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UFRRJ
INSTITUTO DE FLORESTAS
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS E
FLORESTAIS
DISSERTAÇÃO
Atenuação do processo de lignificação em células de Eucalyptus
urophylla S. T. Blake, em suspensão, por 2,4-D (ácido 2,4-diclorofenoxiacético).
Kelly Carla Almeida de Souza
2007
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE FLORESTAS
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS E
FLORESTAIS
ATENUAÇÃO DO PROCESSO DE LIGNIFICAÇÃO EM CÉLULAS DE
EUCALYPTUS UROPHYLLA S. T. BLAKE, EM SUSPENSÃO, POR 2,4-D
(ÁCIDO 2,4-DICLOROFENOXIACÉTICO)
KELLY CARLA ALMEIDA DE SOUZA
Sob a Orientação do Professor
Heber dos Santos Abreu
Dissertação submetida como
requisito parcial para obtenção do
grau de Mestre em Ciências, no
Curso de Pós-Graduação em
Ciências Ambientais e Florestais,
Área de Concentração em
Tecnologia e Utilização de
Produtos Florestais.
Seropédica, RJ
Fevereiro de 2007
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A Deus, simplesmente por tudo
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Aos meus pais Wilson e Janice,
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pelo imenso apoio, incentivo e g
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pelo imenso apoio, incentivo e grande dedicação,
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A minha irmã Suelen,
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OFEREÇO
Ao meu amor Marcio,
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Ao meu amor Marcio,
pelo companheirismo de sempre
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pelo companheirismo de sempre,
DEDICO
AGRADECIMENTOS
A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, ao Programa de Pós-graduação em
Ciências Ambientais e Florestais e a Capes;
Ao Prof. Dr. Heber pela orientação, pela oportunidade de desenvolver esse projeto e por
todo apoio;
Aos amigos Hulda, Deise, Regina, Beatriz, Bruno, Mariana e Ana Luiza pela amizade e
pelo grande trabalho em equipe que desenvolvemos no laboratório (LBM);
As minhas grandes amigas Natália, Mariza e Vanessa pelo grande incentivo;
Ao técnico de laboratório Daniel Chalita pela ajuda prestada nas análises;
Ao secretário do DPF, Mendes, pelos inúmeros favores prestados;
A Prof. Dra. Maria Raquel Figueiredo do Laboratório de Produtos Naturais-
Farmanguinhos -FIOCRUZ por permitir a realização da análise no infravermelho
Aos técnicos Alan (FIOCRUZ) e Carlão (PQ-UFRRJ) pela ajuda na análise no
infravermelho;
Ao técnico Eli do Departamento de Química (UFRRJ) pelo apoio;
Ao Prof. Maeda do Departamento de Silvicultura (UFRRJ) pela grande ajuda nas
análises estatísticas;
Ao técnico de laboratório José Carlos pela ajuda;
A todos os professores, alunos e funcionários do Instituto de Florestas que, de alguma
forma, colaboraram para a realização deste trabalho.
OBRIGADA!
RESUMO
SOUZA, Kelly Carla Almeida de. Atenuação do processo de lignificação em lulas
de Eucalyptus urophylla S. T. Blake, em suspensão, por 2,4-D (ácido 2,4-
diclorofenoxiacético). 2007. 51p. Dissertação. (Mestrado em Ciências Ambientais e
Florestais). Instituto de Florestas, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro,
Seropédica, RJ.
A cultura de células em suspensão é uma técnica muito eficiente para o estudo de
metabólitos secundários. Através da utilização do 2,4-D (ácido 2,4-
diclorofenoxiacético), regulador de crescimento com habilidade de reprimir o
metabolismo dos fenilpropanóides, foi realizado um processo de lignificação de células
em suspensão de Eucalyptus urophylla a fim de identificar a concentração de 2,4-D
mais eficiente para atenuar a produção de lignina in vitro. Este trabalho foi
desenvolvido no laboratório de Biotecnologia da Madeira (IF-UFRRJ) onde calos de
Eucalyptus urophylla foram produzidos e transferidos para o meio MS líquido
suplementado com cinco diferentes tratamentos de 2,4-D (T1: 1 mg/L; T2: 2 mg/L; T3:
4 mg/L; T4: 5 mg/L; T5: 0 mg/L) sem agentes antioxidantes. Por análises no
infravermelho e no ultravioleta comprovou-se que em meio MS líquido as células foram
capazes de produzir lignina. O tratamento 2 com 2 mg/L de 2,4-D foi o mais adequado
para produzir quantidades menores de lignina, ao contrário do tratamento 5 com 0 mg/L
de 2,4-D, no qual a ausência deste fitorregulador não reprimiu a produção de lignina.
Esta pesquisa abre portas para o estudo da lignina de Eucalyptus urophylla permitindo
conhecer melhor o processo de formação desta substância de grande complexidade e de
grande importância na área florestal.
Palavras chave: calo, lignina, suspensão celular
ABSTRACT
SOUZA, Kelly Carla Almeida de. Attenuating of lignification process in Eucalyptus
urophylla S.T. Blake, in suspension, by 2,4-D (2,4- dichlorophenoxyacetic acid).
2007. 51p. Dissertation (Master in Environment and Forest Science). Instituto de
Florestas, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ.
The suspension cell culture is an efficient tecnique to the study of secondary metabolics.
Through the utilization of 2,4-D (2,4- dichlorophenoxyacetic acid), growth regulator
with ability to restrain the phenylpropanoid metabolism, was carried a process of
lignification of suspension cells of Eucalyptus urophylla in order to identify the most
efficient 2,4-D concentration to attenuate the lignin production in vitro. This work was
developed in the Wood Biotechnology Laboratory (IF-UFRRJ) where callus of
Eucalyptus urophylla were produced and transfered to the medium supplemented liquid
MS with five different treatments of 2,4-D (T1: 1 mg/L; T2: 2 mg/L; T3: 4 mg/L; T4: 5
mg/L; T5: 0 mg/L) without antioxidants agents. Infrared and ultraviolet analyses proved
that, in medium liquid MS, the cells were capable to produce lignin. The treatment 2
with 2 mg/L of 2,4-D was better to produce little amounts of lignin than treatment 5
with 0 mg/L of 2,4-D, in which the absence of this growth regulator did not restrain the
lignin production. This research opens new ways for the study of the Eucalyptus
urophylla lignin allowing a better knowledge of the formation process of this substance,
which has a great complexity and importance in the forest area.
Key words: callus, cell suspension, lignin
LISTA DE FIGURAS
Página
Figura 1- Estruturas moleculares dos precursores majoritários ---------------- 4
da lignina
Figura 2- Caminho proposto para a biossíntese da lignina ----------------------5
Figura 3- Estrutura molecular do ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D)-----8
Figura 4- Perfil estrutural do desenvolvimento de mudas ----------------------16
de Eucalyptus urophylla no meio MS
Figura 5- Cultura de calo: (A) Escolha do explante; (B e C) Corte do--------17
explante; (D) Inoculação do explante no meio pra calo;
(E) Calo formado de Eucalyptus urophylla
Figura 6- Preparação da amostra para análise no -------------------------------21
no infravermelho: (A) 2 mg da amostra;
(B) Os 5 tratamentos; (C) 200 mg de KBr; (D e E)
A amostra sendo macerada com KBr; (F) Os tratamentos
prontos para análise no infravermelho
Figura 7- Ilustração das amostras de lignina padrão de Björkman ------------23
para a curva de calibração (as cores azuis são ilustrações
para melhor identificar que à medida que a concentração
diminui a cor fica mais clara)
Figura 8- Curva de Calibração de lignina padrão ------------------------------- 23
(Gallesia gorazema) de Björkman
Figura 9- Calo do Eucalyptus urophylla - foto tirada ---------------------------25
no Laboratório de Anatomia da Madeira
através de uma lupa binocular modelo STEMI
2000C w10x/21 455042, obtido a partir de explante
foliar, após 90 dias de inoculação no meio de cultura.
Figura 10- Espectro no infravermelho de calos oriundos do -------------------27
tratamento 1 da suspensão (1 mg/L de 2,4-D).
Figura 11- Espectro no infravermelho de calos oriundos -----------------------27
do tratamento 2 da suspensão (2 mg/L de 2,4-D)
Figura 12- Espectro no infravermelho de calos oriundos do -------------------28
tratamento 4 da suspensão (5 mg/L de 2,4-D)
Figura 13- Espectro no infravermelho de calos oriundos do -------------------28
tratamento 5 da suspensão (0 mg/L de 2,4-D)
Figura 14- Diferença de coloração entre os tratamentos da --------------------32
suspensão de Eucalyptus urophylla após o método
de BRUCE & WEST (1989)
Figura 15- Soluções preparadas com lignina padrão de ------------------------32
Gallesia gorazema (Björkman): curva de calibração
Figura 16- Espectro em ultravioleta de lignina padrão -------------------------33
de Gallesia gorazema (Björkman) na concentração
de 150 mg/L
Figura 17- Espectros dos cinco tratamentos com diferentes ------------------ 34
concentrações de 2,4-D na suspensão celular
Figura 18- Espectro das repetições de cada tratamento ------------------------ 35
Figura 19- Gráfico de tratamentos e suas respectivas -------------------------- 39
concentrações de lignina
LISTA DE TABELAS
Página
Tabela 1- Meio MS modificado para germinação de Eucalyptus---------------16
urophylla (WATTet al., 1991)
Tabela 2- Meio MS utilizado para indução de calos ----------------------------18
de Eucalyptus urophylla (WATT et al., 1991)
Tabela 3- Meio MS modificado para formação de células em -----------------19
suspensão de Eucalyptus grandis (WATT et al., 1991)
Tabela 4- Diferentes tratamentos variando as concentrações ------------------19
de 2,4-D
Tabela 5- Pontos característicos de lignina em cada tratamento -------------29
Tabela 6- Atribuição dos principais sinais de absorção no ------------------- 30
infravermelho de lignina
Tabela 7- Regiões características de grupamentos metoxilas ------------------31
no infravermelho
Tabela 8- Valores de absorbância de cada tratamento a 280 nm ------------ 33
Tabela 9- Concentração de lignina em cada tratamento ------------------------37
Tabela 10- Quadro da Análise de Variância ------------------------------------ 38
Tabela 11- Teste de médias (Tukey) -------------------------------------------- 38
SUMÁRIO
Página
1 INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------ 1
2 REVISÃO DE LITERATURA ------------------------------------------- 3
2.1 Lignina ------------------------------------------------------------------- 3
2.2 Biossíntese das ligninas ------------------------------------------------- 4
2.3 Fitorreguladores em meio de cultura ---------------------------------- 7
2.4 Calogênese e células em suspensão----------------------------------- 10
2.5 Lignificação e células em suspensão -------------------------------- 13
3 MATERIAL E MÉTODOS --------------------------------------------- 15
3.1 Assepsia ------------------------------------------------------------------ 15
3.2 Inoculação das sementes ----------------------------------------------- 15
3.3 Cultura de calos --------------------------------------------------------- 16
3.4 Células em suspensão --------------------------------------------------- 18
3.5 Determinação de lignina ------------------------------------------------ 19
3.5.1 Teste de Wiesner ------------------------------------------------------ 19
3.5.2 Infravermelho ---------------------------------------------------------- 20
3.5.3 Ultravioleta------------------------------------------------------------- 21
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ---------------------------------------- 24
4.1 Calogênese e suspensão celular ---------------------------------------- 24
4.2 Análise no infravermelho--------------------------------------------- 26
4.3 Análise no ultravioleta------------ ----------------------------------- 31
5 CONCLUSÕES ---------------------------------------------------------- 40
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ------------------------------ 41
1 INTRODUÇÃO
A lignina é definida como um grupo de substâncias que apresenta função
relevante no Reino Vegetal, conferindo resistência às plantas por atuarem como agente
cimentante, de condução, de defesa, como barreira física e química contra fatores
bióticos e abióticos. Sua existência foi imprescindível na adaptação das plantas, há
milhares de anos atrás, no período que as espécies aquáticas passaram para o ambiente
terrestre (STUMPF & CONN, 1981). A lignina desenvolveu formas de suporte para as
plantas se erguerem em direção oposta à gravidade. À medida que as plantas foram
evoluindo, a composição da lignina foi modificando-se e tornando-se menos complexa
sob o ponto de vista estrutural, apresentando uma estrutura mais linear, como é o caso
das ligninas de angiospermas (ABREU et al., 1999).
