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antigas leis que indicavam e possibilitavam diferentes locais de culto
(Gn 28.18; 35,14; Ex 20,24; 24,4; Js 24,26). 1.2. Reino do Norte –
metade do século VIII a.C. O reino do Norte ganha estrutura com
Amri (885-874 a.C) e seu filho Acab (874-853 a.C), que consolidaram
o sistema urbano (1 Rs 16,24) [...]. a política mercantilista,
implantada pela casa de Amri para manter a aristocracia das cidades,
vai produzindo um profundo conflito com os camponeses que reagem
através de grupos proféticos que carregavam a tradição efraimita, as
leis humanitárias da sociedade tribal; Elias, Eliseu, Miqueias de
Jemla (cf. 1Rs 22,1-28) e outros para sustentar e manter a esperança
do povo, esses grupos as leis de defesa do pobre no contexto de
aliança com o Deus da vida, Iahveh libertador. Temos então o
confronto de duas forças: o grupo efraimita profético com as leis de
defesa do povo massacrado e o grupo da corte que explorava o povo
[...] Em 841 a.C, Jeú (2Rs 9-10), chefe dos carros de guerra, apoiado
pelo movimento profético de Eliseu, promove uma sangrenta revolta.
Acaba com a dinastia de Amri, destrói os templos de Baal e assume
o trono (841-814 a.C). A primeira vista parece um triunfo total de
Iahweh, mas, na realidade, Jeú faz da religião javista uma força de
sustentação de Estado. A partir desse episodio, Eliseu e seu grupo
de sacerdotes e profetas levíticos passam a desenpenhar importante
papel na corte, tornando-se conselheiros do Rei (cf. 2Rs 13, 14-19).
A profecia institucionaliza-se. Através deles a tradição profética
efraimita, portadora do “protodeuteronomio” entra na corte, que se
apropria das leis aí contidas e as coloca em seu favor [...]. Com
Jeroboão II (783-743 a.C) temos o apogeu político e econômico de
Israel. Aumenta a diferença social. Cresce a classe urbana e rica às
custas do empobrecimento de grande parte da população, sobretudo
o campo, a maior vitima da injustiça e exploração (Am 2,6-16). Para
manter seus interesses socioeconômicos, Jeroboão II intensifica uma
política de centralização. O Estado precisa de produto do campo para
manutenção da corte, da cidade e do comercio. Para isso usa a lei da
centralização que obriga o povo a entregar seu produto num lugar
único que, no caso, é o santuário de Betel, chamado “o santuário rei”
(Am 7,13), em detrimento dos santuários populares do interior, como
Siquém. Este tipo de centralização necessita de um Deus oficial forte,
por isso a perseguição às outras religiões e a apostasia da fé em
Iahweh (2Rs 10,18-27; Dt 13,13-16). É provável que a lei de
centralização, presente no Deuteronômio, tenha surgido neste
contexto (cf. Dt 12). 1.3. Reforma de Ezequias. Na corte de Ezequias
havia escribas especialistas em sabedoria e leis do Oriente Antigo,
tal como no Egito e Assíria (Pr 25,1). Esse grupo, que mais tarde
recebe o nome de deuteronomistas, estava encarregado de legitimar
as reformas. Eles acolheram com muito interesse as tradições vindas
do Norte e as adaptam ao projeto da corte davidita. Na revisão das
leis do Deuteronômio e outras tradições, usam elementos três
elementos: a teologia davídica, a figura de Moisés como autoridade
da tradição do êxodo e o nome de Deus como autor e promulgador
da lei [...] o documento deveria ser depositado no templo e lido
periodicamente em publico, para fortalecer ainda mais a autoridade
do rei diante do povo. As leis de centralização, contidas no núcleo
antigo do Deuteronômio (Dt 12-26), vem ao encontro da proposta da
teologia davídica, cujo objetivo é dar sustentação ideológica ao rei. O
instrumento é o culto centralizado. 1.4. A reforma de Josias. Josias
rompeu a aliança com a Assíria e convocou novamente a nação a
refazer a aliança com Iahweh oficial no esquema contratual de
vassalagem, organizado pelos deuteronomistas. Dando continuidade
à reforma iniciada por Ezequias, Josias levou até as ultimas
conseqüências a centralização do culto. Fez de Jerusalém o centro
político-religioso. Destruiu o santuário de Betel e os santuários