Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
MESTRADO EM EDUCAÇÃO
AVALIAÇÃO DA SÍNDROME DE BURNOUT NO CORPO
DISCENTE DE UMA FACULDADE PRIVADA DE MEDICINA DA REGIÃO
SERRANA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
MARCOS PEREIRA TAVARES DÓREA
RIO DE JANEIRO
2007
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
1
RIO DE JANEIRO
2007
MARCOS PEREIRA TAVARES DÓREA
AVALIAÇÃO DA SÍNDROME DE BURNOUT NO CORPO
DISCENTE DE UMA FACULDADE PRIVADA DE MEDICINA DA REGIÃO
SERRANA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Dissertação apresentada à Universidade
do Estado do Rio de Janeiro como requisito
parcial para a obtenção do grau de Mestre
em Educação.
Orientador: Francisco de Paula Nunes Sobrinho, Ph.D
ads:
2
MARCOS PEREIRA TAVARES DÓREA
AVALIAÇÃO DA SÍNDROME DE BURNOUT NO CORPO DISCENTE DE
UMA FACULDADE PRIVADA DE MEDICINA DA REGIÃO SERRANA DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Dissertação apresentada à Universidade do
Estado do Rio de Janeiro como requisito parcial
para a obtenção do grau de Mestre em Educação.
Aprovada em 27 de setembro de 2007.
BANCA EXAMINADORA
Francisco de Paula Nunes Sobrinho, Ph. D.
Orientador – Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Leila Regina D´Oliveira de Paula Nunes, Ph. D.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Profa. Dra. Lucia Emmanoel Novaes Malagris
(Professora convidada)
Universidade Federal do Rio de Janeiro
3
Esta pesquisa é dedicada aos estudantes
de medicina de todo o Brasil que, com
amor e coragem, abraçam uma difícil
carreira num país onde a saúde é tão
desrespeitada.
4
AGRADECIMENTOS
À minha querida família, base sólida de ética e carinho, de pais tão
especiais, de esposa tão companheira e de um pequeno herdeiro que está por
vir.
Ao meu orientador e grande incentivador, Prof° Francisco Nunes, pelo seu
exemplo de que é possível um profissional tão competente e vitorioso manter-se
sempre estimulado a ensinar e disposto a ajudar.
Aos alunos que participaram da pesquisa.
Aos colegas do NUPI/UERJ, em especial à amiga Gisele Levy, sempre
solidária.
Ao genial Prof. Carlos Absalão, mestre dos números, grande colaborador
desta pesquisa.
À Profª. Rosana Glat, coordenadora do PROPED/UERJ, pelo zelo e
atenção.
À Profª. Leila Nunes e à Profª. Lúcia Novaes pela honra proporcionada a
mim ao comporem a banca examinadora.
Aos colegas e funcionários da Faculdade de Medicina, principalmente à
Profª. Etelka e ao Prof°. Paulo César Oliveira, que compreenderam a importância
deste estudo para mim e para a instituição.
À FUNADESP – Fundação Nacional de Desenvolvimento do Ensino
Superior Particular – pela bolsa de estudo concedida.
5
RESUMO
DÓREA, M. Avaliação da Síndrome de Burnout no corpo discente de uma
faculdade privada de medicina da região serrana do Estado do Rio de Janeiro,
Dissertação de Mestrado - Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Faculdade de
Educação – Mestrado em Educação – PROPED.
Mais que uma modalidade de estresse, a Síndrome de Burnout é uma conseqüência
deste. Efeito do estresse cumulativo e crônico em que a vítima torna-se incapaz de
administrá-lo, o diagnóstico do burnout ocorre quando são encontrados escores altos
em exaustão emocional e descrença, bem como escores baixos em eficácia
profissional. Pode atingir qualquer pessoa, entretanto acomete, em especial, os
indivíduos cujas atividades baseiam-se, intensamente, em relações interpessoais.
Professores, membros da área de saúde e religiosos são alvos freqüentes. Vários
inventários foram criados e validados para identificar e avaliar a Síndrome de Burnout,
entre eles o Maslach Burnout Inventory-General Survey – MBI-GS. O presente estudo
consistiu, justamente, em avaliar a Síndrome de Burnout entre 703 estudantes de
medicina, utilizando, como instrumentos, uma adaptação do MBI-GS, o MBI-SS -
Maslach Burnout Inventory-Student Survey e um questionário sócio-demográfico. O
MBI-SS é composto por quinze assertivas que foram analisadas pelos participantes por
meio de uma escala de freqüência Likert de 0 a 6 (0=nunca, 1=uma vez ao ano ou
menos, 2=uma vez ao mês ou menos, 3=algumas vezes ao mês, 4=uma vez por
semana, 5=algumas vezes por semana, 6=todos os dias). Cinco afirmativas avaliam a
exaustão emocional, quatro avaliam a descrença e seis avaliam a eficácia profissional.
No estudo, foi identificada, além dos valores de cada dimensão da síndrome, a possível
relação do burnout com algumas variáveis sócio-demográficas. Estatisticamente, os
dados foram processados pelo programa SPSS 10 (Statiscal Package for Social
Science, 2003), sendo aplicado o teste t de Student. Os resultados mostraram escores
médios/altos para exaustão emocional, médios/baixos para descrença e médios/altos
para eficácia profissional. A exaustão emocional obteve maiores valores com
significância estatística em alunos a partir do 5° período (p<0,000), internos (p<0,000),
mulheres (p<0,004), estudantes insatifeitos com o curso (p<0,001), com maiores gastos
mensais (p<0,015) e com maior carga semanal de estudo (p<0,010). Estudantes
insatisfeitos com o curso apresentaram valores significativos para descrença (p<0,000)
quando comparados aos alunos satisfeitos. Como conclusão, mesmo a amostra não
tendo atingido os critérios diagnósticos do burnout (altos escores de exaustão
emocional e descrença e baixos escores de eficácia profissional), os resultados
alertaram para médias elevadas em exaustão emocional, considerada a primeira das
dimensões a surgir, o que é identificado, por alguns autores, como potencial risco futuro
de desenvolver a Síndrome de Burnout.
PALAVRAS-CHAVE: Síndrome de Burnout, stress, estudantes de medicina, atividade
médica.
6
ABSTRACT
DÓREA, M. Evaluation of Burnout Syndrome in medical students of a private
university localized in the mountain region of Rio de Janeiro State – Rio de Janeiro
State University – Education Department – PROPED.
More than a modality, the Burnout Syndrome is a consequence of stress. Effect of an
accumulated and chronic stress, the diagnosis of burnout happens when high scores in
emotional exhaustion and cynicism and low scores in personal accomplishment are
found. Burnout can attack everyone, but affects, especially, people whose job is based
in strong personal relationships like human services. Teachers, health professionals,
religious persons are frequent targets. Many inventories were created to identify and
evaluate Burnout Syndrome. One of them is the Maslach Burnout Inventory-General
Survey – MBI-GS. The main objective of this research was the evaluation of Burnout
Syndrome in undergraduate medical students using a MBI-GS adaptation called MBI-SS
- Maslach Burnout Inventory-Student Survey and a social-demographical inventory. The
MBI-SS is composed by 15 sentences. Five sentences evaluate emotional exhaustion,
four evaluate cynicism and six evaluate personal accomplishment. The students
analysed each item through a Likert-type frequency scale (0=never, 1=one time a year
or less, 2=one time a month or less, 3=sometimes a month, 4=one time a week,
5=sometimes a week, 6=everyday). The study identified the values of burnout
dimensions and possible relations between burnout and social-demographicals
informations. Statistical data processing was made by SPSS 10 (Statiscal Package for
Social Science, 2003) and the t-Student was applied. The results demonstrated
high/moderate scores in emotional exhaustion, moderate/low scores in cynicism and
high/moderate scores in personal accomplishment. Emotional exhaustion was higher in
the last seven periods of medical course (p<0,000), especially 10°, 11° and 12° periods
(p<0,000), in women (p<0,004), dissatisfied students (p<0,001), students that spend
more money monthly (p<0,015) and study many hours a week (p<0,010). Dissatisfied
students showed, also, significant cynicism values (p<0,000). These outcomes,
although the sample does not present definitive diagnosis criteria to burnout (high
emotional exhaustion and cynicism scores and low personal accomplishment scores),
alert to high values of emotional exhaustion, the first arisen dimension and identified by
some authors as a potencial risk to the future development of Burnout Syndrome.
KEYWORDS: Burnout Syndrome, stress, undergraduate medical students, medical job.
7
LISTAS DE GRÁFICOS E TABELAS
GRÁFICO 1: MÉDIAS GERAIS DAS DIMENSÕES DO BURNOUT..............................32
GRÁFICO 2: A SÍNDROME DE BURNOUT E OS PERÍODOS.....................................34
GRÁFICO 3: A SÍNDROME DE BURNOUT E O INTERNATO......................................35
GRÁFICO 4: A SÍNDROME DE BURNOUT E OS GÊNEROS.....................................36
GRÁFICO 5: A SÍNDROME DE BURNOUT E A SATISFAÇÃO COM O CURSO.........37
GRÁFICO 6: A SÍNDROME DE BURNOUT E VONTDADE DE DESISTIR...................38
GRÁFICO 7: A SÍNDROME DE BURNOUT E GASTOS FINANCEIROS MENSAIS....40
GRÁFICO 8: A SÍNDROME DE BURNOUT E HORAS DE LAZER...............................41
GRÁFICO 9: A SÍNDROME DE BURNOUT E CARGA HORÁRIA DE ESTUDOS........42
GRÁFICO 10: A SÍNDROME DE BURNOUT E CURRÍCULO.......................................44
GRÁFICO 11: A SÍNDROME DE BURNOUT E BOLSA/FINANCIAMENTO.................45
GRÁFICO 12: POPULAÇÃO E PARTICIPANTES POR PERÍODO E GÊNERO..........58
GRÁFICO 13: CURRÍCULO POR PARTICIPANTES....................................................59
GRÁFICO 14: CUSTEIO POR PARTICIPANTES..........................................................60
GRÁFICO 15: VONTADE PRÉVIA DE DESISTIR POR PARTICIPANTES...................61
GRÁFICO 16: ESTADO CIVIL POR PARTICIPANTES.................................................62
GRÁFICO 17: FILHOS POR PARTICIPANTES.............................................................63
GRÁFICO 18: GASTO MENSAL POR PARTICIPANTES.............................................64
GRÁFICO 19: HORAS DE ESTUDO SEMANAL POR PARTICIPANTES.....................65
GRÁFICO 20: HORAS DE LAZER SEMANAL POR PARTICIPANTES........................67
GRÁFICO 21: IDADE POR PARTICIPANTES...............................................................68
GRÁFICO 22: IMÓVEL POR PARTICIPANTES............................................................69
GRÁFICO 23: OUTRO CURSO SUPERIOR POR PARTICIPANTES...........................71
GRÁFICO 24: COM QUEM RESIDE POR PARTICIPANTES.......................................72
GRÁFICO 25: SATISFAÇÃO COM O CURSO POR PARTICIPANTES........................73
GRÁFICO 26: TRABALHO ATUAL POR PARTICIPANTES..........................................74
GRÁFICO 27: TRABALHO ANTERIOR POR PARTICIPANTES...................................75
GRÁFICO 28: VALOR DE BOLSA/FINANCIAMENTO POR PARTICIPANTES............76
8
TABELA 1: CURRÍCULO NOVO DO LOCAL DA PESQUISA (ABP/PBL).....................21
TABELA 2: COMPARATIVO DOS ESCORES DO BURNOUT......................................32
TABELA 3: A SÍNDROME DE BURNOUT E OS PERÍODOS........................................33
TABELA 4: A SÍNDROME DE BURNOUT E O INTERNATO........................................34
TABELA 5: A SÍNDROME DE BURNOUT E OS GÊNEROS.........................................35
TABELA 6: A SÍNDROME DE BURNOUT E A SATISFAÇÃO COM O CURSO...........37
TABELA 7: A SÍNDROME DE BURNOUT E VONTDADE DE DESISTIR.....................38
TABELA 8: A SÍNDROME DE BURNOUT E GASTOS FINANCEIROS MENSAIS.......39
TABELA 9: A SÍNDROME DE BURNOUT E HORAS DE LAZER.................................40
TABELA 10: A SÍNDROME DE BURNOUT E CARGA HORÁRIA DE ESTUDOS........42
TABELA 11: A SÍNDROME DE BURNOUT E CURRÍCULO.........................................43
TABELA 12: A SÍNDROME DE BURNOUT E BOLSA/FINANCIAMENTO....................45
TABELA 13: COMPARATIVO ENTRE PERÍODOS, GÊNEROS E PARTICIPANTES..57
TABELA 14: CURRÍCULO POR PARTICIPANTES.......................................................58
TABELA 15: CUSTEIO DOS ESTUDOS POR PARTICIPANTES.................................59
TABELA 16: VONTADE DE DESISTIR DO CURSO POR PARTICIPANTES...............60
TABELA 17 : ESTADO CIVIL POR PARTICIPANTES...................................................61
TABELA 18: FILHOS POR PARTICIPANTES...............................................................62
TABELA 19: GASTO MENSAL POR PARTICIPANTES................................................63
TABELA 20: HORAS DE ESTUDO POR PARTICIPANTES..........................................64
TABELA 21: HORAS DE LAZER POR PARTICIPANTES.............................................66
TABELA 22: IDADE POR PARTICIPANTES.................................................................67
TABELA 23: IMÓVEL POR PARTICIPANTES...............................................................69
TABELA 24: ORIGEM POR PARTICIPANTES..............................................................70
TABELA 25: OUTRO CURSO SUPERIOR POR PARTICIPANTES..............................71
TABELA 26: COM QUEM RESIDE POR PARTICIPANTES..........................................71
TABELA 27: SATISFAÇÃO COM O CURSO POR PARTICIPANTES..........................72
TABELA 28: TRABALHO ATUAL POR PARTICIPANTES............................................73
TABELA 29: TRABALHO ANTERIOR POR PARTICIPANTES.....................................74
TABELA 30: VALOR DE BOLSA/FINANCIAMENTO POR PARTICIPANTES..............75
TABELA 31: RESULTADOS INDIVIDUAIS DE CADA DIMENSÃO...............................76
9
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................10
1.1 SOBRE A SÍNDROME DE BURNOUT.....................................................................15
1.2 FASES DA SÍNDROME DE BURNOUT....................................................................16
1.3 ALGUMAS CARACTERÍSTICAS RELACIONADAS AO BURNOUT........................17
1.4 AGENTES ESTRESSORES DA ATIVIDADE MÉDICA............................................19
1.5 O CURRÍCULO DE UMA FACULDADE DE MEDICINA...........................................20
2. OBJETIVOS DA PESQUISA (GERAL E ESPECÍFICO)............................................22
3. HIPÓTESES................................................................................................................22
4. MÉTODO.....................................................................................................................23
4.1 PARTICIPANTES......................................................................................................23
4.2 LOCAL DA PESQUISA ............................................................................................25
4.3 INSTRUMENTOS......................................................................................................25
4.4 ESTUDO-PILOTO.....................................................................................................27
4.5 COLETA DE DADOS................................................................................................28
4.6 FONTE DE DADOS...................................................................................................28
4.7 PROCEDIMENTOS GERAIS....................................................................................29
4.8 PROCEDIMENTOS ESPECÍFICOS..........................................................................30
4.9 ANÁLISE DOS DADOS.............................................................................................31
4.10 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA...............................................................................31
5. RESULTADOS............................................................................................................31
6. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES.................................................................................46
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................51
8. ANEXOS.....................................................................................................................57
10
1 INTRODUÇÃO
O objetivo desta pesquisa foi avaliar a Síndrome de Burnout em uma amostra de
703 alunos do curso de medicina de uma faculdade privada da região serrana do
Estado do Rio de Janeiro. Esta amostra foi extraída de um universo de 945 alunos
regularmente matriculados. O presente estudo contou com o apoio financeiro da
FUNADESP – Fundação Nacional de Desenvolvimento do Ensino Superior Particular.
A escolha do objeto de estudo e do público-alvo levou em consideração a grande
importância que se tem dado à validade social na elaboração de projetos científicos.
O stress é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) uma
pandemia, acarretando baixa qualidade de vida, queda de produtividade, absenteísmo,
grandes gastos em assistência médica e insatisfação pessoal (SAMPAIO, 1999). Esta
preocupação da OMS reflete-se na própria Classificação Internacional de Doenças
(CID-10) versão 2006, em que, nos capítulos relacionados às desordens mentais e de
comportamento e às pessoas com riscos potenciais à saúde relacionados com
circunstâncias socioeconômicas e psicossociais, há subtítulos dedicados,
exclusivamente, às desordens relacionadas ao stress.
A Síndrome de Burnout faz parte deste contexto, sendo uma modalidade do
stress, ou, mais especificamente, o efeito de um stress que se acumula de forma
deletéria ao indivíduo, podendo acarretar exaustão emocional, despersonalização e
reduzida satisfação pessoal/eficácia profissional. Pessoas cujas atividades envolvem
relações interpessoais são mais suscetíveis a desenvolver a Síndrome de Burnout
(REINHOLD, 2003).
Maslach e Jackson (1981), na introdução do Maslach Burnout Inventory (MBI),
enfatizam que membros de serviços de assistência e de instituições educacionais levam
tempo considerável envolvendo-se com outras pessoas e, com freqüência, a interação
profissional-cliente fica centrada em torno dos problemas do cliente, sejam eles
psicológicos, sociais ou físicos. Levando em conta que as soluções para os problemas
11
não são sempre óbvias e facilmente obtidas, cria-se uma situação mais ambígua e
frustrante. Desta forma, o indivíduo que trabalha continuamente sob tais circunstâncias
está mais sujeito ao stress crônico com comprometimento emocional, o que pode
acarretar a Síndrome de Burnout (MASLACH & JACKSON, 1981).
Realmente, as primeiras observações sobre o burnout emergiram de profissões
cujas atividades são marcadas por um grande e exigente contato interpessoal. Neste
grupo, enquadram-se professores, médicos, assistentes sociais, enfermeiros,
carcereiros, bombeiros, psicólogos, psicanalistas, comerciários, atendentes, religiosos
etc. Estes profissionais são obrigados, constantemente, a solucionar problemas de
outras pessoas, a submeterem-se a técnicas e métodos rigorosos e a serem avaliados
nas organizações de trabalho das quais fazem parte.