O estudo do processo de atenuação do processo de lignificação em células em
suspensão de Eucalyptus urophylla visa o melhor entendimento da biossíntese da
lignina, ou seja, a formação desta substância.
O Eucalyptus urophylla é uma espécie tropical originária da Indonésia, onde
ocorre naturalmente, apresenta porte elevado, forte dominância apical; a casca pode ser
parcialmente rugosa a espessa fibrosa, de coloração marrom quando seca e quase negra
quando úmida. As folhas das plantas adultas são alongadas, estreitas e pecioladas, sendo
introduzida no Brasil por Edmundo Navarro de Andrade (PIGATO & LOPES, 2001).
Os frutos podem apresentar dois tipos de formas: campanulada ou hemisférica em
altitudes superiores a 1000 m; cônico em altitudes inferiores a 1000 m (MARTIN &
COSSALTER, 1976). É uma espécie que apresenta reprodução cruzada.
Atualmente várias aplicações de técnicas de biotecnologia celular de plantas têm
sido utilizadas, a começar pela clonagem seguida pela cultura de células, a qual inclui
suspensões celulares em meio líquido. A suspensão celular apresenta grande
importância para a produção de metabólitos especiais entre outros, como é o caso da
lignina, a qual pode ser produzida em meio líquido através da liberação de monolignóis
e peroxidase.
A cultura de células em suspensão fornece excelentes informações para o estudo
do metabolismo secundário; simples alterações no meio de cultura freqüentemente
resultam em expressões de uma via metabólica específica. Uma dessas informações é a
via dos fenilpropanoídes, que participa da formação de rias substâncias como
flavonóides e lignina.
O metabolismo dos fenilpropanoídes tem sido bem estudado através de cultura
de células em suspensão de soja (Glicine max L.) por HAHLBROCK et al., (1980).
HOSEL et al., (1982) foram capazes de induzir a lignificação nas células desta espécie
por modificação na concentração de reguladores de crescimento no meio de cultura. O
mesmo ocorreu em pinus (Pinus taeda), na qual foi realizado um estudo da lignificação
através da técnica de cultura de células em suspensão variando a concentração do
fitorregulador 2,4-D (ácido 2,4-diclorofenoxiacético) (EBERHARDT et al., 1993).
A cultura de células desenvolveu papel semelhante quanto à indução da
lignificação em células de pinus (Pinus radiata) (MOLLER et al., 2006). Em
Arabidopsis L. a técnica de suspensão celular foi eficiente para o estudo da biossíntese
de um outro produto do metabolismo secundário, o ascorbato, um derivado do ácido
ascórbico (DAVEY et al., 1999).
Outras pesquisas sobre culturas de células foram realizadas com espécies de
gimnospermas e angiospermas, nas quais a lignificação foi aparentemente induzida por
várias maneiras, inclusive com mudanças nos reguladores de crescimento, tipo de meio
de cultura e ativação por fungos (NIMZ et al., 1975; RAMSDEN & NORTHCOTE,
1987; ROBERT et al., 1989; CAMPBELL & ELLIS, 1992).
A biotecnologia tem por finalidade subsidiar rios tipos de trabalhos. A técnica
de cultura de tecidos permite avaliar os efeitos fisiológicos dos nutrientes, dos
reguladores de crescimento e de outros constituintes químicos pertinentes ao processo
de formação dos precursores e da formação da lignina.
Os artigos relacionados à cultura de células em suspensão são realizados
mediante a utilização de vários protocolos. Um dos meios mais utilizados para tal é o
meio MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962), que tem mostrado bons resultados nos
trabalhos com culturas de Eucalyptus (TORRES & CALDAS, 1990). Por sua vez a
utilização do meio LD (LAINÉ & DAVID, 1994) tem mostrado eficiente produção de
calos, conjunto de células de crescimento desordenado, na espécie Eucalyptus
urophylla.
No meio de cultura utilizado é imprescindível que haja um balanço entre os
reguladores de crescimento, ou seja, uma combinação eficiente entre auxinas e
citocininas. No entanto, esta combinação também depende da espécie, do tipo e da idade
do tecido utilizado na cultura. Ao utilizar explantes de plantas adultas, as respostas a um
regulador de crescimento são diferentes em relação ao tecido jovem. Os explantes
foliares de Eucalyptus urophylla, ao serem submetidos a fitorreguladores, respondem de
forma considerável através da produção de calos.
A formação de calos tem sido obtida de forma considerável através do uso do
regulador de crescimento 2,4-D (ácido 2,4-diclorofenoxiacético), uma auxina sintética
que auxilia no desenvolvimento do calo.
Uma das dificuldades em estudar os processos que acompanham a lignificação
em plantas lenhosas é que as células diferem muito entre si no desenvolvimento da
parede (como a composição do polímero, espessura, entre outros).
A lignificação é um processo que tem sido muito estudado em calos e em células
em suspensão, sendo induzida por balanço hormonal, atividades enzimáticas, utilização
de fungos como agentes ativadores desse processo, para os mais variados fins
(MOLLER et al., 2006). Um dos aspectos mais relevantes no estudo da lignificação é o
entendimento de como esse processo se inicia permitindo obter informações sobre o
tipo de lignina formada em cada espécie.
Os objetivos do trabalho foram: (1) desenvolver um protocolo para o estudo do
processo de lignificação em células de Eucalyptus urophylla em suspensão; (2)
identificar e quantificar a lignina através de análises no infravermelho e no ultravioleta;
(3) verificar a concentração mais adequada de 2,4-D para evitar ou diminuir a
ocorrência do processo de lignificação em cultura de células em suspensão da espécie
em questão, fazendo uso das técnicas que a biotecnologia oferece.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Lignina
Lignina é uma denominação para macromolécula de origem fenilpropanoídica
de unidade constitucional básica (C
6
C
3
)
,
distribuída amplamente
entre os vegetais
superiores (LEWIS & SARKANEN, 1998), com propriedades caracterizadas pela ação
cimentadora da parede celular, considerada depois da celulose, como o polímero natural
renovável que detém cerca de 30% dos carbonos da biosfera (FENFEL & WEGENER,
1984).
A lignificação é um processo que começa na parede primária e na lamela média
se estendendo através da parede secundária em direção ao lúmen (DONALDSON,
2001).
O fenômeno da lignificação também é uma resposta ativa das plantas a invasão
por patógenos (HAMMERSCHIMDT & KUC, 1982; BUSAM et al., 1997-b; STICHER
et al., 1997) e acumulam-se evidências de que se constitui em importante mecanismo de
defesa (VANCE et al., 1980; HAMMERSCHIMDT & KUC, 1982; AGRIOS, 1997;
BUSAM et al., 1997-a; STICHER et al., 1997).
A lignina é formada pela oxidação desidrogenativa dos álcoois p-cumarílico,
coniferílico e sinapílico (Figura 1) (BOUDET et al., 1995; WHETTEN et al., 1998).
A fase final da biossíntese da lignina é denominada desidrogenação enzimática
de precursores monolignóis, gerando os radicais fenóxidos (FREUDENBERG, 1959).
A lignina pode ser diferente entre espécies, tecidos, estágios de desenvolvimento
e localização celular. Essas variações podem resultar das diferenças das atividades
enzimáticas com o substrato específico das Angiospermas e Gimnospermas (LEWIS &
YAMAMOTO, 1990).
Assim, a lignina possui composição diferente para Pteridófitas, Gimnospermas,
Angiospermas (Monocotiledôneas e Dicotiledôneas). O teor de lignina corresponde a
um total em média de 30% para coníferas e 25% para dicotiledôneas de zona temperada
(MENDES & ALVES, 1986).
A lignina é detectada em maior quantidade na camada S2 da parede secundária,
sobretudo nas fibras, vasos e traqueídeos do xilema, dotando-os de rigidez, suporte
mecânico, impermeabilidade, permitindo o transporte de água e solutos. Ela também é
encontrada, em menor quantidade, na periderme associada à suberina onde age como
uma barreira contra patógenos (STUDART-GUIMARÃES et al, 2003).
OH
OH
OH
OH
OMe
OH
OH
OMe
MeO
álcool p-cumarílico álcool coniferílico álcool sinapílico
Figura 1. Estruturas moleculares dos precursores majoritários da lignina
2.2 Biossíntese das ligninas
Em 1933, ERDTMAN postulava que a lignina era formada por desidrogenação
enzimática dos álcoois p-hidróxido cinamílico, coniferílico e sinapílico. Esta hipótese
foi, mais tarde, confirmada e elaborada por um dos experimentos de FREUDENBERG
(1959) através da polimerização do álcool p-hidróxido cinamílico in vitro com a enzima
lacase ou peroxidase (GRISEBACH, 1977).
A biossíntese da lignina pode ser dividida em duas etapas, a enzimática e a semi-
enzimática. No primeiro caso a fenilalanina amônio liase (FAL), cinamato 4-hidroxilase
(C4H), e ácido cafeico O-metiltransferase (COMT), assim como enzimas específicas
como cinamoil-CoA redutase (CCR) e cinamil álcool desidrogenase (CAD) são enzimas
do caminho fenilpropanoíde (RAMOS et al., 2001).
A biossíntese das ligninas (Figura 2) envolve uma adequação coordenada de três
fases biossintéticas: a fase pré-corísmica, a fase fenilpropanoídica e a fase da
polimerização da lignina. A fase pré-corismíca é a via responsável pela formação dos
ácidos chiquímico e corísmico, os quais são importantes em uma variedade de produtos
essenciais (HERRMANN, 1995).
N H
2
O
OH
Fenilalanina
FAL↓→ NH3
O
OH
Ácido cinâmico
O
OH
O H
O
OH
O H
O H
O
OH
O H
OMe
O
OH
O H
OMe
OH
O
OH
O H
OMe
MeO
Ácido p-cumárico Ácido cafeico Ácido ferúlico Ácido 5-hidroxiferúlico Ácido sinapílico
O
CoA-S
O H
O
CoA-S
O H
O H
O
CoA-S
O H
OMe
O
CoA-S
O H
OMe
OH
O
CoA-S
O H
OMe
MeO
p-cumaril-CoA cafeil-CoA ferulil-CoA 5-hidroxiferulil-CoA sinapil-CoA
O
H
O H
O
H
O H
O H
O
H
O H
OMe
O
H
O H
OMe
OH
O
H
O H
OMe
MeO
p-cumaraldeído aldeído cafeil coniferaldeído 5-hidroxiconiferaldeído sinalpadeído
O H
OH
O H
OH
O H
O H
OH
OMe
O H
OH
OMeOH
OH
OH
OMeMeO
álcool p-cumaril álcool cafeil álcool coniferílico álcool 5- hidroxiconiferílico álcool sinapílico
Peroxidase/Lacase Peroxidase/Lacase Peroxidase/Lacase
Peroxidase/Lacase
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
LIGNINA
Figura 2. Caminho proposto para a biossíntese dos precursores da lignina (BOERJAN, et al., 2003)
A via geral dos fenilpropanoídes começa com a formação a partir da presença de
fenilalanina e envolve sucessivas reações de hidroxilação de anéis aromáticos, seguidas
de O-metilação fenólica e conversão do grupo carboxílico a álcool (BOERJAN, et al.,
2003) resultando no ácido cinâmico (BARBER & MITCHELL, 1997). O primeiro
passo dessa via inicia-se com uma reação catalisada pela enzima fenilalanina amônio-
liase (FAL) pela eliminação do grupo NH
3
da fenilalanina ou do ácido orogênico
(RAMOS, et al., 2001; LEWIS & SARKANEN, 1998) para resultar em monolignóis.
