Download PDF
ads:
ROGÉRIO RIBEIRO ROBES
AVALIAÇÃO
DO
CETO
ROLACO DE TROMETAMINA E PARECOXIB PARA
ANALGESIA PREEMPTIVA
EM GATAS
Dissertação apresentada como
requisito
parcial à obtenção do grau de
Mestre em Ciências Veterinárias, Curso
de Pós-Graduação em Ciências
Veterinárias, Setor de Ciências
Agrárias, Universidade Federal do
Paraná.
Orientador: Prof. Dr. Antônio Felipe P.
de F. Wouk
CURITIBA
2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
ii
AGRADECIMENTOS
Ao Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná pelo apoio durante o
desenvolvimento do projeto.
Aos funcionários do HV;
Áurea,
Luiza, Simone, Anazir, Fernando, Cida, Vanderlina,
Maristela pela atenção e por terem sido solidários com a realização desta pesquisa.
As secretárias do curso de Pós-Graduação, Maria José e Natália, pelo carinho e
presteza a mim concedido.
Aos amigos e médicos anestesistas Ayrton de Andrade Junior e Matheus Saravaglio,
pelas importantes informações e esclarecimentos sobre a metodologia nesta pesquisa.
Aos colegas veterinários, colaboradores, que tiveram papel fundamental na ex
ecução
da parte prática, Jessé Tr
up
hel, Rosana Damasco,
Felipe
Vito, os quais contribuíram
com seu trabalho com muita competência nos procedimentos cirúrgicos e avaliações
analgésicas.
A
Profª.
Rosana Nogueira de Morais, do departamento de fisiologia, pela dedicação
na determinação das concentrações de cortisol, que permitiram a conclusão deste
trabalho.
As minhas amigas e colegas Graziela Muller, Giovana Tuleski, Mariana Ricciardi
,
Talita Treml, Andréia Meirreles,
pela ajuda na execução da dissertação.
Ao meu amigo e colega
Prof.
Biondo, que me auxiliou no planejamento do projeto,
especialmente na parte de bem estar animal.
Ao
Professor
Fabiano Montiani, amigo e colega veterinário, pela contribuição com
meu
trabal
ho,
por sua competência, descontração e atenção concedida sempre que foi
solicitado
.
A prfª Tilde Froes, pelo cuidado e dedicação nas correções da dissertação, que muito
contribui para este trabalho final. O meu sincero, muito obrigado!
A Porfª Suely Rodaski, pela atenção concedida sempre que foi
solicitada,
pela
confiança e amizade incondicional durante minha vida profissional.
Aos meus queridos mestres e orientadores,
Drª.
Itaíra Susko e
Dr.
Felipe Wouk, que
me proporcionaram a felicidade, me direcionando a realização de um grande sonho
com esta oportunidade, e que com muita proficiência souberam conduzir-me na
ads:
iii
resolução dos percalços e apóia-me durante este trabalho. Agradeço-lhes todas as
oportunidades, mas acima de tudo, pela forma inteligente de conduzir a orientação da
tese, aliada a exigência técnica e profissional, a confiança em mim depositada foi o
mais importante e o que, de fato, deu-me força e coragem para enfrentaras
adversidades e jamais desistir...
Á minha família, que me apoiou incondicionalmente, o que foi fundamental para o
meu equilíbrio emocional, especialmente por estarem sempre comigo.
A proprietária
Srª.
Lucia Helena pela permissão do uso de suas gatas e compreensão
da importância da pesquisa.
Ás gatas que participaram desta pesquisa e que fizeram parte da rotina do HV por um
longo período, que os novos lares que encontrei para vocês estejam repletos de
carinho e eterna gratidão.
A todos que, minimamente, tenham contribuído direta ou indiretamente para a
realização e divulgação desta p
esquisa, o mais sincero agradecimento.
iv
"Há homens que lutam um dia e são bons.
outros que lutam um ano e são
melhores.
os que lutam
muitos
anos e são muito
bons.
Porém, os que lutam toda a vida.
E
sses são os imprescindíveis."
Bertolt Brecht
v
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS....................................................................
............................vii
LISTA DE GRÁFICOS....................
.............................................
............................viii
LISTA DE TABELAS....................................................................
.............................ix
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS...........
...........
.................
..
.x
RESUMO.......................................................................................................................1
ABSTRACT...................................................................................................
.......
.
.......2
1 INTRODUÇÃO..........................................................................
...............................3
2 REVISÃO DA LITERATURA............................................................................
....8
2.1
MECANISMOS
FISIOLOGICOS DA DOR
............................
..........................8
2.2
EVENTOS ADVERSOS SECUNDÁRIOS Á DOR
.................
........................10
2.3
AVALIAÇÃO DA DOR
...........................................
.......................
.....................13
2.3.1
Indicadores Objetivos: parâmetros da dor...
..........................
....................13
2.3.2 Indicadores Subjetivos da dor: sinais comportamenta
is............................14
2.4
ANALGESIA...................................................
....................
..............................15
2.4.1 Técnicas de analgesia..................................................
..............................15
2.5
ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO
-
ESTEROIDAIS...............
..............................16
2.5.1
Ce
to
rolaco de trometamina.....
.
................................................
.................1
8
2.5.2
Parecoxib...................................
.
................................
.....................
.
.........20
2.5.3 Flunixin meglumine..................
...................................
..............................2
3
3 MATERIAL E MÉTODOS.......................................................
.............................
.
24
3.1
ESTUDO PILOTO...............................................................
....
.........................
.
24
3.2
ANIMAIS.............................................................................
............................
.
.24
3
.3
Tratamentos
dos grupos........
..........
......
..........
...................................
......
..
........
25
3.4
Anestesia
.
.............................................................
........
.............................
.
.......
28
3.5
AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS
FISIOLÓGICOS
...
........
............................
.
..30
3.5.1
Mensurações basa
is e durante o período da pré
-
anestesia
...........
..
......
.....
.
32
3.5.2
Mensurações no período de trans
operatório
...............
..........................
.
....32
3.5.3
Mensuração de cort
isol sérico……………………………………...……32
vi
3.5.4
Mensuração da
Glicose
..............
...
....
.............
.............
.
............................
.
.33
3.6
AVALIAÇÃO DA BIOQUÍMICA SÉRICA E HEMATOLÓGICA.
.............................
.
.33
3.7AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS COMPORTAMENTAIS E
ANALGÉSIOS...........................
...........................................................................
.......
.
33
3.8
AVALIAÇÃO DA SEDAÇÃO..........................................................
............
.
..35
3.9
AVALIAÇÃO DA DOR E DESCONFORTO.....................
...............
............
..
36
3.10
AVALIAÇÃO ESTATÍSTICA.........................................................................
.
37
4 RESULTADOS...........................................................................
...........................
.
..38
4.1
PARÂMETROS F
ISIOLÓGICOS..........................
.............
...........................
..
.40
4.1.1
Temperatura corporal (TC).......................................
.
..............................40
4.1.2 Freqüência Respiratória (FR)....................................
..............................
..
41
4.1.3 Saturação de hemoglobina (SpO²)..............................
.
..............................42
4.1.4 Freqüência cardíaca (FC).........................................................................
..
43
4.1.5 Pressã
o arterial sistólica (PAS)..............................................................
.
..
.
44
4.2 AVALIAÇÃO HORMONAL.....
............................................
................................4
5
4.2.1 Cortisol.........................................
............................................................
.
45
4.2.2 Glicose.....................................................................................................
.
.46
4.3
PARÂMETROS COMPORTAMENTAIS...............................................
............
.
..4
7
4.3.1 Qualidade de analgesia................................................
..............................47
4.3.2 Qualidade de sedação..................................................
..............................48
4.3.3 Qualidade de m
anipulação......................................................................
.
..
49
4.3.4 Qualidade de padrão respiratório...........................................................
.
...50
4.3.5 Qualidade da agitação.......................................
...................................
..
....51
4.3.6 Qualidade da vocalização...................................................................
.......52
5 DISCUSSÃO...............................................................................
...............
...............54
6 CONCLUSÕES..........................................................................
..............................64
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................
..............................65
ANEXOS..............
..........................................................................
.........
.....................75
vii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1
ALOJAMENTO DOS ANIMAIS
....................................................
25
FIGURA 2
FÁRMACO PARECOXIB (BEXTRA
IV
)
.......................................
26
FIGURA
3
FÁRMACO CETOROLACO DE TROMETAMINA (TORADOL
IV
)
......................................................................................................
27
FIGURA
4
FÁRMACO FLUNIXIN
MEGLUMINE (BANAMINE
IV
)
................
27
FIGURA
5
PACIENTE LOGO DEPOIS DA INDUÇÃO ANESTÉSICA.........
29
FIGURA
6
COLOCAÇÃO DOPLLER ULTRA-SÔNICO, ATRAVÉS DO
POSICIONAMENTO DO SENSOR SOBRE A ARTÉRIA
METACARPIANA.
........................................................
......
.................................................
31
viii
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1
TEMPERATURAS RETAIS (GRAUS CELSIUS) DAS
GATAS NO PERÍODO TRANS
OPERATÓRIO
......................
41
GRÁFICO
2
FREQÜÊNCIAS RESPIRATÓRIAS
(MOVIMENT
OS/MINUTOS) DAS GATAS NO PERÍODO
TRANS E PÓS
-
OPERATÓRIO .................................................
42
GRÁFICO
3 SATURAÇÃO DE OXIGÊNIO DA HEMOGLOBINA (SPO²)
DAS GATAS NO PERÍODO TRANS OPERATÓRIO
.............
43
GRÁFICO
4
FREQÜÊ
NCIAS CARDÍACAS (
BATIMENTOS/MINUTOS)
DAS GATAS NOS PERÍODOS TRANS E PÓS-
OPERATÓRIOS
.........................................................................
44
GRÁFICO
5 PRESSÕES SANGUINEAS ARTERIAIS INDIRETAS
(MMHG)
DAS GATAS NO PERÍODO TRANS
OPERATÓRIO
..............
.............................................................
45
GRÁFICO
6 DETERMINAÇÃO DE CORTISOL SANGUÍNEO DAS
GATAS NO PERÍODO PÓS
-
OPERATÓRIO
...........................
46
GRÁFICO
7
DETERMINAÇÃO
DE
GLICOSE SANGUÍNEA DAS GATAS
NO PERÍODO PÓS-
OPERA
TÓRIO
.........................................
.............................................................
47
GRÁFICO
8 AVALIAÇÃO COMPARATIVA DA QUALIDADE
DE
ANALGESIA DO PARACOXIB, CETO
ROLACO
E
FLUNIXIN
...............
....................................................................
48
GRÁFICO
9 AVALIAÇÃO COMPARATIVA DA QUALIDADE
DE
SEDAÇÃO DO PARACOXIB, CETO
ROLACO
E
FLUNIXIN
...................
................................................................
49
GRÁFICO 1
0 AVALIAÇÃO COMPARATIVA DA QUALIDADE DE
MANIPULAÇÃO DO PARACOXIB, CETO
ROLACO
E
FLUNIXIN.........
..........................................................................
50
GRÁFICO 1
1 AVALIAÇÃO COMPARATIVA DA QUALIDADE DO
PADRÃO RESPIRATÓRIO DO PARACOXIB,
CETO
ROLACO
E
FLUN
IXIN............
.........................................................................
51
GRÁFICO 1
2 AVALIAÇÃO COMPARATIVA DA QUALIDADE DE
AGITAÇÃO DO PARACOXIB, CETO
ROLACO
E
FLUNIXIN
................
.....................................................................
52
GRÁFICO 1
3
VOCALIZAÇÃO DO PARACOXIB, CETO
ROLACO
E
FLUNIXIN.............................................................................
........
53
ix
LISTA DE TABELA
E QUADROS
TABELA 1
MEDICAÇÃO PRÉ
-
ANES
TÉSICA: PAINEL DE FÁRMACOS
D
OSE E
VIA DE
ADMINISTRAÇÃO................................................................................28
TABELA 2
ÍNDICES E DESVIOS PADRÕES DAS VARIÁVEIS AFERIDAS
DURANTE
OS
PERÍODOS TRANSOP
ERATÓRIOS NAS GATASTRATADAS
COM
CETOROLACO, PARECOXIB
E
FLUNIXIM
...............................................
..........................................................
...
.40
QUADRO1
AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS
FISIOLÓGICOS
....................................
.................................................................31
QUADRO
2
AVALIAÇÃO DA
ANALGE
SI
A....
...
...............................................................
....
34
QUADRO
3
AVALIAÇÃO DA SEDAÇÃO
.............................................
....................
...
35
QUADRO
4
AVALIAÇÃO DA DOR E
DESCONFORTO
...
......................................
...
36
x
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS.
ACTH
-
Hormônio adrenocorticotrófico
ADH
-
Hormônio antidiurético
AINEs
-
Antiinflamatório
s
não esteroidais
ALT
-
Alanina transferase
ASA
-
Sociedade Americana de Anestesiologia
°C
-
Graus
Celsius
CMÁX
Concentração máxima
COBEA -
Colégio Brasileiro de Experimentação Animal
COX
-
Cicloxigenase
CT
-
Ceter
olaco de trometamina
ELISA
-
Ensaio imuno enzimático ligado a enzima
et al.
-
e outros
FC
-
Freqüência cardíaca
FR
-
freqüência respiratória
g
-
Gramas
H²O
-
Água
IM
-
Intramuscular
IV
-
Intrav
enoso
M
-
Momento
min.
-
Minuto
mg
-
Miligrama
mg.kg
-1
-
Miligrama por quilograma
ml.kg
-
1
-
Mililitro por quilograma
mmHg
-
Milímetros de mercúrio
mm
-
Milímetro
m
l
-
micro litro
NaCl
- C
loreto de potássio
MPA
-
Medicação
pré
-
anestésica
NMDA
- N-
metil
-D-
aspartato
Nmol
-
nanômetro de litro
OSH
-
Ovariossalpingo
-
histerectomia
PAS
-
Pressão arterial sistólica
PG
-
Prostaglandina
PGL
-
Prosta
ciclina
Px
-
Parecoxib
SNC
-
Sistema nervoso central
SpO²
-
Saturação de pulso
de oxigênio
T
-
Temperatura
UFPR
-
Universidade Federal do Paraná
%
-
Por cento
1
RESUMO
No presente estudo foi investigada a resposta aos estímulos dolorosos no
gato
provocados pela ovariossalpingohisterectomia (OSH) e submetidos a analgesia
preventiva comparando os fármacos parecoxib , cetorolaco de trometamina e o
flunixin meglumine Foram avaliados os parâmetros fisiológicos como: pressão
arterial, saturação periférica da hemoglobina, temperatura, freqüência respiratória e
cardíaca, resposta neuroendócrina por meio da mensuração do cortisol e glicemia
séricos, e respostas comportamentais como: grau de sedação, ag
itação,
vocalização, analgesia e padrão respiratório. Para tanto, foram utilizadas 24 gatas,
hígidas, submetidas de forma eletiva á OSH, distribuídas de forma randômica em 3
grupos, grupo 1 (PX, n=10) foi tratada com 0,2 mg/kg de parecoxib intravenoso o
grupo
2
(CT, n=10) recebeu 0,3 mg/kg de cetorolaco de trometamina intravenoso o
grupo 3 (FM n=4) recebeu 0,5 mg/kg de flunixin meglumine intravenoso A
administração destas substâncias foi sempre manipulada pelo mesmo pesquisador e
deu
-se no momento da medicação pré-
anestésica
com a injeção de cloridrato de
acepromazina, na dose de 0,1 mg/kg, por via intramuscula
r. Após 20 minutos deu
-
se
indução anestésica, esta foi obtida com, p
ropofol
na dose de 8 mg/kg, por via
intravenosa e manutenção anestésica com o gás inalatório sevoflurano e oxigênio a
100%. A análise do cortisol sérico foi feita pelo método de Elisa e a glicemia por
espectrofotometria e estes dados foram colhidos de cada animal em 2, 6 e 24 horas
pós
-operatório. Os resultados foram analisados pelo teste ANOVA a 5% de
significância. Não houve diferença significativa entre os grupos em relação aos
parâmetros fisiológicos, comportamentais. Nos parâmetros neuroendócrinos
observou se diferença estatística da média entre os grupos, mensuração do cortisol
depois de 6 e 24 horas de pós-operatório: às 6 horas (PX= 44, 12,4 nmol/L; CT =
17,44
nmol/L; FM=77,40 nmol/L); ás 24 horas (PX=18,4 nmol/L; CT=28,4 nmol/L;
FM= 50,09 nmol/l). Nas mensurações das glicemias demonstrou
se
d
iferença
estatística
entre
nas médias dos g
rupos
estudados em 24 horas de pós-
operatório
(PX= 93 mg/dl; CT= 89 mg/dl; FM=135 mg/dl) Na analise comportamental de dor
após 24 horas, houve uma melhor analgesia nos grupos do cetorolaco e parecoxib,
enquanto que no grupo do flunixin, os animais apresentaram menor analgesia
durante a palpação abdominal, vocalização, agitação e sedação. Pelos resultados
obtidos, pôde-se concluir que os fármacos cetorolaco de trometamina e parecoxib
estudados produziram analgesia adequada, nos animais
tratados
, com melhores
efeitos quando comparado com o flunixin meglumine, demonstrando efeito
preemptivo, com modulação da resposta neuroendócrina á dor e mínimos efeitos
adversos no período pós
-
operatório.
Palavras chave: analgésico, antiinflamatório não esteróide, cortisol.
2
ABSTRACT
The present study was conducted to investigate pain stimulus response in
cats with preventive analgesic with parecoxib, keterolac tromethamine and flunixin
meglumine
followed by ovariosalpingohysterectomy (OSH). Physiologic parameters
(res
piratory and cardiac rates, arterial pressure, temperature, and saturation);
neuroendocrine response (serum cortisol and glucose) and compartmental
responses such: sedation level, vocalization, breathing pattern, hyperactivity and
analgesic. Were evaluated twenty-four female cats were randomly divided into three
groups and submitted to elective OSH. The group 1 (PX= 10) received 0.2 mg/kg of
parecoxib
intravenously; the group 2 (CT
=10)
received 0.3 mg/kg of ketorolac
tromethamine
intravenously; group 3 (FM =4) received 0,5 mg/kg flunixin meglumine
intravenously.
The drugs were given 20 minutes prior to the anesthesic induction, at
the pre
-anesthesic moment, followed by intramuscular administration of chloridrate of
ac
epromazine at dose of 0.1 mg/kg, always by the researcher. Induction was
obtained by intravenous propofol at d
ose of 8 mg/kg and
maintenance with inhalatory
sevoflurane and 100 % oxygen. Blood samples were obtained from each animal at 2,
6 and 24 hours post-surgery, and serum cortisol and glycemia were measured by
Elisa and spectrophotometry methods, respectively. The results were analyzed by
ANOVA test at 0.05 of significance. Phys
iologic parameters
were within normal range
in all moments, and there were no significant differences between g
roups.
Neuroendocrine parameters shaved statisticians deference cortizol betweer groups
after 6 and 24 hours post operative: 6 hours (PX=44.12 nmol/L; CT=17.44 nmol/L
;
FM= 77, 40 nmol/L), 24 hours (PX=18,4 nmol/L; CT=28,4 nmol/L; FM= 50,09
nmol/L).
The glucose evaluation showe statistics difference between group awarages
betweer, 24 hours post operative (PX= 93 mg/dl; CT=89 mg/dl; FM= 135 mg/dl). The
statistics
difference was observed between groups at Comport mental analysis for
pain response after 24 hours showed better analgesic in groups and 2 while the
animals from group 3 shaved more pain during palpation abdominal, vocalization,
sedation and hyperactivity. In conclusion, the use of IV ketorolac tromethamine and
parecoxib produced good analgesic action and greater analgesiy if compared with
flunixin meglumine; showing great preemptive effect with minimal adverse effects
and neuroendocrine modulation during the post operatory period.