A Síndrome de Burnout, reconhecida nos anos de 1970 e definida como “uma
condição de sofrimento psíquico relacionada ao trabalho”, associa-se a alterações
fisiológicas, comportamentais e sócio-econômicas. Prejuízos à imunidade, distúrbios
hormonais e metabólicos, maior risco de eventos cardiovasculares, dependência
química do álcool ou outras substâncias, idéias suicidas, ansiedade, depressão, queda
da produtividade no trabalho e absenteísmo fazem parte do amplo espectro de
conseqüências do burnout (VIEIRA, RAMOS, MARTINS, BUCASIO, BENEVIDES-
PEREIRA, FIGUEIRA & JARDIM, 2006; LIPP & HEINHOLD, 2003; WILLCOCK, DALY,
TENNANT & ALLARD, 2004; DYRBYE, THOMAS & SHANAFELT, 2006).
A definição do burnout, ao longo dos anos, tem-se mostrado algo bastante
dinâmico. Uma primeira mudança foi considerar que a síndrome pode comprometer
indivíduos de todas as ocupações e profissões, diferentemente da concepção original
em que os estudos davam muita ênfase aos profissionais da área de saúde, de
educação e de trabalhos sociais. Outro marco foi uma mudança de paradigma com a
constatação de que a Síndrome de Burnout transcende a esfera ocupacional e pode
envolver indivíduos em fase pré-profissional, em especial os estudantes, uma vez que
estão expostos a agentes estressores semelhantes (SCHAUFELI E COLS. 2002).
12
Adotar as atividades pré-profissionais e, por conseguinte, incluir os estudantes
nos estudos sobre a Síndrome de Burnout tem sido defendido por diversos autores. Da
mesma forma, o burnout pode iniciar-se no período acadêmico e permanecer durante a
vida profissional (CARLOTTO, NAKAMURA & CÂMARA, 2006; MARTINEZ & PINTO,
2005; CUSHWAY, 1992; SCHAUFELI, MARTINEZ, PINTO, SALANOVA & BAKKER,
2002; SHERI & DODD, 2003; WILLCOCK, DALY, TENNANT & ALLARD, 2004;
BORGES & CARLOTTO, 2004).
Carlotto, Nakamura e Câmara (2006), em pesquisa sobre o burnout em
estudantes da área de saúde, salientam o conceito mais recente e amplamente aceito
pelos pesquisadores do tema de que a síndrome não está mais restrita a profissionais,
acometendo, também, pré-profissionais. Desta forma, esclarecem que vem ocorrendo
um aumento do campo de estudo que, inicialmente, baseava-se em profissionais de
ajuda, passou-se aos demais profissionais e, mais recentemente, vem abarcando o
conjunto de estudantes.
Essa evolução conceitual refletiu-se no desenvolvimento de adaptações dos
instrumentos que avaliam a Síndrome de Burnout. O principal instrumento foi
desenvolvido por Maslach & Jackson em 1981, o MBI – Maslach Burnout Inventory
Human Services Survey”- que, como o próprio nome sugere, utiliza uma terminologia e
está voltado a um público-alvo composto por profissionais cuja atividade é
primordialmente assistencial. A publicação do MBI-GS “General Survey” (SCHAUFELI,
LEITER, MASLACH, JACKSON, 1996) ampliou o campo de investigação do tema às
demais profissões. Uma adaptação deste último, validada em um estudo multicêntrico
na Europa, deu origem ao MBI-SS “Student Survey”, destinado a avaliar o burnout em
alunos (SCHAUFELI, 2002).
Em artigo publicado recentemente na revista Academic Medicine em abril de
2006, observa-se uma revisão bibliográfica de pesquisas sobre depressão, ansiedade e
outros indicadores do estresse psicológico em estudantes de medicina dos Estados
Unidos e Canadá realizadas entre janeiro de 1980 e maio de 2005. Foram identificados
quarenta títulos sobre o tema e os rasultados apontaram uma alta prevalência de
depressão e ansiedade em estudantes de medicina, com níveis de stress emocional
13
consideravelmente superior à população em geral (DYRBYE, THOMAS & SHANAFELT,
2006)
O mesmo grupo de autores, em 2004, desenvolveu um estudo aplicando
instrumentos validados para aferição do burnout a todos os estudantes de três
faculdades de medicina de Minnesota, EUA. Dos 1098 alunos, um total de 545 (em
torno de 50%) completou os questionários. A síndrome foi detectada em 239
estudantes, chegando-se à conclusão de que ela é comum e tende a crescer a cada
ano de faculdade, enfatizando que, fatores pessoais e curriculares estão relacionados
ao desenvolvimento do burnout em acadêmicos de medicina.
Membros do departamento de psiquiatria da Universidade de Manchester,
desenvolveram um estudo longitudinal prospectivo durante cinco anos sobre o stress
psicológico e o burnout em acadêmicos de medicina, publicado no Jornal da Sociedade
Real de Medicina (JRSM) em maio de 1998. Utilizaram como instrumentos o MBI e o
General Health Questionnaire (GHQ). Dos 204 estudantes avaliados, apresentaram
exaustão emocional 5,2% do primeiro ano, 9,6% do quarto ano e 12,9% do quinto ano;
0% do primeiro ano, 3,8% do quarto ano e 7,1% do quinto ano apresentaram
despersonalização; 0% do primeiro ano, 14% do quarto ano e 16,1% do quinto ano
apresentaram reduzida satisfação pessoal. Este estudo sugeriu um aumento no índice
de burnout do primeiro para o quarto e quinto anos da graduação (GUTHRIE, BLACK,
BAGALKOTE, SHAW, CAMPBELL & CREED, 1998).
A Associação Médica Canadense, em recente estudo, detectou que os médicos
sentem-se estressados, com sobrecarga de trabalho e exaustos, incluindo o grupo dos
médicos de família cuja estatística de burnout atingiu os 55% (RISHI, NARINE & VIK
AGARWAL, 2002).
Em estudo sobre o burnout na atividade médica realizado pela Universidade da
Califórnia, foram avaliados os pré-estudantes de medicina, os estudantes de medicina e
os médicos já formados. Um dos instrumentos usados foi o MBI. Os resultados
estatisticamente significativos indicaram que o stress diminui na medida em que o
indivíduo progride em sua profissão (RAVINDRANATH, 2002).
14
Pesquisadores australianos da Universidade de Sidney estudaram o burnout em
médicos recém-graduados, que, no Brasil, são chamados de residentes. Concluíram
que a residência permanece sendo um momento estressante, apesar de todas as
iniciativas e medidas adotadas para dar suporte aos médicos residentes, sugerindo a
instalação de programas que visem à redução da morbidade psicológica e da Síndrome
de Burnout (WILLCOCK, DALY, TENNANT & ALLARD, 2004).
No âmbito brasileiro, uma das principais autoras acerca da síndrome de burnout
é Benevides-Pereira, pertencente ao Departamento de Psicologia da Universidade
Estadual de Maringá/Paraná. Em um de seus artigos, a pesquisadora faz um histórico
do burnout no Brasil. Relata que França (1997) foi o responsável pela primeira
publicação sobre a síndrome. Os primeiros trabalhos datam do início dos anos 1990,
justificando, inclusive, a regulamentação da Síndrome de Burnout pela Previdência
Social, sendo incluída entre os “agentes patogênicos causadores de doenças
profissionais”. Ressalta a influência espanhola, especialmente pesquisadores como
Maria Paz Quevedo Aguado, Jorge Castellá Sarriera e Bernardo Moreno-Jiménez que,
na década de 90, orientaram várias teses sobre o tema burnout.
O burnout e toda gama de doenças relacionadas ao stress não só causam
impacto sobre a saúde das vítimas, mas também geram grandes perdas econômicas
com cifras, que somadas na Europa e América do Norte, beiram os 120 bilhões de
dólares na última década como conseqüências do absenteísmo e de maiores gastos
com assistência médica. Portanto, fica evidenciada a validade social dos estudos sobre
a Síndrome de Burnout (LEVY, 2006; LIPP 2005; LIPP & MALAGRIS, 2004; ELVIRA &
CABRERA, 2004).
Deste modo, pesquisar e identificar o burnout em estudantes é uma forma de
prevenir a morbidade em futuros profissionais que já podem estar doentes desde a
faculdade.
A Síndrome de Burnout deixou de ser um tema restrito aos meios acadêmicos e,
cada vez mais, tem sido abordado na mídia de um modo geral. É o que se pôde
15
observar na matéria “Estresse de médicos já é tratado na faculdade”, da jornalista Aline
Mazzo (Diário do Grande ABC, 2006), em que fica evidente a preocupação de algumas
universidades com o desenvolvimento do burnout entre seus alunos de medicina. As
faculdades de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), da UNIFESP
(Universidade Federal do Estado de São Paulo), da Fundação do ABC e da Santa Casa
decidiram criar uma liga nacional com o objetivo de prevenir e evitar que a Síndrome de
Burnout acometa os futuros profissionais.
1.1 Sobre a Síndrome de Burnout
A utilização do termo burnout é metafórica. Diz respeito à pessoa que atingiu o
seu limite e, por falta de energia, apresenta comprometimento do seu desempenho
físico e mental. Não há uma tradução perfeita, mas pode ser adotada a expressão
usada por Helga Reinhold: “consumir-se em chamas”. Esta mesma autora define o
burnout é como uma “erosão” gradual de energia e disposição, imperceptível
inicialmente, que surge como conseqüência da incapacidade crônica de controlar o
stress: “o burnout não ocorre de repente; é um processo cumulativo, começando com
pequenos sinais de alerta, que, quando não percebidos, podem levar a uma sensação
de quase terror” (REINHOLD, 2003, p. 65).
Diferentemente do stress de uma maneira geral no qual um caráter positivo pode
estar presente, o burnout carrega, em si, um viés negativo.
Sabe-se que a Síndrome de Burnout acomete, não exclusivamente, mas
principalmente, determinados grupos de indivíduos cujas atividades são caracterizadas
pelo alto grau de contato com pessoas (FRANÇA, 1987). São atividades de ajuda em
que há “relações interpessoais intensas” (REINHOLD, 2003). Desta forma, são alvos
freqüentes deste tipo de stress os professores, os religiosos, os enfermeiros, os
auxiliares/técnicos de enfermagem, os estudantes de enfermagem, os médicos, os
16
médicos residentes e os estudantes de medicina. Foi justamente com profissionais da
área de saúde que Freudenberg, em 1974, fez a primeira publicação sobre o tema.
Algumas expressões são consideradas sinônimos de burnout, entre elas:
síndrome do assistente desassistido, síndrome de esgotamento profissional, estresse
laboral, estresse laboral assistencial, estresse profissional, estresse ocupacional,
neurose profissional, neurose de excelência (BENEVIDES-PEREIRA, 2002).
Fazem parte da evolução da síndrome de burnout três aspectos a serem
considerados: a exaustão emocional, a despersonalização/descrença e a reduzida
realização pessoal/eficácia profissional (BENEVIDES-PEREIRA, 2002).
São atributos da exaustão emocional a sensação de esgotamento físico e
mental, a ausência de energia e a observação de que o indivíduo está no limite de suas
possibilidades.
A despersonalização não reflete, necessariamente, a perda de personalidade,
porém significa que esta personalidade está sujeita às modificações. O indivíduo passa
a ter uma relação fria e impessoal com seus clientes/usuários/pacientes, adotando
posturas cínicas, irônicas ou indiferentes.
A reduzida realização pessoal guarda as seguintes características: auto-estima
reduzida, sensação de insuficiência, insatisfação com o trabalho, desmotivação,
eficiência baixa e rompantes de abandono da atividade.
1.2 Fases da Síndrome de Burnout
Helga Reinhold (2003), ao discorrer sobre a atividade dos professores,
estabeleceu, de maneira bastante didática, as fases da Síndrome de Burnout que
também podem ser aplicadas aos demais grupos submetidos a este tipo de stress.
A primeira fase é repleta de idealismo na qual o entusiasmo e a energia parecem
sem limite; o indivíduo vê no seu trabalho o instrumento para a concretização de seus
desejos e necessidades.
17
A segunda fase é a do realismo na qual o indivíduo percebe que suas
expectativas não vêm sendo atendidas; as recompensas e o reconhecimento são
pequenos e inversamente proporcionais à desilusão.
A estagnação e a frustração constituem-se na terceira fase, também denominada
“quase burnout”. A fadiga crônica e a irritabilidade substituem o entusiasmo e a
energia; o absenteísmo advém; a produtividade e a qualidade do trabalho se reduzem,
bem como mecanismos de fuga aparecem, incluindo a transferência de culpa pelo
insucesso a outros indivíduos.
A quarta fase, e certamente a mais preocupante, é a apatia, também
denominada “burnout total”. Depressão, solidão, pessimismo, exaustão física e
emocional, auto-estima baixa, desespero, sensação de fracasso e vontade de
abandonar suas atividades são características desta fase.
A quinta fase, infelizmente nem sempre presente, é metaforicamente
denominada pela autora como o “fenômeno de fênix” por meio do qual o indivíduo
“ressurge das cinzas”, ou seja, recupera-se e livra-se do burnout.
1.3 Algumas características relacionadas ao burnout
Segundo Benevides-Pereira (2002), citando Gil-Monte e Peiró, alguns aspectos
devem ser salientados em relação ao burnout.
Sobre os atributos pessoais, o burnout é mais prevalente em indivíduos com
menos de 30 (trinta) anos com equilíbrio entre os sexos. A exaustão emocional foi mais
encontrada no sexo feminino enquanto a despersonalização foi mais freqüente entre os
homens. Observou-se que a chance de desenvolver burnout é diretamente
proporcional ao grau de escolaridade.
Algumas características da personalidade devem ser analisadas. Kobasa (1981)
definiu como “hardness” a personalidade resistente ao stress, e, por conseguinte,
resistente ao burnout, controlando e interpretando os agentes estressores e encarando-
18
os como desafio, compromisso e novas perspectivas. Por outro lado, personalidades
mais passivas, suscetíveis aos fenômenos externos, estão mais sujeitas ao burnout, o
que deu origem à expressão “locus de controle externo”. Da mesma forma, os
indivíduos com personalidade do tipo A, caracterizada pela alta competitividade e pela
não tolerância às frustrações, também têm maior possibilidade de desenvolver a
Síndrome de Burnout.
O otimismo, a auto-estima, a auto-confiança e a auto-eficácia previnem o
burnout, ao contrário da passividade, do pessimismo e do perfeccionismo. O idealismo,
também, está relacionado ao burnout, uma vez que expectativas elevadas não realistas
levam às decepções (REINHOLD, 2003). Neste pormenor, salientam-se os alunos do
curso de medicina.
Segundo Maslach e Jackson (1996), o indivíduo acaba por se envolver
afetivamente com seus clientes, desgasta-se, podendo desistir e entrar em burnout.
Quanto maior a interação indivíduo-cliente, maior a chance de desenvolver burnout,
principalmente se este cliente for poliqueixoso, depressivo, agressivo, vítima de
injustiças sociais ou sofrimento.
Chama especial atenção a atividade médica pois, além dos aspectos
supracitados, o “poder” de preservar a vida inculca ao indivíduo uma imensa
responsabilidade que o torna mais suscetível à Síndrome de Burnout.
Restam, ainda, as desconformidades ergonômicas como fatores predisponentes
do burnout. Ergonomicamente, a organização do trabalho deve levar em consideração,
no mínimo: as normas de produção, o modo operatório, a exigência de tempo, a
determinação do conteúdo de tempo, o ritmo de trabalho e o conteúdo de tarefas
(NORMA REGULAMENTADORA 17 – NR 17, LEI N° 6514 DE 22/12/1977). Quando
não respeitados estes preceitos, o próprio ambiente de trabalho pode tornar-se um
estressor, ainda mais se a atividade envolver riscos físicos, químicos ou biológicos,
mobiliário e equipamentos inadequados e turnos noturnos. Ademais, podem ser fatores
estressores a burocracia e as regras institucionais, o assédio moral, o assédio sexual e
a sobrecarga mental (NUNES SOBRINHO, 2006).
19
1.4 Agentes estressores da atividade médica
Alguns fatores estressores são inerentes à atividade médica, extensivas não
somente aos médicos há anos no mercado de trabalho, mas também aos médicos
recém-formados, aos estudantes de medicina e, até mesmo, aos que postulam uma
vaga na faculdade (RAVIDRANATH, 2000).
Entre os agentes estressores da atividade médica podem ser citados.
(BENEVIDES-PEREIRA, 2002):
a) demanda de atendimento;
b) pouco reconhecimento;
c) reduzida participação nas decisões organizacionais;
d) plantões;
e) longa jornada de trabalho;
f) dificuldade de promoção;
g) equipe paramédica despreparada;
h) absenteísmo na equipe;
i) necessidade de atualização contínua;
j) exposição constante a risco;
k) pressão do tempo e urgências;
l) burocracia na prática diária;
m) convivência com o sofrimento e morte;
n) responsabilidade civil e pessoal da prática médica;
o) exigência na qualidade do atendimento;
20
p) pacientes difíceis e problemáticos;
q) problemas de comunicação e competição laboral;
r) relacionamento com superiores;
s) ambiente de trabalho inadequado;
t) ausência de local privado para descanso nos intervalos;
u) salário insuficiente.
1.5 O currículo de uma faculdade de medicina
A Síndrome de Burnout, como já foi visto, apresenta um amplo conjunto de
fatores pré-disponentes que vão além das características inerentes a cada atividade
desenvolvida, englobando aspectos pessoais e, tratando-se em especial de estudantes,
aspectos curriculares (DYRBYE, THOMAS & SHANAFELT, 2006).