Nas plantas esta enzima está localizada tanto no citoplasma quanto nas organelas. O
metabolismo dos fenilpropanoídes é definido como a seqüência de reações envolvendo
a conversão da fenilalanina para ativar o ácido cinâmico (HAHLBROCK &
GRISEBACH, 1975).
A reação de formação do ácido cinâmico também pode ser catalisada por outra
enzima, a tirosina amônio-liase (TAL), ou seja, quando ocorre eliminação do grupo NH
3
do ácido aminado tirosina. Estas enzimas catalisam a trans-eliminação da amônia da
fenilalanina ou da tirosina para formar o ácido trans cinâmico e o p-trans cinâmico
(WHETTEN et al., 1998).
Essa transaminação, troca da carbonila pelo grupo NH
2
, ocorre no ácido
orogênico. Há interesse em formar grupos NH2, os quais fazem parte dos ácidos
aminados fenilalanina e tirosina, substâncias iniciais no processo de formação da
lignina. Essas enzimas são enzimas regulatórias “chaves” e um dos principais pontos de
controle do metabolismo secundário dos vegetais (BELL, 1981).
A FAL é uma enzima tetramérica, com dois sítios ativos por molécula
(BOLWELL, 1988). Aparentemente, as isoenzimas isoladas individualmente
apresentam cinética de Michaelis-Menten, mas em conjunto apresentariam
cooperatividade negativa (WHETTEN & SEDEROFF, 1995).
Sua atividade é influenciada por vários fatores externos e internos, como:
hormônios, níveis de nutrientes, luz, infecção por patógenos e ferimentos. A invasão de
fungos, por exemplo, induz a transcrição do RNAm que codifica para essa enzima,
aumentando assim sua síntese “de novoe, conseqüentemente, estimulando a produção
de substância fenólica (JONES, 1984).
A partir do ácido cinâmico são produzidos diversos fenilpropanoídes simples,
via uma série de reações de hidroxilação, metilação e desidratação, tais como os ácidos
p-cumárico, cafeico, ferúlico, sinápico e as cumarinas simples, além dos ácidos
salicílico, benzóico e p-hidroxibenzóico que, embora tenham perdido uma cadeia lateral
de carbono, também se originam do cinamato e p-cumarato (DIXON & PAIVA, 1995).
O ácido cumárico sofre uma hidroxilação na posição 3 pela p-cumarato-3-
hidroxilase e forma o ácido cafeico. Enzimas que podem atuar nesta reação de
hidroxilação in vitro têm sido purificadas, mas não existem evidências que suportam a
via fisiológica destas enzimas na biossíntese de monolignóis in vivo (WHETTEN &
SEDEROFF, 1995).
Através da enzima O-metiltransferase (OMT) o ácido cafeico sofre uma
metilação na hidroxila de posição 3 para produzir o ácido ferúlico.
O ácido ferúlico pode ser ativado pelo 4-cumarato-CoA ligase (4CL) através da
conjugação com a coenzima A e os tioésteres CoA, presumidos como intermediários da
síntese do álcool coniferílico e do álcool p-cumarílico, respectivamente. Um destino
alternativo para o ácido ferúlico é a hidroxilação na posição 5 por outra enzima
hidroxilase (P450), a ferulato-5-hidroxilase. O ácido 5-hidroxiferúlico pode ser metilado
pela enzima O-metiltransferase produzindo, dessa maneira, o ácido sinápico. Em muitos
casos o ácido sinápico, no entanto, tem sido mostrado como um substrato pobre para
purificar enzimas in vitro (GROSS et al., 1975; KUTSUKI et al., 1982; LÜDERITZ et
al., 1982; VOO et al., 1995).
Tanto o ácido cumárico, o ferúlico quanto o sinápico são transformados em
álcoois p-cumarílico, coniferílico e sinapílico, respectivamente, os quais sofrem uma
polimerização oxidativa resultando na lignina.
Neste processo de polimerização atuam as enzimas lacases ou peroxidases e
isoenzimas correspondentes. A participação destas enzimas na formação da lignina foi
também estimada por HARKING & OBST (1973).
2.3 Fitorreguladores em meio de cultura
A adição de fitorreguladores no meio de cultura tem o objetivo principal de suprir
as possíveis deficiências dos teores endógenos de hormônios nos explantes que se
encontram isolados das regiões produtoras na planta-matriz. Ao mesmo tempo, a adição
de fitorreguladores estimula certa resposta como o alongamento ou a multiplicação da
parte aérea. Essa resposta depende do estado fisiológico dos explantes, o que está
relacionado com a época do ano e com o estado geral da planta-matriz (ALTMAN &
GOREN, 1977).
Segundo XU & BEWLEY (1992), as auxinas, em particular o ácido 2,4-
diclorofenoxiacético (2,4-D) (Figura 3), são extremamente importantes na indução da
calogênese e células embriogênicas e na posterior remoção da auxina do meio de cultura.
Estas células embriogênicas formam embriões somáticos. Além disso, o 2,4-D possui
uma aplicação relevante no estudo da lignificação através de células em suspensão de
várias espécies e com os mais variados objetivos (EBERHARDT et al., 1993).
As auxinas são hormônios vegetais produzidos principalmente nas regiões apicais
que, transportados para outros locais da planta, participam do seu crescimento e
diferenciação. Esses fitorreguladores podem ser necessários para complementar o teor
endógeno ou suprir as necessidades de meristemas isolados (SMITH & MURASHIGE,
1970). Estes autores sugerem que as zonas produtoras de auxina não são propriamente os
meristemas, e sim os primórdios foliares e as folhas em expansão. Isto poderia explicar a
razão pela qual a auxina não é tão necessária quando gemas maiores são utilizadas para
cultivo.
Quantidades excessivas de auxina sintética 2,4-D (ácido 2,4-
diclorofenoxiacético) tendem a estimular a formação de calo.
As auxinas são utilizadas em concentrações muito baixas para reativar o ciclo da
célula e iniciar a formação do embrião. Porém, um outro regulador tem se mostrado
muito eficiente, é o caso do TDZ [1-fenil-3-(1,2,3- tiadiazol-5-il)uréia], uma citocinina
sintética que induz a acumulação de auxinas e citocininas endógenas no tecido
(MURTHY et al., 1995).
As auxinas são muito utilizadas, principalmente em experimentos de
micropropagação, pois são incorporadas ao meio de cultura para promover a formação
de calos, crescimento de células em suspensão, além de regular a morfogênese,
especialmente associada às citocininas.
As citocininas e auxinas são os reguladores de crescimento mais utilizados na
cultura de tecidos (CALDAS et al., 1990). As concentrações influenciam na
multiplicação in vitro, onde normalmente a melhor faixa fica entre 0,5 e 5,0 mg/L para
ambos fitorreguladores (MORALES et al., 1999). Segundo LITZ & JARRET (1991),
freqüentemente se induz a formação de calos em explantes cultivados em meio
contendo auxina, ou com uma alta relação citocinina / auxina em proporções iguais.
Para o estabelecimento de um eficiente controle no crescimento e na
diferenciação das culturas in vitro, é necessário um adequado balanço entre auxinas e
citocininas (WAGNER JUNIOR et al., 2003). Normalmente, as concentrações de
auxinas são inferiores as das citocininas, mantendo o balanço auxina /citocinina menor
que 1 (PIERIK, 1990).
Quando o nível de auxina em relação ao de citocinina é alto, ocorre a formação
de raízes. Na situação oposta, ocorre a formação de brotos e quando as proporções são
aproximadamente iguais, uma massa de calo é produzida (KRIKORIAN, 1995).
GRATTAPAGLIA & MACHADO (1990) descreveram a indução da calogênese
em meio de cultura com altas concentrações de auxinas, sendo 2,4-D um dos
reguladores de crescimento mais eficazes na indução de calos (AMMIRATO, 1983).
Cl
Cl
O
O
OH
Figura 3. Estrutura molecular do ácido 2,4-diclorofenoxiacético
.
Alguns autores citam a influência do TDZ na formação de calos.
HUETTEMAN & PREECE (1993) citam o TDZ (tidiazuron) como um excelente
estimulante para formação de calos em concentrações iguais ou maiores que 1,0 mM.
WILHELM (1999) menciona que concentrações mais altas dessa citocinina
proporcionam a produção de calos mais volumosos.
Segundo KANEDA et al., (1997) a melhor performance do TDZ pode estar
relacionada a maior atividade citocinínica ou a forma de ação diferente de outras
citocininas durante o processo de desdiferenciação e rediferenciação celular, como
também ao fato de o TDZ induzir a acumulação de auxinas e citocininas endógenas no
tecido (MURTHY et al., 1995).
Assim como o TDZ apresenta respostas consideráveis para a formação de calos,
o 2,4-D se mostrou eficiente ao permitir formação de calos em todos os tratamentos
com concentrações variando de 0 a 15 µM em duas cultivares de morangueiro, exceto
naqueles isentos das auxinas 2,4-D (FLORES et al., 1998).
Embora o 2,4-D tenha se mostrado eficiente na produção de calos, MURTHY et
al., (1998) cita a melhor performance do TDZ em relação a outros reguladores de
crescimento na proliferação de tecido calogênico.
VELHO et al., (1988) e FERREIRA et al., (2001) mostraram que o cupuaçu não
tem apresentado dificuldades para gerar calos usando-se o meio MS com a adição de
baixas concentrações de 2,4-D, sendo a eficiência na emissão de calos aumentada pela
adição de ANA (ácido α-naftalenoacético).
De acordo com VENTURIERI & VENTURIERI (2004), o TDZ não produziu
melhoras na indução de calos desejáveis para virem a ser aproveitados para a
organogênese ou embriogênese somática do híbrido de Theobroma grandiflorum x
Theobroma obovatum diferentemente do que foi observado para o cacau por LI et al.,
(1998).
No entanto, ALVES et al., (2004) citam que os melhores resultados para
calejamento foram constatados nos tratamentos com os reguladores de crescimento TDZ
e ANA. A vantagem da utilização dos reguladores de crescimento TDZ e ANA foi
citada por LU (1993), cujos estudos indicaram que o TDZ apresenta maior eficiência na
presença de ANA. Contudo, esse autor afirma que longas exposições ao TDZ não são
recomendadas, pois podem causar hiper-hidricidade, crescimento anormal de gemas e
dificuldade no enraizamento.
Segundo LUCZKIEWICZ et al., (2002), modificações no tipo e na concentração
da auxina no meio de cultura, provaram que o 2,4-D foi o regulador de crescimento que
estimulou o crescimento de calos de Rudbeckia hirta L.
de forma mais acentuada. Uma
outra correlação direta entre crescimento de calos e concentração de auxina foi
observada na presença de ANA e IBA (ácido indol-3-butírico).