Key words: analgesic, nonsteroidal antiinflammatory drug, cortisol
3
1 INTRODUÇÃO
A dor pode ser definida como uma experiência sensorial e emocional
desagradável
(KITCHELL, 1987), ou ainda como uma modalidade sensorial que
sinaliza a existência de estímulos destrutivos do corpo que desencadeia reflexos
visando o limiar da ampliação da lesão (SCHWARTZMAN; MALEKI, 1999;
CAMBRIDGE
et al., 2000). Esta experiência sensorial de aversão, causada por uma
lesão real ou potencial que provoca reações motoras e vegetativas de proteção,
pode ocasionar uma aprendizagem de esquiva, podendo modificar o comportamento
específico da espécie, incluindo a conduta social (
KITCHELL
, 1987).
O controle da dor é essencial na recuperação do paciente cirúrgico. Este
controle é fundamental na busca da excelência da analgesia pós-operatória nos
ani
mais, porque embora a dor pré e pós-operatória possam ser tratáveis, somente a
última pode ser prevenida (LASCELLES; WATERMAN 1997; SHAFFORD et al
.,
2001). A dor pós-operatória contribui com complicações neste período, tais como o
atraso na cicatrização de feridas e retardo no retorno às atividades normais,
podendo estimular o desenvolvimento de alterações fisiológicas no sistema nervoso
central, evoluindo para a dor crônica (
SNILGSBY;
WATERMAN
-
PEARSON
, 1998;
MATSUDA et al., 1999; DIONE, 2001). A dor pós-operatória resulta ainda em
desconforto e sofrimento para o homem e para os animais (DRUMOND, 2000).
Outra conseqüência desta dor é a resposta neuroendócrina secundária, que pode
ser útil e vital no gerenciamento de ações como o de estresse. No entanto, qu
ando
se torna excessivo este estímulo doloroso pode causar morbidade, culminando,
entre outros fatos, com a elevação das concentrações de hormônio
adrenocorticotrófico (ACTH), cortisol, hormônio antidiurético (ADH), catecolaminas,
aldosterona, renina, angi
otensina II e glicose, além da diminuição das concentrações
de insulina e testosterona (HANSEN; 1994).
4
Na dependência do grau de intensidade, do período de tempo e estímulo
doloroso, estas mudanças hormonais podem resultar num estado catabólico grave
(GA
YNOR, 1999).
O acompanhamento da dor pós-operatória influencia nos cuidado com o
paciente e no resultado cirúrgico. evidências de que a dor aguda não aliviada
produza efeitos fisiológicos que podem proporcionar riscos para a vida, podendo
provocar perturbações cardiovasculares e respiratórias no pós-operatório. Além
disso, a dor aguda parece estar envolvida na síndrome neuroendócrina
caracterizada por aumentos plasmáticos das taxas de diversos hormônios
(HANSEN, 1994). A importância do controle da dor pós-operatória se comprova no
fato de que os pacientes submetidos a cirurgias que são tratados com analgésicos
retornam as funções normais mais cedo que os não tratados (CARROL, 1996).
A analgesia preventiva constitui uma tentativa de abolir ou atenuar a dor
pós
-operatória e de evitar ou limitar sua fase subaguda ou mesmo crônica, mediante
o impedimento ou a redução das alterações associadas à sensibilização periférica e
central (KISSIN, 2000; SHAFFORD et al., 2001). Para tanto, emprega-se um grupo
de fármacos, isolado ou combinado, tais como os opioídes, os antiinfamatórios não-
esteroidais (AINEs), os anestésicos locais, os alfa-2 agonistas e a cetamina
(DRUMOND, 2000). Alguns destes fármacos também têm sido empregados para
controlar a dor pós-operatória, como os opióides agonistas e agonistas parciais,
antiinflamatórios não esteroidais (AINEs) e anestésicos locais (PIBAROT, 1997).
Atualmente os antiinflamatórios não esteroidais (AINEs), analgésicos opioídes e
anestésicos locais são utilizados para o controle da dor aguda promovida nos
procedimentos cirúrgicos em animais (PIBAROT, et al., 1997; MATSUDA et al.
,
1999; MATHEWS et al., 2001). A dor aguda pode resultar de um processo
traumático, cirúrgico ou infeccioso, a qual tem início rápido e normalmente é de cu
rta
duração, sendo facilmente aliviada através de analgésicos (THURMON
et al
., 1996).
5
Assim, os AINEs, que atuam no local da lesão, diminuindo a inflamação,
são os mais indicados nos processos que cursam com quadros inflamatórios e
edema (SINATRA, 1992). Com relação aos efeitos colaterais dos AINH são
provenientes de sua atividade sobre ambas as isoformas de ciclo
-
oxigenase, a COX
-
1, reportada como constitutiva, exerce o papel exclusivamente na homeostase,
tendo expressão fisiológica na mucosa gástrica, túbulos renais, plaquetas, endotélio
vascular e musculatura lisa. a COX-2 são a isoforma induzida exercendo função
sobre a dor, febre e processo inflamatório (VASSEUR
et al
., 1995).
Para que as complicações relacionadas com a dor aguda sejam evitadas,
re
comenda-se a administração de analgésicos a todos os animais submetidos a
procedimentos cirúrgicos (LASCELLES, 1994; MATSUDA
et al
., 1999).
A ovariossalpingohisterectomia (OSH) é um exemplo de dor aguda
causada por procedimento cirúrgico rotineiro na clínica de felinos que produz um
nível moderado de dor (WERNER; TABOADA, 1994; HELLYER, 1999). Assim
sendo, faz-se necessária uma analgesia pré-operatória, objetivando minimizar a dor
na etapa da ativação de nociceptores que respondam ás trações das viscerais
(
SLINGSBY;
WATERMAN-PEARSON, 2000), prática que ainda não está totalmente
difundida entre os médicos veterinários (GAYNOR, 1999). Este uso ainda restrito
pode ser observado em veterinários australianos e canadenses, que usaram algum
tipo de analgésico, em apenas 5% e 17% das gatas submetidas a OSH
respectivamente. (WATSON
et al
., 1996; DOHOO;
DOHOO, 1996).
Quanto às classes de analgésicos a serem empregados podem-se citar os
analgésicos antiinflamatórios não-esteroidais (THURMON, 1996). Muitos estudos
recent
es têm demonstrado que o emprego de determinados antiinflamatório não
esteroidais (AINEs) tornam-se efetivos para o tratamento da dor pós-operatória em
cães e gatos (FONDA, 1996; PIBAROT, 1997). A estratégia terapêutica para o
tratamento de dor deve ser estabelecida com antecedência, levando em conta quais
os agentes a serem escolhidos, de acordo com o tipo de intervenção cirúrgica a ser
6
realizada e grau de dor à qual o animal será exposto (HELLYER, 1999).
Na terapêutica analgésica recentemente dos AINEs r
essalta
-se o
cetorolaco de trometamina e o parecoxib. O cetorolaco de trometamina é indicado
para o controle a curto-prazo de quadros de dor moderada a severa, incluindo os
quadros de dor após grandes cirurgias abdominais, tais como a
ovariossalpingohister
ectomia, cirurgias ortopédicas e procedimentos cirúrgicos
obstétricos (SHI, 2000). O parecoxib é um antiinflamatório quando utilizado antes de
procedimentos cirúrgicos, retarda o desenvolvimento da dor pós-
operatória
(DANIELS, 2001; DESJARDINS, 2002), com atividade analgésica e antiinflamatória
potente em modelos animais (TAILLEY, 2000). O flunixin meglumine é um AINEs
que atua primariamente na inibição das enzimas cicloxigenase-1 e cicloxigenase-
2,
e se destaca pelo alto poder analgésico que apresenta (MATHEWS, 2000). Nos
EUA e Europa, existem diversas linhas de pesquisas que recomendam o seu
emprego para dor aguda moderada durante o período de pós-operatório imediato
(TAYLOR
et al, 1994; FONDA, 1996; MATHEWS, 2000). Nos gatos, o flunixin
meglumine é bem to
lerado e facilmente excretado (TAYLOR
et al
., 1994).
Apesar dos antiinflamatórios serem fundamentais para analgesia, os
médicos veterinários em geral relutam em instituir numa terapia analgésica
adequada. Muitos ainda acreditam que ao administrar analgésicas a seus pacientes,
no período s-operatório, estes irão se movimentar excessivamente e danificar a
área operada. Sabe-se, porém, que se a técnica cirúrgica for adequada, assim como
as cuidados pós-operatórios, isso não ocorrerá (TEIXEIRA, 1994). A analg
esia
profilática não elimina a necessidade de manter a analgesia no período pós-
operatório, e sim diminui a freqüência e doses das medicações analgésicas (KISSIN,
2000).
Visto que não existe uma forma única que mensure acuradamente o grau
de dor sentido pelo paciente, o estudo indireto dos fatores envolvidos na dor é
essencial na avaliação do processo doloroso, a dificuldade de avaliar a dor e a
7
inexistência de um parâmetro único de avaliação não pode ser justificativa para que
não se proceda a sua mensuração e conseqüente controle e tratamento adequados.
Métodos indiretos de avaliação de dor, tais como escala analógica de parâmetros
fisiológicos e mensuração endócrina, podem ser utilizados.
Não no momento na literatura consultada estudo veterinário em g
atos
domésticos comparando os efeitos dos AINEs, cetorolaco de trometamina e
parecoxib, sejam comparações em estudos clínicos ou modelos cirúrgicos. O
presente estudo visa comparar os efeitos de fármacos antiinflamatórios não
esteroidais no controle da dor pós-operatória, nos quais propõem se analisar a
eficácia analgésica, aplicada preemptivamente, utilizando a
ovariossalpingo
histerectomia como modelo cirúrgico de dor aguda. Para testar a
hipótese acima, serão avaliadas as respostas fisiológicas, neuroendócrinas e
comportamentais à dor após administração do flunixin meglumine, cetorolaco de
trometamina e parecoxib, no período de pré
-
operatório.
8
2
REVISÃO DA LITERATURA
2.1
MECANISMOS FISIOLOGICOS DA DOR
Dor acompanha eventos traumáticos e evoca respostas fisiológicas,
emocionais e comportamentais (PIMENTA, 1997). No Caso dos animais, a dor
ocupa um lugar especial; existe uma grande variedade de estímulos que podem
gerá
-la e sua percepção depende de fatores subjetivos, que provoca ações moto
ras
tendentes á proteção, leva ao aprendizado de condutas para evitá-la e pode
modificar o comportamento específico da espécie, incluindo a conduta social (LÊ
BARS, 1998).
A dor desencadeia a ativação de receptores específicos e respostas neurais
em conseqüência a estímulos nociceptivos potencialmente capazes de causar
lesões teciduais. Trata-se de uma experiência subjetiva acompanhada de alterações
emocionais como medo, ansiedade e até mesmo pânico (THURMON et al., 1996). A
dor é classificada em aguda e crônica e também a dor do câncer (JOHNSON, 19
91;
LEMONICA;
PEREIRA, 1992; THURMON
et al
., 1996).
A dor aguda é geralmente aliviada pelo uso de analgésicos e pela cicatrização
tecidual, podendo ser posteriormente classificada em somática ou visceral (CRANE,
1987; JOHNSON, 1991; THURMON et al., 1996). A dor aguda somática origina-
se
de estruturas superficiais, tais como pele ou tecido celular subcutâneo, ou de
estruturas no interior da parede muscular (CRANE, 1987; JOHNSON, 1991). A dor
visceral origina-se das vísceras abdominais e torácicas, sendo associada a princípio
a irritação da serosa (WERNER; TABOADA, 1994). Nos animais hígidos, os
nociceptores viscerais respondem à tração e a distensão de vísceras (SAWYER
et
al.,
1993). A dor aguda pode ser ocasionada por numerosos estímulos, a forte
intensidade; o que é verdadeiro para queimadura, uma picada de agulha,
pinçamento, mas também a aplicação de certos algógenos (KICHELL, 1987;
BARS
;
WILLER, 1993).
9
A dor aguda é observada quando um estímulo resulta em
injúria no organismo
independentemente se é traumático, cirúrgico ou infeccioso (THURMON
et al
., 1996;
ACVA, 1998; LASCELLES, 1999).
A transmissão da dor envolve tanto o sistema nervoso central como sistema
nervoso periférico como também vários moduladores químicos como acetilcolina,
bradicinina, serotonina, prostaglandina, histamina e opióides endógenos (URBAN;
GERHART, 1999; LIVINGSTON, 2000; MATHEWS, 2000; PAPICH, 2000).
O termo nocicepção é usado para descrever a resposta normal a estímulos
lesivos ou potencialmente lesivos ao organismo (SACKMAN, 1991). Entre os
estímulos da lesão tecidual e a experiência subjetiva da dor, ocorrem complexos
fenômenos elétricos e químicos (HASKINS, 1991). Os nociceptores são
terminações
nervosas não encapsuladas ou livres que se despolarizam quando estímulos
mecânicos, térmicos ou químicos alcançam níveis nociceptivos, isto é, quando
ocorre lesão dos tecidos ou ameaça á sua integridade (CARROL, 1999). Na pele e
em tecidos como periósteo, junção capsular, paredes arteriais, músculos e tendões,
os nociceptores são particularmente numerosos (SACKMAN, 1991).
Os nociceptores são quimio-sensitivos e, portanto, passíveis de serem
ativados por determinadas substâncias químicas, chamadas algogênica ou algésicas
(DRUMMOND, 2000). Entre essas substâncias se encontram íons (K
+,
H
+
),
histamina, substância P, serotonina, bradicinina, catecolaminas, prostaglandinas e
leucotrienos (LASCELLES, 1999). Os dois últimos são derivados do ácido
aracdônico: as prostaglandinas, sobretudo a E2, através de enzima dos ácidos
graxos, a cicloxigenase, e os leucotrienos, principalmente o B4, por meio da
lipoxigenase (CARROL, 1999; LIVINGSTON, 2000). Estas substâncias
neuroq
uímicas concorrem para a propagação da informação álgica, quer ativando,
quer sens
ibilizando a nocicepção (RAFFE & TRANQUILLI, 1989).
Os nociceptores elaboram material, que aumenta a transdução, um dos seus
constituintes sendo conhecido como substância P “pain”, um polipeptídeo com 11
aminoácidos, que é um potente vasodilatador e produtor de edema (URBAN &
GEBHART, 1999). A substância P provoca ainda liberação de histamina pelos
mastócitos, a qual, por sua vez, ativa os nociceptores e também provoca dilat
ação
vascular e edema (LE BARS; WILLER, 1993). Evidenciam-se, assim, a estreita
inte
rrelação entre o processo doloroso e o inflamatório, cujos principais sintomas são
10
calor, rubor, edema e dor (MATHEWS, 2000). Desse modo, o nociceptor aferente
primário não apenas sinaliza a presença ou a possibilidade de dano tissular como
também participa, diretamente, no mecanismo local de defesa e de restauração
tecidual (HANSEN, 1994).
Segundo Drummond (2000), a transdução é o processo pelo qual o estímulo
nociceptivo gera uma atividade elétrica nas terminações sensoriais, sendo o impulso
nociceptivo,
captadas pelas terminações nervosas livres ou não encapsuladas, e
transmitido pelos respectivos axônios aferentes periféricos, constituídos por fibras A-
delta e fibras C, cujo corpo celular (neurônios de primeira ordem) se acha no gângl
io
da raiz dorsal (S
CHWARTZMAN;
MALEKI, 1999).
As fibras A-delta são fibras pouco mielinizadas de 1 -
5
mm de diâmetro. Elas
conduzem o influxo nervoso em uma velocidade média de 4 - 30 m/s, enquanto as
fibras C não são mielinizadas e a
presentam um diâmetro de 0,3
-
1,5
mm
(L
E BARS;
WILLER, 1993). As fibras A delta transmitem a dor primária aguda, lancinante e bem
localizada, enquanto as fibras C conduzem o
impulso doloroso vagarosamente 2 m/s
e transmitem a dor secundária e ardência, difusa e mal localizada e renitente
(KICHE
LL, 1987; SACKMAN, 1991). Os estímulos naturais e destrutivos dos tecidos
ativam simultaneamente diversos receptores teciduais somatossensoriais e da dor,
cuja atividade conjunta provoca uma sensação mista (HASKINS, 1991).
2.2
EVENTOS ADVERSOS SECUNDÁRIO
S Á DOR
As alterações fisiopatológicas associadas à anestesia e ao momento cirúrgico
podem ser classificadas em reação ao estresse, consistindo em uma resposta
localizada (inflamatória) e reação sistêmica neuroendócrina, metabólica e
imunológica; e alterações da nocicepção, sejam por modificações na transdução na
região da lesão e adjacências, isto é, sensibilização periférica, ou por
transformações na função sináptica e na transmissão ao corno dorsal da medula
definida como sensibilização central (DRUM
MOND, 2000).
A resposta ao estresse após eventos dolorosos quer sejam, estes cirúrgicos
ou traumáticos, culmina com a elevação da concentração do hormônio
adrenocorticotrófico (ACTH), do cortisol, hormônio antidiurético (ADH), das
catecolaminas, de aldosterona, da renina, da angiotensina II e da glicose, além da
11
diminuição da concentração de insulina e da testosterona (HASKINS, 1987 & 1991;
LIN
et al
., 1993; GIANNAKOULOPOULOS
et al.,
1994; HANSEN, 1994; PIBAROT
et
al
., 1997; CAMBRIDGE et al., 2000; DRUMMON 2000; MATHEWS et al., 2001). A
injúria tecidual é uma alteração da nocicepção produzida pelo ato cirúrgico que
desencadeia uma reação inflamatória levando ao aumento da liberação de
prostaglandinas que estimula os nociceptores (TEIXEIRA, 1994). De um modo
geral,
os animais que não são capazes de responder a um estímulo estressante com altos
níveis de glicocorticóides morrem logo após a injúria (HASKINS, 1987; HANSEN,
1994; GRAYNOR, 1999).
Logo após o trauma, os estímulos aferentes alcançam pelas vias neurais ou
humorais o hipotálamo que elabora o fator de liberação de corticotrofina (CRF)
(DRUMOMMND, 2000). Este, por sua vez, atua sobre a porção anterior da glândula
pituitária, a qual estimula a liberação do ACTH. Este hormônio promove a produção
dos hormônios esteroides do córtex da adrenal. O glicocorticoide produzido
primariamente é o cortisol. O glicocorticoide promove a gliconeogenese e diminui a
utilização de glicose, contribuindo para o aumento pós-traumático da hiperglicemia.
A glicose produzida via gliconeogenese resulta primariamente do catabolismo
protéico e da conversão dos aminoácidos (HASKINS, 1987). Os hormônios
glicocorticoide podem também possibilitar uma reação vascular das catecolaminas.
Na dependência do grau de intensidade e do período de tempo do estímulo
doloroso, estas mudanças hormonais podem resultar em um estado catabólico
grave, com perda de massa muscular, lipólise, retenção de água e sódio e aumento
na excreção de potássio, somando-se a uma diminuição do tempo de cicatrização
(G
AYNOR, 1999). Entender o processo de dor é fundamental para que não ocorra o
aumento da resposta ao estresse, podendo ocasionar uma recuperação agitada com
maior índice de morbidade, retardando a cicatrização (TEIXEIRA, 1994).