Tradicionalmente, nos primeiros dois anos cursados de faculdade, as disciplinas
são ministradas principalmente na sala de aula e laboratórios, sendo exemplos a
anatomia, a fisiologia, a patologia, a histologia, a parasitologia, a microbiologia, a
farmacologia. É o que se convencionou chamar de ciclo básico, no qual ainda não é
comum o contato entre aluno e paciente. O terceiro ano é um marco, pois o estudante
passa a ter contato com a parte assistencial, freqüentando, de forma supervisionada, o
hospital e ambulatórios. Outro passo importante ocorre na metade do quinto ano do
curso, em que se dá início o internato, caracterizado pela passagem do aluno pela
rotina das mais diversas especialidades, sendo esta etapa eminentemente prática.
Vale lembrar que a instituição educacional na qual foi desenvolvido o presente
estudo, a partir do segundo semestre de 2005, introduziu, com apoio dos ministérios da
Educação, Saúde e da Organização Panamericana de Saúde (OPAS), mudanças
curriculares, às quais passaram a estar submetidos os alunos ingressantes à faculdade.
Como em várias escolas de medicina do mundo, em especial no Reino Unido e Estados
21
Unidos, e, no Brasil, nas Faculdades de Medicina de São Carlos, Marília e Londrina, um
tipo de metodologia ativa denominada “Aprendizagem Baseada em Problemas - ABP”
(Problem Based Learning – PBL) foi adotado, com as seguintes peculiaridades (WOOD,
2003). (TABELA 1)
TABELA 1: CURRÍCULO NOVO DO LOCAL DA PESQUISA (ABP/PBL)
1º PERÍODO
Introdução ao estudo da medicina; mecanismos
fundamentais do processo saúde/doença;
abrangência das ações de saúde; prática
profissional.
2º PERÍODO
Concepção e formação do ser; nascimento,
crescimento e desenvolvimento; adolescência;
prática profissional.
3º PERÍODO
Vida adulta; envelhecimento; prática profissional.
4º PERÍODO
Módulo eletivo; mecanismos fundamentais do
processo saúde/doença II; saúde ambiental;
prática profissional.
5º PERÍODO
Prática baseada em evidências; apresentações
clínicas I (concepção normal e patológica); prática
profissional.
6º PERÍODO
Módulo eletivo; apresentação clínica II (lactente,
criança e adolescente); apresentação clínica III
(saúde da mulher); prática profissional.
7º PERÍODO
Apresentação clínica IV (saúde do adulto); prática
profissional.
8º PERÍODO
Apresentação clínica V (clínico/cirúrgica: criança,
adulto e idoso); apresentação clínica VI (saúde do
idoso); prática profissional.
9º, 10º, 11º e 12º PERÍODOS Internato eletivo e rotativo
22
Entre outras características da “ABP/PBL” estão as seguintes: adotar um
método de aquisição de conhecimento baseado no estudo individual e orientado por
discussões de problemas em grupos tutoriais; a substituição das aulas tradicionais por
conferências que abordam temas e situações-problema a serem discutidos e
aprofundados em pequenos grupos durante toda a semana; os professores passam a
atuar como tutores; o vetor das informações professor-aluno é substituído pelo vetor
aluno-tutor; as disciplinas isoladas dão lugar aos ciclos nos quais serão discutidos os
temas em seus mais diversos enfoques sob um ponto de vista multidisciplinar; e a
menor interferência possível do professor/tutor na busca do conhecimento por parte do
aluno, ficando a cargo deste último uma procura ativa das respostas às questões que
surgem.
Algumas pesquisas, principalmente na Inglaterra, tentaram identificar vantagens
e desvantagens entre a metodologia ABP/PBL e a metodologia tradicional (BMJ, 2001).
Todavia, não foi avaliada a freqüência do burnout entre alunos submetidos a um ou
outro currículo.
Por meio do presente estudo, foi possível, também, verificar se a Síndrome de
Burnout incide mais em alunos submetidos ao currículo antigo (5°, 6°, 7°, 8°, 9°, 10°,
11°, 12° períodos) ou ao currículo novo (1°, 2,°, 3° e 4° períodos).
2. OBJETIVOS DA PESQUISA (GERAL E ESPECÍFICO)
O objetivo geral do presente estudo foi avaliar a Síndrome de Burnout nos alunos
de curso em nível de graduação em medicina de uma faculdade particular, utilizando o
MBI-SS como um dos instrumentos.
O objetivo específico foi identificar, com base na interpretação dos dados
coletados, os períodos, os momentos e as situações nas quais os alunos encontram-se
mais vulneráveis à Síndrome de Burnout.
23
3. HIPÓTESES
Com base na literatura revisada, foi possível ao pesquisador formular as
seguintes hipóteses:
1ª) A Síndrome de Burnout é mais freqüente em alunos a partir do 5° período;
2ª) A Síndrome de Burnout é mais freqüente em alunos que passam pelo internato (10°,
11° e 12° períodos);
3ª) A freqüência da Síndrome de Burnout nos alunos de medicina é semelhante entre
os gêneros masculino e feminino;
4ª) A Síndrome de Burnout é menos freqüente em alunos que se dizem satisfeitos com
o curso de medicina;
5ª) A Síndrome de Burnout é mais freqüente em alunos que já pensaram em desistir do
curso de medicina;
6ª) A Síndrome de Burnout é mais freqüente em alunos com maiores gastos financeiros
mensais;
7ª) A Síndrome de Burnout é menos freqüente em alunos que dedicam maior tempo ao
lazer;
8ª) A Síndrome de Burnout é mais freqüente em alunos que dedicam maior tempo aos
estudos;
9ª) A Síndrome de Burnout é mais freqüente entre os alunos submetidos ao currículo
antigo;
10ª) A Síndrome de Burnout é mais freqüente entre alunos que não possuem bolsa ou
financiamento para estudo.
4. MÉTODO
24
4.1 Participantes
Os participantes desta pesquisa são todos alunos regularmente matriculados em
uma faculdade de medicina privada da região serrana do Estado do Rio de Janeiro.
Estes participantes constituem uma amostra de 703 alunos extraída de uma população
de 945 alunos. Do total da amostra, 356 (50,64%) são homens e 347 (49,36%) são
mulheres. Portanto, 74,4% da população participaram da pesquisa, levando-se em
conta o período e respeitando a proporção entre os gêneros (ANEXO A - TABELA 2).
Com relação à idade, 671 participantes (95,44% do total) a faixa etária oscila
entre 18 e 27 anos. São indivíduos solteiros 688 (97,86%) participantes, 7 (1,00%)
casados, 7 (1,00%) vivem em união estável e 1 (0,14%) na condição de divorciado. Em
residências alugadas, vivem 600 (85,35%) alunos; em residências próprias, vivem 100
(14,23%) alunos; em residências financiadas, vivem 3 (0,42%) alunos. Residem com a
família 90 (12,80%) participantes, residem sozinhos 220 (31,30%) e a maioria, 393
(55,90%), reside com amigo ou colega. Têm origem na própria cidade-sede da
instituição apenas 39 (5,54%) participantes; vindos de outras cidades do interior do
Estado do Rio de Janeiro há 116 (16,50%) participantes; do Rio de Janeiro (capital)
são 47 (6,68%) alunos; a grande maioria, 499 (71,00%) participantes, tem origem em
outros estados da federação e, até mesmo, 2 (0,28%) participantes emigraram de
outros países. Não têm filhos 690 (98,15%) dos alunos e têm filhos 13 (1,85%) alunos.
Em relação ao custeio dos estudos, 509 (72,40%) participantes são custeados apenas
pela família; 183 (26,03%) são custeados pela família juntamente com
bolsa/financiamento; 4 (0,57%) são custeados por bolsa/financiamento juntamente com
recursos próprios; 2 (0,29%) dispõem de bolsa/financiamento, recursos próprios e
recursos da família; 3 (0,42%) dispõem de recursos próprios e familiares; 2 alunos
(0,29%) dispõem, apenas, de recursos próprios. Alguns participantes (41) trabalham
(5,83%), 149 (21,20%) já trabalharam anteriormente, 662 (94,16%) não trabalham e
554 (78,80%) jamais trabalharam. Em relação ao currículo, 229 (32,58%) participantes
estão submetidos ao currículo novo (ABP/PBL) e 474 (67,42%) ao currículo antigo. Dos
submetidos ao currículo antigo, 161 (22,90%) são internos (10°, 11° e 12° períodos) e
313 (44,52%) freqüentam o 5°, 6°, 7°, 8° e 9° períodos. Deste último grupo de 313
25
participantes, apenas 1 (0,14%) aluno cursa uma disciplina, 1 aluno (0,14%) cursa duas
disciplinas, 6 alunos (0,85%) cursam três disciplinas, 96 (13,65%) cursam quatro, 135
(19,20%) cursam cinco, 69 (9,81%) cursam seis e 5 (0,71%) cursam sete. Já pensaram
em desistir do curso 173 (24,60%) alunos e jamais pensaram 530 (75,40%). Estão
satisfeitos com o curso 626 (89,05%) e não estão satisfeitos 77 (10,95%) estudantes.
No anexo A desta pesquisa, são apresentadas tabelas e gráficos que relacionam
os participantes com os dados sócio-demográficos e com as informações supracitadas,
além de outras, caracterizando, detalhadamente, o público-alvo (ANEXO A – TABELAS
13 A 30 E GRÁFICOS 12 A 28).
4.2 Local da pesquisa
A pesquisa foi realizada em uma instituição de ensino superior (IES) criada em
janeiro de 1966 na região serrana do Estado do Rio de Janeiro. Inicialmente, o objetivo
era aumentar a oferta educacional de segundo grau no município. Entretanto, no ano
de 1970, época de grande expansão das escolas médicas no Brasil, foi inaugurada a
Faculdade de Medicina, constituindo um marco para a cidade e região e elevando o
estabelecimento à categoria de ensino superior. Em 1972, após convênio firmado com
a prefeitura, a instituição passou a ser a mantenedora do hospital municipal,
transformando-o em hospital-escola. Desde então, a Faculdade de Medicina vem
desempenhando importante papel na assistência à saúde pública da cidade. Nos dias
de hoje, além do curso de medicina, o Centro Universitário, título recentemente
conquistado, oferece, também, cursos de graduação em ciências contábeis,
administração, pedagogia, medicina veterinária, odontologia, direito, fisioterapia e
ciências da computação.
Portanto, o cenário deste estudo é esta Faculdade de Medicina, fundada há
quase 40 anos, atualmente com 945 alunos matriculados que exercem suas atividades
no campus, no hospital, nos ambulatórios e nas unidades básicas de saúde.
26
4.3 Instrumentos
Foram empregados dois instrumentos: um questionário sócio-demográfico e o
MBI-SS “Maslach Burnout Inventory – Student Survey” (SCHAUFELI, MARTINEZ,
PINTO, SALANOVA, BAKKER, 2002).
No questionário sócio-demográfico (ANEXO B), constituído de 20 itens, o
participante foi indagado sobre idade, gênero, origem, estado civil, período que está
cursando a faculdade, se tem filhos, número de disciplinas que está cursando, se
concluiu algum outro curso superior, quem custeia os seus estudos, se é bolsista ou
não, gastos mensais, com quem reside, se a residência é alugada, própria ou
financiada, se trabalha ou já trabalhou, se já pensou em desistir do curso, se está
satisfeito com o curso, a carga horária semanal de estudos e lazer.
O MBI-SS é uma adaptação para estudantes do MBI-GS “Maslach Burnout
Inventory – General Survey” (SCHAUFELI, LEITER, MASLACH, JACKSON, 1996). O
MBI-GS permitiu que a Síndrome de Burnout fosse avaliada fora do âmbito das
profissões assistenciais, uma vez que suas dimensões foram definidas mais
genericamente sem referência específica ao trabalho com pacientes/clientes e outras
pessoas. Algumas tentativas de avaliar o burnout nos estudantes foram feitas por meio
de adaptações do MBI original (BALOGUN, 1996; GOLD & MICHAEL, 1985). Todavia,
foi o desenvolvimento do MBI-SS que permitiu uma melhor análise da Síndrome de
Burnout em estudantes.
Os responsáveis pela adaptação do MBI-GS, originando o MBI-SS, foram
Schaufeli, Martinez, Pinto, Salanova e Bakker que desenvolveram a pesquisa intitulada
Burnout e Engajamento em Estudantes Universitários – Um Estudo Multicêntrico (2002)
na qual um dos objetivos foi justamente a validação do novo instrumento em uma
amostra de estudantes universitários da Holanda (n=311), Portugal (n=727) e Espanha
(n=623).
O MBI-SS é composto por 15 questões respondidas por meio de uma escala
Likert que avalia a freqüência de cada item, variando de 0 a 6 (0=nunca; 1=uma vez ao
27
ano ou menos; 2=uma vez ao mês ou menos; 3=algumas vezes ao mês; 4=uma vez
por semana; 5=algumas vezes por semana; 6=todos os dias). Dos 15 itens, 5 avaliam
a exaustão emocional (Sinto-me emocionalmente esgotado pelos meus estudos; Sinto-
me esgotado no fim de um dia em que tenho aula; Sinto-me cansado quando me
levanto para enfrentar outro dia de aula; Estudar e freqüentar as aulas são, para mim,
um grande esforço; Sinto-me consumido pelos meus estudos.), 4 avaliam a descrença
(Eu questiono o sentido e a importância de meus estudos; Tenho tornado-me menos
interessado nos estudos desde que entrei nesta universidade; Tenho tornado-me
menos interessado nos meus estudos; Tenho estado mais descrente do meu potencial
e da utilidade dos meus estudos.) e 6 avaliam a eficácia profissional/satisfação pessoal
(Tenho aprendido muitas coisas interessantes no decorrer dos meus estudos; Durante
as aulas, sinto-me confiante: realizo as tarefas de forma eficaz; Sinto-me estimulado
quando concluo com êxito a minha meta de estudos; Considero-me um bom estudante;
Posso resolver os problemas que surgem nos meus estudos; Acredito que eu seja
eficaz na contribuição das aulas que freqüento.). Em relação à interpretação, escores
altos em exaustão emocional e descrença e escores baixos em eficácia
profissional/satisfação pessoal firmam o diagnóstico da Síndrome de Burnout.
O material entregue aos participantes continha três páginas (ANEXO B). A
primeira consistia-se no termo de consentimento livre e esclarecido, obedecendo às
normas vigentes proclamadas pela Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.
A segunda página compreendia o questionário sócio-demográfico e a terceira composta
pelo MBI-SS.
Portanto, por meio dos instrumentos aplicados ao público-alvo, foi possível
avaliar a freqüência das três dimensões da Síndrome de Burnout (exaustão emocional,
descrença e satisfação pessoal/eficácia profissional) nos doze períodos da faculdade
de medicina, além de cruzar estes dados com as múltiplas variáveis sócio-
demográficas.
4.4 Estudo-piloto
28
Um estudo-piloto foi realizado, envolvendo 34 alunos com o objetivo de avaliar os
procedimentos de aplicação dos instrumentos de pesquisa. Este grupo-piloto
apresentava características semelhantes ao público-alvo do estudo: todos eram alunos
do curso de medicina da instituição, metade do gênero masculino e metade do
feminino, representados pelos vários períodos.
Após responder os instrumentos, o grupo-piloto permaneceu na sala de
aplicação, reunindo-se com o pesquisador. Na ocasião, foram discutidos aspectos de
relevância dos instrumentos aplicados, chagando-se às seguintes conclusões:
a) os itens, tanto do questionário sócio-demográfico quanto do MBI-SS, foram de
fácil compreensão, descartando-se a possibilidade de ambigüidade nas questões
formuladas;
b) o grupo-piloto respondeu os itens dos instrumentos em um intervalo de tempo
de 15 a 20 minutos de duração;
c) o grupo respondeu estritamente o que foi perguntado;
d) as respostas foram claras e não deixaram dúvidas;
e) os alunos elogiaram o conteúdo do termo de consentimento livre e
esclarecido, principalmente o item de garantia de privacidade.
4.5 Coleta de dados
A coleta dos dados foi feita considerando-se os critérios definidos pelo plano
amostral, controlando possíveis variáveis intervenientes e obedecendo à organização
por turma, ou seja, os alunos do mesmo período responderam os instrumentos de
pesquisa na mesma data, local e horário, previamente agendados com o coordenador
da pesquisa.
29
4.6 Fonte de dados
A principal fonte de dados do presente estudo foi a Secretaria Geral de Ensino
(SEGEN) da própria instituição. Esta seção é responsável pela matrícula e pelo
cadastro de todos os alunos. Uma vez o projeto aprovado pelo comitê de ética, foi
solicitado à SEGEN o quantitativo de alunos por período e gênero. De posse destas
informações, foi possível elaborar o projeto amostral.
4.7 Procedimentos gerais
O presente projeto seguiu as seguintes etapas:
a) elaboração de um pré-projeto, incluindo-se o cronograma de atividades;
b) autorização de Wilmar Schaufeli para utilização do instrumento de
pesquisa MBI-SS (ANEXO C);
c) apresentação do pré-projeto à coordenação do curso de medicina da
faculdade que demonstrou interesse em que a pesquisa fosse realizada;
d) apresentação do pré-projeto ao corpo docente do PROPEd/UERJ com
sua aprovação;
e) submissão do projeto ao comitê de ética da faculdade (local da pesquisa)
sob o protocolo n° 084/07, sendo aprovado em 17 de maio de 2007;
f) solicitação, aprovação e concessão de bolsa junto à FUNADESP
(Fundação Nacional de Desenvolvimento do Ensino Superior Particular);
g) criação de um endereço eletrônico para a pesquisa
h) divulgação da pesquisa para o público-alvo por meio da internet, site da
faculdade e cartazes com informações para a inscrição dos interessados
em participar;
30
i) recebimento e cadastramento pelo endereço eletrônico dos nomes dos
alunos interessados em participar do projeto;
j) divulgação, via internet, das datas, horários e locais de aplicação dos
instrumentos;
k) aplicação dos instrumentos de pesquisa a cada período (12 períodos).
Os participantes fizeram jus a um certificado de participação na pesquisa, emitido
pelo PROPEd/NUPI/UERJ.
4.8 Procedimentos específicos
Após a aprovação do projeto pelo comitê de ética, realizou-se uma análise
estatística sobre as informações fornecidas pela fonte de dados que constam na
TABELA 13 – ANEXO A. Portanto, o pré-requisito básico à participação na pesquisa
foi: ser estudante de medicina regularmente matriculado no local da pesquisa.