Conforme AKITA et al., (2000), as células dos calos provenientes dos
segmentos de hipocótilos de beterraba (Beta vulgaris) tiveram um crescimento rápido e
uniforme na presença de 10
-7
M de 2,4-D, sendo esta auxina eficiente na produção de
metabólitos secundários como a betacianina.
De acordo com PALÚ et al., (2004) houve uma interação significativa entre 2,4-
D e a cinetina na indução de calos para a cultivar Acaiá Cerrado (uma cultivar de café -
Coffea arabica L.), enquanto que para massa fresca dos calos, somente houve efeito
significativo dos fatores isolados. Segundo estes mesmos autores, o aumento da
produção de calos ocorreu até a concentração de 2 mg/L de 2,4-D, ponto a partir do qual
este regulador de crescimento passou a inibir a calogênese, provavelmente devido ao
efeito fitotóxico promovido por concentrações superiores. A melhor resposta para
indução de calos foi promovida pela interação entre 2,4-D (2 mg/L) e cinetina (1,9
mg/L).
As concentrações dos fitorreguladores variam muito de espécie para espécie e
em função do que se quer obter. Em alguns casos a concentração de 0,5 mg/L de 2,4-D
produz calos, no entanto HUAN et al., (2004), trabalhando com indução de calos e
regeneração de plantas através de estruturas de embriões somáticos em Cymbidium,
perceberam a morte de todos os explantes quando utilizou somente 2,4-D ou combinado
com TDZ.
Níveis elevados de 2,4-D aumentaram consideravelmente a friabilidade de calos
embriogênicos de Cymbopogon martinii (PATNAIK et al., 1997), e segundo BARUAH
& BORDOLOI (1989), suplementos orgânicos, como a caseína hidrolisada, não foram
necessários para a produção de calos embriogênicos friáveis
.
Calos formados em meio MS suplementado com 1,0 mg/L de 2,4-D e 0,5 mg/L
de cinetina foram capazes de atuar na biossíntese de lignina, após tratamento com os
ácidos sinápico e ferúlico (HAMADA et al., 2003). Isso mostra que o 2,4-D é de grande
importância na calogênese por ser capaz de produzir calos para os mais diversos
objetivos.
FALCO et al., (1996) trabalhando com cana de açúcar, tiveram respostas
consideráveis ao inocular segmentos foliares no meio MS suplementado com 1, 2 ou 3
mg/L de 2,4-D, para indução de calos.
2.4 Calogênese e células em suspensão
Um calo consiste de uma massa desorganizada de células e parcialmente
diferenciada que varia quanto ao tipo, tamanho, conteúdo e espessura da parede celular.
Traqueídeos, lulas parenquimáticas, tecido cambial e periderme podem ser formados
durante a calogênese (NARAYANASWAMY, 1977). Freqüentemente um calo é
formado a partir de explante de raízes, de folhas ou de caule. Ao utilizar a técnica de
cultura de tecido, a formação de calos pode ser induzida em vários tecidos ou órgãos de
plantas que não são usualmente responsáveis pelo desenvolvimento de calos (STREET,
1969).
Embora maior ênfase tenha sido dada para tecidos de angiospermas, a formação
de calos tem sido observada também em Gimnospermas e Pteridófitas (YEOMAN &
MACLEOD, 1977).
Através de injúrias mecânicas, calos podem ser produzidos por tecidos de
plantas contaminados por certos microrganismos (BRAUN, 1954).
Em geral, o crescimento de calo envolve uma complexa relação entre o material
utilizado como explante, a composição do meio de cultura e a condição propícia para
simular o ambiente natural das plantas durante o período de incubação. O
estabelecimento dos calos a partir dos explantes pode ser dividido em três fases:
indução, divisão celular e diferenciação. Durante a fase de iniciação, o metabolismo é
estimulado e as células se preparam para a divisão. O tempo de duração desta fase
depende principalmente do estado fisiológico do explante, assim como da condição do
meio de cultura. Na seqüência, existe uma fase de ativação da divisão celular, na qual o
explante é revertido para um estágio meristemático. A terceira fase envolve o
aparecimento da diferenciação celular e a expressão da trajetória de metabólitos para a
formação de produtos secundários (AITCHISON, 1977). Certos aspectos da
acumulação de produtos secundários, como resposta da diferenciação da cultura de
calos, têm sido revisados (YEOMAN et al., 1982).
Alguns calos são fortemente lignificados e passam a apresentar uma textura mais
rígida, fazendo com que estes sejam divididos com maior facilidade em pequenos
fragmentos. Quando são facilmente separados são denominados calos friáveis. Podem
apresentar colorações amareladas, brancas, verdes ou pigmentadas com antocianina,
essa pigmentação pode ser uniforme em toda a extensão do calo, ou algumas regiões
podem permanecer sem pigmento (DODDS & ROBERTS, 1985).
Um dos grandes problemas que envolvem a cultura de calos é a oxidação,
principalmente quando se trabalha com espécies lenhosas. Entretanto, várias substâncias
podem ser usadas como antioxidante. O PVP (antioxidante PoliVinilPirrolidona), por
exemplo, é uma poliamida utilizada em cromatografia de separação de ácidos
aromáticos, aldeídos e fenóis pela sua função adsorvente por meio de ligações de ponte
de hidrogênio, o que previne a oxidação e a polimerização, além de adsorver os
produtos da oxidação fenólica, ou seja, as quinonas (TEIXEIRA, 2001).
Para prevenir a oxidação em explantes de oliveira, RUGINI (1990) adicionou
200 mg/L de glutationa reduzida. Visando inibir a oxidação fenólica, SÖNDAHL &
SHARP (1977) adicionaram 10 a 50 mg/L de cisteína-HCl ao meio de cultura. Um
outro antioxidante utilizado com menor freqüência é o ditiotreitol (ZIV & HALEVY,
1983).
A oxidação é observada pelo escurecimento que pode ocorrer antes mesmo dos
calos serem formados, ainda na fase do estabelecimento dos explantes quando os
tecidos são lesados, tornando-se um sério problema.
Para reduzir o escurecimento, diversas técnicas são utilizadas durante o preparo
do explante e do meio de cultura bem como na fase de incubação das culturas. Segundo
PASQUAL et al., (1997), a oxidação é menos severa em meios de cultura com baixas
concentrações de sais. Substâncias antioxidantes, como o ácido cítrico e o ácido
ascórbico, são também utilizadas para reduzir a oxidação em cultura in vitro. Estas
agem pela remoção do oxigênio de outras moléculas (varredor de peróxido de
hidrogênio) e também atuam por mecanismos alternativos. Provavelmente, o ácido
cítrico atua como um agente quelante, retendo íons de metal, que são necessários para
ativar enzimas oxidativas (PASQUAL et al., 1997).
Para prevenir a ação polifenólica em bananeira (Musa AAB.), UTINO et al.,
(2001) adicionaram ácido cítrico, ácido ascórbico e carvão ativado, separadamente, ao
meio. Os autores verificaram que o ácido ascórbico foi mais efetivo do que o ácido
cítrico e o carvão ativado, na concentração de 25 mg/L. Dentre estes, o ácido ascórbico
tem sido o mais utilizado (VUYLSTEKE & DE LANGHE, 1985; GUPTA, 1986;
LAMEIRA, 1987; SOUZA & GONÇALVES, 1996). O escurecimento de explantes é
mais visível em meio sólido, pois as substâncias fenólicas exudadas para o meio
acumulam-se ao redor do explante.
Assim, uma prática eficiente para evitar a oxidação dos tecidos é transferir os
explantes, freqüentemente, para um novo meio. O intervalo entre transferências deve ser
ajustado de acordo com o grau de oxidação, pois o escurecimento é particularmente
mais intenso na fase inicial do estabelecimento e decresce com o tempo (PASQUAL et
al., 1997; VUYLSTEKE, 1989), porém pode levar tanto o explante como o calo à
morte.
LANDA et al. (2000) inocularam explantes foliares de pequizeiro (Caryocar
brasiliense Camb.) tanto na presença quanto na ausência de luz e observaram que a
formação de calos na presença de luz foi melhor que no escuro inicialmente, porém a
partir do vigésimo dia de inoculação o desenvolvimento dos calos cultivados no escuro
foi melhor até a avaliação final aos 60 dias. Entretanto, com intuito de obter a
biotransformação de substâncias fenólicas a partir de células em suspensão de
Catharanthus roseus, SHIMODA et al., (2002), fizeram a indução de calos na presença
de luz.
Para copaíba (Copaifera sp), a formação de calos apresentou respostas em total
ausência de luz num período de 45 dias (OLIVEIRA et al., 2001). Já a espécie Fragaria
sp (morangueiro) teve seus explantes inoculados no meio de indução de calos em um
fotoperíodo de 16 h (FLORES et al., 1998).
Suspensão de células é um procedimento artificial de crescimento de células
vegetais, onde as células são isoladas a partir de calos em meio de cultura líquido.
A produção de metabólitos secundários de interesse comercial a partir de
culturas bacterianas influenciou na cultura de células em suspensão a partir de regiões
das plantas onde esses metabólitos são produzidos (BERLIN, 1988; SAKUTA &
KOMAMINE, 1987), embora existem muitos insucessos na produção de produtos
secundários (BERLIN, 1988). A principal razão para estes insucessos é a falta de
conhecimento sobre os mecanismos reguladores da formação destes metabólitos
(SAKUTA & KOMAMINE, 1987).
Quando a estabilidade genética é alcançada é necessário classificar as diferentes
linhagens de calos de acordo com as suas respostas para prover uma eficiente produção
de metabólito. Portanto, cada calo deve ser analisado separadamente pela sua
velocidade de crescimento, assim como as concentrações dos metabólitos intra e
extracelulares. Isso permite uma avaliação da produtividade de cada célula, logo
somente as melhores serão levadas para a etapa de célula em suspensão (BOURGAUD,
et al., 2001).
Comparado ao crescimento cinético da célula, o qual é usualmente uma curva
exponencial, muitos metabólitos secundários são produzidos durante a fase de platô, ou
seja, quando o crescimento fica constante. Esta falta de produção durante os estágios
anteriores pode ser explicada pela alocação do carbono principalmente distribuído pelo
metabolismo primário (construção das estruturas da célula e respiração) quando o
crescimento é muito ativo. Por outro lado, quando o crescimento pára, o carbono não é
mais requerido em grandes quantidades para o metabolismo primário e as substâncias
especiais são mais ativamente sintetizadas. Isto pode ser freqüentemente observado em
muitas novas atividades enzimáticas, aparecendo durante a fase de platô. Isto tem
levado muitos autores a explicar a possível diferenciação bioquímica das células quando
a fase de crescimento termina (PAYNE et al., 1991). No entanto, alguns produtos
secundários são conhecidos por ter um crescimento associado com células
indiferenciadas, como é o caso das betalaínas e dos carotenóides.
Células em suspensão constituem um bom material biológico para o estudo das
vias biossintéticas. Realmente, comparado com culturas de calos, a suspensão permite a
recuperação de grandes quantidades de células a partir de enzimas que podem ser mais
facilmente isoladas (DOUGALL, 1981). Muitas estratégias podem ser usadas para
aumentar a produção de metabólitos secundários, mas a elicitação é usualmente uma das
mais sucedidas. Isto consiste em aplicar estresse físico ou químico na cultura de célula
em suspensão que dará início a produção de metabólitos secundários que não são
produzidos normalmente. Isto é feito com ativadores bióticos (micélio de fungo
patogênico, extratos de proteínas, entre outros) ou abióticos (temperatura, luz UV,
metais pesados, pH, etc.) (BOURGAUD, et al., 2001).