Os sistemas cardiovascular e respiratório são afetados diretamente, devido á
elevação das concentrações das catecolaminas, angiotensina II e ADH, levando ao
aumento da resistência vascular, em função da constrição arteriolar, resulta no
aumen
to da pressão sangüínea (DEVEY; CRONE, 1997). A constrição venosa
implica em uma diminuição na capacitância venosa. Observa-se o aumento da
contratibilidade e freqüência cardíaca. Enquan
to, a somatória destes efeitos benéfico
em uma primeira fase, eles causam um aumento no consumo de oxigênio pelo
12
miocárdio (GAYNOR, 1999). O perigo reside no desenvolvimento de hipóxia do
miocárdio ou esquemia, levando as disritmias cardíacas, quando se associa ao
aumento no consumo de oxigênio do miocárdio com uma diminuição da perfusão
deste músculo, principalmente devido ao estímulo das catecolaminas nos receptores
alfa
-
coronarianos (HELLYER, 1999).
As mudanças no aparelho respiratório são um reflexo do aumento do
catabolismo (DEVEY; CRONE, 1997). As dores torácicas e abdominais prejudicam
ainda mais a função respiratória (GUINSBURG et al., 1998). Esta combinação de
alterações secundaria á dor levam ao amento da produção de dióxido de carbono e
consumo de oxigênio, além de prejudicar na ventilação, na perfusão elevar ao
desenvolvimento de atelectasias, predispondo os pacientes a hipoxemia
(SLINGSBY;
WATERMAN-
PEARSON, 1998).
A homeostase dos fluídos e e eletrólitos é influenciada pela resposta a dor
(DEVEY;
CROWE, 1997). O aumento nas concentrações de aldosterona implica na
retenção de sódio, enquanto que á elevação na concentração de catecolaminas e
cortisol contribuem para perda de potássio. Deste modo, nos pacientes
apresentando cardio ou nefropatias, a retenção de fluidos e a diminuição de urina
podem ter efeitos deletérios (GAYNOR, 1999; HELLYER, 1999).
A motilidade e fluxo sangüíneo intestinal podem ser afetados com a elevação
das catecolaminas face aos estímulos dolorosos (GAYNOR, 1999). O edema no
tubo gastrintestinal inicia-se tornando mais intenso, e isto acarreta na diminuição da
motilidade, no aumento do crescimento bacteriano, na isquemia intestinal e na
traslocação bacteriana, principalmente naqueles pacientes com dor severa
(GAYNOR, 1999).
Todos estes eventos adversos e fisiológicos secundários á dor ou a resposta
ao estresse, podem se manifestar no período de pós-operatório imediato, sendo a
dor aguda uma das principais causas de sofrimento, contribuindo para a ocorrência
de complicações como uma recuperação prolongada e até mesmo a morte
(CARVERT;
CORNELIUS, 1990; ACVA, 1998). Indubitavelmente, o manejo da dor
deve ser instituído, considerando a natureza dos procedimentos cirúrgicos, em todos
os pacientes que são submetidos a estímulos dolorosos leves a severos evitando o
desconforto no pós-operatório e alterações cardiovasculares, pulmonares, gástricas
13
e
entéricas, além do desenvolvimento de distúrbios eletrolíticos (ORTEGA et al
.,
1996; CARROL
et al
., 1998).
2.3
AVALIAÇÃO DA DOR
Com a finalidade de minimizar as diferenças entre os observadores e fazer o
processo de avaliação o mais rigoroso possível, o utilizados sinais, tais como a
alteração da conduta, vocalização, alterações nos parâmetros fisiológicos, mas não
se deve deixar de lado a causa da dor (FRECKNELL, 1994
).
Para a compreensão da razão da dor, é necessário conhecer alguns aspectos
básicos
envolvidos no procedimento nociceptivo no sistema nervoso central e
periférico.
Entretanto, estudos experimentais em seres humanos e animais sobre a
percepção da dor são difíceis de ser avaliados devido à subjetividade com que a dor
se expressa o que torna vulneráveis os procedimentos destinados à sua avaliação.
Além da interferência de fatores ambientais, nos experimentos laboratoriais,
também abundantes particularidades anatômicas no sistema nervoso em cada
espécie animal, que dificultam a compreensão dos resultados das investigações
(TEIXEIRA, 2001)
2.3.1 Indicadores Objetivos: parâmetros da dor
A percepção do estímulo doloroso é bem definida e abrupta na dor aguda,
levando a demonstração de sinais físicos de atividade sistema nervoso autônomo
com
alterações dos parâmetros fisiológicos e culminando com elevação das
concentrações dos hormônios do estresse (HANSEN, 1994).
Os avanços laboratoriais permitem que métodos objetivos, como as
mensurações de cortisol, catecolaminas e glicose contribuam para
o reconhecimento
da dor nos felinos (BENSON
et al
., 1991; SMITH
et al
. 1999).
As elevações dos níveis de cortisol (levando a hiperglicemia) e catecolaminas
(responsáveis por alterações cardíacas como arritmias e aumento no consumo de
oxigênio pelo miocárdio) têm sido associadas ao procedimento cirúrgico em gatos
tais como ovariossalpingohisterectomia (BENSON
et al
., 1991; SOUZA, 2000).
14
Em gatos, os sinais clínicos fisiológicos de dor são taquipnéia, taquicardia e a
hipertensão são notadas, com maior freqüência, nos gatos inconscientes que
respondem ao estímulo cirúrgico sob um protocolo anestesiológico inadequado do
que nos
pacientes conscientes (HELLYER;
GAYNOR, 1998).
2.3.2 Indicadores Subjetivos da dor: sinais comportamentais
A avaliação da dor pós-operatória em animais é subjetiva (SACKMAN, 1991),
pois os animais não comunicam objetivamente a sensação da dor. Desta forma, a
avaliação da mesma requer cuidadosa observação (TAYLOR; HOULTON, 1984).
Entretanto, somando-se as respostas comportamentais, hormonais e metabólicas
(KEHLET, 1989), pode-se obter uma avaliação mais precisa. Diversos autores vêm
usando com sucesso as escalas visuais para demonstração de dor/desconforto e de
sedação (NOLAN e REID, 1993;
LASCELLES;
BUTTERWORTH, 1994; PIBAROT
et
al
.,
1997; FANTONI, 2000; KRUMENERL e GALEGO 2000).
Várias escalas podem ser empregadas para quantificar de forma
subjetiva a dor na medicina humana e veterinária, sendo as mais freqüentes: 1)
escala simples descrita ou categórica, com quatro a cinco graus de severidade da
dor
– sem dor, fraca, moderada, severa e muito severa (POLLET et al., 1998;
SLINGSBY
et al., 1998; FIRTH; HALDARE, 1999); 2) escala numérica simples
determina valores numéricos para a dor em uma graduação com número mínimo até
o máximo permitido (CONZEMIUS et al., 1997, MATSUDA et al., 1999); 3) todo
de escore, através de um escore comportando seis itens da dor pós-
opertória
(FIRTH;
HALDARE, 1999). 4) escala análogo-visual, que consiste em uma linha de
dez centímetros, em uma das extremidades localiza-se a ausência de dor e na
extremidade oposta localiza-se a dor máxima e o observador posiciona o lápis na
régua no local que melhor representa a intensidade da dor, sobre a outra face existe
graduação de 1 a 100 mm correspondendo á medida da dor (WELSH et al.,
1993;
LASCELLES
et al.,
1997;
CAMBRIDGE
et al
., 2000).
Na palpação, identificamos a presença de pontos dolorosos experimentadas
pelo paciente, a palpação é de fundamental importância no exame físico geral para
se distinguir a causa envol
vida e também diferenciar a localização e a distribuição da
dor (CACR, 1990).
15
Estes métodos fornecem subsídio para se obter a intensidade da dor em
diversos períodos do s-operatório imediato, possibilitando a interrupção do
estímulo doloroso através da terapia analgésica adequada (CONZEMIUS et al.,
1997; CAMBRIDGE et al., 2000). A freqüência da avaliação da dor deve ser
aumentada quando a dor for pouco controlada (WELSH
et al.,
1993).
2.4 ANALGESIA
2.4.1
Técnicas de analgésica
O manejo da dor deve ser instituído em todos os pacientes que são
submetidos a estímulos dolorosos leves a severos, evitando o desconforto no pós-
operatório e alterações cardiovasculares, pulmonares, gástricas e entéricas, além do
desenvolvimento de distúrbios eletrolíticos (ORT
EGA
et al., 1996; CARROL et al
.,
1998). A analgésica preventiva constitui uma tentativa de abolir ou atenuar a dor
pós
-
operatória e de aliviar ou limitar sua fase subaguda ou mesmo crônica, mediante
o impedimento ou a redução das alterações associadas á sensibilização periférica e
central (DRUMMOND, 2000). Para tanto, emprega-se de grupo de drogas de forma
isolada ou combinada, previamente ao insulto doloroso, ou antes, que o processo
inflamatório causado pelo trauma cirúrgico esteja instalado, como os opióides, os
antiinflamatórios não-esteroidais, os anestésicos locais, os alfa-2 agonistas e a
cetamina (Crane, 1987; Kissin, 2000).
Nas técnicas de analgesia podem ser empregados os agentes opióides, que
são utilizados no tratamento da dor no período de pré, trans ou
pós
-
operatório
imediato (NOLAN;
REID). Os opióides proporcionam excelente analgesia, porem têm
sido associados com efeitos colaterais indesejáveis como a depressão respiratória,
aumento da sedação, aumento do tempo de recuperação do paciente e diminuição
da mot
ilidade gastrintestinal (NOLAN;
REID, 1993; MATSUDA
et al
., 1999).
16
2.5
ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO
-
ESTEROIDAIS
Desde a década de 1960 os antiinflamatórios não esteroidais (AINEs) são
empregados no controle da dor (BOOTHE, 1989). Atualmente tem-se investigado o
benefício destes fármacos para o controle da dor aguda, principalmente através da
analgesia peri e pós-
operat
ória (NOLAN; REIDE, 1993; WELSH
et
al., 1997;
PIBAROT et al., 1997; MATSUDA
et al
., 1999; MATHEWS
et al
., 2001).
Os AINEs são substâncias que, além de apresentarem propriedades
antiinflamatória e antipirética, destacam-se na maioria das vezes, pelo alto poder
analgésico que possuem, sendo indicados para o tratamento da dor de grau leve a
moderada (MATHEWS et al., 1996). Os antiinflamatórios agem principalmente sobre
os fenômenos de transdução, inibindo a produção dos eicosanóides (LIVINGSTON,
2000). Além disso, existem recentes evidências sobre a ação analgésica central dos
AINEs, diretamente sobre os receptores N-
Metil
-D-
asp
artato (NMDA) e os da
neurocinina e da glicina, ou indiretamente, sobre a produção de metabólitos
intracelulares (DRUMMOND, 2000).
O mecanismo de ação e os efeitos farmacológicos de todos os AINES são
semelhantes, mas as propriedades farmacocinéticas variam drasticamente entre as
classes destes medicamentos (BOOTHE, 1989). A principal ação dos AINEs se faz
por
meio da inibição das cicloxigenases e lipoxigenases.
As lipoxigenases se localizam principalmente nos leucócitos, plaquetas,
células alveolares, en
dotélio vascular e nos mastócitos, e tem a função de catalisar a
reação que transforma o ácido aracdônico em leucotrienos, os quais são mediadores
da inflamação e potentes broncoconstritores (VASSEUR
et al
., 1995).
As cicloxigenases se localizam em todas as células do organismo, com
exceção dos glóbulos vermelhos, e convertem o ácido aracdônico em eicosanóides
(tromboxano, prostaciclina e prostaglandinas PGE², PGF²). Estes mediadores são
responsáveis pela inflamação, pelo aumento da nocicepção e pela transmissão da
dor, via sensorial aferente nos nervos periféricos, para a medula espinhal. Estas
reações são acompanhadas pela geração de radicais livres tóxicos que são
responsáveis, em parte, pela lesão tecidual que acompanha a inflamação (NOLAN;
REIDE, 1993)
.
17
Alguns AINEs inibem a atividade da cicloxigenase 1 (COX 1) e (COX 2). A
COX 1 é responsável pela manutenção das funções fisiológicas renais,
gastrintestinais e vasculares, com o auxílio da síntese de prostaglandinas, e a
cicloxigenase 2 (COX 2), citocina induzida, que é ativada quando lesão e
inflamação tecidual com conseqüente produção de prostaglandinas. A COX-2 é
responsável pela hiperalgesia e pela resposta á sensibilidade dolorosa após lesão.
(VASSEUR
et al., 1995; CARROL, 1999
;
MATHEWS, 2000; LIVINGSTON, 2000).
Os AINEs têm maior efeito sobre a dor somática do que a dor visceral, porém só são
eficazes nas dores potencializadas pela presença de prostaglandinas,
principalmente aquelas associadas a processos inflamatórios (LIVINGSTON, 2000).
Em contraste aos opióides, que atuam principalmente no sistema nervoso
central, a analgesia promovida pelos AINES está geralmente atribuída a inibição da
enzima cicloxigenase, sendo considerados como analgésicos de ação periférica
(NOLAN;
REID, 1993).
Recenteme
nte o meloxican e o nimesulide, uma nova geração de
antiinflamatórios tem sido usada na clínica de felinos (MATHEWS, 2000). Estes
fármacos apresentam uma maior potência analgésica e menor incidência de efeitos
colaterais gastroduodenais (CARROLL, 1999).
Mesmo assim, alguns cuidados devem ser tomados quando se pretende
administrar um antiinflamatório; é importante observar a aprovação do fármaco para
uso em gatos, calcular a dose adequada ao paciente, intervá-lo e tempo de
administração e ainda monitorar os possíveis efeitos colaterais (FANTONI et al
.,
2000).
A cicloxigenase 1 é produzida em pequenas quantidades e leva a formação
de prostaglandinas relacionadas aos processos fisiológicos (LIVINGSTON, 2000).
Estas prostaglandinas evitam a formação de erosão na mucosa gástrica através da
produção de bicarbonato como a PGE². Devido a diminuição de pressão sanguínea
sistêmica, as prostaglandinas PGl² e PGE² mantêm a perfusão da auto-regulação do
fluxo sangüíneo renal (PAPICH, 2000). O tromboxano facilita a coagulação e
agregação plaquetária. Por sua vez, os produtos da quebra do ácido aracdônico pela
COX
-2 são produzidos em pequenas quantidades em resposta a infecções
bacterianas e outros estímulos infamatórios (GO
UJON;
MONSUEZ, 1993). Os
AINEs necessitam de um período de 45 a 60 minutos antes que os efeitos
18
analgésicos se tornem evidentes. Devem ser administrados no período pré-
operatório para que promovam o controle da dor associada ao procedimento
cirúrgico. A analgesia preemptiva estabelece uma concentração sérica do fármaco,
previament
e ao insulto doloroso, ou antes que o processo inflamatório causado pelo
trauma cirúrgico esteja instalado, diminuindo o processo nociceptivo, o qual
reduzirá a dor pós-operatória (MATSUDA et al., 1999; MATHEWS et al., 2001).
Novas pesquisas estão sendo direcionadas para a produção de antiinflamatórios que
sejam seletivos com relação à COX-2 o que proporciona somente a inibição das
prostaglandinas mediadoras dos processos inflamatórios e dor (FANTONI et al
.,
2000).
2.5.1 Ceto
rolaco de trometamina
Aprovado pelo FDA (Food and Drug Administration) no ano de 1989, o
cetorolaco de trometamina é um membro do grupo pirrólico dos antiinflamatórios não
esteroidais. É administrado por via oral (comprimidos sublinguais e gotas),
oftálm
ica, intramuscular, intravenosa e retal. (ROOKS, 1985).
O nome químico do fármaco é ácido-5-
benzoil
-
2,3
-
dihidro
-
1H
-pirrolizina-1-
carboxílico misturado a 2-
amino
-2-
(hidroximetil)
-
1,3
-propanediol; é uma mistura
racênica de –S e [-]S e [+]R de cetorolaco de trometamina, e pode existir em três
formas de cristal, todas igualmente solúveis em água. O cetorolaco de trometamina
é um composto não-esteroidal, que inibe a síntese de prostaglandinas e pode ser
considerado um analgésico central e periférico (ROOKS, 198
5).
Como um inibidor não específico da COX, o cetorolaco de trometamina inibe
ambas as formas, reduzindo os níveis que são naturalmente necessários para os
processos biológicos e aquelas prostaglandinas induzidas via COX-
2
pela lesão
tecidual ou inflamação. É a inibição não específica das enzimas COX que produz
efeitos colaterais (ANTHONY, 2002).
O cetorolaco de trometamina é indicado para controlar processos dolorosos
moderados e graves, como é o caso de condições pós-traumáticas ou s-
cirurgicas, principalmente quando a utilização de analgésicos opióides é indesejável
devido a seus efeitos colaterais (ROOKS, 1985). A atividade antiinflamatória aguda
ou crônica do cetorolaco de trometamina parece ser melhor quando comparada a
19
fenilbutazona, naproxeno e indometacina em modelos animais ratos e coelhos
(FRICKE, 1992). È freqüente seu uso para aliviar os processos dolorosos, de
moderados a graves, durante o período pós-operatório no homem. Possui tanto
formulações pela via parenteral quanto pela oral, com rápido início de ação, boa
tolerância e potencial não-aditivo (MATHEWS et al., 1996). Em uma revisão ampla
sobre analgésica endovenosa em procedimentos cirúrgicos (PENG et al., 2002) o
cetorolaco de trometamina mostrou-se eficaz tanto na avaliação intra-
oper
atória
quanto nos benefícios no período pós
-
cirúrgico (SHI, 2000).
Estudos de BLOOMFIELD (1986) demonstraram que a atividade analgésica
do cetorolaco de trometamina tem sido estimada em 180 a 800 vezes ao do ácido
acetilsalicílico em cães e coelhos. Estas diferenças estão relacionadas á variação de
método, pois a maioria dos estudos clínicos utilizava escalas subjetivas para
avaliação do efeito analgésico, enquanto que nos estudos animais o procedimento
era medido em respostas motoras ou hemodinâmicas (BLOOMFIELD, 1986). Na
atividade antiinflamatória em artrite induzida e cobaias, a dose inibitória para 50%
ma
ior para o cetorolaco de trometamina que a indometacina. No modelo de irritação
em patas de camundongos, a administração intramuscular de cetorolaco d
e
trometamina produziu menos dor pela injeção muscular que diclofenaco, piroxicam,
cetoprofeno e dipirona (LOPEZ, 1987).
Esta substância constitui o único AINH disponível para uso parenteral em
seres humanos nos EUA (MUNRO, 2002; PIERI 2002), e em animais (cães, eqüinos
e bovinos) na Europa (SMITH, 1999) e apesar de extremamente potente como
analgésico tem sido associado à coagulopatia, caracterizada como disfunção
plaquetária e aumento de sangramento perioperatório (STROM, 1996). O risco de
sangramento é d
ose
-dependente, sendo extremamente importante em pacientes
idosos . Estes eventos adversos fizeram com que organizações governamentais
americanas restringissem seu uso a um período ximo de 5 dias (CHOO, 1993).
As possíveis reações adversas mais freqüentes no homem são edema, sonolência,
tontura, dor abdominal e náuseas (BLOOMFIELD, 1986).
A máxima concentração plasmática (Cmáx) é alcançada dentro de 1 hora,
depois de dose única oral ou intramuscular de cetorolaco de trometamina. Na
administração endovenosa em cães, o pico de concentração máxima ocorre aos dez
minutos após a aplicação (REINHART, 2000).