O plano amostral foi elaborado a partir de uma população de 945 alunos, dos
quais 703 alunos tornaram-se participantes da pesquisa, obedecendo a critérios
estatísticos e respeitando a proporção de alunos por período e gênero.
O passo seguinte compreendeu a divulgação do estudo por meio de cartazes e
do site da instituição, além das próprias informações transmitidas aos alunos,
representantes de turma e professores de forma presencial. Foi fundamental para o
desenvolvimento do projeto a criação de um endereço eletrônico que permitiu o
cadastramento dos alunos interessados, bem como tornou possível o contato entre o
coordenador e os participantes da pesquisa.
As datas, horários e locais para aplicação dos instrumentos a cada período foram
definidos em comum acordo entre o coordenador, os alunos e seus representantes.
Vale ressaltar que o coordenador supervisionou e participou da aplicação dos
instrumentos em todas as turmas com o objetivo de minimizar vieses, controlar
interferências externas e o ambiente, além de assegurar que todos os itens fossem
31
respondidos. Cada participante respondeu os itens dos instrumentos por um período
aproximado de 15 a 20 minutos de duração.
Após coletados, os dados foram processados, utilizando-se o programa
estatístico SPSS 10 (Statiscal Package for Social Science, 2003).
4.9 Análise dos dados
Os dados foram transcritos para o programa EXCEL-MS, sendo, em seguida,
realizada a análise por meio do programa SPSS-10.
O estudo baseou-se na aplicação de estatística t de Student visando à
mensuração da significância da diferença entre amostras, que, por conseguinte,
permitiu avaliar, entre as diversas variáveis, o grau de significância.
4.10 Delimitação da pesquisa
Os resultados do presente estudo foram obtidos por meio do uso do MBI-SS e do
questionário sócio-demográfico, permitindo a avaliação da Síndrome de Burnout em
uma amostra de estudantes de medicina.
5. RESULTADOS
O objetivo deste estudo foi avaliar a Síndrome de Burnout em uma amostra de
703 participantes extraída de um total de 945 alunos de graduação em medicina
regularmente matriculados na instituição de ensino superior escolhida como local da
pesquisa. Assim, a amostra atingiu 74,4% da população.
32
Por meio da aplicação do MBI-SS, foi possível analisar os valores de todas as
três dimensões do burnout (exaustão emocional, descrença e satisfação
pessoal/eficácia profissional) de forma individualizada para cada um dos 703
participantes. (ANEXO A – TABELA 31).
Analisando todos os escores da amostra no geral, o púbico-alvo atingiu escores
médios/altos em exaustão emocional, escores médios/baixos em descrença e escores
médios/altos em eficácia profissional (TABELA 2 e GRÁFICO 1).
TABELA 2: COMPARATIVO DOS ESCORES DO BURNOUT X PERÍODOS X
GÊNERO (ESCALA DE 0 A 6); EE = EXAUSTÃO EMOCIONAL; DC = DESCRENÇA;
EP = EFICÁCIA PROFISSIONAL; M = MASCULINO; F = FEMININO; T = TOTAL
PERÍODOS F M T EE-F EE-
M
DC-F DC-
M
EP-F EP-
M
EE-T DC-
T
EP-T
25 35 60 3,64 2,72 1,63 0,99 5,27 5,25 3,10 1,25 5,26
29 32 61 3,20 2,91 1,53 1,71 5,20 5,03 3,04 1,63 5,11
29 25 54 2,77 2,72 1,35 1,64 5,25 4,97 2,75 1,48 5,12
26 28 54 2,76 2,88 1,21 0,95 5,21 5,11 2,82 1,07 5,16
25 28 53 3,47 2,96 0,94 1,46 4,90 4,76 3,20 1,21 4,82
38 26 64 3,85 3,42 1,42 1,24 4,69 4,64 3,67 1,34 4,67
37 25 62 3,28 3,45 1,35 1,61 4,38 4,60 3,35 1,45 4,47
44 34 78 4,54 4,31 1,82 1,86 4,61 4,66 4,44 1,84 4,63
25 31 56 3,74 3,40 1,80 1,32 4,46 4,29 3,55 1,53 4,36
10° 24 28 52 3,27 3,43 1,39 1,34 4,81 4,91 3,36 1,37 4,86
11° 25 35 60 4,33 3,94 1,63 1,70 4,53 4,59 4,10 1,67 4,56
12° 20 29 49 4,12 4,12 1,93 1,41 4,83 4,84 4,12 1,62 4,84
TOTAL 347 356 703 3,61 3,37 1,50 1,44 4,82 4,80
3,49
1,47 4,81
GRÁFICO 1: MÉDIAS GERAIS DAS DIMENSÕES DO BURNOUT (ESCALA DE 0 A 6)
MÉDIAS
0
1
2
3
4
5
6
EE DC EP
MÉDIAS
33
5.1 A Síndrome de Burnout e os períodos do curso de medicina
A fim de avaliar as dimensões da Síndrome de Burnout levando em consideração
os períodos do curso de medicina, os participantes foram divididos em dois subgrupos.
O primeiro deles foi composto por alunos do 1°, 2°, 3° e 4° períodos. Noutro subgrupo,
encontravam-se os do 5°, 6°, 7°, 8°, 9°, 10°, 11° e 12° períodos. Segundo os resultados,
foi observada uma diferença significativa entre os períodos, exaustão emocional (t (701)
= - 9,562; p < 0,000) e eficácia profissional (t(701) = 8,712; p<0,000) a partir dos
valores médios relativos a estas dimensões, de modo que os participantes do 5°
período em diante apresentaram maiores valores de exaustão emocional e menores
valores de eficácia profissional do que aqueles dos períodos iniciais. (TABELA 3 e
GRÁFICO 2)
Neste caso, o valor que está representado entre parênteses (o valor 701) diz
respeito ao grau de liberdade relativo ao uso do teste t de Student e significa a
liberdade de variação dos escores em uma dada distribuição. O valor relativo ao t de
Student (-9,562) é aquele obtido a partir dos escores médios relativos à exaustão
emocional. O valor de p<0,000 é aquele relativo à ação do acaso, isto é, de fatores
que, eventualmente, o pesquisador não controlou no experimento. Esta nomenclatura
estatística também vale para as seções subseqüentes 5.2, 5.3, 5.4, 5.5 e 5.9.
TABELA 3
: SÍNDROME DE BURNOUT E OS PERÍODOS (ESCALA DE 0 A 6)
PERÍODOS NÚMERO DE
PARTICIPANTES
EXAUSTÃO
EMOCIONAL (EE)
(MÉDIAS)
p<0,000
t(701) = -9,562
DESCRENÇA
(DC) (MÉDIAS)
p>0,114
t(701) = -1,582
EFICÁCIA
PROFISSIONAL
(EP)
(MÉDIAS)
p<0,000
t(701) = 8,712
1° AO 4° PERÍODO 229 2,94 1,37 5,16
5° AO 12° PERÍODO 474
3,76
1,53
4,64
34
GRÁFICO 2: SÍNDROME DE BURNOUT E OS PERÍODOS (ESCALA DE 0 A 6)
0123456
EE
DC
EP
5° AO 12°
1° AO
5.2 A Síndrome de Burnout e o internato do curso de medicina
Os internos, ou seja, aqueles participantes que cursam o 10°, 11° e 12° períodos,
apresentaram, significativamente, maior exaustão emocional quando comparados aos
não-internos (t(701) = - 4,942; p<0,000). (TABELA 4 e GRÁFICO 3).
TABELA 4: A SÍNDROME DE BURNOUT E O INTERNATO (ESCALA DE 0 A 6)
PERÍODOS NÚMERO DE
PARTICIPANTES
EXAUSTÃO
EMOCIONAL (EE)
(MÉDIAS)
p<0,000
t(701) = - 4,942
DESCRENÇA
(DC) (MÉDIAS)
p>0,244
t(701) = - 1,165
EFICÁCIA
PROFISSIONAL
(EP)
(MÉDIAS)
p>0,197
t(701) = 1,290
1° AO 9° PERÍODO 542 3,38 1,45 4,83
10° AO 12°
PERÍODO
(INTERNATO)
161
3,87
1,57 4,74
35
GRÁFICO 3: A SÍNDROME DE BURNOUT E O INTERNATO (ESCALA DE 0 A 6)
0
1
2
3
4
5
6
EE DC EP
1° AO 9°
INTERNOS
5.3 A Síndrome de Burnout e os gêneros
Das três dimensões do burnout, aquela que mostrou uma diferença significativa
quando os gêneros são comparados foi exaustão emocional. O sexo feminino
apresentou valores maiores de exaustão emocional do que o sexo masculino (t(701) = -
2,912; p<0,004). (TABELA 5 e GRÁFICO 4)
TABELA 5: A SÍNDROME DE BURNOUT E OS GÊNEROS (ESCALA DE 0 A 6)
GÊNEROS NÚMERO DE
PARTICIPANTES
EXAUSTÃO
EMOCIONAL (EE)
(MÉDIAS)
p<0,004
t(701) = - 2,912
DESCRENÇA
(DC) (MÉDIAS)
p>0,519
t(701) = - 0,645
EFICÁCIA
PROFISSIONAL
(EP)
(MÉDIAS)
p>0,803
t(701) = - 0,249
36
GRÁFICO 4: A SÍNDROME DE BURNOUT E OS GÊNEROS (ESCALA DE 0 A 6)
0
1
2
3
4
5
6
EE DC EP
MASCULINO
FEMININO
5.4 A Síndrome de Burnout e a satisfação com o curso de medicina
Segundo os resultados da presente pesquisa, os participantes insatisfeitos com o
curso de medicina apresentaram, em relação à exaustão emocional (t(701) = - 3,285;
p<0,001) e descrença (t(701) = - 6,184; p<0,000), valores superiores aos satisfeitos,
bem como valor inferior em eficácia profissional (t(701) = 4,300; p<0,000). Portanto,
nos participantes que declararam insatisfação com o curso, os escores das três
dimensões demonstraram diferenças significativas quando comparados aos escores
dos alunos satisfeitos. (TABELA 6 e GRÁFICO 5)
37
TABELA 6: A SÍNDROME DE BURNOUT E A SATISFAÇÃO COM O CURSO
(ESCALA DE 0 A 6)
SATISFAÇÃO COM
O CURSO DE
MEDICINA
NÚMERO DE
PARTICIPANTES
EXAUSTÃO
EMOCIONAL (EE)
(MÉDIAS)
p<0,001
t(701) = - 3,285
DESCRENÇA
(DC) (MÉDIAS)
p<0,000
t(701) = - 6,184
EFICÁCIA
PROFISSIONAL
(EP)
(MÉDIAS)
p<0,000
t(701) = 4,300
SATISFEITOS 626 3,44 1,38 4,86
INSATISFEITOS 77
3,89
2,27 4,46
GRÁFICO 5: A SÍNDROME DE BURNOUT E A SATISFAÇÃO COM O CURSO
(ESCALA DE 0 A 6)
0123456
EE
DC
EP
INSATISFEITOS
SATISFEITOS
38
5.5 A Síndrome de Burnout e a vontade de desistir do curso
Dos 703 participantes, 173 relataram que já tiveram vontade de desistir do curso
de medicina. Este grupo apresentou diferenças significativas para exaustão emocional
(t(701) = 2,761; p<0,006), descrença (t(701) = 7,807; p<0,000) e eficácia profissional
(t(701) = - 4,658; p<0,000) quando comparadas com o grupo dos 530 participantes que
jamais pensaram em desistir do curso. (TABELA 7 e GRÁFICO 6)
TABELA 7
: A SÍNDROME DE BURNOUT E A VONTADE DE DESISTIR DO CURSO
VONTADE PRÉVIA
DE DESISTIR DO
CURSO
NÚMERO DE
PARTICIPANTES
EXAUSTÃO
EMOCIONAL (EE)
(MÉDIAS)
p<0,006
t(701) = 2,761
DESCRENÇA
(DC) (MÉDIAS)
p<0,000
t(701) = 7,807
EFICÁCIA
PROFISSIONAL
(EP)
(MÉDIAS)
p<0,000
t(701) = - 4,658
JÁ PENSARAM 173
3,70
2,08 4,58
NUNCA PENSARAM 530 3,42 1,28 4,89
GRÁFICO 6: A SÍNDROME DE BURNOUT E VONTADE DE DESISTIR DO CURSO
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
EE DC EP
SIM
O
39
5.6 A Síndrome de Burnout e os gastos financeiros mensais
Foi observada uma diferença significativa entre os gastos financeiros mensais e
a exaustão emocional a partir dos valores médios relativos, demonstrando que esta
dimensão apresentou valores superiores e estatisticamente significativos (F(2, 700) =
4,222; p<0,015) em participantes que despendem maior quantia mensal. (TABELA 8 e
GRÁFICO 7)
Neste caso, os valores apresentados entre parênteses (os valores 2 e 700)
dizem respeito ao grau de liberdade relativo ao uso do teste ANOVA (Análise da
Variância Simples) que significa a liberdade de variação dos escores. O valor relativo
ao F de Snedecor (4,222) é aquele obtido a partir dos escores médios relativos à
exaustão emocional. O valor de p<0,015 é aquele relativo à ação do acaso, isto é, de
fatores que, eventualmente, o pesquisador não controlou no experimento. Esta
nomenclatura estatística também vale para as seções subseqüentes 5.7, 5.8 e 5.10.
TABELA 8: A SÍNDROME DE BURNOUT E OS GASTOS FINANCEIROS MENSAIS
(ESCALA DE 0 A 6)
GASTOS
FINANCEIROS
MENSAIS EM
REAIS (R$)
NÚMERO DE
PARTICIPANTES
EXAUSTÃO
EMOCIONAL (EE)
(MÉDIAS)
p<0,015
F(2, 700) = 4,222
DESCRENÇA
(DC) (MÉDIAS)
p>0,515
F(2, 700) = 0,664
EFICÁCIA
PROFISSIONAL
(EP)
(MÉDIAS)
p>0,273
F(2, 700) = 1,302
ATÉ 1000 33 2,96 1,47 5,03
DE 1001 ATÉ 2000 52 3,40 1,66 4,80
DE 2001 E MAIS 618
3,53
1,46 4,80
40
GRÁFICO 7: A SÍNDROME DE BURNOUT E OS GASTOS FINANCEIROS MENSAIS
0123456
EE
DC
EP
2001 OU >
1001-2000
ATÉ 1000
5.7 A Síndrome de Burnout e as horas semanais dedicadas ao lazer
Os resultados mostraram que não há diferença significativa em relação às
dimensões da Síndrome de Burnout entre os participantes que dedicam maior ou menor
quantidade de tempo às atividades de lazer. (TABELA 9 e GRÁFICO 8)
TABELA 9: A SÍNDROME DE BURNOUT E AS HORAS DE LAZER (ESCALA 0 A 6)
HORAS
DEDICADAS AO
LAZER SEMANAL
NÚMERO DE
PARTICIPANTES
EXAUSTÃO
EMOCIONAL (EE)
(MÉDIAS)
p>0,285
F(2, 700) = 1,256
DESCRENÇA
(DC) (MÉDIAS)
p>0,515
F(2, 700) = 0,668
EFICÁCIA
PROFISSIONAL
(EP)
(MÉDIAS)
p>0,615
F(2, 700) = 0,486
DE 0 A 10 175 3,50 1,57 4,86
>10 ATÉ 20 201 3,59 1,45 4,82
>20 327 3,43 1,44 4,79
41
GRÁFICO 8: A SÍNDROME DE BURNOUT E AS HORAS DE LAZER
(ESCALA DE 0 A 6)
0
1
2
3
4
5
6
EE DC EP
0 A 10
>10 A 20
>20
5.8 A Síndrome de Burnout e a carga horária semanal de estudo
Os resultados revelaram uma diferença significativa entre as cargas horárias
semanais de estudo e a exaustão emocional a partir dos valores médios relativos a esta
dimensão, de modo que os participantes que estudam mais de 30 horas semanais
apresentaram maior exaustão emocional do que os demais alunos (F(3, 699) = 3,775;
p< 0,010). (TABELA 10 e GRÁFICO 9)
42
TABELA 10: A SÍNDROME DE BURNOUT E A CARGA HORÁRIA DE ESTUDOS
(ESCALA DE 0 A 6)
CARGA HORÁRIA
DE ESTUDO
SEMANAL
NÚMERO DE
PARTICIPANTES
EXAUSTÃO
EMOCIONAL (EE)
(MÉDIAS)
p<0,010
F(3, 699) = 3,775
DESCRENÇA
(DC) (MÉDIAS)
p>0,308
F(3, 699) = 1,203
EFICÁCIA
PROFISSIONAL
(EP)
(MÉDIAS)
p>0,068
F(3, 699) = 2,386
1 A 10 67 3,16 1,39 5,03
>10 ATÉ 20 49 3,25 1,76 4,89
>20 ATÉ 30 70 3,18 1,51 4,86
>30 517
3,57
1,43 4,77
GRÁFICO 9: A SÍNDROME DE BURNOUT E A CARGA HORÁRIA DE ESTUDOS
(ESCALA DE 0 A 6)
0
1
2
3
4
5
6
1 A 10 >10 ATÉ 20 >20 ATÉ 30 >30
EE
DC
EP
43
5.9 A Síndrome de Burnout e o currículo da faculdade de medicina
Conforme já assinalado em parágrafos anteriores, foi salientado em outras
seções, a faculdade de medicina em questão implementou o currículo Aprendizagem
Baseada em Problemas (ABP/PBL). Assim sendo, à época da coleta dos dados, o 1°,
2°, 3° e 4° períodos estavam submetidos ao currículo novo (ABP/PBL) enquanto o 5°,
6°, 7°, 8°, 9°, 10°, 11° e 12° períodos estavam submetidos ao currículo antigo e
tradicional. Os resultados revelaram valores superiores e significativos de exaustão
emocional (t(701) = -9,562; p<0,000) e valores inferiores em eficácia profissional (t(701)
= 8,712; p<0,000) no grupo de participantes submetidos ao currículo antigo quando
comparados aos alunos submetidos ao currículo novo. (TABELA 11 e GRÁFICO 10)
TABELA 11: A SÍNDROME DE BURNOUT E O CURRÍCULO (ESCALA DE 0 A 6)
CURRÍCULO NÚMERO DE
PARTICIPANTES
EXAUSTÃO
EMOCIONAL (EE)
(MÉDIAS)
p<0,000
t(701) = -9,562
DESCRENÇA
(DC) (MÉDIAS)
p>0,114
t(701) = -1,582
EFICÁCIA
PROFISSIONAL
(EP)
(MÉDIAS)
p<0,000
t(701) = 8,712
NOVO 229 2,94 1,37 5,16
ANTIGO 474
3,76
1,53
4,64
44
GRÁFICO 10: A SÍNDROME DE BURNOUT E O CURRÍCULO (ESCALA DE 0 A 6)
0
1
2
3
4
5
6
EE DC EP
NOVO
ANTIGO
5.10 A Síndrome de Burnout e a existência de bolsa/financiamento
Os resultados demonstraram uma diferença significativa entre os percentuais de
bolsa/financiamento e eficácia profissional (F(2, 700) = 3,021; p<0,049) a partir dos
valores médios relativos a esta dimensão, de modo que os participantes beneficiados
com um percentual de bolsa/financiamento maior que 50% apresentaram maior eficácia
profissional. (TABELA 12 E GRÁFICO 11)
45
TABELA 12: A SÍNDROME DE BURNOUT E BOLSA/FINANCIAMENTO
(ESCALA DE 0 A 6)
PERCENTUAL DE
BOLSA/FINANCIAMENTO
NÚMERO DE
PARTICIPANTES
EXAUSTÃO
EMOCIONAL
(EE) (MÉDIAS)
p>0,346
F(2, 700) =
1,063
DESCRENÇA
(DC) (MÉDIAS)
p>0,737
F(2, 700) =
0,305
EFICÁCIA
PROFISSIONAL
(EP)
(MÉDIAS)
p<0,049
F(2, 700) = 3,021
0% 508 3,50 1,46 4,77
ATÉ 50% 146 3,54 1,55 4,93
ACIMA DE 50% 49 3,27 1,45
4,95
GRÁFICO 11: A SÍNDROME DE BURNOUT E BOLSA/FINANCIAMENTO
(ESCALA DE 0 A 6)
0123456
EE
DC
EP
>50%
ATÉ 50%
0%
46
6. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES
O objetivo desta pesquisa foi avaliar, em um grupo de alunos de medicina, as
três dimensões, utilizando como principal instrumento o MBI-SS.