Suspensão celular tem sido também adotada como uma ferramenta no estudo da
fisiologia de todos os tipos de outros processos celulares, por exemplo, divisão celular,
respiração, sinalização hormonal, armazenamento, e transporte (LEGUAY & GUERN,
1975; NISHINARI & YAMAKI, 1976; VOGEL & BRODELIUS, 1984; SNAPE, et al.,
1989; NEUMAN & ZENK, 1986; DEUS-WINK & MENDE, 1987; BLOM, et al.,
1991; HOEFNAGEL, et al., 1993).
Após serem formados, os calos são transferidos para o meio MS líquido para
iniciação de cultura em suspensão (MURASHIGE & SKOOG, 1962). Durante o
processo de formação de calos e células em suspensão, os metabólitos primários e
secundários são formados e muitas vezes excretados ao meio de crescimento. Essa
técnica permite o desenvolvimento de experimentos in vitro para sanar algumas
questões relacionadas ao sistema de polimerização das ligninas e a participação das
proteínas estruturais neste processo.
Independentemente da espécie a ser utilizada é essencial que as células da
suspensão se dividam e se multipliquem ativamente. A divisão celular é um componente
do ciclo celular, e possui as seguintes fases: G1, S, G2, M e citocinese (STREET &
OPIK, 1970).
Este processo é utilizado para a obtenção e proliferação de células em meio
líquido, sob condição de agitação contínua, para evitar possíveis gradientes nutricionais
e gasosos no meio de cultura, além de ser uma técnica eficiente de multiplicação rápida.
As suspensões celulares têm uma grande aplicação para os estudos de bioquímica,
genética, citologia, fisiologia vegetal e fitopatologia, também sendo um tipo de cultivo
empregado na produção de metabólitos secundários ou material clonal em escala
comercial pela utilização de biorreatores (PEREIRA & MELO, 2004).
Há um tempo atrás se considerava que células não diferenciadas como cultura de
calos ou de células em suspensão, não eram eficazes para estudo de qualquer tipo de
metabólito secundário (KRIKORIAN & STEWARD, 1969). No entanto, ZENK (1991)
demonstrou que essa teoria estava errada ao observar que cultura de células de Morinda
citrifolia produziu 2,5 g de antraquinona por litro de meio de cultura.
A cultura de células em suspensão também tem sido usada não para produção
ou estudo de metabólitos secundários, mas também para estudos de resistência a
bactérias em determinadas culturas, como é o caso do algodão (Gossipium hirsutum L.)
(KOBAYASHI & VIEIRA, 2000).
Para o estudo de embriogênese somática de Cymbopogon martinii a partir de
células em suspensão, a concentração de 13,6 µM de 2,4-D foi eficiente (PATNAIK et
al., 1997). Para induzir resistência a bactérias em algodão, a concentração de 0,5 mg/L
de 2,4-D mostrou resultados satisfatórios. No entanto, para regeneração in vitro de
amendoim (Arachis villosulicarpa Hoehne), o meio líquido para suspensão foi
suplementado com 1,0 mg/L de BAP (6-benzilaminopurina) (MANSUR et al., 1993).
A ausência de luz em cultura de células em suspensão de cana-de-açúcar
(Saccharum sp.) visando a regeneração de plantas para estudos histológicos foi também
estudada (FALCO et al., 1996).
Células em suspensão oriundas de calos subcultivados mostraram as mesmas
características na produção de pigmentos que indicavam metabólitos secundários, como
a betalaína, tendo a cultura em suspensão mantido suas propriedades por mais de 5 anos
(AKITA et al., 2000). Para a produção de bisfenol A (produto largamente usado para a
produção de plásticos, poliéster, entre outros) a partir de células em suspensão de
Eucalyptus perriniana não foram mencionadas subculturas das lulas em suspensão
(HAMADA et al., 2002). No entanto, para a análise das respostas de hortelã (Mentha)
em diferentes concentrações de 2,4-D foram feitas subculturas a cada duas semanas
(YANG et al., 1999).
Segundo FALCO et al. (1996), trabalhando com cana de açúcar, o período de
três meses foi, de uma forma geral, adequado para obter uma completa regeneração
desta planta, em suspensão.
TABATA (1977) tem mencionado que metabólitos secundários em culturas de
células vegetais foram acumulados durante a fase estacionária em muitos casos.
O uso de 2,4-D para a produção de substâncias fenólicas a partir de células em
suspensão também foi citado com eficiência na resposta que esta auxina provoca em
hortelã na descrição do processo de crescimento da célula (YANG et al., 1999).
Para a detecção da produção ou não de uma determinada substância produzida
pela cultura de células em suspensão muitas análises são realizadas, como ressonância
magnética de
13
C ou de
1
H, que foram usados para caracterizar substâncias derivadas de
lignina produzidas em cultura de pinus (EBERHARDT et al., 1993).
2.5 Lignificação e células em suspensão
O estudo do processo de lignificação através de cultura de calos e de células em
suspensão pode estar relacionado a vários objetivos diferentes, um deles é a
caracterização in situ da lignina de uma determinada espécie, como em Pinus taeda
(EBERHARDT et al., 1993).
MOLLER et al., (2006) utilizaram a técnica de suspensão celular para observar
os aspectos enzimáticos e topoquímicos da lignificação.
O estudo da lignificação através da cultura de células em suspensão foi usado
por KARKÖNEN et al. (2002), para mensurar a atividade de um número de enzimas
envolvidas no processo de formação da lignina, pois a cultura de células é um modelo
adequado para estudar esse processo, uma vez que as células ficam soltas umas das
outras no meio de cultura líquido.
A utilização de alguns reguladores de crescimento tem sido muito associada ao
estudo da lignificação, como é o caso do 2,4-D (ácido 2,4-diclorofenoxiacético) e do
BA (6-benziladenina) no meio de cultura para suspensão celular pelos efeitos destas
substâncias na lignificação, os quais permitem que as células se formem em grandes
agregados influenciando na formação da lignina (KUBOI & YAMADA, 1978).
A lignificação também pode ser induzida em culturas de células pela
combinação do ANA (ácido α-naftalenoacético) com o BA (benzilaminopurina), sendo
este sistema utilizado para investigar a relação entre atividades enzimáticas e a
lignificação. Em cultura de células de salsa (Petroselinum hortense) e de trigo (Triticum
aestipum), a atividade enzimática coincidiu com a lignificação, sendo possível observar
a presença desse tipo de enzima em todas as culturas de células lignificadas (HOSEL et
al., 1982).
Muitos estudos têm sido realizados sobre a limitação da digestabilidade e a
utilização de forrageiras, devido às características da parede celular e aos efeitos
causados pela composição da lignina nos ruminantes. A partir disso, surgiu a idéia de
alterar a estrutura da lignina, por manipulações na via biossintética, modificando a
digestabilidade da parede celular. Essas alterações podem ser realizadas através de
técnicas de suspensões celulares para influenciar no processo de lignificação e com isso
alterar as enzimas que estão associadas a formação da parede celular (RALPH et al.,
2005).
Algumas substâncias são utilizadas para promover o processo de lignificação no
meio de cultura como é caso dos dilignóis, que promoveram a lignificação nos
traqueídeos de zinia (Zinnia), na qual a biossíntese de monolignol foi bloqueada por um
inibidor da fenilalanina amônio liase (FAL) sugerindo que os dilignóis podem atuar
diretamente na polimerização da lignina (TOKUNAGA et al., 2005).
3 MATERIAL E MÉTODOS
Este trabalho foi realizado no Laboratório de Biotecnologia da Madeira, do
Departamento de Produtos Florestais, do Instituto de Florestas, da Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
As sementes de Eucalyptus urophylla para produção de explantes foram
adquiridas do IPEF (IPEF-ESALQ), Piracicaba-SP.
3.1 Assepsia
Esta etapa consistiu na desinfestação das sementes, sendo de muita importância
por permitir a obtenção de um tecido descontaminado sem levá-lo à morte quando
isolado, pois várias substâncias com ação germicida são utilizadas. Algumas gotas de
detergente foram comumente adicionadas às soluções a base de cloro para melhorar o
contato destas com os tecidos, como é o caso do Tween 20, o qual é mais utilizado em
concentrações de 0,01 a 0,05% (v/v). Neste caso, as sementes de Eucalyptus urophylla
foram submetidas às seguintes condições de assepsia na capela de fluxo laminar:
desinfestação em hipoclorito de sódio 1% na presença de 0,2 mL/L de Tween 20 por 20
minutos em um becher, em repouso. Em seguida as sementes foram lavadas de 3 a 5
vezes em água bidesionizada e autoclavada e desinfestadas na presença de peróxido de
hidrogênio por 30 minutos em repouso necessário que a solução cubra as sementes).
Após a desinfestação final com o peróxido de hidrogênio, as sementes foram inoculadas
ao meio de cultura para germinação.
3.2 Inoculação das sementes
Após a etapa de desinfestação, as sementes foram inoculadas no meio de cultura
MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962) (Tabela 1) para germinação e posterior
desenvolvimento das plântulas (Figura 4), sendo colocadas 20 a 25 sementes por
recipiente. O recipiente utilizado foi o vidro de maionese com tampa e capacidade de
220 ml de capacidade, para cada recipiente foi utilizado 50 ml do meio de cultura. As
sementes foram submetidas a um fotoperíodo de 16/8 horas (16h no claro e 8h no
escuro) a uma temperatura de 25ºC. As mudas geradas foram utilizadas como fonte de
explantes.
Para a germinação de E. urophylla foi utilizado um protocolo estabelecido por
WATT et al., (1991), que obteve resultados satisfatórios a partir da utilização deste
meio modificado para germinação.
Tabela 1. Meio MS modificado para germinação de Eucalyptus urophylla (WATT et
al., 1991).
Macronutrientes mg/L Micronutrientes mg/L Vitaminas mg/L Hormônios mg/L
(NH
4
)NO
3
1650 MnSO
4
.4H
2
O 22,3 Mio-inositol 100 Cinetina 0,05
KNO
3
1900 ZnSO
4
.4H
2
O 8,6 Ácido nicotínico 5 AIA 1
CaCl
2
.2H
2
O 440 H
3
BO
3
6,2 Piridoxina.HCl 5 BAP 0,11
MgSO
4
.7H
2
O
370
KI
0,83
Tiamina.HCl
10
Ácido
naftalenoacético 4
KH
2
PO
4
170
Na
2
MoO
4
.2H
2
O
0,25
Glicina
2
Ferro
CuSO
4
.5H
2
O
0,025
Pantotenato de
cálcio 0,1
Sacarose
30.000
Na
2
EDTA.2H
2
O 33,6 CoCl
2
.6H
2
O 0,025 Biotina 0,1 Agar 8 g/L
FeSO
4
.7H
2
O
27,8
pH 5,7
Benlate
(fungicida) 100
Figura 4. Perfil estrutural do desenvolvimento de mudas de Eucalyptus urophylla obtidas a partir da
germinação de sementes em meio MS modificado aos 30 dias.
3.3 Cultura de calos
Os explantes foliares foram retirados das plântulas que apresentaram maior vigor
(Figura 5). Após 30 dias no meio MS, esses explantes foram inoculados no meio MS
modificado para formação de calos de Eucalyptus urophylla na ausência de luz por 90
dias (Tabela 2) a uma temperatura de 25ºC. Foram colocados 5 explantes por vidro de
maionese contendo 50 ml do meio. Por vidro eram colocados explantes do mesmo vidro
da germinação, ou seja, de um vidro de maionese com as mudas germinadas eram
retirados 5 explantes, não misturou-se explantes de vidros de germinações diferentes.