20
A distribuição do cetorolaco de trometamina nos tecidos foi estudada; em
coelhos e ratos, a concentração mais alta foi encontrada nos rins, fígado e pulmão,
e
a mais baixa em músculos, gônadas e baço (FRICKE, 1992). O cetorolaco de
trometamina atravessa a placenta, mas as concentrações são aproximadamente 10
vezes mais baixas que no sangue materno. Quantidades insignificantes do fármaco
foram encontradas no leite materno de cães (WISHNIK, 1989)
Em virtude de sua franca potência analgésica, estudos clínicos estão sendo
conduzidos para aliviar a eficácia do cetorolaco de trometamina como adjuvante
analgésico por via intratecal em seres humanos (EISENACH, 2002; C
ONKLIN,
2003). As doses recomendadas são de 30 mg IV/IM a cada 6 horas (PAW, 2001); na
população pediátrica, a literatura preconiza doses de 0,3 a 0,5 mg/kg a cada 6 a 8
horas, respeitando
-se o limite máximo diário de 2 mg/kg (KOKKI, 2003).
Na Europa é usado como analgésico em cirurgias ortopédicas em cães na
dose de 0,15 mg/kg, administrada imediatamente no pós-operatório (VANE, 1995),
podendo ser repetida apenas uma vez em 8 a 12 horas (MATHEWS, 1996).
2.5.2
Parecoxib
O parecoxib é quimicamente designado como 4-
(5
-
metil
-3-
fenil
-4-
isoxazolil)
benzenossulfonamida, de estrutura química (C16-
H14
-
N2O
-3S), sendo um inibidor
altamente específico da COX-2 e não inibe a COX-1 em doses terapêuticas
(GIERSE,
et al; 1996). O mecanismo de ação do parecoxib é a inibição da síntese
de prostaglandinas mediadas pela ciclooxigenase
-
2 (COX
-
2) (CAMU, 2002).
Em concentrações plasmáticas terapêuticas em humanos, parercoxib não
inibe a ciclooxigenase-1 (COX-1). Em modelos animais, parecoxib é antiinflamatório,
analgésico e antipirético (CAMU, 2002). A seletividade do parecoxib pela COX-2, foi
demonstrada
in vitro,
com atividade analgésica e antiinflamatória também
in vivo
, em
modelos agudos e crônicos de inflamação em ratos (TALLEY, 2000).
Parecoxib é indicado para prevenção e tratamento da dor moderada a grave,
em humanos
(DESJARDINS , 2001; BARTON, 2002; CAMU, 2002; OTT, 2003).
A respeito de ter-se demonstrado a eficácia clínica dos inibidores seletivos da
COX
-2 na terapêutica da dor de diversas etiologias, inclusive de origem aguda, o
fato de estes agentes possuírem formulação apenas por via oral limita sua
21
aplicabilidade na prática cotidiana da anestesiologia, executando-se talvez o uso
como analgésico na pós-opertório de pacientes submetidos a cirurgias ambulatoriais
(MA
LAN
et al, 2003). Nesse aspecto, o parecoxib é de interesse promissor no que
concerne ao tratamento da dor pós
-
opertória, visto tratar
-
se do primeiro composto da
categoria passível de administração intravenosa e intramuscular (DESJARDINS,
2001). Na realida
de, consiste em uma pró
-
droga hidrossolúvel que sofre hidrolização
hepática
in vivo, formando o composto ativo valdecoxib, cujo metabólito SC-
66905
também exerce efeito inibidor seletivo da COX-2. Sua seletividade COX2-COX1 i
n
vitro
é 90 vezes maior que a do celecoxib e 34000 vezes a do cetorolaco de
trometamina (OTT, 2003).. A dose de valdecoxib necessária para inibição da
atividade enzimática da COX-2 em 50% é de 0,005 imol/L, comparado com 140
imol/L, para obter-se o bloqueio da COX-
1,
in vivo (CAMU, 200
2)
. Após
administração parenteral de parecoxib, atinge-se o pico plasmático em 10 a 20
minutos, sendo a meia vida deste composto e de seu metabólito ativo de 8 a
10horas (CHEER, 2001). A biodisponibilidade, após ingestão oral de valdecoxib é de
83%; sua ta
xa de ligação ás proteínas é de 98% (STICHTENOTH, 2003).
A sua eficácia analgésica tem sido demonstrada em modelos de dor aguda
pós
-
operatória, após cirurgias odontológicas, cardíacas, ortopédicas, ginecológicas e
abdominais; sendo considerada como equivalente á do ceterolaco de trometamina,
em doses máximas de (60 mg), contudo com menor índice de efeitos adversos,
notadamente, gastrointestinais e plaquetários (JAIN, 2000; DESJARDINS, 2001
;
CAMU, 2002; BARTON, 2002; OTT, 2003). Para efeito de comparação, a resposta
de agregação plaquetária e o tempo de sangramento (TS), após administração de
parecoxib, não diferiram dos valores obtidos com placebo, enquanto que o uso do
ceterolaco de trometamina determinou inibição quase total da função plaquetária e
aument
o importante do tempo de sangramento (NOVECK, 2001). Em relação ao
desenvolvimento de gastropatia a incidência com parecoxib resultou equivalente ao
uso de placebo, ao passo que 23% dos pacientes em uso de ceterolaco de
trometamina apresentaram úlceras gastrointestinais após 5 dias de tratamento
(HARRIS, 2001; STOLTZ, 2002). Algumas reações e efeitos adversos no homem
foram diagnosticado como cefaléias, náuseas, aumento de apetite, anorexia,
sonolência entre outros (REINHART, 2000).
22
Outros estudos atestam analgésia comparável á proporcionada por 4 mg de
morfina (RASSMUSSEN, 2002; MALAN et al, 2003) demonstraram, em pacientes
submetidos
a artroplastia total de quadril redução do consumo de morfina via
epidural de 22,1% e 40,5%, com a utilização de 20 e 40 mg IV de parecoxib
respectivamente (MALAN, 2003). Esse efeito poupador de opióides no período pós-
operatório também tem siso comprovado em outras publicações científicas (TANG,
2002; HUBBARD, 2003). O parecoxib mostrou eficácia em dor aguda pós o
p
eratória,
em ensaios clínicos randomizados, duplo-cego, foram comparados placebo,
ceterolaco (60 mg IM) e parecoxib (20 e 40 mg por via IV e IM) em 304 pacientes
que sofreram cirurgia oral e apresentaram dor de moderada a intensa. Os rmacos
foram significativamente superiores ao placebo. As duas doses de parecoxib foram
comparáveis ao cetorolaco (DANIELS, 2001). A dose recomendada do parecoxib é
de 40 mg
IV/IM, uma vez ao dia (CAMU, 2002; NG, 2003).
Em 7 de abril de 2005 a agência reguladora norte-americana Food and Drug
Administration (FDA) solicitou ao laboratório Pfizer que retirasse voluntariamente do
mercado mundial o medicamento Bextra (parecoxib), com base não apenas no risco
cardiovascular associado ao uso de antiinflamatórios não-esteroidais, mas a um
risc
o adicional de reações benefício/risco do parecoxib para suas indicações
aprovadas era desfavorável ao produto. Outras agências reguladoras também
solicitaram a sua suspensão temporária de comercialização do Bextra, até que se
fizesse uma reavaliação dos riscos e benefícios desse medicamento (ANVISA,
2005
).
Após avaliação interna pela gerência de medicamentos novos, pesquisas e
ensaios clínicos (GEPEC), a Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitéria,
autorizou no dia 13 de setembro de 2005, a reativaçã
o de comercialização do Bextra
IM/IV, permanecendo a suspensão
em sua forma oral (ANVISA, 2005
).
23
2.5.3 Flunixin meglumine
O flunixin meglumine é um AINE que atua principalmente na inibição da
enzima cicloxigenase, o que resulta em bloqueio da biossíntese de prostaglandina,
sendo provalvemente o inibidor mais potente (BOOTH, 1992). O flunixin meglumine
é um bom antipirético e potente analgésico (CRUZ et al., 1999; LAUS et al., 2001).
Do ponto de vista de potência analgésica, o flunixin meglumine é considerado mais
potente que a fenilbutazona, o lactato de pentazocina, o cloridrato de meperidina e o
fosfato de codeína (BOOTH, 1992).
Quimicamente, o flunixin meglumine é o ácido 3-
piridino
-carboxílico um
derivado fenilaminonicotínico, o flunixin meglumine está disponível nas formulações
comerciais numa apresentação de solução injetável a 5% para aplicações
subcutâneas e uma apresentação oral com comprimidos de 5 e 20 mg (BOOTH,
1992).
Nos gatos, o flunixin meglumine apresenta uma meia-vida plasmática de 3
horas, porém a duração da ação farmacológica tem demonstrado ser maior do que a
esperada, ou seja, de 5 horas, participando-se de sua meia-vida plasmática ao
acúmulo da substância no foco inflamatório (TAYLOR et al., 1994). O flunixim
meglumine é um inibidor não específico das ciclooxigenases e contrariando a
reputação dos efeitos adversos causados pelo uso de AINEs em gatos, a tolerância
e a excreção do flunixin meglumine foi descrita ser melhor nos gatos do que nos
cães ( TAYLOR
et al
, 1994).
Os efeitos adversos relacionados á administração do flunixin são a elevação
da concentração da enzima alanina aminotransferase, nefrotoxidade e ulceração
gástrica (BOOTH, 1992).
SUSKO
et al., (2000) avaliaram a ação do flunixin meglumine sobre a mucosa
gástri
ca e rins de gatos, após a administração da dose de 1 mg/kg a cada 12 horas
por via intramuscular durante três dias não foram observadas alterações quanto ao
apetite, nem tampouco a presença de sangue nas fezes dos animais. As
determinações da bioquímica sérica renal e hepática não demonstraram alterações
dignas de nota, nem o estudo histopatológico.
24
3
MATERIAL E MÉTODOS
3.1
ESTUDO PILOTO
O pré-experimento foi realizado no centro cirúrgico na área de técnica
operatória do Hospital Veterinário da UFPR. Foram utilizadas seis gatas domésticas
(Felis catus), provenientes de criador particular, sendo submetidas ao procedimento
analgésico, com a finalidade de ajuste das técnicas, da padronização dos tempos
para coleta de sangue para obtenção dos parâmetros l
aboratoriais
, para que cada
função pré-
estabelecid
a fosse executada com precisão mediante este prévio
treinamento
. Os animais foram devolvidos após o procedimento aos seus
respectivos proprietários com todos os cuidados pós-
operatórios.
3.2
ANIMAIS
Nest
e estudo foram utilizadas 30 gatas domésticas adultas (Fellis catus), com
faixa etária entre 6 a 72 meses de idade, sem raça definida e com peso corporal
entre 2 a 5 quilogramas, os animais foram provenientes de gatil particular e fica
ram
alojados nas dependências do Hospital Veterinário da Universidade Federal do
Paraná. O grupo de animais foi dividido em 4 subgrupos, sendo que foram utilizadas
10 fêmeas para o
par
ecoxib¹ (PX), 10 fêmeas para o cetorolaco de trometamina
²(CT), 4 fêmeas para o controle flunixin meglumine
3
(FN) e 6 fêmeas para o grupo de
controle de comportamento (CC).
Este estudo foi conduzido por aprovação do Comitê de Ética de
Experimentação Animal do Setor de Ciências Agrárias da Universidade Federal do
Paraná.
1 Bextra
iv
Laboratór
ios Pfizer
Saõ paulo
-
SP
2 Toradol
iv
Laboratórios Roche
São paulo
-
SP
3 Banamine
iv
_ Schering
-
Plough Veterinária
Rio de Janeiro
–RJ
25
As gatas foram previamente selecionadas pelo exame clínico obtido por meio
de exame físico e laboratorial hemograma completo e bioquímica sérica, uréia,
creatinina, alanina aminotransferase (ALT), para assegurar que estes se encontrem
na categoria ASA 1 (American Society of Anesthesiologists category = 1), paciente
hígido sem nenhuma doença detectável, por meio de av
aliaç
ão física, hematócrito,
função renal
e hepática
(DYSON, 1994).
Os grupos de animais foram mantidos em recintos individuais em área de
recuperação pós-anestesia do Hospital Veterinário da Universidade Federal do
Paraná, permanecendo neste setor cinco
dias para adaptação e coleta de dados. No
6º dia foram submetidos aos procedimentos, tendo alta clínica entre o 7º e o 10º dias
depois de retirada de fios de sutura.
A dieta a fornecida consistiu de ração comercial para nutrição felina e água
ad
libitum
.
FIGURA 1
-
ALOJAMENTO DOS ANIMAIS
.
FONTE: autor
3.3
Tratamentos dos grupos
Os procedimentos foram realizados na sala de técnica operatória do centro
cirúrgico do Hospital Veterinário da UFPR.
Os animais foram distribuídos em 4 grupos onde n= 10 para o grupo (PX) e
(CT), n= 4 para (FN) e n=6 para (CC) conforme demonstrado na (TABELA 1),
permanecendo em gaiolas com 2 animais, submetidos a jejum alimentar de 12 horas
26
e hídrico de 4 horas. Cada fêmea 30 minutos antes da indução anestésica, aplicada
pelo mesmo pesquisador para todos os grupos, recebereu cloridrato acepromazina
4
,
na dose de 0,1 mg/kg por via intravenosa como medicação pré-anestésica, de
acordo com Dyson (1994). O grupo PX recebeu parecoxib via intravenosa, na
dose
de 0,2 mg/kg grupo, no grupo CT recebeu cetorolaco de trometamina via
intravenosa, na dose de 0,3 mg/kg, o grupo FN recebeu flunixin meglumine via
intravenosa, na dose de 0,5 mg/kg, e o grupo CC não recebeu nenhum tratamento
farmacológico e cirúrgico, ficou somente para as comparações comportamentais
observadas pelos pesquisadores..
FIGURA 2
-
FOTO DO FÁRMACO PARECOXIB (BEXTRA
IV
).
FONTE :o autor
4
Acepran 0,2%
-
Univet S
\
A
São Paulo
SP
27
FIGURA 3
-
FOTO
DO FÁRMACO CETOROLACO DE TROMETAMINA
(TORADOL
IV
).
FONTE: o autor
FIGURA 4
- FOTO DO FÁRMACO FLUNIXIN MEGLUMINE (BANAMINE
IV
).
FONTE: o autor
28
TABELA 1
MEDICAÇÃO PRÉ
-
ANESTÉSICA: PAINEL DE FÁRMACOS DOSE E
VIA DE ADMINISTRAÇÃO
GRUP
OS
CLORIDRATO DE
ACEPROMAZINA
PARECOXIB
CETEROLACO DE
TROMETAMINA
FLUNIXIN
MEGLUMINE
PX (N=10)
0,1 mg/kg IV
0,2 mg/kg IV
CT (N=10)
0,1 mg/kg IV
0,3 mg/kg IV
FM (N=4)
0,1 mg/kg IV
0,5 mg/kg IV
FONTE: Robes, 2005
3.4
Anestesia
A indução anestésica foi obtida por meio da administração de propofol
5
via
intravenosa, na dose de 8
mg/k
g. A intubação endotraqueal foi precedido da
dessensibilização da laringe pela utilização de lidocaína spray
6
10%. Foi feita a
laringoscopia para introdução de sonda or
otraqueal
7
adequada. Após conexão do
animal no circuito anestésico, a manutenção anestésica foi mantida com
sevoflurano
8
em oxigênio a 100% em quantidade anestésica para manter o animal
em plano cirúrgico de anestesia, por meio do vaporizador calibrado para sevoflurano
a 2 % conectado a um circuito de BARAKA. No transoperatório foi administrada
solução de ringer com lactato por via endovenosa, em um volume de 10 ml/kg/hora
segundo HELLYER (1996) e SMITH
et al
., (1999). O tempo de duração da anestesia
e da c
irurgia foram cronometrados e anotado em fichas próprias.
Durante todo o procedimento cirúrgico, foram monitoradas as freqüências
cardíacas e respiratórias, temperatura corporal e os valores de saturação periférica
de hemoglobina e anotada a cada 10 minut
os.
5 Diprivan 1%
-
Zeneca Farmacêutica do Brasil Ltda.
São Paulo
-
SP
6 Lidospray 10%
-
Apsen Farmacêutica S
\
A
São Paulo
7 Sonda endotraqueal, oral 3,5mm
RUSH
West Germany
8 Sevoflurano
Abbot Laboratories
Rio de Janeiro
RJ
29
No período pós-operatório, 1, 2, 6 e 24 horas após extubação, foram
monitoradas as freqüências cardíaca e respiratória, temperatura corporal retal,
escore de dor/desconforto e grau de sedação. O escore de dor/desconforto foi
baseado em cinco variáveis: aumento da freqüência cardíaca, padrão respiratório,
vocalização, grau de agitação e resposta á palpação do campo cirúrgico e/ou
manipulação da área afetada (Tabela 4).
A dor no período pós
-
operatório foi
considerada leve, moderada ou severa, se
o escore da dor se encontrar
entre 0 (sem dor), 1 (dor leve), 2 (dor moderada), 3 (dor
intensa) ou 4 (dor insuportável) respectivamente (PIMENTA, 1997). Se alguns dos
dois pesquisadores considerarem que o escore fosse > que 3, o paciente receberia
uma dose de citrato de fentanila
9
intravenoso 30 micrograma/kg, independente do
pro
tocolo analgésico inicial e seria excluído do projeto. O escore de sedação foi
determinado com base na resposta vocal e estimulação manual. Todos estes
parâmetros foram avaliados
por
dois pesquisadores do início ao término das
pesquisas.
FIGURA 5
-
PA
CIENTE NO MOMENTO LOGO DEPOIS DA INDUÇÃO
ANESTÉSICA
.
FONTE:autor
9 Fentanil
Laboratórios Jansesen
São Paulo
-
SP
30
3.5
AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS FISIOLÓGICOS
Os parâmetros fisiológicos aferidos foram a freqüência cardíaca e o ritmo
cardíaco, a freqüência e a amplitude respiratória, a pressão sangüínea arterial, a
saturação de oxigênio na hemoglobina, a temperatura retal, com auxílio da seguinte
metodologia.
Freqüência e o ritmo cardíaco, calculado com base no intervalo R-R do
monitor cardíaco
10
, devidamente estandardizado na derivação II e na velocidade de
50 mm/s, e também pela ausculta com estetoscópio.
Freqüência respiratória obtida pela contagem visual dos movimentos de
expansão do tórax.
Temperatu
ra corporal mensurada em graus Celsius, utilizando um termômetro
digital
11
inserido no reto.
Saturação de oxigênio da hemoglobina avaliada com auxílio do emprego do
oxímetro de pulso
12
com a colocação de um sensor na língua.
Freqüência do pulso arterial fo
i obtida com auxílio do emprego do oxímetro de
pulso e pela palpação na artéria femoral.
A pressão arterial foi medida pelo método não invasivo, com o emprego de
Doppler ultra-
sônico
13
, com o sensor fixado com fita adesiva sobre a artéria
metacarpiana, n
a
face palmar do membro torácico esquerdo. Após a remoção dos
pelos da região e colocação de gel na superfície côncava do sensor, sendo acoplado
o mesmo a uma braçadeira neonatal 2, próxima ao sensor. Um
esfigmomanômetro foi acoplado ao Doppler, sendo obtida a pressão sangüínea
arterial sistólica.
Os parâmetros fisiológicos no transoperatório foram avaliados de 10 em 10
minutos, tempos T1, T2, T3 e assim sucessivamente até o término da anestesia e
extubação do animal e anotados em ficha própria.
10
Aparel
ho de eletrocardiograma, modelo TEB ECG
São Paulo.
11
Termômetro digital BD
Juiz de Fora
-
MG
12
Oximetro de pulso, modelo Ohmeda Biox 3700
Louisville
-
Colorado
-
USA
13
Doppler ultrasound
Parks Medical Eletronics
Aloha
Oregon
USA
31
FIGURA 6
COLOCACÃO D
E DOPPLER SOBRE A ARTÉRIA METACARPIANA
QUADRO 1
-
AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS FISIOLÓGICOS
.