Primeiramente, vale relembrar algumas características predominantes da maioria
dos participantes. São jovens, egressos de outras cidades e estados, que fixam
residência, por no mínimo seis anos, em uma cidade até então estranha, distanciando-
se do círculo familiar. Esta nova vida requer toda uma nova estrutura que gera grandes
custos financeiros, expectativas e cobranças. É este o perfil do corpo discente do curso
médico, público-alvo deste estudo.
Assim sendo, pode-se deduzir que este contexto seja um “terreno fértil” para o
desenvolvimento de transtornos de comportamento relacionados ao stress. Esta linha
de raciocínio, adotada por diversos autores citados anteriormente, permite a
aproximação e ampliação do conceito de burnout para pré-profissionais, neste caso
graduandos de medicina.
Segundo Wilmar Schaufeli e colaboradores (2002), a Síndrome de Burnout está
presente quando os indivíduos apresentam escores elevados de exaustão emocional e
descrença e escores baixos de eficácia profissional.
O grupo de alunos a partir do terceiro ano da faculdade (a partir do 5° período)
apresentou valores elevados de exaustão emocional e médios valores de eficácia
profissional. Deve-se ressaltar que, tradicionalmente, o 3° ano da faculdade coloca o
estudante de medicina em contato mais habitual com os pacientes, aumentando o
círculo das relações interpessoais que passam a se intensificar no decorrer dos anos.
Os três últimos períodos (10°, 11° e 12°) compõem o internato. Nesta época, o
acadêmico participa intensamente das atividades práticas, é responsável direto por
atendimentos e obrigado a rodar por várias especialidades. Não bastasse toda esta
gama de responsabilidades, uma peculiaridade caracteriza o curso de medicina: ao
término do internato, os médicos recém-formados passam pela difícil etapa dos
47
concursos de residência. Não é de se estranhar que o escore de exaustão emocional
para os internos tenha sido elevado e superior ao escore dos não-internos.
Os resultados obtidos em relação aos gêneros foram ao encontro do que
Benevides-Pereira (2002) afirmou: a exaustão emocional é mais comum em mulheres.
Os valores para exaustão emocional foram significativamente mais altos no sexo
feminino, em detrimento do masculino. As duas outras dimensões, descrença e eficácia
profissional, não apresentaram diferenças significativas entre homens e mulheres.
Nitidamente, a insatisfação com o curso de medicina refletiu-se nos escores.
Nos alunos insatisfeitos, a exaustão emocional e a descrença foram maiores e a
eficácia profissional menor quando comparados aos alunos satisfeitos. Da mesma
forma, alunos que já pensaram em desistir do curso apresentaram, comparativamente
com alunos que jamais pensaram em desistir, médias superiores em exaustão
emocional e descrença e inferiores em satisfação profissional.
Para um aluno de medicina, tanto a insatisfação quanto a vontade de desistir
podem estar relacionadas a um idealismo que suscita grandes expectativas, mas é
frustrado por uma realidade repleta de decepções pessoais. Este estado de frustração
pode estar relacionado a um conjunto de fatores, entre os quais se destacam: pressões
individuais, familiares, sociais e econômicas, competitividade inerente à carreira
escolhida, preocupações com o futuro mercado de trabalho etc.
As três dimensões do burnout também foram confrontadas com a variável
“gastos financeiros”. Estes gastos não costumam ser baixos e são, em sua maioria,
custeados pelas famílias. O total da mensalidade do curso de medicina ultrapassa R$
2.000,00. Não devem ser esquecidas as quantias para aluguel, condomínio, transporte,
alimentação, material didático, vestuário etc. Os resultados deste estudo mostraram
que os valores de exaustão emocional elevam-se na medida em que estes gastos
aumentam.
Curiosamente, mais lazer não mostrou influência sobre as dimensões do
burnout, uma vez que não houve diferenças estatísticas significativas entre alunos que
48
dedicam maior tempo e alunos que dedicam menor tempo ao lazer. Este dado sugere
que para prevenir a Síndrome de Burnout não basta estimular o entretenimento.
Agentes estressores da atividade médica e características da personalidade são
fatores pré-disponentes para o desenvolvimento da síndrome. Tratando-se de um
público-alvo constituído por estudantes, outro fator deve ser analisado: o currículo da
faculdade. Neste aspecto, foi possível avaliar dois grupos: os alunos dos quatro
primeiros períodos, submetidos ao currículo novo ABP/PBL, e o restante, submetido ao
currículo antigo. O grupo do currículo antigo apresentou uma diferença significativa,
com valores maiores para exaustão emocional e valores menores para eficácia
profissional, quando comparado com o grupo do currículo novo. Estas informações
podem indicar que, diferentemente dos currículos tradicionais, os currículos baseados
na metodologia ativa, como é o caso do ABP/PBL, concedem maior liberdade aos
alunos na busca do conhecimento e permitem que os estudantes atinjam, por seus
próprios meios e iniciativas, os objetivos educacionais, respeitando a individualidade de
cada um.
Segundo Carlotto (2006), alunos possuidores de bolsa/financiamento estariam
mais sujeitos à exaustão emocional, uma vez que, num mercado de trabalho
caracterizado pela grande competitividade, teriam que arcar com o pagamento do
financiamento após a formatura. Todavia, os resultados obtidos com o público-alvo da
presente pesquisa apontaram para outra direção. Apesar de escores elevados em
exaustão emocional, os escores estatisticamente significativos foram para a dimensão
eficácia profissional. Desta forma, o estudo sugere que o incentivo e a ajuda aos
alunos por meio de bolsa/financiamento geram um efeito positivo sobre o sentimento de
realização pessoal.
A idade pôde ser analisada de forma indireta pois, geralmente, as faixas etárias
aumentam dos períodos iniciais para os períodos finais. Em média, um aluno ingressa
na faculdade de medicina com 17 ou 18 anos e conclui o curso com 23 ou 24 anos. Se
considerarmos que os resultados da presente pesquisa identificaram valores crescentes
com significância estatística para exaustão emocional na medida em que há a
progressão dos períodos da faculdade, uma idade maior constituiu-se, pelo menos
49
nesta amostra, em fator predisponente para o burnout neste grupo de acadêmicos de
medicina. Entretanto, vale enfatizar que este dado deve ser considerado exceção, pois
vários estudos chamam a atenção para uma maior suscetibilidade dos mais jovens à
Síndrome de Burnout, por terem expectativas “irrealísticas”, apresentarem dificuldades
em lidar com responsabilidades e estarem mais sujeitos às frustrações.
O estudo das dimensões do burnout em pessoas em fase pré-profissional
permite a identificação de características (individuais ou organizacionais), momentos e
situações críticas que elevam o risco de desenvolver a Síndrome de Burnout. A
detecção destes fatores torna possível a instituição de medidas preventivas,
intervencionistas ou de controle que detenham a instalação ou a piora do quadro
psicopatológico.
Combater o surgimento e evitar a progressão do burnout traz benefícios não só à
saúde individualmente. Entre os fatores de grande impacto sócio-econômico negativo
que poderiam ser minimizados estão os seguintes: absenteísmo, dependências
químicas, suicídios, desemprego, uso de psicotrópicos, gastos previdenciários e
hospitalares, violência no trabalho, violência doméstica, dentre outros.
O corpo discente da faculdade de medicina, público-alvo desta pesquisa, não
atendeu os critérios diagnósticos para a Síndrome de Burnout (altos escores em
exaustão emocional e descrença e baixos escores em eficácia profissional). Contudo,
esta informação está longe de ser um alívio. Foram encontrados escores
altos/moderados em exaustão emocional que representa a primeira dimensão a
aparecer. Como salientam Maslach (1976, 1981) e Carlotto (2006), o desenvolvimento
do burnout pode estar sendo evitado graças aos índices ainda satisfatórios da
dimensão eficácia profissional.
Aos gestores da instituição onde foi sediada a pesquisa, sugere-se a adoção de
procedimentos e técnicas de enfrentamento para atender alunos considerados “grupo
de risco” conforme os indicadores da presente pesquisa, por meio de palestras e
seminários permanentes ao longo dos semestres letivos.
50
Prevenir a Síndrome de Burnout em estudantes representa, em última instância,
impedir que recém-formados cheguem ao mercado de trabalho potencialmente
doentes. Certamente, alunos saudáveis terão mais chance de dar origem a
profissionais mais bem realizados, motivados e menos estressados.
51
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMORIM, C. A. Burnout em enfermagem. In.: XXXI Reunião Anual de Psicologia da
Sociedade Brasileira de Psicologia. Resumos, 85-86 (2001).
AMORIM, C.A., BENEVIDES-PEREIRA, A.M.T., MORETO, C., TURBAY J.C. & PIRES,
A.P. Síndrome de burnout: modelos teóricos e avaliação. In.: VII Encontro Regional Sul
da ABRAPSO, Anais. P.69-70 (1998).
ARAÚJO, V.L.N. Síndrome de Burnout e saúde geral em trabalhadores da saúde.
Dissertação (Mestrado) Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo
(2001).
BENEVIDES-PEREIRA, A.M.T. Burnout: quando o trabalho ameaça o bem-estar do
trabalhador. S.Paulo, Casa do Psicólogo (2002).
BENEVIDES-PEREIRA, A.M.T; MORENO-JIMÉNEZ, B. O burnout em um grupo de
psicólogos brasileiros. In.: Congresso Interamericano de Psicologia da Saúde, Anais.
São Paulo, p. s/n (2002).
BENEVIDES-PEREIRA, A.M.T. A síndrome de burnout em estudantes de medicina. In.:
Congresso Iberoamericano de Psicologia, Libro de Resumenes. Madri, Espanha, p.374-
375 (1998).
BENEVIDES-PEREIRA, A.M.T. A saúde mental de profissionais de saúde mental.
Maringá: EDUEM (2001).
BENEVIDES-PEREIRA, A. M. T. – O Estado da Arte do Burnout no Brasil 8 (2002).
BENEVIDES-PEREIRA, A.M.T. MBI - Maslach Burnout Inventory e suas adaptações
para o Brasil. Anais da XXXII Reunião Anual de Psicologia. Rio de Janeiro, 84-85
(2001).
BENEVIDES-PEREIRA, A.M.T., HARTMANN, J.B. & CAMPOS, L.F. A síndrome de
burnout: causas e tratamento. Reunião Especial da Sociedade Brasileira para o
Progresso da Ciência – SBPC, Programa & Anais. Maringá, 6, p.12 (1998).
52
BENEVIDES-PEREIRA, A.M.T.B., PINTO, M.E.B., HARTMANN, J.B., SOUZA, A.H.G.,
LIMA, D.S., PASQUALITO, G.A., COSTA, M.I., LARA, P.M. & DORETTO, S.A.
Investigando o burnout em enfermeiros e auxiliares de enfermagem. Estudo de caso em
um hospital-escola. III JOP.
CARLOTTO, M.S.; NAKAMURA, A.; CÂMARA, S.G.; Síndrome de burnout em
estudantes universitários da área de saúde. Psico v. 37, n. 1, pp. 57-62, jan./abr
(2006).
CARLOTTO, M.S. A síndrome de burnout e o trabalho docente, Psicologia em Estudo
7, 21-29 (2002).
CARLOTTO, M.S. Síndrome de Burnout: um tipo de estresse ocupacional. Caderno
Universitário -ULBRA – RS (1999).
CARLOTTO, M.S., GOBBI, M.D. Síndrome de burnout: um problema do indivíduo ou
de seu contexto de trabalho? Aletheia,10, 103-114 (2000).
CARVALHO, M.M.B. de. O professor: um profissional, sua saúde e a educaçäo em
saúde na escola Tese (Doutorado) Universidade de Säo Paulo. Faculdade de Saúde
Pública. Departamento de Prática de Saúde Pública (1995).
CODO, W., MENEZES, I.V. (1999) O que é burnout? In.: Codo (coord.) Educação:
Carinho e Trabalho. São Paulo: Vozes, CNTE e UNB (1999).
CUSHWAY, D. Stress in clinical psychology trainees. British Journal of Clinical
Psychology, 37, 337-341 (1992).
DYRBYE, LISELOTTE N. MD; THOMAS, MATTHEW R. MD; SHANAFELT, TAIT D. MD
Systematic Review of Depression, Anxiety, and Other Indicators of Psychological
Distress Among U.S. and Canadian Medical Students.
Academic Medicine. 81(4):354-
373, April (2006).
ELVIRA, J. A. M; CABRERA, J. H. Estrés y burnout em professors. International Journal
of Clinical and Health Psychology, v. 4, n. 3, p. 597-621 (2004).
53
FIRTH, J. Personal meanings of occupational stress: cases from clinic. Journal of
Occupational Psychology, 58,139-148 (1985).
FRANÇA, H.H. A síndrome de “Burnout”. Revista Brasileira de Medicina,44, 197-199
(1987).
FREUDENBERGER, H.J.. Staff Burn-Out. Journal of Social Issues, 30, 159-165 (1974).
GIL-MONTE, P. Influencia del género sobre el proceso de desarrollo del síndrome
quemarse por el trabajo (burnout) en profesionales de enfermería. Psicologia mRevista
Eletrônica InterAção Psy – Ano 1, nº 1- Ago 2003 – p. 4-11 9 Estudo, 7, 3-10 (2002).
GIL-MONTE, P. & Peiró, J.M. Desgaste psíquico en el trabajo: el síndrome de
quemarse. Madri: Síntesis (1997).
REINHOLD, H. O stress do professor, Marilda Novaes Lipp (org). 2ª ed. Campinas,
SP: Papirus 2003. p 65 (2003).
LARA, S. de. A Síndrome de Burnout em profissionais da área de saúde mental.
(Monografia) Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências da Saúde. Pós-
Graduaçäo em Saúde do Trabalho (1999).
LAUTERT, L. O desgaste profissional do enfermeiro. (Tese) Universidad Pontificia de
Salamanca. Espanha (1995).
LEITER MP, MASLACH C. Preventing burnout and building engagement: a complete
program for organizational renewal. San Francisco, CA: Jossey-Bass (2000).
LEITER MP, MASLACH C. Burnout and health. In: Baum A, Revenson T, Singer J,
editors. Handbook of health psychology. Hillsdale, NJ: Lawrence Erlbaum. p 415-26
(2000).
LEVY, G. Avaliar o índice de burnout em professores da rede pública de ensino
localizada na região sudeste, Dissertação de Mestrado em Educação, PROPED/UERJ,
(2006).
54
LIPP, M.(org.). Pesquisas sobre stress no Brasil. Campinas: Papirus (1996)
LIPP, M. (org). O stress do professor. 2ª ed. Campinas, SP: Papirus (2003).
LIPP et al. O stress no Brasil: pesquisas avançadas. Papirus (2004).
LOURO, L., SANCHEZ, L.M.T., SCHNEIDER, R.A. & BENEVIDES-PEREIRA, A.M.T.
Verificação da incidência de sintomas que caracterizam a síndrome de burnout em
estudantes de medicina. Reunião Especial da Sociedade Brasileira para o Progresso da
Ciência – SBPC, Maringá, 6. p.467-468 (1998).
MASLACH, C. & LEITER, M.P. Trabalho: fonte de prazer ou desgaste? Campinas:
Papirus (1999).
MASLACH, C. JACKSON, S. Maslach Burnout Inventory (“Human Services Survey”).
Consulting Psychologists Press, Inc. (1981).
MASLACH C, SCHAUFELI WB, LEITER MP. Job burnout. In: Fiske ST, Schacter DL,
Zahn-Waxler C, editors. Annual Review of Psychology. Vol. 52, p 397-422 (2001).
MASLACH C. What have we learned about burnout and health? Psychology and Health
16:607-11 (2001).