Figura 5. Cultura de calo: (A) Escolha do explante; (B e C) Corte do explante; (D) Inoculação
do explante no meio para calo; (E) Calo formado de Eucalyptus urophylla
A
B
C D
E
Tabela 2. Meio MS utilizado para indução de calos de Eucalyptus urophylla (WATT et
al., 1991).
Macronutrientes mg/L Micronutrientes mg/L Hormônios mg/L
(NH
4
)NO
3
1650 MnSO
4
.4H
2
O 22,3 Cinetina 0,1
KNO
3
1900 ZnSO
4
.4H
2
O 8,6 AIA 10
CaCl
2
.2H
2
O 440 H
3
BO
3
6,2 BAP -
MgSO
4
.6H2O
370
KI
0,83
Ácido
naftoacético -
KH
2
PO
4
170 Na
2
MoO
4
.2H
2
O 0,25 2,4- D 1
NH
4
H
2
PO - CuSO
4
.5H
2
O 0,025
MgSO
4
.7H
2
O - CoCl
2
.6H
2
O 0,025 Sacarose 30.000
Ferro
Vitaminas
pH 5,7
Na
2
EDTA. 2H
2
O 33,6 Mio-inositol 100 Fitagel 4 g/L
FeSO
4
.7H
2
O
27,8
Ácido nicotínico
0,5
Benlate
(fungicida) 100
Piridoxina.HCl 0,5 PVP 800
Tiamina.HCl 0,1
Glicina 2,00
Para evitar problemas com contaminação fúngica foi adicionado, ao meio de
cultura para indução de calos e para germinação, 100 mg/L do fungicida Benlate no
meio de cultura antes deste ser autoclavado.
Por se tratar de uma espécie lenhosa foi necessário levar em consideração a
possibilidade de ocorrer oxidação devido à liberação de substâncias fenólicas no
momento do corte dos explantes. Para sanar este problema utilizou-se 800 mg/L de PVP
(polivinilpirrolidona) (ação antioxidante) no meio para indução de calos, seguindo o
protocolo (Tabela 2). O PVP fornece resultados satisfatórios no combate a oxidação.
Após 90 dias no mesmo meio de cultura, no qual os calos se desenvolveram,
estes foram transferidos para o meio MS de cultura de células em suspensão.
3.4 Células em suspensão
No momento em que os calos se apresentaram com tamanhos adequados (em
torno de 1,0 cm de diâmetro) e livres de contaminação e de oxidação, o que ocorreu
após 90 dias, estes foram transferidos para o meio MS modificado para cultura de
células em suspensão na ausência de agentes antioxidantes (Tabela 3).
Foi realizado um experimento em meio MS para células em suspensão com
diferentes concentrações da auxina sintética 2,4-D (ácido 2,4-diclorofenoxiacético)
(Tabela 4). Para cada tratamento foram feitas 3 repetições e cada vidro de maionese
continha 50 mL de meio líquido, no qual foram colocados 5 calos obtidos do mesmo
vidro.
Tabela 3. Meio MS modificado para formação de células em suspensão de Eucalyptus
urophylla (WATT et al., 1991)
Macronutrientes
mg/L
Micronutrientes
mg/L
Vitaminas
mg/L
(NH
4
)NO
3
1650 MnSO
4
.4H
2
O 22,3 Mio-inositol 100
KNO
3
1900
ZnSO
4
.4H
2
O
8,6
Ácido
nicotínico 0,8
CaCl
2
.2H
2
O 440 H
3
BO
3
6,2 Piridoxina.HCl
0,8
MgSO
4
.6H
2
O 370 KI 0,83 Tiamina.HCl 0,1
KH
2
PO
4
170 Na
2
MoO
4
.2H
2
O 0,25 Glicina 2
Ferro
CuSO
4
.5H
2
O 0,025
Hormônios
Na
2
EDTA 33,6 CoCl
2
.6H
2
O 0,025
Cinetina 10
FeSO
4
.7H
2
O 27,8 AIA 1
2,4- D 5
Sacarose 30.000
pH 5,7
Benlate 100
Tabela 4. Tratamentos variando as concentrações de 2,4-D
Tratamento Concentração de 2,4-D
T1 1 mg/L
T2 2 mg/L
T3 4 mg/L
T4 5 mg/L
T5 0 mg/L
Os calos foram submetidos a agitação em torno de 125 rpm na ausência total de
luz por 90 dias, sendo que, por questão de adaptação ao meio, no primeiro dia no meio
líquido os calos ficaram em repouso, sendo colocados em agitação somente a partir do
segundo dia. No final deste tempo as células se encontraram individualizadas e o líquido
da suspensão se apresentou com uma certa viscosidade.
3.5 Determinação de lignina
3.5.1 Teste de Wiesner
O teste de Wiesner (LIN & DENCE, 1992) foi realizado através da marcação de
cinco spots na cromatofolha indicando o seu respectivo tratamento, e com o capilar foi
colocado em cada spot uma pequena alíquota do líquido da suspensão celular. Quando
cada spot se apresentou seco, colocou-se com o capilar uma alíquota do reagente de
Wiesner sobre cada spot. Em seguida esperou-se um tempo aproximado de 30 minutos
para verificar a mudança de cor em cada tratamento. É preciso ressaltar que o reagente
de Wiesner indica a presença de fenóis nas amostras quando estas, após o contato com o
reagente, se tornam de coloração rosada-violeta, revelando a possível presença de fenóis
no meio. Esse teste é uma resposta qualitativa da detecção de fenóis. Neste teste
somente foi testada uma alíquota representando cada tratamento, não foram feitas
repetições.
3.5.2 Infravermelho
A análise no infravermelho consiste na análise qualitativa da lignina, obtida
através dos espectros resultantes do infravermelho, realizada no Instituto de Química da
UFRRJ e no Laboratório de Produtos Naturais –Farmanguinhos - FIOCRUZ.
Foram retirados 2 mg de cada amostra das células em suspensão, as quais foram
secas ao ar através do procedimento de BRUCE & WEST (1989) após a etapa de
maceração na presença de etanol, vista na análise no ultravioleta. A esta quantidade de
células adicionou-se 200 mg de brometo de potássio (KBr). Esta mistura foi macerada
para que a amostra ficasse bem homogênea permitindo uma melhor leitura do aparelho
(Figura 6). O espectro foi obtido por técnica de reflectância difusa com transformada de
Fourier Ft IR Nexus 670 FT IR, e o programa utilizado foi o OMNIC. A análise no
infravermelho também foi obtida pelo aparelho Perkin-Elmer.
Figura 6. Preparação da amostra para análise no infravermelho: (A) 2 mg da amostra; (B) Os 5
tratamentos; (C) 200 mg de KBr; (D e E) A amostra sendo macerada com KBr; (F) Os tratamentos
prontos para análise no infravermelho.
3.5.3 Ultravioleta
A análise no ultravioleta (UV) consiste na análise quantitativa da lignina em
células em suspensão. Uma curva de calibração (Figuras 7 e 8) foi elaborada com
amostra padrão (lignina de Björkman de Gallesia gorazema método de Björkman)
(LIN & DENCE, 1992).
F E
D
C
B A
O aparelho utilizado para fazer a análise no ultravioleta foi o UV mini 1240
UV-Vis spectrophotometer – Shimadzu.
A obtenção da lignina foi possível através das células retiradas do meio em
suspensão, as quais foram transferidas para placas de Petri e a etapa da quantificação da
lignina foi realizada pelo método de BRUCE & WEST (1989):
1º- Separação de 0,8 g de material fresco (células que foram transferidas para a placa de
Petri);
2º- Extração em 20 mL de etanol 80% em almofariz;
3º- Centrifugação a 20.000 rpm por 20 minutos (em temperatura ambiente = 25ºC);
4º- Transferência desse material para uma placa de Petri com etanol, filtração (através
de um funil), lavagem (com o próprio etanol, foi colocado etanol no material que
precipitava e possibilitou a retirada do etanol) e secagem ao ar (o resíduo insolúvel em
álcool foi usado para determinação das ligninas);
5º- Uso de 50 mg do resíduo seco, sendo colocado em tubo de vidro onde se adiciona 4
mL de HCl 2N e 0,4 mL de ácido tioglicólico;
6º- Selamento e aquecimento do tubo em uma estufa a 100ºC por 4 h;
7º- Em seguida o material foi resfriado e centrifugado a 30.000 rpm por 20 minutos a
4ºC;
8º- O sobrenadante foi descartado e o material depositado no fundo foi lavado uma vez
com 4 mL de água bidesionizada;
9º- Este material foi ressuspenso em 4 mL de NaOH 0,5N e agitado lentamente a 25ºC
por 18 h em um agitador em velocidade baixa ( no mesmo agitador que serviu para
agitar o meio de cultura) para extrair o tioglicolato de lignina;
10º- A amostra foi novamente centrifugada a 30.000 rpm por 20 minutos a 4ºC;
11º- O sobrenadante foi transferido para um tubo teste onde 0,8 mL de HCl foi
adicionado e ficou em repouso por 4 h a 4ºC (em repouso dentro da centrífuga, onde foi
possível manter essa temperatura);
12º- Centrifugação a 30.000 rpm por 20 minutos;
13º- O material sólido foi dissolvido em 8 mL de NaOH 0,5N;
14º- A absorbância do material no ultravioleta foi mensurada a 280 nm.
As concentrações de lignina para a curva de calibração foram feitas da seguinte
maneira:
1º- 8 mg de NaOH em 400 mL de H
2
O = NaOH 0,5N;
2º- Solução estoque de 150 mg/L: 15 mg de lignina de Björkman diluídos em 100 mL
de NaOH 0,5N;
3º- Solução de 100 mg/L: em 10 mL dessa solução estoque de lignina de 150 mg/L
foram adicionados 5 mL da solução de NaOH 0,5N;
4º- Solução de 50 mg/L: em 10 mL da solução estoque de lignina de 150 mg/L foram
adicionados 20 mL da solução de NaOH 0,5N;
5º- Solução de 25 mg/L: em 10 mL da solução estoque de lignina de 150 mg/L foram
adicionados 50 mL da solução de NaOH 0,5N;
- Separou-se 10 mL de cada uma dessas diluições, ao todo foram 4 vidros com suas
respectivas concentrações de lignina padrão (Björkman);
7º- O branco foi feito com 10 mL de NaOH 0,5N.
Figura 7. Ilustração das amostras de lignina padrão de Björkman para a curva de calibração (as cores
azuis são ilustrações para melhor identificar que à medida que a concentração diminui a cor fica mais
clara)
Figura 8. Curva de calibração da lignina padrão (Gallesia gorazema) de Björkman
0
0,5
1
1,5
2
25 50 100 150
Concentração de lignina (mg/L)
Absorbância
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Calogênese e suspensão celular
A germinação das sementes no meio MS modificado (MURASHIGE &
SKOOG, 1962) visando a utilização dos explantes para formação de calos foi muito
eficiente, cerca de 95% das sementes germinaram. Além disso, este meio de cultura
propiciou um bom desenvolvimento das plântulas, ou seja, as folhas se apresentaram
com uma maior superfície permitindo a obtenção de explantes maiores e com isso a
sobrevivência destes na etapa posterior de indução a calogênese.
Após a germinação das sementes e inoculação dos explantes no meio MS
modificado para indução de calos de
Eucalyptus urophylla,
os calos foram formados
(Figura 9). Alguns apresentaram certa friabilidade, outros, não. Cerca de 50% dos calos
eram friáveis, os calos que não eram friáveis apresentaram uma superfície mais rígida,
as células não se soltavam facilmente umas das outras, sendo esta uma característica
típica de calo de espécie lenhosa. O tempo de 90 dias foi adequado para a obtenção de
calos com capacidade de serem utilizados na fase de células em suspensão, tanto no que
diz respeito ao tamanho (cerca de 1,0 cm de diâmetro) quanto o baixo nível de oxidação.
Neste trabalho o índice de contaminação foi muito baixo, sendo irrelevante na
fase de calogênese, sendo o benlate, o fungicida responsável por esse resultado.
Embora os calos de espécies lenhosas, como os de
Eucalyptus urophylla
,
apresentem grande de nível de oxidação, o uso do PVP reduziu de forma considerável o
índice de oxidação, cerca de 30% dos calos oxidaram.
Essa resposta positiva com relação a um índice pequeno de oxidação ocorreu
porque os calos foram submetidos a um regime de total ausência de luz e o meio de
cultura para indução de calos era constituído de PVP (polivinilpirrolidona), um
antioxidante que mostrou-se muito eficiente. A ausência de luz para indução de calos
apresentou boas respostas também para
Copaifera sp
. (OLIVEIRA et al., 2001).
A escolha do PVP para controlar a oxidação de calos de
Eucalyptus urophylla
teve como referência o fato dessa substância prevenir a oxidação e a polimerização
(TEIXEIRA, 2001).
Os calos não foram subculturados, pois apresentaram inicialmente crescimento
muito lento. No entanto, ao deixar os calos no meio de cultura por um período maior (90
dias) em condição de total ausência luz, houve um crescimento considerado permitindo
a passagem para a cultura de células em suspensão.
Figura 9. Calo do Eucalyptus urophylla tirada no LBM através de uma lupa binocular modelo STEMI
2000C w10x/21 455042, obtido a partir de explante foliar, após 90 dias de inoculação no meio de cultura.
O balanço hormonal entre auxina e citocinina do meio de cultura MS para
indução de calos, 2,4-D (1 mg/L) e cinetina (0,1 mg/L), respectivamente, forneceu bons
resultados para a formação de calos de
Eucalyptus urophylla,
mostrando a eficiência do
2,4-D para esta atividade, tal como citado por MURASHIGE & SKOOG (1962). Além
disso, é preciso ressaltar que no meio para indução da calogênese também havia uma
outra auxina que estava certamente contribuindo para esse balanço hormonal, o AIA (10
mg/L)
O
Eucalyptus urophylla
foi a espécie escolhida pela sua capacidade de
crescimento
in vitro
, suas plântulas apresentaram um bom desenvolvimento de forma
rápida, não precisando esperar muito para retirar os explantes das gemas foliares, o
período de 30 dias após a inoculação das sementes no meio de cultura foi suficiente para
a obtenção de explantes.
Um dos problemas mais freqüentes na retirada dos explantes é o fato destes não
sobreviverem quando o muito pequenos, isso porque devem ser retirados no início do
desenvolvimento da planta enquanto o tecido meristemático está bem ativo. No caso do
Eucalyptus urophylla
este problema foi resolvido pelo rápido crescimento permitindo
que os explantes fossem retirados bem jovens, porém com um tamanho (cerca de 0,5
cm) que permitiu sua sobrevivência.
Quando os calos encontraram-se com um tamanho adequado (cerca de 1 cm),
livre de contaminação e sem oxidação muito intensa, foram transferidos para o meio de
cultura MS líquido para a etapa de suspensão celular. Ao se tratar do estudo de alguns
metabólitos secundários, esta técnica tem se mostrado muito eficiente, pois possibilita a
liberação de substâncias no meio líquido.
O meio de cultura MS líquido contendo 10 mg/L de cinetina meio foi
suplementado com 2,4-D em 5 diferentes concentrações e o fungicida Benlate. A
escolha dessa auxina sintética se deu pela sua aparente habilidade de diminuir alguns
aspectos do metabolismo dos fenilpropanoídes em outras culturas estudadas (ZENK et
al., 1975; OZEKI et al., 1990).
A eficiência do 2,4-D no estudo da lignificação pode estar relacionada ao fato,
tal como observado por EBERHARDT et al., (1993), que meios de culturas
suplementados com 2,4-D favoreceram inicialmente somente a formação de parede
primária, que não é lignificada. Neste trabalho, a utilização do 2,4-D no meio líquido
mostrou que essa auxina pôde produzir quantidades baixas ou elevadas dependendo da
sua concentração, sendo este fato comprovado pelas análises realizadas no
infravermelho e no ultravioleta.
A suspensão celular foi de grande valia para o estudo do processo de lignificação
em células de
Eucalyptus urophylla
suspensas na presença da auxina sintética 2,4-D. O
meio líquido permitiu uma maior influência deste regulador de crescimento nos calos
fazendo com que houvesse o processo de lignificação que foi comprovado por análise
no infravermelho para detectar os grupos funcionais característicos da lignina, e análise
no ultravioleta, onde a concentração da lignina foi determinada em cada tratamento.
Para dar início às análises de detecção de fenóis no meio de cultura, realizou-se
o teste de Wiesner, o qual mostrou mudança de coloração para rosa-violeta indicando a
presença de fenóis nas amostras referentes aos diferentes tratamentos com 2,4-D. Com
isso, levou-se a pesquisa em diante para comprovar se havia ou não lignina nas amostras
através dos espectros no infravermelho.
4.2 Análise no infravermelho
O objetivo da análise no infravermelho foi certificar a presença de lignina nas
células em suspensão.
Quando se trata do espectro de um polímero, especialmente de produtos naturais,
pode-se concluir que dois ou mais produtos são idênticos porque seus espectros são
muito similares. No entanto, existem diferenças significantes no espectro da lignina em
função do tipo de método utilizado para o isolamento da mesma, as duas maiores
categorias podem ser reconhecidas como espectro de lignina do grupo guaiacila e do
grupo guaiacila-siringila (HERGERT, 1960).
Devido à natureza amorfa da lignina, a complexidade das unidades monoméricas
individuais, e a ordem irregular nas quais essas unidades são ligadas, não é possível
aplicar uma teoria de grupo para interpretação do espectro de lignina, entretanto, os
sinais próximos a 1230 (unidade guaiacila) e a 1360 (unidade siringila) revelaram que
as ligninas formadas possuem uma composição G:S.
Para cada tratamento foi obtido um espectro, no qual foram ressaltados os picos
que indicavam a presença de lignina (Figuras 10, 11, 12 e 13). Esses espectros foram
obtidos através de células em suspensão pré-extraídas com etanol. O tratamento 3 (4
mg/L de 2,4-D) não teve seu espectro obtido no infravermelho por ter havido perdas de
células, as quais foram utilizadas para a análise no ultravioleta para quantificação da
lignina. Essa perda do tratamento 3 ocorreu por contaminação fúngica.
Figura 10. Espectro no infravermelho de calos oriundos do tratamento 1 da suspensão (1 mg/L de 2,4-
D).
Figura 11. Espectro no infravermelho de calos oriundos do tratamento 2 da suspensão (2 mg/L de 2,4-D).
Figura 12. Espectro no infravermelho de calos oriundos do tratamento 4 da suspensão (5 mg/L de 2,4-D).
Figura 13. Espectro no infravermelho de calos oriundos do tratamento 5 da suspensão (0 mg/L de 2,4-D).
Foi possível notar que não houve muita diferença entre os espectros da lignina e
segundo a tabela de sinais de absorção no infravermelho (HERGERT, 1960), alguns
sinais são característicos da lignina, indicando de forma qualitativa, através dos
espectros, que o processo de lignificação ocorreu nas células, ou seja, indica apenas a
presença de lignina e não a sua intensidade em cada tratamento. Os sinais mais
característicos em cada tratamento estão descritos na tabela a seguir (Tabela 5).
Tabela 5.
Sinais característicos de lignina em cada tratamento.
Tratamento Sinais característicos de lignina no
infravermelho
Concentração de 2,4-D
T1 1500, 1451, 1380, 1258 1,0 mg/L
T2 1500, 1450, 1378, 1241 2,0 mg/L
T3 *
T4 1500, 1450, 1380, 1236 5,0 mg/L
T5 1500, 1518, 1422, 1320, 1241 -
*
Quantidade de amostra insuficiente para a realização desta análise em função da posterior
análise no ultravioleta de quantificação. O espectro não foi registrado no infravermelho devido as perdas
mencionadas no texto anterior.
O sinal de 1500 cm
-1
, presente em todos os tratamentos, confirmou a presença de
lignina em todas as amostras.
O espectro no infravermelho da lignina de Björkman de
Gallesia gorazema
,
como padrão, revelou a presença de vários sinais entre 3500-700 cm
-1
, dentre os quais
especial atenção foi dada àqueles localizados entre 1800 e 700 cm
-1
(ABREU &
OERTEL, 1999). Nesta região, a presença dos sinais em 1328 e 1268 cm
-1
, e suas
respectivas intensidades, justificam a existência de alta concentração de unidades
guaiacilas (ABREU, 1997).
A região de maior interesse no espectro no infravermelho é também aquela mais
comum para substâncias orgânicas em geral, compreendidas entre 4.000 e 700 cm
-1
. A
caracterização dos sinais de absorção no infravermelho se fez principalmente de modo
empírico, por comparação com dados da tabela 6, que mostra os principais sinais de
absorção no infravermelho de lignina. Os espectros também revelaram sinais de
celulose e hemicelulose.
Tabela 6.
Atribuição dos principais sinais de absorção no infravermelho de ligninas
(LIN & DENCE, 1992).
Guaiacila Guaiacila-Siringila Grupamento de origem
3425-3400 3450-3400 Deformação axial do OH.
2920-2820 2940-2835
Deformação axial de C-H aromático metílico e
metilênico.
1715 1715-1710
Deformação axial de C=O de cetonas não
conjugadas e grupos carboxílicos.
1675-1660 1660
Deformação axial de C=O de cetonas conjugadas
com anel aromático.
1605 1595 Vibrações do anel aromático.
1515 1505 Vibrações do anel aromático.
1430 1425 Vibrações do anel aromático.
1470-1460 1470-1460
Deformação angular assimétrica C-H de grupos
metila metileno.
1370 1370-1365 Deformação simétrica C-H.
1270 1275
Respiração do anel guaiacila com deformação C-
O (fenólico e metoxila).
1230 1235-1230 Deformação C-O fenólico.
1140 1143
Deformação angular C-H aromático no plano, do
tipo guaiacila.
1130
Deformação angular C-H aromático no plano, do
tipo siringila.
1125 1120
Deformação axial de C-O de álcoois secundários e
éteres alifáticos.
1035 1035
Deformação angular C-H aromático no plano, do
tipo guaiacila e deformação axial assimétrica de C-
O de álcoois primários.
970 970
Deformação angular simétrica fora do plano =C-
H.
915
Deformação angular simétrica fora do plano C-H
aromático.
815 835
Deformação angular simétrica fora do plano C-H
aromático.
750-770 750-770
Deformação angular simétrica fora do plano C-H
aromático.
Ao analisar a tabela 7 com os sinais característicos e comparar com os sinais
encontrados nos espectros das amostras de células de
Eucalyptus urophylla
após os
tratamentos com 2,4-D na suspensão celular, foi possível identificar que existem sinais
característicos nos tratamentos indicando que houve o processo de lignificação nas
células de
E. urophylla
.
Tabela 7.
Regiões características de grupamentos metoxílicos no infravermelho.
Sinais característicos-
teórica cm
-1
Sinais característicos-
experimental cm
-1
Atribuição
2920-280 2700-300 Deformação de C-H
metílico
1470-1460 1450-1470 Deformação angular
assimétrico de grupos
metílicos
1330-1325 1330-1335 Anel siringila com
deformação de C-O
1275-1270 1275-1280 Anel guaiacila com
deformação de C-O
A análise no infravermelho confirmou a ocorrência do processo de lignificação
nas células de
Eucalyptus urophylla
em suspensão, porém não foi suficiente para a
verificação do melhor tratamento com 2,4-D. Para obter a informação sobre a
concentração de lignina mais adequada foi feita uma análise no ultravioleta, a qual
permitiu obter uma resposta melhor quanto a eficiência do 2,4-D por indicar a
concentração dessa auxina que produziu a maior e a menor quantidade de lignina.
4.3 Análise no ultravioleta
O ultravioleta foi de grande importância para a análise de determinação da
concentração de lignina em células de
Eucalyptus urophylla
em suspensão, pois
permitiu não a confirmação da presença de lignina nas células como a determinação
da concentração da mesma para cada tratamento, permitindo observar qual a
concentração de 2,4-D foi mais adequada para evitar o processo de lignificação levando
em consideração que todos os tratamentos possuíam a quantidade de cinetina do meio
MS de 10 mg/L.
As amostras após terem passado pela quantificação de lignina pelo método de
BRUCE & WEST (1989) apresentaram diferenças entre si que puderam ser observadas
visualmente, pois a coloração de cada amostra foi diferente, sendo umas mais
acentuadas que as outras dando uma idéia de diferença nas concentrações (Figura 14).
Esse método também foi utilizado para extração de lignina de
Capsicum annuum
L.
(NUÑEZ-FALENIUS & OCHOA-ALEJO, 2005).
Figura 14. Diferença de coloração entre os tratamentos da suspensão de Eucalyptus urophylla
após o método de BRUCE & WEST (1989)
Ao observar as amostras foi possível verificar que realmente houve uma relação
entre a coloração da amostra e a concentração de fenóis, notou-se que a cor das
amostras foi ficando mais escura à medida que a concentração aumenta. Para a
determinação da concentração da lignina nas células em suspensão, usou-se a lignina de
Björkman de
Gallesia gorazema
como referência nas concentrações de 150, 100, 50 e
25 mg/L (Figura 15) e a partir dela uma curva de calibração foi elaborada.
Figura 15. Soluções preparadas com lignina padrão de Gallesia gorazema (Bjorkman): curva de
calibração
T1 T2 T3 T4 T5
50 mg/L 100 mg/L 150 mg/L 200 mg/L
A determinação da concentração da lignina foi obtida na absorbância de 280 nm
tal como realizado por GOULD (1982) (Tabela 8).
Tabela 8.
Valores de absorbância de cada tratamento de células de
E. urophylla
a 280
nm
Tratamento Concentração de
2,4-D
Repetição Absorbância a 280
nm
1 1 mg/L 1 0,5989
1 1 mg/L 2 *
1 1 mg/L 3 0,3832
2 2 mg/L 1 0,1191
2 2 mg/L 2 *
2 2 mg/L 3 *
3 4 mg/L 1 1,8716
3 4 mg/L 2 *
3 4 mg/L 3 0,8135
4 5 mg/L 1 0,3652
4 5 mg/L 2 1,2252
4 5 mg/L 3 *
5 0 mg/L 1 2,3284
5 0 mg/L 2 2,6079
5 0 mg/L 3 2,2292
*
Tratamento contaminado por fungo e excluído da análise
O espectro da lignina padrão de Björkman mostrou sinais em 236 nm (Figura
16). Segundo LANDIM & RUGGIERO (1999), os espectros de UV (ultravioleta) de
ligninas abrangem máximos por volta de 280 a 230 nm que é composto de sinais de
absorção de unidades fenilpropílicas, que constituem o polímero de lignina.
Figura 16. Espectro em ultravioleta de lignina padrão de Gallesia gorazema (Bjorkman) na
concentração de 150 mg/L
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
0 200 400 600 800 1000 1200
Comprimento de onda (nm)
Absorbância
Os espectros de cada tratamento foram obtidos e comparados com o espectro da
lignina padrão (Figura 17).
Figura 17. Espectros dos cinco tratamentos com diferentes concentrações de 2,4-D na suspensão celular
-0,5
0
0,5
1
1,5
2
2,5
0 500 1000 1500
Comprimento de onda (nm )
Absorbância
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
0 500 1000 1500
Com primento de onda (nm)
Absorbância
-1
0
1
2
3
4
5
0 500 1000 1500
Comprimento de onda (nm )
Absorbância
-0,5
0
0,5
1
1,5
2
0 500 1000 1500
Comprimento de onda (nm )
Abosrbância
-0,5
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
0 500 1000 1500
Com primento de onda (nm)
Aborbância
T1 T2
T3 T4
T5
É interessante ressaltar os espectros das repetições de cada tratamento (Figura
18), isso porque em alguns casos, como nos tratamentos 4 e 5, houve uma diferença
considerável na concentração de lignina entre o tratamento e sua repetição. Embora os
espectros sejam muito semelhantes, a diferença está na absorbância de cada amostra, no
entanto o sinal característico de lignina esteja presente em todos eles.
todos eles.
Figura 18. Espectro das amostras de repetições de cada tratamento de células em suspensão de
Eucalyptus urophylla
-0,2
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
0 500 1000 1500
Comprimento de onda (nm )
Absorbância
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
0 500 1000 1500
Com primento de onda (nm)
Abosrbância
-0,5
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
0 500 1000 1500
Comprimento de onda (nm )
Aborbância
0
1
2
3
4
5
0 500 1000 1500
Com primento de onda (nm)
Absorbância
-1
0
1
2
3
4
5
0 500 1000 1500
Com rprim ento de onda (nm )
Absorbância
T1b T3b
T4a T5a
T5b
Essa diferença dentro dos tratamentos, nas suas repetições, talvez esteja
relacionada ao fato das células utilizadas para análise no ultravioleta não serem
totalmente iguais, pois os calos não foram clonados. Cada calo foi obtido de um
explante a partir de uma semente diferente, além disso, existe o fato de que a
reprodução do
E. urophylla
ocorre através da fecundação cruzada, ou seja, pela
presença de dois genótipos diferentes, influenciando na resposta de produção de lignina
em um mesmo tratamento.
A intensidade de absorção no ultravioleta de lignina de angiosperma na região
de 280 nm depende da proporção de unidades de siringil propano (S) para guaiacil
propano (G), mas essa proporção não é eficaz para quantificar lignina. A mensuração
exata da proporção de S/G usando a análise em ultravioleta é difícil porque os valores
máximos de comprimento de onda das unidades de S e de G são similares (270 e 280
nm, respectivamente). No entanto, alguns autores têm observado mudanças na
proporção S/G a partir do espectro de absorção no UV (FERGUS & GORING, 1970;
YOSHIDA et al., 2002).
Embora a suspensão celular tenha sido realizada com diferentes tratamentos, o
comportamento dos espectros foi praticamente o mesmo nas cinco diferentes
concentrações de 2,4-D.
A curva de calibração teve um coeficiente de determinação (R
2
) bem
próximo de 1, isso indicou que o erro foi bem próximo de zero. A curva de calibração
apresentou uma equação que permitiu calcular a quantidade de lignina em cada
tratamento em mg/L, onde y é a absorbância a 280 nm (Tabela 9).
Y
= 0,0119
X
+ 0,0355
ABS [Lignina]
Tabela 9.
Concentração de lignina nas amostras de células em suspensão de
Eucalyptus urophylla
em cada tratamento
Tratamento Concentração de 2,4-D Concentração de lignina
(mg/L)
T1 1 mg/L 47,3445
T1A 1 mg/L 38,2815
T1B 1 mg/L 29,2184
T2 2 mg/L 7,0252
T2A 2 mg/L 7,0252
T2B 2 mg/L 7,0252
T3 4 mg/L 154,2941
T3A 4 mg/L
109,8361
T3B 4 mg/L 65,3781
T4 5 mg/L 27,7058
T4A 5 mg/L 99,9747
T4B 5 mg/L 63,8403
T5 0 mg/L 192,6806
T5A 0 mg/L 220,0504
T5B 0 mg/L 184,3445
A análise de variância (Tabela 10) dos efeitos dos diversos tratamentos na
concentração de lignina apresentou significância ao vel de 1% de probabilidade. Por
conseguinte, pelo teste de Tukey (Tabela 11) o tratamento 5 com 0 mg/L de 2,4-D teve
a maior concentração de lignina sendo discrepante em relação aos demais tratamentos.
O contrário ocorreu com o tratamento 2, com 2 mg/L de 2,4-D, apresentando a menor
concentração de lignina (Figura 19), que não difere estatisticamente das concentrações
1,0 e 5,0 mg/L.
Essa diferença na ocorrência do processo de lignificação mostrou ser mais
acentuada em alguns tratamentos como no T5 de forma discrepante e seguida do T4 e
T3, e a menor concentração no T2 pode ser devido ao fato da síntese e acúmulo de uma
substância específica na cultura de células depender de uma série de fatores como o
estado de diferenciação das células, a composição do meio de cultura e as condições
ambientais, entre outros, (NUÑEZ-FALENIUS & OCHOA-ALEJO, 2005) e não
somente ser influenciada pelo tipo de fitorregulador utilizado no meio.
Tabela 10.
Quadro resumo da análise de variância em função dos valores obtidos pela
quantificação da lignina no ultravioleta através da curva de calibração
FV GL QM Fc Significância
Tratamento 4 16739.41
22.540
0.00005
Resíduo 10 742.6538
FV: Fator de Variação
GL: Grau de Liberdade
QM: Quadrado médio
Fc: Calculado
Tabela 11.
Teste de médias (Tukey) realizado com as concentrações de lignina para
cada tratamento
Tratamento Médias Concentração de
2,4-D
5 199,0252
a
0,0 mg/L
3 109,8361
b
4,0 mg/L
4 63,8403
bc
5,0 mg/L
1 38,2815
bc
1,0 mg/L
2 7,0252
c
2,0 mg/L
Nota: Valores seguidos de mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de significância.
Figura 19. Concentrações de lignina em função dos diferentes tratamentos de 2,4-D
Esse resultado foi possível devido a análise no ultravioleta, haja visto que a
relação entre concentração e absorbância é diretamente proporcional, segundo a Lei de
LAMBERT & BEER (USP, 2007).
As concentrações de lignina não foram proporcionais a concentração da auxina
2,4-D, pois a maior quantidade de lignina foi obtida na ausência deste fitorregulador, o
contrário ocorreu no tratamento 2, uma concentração mediana entre todos os
tratamentos testados, em que a concentração de lignina foi nima. Considerando que
os tratamentos 3, 4 e 1 foram iguais estatiscamente, achou-se melhor comparar apenas o
tratamento 5 com o tratamento 2 comprovando o fato de que a auxina sintética 2,4-D
impediu a formação de fenilpropanoídes, de lignina. Esse fato também foi observado
por EBERHARDT et al., (1993) ao trabalhar com
Pinus taeda
.
0
50
100
150
200
250
T5 T3 T4 T1 T2
Diferentes tratamentos com 2,4-D
Concentração de Lignina
(mg/L)
5 CONCLUSÕES
O protocolo para o estudo da lignificação em cultura de células de
Eucalyptus
urophylla
em suspensão consiste do meio MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962)
líquido modificado para suspensão suplementado com auxina sintética 2,4-D sem
antioxidantes.
A análise no infravermelho permitiu estimar a presença de unidades siringila e
guaiacila na lignina das células de
Eucalyptus urophylla
.
A concentração mais adequada de 2,4-D para atenuar o processo de lignificação
em cultura de células em suspensão de Eucalyptus urophylla é de 2,0 mg/L, a qual
produziu 7,0 mg/L de lignina na solução obtida para realização na análise do
ultravioleta.
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