PARÂMETROS
FISIOLÓGICOS
METÓDOLOGIA
FC
freqüência e o ritmo
cardíaco
Calculada com base no intervá-lo R-R do traçado eletrocardiográfico,
devidamente estandartizado na derivação II e na velocidade de 50
mm/s, e também pela ausculta com estetoscópio .
FR
Freqüência respiratória
Obtida pela contagem visual dos movimentos de expansão da
cavidade torácica.
TC
Temperatura corporal
Mensurada em graus Celsius, utilizando um termômetro digital
inserido no reto.
SpO²
Saturação de oxigênio
da hemoglobina
Avaliada através do emprego do oxímetro de pulso com a colocação
de um sensor na língua.
PAS
Pressão arterial sistólica
Mensurada pelo método não invasivo, com o emprego de Doppler
ultra
-sônico, através da colocação do sensor fixado com fita adesiva
sobre a artéria metacarpiana, na face palmar do membro anterior
esquerdo após a remoção dos pêlos na região e colocação de gel na
superfície côncava do sensor concomitantemente, foi colocada uma
braçadeira inflável neonatal nº. 2 no membro anterior, próxima ao
sensor. O esfigmomanômetro foi acoplado ao Doppler, sendo obtido a
pressão sangüínea arterial sistólica.
Fonte: adaptado de SLINGSBY,
et al
. 1999
32
3.5.1
Mensurações basais e durante o período da pré
-
anestesia
Nos dois grupos, a freqüência cardíaca e respiratória, o pulso arterial, a
temperatura retal foram registrados em (M0) e (MPA).
3.5.2
Mensurações
no período de trans
operatório
Durante a indução e manutenção anestésica foram avaliados os seguintes
parâmetros: a freqüência cardíaca, a freqüência respiratória e amplitude, a
temperatura retal a pressão arterial sanguínea indireta, a saturação de oxigênio na
hemoglobina em (M1), (M2), (M3), (M4), (M5), (M6) e (ME).
3.
5.3
Mensurações no período de recuperação
Os parâmetros fisiológicos, como a freqüência cardíaca e respiratória, foram
mensurados no período de recuperação em (MR1), (MR2), (MR3), (MR4).
3.5.3
Mensuração de cortisol sérico
A colheita das amostras sanguíneas, para a mensuração da concentração
dos níveis séricos de cortisol para ambos os métodos, foi feita em cada animal nos
seguintes momentos: (M0), (MR2), (MR3), (MR4). As amostras de sangue foram
colhidas por meio de cateter posicionado na veia cefálica em quatro horários, um
controle antes do analgésico (M0), duas horas após o final do procedimento cirúrgico
(MR2), 6 horas após o final do procedimento cirúrgico (MR3) e outro 24 horas após o
término da cirurgia (MR4). Cerca de um mililitro de sangue foi condicionado em
tubos sem anticoagulante, sendo anotado o momento da colheita, e evitando-
se
hemólise. As amostras sanguíneas foram imediatamente centrifugadas e os soros
estocados e congelados a
-
20° C (Reimemers
et al
., 1981).
As concentrações de cortisol foram determinadas através do método de
ELISA (Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay) conforme descrito por Munro e
Stabenfeldt (1985).
33
As
mensurações e leituras foram realizadas no laboratório de Fisiologia da
reprodução, do setor de Ciências Biológicas (U
FPR).
3.5.4
Mensuração da glicose
A colheita das amostras sanguíneas, para a mensuração da concentração de
glicose, foi feita em cada animal nos seguintes momentos, antes do início da (MPA),
02 horas (MR2), 6 horas (MR3) e 24 (MR4) horas após o final do
procedimento
cirúrgico.
A concentração de glicose sanguínea foi aferida por um monitor portátil de
g
licose¹²,
sendo a leitura realizada após 15 a 60 segundos, foi coletado 0,1 ml de
sangue total sendo acondicionado em tiras reagente.
3.6 AVALIAÇÃO DA BIOQ
UÍMICA SÉRICA E HEMATOLÓGICA
A colheita das amostras sanguíneas para a mensuração da concentração
sérica de uréia, creatinina e alanina aminotransferase (ALT), foram feitas em cada
animal 24 horas antes do início do jejum alimentar (M0), para avaliação do
s
parâmetros basais e introdução a avaliação dos grupos.
Para o hemograma foram colhidos três mililitros de sangue total em frascos
com anticoagulante e encaminhados ao laboratório de análises clínicas do Hospital
Veterinário da UFPR para análises.
3.7
AV
ALIAÇÃO DOS PARÂMETROS COMPORTAMENTAIS E ANALGÉSI
C
OS
As avaliações da qualidade do grau da analgesia e da sedação, bem como o
tipo de recuperação no período pós-operatório imediato, foram realizadas pelo
mesmo pesquisador.
Glucometer 5885A
Encore
-B
ayer Corporation, Elker, USA
34
A avaliação subjetiva da analgesia seguirá escalas numéricas por classe
sendo verificadas após 1h, 2h, 6h e 24 horas após a extubação (ME); (CONZEMIUS
et al
., 1997; SLINGSBY
et al.,
1998; MATSUDA
et al.,
1999).
Um grau de pontuação, nos momentos da avaliação da analgesia, sedado
aos animais de cada grupo: (0) completa analgesia, sem dor; (1) boa analgesia: o
felino apresentou sinais leves de dor. O animal observará cuidadosamente aferida
cirúrgica quando esta for tocada, o abdome permanecerá ligeiramente encurvado,
demonstrou alguns gemidos, mas não mordeu; (2) analgesia moderada: demonstrou
incômodo com o toque da ferida cirúrgica e miou, restringiu os movimentos e curvou
-
se; e (3) ausência de analgesia: o felino apresentou nítidos sinais de dor, tentou
morder quando a ferida cirúrgica foi tocada e demonstrará tensão na musculatura
abdominal, além de apresentar dificuldades para achar uma posição para deitar,
levantando e deitando. O animal permanecerá muito recolhido recusará a ingestão
de alimento. Observam-se pupilas dilatadas, olhar fixo e orelhas para trás
(SLINGSBY
et al
.,
1999;
MATSUDA
et al
., 1999).
QUADRO 2
-
AVALIAÇÃO DA ANALGESIA.
VARIÁVEL
CATEGORIA
Nenhum sinal de dor, não sentiu a palpação quando a
ferida f
oi tocada.
0-
completa analgesia (sem dor)
Sinais de pouca dor, quando a ferida cirúrgica foi tocada,
observou cuidadosamente, não mordeu e o abdome ficou
ligeiramente encurvado.
1-
boa analgesia
Nítido sinal de incomodo ao toque da ferida, miou e
restri
ngiu os movimentos.
2-
moderada analgesia
Sinal de dor tentou morder quando a ferida foi tocada,
tensão da musculatura abdominal, não achou posição para
deitar, levantou e deitou, pode tornar-se agressivo e não
aceitou alimento, manteve
-
se muito recolhido
, latiu, gemeu,
pupilas dilatadas, olhar fixado, orelhas para trás.
3-
ausência de analgesia
Fonte: adaptado de SLINGSBY,
et al.
1999.
35
3.8
AVALIAÇÃO DA SEDAÇÃO
A avaliação subjetiva da sedação seguiu uma escala numérica por classe,
sendo verificada 1, 2, 6 e 24 horas após extubação (CARROLL et al., 1998,
SLINGSBY
et
al
., 1998).
Um grau de pontuação, nos movimentos da avaliação da sedação, foi dado
aos animais de cada grupo, onde: (0) significará totalmente alerta: o animal não
apresenta déficit sensorial ou motor. O felino permanece em um estado similar ao
estado após a administração da medicação pré-anestésica e demonstra um discreto
prolapso da terceira pálpebra; (1) pouca sedação: o felino fica em e anda, mas
apresenta ataxia ou desorientação com ligeiro prolapso da terceira pálpebra; (2)
moderada sedação: o felino permanece em recumbência esternal, mas não levanta
ou tenta levantar. Nota-se moderado prolapso da terceira pálpebra e (3) forte
sedação: o animal não fica em recumbência esternal, levantando só a cabeça,
permanecendo instável. Evidenciando-se acentuado prolapso da terceira pálpebra
(SLINGSBY
et al
., 1998; MATSUDA
et al
., 1999).
QUADRO 3
-
AVALIAÇÃO DA SEDAÇÃO.
VARIAVEL
CATEGORIA
Não houve presença de déficits sensóriais ou motor, esta
do
similar ao pré-anestésico, discreto prolapso da terceira
pálpebra,
0-
totalmente alerta
Apresentou déficits sensoriais e motores detectáveis, porém
permaneceu de e andou discretamente atáxico ou
desorientado, ligeiro prolapso da terceira pálpebra.
1-
pouca sedação
Manteve a recumbência esternal,mas não levantou ou
mencionou levantar, moderado prolapso da terceira pálpebra.
2-
moderada sedação
Não mantêm a recumbência esternal, pode levantar a cabeça,
mas não segura a mesma, acentuado prolapso da te
rceira
pálpebra.
3-
forte sedação
Fonte: adaptado de SLINGSBY,
et al
. 1999
36
3.9
AVALIAÇÃO DA DOR E DESCONFORTO
A avaliação subjetiva da dor e desconforto seguiu uma escala numérica por
classe sendo verificada após 1, 2, 6 e 24 horas após a extubação (
ME),
(CONZEMIUS
et al
., 1997; SLINGSBY
et al
., 1998; MATSUDA
et al
., 1999).
Um grau de pontuação, nos momentos da avaliação da dor e desconforto, foi
dado aos animais de cada grupo, foi monitorado as freqüências cardíacas e
respiratórias, temperaturas, escores de dor/desconforto e grau de sedação. O
escore da dor/desconforto será baseado em 5 variáveis: aumento da freqüência
cardíaca, padrão respiratório, vocalização, grau de agitação e resposta à palpação
do campo cirúrgico e/ou manipulação do membro afeta
do.
QUADRO 4
-
AVALIAÇÃO DA DOR E DESCONFORTO
VARIÁVEL
CATEGORIA
ESCORES
< 10% maior que o valor pré
-
operatório
0
11 a 30% maior que o pré
-
operatório
1
31 a 50 % maior que o pré
-
operatório
2
Freqüência Cardíaca
>50% maior que pré
-
operatór
io
3
Normal
0
Padrão Respiratório
Moderado abdominal
1
Ausente
0
Presente, mas cessa a voz humana
1
Presente, não cessa a voz humana
2
Vocalização
Presente, ascentua
-
se com a voz humana
3
Dormindo ou calmo
0
Agitação leve
1
Agita
ção moderada
2
Agitação
Agitação severa
3
Sem resposta
0
Mínima, tenta se movimentar
1
Vira a cabeça para o local, vocaliza
2
Resposta à
Manipulação
Tenta morder, rosna
3
Fonte: adaptado de SLINGSBY,
et al
., 1999
.
3.10
ANÁLISE ESTATISTICA
37
Os parâmetros observados na avaliação clínica foram submetidos ao teste
de ANOVA, indicado para comparação de duas amostras dependentes com variável
aleatória não paramétrica. Os resultados obtidos sobre os dados fisiológicos e
hormonais nos momentos aferidos foram submetidos ao Teste Fisher`s PLSD,
indicado para amostras pareadas, com variável paramétrica, uma vez que cada
animal foi utilizado como seu próprio controle.
38
4
RESULTADOS
Na fase pré-experimental da pesquisa observou-se um melhor
desenv
olvimento comportamental social, alimentar e higiênico das gatas que
passaram pelo procedimento de OSH, quando estes animais encontravam-
se
acompanhadas com outras fêmeas que não entraram no protocolo cirúrgico. Durante
o procedimento da medicação pré-
anes
tésica, as gatas permaneceram mais calmas
e fáceis de serem contidas e manipuladas, quando se encontravam acompanhadas
de um membro do grupo controle comportamental. Constatando-se uma maior
agitação e dificuldade de contenção quando estes animais permanec
iam isolados do
grupo controle comportamental nos períodos pré e pós-operatório. Entretanto, estas
gatas selecionadas com um perfil comportamental mais dócil permaneceram até o
término do projeto com sucesso nas comparações das avaliações subjetivas entre
os grupos no pós
-
opertatório.
Nas primeiras duas horas de pós-operatório na fase experimental da
pesquisa, ao exame físico, foi observada a presença de tremores musculares de
intensidade leve, causados por temperaturas amenas. Para diminuir esta
intensida
de de hipotermia, foi utilizado colchão térmico para o trans
operatório,
aquecimento do ambiente e permanência dos animais em estufas pediátricas pré
aquecidas para as duas primeiras horas de pós-operatório. Após estas medidas,
uma redução considerada e eficiente foi constatada para o controle destes episódios
de tremores. As obtenções de escores ficaram mais homogêneas para as avaliações
dos grupos não sendo interferido pelas oscilações das temperaturas do ambiente.
As variáveis não quantitativas, de caráter mais subjetivo, apresentaram
resultados distintos em função dos dois observadores. Neste aspecto, notou-se que
os avaliadores, que permaneceram sete dias em contato com os animais,
identificaram com maior precisão algumas das alterações (emissão de sons, lamber
os pelos e mudanças de hábitos alimentares) que são espécie-específica e muito
39
importantes na identificação da dor. Além disso, ficou evidente a importância da
avaliação dos parâmetros subjetivos por mais de um profissional, como afirmaram
estes
autores (TEIXEIRA, 1994
;
FRECKNELL, 2000;).
Não foram observadas diferenças estatisticamente significativa entre os dois
grupos com relação aos pesos e idades. O tempo de realização da intervenção
cirúrgica não deferiu significativamente entre os grupos e foi em média de 28,6 ± 3,8
minutos. A idade média dos animais foi de 17,5 ±12,7 meses e pesos corporais com
média de 3,1 ±0,46 kg. A média do tempo de indução anestésica a extubação foi de
48,75 ±4,3 para (FM), de 42,61±4,3 para (PX) e de 44,8±7,48 para
(CT).
Em relação ás variável quantitativas, temperaturas, freqüências cardíacas e
respiratórias foram semelhantes entre os diferentes grupos, todos os animais
apresentaram valores normais para a espécie, ao exame pré-
operatório.
Dos 30 animais que passaram pelo tratamento cirúrgico e analgésico;
todos foram incluídos ao projeto, obedecendo aos critérios utilizados conforme
planejado.
TABELA 2
ÍNDICES MÉDIOS E DESVIO PADRÕES AFERIDOS DURANTE
OS
40
PERÍODOS TRANS E PÓS-OPERATÓRIOS NAS GATAS
TRATA
DAS
COM CETOROLACO DE TROMETAMINA,
PARECOXIB
E FLUNIXIN MEGLUMINE
Parâmetros
Cetorolaco de
trometamina
Parecoxib
Flunixin meglumine
Freqüência respiratória
28,4 ±
7,7
a
28,4 ± 5,9
a
29,64±9,25
a
Temperatura
36,6 ± 0,8
a, b
36,6 ± 0,8
a,b
37,63±
0,55
a,b
Pressão arterial
87,7 ± 17,3
a
99,7 ± 19,6
a
102,5±25,43
a,b
Freqüência cardíaca
169,4 ± 22,8
a,b
166,0 ± 21,87
a,b
107,93±20,61
a,b
Glicose
89,0 ± 16,12
b
93,2 ± 11,3
b
37,63± 81,02
b
Saturação de O2
97,5 ± 2,5
a
97,3 ± 2,1
a
96,13±
1,89
a
Cortisol
18,4 ± 4,9
b
28,4 ±
7,7
b
59,09 ± 49,87
a
NOTA:
a = indicam período trans
operatório
b = indicam período pós
-
operatório
a,b = indicam período trans e pós operatório
4.1
PARÂMETROS FISIOLÓGICOS
4.1.1
Temperatura corporal (TC)
No
s grupos (PX) e (CT), a temperatura retal basal não diferiu
significativamente do início da administração da anestesia inalatória (M1) quando
comparada coma temperatura aferida nos instantes de tempo de (M2), (M3), (M4).
No grupo (FM) observamos a presença de uma temperatura com diminuição mínima
no decorrer do procedimento cirúrgico, permanecendo acima das médias de (PX) e
(CT).
No transoperatório os três grupos tratados mantiveram a temperatura na
normalidade para a espécie.
GRÁFICO 1
- TEMPERATURAS RETAIS (GRAUS CELSIUS) DAS
GATAS NO PERÍODO
TRANS
OPERATÓRIO
41
36
36,5
37
37,5
38
( °C )
Temperatura
Cetorolaco
36,647
Parecoxib
36,65
Flunixin
37,63
1
4.1.2 Freqüência Respiratória (FR)
Os valores de FR não apresentaram diferenças significativas no
trans
operatório entre os tratamentos. Nos tratamentos com (CT), (PX) e (FM),
apresentou dias da freqüência respiratória constantes ao decorrer do
trans
operatório, ocorreu um aumento não significativo de movimentos respiratórios
no grupo (FM), logo após indução anestésica e permanecendo nos momentos (M1),
(M2) e (M3).
GRÁFICO 2
-
FREQÜÊNC
IAS RESPIRATÓRIA
(M
OVIMENTOS/MIN)
DAS GATAS NO
PERÍODO TRANS E PÓS OPERATÓRIO
42
27
28
29
30
(mov.resp/min)
Frequência respiratória
Cetorolaco
28,414
Parecoxib
28,4
Flunixin
29,64
1
4.1.3 Saturação de hemoglobina (SpO²)
Não houve diferenças significativas entre os valores aferidos da saturação de
hemoglobina no transoperatório. Os valores da saturação de hemoglobina
registrados permaneceram, durante todo o período experimental, em nível
considerado normal para a espécie que é de 96 a 100% de saturação de
hemoglobina.
GRÁFICO 3
- SATURAÇÃO DE OXIGÊNIO DA HEMOGLOBINA (S
PO²)
DAS GATAS NO P
ERÍODO TRANS
OPERATÓRIO
43
.
95
96
97
98
( % )
Saturação de hemoglobina
Cetorolaco
97,525
Parecoxib
97,375
Flunixin
96,13
1
4.1.4 Freqüência cardíaca (FC)
Os grupos mostraram valores basais da média da freqüência cardíaca dentro
dos limites de referência nos três grupos tratados.
GRÁFICO 4
- FREQÜÊNCIAS CARDÍACAS (BATIMENTOS/MINUTOS)
44
DAS GATAS NOS PERÍODOS TRANS E PÓS-
OPERATÓRIOS
162
164
166
168
170
172
( bat/min )
Frequência cardíaca
Cetorolaco
169,429
Parecoxib
166,029
Flunixin
170,93
1
4.1.5 Pressão arterial sistólica (PAS)
Os valores da pressão arterial sistólica (PAS) não apresentaram diferença
significativa entre os tratamentos. Nos tratamento
(CT),
(PX) E
(FM)
a pressão
arterial
sistólica manteve-se entre os valores mínimos daqueles citados como
normais para a espécie felina após a indução
anestésica em todos os momentos.
45
GRÁFICO 5
- PRESSÕES SANGUINEAS ARTERIAIS INDIRETAS
(MMHG)
DAS GATAS NO
PERÍODO TRANS
OPERATÓRIO
80
90
100
110
( mmHg )
Pressão arterial
cetorolaco
87,75
parecoxib
99,75
Flunixin
102,5
1
4.2 AVALIAÇÃO HORMONAL
4.2.1 Cortisol
Na avaliação individual de cada grupo, observou-se que o grupo (PX)
apresentou um aumento na concentração de cortisol, após 6 horas da extubação da
cânula orotraqueal (MR3), este acréscimo do cortisol aumentou o nível da variável e
com maior valor no tratamento (PX).
GRÁFICO 6
- DETERMINAÇÃO DE CORTISOL SANGUÍNEO DAS
46
GATAS NO PÓS
-
OPERATÓRIO.
.
0
50
100
( nmol/L )
Cortisol
Cetorolaco
18,4
Parecoxib
28,4
Flunixin
50,09
1
4.2.2 Glicose
Com relação á mensuração da glicose sanguínea, verific
ou
-se na avaliação
individual dos grupos cetorolaco e parecoxib, que o resultado da glicemia foi menor
nos momentos (MR2) e (MR3), para ambos os tratamentos, quando comparado com
os valores basais iniciais para a espécie. Os valores do flunixin ficaram acima da
média para a espécie em 2, 6 e 24
horas após extubação.
GRÁFICO 7
DETERMINAÇÃO GLICOSE SA
NGUÍNEA DAS GATAS
47
NO PERÍODO PÓS
OPERATÓRIO.
0
50
100
150
( mg/dl )
Glicose
Cetorolaco
89,075
Parecoxib
93,2
Flunixin
135,65
1
4.4
PARÂMETROS COMPORTAMENTAIS
4.3.1 Qualidade de analgesia
Os animais tratados com ceto
rolaco de trometamina e parecoxib não emitiram
son
s sugestivos de dor ou desconforto quando observados pelo avaliador. No grupo
do flunixin, os avaliadores pontuaram de 36% a completa analgesia, muito inferior
aos grupos (CT=60%), (PX=67,5%) E (FM 36%).
GRÁFICO 8
AVALIAÇÃO COMPARATIVA DA QUALID
ADE DE ANALGESIA DO
48
PARACOXIB, CETOROLACO E FLUNIXIN MEGLUMINE.
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
ANALGESIA
Parecoxib
60,0% 25,0% 12,5% 2,5%
Cetorolaco
67,5% 20,0% 12,5% 0,0%
Flunixin
36%
28,65% 28,65%
7%
0+
1+ 2+
3+
NOTAS:
0+ completa analgesia
1+ boa analgesia
2+ moderada analgesia
3+ ausência de analgesia
4.3
.2 Qualidade de sedação
Os animais tratados com cetorolaco de trometamina apresentaram sedação
moderada nos primeiros 30 minutos após extubação da cânula orotraqueal, não
sendo observado ocorrência nos demais momentos das avaliações. O grupo do
flunixin meglumine apresentou sedação intensa até 2 horas de pós-operatório, no
grupo pareco
xib o despertar após extubação foi rápido com retorno da consciência.
GRÁFICO 9
-
AVALIAÇÃO COMPARATIVA DA QUALIDADE DE SEDAÇÃO DO
49
PARACOXIB, CETOROLACO E FLUNIXIN MEGLUMINE
0,0%
50,0%
100,0%
SEDAÇÃO
PARECOXIB
87,5% 10,0% 2,5% 0,0%
CETEROLACO
90,0% 2,5% 7,5% 0,0%
FLUNIXIN
7,1% 57,1% 21,4% 14,2%
0+
1+ 2+ 3+
NOTAS:
0+ totalmente acordado
1+ fica em pé
2+ tenta fic
ar em pé/deita
3+ consegue levantar a cabeça
4.3.3 Qualidade de manipulação
A manipulação pós-operatória ocorreu normalmente, não sendo
acompanhada por alterações expressivas nos grupos. A manipulação dos animais
nos momentos (MR1), (MR2), (MR3) e (MR4) após extubação ocorreu de forma
semelhante entre os grupos, e foi graduada em moderada a fraca não havendo
diferença significante entre os grupos.
GRÁFICO 10
-
AVALIAÇÃO COMPARATIVA DA QUALIDADE DE
50
MANIPULAÇÃO
DO
PARACOXIB, CETOROLACO E F
LUNIXIN MEGLUMINE
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
MANIPULAÇÃO
PARECOXIB
67,5% 20,0% 10,0% 2,5%
CETOROLACO
70,0% 17,5% 12,5% 0,0%
FLUNIXIN
14,2% 57,1% 14,2% 7,1%
0+ 1+
2+
3+
Notas:
0+ sem resposta
1+ tenta se movimentar
2+ ira
-
se, vocaliza.
3+ tenta morder, rosna.
4.3.4 Qualidade de padrão respiratório
A qualidade de padrão respiratório demonstrou nos primeiros momentos uma
recuperação na normalidade para a espécie, não sendo acompanhada por
alterações respiratórias nos grupos do cetorolaco e parecoxib, o grupo do flunixin
meglumine apresentou uma respiração inicialmente abdominal até 6 horas após
extubação.
GRÁFICO 11
-
AVALI
AÇÃO COMPARATIVA DA QUALIDADE DO
51
PADRÃO RESPIRATÓRIO DO
PARACOXIB, CETOROLACO E FLUNIXIN MEGLUMINE
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
PADRÃO RESPIRATÓRIO
PARECOXIB
75,0% 17,5% 5,0% 2,5%
CETOROLACO
70,0% 22,5% 7,5% 0,0%
FLUNIXIN
57,1% 28,5% 14,2% 0,0%
0+ 1+ 2+ 3+
NOTAS:
0+ normal
1+ moderado abdominal
2+ respiração abdominal
3+respiração/ap
nêustica
4.3.5 Qualidade da agitação
Os períodos de tempo da recuperação, exigiram um perfil maior de avaliação do
parâmetro agitação, para não ter influência comportamental, atribuído ao
desconforto causado pela coleta de amostras sanguíneas e dados, não houve
diferenças entre os momentos nos grupos.
52
GRÁFICO 12
-
AVALIAÇÃO COM
PARATIVA DA QUALIDADE DE AGITAÇÃO DO
PARACOXIB, C
ETOROLACO E FLUNIXIN MEGLUMINE
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
AGITAÇÃO
PARECOXIB
77,5% 12,5% 7,5% 2,5%
CETOROLACO
67,5% 15,0% 2,5% 15,0%
FLUNIXIN
14,2% 42,8% 14,2% 28,5%
0+
1 +
2+
3 +
NOTAS
:
0+ dormindo/calmo
1+ agitação leve
2+ agitação moderada
3+ agitação severa
4.3.6 Qualidade da vocalização
A qualidade da análise do parâmetro vocalização foi considerada excelente
em 97% dos animais do grupo (PX) e, 95% dos animais do grupo (CT), no momento
(MR1), após 1 hora de pós
-
operatório.
53
GRÁFICO 13
- AVALIAÇÃO COMPARATIVA DA QUALIDADE DE
VOCALIZAÇÃO DO
PARACOXIB , CETOROLACO E FLUNIXIN
MEGLUMINE
0,0%
50,0%
100,0%
VOCALIZAÇÃO
PARECOXIB
97,5% 2,5% 0,0% 0,0%
CETOROLACO
95%
5%
0%
0%
FLUNIXIN
57,1% 28,5% 14,2% 0,0%
0+
1+ 2+
3+
NOTAS:
0+ ausente
1+ presente/cessa /voz humana
2+ presente/não cessa/ voz humana
3+presente/a
centua
-
se/
voz
humana
54
5
DISCUSSÃO
Considerando a espécie e o estado geral do animal, o controle da dor
aguda no pós-operatório pode ser alcançado com sucesso por meio da estimativa
antecipada do grau de severidade e duração do estímulo doloroso, seguido pela
escolha do tipo de técnica analgésica e do agente analgésico (SHAFFORD et al.,
2001). Por esta razão, o emprego de analgésicos no período pré-operatório em
gatas domésticas foi introduzido preemptivamente antes da incisão cirúrgica, e a
partir de então, evitar alterações emocionais, como medo, ansiedade, pânico,
modificando o comportamento específico da espécie, conforme BARS, (
1998
) e
THURMON et al. (
1996
). Contudo, ainda são escassos os trabalhos que avaliaram a
resposta neuroendócrina aos estímulos dolorosos em felinos submetidos á analgesia
preventiva (CAMBRIDGE et al., 2000; SOUZA, 2000). Este fato levou-nos a escolha
de ga
tas domésticas (
Felis catus
), como modelo animal para este estudo.
A escassez de trabalhos com este enfoque pode ser entendida por três
aspectos. Primeiro, em função do comportamento de natureza estóica dos gatos, ou
seja, impassível á dor, comportamento este vital para os felinos selvagens, que não
podem demonstrar fraqueza ou doença para não se tornarem uma presa fác
il
(LASCELLES; WATERMAN, 1997), associado a sua convivência isolada como
animal de companhia. Segundo, pelas características metabólicas da espécie felina,
onde se observa deficiência de algumas enzimas da família glicuronil transferase,
responsáveis pela biotransformação de muitos medicamentos, e pela
susceptibilidade da oxidação da hemoglobina (HASKINS, 1987). Durante o
procedimento de calculo de dosagens dos fármacos, uma das dificuldades
encontradas foi o controle adequado de doses, mantendo uma analgésica
satisfatória sem interferir na hemodinâmica dos animais. Terceiro, pelos efeitos
colaterais que possam ocorrer pela administração dos analgésicos conforme citado
por este a
utor SLINSBY; WATERMAN
-
PEARSON
(
1998). Isto poderia explicar por
55
que a escolha de três grupos de AINEs, o cetorolaco de trometamina ( medicina
humana) e flunixin meglumine (medicina veterinária), agindo em ambas as
cicl
oogigenases (COX-1) e (COX-2), e o parecoxib (medicina humana), atuando
seletivamente na (COX-2), segundo alguns autores,
VASSEUR
et al., (
1995
)
;
CARROL,
(
1999
) ;
MATHEWS,
(
2000
) e
LIVINGSTON,
(
2000).
Embora saibamos da dificuldade no estudo da dor nos felinos e que o
método ideal para determinação da diferença da intensidade álgica deva ser
altamente sensível, claro e com os critérios de avaliação o mais simples possível
,
neste trabalho procuramos avaliar o grau da dor em gatas submetidas á OSH. Isto
se fez durante o transoperatório e no período de recuperação imediata, ou seja,
durante as primeiras 24 horas de pós-operatório, por meio de métodos quantitativos
e qualitativos, citados por FLECKENEL (2000), minimizando as diferenças
qualitativas entre os pesq
uisadores.
A análise quantitativa foi feita por meio da verificação da resposta
neuroendócrina e das alterações fisiológicas, de forma semelhante ao que foi
relatado por, GUINSBURG et al. (1998) e SOUZA (2000). O estudo subjetivo foi
realizado tendo por meio uma escala numérica por categoria semelhante ao
publicado por SLINGSBY et al. (1998) e MATSUDA et al. (1999). Estes autores
constataram que os somatórios das respostas comportamentais e dos fisiológicos
após um estímulo doloroso, diminuíram os possíveis erros de interpretação quanto á
qualidade da analgesia e recuperação pós-operatória em gatos. Entretanto, na
interferência de fatores ambientais determinamos que os pesquisadores avaliassem
diariamente a rotina dos animais, para que não ocorressem compree
nsões
subjetivas, interferindo nos resultados das investigações, conforme citado por
TEIXEIRA (1994) e SACKMAN (1995).
O uso de uma escala que avalie o comportamento tem sido empregado
para o reconhecimento e a classificação da expressão da dor ou do conforto pós-
56
operatório sob efeito de um esquema de
analgesia
, semelhante ao apresentado por
TAYLOR;
HOULTON (1984).
O emprego desta escala baseia-se no fato de que nenhum parâmetro
fisiológico único, como freqüência cardíaca, freqüência respiratória, ou pressã
o
arterial, foi reconhecido como um modelo padrão totalmente fidedigno para detecção
da dor em gatos. Isto ocorre porque os gatos estariam sujeitos a variações destes
parâmetros
em função de fatores psicogênicos individuais como, temperamento e do
tipo da domesticação do animal, semelhante ao observado nos estudos de
CONZEMIUS
et al., 1997; SMITH et al.,
1999
; CAMBRIDGE et al., 2000 e
MATHEWS
et al.,
2001
.
Neste trabalho, utilizamos uma escala numérica por classe para análise
comportamental devido á simplic
idade da metodologia, demandando um treinamento
mínimo dos pesquisadores. A escolha deste método teve por base os relatos de
SLINSBY
et al., (1998) e MATSUDA et al., (1999). Contudo, alguns trabalhos
demonstraram que a escala análoga visual apresentou maior sensibilidade na
avaliação da dor, exigindo uma cuidadosa observação (WELSH e tal.,
1993;
LASCELLES
et al.,1997; SLINGBY; WATERMAN-
PEARSON,
2000).
Seria
conveniente lembrar ainda, que estas observações poderiam ser mascaradas pela
sedação, havendo necessidade de diferenciá-los conforme relatado por SLINSBY;
WATERMAN
-PEARSON (1998), FIRTH; HALDARE (1999) e CAMBRIDGE et al
.
(2000).
Para comparar a analgesia, neste trabalho, optou-se por utilizar o
cetorolaco de trometamina, p
arecoxib
e o flunixin m
eglu
mi
ne,
nas intervenções
cirúrgicas de curta duração, como a OSH, apresentada também como modelo
experim
ental em cães por FANTONI, (2000) e CHERR, (2001)
.
Elegemos a dose de 0,2 mg/kg de parecoxib, pela via IV, tendo em vista os
resultados aferidos no pré
-
exp
erimento, onde constatamos a
s
sua
s qualidades
como
analgésico visceral e ausência de modificações hemodinâmicas que pudessem
57
colocar em risco a integridade do animal, similar ao exposto por CAMU (
2002
); NG
(
2003
) e GIERSE
(1996)
.
Optou
-se por uma dose única de 0,3
mg/kg
de cetorolaco de trome
tamina
pela via IV, pela ação analgésica deste AINE, escolhemos a menor dose, para
minimizar os efeitos adversos gastri
ntestinais conforme citado por
JAIN
(
2000
);
PAW
(
2001
); DESJARDINS (
2001
)
;
BARTON (
2002
);
CAMU
(
2002
); OTT (
2003)
e KOKKI
(
2003
),
possibilitando desta forma a avaliação dos parâmetros fisiológicos e
comportamentais.
O parecoxib mostrou-se satisfatório na dosagem de 0,2 mg/kg IV,
resultou entre os outros tratamentos com um tempo de retorno das atividades
motoras com mais rapidez. Diferentemente do observado no estudo de BOOTH
(1992), que comparou o flunixin com o cetoprofeno, o flunixin meglumine na dose de
0,5 mg/kg IV não foi o mais efetivo como analgésico, em todos os animais dos
grupos no presente estu
do.
Os felinos estão mais propensos a hipotermia nos procedimentos
anestésicos
, em virtude do tamanho relativamente grande da sua superfície
corporal, favorecendo a perda de calor, e pelo fato de possuírem um pequeno porte
de massa tecidual para a termogên
ese
, especialmente, fígado e sculos. Durante
o procedimento a temperatura ambiente esteve em média adequada para todos os
grupos para que não interferissem nos sinais clínicos.
Neste estudo, a temperatura corporal não diferiu entre os três grupos
durante
o transoperatório. Nos animais dos dois grupos, o declínio da temperatura
corporal persistiu durante todo o período transoperatório até 45 minutos após a
induçã
o anestésica, ficando nos valores considerados normais para a espécie.
GAYNOR (1999) e SOUZA (2000), também relataram estes mesmos resultados,
sendo que nas duas últimas publicações, o autor trabalhou com cães.
THURMAN et al. (1996) atribuíram ao cloridrato de acepromazina a
diminuição da temperatura corporal. Para estes autores, esta substancia atuaria no
centro termorregulador da região hipotalâmica periférica, levando á depleção de
58
catecolaminas, além de provocar vasodilatação periférica, resultando em maior
perda de calor através dos vasos sanguíneos cutâneos.
Vale assinalar que, apesar do
pequen
o decréscimo da temperatura
,
nenhum animal apresentou tempos de recuperação anestésica significantes
diferentes e nem tampouco alterações eletrocardiográficas, dados estes relatados
por DEVEY;
CRONE (1997).
Nesta pesquisa, com relação á freqüências respiratórias observam uma
discreta diminuição significativa nos três grupos, após a indução anestésica (M1),
mas dentro dos limites fisiológicos, demonstrando que o uso dos fármacos, nas
doses recomendadas, não determinou efeitos adversos respiratórios. Os a
nimais
apresentaram um menor número de movimentos respiratórios, porém aumentaram a
amplitude respiratória, sendo possível segundo STEFFEY, HOWLAND (1997) que o
decréscimo na freqüência respiratória tenha sido compensada pelo aumento do
volume corrente ou
ty
dal.
Nos três grupos, a discreta diminuição da freqüência
respiratória poderia estar ligada ao uso do cloridrato de acepromazina, que diminui a
freqüência respiratória, potencializada sabidamente pelos anestésicos gerais.
Convém assinalar que os AINEs são considerados a classe de agentes
antiinflamatórios mais utilizados na clínica de pequenos animais, por produzirem
analgésica com menor depressão respiratória comparada aos opióides, conforme
citado por NOLAN e REID (1993).
Em ambos os três grupos, a SpO
2
permaneceu durante o trans
operatório
no limite bem próximo ao desejado para um felino anestesiado recebendo uma fonte
adicional de oxigênio, ou seja, 96 a 100% de saturação, com a intenção de
assegurar a oxigenação arterial, também relatado por GROSENBAUG
H;
MUIR
(1998).
Neste estudo, os grupos apresentaram um aumento transitório da
freqüência cardíaca, logo após a indução com propofol. Entretanto, após 10 minutos
da indução anestésica verificaram-se um pequeno declínio tanto da freqüência
59
cardíaca para valores inferiores ao basal, alterações estas dentro dos limites
fisiológicos.
Segundo
FLECKNELL (1994) e SMITH (1997),
o aumento da freqüência
cardíaca após a indução com indutores intravenosos, estaria relacionado ao efeito
compensatório após a hipotensão promovida pelos fármacos indutores, o que
explicaria os nossos resultados. Neste estudo, atribuímos às mínimas mudanças na
freqüência cardíaca e da pressão sanguínea arterial á ação aditiva ou sinérgica das
drogas empregadas na MPA e dos anestésicos gerais, semelhantes aos obtidos por
HELLYER;
GAYNOR (1998). Sendo importante ressaltar que não foi observada
nenhuma alteração severa da freqüência cardíaca e/ou da pressão sanguínea
arterial com a inclusão do cetorolaco de trometamina, parecoxib e flunixin
meglu
mine nos protocolos.
Neste trabalho, a pressão arterial sistólica manteve-se, nos grupos, nos
valores mínimos esperados para os animais anestesiados. Este dado certamente foi
diretamente relacionado ao emprego das doses recomendadas clinicamente de cada
rmaco, evidenciando-se ainda, ausência de efeitos colaterais, como bradicardia ou
arritmia.
As mensurações quantitativas dos níveis de cortisol e das catecolaminas
têm demonstrado ser método exeqüível e de confiabilidade para o reconhecimento
da dor nos animais (BENSON et al., 1991; CAMBRIDGE et al.,
2000).
SMITH
et al
.
(1996) interpretaram a normalidade do nível do cortisol no pós-operatório a pouca
intensidade de estímulos nociceptivo. Para estas avaliações, escolheram-se os
momentos de duas, seis e vinte e quatro horas após extubação anestésica, para as
determinações do cortisol sérico, visando verificar a qualidade da analgesia e
resposta a dor, através das alterações fisiológicas decorrentes da ativação do
sistema nervoso autonômico durante o transoperatório e o período de recuperação
pós
-operatório. Não podemos considerar a presença de pessoas estranhas ou
manejo para a colheita de sangue ou até o ambiente hospitalar, como fatores
passíveis de terem influenciado na elevação do cortisol no pós-
operatório
no grupo
60
do flunixin, por que todos os animais de todos os grupos foram tratados de forma
semelhante. O único fator a ser considerado seria o temperamento dos animais, que
poderia ter diferido dos demais grupos. Os valores de cortisol sérico diferem em
ga
tos domésticos que passaram por procedimentos cirúrgicos, reportados na
literatura, sendo maiores que os obtidos neste experimento em relação ás médio
apresentadas por BENSON
et al.,
(1991) e SOUZA (2000).