MASLACH C, GOLDBERG J. Prevention of burnout: new perspectives. Applied and
Preventive Psychology7:63-74 (1998).
MASLACH C, LEITER MP. The truth about burnout. San Francisco, CA: Jossey-Bass
(1997).
MAY H.J. & REVICH, D.A. Professional stress among family physicians. Journal of
Family Practice, 20, 165-171 (1985).
MORENO-JIMÉNEZ, B., BENEVIDES-PEREIRA, A.M.T., GARROSA, E., GONZÁLEZ,
J.L. O desafio do burnout a partir de uma perspectiva saudável da personalidade. I
Simpósio Ibérico sobre a Sindroma de Burnout. CD de Trabalhos e Resumos. Lisboa:
Universidad Lusófona (1999).
55
MOURA, E.P.G de. Saúde mental & trabalho: esgotamento profissional em professores
da rede de ensino particular de Pelotas. (Dissertação) Pontifícia Universidade Católica
de Porto Alegre (1997).
NUNES, R. As alterações psicológicas induzidas pelo stress profissional nos
enfermeiros. Monografia de Licenciatura em Psicologia Clínica. Lisboa, Instituto
Superior de Psicologia Aplicada (1989).
NUNES SOBRINHO. O stress do professor do ensino fundamental: o enfoque da
ergonomia. In: LIPP, Marilda et al. O stress do professor. Campinas: Papirus (2006).
PASQUALITO, D.S., PINTO, M.E.B., BENEVIDES-PEREIRA, A.M.T.B., HARTMANN,
J.B., LARA, P.M. LIMA, G.A. & SOUZA, A.H.G. Incidência da síndrome deburnout em
médicos de um hospital público e de um privado. III Jornada de Psicologia do HURNPr
(1999).
PINTO, M.E.B. Quando os médicos adoecem por seu trabalho: o burnout em um grupo
de médicos de Maringá. In.: XXXI Reunião Anual de Psicologia da Sociedade Brasileira
de Psicologia. Resumos, 85 (2001).
SCHAUFELI, W. Evaluación de riesgos psicosociales y prevención del estrés laboral:
algunas experiencias holandesas. Revista de Psicología del Trabajo y de las
Organizaciones. 15, 147-171 (1999).
SCHAUFELI, W. & ENZMANN, D. The burnout companion to study and practice a
critical analysis. Londres, Taylor & Francis (1998).
SEISDEDOS et al. MBI Inventário “Burnout” de Maslach. Síndrome del “Quemado” por
estrés laboral asistencial. Madri: TEA (1997).
SHERI, J. R. & DODD, D. K. Student burnout as a function of personality, social suport,
and workload. Journal of College Student Development, 44(3), 291-303 (2003).
SOUZA, A.H.G., BENEVIDES-PEREIRA, A.M.T, LIMA, D.S., PASQUALITO, G.A.,
HARTMAN, J.B., PINTO, M.E.P & LARA, P.M.S.A. A síndrome de burnout em
profissionais de saúde de um hospital geral de Maringá. I Simpósio Ibérico sobre a
Sindroma de Burnout. CD de Trabalhos e Resumos. Lisboa: Universidad Lusófona
(1999).
56
TOURINHO Fº, H., ROCHA, C.M. da Síndrome de Burnout. Revista de Medicina do
Hospital São Vicente de Paulo, 11(24):33-38 (1999).
VIEIRA, I., RAMOS, A., MARTINS, D., BUCASIO, E., BENEVIDES-PEREIRA,
FIGUEIRA, I., JARDIM. Burnout na clínica psiquiátrica: relato de um caso. Rev.
psiquiatr. Rio Gd. Sul vol.28 no.3 Porto Alegre Sept./Dec. (2006).
WOOD, D.F, Abc of learning and teaching in medicine – Problem based learning. BMJ
vol. 326, (2006).
WILLCOCK, S. M., DALY, M. G., TENNANT, C. C. & ALLARD, B. J. Burnout and
psychiatric morbidity in new medical graduates. Medical Journal of Australia, 181(7),
357-360 (2004).
57
8. ANEXOS
8.1 Anexo A (TABELAS E GRÁFICOS SOBRE OS DADOS SÓCIO-DEMOGRÁFICOS
DOS PARTICIPANTES)
TABELA 13: COMPARATIVO DE PERÍODO, GÊNERO E
PARTICIPANTES (ENTRE PARÊNTESES)
PERÍODO MASCULINO FEMININO TOTAL
41 (35) 38 (25) 79 (60)
37 (32) 41 (29) 78 (61)
39 (25) 42 (29) 81 (54)
39 (28) 35 (26) 74 (54)
45 (28) 39 (25) 84 (53)
41 (26) 42 (38) 83 (64)
36 (25) 45 (37) 81 (62)
35 (34) 46 (44) 81 (78)
51 (31) 30 (25) 81 (56)
10° 46 (28) 31 (24) 77 (52)
11° 48 (35) 32 (25) 80 (60)
12° 39 (29) 27 (20) 66 (49)
TOTAL 497 (356) 448 (347) 945 (703)
58
POPULAÇÃO E PARTICIPANTES POR PERÍODO
E GÊNERO
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
10° 11° 12°
TOT. MASC
PART MASC
TOT. FEM
PART FEM
TOTAL
TOT. PART.
GRÁFICO 12
: POPULAÇÃO E PARTICIPANTES POR PERÍODO E
GÊNERO
TABELA 14
: CURRÍCULO POR PARTICIPANTES
CURRÍCULO % DOS
PARTICIPANTES
NOVO (229
ALUNOS)
32,58%
ANTIGO (313
ALUNOS)
44,52%
ANTIGO-
INTERNATO
(161 ALUNOS)
22,90%
TOTAL (703
ALUNOS)
100%
59
GRÁFICO 13: CURRÍCULO POR PARTICIPANTES
CURRÍCULO POR PARTICIPANTES
33%
44%
23%
NOVO-ABP/PBL (229 ALUNOS) ANTIGO (313 ALUNOS)
ANTIGO-INTERNATO (161 ALUNOS)
TABELA 15
: CUSTEIO DOS ESTUDOS POR PARTICIPANTES
CUSTEIO % DOS
PARTICIPANTES
FAMÍLIA (509
ALUNOS)
72,40%
BOLSA+FAMÍLIA
(183 ALUNOS)
26,03%
BOLSA+RECURSOS
PRÓPRIOS (4
ALUNOS)
0,57%
BOLSA+RECURSOS
PRÓPRIOS+FAMÍLIA
(2 ALUNOS)
0,29%
RECURSOS
PRÓPRIOS+
FAMÍLIA (3
ALUNOS)
0,42%
RECURSOS
PRÓPRIOS (2
ALUNOS)
0,29%
TOTAL (703
ALUNOS)
100%
60
GRÁFICO 14: CUSTEIO POR PARTICIPANTES
CUSTEIO POR PATICIPANTES
0
100
200
300
400
500
600
N° ALUNOS
5091834232
FAMÍLI
A
BOL+F
AM
BOL+R
C.PR
BOL+R
P+FAM
RC.PR+
FAM
RC.PR
FAM=FAMÍLIA; BOL=BOLSA; RC.PR ou RP=RECURSOS PRÓPRIOS.
TABELA 16
: VONTADE DE DESISTIR DO CURSO POR
PARTICIPANTES
JÁ PENSOU
EM DESISTIR
DO CURSO
% DOS
PARTICIPANTES
SIM (173
ALUNOS)
24,60%
NÃO (530
ALUNOS)
75,40%
TOTAL (703)
ALUNOS
100%
61
GRÁFICO 15: VONTADE PRÉVIA DE DESISTIR DO CURSO POR
PARTICIPANTES
V
ONTADE PRÉVIA DE DESISTIR DO CURSO POR
PARTICIPANTES
75%
25%
SIM (173 ALUNOS)
NÃO (530 ALUNOS)
TABELA 17
: ESTADO CIVIL POR PARTICIPANTES
ESTADO CIVIL % DOS
PARTICIPANTES
SOLTEIRO
(688)
97,86%
CASADO (7) 1,00%
UNIÃO
ESTÁVEL (7)
1,00%
DIVORCIADO
(1)
0,14%
VIÚVO (0) 0%
TOTAL (703
ALUNOS)
100%
62
GRÁFICO 16: ESTADO CIVIL POR PARTICIPANTES
ESTADO CIVIL POR PARTICIPANTES
0
200
400
600
800
N° ALUNOS
688 7 7 1
SOLTEIRO CASADO
UNIÃO
ESTÁVEL
DIVORCIAD
O
TABELA 18
: FILHOS POR PARTICIPANTES
FILHOS % DOS
PARTICIPANTES
ALUNOS COM
FILHO (13)
1,85%
ALUNOS SEM
FILHO (690)
98,15%
TOAL (703
ALUNOS)
100%
63
GRÁFICO 17: FILHOS POR PARTICIPANTES
FILHOS POR PARTICIPANTES
COM FILHO;
13; 2%
SEM FILHO;
690; 98%
COM FILHO
SEM FILHO
TABELA 19
: GASTO MENSAL POR PARTICIPANTES
GASTO MENSAL % DOS
PARTICIPANTES
ABAIXO DE R$
1.000,00 (29
ALUNOS)
4,12%
DE R$ 1.000,00 A
R$ 2.000,00 (57
ALUNOS)
8,10%
ACIMA DE R$
2.000,00 E
ABAIXO DE R$
3.500,00 (265
ALUNOS)
37,70%
DE R$ 3.500,00 A
ABAIXO DE R$
4.000,00 (175
ALUNOS)
24,90%
DE R$ 4.000,00
OU MAIS (177
ALUNOS)
25,18%
TOTAL (703
ALUNOS)
100%
64
GRÁFICO 18
: GASTO MENSAL POR PARTICIPANTES
GASTO MENSAL POR PARTICIPANTES
29
57
265
175 177
0
50
100
150
200
250
300
<R$ 1.000 R$1.000
A R$2.000
>R$ 2.000
E <R$
3.500
R$3.500 E
< R$4.000
R$4.000
OU MAIS
N° ALUNOS
TABELA 20
: HORAS DE ESTUDO SEMANAL POR PARTICIPANTES
HORAS DE
ESTUDO POR
SEMANA
% DOS
PARTICIPANTES
1 A 10 HORAS
(67 ALUNOS)
9,53%
ACIMA DE 10
HORAS E ATÉ
20 HORAS (49
ALUNOS)
6,97%
ACIMA DE 20
HORAS E ATÉ
30 HORAS (70
ALUNOS)
9,96%
ACIMA DE 30
HORAS E ATÉ
40 HORAS
(128 ALUNOS)
18,20%
ACIMA DE 40
HORAS E ATÉ
50 HORAS
(171 ALUNOS)
24,32%
65
ACIMA DE 50
HORAS E ATÉ
60 HORAS (97
ALUNOS)
13,80%
ACIMA DE 60
HORAS E ATÉ
70 HORAS (66
ALUNOS)
9,39%
ACIMA DE 70
HORAS (55
ALUNOS)
7,83%
TOTAL (703
ALUNOS)
100%
GRÁFICO 19
: HORAS DE ESTUDO SEMANAL POR PARTICIPANTES
HORAS DE ESTUDO SEMANAL POR
PARTICIPANTES
0
50
100
150
200
171
128
97
67
49
70
66
55
N° ALUNOS
67 49 70 128 171 97 66 55
1a10
>10a
20
>20a
30
>30a
40
>40a
50
>50a
60
>60a
70
>70
66
TABELA 21: HORAS DE LAZER POR PARTICIPANTES
HORAS DE
LAZER POR
SEMANA
% DOS
PARTICIPANTES
NENHUMA
HORA DE
LAZER ATÉ 10
HORAS (175
ALUNOS)
24,90%
ACIMA DE 10
HORAS E ATÉ
20 HORAS
(201 ALUNOS)
28,60%
ACIMA DE 20
HORAS E ATÉ
30 HORAS
(161 ALUNOS)
22,90%
ACIMA DE 30
HORAS E ATÉ
40 HORAS (80
ALUNOS)
11,38%
ACIMA DE 40
HORAS E ATÉ
50 HORAS (53
ALUNOS)
7,53%
ACIMA DE 50
HORAS E ATÉ
60 HORAS (15
ALUNOS)
2,13%
ACIMA DE 60
HORAS E ATÉ
70 HORAS (7
ALUNOS)
1,00%
ACIMA DE 70
HORAS (11
ALUNOS)
1,56%
TOTAL (703
ALUNOS)
100%
67
GRÁFICO 20: HORAS DE LAZER SEMANAL POR PARTICIPANTES
HORAS DE LAZER SEMANAL POR
PARTICIPANTES
0
50
100
150
200
250
201
175
161
80
53
15
7
11
N° ALUNOS
175 201 161 80 53 15 7 11
0a10
>10a
20
>20a
30
>30a
40
>40a
50
>50a
60
>60a
70
>70
TABELA 22
: IDADE POR PARTICIPANTES
IDADE % DOS
PARTICIPANTES
17 (5
ALUNOS)
0,71%
18 (31
ALUNOS)
4,41%
19 (62
ALUNOS)
8,82%
20 (78
ALUNOS)
11,10%
21 (83
ALUNOS)
11,80%
22 (102
ALUNOS)
14,51%
23 (91
ALUNOS)
12,94%
24 (99
ALUNOS)
14,09%
25 (76
ALUNOS)
10,82%
26 (27 3,84%
68
ALUNOS)
27 (22
ALUNOS)
3,13%
28 (9
ALUNOS)
1,28%
29 (8
ALUNOS)
1,14%
30 (5
ALUNOS)
0,71%
31 (1 ALUNO) 0,14%
32 (1 ALUNO) 0,14%
33 (2
ALUNOS)
0,28%
38 (1 ALUNO) 0,14%
TOTAL (703
ALUNOS)
100%
GRÁFICO 21
: IDADE POR PARTICIPANTES
IDADE POR PARTICIPANTES
5
31
62
78
83
102
91
99
76
27
22
98
5
11
2
1
0
20
40
60
80
100
120
17 anos
18 anos
19 anos
20 anos
21 anos
22 anos
23 anos
24 anos
25 anos
26 anos
27 anos
28 anos
29 anos
30 anos
31 anos
32 anos
33 anos
38 anos
69
TABELA 23: IMÓVEL POR PARTICIPANTES
IMÓVEL % DOS
PARTICIPANTES
ALUGADO
(600 ALUNOS)
85,35%
PRÓPRIO (100
ALUNOS)
14,23%
FINANCIADO
(3 ALUNOS)
0,42%
TOTAL (703
ALUNOS)
100%
GRÁFICO 22
: IMÓVEL POR
PARTICIPANTES
600
100
3
0
100
200
300
400
500
600
ALUGADO (600
ALUNOS)
PRÓPRIO (100
ALUNOS)
FINANCIADO (3
ALUNOS)
N°ALUNOS
IMÓVEL POR PARTICIPANTES
70
TABELA 24: ORIGEM POR PARTICIPANTES
ORIGEM % DE
PARTICIPANTES
AL (1 ALUNO) 0,14%
BA (19 ALUNOS) 2,71%
CE (7 ALUNOS) 1,00%
DF (7 ALUNOS) 1,00%
ES (57 ALUNOS) 8,11%
GO (23 ALUNOS) 3,28%
MA (3 ALUNOS) 0,43%
MG (213
ALUNOS)
30,30%
MS (3 ALUNOS) 0,43%
MT (2 ALUNOS) 0,28%
PA (1 ALUNO) 0,14%
PB (4 ALUNOS) 0,56%
PE (1 ALUNO) 0,14%
PERU (1 ALUNO) 0,14%
PI (2 ALUNOS) 0,28%
PR (10 ALUNOS) 1,42%
RJ-INT (116
ALUNOS)
16,50%
RJ-SEDE (39
ALUNOS)
5,55%
RJ-CAP (47
ALUNOS)
6,69%
RN (6 ALUNOS) 0,85%
RO (2 ALUNOS) 0,28%
RS (1 ALUNO) 0,14%
SC (1 ALUNO) 0,14%
SE (10 ALUNOS) 1,42%
SP (126
ALUNOS)
17,93%
TAIWAN (1
ALUNO)
0,14%
TOTAL (703
ALUNOS)
100%
71
TABELA 25: OUTRO CURSO SUPERIOR POR PARTICIPANTES
OUTRO CURSO
SUPERIOR
% DE
PARTICIPANTES
NÃO(681ALUNOS) 96,87%
SIM (22 ALUNOS) 3,13%
TOTAL (703
ALUNOS)
100%
GRÁFICO 23: OUTRO CURSO SUPERIOR POR PARTICIPANTES
0
100
200
300
400
500
600
700
NÃO (681 ALUNOS) SIM (22 ALUNOS)
OUTRO CURSO SUPERIOR POR
PARTICIPANTES
N°ALUNOS
TABELA 26
: COM QUEM RESIDE POR PARTICIPANTES
RESIDE COM % DE
PARTICIPANTES
FAMÍLIA (90
ALUNOS)
12,80%
AMIGO/COLEGA
(393 ALUNOS)
55,90%
SOZINHO (220
ALUNOS)
31,30%
TOTAL (703
ALUNOS)
100%
72
GRÁFICO 24: COM QUEM RESIDE POR PARTICIPANTES
73
GRÁFICO 25: SATISFAÇÃO COM O CURSO POR
PARTICIPANTES
SATISFAÇÃO COM O CURSO POR
PARTICIPANTES
89%
11%
SIM (626 ALUNOS)
O (77 ALUNOS)
TABELA 28
: TRABALHO ATUAL POR PARTICIPANTES
TRABALHA
ATUALMENTE
% DE
PARTICIPANTES
NÃO (662
ALUNOS)
94,16%
SIM (41
ALUNOS)
5,84%
TOTAL (703
ALUNOS)
100%
74
GRÁFICO 26: TRABALHO ATUAL POR PARTICIPANTES
TRABALHO ATUAL POR PARTICIPANTES
94%
6%
NÃO (662 ALUNOS)
SIM (41 ALUNOS)
TABELA 29
: TRABALHO ANTERIOR POR PARTICIPANTES
TRABALHO
ANTERIOR
% DE
PARTICIPANTES
NÃO (554
ALUNOS)
78,80%
SIM (149
ALUNOS)
21,20%
TOTAL (703
ALUNOS)
100%
75
GRÁFICO 27: TRABALHO ANTERIOR POR PARTICIPANTES
TRABALHO ANTERIOR POR PARTICIPANTES
79%
21%
NÃO (554 ALUNOS)
SIM (149 ALUNOS)
TABELA 30
: VALOR DE BOLSA/FINANCIAMENTO POR
PARTICIPANTES
BOLSA/FINANCIAMENTO % DOS
PARTICIPANTES
SEM BOLSA/FINANCIAMENTO (508 ALUNOS) 72,27%
MENOR QUE 50 % (35 ALUNOS) 4,98%
DE 50% (111 ALUNOS) 15,78%
ACIMA DE 50% E MENOR QUE 100% (14
ALUNOS)
1,99%
DE 100% (35 ALUNOS) 4,98%
TOTAL (703 ALUNOS) 100%
76
GRÁFICO 28: VALOR DE BOLSA/FINANCIAMENTO POR
PARTICIPANTES
V
ALOR DE BOLSA/FINANCIAMENTO POR
PARTICIPANTES
508
35
111
14
35
0
100
200
300
400
500
600
0% <50% DE 50% >50% E <
100%
DE 100%
N°ALUNOS
TABELA 31: RESULTADOS INDIVIDUAIS DE CADA DIMENSÃO DA
SÍNDROME DE BURNOUT POR PERÍODO E GÊNERO (E.E.=
EXAUSTÃO EMOCIONAL; DC.= DESCRENÇA; E.P.= EFICÁCIA
PROFISSIONAL) – TOTAL DE PARTICIPANTES: 703 ALUNOS
PERÍODO GÊNERO E.E. DC. E.P.
1 F 4 0 5,83
1 F 3,2 0 5,5
1 F 3,6 3,5 5,5
1 F 5,8 3,25 5,16
1 F 2,4 1,25 5
1 F 3,4 0,75 5,5
1 F 2,4 4 4,66
1 F 4,2 0,75 5,5
1 F 4,6 0 5,66
1 F 5 0,25 5
1 F 2,8 1,5 4,5
1 F 2,4 0 5,33
1 F 3 3,5 5,16
1 F 4,4 0 5
1 F 3,8 1 5,66
1 F 4,6 2,75 5,33
1 F 3 2,25 5,16
1 F 3 1,25 5,5
1 F 4,4 2 5,16
77
1 F 3 1,5 4,66
1 F 5,6 6 5,33
1 F 4 3 5,16
1 F 2 0,75 5,5
1 F 4,2 1,5 5,16
1 F 2,2 0 5,8
1 M 3,2 0 5,33
1 M 1,6 0,25 5
1 M 2,4 2,5 6
1 M 0,4 1 5,66
1 M 2,4 0 5,83
1 M 5,2 1,75 4,83
1 M 2,4 0 5,5
1 M 4,6 2 4,83
1 M 2,6 2 4,83
1 M 2,2 0 5,83
1 M 3,8 0,5 4,33
1 M 2,2 0,5 4,33
1 M 2 0 5,66
1 M 2 2 3,66
1 M 3,2 0 5,83
1 M 1,2 0 4,5
1 M 4 1,25 5,66
1 M 0,8 2 5,33
1 M 2,6 0,5 5,33
1 M 3 0 5,66
1 M 2 0,75 4,16
1 M 2,4 0,5 5,33
1 M 4 0,5 5,33
1 M 2,8 0,75 5,33
1 M 2,2 0,25 5,16
1 M 2,6 2 5,33
1 M 3,4 0,5 6
1 M 2,8 1,5 5
1 M 2 2,5 5,16
1 M 2,4 2 5,5
1 M 2,2 2 5,5
1 M 5 2,5 5,5
1 M 4,2 0 5,5
1 M 2 0 6
1 M 3,4 2,75 5,16
2 F 1,8 1 5,33
2 F 2,4 1,25 5,33
2 F 3,8 1,5 5,16
2 F 2,4 0 5,66
2 F 2,6 0 5,16
2 F 1 0,5 5,33
2 F 4,8 3,75 5,5
2 F 3,2 0 5,16
78
2 F 4,2 0,5 5,66
2 F 2,2 1,75 6
2 F 4,6 2,75 5
2 F 3,4 0 5,33
2 F 3 0,25 5
2 F 1,6 0 4,66
2 F 3,4 2,5 5
2 F 5 4,75 5,5
2 F 4,8 3,25 3,83
2 F 3,2 2 5,33
2 F 0,6 0 5,16
2 F 3,6 2 5,5
2 F 2,6 2,75 3,33
2 F 1,6 0,5 5,5
2 F 4,2 2 5,33
2 F 5 2,5 5,33
2 F 3,2 1 5
2 F 4,8 3,25 5,33
2 F 4,2 2,5 5,5
2 F 2,8 1 5,5
2 F 2,8 2 5,33
2 M 1,4 1,25 6
2 M 3 0 5,83
2 M 2,8 0 5,83
2 M 3,4 1,75 5,5
2 M 4,6 2,75 4,33
2 M 0,6 0 5,83
2 M 3,4 0 6
2 M 3,2 2,25 5
2 M 2,6 0 5
2 M 2,4 0,75 5,16
2 M 3,8 2 5,33
2 M 3,8 1 5,16
2 M 2,2 2,25 4,5
2 M 2,6 1,5 4,33
2 M 4,6 0 5,33
2 M 3,6 2,25 3,33
2 M 1,2 0 6
2 M 2,2 1,25 5,33
2 M 2 1,25 4,33
2 M 2,4 4 4,66
2 M 4,6 2,5 5,16
2 M 4,4 4,5 4
2 M 3,4 4,75 2,5
2 M 2,8 3,75 5,33
2 M 2,8 0,75 5
2 M 2,6 4 5,33
2 M 4,2 4,5 4,16
2 M 3,4 1,75 5,33
79
2 M 2,8 1,25 5
2 M 1,8 0 5,33
2 M 1,2 0,5 6
2 M 3,4 2,5 5
3 F 2,6 1,75 5
3 F 3,6 5,5 5,16
3 F 3,8 3,25 4,5
3 F 2,4 0,5 5,16
3 F 4,2 0 5,66
3 F 4,6 2,75 4,33
3 F 2,2 0 5,66
3 F 2 1 5
3 F 2,8 3,25 5,83
3 F 2,6 0 5,66
3 F 2,8 0,25 5,66
3 F 1,2 0,25 6
3 F 3,6 1 5,33
3 F 2 1,5 5,16
3 F 1,2 0,75 5
3 F 2,6 1,75 5,33
3 F 2,8 0,75 5,16
3 F 2,6 0,25 5,5
3 F 4,8 0 5,33
3 F 2,6 1,25 5,5
3 F 1,2 2 4,83
3 F 3 0,75 5,16
3 F 3,6 1,75 5,5
3 F 0,8 1,5 5
3 F 2,6 0 5,16
3 F 4 2 5,66
3 F 3 1,5 4,83
3 F 2,2 1,75 4,66
3 F 3,2 2,25 5,66
3 M 2,8 0,75 5
3 M 1,6 2,25 5,16
3 M 4,2 0,75 5,5
3 M 2,8 0,75 5,16
3 M 2 1,25 5,16
3 M 2,4 1,25 5,16
3 M 4,6 0,75 5,83
3 M 2,4 0 6
3 M 2,6 2 5,5
3 M 3,6 3 5
3 M 2,2 2 3,16
3 M 1,8 0,5 5,33
3 M 3,4 2,5 5,16
3 M 2,6 1 4,5
3 M 2 2,25 5,16
3 M 4 3 5,16
80
3 M 2,8 1,75 4,66
3 M 4,2 4 5,16
3 M 3,2 2,5 4,66
3 M 3,4 1 5
3 M 0 0 5,83
3 M 1,4 2,25 2,5
3 M 3,4 3,5 3,83
3 M 2 1 5,33
3 M 2,6 1 5,33
4 F 1,6 0,5 4,83
4 F 1,6 0,25 5,83
4 F 4,2 0 6
4 F 2,2 1,5 5
4 F 3 2,5 5
4 F 1,8 2,5 5
4 F 3,2 2 3,66
4 F 3,4 2,75 5,16
4 F 3 0 5,5
4 F 2,6 3 3,83
4 F 4 0,5 5,5
4 F 0,2 2 4,83
4 F 3,8 3,5 4,5
4 F 4,2 0,25 5,83
4 F 2,4 0,75 5,33
4 F 0,8 0,25 6
4 F 3 1,25 5
4 F 4,4 0,5 5,5
4 F 2,2 0 6
4 F 2,6 1,75 4,83
4 F 1,6 1,75 5
4 F 3,8 2 5,33
4 F 3 0 5,83
4 F 2,6 0 5,83
4 F 4,2 1,25 5,5
4 F 2,6 0,75 5
4 M 2,2 0,75 4,5
4 M 2,6 0 5,5
4 M 4,4 0 5,33
4 M 3,4 0,75 3,16
4 M 4 0 5,66
4 M 2,8 0,75 4,83
4 M 4 1,5 5
4 M 1,8 1 5,5
4 M 4,4 1,75 5
4 M 1,2 1,5 3,83
4 M 1,4 1,5 5
4 M 3,2 1 4,33
4 M 2,8 0,75 5,33
4 M 3,2 0,5 5,83
81
4 M 3,6 0,5 5,83
4 M 3,8 1,25 6
4 M 3,6 0 6
4 M 3 3,75 4,33
4 M 1,6 0 5,83
4 M 2 0 5,33
4 M 3,2 2,25 3,5
4 M 3,6 0 5
4 M 3,8 1,25 4,83
4 M 1,6 1,5 5,66
4 M 3,2 2,25 5,33
4 M 1,4 0,75 5,33
4 M 2 0 5,66
4 M 3 1,5 5,83
5 F 2,4 1,5 4,66
5 F 3,2 1,5 5
5 F 4,2 0 4,33
5 F 3,8 0,25 4
5 F 5 1,25 5,5
5 F 3 1 3,5
5 F 3,8 0,5 5
5 F 3,8 1,25 4,83
5 F 5,2 0,75 4,66
5 F 3 2,75 3
5 F 4,4 3 5,16
5 F 3,8 1 5,66
5 F 3,6 3 5,33
5 F 2,4 0,5 5,5
5 F 2,6 0 5,16
5 F 3 0,5 5,66
5 F 3,4 0 3,66
5 F 4,4 0,75 5,5
5 F 5,8 1 5,5
5 F 3,2 0 5,66
5 F 1,6 0,25 5,33
5 F 3,8 0,75 5,5
5 F 3,4 1 2,83
5 F 2,6 1 5,83
5 F 2,4 0 5,66
5 M 3,6 2,25 4,33
5 M 3,4 0,25 5
5 M 2,2 0 4
5 M 3,4 2,75 5
5 M 3,4 2 4,66
5 M 1,2 0 5,83
5 M 1,8 0,75 5
5 M 4 4,25 4,66
5 M 2,8 0,75 4,33
5 M 2,4 0,75 5
82
5 M 3 0,75 5,5
5 M 2,8 1,5 4,33
5 M 2 2,25 4,16
5 M 3,4 2 4
5 M 2,2 1 5,5
5 M 4,8 0 5,33
5 M 1,8 0 5,33
5 M 2,4 1 3
5 M 2,8 1 3,5
5 M 1 0,25 5,33
5 M 5 2,5 4,66
5 M 1,8 0,5 5
5 M 3,4 0,5 5,66
5 M 4 2,75 5
5 M 3,2 2,75 5,5
5 M 2 1,5 4,83
5 M 5 4,75 3,83
5 M 4,2 1,75 5
6 F 4,2 0,5 4,33
6 F 5,8 2,5 5,33
6 F 4,2 2,25 4,83
6 F 4,2 4,25 4,83
6 F 4,4 0 5,5
6 F 3 1,25 4,5
6 F 1,8 0,75 5,5
6 F 3,8 2 5,16
6 F 3,6 0,75 4,5
6 F 4,2 1 5,5
6 F 2,4 2,25 4,16
6 F 4 0,5 5,33
6 F 3,8 1,25 4,33
6 F 4 1,75 4,5
6 F 3 1 4
6 F 4,6 0,75 3,16
6 F 3,8 2 3,5
6 F 5 0 5,33
6 F 2,4 1 5
6 F 4 1,75 5,33
6 F 1 0 5,83
6 F 4,2 2,25 3,83
6 F 5,4 1,75 4,16
6 F 4,6 0,75 4,66
6 F 4 3 4,66
6 F 3,6 2,25 4
6 F 4,2 2 4,66
6 F 4,2 2 3,83
6 F 4 0,5 5,33
6 F 4 0 4,33
6 F 3,8 2,75 4
83
6 F 4,6 0,75 4,66
6 F 3,6 1,75 5,5
6 F 3,2 1,5 4,16
6 F 3,6 1 5
6 F 4,4 0,75 5,66
6 F 3,6 1,25 5
6 F 4,2 2,25 4,33
6 M 2,8 1,25 4,16
6 M 4,8 0 4,5
6 M 4,2 1 4,33
6 M 1,6 0 5,5
6 M 4,8 2,25 4,16
6 M 3,2 0,75 5,83
6 M 3 0,25 3,66
6 M 3,8 1 3,83
6 M 3,6 0,75 4,5
6 M 2 1,25 4,5
6 M 3,8 3,75 4,33
6 M 3,6 3 5
6 M 2,2 0,25 5,5
6 M 3 0,75 5,5
6 M 4,6 2,75 4,5
6 M 2,8 0,5 5
6 M 4,8 1 3,5
6 M 3,4 1,25 4,16
6 M 2,4 0,25 4,83
6 M 3 0 5,33
6 M 3,2 0,75 4,83
6 M 3,8 2 3,83
6 M 4 0,5 5,33
6 M 2,8 1,75 5,5
6 M 4,2 3,75 4,16
6 M 3,6 1,5 4,5
7 F 2 1 3,83
7 F 2,2 1,75 2,16
7 F 3 1 5,33
7 F 6 4,25 3,66
7 F 5,4 1 5,66
7 F 4 0 4,83
7 F 1,6 0 5,16
7 F 4,6 0,75 4,5
7 F 4,6 0,75 4,83
7 F 2,6 0,25 5
7 F 3 2 5
7 F 3 0,75 2,83
7 F 3,2 0 5,33
7 F 4,4 3,75 4,66
7 F 2,8 0 4,16
7 F 2,4 1,25 3,33
84
7 F 2,2 4,75 2,5
7 F 3 1,5 5,66
7 F 2,2 2,5 4,5
7 F 3,8 1,5 4,83
7 F 2 2 3,66
7 F 3,6 2 4,33
7 F 4,8 1 4,83
7 F 3,6 0 4,66
7 F 3,6 2,5 5
7 F 2,8 1,75 4,33
7 F 4,2 0,5 5,16
7 F 4,4 1,5 4,16
7 F 2,6 2,75 4,5
7 F 4,4 0 5,33
7 F 3,4 3,5 2,5
7 F 2,8 1,25 3,66
7 F 3,4 0 5
7 F 1,2 0,25 4,83
7 F 2,8 0,75 5
7 F 2,2 1,25 2,83
7 F 3,8 0,25 4,66
7 M 2 1,75 4,16
7 M 4,2 2 3,16
7 M 3,6 1,25 4,83
7 M 3 0,5 4,66
7 M 4,4 0,5 4,83
7 M 2,8 1,25 5,16
7 M 2,2 2,25 4,83
7 M 2,2 1,5 4,66
7 M 3,8 1,5 3,66
7 M 3,6 2 5,16
7 M 3,6 1 4,66
7 M 3,6 2 4,66
7 M 3,8 3,25 4
7 M 2,6 0,5 5,33
7 M 2,2 0,5 5,66
7 M 3 2,5 5,5
7 M 3,4 3,5 4,5
7 M 3,8 2 4,5
7 M 3,4 0,25 5,16
7 M 5 5 5,33
7 M 4,6 0 4,5
7 M 4 0,75 3,5
7 M 5,2 2,5 3,83
7 M 3 1 4
7 M 2,4 1 4,66
8 F 5,6 5 3,5
8 F 4 0 5
8 F 4,6 2,25 3,83
85
8 F 4,6 1,5 4,83
8 F 5,6 3,25 4,5
8 F 5,2 0 5,5
8 F 2,2 1,25 2
8 F 4,6 2 5,5
8 F 5 3 5,83
8 F 5,6 2,5 5,16
8 F 2,6 0,25 4,83
8 F 5 2,5 5,16
8 F 4 1,5 5,66
8 F 5,4 2,75 5,16
8 F 4,4 3 3
8 F 4 0 5,16
8 F 4,6 0,5 5,5
8 F 5,4 2 4,33
8 F 5 2 4,66
8 F 4,6 2,5 3,66
8 F 4,2 0 5,33
8 F 4,2 2,25 3,83
8 F 4 0,75 5,83
8 F 3 0,75 3,33
8 F 5,6 5,25 3,66
8 F 4,2 0,5 4,5
8 F 4,8 1,25 5,33
8 F 6 4 4,16
8 F 4,6 1 4,83
8 F 5,2 2,75 4,16
8 F 5 3 5,5
8 F 3,8 0,75 4,33
8 F 4,6 2 5,33
8 F 5,8 2,5 3,83
8 F 3 0,25 4,5
8 F 3,4 0 5,5
8 F 5,6 4 4,66
8 F 4,6 2,75 4,33
8 F 4,6 1,25 5,16
8 F 4,4 1 4,16
8 F 4 0,75 5
8 F 5 2,5 4,33
8 F 3 1,75 4,5
8 F 5,4 1,75 4
8 M 3,6 1,25 3,66
8 M 4,4 0 5,33
8 M 4,8 3 5,5
8 M 4,4 1,25 4,66
8 M 3 3,75 4,83
8 M 5 0 5,33
8 M 5,6 4,5 4,83
8 M 5 1 5
86
8 M 3,8 1 5,5
8 M 5,4 5,25 4,16
8 M 4,2 1 5
8 M 3,4 1,25 5,5
8 M 3,6 4 3,16
8 M 4 3,75 2,16
8 M 5,2 3 4,33
8 M 5,4 4,5 5
8 M 4,6 0,75 5,33
8 M 5,2 3,5 4
8 M 5 1,5 4,83
8 M 5,6 1,75 4,16
8 M 5 0,5 5,33
8 M 3,2 1,75 3,16
8 M 4,2 2 4,83
8 M 4,2 1,75 3,83
8 M 3,2 0,25 5,16
8 M 5,2 1 4,5
8 M 4,2 2 5,16
8 M 4,6 2,5 4,5
8 M 4,4 0,75 4,5
8 M 2,4 1 5,16
8 M 3 0 5,16
8 M 3,2 2 5,33
8 M 4,6 0 5,5
8 M 4,2 1,75 4,16
9 F 5 2 4,5
9 F 4 0 4,33
9 F 4,4 2,5 3,66
9 F 1,6 0 5,5
9 F 3 1,25 2
9 F 3,6 0,5 4,33
9 F 2,2 0,5 4,33
9 F 4,4 3,25 2,66
9 F 3,8 1,5 3,83
9 F 2 1,5 4,33
9 F 2,2 1,75 5
9 F 3,6 1,5 5,16
9 F 4,6 2,75 4,33
9 F 3 3 5,16
9 F 4,4 2 5,5
9 F 4,6 2,5 4,16
9 F 3,2 2,5 5,16
9 F 3,8 2,25 3,83
9 F 5 2,25 5,5
9 F 3,6 2,5 5,16
9 F 4,8 0 4,66
9 F 4,4 2,75 5,5
9 F 4,6 2 5
87
9 F 3 2,25 4,5
9 F 4,8 2 3,5
9 M 3,2 1,75 4,16
9 M 4,6 0,75 3,83
9 M 5 3 3,5
9 M 4,8 3,5 3,83
9 M 4,2 1,25 4,5
9 M 3,8 1,75 3,33
9 M 3,2 0 5,16
9 M 2,8 2,5 3,66
9 M 1,4 2,25 5,33
9 M 3,4 3 4,16
9 M 3,4 0,5 4,83
9 M 4,4 2 3,33
9 M 3,6 1,5 4,5
9 M 4,4 1,75 3,66
9 M 2,8 0 4,16
9 M 3,4 3 3,33
9 M 4 1 4,33
9 M 3,2 0 4,33
9 M 1,4 1,25 4
9 M 2,4 1,75 5
9 M 3,8 0,75 2
9 M 3,4 0 5,66
9 M 3,8 1,75 4,16
9 M 2,4 1 3,5
9 M 5 0 5,5
9 M 3,8 1 4,83
9 M 1 0 5,66
9 M 4,4 2,25 5
9 M 3,2 0,5 5,66
9 M 2,4 0,25 4
9 M 2 1 4
10 F 3,2 1,75 3,83
10 F 3 0,75 4,83
10 F 3,6 0,75 6
10 F 1,6 0,75 4,83
10 F 2,8 0,5 4,16
10 F 2,4 0 4,66
10 F 3,2 0,5 4,83
10 F 2,4 0 4,83
10 F 4 0 5,5
10 F 2,2 0,5 4,66
10 F 5,4 4,5 4,66
10 F 3,8 1,75 4
10 F 2,6 0,25 5,5
10 F 2,8 1,5 4,5
10 F 4,4 4 4,83
10 F 4,8 0,5 5
88
10 F 2 1,5 5,5
10 F 2 0 6
10 F 3,4 1,25 5,33
10 F 4,4 3,5 4,5
10 F 3,6 2,75 4,83
10 F 2,8 1,25 3
10 F 4,4 3,25 4,5
10 F 3,8 2 5,16
10 M 4,8 3,5 4,66
10 M 3,2 0,75 5,5
10 M 2 1,5 5,16
10 M 4,6 1 5,5
10 M 3,2 0 5,33
10 M 3,2 0,5 5,33
10 M 3,6 1,75 4,5
10 M 4,2 1,25 5
10 M 3,8 3 5,5
10 M 3,8 3 4,66
10 M 4,6 2,75 4,16
10 M 2,8 0 5,33
10 M 3 2 4,33
10 M 2,8 0,25 5,33
10 M 4,4 2,75 4,33
10 M 2,8 2,75 2
10 M 4,6 1,75 5,16
10 M 4,2 1,25 3,83
10 M 2,6 0 5,66
10 M 4,2 0,5 4,66
10 M 3,8 0 6
10 M 2,6 0 5,5
10 M 2,2 2 5,5
10 M 1,6 0 6
10 M 3,4 0 5,33
10 M 2,6 1,75 3,33
10 M 4,4 3,25 5
10 M 3,4 0,5 4,83
11 F 5,4 3 5
11 F 5,4 2,25 5,33
11 F 4 2,25 5,16
11 F 4,4 2 4,33
11 F 5 4,25 5
11 F 4 0 5,66
11 F 3,8 2 3,16
11 F 4,2 1 3,33
11 F 4,2 1,75 5,33
11 F 3,6 1,5 4
11 F 4,8 0 4,83
11 F 4,6 2 5,5
11 F 3,2 0 5,83
89
11 F 3 3 2,5
11 F 4,2 1,5 4,33
11 F 4,6 0 4,66
11 F 4,4 1,25 3,83
11 F 5,2 0,75 5
11 F 5,2 1,75 4,5
11 F 4,6 1,75 5,83
11 F 4,6 3,75 2,83
11 F 3,8 0 4,33
11 F 3 1,5 5
11 F 4,4 1,75 4,33
11 F 4,8 1,75 3,66
11 M 2,8 2,5 4,83
11 M 3,4 0 5,16
11 M 4,6 0,5 4,5
11 M 5 0,75 5,33
11 M 3,6 3,75 2,66
11 M 5 2,5 5
11 M 4,8 0,25 5,16
11 M 5 0,5 4,66
11 M 4 1,75 3,83
11 M 5 2,5 2,16
11 M 4,8 3,5 4,83
11 M 3,6 3,75 4,33
11 M 4,2 2,25 3,83
11 M 4,2 2,25 5
11 M 5,2 2,25 5
11 M 4 1 5,33
11 M 4 4,75 3,5
11 M 3,6 1,25 5,5
11 M 4,8 2 5
11 M 4,2 0 4,66
11 M 4,2 4 4,33
11 M 3,8 0,5 5,83
11 M 4,6 3,25 4,83
11 M 2 1,75 4,5
11 M 2,8 1,75 5,33
11 M 1,4 0,25 5,5
11 M 5,6 3,5 3,66
11 M 4,4 0,5 4,33
11 M 4,4 0 2
11 M 3 1,75 6
11 M 0 0 4
11 M 3 1 4,33
11 M 4,8 0,5 5,66
11 M 4,8 4,5 4,83
11 M 3,4 0,5 5,16
12 F 5,8 3,75 4,66
12 F 2,2 0,5 6
90
12 F 4,8 2,25 5,16
12 F 3,6 0,25 5
12 F 3,4 1,25 5,83
12 F 3,8 2 4,5
12 F 3,8 1,5 3,33
12 F 5 1,75 3,16
12 F 4,6 2 4,83
12 F 3,2 0,75 5,16
12 F 3,6 3,25 4,66
12 F 3,8 2,25 4,83
12 F 4,8 4 4
12 F 3 2,25 5
12 F 4,8 4,5 5
12 F 3,2 0 5
12 F 4 2,25 4,33
12 F 5 1,25 5,5
12 F 5 1 5,83
12 F 5 2 4,83
12 M 5 1,5 4,66
12 M 3,4 0,25 4,33
12 M 4,8 2 4,66
12 M 3,6 0,5 5,33
12 M 3,4 1 3,66
12 M 1,4 1 5,5
12 M 5,8 0,75 4
12 M 3,4 0,5 4,33
12 M 3,4 1,5 5,16
12 M 4 2,75 4,33
12 M 4 1,75 4,33
12 M 3,6 3 5
12 M 4,4 2,75 5
12 M 5 1,25 4,83
12 M 3,4 0 5,5
12 M 5 0,25 4,83
12 M 5,4 0 5,16
12 M 4,8 3,75 5,83
12 M 3,4 0,5 5,16
12 M 4 1,25 4,83
12 M 2 0 5,5
12 M 5,6 4,25 3,83
12 M 4,6 0,5 4,83
12 M 5,8 2,5 5,33
12 M 2,8 1 4,33
12 M 3,8 0 5,16
12 M 4,8 3,5 4,33
12 M 4,6 1,75 5,16
12 M 4,4 1,25 5,66
TOTAL DE ALUNOS 703
91
8.2 Anexo B
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Os participantes do presente projeto de pesquisa deverão
assinar o termo de consentimento livre e esclarecido cujo modelo segue
abaixo.
ATENÇÃO, ALUNO - 1) PREENCHA O TERMO ABAIXO EM LETRA DE
FORMA BEM LEGÍVEL; 2) APÓS LER E PREENCHER, DATAR E
ASSINAR; 3) ESTE TERMO DEVE SER DESTACADO DO RESTANTE
DO QUESTIONÁRIO NO ATO DA ENTREGA.
Eu, __________________________________________, aluno(a)
regularmente matriculado(a) na Faculdade de Medicina de Teresópolis –
UNIFESO sob o n° ________________ e cursando o _______ período,
abaixo assino, tomo ciência e concordo com os itens descritos a seguir:
1-
A
utorizo que os dados por mim fornecidos em resposta aos
instrumentos de pesquisa sejam analisados e façam parte do projeto
científico em questão, além do seu uso com fins acadêmicos;
2- Foi assegurada a mim a garantia de privacidade;
3- Todas as informações acerca do projeto de pesquisa foram dadas
pelo coordenador;
4- Responderei as questões formuladas de forma verdadeira e neutra,
respeitando os preceitos éticos e científicos;
5-
A
catarei as orientações do coordenador da pesquisa no que se
refere à elaboração do projeto e ao desenvolvimento de suas etapas;
6- Farei jus, uma vez participando do projeto e respeitando os itens
supracitados, a um certificado emitido pelo Núcleo de Pedagogia
Institucional da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(NUPI/UERJ).
____________________________________________________________
ASSINATURA DO(a) ALUNO(a) PARTICIPANTE DA PESQUISA
TERESÓPOLIS, _____/______/______
92
QUESTIONÁRIO
ESTE QUESTIONÁRIO FAZ PARTE DA PESQUISA E VISA OBTER INFORMAÇÕES SOBRE
A SUA ATIVIDADE E O SEU DIA-A-DIA COMO ESTUDANTE DE MEDICINA. ELE É
COMPOSTO POR DUAS PÁGINAS.
ORIENTAÇÃO: A) RESPONDA TODOS OS ITENS SEM EXCEÇÃO; B) AS
RESPOSTAS DEVEM REFLETIR A VERDADE; C) LEMBRE-SE: SUA
PRIVACIDADE SERÁ PRESERVADA; D) AS INFORMAÇÕES AQUI OBTIDAS TÊM
FINS EXCLUSIVOS DE PESQUISA.
1- IDADE: _____________ ANOS; DATA DE NASCIMENTO: ___/___/___;
2- SEXO: MASCULINO( ) FEMININO( );
3- QUAL O SEU ESTADO E QUAL A SUA CIDADE DE ORIGEM?_____________;
4- ESTADO CIVIL: SOLTEIRO( ) CASADO( ) DIVORCIADO( ) VIÚVO( )
UNIÃO ESTÁVEL( );
5- TEM FILHOS: SIM( ) NÃO( ) SE TEM FILHOS, QUANTOS? ______;
6- PERÍODO QUE ESTÁ CURSANDO: ____________ PERÍODO;
7- NÚMERO DE DISCIPLINAS QUE ESTÁ CURSANDO: ____________;
8- EM QUE ANO INICIOU SEU CURSO DE MEDICINA? ___________;
9- POSSUI OUTRO CURSO SUPERIOR? SIM( ) NÃO( );
10- VOCÊ TRABALHA ATUALMENTE? SIM( ) NÃO( );
11- VOCÊ JÁ TRABALHOU ANTERIORMENTE? SIM( ) NÃO( );
12- VOCÊ RESIDE: COM A FAMÍLIA( ) AMIGO/COLEGA( ) SOZINHO( );
13- O IMÓVEL EM QUE RESIDE É: PRÓPRIO( ) ALUGADO( ) FINANCIADO( );
14- VOCÊ É BOLSITA OU TEM FINANCIAMENTO? SIM( ) NÃO( ) SE É BOLSISTA
OU TEM FINANCIAMENTO, DE QUANTOS %___;
15- QUEM CUSTEIA SEUS ESTUDOS: FAMÍLIA( ) VOCÊ MESMO( )
FINACIAMENTO/BOLSA( ) [neste item, aceita-se mais de uma resposta];
16- EM REAIS, QUAL O GASTO MENSAL APROXIMADO, INCLUINDO MENSALIDADE
DA FACULDADE, ALUGUEL, CONDOMÍNIO, MATERIAL DIDÁTICO, ALIMENTAÇÃO,
VESTUÁRIO, TRANSPORTE ETC: R$________;
17- VOCÊ ESTÁ SATISFEITO COM O CURSO: SIM( ) NÃO( );
18- VOCÊ JÁ PENSOU EM DESISTIR DO CURSO? SIM( ) NÃO( );
19- QUANTAS HORAS VOCÊ DEDICA POR SEMANA AOS SEUS ESTUDOS, TANTO
DENTRO QUANTO FORA DA FACULDADE OU HOSPITAL:___HORAS;
20- QUANTAS HORAS POR SEMANA VOCÊ DEDICA AO SEU LAZER: ___HORAS;
93
ATENÇÃO: OS ITENS, A SEGUIR, DIZEM RESPEITO A COMPORTAMENTOS,
CRENÇAS E SENTIMENTOS ACERCA DA SUA EXPERIÊNCIA COMO ALUNO DE
MEDICINA. PARA RESPONDÊ-LOS UTILIZE A ESCALA ABAIXO QUE VAI DE 0 (SE
NUNCA TEVE ESSE SENTIMENTO) A 6 (SE TEM ESSE SENTIMENTO TODOS OS
DIAS).
0
NUNCA
1
UMA
V
EZ AO
ANO OU
MENOS
2
UMA
V
EZ AO
MÊS OU
MENOS
3
ALGUMAS
VEZES
A
O
MÊS
4
UMA VEZ
POR
SEMANA
5
ALGUMAS
VEZES
POR
SEMANA
6
TODOS
OS
DIAS
1.__________ Sinto-me emocionalmente esgotado pelos meus estudos;
2.__________ Eu questiono o sentido e a importância de meus estudos;
3.__________ Tenho aprendido muitas coisas interessantes no decorrer dos meus
estudos;
4.__________ Sinto-me esgotado no fim de um dia em que tenho aula;
5.__________ Durante as aulas, sinto-me confiante: realizo as tarefas de forma
eficaz;
6.__________ Sinto-me cansado quando me levanto para enfrentar outro dia de
aula;
7.__________ Sinto-me estimulado quando concluo com êxito a minha meta de
estudos;
8.__________ Estudar e freqüentar as aulas são, para mim, um grande esforço;
9.__________ Tenho tornado-me menos interessado nos estudos desde que entrei
nesta universidade;
10.__________ Tenho tornado-me menos interessado nos meus estudos;
11.__________ Considero-me um bom estudante;
12.__________ Sinto-me consumido pelos meus estudos;
13.__________ Posso resolver os problemas que surgem nos meus estudos;
14.__________ Tenho estado mais descrente do meu potencial e da utilidade dos
meus estudos;
15.__________ Acredito que eu se
j
a eficaz na contribui
ç
ão das aulas que
freqüento.
94
8.3 Anexo C
Dear collegue,
The MBI-SS has been used in a couple of studies (e.g. # 185, to be
Downloaded from my website -- address below; and in the enclosed study).
So far, no test-manual is available and no categorization exists; except
that you can divide your sample in percentile groups (5th, 25th, 75th and
95th for very low, low, high and very high). However, in the attached
article you may find mean scores of Dutch and Spanish students that might be
(cautiously) used as reference scores.
The scoring key of the subscales is shown in the article as well.
With kind regards,
Wilmar Schaufeli
______________________________________________
Wilmar B. Schaufeli, PhD
Social and Organizational Psychology
P.O.Box 80.140, 3508 TC Utrecht, the Netherlands
tel.: (31)30-2539093 - fax: (31)30-2537482
http://www.schaufeli.com
______________________________________________
-----Oorspronkelijk bericht-----
Van: medgrupo [mailto:me[email protected]]
Verzonden: dinsdag 27 maart 2007 1:45
Aan: Schaufeli, W.B. (Wilmar)
Onderwerp: BURNOUT RESEARCH - URGENT
TO
MR.
SCHAUFELI,
FIRST OF ALL, LET ME INTRODUCE MYSELF. I AM MARCOS DÓREA, A BRAZILIAN
PHYSICIAN, UNIVERSITARY TEACHER AND POS-GRADUATED BY RIO DE JANEIRO STATE
UNIVERSITY ( UERJ ).
I DEVELOP A RESEARCH ABOUT BURNOUT IN MEDICAL STUDENTS AND INTEND TO USE THE
MBI-SS.
AS YOU ARE THE MAIN AUTHOR OF THIS INVENTORY, I NEED YOUR HELP!
I HAVE DIFFICULTY TO FIND SOME IMPORTANT ASPECTS OF MBI-SS:
1°) HANDBOOKS OF APPLICATION;
2°) THE SCORING KEY AND SUBSCALES;
3°) THE ORDER OF THE SENTENCES;
4°) THE CATEGORIZATION (HIGH, MODERATE, LOW)
IT IS NECESSARY TO TELL THAT MY STUDY HAS ONLY ACADEMICAL OBJECTIVES AND
DOES NOT ENVOLVE MONETARY PROFIT. THE RESULTS WILL BE APPLIED IN PREVENTION
OF BURNOUT IN MEDICAL STUDENTS.
THANK YOU VERY MUCH.
I WAIT YOUR CONTACT THROUGH THE E-MAIL medgrupo@ibest.com.br
BRAZIL, 26/03/2007.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo