44
FIGURA 5: Variação da perda e do ganho do teor de carotenóides durante
as etapas de processamento............................................................................
56
SUMÁRIO
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE TABELAS
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 13
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 15
2.1 Aspectos botânicos......................................................................................... 15
2.2 Características físicas da goiaba.................................................................. 15
2.3 Composição química, físico-química, nutricional e funcional da
goiaba....................................................................................................................
16
2.3.1 Suco de goiaba.............................................................................................. 24
2.4 Produção e mercado de frutas e sucos......................................................... 25
2.5 Processamento de sucos de frutas............................................................... 32
2.5.1 Influência do processamento sobre os constituintes do suco de fruta........... 36
3. MATERIAL E MÉTODOS................................................................................... 42
3.1 Matéria-prima................................................................................................... 42
3.2 Metodologia..................................................................................................... 42
3.2.1 Obtenção do suco de goiaba pelo processo hot fill........................................ 42
3.2.2 Determinações químicas e físico-químicas.................................................... 45
3.2.2.1 pH................................................................................................................ 45
3.2.2.2 Sólidos solúveis totais (ºBrix)...................................................................... 45
3.2.2.3 Acidez titulável (%AT)................................................................................. 45
3.2.2.4 Açúcares...................................................................................................... 45
3.2.2.4.1 Açúcares redutores.................................................................................. 45
3.2.2.4.2 Açúcares totais......................................................................................... 46
3.2.2.5 Antocianinas totais...................................................................................... 46
3.2.2.6 Cor............................................................................................................... 46
3.2.2.7 Carotenóides totais...................................................................................... 46
3.2.2.8 Vitamina C................................................................................................... 47
3.2.2.9 Compostos fenólicos totais.......................................................................... 47
3.2.2.10 Atividade de água...................................................................................... 47
3.2.2.11 Pectinametilesterase (PME)...................................................................... 47
3.2.3 Análise estatística........................................................................................... 48
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................... 49
4.1 Efeito do processamento nas etapas de obtenção do suco tropical de
goiaba não adoçado..............................................................................................
49
4.2 Efeito do armazenamento (30 dias) no suco tropical de goiaba não
adoçado..................................................................................................................
62
5 CONCLUSÕES.................................................................................................... 69
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 70
13
1 INTRODUÇÃO
O hábito do consumo de sucos de frutas e hortaliças processados
tem aumentado, motivado pela falta de tempo da população em preparar suco
das frutas in natura, pela praticidade oferecida pelos produtos, substituição ao
consumo de bebidas carbonatadas devido ao seu valor nutritivo e a
preocupação com o consumo de alimentos mais saudáveis, que as frutas
consistem em fonte nutricional de vitaminas, minerais e carboidratos solúveis
(MATSUURA e ROLIM, 2002).
O mercado mundial de frutas frescas comercializa um valor da
ordem de 20 bilhões de dólares por ano, sendo 90% de frutas de clima
temperado e 10% de frutas tropicais. Com uma produção de 38 milhões de
toneladas no ano de 2004 e uma área plantada superior a dois milhões de
hectares, o Brasil é considerado um dos maiores produtores de frutos tropicais
do mundo, apresentando, entretanto, pequeno impacto no mercado
internacional (AGRIANUAL, 2004).
Segundo Maia et al. (2002), a goiaba é um dos frutos de maior
importância nas regiões tropicais e subtropicais, não devido ao seu elevado
valor nutritivo, mas também pela excelente aceitação do consumo in natura,
pela capacidade de desenvolvimento em condições adversas e pela grande
aplicação industrial. Na forma in natura, a goiaba contém bastante vitamina C,
quantidades razoáveis de pró-vitamina A e vitaminas do complexo B, e sais
minerais como cálcio, fósforo e ferro.
A grande produção nacional de frutas tropicais e a alta perecibilidade
juntamente com o manuseio inadequado dos frutos durante a colheita, o
transporte e o armazenamento, contribuem para uma elevada perda de frutos.
A industrialização dos frutos tropicais é a melhor opção para minimizar as
grandes perdas que ocorrem por ocasião das grandes safras, quando as frutas
alcançam preços muito baixos no mercado de fruta fresca.
Devido apresentar elevada taxa metabólica, a goiaba possui uma
vida útil curta. Em função deste fato, juntamente com manejos inadequados
nas etapas de pós-colheita trazem uma perda da qualidade e dificuldades para
sua comercialização no mercado externo. Uma saída para se ter melhor
14
aproveitamento das frutas frescas, além de melhores oportunidades para os
produtores obterem maiores ganhos financeiros, devido à agregação de valor,
é a industrialização da goiaba.
Produzidos em grande escala, os sucos, geralmente, são
conservados através da pasteurização. Entretanto, o aquecimento requerido
para tal fim pode mudar o aroma peculiar e o sabor natural do suco fresco. Nos
processos de evaporação, desaeração, concentração de sucos de frutas,
podem separar-se componentes voláteis do aroma e esta perda conduzir ao
suco aroma e sabor indesejáveis e pouco naturais.
A capacidade de frutas processadas em promover saúde depende
estritamente de seu histórico durante o processamento. O processamento afeta
o conteúdo, a atividade e a biodisponibilidade dos componentes bioativos
(NICOLI et al., 1999). Existem perdas de alguns compostos durante o
processamento de frutas e poucos são os estudos feitos sobre esse aspecto.
Vários estudos foram feitos levando em consideração somente perdas com
relação ao ácido ascórbico (ACHINEWHU e HART, 1994; GIMENEZ et al.,
2002; GAHLER et al., 2003; LIMA et al., 2003; YAMASHITA et al., 2003).
Estudos recentes ressaltam a importância de se avaliar o valor
nutricional dos alimentos, a fim de se conhecer sua contribuição no suprimento
da recomendação diária de nutrientes, bem como a influência do
processamento e das tecnologias de preservação na sua composição química
(HOWARD et al., 1999; TUDELA et al., 2002; ZHANG e HAMAUZU; 2004). O
processamento industrial ou doméstico pode tornar os alimentos mais
atraentes ao paladar e aumentar sua vida-de-prateleira. No entanto, podem
levar à perdas expressivas, comprometendo a qualidade nutricional do produto
final ou da preparação (BENASSI e ANTUNES; 2002; REDY e LOVE, 1999).
Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo determinar o
efeito do processamento do suco tropical de goiaba, obtido pelo processo de
enchimento à quente, durante as várias operações envolvidas para sua
elaboração, tais como extração, formulação / homogeneização, pasteurização,
e avaliando-se a estabilidade do produto final aos 30 dias de armazenamento à
temperatura ambiente de 28ºC.
15
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Aspectos botânicos
Fruta de uma pequena árvore de flores alvas e perfumadas, a
goiaba é originária da América Tropical, onde prolifera com facilidade nos
terrenos baldios, em pastagens e capinzais, adapta-se bem a diferentes
condições climáticas e de solo, fornecendo frutos que são aproveitados desde
a forma artesanal na produção de doces caseiros, até a industrial na produção
de sucos (IDE et al., 2001). Existem mais de 90 variedades de goiaba, sendo
as maiores produções da Índia, Brasil, Colômbia, Cuba e México (CÁCERES,
1999).
A goiabeira (Psidium guajava L.) é uma planta perene, semi-arbórea,
da família das mirtáceas, que compreende um grande número de frutas
tropicais, como o araçá, a pitanga e a jaboticaba, é também considerada uma
planta rústica e pouco exigente em relação ao solo (PEREIRA e MARTINEZ
JÚNIOR, 1986), podendo se desenvolver em condições adversas de clima
(GONGATTI NETTO et al., 1996), e apesar de não ter grande porte, possui
elevada capacidade produtiva (60-100 t.ha
-1
), quando comparada a outras
frutíferas (NATALE et al., 1996).
Apesar de ser nativa dos trópicos, a goiabeira vegeta e produz bem
desde o nível do mar até a altitude de 1.700 m. A espécie está amplamente
difundida do Rio Grande do Sul ao Nordeste. Começa a produzir com um ano a
um ano e meio de idade (NETO, 1995).
2.2 Características físicas da goiaba
O fruto é do tipo baga, apresentando formato predominante ovulado,
piriforme e arredondado, com diâmetro médio de 5 a 7 cm e peso médio de 80
gramas. As cultivares destinadas à mesa o peso do fruto pode chegar a 300
400 gramas. A cor da polpa dos frutos pode apresentar diversas tonalidades:
branca, creme, amarelada, amarelo-ouro, rósea, vermelha-escura. A polpa é
sucosa e doce, com numerosas sementes reniformes, duras, com tamanho de
2 a 3 mm (NETO, 1995; ZAMBÃO e BELLINTANI NETO, 1998).
16
As principais variedades de goiaba que aparecem no Brasil são a
goiaba vermelha (Paluma) e a branca. Há, entretanto, predominância da goiaba
vermelha, considerada mais nobre e útil, tanto para a degustação ao natural,
como para a indústria, além de possuir coloração acentuada e tamanho
superior.
Na Tabela 1 observa-se as características físicas de algumas
variedades de goiabas do Brasil (IDE et al., 2001).
TABELA 1: Características das principais variedades de goiaba.
CARACTERÍSTICAS DOS FRUTOS
VARIEDADE
COLORAÇÃO TAMANHO FORMA
Kumagai Branca Grande Arredondada
Ogawa 1 Branca Grande Oblonga
Ogawa 2 Vermelha Grande Oblonga
Ogawa 3 Rosada Grande Arredondada
Paluma Vermelha Grande Periforme
Rica Vermelha Médio Periforme
Pedro Sato Vermelha Grande Oblonga
Sassaoca Vermelha Grande Arredondada
Fonte: IDE et al. (2001).
As variedades Ogawa 1 e Ogawa 3 (vermelhas), Paluma, Rica e
Kamugai são as mais indicadas para quem deseja abastecer o mercado
interno, para o consumo in natura ou para fins industriais.
2.3 Composição química, físico-química e nutricional da goiaba
A goiaba (Psidium guajava L.), dentre as frutas tradicionais, destaca-
se pelo seu valor nutritivo como excelente fonte de vitamina C e pela grande
aceitação para o consumo “in natura” (CÁCERES, 1999).
17
A goiaba é um fruto altamente perecível por causa do seu intenso
metabolismo durante o amadurecimento. Os atributos de qualidade são
influenciados pelas variedades, condições edafoclimáticas e práticas culturais.
Manejos inadequados na colheita e na pós-colheita aceleram os processos de
senescência, afetando sensivelmente a qualidade e limitando ainda mais o
período de comercialização. O estádio de maturação em que os frutos são
colhidos determina a qualidade do fruto a ser oferecido ao consumidor.
Os frutos colhidos imaturos, além de pouca qualidade, têm alto índice de perda
de água e são muito suscetíveis às desordens fisiológicas. Por outro lado,
quando colhidos muito maduros, entram rapidamente em senescência
(MANICA et al., 2000).
Devido a esse fator, a colheita no estádio próprio de maturidade é
essencial para a obtenção de produtos com ótima qualidade e com
manutenção da mesma na fase pós-colheita, sendo portanto, decisivo para
prolongamento da vida útil ou em relação ao potencial de armazenamento
(CHITARRA e CHITARRA, 2005), frutos colhidos precocemente não
apresentam habilidade de desenvolver o completo amadurecimento,
prejudicando sua qualidade final. Entretanto, de acordo com Azzolini et al.
(2004), os frutos colhidos em estádio sobremaduro resultam em rápida perda
de qualidade, diminuindo o período de comercialização. Logo, o melhor estádio
de colheita vai depender do tipo de fruto, juntamente com a interação das
características fisiológicas intrínsecas do fruto e a tecnologia pós-colheita que
será utilizada.
O processo de amadurecimento da goiaba (Psidium guajava L.)
ocorre rapidamente após a colheita. Quando colhidas completamente maduras
apresentam capacidade de conservação de um a dois dias (MANICA et al.,
2000), tornando difícil a comercialização em mercados distantes. Não existe
uma padronização e um consenso do estádio de maturação ideal para a
colheita de goiabas. Estas normalmente são colhidas quando a polpa ainda
está firme e a coloração da casca começa a mudar de verde-escuro para
verde-claro ou começando amarelecer (MANICA et al., 2000).
A fase de maturação determinada com base apenas na aparência do
fruto é falha, por se tratar de uma medida subjetiva, é sujeita a variações e
18
conseqüentemente à grande margem de erro. Verifica-se, normalmente em
lotes de goiabas, grande desuniformidade quanto ao ponto de colheita.
Para que a colheita seja efetuada no momento correto, é necessário
que se determine com precisão o estádio de maturação do fruto, lançando mão
dos índices de maturação. Esses índices compreendem medidas físicas ou
químicas que sofrem mudanças perceptíveis ao longo da maturação da fruta,
eles devem assegurar a obtenção de frutas de boa qualidade no que se refere
às características sensoriais, além de um comportamento adequado durante o
armazenamento (KLUGE et al., 2002).
Azzolini et al. (2004) investigaram o efeito do estádio de maturação
nas características físico-químicas de goiabas ‘Pedro Sato”, em três diferentes
estádios de maturação (TABELA 2). Concluíram que a cor da casca é o melhor
índice na determinação do estádio de maturação da goiaba, juntamente com a
firmeza e a relação sólidos solúveis totais / acidez titulável. Com relação à
firmeza dos frutos, estes a perderam rapidamente durante o amadurecimento,
e acredita-se que seja devido às atividades das enzimas hidrolíticas, como a
poligalacturonase e pectinametilesterase. O aumento no teor de ácido
ascórbico durante os estádios de maturação observado por Mercado-Silva et
al. (1998), concluiu que este aumento no teor de ácido ascórbico em goiabas
durante o início do amadurecimento está associado ao aumento da síntese de
intermediários metabólicos, os quais são precursores do ácido ascórbico.
19
TABELA 2: Composição físico-química de goiabas em três estádios de
maturação, no momento da colheita (AZZOLINI et al., 2004).
Estádios de maturação
Índices de
maturação
Estádio 1
(casca verde
escura)
Estádio 2
(casca verde
clara)
Estádio 3
(casca verde-
amerela)
CV(%)
Cor da casca
(ºh)
119,17 115,03 110,89
1,3
Firmeza (N) 100,80 77,60 46,30 13,1
Cor da polpa
(Croma)
30,36 33,38 34,57 7,8
SS (ºBrix) 6,90 7,30 7,60 9,3
Acidez
titulável (%)
0,60 0,54 0,51 8,7
Relação
SS/AT
11,60 13,60 15,10 10,7
Ácido
ascórbico
30,35 44,47 48,77 21,7
Fonte: AZZOLINI et al. (2004). SS: sólidos solúveis; AT: acidez titulável
Em trabalho realizado por Lima et al. (2002a), as cultivares e
seleções de goiabeira das áreas irrigadas do Submédio São Francisco
estudadas tiveram teor de sólidos solúveis totais variando de 7,2 a 10,9 ºBrix.
No entanto, estes valores foram inferiores aos observados por Gonzaga Neto
et al. (1986), que encontraram valores variando de 10 a 14 ºBrix. Altos teores
de sólidos solúveis o desejáveis tanto para frutos destinados ao consumo in
natura quanto para a indústria. No último caso, segundo Gonzaga Neto et al.
(1986), o custo do processamento é menor. Segundo Manica et al. (1998),
valores de pH superiores a 3,5 indicam a necessidade de se adicionar ácidos
orgânicos comestíveis no processamento dos frutos, visando a uma melhor
qualidade do produto final industrializado. No entanto, entre as cultivares e
20
seleções estudadas, aquelas de polpa vermelha, preferidas para a indústria,
apresentaram os mais baixos valores de pH.
Os atributos de qualidade da fruta fresca, como aparência, aroma,
sabor, composição química e outros são diretamente influenciados pelos
denominados aspectos pré-colheita, como nutrição mineral, manejo do solo,
irrigação, luz, vento, umidade relativa, altitude, dentre outros (CHITARRA e
CHITARRA, 2005).
Dentre as frutas tropicais, a goiaba é uma das mais apreciadas,
pelas suas características de sabor e aroma e pelo seu elevado valor nutritivo.
A goiaba contém quatro vezes mais vitamina C do que a laranja que possui 50
mg de vitamina C/100g, segundo dados da USDA (2006). Além disso, é rica em
fibras, vitamina E e licopeno, com o dobro da quantidade presente no tomate
(MATTIUZ, 2004; MONTEIRO, 2006a; TODA FRUTA, 2007).
A Tabela 3 apresenta a composição nutricional da goiaba em 100 g
de polpa.
21
TABELA 3: Composição nutricional da goiaba.
Nutriente Valor em 100 gramas
Água (g) 80,80
Energia (kcal) 68
Proteína (g) 2,55
Lipídio (g) 0,95
Cinza (g) 1,39
Carboidrato (g) 14,32
Fibra (g) 5,4
Vitamina C (mg) 228,3
Tiamina (mg) 0,067
Riboflavina (mg) 0,040
Niacina (mg) 1,084
Folato total (µg) 49
Cálcio (mg) 18
Ferro (mg) 0,26
Magnésio (mg) 22
Fósforo (mg) 40
Potássio (mg) 417
β-caroteno (µg) 374
Licopeno (µg) 5204
Fonte: USDA (2006).
A goiaba é uma fruta de baixo valor calórico, mas é vista
principalmente como uma considerável fonte de vitamina C, apresentando
valores médios de 56,33 mg/100g de polpa (CÁCERES, 1999; OLIVEIRA et al.
2002). Esta vitamina possui grande importância por facilitar a absorção e
transferência de ferro para o organismo, participar da formação do colágeno
22
(colabora na cicatrização) e intervir na fixação do cálcio nos ossos, o que
diminui a perda de massa óssea (osteoporose) (MARETTI et al., 2002; COMBS
JR., 2003).
Os elementos minerais reconhecidos como essenciais o
comumente divididos entre macroelementos (cálcio, fósforo, potássio, sódio,
cloro, magnésio, enxofre) e microelementos (ferro, cobre, cobalto, manganês,
zinco, iodo, for, molibdênio, selênio, cromo, silício), de acordo com as
quantidades maiores ou menores em que são encontrados no organismo
humano (SGARBIERI, 1987).
Entre os minerais da goiaba, o potássio é o mais abundante e o
conteúdo de sódio é muito baixo (TABELA 3). Sódio e potássio são muito
importantes na manutenção do volume hídrico nas lulas. O equilíbrio ácido-
base age na transmissão nervosa, tonicidade muscular, função renal e
contração do músculo cardíaco (FRANCO, 1999).
Os carotenóides são corantes naturais de frutas, verduras, raízes,
aves, certos peixes, crustáceos e alguns microrganismos. Estes pigmentos de
cores que vão do amarelo ao vermelho têm despertado a curiosidade dos
cientistas desde o aparecimento da química orgânica devido as suas
relevantes funções e ações (SILVA e MERCADANTE, 2002). Alguns
carotenóides são capazes de serem convertidos em vitamina A e como tal
desempenham um importante papel nutricional. Esta função adquire maior
importância nos países do terceiro mundo, onde as hortaliças e frutos ricos em
carotenóides constituem as principais fontes de vitamina A (OLSON, 1989).
Os carotenóides, juntamente com as vitaminas, são as substâncias
mais investigadas como agentes quimiopreventivos, funcionando como
antioxidantes em sistemas biológicos (POOL-ZOBEL et al., 1997). Estudos
mostram a relação entre o aumento no consumo de alimentos ricos em
carotenóides e a diminuição no risco de várias doenças, tais como, de doenças
degenerativas, prevenção da formação de catarata, redução da degeneração
macular relacionada ao envelhecimento e redução do risco de doenças
coronárianas (KRINSKY, 1994; OSGANIAN et al., 2003). Segundo Olson
(1999), os carotenóides seqüestram o oxigênio singlete, removem os radicais
peróxidos, modulam o metabolismo carcinogênico, inibem a proliferação
23
celular, estimulam a comunicação entre células (junções gap), e elevam a
resposta imune.
O licopeno é um carotenóide sem a atividade pró-vitamina A,
lipossolúvel, composto por onze ligações conjugadas e duas ligações duplas
não conjugadas. O licopeno é tido como o carotenóide que possui a maior
capacidade seqüestrante do oxigênio singlete, possivelmente devido à
presença das duas ligações duplas não conjugadas, o que lhe oferece maior
reatividade (DI MASCIO et al, 1989; KRINSKY, 2001). Tem atraído interesse
crescente nos últimos tempos, à proporção que se tem tornado claro que, de
todos os carotenóides, ele é o predominante no plasma e que possui atividade
antioxidante mais poderosa, sendo encontrado em alimentos de cor vermelha,
como tomates e seus produtos, goiaba, melancia, mamão e pitanga.(ARAB,
2000).
Na Tabela 4 observa-se várias frutas consideradas como fonte de
licopeno, apresentando a goiaba maiores concentrações.
TABELA 4: Quantidade de licopeno encontrado em várias frutas.
Goiaba vermelha Tomate Uva roxa Melancia
Licopeno
(mg/100g)
6,5 3,1 3,3 4,1
Fonte: USDA Database, 2006.
Há evidências científicas que o aumento do teor de licopeno na dieta
reduz o risco de desenvolvimento de uma variedade de tipos de câncer mais
notadamente o de próstata, assim como o risco de contração de doença
coronariana (GIOVANNUCCI et al, 1995; BOILEAU et al, 2000; WILLIS e
WIANS JR, 2003).
Estudos têm demonstrado que outros compostos antioxidantes, além
dos bem conhecidos β-caroteno, vitamina C e vitamina E, têm contribuído para
a total capacidade antioxidante de alguns vegetais (RICE-EVANS et al., 1996;
WANG et al., 1996). Em recentes pesquisas foi evidenciado que os compostos
24
fenólicos também estão relacionados à capacidade antioxidante de vários
vegetais e esse fato vem despertando o interesse dos consumidores por estes
produtos.
Os compostos fenólicos são responsáveis pela atividade
antioxidante de diversos vegetais. Dentre os compostos fenólicos com
propriedade antioxidante, destacam-se os flavonóides que, quimicamente,
englobam as antocianinas e os flavonóis. As antocianinas são pigmentos
solúveis em água, amplamente difundidas no reino vegetal e conferem as
várias nuanças de cores entre laranja, vermelha e azul encontradas em frutas
(FRANCIS, 1989). Os flavonóis são pigmentos de cores branca ou amarela
clara, encontrados nesses alimentos. Os últimos pigmentos citados são
importantes por atuarem na co-pigmentação das antocianinas (BOBBIO e
BOBBIO, 1992).
Atualmente, existe uma tendência mundial em usar pigmentos
naturais como corantes para alimentos e entre eles destacam-se as
antocianinas. Esse interesse é também influenciado pelas observações
promissoras de seu potencial benéfico à saúde decorrente de sua ação
antioxidante (WANG et al., 1996; ESPÍN et al., 2000).
2.3.1 Suco de goiaba
Dentre os vários produtos feitos a partir de frutos tropicais, os mais
populares são os sucos, as polpas e os néctares de frutas.
Segundo a Legislação Brasileira, o suco tropical de goiaba é definido
como uma bebida não fermentada, obtida pela dissolução em água potável, da
polpa de goiaba (Psidium guajava, L), por meio de processo tecnológico
adequado (BRASIL, 2003).
O suco tropical de goiaba não adoçado deve obedecer aos Padrões
de Identidade e Qualidade, fixados para Suco Tropical. Deve obedecer às
seguintes características e composição: cor, variando de branca a vermelha;
sabor próprio; aroma próprio; teor de polpa de goiaba, mínimo 50 g%; sólidos
solúveis (ºBrix a 20ºC), mínimo 6,0; acidez total em ácido cítrico (g%), nimo
25
de 0,30; açúcares totais, máximo 15,00 g% e ácido ascórbico, mínimo de 30,00
mg% (BRASIL, 2003).
2.4 Produção e mercado de frutas e sucos
A integração das economias mundiais e a abertura comercial
proporcionaram o crescimento das exportações da maioria dos países
industrializados. Nos últimos anos a balança comercial brasileira apresentou
incrementos significativos, em razão, principalmente, do desempenho do
agronegócio (VIANA et al., 2006).
O agronegócio também tem contribuído para o incremento do saldo
da balança comercial cearense, criando emprego e renda e garantindo a
permanência de maior mero de pessoas na área rural. O Governo do Estado
do Ceará, em grande parte, foi o responsável pelo desenvolvimento do setor,
uma vez que, introduziu, nos últimos anos, mudanças estruturais que buscaram
desenvolver a agricultura e aumentar sua participação no mercado interno e
externo. Os incentivos fiscais concedidos estimularam o surgimento de uma
fruticultura mais produtiva e modernizada e influenciaram de forma positiva os
custos relativos de produção, tornando o segmento mais competitivo no
mercado internacional (VIANA et al., 2006).
O agronegócio foi um dos setores que mais cresceram na economia
brasileira nos últimos cinco anos. De 2002 a 2006, as exportações de produtos
agropecuários tiveram um aumento de 99%, saltando de US$ 24,8 bilhões para
US$ 49,4 bilhões, segundo dados da Secretaria de Relações Internacionais do
Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O
complexo sucroalcooleiro teve o melhor desempenho, com incremento de
243% nas vendas externas. As carnes ficaram em segundo lugar, com
expansão de 170%. Em terceiro, aparece o café, com crescimento de 143%;
em quarto, cereais e preparações, com 123%; e em quinto, frutas, com 91%
(BRASIL, 2007).
A fruticultura foi um setor que expandiu as exportações nesse
período. Os embarques de frutas, incluindo nozes e castanhas, passaram de
US$ 400 milhões em 2002 para US$ 702 milhões em 2006. O crescimento
26
dessa cadeia produtiva no mercado mundial foi impulsionado pelo programa de
Produção Integrada de Frutas (PIF), coordenado pelo ministério. Com o PIF,
reduzimos os índices de aplicação de substâncias agroquímicas nos pomares,
oferecendo aos consumidores frutas mais saudáveis e seguras, além de
contribuirmos para preservação ambiental e para a saúde do trabalhador
(BRASIL, 2007).
O Brasil, com seu território caracterizado pelas nuances de clima e
solos variados, apresenta também grande produção agrícola diversificando-se
nos vários setores do mercado (RAMALHO, 2005).
O Brasil devido sua produção de 35 milhões de toneladas é
considerado hoje o terceiro maior produtor mundial de frutas, perdendo
destaque apenas para China e Índia (FAO, 2006). No entanto, um grande
desperdício pós-colheita para algumas culturas, o que, notadamente, gera
prejuízos. Existe, portanto a necessidade de se desenvolver novos
processamentos que permitam reduzir perdas e proporcionar um incremento na
renda do agricultor (AGRIANUAL, 2004; DIAS et al., 2003).
O mercado de frutas apresenta inúmeras vantagens econômicas e
sociais, como elevação do nível de emprego, a fixação do homem no campo, a
melhor distribuição da renda regional, a geração de produtos de alto valor
comercial e de importantes receitas em impostos, além de excelentes
perspectivas de mercado interno e externo, gerando divisas (IDE et al., 2001).
A Food and Agriculture Organization (FAO) tem mostrado que a
comercialização mundial de produtos derivados de frutas cresceu mais de
cinco vezes nos últimos quinze anos. Entre os países em desenvolvimento, o
Brasil destaca-se por ter a maior produção, que está concentrada em um
pequeno número de espécies frutíferas, as quais são cultivadas e processadas
em larga escala (BRUNINI et al., 2002).
Na Tabela 5 observa-se a distribuição das indústrias brasileiras
segundo o produto final.
27
TABELA 5: Distribuição percentual do número de indústrias segundo o produto
final.
Produto Participação (%)
Água de Coco 8,9
Polpa 73,2
Suco 15,2
Outros Produtos 2,9
Total Global 100
Fonte: ASTN /APEX (2002).
A fruticultura brasileira supera o crescimento vegetativo da
população e consolida o país como grande produtor e fornecedor mundial. A
expectativa é de que a fruticultura em 2006 se mantenha dentro dos padrões
dos últimos anos, ou seja, com crescimento sustentável. Há boas perspectivas
de aumento nas exportações de suco de laranja para os Estados Unidos, e das
demais frutas para a União Européia, que responde por 70% das exportações
brasileiras (ROSA, 2006).
Na Figura 1 podemos observar a evolução das exportações
brasileiras de frutas frescas, 1998 - 2005.
28
FIGURA 1: Evolução das exportações brasileiras de frutas frescas, 1998 -
2005.
Fonte: SECEX/DATAFRUTA-IBRAF (2006).
O Brasil aumentou suas exportações em mais de 200%, em valor,
de 1998 a 2005, passando de US$ 120 milhões em 1998 para US$ 440
milhões em 2005. Estima-se que ainda muito espaço para o crescimento
das exportações, pois o mercado internacional absorve cerca de 50 milhões de
toneladas anuais, conforme dados da FAO (IBRAF, 2006b).
O Brasil é terceiro maior produtor de frutas do mundo. E a indústria,
cada vez mais consciente desse potencial brasileiro, está se beneficiando da
tecnologia para investir num mercado crescentemente em expansão: o de
sucos prontos (MONTEIRO, 2006b). A categoria de sucos (prontos e
concentrados) ainda possui baixa penetração frente ao mercado de bebidas,
5,5% (FIGURA 2).
296.958
428.357
427.981
580.137
668.906
814.327
848.308
827.637
0
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
600.000
700.000
800.000
900.000
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
Toneladas
29
FIGURA 2: Mercado de bebidas não alcoólicas: Total no Brasil em 2003.
68,1%
9,60%
16,30%
4,20%
1,30%
0,30%
0,20%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
Refrigerantes Água mineral Refresco em pó Sucos
concentrados
Sucos prontos Chá pronto Isotônico
Fonte: ACNielsen/Wessanen (ESTRELLA, 2004).
O setor de sucos e polpas cresceu 12%, de 2003 a 2005, passando
de 1,7 milhão de toneladas para 2 milhões. O maior volume exportado dos
sucos nacionais é conseqüência da abertura de novos mercados, do aumento
da competitividade e do apoio sistemático, a longo prazo, para frutas e
derivados nacionais (IBRAF, 2006b). No entanto, Sandi et al. (2003) relatam
que a participação do Brasil na exportação de sucos vem caindo dada a forte
concorrência com países como a Colômbia, Peru e Equador, razão pela qual, o
investimento em tecnologia são justificados, para melhorar a produtividade, e
os sistemas de processamento das frutas.
Segundo Melo (2006), o consumo brasileiro de frutas in natura ainda
é baixo, 47 quilos per capita/ano, o que representa um porcentual pequeno,
considerando a produção anual de 35 milhões de toneladas de frutas, o que
uma sobra de pelo menos 30 milhões de toneladas. Desse total, excluindo o
que é usado para a produção de suco e polpa, o resto é perda, na faixa de 30%
a 40%.
30
De acordo com dados da AC Nielsen, em 2004 o mercado de sucos
prontos cresceu 15,6% e atingiu proporções maiores do que o de refrigerantes,
cujo aumento foi de apenas 6,54%. Este mercado tem movimentado R$ 900
milhões e 350 milhões de litros, explicando o ingresso e o aumento do
investimento de empresas nacionais e multinacionais em instalações e
desenvolvimento de novos produtos para o setor (IBRAF, 2006b). A Figura 3
apresenta o processo de evolução da produção de sucos, néctares e drinques
a base de frutas no Brasil.
FIGURA 3: Evolução de produção de suco, néctar e drinques a base de frutas
no Brasil.
Fonte: IBRAF (2006).
O Brasil é o segundo maior mercado da América Latina na produção
de sucos, néctares e drinques, com produção estimada em um bilhão de litros.
A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial - ABDI acredita que o setor
tem competitividade e com o trabalho de incorporação de tecnologia, será um
setor prioritário e protagonista no comércio internacional. A parceria entre a
ABDI e IBRAF, terá um investimento conjunto de R$ 1,26 milhão e visa
fortalecer o setor de frutas processadas principalmente a indústria de polpas
e sucos (IBRAF, 2006a).
A goiaba é uma fruta considerada muito importante dentro do
contexto da fruticultura brasileira, encontrando-se em expansão. Embora a sua
produção no Brasil represente aproximadamente 280 mil toneladas,
31
concentradas nos meses de fevereiro e março, a comercialização da fruta
ocorre o ano todo. O aumento no consumo está associado à grande divulgação
das qualidades nutricionais da fruta. Por se tratar de uma fruta altamente
perecível, o conhecimento de sua fisiologia pós-colheita é fundamental para o
emprego adequado de tecnologias, visando aumentar o período de
conservação. Após a colheita de frutas e hortaliças inicia-se uma série de
processos degradativos que aceleram a senescência, causando perdas de
grande parte da produção. Diversas dessas perdas podem ser atribuídas à
ação de enzimas durante a pós-colheita (ZANATTA, 2006).
O cultivo da goiaba é um dos mais importantes em países tropicais e
subtropicais. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais da fruta, junto
com outros países como o México, o Paquistão e a Índia (FERREIRA, 2000;
AZZOLINI, 2004). Entretanto, a participação do Brasil no mercado internacional
ainda é pequena. Em 2000 foram produzidas cerca de 300 mil toneladas e
somente 0,06% esta produção foi exportada (CHOUDHURY et al., 2001).
A alta perecibilidade, juntamente com a falta de disponibilidade de
armazenamento durante os meses de pico de processamento industrial/safra,
contribui para perdas pós-colheita ao redor de 30% (MURAKAWA, 1998).
A quantidade produzida em 2005 foi de 345.533 toneladas no Brasil,
sendo 156.886 toneladas na região Nordeste (TABELA 6) e 5.073 toneladas no
Ceará, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2007).
32
TABELA 6: Quantidade de goiaba produzida no Brasil e Regiões Geográficas
no ano de 2005.
Brasil e Região Geográfica Tonelada
Brasil 345.533
Nordeste 156.886
Sudeste 142.200
Centro-Oeste 31.586
Sul 10.429
Norte 4.432
Fonte: IBGE, 2007 - Produção Agrícola Municipal.
A Região Nordeste é a que possui maior área plantada, com 7.331
mil hectares, totalizando mais de 40% da plantação nacional, seguida pela
Região Sudeste (IBGE, 2007).
O cultivo da goiaba exerce importante papel social por ser gerador
de empregos no meio rural e industrial, mantendo a mão-de-obra rural
empregada por períodos mais longos. Com irrigação, é possível colher três
safras em dois anos, estimulando a oferta de empregos no setor industrial e
permitindo ao produtor a comercialização de seus produtos na entressafra (IDE
et al., 2001).
2.5 Processamento de sucos
A industrialização de produtos alimentícios visa a obtenção de
produtos com características sensoriais e nutricionais próximas ao produto in
natura e que sejam seguros sob o ponto de vista microbiológico. É fundamental
que estes produtos apresentem qualidade, visando não apenas atender aos
padrões estabelecidos pela Legislação Brasileira, mas também, às exigências
do mercado consumidor. Nas operações de processamento e durante o
33
armazenamento de sucos de frutas ocorrem transformações, que podem
resultar em perdas no sabor e/ou aparecimento de sabor desagradável (off
flavor), devido à várias reações bioquímicas complexas entre seus constituintes
(GAVA, 1985).
A conservação de frutas na forma de sucos, polpas e outros
produtos foi desenvolvida para aumentar a oferta das mesmas e para a
utilização dos excedentes de produção (BRUNINI et al., 2002). Segundo
Gonçalves (2000), produtos processados ou elaborados são potencialmente
diferenciáveis e, portanto, agregam maior valor, gerando maiores receitas e
criando novos postos de trabalho no país.
Para se ter a melhoria nos sistemas de processamento, é necessário
entender as reações físicas e químicas que ocorrem durante a transformação
da fruta in natura em produtos derivados, tais como sucos, polpas e néctares.
De acordo com Arruu13she-9.235(é)2.80762(ct)-9.23579tas Aene1(n)331928 Tf1 0 .23449(d)2.8ts n00aa
34
máximo as reações que geram uma diminuição do valor nutritivo e de outros
atributos de qualidade dos alimentos. Procurando atender a esse problema,
vários estudos estão sendo realizados com o intuito de aperfeiçoar as técnicas
que hoje são utilizadas para preservação e processamento de frutas.
Os sucos de frutas, cujo pH encontra-se na faixa de 2,0 a 4,5,
apresentam condições favoráveis ao desenvolvimento de bolores, leveduras e
bactérias ácido-tolerantes (UBOLDI EIROA, 1989). Desta forma, tratamento
térmico na faixa de 85ºC 95ºC, durante 15 a 20 segundos, é apropriado para
tornar o produto comercialmente estéril, tendo em vista que é suficiente para a
destruição destes microrganismos e a inativação de enzimas capazes de
promover transformações indesejáveis que possam comprometer a qualidade
do produto (GAVA, 1985). O alimento comercialmente estéril, embora possa
35
escolher frutos com boa qualidade, para que se tenha um produto final com
boas condições de comercialização.
A lavagem tem como objetivo reduzir a concentração microbiana,
através da lavagem dos frutos em água clorada, em que a concentração do
cloro depende do tipo de fruta. Frutos com casca, como a goiaba e a laranja
podem ser submetidos a lavagens mais eficientes. No caso dos frutos que
possuem apenas película, como o caju e a acerola, têm que ser submetidos a
uma lavagem mais branda. Alguns frutos são até escovados, como o abacaxi,
para remoção de areia e outras sujidades que possam estar aderidas na casca.
No processo de extração do suco, a fruta passa por uma
despolpadeira, onde acontece a desintegração e o despolpamento, por meio do
esmagamento da fruta contra as telas do equipamento de aço inoxidável e
dotadas de furos de diâmetros variados, passando em seguida o material
obtido por uma refinadora (MAIA et al., 1998).
Após a extração o suco segue para a formulação, onde se procedem
os ajustes necessários com a incorporação de aditivos, como acidulantes
(correção do pH), e conservadores, conforme especificações. Em seguida o
suco é homogeneizado, para a estabilização do mesmo, alterando, portanto
suas características físicas. A homogeneização reduz os tamanhos das
partículas na maioria dos casos aumentando a viscosidade do produto. O
homogeneizador é um equipamento usado na homogeneização de líquidos ou
produtos densos, incluindo produtos altamente abrasivos como suco de frutas.
A etapa de desaeração tem como objetivo remover o oxigênio
dissolvido, onde o suco é pré-aquecido, que uma quantidade adicional de ar
é introduzida no produto durante o processamento, especialmente durante o
despolpamento e homogeneização. Tem por finalidade reduzir a formação de
espuma e evitar a oxidação de constituintes naturais do fruto, como a vitamina
C (MAIA et al., 1998), além de impedir o desenvolvimento de microrganismos
aeróbios e evitar a expansão do ar durante o tratamento térmico a fim de que
não seja prejudicada a recravação. No processamento de suco, a desaeração
deve ser conduzida sob alto vácuo para obtenção de melhores resultados. O
teor de oxigênio no suco e a pressão devem ser monitorados constantemente.
36
A pasteurização de sucos de frutas é o tratamento térmico realizado
com a finalidade de destruir tanto os microrganismos patogênicos, quanto os
deteriorantes e ainda inativar enzimas (BARUFALDI e OLIVEIRA, 1998). Sendo
os sucos de frutas tropicais produtos ácidos com um pH menor que 4,2 e
frequentemente variando de 3,5 a 4,0, portanto, para inibir o crescimento
microbiano nesta faixa de pH, o suco requer aquecimento de 80ºC a 93ºC por
apenas poucos segundos (RUTLEDGE, 2001).
O resfriamento deve ser feito em água clorada de forma rápida até
que o produto atinja uma temperatura máxima de 37°C (MAIA e
ALBUQUERQUE, 2000), dessa forma o produto não permanece por longo
período em elevadas temperaturas, impedindo um cozimento excessivo do
suco.
A embalagem de vidro desfruta de um grande uso na indústria de
sucos de frutas. Possui vantagens de ser quimicamente inerte, transparente e
resistente ao calor. Na indústria de alimentos sua transparência é considerada
como uma vantagem de marketing significante, carregando a imagem de um
produto de qualidade. Sua resistência ao calor assegura que os recipientes não
deformarão durante o enchimento à quente, porém, estão sujeitos a quebra
quando submetido a choque térmico brusco. Outra desvantagem da
embalagem de vidro é por ser muito pesada e frágil a danos mecânicos
(MCLELLAN e PADILLA-ZAKOUR, 2005).
2.5.1 Influência do processamento sobre os constituintes do suco
Costa (1999) estudando a estabilidade de suco de caju preservado
pelos processos hot fill e asséptico, relatou que durante o processamento
industrial, ocorrem modificações nos componentes dos frutos que afetam
sensivelmente suas propriedades sensoriais, tais como: textura, sabor, aroma,
e também o valor nutritivo; no entanto, quando as frutas são processadas
adequadamente, as perdas em geral são pequenas.
Investigações dos efeitos do processamento nos constituintes
nutricionais nos sucos são escassos. Frequentemente, somente as perdas de
vitamina C o avaliadas (ACHINEWHU e HART, 1994; GIMENEZ et al., 2002;
37
GAHLER et al., 2003; LIMA et al., 2003; YAMASHITA et al., 2003).
Segundo Assunção e Mercadante (2000), a vitamina C apresenta
papel importante no organismo e também na indústria de alimentos,
fornecendo parâmetros de qualidade dos produtos processados.
As vitaminas, especialmente a vitamina C, também conhecida como
ácido ascórbico (AA), a tiamina e o ácido fólico são sensíveis ao
processamento (REDY e LOVE, 1999). Devido à instabilidade ao calor, a
vitamina C tem sido empregada como um indicador para medir os efeitos do
processamento na retenção de nutrientes (GESTER, 1989; HOWARD et al.,
1999; VANDERLISE et al., 1990).
As perdas no conteúdo de ácido ascórbico variam de acordo com o
processo e equipamentos utilizados (MATSUURA et al., 2002; YAMASHITA et
al., 2003). No entanto, segundo Semensato (1997), mesmo após o
processamento da acerola, os produtos ainda retêm um alto conteúdo de
vitamina C, desde que a matéria prima utilizada seja rica nesta vitamina. A
degradação do ácido ascórbico em sucos de frutas pode ocorrer em condições
aeróbicas ou anaeróbicas, ambas levando à formação de pigmentos escuros
(PERERA e BALDWIN, 2001). Esta vitamina também é rapidamente destruída
pela ação da luz e sua estabilidade aumenta com o abaixamento da
temperatura.
Siqueira et al. (1997) relata em seu trabalho que os frutos podem
perder parte de teor de vitamina C original entre o tempo de colheita e o de
consumo. As frutas frescas, armazenadas durante qualquer período de tempo
em locais quentes, perdem quantidades apreciáveis desta vitamina.
Costa et al. (2003), verificaram perdas da ordem de 25,65% e
26,74% de vitamina C para o suco de caju com alto teor de polpa preservado
pelos processos hot fill e asséptico, respectivamente, armazenados por 350
dias.
Silva et al. (2006), estudando o efeito do processamento sobre o teor
de ácido ascórbico em suco de laranja, concluíram que o processo de agitação
do suco de laranja in natura reduziu significativamente o teor de AA,
demonstrando que não o processamento térmico, mas também a agitação
38
mecânica podem influenciar o valor nutricional das preparações. Durante o
processo de homogeneização de sucos incorporação de ar, com
conseqüente oxidação desta vitamina.
As antocianinas são pigmentos muito instáveis, podendo ser
degradados durante o processamento e a estocagem dos sucos (ALVES et al.,
1997; LIMA et al., 2002b). Além da temperatura, outros fatores incluindo pH e
oxigênio também afetam a estabilidade destes pigmentos (CHAN e
YAMAMOTO, 1994).
Alguns carotenóides são capazes de ser convertidos em vitamina A
e, como tal, desempenham um importante papel na prevenção da síndrome de
vitamina A, que causa xeroftalmia bem como distúrbios de crescimento na
primeira infância (RAMALHO et al. 2001).
Os carotenóides, juntamente com as vitaminas, são as substâncias
mais investigadas como agentes quimiopreventivos, funcionando como
antioxidantes em sistemas biológicos (POOL-ZOBEL et al., 1997). Estudos
mostram a relação entre o aumento no consumo de alimentos ricos em
carotenóides e a diminuição no risco de várias doenças. Segundo Olson
(1999), os carotenóides seqüestram o oxigênio singlete, removem os radicais
peróxido, modulam o metabolismo carcinogênico, inibem a proliferação celular,
estimulam a comunicação entre células (junções gap), e elevam a resposta
imune.
O licopeno é um dos 600 pigmentos carotenóides encontrados na
natureza e um dos 25 encontrados no plasma e tecidos humanos.
Caracterizado por uma estrutura simétrica e acíclica, é constituído somente por
átomos de carbono e hidrogênio, contendo 11 ligações duplas conjugadas e 2
ligações não conjugadas (KHACHIK et al., 2002; MCCLAIN e BAUSCH, 2003).
Sua estrutura é responsável pela coloração vermelho-alaranjada de frutas e
vegetais nas quais está presente (BRAMLEY, 2000). Esse pigmento
carotenóide não tem atividade de pró-vitamina A, mas tem um efeito protetor
direto contra radicais livres (LUGASI et al., 2003; NUNES e MERCADANTE,
2004), sendo considerado um potente antioxidante protetor da camada celular
por reação com os radicais peróxidos e com o oxigênio molecular,
principalmente (RAO e SHEN, 2002; SHAMI e MOREIRA, 2004).
39
O processamento de alimentos tem demonstrado aumentar a
biodisponibilidade de licopeno, devido à liberação da matriz do alimento. Com
isso, molho de tomate e purê de tomate são tidos como melhores fontes
biodisponíveis de licopeno do que as demais fontes de alimentos não cozidos,
tais como o tomate cru (BOILEAU et al., 2002).
Provavelmente o tratamento térmico e a homogeneização mecânica
do tomate aumentam a absorção do licopeno nos tecidos corporais. Mas esse
cozimento diminui alguns componentes benéficos, como os flavonóides,
vitamina C e vitamina E. Essa melhoria da biodisponibilidade pode ocorrer à
presença de lipídeos na dieta, à isomeração induzida pelo calor formando mais
cis-isômeros e à presença de outros carotenóides, como o betacaroteno
(WILLCOX et al., 2003).
A rotação de qualquer uma das 11 duplas ligações presentes no
licopeno permite a formação de alguns isômeros cis-geométricos, os quais
podem ter implicações relativas à ação biológica desse carotenóide. Parece
que o tratamento térmico é responsável pela isomerização que ocorre durante
o processo absortivo, alterando a configuração do licopeno de trans para cis-
isômeros. Apesar disso, essa modificação é considerada pequena, (até 10% do
all-trans) para o cis com o processamento térmico ou desidratação. Está claro
que outros processos fisiológicos são responsáveis pela grande diferença da
proporção cis e trans observada em alimentos e tecidos (BOILEAU et al.,
2002).
Moritz e Tramonte (2006), em uma revisão sobre a
biodisponibilidade do licopeno, alerta sobre a educação e o incentivo ao
consumo de licopeno, especialmente nas formas comercialmente difundidas,
de grande aceitação social e de melhor absorção pelo organismo (alimentos
processados), visando à redução do risco do desenvolvimento de câncer e de
doenças crônicas, são tarefas primordiais dos estudiosos desse carotenóide.
De acordo com Bobbio (1992), as enzimas são responsáveis por
acelerar várias reações bioquímicas que ocorrem nos alimentos, e são
inativadas pelo calor. O escurecimento de frutas e de certos vegetais é iniciado
pela oxidação enzimática de compostos fenólicos pelas polifenol oxidases
(PPOs). A ação desta enzima resulta na formação de pigmentos escuros,
40
frequentemente acompanhados de mudanças indesejáveis na aparência e nas
propriedades sensoriais do produto, resultando na diminuição da vida útil e do
valor de mercado (ARAÚJO, 1999).
Badolato (2000), em estudo feito com tratamento térmico em suco
de laranja para a inativação da pectinesterase, concluiu que a atividade da
enzima diminuiu com o aumento da temperatura empregada no tratamento
térmico.
Sancho (2006), estudando o efeito do processamento sobre as
características do suco de caju, constatou que os parâmetros que mais
sofreram perdas na etapa de pasteurização foram o ácido ascórbico,
carotenóides e antocianinas.
Furtado et al. (2000) avaliaram microbiológica e sensorialmente a
polpa de goiaba preservada por dois diferentes tipos de tratamento térmico, a
pasteurização lenta (85ºC/15 minutos) e a pasteurização rápida (92ºC/ 30
segundos). Concluíram que o produto obtido através da pasteurização rápida
estaria apto para o consumo até 90 dias, pois sua qualidade se manteve
estável nesse período, o produto preservado pela pasteurização lenta,
poderia ser consumido até 15 dias, apresentando perda de sua qualidade após
esse período.
A capacidade das frutas e hortaliças, para atuarem como promotores
da saúde depende da forma como o alimento é consumido (in natura ou
processado). Reconhece-se que antioxidantes presentes naturalmente nos
alimentos podem sofrer expressivas mudanças como conseqüência do
processamento e do armazenamento. De modo geral, o tratamento térmico é
considerado a principal causa da alteração do teor de antioxidante naturais em
alimentos (KAUR e KAPOOR, 2001).
É importante ressaltar que, embora o fruto “in natura” apresente
elevados percentuais de vitaminas e outros nutrientes importantes para a
saúde, estes poderão sofrer significativa redução por influência das operações
a que será submetido.
Os agentes físicos e químicos que afetam a estabilidade dos
nutrientes são praticamente os mesmos, tanto no processamento, como
41
durante o armazenamento do produto. Quando o processamento dos sucos de
fruta ocorre de forma adequada, as perdas em geral são pequenas e a
retenção de nutrientes depende basicamente das condições e tempo de
estocagem e comercialização (COSTA, 1999).
Apesar do elevado consumo de sucos processados, observa-se que
não existem dados na literatura que mostrem quantitativamente os efeitos
causados por essas operações sobre os seus constituintes, tornando-se
importante o conhecimento de tais informações afim de que seja preservada
sua qualidade final.
Durante o processamento, algumas frutas podem sofrer a
42
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Matéria-prima
Foram coletadas amostras de duas repetições do experimento de
diferentes etapas do processamento de suco tropical de goiaba. A primeira
coleta foi feita após a etapa de extração da polpa, a segunda etapa após as
operações de formulação / homogeneização e finalizando com a terceira etapa
de coleta após a pasteurização (FIGURA 4). As amostras foram fornecidas por
indústria local (Ceará), devidamente acondicionadas em embalagens
apropriadas e identificadas, as que sucederam à pasteurização, se
encontravam devidamente envasadas para comercialização. Foram realizadas
análises no tempo zero de todas as amostras fornecidas e com 30 dias de
armazenamento das amostras coletadas após à pasteurização.
As amostras foram transportadas em caixas de isopor, por via
terrestre, até as instalações do Laboratório de Frutas e Hortaliças do
Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal do Ceará,
onde foram submetidas às determinações químicas e físico-químicas.
3.2 Metodologia
3.2.1 Obtenção do suco de goiaba pelo processo de enchimento à quente
O suco de goiaba foi obtido de acordo com a Figura 4.
As goiabas foram colhidas manualmente, nas horas do dia em que
as temperaturas o mais amenas, e acondicionadas em caixas de PVC. As
caixas foram colocadas em caminhões e transportadas para a unidade de
processamento, onde foram recebidas e pesadas para efeito de cálculos de
rendimento. Os frutos foram selecionados com relação à sanidade, integridade
física, uniformidade de coloração e maturação, e lavados por imersão em água
clorada com 25 mg/L de cloro ativo durante 20 minutos. Em seguida, os frutos
passaram por uma despolpadeira de malha de 0,8 mm, onde se obteve o suco
refinado, a partir do qual realizou-se a formulação (50% de água, 50% de polpa
de goiaba, conservantes: benzoato de sódio e metabissulfito de sódio,
acidulante: ácido cítrico para abaixamento do pH), procedendo-se em seguida
43
a homogeneização em um homogeneizador de válvulas sob pressão
(8106KPa) e posteriormente a desaeração em um desaerador sob vácuo
(53,3KPa) a temperatura de 50°C. Na seqüência, o suco foi submetido ao
tratamento térmico a 90°C por 60 segundos, realizado em trocador de tubos,
seguido de enchimento à quente (85°C) em garrafas de vidro de 500 mL e
fechamento imediato por tampas plásticas rosqueadas. Após o fechamento as
garrafas foram resfriadas em um resfriador contínuo de esteiras,
44
Colheita
Transporte
Recepção / Pesagem
Pré-lavagem / Seleção Inicial
Lavagem / Seleção Final
Branqueamento / Despolpamento
Formulação / Homogeneização
Pré-aquecimento / Desaeração
Tratamento térmico
Enchimento
Fechamento
Resfriamento
Armazenamento
Água clorada
Goiaba
Garrafas de vidro de
500 mL
Tampas plásticas
rosqueadas
2ª coleta
3ª coleta
1ª coleta
Água potável
Conservantes
FIGURA 4: Fluxograma de produção de suco tropical de goiaba obtido pelo
processo de enchimento à quente, indicando os pontos de retirada da
amostragem.
45
3.2.2 Determinações químicas e físico-químicas
As amostras do suco tropical de goiaba não adoçado foram
coletadas de acordo com o fluxograma da Figura 4. As determinações foram
efetuadas em duplicata para cada repetição do experimento, conforme
metodologia descrita abaixo. O produto final foi armazenado por trinta dias à
temperatura ambiente de 28ºC e submetidos às mesmas determinações
químicas e físico-químicas.
3.2.2.1 pH
O pH foi medido através do aparelho de pH HANNA
INSTRUMENTS, modelo HI 9321, calibrado a cada utilização com soluções
tampão de pH 4,0 e 7,0, conforme AOAC (1995).
3.2.2.2 Sólidos solúveis (ºBrix)
A determinação dos sólidos solúveis foi feita por refratometria
através da medida dos ºBrix, em refratômetro marca ATAGO, modelo N 1,
com escala variando de 0 a 32º Brix, e compensando-se a leitura para 20º C,
conforme Brasil (2005b).
3.2.2.3 Acidez titulável (%AT)
As análises foram realizadas segundo metodologia do Brasil
(2005b), através de titulação com solução de NaOH 0,1 N, onde utilizou-se 1
mL do suco de goiaba e fenolftaleína como iindicador da viragem e os
resultados foram expressos em porcentagem de ácido cítrico.
3.2.2.4 Açúcares
3.2.2.4.1 Açúcares redutores
Os açúcares redutores foram determinados por espectrofotometria,
utilizando-se ácido 3,5-dinitro-salicílico (DNS), de acordo com a metodologia
46
descrita por Miller (1959) e expressos em gramas de glucose por 100 mL de
suco.
3.2.2.4.2 Açúcares totais
Para a determinação dos açúcares totais foi realizada uma inversão
ácida com ácido clorídrico P.A., em seguida foram determinados os açúcares
totais, segundo Miller (1959). Os resultados foram expressos em gramas de
glucose por 100 mL de suco.
3.2.2.5 Antocianinas totais
A determinação de antocianinas totais foi realizada homogeneizando
1 g de amostra com solução de HCl (1,5 N) e etanol 85 % para sua extração.
Após uma noite de descanso sob refrigeração (ausência de luz), os extratos
foram filtrados e feita a leitura no espectrofotômetro a 535 nm (FRANCIS,
1982). Os resultados foram expressos em mg de antocianinas totais/100 mL e
calculados através da fórmula: fator de diluição x absorbância/98,2.
3.2.2.6 Cor
Determinada de acordo com metodologia descrita por Rangana
(1997), onde 10 mL da amostra foram adicionadas a 10 mL de água destilada e
30 mL de álcool etílico P. A. A mistura foi agitada e filtrada, sendo o filtrado
recolhido e enviado para leitura. Para o branco, o procedimento foi o mesmo,
porém a amostra foi substituída por 10 mL de água destilada. A leitura foi
realizada por método espectrofotométrico utilizando espectrofotômetro da
marca MICRONAL, modelo B582, com absorbância medida no comprimento de
onda de 420 nm.
3.2.2.7 Carotenóides totais
Na determinação de carotenóides totais, a extração foi efetuada em
solução extratora de álcool isopropílico:hexano (3:1) e utilizando-se para sua
47
quantificação o espectro de absorção registrado no comprimento de onda de
450 nm (HIGBY, 1962).
3.2.2.8 Vitamina C
Determinado segundo Pearson (1976), que se baseia na redução do
indicador 2,6-diclorobenzenoindofenol (DCFI) pelo ácido ascórbico. Os
resultados foram expressos em miligramas de ácido ascórbico por 100 mL de
suco.
3.2.2.9 Compostos fenólicos totais
Os fenólicos totais foram determinados de acordo com a
metodologia descrita por Reicher et al. (1981), através de espectofotometria,
utilizando o reagente de Folin-Denis tendo o ácido tânico como padrão, sendo
a leitura feita em espectrofotômetro a 760 nm.
3.2.2.10 Atividade de água (Aw)
A determinação de atividade de água foi medida instrumentalmente
por aparelho digital PAWKIT.
3.2.2.11 Pectinametilesterase (PME)
Foram adicionados a 10 mL do suco de goiaba, 5 mL de NaCl 0,2 M,
sob agitação magnética por 5 min. Dessa mistura, foram retirados 10 mL e
adicionados a 20 mL de pectina cítrica 1% dissolvida em 0,2 M de NaCl
(titulada com com NaOH 0,1 N para pH 7,5). A mistura foi transferida para
becker de 50 mL e mantida sob agitação constante. O pH da solução foi
ajustado imediatamente para 7,5 usando-se uma solução de NaOH 0,1 N e
mantido neste valor pela adição de volumes conhecidos de NaOH 0,01 N por
meio de micropipeta, durante 10 min. A unidade de pectinametilesterase foi
determinada através da curva de titulação (FONTES, 2002).
48
3.2.3 Análise estatística
O experimento foi realizado através de um delineamento
inteiramente casualizado, com duas repetições. Os dados das análises
químicas e físico-químicas obtidos foram tratados estatisticamente através de
análise de variância (α=5%), para testar diferença entre os resultados, e
quando conveniente, foi realizado teste de Tukey para comparação das
médias, ao nível de 5% de probabilidade para a comparação das médias foi
aplicado o teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade (p 0,05),
utilizando-se para isso o programa estatístico SAS (Statistical Analyses
System), versão 9.1, licenciado pela Universidade Federal de Viçosa, (SAS,
2006).
49
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Efeito do processamento nas etapas de obtenção do suco tropical de
goiaba não adoçado
A análise de variância das características químicas e físico-químicas
apresentou efeito significativo (p 0,05) somente para as características de pH,
carotenóides totais e atividade da pectinametilesterase (TABELA 7) durante as
etapas de processamento.
Na Tabela 8 podem ser observadas as médias dos resultados dos
parâmetros químicos e físico-químicos de pH, acidez, sólidos solúveis (ºBrix),
atividade de água, açúcares totais e açúcares redutores nas amostras obtidas
durante as etapas do processamento de suco tropical de goiaba.
De acordo com os resultados, verificou-se que somente o pH
apresentou diferença significativa ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de
Tukey (TABELA 8).
Os valores de pH encontrados foram de 3,59 ± 0,02 após a etapa de
extração, 3,39 ± 0,04 para o suco formulado / homogeneizado e 3,41 ± 0,02
para o suco após sofrer a pasteurização (TABELA 8). As amostras de suco do
goiaba apresentaram diferenças significativas entre as etapas de extração e as
demais etapas do processamento (formulação / homogeneização e
pasteurização).
Entre as etapas de extração e formulação / homogeneização
observou-se uma diminuição do pH e um pequeno aumento da acidez,
possivelmente devido à adição de ácido cítrico e água para a diluição, durante
a formulação do suco tropical de goiaba (TABELA 8).
A quantidade de calor requerida para se obter um produto comercial
estéril, depende do pH e da atividade de água do alimento, que são
classificados em dois grupos, com base nesses fatores: alimentos de baixa
acidez, que incluem produtos com pH maior que 4,6 e alimentos ácidos, que
incluem produtos com pH menor ou igual a 4,6 (SILVA et al., 2001). Para se
baixar o pH, adiciona-se ácido cítrico até um ponto em que o processamento
térmico em água fervente se torne suficiente (GAVA, 1985).
50
TABELA 7: Análise de variância (ANOVA) – pH, teor de sólidos solúveis (SS), acidez titulável, açúcares totais (AT), açúcares
redutores (AR), vitamina C, carotenóides totais, antocianinas totais, fenólicos totais, cor, atividade de água (Aw) e atividade
da pectinametilesterase, com relação ao efeito do processamento.
Quadrado Médio
FV
GL
pH SS Acidez AT AR Vitamina C Carotenóides Antocianinas Fenólicos Cor Aw PME
Etapas 2 0,0243*
4,9617
NS
0,0047
NS
1,4211
NS
0,1785
NS
87,2798
NS
0,2602*
0,0037
NS
332,5017
NS
0,0001
NS
0,0005
NS
277374,0973
*
Resíduo 3 0,0007 0,7367 0,0067 0,4051 0,1116 10,5057 0,0158 0,0024 157,3083 0,0038 0,0001 3440,6137
CV (%) 0,77 9,00 10,58 9,73 5,55 6,51 10,46 16,63 6,72 48,02 1,25 12,38
FV - Fonte de variação. GL - Grau de liberdade.
*significativo ao nível de 5% de probabilidade (p 0,05)
ns
não significativo ao nível de 5% de probabilidade (p > 0,05).
TABELA 8: Médias dos resultados das análises químicas e físico-químicas do suco de goiaba em função do processamento.
ETAPAS pH*
AT**
(% ac. cítrico)
SS**
(ºBrix)
Açúcares
redutores**
(% glicose)
Açúcares
totais**
(%)
Atividade de
água**
(Aw)
Extração 3,59 ± 0,02
a
0,72 ± 0,14
11,4 ± 1,48
6,20 ± 0,06
7,52 ± 1,08
0,99 ± 0,01
Formulação /
Homogeneização
3,39 ± 0,04
b
0,79 ± 0,01
8,6 ± 0,07 6,19 ± 0,55 6,32 ± 0,37 0,98 ± 0,01
Pasteurização 3,41 ± 0,02
b
0,82 ± 0,01
8,7 ± 0,00 5,68 ± 0,16 6,06 ± 0,09 0,96 ± 0,01
*Resultados seguidos de pelo menos uma letra igual na mesma coluna, diferem (p 0,05) pelo teste de Tukey.
**Não foi submetido ao Teste de Tukey, pois não apresentou diferença significativa para a Análise de Variância.
50
51
Os valores de pH encontrados neste experimento estão abaixo de
4,5, valor que delimita o desenvolvimento de microorganismos. De acordo com
Manica et al. (2001), valores de pH superiores a 3,5 indicam a necessidade de
se adicionar ácidos orgânicos comestíveis no processamento dos frutos,
visando uma melhor qualidade do produto final industrializado. Essa diferença
de pH entre o suco de goiaba fresco e o industrializado, também foi encontrado
por Densupsoontorn et al. (2002), que encontrou valores de pH de 4,0 para o
suco fresco e de 3,4 para o suco industrializado.
De acordo com Chen (1992) a presença dos ácidos é responsável
pelos baixos valores para o pH dos sucos de frutas (1,5 a 4,5).
Os valores de acidez encontrado nas amostras foram de 0,72 ± 0,14
g de ácido cítrico/100mL de amostra (extração), 0,79 ± 0,01 g de ácido
cítrico/100mL de amostra (formulação / homogeneização) e 0,82 ± 0,01 g de
ácido cítrico/100mL de amostra (pasteurização) (TABELA 8).
Os valores relatados por Fernandes et al. (2006) num estudo dos
parâmetros de identidade e qualidade para o suco tropical de goiaba, os
valores oscilavam de 0,32 0,86%, estando os resultados encontrados neste
experimento dentro dessa faixa.
Com relação aos teores de sólidos solúveis totais o suco após
pasteurização apresentou valor de 8,7 ± 0,00 ºBrix (TABELA 8), próximo aos
encontrados por Fernandes et al. (2006), que variaram 5,0 8,5 ºBrix,
estudando cinco marcas de suco tropical de goiaba não adoçado
comercializadas em supermercados de Fortaleza.
Os valores encontrados para açúcar redutor foram iguais a 6,20 ±
0,06% glicose (extração), 6,19 ± 0,55% glicose (formulação / homogeneização)
e 5,68 ± 0,16% glicose (pasteurização), de forma que não houve diferença
significativa ao nível de 5% de probabilidade entre as etapas de processamento
(TABELA 8).
Os valores de açúcares totais variaram de 7,52 ± 1,08% (extração),
6,32 ± 0,37% (formulação / homogeneização) e 6,06 ± 0,09% (pasteurização),
estando o suco tropical de goiaba as tratamento térmico de acordo com os
52
valores estabelecidos pela legislação, que é de no máximo 15,00% (BRASIL,
2003).
Os resultados encontrados para atividade de água não diferiram
entre si ao nível de 5% de significância (p>0,05) entre as etapas de
processamento, sendo iguais a 0,99 ± 0,01 (extração), 0,98 ± 0,01 (formulação
/ homogeneização) e 0,96 ± 0,01 (pasteurização).
Estudando algumas propriedades físico-químicas em suco de
goiaba, Shamsudin et al. (2005) encontraram valores de atividade de água de
1,00 ± 0,05 em uma temperatura de 30ºC. Sancho (2006), estudando o efeito
do processamento sobre as características de qualidade do suco de caju,
encontrou valores iguais a 0,983 (etapa de formulação), 0,977 (etapa de
homogeneização) e 0,997 (etapa de pasteurização). Valores altos de atividade
de água em sucos são explicados pela presença de grande conteúdo de água
no suco.
A estabilidade e a segurança dos alimentos aumentam se a
atividade de água decresce, pois esta influencia a multiplicação, a atividade
metabólica, a resistência e a sobrevivência dos microorganismos presentes.
Contudo, a atividade de água depende da concentração de sólidos solúveis
(ºBrix) do produto (SOUZA FILHO et al., 1999). O valor da atividade de água
pode variar de 0 a 1, mas para frutas e legumes, os valores variam geralmente
de 0,97 a 1,00.
A TABELA 9 apresenta os valores de vitamina C, carotenóides
totais, antocianinas totais, cor, fenólicos totais e atividade da
pectinametilesterase (PME) nas amostras obtidas durante as etapas do
processamento de suco tropical de goiaba.
A análise estatística dos valores obtidos para variação de vitamina C
em função das etapas de processamento do suco tropical de goiaba não
apresentaram diferença significativa (p>0,05).
Os resultados obtidos foram de 56,65 ± 2,76 mg de vitamina
C/100mL (extração), 49,32 ± 0,69 mg de vitamina C/100mL (formulação /
homogeneização) e 43,46 ± 0,44 mg de vitamina C/100mL (pasteurização).
53
TABELA 9: Alterações da vitamina C, carotenóides totais, antocianinas totais, cor, fenólicos totais e atividade da
pectinametilesterase (PME) durante as etapas de produção do suco tropical de goiaba.
ETAPAS
Vitamina C**
(mg/100mL)
Carotenóides*
(mg/100mL)
Antocianinas**
(mg/100mL)
Cor**
(420 nm)
Fenólicos**
(mg de ácido
tânico/100mL)
PME*
(U.g
-1
.min
-1
)
Extração 56,65 ± 2,76
1,29 ± 0,21
ab
0,25 ± 0,00
0,138 ± 0,10
198,45 ± 16,76
662,90 ± 81,52
a
Formulação /
Homogeneização
49,32 ± 0,69 0,81 ± 0,05
b
0,33 ± 0,02
0,125 ± 0,01
188,70 ± 11,17 500,80 ± 98,56
a
Pasteurização 43,46 ± 0,44 1,51 ± 0,00
a
0,31 ± 0,08
0,125 ± 0,03
172,90 ± 9,19 198,15 ± 25,48
b
*Resultados seguidos de pelo menos uma letra igual na mesma coluna, diferem (p 0,05) pelo teste de Tukey.
**Não foi submetido ao Teste de Tukey, pois não apresentou diferença significativa para a Análise de Variância.
53
54
Apesar de não ter apresentado diferença significativa ao nível de 5%
de probabilidade (p>0,05) nos teores de vitamina C, houve uma redução de
12,94% entre as etapas de extração da polpa e formulação / homogeneização
do suco, possivelmente devido à adição de água potável para a formulação do
suco tropical de goiaba permitida pela legislação brasileira e a interação da
vitamina C com o oxigênio durante a homogeneização do suco. A redução foi
de 11,88% entre as etapas de formulação / homogeneização e pasteurização.
Este decréscimo pode ser explicado pela instabilidade desta vitamina em
temperaturas elevadas.
O valor encontrado de vitamina C após a extração da polpa foi de
56,65 ± 2,76 mg de vitamina C/100mL (TABELA 9), sendo superior aos valores
encontrados por Azzolini et al. (2004), que variaram de 30,35 48,77 mg de
vitamina C/100g, ao avaliar a qualidade pós-colheita de frutos de goiaba em
três diferentes estádios de maturação. Cardoso et al. (2002) encontraram valor
de 58,74 mg de vitamina C/100g, no estádio maduro, quando quantificou esta
vitamina em frutos de goiabeira ‘Paluma’ colhidos em diferentes estádios de
maturação.
A vitamina C é uma das substâncias com maior significado para a
nutrição humana, presente nas frutas e hortaliças (LEE e KADER, 2000). O seu
teor é influenciado pelo tipo de solo, forma de cultivo, condições climáticas,
procedimentos agrícolas para a colheita e armazenamento (BADOLATO et al.,
1996; SOUZA FILHO et al., 1999; CHITARRA e CHITARRA, 2005). Existe uma
vasta literatura que comenta a respeito da oxidação química e/ou degradação
térmica da vitamina C como conseqüência do branqueamento, cozimento,
pasteurização, esterilização, desidratação e congelamento (van den BROECK,
1998; SAHARI et al., 2004; POLYDERA et al., 2005; JOHNSTON e HALE,
2005; VIKRAM et al., 2005; BURDURLU et al., 2006). Além disso, pode ser
destruída pela presença de catalisadores metálicos, alcalinidade, danos físicos
e baixa umidade relativa (LEE e KADER, 2000; GIANNAKOUROU e TAOUKIS,
2003). Uma causa adicional da diminuição do ácido ascórbico é seu consumo
como reagente da reação de Maillard (DJILAS e MILIC, 1994).
Apesar das perdas durante o processamento, o produto após
pasteurização apresentou teor elevado de vitamina C, 43,46 ± 0,44 mg/100mL
55
(TABELA 9), sendo superiores aos valores encontrados por Fernandes, et al.
(2006), que variaram de 11,6 – 33,3 mg/100mL de suco, estudando os padrões
de identidade e qualidade de cinco marcas diferentes de suco tropical de
goiaba não adoçado.
Achinewhu e Hart (1994), estudando o efeito do processamento no
conteúdo de vitamina C em suco de abacaxi de quatro diferentes espécies, os
valores encontrados para o suco de abacaxi fresco variaram de 22,5 mg a 33,5
mg/100g. O suco de abacaxi processado apresentou uma redução de 28 a
46% de ácido ascórbico, após a pasteurização, sendo uma redução superior ao
encontrado neste trabalho que foi de 11,88%.
Estudando sobre possíveis perdas de vitamina C durante o
cozimento de vegetais, McErlain et al. (2001), observaram que o tempo e a
temperatura utilizada para esse processo causaram uma perda prejudicial ao
conteúdo de ácido ascóbico dos vegetais estudados.
Inyang e Ike (1998), estudando o efeito do branqueamento e
desidratação no conteúdo de ácido ascórbico de quiabo, encontraram 246
mg/100g de ácido ascórbico para a furta fresca, mas após sofrer o
branqueamento em água quente (100°C por 3 minutos), ocorreu uma
diminuição entre 4,5 – 9%, para as amostras desidratadas (600 mmHg e 80°C),
estas contiveram somente 44 70% do conteúdo inicial de ácido ascórbico. A
perda de vitamina que C poderia ser usado como um indicador da agressão do
valor nutricional durante o processo industrial ou culinário na comida.
O valor de vitamina C encontrado no suco em estudo corresponde a
8,70 mg/100mL de suco as o mesmo sofrer uma diluição de uma parte de
suco pra cinco partes de água, como sugerem os rótulos dos sucos. Portanto, o
consumo de 200 mL de suco pronto supriria 38,7% da Ingestão Diária
Recomendada (IDR) de vitamina C para adultos, que é de 45 mg (BRASIL,
2005a), caracterizando-se como boa fonte dessa vitamina.
Os teores de carotenóides totais apresentaram diferença significativa
ao nível de 5% (p0,05) entre as etapas de processamento. Houve uma
diminuição desses teores entre as etapas de extração e formulação /
homogeneização, explicada pela dissolução da polpa (50%) em água potável, e
56
um acréscimo de 86,42% após a pasteurização do suco (TABELA 9 e FIGURA
5).
86,4
-37,2
-60
-40
-20
0
20
40
60
80
100
Formulação / Homogeneização Pasteurização
Variação do conteúdo de Carotenóides (%)
FIGURA 5: Variação da perda e do ganho do teor de carotenóides totais
durante as etapas de processamento em relação à etapa de extração.
Frutas e sucos de frutas possuem pouco ou nenhum conteúdo de
vitamina A, mas aqueles com cor amarela, laranja e vermelho contêm
pigmentos carotenóides, estes chamados de pró-vitamina A. As formas mais
comuns de carotenóides são α e β-caroteno (MELO-CAVALCANTE et al.,
2003), além do licopeno e luteína (BIANCHI e ANTUNES, 1999; SILVA e
NAVES, 2001). É importante mencionar que, além da sua atividade como pró-
vitamina A, os carotenóides estão relacionados com a prevenção de doenças
cardíacas, prevenção de câncer e diminuição do risco de catarata (ASSUNÇÃO
e MERCADANTE, 2003).
Os carotenóides podem ser encontrados em frutos de amplo
consumo como o mamão, a goiaba e o tomate. No caso do tomate, o fruto
pode conter 5 mg de carotenóides em 100g, dos quais 80% correspondem ao
licopeno, um carotenóide de estrutura acíclica não ramificada. Tal característica
facilita sua incorporação ao fígado, próstata e às glândulas adenais, onde
57
previne e reverte as alterações oxidativas associadas ao surgimento de
diversas doenças (CLINTON, 1998).
Um trabalho feito utilizando duas variedades de goiaba vermelha,
‘Paluma’ e ‘Rica’, estas concentram o dobro de licopeno existente no tomate.
Em dois lotes analisados, resultados preliminares apontam a presença de
licopeno entre 6 e 7 miligramas em cada 100 gramas de fruto “in natura”, média
muito superior à do tomate, que concentra 3,1 miligramas em cada 100 gramas
(PAINEL AGRONÔMICO, 2000).
Gartner et al. (1997) estudaram a biodisponibilidade de licopeno em
tomates frescos e em molhos de tomates, verificaram que com relação a
biodisponibilidade, o consumo de molho de tomate aumenta as concentrações
séricas do licopeno em taxas maiores do que o consumo de tomates crus ou
suco de tomate fresco. Observaram que a ingestão de molho de tomate cozido
em óleo aumentou de duas a três vezes a concentração rica de licopeno um
dia após sua ingestão, e que nenhuma alteração ocorreu quando se
administrou suco de tomate fresco.
De acordo com Shami e Moreira (2004), a diferença da
biodisponibilidade está relacionada com as formas isoméricas apresentadas
pelo licopeno. Clinton et al.
(1996) demonstraram que 79% a 91% do licopeno
presente nos tomates e seus produtos encontram-se sob a forma do isômero
trans (trans-licopeno), em contraste com os níveis de licopeno sérico e
tissulares, que se encontram em mais de 50% na forma de isômero cis (cis-
licopeno). O licopeno ingerido, na sua forma natural (trans-licopeno), é pouco
absorvido, mas estudos demonstram que o processamento térmico dos
tomates e de seus produtos aumenta sua isomerização para isômeros cis,
tornando o licopeno mais biodisponível. O processamento térmico rompe a
parede celular e permite a extração do licopeno dos cromoplastos (WILLCOX
et al., 2003), além de contribuir para a perda de água e conseqüente aumento
da concentração de licopeno (BORGUINI, 2006).
No suco de goiaba, este comportamento pode ser explicado devido
a grande quantidade de licopeno presente na goiaba, que possui segundo
dados da USDA (2006) valores de 5204 µg/100g de fruto. Este carotenóide,
58
após o tratamento térmico, se torna mais disponível devido o extravasamento
celular (GARTNER et al., 1997; WILLCOX et al., 2003).
Não houve diferença significativa ao nível de 5% de probabilidade
(p>0,05) para os valores de antocianinas totais no suco de goiaba durante as
etapas de processamento. Estes valores foram de 0,25 ± 0,00 mg/100mL
(extração), 0,33 ± 0,02 mg/100mL (formulação / homogeneização) e 0,31 ±
0,08 mg/100mL (pasteurização).
As antocianinas totais são pigmentos que apresentam uma grande
variedade de cores (vermelho, laranja, azul), fazem parte da família dos
flavonóides e vem despertando um interesse particular no setor agroalimentar
no que se refere às fontes de corantes naturais, além de suas propriedades
nutricionais e funcionais (SOUZA, 2000).
As perdas da coloração das antocianinas podem ser preservadas
através do controle restrito de oxigênio durante o processamento ou através da
estabilização física das antocianinas por meio da adição de cofatores
antociânicos exógenos, formando co-pigmentos mais estáveis ao
processamento, melhorando atributos de cor, estabilidade e até mesmo
incremento das propriedades antioxidantes (BOULTON, 2001). Esses
complexos de co-pigmentos são formados preferencialmente sob condições
ácidas. Vale ressaltar que a etapa de desaeração cumpriu corretamente a sua
finalidade, que é a retirada de oxigênio.
Estatisticamente, os valores obtidos para cor (absorbância 420 nm)
não apresentaram diferença significativa (p>0,05) entre as etapas de
processamento. Foram encontrados valores iguais a 0,138 ± 0,10 (extração) e
0,125 ± 0,01 (formulação / homogeneização) e 0,125 ± 0,03 (pasteurização)
(TABELA 9), o havendo diferença significativa ao nível de 5% de
significância entre as etapas do processo. Observou-se uma pequena
diminuição da absorbância entre as etapas de extração e formulação /
homogeneização, resultante possivelmente da diluição da polpa na formulação
do suco.
Os valores encontrados para os fenólicos totais não diferiram entre
as etapas de processamento do suco, sendo 198,45 ± 16,76 mg de ácido
59
tânico/100mL (extração), 188,70 ± 11,17 mg de ácido tânico/100mL
(formulação / homogeneização) e 172,90 ± 9,19 mg de ácido tânico/100mL
(pasteurização).
60
experimento que foi de 172,90 ± 9,19 mg de ácido tânico/100mL de suco
(pasteurização), dentro dos valores encontrados na literatura citada acima.
Nogueira et al. (2003), estudando o efeito do processamento no teor
de compostos fenólicos em suco de maçã, observou um total de perdas nos
compostos fenólicos nas operações de clarificação do suco de maçã de 53%,
66% e 60% para as variedades Golden Delicious, Fuji e Gala.
Os resultados obtidos para a atividade da enzima
pectinametilesterase, apresentaram diferença significativa ao vel de 5%
(p0,05) entre as etapas de processamento, sendo de 662,90 ± 81,52
U.g
-1
.min
-1
para a etapa de extração, 580,80 ± 98,56 U.g
-1
.min
-1
para a etapa
de formulação / homogeneização e 198,15 ± 25,48 U.g
-1
.min
-1
para o produto
final obtido após a pasteurização, tendo esta enzima diminuído em 70,11%
durante o processamento do suco tropical de goiaba.
A enzima pectinametilesterase (PME) ou pectinesterase, ou ainda
pectase, atua removendo grupos metóxilicos das subatâncias pécticas,
reduzindo seu grau de metoxilação, liberando metanol e íons hidrogênio,
formando como produto da reação ácido péctico ou pectina com baixo grau de
metoxilação que é, então, complexada com o cálcio, formando pectato de
cálcio (insolúvel) ou despolimerizada por hidrolases e liases (CHITARRA e
CHITARRA, 2005; LEITE et al. 2006).
A inativação da enzima PME durante o processamento térmico é
muito importante para a produção de sucos. Sendo ela responsável por grande
perda de qualidade de sucos não processados ou mal processados, causando
modificação na aparência do suco, além de alteração no sabor e aroma. Sua
maior importância é por possuir resistência térmica maior que os
microorganismos presentes em sucos, sendo, portanto sua inativação utilizada
como parâmetro para se definir o tempo e a temperatura de pasteurização.
Segundo Tribess (2003), estudando a inativação térmica da PME em
suco de laranja natural minimamente processado, constatou que após 15
segundos, em qualquer temperatura, existe uma fração de PME que nunca é
inativada. Conseguiu em seu estudo, processar o suco de laranja com um
61
tratamento térmico mínimo, que garante um produto sensorialmente satisfatório
podendo ser armazenado até 34 dias sob refrigeração sem perda da qualidade.
Maia et al. (2007), estudando o efeito do processamento sobre os
componentes do suco de acerola, concluíram que as características físico-
químicas de acidez, sólidos solúveis e açúcares permaneceram praticamente
constantes após a pasteurização, sendo o pH o único parâmetro analisado que
apresentou variação estatística, já para os teores de vitamina C e antocianinas,
estes diminuíram com as etapas do processamento, assim como a coloração.
Por outro lado, o conteúdo de carotenóides aumentou durante o processo.
Estando os resultados do presente estudo de acordo com os resultados
apresentados por Maia et al. (2007).
Nicoli et al. (1999) e Dewanto et al. (2002) registraram que o
processamento de alimentos exerce efeitos positivos, tais como a melhoria da
qualidade sensorial, o aumento da vida útil do produto e maximização de
propriedades benéficas para a saúde. Este último aspecto é atribuído,
principalmente, ao aumento da biodisponibilidade de alguns antioxidantes e à
formação de compostos, como os produtos da reação de Maillard,
reconhecidos por apresentarem atividade antioxidante. O impacto do
processamento na atividade antioxidante de frutas e hortaliças é uma área
pouco explorada, sobre a qual existem poucas informações disponíveis. A
conseqüência do processamento de alimentos na atividade antioxidante total é,
geralmente, decorrente de distintas práticas.
62
4.2 Efeito do armazenamento no suco tropical de goiaba não adoçado
A análise de variância das características químicas e físico-químicas
não se detectou efeito significativo (p>0,05) para todas as características
avaliadas (TABELA 10).
Na Tabela 11 e 12 podem ser observadas as médias dos
parâmetros químicos e físico-químicos de pH, sólidos solúveis (ºBrix), acidez,
atividade de água, açúcares totais, açúcares redutores, vitamina C,
carotenóides totais, antocianinas totais, cor, fenólicos totais e atividade da
pectinametilesterase nas amostras durante o armazenamento do suco tropical
de goiaba.
Nenhuma das características diferiu ao nível de 5% de significância
para o tempo de 30 dias de armazenamento, estando de acordo com Freitas
(2004), quando estudou a estabilidade em suco de acerola obtido pelo
processo hot fill durante 350 dias de armazenamento, que no seu primeiro mês
de estudo, não encontrou nenhuma diferença para os mesmos parâmetros.
Para os valores de sólidos solúveis, estes foram de 8,70 ± 0,00 ºBrix para o
tempo 0 e 8,75 ± 0,16 ºBrix para o tempo 30 dias, estando abaixo dos valores
encontrados por Brasil et al. (1995) estudando a estabilidade por 120 dias em
suco de goiaba clarificado, onde verificaram que os valores ficaram na faixa
entre 14,6453 - 14,8120 ºBrix.
Os valores encontrados de pH forma de 3,41 ± 0,02 e 3,38 ± 0,04,
para o tempo 0 e 30 dias, respectivamente. Brasil et al. (1995) estudando a
estabilidade do suco de goiaba clarificado por um período de 120 dias
verificaram que os valores de pH oscilaram entre 3,7536 - 3,8702.
Os valores de vitamina C encontrados para o suco tropical de goiaba
no tempo 0 foi de 43,46 ± 0,44 mg de vitamina C/100g, e para os 30 dias de
armazenamento foi de 41,97 ± 1,27 mg de vitamina C/100g (TABELA 11), não
havendo diferença significativa ao nível de 5% de probabilidade.
63
TABELA 10: Análise de variância (ANOVA) pH, teor de sólidos solúveis (SS), acidez titulável, açúcares totais (AT), açúcares
redutores (AR), vitamina C, carotenóides, antocianinas, fenólicos, cor, atividade de água (Aw) e atividade da pectinametilesterase ,
com relação ao efeito do armazenamento.
Quadrado Médio
FV GL
pH SS Acidez AT AR Vitamina C Carotenóides Antocianinas Fenólicos Cor Aw PME
Trat 1 0,0006
NS
0,0025
NS
0,0025
NS
0,0420
NS
0,0420
NS
2,2350
NS
0,0841
NS
0,0009
NS
30,5256
NS
0,0012
NS
0,0001
NS
2595,6012
NS
Resíduo 2 0,0011 0,0225 0,0012 0,0366 0,0168 1,0411 0,0121 0,0036 58,8556 0,0006 0,0001 1989,9609
CV (%) 0,99 1,72 4,21 3,11 2,33 2,39 8,06 18,88 4,37 22,82 1,04 20,64
FV - Fonte de variação. GL - Grau de liberdade.
*significativo ao nível de 5% de probabilidade (p 0,05)
ns
não significativo ao nível de 5% de probabilidade (p > 0,05).
TABELA 11: Médias dos resultados das análises químicas e físico-químicas do suco tropical de goiaba em função do
armazenamento.
TEMPO
(DIAS)
Sólidos solúveis
(ºBrix)
pH
Acidez titulável
(% ac. cítrico)
Açúcares redutores
(% glicose)
Açúcares
totais (%)
Atividade de
água (Aw)
0 8,70 ± 0,00 3,41 ± 0,02 0,82 ± 0,01
5,68 ± 0,16 6,06 ± 0,09
0,96 ± 0,01
30 8,75 ± 0,16
3,38 ± 0,04
0,87 ± 0,05
5,47 ± 0,08
6,26 ± 0,25
0,97 ± 0,00
Valores médios ± desvio padrão.
64
TABELA 12: Médias dos resultados das análises químicas e físico-químicas do suco de goiaba em função do armazenamento.
TEMPO
(DIAS)
Vitamina C
(mg/100mL)
Carotenóides
(mg/100mL)
Antocianinas
(mg/100mL)
Cor
(420 nm)
Fenólicos
(mg de ácido
tânico/100mL)
PME
(U.g
-1
.min
-1
)
0 43,46 ± 0,44 1,51 ± 0,00 0,31 ± 0,08 0,125 ± 0,03 172,90 ± 9,19 198,15 ± 25,48
30 41,97 ± 1,27 1,22 ± 0,16 0,34 ± 0,07 0,090 ± 0,01 178,43 ± 5,76 223,36 ± 40,79
Valores médios ± desvio padrão.
64
65
A vitamina C presente em sucos de frutas pode ser oxidada,
dependendo das condições de estocagem do suco (KABASAKALIS et al.,
2000). Devido à sua instabilidade, o ácido ascórbico tem sido utilizado como
indicador da qualidade nutricional de frutas e vegetais (OZKAN et al., 2004). É
importante que o consumidor conheça a melhor forma de armazenar sucos de
frutas, para que possa aproveitar ao máximo seu conteúdo de vitamina C
(KABASAKALIS et al., 2000).
Suntornsuk et al. (2002) mostraram que o teor de vitamina C em
suco de goiaba recém preparado foi de 26,10 mg/100g e para 7 e 14 dias de
armazenamento o suco apresentou teores de 25,06 e 24,45 mg/100g,
res80892(s)21(xi)-1.40251(d9( )-62.424]TJ-81021(g)13.480762(0)-7279(e)2.80293.52 0 Td[( )-10.0suN-9.23449(e)13.4413..)1.40511( )-9.5021
66
funcional do suco. Os resultados encontrados por estes autores, refletem a
influência da temperatura de armazenamento na estabilidade da vitamina C.
Achinewhu e Hart (1994), estudando o efeito do armazenamento por
dois meses no conteúdo de vitamina C em suco de abacaxi de quatro
diferentes espécies, os valores encontrados para o suco de abacaxi fresco
variaram de 22,5 mg a 33,5 mg/100g. O suco de abacaxi armazenado por dois
meses apresentou uma redução entre 10 e 21%, sendo uma redução superior
ao encontrado neste trabalho que foi de 3,50% após trinta dias de
armazenamento.
As perdas de vitamina C em sucos preservados pelo processo Hot
Fill podem estar relacionadas à temperatura de armazenamento (28ºC ± 2ºC)
relativamente alta e a exposição à luz.
Os teores de vitamina C encontrados no suco após 30 dias de
armazenamento, correspondem a 8,40 mg/100mL de suco após sofrer uma
diluição de uma parte de suco pra cinco partes de água, como sugerem os
rótulos dos sucos comerciais. Portanto, o consumo de 200 mL de suco pronto
supriria 37,3% da Ingestão Diária Recomendada (IDR) para adultos de vitamina
C, que é de 45 mg (BRASIL, 2005a), caracterizando-se ainda como boa fonte
dessa vitamina e dentro dos padrões exigidos pela legislação brasileira que é
de no mínimo 30,00 mg de vitamina C/100mL, mesmo após 30 dias de
armazenamento.
Os resultados do suco tropical de goiaba após 30 dias de
armazenagem foram de 3,38 ± 0,04 para pH, 8,75 ± 0,16 ºBrix para sólidos
solúveis, 0,87 ± 0,05% ác. cítrico para acidez titulável, 41,97 ± 1,27 mg/100g
para vitamina C e 6,26% para açúcar total, estando todos os resultados de
acordo com os parâmetros estabelecidos pela legislação brasileira para suco
tropical de goiaba não adoçado (BRASIL, 2003), mesmo após 30 dias de
estocagem.
A vida-de-prateleira é um termo que pode ser definido como o
período de tempo decorrido entre a produção e o consumo de um produto
alimentício, no qual a aceitabilidade do produto pelo consumidor é mantida e
verifica-se no produto um nível satisfatório de qualidade. Esta qualidade pode
67
ser avaliada por atributos sensoriais (sabor, cor, aroma, textura e aparência),
pela carga microbiana, pela absorção de componentes da embalagem ou pelo
valor nutricional (SARANTÓPOULOS et al., 2001).
Controlados os aspectos microbiológicos e enzimáticos, a
estabilidade dos sucos de frutas está relacionada com a ocorrência de reações
químicas complexas que comprometem suas qualidades sensoriais (aroma,
sabor, cor, consistência, estabilidade da turbidez, separação das fases sólida-
líquida, etc.) e que também acarretam perdas nutricionais (ALVES e GARCIA,
1993).
A qualidade de produtos alimentícios se altera com o tempo de
estocagem pela ocorrência de uma série de transformações bioquímicas e
microbiológicas (ALVES et al., 1996). A vida-de-prateleira de alguns produtos
depende, fundamentalmente, da proteção oferecida pela embalagem contra
entrada de algumas substâncias disponível no ambiente de estocagem
(CABRAL e ALVIM, 1981).
A embalagem na qual o produto é acondicionado possui grande
influência na sua vida útil, uma vez que tem a função de proteger o produto das
contaminações externas, quer sejam físicas, químicas ou biológicas,
minimizando interações prejudiciais e prolongando a vida-de-prateleira desses
sucos. Além disso, a embalagem possibilita o transporte e uma melhor
apresentação dos produtos aos consumidores. No Brasil, no segmento de
mercado de sucos estáveis à temperatura ambiente, são usados
tradicionalmente frascos de vidro, bem como as embalagens cartonadas de
acondicionamento asséptico (BESERRA e GUIMARÃES, 1998).
Jaime et al. (1998), estudando a estabilidade de molho de tomate
em embalagens metálicas, de vidro e cartonadas, concluíram que as
embalagens de vidro e metálica, demonstraram uma similaridade de
desempenho quanto ao requisito de proteção ao molho de tomate, enquanto
que na embalagem cartonada, o molho de tomate apresentou maior taxa de
perda de qualidade para ambas as condições de estocagem, em virtude de sua
maior permeabilidade ao oxigênio.
68
As reações oxidativas causadas por enzimas podem ser controladas
pela remoção do oxigênio, pelo emprego de inibidores como o dióxido de
enxofre, pelo uso de antioxidantes, tais como ácido ascórbico e ácido trico e
pelo tratamento térmico do produto (LADEROZA e DRAETTA, 1991; PERERA
e BALDWIN, 2001).
Estudando a estabilidade de suco tropical de acerola obtido pelo
processo hot fill e asséptico, Freitas (2004) concluiu que os sucos tratados pelo
processo hot fill apresentaram maior estabilidade ao longo do armazenamento,
pois a embalagem de vidro possui a vantagem de não permitir a entrada de
oxigênio, preservando por mais tempo as características iniciais do suco.
Frutas e hortaliças processadas são geralmente consideradas como
alimentos de menor valor nutricional, quando comparadas às mesmas na forma
in natura, principalmente, devido à perda de vitamina C durante o
processamento e armazenamento. Registros neste sentido foram feitos quando
apenas alguns nutrientes termolábeis, como a vitamina C, foram avaliados
como indicador de danos decorrentes do processamento (BORGUINI, 2006).
69
5 CONCLUSÕES
Em relação ao processamento do suco tropical de goiaba as
características químicas e físico-químicas apresentaram variações
significativas somente para os parâmetros de pH, carotenóides totais e
atividade da pectinametilesterase.
O suco tropical de goiaba se manteve ao final do processamento
com elevados teores de vitamina C, compostos fenólicos, antocianinas totais,
além do aumento de carotenóides totais, indicando que as características
químicas e físico-químicas são pouco afetadas pelo processamento.
O suco de goiaba armazenado por 30 dias não apresentou diferença
significativa em nenhum dos parâmetros analisados, sendo considerado,
portanto o processo de enchimento à quente (hot fill), as embalagens de vidro
utilizadas, além dos conservantes adicionados, bons fatores de conservação
para o produto em estudo.
Apesar do processamento industrial utilizado e também do
armazenamento por 30 dias, o suco de goiaba pode ser considerado um
produto com boas alegações funcionais.
O suco tropical teve sua composição química e físico-química
alterada em função principalmente da diluição do produto, adição de aditivos e
ao tratamento térmico. As alterações percebidas no suco tropical de goiaba não
comprometem a qualidade do mesmo.
70
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACHINEWHU, S. C.; HART, A. D. Effect of processing and storage on the
ascorbic acid (vitamin C) content of some pineapple varieties grown in the
Rivers State of Nigeria. Plant Foods Human Nutritional, Dordrecht, v. 46, n. 4,
p. 335-337,1994.
AGRIANUAL. Anuário da agricultura brasileira. São Paulo: FNP Consultoria
& Comércio, 2004. 545 p.
ALIMENTOS processados. Modas y tendencias europeias. v. 19, n. 7,
jul./ago. 2000.
ALVES, R. E. et al. Yellowing of frozen acerola (Malpighia emarginata) fruit.
Proceedings of Interamerican Society for Tropical Horticulture, Guatemala,
v. 41, p.199-204, 1997.
ALVES, R. M. V.; BORDIN, M. R.; GARCIA, E. E. C. Aplicação de um modelo
matemático na estimativa da vida-de-prateleira de biscoitos “cream cracker”.
Coletânia do ITAL, Campinas, v. 26, n. 1, p. 89-101, jan./jun, 1996.
ALVES, R. M. V.; GARCIA, E. E. C. Embalagem para sucos de frutas.
Coletânia do ITAL, Campinas, v. 23, n. 2, p. 105-122, 1993.
AOAC (ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALITICAL CHEMISTRY) – Official
Methods of Analysis of the Association of Official Analytical Chemistry. 16
ed. Washington D. C, 1995. 1141 p.
ARAB, L; STECK, S. Lycopene and cardiovascular disease. American Journal
of Clinical Nutrition, Bethesda, v. 71, n. 6, p. 1691-1695, 2000.
ARAÚJO, J. M. A. Escurecimento enzimático. In: Química de alimentos: teoria
e prática. 2. ed., Viçosa: UFV, 1999, cap. 14, p. 319-350.
ARRUDA, A. F. P. de. Estudo da estabilidade do néctar de manga
(Mangifera indica L.) envasado em garrafas PET, comparado com
embalagem cartonada e lata de alumínio. 2003. 94 f. Dissertação (Mestrado
em Engenharia de Alimentos) – Universidade Estadual de Campinas,
Departamento de Engenharia de Alimentos, São Paulo, 2003.
ASSUNÇÃO, R. B.; MERCADANTE, A. Z. Caju in natura (Anacardium
occidentale L.) – carotenóides e vitamina C. In: XVII CONGRESSO
BRASILEIRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS. Fortaleza, 2000.
Anais... Fortaleza, SBCTA, 2000.
ASSUNÇÃO, R. B.; MERCADANTE, A. Z. Carotenoids and ascorbic acid
composition from commercial products of cashew apple (Anacardium
occidentale L), Food Chemistry, London, v. 81, n. 4, p. 495-502, jun. 2003.
AZZOLINI, M.; JACOMINO, A. P.; SPOTO M. H. F. Estádio de maturação e
qualidade pós-colheita de goiabas ‘Pedro Sato’. Revista Brasileira de
Fruticultura, Jaboticabal, v. 26, n. 1, p. 29-31, abr. 2004.
71
BADOLATO, G. G. Tratamento térmico mínimo do suco de laranja natural:
cinética da inativação da pectinesterase. 2000.157 f. Dissertação (Mestrado
em Engenharia Química) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo,
Departamento de Engenharia Química, 2000.
BADOLATO, M. L. C. B. et al. Estudo comparativo de métodos analíticos para
determinação de ácido ascórbico em sucos de frutas naturais e
industrializadas. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 16, n. 3, p.
206-210, 1996.
BARUFFALDI, R.; OLICEIRA, M. N. Conservação de alimentos por tratamento
térmico / operações e processos unitários. In: BARUFFALDI, R.; OLICEIRA, M.
N. Fundamentos de Tecnologia de Alimentos. São Paulo: Atheneu, 1998, v.
3, capítulo 3, p. 27-61 e capítulo 5, p. 83-122.
BENASSI, M. T.; ANTUNES, A. J. Cinética de degradação de vitamina C no
cozimento doméstico de vegetais. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS, XVIII, 2002, Porto Alegre,
Anais..., Rio Grande do Sul, 2002, cd-rom.
BESERRA, F. J.; GUIMARÃES, A. C. L. Embalagens para Sucos e Polpas. In:
BESERRA, F.; GUIMARÃES, A. C. L. Curso de Tecnologia em
Processamento de Sucos e Polpas Tropicais - Curso de especialização por
tutoria à distância. Brasília, DF: ABEAS/UFC. 1998. Módulo 6.
BIANCHI, M. L. P.; ANTUNES, L. M. G. Radicais livres e os principais
antioxidantes da dieta. Revista de Nutrição, Campinas, v. 12, n. 2, p. 123-130,
1999.
BOBBIO, F. O.; BOBBIO, P. A. Pigmentos Naturais. In: Introdução à química
de alimentos. 2 ed., São Paulo: Livraria Varela, 1992, cap. VI, p. 191-223.
BOILEAU, T. W. M.; CLINTON, S. K.; ERDMAN JR, J. W. Tissue lycopene
concentrations and isomer patterns are affected by androgen status and dietary
lycopene concentration in male F344 rats. Journal of Nutrition, Philadelphia,
v. 130, p.1613-1618. 2000.
BOILEAU, T. W.; BOILEAU, A. M.; ERDMAN JR. J. W. Bioavailability of all-
trans and cis-isomers of lycopene. Experimental Biology and Medicine,
Maywood, v. 227, n. 10, p. 914-919, 2002.
BORGUINI, R. G. Avaliação do potencial antioxidante e de algumas
características físico-químicas do tomate (Lycopersicon esculentum)
orgânico em comparação ao convencional. 2006. 178 f. Tese (Doutorado
em Saúde Pública) - Universidade de São Paulo, Departamento de Pós-
Graduação em Saúde Pública, São Paulo, 2006.
BOULTON, R. The copigmentation of anthocyanins and its role in the color of
red wine: a critical review. American Journal of Enology and Viticulture,
Davis, v. 52, p. 67-86, 2001.
72
BRAMLEY, P. M. Is lycopene beneficial to human helth? Phytochemistry, New
York, v. 54, n. 3, p. 233-236, 2000.
BRASIL, I. M.; MAIA, G. A.; FIGUEIREDO, R. W. Physical-chemical changes
during extraction and clarification of guava juice. Food Chemistry, London, v.
54, n. 4, p. 383-386, 1995.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) - Ministério da
Saúde. Resolução RDC nº 269, de 22 de setembro de 2005. Aprova o
regulamento técnico sobre a Ingestão Diária Recomendada (IDR) de proteína,
vitaminas e minerais. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, 23 de
setembro de 2005a.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Métodos Físicos-Químicos para Análise de Alimentos. Brasília: Ministério
da Saúde, 2005b. 1018 p.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Exportações do
agronegócio brasileiro aumentaram 99% em cinco anos. Disponível em:
<http://www.agricultura.gov.br/> Acesso em: 15 jan. 2007.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução
Normativa Nº 12, de 4 de setembro de 2003. Regulamento Técnico para
fixação dos Padrões de Identidade e Qualidade Gerais para Suco Tropical
e de outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil,
Brasília-DF, Ed. nº 174 de 09 de setembro de 2003.
BRITO, I. P.; FARO, Z. P.; MELO FILHO, S. C. Néctar de maracujá elaborado
com água de coco seco (Cocos nucifera L.). XIX CONGRESSO
BRASILEIRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS - Estratégia para
o Desenvolvimento, Recife, PE, 2004. Anais... Recife, SBCTA, 2004. CD-ROM.
BRUNINI, M. A.; DURIGAN, J. F.; OLIVEIRA, A. L. Avaliação das alterações
em polpa de manga 'Tommy-Atkins' congeladas. Revista Brasileira de
Fruticultura, Jaboticabal, v. 34, n. 3, p. 651-653, 2002.
BURDURLU, H.S.; KOCA, N.; KARADENIZ, F. Degradation of vitamin C in
citrus juice concentrates during storage. Journal of Food Engineering,
Inglaterra, v. 74, n. 2, p. 211-216, 2006.
CABRAL, A. C. D.; ALVIM, D. D. Alimentos desidratados- conceitos básicos
para sua embalagem e conservação. Boletim do ITAL, Campinas, v. 18, n. 1,
p. 1-65, jan./mar, 1981.
CÁCERES, A. Plantas de uso medicinal em Guatemala. [S.l.]: Editorial
Universitária, 1999, v.1, 402 p.
CARDOSO, E. A. et al. Frutos de goiabeira ‘Paluma’ colhidos em diferentes
estádios de maturação na Região do Vale do Curu, Ceará. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 2002, Belém, PA. Anais... Belém, PA:
SBF, p. 1-5, 2002.
73
CARVALHO, I.T.; GUERRA, N. B. Suco de acerola: estabilidade durante o
armazenamento. In: SÃO JOSÉ, A.R.; ALVES, R.E. (Organizadores). Cultura
da acerola no Brasil: produção e mercado. Vitória da Conquista: DFZ/UESB,
p. 102-105, 1995.
CHAN, H.T.; YAMAMOTO, H.Y. Kinetics of anthocyanin decomposition in
acerola juice. Asean Food Journal, Malaysia, v. 9, p. 132-135, 1994.
CHEN, C.S. Fruit juice processing technology. In: NAGY, S., CHEN, C.S.,
SHAW, P.E. Physical and rheology properties of fruit juice. Auburndale:
AGSCINCE, p. 56-83. 1992.
CHEUNG, L. M.; CHEUNG, P. C. K.; OOI, V. E. C. Antioxidant activity and total
phenolics of edible mushroom extracts. Food Chemistry, London, v. 80, n. 2,
p. 249-255, 2003.
CHITARRA, M. I. F.; CHITARRA, A. B. Pós-colheita de frutos e hortaliças:
fisiologia e manuseio. Lavras: UFLA, 2005, 785 p.
CHOUDHURY, M. M.; COSTA, T. S. da; ARAÚJO, J. L. P. Goiaba: Pós-
colheita. Brasília: EMBRAPA, 2001, 45 p.
CLIFF, M.; DEVER, M. C.; GAYTON, R. Juice extraction process and apple
cultivar influences on juice properties. Journal of Food Science, Chicago, v.
56, n. 6, p. 1614-1627, 1991.
CLINTON, S. K. et al. Cis-trans lycopene isomers, carotenoids and retinol in the
human prostate. Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention,
Philadelphia, v. 5, p. 823-833, 1996.
CLINTON, S. K. Lycopene: chemistry, biology, and implications for human
health and disease. Revista de Nutrição, Campinas, v. 56, p. 35-51, 1998.
COMBS JR, G. F. Vitaminas. In: Mahan, LK, Escott-Sutmp, S. Krause:
alimentos, nutrição e dietoterapia. 10. ed. São Paulo: Editora Roca, 2003. p.
65-105.
COSTA, M. C. O. da. Estudo da estabilidade do suco de caju (Anacardium
occidentale L.) preservado pelos processos hot fill e asséptico. 1999. 81 f.
Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Alimentos) – Universidade Federal do
Ceará, Departamento de Tecnologia de Alimentos, Fortaleza, 1999.
COSTA, M. C. O. da.et al. Storage stability of cashew apple juice preserved by
hot fill and aseptic processes. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas,
v. 23, n. supl., p. 106-109, dec. 2003.
DENSUPSOONTORN, N. et al. Comparasion of the Nutrient Content of fresh
Fruit Juices vs Commercial Fruit Juices. Journal of the Medical Association
of Thailand, Bangkok, v. 85, n. 2, p. 732-738, 2002.
74
DEWANTO, V. et al. Thermal processing enhances the nutritional value of
tomatoes by increasing total antioxidant activity. Journal of Agricultural and
Food Chemistry, Easton, v. 50, p. 3010-3014, 2002.
DI MASCIO, P.; KAISER, S.; SIES, H. Lycopene as the most efficient biological
carotenoid singlet oxygen quencher. Archives of Biochemistry and
Biophysics, New York, v. 274, p. 532-538, 1989.
DIAS, D. R; SCHAWAN, R. F; LIMA, L. C. O. Metodologia para elaboração para
fermentado de cajá (Spondias lutea L). Ciência e Tecnologia de Alimentos,
Campinas, v. 23, n. 3, set-dez. 2003.
DJILAS, S. M.; MILIC, B. L. J. Naturally Occurring Phenolic Compounds as
Inhibitors of Free Radical Formation in the Maillard Reaction. In: Maillard
Reaction in Chemistry, Food and Health, (LABUZA, T.P., REINECCIUS, G.A.,
MONNIER, V.M., O'BRIEN, J., BAYNES, J.W., eds), The Royal Society of
Chemistry, Cambridge, p. 75-80, 1994.
ESPÍN, J. C. et al. Anthocyanin-based natural colorants: a new source of
antiradical activity for foodstuff. Journal of Agricultural and Food Chemistry,
Easton, v. 48, p. 1588-1592, 2000.
ESTRELLA, A. Juice consuption in Brazil. In: JUICE LATIN AMERICA 2004,
São Paulo. CD-Rom… São Paulo, 2004.
FAO (Food and Agriculture Organization od United Nations). FAOSTAT. FAO
Statistics Division 2006. Disponível em:
<http://faostat.fao.org/site/408/DesktopDefault.aspx?PageID=408>. Acesso em:
18 out. 2006.
FERNANDES, A. G. et al. Sucos tropicais de acerola, goiaba e manga:
avaliação dos padrões de identidade e qualidade. Revista CERES, Viçosa,
2006. Aceito para publicação.
FERREIRA, P. R. Goiaba deve atrair mais consumidores. Gazeta Mercantil,
p. 20, 25 abr. 2000.
FILGUEIRAS, H. A. C; ALVES, R. E; MOURA, C. F.H. Cajá (Spondias mombim
L.). In: ALVES, R. E.; FILGUIERAS, H. A. C.; MOURA, C. F. H. Org.
Caracterização de frutas nativas da América Latina. Jaboticabal:
UNESP/SBF, 2000.
FONTES, E. A. F. Cinética de alterações químicas e sensoriais em néctar
de manga (Mongifera indica L. var. Ubá) durante tratamento térmico. 2002.
112 f. Tese (Doutorado em Ciência e Tecnologia de Alimentos) – Universidade
Federal de Viçosa, Departamento de Tecnologia de Alimentos, Viçosa, 2002.
FRANCIS, F. J. Analysis of anthocyanins. In: MARKAKIS, P. (Ed.).
Anthocyanins as food colors. New York: Academic Press, p. 181-207, 1982.
FRANCIS, F. J. Food colorants: anthocyanins. Critical Reviews in Food
Science and Nutrition, Boca Raton, v. 28, p.273-314, 1989.
75
FRANCO, G. Tabela de Composição Química dos Alimentos. 9. ed. São
Paulo: Editora Atheneu, 1999. 307 p.
FREITAS, C. A. S. de. Estabilidade do suco tropical de acerola (Malpighia
emarginata D.C.) adoçado envasado pelos processos hot fill e asséptico.
2004. 101 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Alimentos) -
Universidade Federal do Ceará, Departamento de Tecnologia de Alimentos,
Fortaleza, 2004.
FURTADO, A. A. L. et al. Avaliação microbiológica e sensorial da polpa de
goiaba tratada termicamente. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal,
v. 22, n. Especial, p. 91-95, jul. 2000.
GAHLER, S.; OTTO, K.; BÖHM, V. Alterations of Vitamin C, Total Phenolics,
and Antioxidant Capacity as Affected by Processing Tomatoes to Different
Products. Journal of the Science of Food and Agriculture, London, v. 51, n.
27, p. 7962-7968, 2003.
GARTNER, C.; STAHL, W.; SIES, H. Lycopene is more bioavailable from
tomato paste than from fresh tomatoes. American Journal of Clinical
Nutrition, Bethesda, v. 66, n. 1, p. 116-122, 1997.
GAVA, A. J. Processamento asséptico de suco de frutas. Alimentação, v. 76,
n. 1, p. 32-37, 1985.
GESTER, H. Vitamin losses with microwave cooking. Food Sciences and
Nutrition, v. 42, p. 173-181, 1989.
GIANNAKOUROU, M. C.; TAOUKIS, P. S. Kinetic modeling of vitamin C loss in
frozen green vegetables under variable storage conditions. Food Chemistry,
London, v. 83, n. 1, p. 33-41, 2003.
GIMENEZ, R. et al. Ascorbic acid in diet supplements: loss in the manufacturing
process and storage. International Journal of Food Science and Nutrition,
Inglaterra, v. 53, n. 6, p. 509-18, 2002.
GIOVANNUCCI, E. et al. Intake of carotenoids and retinol in relation to risk of
prostate cancer. Journal of the National Cancer Institute, Bethesda, v. 87, n.
3, p. 1767-1776, 1995.
GONÇALVES, C. E. Exportações agroindustriais brasileiras: valor industrial X
valor de mercado. Informações FIPE. Out. 2000.
GONGATTI NETTO, A. et al. Goiaba para exportação: procedimentos de
colheita e pós-colheita, Brasília: EMBRAPA - SPI, 1996. 35 p: il. (Publicações
Técnicas FRUPEX 20).
GONZAGA NETO, L. et al. Seleção de cultivares de goiabeira (Psidium guajava
L.) para fins industriais, na Região do Vale do Rio Moxotó. Revista Brasileira
de Fruticultura, Cruz das Almas, v. 8, n. 2, p. 55-61, 1986.
76
HIGBY, W. K. A simplified method for determination of some the carotenoid
distribution in natura and carotene - fortified orange juice. Journal of Food
Science, Chicago, p. 42-49, 1962.
HOWARD, L. A. et al. β-carotene and ascorbic acid retention in fresh and
processed vegetables. Journal of Food Science, Chicago, v. 64, n. 5, p. 929-
936, 1999.
IBRAF. Comercialização, estratégias para o futuro. 2. ed. Brasília: IBRAF -
Instituto Brasileiro de Frutas, 2006. Ano 1, jun. 2006a.
IBRAF. Mercado Internacional: Busca de equilíbrio em ano difícil. 4. ed.
Brasília: IBRAF - Instituto Brasileiro de Frutas, 2006. Ano 1, dez. 2006b.
IDE, C. D. et al. A cultura da goiaba: perspectivas, tecnologias e viabilidade.
Niterói: PESAGRO-RIO, 2001, 36 p.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTASTICA. Produção
Agrícola Municipal. Obtida via Internet. <www.sidra.ibge.gov.br>. 2007.
Acesso em: 15 jan. 2007.
INYANG, U. E.; IKE, C. I. Effect of blanching, dehydration method and
temperature on the ascorbic acid, colour, sliminess and other constituents of
okra fruit. International Journal of Food Science and Nutrition, Inglaterra, v.
49, p. 125-130, 1998.
JAIME, S. B. M. et al. Estabilidade do molho de tomate em diferentes
embalagens de consumo. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v.
18, n. 2, p. 193-199, mai. 1998.
JOHNSTON, C. S.; HALE, J. C. Oxidation of ascorbic acid in stored orange
juice is associated with reduced plasma vitamin C concentrations and elevated
lipid peroxides. Journal of the American Dietetic Association, Chicago, v.
105, n. 1, p. 106-109, 2005.
KABASAKALIS, V.; SIOPIDOU, D.; MOSHATOU, E. Ascorbic acid content of
commercial fruit juices and its rate of loss upon storage. Food Chemistry,
London, v. 70, n. 3, p. 325-328, Aug. 2000.
KAUR, C.; KAPOOR, H. C. Antioxidants in fruits and vegetables – the
millennium’s health. International Journal of Food Science and Technology,
United Kington, v. 36, p. 703-725, 2001.
KHACHIK, F. et al. Chemistry, distribuition, and metabolism of tomato
carotenoids and their impact on human health. Experimental Biology and
Medicine, Maywood, v. 227, n. 10, p. 845-851, 2002.
KLUGE, R. A. et al. Fisiologia e manejo pós-colheita de frutas de clima
temperado. 2. ed. Piracicaba: Livraria e editora Rural, 2002. 214 p.
KRINSKY, N. L. Carotenoids as antioxidants. Nutrition, New York, v. 17, p.
815-817, 2001.
77
KRINSKY, N. L. The biological properties of carotenoids. Pure & Applied
Chemistry, Oxford, v. 66, p. 1003-1010, 1994.
LADEROZA, M.; DRAETTA, I. S. Enzimas e Pigmentos - Influências e
alterações durante o processamento. In: SOLER, M. P.; et al. Industrialização
de Frutas, 3. ed. Campinas-SP: ITAL- Rede de Informações de Tecnologia
Industrial Básica, 1991, cap. 2, p. 17-30. (Manual Técnico 8)
LEA, A. G. H.; TIMBERLAKE, C. F. The phenolics of ciders: Effect of
processing conditions. Journal of the Science of Food and Agriculture,
London, v. 29, p. 484-492, 1978.
LEE, S. K.; KADER, A. A. Preharvest and postharvest factors influencing
vitamin C content of horticultural crops. Postharvest Biology and
Technology, Amsterdam, v. 20, p. 207-220, 2000.
LEITE, K. M. da S. C. et al. Partial purification, heat stability and kinetic
characterization of the pectinmethylesterase from Brazilian guava, Paluma
cultivars. Food Chemistry, London, v. 94, p. 565-572, 2006.
LIMA, M. A. C.; ASSIS, J. S.; GONZAGA NETO, L. Caracterização dos frutos
de goiabeira e seleção de cultivares na região do submédio São Francisco.
Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 24, n. 1, p. 273-276, abr.
2002a.
LIMA, V. L. A. et al. Avaliação do teor de antocianinas em polpa de acerola
congelada proveniente de frutos de 12 diferentes aceroleiras (Malpighia
emarginata D. C.). Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 23, n. 1,
p. 101-103, 2003.
LIMA, V. L. A. G. de et al. Polpa congelada de acerola: efeito da temperatura
sobre os teores de antocianinas e flavonóis totais. Revista Brasileira de
Fruticultura, Jaboticabal, v. 24, n. 3, p. 669-670, dez. 2002b.
LUGASI, A. et al. Factors influencing lycopene content of foods, and lycopene
of Hungarian population. Nutrition Research, New York, v. 23, p. 1035-1044,
2003.
MAIA, G. A,; ALBUQUERQUE, C. A. Curso de Processamento de Sucos e
Polpas de Frutos Tropicais. ASTN. 2000.
MAIA, G. A. et al. Efeito do processamento sobre componentes do suco de
acerola. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 27, n. 1, p. 130-
134, jan.-mar. 2007.
MAIA, G. A. et al. Obtenção e Avaliação de Bebida de Baixa Caloria à Base de
Acerola (Malpighia emarginata D. C.). Revista Ciência Agronômica,
Fortaleza, v. 34, n. 2, p. 233-240, 2003.
MAIA, G. A. et al. Técnica aumenta tempo de conservação da goiaba. Revista
de Ciência e Tecnologia da FUNCAP, Fortaleza, Ano 4, v. 1, p. 11-12, 2002.
78
MAIA, G. A.; OLIVEIRA, G. S. F.; GUIMARÃES, A. C. L. Processamento
Industrial. In: MAIA, G. A.; OLIVEIRA, G. S. F.; GUIMARÃES, A. C. L. Curso
de Tecnologia em Processamento de Sucos e Polpas Tropicais – Curso de
especialização por tutoria à distância. Brasília-DF: ABEAS/UFC. 1998. Módulo
8.
MANICA, I. et al. Competição entre quatro cultivares e duas seleções de
goiabeira. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 33, n. 8, p. 1305-
1313, 1998.
MANICA, I. et al. Fruticultura Tropical - Goiaba, Porto Alegre: Cinco
Continentes, 2000. 373 p.
MANICA, I. et al. Goiaba: do plantio ao consumidor. Porto Alegre: Cinco
Continentes, 2001. 124 p.
MARETTI, M. C. et al. Avaliação da Aceitabilidade de Iogurte de Goiaba. In:
XVII CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, Belém, 2002. Anais...,
Belém, 2002.
MATSUURA, F. C. A. U.; ROLIM, R. B. Avaliação da adição de suco de acerola
em suco de abacaxi visando à produção de um "blend" com alto teor de
vitamina C. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 24, p. 138-141,
2002.
MATTA, V.; CABRAL, L. Suco de acerola clarificado envasado em garrafas de
vidro e de PET. In: Revista Engarrafador. [S. I.]: Editora Aden, Ano XI, n. 103,
p. 28-30, 2002.
MATTIUZ, B. H. Processamento mínimo de frutas tropicais: goiaba. In:
ENCONTRO NACIONAL SOBRE PROCESSAMENTO MÍNIMO DE FRUTAS E
HORTALIÇAS, Viçosa – MG. Palestras, resumos e oficinas, p. 96-99. UFV,
2004.
MCCLAIN, R. M.; BAUSCH, J. Summary of safety studies conducted with
synthetic lycopene. Regulatory Toxicology and Pharmacology, Duluth, v. 37,
n. 2, p. 274-285, 2003.
McERLAIN, L. et al. Ascorbic acid loss in vegetables: adecuacy of a hospital
cook–chill system. International Journal of Food Science Nutrition,
Inglaterra, v. 52, p. 205-211, 2001.
MCLELLAN, M. R.; PADILLA-ZAKOUR, O. I. Juice Processing. In: Diane M.
Barrett, Laszlo Somogyi, Hosahalli Ramaswamy (eds). Processing Fruits:
science and technology. 2. ed., USA: CRC Press, 2005.
MELO, B. Qualidade é o futuro: Produtores e varejo apontam ações para
vender melhor as frutas, que continuam tendo perdas na cadeia. Revista
Frutas e Derivados, São Paulo. Ano 1. Edição 02, junho, 2006.
79
MELO-CAVALCANTE, A. A. C. Avaliação mutagênica, antioxidante e
antimutagêncica do suco de caju (Anarcadium occidentale) e da cajuína
em procariotos. 2003. 137 f. Tese (Doutorado em Biologia Celular e
Molecular) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Centro de
Biotecnologia, Porto Alegre, 2003.
MERCADO-SILVA, E.; BENITO-BAUTISTA, P.; GARCIA-VELASCO, M. A. Fruit
development, harvest index and ripening changes of guavas produced in
central México. Postharvest Biology and Technology. Amsterdam, v. 13, p.
143-150, 1998.
MILLER, G. L. Use of dinitrosalicilic acid reagent for determination of reducing
sugar. Analytical Biochemistry, New York, v. 31, p. 426-428, 1959.
MONTEIRO, S. Esperança das goiabas. Revista Frutas e Derivados,
São Paulo, n. 03. p. 27 30, 2006a.
MONTEIRO, S. Fruta para beber – O caminho da industrialização é alternativa
para melhor aproveitamento da matéria-prima e oportunidade para fruticultores
obterem melhores ganhos financeiros. Revista Frutas e Derivados. São
Paulo. Ano 1, Edição 1, p. 28-31, abril 2006b.
MORITZ, B.; TRAMONTE, V. L. C. Biodisponibilidade do licopeno. Revista de
Nutrição, Campinas, v. 19, n. 2, p. 265-273, 2006.
MURAKAWA, F. E. São Paulo joga lixo: 30 mil ton de goiaba. Folha de São
Paulo, Caderno Agrofolha, p. 5-6, 20 de jan. 1998.
NATALE, W. et al. Goiabeira: calagem e adubação. Jaboticabal: Funep, 1996.
NETO, L. G.; SOARES, J. M. A cultura da goiaba. Brasília: EMBRAPA – SPI,
1995.
NICOLAS, J. J. et al. Enzymatic browning reactions in apple and apple
products. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, Boca Raton, v. 34,
n. 2, p. 109-157, 1994.
NICOLI, M.C.; ANESE, M.; PARPINEL, M. Influence of processing on the
antioxidant properties of fruit and vegetables. Trends in Food Science &
Technology, Cambridge, v. 10, n. 3, p. 94-100, 1999.
NOGUEIRA, A. et al. Efeito do processamento no teor de compostos fenólicos
em suco de maçã. Publicatio UEPG, Ponta Grossa, v. 9, n. 3, p. 7-14, dez.
2003.
NUNES, L. I.; MERCADANTE, A. Z. Obtenção de cristais de licopeno a partir
de descarte de tomate. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 24,
n. 3, p. 440-447, 2004.
OLIVEIRA, M. E. B. de et al. Avaliação da estabilidade da polpa congelada de
goiaba. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE
ALIMENTOS, 2002, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: [s.n.], 2002.
80
OLSON, J. A. Carotenoids and Human Health. Archivos Latinoamericanos
de Nutrición, Guatemala, v. 49, p. 7-11, 1999.
OLSON, J.A. Biological actions of carotenoids. Journal of Nutrition,
Philadelphia, v. 119, p. 94-95, 1989.
OSGANIAN, S. K. et al. Dietary carotenoids and risk of coronary artery disease
in women. American Journal of Clinical Nutrition, Bethesda, v. 77, p.1390-
1399, 2003.
OZKAN, M.; KIRCA, A.; CEMEROGLU, B. Effects of hydrogen peroxidase on
the stability of ascorbic acid during storage in various fruit juices. Food
Chemistry, London, v. 88, n. 4, p. 591-597, dec. 2004.
PAINEL AGRONÔMICO. Informações Agronômicas. Nº 90, jun. 2000.
PEARSON, D. Tecnicas de laboratorio para el analises de alimentos.
Zaragoza: Editorial Acribia, 1976.
PEREIRA, F. M.; MARTINEZ JUNIOR, M. Goiabas para industrialização.
Jaboticabal: Legis Summa, 1986.
PERERA, C. O.; BALDWIN, E. A. Biochemistry of Fruits and Its Implication on
Processing. In: ARTHEY, D.; ASHURST, P.R. Fruit Processing: nutrition,
products and quality management. 2. ed., Garthersburg-Maryland: AN ASPEN
PUBLICATION, p. 19-33, 2001.
POLYDERA, A.C.; STOFOROS, N.G.; TAOUKIS, P.S. Quality degradation
kinetics of pasteurised and high pressure processed fresh Navel orange juice:
Nutritional parameters and shelf life. Innovative Food Science & Emerging
Technologies, Amsterdam, v. 6, n. 1, p. 1-9, 2005.
POOL-ZOBEL, B. L. et al. Consumption of vegetables reduces genetic damage
in humans: first results of a human intervention trial with carotenoid-rich foods.
Carcinogenesis, London, v. 18, n. 9, p.1847-1850, 1997.
RAMALHO, A. S. de T. M. Sistema functional de controle de qualidade a
ser utilizado como padrão na cadeia de comercialização de laranja pêra
Citrus sinensis L. Osbeck. 2005. 91 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia)
– Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2005.
RAMALHO, R. A.; ANJOS, L. A.; FLORES, H. Valores séricos de vitamina A e
teste terapêutico em pré-escolares atendidos em uma unidade de saúde do Rio
de Janeiro, Brasil. Revista de Nutrição, Campinas, v. 14, p. 5-12, 2001.
RANGANA, M. Manual of analysis of fruit and vegetable products.
MacGraw-Hill: New Delhi, 1997, 643 p.
RAO, A. V.; SHEN, H. Effect of low dose lycopene intake on lycopene
bioavaliability and oxidative stress. Nutrition Research, New York, v. 22, p.
1125-1131, 2002.
81
REDY, M. B.; LOVE, M. The impact of food processing on the nutritional quality
of vitamins and minerals. Impact of Processing on Food Safety, New York, v.
459, p. 99-106, 1999.
REICHER, F.; SIERAKOWSKI, M.R.; CORRÊA, J.B.C. Determinação
espectrofotométrica de taninos pelo reativo, fosfotúngstico-fosfomomolíbdico.
Arquivos de Biologia e Tecnologia, Curitiba, v. 24, n. 4, p. 401-411, 1981.
RICE-EVANS, C.A.; MILLER, N.J.; PAGANGA, G. Structure-antioxidant activity
relationships of flavonoids and phenolic acids. Free Radical Biology &
Medicine, New York, v. 20, p. 933-956, 1996.
ROSA, G. R. da et al. ANUÁRIO brasileiro da fruticultura 2006. Santa Cruz
do Sul: Editora Gazeta Santa Cruz, 2006. 136p.: il.
RUTLEDGE, P. Production of Norfermented Fruit Products. In: ARTHEY, D.;
ASHURST, P. R. Fruit Processing: nutrition, products and Quality
Managemente. 2. ed., Garthersburg-Maryland: AN PUBLICATION, 2001, p. 85-
109.
SAHARI, M.A.; BOOSTANI, F.M.; HAMIDI, E.Z. Effect of low temperature on
the ascorbic acid content and quality characteristics of frozen strawberry. Food
Chemistry, London, v. 86, n. 3, p. 357-63, 2004.
SANCHO, S. de O. Efeito do processamento sobre características de
qualidade do suco de caju (Anarcardium occidentale L.). 2006. 137 f.
Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Alimentos) - Universidade Federal do
Ceará, Departamento de Tecnologia de Alimentos, Fortaleza, 2006.
SANDI, D. et al. Correlações entre características físico-químicas e sensoriais
em suco de maracujá-amarelo (Passiflora edulis VAR. flavicarpa ) durante o
armazenamento. Ciência de Tecnologia e Alimentos, Campinas, v. 23, n. 3,
p. 355-361, set.-dez. 2003.
SARANTÓPOULOS, C. I. G. L.; OLIVEIRA, L. M.; CANAVESI, É. Alterações de
alimentos que resultam em perda de qualidade. In: SARANTÓPOULOS, C. I.
G. L.; OLIVEIRA, L. M.; CANAVESI, É. Requisitos de conservação de
alimentos em embalagens flexíveis. Campinas: CETEA / ITA, 2001, capítulo
01, p. 1-22, 2001.
SAS. SAS Institute Inc: versão 9.1, Cary, NC: SAS Institute, 2006.
SATAQUE, E.Y.; WOSIACKI, G. Caracterização da polifenoloxidase de maçã
(variedade Gala). Arquivos de Biologia e Tecnologia, Curitiba, v. 30, n. 2, p.
287-299, 1987.
SAYAVEDRA-SOTO, L. A.; MONTGOMERY, M. W. Inhibition of
polyphenoloxidase by sulfite. Journal of Food Science, Chicago, v. 51, n. 6, p.
1531-1536, 1986.
82
SEMENSATO, L.R. Caracterização físico-química de frutos genótipos de
acerola (Malpighia sp.), cultivados em Anápolis-GO, processamento e
estabilidade de seus produtos. Goiânia, 1997, 74 f. Dissertação -
Universidade Federal de Goiânia.
SGARBIERI, W.C. Alimentação e nutrição: fator de saúde e desenvolvimento.
Unicamp/Almed, Campinas/São Paulo, 1987.
SHAHIDI, F.; NACZK, M. Food Phenolics - Sources, Chemistry, Effect,
Applications. Pennsylvania: Technomic, 1995. p. 321.
SHAMI, N. J. I. E.; MOREIRA, E. A. M. Licopeno como agente antioxidante.
Revista de Nutrição, Campinas, v. 17, n. 2, p. 227-236, abr./jun., 2004.
SHAMSUDIN, R.; MOHAMED, I. O.; YAMAN, N. K. M. Thermophysical
properties of Thai seedless guava juice as affected by temperature and
concentration. Journal of Food Engineering, Malaysia, v. 66, p. 395-399,
2005.
SILVA, C. A. B.; FERNANDES, A. R. Projetos de Empreendimentos
Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal – volume 2. editora UFV.
2003.
SILVA, C. R. M; NAVES, M. M. V. Suplementação de vitaminas na prevenção
de câncer. Revista de Nutrição, Campinas, v. 14, n. 2, p. 135-143, 2001.
SILVA, N.; JUNQUEIRA, V. C. A.; SILVEIRA, N. F. A. Manual de Métodos de
Análises Microbiológicas de Alimentos. 2. ed. Livraria Varela, São Paulo,
2001, 229 p.
SILVA, P. T da; LOPES, M. L. M.; VALENTE-MESQUITA, V. L. Efeito de
diferentes processamentos sobre o teor de ácido ascórbico em suco de laranja
utilizado na elaboração de bolo, pudim e geléia. Ciência e Tecnologia de
Alimentos, Campinas, v. 26, n. 3, p. 678-682, jul./set. 2006.
SILVA, S. R. da; MERCADANTE, A. Z. Composição de carotenóides de
maracujá-amarelo (Passiflora edulis flavicarpa) in natura. Ciência e
Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 22, n. 3, p. 254-258, set./dez. 2002.
SIQUEIRA, F.M.; OETTERER, M.; REGITANO-D’ARCE, M.A.B. Nutrientes
antioxidantes. Boletim SBCTA, v. 31, n. 2, p. 192-199, jul/dez 1997.
SOUZA FILHO, M. S. M.; LIMA, J. R.; SOUZA, A. C. R. Efeito do
branqueamento, processo osmótico, tratamento térmico e armazenamento na
estabilidade da vitamina C de pedúnculos de caju processados por métodos
combinados. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 19, n. 2, p.
211-213, maio/ago 1999.
SOUZA, J. N. S. de, Caractérisation et quantification des anthocyanines du
fruit de l’açayer (Euterpe oleracea), Mémoire de DEA en Sciences et
Technologie des Aliments, Univ. Catholique de Louvain, Louvain-la-Neuve,
Belgique, 2000, 72 p. (Resumo)
83
SUNTORNSUK, L. et al. Quantitation of vitamin C content in herbal juice using
direct titration. Journal of Pharmaceutical and Biomedical, Amsterdam, v. 28,
p.849–855, 2002.
TODA FRUTA. Disponível em: <http://www.todafruta.com.br> Acesso em:
02/01/2007.
TRIBESS, T. B. Estudo da cinética da inativação térmica da pectinesterase
em suco de laranja natural minimamente pasteurizado. 2003. 117 f.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) - Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo, Departamento de Engenharia Química, São Paulo,
2003.
TUDELA, J. A.; ESPÍN, J. C.; GIL, M. I. Vitamin C retention in fresh-cut
potatoes. Postharvest Biology and Technology, Amsterdam, v. 26, p. 75-84,
2002.
UBOLDI EIROA, M. N. Microrganismos deteriorantes de suco de frutas e
medidas de controle. Boletim da Sociedade Brasileira de Ciência e
Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 23, n. ¾, p. 141-160, 1989.
US DEPARTMENT OF AGRICULTURE (USDA). Agricultural Research
Service: USDA Nutrient Database for Standard Reference, release 17, SR 17
[database on line]. 2006. Available from <www.nal.usda.gov/fnic/foodcomp>.
Acessed 25 nov. 2006.
van den BROECK, I. et al. Kinetics for Isobaric-Isothermal Degradation of L-
Ascorbic Acid. Journal of Agricultural and Food Chemistry, Easton, v. 46, p.
2001-2006, 1998.
VANDERLISE, J. T. et al. Ascorbic acid and dehydroascorbic acid content of
food-as-eaten. Journal of Food Composition and Analisys, San Diego, v. 3,
p. 105-118, 1990.
VIANA, S. S. et al. Competitividade do Ceará no mercado internacional de
frutas: o caso do melão. Revista Ciência Agronômica, Fortaleza, v. 37, n. 1,
p.25-31, 2006.
VIKRAM, V.B.; RAMESH, M.N.; PRAPULLA, S.G. Thermal degradation kinetics
of nutrients in orange juice heated by electromagnetic and conventional
methods. Journal of Food Engineering, Inglaterra, v. 69, n. 1, p. 31-40, 2005.
WANG, H.; CAO, G.; PRIOR, R. L. Total antioxidant capacity of fruits. Journal
of Agricultural and Food Chemistry, Easton, v. 44, p. 701-705, 1996.
WILLCOX, J. K.; CATIGNANI, G. L.; LAZARUS, S. Tomatoes and
cardiovascular health. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, Boca
Raton, v. 43, n. 1, p. 1-18, 2003.
WILLIS, M. S.; WIANS JR, F. H. The role of nutrition in preventing prostate
cancer: a review of the proposed mechanism of action of various dietary
substances. Clinica Chimica Acta, Amsterdam, v. 330, p. 57-83. 2003.
84
YAMASHITA, F. et al. Produtos de acerola: estudo da estabilidade de vitamina
C. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 23, n. 1, p. 92-94, 2003.
ZAMBÃO, J. C.; BELLINTANI NETO, A. M. Cultura da goiaba. Campinas:
CATI, 1998, 23 p.
ZANATTA, C. L.; ZOTARELLI, M. F.; CLEMENTE, E. Peroxidase (POD) e
polifenoloxidase (PPO) em polpa de goiaba (Psidium guajava R.). Ciência e
Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 26, n. 3, p. 705-708, jul./set. 2006.
ZHANG, D; HAMAUZU, Y. Phenolics, ascorbic acid, carotenoids and
antioxidant activity of broccoli and their changes during conventional and
microwave cooking. Food Chemistry, London, v. 88, p. 503-509, 2004.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo