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FUNDAÇÃO INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISAS EM
CONTABILIDADE, ECONOMIA E FINANÇAS – FUCAPE
JUSELLI DE CASTRO NAZARÉ
A RELAÇÃO ENTRE AS PRÁTICAS ADOTADAS PELA GESTÃO DO
CONHECIMENTO E A CERTIFICAÇÃO ISO 9001:2000: um estudo
em empresas industriais do Estado do Espírito Santo
VITÓRIA
2007
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1
JUSELLI DE CASTRO NAZARÉ
A RELAÇÃO ENTRE AS PRÁTICAS ADOTADAS PELA GESTÃO DO
CONHECIMENTO E A CERTIFICAÇÃO ISO 9001:2000: um estudo
em empresas industriais do Estado do Espírito Santo
Dissertação apresentada ao Programa de
Mestrado Profissional em Ciências Contábeis
da Fundação Instituto Capixaba de Pesquisas
em Contabilidade, Economia e Finanças
(FUCAPE), como requisito parcial para
obtenção do título de Mestre em Ciências
Contábeis – nível Profissionalizante.
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Daher Oliveira.
VITÓRIA
2007
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2
Dedico este trabalho a meu
esposo Jocimar, minha mãe
Josélia, meu pai João, minha
irmã Juliana, símbolos dos
valores familiares que me
incentivam e impulsionam a
evoluir; meus colegas de curso
símbolos de desafio e dedicação
incorporados à minha vida.
3
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelo Ser.
À FUCAPE, pela oportunidade.
Ao Prof. Dr. Ricardo Daher Oliveira, pela orientação e estímulo.
Aos professores do Curso de Pós-Graduação, pelo conhecimento.
Às bibliotecárias pelo enorme apoio.
À revisora Luciana Maria Hibner.
À minha família, pela colaboração em inúmeros momentos.
Ao meu esposo pela, paciência e compreensão.
Aos amigos e colegas, pelo incentivo e colaboração.
Às empresas pesquisadas e seus funcionários, pelo tempo dedicado.
A todos que, de alguma forma, prestaram seu apoio.
4
“A única vantagem sustentável que uma
empresa tem é aquilo que ela coletivamente
sabe, aliado à eficiência com que ela usa
esse conhecimento e a prontidão com que
ela o adquire”.
(Thomas H. Davenport e Laurence Prusak)
5
RESUMO
O presente estudo tem a preocupação de investigar se existe relação entre as
práticas gerenciais adotadas pela Gestão do Conhecimento e a Certificação ISO
9001:2000 das empresas. Para isto, verificam-se as práticas adotadas na Gestão do
conhecimento (KM – Knowledge management) de acordo com a teoria encontrada,
bem como, o número de empresas certificadas dentro do grupo das empresas que
possuem gestão do conhecimento. Utiliza-se para esta pesquisa uma amostra de
158 empresas industriais do Estado do Espírito Santo em uma população de 1810
empresas cadastradas pelo IEL (Instituto Euvaldo Lodi) com a proposta de verificar
esta relação. Os resultados originados pelas investigações empíricas, por meio do
Teste - Qui Quadrado confirmaram a hipótese principal, de que as empresas
certificadas apresentam um maior nível de adoção de práticas de Gestão do
Conhecimento que as empresas não certificadas. Entretanto, as hipóteses
complementares foram rejeitadas, o que evidencia que o porte e a localização das
empresas não relacionam com a adoção das práticas de Gestão do Conhecimento
(KM).
6
ABSTRACT
The present study investigates if there is a relationship between the management
practices adopted by the knowledge management and the ISO 9001:2000
certification of the companies. In order to do so, the practices adopted in the
knowledge management was verified (KM - Knowledge Management) in accordance
with the theory found, as well as, the number of certified companies within the group
of companies that have knowledge management. A sample of 158 industries of
Espírito Santo of a population of 1810 companies registred at IEL (Instituto Euvaldo
Lodi) was used with the objective to verify this relatioship. The results generated by
the empiric investigations through the Qui- square test confirmed the mais hipothesis
that the certified companies present a higher level of adoption of knowledge
management practices than the non certified companies. However, the
complementary hipothesis were rejected which evidences that size ans location of
the companies are not related to the adoption of knowledge Management Practices
(KM).
7
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Distribuição das respostas de Empresas Industriais do Espírito Santo. .... 39
Tabela 2: Certificação de Empresas do Espírito Santo, segundo a pesquisa. .......... 40
Tabela 3: Média e desvio padrão de Conhecimento Geral e por bloco de
conhecimento de Empresas do Espírito Santo. ......................................................... 40
Tabela 4: Explicação do Teste Qui-Quadrado........................................................... 42
Tabela 5: Gestão do Conhecimento e certificação de Empresas do Espírito Santo. 43
Tabela 6: Gestão do Conhecimento nos domínios e Certificação de Empresas ....... 44
Tabela 7 : Gestão do Conhecimento e porte de Empresas do Espírito Santo .......... 45
Tabela 8: Gestão do Conhecimento e localização regional de Empresas do Espírito
Santo. ........................................................................................................................ 45
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Modelo da pesquisa ................................................................................... 30
9
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Classificação do porte das empresas ....................................................... 37
Quadro 2: Classificação por localização das empresas ............................................ 37
10
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11
1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ................................................................................... 13
1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 13
1.2.1 Objetivo Geral ........................................................................................... 13
1.2.2 Objetivos específicos ................................................................................ 13
1.3 RELEVÂNCIA DO TEMA ......................................................................................... 14
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................. 15
2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 17
2.1 A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO NO CONTEXTO DA COMPETIÇÃO ....................... 17
2.2 A TEORIA DA FIRMA E A GESTÃO DO CONHECIMENTO ............................................ 19
2.3 TEORIA DE AGÊNCIA ............................................................................................ 22
2.4 A RELAÇÃO DA GESTÃO DO CONHECIMENTO E A CERTIFICAÇÃO ............................... 25
2.4.1 TRABALHOS EMPÍRICOS SOBRE GESTÃO DO CONHECIMENTO ............................ 26
3 METODOLOGIA ................................................................................................... 29
3.1 FORMULAÇÃO DAS HIPÓTESES ............................................................................. 30
3.2 AMOSTRA E PROCEDIMENTO DE COLETA E TRATAMENTO DE DADOS ......................... 33
4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ...................................................... 39
5 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 47
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 51
APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO ............................................................................. 55
APÊNDICE B - CLASSIFICAÇÃO NACIONAL DE ATIVIDADES ECONÔMICAS -
CNAE ........................................................................................................................ 59
11
Capítulo 1
1 INTRODUÇÃO
O ambiente competitivo entre as empresas, intensifica-se a partir da
necessidade de estar atento à visão do mercado, na identificação de tendências em
necessidades de rápidas mudanças. A visão focada na qualidade dos processos e
satisfação do cliente implica em controlar recursos, ou seja, administrar custos,
manter a qualidade baseada no anseio do cliente e, além disso, obter o retorno
desejado pelos investidores (NELLIS; PARKER, 2003).
Logo, em ambientes de crescente concorrência, as empresas buscam ter um
posicionamento estratégico de acordo com o mercado, mas também com seus
recursos (PENROSE, 1959). Assim, a escolha de uma estratégia leva a empresa a
determinar que caminho pretende seguir e quais ferramentas utilizar.
Com esta complexidade de fatores no contexto da firma, uma organização
utiliza o conhecimento como insumo para a tomada de decisões.
O controle deste conhecimento se torna estratégico a partir do momento em
que ele não está explícito aos agentes decisores e a firma necessita de buscar
métodos e práticas para controlá-lo com o intuito de diminuir as incertezas.
Assim, é justamente nestas práticas gerenciais que existe a necessidade de
buscar a causalidade entre as variáveis: gestão do conhecimento operacionalizada
por meio de suas práticas e a certificação por meio da norma ISO 9001:2000.
Por isso, tanto a Gestão do Conhecimento como a norma ISO são formas
encontradas pela empresa de quebrar a assimetria informacional entre os agentes
12
(fornecedor e comprador) por meio do controle, pois para Jensen (1990), o controle
propõe resolução de problemas de agência.
Tanto a certificação sobre a forma de assegurar atributos compatíveis de
acordo com o padrão exigido pelo cliente (BARZEL, 2003) e a Gestão do
Conhecimento sobre a transformação do conhecimento tácito em explícito (JENSEN,
1990) são instrumentos de controle.
Os sistemas de gestão da qualidade abrem precedentes para uso e
desenvolvimento de controles por meio dos sistemas de medição de desempenho
estabelecidos, com a busca de diminuir a assimetria informacional entre os agentes
(JENSEN, 1994; BROSSEAU, 2004).
De acordo com as literaturas de Nelson e Winter (1982), Davenport (1997),
Bose (2006), Langlois (1997), Gupta (2004) e Grant (1996), a Gestão do
Conhecimento – KM (Knowledge Management) é tratada como controle de
processos organizacionais por evidenciar: as rotinas, as práticas, os conhecimentos
tácitos e as habilidades aplicáveis a certas atividades econômicas.
Como a Gestão do Conhecimento e a certificação comportam-se como uma
forma de controle a fim de quebrar a assimetria informacional, propõe-se que as
empresas certificadas possuam maior propensão à Gestão do Conhecimento.
Assim, a relação de causalidade destas duas variáveis instiga a pesquisa em
questão.
Logo, dentro desta perspectiva, o presente estudo se propõe a investigar a
existência da relação entre a Gestão do Conhecimento e a certificação de acordo
com as normas ISO 9001:2000 nas empresas, ou seja, se a certificação se comporta
como uma proxy da Gestão do Conhecimento.
13
1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
As empresas em busca de um bom desempenho financeiro diante do
mercado se posicionam estrategicamente por meio de suas práticas gerenciais.
A literatura em Gestão do Conhecimento possui várias vertentes e
significação. Conforme Davenport & Prusak (1998), Gupta (2000) e Bose (2006) esta
diversificação de vertentes se dá pelas várias abordagens feitas por diferentes áreas
de atuação do conhecimento. Contudo, como a indústria é o universo de pesquisa
deste trabalho, cabe assim a percepção da Gestão do Conhecimento por meio do
seguinte constructo: controle de processos organizacionais.
Neste sentido, a questão principal desta pesquisa consiste em responder a
seguinte indagação:
Qual a relação entre as práticas adotadas pela Gestão do Conhecimento
e a Certificação ISO 9001:2000 nas empresas industriais do Estado do Espírito
Santo?
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
O objetivo central deste trabalho consiste em verificar se existe relação entre
as práticas adotadas pela Gestão do Conhecimento e a Certificação ISO 9001:2000
nas empresas industriais do Estado do Espírito Santo.
1.2.2 Objetivos específicos
Neste intuito elaboram-se os seguintes objetivos específicos:
14
Identificar se as empresas certificadas e não-certificadas possuem
práticas gerenciais distintas;
Identificar por meio do questionário a percepção dos gerentes
(respondentes) em relação a adoção das práticas de Gestão do Conhecimento nas
empresas certificadas e não certificadas;
Investigar se outras variáveis, como porte da empresa e sua localização,
possuem influência na adoção das práticas gerenciais da Gestão do Conhecimento.
1.3 RELEVÂNCIA DO TEMA
De acordo com Hayek (1945) é relevante a influência do conhecimento na
estrutura organizacional de uma empresa. Esta afirmativa é reforçada pelas palavras
de Hansen & Haas (2005) quando propõem que o conhecimento é atuante na área
da estratégia.
Segundo Nonaka (1994) e Davenport & Prusak (1998), a Teoria do
Conhecimento propõe que o ambiente externo a partir de competições, inovações,
fatores econômicos, tecnologia, educação entre outras variáveis exógenas,
disponibiliza agente com o mais variado nível de conhecimento seja tácito ou
explícito, pois o comportamento do agente depende do cenário percebido por meio
de suas experiências anteriores, bem como, os interesses e seus objetivos (SIMON,
2000).
Os agentes formam o conhecimento organizacional por meio das práticas
gerenciais (NONAKA, 1994; DAVENPORT & PRUSAK, 1998;). Diante disso, o nível
da gestão do conhecimento na firma poderá ser analisado através das práticas
15
gerenciais adotadas pois, segundo a teoria, as práticas orientam a tomada de
decisão (BECKER, 2006).
Assim, por meio destas práticas gerenciais se dá a importância de pesquisar
o tema, pois se o controle diminui a assimetria da informação (JENSEN, 1990), logo,
há a necessidade de se pesquisar a relação entre a Gestão do Conhecimento e a
certificação pelas normas ISO 9001:2000, por estas variáveis se comportarem, como
controle de processos organizacionais.
Pelo fato de saber se estas empresas possuem ou não um conjunto de
rotinas capazes de atender as propostas de controle do conhecimento na
organização, o controle gerencial possibilita a reavaliação das práticas geradoras e
fomentadoras da gestão do conhecimento na organização.
Além disso, instigar a proposta de que a certificação pode comportar-se como
uma proxy da Gestão do Conhecimento.
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO
O presente estudo está organizado em cinco capítulos.
O Capítulo 1 é introdutório, a fim de proporcionar importância ao tema em
questão.
O Capítulo 2 inicia a parte de fundamentação teórica, com o objetivo de
evidenciar as bases teóricas que dão sustentação à pesquisa.
O Capítulo 3 aborda, com detalhes, os aspectos relevantes a serem
contemplados pela metodologia da pesquisa, tais como: o tipo de pesquisa, os
métodos de investigação e a coleta de dados.
16
O Capítulo 4 apresenta as análises e interpretação dos resultados
encontrados.
Por fim o Capítulo 5 as limitações do estudo, bem como sugestões para
trabalhos futuros. Além disto, no final deste capítulo encontram-se as referências
bibliográficas, virtuais e os anexos utilizados neste trabalho.
17
Capítulo 2
2
REFERENCIAL TEÓRICO
2.1
A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO NO CONTEXTO DA COMPETIÇÃO
A necessidade do conhecimento diante da economia dá-se segundo Penrose
(1959), Grant & Spender (1996), Davenport & Prusak (1998), Nellis & Parker (2003),
Hansen & Haas (2005) e Wong (2005) em função da competitividade dos mercados.
Assim, com a necessidade da inovação de processos, envolvendo a cadeia
de suprimentos de modo a reduzir o custo dos suprimentos ou a aumentar a
qualidade e a confiabilidade do suprimento, a inovação de processos pode sustentar
a diferenciação de produtos, possibilitando que as empresas forneçam produtos de
qualidade superior e bens e serviços que sejam mais sensíveis às demandas do
consumidor em constante mudança, bem como pode sustentar uma estratégia de
liderança de custos reduzindo o custo da produção e das relações envolvidas no
processo.
Hayek (1945, p. 519) em seu artigo “O uso do conhecimento na sociedade”
defende a importância do conhecimento como um recurso, ou seja, “o problema
econômico da sociedade não é meramente um problema de como alocar os
recursos dados é um problema de como deter o melhor uso dos recursos sabidos.”
Sveiby (1998) afirma que o conhecimento não só contribui para a
valorização total da empresa, como também é a base de sua estrutura interna e
externa.
18
A importância do conhecimento no contexto competitivo também é coerente
com as proposições de Nelson & Winter (1982) que destacam a existência de rotinas
para inovar ou rotinas organizacionais como base de atuação das empresas nos
ambientes dinâmicos de competição e que por isto, devem ser relacionadas ao
posicionamento futuro da firma.
Estudos empíricos como o de Hansen & Haas (2005) reforçam que o
conhecimento é atuante na área da estratégia. Por meio do resultado da pesquisa
deles, constatou-se que a empresa tem melhor performance quando se utiliza
melhor os recursos do conhecimento. Este resultado sugere que o desempenho do
competidor depende não do quanto as empresas sabem, mas em como usam o que
sabem.
Também em âmbito internacional, Becker (2006) aponta a existência de
vários estudos empíricos que falam sobre conhecimento com foco nas rotinas,
práticas e métodos, como por exemplo: Nelson & Winter (1982); Dosi, Teece &
Winter (1992); Winter (1995).
Choo (1996) também partilha das idéias do autor mencionado, entretanto fala
do sensemaking, ou seja, “o fazer sentido de” é possuir conhecimento do significado
das ações realizadas na organização, pois para o autor uma organização usa
estrategicamente o conhecimento para fazer mudanças em seu ambiente, criar
novos conhecimentos para inovação, bem como, tomar decisões sobre práticas de
ação.
A busca da relação de teorias econômicas com o conhecimento será
abordada dentro da Teoria da Firma por meio da Teoria de Agência e a Teoria
Evolucionária as quais sustentam a prerrogativa da importância da Gestão do
Conhecimento como fator estratégico nas organizações.
19
2.2 A TEORIA DA FIRMA E A GESTÃO DO CONHECIMENTO
A Teoria da Firma abrange a teoria da produção, a teoria dos custos bem
como a análise dos rendimentos da firma.
De acordo com Sveiby (1998), o conhecimento incorporado ao capital e à
mão-de-obra como fator de produção criou economias que dependiam da produção
de bens tangíveis e, atualmente, está havendo o crescimento de economias cada
vez mais baseadas em insumos e produtos menos tangíveis.
Na teoria da firma, a função de produção aplicada a um determinado grau de
conhecimento a respeito dos diversos métodos que poderiam ser utilizados para
transformar insumos em produtos torna a produção mais eficiente (PINDYCK, 2002).
Logo, as funções de produção descrevem o que é tecnicamente viável quando a
empresa opera eficientemente, ou seja, quando a empresa utiliza cada combinação
de insumos da forma mais eficaz possível.
A investigação desta estrutura organizacional de produção remete-nos aos
estudos de Marshall (1985) sobre a organização da produção, identificando assim
relevantes exaltações sobre a necessidade de um sistema ter conhecimento e ser
capaz de organizar todo o esforço do homem no emprego da produção.
Na perspectiva marshalliana, as firmas aparecem sob a forma da hierarquia,
da supervisão e controle das operações, da divisão do trabalho no interior da
empresa e das formas jurídicas que estabelecem de quem são a propriedade e o
controle. E, sob o foco do conhecimento: a experiência, as soluções desenvolvidas e
as capacitações acumuladas pelas firmas.
Logo, na Teoria da Firma os fatores de produção (terra, capital e trabalho) por
si só não conduzem a um processo de evolução senão por intermédio do ser
20
humano, pois “[...] o capital consiste, em parte, em conhecimento e organização [...]”
(MARSHALL, 1985, p. 135).
Ainda na Teoria da Firma, a abordagem da Resource Based View (RBV) –
Visão Baseada em Recursos propõe a valorização dos atributos internos da firma
como fonte de competitividade e esta tem origem em Penrose (1959) com a visão de
que as firmas são um conjunto de recursos produtivos que estão na base das
estratégias aplicadas a elas mesmas.
Segundo Penrose (1959), a empresa é apta a planejar as suas atividades
correntes bem como o seu futuro. Logo, a cada momento, a capacidade gerencial
dos administradores, as condições de mercado, os riscos e as incertezas influenciam
no desempenho da firma. Dá-se então a relevância das decisões tomadas pela
firma.
Ainda de acordo com a autora, os estímulos para mudanças na firma
consistem em restrições no processo produtivo como em custos, qualidade,
produtividade e das oportunidades surgidas no mercado.
A abordagem de Nelson & Winter (1982) propõem um olhar evolucionista da
firma que vai influenciar todo o pensamento neo-schumpeteriano, valorizando a
contribuição de Penrose. E por meio de Barney (1996), novos estudos foram
apresentados sobre a importância dos recursos específicos da firma para sua
performance com a RBV.
Segundo Teece (1997), a Visão Baseada em Recursos enxerga as firmas
como sistemas e estruturas superiores gerando lucro, não só por causa do
engajamento em investimentos estratégicos, que podem deter entrantes e aumentar
21
preços acima dos custos a longo prazo, mas também porque elas têm custos
expressivamente baixos, ou oferecem expressiva qualidade ou performance.
Assim, mais do que pensar em produção como uma combinação de fatores
produtivos adquiridos, pensa-se na firma como possuidora de um conjunto de
conhecimentos tácitos, rotinas e habilidades aplicáveis a certas atividades
econômicas (LANGLOIS, 1997).
O conhecimento em ambiente organizacional como afirma Marshall (1985),
manifesta-se no processo produtivo a partir de um conjunto de ações deliberadas
com o propósito de atingir os objetivos da organização.
O conhecimento organizacional para Davenport & Prusak (1998) conceitua-se
por meio de seus aspectos funcionais, ou seja, as experiências, os valores e a
informação são aplicados não só em documentos ou repositórios, mas também em
rotinas, processos, práticas e normas organizacionais.
Conforme Nonaka & Takeuchi (1997), o conhecimento é o produto de um
processo que o agente desenvolve a partir de suas características naturais,
relacionadas com a sua ação, que sobre influências significativas da realidade
cultural e educacional e que fazem parte de sua essência.
No processo de criação e controle do conhecimento são considerados o
conhecimento tácito e o conhecimento explícito: o conhecimento tácito associado à
experiência e com difícil formalização; já o explícito é o conhecimento que se torna
possível compartilhar por meios formais de comunicação (NONAKA; TAKEUCHI,
1997). Acreditando-se que para esta conversão seja necessária a socialização, a
articulação, a combinação e a internalização das relações entre os participantes da
organização.
22
A partir da abordagem feita por Nonaka & Takeuchi (1997), outros estudiosos
buscaram maiores detalhes acerca do processo de criação, mensuração, fatores de
implementação de gestão do conhecimento como: Choo (1996), Wei, Choy & Yeow
(2006), Bose (2004) e Wong (2005).
Assim, pode-se dizer que a gestão do conhecimento é uma ação
desenvolvida por agentes organizacionais que dão sentido de controle e de
utilização para o ativo organizacional denominado conhecimento.
A Teoria da Firma supõe que o objetivo da firma é obter o maior lucro
possível. Logo, é através desta teoria que se pode tornar útil a discussão sobre o
fenômeno Gestão do Conhecimento pelo fato dele propor uma melhor atenção ao
ativo conhecimento, o qual desperta tanto questionamento na área econômica.
2.3 TEORIA DE AGÊNCIA
A Teoria de Agência mantém alguns pressupostos básicos da Teoria
Neoclássica, principalmente o do comportamento maximizador, ou seja, o agente
toma as decisões procurando maximizar seus objetivos e o princípio da
racionalidade no sentido de que as ações tomadas pelos agentes são consistentes
com a busca desses objetivos (JENSEN, 1990).
De acordo com Jensen (1990), a firma apresenta a necessidade de um
comportamento estratégico quando o agente percebe que é capaz de afetar
variáveis relevantes para sua decisão e que essas variáveis também podem ser
afetadas pelas decisões de outros agentes; parte-se daí para a discussão do
pressuposto estudado.
23
O contexto está relacionado com as limitações específicas de cada indivíduo
o que na teoria é identificado por Simon (2000) como racionalidade limitada – esta
denominação propõe que as capacidades mentais dos seres humanos são limitadas.
Estas limitações mentais e sensoriais segundo o autor são as atividades de
armazenagem, processamento, transmissão e recebimento de conhecimentos, ou
seja, esta capacidade limitada mostra que o conhecimento detido por um decisor
individual, ou um grupo de decisores se limita a um pequeno conjunto de
conhecimento da firma.
Se o conhecimento fosse de certa forma controlado por meio de métodos e
práticas diminuiria a incerteza. Sobre esta discussão, observam-se os objetivos do
agente como também outros elementos provenientes da interação dos agentes e do
ambiente, assim reforça-se a racionalidade limitada e a necessidade de criar meios
para a quebra da assimetria informacional.
Compartilha-se desta mesma visão Nonaka & Takeuchi (1997) por entender
que o conhecimento é propriedade do indivíduo, do grupo ou da organização e que
ele poderá apresentar-se de forma explícita, com a vantagem de poder ser
compartilhado por meio de métodos formais (relatórios, documentos, bancos de
dados, produtos e processos), ou de forma tácita, que por estar associado às ações
e ao contexto das experiências pessoais, seriam de difícil formalização e
comunicação, exigindo, conforme Davenport & Prusak (1998), um intenso contato
pessoal entre os participantes da organização.
Além destes, Hayek (1945, p. 519) também concorda com o mesmo
pensamento:
existe um conjunto importante, mas desorganizado de informação que não
pode ser classificado como científico no sentido de conhecimento de leis
gerais. Pelo contrário, esta informação é o conhecimento particular de
24
circunstâncias acontecidas num determinado lugar, num determinado
tempo. O conhecimento de pessoas, de condições locais e de
circunstâncias especiais é tão importante para o sucesso empresarial como
os fatos científicos são. Ambos são importantes para descobrir
oportunidades de negócio e implementar estratégias.
Em consonância com as idéias de Simon (2000), o conhecimento por se
tratar de um importante recurso é sugerido que seja deslocado para os que possuem
o poder de decisão ou desloca-se o poder de decisão para quem detém o
conhecimento.
Mesmo que um agente acredite que está maximizando sua decisão, ele tem
que se esforçar e consumir o máximo de recursos para esta confirmação. Para isto,
os agentes selecionam informações que podem ter relevância e enfatizam o ato de
selecionar, pois este ato ajuda a reduzir o acúmulo de informação.
Assim, com o conceito da racionalidade limitada sugerido por Simon (2000),
consegue-se propor a importância da diminuição de incertezas no ambiente por meio
da geração de regularidades no comportamento individual com procedimentos
simples para guiar essas ações, ou seja, diante da incerteza há a necessidade de se
definir e utilizar os padrões de conduta.
O agente ou a própria organização como um todo busca simplificar o
processo de decisão e se guia por rotinas a fim de minimizar incertezas.
Contudo, de acordo com Nelson & Winter (1982) devido a grande
heterogeneidade entre os agentes por causa de suas experiências diferenciadas,
assume-se que mesmo diante de informações e situações semelhantes as escolhas
podem ainda ser diferentes.
Percebe-se portanto que alguns destes agentes tomam decisões de
comportamento e assumem rotinas que se mostram melhores que outras,
25
ocasionando a geração de adaptações organizacionais, ou seja, criação de novos
conhecimentos, pois as ações organizacionais são iniciadas por decisões e todas as
decisões acabam em compromissos para ação (CHOO, 1996).
Identifica-se então a prerrogativa da Gestão do Conhecimento, pois de acordo
com Nonaka & Takeuchi (1997), é de extrema relevância organizar um conjunto de
atividades capazes de desenvolver e controlar todo o tipo de conhecimento para
utilizá-lo no alcance dos objetivos da empresa.
2.4 A RELAÇÃO DA GESTÃO DO CONHECIMENTO E A CERTIFICAÇÃO
Sabe-se que as organizações buscam comportamentos racionais em termos
de ações em que as práticas, as rotinas e os processos funcionem como memória
organizacional, fatores de recombinação e caminhos a escolher. Em que Nelson &
Winter (1982) e Choo (1996) propõem que eles são meios de reduzir a incerteza e
constituem a forma de transformar conhecimento tácito em explícito.
Desta forma, a Certificação se comporta como direcionador de controle por
meio do Sistema de Qualidade Total evidenciado pela International Organization for
Standardization (ISO), na sua série ISO 9001:2000, com objetivo da quebra de
assimetria informacional. Além disso, a padronização favorece a comunicação entre
os agentes, viabilizando a redução de custos de agência (BROSSEAU, 2004), ou
seja, detalhar coordenação, controle, padrões e medidas para a garantia de atributos
e a sinalização de estabilização dos processos, reduzindo as incertezas (JENSEN,
1994; LANGLOIS,1992).
26
Sabe-se que a norma ISO é um conjunto de requisitos com o objetivo à
implementação e a melhoria do sistema de gestão da qualidade, com base na
abordagem de processo (CRITÉRIOS..., 2006).
Segundo Jensen (1994), a Total Quality Management (TQM) melhora a
produtividade encorajando a tomada de decisão. Além disso, transforma o
conhecimento tácito em explícito.
Com o foco na qualidade, a empresa define métodos simplificados que
auxiliam no controle do conhecimento, pois propicia a absorção das informações e
do conhecimento e evita a não operação pelo volume de informação muito detalhada
que reduz a efetividade da tomada de decisão por parte dos agentes através de
critérios simples e eficazes de seletividade (PIZZINI, 2006).
Logo, a relação causal proposta nesta pesquisa implica que a certificação ISO
está para a KM (Knowledge Management) por meio de seus métodos que auxiliam
no controle do conhecimento, assim como a KM está para a ISO por meio da
proposta de que a Gestão do Conhecimento influencia as práticas gerenciais das
organizações, pois empresas portadoras de práticas gerenciais promovem o controle
de processos organizacionais, por exemplo, por meio de programas de gestão da
qualidade.
2.4.1 TRABALHOS EMPÍRICOS SOBRE GESTÃO DO CONHECIMENTO
Com os estudos empíricos sobre Gestão do Conhecimento, como: Quadros
(2002), Hansen & Haas (2005), LIN & TSAI (2005), Hung et al. (2005), Wei, Choy &
Yeow (2006), percebe-se a relevância da Gestão do Conhecimento como controle
de processos organizacionais.
27
Hansen & Haas (2005) em um field study (estudo de campo) explora a
hipótese de que a obtenção e utilização do conhecimento interfere no desempenho
das tarefas, usando uma série de dados de 182 propostas de vendas em uma
companhia. Os resultados sugerem que o desempenho do competidor não depende
da quantidade de informações, mas como estas são utilizadas na organização.
Wei, Choy & Yeow (2006) por meio de um field study avalia a importância
percebida e a execução real de cinco fatores de sucesso da Gestão do
Conhecimento (KM): estratégia de negócio, estrutura organizacional, equipe do
conhecimento, auditoria do conhecimento e mapa do conhecimento. O estudo é
realizado no setor de telecomunicações na Malásia por meio de 289 questionários.
Os dados foram analisados usando índices e métodos estatísticos paramétricos. Os
resultados mostram que as organizações estão cientes da importância de todos os
fatores da Gestão do Conhecimento, mas há um declínio na execução destas
práticas.
Lin & Tsai (2005) com base em field study e em uma revisão de literatura,
verifica se 32 variáveis são significativas na implantação de um sistema de Gestão
do Conhecimento. Com base em 355 questionários enviados, apenas 98 foram
validados com respostas de membros da Associação de Gestão e Mercado
Farmacêutico de Taiwan. Este estudo utiliza a análise fatorial para estratificar sete
fatores críticos de 32 variáveis. Esses fatores são: estratégia de benchmark e
estrutura de conhecimento; a cultura organizacional e a tecnologia da informação;
envolvimento dos empregados e treinamentos; engajamento dos líderes; ambiente
de aprendizagem e controle de recursos e evolução de treinamento profissional e de
equipes. Os resultados por meio de regressões, que relacionam a Gestão do
Conhecimento com as demais variáveis citadas, mostram que a adoção da Gestão
28
do Conhecimento melhora a competitividade da empresa, sendo que a indústria se
destacou por ter mais benefícios com essa adoção.
Quadros (2002) analisou o processo de certificação pela série NBR ISO
9000:2000 como modelo de aprendizagem organizacional e de gestão do
conhecimento, por meio de pesquisa exploratória, quantitativa e qualitativa. A autora
avaliou se o processo de certificação NBR ISO 9000 enquadra-se como modelo
gerador de aprendizagem organizacional e de gestão do conhecimento para
pequenas e médias empresas brasileiras. As empresas da amostra localizam no Rio
Grande do Sul e são divididas em dois grupos: três empresas que não possuem
Sistema de Gestão da Qualidade pelos padrões da série NBR 9000:2000 e três
empresas que possuem o Sistema de Gestão da Qualidade. Concluiu-se que há
indícios de que o sistema de gestão da qualidade NBR ISO 9000, poderá atender de
forma suficiente e eficaz aos pressupostos teóricos de uma organização de
aprendizagem. Todavia, são necessárias novas práticas de implantação dessa
norma para que ela seja percebida e compreendida como instrumento de
aprendizagem e gestão do conhecimento.
Com esta visão, os autores entendem que os gestores precisam ficar atentos
com o ativo intangível do conhecimento, pois este é propriedade do indivíduo, do
grupo ou da organização e pode apresentar-se de forma tácita exigindo, conforme
Davenport (1997), contato entre os participantes da organização.
29
Capítulo 3
3 METODOLOGIA
O estudo trata-se de um field study (estudo de campo) e a literatura revisada
é de artigos publicados entre 1945 a 2006, com ênfase sobre o termo Knowledge
management. Com este termo em foco foram classificados por ordem de freqüência:
os journals e os autores. Desta pesquisa inicial foram catalogados 207 artigos que
possuíam vertentes diversas sobre o assunto. Depois, diante desta diversidade
disposta a filtrar somente os artigos que mais se identificam com a pesquisa em
questão, foram evidenciadas as palavras: prática, rotina, processos, as quais
direcionaram a pesquisa para a bibliografia então utilizada.
Esta pesquisa é classificada quantos aos objetivos como descritiva, pois
descreve características da população das empresas industriais do Estado do
Espírito Santo e relaciona as variáveis: Gestão do Conhecimento e Certificação ISO
9001:2000, com técnicas estatísticas de coleta e análise de dados.
Quanto aos procedimentos é realizada uma pesquisa survey, em que os
dados são coletados por meio de um questionário para uma amostra de 158
indústrias, além da realização de uma pesquisa bibliográfica. Em relação à
abordagem do problema é um estudo qualitativo, pois é realizada uma análise por
meio de fatores para identificação da Gestão do Conhecimento e quantitativo pelas
análises estatísticas das variáveis relacionadas.
30
3.1 FORMULAÇÃO DAS HIPÓTESES
A fim de examinar empiricamente a relação entre as variáveis, um modelo é
proposto conforme a Figura 1 que sistematiza toda idéia do modelo utilizado pela
pesquisa.
Figura 1: Modelo da pesquisa.
O modelo endossa a idéia de que quando se fala sobre Gestão do
Conhecimento nas organizações está se abordando, sobretudo, das práticas
gerenciais existentes na organização. Por outro lado, o modelo também pressupõe
que as práticas gerenciais têm origem no conhecimento individual de cada
empregado para, posteriormente, somar-se aos demais conhecimentos, formando
assim, o conhecimento da firma (DAVENPORT; PRUSAK, 1998).
AMBIENTE EXTERNO - Competição, inovações, fatores econômicos,
tecnologia, educação e outras variáveis exógenas
Práticas
organizacionais
Certificada
Não certificada
Empresa com
Gestão do
Conhecimento
Melhores
Práticas
Empresa sem
Gestão do
Conhecimento
31
O fator ambiente influencia no conhecimento dos agentes e nas suas
decisões (DAVENPORT, 1997; DAVENPORT, PRUSAK , 1998; NONAKA, 1994;
NONAKA, TAKEUSHI, 1997), já que por meio dos interesses individuais de cada
agente formam-se as práticas gerenciais.
Logo, todo estudo sobre a gestão do conhecimento organizacional e sobre a
qualidade está sujeito a um conjunto de variáveis exógenas. Isto significa que a
Gestão do Conhecimento acontece por um processo de busca pelo controle do
conhecimento tácito e explícito pela interação entre os agentes conforme estudos de
Nonaka (1994).
A primeira variável descrita nesse estudo é definida como sendo o conjunto
das práticas adotadas pela Gestão do Conhecimento (KM – Knowledge
Management).
A variável seguinte é representada pela certificação dos programas de
qualidade das empresas incluídas na amostra. O pressuposto básico dos programas
de gestão da qualidade é de que empresas que obtêm a certificação ISO 9001:2000
são empresas portadoras de melhores práticas gerenciais e que promovem o
controle de processos organizacionais. Esta variável é medida a partir de uma
variável dicotômica, indicando a existência ou não da certificação ISO por parte das
empresas pesquisadas.
Neste sentido, considerando a importância das variáveis de controle para a
validação, a presente pesquisa promove a comparação das práticas gerenciais entre
empresas com a mesma atividade produtiva e porte similar, e inseridas num mesmo
contexto competitivo.
Assim, esta discussão conduz a seguinte hipótese principal:
32
H
1
:
As empresas certificadas apresentam um maior nível de adoção de
práticas de Gestão do Conhecimento que as empresas não certificadas.
Como a hipótese principal elaborada procura relacionar as práticas de Gestão
do Conhecimento e a certificação de acordo com as normas ISO 9001:2000, surgem
as hipóteses complementares dedicadas a considerar outras variáveis que
influenciam na adoção das práticas de gestão do conhecimento.
H
2:
O porte das empresas influencia na relação entre as práticas
adotadas pela Gestão do Conhecimento.
H
3:
A localização das empresas influencia na relação entre as práticas
adotadas pela Gestão do Conhecimento.
As variáveis porte e localização são relacionadas neste trabalho, pois de
forma condicional podem influenciar na adoção das práticas de Gestão do
Conhecimento.
O porte ou tamanho é um fator que tem possível relação com a Gestão do
Conhecimento, pois organizações de tamanhos diferentes possuem práticas
gerenciais de acordo com suas necessidades, podendo também sofrer influência em
função da estrutura pelo qual o mercado está formado.
Quanto à localização, sabe-se que as organizações são sistemas abertos,
dessa forma ocorre o intercâmbio de transações com o ambiente. Assim, a variável
localização pode influenciar na adoção de práticas de Gestão do Conhecimento por
se tratar de um sistema aberto que deva manter-se em interação com o meio, dessa
forma, a localização pode dificultar ou facilitar o fluxo de informação e de
conhecimento.
33
Diante das propostas discutidas, vale salientar o trabalho de Daher & Schiehll
(2007), que propõe a relação das práticas gerenciais adotadas pelas empresas com
a Gestão do Conhecimento. Os autores buscaram verificar em seis áreas chaves se
o conjunto das práticas gerenciais adotadas e a percepção da necessidade de uso
delas eram mais fortes em empresas certificadas ou em não certificadas. Além
disso, este trabalho traz a relação entre as análises desta percepção e o porte das
empresas.
3.2 AMOSTRA E PROCEDIMENTO DE COLETA E TRATAMENTO DE DADOS
A escolha da amostra foi com o intuito de compreender as características de
uma determinada população descrita por um bloco de empresas que possuem as
práticas adotadas pela Gestão do Conhecimento (KM – Knowledge Management) e
dentro do mesmo grupo um outro de empresas com processos produtivos e porte
similar, porém sem práticas em consonância com as do primeiro grupo.
A amostra de 158 empresas industriais (de pequeno, médio e grande porte),
em uma população de 1810 empresas segundo cadastro do IEL (Instituto Euvaldo
Lodi), traz uma abrangência capaz de permitir a verificação das práticas gerenciais
da Gestão do Conhecimento, bem como identificar se há relação entre o conjunto de
empresas que aplicam a Gestão do Conhecimento e a Certificação ISO 9001:2000.
Para calcular o tamanho amostral é usada a seguinte fórmula, conforme
Siegel (1956) e Barbetta (2002):
(
)
2
2
1
E
PPZ
n
×
=
Onde:
(1)
34
Z: nível de confiança adotado,
P: empresas certificadas,
1 - P: empresas não certificadas,
E: margem de erro adotado.
Por exemplo, para uma população infinita (grande) temos:
(
)
171
0036,0
614656,0
06,0
20,0120,096,1
2
2
0
==
×
=n
Dado que N é finito, temos para uma confiança de 95%, probabilidade de
certificação de 20% e margem de erro de 6%, assim temos um n= 156 empresas:
156
1810171
1810171
0
0
=
+
×
=
+
×
=
Nn
Nn
n
O nível de significância adotado nos testes é de α = 0,05 e o pacote
estatístico utilizado para esta análise é SPSS 14,0 (Social Package Statistical
Science).
A amostra usará dados coletados através de questionários (APÊNDICE A)
enviados para executivos (sócios/proprietários), gerentes ou cargo responsável nas
decisões na área de produção da empresa; no período de janeiro e fevereiro de
2007. Os dados são coletados dos entrevistados, por meio de uma escala tipo Likert,
em que (1) equivale ao menor grau e (5) ao maior grau, equivalente a cada pergunta
feita no questionário.
O questionário de perguntas fechadas tem como objetivo captar o nível de
utilização das práticas adotadas pela Gestão do Conhecimento nas empresas. Este
questionário tem como origem um estudo empírico feito na Malásia no setor de
telecomunicações por Wei, Choy & Yeow (2006).
35
Este estudo empírico foi escolhido por ser construído na forma de survey
com trabalhos feitos a respeito da Gestão do Conhecimento desde a origem deste
termo, nos anos 90 até os dias de hoje, com a preocupação de sintetizar os 05
fatores mais significativos que compõem as práticas da Gestão do Conhecimento,
que são eles:
a) Estratégia de negócio – a estratégia segundo os autores expressa qual o
sentido que a firma quer se orientar diante do futuro e para isto ela deve fazer a
ciência do seu planejamento em toda a organização.
b) Estrutura Organizacional – pode ser definida como a especificação das
atividades feitas dentro da organização e as maneiras que estas atividades se
relacionam a uma outra. Segundo Wei, Choy & Yeow (2006), a estrutura hierárquica
da organização afeta a integração dos agentes e a liderança. Assim, eles sugerem
que o tipo de estrutura (centralizada/descentralizada) influencia na diminuição de
incertezas e na adaptação de rápidas mudanças.
c) Equipe de Gestão do Conhecimento – o uso de equipes responsáveis pela
transformação de conhecimento tácito em explícito permite que as organizações
apliquem experiências diversas em seus processos e soluções de eventuais
problemas.
d) Auditoria de Gestão do Conhecimento – para Wei, Choy & Yeow (2006) é
relevante auditar quais recursos do conhecimento (melhores práticas, projetos bem
sucedidos) a organização possui mesmo antes da implantação de uma gestão do
conhecimento, pois é importante, ao projetar estratégias, assegurar onde o
conhecimento está sendo criado e para onde e como ele é transferido.
36
e) Mapa de Gestão do Conhecimento – enfatiza a importância de se saber
quem, quando, como e porque o conhecimento deve ser compartilhado, além disso,
ressalta a importância de comparar os recursos da empresa com o dos seus
concorrentes.
A fim de uma melhor validade, a triangulação dos dados é feita através de
questionários e entrevistas, sendo que o primeiro contato com as indústrias foi feito,
nesta pesquisa, de forma eletrônica através de e-mails, mas devido a não
consistência das respostas, foi escolhido outro método, o de abordagem telefônica.
Vale enfatizar que em busca de um melhor entendimento foram feitos 5
questionários testes e entre estes, 3 entrevistas (01 empresa de médio porte -
industria têxtil e 2 de pequeno porte - indústrias gráficas.
As relações entre as empresas são analisadas através da utilização ou não
das práticas de KM (Management Knowledge), pelas atividades de cada uma delas,
pelo porte e o local onde são situadas. A análise da amostra é feita considerando-se
37
e sistema de gestão da qualidade (NBR ISO 9001:2000). Para testar a relação entre
as variáveis utilizou-se o teste de dependência, conhecido como Teste Qui
Quadrado.
De acordo com esta análise primária será dada continuidade em análises
mais significativas economicamente, considerando a influência de outras variáveis
como: porte e localização regional.
A classificação das empresas por porte é designada pelo número de
funcionários é demonstrada no Quadro 1 abaixo:
Porte/Setor Indústria Comércio/Serviços Cód. /enquadramento
Pequena Empresa Até 99 pessoas Até 49 pessoas 1
Média Empresa Até 499 pessoas Até 99 pessoas 2
Grande Empresa 500 ou mais pessoas 100 ou mais pessoas 3
Quadro 1: Classificação do porte das empresas
Fonte: Ministério da Ciência e da Tecnologia (2006).
De uma amostra de 158 empresas, considerou-se o porte delas em pequenas
e médias/grandes, como um único grupo, devido à reduzida quantidade de
empresas grandes.
No Quadro 2 é demonstrada a quantidade de empresas da amostra por
localização regional:
Localização regional Empresas
Metropolitana 58
Interior 100
Quadro 2: Classificação por localização das empresas
Fonte: Instituto Euvaldo Lodi (2006).
Desta forma, tem-se a seguinte divisão de empresas por localização regional,
considerando a adoção das práticas Gestão do Conhecimento (KM) nas empresas.
38
Para verificação da influência destas variáveis na relação entre as práticas de
adoção de Gestão do Conhecimento, também serão realizados Testes - Qui
Quadrado.
39
Capítulo 4
4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Realizou-se uma análise descritiva dos dados, através da Tabela 1 de
freqüências, identificadas abaixo com número, percentual e cálculo da média e
desvio padrão em cada um dos fatores de Gestão do Conhecimento (KM) utilizados
nos questionários.
Tabela 1: Distribuição das respostas de Empresas Industriais do Espírito Santo.
Fator de
conhecimento
Nenhum Mínimo Regular Bom Máximo
Nº % Nº % Nº % Nº % Nº %
Estratégia de
Negócio
Questão 2.1 4 2,5 24 15,2 71 44,9 39 24,7 20 12,7
Questão 2.2 5 3,2 15 9,5 46 29,1 72 45,6 20 12,7
Questão 2.3 13 8,2 5 3,2 32 20,3 61 38,6 47 29,7
Questão 2.4 7 4,4 10 6,3 33 20,9 65 41,1 43 27,2
Questão 2.5 12 7,6 19 12,0 41 25,9 50 31,6 36 22,8
Estrutura
Organizacional
Questão 3.1 1 0,6 14 8,9 56 35,4 64 40,5 23 14,6
Questão 3.2 33 20,9 17 10,8 41 25,9 41 25,9 26 16,5
Questão 3.3 5 3,2 17 10,8 60 38,0 55 34,8 21 13,3
Questão 3.4 21 13,3 21 13,3 38 24,1 52 32,9 26 16,5
Equipe de Gestão
Questão 4.1 18 11,4 22 13,9 54 34,2 50 31,6 14 8,9
Questão 4.2 18 11,4 12 7,6 38 24,1 53 33,5 37 23,4
Questão 4.3 8 5,1 11 7,0 39 24,7 71 44,9 29 18,4
Questão 4.4 30 19,0 15 9,5 38 24,1 53 33,5 22 13,9
Questão 4.5 82 51,9 9 5,7 21 13,3 22 13,9 24 15,2
Audit. Conhecimento
Questão 5.1 36 22,8 19 12,0 34 21,5 41 25,9 28 17,7
Questão 5.2 23 14,6 22 13,9 33 20,9 46 29,1 34 21,5
Questão 5.3 22 13,9 17 10,8 61 38,6 38 24,1 20 12,7
Questão 5.4 28 17,7 30 19,0 43 27,2 42 26,6 15 9,5
Questão 5.5 47 29,7 17 10,8 36 22,8 40 25,3 18 11,4
Mapa Conhecimento
Questão 6.1 7 4,4 14 8,9 48 30,4 65 41,1 24 15,2
Questão 6.2 5 3,2 21 13,3 60 38,0 51 32,3 21 13,3
Questão 6.3 8 5,1 13 8,2 55 34,8 54 34,2 28 17,7
Questão 6.4 16 10,1 23 14,6 44 27,8 56 35,4 19 12,0
Questão 6.5 17 10,8 17 10,8 59 37,3 48 30,4 17 10,8
Fonte: Elaborado pelo autor.
40
Na Tabela 2 é demonstrado o número de empresas certificadas e não
certificadas, bem como o percentual de cada grupo, que equivale a 19% e 81%
respectivamente.
Tabela 2: Certificação de Empresas do Espírito Santo, segundo a pesquisa.
Tipo de Empresa Número Percentual
Certificada 30 19,0
Não certificada 128 81,0
Total 158 100,0
Fonte: Elaborado pelo autor.
Na Tabela 3 é realizada a estatística descritiva da amostra das empresas
certificadas e não certificadas, de acordo com o percentual de empresas de cada
fator.
Tabela 3: Média e desvio padrão de Conhecimento Geral e por bloco de conhecimento de
Empresas do Espírito Santo.
Fatores de conhecimento
Empresas Certificadas Empresas não certificadas
Média % D. Padrão Média % D. Padrão
Estratégia de Negócios 75,0 18,1 62,3 20,3
Estrutura Organizacional 65,6 16,1 56,8 19,9
Equipe de Gestão 64,3 21,0 51,3 22,7
Auditoria de Conhecimento 62,2 28,2 47,9 26,6
Mapa de Conhecimento 65,3 19,5 58,0 20,5
Conhecimento Geral 66,5 16,7 55,2 18,9
Fonte: Elaborado pelo autor.
Para comparar a relação entre o nível de controle de conhecimento (variável
qualitativa) e a certificação (variável qualitativa) foi utilizado o Teste Qui-Quadrado.
O Teste Qui-Quadrado serve para determinar a significância de associação entre
dois grupos.
A hipótese a ser comprovada é a de que dois grupos se diferem em relação a
determinada característica e, conseqüentemente, com respeito à freqüência relativa
com que os componentes dos grupos se enquadram nas diversas categorias. Para
41
analisar tal hipótese conta-se o número de casos em cada grupo que recai nas
diversas categorias, e compara-se a proporção de casos de um grupo nas diversas
categorias, com a proporção de casos do outro grupo.
Neste estudo há dois grupos: grupo 1 (
1
ρ
) - empresas com gestão do
conhecimento menor que 50% de adoção das práticas e grupo 2 (
2
ρ
) - empresas
com gestão do conhecimento maior que 50%.
Para testar se no grupo com mais gestão do conhecimento existe mais
empresa certificada. O Teste Qui-Quadrado será composto das hipóteses a seguir:
210
:
ρ
ρ
=H
211
:
ρ
ρ
H
Onde,
1
ρ
representa a freqüência das empresas com menos Gestão do
Conhecimento e
2
ρ
representa a freqüência das empresas com mais Gestão do
Conhecimento.
A estatística do teste, que é designado por χ
2
, é uma medida de distância
entre as freqüências observadas (O) e as freqüências que se espera encontrar (E)
na suposição das variáveis serem independentes, conforme equação abaixo
(LEVINE, 2000):
=
E
EO
2
2
)(
χ
(3)
42
Quanto maior for a diferença entre o valor observado do valor esperado mais
dependência existe entre as variáveis do estudo.
O nível de significância adotado nos testes foi α = 0,05 e o pacote estatístico
SPSS 14,0 (Social Package Statistical Science) foi utilizado para esta análise.
Na Tabela 4 é demonstrada a estatística do Teste Qui-Quadrado da amostra
das empresas certificadas e não certificadas. O Teste Qui-Quadrado soma as
diferenças entre valores observados e esperados. Entre parênteses está o valor
Esperado (E) para cada célula. Sem parênteses o valor Observado (O). Para
calcular o valor esperado temos que multiplicar os totais das linhas e colunas e
dividir pelo número de amostras, N=158. : (52x30)/158=9,9; (106x30)/158=20,1;
(52x128)/158=42,1; e (106x128)/158=85,9.
Tabela 4: Explicação do Teste Qui-Quadrado
Certificação Conhecimento
de até 50%
Conhecimento
de mais de 50%
Total
Empresa certificada
4 (9,9)
26 (20,1)
30
Empresa não certificada 48 (42,1)
80 (85,9)
128
Total 52 106 N=158
Fonte: Elaborado pelo autor.
Para uma tabela de contingência que tenha linhas e colunas, o Teste Qui
Quadrado pode ser generalizado como um teste de independência, bem como pode
ser utilizado para avaliar potenciais diferenças entre a proporção de sucesso em
qualquer número de populações.
De acordo com a Tabela 5, quanto maior for a diferença entre os grupos 1 e 2
mais dependentes são as respostas em relação a seu grupo, já que o Teste Qui-
Quadrado possibilita procedimentos para dados categorizados. Como o valor crítico
43
(p<0,05) é 3,84, logo se o valor do χ
2
for maior que 3,84 rejeita-se
210
:
ρ
ρ
=
H e
aceita-se a
211
:
ρ
ρ
H
, assim evidencia-se forte dependência das variáveis Gestão
do Conhecimento e Certificação.
Por meio do teste de independência caracteriza-se a relação das variáveis e
por meio do teste de proporções infere-se que as duas proporções dos grupos são
diferentes.
Logo, devido ao tratamento dos dados e com base na rejeição da hipótese
nula (H
0
), pode-se afirmar que as duas variáveis categorizadas são relacionadas,
bem como há evidências de diferença na proporcionalidade entre os grupos (com
KM e sem KM), ou seja, os resultados do Teste Qui-Quadrado são significativos o
que suporta a hipótese levantada neste estudo de que as empresas certificadas
apresentam uma maior adoção das práticas gerenciais sugeridas na Gestão do
Conhecimento.
Tabela 5: Gestão do Conhecimento e certificação de Empresas do Espírito Santo.
Gestão de conhecimento
Conhecimento
de até 50%
Conhecimento
de mais de 50%
Teste χ
2
O E % O E % Valor Sig.
Empresa certificada 4 (9,9) 13,3 26 (20,1) 86,7 6,43 0,011
Empresa não certificada 48 (42,1) 37,5 80 (85.9) 62,5
Fonte: Elaborado pelo autor.
Diante dos resultados da tabela acima, infere-se que o nível de certificação
possui relação com o grau da adoção dos fatores de Gestão do Conhecimento, pois
conforme demonstrado, em geral, as empresas certificadas apresentam uma maior
adoção das práticas gerenciais sugeridas na Gestão do Conhecimento. Assim,
apresenta-se na Tabela 6 o resultado nos cinco fatores adotados pela Gestão do
Conhecimento.
44
Vale salientar que o fator mapa de conhecimento não é significativo, ou seja,
isto significa que neste fator a hipótese de que as empresas certificadas possuem
uma maior adoção das práticas da Gestão do Conhecimento que as empresas não
certificadas não deve ser considerada como verdadeira.
Tabela 6: Gestão do Conhecimento nos domínios e Certificação de Empresas
Fatores de Gestão do
Conhecimento
Conhecimento
de até 50%
Conhecimento
de mais de 50%
Teste χ
2
Nº % Nº % Valor Sig.
Estratégia de Negócio
Empresa certificada 3 10,0 27 90,0
5,22 0,022
Empresa não certificada 39 30,5 89 69,5
Estrutura Organizacional
Empresa certificada 5 16,7 25 83,3
7,92 0,005
Empresa não certificada 57 45,5 71 55,5
Equipe de gestão
Empresa certificada 7 23,3 23 76,7
7,38 0,007
Empresa não certificada 65 50,8 63 49,2
Auditoria de conhecimento
Empresa certificada 7 23,3 23 76,7
8,65 0,003
Empresa não certificada 68 53,1 60 46,9
Mapa de conhecimento
Empresa certificada 9 30,0 21 70,0
1,16 0,282
Empresa não certificada 52 40,6 76 59,4
Fonte: Elaborado pelo autor
Para esclarecimento das hipóteses complementares que consideram outras
variáveis que influenciam na relação testada anteriormente, verificou-se por meio do
Teste Qui-Quadrado que o porte e a localização das empresas influencia na relação
entre as práticas adotadas pela Gestão do Conhecimento.
A divisão por porte classificou as empresas conforme Quadro 1 demonstrado
anteriormente em : pequenas (110 empresas) e médias/grandes (48 empresas).
Assim, de acordo com a Tabela 7, já que o valor crítico (p<0,05) é 3,84, o
valor do χ
2
é 0,196, ou seja, menor que 3,84, portanto aceita-se a
210
:
ρ
ρ
=H .
45
Tabela 7: Gestão do Conhecimento e porte de Empresas do Espírito Santo
Gestão de
conhecimento/Porte
Conhecimento
de até 50%
Conhecimento
de mais de 50%
Teste χ
2
O E % O E % Valor Sig.
Pequena 35 (36,20) 31,8 75 (73,70) 68,2 0,196 0,658
Média/Grande 17 (15,79) 35,4 31 (32,20) 64,6
Fonte: Elaborado pelo autor
Devido ao tratamento dos dados e com base na aceitação da hipótese nula
(H
0
), pode-se afirmar que as duas variáveis categorizadas não possuem relação,
bem como não há evidências de diferença na proporcionalidade entre os grupos
(com KM e sem KM), ou seja, o porte não possui relação com o grau da adoção dos
fatores de Gestão do Conhecimento, pois, conforme demonstrado acima, não há
evidência de que as pequenas empresas apresentam uma maior adoção das
práticas gerenciais sugeridas na KM.
A divisão por localização regional classificou as empresas conforme
demonstrado no Quadro 2 em empresas da região Metropolitana, que compõem as
cidades de Serra, Vitória, Vila Velha, Viana, Cariacica e Guarapari, totalizando 58
empresas e o interior do estado, com 100 empresas.
Desse modo, de acordo com a Tabela 8, já que o valor crítico (p<0,05) é 3,84,
o valor do χ
2
é 0,538, ou seja, é menor que 3,84, portanto aceita-se a
210
:
ρ
ρ
=
H e
rejeita-se a
211
:
ρ
ρ
H .
Tabela 8: Gestão do Conhecimento e localização regional de Empresas do Espírito Santo.
Gestão de
conhecimento/localização
Conhecimento
de até 50%
Conhecimento
de mais de 50%
Teste χ
2
O E
%
O E
%
Valor Sig.
Região metropolitana 17 (19,08) 29,3 41 (38,91) 70,7 0,538 0,463
Interior 35 (32,91) 35,0 65 (67,08) 65,0
Fonte: Elaborado pelo autor.
46
Conforme base na aceitação da hipótese nula (H
0
), pode-se afirmar que as
duas variáveis categorizadas não possuem relação, bem como, não há evidências
de diferença na proporcionalidade entre os grupos (com KM e sem KM), ou seja, a
localização regional não possui relação com o grau da adoção dos fatores de
Gestão do Conhecimento, pois conforme demonstrado acima, não há evidências
que as empresas da região metropolitana apresentam uma maior adoção das
práticas gerenciais sugeridas na KM (Knowledge Management).
47
Capítulo 5
5 CONCLUSÕES
Esta pesquisa analisou a relação entre a Gestão do Conhecimento e a
certificação conforme as normas ISO 9001:2000; para isso, foram estudadas as
empresas industriais do Estado do Espírito Santo por meio de questionários com
base na percepção dos respondentes (gerentes, proprietários ou sócios).
Os resultados originados pelo teste empírico realizado nesta pesquisa
geraram um conjunto de evidências que ampliam a discussão sobre a relação entre
Gestão do Conhecimento e certificação. Entretanto, é importante ressaltar que as
evidências encontradas e discutidas nesta pesquisa devem ser consideradas
respeitando os limites da metodologia aplicada e da amostra utilizada, que
representou 158 empresas, de uma população de 1810, conforme cadastro do IEL.
As evidências encontradas permitem algumas conclusões, de acordo com a
questão problema. Os resultados originados pelas investigações empíricas, por meio
do Teste - Qui Quadrado confirmaram a hipótese principal, levantada neste trabalho,
de que as empresas certificadas apresentam um maior nível de adoção de práticas
de Gestão do Conhecimento que as empresas não certificadas.
Pois, de acordo com o tratamento dos dados quando se comparam os dois
grupos, que representam as empresas com Gestão do Conhecimento e as empresas
sem Gestão do Conhecimento, não existem diferenças na proporção de empresas
com relação à certificação e não certificação. Dessa forma, as empresas certificadas
apresentam um maior nível de adoção de práticas de Gestão do Conhecimento que
as empresas não certificadas.
48
A análise apresentada neste trabalho sugere que as práticas gerenciais
antecedam o esforço da organização em implantar um programa de gerenciamento
da qualidade baseado nas Normas ISO 9001:2000, bem como a implementação de
uma Gestão do Conhecimento, por meio do controle de processos organizacionais,
pois a relação entre as práticas adotadas pela Gestão do Conhecimento com o nível
de certificação das empresas pode permitir que as organizações selecionem um
conjunto de práticas a serem implantadas para diminuir incertezas por meio de um
programa de gerenciamento da qualidade.
Diante das inferências desta pesquisa, na qual se investigou a relação entre
as práticas adotadas pela gestão do conhecimento e a certificação, conclui-se que
as empresas certificadas, em geral, apresentam uma melhor gestão do
conhecimento. As empresas certificadas, além de apresentarem uma maior
freqüência dentro do grupo de adoção das práticas da Gestão do Conhecimento,
também possuem uma relação de dependência. Tais evidências possibilitam a
aceitação da proposta de medir a Gestão do Conhecimento pelo conjunto de
práticas gerenciais desenvolvidas nas empresas.
Vale salientar que dentre os fatores: estratégia de negócios, estrutura
organizacional, equipe de gestão, auditoria de conhecimento e mapa de
conhecimento este não é significativo, ou seja, isto significa que no fator mapa do
conhecimento, a hipótese de que as empresas certificadas possuem uma maior
adoção das práticas da Gestão do Conhecimento que as empresas não certificadas
não deve ser considerada como verdadeira. Devido ao fato de que especificamente
o fator mapa do conhecimento não está difundido nas empresas pesquisadas;
embora elas possuam certificação, não utilizam o potencial de seu conhecimento por
49
apostar somente no controle e não nas vantagens deste mapa do conhecimento
possuído.
Sobre o conjunto de evidências encontradas sobre as hipóteses
complementares, verificou-se que o porte e a localização regional das empresas
pesquisadas não possuem relação com o grau da adoção dos fatores de Gestão do
conhecimento, rejeitando assim as hipóteses.
Devido a variedade de indústrias envolvidas na amostra encontrou-se
empresas com mão-de-obra mais específica e outras nem tanto, sem distinção de
porte entre elas. Portanto este fator pode ter influenciado na construção das
respostas. Diante deste ponto, sugere-se uma melhor apuração dos dados para
pesquisas futuras.
Quanto a localização pode-se dizer que os avanços na tecnologia de
comunicação afetam os processos de criação e difusão do conhecimento, assim o
compartilhamento de informações e conhecimento é intenso, independente da
localidade destas empresas. Assim, pode-se dizer que, diante da amostra utilizada,
as empresas localizadas no interior pertencem a concentrações produtivas tão
ávidas de conhecimento quanto as da metrópole.
Apesar dos resultados obtidos e das conclusões apresentadas, deve-se levar
em consideração algumas limitações da pesquisa: as conclusões ficaram restritas à
amostra de 158 empresas industriais do Espírito Santo, conforme cadastro do IEL;
não houve avaliação no questionário da pesquisa sobre o nível de adoção da
certificação ISO 9001:2000 pelas empresas da amostra, pois esse fato pode ter
influenciado na relação proposta. Além disso, pode-se salientar ainda a limitação
devido à percepção dos gerentes no questionário de pesquisa.
50
De acordo com as relações identificadas nesta pesquisa, bem como nas
conclusões e limitações apresentadas, sugere-se, para o desenvolvimento de novas
pesquisas, considerar outras variáveis que influenciam na adoção de práticas de
Gestão do Conhecimento, como: setor econômico e arranjo produtivo local. Além
disso, considerar o quanto a variável Certificação explica o fenômeno Gestão do
Conhecimento.
51
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54
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55
APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO
Pesquisa – Gestão do conhecimento
Bloco 1 – caracterização do entrevistado
1.1 - Cargo do informante:
1.2 – Sua empresa possui certificação ISO?
1- sim;
2 - não;
1.3 – Número de funcionários:
De 20 a 99;
De 100 a 499;
500 acima;
Bloco 2 – Estratégia de negócio
Eu vou fazer algumas perguntas sobre como o controle dos processos dentro da empresa influi nos negócios, na
missão da empresa e em seus objetivos e vice versa.
2.1 – Qual o grau de percepção de seus funcionários sobre a importância do controle dos processos
organizacionais operacionais dentro da empresa?
1-Nenhum;
2-Mínimo;
3-Regular;
4-Bom;
5-Máximo;
2.2 - Em que grau a empresa formula planos estratégicos levando em conta a aquisição de conhecimento?
1-Nenhum;
2-Mínimo;
3-Regular;
4-Bom;
5-Máximo;
2.3 - A empresa tem objetivos específicos relacionados ao controle de seus processos organizacionais? Se sim,
em que grau?
1-Nenhum;
2-Mínimo;
3-Regular;
4-Bom;
5-Máximo;
2.4 - Em que grau a missão da empresa reflete a importância do controle dos processos organizacionais?
1-Nenhum;
2-Mínimo;
3-Regular;
4-Bom;
5-Máximo;
2.5 – Indique em que grau a missão e os objetivos da empresa são conhecidos nos níveis da organização
(diretoria, gerência, operacional)?
1-Nenhum;
2-Mínimo;
3-Regular;
4-Bom;
5-Máximo
56
Bloco 3 – Estrutura Organizacional
Agora vou fazer algumas perguntas sobre a estrutura da empresa e como o conceito de gestão do
conhecimento, ou seja, o controle de processos organizacionais influi e é influenciado por essa estrutura.
3.1 - Qual o grau de flexibilidade, ou seja, da capacidade de adaptação às mudanças, da estrutura
organizacional da empresa?
1-Nenhum;
2-Mínimo;
3-Regular;
4-Bom;
5-Máximo
3.2 - A empresa aloca recursos para a formação de uma equipe de controle e registro dos processos
organizacionais? Se sim, em que grau?
1-Nenhum;
2-Mínimo;
3-Regular;
4-Bom;
5-Máximo
3.3 - Em que grau a estrutura da empresa é projetada levando em consideração o conceito da Gestão do
Conhecimento (controle dos processos organizacionais)?
1-Nenhum;
2-Mínimo;
3-Regular;
4-Bom;
5-Máximo
3.4 - A empresa costuma interferir ou controlar o fluxo de informação (eventual troca de informações entre os
funcionários)? Se sim, em que nível?
1-Nenhum;
2-Mínimo;
3-Regular;
4-Bom;
5-Máximo
Bloco 4 – equipe de gestão do conhecimento
As próximas perguntas serão sobre as atribuições da equipe de controle e registro de processos, ou seja, da
equipe que constrói e executa a gestão do conhecimento. Não havendo essa equipe em sua empresa, pode-se
considerar as perguntas referentes a cargos, setores ou pessoas específicas dentro da organização.
4.1 - Em que grau a equipe de Gestão do Conhecimento é formada para conduzir projetos?
1-Nenhum;
2-Mínimo;
3-Regular;
4-Bom;
5-Máximo
4.2 - A equipe de Gestão do Conhecimento tem metas claras a atingir? Se sim, qual o grau de dedicação da
equipe para atingir essas metas?
1-Nenhum;
2-Mínimo;
3-Regular;
4-Bom;
5-Máximo
4.3 - Em que grau a equipe de Gestão do Conhecimento reconhece e valoriza as habilidades específicas tanto
de seus funcionários quanto de colaboradores externos?
1-Nenhum;
2-Mínimo;
3-Regular;
4-Bom;
57
5-Máximo
4.4 - Há funcionários entre os membros da equipe de Gestão do Conhecimento?Se sim, qual o grau de influência
dessesfuncionários?
1-Nenhum;
2-Mínimo;
3-Regular;
4-Bom;
5-Máximo
4.5 - A equipe de gestão do conhecimento conta com auditores externos? Se sim, qual o grau de influência dos
auditores?
1-Nenhum;
2-Mínimo;
3-Regular;
4-Bom;
5-Máximo
Bloco 5 – auditoria do conhecimento
Vou fazer perguntas sobre a auditoria do conhecimento, ou seja, a atividade da equipe de Gestão do
Conhecimento (controle de processos organizacionais) ou de pessoas encarregadas no levantamento e registro
dos conhecimentos internos da empresa.
5.1 - A auditoria de conhecimento é conduzida regularmente? Se sim, em que nível?
1-Nenhum;
2-Mínimo;
3-Regular;
4-Bom;
5-Máximo
5.2 – Qual o nível de padronização usado para documentar os resultados da auditoria do conhecimento?
1-Nenhum;
2-Mínimo;
3-Regular;
4-Bom;
5-Máximo
5.3 - Em que grau a auditoria avalia o conhecimento individual e organizacional?
1-Nenhum;
2-Mínimo;
3-Regular;
4-Bom;
5-Máximo
5.4 – Com que freqüência à auditoria de conhecimento identifica o nível de competitividade da empresa?
1-Nenhum;
2-Mínimo;
3-Regular;
4-Bom;
5-Máximo
5.5 - Há integração de funcionários de diferentes áreas na formação da equipe de auditoria do conhecimento? Se
sim, em que grau?
1-Nenhum;
2-Mínimo;
3-Regular;
4-Bom;
5-Máximo
Bloco 6 – Mapa do conhecimento
58
Para terminar, gostaria de fazer algumas perguntas a respeito da importância e utilidade que esse controle dos
conhecimentos e processos internos tem na sua empresa.
6.1 - Em que grau esse controle de processos identifica um conhecimento diferenciado na empresa para
melhorar sua competitividade?
1-Nenhum;
2-Mínimo;
3-Regular;
4-Bom;
5-Máximo
6.2 - Em que grau a empresa identifica conhecimentos adicionais, ou seja, conhecimentos e habilidades
diferenciados desenvolvidos pelos próprios funcionários?
1-Nenhum;
2-Mínimo;
3-Regular;
4-Bom;
5-Máximo
6.3 - Em que grau o conhecimento diferenciado é utilizado no fechamento de negócios e posicionamento no
mercado?
1-Nenhum;
2-Mínimo;
3-Regular;
4-Bom;
5-Máximo
6.4 – Indique em que grau o retorno dos clientes ou funcionários é freqüentemente registrado?
1-Nenhum;
2-Mínimo;
3-Regular;
4-Bom;
5-Máximo
6.5 - Esse mapa do conhecimento (ou seja, como e onde encontrar conhecimento útil dentro da organização)
identifica o conhecimento que está faltando à empresa? Se sim, em que grau?
1-Nenhum;
2-Mínimo;
3-Regular;
4-Bom;
5-Máximo
59
APÊNDICE B - Classificação Nacional de Atividades Econômicas -
CNAE
DIVISÃO GRUPO DENOMINAÇÃO
11 Extração de Petróleo e Serviços Correlatos
13 Extração de Minerais Metálicos
14 Extração de Minerais Não-Metálicos
15 Produtos Alimentícios e Bebidas
15.1 Abate e Preparação de Carne e Pescado
15.2 Produção de Conservas de Frutas, Legumes e Outros Vegetais
15.4 Laticínios
15.5 Produtos Amiláceos e Rações Balanceadas
15.6 Produção e Refino de Açúcar
15.7 Torrefação e Moagem de Café
15.8 Outros Produtos Alimentícios
15.9 Bebidas
17 Produtos Têxteis
18 Artigos do Vestuário e Acessórios
19 Preparação de Couros, Artefatos de Couro, Artigos de Viagem e Calçados
19.1 Curtimento e Outras Preparações de Couro
19.2 Artefatos de Couro para Viagem
19.3 Calçados
20 Produtos de Madeira
21 Celulose, Papel e Produtos de Papel
22 Edição, Impressão e Reprodução de Gravações
23 Fabricação de Coque, Refino de Petróleo, Elaboração de Combustíveis
Nucleares e Produção de Álcool
24 Produtos Químicos
25 Artigos de Borracha e Plástico
25.1 Artigos de Borracha
25.2 Artigos de Plástico
26 Produtos de Minerais Não-Metálicos
27 Metalurgia Básica
28 Produtos de Metal - Exclusive Máquinas e Equipamentos
29 Máquinas e Equipamentos
30 Máquinas para Escritório e Equipamentos de Informática
31 Máquinas, Aparelhos e Materiais Elétricos
32 Material Eletrônico Básico
33 Equipamentos Médico-Hospitalares, de Precisão, Ópticos, Automação
Industrial, Cronômetro e Relógios
34 Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias
35 Outros Equipamentos de Transporte
36 Móveis e Indústrias Diversas
37 Reciclagem
40 Eletricidade, Gás e Água Quente
41 Captação, Tratamento e Distribuição de Água
45 Construção
50 Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas
72 Informática e Conexas
Fonte: FINDES (2006)
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