Analisando as variações de cortisol ao longo do pós-operatório ficou
evidenciado o período de polifagia e despertar agitado no grupo parecoxib,
provocaram uma ativação da resposta adrenal podendo levar aos aumentos no
cortisol sérico no momento MR2, após 6 horas da extubação da cânula orotraqueal,
levando
ao aumento da média.
Não poderíamos pensar que o parecoxib teria atuado
elevando o nível de cortisol, por que nos demais momentos, duas e vinte e quatro
horas, não ocorreu a elevação significativa do nível de cortisol. O esperado seria a
concomitante elevação da glicemia. Certamente senecessário outro estudo para
que possamos avaliar deste ponto de vista esta molécula.
Com relação á ação dos fármacos cetorolaco de trometamina e parecoxib,
verificamos nos momentos de duas, seis e vinte e quatro horas
,
a glicemia manteve-
se em valores que não sofreram acréscimo durante estes momentos, retornando os
valores basais vinte e quatro horas de pós-
operatório
, diferente do observado por
BENSON
et al; (1991) e SMITH et al; (1999), o mesmo modelo para OSH, revelou
em gatas tratadas com cetoprofeno, aumento acentuado da glicemia no pós-
operatório. E um aumento da glicemia
nos
momentos de duas, seis e vinte e quatro
horas
, para o grupo do flunixin meglumine, somando a estes sinais endócrinos,
conforme citado por HASKIN (1987), a resposta após eventos dolorosos quer sejam
cirúrgico, culmina com a elevação da glicose
.
Apesar de não termos identificado em nenhum animal efei
to colateral, após
o uso do cetorolaco de trometamina, certamente, trabalhos experimentais deverão
ser realizados para que tenhamos uma maior segurança quanto ao uso desta droga,
61
em especial, nos felinos, onde não é ainda relatado o seu uso.
O flunixin meglumine se encontra na rotina dos AINEs na medicina
veterinária e seu efeitos já estão elucidado
s.
Os aspectos observados pelos pesquisadores nos primeiros 30 minutos de
pós
-operatório, apresentaram diferenças de comportamento entre o grupo do
fármaco parecoxib (ingestão de alimentos e agitação), relacionados á voracidade
com que o alimento oferecido no pós-operatório imediato foi ingerido. A mensuração
do consumo de ração e de água ficou facilitada pela manutenção dos animais
individualmente. Enquanto, o volume e a freqüência de ingestão de alimentos foram
estimados pelos pesquisadores nas primeiras 24 horas de pós-
operatório
.
A
correlação de acréscimo no consumo de ração nas primeiras 2 e 6 horas em relação
às primeiras 24 horas de pós-operatório, sugerem que a influência deste fármaco no
aumento do metabolismo basal, por sal vez requer maior demanda calórica e
consequentemente acarretara uma maior ingestão de alimentos segundo VAIL et al.
(2004).
A polifagia (ingestão excessiva ou voraz de alimento) é um sinal clínico
mais específico, ou seja, com menos causas possíveis conforme citado por
PETERSON (1979). É importante notar se um animal polifágico possui doenças
hormonais como hipertiroidismo, insulinoma ou
diabetes
melitus
, que justifiquem a
polifagia e apresentem outros sinais como poliúria e polidipsia ou hipoglicemia. Na
literatura consultada (ABUJA, 2001) a polifagia implica a ingestão de mais calorias
que as necessárias, podem resultar de uma demanda energética aumentada como a
exigida em ambientes frios ou pelo exercício, pode resultar de dietas de
qualidade. Estas hipóteses de polifagia foram totalmente descartadas neste
experimento; todos os animais passaram por exames clínicos laboratoriais e físicos
sem doença detectável, os ambientes de acomodações dos animais e sala cirúrgica,
estiveram sempre com temperaturas estáveis para todos os grupos e a dieta
comercial fornecida supria todas as especificações nutricionais exigidas para a
62
espécie. Nas especificações do fármaco parecoxib, no ítem reações adversas
incomuns
, ou seja, entre
0,
1% a 1% relatados, de 5727 de pacientes tratados,
alguns dos efeitos são sede aumentada, hiperglicemia, ansiedade, anorexia e
apetite aumentado, o estes sinais clínicos são diferentes dos observados neste
estudo, a ingestão de água manteve se na normalidade, a glicose ficou a níveis
abaixo da média basal, e a polifagia manteve se até 6 horas após a extubação da
anes
tesia. O autor PETERSON (1979), Citou que a polifagia está associada á
administração de medicamentos como corticosteróides ou anticonvulsionantes.
Entretanto, a metodologia utilizada neste estudo não permitiu a determinação desta
reação adversa, implicando em um estudo aparte, mais detalhado, para elucidar as
causas da polifagia, sendo necessário recorrer a exames mais específicos, apenas
sabe
-se ao contato com o laboratório PFIZER, responsável pelo fármaco que esta
reação de polifagia em animais ainda não obteve se estudo para esclarecimento
deste fato.
Confo
rme mencionado por TAYLOR e HOULTON (1984), o estudo da
analgesia no pós-operatório é sempre difícil devido aos efeitos da sedação,
implicando numa falta de resposta aos estímulos dolorosos ou na ausência de
alteração do comportamento. Um resultado importante que determinou ainda mais a
analgésica do cetorolaco e parecoxib em relação ao flunixin, foi a menor
concentração de glicose sanguínea nestes grupos. Estes resultados mostraram a
eficácia destes fármacos estudados na analgesia preemptiva.
SLINGBY;
WATERMAN-PEARSON (1998) relataram que a sedação, na
primeira hora pós-operatória, foi um obstáculo na avaliação da dor em 60 gatas
submetidas à OSH, c
om diferentes analgésicos utilizados.
Neste trabalho, verificamos um elevado grau de sedação no grupo do
cetorolaco de trometamina após 10 a 30 minutos da extubação,o que certamente,
iria comprometer a avaliação da dor nos animai
s.
Desta forma, optamos por fazer
esta avaliação após 1 hora da extubação, minimizando os riscos da sedação estar
63
influenciando o comportamento do animal. Como existe pouco efeito sedativo
associado aos AINEs (MATHEWS et al., 1996), nesta pesquisa, consideramos que
o
grupo do ceto
ro
laco, nos primeiros 10 minutos após extubação, apresentou uma
recuperação moderada, permanecendo desorientados, nos primeiros 20 minutos de
pós
-operatório e flunixin até duas horas de pós–
operatório,
foi devida ao afeito
aditivo
co
m os anestésicos gerais,
também, verificamos que no grupo do parecoxib o
retorno da consciência foi extremamente rápido após extubação anestésica.
Neste estudo, a administração do cetorolaco de trometamina 0,3mg/kg e
de flunixin meglumine 0,5mg/k, em uma única dose preemptiva, pela via intravenosa
em gatas hígidas não acarretou qualquer efeito deletério evidente, a
administração
de 0,2 mg/kg IV de parecoxib, evidenciou se um período de polifagia no pós-
operatório imediato, sem interferências na proposta de analgésica, demonstrand
o
que estes fármacos podem ser utilizados, de forma premptiva, como um potente
analgésico nos procedimentos cirúrgicos, em gatos saudáveis, recebendo
fluidoterapia e mantendo uma pressão arterial sistólica a
cima de 70 mmHg durante o
trans
operatório.
A afirmação de que a analgesia foi efetiva com a utilização destes dois
AINEs, baseou-se nos valores de escore e de concentração sérica de cortisol.
Algumas alterações foram verificadas somente na primeira hora de pós-
operatório:
intensa ingestão de alimentos e agitação no grupo parecoxib; moderada sedação
nos primeiros trinta minutos, no grupo do cetorolaco; intensa sedação nas primeiras
duas horas no grupo flunixin. Este conjunto de fatos evidencia que a analgesia
promovida no grupo do parecoxib e cetorolaco
, foi supe
rior ao do flunixin me
glumine.
Também foram evidenciadas diferenças nas variáveis comportamentais de
dor, vocalização, manipulação, sedação e padrão respiratório entre os grupos
ceto
rolaco e parecoxib em relação ao grupo flunixin meglumine. Todas as variáveis
indicaram presença de dor no grupo flunixin meglumine ao contrário do que ocorreu
para os grupos parecoxib e ceto
rolaco.
64
6
CONCLUSÕES
Comparando
-se os dois tratamentos, pelos resultados obtidos, é possível
afirmar que o cetorolaco de trometamina e o parecoxib, quando administrados de
forma preemptiva, abolem a dor decorrente da ovariossalpingohisterectomia em
gatas, por um período de vinte e quatro horas. Deste modo o cetorolaco de
trometamina e o parecoxib parecem ser uma alternativa eficaz para o controle da
dor em felinos.
Outros estudos com metodologias mais específicas e apropriadas serão
necessários a fim de se obter uma informação mais precisa acerca do real
benefício do uso do cetorolaco de trometamina e parecoxib no tratamento da dor
em felinos, assim como para elucidar eventuais efeitos colaterais destes
medicamentos.
65
REFERÊNCIAS
ACR : THE AMERICAN COLLEGE OF RHEUMATOLOGY,criteria for the classification
of fibromialgia. Report of the multicenter criteria co
mmittee.
Art Rheum
, v. 33, p. 160, 1990.
ACVA: position paper. American College of Veterinary Anesthesiologists’ position
paper on the treatment of pain in animals
. Journal of American Veterinary Medical
Association
, v. 213, n. 5, September, p. 628
-
630, 1998.
ABUJA, P.M.; ALBERTINI, R. Methods for monitoring oxidative stress, lipid
peroxidation and oxidation resistence of lipoproteins.
CLIN CHIM ACTA
; 306: 1
-
17, 2001.
ANTHONY D; et al . Postoperative Pain Management: Morphine versus Keterolac.
Journal o
f Perianesthesia nursing
, 17(1): p 30
-
42, 2002
ANVISA:
Agencia Nacional de Vigilancia Sanitária. Capturado 30 de março.
2006.online. disponível em Consulta à Situação de Documentos
-
http://www.anvisa.gov.br/servicos/con
BARTON S. F; et al: Efficacy and safety of intrtavenous parecoxib sodium in
relieving acute postoperative pain following gynecologic laparotomy surgery.
Anesthesiology
; v. 97, p. 306
-
314, 2002.
BENSON, G. J.; et al. Postoperative catecholamine response to anychectomy in
isoflurane
-anesthetized cats effect of a
nalgesics.
Veterinary Surgery, v. 20, n. 3, p.
222
-
225, 1991.
66
BOOMFIELD, S. S. Keterolac versus aspirin for postpartum uterine pain.
Pharmacotherapy
; 6(5): 247
-
252, 1986.
BOOTHE, D. M. Controllin inflammation with nonsteroidal anti-inflammatory drugs.
Ve
terinary Medicine
. v. 8, p. 875
-
883, 1989.
CAMBRIDGE, A. J.; et al. Subjetive and objetive measurements of postoperative pain
in cats. Journal of American Veterrinary Medical Association, v. 217, n. 5,
September, p. 685
-
690, 2000.
CAMU F.; et al: Valdecoxib,a COX-2-specific inhibitor, is an efficacious, opioid-
sparing analgesic in patients undergoing hip arthroplasty. Am J Ther; v. 9, p. 43-
51,
2002.
CARROLL, G. L. How to manage perioperativ pain. Veterinary Medicine, v. 91, n.
4, April, p. 353
-
357, 1996
.
CARROLL, G. L. Analgesics and Pain. The Veterinary Clinics of north America
small animal practice:
Clinical Anestesia
, v. 29, n. 3, May, p. 701
-
717, 1999.
CARROLL, G. L.; et al. Evaluation of analgesia provided by postoperative
administration of butorphanol to cats undergoing onychectomy. Journal of American
Veterinary Medical Association
, v. 213, n. 2, july, p. 246
-
250, 1998.
CARVET, C. A; CORNELIUS, L. M. Corticosteroid hormones: endogenous
regulation and the effects of exogenous administration.
Ve
terinary medicine
,
v.85,n,8, August, p. 810
-
823, 1990.
CHEER S. M., Goa K. L , Parecoxib (parecoxib sodium).
Drugs
, v. 61, p. 1133-
1141,
2001.
67
CHOO V, LEWIS S: Keterolac doses reduced.
Lancet
; 342: 109, 1993.
CONKLIN D. R, EISENACH J. C: Intrathecal Keterolac enhances antinociception
from clonidine.
Anesth Analg
; 96:191
-
194, 2003.
CONZEMIUS, M. G.; et al. Correlation between subjective and objetive measures
used to determine severity of postoperative pain in dogs. Journal of American
Veterinary Medical
Association
, v. 200, n. 12, june, p.1619
-
1622, 1997.
CRANE, S. W. Perioperative analgesia: a surgen´ns perspective. Journal of
American Veterinary Association
, v. 191, n. 10, november, p. 1254
-
1257, 1987.
CRUZ, M. L.; et al. Efeitos do flunixin, ketoprofeno, carprofeno, buprenorfina e
placebo para analgesia pós-operatória em cães submetidos á osteossíntese de mur.
A
Hora Veterinária
, Ano
-
19, setembro, p.11
-
17, 1999.
DANIELS, S. E.; TALWALKER S.; HUBBARD, R. C.; VERBURG, K. M. Pre-
operative valdecoxib, a COX-2 specific inhibitor, provides effective and long lasting
pain relief following oral sugery [abstract].
Anesthesiology
; 95. Abstract A810, 2001.
DANIELS S. E.; et al. A double-blind, randomized comparison of intramusculary and
intravenously administered parecoxib sodium versus ketorolac and placebo in a post-
oral surgery pain model.
CLIN THER
; 23: 1018
-
31, 2001.
DESJARDINS, P. J.; et al. A single pre-operative oral dose of valdecoxib, a potent
COX
-2 specific inhibitor, relieves post-oral surgery or bunionectomy pain
Anesthesiology
. 97, p. 565
-
73, 2002
68
DESJARDINS P. J.; et al: The injectable cyclooxygenase-2-specific inhibitor
parecoxib sodium has analgesic efficacy when administered preoperatively.
Anesth
Analg
; 93: 721
-
727, 2001.
DEVEY, J. J.; CROWE, D. T.The physiologic response to trauma. The Compendium
on Continuing Education for the Practicing Veterinarian small animal, v. 19,
n.8, August, p.962
-
975, 1997.
DIONNE, R. A.; KHAN, A. A.; GORDON, S. M. Analgesia and COX-2 inhibition.
Clinical
Rheumatology
, v. 19, n. 6, p. 63
-
70, 2001.
DOHOO, S. E.; DOHOO, I. R. Postoperative use of analgesics in dogs and cats by
Canadian veterinarians. Canadian Veterinary Journal, v. 37, n. 9, September, p.
546
-
551, 1996.
DRUMMOND, J.P. Dor aguda: fisiopatologia, clínica e terapêutica. São Paulo:
Atheneu, 262p., Cap. l, p. 1
-
25, 2000.
DYSON, D. H. Pre-operative assessment. In: HALL, L.W. & TAYLOR, P.M.
Anaesthesia of the Cat. London:
Bailliére Tindall
, 362p., Cap.6, p.103
-
126, 1994.
EISENACH J. C.; et al: Phase I safety assessment of intrathecal keterolac.
Pain;
99:
599
-
604, 2002.
FANTONI, D. T.; KRUMENERL, J. L.; GALEGO, M. P. Utilização de analgésicos
em pequenos animais.
Clínica Veterinária
, n. 28; p. 23
-
33, 2000.
FIRTH, A. M.; HALDARE, S.L. Development of a scale to evaluate postoperative
pain in dogs. Journal of American Veterinary Medical Association, v. 214, n. 5,
March, p. 651
-
659, 1999.
69
FLECKNELL, P.A. Injectable Anaesthetics. In: HALL, L.W. & TAYLOR, P.M.
Anaesthesia of the Cat. London:
Bailliére
Tindall
, 362p., Cap. 8, p. 127
-
154, 1994.
FRECKNELL, P.; WATERMAN-PEARSON, A. Pain management in animals.
ed. W. B. Saunders. London, UK. 2000.
FONDA, D. Post operative analgesic actions of flunixin in the cat. Journal of
Veterinary Anesthesia
, v. 23(
2), p. 52
-
5, 1996.
FRICKE, J. R.; et al.; Comparison of the efficacy and safety of ketorolac and
meperidine in the relief of dental pain. J Clin Pharmacol. April: v. 32, p. 376-
84;
1992.
GAYNOR, J. S. Pain management: ensuring a fair profi from a valuable service.
Veterinary Medicine
, v. 94, n. 4, p. 358
-
361, 1999.
GIANNAKOULOPOULOS, X.; et al. Fetal plasma cortisol and beta-
endorphin
response to intrauterine neediling.
The Lancet
, v. 344, n. 8915, July, p. 77
-
81, 1994.
GIERSE, J. K.; et al.; A single amino acid difference between cyclooxygenase-
1
(COX
-1) and –2 (COX-2) reverses the selectivity of COX-2 specific inhibitors. J Biol
Chem
. v. 271, p. 15810
-
15814, 1996.
GOUJON, C.; MONSUEZ, J.J. Antálgicos não opiáceos. In: BONNET, F. A Dor: no
meio cirúrg
ico.
Porto Alegre: ARTS Médicas, 324p., cap.6, p. 99
-
112, 1993.
GUINSBURG , R.; et al. Physiological, hormonal, and behavioral responses to a
single fentanyl dose in intubated preterm neonates.The Journal of Pediatrics,v. 132,
n. 6, p. 954
-
958, 1998.
70
GROS
ENBAUGH, D. A.; MUIR, W. W. Pulse oximetry: A practical, efficient
monitoring method.
Veterinary medicine
, v. 93, n. 1, January, p. 60
-
66, 1998.
HANSEN, B. D. Therapeutics in pratice: Analgesic Therapy. The compendium on
Continuing Education for Practicin
g Veterinarian
, v. 16, n. 7, p. 869
-
875, 1994.
HARRIS S. I.; et al:Upper gastrointestinal safety evaluation of parecoxib sodium,
anew parenteral cyclooxygenase-2-specific inhibitor, compared with keterolac,
naproxen, and placebo
. Clin Ther
; 23: 1422
-
1428,
2001.
HASKINS, S. C. Use of analgesics postoperatively and in a small animal intensive
care setting, Journal of American Journal Veterinary Medical Assocaition, v. 191,
n. 10, november, p. 1266
-
1268, 1987.
HASKINS, S.C. Analgesics and sedatives. In: proceeding of the Kalkan WALTHAM
SYMPOSIUM for the treatment os Small Animal Diseases 14
th
Annual Meeting
.
Emergency Medicine and Critical Care
, Anais..., 147p., p. 33
-
39, 1991.
HELLYER, P. Minimizing postoperative discomfort in dogsand cats.
Veterinary
Medi
cine
, v. 3, p. 259
-
65, 1999.
HELLYER, P. W.; GAYNOR, J. S. Acute postsurgical pain in dogs and cats.
The
Compendium on the Education for Practicing Veterinarian Small animal. v. 20,
n. 2, February, p. 140
-
153, 1998.
HELLYER, P. W. Geral anesthesia for dogs and cats. Veterinary Medicine, v. 91, n.
4, April, p. 314
-
325, 1996.
71
HUBBARD R. C.; et al:parecoxib sodium has opioid-sparing effects in patients
undergoing total knee arthroplasty under spinal anaesthesia. Br J Anaesth; 90: 166-
172,2003.
JAIN K. K: Evaluation of intravenous parecoxib for the relief of acute post-
surgical
pain.
Exp Opin Invest Drugs
; 9: 2717
-
2723, 2000.
JOHNSON, J. M. The veterinarian’s responsibility: asessing and managing acute pain
in dogs and cats. Part l. The compendium on Continuing Education for the
Practicing Veterinarian
small animal
. v. 13, n. 5, May, p. 804
-
807, 1991.
KAY
-MUGFORD, P.; BENN, S. J.; LAMARRE, J.; CONLON, P. In vitro effects
of nonsteroidal anti
-inflammatory drugs on cyclooxygenase actvity in dogs.
Am
erican
Journal of Veterinary Research
, v. 61, n. 7, p. 908
-
810, 2000.
KEHLET, H. Surgical stress: the role of pain and analgesia. Anesthesiology v.63, p.
189
-
95, 1989.
KISSIN, I. Preemptive Analgesia.
Anesthesiology
, v. 93, n. 4, October, p. 1138
1143,
2000.
KITCHELL, R. L. Problems in defining pain and peripheral mechanisms of pain.
Journal of American Veterinary Medical Association, v. 191, n. 10, November, p.
1195
-
1199, 1987.
KOKKI H: Nonsteroidalanti-inflammatory drugs for postoperative pain. A focus on
children.
Pediatr Drugs
; 5: 103
-
123, 2003.
LASCALLES, B. D.. X.; BUTTERWORTH, S. J.; WATERMAN, A.E. Postoperative
analgesic and sedative effects of carprofen and pethidine in dogs. The Veterinary
Records
. v. 134, p. 187
-
191, 1994
72
LASCELLES, B. D. A
nalgesia preoperatoria
opiaceos y AINEs.
Waltham Focus
, v.
9, n. 4, p. 2
-
8, 1999.
LASCELLES, B D.; WATERMAN, A. Analgesia in cats. In Practice. April, p. 203-
213, 1997.
LASCALLES, B. D.. X.;et al.Efficacy and Kinetics of carprofen, administered
preop
eratively or postoperatively, for the prevention of pain in dogs undergoing
ovariohysterctomy
. Veterinary Surgery
, v.27, n.6, p. 568
-
582, 1998.
LAUS, J. L.; et al. Terapia antiinflamatória na cirurgia de catarata pela
facoemulsificação em cães.
A Hora Ve
terinária
-
ano 21, n.121, maio/junho, 2001
LE BARS, D. Pain Physiology. Part 1. Pratica Médica Cirúrgica Animal v. 33, p.
187
-
192, 1998.
LE BARS, D.; WILLER, J.C. Fisiologia da sensação dolorosa. In: BONNET, F. A
.
Dor no meio cirúrgico.
Porto Alegre: Ar
ts Médicas, 324p., Cap. 1, p. 5
-
47, 1993.
LEMONICA, L., PEREIRA, S.M. Dor: bases anátomo-fisiológicas e do tratamento.
In: BRAZ, J.R.C., CASTIGLIA, Y.M.M. Temas de Anestesiologia, São Paulo:
Unesp. cap. 15, p. 163
-
70, 1992.
LIN, H .C.; BENSON, G. J.; THURMON, J. C.; et al. Influence of anesthetic
regimens on the perioperative catecholamine response associated with onychectomy in
cats.
American Journal of Veterinary Research,
v. 54, n. 10, October, p. 1721
-
1724,
1993.
73
LIVINGSTON, A. Mechanism of action of nonsteroidal anti-inflamatory drugs. The
Veterinary Clinics of North America: small animal practice. v. 30, n. 4, p. 773-
782. 2000.
LOPEZ M, et al. Lack of addictive potencial of keterolactromethamine.
Pharmacologist
; 29
-
136, 1987.
MACPHAIL, C. A.; L
APPIN M. R., MEYER, D. J.; SMITH, S. G.; WEBSTER, C. R.
L.; ARMSTRONG, P. J. Hepatocellular toxicosis associated with administration of
carprofen in 21 dogs. Journal of the American Veterinary Medical Association. v.
212, p. 1895
-
1901, 1998.
MALAN T P.; et al: parecoxib sodium, a parenteral cyclooxygenase 2 selective
inhibitor, improves morphine analgésica and is opioid-sparing following total hip
arthroplasty.
Anesthesiologiy
; 98:950
-
956, 2003.
MATHEWS, K. A. Nonsteroidal anti-inflammatory analgesics Indications ad
contraindications for pain management in dogs and cats. Veterinary Clinics of North
America: Small Animal Practice
, v. 30, n. 4, p. 783
-
793, 2000.
MATHEWS, K. A. Nonsteroidal anti-inflammatory analgesics in pain management in
dogs and cats.
Canadian of Veterinary Journal
, v. 37, p. 539
-
545, 1996.
MATHEWS, K. A. Nonsteroidal Antiinflammatory analgesics to manage pain in dogs
and cats.
Compendium on Continuing education for the Practicing Veterinarian
,
n. 10, p. 1117
-
1123, 1996.
MATHEWS, K. A.; PETTIFER, G.; FOSTER, R.; MCDONELL, W. Safety and
efficacy of preoperative administration of meloxicam, compared with that of
74
ketoprofen and butorphanol in dogs undergoing abdominal surgery.
American
Journal of Veterinary Resarch
, v. 62, n. 6, p. 882
-
888, 2001.
MATHEWS, K.A.; et al. A comparison of ketorolac with flunixin, buthorphanol, and
oxymorphone in controlling postoperative pain in dogs. Canadian Veterinary
Journal
, v. 37, p. 557
-
67, 1996.
MATSUDA, E. I.; FANTONI, D. T.; FUTEMA, F.; MIGLIATI E. R.; AMBRÓSIO,
A.; ALMEIDA, T. I. Estudo comparativo entre o ketoprofeno e o flunixin meglumine
no tratamento da dor pós-operatória de cães submetidos a cirurgia ortopédica.
Clínica
Veterinária
, n. 19, p. 19
-
22, 1999.
MUNRO C. J.; STABENFELDT, F. Development of a cortisol enzyme
immunoassay in plasma.
Clin Chem
, p.31
-
956, 1985.
MUNRO H. M.; et al: low-dose Keterolac improves analgesia and reduces morphine
requirements following posterior spinal fusion in adolescents. Can J Anaesth; 49: 461-
466, 2002.
NEL
SON, R W.; TURNWALD, G. H.; WILLARD, M .D. Endocrine, Metabolic, and
Lipid Disorders. In: WILLARD, M. D.; TVEDTEN, H.; TURNWALD, G. H.
Small
Clinical Diagnosis by Laboratory methods. 2ed. Philadelphia; W.B. Saunders
Company, 377p., cap. 8, p.147
-
178, 1994.
NEWELL S. M.;KO, J. C.;GINN, P. E.;et al. Effects of three sedative protocols on
glomerular filtraton rete in clinically normal dog. American Journal of Veterinary
Research
, v. 58, n. 5, May, p. 446
-
450, 1997.
NG A.; SMITH G, DAVIDSON A. C: Analgesic effects of parecoxib following total
abdominal hysterectomy.
Br J Anaesth; 90: 746
-
749, 2003.
75
NOLAN, A., REID, J. Comparasion of the postoperative analgesic and sedative
effects of carprofen and papaveretum in dog. The veterinary Record, n. 4, p. 240-
242, 1993.
NOVECK R. J.; et al: The COX-2 specific inhibitor, parecoxib sodium, does not
impair platelet function in healthy elderly and nonelderly subjects: two
randomized,controlled trials.
Clin Drug Invest
; 21: 465
-
476, 2001.
ORTEGA, A. E.; et al. A prospective randomized comparison of the metabolic and
stress hormonal responses of laparoscopic and opencholecystectomy. Journal of the
American College of Surgeons
, v. 183, n. 9, September, p. 249
-
256, 1996.
OTT E.; et al: Efficacy and safety of cyclooxygenase 2 inhibitors parecoxib and
valdecoxib in patients undergoing coronary artery bypass surgery. J Thorac
Cardiovasc Surg
, v. 125; p. 1481
-
1492, 2003.
PAPICH, M.G. Pharmacologic considerations for opiate analgesic and nonsteroidal
anti
-inflammatory drug
s.
The Veterinary Clinics of North America: small animal
practice
. v. 30, n. 4, p. 815
-
829, 2000.
PAW T. J. G, PAECH M. J, EVANS S. F: The effect of intravenous keterolac on
opioid requirement and pain after esarean delivery. Anesth Analg; 92: 1010-
1014,
2001.
PENG, P.; et al. A systematic review of adjuncts for intravenous regional anesthesia
for surgical procedures.
Can J Anesth
, v. 49(1), p. 32
-
45, 2002.
PETERSON, M.E. Spontanueus hyperthyroidism in the cat. Science proceeding,
ACVIM, p.108, 1979
76
PETERSON, M .E; KEMPPAINEN, R. J.; ORTH, D. N. Plasma concentrations of
immunoreactive proopiomelanocortin peptides and cortisol in clinically normal cats.
American Journal of Veterinary Research
, v. 55, n. 2, february, p. 295
-
300, 1994.
PFIZER SIGMA PHARMA
.
Laboratórios do Brasil.
Prescrição de saúde
, p.7, 1986
PIBAROT, P.; DUPUIS, J.; GRISNEAUX, E.; CUVELLIEZ, S.; PLANTÉ, J.;
BEAUREGARD, G.; BONNEAU, N. H.; BOUFFARD, J.; BLAIS, D. Comparasion
of ketoprofen, oxymorphone hydrocloride, and butorphanol in the treatment of
postoperative pain in dogs. Journal of the American Veterinary Medical
Association
, v. 211, n. 4, p. 438
-
444, 1997.
PIERI M, MEACCI L, SANTINI S. et al: Conrol of acute pain after major abdominal
surgery in 585 patients given tramadol and keterolac by intravenous infusion.
Drugs
Exp Clin Res
; 28: 113
-
118, 2002.
PIMENTA, C. A. M; TEIXEIRA M. J. Avaliação da Dor.
Rev.Med
. v. 76, n. 1, p. 27-
35, 1997.
POLLET, R.; CLAXTON, R.; RAFFE, M. Using butorphanol tartrate to manage pain
in cats. Veter
inary Medicine
, v. 93, n. 2, February, p. 146
-
155, 1999.
RAFFE, M. R.; TRANQUILI, W. J Classifying commonly used analgesic agents.
Veterinary Medicine
, v. 84, n.7, jully, p. 687
-
690, 1989.
RASSMUSSEN G. L, STECKNER K, HOUUE C et al: intravenous parecoxi
b
sodium for acute pain after orthopedic knee surgery. Am J Orthop
; 31:336
-
343, 2002.
REINHART D. J. Minimising the adverse effects of keterolac. Drug Safety
;
Jun:22(6): 487
-
497, 2000.
77
ROOKS, W. H.; et al. The analgesic and anti-inflammatory profile of ketorolac and its
tromethamine salt.
Drugs Exp Clin Res
. v. 11, p. 479
-
492, 1985.
SACKMAN, J. E. Pain: its perception and alleviation in dogs and cats. Pat I. The
physiology of pain. Compend. Cont. Educ. Pract. Vet
.
, v. 1, p. 35
-
40, 1991.
SAWYER, D. C. R. H.; DURHAM, R. A. Does Ketamina provide adequate visceral
analgesia when used alone or in combination with acepromazine, diazepan, or
butorphanol in cats?. Journal of American Animal Hospital Association. v. 20, n. 3,
May/June, p. 257
-
263, 1993.
SCHWARTZ
MAN, R .J.; MALEKI, J. Síndromes de dor neuropática pós-
traumática
Dor Crônica.
Clínicas Médicas da América do Norte
, v. 83, n. 3, p. 567
-
592, 1999.
SHAFFORD, H. I.; LASCELLES, B. D.; HELLYER, P. W. Preemptive analgesia:
manging pain before it begins. The Compendium on Continuing Education for the
Practicing Veterinarian
small animal
. v. 96, n. 6, June, p. 478
-
491, 2001.
SHI, A.; WALKER, S. E; LAW, S. Stability of ketorolac tromethamine in iv solutions
and waste reduction.
Can j. Hosp Pharma
; v. 53,
p. 263
-
9, 2000.
SINATRA, R. S, Pathophysiology of acute pain. In: SINATRA R.S.; HORD, A.;
GINSBERG, B.; PREBLE, L. Acute pain: mechanism and management. St. Louis,
Mosby Year Book
, p. 55, 1992.
SLINGSBY, L. S.; WATERMAN-PEARSON, A. S. Comparasion of pe
thidine,
buprenorphine and ketoprofen for postoperative analgesia after ovariohysterectomy in
the cat.
The Veterinary Records
, v. 143, p. 185
-
189, 1998.
78
SLINGSBY, L. S.; WATERMAN-PEARSON. Postoperative analgesia in the cat after
ovariohysterectomy by use of carprofen, ketoprofen, meloxicam or tolfenamic acid.
Journal of Small Animal Pratice
, v. 41, n. 10, October, p. 447
-
450, 2000.
SMITH, J. D.; ALLEN, S. W.; QUANDT, J. E., Changes in cortisol concentration in
response to stress and postoperative pain in
client
-owned cats and correlation with
objetive clinical variables. American Journal of Veterinary Research, v. 60 (4), p.
432
-
6, 1999.
SMITH, N. T., New developments in monitoring animals for pain control. Journal of
American veterinary medical Associati
on,
v. 191, n. 10, november, p.1296-
1272,
1987.
SOUZA, A. P. Influência do butorfanol na anestesia com propofol em gatas pré-
medicadas com levomepromazina. 2000, 78 f. Dissertação (Mestrado em Medicina
Veterinária )- Faculdade de Veterinária, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa.
2000.
STICHTENOTH DO, FRÖLICH JC: The second generation of COX-2 inhibitors.
What advantages do the newest offer?
Drugs
; 63: 33
-
45, 2003.
STOLTZ R. R.; et al: Upper GI mucosal effects of parecoxib sodium in elderly
subjects.
A
m J Gastroenterol
;97: 65
-
71, 2002.
STROM B. L.; et al: parenteral keterolac and risk of gastrointestinal and operative
sitebleeding: a postmarketing surveillance study
.
JAMA
; 275:376
-
382,1996.
SUSKO, I..; et al. Efeitos do flunixin-meglumine em gatos.IV Congresso Brasileiro de
Cirurg
ia e Anestesiologia Veterinária, 4,Goiânia, 2000. Anais... Goiânia:
Ciência
Animal Brasileira
, 2000. v.1, suplemento, p.18.
79
TALLEY J. J.; et al, 4-
[5
-
Methyl
-3-
phenylisoxazol
-4-
yl]
- benzenesulfonamide,
valdecoxib: A Potent and Selective Inhibitor of COX-
2.
J. Med. Chem. v. 43, p. 775-
777, 2000.
TANG J.; et al: Effect of parecoxib, a novel intravenous cyclooxygenase type-
2
inhibitor, improves morphine analgesia and is opioid-sparing following total hip
arthroplasty.
Anesthesio
logy
; 98: 950
-
956, 2003.
TAYLOR, P. M.; et al.Flunixin in the cat:a pharmacodynamic, pharmacokinetic and
toxicological study. Bristsh Veterinary journal, v. 150, n.3, May/June, p. 253-
252,
1994
TAYLOR, P. M., HOULTON, J. E. F. Post-operative analgesia in the dog: a
comparison of morphine, buprenorphine and pentazocine. J. Small Anim. Pract., v.
25, p. 437
-
51, 1984.
TEIXEIRA, M. J., FIGUEIRÓ, J. A. B.
DOR.
Epidemiologia e evolução histórica
da dor, Fascículo I, p. 1
-
2, 1994.
THOMPSON, S. E., JOHNSON, J. M. Analgesia in dogs after intercostalthoracotomy:
acomparison of morphine, selectivenerveblock, and interpleuralregional analgesia with
bupivacaine.
Veterinary Surgery
,v. 20,n. 1, p. 73
-
77, 1991.
URBAN, M. O.; GEBHART, G. F. Mecanismos centais da dor.
Cl
ínicas Médicas da
América do Norte
, v.83, n.3, p.555
-
566, 1999.
VANE, J. R.; BOTTINGG, R. M. New insights into the mode of action for action of
anti
-
inflammatory drugs.
Inflammation Research
, pp. 1
-
10, 1995.
80
VAUSSER, P. B.; JOHNSON, A. L.; BUDSBERG, S. C.; LINCOLN, J. D.;
TOOMBS, J. P.; WHITEHAIR, J. G.; LENTS, E. L. Randomized, controlled trial of
the efficacy of carprofen, a nonsteroidal anti-inflammatory drug, in the treatment of
oteoarthritis in dogs. Journal of the American Veterinary Medical Associ
ation
, v.
206, n. 6, p. 807
-
811, 1995.
WATSON, A. D. J.; et al. Use of anti-inflammatory and analgesic drugs in dogs and
cats.
Australian Veterinary Journal
, v. 74, n. 3, September, p. 203
-
210, 1996.
WELSH, E. M.; GETTINBY, G. ; NOLAN, A. M. Comparison of a visual analogue
scale and a numerical rating scale for assessment of lameness, using sheep as a model.
American Journal of Veterinary Research
, v. 54, n. 6, June, p. 976
-
983, 1993.
WELSH, E. M.; NOLAN, A .M.; REID, J. Beneficial effects of administre
ring
carprofen before surgery in dogs. The Veterinary Record, v. 141, n. 21, September,
p. 251
-
253, 1997.
WERNER, B. E.; TABOADA, J. Use of Analgesics in Feline Medicine.
The
Compendium on Continuing Education for the Practicing Veterinarian
small
anima
l
. v.16, n. 4, April, p. 493
-
499, 1994.
WISHNIK A et al. Theexcretion of keterolac tromethamine into breast milk after
multiple oraldosing.
Eur J Clin Pharmacol
; 36:521
-
4, 1989.
81
ANEXO 1
TERMO DE CONSENTIMENTO
Eu,
____________
____________________________________ residente a-
______________________________________________________
_______________________________________________________________
Proprietário (a) do felino fêmea______________________________da
raça__________________________, pelagem_______________________autorizo
os procedimentos necessários para a colocação de um cateter intravenoso na veia
jugular ou na veia safena após a devida sedação; cinco colheitas de 1 ml de sangue
por meio deste cateter dentro de um período de 24 horas e a realização de
ovariossalpingohisterectomia para a avaliação da dor/analgesia pós-
cirúrgica,
projeto a ser realizado pelo médico veterinário Rogério Ribeiro Robes e
colaboradores. Declaro estar ciente dos possíveis riscos anestesiológicos e
cirúrgicos inerentes aos referidos procedimentos.
Curitiba,_____de___________de 2005.
ANEXO 2
MOMENTOS PREESTABELECIDOS PARA A MENSURAÇÃO DAS VARIÁVEIS
.
MOMENTOS
COMENTÁRIOS
M0
Valor controle (basal), antes da MPA
MPA
20 minutos após a MPA, imediatamente antes da
indução
M1
Primeiro minuto após a indução anestésica com
propofol e intubação
M2
10 minutos após M1 (manutenção anestésica
com isoflurano),
M3
20minutos após M1 (manutenção com
sevoflurano)
M4
30minutos após M1 (manutenção com
sevoflurano)
82
M5
40minutos após M1 (manutenção com
sevoflurano)
M6
50 minutos após M1 (manutenção com
sevoflurano)
ME
Na extubação
MR1
1 hora após, ME
MR2
2 horas após ME
MR3
6 horas após ME
MR4
24 horas após ME
Fonte: adapta
do de MATSUDA,
et al
. 1999
.
This document was created with Win2PDF available at http://www.win2pdf.com.
The unregistered version of Win2PDF is for evaluation or non-commercial use only.
This page will not be added after purchasing Win2PDF.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo